Relatório de Sustentabilidade 2012

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Relatório de Sustentabilidade 2012
Va l e
Relatório
de
Sustentabilidade
2012
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Encarte
Este encarte é parte
integrante do Relatório de
Sustentabilidade 2012 da Vale.
Este caderno é destacável
Visão estratégica
Sustentabilidade: um dos pilares
estratégicos da Vale
Em 2012, a Vale progrediu no
objetivo de desdobrar a agenda do
desenvolvimento sustentável em todas
as etapas de sua operação, desde a
estratégia até a prática dos negócios.
1,342bi
US$
97%
Reconhecimento
97% das metas do Plano de Ação em
Sustentabilidade (PAS) foram atingidas
em 2012. Dessas, 82% foram “Desafios
alcançados” (acima do nível 3) e 15%,
“Metas alcançadas” (nível 3).
A Vale foi reconhecida como uma das
100 empresas mais sustentáveis do
mundo, integrando o ranking Global 100,
organizado pela instituição canadense
Corporate Knights, nos quesitos uso de
energia, emissões de CO2, inovação
e saúde e segurança.
Leia mais nas páginas 17 a 19
Leia mais na página 24 e 25
Metas e desafios
Projeto Ferro Carajás
S11D: o futuro
da mineração
Em 2012, a Vale aplicou US$ 1,342 bilhão
em ações socioambientais, sendo US$ 1,025
bilhão (76%) em dispêndios ambientais e
US$ 317,2 milhões (24%) em ações sociais
(71% voluntários e 29% obrigatórios).
-50%
-77%
-93%
Leia mais nas páginas 14 e 15
Carajás S11D
ISE BM&FBOVESPA
Mineradora listada
pelo terceiro ano
consecutivo no Índice
de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) da Bolsa
de Valores de São Paulo, com
vigência para 2013.
Leia mais na página 14
160
Projetos de pesquisa
Desde sua criação (2009), o
Instituto Tecnológico Vale articulou
apoio a cerca de 160 projetos de
pesquisa, que envolvem a participação
de mais de 800 bolsistas.
Leia mais na página 20
O projeto, quando implantado,
apresentará uma economia de
93% no consumo de água, 77% no
uso de combustível e 50% de redução
na emissão de gases de efeito
estufa, se comparado aos métodos
convencionais.
Leia mais na página 17
Pessoas
Compromisso com “A vida
em primeiro lugar”
A Vale avançou em temas como a
busca pelo dano zero, a eliminação do
déficit educacional e a construção de
relação de qualidade e confiança com
os empregados e a comunidade.
49%
SGSS
A implantação do Sistema Global de Gestão de Saúde
e Segurança (SGSS) tornou-se, em 2012, meta de todos
os empregados da Vale, com impacto na remuneração
variável. Nesse ano, foi alcançado o percentual de 49%
de implementação do SGSS nas áreas da empresa,
superior à meta de 39,2%.
13%
A força feminina cresceu
17% em 2012. Com isso, o número
de mulheres entre os empregados
próprios da empresa atingiu
a marca de 13%.
Leia mais na página 38
195,6mil
é o número de empregados que a Vale possuía ao fim de
2012, entre próprios (com contrato de trabalho por tempo
indeterminado) e terceiros (prestadores de serviço em
atividades permanentes e em projetos).
Leia mais na página 29
Dia de Reflexão
Cerca de 160 mil empregados
e prestadores de serviço, ao
redor do mundo, participaram
do Dia de Reflexão de Saúde
e Segurança, realizado
pelo segundo ano consecutivo.
Leia mais na página 34
Leia mais na página 32
86%
+17%
87%
160mil
dos planos de ação de
melhoria em gestão
de pessoas já foram
implementados. Outros 11%
estão em desenvolvimento
e 3% serão iniciados.
Planos de Ação
Ao longo de 2012, foram
elaborados mais de cinco mil
planos de ação de melhoria
na gestão de pessoas nas
diversas áreas da Vale.
Leia mais na página 28
Treinamentos
em saúde
e segurança
A Vale promoveu
41 cursos em
saúde e segurança.
Leia mais na página 35
Participantes
41
100.000
foram cerca de 100 mil
participantes, em 7 mil
turmas disponibilizadas,
totalizando mais de
520 mil horas/aula.
76%
Dos 394
participantes do
Programa Formação
Profissional, elegíveis
à efetivação, 76%
1.337
foram contratados.
1,6mi
Museu Vale
Educação
Em 2012, o Programa Formação
Profissional da Vale, voltado
para jovens de 18 a 28 anos,
recebeu 1.337 trainees.
É o número de visitantes recebidos pelo
Museu Vale, instalado em Vila Velha
(ES), ao longo de 15 anos de atividades,
completados em 2013, em 38 exposições
nacionais e internacionais.
Em 2012, a Vale
conseguiu reduzir o déficit
educacional entre seus
empregados próprios no
Brasil em 14%.
Leia mais na página 35
Leia mais na página 50
Leia mais na página 35
Trainees
745
1.596
mil pessoas
Profissionais da Vale do Brasil e de
Moçambique foram capacitados para
colaborar no relacionamento com povos
indígenas e comunidades tradicionais, em
um total de 457 horas de treinamento.
É o número de beneficiados,
diretamente ou indiretamente,
pelas ações da Fundação Vale.
Leia mais na página 50
Leia mais na página 52 e 53
40 mil
Em 2012, cerca de 40 mil pessoas
ao redor do mundo foram beneficiadas, direta
ou indiretamente, por acordos da Vale com
povos indígenas e comunidades tradicionais.
Leia mais na página 52 e 53
Maranhão
Pará
Moçambique
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
No Brasil
82,1%
Diálogo
A Vale elaborou planos
plurianuais de ações sociais
de cinco anos de duração para
cinco estados brasileiros.
Em Moçambique,
o percentual de
contratação local
chegou a 82,1%.
11 é o número de
canais disponíveis
para o diálogo entre a
Vale e as comunidades.
Leia mais na página 49
Leia mais na página 50
Leia mais na página 48
99
Planeta
Usar os recursos naturais
de forma sustentável
76%
Em 2012, a Vale aprimorou a gestão
integrada dos territórios com o
objetivo de deixar legado positivo
nas regiões em que atua.
Pesquisa
esse foi o índice de
reciclagem de resíduos
na Vale, em 2012,
ultrapassando
a meta de 73%.
é o numero total de projetos de
pesquisa em desenvolvimento
na Reserva Natural Vale,
realizados em parceria com 61
instituições – 48 nacionais e 13
internacionais –, envolvendo
cerca de 300 pesquisadores
e colaboradores.
Leia mais na página 68
Leia mais na página 58
Reciclagem
900mil m
3
Projetos de eficiência energética
foram implementados em
2012. Outros 15, relacionados a
mudanças climáticas e energia,
estão sendo desenvolvidos pelo
Instituto Tecnológico Vale (ITV).
Água
No projeto de cobre de Sossego, a
redução do consumo de água, que
anteriormente era bombeada do rio,
atingiu cerca de 900 mil m³/ano. A
quantidade é suficiente para abastecer
uma cidade de 25 mil habitantes
durante o período de seis meses.
Reutilização
Em 2012, a reutilização
de água utilizada nos processos
produtivos do projeto Sossego
atingiu o nível de 99%.
Leia mais na página 89
Leia mais na página 76
Fundo Vale
Reservas
Desde sua criação, em 2009,
o Fundo Vale já investiu cerca
de US$ 36 milhões
em 28 projetos e em 20
organizações parceiras,
visando ao desenvolvimento
sustentável, na Amazônia.
Aproximadamente
12,8 milhões de
toneladas é a
quantidade de CO2
estocado nas reservas
da Vale em Minas
Gerais e Espírito Santo.
Leia mais na página 64
Leia mais na página 78
13,7
mil km2
4,7mil km2
Conservação
A Vale protege ou ajuda a proteger
13,7 mil km2 de unidades de
conservação ambiental, uma área
aproximadamente nove vezes maior que
cidade de São Paulo. As áreas protegidas
são quase três vezes maiores que o total
das unidades operacionais da empresa
(4,7 mil km2).
Leia mais na página 58
Criação de valor
Promoção da agenda da
sustentabilidade na cadeia de valor
A Vale manteve-se fiel aos
compromissos de promover a
agenda da sustentabilidade junto
à sua cadeia de valor e desenvolver
fornecedores nas regiões onde atua.
80%
Bônus de sustentabilidade
Investimentos
A Vale manteve, em 2012, a oferta
de bônus de sustentabilidade
para empresas de ferro-gusa que
utilizam mais de 80% do carvão
vindos de florestas próprias.
Em 2012, os investimentos
destinados à execução de
projetos, P&D e sustentação
das operações existentes
totalizaram US$ 17,7 bilhões.
Leia mais na página 96
Leia mais na página 106
Recordes
320,0Mt
55,1Mt
303,4Mt
Em 2012, os embarques
de minério de ferro e
pelotas foram recordes:
303,4 milhões de toneladas.
A produção de 320,0 milhões
de toneladas de minério
de ferro e 55,1 milhões
de toneladas de pelotas
também foram as maiores
da história da Vale.
O projeto Supplier Zero Harm
envolveu 60 empresas que atuam em
projetos correntes e de capital. Foram
selecionadas 12 iniciativas, de mais
de 200 sugestões diferentes para o
atingimento da marca de zero acidente.
Leia mais na página 104
Leia mais na página 97
34%
China
A China foi o principal destino
da produção da Vale, com 34% de
participação no total das vendas.
Leia mais na página 105
Zero
Acidente
170
IDF
já foram treinados em como fazer
seus inventários de emissões.
O Índice de Desempenho do
Fornecedor (IDF) abrange 100% dos
fornecedores no Brasil e, desde 2011,
também monitora o desempenho
de empresas em Moçambique, Peru,
Argentina, Paraguai e Malásia.
Leia mais na página 97
Leia mais na página 100
Fornecedores
Missão
Transformar recursos
naturais em prosperidade e
desenvolvimento sustentável
Visão
Ser a empresa de recursos naturais
global número um em criação de
valor de longo prazo, com excelência,
paixão pelas pessoas e pelo planeta
Valores
A vida em primeiro lugar
Valorizar quem faz a nossa empresa
Cuidar do nosso planeta
Agir de forma correta
Crescer e evoluir juntos
Fazer acontecer
Relatório
de Sustentabilidade
2012
Mensagem do Conselho de Administração 04
Mensagem do Presidente 06
Perfil e atuação global 08
13
Visão estratégica
27
Diretoria Executiva 09
Para ler este relatório 10
Índice Remissivo de Indicadores 108
55
95
Pessoas
Planeta
Criação de valor
Gente 27
Território 57
Cadeia de valor 96
Comunidades 45
Mudanças climáticas
e energia 76
Valor adicionado 104
Água 87
Mensagem do Conselho de Administração
A Vale reconhece a importância
de entender as demandas da
sociedade por meio do diálogo
e da confiança
Em 2012, a Vale manteve os investimentos
em soluções inovadoras e sustentáveis para
alicerçar os seus negócios: empreendeu
esforços em saúde e segurança visando
alcançar a meta de dano zero e desenvolveu
projetos relevantes de busca de eficiência
energética e de gestão do uso da água.
Além disso, continuou a influenciar sua cadeia de
valor na promoção dos direitos humanos, com a finalidade de estreitar o relacionamento com as comunidades, entendendo suas necessidades e diversidade
cultural, entre outras características. Nosso foco está
de acordo com o compromisso da empresa de deixar
um legado positivo à sociedade e de dedicar esforços
para obter e manter sua licença social para operar.
Isso se dá pela busca constante das melhores práticas
de gestão socioambiental, passando pela governança,
ética e relacionamento com as partes interessadas.
O período recente de retração da economia global,
desafiador por natureza, nos levou a um maior foco
na disciplina de alocação de capital. Apesar disso,
a Vale manteve seu rumo e deu início à operação
de dois novos e importantes projetos de produção
(Salobo, Brasil, e Lubambe, Zâmbia). Mais de 200
licenças ambientais foram obtidas no Brasil, dentre
elas a Licença Prévia do projeto Carajás S11D, que
possibilitará a oferta de minério de ferro de maior
qualidade a custos mais baixos.
Os investimentos, excluindo aquisições, atingiram
US$ 17,7 bilhões, alinhados com o montante de
2011, mas abaixo do previsto (-17%) de US$ 21,4
bilhões. Para 2013, o valor orçado para investimentos
é de US$ 16,3 bilhões. Os embarques de minério
de ferro e pelotas alcançaram o recorde histórico,
em 2012, de 303,4 milhões de toneladas. Os gastos
socioambientais totalizaram US$ 1,3 bilhão (US$ 1
bilhão na área ambiental, e US$ 317,2 milhões na
área social). Esses valores demonstram o compromisso da empresa de investir no desenvolvimento dos
territórios onde opera.
Mesmo em cenário mais adverso, a Vale, visando seu
compromisso com o acionista, retornou o montante
de US$ 6 bilhões, em 2012, em dividendos e juros
sobre capital próprio.
Pelo sétimo ano consecutivo, a Vale obteve a certificação de controles internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley, conforme exigido às empresas de capital
aberto listadas na Bolsa de Nova York com American
Depositary Receipts (ADRs). E, em 2013, pelo terceiro
ano consecutivo, compõe o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, no Brasil.
Apresentamos, ao longo deste relatório, a evolução
de nossos indicadores de sustentabilidade, alinhados
aos Princípios para o Investimento Responsável (PRI).
4
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Leonardo Aversa
Também reafirmamos compromissos e posicionamentos assumidos no relatório anterior, destacando
ações e resultados nos temas mais relevantes.
A Vale, com o apoio do seu Conselho de Administração, reafirma o compromisso com o Pacto Global
das Nações Unidas e relata, neste documento, o
progresso na implantação dos seus princípios, assim
como os estabelecidos pelo Conselho Internacional
de Mineração e Metais (ICMM).
Em nome do Conselho de Administração da Vale e
dos acionistas, agradeço à Diretoria, aos empregados
e parceiros da empresa na obtenção dos resultados
aqui relatados e convido cada leitor a conhecer em
mais detalhes nossa trajetória rumo a um desenvolvimento cada dia mais sustentável.
Nosso foco está de acordo
com o compromissso da empresa
de deixar um legado positivo
à sociedade e de dedicar esforços
para obter e manter sua
licença social para operar
Dan Conrado
Presidente do Conselho
de Administração
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
5
Mensagem do Presidente
Compromisso com a vida, com
as pessoas e com o planeta
O contexto econômico global encontra-se,
hoje, muito mais desafiador que nos dez
últimos anos. É esperado que a economia
mundial cresça em ritmo mais lento no novo
período que estamos vivendo, o que requer
maiores esforços e austeridade na gestão de
uma grande empresa como a Vale.
Nesse sentido, assumimos as dificuldades presentes e
estabelecemos prioridades, adotando a transparência
como elemento primordial de nossa administração.
resultados do negócio e contribuímos, ao mesmo
tempo, para elevar o nível educacional das populações presentes nos territórios onde atuamos.
O foco de nossos investimentos é no desenvolvimento de ativos de classe mundial, com longa
vida, baixo custo, produção de alta qualidade, com
emprego de avançada tecnologia, e capacidade de
expansão. Em 2012, apresentamos o terceiro maior
resultado de nossa história.
Em 2012, 97% das metas do Plano de Ação em Sustentabilidade, voltadas à busca da melhoria contínua,
com indicadores relacionados à energia e água, entre outros, foram atingidas. O cumprimento do PAS,
assim como o desempenho em Saúde e Segurança,
influencia a remuneração variável dos nossos empregados e demonstra, assim, a importância que todos
devem dar a esses indicadores em nossa empresa.
Enfatizo a importância de se levar em conta a geração de valor em estreita articulação aos compromissos que assumimos com a vida, com as pessoas
nas diferentes localidades onde atuamos e com o
planeta como um todo.
Nossa busca pela excelência operacional é pautada
na preservação da integridade de cada um que
faz parte da Vale. Alinhadas à busca pelo dano zero
às pessoas e ao meio-ambiente, criamos as “Regras
de Ouro” e iniciamos a implementação do Sistema
Global de Gestão de Saúde e Segurança (SGSS).
Apesar de nossos esforços, infelizmente foram registradas, em 2012, 15 fatalidades entre empregados
próprios e contratados, o que reforça a importância
do nosso compromisso e o trabalho árduo que
resta a ser feito nessa frente.
Para “Valorizar quem faz a nossa empresa”, nos
preocupamos com a formação e a qualificação dos
nossos empregados. Não temos dúvidas que, ao
qualificarmos nossos profissionais, maximizamos os
6
Tais resultados contribuem para avançarmos na
jornada de permear a “Missão, Visão e Valores” da empresa no comportamento de cada um de nós. Também colaboram para fortalecer os pilares de nossa
estratégia, que são: Cuidar das pessoas; Incorporar a
sustentabilidade aos negócios; Gerenciar o portfólio
com rigor e disciplina; Focar em minério de ferro;
Crescer através de ativos de classe mundial.
A integração e o desdobramento da agenda de sustentabilidade na estratégia e na prática de negócios
da Vale é um desafio e, neste ano de 2013, estamos
estabelecendo objetivos de longo prazo para os
temas definidos como prioritários. Para nós, só há
desenvolvimento sustentável quando trabalhamos
com a sociedade, compartilhando o valor gerado
com todas as partes interessadas. Para isso, procuramos abrir e manter um diálogo permanente com
todas elas porque acreditamos que apenas em conjunto seremos capazes de estabelecer uma trajetória
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Leonardo Aversa
positiva e de contribuir eficazmente para a obtenção
de nossa licença social para operar no longo prazo.
Para nós, desenvolvimento sustentável também é
captar as inúmeras oportunidades de crescimento,
reconhecendo os limites físicos do planeta.
Por isso, focamos na educação e pesquisa, no
emprego de tecnologias e no uso eficiente dos
recursos naturais para a prática responsável de uma
mineração sustentável.
Podemos citar as iniciativas de reutilização de
água – que já atinge o índice de 77% em nossas
operações –, 25 projetos de eficiência energética
implantados em 2012 e a gestão das emissões de
gases de efeito estufa.
Estamos comprometidos também com avanços contínuos na gestão integrada dos territórios para deixar
um legado positivo nas regiões em que operamos.
Incentivamos nossa cadeia de valor em temas como
a gestão das emissões de carbono e o respeito aos
direitos humanos. Alcançamos progressos nas questões ambientais com a obtenção de licenças para
projetos vitais para a empresa, como as relacionadas
ao Projeto Ferro Carajás S11D – o maior da história
da Vale e da indústria de minério de ferro do mundo
–, que representa um passo à frente quando se trata
de conciliar mineração e sustentabilidade.
temas relacionados aos direitos humanos, direitos
do trabalho, combate à corrupção e proteção
ao meio ambiente. Participamos também do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM),
que possibilita um importante intercâmbio para a
melhoria contínua em sustentabilidade em nosso
setor de atividade. O presente relatório
reafirma nosso alinhamento com os princípios
estabelecidos pelo Conselho.
Baseados nas questões importantes para nós e
nossas partes interessadas, temos investido recursos
e esforços para avançar em temas que dizem
respeito à nossa estratégia, às pessoas, ao planeta e
ao valor que criamos e que desejamos compartilhar
com a sociedade.
Agradeço aos nossos empregados e parceiros em
geral, que, na execução de suas atividades diárias com
reconhecido empenho, contribuíram para os resultados que procuramos refletir no presente relatório.
Gostaria de convidar você, leitor, a conhecer essas
iniciativas e manter um diálogo construtivo conosco
sobre os temas aqui apresentados, reforçando nosso
compromisso de avançar mais ainda na missão de
“Transformar recursos naturais em prosperidade e
desenvolvimento sustentável”.
Desejo a todos uma excelente leitura!
A Vale participa do seleto grupo de empresas do
Pacto Global Lead das Nações Unidas e está comprometida com a promoção de seus princípios, em
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Murilo Ferreira
Diretor-Presidente
7
Perfil e atuação global
Uma empresa brasileira
com atuação mundial
A Vale S.A. é uma empresa de
capital aberto, com sede no
Rio de Janeiro e presença global.
Suas ações são negociadas nas
bolsas de São Paulo, Nova York,
Hong Kong, Paris e Madri.
A empresa é a maior produtora mundial de minério
de ferro e pelotas e a segunda maior produtora de
níquel. A Vale também produz minério de manganês,
ferroligas, metais do grupo da platina (PGMs), ouro,
prata, cobalto, potássio, fosfatados e outros fertilizantes e atua nos setores de logística, siderurgia e energia.
Os materiais produzidos pela Vale são utilizados na
indústria siderúrgica, na fabricação de aeronaves,
automóveis, materiais de construção e na produção
de alimentos, entre outros elementos que estão presentes no cotidiano das pessoas, colaborando para a
sua qualidade de vida.
Filme e livro celebram os 70 anos da Vale
Para permitir que o público externo conhecesse
melhor a Vale e engajar seus empregados em torno
da história que eles ajudam a construir diariamente,
a Vale produziu o livro e o documentário “Nossa
História”. Com 420 páginas, a publicação foi distribuída
às mais de cinco mil bibliotecas públicas do Brasil, e
seu conteúdo foi divulgado nos veículos de comunicação interna da empresa. Já o filme, média-metragem em que empregados de dez países contam
a trajetória da Vale desde a sua fundação, em 1º de
junho de 1942, foi exibido ao público interno durante
atividades comemorativas. Premiado em Cannes, o
documentário pode ser visto no canal da Vale no
YouTube, onde já soma mais de 30 mil acessos.
Se você tem um
smartphone, faça o
download de um leitor de
QR Code, aponte para o
código ao lado e assista
ao vídeo “Nossa História”
— ou acesse
www.youtube.com/vale.
www.youtube.com/vale
Perfil e atuação global
As operações da Vale ao
redor do mundo
Operações
Escritórios
Joint ventures
Exploração mineral/
projetos em desenvolvimento
Américas
1 Brasil Sede mundial da Vale
2 Paraguai
3 Chile
4 Argentina
5 Peru
7
6 México
7 Canadá
8 Estados Unidos
9 Barbados
18
África
17
16
8
24
10 Angola
23
11 Zâmbia
12 Moçambique
20
13 Malawi
14 Guiné
6
22
15 República Democrática do Congo
25
19
21
9
Europa
26
27
16 Suíça
14
17 Áustria
28
18 Reino Unido
29
15
Ásia e Oceania
30
33
5
1
10
19 Índia
13
11
20 China
12
21 Omã
22 Emirados Árabes Unidos
2
3
32
4
31
23 Japão
24 Coreia do Sul
25 Taiwan
26 Filipinas
27 Tailândia
28 Malásia
29 Cingapura
30 Indonésia
31 Austrália
32 Nova Caledônia
33 Papua Nova Guiné
Posição em abril de 2013
Foto: Leonardo Aversa
Diretoria Executiva
Em pé (da esquerda para a direita)
Vania Somavilla
Diretora-Executiva
de Recursos Humanos,
Saúde e Segurança,
Sustentabilidade
e Energia
Galib Chaim
Diretor-Executivo
de Projetos de Capital
Luciano Siani
Diretor-Executivo
de Finanças e Relações
com Investidores
José Carlos Martins
Diretor-Executivo de
Ferrosos e Estratégia
Peter Poppinga
Diretor-Executivo
de Metais Básicos
e Tecnologia da
Informação
Sentados (da esquerda para a direita)
Roger Downey
Diretor-Executivo de
Fertilizantes e Carvão
Murilo Ferreira
Diretor-Presidente
Humberto Freitas
Diretor-Executivo
de Logística
e Pesquisa Mineral
Movimentações
Tito Martins
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Saída
Diretor-Executivo de Finanças e Relações com Investidores
julho/12
9
Para ler este relatório
Relato de sustentabilidade baseado
nos temas mais relevantes
O Relatório de Sustentabilidade 2012 da
Vale baseia-se nas questões identificadas na
matriz de materialidade da empresa. Esses
assuntos foram organizados por grau de
relevância e afinidade temática em capítulos
que oferecem uma visão ampla e completa
das questões mais relevantes para a Vale
e suas partes interessadas.
Com a revisão de sua orientação estratégica refletida
na sua Missão, na Visão e nos Valores, realizada em 2011
e alinhada com a agenda de desenvolvimento sustentável, a Vale identifica as questões sociais, ambientais
e econômicas mais relevantes e busca aperfeiçoar sua
gestão continuamente.
no contexto no qual a empresa opera que levasse a
nova priorização dos temas materiais. Portanto, neste
relatório, a empresa apresenta o desdobramento das
questões materiais prioritárias, enfatizando a evolução
de sua gestão ao longo de 2012.
Diretrizes
Para o Relatório de Sustentabilidade de 2011, a Vale rea- Pelo sexto ano consecutivo, a Vale publica o seu
lizou um processo robusto de identificação de questões relatório de sustentabilidade de acordo com as diremateriais com a participação da alta administração e
trizes da Global Reporting Initiative (GRI), versão G3,
também das partes interessadas externas, representadas incluindo o Suplemento Setorial de Mineração e Mepor especialistas1 em temas-chave: mudanças climáticas, tais. Esta edição refere-se a 2012, e, quando aplicável,
florestas, comunidades, recursos humanos e educação,
é apresentada a evolução de 2010 a 2012.
entre outros. A identificação dessas questões é feita por
meio da Matriz de Materialidade (na página ao lado),
O relatório também atende aos princípios do Conseonde são apontados os temas mais relevantes para a
lho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na
Vale e suas partes interessadas. O processo de materiasigla em inglês) e do Pacto Global das Nações Unidas,
lidade contou com a orientação da Fundação Brasiiniciativas internacionais das quais a Vale é signatária,
leira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e foi
e desempenha a função de instrumento de comunirevisado para refletir as demandas contemporâneas e as cação de progresso (COP) do Pacto Global. O índice
tendências para aprimorar a forma pela qual a Vale abor- remissivo orienta a localização das informações que
da o tema. Como resultado desse processo, a empresa
respondem aos princípios desses compromissos. O
identificou temas estratégicos e assumiu compromissos, relatório 2012 mantém o nível de aplicação A+ da
GRI, que estabelece o relato de todos os itens de perde longo prazo, para as questões prioritárias.
fil, de informações sobre a forma de gestão e de indiEm 2012, a Vale optou por não alterar as questões elen- cadores de desempenho essenciais e do Suplemento
Setorial de Mineração e Metais, seguindo o princípio
cadas como prioritárias no ano anterior, por entender
de materialidade conforme estabelecido pela GRI.
que tal abordagem está condizente com o desdobramento de sua orientação estratégica para os próximos
O texto foi elaborado com o objetivo de expressar os
anos. Além disso, não houve mudança significativa
desdobramentos das demandas das principais partes
interessadas perante os compromissos assumidos
1 Entrevistas com especialistas internacionais foram conduzidas
no relatório de 2011, alinhados aos temas destacados
pela BSR.
10
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Matriz de materialidade
Mudanças
climáticas
Relevância para as partes interessadas
Território
Energia
Globalização
Água
Comunidades
Pessoas
Saúde e segurança
Biodiversidade
Educação
Governo
Inovação
Resíduos
Cultura do
consumo
Cadeia de valor
Alta
Média
Baixa
A matriz ao lado indica
o grau de relevância
dos temas-chave
para a Vale e para suas
partes interessadas.
Relevância para os negócios da Vale
na matriz de materialidade. Ao longo deste relatório,
será encontrado o símbolo [#.##], que sinaliza a
existência de conteúdo complementar. Para acessá-lo faça o download do arquivo digital interativo em
www.vale.com/rs2012.
A forma de organização dos capítulos permite o
acompanhamento dos posicionamentos e resultados alcançados pela Vale nas três principais linhas de
orientação propostas pela Visão da empresa: Pessoas,
Planeta e Criação de Valor. Essas seções são antecedidas por um capítulo que explica a visão estratégica
da empresa, a partir da Missão, Visão e Valores e de
sua Política de Desenvolvimento Sustentável.
A metodologia de definição do limite do relatório, a
mesma adotada nos relatórios de sustentabilidade dos
anos anteriores, corresponde à aplicação das orientações do Protocolo de Limites da GRI, que considera os
critérios de grau de influência (controle acionário ou
operacional) e potenciais impactos em sustentabilidade. Em relação a essa abrangência, para o relatório
de 2012, houve a venda dos ativos de manganês na
Europa, Vale Manganèse France e Vale Manganese
Norway, e os ativos de caulim e carvão – Cadam S.A.
e Vale Colômbia C.I., respectivamente. Em 2012, não
houve aquisição de empresas, porém ocorreu um
aumento de indicadores de desempenho reportado2
2 As eventuais diferenças na somatória de dados e porcentagens,
nos gráficos e tabelas, devem ser atribuídas ao arredondamento
desses valores, adotado para melhor visualização das informações.
Ao longo do relatório, os valores em reais foram convertidos para
dólares americanos pela taxa de 1,955.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
por operações/projetos, conforme a abordagem
progressiva adotada.
Verificação externa
As informações do Relatório de Sustentabilidade
2012 foram verificadas pela empresa de auditoria independente KPMG, conforme declaração disponível
no arquivo digital. O escopo da verificação incluiu a
aderência à metodologia GRI, a asseguração das informações sobre forma de gestão e desempenho e
a declaração do nível de aplicação. Além disso, houve verificação em relação às diretrizes do ICMM, listadas também no arquivo digital.
Ao todo, a Vale reportou 86 indicadores, sendo 48 essenciais, 27 adicionais e 11 do Suplemento Setorial de Mineração e Metais. Parte desses indicadores
— sinalizados com suas respectivas nomenclaturas,
com os itens de perfil precedidos pelas letras IP —
foi selecionada para a versão impressa e os demais
estão relatados no arquivo digital. No que diz respeito às formas de gestão, a Vale prossegue no processo
de globalização de procedimentos e documentos
corporativos, que considera a diversidade de culturas
e as especificidades de cada negócio.
Avaliação e contato
Para mais informações de sustentabilidade, acesse
o endereço eletrônico www.vale.com ou entre em
contato por meio do canal Fale Conosco, na categoria Sustentabilidade. [1.01]
11
10%
é o peso do PAS e
da saúde e segurança,
cada, na remuneração
variável dos empregados
Luciana Rocha de Oliveira
e Silva, engenheira,
no Terminal da Ilha
de Guaíba (TIG), em
Mangaratiba (RJ), Brasil
(Foto: Márcio Dantas Valença)
Desenvolvimento
sustentável
para a Vale, é captar as
inúmeras oportunidades de
crescimento, reconhecendo os
limites físicos do planeta
Visão estratégica
Sustentabilidade:
um dos pilares
estratégicos da Vale
Visão estratégica
Desenvolvimento
sustentável
A sustentabilidade é um dos pilares
estratégicos da Vale, fundamentada no
conceito de que só há desenvolvimento
sustentável quando a empresa e a sociedade
trabalham juntas, compartilhando o valor
gerado com as suas partes interessadas.
No Relatório de Sustentabilidade 2011, a Vale
assumiu compromissos com suas partes interessadas como resultado do processo de materialidade, com destaque para:
Pessoas Desenvolver pessoas, garantindo educação, saúde e segurança, construindo um relacionamento de confiança e qualidade;
Comunidades Promover o desenvolvimento local,
com educação, saúde e segurança, deixando um
legado positivo nas regiões onde atua;
Cadeia de valor Incentivar a agenda de sustentabilidade entre fornecedores e clientes, buscando
a garantia da não violação de direitos humanos na
cadeia de valor e o desenvolvimento dos fornecedores nas regiões onde opera;
Governo Atuar na promoção do desenvolvimento
sustentável junto aos governos por meio da participação em políticas públicas e do valor econômico
gerado e distribuído.
Pilares da estratégia da Vale
Cuidar das pessoas.
Incorporar a sustentabilidade aos negócios.
Gerenciar o portfólio com rigor e disciplina.
Focar em minério de ferro.
Crescer por meio de ativos de classe mundial.
14
Ao longo deste relatório, a Vale apresenta as estratégias e ações adotadas em 2012 no cumprimento
desses compromissos, fundamentadas em seus
pilares estratégicos. A Vale progrediu no desafio de
integrar e desdobrar a agenda de sustentabilidade
na estratégia e na prática dos negócios. Em 2013,
estão sendo estabelecidos objetivos de longo prazo
para temas prioritários, com a contribuição de cada
área de negócio, além da inclusão da sustentabilidade, integralmente, na estratégia da Vale.
Dispêndios socioambientais [IP4.8, EC8, EN30]
Em 2012, a Vale aplicou US$ 1,342 bilhão em ações
socioambientais, sendo US$ 1,025 bilhão (76%) em
dispêndios ambientais e US$ 317,2 milhões (24%)
em ações sociais.
Do total de dispêndios ambientais (75% referentes a
requisitos legais e 25% voluntários), 66% (US$ 677 milhões) foram aplicados no Brasil e 34% (US$ 348
milhões), nas demais localidades onde a Vale atua.
Os recursos da área social (71% voluntários e 29%
obrigatórios) foram aplicados em ações voltadas
para o engajamento de partes interessadas e o estabelecimento de parcerias, que valorizam o conhecimento e a capacidade do poder público, da iniciativa
privada e da sociedade civil de construírem soluções
em comum acordo.
Em 2013, a Vale tem a previsão de investir
US$ 1,580 bilhão em ações socioambientais, sendo
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Dispêndios socioambientais
[EC8, EN30]
Em US$ milhões
1.487,6
1.342,5
1.135,5
2010
2011
2010
2011
2012
Sociais
398,5
457,2
317,2
Ambientais
737,0
1.030,4
1.025,3
1.135,5
1.487,6
1.342,5
Total
2012
Dispêndios ambientais
(2012)
Valor
(US$ milhões)
%
Barragens, diques e pilhas de estéril
281,5
27%
Emissões atmosféricas
192,2
19%
Recursos hídricos
125,9
12%
Gestão ambiental
110,9
11%
Outros
110,5
11%
Áreas degradadas e áreas protegidas
69,3
7%
Resíduos
57,2
6%
Dispêndios sociais
Tipo de dispêndio
(2012)
Valor
(US$ milhões)
%
Desenvolvimento humano e econômico
73,6
23%
Gestão de impacto
67,1
21%
Infraestrutura
62,3
20%
Patrocínio
60,7
19%
Doação para a Fundação Vale
42,9
14%
Relacionamento institucional corporativo
7,1
2%
Estudos ambientais e processos
de licenciamento ambiental
28,4
3%
Diagnóstico socioeconômico/PGIS
2,7
1%
Áreas contaminadas
26,8
3%
Gestão pública
0,8
0%
Novas tecnologias ambientais
22,6
2%
317,2
100%
1.025,3
100%
Eixo de atuação
Total
US$ 1,265 bilhão (80%) destinados ao controle e à
proteção ambiental e US$ 315 milhões (20%),
a programas sociais.
Mecanismos de diálogo [IP4.14, IP4.15, IP4.16]
Para garantir a implantação de seu sistema de governança e o cumprimento de seus compromissos e obter sua licença social para operar, a Vale engaja suas
partes interessadas e desenvolve mecanismos de
diálogo, tratando das questões sensíveis à sociedade.
É por meio do diálogo e da confiança que a Vale
espera ter elementos suficientes para entender as
demandas da sociedade e contemplá-las. Conheça
os canais de comunicação da empresa. [2.01]
Governança [IP4.1, IP4.4, IP4.5, IP4.6, IP4.8, IP4.9]
O modelo de governança corporativa da Vale
está fundamentado nos princípios de clareza de
papéis, transparência e estabilidade, necessários
para posicionar a empresa em sua trajetória de
crescimento e criação de valor.
Total
A Vale possui uma Política de Desenvolvimento Sustentável1, criada em 2009, que orienta a atuação da
empresa a partir de três pilares: Operador Sustentável, Catalisador do Desenvolvimento Local e Agente
Global de Sustentabilidade. Somados a essa política,
a Vale estabeleceu outros documentos globais relacionados à sustentabilidade, como a Política Global
de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas, a
Política de Direitos Humanos, a Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente e a
Política de Saúde e Segurança, entre outras.
O Conselho de Administração da Vale conta com um
comitê de assessoramento dedicado a assuntos de
governança e sustentabilidade. A Diretoria Executiva
de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia é responsável pela condução
de temas de sustentabilidade e conta com diretorias
corporativas dedicadas ao tema.
1 A Vale disponibiliza algumas de suas
políticas no site www.vale.com.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
15
Estrutura de governança
Assembleia Geral
Conselho Fiscal
Conselho de Administração
Comitês de
assessoramento
– Controladoria
– Desenvolvimento
Executivo
– Estratégico
– Governança e
Sustentabilidade
– Financeiro
Diretoria
Executiva de
Fertilizantes
e Carvão
Diretoria
Executiva
de Ferrosos
e Estratégia
Auditoria Interna
Diretor-presidente
Diretoria
Executiva
de Logística
e Pesquisa
Mineral
Diretoria
Executiva
de Metais
Básicos e
Tecnologia da
Informação
A Vale, com sua complexidade de negócios,
regiões e culturas, demanda uma estrutura
de gestão capaz de traduzir para os milhares
de empregados e partes interessadas a visão
estratégica da empresa. O desafio reside também em desenvolver e implementar políticas e
procedimentos comuns a toda a organização.
Trata-se de um esforço permanente, que tem
ainda um caminho a percorrer. [2.02]
De forma a reiterar o seu compromisso com o progresso dos resultados e com o avanço da gestão da
sustentabilidade da Vale, em 2012, o desempenho da
empresa em saúde e segurança representou 10% da
remuneração variável de seus empregados, visando
reforçar uma atitude preventiva e consciente. Adicionalmente, as metas do Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) também estão diretamente ligadas ao
pagamento da remuneração variável, com participação de 10% para os empregados.
Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS)
O PAS é uma das ferramentas com o papel de
impulsionar a concretização da visão estratégica da
empresa em práticas operacionais e benefícios tangíveis, aplicável às operações da Vale nas diferentes
localidades em que ela opera.
16
Diretoria
Executiva de
Implantação
de Projetos de
Capital
Diretoria
Executiva de
Finanças e
Relações com
Investidores
Diretoria Executiva
de Recursos
Humanos, Saúde
e Segurança,
Sustentabilidade
e Energia
Os indicadores que compõem o PAS são vinculados
a temas que buscam a melhoria contínua dos ativos
da empresa, tais como energia, água, resíduos,
emissões e recuperação das áreas degradadas
(RAD). Para esses indicadores, foram estabelecidas
metas absolutas ou relativas que contribuem, direta
ou indiretamente, para melhorar o desempenho da
Vale, conforme pode ser observado nos capítulos
específicos em que os temas são abordados.
O desempenho dos indicadores é monitorado cuidadosamente e faz parte da gestão da Vale. A tabela
nas páginas 18 e 19 apresenta os resultados relacionados à remuneração variável de 2012 e os desafios
estabelecidos para a remuneração variável de 2013.
Algumas metas de 2012, propostas e informadas
no Relatório de Sustentabilidade Vale 2011, foram
ajustadas e revisadas devido às alterações do plano
produtivo, mudança de governança e novas diretrizes orçamentárias.
Na classificação utilizada pela Vale, a chamada “Meta
alcançada” corresponde ao nível 3 da meta (escala
de 0 a 5), e o “Desafio alcançado” representa a superação do nível 3 da meta.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Meta
Fortalecer elos de confiança
com as partes interessadas
por meio de mecanismos e
canais de engajamento
Case
O caminho da
mineração sustentável
O projeto Carajás S11D, localizado no estado do Pará, é um empreendimento pioneiro porque incorpora a sustentabilidade desde a sua
concepção. Em fase de concessão da licença de instalação, com início
das operações previsto para 2016, o projeto garantirá à Vale a liderança mundial no fornecimento de minério de ferro, com a produção de
90 milhões de toneladas métricas por ano.
Soluções como a substituição de caminhões fora de estrada por
correias transportadoras no transporte de estéril, beneficiamento do
minério com umidade natural e utilização de áreas já degradadas para
a instalação da usina de beneficiamento e pátio de estocagem estão
entre as novidades. Aspectos ambientais associados à ocorrência do
minério de ferro, como as cavidades, também são contemplados (veja
mais no capítulo Planeta/Território, da página 60 até 62).
Resultado
Estruturação de um
modelo de governança,
possibilitando o planejamento
e tratamento mais eficaz de
questões sociais
Dos resultados em 2012 — 33 no total —, 27
(82%) representam “Desafio alcançado”; cinco
(15%) “Meta alcançada”; e apenas um (3%), “Meta
não alcançada”. Não foi alcançada a meta do
indicador EN4, para a área de Níquel, Atlântico
Norte, em função de processos e eventos climáticos na região. São necessários mais estudos para
melhor compreender os fatores que influenciam a
demanda energética nesta região.
Todos os indicadores, tendo metas e desafios atingidos ou não em 2012, possuem planos de melhoria
dentro do PAS, que são desenvolvidos a partir de
visitas técnicas, diagnósticos e reuniões com os
responsáveis pelos temas já citados.
A mina e a usina reduzirão em 93% o consumo de água, em 77% o
uso de combustível e em 50% a emissão de gases de efeito estufa, se
comparadas aos métodos convencionais. Na área social, os investimentos trarão à região um novo ciclo de crescimento. Ações voltadas ao
desenvolvimento de mão de obra local e de fornecedores e ao fortalecimento da comunidade serão realizadas por meio dos programas da
Vale e da Fundação Vale.
O investimento será de US$ 19,5 bilhões, sendo US$ 8,04 bilhões na
mina e na usina e o restante, em logística.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
17
Quadro de metas PAS 2012
Indicadores
Métrica
Meta 2012
(variação média em relação a 2011)
Resultado 2012
Meta 2013
(variação média em relação a 2012)
Minério de ferro e pelotas
EN3
kcal/t
Métrica novaII
EN4
MWh/t produzida
Não houve meta em 2012
EN8
m³/t produzida
54% de redução em uma unidade
EN10
%
7% de aumento em três unidadesII
Manutenção da meta em três unidades
EN22 Geração
t/Mt movimentada
15% de redução em três unidadesII
20% de redução em três unidades
MM10
%
Todas as unidades deverão se adaptar para
concluir o Plano Conceitual de Fechamento de
Mina até o fim de 2013
As unidades de negócio de Ferrosos darão
prosseguimento ao plano em 2013, de forma
centralizada. Não haverá meta em 2013.
RAD
%
Indicador novo
Manutenção da meta (100% de atingimento
do Plano de RAD)
EN3
litros/t movimentada
26% de aumento em uma unidade
3% de redução em uma unidade
EN4
kWh/t alimentada
Manutenção da meta em uma unidade
Manutenção da meta em uma unidade
EN8
m³/t produzida
2% de redução em uma unidade
25% de redução em uma unidade
EN22 Geração
t/Mt movimentada
Não houve meta em 2012
m³/t produzida
1% de redução em três unidades
2% de redução em três unidades
Manutenção do resultado de 2011V
Não haverá meta em 2013
1% de redução em uma unidade
—
1% de redução em duas unidades
24% de aumento em uma unidade III
II
CobreI
—
5% de redução em uma unidade
Manganês
EN8
Níquel – Atlântico NorteIV
EN3
litros/t produzida
EN4
MWh/metal base total Manutenção do resultado de 2011V; VI
Não haverá meta em 2013
EN8
m³/produção
Manutenção do resultado de 2011V
Manutenção do resultado de 2012 em uma
unidade
EN20
SO2 t/t desmontadas
Manutenção do resultado de 2011V
Não haverá meta em 2013
EN22 Geração
%
Não houve meta em 2012II
—
25% de aumento de material reciclado
em uma unidade (Sudbury)VII
Níquel – Ásia-PacíficoIV
EN3
GJ/t Ni produzida
Manutenção do resultado de 2011
EN8
m³/t produzida
Não houve meta em 2012II
EN20
t SO2/t Ni produzida
Manutenção do resultado de 2011
EN22 Geração
t
Não houve meta em 2012II
EN3
litros/t movimentada
Consumo médio de 0,83 litro de diesel/t
movimentada
12% de redução em três unidades
EN4
MWh/t movimentada
Consumo médio de 0,004 MWh/t movimentada
2% de redução em três unidades
EN8
m³/t produzida
Consumo médio de 0,079 m³/t produzida
Não haverá meta em 2013
EN3
vários
6% de aumento em 11 unidades II
10% de redução em dez unidades
EN4
kWh/t produzida
1% de redução em dez unidades II
4% de aumento em nove unidadesIII
20% de redução em uma unidade
—
Métrica nova
2% de redução em uma unidade
—
Manutenção do resultado de 2012
em uma unidade
Carvão
FertilizantesVIII
18
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Indicadores
Métrica
Meta 2012
(variação média em relação a 2011)
EN8
m³/t produzida
4% de redução em cinco unidades
2% de redução em quatro unidades
EN22 Geração
t/Mt desmontada
Manutenção do resultado de 2011
2% de redução em uma unidade
Manutenção da metaII
44% de redução em três unidades
3% de reduçãoII
Não haverá meta em 2013
Resultado 2012
Meta 2013
(variação média em relação a 2012)
Logística – Carga geralIV
EN8
m³
Logística – RebocadoresIV
EN22 Geração
t/embarcação
EN3
litros/horas trabalhadas Não houve meta em 2012
—
Indicador novoIX
Logística – FerroviasIV
EN8
m³/MTKB
Manutenção da metaII
20% de redução em duas unidades
EN10
%
107% de aumentoII
276% de aumento em duas unidadesX
EN22 Geração
kg/MTKB
72% de aumentoII
36% de redução em duas unidades
EN8
m³/Mt movimentada
Manutenção da metaII
40% de redução em uma unidade
EN10
%
1% de aumento em uma unidadeII
58% de aumento em uma unidade
EN22 Geração
t/Mt movimentada
Manutenção da metaII
25% de aumento em quatro unidadesXl
%
Não houve meta em 2012
—
Indicador novoXII
—
Não houve meta em 2012
—
Primeiro ano de implantação do PAS
EN22 Disposição
%
Manutenção do resultado de 2011
10% de redução em uma unidadeXIII
EC6
%
Manutenção do resultado de 2011
Não haverá meta em 2013XIV
Logística – PortosIV
Logística – NaviosIV
Gestão de água
de lastro
Logística – ÁfricaIV
Plano Qualitativo
Serviços gerais
I As metas de 2012 de Cobre foram padronizadas em percentual,
mas permanecem equivalentes às apresentadas no Relatório de
Sustentabilidade de 2011.
II Meta 2012 diferente da proposta apresentada no Relatório de
Sustentabilidade de 2011. Ver detalhes na página 16 e 17.
III Alteração do plano produtivo gerou impacto negativo ou positivo na
meta de 2013, dependendo da área de negócio.
IV Para melhor compreensão de algumas metas, foram adicionados detalhes
na tabela para os negócios de Logística e Níquel, respeitando as características
específicas de cada unidade operacional.
V Os planos de ação foram executados e a meta definida é a manutenção do
resultado de 2011.
VI Meta não alcançada em 2012. Ver detalhes nas páginas 16 e 17.
VII 4% de rejeição de caçambas recicláveis (Thompson) e 49% de aumento
de plástico recliclado em uma unidade (Port Colborne).
legenda
quantidade
percentual
27
82%
Meta alcançada
5
15%
Meta não alcançada
1
3%
Desafio alcançado
total
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
VIII A unidade de Potássio foi incorporada ao negócio de Fertilizantes em 2012.
IX Para rebocadores (Logística), o indicador EN3 está substituindo o indicador
EN22 na meta de 2013.
X Implantação de novos sistemas de reúso e revisão do balanço hídrico
geraram impacto positivo na meta de 2013.
XI Revisão do critério de cálculo do indicador gerou impacto negativo na
meta de 2012.
XII Indicador específico para navios.
XIII Reestruturação do plano de destinação de resíduos gerou impacto
negativo na meta de 2013.
XIV Em função da reestruturação do processo de compras, não foi estabelecida
meta em 2013 para o indicador de compras locais (EC6).
33
19
Foto: Agência Vale
Representação gráfica
da primeira sede
do ITV, que está em
fase de construção,
em Belém (PA), Brasil
Pesquisa e inovação
Para o desenvolvimento de suas atividades, a Vale
busca permanentemente a melhor tecnologia
para oferecer recursos minerais essenciais à vida
moderna com responsabilidade e respeito ao meio
ambiente. Com essa diretriz, foram criados o Comitê de Tecnologia da Vale (VTC — Vale Technology
Committee) e o Instituto Tecnológico Vale (ITV).
O VTC é um comitê composto pelos diretores da
Vale que estão diretamente ligados às iniciativas
tecnológicas da empresa, sendo responsável pela
coordenação estratégica da tecnologia e por atividades e investimentos em pesquisa e desenvolvimento da Vale.
Instituição sem fins lucrativos, o ITV tem o objetivo
de apontar tendências, antecipando possíveis oportunidades ou problemas no âmbito da ciência e da
tecnologia que possam afetar os negócios da Vale,
preparando a empresa para novos desafios.
O ITV opera a partir da integração de três eixos,
sendo o primeiro deles o seu objetivo central:
Pesquisa promover, difundir e realizar a pesquisa, a tecnologia e a inovação relacionadas à
mineração e ao desenvolvimento sustentável;
Ensino desenvolver e qualificar o
conhecimento técnico científico por meio
do ensino de pós-graduação stricto e lato sensu,
promover cursos de doutorado e mestrado acadêmico e profissional e atividades de extensão e
iniciação científica;
20
Empreendedorismo incentivar a formação
da cultura do pesquisador-empreendedor, preparado para liderar empresas de base tecnológica ou processos de transferência de tecnologia
que possam resultar das pesquisas.
As pesquisas realizadas pela Vale são feitas por meio
do ITV e da atuação colaborativa com universidades
— principalmente com os cursos de pós-graduação,
mestrado e doutorado — e instituições de incentivo
e promoção a essa iniciativa. Desde 2009, foi articulado, junto às universidades, apoio a cerca de 160
projetos de pesquisa, que envolvem a participação
de mais de 800 bolsistas. Do total de projetos, aproximadamente 150 estão sendo desenvolvidos em
parceria com grupos brasileiros, e o restante, com
parceiros internacionais.
Entre os projetos que merecem destaque estão a
utilização da fibra de coco para o processo de pelotização de minérios; o desenvolvimento de técnicas
de disposição de rejeitos do processamento mineral
como alternativa às barragens; a utilização do gás
natural para locomotivas em substituição ao diesel,
com redução de emissão de gases de efeito estufa
(GEE); a produção de fluorita a partir do ácido fluossilícico; e o desenvolvimento da AgroSiCa, um produto
rico em silício e cálcio para ser utilizado como aditivo
agrícola, tendo como foco a destinação do ácido
fluossilícico. Exemplos de algumas iniciativas estão
disponíveis ao longo do relatório. Mais informações
sobre pesquisa na Vale. [2.03]
Gestão integrada de riscos [IP1.2]
A Vale entende que o gerenciamento de riscos é fundamental como suporte ao plano de crescimento da
empresa, ao planejamento estratégico e à flexibilidaVale Relatório de Sustentabilidade 2012
Resultado
Desafio
Implementar suas principais
políticas no mesmo ritmo
de crescimento da empresa,
respeitando, também, as
especificidades locais
de financeira, além de possibilitar o entendimento
do perfil de riscos ao qual a empresa está exposta.
O desenvolvimento sustentável e a responsabilidade
socioambiental são diretrizes da gestão de riscos
na Vale por se tratar de objetivos de negócios da
empresa. Os eventos de risco relacionados à sustentabilidade são identificados quando há um potencial
desvio em relação a um desses objetivos do negócio.
A análise desses eventos é feita levando em conta
seis dimensões: saúde e segurança, meio ambiente, reputacional, social, financeira e cumprimento
da legislação. [2.04]
Conformidade legal [SO8]
A Vale atende às exigências legais em seus processos,
mas, por causa da complexidade e das interfaces de
suas ações, em algumas situações ocorrem demandas judiciais. Em 2012, a Vale registrou a existência de
293 processos relevantes2, sendo 147 judiciais e 146
administrativos. Entre os processos judiciais, 69 estão
relacionados a ações que questionam a legalidade
da privatização da Vale, e, em 52 ações tributárias, a
Vale contesta exigências indevidas de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Esta
questão também concentra a maior ocorrência de
processos administrativos (135).
2 Os processos são considerados relevantes com base em pelo
menos um dos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo
pedidos de indenizações e aplicação de multas (processos
judiciais — maior do que 10% do ativo circulante — e processos
administrativos trabalhistas — mais de US$ 400 mil); b) em razão
de tema de interesse da empresa ou de repercussão no público
em geral, independentemente de valor; c) os decorrentes de
sanções não monetárias.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
16 mecanismos normativos
aprovados de escopo global,
novos ou revisados; duas
políticas e 14 instruções.
Trata-se de um esforço
permanente, que tem um
caminho a percorrer
Nesse período, não foi aplicada nenhuma sanção
de caráter não monetário, e houve o pagamento de
multas significativas3 no valor total de US$ 35 milhões,
referentes às discussões de Taxa de Fiscalização de
Recursos Minerais (TFRM), Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) e CFEM. [2.05]
Ética [IP4.8, SO2, SO3, SO4]
A visão estratégica definida pela Vale em 2011 foi
implementada seguindo as diretrizes de instrumentos importantes, que reforçam comportamentos
alinhados aos valores da empresa, como o Código
de Conduta Ética, também disponível em versões
específicas para fornecedores e mercado financeiro, a
Certificação Sarbanes-Oxley (Certificação SOX, obtida
pela empresa desde 2006) e o Canal de Denúncias.
A Vale segue as melhores práticas de mercado,
prevenindo perdas e apurando casos que indiquem
o cometimento de fraudes, desvios e atos ilícitos. É
também signatária do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, criado pelo Instituto
Ethos, em um convênio com a Controladoria-Geral
da União (CGU) e com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodoc).
3 Neste relatório, a Vale continua expressando os casos existentes
e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto, a empresa
passou a divulgar apenas os valores que apresentam uma quantia
certa reconhecida como devida ou já paga, para melhor atender
ao escopo do indicador SO8 da GRI e para evitar eventuais
distorções com relação à realidade de processos administrativos
e judiciais que, por estarem ainda pendentes de decisão final,
normalmente não apresentam definição ou precisão quanto aos
valores monetários em discussão. De qualquer forma, encontra-se
disponível, no Relatório 20-F da Vale, uma estimativa de provisão de
valores, conforme critérios contábeis.
21
Casos de fraude
80
49
2010
47
2011
2012
2010
2011
2012
Casos relacionados a outras medidasi
24
29
53
Casos de contratos não renovados
10
6
8
Casos com demissão ou puniçãoii
15
12
19
Total
49
47
80
I Foram realizadas apresentações de todos os casos aos
administradores da empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas,
desdobrando-se em ações de mitigação dos riscos de fraude,
tais como notificações, glosas e multas aplicadas com o apoio do
Departamento Jurídico.
II Nos casos de fraudes, o número de empregados demitidos/
punidos foi 23, em 2010; 20, em 2011; e 35, em 2012. No último, as
principais causas de demissão foram falsificação (43%), conflito de
interesse e tráfico de influência (29%) e utilização indevida de meios
corporativos (11%).
A empresa contribui, ainda, por meio do ICMM, para
a Extractive Industry Transparency Initiative (Eiti),
iniciativa que promove a transparência dos fluxos
financeiros entre as empresas extrativistas e os governos dos países onde operam.
Por meio do Canal de Denúncias, podem ser encaminhadas informações sobre possíveis irregularidades ou impropriedades contábeis ou quaisquer
outras questões de natureza contábil, assuntos de
auditoria e aqueles relacionados a controles internos, ética, direitos humanos e meio ambiente.
A divulgação do Canal de Denúncias e os esforços
da empresa em tornar essa ferramenta mais acessível para os empregados, inclusive por meio de um
portal na internet, contribuíram para o aumento
do número de registros. Em 2012, foram apurados
80 casos de fraude, conforme demonstra o gráfico
acima. Todos os casos confirmados foram apresentados aos gerentes e diretores das áreas envolvidas
e foram estabelecidos planos de ação para tratá-los.
Os casos registrados referem-se às medidas tomadas especificamente com relação a fraudes contra a
empresa. Nenhum dos casos diz respeito a possíveis
irregularidades ou impropriedades nos registros
contábeis da empresa ou de seus controles internos. Além disso, nenhuma situação de corrupção
(ativa ou passiva) de funcionários públicos ou de
representantes de governo pelos empregados foi
registrada no período.
22
É prática da empresa que os casos identificados e
devidamente fundamentados sejam tratados com
rigor e proporcionalidade aos danos incorridos ou
evitados. As pessoas comprovadamente envolvidas são responsabilizadas e punidas por meio de
desligamento e processo judicial. Empresas com
participação comprovada em atos ilícitos têm seus
contratos rescindidos, são excluídas do cadastro
Vale e multadas proporcionalmente ao dano
ou prejuízo causado.
A Vale realiza atividades de avaliação de riscos de
corrupção, principalmente na cadeia de suprimentos, na execução de contratos em áreas operacionais, nas análises de pleitos de fornecedores e nos
trabalhos de prevenção de perdas em projetos de
investimentos de capital e correntes. Como parte do
esforço da empresa de avançar na gestão da análise
de riscos e na implementação de rotinas de prevenção de perdas causadas por fraudes em projetos de
capital, em 2012 foram realizados treinamentos para
os líderes desses projetos e análises de contratos
em 18% das operações da Vale4. Esse percentual é
três vezes maior do que o alcançado em 2011 (6%).
Todas as análises de contratos são realizadas com
base no Guia de Prevenção de Perdas da Diretoria de
Segurança Empresarial e da Diretoria de Projetos de
4 O critério de unidade de negócio adotado para o indicador
considera unidade de negócio o conjunto de projetos, minas,
usinas, ferrovias, portos e terminais portuários, entre outros. Em
função da diversidade das atividades da Vale, não existe uma
definição-padrão de unidade de negócio.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Hebert Fernandes
Capital. Conheça as unidades de negócio submetidas
à avaliação de risco em 2012. [2.06]
A empresa também busca atuar preventivamente
nesse tema disponibilizando treinamentos, como o
curso de Prevenção de Perdas em Projetos de Capital,
que apresenta os principais pontos de atenção para
evitar fraudes e promove o aperfeiçoamento e a
reciclagem dos conceitos de gestão de contratos.
Já o curso online de Ética Empresarial fica disponível no portal da Valer — Educação Vale. Em 2012,
cerca de 1% dos empregados participaram desses
treinamentos, presencialmente ou online. Em 2013,
a Vale seguirá com o compromisso de disseminar
o tema internamente.
Direitos humanos [HR3]
A Vale contribui para o respeito e a promoção dos
direitos humanos em seus projetos e operações, ao
longo do ciclo de vida das suas atividades, em sua
cadeia produtiva e nas regiões onde está presente.
Desde 2009, a Política de Direitos Humanos da Vale
estabelece as diretrizes e os princípios para a sua
atuação, que estão em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o relatório das
Nações Unidas “Proteção, Respeito e Remediação:
um modelo para Direitos Humanos nos Negócios”.
A Vale segue as leis trabalhistas locais e é signatária
do Conselho Internacional de Mineração e Metais
(ICMM) e do Pacto Global das Nações Unidas (ONU).
É também parceira de outras instituições que adoVale Relatório de Sustentabilidade 2012
Navio da Vale no
porto de Sohar,
em Omã
tam como princípio o respeito aos direitos humanos,
como a Global Business Initiative (GBI), o BSR e o
Instituto Ethos.
Além da Política, o Guia de Direitos Humanos, que
teve sua segunda edição lançada em 2011, ratifica a
postura da empresa sobre o tema e traz orientações
que ajudam não só os empregados, mas também os
demais públicos a compreender e respeitar os direitos humanos. O Guia aborda assuntos como o respeito à diversidade, a conscientização sobre assédio
moral e sexual e o relacionamento com empregados,
clientes, parceiros, fornecedores, comunidades,
governo e sociedade, além da abordagem de temas
críticos do setor da mineração, como o trabalho
infantil e forçado e a mineração artesanal.
Ao longo do ano de 2012, a Vale realizou várias
iniciativas para ampliar a conscientização sobre os
direitos humanos por meio da sensibilização e do
treinamento de diferentes públicos internos. Com
enfoque nas lideranças operacionais, foram realizadas turmas presenciais de capacitação no tema (no
Maranhão, Pará, Belo Horizonte e Rio de Janeiro) e
treinamentos5 na Política de Direitos Humanos para
pontos focais regionais da área de Recursos Humanos, totalizando cerca de 200 participantes. Nesse
ano, também aconteceram a divulgação global da
segunda edição do Guia de Direitos Humanos para
os empregados, o lançamento do curso online Direi-
5
Em 2012, foram realizadas, ao todo, 32 horas de treinamentos.
23
tos Humanos e Empresas e o apoio à produção da
série de vídeos educativos sobre o tema, “Que direito
é esse”, em parceria com o Canal Futura.
Além disso, a fim de evitar que violações de direitos
humanos ocorram nas suas atividades, a Vale vem
estabelecendo maneiras de prevenir, mitigar e
remediar casos de impacto nesses direitos. Para isso,
desenvolveu ferramentas de trabalho para o acompanhamento do tema Direitos Humanos. Como
exemplos, destacam-se o Mapa Global de Riscos de
Direitos Humanos, que permite a avaliação de riscos
de direitos humanos para a Vale global, e a aplicação
da segunda rodada da Ferramenta de Gestão dos
Aspectos Sociais da Sustentabilidade. [2.07]
Para 2013, além da proposta de revisão da Política de
Direitos Humanos e das ferramentas utilizadas, foram
estabelecidas ações direcionadas à avaliação e à gestão dos riscos e à integração e maior conscientização
dos empregados em relação ao tema, por meio do
desenvolvimento de um plano de educação estratégico para realizar treinamentos diferenciados, de
acordo com o público-alvo.
Parcerias institucionais [IP4.12]
Parcerias institucionais estabelecidas pela empresa,
tais como com o Conselho Internacional de Minera-
ção e Metais (ICMM), o Pacto Global da Organização
das Nações Unidas (ONU), com participação da Vale
na Plataforma Global Compact Lead, o Fórum Econômico Mundial, o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e o BSR, viabilizam
troca de experiências e compreensão das melhores
práticas globais em desenvolvimento sustentável,
assim como acompanhamento de tendências.
Alinhada a esses preceitos, a Vale se faz presente
também em fóruns e instituições. Em 2012, a empresa participou do projeto de aplicação da ferramenta “Mineração: Parcerias para o Desenvolvimento”
(Mining: Partnerships for Development — MPD)
do ICMM, no sudeste do Pará. O ICMM e o Instituto
Brasileiro de Mineração (Ibram), com a consultoria
especializada Oxford Policy Management (Gestão de
Políticas Oxford), implementaram a metodologia no
Brasil. A ferramenta é resultado do programa “Benefícios dos Recursos Naturais” (Resource Endowment),
iniciado em 2004, em parceria com a Conferência das
Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento
(Unctad) e Banco Mundial.
O estudo, com lançamento previsto para 2013,
analisou a contribuição econômica e social do setor
brasileiro de mineração para o país, bem como
a contribuição específica das minas da Vale, com
Foto: Antonio Scorza
O Guia de Direitos
Humanos da Vale
está disponível no site
www.vale.com
Edifício Barão de Mauá
(EBM), sede da Vale, no
Rio de Janeiro (RJ), Brasil
24
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Marcelo Coelho
Empregados no
prédio da Vale, em
Xangai, na China
base nos projetos do sudeste do estado do Pará.
Além disso, a análise mostra a contribuição dessas
minas nos âmbitos local, regional e nacional, salientando as iniciativas em que o setor da mineração
atua com o setor público e a sociedade civil para
fortalecer a governança e melhorar os resultados
da produção mineral.
As descobertas do Estudo de Caso Brasil (Brazil Country
Case Study) serão utilizadas para contribuir para a
promoção do engajamento entre o setor da mineração
e seus investidores governamentais e não governamentais, promover debates e atividades relacionadas e
otimizar o impacto da mineração no desenvolvimento.
A Vale também participa do Business and Industry
Advisory Committee (Biac), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); do
Earth Moving Equipment Safety Round Table (Emesrt);
do Green Building Council (GBC); do Instituto Brasileiro
de Mineração (Ibram); do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS);
e do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade
Social, entre outros, com o intuito de acompanhar
ativamente as grandes discussões globais sobre temas
relacionados a economia verde, alterações climáticas e
saúde e segurança, por exemplo. [2.08]
Políticas públicas [SO5, SO6]
A mineração é uma atividade econômica de grande
relevância para o desenvolvimento nacional. O setor
mineral é responsável pelos maiores investimentos privados no país, o que reforça a importância
de adoção de políticas públicas que garantam a
sustentabilidade dos negócios envolvidos em suas
atividades. Por esse motivo, a Vale mantém um
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
diálogo contínuo com as autoridades públicas nos
países em que está presente, visando à sua participação proativa na formulação de políticas públicas e na
compreensão dos seus pontos de vista, sobretudo
em relação a investimentos.
Em 2012, foram realizados dois treinamentos, com
adesão de 100% dos profissionais convidados das
áreas corporativa e de negócios. O curso, com
dois dias de duração, teve como objetivo tornar os
participantes mais capacitados a exercer as funções
de relacionamento institucional. Essas iniciativas são
focadas na análise e na discussão do funcionamento
das estruturas dos poderes públicos constituídos e
do processo de formulação das políticas públicas.
Em relação às atividades político-partidárias,
a Vale atua de forma imparcial, com integral respeito à legislação de cada país onde está presente.
Os empregados, como indivíduos e cidadãos, têm
liberdade para participar dessas atividades, desde
que suas ações e opiniões não interfiram no posicionamento da empresa.
A Vale S.A. não faz doações para campanhas eleitorais, embora outras empresas do grupo não
estejam impedidas de fazê-lo. Doações realizadas
por essas empresas podem ser encontradas em
relatórios públicos das instituições oficiais responsáveis pela condução do processo eleitoral nos países
e regiões onde a Vale atua.
25
63,7
4 mil
Foi quanto a Vale
investiu em educação,
no Brasil, em 2012
Foram recebidas por meio
da ferramenta de gestão de
demandas
milhões de dólares
Celso dos Santos, técnico
mecânico, no terminal da
Companhia Portuária Baía
de Sepetiba (CPBS), no Rio
de Janeiro (RJ), Brasil (Foto:
Márcio Dantas Valença)
demandas
Pessoas
Compromisso com
“A vida em primeiro
lugar”
Pessoas
Gente
A Vale não mediu esforços, em 2012,
para avançar nos desafios de alcançar
o dano zero, eliminar o déficit educacional
e criar relacionamento de qualidade e
confiança com os seus empregados.
A implementação do Sistema Global de Gestão de
Saúde e Segurança, associada à criação dos princípios denominados “Regras de Ouro”, além de treinamentos contínuos e compartilhamento de melhores
práticas, contribuiu para a disseminação do valor
da Vale “A vida em primeiro lugar”.
A primeira Pesquisa Global de Empregados, realizada
em 2011, mostrou um índice de 84% de engajamento
dos empregados e trouxe insumos para que a Vale pudesse avançar em práticas e projetos. Os temas tratados
refletiram aspectos de engajamento, cultura organizacional, saúde e segurança e comunicação interna.
A redução do déficit educacional dos empregados
apresentou progressos. Parcerias foram ampliadas
para fortalecer o cumprimento dessa meta. Graças
às demandas evidenciadas na Pesquisa Global
de Empregados, dez ações estruturantes foram
estabelecidas com a alta administração e mais
de cinco mil planos de ações mapeados. [3.01]
Destes, 86% já foram implantados, 11% estão
em desenvolvimento e 3% serão iniciados.
Ao longo de 2012, quase mil gestores de diferentes
níveis elaboraram mais de cinco mil planos de ações
de melhoria para suas áreas. Em 2013, essas atividades
continuarão com o lançamento do segundo ciclo da
Pesquisa Global de Empregados. A nova edição prevê
a inclusão do tema sustentabilidade, abrangendo
questões relacionadas a saúde e segurança, diversidade e perguntas específicas sobre o contexto de dois
negócios (Metais Básicos e Fertilizantes) e uma versão
do questionário em português para Moçambique.
Compromisso com as pessoas [IP4.17]
A Vale tem o compromisso de investir nas pessoas
e construir um relacionamento de qualidade e
confiança com seus empregados, criando um ambiente de trabalho que valoriza o talento de cada
um e permite que todos possam contribuir para os
objetivos da empresa.
28
A Pesquisa Global de Empregados é essencial para
progredir no desafio de compreender, respeitar e
conquistar a confiança dos empregados de todas as
localidades em que atua. A Vale está aberta a ouvir.
Apenas assim é possível se aprofundar nas diferenças
existentes em uma empresa tão diversa cultural e
socialmente e promover o engajamento e a valorização,
que se refletem nas próprias pessoas, no negócio e na
sociedade. A Vale entende isso como fundamental e se
comprometeu a atuar nos temas que oferecem maior
oportunidade de torná-la um lugar ainda melhor para
trabalhar: meritocracia, colaboração, melhoria contínua
e valorização de empregados.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Compromisso
Investir em pessoas e
construir um relacionamento
de qualidade e confiança
Desenvolver pessoas assim
como elas desenvolvem os
negócios da empresa
Perfil das pessoas em números [IP2.8, IP4.17, LA1]
A Vale possuía, no fim de 2012, 195,6 mil empregados, entre próprios (com contrato de trabalho por
tempo indeterminado) e terceiros (prestadores de
serviço em atividades permanentes e em projetos)1.
A tendência de crescimento do quadro de empregados se manteve, porém de forma mais moderada,
se comparada ao ano anterior. Isso se deve, principalmente, à venda de alguns ativos, como os de carvão
na Colômbia e os de manganês na Europa, e à priorização de projetos.
Do total de empregados próprios e terceiros, 78%
atuam no Brasil. A empresa conta também com
1,3 mil empregados próprios com contrato por prazo determinado. [3.02]
Resultados
Pesquisa Global de Empregados
apontou engajamento de
84% e trouxe insumos para
práticas e projetos
Promoção de temas como
meritocracia, colaboração,
melhoria contínua e
valorização dos empregados
Na minha rotina diária, coordeno o trabalho de
detonação na mina. Essa é uma atividade de alto
risco, por isso minha exigência em segurança
e na integridade física dos meus colegas é
primordial. Conscientizo a todos quanto à
importância de atitudes responsáveis durante a
execução das atividades.
Luís Moura, supervisor de produção
Complexo de Araxá (MG), Brasil
1 Os empregados terceirizados, em geral, trabalham nas obras
de reforma, de expansão e de novos empreendimentos e nos
contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre
outros tipos de prestação de serviços.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
29
Quadro de profissionais [LA1]
Distribuição dos empregados próprios
e terceiros por regiãoI
Em milhares
(2012)
7%
4%
3%
2%
174,1
187,7
195,6
6%
78%
2010
2011
2012
Terceiros
Empregados próprios
Total
Países
%
78%
2010
2011
2012
Brasil
103,3
108,1
110,3
Canadá
7%
70,8
79,6
85,3
Indonésia
4%
174,1
187,7
195,6
Moçambique
3%
Nova Caledônia
2%
Outros
6%
I Empregados próprios e terceiros apresentados no gráfico
correspondem a 100% do total de empregados reportados (LA1).
Empregados próprios e terceiros por estado brasileiroI
(2012)
Estados
19%
41%
15%
15%
11%
5%
4%
%
Minas Gerais
41%
Pará
19%
Maranhão
15%
Espírito Santo
11%
São Paulo
4%
Rio de Janeiro
4%
Outros
5%
4%
I Empregados próprios e terceiros apresentados no gráfico
correspondem a 100% do total de empregados reportados (LA1).
30
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Pessoas
Saúde e segurança
[LA7]
A Vale mantém sua crença de que a vida
é mais importante do que a produção e
continua empenhada em desenvolver todos
os esforços necessários para alcançar a meta
do dano zero, assumida em 2011.
O desafio é grande e de longo prazo, mas a empresa
tem a convicção de que é possível atingi-lo. Registros
de várias unidades que conseguiram permanecer,
por meses, sem incidentes2 críticos ou catastróficos
são a prova de que a Vale está no caminho certo.
Em 2012, a Vale continuou os esforços em prevenção
de doenças/lesões severas. Um exemplo foi o início
da implementação do Sistema Global de Gestão de
Saúde e Segurança (SGSS) para construir uma sólida
base de gestão de risco na empresa.
Dentre as principais ações realizadas, destacam-se:
– a criação do grupo de prevenção de fatalidades
em operações e projetos no Brasil e na África. Esse
programa baseia-se na identificação de perigos
potenciais, classificando sua gravidade de risco e
implementando ações corretivas para eliminar o
potencial de fatalidades;
– incorporação de saúde e segurança como uma competência específica na avaliação de desempenho de
todos os empregados, reforçando o comprometimento da empresa com o dano zero e as capacidades e esforços que cada um precisa desenvolver para
tornar possível o cumprimento dessa meta;
– realização de workshops sobre o dano zero em todas
as unidades de negócios globais para identificar,
compartilhar e implementar as melhores práticas;
2 Ocorrência relacionada ao trabalho que resultou em uma
perda ou que poderia ter resultado.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
– criação e implementação das “Regras de Ouro”, a fim
de estabelecer e comunicar, facilmente, os requisitos
de comportamento durante atividades críticas;
– estabelecimento do programa de controle da malária para abordar de forma sistemática esse risco
em áreas endêmicas;
– cerca de 15 mil inspeções realizadas pelo programa
Olhos Abertos no Brasil, Colômbia, Moçambique,
Peru, Argentina, Indonésia e Paraguai. O objetivo da
iniciativa é identificar situações de riscos à segurança.
Apesar dos esforços da Vale, em 2012, foram registradas 15 fatalidades, envolvendo empregados próprios
ou contratados a serviço da empresa na execução de
atividades em operações ou projetos, causadas por:
– descarga atmosférica (um contratado, na Argentina);
– queda de material em mina subterrânea (um empregado, no Canadá);
– descarga em rede elétrica de alta tensão (um empregado e um contratado, no Brasil);
– acidente em equipamento de sondagem (um
contratado, no Brasil);
– acidente em correia transportadora (um empregado, no Brasil);
– queda de guindaste (dois empregados, na Colômbia);
– acidente durante movimentação de carga com o
uso de guindaste (um contratado, na Malásia);
– acidente com equipamento móvel (um empregado, no Brasil);
– afogamento em rio (um contratado, no Brasil);
– acidente com guindaste (um empregado, no Brasil);
– queda de árvore (um contratado, no Brasil);
31
Taxa total de lesõesI
[LA7]
Número de lesões II / HHT × 1 MM III
Taxa de lesões
com afastamentoI
[LA7]
Número de acidentes com afastamento II / HHT × 1 MM III
3,9
3,3
2010
2011
2,8
2012
0,9
0,8
0,7
2010
2011
2012
I Os dados dos gráficos consideram empregados
próprios e terceiros.
II O cálculo das taxas não inclui doenças ocupacionais.
Os dados do gráfico não incluem atendimento de
primeiros socorros.
III HHT = homens-horas trabalhadas / 1 MM = 1 milhão.
– acidente com trator (um contratado, na Indonésia);
– atingido por um caminhão (um empregado, no Brasil).
Em todas as ocorrências, a Vale prestou apoio às
famílias e conduziu investigações, conforme padrão
da empresa, incluindo método para análise das causas que ocasionaram as fatalidades. A constatação
é que os acidentes, em regra geral, são multicausais,
incluindo situações imediatas e organizacionais.
A partir dos resultados da investigação, são determinadas soluções eficazes para as causas identificadas,
para que se busque evitar recorrências. As soluções são desdobradas em planos de ação, que são
monitorados até a sua conclusão. Para garantir uma
melhoria contínua na prevenção de fatalidades, os
planos de ação são periodicamente revisados, além
de serem compartilhados com as áreas de saúde e
segurança e com os gestores.
Para 2013, permanece a evolução do SGSS como meta
coletiva de todos os empregados. A Vale acredita que o
progresso do sistema contribuirá para o crescimento da
maturidade em saúde e segurança na empresa, reduzindo cada vez mais o número de acidentes.
O SGSS possui 13 requisitos sistêmicos destinados a
melhorar os processos de gestão de risco da empresa
com o objetivo de eliminar o potencial de fatalidades,
lesões e doenças. [3.03]
A Vale considera que as fatalidades, assim como lesões e doenças no ambiente de trabalho, são inaceitáveis. Os gráficos acima apresentam a taxa total de
lesões bem como as taxas de lesões com afastamento dos últimos três anos.
Ao longo do ano de 2012, o sistema aperfeiçoou a qualidade da informação. As inspeções de saúde e segurança
receberam melhorias em seus protocolos, colaborando
para uma gestão proativa dos riscos de saúde e segurança. Outra novidade foi a disponibilização de um Sistema
Móvel por meio de coletores, que possibilita a realização
do cadastro online das inspeções.
Sistema Global de Gestão de Saúde e Segurança
De 2007 a 2011, a Vale centrou esforços na implantação dos Requisitos de Atividades Críticas (RACs)3 para
a eliminação de acidentes fatais. Em 2012, a empresa
identificou a oportunidade de reforçar todos os requisitos por meio da implantação global de um Sistema
de Gestão de Saúde e Segurança (SGSS). Um piloto
Em 2012, a empresa desenvolveu um projeto global para
reforçar os sistemas de tecnologia da informação para
a saúde e segurança com prioridade para a implementação de um Sistema de Gerenciamento de Incidentes
Global, primeiramente no Brasil e, em 2013, no Canadá.
3 São consideradas atividades críticas as que envolvem trabalho
em altura; eletricidade; veículos automotores; equipamentos
móveis; bloqueio e sinalização; movimentação de carga; espaço
confinado; proteção de máquinas; estabilização de taludes;
explosivos e detonação; e produtos químicos.
32
dessa iniciativa foi realizado em 2011, em 17 diretorias,
sendo 13 no Brasil, e apresentou resultados positivos.
Por isso, em 2012, o estabelecimento do SGSS tornou-se
meta de todos os empregados da Vale, com impacto na
remuneração variável, tendo sido alcançado o percentual de 49% de implementação nesse primeiro ano,
superior à meta de 39,2%.
Estratégia Saúde Integrada [IP4.17, LA8]
A Vale segue desenvolvendo as ações da estratégia
de saúde integrada, criada em 2011 e baseada em
três pilares: Saúde Ocupacional, Saúde Pessoal e Saúde da Comunidade.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Salviano Machado
Empregados na
mineroteca durante
o Dia de Reflexão, na
mina de Carajás, em
Parauapebas (PA), Brasil
No pilar Ocupacional, foram criados documentos
normativos visando à padronização do processo
de vigilância da saúde do trabalhador e uma maior
integração entre a saúde e a segurança do trabalho.
Essa promoção do equilíbrio entre o trabalho e a
vida pessoal vem ocorrendo por meio do desenvolvimento e da implantação de campanhas internas
de sensibilização.
Na Saúde Pessoal, foi estruturada a Estratégia Global
de Promoção da Saúde e Bem-Estar, com o objetivo de orientar e alinhar as ações de promoção da
saúde a serem desenvolvidas pelas diversas áreas da
Vale, respeitando necessidades, disponibilidade de
recursos e normas de cada localidade. Como parte
da estratégia, foi planejada e desenvolvida a Semana
Interna Global de Saúde, evento dedicado a assuntos
de saúde em 60 localidades de 19 países (53% do
total) onde a Vale atua.
Em 2012, a empresa definiu também a Estratégia Global
de Promoção da Saúde e Bem-Estar, liderada pela Diretoria de Saúde e Segurança. O objetivo é estabelecer diretrizes e ações que incentivem as pessoas a mudar seu
comportamento em relação à sua saúde, colaborando
para a criação de uma cultura de bem-estar na empresa.
Em relação à Saúde da Comunidade, foi desenvolvida a estratégia global para controle da malária,
visando à redução do número de casos e à eliminação de situações graves e fatalidades causadas pela
doença. Além disso, foram criadas ferramentas para
capacitação e planejamento das equipes de saúde
e segurança para atuarem em intervenções integradas de combate à doença nas áreas endêmicas
onde a empresa se faz presente. Em outra frente, um
trabalho conjunto das equipes de saúde e segurança e relações com comunidades busca alinhar as
iniciativas de saúde desenvolvidas nas comunidades
com a estratégia da empresa. Conheça a relação de
programas voltados para a comunidade, os empregados da Vale e seus familiares. [3.04]
Bem-estar no trabalho
A necessidade de promover o equilíbrio entre
o trabalho e a vida pessoal está refletida em uma das
ações estruturantes de gestão de pessoas na Vale, diretamente relacionada ao tema, a partir dos resultados gerais da Pesquisa Global de Empregados 2011.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Com essas medidas, a empresa espera que o
tema possa evoluir internamente, desdobrando-se em
novas políticas e práticas. A Vale acredita que, assim,
estará contribuindo, efetivamente, para a saúde do empregado e de sua família, com resultados de aumento
do engajamento e ganho de produtividade.
Ninguém deveria se acidentar no ambiente
de trabalho. Nós todos trabalhamos para
sustentar nossa família e ajudar a sociedade.
É nossa responsabilidade garantir que os
controles estejam em funcionamento para
que os perigos e os riscos sejam gerenciados
tanto quanto possível. Segurança deve ser a
prioridade número 1 de todos.
Jim Mathiasen, supervisor de segurança
Sudbury, Canadá
33
Resultados
Implementação do Sistema
Global de Gestão de Saúde
e Segurança
Meta
Alcançar o dano zero
Criação das “Regras de Ouro”
Realização de workshops
sobre o Dano Zero e
cerca de 15 mil inspeções pelo
programa Olhos Abertos
Dia de Reflexão de Saúde e Segurança Pelo
segundo ano consecutivo, a Vale mobilizou-se
globalmente para o Dia da Reflexão de Saúde e
Segurança, realizado em 13 de novembro. A data
é uma forma de honrar e lembrar as pessoas que
perderam suas vidas e intensificar os esforços coletivos para atingir o dano zero. Equipes ao redor
do mundo reuniram-se para refletir, aprender e
se comprometer com a saúde e segurança. Cerca
de 160 mil empregados e prestadores de serviços
fizeram parte dessa mobilização.
Ações em saúde e segurança
recebem prêmio
A Vale teve três ações premiadas no evento Melhores Práticas em Saúde e Segurança do Trabalho
2012, do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Na categoria Saúde Ocupacional, a empresa obteve
o primeiro e o segundo lugares com as iniciativas:
“Programa de Prevenção e Tratamento da Dependência Química em uma Mineração” e “Saúde do
Viajante: a Jornada da Vale”. Já na categoria Higiene
Ocupacional, a empresa ganhou o primeiro lugar
com o trabalho “Risco Biológico em Unidades de
Saúde Ocupacional”. [3.05]
34
Plano de atendimento à emergência
A Vale dispõe de um centro de gerenciamento de
crises que atua de maneira integrada com as áreas
operacionais para monitorar, gerenciar e controlar
as situações críticas ou acidentes, de maneira centralizada e de forma estratégica, para proteger seus
empregados, contratados e patrimônio.
Para garantir o atendimento adequado às situações
de emergência, a Vale utiliza sistemas de gerenciamento, regulamentos e planos capazes de intervir
com rapidez e eficiência em qualquer tipo de situação imprevista. Também são realizados treinamentos
das equipes responsáveis, na maioria dos casos, com
exercícios de simulação. [3.06]
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Pessoas
Educação
A Vale assumiu, em 2011, o desafio de
eliminar as deficiências de educação básica
de cerca de 4.800 empregados próprios4
no Brasil sem certificado de conclusão dos
ensinos Fundamental e/ou Médio.
A empresa reconhece que essa é uma meta
de longo prazo e estima que esse déficit possa
ser zerado — no público mapeado — em 12 anos.
Em 2012, a Vale conseguiu reduzir o déficit educacional em 14%. A principal ação para a obtenção
desse resultado foi a continuidade do Programa de
Formação Educacional, realizado em parceria com
diversas instituições de ensino, como o Serviço
Social da Indústria (Sesi).
Como a maior parte de suas operações ocorre
em áreas distantes dos grandes centros, muitas vezes há carência de mão de obra qualificada. Por isso,
a empresa não consegue garantir a contratação
apenas de pessoas com ensino fundamental completo, especialmente se o ritmo de crescimento
for intensificado.
Educação continuada e
treinamentos [IP4.17, LA10, LA11, HR8]
Além da certificação na educação formal (Programa
de Formação Educacional), a Vale se preocupa com
a boa formação e a qualificação dos seus empregados. A empresa acredita que, ao qualificar os
profissionais que trabalham em suas operações, maximizará os resultados do negócio e contribuirá para
elevar o nível educacional do território. A associação
do tema à remuneração variável das lideranças
das áreas de Recursos Humanos e operações é um
estímulo adicional para a realização dos planos de
capacitação. A estratégia de educação desenvolvida
pela empresa contempla a formação de todos os
seus profissionais a partir dos modelos educacionais:
Trilhas Técnicas, Trilha de Gestão e Liderança, Mapa
de Desenvolvimento e Competências Transversais.
É meta da empresa (operacional e corporativa)
desenvolver 100% das Trilhas Técnicas e Mapas de
Desenvolvimento para os negócios e disponibilizar os conteúdos correspondentes. Na área de Logística, os conteúdos já foram definidos, enquanto
que, para Ferrosos, Metais Básicos e Fertilizantes,
os processos ainda estão sendo desenvolvidos.
Veja mais sobre os programas de educação da Vale
nos quadros da próxima página.
Em 2012, a Vale investiu US$ 63,7 milhões em educação no Brasil. Apesar da redução de 7% do investimento, quando comparado a 2011, a média de horas
de treinamentos na empresa apresentou evolução
de 4% (55 horas anuais). As categorias de liderança,
especialista e técnico operacional também aumentaram, em 9%, 12% e 2%, respectivamente.
A Vale também oferece ações de treinamento em
direitos humanos, que na área de Segurança Empresarial acontecem desde 2008. O treinamento tem
como objetivo atualizar os profissionais de segurança empresarial sobre o tema e, em 2012, foi ministrado para 85% do efetivo total. [3.07]
4 Empregados que atuam no Brasil com contrato
por tempo indeterminado.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
35
Programas de Educação da Vale
Mapa de Desenvolvimento
Trilha de Gestão e Liderança
Construção/revisão de Mapas de Desenvolvimento
Novos Mapas de Desenvolvimento para as áreas de Marketing
e Vendas de Ferrosos, Relações com Comunidade, Fundação
Vale, Recursos Humanos e Investimentos Correntes,
disponibilizando catálogos de treinamento para desenvolvimento
do público especialista em 100% das áreas de negócio.
Curvas de Competência
Cerca de 680 supervisores e gerentes de área treinados, em um total
de, aproximadamente, 13 mil horas/aula em 2012. Ao todo, mais de
2.100 líderes já participaram desse programa desde o seu lançamento.
Oferta de programas de pós-graduação
Programa de Especialização Profissional com foco em Engenharia
Ferroviária, Mineração para Cobre (público externo), Projetos
Portuários, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos e Ferrovia em
Moçambique (público interno). Total de 194 profissionais inscritos.
No programa de Relações Trabalhistas, 100% dos empregados
da área foram treinados.
Rito de Passagem
Cerca de 740 supervisores e gerentes treinados, em um total de
mais de 29.400 horas/aula em 2012. Ao todo, o programa já formou,
aproximadamente, 65% do público-alvo, totalizando cerca de 2.000
líderes.
Gestão da Rotina
Mais de 1.750 supervisores já participaram do programa desde seu
lançamento em 2010, o que representa 85% dessa categoria na Vale.
Comunidade de Líderes
Cerca de 450 líderes participantes, em um total de, aproximadamente,
570 colaborações realizadas.
Competências Transversais
Treinamento em Saúde e Segurança
41 cursos realizados, com cerca de 100 mil participantes em 7 mil
turmas disponibilizadas, totalizando mais de 520 mil horas/aula.
Do total de participantes, 90% foram aprovados.
Programa Formação de Agentes Educacionais
470 educadores e 700 multiplicadores capacitados para ministrar
treinamentos internos.
Melhoria Contínua
Aproximadamente 6.800 profissionais treinados no Vale Production
System (VPS), sendo 82% no Brasil e 18% em outros países.
Programa de Aceleração do Desenvolvimento
(criado em 2012)
26 participantes na turma piloto, em um total de 56 horas/aula.
O programa foi definido como uma ação educacional obrigatória
para o desenvolvimento dos sucessores mapeados nos processos
de carreira e sucessão. A partir de 2013, os profissionais que têm
maior possibilidade de ascensão na carreira gerencial deverão
participar desse programa.
Pós-graduação em Gestão de Negócios Vale
30 participantes, em um total de 440 horas/aula.
Liderando Pessoas: Processos e Práticas de Gestão
(criado em 2012)
25 participantes na turma piloto, em um total de 24 horas/aula.
O programa foi definido como uma ação educacional obrigatória
para desenvolvimento de líderes e, a partir de 2013, todos os
supervisores e gerentes da Vale (aproximadamente 3.600 líderes)
deverão participar do programa.
Licenciamento Ambiental
Cerca de 600 pessoas treinadas, em turmas com quatro módulos
diferentes (um deles aplicado em Moçambique e na Argentina).
Programa de Formação Educacional
Criação, em 2012, de 30 turmas, com cerca de 300 alunos, nos estados
de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará.
Atitude Ambiental
Nos módulos Conhecer e Ser/Fazer, foram treinados, somente
em 2012, cerca de 950 técnicos especialistas, 260 líderes e 6.400
técnicos operacionais.
Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência
Foram realizados workshops com gerentes e profissionais de RH
de todas as regionais no Brasil para alinhamento das diretrizes
do programa. Além disso, foram desenvolvidas ações de sensibilização,
encontros com profissionais com deficiência, reunião com gestores
das áreas de negócio, adequação das instalações e inclusão de
profissionais com deficiência nas ações de comunicação.
36
Trilhas Técnicas
Capacitação Técnica
Construção da Trilha Técnica de Níquel, Portos e Terminais e
Fertilizantes, contemplando 100% dos negócios da Vale, além da
revisão das Trilhas Técnicas de Cobre e Pelotização.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Horas de treinamento [LA10]
Média anualI
53
55
63
59
64
45
38
46
54
51
55
34
Média Vale
LiderançaII
Especialista
Técnico Operacional
2010
2011
2012
I A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das
horas de treinamento pelo número de empregados. Empregados
próprios deste indicador (LA10) correspondem a 87% (2010), 98%
(2011) e 93% (2012) do total de empregados reportados (LA1).
II Na categoria Liderança, estão sendo considerados supervisores,
gerentes de área e coordenadores, gerentes gerais, diretores e
diretores executivos.
Incentivo ao ensino A Vale, por meio do
Instituto Tecnológico Vale (ITV), criou, em
2013, o mestrado Uso Sustentável de Recursos
Naturais em Regiões Tropicais. Primeiro do
gênero oferecido por um instituto vinculado a
empresa do setor mineral, o curso obteve o reconhecimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),
do Ministério da Educação brasileiro.
O objetivo é formar profissionais aptos a
enfrentar questões relacionadas ao aproveitamento sustentável de recursos naturais. Inicialmente,
foram oferecidas 20 vagas com aulas na unidade
do ITV, em Belém (PA).
Respeito às diferenças [IP4.17]
A Vale entende que a paixão pelas pessoas e pelo
planeta, expressa em sua Visão, precisa ser promovida entre todos os empregados e terceiros, abrindo
caminhos para desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão por meio do diálogo.
A empresa não tolera a discriminação, seja por
etnia, origem, sexo, orientação sexual, crença religiosa, condição de sindicalização, convicção
política e ideológica, classe social, deficiência,
estado civil ou idade.
O compromisso da Vale com a diversidade já está
refletido nos Programas de Inclusão de Pessoas com
Deficiência, no Projeto Equidade de Gênero e em
treinamentos culturais para empregados em atuação internacional.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Manter o equilíbrio entre o
crescimento da empresa
e a qualificação educacional
básica de seus empregados é
um grande desafio para a Vale
Para reforçar essa postura, a Vale quer que o ano de
2013 seja um marco no tema “respeito às diferenças”.
Para isso, a empresa estruturou uma área específica
no Departamento de Recursos Humanos para trabalhar o tema e está consolidando um novo posicionamento global. Os objetivos são desenvolver o assunto
com os empregados e as lideranças, estabelecer novos modelos globais de gestão e criar metodologias
para mensurar a evolução do tema na empresa.
A partir dessas novas diretrizes globais, as estratégias
de diversidade poderão ser adaptadas localmente,
de acordo com a necessidade dos empregados, do
negócio e da cultura dos locais onde a Vale atua.
Equidade de gênero
Iniciado em 2011, o Projeto Equidade de Gênero nasceu a partir da estruturação de um comitê composto
de membros da liderança, responsáveis por definir
o posicionamento da Vale sobre o tema, multiplicar
conceitos e promover ações de mobilização para a
coleta da percepção dos empregados.
37
Ao longo de 2012, as ações de mobilização no Brasil
(localidade piloto) envolveram mais de 1.200 empregados, em 24 localidades, convidadas a refletir
sobre o assunto em rodas de conversa, exibição de
filmes com posterior discussão e exposição de fotos
com imagens de homens e mulheres que desempenham a mesma função na Vale. Após o planejamento e a consolidação das informações internas e
externas, foram definidos indicadores estratégicos
para mensurar a evolução da temática na empresa
e estabelecidos quatro pilares, com quase 20 ações
estruturantes, como forma de reconhecer e promover o talento e a capacidade da mulher — sem criar
um ambiente discriminatório, mas reconhecendo o
passivo histórico-cultural existente. [3.08]
As ações do projeto foram elaboradas com base no
exercício de escuta feito pelos embaixadores Vale
para o tema, com os empregados participantes das
ações de mobilização.
Dentre as iniciativas realizadas em 2012, destacam-se os diversos treinamentos e workshops organizados nas operações brasileiras com a participação de
especialistas no tema. Além disso, foram estabelecidos grupos focais nas operações, com o objetivo de
definir o plano de trabalho para a ação estruturante
de adequação de uniformes e equipamentos de
proteção individual (EPIs). Por meio da parceria en-
tre a área de Suprimentos e Fornecedores da Vale,
alguns protótipos já foram desenvolvidos e estão
em fase de teste.
Em 2013, serão estabelecidas também redes locais
de equidade de gênero, conduzidas por representantes e responsáveis por identificar temas
prioritários e implantar ações de sensibilização,
mobilização e transformação.
Força feminina [LA13, LA14]
Em 2012, manteve-se a tendência de aumento
da participação feminina na força de trabalho da
Vale. Com um crescimento de 17%, o número de
mulheres dentre os empregados próprios aumentou para 13% do total.
Nos cargos técnicos (operacionais e administrativos) se concentra o maior número de mulheres,
49,6%, seguidos pela categoria especialista (analistas, engenheiras, geólogas etc), com 43,1%. Já nos
cargos de supervisão, a participação das mulheres
manteve-se estável, em 3%, e no nível gerencial
(gerentes e coordenadores) houve um pequeno
aumento, para 3,5%, quando comparado ao percentual de 2011 (ambos de 3%).
Os altos órgãos de governança da empresa —
Diretoria Executiva, Conselho de Administração
Empregada no
Terminal da Ilha de
Guaíba (TIG), em
Mangaratiba (RJ), Brasil
38
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Márcio Dantas Valença
A definição da
estratégia de
globalização do Projeto
Equidade de Gênero
está prevista para 2013,
quando a sua esfera de
atuação será ampliada
para outros países
onde a Vale opera
Resultado
Meta
Garantir que os
empregados de nível
técnico operacional
possuam certificado de
conclusão dos ensinos
Fundamental e/ou Médio
Redução do déficit
educacional em 14% a partir
da continuidade do Programa
de Formação Educacional
e Conselho Fiscal5 — são compostos de 36 pessoas,
sendo 35 homens e uma mulher. De seus membros,
11 estão na faixa entre 40 e 50 anos e 25 têm idade
acima de 50 anos.
sibilidade, a fim de eliminar as barreiras físicas que
impedem a locomoção das pessoas com deficiência
na Vale. Com a ampliação do escopo, o documento
teve sua publicação reprogramada para 2013.
De acordo com a Política de Remuneração e com o
Código de Conduta Ética da Vale, não há diferenciação de salário-base entre mulheres e homens que
ocupam as mesmas funções. As variações salariais
que podem ocorrer são causadas por diferentes
níveis de senioridade e maturidade dos empregados
dentro da sua categoria funcional. [3.09]
Em linha com o desenvolvimento global da estratégia de diversidade da Vale, o Programa de Inclusão
de Pessoas com Deficiência também está sendo
reposicionado, possibilitando que outros países
trabalhem o tema de forma estruturada, buscando
o reforço da cultura de inclusão, que vai além do
cumprimento de eventuais exigências legais.
Diferenças que somam [LA13]
Criado em 2004, para cumprir a Lei nº 8.213 (25 de
julho de 1991), que prevê a reserva de vagas para
pessoas com deficiência, o Programa de Inclusão de
Pessoas com Deficiência da Vale no Brasil é coordenado pela área de Recursos Humanos. Anualmente,
o programa tem a meta de contratar 140 profissionais, em cumprimento ao Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) feito com o Ministério Público. Em
2012, foram contratadas 219 pessoas com deficiência,
o que representou um aumento de 18% em relação
a 2011, superando em 56% a meta do TAC.
Combate à discriminação [HR4]
A Vale mantém um Canal de Denúncias para o recebimento de relatos de discriminação e/ou assédio
no ambiente de trabalho, sempre observando a
legislação aplicável nas localidades em que atua.
Para cumprir o compromisso de continuar avançando no tema, está em fase final de preparação uma
instrução que apoiará as áreas nas medidas de aces-
5
Posição em 2012.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Em 2012, foram registrados 363 casos, sendo 92%
(334) no Brasil e os demais na Vale no Canadá e suas
subsidiárias (29). No Brasil, 81% (269) foram apurados
ainda em 2012 e, desse total, 50% dos casos foram
confirmados.
Os casos de discriminação e/ou assédio na Vale
são apurados e tratados por meio de entrevistas com as partes envolvidas, pares e gestores,
possibilitando o entendimento da situação. As
apurações são conduzidas pela auditoria interna,
com apoio das áreas de Recursos Humanos e de
Segurança Empresarial. [3.10]
39
Rotatividade por gêneroI [LA2]
Rotatividade por regiãoI [LA2]
2010
2011
%
%
%
Número de
empregados
Turnover geral
6,0%
4,7%
5,1%
(4.304)
84.123
Brasil
Turnover homens
6,0%
4,7%
5,0%
(3.674)
73.355
Canadá
Turnover mulheres
6,3%
5,0%
5,9%
(630)
10.768
Turnover
2012
Rotatividade por faixa etáriaI [LA2]
2010
2011
%
%
%
Número de
empregados
Abaixo de 30 anos
5,4%
4,5%
4,4%
(1.059)
24.213
Entre 30 e 50 anos
5,2%
4,0%
4,8%
(2.521)
52.716
Acima de 50 anos
13,5%
10,7%
10,1%
(724)
7.194
Turnover
2010
2011
%
%
%
Número de
empregados
5,4%
3,9%
4,7%
(3.160)
67.499
10,8%
7,3%
6,5%
(419)
6.436
Indonésia
6,1%
6,8%
5,5%
(173)
3.161
Moçambique
6,0%
8,0%
6,7%
(128)
1.915
Nova Caledônia
6,7%
11,9%
2,1%
(24)
1.167
AustráliaII
9,5%
19,1%
26,4%
(271)
1.026
Outros
6,3%
5,2%
4,4%
(129)
2.919
Turnover
2012
I Empregados apresentados nesta tabela correspondem a 99% (2010),
98% (2011) e 99% (2012) do total de empregados reportados (LA1). Para
2012, os valores absolutos de empregados que deixaram a empresa estão
discriminados entre parênteses
II Na Austrália, apesar de as demissões voluntárias terem apresentado
redução em 2012, quando comparadas ao ano anterior, o aumento da taxa de
turnover ocorreu em função da reestruturação de algumas áreas da empresa.
Remuneração e avaliação profissional [LA12, EC5]
A filosofia de remuneração total da Vale tem como
objetivo fornecer aos seus empregados próprios um
pacote competitivo, que compreende remuneração
e benefícios, além de oportunidades de desenvolvimento e uma experiência de trabalho diferenciada,
que permite atrair e reter os talentos.
A empresa realiza, anualmente, pesquisa salarial nas
localidades onde atua para avaliar se o pacote de
remuneração total está atrativo e competitivo, comparado ao mercado local. A Vale respeita o salário-mínimo legal em cada localidade.
Para reforçar o conceito de remunerar por desempenho e como reconhecimento dos resultados
alcançados, a Vale possui programas de remuneração variável. O empregado é bonificado de acordo
com o desempenho individual, de sua equipe, da
sua diretoria e da empresa.
Em 2012, o percentual de empregados com desempenho avaliado na Vale foi de 97%. O aumento de
4% em relação a 2011 foi influenciado, principalmente, pela incorporação da Vale Fertilizantes.
Nesse ano, também foi revisada a Instrução de Metas,
que regulamenta o processo de Gestão de Metas na
empresa. As mudanças realizadas visam aumentar a
autonomia de cada Diretoria Executiva, descentra-
40
2012
lizando o controle feito pelas diretorias de Recursos
Humanos e de Controladoria Global.
Na Vale, o processo de carreira e sucessão tem o objetivo de avaliar competências e potencial dos empregados para orientar o seu desenvolvimento, maximizar
o desempenho individual e organizacional e reforçar
comportamentos valorizados pela empresa. Os públicos técnico-especialista e gerencial são avaliados anualmente, e os resultados dessas avaliações norteiam as
decisões em gestão de pessoas, reforçando as práticas
de meritocracia na empresa. [3.11]
Rotatividade [LA2, LA11]
“Valorizar quem faz a nossa empresa” é um valor da
Vale, que mantém uma política de retenção de talentos baseada em apoio ao desenvolvimento da infraestrutura (saúde, educação, habitação e lazer) dos locais
onde possui operações, educação continuada, gestão
de desempenho e políticas de carreira e sucessão.
Em 2012, a taxa de rotatividade (turnover6) global da
Vale foi de 5,1%, apresentando uma pequena elevação
em relação aos 4,7% de 2011. Entre as mulheres, o
percentual foi de 5,9%, enquanto o dos homens, de
5,0% (tabelas acima).
6 Taxa de turnover corresponde à soma de empregados
que deixaram a empresa voluntariamente ou não (incluindo
aposentados), dividida pelo número de empregados próprios.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Em relação à aposentadoria, um dos compromissos assumidos pela Vale, em 2011, foi revisitar o
programa de preparação para o planejamento da
aposentadoria e implementar um novo modelo até
2013. Para isso, a empresa está revisando sua Norma
Global de Desligamento e Aposentadoria, com
previsão de publicação até o fim de 2013, e desenvolveu uma turma piloto desse programa, em Vitória,
com 70 empregados. Os objetivos são testar o novo
modelo e multiplicá-lo ao longo de 2013 nas demais
regionais no Brasil.
Liberdade de associação [HR5]
A Vale respeita a liberdade de associação e negociação de seus empregados e tem o compromisso de
não interferir no estabelecimento, funcionamento
ou administração das organizações trabalhistas ou
acordos coletivos.
Segundo o Código de Conduta Ética da Vale, a discriminação em função de sindicalização é considerada
intolerável. Além disso, a empresa garante a livre
associação/sindicalização de seus empregados e os
direitos sindicais por meio de acordo coletivo.
Em 2012, a Vale participou do grupo de trabalho sobre
formas de evitar o trabalho infantil, conduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), e também
colaborou com a iniciativa de construção de um guia
de ferramentas com orientações sobre como evitar a
violação de diretos humanos nessa temática.
A Vale é signatária do Pacto Global da Organização
das Nações Unidas (ONU) desde 2007, respeita a legislação dos países onde atua e as convenções da OIT,
além das oito fundamentais, conforme tabela abaixo.
Convenções da OIT
Nº 29
Trabalho Forçado, 1930.
Nº 87 Liberdade de Associação e Proteção ao Direito
Sindical, 1948.
Nº 98
Direito de Sindicalização e Negociação Coletiva, 1949.
Nº 100 Remuneração Equânime, 1951.
Nº 105 Abolição do Trabalho Forçado, 1957.
Nº 111 Discriminação, Emprego e Ocupação, 1958.
Nº 138 Idade Mínima, 1973.
Nº 182 Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999.
Empregados no
terminal de Ponta da
Madeira (MA), Brasil
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Francisco das Chagas Silva Souto
A Vale procura
disseminar os direitos
trabalhistas em
reuniões periódicas
com gestores e
empregados em todas
as suas unidades
41
Relações com trabalhadores [LA4, LA5, MM4]
A Vale manteve, em 2012, o amplo diálogo7 com
sindicatos, federações e centrais sindicais. Para a
empresa, esse é o melhor caminho para manter a relação harmônica fomentada com os representantes
dos empregados ao longo das décadas de atuação.
Nesse contexto, os acordos sindicais são importantes
instrumentos e abrangeram 96% dos empregados
próprios da Vale8, em 2012.
O acordo sindical celebrado no Brasil, em 2011, com
validade de dois anos, segue vigente. Essa relação,
pautada na proximidade e no respeito, é vista pela
Vale como a razão para não existirem greves em
quaisquer operações brasileiras desde 1989 e por
não ter sido registrada, durante todo o ano de 2012,
nenhuma notificação de greve ou paralisação em
qualquer operação da empresa nas demais localidades no mundo em que atua.
Foto: Lucas Lenci
7 A Vale tem uma postura de diálogo. A notificação prévia de
mudanças significativas não é uma prática padronizada e não
está prevista em acordos coletivos. Segundo a Global Reporting
Initiative, mudanças significativas correspondem a alterações no
padrão de produção, como reestruturação, encerramento de
atividades, aquisições e fusões.
8 Empregados próprios deste indicador (LA4)
correspondem a 96% (2010), 95% (2011) e 95% (2012)
do total de empregados reportados (LA1).
42
Há países em que a relação com os sindicatos,
bem mais recente do que no Brasil, amadurece ano
a ano. Pontos de divergência como os que, em anos
anteriores, provocaram paralisações no Canadá
têm sido contornados nos acordos, construídos sempre em conjunto com as classes representantes
dos empregados9.
No Brasil, um dos desafios está em ampliar a gestão
para novos empreendimentos, como no caso da
área de Fertilizantes, que passou a ser atendida
também pelas áreas gestoras que lideram as relações
trabalhistas das atividades de mineração. O acordo coletivo da Vale no Brasil (2011–2013)
foi baseado em documentos como Missão, Visão
e Valores, o Código de Conduta Ética e o Guia de
Direitos Humanos. O texto manteve os avanços
sociais mais recentes da legislação brasileira,
como os direitos civis dos casais homossexuais,
e ampliou os canais de denúncias.
Diálogo aberto com os sindicatos [LA9]
No desafio de alcançar o dano zero, a Vale reconhece a importância que os sindicatos possuem
9 Em 2012, na Vale no Canadá e suas subsidiárias, 79% dos
empregados foram abrangidos por negociações coletivas
e, na Austrália, 67%.
Reunião de Boa
Jornada na Oficina de
Manutenção da mina de
Carajás, em Parauapebas
(PA), Brasil
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Lucas Lenci
Empregados em reunião
no complexo administrativo
da mina de Carajás,
Parauapebas (PA), Brasil
na disseminação da cultura de saúde e segurança.
Esse é um tema que está presente no diálogo com
os representantes sindicais e nos acordos coletivos
firmados pela empresa.
Além de respeitar as regulamentações e as legislações locais, a Vale considera as preocupações
e os pontos de vista dos representantes dos
empregados, que definem mecanismos e requisitos para a prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais. Entre as medidas, estão treinamentos
em instrumentos, fornecimento de equipamentos
de proteção individual (EPIs), realização de vistorias
periódicas e manutenção de comitês conjuntos
de saúde e segurança.
Na Vale, o direito de recusa ao trabalho inseguro é assegurado e reforçado pela Instrução para Análise e
Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio
Ambiente (INS-37) e pelo acordo coletivo vigente.
Como parte da agenda de diálogo com os
sindicatos, em 2012, foram realizados dois encontros no Brasil (Carajás e Sergipe) e um no
Chile, mobilizando ao todo cerca de 150 pessoas,
incluindo lideranças de todos os sindicatos representados na Vale. O compromisso assumido
em 2011 de ampliar o número de encontros
foi revisto. A decisão em 2012 foi ajustar a dinâmica dos encontros e manter a quantidade de eventos.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Em muitos casos, os acordos
sindicais firmados, embora
sejam marcados por
estabilidade e longa duração,
são revistos constantemente
durante a sua vigência
Nos encontros, que aconteceram nas unidades
operacionais da empresa, foram apresentados
os indicadores de saúde e segurança e as principais ações da Vale no tema (ferramentas, sistema
de gestão, metas etc.). Para garantir a troca de
ideias, os debates estimularam a participação dos
representantes sindicais, com espaço para esclarecimentos de dúvidas e recebimento de sugestões. Além disso, os sindicalistas visitaram as áreas
operacionais para maior interação e conhecimento
das ações na prática.
Comitês de Saúde e Segurança [LA6]
Além de contribuir para a prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais, os Comitês de Saúde e Segu43
rança exercem um papel importante na identificação
da melhoria contínua dos processos e das condições
de trabalho. Em 2012, o percentual de empregados
da Vale representados nesses comitês (no Brasil,
denominados Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes — Cipas) foi de 89,5%. [3.12]
Benefícios [LA3]
Um dos princípios da filosofia de benefícios da
Vale é garantir que eles sejam oferecidos de forma
consistente nas diversas localidades onde a empresa
está presente, observando os objetivos estratégicos
do seu negócio em cada localidade, a filosofia e a
estratégia corporativa de recursos humanos, além de
respeitar as exigências legais do país e considerar as
condições locais do mercado.
Para simplificar o acesso e facilitar o entendimento
e a correta utilização dos benefícios oferecidos
pela empresa, a Vale divulgou, no início de 2012,
a nova Instrução de Benefícios no Brasil (INS-0072),
que estabelece regras, critérios e orientações para
a concessão e a gestão do pacote de benefícios
para os empregados, jovens aprendizes e estagiários. A Instrução substituiu e consolidou documentos normativos.
Durante o ano de 2012, também foi implantado
um novo modelo de governança na área para permitir o alinhamento com os objetivos estratégicos
da empresa. [3.13]
Previdência [EC3]
A Vale oferece aos seus empregados, dentro da
sua Norma Global de Benefícios, previdência
complementar privada, como forma de colaborar
para que eles assegurem renda adicional depois
da aposentadoria. [3.14]
Empregados,
em Itabira (MG), Brasil
44
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Cristiano Xavier
A Vale procura proporcionar
benefícios que garantam maior
proteção aos empregados
e seus familiares
Pessoas
Comunidades
A Vale busca ser referência em atuação social.
Por isso, empreendeu esforços ao longo
de 2012 para reafirmar o compromisso de
deixar um legado positivo.
Ao mesmo tempo, empenhou-se no alinhamento
de sua estratégia de atuação social com as necessidades dos territórios onde está presente. Isso foi
feito, em especial, junto às comunidades das áreas
de influência de seus empreendimentos. Além disso,
a empresa estabeleceu comitês, dedicados a auxiliar
na condução de ações integradas.
Para obter a licença social para operar, a empresa
tem dedicado esforços na gestão adequada de seus
impactos, reconhecendo os impactos sociais negativos gerados por suas atividades e trabalhando para
evitá-los, minimizá-los, mitigá-los e/ou compensá-los,
bem como para potencializar os impactos positivos
que decorrem de seus empreendimentos.
O diálogo social, aberto e direto, assume cada vez
mais relevância estratégica para a Vale, pois permite
a construção de uma relação de confiança e de respeito mútuo entre a empresa e a comunidade.
zados em um mesmo território ou área de influência. Essa frente, denominada Modelo de Issues
e Stakeholders, está sendo aplicada, inicialmente,
no Brasil e será disseminada para Moçambique
durante o ano de 2013.
O modelo é operacionalizado por meio de comitês
— territoriais e executivo — e considera as ações socioambientais a serem desenvolvidas em uma determinada região, possibilitando a priorização de iniciativas
capazes de gerar melhor retorno para as necessidades
manifestadas pela comunidade e tratar impactos negativos e positivos dos empreendimentos da empresa.
As principais ferramentas e processos que dão
suporte a esse modelo são a gestão de demandas e
manifestações da comunidade, o diálogo social, os
estudos socioeconômicos e o planejamento plurianual de ações sociais.
Nesse sentido, estreitar o relacionamento com essas
partes interessadas, entendendo suas necessidades
e diversidade cultural, tratando suas queixas e demandas e buscando construir em conjunto soluções
sustentáveis, é diretriz da atuação social da Vale.
Ao longo de 2012, a Vale estabeleceu diretrizes e
capacitou suas equipes para estruturar o processo de
diálogo social, desenvolveu e implantou a
ferramenta de gestão de demandas e manifestações da
comunidade nos territórios de atuação no Brasil e aprimorou o processo de planejamento das ações sociais.
Governança [IP4.17]
Em 2012, a Vale realizou um amplo trabalho para
estruturar um modelo de governança que integre
projetos e operações, possibilitando o planejamento e o tratamento mais eficaz de questões sociais
ligadas a empreendimentos da empresa locali-
Para disseminar essas diretrizes e orientar as equipes
sobre a estratégia de atuação social da Vale, além
de treinamentos, foi publicado o Guia de Relacionamento com Comunidades. O documento reúne os
processos e as melhores práticas para o desenvolvimento de alguns dos temas relevantes quando se
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
45
Foto: Pedro Cattony
Empregada com grupo
de alunos no Parque
Botânico Vale, em Vitória
(ES), Brasil
Eu me senti fazendo parte da comunidade.
Um dos momentos mais marcantes foi o dia da
inauguração da biblioteca. Não tem preço ver a
satisfação dos educadores ao utilizá-la e a alegria
das crianças diante de tantos recursos educativos,
coloridos e divertidos. Dividimos com as crianças,
pais, educadores e empregados diversas atividades
lúdicas que despertaram o interesse pela leitura
e promoveram a integração com muita alegria.
Márcia Frederico de Melo, assistente social do
complexo de Cajati (SP), Brasil
trata de relações com comunidade, tais como Direitos Humanos, Comunidades Tradicionais e Povos
Indígenas e Remoção Involuntária.
O Guia de Relacionamento com Comunidades
foi elaborado com base nas principais referências
globais sobre engajamento com stakeholders, nos
pilares estratégicos da Vale e nas experiências acumuladas pela empresa ao longo dos anos
Outro documento, publicado em 2012, que reforça
a importância da questão social para a empresa
é o Manual de Relação com Comunidades para
Projetos de Capital. O objetivo é orientar as equipes
de projetos com relação às questões sociais que
devem ser consideradas e tratadas durante as fases
de desenvolvimento e execução de empreendimen46
tos. Esse manual também possibilita o planejamento
e a implantação de ações integradas com outras
temáticas inerentes a projetos de capital.
Gestão de demandas da comunidade [IP4.17]
Em 2012, a empresa passou a fazer a gestão das
manifestações da comunidade por meio da Ferramenta de Gestão de Demandas. Esse recurso buscou
aprimorar os processos já adotados, sistematizando
as informações das comunidades e suas demandas,
para favorecer uma gestão mais proativa, integrada e
eficaz dessas manifestações. Outra finalidade é capturar as necessidades das comunidades, possibilitando o direcionamento de recursos para o tratamento
das questões apresentadas.
Por meio de um sistema online e padronizado, a
ferramenta possui um banco de dados integrado
com todas as operações da Vale no Brasil, que pode
ser customizado de acordo com as necessidades de
cada localidade. Para 2013, a previsão é implantá-la
também em Moçambique.
Todas as demandas são classificadas de acordo com
o perfil: denúncias10, elogios, reclamações, sugestões
e solicitações. Desde o início da implantação da ferramenta, foram registradas quase 4 mil demandas, que
passaram por um processo de recebimento, análise,
resposta, execução (ou negação) e conclusão.
A partir da análise dos dados fornecidos pela ferramenta, foi possível concluir que a quase totalidade
das manifestações registradas sobre os impactos
10 A Vale entende como denúncia qualquer ação que gere danos
ou prejuízos às operações da empresa. Tais atos são crimes, e os
responsáveis estão sujeitos às penalidades previstas na Lei.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
eram relacionadas à proximidade de pátios de
manobras de trens. Uma boa prática nesse processo
foi o uso das ferramentas de qualidade para analisar
criteriosamente o problema, identificar suas causas
e possíveis soluções. Como encaminhamento, foi
estabelecido um novo processo para adequação do
procedimento que gerava o ruído, visando minimizar
esse impacto nas comunidades vizinhas.
Permanece, no entanto, o desafio de assegurar que
os novos processos sejam mantidos mesmo diante
de eventuais mudanças de estratégias operacionais.
Também é importante garantir o envolvimento da
área de Relações com Comunidades sempre que
surgirem fatos novos, para que sejam tomadas medidas proativas. Além disso, está sendo monitorado
periodicamente, junto à comunidade, se a medida
adotada de fato foi efetiva na resolução do problema.
Incidentes nas ferrovias
A Vale opera 10,6 mil quilômetros de malha ferroviária
no Brasil. Esse valor representa 37% do total das estradas de ferro do país. As linhas percorrem dez estados,
atravessam cerca de 400 municípios e passam por comunidades que estão em crescimento ao longo das
ferrovias. Por isso, a Vale reforça a sua atenção, com o
objetivo de monitorar os riscos de incidentes.
Ferrovia mais segura Um projeto desenvolvido
pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV) busca oferecer segurança e melhorar a qualidade de vida
dos empregados da Vale que atuam nas ferrovias
da empresa e das comunidades próximas a elas.
Por meio do desenvolvimento de sistemas de
computação, são agregados dados sobre fluxo de
pessoas, acidentes e equipamentos, entre outros.
A partir dessas informações, desenvolvem-se
planos de ação que podem ser aplicados na melhoria da segurança ao longo das ferrovias da Vale
e em outras operações da empresa, colaborando
para reduzir o impacto de acidentes. A expectativa é que o sistema também possa agregar ideias
inovadoras para serem replicadas nas diversas
operações ferroviárias da empresa.
As ferrovias da Vale seguem o padrão das demais
ferrovias no mundo no que diz respeito à redução
do indicador de acidente por milhão de trem por
quilômetro — que leva em conta as ocorrências em
função da distância percorrida pelos trens em uma
determinada ferrovia. [3.15]
A Vale, comprometida com a redução do número
de ocorrências de incidentes nas ferrovias, mantém
uma série de iniciativas para mitigar os impactos, tais
Resultados
Compromisso
Respeitar e compreender
as comunidades próximas
a suas operações e projetos,
incluindo sua diversidade
cultural, e apoiar o
seu desenvolvimento,
deixando para elas um
legado positivo
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Estruturação de um
modelo de governança para
integrar projetos e operações,
possibilitando o planejamento
e tratamento mais eficaz de
questões sociais ligadas a
empreendimentos da Vale
Publicação do Guia de
Relacionamento com
Comunidades e do Manual
de Relações com Comunidades
para Projetos de Capital
47
Foto: Agência Vale
O Trem Verde utiliza gás e
biodiesel como combustível
e opera na Estrada de Ferro
Vitória a Minas
como identificação dos trechos críticos de risco ambiental, expansão do número de simuladores e treinamentos para a condução de trens, manutenções
periódicas em via permanente e material rodante,
campanhas educativas e de sensibilização nas comunidades de influência das ferrovias e modernização e
ampliação dos sistemas de sinalizações ao longo das
ferrovias da Vale, além de manter equipes dedicadas
à gestão, ao monitoramento, ao acompanhamento e
às ações de bloqueios de todos os incidentes.
Diálogo social [IP4.17]
O diálogo com as comunidades permeia todos os
pilares da Política de Desenvolvimento Sustentável
da Vale — ser um Operador Sustentável, Catalisador do Desenvolvimento Local e Agente Global de
Sustentabilidade.
Para aprimorar o processo de engajamento e responder às demandas das comunidades, a Vale está
implantando, desde 2012, processos de diálogo social
estruturados e permanentes com as comunidades.
Essa prática cria oportunidades de interação social
inclusiva e participativa, cujas finalidades são compartilhar informações, promover o entendimento e a
cooperação mútua, ouvir e compreender os interesses
e as expectativas das comunidades, considerando-as
nas decisões gerenciais da empresa. [3.16]
48
Case
Segurança ferroviária
não é brincadeira
A Vale realizou, em 2012, o Programa “Segurança Ferroviária Não é
Brincadeira”. O objetivo principal foi orientar a população que mora
próximo à Estrada de Ferro Vitória a Minas, no município de Aracruz
(ES), acerca da importância do tema.
O trabalho se desenvolveu em três etapas: a primeira foi voltada para
as 200 crianças da Terra Indígena Comboios, dentro da escola da aldeia,
com integração do tema às brincadeiras indígenas. A segunda fase
ocorreu no trem de passageiros, envolvendo crianças e jovens índios
da aldeia Córrego do Ouro, Terra Indígena Comboios. O grupo saiu da
estação de João Neiva (ES), assistiu a uma palestra e participou de jogos sobre segurança. A última etapa consistiu em atividades no Museu
Ferroviário Vale e contou com a participação de jovens e adultos da
aldeia Córrego do Ouro.
A ideia do programa surgiu após ser verificado o grande número de
crianças indígenas residentes em áreas próximas à ferrovia, e pelo fato
de a parada noturna do trem ser no mesmo horário do término das
atividades religiosas na Terra Indígena, fato que não ocorre mais.
Desde o lançamento do programa, não foram registrados acidentes
no ramal, e os moradores da aldeia passaram, naturalmente, a zelar pela
segurança na ferrovia. Com os resultados positivos, foi elaborado, para
2013, um calendário de conscientização, no qual, a cada mês, um tema
de segurança é tratado no formato de dica. A ação foi iniciada na escola
e se tornou um projeto pedagógico. Também está previsto para 2013
um evento que reunirá, aproximadamente, 600 indígenas, com palestras
e atividades sobre prevenção, segurança e meio ambiente.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Recursos aplicados em
infraestrutura [EC8]
2010
2011
2012
Apoio a serviços públicos
19%
49%
10%
Realização de obras
81%
51%
90%
20%
35%
8%
1%
0%
0%
80%
64%
92%
Tipo
I
Área
Engajamento comercialII (infraestrutura compartilhada)
Pro bonoIII
Serviços/Materiais/ProdutosIV
Total
I Apoio a serviços públicos, realizado por meio de pagamentos de
serviços, como os custos de contratação de enfermeiros e professores,
ou da realização de obras de pavimentação e de construção de escolas
e hospitais.
II Atividade que gera benefício público, mas que primariamente
representa retorno econômico ou investimento para a empresa.
III Pro bono, destinado a atividades desenvolvidas em benefício público,
com alocação de pessoas com funções definidas em atividades, durante
o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.
IV Investimento em infraestrutura em espécie por provisão de serviços
ou pela entrega de um produto.
Estudos socioeconômicos [SO1]
O conhecimento do território e dos impactos gerados pelos empreendimentos da empresa é fundamental para subsidiar o planejamento das ações
sociais a serem realizadas pela Vale, sejam de investimento social voluntário ou destinadas à gestão de
impactos sociais. Esses estudos também orientam o
diálogo social e abrangem temas como demografia,
educação, saúde, infraestrutura e serviços públicos.
Nos últimos anos, além dos estudos ambientais
exigidos no âmbito dos processos de licenciamento
ambiental de empreendimentos, a Vale produziu
diagnósticos territoriais socioeconômicos e integrados de diversas regiões e países onde atua, tais
como Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Sudeste
do Pará, Municípios da Estrada de Ferro Carajás, Omã,
Austrália, Malásia, Indonésia e Moçambique. No ano
de 2012, foi concluído o diagnóstico socioeconômico do Mato Grosso do Sul.
Veja os potenciais impactos positivos e negativos,
diretos e indiretos, das ações da Vale nos locais
em que atua. [3.17]
Plano Plurianual de Ações Sociais (PPA)
A partir do conhecimento da realidade local, que se
dá por meio do diálogo social, da gestão de demandas e manifestações da comunidade e dos estudos
socioeconômicos, bem como pelo conhecimento
adquirido pelas equipes da empresa que trabalham
e residem nesses territórios, é possível o planejamento das ações sociais.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Desde 2012, a Vale faz a gestão dessas ações com
base no Plano Plurianual de Ações Sociais (PPA). Ao
longo desse ano, foram elaborados planos para cinco estados brasileiros: Maranhão, Pará, Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
O PPA, com duração de cinco anos, é o principal
instrumento de gestão dos dispêndios sociais, cuja
governança está a cargo dos comitês que integram
o Modelo de Issues e Stakeholders.
Recursos aplicados na área social [EC8]
Os dispêndios com ações sociais realizados em 2012,
pela Vale, foram de US$ 317,2 milhões — 71% são
voluntários e 29%, obrigatórios.11 Veja mais no capítulo Visão Estratégica.
Desse total, US$ 62,3 milhões foram destinados
à melhoria de infraestrutura, conforme tabela de
distribuição acima. A Fundação Vale também aplicou
US$ 2,6 milhões em infraestrutura.
11 A Vale considera Dispêndio Social Obrigatório todas as
obrigações legais da empresa (condicionantes, LOC, TAC etc.) e
também os compromissos da empresa para tratar corretamente
os impactos que causa nos territórios onde opera. Levando em
consideração esse critério, em 2011, 72% dos dispêndios sociais
foram voluntários e 28%, obrigatórios.
49
Beneficiados pelas frentes
de atuação da Fundação Vale
Em milhares de pessoas (2012)
0,3%
46,0%
Frentes de atuação
Diretos
Indiretos
Total
%
Desenvolvimento urbano
0,3
342,8
343,1
46,0%
Cultura
226,8
45,0
271,8
36,5%
100,8
—
100,8
13,5%
82,5
—
82,5
11,1%
0,5
54,0
54,5
7,3%
34,0
—
34,0
Educação
5,0
123,0
128,0
Esporte
2,5
—
2,5
Total
234,6
510,8
745,4
Museu Vale
Memorial Minas Vale
Vale Música
Trem da Vale
17,2%
4,6%
17,2%
0,3%
100,0%
36,5%
Fundação Vale
A missão da Fundação Vale é contribuir para o desenvolvimento integrado dos territórios nos quais a
Vale atua, articulando e potencializando os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano e
respeitando as identidades culturais locais.
Em 2012, a Fundação Vale teve como frentes de atuação: Cultura, Desenvolvimento Urbano, Educação e
Esporte (quadro acima), com os seguintes objetivos:
Cultura Promover a inclusão social por meio
de maior acesso aos bens culturais e fortalecer
as identidades regionais, valorizando a cultura, a
memória e o patrimônio histórico regional.
Desenvolvimento Urbano Contribuir para o
aprimoramento das capacidades municipais,
visando ao fortalecimento das políticas públicas
de inclusão social, ao aperfeiçoamento do planejamento e à gestão do território com participação
da sociedade.
Educação Contribuir para a melhoria da
educação básica.
Esporte Promover o esporte como fator de
inclusão social, incentivando o desenvolvimento
humano, a formação cidadã e a disseminação de
uma cultura esportiva nas comunidades.
No final do ano, foram incorporadas ao seu escopo
de trabalho duas outras: Saúde e Geração de Trabalho e Renda, que até então eram conduzidas pela
Diretoria de Relações com Comunidade da Vale.
A Fundação, em conjunto com outros parceiros,
desenvolveu o conceito de Parceria Social Público
50
Privada (PSPP), uma estratégia para a construção
de uma aliança intersetorial visando à promoção do
desenvolvimento sustentável de territórios onde se
realizam empreendimentos de grande porte. Essa
nova forma de parceria é feita mediante a união de
esforços, recursos e conhecimento da sociedade civil,
de governos e de empresas, a partir de um planejamento estratégico integrado e de longo prazo, em
torno de uma agenda comum que contemple ações
estruturantes, alinhadas às políticas públicas, visando
resultados de curto, médio e longo prazos. [3.18]
Contratação local [EC7]
Para deixar o legado positivo nas regiões em que
atua, a Vale sabe a importância que os investimentos na capacitação e na contratação da mão de
obra local exercem no desenvolvimento socioeconômico das comunidades. Por isso, a empresa reforça o seu compromisso de respeitar as realidades
locais e suas necessidades, assim como identificar e
implementar iniciativas que considerem sempre as
vocações regionais.
Em 2012, o índice de contratação local12 da Vale foi
de 61%13, e o de membros da alta gerência14 provenientes da comunidade local foi de 44%, dez pontos
percentuais acima do de 2011. Entre as iniciativas
desenvolvidas pela empresa que colaboraram para a
elevação do indicador está a revisão da política para
contratação de empregados, com priorização do
12 Apesar de o cálculo do indicador ter considerado local o
estado de nascimento dos empregados, a prática de contratação
adotada pela Vale, quando aplicável, prioriza residentes no estado,
e não necessariamente os naturais dele.
13 Empregados próprios deste indicador (EC7) correspondem a
99% (2012) do total de empregados reportados (LA1).
14 A Vale considera “alta gerência” os níveis hierárquicos de
gerente geral e diretores.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Compromisso
Contribuir para a melhoria
das condições de vida
das populações. Fortalecer
o relacionamento e a
comunicação. Minimizar
os impactos negativos.
Respeitar as culturas
locais. Realizar ações
estruturantes e potencializar
os investimentos sociais
Resultados
Estabelecimento de
comitês na condução de
ações integradas
Aplicação de gestão de
demandas e diálogo social
Produção de estudos
socioeconômicos
Gestão com base no Plano
Plurianual de Ações Sociais
recrutamento interno para preenchimento das vagas,
utilizando como ferramenta de apoio os resultados
do processo de carreira e sucessão, e a orientação de
dar preferência aos candidatos locais.
Um exemplo específico é o caso de Moçambique.
Em 2012, o percentual de contratação local nesse
país foi de 82,1%, o de membros da alta gerência
provenientes da comunidade local foi de 28,6%.
Ambos os indicadores apresentaram uma ligeira
elevação quando comparados a 2011, em que foram
de 80,6% e 27,4%, respectivamente.
Qualificação profissional
No âmbito da qualificação profissional, a Vale desenvolve diversas ações para o público externo, reforçando o compromisso de capacitar mão de obra das
comunidades onde atua. Os cursos, voltados para
diversos públicos, como estudantes do Ensino Médio, estagiários de nível técnico e superior, trainees e
profissionais graduados, são desenvolvidos por meio
de parcerias com instituições de ensino local. As
iniciativas, além de colaborar para o desenvolvimento educacional das regiões, permitem a qualificação
de trabalhadores para atuarem nas operações da
empresa. Em 2012, os programas de Formação
Profissional e Jovem Aprendiz, por exemplo, foram
responsáveis pela efetivação na Vale de 299 trainees
e 991 jovens aprendizes. [3.19]
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Remoção involuntária [MM9]
A remoção involuntária de famílias pode ser imprescindível nos trabalhos de mineração e de logística.
A Vale, ciente dos transtornos que podem ser gerados nesse processo, atua proativamente para que
o resultado final seja positivo, tanto para as famílias
que serão deslocadas quanto para a comunidade
que abrigará o projeto.
Para minimizar os impactos negativos, a empresa possui o Procedimento de Gerenciamento Social para Remoção Involuntária, documento que baseia as ações
desse tema no Brasil e também serve de referência
para os demais locais em que a empresa tem atuação.
O documento estabelece condutas para o gerenciamento do processo de remoção involuntária das
famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, tais como papéis e responsabilidades das áreas
internas da Vale e diretrizes para a escuta da comunidade ao longo do processo. No segundo semestre de
2013, esse procedimento será aprimorado.
Além disso, o tema também é abordado no
Manual de Relação com Comunidade para Projetos
de Capital, utilizando como base o Procedimento
de Gerenciamento Social para Remoção Involuntária, com o objetivo de orientar a atuação social em
projetos de capital.
51
Ações em Moçambique
Infraestrutura
Agricultura
– Obras de reestruturação e manutenção do sistema de abastecimento
de água de Cateme.
– Disponibilização de um ônibus para realizar o transporte dos
moradores entre Moatize e Cateme, duas vezes por dia, com subsídio
das passagens pela Vale no período de dois anos. A gestão do
transporte cabe à administração local.
– Obras de reestruturação das zonas alagadiças em Cateme para evitar a
entrada de água nas residências.
– Reabilitação de estrada e respectiva drenagem em Cateme.
– Reparos na rede de energia elétrica, com reforço e melhoria dos cabos
entre Tete, Moatize e Cateme, aumento da rede de distribuição nas
ruas de Cateme, facilitando a ligação entre as residências e o aumento
da iluminação pública.
– Foram reparadas 59% das casas em Cateme, totalizando cerca de 400,
com previsão de término para 2014.
– Foram adquiridas sementes de milho, feijão nhemba, mapira e abóbora
para todas as famílias de Cateme, para apoio ao plantio da safra
2012/2013.
– Mais de 14 mil mudas de fruteiras produzidas na Fazenda Modelo de
Cateme foram doadas às comunidades.
– A Vale prestou apoio alimentar, com doação de cestas básicas para 839
famílias de Cateme, para compensar a perda da safra 2011/2012, em
parceria com o governo do Distrito de Moatize e o INGC.
Saúde
– Construção de um centro de atendimento à mulher grávida.
– Inauguração de uma clínica noturna para atendimento e
aconselhamento de grupos vulneráveis a doenças sexualmente
transmissíveis e HIV/Aids.
– Doação de uma ambulância para o centro de saúde de Cateme.
– Implantação de uma farmácia pública no centro de saúde de Cateme,
cabendo ao governo a responsabilidade de fornecer os medicamentos.
Geração de emprego e renda
– Financiamento do recenseamento da mão de obra disponível em
Cateme, com o objetivo de identificar profissionais, e reabilitação do
Centro de Emprego de Moatize.
– Desenvolvimento da Cadeia de Valor do frango, com 16 aviários
construídos, produtores formados e suporte técnico disponibilizado.
– Constituição de grupos de poupança e crédito, com o objetivo de
suportar o programa de finanças rurais.
– 108 pessoas treinadas em cursos profissionalizantes de pedreiro, corte e
costura e mesa e bar.
A Vale também dissemina o uso de ferramentas e
boas práticas por meio do seu Guia de Relacionamento com Comunidades.
Em 2012, foi realizada uma remoção involuntária, na
modalidade de reassentamento, na Argentina. [3.20]
Reassentamento em Moçambique [MM9]
Para melhorar a qualidade de vida das populações
reassentadas em 2010, das áreas de lavra e industriais do projeto Carvão Moatize, a Vale Moçambique
firmou um acordo15, em 2012, com o governo da
província de Tete e representantes das comunidades
dos bairros Cateme e 25 de Setembro. A iniciativa foi
resultado do compromisso assumido em 2011, pela
empresa, de desenvolver ações de apoio às famílias
reassentadas e atender suas demandas.
Entre as questões levantadas pelos moradores estavam reparo das casas, manutenção de drenagens e
vias públicas, melhorias no sistema de abastecimento de águas, ampliação da rede de energia elétrica,
construção de estrutura desportiva, investimentos
em saúde e agricultura e desenvolvimento de soluções de apoio ao transporte público.
15 Memorando de Entendimentos assinado
em 6 de julho de 2012.
52
O acordo assinado pela Vale possui cerca de 40
compromissos voltados para a manutenção dessas
infraestruturas. Veja no quadro abaixo as ações já
realizadas pela empresa em 2012, com investimentos
de aproximadamente US$ 40 milhões.
Em 2013, outras iniciativas serão implementadas
pela Vale, dando continuidade aos investimentos
socioambientais que visam ao desenvolvimento
sustentável local.
Povos indígenas e comunidades
tradicionais [MM5]
A Vale reconhece a importância de valorizar a cultura
e preservar as identidades locais dos povos indígenas
e das comunidades tradicionais nos territórios onde
atua. Com uma lógica de relacionamento baseada
no etnodesenvolvimento16, a empresa promoveu a
capacitação de suas equipes, buscando aprimorar
16 A noção de etnodesenvolvimento refere-se ao exercício
da capacidade social dos povos indígenas e das comunidades
tradicionais para construir seu futuro, em consonância com
suas experiências históricas e os recursos reais e potenciais de
sua cultura, de acordo com projetos definidos segundo seus
próprios valores e aspirações. Pressupõe existirem as condições
necessárias para que a capacidade autônoma de uma sociedade
culturalmente diferenciada possa se manifestar, definindo e
guiando seu desenvolvimento.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
o diálogo, e alterou procedimentos para monitorar
impactos desde a fase de elaboração de projetos.
Outro compromisso assumido pela empresa
é o de estabelecer acordos e adotar uma visão
integrada de desenvolvimento no longo prazo
para os povos indígenas e comunidades tradicionais próximas às suas operações, buscando
minimizar a judicialização do relacionamento
e solucionar conflitos.
No Brasil, há acordos17 com 14 povos, distribuídos
em cinco Terras Indígenas, nos estados do Pará,
Maranhão e Minas Gerais, além de manter acordos ou apoiar projetos de etnodesenvolvimento de
grupos de mais duas Terras Indígenas, no Pará e no
Espírito Santo, e com 14 comunidades quilombolas,
no Maranhão. Desse total, em 2012, foram renovados compromissos com nove grupos indígenas,
e um acordo foi firmado com o Povo Tupiniquim, no Espírito Santo.
Com essas ações, estima-se que, da população
total dos povos indígenas e comunidades tradicionais, em 2012, cerca de 40 mil pessoas tenham sido
direta e indiretamente beneficiadas, sendo 20 mil
no Brasil. [3.21]
Acompanhamento de situações
judicializadas [HR9, EC1, MM6]
A Vale mantém comunicação e diálogo amplo,
permanente e estruturado com os povos indígenas e comunidades tradicionais próximos às suas
operações e projetos, visando estabelecer um
processo contínuo de engajamento social para
uma melhor gestão de impactos socioculturais,
econômicos e ambientais e, assim, contribuir para o
desenvolvimento local sustentável.
Em 2012, a Vale registrou três novos casos
envolvendo povos indígenas e comunidades tradicionais, totalizando 11 processos18
ativos atualmente. [3.22]
Além disso, a Vale tem interface com 17 povos indígenas e mantém acordos com 15 na Argentina, Austrália,
Canadá, Chile, Filipinas, Indonésia e Nova Caledônia.
17 Nenhum desses acordos incluiu o pagamento pelo uso da terra.
18 Dois dos casos reportados no Relatório de Sustentabilidade
2011 foram unificados em um só.
Países
A Vale já realizou
diagnósticos
territoriais
em seis países
Fundação Vale
Horas de treinamento
Em 2012, cada
empregado da Vale
passou, em média, 55
horas em treinamento
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
+2
Em 2012, a Fundação Vale
incorporou duas novas frentes
de trabalho, Saúde e Geração
de Trabalho e Renda, às
quatro já existentes: Cultura,
Desenvolvimento Urbano,
Educação e Esporte
53
20%
da matriz
energética da Vale
vêm de fontes
renováveis
Vista aérea da Floresta
Nacional de Carajás, em
Parauapebas (PA), Brasil
(Foto: Pedro Cattony)
3%
Em Carajás, as operações
da Vale ocupam menos
de 3% da área protegida
pela empresa
Planeta
Usar os recursos
naturais de forma
sustentável
Planeta
Território
A Vale aprimorou a gestão integrada de
território em 2012, agregando os temas
ambientais, sociais e culturais para
contribuir na geração de um legado positivo
nos locais onde atua. A empresa contempla
políticas e procedimentos que valorizem
as especificidades de cada região.
A empresa protege ou ajuda a proteger uma área
equivalente a quase três vezes a ocupada por suas
atividades operacionais. A Vale utiliza tecnologias que
visam não apenas à recuperação efetiva das áreas degradadas, mas também a sua transformação para um
uso coletivo, contribuindo, assim, para a conservação
e o uso sustentável do recursos naturais.
A Vale considera os aspectos sociais, econômicos
e ambientais, desde a fase de concepção de projetos até
o encerramento de suas atividades, incluindo as fases
de implantação e operação. Promove ainda a melhoria
do desempenho ambiental, por intermédio do desenvolvimento de estudos e projetos, tendo como base as
tendências tecnológicas, regulatórias e de mercado.
A Vale apoia também a construção de uma agenda
territorial aliada à conservação ambiental na Amazônia, para além das operações da empresa, por meio
do Fundo Vale.
Biodiversidade [IP4.17, EN12, EN14, MM2]
Em função do tipo de atividade realizada pela Vale,
suas operações acarretam impactos1 que podem
causar alterações na biodiversidade e nos serviços
ecossistêmicos2 relacionados, principalmente, às alterações nos componentes do meio físico, que funcionam como suporte para os seres vivos.
A empresa vem investindo em estudos amplos de seus
processos e ferramentas internas de gestão, levando em
conta a complexidade do assunto. O objetivo é ser um
Para os projetos de capital, a Vale conta com instrumen- catalisador no território para a mitigação dos impactos
tos de gestão como o Guia de Boas Práticas em Licene a promoção da conservação da biodiversidade.
ciamento Ambiental e Meio Ambiente e a metodologia
da Licença para Operar. Nas fases de implantação e
Os impactos considerados significativos na biodiversioperação, desenvolve diversas iniciativas voltadas para dade estão associados às atividades que podem alterar
o aprimoramento contínuo de seu desempenho. Na
o meio biótico, principalmente àquelas que envolvem
etapa de conclusão de suas atividades, a empresa tem supressão de vegetação, que, em geral, pode ser necesavançado na elaboração dos planos de fechamento de sária nas fases de implantação dos empreendimentos
mina, em consonância com as normas internacionais.
e/ou no desenvolvimento das atividades operacionais,
As atividades da Biopalma, empresa destinada à produção de óleo de palma para a geração de biodiesel,
e da Vale Florestar, voltada ao plantio de eucaliptos,
estão sendo desenvolvidas em regiões já impactadas
do bioma Amazônia e contribuem para a inclusão social e a geração de renda para as famílias envolvidas nesses projetos.
56
1 Em 2012, a Vale iniciou um processo de avaliação dos conceitos
de impactos ambientais, incluindo impactos sobre biodiversidade,
considerando a natureza de suas atividades e as diferentes tipologias
de seus empreendimentos.
2 Funções desempenhadas pelos ecossistemas e pelas espécies que
permitem a manutenção das condições de vida no planeta, incluindo a
provisão de recursos e serviços de suporte e de regulação.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Pedro Cattony
Pesquisas de solo
realizadas na Reserva
Natural Vale, em
Linhares(ES), Brasil
tais como avanços de áreas de lavra e de disposição
de estéril e rejeitos.
Além de realizar contínuos investimentos em
inovação e tecnologia, a Vale implementa ações
e medidas para prevenir os impactos, controlá-los e/
ou compensá-los. Tais ações são definidas para todas as etapas do ciclo de vida dos empreendimentos
e contemplam áreas internas, limítrofes e externas
às unidades operacionais, com a abrangência estabelecida considerando os atributos ecológicos existentes no entorno das unidades operacionais. [4.01]
Acredito que todos nós temos o dever de cuidar de
nosso planeta. Para contribuir com a preservação
do meio ambiente, eu tomo atitudes como usar
apenas a quantidade de água necessária, por
exemplo, fecho a torneira enquanto escovo os
dentes, desligo as luzes quando não há ninguém
no lugar e devolvo as caixas de ovos ao vendedor.
Eu também reciclo lixo e reutilizo papel impresso
sempre que possível. Um pequeno ato isolado não
chama a atenção, mas pequenos atos somados
podem fazer a diferença!
Sandrine Cassier, supervisora de Reporte e Ativos Fixos
Nova Caledônia
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
A gestão da biodiversidade, para a Vale, objetiva mitigar seus impactos negativos e promover impactos
positivos reais nos territórios onde a empresa atua.
Um dos passos para alcançar esse propósito é o estabelecimento de diretrizes e requisitos de biodiversidade. Em 2012, foram realizados pilotos para verificar
o grau de aderência dos procedimentos e práticas
de gestão às diretrizes propostas de biodiversidade
em três unidades operacionais no Brasil.
Como resultado desse processo, identificou-se a
necessidade de incorporar os requisitos de Biodiversidade e de Recuperação de Áreas Degradas (RAD)
no Sistema de Gestão Ambiental da Vale (SGA) que
tem como objetivos principais assegurar o controle
sistemático dos aspectos ambientais nas operações
da empresa e buscar a melhoria contínua dos processos operacionais.
A Vale define como necessária a aplicação das ações
que constituem o Plano de Gestão da Biodiversidade de cada unidade em todas as atividades que
acarretam impactos negativos sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Essas ações estão
relacionadas a todas as fases do ciclo de vida dos
empreendimentos, desde o planejamento (projeto)
até o seu fechamento, incluindo atividades contínuas ou que estão associadas a tarefas operacionais
específicas, sejam elas decorrentes de obrigações
legais ou definidas pela própria empresa.
Atualmente, 32% das operações da Vale requerem
Planos Especiais de Gestão da Biodiversidade e, em
57
Foto: Pedro Cattony
Empregado analisa
amostras na Reserva
Natural Vale, em
Linhares (ES), Brasil
83% desse total, os planos já estão implementados.
Os demais estão em fase de definição do escopo ou
de detalhamento dos projetos. [4.02]
a avaliação do impacto líquido positivo3 no território onde atua. [4.03]
Áreas protegidas e áreas operacionais
A Vale vem investindo em pesquisas ligadas a ecossistemas especiais, como área de canga (leia mais
sobre o tema na página 62), buscando mais conhecimento da ecologia desses ambientes e, a partir dos
resultados, implementar ações que busquem o seu
uso sustentável, bem como a proteção de áreas que
representem a sua biodiversidade. Além disso, a empresa desenvolve pesquisas que buscam o manejo
adequado desses ambientes, em especial dos que se
encontram em processo de recuperação.
Participação e engajamento [IP4.17]
A Vale participa de fóruns de discussões estratégicas
sobre temas importantes para o gerenciamento das
suas atividades, como as ações da Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos (Pese), do workshop
para a elaboração do Plano Estadual de Proteção à
Biodiversidade em Minas Gerais, promovido pelo
Instituto Estadual de Florestas, e de um grupo de
trabalho desenvolvido pelo Pacto Global das Nações
Unidas, em conjunto com a International Union for
Conservation of Nature (IUCN).
A Vale pretende, com essas parcerias, identificar
as ferramentas necessárias para que seja possível
avaliar os seus impactos sobre a biodiversidade,
considerando a complexidade do assunto, e, portanto, oferecer elementos que possam contribuir para
58
[EN11, EN12, EN13, EN15]
A Vale protege ou ajuda a proteger4 cerca de 13,7 mil
km2 (incluindo as unidades de conservação protegidas em parceria com governos locais), uma área
aproximadamente nove vezes maior que a cidade
de São Paulo, Brasil. O total de áreas protegidas é
quase três vezes maior5 que a área total das unidades
operacionais da empresa, de 4,7mil km2, incluindo as
áreas de plantio industrial, e 7,5 vezes maior, quando
estas são desconsideradas.
As áreas protegidas contribuem para manter o
equilíbrio ambiental e proteger os recursos naturais,
além de atuar na captura e no armazenamento de
gases causadores do efeito estufa provenientes da
atmosfera, contribuindo para a redução da concentração destes. Dessa forma, áreas protegidas pela
Vale contribuem para a formação de um estoque
3 Quando os resultados das ações realizadas pela empresa
superam os efeitos negativos de suas operações.
4 A abordagem geral para proteção, conservação e restauração
de hábitats não considera compensações ambientais.
5 A relação foi inferior à informada em 2011 (3,5), principalmente
em função da inclusão, em 2012, do Projeto Potássio Rio Colorado
(Argentina) e de ampliações de áreas da Vale Florestar e da
Biopalma (ambas no Brasil). Também houve alterações relacionadas
à inclusão de Tres Valles (Chile) e ao desinvestimento das operações
de manganês (França e Noruega) e de caulim (Cadam, Brasil).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Resultados
Compromisso
Exercer a gestão integrada
dos territórios, buscando
a geração de impacto
líquido positivo e o
compartilhamento de valor
com as regiões onde atua
Aprimoramento da gestão ao
agregar os temas ambientais,
sociais e culturais
Estabelecimento de parcerias para
avaliação dos impactos sobre a
biodiversidade
Desenvolvimento da Biopalma
e da Vale Florestar
de carbono. Em 2012, foram aplicados aproximadamente US$ 69,3 milhões nas áreas protegidas e na
recuperação das áreas degradadas.
Essas áreas também formam um território rico em recursos genéticos, com plantas de propriedades medicinais e farmacológicas. Outros produtos de interesse
econômico, como resinas, sementes e fibras, a partir
do extrativismo sustentável, configuram importante
fonte de renda e benefícios para a comunidade.
Algumas das áreas que a Vale ajuda a proteger
abrigam suas unidades operacionais, a exemplo da
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri e da Floresta
Nacional de Carajás, onde a área ocupada pelas
operações representa menos de 3% da área total da
Flona. Também há casos em que as áreas protegidas,
próprias e em parcerias, estão localizadas no entorno
de suas operações, como as Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPN) e as Unidades de Conservação Estaduais localizadas no Quadrilátero Ferrífero
de Minas Gerais, bem como a Reserva Natural Forêt
Nord, na Nova Caledônia. Veja a tabela de áreas
protegidas no arquivo digital. [4.04]
Desenvolvimento territorial no Norte
Alinhado ao propósito de respeitar e compreender as comunidades dos territórios onde atua,
o projeto Urbis Amazônia, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV) no Norte do Brasil, avalia a dinâmica de desenvolvimento dos territórios
associados a mineração, pecuária ou agricultura.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Pesquisadores da área de Urbanismo e Arquitetura desenvolveram uma análise comparativa para
entender a expansão demográfica nessas regiões
e o processo de urbanização associado ao
crescimento econômico e à ocupação física do
território. O projeto, realizado em parceria com
outras instituições de pesquisa e com recursos
do governo, contribui para evitar o esgotamento
dos recursos naturais nas comunidades avaliadas.
Em 2012, foi iniciada a implantação do Centro
de Pesquisa e Educação para Conservação da
Biodiversidade (Cepeb), na Reserva Natural Vale
(RNV), no Espírito Santo.
A Vale possui 99 projetos de pesquisa em desenvolvimento na RNV, realizados em parceria com 61
instituições — 48 brasileiras e 13 de outras localidades —, os quais envolvem aproximadamente 300
pesquisadores e colaboradores. Em 2012, foram
iniciados 41 novos projetos, e 10 estudos foram finalizados. Também estão em andamento na RNV cerca
de 100 projetos nas áreas de silvicultura, ecologia
florestal e restauração ecológica, os quais são desenvolvidos pela equipe da RNV. [4.05]
As áreas interferidas pelas operações da Vale estão
associadas à ocorrência (distribuição natural) de
aproximadamente 4.240 espécies vegetais e 3.758
espécies animais, incluindo invertebrados (moluscos
e artrópodes) e vertebrados (peixes, anfíbios, répteis,
59
aves e mamíferos)6. Entre as espécies identificadas
para as áreas de inserção das operações da Vale, 200
são classificadas como internacionalmente ameaçadas, de acordo com a Lista Vermelha da International
Union for Conservation of Nature (IUCN) [4.06],
sendo apenas 25% avaliadas como criticamente
6 Esses números consideram as espécies registradas durante
os estudos para análise da viabilidade ambiental dos projetos
e monitoramentos realizados ao longo das fases de implantação e
operação dos empreendimentos. Além disso, considera também
outros estudos ambientais relacionados às atividades realizadas
nas unidades (inventários florestais e relatórios de salvamento de
fauna, por exemplo). Para as operações de ferrosos localizadas no
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, foram considerados os dados
incorporados ao Banco de Dados de Biodiversidade (BDBio), que
integra o Plano de Conservação da Biodiversidade do Sistema de
Ferrosos. Esse banco de dados tem como principal objetivo a gestão
do conhecimento sobre biodiversidade, validando e consolidando
dados históricos e recentes gerados nas Unidades Operacionais.
Por ter uma infraestrutura
favorável e a presença de uma
extensa área de floresta protegida,
a Reserva Natural Vale apresenta
aptidão para o desenvolvimento
de atividades relativas a pesquisa
científica, manejo florestal e
conservação da biodiversidade
em perigo, em perigo ou em extinção. Em listas nacionais oficiais de espécies ameaçadas de extinção,
constam 220 espécies, sendo aproximadamente 50%
avaliadas como criticamente em perigo, em perigo
ou em extinção. [4.06]
Cavidades
As cavidades naturais subterrâneas, também conhecidas como cavernas ou grutas, representam um tema
importante para os negócios da Vale. Compreendendo a relevância do assunto, a empresa possui hoje
uma área de espeleologia voltada especificamente
para tratar do tema, com o objetivo de assegurar
o aproveitamento máximo das reservas minerais
e atender aos requisitos legais de conservação do
patrimônio espeleológico. Também busca aprimorar
os conhecimentos técnicos sobre essas estruturas
naturais, contribuindo para o crescimento e a disseminação de conhecimento científico.
No projeto Carajás S11D, no Pará, por exemplo, a Vale
obteve parecer positivo do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atestando
que o projeto estava apto a obter a Licença Prévia
(LP) junto ao Ibama no que se refere à proteção e à
preservação do patrimônio espeleológico.
Todas as cavidades presentes na área do projeto foram estudadas quanto aos atributos físicos,
biológicos e histórico-culturais, cumprindo as
exigências da legislação referente a licenciamentos
em áreas com cavidades naturais e considerando a
sua relevância no contexto local e regional. As cavidades com gênese única ou rara, morfologia única,
dimensões notáveis em extensão, área ou volu-
Foto: Pedro Cattony
Empregado no
herbário da Reserva
Natural Vale, em
Linhares (ES), Brasil
60
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Lucas Lenci
Empregados na
Reserva Natural
Vale, em Linhares
(ES), Brasil
Case
Proteção às reservas na
Nova Caledônia
O projeto Floresta Kwe Norte (North Kwe Rainforest Project, em inglês)
é uma iniciativa voluntária da Vale na Nova Caledônia. Criada em 2005,
com a abertura da primeira mina do Projeto Goro na região, a iniciativa
está voltada para colaborar com a política de proteção às reservas florestais e ribeirinhas da região, que apresentaram uma grande redução
nos últimos 100 anos, resultado da intensa ocupação humana.
O objetivo da ação da Vale é juntar novamente sete áreas de manchas florestais, que somam cerca de 30 hectares e são separadas por
áreas de cerrado, o que pode comprometer a biodiversidade local.
A iniciativa prevê o plantio de corredores de árvores de espécies
nativas. Para isso, a empresa estabeleceu parceria com as comunidades locais, que, a partir de 2012, passaram a atuar no plantio de
mudas, e com o Instituto de Agronomia da Nova Caledônia, que
fornece expertise técnica. O viveiro de espécies nativas da Vale cuida
da germinação das sementes e da produção das mudas das árvores
que são plantadas. O projeto vai até 2014, quando será revisado com
base nos resultados obtidos ao longo dos últimos anos.
Outro projeto realizado na mesma área visa estabelecer, na Reserva
Nacional Blue River, uma população ex situ de uma das mais raras espécies de palmeiras do mundo, a Saribus jeanneyii, encontrada apenas na
Floresta Norte e que tem registro de apenas um exemplar da palmeira,
em todo o planeta, com potencial de produzir frutos. Já foram produzidas 22 mudas dessa palmeira pelo Instituto de Agronomia, a partir de
sementes, que serão transferidas para a reserva de Blue River. A meta é
garantir uma população de 100 exemplares dessa espécie vegetal.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
me ou com espeleotemas únicos foram classificadas
como de máxima relevância e serão integralmente
preservadas.
A área de espeleologia da Vale identificou que
16 (8,5%) das 187 cavidades na região do projeto
Carajás S11D foram consideradas de relevância
máxima. Do total de cavidades, 152 (81%) serão
preservadas e 35 (19%) suprimidas, sendo 24 de relevância alta e 11 de relevância média. Como medida
compensatória para a supressão das cavidades de
alta e média relevâncias, a Vale prevê a preservação
de 70 cavidades de alta relevância na Serra da Bocaina, área contígua ao local em que o projeto Carajás
S11D será implantado.
A Vale desenvolve programas e ações ambientais
direcionados especificamente ao patrimônio espeleológico da área, como o Programa Área de Entorno e o
Programa de Monitoramento de Vibrações (sísmica).
Esses programas têm como objetivo permitir a manutenção da integridade física das cavidades, determinando os limites de vibração aos quais elas podem
ser submetidas.
A empresa conta também com programa voltado para minimizar as perdas relativas ao impacto
irreversível da supressão de cavidades nas suas
características físicas e biológicas, priorizando
aspectos relevantes que possam agregar informação à compreensão dos processos de formação
das cavidades, de sua ecologia e/ou da sua utilização como abrigo para espécimes da fauna e de
seu uso pelo homem.
61
Área impactada e área em recuperação
(permanente e provisória) pela Vale no
período de 2010 a 2012 (em km2) [EN13]
Área em recuperaçãoI
Ano
Área
impactada
Área em recuperação
permanente
Área em recuperação
provisória
Área total em
recuperação
2010
30,6
8,0
6,5
14,5
2011
17,2
7,3
17,9
25,2
2012
22,9
7,2
5,6
12,8
Total
70,7
22,5
30,0
52,5
I A recuperação das áreas degradadas é um processo gradativo e que demanda ações de
médio e longo prazos, sendo adotado o termo “em recuperação” para indicar as áreas nas quais
as atividades foram implantadas e encontram-se em andamento (recuperação inicial de algumas
funções ecossistêmicas e gradativo incremento de espécies objetivando o retorno da vegetação a
um estado de estabilidade). O termo “em recuperação permanente” corresponde a áreas que não
serão mais interferidas pelas atividades da empresa, e “em recuperação provisória” compreende
aquelas que podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.
Os programas citados são, atualmente, implantados em outras unidades operacionais da Vale, com
destaque para o Complexo Minerador de Carajás
e o Complexo Minerador Vargem Grande, onde os
principais resultados alcançados reforçam o compromisso da Vale quanto à avaliação e ao desenvolvimento de ações alinhadas com as principais
preocupações levantadas pelas partes interessadas
quanto ao tema de cavidades.
Cangas
Canga é um tipo de rocha, originalmente descrita
no Brasil, mas com ocorrência em várias regiões
tropicais e subtropicais do mundo, sendo um produto da alteração intempérica de rochas ricas em
ferro. Campos rupestres são ecossistemas ricos em
biodiversidade que comumente ocorrem em áreas
de canga, embora não restritos a estas. Por tratarem de ecossistemas ainda pouco estudados, os
programas de recuperação de áreas impactadas
pela atividade minerária, nesses ambientes, ainda
carecem de informações mais consistentes para
que alcancem bons resultados.
Ciente da importância do tema, a Vale tem desenvolvido vários experimentos para a reabilitação desses ambientes nas suas áreas operacionais, além de
apoiar projetos de pesquisas junto a várias universidades brasileiras (alguns dos quais por meio do ITV).
A Vale investe em estudos de ecologia de canga desde 2007, com o intuito de conhecer melhor a biologia das espécies que habitam esse ecossistema e, a
partir disso, aplicar os seus resultados em projetos
de recuperação de áreas, conservação e preservação
desses ambientes. Deve-se destacar que estudos
62
estão sendo desenvolvidos também no Quadrilátero Ferrífero com a mesma finalidade. Além do uso
próprio dos resultados em suas atividades, a Vale vem
contribuindo com a comunidade científica, compartilhando o conhecimento gerado nesses trabalhos.
Área impactada e em recuperação [EN13, MM1]
A empresa utiliza tecnologias com o objetivo de não
apenas recuperar efetivamente as áreas degradadas,
mas também de transformá-las para uso coletivo.
A recuperação das áreas degradadas (RAD) na Vale é
uma das etapas do processo de extração mineral. As
atividades são iniciadas já na fase de supressão da
vegetação existente. Há várias técnicas para a recuperação, e a definição da técnica a ser utilizada depende das condições ambientais do local, tais como
do tipo do solo, das condições climáticas e do relevo,
do bioma em que a área se insere, entre outras.
Para a revegetação das áreas, podem ser
adotados métodos distintos, tais como o tradicional plantio de mudas previamente desenvolvidas
em viveiros, o semeio direto (plantio de sementes
diretamente nos locais a serem revegetados), a
promoção da regeneração natural, a utilização de
biomantas (produto que é usado para sustentar
as sementes e plantas na revegetação de taludes
muito inclinados), o transplantio de espécies nativas
resgatadas, a hidrossemeadura (lançamento das
sementes por meio de jatos de água com produtos
aderentes), a disposição de topsoil (camada superficial de solo rica em matéria orgânica), o transplantio
de mudas das áreas a serem suprimidas para aquelas que serão recuperadas ou, ainda, a combinação
de várias dessas técnicas.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Saldos de abertura e fechamento
das atividades de produção ou extração
de minérios realizadas pela Vale no período
de 2010 a 2012 (em km2) [MM1]
Áreas em recuperação
Áreas impactadas
permanente no ano de
referênciaII (saldo de fechamento)III
Ano
Áreas impactadas (saldo
de abertura)I
Áreas impactadas no ano
de referência
2010
719,4
30,4
8,0
741,8
2011
584,7
15,1
7,2
592,6
2012
588,8IV
14,8
7,1
596,5
I Saldo de abertura anual representa a quantidade total de terras a serem recuperadas pela
empresa no início do ano de referência.
II As áreas em recuperação provisória não são computadas, sendo consideradas apenas aquelas em
processo de recuperação permanente.
III Saldo de fechamento representa a quantidade total de terras a serem recuperadas pela empresa
ao final do ano de referência.
IV O saldo de abertura, em 2012, foi menor do que o saldo de fechamento de 2011 em função da
exclusão dos valores associados às operações da unidade Cadam desincoporada dos ativos da Vale,
que correspondiam a 3,8 km² de áreas a serem recuperadas.
Para garantir a recuperação das áreas degradadas,
são necessários cuidados para que o local atinja um
grau de maturidade para evoluir sem interferência
humana. São realizadas manutenções e serviços de
proteção ambiental, que previnem agentes nocivos
à recuperação, tais como o acesso de pessoas e
animais e, principalmente, a ocorrência de incêndios. O objetivo é garantir o equilíbrio ambiental
das áreas em recuperação. [4.07]
Reforçando a sua intenção de melhoria contínua
desses processos, a Vale implementou em 2012, para
todas as diretorias de ferrosos, metas de remuneração associadas ao tema, incluídas no Plano de Ação
em Sustentabilidade (PAS) (Veja tabela no capítulo
Visão Estratégica).
As metas, que já foram incorporadas também para
2013, criam um patamar mínimo de área — em extensão — a ser reabilitada no ano para cada diretoria.
Dessa forma, espera-se que haja um incremento na
qualidade da gestão e da execução das atividades.
Além disso, busca-se uma evolução gradual dos
indicadores para os próximos anos, de forma a serem
capazes de avaliar um maior número de aspectos da
recuperação na empresa.
Em 2012, foram iniciadas atividades para recuperação de 12,8 km², sendo 7,2 km2 para a recuperação
permanente e 5,6 km² provisória, com área total
impactada de 22,9 km² (ver tabela da página 62).
Sem considerar as operações logísticas e de plantios de florestas industriais, foram 7,1 km² destinados à recuperação permanente e 14,8 km², a áreas
impactadas, resultando em um saldo de fechamento de 596,5 km² (tabela acima). A diferença entre
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
A Vale publicou, em 2012,
documento normativo com
foco em identificar a sinergia
entre as áreas envolvidas
em atividades de RAD, de modo
a otimizar esforços, reduzir
custos e maximizar resultados
o total de áreas impactadas e em recuperação
permanente está relacionada principalmente às
unidades operacionais em processo de expansão e
aos projetos em fase de implantação, resultado da
estratégia da empresa.
Parcerias com instituições públicas e privadas colaboram para que a empresa desenvolva projetos de conservação e restauração nos territórios em que está
presente: por exemplo, Espírito Santo, Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul e Nova Caledônia. [4.08]
Fundo Vale
Com atuação em seis estados brasileiros, uma carteira
de 28 projetos já apoiados e 20 organizações parceiras,
o Fundo Vale encerrou o ano de 2012 com importantes avanços em sua missão de contribuir para a sustentabilidade do planeta. Desde sua fundação, em 2009, o
Fundo Vale investiu cerca de US$ 36 milhões em ações
para o desenvolvimento sustentável, na Amazônia.
63
Compromisso
Contribuir para
a conservação e
uso sustentável da
biodiversidade e dos serviços
ecossistêmicos e promover
o engajamento com
comunidades, governos e
atores relevantes
Resultados
A empresa protege ou ajuda
proteger uma área de 13,7 mil km2
Apoio à construção de uma
agenda territorial aliada à
conservação ambiental por meio
do Fundo Vale
São exemplos os avanços no estímulo aos Municípios
Verdes7. Atuando de forma integrada com os demais
agentes locais — prefeituras, organizações e empresas
—, o Fundo Vale busca alternativas sustentáveis para
o desenvolvimento socioeconômico do município,
aliado à conservação dos recursos naturais. Além disso,
o Fundo participa do Comitê Gestor do Programa
Municípios Verdes, do estado do Pará, colaborando
com as políticas públicas ligadas ao tema.
Em 2012, o Fundo Vale também realizou parcerias institucionais para consolidar sua atuação na
Amazônia, dentro de uma perspectiva territorial.
Para o Fundo Vale, o olhar territorial significa ir além
dos projetos e entender quais são as demandas
de um determinado território dentro de uma visão
de sustentabilidade. Quem são os atores importantes em cada região, quais são as ações desenvolvidas nesse sentido e que sinergias podem ter com
as ações propostas pelo Fundo. Nessa perspectiva,
destacam-se as parcerias com a Fundação Avina e
com a Articulação Regional Amazônica (ARA), com
o objetivo de fortalecer as ações de conservação
e governança ambiental no bioma, para além dos
limites do território brasileiro.
7 Nesse programa, a ação do Fundo Vale se dá por meio
de projetos integrados para consolidar um modelo de gestão
sustentável e eficiente para o município, a mobilização e o
engajamento de atores da sociedade e o desenvolvimento de
atividades produtivas sustentáveis, resultando na melhoria das
condições de vida das populações.
64
Outra ação importante no ano foi a parceria com o
Governo do Estado do Amapá e a ONG Conservação
Internacional em torno da Iniciativa Amapá, pacto
lançado durante a Rio+20. O objetivo é desenvolver
um programa dinâmico e de longo prazo, voltado
para a valorização do capital natural e o desenvolvimento sustentável no estado, que promova a
transição de uma economia convencional para uma
economia verde. As ações estão organizadas em
quatro eixos temáticos: pagamentos por serviços
ambientais, áreas protegidas, ordenamento territorial
e cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Para 2013, o Fundo Vale tem o objetivo de consolidar
sua atuação na Amazônia e participar do fortalecimento de ações colaborativas entre as instituições
que atuam no bioma, em prol da sustentabilidade.
Também planeja aprimorar seu modelo de gestão e
acompanhamento de projetos e criar um sistema de
gestão por impacto.
O Fundo Vale é uma instituição sem fins lucrativos,
criada por iniciativa da Vale em 2009, com título de
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(Oscip), e funciona como um fundo de cooperação
que atua em parceria com instituições públicas,
privadas e organizações do terceiro setor. Mais informações em www.fundovale.org.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Salviano Machado
Área em reflorestamento
na mina de manganês
do Azul, na região de
Carajás, em Parauapebas
(PA), Brasil
Conflitos pelo uso da terra [MM6, MM7]
A Vale entende a importância de um bom relacionamento com as comunidades e pauta a sua
atuação nesse preceito, buscando soluções para
o bem comum. Em 2012, a empresa apostou na
ampliação e no aperfeiçoamento dos seus canais de
diálogo com suas partes interessadas, com o uso de
ferramentas específicas para gerir a demanda das
comunidades e dar a essas solicitações o encaminhamento mais adequado.
Em 2012, a Vale foi envolvida em 27 casos considerados representativos por se tratar de ações judicializadas (12 casos) ou envolverem a paralisação ou a
obstrução do acesso a projetos (15 casos). [4.09]
Fechamento de mina [MM10]
Um projeto de mineração deve começar a definir
diretrizes para o seu fechamento ainda em sua
concepção, mesmo que a sua vida útil atravesse
décadas. Por esse motivo, a Vale estabelece um
planejamento dos aspectos técnicos, econômicos
e socioambientais que permeiam todo o ciclo de
vida dos empreendimentos, com início na fase de
pesquisa e podendo perdurar até mesmo após o
encerramento da unidade. Atualmente, ainda não há
projetos de fechamento de mina sendo implantados
na empresa, mas sim de desmobilização de algumas
estruturas que atingiram seus limites.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Algumas operações apresentam o status de paralisação
temporária e contam com gerenciamento institucional,
legal, ambiental e geotécnico, para prevenir impactos.
Baseada no preceito adotado pela empresa de visão
de longo prazo, a Vale avançou nos esforços para
cumprir a meta de elaborar os planos de fechamento
de todas as unidades brasileiras até 2013. No fim de
2012, 56% das minas estavam com os planos concluídos, 29%, em elaboração e 15%, ainda não iniciados.
Os planos desenvolvidos pela Vale seguem as diretrizes do Guia de Fechamento de Mina e do Termo
de Referência para Elaboração de Planos de Fechamento de Mina — documentos normativos internos,
que orientam as unidades operacionais a seguir as
melhores práticas na gestão do tema.
Em relação às operações fora do Brasil, a maioria
possui planos de fechamento de mina e atende à
legislação específica de cada localidade. São exemplos
as unidades de Bayovar, no Peru; Moatize, em Moçambique; e as operações do Canadá. [4.10]
Resíduos minerais [MM3]
O compromisso da Vale com as questões ambientais
e sociais também está refletido na forma pela qual
a empresa gerencia os resíduos específicos do seu
processo produtivo. Esses materiais ficam dispostos
em barragens (rejeito e sedimento) ou pilhas (estéril
e rejeito), e o seu volume está diretamente ligado à
produção e às características geológicas do local.
65
Total de resíduos minerometalúrgicosI
[MM3]
Em milhões de toneladas
867
884
726
2010
2011
2010
2011
2012
Minério de ferro – Rejeito
75
67
69
Minério de ferro – Estéril
461
401
443
Outras áreas de negócio
190
399
372
Total
726
867
884
2012
I Inclui estéril e rejeito da mineração de níquel, potássio,
manganês, carvão, cobre e escória (liga de manganês).
A Vale tem o compromisso de se
preparar para o fechamento de
mina em cada uma das localidades
onde atua, buscando padronizar e
adequar as diretrizes corporativas
Diferenças entre estéril e rejeito
Estéril É o material que recobre o corpo de minério. Desprezado ou removido durante a lavra, é
disposto em pilhas ou utilizado na terraplenagem
e em outras estruturas da própria mina.
Rejeito É o material não aproveitado resultante
do processo de beneficiamento de minério de
ferro. Pode ser disposto em pilhas ou barragens.
A Vale aplicou, em 2012, aproximadamente
US$ 281,5 milhões em barragens, diques e pilhas de
estéril, o que representou o maior dos dispêndios
ambientais da empresa (27%). Com isso, procura otimizar os processos de disposição de estéril e rejeitos
da mineração, por meio de diversas iniciativas, como:
– lavra e recuperação de minério de ferro nos rejeitos
de algumas barragens e pilhas;
– recuperação e aproveitamento desses materiais
para sua utilização em outros processos
industriais, como na produção de cimento, cerâmica e outros agregados;
66
– segregação de estéril, efetuando a disposição em
áreas separadas das pilhas com maior teor de ferro,
que possuem potencialidade de serem reaproveitadas no futuro por meio de possíveis tecnologias;
– avaliação de métodos alternativos de disposição de
rejeitos, sem comprometer a segurança geotécnica,
diminuindo o número de barragens convencionais,
uma vez que, por se tratar de barragens e pilhas
com volumes que podem atingir proporções elevadas, os aspectos de segurança dessas estruturas
são essenciais na garantia da sua estabilidade e no
consequente controle de risco de impactos. [4.11]
A Vale estabeleceu, em 2009, o Sistema de Gestão de
Barragens e Pilhas (SGBP), que permitiu avanços no
gerenciamento dos resíduos e implantou planos de
ação decorrentes de recomendações de segurança
das auditorias independentes.
Esse sistema passou por melhorias funcionais,
em 2012, que permitiram a interação com outros
já existentes na empresa, proporcionando maior
robustez aos módulos. Também foi iniciado o
processo de implantação do Plano de Segurança
de Barragens, que teve como base a Lei Federal
12.334/2010, que estabelece a Política Nacional de
Segurança de Barragens, no Brasil.
Em 2012, houve um crescimento de aproximadamente 2% na geração de resíduos de mineração,
que atingiu 884 milhões de toneladas. A geração de
estéril e rejeito oriundos da produção de minério
de ferro sofreu um aumento de aproximadamente 9%, devido à elevação, em algumas unidades
de maior relevância, da quantidade de estéril retirada
para extração da mesma quantidade de minério
— relação que varia em função das características
geológicas das minas. Algumas unidades tamVale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Rogério Reis / Tyba
Pátio de estocagem
de minério de ferro
na mina de Brucutu,
em São Gonçalo do
Rio Abaixo (MG), Brasil
Case
O que era resíduo
agora virou produto
Um dos principais subprodutos da Vale Fertilizantes é o fosfogesso —
sulfato de cálcio (CaSO4) —, gerado no processo de obtenção do ácido
fosfórico, matéria-prima utilizada na produção de fertilizantes. Cada
tonelada do ácido gera de quatro a cinco toneladas de fosfogesso. Os
Complexos Industriais de Piaçaguera, Uberaba e o Mineroquímico de
Cajati produzem, juntos, aproximadamente 5,7 milhões de toneladas
desse material por ano.
A empresa busca desenvolver políticas internas para fomentar o
reaproveitamento e a comercialização deste material, transformando o
que era para ser um resíduo em subproduto do processo. A Vale Fertilizantes fornece o fosfogesso como gesso agrícola, fonte de macronutrientes secundários para as plantas e corretivo para o solo, e também
como aditivo para o cimento.
O interesse pelo fosfogesso possibilitou o consumo de parte do
material estocado, liberando áreas que até então eram usadas para
sua estocagem. Além do fosfogesso, estão sendo desenvolvidas, na
unidade de Cajati, ações para reaproveitar o estéril como material de
pavimentação de pistas, entre outros fins. Também há projetos para
reaproveitamento de finos de calcário calcítico presentes na lama
calcária gerada no processo de beneficiamento mineral, material que
atualmente é enviado para as barragens de rejeito.
Outro subproduto que existia em Cajati era o material resultante
da filtração de enxofre, que atualmente é transformado no produto
conhecido como Enxofre 70S, comercializado no mercado de nutrição
animal. A unidade vende toda a produção resultante do seu processo
e, eventualmente, parte do volume gerado em outras unidades operacionais, como Araxá e Cubatão.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
bém começaram a lavrar em novas áreas, o que
favoreceu esse aumento.
As demais unidades de negócio apresentaram
diminuição geral na produção (como a queda na produção de níquel e a venda de operações de manganês), o que acarretou a retração da geração de outros
rejeitos, em 6,7%, em comparação a 2011.
Recuperação de cobre Duas importantes parcerias foram articuladas pela empresa nesse tema.
A primeira, conduzida pela Vale e pela Fiocruz de
Minas Gerais, busca identificar os diversos micro-organismos e enzimas com potencial para processos
de biorremediação, biolixiviação e recuperação de
metais presentes em ambiente de mineração.
A segunda, fruto de uma parceria entre a Vale e
a Universidade de São Paulo (USP), com financiamento parcial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi articulada
para desenvolver tecnologia que utiliza micro-organismos que se alimentam de cobre das
barragens de rejeitos. Os objetivos são buscar
aqueles que melhor executam essa tarefa e, em
uma segunda etapa, recuperar o metal para
reprocessá-lo e colocá-lo à venda no mercado.
A pesquisa será desenvolvida na Mina do Sossego, em Canaã dos Carajás (PA), que entrou em
operação em 2004. A barragem, de onde estão
sendo colhidas as amostras dos micro-organismos, tem cerca de 90 milhões de toneladas de
rejeito com um teor de 0,07% de cobre. Participam da iniciativa 20 pesquisadores da Escola
Politécnica de Engenharia Química da USP.
67
A preocupação com a gestão de resíduos está
presente na concepção dos novos projetos da
empresa, por meio do planejamento de estruturas e
da implantação de boas práticas de gerenciamento.
Durante a fase de operação, a Vale investe em desenvolvimento tecnológico, otimização do transporte
e definição de parcerias locais, sempre respeitando
a cultura e o padrão de desenvolvimento de cada
território. Em 2012, foram aplicados US$ 57 milhões
na gestão de resíduos.
Todos os resíduos perigosos e não perigosos gerados
nas unidades da Vale são destinados a empresas
homologadas. O programa de avaliação dos destinatários de resíduos realizou 83 auditorias em 2012, de
um cadastro total de 229 empresas, com o objetivo
de promover a melhoria do desempenho ambiental
de seus fornecedores e parceiros.
Em 2012, todas as áreas de negócio da Vale, exceto Fertilizantes, por estar em fase de adaptação,
ampliaram as suas metas de reciclagem e redução
na geração de resíduos perigosos. A nova meta de
reciclagem consolidada foi de 73%, abrangendo
Empregado na área de
tratamento de resíduos
no núcleo urbano de
Carajás, em Parauapebas
(PA), Brasil
68
compostagem, reúso, rerrefino e reprocessamento
em relação à quantidade total destinada. A meta foi
superada, com percentual de 76%. O Plano de Ação
em Sustentabilidade (PAS) estabeleceu também
metas de redução na geração de resíduos perigosos.
Veja a tabela no capítulo Visão Estratégica. [4.12]
Iniciativas e parcerias [IP4.17]
Buscando a melhoria do desempenho ambiental e
inovações tecnológicas para a inserção do reaproveitamento de resíduos em setores da cadeia produtiva,
a Vale promove oportunidades por meio de estudos
multidisciplinares. Um exemplo foram os estudos
de viabilidade técnica para a utilização de escória
de ferroligas de manganês na produção de cimento,
desenvolvidos em parceria com empresas cimenteiras, com resultados que apontam para uma nova
alternativa de destinação sustentável desses resíduos.
Além de configurar uma solução ecoeficiente, possibilita o reconhecimento do resíduo como um bem
econômico através do uso de técnicas que agregam
valor de mercado.
Na Estrada de Ferro Vitória a Minas, um projeto
inovador no Brasil transforma os dormentes usados
em carvão vegetal de alta qualidade. A iniciativa, desenvolvida pela Vale em parceria com uma
empresa do Espírito Santo, traz ganhos econômicos e ambientais, transformando resíduos em
insumos para novos processos produtivos, gerando empregos, renda e investimentos em novas
tecnologias de reciclagem.
Foto: Will Etchebehere / Conspiração Filmes
Resíduos não minerais
A Vale, mantendo seu compromisso com a mitigação
dos impactos gerados por sua atividade produtiva,
atua na geração de valor para os resíduos não minerais. A empresa busca implantar as melhores alternativas para reciclagem, reaproveitamento e destinação
correta desses resíduos. Em 2012, a Vale implantou a
sua primeira instrução global sobre o assunto.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Case
Ferrovias mais sustentáveis
Uma solução inovadora poderá trazer ganhos sustentáveis às ferrovias da Vale. Em 2012, a empresa concluiu os testes de três tamanhos
de dormentes de plástico. A nova tecnologia substituirá a demanda
por dormentes de outros materiais, uma vez que é totalmente reciclável,
mais leve que as versões de concreto e de aço e com expectativa de vida
até cinco vezes maior que os de madeira.
Os dormentes de plástico não têm restrições de aplicação, diferentemente, por exemplo, dos dormentes de concreto ou aço, de difícil utilização em pontes ou túneis. A leveza e a facilidade no transporte, manuseio
e instalação trazem maior segurança às equipes operacionais.
A avaliação dos novos dormentes demandou rigorosos testes de laboratório, realizados na Universidade de São Paulo (USP). No fim de 2012,
o produto foi homologado para a compra e a substituição no terminal
do Porto de Tubarão. A próxima unidade que deve receber os novos
dormentes é o Terminal Portuário de Ponta da Madeira, no Maranhão, e o
uso está sendo avaliado também para a Estrada de Ferro Vitória a Minas
(EFVM) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O processo de homologação
varia de acordo com as características operacionais de cada unidade.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Eugênio Sávio
Vista aérea de trem de
passageiros, em trecho
da Estrada de Ferro
Vitória a Minas (EFVM),
em Minas Gerais, Brasil
O projeto representará uma economia de US$ 5,1 milhões para a Vale, com o corte de custos de frete para
o transporte das peças usadas e sua destruição, e também gerará uma receita de US$ 92 mil durante o período de vigência do contrato. A previsão é que sejam
fornecidas 72 mil toneladas de dormentes durante 53
meses à empresa parceira, que processará o material.
O carvão está sendo vendido para siderúrgicas da
região. Para produzir a mesma quantidade de carvão
vegetal gerada com a queima das 72 mil toneladas
de dormentes contratadas, seria necessário dispor de
uma área de 35 km2, com 200 mil pés de eucaliptos
plantados. O processo evita também o gasto de 16
milhões de litros de água, usada na manutenção do
ciclo de colheita de sete anos do eucalipto.
Resíduos perigosos e não perigosos [EN22]
Em 2012, a Vale gerou um total de 1 milhão
de toneladas de resíduos, sendo 97% não perigosos e 3% perigosos. O principal gerador é a área
de Níquel, correspondendo a aproximadamente
38% da geração total, seguida pela área de Fertilizantes com 29%. [4.13]
O total gerado em 2012 é cerca de 57% maior
que o de 2011, principalmente em função do refinamento da metodologia de apuração dos dados,
especialmente das áreas de Fertilizantes (incorporação de 288 mil toneladas de lodo, que não haviam
sido reportadas no relatório anterior). Mesmo com
a destinação desses materiais para aterros, o perfil
de destinação dos resíduos busca a sua valorização.
69
Resultados
Desafios
Em 2012, foram iniciadas
atividades para recuperação de
12,8 km² de áreas degradadas
Minimizar os impactos
no uso da terra
Parcerias com instituições públicas
e privadas colaboram para que
a empresa desenvolva projetos
de conservação e restauração nos
territórios em que está presente
Conservar e recuperar
territórios
Em 2012, a reciclagem e o aproveitamento dos
materiais, foi de, aproximadamente, 42%. [4.14]
Derramamentos [EN23]
Em 2012, foram registrados 21 derramamentos considerados críticos8, de acordo com a matriz de relevância da Vale, nas instalações da empresa, envolvendo a
ocorrência de produtos perigosos.
Esses eventos podem ter consequências ambientais relevantes, o que leva a empresa a aplicar
planos efetivos de atendimento emergencial.
Todas as unidades atuaram para a remediação
dos impactos da forma mais adequada, na investigação das ocorrências, com o objetivo de evitar
novos derramamentos.
As ações de contingência e prevenção estão de acordo com a legislação. Os derramamentos não resultaram em nenhum dano irreversível. [4.15]
Emissões atmosféricas e ruídos [EN20]
Ciente do compromisso de buscar a melhoria contínua dos mecanismos de controle das
emissões atmosféricas, ruídos e vibrações decorrentes de suas atividades, a Vale investiu, em 2012,
US$192,2 milhões no aperfeiçoamento dos pro-
Case
Resíduos que
geram valor e inclusão
A Vale promove a geração de emprego e renda por meio de seus
resíduos recicláveis, que são destinados pelas unidades para as associações de catadores nos locais onde atua em Minas Gerais. A empresa
destinou, em 2012, 496 toneladas de recicláveis (papel, papelão, plástico, vidro e madeira) para oito instituições, que contam com um total
de 144 colaboradores.
A iniciativa também envolve o apoio técnico à atuação das cooperativas, por meio da doação de equipamentos e da disponibilização de
assessoria técnica para capacitação de mão de obra, acompanhamento
de ações e orientação para comercialização desses materiais. A empresa colabora para o desenvolvimento de alternativas que contribuem
para o reconhecimento e a valorização da categoria, atuando junto às
comunidades locais.
A medida, além de transmitir valor e reconhecimento ao trabalho,
atende as premissas da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, que
reforça o aspecto social ao incentivar a valorização da atividade dos
catadores de recicláveis.
8 Derramamento significativo de acordo com a GRI corresponde
à definição de acidente crítico usada pela Vale, ou seja, aquele que
ultrapassa os limites da propriedade da unidade operacional e
apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou a saúde
e a segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a
conclusão dos procedimentos de mitigação.
70
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Quantidade consolidada
de resíduos gerados [EN22]
Resíduos não perigosos
gerados [EN22]
Em mil toneladas
Total de 1.044 mil toneladas (2012)
1%
2%
1%
10%
1.074
38%
686
19%
446
2010
2011
2012
29%
Não perigosos
Perigosos
Total
2010
2011
2012
385
603
1.044
61
83
30
446
686
1.074
Disposição e destinaçãoI
Níquel
38%
Potássio/Nitrogenados/Fosfatados
29%
Minério de ferro
19%
Logística
10%
Carvão
2%
Manganês
1%
Cobre
1%
%
[EN22]
Total de 748 mil toneladas (2012)
9%
38%
53%
%
Disposição em soloII
53%
Reprocessamento/Reciclagem
38%
Outros
9%
Outros
9%
Tratamento biológico
4%
Reúso/Rerrefino
2%
Coprocessamento
1%
Compostagem
1%
Incineração
1%
I As diferenças entre a quantidade de resíduo gerado e a
quantidade de destinação final devem-se à estocagem temporária.
II Aterro sanitário externo, aterro sanitário interno, disposição em
pilha de estéril e subsolo.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
71
cessos e na redução dos impactos. O valor é
14% maior do que aquele aplicado em 2011 e equivale a 18,7% do total destinado à área ambiental em 2012.
A partir da criação, em 2011, de uma gerência específica de Emissões Atmosféricas, Ruído e Vibração,
diversas iniciativas foram implementadas em 2012
para aprimorar a gestão desses temas. Podem ser
destacados o início de um programa de capacitação
técnica nas unidades operacionais em emissões
atmosféricas, o aumento na disseminação de boas
práticas, uma maior atuação em grupos técnicos e a
elaboração de documentos normativos através dos
subcomitês temáticos.
Em 2012, foram publicados no Sistema de Padronização Vale os Procedimentos Gerenciais de Sistema
(aplicáveis às unidades do Brasil) para a gestão de
emissões atmosféricas, gestão de ruído ambiental
e gestão de vibrações. Três Instruções Globais para
gestão desses temas foram elaboradas em 2012 e
serão publicadas internamente em 2013.
A Vale promove o desenvolvimento de produtos
supressores de poeira, em parceria com empresas
especializadas, para a redução das emissões difusas
nas operações de estocagem, manuseio e transporte
de materiais. Em 2012, a empresa realizou diversos
testes em seu túnel de vento, equipamento desenvolvido especialmente para avaliar o desempenho
de produtos supressores de poeira no transporte ferroviário de minério. Adicionalmente, foram realizados
72
Foto: Sésiom França
Wind fence no
Complexo Portuário
de Tubarão, em Vitória
(ES), Brasil
testes com supressores de poeira em vias de tráfego
não pavimentadas — prática que pode inclusive
reduzir o consumo de água.
Desde 2007, foram investidos no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo, cerca de US$ 305 milhões em
tecnologias de controle ambiental local, reduzindo
em 48% as emissões de poeira nos últimos anos. Está
em curso a instalação da sexta barreira wind fence, que
cercará o pátio de estocagem de pelotas da Usina VIII
e terá aproximadamente 1.100 metros de comprimento. As barreiras wind fence podem reduzir em até
77% as emissões de poeira nos pátios de estocagem.
Na unidade de Ouro Preto, foi concluída a implantação
do sistema para a redução de emissões de material
particulado no forno de produção de ferroligas. O projeto custou US$ 16,2 milhões e é inovador por utilizar
um filtro de mangas como sistema de despoeiramento em forno fechado. Ao contrário do sistema usual
(lavador de gases), o filtro de mangas não utiliza água,
gerando um resíduo final sólido seco, em vez de lama.
Outra iniciativa é a utilização de técnicas de hidrossemeadura, que permitem o rápido crescimento de
espécies vegetais e impedem a geração de poeira
pela ação do vento em superfícies com solo exposto.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Emissões de material particuladoI
[EN20]
Em mil toneladas
9,9
9,5
6,6
2010
2011
2012
2010
2011
2012
Níquel
3,3
3,6
4,2
Pelotização
2,1
3,6
3,4
Fertilizantes
0,2
2,0
2,0
Manganês
0,1
0,3
0,3
Alumínio
0,9
—
—
Total
6,6
9,5
9,9
I As emissões de carvão e cobre não foram consideradas
significativas.
Em 2012, a Vale emitiu9, através de fontes fixas
pontuais, 9,9 mil toneladas de material particulado,
geradas, principalmente, nas unidades de Níquel,
Pelotização e Fertilizantes.
Houve um aumento de 4,2% na emissão de material particulado em 2012, em relação a 2011. Esse
aumento deve-se, principalmente, às operações de
Sudbury, no Canadá, cujo equipamento de controle
apresentou um desempenho atípico no primeiro
semestre de 2012, resultando em um aumento na
produção de poeira.
O ramp-up10 da usina pelotizadora de Omã, que
apresentou um aumento de produção de 215%,
também contribuiu para o acréscimo nas emissões.
As emissões de material particulado de fontes fixas
pontuais, de óxidos de nitrogênio (NOx) e óxidos de
enxofre (SOx) não possuem efeito global, tendo impactos limitados à qualidade do ar nas regiões onde
ocorrem as operações. A Vale também monitora as
emissões de NOx e SOx. [4.16]
A Vale monitora de forma sistemática o ruído ambiental11 provocado por suas operações e identifica
constantemente oportunidades para reduzir seus
impactos. Em 2012, foi desenvolvido um projeto
experimental de barreira acústica na Estrada de Ferro
9 Algumas áreas saíram do escopo de reporte de 2012: Cadam,
Vale Manganèse France e Vale Manganese Norway, que, juntas,
representaram 1,3% do número de 2011 da Vale. Nenhuma área
nova, em relação ao escopo de 2011, entrou no reporte de 2012.
10 Aumento da produção desde o início da operação até a
utilização da capacidade máxima da unidade. Fase caracterizada por
testes e ajustes operacionais.
11 Ruído resultante das atividades da empresa verificado
externamente ao empreendimento, onde se encontram os
receptores afetados (comunidades).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Vitória a Minas, com o objetivo de avaliar o potencial
de atenuação acústica dessa tecnologia.
Redução de emissões na siderurgia
A Vale tem participação de 26,87% do capital
social da Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do
Atlântico (TKCSA). Localizada em Santa Cruz, no Rio
de Janeiro, a joint venture, em função da tecnologia
empregada na planta, projeta ter a menor intensidade de emissão de carbono entre as siderúrgicas
mundiais, com base no reaproveitamento de gases e
calor para geração de energia.
Enquanto a média mundial de emissão das siderúrgicas é de 2,26 t CO2 /t aço produzido, a TKCSA projeta
alcançar 1,65 t CO2 / t aço. Com base no inventário
realizado, a TKCSA alcançou 1,83 t CO2 / t aço, mesmo
sem estar com a produção em carga máxima. Utilizando duas turbinas a gás e uma a vapor com capacidade
nominal de 490 MWh de energia elétrica, a TKCSA é
autossuficiente em energia elétrica e exporta energia
para o sistema elétrico da Região Sudeste do Brasil.
A partir de um Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC) assinado com o Governo do Estado do Rio
de Janeiro em 2012 e aditivado em 2013, a TKCSA já
cumpriu 85% das cerca de 130 ações de melhorias,
identificadas a partir de uma auditoria independente, para obtenção da licença de operação. Uma das
principais ações da TKCSA foi a instalação de um
sistema de despoeiramento nos poços de emergência, desenvolvimento inovador na siderurgia mundial.
O sistema, inaugurado em 2012, registra eficiência
de captura de partículas de grafite superior a 98%,
atestada pelos técnicos do Instituto Estadual do
Ambiente (Inea). Os demais itens vão desde pavimentação de ruas dentro do complexo industrial até
estudos sobre dispersão atmosférica.
73
Em 2010, foram registrados dois episódios de dispersão de poeira para a comunidade e, após quase dois
anos sem ocorrência, em outubro de 2012, aconteceu
outro caso de menor dimensão. A TKCSA tomou as
providências para reduzir as chances de novas ocorrências. Em nenhum desses episódios houve violação
dos padrões legais de qualidade do ar quanto aos poluentes monitorados. Conforme o Índice de Qualidade
do Ar (IQA), monitorado pelo Inea e pelo município
do Rio de Janeiro, desde a fase anterior à instalação
até hoje, o ar da região encontra-se dentro das faixas
de qualidade “Boa” e “Regular”12 e em atendimento ao
parâmetro legal, com registro de qualidade melhor do
que de bairros do Rio de Janeiro, como Copacabana,
Botafogo e Centro.
Em relação à exposição dos moradores da região ao
material particulado, foi realizado um estudo pela
Secretaria de Estado do Ambiente (SEA)13 no período
de janeiro de 2011 a agosto de 2012, complemen-
12 Concentrações de poluentes no ar ambiente toleráveis e em
conformidade com os padrões da legislação brasileira (Conama) e
do Estado do Rio de Janeiro.
13 Relatório disponível em http://www.thyssenkrupp-csa.com.br
» Publicações » Relatórios » Relatório Grupo de Trabalho Resolução
SEA nº 195 — Saúde.
tado pela PUC/RJ com base nos dados do Inea de
2011. Conclui-se que as médias anuais de partículas
respiráveis (PM 2.5) em duas estações de monitoramento da qualidade do ar foram menores do que a
média estabelecida pela EPA (Órgão Ambiental Americano) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além disso, confirmou-se também que as emissões
estavam de acordo com o padrão que fornece proteção à saúde pública, incluindo populações sensíveis,
como asmáticos, crianças e idosos.
Gestão e conformidade ambiental [EN26, EN28]
Para garantir o cumprimento da Política de Desenvolvimento Sustentável, a Vale conta com diversos
instrumentos de gestão para o desenvolvimento de
projetos de capital. São exemplos o Guia de Boas Práticas em Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente
e a metodologia da Licença para Operar.
Também a fim de garantir o compromisso com a
Política de Desenvolvimento Sustentável, a Vale
desenvolveu o Sistema da Gestão Ambiental (SGA),
um modelo global com ênfase na mitigação de
potenciais impactos e na prevenção de riscos associados às operações, considerando as leis de cada
país. Os requisitos do SGA estão contemplados em
uma norma global (Norma 008) e são mais restritivos
Wind fences
-77%
As barreiras que
diminuem a
velocidade do vento
sobre as pilhas de
carvão, pelotas e
minério reduzem em
77% as emissões de
poeira em Vitória (ES).
Gestão da
biodiversidade
83% das unidades
que requerem plano
especial para gestão
da biodiversidade
já o implantaram.
74
30
mil
hectares
ES
Reflorestar
30 mil hectares, ou o equivalente
à área de 46 mil campos de futebol.
É o quanto o projeto Reflorestar,
iniciativa do Governo do Espírito
Santo apoiada pela Vale, vai ampliar
a cobertura florestal do estado.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Márcio Dantas Valença
Vista aérea do
Terminal da Ilha
Guaíba (TIG), em
Mangaratiba (RJ),
Brasil
que os da ISO 14001, norma referência em gestão
ambiental. Um dos objetivos do SGA é o aprimoramento contínuo das práticas da Vale.
Em 2012, foram aplicados aproximadamente
US$ 110 milhões em gestão ambiental, 11% do total
de dispêndios da Vale voltados ao meio ambiente.
Nesse ano, a empresa também deu continuidade à
expansão e à consolidação do SGA, que ocorre
desde 2010, em todas as localidades em que atua.
A Vale realiza a gestão embasada no monitoramento
e na avaliação permanente de suas operações, com o
estabelecimento de requisitos mínimos, incluindo a
realização de auditorias anuais.
Na gestão de riscos ambientais, a Vale utiliza procedimentos técnico-operacionais, dispositivos de controle,
equipes qualificadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas para identificar e minimizar os riscos de
suas operações, além de se manter em conformidade
com a legislação e com os demais requisitos aplicáveis.
Um dos procedimentos adotados é uma instrução
corporativa relativa ao gerenciamento de riscos,
que tem como objetivo apresentar uma sistemática
de análise das situações de risco e seus efeitos nas
diversas fases do ciclo de vida dos empreendimentos, buscando identificar, avaliar, controlar, minimizar
e prevenir riscos dos processos, atividades, serviços e
produtos e suas consequências, através de ferramentas adequadas a cada cenário.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
No Brasil, a Vale está adotando as providências
necessárias para atender às novas regras de comprovação de Reserva Legal por meio de Cadastro
Ambiental Rural (CAR), conforme estabelecido pela
nova Lei Florestal (Lei 12.651, de 25/05/2012).
Em 2012, foi registrada a ocorrência de quatro novos
casos14 de não conformidade ambiental. Nesse
período, não foi realizado nenhum pagamento de
multa relevante nem aplicada nenhuma sanção de
caráter não monetário15. [4.17]
14 Os processos são considerados relevantes com base em
pelo menos um dos seguintes critérios: a) em razão do valor,
incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas
(processos judiciais — maior do que 10% do ativo circulante — e
processos administrativos ambientais — mais de US$ 2,5 milhões);
b) em razão de tema de interesse da empresa ou de repercussão
no público em geral, independentemente de valor; c) os
decorrentes de sanções não monetárias.
15 Neste relatório, a Vale continua expressando os casos
existentes e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto, a
empresa passou a divulgar apenas os valores que apresentam uma
quantia certa reconhecida como devida ou já paga, para melhor
atender ao escopo do indicador EN28 da GRI e para evitar eventuais
distorções com relação à realidade dos processos administrativos
e judiciais que, por estarem ainda pendentes de decisão final,
normalmente não apresentam definição ou precisão quanto aos
valores monetários em discussão. De qualquer forma, encontra-se
disponível no Relatório 20-F da Vale uma estimativa de provisão de
valores, conforme critérios contábeis.
75
Planeta
Mudanças climáticas
e energia
A Vale tem como compromisso reduzir 5%
das suas emissões globais de gases de efeito
estufa (GEE) projetadas para 2020 (Meta
Carbono). A empresa acredita na importância
de engajar sua cadeia de valor, e essa foi
uma das suas principais frentes de atuação
em 2012, capacitando 55% de fornecedores
convidados por meio de treinamentos sobre
inventários de emissões de GEE.
Hoje, os contratos da Vale com seus fornecedores
já contam com cláusula voluntária de realização de
inventário. Esse compromisso reflete a preocupação da
empresa com os efeitos das mudanças climáticas sobre
os seus negócios, os recursos naturais e a sociedade.
Para alcançar sua meta global e conduzir a empresa
para uma economia de baixo carbono, a Vale conta
com o apoio e a expertise das áreas operacionais e de
seus centros de pesquisa, que buscam soluções tecnológicas inovadoras e em atividades como captura
de carbono e diversificação da matriz energética a
partir de fontes renováveis.
Um exemplo é a área de Logística, que compreende as emissões das ferrovias e dos navios próprios
e responde por cerca de 10% das emissões de GEE
da Vale. O controle do consumo e uso de combustível menos intensivo na emissão de carbono
e as ações de eficiência energética foram as principais iniciativas mapeadas para reduzir as emissões
nas ferrovias da Vale.
A gestão energética da Vale é outro aspecto primordial para o cumprimento da Meta Carbono.
Nesse sentido, foram concluídos 25 projetos de
eficiência energética em diferentes áreas de negócios,
incluindo as áreas de uso mais intensivo de energia —
Fertilizantes e Pelotização —, gerando uma economia
de cerca de 53 mil MWh (cerca de US$ 6 milhões/
ano). Para garantir o alinhamento com o compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa
76
na Vale, indicadores de mudanças climáticas foram
incluídos no Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS).
Ainda como exemplos desse compromisso, podem
ser citados os 15 projetos de pesquisa relacionados
a mudanças climáticas e energia desenvolvidos pelo
Instituto Tecnológico Vale (ITV).
Os investimentos da Vale em energia limpa avançaram com os projetos de Estreito, inaugurado
em 2012, e Belo Monte, em construção, com geração
assegurada de energia hidrelétrica de 641 MW
e 4.571 MW médios1, respectivamente. A Vale atua
em parceria nesses empreendimentos e mantém
o seu compromisso com a gestão eficiente dos
impactos socioambientais.
Estratégia em mudanças climáticas
A estratégia da Vale para tratar o tema mudanças
climáticas é baseada nos pilares definidos pela Carta
Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas2 . Anualmente, a Vale quantifica as suas emissões de GEE
e identifica oportunidades de captura/sequestro de
carbono e redução de emissão, além de desenvolver
e atualizar documentos normativos com diretrizes
corporativas sobre o tema. Em 2012, inclusive, a
Política Global de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas da Vale, que define as diretrizes
corporativas para a Vale sobre o tema, foi atualizada
1 Os valores de geração informados referem-se à energia
assegurada de toda a usina e não somente à participação da Vale:
Estreito (30%) e Belo Monte (9%).
2 Publicada em 2009. Disponível no site http://www.vale.com/
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Mosaico Imagem
Navio Vale Espírito
Santo, no Porto
de Tubarão, em
Vitória (ES), Brasil
de forma a incluir novos compromissos, como é
o caso da Meta Carbono.
A empresa possui ferramentas que permitem analisar riscos e oportunidades em termos de emissões
de GEE para a Vale. Uma delas realiza a projeção
das emissões de GEE de acordo com os dados do
planejamento estratégico de longo prazo, por área
de negócio. Adicionalmente, em 2012, o Guia para
Redução de Emissões de GEE foi revisado para
melhor auxiliar as unidades operacionais a cumprirem a Meta Carbono. Também foi desenvolvida
uma ferramenta que permite simular emissões de
GEE: o Simulador de Emissões. Essa ferramenta é
apresentada em formato amigável e permite aos
tomadores de decisão comparar alternativas em
termos de emissões. [4.18]
Se você não sabe o quanto está consumindo
e quanto custa, como poderá reduzir o consumo?
Alexander MacDowall, superintendente de
energia, responsável pela criação de um sistema
para medir o consumo energético
Clydach, Reino Unido
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Engajamento [IP4.17]
Além da gestão das próprias emissões, a Vale
busca mobilizar sua cadeia de valor para o mesmo
objetivo. Para avançar nessa agenda, a empresa
deu continuidade à série de treinamentos para
seus fornecedores em inventários de emissões
de GEE, iniciada em 2011. Em 2012, a Vale treinou
fornecedores na América do Norte, Europa, África
e Ásia, alcançando, desde o início da iniciativa, 55%
de seus fornecedores convidados, o que representa um total de 170 treinados, dos cerca de 300
que foram convidados.
Adicionalmente, a empresa atua junto a atores
relevantes, como o Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e
o Conselho Internacional de Mineração e Metais
(ICMM, na sigla em inglês), com o intuito de contribuir para a consolidação de políticas públicas e
setoriais sobre o tema. [4.19]
Projetos de redução e captura de carbono [EN18]
Com o estabelecimento da Meta Carbono, a Vale
tem reavaliado seus processos e buscado ser mais
eficiente em suas atividades e projetos. A empresa
mantém projetos de redução de N2O nas plantas
de ácido nítrico das unidades 1 e 2 de Cubatão,
de substituição de óleo combustível por gás natural
nas pelotizadoras de Fábrica e do Complexo de
Tubarão (ES) e de recuperação energética em Dalian
(China), onde se passou a recircular ar quente e
utilizá-lo para secagem de produtos.
77
Resultados
Compromissos
Reduzir em 5% as emissões
de GEE projetadas para 2020
e influenciar a cadeia de valor
no mesmo sentido
Desenvolvimento de projetos de
redução e captura de carbono
Capacitação de 170 fornecedores
em inventário de emissões de GEE
Os projetos das unidades 1 e 2 de Cubatão são registrados no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pela Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC,
sigla em inglês), e promovem, juntos, uma redução
de cerca de 280 mil tCO2e3 ao ano. Já os projetos de
Fábrica, Complexo de Tubarão e Dalian representam
uma redução de 402 mil tCO2e ao ano.
Em 2012, foram implantadas iniciativas em unidades
operacionais, como Complexo de Mariana, mina
de Água Limpa e mina de Voisey’s Bay. Em Mariana,
houve a substituição das retroescavadeiras antigas
por outras novas, que consomem menos diesel. Em
Água Limpa, reduziu-se a distância média transportada, com os objetivos de diminuir o consumo de
combustível e aumentar a produtividade da mina.
Em Voisey’s Bay, um aquecedor elétrico de gerador
foi substituído por um sistema à base de glicol, que
resultou na redução no consumo de óleo diesel e,
consequentemente, na emissão de GEE. Juntas, essas
ações reduziram as emissões em 1,3 mil tCO2e.
Em suas minas de carvão, a Vale implanta mecanismos de redução de emissão de metano e tem como
uma de suas premissas básicas o compromisso de
destinar recursos ao desenvolvimento de projetos de
3 CO2 equivalente: unidade de medida de emissão de gases de
efeito estufa. Essa medida considera a conversão de todos os tipos
de GEE, com base nos seus potenciais de aquecimento global.
78
pesquisa para captura e armazenamento de carbono
(ver case na próxima página).
Todos os projetos citados totalizam um redução de
emissão de aproximadamente 1,4 milhão de tCO2e.
Com o intuito de agregar ainda mais valor às áreas
florestais que a Vale protege, em 2012 se realizou um
esforço para quantificar o estoque de carbono de
parte delas no Brasil. Concluiu-se que as 17 Reservas
Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) da Vale
no estado de Minas Gerais têm estocado 3,5 milhões
de toneladas de CO2, o equivalente às emissões
somadas das áreas de Fertilizantes e Carvão em um
ano, e a RNV no estado do Espírito Santo armazena
aproximadamente 9,3 milhões de toneladas de CO2,
o equivalente às emissões anuais das áreas de Pelotização, Níquel e Minério de Ferro.
O Vale Florestar é outra iniciativa que contribui para o
sequestro e a estocagem de CO2. Em 2012, a Vale registrou o Projeto Carbono do Vale Florestar no âmbito
do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
A obtenção desse registro significa que o sequestro
de carbono ao longo de 17 anos, estimado, em média, em 4,7 milhões de tCO2 , pode ser convertido em
créditos de carbono, emitidos pela UNFCCC. Além disso, a Vale e o Instituto Tecnológico Vale (ITV)
vêm desenvolvendo uma série de pesquisas relacionadas ao tema mudanças climáticas e eficiência energética, entre elas, “Sequestro de carbono e recuperação das
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Leonardo Ferreira
Caminhão operando
em Moatize, na
província de Tete, em
Moçambique
Case
florestas desmatadas de mangue na península de Ajuruteua, no município de Bragança no Pará”, “Produção e
utilização de finos de biomassa em co-firing com carvão
em altos-fornos” e “Processos inovadores, sustentáveis e
integrados para obtenção de biodiesel e hidrogênio”.
Na Vale Austrália, a instalação de ventiladores promove a circulação
do ar nas minas de carvão subterrâneas, o que colabora para diluir a
concentração do metano gerado durante a lavra para níveis seguros.
Essa ação de segurança é complementada por sistemas de poços de
drenagem, antes e depois da lavra, que extraem gases com elevada
concentração de metano. Esse gás é usado para geração de energia
ou queimado, de modo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa
(GEE). Em 2012, na mina Integra, poços que extraem os gases da área
lavrada (mina subterrânea) transferiram 34,8 milhões de m3 desse gás,
por meio de uma rede de tubulação, para uma usina termelétrica. Esse
processo gerou eletricidade equivalente a 361.000 MWh, o suficiente
para abastecer cerca de 55 mil famílias australianasI por um ano, evitando a emissão do equivalente a 207 mil tCO2e.
Energia [EN5, EN7]
Ao longo dos anos, a Vale busca promover a
conservação e o uso racional de energia por meio
do mapeamento e da implantação de oportunidades de redução de consumo (tanto em operações
existentes quanto em projetos de capital), da adoção
de ferramentas de gestão de energia, da revisão e
elaboração de documentos técnicos com foco no
uso racional do recurso e da realização de workshops
e fóruns técnicos para mobilizar diversas áreas da
empresa sobre o potencial de economia de energia.
Sistema reduz emissões
em minas de carvão
Em Carborough Downs, o sistema de poços de drenagem extrai os gases das minas de carvão antes que seja iniciada a lavra e os envia para
combustão em um flare (equipamento de combustão), para transformar o gás extraído em CO2 e H2O. Em 2012, 46,1 milhões de m3 de gás
(91,2% CH4 e 0,3% CO2) foram queimados, evitando uma emissão total
de 502 mil tCO2e, a mesma quantidade produzida por, aproximadamente, 140 mil carros por ano na AustráliaII.
I Baseado no consumo médio de uma habitação australiana, de 6.570 KWh/ano.
II Baseado em 15 mil quilômetros viajados com consumo de 10L/100 km de combustível
derivado de petróleo.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Em 2012, os investimentos em projetos de eficiência
energética somaram US$ 22,3 milhões. Outros US$ 3,8
milhões foram aportados em serviços de engenharia, focados na redução do consumo de energia em
unidades operacionais e projetos de capital.
Nesse sentido, o mapeamento e a implantação de
oportunidades de redução de consumo de energia
tiveram continuidade em 2012. Foram identificados
47 projetos para a carteira de melhorias. Somado o
potencial de todas as ações, a economia anual de
energia será de 101 mil MWh (aproximadamente 364
mil GJ), suficiente para atender aproximadamente
670 mil residências no mesmo período.
79
Muitos dos projetos dessa carteira são plurianuais. Das
47 iniciativas, 25 projetos de eficiência energética em
diferentes áreas de negócios, incluindo as com uso
mais intensivo de energia — Fertilizantes e Pelotização
—, foram concluídos em 2012, com investimentos de
US$ 6,8 milhões. A economia financeira foi de US$ 5,7
milhões ao ano, o que corresponde a US$ 43 milhões,
considerando a vida útil dos projetos. Em insumos, 3,2
milhões de litros de diesel e 53 mil MWh serão economizados, o que representa uma redução de emissões
de cerca de 17 mil toneladas de CO2e.
ramento do desempenho energético dessas unidades e o
mapeamento de oportunidades de redução do consumo.
Outro exemplo de ação estratégica é o projeto de substituição do transporte de materiais por meio de caminhões
a diesel por um mineroduto, movido a energia elétrica. A
iniciativa consiste no bombeamento de produtos da usina
Água Limpa, em Minas Gerais, direto para o embarcadouro,
em um trajeto de 5,5 quilômetros. Em 2012, a empresa
concluiu a engenharia detalhada desse processo e disponibilizou os recursos para a compra de parte dos equipamentos necessários. Veja mais informações e a tabela de
iniciativas de eficiência energética. [4.20]
O mapeamento das oportunidades da redução de
consumo de energia permite que a empresa identifiEmissões de GEE [IP4.17, EN16, EN17]
que as áreas com maior potencial para o desenvolviAs emissões totais de GEE da Vale, definidas como a
mento de ações estratégicas, com foco nos sistemas
de transporte de material (bombeamento, transporta- soma das emissões de escopo 14 e de escopo 25, foram
dores de correias), de utilidades (ventilação, captação de 17,9 milhões de toneladas de CO2 equivalente em
2012. Para comparar as emissões de forma consistente,
de água, ar comprimido) e termointensivos (fornos,
caldeiras, queimadores) que apresentem oportunida- foi necessário recalcular o inventário de 2011, considerando o mesmo escopo de reporte de 2012 (as emisdes de redução de consumo.
Em 2012, foi concluída também a implantação do
Sistema de Informação de Energia nas operações da
Pelotização de Vitória e na Vale Fertilizantes (inclusive
Bayóvar, no Peru). Essa ferramenta permitirá o monito-
4 Escopo 1: emissões diretas de uma organização, abrangendo as
emissões pelo uso de combustível e por processos produtivos.
5 Escopo 2: emissões indiretas de uma organização, abrangendo as
emissões pela compra de energia elétrica e de vapor de processo.
Emissões de gases de efeito estufa [EN16]
Emissão por fonteI
Escopos 1 e 2 – milhões de toneladas de CO2e
Escopos 1 e 2 – Total de 17,9 milhões de toneladas de CO2e (2012)
[EN16]
8%
8%
20,0
32%
17,9
16,6
23%
2010
2011
2012
29%
2010
2011I
2012
Escopo 1
18,7
15,8
16,4
Escopo 2
1,3
0,8
1,5
20,0
16,6
17,9
Total
Atividade – desagregado
80
32%
Combustão móvel
Combustão estacionáriaII
29%
Processo industrial
23%
III
Compra de eletricidade e vapor
8%
Fugitivas
8%
IV
I Emissões totais de 2011 recalculadas: 16,6 milhões de toneladas
de CO2e. As emissões divulgadas no ano anterior, antes da correção,
foram de 16,9 milhões de toneladas de CO2e.
2012
I As emissões agrícolas da Vale representaram
aproximadamente 0,1%.
II Consumo de combustível, uso de explosivos e flare.
III Pelota queimada, níquel e coprodutos, ferroliga, amônia e ureia,
rocha fosfática e acido nitrico.
IV Mineração do carvão, atividades pós-mineração e gases
refrigerantes.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Emissões indiretas de GEE
da ValeI [EN17]
Emissões indiretas de GEEII
Escopo 3 – milhões de tCO2e
4%
308,7
[EN17]
Escopo 3 – Total de 235,0 milhões de toneladas de CO2e (2012)
4% 2% 1%
235,0
89%
91,2
2010
2011
2012
%
I O arrefecimento das emissões relacionadas ao escopo 3 são
consequência da redução de atividades na etapa downstream na
cadeia de valor da Vale.
Processamento de produtos (minérios e ferroligas)
89%
Uso de produto da Vale (carvão térmico e fertilizante)
4%
Fonte móvel contratada
4%
Compras de materiais e serviços
2%
Compras de insumos energéticos e eletricidade
1%
II As categorias de compra de bens de capital, viagens
aéreas de funcionários e transporte terrestre contratado, não
apresentaram emissões significativas.
sões das fusões e aquisições e a dos desinvestimentos) e incorporando as mudanças metodológicas
realizadas no inventário atual. Destacam-se a venda
das plantas de ferroligas na França e Noruega, de
carvão na Colômbia e de caulim no Brasil. Além disso,
em razão da melhoria na coleta de dados das minas
da Austrália, houve uma revisão retroativa dos dados
reportados para 2011, com a inclusão de fontes de
emissão significativas6.
O valor das emissões totais de GEE do inventário para
o ano de 2011 foi ajustado de 16,9 tCO2 para 16,6
milhões de tCO2e. Considerando as emissões totais,
houve um aumento de 4% das emissões de escopo 1 em relação a 2011, de 15,8 milhões de tCO2e
em 2011 para 16,4 milhões de tCO2e em 2012. Essa
variação deve-se ao crescimento orgânico em alguns
negócios, como a ampliação da frota de navios Vale
em substituição a navios fretados, a inclusão das
operações de cobre de Tres Valles e de carvão de
Moatize e o aumento de produção em Omã.
Em relação ao escopo 2, houve um aumento de
cerca de 80% das emissões em relação a 2011, de
0,83 milhão de tCO2e em 2011 para 1,5 milhão de
6 Houve aumento nas emissões de escopo 1, já que fontes
significativas de emissões não estavam sendo incluídas. Após essa
correção, essas fontes foram incluídas retroativamente.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
tCO2e em 2012, apesar de a Vale manter um consumo
de energia elétrica semelhante. Isso se deve, principalmente, ao aumento do fator de emissão de GEE do
Sistema Interligado Nacional (SIN) no Brasil, pois 2012
foi um ano com poucas chuvas, e a parcela de energia
renovável na matriz elétrica foi menor. Além disso, o
aumento de produção em Omã também contribuiu
para esse acréscimo, nas emissões de escopo 2.
Aproximadamente 61% das emissões totais da Vale são
resultantes do uso de combustíveis para fins energéticos em atividades de lavra e transporte interno nas
minas, serviços de logística, aquecimento de fornos,
geração de energia termelétrica e produção de vapor;
23% resultam dos processos industriais (produção);
aproximadamente 8% de emissões fugitivas na
mineração do carvão, atividades pós mineração e uso
de fluido refrigerante; e cerca de 8% de compra de
eletricidade e vapor (escopo 2).
Dentre os 23% de emissões de processos industriais,
destacam-se a produção de pelotas e a produção de
níquel como as maiores emissoras de GEE. O gráfico
da página anterior ilustra a distribuição das emissões
totais (escopos 1 e 2) da Vale de acordo com os diferentes tipos de fontes.
Em relação às outras emissões indiretas (escopo 3),
que incluem a cadeia de valor da Vale, a distribuição
das fontes segue conforme o gráfico acima. As catego81
Foto: Paulo Arumaá
Vista aérea da Usina
Hidrelétrica de Igarapava,
localizado na divisa dos
estados de São Paulo e
Minas Gerais, no Brasil
rias7 do escopo 3 mais representativas são processamento e uso do produto, compra de materiais e serviços, compra de insumos de processo e compra
de insumos energéticos. [4.21]
Institucionais — com a missão de criar uma ferramenta
voltada para os principais riscos regulatórios. Esses riscos são classificados e encaminhados para análise pelo
grupo, de acordo com seu potencial impacto.
Gestão de risco [EC2]
A Vale monitora regularmente os riscos mais significativos relativos a mudanças climáticas e os publica,
anualmente, no questionário do CDP8, no qual também divulga as informações sobre sua gestão de
emissões de GEE.
Além dos riscos, a empresa também identifica oportunidades relacionadas às mudanças climáticas. Na esfera regulatória, a manutenção e o crescimento de
mercados associados ao carbono podem vir a prover
soluções para desonerar projetos. Veja a tabela de
riscos e oportunidades. [4.22]
Os riscos são classificados como físicos, regulatórios
ou outros riscos. A imposição de impostos e taxas
específicas, por exemplo, é um risco regulatório que
pode apresentar restrições ao modelo operacional,
levando ao aumento de custos.
Geração de energia
A energia é um insumo extremamente relevante
para os negócios da Vale e ocupa um lugar estratégico em seu planejamento. A empresa busca a garantia de suprimento energético para a continuidade
de suas operações, investindo em fontes renováveis,
eficiência energética e tecnologia.
Duas iniciativas relevantes foram desenvolvidas em
relação a essa questão, em 2012. Uma delas foi o
avanço na análise dos documentos normativos da
empresa com relação à gestão de riscos e à verificação
de como os riscos físicos das mudanças climáticas
poderiam ser inseridos nos processos já existentes. A
outra foi a constituição de um grupo — formado pelos
setores Jurídico, de Mudanças Climáticas e de Relações
7 As categorias foram definidas de acordo com o
documento Corporate Value Chain (Scope 3) Accounting and
Reporting Standard.
8 O CDP é uma organização internacional, sem fins lucrativos,
que desenvolveu um sistema global para que empresas e cidades
possam medir, publicar, gerenciar e compartilhar informações
sobre emissões e outros temas ambientais.
82
Em 2012, a Vale deu importantes passos rumo a esse
propósito. A usina de Estreito, hidrelétrica instalada na
parte maranhense do rio Tocantins, com potência instalada de 1.087 MW, resulta em uma energia assegurada
de 641 MW médios9, com investimentos de US$ 97,3
milhões em 2012. Essa potência é capaz de abastecer
uma cidade de aproximadamente 3 milhões de habitantes. A Vale detém 30% de participação no consórcio
Estreito Energia, correspondendo a uma energia asse-
9 Os valores de geração informados referem-se à energia
assegurada de toda a usina, e não somente à participação da Vale:
Estreito (30%).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Matriz energética consolidada
[EN3, EN4]
Total de 225 mil TJ (2012)
Renovável
20%
Eletricidade renovável Grid
Combustível renovávelI
Não renovável
80%
20%
14%
6%
80%
Diesel
22%
Gás natural
15%
Óleo combustível
12%
Combustíveis de navegação
10%
Carvão mineral e coque
9%
Eletricidade não renovável Grid
5%
OutrosII
8%
I PCHs, biomassa, biodiesel, etanol e carvão vegetal.
II Gases Combustíveis, Gasolina, Querosene, Propano, HLR,
Metanol e Jet Fuel, Eletricidade e Vapor (fora do Grid).
gurada de 192 MW médios, ou o equivalente a 21% da
energia consumida pela Vale no Brasil em 2012.
Com essa inauguração, a empresa passa a ter
participação societária em 12 usinas hidrelétricas
e nove pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em
operação no Brasil (UHEs Igarapava, Porto Estrela,
Funil, Candonga, Aimorés, Capim Branco I, Capim
Branco II, Machadinho e Estreito e PCHs Ituerê, Mello,
Glória e Nova Maurício), Canadá (PCHs High Falls I e
II, Wabagishik, Nairn e Big Eddy) e Indonésia (UHEs
Balambano, Larona e Karebbe).
A Vale detém 9% de participação na Norte Energia,
Sociedade de Propósito Específico para a construção
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (potência de
11.233 MW e 4.571 MW médios de energia assegurada10), que tem entrada em operação prevista para
2015. Belo Monte será capaz de atender 40% do consumo residencial de todo o país, configurando um
investimento primordial para atender ao crescimento
econômico e social brasileiro.
A empresa também deu continuidade aos estudos
para geração de energia eólica, avançou no seu programa de biodiesel e aperfeiçoou a gestão do tema
na Vale. Os investimentos em fontes renováveis, em
2012, somaram US$ 120,1 milhões, sendo US$ 112,1
milhões (capital) em projetos de hidrelétricas, US$ 4,5
10 Os valores de geração informados referem-se à energia
assegurada de toda a usina, e não somente à participação da Vale:
Belo Monte (9%).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
milhões (corrente) em hidrelétricas e US$ 3,5 milhões
(pesquisa e desenvolvimento) em biomassa, eólica e
hidráulica. Sendo assim, hoje, 20% da matriz energética da Vale vêm de fontes renováveis.
UHE Belo Monte
Investimentos em projetos de geração de energia,
como a hidrelétrica de Belo Monte, são de grande
importância para sustentar o crescimento econômico
do Brasil e garantir energia para as operações da Vale.
Antes de se associar ao projeto, a empresa se preocupou em analisar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA),
o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e o Plano
Básico Ambiental (PBA), para se certificar de que
Belo Monte é um empreendimento alinhado com as
diretrizes de sustentabilidade.
Os investimentos socioambientais da UHE Belo
Monte totalizarão US$1,9 bilhão. Em atendimento
às licenças ambientais, os programas definidos no
PBA foram aprovados pelo Ibama. O Componente
Indígena (PBA–CI), sob a orientação da Fundação
Nacional do Índio (Funai), considerou as expectativas indígenas identificadas durante as reuniões de
consultas prévias à emissão das licenças ambientais.
Além da implantação dos programas de mitigação e
compensação de impactos ambientais previstos, o
projeto prevê investimentos na infraestrutura básica
local, em especial nas áreas de saúde, educação
e segurança pública. No âmbito regional, o empreendedor é coparticipante do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS), no qual
serão aportados US$ 255,8 milhões destinados ao
desenvolvimento de projetos inseridos em quatro
83
Resultados
Compromisso
Investimentos em energia limpa
Investir em fontes renováveis
de energia, eficiência energética
e inovação tecnológica
Conclusão de 25 projetos de
eficiência energética
Desenvolvimento de 15 projetos
pelo Instituto Tecnológico Vale
eixos temáticos: ordenamento territorial, regularização fundiária e gestão ambiental; infraestrutura para
o desenvolvimento; fomento às atividades produtivas, e inclusão social e cidadania.
Esses projetos destinam-se aos 11 municípios próximos à UHE Belo Monte e que fazem parte do Consórcio Xingu. Os projetos são selecionados e acompanhados por câmaras técnicas e por um comitê gestor,
coordenado por representante da Casa Civil e do qual
fazem parte, também, representantes dos governos federal, estadual e municipal, representantes dos setores
econômicos da região, ONGs e entidades sindicais.
A Vale acredita, assim, que o projeto deixará um
legado positivo para a região e sua área de influência. Para mais informações, consulte o site da Norte
Energia (www.norteenergiasa.com.br).
UHE Estreito
O investimento da Vale na UHE Estreito, assim como
em Belo Monte, visa assegurar energia renovável a
um custo competitivo.
A UHE conta com programas ambientais e ações
de responsabilidade social, com iniciativas nas áreas
de conservação ambiental, valorização do patrimônio
cultural e histórico, cidadania, educação, saúde, cultura e lazer, com efetiva participação das comunidades.
Os investimentos sociais preveem a implantação de
118 projetos, dos quais 74 já foram concluídos.
84
Foram também firmados com as prefeituras
dos 12 municípios da área de abrangência Termos
de Compromisso Mútuo (TCM), para a realização de
obras e serviços nas áreas de infraestrutura, saúde,
educação e segurança. Essas obras e serviços, que
não estão previstos nas compensações e mitigações do processo de licenciamento ambiental do
empreendimento, foram definidos em conjunto
com as prefeituras, conforme as principais necessidades das comunidades, como: aquisição de novos
equipamentos médicos e ambulatoriais e reformas
de hospitais; reforma e ampliação de postos de saúde; e construção e reforma de escolas, bibliotecas
e sedes administrativas municipais. Também foram
realizadas parcerias com os governos estaduais.
Para mais informações, consulte o site do Consórcio
Estreito Energia (www.uhe-estreito.com.br).
Biodiesel
Alinhada com seus compromissos ambientais, a Vale
tem a meta de alcançar o nível de 20% de biodiesel
(combustível de origem renovável) na mistura do
combustível utilizado em suas operações no Brasil.
Em 2015, no segundo semestre, uma usina de biodiesel, projetada com a capacidade de produção de
200 mil toneladas por ano, iniciará suas operações,
com o intuito de atender à demanda das atividades
do Sistema Norte.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Consumo consolidado
de energia direta [EN3]
Consumo consolidado
de energia indireta [EN4]
Em mil TJ/ano
Em mil TJ
199
2010
69
181
179
2011
2012
2010
2010
2011
2012
12
13
13
Não renovável
186
166
Total
199
179
Renovável
44
2011
2012
2010
2011
2012
Renovável
52,2
31,0
31,0
168
Não renovável
16,3
13,7
13,0
181
Total
69
45
44
A matéria-prima escolhida pela Vale para a produção
de biodiesel é o óleo de palma. Por meio de sua controlada Biopalma, a empresa avança no projeto com
o plantio de palma e a produção do óleo.
Importantes passos para a produção futura do
biodiesel foram dados em 2012. No início da
cadeia, a área cultivada com a palma chegou a
aproximadamente 53 mil hectares, contabilizando
o plantio próprio e o da agricultura familiar. Até o
início de 2014, serão cerca de 60 mil hectares de
plantio próprio, e o objetivo, para o início de 2015,
é de 80 mil hectares de cultivo total, sendo 20 mil
de agricultura familiar.
Em 2012, foi inaugurada a primeira unidade extratora de óleo de palma, no município de Moju (PA), com
capacidade de processamento de 120 toneladas
de fruto por hora. A segunda planta extratora, que
será instalada no município de Acará (PA), entrará
em operação em 2014 e atingirá sua capacidade
máxima de processamento, 560 toneladas de frutos
por hora, no ano de 2017. Nem todo o óleo de
palma produzido pela Biopalma será destinado à
produção de biodiesel, e o excedente será colocado
à venda no mercado.
Também em 2012, foi concluída a engenharia
conceitual do projeto da Usina de Biodiesel no Pará,
que atenderá à demanda do Sistema Norte. Existe
a possibilidade de expansão da capacidade de produção da usina em 2017, para atender as operações
em todo o Brasil. A área plantada com palma é
capaz de suprir essa demanda.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
45
A produção do óleo de palma é um importante
vetor de inclusão social na região, por meio da geração de empregos e renda. Somente a parte agrícola
deverá gerar cerca de 5 mil empregos diretos, e as
operações como um todo, 6 mil empregos diretos
até 2014. A primeira planta de extração de óleo
conta com 180 empregados, muitos deles treinados
por meio de programas de capacitação promovidos
pela empresa, em parceria com o Senai do Pará.
O investimento é notório em processos contínuos
de treinamentos de segurança e saúde ocupacional para empregados, além de proporcionar o
aprendizado de técnicas de manejo.
O programa de agricultura familiar reforça a
proposta de inclusão social desse projeto, com
o fortalecimento de um modelo de desenvolvimento socioeconômico que apresenta impacto
positivo significativo na melhoria da qualidade de
vida da população da área de influência direta do
empreendimento. O projeto conta com o apoio do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) e, atualmente, possui 294
famílias participantes. A meta é chegar à adesão
de 2 mil famílias até 2014. Além da palma, a rede
de agricultura familiar da Biopalma conta com o
apoio na diversificação de produção, aquisição
de alimentos, formação de cooperativas, saúde,
educação formal, educação profissional, regularização fundiária e ambiental. Dessa forma, a Biopalma
está investindo não apenas na geração de renda
das famílias, mas no desenvolvimento humano e
social do território.
85
Consumo de energia direta
– Tipo de combustível [EN3]
Total de 181 mil TJ (2012)
%
28%
1%
7%
8%
19%
11%
14%
Óleo diesel
28%
Gás natural
19%
Outros óleos
14%
Óleos de navegação
12%
Carvão mineral e coque
11%
Outros gases
8%
Renováveis
7%
Outros combustíveis líquidos
1%
12%
Energia consumida [EN3, EN4]
O consumo de energia direta da Vale, em 2012, apresentou um aumento de 2 mil TJ (1,2%) em relação
ao consumo verificado em 2011. Quando se analisa
o crescimento do consumo de combustíveis em
uma consolidação ano-base (retirando o efeito das
unidades vendidas), o crescimento fica ainda maior,
chegando a 4% (6 mil TJ). Esse aumento é justificado
principalmente pela ampliação da frota de navios da
Vale e pelo crescimento de suas operações, como
as de Moatize, em Moçambique, e Omã. Juntas, as
operações e a frota de navios correspondem a um
crescimento de 13 mil TJ no consumo da Vale em
2012. Enquanto as operações e a frota de navios
apresentaram aumento no consumo, foi verificada
significativa redução no consumo direto de energia
na Pelotização no Brasil em função das unidades
vendidas pela empresa (Vale Manganése France e
Manganese Norway, CADAM e Vale Colômbia).
Ao analisar a matriz de consumo de combustíveis,
é possível verificar que os derivados de petróleo
(óleo diesel, óleo de navegação e outro óleos) se
mantêm como os mais significativos, representando
54% do consumo total de energia direta. Dentre os
gases, que representam o segundo maior consumo,
destaca-se o gás natural, com um consumo correspondente a 19% da matriz.
Comparando o consumo de combustíveis de 2012
ao consumo de 2011, destacam-se o o aumento do
consumo de diesel (b2, b3, b4, b5) em 5%, ligado
86
ao aumento da produção de carvão em Moatize; a
redução no consumo de carvão e gás natural, em
consequencia da redução na produção de pelotas
no Brasil; e o aumento do consumo de óleo de
navegação IFO em 66%, causado pela expansão da
frota de navios.
No consumo de energia indireta, verifica-se uma
redução de 1 mil TJ (2,5%). Tal redução se deve principalmente à venda das unidades Manganése France
e Manganese Norway. Quando comparado a uma
consolidação ano-base, observa-se que o consumo
de energia elétrica apresentou elevação de 5% (2 mil
TJ). Esse aumento foi verificado nas demais áreas de
negócio, que apresentaram aumento no consumo de
energia indireta, seja por aumento de produção ou
pela entrada de novas unidades.
Autoprodução e consumo
O volume total de energia elétrica consumida pela
Vale no Brasil, em 2012, foi de, aproximadamente, 8,5
terawatts-hora. Desses, 5,4 terawatts-hora foram provenientes de autoprodução. O resultado representa
uma autoprodução de 64% no Brasil, que tem sua
matriz alicerçada na hidroeletricidade.
Analisando a autoprodução da Vale no mundo,
em 2012, chega-se ao percentual de 68%. Além
do Brasil, a Vale produz energia elétrica no Canadá
e na Indonésia.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Planeta
Água
A Vale reconhece os impactos inerentes
de suas atividades nos recursos hídricos
e trabalha para garantir sua conservação,
proteção e qualidade, desenvolvendo
iniciativas que ultrapassam o atendimento
aos requisitos legais.
Em 2012, a Vale continuou investindo e promovendo
o uso de tecnologias voltadas para o desenvolvimento de programas e ações que resultem na redução das
demandas e do consumo total de água, no controle
de perdas, na minimização da geração de efluentes
e no aumento do percentual de reutilização. Essas
iniciativas demonstram que o compromisso da Vale se
estende para além da redução do uso de água nova.
Na promoção da convivência harmônica quanto ao uso do recurso, a empresa participa, com
outros segmentos da sociedade, de mecanismos
de engajamento de partes interessadas, como
os comitês de bacias hidrográficas e os conselhos
nacional e estaduais de recursos hídricos, no Brasil,
no sentido de discutir e auxiliar o desenvolvimento
de políticas públicas.
Essas iniciativas refletem o alinhamento da Vale
com os diversos esforços de cooperação pela água,
contribuindo, portanto, para a garantia dos múltiplos
usos, atuais e futuros.
Novos desafios [IP4.17]
Em 2011, a Vale assumiu o desafio de reduzir a
demanda de água nova nas operações por meio
de tecnologias novas ou correntes, e vem tendo
sucesso. A empresa entende que as ações de reúso e
recirculação são importantes para reduzir a captação
de água nova e refletir a gestão do tema, mas acredita que há outras ações a serem implementadas para
tornar o sistema mais eficiente. Para tanto, desenvolve processos tecnológicos voltados para a redução
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
da demanda de água. Com essa orientação, a Vale se
compromete a reduzir a demanda total de água em
suas operações nos próximos anos.
Algumas unidades da Vale estabeleceram metas
de redução da demanda específica — isto é, captar
menos água por tonelada produzida ou movimentada — dentro do Plano de Ação em Sustentabilidade
(veja mais na tabela no capítulo Visão Estratégica).
É relevante considerar que o setor de mineração não
possui um uso significativo de água, quando comparado a outros setores, como pode ser constatado
em diversas referências internacionais, tais como o
relatório do Programa de Meio Ambiente das Nações
Unidas intitulado Towards a green economy1, publicado em 2011. Uma característica importante do setor
é a necessidade de rebaixamento do nível de água
do lençol freático no processo de lavra, para permitir
a extração dos minerais. Essa atividade faz com que
os volumes captados sejam maiores que o consumo
real da empresa. No Brasil, esse procedimento é autorizado por instituções estaduais responsáveis pela
gestão dos recursos hídricos.
1
Relatório disponível no site: www.unep.org/greeneconomy.
87
Desafios
Garantir a convivência
harmônica com as partes
interessadas quanto ao
uso da água
Reduzir a demanda de
água nova nas operações
por meio de tecnologia
Resultados
Participação em
mecanismos de engajamento
para o desenvolvimento de
políticas públicas
Investimento e utilização
de tecnologias para além da
redução do uso de água nova
A participação na discussão
de políticas públicas reflete
o alinhamento da Vale com os
diversos esforços de cooperação
pela água, contribuindo, portanto,
para a garantia dos múltiplos
usos, atuais e futuros
Análises e regulações
Uma das iniciativas para orientar o uso otimizado da
água foi o lançamento, em 2012, da Instrução para o
Gerenciamento de Recursos Hídricos. O documento
estabelece princípios, diretrizes, ferramentas e responsabilidades para o gerenciamento adequado do tema
nas operações globais da Vale, de acordo com regulamentações e referências técnicas internacionais.
Outro avanço no ano foi a elaboração do Procedimento para Definição de Tecnologias para Tratamento de Efluentes. O documento, produzido pelo
Grupo Técnico de Recursos Hídricos, lista as diretrizes
para a seleção e a implantação de sistemas de tratamento de efluentes líquidos aplicáveis em todas as
operações da empresa.
88
Em 2012, a Vale também elaborou três procedimentos gerenciais de sistema (PGS), sobre medidores de
vazão, tratamento de efluentes e gestão. Além disso,
a empresa desenvolveu materiais de treinamento
referentes a tratamento de efluentes (oleosos e esgoto sanitário) e monitoramento ambiental.
Pegada hídrica
A Vale iniciou, em 2012, a análise da pegada hídrica da empresa. Esse indicador aponta o consumo
de água doce direta e indiretamente envolvido
no processo produtivo de bens de consumo e
serviços. A empresa desenvolveu um projeto para
avaliar a aplicação técnica, metodológica, institucional e econômica do indicador, além de ter
promovido um workshop interno para divulgar o
tema e avaliar suas implicações nas atividades de
mineração. O principal desafio relacionado a esse
estudo é a identificação de possíveis adequações
metodológicas que permitam uma maior aplicabilidade à realidade da mineração. [4.23]
Estratégias para reúso [EN10]
O reúso da água é estratégico para a Vale. Em
2012, avanços significativos ocorreram nesse segmento com a implantação de importantes ações
de reutilização e redução de perdas, de acordo
com as características de cada unidade.
Entre as ações desenvolvidas estão a implantação de reservatórios e sistemas de bombeamento nas estações de tratamento de esgotos
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Agência Vale
Vista aérea da mina
do Sossêgo, em Canaã
dos Carajás (PA), Brasil
Case
sanitários do Terminal Portuário de Ponta da Madeira,
em São Luís, no Maranhão. Os efluentes tratados são
utilizados nos processos de umectação de vias, aspersão de pilhas de minério e irrigação de áreas verdes. Essa iniciativa também foi implantada na central
de concreto do projeto de expansão do complexo.
Localizada em Canaã dos Carajás, no Pará, a Mina do Sossego foi o primeiro empreendimento de cobre da Vale. Em 2012, a operação, a partir
de uma série de ações voltadas para aumentar a recirculação da água,
conseguiu reutilizar 99% da água utilizada nos processos produtivos.
A economia já representou a redução do consumo de cerca de 900 mil
m³/ano de água, que anteriormente era bombeada do rio. A quantidade é suficiente para abastecer uma cidade de 25 mil habitantes
durante o período de seis meses.
O processo de recirculação de água na mina do Sossego, em Canaã dos Carajás (PA), também apresentou
números positivos no ano. Veja mais no case ao lado.
Mina do Sossego
recircula mais de 99%
da água que utiliza
As ações começaram em 2008, e o primeiro passo foi a realização
do balanço hídrico do projeto, a partir do qual foram desenvolvidas
iniciativas voltadas para diminuir a utilização de água originária do
rio e substituí-la pela de processo.
Após levantamento dos pontos onde era utilizada a água do rio
Parauapebas, foram implantadas melhorias para a redução desse
consumo, como, a utilização da água de processo nos bombeamentos
da polpa de minério.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Uso eficiente dos recursos hídricos Para garantir a sustentabilidade da bacia hidrográfica do rio
Itacaiúnas, no estado do Pará, o Instituto Tecnológico Vale (ITV) está desenvolvendo um projeto que
busca criar novas tecnologias para monitoramento
quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos.
Serão implantadas oito novas estações automáticas
de monitoramento na bacia do rio, que servirão
de base para o desenvolvimento de um sistema
integrado para o uso mais eficiente dos recursos
hídricos, que beneficiará diretamente a população
da região, garantindo o uso múltiplo da água, um
dos compromissos da Vale nesse tema.
Com os dados obtidos pelos sistemas, também
será possível avaliar a disponibilidade de água
para as operações da Vale, contribuindo para
evitar o desperdício. A previsão é que, até o final
de 2015, o sistema estará em funcionamento e
transmitirá dados em tempo real, via satélite.
89
Foto: Olegário Reis Júnior
Espessadores da usina
de beneficiamento de
minério de ferro, em
Carajás, Parauapebas
(PA), Brasil
Captação e recirculação [EN8, EN9, EN10]
Em 2012, a redução da captação de água nova da
Vale foi de aproximadamente 9%, ou 36,7 milhões
de metros cúbicos, e o aumento de sua recirculação, foi de 7 pontos percentuais, o que se deve,
principalmente, à venda de ativos, que, por sua vez,
deixaram de ser reportados nos indicadores. Mesmo
quando considerado, para 2011, o mesmo escopo2
de reporte de 2012, a Vale permanece reduzindo
sua captação em aproximadamente 3,5% e aumentando sua recirculação em 4 pontos percentuais o
que está de acordo com o compromisso, assumido
em 2011, de reduzir a demanda por água nova.
Vários fatores contribuíram para diminuir a demanda
por água nova, como o caso de Carajás, área que
representa aproximadamente 5% de toda a captação
de água da Vale e que apresentou uma redução de
24%. Isso ocorreu devido a mudanças no peneiramento
do minério de ferro, que passou a utilizar a umidade
natural, eliminando a necessidade de captação de água.
O aperfeiçoamento do sistema de medição, que
permite o reporte mais fidedigno de dados das unidades, foi outro fator que colaborou para a diminuição, assim como a paralisação de algumas unidades
produtivas. Também merece destaque no volume de
água economizado o aumento da captação de água
da chuva, fonte alternativa de abastecimento. [4.24]
2 Para avaliar o desempenho real do indicador, as seguintes áreas
não foram consideradas: Cadam, VMN (Vale Manganese Norway
A S), Cubatão Domênico Rangoni, Vale Colômbia, Siderúrgica
Ferro Gusa e VMF (Vale Manganèse France), que saíram em 2011;
e Moatize Expansão, Vale Florestar, Biopalma e FNS (Ferrovia Norte
Sul), que ingressaram em 2012.
90
Monitoramento [EN9]
Em 2012, a área de Recursos Hídricos deu continuidade ao estudo para o aprimoramento da malha
de medidores de vazão das principais unidades demandantes de água da Vale. A expectativa é que as
unidades que já instalaram os medidores apresentem uma redução de cerca de 5% no uso de água.
Isso porque o maior controle da vazão permite uma
gestão mais eficiente dentro das próprias instalações, identificando novas formas de reúso, redução
da demanda por água e geração de efluentes.
Foram feitas, também em 2012, as instalações e
adequações de medidores de vazão nas unidades
Manganês do Azul (PA) e Complexo Itabiritos (MG).
O Complexo de Ponta da Madeira, localizado em
São Luís (MA), teve 50% dos medidores previstos
instalados e avaliará, em 2013, a necessidade de
instalar os demais. O complexo de Paraopeba (MG),
que tinha previsão de receber os medidores em
2012, adiou a instalação em um ano, em função de
ajustes no orçamento.
Outra iniciativa de monitoramento do uso da
água foram os diagnósticos realizados, em 2012,
de 14 unidades da Vale Fertilizantes. Entre as ações
sugeridas, previstas para 2013, está a realização de
um novo estudo de viabilidade técnica e financeira
para a utilização de água de reúso no processo de
flotação, um dos maiores consumidores de água na
indústria de fertilizantes. Nesses diagnósticos, foram
também avaliadas oportunidades de melhoria na
redução da geração de efluentes.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Total de água captada
por tipo de captação [EN8]
Em milhões de m3/ano
420,7
383,9
2010
2011
2012
Captação subterrânea
112,3
101,0
92,6
Captação superficial
132,2
251,1
231,0
49,8
68,6
60,3
294,3
420,7
383,9
294,3
Outros
I
Total
2010
2011
2012
I Captação de águas pluviais, água fornecida por empresas
de abastecimento/concessionárias ou proveniente de outras
organizações. Aquela de fonte superficial ou subterrânea, que
é captada exclusivamente para uso de terceiros, também está
contabilizada nesta categoria.
Volume total de água reaproveitada
(reutilizada + recirculada) e captadaI
[EN10]
Em milhões de m3/ano
1.585
1.267
1.353
2010
2011
2012
Água de reúso
998
953
1.227
Água nova
269
400
358
1.267
1.353
1.585
Total
2010
2011
2012
I Para cálculo do percentual de água reaproveitada (gráfico abaixo),
o volume total de captação de água desconsidera captação para
terceiros. Por isso, o valor é diferente do apresentado no gráfico acima.
Percentual de água reaproveitada
(reutilizada + recirculada) [EN10]
Em %
79%
70%
77%
2010
2011
2012
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
91
Em 2012, também foi realizado um projeto na unidade de Thompson, Canadá, para revisar o balanço
hídrico e calcular os indicadores de desempenho de
recursos hídricos, assim como apontar as potenciais
oportunidades de otimização no uso.
Uso múltiplo da água
Estudos de disponibilidade hídrica locais são realizados na fase de desenvolvimento dos projetos e
atualizados sempre que necessários, elencando os
atores, suas respectivas demandas de água e possíveis fontes de abastecimento. Esse trabalho ajuda
a empresa a planejar e priorizar ações de conservação, identificando áreas de possíveis conflitos.
Conforme demonstrado no mapa3, na página ao lado,
das dez operações da Vale com maior captação de
água, nove localizam-se em regiões com classificação
de risco de estresse hídrico abaixo de médio. Do total
de operações da Vale, menos de 10% estão em áreas
de alto a extremo risco de estresse hídrico, distribuídas
em quatro regiões: Omã, China, Peru e Nova Caledônia. Essas operações representam 6% do total da
captação de água nova da Vale, dos quais 64% são
captações de água do mar. Além disso, a operação
de Dalian, na China, apresenta alto índice de reaproveitamento de água, com 99% da demanda atendida por água de reúso.
3 Dados gerados a partir da ferramenta Aqueduct,
do World Resources Institute, e dos indicadores reportados
neste relatório. www.aqueduct.wri.org
Além das questões relativas à escassez natural de
água, existem operações localizadas em regiões onde
se observam competições pelo uso da água em função da existência de outros usuários. Nessas situações,
a Vale busca atuar nos comitês de Bacias Hidrográficas
(CBH), onde são discutidos e priorizados os usos da
água nas bacias. Exemplo disso é a participação da
empresa nos CBHs dos rios Paraopeba, Velhas, Doce,
Piranga, Piracicaba e Santo Antônio, em Minas Gerais.
Pautada pelo compromisso de contribuir com o
gerenciamento de recursos hídricos, a Vale participa
também de fóruns de discussões técnicas no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e no
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), no
Brasil, dentre outros. Em 2012, por exemplo, participou das reuniões da Câmara Técnica de Água do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e da Rede de Recursos
Hídricos da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
em que foram discutidas ferramentas de gestão de
recursos hídricos e indicadores de desempenho.
Nas reuniões dos CBHs, a Vale contribui com informações e dados de monitoramento, que podem ajudar a
prevenir conflitos, além de antecipar ações e medidas
necessárias para a garantia do acesso à água.
A empresa está atenta às discussões globais e locais
sobre a água e mantém a interface com órgãos setoriais e dos governos, buscando participar e antever
mudanças regulatórias e tendências, para que sua
gestão interna reflita essas demandas.
Foto: Agência Vale
Vista aérea da mina
de fosfato Bayóvar,
em Piura, Peru
92
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Localização das operações da Vale e áreas
de risco de estresse hídrico
10%
6%
Menos de 10% das operações
da Vale estão localizadas
em áreas de alto ou extremo
risco de estresse hídrico.
Das dez operações da Vale com
maior captação de água, nove
estão em regiões com classificação
de risco abaixo de médio.
As captações de água nova em
regiões de alto ou extremo risco
de estresse hídrico representam
6% da captação total da Vale.
4
2
1
1
1
4
55
1
n
Número
de operações
1
4
1
1
16% Baixo risco
Escala de risco
62% Baixo a médio risco
14% Médio a alto risco
8% Alto risco
1% Extremo risco
Sem dados
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Em Bayóvar, no Peru, 64% da
água nova captada pela
operação da Vale é proveniente
do Oceano Pacífico.
99%
A operação da Vale na China
tem 99% de sua demanda
de água atendida por água de
reúso da própria unidade.
93
9mil
cerca de nove mil
empresas aderiram ao
Código de Conduta
do Fornecedor desde 2009
Vista do entardecer no terminal da
Companhia Portuária Baía de Sepetiba
(CPBS), no Rio de Janeiro (RJ), Brasil
(Foto: Márcio Dantas Valença)
2
novos projetos foram
entregues em 2012:
Salobo, em Carajás, e
Lubambe, na Zâmbia
Criação de valor
Promoção da agenda
da sustentabilidade na
cadeia de valor
Criação de valor
Cadeia de valor
Ciente de seu poder de influência na
promoção da agenda de sustentabilidade,
a Vale reforçou os compromissos
contratuais em relação ao desenvolvimento
sustentável incluindo as diretrizes de
direitos humanos, especialmente a sua
não violação pela cadeia de valor.
Além disso, a Vale está comprometida a manter
um diálogo transparente com toda a sua cadeia
produtiva e procura estabelecer relações com
entidades que compartilhem dos princípios e valores
disseminados pela empresa. Um exemplo disso
foi a mobilização de atores relevantes no encaminhamento de soluções para as questões colocadas
sobre a cadeia do ferro-gusa.
A Vale manteve-se fiel ao compromisso de desenvolver fornecedores nas regiões onde atua. Nesse
contexto, procurou proporcionar mais autonomia
às áreas de negócios e fomentar as compras locais.
Desde 2008, o Inove beneficiou 532 empresas em
seus programas de formação presencial e a distância,
além de ter concedido cerca de US$ 613,8 milhões
em financiamentos e créditos. Com isso, a Vale espera potencializar o desenvolvimento local.
Ferro-gusa [IP4.17]
A Vale, no seu processo de engajamento para promover a agenda de sustentabilidade na cadeia
de valor, apoiou, em 2012, o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal, criado pelas empresas de siderurgia sob o patrocínio do Instituto
Aço Brasil (IABR).
Esse protocolo tem como objetivo conscientizar a
cadeia produtiva quanto à importância da produção
sustentável do carvão vegetal, visando à eliminação de práticas e atividades que violem os direitos
96
trabalhistas ou causem danos ao meio ambiente.
Também são compromissos do documento trabalhar
junto ao poder público para o desenvolvimento de
programa de conscientização social e ambiental
junto aos fornecedores de carvão vegetal e manter
relacionamento comercial somente com empresas
que cumpram todas as exigências legais socioambientais. Com esse passo, a Vale reforça o compromisso assumido de mobilizar os atores relevantes na
busca de soluções para as questões colocadas sobre
a cadeia do ferro-gusa.
A primeira etapa do programa desenvolvido pelo
IABR é a criação de norma de certificação para que
os compromissos assumidos no Protocolo sejam
cumpridos. Esse instrumento permitirá ao próprio
mercado adquirir produtos apenas das empresas
que aderirem ao Programa de Sustentabilidade proposto pelo Protocolo. O Programa de Engajamento e
Verificação na Cadeia de Ferro-Gusa, elaborado pela
Vale em 2011, servirá como insumo para a construção da metodologia de certificação.
A oferta de bônus de sustentabilidade para empresas que utilizam mais de 80% do carvão de florestas
próprias foi mantida pela Vale em 2012.
Os processos de seleção e cadastro de fornecedores
da Vale são orientados pelo atendimento de requisitos relacionados às políticas de Direitos Humanos e
de Desenvolvimento Sustentável.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Jan Paul Mioulet
Navio Vale Itália no
porto de Roterdã,
na Holanda.
Promoção da agenda de
sustentabilidade [IP4.17, HR1, HR2, HR6, HR7]
A gestão do relacionamento da Vale com seus fornecedores engloba três etapas: qualificação com base
nos valores da empresa; avaliação de cumprimento
de obrigações legais e contratuais; e monitoramento
do desenvolvimento e da saúde econômico-financeira das empresas.
Desde 2009, quando o Código de Conduta do
Fornecedor (disponível em www.vale.com) se
tornou obrigatório para o cadastro dos novos
fornecedores na base de dados da Vale, mais
de 9 mil empresas aderiram ao documento. O
objetivo é ter a adesão de 100% dos fornecedores ativos até 2014. Além disso, desde 2010,
no Brasil, é aplicada uma cláusula de sustentabilidade — que observa o Código de Conduta
do Fornecedor, a Política de Desenvolvimento
Sustentável e a Política de Direitos Humanos da
Vale — nas minutas contratuais com fornecedores. Está em andamento um processo de análise
para a inclusão desse aspecto nos contratos de
fornecedores fora do Brasil.
Os processos de seleção e cadastro são pautados
pelo atendimento de critérios de natureza jurídica, fiscal, tributária, de saúde e segurança e meio
ambiente. O cadastro é atualizado com verificação
periódica do cumprimento dessas exigências. Nesse
contexto, a promoção do respeito aos direitos humanos na cadeia de valor inclui a adoção de cláuVale Relatório de Sustentabilidade 2012
A Vale acredita que,
mesmo em locais onde
sua capacidade de
influência é menor, ela deve
contribuir com ações de
conscientização e promoção
dos direitos humanos
sulas contratuais e documentação comprobatória
de conformidade legal. No Brasil, inclui também a
verificação dos dados documentais das empresas
para se certificar de que estas não têm problemas
ambientais e/ou trabalhistas.
A empresa mantém um mecanismo de monitoramento, baseado na lista publicada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), que identifica casos de
empresas e/ou indivíduos denunciados por possíveis
ocorrências de trabalho forçado. Com base nessa
listagem, a Vale realiza uma verificação dos cadastros
dos fornecedores para verificar se nenhum deles
incorre nesse tipo de prática.
Em caso de violação aos direitos humanos devidamente comprovada por autoridades governamen97
Foto: Márcio Dantas
Empregados na mina
subterrânea de potássio
de Taquari-Vassouras,
em Rosário do Catete
(SE, Brasil)
Quando um micro ou pequeno fornecedor se
qualifica e se cadastra em uma empresa como
a nossa, se credencia a tornar-se um fornecedor
de outras grandes empresas também. A partir
daí, ele conquista autonomia, potencial de
mercado e desenvolvimento.
Fábio Feijó, gerente de Suprimentos
Rio de Janeiro, Brasil
tais e por instrumentos previstos na legislação,
o fornecedor, parceiro ou cliente é notificado
para a adoção de medidas corretivas. Caso estas
não sejam adotadas, medidas disciplinares incidem
sobre a empresa, incluindo o encerramento dos
contratos estabelecidos entre as partes e o descadastramento do fornecedor.
No ano de 2012, além de se ter desenvolvido um
painel estratégico de gestão dos riscos de violações
de direitos humanos para os empreendimentos
da Vale, foi dado início ao desenvolvimento de uma
avaliação de riscos nesse tema para fornecedores.
A empresa participou de fóruns nacionais e internacionais que discutem esse assunto, como os grupos
de trabalho do Instituto Ethos, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), a Global
Business Initiative (GBI), o BSR e o United Nations
Working Group (UNWG).
As unidades da Vale no Brasil possuem 117 contratos
com fornecedores de produtos e serviços considerados críticos1 em questões relacionadas a direitos
humanos, e em nenhum desses fornecedores foram
encontradas evidências de violações desses direitos.
Nesse total, foram considerados somente fornecedores com contratos ativos em 2012, e não os fornecimentos esporádicos.
Em relação aos riscos referentes às práticas de
trabalho infantil, à exposição de jovens a trabalhos
perigosos e à ocorrência de trabalho forçado ou
análogo ao escravo, o risco interno nas áreas da Vale
pode ser avaliado como inexistente.
A empresa realiza um monitoramento específico
para as áreas e setores da sua cadeia de valor que
1 Fornecedores que desempenham atividades de
segurança empresarial e de fornecimento de madeira, carvão
vegetal e ferro--gusa.
98
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Compromisso
Resultados
Promover a agenda
de sustentabilidade entre
fornecedores e clientes
Reforço dos compromissos
contratuais em relação ao
desenvolvimento sustentável
Desenvolver fornecedores
onde a Vale atua
Mais autonomia às áreas
de negócios e fomento às
compras locais
representam maior criticidade e envolvimento com
violações de direitos humanos e vem desenvolvendo ferramentas que auxiliam na gestão dos assuntos relativos ao tema.
A Vale mantém em todas as suas unidades somente
trabalhadores próprios ou de fornecedores com
contrato regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), na qual a legislação sobre o tema é
rigorosa. Também exige que toda a cadeia produtiva
(suprimentos e clientes) respeite a convenção 138
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que
trata da idade mínima para admissão em emprego.
Além disso, desde 2008, foram incluídas cláusulas
nos contratos firmados com clientes no Brasil que
permitem a rescisão contratual de fornecimento de
minério de ferro caso seja evidenciado o descumprimento de obrigações relacionadas à proteção
ambiental e à proibição da utilização de trabalho
infantil e/ou escravo.
Em relação aos processos de fusão e novas aquisições2, os aspectos sociais possuem extrema
relevância para a tomada de decisões estratégicas,
considerando possíveis riscos e impactos sociais.
Entre os temas avaliados, está o comprometimento
com os direitos humanos.
No tema Saúde e Segurança, com o objetivo de
estabelecer um programa de engajamento dos
principais fornecedores da área de construção civil,
montadoras e gerenciadoras, a Vale criou, em 2011,
o Supplier Zero Harm.
Nesse programa, por meio de workshops colaborativos, foram envolvidas 60 empresas que atuam
em projetos correntes e de capital. Como resultado dessa iniciativa, para projetos de capital foram
selecionadas 12 iniciativas, dentre mais de 200
sugestões diferentes para o atingimento da marca
zero acidente. Na segunda etapa do workshop, a área
de Saúde e Segurança da Vale selecionou algumas
ações desenvolvidas pelas empresas, com foco
no cumprimento das 12 iniciativas, para serem apresentadas ao grupo. Desde então, a Vale faz um trabalho de acompanhamento e monitoramento das ações conduzidas
pelos fornecedores participantes. No final de 2012,
96% das ações estavam concluídas ou em andamento. Um exemplo de ação resultante do workshop é a
ferramenta para compartilhamento de lições aprendidas e de boas práticas entre os fornecedores.
Para projetos correntes, também foram priorizadas
12 iniciativas, que, ao longo de 2013, serão validadas
e acompanhadas pela área de Saúde e Segurança,
junto à área de Suprimentos.
2 Em 2012, não houve nenhuma avaliação para processos de
fusão e de novas aquisições.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
99
Percentual de compras locais
em termos de valores monetários
– resultados globais [EC6]
84%
48%
86%
2010
48%
87%
2011
54%
2012
2010
2011
2012
Percentual médio de
compras nos países
84%
86%
87%
Percentual médio de compras
no estado/região dos países
48%
48%
54%
2010
2011
2012
Percentual médio de compras
realizadas no Brasil
89%
91%
92%
Percentual médio de compras
nos principais estadosI
51%
50%
54%
Percentual de compras locais
em termos de valores monetários
– Brasil [EC6]
89%
51%
2010
91%
50%
2011
92%
54%
2012
Para a Vale, os fornecedores
exercem papel fundamental
para o cumprimento da sua
missão de transformar recursos
naturais em prosperidade e
desenvolvimento sustentável
100
I O percentual médio de compras realizadas nos estados considera
as compras realizadas pelas principais operações no Espírito Santo,
no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará.
realização de inventário. Leia mais em Mudanças
Climáticas, na página 77. [5.01]
Desenvolvimento de fornecedores locais [EC6]
É compromisso da Vale desenvolver fornecedores
locais para colaborar com a dinamização da economia nas regiões em que atua, assim como qualificar
e estimular empresas para operar em um mercado
cada vez mais competitivo.
Comprometida em diminuir o impacto das mudanças climáticas e criar valor em longo prazo, a
Vale desenvolveu o programa Gestão de Emissão
de gases de efeito estufa (GEE) na Cadeia de Valor.
Para engajar seus fornecedores nesse esforço, a Vale
promove capacitações que auxiliam as empresas a
realizar seus inventários de emissões, além de buscar melhorias no gerenciamento do tema e aperfeiçoar as práticas já existentes.
No final de 2012, alinhada ao seu plano estratégico, a
Vale iniciou um processo de integração das atividades de prestação de serviços às áreas de negócio,
incluindo, entre outras, as atividades de Suprimentos, anteriormente desempenhadas pelo Centro de
Serviços Compartilhados. Paralelamente, a área de
Suprimentos iniciou o redesenho de seus processos,
inclusive a estruturação de soluções de compras
e contratações, para proporcionar mais autonomia
às áreas de negócio e fomentar as compras locais.
O objetivo dessa iniciativa é aumentar a velocidade para dar mais agilidade aos processos de compras e contratações.
A ação faz parte do Programa Carbono Vale, que
integra a Política Global de Mitigação e Adaptação
às Mudanças Climáticas da empresa e reúne diferentes frentes de atuação preventivas em relação ao
aquecimento global. Os contratos da Vale com seus
fornecedores já contam com cláusula voluntária de
Uma das iniciativas da Vale no fortalecimento da sua
cadeia de suprimentos é o Inove, Programa de Conteúdo Local, que busca desenvolver os fornecedores
locais por meio de capacitação, disponibilização de
linhas de crédito e incentivo à realização de negócios.
Desde sua criação, em 2008, já foram liberados em fiVale Relatório de Sustentabilidade 2012
Percentual de compras locais
em termos de valores monetários
– outros países [EC6]
(2012)
93%
78%
Canadá
46%
13%
60%
Indonésia
60%
Moçambique
2010
2011
2012
Percentual médio de compras
realizadas no país
93%
46%
60%
Percentual médio de compras nas
principais províncias/estados
78%
13%
60%
Case
Combustível ajuda a
produzir mais com menos
Como parte de sua estratégia de buscar soluções econômicas e sustentáveis para sua demanda por combustíveis, a Vale iniciou, em 2012, as
negociações com a BR Distribuidora para a compra e a substituição do
antracito pelo coque verde de petróleo (CVP) na unidade pelotizadora
de Vargem Grande (MG), que começou a operar com esse combustível
em 2013. A conversão trará benefícios econômicos e ambientais.
O CVP é um combustível sólido, resultante do processo de refino
de petróleo para a fabricação de produtos como diesel e gasolina,
entre outros. Entre suas vantagens, está a concentração de enxofre
na proporção de 1%, inferior à média de 1,6% verificada no antracito.
Com isso, a Vale projeta uma redução nas emissões de gases de efeito
estufa, que será medida em 2014. Outro possível ganho que somente
será comprovado após testes em produção é a redução do uso de gás
natural no processo de queima da pelota, estimada em 11%.
Por ter maior poder calorífico, o CVP também deve gerar uma diminuição no volume requerido para o mesmo nível de produção. Com
o acordo, a Vale deixará de importar o antracito e passará a utilizar
somente o produto brasileiro nessa operação. A BR Distribuidora já é
o atual fornecedor de CVP para a Vale, nas unidades de pelotização
(Fábrica) e manganês (Ouro Preto e Barbacena).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
nanciamentos e concedidos em créditos cerca de US$
613,8 milhões, e as iniciativas de capacitação presencial e a distância foram utilizadas por 532 empresas.
Em 2012, por meio do Convênio de Cooperação
Técnica entre a Vale e o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), o
convênio capacitou aproximadamente 500 empresas, ajudando os participantes a identificar oportunidades de aprimoramento na sua gestão.
Dentre os principais desafios do Inove para 2013,
podem-se destacar o suporte para a área de Suprimentos das operações localizadas em outros países,
a ampliação do escopo de atuação do programa
para implementar produtos e soluções no segundo
elo da cadeia de fornecedores e a introdução de ferramentas de controle e apuração do conteúdo local
dos fornecedores indiretos, mediante os contratos
que a Vale possui com grandes empresas locais.
Desempenho do fornecedor
A Vale possui um programa para medir o desempenho de seus fornecedores de serviços e materiais,
com o objetivo de promover contratações mais
adequadas às necessidades da empresa. As avaliações ocorrem trimestralmente, nas dimensões
técnica, saúde e segurança, meio ambiente,
cumprimento de obrigações legais e trabalhistas, e,
desde 2012, contam com uma categoria específica de sustentabilidade.
101
O Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF)
abrange 100% dos fornecedores no Brasil e, desde
2011, também monitora o desempenho de empresas
em Moçambique, Peru, Argentina, Paraguai e Malásia.
Esse processo representa para a Vale a consolidação
de um padrão global de avaliação e monitoramento de fornecedores.
O IDF também é insumo para a geração do ranking
dos melhores fornecedores da Vale, que, anualmente, são reconhecidos em diversas categorias através
do Prêmio Fornecedor de Valor. Em 2012, foi criada
uma nova categoria, Destaque em Sustentabilidade, contemplando as empresas que apresentam
a melhor combinação de ações sociais, ambientais
e econômicas. A ideia é promover a observação das
práticas dos fornecedores, por meio da avaliação
da qualidade dos serviços contratados pela Vale,
com as políticas e diretrizes sustentáveis adotadas
e divulgadas pelas empresas.
Em 2013, a Vale iniciou uma ampla revisão dos indicadores e questionários utilizados pelo programa,
buscando mantê-los cada vez mais aderentes à realidade das transformações do mercado e ampliando
os ganhos obtidos com seus resultados. [5.02]
Clientes [IP4.17, PR1, PR2, PR3, PR5, PR7, PR9, MM11, EN26]
A Vale percebe que a implementação bem-sucedida da agenda de sustentabilidade significará
competitividade no longo prazo. Por isso, buscar
excelência operacional para melhorar a qualidade
dos próprios produtos, fortalecer o relacionamento de longo prazo com os clientes e encontrar
soluções que atendam a suas necessidades e seus
negócios, de forma a minimizar impactos negativos
e potencializar valor, é a estratégia da empresa para
conquistar novos mercados e retê-los. A mesma
abordagem é adotada em relação aos diferentes
elos da cadeia de valor, como fornecedores de
matérias-primas e prestadores de serviços.
Os negócios da Vale são realizados, predominantemente, com outras empresas (business to business),
e não com consumidores finais (business to consumer). Para avaliar o fornecimento e o desempenho
do produto, a Vale realiza visitas técnicas, reuniões,
entrevistas, conferências telefônicas, feiras de negócios, exposições, oferta de central de atendimento,
assistência técnica e pesquisas de satisfação periódicas — ações que predominam no relacionamento
da Vale com os clientes e outros públicos. Esses
mecanismos geralmente ocorrem com as equipes
de áreas comerciais, como Marketing, Pesquisa,
Planejamento e Desenvolvimento, específicos por
negócio. No caso do negócio Fertilizantes, a avaliação dos produtos pode ser realizada em qualquer
momento pelo website da empresa.
É importante lembrar que, para atender às especificidades e às características de cada segmento de
mercado, os mecanismos, a metodologia, frequên-
Foto: Agência Vale
Mais do que uma
ferramenta de
gerenciamento de
contratos, o IDF é um
poderoso instrumento
para uma eficiente
gestão de suprimentos
e do relacionamento
com os fornecedores.
Empregado nas
instalações na mina de
fosfato de Bayóvar, em
Piura, no Peru
102
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Márcio Dantas Valença
Recuperadora em
funcionamento, no
Terminal da Ilha
Guaíba, no Rio de
Janeiro (RJ), Brasil
cia e a abordagem dessas práticas variam entre as
áreas de negócios. [5.03]
Para proporcionar ganhos relevantes na ecoeficiência
dos seus produtos, a Vale aplica a Análise do Ciclo de
Vida (ACV) como uma ferramenta. Nesse processo, os
impactos ambientais são determinados considerando,
principalmente, os seguintes aspectos: consumo de
energia, emissões atmosféricas e de gases de efeito
estufa (GEE), consumo de água, geração de efluentes,
toxicidade e riscos potenciais. [5.04]
Nas questões relacionadas à saúde e à segurança
do cliente, no que tange ao manuseio e uso do
produto, a Vale possui processos normatizados para
o tratamento de casos de reclamação. As unidades
operacionais seguem procedimentos específicos
para reporte e tratamento de aspectos associados à
qualidade. Assim, as causas do problema são devidamente identificadas, e ações de bloqueio, implantadas. Dos pontos vista ambiental e de segurança
do produto, qualquer alteração na sua composição
implica uma revisão da ficha de segurança e da
comunicação para os clientes.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Para garantir a segurança dos clientes no uso dos
seus produtos, a Vale mantém um processo de
registro para as substâncias químicas exportadas ou
produzidas na Comunidade Europeia, sobretudo
na área de Metais Básicos. A partir da experiência
do regulamento da Comunidade Europeia (CE
1.907/2006 — Reach), a Vale constituiu uma rotina
de monitoramento de regulações similares em
outras regiões do mundo. [5.05]
Outras iniciativas de relacionamento e suporte ao
cliente, principalmente em relação à análise de
potenciais impactos ambientais no pós-venda, são a
cooperação técnica ou, em inglês, Technical Cooperation Agreement (TCAs); as missões; e as consultorias. A compilação sistemática do número absoluto
de redução de emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no uso e pós-venda dos produtos ferrosos da
Vale é dificultada pela própria abrangência de sua
carteira de negócios e, em muitos casos, até mesmo
por critérios de confidencialidade no tratamento de
informações entre a empresa e seus clientes.
Em 2012, do ponto de vista das regulações, não
houve registro de casos de não conformidade ou
multas relacionadas a patrocínio, publicidade e
promoção dos produtos da Vale, assim como não
houve problemas relativos ao fornecimento e ao
uso de produtos e serviços.
103
Criação de valor
Valor adicionado
O ano de 2012 foi desafiador para a
economia global, que cresceu abaixo da
tendência de longo prazo pelo segundo ano
consecutivo. Apesar disso, a Vale entregou
dois novos projetos de produção: Salobo,
em Carajás, e Lubambe, na Zâmbia.
Ativo de classe mundial, o Salobo é uma operação
de cobre com ouro. Lubambe é a primeira mina de
cobre no coração do copperbelt africano, região com
o maior potencial de crescimento no mundo para a
expansão da oferta desse mineral.
No entanto, as condições do mercado melhoraram
nos últimos meses do ano. A produção de minério de ferro no quarto trimestre foi a maior para o
período, contribuindo para a recuperação dos preços
a partir de meados de setembro de 2012.
A empresa também alcançou marcos importantes
que permitiram a expansão de Carajás — a mais rica
região de minério de ferro do mundo — e a oferta
de capacidade logística para expandir as operações
de carvão de classe mundial em Moçambique.
Os embarques de minério de ferro e pelotas atingiram o nível recorde de 303,4 milhões de toneladas
métricas em 2012. No final do ano, os preços subiram até US$ 140,75 por tonelada, tendência mantida
no início de 2013.
Como o desempenho econômico foi afetado desfavoravelmente, o lucro líquido atribuído aos acionistas
não controladores da Vale atingiu US$ 5,5 bilhões,
contra US$ 22,9 bilhões em 2011. O valor total
distribuído aos acionistas como dividendos e juros
sobre capital próprio, em 2012, foi de US$ 6 bilhões.
Em 2012, os preços de minérios e metais caíram de
forma generalizada, afetando a receita da empresa,
que totalizou US$ 48,8 bilhões, 22% menor do que
no ano anterior. A queda foi causada por um ciclo
de desestocagem, que ocorreu principalmente por
causa da fraca demanda de aço global.
Alguns dos projetos da Vale que entraram em
operação em 2010 e 2011 começaram a apresentar crescimento em 2012. O ramp-up3 dos projetos
que entraram em operação em Moatize, Omã I & II
e Bayóvar permitiu a produção recorde de carvão,
pelotas e rocha fosfática. Além disso, a operação
integrada Vale Nouvelle Calédonie (VNC) tem se
provado tecnicamente viável.
Mais informações sobre os resultados da Vale podem
ser encontrados em www.vale.com, na seção Investidores, no Relatório 20-F.
3 A maior parte do potencial de crescimento e criação de valor
se materializará nos próximos anos.
104
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Receita por produto
Total de US$ 48,8 bilhões (2012)
3%
2% 3%
%
8%
13%
Ferrosos
71%
Minério de ferro e pelotas
Metais básicos
13%
Manganês e ferroligas
70%
1%
Fertilizantes
8%
Serviços de logística
3%
Metais básicos
Carvão
2%
Níquel
9%
Outros
3%
Cobre
4%
71%
Receita por destino
71%
Ferrosos
13%
[IP2.7]
Total de US$ 48,8 bilhões (2012)
1%
%
17%
36%
Ásia
57%
China
Américas
25%
Oriente Médio
Europa
17%
Restante da Ásia
2%
19%
1%
Resto do mundo
57%
57%
Ásia
25%
Américas
25%
19%
Brasil
6%
Restante das Américas
Valor econômico gerado e distribuídoI
[EC1,IP2.8]
Em US$ milhões (2012)
Brasil
América do
Sul, exceto
Brasil
Canadá
América do Norte,
exceto Canadá
Australásia
Europa
África
Total
41.316
924
4.684
—
1.693
181
536
49.154
21.743
691
3.683
5
2.376
28
633
29.159
Salários e benefícios de empregados
3.237
76
1.254
5
469
47
141
5.229
Pagamentos para provedores de capital
6.275
—
—
2.139
—
—
—
8.414
Pagamentos ao governo
3.089
235
265
(19)
262
(328)
45
3.549
258
2
15
0
13
0
29
317
34.602
1.004
5.217
2.130
3.120
(253)
848
46.668
6.534
(80)
(533)
(2.130)
(1.427)
434
(312)
2.486
Valor econômico direto gerado
Receitas
Valor econômico distribuído
Custos operacionais
II
Investimentos na comunidade
Total
Valor econômico gerado menos valor
econômico distribuído
I O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia GRI: além da receita
operacional bruta, as receitas na tabela incluem os resultados financeiros e os provenientes de venda de ativos.
II O valor dos “pagamentos ao governo” da América do Norte (exceto Canadá) foi retificado em 2001 para US$ 11 milhões. Assim, o valor total de
“pagamentos ao governo”, em 2011, passou a ser de US$ 9.536 milhões, e o “valor econômico gerado menos valor econômico distribuído”, de US$ 9.093 milhões.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
105
Investimentos por tipo
Em US$ bilhões
17,7
18,0
2011
16,3 I
2012
2011
2012
2013
Manutenção das
operações existentes
25%
26%
31%
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
10%
9%
6%
Execução de projetos
65%
65%
62%
Total
18,0
17,7
16,3
2013
I Valor de investimento orçado estimado.
Volume de produção
[IP2.8]
Em mil toneladas
Produto
2011
2012
2011
2012
322.632
319.960
53.817
55.067
7.359
7.982
2.556
2.365
Fosfato monoamônio (MAP)
823
1.201
436
390
Superfosfato triplo (TSP)
811
913
Carvão metalúrgico
2.766
5.083
Superfosfato simples (SSP)
2.638
2.226
Carvão térmico
4.506
1.999
Fosfato bicálcico (DCP)
580
511
Níquel
242
237
Nitrogenados
Cobre
302
292
Amônia
619
475
2.675
2.343
Ureia
628
483
Platina (milhares de onças troy)
174
134
Ácido nítrico
468
478
Paládio (milhares de onças troy)
248
251
Nitrato amônico
458
490
OuroI (milhares de onças troy)
189
165
Potássio
625
549
Minério de ferroI
PelotasI
Minério de manganês
Ferroligas
Cobalto (toneladas)
106
Produto
Fosfatados
Rocha fosfática
I Os volumes referentes a 2011 foram ajustados para incluir os
valores referentes às coligadas.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Multiplicando valor
Em 2012, os investimentos da Vale totalizaram
US$ 17,7 bilhões, em linha com o montante investido em 2011, porém 17,2% abaixo do orçamento
de US$ 21,4 bilhões. Do total investido no período,
US$ 11,6 bilhões foram alocados no desenvolvimento de projetos; US$ 4,6 bilhões, na manutenção
das operações existentes; e US$ 1,5 bilhão, em
pesquisa e desenvolvimento (P&D).
O programa de desinvestimento de ativos não
estratégicos é outro componente do maior foco
na disciplina de alocação de capital. No período, o
programa gerou US$ 1,5 bilhão, simplificando o
portfólio de ativos e concentrando a atenção da
administração nas questões realmente importantes
para a maximização de valor.
Como já citado, dois projetos de produção foram
entregues em 2012: Salobo (Brasil) e Lubambe (Zâmbia). No início de 2013, a Vale suspendeu o projeto
de Potássio Rio Colorado, na Argentina, por entender
que as condições do projeto, naquele momento, não
estavam em linha com a política de disciplina de
alocação de capital e com o compromisso da empresa de criar valor. A empresa compromete-se a honrar
seus compromissos relacionados às concessões,
mapear alternativas para melhorar as perspectivas
do projeto e avaliar sua retomada posteriormente.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Foto: Rogério Reis
Vista da ponte
rodoferroviária sobre
o rio Tocantins, em
Marabá (PA), Brasil
Na Vale, saúde e segurança
são prioridades, assim como
sustentabilidade e apoio
às comunidades onde há
operações. Em 2012, foram gastos
US$ 1 bilhão em proteção e
conservação ambiental e US$ 317,2
milhões em programas sociais
voltados à qualidade de vida e
à criação de oportunidades de
mobilidade social e econômica.
A Vale reconhece que ainda há trabalho por fazer,
mas acredita que os resultados e as ações apresentados ao longo do relatório, e diante dos compromissos previamente assumidos, revelam o comprometimento da empresa em compartilhar valor com suas
partes interessadas nas regiões onde atua.
107
Índice Remissivo de Indicadores
[6.01]
Princípio
Pacto Global
Princípio
ICMM
1.1 Mensagem da Presidência e da Presidência do Conselho.
—
2, 10
1–3
4–7
1.2 Descrição dos impactos, riscos e oportunidades.
—
4
1
10, 11, 20, 21
2.1 Nome da organização. Informações corporativas.
—
10
1
8
2.2 Marcas, produtos e/ou serviços.
—
10
—
8
2.3 Estrutura operacional.
—
10
—
8
2.4 Localização da sede da organização.
—
10
—
8
2.5 Atuação geográfica.
—
10
—
Mapa
2.6 Natureza jurídica.
—
10
—
8
2.7 Mercados atendidos.
—
10
—
105
2.8 Porte da organização.
—
10
—
8, 15, 29, 105
2.9 Mudanças durante o período coberto pelo relatório.
—
2, 10
—
2.10 Prêmios e certificações.
—
10
—
*
*
10, 11
Indicador
Dimensão
ISE
Página
Estratégia e Análise
Perfil Organizacional
Parâmetros para o relatório
Perfil do relatório
3.1 Período coberto pelo relatório.
—
—
—
3.2 Data do relatório anterior.
—
—
—
10, 11
3.3 Periodicidade.
—
—
—
10, 11
3.4 Dados para contato.
—
—
—
10, 11
Escopo e limite do relatório
3.5 Definição do conteúdo.
—
—
—
10, 11
3.6 Limite do relatório.
—
—
—
10, 11,
3.7 Escopo do relatório.
—
—
—
10, 11,
3.8 Base para a elaboração do relatório.
—
—
—
10, 11,
3.9 Técnicas de medição e bases de cálculos.
—
—
—
3.10 Consequências de reformulações de informações.
—
—
—
3.11 Mudanças significativas.
—
2
—
*
*
*
—
—
—
108–110
—
—
—
10, 11,
15
Sumário de Conteúdo da GRI
3.12 Sumário GRI.
Verificação
3.13 Verificação externa.
Governança, compromissos e engajamento
Governança
4.1 Estrutura de governança.
1–10
1
3
4.2 Indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança também seja um diretor executivo.
—
1
3
4.3 Número de membros independentes ou não-executivos do mais alto órgão de governança.
—
1
3
4.4 Mecanismos para recomendações a órgãos de governança.
—
1
3
15
4.5 Relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental.
—
1
3
15
15
4.6 Processos para evitar conflitos de interesse.
—
1
3
4.7 Qualificações de conselheiros.
—
1
—
4.8 Valores, códigos de conduta e princípios internos.
—
1
3
Sumário
4.9 Atuação do Conselho de Administração.
—
1, 4
3
15
4.10 Autoavaliação do Conselho de Administração.
—
1
3
4.11 Princípio da precaução.
7
—
1
4.12 Cartas, princípios e iniciativas.
1–10
—
1
4.13 Participação em associações.
1–10
—
1
4.14 Relação de stakeholders.
—
—
3
4.15 Identificação de stakeholders.
—
—
—
10,15,
4.16 Engajamento dos stakeholders.
—
—
3
10, 11,15,
4.17 Principais temas e preocupações de stakeholders.
—
—
—
10, 11, 28, 29
Forma de Gestão: Desempenho econômico
1, 4, 6–7
—
—
82, 104,
EC1 Valor econômico gerado e distribuído.
—
9
4
104–107
Compromissos com iniciativas externas
24, 25,
Engajamento dos stakeholders
15,
Desempenho Econômico
EC2 Riscos e oportunidades relacionados a mudanças climáticas.
7
9
4
82
EC3 Plano de pensão.
—
—
6
44
EC4 Ajuda financeira significativa recebida do governo.
—
—
—
Forma de Gestão: Presença no mercado
1, 4, 6–7
—
—
50, 100, 101
EC5 Relação salário mínimo interno/local.I
1
9
6
40
108
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Indicador
Princípio
Pacto Global
Princípio
ICMM
Dimensão
ISE
Página
EC6 Gastos com fornecedores locais.
—
9
6
100, 101
50
EC7 Contratação local.
6
9
6
Forma de Gestão: Impactos econômicos indiretos
1, 4, 6–7
—
—
49
EC8 Investimentos em infraestrutura.
—
9
4
14, 15, 49
EC9 Impactos econômicos indiretos.
—
—
4
Forma de Gestão: Materiais
7–9
—
—
EN1 Materiais usados.
8
6
—
EN2 Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem.
8–9
6
—
Forma de Gestão: Energia
7–9
—
—
76, 79, 80
EN3 Consumo de energia direta.
8
6
5
83, 85, 86
EN4 Consumo de energia indireta.
8
6
5
84–86
EN5 Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência. I
8–9
6
5
79
Desempenho Ambiental
EN6 Produtos e serviços ecoeficientes. II
—
—
—
—
EN7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas. I
8–9
6
5
79
Forma de Gestão: Água
7–9
—
—
16, 17, 87–89
EN8 Água retirada por fonte.
8
6
5
90, 91
EN9 Fontes hídricas afetadas por retirada de água. I
8
—
—
90
EN10 Água reciclada e reutilizada.
8–9
—
5
88, 90, 91
Forma de Gestão: Biodiversidade
7–9
—
—
56–58
58
EN11 Localização dentro de áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade.
8
7
5
EN12 Impactos na biodiversidade.
8
—
5
56, 58
EN13 Habitats protegidos ou restaurados.
8
—
5
58
EN14 Gestão de impactos na biodiversidade.
8
—
5
56
EN15 Lista Vermelha da IUCN.
8
—
—
58
Forma de Gestão: Emissões, efluentes e resíduos
7–9
—
—
65–74, 80–82
EN16 Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.
8
6
5, 7
76–80
EN17 Outras emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso.
8
6
5, 7
80, 81
EN18 Iniciativas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
7–9
—
5, 7
77–79
EN19 Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio.
8
6
5
EN20 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso.
8
6
—
EN21 Descarte de água.
8
6
5
EN22 Peso total de resíduos.
8
6
5
69–71
EN23 Derramamentos significativos.
8
6
5
70
EN24 Resíduos perigosos transportados.
8
—
—
EN25 Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados. I
8
6
—
Forma de Gestão: Produtos e Serviços
7–9
—
—
EN26 Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos.
7–9
—
5
EN27 Produtos e embalagens recuperados.
8–9
—
5
70, 72, 73
74, 75, 102, 103
Forma de Gestão: Conformidade
7–9
—
—
75
EN28 Valor monetário de multas significativas.
8
6, 8
5
74, 75
Forma de Gestão: Transporte
7–9
—
—
EN29 Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais.
8
—
—
Forma de Gestão: Geral
7–9
EN30 Investimentos em proteção ambiental.
7–9
—
5
Forma de Gestão: Emprego
1, 3, 6
—
—
40, 41
LA1 Trabalhadores por tipo de emprego e região.
—
3
6
29, 30
14, 15
14, 15
Desempenho Social – Práticas trabalhistas e trabalho decente
LA2 Taxa de rotatividade.
6
9
6
40
LA3 Benefícios a empregados.
—
—
6
44
Forma de Gestão: Relações entre trabalhadores e governança
1, 3, 6
—
—
41–43
LA4 Acordos de negociação coletiva.
1, 3
3
6
42
LA5 Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais.
3
3
6
42
Forma de Gestão: Segurança e saúde ocupacional e preparação para emergência
1, 3, 6
—
—
31–34
LA6 Representação em comitês de saúde e segurança.
1
3, 5
—
43
LA7 Doenças ocupacionais, dias perdidos e óbitos.
1
5
5
31, 32
LA8 Programas de educação, aconselhamento e prevenção relacionados a doenças graves.
1
5
5
32
LA9 Saúde e segurança em acordos com sindicatos.
1
3
—
42
Forma de Gestão: Treinamento e educação
1, 3, 6
—
—
35, 36
LA10 Horas de treinamento.
—
2
—
35–37
LA11 Gestão de competências e aprendizagem contínua.
—
3
—
35–37
LA12 Análise de desempenho e desenvolvimento de carreira.
—
—
—
40
Forma de Gestão: Diversidade e igualdade de oportunidades
1, 3, 6
—
—
37–39
LA13 Composição dos grupos responsáveis pela governança.
1, 6
3
6
38, 39
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
109
Indicador
Princípio
Pacto Global
Princípio
ICMM
Dimensão
ISE
Página
LA14 Proporção de salário homens/mulheres.
1, 6
—
6
38, 39
Forma de Gestão: Práticas de investimento e de processos de compra
1–6
—
—
97–99
HR1 Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos.
1–6
2, 3
—
97
HR2 Percentual de fornecedores avaliados e medidas tomadas.
1–6
3
6
97
HR3 Horas de treinamento para empregados em direitos humanos.
1–6
—
—
23
Desempenho Social – Direitos Humanos
Forma de Gestão: Não-discriminação
1–6
—
—
39
HR4 Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas.
1, 2, 6
3
6
39
Forma de Gestão: Liberdade de associação e negociação coletiva
1–6
—
—
41
HR5 Operações com risco à liberdade de associação e negociação coletiva.
1, 2, 3
3
6
41
Forma de Gestão: Trabalho infantil
1–6
—
—
41, 97–99
HR6 Operações com risco de trabalho infantil.
1, 2, 5
3
6
97
Forma de Gestão: Trabalho forçado ou análogo ao escravo
1–6
—
—
97–99
HR7 Operações com risco de trabalho forçado ou análogo.
1, 2, 4
3
6
97
Forma de Gestão: Práticas de segurança
1–6
—
—
HR8 Treinamento da segurança em direitos humanos.
1, 2
3
—
Forma de Gestão: Direitos indígenas
1–6
—
—
52, 53
HR9 Violações de direitos indígenas.
1, 2
—
—
53
45–47
35
Desempenho Social – Sociedade
Forma de Gestão: Comunidade
10
—
—
SO1 Gestão de impactos das operações nas comunidades.
—
4
6
49
Forma de Gestão: Corrupção
10
—
—
21–23
SO2 Avaliações de riscos relacionados à corrupção.
10
1
1
21
SO3 Treinamento em políticas anticorrupção.
10
1
1
21
SO4 Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção.
10
1
1
21
Forma de Gestão: Políticas Públicas
10
—
—
25
SO5 Participação na elaboração de políticas públicas.
1–10
—
6
25
SO6 Contribuições a partidos políticos.
10
—
6
25
Forma de Gestão: Concorrência desleal II
10
—
—
SO7 Ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio.
—
—
—
Forma de Gestão: Conformidade II
10
—
—
21
SO8 Multas e sanções não-monetárias por não-conformidade a leis e regulamentos.
—
—
—
21
Forma de Gestão: Segurança e saúde do cliente II
1–8
—
—
102, 103
PR1 Avaliação de impactos.
1
8
—
102
PR2 Não conformidade com regulamentos e códigos de impactos de produtos e serviços na saúde e segurança.I
1
—
6
102
Forma de Gestão: Rotulagem de produtos e serviços II
1–8
—
—
102
PR3 Procedimentos de rotulagem de produtos e serviços.
8
8
—
102
PR4 Não conformidade com regulamentos e códigos de rotulagem.II
—
—
—
—
PR5 Práticas relacionadas à satisfação do cliente.
—
—
6
102
Forma de Gestão: Comunicações de marketing II
1–8
—
—
102
PR6 Adesão às normas. II
—
—
—
—
PR7 Não-conformidade.
—
—
6
102
Forma de Gestão: Privacidade do Cliente II
1–8
—
—
—
Desempenho Social – Responsabilidade pelo produto
PR8 Reclamações de violação de privacidade e perdas de dados de clientes. II
—
—
—
—
Forma de Gestão: Conformidade II
1–8
—
—
102
PR9 Multas relacionadas ao fornecimento e uso dos produtos e serviços.
—
—
—
102
MM1 Quantidade de terras (próprias ou arrendadas, usadas para atividades produtivas ou extrativistas) alteradas ou reabilitadas.
—
7, 9
—
62, 63
MM2 Número e percentual de unidades operacionais que necessitam de planos de gestão da biodiversidade
—
7, 9
—
56
MM3 Quantidades totais de estéril, rejeitos e lamas e seus riscos associados.
—
6, 8
—
65, 66
MM4 Número de greves e locautes com duração de mais de uma semana, discriminados por país.
—
3
—
42
52
Indicadores Setoriais de Mineração e Metais
MM5 Número total de operações localizadas em territórios de povos indígenas ou adjacentes a eles, e onde há acordos formais.
—
3
—
MM6 Número e descrição de conflitos significativos relativos ao uso da terra, direitos consuetudinários de comunidades e povos indígenas.
—
3
—
65
Forma de Gestão: Mecanismos e Procedimentos para Encaminhamento de Demandas e Queixas
—
—
—
48
65
MM7 Até que ponto mecanismos para encaminhamento de demandas e queixas foram usados para resolver conflitos relativos ao uso da terra.
1, 2
3
—
Forma de Gestão: Mineração artesanal e de pequena escala
—
—
—
—
MM8 Número (e percentual) de unidades operacionais da empresa onde ocorre mineração artesanal e de pequena escala (Mape)
—
9
Forma de Gestão: Reassentamento
—
—
—
51, 52
MM9 Locais onde ocorreram reassentamentos, número de domicílios em cada um deles e como seus meios de subsistência foram afetados
—
3
—
51, 52
Forma de Gestão: Planejamento para encerramento de atividades
—
—
—
65
MM10 Número e percentual de operações com planos para o encerramento das atividades.
—
2
—
65
Forma de Gestão: Gerenciamento responsável dos materiais
—
—
—
102, 103
MM11 Programas relacionados ao gerenciamento responsável dos materiais e seu progresso.
8, 9
8
—
102
*
I
II
Ao longo do relatório.
Indicadores reportados parcialmente. Mais detalhes no arquivo digital.
Não reportado por não ser material. Mais detalhes no arquivo digital
Expediente
Coordenação geral
Diretoria de
Meio Ambiente
Apoio editorial
Diretoria de
Comunicação Corporativa
Apoio operacional
Accenture
CSC Computer Sciences Brasil S.A.
Verificação externa
KPMG
Consultoria GRI, redação e edição
Report Sustentabilidade
Revisão
Assertiva Produções Editoriais
Tradução
Batata Comunicações
Mariana Rêgo
Projeto gráfico, diagramação
e produção gráfica
Report Sustentabilidade
Família tipográfica
PMN Caecilia
Peter Matthias Noordzij, 1990
Myriad PRO
Robert Slimbach e Carol Twombly, 1992
Va l e
Relatório
de
Sustentabilidade
2012
© 2013 Vale S.A. All Rights Reserved.
www.vale.com
Sumário do arquivo digital
Visão geral
Planeta
[1.01] Materialidade
[4.01]
[4.02]
[4.03]
[4.04]
[4.05]
[4.06]
[4.07]
[4.08]
[4.09]
[4.10]
[4.11]
[4.12]
[4.13]
[4.14]
[4.15]
[4.16]
[4.17]
[4.18]
[4.19]
[4.20]
[4.21]
[4.22]
[4.23]
[4.24]
Visão estratégica
[2.01]
[2.02]
[2.03]
[2.04]
[2.05]
[2.06]
[2.07]
[2.08]
Mecanismos de diálogo
Governança
Pesquisa e inovação
Gestão integrada de riscos
Conformidade legal
Ética
Direitos Humanos
Parcerias institucionais
Pessoas
[3.01]
[3.02]
[3.03]
[3.04]
[3.05]
[3.06]
[3.07]
[3.08]
[3.09]
[3.10]
[3.11]
[3.12]
[3.13]
[3.14]
[3.15]
[3.16]
[3.17]
[3.18]
[3.19]
[3.20]
[3.21]
[3.22]
Compromisso com as pessoas
Perfil das pessoas em números
Saúde e segurança
Estratégia de saúde integrada
Ações em saúde e segurança recebem prêmio
Plano de atendimento à emergência
Educação
Equidade de gênero
Força feminina
Combate à discriminação
Remuneração variável e avaliação profissional
Diálogo aberto com os sindicatos
Benefícios
Previdência
Incidentes nas ferrovias
Diálogo social
Estudos socioeconômicos
Fundação Vale
Qualificação profissional
Remoção involuntária
Povos indígenas e comunidades tradicionais
Acompanhamento de situações judicializadas em 2012
Biodiversidade
Planos de Gestão da Biodiversidade
Participação e engajamento
Áreas protegidas e áreas operacionais
Áreas protegidas e áreas operacionais (cont.)
Espécies ameaçadas
Área impactada e em recuperação
Recuperação das Áreas Degradadas (RAD)
Conflitos pelo uso da terra
Fechamento de mina
Resíduos minerais
Resíduos não minerais
Resíduos perigosos e não perigosos
Resíduos perigosos e não perigosos (cont.)
Derramamentos
Emissões atmosféricas e ruídos
Gestão e conformidade ambiental
Estratégia em mudanças climáticas
Engajamento
Energia
Emissões de GEE
Gestão de risco
Pegada hídrica
Efluentes
Criação de valor
[5.01]
[5.02]
[5.03]
[5.04]
[5.05]
Promoção da agenda de sustentabilidade
Desempenho do fornecedor
Clientes
Clientes (cont.)
Clientes (cont.)
Sumário GRI
[6.01] Sumário GRI
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[1.01]
Materialidade
Identificação
Priorização de questões
Identificação de questões-meio de diversas fontes.
Utilização de conjunto consistente de filtros para identificar as questões mais
materiais e elaborar a matriz de materialidade.
Fontes primárias – Inputs dos resultados do
processo de materialidade realizado em 2010;
entrevistas com a alta administração (21);
entrevistas com especialistas (14); Painel de
Especialistas; análise de mídia.
Questões identificadas – Comunidades;
pessoas; saúde e segurança; mudanças climáticas;
energia; água; território; globalização; governo;
cadeia de valor; educação; resíduos; biodiversidade;
inovação; cultura de consumo.
Filtros classificatórios – Impacto na reputação; impacto regulatório; continuidade
dos negócios; frequência do tema.
Filtros eliminatórios – Alinhamento com a estratégia de negócios.
Matriz de materialidade
Mudanças
climáticas
Território
Energia
Validação
Envolvimento da alta liderança e de partes
interessadas-chave para validação da matriz
de materialidade.
Validação interna – Envolvimento do Conselho
de Administração; validação do CEO e da alta
administração da empresa; revisão pela diretoria
responsável pela agenda de sustentabilidade.
Validação externa – Parecer externo do relatório
de sustentabilidade por consultoria especializada.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Arquivo digital
Relevância para as partes interessadas
Globalização
Água
Comunidades
Pessoas
Saúde e segurança
Biodiversidade
Educação
Governo
Inovação
Cadeia de valor
Resíduos
Cultura do
consumo
Relevância para os Negócios da Vale
Baixa
Média
Alta
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[2.01]
Mecanismos de diálogo [IP4.14, IP4.15, IP4.16]
Quadro: Canais de comunicação
com partes interessadas
Ferramentas de comunicação
Ferramentas de comunicação
Público em geral
Comunidades
–
–
–
–
–
–
–
Relatório de Sustentabilidade Vale
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Fale Conosco (disponível em www.vale.com)
Sites da Vale (Global, Brasil, Canadá, Austrália e Malásia)
Pesquisa de reputação em áreas de atuação e grandes capitais brasileirasI
Campanhas de comunicação
Redes Sociais (Facebook, YouTube e Twitter)
Acionistas, debenturistas e investidores
– Relatório 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da Assembleia Geral
de Acionistas, relatórios financeiros trimestrais (ITR), formulário de referência
– Visitas às operações da Vale
– Encontros com investidores
– Correio eletrônico: [email protected]
– Telefone de contato do Departamento de Relações com Investidores: 55-21-3814-4540
– Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Clientes
–
–
–
–
–
Campanhas
Eventos especiais
Visitas e encontros na Vale
Pesquisas de satisfação
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Empregados
–
–
–
–
–
Publicações internas
Intranet Brasil Vale (Brasil, Canadá e Global)
Pesquisa global do empregadoII
Eventos especiais, campanhas internas e comunicação direta
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Fornecedores
–
–
–
–
Visitas e encontros na Vale
Programas de intercâmbio
Reuniões estruturadas
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Diagnósticos socioeconômicos
Encontros para consulta prévia
Entrevistas
Grupos focais e visitas às unidades
Programa Encontro com Lideranças
Publicação externa — Notícias
Alô Ferrovias — canal de atendimento aos usuários dos trens de passageiros Estrada
de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Estrada de Ferro Carajás (EFC) — 0800 285 7000
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Observatório de Stakeholders
Encontros de diálogo social
Contatos diretos com equipe do DIRC (presencial e por telefone)
Site (Fale Conosco)
Governos e sociedade civil
–
–
–
–
–
–
Participação em associações e entidades
Encontros para consulta prévia
Entrevistas
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
Visitas e encontros na Vale
Participação em conferências, fóruns de debates
Imprensa
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Sala de imprensa no www.vale.com
Telefones e e-mails de contato com assessores (disponíveis na Sala de Imprensa)
Webcast
Coletivas de imprensa presenciais
Conference calls
Entrevistas presenciais
Visitas às operações da Vale
Visitas às redações
Rodas de conversa
Releases e notas
Almoços de relacionamento
Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com)
I Estudo quantitativo realizado anualmente pelo Instituto Vox Populi no Brasil.
II Estudo quantitativo realizado com todos os empregados da Vale no Mundo.
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[2.02]
Governança [IP4.1, IP4.2, IP4.3, IP4.4, IP4.5, IP4.6, IP4.8, IP4.9]
Conselho de Administração
Responsável pela definição das políticas e das diretrizes gerais da empresa, pela análise dos
planos e projetos propostos pela Diretoria Executiva e pela avaliação dos resultados. Conta
com 11 membros e respectivos suplentes, restando uma posição de suplente vaga, eleitos em
Assembleia Geral de acionistas ou nomeados pelo Conselho de Administração, nos termos do
artigo 11, §10, do Estatuto Social1, com mandato de dois anos. Em dezembro de 2012, o Conselho era composto de nove conselheiros indicados pelo acionista majoritário, um membro independente sem vínculo com o grupo de controle e um representante eleito pelos empregados.
Por meio das Assembleias Gerais Ordinárias, realizadas anualmente, e Extraordinárias, sempre
que convocadas pelo Conselho de Administração, os acionistas minoritários podem se manifestar sobre as matérias em pauta.
Os acionistas não controladores titulares de ações ordinárias que representem pelo menos
15% do total das ações com direito a voto e de ações preferenciais com, no mínimo, 10% do
capital social têm direito de eleger um membro do Conselho de Administração e seu suplente.
Caso se verifique que nem os titulares de ações ordinárias nem os titulares de preferenciais
atenderam aos limites indicados, eles poderão juntar suas ações e, uma vez atingido o percentual de 10% do capital total, em conjunto, eleger um membro e seu suplente para o
Conselho de Administração2.
Os membros do Conselho de Administração recebem remuneração fixa. A remuneração global
e anual dos administradores é estabelecida pela Assembleia Geral Ordinária de acionistas, com
base em responsabilidades, no tempo dedicado às funções, na competência, na reputação
profissional e no valor praticado no mercado.
O Conselho de Administração não é submetido a um processo formal de autoavaliação. Os
membros possuem reconhecida competência nas áreas de finanças e mercado de capitais,
governança corporativa, mineração, comercialização de minérios e sustentabilidade. O presidente do Conselho de Administração, Dan Antonio Marinho Conrado, e os demais membros do Conselho de Administração não exercem função de diretor executivo da empresa.
A auditoria interna é diretamente subordinada ao Conselho de Administração. O responsável pela auditoria interna é nomeado e destituído pelo Conselho de Administração.
Conselho Fiscal Permanente
Constituído por três a cinco membros (e igual número de suplentes) independentes, nos
termos da lei brasileira, fiscaliza as atividades da administração e revisa as demonstrações
contábeis, reportando-se diretamente aos acionistas. Também desempenha as funções de
Comitê de Auditoria, nos termos da Lei Sarbanes-Oxley e das normas que regulam a listagem de valores mobiliários na Bolsa de Valores de Hong Kong (HKSE). Um membro do
1 Em caso de vacância do cargo de conselheiro ou de seu suplente, o
substituto poderá ser nomeado pelos membros remanescentes e servirá
até a Assembleia Geral seguinte, que deliberará sobre a sua eleição.
2 O Sr. José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha foi eleito por indicação
da Valepar S.A., dado que, na Assembleia Geral Ordinária realizada em
17 de abril de 2013, os titulares de ações ordinárias de emissão da Vale,
individualmente ou em conjunto, excluído o acionista controlador, não
alcançaram os quóruns previstos e que os titulares de ações preferenciais,
também excluído o acionista controlador, não indicaram candidato
para representá-los no Conselho de Administração.
Continua na próxima página 
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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Conselho Fiscal e seu respectivo suplente foram reeleitos pelos acionistas preferencialistas
na Assembleia Geral Ordinária de 2013.
Nenhum dos membros do Conselho Fiscal integra o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, conforme critérios de independência previstos na lei brasileira.
Comitês de Assessoramento
Para apoiar o Conselho de Administração na condução de suas atividades, a Vale conta com
cinco comitês de assessoramento: Desenvolvimento Executivo, Estratégico, Financeiro, Controladoria e Governança e Sustentabilidade. Os comitês representam fóruns de discussão, partilhando as diferentes visões de seus membros, o que permite maior amadurecimento e alinhamento das proposições antes de seu encaminhamento para o Conselho de Administração.
O objetivo é contribuir para a fluidez dos processos decisórios e para a qualidade das decisões.
Diretoria Executiva
Coloca em prática a estratégia de negócios estabelecida pelo Conselho de Administração, elabora planos e projetos e é responsável pelo desempenho operacional e financeiro da empresa.
Seus integrantes são indicados pelo diretor-presidente e eleitos pelo Conselho de Administração. Além da remuneração fixa, os diretores executivos da Vale e os demais executivos
da empresa recebem remuneração variável, atrelada ao desempenho de metas individuais
e coletivas, desdobradas para alcançar os resultados estratégicos da empresa, por meio de
indicadores econômico-financeiros, técnico-operacionais e de sustentabilidade (incluindo
saúde e segurança e demais aspectos de sustentabilidade).
Composição acionária (abril de 2013)3
Capital total
%
5,3% 1,7%
8,6%
33,7%
11,1%
14,1%
Valepar
33,7%
NYSE-ADR
25,5%
Bovespa
14,1%
Institucionais
11,1%
Varejo
8,6%
BNDESPar
5,3%
FMP-FGTS
1,7%
Tesouro Nacional
12 açõesI
25,5%
I O governo brasileiro detém 12 golden shares da Vale, o que lhe
confere poderes de veto sobre algumas ações da empresa.
3 Não inclui ações em tesouraria. O banco custodiante das
ações da empresa é o Banco Bradesco S.A. A Valepar é a acionista
controladora da Vale. A Valepar é sociedade de propósito específico,
organizada conforme a legislação brasileira, constituída com o
único objetivo de ter uma participação na Vale. São detentores
de ações ordinárias da Valepar: Litel Participações S.A., Eletron S.A.,
Bradespar S.A., Mitsui &Co., Ltd. e BNDESPar. Para mais informações
sobre a composição acionária da Vale e da Valepar, consulte o
Relatório 20-F e as informações disponíveis na seção Investidores,
em www.vale.com.
Continua na próxima página 
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 Voltar para o conteúdo principal
Capital preferencial (PN)
%
3,4% 1,0%
19,4%
32,4%
20,3%
NYSE-ADR
32,4%
Bovespa
23,5%
Institucionais
20,3%
Varejo
19,4%
BNDESPar/FPS
3,4%
Valepar
1,0%
Tesouro Nacional
12 açõesI
23,5%
I O governo brasileiro detém 12 golden shares da Vale, o que lhe
confere poderes de veto sobre algumas ações da empresa.
Capital ordinário (ON)
5,5%
2,9% 1,7%
%
6,5%
8,2%
53,9%
21,3%
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Arquivo digital
Valepar
53,9%
NYSE-ADR
21,3%
Bovespa
8,2%
BNDESPar
6,5%
Institucionais
5,5%
FMP – FGTS
2,9%
Varejo
1,7%
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[2.03]
Pesquisa e inovação
Iniciativas de pesquisa na Vale
Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM)
Composto por laboratórios de processo, plantas piloto, laboratórios químicos e mineralógicos, o Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM) é considerado o mais sofisticado e
completo complexo laboratorial voltado à pesquisa e desenvolvimento na área mineral
da América Latina e um dos mais modernos centros de desenvolvimento de tecnologia
mineral do mundo. Foi o primeiro do gênero a receber a certificação ambiental ISO 14001 e
o primeiro centro de pesquisa da Vale no Brasil a receber a certificação da ISO 17025.
Há mais de 40 anos são realizadas no CDM atividades relacionadas ao desenvolvimento de
rotas de processos para os novos projetos minerais da Vale, gerados pela exploração.
Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF)
A Vale está comprometida com a criação de soluções em minério de ferro e carvão para o
mercado e em estabelecer com os clientes uma relação de confiança por meio de ações
de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que resultem em alternativas inovadoras para necessidades que se apresentam. O Centro de Tecnologia em Ferrosos (CTF) tem papel fundamental nessa estratégia.
Localizado em uma área rica em fauna e vegetação em Nova Lima (MG), o CTF reúne laboratórios com os mais modernos recursos científicos e tecnológicos, onde atuam 30 pesquisadores e 60 profissionais técnicos e administrativos. No centro, são desenvolvidos estudos
para conhecer a essência dos minérios de ferro e carvões, estabelecer relações de causa e
efeito entre suas diversas características e o desempenho desses produtos nos reatores das
usinas siderúrgicas clientes.
No Centro, é possível também estudar toda a cadeia de uso do minério de ferro e do carvão,
da mina ao aço, de modo a agregar o máximo de valor aos produtos da Vale, numa abordagem que visa criação de propostas de valor a serem capturadas pela Vale e pelos clientes.
O CTF conta com oito prédios, em que estão situados as áreas administrativas, as plantas piloto de Aglomeração, Coqueificação e Tratamento de Minérios e os laboratórios de
Preparação de Amostras, Caracterização de Materiais, Propriedades a Altas Temperaturas,
Ensaios Metalúrgicos, Beneficiamento de Minérios, Carvão e Coque, Análises Químicas
e Metrologia. Neles estão instalados equipamentos de última geração, como o forno de
amolecimento e fusão, que serve para verificar o comportamento da carga metálica na
região interna do alto-forno.
Outro equipamento raro que consta do acervo tecnológico do CTF é o Espectrômetro
Mössbauer, capaz de caracterizar os diversos tipos de minério com ferro em sua composição. Um protótipo portátil, similar a um dos disponíveis no CTF, foi enviado a Marte pela
NASA para estudar o solo do planeta.
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[2.04]
Gestão integrada de riscos [IP1.2]
A Política de Gestão de Risco Corporativo da Vale determina a mensuração e o monitoramento
dos riscos, de forma consolidada, para garantir que seu nível total permaneça em conformidade com as diretrizes definidas pelo Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva.
O Comitê Executivo de Gestão de Riscos é responsável por apoiar a Diretoria Executiva nas
análises de risco e emitir pareceres sobre o tema, além de ser responsável pela supervisão e
revisão dos princípios e instrumentos de gestão de risco corporativo. Os procedimentos de
gestão de risco são orientados pelos padrões da norma ISO 31000.
Existe uma rotina para esse monitoramento. Os principais riscos e seus respectivos controles
e planos de ação são analisados e acompanhados trimestralmente pelo Comitê Executivo
de Riscos e, pelo menos uma vez ao ano, são apresentados ao Conselho de Administração
pelos diretores executivos.
Em 2012, foram concluídos 460 planos de ação, e outros 756 estão em andamento. Foram
identificados, analisados e tratados 467 grandes eventos de risco.
A gestão de risco da Vale está dividida em dois grandes grupos. Um deles é a análise e a
avaliação de riscos associados aos objetivos de negócio, uma visão ampla, multidisciplinar,
mais conhecida no mercado como Enterprise Risk Management (ERM). No outro grupo, as
técnicas de análise de riscos são mais específicas, com o propósito de serem exaustivas e
identificar, no detalhe, situações de risco potencial.
Em todos os casos, a gestão deve ser realizada a partir de informações que retratem, periodica e sistematicamente, os riscos e permitam, por meio de ações efetivas, a sua minimização, quando possível, ou que pelo menos permaneçam estáveis. Por isso, os processos são
executados de forma integrada e com a definição clara de papéis e de responsabilidades.
A abordagem de gestão de riscos é dividida em quatro dimensões:
– Mercado: busca avaliar o impacto da volatilidade dos fatores de risco, como taxas de juros,
moedas e preços de commodities, no fluxo de caixa;
– Crédito: analisa a probabilidade do não cumprimento das obrigações assumidas por uma
contraparte (clientes, instituições financeiras e fornecedores, entre outros) com a Vale;
– Operacional: engloba a avaliação do risco de perdas potenciais resultantes de falhas ou
inadequação de processos internos, pessoas, sistemas e/ou eventos externos. Os eventos
podem ocorrer nas operações, nos projetos e nos processos corporativos e resultar em danos às pessoas, ao meio ambiente, à propriedade, à sociedade e à reputação da empresa;
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Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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– Projetos: tem como foco a análise integrada de riscos em projetos de capital, por meio
da identificação, quantificação e, especialmente, gestão dos impactos dos riscos sobre o
investimento, o prazo e a segurança dos projetos, além de avaliar os riscos que possam
comprometer o desempenho operacional das novas instalações.
Princípio da Precaução
O desenvolvimento e a implantação da Política de Sustentabilidade Global da Vale dependem da aplicação do Princípio da Precaução nos estudos de viabilidade relacionados
à gestão de riscos, buscando atender às questões relevantes para as partes interessadas,
assim como aos aspectos empresariais. Isso se dá a partir de identificação prévia, análise e
minimização dos riscos corporativos, incluindo, mas não se limitando a eles, riscos financeiros, à saúde e à segurança de todos os empregados, contratados, comunidades vizinhas às
operações e meio ambiente.
A Vale implanta medidas de prevenção ou mitigação de risco e, junto da elaboração do
planejamento estratégico anual, identifica os riscos e as oportunidades de cada unidade de
negócios, o que fornece as bases para o desenvolvimento e a atualização das estratégias da
empresa em relação aos riscos corporativos.
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[2.05]
Conformidade legal [SO7, SO8]
Civil
Tramitam na Justiça 69 processos envolvendo a Vale, sem valor econômico definido, que
contestam a legalidade da sua privatização, ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de
decisão judicial final. Essas ações não devem afetar o resultado do processo de privatização ou produzir algum efeito negativo para a empresa.
Regulatório
Em 2012, no processo em que se discute a anulação da autorização que concede à Vale
e a outras empresas o direito de operação nos terminais de carvão e de produtos siderúrgicos em Praia Mole, no Estado do Espírito Santo, a decisão da primeira instância, favorável à Vale, foi confirmada no âmbito do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região.
A decisão final está pendente de confirmação, por causa da interposição de recursos
especial e extraordinário.
Tributário
A Vale discute, por meio de 18 ações judiciais e seis processos administrativos, a incidência
do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido em
relação a lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior.
A empresa contesta a cobrança de imposto sobre circulação de mercadorias e serviços
(ICMS) supostamente devido ao Estado de Minas Gerais, por divergências quanto à base
de cálculo do imposto na transferência interestadual de minério de ferro, por meio de
processos administrativos lavrados em 2012. Em razão de alterações legislativas que reduziram consideravelmente os valores autuados, a Vale decidiu quitar os montantes e
as respectivas multas, cobrados pelo Estado de Minas Gerais, e desistir das discussões
administrativas em andamento até então. Ressalte-se que, em 2012, o Estado do Pará
lavrou três autos de infração, cuja discussão se assemelha à conduzida em Minas Gerais.
As defesas apresentadas aguardam julgamento.
A empresa contesta ainda exigências de compensação financeira pela exploração mineral (CFEM) em 135 processos administrativos e 52 ações judiciais. Em 2012, a Vale alterou
para provável a probabilidade de perda da discussão relativa à dedução das despesas com
transporte da base de cálculo da CFEM, razão pela qual decidiu quitar o seu pagamento,
incluindo multas.
Em dezembro de 2011, os estados de Minas Gerais e Pará introduziram novo tributo sobre
a produção mineral (Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais — TFRM). Em 2012, esses
estados implementaram mudanças na legislação que acarretaram a redução dos valores
cobrados. A Vale decidiu pagar a TFRM devida em 2012, incluindo multas. Cabe registrar que
a Associação Brasileira de Indústria (Confederação Nacional da Indústria — CNI) atualmente
contesta a constitucionalidade da TFRM imposta por Minas Gerais e Pará junto ao Supremo
Tribunal Federal. Se a reivindicação da CNI for atendida, a empresa acredita que a TFRM poderá ser eliminada. Em dezembro de 2012, uma taxa similar foi introduzida pelo Estado de
Mato Grosso do Sul, e, atualmente, a Vale avalia a possibilidade de contestação.
A disputa com as autoridades suíças relativa à concessão de um benefício fiscal à subsidiária
da Vale, Vale International, foi encerrada em 2012. A Vale International pagará os tributos
federais adicionais reivindicados pelas autoridades federais suíças, sem acréscimo de multas.
Para mais informações sobre os casos relatados acima, consulte o Relatório 20-F da Vale, em
www.vale.com, seção Investidores.
Continua na próxima página 
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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Trabalhista
Prosseguem, no Brasil, as discussões judiciais sobre o recolhimento de fundo de garantia do
tempo de serviço (FGTS) pretendido pela União Federal, incidente sobre certas parcelas da
folha de pagamento do período de 1999 a 2003.
Também prosseguem as discussões sobre acidentes fatais ocorridos no exercício de atividades laborais; condições de trabalho (períodos de descanso/temperaturas) na mina de
potássio em Taquari Vassouras (Sergipe); terceirização de atividades de plano de fogo, detonação, operações com pás-carregadeiras e perfuratrizes e atividade de monitoramento
de barragem de rejeitos nas minas do Estado de Minas Gerais, que foi questionada pelo
Ministério Público do Trabalho; e horas in itinere em Carajás, discutidas em ação civil pública
movida pelo Ministério Público do Trabalho. Neste processo, foi celebrado acordo, que está
em fase de cumprimento.
O processo judicial envolvendo a adequação do Complexo de Tubarão, em Vitória (ES), à
Norma Regulamentadora nº 10, do Ministério do Trabalho e Emprego, sobre segurança em
instalações e serviços em eletricidade, foi arquivado em definitivo.
Na Austrália, a mina de carvão Broadlea esteve envolvida em uma ação judicial, iniciada pelo
Departamento de Minas e Energia de Queensland (atualmente Departamento de Emprego,
Desenvolvimento Econômico e Inovação), motivada por um acidente de trabalho com um
empregado. Apesar de o resultado da defesa do primeiro julgamento ter sido favorável à
Vale, houve um recurso por meio do qual o caso foi revertido e voltou à instância original.
Entretanto, as partes celebraram um acordo para encerrar o litígio sem condenação do gerente executivo local. Foi estipulado o pagamento de uma pequena multa, referente aos
custos da investigação, e as multas contra à subsidiária da Vale foram retiradas. Esse acordo
foi homologado pelo Tribunal em 5 de novembro de 2012, e o processo está encerrado .
Em outro caso judicial na Austrália, as operações da Integra Coal e a administração da Glennies Creek Coal estão sendo processadas por uma fatalidade de um empregado na mina
Integra, em 2009. Uma investigação oficial (Inquest Coronial) foi realizada em novembro de
2012, na qual não foram encontradas evidências contra as operações da Integra Coal ou a
gestão da Glennies Creek Coal. Foram designadas para o julgamento três semanas, em julho
e agosto de 2013. Na sequência do resultado do inquérito, foi apresentado um requerimento ao Ministério Público, solicitando que as acusações contra as empresas sejam retiradas, o
que ainda está pendente de apreciação.
Concorrência desleal
Em dois processos administrativos, pendentes de decisão, alega-se a existência de conduta anticompetitiva em relação aos negócios de Logística. Um desses processos envolve
a Companhia Portuária da Baía de Sepetiba (CPBS), subsidiária da Vale, contra a qual se
alega negativa de embarque de minério de ferro de terceiros. O outro processo envolve
as concessões ferroviárias detidas diretamente pela Vale (Estrada de Ferro Vitória a Minas
e Estrada de Ferro Carajás) e pela sua controlada FCA, contra as quais se alega aumento
abusivo de preços cobrados de usuários. A Vale entende que, em ambos os casos, não há
procedência nas alegações.
Multas sobre serviços e produtos
A Vale procura se adequar a todas as normas e legislações vigentes nos países em que opera.
Em 2012, do ponto de vista regulatório, não houve registro de casos de não conformidade
ou multas relacionadas a patrocínio, publicidade e promoção dos produtos da Vale, tampouco problemas relativos a fornecimento e uso de produtos e serviços.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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[2.06]
Ética [IP4.8, SO2, SO3, SO4]
Em seu Código de Conduta Ética, a Vale expressa que conduz suas atividades empresariais orientada por um conjunto de valores que refletem elevados padrões éticos e morais,
buscando assegurar credibilidade e preservar a imagem da empresa, no curto e no longo
prazos, junto aos mercados em que atua regularmente.
Os padrões éticos, que se expressam em ações justas e responsáveis dos pontos de vista
social e ambiental, formam a base dos negócios e a receptividade da empresa no mercado.
Por isso, a priorização de uma gestão ética e de padrões comportamentais corretos em toda
a sua cadeia produtiva contribui para o fortalecimento da imagem institucional da Vale em
todo o mercado de atuação.
As ações de avaliação de riscos de corrupção baseiam-se em documentos normativos que
incluem instruções e procedimentos internos que regulamentam a Política Institucional de
Segurança Empresarial da Vale. Em 2012, a Vale implementou o programa para evitar atos
anticoncorrenciais, capacitando seus gestores no Brasil e no exterior. A Vale também vem
implementando, em todos os países em que atua, um programa de compliance com o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) — legislação anti-corrupção norte-americana.
A Diretoria de Segurança Empresarial também busca desenvolver ações, em parceria com
outros departamentos, utilizando dados provenientes dessas áreas para a identificação de
oportunidades de prevenção de perdas e o atendimento de pontos detectados em trabalhos realizados pela Auditoria Interna da empresa.
Unidades de negócio submetidas à avaliação de risco em 2012
– Biopalma
– Ferrosos Sudeste (minas/usinas: Alegria, Fábrica Nova, Fazendão, Timbopeba e Cauê)
– Projeto Itabira
– Projeto Vargem Grande
– Ferrosos Norte (Carajás: minas N4W, N4E, N5W, N5E, N5E-N e Azul)
– Ferrosos Sul (mina/usina Pico)
– Ferrosos Centro-Oeste (mina Urucum)
– Estrada de Ferro Vitória a Minas
– Estrada de Ferro Carajás
– Terminal Marítimo Ponta da Madeira
– Porto de Tubarão (incluindo Carga Geral)
– Terminal Marítimo de Itaguaí
– Ferrovia Centro-Atlântica
– Bayóvar (Peru)
– Vale Fertilizantes (Complexo Mineroquímico de Cajati)
– Projeto Potássio Rio Colorado (Argentina)
– Projeto Salobo I
– Moatize (Moçambique)
– Projeto Nacala (Moçambique)
– Onça Puma
– Vale no Canadá (Projeto Long Harbour)
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[2.07]
Direitos Humanos [HR3]
Voltada para a análise do processo de gestão de impactos sociais e direitos humanos nos
territórios, a Ferramenta de Gestão dos Aspectos Sociais da Sustentabilidade busca avaliar,
anualmente, a maturidade da atuação da Vale em relação aos temas críticos da mineração. A
partir dos resultados obtidos, elaboram-se planos de ação visando melhorar continuamente
o desempenho em cada um desses aspectos.
Ao longo do ano de 2012, a Vale também apoiou a incorporação do tema em iniciativas de
diferentes áreas corporativas, como a introdução da gestão de riscos de impactos sociais e
violações de direitos humanos nos processos de acompanhamento dos projetos de capital
e na avaliação de riscos de direitos humanos para fornecedores.
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[2.08]
Parcerias institucionais [IP4.12, IP4.13]
Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)
A Vale integra o ICMM (sigla em inglês) desde 2006 e alinha sua atuação com os dez princípios de sustentabilidade estabelecidos pela entidade, assim como com o compromisso
de reportar o desempenho sobre esses princípios de acordo com as diretrizes da Global
Reporting Initiative (GRI) e com a verificação externa por auditoria independente. Portanto,
desde o relatório de sustentabilidade de 2009, o alinhamento com o ICMM é realizado por
meio dessa verificação1.
A empresa compartilha suas boas práticas em eventos e reuniões da entidade, o que possibilita um importante intercâmbio para a melhoria contínua do seu desempenho e da sua
gestão em sustentabilidade. Na temática de saúde e segurança, relacionada ao aprimoramento da prevenção de acidentes e doenças, a Vale participa, desde outubro de 2010, de
um grupo de trabalho. A iniciativa discute os indicadores de saúde e segurança, buscando
alinhamento entre as empresas do setor de mineração.
A Vale também contribui em discussões sobre mudanças climáticas, por meio das quais
apoia a formulação de princípios e ações do setor, e atua na frente de Desenvolvimento
Comunitário do ICMM, por meio do trabalho da área de Responsabilidade Social.
No que se refere à biodiversidade, a Vale segue o princípio específico para esse tema estabelecido pelo Conselho por intermédio de sua participação no Comitê de Biodiversidade.
A empresa adota também as diretrizes de boas práticas para mineração e biodiversidade
apresentadas no Manual de Ferramentas, publicado pela entidade em 2006, divulgando
seus próprios estudos de casos de boas práticas em documentos distribuídos no Brasil e
em materiais de divulgação global.
Além disso, desde 2007, a empresa integra e participa ativamente de um banco de dados gerenciado pelo ICMM, que conta com a participação de mineradoras de todo o
mundo, para compartilhar as melhores práticas em segurança, saúde, meio ambiente
e relações com comunidades. Trata-se do Safety, Health, Environment and Community
Benchmarking (SHEC Benchmarking), que promove a troca de experiências por meio de
um portal na internet.
Pacto Global da Organização das Nações Unidas
Desde 2007, a Vale respalda suas ações nos dez princípios básicos propostos pelo Pacto
Global da Organização das Nações Unidas (ONU), firmando compromisso com a Declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, com a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
e com a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção2.
Desde 2010, a Vale compõe, a convite da ONU, o grupo de empresas sob a plataforma Global Compact Lead. Foram selecionadas as empresas líderes em questões de sustentabilidade e que já estavam engajadas na iniciativa do Pacto Global. Os objetivos são reforçar o
compromisso dos participantes com trabalhos de vanguarda no tema; alcançar níveis mais
elevados de desempenho em sustentabilidade corporativa por meio da implementação
1 O índice remissivo deste relatório apresenta a correlação das
práticas e do desempenho da Vale com os respectivos princípios
do ICMM.
2 O índice remissivo deste relatório apresenta a correlação das
práticas e do desempenho da Vale com os respectivos princípios do
Pacto Global.
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do Blueprint for Corporate Sustainability Leadership; inspirar outros participantes do Pacto
Global; aumentar a integração entre as áreas temáticas do Pacto Global; e melhorar a colaboração entre empresas e o sistema das Nações Unidas.
Em prol dessa maior cooperação, desde 2011, a Vale participa de programas relacionados
a assuntos como comunicação sobre sustentabilidade corporativa; definição de metas e
compensação financeira associada à sustentabilidade para a alta direção; e energia sustentável e engajamento com populações indígenas. Neles, junto de outros participantes, a Vale
discute temas relacionados, e esse ambiente colaborativo contribui para o aprimoramento
e a melhoria contínua de suas práticas.
Destaca-se também a participação da mineradora na Rede Brasileira do Pacto Global, atuando no Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG), na força-tarefa Meio Ambiente, que trata
de questões relacionadas às mudanças climáticas, à economia de baixo carbono e às ações
para promover a economia verde. Além disso, a Vale faz parte do Caring for Climate, uma
iniciativa do Pacto Global e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Fórum Econômico Mundial
Em 2012, a Vale tornou-se membro formal do Fórum Econômico Mundial (WEF, sigla em inglês), após ter trabalhado anteriormente com o WEF em fóruns estratégicos sobre os desafios
globais enfrentados pelo setor privado e que influenciam diretamente a agenda do setor.
Como uma empresa global, mas também brasileira, a Vale reconhece o dever de transparência e engajamento no diálogo global, compartilhando melhores práticas e conhecimentos
sobre os desafios temáticos em médio e longo prazos. Dentro do contexto do WEF, a Vale
apoia a Iniciativa do Desenvolvimento Responsável de Minerais (RMDI, sigla em inglês) e
contribuiu para a sua ampliação. A empresa também contribuiu para o trabalho sobre anticorrupção e transparência do WEF, como membro do Global Agenda Council (GAC) sobre
anticorrupção.
Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável
A Vale é membro do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável
(WBCSD, sigla em inglês), instituição fundada durante a Rio 92 para promover temas de sustentabilidade entre as empresas e garantir a elas um papel relevante nas discussões sobre
o assunto.
Atualmente, a Vale participa do novo projeto do WBCSD, “From Vision 2050 to Action 2020”,
que tem por objetivo revisar o documento Visão 2050. Esse documento, elaborado pelo
WBCSD, visa apontar caminhos para as empresas exercerem seu papel no desafio por
um planeta sustentável, com sugestões de políticas públicas para atingir esse objetivo. O
novo documento priorizará entre 15 e 20 iniciativas imprescindíveis com as quais o setor
privado deverá trabalhar e desenvolver ações concretas. A Vale também interage com o
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante do WBCSD no Brasil.
Vale Columbia Center on Sustainable International Investment (VCC)
A Vale é fundadora e patrocinadora principal do Vale Columbia Center on Sustainable International Investment (VCC), uma parceria entre o Instituto Terra e a Escola de Direito da
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. O VCC busca avançar o desenvolvimento
sustentável através da parceria entre investidores, academia e governos, reafirmando o papel essencial desempenhado por investidores responsáveis. Foro que serve para reunir atores das diversas esferas preocupadas com sustentabilidade, o VCC age como “incubadora” de
ideias, modelos e projetos que servem de base para tomadas de decisão. Por esses meios, o
VCC colabora com insumos técnicos e objetivos na promoção de políticas e soluções entre
investidores responsáveis, governos e sociedade civil.
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Rio+20
A visão de sustentabilidade da Vale foi refletida em uma série de práticas e discussões em
torno do tema, como na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Parceira oficial da Conferência, a Vale incentivou discussões acerca da criação de uma nova
economia verde, da erradicação da pobreza e das reformas institucionais necessárias para
rever as bases do desenvolvimento sustentável. A empresa também promoveu e participou
de fóruns e encontros, como o Fórum de Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Instituto Tecnológico Vale, o Business Action for Sustainable Development (Basd) e o Fórum Firjan
no Projeto Humanidade.
Na ocasião, foram realizados eventos de engajamento com o público interno, ações educacionais e campanha na Semana do Meio Ambiente, que fomentaram o debate com os
empregados sobre os principais desafios da sociedade moderna. Outra prática desenvolvida pela Vale em 2012 com relação à sustentabilidade foi o investimento em recuperação de
áreas mineradas e em ações relacionadas à redução de gases de efeito estufa.
Participação em entidades e associações
Globais
– Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)
– Centre National de Recherche Technologique Nickel et Son Environnement (CNRT Nickel)
– Chambre de Commerce et d’Industrie (CCI)
– Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (GBC)
– International Emission Trading Association (Ieta)
– Pacto Global da Organização das Nações Unidas (Global Compact)
– Reputation Institute
– The Nickel Institute
– World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)
– BSR
– The World Economic Forum (WEF)
Regionais
– Fórum de CEOs Brasil-Canadá
– Fórum de CEOs Brasil-EUA
– European Ferro-Alloys Association (Euroalliages)
– European Association of Metals (Eurometaux)
– European Steel Association (Eurofer)
– Instituto Latinoamericano de Ferro e Aço (Ilafa)
Nacionais
– Academia Brasileira de Ciências (ABC)
– Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib)
– Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)
– Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
– Centro de Estudos Brasileiros de Relações Internacionais (Cebri)
– Confederação Nacional da Indústria (CNI)
– Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
– Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)
– Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)
– The Mining Association of Canada3 (MAC)
– Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF)
3
Instituições nacionais nos respectivos países.
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– Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
– Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS)
– Minerals Council of Australia3 (MCA)
– Australian Coal Association3 (ACA)
– Australian Coal Association Research Program3 (Acarp)
Reconhecimentos e premiações
– Uma das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, integrando o ranking Global 100,
organizado pela instituição canadense Corporate Knights. Os quesitos avaliados foram o
uso de energia, emissões de CO2, inovação e saúde e segurança.
– Troféu Henfil 2012, na categoria Empresa Cidadã, como resultado das iniciativas sociais
desenvolvidas pela Vale. Por meio de uma campanha para doação de sangue, o Instituto
Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (Hemorio) conseguiu coletar uma quantidade
significativa de bolsas.
– Vencedora do Cannes Corporate Media & TV Awards, na França, com dois filmes institucionais: Nossa História e Dia de Reflexão.
– Mineradora listada, pelo terceiro ano consecutivo, no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa), com vigência para 2013.
– Maior pontuação de transparência na avaliação do questionário do Carbon Disclosure Project (CDP) entre as empresas da América Latina.
– Participante do Índice Carbono Eficiente (ICO2), desenvolvido por Bovespa e BNDES, que tem
por objetivo atrair investidores que apostam que empresas com melhor gestão de riscos e
oportunidades associados ao carbono terão melhor desempenho financeiro no futuro.
– Uma das quatro empresas mundiais mais sustentáveis do setor de mineração pelo relatório GS-Sustain, do Goldman Sachs, de acordo com quesitos relacionados a retorno de
capital, temas da indústria e sustentabilidade.
– Prêmio Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) — Categoria Gases de Efeito Estufa.
– Prêmio Empresário Amigo do Esporte, realizado pelo Ministério dos Esportes. Primeiro lugar da categoria nacional, como Maior Amigo do Esporte e Melhor Amigo do Esporte de
Rendimento, e terceiro lugar na categoria nacional de Melhor Amigo do Esporte Educacional. Nas categorias regionais, a empresa obteve o primeiro lugar como Maior Amigo do
Esporte no Espírito Santo, no Maranhão e no Pará, ficando em segundo lugar em Minas
Gerais e no Rio de Janeiro.
– Vencedora no quesito Mineração do Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com
Jornalistas 2012, da revista Negócios da Comunicação.
– Troféu Transparência, que elegeu as 20 empresas brasileiras mais transparentes em 2012,
na categoria de empresa de capital aberto com faturamento acima de US$ 2,6 bilhões.
Clareza das demonstrações financeiras foi um dos quesitos analisados.
– Melhor Empresa de Mineração e Metais e Melhor Empresa em Gestão de Água durante
evento organizado pelo Fórum de Negócio Sustentável da Indonésia. A empresa desenvolve trabalhos que possibilitam o melhor uso de água nas operações, como a modernização
da infraestrutura de sistemas, evitando perdas e reduzindo o consumo de água e energia.
– Prêmio Neide Castanha, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, na
categoria Responsabilidade Social.
3
Instituições nacionais nos respectivos países.
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[3.01]
Compromisso com as pessoas [IP4.17]
As dez ações estruturantes decorrentes da pesquisa global de empregados 2011
– Definição clara de políticas e práticas de carreira e sucessão (inclui carreira técnica).
– Desenvolvimento da liderança focada em gestão de pessoas.
– Transformação cultural.
– Planejamento corporativo e priorização.
– Esclarecimento de papéis e responsabilidades das áreas e reestruturação das funções de
suporte.
– Criação de mecanismo para o estabelecimento de metas compartilhadas entre diretorias
e orientadas a resultados.
– Estabelecimento de padrões de condições físicas de trabalho em áreas operacionais.
– Criação de diretrizes institucionais e campanhas para incentivar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal (work-life balance).
– Divulgação dos canais de denúncia e consequências aplicadas.
– Programa de Reconhecimento de Empregados.
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[3.02]
Perfil das pessoas em números [LA1]
Empregados por
categoria funcional
(2012)
15,7%
Categoria
4,7%
3,3%
%
Técnicos operacionais
76,2%
Especialistas
15,7%
Supervisores
4,7%
LiderançaI
3,3%
76,2%
I Na categoria Liderança estão sendo considerados gerentes de área e
coordenadores, gerentes gerais e diretores.
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[3.03]
Saúde e segurança [LA7]
Requisitos sistêmicos do SGSS Vale
– Liderança em Saúde e Segurança.
– Informações em Saúde e Segurança e Requisitos Legais.
– Análise e Gerenciamento de Riscos e Mudanças.
– Planejamento em Saúde e Segurança.
– Desenvolvimento Comportamental e Capacitação em Saúde e Segurança.
– Gerenciamento de Prestadores de Serviços.
– Comunicação e Consulta.
– Controle Operacional.
– Projeto e Implantação de Instalações e Processos.
– Manutenção da Integridade das Instalações e dos Equipamentos.
– Preparação e Atendimento a Emergências.
– Investigação de Acidentes e Tratamento de Desvios.
– Monitoramento, Auditorias, Inspeções e Revisão.
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[3.04]
Estratégia de saúde integrada [IP4.17, LA8]
Ações de saúde e segurança voltadas
para empregados, familiares e comunidades
Educação/Treinamento
Aconselhamento
Prevenção/Controle de riscos
Tratamento médico
Empregados
– Oficinas para líderes e empregados sobre
– Programa de Assistência ao Empregado,
dependência química e abuso de substâncias.
que oferece aconselhamento jurídico,
– Palestras e treinamento sobre equidade de gêneros.
financeiro, interpessoal e de assuntos
– Campanhas de prevenção de câncer e diabetes.
diversos de saúde, como uso de
– Campanhas de prevenção da transmissão do HIV/Aids.
medicamentos, distúrbios psicossociais e
– Grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas
outras doenças.
com riscos cardiovasculares.
– Aconselhamento pré-viagem para
– Palestras sobre qualidade de vida e promoção
empregados enviados a operações
de saúde.
internacionais.
– Treinamentos sobre prevenção da malária, perda
auditiva provocada por ruído e assuntos diversos
de ergonomia.
– Controles primário, secundário e terciário – Atendimentos ambulatorial, de
da malária.
emergência e assistencial.
– Inspeções para controle de dengue e
febre amarela.
– Ações direcionadas a promoção da
saúde (como prevenção e tratamento da
dependência química e fadiga e melhoria
da qualidade de vida) e ergonomia.
– Vacinações de rotina, como gripe, HPV e
outras recomendadas, de acordo com o
destino, quando da realização de viagens.
Familiares
– Campanhas de prevenção de câncer e diabetes;
– Aconselhamento jurídico, financeiro,
grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas
psicossocial e de assuntos diversos de
com riscos cardiovasculares.
saúde.
– Campanhas de prevenção de HIV/Aids e malária.
– Acompanhamento de assistência social a
– Palestras sobre abuso de substâncias e dependência
familiares de empregados com doenças
química.
psiquiátricas e dependentes químicos.
– Vacinações diversas.
– Inspeções para prevenção de dengue,
febre amarela e malária.
– Atendimento assistencial.
Comunidades
– Campanhas de prevenção de malária, dengue,
—
febre amarela.
– Programa Ação Saúde, realizado pela Fundação
Vale no Estado do Maranhão, Brasil, com ações
coordenadas visando ao fortalecimento da
saúde materno-infantil e ações de capacitação
de profissionais de saúde (enfermeiros, agentes
de saúde etc.) e afins (educadores e lideranças
comunitárias), em sinergia com os serviços públicos
locais e com as atividades da sociedade civil
organizada e de instituições de ensino superior.
– Campanhas de prevenção de HIV/Aids e outras
doenças sexualmente transmissíveis.
– Programa de educação afetivo-sexual
—
(Vale Juventude), desenvolvido pela
Fundação Vale, com orientação sobre vida
sexual e ações de prevenção a doenças
sexualmente transmissíveis.
Coleta global de dados de saúde e segurança
Em 2012, a Vale implantou a ferramenta de coleta global dos dados referentes à vigilância
epidemiológica das doenças ocupacionais. A empresa passou a acompanhar mensalmente
os novos casos de doenças ocupacionais e os dias de afastamento — por doenças ocupacionais e causas assistenciais. Isso permitirá identificar os índices de absenteísmo médico e
ocupacional da empresa durante o ano inteiro.
Com base nesses dados, será possível identificar as áreas que demandam maior atenção,
provendo suporte e ajustando as condições locais de modo a melhorar a saúde e o desempenho do empregado.
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Neste primeiro ano de implantação da ferramenta, o foco é a garantia da abrangência e da
confiabilidade dos dados reportados. O próximo passo é identificar as principais doenças
que afetam os trabalhadores, de modo a tomar ações direcionadas a mitigar os problemas.
Grupos técnicos globais
A Vale instituiu, em 2012, os Grupos Técnicos Globais de trabalho, com representantes das
operações da empresa no mundo inteiro. O objetivo é discutir os modelos de saúde e segurança relacionados aos padrões de cada país, respeitando suas legislações, ao mesmo
tempo em que se garante alinhamento com as diretrizes da Vale, além de compartilhar os
principais incidentes registrados na empresa, nos diversos países, e os aprendizados decorrentes deles, assim como as boas práticas implantadas.
Revisão de diretrizes para projetos de capital
Em 2012, foi divulgada a sexta revisão do Manual de Gerenciamento em Saúde e Segurança
para Empreendimentos de Projetos de Capital. O manual tem como objetivo estabelecer
o modelo de gerenciamento em saúde e segurança a ser aplicado em projetos de capital
da Vale para atendimento aos Requisitos Sistêmicos de Saúde e Segurança. Cabe às áreas
envolvidas ampliar o escopo de acordo com a realidade e as características de cada projeto,
visando atender às diretrizes e políticas da Vale nas questões de saúde e segurança.
O manual aplica-se a todos os projetos de capital da Vale e estabelece as condições a serem
adotadas nos empreendimentos onde a Vale é responsável por todo o ciclo de vida ou naqueles
onde, por acordo de acionistas, a empresa é responsável pela gestão de saúde e segurança. As
prestadoras de serviços devem atender a todos os requisitos estabelecidos nesse documento.
A Vale promove auditorias nos projetos, inclusive fora do Brasil, para se certificar de que as unidades novas estão cumprindo todas as exigências legais. O objetivo final é que todos os empregados e fornecedores incorporem integralmente os valores de saúde e segurança da empresa.
Workshop Global de Controle da Malária
Um total de 25 representantes da Vale de cinco países, entre médicos e gerentes de Saúde e
Segurança de Exploração, Projetos de Capital e Operação, reuniu-se em junho de 2012, em
Maputo, Moçambique, para desenvolver a estratégia corporativa de controle da malária e
validar diretrizes para o tema.
A malária é endêmica em 104 países, com estimativa de 219 milhões de casos e 660 mil
mortes a cada ano1. Em 2012, foram registrados 1.439 casos de malária em empregados
próprios e contratados da Vale.
Durante o evento, foram divulgados e distribuídos materiais informativos da Campanha de
Prevenção da Malária e o Passaporte do Viajante, em quatro idiomas, além do Malaria Alert
Card. A partir do material apresentado no encontro, foram elaborados o Manual para Prevenção de Malária e documentos normativos para a gestão do controle da malária pelas
equipes de saúde e segurança em áreas endêmicas.
1
Dados de 2010 da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Ações em saúde e segurança
recebem prêmio
[3.05]
O Programa de Prevenção e Tratamento da Dependência Química em uma Mineração, implantado nos complexos de Itabira, Minas Centrais e Mariana, refere-se a um programa com
ações focadas na prevenção e no tratamento adequado da dependência química. Além
de ações preventivas e de comunicação, como palestras e material de orientação, buscou
qualificar uma equipe multidisciplinar e lideranças para a identificação precoce de casos e o
apoio ao tratamento dos dependentes.
Já a ação “Saúde do Viajante: a Jornada da Vale” é voltada para a adequação da norma corporativa da empresa sobre a gestão da saúde do viajante em relação às diferentes características das regiões onde a Vale atua. A Instrução Global para a Gestão da Saúde do Viajante,
publicada em 2012, estabelece uma prática sistemática para identificar, avaliar, controlar,
prevenir e minimizar perigos e riscos relacionados a viagens, além de trazer diretrizes para o
desenvolvimento e a implantação de planos locais de gestão da saúde do viajante. A criação
do documento ocorreu em função do aumento do número de empregados com viagens
para áreas de maior risco de doenças endêmicas com alto potencial de gravidade.
Na categoria Higiene Ocupacional, a Vale ganhou o primeiro lugar, com o trabalho Risco
Biológico em Unidades de Saúde Ocupacional. Foram desenvolvidas análises, por meio de
avaliações qualitativas e quantitativas, sobre o risco biológico em ambulatórios de saúde
ocupacional do Complexo Minas Centrais da empresa. Os objetivos do estudo são mitigar a
exposição dos profissionais de saúde a esses riscos e subsidiar as decisões do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
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[3.06]
Plano de atendimento à emergência
As três principais ferramentas utilizadas pela Vale no atendimento a situações de emergência são o Regulamento da Gestão Ambiental, o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança e
a Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.
A partir dessas ferramentas, a Vale revisa, no mínimo, a cada três anos (ou sempre que ocorrer alguma alteração de processo significativa) os Planos de Emergência, os Planos de Auxílio
Mútuo (PAM) — no caso de a emergência envolver empresas vizinhas — e o Plano de Atendimento Individual — em caso de derrame no mar. O objetivo é definir com mais exatidão
os cenários de emergência e o alcance das consequências/severidade, possibilitando uma
racionalização na alocação de recursos e procedimentos específicos para cada localidade e
cada cenário.
A empresa dispõe ainda de outros procedimentos para situações de emergência, como Planos de Ação Emergencial (PAE), Regulamento de Atendimento a Ocorrência Ferroviária (Raof ),
Manual de Gestão de Crise e Diretrizes Básicas de Risco (DBR) e Norma do Sistema de Gestão
Ambiental, com diretrizes e critérios gerais para atendimentos a emergências ambientais.
Em 2012, a Diretoria de Ferrosos Sudeste da Vale foi reconhecida pelo National Safety Council (EUA) pelo seu Sistema de Emergência Médica. A premiação, dedicada a empresas que
inovam na área de segurança no trabalho, foi concedida pelos resultados obtidos na proteção dos empregados.
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[3.07]
Educação [IP4.17, HR8]
Segurança empresarial
Em 2012, a Vale avançou no desafio de ampliar os treinamentos sobre segurança e direitos
humanos para as equipes de segurança empresarial. Foram capacitados quase 5 mil profissionais contratados e mais de 200 empregados próprios, em 17 países, entre eles Canadá,
Moçambique, China, Indonésia, Omã e Austrália, representando 85% do efetivo total. Só no
Brasil, esse percentual foi de 95%.
O treinamento é realizado anualmente, desde 2008, sendo uma diretriz da Política Global de
Direitos Humanos da Vale, que tem como objetivo atualizar os profissionais de segurança
empresarial sobre o tema. A cada dois anos, as equipes passam por um curso de reciclagem
para aperfeiçoar seus conhecimentos.
Os principais assuntos contemplados durante a capacitação foram Princípios Fundamentais
dos Direitos Humanos, Relações com Comunidades, Uso da Força, Ética, e a Política e o Guia
de Direitos Humanos da Vale.
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[3.08]
Equidade de gênero
Ações estruturantes do Projeto Equidade de Gênero
As ações do Projeto Equidade de Gênero foram priorizadas com base em análise do esforço,
comparado com o impacto, e agrupadas nos quatro pilares a seguir.
– Ambiente e Condições de Trabalho: garantir que o ambiente e as condições de trabalho
acomodem as necessidades específicas das mulheres.
Exemplo de ação: adequação de uniformes e EPIs.
– Educação e Conscientização: conscientizar empregados e líderes sobre a relevância e
os direitos associados ao tema e reconhecer a capacidade da mulher através de exemplos
femininos positivos.
Exemplo de ação: inclusão do tema diversidade no programa de ambientação de novos
empregados e em programas de capacitação da liderança.
– Empoderamento: viabilizar o aumento do número de mulheres no quadro de empregados na Vale (em todas as posições) e contribuir para esse crescimento ao longo de toda a
cadeia de valor.
Exemplo de ação: revisão da estratégia de recrutamento e seleção.
– Engajamento: monitorar a evolução/maturidade do tema na organização e no mercado externo, incluindo a participação em eventos, fóruns e certificações.
Exemplo de ação: parcerias com organizações e participação em fóruns/eventos que
promovam equidade de gênero.
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Força feminina [LA13, LA14]
[3.09]
Proporção de salário-base
entre mulheres e homens
por categoria funcionalI
1,17
0,86 0,87
Diretores
0,85 0,91
1,02
Gerentes gerais
0,94 0,92 0,95
Gerentes de área
e coordenadores
1,11
1,00 1,04
0,93 0,94 0,95
0,98 0,98 0,99
Supervisores
Especialistas
Técnicos
operacionais
2010
2011
2012
I Empregados próprios deste indicador (LA14) correspondem
a 96% (2010), 98% (2011) e 96% (2012) do total de empregados
reportados (LA1). O gráfico apresenta as variações de salário-base das
mulheres comparado a dos homens. A proporção de 1,00 significa
que o salário base é o mesmo.
Proporção de mulheres por
categoria funcionalI
36%
9%
9%
Diretores
9%
14% 17% 16%
17% 19% 20%
7%
Gerentes gerais
Gerentes de área
e coordenadores
8%
8%
Supervidores
2010
2011
2012
I Empregados próprios deste indicador (LA13) correpondem a 99%
(2010), 99% (2011) e 99% (2012) do total de empregados reportados (LA1).
Continua na próxima página 
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34% 36%
7%
Especialistas
8%
8%
Técnicos
operacionais
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Distribuição de mulheres
por categoria funcionalI
(2012)
4,4%
2,9%
%
Liderança
4,4%
Técnicos operacionais
49,6%
Diretores
0,1%
Especialistas
43,1%
Gerentes gerais
0,8%
Gerentes de área e coordenadores
3,5%
Categoria
43,1%
Liderança
4,4%
Supervisores
2,9%
49,6%
I Empregados próprios deste indicador (LA13) correpondem a 99%
(2010), 99% (2011) e 99% (2012) do total de empregados reportados (LA1).
Empregados por faixa etáriaI
(2012)
61,4%
30,3%
Faixa etária
Abaixo de 30 anos
30,3%
Entre 30 e 50 anos
61,4%
Acima de 50 anos
8,3%
8,3%
I Empregados próprios deste indicador (LA13) correpondem a 99%
(2010), 99% (2011) e 99% (2012) do total de empregados reportados (LA1).
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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%
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[3.10]
Combate à discriminação [HR4]
Em decorrência dos resultados obtidos nas apurações dos casos de discriminação, são adotadas ações pela alta gerência visando à regularização de eventuais desvios. Elas compreendem medidas administrativas (advertência ou desligamento), ações disciplinares e treinamento dos gestores.
Como exemplos de ferramentas de remediação aplicadas na Vale, citam-se o Procedimento
de Oportunidade de Emprego Igualitário da Vale na Austrália, a Política de Violência, Assédio e Discriminação no Local de Trabalho e o Manual do Empregado para as Operações da
Vale no Canadá. Para mitigar os casos de discriminação no Canadá, a Vale também segue as
políticas de direitos humanos da Comissão de Direitos Humanos Canadense. Nas operações
do Reino Unido, além do Manual do Empregado, a empresa divulgou uma Declaração de
Igualdade de Oportunidades.
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Remuneração variável
e avaliação profissional [EC5, LA12]
[3.11]
As principais ferramentas para o pagamento de remuneração variável e para a avaliação de
desempenho são a Gestão de Metas e o Sistema Global de Gestão de Desempenho. A Gestão de Metas consiste na construção e no desdobramento de metas de desempenho para
todos os empregados, garantindo que as performances individuais e das equipes colaborem
para o objetivo estratégico da empresa.
Anualmente, o Conselho de Administração discute e aprova as metas para o diretor-presidente e para os diretores executivos. Em seguida, ocorre o desdobramento dessas metas
para todos os demais empregados. Ao final do ciclo, em janeiro, ocorre a apuração dos
resultados do ano anterior.
O modelo praticado pela Vale contempla três blocos de indicadores: Bloco Empresa, Bloco
Coletivo e Bloco Individual/Equipe. O Bloco Empresa é o mesmo para todos os empregados,
em todo o mundo, e mede o retorno ao acionista e a geração de caixa. O Coletivo é aplicado
a cada unidade de negócio. Nesse bloco estão indicadores de saúde e segurança, sustentabilidade e desempenho da unidade de negócio. Por fim, há o Bloco Individual/Equipe, com
metas de cada empregado ou da sua equipe. A soma dos resultados dos três blocos totaliza
o resultado de cada empregado.
Percentual de empregados
com desempenho avaliadoI
87%
93%
97%
2010
2011
2012
I Empregados próprios apresentados no gráfico correspondem
a 97% (2010), 100% (2011) e 100% (2012) do total de empregados
reportados (LA1).
As avaliações de desempenho são baseadas em metas definidas no início de cada ano. Cada
área elabora, com o apoio de ferramentas específicas, um plano de ação para atingi-las, com
acompanhamento de resultados intermediários e ações corretivas. Dentre as metodologias
utilizadas, destaca-se o Vale Production System (VPS). Ao término do ano, cada meta tem
seu resultado final comparado com o planejado, e é atribuída uma nota.
Jovens aprendizes, estagiários e licenciados não são avaliados dentro do Sistema Global de
Gestão de Desempenho devido à legislação trabalhista e ao acordo coletivo de trabalho.
Entretanto, todos os empregados são acompanhados por seus respectivos gestores, responsáveis por fornecer informações de desempenho regularmente.
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[3.12]
Diálogo aberto com os sindicatos [LA9]
O V Workshop de Saúde e Segurança do Trabalho com os Sindicatos do Brasil, realizado em
Sergipe, trouxe inovações no formato dos debates. Observou-se que, para maior evolução
e integração da empresa com as entidades sindicais, o tema proposto para esses eventos
passaria, a partir de 2013, a ser definido em comum acordo.
A iniciativa reflete o posicionamento da Vale quanto à abertura dada às partes com as quais
se relaciona, visando à construção comum. Uma vez que o tema é uma necessidade ou
uma prioridade da empresa e também dos sindicatos, a tendência é que se estabeleça a
responsabilidade mútua sobre caminhos a serem seguidos pela busca de melhorias e aperfeiçoamentos na relação e no dia a dia de trabalho nas operações.
Além do contato direto com sindicatos, a Vale atua com instituições que também buscam discutir direitos dos trabalhadores, como o Observatório Social, com o qual foram realizadas reuniões,
e participando de eventos que discutem temas-chave da relação entre empregador e empregado, como os seminários realizados pela International Federation of Chemical, Energy, Mine and
General Workers Unions (Icem), que têm o assédio moral como um dos principais temas. A estratégia da Vale nas relações com os sindicatos é discutida e também aperfeiçoada pelo
treinamento e pela formação dos gestores. Em 2012, em conjunto com a Fundação Dom
Cabral, foi criado o curso de Pós-Graduação em Relações Trabalhistas. O objetivo da iniciativa é aumentar o conhecimento dos profissionais para que possam estar cada vez mais
preparados ao lidar com sindicatos, empregados e com todas as questões complexas existentes no contexto de uma empresa como a Vale. O curso customizado foi aberto ao público e atendeu, na Vale, principalmente às equipes
de Relações Trabalhistas — que tiveram a participação de 100% de seus componentes — e
de Recursos Humanos. Comitês de saúde e segurança
No Brasil, as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) são formadas por grupos
compostos de representantes eleitos pelos empregados e indicados pela empresa em cada
estabelecimento (tais como mina, fábrica, usina, escritório, depósito e laboratório), de acordo com a norma regulamentadora do Ministério do Trabalho (NR5).
Em 2012, a Vale estruturou comitês nas áreas que ainda não os possuíam. O desempenho do
indicador de representação em comitês de saúde e segurança (LA6) apresentou pequena elevação (0,4%), visto que a Vale Fertilizantes, incorporada no reporte de 2012, está em processo
de constituição das comissões. Com o mesmo escopo de 2011, o indicador alcançaria 98%.
Representação em comitês
formais de saúde e segurançaI
98,7%
2010
89,1%
2011
89,5%
2012
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I Em 2011 e 2012, algumas unidades não atingiram o percentual
de 100% de representação devido a fatores como: total de
empregados da unidade menor que a exigência legal para
constituição de comissão, novos projetos que ainda não constituíram
comitês de saúde e segurança e novas contratações.
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[3.13]
Benefícios [LA3]
A Vale oferece os benefícios de assistência médica e seguro de vida a 100% dos seus empregados próprios. Já os benefícios de seguro contra acidentes pessoais, previdência privada,
auxílio-transporte, formação educacional, refeição no trabalho e/ou auxílio-alimentação e o
Programa Apoiar são oferecidos à maior parte dos empregados.
A Vale, no Brasil, aplica os mesmos benefícios tanto para os empregados com contrato por
prazo determinado quanto para empregados por tempo indeterminado.
No Canadá, existem contratos casuais e temporários de trabalho. Para esses empregados, os
benefícios oferecidos variam de acordo com a localidade. Em 2012, uma mudança ocorrida
no país foi a consolidação de todas as empresas com um único seguro de vida. Já em Moçambique, foram implantados os benefícios do Programa de Assistência a Cônjuge, e, no
Malawi, o Fundo de Pensão.
Os empregados das operações no Brasil contam com os benefícios da Assistência Médica
Supletiva (AMS), do Programa Apoiar e do reembolso de gastos com educação. A AMS é
administrada pelo Plano de Assistência à Saúde dos Aposentados (Pasa) da Vale, por meio
de um sistema de autogestão, atende mais de 210 mil beneficiários e tem cerca de 7 mil
profissionais e instituições credenciadas.
O Programa Apoiar oferece, de forma gratuita e confidencial, serviços de assistência psicológica e orientação financeira e jurídica a todos os empregados e seus respectivos dependentes.
Em relação à educação, há reembolso de valores relativos a mensalidade, matrícula ou taxa
de inscrição para a educação própria dos empregados. Para as empregadas, a Vale concede
o benefício auxílio-creche a partir do mês em que elas reassumem as funções na empresa,
com reembolso de 100% do valor pago para crianças de até 3 anos de idade.
A Vale busca diminuir as despesas de seus empregados com alimentação e deslocamento
(em transporte próprio ou subsidiando o uso dos meios públicos) de casa para a empresa e
vice-versa, oferecendo vales-refeição e alimentação, além de auxílio-transporte. Além disso,
no final do ano são distribuídos brinquedos e cestas de Natal para os filhos e dependentes
dos empregados.
Em 2012, foi realizada a primeira turma de Formação de Multiplicadores para Capacitação
em Conceitos Técnicos de Benefícios, com os objetivos de capacitar a equipe de Recursos
Humanos em questões relacionadas ao processo de benefícios na Vale e garantir a excelência no atendimento às áreas de negócios. O objetivo é estender globalmente essa iniciativa.
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[3.14]
Previdência [EC3]
No Brasil, a gestão dos planos de previdência complementar da empresa é responsabilidade da Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia), entidade fechada sem fins
lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. Já nas áreas fora do Brasil, a Vale atua
conforme a legislação de cada país, e os planos são administrados individualmente.
Como consta na Norma Global de Benefícios, os fundos sob responsabilidade da Vale estão subordinados ao Comitê Global de Fundos de Pensão. O Comitê está encarregado de
submeter à aprovação da Diretoria Executiva da Vale decisões sobre implantação ou extinção de planos, alterações no desenho, políticas de contribuições e estrutura de governança.
Também supervisiona e estabelece políticas e diretrizes globais para a gestão dos planos,
bem como sua execução.
A maioria dos participantes da Valia está associada a planos de contribuição variável1, com
um componente de benefício definido (específico para cobertura de pensão por morte e
aposentadoria por invalidez) e outro de contribuição definida (para os benefícios programáveis). No caso de benefício definido, o valor é previamente estabelecido, com atualização
atuarial, de forma a assegurar sua concessão. Já no caso da contribuição definida, o valor é
permanentemente ajustado, de acordo com os recursos mantidos em favor do participante2.
O componente de contribuição definida dos planos de contribuição variável visa garantir
a sustentabilidade financeira do plano no longo prazo. Já o componente de benefício definido tem como objetivo evitar queda significativa na remuneração, em caso de aposentadoria por invalidez ou de pensão por morte. Para mais detalhes, visite www.valia.com.br
(informações disponíveis em português).
A Valia administra os planos de previdência complementar das empresas que fazem parte
do escopo deste relatório, como Vale, Urucum Mineração, Vale Manganês, FCA e CPBS3. Em
2012, o Plano da FCA foi incorporado no Plano ValiaPrev, em razão da similaridade entre eles,
sendo os empregados da FCA transferidos para aquele plano. Com essa mudança, os participantes da FCA passaram a ter direito a um benefício mínimo em caso de invalidez e pensão
por morte. As empresas de Fertilizantes adquiridas recentemente aderiram à Valia em 2011
e patrocinam, adicionalmente, um plano de benefício definido, fechado a novas adesões,
administrado pela Petros, e outro de contribuição variável, na Bungeprev.
A Vale no Canadá oferece planos de pensão nos modelos de benefício definido e contribuição definida, principalmente para os empregados no Canadá, Reino Unido e Indonésia.
Como resultado do acordo coletivo celebrado com o sindicato — que representa os empregados das operações de níquel no Canadá — em setembro de 2011, todos os planos de
benefício definido estão fechados para novos empregados, que passaram a participar de
planos de pensão de contribuição definida. Em 2012, o valor dos benefícios de pensão adicionais fornecidos por planos não registrados, cujas obrigações são atendidas diretamente
pelos recursos gerais da empresa4, foi de aproximadamente US$ 87 milhões.
Mais informações sobre planos de aposentadoria em www.vale.com, seção Investidores, no
Relatório 20F.
1 Essa nomenclatura segue a legislação brasileira.
2 Resultado líquido da aplicação, valores aportados pelo participante
e benefícios pagos pelo plano.
3 Outras empresas que não fazem parte do escopo deste relatório
também são cobertas pela Valia.
4 Em tais casos, o empregado não participa do custeio dos fundos.
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Planos oferecidos pela Valia no Brasil
(2012)
Plano
Tipo de plano
Plano Vale Mais e ValiaPrev
II
Contribuição variável
Participantes (mil)I
87,9
III
Plano de Benefício DefinidoV
Benefício definido
16,8
Abono ComplementaçãoVI
Benefício definido
1,9
Total
Grau de cobertura
Superior a 100%IV
87%, com aportes mensais
104,7VII
I Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
II Os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (35% do custeio
dos planos) para o custeio da aposentadoria programada.
III Plano de contribuição definida com componente de benefício definido.
IV Esse grau de cobertura refere-se à parcela de benefício definido dos planos de
contribuição variável e do plano de benefício definido.
V O Plano de Benefício Definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril
de 2000, quando foi implantado o Plano Vale Mais.
VI Participam desse grupo de benefícios aposentados do plano benefício definido
que se desligaram da empresa em função do plano de incentivo à aposentadoria. Esse
grupo está fechado para novas adesões. Sobre o grau de cobertura, a patrocinadora
(Vale) faz aportes mensais no fundo desde dezembro de 2001, com o objetivo de
atingir 100% da cobertura do passivo em novembro de 2014. O valor das parcelas
mensais é reajustado anualmente e revisado quando necessário. Seu valor era de
US$ 6,6 milhões em janeiro de 2012 e US$ 6,8 milhões em janeiro de 2013.
VII Não estão incluídos os participantes do Abono Complementação porque já
constam no Plano de Benefício Definido.
Planos oferecidos fora do BrasilI
(2012)
Participantes
(mil) II
Percentual do passivo
coberto pelo ativo
0,1
NA
20,7
Entre 91% e 93% III
Contribuição
definida
1,7
NA
PT International
Nickel Indonesia
Benefício definido
0,1
NA
Reino Unido
Refinarias de Clydach
e Acton
Benefício definido
1,5
69%
Austrália
Broadlea Carborough
Downs Integra Coal
Contribuição
definida
1
NA
Total
25,1
País
Operação
Tipo de plano
Canadá
NewfoundLand &
Labrador
Contribuição
definida
Canadá
Ontario e Manitoba
Benefício definido
Canadá
Ontario e Manitoba
Indonésia
I Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio.
II Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
III O grau de cobertura refere-se aos dados da avaliação contábil de 31 de
dezembro de 2012.
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Incidentes nas ferrovias
[3.15]
Ocorrências em ferrovias
Por milhão de trem/ quilômetro (MTKm)
83,0
78,0
67,0
43,0
24,0
26,2
25,0
22,8
20,5
17,9
13,0
6,0
10,0
10,5
6,0
5,2
2003
2004
2005
7,4
2006
FCA
EFVM
EFC
FNS
Fonte: Unigofer – Sistema de gestão de ocorrências ferroviárias da
Vale no Brasil, que possui equidade com os registros da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Ferrovia Norte-Sul
passou a ser operada pela Vale em 2008. São 723 km construídos,
dos quais 563 km estão em operação pela Ferrovia Norte-Sul, entre
Açailândia (MA) e Guaraí (TO).
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24,9
15,4
12,0
5,8
2002
24,0
18,1
15,0
9,0
2001
23,3
4,4
4,1
2007
5,6
5,5
3,8
8,4
7,9
4,8
4,2
4,0
2,8
2,7
3,5
2,8
2,7
2008
2009
2010
2011
2012
 Voltar para o conteúdo principal
[3.16]
Diálogo social [IP4.17, IP4.15]
Canais utilizados para o diálogo com as comunidades
– Diagnósticos socioeconômicos participativos.
– Encontros para consulta prévia.
– Entrevistas/grupos focais/Observatório de Stakeholders.
– Visitas às unidades.
– Programa Encontro com Lideranças.
– Encontros de diálogo social.
– Alô Ferrovia.
– Site (Fale conosco).
– Canal de Denúncias (disponível no website da Vale).
– Publicação externa — Notícias.
– Contatos diretos com equipe do Departamento de Relações com Comunidade (presencial e por telefone).
A Vale construiu um modelo de diálogo social na Grande Vitória (ES) cuja proposta é estabelecer uma comunicação constante e construtiva entre a empresa e as comunidades
dessa região metropolitana. A ação teve início a partir de uma ampla conversa interna, que
envolveu o engajamento de lideranças operacionais e de diversas áreas de apoio (grupo
gestor e de referência para o diálogo). Durante a etapa de planejamento, buscou-se compreender profundamente o contexto socioeconômico local, o histórico de relacionamento
da empresa com as comunidades, impactos, demandas e questões críticas. A partir disso,
foram definidas as comunidades-piloto e a abordagem estratégica do diálogo, que envolve
a participação dos líderes da empresa na vida da comunidade, contribuindo coletivamente
na reflexão sobre temas importantes para a sustentabilidade do bairro e/ou das regiões do
território. Esse processo tem possibilitado posicionar a Vale como cofacilitadora do desenvolvimento local junto às comunidades, em um amplo processo participativo.
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[3.17]
Estudos socioeconômicos [IP1.2, EC9, SO1]
Potenciais impactos
Positivos
Negativos
Diretos
–
–
–
–
–
Diretos
Geração de empregos
Qualificação profissional
Contratação de produtos e serviços locais
Investimentos em serviços e infraestrutura
Aumento da arrecadação pública
–
–
–
–
Interferência com o uso da terra
Impactos ambientais (emissões)
Ruídos
Riscos de acidente
Indiretos
Indiretos
Geração de empregos indiretos
Aumento da massa salarial
Atração de fornecedores
Desenvolvimento de fornecedores locais
Atração de investimentos de esferas pública
e privada
– Dinamização de outros setores econômicos
– Desenvolvimento econômico
– Melhoria da infraestrutura local
–
–
–
–
–
– Especulação imobiliária em áreas remotas
– Pressão sobre a infraestrutura e os serviços
públicos
– Alteração da qualidade do ar
– Reflexo sobre o bem-estar da comunidade
Programas e práticas por
fase do empreendimento
Licenciamento/
Implantação
Estudo de impacto ambiental, social e econômico
Gestão de impacto social, ambiental e econômico
Plano de fechamento de mina
Desenvolvimento de fornecedores
Qualificação profissional (empregados e comunidades)
Relacionamento com comunidades (locais e tradicionais)
Valorização do patrimônio cultural
Programas sociais
Ocorrência intensa
Ocorrência moderada
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Operação
Fechamento
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[3.18]
Fundação Vale
Fundação Vale – Dispêndios sociaisI
(2012)
Total em milhões
de US$
% do total
21,2
57%
Gestão de Impacto
0,0
0%
Infraestrutura
2,7
7%
Patrocínio
2,5
7%
Relacionamento Institucional Corporativo
0,0
0%
Diagnóstico Socioeconômico/PGIS
0,1
0,4%
Gestão Pública
7,2
20%
Consultoria Social
3,2
9%
Eixo de atuação
Desenvolvimento Humano e Econômico
Total
36,9 I A diferença, em 2012, entre o valor doado pela Vale e o
total aplicado pela Fundação Vale resultou em formação de
caixa pela Fundação.
Recursos aplicados em infraestrutura
Total em
milhões de
US$
% do total
Apoio a serviços públicos
0,33
12%
Realização de obras
2,33
88%
Engajamento ComercialII (infraestrutura compartilhada)
—
0%
Pro bonoIII
—
0%
2,66
100%
Tipo
I
Área
Serviços/Materiais/ProdutosIV
I Apoio a serviços públicos, realizado por meio de pagamentos
de serviços, como os custos de contratação de enfermeiros e
professores, ou da realização de obras de pavimentação e de
construção de escolas e hospitais.
II Atividade que gera benefício público, mas que primariamente
representa retorno econômico ou investimento para a empresa.
III Pro bono, destinado a atividades desenvolvidas em
benefício público, com alocação de pessoas com funções definidas
em atividades, durante o tempo previsto de trabalho, com
recursos da empresa.
IV Investimento em infraestrutura em espécie por provisão de
serviços ou pela entrega de um produto.
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Parceria Social Público-Privada (PSPP)
A Fundação formou um grupo de trabalho para embasar tecnicamente sua atuação e seus
investimentos, além de difundir o conceito de PSPP. Entre os participantes estão a consultoria Accenture, o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Fomin-BID), o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e o Instituto
Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento (Ibrad), além da Unesco. As ações estruturantes das PSPP contribuem para:
–
–
–
–
–
a promoção da qualidade de vida e do desenvolvimento humano;
o fortalecimento da intersetoralidade e das políticas públicas;
a ampliação da participação democrática na perspectiva da inclusão cidadã;
a efetividade dos investimentos sociais do setor privado;
a construção coletiva e a figura do cidadão enquanto beneficiário e copartícipe, simultaneamente, do processo de desenvolvimento territorial.
Frentes de atuação
Educação — A Fundação Vale busca contribuir para a melhoria da educação básica, visando à promoção de uma prática docente pautada nos princípios da pluralidade cultural e do
respeito às diferenças.
Em 2012, os principais focos de atuação foram a formação continuada de professores do
Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática, a formação dos profissionais que
atuam nas secretarias municipais de Educação e de professores e gestores que atuam com
Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos municípios. Dentro desse escopo, foram realizados
os programas Ação Educação, Arranjos de Desenvolvimento da Educação, Escola que Vale,
Vale Juventude e Rede que Vale. Em conjunto, essas iniciativas contribuíram para a formação de mais de 5 mil pessoas: aproximadamente 2 mil professores e gestores escolares, 400
técnicos de secretarias municipais e 3 mil multiplicadores de educação, assistência social
e saúde. Indiretamente, os programas beneficiaram cerca de 123 mil jovens e alunos das
redes municipais de ensino básico e profissionalizante.
Esporte — Promover o esporte como fator de inclusão social, incentivando o desenvolvimento humano, a formação cidadã e a disseminação de uma cultura esportiva nas comunidades. Essa é a proposta da Fundação Vale nessa frente de trabalho, que conta com ações
esportivas educacionais para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. O principal programa é
o Brasil Vale Ouro, que busca desenvolver as potencialidades de crianças e jovens em quatro
modalidades esportivas (atletismo, futebol, natação e judô) e tem 2.500 participantes. O
programa está implantado nas Estações Conhecimento de Serra (ES), Arari (MA), Brumadinho (MG), Tucumã (PA), Engenhão e Vila Militar (RJ).
Em 2012, 47 alunos do Brasil Vale Ouro participaram da 19ª edição da São Silvestrinha, versão infanto-juvenil da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, realizada anualmente em São Paulo. Entre 2s mil participantes da prova, os alunos conquistaram 14 medalhas:
quatro de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. Outro destaque de 2012 foi a indicação da
Vale, pelo segundo ano consecutivo, como vencedora das categorias máximas do Prêmio
Empresário Amigo do Esporte, pelos investimentos sociais que realiza nesse segmento.
Cultura — A Fundação Vale busca promover a inclusão social por meio de maior acesso
aos bens culturais e fortalecer as identidades regionais, valorizando a cultura, a memória e o
patrimônio histórico regional. Sua atuação inclui a gestão de equipamentos próprios, como
museus e espaços culturais, e a realização de programas socioculturais, com foco especial
na educação musical e nas manifestações culturais populares.
Em 2013, o Museu Vale, instalado em Vila Velha (ES), completou 15 anos de atividades, computando um total de 1,6 milhão de visitantes e 38 exposições nacionais e internacionais.
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Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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Participaram de suas atividades e visitaram suas instalações, durante o ano, cerca de 76.400
pessoas, sendo aproximadamente 24.440 estudantes das escolas da região. Inaugurado em
2010, o Memorial Minas Gerais Vale, que faz parte do conjunto arquitetônico e paisagístico
do Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), recebeu 67.073 pessoas,
das quais 15.432 alunos de 505 instituições de ensino.
O programa Trem da Vale, realizado na região entre Ouro Preto e Mariana, por onde circula o
trem turístico da Vale, beneficiou cerca de 24.500 alunos de escolas públicas e seus professores
com atividades como eventos culturais, ações de educação patrimonial e atendimento ao
público em suas bibliotecas. O Circuito Comunidade, ação voltada a moradores da região, realizou 209 ações para aproximadamente 9.500 passageiros, em viagens de ida e volta no trem.
Em Belém (PA) e Serra (ES), o Vale Música possibilita o acesso de alunos da rede pública de ensino à educação musical e cria oportunidades de futura profissionalização, ao estimular a formação de grupos musicais, corais, bandas e orquestras. Em 2012, foram beneficiados 249 alunos
e realizadas 120 apresentações em Belém, para um público estimado de 45 mil pessoas. Em
Serra, onde são atendidos 250 alunos, foram realizadas 25 apresentações, para 9 mil pessoas.
Em dezembro de 2012, foi iniciado o Programa de Cultura Parauapebas e Tucumã, que oferece cursos gratuitos de iniciação, formação e qualificação em artes cênicas (teatro, circo e
dança), além de oficinas de audiovisual, educação patrimonial, incentivo à leitura, gestão e
empreendedorismo cultural, cultura digital e redes culturais. Os cursos de iniciação são abertos à comunidade, enquanto os cursos de formação e qualificação são direcionados a educadores, produtores e artistas, visando ao aprimoramento de suas habilidades profissionais.
Desenvolvimento Urbano — Busca contribuir para o aprimoramento das capacidades municipais, visando ao fortalecimento das políticas públicas de inclusão social, ao aperfeiçoamento dos instrumentos de planejamento e à gestão do território com participação da sociedade.
Os focos são a melhoria dos serviços públicos para a população, por meio do aperfeiçoamento da gestão municipal, a ampliação da capacidade dos municípios de planejarem ações integradas nas áreas de habitação de interesse social, saneamento básico e regularização fundiária, e o incentivo ao engajamento das comunidades no controle social das políticas públicas
municipais. Em 2012, os principais temas trabalhados foram planos locais de habitação de
interesse social (PLHIS), regularização fundiária e enfrentamento da exploração sexual infantil.
Entre as iniciativas de destaque, estão ações que viabilizaram a elaboração do Diagnóstico
do Setor Habitacional de Parauapebas (PA), etapa importante para a construção do PLHIS do
município, bem como ações de apoio ao PLHIS de Canaã dos Carajás (PA). Nos dois municípios, ocorreram ainda quatro oficinas sobre política urbana e habitacional, que capacitaram
um total de 219 pessoas, entre representantes do governo, conselheiros municipais, lideranças comunitárias e associações locais.
Outra iniciativa com esse foco é o programa Novas Alianças, que visa ao fortalecimento da
gestão pública por meio da estruturação de conselhos voltados ao Sistema de Garantia de
Direitos da Criança e do Adolescente, bem como a colaboração com a gestão das políticas
de infância e a conexão entre redes e organizações. Em 2012, o programa contribuiu para
a formação de 294 conselheiros da infância e adolescência e conselheiros tutelares, beneficiando, indiretamente, 342.790 crianças e adolescentes do Pará e do Maranhão.
Estações Conhecimento
São núcleos promotores e irradiadores de vivências e práticas de esporte idealizadas pela
Fundação Vale, complementadas por atividades educativas, culturais, de convivência e de
cidadania. Sua viabilização ocorre a partir de parcerias locais entre o poder público, a comunidade e instituições do terceiro setor. Existem 11 unidades, localizadas em cinco estados
brasileiros: Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro. Em 2012, mais de
18.300 pessoas foram beneficiadas pelas iniciativas das Estações do Conhecimento.
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[3.19]
Qualificação profissional
Programa Formação Profissional — Voltado para o público na faixa etária entre 18 e 28
anos, formado no Ensino Médio regular ou técnico, esse programa é a principal porta de
entrada para os jovens atuarem em cargos operacionais e técnicos da Vale. O programa
possui duração média de 15 meses.
Os participantes, denominados trainees, são divididos em duas categorias: trainee operacional (jovens com Ensino Médio completo) e trainee técnico operacional (jovens com Ensino
Médio de nível técnico completo). O objetivo é aumentar a oferta de profissionais operacionais e técnicos, com a qualificação adequada, nos mercados regionais em que a Vale possui
operações, capacitando-os para atuar nos negócios da empresa. Em 2012, 1.337 trainees
ingressaram no Programa Formação Profissional, no qual a qualificação tem duração de 15
meses. Após esse período, eles se tornam elegíveis à efetivação. No ano passado, 394 trainees eram elegíveis. Destes, 299 foram efetivados, representando 76%.
Programa de Especialização Profissional — Com abrangência no Brasil e em Moçambique, os cursos de pós-graduação foram direcionados a engenheiros e geólogos nas áreas
de mineração, ferrovia e porto. Participaram da especialização 70 profissionais no Brasil e
31 em Moçambique.
Programa Jovem Aprendiz (Brasil) — O programa integra o conjunto de iniciativas Porta
de Entrada, sendo uma oportunidade de qualificação profissional para adolescentes e jovens brasileiros. Por meio de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai), é oferecida formação técnico-profissional para jovens com idade mínima de 14 anos
e máxima de 24 anos. Para atuar nas operações da empresa, a idade mínima exigida, por
questões de segurança, é 18 anos. Em 2012, 991 jovens aprendizes ingressaram na Vale,
distribuídos em todos os estados onde a empresa atua.
Programa Formação Profissional (Moçambique) — Para aumentar a oferta de profissionais operacionais e técnicos em Moçambique aptos a atuar em ferrovias e minas, a Vale recebe, em suas operações no Brasil, os jovens moçambicanos para treinamentos práticos em
diversas áreas e equipamentos. Ao concluírem essa etapa de qualificação, os jovens retornam ao seu país para iniciarem suas atividades profissionais. Em 2012, 27 profissionais foram
treinados em diversas localidades da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) como maquinistas. Já
para a mineração, 56 jovens foram capacitados para atuar em manutenção de equipamento
de mina. Desses, 30 jovens estiveram em Carajás e 26, em Itabira.
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[3.20]
Remoção involuntária [MM8, MM9]
Na Argentina, o programa de reassentamento de Puesteros começou em 2005, com as
famílias que vivem na área da mina. Como parte das políticas para o reassentamento, a
Vale ofereceu assistência técnica para as famílias, a fim de que melhorem e diversifiquem
sua renda. Em 2011, foram cinco famílias reassentadas, e, já em 2012, mais uma família foi
transferida para Rincón de Los Sauces. A terra está em processo de aquisição. Entretanto,
foi construída uma casa, e um plano de produção foi projetado para restabelecer a atividade econômica dessas pessoas.
Já para o projeto Capacitação Logística Norte (CLN) não foi preciso realizar reassentamentos
ou assentamentos em 2012. Contudo, foi aprovado o plano de negociação junto à Diretoria
Executiva para promover a desafetação1 da área para o Projeto Ramal Ferroviário do Sudeste
do Pará junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Os 40 processos para a desafetação foram ingressados na Vara Agrária de Marabá e na Vara
Cível de Parauapebas, bem como o processo administrativo junto ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), com o objetivo de obter a tutela das áreas. Os estudos
para indenização e desmobilização da faixa de domínio em Marabá estão em andamento.
A Vale vem adquirindo propriedades no bairro Vila Paciência, no município de Itabira (MG),
desde 2008. No entanto, essas negociações/aquisições são voluntárias, não são caracterizadas como desapropriação ou reassentamento. Além disso, os terrenos adquiridos pela empresa não serão utilizados para atividades de operação, e sim como zona de amortecimento.
Em 2012, as negociações continuaram, mas não houve deslocamento de domicílios.
Mineração artesanal e de pequena escala
Responsável pela geração de trabalho e renda, a mineração artesanal ou de pequena escala
pode representar um importante papel no desenvolvimento social e econômico. A ocorrência dessa prática é mais recorrente nas atividades de extração de ouro e diamantes. No
entanto, também foram identificados casos em outras atividades de extração mineral, como
cobre, cobalto, areia e argila, em áreas internas ou adjacentes às operações da Vale.
A empresa entende que as mineradoras de grande porte são agentes importantes na transferência de boas práticas tecnológicas, de saúde e de segurança, e reconhece a relevância
1 Desafetação é o fato administrativo pela qual se retira do bem
sua finalidade pública específica, possibilitando sua alienação.
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do tratamento adequado do tema, constantemente abordado nas avaliações de riscos e impactos de suas atividades. Por esse motivo, esse tema faz parte dos treinamentos voltados ao
respeito e à prevenção de riscos de violações aos direitos humanos oferecidos ao seu público
interno.
A Vale segue as orientações dos fóruns internacionais Comunidades e Mineração em Pequena
Escala (Casm) junto ao Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM). O tema é tratado nas principais ferramentas da área responsável pelo Relacionamento com as Comunidades.
Em 2012, foi identificada a ocorrência de mineração artesanal e/ou de pequena escala nas
proximidades de suas operações na Indonésia, no Chile e em Mariana (MG)2.A primeira ação
da Vale é verificar a ocorrência dessa prática em áreas internas ou adjacentes às suas operações. No caso de operações ilegais, a orientação do Guia de Direitos Humanos da Vale é
contatar os órgãos governamentais responsáveis para garantir o tratamento adequado à
questão, assim como contribuir com a regularização e a melhor realocação da atividade,
quando necessário. A empresa entende que a mineração artesanal ilegal pode prejudicar
o desenvolvimento dos territórios nos aspectos econômico, social e ambiental, além de
trazer riscos à vida de quem a pratica. Nos casos em que a atividade está legalizada, a boa
convivência é estimulada, assim como a identificação de oportunidades para a implantação
de treinamentos e capacitação em saúde e segurança.
Prevenção e monitoramento
Há três anos, a Vale mantém um programa de fiscalização em Itabira (MG) para inibir a prática da garimpagem clandestina. Quando é flagrada alguma ação ilegal, a empresa aciona a
Polícia Civil, sendo esta responsável pelas medidas cabíveis.
Na Indonésia, a Vale manteve o monitoramento, iniciado em 2010, da extração ilegal de cromita em uma praia pertencente a sua área de concessão. A empresa, em 2012, iniciou um
processo de negociação com os mineiros locais, em conjunto com os governos nacional e
local, para criar uma estratégia de como lidar com as más práticas desse tipo de mineração,
que são prejudiciais para o ambiente e para a segurança dos trabalhadores.
Quando a atividade é legalizada, a identificação de oportunidades de desenvolvimento em
conjunto é estimulada, como a implantação de treinamentos e capacitação em saúde e segurança. Nesse sentido, a empresa também prosseguiu na parceria com a Associación Minera
de Salamanca, no Chile, com o Projeto Tres Valles, para a melhoria das condições de trabalho.
A Vale considera a ação preventiva e o monitoramento permanente fundamentais para evitar incidentes nas suas regiões de atuação. Nesse caso, destaca-se o seu apoio, em parceria
com a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), no desenvolvimento da Cooperativa dos
Trabalhadores da Pedreira Santa Efigênia (Copersef ), em Minas Gerais. O escopo do programa prevê apoio técnico da Vale e da Ufop à cooperativa para a obtenção de licenciamento,
transferência de tecnologia e estruturação do plano de negócio. Em 2012, o Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM) aprovou o Plano de Aproveitamento Econômico da
região. O processo de licenciamento para a obtenção da Autorização Ambiental para Funcionamento (AAF) encontra-se em andamento na Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram).
2 A Vale não calcula o percentual de unidades próximas à
atividade de mineração artesanal, visto que não há uma definiçãopadrão de unidades de negócio. No Relatório de Sustentabilidade
de 2011, foi informado, equivocadamente, que Itabira (MG) era uma
das áreas com a ocorrência. A localidade correta é Mariana (MG).
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Povos indígenas e
comunidades tradicionais [MM5]
[3.21]
Apoiar o fortalecimento institucional e a capacitação em gestão dos povos indígenas e das
comunidades tradicionais parceiras foi mais um compromisso assumido pela Vale em 2011.
No caso do Povo Krenak, a capacitação em gestão vem sendo realizada a partir das reuniões quinzenais de acompanhamento e monitoramento do projeto de pecuária leiteira.
Para avançar nessa meta, foram realizadas, em 2012, oficinas de prestação de contas, elaboração de projetos e de modelo de gestão compartilhada com o Povo Tupiniquim, no
Espírito Santo. O objetivo foi estimular, a partir de arranjos organizacionais e comunitários,
o cogerenciamento nas aldeias, enfocando principalmente os desafios e as oportunidades
para a implementação da gestão compartilhada do termo de compromisso firmado entre a
Vale e a comunidade por meio da associação indígena. A metodologia adotada com o Povo
Tupiniquim servirá de modelo para os próximos acordos.
A Vale conta com uma área dedicada ao tratamento de assuntos indígenas, para definição de
diretrizes e orientação global referentes a operações e projetos que tenham interface com os
povos indígenas. Ao todo, em 2012, foram dez ações de capacitação, totalizando 457 horas de
treinamento, para 1.596 profissionais da Vale no Brasil e em Moçambique. Além disso, foi elaborado um programa de disseminação da temática indígena e de comunidades tradicionais
para capacitar empregados de diversas áreas da empresa e prestadores de serviços. Ao todo,
participaram das ações 394 profissionais, sendo 147 empregados e 247 prestadores de serviço.
A Diretoria de Relações com Comunidades da Vale elaborou, em 2012, dois guias: o de Relações com Comunidades para Projetos de Capital e o de Relações com Comunidades. O primeiro, com o objetivo de estabelecer os processos e as etapas de gestão da Vale junto às comunidades, incluindo as tradicionais e os povos indígenas, para a fase de projeto; e o segundo
guia, para estabelecer as diretrizes e orientar as equipes que trabalham diretamente com as
comunidades com as quais há interface. A Política de Relacionamento com Povos Indígenas
e Comunidades Tradicionais, revisada em 2011, está com a validação prevista para 2013-2014.
Preservação da identidade cultural e étnica
Em 2012, foi realizado, em parceria com a Diretoria de Meio Ambiente, um seminário sobre
Comunidades Tradicionais e Povos Indígenas aberto a todos os empregados. Esse seminário
também foi realizado no Espírito Santo, para os empregados que atuam em áreas operacionais com interface com os povos indígenas.
O assunto também foi debatido no Seminário de Diálogo Social e no I Fórum de Excelência
Ambiental da Vale, promovidos pelas diretorias de Energia e Meio Ambiente, respectivamente, nos quais a temática indígena foi apresentada e discutida. Para os empregados e
terceirizados que trabalham nos projetos em execução, foram realizados treinamentos, Diá-
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logo de Saúde e Segurança e Diálogo Comportamental voltados para o compartilhamento
de boas práticas de convivência com comunidades indígenas, além de intercâmbio cultural
entre empregados e comunidades indígenas no período de coleta da castanha.
Apesar de a área de Salobo estar a 63 km da Terra Indígena e não haver impacto sobre esse
povo, os Xikrin do Cateté coletam castanha na Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri, nas
proximidades da área do empreendimento. Com o objetivo de manter um bom relacionamento e com respeito à cultura e às tradições indígenas, em 2012, a Vale disponibilizou
infraestrutura de apoio ao acampamento, melhoria de acessos a castanhais, atendimento
médico de emergência, ligações telefônicas, além dos encontros entre empregados e indígenas, como forma de promover o diálogo transcultural e a segurança de todos.
O objetivo dessas ações é sensibilizar os empregados da Vale e terceirizados quanto ao respeito
à diversidade, além de orientar quanto à legislação e direitos diferenciados dessas comunidades, para que a empresa possa desenvolver suas atividades sem gerar novos impactos aos povos indígenas e às comunidades tradicionais que são vizinhas aos projetos e operações da Vale.
Dentre os resultados alcançados junto às áreas operacionais da empresa, um dos mais significativos foi a alteração na localização da instalação de canteiro de obras do programa Capacitação
Logística Norte (CLN), por este se localizar próximo a uma comunidade indígena. Essa decisão
foi compartilhada entre a equipe da Vale e a prestadora de serviço responsável pela obra.
Gestão compartilhada
A gestão compartilhada dos termos de compromisso entre a Vale e as comunidades tradicionais e povos indígenas foi uma alternativa viável para a efetiva participação da comunidade,
lideranças, associações, comunidade escolar e outros grupos da aldeia. Essa forma de trabalho
vem proporcionando mecanismos que atuam em diferentes níveis de tomada de decisão, provendo meios de lidar adequadamente com aspectos complexos e adaptativos característicos
dessa interação, permitindo ainda a autonomia do povo na gestão dos assuntos comunitários.
Os cursos de capacitação trataram de temas como elaboração de cronograma físico-financeiro, relatório de prestação de contas e economia da aldeia e do uso de recursos que chegam
aos indígenas por meio de empreendedores e do governo (municipal, estadual e/ou federal).
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Acompanhamento de situações
judicializadas em 2012 [HR9, MM6]
[3.22]
No Pará, está em fase de instrução para julgamento a ação civil pública (ACP) movida pelo
Ministério Público Federal (MPF) com pedido de não renovação da licença ambiental do
empreendimento Onça Puma. A alegação é de suposto descumprimento de condicionantes de estudos do componente indígena, com pedido de indenização por danos morais e
materiais às comunidades indígenas Xikrin e Kayapó.
Já no Maranhão, a Sociedade de Direitos Humanos do estado ajuizou ACP questionando a
eficiência do estudo ambiental que compõe o licenciamento da expansão da Estrada de
Ferro Carajás (EFC) no que se refere aos impactos sociais e ambientais nas comunidades
tradicionais locais. A Vale solicitou a suspensão da liminar que determinava a suspensão
do processo de licenciamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, obtendo a declaração judicial quanto à validade do estudo ambiental e do processo de licenciamento da
expansão. As obras já foram retomadas, e todas as condicionantes relacionadas aos povos
indígenas e quilombolas têm sido executadas dentro do rigor do processo.
Por último, na Argentina, a comunidade Kvpán Kvpalme impediu o acesso ao seu território
para a obra de construção da linha de transmissão de 132 kV, afirmando estar em desacordo
com o traçado sugerido. Contudo, a partir do diálogo permanente e do cumprimento de
compromissos assumidos pela empresa, a construção seguiu normalmente até a paralisação do projeto.
Casos atualizados em 2012
No Pará, a Vale ajuizou ação de obrigação de fazer e não fazer contra lideranças quilombolas do território de Jumbuaçu, para garantir o acesso da empresa às áreas de servidão do
mineroduto e da linha de transmissão do empreendimento de bauxita em Paragominas. O
processo encontra-se em fase de instrução para julgamento da ação.
Já no Maranhão, a ACP ajuizada pelo MPF representando os quilombolas de Santa Rosa dos
Pretos e Monge Belo originou um acordo judicial em fase de cumprimento. A empresa também efetuou o repasse de uma quantia em dinheiro em favor da comunidade.
Ainda no mesmo estado, tramita uma ACP visando a que o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se abstenha de conduzir o procedimento de licenciamento ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Estreito, uma vez que o
Termo de Referência e o EIA/Rima foram elaborados sem que o componente indígena fosse
adequadamente tratado. O processo continua aguardando sentença em primeira instância.
O último andamento desse processo foi a apresentação pelas partes de alegações finais,
ocasião em que o magistrado foi informado sobre os últimos andamentos administrativos
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junto à Funai, e a celebração de acordo, incluindo as comunidades Timbira, para o desenvolvimento do programa ambiental específico.
Também no Maranhão, foi definida a competência do foro de Imperatriz para o julgamento
da ACP ajuizada pelo MPF para impedir o Ibama de conceder a licença de operação para o
consórcio responsável pela usina.
Por fim, em Minas Gerais, foi finalizada, após homologação do acordo firmado entre as partes, a ACP ajuizada pelo (MPF) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai) visando obrigar a
Vale, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Consórcio Aimorés a indenizar a
comunidade indígena Krenak por eventuais impactos sofridos com a construção da usina
hidrelétrica Aimorés. O acordo foi parcialmente cumprido pelo consórcio, que, em razão
disso, propôs um Programa de Relacionamento com o Povo Krenak.
Ações em aberto
No Estado do Pará, existem dois processos relativos às comunidades Xikrin do Cateté e Djudjêkô.
Um deles está relacionado a uma ACP movida pelo MPF visando obrigar a Vale a realizar estudo
etnoambiental para verificação da existência ou não de impactos das atividades da mina de ferro de Carajás sobre essas comunidades indígenas. A Vale apresentou defesa na qual declara ser
desnecessária a realização do estudo sugerido e a inexistência de impactos devido à distância
de 80 km entre o empreendimento e o limite da Terra Indígena. No outro, discute-se a manutenção dos repasses dos recursos pela Vale para essas comunidades indígenas, que haviam
sido suspensos por conta da invasão da mina de ferro Carajás. A decisão de primeira instância
foi no sentido de permanência do repasse e encontra-se em fase de recurso.
Ainda no Pará, o MPF, representando interesses dos quilombolas do Território de Jambuaçu,
ajuizou ACP contra a Vale alegando suposto descumprimento de condicionantes do licenciamento ambiental do mineroduto e da linha de transmissão do empreendimento de bauxita
em Paragominas. No processo, foi proferida decisão liminar, determinando o pagamento
pela Vale de dois salários-mínimos mensais às 58 famílias identificadas no acordo firmado
entre a empresa e as associações quilombolas de Jambuaçu, que servirão como substitutos
da compensação financeira recebida. A Vale cumpriu a decisão, depositando os valores.
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[4.01]
Biodiversidade [EN12]
A supressão da vegetação altera a comunidade florística e faunística, ocasionando perda
local de indivíduos da flora e deslocamento de espécimes da fauna para áreas vizinhas. Esse
deslocamento pode alterar a qualidade ambiental dessas áreas, em face de competição por
hábitats e recursos com as comunidades faunísticas estabelecidas.
A alteração, redução e/ou perda de hábitats naturais disponíveis em uma determinada área
pode ocasionar alterações na composição e na estrutura das comunidades vegetais e animais, que podem se estender também para áreas circunvizinhas. A intensidade dessas alterações é influenciada pelas condições ambientais locais e pelo grau de conservação dos
remanescentes presentes na área diretamente afetada e nas áreas vizinhas sob influência
dos empreendimentos.
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Planos de Gestão da
Biodiversidade [EN14]
[4.02]
De forma geral, os Planos de Gestão da Biodiversidade estão compostos por ações relacionadas à gestão da qualidade dos aspectos do meio físico (água, ar e solo, por exemplo),
que influenciam a biota (conjunto de organismos vivos de determinado local) presente no
entorno das operações. Constam, também, ações específicas relacionadas à gestão das espécies vegetais e animais: resgate de flora nas áreas a serem suprimidas (especialmente
epífitas, plantas que utilizam outras espécies botânicas como suporte; e espécies rupícolas,
plantas que se desenvolvem sobre substratos rochosos); salvamento e resgate de fauna
durante as atividades de supressão de vegetação; recuperação de áreas mineradas; e monitoramento de flora e/ou fauna em áreas próximas às operações para acompanhamento dos
efeitos das atividades sobre a biota local.
Nas unidades operacionais localizadas em áreas de especial importância para a biodiversidade (áreas protegidas e/ou de alto índice de biodiversidade), que representam áreas sensíveis e importantes para a conservação e que abrigam espécies ameaçadas de extinção,
o Plano de Gestão da Biodiversidade pode ser complementado por programas especiais,
representados por ações demandadas pelos órgãos ambientais e/ou por ações de livre iniciativa ou voluntárias definidas pela própria empresa.
Entre os Planos Especiais de Gestão da Biodiversidade já implementados, destacam-se, no
sudeste do Pará, Brasil, as ações realizadas na Floresta Nacional de Carajás, considerando os
seguintes programas:
– Programa de Manejo e Monitoramento de Fauna — investigações de longo prazo que
objetivam suprir lacunas de conhecimento e padronizar as metodologias aplicadas nos
estudos para geração de dados científicos consistentes, contribuindo ainda para a capacitação técnica e o desenvolvimento regional;
– Plano de Conservação do Jaborandi — Pilocarpus microphyllus, espécie com propriedades
terapêuticas coletada por comunidades locais para fins econômicos;
– Projeto de Conservação do Gavião-Real — Harpia harpyja;
– Plano de Coleta e Beneficiamento de Sementes Nativas;
– Plano de Prevenção e Combate a Incêndios em Ecossistemas no Mosaico de Unidades de
Conservação da Província Mineral de Carajás, que abrange as unidades de conservação
vizinhas à Floresta Nacional de Carajás.
Em Minas Gerais, a Vale desenvolve iniciativas no Quadrilátero Ferrífero, região que abriga
um conjunto de unidades operacionais da Vale e áreas protegidas de propriedade da empresa, inserida na zona de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado. São elas:
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– Plano de Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero, composto de ações
relacionadas à conservação e ao manejo da flora e da fauna locais, incluindo a compilação
e o resgate de informações geradas pela Vale e por seus colaboradores;
– termo de cooperação técnica e financeira cujo objetivo é fomentar ações para prevenção
e combate a incêndios florestais, abrangendo as suas áreas próprias e as unidades de conservação de proteção integral e uso sustentável sob responsabilidade do Estado de Minas
Gerais e que estão localizadas no Quadrilátero Ferrífero;
– Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero (CeBio),
dedicado especialmente ao desenvolvimento de pesquisas para conservação e recuperação ecológica dos ecossistemas típicos da região.
No Estado do Rio de Janeiro, associadas às operações do Terminal Marítimo da Ilha Guaíba
(TIG), a Vale apoia as seguintes ações:
– projeto de pesquisa para a conservação do boto-cinza (Sotalia guianensis) na Baía de Sepetiba;
– Projeto Fazenda Marinha, a partir do qual são realizadas a reprodução de ostras e coquilles
para envio às comunidades maricultoras da região e a reprodução de espécies nativas de
camarões para repovoamento da Baía de Sepetiba.
Na Nova Caledônia, a Vale desenvolve:
– Plano Especial de Gestão da Biodiversidade, composto de ações relacionadas à definição
e ao financiamento de projetos de pesquisa visando à melhoria da restauração ecológica
e à conservação de espécies da flora e da fauna locais. A Vale monitora, desde 2006-2007,
a saúde dos ecossistemas na Reserva Natural Forêt Nord e na Reserva Picdu Grand Kaori, e,
em 2009, essas ações foram registradas como parte da Convenção para Conservação da
Biodiversidade da Província Sul. As atividades incluem o monitoramento anual da diversidade de plantas, répteis e aves nas duas reservas, além do monitoramento mensal do nível
de SO2 na vegetação, nas imediações da refinaria e em locais próximos;
– Projeto de Conservação da palmeira Saribus jeanneyii, em parceria com a seção de Parques
Nacionais da Província Sul, com o objetivo de criar uma população ex situ1 dessa espécie,
veja mais informações no case Proteção às reservas na Nova Caledônia.
1
Aquelas que são conservadas fora de seu lugar de origem.
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[4.03]
Participação e engajamento [IP4.17]
Um exemplo é a participação da Vale nas ações da Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos (Pese). A Pese é uma iniciativa desenvolvida pelo World Resources Institute (WRI),
junto da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com apoio da United States Agency for International
Development (Usaid), para auxiliar no desenvolvimento de estratégias de negócio associadas à melhoria da gestão de recursos naturais e da biodiversidade a partir da aplicação da
metodologia Ecosystem Services Review (ESR), desenvolvida pelo WRI.
Essa metodologia ajuda o setor privado a mapear riscos e oportunidades decorrentes das dependências e impactos dos negócios sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, visando ao desenvolvimento de estratégias de gestão para o uso sustentável desses aspectos.
A Vale tem avaliado suas ferramentas para a gestão integrada da biodiversidade.
Como parte do processo, em 2012, a Vale começou a análise de 13 metodologias de mensuração de impactos, relacionadas à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos, considerando seu potencial de aplicabilidade às suas atividades, além do porte e da complexidade
dos negócios da empresa.
A Vale participou também do planejamento e do desenvolvimento da gestão do Reflorestar.
Criada em 2012, essa iniciativa do Governo do Espírito Santo, com o apoio da Vale, pretende
ampliar a cobertura florestal do estado em 30 mil hectares até 20141, o que equivale à área
de 46 mil campos de futebol. O pagamento por serviços ambientais (PSA) será utilizado
pelo projeto como estratégia para a manutenção das áreas com vegetação nativa. A Vale
contribuiu na elaboração do plano de execução dos projetos técnicos e na documentação
das ferramentas de suporte ao programa. O poder público e os parceiros apoiam a remodelagem das propriedades rurais, por meio do fornecimento de insumos e estímulos, como
mudas, apoio técnico e recursos financeiros.
Em 2012, a Vale esteve presente no evento Business for Environment, realizado pela B4E Global Summit, e no workshop para elaboração do Plano Estadual de Proteção à Biodiversidade
em Minas Gerais, promovido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
A Vale também participou do grupo de trabalho que contribuiu para a elaboração do Framework for Corporate Action on Biodiversity and Ecosystem Services, desenvolvido pelo
1
Fonte: site do Programa Reflorestar.
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Pacto Global das Nações Unidas e pela International Union for Conservation of Nature
(IUCN). A presença nessas e em outras iniciativas representa uma forma de se manter próxima às discussões atuais e de colaborar em ações desenvolvidas por outros atores.
Valoração econômica dos serviços ecossistêmicos
Em 2012, a Vale estabeleceu uma parceria com a Conservation International Brasil (CI) para o
desenvolvimento do Plano de Gestão Integrada das 17 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs) mantidas pela empresa no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, que incluiu
a valoração de serviços ecossistêmicos providos por elas. Foram selecionados serviços relacionados à manutenção dos ecossistemas locais e ao bem-estar humano e qualidade de vida
das comunidades do entorno, considerando: conservação do solo (manutenção de fertilidade e prevenção à erosão), estoque de carbono na vegetação e gestão dos recursos hídricos.
Dentre as áreas estudadas, destacou-se a RPPN Córrego Seco (unidade de conservação em
processo de criação/reconhecimento), no município de Itabirito (MG), para a qual foi avaliado o valor de conservação de recursos hídricos e estimado o valor monetário anual da
provisão de água para o município.
De acordo com dados do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o Córrego Seco, cuja
nascente está localizada dentro da RPPN da Vale, assim como a estação de captação de
água, fornece cerca de 70% da água consumida pela cidade de Itabirito. O valor de uso
dessa área foi estimado em cerca de US$ 2 milhões, tendo como base o preço de mercado
desse recurso. Também foram estimados os valores para manutenção de fertilidade do solo
e prevenção da erosão, que foram de US$ 12 mil e US$ 3,4 milhões, respectivamente. Já para
o estoque de carbono, a avaliação ficou em aproximadamente US$ 6 milhões.
Outra ação de destaque foi desenvolvida na Reserva Natural Vale (RNV), em Linhares, Espírito Santo. Um estudo de valoração de serviços ecossistêmicos, em parceria com o Lawrence
Berkeley Laboratory (Universidade da Califórnia) e pesquisadores de instituições nacionais e
internacionais, estimou os valores de uso direto e indireto considerando aspectos tais como
recreação, geração de conhecimento, bioprospecção, polinização, estoque de carbono na
vegetação, estoque de carbono relacionado à produção de mudas e recuperação de áreas,
regulação do solo, regulação do ar e da água e provisão de água. Dentre os valores obtidos,
destacam-se os de estoque de carbono, orçado em cerca de US$ 47 milhões; de fornecimento de água, US$ 8,3 milhões; de regulação do ar e da água, US$ 886 mil; de polinização,
US$ 126 mil; e de regulação do solo, US$ 511 mil. Também foi estimado o valor de existência
para RNV Linhares considerando a riqueza de espécies e ecossistemas, com especial destaque para os grupos raros e ameaçados de extinção.
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Áreas protegidas e áreas
operacionais [EN11]
[4.04]
Além destas, há áreas protegidas (próprias e em parcerias) que não estão relacionadas às
operações da empresa (24,4% do total), dentre as quais se destacam a Reserva Natural Vale,
a Reserva Biológica de Sooretama, ambas no Espírito Santo, e o Parque Estadual da Ilha
Grande, no Rio de Janeiro.
Do total das áreas que a Vale protege ou ajuda a proteger, 97,4% representam unidades de
conservação protegidas em parceria com os governos locais, e 2,6%, áreas de propriedade
da empresa. E, entre as áreas protegidas sob a gestão da Vale ou por meio de parcerias,
63,5% encontram-se no bioma Amazônico e 27,4%, na Mata Atlântica.
As áreas operacionais totalizam 4,7 mil km2 e estão associadas à extração de minérios, atividades de produção industrial, processamento e beneficiamento, transporte dos produtos e
operações relacionadas a plantios industriais. A área ocupada pelas operações associadas a
plantios industriais representa quase 62% do total da área operacional, e cerca de 50% da
área dessas propriedades é destinada à recuperação e à manutenção da vegetação nativa1.
Independentemente do estado de conservação inicial da área, as operações da Vale são
planejadas e realizadas de forma a causar o menor impacto ambiental possível, e as ações
ambientais realizadas paralelamente às operações contribuem de forma positiva para a manutenção e a conservação da biodiversidade local.
Do total das áreas operacionais, 87% referem-se às operações em superfície e 13%, às atividades subterrâneas. Mais de 90% da área operacional da Vale está inserida em hotspots
(13%) ou wilderness areas2 (79%), que constituem regiões de alta diversidade biológica avaliadas internacionalmente como importantes para a conservação da biodiversidade3.
1 De acordo com a legislação brasileira, todas as propriedades
rurais devem manter áreas representativas dos ambientes naturais
da região onde se inserem, sendo essas áreas destinadas ao uso
sustentável dos recursos naturais, à conservação e à reabilitação dos
processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e
proteção da fauna e flora nativas, as quais são denominadas reservas
legais. O tamanho da reserva legal é proporcional ao tamanho total
da propriedade, variando de acordo com o bioma e, no caso da
Amazônia, com a região onde se localizam as propriedades.
2 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográficas
consideradas importantes para a conservação da flora e da fauna
mundiais, que funcionam como categorias complementares de
importância para a biodiversidade, sendo oficialmente reconhecidas
por diversas organizações internacionais. Os hotspots são áreas mais
ameaçadas e de grande riqueza biológica no planeta, possuindo
grande número de espécies de plantas vasculares endêmicas e
apresentando-se reduzidas a 30% ou menos de sua cobertura
vegetal original. As wilderness areas, por sua vez, constituem
grandes extensões de área (mais de 1 milhão de hectares cada)
com biodiversidade representativa e pouco ou não modificadas
(áreas selvagens), possuindo mais de 70% da área original intacta e
densidade humana menor ou igual a cinco pessoas por km2.
3 São exemplos de hotspots os biomas Cerrado (Brasil), Florestas
da Costa Leste Africana (Moçambique), Florestas da Guiné (Guiné),
Florestas Valdívias (Chile), Mata Atlântica (Brasil) e Wallacea
(Indonésia). São exemplos de wilderness areas os biomas Amazônico
(Brasil), Chaco/Patagônia (Argentina), Desertos Árabes (Omã),
Floresta Boreal (Canadá) e Pantanal (Brasil).
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Áreas protegidas próprias e áreas
que a Vale ajuda a proteger [EN13]
Área protegida
Bioma
PropriedadeI
Área (km2)
Floresta Nacional de Carajás
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio
4.119,5
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio
1.900,0
Floresta Nacional do Itacaiúnas
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio
1.414,0
Reserva Biológica do Tapirapé
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio
1.030,0
Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio
216,0
Floresta Amazônica
Própria
1,1
Parque Botânico de Tubarão
Mata Atlântica
Própria
0,3
Reserva Natural Vale
Mata Atlântica
Própria
227,1
Reserva Biológica de Sooretama
Mata Atlântica
Parceria ICMBio
240,0
12 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais
Mata Atlântica
Própria
70,4
Duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) associadas
às operações de fertilizantes
Cerrado
Própria
1,6
32 Unidades de Conservação Estaduais localizadas no Quadrilátero Ferrífero
Mata Atlântica e Cerrado
Parceria Semad/IEFII
Áreas de proteção de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
Mata Atlântica
Própria
Mata Atlântica
Parceria IneaIII
Florestas Boreais
Própria
Wallacea
Parceria Governo da Indonésia
Reserva Natural Florestas do Norte
(Forêt Nord Nature Reserve)
Floresta e Maquis ShrublandIV
Parceria Governo da Nova Caledônia
2,7
Reserva Pic du Grand Kaori
Floresta e Maquis ShrublandV
Parceria Governo da Nova Caledônia
3,1
Brasil – Pará
Brasil – Maranhão
Parque Botânico de São Luís
Brasil – Espírito Santo
Brasil – Minas Gerais
3.090,8
3,3
Brasil – Rio de Janeiro
Parque Estadual da Ilha Grande
120,5
Canadá
Florestas Boreais do Canadá
56,1
Indonésia
Floresta Tropical de Sorowako
(Sorowako Tropical Forest)
1.180,0
Nova Caledônia
Total
13.676,5
I Fonte dos dados: parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) (http://www.icmbio.gov.br/brasil), Ministério do Meio Ambiente. As
áreas das unidades de conservação estão em processo de revisão pelo Governo Federal, e os
valores indicados são passíveis de alteração durante o ano de 2013.
II Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad),
Instituto Estadual de Florestas (IEF), Governo de Minas Gerais.
III Fonte: Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Governo do Rio de Janeiro.
IV Tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado Nova Caledônia.
V Tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado Nova Caledônia.
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Áreas protegidas e áreas
operacionais (cont.)
[4.05]
Com o Centro de Pesquisa e Educação para Conservação da Biodiversidade (Cepeb), a Vale
fortalece seu compromisso de incentivar o desenvolvimento de pesquisas por meio de cursos organizados pelo próprio Cepeb, com conteúdo técnico ou de extensão, abordando
temas específicos e atuais na RNV e que contribuem para a conservação da biodiversidade
da Mata Atlântica, ou em parceria com instituições de ensino e pesquisa. Estes últimos são
dirigidos a estudantes de graduação e pós-graduação. Em 2012, foram realizados quatro
cursos acadêmicos, todos relacionados à pós-graduação.
Na área de educação, a Vale trabalha o engajamento e a cultura da sustentabilidade nas
comunidades vizinhas aos seus projetos. Por meio do Programa de Educação Ambiental
Áreas Protegidas, lançado em 2011, estudantes do Ensino Fundamental e as comunidades
vizinhas participaram de atividades para desenvolver sua consciência ambiental e, assim,
promover a mudança de atitude para o desenvolvimento sustentável.
A ação é baseada nos Pilares da Unesco de Educação para o Século XXI — Conhecer, Ser,
Fazer e Conviver — e trabalha cinco temas principais — biodiversidade, água, ar, energia e
gestão de resíduos — e três temas transversais — cultura, saúde e cidadania. Os visitantes
em geral contam com cerca de 60 atividades diferentes, que vão de jogos ao ensino de
técnicas para cultivo de mini-horta. Já com as escolas, os temas são abordados em um conteúdo que inclui planos de aula e parceria com as secretarias de Educação dos municípios.
Em 2012, primeiro ano de implementação das ações, o programa para as escolas foi iniciado
na Reserva Natural Vale, em Linhares (ES), e no Parque Botânico Vale, em São Luís (MA). A
partir de 2013, está prevista a implantação nas escolas vizinhas ao Parque Botânico Vale, em
Vitória (ES), ao Parque Zoobotânico Vale, em Carajás (PA), e ao Centro de Educação Ambiental da Mata do Jambeiro (MG).
Outra ação focada na educação ambiental nas comunidades, no mesmo ano, foi o Programa Inclusivo de Educação Ambiental, desenvolvido no Parque Botânico Vale, em Vitória, Espírito Santo. Cerca de 200 alunos de dez instituições que atendem pessoas com deficiências
aprenderam mais sobre biodiversidade, recursos naturais e resíduos. O programa também
aborda temas transversais, como cultura, ética, cidadania e saúde. São três módulos de um
ciclo para fornecer aos participantes experiências vivenciais a partir da construção do conhecimento. O primeiro módulo foi iniciado em novembro de 2012 e terá duração de um
ano. Ao fim do processo, as instituições participantes recebem um certificado.
Em 2012, o número total de visitantes recebidos superou o registrado no ano anterior em
cerca de 14%. Para fidelizar os atuais visitantes e atrair novos, a Vale vem desenvolvendo
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ações estratégicas para engajar a comunidade e os empregados, como atividades educacionais, culturais, sociais e ambientais, incluindo exposições e oficinas. As atividades permitem
a reflexão sobre a valorização das áreas de reserva e contribuem para o engajamento ambiental de seus frequentadores.
Áreas operacionais
Do total da área ocupada pelas unidades operacionais sob responsabilidade da Vale, 4%
(cerca de 190 km2) estão localizados em áreas legalmente protegidas (unidades de conservação) e 39% (1.840 km2) encontram-se inseridos em áreas de alto índice de biodiversidade
(fora de áreas protegidas), definidas pelos governos de cada país. Considerando as operações localizadas em adjacências1 de áreas sensíveis, cerca de 11% (520 km2) das unidades
operacionais estão próximas a áreas legalmente protegidas, e 22% (1.040 km2) estão adjacentes a áreas de alto índice de biodiversidade.
Apesar de as unidades operacionais da Vale estarem localizadas em regiões classificadas
como hotspots e wilderness areas, geralmente os projetos são implantados em locais que se
encontravam ambientalmente alterados e biologicamente descaracterizados pela existência de atividades anteriores (exploração de madeireira e pecuária, por exemplo) ou em áreas
que se destinavam exclusivamente a atividades industriais (tais como distritos industriais
municipais), com destaque para as áreas de plantio industrial.
Isso se aplica a todos os tipos de operação, especialmente às de plantio industrial, que estão
em sua totalidade associadas a áreas anteriormente alteradas.
1 Para cálculo da área adjacente, foi considerado um buffer de
10 km, gerado a partir dos limites externos das áreas protegidas e
das áreas de alto índice de biodiversidade (entorno), e avaliada sua
sobreposição em relação à área da unidade operacional. Quando
uma unidade operacional estava associada a mais de uma área
protegida ou área de alto índice de biodiversidade, foi considerada
a interseção dos buffers nos trechos de sobreposição entre as
áreas. Os territórios relacionados a terras indígenas não foram
considerados nas análises.
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[4.06]
Espécies ameaçadas [EN15]
Número de espécies constantes na lista oficial
de espécies internacionalmente ameaçadas
de extinção (IUCN) com registro nas áreas de
inserção das operações da Vale no mundo
Baixo risco
Quase ameaçada
Vulnerável
Em perigo
Criticamente
em perigo
ExtintaI
Total
Fungos
—
—
—
—
1
—
1
Plantas
19
—
25
15
6
—
65
2
—
—
—
—
—
2
Artrópodes
—
—
1
—
—
—
1
Peixes
—
—
1
—
—
—
1
Anfíbios
—
2
3
1
1
—
7
Répteis
3
—
4
1
1
—
9
Aves
—
47
12
13
1
1
74
Mamíferos
—
18
12
7
3
—
40
24
67
58
37
13
1
200
Grupo temático
Moluscos
Total
I Espécie com registro histórico para a região na qual se inserem
unidades operacionais da Vale no Canadá.
Número de espécies constantes em listas
nacionais oficiais de espécies ameaçadas de
extinção com registro nas áreas de inserção
das operações da Vale no mundo
Atenção
especial
Baixo risco
Quase
ameaçada
Vulnerável
Em perigo
Criticamente
em perigo
ExtintaI
Total
Fungos
1
—
—
—
1
—
—
2
Plantas
1
2
—
9
36
1
—
49
—
—
—
—
3
—
—
3
Artrópodes
2
—
—
1
8
—
—
11
Peixes
3
—
—
1
6
1
—
11
Anfíbios
2
—
—
1
3
1
—
7
Répteis
2
—
—
4
3
—
—
9
Aves
8
—
—
33
41
3
1
86
Mamíferos
3
—
1
28
8
2
—
42
22
2
1
77
109
8
1
220
Grupo temático
Moluscos
Total
I Espécie com registro histórico para a região na qual se inserem
unidades operacionais da Vale no Canadá.
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Área impactada e em
recuperação [MM1]
[4.07]
O documento normativo sobre as atividades de RAD divide o processo de recuperação em
cinco etapas distintas: diagnóstico das áreas impactadas; elaboração do projeto e planejamento da recuperação; implementação das ações definidas no projeto; execução da manutenção requerida para garantir a evolução da recuperação; e monitoramento para verificar
os resultados alcançados e otimizar futuras ações.
No segundo semestre de 2012, o documento foi aplicado, em caráter experimental, em três
unidades operacionais no Brasil. O objetivo é avaliar os resultados dos testes no primeiro
semestre de 2013, efetuar os ajustes necessários e, em seguida, aplicá-lo gradativamente,
transformando-o em instrução global. Inicialmente, três unidades, além das três áreas-piloto,
serão inseridas no processo ainda em 2013.
A Vale busca as melhores práticas de recuperação ambiental, desenvolvendo projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), muitas vezes em parceria com instituições de ensino e pesquisa, que têm por objetivos a redução de custos, a seleção de espécies vegetais potenciais
para o uso em recuperação ambiental, o aprimoramento das técnicas aplicáveis e o desenvolvimento de indicadores que denotem a qualidade da recuperação ambiental. Também busca o maior conhecimento da ecologia de espécies, de forma a transformá-lo em um legado
positivo para as comunidades científicas, e realizar a sua internalização nas práticas em uso.
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Recuperação das Áreas
Degradadas (RAD) [MM1]
[4.08]
No Espírito Santo, a Vale desenvolve um projeto de restauração e manutenção da mata do
Convento da Penha, considerado um patrimônio histórico e cultural do estado, tombado
em 1943. Localizado no alto de um penhasco no município de Vila Velha, é um dos santuários mais antigos do Brasil. As atividades de restauração foram iniciadas em 1986, e, desde
então, é realizada periodicamente a manutenção da vegetação (aproximadamente 50 hectares), incluindo a retirada de lixo, a remoção de plantas exóticas e o controle de pragas.
Outro projeto, desenvolvido no Espírito Santo e em Minas Gerais, a partir de parceria/termo de cooperação mútua firmada entre a Vale e o Instituto Terra, é a restauração de 480
nascentes e de trechos de vegetação ciliar localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Doce,
totalizando 415 hectares de área a ser trabalhada nos dois estados.
No Mato Grosso do Sul, a Vale recupera áreas antropizadas existentes no interior do Parque
Natural Municipal de Piraputangas, localizado no município de Corumbá. O parque, situado
a cerca de 25 km da área urbana, é administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e está inserido em uma região que se destaca pela abundância de nascentes, representando uma área importante para a proteção de recursos hídricos.
Outra iniciativa foi a criação de um fórum de trabalho composto de um grupo de profissionais das áreas de negócio que atuam com o tema. O fórum, que teve o primeiro encontro
em julho de 2012, acontece em intervalos trimestrais, promovendo debates sobre alternativas de otimização das atividades de RAD na empresa. Também em 2012, foi lançado um
edital para captar pesquisas específicas sobre o assunto, o que resultou em 107 projetos.
Desses, 13 foram considerados relevantes, dos quais cinco foram apontados como prioritários, pois eram focados em campos rupestres.
O desenvolvimento dessas pesquisas resultará em inovações para a aplicação de programas
de RAD, uma vez que promoverá a ampliação do conhecimento de ecossistemas e tecnologias ligadas ao tema.
Em 2012, foi realizado pela Sociedade Brasileira de Recuperação das Áreas Degradadas
(Sobrade) o IX Simpósio Nacional de Recuperação das Áreas Degradadas (Sinrad), evento
patrocinado pela Vale. Dentre os trabalhos apresentados pela empresa, destaca-se uma iniciativa pioneira para recuperação de campos rupestres utilizando espécies da flora nativa. A
técnica permite a máxima preservação das plantas de pequeno porte resgatadas das áreas
de supressão de vegetação e baseia-se na colonização de tapetes de fibra de coco com
espécies da flora nativa, fixados através de técnica natural. Esse modelo é mais eficiente
e 60% mais barato que a metodologia convencional, baseada na produção de mudas em
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caixotes e em embalagens plásticas. Essa técnica vem sendo utilizada pela própria empresa
em minas de minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero. Um exemplo foi a recuperação de
áreas de campo rupestres com essa tecnologia na Mina do Pico.
Áreas operacionais
O bioma com maior área interferida pelas operações da Vale em 2012 foi a Amazônia, seguido da Mata Atlântica. As áreas afetadas na Amazônia estão relacionadas à continuidade das
operações da Mina de Carajás (Serra Norte) e, em sua maior parte, à expansão da Estrada de
Ferro Carajás (EFC). As interferências em áreas de Mata Atlântica estão associadas às operações localizadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais.
Área impactada e área em recuperação pela Vale,
de acordo com o bioma (em km2) [EN13]
(2012)
Área em recuperação
Área impactada
Área em
recuperação
permanente
Área em
recuperação
provisória
Área total em
recuperação
11,5
1,3
0,5
1,8
Cerrado
0,6
—
—
—
Floresta da Costa
Leste Africana
0,9
—
—
—
Florestas Boreais
—
—
—
—
Florestas Valdívias
0,9
—
—
—
Mata Atlântica
4,2
4,6
Nova Caledônia
0,3
0,2
—
0,2
Pantanal
0,1
—
—
—
Wallacea
1,2
—
—
—
Outros
3,2
1,1
—
1,1
22,9
7,2
Bioma
Amazônia
Total
5,1
5,6
9,7
12,8
Analisando as áreas em processo de recuperação, os valores mais expressivos estão associados à Mata Atlântica, seguidos da Amazônia. Na Mata Atlântica, destaca-se a existência de
unidades operacionais antigas e empreendimentos mais recentes localizados no Estado de
Minas Gerais, resultando em uma combinação de áreas em recuperação permanente e em
recuperação provisória.
As áreas em recuperação permanente na Amazônia estão relacionadas principalmente ao
início das ações de reabilitação de áreas que não mais serão empregadas no desenvolvimento de atividades operacionais na Mina de Carajás.
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[4.09]
Conflitos pelo uso da terra [MM6, MM7]
Das 12 ações judiciais, oito envolvem a Vale Fertilizantes e se referem a ações de reintegração de posse, cujo objeto é a retomada de uma gleba de terras cedida por meio de
comodato à Associação dos Empregados da Fosfértil (AEF), que, por sua vez, arrendou o
terreno para terceiros.
Já a ação ajuizada pelo povo indígena Krenak compreende a realização de estudos para a
avaliação dos impactos da Usina Hidrelétrica (UHE) Aimorés. Feito o estudo, ficou acordado
entre as partes um termo de compromisso para que fossem feitas ações estruturantes. Em
2012, foi assinado um termo aditivo com validade de 15 meses para que todas as ações
acordadas fossem cumpridas. Na Indonésia, há uma disputa de terra na cidade de Mahalona, em área vizinha da mina
Balonti-Petea. As comunidades reivindicam que a compensação pelo uso da terra seja feita
em áreas protegidas. A ação ainda não foi finalizada, mas a Vale já tomou algumas iniciativas
para atender à reclamação das comunidades, inclusive a checagem da documentação das
terras em questão.
Também na Indonésia, a utilização da água do lago Towuti para a geração de eletricidade
resultou em uma ação da comunidade local, que deu origem a um acordo, que data do ano
2000, da empresa com o governo e a comunidade local, para o estabelecimento de 750
hectares de campos de arroz.
Em relação às paralisações ou obstruções do acesso a projetos, 15 ao todo, duas ocupações
ocorreram na Fazenda Yara, em Cajati (SP), nos meses de junho e julho de 2012. A Fazenda
Yara é uma área de proteção ambiental (APA), cedida à Vale, e faz parte de uma ação de
compensação ambiental.
Uma instalação da Vale no bairro Morro da Mina, em Conselheiro Lafaiete (MG), foi invadida.
A Polícia Militar (PM) foi acionada para o registro do fato.
A Fazenda Recreio, de propriedade da Vale, na região do Projeto S11D, e que se destina
ao assentamento das famílias da comunidade da Vila Mozartinópolis, foi ocupada por um
grupo de aproximadamente 20 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST). As autoridades foram avisadas, e o grupo resolveu sair por conta própria.
Em outra ação, cerca de 200 pessoas da Vila Palmares Sul, no Pará, interditaram a Rodovia
Faruk Salmen com o objetivo de ocupar um loteamento às margens da rodovia. A Polícia
Militar foi acionada para desocupar a área, e o líder do movimento foi detido.
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Na mesma rodovia, posteriormente, 300 pessoas interditaram a rotatória da estrada próxima
ao pátio de Parauapebas. A Polícia Militar compareceu ao local e prendeu o líder do grupo.
Essa interdição interferiu no processo produtivo de cobre do Sossego e nas atividades do
pátio de Parauapebas.
Também no Pará, cerca de 80 moradores da vila Racha Placa e antigos proprietários de terras
agora pertencentes à Vale interditaram a estrada de acesso à Fazenda Brejeira, onde estão em
construção os alojamentos do Projeto S11D. Houve uma tentativa de negociação, porém a
interdição continuou. Posteriormente, ocorreu uma reunião entre o Incra e os representantes
dos manifestantes, realizada na Cidade de Marabá (PA), mas não houve acordo.
A Fazenda Santo Antônio, de propriedade da Vale, foi invadida em março de 2012 e reintegrada após uma ordem judicial. A Segurança Empresarial e o comando da Polícia Militar foram à Fazenda e conversaram com os invasores, e todos saíram pacificamente. Houve uma
reunião com as lideranças no acampamento da Associação Boa Esperança, e a comunidade
pediu auxílio da Vale para a resolução das questões junto aos órgãos públicos.
Outra invasão de terras ocorreu na zona urbana de Canãa dos Carajás, em áreas de propriedade da Vale. A PM compareceu ao local para negociar a retirada dos invasores. A comunidade pediu auxílio da Vale para resolução das questões junto aos órgãos públicos.
No Chile, em novembro de 2012, o acesso principal à mina Don Gabriel foi bloqueado por
uma retroescavadeira de propriedade de um morador local, que possui uma disputa jurídica
com a empresa. O acesso à mina subterrânea não foi afetado, assim como nenhum dano à
propriedade foi registrado.
Na Colômbia, moradores de El Hatillo realizaram um bloqueio em protesto contra a realocação da aldeia e em reivindicação de contratação de mão de obra local, em fevereiro
de 2012. Foram queimados três veículos e três motos no perímetro urbano de La Loma.
O Esquadrão Móvel de Carabineiros, o Grupo Anti Distúrbios e o Exército reforçaram a segurança do acampamento da Vale. A única área afetada foi a dos banheiros químicos que
estavam no acesso à mina. Na área de Plan Bonito, houve focos de incêndio provocados
pelos manifestantes.
A Diretoria de Operações Portuárias da Vale conduziu as negociações em quatro casos de
ocupação, em Santo Antônio, Praia Pequena, Praia de Tapera e Duas Irmãs, em Mangaratiba
(RJ). Em Sahy, na mesma região, o principal acesso ao píer que serve de ponto de embarque
para recursos materiais e humanos que vão para o porto foi interditado.
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[4.10]
Fechamento de mina [MM10]
Em 2012, foi concluída uma versão preliminar do Documento Normativo Global para o
Fechamento de Mina da Vale, elaborado com base na legislação, normas técnicas e boas
práticas de dez países com tradição minerária, dentre os quais África do Sul, Austrália, Peru,
Moçambique, Nova Zelândia e Brasil. Por conta de novas diretrizes estratégicas da empresa,
a revisão do Normativo Global de Fechamento de Mina está prevista no planejamento de
atividades da Vale para 2013.
Com o objetivo de aprimorar-se continuamente na gestão do tema, em 2012, foi criado
o Subcomitê de Fechamento de Mina, ligado ao Comitê de Lideranças Ambientais (CLA),
que realiza encontros bimestrais com a presença de profissionais envolvidos direta e indiretamente com a área. O Subcomitê propõe uma série de medidas, que são submetidas à
aprovação do CLA. Além disso, foi criada uma gerência específica para o desenvolvimento
corporativo de ações relacionadas ao descomissionamento e ao fechamento de mina.
Eventos de capacitação colaboraram para a promoção e a discussão do assunto na Vale, como
o treinamento anual para o ciclo de revisão das estimativas de custo para desmobilização de
ativos e o 1º Seminário de Fechamento de Mina, realizado pela Diretoria de Planejamento
Ferrosos, com apoio da Diretoria de Meio Ambiente.
A provisão de recursos financeiros para desmobilização de ativos existe desde 2003 e é atualizada anualmente. Em 2011, em função de revisão do procedimento que orienta o cálculo
das estimativas de custo, a provisão passou a contar com critérios para liberação e desembolso financeiro, o que aconteceu pela primeira vez em 2012, com utilização dos recursos
previstos para 2013.
A provisão foi solicitada pela Unidade de Carajás, que aplicará uma parcela do recurso provisionado na desmobilização das pilhas de estéril Oeste e Noroeste I, de acordo com os
critérios estabelecidos no Procedimento para Desmobilização de Ativos e Liberação da Provisão para Desembolso Financeiro. Além disso, a Mina de Pico também utilizará parte do
recurso para realizar obras de recuperação e proteção do Pico do Itabirito, área minerada
pela Vale, considerado por Lei um Patrimônio Natural Mineiro. Todas essas ações se caracterizam como desmobilização de ativos, e não como completo encerramento das atividades
da mina (fechamento da mina).
Em 2012, o valor total da estimativa para a provisão foi de US$ 2,403 bilhões, conforme Relatório 20-F da Vale, página 104.
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[4.11]
Resíduos minerais [MM3]
Em um primeiro momento, o objetivo foi elaborar uma metodologia de implantação, a partir de um plano de ação emergencial por estrutura que leve em conta as particularidades
de organograma já existentes nas operações, seguido da elaboração de um relatório e de
treinamento para as gerências de Geotecnia das unidades operacionais. O projeto-piloto
ocorreu na Barragem de Itabiruçu, em Itabira. A previsão é que, até 2014, o Plano de Segurança de Barragens tenha sido implantado em todas as unidades do Brasil.
A Vale elaborou e submeteu à aprovação do órgão brasileiro que fiscaliza suas barragens, o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o relatório especificando as ações e
o cronograma para implantação do Plano de Segurança de todas as suas barragens enquadradas na Lei Federal 12.334. A implantação do Plano de Segurança para as Barragens de
Rejeito seguirá o cronograma proposto na portaria 416/2012 do órgão fiscalizador, o DNPM.
De acordo com a Lei da Política Nacional de Segurança de Barragens, 98% das barragens de
rejeito da Vale no Brasil estão classificadas em Categoria de Risco Baixa, indicando ótimos
níveis de gestão de segurança. Em termos de dano potencial associado a barragens de rejeitos, citam-se os possíveis efeitos nos meios físico, biótico, social e econômico.
A gestão das barragens e pilhas de estéril inclui a realização de auditoria técnica de segurança corporativa a cada três anos. Em 2011, ocorreu a quarta fase de auditorias corporativas
nas operações brasileiras da Vale, e, em 2012, as barragens de Minas Gerais foram auditadas.
Além das auditorias técnicas, o processo de gestão é avaliado periodicamente, por auditorias específicas, no que se refere à conformidade aos requisitos de controle previstos na
Lei Sarbanes-Oxley. Essas auditorias seguem padrões internacionais consagrados nos meios
técnico e científico e são aplicadas onde não há regulamentação específica.
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[4.12]
Resíduos não minerais [IP4.17]
A instrução global de resíduos é baseada nos pilares: valorização, controle e rastreabilidade,
segregação dos materiais, avaliação dos destinatários e fomento à geração de emprego e
renda a partir da reciclagem dos resíduos.
A instrução é uma importante ferramenta para a gestão global de resíduos na Vale, considerando as legislações das diversas localidades de atuação e baseando-se nas melhores
práticas de gerenciamento do tema.
Os trabalhos do Subcomitê de Resíduos Sólidos — criado em 2011 e composto de representantes das áreas de Resíduos corporativa e das unidades operacionais do Brasil — foram
voltados, em 2012, para a troca e a disseminação de boas práticas aplicadas nas unidades
operacionais e no desenvolvimento de procedimentos. Também foram avaliados os principais produtos e projetos a serem desenvolvidos, como, por exemplo, a implantação de
logística reversa junto aos fornecedores.
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Resíduos perigosos
e não perigosos [EN22]
[4.13]
Como exemplo de justificativas para o aumento da geração de resíduos, pode-se mencionar
a contabilização do lodo gerado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Uberaba, na
área de Fertilizantes, em um total de 288 mil toneladas. O grande volume se deve à característica diferenciada do processo de tratamento de efluentes que é próprio da indústria
de fertilizantes. Esse valor não havia sido reportado em 2011 porque a área de Fertilizantes
ainda estava em fase de adaptação do reporte.
O aumento na geração de resíduos não perigosos no ano de 2012, se comparado a 2011,
pode ser explicado por obras civis, resultado da ampliação e da reforma de algumas unidades, assim como pela expansão da Estrada de Ferro Carajás e pelas ampliações no Terminal
Ponta da Madeira, em São Luís.
Já a geração de resíduos perigosos foi reduzida devido à venda, em 2012, das duas áreas
mais significativas de produção de manganês, na França e na Noruega, maior gerador desse
tipo de resíduo.
Além desses resíduos, a área de Fertilizantes gera o fosfogesso, que, pela sua natureza, é
considerado um subproduto, em vez de rejeito de mineração ou de beneficiamento de
minerais, e, pela sua escala — 5,7 milhões de toneladas em 2012 —, não foi incorporado
aos números de geração dos demais resíduos. Desse total, aproximadamente 86% foram
vendidos para cimenteiras ou empresas agrícolas, portanto reaproveitados.
Resíduos perigosos gerados
[EN22]
(2012)
7%
%
3%
10%
35%
16%
29%
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Minério de ferro
35%
Níquel
29%
Logística
16%
Potássio/Nitrogenados/Fosfatados
10%
Carvão
7%
Cobre
3%
Manganês
0%
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Resíduos perigosos e não perigosos
(cont.)
[4.14]
Reciclagem de produtos e embalagens pós-consumo
Para o tema recuperação de produtos pós-consumo, a Vale considera apenas a cadeia do
níquel, na qual existem oportunidades de reciclagem, diferentemente de outras cadeias de
mineração. Em 2012, o percentual de reaproveitamento de materiais pós-consumo foi de
3,4%, um valor alinhado com o desempenho de 2011.
Percentual de utilização de material
pós-consumo com relação às vendasI
[EN27]
Em mil toneladas
3,2%
3,4%
1,6%
2010
2011
2012
2010
2011
2012
Quantidade de produto vendido
32
39
39
Quantidade de material reciclado
pós-consumo
0,5
1,2
1,3
1,6%
3,2%
3,4%
Percentual de utilização de material
pós-consumo com relação às vendas
I % (Material reciclado pós-consumo / produto vendido).
Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna,
conforme metodologia GRI.
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O início do processo do descomissionamento da fundição e refinaria de Thompson, no Canadá, diminuiu as oportunidades de reaproveitamento pós-uso da produção local de níquel.
A Vale discutirá com os principais clientes do níquel a possibilidade de reaproveitamento de
embalagens, desde que possam ser assegurados os procedimentos de limpeza apropriados.
Para estender as ações de reciclagem à produção de pelotas de ferro, foram realizados, em
2012, um estudo de análise de ciclo de vida do minério de ferro no processo de pelotização
do Complexo de Tubarão e de um tipo de sinter feed produzido do Sistema Sul e Sudeste,
mas também embarcado no Porto de Tubarão. Esses estudos identificam oportunidades
para a mitigação da geração de resíduos e a possibilidade de iniciativas para a reciclagem
pós-venda para determinadas aplicações.
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[4.15]
Derramamentos [EN23]
Derramamentos
Material derramado
Volume
derramado (m³)
Descrição
dos impactos
Ações para
remediação
Minas Gerais
(Araxá, Ibiá, Lavras e
Vianópolis) e São Paulo
(Campinas)
Óleo diesel
18,2
Contaminação
de solo
Remoção do solo e
Plano de Manutenção de Via Permanente e Material
destinação dos resíduos Rodante, além de treinamento dos maquinistas.
Patrocínio (MG)
Óleo diesel
8,0
Contaminação de
solo e curso d’água
Remoção do solo e
Plano de Manutenção de Via Permanente e Material
destinação dos resíduos Rodante, além de treinamento dos maquinistas.
Terminal Marítimo –
Santos (SP)
Nitrato de amônio
Fertilizante (substância
química)
0,3
Ocorrência de
impacto no solo
que não excedeu
os limites regulatórios
da empresa
Recolhimento do
produto
Instruir a transportadora sobre a verificação das
travas antes, durante e depois do carregamento,
de forma a evitar derramamento de produto no
solo e suas consequentes implicações tanto nas
dependências do Terminal como nas vias publicas.
Terminal Marítimo
Óleo redutor
Ponta da Madeira – São Óleo hidráulico
Luís (MA)
Óleo lubrificante
0,05
0,53
0,24
Contaminação
do solo
Absorção e
recolhimento do
material
Implementação de procedimento.
Governador Valadares
(MG)
14,5
Contaminação do
lastro ferroviário
Avaliação do local e
inspeções periódicas
Estruturação de procedimento de posicionamento
dos trilhos para substituição ao longo da via.
Localização
Plano de ação para evitar ocorrências
Logística
Óleo diesel
Plano de recolhimento de trilhos usados ao longo
da ferrovia.
Potássio, nitrogenados e fosfatados
Salmouroduto – Praia
de Jatobá (SE)
Salmoura contendo
NaCl
5,8
Alteração da
qualidade do solo
Raspagem e
terraplanagem do solo
salinizado
Revisar o procedimento para lançamento de pig
na linha do salmouroduto e programar troca dos
trechos críticos da tubulação.
Salmouroduto – BR-101 Salmoura contendo
(SE)
NaCl
4,5
Alteração da
qualidade do solo
Revolvimento de todo
o solo impactado para
adição de gesso visando
à liberação do sódio
livre como sódio solúvel
na estrutura da argila
Planejar e implementar um procedimento
para identificar trechos críticos de desgaste na
tubulação e limpar a linha do salmouroduto.
Programar trocas dos trechos críticos e implantar
recomendações do relatório de inspeção e
avaliação das condições gerais do salmouroduto.
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[4.16]
Emissões atmosféricas e ruídos [EN20]
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Os processos de combustão são os principais responsáveis pela emissão de óxidos de nitrogênio (NOx), estando a quantidade desses gases diretamente relacionada ao volume
de combustível consumido. Dessa forma, as emissões são calculadas a partir de fatores de
emissão específicos para o tipo de combustível e para o equipamento no qual este é utilizado. Algumas fontes de emissão tiveram as quantidades de NOx obtidas por monitoramento
direto dos gases de exaustão lançados na atmosfera.
As emissões totais de óxidos de nitrogênio, em 2012, foram de 146 mil toneladas, um acréscimo de 20%, se comparadas ao ano anterior. Nota-se que a área de Logística apresentou
um aumento significativo causado pela ampliação da frota de navios próprios da Vale. A
diminuição nas emissões da área de Níquel deve-se ao início da operação da Usina Hidrelétrica de Karebbe (Indonésia), que reduziu o consumo de combustível na unidade para a
geração de energia. A área de Fertilizantes aumentou a produção em 2012, assim como a
área de Carvão, que contou com o ramp-up da operação de Moatize (Moçambique).
Emissões de óxido de nitrogênio (NOx)
[EN20]
Em mil toneladas
2010
2011
2012
Logística
50,4
65,6
86,1
Ferro (mina)
23,6
26,4
Níquel
11,3
146,5
117,1
93,4
Outros negócios
Total
2010
2011
2012
2010
2011
2012
Fertilizantes
—
5,4
8,1
29,1
Cobre
2,4
2,4
2,9
12,1
10,2
Pelotização
2,0
2,4
4,0
8,1
13,0
21,1
Carvão
1,9
1,8
5,2
93,4
117,1
146,5
Manganês
1,3
0,7
0,7
Outros
0,5
0,3
0,2
Total
8,1
13,0
21,1
Outros negócios
Continua na próxima página 
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Óxidos de enxofre (SOx)
As emissões de óxidos de enxofre (SOx) são oriundas da queima de combustíveis e de alguns processos produtivos. As emissões pela queima de combustíveis são calculadas a partir das quantidades consumidas e de seus teores de enxofre. Para calcular as emissões geradas nos processos industriais, considerou-se que todo o enxofre adicionado ao processo
e não presente nos produtos ou resíduos é emitido para a atmosfera na forma de SOx. Em
alguns processos específicos, foi realizado o monitoramento direto dos gases de exaustão
para determinação da quantidade emitida.
Em 2012, a emissão total de óxidos de enxofre foi semelhante à do ano anterior, totalizando
395 mil toneladas. O aumento percentual comparado a 2011 foi de 2%.
O aumento das emissões de SOx na Logística é justificado pela mesma razão que o aumento das emissões de NOx citado anteriormente. Nas demais áreas de negócio, os valores das
emissões de óxidos de enxofre permaneceram estáveis, quando comparados ao ano anterior.
Emissões de óxido de enxofre (SOx)
[EN20]
Em mil toneladas
360,1
387,6
395,3
2010
2011
2012
Outros negócios
329,7
329,6
335,4
Logística
10,3
16,3
Pelotização
14,6
Fertilizantes
Outros negócios
Níquel
Total
2010
2011
2012
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2010
2011
2012
Manganês
3,5
4,0
1,0
24,1
Ferro (mina)
1,3
1,5
0,4
17,2
16,1
Outros
0,7
0,5
0,4
—
18,5
18,0
Total
5,5
6,0
1,8
5,5
6,0
1,8
360,1
387,6
395,3
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Gestão e conformidade
ambiental [EN26]
[4.17]
O Guia de Boas Práticas em Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente foi desenvolvido
com o objetivo de avaliar e melhorar a abordagem do processo de licenciamento ambiental, fortalecendo a integração entre projeto e requisitos de meio ambiente. Aborda todas
as fases do projeto indicando as etapas e a governança dos processos ambientais, como o
licenciamento e a gestão ambiental em todo o ciclo de vida do projeto e operações. Inclui
ainda uma série de ferramentas de apoio à gestão e elaboração dos estudos ambientais.
A Licença para Operar é um importante instrumento de gestão no desenvolvimento dos
projetos de capital da Vale, que possibilita a incorporação das variáveis ambiental, social,
econômica e institucional em todo o ciclo de vida do empreendimento. Desse modo,
apoia os processos de tomadas de decisão e a geração de valor ao negócio e às partes
interessadas envolvidas.
Importante ressaltar que a Licença para Operar e o Licenciamento Ambiental são processos
complementares e convergentes nos objetivos de promover a gestão da sustentabilidade
dos projetos, no curto e no longo prazos.
Na gestão de riscos ambientais, outro procedimento importante é a Instrução Global para
Classificação, Comunicação, Análise e Tratamento de Ocorrências Ambientais, que estabelece metodologia para classificação, comunicação e tratamento (análise e investigação) de
ocorrências ambientais.
Em suas atividades, a Vale lida com produção, aquisição, armazenamento, manuseio, uso,
transferência e descarte de produtos variados, dentre eles produtos químicos, em que se
destacam ácidos inorgânicos (nítrico, sulfúrico e fosfórico, por exemplo), solventes, óleos
lubrificantes e combustíveis, dentre outros potencialmente perigosos.
Nos processos químicos, destaca-se a produção de fertilizantes (fosfatados e nitrogenados),
bem como o manuseio de matérias-primas, produtos intermediários e produtos finais, que
são submetidos a um processo contínuo de gestão de risco. Ferramentas específicas derivadas dos procedimentos citados identificam e avaliam os principais desvios e estabelecem
o gerenciamento de ações de manutenção, propiciando a segurança de todo o processo.
Em complemento, cada unidade operacional da Vale conta ainda com Planos de Atendimento às Emergências específicos, recursos adequados e pessoal capacitado, a fim de
minimizar os impactos e as perdas às pessoas e ao meio ambiente. Todas essas iniciativas
permitem um efetivo gerenciamento dos riscos ambientais em todas as linhas de negócio
da Vale e uma padronização de conceitos e ferramentas, que agiliza a tomada de decisão
por parte das áreas responsáveis.
Casos de não conformidade ambiental registrados em 2012:
– O Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) lavrou um auto de infração em razão
de incêndio ocorrido na Floresta Nacional de Carajás, alegando que a responsável teria
sido a empresa Salobo Metais S.A. A empresa apresentou defesa e aguarda decisão do
órgão ambiental. Ressalte-se que foi realizada uma perícia técnica por uma empresa independente, que constatou que o fogo não se originou de curto circuito ou de qualquer
outra causa ligada à linha de transmissão de Salobo.
– A Vale foi citada em diversas ações civis públicas, em conjunto com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas
Gerais (Feam). Essas ações foram propostas pelo Ministério Público Federal sem ouvir a
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empresa e ter ciência dos programas corporativos de controle de barragens. Todas as
ações foram resolvidas por meio de acordos judiciais que já foram assinados pela Vale
e pelo Ministério Público Federal. Agora, esperam pelas assinaturas do DNPM e da Feam,
que já se manifestaram em sentido favorável.
– A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos lidera um grupo que ingressou com ação
civil pública, questionando o procedimento de licenciamento ambiental das obras de expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Atualmente, não há restrições judiciais para o
desenvolvimento das obras da EFC.
– Uma quarta ocorrência refere-se à cobrança de multa pelo atraso no cumprimento de
obrigações de um termo de ajuste de conduta (TAC), firmado nos autos de uma ação civil
pública envolvendo a construção da Estação de Tratamento de Efluente (Etel) da unidade
de Cajati (SP). Em dezembro de 2012, foi realizada audiência de conciliação, mas não houve acordo. O processo encontra-se em fase de instrução.
Casos relatados anteriormente
– No que diz respeito a emissões atmosféricas em Omã, está em andamento o caso em que
a Vale Oman Pelletizing Company LLC, junto de outros réus, foi acionada na Justiça por
um grupo de residentes locais que questionaram o controle de particulados da planta de
pelotização. Aguarda-se definição para a realização da perícia técnica.
– No Espírito Santo, na audiência de conciliação realizada em 2012, em razão da ação coletiva proposta pela Associação dos Pescadores de Ubu (Apup), que alega supostos danos
ambientais e interferência na pesca em razão de sondagens marítimas, não houve acordo,
e o processo permanece em fase de instrução.
– A Urucum Mineração S.A. apresentou sua defesa em uma ação civil pública, perante a
Corte de Corumbá (MS), que requer a reabilitação do Córrego Urucum e a recuperação
de danos ambientais. A ação foi suspensa enquanto estudos ambientais são realizados e
avaliados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), para possibilitar o
prosseguimento do processo.
– Em razão da aquisição dos ativos de Fertilizantes, a Vale assumiu algumas ações judiciais.
Uma delas está relacionada a suposta poluição na unidade de Uberaba (MG); outra diz respeito à restauração do Parque da Serra do Mar; uma terceira questiona o licenciamento ambiental do Projeto Anitapólis (SC); e uma quarta investiga suposta destinação irregular de
resíduos sólidos na unidade de Ulianópolis (PA). A Vale também está promovendo sua defesa
em um conjunto de ações indenizatórias na comunidade do Barreiro, em Araxá (MG).
– Com relação à multa administrativa imposta pelo município de Guapimirim, no Rio de Janeiro, relativa ao acidente ferroviário da empresa Ferrovia Centro Atlântica (FCA), controlada
pela Vale, no município de Itaboraí, foi transitado em julgado em 2012, com a multa tendo
sido cancelada. Outras duas multas ambientais impostas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão suspensas e aguardam o cumprimento do termo de ajustamento de conduta.
– Entre as ações judiciais relevantes, permanecem, ainda, as duas envolvendo as operações
das minas de ferro da Vale em Itabira (MG), sob alegação de dano ambiental e social. Também permanecem as quatro associadas ao licenciamento da mina de Capão Xavier, da
MBR, em Belo Horizonte (MG). No município de Vitória (ES), permanece tramitando uma
ação por suposta poluição atmosférica. No caso dos dormentes da Estrada de Ferro Carajás,
a Vale sofreu auto de infração pelo Ibama referente à comprovação de aquisição de dormentes, em que apresentou defesa e, posteriormente, recurso administrativo no Conama,
ainda pendente de julgamento.
A Vale lamenta a necessidade de tratar tais questões na Justiça, mas confia que os resultados
serão os mais adequados para as partes envolvidas.
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[4.18]
Estratégia em mudanças climáticas
Faz parte da estratégia da Vale no tema acompanhar a evolução das regulamentações sobre mudanças climáticas globalmente. Na falta de definição de um acordo global para
mitigar as emissões de GEE, várias legislações têm sido criadas nos países em que a Vale
está presente. Como agente fomentador de ações de mitigação, a Vale monitora essas legislações e, sempre que possível, contribui para a construção de marcos regulatórios sobre
mudanças climáticas.
Os dados referentes às emissões de GEE da Vale são publicados anualmente, pelo relatório
de sustentabilidade e pelo Programa Brasileiro do GHG Protocol. Cabe ressaltar que, pelo
terceiro ano consecutivo, o inventário da Vale foi qualificado com o selo Ouro do Programa,
ou seja, considerado um inventário completo e verificado por auditoria externa.
Além dos compromissos da Carta Aberta ao Brasil, a Vale tem como diretrizes estratégicas
avaliar os riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas, apoiar o desenvolvimento de tecnologias para redução de emissão de GEE e sequestro de carbono e disseminar o conhecimento e boas práticas em mudanças climáticas. Especialmente em 2012, a
Vale atualizou seu protocolo, que é utilizado em processos de fusões e aquisições, revisando
a etapa de gestão de emissões de GEE, e dedicou esforços na definição de uma proposta de
estratégia de adaptação.
Para ajudar a disseminar o conhecimento sobre mudanças climáticas e seus impactos na
empresa para todos os empregados, a Vale disponibilizou internamente um treinamento
online, que apresenta os conceitos de mudanças climáticas, inventário de emissões e seus
principais objetivos no tema.
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[4.19]
Engajamento [IP4.17]
A Vale participou, em 2012, do projeto Gestão de Carbono na Cadeia de Valor da Câmara
Temática de Energia e Clima do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), que fomentou o treinamento de vários fornecedores em relação à gestão das suas emissões de GEE.
A empresa reitera o apoio à mobilização conjunta de organizações setoriais, governos e empresas na abordagem a questões relacionadas às mudanças climáticas e, por isso, participa
das discussões relevantes em foros representativos e entidades de classe.
– A Vale liderou, em 2012, o grupo de trabalho sobre adaptação da mineração às mudanças
climáticas no Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês).
Como resultado desse trabalho, foi produzido, em 2012, um relatório sobre o tema, com o
objetivo de subsidiar planejamentos específicos e políticas públicas. A empresa tem contribuído para a elaboração do segundo inventário de emissões de GEE do setor de mineração brasileiro, que está sendo realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
– A empresa tem apoiado a iniciativa do Fórum Clima do Instituto Ethos no desenvolvimento
de um estudo de mapeamento das políticas públicas estaduais e comparação com a Política
Nacional de Mudanças Climáticas, com o objetivo de promover a harmonização entre essas
políticas. Um grupo de trabalho está sendo montado junto ao governo para atuar nesse
tema, e um website com os resultados do estudo foi disponibilizado (http://forumempresarialpeloclima.org.br/observatorio-de-politicas-publicas-de-mudancas-climaticas/).
– A empresa presta suporte técnico ao governo brasileiro nas discussões de medidas de
mercado da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) que visam à
redução de emissão de GEE no transporte marítimo internacional.
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[4.20]
Energia [EN5, EN7]
Em 2012, a empresa realizou o 3º Fórum de Eficiência Energética, que abriu espaço para a
disseminação de melhores práticas e a divulgação de esforços e iniciativas já em andamento para a otimização do consumo de energia na Vale. O evento promoveu o encontro de
líderes com a comunidade de técnicos e engenheiros de diferentes áreas de negócio. Outra
ação de engajamento dos empregados foi a realização dos workshops de eficiência energética nas diretorias de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfatados e Potássio, nos quais foram
debatidos os temas Sistema de Informação de Energia e Geração e Distribuição de Vapor.
Para dar suporte às novas instâncias e responsabilidades corporativas, em 2012, foi lançado o Manual de Energia para Projetos de Capital. O objetivo é orientar as equipes para o
desenvolvimento conjunto dos processos de energia, buscando a solução energética mais
eficiente para o projeto durante as fases de planejamento e execução.
Iniciativas de eficiência energética
[EN5]
Descrição do
projeto
Projetos de conservação de
energia
Descrição
Vida útil
[Anos]
Resultados esperados
Economia
anual
[MWh, L ou Nm3]
Economia
anual [US$]
Economia
vida útil projeto
[MWh, L ou Nm3]
Economia
vida útil
projeto [US$]
Fábrica Nova
Implantar GPS de alta precisão
em seis equipamentos de
grande porte da mina.
GPS de alta precisão para melhorar a assertividade
das operações de lavra e transporte do material
escavado (ROM) e, consequentemente, reduzir
retrabalhos e o consumo de diesel.
10
714.493
L
518.970
7.144.930
L
5.189.698
Implantação do projeto
Caçamba Quente em 19
caminhões fora de estrada da
mina.
O kit Caçamba Quente direciona os gases
quentes provenientes da descarga do
caminhão para as galerias da caçamba, o que
evita a aderência de material morto e minério e,
assim, seu transporte desnecessário.
10
438.400
L
325.158
4.384.000
L
3.251.577
Instalação de medidores de pressão diferencial
nos ventiladores de processo para otimizar o
controle do fluxo dos gases.
15
Alargamento da praça do
Lokotrac, local onde ocorre
a entrega da produção
para a Samarco.
Com o alargamento da praça, o tempo de fila
dos caminhões foi reduzido em 40%, o que
reduz o consumo de diesel.
10
Automatizar a central
de ar comprimido da usina.
Instalação de inversor de frequência e central
inteligente para a otimização do consumo
de energia.
10
GPS de alta precisão para melhorar a
assertividade das operações de lavra e
transporte de ROM e, consequentemente,
reduzir retrabalhos e o consumo de diesel.
10
Fábrica
Medição de pressão diferencial.
484 MWh
53.708
7.266 MWh
805.628
Alegria
441.253
L
830 MWh
370.158
63.939
4.412.530
L
8.300 MWh
3.701.579
639.389
Fábrica Nova e Alegria
Implantar GPS de alta precisão
em 19 equipamentos de
grande porte das minas.
1.673.446
L
2.141.173
16.734.460
L
21.411.731
Thompson
Modificações do silo de areia.
Modificações no processo de Thompson para
adequação ao descomissionamento de uma
das linhas de produção, com a consequente
redução no consumo.
3
22.764 MWh
846.240
68.293 MWh
2.538.719
Continua na próxima página 
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 Voltar para o conteúdo principal
Descrição do
projeto
Projetos de conservação de
energia
Melhoria do sistema de
pulverização.
Resultados esperados
Economia
anual [US$]
Economia
vida útil projeto
[MWh, L ou Nm3]
Economia
vida útil
projeto [US$]
17.236 MWh
640.724
51.707 MWh
1.922.173
1
3.669 MWh
266.390
3.669 MWh
266.390
10
1.948 MWh
136.558
19.480 MWh
1.365.585
Vida útil
[Anos]
Economia
anual
[MWh, L ou Nm3]
Modificações no processo de Thompson para
adequação ao descomissionamento de uma
das linhas de produção, com a consequente
redução no consumo.
3
Foram identificados e sanados pontos de
vazamento na rede de distribuição de ar
comprimido, válvulas e juntas.
Descrição
Carajás
Eliminação de vazamentos
no sistema de ar comprimido
da usina.
Cubatão CUB
Substituição de motores do
sistema de moagem da área de
acidulação.
Substituição de motores padrão por motores
de alto rendimento no sistema de moagem.
Araxá
Cogeração — Melhoria no
vácuo do condensador.
Melhoria no vácuo do condensador do
turbogerador TG 601 do sistema de cogeração
da unidade.
5
4.287 MWh
271.101
21.435 MWh
1.355.506
Cogeração — Eliminação da
recirculação na bomba de
alimentação da caldeira.
Eliminação da recirculação na bomba de
alimentação da caldeira do sistema de
cogeração da unidade.
5
1.002 MWh
63.427
5.010 MWh
317.137
Cogeração — Recuperação
de vapor de flash da purga
contínua.
Recuperação do vapor que seria, de
outra forma, perdido para melhorar seu
aproveitamento no processo.
5
780 MWh
49.105
3.900 MWh
245.526
Total
Projetos de gestão da energia
Descrição
Unidade
Implantação de ferramenta de balanço e gerenciamento energético
A ferramenta de informação de energia foi desenvolvida e implementada
para permitir acompanhar os indicadores energéticos por etapa
de processo, o que auxiliará no mapeamento de oportunidades de
redução de consumo.
7 Usinas de Tubarão (Vitória)
Cajati
Bayóvar
Patos de Minas
Guará
Melhoria do sistema de medição de energia do smelter
Promover o gerenciamento da energia consumida (em tempo real)
nas diversas áreas envolvidas do processo de produção. Esse projeto conta
com um investimento de US$ 1.225.056.
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Sudbury
5.746.652
43.010.638
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[4.21]
Emissões de GEE [EN19]
Emissões relacionadas à camada de ozônio
Em 2012, as emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDO) mantiveram-se constantes com relação ao ano anterior, em cerca de 1 tonelada de SDO. As emissões
de SDO da empresa são relativamente pequenas e equivalem, aproximadamente, a 0,1%
do valor de emissão total do Brasil. O gráfico abaixo apresenta as emissões de SDO por ano.
Emissões de SDO
[EN19]
Em toneladas
1,00
1,00
2011
2012
0,65
2010
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[4.22]
Gestão de risco [IP1.2, EC2, EN18]
Riscos e oportunidades associados
às mudanças climáticas [EN18]
Riscos regulatórios
Riscos físicos
Oportunidades
Alterações físicas que impeçam a continuidade
da produção. A Vale opera diversas plantas no Brasil,
Canadá e Indonésia que têm uso intensivo de energia e
dependem, majoritariamente, de geração hidroelétrica.
O aumento de períodos de seca e a menor precipitação
poderiam afetar a geração de energia e diminuir os
níveis de produçãoI.
Novos produtos e serviços. A Vale tem a oportunidade
de criar novos produtos, negócios e serviços em
novos mercados criados pelas mudanças climáticas.
Produtos contemplados nessa oportunidade abrangem
o desenvolvimento de novos negócios em energias
renováveis e novos negócios florestais.
Receita
Diminuição da atividade econômica em geral.
A imposição de regulações, tais como limites de emissão
ou taxações/imposto de carbono, pode levar à diminuição
da atividade econômica em geral, reduzindo a demanda
pelos produtos da Vale. Países em que a Vale atua,
como Brasil, Canadá e Austrália, já estabeleceram metas
de redução de emissão de gases de efeito estufa para
suas economias.
Mudanças nos padrões de consumo. A imposição de
regulações pode resultar na adoção de novas tecnologias
(por clientes da empresa) que promovam a substituição
de produtos mais carbonointensivos por outros menos
no longo prazo, podendo levar à redução da demanda
por produtos da Vale.
Impacto nos serviços de logística. Alterações no
regime de precipitação podem impactar negativamente
os serviços de logística que atendem à Vale, tanto no
fornecimento de insumos quanto no escoamento de
matéria-prima e até mesmo no transporte de empregados.
Mudanças nas atitudes dos consumidores. Os clientes
estão mais exigentes, e as empresas devem se preparar
para responder às demandas sobre as emissões de GEE
dos processos produtivos e as emissões do produto.
A Vale está bem posicionada para obter as vantagens
dessas oportunidades, como é o caso da perspectiva de
produzir e usar biodiesel em suas operações, substituindo
parcialmente os combustíveis fósseis.
Investimento
Adaptação de processos de produção. Investimento
em novas tecnologias de processos industriais, sistemas
de monitoramento, abatimento de emissões ou nova
infraestrutura para se adaptar a novas regulações, como a
imposição de padrões mínimos relacionados às emissões.
Investimentos em adaptação de estruturas de operação
ou de logística. Alterações físicas podem exigir que a
Vale faça investimentos para adaptar seus ativos aos
novos cenários climáticos.
Pesquisa e desenvolvimento para projetos sustentáveis.
Investimento no tema pode levar a inovações
tecnológicas, melhores práticas e redução de custos da
empresa. O Instituto Tecnológico Vale (ITV) foi criado
para desenvolver alternativas futuras, via pesquisa
científica e desenvolvimento de tecnologias para expandir
o conhecimento da Vale e as fronteiras comerciais, de
forma sustentável.
Aumento dos custos de produção em geral. Imposições
regulatórias que aumentam os custos já existentes ou
adicionam novos custos.
Escassez de recursos. As mudanças climáticas podem
ter impacto na disponibilidade de recursos naturais
necessários para as operações da Vale.
Projetos de eficiência energética e redução de emissões
de GEE.
Aumento dos custos de transporte, incluindo taxas
alfandegárias. Medidas que aumentam os custos
de transporte já existentes ou adicionam novos custos
sobre a logística.
Custo de seguro. O seguro que a Vale mantém contra
riscos típicos em seus negócios pode não fornecer
cobertura adequada. O seguro contra alguns riscos
pode não estar disponível a um custo razoável ou
de modo algum.
Custo
I
No longo prazo, esse risco também afetaria o custo.
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[4.23]
Pegada hídrica
Sugerido pela organização Water Footprint Network, o indicador passou a ser estudado por
organizações normativas brasileiras e de outras localidades, com o intuito de regulamentá-lo e torná-lo aplicável a todos os setores da sociedade (indústria, governos, agricultura etc.).
A ISO, organização internacional de normatização, criou o grupo de trabalho Water Footprint para desenvolver a norma ISO 14046, voltada ao tema. O projeto da norma foi aprovado em junho de 2011, tendo, desde então, um prazo de 36 meses para conclusão. O
assunto também está sendo discutido pelo Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental, CB-38,
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que opera com estrutura semelhante
ao comitê da ISO.
A versão draft da ISO 14046 foi aprovada de forma que, além da perspectiva de ciclo de
vida, contemple a quantificação dos impactos associados ao uso da água, os quais, diferentemente do que ocorre com o carbono, são locais, o que gera a necessidade de incorporar
esse aspecto à norma.
Entre os principais desafios e dificuldades para a consolidação da norma estão questões
como, por exemplo, a ausência de modelos de impacto adaptados para o Brasil e a falta de
dados que permitam avaliar os impactos locais.
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[4.24]
Efluentes [EN21]
Em 2012, a Vale reduziu o volume de descarte de efluentes em 14% — ou 15,3 milhões de metros cúbicos. Essa redução ocorreu devido a diversos fatores, como venda de ativos e melhorias
nos processos e na gestão. Considerando a análise de mesmo escopo1, a Vale reduziu o descarte de efluentes em 9,8%, como reflexo das iniciativas de recirculação e reutilização de água.
Com relação ao descarte de sólidos em suspensão totais (SST), nota-se uma redução de 42%,
que se deve, principalmente, à venda de Cadam, que representava 40% do total em 2011. Entretanto, ao se fazer a análise com o mesmo escopo, o indicador apresentou um aumento de 2,8%.
Entre as ações realizadas no Subcomitê de Recursos Hídricos em 2012, está a elaboração do
Padrão de Tratamento de Efluentes. O objetivo desse documento é estabelecer diretrizes
para a definição de métodos de tratamentos para os efluentes líquidos gerados em todas as
unidades da Vale, no Brasil e nas demais localidades. O documento visa também estimular
melhorias contínuas na gestão ambiental, manter a Vale integrada às boas práticas de mercado e garantir o cumprimento das leis em vigor.
1 Para avaliar o desempenho real do indicador, as seguintes áreas
não foram consideradas: Cadam, Vale Manganese Norway A S (VMN),
Cubatão Domênico Rangoni, Vale Colômbia, Siderúrgica Ferro Gusa
e Vale Manganèse France (VMF), que saíram em 2011; e Moatize
Expansão, Vale Florestar, Biopalma e Ferrovia Norte-Sul (FNS), que
ingressaram em 2012.
Descarte total de efluentes líquidos
gerados por tipo de destinaçãoI [EN21]
2010
2011
2012
Oceanos
19%
14%
17%
Rios, reservatórios e barragens
76%
77%
76%
5%
9%
7%
OutrosII
2010
2011
2012
I Os efluentes líquidos sem necessidade de tratamento referem-se
a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos
que não alteram as características qualitativas a ponto de demandar
tratamento antes do descarte. As unidades PT International Nickel
Indonesia e Thompson, da área de negócio de Níquel, não tiveram
os dados de efluentes gerados reportados em 2012, em função da
identificação da necessidade de uma adequação na metodologia
de coleta de dados utilizada por essas áreas.
II Lagos, lagoas, pântanos, solo e terceiros.
Continua na próxima página 
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Volume total de efluentes líquidos
gerados por tipo [EN21]
Em milhões de m3
109,2
93,9
2010
2011
2012
64,2
84,1
72,2
Efluentes líquidos oleosos
0,9
0,7
0,5
Efluentes líquidos que não
demandam tratamento
11,1
24,4
21,2
76,1
109,2
93,9
76,1
Efluentes líquidos industriais
2010
2011
2012
Total
Decarte total de SST (sólidos
em suspensão totais) gerados
por tipo de destinação [EN21]
Em mil kg
1.032,3
787,6
596,9
2010
2011
2012
Oceanos
383,6
90,4
96,3
Rios, reservatórios e barragens
386,3
903,2
468,7
17,7
38,7
32,0
787,6
1.032,3
596,9
OutrosI
2010
2011
2012
Total
I
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Lagos, lagoas, pântanos, solo e terceiros.
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Promoção da agenda
de sustentabilidade [HR2]
[5.01]
No processo de fechamento de contratos e aditivos, é verificado se as empresas com as
quais a Vale mantém negócios têm pendências no Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras. As empresas que
apresentarem irregularidades e não se dispuserem a solucioná-las podem ser inativadas no
cadastro da Vale. Além disso, a área de Gestão de Risco de Suprimentos monitora o desenvolvimento e o crescimento dos fornecedores, bem como sua saúde econômico-financeira.
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[5.02]
Desempenho do fornecedor
Consumo de materiais
O modelo de compras estratégicas da Vale tem como diretriz criar vantagem competitiva
por meio da inovação, da otimização de custos e da garantia de fornecimento. Esse modelo
tem foco nas ações de suporte às operações da Vale e na priorização dos valores de sustentabilidade empresarial, saúde e segurança nas estratégias de aquisição. Além disso, busca
inovações de melhoria contínua da eficiência energética, maximização da reciclagem e redução de consumo de recursos naturais e do uso de fontes renováveis.
Em 2012, os maiores aumentos no consumo de materiais na Vale foram registrados nas categorias trilhos e explosivos. No caso de trilhos, houve a retomada do padrão de demanda anual,
que, no ano anterior, foi reduzido para permitir o consumo do estoque adquirido em 2010. Já
o maior consumo de explosivos se deve ao aumento de produção nas minas da Austrália e em
Salobo, mina de cobre que iniciou suas operações no segundo semestre de 2012.
Por outro lado, o consumo de correias transportadoras apresentou redução em 2012, em
função de atividades desenvolvidas em 2011 de padronização dos estoques de segurança
nas áreas operacionais e de uma nova prática de estocagem, que mantém em estoque o
equivalente a um mês a mais de consumo.
Os pagamentos de multa, notas fiscais complementares e taxas como demurrage1 não foram considerados nos dados.
As taxas de utilização dos produtos reciclados informadas pelos principais fornecedores da
Vale variam entre 0% e 10%2, com exceção de bolas de moinho, que têm 41,5%3.
1 Demurrage ocorre quando há um atraso na descarga de um
navio que passa do tempo previsto em um determinado porto ou
quando uma empresa importadora fica com um contêiner por mais
tempo que o predeterminado para tirar sua carga de dentro dele.
2 Foi revisada a metodologia para quantificar a quantidade de
material reciclado usado na produção de trilho. Utilizando essa nova
metodologia, o número correto em 2011 seria de 24%.
3 Foi informado pelo principal fornecedor de bolas de moinho o
percentual de material reutilizado.
Materiais usadosI
(2012)
Categoria do material/grupo
Medida
2011
2012
Bolas de moinho
Mil toneladas
42,9
36,0
Correias transportadoras
Mil metros
490,7
249,4
Dormentes
Milhão de unidades
1,2
0,79
Explosivos
Mil toneladas
18,5
41,1
Nitrato de amônio
Mil toneladas
0,2
1,0
Óleo lubrificante
Milhão de litros
29,0
29,6
Pneu fora de estrada
Mil unidades
2,4
3,5
Trilhos
Mil toneladas
21,4
71,1
I Não foram incluídos dados de consumo das unidades no Canadá por causa
da adequação da metodologia de categorização, que está em andamento.
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[5.03]
Clientes [IP4.17, PR5]
No segmento de transporte de passageiros no Brasil, são disponibilizadas aos usuários centrais de atendimento para reclamações, sugestões, dúvidas e informações, além de formulários a bordo do trem para registro espontâneo da opinião. Os resultados desses mecanismos
foram incrementados com a realização de pesquisas de satisfação por empresa independente. Essas avaliações permitiram ações de melhorias em infraestrutura e aquisição de
equipamentos.
Desde 2008, são realizadas, anualmente, pesquisas de satisfação nas ferrovias Estrada de
Ferro Vitória a Minas (EFVM), Estrada de Ferro Carajás (EFC), Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)
e Ferrovia Norte-Sul (FNS). As pesquisas são realizadas pelos clientes do Programa de Nível
de Serviço (PNS) e vinculadas à meta da diretoria da ferrovia e das respectivas gerências de
Manutenção e Operação.
Os resultados das avaliações dos clientes servem como referência para a elaboração de planos de ação específicos para cada unidade operacional, com o objetivo de garantir a competitividade dos produtos Vale nos diversos mercados onde atua.
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[5.04]
Clientes (cont.) [EN26]
Algumas das operações da Vale possuem programas que propiciam o gerenciamento dos
riscos a segurança, saúde e meio ambiente ao longo do ciclo de vida dos seus produtos,
conforme as utilizações previstas e a eficácia esperada dos seus materiais e produtos. Esses
programas consideram as diversas etapas de concepção, produção, distribuição e utilização
e buscam, constantemente, a redução dos eventuais impactos indiretos sobre a saúde das
pessoas e do meio ambiente.
Quanto à produção de pelotas, buscando entender os principais aspectos e, consequentemente, os potenciais impactos ambientais em suas operações — abrangendo desde o
processo de mineração, transporte ferroviário, operações portuárias e transporte de navio
até os principais clientes —, a Vale iniciou, em 2010, estudos sobre a análise de ciclo de vida
na planta de pelotização de Vargem Grande, em Minas Gerais.
Já em 2011, o trabalho foi estendido para o processo de produção de pelotas da unidade de
São Luís do Maranhão (Sistema Norte), incluindo toda a cadeia, incluindo a mineração da mina
de ferro de Carajás, o transporte do minério através da Estrada de Ferro Carajás e a pelotização,
além das atividades portuárias e de transporte da pelota até os principais clientes da Europa e
da Ásia.
Em 2012, a Vale concentrou-se na mineração das minas de ferro da Diretoria de Ferrosos Sudeste e da Diretoria de Ferrosos Sul; no transporte do minério pela Estrada de Ferro Vitória a
Minas; no processo de pelotização do Complexo de Tubarão; nas operações portuárias; e no
transporte até os principais clientes na Europa e Ásia. Também foi incluído nesse processo
um tipo de sinter feed1 produzido naquelas minas, com o seu processo de transporte ferroviário e manuseio no porto, além do transporte de navio até o cliente.
A iniciativa tem como objetivo analisar o ciclo de vida na produção das pelotas produzidas
pela Vale, e por esse motivo foram selecionadas essas unidades operacionais. Essa escolha
também foi definida em função da possibilidade futura de comparação dos resultados obtidos entre os processos para identificar as melhores práticas internas, que poderão se tornar
referência para temas ambientais e ser estendidas às demais unidades, além de agregar
valor à pelota e competitividade de mercado.
A área de Metais Básicos da Vale participou da análise de ciclo de vida para o níquel, priorizando os pellets produzidos em Sudbury e Clydach. As categorias de impacto avaliadas foram: consumo de energia, emissão de GEE, acidificação, eutrofização e formação de agente
foto-oxidante. O objetivo do trabalho é prover informações e condições de comparação aos
principais clientes sobre os principais produtores, além de propiciar ações mais especificas
de gestão interna dos aspectos ambientais mais significativos.
Além disso, em 2012, deu-se continuidade ao processo de implantação do Plano de Gestão
de Químicos (CMP, na sigla em inglês), no Canadá, e informações a respeito da quantidade
produzida/comercializada em 2011 para o grupo cobalto foram submetidas ao governo
canadense. As próximas etapas envolverão informações adicionais relacionadas à gestão de
risco e quantidades produzidas/comercializadas para as demais categorias de substâncias,
notadamente as da cadeia do níquel.
1 Finos de minérios de ferro com partículas que variam entre
0,15 mm e 6,35 mm de diâmetro.
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[5.05]
Clientes (cont.) [PR3]
A Convenção 170 da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
estabelece que os procedimentos de rotulagem sejam obrigatórios apenas para produtos químicos perigosos. Como a maioria dos produtos da Vale não é classificada como
tal, procedimentos de rotulagem não são, em geral, necessários. Outra ferramenta usada para informar riscos é a Ficha de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). Os requisitos para as Fichas de Segurança encontram-se descritos no quadro do United Nations
Globally Harmonized System (UN GHS). A Vale também dispõe de Fichas de informações
de Segurança, nas quais estão definidas as propriedades físico-químicas de seus produtos, os cuidados que devem ser tomados durante seu manuseio e uso, transporte
e disposição final, as medidas de controle necessárias para manter os riscos em níveis
toleráveis, além dos procedimentos em caso de emergência.
Os produtos químicos classificados como perigosos devem ser mantidos em seus tanques ou embalagens, permanentes ou temporários, com rótulos que explicitem o nome
do produto, as características perigosas na língua pátria e o sistema de classificação
Diamante de Hommel, de acordo com a INS21.
Para mais informações sobre o transporte de minério de ferro, acesse o Relatório 20F, no
site www.vale.com, seção Investidores. Em 2012, o Regulamento de Gestão de Produtos Químicos (REG-0004) foi revisado, para as operações brasileiras, a fim de incorporar
requisitos internacionais para a aquisição e uso de produtos químicos. Uma Instrução
Global está em fase de elaboração por uma gerência específica de Riscos e Ocorrências
Ambientais responsável, entre outros temas, pela Gestão de Produtos Químicos.
Também foram estabelecidos novos procedimentos de rotulagem de acordo com o
United Nations Globally Harmonized System (UNGHS).
Transporte de produtos perigosos
A Vale mantém práticas responsáveis ao longo de todo o seu processo de produção, inclusive no transporte de produtos perigosos. Toda operação com este tipo de material é precedida por uma avaliação para identificar os riscos significativos e propor ações de mitigação
e prevenção necessárias para mantê-los em níveis controláveis.
Esse processo é aplicado em produtos perigosos, insumos, matérias-primas e produtos finais e leva em consideração os requisitos legais aplicáveis e todas as autorizações e permissões necessárias à execução das etapas do serviço. Análises são realizadas sempre que um
novo produto é adquirido ou alguma nova prática é aplicada.
O transporte de produtos perigosos está inserido no Processo de Gestão de Segurança, com
o objetivo de trabalhar com todas as ocorrências relatadas. Por isso, qualquer evento associado ao transporte de produtos perigosos deve ser registrado. A partir desse registro, o
processo de investigação das causas do evento é iniciado.
O transporte transfronteiriço de produtos perigosos, em conformidade com a Convenção
Brasileira de Controle de Movimentos Transfronteiriços e Descarte de Resíduos Perigosos,
não é uma prática adotada pela Vale, portanto, não há ocorrência para relatar.
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[6.01]
Índice remissivo de indicadores
Abrangência do relatório
O escopo de empresas que compõem o Relatório de Sustentabilidade Vale é atualizado
anualmente. A metodologia utilizada na definição do escopo do relatório (denominada “Limites” pela Global Reporting Initiative) foi a mesma adotada nos relatórios de sustentabilidade anteriores da Vale e explicada na seção “Para Ler este Relatório”.
A Vale Fertilizantes S.A., adquirida em 2010, vem aumentando ano a ano o número de indicadores reportados, assim como a Biopalma, que em 2011 passou a integrar o relatório. A
partir desse ano, as empresas Cadam S.A., Vale Colômbia C.I., Vale Manganèse France e Vale
Manganese Norway A S, deixaram de compor o relatório. As informações das empresas
recém-adquiridas e/ou novos projetos são integradas ao Relatório de Sustentabilidade da
Vale, conforme aplicabilidade, de maneira progressiva, e com abordagem historicamente
adotada, apresentada na seção “Para Ler este Relatório”.
De acordo com a metodologia da GRI, as empresas podem ser classificadas em três categorias de divulgação de informações de sustentabilidade, apresentadas a seguir.
Indicadores de desempenho: são consideradas nesta classificação, além das unidades
próprias da Vale, empresas controladas e/ou operadas pela Vale. O escopo das empresas e
dos projetos considerados em cada indicador reportado pode variar, conforme disponibilidade das informações. As principais exceções, quando aplicáveis, são destacadas. Para as
empresas classificadas nesta categoria, é reportado o seu desempenho de sustentabilidade
por meio de indicadores de desempenho, apresentados ao longo do relatório1.
Forma de gestão: são consideradas nesta classificação empresas ou entidades sobre as
quais a Vale exerce influência significativa. Incluem coligadas com participação da Vale, direta
ou indireta, de 20% a 50% do capital votante ou empresas ou entidades em que a Vale possui
controle compartilhado. A Vale possui assento nos diferentes órgãos de administração dessas entidades, podendo integrar, ainda, comitês que tratam de questões relacionadas a meio
ambiente, saúde e segurança, recursos humanos e finanças, entre outros temas. Por meio
dessa atuação2, a Vale participa de decisões estratégicas e influencia a elaboração de normas
e políticas dessas empresas ou entidades3, incluindo questões de sustentabilidade.
1 Empresas sem atividade produtiva, como escritórios comerciais,
por terem impacto limitado em sustentabilidade, não foram
consideradas no reporte de desempenho.
2 Não aplicável para as empresas dos Consórcios Óleo e Gás.
3 Observando a legislação vigente do local de estabelecimento
da empresa.
Continua na próxima página 
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 Voltar para o conteúdo principal
Questões e dilemas: são consideradas nesta classificação empresas sobre as quais a Vale
exerce influência. Incluem coligadas com participação da Vale, direta ou indireta, inferior a
20% do capital votante. As questões relevantes para as empresas classificadas nesta categoria são apresentadas a seguir.
Empresas em que a Vale possui
participação direta ou indireta
Produtos
e/ou serviços
Participação
acionária da Vale
Questões relevantes
Norte Energia S.A.
Usina Hidrelétrica de
Belo Monte
9% do capital da Norte
Energia S.A.
A estratégia de crescimento da Vale pressupõe
investimentos em projetos de geração de energia,
como a participação na hidrelétrica de Belo Monte.
Veja mais em Geração de energia, página 82.
ThyssenKrupp-CSA – Siderúrgica do Atlântico Ltda.I
Placas de aço
26,87% do capital social da
joint venture após dezembro
de 2009
Veja mais em Redução de emissões na siderurgia,
página 73.
Participação de 8,29% através
da Valesul
Utilização de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica.
Consórcio MachadinhoII
Geração de energia elétrica
Consórcios BM-ES-27 e BM-S-48III
Exploração de óleo & gás
BM-ES-27: 17,5%; BM-S-48:
12,5%
Atividades de exploração de óleo e gás em alto-mar,
com exposição a riscos ambientais.
Participação direta e indireta
(46,8% do capital votante e
47,6% do capital total)
Tráfego em áreas com comunidades urbanas.
MRS Logística S.A.IV
Transporte ferroviário
I Apesar de a Vale ter participação de 26,87% na empresa, esta foi
classificada nessa categoria porque, pelo acordo de acionistas, a Vale
não integra comitês de sustentabilidade da TKCSA.
II A Vale S.A. detém a participação direta e indireta de 100% da
Valesul.
III Nos dois últimos relatórios, as atividades de óleo e gás
(apresentadas anteriormente como Vale Óleo e Gás) foram
disponibilizadas por consórcio, em função dos diferentes
percentuais de participação e da consequente influência da Vale
nesses ativos.
IV A Vale renunciou a seus direitos de voto e veto a respeito das
ações da MRS, de acordo com a resolução nº 1.394, de 11 de abril de
2006, da ANTT.
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O quadro a seguir apresenta a forma pela qual as principais empresas da Vale (conforme sua
razão social), em termos de sustentabilidade, foram consideradas neste relatório.
Escopo do RS
(2012)
Desempenho operacional
Formas de gestão
Questões e dilemas
Minério de ferro e pelotas
Vale S.AI
– Samarco Mineração S.A.
Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização (Itabrasco) II
– Zhuhai YPM Pellet Co. Ltd.
Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização (Kobrasco)II – Anyang Yu Vale Yongtong Pellet Co. Ltd.
Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização (Nibrasco) II
Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização
(Hispanobras)II
– Vale Oman Pelletizing Company LLC
– Mineração Corumbaense Reunida (MCR)
– Vale BSGR Limited (Projeto Simandou)
–
–
–
–
–
—
Manganês e ferro-ligas
– Vale Manganês S.A.
– Vale Mina do Azul S.A.
—
—
—
—
Cobre
– Vale S.A.
– Vale Canada Limited
– Sociedad Contractual Minera Tres Valles
Logística
Vale S.A.III
– Log-in Logística Intermodal S.A.
Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA)
– Consórcio de Rebocadores da Barra dos Coqueiros
Ferrovia Norte-Sul S.A.
– Consórcio de Rebocadores da Baía de São Marcos
Companhia Portuária Baía de Sepetiba (CPBS)
Seamar Shipping
Transbarge Navegación (TBN)
Mineração Corumbaense Reunida (Porto Gregório Curvo)
Vale Logística Argentina S.A. (Porto San Nicolás)
Corredor Logistico Integrado de Nacala (Clin) (Projeto
Nacala Ferrovia e Porto)
– PT Vale Indonesia Tbk (Balantang Special Port e Porto
Especial Harapan Tanjung Mangkasa)
–
–
–
–
–
–
–
–
–
– MRS Logística S.A.IV
Fertilizantes
–
–
–
–
Compañía Minera Miski Mayo S.A.C.
Vale Fertilizantes S.A.V
Potasio Río Colorado S.A.
Vale Potássio Nordeste S.A.
—
—
– California Steel Industries (CSI)
– ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico VI
– Mineração Rio do Norte S.A. (MRN) (Bauxita)
– Norsk Hydro ASA (Hydro)
– Mineração Paragominas S.A.
—
– Shandong Yankuang Int. Coking Co. Ltd.
– Henan Longyu Energy Resources Co. Ltd.
– Vale Austrália (Isaac Plains)
—
Siderurgia
—
Alumínio
—
Carvão
– Vale Moçambique S.A. (Moatize)
– Vale Australia Holds Pty Ltd.
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Desempenho operacional
Formas de gestão
Questões e dilemas
Energia
– Biopalma da Amazônia S.A.
– Vale Soluções em Energia S.A. (VSE)VII
– Consórcio Machadinho VIII
– Consórcios de Energia: Igarapava, Porto Estrela,
– Norte Energia S.A. (UHE Belo Monte)
Candonga, Capim Branco, Funil, Aimorés, Estreito
– Consórcios BM-ES- 27 e
(Ceste – Consórcio Estreito Energia), Geração Santa Isabel
BM-S-48 X
(Gesai), Consórcio Eólico Paraíso Azul e Consórcio Eólico
Paraíso Farol
– Empresas do Projeto Eólica Santo Inácio (Central Eólica
Garrote Ltda., Central Eólica Santo Inácio IV Ltda., Central
Eólica Santo Inácio III Ltda., Central Eólica Santo Inácio V
Ltda., Central Eólica Santo Inácio VI Ltda. e Central Eólica
São Raimundo Ltda.)
– Empresas dos consórcios de óleo e gás (Consórcio
BM-PAMA-10, Consórcio BM-PAMA-11, Consórcio
BM-PAMA-12, Consórcio BT-PN-2, Consórcio BT-PN-3,
Consórcio SF-T-80, Consórcio SF-T-81, Consórcio SF-T-82,
Consórcio SF-T-83, Consórcio SF-T-93)
Produção florestal
– Vale Florestar S.A.IX
—
—
– Korea Nickel Corporation
—
Níquel
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Vale S.A. (Onça Puma)
Vale Canada Limited
Vale Newfoundland & Labrador Ltd.
Vale Europe Limited (Clydach Refinery e Acton Refinery)
PT Vale Indonesia Tbk
Vale Nouvelle-Calédonie S.A.S.
Vale Nickel (Dalian) Co. Ltd.
Vale Japan Limited
Vale Taiwan Limited
I Inclui operações das empresas Minerações Brasileiras Reunidas S.A. (MBR), Minas
da Serra Geral S.A. (MSG) e Baovale Mineração S.A. (Baovale).
II Os ativos são operados pela Vale.
III Inclui operações da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a
Minas (EFVM).
IV A Vale renunciou a seus direitos de voto e veto a respeito das ações da MRS, de
acordo com a resolução nº 1.394, de 11 de abril de 2006, da ANTT.
V Vale Fertilizantes S.A. considera para reporte de desempenho da empresa Vale
Cubatão Fertilizantes Ltda.
VI Apesar de a Vale ter participação de 26,87% na empresa, esta foi classificada
nessa categoria porque, pelo acordo de acionistas, a Vale não integra comitês de
sustentabilidade da TKCSA.
VII Embora a Vale detenha a maioria dos votos nas entidades contabilizadas pelo
método de equivalência patrimonial, a consolidação é impedida em função do direito
de veto detido pelos acionistas não controladores em acordo dos acionistas.
VIII A Vale S.A. detém a participação direta e indireta de 100% da Valesul.
IX Empresa pertencente ao Vale Florestar, fundo de investimentos em participações
cujos cotistas são Vale S.A., Fundo Petrobras de Seguridade Social (Petros), Fundação
dos Economiários Federais (Funcef ) e Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
X Nos dois últimos relatórios, as atividades de óleo e gás (apresentadas anteriormente
como Vale Óleo e Gás) foram disponibilizadas por consórcio, em função dos diferentes
percentuais de participação e da consequente influência da Vale nesses ativos.
Compromissos assumidos
O Relatório de Sustentabilidade 2012 da Vale foi elaborado de acordo com as diretrizes do
GRI e busca atender aos princípios do Pacto Global das Nações Unidas, do ICMM, além de
fornecer informações requeridas pelo questionário do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Princípios do Pacto Global
Direitos humanos
1 Respeitar e proteger os direitos humanos.
2 Impedir violações de direitos humanos.
Direitos do trabalho
3 Apoiar a liberdade de associação no trabalho e a negociação coletiva.
4 Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.
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5 Abolir o trabalho infantil.
6 Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Proteção ao meio ambiente
7 Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
8 Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.
9 Desenvolver e difundir tecnologias que não agridam o meio ambiente.
Contra a corrupção
10 Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
Princípios ICMM
1 Implementar e manter práticas comerciais éticas e sistemas sólidos de governança corporativa.
2 Integrar as considerações de desenvolvimento sustentável dentro do processo decisório corporativo.
3 Defender direitos humanos fundamentais e respeitar culturas, costumes e valores nas
negociações com funcionários e outros que sejam afetados por nossas atividades.
4 Implementar estratégias de gestão de risco baseadas em dados válidos e ciência legítima.
5 Buscar a melhoria contínua de nossa saúde e o desempenho em segurança.
6 Buscar a melhoria contínua de nosso desempenho ambiental.
7 Contribuir com a preservação da biodiversidade e promover abordagens integradas de
planejamento sobre o uso da terra.
8 Facilitar e estimular a criação responsável de produtos, o uso, a reutilização, a reciclagem
e o descarte de nossos produtos.
9 Contribuir para o desenvolvimento social, econômico e institucional das comunidades
onde operamos.
10 Implementar o engajamento eficaz e transparente, a comunicação e as providências
de contato independentemente das verificadas com nossos interessados.
Dimensões do ISE
Dimensão
Critério
1 Geral
Trata dos compromissos estabelecidos pela empresa, do alinhamento,
da transparência e do combate à corrupção.
2 Natureza do produto
Trata dos impactos pessoais e difusos do uso do produto e do cumprimento legal.
3 Governança corporativa
Trata da qualidade da gestão, abordando itens como a transparência com
auditorias e fiscalização, a conduta da empresa e seus conflitos de interesse.
4 Econômico-financeira
Trata da política da empresa, sua gestão, planejamento, desempenho econômico
e cumprimento legal.
5 Ambiental unificado
— Grupo BI
Trata da gestão responsável e planejada das questões ambientais, do
desempenho da empresa, do estabelecimento de compromissos globais e
do cumprimento legal das normas do setor.
6 Social
Trata da política, gestão, cumprimento legal e do desempenho da empresa
com questões relacionadas ao âmbito social como compromissos com
relações trabalhistas, participações em políticas públicas, relacionamento com
comunidades impactadas, fornecedores, clientes e consumidores.
7 Mudanças Climáticas
Trata da política e responsabilidade ambiental, gestão de riscos, desempenho
na área e reporting com a divulgação de resultados, inventários de emissões
e com o diálogo com as partes interessadas.
I Grupo B trata do aspecto ambiental crítico para recursos
naturais e não renováveis. Produtos que se encaixam neste grupo
são: artefatos de cobre; ferro e aço; fertilizantes; minerais metálicos;
petróleo e gás (exploração e refino); petroquímicos e siderurgia.
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Índice remissivo
Indicadores reportados somente no índice remissivo
Indicador
Reporte
EC4
Consultar o formulário 20F, em inglês, página 193 (F-21).
Detalhamento das informações não reportadas
Índice
Explicação
Forma de gestão Concorrência desleal, Conformidade,
Segurança e saúde do cliente, Rotulagem de produtos e serviços,
Comunicação de marketing.
Não material — Apesar de não ser material, o tema está
citado ao longo do Relatório.
Forma de gestão Privacidade do cliente
Não material — De acordo com a análise de materialidade
EN6 Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo
de energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a
redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas
Não material — De acordo com a análise de materialidade e também em
função da natureza do negócio esse indicador não é material.
PR4 Não conformidade com regulamentos e códigos de rotulagem
Não material — Informação não material, por não ser aplicável ao negócio.
PR6 Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários
relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade,
promoção e patrocínio
Não material — De acordo com a análise de materialidade e também
em função da natureza do negócio esse indicador não é material.
PR8 Reclamações de violação de privacidade e perdas
de dados de clientes
Não material — Apesar de não ser material, o tema está coberto na Política
de Segurança da Informação.
Detalhamento dos indicadores parciais
Índice
Explicação
EC5 Relação salário-mínimo interno/local
A Vale respeita o salário-mínimo legal em cada localidade. Por ser
confidencial, a Vale não divulga os respectivos salários.
EN5 Energia economizada em virtude de melhorias em conservação e
eficiência
Número exato da redução de energia elétrica no ano não disponível, apenas
informação das iniciativas desenvolvidas voltadas para eficiência energética
assim como as estimativas de redução.
EN7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções
obtidas
Número exato da redução de energia indireta não disponível apenas
informações de iniciativas voltadas para esta redução.
EN9 Fontes hídricas afetadas por retirada de águas
Informação parcial. A captação de água de fontes naturais nas unidades
operacionais da Vale ocorrem em conformidade com as exigências legais
pertinentes,(ex.: outorgas, padrões de classe do corpo hídrico), que visam
garantir a preservação dos recursos hídricos.
EN25 Identificação, tamanho, status de proteção e índice de
biodiversidade de corpos d’água e habitats afetados por descartes de
água e drenagem
As unidades operacionais da Vale descartam os efluente gerados, que não
são reutilizados nas atividades da operação, em conformidade com os
requisitos legais aplicáveis e demais exigências dos órgãos ambientais locais.
O nível dos programas de monitoramento atuais e os estudos de impacto
ambiental desenvolvidos durante as fases de projeto e licenciamento,
garantem o conhecimento da biodiversidade local e os respectivos status de
proteção, assim como das características dos efluentes que serão gerados e
consequente identificação das tecnologias necessárias para o tratamento e
lançamento dos efluentes nos corpos hídricos receptores.
PR2 Não conformidade com regulamentos e códigos de impactos de
produtos e serviços na saúde e segurança
Não reportado o número de casos de não conformidade para toda a cadeia.
A parte relacionada ao correto fornecimento e uso de produtos e serviço é
respondida pelo indicador PR9.
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Relatório de Asseguração
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Limitada
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dos Auditores Independentes
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Ao
Conselho de Administração e Demais Partes Interessadas
Vale S.A.
Rio de Janeiro — RJ
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Introdução
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Fomos contratados
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Responsabilidade dos auditores independentes
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Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Arquivo digital
latigid oviuqrA 2102 edadilibatnetsuS ed oirótaleR elaV
(a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância, a coerência, o volume de informações quantitativas e
qualitativas e os sistemas operacionais e de controles internos que serviram de base para a elaboração das informações de sustentabilidade divulgadas no Relatório de Sustentabilidade Vale;
(b) o entendimento da metodologia de cálculos e dos procedimentos de consolidação dos indicadores por meio de
entrevistas com os gestores responsáveis pela elaboração das informações;
(c) aplicação de procedimentos analíticos sobre as informações quantitativas e indagações sobre as informações
qualitativas e sua correlação com as informações divulgadas no Relatório de Sustentabilidade;
(d) visitas às unidades operacionais para a aplicação dos procedimentos (b) e (c), bem como para verificar a difusão
das políticas corporativas e práticas de gestão relacionadas aos princípios de desenvolvimento sustentável do ICMM;
(e) o entendimento das políticas e práticas em vigor e do processo de gestão de temas críticos e dos temas relacionados aos princípios de desenvolvimento sustentável do ICMM por meio de entrevistas com membros da alta gerência
e análise da documentação disponível;
(f) confronto dos indicadores de natureza financeira com as demonstrações financeiras e/ou registros contábeis;
(g) verificação se os limites organizacionais e operacionais definidos pela Vale S.A (“Vale”) para a elaboração do Relatório de Sustentabilidade estão alinhados aos critérios estabelecidos pela Global Reporting Initiative — GRI; e
(h) análise de aderência às Diretrizes de Relatórios de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative — GRI (GRI-G3)
aplicável na elaboração das informações divulgadas no Relatório de Sustentabilidade (versão completa disponível no
endereço eletrônico — www.vale.com/rs2012).
As divisões de negócio e as respectivas unidades operacionais visitadas compreenderam:
Minério de Ferro:
– 07 Usinas de Pelotização de Tubarão (Espírito Santo, Brasil)
– Complexo de Vargem Grande (Minas Gerais, Brasil)
Logística:
– Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM)
– Porto de Tubarão (Espírito Santo, Brasil
Níquel:
– Unidade de Sudbury (Sudbury, Canadá)
Fertilizantes:
– Complexo de Uberaba — CIU
– Complexo Industrial de Cubatão — CCB
– Complexo Industrial de Cubatão — Fosfatados — CUB
– Complexo Industrial de Piaçaguera — CPG
Acreditamos que os procedimentos aplicados e que as evidências obtidas em nosso trabalho são suficientes e apropriados para fundamentar nossa conclusão na forma limitada.
Alcance e limitações
Os procedimentos aplicados em um trabalho de asseguração limitada são substancialmente menos extensos do que
aqueles aplicados em um trabalho de asseguração que tem por objetivo emitir uma opinião sobre as informações
de sustentabilidade constantes no Relatório de Sustentabilidade. Consequentemente, não nos possibilitam obter
segurança de que tomamos conhecimento de todos os assuntos que seriam identificados em um trabalho de asseguração que tem por objetivo emitir uma opinião.
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
Arquivo digital
Os dados não financeiros estão sujeitos a mais limitações inerentes do que os dados financeiros, dada a natureza e
a diversidade dos métodos utilizados para determinar, calcular ou estimar esses dados. Interpretações qualitativas
de materialidade, relevância e precisão dos dados estão sujeitos a pressupostos individuais e a julgamentos. Adicionalmente, não realizamos qualquer trabalho em dados informados para os períodos anteriores, nem em relação a
projeções futuras e metas.
Nível de Aplicação
Seguindo as orientações das diretrizes GRI-G3, a Vale declara um Nível de Aplicação A+ em seu Relatório de Sustentabilidade, relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012.
A Vale reportou os itens de Perfil, os indicadores de desempenho essenciais e setoriais (Suplemento Setorial “Mining &
Metals Sector Supplement– RG Version 3.0/MMSS Final Version) e as formas de gestão para cada categoria de indicador
além dos indicadores adicionais considerados materiais para seus stakeholders. Para os indicadores não reportados
ou reportados parcialmente foram apresentadas as justificativas correspondentes que atendem as orientações da
GRI. Dessa forma, os procedimentos aplicados foram considerados suficientes para nos certificarmos de que o nível
de aplicação declarado pela Vale está em conformidade com as orientações das diretrizes GRI-G3.
Conclusão
Com base nos procedimentos realizados, descritos neste relatório, nada chegou ao nosso conhecimento que nos
leve a acreditar que as informações de sustentabilidade divulgadas no Relatório de Sustentabilidade da Vale relativo
ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012, não foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo
com as Diretrizes de Relatórios de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative — GRI (GRI-G3), com o suplemento
setorial — “Mining & Metals Sector Supplement — RG Version 3.0/MMSS Final Version”, e com os registros e arquivos que
serviram de base para a sua preparação; e que suas políticas, procedimentos e práticas não estejam alinhadas, ou em
processo de alinhamento, aos cinco Subject Matters do ICMM — International Council on Mining and Metals, que inclui
os dez princípios de desenvolvimento sustentável e os cinco Position Statements, destacando-se que as políticas,
normas e práticas analisadas dizem respeito à realidade da Vale no Brasil. O processo de internacionalização de tais
documentos e procedimentos está atualmente em curso e as unidades internacionais estão se adequando às práticas já implementadas nas operações brasileiras, sendo constatado avanços neste processo de internacionalização
em 2012 em relação ao exercício anterior.
São Paulo, 28 de junho de 2013.
KPMG Risk Advisory Services Ltda.
CRC 2SP023233/O-4
Eduardo V. Cipullo
Contador CRC 1SP135597/O-6
Vale Relatório de Sustentabilidade 2012
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