disgenesia do corpo.p65 - Departamento de Diagnóstico por
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Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM / Abreu Jr L et al. Artigo Especial Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas básicas e aspectos de imagem à ressonância magnética Luiz de Abreu Jr.1, Maria Lucia Borri1, Angela Maria Borri Wolosker1, Giuseppe DIppolito2, Luiz Guilherme de Carvalho Hartmann1, Mário de Melo Galvão Filho1 Resumo O corpo caloso é a maior via de fibras de associação que comunicam os dois hemisférios cerebrais. O aprimoramento no estudo das suas malformações foi alcançado após o advento da ressonância magnética, que permite estudar detalhadamente as suas várias porções, além de possibi- Descritores: Corpo caloso; Lipoma; Ressonância magnética. litar a identificação de outras anormalidades encefálicas associadas. O lipoma do corpo caloso é uma dessas alterações e representa achado freqüente no espectro das disgenesias do corpo caloso. Os objetivos dos autores são os de recordar o mecanismo embriológico envolvido nas disgenesias do corpo caloso e na formação dos lipomas desta região e revisar os achados à ressonância magnética nestas situações. O corpo caloso é a maior via de fibras de associação que comunicam os hemisférios cerebrais[1]. Para estudar adequadamente o espectro das alterações que podem comprometê-lo, incluindo-se o desenvolvimento de lipomas em sua região, dividimos didaticamente este estudo em duas partes: I embriologia do corpo caloso e do lipoma; II achados de ressonância magnética (RM) nessas entidades. I EMBRIOLOGIA DO CORPO CALOSO E DO LIPOMA I.1 Corpo caloso Recebido para publicação em 2/6/2005. Aceito, após revisão, em 30/8/2005. Trabalho realizado na Scopo Diagnóstico, Serviço de US/TC/RM do Hospital São Luiz, São Paulo, SP. 1 Médicos Radiologistas do Setor de Diagnóstico por Imagem do Hospital São Luiz. 2 Médico Radiologista Responsável pelo Serviço de US/TC/RM do Hospital São Luiz. Correspondência: Dr. Luiz de Abreu Jr. Rua Doutor Alceu de Campos Rodrigues, 95, subsolo, Vila Nova Conceição. São Paulo, SP, 04544-000. E-mail: [email protected] Rev Imagem 2005;27(3):201206 O corpo caloso é formado por quatro segmentos rostro, joelho, corpo e esplênio , e para que compreendamos suas malformações é imprescindível que conheçamos os princípios básicos do seu desenvolvimento[24]. Entre a sexta e oitava semanas de gestação a lamina terminalis primitiva (extremidade rostral do tubo neural) apresenta espessamento difuso da sua porção dorsal, passando a ser chamada de lamina reuniens. Em seguida, desenvolve-se um sulco na superfície ventral da lamina reuniens, o qual é preenchido progressivamente por material celular. Este sulco é chamado de sulcus medianus telencephali medii, e entre a oitava e décima semanas fecha-se superiormente dando origem a uma estrutura chamada de massa commissuralis. A massa commissuralis envia então fatores quimiotáticos que induzirão os axônios dos hemisférios cerebrais em desenvolvimento a cruzarem a linha mediana, formando assim o corpo caloso (Fig. 1). É muito importante saber que o corpo caloso não é formado integralmente ao mesmo tempo[2,3]. Existe uma forma ordenada e precisa de formação de seus segmentos[3]. O primeiro segmento a ser definido é a junção entre o dorso do joelho e 201 Abreu Jr L et al. / Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM formação ocorre entre a 12ª e 20ª semanas de gestação, período em que o cérebro está desenvolvendo-se como um todo. Isto explica o fato de anomalias do corpo caloso estarem freqüentemente associadas a outras malformações cerebrais congênitas; destacam-se, entre elas, Chiari tipo II, Dandy-Walker, cistos inter-hemisféricos, anomalias da migração neuronal, encefaloceles e anomalias faciais da linha mediana[2,4,6,7]. A Tabela 1 resume os fatores relevantes na embriogênese do corpo caloso. I.2 Lipoma do corpo caloso Fig. 1 Formação do corpo caloso. (1) Lamina reuniens. (2,3) Sulco superior na lamina reuniens formando o sulcus medianus telencephali medii (SMTM). (4) Migração de células preenchendo o SMTM. (5) Fusão do aspecto superior do SMTM formando a massa commissuralis, onde há convergência das fibras hemisféricas, dando origem ao corpo caloso. Traduzido de Barkovich[2]. a porção anterior do tronco; em seguida completa-se a formação do joelho e do tronco anterior, o tronco posterior, o esplênio e finalmente o rostro. De forma geral o desenvolvimento ocorre no sentido anterior→posterior, excetuando-se o rostro, que é a última estrutura a se formar (entre 18 e 20 semanas). Este fato é útil para auxiliar na diferenciação entre disgenesias do corpo caloso e destruições secundárias do mesmo por outros processos patológicos. Quando há disgenesias, a porção dorsal será sempre afetada, estando o joelho e o corpo freqüentemente preservados, e o esplênio e rostro, ausentes. Entretanto, se encontrarmos o joelho ou corpo pequenos ou ausentes, notando-se a presença do esplênio e rostro íntegros, muito provavelmente esta alteração será decorrente de processo destrutivo secundário. As malformações do corpo caloso são classificadas como distúrbios do fechamento do tubo neural[5]. A sua O primeiro relato de um caso de lipoma do corpo caloso foi feito por Rokitansky em 1856. Os lipomas desta localização são os mais freqüentes dos lipomas intracranianos, representando cerca de 30% a 50% dos casos[8,9], e seu comportamento biológico é o de uma malformação congênita. Muitas teorias foram aventadas para explicar sua origem, tendo-se considerado as possibilidades da inclusão embrionária de gordura heterotópica, depósitos de metabólitos gordurosos, hipertrofia de células piais gordurosas, células multipotentes, degeneração gordurosa do tecido glial, displasia das meninges e malformação da meninge primitiva[8]. De todas essas teorias, a mais aceita atualmente é a origem a partir da meninge primitiva, que apresenta uma malformação no momento de sua reabsorção para formar os espaços e cisternas subaracnóideos. Esta teoria explica adequadamente as principais características dos lipomas intracranianos, entre elas o fato de que os lipomas invariavelmente apresentam localização cisternal ou subaracnóidea. Além disso, considerando-se que a última meninge a ser reabsorvida é a da cisterna da lamina terminalis, esta é a região que permanece por mais tempo suscetível a um evento malformativo. Dessa forma, explica-se a maior freqüência de lipomas da região do corpo caloso em relação a outros sítios intracranianos. Há ainda muita discussão no que concerne à relação exata entre a agenesia/hipoplasia do corpo caloso e os lipomas desta região. Sabe-se que a disgenesia do corpo TABELA 1 Eventos malformativos e resultados no aspecto e estrutura do corpo caloso. Origem Idade gestacional Resultado Falha na formação da lamina reuniens 68 semanas Agenesia do corpo caloso e da comissura anterior Falha nos precursores do corpo caloso (sulcus medianus telencephali medii, massa commissuralis) 810 semanas Agenesia do corpo caloso Falha dos precursores dorsais do corpo caloso 1015 semanas Defeito parcial do corpo caloso Falha na incorporação das fibras de associação à massa commissuralis 1120 semanas Hipoplasia do corpo caloso Falha nas fibras comissurais do corpo caloso 20 semanaspós-natal Atrofia do corpo caloso Fonte: Utsunomiya e cols.[4]. 202 Rev Imagem 2005;27(3):201206 Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM / Abreu Jr L et al. caloso é a anomalia mais comumente associada aos lipomas da região calosa[10], com freqüência oscilando entre 29% e 50%. Porém, alguns autores sugerem que as malformações do corpo caloso são decorrentes de outros mecanismos fisiopatológicos, baseando-se na observação de casos de agenesia do corpo caloso na ausência de lipomas e vice-versa[10]. Inversamente, outros autores sugerem a relação entre as duas entidades, tendo origem na lamina reuniens; a presença destes lipomas inibiria a junção das fibras na massa commissuralis e isto desencadearia a malformação do corpo caloso. Considerando-se esta hipótese, sugere-se que quanto mais precocemente ocorra o aparecimento do lipoma, mais acentuada será a malformação do corpo caloso. Truwit e Barkovich[11] apresentaram, em 1990, uma classificação dos lipomas do corpo caloso. Estes lipomas foram divididos em dois grupos, baseando-se no aspecto morfológico e na localização em relação ao corpo caloso. O primeiro grupo, chamado de lipomas túbulo-nodulares, corresponde a lipomas de localização anterior (em contato com o joelho e tronco do corpo caloso) e são arredondados ou ligeiramente maiores no eixo longitudinal do que no transversal. O segundo grupo, dos lipomas curvilíneos, corresponde a lipomas de localização posterior (em contato com o tronco e esplênio do corpo caloso), e apresentam comprimento maior que sua largura. Tart e Quisling[10] demonstraram, em um de seus trabalhos, que os lipomas túbulo-nodulares (anteriores) apresentam maior associação com disgenesia do corpo caloso e com defeitos faciais da linha mediana[12] e encefaloceles do que os lipomas curvilíneos (posteriores). Esta constatação sugere que os lipomas túbulo-nodulares apareçam precocemente em situação anterior (Figs. 2 e 3), interferindo na formação do corpo caloso e de outras estruturas anteriores (ossos e lobos frontais). Inversamente, sugere-se que os lipomas curvilíneos apareçam mais tardiamente e em situação posterior, quando as porções anteriores do corpo caloso e do cérebro já estão formadas, podendo determinar apenas alterações mais leves em porções posteriores do corpo caloso (Figs. 4A e 4B). II ASPECTOS DE IMAGEM POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DA DISGENESIA E LIPOMA DO CORPO CALOSO II.1 Disgenesia do corpo caloso Quando o corpo caloso está ausente, os axônios que normalmente cruzariam a linha mediana curvam-se na fissura inter-hemisférica e cursam paralelas a esta formando as bandas calosas longitudinais de Probst. Estas Rev Imagem 2005;27(3):201206 Fig. 2 RM de crânio. T1 spin-eco sagital. Disgenesia do corpo caloso (esplênio) e lipoma de aspecto túbulo-nodular. Fig. 3 RM de crânio. IR coronal. Disgenesia do corpo caloso (esplênio) e lipoma de aspecto túbulo-nodular. bandas repousam paralelas ao giro do cíngulo e devido à sua localização determinam invaginação das bordas mediais dos ventrículos laterais, conferindo aos mesmos o aspecto em crescente ou em garfo, especialmente nos cornos anteriores. A ausência das fibras calosas que 203 Abreu Jr L et al. / Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM A B Fig. 4 Lipoma curvilíneo do corpo caloso. Seqüência T1 FLAIR sem (A) e com (B) técnica para supressão do sinal da gordura. Observar que o corpo caloso está integro, sem evidências de lesões focais. cruzam a linha mediana impossibilita que ocorra o processo normal de inversão do giro do cíngulo; desta forma, o giro do cíngulo permanece evertido e não há a formação de seu sulco respectivo (sulco do cíngulo). A eversão persistente do giro do cíngulo permite que a fissura inter-hemisférica continue-se sem barreiras em direção ao III ventrículo; além disso, o III ventrículo apresenta-se elevado e tende a estar alargado, conjuntamente com os forames de Monro. Esta extensão entre o III ventrículo e a fissura inter-hemisférica pode determinar a formação de uma coleção de líquor referida como cisto inter-hemisférico (Figs. 5A e 5B). O corpo caloso, além de conferir a forma normal aos ventrículos laterais, colabora para que estes mantenham seu tamanho normal, especialmente nos cornos posteriores. Na região frontal, as cabeças dos núcleos caudados e os núcleos lentiformes preservam relativamente às dimensões dos cornos anteriores quando o corpo caloso está ausente; entretanto, posteriormente, na ausência do esplênio, a substância branca periventricular não consegue cumprir esta função e então se observa dilatação dos trígonos e cornos posteriores dos ventrículos laterais, condição conhecida como colpocefalia. Quando o corpo do corpo caloso estiver ausente, os corpos dos ventrículos laterais apresentam alteração em sua forma habitual, caracterizada pelo paralelismo entre eles (Fig. 5B). Resumindo, estes são os achados da agenesia do corpo caloso que podem ser identificados na tomografia computadorizada (TC) ou na RM[2,5,13]: 204 aspecto em crescente, em garfo dos cornos frontais dos ventrículos laterais; paralelismo dos corpos dos ventrículos laterais; colpocefalia; elevação do III ventrículo. Formas mais leves de disgenesia do corpo caloso são difíceis de serem caracterizadas pela TC[2]. A RM, por sua vez, demonstra com nitidez todo o espectro de alterações envolvidas[2,3,14], permitindo avaliar a real extensão do acometimento, como demonstrado com clareza através das imagens sagitais medianas (Fig. 6). O estudo no plano coronal é importante para evidenciar as bandas de Probst que não cruzam a linha mediana. Os achados mais específicos que a RM permite que sejam demonstradas são[2,5]: eversão persistente do giro do cíngulo; inversão incompleta da formação hipocampal nos lobos temporais mediais; extensão do III ventrículo para a fissura inter-hemisférica. II.2 Lipoma do corpo caloso A RM permite avaliar a extensão do lipoma e das malformações cerebrais associadas com perfeição. Apresentam o sinal característico da gordura, notando-se hiperintensidade nas seqüências com TR e TE curtos (Fig. 4A). Áreas de signal void no interior dos lipomas podem ser decorrentes de calcificações, no entanto, mais comumente são resultantes da presença de vasos em seu Rev Imagem 2005;27(3):201206 Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM / Abreu Jr L et al. Fig. 5 Chiari tipo II apresentando-se com sinais de disgenesia do corpo caloso. Seqüências ponderadas em T2 no plano axial (A) e em T1 no plano coronal (B). Observam-se as alterações secundárias decorrentes da disgenesia do corpo caloso: aspecto em crescente dos cornos anteriores dos ventrículos laterais, paralelismo dos ventrículos laterais e interdigitação de sulcos na fissura inter-hemisférica. A B técnica spectral presaturation with inversion recovery (SPIR), na qual observamos supressão do sinal da gordura que compõe os lipomas (Fig. 4B). O diagnóstico pré-natal dos lipomas pericalosos pode ser realizado utilizando-se a ultra-sonografia e a RM fetal, essa última apresentando as vantagens de permitir a caracterização do tecido lipomatoso além de avaliar a extensão completa do mesmo e das alterações do corpo caloso[15]. CONCLUSÃO Fig. 6 Chiari tipo II apresentando-se com sinais de disgenesia do corpo caloso. Seqüência ponderada em T1 no plano sagital. Irregularidade e afilamento da porção troncular posterior do corpo caloso e sinais de invaginação das tonsilas cerebelares para o interior do forame magno. interior, freqüentemente ramos da artéria cerebral anterior e da artéria pericalosa. Além das seqüências spineco, utilizamos a seqüência inversion recovery (IR) ponderada em T1 no plano coronal, para enfatizar os aspectos anatômicos e para melhorar a diferenciação entre substância branca e cinzenta (Fig. 3), e as seqüências com Rev Imagem 2005;27(3):201206 O corpo caloso é estudado com grandes detalhes pela RM. É relevante, portanto, tanto do ponto de vista embriológico quanto do ponto de vista do diagnóstico por imagem, estudar os tipos e graus das anomalias do corpo caloso e a associação com anomalias de outras estruturas encefálicas, para que possamos estabelecer a relação temporal e causal destas malformações. REFERÊNCIAS 1. Machado A. Anatomia macroscópica do telencéfalo. In: Machado A, ed. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Livraria Atheneu, 1987:456. 2. Barkovich AJ. Congenital malformations of the brain. In: Barkovich AJ, ed. Pediatric neuroimaging. New York: Raven Press, 1990:7986. 3. Truvit CL, Barkovich AJ. Disorders of brain development. In: Atlas SW. Magnetic resonance imaging of the brain and spine on CD-ROM. Philadelphia: Lippincott-Raven, 1998. 4. Utsunomiya H, Ogasarawa T, Hayashi T, Hashimoto T, Okazaki M. Dysgenesis of the corpus callosum and associated telencephalic anomalies: MRI. Neuroradiology 1997;39:30210. 205 Abreu Jr L et al. / Disgenesia do corpo caloso e lipoma: considerações embriológicas e aspectos de imagem à RM 5. Scatliff JH, Bouldin TW. Supratentorial congenital anomalies. In: Taveras JM. Radiology on CD. Philadelphia: LippincottRaven, 1995. 6. Barkovich AJ, Norman D. Anomalies of the corpus callosum: correlation with further anomalies of the brain. AJR 1988;151: 1719. 7. Barkovich AJ. Apparent atypical callosal dysgenesis: analysis of MR findings in six cases and their relationship to holoprosencephaly. AJNR 1990;11:3339. 8. Dean B, Drayer BP, Beresini DC, Bird CR. MR imaging of pericallosal lipoma. AJNR 1988;9:92931. 9. Silva DF, Lima MM, Oliveira CO, Oliveira WN, Anghinah R, Lima JG C. Agenesis and lipoma of corpus callosum case report. Arq Neuropsiquiatr 1995;53:66770. 10. Tart RP, Quisling RG. Curvilinear and tubulonodular varieties of lipoma of the corpus callosum: an MR and CT study. J Comput Assist Tomogr 1991;15:80510. 11. Truwit CL, Barkovich AJ. Pathogenesis of intracranial lipoma: an MR study in 42 patients. AJNR 1990;11:66574. 12. Naidich TP, Osborn RE, Bauer B, Naidich MJ. Median cleft face syndrome: MR and CT data from 11 children. J Comput Assist Tomogr 1988;12:5764. 206 13. Ghiorzi M, Taccone A, Fondelli MP, Salomone G. TC e disgenesie del corpo calloso. Minerva Ped 1988;40:599604. 14. Rubinstein D, Youngman V, Hise JH, Damiano TR. Partial development of the corpus callosum. AJNR 1994;15:86975. 15. Ickowitz V, Eurin D, Rypens F, et al. Prenatal diagnosis and postnatal follow-up of pericallusal lipoma: report of seven new cases. AJNR 2001;22:76772. Abstract. Corpus callosum dysgenesis and lipoma: embriologic and magnetic resonance imaging aspects. The corpus callosum is the major system of association fibers that permits communication of both cerebral hemispheres. Magnetic resonance imaging has improved the study of brain malformations, including the corpus callosum dysgenesis. Lipoma is a common finding in the spectrum of corpus callosum dysgenesis. The purpose of these study was to review the embryologic events and the magnetic resonance imaging aspects related to the corpus callosum dysgenesis and to the formation of the related lipoma. Key words: Corpus callosum; Lipoma; Magnetic resonance imaging. Rev Imagem 2005;27(3):201206
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