popularização da ciência - Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia
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popularização da ciência - Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia
POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA Edição 2014 do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia 1 POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA Edição 2014 do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia Brasília MCTI 2014 Edição 2014 do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia 2014 MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Coordenador Nacional da RECyT/Brasil Armando Zeferino Milioni Coordenador-Geral de Serviços Tecnológicos Jorge Mario Campagnolo Coordenadora Alterna da RECyT/Brasil Eliana Cardoso Emediato de Azambuja Equipe técnica da Comissão de Avaliação Sra. Eliana Cardoso Emediato de Azambuja, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil Sr. Giancarlo Mocelin Muraro, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Sra. Steffani Christina Almeida Santos, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Sra. Alessandra Monteiro Porn Movimento Brasil Competitivo Sra. Luciana Côrtes Antunes Instituto Euvaldo Lodi – IEL Sr. Altino Lisboa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Sra. Ana Claudia Soares Cavalcante Gama, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Agradecimentos À Comissão de Avaliação dos trabalhos concorrentes ao Prêmio, constituída de representantes indicados pelas coordenações da Reunião Especializada de Ciência e Tecnologia (RECyT) dos países-membros do MERCOSUL, que esteve reunida na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, em Brasília, no dia 30 de de abril de 2015, para analisar e selecionar os trabalhos premiados em quatro categorias. Ao grupo técnico constituído por especialistas pertencentes às instituições organizadoras e patrocinadoras do Prêmio. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Brasil), ao Movimento Brasil Competitivo (MBC/Brasil), ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do Paraguai, ao Ministério de Educação e Cultura do Uruguai, parceiros na organização e na execução deste Prêmio; ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI/ Brasil), à Confederação Nacional da Indústria (CNI/ Brasil) e ao Observatório Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação da Venezuela, apoiadores institucionais do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia de 2014. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste Prêmio. Comissão de Avaliação: Popularização da ciência: edição 2014 do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia. – Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 2015. 208 p. : il. ISBN: 978-85-88063-29-7 1. Educação científica 2. MERCOSUL 3. América Latina I. Unesco II. Reunião Especializada de Ciência e Tecnologia III. Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação IV. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico V. Movimento Brasil Competitivo VI. Confederação Nacional da Indústria. CDU: 37:5/6 Professor Ary Mergulhão Filho, representante da Unesco/Brasil – Presidente da Comissão Professor Diego Golombek, representante da RECyT/Argentina Professor Gustavo Riestra Albericci, representante da RECyT/Uruguai Professor Rubens de Oliveira Martins, representante do Ministério da Educação e Ciência – MEC/Brasil Professor Sergio Augusto Ramón Cirilo Duarte Mais, representante da RECyT / Paraguai Esta é uma publicação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no âmbito da Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do MERCOSUL (RECyT) com as áreas de Ciência e Tecnologia de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. 6 7 Grupo técnico da Comissão de Avaliação: Sra. Eliana Cardoso Emediato de Azambuja, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil Sr. Giancarlo Mocelin Muraro, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil Sra. Steffani Christina Almeida Santos, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil Sra. Alessandra Monteiro Porn – Movimento Brasil Competitivo Sra. Luciana Côrtes Antunes – Instituto Euvaldo Lodi – IEL Sr. Altino Lisboa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Sra. Ana Claudia Soares Cavalcante Gama, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico SUMÁRIO Abstract ...............................................................................................................10 Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia – Edição 2014 ......................... 11 TRABALHOS PREMIADOS ............................................................................... 17 Categoria Iniciação Científica PROTAGONIZANDO O CONHECIMENTO ......................................................... 17 Categoria Estudante Universitário APLICATIVO E PLATAFORMA ON-LINE “LEVA E TRAZ”: POPULARIZAR A CIÊNCIA É INCLUIR PESSOAS ...........................................27 Categoria Jovem Pesquisador CLUB DE CIENCIA VIRTUAL .............................................................................43 Categoria Integração MONITORAMENTO, CAPACITAÇÃO E APRIMORAMENTO EM JORNALISMO CIENTÍFICO EM PAÍSES DO MERCOSUL ....................... 65 TRABALHOS AGRACIADOS COM MENÇÃO HONROSA .............................93 Categoria Iniciação Científica O CONHECIMENTO POPULARIZADO DA SITUAÇÃO DOS BEBEDOUROS PÚBLICOS DE MESA REFRIGERADOS POR COMPRESSOR ........................93 Categoria Estudante Universitário CIRCO DA FÍSICA: EXPERIMENTOS LÚDICOS PARA DESPERTAR O INTERESSE PELA FÍSICA ..................................................... 101 Categoria Jovem Pesquisador AS TICS EM UMA ATIVIDADE MUSEAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A DIVULGAÇÃO DA QUÍMICA .............................................................. 115 Categoria Integração NANOAVENTURA ............................................................................................. 143 Nota sobre os autores ........................................................................ 167 Nota sobre os membros da comissão de avaliação............................... 176 8 Abstract The MERCOSUR Award for Science and Technology was established in 1998 by the Science and Technology Specialized Meeting – RECyT/MERCOSUR. In its eleventh edition, the call for submissions was launched on August, 2014, by a partnership including the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco), the Brazilian Competitive Movement (MBC) and the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq/Brazil). It has the institutional support of the Brazilian Ministry of Science, Technology and Innovation (MCTI), the National Confederation of Industries (CNI/Brazil) and the National Observatory of Science, Technology and Innovation of Venezuela. The goal of the Award is to recognize and reward the best research works that represent potential contributions to the scientific and technological development of MERCOSUR countries. It also provides incentives for scientific and technological research to be carried out, directed at the regional integration process among the countries in the block. In 2014, Popularization of Science was chosen as theme and divided into four categories: Scientific Initiation for students of Upper Secondary Education up to 21 years of age, University Student for Higher Education undergraduates with no age limit, Young Researcher for graduate scholars of up to 35 years of age and Integration for teams that have graduates, with no age limit, and involving at least two different countries. This book presents, including all four categories, Award winners and works that received Honours. Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia Chamada 2014 Introdução Consolidar a ciência como elemento vivo e permanente na rotina da sociedade. É com esse ideal que o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia definiu o tema “Popularização da Ciência” para pautar a sua edição 2014.E a escolha veio em boa hora: mais do que nunca, a tecnologia está mudando o mundo diariamente. Com um ritmo incessante de renovação, os recursos e soluções trazem facilidades, alteram padrões de comportamento, encerram e especialmente inauguram novas eras. Compreender a naturalidade e a proximidade desse fenômeno é identificar a presença pulsante da ciência em todas as áreas que permeiam as nossas vidas. Para evidenciar esse fato, no entanto, o gosto por esses temas carece de incentivo e fomento. Isso pode se dar através de ações que utilizem abordagens que concernem à modernidade, fazendo uso de linguagens adequadas e de fácil compreensão, escoadas por diferentes canais de entrega. Ao difundir a semente do questionamento e do impulso pelo saber, esses movimentos contribuem para o nascimento de uma nova leva de seres pensantes. São eles, afinal, os melhores entendedores das virtudes da ciência enquanto mãe das grandes interrogações – guia e luzeiro da evolução constante. Assim, a formação de um público afeito ao pensamento racional e analítico surge no cerne dessa proposta. O advento de uma geração dotada de reflexão, portadora de pontos de vista disruptivos e propulsora de novidades, é a garantia de uma nova perspectiva para os rumos do MERCOSUL em sua árdua caminhada rumo à construção de uma sociedade mais próspera, justa e igualitária. Para efeito de classificação, a comissão julgadora considerou dentro do tema “Popularização da Ciência” aqueles trabalhos que contemplaram os seguintes eixos relacionados à temática: 1. Museus e Centros de Ciência físicos, virtuais e itinerantes – premiar projetos de popularização que tenham sido desenvolvidos em universidades, instituições de pesquisa, museus, centros de ciência, planetários, fundações, entidades científicas e outras instituições, com o objetivo de incentivar atividades que propiciem a difusão e a popularização da ciência e da tecnologia junto à sociedade. 10 11 1.1. Modernização, aprimoramento, desenvolvimento de projetos ou expansão de espaços científico-culturais existentes, como museus e centros de CT&I, planetários, observatórios, jardins zoobotânicos, parques de ciência, entre outros. 1.2. Aquisição, adaptação ou melhoria de veículos destinados a projetos de ciência itinerante (tipo “Ciência Móvel”), bem como equipamentos para este tipo de atividade. 1.3. Desenvolvimento de projetos de educação e/ou divulgação científica em museus ou espaços científico-culturais, que favoreçam e promovam a interação entre ciência, cultura e arte. 1.4. Exposições fixas ou itinerantes que devem conter, preferencialmente, elementos interativos. 1.5. Desenvolvimento e implantação de tecnologias assistivas (voltadas para pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida) em espaços científico-culturais. 2. Feiras de Ciências, Mostras de Ciência, Mostras Científicas Itinerantes – como instrumento para a melhoria dos ensinos fundamental, médio e técnico das escolas, bem como para despertar vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes, mediante sua participação em atividades de pesquisa científica e tecnológica. 3. Mídias sociais e outros instrumentos – apresentação de trabalhos relevantes de divulgação científica e popularização da ciência e tecnologia, veiculados: blogs, facebook, twitter, YouTube, Flickr, páginas de internet, jornais da grande imprensa ou jornais locais, revistas não especializadas de circulação ampla, televisão aberta ou por assinatura, emissoras de rádio, museus e similares, instituições culturais, eventos públicos, exposições, livros, teatro, cinema e outras formas de arte. O Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia foi idealizado para promover a cooperação técnico-científica em temas de interesse da região, entre os países do bloco e associados: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Nesta edição, foram convidados a apresentar trabalhos estudantes e professores do ensino médio, estudantes universitários, jovens pesquisadores e equipes de pesquisa de dez países. São apresentados, a seguir, os trabalhos premiados nas quatro categorias. 12 Categoria Iniciação Científica – 1º lugar Trabalho: “Protagonizando o Conhecimento” Autores: Gustavo das Neves Ubeda, 17 anos, estudante do 2º ano do ensino médio, e Tatiane Pereira da Silva, 17 anos, estudante do 2º ano do ensino médio, ambos da Escola Estadual Professor: Idene Rodrigues dos Santos Professora-orientadora: Miriam Pinheiro Bitencurti Silva, Escola Estadual Professor Idene Rodrigues dos Santos País: Brasil Categoria Estudante Universitário – 1º lugar Trabalho: “Aplicativo e plataforma on-line ‘Leva e traz’: popularizar a ciência é incluir pessoas” Autor: Renato Tadeu Rodrigues, 30 anos, estudante do 3º módulo do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de São Carlos – UAB – UFSCar País: Brasil Categoria Jovem Pesquisador – 1º lugar Trabalho: “Club de Ciencia Virtual” Autora: Adan David Morel Fernández, 24 anos, Ingeniería em Informática, en Universidad Americana del Paraguay País: Paraguai Categoria Integração – 1º lugar Trabalho: “Monitoramento, capacitação e aprimoramento em jornalismo científico em países do MERCOSUL” Autores: Luiza Medeiros Massarani, 49 anos, Núcleo de Estudos da Divulgação Científica, Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Brasil; Acianela Montes de Oca, Universidad Católica Andrés Bello; Ana María Vara, Universidad Nacional de San Martín; Daniel Hermelin Bravo, Universidad EAFIT; Ildeu de Castro Moreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Maria del Carmen Cevallos, Pontificia Universidad Católica del Ecuador; Marina Ramalho e Silva, Núcleo de Estudos da Divulgação Científica, Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz; Tania Arboleda, Observatorio Colombiano de Cien13 cia y Tecnología; Juri Castelfranchi, Universidade Federal do Rio de Janeiro Países: Brasil, Argentina, Colômbia, Equador e Venezuela Os países que submeteram o total de 109 trabalhos ao Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2014 estão listados abaixo. Argentina: 5 Brasil: 93 Categoria Iniciação Científica – Menção honrosa Colômbia: 4 Trabalho: “O conhecimento popularizado da situação dos bebedouros públicos de mesa refrigerados por compressor” Paraguai: 3 Autora: Laura Pelisser Teston, 17 anos, estudante do 2º ano do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Médio Professora Adelaide Picolotto Uruguai: 1 Professor-orientador: Romilda Pelisser Teston, Escola Estadual de Ensino Médio Professora Adelaide Picolotto Peru: 1 Venezuela: 2 País: Brasil Categoria Estudante Universitário – Menção honrosa Trabalho: “Circo da física: experimentos lúdicos para despertar o interesse pela física” Autor: Ricardo Florencio Alves Rocha, 22 anos, estudante do 1º semestre do curso de Física da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais País: Brasil Categoria Jovem Pesquisador – Menção honrosa Trabalho: “As TICs em uma atividade museal: contribuições para a divulgação da Química” Autor: José Antonio Maruyama, 34 anos, professor na Universidade de São Carlos – UFSCar País: Brasil Categoria Integração – Menção honrosa Trabalho: “NanoAventura” Autor: Marcelo Knobel, 47 anos, Universidade Estadual de Campinas; Marcelo Firer, 54 anos; Ernesto Kemp, 50 anos; Sandra Elena Murriello, 52 anos Países: Brasil e Argentina 14 15 Categoria Iniciação Científica 1o lugar PROTAGONIZANDO O CONHECIMENTO Autor: Gustavo das Neves Ubeda (autor principal) e Tatiane Pereira da Silva Professora orientadora: Miriam Pinheiro Bitencurti Silva Instituição: Escola Estadual Professor Idene Rodrigues dos Santos, Junqueirópolis, São Paulo, Brasil Contatos: [email protected] [email protected] [email protected] Resumo O MERCOSUL é além de um simples bloco econômico. Sua finalidade vai de expandir o comércio entre as fronteiras até unir os países do Sul para avanços em termos científicos e tecnológicos. Em comparação com outros blocos econômicos, o MERCOSUL encontra uma desvantagem nesses termos. Afinal, os nossos investimentos são menos intensos. Mas, apesar disso, os países latino-americanos estão ampliando cada vez mais o número de bolsas estudantis para atrair mais estudantes ao nosso continente. Muitos, na falta de oportunidades, se especializam e tornam-se técnicos excelentemente capacitados, mas tudo isso atuando em territórios estrangeiros como a América do Norte e países da União Europeia. O MERCOSUL tem em mente reforçar a quantidade e qualidade de pessoas nas áreas científica e tecnológica, para que haja avanços capazes de elevarmos, igualarmos e até mesmo ultrapassarmos níveis globais. É pensando nesse contexto que desenvolvemos um projeto capaz de auxiliar adolescentes nessa capacitação para tais áreas. Não é difícil notar que a tecnologia é um dos avanços que se difundem com maior velocidade e facilidade. Não é à toa que nós utilizemos mídias virtuais para integrarmos alunos regionais e nacionais para o compartilhamento de ideias e conhecimento. Sabemos da importância da ciência em nossas vidas e também temos em mente o quão é necessário que o MERCOSUL desenvolva-se cada vez mais nesse tema, para que não sejamos dependentes de outros países e para que recebamos nossos devidos méritos, já que um país como o Brasil, por exemplo, é campeão em recolhimento de impostos. E como bem sabemos, os investimentos aumentam gradativamente, mas os resultados são vagarosos demais para esse mundo cada vez mais avançado. Sem demora, a propagação da ciência e da tecnologia em nosso continente é por demais importante e cada vez mais necessário. Então, a criação de projetos como o Astronomical Idea mostra-se mais necessário, já que temos em mente exatamente esse intuito de divulgação e motivação. Atualmente, o número de pessoas especializadas nesses ramos não é suficiente o bastante para suprir áreas da saúde, por exemplo. Com tantas novidades e modernizações, são poucos os doutores capacitados para manipular fórmulas e equipamentos. Por falar nesse tema, é fácil também perceber a necessidade que temos de mais cientistas para pesquisas de grande importância. No campo astronômico, o MERCOSUL é premiado com países que valorizam e investem muito nessa área que, além de expandir o conhecimento universal, é também deveras importante para a formação de novos astrônomos e astronautas. 18 São diversas as olimpíadas, bolsas de iniciação científica, e podemos contar também com a CNPq, que desenvolve programas para maior qualificação dos jovens e nos permite também conhecer novos talentos. Estamos em uma era onde as tecnologias tomaram conta de nossas vidas. Muitas são usadas para prejudicar e desestruturar nossa sociedade. Porém, sendo elas tão importantes, façamos então seu uso de modo consciente e em benefício de todos. É assim, procurando orientar esses jovens, que foi criado o Astronomical Idea. Afinal, a tecnologia alcança a todos. Portanto, estamos aqui justamente para promover plataformas como o CNPq e também conteúdos que preparem bem o adolescente para toda a gama de projetos lançadas pela tal. Enfim, a ciência e a tecnologia no Mercado Comum do Sul devem e necessitam ser cada vez mais promovidas e propagadas entre todos. Que os investimentos feitos capacitem cada vez mais nós, jovens, e que projetos como o Astronomical Idea sejam bases para novos e grandes talentos, pois nosso único e grande objetivo é: jovens ajudando jovens a se tornarem grandes talentos. Introdução O Mercado Comum do Sul, além de ter como objetivo a propagação do livre comércio entre seus países-membros, tem como finalidade a integração científica e tecnológica dos mesmos. Atualmente, a nação brasileira, em união com o MERCOSUL, vem demonstrando grandes avanços em áreas como saúde, educação, agricultura, entre outras. Dentre elas, uma das que mais se destaca é a inclusão de vários grupos sociais na comunidade científica, havendo, então, um desenvolvimento significativo nas áreas humanas, tecnológicas e exatas. Um tema que é de muito interesse para os sul-americanos é o campo da astronomia, do qual se inclui uma gama de projetos e olimpíadas estudantis voltadas para tal. Assim, os investimentos monetários dos países-membros em pesquisas e aquisições de equipamentos tecnicamente avançados resultam em teses, aprimoramentos em observações e instituições de grande conceito, como o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), localizado em Minas Gerais (BR), e o Telescópio SOAR, no Chile. Estes, juntamente com a OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), são responsáveis pela elaboração anual de uma das maiores oportunidades já produzida para nossos alunos, o “Concurso de Astronomia para Estudantes” – “Escolha um Objeto Astronômico para ser observado com o Telescópio SOAR”. 19 Porém, uma pauta que deve ser levada em consideração é a interdisciplinaridade dos conteúdos dos projetos promovidos pelos países unificados no MERCOSUL. É sabido que nem todos os alunos apreciam os mesmos assuntos e também nem sempre existe um mesmo índice de compreensão dentre cada um deles. Afinal, cada um pensa de maneira diferente. Então o próprio aluno poderá decidir se ele irá interagir com uma matéria específica, ou se se empenhará em todos os conteúdos da demanda oferecida. No entanto, caso a atividade necessite de um consenso, é de nosso dever e de toda a sociedade abrir uma discussão e gerar uma resolução que mantenha os resultados os mais verídicos possíveis durante um período de tempo, seja ele prolongado ou não. Com o intuito de envolver todo esse contingente populacional, nós, alunos da Escola Estadual Professor Idene Rodrigues dos Santos, lançamos o projeto Astronomical Idea, que é capaz de abranger toda a temática citada até o momento. Objetivos Propomos a elaboração de materiais didáticos, plataformas on-line de estudo e pesquisa. Deste modo, os alunos integram-se da melhor maneira possível para com os assuntos compartilhados entre nós. Além de elevarmos o instinto curioso dos alunos pelas ciências a níveis de encorajamento e determinismo, sendo assim permitido que eles se sintam confortáveis durante as discussões e a elaboração de trabalhos e oficinas, sejam elas objetivas ou práticas. Procuramos tratar de temas diversificados, mas nosso foco é voltado especialmente para as áreas científica, tecnológica e linguística, pois assim estaremos dando a todos os interessados a capacidade de expressar-se, compartilhar e aumentar seus níveis de conhecimentos. Temos em mente capacitar jovens para que eles se tornem o futuro da nação, contribuindo para os avanços na ciência. Dentre as atividades, as práticas são as que têm tendência em revelar melhores resultados, pois, através de equipamentos facilmente encontrados em escolas de ensino básico, podemos reproduzir experiências capazes de elevar a compreensão de eventos químicos e físicos. Caso a escola se encontre em situação precária, de falta de recursos materiais e financeiros, ou se faz necessária a compra de aparatos indisponíveis na instituição, existe uma diversidade de meios para que o projeto se instale com sucesso: 20 > Empresas dispostas a auxiliar através de verbas e doações podem ser reconhecidas por tal ato, além de estar fornecendo meios para que a coordenação do projeto gere palestras educacionais com oradores renomados, excursões em localidades que despertem o intelecto de cada um e os motive a uma maior participação dentro do projeto. > As escolas podem realizar mutirões com os próprios alunos, para que eles arrecadem dinheiro com as vendas de bolos, salgados, entre outros. Desse modo, eles recebem uma educação financeira e, em junção, auxiliam na manutenção do Astronomical Idea. Outro objetivo que nos consta é a expansão do senso crítico sobre a observação dos astros e outros aspectos em relação à sociedade. Usando de métodos acessíveis e eficazes, como a criação de um site (http://astronomicalidea.wix.com/astronomical-idea) onde são postadas vídeoaulas, calendários de atividades, documentos para estudo, amostras de competições estudantis e muito mais. Pretendemos facilitar nossa comunicação com os alunos participantes regionais e nacionais. Com aulas teóricas uma vez por semana, buscamos capacitar adolescentes de nosso município com materiais didáticos impressos na própria escola, que tratem de assuntos que englobem todo esse avanço atual da tecnologia. No entanto, como já dito anteriormente, pretendemos alcançar níveis nacionais e, por que não, continentais, através da criação e divulgação de: Blogs (https://astronomicalidea.wordpress.com/); Sites (http://astronomicalidea.wix.com/astronomical-idea); Redes Sociais (https://www.facebook.com/astronomicalidea). Também usaremos softwares para aprimorar a dinâmica de estudo, todos baseados em conteúdos verídicos de fontes confiáveis. Tais softwares deverão possuir abas com links muito úteis na elaboração de trabalhos, pesquisas e quem sabe até teses que um dia podem ser reconhecidas nacional e internacionalmente. Ofereceremos oportunidades para que cada membro expresse sua opinião em discussões e debates on-line, sobre os temas que forem tratados na sala de aula ou em destaque nacional ou internacional nas mídias. (A imagem ao lado foi gerada com o propósito de alcançar um maior número de interessados e divulgar nossas produções, oficinas e conteúdos.) 21 Metodologia As aulas são de caráter semanal (uma vez por semana), mas podem se estender por períodos maiores durante a confecção de oficinas e elaboração de projetos, desde que não prejudiquem a rotina dos alunos. Essas aulas são aplicadas principalmente aos sábado, porque muitos jovens se habilitaram a trabalhar durante todos ou quase todos os dias úteis durante a semana. Os orientadores são os responsáveis pela elaboração dos conteúdos que serão passados e explicados. Por esse motivo, os mesmos devem se comprometer e se empenhar em produzir aulas dinâmicas e que despertem o senso crítico e criativo dos seus ouvintes. Para que ocorra uma boa interação entre os membros do projeto, deve-se disponibilizar uma maneira com que todos consigam dialogar entre si. Podendo cada um escolher sua posição dentro de ambientes abertos, por exemplo, durante excursões, ou ambientes fechados, durante as aulas teóricas. O material produzido pela organização do projeto em junção com a direção e os professores da escola é distribuído, gratuitamente, para cada um dos alunos. Desse modo, eles terão os conteúdos para estudo, pesquisa e resolução de atividades. Junto ao material é oferecido um software que possui links e conteúdos de grande utilidade, até mesmo para a vida escolar do aluno. Nele será possível a interação máxima do membro, já que ele se baseia em conceitos ligados a uma rede on-line. E para que todo o MERCOSUL possa participar, está em processo de elaboração uma versão em espanhol para tal meio de aprendizagem. Para aulas ainda mais dinâmicas, serão produzidas experiências das quais qualquer público pode participar ou até refazê-las em suas residências, com materiais simples e de fácil procura. No entanto, para informações mais detalhadas, pretendemos convidar um professor ou profissional da área para realizar experiências que sejam mais complexas. A partir destas elaboraremos oficinas que possam explicar por que tais eventos ocorreram. As palestras realizadas dentro do recinto escolar serão de autoria de um professor, profissional da área estudada até o momento, palestrante conceituado, orientadores ou até dos próprios alunos. Palestras fora da instituição e excursões serão tratadas com a direção da escola, e, assim que estas forem permitidas, será gerado um calendário, demarcando os locais e horários de visita. É na plataforma on-line, (http://astronomicalidea.wix.com/astronomical-idea) que estão todos os conteúdos gerados e apresentados pelo proje22 to, além de calendários, links para autonomia do aluno, campos de votação, enquetes, fórum de sugestões, entre outros assuntos de grande interesse para todos. Esse meio é liberado para qualquer público, e dessa maneira midiatizamos nossos interesses, propostas e trabalhos. As redes sociais (https://www.facebook.com/astronomicalidea) são usadas para um propósito equivalente, no entanto é um meio amplamente usado para divulgações. Resultados > Melhoria na compreensão de assuntos específicos, como a disposição do Sistema Solar e seus compostos; > Alunos do Ensino Fundamental e Médio aumentaram seus interesses em participar de competições estudantis; > O favorecimento de experiências faz com que haja uma maior interação e melhor compreensão de eventos químicos, físicos e biológicos dentro de um ambiente específico; > Por intermédio da plataforma on-line alcançamos participantes residentes de outras regiões, os quais confiaram em nossos esforços, comprometimento e conteúdos de ótima qualidade; > Foram estabelecidas relações de aprendizado entre nós, a escola e os professores, que progressivamente vêm aderindo a uma metodologia mais dinâmica e interativa; > A falta de respeito e disciplina dentro das salas de aula vem sendo minimizada; > Interesse da instituição em criar outros projetos que aprofundem sua relação com o restante dos interessados; > Propagação do instinto de curiosidade presente em cada um dos participantes para outros que posteriormente possam vir a se interessar nas oficinas e atividades do programa; > Funcionários da escola colaboram ainda mais com a divulgação de nossos interesses e objetivos em relação ao projeto; > Algumas empresas já até nos enviaram sugestões e propostas para ampliar, estruturar nossos conteúdos, nossas ações para áreas ainda mais complexas e de maior atuação; > Já é possível observar a materialização do interesse dos jovens em ajudar um ao outro, e desse modo alcançaremos um ápice que parecia ser distante, porém ficou mais próximo que o esperado. 23 Conclusão A determinação presente em nossos jovens pode estar aparentemente degradada, no entanto, é necessário apenas um pequeno auxílio da sociedade para que eles mostrem quais são seus verdadeiros propósitos e interesses. A partir de então, eles irão focar-se e decidir qual o melhor caminho a seguir até atingirem seu ápice. E é por esse motivo que lançamos o projeto Astronomical Idea. Auxiliar jovens e até adultos que tenham o interesse e a deliberação de um dia se tornarem pessoas competentes, profissionais renomados e atuantes na área ou nas áreas que mais prezam. Para que tal seja possível, ofereceremos um material gratuito e de qualidade, esteja ele incluso em nossa plataforma on-line, redes sociais, softwares ou no modo tradicional (impresso). Estando sempre à disposição de qualquer um que se disponha a envolver-se. Conclui-se que a partir do apoio de uma instituição de ensino, juntamente a seus alunos e esses a seus responsáveis, nós podemos elaborar uma esfera de pessoas que ajudam umas as outras para equiparar-se a um bem comum, o “Conhecimento”. UBEDA, Gustavo das Neves: criador da plataforma on-line do projeto Astronomical Idea no Brasil. Estudante E. E. Prof. IDENE RODRIGUES DOS SANTOS, Junqueirópolis, dez./dez. 2014. Disponível em: http:// astronomicalidea.wix.com/astronomical-idea. Acesso em: 16 fev. 2015. UBEDA, Gustavo das Neves: criador do blog para o projeto Astronomical Idea no Brasil. Estudante E. E. Prof. IDENE RODRIGUES DOS SANTOS, Junqueirópolis, jan./jan. 2015. Disponível em: https://astronomicalidea.wordpress.com/. Acesso em: 13 fev. 2015. REDE SOCIAL – FACEBOOK. Área de contato e divulgação entre membros do Astronomical Idea. Disponível em: https://www.facebook.com/ astronomicalidea. Acesso em: 13 de fev. 2015. Referências CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Atitudes promovidas pelo CNPq em prol da “Popularização da Ciência”. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/popularizacao-da- ciencia. Acesso em: 16 de fev. 2015. PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA. Perquisição gerada pelo Programa Escola da Família, perante projetos e oficinas que integrem a sociedade. Disponível em: http://escoladafamilia.fde.sp.gov.br/v2/Arquivos/ Ideias32.pdf. Acesso em: 20 de fev. 2015. PÁGINA BRASILEIRA DO MERCOSUL. Ações, interesses e informações sobre o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Disponível em: http:// www.mercosul.gov.br/index.php/saiba-mais-sobre-o-mercosul. Acesso em: 16 de fev. 2015. GREENPEACE – BRASIL. Projetos e ações promovidas pelo Greenpeace em benefício da sociedade em geral. Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/quemsomos/Missao-e-Valores-/. Acesso em: 20 de fev. 2015. 24 25 Categoria Estudante Universitário 1o lugar APLICATIVO E PLATAFORMA ON-LINE“LEVA E TRAZ”: POPULARIZAR A CIÊNCIA É INCLUIR PESSOAS Autor: Renato Tadeu Rodrigues Instituição: Universidade Federal de São Carlos – UFSCar– Engenharia Ambiental São Carlos, São Paulo, Brasil Contato: [email protected] Resumo O presente trabalho aborda como a ciência pode estar mais presente na vida das pessoas, principalmente aquelas com algum tipo de deficiência (visual, auditiva, locomotora e outras). Grande número dos deficientes não apresenta qualquer problema neurológico, o que permite a prática de atividades intelectuais. O objetivo central desta pesquisa foi achar algum meio de conectar pessoas, que possuem algum conhecimento científico em prol do deficiente físico, além de multiplicar assuntos relacionados a ciência. Dessa maneira, buscou-se entender o ambiente tanto dos deficientes físicos e de pessoas que poderiam ser os multiplicadores de conhecimento. Além de coletar dados, tanto no Brasil como em países que fazem parte do MERCOSUL. Esse trabalho objetivouainda desenvolver, na forma de protótipo, o aplicativo e a plataforma on-line que foi batizada com o nome de “Leva e traz”,para que dessa maneira pudesse avaliar tanto as limitações tecnológicas como de manuseio, frente a um deficiente físico e a um multiplicador de conhecimento. A pesquisa básica para a construção da ferramenta “Leva e traz” contou com a aplicação de formulários, tanto no Brasil como também em países-membros do MERCOSUL, para entender se existiria a possibilidade de impactar o maior número de pessoas, por exemplo, universitários. De outro lado, foram aplicado formulários em pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, e desse modo o entendimento do possível usuário da nova tecnologia foi, de tal forma, também avaliado. No estudo pode-se ver o impacto que a utilização da tecnologia “Leva e traz”proporcionaria para a sociedade da América do Sul, como também o passo que estamos dando em relação à ampliação da ciência, como fonte de inclusão e do despertar do conhecimento, de uma pessoa que acreditava, muitas vezes, estar longe das transformações científica e tecnológica. Por outro lado, pode-se notar nesse trabalho como a questão da humanização da ciência deve ser fator-chave para que esta esteja presente, nas mais diferentes parcelas da população, principalmente para aquelas pessoas que, por problemas físicos, não conseguem ter a chance de participar de um congresso científico, ir em um museu, ou frequentar um laboratório. Nesse trabalho as pessoas que detêm o conhecimento científico, como, por exemplo, professores, pesquisadores e estudantes de iniciação científica, serão chamados de multiplicadores de conhecimento direto, termo esse que permeia boa parte desse estudo. Por sua vez, existem os multiplicadores de conhecimento indireto, que compreendem toda a 28 população que queira contribuir de modo espontâneo na colaboração da expansão da ciência, seja, por exemplo, na ida a determinada exposição científica e abordar sobre seu olhar o que presenciou, seja em forma de áudio, fotos, escrita ou vídeos. Por fim, existem os usuários do sistema “Leva e traz”, compreendido por todos aqueles que por condições físicas são imposibilitados de ter uma vida normal, porém que desejam estar a par de assuntos relacionados ao mundo da ciência e da tecnologia. Problema Deficientes físicos “são aqueles que apresentam alterações musculares, ortopédicas, articulares ou neurológicas que podem comprometer seu desenvolvimento educacional. A deficiência física pode ser: temporária, recuperável, definitiva ou compensável” (SILVA, 2006). Conforme o Censo de 2010, realizado pelo IBGE, cerca de 23,9% da população brasileira sofre de algum tipo de deficiência, o que corresponde a 45,6 milhões de pessoas. A principal deficiência é a visual (18%), motora (7%), auditiva (5,1%) e intelectual (1,4%). A taxa de alfabetização dos deficiêntes, até os 15 anos é de 81,7%. Os motivos que levam uma pessoa ao estado de deficiência são dois: ao nascer com o problema ou em algum tipo de acidente, ou doença, durante o percurso da vida, ou seja, todos temos chances de ter algum tipo de deficiência algum dia. A partir do momento em que uma pessoa se encontra com certas limitações, as chances na busca por conhecimento acabam tornando-se mais difícies, informações essas que poderiam contribuir para uma maior inserção na sociedade, ou simplesmente na colaboração da avaliação e do questionamento de outras. É importante que o deficiente físico não seja privado de tais informações, visto que, além de contribuir com uma percepção intelectual, pode gerar uma valorização do agente multiplicador que, de certa maneira, contribui para a questão motivacional. Para uma pessoa que não se encontra em limitações físicas, o acesso a informações relacionados a ciência, tecnologia e inovação ainda encontra-se distante, e uma das provas é o baixo número de pessoas presentes em museus, exposições de ciência ou bibliotecas públicas. Esse gargalo encontra-se ainda maior, quando se trata de uma pessoa com algum tipo de deficiência, e os motivos podem ser: logísticos, infra estrutura, sociais, informacionais, motivacionais e outros. Segundo dados divulgados pelo MEC, só no Brasil, em 10 anos, o número de matrículas de alunos com deficiência subiu 933,6%, o que representa mais de 22 mil estudantes atualmente. Segundo o MEC, “O in29 cluir tem como objetivo promover ações para eliminar barreiras físicas, pedagógicas e de comunicação, a fim de assegurar o acesso e a permanência de pessoas com deficiência nas instituições públicas de ensino superior”. Pode-se notar que com estímulo e políticas públicas adequadas a inserção de deficientes físicos nos bancos das universidades gera a expansão deles, ou seja, os deficientes físicos têm sim vontade na busca do saber. Justificativa A justificativa de idealizar o projeto “Leva e traz” consiste em reduzir o caminho entre quem busca por ciência e os que a querem e a podem transmitir. É importante que tal mecanismo seja fonte de estabilidade, conectitividade, troca de experiência e, acima de tudo, o conhecimento gerado desperte novas formas de aplicabilidade na sociedade. Dessa maneira, é vital que esse impacto seja homogêneo e atenda às expectativas dos dois lados (deficientes e colaboradores do saber), de modo que todos possam somar forças multiplicadoras. Outro ponto fundamental é o fácil e ágil modo de manusear a plataforma e o aplicativo, para que consequentemente gere motivação e aprendizado para todos que venham a usá-los. A justificativa para encabeçar o projeto “Leva e traz” está em inovar na forma pela qual a facilidade de comunicação atual pode chegar a todos. Além disso, existe, por parte do idealizador deste projeto, o gosto tanto pela ciência, inovação e tecnologia como também a ampliação do conhecimento, principalmente para aqueles que por razões diversas não têm acesso. Ao notar que não existem incentivos atuais para que pessoas com algum tipo de deficiência possam se aproximar da ciência, tecnologia e inovação, surge a ideia de criar e inovar uma forma de disseminação da informação, permitindo que pesquisadores, estudantes de iniciação científica e pessoas que gostam de transferir seus conhecimentos tenham tal oportunidade. nos anos de escolaridade das nações, visto que dentro de décadas teremos muitos idosos doutores ou com mestrado. Dar a chance do conhecimento científico para grupos que muitas vezes estão reclusos em suas casas é uma maneira de ampliar a visão científica e tecnológica de um país. Por fim, buscou-se entender o simples pedido de alguém que se encontra acamado e que gostaria, por exemplo, de saber sobre uma exposição de física quântica em determinado museu. Isso despertaria nas pessoas a vontade de ir apenas com o propósito de passarem sua percepção, seja com palavras, fotos ou vídeos. Dessa forma, estimular uma maior circulação de pessoas em locais geradores de idéias. Metodologia A metodologia encontrada para a realização das comprovações iniciais e da viabilidade de mercado da tecnologia “Leva e traz”, foi a separação em dois grupos da população pesquisada, e consequentemente, elaboração de questionários e sua aplicação. Grupo 1: Multiplicadores do conhecimento Nesse grupo buscou-se selecionar pessoas que teriam o perfil de colaboradores do conhecimento tanto direto como indireto. Dessa maneira, criou-se um questionário (nas línguas portuguesa e espanhola) que teve como objetivo avaliar a disponibilidade e a motivação das pessoas em relação ao tema. Esse questionário foi enviado entre os dias 7 e 15 de fevereiro, abordando tanto o Brasil como os países-membros do MERCOSUL. Por ordem financeiras e logísticas, buscou-se por meio da rede social Facebook, enviar para grupos de universitários desses países o questionário, com o objetivo de se ter o maior número de respostas possível. Os questionário completo encontra-se nestes links: Objetivos A) Versão Português: https://docs.google.com/forms/d/19HtxUi2lPiR3u9pAkHRk4RfRHX0lCP6Zaeca_k76qzo/ viewform O objetivo central deste estudo é permitir a exploração do ambiente de um deficiente físico, frente ao contato com assuntos de ciência, visto que no momento atual esse grupo da sociedade não possui nada que favoreça ampliar ou entender sobre uma determinada informação. Pode-se inclusive, em um segundo plano, atingir a população idosa, visto que a cada ano cresce a expectativa de vida, somada ao crescimento B) Versão espanhol: https://docs.google.com/forms/d/1F34RZTulY9Wk04SowMwVczrOubMt40gB9QB6qkL5 9Ik/viewform O recolhimento das informações, principalmente para estudantes da comunidade dos países-membros do MERCOSUL, seguiram similar abordagem, presente na figura 6.1. 30 31 8 –Com que frequência você assiste a reportagens sobre ciência? Figura 6.1 Forma de abordagem dos entrevistados, na comunidade dos países do MERCOSUL. Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito 9 –Qual é o seu interesse sobre os assuntos relacionados à ciência? Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito 10 – Você gosta de transmitir informações que possui para aquelas pessoas que não o detêm? ( ) Sim ( ) Não Fonte: Renato Tadeu Rodrigues 11 –Você acredita que as informações relacionadas à ciência chegam até um deficiente físico com a mesma proporção de uma pessoa sem deficiência? As perguntas feitas ao grupo 1 foram: 1 –Qual sua idade? ( ) Menos de 20 anos ( ) Entre 20 e 25 anos ( ) Entre 26 e 30 anos ( ) Entre 31 e 35 anos ( ) Entre 36 e 40anos ( ) Mais de 40 anos 2 – Formação ( ) Sim ( ) Não 12 –Como você avalia a questão dos deficientes físicos, sem problemas neurológicos, em relação ao conhecimento científico? ( ) Graduação/cursando ( ) Graduado ( ) Não existe nada a ser feito. ( ) Pós-graduado ( ) Nenhuma das opções ( ) Os governantes devem fazer algo. 3 –Durante sua vida, você desenvolveu ou desenvolve algum tipo de trabalho científico? ( ) Sim ( ) Não ( ) Se tivesse alguma coisa para fazer, eu faria. ( ) Atualmente, faço alguma coisa em relação a causa. Grupo 2: Usuários da tecnologia “Leva e traz” 4 –Com que frequência você vai a museus? Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito 5 –Com que frequência você frequenta exposições? Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito 6 –Com que frequência você vai em congressos científicos? Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito Nesse grupo buscou-se selecionar pessoas, que teriam o perfil de usuários do sistema “Leva e traz” (deficiente físico). Dessa maneira, criou-se um questionário que teve como objetivo avaliar a questão o deficiente físico frente ao projeto. Esse questionário foi enviado para as pessoas entre os dias 7 e 15 de fevereiro. Diferente do questionário do grupo 1, o do grupo 2 foi aplicado apenas no território brasileiro, visto a dificuldade inicial de se contatar deficientes físicos de outros países que fazem parte do grupo do MERCOSUL. O questionário completo encontra-se neste link: https://docs.google.com/forms/d/1ByhHq63zH3SncX_xjSHQhKBRP4xJYcIx8hsNrsiEF M/viewform 7 –Com que frequência você lê sobre assuntos relacionados à ciência? Pouco ( )1, ( )2, ( )3, ( )4, ( )5 Muito 32 33 As perguntas feitas no questionário 2 foram: 10 – Você assiste a ou lê sobre assuntos relacionados à ciência? 1 –Qual sua idade? ( ) Sim ( ) Menos de 20 anos ( ) Entre 20 e 25 anos ( ) Entre 26 e 30 anos ( ) Entre 31 e 35 anos ( ) Entre 36 e 40anos ( ) Mais de 40 anos ( ) Locomotora ( ) Visual ( ) Audição ( ) Outra ( ) Não 12 –Você acessa Facebook, blogs e sites de relacionamento? ( ) Sim 3 –Sua limitação é desde o nascimento? ( ) Sim 11 –Você acredita que as informações relacionadas à ciência, atualmente, estão distantes de você? ( ) Sim 2 – Tipo de deficiência ( ) Não ( ) Não ( ) Não Análises 4 – Qual seu grau de escolaridade? ( ) Ensino médio completo ( ) Graduação/cursando ( ) Pós-graduado ( ) Nenhuma das opções ( ) Graduado Respostas questionário 1 5 –Como você se informa dos assuntos de que mais gosta? ( ) TV ( ) Internet ( ) Revistas ( ) Jornais ( )L ivros ( ) Outros 6 –Você tem interesse por assuntos relacionados à ciência? ( ) Sim ( ) Não 7 –Caso sim, de qual área você mais gosta? ( ) Artes ( ) Engenharia ( )M edicina ( ) Informática ( ) Química ( ) Tecnologia ( ) Outros 8 – Você aceitaria a ajuda de uma pessoa que domine um determinado assunto, relacionado à ciência, para lhe informar? ( ) Sim ( ) Não 9 –Você frequenta museus? ( ) Sim ( ) Não 34 A seguir são apresentados os dados recolhidos das respostas obtidas nos questionários 1 e 2. Após a aplicação do formulário 1, foram obtidos os seguintes resultados: 50 pessoas responderam a pesquisa, destas 31 do Brasil e 19 de países do MERCOSUL (8 Argentina, 3 Paraguai, 3 Peru, 3 Venezuela, 1 Bolívia, 1 Chile). A idade média dos entrevistados foi entre 20 e 25 anos. 56% estão cursando algum tipo de curso universitário, 30% já são formados, 10% possuem uma pós-graduação e 4% ainda estão no ensino médio. A resposta referente ao desenvolvimento de algum trabalho científico confirmou que 80% já realizaram algum e 20% nunca realizaram. Em relação a frequentes idas a museu, 76% não vão com frequên- cia, 14% possuem uma frequência regular e 10% afirmam ir com grande frequência. Com relação a idas em exposições, pode-se notar que 68% julgam não ir tanto a tais lugares, outros 20% admitem ir com frequência regular e outros 12% julgam ir com grande frequência. Em relação a irem a congressos científicos, 66% não vão, 16% admitem ir com certa frequência e 18%julgam ir com grande periodicidade. Quanto a leitura de assuntos relacionados à ciência, 14% acreditam ler pouco sobre o tema, 30% acreditam ler com regularidade e 54% julgam ter contato frequente. Quando o assunto é gostar de transmitir os conhecimentos que possui, 61% gostam e 39% não gostam de transmitir. 35 Na avaliação dos entrevistados, 38% acreditam que as informações relacionadas com a ciência chegam ao deficiente físico com a mesma proporção que um não deficiente, entretanto 62% acreditam que não, existe sim um distanciamento. Com relação à ampliação do conhecimento de um deficiente físico frente à ciência,12% acreditam que não existe nada a ser feito, 36% julgam que os governantes devem fazer algo, 38% se mostram motivados a ajudar alguém, caso fosse possível, e 10% já realizam algum trabalho sobre o assunto. Aplicativo “Leva e traz” O objetivo central do aplicativo é conectar pessoas que dominam uma área do saber, frente àquelas que por limitações físicas não podem acessar determinada informação científica, de modo rápido, prático e acima de tudo personalizado. Essa facilidade deve ser dada por indivíduos, que possuam um celular androide ou um tablet, objetos bem disseminados em nossa sociedade atual. Desse modo, nas figuras 8.1 e 8.2 são apresentados os protótipos da criação do aplicativo “Leva e traz”. Respostas formulário 2 Após a aplicação do formulário 2, foram obtidas as seguintes informações: o número de entrevistados foi de 8, a idade de 5 entrevistados esteve entre 20 e 30 anos, de 2 entrevistados foi de 30 e 40 anos e 1 foi de mais de 40 anos. Dos entrevistados, 6 possuem sua deficiência desde o nascimento e 2 a adquiriram durante a vida. Em relação à escolaridade, 2 possuem apenas o ensino médio, 1 é universitário e 4 são graduados. Dos entrevistados, 7 julgam gostar de assuntos relacionados, como, por exemplo: medicina, meio ambiente e artes. Seis entrevistados acreditam que assuntos relacionados à ciência estão longe deles e 2 avaliam que não. Seis entrevistados acreditam que assuntos relacionados à ciência estão longe deles e 2 avaliam que não. A ida a museus por 6 entrevistados não é feita e 2 fazem a frequentação. Cinco respostas foram afirmativas, quando se trata da leitura de assuntos com o tema referentes à ciência, entretanto 2 não fazem. Todos os entrevistados aceitariam algum tipo de ajuda por alguém que domine determinado assunto, e além disso todos os entrevistados afirmam usar o Facebook. Figura 8.1 Aplicativo “Leva e traz”, tela inicial Fonte: Renato Tadeu Rodrigues Figura 8.2 Aplicativo “Leva e traz”, tela secundária Fonte: Renato Tadeu Rodrigues Resultados A partir da análise dos resultados obtidos nas pesquisas e das ideias preliminares do autor, foi desenvolvida a plataforma e o aplicativo “Leva e traz”. Desse modo, será apresentado quais seriam seus mecanismos, como também as estratégias na ampliação da ciência e da tecnologia, frente aos povos do MERCOSUL. 36 Esse aplicativo deverá ser produzido na versão beta, visto que poderá ser “baixado” tanto em celulares móveis como tablets, de maneira totalmente gratuita. O uso do aplicativo seria de maneira simples: tanto com ajuda de comando de voz como teclando em sua tela, o usuário poderia acessar os últimos vídeos postados da visita de um multiplicador de conhecimentos que tenha ido a um museu recentemente, ou um estudante de 37 doutorado que acabou de apresentar sua tese e gostaria de compartilhar os resultados que foram obtidos. Outro uso do aplicativo seria informar aos multiplicadores do conhecimento quais assuntos os deficientes físicos gostariam de saber, como também quais são as principais discusões nos fóruns de ciência, frente aos congressos científicos e em que pesquisadores do MERCOSUL tenham estado, compartilhando uma breve descrição do que foi discutido, de modo a atualizar todos os usuários do sistema “Leva e traz”, sobre assuntos cada vez mais atuais da ciência e da tecnologia. Uma das funcionalidades do aplicativo é ter um comando voltado para o uso do deficientes, tanto de voz, áudio ou sinais de libras, visto que teremos que sempre pensar na deficiência que o usuário do sistema enfrenta. Dessa maneira, atrelar a usabilidade do sistema em prol do deficiente deve ser fundamental, consequentemente o sistema “Leva e traz”,contribui em grande instância em um fluxo de informação mais seguro e eficiente, visto que para alguém que possui algum tipo de limitação saber que poderá aprender ou se aprofundar em determinada área da ciência pode e deve ser estimulante. Esse aplicativo estará conectado às principais redes de relacionamento (Facebook, Twitter, Whatshapp, youTube e blogs) com o objetivo de unir mais pessoas e multiplicar as informações pertinentes à ciência e à inovação tecnológica. Plataforma on-line “Leva e traz” Não diferente do aplicativo, a plataforma on-line “Leva e traz” será direcionada ao uso no computador, e dessa maneira seu layout representa algumas mudanças em relação à versão mobile, como é apresentado na figura 8.3. Figura 8.3 Protótipo da Plataforma do sistema “Leva e traz” Fonte: Renato Tadeu Rodrigues 38 O usuário que deseja realizar seu cadastramento na plataforma deve primeiro se cadastrar a um órgão relacionado à ciência e à tecnologia de seu país, de tal modo que os países-membro do MERCOSUL, estejam integrados. A partir do preenchimento dos dados pessoais, o usuário deve escolher em quais temas relacionados à ciência gostaria de ser atualizado, como também “seguir” seus pesquisadores, com as linhas de pesquisa que quer ter contato. Dessa maneira, caso um pesquisador de determinada área da medicina, por exemplo, tivesse ido a um congresso com o tema de células -tronco, poderia, a partir das discussões que presenciou, escrever uma resenha ou narrar na forma de áudio e disponibilizar na plataforma “Leva traz”. Além de disseminar a ciência de maneira atual, colaboraria com o entendimento, muitas vezes do indivíduo que depende de sua pesquisa, para ter algum tipo de qualidade de vida, Outra forma direta relacionada à tecnologia “Leva traz”, é conectar os deficientes ao mundo dos universitários que realizam iniciação científica. A proposta é a seguinte: seria disponibilizado ao usuário com deficiência, nas áreas pelas quais os estudantes de graduação estão se dedicando, caso um dos temas chame a atenção, o sistema “Leva traz”. Ele notificaria o estudante bolsista da necessidade de multiplicar seu conhecimento frente a um pedido de interesse na linha de pesquisa, e dessa maneira o estudante pode mostrar qual a etapa da sua pesquisa atual como também quais são os próximos passos. A ideia é que o estudante possa interagir com os deficientes, via Skype, mensagens de voz, via celular ou até mesmo por mídias sociais, sobre a pesquisa que este está desenvolvendo e transmitir tanto seus desafios e aprendizados. Compartilhar o aprendizado pode gerar ganhos mútuos, ou seja, o estudante estará colocando em prova seus conhecimentos dedicados à sua iniciação científica, e do outro lado uma pessoa que dificilmente teria chances de adquirir tal conhecimento é informado, o que gera em contrapartida um estímulo para que o estudante busque a se dedicar mais, para novos possíveis encontros que venham a ocorrer ou no estímulo do deficiente em aprimorar seus conhecimentos em áreas que lhe interessam. Uma outra maneira de utilização da ideia “Leva e traz” está em conectar a população em geral com um deficiente físico. A ideia é que o deficiente apresente locais onde ele gostaria de ir e que gerariam algum conhecimento científico, ou seja, um tetraplégico que more em Salvador e gostaria de saber sobre uma exposição de astronomia que está acontecendo em Buenos Aires. Dessa maneira, as pessoas que participem 39 da plataforma “Leva e traz”, e que estejam na cidade de Buenos Aires, poderiam ir até a exposição e em seguida relatar com fotos, vídeo, e encaminhar ao deficiente físico um pouco do que é a exposição, sobre a perspectiva de vários olhares. Essa troca de informações específicas gera não apenas a troca de mensagens, gera uma troca de humanidade, além de permitir que pessoas possam saber mais sobre quais são os principais eventos que estão acontecendo no Brasil e no mundo. Uma pessoa que não possui deficiência também pode ser beneficiada da plataforma e do aplicativo “Leva e traz” visto que a disseminação da ciência, gera ganhos para ambos (pesquisador e sociedade). Uma outra área da plataforma e do aplicativo seria destinada a que museus, mostras de ciência ou exposições pudessem apresentar para os deficientes o que é abordado ali, de tal forma a lhes informar. Será dado destaque em uma área da plataforma sobre o tema meio ambiente, com o nome chamado SOS Sustentabilidade. Essa área será destinada aos projetos atuais e matérias sobre o tema, seria ideal se uma jornalista da equipe “Leva e traz”, trouxesse com a ajuda de tradução simultânea as explicações sobre os assuntos que foram abordados, de modo a impactar os surdos e mudos. Vale destacar que toda a coordenação e a atualização do aplicativo e da plataforma “Leva e traz”, deva estar associada a profissionais capacitados na língua tanto portuguesa como espanhola, para a tradução de algum texto, ou melhor entendimento do deficiente físico. Além disso, deve-se ter profissionais que façãm a tradução em Libras, como também fonoaudiólogos. Conclusões Pode-se concluir, com o presente trabalho, que o objetivo inicial de identificar um sistema, que pudesse, além de multiplicar a questão da ciência e da tecnologia nos países-membros do MERCOSUL, possibilitar que ocorresse a integração da acessibilidade, foi cumprida. Outro ponto da conclusão foi identificar nas pesquisas realizadas que existem grandes chances de condições tanto da plataforma como também do aplicativo de exito, tanto dos usuários, como também dos multiplicadores de conhecimento. É importante destacar, no fechamento deste trabalho, que um fluxo de informações de qualidade e apropriado para cada público específico pode. além de contribuir para a ampliação da vontade de inovar frente à ciência e à tecnologia, proporcionar aprendizados mútuos, tanto entre multiplicadores de conhecimento como entre deficientes físicos. 40 Por se tratar de um prêmio de ciência e tecnologia, a elaboração de um aplicativo e uma plataforma on-line, simboliza o quão evoluída a tecnologia está, e isso mostra um autoreinventar, na conectividade de pessoas, pensamentos e visões. O autor deste trabalho se sentiu muito feliz em abordar tanto o tema referente a como ampliar a ciência frente a sociedade, principalmente dos países-membros do Mercosul, como também proporcionar novas experiências aos deficientes físicos, parcela da sociedade que atualmente recebe pouca atenção na questão de inserção na sociedade. Por fim, espera-se que mais usuários do sistema “Leva e traz” toda a sociedade sinta-se motivada em apreender mais e tenha vontade de ouvir e falar sobre ciência e tecnologia, como também tenha mais motivação em ir a um museu ou a mostras de ciência e que multiplique esse saber com o maior número de indivíduos, para que dessa maneira a missão do sistema “Leva e traz” seja cumprida, que é gerar uma revolução do saber em todas as esferas da sociedade. Referências BERSCH, R. C. R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil (CEDI), 2008. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2015. SILVA, A. F. da. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: deficiência física. Elaboração: Adilson Florentino da Silva, Ana de Lourdes Barbosa de Castro, Maria Cristina Mello Castelo Branco. Brasília: MEC/ Seesp, 2006. Dados referentes ao deficiente físico no Brasil, encontrado em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao _Deficiencia/caracteristicas_religiao_deficiencia. pdf, no dia 28 de Jan. 2015. Informação da evolução do número de deficientes físicos no ensino superior, encontrado em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18124, no dia 7 de fev. 2015. 41 Categoria Jovem Pesquisador 1o lugar CLUB DE CIENCIA VIRTUAL Autor: Adan David Morel Fernández Instituição: Universidad Americana de la Carrera Ingeniería, Asunción, Paraguay Contato: [email protected] Resumen Introducción El Paraguay es un país en constante crecimiento, de innumerables recursos y una población que, en su mayoría, es joven. Los avances tecnológicos y los cambios sociales que estos producen también afectan a nuestro país. El gran avance de las redes sociales ha hecho que los jóvenes se encuentren cada vez más sumergidos en este espacio virtual donde hallan cierta comodidad y distracción. La investigación en el país es muy pobre. Tenemos una gran desventaja en comparación a los demás países de la región por la poca inversión en trabajos científicos y tecnológicos. El desafío de cada joven al empezar algún tipo de investigación es encontrar de donde sostenerse durante la realización del trabajo o materiales que sirvan de guía. Teniendo en cuenta esta problemática constante en nuestros jóvenes, nos propusimos desarrollar un espacio virtual colaborativo donde ellos puedan sentirse cómodos compartiendo experiencias en el desarrollo de trabajos científicos y tecnológicos. Donde cada joven pueda expresarse libremente e interactuar con personas que puedan ayudarlo y a la vez ayudar a otros que se encuentren en su misma condición. Este espacio virtual es la primera red social paraguaya denominada Club de Ciencia Virtual que busca la integración y la participación masiva de jóvenes del país, donde se puedan compartir online temas de interés, de apoyo a los trabajos de investigación, foros de discusión, wikis, materiales multimedia etc. Donde la distancia no sea un obstáculo para interactuar y sea posible organizar actividades, presenciales o virtuales, recibir notificaciones vía mensaje de texto, tener seguidores y estar actualizado en el incomparable mundo de la ciencia dentro de nuestro país. Todo esto con un sistema de gestión de contenido de código abierto. Las grandes ventajas que presenta la aplicación de este trabajo es que hoy en día tener un dispositivo móvil con acceso a internet es mucho más fácil por los precios accesibles de estos, las ofertas constantes del servicio de internet por parte de las telefonías por costos ínfimos y la capacidad multiplataforma soportada por el sistema que utilizamos para elaborar esta red social. Los jóvenes tendrán a su disposición una herramienta que no solo servirá de apoyo científico sino también un medio de comunicación y transmisión de conocimiento. Conocer lo que muchos jóvenes pueden hacer y que la ciencia sea el lenguaje común entre ellos. Las actuales redes sociales, son sistemas colaborativos por naturaleza y de manera casi involuntaria, que ponen en contacto a personas con intereses comunes. Las funcionalidades que ponen a disposición del usuario son varias y permiten crear un mundo virtual donde el usuario se sienta cómodo expresándose sin ningún tipo de contención. La capacidad de poner en contacto a personas dentro de un mismo entorno es algo inseparable a los servicios de las redes sociales y tiene una repercusión inmediata en los jóvenes, quienes son los mayores consumidores de redes sociales en el Paraguay. La mayor parte de la población total del Paraguay es joven. Para la psicóloga María Luisa Robledo, “los jóvenes del nuevo milenio” usan la tecnología como instrumento de trabajo, pero el punto negativo es que “se enganchan demasiado”. “Les quita el placer de relacionarse personalmente con otras personas, se pierde la calidez humana. En las redes sociales surge una relación cargada de mucha fantasía porque no hay contacto directo”, resaltó la profesional. La capacidad de poner en contacto personas es algo inherente a los servicios de redes sociales y tiene una aplicación inmediata a la sociedad educativa1. Teniendo en cuenta el uso constante de las redes sociales por parte de los jóvenes, utilizaremos este medio como herramienta de difusión de la ciencia creando la primera red social paraguaya de investigación denominada Club de Ciencia Virtual en donde los protagonistas serán los propios jóvenes, incentivando y motivando a la investigación a través de experiencias y trabajos realizados en un espacio colaborativo. Problema Actualmente, nuestro país (Paraguay) posee la población más joven en toda la región, siendo esta el 75% (hasta 39 años) de la población total2. Muchos de ellos se encuentran en edad de estudio y prácticamente no reciben incentivo alguno para adentrarse al mundo de la ciencia e investigación. Fuente: Diario Última Hora – La Juventud del Nuevo Milenio – http://www.ultimahora.com/la- juventud-paraguaya-del-nuevo-milenio-n724063.html – 19/08/2013 1 Fuente: Diario Última Hora – La Juventud del Nuevo Milenio – http://www.ultimahora.com/la- juventud-paraguaya-del-nuevo-milenio-n724063.html – 19/08/2013 2 44 45 Los pocos jóvenes que realizan algún tipo de trabajo científico, no tienen todas las herramientas necesarias para poder desarrollar un proyecto con calidad; y cuando solicitan ayuda a algún docente, tienen que ingeniarse para poder contar con datos e informaciones actualizadas. Tanto los docentes investigadores junto con sus estudiantes tutoreados no siempre disponen de materiales o sitios para consultar sobre las nuevas investigaciones que se realizan o las ya realizadas. Tampoco se cuenta con un lugar en donde investigadores junior y senior puedan compartir experiencias en el campo científico y/o tecnológico, de forma que este sirva de guía y/o estímulo para aquellos jóvenes que comienzan a descubrir el fantástico mundo de la ciencia. Teniendo en cuenta todo lo planteado, nos lleva a plantearnos algunas inquietudes como: > ¿Existe un entorno en donde los jóvenes paraguayos puedan consultar trabajos científico-técnicos; con materiales a su disposición para nuevas investigaciones y desarrollos; además de poder compartir experiencias e interactuar entre ellos y con otros jóvenes del exterior? > ¿Es posible desarrollar un espacio virtual donde los jóvenes, motivados por la curiosidad y el deseo de aprender, puedan compartir sus experiencias e informarse de las actividades que se realizan para aumentar sus conocimientos en las distintas áreas de la ciencia e investigación? ta estos números, actualmente la cuna de la mayoría de los trabajos de investigación en Paraguay son las instituciones educativas. Cada año, cientos de jóvenes utilizan todos los medios posibles para poder realizar estos trabajos en sus colegios o centros educativos. En un país donde la población, en su mayoría joven, no está ajena a los avances tecnológicos en telecomunicaciones. La gran mayoría de las personas tienen acceso a internet a través de sus dispositivos móviles mientras el acceso desde el hogar va en aumento. La mayor motivación para que el paraguayo se conecte a internet son las redes sociales. Según diversos estudios locales, el 85% de las personas que se conectan a internet, utilizan asiduamente las redes sociales y lo hacen más de 3 horas por día4. Estos datos nos demuestran que las redes sociales son un espacio de gran valor, utilizados correctamente, para la difusión de la ciencia, es por eso que nos propusimos desarrollar un club de ciencia virtual donde los jóvenes puedan compartir sus experiencias, encontrar información precisa y relevante para realizar trabajos, interactuar con otros jóvenes que compartan la misma pasión por la investigación, la tecnología o el arte en sus distintas formas. Contar con una plataforma en el ciberespacio, en el cual se gestionen contenidos científico-técnico, en un espacio de desarrollo colaborativo del conocimiento, abierto a todos los interesados, será el primer paso para promover las ciencias y las tecnologías en el Paraguay a un costo ínfimo y con una penetración del casi el 80% en la cobertura nacional5. Justificación En Paraguay, la inversión en ciencia e investigación es la más baja en toda la región y, teniendo en cuenta la proporción con respecto al PIB, no ha variado en la última década. La inversión en nuestro país es de aproximadamente 0,085% del PIB3. Esta cifra está muy por debajo de otros países de la región: Uruguay y Argentina invierten entre 0,5 y 0,6 por ciento y Brasil, 1,2 por ciento. Estas diferencias en inversión entre los distintos países resaltan el progreso técnico y científico en formas exponenciales. Mediante estudios técnicos se ha podido comprobar que en un país en desarrollo la tasa de retorno en ciencia y tecnología es más alta mientas que en países desarrollados dichos retornos se vuelven marginales. Teniendo en cuen- Objetivos Objetivo general > Facilitar el acceso a las informaciones científico-técnico, en un formato amigable, a la mayor cantidad de jóvenes investigadores del Paraguay, teniendo como canal a la red de redes. 4 Fuente: Eduardo Quintana – El Paraguay tendrá por primera vez casi US$ 100 millones para ciencia – Diario ABC Color – http://www.abc.com.py/edicion-impresa/locales/el-paraguay- tendra-por -primera-vez-casi-us-100-millones-para-ciencia-1210982.html Fuente: Comunicación en Redes Sociales – http://blog.personal.com.py/index.php/novedades/270/ 3 46 Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos – Encuesta Permanente de Hogares – http:// www.dgeec.gov.py 5 47 Objetivos específicos Uso de internet en Paraguay y análisis de datos > Realizar un relevamiento de datos con respecto a la cantidad de jóvenes que utilizan las redes sociales en Asunción, Ciudad del Este, Encarnación, Cnel. Oviedo, Pedro Juan Caballero y proyectarlos a nivel país. El uso de internet en el Paraguay ha ido creciendo considerablemente desde los últimos años, y no se puede considerar al Paraguay como un país aislado puesto que internet nos trae el mundo a nuestras vidas a través de distintos medios que se conectan a la red. > Desarrollar un sistema web multiplataforma accesible desde cualquier dispositivo conectado a internet. Población de 15 a 29 años > Divulgar resumes ejecutivos de proyectos de investigación científico-técnico, a través de los distintos medios masivos de comunicación virtual en el marco de la creación del primer club de ciencias y tecnologías virtual del Paraguay. Características > Utilizar casos de éxito reales para motivar a los jóvenes al uso del club de ciencia virtual como una red social educativa y dinámica. Total País País Urbano País Rural Total* Hombres Mujeres Total* Hombres Mujeres Total* Hombres Mujeres Población total 6.709.730 3.329.034 3.380.696 4.010.858 1.925.865 2.084.993 2.698.872 1.403.169 1.295.703 Población juvenil 1.869.100 931.584 937.516 1.151.856 555.130 596.726 717.244 376.454 340.790 % en relación al total 27.9% 13.7% 13.2% 17.2% 8.3% 8.9% 10.7% 5.6% 5.1% Fuente: DGEEC. Encuesta Permanente de Hogares 2013. Marco metodológico Para elaborar la Propuesta se siguió como Metodología Investigación Acción. Consta de 5 fases: > Diagnóstico: Investigación profunda, el análisis de las buenas prácticas, técnicas, herramientas y formalismos existentes. > Planificación de la acción: Determinación de los ajustes y pasos necesarios para implementar la propuesta metodológica con el caso propuesto. La utilización de internet por parte de los jóvenes (de entre 15 y 29 años) es de aproximadamente 59,5% de un total de 1.869.100 personas6, de este total podemos discriminar que 931.584 (49.8%) son hombres los que utilizan y el 937.516 (50,2%) son mujeres. Población juvenil de 15 a 29 años de edad por sexo, según condición de utilización de internet SEXO > Tomar la acción: Se debe aplicar la propuesta a modo de prueba en un grupo de muestra. > Evaluación: Se debe evaluar la propuesta con los entregables alcanzados. > Especificación del aprendizaje: Se establecerán las conclusiones de acuerdo a los resultados. Total Condición de utilización de internet Hombres Mujeres Total 1.869.100 931.584 937.516 Utilizó 1.112.115 558.281 553.834 No utilizó 56.986 308.850 448.136 Fuente: DGEEC. Encuesta Permanente de Hogares 2013. Teniendo en cuenta estos números, no solo se accede a internet por medio de computadoras de escritorio (PCs) sino también por tablets, celulares, PDA, entre otros. Las telefonías se han convertido en las mayores proveedoras de internet móvil en nuestro país. Fuente: Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos – Encuesta Permanente de Hogares – http://www.dgeec.gov.py 6 48 49 En los últimos 4 años, cerca de 780.000 personas se sumaron al uso de la telefonía móvil en nuestro país. Este dato se desprende de un comparativo entre el año 2010 y 2013 de la Encuesta Permanente de Hogares (EPH), generada por la Dirección General de Estadística, Encuestas y Censos (DGEEC). En el año 2010, cuando la población estimada llegaba a cerca de 6.381.940 habitantes, el 88,3% utilizaba celulares, es decir 5.640.000 personas, aproximadamente. Esa tendencia se mantiene en aumento hasta nuestros días, tal es así que en 2013, con una población estimada de 6.700.000 habitantes, el 95,6% de la población (6.400.000 personas) cuentan con un dispositivo móvil. Durante los años de estudio (2010-2013), la zona urbana siempre se destacó por tener mayor porcentaje de población utilizando este tipo de tecnología, aunque esto no signifique una cifra muy baja para la zona rural. A modo de ejemplo, según los datos de la EPH7 2013, el 97,1% de los pobladores urbanos utilizan celular y en la zona rural, el 93,4%.8 El dispositivo móvil se ha convertido en una gran herramienta para el acceso a internet, gracias a la disponibilidad y la fuerte competencia entre las compañías de telecomunicaciones, hoy en día es más fácil tener un celular con acceso a internet que un televisor en el hogar. Con los móviles de gama media y alta es prácticamente 100% el acceso a las redes sociales a través de estos. Y estos datos no son menores ya que, como bien sabemos, las redes sociales hoy forman parte del día a día de las personas, por ende son una pieza importantísima para la comunicación y de acceso a la información. Según la encuesta realizada por una de las compañías de telefonía móvil del Paraguay tenemos los siguientes datos9: > Facebook es la red social más visitada (65%) seguida de Twitter (29%) y YouTube (4%). > 53% de los jóvenes se conectan a las redes sociales más de 3 horas al día. Uso de las redes sociales como medio de transmisión de conocimiento y aprendizaje > De 9AM a 12AM y de 9PM a12PM son los horarios preferidos para conectarse. Las redes sociales se enmarcan dentro de lo que se ha dado en llamar Web 2.0., y que suponen una forma de interacción social que se basa en el intercambio interactivo y dinámico de distinta información entre diferentes personas, grupos o instituciones. Es un sistema en constante renovación que implica entre sí a aquellos grupos que se identifican con las mismas necesidades, problemas etc., que se organizan para potenciar sus recursos. Una red social se construye sobre afinidades de interés, conocimientos, compartiendo proyectos, en un proceso de cooperación o de intercambio, y esto independientemente de las proximidades geográficas y de las pertenencias institucionales. > 76% de los usuarios se conectan todos los días a las redes sociales. > 64% de los usuarios se conectan a través de dispositivos móviles. 7 EPH: Encuesta Permanente de Hogares Fuente: Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos – Encuesta Permanente de Hogares – http://www.dgeec.gov.py 8 9 > El uso de las redes sociales se divide la siguiente manera: 48% para ver las noticias, actualidades, tendencias y promociones. > 33% para verificar o interactuar con algún contacto o 2% para juegos. > > 14% para actividades varias. Datos por Departamento – Utilización de internet Asunción Central Alto Paraná Itapúa Caaguazú Utiliza internet 52,20% 40,60% 32,40% 21,60% 1 2,60% No utiliza 47,80% 59,40% 67,60% 78,40% 87,40% Uso de internet en el Hogar 63,30% 59,30% 64,80% 49,40% 56,90% Uso de internet fuera del hogar 18,50% 22,50% 25,80% 50,60% 43,10% PCs con internet 51,10% 36,40% 29,40% 17,80% 11,40% Celulares con internet 94% 95,70% 96,20% 91,20% 90,30% Fuente: Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos – Encuesta Permanente de Hogares – http://www.dgeec.gov.py Fuente: Empresa Núcleo S.A. – Personal 50 51 Ésta es una “cibercultura” basada en construir un lazo social, fomentado por la reunión alrededor de centros de interés común: un juego, compartir conocimiento, procesos de colaboración... Las funciones principales de las redes sociales son: > Comunicación: Posibilita el intercambio de conocimientos. > Creación de comunidad: Facilita encontrar grupos de personas afines e integrarse en ellos. > Trabajo en conjunto: Posibilita realizar actividades en común. > La creación de una red social en donde se comparta conocimiento, donde los jóvenes interactúen, compartan experiencia y exista una o varias motivaciones para realizar trabajos de investigación es lo que nos llevó a optar por el eXo Platform como base para la red social por las múltiples herramientas y facilidades que ofrece. Club de Ciencia Virtual – Desarrollo eXo Platform eXo Platform es un software en código abierto social y colaborativo dedicado para el manejo dinámico y colaborativo entre los distintos miembros que la utilizan. Está completamente integrado basado en estándares, extensible con un magnífico grafismo. eXo Platform es una solución social óptima lista para el uso. Las enriquecedoras funcionalidades de colaboración tales como los Wikis, foros, calendarios y documentos están integradas de manera inteligente en el flujo de actividades, redes sociales y espacios de trabajo. Estas funcionalidades están cuidadosamente diseñadas para implicar directamente a los usuarios. Funcionan gracias a le seguridad que ofrece una plataforma web multiusuario y multiplataforma, está altamente personalizable para que pueda adaptarse a las necesidades evolutivas de los usuarios. eXo Platform consideramos como la opción perfecta para construir una comunidad en línea de fans o, por llamarlo de alguna forma, colaboradores de la ciencia y tecnología. Este sistema de gestión web proporciona foros de discusión, preguntas frecuentes sobre temas de interés y encuestas. Permite cons52 truir subcomunidades o grupos de trabajo orientadas temáticamente mediante el uso de espacios. Cada miembro de la comunidad puede relacionarse con sus miembros a través de esta red. Es posible enviarles notificaciones por correo electrónico en caso de noticias o publicaciones de interés Promocionar eventos a través del portlet de calendario o contenidos nuevos publicados a través de las capacidades incorporadas de gestión de contenido web. Detallando sus funcionalidades podemos resaltar: > Perfiles de Usuarios: Los perfiles permiten a los usuarios personalizar su foto avatar, su título profesional, sus informaciones de contacto, competencias y formación. Todos los perfiles están asequibles a través de un directorio centralizado de personas. Conexiones: Es posible construir una red de amigos que compartan los mismos intereses conectándose con otras personas. Es posible seguir las actividades realizadas gracias al flujo de actividad de los contactos. Es posible sugerir nuevas conexiones automáticamente. > Espacios: Podemos crear espacios de trabajo colaborativos para grupos o proyectos donde se puede compartir documentos, tareas, eventos, wikis y más. Los espacios pueden ser abiertos o cerrados, privados o públicos, y los administradores de los espacios pueden manejar los miembros y las aplicaciones disponibles. > Wikis: Los Wikis son la mejor herramienta para crear contenido para todos y que sea sin restricciones. Construir documentación, base de conocimiento o bien procesos muy fácilmente con un amigable y dinámico Wiki que tiene plantillas, búsqueda, enlaces cruzados y más. > Foros: Los tablones de anuncios son una herramienta de discusión clásica que está muy popular dentro de las comunidades. La aplicación foro con todas sus funciones tiene todo lo que necesitan los miembros de cualquier grupo o comunidad, tales como la moderación, permisiones, encuestas, notificaciones, bloqueo, prohibiciones y búsqueda. > Flujos de actividad: Un usuario puede seguir a otro y ver lo que están compartiendo, tales como enlaces hacia documentos. También pueden seguir las actividades del equipo. Todas las aplicaciones incorporadas están muy bien integradas para actualizar el flujo de actividad de importantes eventos, cambios hacia documentos, nuevos posts etc. 53 > Documentos: Cualquier persona que quiera utilizar el portal podrá descargar documentos fácilmente, pre-visualizarlos, compartirlos y modificarlos de manera remota a través del WEBDAV10. Las Capacidades avanzadas de gestión de documentos están disponibles como versiones, metadatos, búsqueda avanzada y gestión de activos digitales. La aplicación móvil podemos descargar en: App Store: https://itunes.apple.com/us/app/exo/id410476273?mt=8 Google Play: https://play.google.com/store/apps/details?id=org.exoplatform > Calendarios: Vistas diarias, semanales y mensuales están disponibles pero con funcionalidades de recordatorios, invitaciones y tiempo libre/ocupado. Los calendarios de grupo están manejados en espacios y un usuario puede también compartir su calendario individualmente. Las presentaciones del ambiente administrativo en PCs, tablets o móviles son distintas pero ofrecen la misma funcionalidad. El entorno de la aplicación móvil ofrece una interfaz sencilla pero con la misma funcionalidad que el entorno de una Pc. El usuario, sin hacer diferencia del perfil, tiene las mismas funcionalidades (edición, aprobación, administración, subida de archivos etc.). Esta característica la convierte en un poderoso sistema multiplataforma de acceso rápido desde cualquier dispositivo conectado a internet. Visualización y colaboración en eXo Platform a través del móvil Gracias a su flexibilidad y capacidad multiplataforma también podemos visualizar nuestra red social a través de cualquier dispositivo móvil conectado a internet. Es posible conectarse y colaborar en cualquier lugar utilizando cualquier dispositivo. iPhone nativo, iPad y Android apps pueden integrarse fácilmente con la instancia eXo. Se pueden seguir las últimas actualizaciones de los contactos y grupos, interactuar con sus tableros personales, navegar y editar archivos, y más – en cualquier momento y desde cualquier lugar. Podemos destacar > News Feed: recibir mensajes de los contactos, seguir las últimas actividades de su grupo y colaborar en tiempo real. También puede visualizarse cuando se realizan cambios en las páginas wiki, foros, calendarios o documentos que se considere esenciales para un trabajo. Roles y usuarios a ser utilizados Existen cuatro categorías de usuarios de nuestra red social: 1. Administrador: encargado del funcionamento en general del portal. 2. Colaborador: son las personas que acceden al portal y podrán levantar el contenido que desee. Podrá crear espacios, noticias, notas, materiales multimedia etc. Estos contenidos creados por los colaboradores no podrán ser visualizados antes de ser controlados y aprobados. Los archivos estarán en un estado “pendiente”. Ejemplo: alumnos de instituciones educativas. 3. Instructor: son los encargados de la verificación del contenido puesto por los colaboradores. Podrán aprobar el contenido y pasar del estado “pendiente” a “publicado”. Este contenido podrá ser visualizado por cualquier persona. Ejemplo: docentes, tutores etc. 4. Investigadores: son los jóvenes que utilicen el portal para distintos fines. Tendrán acceso a nuestra red social y a todos los recursos disponibles dentro de este. Cualquier investigador puede solicitar al administrador del sistema los roles necesarios para pasar al nivel de Instructor o Colaborador a través deanálisis del perfil y el flujo de trabajo realizado o colaboración realizada. WebDAV es un grupo de trabajo del Internet Engineering Task Force. Este protocolo proporciona funcionalidades para crear, cambiar y mover documentos en un servidor remoto. 10 54 55 Especificaciones técnicas Proceso de migración Se necesitarán 4 (cuatro) servidores que contendrán a la nueva plataforma eXo Platform con las siguientes características: Se utiliza la extensión denominada “Staging Extension” para realizar la migración ya que soporta todas las versiones del proyecto Gatein, el cual es la base tanto para eXo Platform 4 como para JBoss EPP 5.2. Además se utilizaran herramientas y bibliografía provista por Exo para resolución de problemas conocidos de migración. 1. Memoria base: 8 GB de RAM de base. En base al número de usuarios esperados en producción, se deben considerar 3GB adicionales por cada 20 usuarios concurrentes. 2. Capacidad de procesadores: 8 núcleos 2GHz Mínimo 3. Almacenamiento: Configurar con LVM las siguientes particiones dedicadas a. /exologs–6GB-logsdelproducto b. /exo–10GB-binariosdelproducto c. /shared – 50GB - datos de los sitios, repositorio JCR Para futuras ampliaciones se verá la posibilidad de utilizar un storage centralizado sobre una SAN, disponibilizado a través de NFS, con discos de tecnología SAS, de 7.200 o 10.000RPM. 1. SistemaOperativo:RedHatLinux6.5x64 2. Servidordeaplicaciones:RedHatJBossEAP6.1.0 3. JDK:JavaOracleJDK1.7 4. BasesdedatosPostgreSQL9.3conJDBC4driverparaPostgreSQL  Se considera dentro del alcance del proyecto la instalación y configuración de los siguientes ambientes: Resultados obtenidos Plan Piloto – Colegio Nacional Asunción Escalada   El plan piloto consistía en compartir experiencias de ex alumnos con los alumnos actuales del colegio. Se realizaron charlas, se utilizaron redes sociales como Facebook y Twitter para compartir información y motivar a los jóvenes a realizar distintos tipos de proyectos. Se realizaron charlas a un total aproximado de 90 alumnos de los cuales cinco alumnos sobresalieron con proyectos propios e innovadores, motivados por uno de los ganadores de la 3ra Edición del Premio Mercosur de Ciencia y Tecnología (2008). Los cinco alumnos fueron acreditados a Exposiciones Científicas Internacionales y algunos de ellos obtuvieron varios reconocimientos y nuevas acreditaciones. Estos alumnos son: Proyecto: NAR Pallets > Desarrollo Responsables: Andrea González – Rebeca Veiga > Producción Inicialmente se instalarán y configurarán los servidores correspondientes al ambiente de desarrollo. Sobre estos servidores se realizará la migración del futuro portal del club. Cuando la migración esté concluida, las máquinas virtuales de estos servidores serán clonadas para configurar el entorno de producción. Las máquinas virtuales clonadas serán configuradas en base a las necesidades del ambiente productivo. Todo el equipamiento requerido será proveído por la empresa Megabyte a cargo del Lic. Carlos Barreto, empresario joven e impulsor de proyectos tecnológicos de la ciudad de Capiatá. Curso: 3ro. 1ra. Bachillerato Científico en Ciencias Básicas. Proyecto: Lámparas a base de materiales reciclables Acreditaciones: ESI – AMLAT Responsables: Pablo Godoy – Ever Medina Curso: 3ro. 1ra. Bachillerato Técnico en Administración. Acreditación: Mostratec Brasil 2014 Proyecto: PRIMON S.R.L – Empresa dedicada a la producción de leches vegetales Responsables: Priscila Montiel Armoa. Curso: 3ro. 1ra. Bachillerato Técnico en Administración. > Acreditación: ESI – AMLAT Colombia 2014 – Bélgica 2015 56 57 Estos jóvenes, a su vez, sirven como orientadores a sus compañeros para nuevos proyectos científicos y tecnológicos. Además, participan en distintas ferias nacionales y la feria de ciencia local denominada CIENCAP en su edición 2014. XI Feria Internacional de Ciencias y Tecnologías “CIENCAP 2014” El Colegio Nacional E.M.D. “Asunción Escalada” organiza la Feria CIENCAP 2014 en su décimo primer año consecutivo. La organización de este evento está a cargo de Directivos y Docentes del Colegio Nacional Asunción Escalada. Entre los objetivos principales podemos detallar: > Desarrollar el aprendizaje desde una perspectiva global de modo que los estudiantes construyan sus conocimientos a partir de interrelación y conexión de saberes y la aplicación de estos en resolución de problemas. > Propiciar espacios educativos donde se promuevan valores como: la responsabilidad, el respeto, la tolerancia y la aceptación entre los pares. > Promover el desarrollo de competencias de las áreas académicas a través de emprendimientos científicos. > Motivar la participación de los jóvenes en competencias donde demuestren su creatividad, talento y experiencias de autogestión con miras a su acreditación para ferias y muestras internacionales. > Posibilitar la integración de todos los participantes (alumnos-Docentes) para compartir saberes y experiencias en el área de la investigación. Teniendo en cuenta la motivación principal de este proyecto para la creación del primer club de ciencias y tecnologías virtual del Paraguay, fui invitado como disertante de varios seminarios realizados durante la feria, siendo el tema principal la utilización masiva de redes sociales por parte de los jóvenes y el uso de estas como medio de educación fomentando una relación alumno/a – maestro/a que no se limite solo dentro del aula. En estas charlas participaron alumnos de las diferentes instituciones participantes de la feria, así también profesores y tutores de países como Chile, Colombia y Brasil. También representantes de la Universidad Libre de Colombia del Dpto. de Semilleros, representantes del Ministerio de Educación y Cultura del Área de Relaciones Internacionales, entre otras personalidades de la educación nacional e internacional. 58 Todos los participantes mostraron su conformidad con lo expuesto y cierto asombro al tener a disposición una herramienta que permite llevar la educación a otro nivel, mejorando, inclusive, el aprendizaje de los jóvenes al encontrarse en un entorno donde se sienta cómodo y libre (perfil en redes sociales). En conclusión, estas charlas realizadas en la CIENCAP dejaron los siguientes cumplimientos sobre las redes sociales: > Ofrecen herramientas interactivas y eficaces para la enseñanza y el aprendizaje (foros, blogs, chat, e-mail, mensajería electrónica), por parte de dichos servicios proporciona un escenario muy adecuado para la práctica de la mayoría de las actividades propias del trabajo en entornos online. > Permiten que el profesor que utiliza estos recursos enseñe a sus estudiantes a adquirir capacidades para que se valgan por sí mismos, y sigan aprendiendo en un mundo sometido a un proceso acelerado de cambio y transformación. > No solo permiten la transmisión de conocimientos y la colaboración entre personas, sino que, además, desarrollan competencias tecnológicas imprescindibles para operar en contextos diversos y complejos. > Hacen posible que los estudiantes desarrollen habilidades y aptitudes tales como la socialización, el trabajo en equipo o la importancia de compartir. > Ayudan a profesores y estudiantes a tomar conciencia sobre la importancia de la identidad digital y los procesos sociales de participación, formación de la opinión y toma de decisiones que caracterizan a una sociedad avanzada y democrática. > Permiten que los estudiantes aprendan “haciendo cosas”. De este modo, los procesos cognitivos evolucionan a través de la transformación y manipulación de la información, desarrollando lo que se conoce como 59 capacidades cognitivas de alto nivel, tales como el razonamiento, la capacidad de síntesis y análisis y la toma de decisiones. > Constituyen, desde el punto de vista del profesorado, una magnífica oportunidad para el aprendizaje, la formación permanente y el desarrollo profesional, así como un escenario cada vez más frecuente de intercambio de experiencias, noticias y contacto personal.11 II Exposición Interna de Ciencias y Tecnología “Expo – CNAE 2014” Desde hace dos años, el Colegio Nacional Asunción Escalada viene realizando la Exposición Interna de proyectos desarrollados por todos los alumnos de la institución. Estos proyectos son evaluados por profesionales docentes especializados en investigación, profesionales del Ministerio de Educación y Cultura e Invitados Especiales. Teniendo en cuenta los resultados positivos de las charlas brindadas en la CIENCAP, fui invitado nuevamente, pero esta vez como jurado para la evaluación de los distintos proyectos presentados por alumnos del Bachillerato Técnico en Informática, alumnos desde el 1er año de la media hasta el 3er año de la media. Una vez terminada las evaluaciones y antes de dar a conocer los resultados, realizamos un círculo de convivencia en donde compartimos sobre diferentes temas como el Método Científico de la Investigación, de cómo realizar un proyecto, cuales son los pasos para obtener los resultados requeridos en cualquier trabajo y hacer propaganda de la creación del primer club de ciencias y tecnologías virtual del Paraguay en donde podrán compartir experiencias con jóvenes de distintas partes del país, ver distintos trabajos realizados y recibir orientaciones de docentes y colaboradores para la realización de proyectos o trabajos de investigación. Todos los alumnos de informática demostraron un gran interés y manifestaron el deseo de ayudar a que este club virtual crezca. Cabe resaltar que los proyectos ganadores en esta exposición interna recibieron acreditaciones para ferias científicas nacionales e internacionales. Conclusión expuesta en la CIENCAP basada en “Uso educativo de las redes sociales” – Eduardo Larequi http://propuestastic.elarequi.com/propuestas-didacticas/el-trabajo-en-red-y-las-redessociales/el-uso-educativo-de-las-redes-sociales/ 11 60 Colegio Sagrado Corazón de Jesús – Salesianito Invitado por el alumno Víctor Monjes, fui al colegio Salesiano de Asunción. El Colegio Sagrado Corazón de Jesús (Salesianito) celebró el 7 de octubre su 17a Expotec, una feria científica en la que se presentaron innovadores proyectos de los alumnos de las especialidades de Electrónica, Electromecánica, Diseño gráfico e Informática del Bachillerato Técnico de la institución. El proyecto desarrollado por este alumno y sus compañeros de clases fue el de la Automatización de semáforos con barrera. Los alumnos diseñaron un controlador lógico programable que sincroniza un semáforo inteligente con una barrera electroneumática, con el fin de disminuir el tráfico y colaborar con el tránsito peatonal, evitando así accidentes. Este sistema se encuentra integrado con sensores de movimiento, de proximidad y en casos de urgencias (ambulancias) la barrera reconoce y desactiva la barrera. Gracias a este sistema la barrera hidráulica se eleva con el semáforo en rojo, impidiendo que algún vehículo cruce con luz roja. Además, previeron un dispositivo a control remoto captado por un sensor láser para ser utilizado por policías, ambulancias o bomberos, que al accionarlo hace que la barrera hidráulica baje. Otro proyecto llamativo fue el “Soldador a base de agua y sal”, que utiliza agua y sal como fuente de corriente, con los que se obtienen distintos tipos de amperes para soldar metal. El equipo de soldadura ELCP (Eco Low Cost Project) tiene un costo de G. 300.000 frente a los G. 2.000.000 de un soldador común, además de mayores utilidades. Las alumnas Leticia López y Jimena Jiménez entre otros alumnos desarrollaron un robot que puede escribir a partir de comandos introducidos por consola en forma manual o con sensores de movimientos, interpretadas como coordenadas por el autómata, este realiza una serie de desplazamientos que representan las letras a ser escritas. 61 Las secuencias programadas de eventos a ejecutar dentro del robot es de gran a ayuda para personas con algún tipo de dificultad que no puedan escribir. También se presentó un proyecto que utiliza la cascarilla de arroz (deshecho agrícola) como combustible alternativo para las calderas, que es más efectivo, ecológico y económico que la leña.12 Todos los alumnos mencionados y entrevistados demostraron gran interés en el Club de Ciencia Virtual y aportaron con exposiciones detalladas sobre sus trabajos e investigaciones que servirán en el futuro como referencia a futuros alumnos y jóvenes investigadores. Blog de ayuda  Teniendo en cuenta estos resultados y tratando de hacer propaganda a los trabajos en general de distintos jóvenes, hemos creado un blog con los resúmenes de las distintas ferias nacionales para que el público en general pueda conocer los trabajos realizados en los distintos colegios y ferias nacionales de ciencia y tecnología, además de otras informaciones útiles. Este blog sirve como material audiovisual donde jóvenes hablan sobre sus proyectos, lo que esto comprometió y los resultados que obtuvieron. También podremos encontrar materiales, notas, informes periodísticos y muchos otros materiales de interés que servirán como guía de investigación o para aumentar el conocimiento general. Podemos ver el blog en el siguiente enlace: ciencia-joven-paraguay.blogspot.com Conclusiones Todo joven necesita motivación para encaminar la energía propia de esa maravillosa etapa de la vida. La curiosidad es natural y acompaña al hombre desde el nacimiento. Esta curiosidad tiene su máxima expresión en la juventud y si es orientada hacia un buen propósito es posible tener jóvenes sedientos de conocimiento trabajando por un bien común. Las redes sociales son parte de nuestra vida diaria, no podemos estar ajenas de ellas y son un lugar de escape donde el joven se expresa cómodamente. Al utilizar una red social como medio de difusión de la ciencia (entiéndase proyectos, materiales, experiencias, ferias o reuniones científicas), es posible llegar a la mayor cantidad posible de jóvenes donde pueden expresarse con total libertad y comodidad, socializan con personas que, además de apoyarlos y orientarlos, tienen ejemplos reales de los frutos de un trabajo de investigación. Esto ayuda a estimularlos y que el trabajo no se limite solamente al impreso. Esta red social también ayudará a conocer las distintas actividades realizadas por los investigadores en cualquier parte del país e inclusive quienes quieran colaborar y se encuentren fuera del país, conocer trabajos actuales realizados por jóvenes y orientadores, que los miembros tengan contacto entre ellos y puedan realizar reuniones o actividades para difusión de casos de éxitos o charlas motivadoras. Tener acceso a la red desarrollada a través de cualquier dispositivo móvil conectado a internet, teniendo en cuenta que la mayor parte de la población del Paraguay es joven con dispositivos móviles de gama media a alta, y recibir notificaciones vía mensajes de texto (funcionalidad propia del eXo Platform). El Club de Ciencia Virtual además de ser un lugar de aprendizaje sirve como entorno colaborativo para jóvenes, docentes, orientadores e investigadores quienes contribuyen al avance de la ciencia, que cada joven tenga una visión crítica y constructiva de su entorno y pueda ayudar a la sociedad aplicando los conocimientos adquiridos en proyectos innovadores. Resumen expuesto en el artículo “Innovadores proyectos de alumnos” – Diario ABC Color Digital – 08/09/14 – http://www.abc.com.py/edicion-impresa/locales/innovadores-proyectos-de-alumnos-1293560.html 12 62 63 Referencias http://www.mbertoni.org.py/v1/ – Página Oficial Fundación Moisés Bertoni http://www.abc.com.py/edicion-impresa/opinion/juventud-paraguaya-esperanza-de-la-patria-1006333.html – Juventud paraguaya, ¿esperanza de la patria? – Edición Impresa – ABC Color http://www.abc.com.py/edicion-impresa/notas/finaliza-historica-convocatoria-de-apoyo-a-la-ciencia-en-el-paraguay-1236969.html – Finaliza histórica convocatoria de apoyo a la ciencia en el Paraguay – Edición Impresa – Diario ABC Color Categoria Integração 1o lugar http://www.ultimahora.com/la-juventud-paraguaya-del-nuevo-milenio-n724063.html – La juventud paraguaya del nuevo milenio – Edición Impresa – Diario Última Hora http://noticias.universia.com.py/en-portada/noticia/2012/ 04/30/926546/bid-subraya-avances-ciencia-tecnologia-paraguay. html – BID subraya avances en ciencia y tecnología en Paraguay – B.I.D. http://www.mbertoni.org.py/v1/duro-informe-sobre-ciencia-paraguaya-se-mezcla-con-optimismo/ – Duro informe sobre ciencia paraguaya se mezcla con optimismo – Fundación Moisés Bertoni http://jjdeharo.blogspot.com/2008/11/la-redes-sociales-en-educacin. html – EDUCATIVA: Las redes sociales en educación MONITORAMENTO, CAPACITAÇÃO E APRIMORAMENTO EM JORNALISMO CIENTÍFICO EM PAÍSES DO MERCOSUL Autor principal: Luisa Medeiros Massarani Instituição: Núcleo de Estudos da Divulgação Cientifica, Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, http://www.raco.cat/index.php/DIM/article/view/138928/189972 – Las redes sociales aplicadas a la práctica docente | Haro | DIM: Didáctica, Innovación y Multimedia. docs.exoplatform.com/ – Documentación Oficial de Exo Platform Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil Contato: [email protected] Equipe: Acianela Montes de Oca, Universidad Católica Andrés Bello, Venezuela Ana María Vara, Universidad Nacional de San Martín, Argentina Daniel Hermelin Bravo, Universidad EAFIT, Colômbia Ildeu de Castro Moreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Maria del Carmen Cevallos, Pontificia Universidad Católica del Ecuador, Equador Marina Ramalho e Silva, Núcleo de Estudos da Divulgação Cientifica, Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Brasil Tania Arboleda, Observatorio Colombiano de Ciencia y Tecnología, Colômbia Juri Castelfranchi, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 64 Resumo Introdução Este projeto de pesquisa teve como objetivo aprimorar a prática de jornalismo científico, no escopo da linha 3 (Mídias sociais e outros instrumentos). Coordenada pelo Núcleo de Estudos da Divulgação Científica, do Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, reuniu pesquisadores e jornalistas de 14 instituições da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela, além de Cuba, Espanha, México e Portugal. Atuando em rede, intitulada Rede Ibero-americana de Monitoramento Capacitação em Jornalismo Científico, contou com recursos do Programa Cyted e do CNPq. A rede tem duas vertentes: pesquisa (monitoramento da mídia) e capacitação. Na vertente de pesquisa, a rede desenvolveu um protocolo de pesquisa que buscou identificar e caracterizar as matérias de ciência e tecnologia em telejornais. Este protocolo foi aplicado no principal telejornal do Brasil e no da Colômbia (cujos resultados são apresentados neste documento), que foi em particular desenvolvido pelo Museu da Vida (Brasil), pela Universidade Javeriana (Colômbia) e pela Universidade EAFIT (Colômbia). A partir do diagnóstico observado na etapa de pesquisa, associada com a experiência prática da equipe, foram realizadas capacitações em cinco países do MERCOSUL, destinadas a jornalistas, cientistas e estudantes, visando ao aprimoramento do jornalismo científico, que capacitaram cerca de 500 profissionais, entre jornalistas, cientistas, comunicadores da ciência e estudantes universitários dos seguintes países do MERCOSUL: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela. Além disso, também foram oferecidas capacitações em quatro países da América Central (Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua), região que possui baixo acesso a esse tipo de capacitação, visando estimular a popularização da ciência e da tecnologia em tais países. Produzimos, ainda, três livros, com artigos escritos pelos membros da equipe sobre temas de suas pesquisas. O protocolo de investigação, juntamente com seu processo de desenvolvimento, e os livros foram colocados gratuitamente na internet, também para jornalistas, cientistas e estudantes, bem como para pesquisadores interessados em realizar estudos similares aos nossos. Tais resultados, de fato, foram factíveis justamente por envolver um esforço sinergístico de instituições, pesquisadores e profissionais de distintos países do MERCOSUL. Com os avanços tecnocientíficos cada vez mais acelerados das últimas décadas, os cidadãos são confrontados a todo momento com decisões cotidianas que demandam algum tipo de conhecimento científico, ainda que o façam de forma inconsciente: no supermercado, por exemplo, ao decidir entre um alimento transgênico ou não; ao optar por um determinado tratamento para algum tipo de doença; ou ainda ao identificar se sua moradia está situada em um local de risco ou não. Muitos autores e profissionais do campo da divulgação científica defendem que, para exercer sua cidadania de forma mais plena, é preciso que a população tenha acesso ao que vem sendo produzido pela comunidade científica mundo afora, para poder fazer suas escolhas de maneira mais consciente e poder participar do debate político na área. Sobretudo, ao levar-se em conta que grande parte da pesquisa científica mundial é financiada por dinheiro público – como é o caso nos países do MERCOSUL, em que a maior fração das pesquisas é realizada em universidades e instituições públicas –, o que demandaria, aos pesquisadores, uma espécie de prestação de contas à sociedade, assim como a outros atores que se apropriam do conhecimento produzido pelos cientistas. 66 Problema Os meios de comunicação de massa, especialmente a TV, são uma das principais fontes de informação sobre temas de ciência e tecnologia. Tendo em vista sua relevância, estudos que se dedicam a analisar a cobertura de ciência e tecnologia nos meios de comunicação de massa têm recebido cada vez mais atenção de pesquisadores a partir de meados da década de 1980. Nos Estados Unidos e em países da Europa, há um volume significativo de estudos com diferentes abordagens. Alguns buscaram examinar como a ciência é tratada em determinado filme, jornal impresso ou programa de TV (noticioso ou de entretenimento); outros estudos analisaram como algum assunto específico de ciência é abordado em um ou mais meios de comunicação ao longo de um período. Em outros, ainda, o objetivo foi comparar como veículos noticiosos de diferentes países tratam a ciência em geral ou algum de seus temas em particular. Nos últimos anos, a internet como espaço para tratar temas de ciência e tecnologia também tem recebido atenção crescente dos estudiosos. No entanto, na América Latina, a pesquisa sobre cobertura de ciência na mídia é um campo ainda incipiente, com poucos artigos publicados. A maioria destes se dedica à cobertura de ciência em jornais impressos, como continua ocorrendo também na literatura internacional 67 (BAUER e BUCCHI, 2010). Alguns exemplos latino-americanos são os de Rosen e Crúz-Mena (2012); Almeida et al. (2011); Medeiros, Ramalho e Massarani (2010); Takahashi (2010); Polino (2009); Amorim e Massarani (2008); Massarani et al. (2008); Polino, Fazio e Chiappe (2006). Na região, grupos de pesquisa que se dedicam a essa área de estudo também são poucos e, geralmente, trabalham de forma isolada. Foi justamente visando a um trabalho articulado destes grupos, que propusemos este projeto, visando consolidar um projeto de investigação coletiva envolvendo diversas instituições e diversos participantes, de forma a somar esforços e expertises. Além disso, adicionou-se a aplicação dos conhecimentos gerados no aprimoramento da prática de popularização da ciência, por meio de capacitação a jornalistas, cientistas e estudantes e a disponibilização de material de apoio (os três livros publicados). Justificativa Em países considerados “em desenvolvimento” – onde, em geral, existe grande exclusão social no que se refere a bens culturais, incluídos os científicos –, para grande parte da população que já completou o ensino formal, a principal ponte de contato entre os cidadãos e a comunidade científica são os meios de comunicação de massa. Pesquisa nacional de percepção pública sobre ciência e tecnologia realizada na Colômbia (OCyT-Colciencias, 2013) constatou, por exemplo, que os meios de comunicação eram os principais responsáveis por despertar o interesse dos respondentes por temas de C&T (foram mencionados por 24,52% das pessoas), seguidos por família (23,03%) – as outras opções de resposta, nessa questão, eram universidade, trabalho, amigos ou conhecidos, colégio e outros. A mesma pesquisa revelou ainda que, dentre os meios de comunicação, a principal fonte utilizada pelos respondentes para se informar sobre ciência foi a televisão (62%), seguida por internet (30%). Também para temas de tecnologia, a TV é a fonte mais consultada (por 53,16%), seguida pela internet (40,04%). No Brasil, onde 96,9% das 59,4 milhões de residências em 2011 possuíam televisão (IBGE, 2011) – valor superior, por exemplo, à proporção de lares com rádio: 83,4% –, a TV também tem papel preponderante como fonte de informação em C&T. De acordo com enquete nacional de percepção pública da ciência e tecnologia realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo Museu da Vida (MCTI e Museu da Vida, 2010), 71% dos entrevistados afirmaram assistir a programas televisivos de C&T e 51% afirmaram ler sobre C&T em jornais impressos. Dada a ampla penetração da televisão no cotidiano dos cidadãos 68 latino-americanos e do uso difundido deste meio enquanto fonte de informação em geral e sobre C&T, não é exagero afirmar que a TV tem papel relevante na forma como estes cidadãos percebem a atividade científica e seus atores. Por isso a importância de se estudar como a ciência é transmitida na televisão – sobretudo em programas com altos índices de audiência –, identificando, por exemplo, quais temas são destacados ou deixados à margem, que abordagens são privilegiadas, que narrativas são preponderantes e quais atores sociais são convidados a opinar. Análises desse tipo podem oferecer indícios importantes para estudos qualitativos sobre as representações sociais a respeito da C&T, além de verificar se a demanda dos telespectadores por esse tipo de tema é atendida. Nos Estados Unidos e na Europa, há vários estudos que se dedicam a analisar como a mídia – sobretudo jornais impressos e TV – abordam temas de C&T (alguns exemplos são: Bucchi e Mazzolini, 2003; Hijmans, Plejter e Wester 2003; Pellechia, 1997; Bauer, Ragnarsdóttir e Rúdólfsdóttir, 1993; Hansen e Dickinson, 1992). Alguns trabalhos abordam a questão de forma comparativa entre países (LEHMKUHL et al., 2012; VERHOEVEN, 2010; LEÓN, 2008; GÖPFERT, 1996). Na América Latina, no entanto, são menos frequentes os estudos que se debruçam sobre a ciência e tecnologia nos meios de comunicação (ARBOLEDA, HERMELIN E PÉREZ-BUSTOS, 2011; MEDEIROS, RAMALHO e MASSARANI, 2010; TAKAHASHI e MEISNER, 2013; POLINO, FAZIO E CHIAPPE, 2006). Menos frequentes ainda são aqueles que tratam da questão pela perspectiva comparativa entre países – como Almeida et al. (2011), Massarani e Buys (2008); Massarani et al. (2005). Na Colômbia, alguns poucos estudos dão conta da baixa presença de temáticas científicas na mídia e evidenciam, ainda, alguns aspectos como a localização pouco prioritária dada a estes temas nas edições; a predominância da utilização de uma única fonte de informação, sobretudo as fontes do governo; a pouca contextualização quanto à relação da ciência e da tecnologia com tópicos da vida nacional; a apresentação das informações em forma de resultados e a priorização de acontecimentos internacionais sobre os nacionais (GÓMEZ-GIRALDO et al., 2010; ROZO, 2006; BONILLA e CADAVID, 2004). Tais resultados se assemelham aos encontrados em outros estudos sobre a cobertura de ciência na imprensa escrita de outros países da América Latina (ALMEIDA et al., 2011; PARODI e FERRARI, 2007; AMORIM e MASSARANI, 2008; BUSTOS-MORA, 2004). Já no Brasil, estudos que se dedicaram à cobertura de C&T em telejornais do País verificaram a existência de um espaço mais relevante para estes temas na agenda informativa destes meios (RAMALHO, POLINO e MASSARANI, 2012; ALBERGUINI, 2007; ANDRADE, 2004). 69 Objetivos O objetivo geral deste projeto em rede, intitulada Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico, foi reunir grupos de investigação do MERCOSUL e de outros países ibero-americanos visando unir esforços e expertises para consolidar um protocolo de investigação para análise da cobertura de ciência nos principais telejornais da região. A partir do diagnóstico realizado, realizamos capacitações com jornalistas, cientistas e estudantes, bem como consolidamos e disponibilizamos gratuita e amplamente o protocolo de investigação e três livros, que visam aprimorar a prática do jornalismo científico e da relação Ciência e Mídia. Metodologia A metodologia deste projeto possui duas vertentes. A primeira delas foi a metodologia de trabalho em rede. Sendo um dos aspectos mais relevantes deste projeto a investigação coletiva, reunindo as expertises dos pesquisadores e profissionais envolvidos, provenientes de 14 instituições, associamos reuniões presenciais (garantidas com recursos do Programa Cyted e do CNPq) com reuniões virtuais. As reuniões de trabalho permitiram que os pesquisadores discutissem questões relacionadas ao estudo da cobertura de ciência feita por telejornais da região, estabelecessem parâmetros comuns de investigação e compartilhassem experiências e observações feitas em seus países. Os telejornais foram escolhidos como foco das discussões porque a televisão representa, para o público de diversos países, a principal fonte de informações em geral e de informações sobre ciência e tecnologia. Por meio desse trabalho colaborativo, foi desenvolvido um protocolo de análise de conteúdo que levasse em conta os diferentes contextos científicos e jornalísticos de cada país, para que pudesse ser aplicado a noticiários dos distintos países, gerando, assim, dados comparáveis. Antes da construção do protocolo de análise de conteúdo propriamente dito, foi preciso elaborar critérios para definir as características que uma matéria deveria apresentar para ser considerada uma notícia de ciência e, assim, integrar a amostra para análise. Usando como base uma proposta de Rondelli (2004), definiu-se que a matéria jornalística deveria atender pelo menos a um dos seguintes pré-requisitos: mencionar cientistas, pesquisadores, professores universitários ou especialistas em geral (desde que aparecessem vinculados a uma instituição científica e comentassem temas relacionados à ciência) ou mencionar 70 instituições de pesquisa e universidades; mencionar dados científicos ou resultados de investigações; mencionar política científica; ou tratar de divulgação científica. Uma vez determinado o escopo da amostra, seguiu-se para o desenvolvimento do protocolo, cujo ponto de partida foi uma ferramenta usada por Bauer, Ragnarsdóttir e Rúdólfsdóttir (1993). Originalmente dedicada à análise de notícias impressas, essa ferramenta foi adaptada pelo grupo para aplicação em telejornais, com a supressão de algumas categorias de análise e o acréscimo de outras de interesse do grupo, levando também em consideração outros estudos. Tendo como unidade de análise cada notícia de ciência veiculada, o protocolo foi organizado em sete dimensões, compostas por várias categorias (para mais informações sobre os protocolos e os processos de construção dos mesmos, ver Massarani e Ramalho, 2012). Esses protocolos foram colocados gratuitamente à disposição de quaisquer pesquisadores interessados na sua utilização. Além disso, aplicamos esses protocolos nos principais telejornais do Brasil e da Colômbia, a partir de projeto bilateral reunindo o Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Brasil), Departamento de Comunicação da Faculdade de Comunicação e Linguagem da Pontifícia Universidade Javeriana (Colômbia) e o Programa de Comunicação Social e do Departamento de Ciências Humanas da Universidade EAFIT (Colômbia), com apoio do Departamento Administrativo de Ciência, Tecnologia e Inovação (Colciencias)/Colômbia, do Patrimônio Autônomo Fundo Nacional de Financiamento para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Francisco José de Caldas/Colômbia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/ Brasil. Para este estudo comparativo entre os dois países, foram selecionados telejornais com perfis semelhantes em cada país: o brasileiro Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, e o colombiano Noticias Caracol (NC), do Canal Caracol. Os dois telejornais são de redes privadas de TV, exibidos em sinal aberto, em horário nobre, têm abrangência nacional e possuem os maiores índices de audiência em seus países1 nessa faixa de horário e tipo de programa. O telejornal brasileiro é transmitido de segunda a sábado, enquanto o colombiano, de segunda a domingo. O período analisado foi de um ano: de abril de 2009 a março de 2010. Construiu-se uma amostra de programas utilizando a técnica No caso de Noticias Caracol, a liderança de audiência é disputada de perto com outro telejornal, o Noticias RCN, que pertence a outro canal privado nacional de sinal aberto na Colômbia. No momento de seleção dos programas a analisar, Noticias Caracol estava, por pouco, em primeiro lugar, segundo o Estudio General de Medios (EGM). 1 71 de semana construída (KRIPPENDORFF, 1990; STEMPEL e WESTLEY, 1989), segundo a qual se reduz o universo a ser analisado sem comprometer sua representatividade estatística. Cada mês foi representado por uma semana construída de cada programa, em que os dias da semana foram sorteados aleatoriamente (os mesmos dias para os dois programas). Logo, a amostra total englobou 12 semanas construídas de seis dias (segunda a sábado), ou seja, 72 edições de cada telejornal. Dentre as variáveis contempladas pelo protocolo, destacamos a seguir, na parte de resultados: quantidade e duração das matérias, dias da semana, meses e blocos do telejornal em que foram veiculadas, presença de chamada na abertura do programa, presença de séries de reportagens científicas, áreas de conhecimento abordadas, enquadramentos narrativos utilizados, uso de recomendações, utilização de recursos visuais, fontes e vozes citadas, gênero dos cientistas entrevistados, local onde os cientistas eram retratados e países de origem da notícia. No item a seguir, apresentamos os resultados e as discussões. A partir das discussões em grupo e do diagnóstico obtido, realizamos capacitações com jornalistas, cientistas e estudantes (de jornalismo e também futuros cientistas), além de consolidar duas publicações gratuitas e amplamente difundidas, visando dar ferramentas para aprimorar a prática da popularização da ciência e da tecnologia. Foram realizadas capacitações em cinco países do MERCOSUL: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela – além de Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua –, que capacitaram cerca de 500 pessoas. Os conteúdos e as dinâmicas foram discutidos de forma integrada com os grupos locais em cada país, mas as capacitações incluíram os seguintes aspectos: a valorização do jornalismo e da Ciência & Tecnologia do país; facilitação da interação entre jornalistas e cientistas locais; busca da complementariedade dos atores sociais e avaliação permanente de forma a nutrir as próximas etapas de pesquisa e os futuros workshops. Os dois objetivos gerais dos workshops de capacitação foram: oferecer ferramentas teórico-práticas para a reflexão sobre os mecanismos e processos de comunicação de temas de Ciência & Tecnologia por meio dos meios de comunicação de massa (imprensa, televisão, rádio, internet etc.). Realizamos, também, uma enquete para mapear quem são os jornalistas que cobrem temas de ciência da região. Em parceria com a London School of Economics, convocamos jornalistas a darem informações sobre quem são, onde estão e qual sua visão sobre a prática da cobertura de ciência nos meios de comunicação de massa. O projeto resultou, ainda, em três livros, colocados à disposição gratuitamente, como será mostrado no próximo item. 72 Resultados e análises No que se refere à capacitação, realizamos workshops em cinco países do MERCOSUL: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela, além de Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua –, que capacitaram cerca de 500 pessoas. A ênfase na América Central, além dos países do MERCOSUL, se deu ao fato de que se trata de uma região na qual há poucas iniciativas de popularização da ciência e da tecnologia. Todos os workshops foram avaliados pelos participantes, inclusive com uma avaliação posterior (entre 6 meses e 1 ano após o evento), visando analisar o impacto. As avaliações foram muito positivas e observamos impactos reais como criação de novos programas de rádio e suplementos em jornais. Uma descrição e uma avaliação das capacitações podem ser lidas em Monitoramento e capacitação em jornalismo científico: a experiência de uma rede ibero-americana, disponível em http://www.museudavida. fiocruz.br/media/monitoramento-e-capacitacao-em-jc.pdf Os livros gerados a partir de nosso projeto estão disponíveis gratuitamente na internet, como a seguir: MASSARANI, Luisa e RAMALHO, Marina (editores). Monitoramento e capacitação em jornalismo científico: a experiência de uma rede ibero-americana. 1. ed. Rio de Janeiro: Museu da Vida, Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina, 2012. Disponível em http://www.museudavida. fiocruz.br/media/monitoramento-e-capacitacao-em-jc.pdf CEVALLOS, Maria del Carmen e MASSARANI, Luisa (editores). La pandemia del miedo: Telediarios y la gripe A(H1N1) en Ecuador y Brasil. 1. ed. Quito: Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina, 2011. Disponível em http://www.museudavida.fiocruz.br/ media/la-pandemia-del-miedo.pdf MASSARANI, Luisa (editora). Jornalismo e ciência: uma perspectiva ibero-americana. 1. ed. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2010. Disponível em http://www. museudavida.fiocruz.br/media/Livro%20NEDC%20web.pdf 73 Os três livros incluem colaborações dos distintos colaboradores do projeto, sempre com o propósito de aprimorar a pesquisa e a prática da popularização da ciência e da tecnologia. Reúne alguns artigos mais acadêmicos e outros guias práticos, que dão dicas práticas de popularização da C&T. O protocolo desenvolvido pelo grupo é um dos pontos altos do projeto, tendo em vista seu caráter inovador na região e a construção coletiva no escopo dos pesquisadores do MERCOSUL. A descrição detalhada do protocolo, assim como o próprio protocolo, está no livro Monitoramento e capacitação em jornalismo científico: a experiência de uma rede ibero-americana, mencionado na página anterior e disponível gratuitamente em http://www.museudavida.fiocruz.br/media/monitoramento -e-capacitacao-em-jc.pdf. Tal protocolo e a descrição de seu processo de construção são úteis para pesquisadores que desejem entrar neste campo de estudo, ainda incipiente no MERCOSUL. O projeto gerou 15 artigos científicos, publicados em revistas científicas peer- review de grande relevância no MERCOSUL, conforme pode ser atestado pelo Qualis Capes. A lista completa dos artigos científicos pode ser vista no Currículo Lattes do proponente líder deste projeto, em http://lattes.cnpq.br/2675160937325484 A seguir, apresentamos alguns resultados do estudo realizado em particular no Brasil e na Colômbia, de forma integrada e comparativa, visto que consideramos que pode ajudar na visualização de nosso estudo: O telejornal brasileiro apresentou mais que o dobro de matérias de ciência (77) que o telejornal colombiano (38) no período analisado – uma média de 1,1 matéria de C&T por edição do Jornal Nacional e 0,5 no Noticias Caracol. A duração média das matérias brasileiras também foi maior: 135 segundos, contra 101. Quanto à relevância atribuída pelos telejornais às matérias de ciência, pode-se dizer que no JN essas notícias ganharam mais destaque, já que 46,8% delas contaram com chamada na abertura do programa, quando os âncoras anunciam as principais notícias de uma edição. Em NC, 28,9% do corpus de matérias teve chamada na abertura. No entanto, o telejornal colombiano teve uma proporção maior de matérias científicas que integravam séries de reportagens (15,8%, contra 6,5%) em que, em geral (mas não necessariamente), as notícias são mais extensas e mais aprofundadas. Também em relação à distribuição das matérias de ciência ao longo dos meses estudados, os telejornais apresentaram tendências diferentes. O Jornal Nacional teve uma cobertura mais equilibrada durante o ano, com picos discretos nos meses de abril, julho e novembro (respectivamente 13,0%, 11,7% e 11,7% das notícias). Os meses com menor 74 número de notícias de ciência foram fevereiro, maio e junho. Em fevereiro, a baixa quantidade de matérias de ciência está relacionada ao carnaval, evento que atrai grande cobertura nos programas noticiosos. Já nos meses de maio e junho, a atenção intensa dada pelo telejornal à gripe A/H1N1 pode ter sido a razão para o baixo número de matérias de ciência. Isso porque o tema foi mais abordado segundo enfoques de contenção e alastramento da doença do que pelo ponto de vista de pesquisa científica, como também comprovaram Medeiros e Massarani (2011). Por isso, a grande maioria das notícias sobre a enfermidade não se enquadrava nos pré-requisitos para ser incluída na amostra de matérias de C&T que foram analisadas. Além deste acontecimento, a intensa cobertura sobre chuvas no Norte e Nordeste do Brasil, que deixaram milhares de desabrigados, também contribuiu para a redução de matérias de C&T desse mês. Em junho, a queda do avião da Air France na costa brasileira e a morte do cantor Michael Jackson também atraíram uma cobertura ampla do JN. Já Noticias Caracol teve uma concentração elevada de matérias de ciência em fevereiro (26,3%) – justamente um dos meses com menos matérias no JN – com picos mais discretos em julho, maio e dezembro (15,7%, 13,2% e 13,2%). Chama atenção ainda o fato de, em agosto, não ter sido observada matéria científica alguma em Noticias Caracol. É difícil vislumbrar uma decisão editorial que justifique tal discrepância, sobretudo porque as matérias de ciência transmitidas em fevereiro abordaram temas muito distintos entre si – ou seja, a transmissão não foi marcada por um evento específico que gerou uma cobertura mais intensa –, como o uso desnecessário de óculos, o acoplamento de uma estação espacial, análises de DNA que revelaram os motivos da morte de Tutancâmon, divulgação do Museu do Caribe etc. Por outro lado, neste telejornal, foi observado algo similar ao ocorrido no programa brasileiro no que diz respeito ao tratamento dado às informações sobre o vírus A/ H1N1: a maioria das matérias não cumpriu com os critérios necessários para serem caracterizadas como matéria de ciência. No que diz respeito às áreas de conhecimento abordadas nas matérias, os telejornais seguiram tendências parecidas, com exceção da área de Engenharias e tecnologias (gráfico 1). Em ambos os telejornais, Medicina e saúde foram as áreas de conhecimento mais recorrentes entre as matérias científicas, com destaque para o Jornal Nacional, em que tais notícias representaram quase a metade de todo o corpus (44,2%), em comparação aos 23,7% observados no Noticias Caracol. Em segundo lugar nos dois telejornais estiveram as notícias envolvendo Ciências ambientais, Ciências biológicas e Ciências exatas e da Terra. No JN, 75 também em segundo lugar ficaram as Engenharias e tecnologias, que, em NC representaram apenas 2,6%. É interessante notar ainda que as Ciências agrárias estiveram ausentes tanto do Jornal Nacional quanto de Noticias Caracol. Ao se levar em consideração estudos anteriores, a preponderância de temas sobre Medicina e saúde, assim como de Ciências ambientais (meio ambiente em geral), não surpreende, dado que são temas pelos quais grande parte dos cidadãos declara interesse (vide as enquetes de percepção pública da ciência em ambos os países) – uma demanda que já parecia ser atendida em alguma medida tanto pelo telejornal colombiano em particular, como se analisa em Arboleda, Hermelin e Pérez -Bustos (2011), e uma tendência midiática na Colômbia, como observam Bonilla y Cadavid (2004), como pelo informativo brasileiro (RAMALHO, 2013). Além disso, em Daza (2009) já se havia destacado como as pessoas se mostram preocupadas e apropriadas de conhecimento científico e tecnológico quando se trata de medicina e saúde, e meio ambiente. Sobre Medicina e saúde, particularmente, estudos realizados no Reino Unido (DURANT, EVANS e THOMAS, 1992), Canadá (EINSIEDEl, 1992) e Itália (BUCCHI e MAZZOLINI, 2003) já demonstraram que tal área domina o imaginário social do público no que diz respeito à ciência e constituem, assim, uma área paradigmática da ciência em geral, fenômeno que foi denominado por Bauer (1998) de medicalização das notícias de ciência. Além disso, Medicina e saúde formam um campo da ciência no qual o público consegue perceber uma relação direta com seu cotidiano (LEÓN, 2008). Afinal, trata-se de matérias relacionadas com implicações individuais ou coletivas que são reais ou pelo menos potenciais (HERMELIN, 2012; MONDRAGÓN, HERMELIN e MORENO, 2013). No caso de Ciências ambientais, conforme comentam Arboleda, Hermelin e Pérez-Bustos (2011) e Hermelin (2012), nota-se que os públicos se sentem bastante reconhecidos em notícias desse tema, pois também costumam estar relacionados com eventos que afetam o cotidiano, sobretudo quando tratam de eventos climáticos extremos. É importante destacar também que, no período analisado, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que ocorreu em novembro de 2009 e despertou interesse na imprensa mundial. 76 Gráfico 1 Proporção de matérias em cada telejornal, segundo a área de conhecimento abordada Áreas de conhecimento abordadas Ciências agrárias 0,0% 0,0% 2,6% C&T como um todo 5,3% 6,5% Ciências sociais e humanidades Engenharias e tecnologia 13,2% 11,7% 2,6% 11,7% Ciências exatas e da Terra 18,4% Ciências ambientais 11,7% Ciências biológicas 11,7% 18,4% 18,4% 44,2% Medicina e saúde 23,7% 0% 5% 10% 15% Jornal Nacional (n=77) 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Notícias Caracol (n=38) Do ponto de vista da construção narrativa das matérias, buscou-se identificar quais enquadramentos (frames, na acepção original em inglês) eram explorados nas notícias. Ao analisar os enquadramentos adotados, busca-se verificar os elementos centrais das matérias, de modo a identificar os principais enfoques empregados pelos jornalistas (GANS, 1979; GAMSON e MODIGLIANI, 1989). Segundo o protocolo aplicado, de uma lista de 11 possíveis enquadramentos, cada matéria poderia apresentar até três. Em ambos os telejornais, o enquadramento de “nova pesquisa” – quando o enfoque está no anúncio de novas investigações, novos resultados ou avanços tecnológicos – foi o mais frequente (em 67,5% no JN e em 19,2% de NC), o que não surpreende dado o fato de que os dois telejornais priorizam as hard news – matérias factuais, ou seja, que destacam fatos novos – apesar de que a variação de resultados de ambos os países sugere diferenças importantes nas prioridades midiáticas e seus contextos. No entanto, o segundo enfoque mais frequente no Jornal Nacional foi de “impacto de C&T” (15,0%) – quando são descritos os impactos (positivos ou negativos) de uma pesquisa sobre 77 o cotidiano da sociedade –, quase empatado com o enquadramento de “antecedentes científicos” (14,3%) – quando, por exemplo, são descritas pesquisas anteriores ou são recapitulados resultados e conclusões já conhecidos. Isso demonstra uma preocupação do JN, ainda que moderada, por contextualizar os temas científicos abordados. Já em Notícias Caracol, o segundo enquadramento mais frequente foi o de “estratégia política, políticas públicas e regulação” (16,4% dos enquadramentos observados), quando a notícia enfoca estratégias ou deliberações políticas envolvendo ciência, o que denota uma relação estreita entre ciência e decisões do âmbito governamental. Em seguida, foram mais frequentes os frames “Ética/moral” e “cultural” (ambos representando 9,6% do frames). Só então aparecem os enquadramentos de “antecedentes científicos” e “impacto de C&T” (ambos com 8,2%), o que demonstra que a contextualização do acontecimento científico não é muito abordada. Considerando abordagens de Dunwoody (2008), é importante ressaltar, por um lado, que a utilização mais frequente do enquadramento de “nova pesquisa” nos corpus dos dois países reflete um desejo de explicar os processos do “mundo real”, o que funciona muito bem para atrair a atenção do público. Nesse caso, a maneira com que se selecionam e se abordam as notícias é similar às matérias de outros assuntos – o foco prioritário seria a novidade. Isso pode estar relacionado ao fato de que a definição de notícia seria mais influenciada pelas condições de produção do meio de comunicação do que pela relevância dos temas tratados. No caso dos meios de comunicação eletrônicos, como a televisão, os ritmos de produção de conteúdo são muito acelerados, o que se refletiria na curta duração da notícia, que viria a influenciar a maneira de apresentar as novidades para atrair a atenção do público no tempo determinado. Por outro lado, o fato de que, no caso da Colômbia, o segundo enquadramento mais presente é o de “estratégia política, políticas públicas e regulação” poderia indicar que, para este telejornal, tem mais relevância para sua emissão aquela ciência que passa pelo filtro, ou se coloca a serviço, dos interesses do governo, com o qual se corrobora a inclinação governista dos telejornais de maior audiência na Colômbia (BONILLA e CADAVID, 2004; GÓMEZ GIRALDO et al., 2010). Observou-se também se as matérias de C&T veiculavam imagens de cientistas, na busca de verificar se tais imagens favoreciam uma concepção estereotipada desses profissionais. As opções de locais previamente definidas no protocolo eram “laboratório”, “escritório”, “locais onde realizam estudos de campo”, “coletiva de imprensa” e “outros”. Destacaram-se no Jornal Nacional os ambientes de escritório, que re 78 presentaram 30,2% dos locais observados, seguidos pelos laboratórios: 25,4%. Em Noticias Caracol, os locais onde os cientistas foram retratados foram tão variados que a opção “outros” representou mais da metade do corpus (51,6%). Vale ressaltar que, no JN, dentre a opção “outros”, destacou-se o local “estúdio de TV” (23,1% do total de locais enquadrados como “outros”), que não estava prevista no protocolo. Já em NC, entre “outros” constaram, por exemplo, espaços públicos como parques e praças, auditórios, corredores, estação espacial, entre outros. Assim, não se pode afirmar que o local onde são retratados os cientistas nesses telejornais reforça o estereótipo do profissional de hard sciences cercado por vidrarias e aparatos pouco familiares ao telespectador. Além das imagens de cientistas, o protocolo utilizado buscou averiguar se as matérias de C&T exibiam outros recursos visuais, como animações, tabelas de dados, infográficos, mapas e esquemas. No caso de matérias científicas, essas ferramentas costumam ser empregadas para facilitar o entendimento dos conteúdos. No Jornal Nacional, 39,0% das matérias usaram pelo menos um desses recursos. Já em Noticias Caracol, observou-se uma proporção menor: 26,3%. Vale apontar que, para estudos futuros, poderia ser interessante incorporar uma análise detalhada das diversas imagens de ciência, a partir de aproximações semióticas como a de Sicard (1997). Ainda com relação a estratégias para facilitação de entendimento do conteúdo por parte do telespectador, observou-se se as matérias explicavam termos científicos quando os utilizavam. Das 31 matérias do JN em que foram identificados termos científicos, 20 (64,5%) contaram com explicações. Já em NC, das 24 matérias que mencionaram termos científicos, 13 (54,2%) os explicaram. Entretanto, é importante ressaltar que não foi analisada a correção de tais explicações. Uma parcela das matérias do Jornal Nacional também ofereceu recomendações aos telespectadores: 15 (19,5%). A maioria destas notícias (11) tratava de temas de Medicina e saúde, o que não surpreende, já que foram frequentes as matérias sobre bem-estar que davam dicas sobre vida saudável e prevenção de doenças. Uma proporção maior de matérias em Noticias Caracol ofereceu tais recomendações (34,2%). Destas, igualaram-se em número as de Medicina e saúde e as de Ciências ambientais (ambas representaram 30,8% deste universo). A presença de recomendações em tais notícias contribui para reforçar a relação que os telespectadores traçam destas áreas científicas com seu cotidiano. No caso das notas sobre Ciências ambientais, as recomendações giraram em torno de como agir em casos de fenômenos climáticos extremos, como erupção de vulcões e geadas ou evitar o desmatamento. Buscou-se verificar também se as matérias de ciência tinham uma 79 abordagem positiva, negativa ou neutra. Para isso, registrou-se se cada matéria mencionava benefícios concretos da ciência, promessas futuras, danos concretos e/ou riscos em potencial da atividade científica. No Jornal Nacional, verificou-se que a abordagem foi mais positiva do que negativa, já que 34 delas (44,2% do total) mencionaram promessas e/ ou benefícios da ciência, enquanto apenas sete (9,1%) trataram de riscos e/ou danos resultantes da atividade científica. Dentre as matérias que citaram promessas e/ou benefícios, as de Medicina e saúde foram a maioria: 17 matérias (50% do total). A abordagem positiva por parte de Noticias Caracol foi ainda mais acentuada: 32 (84,2%) matérias mencionaram promessas e/ou benefícios, enquanto 17 (44,3%) matérias mencionaram riscos e/ou promessas. Dentre as notícias que citaram promessas e/ou benefícios da ciência, as de Medicina e saúde (7 notas) e as de Ciências ambientais (também 7) foram as mais frequentes: 21,9%. Possíveis controvérsias da ciência – expressas pela diferença de opiniões entre especialistas ou pelo embate de teorias – foram ainda menos citadas do que riscos e danos. Apenas três matérias de Noticias Caracol citaram controvérsias (7,9% do total), enquanto no Jornal Nacional quatro matérias as abordaram (5,2%). Neste ponto, é importante ressaltar que, tanto para enunciações valorativas (abordagem positiva ou negativa) como as explicativas, que facilitariam o entendimento do conteúdo, é preciso não perder de vista a relevância de combiná-las com enfoques semiodiscursivos. Cientistas, professores universitários e pesquisadores foram as principais fontes de informação mencionadas para construir as notícias científicas. Entre os tipos de fontes utilizadas, eles representaram 40,8% no JN e 36,5% em NC, o que já era esperado, visto que estes são os principais atores da atividade científica e que os citar era um dos critérios para considerar uma matéria como sendo de ciência. O papel desses profissionais, enquanto fontes, parece ser o de legitimar a informação oferecida. Entretanto, em segundo lugar, no JN, ficaram os cidadãos, que representaram 15,1%, uma proporção bem menor do que a fonte principal. Estes cidadãos – pessoas sem formação científica ou que não representavam nenhuma entidade de classe ou política – foram citadas, em geral, dando depoimentos ou compartilhando experiências. Sua função parece ser a de humanizar os conteúdos científicos, transportá-los para o cotidiano dos telespectadores em geral. Em NC, eles representaram apenas 7,9% dos tipos de fontes. Em segundo lugar, em Noticias Caracol, ficaram os membros do governo, representando 25,4% dos tipos de fontes – no JN, estes representaram 9,9%. A diferença entre a segunda fonte mais frequente e a 80 fonte principal é bem menos acentuada que no caso do Jornal Nacional. O fato de os membros do governo serem fontes importantes reforça a hipótese de que há uma relação próxima entre a ciência, na Colômbia, e as decisões políticas, como apontado anteriormente a respeito dos enquadramentos utilizados. Entre os cientistas entrevistados, distinguiu-se entre homens e mulheres para observar se a visibilidade dada pelos telejornais a ambos os sexos era proporcional à realidade da comunidade científica em cada país. No Jornal Nacional, quase dois terços dos 45 cientistas entrevistados (62,2%) eram homens. Em Noticias Caracol, o desequilíbrio foi ainda maior: dos 51 cientistas entrevistados, 84,3% eram homens. Em ambos os países, os dados não condizem com a realidade da comunidade acadêmica. No Brasil, segundo o último censo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, 2013), em 2010, 50% dos pesquisadores cadastrados no diretório dos grupos de pesquisa no Brasil eram mulheres, sendo que, entre os líderes destes grupos de pesquisa, 45% eram mulheres. Já na Colômbia, em 2010 e 2011, cerca de 44% dos cientistas ativos em grupos de pesquisa no país eram mulheres, sendo que cerca de 34% dos líderes destes grupos eram mulheres, segundo dados do livro de indicadores de ciência e tecnologia da Colômbia de 2013 (OCyT, 2013). Acreditamos que a maioria de cientistas homens entrevistados possa contribuir para reforçar a associação da representação social do cientista ao estereótipo masculino, o que pode ter consequências negativas, como desestimular as meninas a seguir a carreira científica. Buscou-se, ainda, identificar os locais de origem das pesquisas noticiadas. Para isso, anotou-se os locais de trabalho dos pesquisadores ou instituições de pesquisa, segundo as opções: nacional (brasileiro, no caso do JN, e colombiano, no caso de NC), América do Norte, Europa, América Latina (com exceção do Brasil, no caso do JN, ou com exceção da Colômbia, no caso de NC), outros países desenvolvidos (com exceção de América do Norte e Europa), outros países em desenvolvimento (com exceção de América Latina) e diversos países sem especificar. Em ambos os telejornais, as pesquisas feitas por pesquisadores ou instituições nacionais foram privilegiadas – representaram 48,8% no Jornal Nacional e 51,7% em Noticias Caracol, contrariando estudos anteriores realizados na América Latina sobre imprensa escrita, em que foi identificada uma maioria de pesquisas de países desenvolvidos (ALMEIDA et al., 2011). Em segundo lugar, os telejornais se diferenciaram, embora em ambos as notícias de países desenvolvidos sejam significativas. No JN, notícias da América do Norte (sobretudo Estados Unidos) representam 30,5% 81 e da Europa, 8,5%, o que mostra que a pauta é bem concentrada geograficamente. Em NC, é o inverso: Europa representa 20,7% e América do Norte, 13,8%. Chama a atenção o fato de o telejornal brasileiro não mencionar em nenhuma ocasião pesquisas conduzidas na América Latina, que, pela proximidade física e cultural, poderia em tese despertar o interesse dos telespectadores brasileiros. Em Noticias Caracol, essa localidade representou 10,3%. Conclusões Conclusões referentes aos dados comparativos dos telejornais do Brasil e da Colômbia De acordo com os dados observados, verificou-se que o telejornal brasileiro dedicou um espaço maior do que o colombiano às matérias de C&T. Apesar de ambos os países terem tradição na área do jornalismo científico – atividade que se intensificou em alguns países da América Latina a partir de um movimento na década de 1960 impulsionado, entre outros atores, pelo espanhol Manuel Calvo Hernando (MASSARANI et al., 2012) –, o informativo brasileiro contou com matérias de C&T mais longas, com mais recursos visuais, maior destaque nas edições e com uma cobertura mais estável ao longo do ano analisado. Quanto à quantidade de matérias identificadas em cada telejornal, é importante ressaltar que os critérios definidos para inclusão de uma notícia na amostra de análise – ou seja, as características que uma nota deveria apresentar para ser considerada uma matéria de ciência – tendem a privilegiar as notícias em que a C&T aparece de forma explícita e institucionalizada (vinculada a universidades e institutos de pesquisa), o que restringe em alguma medida o conceito de ciência e tecnologia. Tais critérios foram desenvolvidos na tentativa de eliminar subjetividades e permitir a construção de amostras homogêneas. Matérias em que a ciência era mencionada de maneira mais tácita – transversal a outras problemáticas – tendem a ser excluídas da amostra. Assim, telejornais que priorizam esse tipo de abordagem costumam apresentar menos matérias de ciência da forma como foram consideradas neste estudo, como é o caso de Noticias Caracol, em que conteúdos científicos perpassam, mais implicitamente, matérias sobre outros temas centrais (ARBOLEDA, HERMELIN, PÉREZ-BUSTOS, 2011), sem recorrer com tanta frequência a atores ou fontes da comunidade acadêmica. Uma hipótese para essa diferenciação no tratamento da C&T pelo telejornal nestes dois países em particular pode ser o fato de a ciência 82 estar mais fortemente institucionalizada no Brasil do que na Colômbia (RAMALHO et al., 2012). Esses processos de institucionalização, para Godin e Gingras (2000), existem quando diversas instituições contemplam questões relativas à apropriação da ciência por meio de seus mandatos financeiros, de regulação, de coordenação, de comunicação ou de educação. A soma dessas atividades constitui o aspecto coletivo da cultura de C&T. A presença ou a ausência dessas atividades ilustra um maior ou menor grau de apropriação coletiva de investimento na cultura científica e tecnológica. Em comum, ambos os informativos priorizaram a divulgação de novas pesquisas ou resultados – o que mostra a relevância dada pelos programas às hard news – com maior ênfase em temas de Medicina e saúde, uma tendência já identificada em estudos internacionais. Nos dois telejornais, a abordagem em torno da ciência tendeu a ser mais positiva do que negativa, e a menção a controvérsias da ciência foi bastante reduzida nos dois telejornais, o que tende a limitar o debate público sobre a ciência, já que não a retrata como algo passível de questionamento e em constante definição. Nesse sentido, também foram muito pouco explorados os enquadramentos de “controvérsia científica” e “incerteza científica”. Contrariando tendência observada em estudos sobre a cobertura científica em jornais impressos latino-americanos, ambos os telejornais priorizaram as notícias sobre ciência nacional – uma característica positiva, já que permite que os telespectadores tenham contato com a produção científica de seus países, o que poderia, inclusive, contribuir para estimular a procura pela carreira científica entre os jovens. No entanto, dado que no caso colombiano se privilegia a fonte do governo em temas de C&T e levando em conta a questão das relações de poder que poderiam estar em jogo no desenvolvimento da atividade científica no país, cabe indagar qual é o tipo de relação existente entre os atores do governo e os pesquisadores nas notícias do corpus e os fins que perseguem. Entretanto, quando a matéria não está focada na ciência nacional, os holofotes se voltam para a ciência de países desenvolvidos – as pesquisas de outros países da América Latina foi bastante reduzida ou mesmo inexistente. Identificamos, em ambos os telejornais, grande disparidade na visibilidade dada a cientistas mulheres e homens, sendo que, em Notícias Caracol, o número de entrevistados do sexo masculino chegou a 84% com relação aos do sexo feminino. Esses dados reforçam resultados vistos em outros estudos acerca das representações midiáticas da ciência e dos cientistas, que destacam a representação predominantemente masculina do cientista (LONG et al., 2010; WHITELEGG et al., 2008) e que apontam para o potencial da mídia em reproduzir e reforçar estereótipos 83 sociais (LOBO & CABECINHAS, 2010; CHIMBA & KITZINGER, 2009; STEINKE, 2005). Estudos mostraram ainda como as representações masculinas associadas à ciência e à tecnologia influenciam a percepção de jovens mulheres e sua motivação ou possibilidades de se tornar cientistas ou ver-se como cientistas (STEINKE et al., 2011; FAULKNER, 2007; RUVOLO & MARKUS, 1992). Também é interessante observar, na cobertura do telejornal colombiano, a relação estreita que os temas de ciência possuem com a esfera política. Embora grande parte da pesquisa brasileira seja financiada pelo governo, a relação entre a atividade científica e seus aspectos políticos ou governamentais não ficam explícitos nas matérias do Jornal Nacional. Uma hipótese para explicar tal discrepância é, mais uma vez, que o grau de institucionalização da ciência em cada país – mais avançada no Brasil do que na Colômbia, como mencionado anteriormente – pode implicar que as fontes científicas no caso brasileiro reflitam um certo grau de autonomia em relação às autoridades estatais. Neste estudo, buscamos comparar a cobertura de C&T dos telejornais mais importantes de dois países do MERCOSUL, em que identificamos similaridades e diferenças. Trata-se de um terreno ainda pouco explorado: são necessários estudos mais sistemáticos que se dediquem a entender melhor como os diferentes países da região cobrem temas de ciência. Só assim seria possível lançar luz sobre uma questão ainda mais ampla, em aberto: se seria possível falar em um jornalismo científico latino-americano, com características regionais que se distinguem de outras regiões. Para tal, acreditamos que o protocolo aqui utilizado pode ser bastante enriquecedor quando aplicado a telejornais de diferentes países do MERCOSUL e do continente, já que foi desenvolvido especialmente para contemplar as diferenças e idiossincrasias observadas em programas informativos de diferentes países latino-americanos. Conclusões do projeto Realizamos este projeto que visou ao monitoramento, à capacitação e ao aprimoramento em jornalismo científico em países do MERCOSUL. Sua importância reside em vários elementos centrais de sua concepção e seu desenvolvimento. Em primeiro lugar, a popularização da ciência e da tecnologia é uma área emergente no MERCOSUL, tanto do ponto de vista do amadurecimento de sua prática como de sua abordagem acadêmica. Com objetivo de enfrentar essas lacunas, justamente unimos expertises de diferentes pesquisadores e profissionais do MERCOSUL, visando trabalhar de forma colaborativa e sinergística. O projeto também 84 teve componentes de pesquisa e de capacitação visando à prática, sempre com perspectivas a aperfeiçoar a cobertura de ciência na região. Com todo o grupo, desenvolvemos o protocolo de pesquisa e realizamos capacitações e publicações visando ao aperfeiçoamento da prática da cobertura de ciência na região. Além disso, realizamos aplicações distintas do protocolo de pesquisa em estudos como o da cobertura da gripe H1N1 no Brasil e no Equador e em programas diferenciados no Brasil. Obtivemos, ainda, recursos extras do CNPq/Brasil e do Colciencias/ Colômbia, no qual conseguimos aprofundar os dados deste dois países. Realizamos, também, uma enquete para mapear quem são os jornalistas que cobrem temas de ciência da região: convocamos jornalistas a darem informações sobre quem são, onde estão e qual sua visão sobre a prática da cobertura de ciência nos meios de comunicação de massa. Para finalizar, reiteramos os impactos numéricos do projeto: um protocolo de pesquisa desenvolvido, colocado à disposição de pesquisadores da região interessados em realizar estudos similares, juntamente com os processos para seu desenvolvimento; três livros publicados, colocados à disposição gratuitamente do público; 15 artigos científicos; 500 jornalistas, cientistas e estudantes (de jornalismo e futuros cientistas) gratuitamente capacitados. Tais resultados, de fato, foram factíveis justamente por envolverem um esforço sinergístico de instituições, pesquisadores e profissionais de distintos países do MERCOSUL. Referências ALBERGUINI, A. C. 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A água desses bebedouros, muitas vezes, apresenta gosto e cheiro desagradáveis. A partir dessa constatação, o assunto despertou interesse a ser pesquisado, já que bebedouros dessa natureza são muito utilizados em locais públicos como hospitais, postos de saúde, escolas, escritórios e comércio, cujo consumidor é o cidadão. Os resultados da pesquisa revelaram que a maioria dos bebedouros nunca haviam sido submetidos a uma higienização e desinfecção de forma correta, apresentaram, pois, contaminação com coliformes totais e fecais além do permitido. Tem-se consciência de que a água contaminada pode ocasionar doenças intestinais como vômitos, diarreias e vermes. Uma forma de ajudar a resolver e orientar, é a limpeza e a desinfecção realizadas por pessoas capacitadas e divulgadas através de folhetos explicativos sobre a maneira correta de realizar o processo. Um adesivo para os bebedouros com as instruções de limpeza também fez parte dos trabalhos. Por fim, a instalação de um microcontrolador de tempo programado para avisar o usuário de quando seria o momento de refazer a operação de higienização, promovendo, assim, a completa potabilidade da água, objeto desta pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: água, bebedouro, contaminação, microcontrolador. Introdução A origem e a manutenção da vida dependem totalmente da água, hoje considerada “ouro branco” pela escassez e por ser substância essencial ao ser humano. O conhecimento da realidade e a mudança requerem desafios em que urge se retire alunos, pais, professores de uma zona de conforto, a fim de encontrar resolução aos problemas que são comuns e frequentes na sociedade. Considerando que em muitos lugares públicos a água consumida provém de bebedouros de mesa, refrigerados por compressor, sentiu-se a necessidade de pesquisar a qualidade, visto que, em alguns casos, comprovou-se que a água apresentava odor e gosto desagradáveis, além de a higiene ser precária. Este trabalho teve o comprometimento de analisar a água dos bebedouros dos locais públicos da cidade de Ibiaçá, Rio Grande do Sul, Brasil, onde foram realizados estudos, pesquisas e análise da água coletada nesses bebedouros, assim como a busca de normas e técnicas para mantê-los em condições de uso e tornar a água potável, isto é, inodora, insípida e livre de contaminação. 94 A contaminação constatada com coliformes fecais além do permitido, de acordo com a Resolução Conama n. 274 de 2000, as águas são próprias para uso dividem-se em algumas categorias: “a) Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 250 coliformes fecais (termo tolerantes) ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococcos por l00 mililitros”. Esta referência constituiu-se como base para realizar o trabalho de informação, explicação, limpeza e desinfecção dos bebedouros. Um folheto explicativo distribuído auxiliou como forma de orientar e cuidar da higienização desses bebedouros, orientando, assim, a população de uma série de doenças que os coliformes fecais apresentados em número elevado, e não permitido, podem ocasionar e, desta forma, popularizar o conhecimento científico adquirido. O folheto informativo foi distribuído na cidade foco da pesquisa e em cidades vizinhas, podendo se estender a qualquer local, estado ou país onde existir esta forma de consumo de água, assim como serviu para popularizar o conhecimento adquirido e torná-lo útil à população. Um adesivo colado no bebedouro foi mais uma maneira de atingir os eventuais consumidores e, como desenvolvimento tecnológico, a adaptação de um microcontrolador já saído da fábrica, que alerte o usuário, através de algum mecanismo anunciador da hora de realizar a higienização e a desinfecção do bebedouro. Este é o estudo que está em andamento, visando atingir os fabricantes, para a possibilidadede de o bebedouro já sair de fábrica com a inovação tecnológica. O presente trabalho foi realizado em três etapas: 1 – estudo e análise de seis bebedouros, localizados em locais públicos do município de Ibiaçá, Rio Grande do Sul, Brasil, no período de abril a novembro de 2013, a limpeza, a desinfecção e a distribuição dos folhetos: 2 – etapa que se estendeu de setembro a novembro de 2013, a confecção e distribuição dos adesivos; e 3 – teste do microcontrolador e contato com os fabricantes já no ano de 2014. Objetivos Objetivo geral Coletar e analisar a qualidade da água consumida em bebedouros públicos, propondo alternativas que permitam melhorar o processo de higienização, na busca de popularizar tal descoberta. 95 Objetivos específicos > Investigar a qualidade da água dos bebedouros de mesa refrigerados por compressor das escolas, Secretaria de Saúde, Posto de Saúde e Hospital de Ibiaçá. > Melhorar a qualidade microbiológica da água de consumo dos bebedouros públicos de mesa, refrigerados por compressor da cidade de Ibiaçá, na busca de atingir outras regiões do País. > Realizar o trabalho de limpeza e desinfecção dos bebedouros públicos. > Alertar para a necessidade de orientação quanto à manutenção das condições higiênicas. Realizou-se a análise microbiológica da água no laboratório Bioline conforme registro CNPJ 95.123.659/001-41 com a responsável técnica Juscenia Lira Picolotto no no CFR-10.4537 e no laboratório da Secretaria de Vigilância da Solução Alternativa (SAC) do Estado do Rio Grande do Sul. As amostras do laboratório Bioline foram acompanhadas pela aluna pesquisadora e pela professora orientadora. Apresentou-se o resultado às instituições. Fez-se a limpeza e a desinfecção dos bebedouros da cidade conforme normas e técnicas pesquisadas. O resultado deu conta de que em todos havia grande contaminação. Partiu-se, então, para a limpeza e a desinfecção, auxiliados por uma química que disponibilizou normas e técnicas que poderiam ser usadas, bem como produtos na concentração exata. A limpeza e a desinfecção do bebedouro podem ser realizadas da seguinte maneira: 1. Tire da tomada e escoe toda a água do bebedouro. Conscientizar que o consumo da água destes bebedouros pode > conter contaminação. > Expandir o conhecimento adquirido da situação em que o bebedouro pode se encontrar. > Instalar um microcontrolador nos bebedouros. Metodologia 2. Pegue a esponja, molhe bem com a mistura de 2 (dois) litros de água e 5 (cinco) colheres de água sanitária ou (1 colher de hipoclorito de sódio), esfregue sobre a superfície do bebedouro e deixe em repouso por 5 (cinco) minutos. 3. Encha o reservatório com a solução preparada (no passo anterior) e deixe em repouso por 20 (vinte) minutos. 4. Escoe toda a solução pela torneira. O trabalho iniciou com o estudo do tema de 2013, lançado pela ONU, Ano Internacional de Cooperação pela Água, e prosseguiu no ano de 2014, com participação em alguns eventos como Mostra Científica, além do melhoramento tecnológico. A água que bebemos é uma grande preocupação de todos e sentiu-se, então, a necessidade de analisar a água dos bebedouros de mesa refrigerados por compressor. Para tal, fez-se uma visita de estudos na estação de tratamento de água onde os técnicos e os químicos passaram informações sobre testes e potabilidade da água. Realizou-se, então, um levantamento dos bebedouros de mesa refrigerados por compressor da cidade de Ibiaçá/RS, e uma entrevista diagnóstica a fim de verificar se os responsáveis concordavam em fazer a análise, pois se percebeu falta de higienização e gosto estranho na água de um deles que servia especificamente a escola. Foram coletadas amostras nas escolas, Hospital, Posto e Secretaria de Saúde de acordo com orientações e normas técnicas. 96 5. Encha novamente com água quente aproximadamente 80 (oitenta) graus centígrados e escoe pelas torneiras. 6. Limpe torneiras, parte superior com a solução preparada. 7. Limpe as torneiras com a água quente. 8. Encha novamente e escoe a água. 9. Seque todo o bebedouro com um pano limpo, inclusive a parte de dentro. 10. Quando for colocar o galão de água, passar um pano nele com a solução preparada. 11. Esses passos devem ser feitos de2 (dois) em 2 (dois) meses no verão e de 3 (três) em 3 (três) meses no inverno ou sempre que trocar o galão. 97 Após a limpeza e a desinfecção, coletou-se água novamente a fim de proceder análises microbiológicas, e estas não apresentaram mais contaminação. (Todas as análises, testes, materiais, folhetos, folder, adesivo estão no diário de bordo e pasta.) Estas normas foram distribuídas na cidade e em cidades vizinhas, juntamente com as orientações e explicação do projeto. Além disso, realizou-se a confecção de um adesivo lembrando os passos e a necessidade de limpeza, que foi distribuído para ser anexado aos bebedouros. Por fim, foi realizado um estudo da instalação do microcontrolador programado, pois constatou-se, após a realização da pesquisa, que as pessoas não possuem o hábito de higienizar o reservatório do bebedouro. Este aparelho vai anunciar que está na hora de fazer a limpeza e a desinfecção do bebedouro. Este último passo está em estudo e análise juntamente com os fabricantes e um estudante de Engenharia Elétrica da Universidade de Passo Fundo, objetivando que os aparelhos saiam de fábrica com esta inovação. O bebedouro com a inovação em estudo é um bebedouro antigo que foi adaptado, encontra-se em posse da pesquisadora. Conclusão Após a realização do trabalho pesquisatório, chegou-se à constatação de que a falta de higienização ocasionou grande contaminação e que a população não tem conhecimento suficiente da necessidade dessa limpeza dos bebedouros, possivelmente por ignorar o malefício que a água contaminada traz aos seres vivos. Feitas a limpeza e a desinfecção, a qualidade da água dos bebedouros melhorou na cidade de Ibiaçá. Com este estudo pode-se constatar a viabilidade de isso ser estendido a qualquer cidade, região, estado, país que se valha desse tipo de bebedouro, com a intenção da melhoria da qualidade da água, e popularizar, assim, o conhecimento adquirido num projeto desenvolvido em sala de aula. A prevenção de doenças transmitidas por água contaminada também pode ser efetiva se houver uma higienização regular nos bebedouros que servem a população. Se tais bebedouros em estudo saírem das fábricas com um microcontrolador programado, isso seria uma forma prática de interferir e alertar sobre a sua limpeza e desinfecção. Referências Resultados Após ingestão da água do bebedouro da escola, esta possuía gosto desagradável, o que suscitou curiosidade e necessidade de um estudo pesquisatório com observação e análise de outros bebedouros que existiam na cidade. Constatou-se, então, que não apresentavam condições higiênicas adequadas e, após realizar a análise da água dos bebedouros de mesa refrigerados por compressor, houve a certificação de que existia grande contaminação. A população não tem informação sobre a necessidade de limpeza e desinfecção dos bebedouros de mesa refrigerados por compressor. Comprovou-se isso com a microbiologia apresentando de 10.000 (dez mil) a 100.000 (cem mil) coliformes por 100 mililitros de água analisada. Já o bebedouro que não apresentou contaminação era higienizado regularmente. Dos seis bebedouros analisados só um não apresentou contaminação, e isso representa que 83,3% (oitenta e três vírgula três por cento) estavam contaminados. Mas nos bebedouros trabalhados após desinfecção coletou-se novamente água e fez-se análise microbiológica, que não apresentou o desenvolvimento de micro-organismos. Mesmo com o adesivo anexado ao bebedouro, as pessoas não se lembram da necessidade de realizar a limpeza e a desinfecção. O microcontrolador programado vai anunciar a hora de limpar e desinfetar o bebedouro, através da lâmpada do led (diodo emissor de energia) que irá acender. 98 ATLAS Mirador Internacional – Rio de Janeiro: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1976. 1 atlas. Vol. 18. BARSA. São Paulo: Editorial Planeta. SA 2007. v. 5 BARSA. São Paulo: Editorial Planeta. AS. 2007. v.16 Curso de basicStep 1 – Tato Equipamentos. – Derli Luis Angnes – Introdução ao microcontrolador basicStep. FOLHETO DO FEPPS – LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA – IPB/LACEN/RS Folheto – Trate bem a água. A saúde depende dela (PORTARIA). MAIA, Justino Daltamir Universo da Química – volume único, 1a edição – São Paulo: Ed. FTD, p. 36-40. MORTIMER, Eduardo Fleury, Química 3 – Manual do Professor. 1a edição. São Paulo: Ed. Scipione, 2011. PEREIRA, dos Santos Luiz Wildson. Química e Sociedade. São Paulo: Editora Nova Geração, 2006, p. 494-497. Disponível em: http://www.food-info.net/pt/qa/qa-saf10.htm acessado 09-09-2013. 99 Categoria Estudante Universitário Menção Honrosa CIRCO DA FÍSICA: EXPERIMENTOS LÚDICOS PARA DESPERTAR O INTERESSE PELA FÍSICA Autor: Ricardo Florencio Alves Rocha Instituição: PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil Contato: [email protected] Resumo Um dos desafios enfrentados em escolas é tornar o aprendizado agradável e motivador para o estudante que está geralmente associado a didática e percepção da classe desenvolvida pelo professor. Neste contexto, o Circo da Física é um projeto em que o alunos dos primeiros semestre de graduação do Curso de Física da PUC Minas planejam, analisam e criam experiências relacionadas a conceitos de Física. Além disso, nós participamos da aplicação dos experimentos em escolas públicas e privadas de ensino básico propiciando um aprendizado prático de métodos didáticos. Introdução A divulgação científica por métodos que utilizam jogos e atividades lúdicas é uma maneira eficiente de difundir e despertar o interesse em ciências além do espaço formal geralmente desenvolvido em sala de aula (SILVEIRA et al., 2009). Através de atividades lúdicas, a linguagem científica é apresentada de uma forma mais amena para crianças e adolescentes, tornando o processo de aprendizado espontâneo e natural (RIZZI e HAYDT, 1994). Além disso, estas atividades trabalham outros aspectos intelectuais como desenvolvimento de raciocínio lógico, capacidade de trabalhar em grupo, e estimula a formação crítica e criatividade do indivíduo (TESSARO, 2013). Além de proporcionar um ambiente de aprendizado diferenciado e informal e por isso agradável para o aprendizado dos alunos, as atividades lúdicas também podem contribuir para a formação dos professores. Crescentes reflexões e discussões sobre a formação de docentes apontam para importantes contribuições profissionais de uma preparação multidisciplinar que envolve pedagogia, psicologia, sociologia além do conhecimento da sua área de ensino (FARIA e SOUZA, 2011; ANDRÉ et al., 1999). Também se faz importante uma formação enriquecida de atividades práticas que prepare o discente para o ambiente de trabalho em que ele irá atuar (LELIS, 2001). Dentro desta perspectiva, as atividades lúdicas proporcionam aprendizado prático ao professor em vários momentos. Inicialmente, a criatividade do discente é estimulada durante o desenvolvimento do projeto e preparação da atividade para atingir os objetivos de trabalhar os conceitos de sua disciplina de forma divertida e informal. Durante a implementação para os alunos, o professor é desafiado a desenvolver uma linguagem que facilite comunicação e transmissão do conhecimento durante o progresso da atividade. Por último, a avaliação do impacto da atividade para os alunos permite que o 102 professor reflita sobre os objetivos iniciais da atividade e os alcançados, contribuindo para o aprimoramento do projeto. Dentro deste ambiente educacional não formal, o Circo da Física é um projeto desenvolvido desde 2003 por professores e discentes do curso de Física da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). O Circo da Física pode ser visto como um espaço de popularização da Ciência por meio de experimentos que trabalham com conceitos de Física. Nesta comunicação, nós analisamos os benefícios obtidos da participação deste projeto por alunos do curso de licenciatura em Física da PUC Minas desde o primeiro semestre de sua formação. Além disso, nós discutimos os possíveis impactos para alunos de escolas públicas e privadas ao terem contato com as experiências lúdicas propostas pelo projeto. Objetivo Divulgação da ciência, em especial a Física, de uma forma simples, para alunos de escolas públicas e privadas de ensinos fundamental e médio, incluindo a participação efetiva de seus familiares. Metodologia Formação da equipe As atividades relacionadas ao Circo da Física são iniciadas concomitantemente com o início do semestre letivo do curso de Física da PUC Minas. O Circo da Física é composto por diversos experimentos baseados em conceitos e aulas práticas de Física que permitem a participação dos alunos de escolas públicas e privadas na sua execução. O projeto é associado a duas disciplinas do curso nomeadas Práticas de Ensino I e II. Entre o período de abril de 2011 e junho de 2012, além dos alunos das disciplinas, a equipe do projeto era composta por uma equipe formada por dois professores orientadores da Universidade, nove discentes do Curso de Física com bolsas de estudo para participar das atividades e discentes voluntários. Os discentes são responsáveis pela manutenção dos experimentos já implementados, desenvolvimento de novos experimentos e aplicação das atividades em escolas públicas e privadas da cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil). 103 Acervo de experimentos do Circo da Física O acervo de experimentos do Circo da Física é composto por mais de 30 atividades desenvolvidas por vários alunos ao longo da existência do projeto. Toda a manutenção dos equipamentos necessários para os experimentos já estabelecidos bem como o desenvolvimento de novas propostas experimentais são realizados nos laboratórios de Física da PUC Minas. Entre estas atividades podemos destacar os seguintes experimentos: > Gerador de Van der Graaf (Figura 1): utilizado para discutir conceitos sobre eletricidade. O equipamento produz o efeito de arrepiar os cabelos de quem tocar a esfera devido a este ficar eletrizado com cargas da mesma polaridade. > Cochichódromo (Figura 2): formado por dois refletores com formato de parabólicas em frente um ao outro e separados por uma distância específica. Ao emitir uma fala mesmo em som baixo próximo a uma parabólica é possível ouvi-la no outro refletor devido à reflexão das ondas sonoras. Figura 1 Gerador de Van der Graaf. > Princípio do motor elétrico (Figura 4): alunos acompanham o funcionamento de um motor elétrico simples que, ao permitir passagem de corrente por um imã, cria um campo magnético que faz uma bobina de cobre girar. Figura 4 Dispositivo utilizado para demonstrar os princípios de funcionamento de um motor elétrico. > Termômetro de Galileu (Figura 5): experimento utilizado para demostrar a variação de densidade de um líquido ao longo da mudança de temperatura. O dispositivo é composto por uma coluna de vidro contendo um líquido e vários globos de vidro com diferentes densidades. A mudança de temperatura varia ao longo do experimento e provoca subida ou descida dos globos. Figura 2 Cochichódromo. Figura 5 Termômetro de Galileu. 1 2 > Braço de alavanca (Figura 3): dispositivo semelhante a uma gangorra com ponto de apoio móvel que permite discutir conceitos de equilíbrio e força. Figura 3 Braço de alavanca. > Banco de pregos (Figura 6): demonstração de conceitos de pressão que utiliza um banco com pregos com distribuição que não causa desconforto à pessoa que se senta ele. > Parafuso de Arquimedes (Figura 7): o dispositivo é uma máquina hidráulica formada por um cilindro com uma espiral no interior capaz de fazer movimentos rotacionais. Uma vez que este dispositivo é inserido na água, é capaz de transportar o líquido de um nível inferior para um superior. 104 105 Figura 6 Estrutura utilizada no experimento banco de pregos. Figura 7 Estrutura utilizada para demonstrar o funcionamento do parafuso de Arquimedes. > Fonte de Heron (Figura 8): dispositivo simples formado por três compartimentos (duas câmaras e uma pia) ligados por mangueiras. Quando adicionada água na pia, jorra-se água da mesma como uma fonte devido à pressão exercida nos outros compartimentos. Este experimento é interessante para apresentar conceitos de hidrostática. O projeto também possui um website para divulgação das atividades, compartilhamento dos experimentos e requisição de apresentação em escolas que pode ser encontra no website abaixo: (http://www.dfq. pucminas.br/CircodaFisica/apresenta%C3%A7%C3%A3o.html). Implementação das atividades em escolas As apresentações do projeto são feitas em escolas públicas e privadas do município de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil) ou em ambientes públicos da cidade como praças e parques (Figura 9). As atividades são realizados nos fins de semana de forma a não interferir na grade curricular da escola e do discente, e as apresentações dos experimentos contam sempre com a participação dos discentes bolsistas e voluntários bem como supervisão do professor orientador. A seleção das escolas é realizada por ordem cronológica de requisição e cadastramento no website do projeto. Além disso, as escolas necessitam possuir uma infraestrutura que permita a montagem e a demonstração dos experimentos. Entre o período de abril de 2011 e junho de 2012 o projeto foi implementado em cinco escolas. O projeto também é apresentado durante a PUC aberta, evento no qual a universidade apresenta seus cursos e projetos através de uma feira para alunos do ensino médio e seus familiares. Este evento tem se mostrado uma maneira rápida e eficiente de apresentar e divulgar o projeto para um público-alvo heterogêneo. Figura 8 Dispositivo utilizado para apresentar conceitos de hidrostática. 106 107 Resultados Contribuição do Circo da Física na formação de professores Figura 9 Apresentações do Circo da Física em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil). 108 Antigas e atuais discussões sobre parâmetros que propiciam uma boa formação de professores concordam que ambas as formações, teórica e prática, são importantes no desenvolvimento do profissional (5, 6). Porém, na maioria das grades curriculares atuais dos cursos de licenciatura, o discente é exposto a aulas teóricas durantes seus primeiros anos de formação. Geralmente, somente ao final deste processo é obrigatória a sua participação em atividades práticas no ambiente escolar em que ele atuará após a conclusão do seu curso. Assim, atividades e projetos que permitam um contato maior entre o discente e o ambiente escolar pode favorecer sua formação. Deste ponto de vista, uma importante vantagem do Circo da Física é permitir este contato para os alunos de graduação do Curso de Física desde os primeiros semestres de sua formação. Inicialmente o projeto é apresentado e utilizado dentro de sua própria matéria de estudos (Prática de Ensino I e II) com possibilidade de participação como voluntário ou bolsista nos demais semestres. Aos alunos bolsistas é exigidas uma carga horária de 20 horas semanais compostas de atividades de pesquisas em livros e websites, desenvolvimento de seus experimentos e monitorias nos laboratórios de física para os alunos dos cursos de Engenharia da PUC Minas. Importantes pontos para o desenvolvimento das atividades são as reuniões entre alunos e orientadores que ocorrem antes, durante e depois das montagens dos experimentos. Durante estas reuniões ocorrem apresentações do andamento da manutenção e do desenvolvimento de novos projetos. Além disso, elas são importantes oportunidades para direcionar os alunos para o foco do projeto e despertar um espírito crítico e criativo nos discentes propiciado pelas discussões após as apresentações. Os experimentos propostos pelos alunos para incorporar o projeto devem apresentar pré-requisitos como: fácil compreensão, segurança e principalmente semelhança com acontecimentos ocorridos no dia a dia dos alunos das escolas. Eles também devem possuir baixo custo baixo de produção e devem ser facilmente transportados devido à necessidade de deslocá-los para muitas apresentações em diferentes lugares depois de sua produção. Todas estas etapas fornecem um real ambiente de desenvolvimento de projetos com todos os seus desafios, que são também encontrados no ambiente escolar no qual o discente irá atuar após a conclusão do curso. Uma segunda vantagem de participação no projeto é a oportunidade de os discentes melhorarem a linguagem utilizada para comunicar público-alvo do projeto. Em sua maioria, os participantes do projeto são 109 alunos com perfil semelhante ao público que o discente ministrará aulas posteriormente. O professor atualmente tem a necessidade de expandir seus saberes e precisa utilizar diferentes metodologias, com por exemplo a criação de espaços alternativos do ensino-padrão atual, para conseguir despertar um interesse diferencial em seus alunos. Assim, a abordagem de usar o Circo da Física inserido nas disciplinas de Práticas de Ensino consegue eficientemente alcançar seu papel principal e estratégico na formação do professor de Física como um agente transmissor de ciência. Relevância do Circo da Física para alunos de escolas públicas e privadas O ensino de Física para alunos no ensino médio pode ser desafiador para muitos professores (LUNKES e ROCHA FILHO, 2011). Estes desafios são muitas vezes associados a um déficit no conhecimento de conceitos básicos, principalmente relacionados à matemática. Também há dificuldades associadas à leitura e à compreensão de livros-textos e exercícios, bem como o simples fato de os alunos não conseguirem se concentrar ou não possuírem interesse pela disciplina. Entre as propostas para reverter a dificuldade e a falta de interesse dos alunos, a utilização de outros meios de transmissão do conteúdo é bastante atrativa. Entre estas abordagens, o uso de experiências nas aulas pode facilitar a compreensão dos alunos e cativar seu interesse. Porém tais abordagens muitas vezes são inviáveis por falta de estrutura laboratorial e equipamentos na escola e baixa carga horária para exposição dos conteúdos na sala de aula. Assim, atividades diferenciadas do padrão formal de uma aula podem ser estimulantes para os alunos pelos seus aspectos criativos e diferenciados. Além disso, alunos podem ter dificuldade de contextualizar o conteúdo transmitido pelo professor e apresentado no livro por não conseguir relacionar com seu dia a dia e consecutivamente não associar à importância da disciplina em sua vida. Por isso, é importante que estas atividades lúdicas se utilize de exemplos simples reais que possam trazer para a realidade do aluno os conceitos de Física e outras ciências. Dentro da perspectiva discutida acima, o Circo da Física aparece como interessante ferramenta de estímulo para os alunos por colocá-los em contato com fenômenos naturais e os conceitos científicos a eles relacionados. Todo este conhecimento é apresentado de uma forma divertida e informal que pode contribuir positivamente para aumentar o interesse das crianças e dos jovens pela ciência. Além disso, durante o projeto são produzidos vídeos, experimentos, cartilhas e jogos que podem ser compartilhados e por isso aumentando o impacto da proposta de divulgação da ciência do projeto e atingindo um público maior. 110 Conclusões e perspectivas do projeto O projeto Circo da Física se mostrou uma importante atividade que contribui para formação de professores bem como para estimular e divulgar conceitos de Física para alunos do ensino básico e secundário. Após a participação no projeto por um período de mais de um ano, foi possível concluir que houve nos discentes do curso de Física um aumento crítico sobre novos métodos de divulgação da ciência para os alunos. Tais resultados podem ser associados aos diferentes níveis de participação dos discentes para o desenvolvimento do projeto, dos quais estão etapas como planejamento e discussão das atividades com recursiva melhoria da proposta, contato direto com um público heterogêneo composto por alunos, familiares e professores de escolas públicas e privadas durante as apresentações do projeto e geração de material didático relacionado à divulgação científica. Além disso, o Circo da Física apresentou uma oportunidade para o discente trabalhar e ampliar sua criatividade ao improvisar, projetar, consertar e manusear experimentos de Física e a desenvolver suas habilidades para trabalhar em grupo. Outro objetivo alcançado foi o despertar do interesse e o aumento da motivação dos alunos sobre ciências, em especial a Física. O estímulo dos alunos foi percebido inclusive pelos professores das escolas onde o projeto foi apresentado. Estes profissionais enxergaram e compartilharam discussões sobre a possibilidade de utilizar mais aulas práticas em sala de aula para o contínuo despertar do interesse nos estudantes. O sucesso do programa foi também demonstrado pelo número de escolas que requereram a aplicação do projeto, a demanda de alunos que participaram em todas as etapas e construção de um website para divulgação do projeto. Um dos pontos importantes do projeto é seu caráter inovador e dinâmico, onde alunos do curso de Física da PUC Minas propõem novos experimentos com base nas expectativas do participantes das atividades. Além disso, o projeto pretende implementar, junto ao Museu de Ciência Naturais da PUC Minas, uma área destinada à divulgação da Física, com potencial de expor o conhecimento com uma linguagem acessível para um maior público com diferentes níveis de escolaridade. 111 Agradecimentos Eu gostaria de agradecer aos professores Welerson Romaniello de Freitas, Flávio de Jesus Resende e Vânia de Aguiar Moura pelo empenho em manter o projeto e selecionar a equipe de trabalho. Gostaria de agradescer ao suporte dos técnicos do laboratório de Física da PUC Minas Geraldo Faustino Rodrigues e Janílson Batista da Silva na construção e na manutenção dos experimentos. Agradecemos aos discentes que participaram e continuam desenvolvendo o projeto, em especial ao discente Gabriel Arthur da Silva Duarte por disponibilizar fotos do seu arquivo pessoal. A Tiago Antônio de Oliveira Mendes pela leitura e os comentários sobre o texto. Agradecemos também à Sociedade Mineira de Cultura e PUC Minas pela infraestrutura disponibilizada, suporte financeiro e bolsas concedidas. TESSARO, JOSIANE PATRÍCIA. Discutindo a importância dos jogos e atividades em sala de aula. Disponível em: http://www.psicologia.com.pt/ artigos/textos/A0356.pdf Acesso em: 31.maio.2013. Referências ANDRÉ, MARLI; SIMÕES, REGINA H. S.; CARVALHO, JANETE M.; BRZEZINSKI, IRIA. Estado da arte da formação de professores no Brasil. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, vol. 20, n. 68, p. 301-309, 1999. FARIA, EDERSON DE; SOUZA, VERA LÚCIA TREVISAN DE. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, vol. 15, n. 1, p. 35-42, 2011. LELIS, ISABEL ALICE. Do ensino de conteúdos aos saberes do professor: mudança de idioma pedagógico?. EDUCAÇÃO & SOCIEDADE, vol. 22, n. 74, p. 43-58, 2001. LUNKES, MÉRCIO JOSÉ; ROCHA FILHO, JOÃO BERNARDES DA. 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Os dados indicaram a participação de alunos da rede pública, particular e do sistema SESI durante o período de análise. Observou-se que o computador se materializa como uma ferramenta cultural e que é utilizada pelos visitantes, durante a GTIQ, para realizar a ação de resolução da atividade proposta. Fazendo uso também da internet para a busca de informações, os visitantes indicaram se apropriar desse recurso como mediador da ação. Assim podemos sinalizar que a utilização dos recursos tecnológicos muda a relação dos alunos com os conteúdos químicos, uma vez que eles se demonstraram mais interessados ao utilizarem equipamentos com o qual possuem grande afinidade (celulares e computadores). Outro fator importante a se ressaltar é que o uso das TICs faz com que a busca por informações se tornasse mais dinâmica, o que, na visão dos visitantes, facilitou as pesquisas e as tornou mais motivadoras. As TICs utilizadas durante a GTIQ desempenharam papel motivacional, despertando o interesse dos visitantes pelos assuntos e chamando a atenção deles para os temas abordados. As TICs, sendo utilizadas em uma abordagem investigativa, estimularam uma participação ativa dos visitantes. Os recursos tecnológicos utilizados durante as atividades da Gincana tiveram suas potencialidades exploradas, ajudando os visitantes na resolução dos problemas apresentados e estimulando a utilização da internet como ambiente de aprendizagem. Introdução A presente pesquisa se insere no contexto da divulgação científica, mais especificamente na investigação sobre uma atividade de divulgação científica de Química chamada Gincana Tecnológica e Investigativa de Química (GTIQ) que acontece no Centro de Ciências de Araraquara (CCA), um museu de ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). 116 Por se tratar de uma pesquisa que explora um espaço museal, é importante introduzirmos o assunto apresentando a definição de museu. De acordo com a lei n. 11.904 de 14 de janeiro de 2009: Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. No caso específico de nossa pesquisa, abordaremos os museus de ciências que são espaços que contemplam em suas exposições aparelhos e modelos científicos, experimentos, vídeos, apresentações, dentre outras abordagens sempre com o mesmo intuito de divulgar a ciência para a população em geral. De acordo com Silva (2008), “os museus de ciência têm um papel bastante importante na divulgação científica e possuem como uma de suas funções complementar a educação científica do público que os visita”. Essa complementação ocorre através de exposições, modelos, equipamentos, cartazes, vídeos etc., e principalmente a partir de maneira não formal de ensino. Entende-se por não formal ações educativas que ocorrem em ambiente externo à escola, como em museus e centros de ciências. Assim, de acordo com Monteiro (2009) “os espaços não formais, tais como Museus Históricos, Museus e Centros de Ciências, Centros Tecnológicos, casas, clubes entre outros lugares e que tenham equipamentos culturais”. Outra definição de museu é a fornecida pelo ICOM1 (Comitê Internacional de Museus): “a finalidade de conservar, estudar, valorizar de diversas maneiras o conjunto de elementos de valor cultural: coleções de objetos artísticos, históricos, científicos e técnicos, jardins botânicos, zoológicos e aquários”. A definição encontrada no site do Instituto Brasileiro de Museus, IBRAM, definida pelo Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN/MinC2 (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura): 1 Definição de 1956 do ICOM – http://icom.museum/ 117  “O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e que apresenta as seguintes características: I. O trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II. A presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III. A utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social; IV. A vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V. A democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI. A constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais. Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou os processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas.” Portanto, pode-se afirmar que os museus de ciências são espaços educativos e de divulgação científica, tecnológica e cultural que apresentam exposições temáticas nas diversas áreas da Ciência. Atualmente, têm desempenhado papel fundamental no processo de alfabetização científica da população em geral e na formação inicial e continuada de professores, além de importante espaço de educação e pesquisa (CAZELLI, 2002; GASPAR, 1993; MARANDINO, 2006; SILVA, 2008). Os museus de ciência têm importante papel no estímulo e despertar da curiosidade científica por parte de seus visitantes. Ainda sobre os museus de ciências, podemos fazer algumas reflexões sobre como a Química é explorada nas exposições desses espaços. Sabemos da dificuldade de se elaborar exposições sobre a Química e que utiliza procedimentos experimentais para tal, uma vez que essas práticas requerem um ambiente adequado, muitas vidrarias e reagentes e, principalmente, geram muito descarte de substâncias. Desde o ano de 2011, o Centro de Ciências de Araraquara vem desenvolvendo a Gincana Tecnológica e Investigativa de Química com a 2 Definição de outubro de 2005 do IPHAN/MinC – http://portal.iphan.gov.br/ 118 proposta de utilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação na divulgação da Química junto ao público visitante, além de propiciar atividades de caráter experimental investigativo, oportunizando uma busca de informações a partir de observações práticas, tudo mediado por monitores do museu. O Centro de Ciências de Araraquara (CCA) foi criado em dezembro de 1989 a partir de um convênio entre Unesp e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do Estado de São Paulo. O CCA tem como principal objetivo divulgar a ciência de maneira lúdica e experimental utilizando aspectos da educação não formal. O Centro possui três programas permanentes, sendo dois deles de visitação do público escolar: o “Ciência Viva” e a “Gincana Tecnológica e Investigativa de Química”, enquanto que o terceiro programa, o “Ciência vai à escola”, consiste na atuação de monitores em aulas de Ciências/Química de escolas parceiras levando experimentos e dinâmicas congregadas aos conteúdos programáticos das disciplinas escolares. Nos programas de visitação, os professores e estudantes das escolas visitantes conhecem as exposições permanentes do CCA que estão organizadas nos seguintes espaços: Laboratório de Química, Sala de Física, Sala de Matemática, Sala de Minerais, Sala de Biologia, Salão Interativo de Física e Sala de Astronomia. O público majoritário dos programas de visitação advém de convênios com a Secretaria Municipal da Educação de Araraquara e Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Os visitantes são acompanhados e orientados por monitores que atuam como mediadores das exposições temáticas. Esses monitores são alunos de graduação dos cursos das unidades da Unesp do Campus de Araraquara. A Gincana Tecnológica e Investigativa de Química, GTIQ, é um programa de extensão universitária vinculado ao Centro de Ciências de Araraquara, CCA, unidade auxiliar simples da Unesp. Uma das diretrizes para a elaboração deste programa foi a percepção da equipe supervisora do CCA no interesse dos alunos pelas séries de TV que envolvem conceitos científicos, como exemplo podem ser citadas as séries de investigação criminal na qual os policiais forenses têm que ir a uma cena de crime, recolher vários materiais e evidências que podem ser utilizadas como provas e levá-las a seus equipados laboratórios para a realização de experimentos a fim de caracterizar cada um desses materiais recolhidos. É claro que a maneira como estes conceitos são apresentados na televisão não são os mesmos dos da sala de aula, assim, elaborar um projeto que conseguisse motivar os alunos a interagirem com tais conceitos, trazen- 119 do-os para mais próximo de suas realidades e de maneira prazerosa e instigante, foram os norteadores da equipe. As atividades da GTIQ são realizadas nas dependências do Centro de Ciências de Araraquara e utilizam as exposições do museu para a realização das tarefas pelos visitantes. Inicialmente, a escola interessada em participar realiza um agendamento de visita escolhendo uma data que melhor se enquadre em seu planejamento escolar. No dia agendado, professores e alunos da escola chegam ao CCA e são recebidos pela equipe de monitores da Gincana. Cada visita comporta um grupo de até 50 visitantes. A visita começa com a separação dos visitantes em cinco grupos de alunos. Cada grupo recebe um aparelho celular e um notebook. Essas ferramentas tecnológicas são utilizadas durante as atividades da GTIQ. Após a entrega desses aparelhos, um monitor explica para que será utilizado o aparelho celular: ele tem duas funções, sendo a primeira fonte de pesquisa de informações através da internet e a segunda leitor de código QR-code a partir de um aplicativo previamente instalado (o aplicativo utilizado nos aparelhos celulares é Barcode Scanner, um aplicativo gratuito baixado e instalado através do sistema operacional do próprio celular, sistema Android 2.2). Esse QR-code é um código binário que funciona da mesma maneira que um código de barras, ou seja, é um código que possui uma informação. A Figura 1 apresenta um exemplo de QR-code. cada tarefa realizada com sucesso o grupo recebe do monitor que acompanha a equipe um código QR. O grupo deve então utilizar o aparelho celular para ler o código e descobrir a pista que ele contém. Essa pista informa uma característica do cientista. Ao conseguir realizar todas as tarefas e reunir todas as pistas, o grupo é capaz de descobrir a identidade do cientista. Quando todos os grupos terminam e descobrem seus respectivos cientistas, eles se reúnem novamente na sala GTIQ e apresentam aos demais o que descobriram, as características dos cientistas obtidas ao longo da Gincana e os nomes dos misteriosos cientistas. A Figura 2 apresenta uma sequência de imagens que mostram o funcionamento da Gincana. Todas elas foram tiradas durante as visitas analisadas neste trabalho de pesquisa. Figura 2 Sequência de tarefas que os visitantes realizam durante a GTIQ. Figura 1 Exemplo de QR-code. Ao utilizar um leitor de QR é possível ler “Gincana Tecnológica e Investigativa de Química”. Fonte: próprio autor Na sequência, o mesmo monitor explica a utilização dos notebooks: mesmo que cada grupo possua o seu notebook, todos devem deixá-los nas mesas da sala GTIQ (local em que se encontram) e podem e devem utilizá-los para realizar pesquisas e uma tarefa específica da GTIQ. Neste momento, o monitor aproveita para explicar como funciona a lousa digital que os visitantes utilizarão. Terminada essa etapa de explicação, o monitor diz que o objetivo de cada um dos grupos é desvendar a identidade de um importante cientista da História da Química. Para conseguir tal façanha os grupos devem realizar nove tarefas nas dependências do Centro de Ciências. A 120 Fonte: próprio autor 121 Terminada a Gincana, os visitantes são convidados a responder a um questionário on-line utilizando um sistema Google Drive® (Google Docs®). Gincana Tecnológica e Investigativa de Química: tarefas Os grupos de visitantes devem realizar e resolver nove tarefas para cumprir a Gincana. Esse número de nove tarefas foi escolhido devido ao tempo em que a escola fica no museu, em torno de duas horas. Assim, nesses 120 minutos de estadia eles gastam em média 10 minutos para realizar cada uma das tarefas, totalizando 90 minutos. Os outros 30 minutos são divididos em duas partes: os primeiros 15 minutos são utilizados para apresentar a GTIQ e suas regras logo no início da visita e os outros 15 minutos são usados para a aplicação de um questionário de avaliação ao término da atividade. Todos os cinco grupos realizam as mesmas tarefas, porém em ordens diferentes. As tarefas foram pensadas e elaboradas com o objetivo de serem interdisciplinares, ou seja, elas são realizadas em determinadas áreas de exposição do Centro de Ciências, utilizam equipamentos e/ou modelos expostos e relacionam o mesmo com algum conceito químico, assim, pode-se dizer que todas as tarefas exploram temas relacionados à Química, portanto a interdisciplinaridade torna-se possível quando diversas disciplinas se congregam a partir de um mesmo objeto (FAZENDA, 2008, p. 22). São realizadas três tarefas no Laboratório de Química; duas na Sala GTIQ; uma na Sala de Minerais; uma na Sala de Matemática e; duas na Sala de Biologia. Os visitantes têm dez minutos para realizar cada tarefa. Caso, após cinco minutos, eles não tenham conseguido iniciar ou concluir alguma tarefa, o monitor que acompanha o grupo lhes fornece uma dica. Se passarem mais dois minutos e o grupo ainda não tiver terminado de realizar a tarefa ou esteja fazendo algo de maneira incorreta, o monitor fornece a segunda e última dica. Por fim, se os dez minutos acabarem e o grupo ainda não tiver conseguido concluir a tarefa, o monitor informa que o tempo se esgotou e diz ao grupo que eles devem ir à próxima tarefa, perdendo assim a pista do cientista desta etapa. Assim, pode-se afirmar que o monitor apenas acompanha o grupo para informar o objetivo de cada uma das nove tarefas, dizer, quando necessário, uma ou mais dicas para a execução da tarefa e dar o QR-code para que o grupo faça a leitura do mesmo, ganhando assim a pista sobre o cientista. Como exemplo de tarefa, abaixo é descrita uma delas, juntamente com a figura da ficha utilizada pelos monitores da Gincana durante a atividade. 122 Tarefa: Descobrir o pH (ácido, básico ou neutro) das substâncias presentes na bancada. Esta tarefa é realizada no Laboratório de Química. Nesta tarefa o grupo de visitantes deve descobrir se as substâncias contidas em tubos de ensaio dispostos sobre a bancada do Laboratório são ácidas, básicas ou neutras. Essa é a única informação que o monitor lhes passa. Assim, eles devem ter o conhecimento da necessidade da utilização de um indicador ácido-base e qual indicador utilizar. Caso não tenham ideia de como proceder para resolução da tarefa proposta, podem realizar pesquisas na internet com seu aparelho celular ou notebook. O monitor que acompanha o grupo sempre fica atento com os procedimentos e escolhas que os visitantes fazem dentro do laboratório, pensando sempre na segurança e na proteção dos mesmos. Figura 3 Ficha utilizada pelo monitor durante a primeira tarefa. Fonte: Centro de Ciências de Araraquara Diante deste panorama até aqui apresentado, o presente trabalho tem como meta três objetivos principais: i. Identificar como alguns recursos tecnológicos são utilizados durante a GTIQ do Centro de Ciências de Araraquara; ii. Investigar as concepções dos visitantes sobre o uso de recursos tecnológicos no ensino e a divulgação da Química e; iii. Analisar as contribuições dos recursos tecnológicos para o ensino e divulgação da Química. 123 Problema Os museus e centros de ciências possuem atividades que relacionam as TICs com suas exposições, porém são poucos que o fazem concomitante a atividades com conceitos da ciência Química, ainda mais, são poucos os espaços não formais de ensino, como os museus de ciências, que apresentam atividades permanentes relacionadas aos conteúdos químicos. Neste contexto, investigar uma atividade que é realizada dentro de um museu de ciências, que aborda conceitos químicos interligados com as outras disciplinas do ensino médio (interdisciplinaridade) e as TICs se faz necessário, originando a questão de pesquisa: Como essa atividade é realizada e qual o impacto junto ao público visitante? Justificativas No cenário da educação e divulgação científica, é muito comum a inserção da temática sobre a utilização e a contribuição das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Na sociedade atual, a Sociedade da Informação ou do Conhecimento, como é caracterizada, é recorrente o uso de computadores, celulares, notebooks, tablets com acesso à internet. A informação é disseminada e acessada rapidamente. E assim, a escola como parte integrante da sociedade também tem sofrido esse efeito. Desse modo, observamos um incentivo ao uso das TICs no processo de ensino e aprendizagem, com os recursos tecnológicos sendo apontados como dinamizadores de tal processo. Essa ideia está presente em documentos oficiais, como, por exemplo, nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), que ao indicar o papel da educação na sociedade “tecnológica” destacam a relevância das TICs no processo de ensino e aprendizagem colocando a necessidade do aluno e do professor entenderem os princípios e os impactos dessas tecnologias em suas vidas, formação e nos processos produtivos. Os PCNEM também indicam a aplicação e inserção das TICs na prática pedagógica dos professores (BRASIL, 1999). A escola necessita modernizar suas práticas educativas para acompanhar os avanços tecnológicos tão presentes na sociedade atual. E, assim, se torna necessário explorar as potencialidades das TICs, experimentando novas possibilidades de ensinar, integrando algumas ferramentas ao cotidiano escolar, mas sem supervalorizar o seu potencial (MAMEDE-NEVES & DUARTE, 2008, p. 785). A incorporação e a utilização adequada e produtiva dessas tecnologias nos ambientes e práticas escolares pautam-se no melhor entendimento de como os estudantes, 124 jovens e crianças, se relacionam com tais recursos, como aprendem e utilizam essas ferramentas. E para esse entendimento é preciso romper com alguns paradigmas, organizando currículos, práticas escolares e métodos que levem em conta a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação no processo de ensino e aprendizagem (MAMEDE -NEVES & DUARTE, 2008, p. 785). Sobre a utilização do computador no Ensino de Química, é possível determinar diferentes períodos para enfocá-la e há superposição das características dos períodos em que tal recurso passou a ser explorado nessa área (BENITE & BENITE, 2008, p. 4). Fazendo um resgate histórico, os autores indicam como primeira referência ao uso de computadores na Química o ano de 1946; e o ano de 1959 como a primeira referência ao uso da informática por professores de Química. E, assim, tais autores vão pontuando as principais características da utilização do computador no Ensino de Química de acordo com os períodos de tempo, sinalizando que tal uso se iniciou com o foco em pesquisa acadêmica, passando pelo uso pessoal dos computadores que foram se aprimorando, o uso da multimídia e o acesso a programas, até chegar ao uso do computador como fonte de informação e atualização, em um período fortemente marcado pelo advento da internet, que favoreceu a questão divulgação acadêmica e científica (BENITE & BENITE, 2008, p. 5). Assim, o computador no Ensino de Química apresenta, como algumas de suas principais modalidades de uso: i) instrução e avaliação mediada; ii) modelagem e simulações computacionais; iii) coleta e análise de dados; iv) utilização de recursos multimídias; e v) comunicação a distância (BENITE & BENITE, 2008, p. 15). O computador é reconhecido por esses autores como uma ferramenta cultural. A perspectiva dos professores sobre o uso do computador no ensino de Química também foi investigada por esses autores citados anteriormente. Em um trabalho realizado com 23 professores de Química, os autores apontam a perspectiva desses sujeitos investigados sobre a vantagem e a desvantagem do uso do computador no ensino de Química. Encontram como vantagem: i) maior aproveitamento do tempo; ii) experimentação sem perigo; e iii) novas relações professor-aluno, aluno-aluno. Como desvantagem, os sujeitos da pesquisa que realizaram, indicaram: i) isolamento; ii) exclusão social; e iii) desestímulo ao conhecimento das regras da escrita (BENITE & BENITE, 2008, p. 16). No âmbito da educação que considera as potencialidades das TICs como recursos importantes para o processo de ensino e aprendizagem, é essencial o conhecimento sobre as concepções dos atores sociais envolvidos em tal processo. E, nesse sentido, há ainda muito o que se explorar, considerando que esse é um tema atual. 125 Em relação às tecnologias interativas no ensino de Química, Ferreira (1998) chama a atenção para o uso da internet em sala de aula, pontuando que essa é uma “excitante ferramenta” que possibilita a troca de informações, imagens, softwares e o acesso a locais distantes, caracterizando-se como um recurso para ensinar e aprender. O referido autor também reforça a ideia da não centralidade do professor como o único detentor de conhecimento, indicando que a responsabilidade pelo aprendizado passa a ser compartilhada com o estudante. E, assim, o professor passa a ter um papel mediador entre a internet e o estudante, indicando e orientando os alunos quanto à confiabilidade das informações obtidas na internet. Desse modo, mais uma vez notamos a necessidade de se analisar as concepções e os papéis dos atores envolvidos na temática que estamos explorando, pois A introdução de novas tecnologias da comunicação e informática na educação está atrelada primordialmente à busca de soluções para promover melhorias no processo de ensino-aprendizagem, já que, utilizados adequadamente, podem favorecer o desenvolvimento da cognição. Entretanto, mudanças significativas na prática educacional só vão se concretizar quando as TICs estiverem integradas não como fim, mas como elementos coestruturantes do processo pedagógico. [...] o simples uso do computador ou qualquer tecnologia, por mais avançada que seja, não promove mudanças. É indispensável o seu uso crítico. Dessa forma, o professor se caracteriza como a melhor tecnologia educacional disponível. Os computadores chegaram às salas de aula e os professores continuam a exercer sua profissão, sem que tenham sido substituídos por máquinas (BENITE & BENITE, 2008, p. 18). O uso das TICs deve estar atrelado ao objetivo do processo educacional, bem articulado com as propostas pedagógicas dos professores e da escola, para que seja facilitada a exploração do potencial desses recursos. A utilização das ferramentas computacionais no ensino de Química permite que novas estratégias de ensino sejam exploradas, transformando as formas de ensinar (RIBEIRO & GRECA, 2003). A utilização das TICs por meio de suas diversas ferramentas já é uma ideia e uma ação presentes no contexto educacional, mas ainda cabem e são cada vez mais necessárias reflexões e análises sobre como tais ferramentas são apropriadas pelos seus usuários, que nesses casos são professores, alunos e demais atores do contexto escolar. 126 Objetivos Os objetivos principais deste trabalho são: i. investigar a utilização das TICs em uma atividade museal e; ii. Quais as contribuições das mesmas para o ensino e divulgação da Química. Metodologia da pesquisa A presente pesquisa se caracteriza como uma pesquisa social (GIL, 1999; MYNAIO, 2011) pautada na abordagem qualitativa. Segundo Mynaio, A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significativos, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. O universo da produção humana, que pode ser resumido no mundo das relações, das representações e da intencionalidade e é objeto da pesquisa qualitativa, dificilmente pode ser traduzido em números e indicadores quantitativos (MYNAIO, 2011, p. 21) As etapas que constituem uma pesquisa qualitativa, que Mynaio denomina de “Ciclo da Pesquisa”, para efeitos práticos, divide o processo do trabalho científico em três etapas que são: i) fase exploratória; ii) trabalho de campo; e iii) análise e tratamento do material empírico e documental. A fase exploratória é constituída pela elaboração do projeto de pesquisa e dos procedimentos necessários para a entrada do pesquisador no campo. Segundo Mynaio (2011, p. 26), esse é o tempo dedicado à definição e à delimitação do objeto, ao seu desenvolvimento teórico e metodológico, à colocação de hipóteses ou alguns pressupostos para seu encaminhamento, à escolha e à descrição dos instrumentos de operacionalização de ação e de realização dos procedimentos exploratórios para a escolha do espaço e da amostra qualitativa. A etapa do trabalho de campo é uma fase muito importante e central da pesquisa social, que “consiste em levar para a prática empírica a construção teórica elaborada na primeira etapa”. Nessa etapa são combinados os “instrumentos de observação, entrevistas ou outras 127 modalidades de comunicação e interlocução com os pesquisados, levantamento de material e outros”. Trata-se de um momento da pesquisa “de confirmação e refutação de hipóteses e de construção de teoria”. A terceira etapa da pesquisa reúne os “procedimentos para valorizar, compreender, interpretar os dados empíricos, articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto ou com outras leituras teóricas e interpretativas cuja necessidade foi dada pelo trabalho de campo”. A autora divide esse momento da pesquisa em três tipos de procedimento: i) ordenação dos dados; ii) classificação dos dados; e iii) análise propriamente dita. Trata-se de um momento de “construção fundamental do pesquisador”, pois A análise qualitativa não é uma mera classificação de opinião dos informantes, é muito mais. É a descoberta de seus códigos sociais a partir de falas, símbolos e observações. A busca da compreensão e da interpretação à luz da teoria aporta uma contribuição singular e contextualizada do pesquisador (MYNAIO, 2011, p. 27). A autora chama a atenção para a questão de que o ciclo de pesquisa não se fecha, pois o pesquisador, nesse processo, pode elaborar novos questionamentos e produzir novos conhecimentos. Mas há que se considerar sempre o recorte temporal em que a pesquisa é realizada, delimitando as etapas e os procedimentos a um cronograma (MYNAIO, 2011, p. 27). tores que acompanham a visita, bem como investigar o uso de ferramentas tecnológicas por parte dos visitantes, em qual(is) momento(s) esses equipamentos eram utilizados e com quais objetivos; II. Aplicação de questionários aos alunos visitantes – nesta segunda fase aplicou-se um questionário (entre 23/03/2012 a 20/06/2012) e outro adaptado às questões desta pesquisa (entre 05/09/2012 e 08/11/2012) cuja finalidade era a avaliação aos visitantes participantes da Gincana; III. Análise dos dados – esta última etapa metodológica é norteada por uma análise qualitativa dos dados coletados (questionários e observações) e quantitativa para dados estatísticos sobre a Gincana. Resultados e discussão O primeiro questionário foi utilizado no período de 23/03/2012 a 20/06/2012. Após análise, foi feita uma revisão e proposição de um novo questionário, que foi aplicado entre 05/09/2012 e 08/11/2012. Todos os visitantes que responderam ao questionário eram de escolas que agendaram visitas no CCA e escolheram a atividade GTIQ. Cabe ressaltar que os questionários não são nominais, assim, não há qualquer identificação que possa ser realizada para assimilar resposta ao aluno visitante. A primeira análise feita diz respeito ao número de visitantes no período em que os dados foram coletados e são apresentadas na Figura 4. Figura 4 Ficha utilizada pelo monitor durante a primeira tarefa Sujeitos da pesquisa Os sujeitos da pesquisa eram visitantes do Centro de Ciências de Araraquara que realizaram as atividades da Gincana Tecnológica e Investigativa de Química entre março e novembro de 2012, período em que a investigação foi desenvolvida. Assim, esse público era constituído por estudantes de ensino de médio de escolas públicas, particulares e do sistema SESI. No de Visitantes – GTIQ Procedimentos metodológicos 128 Fonte: próprio autor De acordo com os fundamentos teóricos e metodológicos escolhidos para o desenvolvimento da presente pesquisa, foram cumpridas as seguintes etapas: I. Observação de visitas escolares que ocorreram no Centro de Ciências – referentes à Gincana Tecnológica e Investigativa de Química, a fim de diagnosticar a estrutura organizacional da equipe e dos moni129 Nota-se que o CCA e GTIQ recebem visitantes de todos os níveis escolares, ensino fundamental, ensino médio, superior incompleto e completo e tanto de escolas públicas e privadas. O número total de visitantes participantes da atividade analisada foi de 450, desses 362 responderam ao questionário ao término da atividade. Esse número menor é explicado devido à não obrigatoriedade da participação no questionário. Porém, optou-se por realizar a análise dos dados e a pesquisa com os visitantes de ensino médio, em um total de 276 visitantes. Essa escolha se dá pelo fato da disciplina Química estar presente quase que exclusivamente como disciplina obrigatória apenas neste nível de ensino e também pela GTIQ ser um programa elaborado, de acordo com a equipe coordenadora, inicialmente, para alunos do ensino médio. As informações sobre as séries escolares desses visitantes estão na Figura 5. Figura 5 Gráfico sobre a quantidade de visitantes divididos pelas três séries do ensino médio Quantidade de visitantes por níveis de ensino 140 120 Quantidade de visitantes 100 80 40 20 Total Privado SESI Público 2o EM 30 22 90 50 6 15 126 87 3 EM 0 0 63 63 0 1 EM o o Fonte: próprio autor 60 O papel das TICs no ensino e na divulgação da Química Já observamos que as TICs têm papel importante e motivacional para os visitantes durante as atividades realizadas na GTIQ, porém, qual é a função desses recursos tecnológicos no ensino e divulgação da Química? A GTIQ pretende explorar a relação entre as disciplinas e as exposições do CCA. É um modo interdisciplinar de se explorar as exposições do museu e repassar essa conexão aos visitantes. E a maneira como as atividades são propostas aos estudantes favorece uma visão da ciência Química como sendo uma atividade experimental, e para realizá-la os visitantes fazem uso de uma experimen130 tação investigativa, uma vez que, a cada tarefa fornecida, ficam cara a cara com uma situação-problema e têm que resolvê-la, uma vez que nas atividades (tarefas) o grupo recebe uma orientação e só. Assim, o grupo acaba discutindo sobre como fazer para resolver o problema, realiza alguns testes, testa hipóteses e reflete um erro e conclui uma resposta fornecendo-a para o monitor que o acompanha. Toda essa sequência pode ser observada nos comentários dados pelos visitantes durante as respostas à questão “Escreva qualquer comentário que você ache pertinente, crítica, sugestão, elogio”: “as atividades são muito eficientes para nosso aprendizado, e a forma como a GTIQ ensina é um modo legal de aprender fácil”; “é uma forma diferente e mais legal de conhecermos química, biologia etc. Parabéns pelo trabalho e obrigada”; “foi bom para fortalecer nosso conhecimento e interação com nossos colegas de grupo”; “foi muito bom coloquei meu aprendizado em dia e a interação com o grupo foi ótima” e; “achei todas as atividades muito legais, divertidas e interessantes, nunca achei que aprender química seria tão legal”. Essa atividade investigativa é completada com a utilização das TICs como, por exemplo, fonte de pesquisa. Os visitantes utilizavam os aparelhos celulares e notebooks para realizar pesquisas e descobrir um procedimento para a realização da atividade e também para aprenderem sobre um reagente ou como manuseá-lo, utilizá-lo e consequências de sua utilização. Segundo as respostas dos estudantes essa utilização tornou a atividade “interessante, pois saímos da rotina de papel e caneta”, “muito mais rápido e interativo” e “menos cansativo e mais fácil para achar as respostas”. Assim, pode-se afirmar que as TICs tornaram a participação dos visitantes muito mais ativas e a GTIQ estimula que a internet seja utilizada como um ambiente de aprendizagem. Portanto, os recursos tecnológicos utilizados durante as atividades da Gincana têm suas potencialidades exploradas e ajudam na resolução de problemas (situação-problema). As avaliações até agora positivas favorecem a hipótese de que essa satisfação na participação da atividade auxiliaram os visitantes na aquisição de novos conceitos e/ou relembrando-os durante a visita. Isso é enfatizado através das respostas dadas para as perguntas “Você aprendeu algum conceito durante a GTIQ?” e “Qual(is) conceito(s) você aprendeu ou recordou hoje?”. As respostas fornecidas pelos estudantes dessa primeira questão são apresentadas nas Figuras 6 e 7. Essa foi uma questão de múltipla escolha e os visitantes tinham as seguintes opções: “Não, apenas recordei algum que eu já sabia; Sim, aprendi 1 novo conceito; Sim, aprendi 2 novos conceitos; Sim, aprendi 3 ou mais conceitos. Já as repostas da segunda, no caso discursiva, foram agrupadas em categorias e são apresentadas na Tabela 1. 131 Figura 6 Gráfico contendo os dados para a questão “Aprendeu algum conceito durante a GTIQ?” Aprendeu algum conceito durante a GTIQ? 30 Quantidade de respostas 25 20 15 10 0 1o EM 2o EM 1o EM Privada 2o EM 1o EM 2o EM SESI 3o EM Pública Não 2 4 22 17 0 0 14 Sim, 1 3 7 27 11 1 3 15 Sim, 2 5 2 21 4 4 5 7 Sim, 3 ou mais 20 9 20 18 1 7 27 Fonte: próprio autor 5 A análise desta questão é bastante complexa, uma vez que as atividades realizadas durante a Gincana são as mesmas para todos os níveis de ensino, ou seja, os alunos do 1o ano do ensino médio realizam as mesmas que os do 3o ano do ensino médio além de ser a mesma para estudantes da rede pública e privada. E consideramos também as respostas dadas pelos visitantes, como, por exemplo, “aprendi sobre...” são na verdade indícios de aprendizagens, uma vez que não é possível ter a certeza de que o aluno realmente aprendeu um novo conceito, já que não realizamos um acompanhamento posterior à atividade. Assim, pode-se considerar que a utilização do verbo “aprender” possui esse sentido de “indícios de aprendizagem”. Em uma primeira análise, tem-se que um pouco mais de um terço dos visitantes aprendeu três ou mais conceitos, enquanto que 21% afirmaram ter apenas recordado um ou mais conceitos. Essa divisão é interessante, pois se podia esperar que os alunos do 1o ano seriam os que mais aprenderiam novos conceitos, enquanto que os de 3o seriam os que menos aprenderiam e mais recordariam. Porém, isso não acontece quando analisamos os dados dos alunos de escolas públicas, única categoria em que existem alunos dos três níveis de ensino. Ao observar os dados temos que os alunos do 3o ano das escolas públicas foram os que mais aprenderam novos conceitos. Isso pode ser explicado, talvez, pela maior maturidade desses alunos, ou seja, conseguiram encarar a atividade de forma mais centrada e com maior atenção, enquanto que os visitantes dos anos anteriores aproveitaram a atividade sem uma preocupação e uma maior atenção aos conteúdos científicos envolvidos em cada uma das tarefas. Tabela 1 Categorização das respostas à questão: “Qual(is) conceito(s) você aprendeu ou recordou hoje?” No Categoria Quantidade Exemplos 1 Rochas 50 ou 20,9% “sobre as rochas, sedimentares, metamórficas, magmáticas”; “definir os três tipos de rochas” 2 Ácidos e Bases 32 ou 13,4% “os diferentes parâmetros para ácidos e substâncias básicas”; “aprendi a utilizar os elementos químicos para saber identificar alguma substância”; “azul de bromotimol” 3 Diversos conceitos 26 ou 10,9% “recordei alguns que eu só sabia teoricamente”; “algumas reações químicas”; “vários”; “muitossss” 4 Fórmula estrutural 20 ou 8,4% “fórmula estrutural dos ácidos sulfúrico e fosfórico”; “montar as estruturas na lousa digital”; “aprendi sobre as formas geométricas em elementos...”; “como montar a forma estrutural de três ácidos: sulfúrico, carbônico e fosfórico” 5 Luminol 0 ou 8,4% “íons ferro e luminol”; “o sangue contém ferro em sua composição e o luminol quando espirrado e em contato com a luz negra brilha” Figura 7 Total de respostas à questão “Aprendeu algum conceito durante a GTIQ?” 21% 37% 24% 18% Não Sim, 1 Sim, 2 Sim, 3 ou mais 132 Fonte: próprio autor Gráfico com o total de respostas agrupadas por categorias sobre a questão “Aprendeu algum conceito durante a GTIQ?” 133 6 DNA 20 ou 8,4% “pude aprender a montar o DNA”;; “bases nitrogenadas...” 7 Poliedros de Platão 19 ou 7,9% “formato do NaCl...”; “formato do sal de cozinha microscopicamente”; “...o conceito de poliedro de Platão que o cubo significa Terra...” 8 Oxirredução 19 ou 7,9% “...e o que o cobre faz com o prego”; “a transformação química para fazer o prego ficar vermelho...”; “na oxiredução de um prego, se utiliza o cobre sulfato-ICO” 9 História da química 17 ou 7,1% “o conceito de achar no final o cientista no final do projeto”; “aprendi o ano de 2011 foi o ano da química em homenagem a Marie Curie e muitas coisas sobre sua vida através das pistas dadas”; “aprendi sobre o cientista Le Chatelier”; “química quântica e Linus Pauling” 10 Corpo humano 10 ou 4,2% “o ácido forte que está no estômago conhecido como ácido muriático”;; “que ácido era do estômago”; “ácido gástrico = ácido clorídrico – HCl” 11 Revisão de conceitos 6 ou 2,5% “relembrei o que já aprendi”; “apenas revi os que a professora já tinha explicado” Fonte: próprio autor Um item que chamou muito a atenção foi que muitos alunos responderam ter aprendido sobre os cientistas que estavam procurando, o que nos permite afirmar que a GTIQ contribuiu também para a apresentação, aos visitantes, da história da química, mesmo sendo de maneira rápida e segmentada, uma vez que eles recebiam informações sobre esses cientistas nas pistas ganhas após a execução de uma tarefa e/ou via apresentação sucinta feita pelos colegas ao término da atividade (todos os grupos apresentam as pistas descobertas e os cientistas para os demais), que, por sinal, essa etapa da atividade desempenha importante papel junto à socialização das equipes e do conhecimento. A Tabela 2 apresenta os principais conceitos envolvidos em cada uma das nove tarefas realizadas pelos visitantes. 134 Tabela 2 Conceitos envolvidos nas tarefas da GTIQ de acordo com os responsáveis pela atividade T arefa Conceitos envolvidos 1 Descobrir o tipo de pH (ácido, básico ou neutro) das substâncias presentes na bancada Ácidos; Bases; pH; Indicador ácido/base Faixa de viragem de indicador 2 Deixar um prego (ferro) com a coloração vermelha utilizando os materiais disponíveis Oxirredução; Reatividade de substâncias; Descarte de produtos 3 Montar as fórmulas estruturais das três substâncias na lousa digital Nomenclatura de ácidos Fórmula molecular de ácidos Fórmula estrutural Geometria molecular 4 Desafio GTIQ: resolver uma cruzadinha “Revisão” de vários assuntos: Ácidos, bases e óxidos; Átomos e íons Modelos atômicos; Tabela Periódica; Interação intermolecular; Bases nitrogenadas Oxirredução 5 Achar um exemplo de rocha metamórfica, sedimentar e magmática Visualizar as diferenças entre os tipos de rochas; Identificar as substâncias químicas presentes em cada rocha 6 Identificar um objeto contaminado com íons ferro Oxirredução; Investigação forense; Frequência da luz visível e luz negra 7 Achar um poliedro de Platão que representa a estrutura cristalina do cloreto de sódio e montá-lo Formas geométricas – Poliedros de Platão; Retículo cristalino unitário de sais 8 Montar uma estrutura de DNA Bases nitrogenadas; Sequência/ Par de bases nitrogenadas; Interação intermolecular 9 Achar órgãos no modelo de corpo humano Digestão; Suco gástrico; Equilíbrio hemoglobina e carboxiemoglobina Fonte: próprio autor Outro fator que deve ser destacado é que o conceito aprendido durante a atividade foi construído pelo próprio visitante durante a execução das tarefas, sempre de forma investigativa, sendo eles mesmos os responsáveis pela realização e a procura por procedimentos e informações para a execução das mesmas. Notou-se que essa procura por informações utilizando-se a internet como ferramenta foi simples para alguns, porém, para outros bastante complexa, e essa observação está diretamente ligada à questão respondida no questionário: “Tem o costume de estudar usando o PC ou outra tecnologia?”. 135 O gráfico da Figura 8 possui informações apenas de escolas públicas e do SESI porque as escolas privadas que participaram da GTIQ não responderam a essa questão. A partir da análise do gráfico, pode-se observar que a grande maioria dos alunos que participaram da atividade tem o costume de utilizar o computador ou algum outro recurso tecnológico para o estudo. Notase que os alunos das unidades do SESI utilizam essas tecnologias com maior frequência que os de escolas públicas, usando entre cinco e dez horas na semana, enquanto que os da escola pública estudam com esse tipo de apoio, em média, até cinco horas na semana. A Tabela 3 e a Figura 9 a seguir apresentam, respectivamente, um gráfico e uma tabela, com as tarefas que os visitantes mais tiveram dificuldade durante a visita determinadas a partir da análise da questão de múltipla escolha “Que tarefa você achou mais difícil” contendo todas as nove tarefas realizadas pelas equipes durante a Gincana Tecnológica. Tabela 3 Respostas informadas pelos visitantes sobre a tarefa que acharam mais difíceis divididas pelas séries Quantidade de respostas assinaladas Figura 8 Número de respostas à pergunta “Tem o costume de estudar usando o computador ou outro tipo de tecnologia?” Quantidade de respostas Tem o costume de estudar usando o PC ou outro tipo de tecnologia? 25 20 15 10 5 0 Não uso Até 5h Entre 5 e 10h Entre 10 e 15h Entre 15 e 25h Mais que 25h SESI 1o EM 1 25 25 14 8 17 o SESI 2 EM 2 19 16 4 4 5 Pública 2o EM 2 2 3 2 0 0 Pública 3o EM 1 19 9 1 3 5 Fonte: próprio autor Porém, apesar de quase todos os visitantes afirmarem que utilizam o computador ou outro aparelho para realizar pesquisa ou estudar, nota-se que eles tiveram alguma dificuldade na hora em que precisavam realizar pesquisas, pois uma das tarefas da Gincana envolvia a resolução de uma cruzadinha no computador, ou seja, era a atividade que eles estavam mais próximos da fonte de pesquisa e tinham à disposição a internet para fazê-lo, entretanto essa atividade foi a que, de modo geral, eles disseram ter encontrado a maior dificuldade. 136 Tarefa / Escolaridade 1 E.M. Privado 1 E.M. SESI 1o E.M. Pública 2o E.M. Privado 2o E.M. SESI 2o E.M. Pública 2o E.M. Pública Total Deixar o prego vermelho 1 2 1 2 0 1 1 8 Desafio GTIQ (palavra cruzada) 8 33 2 18 32 9 42 144 Encontrar as substâncias ácidas e básicas 3 1 0 0 13 1 5 23 Encontrar os três tipos de rochas 0 21 1 1 1 0 8 32 Íons ferro e o luminol 0 1 0 0 0 0 0 1 Montar as estruturas na Lousa Digital 0 13 2 0 0 4 3 22 Montar o DNA 7 11 0 1 4 0 4 27 Órgãos e o corpo humano 11 8 0 0 0 0 0 19 o o Fonte: próprio autor 137 Figura 9 Tarefas que os visitantes acharam mais difíceis na Gincana Tecnológica e Investigativa de Química Qual tarefa você achou a mais difícil 160 N. de respostas 140 120 100 80 60 40 20 0 Deixar o prego vermelho 1o EM Desafio GTIQ (palavra cruzada) 2o EM Encontrar as substâncias... Encontrar os três tipos de... íons de ferro e o lumiol Montar as estruturas na Lousa... Montar o DNA Órgãos e o corpo humano Tarefas assinaladas 3o EM Fonte: próprio autor mações e pesquisa, favorecendo a interatividade, que é característica dos museus e das TICs. Por outro lado, a GTIQ utiliza as TICs como recursos motivacionais, que despertem o interesse pelo assunto científico abordado na atividade, uma vez que esses recursos estão presentes também no dia a dia dos alunos visitantes e defende a ideia da utilização da internet como ambiente de aprendizagem e não apenas como lazer. E como as TICs estão no cotidiano dos visitantes, eles têm extrema facilidade e prazer em manusear esses equipamentos, o que faz com que as atividades tornem-se estimulantes, dinâmicas e divertidas (lúdicas), porém, não têm o costume de utilizar constantemente em suas casas esses recursos tecnológicos para estudar. De maneira geral, pode-se afirmar que a Gincana acaba sendo uma grande novidade para os visitantes, não apenas a utilização dos recursos tecnológicos, mas também o modo como as atividades são propostas, a visão empírica da Química e as formas de se descobrir algo a partir da construção de um conceito. Assim, conclui-se que as TICs auxiliam positivamente para que a GTIQ seja uma atividade importante para a formação e a construção do conhecimento, contribuindo para uma aprendizagem mais efetiva e fácil, ao mesmo tempo em que a GTIQ coopera para que os alunos visitantes tenham a informação de que os recursos tecnológicos podem e devem ser utilizados de maneiras educacionais, não apenas em escolas, mas também em suas casas. Considerações finais Referências Essa pesquisa teve como motivação a tentativa de responder a três questões: “como os recursos tecnológicos são utilizados durante a GTIQ do Centro de Ciências de Araraquara?; O que os visitantes da GTIQ pensam sobre o uso dos recursos tecnológicos? e; Quais as contribuições do uso de recursos tecnológicos para o Ensino e Divulgação da Química?” e a partir da observação das atividades e análise dos questionários respondidos pelos sujeitos da pesquisa pudemos chegar a algumas respostas, porém, como a pesquisa foi delimitada pela escolha do Centro de Ciências de Araraquara e a Gincana Tecnológica esses resultados não podem ser generalizados, entretanto acreditamos que podem contribuir para conclusões futuras. A utilização de TICs em museus de ciência e com atividades que envolvem a Química é ainda pouco citada na literatura, e o CCA o faz com o objetivo de mostrar aos visitantes que recursos como computadores, notebooks, celulares, tablet e internet podem ser utilizados para a educação e para aprender, principalmente através de busca de infor- ABCMC.Guia de Centros e Museus de Ciências do Brasil 2009, Vol. Único, 2009. ARAÚJO, E. S. N. et al. Divulgação e cultura científica. In: ARAÚJO, E. S. N; CALUZI, J. J.; CALDEIRA, A. M. (org.) Divulgação científica e ensino de Ciências: estudos e experiências. Educação para a Ciência, V. 7. São Paulo: Ed. Escrituras, 2006, 15-34. 138 BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. M. O computador no ensino de química: impressões versus realidade. Em Foco as escolas públicas da Baixada Fluminense. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 10, n. 2, 2008, p. 1-20. Disponível em: http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/ index.php/ensaio/issue/view/21. 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A NanoAventura completa 10 anos de existência em 2015, se consolidando como o primeiro projeto do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O sucesso pode ser verificado no impacto que a NanoAventura tem tido em milhares de jovens visitantes, em professores que acompanharam as turmas, bem como no impacto na área de museologia de ciência, verificada através das publicações em periódicos especializados, apresentações em congressos e os diversos contatos que tivemos ao longo destes anos de funcionamento ininterrupto da exibição. Além disso, convém destacar a parceria realizada no âmbito do MERCOSUL, com a participação de pesquisadores do Brasil e da Argentina no desenvolvimento e na consolidação do projeto. Acreditamos que a NanoAventura cumpriu um papel importante como exibição que procura mostrar uma ciência e uma tecnologia nova, ainda distante do público e que, ao mesmo tempo, procurou estimular novas gerações de jovens a seguir o fascinante caminho da ciência. Introdução A NanoAventura é uma exposição interativa criada em 2005 com o fim de atrair o interesse do público infantil e adolescente para a nanociência e a nanotecnologia gerando um espaço de aprendizado e divertimento. Nessa perspectiva, a NanoAventura foi pensada como um convite a explorar o mundo nanoscópico por meio de imagens, músicas e simulações de um modo lúdico. Na NanoAventura um apresentador conduz o roteiro, de uma hora de duração, composto por vídeos e jogos eletrônicos para uma turma de, no máximo, 48 participantes. Um vídeo, desenvolvido especialmente para o projeto, introduz a noção de escala, apresenta os fundamentos da nanociência e da nanotecnologia e mostra o desenvolvimento dessas áreas no Brasil. Na etapa seguinte, a turma é dividida em quatro grupos que transitam pelas estações dos jogos que permitem tanto manipular objetos virtuais simulando práticas de laboratório e da indústria quanto explorar espaços de pesquisa do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) e da Unicamp. O encerramento da experiência acontece novamente em forma coletiva com a apresentação de um vídeo 3D que recupera visualmente algumas das ideias previamente apresentadas. 144 A NanoAventura foi a primeira exposição organizada pelo Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, que foi desenvolvida em 2005 como parte do processo de consolidação desta instituição e aberta ao público em abril desse ano na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. Em 10 anos de funcionamento, percorreu as cidades de Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Campinas (SP) atendendo mais de 200 mil pessoas. A exposição foi idealizada em parceria com o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Instituto Sangari. Contou com o financiamento da Fundação Vitae, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o patrocínio e o apoio de diversos parceiros. Problema Desenvolver uma exposição sobre nanociência e nanotecnologia apresentou um duplo desafio: despertar o interesse por uma ciência e uma tecnologia emergente ainda distante do cotidiano do público-alvo e musealizar o que não se vê a olho nu. A comunicação e a educação em nanociência e nanotecnologia em museus e centros de ciência aparecem como contribuições a um diálogo ciência-tecnologia-sociedade ainda incipiente. Sabemos que, ainda hoje, nos museus e centros de ciência a exposição de controvérsias científicas é pouco frequente, e de difícil resolução quando existente (MCDONALD & SILVERSTONE, 1992). Consideramos esse um caminho atual a ser atendido por instituições que tentam contribuir com o diálogo ciência-tecnologia-sociedade. Por sua vez, a nanociência e a nanotecnologia são mediadas pelas imagens de instrumental especializado e de manipulação delicada. A imagem do objeto e as simulações são as formas de aproximação e de experimentação no mundo nanoscópico. Qual é então a possibilidade de musealizar esses objetos? Esses foram nossos principais desafios. Justificativa A nanociência é recorrentemente referenciada como uma ciência nova, porém o estudo de elementos da escala nanométrica existe antes de ganhar essa denominação. O desenvolvimento de instrumental apropriado para observar e manipular esses elementos teve um forte impulso nas últimas décadas, levando ao surgimento de uma nova tecnologia que aparece no cenário com sua carga de promessas e incerte145 zas. A nanotecnologia é a engenharia de materiais a partir de átomos e moléculas, que possibilita o uso dos resultados da nanociência para a manipulação e a reorganização de nanopartículas, promovendo outras combinações e, com isso, a elaboração de novos materiais e dispositivos. Esta é uma tecnologia emergente que está entre as prioridades de investimentos em C&T que se vem multiplicando exponencialmente mas que, conforme pesquisas da área em diversos países, ainda está longe das preocupações e dos interesses de grande parte da população. Abordar esta temática 10 anos atrás foi uma iniciativa inovadora, pois estava totalmente ausente das exposições latino-americanas, tendo, sim, algumas experiências americanas e europeias. Pesquisas de opinião da época feitas nos EUA (COBB, 2005), no Reino Unido (ANDERSON et al., 2005) e a comparação entre Canadá e os EUA (EINSEIDEL, 2005) mostraram que as pessoas não estavam ainda muito familiarizadas com esses termos, mas, com algumas diferenças nos distintos contextos, a atitude geral era de otimismo face às novas promessas tecnológicas. Não tínhamos informações sistemáticas a respeito da opinião nos países latino-americanos e assumimos o desafio de abrir um espaço no qual se pudesse socializar o que estava acontecendo no mundo da ciência e da tecnologia. Nessa empreitada, foi fundamental a participação da Dra. Sandra Murriello, argentina, que trabalhou no desenvolvimento da proposta expositiva e na avaliação da exibição, no contexto de uma bolsa de pós-doutorado da Fapesp sob a direção do Carlos Vogt e Marcelo Knobel. A análise da percepção sobre a N&N do público no contexto da NanoAventura foi a base para outras análises de percepção realizadas na Argentina com alunos de ensino médio em colaboração com o Centro Atómico Bariloche, da Comisión Nacional de Energía Atómica1. Além disso, o projeto contou com a assessoria do Prof. Dr. Leandro Socolovsky, da Facultad de Ingeniería da Universidad de Buenos Aires. Houve ainda diversas tentativas de levar o projeto para a Argentina, que acabaram não progredindo devido ao alto custo envolvido, mas o projeto alcançou uma projeção latino-americana e mundial, sendo completamente inovador na concepção e na ênfase que foi dada a mostrar ao público de que pesquisas de ponta na área de nanociência e nanotecnologia eram realizadas na América latina. Objetivo Atrair o interesse do público infantil e adolescente (9-14 anos) para a nanociência e a nanotecnologia gerando um espaço de aprendizado e divertimento. Mostrar que na América latina são realizadas pesquisas de ponta na área de nanociência e nanotecnologia. 146 Metodologia a) A proposta expositiva Entendendo que a visitação da NanoAventura deveria despertar o interesse e a curiosidade para uma temática nova como forma de favorecer uma aprendizagem de longo prazo (FALK & DIERKING, 2000), propôs-se uma experiência multimídia em um ambiente atrativo e de forte apelo para uma tecnologia inovadora. Procurou-se uma linguagem próxima do público-alvo escolhendo-se vídeos e games como suporte de uma proposta educativa fortemente lúdica. Um apresentador conduz o roteiro, de uma hora de duração, composto por vídeos e jogos eletrônicos para uma turma de, no máximo, 48 participantes (pensando na itinerância e na visitação escolar através de ônibus). Um vídeo, desenvolvido especialmente para o projeto, introduz a noção de escala, apresenta os fundamentos da nanociência e da nanotecnologia e mostra o desenvolvimento dessas áreas no Brasil. Na etapa seguinte, a turma é dividida em quatro grupos que transitam pelas estações dos jogos. Três dos jogos eletrônicos permitem manipular objetos virtuais simulando práticas de laboratório e da indústria. Já o quarto jogo é um passeio virtual, que convida o visitante a explorar espaços de pesquisa do LNLS e da Unicamp. O encerramento da experiência acontece novamente em forma coletiva com a apresentação de um vídeo 3D que recupera visualmente algumas das ideias previamente apresentadas, e outras que eventualmente podem ser trabalhadas posteriormente em sala de aula. Os vídeos Um vídeo introdutório1 opera como estímulo inicial para o visitante se situar cognitivamente no tema que está sendo apresentado e como elemento de antecipação da experiência de jogos eletrônicos. O vídeo aborda dois conceitos-chave para a compreensão da nanociência e da nanotecnologia: a noção de escala e a constituição da matéria. Também são apresentados os princípios fundamentais desta nova tecnologia, mostrando que esta área científico-tecnológica está em desenvolvimento no Brasil. Assim, na estrutura narrativa do vídeo podem-se diferenciar duas fases, a primeira opera como um “zoom in”, na qual se parte de objetos conhecidos que estão na ordem da escala métrica para chegar Vale destacar que este vídeo recebeu a menção honrosa na categoria vídeo didático no Festival de Cine e Vídeo Científico do Mercosul de 2006 (CIENCIEN ‘2006) . 1 147 até a escala nanométrica. Esse caminho avança “passo a passo” em forma descendente seguindo as potências de dez, reforçando graficamente a sua expressão matemática e mostrando elementos biológicos característicos de cada ordem de grandeza. Já na escala nanométrica, o vídeo destaca os átomos como constituintes básicos da matéria, considerando esse um conceito-chave para a compreensão dos fundamentos da nanociência e da nanotecnologia. O carbono foi utilizado como exemplo ilustrativo que nos permitisse mostrar a sua presença em formas vivas e inertes assim como a capacidade da nanotecnologia de gerar novas estruturas – fundamentais na nanotecnologia – como nanotubos e fulerenos (buckybolas). A estrutura narrativa do segundo momento do vídeo se baseia em um diálogo entre pequenos trechos de depoimentos de pesquisadores brasileiros e a narração em off do apresentador. Apresentam-se imagens de laboratórios e instrumental existentes em instituições brasileiras tentando mostrar as possibilidades atuais de manipulação da matéria nessa escala e o desenvolvimento do setor no País. A parte final do vídeo tem por objetivo introduzir o visitante na experiência que realizará a continuação. Os quatro jogos são apresentados explicando a sua proposta e o objetivo. - Outro vídeo, desta vez em 3D, foi preparado para o fechamento da NanoAventura. Sem textos, apenas com música, resume em imagens algumas das ideias apresentadas ao longo da experiência e introduz algumas outras que podem ser trabalhadas pelos professores em sala de aula posteriormente. Tabela 1 – Descrição dos jogos eletrônicos da NanoAventura, com imagens ilustrativas. Fotos: Nelson Chinaglia (LNLS). Nanomedicina Objetivo: em equipe, salvar células doentes com medicamentos revestidos com uma camada de material não tóxico. Nessa estação, os jogadores têm que preparar e injetar um nanomedicamento em uma célula doente. Cada jogador deve escolher e recobrir o medicamento, antes de lançá-lo no interior da célula. Quem descobrir qual dos medicamentos é o mais eficiente, tem que avisar seus companheiros para poder salvar uma quantidade maior de células. Passeio virtual Objetivo: conhecer os ambientes onde se trabalha com nanociência e nanotecnologia. Os jogos Os jogos eletrônicos interativos foram projetados como jogos em equipes de até 12 pessoas, de caráter colaborativo, que permitem aos usuários ter controle de sua pontuação individual e coletiva. No decorrer da experiência estimula-se a competição entre os distintos grupos apenas como um meio para o melhor desenvolvimento das tarefas, ressaltando-se sempre que não existem equipes ganhadoras. 148 Esse é mais propriamente um ambiente exploratório desenvolvido com tecnologia de game, do que um típico videogame. Aqui cada visitante faz parte de uma equipe de cientistas e colabora com tarefas de pesquisa no LNLS, na Unicamp e na sala do conhecimento, um ambiente criado para este jogo. 149 Nanocircuitos Vale ressaltar o duplo caráter competitivo e colaborativo dos jogos. A competição é uma característica necessária para que um jogo seja desafiante, e a colaboração pretende estimular atitudes de coesão intraequipe propondo uma tarefa em comum. Essa colaboração apresenta distintos níveis de interação com os pares e na limpeza de superfície, por exemplo, essa colaboração mútua está mais reforçada, gerando um desafio a mais no jogo que o caracteriza. A visualização da pontuação dos jogos estimula a competição com as outras equipes e reforça os laços internos. Um problema comum a todos os jogos foi a explicação inicial e a interferência de sons entre os jogos. Esse problema foi parcialmente solucionado com a utilização de fones de ouvido e uma explicação da dinâmica do jogo reforçada pelos monitores. Objetivo: simular a montagem de nanocircuitos. Assim como os cientistas usam os microscópios de força atômica ou nanomanipuladores, neste jogo o visitante controla uma das etapas de uma linha de montagem de circuitos com nanocomponentes, como ocorrerá, talvez, no futuro, e assim montar nanocircuitos em equipes de 4 pessoas. Limpeza de superfície Objetivo: tirar as impurezas de uma amostra. Este jogo simula 12 microscópios de força atômica, cada um controlado por um jogador. Algumas tarefas exigem o trabalho em dupla e outorgam maior pontuação. A tarefa é retirar átomos e fios de átomos indesejados da superfície da amostra. b) Site da NanoAventura O site da NanoAventura foi desenvolvido para criar um ambiente que se assemelhe mais a uma experiência visual/gráfica no Nanomundo do que um site informacional, com enfoque textual. O site tem duas grandes áreas. A primeira é uma área de divulgação da própria NanoAventura, um tour-virtual com o mapa da tenda como guia principal para as informações (infográfico). Contemplou-se também, a transformação e adaptação de dois dos jogos da NanoAventura para a internet que preservem as características de interatividade e motivação. A segunda área é destinada à divulgação da Nanociência. A ideia foi criar um ambiente de discussão que inclua as áreas já abordadas: “Nanociência”, “Escala”, “Aplicações”, “NanoBrasil” e “Imagens”, “Entrevistas”, “Bibliografia”, e “Links”. Estas áreas têm conteúdo dinâmico e sincronizado à parte interativa do site. Figura 1 – Layout do site da NanoAventura. 150 151 d) Treinamento de monitores Figura 2 – Foto de tela de um dos jogos desenvolvidos para o site da NanoAventura (nanofábrica). c) O material didático Um material informativo aborda de forma simples conteúdos básicos complementares à experiência e está destinado aos professores interessados em abordar a temática com suas turmas. Esse material é entregue em formato impresso nas visitas de grupos escolares e também está disponível em no site da exposição. Na NanoAventura o mediador tem um papel muito importante nesta interação com os visitantes, e assim tem sido fundamental desenvolver e aprimorar o sistema de treinamento de mediadores. Ao longo do período de atividades da NanoAventura foram realizados periodicamente treinamentos dos mediadores para a operação, com o objetivo de formar uma equipe habilitada a transmitir os conteúdos pedagógicos do projeto, assegurando o bom atendimento aos visitantes e também garantindo a segurança dos visitantes com os treinamentos de procedimentos de emergência. É importante ressaltar que o treinamento de mediadores evolui para o seguinte formato: hoje é uma disciplina oferecida para alunos de toda a universidade, independente da área de concentração do curso do aluno, ou seja, envolve alunos de ciências Exatas, Humanas, Biológicas e Artes. O curso é oferecido com um treinamento intensivo de todas as atividades do Museu, incluindo obviamente a NanoAventura, com duração de uma semana, integral. Após esta etapa, é montada uma base de dados (cadastro) com os horários disponíveis para mediação de cada aluno matriculado no curso. Esse cadastro é utilizado ao longo do semestre para montar a grade de mediadores que atendem o público nas sessões da NanoAventura. Em cada período de atividade realizada pelos alunos, eles são recompensados com um pequeno auxílio financeiro, transporte e alimentação quando necessários. Esse formato tem se mostrado bastante eficiente, resultando em aproximandamente 60 novos mediadores por semestre, muitos dos quais, cerca de 10 a 15%, se voluntariam para continuar como mediadores, mesmo depois de encerrado o semestre letivo. Outra coisa a destacar é que os alunos cumprem créditos oficiais para sua formação acadêmica, com uma atividade bastante densa em termos de vivência de práticas pedagógicas e interação social, com um público extremamente diversificado, o que certamente contribui na formação destes alunos com uma visão humanizada de suas atividades profissionais, de qualquer área que seja. Figura 3 – Capa do Material Didático distribuído aos professores. 152 Figura 4 – Semana de Treinamento de monitores na Estação Ciência e equipe da NanoAventura no treinamento de combate a incêndio. 153 A fim de melhorar o perfil de monitor, foram realizados também outros treinamentos: > Treinamento de combate a incêndios e segurança do trabalho Esse treinamento foi dividido em duas partes: a primeira, composta por um seminário com o conteúdo teórico sobre os principais conceitos de segurança do trabalho e técnicas de combate a incêndio; e a segunda parte, de caráter prático, realizada no campo de treinamento do Centro de Tecnologia da Unicamp, onde todos vivenciaram simulações de incêndios reais provocadas pelos técnicos, onde todos combateram as chamas utilizando os diferentes tipos de extintores. > Treinamentos de Primeiros Socorros com a participação das enfermeiras da DSSO – Unicamp, e Segurança do Trabalho com a equipe de técnica de Segurança do Trabalho da Unicamp. Análises A fim de acompanhar de forma sistemática o desenvolvimento da NanoAventura, a exposição foi avaliada desde as suas fases iniciais e seus resultados parciais foram difundidos através de eventos e publicações. A avaliação já é uma prática consolidada nos grandes museus do mundo e vem mostrando a sua utilidade para a melhoria permanente dos produtos desenvolvidos e para um melhor acompanhamento dos processos e interações que acontecem nas exposições. Das diversas classificações existentes para a NanoAventura, utilizou-se como referencial a proposta pelo Audience Research Center do Australian Museum (http://www.amonline.net/amarc/pdf), que considera uma fase de avaliação preliminar, uma formativa, uma corretiva e uma somativa. Metodologicamente foram utilizados principalmente questionários, por serem instrumentos apropriados para os fins propostos e para as condições do contexto expositivo. Entrevistas e observações também foram utilizadas para a coleta de dados. Esses instrumentos têm sido analisados desde um foco qualiquantitativo e a amostra supera as 1.000 respostas. Em uma breve síntese das nossas avaliações podemos destacar os objetivos e resultados das suas fases: A avaliação preliminar, citada anteriormente, foi realizada na fase de planejamento para identificar no público-alvo os conhecimentos prévios sobre os conteúdos a serem abordados na NanoAventura. Os resultados se mostraram úteis para a concepção da proposta e para a definição do roteiro geral, utilizando como ponto de partida as ideias dominantes. Assim entendemos, por exemplo, que a ideia de pequeno estava bem distante do universo nanoscópico e que a identificação de estruturas biológicas era mais frequente que as inertes. 154 A avaliação corretiva realizada em 2005, nos primeiros meses de funcionamento, com público avulso e escolar, mostrou os acertos e os problemas da exposição e orientou as decisões de aprimoramento. Os jogos mostraram-se como a grande atração da exposição para o público-alvo, mas com dificuldades de linguagem para o público alheio aos games, entre os quais se destacam os professores de escolas. Problemas técnicos e de jogabilidade foram identificados e solucionados sempre que possível. Também essas avaliações mostraram a necessidade de se reformular, parcialmente, o roteiro do vídeo inicial, e aprimorar tecnicamente o de 3D. Já na fase de avaliação somativa, aprofundamos a análise das interações do público com os jogos e entre pares, assim como avaliamos os ganhos afetivos, sociais e cognitivos da exposição. Temos resultados que mostram ganhos cognitivos na visitação e que satisfazem alguns dos nossos objetivos básicos. A aproximação da escala nanométrica, a ideia particulada da matéria e a identificação da nanociência e da nanotecnologia como o estudo e a manipulação de matéria nessa escala aparecem como conceitos incorporados na visita. As aplicações da nanotecnologia despontam como novidades e atraem a atenção do visitante e a sua interpretação se vê facilitada quando ligada a temas biológicos, mais próximos da experiência dos visitantes. Por sua vez, a mensagem da exposição parece incidir fortemente numa visão otimista da nanotecnologia que, achamos, se arraiga na visão predominante sobre as tecnologias em geral. A associação do termo tecnologia com as ideias de progresso, futuro e usos benéficos estão presentes no imaginário social e se transladam também a este novo campo tecnológico. Entendendo que a aceitação das novas tecnologias está ligada a uma resposta afetiva e não apenas cognitiva, e também que a ressignificação dos objetos de uma exposição é fortemente influenciada pelos conhecimentos e interesses prévios, a exposição se apresenta como um importante espaço de aproximação a esta temática. Com relação aos ganhos afetivos e sociais, temos o registro observacional da resposta entusiasta de crianças e adolescentes e a experiência de visitantes que retornaram à NanoAventura com parentes ou amigos. Temos, também, a lembrança da experiência de alunos que visitaram a exposição um ano antes e que manifestam a vontade de retornar como uma experiência caracterizada como “legal”, “interessante”, “educativa” e “divertida”. A lembrança dos jogos, em particular o jogo de nanomedicina, aparece fortemente e remete a um momento de prazer associado a uma experiência educativa. O contexto de passeio escolar e a interação com colegas e monitores aparecem também referenciadas, confirmando a importância do contexto físico e social da exposição. 155 Na NanoAventura, temos verificado a importância da proposta expográfica para gerar uma experiência de imersão, o papel central que tem a interação com os outros dentro da exposição – tanto nos jogos como na experiência total –, e ressaltamos a influência dos conhecimentos e interesses prévios para o aproveitamento individual da proposta apresentada. A interação desses fatores produz uma experiência, deixa uma lembrança da visita, que poderá ser aproveitada e complementada a médio e longo prazos, conforme os estímulos oferecidos. No caso desta temática, que reconhecemos ser nova para a maioria dos visitantes, pensamos que esta primeira aproximação pode oferecer uma base conceitual que facilite um aprofundamento no assunto através de outras experiências e materiais. Avaliação dos jogos Dado o papel central dos jogos na proposta expográfica da NanoAventura, temos feito uma avaliação específica dos jogos. Cabe aqui salientar que comprovamos que o domínio da situação, em nosso caso da linguagem de jogos, é um pré-requisito para o aproveitamento da exposição. Em adultos que não têm domínio da linguagem observa-se uma inibição da participação na etapa dos jogos ou mesmo uma participação frustrante, pois o obstáculo está na interação com o equipamento. Nesse caso, a experiência da visita como um todo é afetada. A atitude de se manter afastado na etapa dos jogos foi frequentemente observada nos professores que acompanham as suas turmas. Coincidentemente, nos questionários respondidos na fase de avaliação corretiva, os que declaram não jogar nunca nenhum tipo de jogo são alguns professores das turmas escolares visitantes. Isso levanta a dúvida sobre o aproveitamento da experiência por parte de professores e alunos. Por outro lado, em grupos familiares temos observado que essa falta de domínio nos adultos leva a que as crianças expliquem para familiares adultos o funcionamento e as regras básicas para mexer no equipamento (Figura 3). Essa interação é interessante, pois mostra uma inversão da já reconhecida atitude dos pais em “ensinar” para os filhos no contexto do museu. Figura 5 – Criança ensinando a um idoso o jogo de montagem de nanocircuitos durante a temporada da NanoAventura no Rio de Janeiro. As avaliações realizadas revelam que o uso de jogos na exposição opera como um fator fundamental de atração e divertimento para o público-alvo, sendo de difícil acesso para um público não treinado na linguagem. Pensamos que a interação com os jogos ainda oferece a possibilidade de uma análise mais aprofundada para nos aproximar de uma interpretação das suas potencialidades educativas. Porém sabemos que os jogos devem ser analisados no contexto de uma exposição como um todo. Nesse sentido, temos já alguns resultados que mostram ganhos cognitivos na visitação e que satisfazem algumas das nossas propostas básicas. A aproximação da escala nanométrica e a identificação da nanociência e a nanotecnologia com o estudo e a manipulação de matéria nessa escala aparecem em nossas avaliações corretiva e somativa como conceitos incorporados na visita. Vemos também o maior apelo das questões biológicas e de saúde, o que nos leva a pensar que futuras ações poderiam estar focadas nesses tópicos como uma forma de aproximação à temática. Resultados a) Publicações e difusão em eventos A experiência da NanoAventura foi amplamente difundida no contexto internacional, em especial no MERCOSUL, como uma forma de incentivar o desenvolvimento de novas experiências. Artigos publicados MURRIELLO, S. E. Museus e modelos comunicacionais. Leitura: Teoria & Prática. N. 29, p. 76- 85. ISSN 0102-387X . Nov. 2012. 156 157 KNOBEL, M.; MURRIELLO, S.; BENGTSSON, A.; CASCÓN, A.; ZYSLER, R. The perception of nanoscience and nanotechnology by children and teenagers. Journal of Materials Education, 32 (1-2) 29-38. 2010. (em colaboração com equipe de Bariloche, Argentina) MURRIELLO, S.; CONTIER, S.; TAVES, S. J.; KNOBEL, M.; MEZZACAPPA, M. NanoAventura: una experiencia de comunicación de la nanociencia y la nanotecnología. CD Congreso Iberoamericano de Ciudadanía y Políticas Públicas. Madrid, España. MURRIELLO, S. E.; CONTIER, D.; KNOBEL, M. NanoAventura, an Interactive Exhibition on Nanoscience and Nanotechnology as an Educational Tool. Journal of Nanoscience Education, v. 1, p. 96-105, 2009. MURRIELLO, S.; KNOBEL, M. A utilização de vídeos e jogos eletrônicos em uma exposição interativa: a experiência da NanoAventura. Memórias Ciência & Criança. A divulgação científica para o público infanto-juvenil. Rio de Janeiro: Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz, 2008. p. 77-84. MURRIELLO, S.; KNOBEL, M. Encountering nanotechnology in an interactive exhibition – Journal of Museum Education, v. 33,n. 2, p. 221-230. Summer 2008. MURRIELLO, S. Evaluación de exposiciones: una experiencia brasilera. Decisio – saberes para la acción en la educación de adultos, n. 20, mayo -agosto 2008, México. http://tariacuri.crefal.edu.mx/decisio/d20/ sab9-1.php MURRIELLO, S. E.; CONTIER, D.; KNOBEL, M. “Desafios de uma exposição sobre nanociência e nanotecnologia” / “Challanges of an exhibition on nanoscience and nanotechnology”. Journal of Science Communication (JCOM), v. 5, n. 4. Dec. 2006.http://jcom.sissa.it/archive/05/04/ Jcom0504%282006%29A01/ MURRIELLO, S. E.; CONTIER, D.; KNOBEL, M.; TAVES, S. J. O nascimento do Museu de Ciências da Unicamp, um novo espaço para a cultura científica. In: VOGT, C. A. (org.). Cultura Científica: desafios. Fapesp, Edusp, p. 198-231, 2006. MURRIELLO, S. NanoAventura: a Brazilian exhibition of nanoscience and nanotechnology. Newsletter CIPAST (Citizen Participation in Science and Technology, European Commission). March 5th, 2008. MURRIELLO, S.; KNOBEL, M.; VOGT, C. Nanotecnologia, uma nova tecnologia para o público novo. VII Congreso Iberoamericano de Indicadores de Ciência y Tecnologia. SP, Brasil. http://www2.ricyt.org/docs/ VII_Congreso/DIA_24/SALA_B/17_00/Murriello_Knobel_Vogt.pdf. 2007 KNOBEL, M.; CONTIER, D.; MURRIELLO, S.; NUNES, C.; PRADO, R. de A. Design of an Interactive Web Site for the NanoAventura Exhibition. In J. Trant and D. Bearman (eds.). Museums and the Web 2007: Proceedings. Toronto: Archives & Museum Informatics, March 2007, <http:// www.archimuse.com/mw2007/papers/knobel/knobel.html> MURRIELLO, S. E.; CONTIER, D.; TAVES, S. J.; KNOBEL, M. NanoAventura: uma exposiçao sobre nanociência e nanotecnología. X Reunión Red Pop, Costa Rica, Mayo 2007. http://www.cientec.or.cr/pop/2007/ BR-SandraMurriello.pdf. O trabalho nao foi apresentado no encontro por falta de recursos para a viagem MURRIELLO, S. E.; CONTIER, D.; KNOBEL, M. “Interação com objetos virtuais numa exposição de nanotecnologia”. In: Anais Cimuset Conference, 34 th, Rio de Janeiro, 2006. CD – ROM. Palestras e mesas-redondas Apresentações em eventos MURRIELLO, S. El lugar del público en los museos: una experiencia brasilera. XXXII Encuentro de Directores de Museos: “El rol educativo de los museos. Diferentes públicos ante una misma colección”, Ushuaia, Argentina. ADIMRA (Asociación Civil de Directores de Museos de la República Argentina). Abril 2008. CD XXXII Encuentro. 158 Museos y centros de CyT: una perspectiva renovadora. IV Congreso Internacional de Comunicación Pública de la Ciencia y la Tecnología (Copuci 2014). Octubre 2014. San Martín, Bs. As. Convidada. Museus: lugar de encontro com a ciência e a tecnologia? Oficina. Seminário Internacional Empirika II. Campinas, SP, Brasil. Octubre 2012. Convidada. 159 MURRIELLO, S. E. Antiguos y nuevos lenguajes en la didáctica del museo. VII Reunión Regional del Comité de Educación y Acción Cultural CECA/ICOM Latinoamérica y El Caribe / II Encuentro CECA Argentina. Museos, Educación y Virtualidad. Corrientes,Argentina. Agosto 2009. Convidada. Outros materiais publicados: MURRIELLO, S. E. II Jornada Internacional sobre Gestión de Información (C&T+i). Octubre 2008. Concepción. Chile. El lugar del público en los museos: una experiencia brasilera.Convidada. “Nanoaventura na escola: Informações, curiosidades, atividades”. Djana Contier e Sandra Murriello. São Paulo: Museu Exploratório de Campinas / Instituto Sangari. 1a, ed. 2005 (4000 ejemplares); 2a. edición 2007 (4000 exemplares). KNOBEL, M. V. Science Center World Conference (5th SCWC), Toronto, Canadá, 15 a 19 de junho de 2008. Participação nas mesas-redondas: a) How Funding Sources Shape Our Museums: The Developing World / b) Forging Stronger Linkages Between Scientists and Science Centres / c) Engagement in Science Centers: Past & Future. KNOBEL, M. Divulgação Científica para Crianças, Museu da Vida, Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, 24 a 26 de setembro de 2007. a) Participação na mesa-redonda “Viagens a Mundos Diversos”, apresentando as atividades do Museu Exploratório de Ciência – Unicamp (convidado) KNOBEL, M. Ecsite Conference 2007, Lisboa, Portugal, 31 de maio a 2 de junho de 2007 “Nanotechnologies and Nanosciences: Involving Citizens in the Dialogue on Social and Ethical Issues”(mesa-redonda com Rob Semper, Exploratorium, SF, Paul Hix, Deutshes Museum, Munich, and G. Maglio, Fondazione Idis, Napóles) KNOBEL, M. “Nanoadventure”, Palestra convidada no Museum of Science, Boston, MA, EUA, 09/05/2007. Nanociência e Nanotecnologia: modelando o futuro átomo por átomo. Folder. 2006. Colaboración en la redacción y corrección. Centro Brasilero de Pesquisas Físicas (CBPF), Rio de Janeiro, Brasil. 2007. Vídeos institucionais e educativos NanoAventura Institucional. NanoAventura Vídeo Educativo: http://www.youtube.com/watch?v=OgGG3VMCVXk b) Público visitante Em 10 anos, a NanoAventura atendeu mais de 50 mil visitantes, majoritariamente público escolar (principalmente de 8 a 12 anos). Os detalhamentos das visitas estão disponíveis nos relatórios anuais do Museu de Ciências. Além desse público, vale destacar que a réplica da NanoAventura vem funcionando continuamente no Museu Catavento desde 2009, onde estima-se um público de aproximadamente 360 mil pessoas já tenham passado pelo projeto. Ano Visitantes 2005 10.679 2006 14.728 2007 2.925 2008 3.749 MURRIELLO, S. E. Instituto de Nanotecnología de Aragón, Zaragoza, España. Septiembre 2006. Conferencista: “NanoAventura, una experiencia de comunicación de la nanociencia y la nanotecnología”. 2009 5.382 2010 2.814 2011 2.560 2012 3.945 MURRIELLO, S. E. Faculdade de Educação, USP, San Pablo, Brasil. Junho 2006. Conferencista: “É necessário estudar os públicos de museus?” 2013 2.093 2014 1.638 Total 50.531 KNOBEL, M. Nanoscale Informal Science Education Network (NISE Net) Annual Meeting, 15 a 17 de novembro de 2006, San Francisco, CA, EUA. “Simulations in Nanoscale Research and Informal Education” (convidado).   160 Tabela 2 – Público da NanoAventura por agendamento no Museu Exploratório de Ciências da Unicamp. 161 c) Prêmios: O vídeo NanoAventura que faz parte da exposição ganhou uma Menção Honrosa na categoria Vídeo didático no Festival de Cine e Vídeo Científico do Mercosul (CINECIEN ‘06) realizado no Rio de Janeiro, Brasil. Foi galardoado “por sua importância como instrumento de divulgação científica e por estimular o gosto pela ciência e a experimentação junto ao público jovem”. Figura 7 – Planta baixa da sala da NanoAventura no Catavento Cultural e Educacional. Figura 6 – Menção honrosa de melhor vídeo de divulgação científica do MERCOSUL, CINECIEN 2006. Prêmio RedPop 2008-2009 de melhor programa de divulgação científica. Ver http://admin.redpop.ulp.edu.ar/PREMIOS/premios.html d) Réplica da NanoAventura: Em 2006, fomos convidados para elaborar uma proposta para construção de uma réplica da NanoAventura, que seria instalada em um espaço expositivo que estava sendo provisionado para instalação no Palácio das Indústrias, um prédio histórico localizado no centro da cidade de São Paulo. Em 2008, foi criado Catavento Cultural e Educacional uma Organização Social vinculada à Secretaria de Cultural do Estado de São Paulo e realizamos a celebração do convênio do Catavento com o Museu Exploratório de Ciências e demos início ao desenvolvimento da réplica da NanoAventura. Primeiramente trabalhamos a nova modelagem cenográfica das estações de jogos, porque como o novo espaço físico era bem menor que o espaço interno da tenda, precisávamos redimensionar o mobiliário para que nenhuma parte que compõe a NanoAventura tivesse que ser retirada. Abaixo segue a planta baixa da sala. 162 Com o barateamento das novas tecnologias foi possível introduzir monitores do tipo LCD, que ocupam bem menos espaço que os monitores CRT. Mudamos também a forma como os visitantes ficam acomodados no momento em que estão jogando nas estações, para um melhor aproveitamento do espaço três das estações de jogos passaram a ser jogadas com os jogadores em pé, enquanto na NanoAventura original ocorre o contrário, só um dos jogos é jogado em pé. Nos novos mobiliários também foram implementadas inovações que otimizarão a durabilidade dos equipamentos e facilitarão a manutenção dos equipamentos instalados, como a instalação de coolers exaustores, calhas de passagem para cabeamento interno, suportes para fones de ouvido, entre outras. Foram também reestruturados todos os projetos técnicos, adequando-os às novas características espaciais. Com a diminuição do espaço físico houve uma redução do número de refletores cênicos, o que diminui consideravelmente a potência do sistema de ar-condicionado que irá climatizar a sala. Os projetos elétrico e do sistema audiovisual também foram todos remodelados. No projeto da réplica foram introduzidos painéis internos com imagens temáticas relacionadas a cada estação de jogo. 163 Figura 8 – Painéis internos Nanomedicina, Limpeza de Superfície, Passeio Virtual e Linha de Montagem, respectivamente. recebeu aproximadamente 530 mil visitantes, sendo o museu com mais visitação do Estado de São Paulo. Estimamos que aproximadamente 300 pessoas visitem a sala da NanoAventura por dia, e, considerando uma estimativa por baixo de 200 dias por ano, temos em torno de 60 mil visitantes por ano no Catavento. Considerando que está em funcionamento pleno desde 2009, podemos estimar portanto que aproximadamente 360 mil visitantes já passaram pela NanoAventura montada no Museu Catavento. Tradução do material didático ao espanhol Em 2009, uma versão em espanhol do Material Didático foi cedida à Fundación Argentina de Nanotecnología, que o disponibiliza para professores. Foi introduzido também um painel baseado em uma imagem que foi produzida para o material de apoio, que chamamos de “régua da escala”, onde demonstramos imagens com as respectivas escalas para que o espectador visualize melhor o quão pequena é a dimensão nanométrica. Este painel foi colocado na sala de projeção. Figura 9 – Painel da escala, ao lado uma foto da nova sala de projeção. Conclusões A NanoAventura vem oferecendo uma oportunidade única na América Latina: a de se aproximar ao mundo da nanociência e da nanotecnologia em um contexto museal de um modo lúdico. A novidade desta experiência, que iniciou há 10 anos, tem sido amplamente reconhecida nos distintos espaços nos quais foi apresentada, recebendo sempre uma boa acolhida e merecendo o reconhecimento de especialistas na área. O fato de ter sido acompanhada de uma avaliação sistemática converte a exposição em uma experiência de aprendizado e referência para as práticas museais. Nestes 10 anos de ação, temos logrado atingir um público majoritariamente escolar, mas diverso de origem social e também numeroso para os padrões de visitação de museus brasileiros. Esse trabalho, pioneiro para a apresentação da N&N ao público, serviu de base para estudos comparados de percepção na Argentina e teve uma importante difusão no âmbito do MERCOSUL. Referências A produção da réplica foi executada em quatro meses, contando as etapas de projeto, prototipagem, produção e montagem final no prédio. A conclusão da montagem foi em agosto de 2008. É difícil precisar o público total da NanoAventura no Catavento. Sabemos que é uma das salas mais procuradas. Em 2013, o Catavento 164 ANDERSON, A.; STUART, A.; PETERSEN, A.; WILKINSON, C. The framing of nanotechnologies in the British newspaper press. Science Communication, v. 27, n. 2, p. 200-220, 2005. Australian Museum. Audience Research Centre. Exhibition evaluation. Disponível em: www. amonline.au/amarc/pdf. Acesso em: 29 nov. 2004. 165 COBB, M. D. Framing effects on public opinion about nanotechnology. Science Communication, v. 27, n. 2, p. 221-239, 2005. Nota sobre os autores EINSIEDEL, E. (2005). In the public eye: the early landscape of nanotechnology among Canadian and U.S publics. Azojono. Journal of nanotechnology on-line: www.azonano.com/oars.asp. Categoria Iniciação Científica – 1º lugar FALK, J.; DIERKING, D. (2000). Learning form museums visitors experiences and the making of meaning. Walnut Creek, CA, Altamira Press. MACDONALD, S.; SILVERSTONE, R. Science on display: the representation of scientific controversy in museum exhibitions. Public Understanding of Science, v. 1. p. 69-87, 1992. Gustavo das Neves Ubeda (autor principal do trabalho), 16 anos, brasileiro, aluno do 2° ano do ensino médio na Escola Estadual Professor Idene Rodrigues dos Santos, na cidade de Junqueirópolis/SP. Participa do projeto “Astronomical Idea” desde o segundo semestre de 2014. Com o projeto, participou do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2014 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tendo sido classificado em 1º lugar na Categoria Iniciação Científica. Também em 2014 participou do 2º Eso Astronomy Camp, no Observatório Astronômico da Região Autônoma do Vale da Aosta localizado em Saint-Barthelemy (NUS), tendo sido classificado em 2º lugar geral. Além desse projeto, é organizador e orientador de outros dois, o “Auxílio Aprendizagem”, que atende jovens com dificuldades em seu desenvolvimento acadêmico, e o “Astronáutica Amadora”, responsável por reproduzir protótipos relacionados a engenharia aeroespacial. Pretende se formar em Engenharia Genética. Tatiane Pereira da Silva (autora do trabalho), 17 anos, brasileira, cursando o 3° ano do ensino médio na Escola Estadual Prof. Idene Rodrigues dos Santos, na cidade de Junqueirópolis/SP. Participa do projeto “Astronomical Idea” desde 2014. Com o projeto, participou da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), do Concurso de Astronomia do Laboratório Nacional de Astrofísica (INA/Soar) e do Concurso Caminhos do Mercosul – Floresta Amazônica “Patrimônio da humanidade”, da qual foi uma das seis contempladas que ganhou uma viagem turística/estudantil para o estado do Amazonas. Gosta de ler e ouvir boas músicas no seu tempo livre. Também escreve e, no futuro, pretende publicar um livro. Desejase formar em Filosofia ou Sociologia. Parte das análises estão presentes em KNOBEL, M.; MURRIELLO, S.; BENGTSSON, A.; CASCÓN, A.; ZYSLER,R. The perception of nanoscience and nanotechnology by children and teenagers. Journal of Materials Education, 32 (1-2) 29-38. 2010. 2 166 Miriam Pinheiro Bitencurti Silva, 44 anos, brasileira. Professora há 22 anos de Química do Ensino Médio e Ciências (Brasil). Graduação em Ciências 1º Grau pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Ministro Tarso Dutra”, habilitação em Química pela Universidade do Oeste Paulista, Curso de Pedagogia com habilitação em Administração Escolar e Supervisão Escolar pela Faculdade de Educação de Osvaldo Cruz. Aperfeiçoamento em Física e Química para 1º Grau, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Especialização em Química, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Organizadora do Erea – Encontro Regional de Ensino de Astro167 nomia em Junqueirópolis/SP. Coordenadora da Oficina de Astronomia e Astronáutica da Escola Estadual Prof. Idene Rodrigues dos Santos, Junqueirópolis/SP – Brasil. Categoria Estudante Universitário – 1º lugar Renato Tadeu Rodrigues (autor do trabalho “Leva e traz”: popularizar a ciência é incluir pessoas”), 28 anos, brasileiro, aluno do sexto semestre de Engenharia Ambiental na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na cidade de São Carlos, e formado em Engenharia de Produção pela Faculdade de Campinas (Facamp). Rodrigues possui contato com a área de inovação e tecnologia, visto que atuou durante dois anos na incubadora de base tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, desenvolve projetos computacionais de impacto social, tendo recebido outras premiações como: 1° lugar no prêmio Fecomércio de Sustentabilidade (2014) e 1° lugar na maratona de programação no Fórum de Inovação da MasterCard para a América Latina e Caribe (LAC) de (2015), na cidade de Miami nos Estados Unidos. Membro da liga empreendedora de alunos na cidade de Campinas, Renato pretende fazer um mestrado na área de Projetos de novas tecnologias. Categoria Jovem Pesquisador – 1º lugar Adan David Morel Fernández, 24 años, paraguayo. Ingeniero informático por la Universidad Americana de Asunción. Profesor titular de Programación de Aplicaciones y Portales Web de la Universidad Americana. Primer paraguayo ganador del Premio Mercosur de Ciencia y Tecnología en la edición 2008. Especializado en Didáctica Universitaria, Desarrollo en Java, Desarrollo web, Auditoría Informática y Bancaria. Cursando actualmente la carrera de experto en Seguridad Informática por la Universidad Alfonso X el Sabio de España. Funcionario del Ministerio de Hacienda.WebMaster de la Subsecretaría de Estado de Tributación. Charlista y motivador de jóvenes para el desarrollo de trabajos científicos-tecnológicos en las escuelas y colegios de las ciudades de Asunción y San Lorenzo. 168 Categoria Integração – 1º lugar Luisa Massarani, brasileira, possui graduação em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1987), mestrado em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (1998), doutorado na Área de Gestão, Educação e Difusão em Biociências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), pós-doutorado no Department of Science and Technology Studies da University College London (2013). Integra o Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz. Pesquisadora visitante do Free-Choice Learning Lab, Oregon State University (EUA). Honorary Research Associate do Department of Science and Technology Studies da University College London. Coordenadora de SciDev.Net (www.scidev.net) para América Latina e Caribe. Diretora Executiva da Red Pop/Unesco, a rede de popularização da ciência e da tecnologia para a América Latina e o Caribe, para o período 2014-2015 e 2016-2017. Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2014 (categoria integração, como líder do grupo). Acianela Montes de Oca (1961) es periodista científica, profesora de pregrado y de posgradoenlaUniversidad Católica Andrés Bello (Ucab) de Caracas, Venezuela, así como jefe del Departamento de Periodismo de la Escuela de Comunicación Social de esa misma universidad. Es también consultora en comunicación científica y comunicación para la salud. Miembro del Programa de Estímulo al Investigador (PEI), es conferencista y ponente regular en congresos y reuniones de comunicación y salud en Venezuela y Latinoamérica, dirige investigaciones sobre periodismo científico y comunicación para la salud, y ha recibido diferentes premios y reconocimientos de carácter municipal, nacional y latinoamericano. Ana María Vara, argentina, es investigadora en estudios sociales de la ciencia y la tecnología. Es licenciada en Letrasde la Universidad de Buenos Aires; MA in Media Ecology de la New York University; y Ph.D in Hispanic Studies de la University of California Riverside. Como periodista científica, se formó en la Fundación Instituto Leloir (ex Campomar) y se desempeñó como redactora y editora en medios de Buenos Aires. Actualmente, es directora de la Licenciatura en Comunicación Audiovisual e investigadora del Centro de Estudios de Historia de la Ciencia José Babini de la Escuela de Humanidades de la Universidad Nacional de San Martín, Argentina. También dicta cursos de posgrado en la Universidad Nacional de Córdoba y en la Universidad Nacional de Río Negro, Argentina. Ha participado en proyectos de investigación con financiación 169 de diversas agencias y publicado en volúmenes colectivos y en journals como Historical Studies in the Physical and Biological Sciences; Science, Technology and Society; Journal of Science Communication; Technology in Society; Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad; Redes; Perspectivas Bioéticas; Perspectivas Metodológicas; Ambiente &Sociedade; Política & Sociedade; Current Sociology; Global Perspectives. Es miembro del board del RC 24 de la International Sociological Association (ISA). También es socio de la Latin American Studies Association (LASA), de la Society for Social Studies of Science (4S), y de la Red Argentina de Periodismo Científico (presidenta entre octubre de 2012 y agosto de 2014). Daniel Hermelin, 41 años, colombiano. Profesor asociado, Departamento de Humanidades, Programa de Comunicación Social, Universidad Eafit (Medellín – Colombia) y miembro de su Grupo de Investigación en Comunicación y Estudios Culturales. Director de dichoprograma durante tres años. Ha publicado diversos capítulos de libros y artículos en revistas de carácter nacional e internacional. Ha sido profesor de varias universidades colombianas. Ha realizado ponencias y conferencias en eventos e instituciones de Colombia y de varios países. Miembro de comités académicos y par evaluador de revistas, eventos y programas nacionales e internacionales. Ha participado en proyectos de apropiación social del conocimiento y de comunicación pública de la ciencia y la tecnología, algunos liderados por Colciencias (Departamento Administrativo de CTI) y por el Observatorio Colombiano de CyT. Ildeu de Castro Moreira, brasileiro, doutor em física e professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalha nas áreas de física teórica (sistemas nãolineares), história da ciência e comunicação pública da ciência, sendo autor de cerca de 150 artigos científicos e uma dezena de livros. Foi editor científico da Ciência Hoje e membro de comitês editoriais de diversas revistas científicas. Foi diretor do Departamento de Difusão e Popularização da C&T do MCTI, de 2004 a 2013, e coordenador da Semana Nacional de CT neste período. Em 2007, recebeu o Prêmio (Especialista) da RedPop – Red de Popularización de la C&T en América Latina y Caribe e, em 2013, o Prêmio José Reis de Divulgação Científica do CNPq. É membro do Conselho Superior da Capes e do Conselho da Sociedade Brasileira de Física. Atualmente, é vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Maria del Carmen Cevallos, ecuatoriana. Profesoraprincipal de la Escuela de Comunicación de la Facultad de Comunicación, Lingüística y Literatura de la Pontificia Universidad Católica del Ecuador. Fue directora técnica y coordinadora de capacitación en Ciespal entre 2009 170 y 2014. Fue directora ejecutiva de la Corporación Café-Scientifiqué-Ecuador. Ha publicado algunos artículos y pertenece a grupos de investigación en comunicación. Trabajó en divulgación de la ciencia en la Fundación para la Ciencia y la Tecnología, Fundacyt (hoy Senescyt), abriendo el camino en esta línea con un trabajo pionero el cual se generó la revista de divulgación científica Desafío, la primera en su género en el país. Eventualmente, dicta curso de posgrado en la Universidad Andina Simón Bolívar. Revisora de trabajos de laRevista de Ciencias de la Comunicación de Alaic. Marina Ramalho e Silva, 35 anos, brasileira, possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), máster em Jornalismo de Agência (2008) pela Universidade Rey Juan Carlos e Agência EFE (Espanha) e doutorado pelo Instituto de Bioquímica Médica (UFRJ) na área de Educação, Gestão e Difusão em Biociências (2013). Integra o Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz), onde atua como jornalista e pesquisadora. É docente do Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde do Museu da Vida em parceria com Casa da Ciência (UFRJ), Fundação Cecierj, Museu de Astronomia e Ciências Afins e do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Tania Arboleda Castrillón, comunicadora social y periodista de la Universidad del Valle (Colombia) con Maestría en Producción de Televisión con énfasis en divulgación científica de la Universidad de Boston (EUA). Su área de experiencia es la de la comunicación pública y la apropiación social de la ciencia y la tecnología. Ha trabajado en el desarrollo de contenidos, diseño y gestión de políticas públicas en estos asuntos, así como en la docencia e investigación, y participa activamente en redes internacionales sobre estos asuntos (Universidad del Valle, Colciencias, Maloka, Labcis – Universidad de Poitiers, Red Iberoamericana de Monitoreo y Capacitación en Periodismo Científico, Red-Pop, entre otros). Fue docente e investigadora por varios años en el Departamento de Comunicación de la Facultad de Comunicación y Lenguaje de la Pontificia Universidad Javeriana (Colombia) y actualmente se desempeña como Líder del Área de Apropiación Social de la Ciencia y la Tecnología en el Observatorio Colombiano de Ciencia y Tecnología –OCyT (Colombia), desde donde desarrolla proyectos de investigación para dar cuenta de los procesos y dinámicas de la apropiación social de la ciencia y la tecnología, así como diseñar indicadores para realizar seguimiento y evaluación de este tipo de iniciativas. Paralelamente, está en el proceso 171 de redacción de la tesis de doctorado en Ciencias Sociales y Humanas, cursado en la Pontificia Universidad Javeriana. TRABALHOS AGRACIADOS COM MENÇÃO HONROSA: Juri Castelfranchi formou-se em Física (cosmologia quântica) na Universidade de Roma “La Sapienza”. É mestre em Comunicação da Ciência pela International School of Advanced Studies (SISSA-ISAS, Trieste) e doutor em Sociologia pela Unicamp. Na Itália, trabalhou como escritor de ciência, repórter e colunista, colaborando com diários e revistas nacionais. Foi autor de textos para documentários televisivos sobre C&T, saúde, meio ambiente, para a RAI (Radio-Televisão Italiana). Escreveu cinco livros de divulgação científica, alguns dos quais com tradução e distribuição internacional. No Brasil, colaborou com revistas de divulgação científica e foi pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), na Unicamp. É professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, e colabora com a OEI (Organização dos Estados Iberoamericanos), na área de indicadores de percepção pública da ciência. Coordena o grupo de pesquisa InCiTe (Inovação, Cidadania, Tecnociência). Categoria Iniciação Científica Vanessa Brasil de Carvalho, brasileira, possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (2010) e Mestrado em Comunicação, Cultura e Amazônia pela mesma instituição (2013). Atualmente, é doutoranda do Programa de Educação, Difusão e Gestão em Biociências, Química Biológica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atua como colaboradora no Núcleo de Estudos de Divulgação Científica do Museu da Vida (Fiocruz). É membro do Grupo de Pesquisa em Processos de Comunicação (Pespcom) e do Grupo de Pesquisa Ciência, Comunicação & Sociedade, ambos certificados pelo CNPq. Laura Peliser Teston, 17 anos, brasileira, aluna na Escola Estadual de Ensino Médio Professora Adelaide Picolotto de Ibiaçá/RS. Participa do projeto “Popularizando o conhecimento da situação dos bebedouros públicos de mesa refrigerados por compressor” desde o início de 2013 como autora do projeto. Na 11ª Feira de Ciências da UPF –RS participou e se classificou em 1º lugar, no ano de 2014 na fase regional em 3º lugar (MEP) em Erechim/RS. No ano de 2014, concorreu ao Prêmio Mercosul, classificando-se com menção honrosa.No ano de 2015, participou de uma amostra regional de educação realizada pelo Cpers na fase regional em Lagoa Vermelha/RS, classificando-seem 1º lugar. O trabalho segue, pois pretende cursar Engenharia Química e seguir pesquisando sobre a área. Romilda Peliser Teston,49 anos, brasileira, professora da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Adelaide Picolotto de Ibiaçá/RS. Participa do projeto “ Popularizando o conhecimento da situação dos bebedouros públicos de mesa refrigerados por compressor” desde o início de 2013 comoorientadora. Com o projeto participou da 11ª Feira de Ciências da UPF –RS, classificando-se em 1º lugar, no ano de 2014na fase regional em 3º lugar (MEP) em Erechim/RS. No ano de 2014, concorreu ao Prêmio Mercosul, classificando-se com menção honrosa.No ano de 2015, participou de uma amostra regional de educação realizada pelo Cpers na fase regional em Lagoa Vermelha/RS, classificando-se em 1º lugar. O trabalho segue, pois a autora pretende cursar Engenharia Química e seguir a pesquisa. Categoria Estudante Universitário Ricardo Florencio Alves Rocha, 22 anos, brasileiro, aluno do curso de graduação de licenciatura em Física da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e período sanduíche na Hochschule Mannheim, Alemanha. Foi agraciado com destaque acadêmico do curso de Física durante três semestres e medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astrofísica em 2009. Participa desde 2011 do Pibid PUC-Minas, onde desenvolve projetos que contribuem para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes e do projeto Circo da Física, que divulga ciência de uma forma lúdica e divertida. Estes trabalhos foram apresentados e publicados no Brasil e em Portugal. Também participa de projetos do Grupo de Astronomia e Astrofísica sediado no Museu de Ciências Naturais da PUC-Minas. 172 173 Categoria Jovem Pesquisador José Antonio Maruyama, brasileiro, 34 anos, licenciado em Química pelo Instituto de Química da Unesp e mestre em Ensino de Química pela Universidade Federal de São Carlos, UFSCar. Atualmente, atua como professor nosensinosfundamental e médio lecionando, respectivamente, Ciências e Química, e é também servidor público do Instituto Federal de Ensino e Tecnologia de São Paulo, IFSP/MTO. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Ensino de Química, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino nãoformal e divulgação científica, vestibulares e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), para o ensino de Química. Categoria Integração Marcelo Knobel, 47 anos, brasileiro, nascido em Buenos Aires (Argentina). É diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM). É professor titular do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha na área de magnetismo e materiais magnéticos e dedica-se também à divulgação da ciência e da tecnologia e à Educação Superior. Foi diretor executivo do Museu Exploratório de Ciências e pró-reitor de Graduação da Unicamp (2009-2013). É secretário-geral da Sociedade Brasileira de Física e coordenador adjunto de Colaborações em Pesquisa da Fapesp. É editor do Journal of Magnetism and Magnetic Materials (Elsevier) e da Scientific Reports (Nature), e editor-chefe da Revista Ciência e Cultura da SBPC. (EUA), sendo o líder do grupo de cientistas brasileiros nesta empreitada. Em divulgação científica, atuou como coexecutor da exibição Nanoaventura, participou dos programas de formação de professores Teia do Saber e Redefor e desenvolveu material e conteúdo para o programa de ensino e popularização da Matemática MMM (Matemática em MultiMídia – MCTI – 2008/2010). Sandra Elena Murriello, argentina, 52 anos, professora e pesquisadora na Universidad Nacional de Río Negro (Argentina) e coordenadora da Especialización en Divulgación de la Ciencia, la Tecnología y la Innovación da mesma universidade. Trabalha na área de Comunicacão e Ensino de Ciências, com ênfase em Estudos de Museus e Comunicação Científica e percepção social da C&T. Possui graduação na Licenciatura en Biología (Ecología) da Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata (UNLP), Argentina (1989), e Doutorado em Ciências (Ensino de Geociências) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),Brasil (2006). Pós-doutoranda Fapesp (2006-2008) e pesquisadora colaboradora voluntária no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicam Marcelo Firer, 54 anos, brasileiro, nascido em São Paulo (Brasil). É professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde é atualmente coordenador de Graduação. Foi diretor executivo do Museu Exploratório de Ciências (2008-2013). Ernesto Kemp, 50 anos, brasileiro, nascido em Vargem Grande do Sul (SP-BR). É o atual diretor executivo do Museu Exploratório de Ciências – Unicamp (desde 2013) e professor associado do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha na área de física e astrofísica de neutrinos e também atua na divulgação científica. Participou de várias colaborações científicas internacionais de renome (experimentos de neutrinos LVD e Double Chooz e o Observatório de Raios Cósmicos Pierre Auger). Atualmente, dedica-se ao programa de neutrinos de aceleradores do Fermilab 174 175 Nota sobre os membros da Comissão de Avaliação Sergio Augusto Ramón Cirilo Duarte Masi Sergio Duarte Masi es actualmente asesor de Ciencia, Tecnología e Innovación del Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología del Paraguay y coordinador general del Programa Prociencia. Se desempeña también como docente investigador de la Universidad Nacional del Este e investigador en la área de las ciencias sociales, categorizado como Nivel II en el Programa Nacional de Incentivo a los Investigadores del Paraguay. Magister en Ciencias de la Ingeniería en la Universidad de Chile (1992) y luego complementa su formación incursionando en la área de las ciencias sociales, culminando un doctorado en Ciencias de la Educación, con énfasis en Ciencia, Tecnología y Sociedad (Universidad Evangélica del Paraguay, 2008); y un doctorado en Ciencias Empresariales, con énfasis en innovación (Universidad de Jaén, 2010). En la Universidad Autónoma de Asunción, se desarrolló como director de Investigación, también como gestor de las actividades de generación del conocimiento. Sus líneas de investigación se focalizan en enseñanza de las ciencias; ciencia, tecnología y sociedad; innovación empresarial; innovación social y estudios bibliométricos. Ary Magalhães Filho Professor Ary Mergulhão Filho, Unesco/Brasil, presidente da Comissão de Avaliação Brasileiro, mestre em Ciências pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Atuou como empresário e consultor de empresas. Orientou mais de 60 trabalhos acadêmicos em 19 anos de atuação como professor universitário. Na esfera pública, atuou no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, na formulação e implantação de políticas para o setor. Atualmente, é coordenador de Ciências Naturais – Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação na Representação da Unesco no Brasil. Diego Golombek Diego Golombek, licenciado y doctor en Biología de la Universidad de Buenos Aires, profesor titular en la Universidad Nacional de Quilmes (UNQ), donde dirige el laboratorio de Cronobiología), e investigador principal del Conicet; ha publicado más de 120 trabajos de investiga176 ción científica en revistas internacionales y dirigido numerosas tesis doctorales y de licenciatura. Ha publicado numerosos libros de ciencia y divulgación científica, conducido programas televisivos y coordinado el “Centro Cultural de la Ciencia” en Argentina. Recibió, entre otros, el premio nacional de ciencias “Bernardo Houssay”, la beca Guggenheim, el premio Konex en comunicación, el premio IgNobel, el premio “Public Understanding of Science” de la Third World Academy of Sciences (TWAS), el premio “Ciudad Capital” del Distrito Federal de Mexico, el Premio Latinoamericano de Popularización de las Ciencias (Red Pop/ Unesco) y el premio Kalinga (Unesco). Gloria Georgette Carvalho Kassar Profesora Gloria Georgette Carvalho Kassar, Cendit/Venezuela, presidenta del Centro Nacional de Desarrollo e Investigación enTelecomunicaciones, doctora en Dispositivos Optoelectrónicos, con más de diez años de experiencia en el diseño y construcción de dispositivos de telecomunicaciones, ha coordinado mas de 30 trabajos de investigación. Ha participado los últimos cinco años en la formulación e implantación de políticas públicas en materia de telecomunicaciones e informática. Actualmente, forma parte del Consejo Directivo de: Observatorio Nacional de Ciencia y Tecnología, Fondo Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación, y las empresas estatales: Corporación Industrial Eléctrica y Telecom Venezuela. Gustavo Riestra Albericci Profesor Gustavo Riestra Albericci, representante da RECyT/ Uruguay, magíster en Ciencias, egresado de la Facultad de Ciencias – Universidad de la República como Licenciado en Ciencias Biológicas, especializado en Hidrobiología. Magíster en Ciencias (Uruguay), posgraduado en Biología Marina Litoral (Chile), diplomado en Educación en Ciencias (Israel) y diplomado como agente de Cultura Científica (IEO). Director del Departamento de Cultura Científica de la Dirección de Innovación, Ciencia y Tecnología para el Desarrollo del Ministerio de Educación y Cultura (Uruguay). Investigador en el área de las Ciencias Marinas y docente en Metodología de Investigación en Ciencias en el aula. Autor de varios trabajos de investigación en ecología marina y biología 177 y pesquería de invertebrados bentónicos. Ex-presidente de laSociedad Malacológica del Uruguay. Rubens de Oliveira Martins Rubens de Oliveira Martins, graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1991), mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1997) e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (2004). Atualmente, é assessor do Gabinete da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior – Seres/MEC. Foi professor das Faculdades Integradas da Upis – DF e atuou entre 1997 e 2008 como assessor e coordenador-geral na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação. Em 2009, foi subsecretário de Gestão Pedagógica e Inclusão Educacional na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Entre 2009 e 2012 foi assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação a distância, políticas de educação superior, diretrizes curriculares, política de educação superior e recursos humanos em áreas e profissões estratégicas. 2014 Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia Prêmio Mercosurde Ciencia y Tecnologia TEMA POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA A Edição 2014 do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, voltada para o tema “Popularização da Ciência”, premia e reconhece oito trabalhos que estão publicados neste livro. Os trabalhos representam potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico dos países do MERCOSUL e foram desenvolvidos por estudantes do ensino médio, universitários, pesquisadores graduados e doutores da área. 178 179