Pet Food para Aves e Peixes Pet Food para Aves e
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Pet Food para Aves e Peixes Pet Food para Aves e
Ano 2 / Edição 08 / Mai - Jun 2010 / www.editorastilo.com.br Pet Food para Aves e Peixes Voando alto e mergulhando no sucesso Editorial 2 3 Prezado Leitor, Daniel Geraldes Editor Chefe Venho através desta alertar sobre pessoas/empresa, que de forma irresponsável e sem ética, tentam enganar e confundir seus leitores/anunciantes colocando o nome de sua publicação igual/ parecido com a verdadeira revista Pet Food Brasil. Até o logo é copiado. Temos o registro no INPI de marcas e patentes e isso é uma violação as leis de direitos de propriedade intelectual. Todas as medidas judiciais estão sendo tomadas garantindo nossos direitos e punindo atos de má-fé. Peço a todos que não confundam os títulos e que tomem cuidado, pois estão se identificando tanto como minha pessoa como pela Revista Pet Food prometendo vantagens que não serão cumpridas futuramente. Revista Pet Food só tem uma. A única publicação voltada 100% para a Indústria Pet Food no Brasil. Revista Pet Food Brasil INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial Processo: 901744565 Em cumprimento ao disposto no art. 128, da Lei 9279/96 Editorial Nos últimos dois anos temos tentado entender os efeitos da crise econômica mundial sobre o segmento de Pet Food no Brasil. O consenso hoje é de que o crescimento é certo e o pior já passou e o xis da questão agora é outro: qual crescimento? Os desafios são cada vez mais complexos. Planejar em longo prazo em um cenário em que nada é mais tão previsível exige dos empresários visão de águia sobre o mercado em que atuam e seus correlacionados. Os produtores de Pet Food têm orquestrado as mudanças com maestria, investindo em tecnologia, gestão inteligente de recursos e processos e agregando valor aos seus produtos. O desenvolvimento aponta para o caminho da eficiência, para além da eficácia. A ordem é não apenas alcançar resultados, mas fazê-lo da melhor forma, rumo a um crescimento cada vez mais sustentável. É o que atesta Sandro Manzoni, diretor de Gestão da Manzoni Industrial, que em entrevista à Pet Food Brasil conta como a empresa, que completa quarenta e cinco anos, tem enfrentado com sucesso os desafios de hoje. Uma novidade nesta edição é a matéria de capa focada em aves e peixes, segmento que vem crescendo consideravelmente e apontando tendências e inspirando toda a cadeia. Boa leitura! Daniel Geraldes CAPA ed 8 Final.pdf 1 02/06/10 14:10 Ano 2 / Edição 08 / Mai - Jun 2010 / www.editorastilo.com.br C M Y CM MY CY CMY K Edição 08 Maio/Junho 2010 Pet Food para Aves e Peixes Voando alto e mergulhando no sucesso Sumário 4 5 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaborador Paulo Celestino - MTB 998/RN Publicidade Ligia Caetano [email protected] 28 06 Notícias 16 Em Foco 18 Em Foco 1 2 20 Segurança Alimentar 24 Pet Food Online 26 Pet Market 34 Entrevista 38 Caderno técnico1 46 Caderno técnico2 52 Caderno técnico3 Redação Lucas Priori [email protected] Capa Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Aulus Carciofi Claudio Mathias Daniel Geraldes Everton Krabbe Flavia Saad José Roberto Sartori Vildes M. Scussel Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão, Cepea/Esalq, Engormix, CBNA Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Fone: (11) 2384-0047 A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais, Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Twitter: @editorastilo 6 7 Acesse o Novo Portal da Editora Stilo A Editora Stilo lançou um verdadeiro portal no mês passado. Fique por dentro de tudo o que está acontecendo no mercado da Agroindústria. Foram criadas novas seções: Notícias, Newsletter, Fórum, Índices de Mercado, Guia das Graxarias, Guia Pet Food, Vídeos, Agenda de Eventos, Fenagra – Feira Nacional das Graxarias, Edições – Revista Graxaria, Edições – Revista Pet Food, Atendimento Online. As atualizações são diárias. O Guia Pet Food será lançado em breve com o cadastro de todas as empresas do setor: Fabricantes de Alimentos Pet Food, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias Primas e Prestadores de Serviços. Cadastre-se gratuitamente e coloque sua empresa na maior vitrine do mercado da Indústria Pet Food no Brasil. Agronegócio é quase a metade do PIB regional Os três Estados da Região Sul já respondem por 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Conforme dados do IBGE, o Rio Grande do Sul possui o quarto PIB brasileiro - atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, o Paraná está em quinto lugar e Santa Catarina em sétimo. A posição no ranking nacional revela grande equilíbrio da economia nesses Estados. O Sul vive intenso processo de industrialização, mas grande parte da economia regional ainda depende dos negócios gerados no campo. A produção da agricultura, da pecuária e das florestas quase não chega ao consumidor como produto primário. Passa, antes, por um intenso processo de agregação de valor pela indústria de transformação e da agroindústria, além de um bem estruturado modelo de conversão de proteína vegetal em produtos de origem animal. Considerada toda a cadeia gerada pelos produtos, o agronegócio representa quase 50% do PIB regional. Destaques. O Rio Grande do Sul detém 8,8% do PIB nacional e grande parte de sua economia é baseada na agricultura de grãos - soja, trigo, arroz e milho -, na produção de fumo, na pecuária e na indústria de transformação de produtos do campo. O Estado se destaca em alimentos, fibras têxteis naturais, madeira e couro. Na última safra, bateu recorde na colheita de grãos, com 24,4 milhões de toneladas. A soja atingiu o maior volume individual, com 10 milhões de toneladas. A safra do arroz atingiu 8 milhões de toneladas - o Estado detém 63% da produção nacional. Outro destaque é o trigo: junto com o Paraná, o Estado produziu 86,4% do cereal no Brasil. O Rio Grande do Sul é também o principal produtor de vinhos finos no País e a produção de fumo continua a ser uma atividade relevante no Estado e no País. O Paraná responde por 6% da riqueza produzida no Brasil. Na safra 2009/10, o Estado reassumiu o primeiro lugar na produção agrícola nacional, com 31,4 milhões de toneladas, ultrapassando Mato Grosso. Apenas a soja respondeu por 14 milhões de toneladas. O Estado manteve a posição de maior produtor nacional de milho, com 12,6 milhões de toneladas. Lidera, ainda, na produção de feijão. A participação direta da agricultura no PIB paranaense subiu de 15% em 2007 para 18,5% no ano passado. O desempenho deve-se, sobretudo, à retomada na produção de soja e trigo e à expansão das áreas de cultivo da cana-de-açúcar. Na temporada 2009/10, o Paraná perdeu a posição de segundo maior processador de cana do Centro-Sul para Minas Gerais, mas pode recuperar a posição na safra atual, com previsão de moagem de 51 milhões de toneladas. A última safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas. Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil. No ano passado, as duas principais empresas do setor no País, a Sadia e a Perdigão, se juntaram, formando a BR Foods, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. As exportações de carne de frango somaram 3,63 milhões de toneladas em 2009, com receita de US$ 5,8 bilhões. Este ano, reduzidos os efeitos da crise global, o setor voltou a crescer, com aumento previsto de 5% no volume de exportação e de até 10% na receita. Nos primeiros meses deste ano, o Estado absorveu 30% dos pintinhos alojados nos aviários para serem transformados em frangos, mas vem sendo seguido de perto pelo Paraná, que ficou com outros 25%. A migração da atividade decorre da maior disponibilidade de soja e milho, principais insumos da avicultura, em território paranaense. Fonte: Valor Econômico A Kemin disponibiliza produto inovador, aprovado pela Comissão Européia, para controle da enterite necrótica. A Kemin, empresa global de soluções para alimentação e saúde humana e animal, disponibiliza para o mercado brasileiro o CloSTAT™, probiótico diferenciado que contém uma cepa especial de Bacillus subtilis PB6, isolada e selecionada pelos cientistas da Kemin. CloSTAT™ possui ação específica contra Clostridium perfringens, o agente causador da enterite necrótica em aves. De acordo com a World Poultry, mais de 80% da produção mundial de frangos é desafiada pela contaminação com Clostridium perfringens. Os resultados da enterite necrótica podem ser devastadores, no caso de infecção clínica. Mas as maiores perdas econômicas está nos casos de infecção subclínica das aves, pois na maior parte das vezes, faz-se um diagnóstico tardio. Fazem parte dos sintomas subclínicos: perda de apetite, maior conversão alimentar, aumento da umidade na cama, diminuição do ganho de peso, discreto aumento na mortalidade, resultando em quebra do lucro. Pesquisas publicadas confirmam que o PB6, organismo presento no CloSTAT™: • Auxilia a manter a população intestinal de bactérias benéficas. • Diminui a população de Clostridium perfringens, causador da enterite • Auxilia na conservação das vilosidades intestinais, o que aumenta a eficiência da absorção de nutrientes. Pesquisas publicadas demonstram melhoria no desempenho zootécnico nas aves que receberam CloSTAT™ como ação preventiva à enterite necrótica. Além disso, os benefícios incluem melhoria na qualidade da cama, diminuição nas condenações de carcaça, contribuição para o bem-estar geral dos animais e aumento no retorno econômico. Além de melhorar na manutenção da saúde intestinal, o CoSTAT™ é estável, resistente à temperatura de peletização, fácil de usar e compatível com uma grande variedade de ácidos orgânicos e antibióticos e coccidiostáticos utilizados na produção animal. Fonte: Kemin® Treinamento sobre Cálculo de Incerteza de Medição para Laboratórios Análises químicas são, em geral, materiais ligados às mais diferentes áreas do conhecimento. Estas atividades, atualmente, figuram entre as mais importantes dentro do segmento de alimentos para animais de estimação, sendo, de suma importância, decisões tomadas em bases científicas sólidas e confiáveis. O cálculo da incerteza em ensaios também deve ser entendido como uma ferramenta para o aprimoramento de sistemas de medição. Ao mapear as fontes de incerteza e identificar aquelas que afetam o resultado da medição, o cálculo da incerteza de medição fornece condições para que os Laboratórios possam melhorar seus métodos de ensaio. Nos dias 13 e 14 de maio de 2010, foi realizado, na Avenida Paulista 1313 (Prédio da FIESP), através de organização da ANFALPET o treinamento sobre Cálculo de Incerteza de Medição para Laboratórios de Empresas Associadas à entidade e Laboratórios Credenciados ao Programa PIQ PET. O treinamento foi ministrado pelo professor Celso Pinto Saraiva, Doutorando pelo DMO (Departamento de Microondas e Óptica) da UNICAMP – Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais, Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações. O treinamento teve carga horária de 16 horas de aula e exercícios individuais e em grupo, abordando alguns tópicos, tais como: Definições básicas em Metrologia, O Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM 2009- Portaria Inmetro 319), o Quadro geral de unidades de medida (SI-Resolução CONMETRO 12/88). Além de tópicos de Estatística Básica, O Guia IPAC (Instituto Português de Acreditação – OGC007, de 01/2007) para a Quantificação de Incerteza em ensaios Químicos e o próprio Cálculo de Incerteza de Medição, com aplicações da incerteza e principais origens; O Guia ABNT/ISO para determinação da incerteza de medição (ISO - GUM) e outros documentos derivados. Através destes treinamentos a ANFALPET busca sempre manter a Qualidade dos Laboratórios de Empresas Associadas ou Laboratórios Credenciados ao Programa PIQ PET, buscar aproximações de seus associados e credenciados a técnicas mais avançadas de análises e componentes incluídos em análise, como o Cálculo de Incerteza de Medição, importante ferramenta para diminuir possíveis erros no processo de medição. Fonte: Anfal Pet 8 9 Algomix fecha parceria com frigorífico de peixes Empresas brasileiras participantes do projeto Pet & Horse Brasil, parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil e da Associação Nacional de Fabricantes de Alimentos e Produtos para Animais de Estimação - Anfalpet, marcaram presença na Feira Interzoo 2010, um dos principais eventos do segmento pet no mundo. A feira, que ocorre a cada dois anos na cidade de Nuremberg na Alemanha, foi realizada entre os dias 13 e 16 de maio. Durante este período, representantes das empresas Guabi, Vetnil, Total Alimentos, Brasmed, Nutrire, Amicus, Hercosul Alimentos, Brazilian Pet Food e Pet Society realizaram 538 contatos com potenciais clientes da Alemanha, França, Inglaterra, Portugal, Suécia, Eslovênia, Lituânia, Romênia, Rússia, México, Estados Unidos, Japão, Uruguai, Cingapura, África do Sul, Angola, Grécia, Ucrânia, Bélgica, Venezuela, Filipinas, Holanda, China, Austrália, Irã, Palestina, Kuwait, Malásia, Tailândia, República Tcheca, Polônia, Guatemala, Israel, Chipre, Turquia, Jordânia, Suíça. Sendo uma das principais feiras do segmento, nesta edição de 2010, a Interzoo concentrou cerca de 1.500 expositores oriundos de mais de 50 países em uma área de 90.000 m2. Durante a feira, as empresas brasileiras se apresentaram em um stand de 255m2 e realizaram negócios no montante de US$ 1,7 milhões e há expectativa de novos negócios no valor de US$ 5 milhões para os próximos doze meses. Empresas brasileiras aproveitaram o evento para o lançamento de linhas de produtos no mercado internacional, abertura de novos distribuidores e contatos com compradores internacionais. Os lançamentos incluiram os segmentos de medicamentos, cosméticos e alimentos. A Nutrire investiu na adequação das embalagens e na mudança da formulação dos alimentos para cães e gatos. A Guabi lançou uma linha diferenciada de alimentos para cães que, segundo Robson Fonseca, gerente de comércio exterior da empresa, “é ideal para o mercado europeu, visto que é um produto Premium, conservado naturalmente e sem adição de corantes”. Durante a feira, a empresa estimulou seus distribuidores a realizarem pedidos, oferecendo brindes e até passagens para visitarem o Brasil. As empresas Amicus e Pet Society investiram nas embalagens, traduzindo inclusive para o idioma alemão os rótulos e manuais de instrução dos produtos. Leandro Malatesta, coordenador de negócios internacionais da empresa Pet Society destacou que “quando a empresa se preocupa em adaptar os rótulos e embalagens para o idioma local, as possibilidades de negócios aumentam de forma significativa”. A Hercosul Alimentos, assim como a Amicus, recentes parceiras do Programa Pet & Horse Brasil, posicionaram-se muito satisfeitas com o apoio e oportunidade oferecidas pelo projeto em parceria com a Apex-Brasil. Sob outra ótica, Ana Paula Leite, coordenadora de comércio exterior da Vetnil informou que esta feira revelou-se uma excelente oportunidade de abertura de novos compradores internacionais, além de propiciar o encontro com importadores consolidados. O distribuidor da Vetnil em Portugal esteve presente na feira, auxiliando em novos contatos e aproveitando para discutir estratégias de comercialização e registro de novos produtos para exportação. Fonte: Anfal Pet A Algomix fechou uma parceria com o frigorífico TILÁPIA PISCES, de Toledo (PR), para o fornecimento de rações para os seus produtores de peixes para abate. Os produtores que produzem peixes para o primeiro frigorífico de tilápias do Brasil , tem agora a oportunidade de adquirir uma das melhores rações de peixes do mercado Brasileiro, através de um convênio assinado entre a Algomix e a Pisces, todos os clientes e criadores de peixes da Pisces, poderão comprar os produtos da empresa através de um sistema de integração, onde a Algomix é fornecedora das rações, garantindo assim aos piscicultores a possibilidade de produzir peixes e pagar as rações ao final do lote, por outro lado a Pisces, garantirá a compra da produção dos peixes. Chegou o que estava faltando aos piscicultores do Oeste Paranaense, uma integração, onde toda a cadeia produtiva dos peixes pode confiar. I SIMPET – Simpósio de Cães e Gatos Nas últimas décadas ocorreu proporcionalmente ao aumento da população de cães e gatos e ao estreitamento de sua relação com os seres humanos, um grande avanço quanto à nutrição e alimentação destes. O conhecimento a respeito de suas necessidades nutricionais possibilitou o crescimento do mercado de alimentos completos. Todavia, a expansão do mercado de alimentos para cães e gatos não ocorre de maneira objetiva sem o devido dispêndio com pesquisa e divulgação. A afetividade entre os animais de estimação e os seres humanos tem propiciado melhor qualidade de vida em sociedade, além de auxiliar na recuperação de adversidades, como por exemplo, em doenças crônicas e terminais, motivando o estado psicológico dos pacientes. Dessa forma, torna-se indispensável proporcionar aos animais saúde e qualidade de vida, aumentando a longevidade e garantindo o seu bem-estar. Nesse sentido, a alimentação é primordial nesse processo, pois uma nutrição balanceada pode funcionar como importante medida de saúde preventiva. O curso de Zootecnia da Unesp de Dracena tem a finalidade de informar e convidar Vossa Senhoria para o I SIMPET – Simpósio de Cães e Gatos, no dia 21 de agosto de 2010. O evento acontecerá no Anfiteatro da Unesp-Dracena e o tema central do Simpósio será “Nutrição e Comportamento de Cães e Gatos”, por meio do qual pretendemos trazer aos alunos, técnicos, criadores e população em geral informações atualizadas na área e promover assim uma maior integração de nossa Unidade com a comunidade. UNESP - Dracena Profa. Dra. Valquíria Cação da Cruz Presidente do I SIMPET Fone: (18) 3821-8200 www.dracena.unesp.br FAAO Empresas brasileiras apresentam excelente resultado na Interzoo 2010 II Congresso Internacional sobre Nutrição de Animais de Estimação IX Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação Nos dias 04 e 05 de Maio, no Auditório do IAC - Instituto Agronômico Campinas – Campinas (SP) foi realizado o IX Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação. O evento foi organizado pela CBNA, sob coordenação do Prof. Aulus Carciofi e contou também com diversos palestrantes internacionais. O congresso contou com a presença de mais 300 pessoas de toda cadeia produtiva da indústria Pet Food e teve como temas principais: • Formulação e teores de energia: quando é pouco e quando é muito. • Fibras na Nutrição de cães e gatos: tipos, qualidade e inclusão. • Formulação e produção de alimentos úmidos. • Saúde gastrointestinal de cães e gatos. • Uso de co-produtos na alimentação de cães e gatos. • Processamento de farinhas de origem animal e sua relação com a digestibilidade e palatabilidade do produto final • Aditivos de processo e extrusão (ingredientes para aumento de produtividade e qualidade do extrusado). • Importância do condicionador na produção de extrusados. • Produção e extrusão de alimentos e snacks semiúmidos. Os anais estão disponíveis na sede da CBNA. O CBNA tem por objetivos, dentre outros, fomentar publicações, conferências, cursos de especialização, congressos científicos; orientar a opinião pública e governo sobre questões técnicas relacionadas à nutrição animal; promover e melhorar a integração entre órgãos e instituições de ensino e pesquisa com a Indústria e Produtores, manter relacionamento técnico profissional com Associações de objetivos similares; sugerir temas atuais e de interesse imediatos para pesquisa. Maiores informações: Fone/fax: (19) 3232-7518 ou e-mail [email protected] Manzoni Industrial agregando valor com a Consultoria de Eficiência Operacional A Manzoni Industrial, empresa sediada em Campinas-SP, pensando diariamente em como melhorar o negócio de seus clientes, desenvolveu a Consultoria de Eficiência Operacional. Uma metodologia de prestação de serviços através de consultoria técnica, focada na melhoria de performance e eficiência da produção. Com a tradição e o know-how de 45 anos em usinagem de precisão, a equipe técnica da Manzoni pode propor melhorias desde a aquisição de máquinas e equipamentos até a reforma ou troca de partes do processo atual, sempre pensando no custo-benefício a ser gerado ao cliente. A consultoria envolve a análise e estudo de todo o processo fabril: moagem, extrusão, transporte pneumático, secagem e resfriamento. Além das partes de máquinas, como: matrizes, discos, porta-disco, facas, porta-facas, martelos, eixos de martelo e outros. Sempre analisando cada detalhe que possa fazer a diferença na qualidade final do produto. A empresa também faz a seleção e treinamento das pessoas chaves a fazerem o processo ser executado eficientemente. Ao final da consultoria é emitido um relatório com as conclusões sobre a avaliação do processo e junto com o cliente, o pessoal da Manzoni propõe as etapas a serem implantadas de acordo com o planejamento estratégico do cliente. Para maiores informações: [email protected] ou [email protected] . 10 11 Custos maiores na aquicultura global O preço da farinha de peixe, principal ração usada na criação de salmões e camarões, atingiu seu maior patamar histórico, depois de o terremoto que atingiu o Chile neste ano ter destruído fábricas de processamento no país sul-americano, segundo maior exportador mundial do produto. O revés é agravado pela escassez de oferta que o segmento já enfrenta em consequência dos reflexos do fenômeno climático El Niño, que prejudicam a pesca no Peru, maior país exportador de farinha de peixe do mundo. Esses problemas deverão chegar aos preços de pescados e outras carnes, já que a ração, além de ser usada para alimentar o mercado multibilionário da piscicultura, também é aproveitada na criação de suínos e frangos. Os contratempos na produção de farinha de peixe chegam em meio ao crescimento de mais de 10% na produção mundial da aquicultura, puxada pelo forte expansão do segmento na China. De acordo com dados da FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação, a aquicultura responde atualmente por quase 40% do peixe para consumo humano. Em 1980, a participação era de apenas 6,5%. A indústria da ração transforma peixes como arenques, sardinhas e anchovas em alimento para o consumo animal. A FAO, cuja sede fica em Roma, na Itália, estima que mais de 30% dos peixes pescados no mundo vêm sendo usados como ração ao longo dos últimos anos. O valor referencial da farinha de peixe aumentou, na semana passada, para o recorde de US$ 1.937 por tonelada, quase 85% a mais do que há um ano, impulsionado pela forte demanda aliada aos problemas de oferta. A valorização é uma drástica reviravolta, já que a crise econômica havia reduzido a demanda pelo produto no início de 2008 e derrubado os preços para aproximadamente US$ 1 mil por tonelada no porto de Roterdã, na Holanda. “A crise financeira mundial foi acompanhada por um importante declínio nos preços”, disse José Sarmiento Madueño, presidente da associação de produtores peruanos de farinha de peixe. “No fim de 2008 e início de 2009, estávamos começando a nos recuperar. E, então, o terremoto empurrou os preços para (...) o maior patamar na história”, afirmou ele ao “Financial Times”. O segmento, receoso com o impacto do fenômeno El Niño, agora observa de perto a pesca no Peru. A corrente de Humboldt, de água fria e rica em nutrientes, que passa pela costa do Peru, no Oceano Pacífico, cria um ambiente ideal para as anchovas. O El Niño, entretanto, aquece a água, reduzindo o volume de peixes. “Um El Niño rigoroso pode provocar uma queda drástica nos números de anchovas”, afirmou Sarmiento Madueño. “O último foi em 1998, quando vimos uma queda de 80% na população de peixes.” O El Niño, contudo, está se dissipando, de acordo com as análises dos meteorologistas. Como o principal centro de produção de farinha de peixe está na América Latina, distante dos centros de consumo na China e na Europa, a farinha de peixe é uma das commodities mais negociadas internacionalmente. A Associação Internacional de Óleo e Farinha de Peixe, órgão que representa os participantes do segmento, estima que cada tonelada de farinha de peixe viaja uma média de 5 mil quilômetros para atingir o usuário final na indústria da aquicultura. O aumento dos preços da farinha de peixe está colaborando para sustentar o mercado de farelo de soja, mesmo com a grande oferta global do grão, já que alguns produtores podem recorrer a ambos como ração. Fonte: Valor Econômico Ração com aroma de ervas finas Azeite de oliva e filezinho de frango devem agradar em cheio o paladar dos cães O azeite de oliva é apreciado em vários países devido ao sabor, aroma e também pelos benefícios proporcionados à saúde. As ervas finas também costumam frequentar as mesas de muitos restaurantes, e agradam tanto o olfato quanto o paladar. E agora, todas essas vantagens também estão à disposição do seu cachorro. É que a Total Alimentos desenvolveu o Max Chicken Fillet com Aroma de Ervas Finas. Segundo o fabricante, o sabor inusitado é resultado de uma pesquisa de mercado que apontou a “busca dos consumidores por produtos que não tenham o aspecto e cheiro de uma simples ração”. De acordo com Wander Palomo, médico veterinário da Total Alimentos, a novidade traz “ingredientes e propostas diferenciadas para que o dono também goste e se empolgue com o cheiro e a apresentação da comida que vai oferecer ao seu animal”. Padrão Premium, o alimento foi desenvolvido para cães adultos de todos os portes. Além das ervas finas e do azeite de oliva, o produto conta ainda com pedacinhos de frango desidratados. Segundo a Total Alimentos a ração ajuda na digestão dos alimentos, facilitando a absorção das proteínas e reduzindo a quantidade de fezes. Os ingredientes ainda atuam como antioxidantes, que combatem a ação dos radicais livres e contribuem para aumentar a longevidade dos animais. Fonte: Assessoria de Imprensa Análise de importação com LI substitutivo Desde maio passado o setor de alimentação animal do SEFAG/SP não mais dará prioridade na análise de processos de importação com LI substitutivo, cujo embarque do LI substituído já tenha sido autorizado. Tal medida foi considerada necessária pelo setor, uma vez que a demanda por análises de LI substitutivos cresceu excessivamente, prejudicando o andamento dos demais processos. Ofício SEFAG/AA/SP nº033/2010, de 26 de abril de 2010 Fonte: Anfal Pet Renata Jorge Anaruma - Fiscal Federal Agropecuário ICMS do Anhambi A área jurídica das indústrias Anhambi Alimentos questionou e ganhou na Justiça o direito de mudar a forma como a Secretaria de Fazenda (Sefaz) havia cobrado cerca de R$ 60 mil em ICMS da empresa, que atua no setor de processamento de carne de frango em Tangará da Serra e Sorriso. A decisão favorável à indústria é do juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Roberto Teixeira Seror após Mandado de Segurança. Mas na sentença ainda cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ). O advogado Enio Medeiros, da ERS Advocacia, diz que ao agir com lançamento direto do débito na conta corrente fiscal da empresa, a secretaria comete um erro. Ele informa que a empresa não questiona eventual débito, mas a forma como ele é cobrado. “O correto seria autuar a empresa, oportunizar a defesa e não fazer o lançamento direto na conta fiscal. Isso é contra os preceitos do Código Tributário Nacional, nos artigos 142 e 150”. O procedimento descrito é realizado na instância administrativa da Sefaz, jun to ao Conselho de Contribuintes da secretaria. Ele reforça que a empresa não pode ser simplesmente “taxada de não pagadora”. Para explicar o impacto da decisão do governo, mesmo no caso de recurso, informa, o Tribunal de Justiça já reconheceu como ilegal o mecanismo de cobrança do imposto. Ele relata que a atitude inscreve a empresa em regime tributário diferenciado. As empresas que recolhem ICMS têm uma conta corrente junto à Sefaz. Quando o imposto é devido, então é lançado. Procurada, a assessoria da secretaria, relatou que a Sefaz ainda não havia sido notificada sobre a decisão e que, portanto, não poderia se pronunciar. A Gazeta 12 13 Ração sustentável para gatos Os interessados no bem-estar animal receberam com alegria a notícia dada pelo The Guardian, em abril passado. Segundo a publicação, a Mars Petcare, empresa dona de marcas como a Pedigree e Whiskas, se prepara para lançar ainda em 2010 a primeira ração sustentável para gatos. A fabricante passará a vender alimentos certificados pela Marine Stewardship Council, órgão que fiscaliza a pesca sustentável, ou seja, evita os maus tratos com os peixes envolvidos no processo e repõe na natureza os bichos utilizados. Em entrevista à publicação, Mark Johnson, gerente da Mars Petcare no Reino Unido, declarou que a idéia surgiu depois que o fabricante percebeu o quanto as pessoas têm se preocupado com a sustentabilidade do planeta. “O documentário O fim da linha (que trata da pesca indiscriminada) teve um grande impacto”. Segundo Mark, a mudança veio em resposta ao crescimento na exigência pela utilização dos peixes nos alimentos de forma sustentável. Recentemente, a Mars deixou de utilizar espécies de peixes ameaçadas de extinção entre os ingredientes de seus produtos e foi também a primeira produtora de alimentos para pets a assinar um tratado da WWF sobre a utilização de frutos do mar. Espera-se que até o Natal a Whiskas disponibilize para seus clientes europeus a versão sustentável de suas rações, um verdadeiro avanço para os ingleses. Vale lembrar que eles são considerados um dos mais exigentes e preocupados com o bem-estar animal do mundo. Agora resta esperar para ver quando o produto “verde” chegará ao Brasil. Fonte: Petmag Tortuga expande linha de produtos para pets A Tortuga inaugurou uma nova fase em seus negócios, a empresa passará a atuar também no segmento de nutrição para animais de companhia (pets). Com um investimento total de R$ 13,5 milhões, o grupo passará a produzir e comercializar um complexo de vitaminas para cães e gatos, fornecido aos animais como um complemento alimentar. Desse valor, R$ 12 milhões são referentes à aquisição da linha saúde animal da Minerthal , adquirida no ano passado e que será a base para os produtos para nutrição dos animais de companhia. Os demais R$ 1,5 milhão serão investidos na linha de produtos em si, sob a bandeira da marca Vitamici. “Já tínhamos uma linha farmacêutica e veterinária para pets e considerávamos o mercado de nutrição mais difícil por ter características diferentes dos animais de produção. Mas vimos uma oportunidade e ela vai complementar nossa estratégia de negócio como um todo”, disse Max Fabiani, presidente da Tortuga. E a estratégia da empresa não é atuar no segmento de rações, mercado que nos últimos anos vem passando por uma queda nos preços com o aumento do número de concorrentes. O foco será os produtos com maior valor agregado, tendo como foco principal as regiões Sul e Sudeste do país. A entrada no mercado de nutrição para animais de companhia vai reforçar sua atuação neste segmento. No caso dos animais de produção, a empresa já domina 45% do mercado. A empresa produziu 460 mil toneladas, volume que representou um crescimento de 10%. Para este ano, a empresa projeta um novo crescimento, da ordem de 15%. No caso dos suplementos para os animais de companhia, Fabiani não fala nos volumes a serem produzidos, nem as projeções de inserção para o mercado. “Temos pouca experiência neste segmento, mas vamos usar o conhecimento que temos nos minerais orgânicos para os animais de produção para este novo mercado”, afirma Fabiani. Alimentação natural para gatos exigentes Quem tem gatos bem sabe o quão exigentes eles são quando o assunto é alimentação. A ração precisa ser atraente tanto para o paladar quanto para o olfato do bichinho, e para justamente atender pets cada vez mais exigentes, a Guabi, fabricante de alimentos para animais de estimação, desenvolveu uma linha de produtos naturais, além da já conhecida Sabor & Vida. A linha Guabi Natural disponibiliza alimentos com conservantes não industrializados, como o extrato de alecrim, além de vitamina E e ácido cítrico. Os ingredientes utilizados na fórmula também são nobres e bem selecionados, como carne e fígado fresco de frango, excelentes fontes de proteína. E para dar energia para aos animais mais agitados, a linha dispõe de carboidratos integrais como o arroz em sua fórmula. Componentes importantes como o Beta Caroteno, vitamina C e Taurina também compõem os produtos. E para prevenir problemas cardíacos, a linha oferece alimentos com óleo de linhaça e canola - fontes de ômega 3 e 6, que também promovem uma pelagem mais saudável e brilhante. Lembrando que a já conhecida linha Sabor & Vida também contêm os mesmos alimentos selecionados que garantem a saúde dos felinos. Ela disponibiliza, inclusive, alimentos na versão Light, para animais com estilo de vida mais sedentário ou aqueles que tenham tendência para engordar, como os gatos e gatas castrados. Possui menor teor de energia, comparada à versão para gatos adultos. Fonte: Assessoria de Imprensa 14 15 Union Pack completa 15 anos com muita determinação No dia 14 de junho, a empresa completou 15 anos de atividades no setor da indústria de plásticos. A Union Pack nasceu com o objetivo de produzir embalagens diferenciadas para pet food, em comparação ao que já existia no mercado brasileiro da época. O compromisso com a qualidade e respeito ao meio-ambiente são prioridades da empresa. A planta industrial da empresa está localizada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde também fica a área administrativa, a Union Pack produz sacos e filmes laminados e impressos em até 8 cores, através do processo de flexografia, além de sacos tipo stand-up pouch, com ou sem a aplicação de zíper vedável. Com uma produção de cerca de 500 toneladas mensais de embalagens, a empresa conta com 100 colaboradores capacitados, trabalhando, nos seguintes setores: extrusão, impressão, laminação e acabamento. Possui uma equipe de suporte nas áreas de manutenção, expedição, almoxarifado e casa de tintas e tem um moderno laboratório próprio, onde são efetuadas verificações e análises diárias para o controle da qualidade de seus produtos. V Curso Teórico-Prático sobre Nutrição de Cães e Gatos “Uma Visão Industrial” Em sua 5ª edição, o Curso Teórico-Prático sobre Nutrição de Cães e Gatos vem mantendo o seu foco na indústria, visando sempre a divulgação de informações de qualidade, tanto técnica como de mercado, do setor de alimentação para animais de estimação. O V Curso Teórico-Prático sobre Nutrição de Cães e Gatos ocorrerá na FCAV/UNESP, campus de Jaboticabal, nos dias 23 e 24 de outubro (Teórico) e 05 e 07 de novembro (Prático) do ano corrente. Este será promovido pelo Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, sob a coordenação do Prof. Dr. Aulus Cavalieri Carciofi. Objetivos do Curso: Com enfoque em transmissão de informações básicas, o Curso não objetiva o público mais especializado e já melhor formado, mas sim estudantes e iniciantes na área, com os seguintes objetivos: a) Fundamentar conceitos de nutrição básica e do processo produtivo de alimentos para cães e gatos; b) Informar o médico veterinário e zootecnista quanto ao comportamento do mercado de alimentos para cães e gatos; c) Conceituar e apresentar os avanços científicos em nutrição e produção de alimentos para cães e gatos. Público alvo: • Médicos Veterinários e Zootecnistas: estudantes de graduação e pós-graduação; • Profissionais ligados às empresas privadas relacionadas a nutrição e alimentação de cães e gatos Maiores Informações: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n CEP 14884-900 - Jaboticabal - SP – Brasil tel (16)3209-2630 - fax (16)3203-1226 - e-mail: [email protected] - www.fcav.unesp.br 16 Em Foco 1 17 Por : Saul Jorge Zeuckner Bacharel em agronegócios e Diretor Comercial –Algomix Vendas Para termos sucesso em vendas, necessitamos de inúmeros fatores, entre eles: produto de qualidade, atendimento, logística adequada, pós venda, prospecção, inovação, mídia e principalmente Mercado, ou seja, tem que haver alguém interessado em comprar meu produto. Partindo do princípio de que temos uma demanda, temos que “sedimentar” nosso mercado para poder atender de maneira satisfatória, saber quem é nosso cliente, o que compra, como compra, como gosta de pagar, quais os atributos que ele valoriza em um produto ou serviço, enfim , fazer um bom levantamento do mercado alvo que queremos atingir. A Classe Média Brasileira, conhecida como classe C, representa 52% da população e tem renda familiar entre quatro e dez salários mínimos. Se juntarmos as classes D e E, teremos um mercado de aproximadamente 750 Bilhões de reais somente neste ano e ao contrário do que muita gente pensa, essas classes buscam produtos de qualidade também e a cada dia estão tendo mais recursos e a procura por produtos de qualidade cresce na mesma proporção. Na classe A e B, temos 22% das famílias chefiadas por mulheres e nas classes C, D e E, as mulheres Sugestão: Faça uma pesquisa por escrito, com perguntas que possam ajudar a identificar falhas em sua loja/comercio. Para estimular as pessoas a completarem o pequeno questionário, coloque uma urna e um bom brinde a ser sorteado ao final de um determinado período, através de sorteio das pessoas que participarem da pesquisa. representam mais de 30%, portanto temos que focar mais a mulher, pois é ela que está tomando as decisões de compra, necessita de alimentos semi-prontos, por exemplo, porque o tempo dela está a cada dia mais curto, com menos possibilidade para fazer tarefas domésticas. • Tenhamos um estudo detalhado de quem é nosso cliente • Quem eu quero atender com meu produto? • O que vendo é o que meu cliente quer comprar, ou , é o que ele precisa? (porque as vezes os clientes não sabem o que precisam). • Minha loja, meu ponto de venda, está organizado; é atraente aos olhos de meus clientes; é aconchegante; tenho uma boa loja; tenho bons produtos; meus funcionários sabem vender; fiz treinamentos para meus balconistas; minha equipe é competente; remunero meus colaboradores de forma digna para que eles trabalhem com prazer, pesquiso meus clientes para saber como está meu negócio; tenho novidades (inovação)? Pergunte. Questione seus clientes. Procure verificar qual é a opinião deles sobre seu negócio. Faça anotações, somente assim você poderá melhorar seu atendimento e fidelizar seus clientes. Saul Jorge Zeuckner Diretor Comercial –Algomix 18 Em Foco 2 19 Por Juliane Gaiotto, Da Aquativ do Brasil é mestre em produção animal especialista em nutrição de peixes e camarões Hidrolisados funcionais: um concentrado de desempenho A aquacultura é o setor agropecuário de maior estes compostos, basicamente constituídos de peptídeos, crescimento no mundo, com aproximadamente 8% ao ano aminoácidos e nucleotídeos ativos. Também demonstraram nos últimos 20 anos (fonte: FAO, 2010) e sua contribuição em nossos centros de testes que estes compostos ativos com a disponibilidade de pescado como alimento à são fundamentais para a atividade fisiológica de peixes e humanidade alcançou praticamente 50%. No Brasil, a camarões, refletindo no desempenho produtivo dos animais. atuação da aquacultura também é crescente, com estimativas de crescimento de 12% para 2010 (fonte: Sindirações, 2010). destes compostos de baixo peso molecular exige a presença A AQUATIV demonstrou que a atividade biológica e de matéria-prima fresca de alta qualidade e de um processo fabricantes de alimentos para aquacultura enfrentam suave que evite a desnaturação protéica. O bioprocesso atualmente numerosos desafios, como a constante evolução de hidrólise AQUATIV proporciona um alto nível destes Acompanhando este crescimento, produtores dos aspectos regulatórios, o surgimento de restrições compostos de baixo peso molecular preservando sua ambientais e a redução global de matérias-primas essenciais, atividade biológica: os “Nutrientes Ativos NaturaisTM” tornando cada vez mais difícil combinar alta produtividade (NAN). com práticas sustentáveis. Neste contexto, na última década muito tem se discutido sobre a substituição da farinha de atratividade para os animais, além de promover benefícios peixe por fontes alternativas de proteína animal e/ou vegetal. funcionais e nutricionais, permitindo a otimização dos custos de formulação e a substituição da farinha de peixe. Vários estudos demonstraram que o ganho de desempenho através da nutrição clássica, contendo Naturalmente palatáveis, os NANTM apresentam alta Os Hidrolisados AQUATIV são promotores naturais farinha de peixe, dificilmente pode ser alcançado com de crescimento que melhoram a ingestão de alimentos e dietas contendo exatamente o mesmo valor nutricional aceleram o crescimento, reduzindo o tempo de cultivo e os (proteínas, aminoácidos, gordura), porém sem a farinha de custos de produção. peixe. A diferença pode ser explicada devido à presença de componentes biologicamente ativos de baixo peso molecular ao grupo internacional Diana Ingredients, é desenvolver Assim, a missão da AQUATIV, empresa pertencente presentes na farinha de peixe, que impulsionam o crescimento hidrolisados funcionais naturais que auxiliem produtores de do animal. Contudo, devido ao tratamento térmico no qual peixes e camarões e fabricantes de alimentos a superar os matéria-prima é submetida durante o processo de produção desafios produtivos. da farinha, as quantidades destes compostos ativos passam a ser muito baixa. Pesquisadores da AQUATIV isolaram e concentraram SINDIRAÇÕES. Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal. Maio, 2010. 6p. FAO. Food and Agriculture Organization. Disponível em: <www.fao.org>.Acesso em: 17 de jan de 2010. 20 Segurança Alimentar 21 Profa. Vildes M Scussel Ph.D. e Md.Vet. Karina Koerich de Souza, Doutoranda Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil 6.3 A limentos passíveis de contaminação Os alimentos que podem apresentar contaminação por Ergot são: grãos de centeio, cevada, sorgo, trigo, milheto (utilizado como complemento de rações - Figura 2) e azevém, além de rações e farinhas produzidas com esses grãos. A gra mínea Festuca sp, cultivada na Europa e América para pastagem e fenos permanentes, quando contaminada pelo fungo Neotyphodium coenophialum, também produtor de alcalóides do Ergot, pode induzir efeitos da intoxicação, assim como o Paspalum distichum. Figura 2 Milheto utilizado na alimentação de animais podendo Figura 1 Estrutura química dos alcalóides de tripeptídeos cíclicos ser contaminado por toxinas do Ergot (Fayer-Hosken, et al, 2008) e dihidroergosina 6.4 E rgotismo 6.2 F ungos parte 6 E rgot Casos de ergotismo em humanos são bastante Várias espécies de fungos do gênero Claviceps raros, já que os escleródios são eliminados no processo infectam parasitariamente uma diversidade de cereais, de seleção dos grãos para produção das farinhas nos Micotoxinas versus Rações à Base de Cereais e Leguminosas produtores do em animais forragens e outros grãos ao redor do mundo. Várias moinhos. Portanto, somente níveis muito baixos de espécies deste gênero (C. fusiformis, C. gigantea e C alcalóides do Ergot podem ser ainda detectados. paspali, Sphacelia sorghi), principalmente a C.purpurea, Além disso, são relativamente termolábeis, podendo são produtoras das ergotoxinas. ser destruídos no processo de panificação. Com as modernas técnicas de limpeza de grãos, o problema O fungo infecta o germe de grãos ainda na planta e após 2 semanas o tecido esporulante formado é do ergotismo foi praticamente eliminado da cadeia substituído por um, mais compacto, que aumenta o alimentar humana. tamanho do grão, modifica sua cor tornando-o mais escuro (marrom ou preto) – o esclerócio - ou Ergot body. Dentre os animais suscetíveis de intoxicação, estão os Porém, ainda é uma ameaça sob o aspecto veterinário. Este esclerócio maduro contém os alcalóides que ficam de produção: gado, ovelhas, porcos e aves. Para animais na sua camada mais externa (em vacúolos lipídicos) de companhia poucos estudos têm sido publicados, sendo que sua composição e concentração varia com a contudo os cavalos e cães já tiveram casos relatados. espécie de Claviceps. O envenenamento em animais geralmente resulta da os principais: ergometrina/ergometrinina; ergotamina ingestão de ração ou pasto infectado com o esclerócio. /ergotamininaergosina/ergosinina ergocristina formado pelo fungo. Ergots são visíveis a olho nú e O ergotismo apresenta duas formas clássicas: a (a) uma série de compostos divididos em três Grupos: /e r g o c r i s t i n i n a /e r g o c r i p t i n a /e r g o c r i p t i n i n a / são parecidos com fezes de rato quando comparados a gangrenosa e a (b) convulsiva. A forma gangrenosa alcalóides da Ergometrina, Ergotamina e Ergotoxina. ergocornina/ergocorninina dos Grupos 1, 2 e 3, grãos sadios. Podem atingir até 2,5 cm de comprimento afeta o suprimento de sangue para as extremidades Já foram isolados cerca de 40 alcalóides naturais sendo respectivamente (Figura 1). dependendo do tipo de grão infectado. do corpo, enquanto que a convulsiva age diretamente 6.1 Toxinas do E rgot As toxinas do Ergot são alcalóides e compreendem e Ergot: é a denominação comum desse esclerócio 22 Segurança Alimentar 23 sobre o sistema nervoso central. Os sintomas clínicos pelas vias fecal e urinária. Não está claro qual alcalóide do ergotismo se manifestam nos animais sob forma de é responsável por qual efeito em cavalos, mas o ácido gangrena, aborto, convulsões, supressão da lactação, lisérgico é um dos principais envolvidos (Fayer- hipersensibilidade e ataxia (Figura 3). Os animais Hosken, et al, 2008). Intoxicações já foram detectados ficam letárgicos com andar cambaleante, com hiper- em lotes de rações para cavalos e gado contaminadas no salivação e febre, redução da produção de leite e Rio Grande do Sul. gestação prolongada. Desenvolvem gangrena seca dos cascos, patas, cauda e orelhas, podendo levar ao desprendimento dos cascos/patas/cauda. Cães apresentam sintomas diferentes. Eles giram em torno e mordem/mastigam pedras, algumas vezes até quebrar seus dentes. Efeitos agudos: intolerância ao calor caracterizada por uma hipertermia intensa (40- 42oC) alem de gangrena, vaso constrição com necrose, convulsão, confusão mental, alucinações. Outros sintomas: anorexia, diarréia, descarga nasal clara, aumento da freqüência respiratória, salivação excessiva, polipidisia. Os sinais acentuam-se com esforço físico. Figura 4 Ação dos alcalóides do Ergot no trato digestivo de cavalo que consumiu alimentados contaminados com Ergot (Claviceps purpurea) (Fayer-Hosken, et al, 2008) 6.6 Como Prevenir e / ou Evitar a Contaminação por Toxinas do Ergot? Para evitar a intoxicação em cavalos e pequenos animais deve-se selecionar a matéria prima (centeio, cevada, trigo, sorgo, azevem) a ser utilizada no preparo da ração/alimento; limpar o ambiente e trocar as forragens periodicamente, alimentar os animais com pastagens sadias – no caso de eqüinos (evitando assim, tanto as micoses de contato quanto a micotoxicose nos animais). Figura 3 Pata de animal intoxicado por Ergot - gangrena - com desprendimento do casco (Scussel, 2002). Dando continuidade à Coluna: SEGURANÇA NA QUALIDADE DE RAÇÕES PARA PETS, no próximo número da Revista Pet Food Brasil, iremos abordar as 6.5 Cavalos Dos efeitos causados pelos alcalóides do Ergot em toxinas do arroz e suas implicações com sua presença nos alimentos para animais de estimacao. cavalos, são destacadas as perdas econômicas nos EUA em virtude destas toxinas. As manifestações clínicas sobre as éguas são alterações e morte dos embriões seguido de abortos, gestação prolongada, placenta Profa. Vildes M Scussel, Karina Koerich de Souza e Juliana Pulz Doiche retida, aumento de natimortos. Em cavalos machos, ocorre diminuição do nível de ejaculação. Dos alcalóides ingeridos por cavalos em pastagens contaminadas, 50% é excretada exclusivamente pela via fecal, enquanto que o ácido lisérgico é excretado Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil 24 Petfood Online 25 Claudio Mathias Andritz Feed & Biofuel Divisão de Extrusão [email protected] [email protected] PROTEÍNAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO Continuação Proteínas Vegetais geralmente têm as seguintes características: - Índice de alta solubilidade de nitrogênio (ISN), ou índice de dispersibilidade de alta proteína (PDI); - Excelente absorção de água e características de ligação; - Algumas limitações no perfil de aminoácidos, que podem exigir a suplementação específica de aminoácidos essenciais; - Baixo custo; - Ingredientes protéicos também podem conter níveis significativos de gordura que são uma boa fonte de energia; As excelentes propriedades funcionais de proteínas vegetais ou produtos hortícolas requerem o aumento de umidade na extrusão com o aumento destas proteínas nas formulações. Geralmente, as proteínas animais não contribuem estruturalmente para o processo de extrusão por não expandir ou combinar com outros ingredientes da mesma maneira como fazem os amidos ou proteínas vegetais. Isto é principalmente devido ao alto grau de processamento térmico que receberam em preparálos como matérias-primas adequadas e com isso sua funcionalidade no processo é baixa. Nos últimos anos, as inovações no processamento de matériasprimas produziram proteínas com um alto índice solubilidade tornando-os úteis como ingredientes e com características funcionais específicas desejadas. Farinha de sangue, por exemplo, é atualmente produzida na maioria das vezes em sistemas de spray dryer em vez de ser processado em um secador de anel para preservar a solubilidade das proteínas. Fontes de proteínas animais incluem os de origem marinha. As fontes mais comuns de proteína animal são: farinha de peixe, farinha de cordeiro, farinha de pena, farinha de visceras, farinha de carne e osso, farinha de sangue, e etc. Eles têm as seguintes características: - Baixa funcionalidade, redução na absorção de água e características de ligação; - Geralmente proteínas vegetais se apresentam com melhores índices de funcionalidade; - O perfil de ácidos aminados é bom; - A qualidade da proteína é melhor quando o tratamento térmico é feito com temperaturas um pouco mais baixas no processamento das mesmas; - Spray dryer e fontes frescas mantém a funcionalidade e boa qualidade de ligação / expansão; Muitas proteínas animais e subprodutos animais são utilizados em seu estado natural “estado fresco” ou em forma úmida preservada. Pedaços de carne (CMS, carne mecanicamente separada) que não são normalmente utilizados para alimentação humana tais como, o baço, vísceras e pulmão, são muitas vezes incorporadas nas formulações para processo de extrusão e através de bombeamento contínuo é adicionado no precondicionador antes da extrusão. Sua taxa de inclusão nas formulações de alimentos para animais de estimação é limitada por suas contribuições à umidade. Níveis de 20 a 40% são comuns e são limitados pela quantidade de água que eles trazem para o processo. Há uma abundância de resíduos resultantes do processamento de animais e plantas, de processamento de peixes e aves e carcaças de peixe de operações de produtores. Estes resíduos são cada vez mais difíceis de eliminar em suficiências da terra e das instalações de compostagem. Economia favorável combinado com os regulamentos locais, estaduais e federais vai aumentar o uso desses ingredientes em formulações de extrusão. Como exemplo, imaginamos que cerca de 1, 25 toneladas de animais mortos seriam geradas ao longo de um período de dois meses a partir de um rebanho típico de 25.000 frangos (pressupondo-se uma mortalidade de 0,1% ao dia). Uma forma alternativa viável a utilização do processamento de resíduos e eliminação de animais mortos é converter estes resíduos, por meio de extrusão, em uma alimentação completa útil. Estes materiais podem ser utilizados como ingrediente de alimentos, diluíndo-os com farelo de soja, trigo, ou de outros grãos de cereais de baixo custo e, em seguida, processá-los na extrusora para moldar a receita, para a secagem e realizar a pasteurização. No entanto, várias etapas de processamento são eliminadas através da injecção de resíduos úmidos cru diretamente em um sistema de extrusão durante o processamento de uma dieta completa. Para utilizar o processamento de resíduos em estado bruto úmido e subprodutos, as etapas de processamento são tomadas as seguintes: Os subprodutos úmidos crus são inicialmente processados através de um moedor de carne contendo três milímetros aberturas da matriz. Esta etapa reduz o tamanho da partícula para uma distribuição mais uniforme e reduz os ossos e outras partículas mais difíceis para um tamanho menor. Após a trituração, o produto é frequentemente aquecido através de vapor nas camisas a aproximadamente 60°C. Esta temperatura serve a três propósitos. Em primeiro lugar, a uma temperatura constante os produtos são atingidos para que todos os resíduos sejam aquecidos a fim de que não haja variações de temperatura. Em segundo lugar, qualquer salmonela ou outros microorganismos que podem crescer no produto são eliminados, se realizada a 60°C de temperatura, pois as proteínas começam a desnaturar por isso é aconselhável não ultrapassar esta temperatura. Uma terceira razão possível para aquecer a esta temperatura é parcialmente para processar as gorduras e reduzir a viscosidade de um resíduo bruto tornando a transferênica por bombas mais fácil. Geralmente, estes resíduos contêm 60 - 85% de umidade e diferentes níveis de proteína, gordura e fibra. Redução da viscosidade também é conseguida através da ação de enzimas naturais encontrados nas vísceras ou a adição de protéases disponíveis comercialmente. Continuaremos a falar sobre proteínas no processo de extrusão na próxima edição. 26 Pet Market 27 Limma Júnior Diretor da Nutridani Alimentos O PDV, meu melhor amigo Logo quando comecei a trabalhar na Nutridani o PDV. No nosso caso, seriam as casas agropecuárias, pet Alimentos, pensei em várias formas de divulgar os produtos shops e supermercados. Esses locais influenciam na escolha da empresa. Novo no lugar e vindo do jornalismo, e nesta de um produto. Pesquisas mostram que cerca de 70% das área o repórter, de certa forma, precisa fazer o marketing decisões de compras acontecem no ponto de venda. Ou seja, da sua matéria nas frases que escreve para que o leitor deixamos de atingir o local mais importante. leia o texto até o final, imaginei formas mirabolantes de propaganda. Muitas delas vieram e se foram. Algumas Procuramos mostrar nossa marca nos pontos de venda. Atualmente, a Nutridani trabalha de forma diferenciada. foram discutidas e aprovadas pela diretoria e muitas outras Banner, faixas, adesivos são os principais investimentos. engavetadas. Dessa forma, sentia-me ainda mais útil. A empresa começou com um jingle. Uma melodia que espaço de divulgação para alguns produtos. O cigarro é um gruda. Logo em seguida com algumas peças para TV. Tudo deles. Proibidos de fazer propaganda em qualquer mídia, isso apenas no papel. Depois, unimos os dois e tínhamos um seja TV, rádio ou outros, desde 2000, fabricantes partiram material interessante para divulgação em nível estadual. para os pontos de venda. O consumo desses produtos Tudo pronto. Mas no momento de apertar o play, tivemos mantém-se em alta, mesmo com aquelas fotos assustadoras que recuar. O investimento era alto e surgiu, de uma hora na parte de trás das carteiras. para outra, um problema interno de fácil solução, mas que demandou parte da verba destinada ao projeto televisivo. que a comunicação com o cliente no ponto de venda seja limpa, sem ruídos. Ou seja, em alguns casos, há um exagero Passamos algum tempo com os projetos de publicidade O PDV é tão importante que acabou se tornando o único O lojista por sua vez também precisa contribuir para de molho. Um pouco mais maduro, sabia que o investimento de propaganda nas lojas. É um banner em cima do outro. precisava ser certeiro. Estudamos mais um pouco e optamos São faixas que servem não apenas para divulgar, mas por algo mais barato. Fizemos o lançamento de um produto também para tapar algum buraco na parede. Cansei de ver em todo o estado de Santa Catarina. Reaproveitamos o situações como essas em várias lojas. jingle e o lançamos em rádios que abrangiam as cidades que considerávamos estratégicas para o nosso produto. porte para fazer uma pesquisa de mercado, e me deparei Certa vez, entrei em um estabelecimento de pequeno Ao mesmo tempo, colocamos diversos outdoors em vários com uma cena nada comum: na parede esquerda da loja municípios, afim de fixar ainda mais a marca do produto. havia uma faixa muito bonita de uma ração que, na época, A união das duas forças: o visual e o auditivo deram era lançamento, mas servia também para tapar o buraco grandes resultados. Nossos parceiros aplaudiram. Tudo que havia ficado do antigo ar-condicionado. ficou bem organizado. Fizemos barulho e o resultado também se refletiu em aumento de vendas de outras marcas para estas situações. Isto porque um local muito carregado O proprietário do estabelecimento precisa estar atento da empresa. Contudo, esquecemos de um detalhe: não e mal arrumado espanta os clientes e aí ao invés de trazer investimos um centavo em pontos de venda. benefícios, todo o material de propaganda funciona como A empresa deixou de lado o principal campo de divulgação: um entrave às vendas. Capa 28 29 Por Fernanda Radtke O mercado de Pet Food para aves e peixes vem crescendo e 2010 promete ser um ano de mudanças e boas perspectivas Voando alto e mergulhando no sucesso Ainda que peixes e aves não sejam os animais de de um produto é decisiva em 60% das vendas em um PDV”, estimação mais cobiçados, sua relevância para o mercado de revela o diretor da Maramarpet, Fernando Quinto, que Pet Food hoje é inegável. Estudos da Anfalpet (Associação explica ainda que as lojas especializadas em aquarismo Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de têm mais responsabilidade no processo de crescimento do Estimação) apontam que no Brasil são criados cerca de 17,5 hobby, vendendo informação atrelada ao produto, o que milhões de aves e 8,5 milhões de peixes. A busca por afeto, nem sempre ocorre nos Pet Shops. alívio do stress, hobby e beleza estética são algumas das razões que levam pessoas a optarem por esses animais e não de alimentos. Fatores básicos como a temperatura da água O segmento de equipamentos impacta diretamente o economizarem para manter a saúde e qualidade de vida dos interferem no metabolismo do peixe e, consequentemente, seus companheiros. toda a sua biologia. O fato de o aquarismo ser um hobby No caso dos peixes, a exigência dos criadores somada mais dispendioso que outros, faz com que, muitas vezes, a algumas características próprias do segmento exige dos iniciantes optem por equipamentos de menor qualidade que produtores de alimento visão ampla sobre toda a cadeia. Por acabam não satisfazendo suas necessidades, levando-os a isso, a Tetra Import distribui anualmente 500.000 livretos desistirem de se tornarem aquaristas. “Não podemos nos com orientações sobre manutenção de aquários e peixes. dar ao luxo de apenas vendermos nossos produtos. Temos “Muitos profissionais do aquarismo pensam apenas em que vender uma filosofia de aquarismo saudável”, defende vender seus produtos, mas eles se esquecem de que peixe Sérgio Gomes. morto não come e não consome produto algum”, defende Em um ramo em que a dependência entre os segmentos Sérgio Gomes, gerente de Desenvolvimento de Negócios é tão sensível, como o aquarismo, o impacto da crise para a América Latina da empresa, que vem crescendo no econômica mundial foi mais forte que em alguns setores Brasil, em média, 20% ao ano. da economia, ainda que o Brasil tenha sido menos afetado Incentivar novos consumidores a se tornarem aquaristas que outros países. A Tetra Import, por exemplo, vendeu que eventualmente passem a adquirir equipamentos e abaixo das expectativas em 2009, ainda que 9% a mais que produtos melhores para seus peixes é uma estratégia em no ano anterior. Voltou a crescer no pós-crise, mas sentiu longo prazo e a contrapartida é a qualidade. “Hoje, muitas que alguns dos seus distribuidores passaram a buscar empresas importam produtos de baixíssima qualidade, produtos mais baratos. Para o mercado de alimentos para vendendo a preços muito baixos. O lojista, vendendo mais aves, o impacto parece ter sido menor. Já a concorrência barato, não consegue vender mais a ponto de ganhar o para os dois segmentos tem aumentado e sente mais quem que ganharia com produtos de maior valor agregado. Os é líder de mercado. “A demanda tem aumentando bastante, consumidores perdem porque, com produtos ruins, matam mas está havendo uma entrada significativa de pequenas e seus peixes e desistem do hobby. Todos perdem porque grandes empresas, maior do que o crescimento do mercado a quantidade de dinheiro que gira no mercado é menor”, pode absorver. Isso fará com que muitos “players” entrem e complementa Sérgio Gomes. saiam em pouco tempo no mercado, causando prejuízos aos usuários”, argumenta o diretor Técnico da Megazoo, Paulo A troca de informações entre produtores e distribuidores com os pontos de venda é imprescindível para a geração Machado. de demanda. Nesse sentido, a Alcon tem disponibilizado As empresas se movimentam para superarem a fase informações por materiais impressos, mídia direcionada, ruim. “Preferimos ver a crise como coisa do passado e web site, treinamentos e apoiado eventos científicos. olhar para frente enxergando boas perspectivas”, diz o Lojistas especializados querem informações mais técnicas e coordenador de Marketing da Alcon, Rodrigo Barreto. A buscam produtos mais sofisticados. Os proprietários de Pet Maramarpet, que no ano passado sofreu também com as Shops procuram, em geral, produtos mais competitivos e catástrofes ocorridas no Chile, por importar salmão nobre básicos. “A recomendação do lojista no momento da escolha do País e cuja produção diminuiu, aumentando o preço, tem Capa 30 31 Rodrigo Barreto, da Alcon e Nutriballs que fazem parte do seu mix de produtos há cinco anos, pela flexibilidade de sua embalagem, margem de negociação com distribuidores e lojistas e formulação que atende a diversos peixes. A empresa, que há três anos cresce em média 10% por trimestre, reformulou toda a sua linha de produtos, passando a usar matérias-primas estabelecido novas parcerias com distribuidores. Em 2009, importadas. Até o final de julho, estará reestruturando o a empresa venceu dois editais, obteve registro de patentes layout dos rótulos, potes, estrutura interna e divulgação. de produtos, venceu dois prêmios de Inovação Tecnológica No ano passado, lançou o Quito Bastão que alimenta e de Produtos e Processos e conquistou o SIF, estando diverte aves de pequeno porte da família dos psitacídeos. agora habilitada a exportar. Este ano, pretende criar “Acredito que 2010 seja o ano de desenvolvimento no setor, novas redes de distribuição, terceirizar novos produtos, com aumento de faturamento de muitas empresas”, vibra licenciar patentes e acredita que há boas oportunidades Débora Jovenato, sócia-proprietária da empresa. de crescimento no País. A Tetra Import planeja ampliar sua distribuição para outros estados além de São Paulo e percebido dos produtos, conhecimento das rotinas de Pesquisas de mercado, análise sobre o benefício real e aumentar a disponibilidade de seminários a lojistas e manejo, recomendação de criadores, lojistas e demais profissionais do ramo e um trabalho forte nesse sentido clientes e experiência são as grandes diretrizes para será feito no Nordeste e Sul a partir do segundo semestre. as empresas apostarem nessas mudanças. “Acreditar e Também acaba de registrar mais quinze novos produtos, investir em pesquisa foi a nossa grande conquista em 2009 como alimentos para férias e finais de semana. Sua marca e colheremos os frutos agora em 2010”, afirma Fernando Dingo está em processo de registro de mais dez sabores Quinto. A Megazoo, por exemplo, mantém um criatório e formatos, como ossos molhados em cheddar e bacon. próprio com mais de 1.000 aves para testar e respaldar seus Recentemente, a Tetra inovou o formato em alimentos produtos, avaliando as exigências nutricionais das espécies, Crisps, que parte do cozimento a temperaturas mais baixas, possíveis ingredientes de testes de digestibilidade, produção mantendo melhor os nutrientes, além de não esfarelar e de protótipos para testes práticos de palatabilidade e conter maior concentração de ingredientes, como algas, digestão, cor, textura e formato. Os testes duram de um a krill e carotenóides. dois anos. A Megazoo, desde o final do ano passado, tem revisado A questão do desenvolvimento sustentável também tem todos os seus produtos para contemplar conceitos mais influenciado o setor. Iniciativas como controle de dejetos modernos de nutrição para pássaros. A empresa lançou e desperdícios, reciclagem, menor impacto para o meio também a linha Megazoo Mix de sementes limpas e ambiente, melhor utilização da energia já são realidade nas esterilizadas a partir de um sistema de ionização. As empresas e a discussão parece caminhar para ações mais misturas são balanceadas com produto extrusado rico amplas e integradas, que visem, em longo prazo, vantagens em vitaminas, minerais e protetores contra as toxinas de competitivas para além do lucro financeiro imediato. A fungos. A partir de julho, a empresa espera estar presente Megazoo possui um Parque Ecológico aberto ao público, nas principais cidades de todo o País, através de uma rede aproveitando o espaço para ações de educação ambiental e de distribuição unificada, além de lançar novos produtos. A reciclagem de lixo. Seu criatório de aves reproduz espécies Alcon lançou a linha Alcon Eco Club de alimentos para aves ameaçadas de extinção, além de contribuir para a redução livres de corantes artificiais e uso de ingredientes naturais. do tráfico ilegal de aves ao comercializar legalmente A empresa também ampliou e renovou suas instalações para centenas de papagaios, araras maritacas e demais aves. atender a demanda com mais rapidez e qualidade e planeja Já entre as queixas dos produtores estão o sistema exportar mais a partir do segundo semestre. A Nutricon tributário que é hoje custoso e burocrático, incentivando aposta no sucesso de suas marcas Nutriflakes, Nutribetta a ilegalidade e fazendo com que aqueles que cumprem com Capa 32 33 suas obrigações se vejam em desvantagem competitiva, a Oferece produtos extrusados, farinhados e misturas de alíquota, os protocolos e instruções normativas diferentes sementes esterilizadas e balanceadas. Seus principais em cada Estado, as condições precárias das estradas e produtos são a ração AM 16 para papagaios e araras e a ferrovias e preços de fretes aéreos que encarecem a logística, linha mix de sementes. as complicadas leis de registro de produtos, que exigem Paulo Machado é Biólogo e Diretor Técnico da grande quantidade de documentos e Licença de Exportação Megazoo, responsável por essa área desde três anos antes junto ao Ministério da Agricultura a cada importação e o do lançamento dos primeiros produtos da empresa. Esteve desequilíbrio entre exportação e importação. “Os negócios à frente da definição de todos os trabalhos científicos devem ser ágeis, pouco burocráticos e o governo e os fiscais desenvolvidos ou apoiados pela Megazoo sobre nutrição. Foi deveriam ajudar os empresários, e não tratá-los como um também responsável pela implantação e desenvolvimento problema ou como gente que está tentando burlar a lei. do criatório da Vale Verde e coordena, junto com uma Os impostos deveriam ser justos para que os exportadores consultoria, o desenvolvimento de toda a linha de produtos sejam mais competitivos e os importadores aumentem a da empresa. concorrência interna e com isso nossas empresas se vejam Nutricon Pet obrigadas a melhorar mais e a serem mais competitivas”, defende Sérgio Gomes. Instalada na cidade de Araçoiaba da Serra, a cerca de 100 Km de São Paulo, a empresa fornece produtos para A lcon alimentação de peixes ornamentais, répteis, pássaros Instalada no município de Camburiú, em Santa e pequenos roedores. Treina equipes de vendas dos Catarina, desde 1982, a Alcon fornece alimentos e distribuidores e atacados, funcionários e oferece outros suplementos para peixes e aves ornamentais, répteis, serviços nessa linha. Os carros-chefe são os produtos para roedores e primatas, testes, corretivos e condicionadores alimentação de peixes Nutriflakes, Nutribetta e Nutriballs. para aquários e medicamentos. Os alimentos são os Atende a distribuidores de todo o Brasil e passará a produtos mais conhecidos da empresa. exportar muito provavelmente ainda este ano. Rodrigo Barreto é Engenheiro Agrônomo, com MBA Débora Jovenato é graduada em Marketing com em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Há dez anos especialização em Vendas. Sócia-Proprietária da Nutricon na Alcon, é hoje colaborador da área técnica e coordenador Pet, é responsável pela área gerencial de vendas e Marketing de Marketing. da empresa. Maramarpet A empresa está localizada no Arraial do Cabo, no Estado do Rio de Janeiro, onde se cultiva Artemia salina, Tetra Import A empresa faz parte da United Pet Group, que tem sede em Cincinatti, nos Estados Unidos, e possui fábricas importante palatabilizante para rações de peixes de espalhadas pelo mundo. Os alimentos Tetra são fabricados aquário. Oferece rações para peixes, pássaros e répteis. Seu na Alemanha e os equipamentos para aquarismo, além da carro-chefe é a ração para peixes de aquário e o produto Alemanha, na Itália, Holanda, China e Estados Unidos. mais conhecido é o Probétta. O Grupo possui mais de cinco mil produtos e mais de dez marcas, conhecidas, principalmente nos Estados Unidos. Fernando Quinto é Médico Veterinário formado pela UFRJ e Diretor da Maramarpet. Sérgio Gomes é formado em Administração de Empresas e tem MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Megazoo É aquarista há mais de 25 anos, tendo inclusive escrito três A empresa foi fundada em 2001, com sede em Betim, livros sobre o assunto. Foi proprietário de Pet Shop e há oito Minas Gerais, com uma unidade de fabricação de misturas anos foi contratado pela Tetra Import, onde é Gerente de de sementes em Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo. Desenvolvimento de Negócios para a América Latina. 34 Entrevista 35 Por Fernanda Radtke Revista Pet Food Brasil - Fale um pouco sobre sua carreira. Sandro Manzoni - Iniciei no setor de usinagem e ferramentaria aos 15 anos na própria Manzoni, empresa fundada pelo meu avô Américo Manzoni, em 1964. Esse ano estamos completando 45 anos de atividades. Mesmo com minha formação em Administração, passei por todos os setores da empresa e tive a oportunidade de conhecer todos os processos e operações até assumir a responsabilidade de preparar a empresa para a transição de empresa familiar para uma empresa profissionalizada. Revista Pet Food Brasil - Qual é o foco de atuação da Manzoni hoje ? Que produtos a empresa comercializa e quais os segmentos? Sandro Manzoni - Costumo dizer que nosso foco é satisfazer as necessidades do cliente. Com esta filosofia, atuamos em todo o processo nos segmentos de ração animal e alimentação humana através de máquinas (extrusoras, secadores e resfriadores), peças de reposição (roscas, matrizes, martelos, facas, discos e porta-facas) e também serviços de consultoria para implantação e Sandro Manzoni - Melhoria é fazer com que hoje seja otimização da produção de fábricas de ração. melhor do que ontem e amanhã muito melhor do que hoje. Portanto, a estratégia deve ser direcionada para Manzoni Industrial A estratégia é o crescimento sustentável Sandro Manzoni Com quarenta e cinco anos de mercado, a Manzoni Industrial presenciou grandes mudanças econômicas, políticas e sociais do Pais e hoje entende que o desenvolvimento sustentável é o caminho para um crescimento sólido. Sandro Manzoni, diretor de Gestão, conta como a empresa tem enfrentado esse desafio e se prepara para um cenário mais aquecido e competitivo. Revista Pet Food Brasil - Nos últimos anos, houve alguma aquilo que atenda as necessidades e as expectativas do estratégia para ampliação ou mudança de mercado? cliente, seja através de lançamentos ou aperfeiçoamento Sandro Manzoni - A nossa estratégia é o crescimento de produtos. Para isso, a base é o relacionamento. Um sustentável, baseado na consolidação do mercado de relacionamento de parceria é aquele que direcionamos fabricação de extrusoras, secadores e peças de reposição. nossas energias 24 horas por dia para melhorar Para isso, estamos cada vez mais próximos dos nossos o negócio do cliente. Contamos com pesquisa de clientes e parceiros, proporcionando um atendimento satisfação, pós-venda, tudo isso visando criar uma mais personalizado, visando atender todas suas cultura de melhoria contínua. necessidades. Revista Pet Food Brasil - Você acredita que possamos Revista Pet Food Brasil - E planejam mudanças futuras? falar em um período de crescimento para o segmento Sandro Manzoni - Estamos reestruturando a empresa agora? Os cenários econômico, social e político são para podermos mostrar ao mercado de ração os nossos favoráveis ? diferenciais e disponibilizar uma alternativa que atenda Sandro Manzoni - O Brasil tem hoje todas as condições suas necessidades de produção, com preços competitivos para a expansão de nossa economia. E o mercado de Pet e assessoria especializada. Food segue o mesmo rumo. Com a economia aquecida, a tendência são as empresas atualizarem as linhas de Revista Pet Food Brasil - A empresa atende mercado produção das fábricas existentes ou criarem novas linhas interno e externo ? Pensam em alguma mudança, redução de produção de ração. ou expansão nesse sentido ? Sandro Manzoni - Atuamos no mercado interno e externo. Revista Pet Food Brasil - Nesse sentido, como a Manzoni tem A meta é consolidar o mercado interno, com taxa de se colocado frente à concorrência? Como ela se diferencia? crescimento na faixa de 10% ao ano e ampliar nossas vendas Sandro Manzoni - A Manzoni sempre investiu em para o mercado externo num patamar de 5% ao ano. tecnologia e capacitação de funcionários. Nosso diferencial sempre foi a motivação da equipe, além da Revista Pet Food Brasil - O que define melhoria, tradição de 45 anos em usinagem e ferramentaria com a lançamento ou eventual retirada de produtos do modernidade dos conceitos de gestão. E tudo isso focado mercado? Pesquisa, feedback do cliente, de fornecedores? na satisfação plena de nossos clientes. Aqui na Manzoni Conte um pouco, por favor. nós torcemos e vibramos pelo negócio do cliente e temos 36 Entrevista 37 consciência que ao produzir um produto de qualidade embalagens. Nós estamos preparados para contribuir estamos contribuindo para o sucesso de seus objetivos. com estas demandas e nossas máquinas possuem resultados comprovados de eficiência verde. Revista Pet Food Brasil - Quais as perspectivas para 2010 Produzem mais, consumindo menos. para a empresa? Sandro Manzoni - Nossas expectativas são avançar no Revista Pet Food Brasil - Como a Manzoni tem trabalhado mercado interno e externo de fabricação de extrusoras o tema da sustentabilidade? Que importância isso tem e secadores. E buscar a consolidação no segmento de hoje para a empresa? peças de reposição. Sandro Manzoni - A sustentabilidade é o compromisso de todos com o nosso planeta. Portanto, devemos Revista Pet Food Brasil - Voce vê alguma tendência ou produzir e atender as nossas necessidades, sem novidade em matéria de demanda para os próximos anos? comprometer as condições ambientais para que as Sandro Manzoni - Cada vez mais a produção outras gerações possam fazer o mesmo. A Manzoni de ração caminhará para a maximização da tem uma tradição de compromisso social e atualmente produção, visando alta produtividade, com custos estamos comprometidos a fazer diferença também reduzidos e com a adoção de BPF (Boas Práticas através da sustentabilidade com o nosso Programa de Fábricação) com composição nutricional de alta Ação Verde que visa a conscientização das pessoas, qualidade e eficiência e com modernos conceitos através de dicas e orientações de como fazer de sustentabilidade, ou seja, produzindo de maneira diferença mediante ações simples do dia a dia para a minimizar os impactos ambientais, com sistemas preservar o meio ambiente. Um dos principais tópicos que produzam mais com menos energia, consumo deste Programa será o plantio de 2.000 arvores até de água e programas de reciclagem de suas dezembro de 2010. 38 Caderno Técnico 1 39 Por Cláudio Bellaver Processamento de Farinhas de Origem Animal e Sua Relação com Digestibilidade e Palatabilidade do Produto Final INTRODUÇÃO certificação em análise de perigos e pontos críticos de controle Dados do Sindirações de 2009 apontam para uma produção e, c) certificação com equivalência internacional. Entretanto, total de rações de 58,4 milhões de toneladas de rações, das embora existam normas governamentais que regulamentam o quais 1,93 milhões de toneladas correspondem a rações para setor, estamos longe desse ponto na área de Farinhas e Gorduras cães e gatos; i.e. cerca de 3,3% do total. Esses valores mostram Animais. Nenhuma instituição associativa do Brasil detém um uma pequena retração de 0,5% em relação ao total de rações programa oficial e certificável com auditorias independentes; produzido em 2008 e -3,4% nas rações de cães e gatos. Há sendo que disso resulta uma lacuna e falta de clareza dos expectativas de melhorias em 2010. verdadeiros fundamentos da qualidade para este setor. Do ponto de vista de Gestão da Qualidade de alimentos Sempre que se falar em qualidade é preciso defini-la quanto para animais, o Sindirações vem fazendo um papel exemplar na aos interesses de quem está definindo a qualidade. Os interesses área de alimentos seguros. Seu programa apresenta três opções são múltiplos e podem ser independentes ou representar o de certificação: a) certificação em boas práticas de fabricação; b) interesse do consumidor, do varejista, das indústrias de carnes ou de rações. Especificamente na área de alimentação animal a qualidade deve estar associada aos ingredientes de maior impacto econômico na formulação de rações e entre esses as farinhas e gorduras de origem animal tem papel destacado como veremos a seguir. Alguns fundamentos de processamento e da qualidade serão abordados na sequência, mas antes de entrarmos na questão objeto principal desta apresentação é preciso rever o gosto (doce, azedo, salgado, amargo) e o odor (dezenas a alguns conceitos ligados ao consumo de alimentos e seus milhares de odores diferentes), são das mais importantes na mecanismos de controle no animal. A regulagem do conteúdo de influência que exercem sobre a palatabilidade dos alimentos. energia corporal é aparentemente interfaceado com o controle Ainda, é um senso importante a quimoestesia, que são as do consumo de alimentos que mantém o balanço de energia sensações de dor, frio, formigamento, picada, queimadura e em condições normais. Entretanto, o controle do consumo de temperatura provocadas pelos alimentos. Esses sensos (gosto, alimentos e a regulagem do balanço de energia são influenciados odor e táctil) combinados são percebidos pelos receptores na por um número de fatores, podendo haver distúrbios de perdas boca, garganta e nariz, causando a percepção do sabor dos ou ganhos excessivos de peso. Esses fatores, quando externos alimentos e líquidos. podem estar relacionados com aspectos ambientais, sensoriais Cada um dos cinco sentidos: visão, olfato, gosto, tato e e dos nutrientes da dieta. No meio interno do animal, ou seja, audição têm um papel importante na avaliação sensorial dos no seu metabolismo, são importantes os fatores gastrintestinais, alimentos e líquidos e cada sentido está associado à diferentes os hormônios e metabólitos que regulam o comportamento na tipos de receptores. A combinação de alguns ou todos os sentidos alimentação, sendo que o principal responsável pelo controle e outras sensações são associadas à percepção de gosto e sabor, do consumo de alimentos e o balanço energético é o sistema influenciando a palatabilidade e aceitabilidade. A relação entre nervoso central - SNC. Um grande número de receptores os diferentes receptores e os sentidos e sensações associadas periféricos compõem um sistema que proporciona informações com a percepção do gosto e sabor são as seguintes: a) receptores sobre o estado metabólico do animal e os transmitem ao SNC, químicos, para o olfato e gosto; b) receptores eletromagnéticos, que coordenará o comportamento alimentar do animal. para a visão; c) receptores mecânicos, para o tato e audição; d) térmicos, na temperatura e, e) nociceptores, para a dor. Mecanismos de controle do consumo de alimentos A palatabilidade pode ser definida como a somatória dos aspectos sensoriais (5 sentidos) que podem atuar As teorias que explicam o controle do consumo dos isoladamente ou em combinação com as sensações de alimentos são várias e o controle do consumo de alimentos textura, formato, tamanho, temperatura, dor, mastigação se dá por diversas vias, entre as quais: o trato digestivo, os e deglutição, envolvidos no ato de ingerir determinado metabólitos, os hormônios reguladores e hormônios sexuais, alimento ou líquido. Pode ser modificada pela adição o SNC, as características sensoriais, a temperatura e condições de aditivos flavorizantes e palatabilizantes naturais ou ambientais, os peptídeos reguladores de consumo (eg, CCK). sintéticos, utilizados para acentuar uma característica Sabe-se que o controle do apetite vai além do conhecimento desejada ou, por outro lado, mascarar e/ou reduzir o efeito dos mecanismos que regulam a fome e saciedade e por isso, depressivo de algum componente sobre a palatabilidade do dentre esses fatores, especial interesse recai nas características ingrediente ou do alimento completo. Alimentos de alta sensoriais controladoras do apetite. palatabilidade e digestibilidade ocasionam maior absorção de todos os nutrientes da dieta e tendem a ocasionar obesidade, As propriedades sensoriais provocadas pelos alimentos entram no mecanismo do controle do apetite e particularmente caso não exista controle de consumo diário. 40 Caderno Técnico 1 41 Definindo o que é qualidade superiores. Devem, portanto estar treinados para tomarem por tempo variável dependendo do processo. A gordura será de produtos a serem cozidos. Os compostos voláteis que podem Qualidade significa a propriedade, atributo ou condição decisão de impedir um descarregamento antes de qualquer drenada, prensada ou centrifugada e o resíduo sólido moído na ser encontrados são divididos em dois grupos principais de das coisas ou das pessoas, que as distingue das outras e lhes resultado analítico. Algumas empresas utilizam inspecionar os forma de farinha com especificações de granulometria variáveis. reações e são os responsáveis pelos odores da cocção: a oxidação determina a natureza. É um substantivo com sentido relativo, ingredientes antes de sua compra, junto ao fornecedor. Embora Vários são os pontos onde a qualidade das farinhas pode ser térmica dos lipídios e a reação de Maillard. Os produtos da pois podemos tê-la em maior ou menor grau. Portanto, no caso isso seja o desejável, também não garante a qualidade no prejudicada, como se seguem: a) umidade: que sendo alta pode oxidação e degradação lipídica são os de maior importância e de produtos serve para classificá-los em categorias, que podem recebimento, pois podem ocorrer mudanças da várias origens facilitar a contaminação bacteriana e suas consequências e se, entre os compostos principais podem citar-se componentes ser da maior para menor qualidade. Ao classificar em graus de após a inspeção de matérias primas. com umidade muito baixa, indicaria a queima do ingrediente alifáticos tais como hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas, qualidade surge a necessidade de que a qualidade esteja baseada Para o estabelecimento de uma rotina de verificação da no processo. A queima poderia estar associada ao desgaste e ácidos carboxílicos conjuntamente com lactonas, furanos e em alguma propriedade mensurável e, quando tivermos valores qualidade são necessárias as especificações de qualidade das do equipamento, excessivo tempo de retenção e(ou) mau compostos aromáticos. As substâncias solúveis em água, como numéricos, então não restarão dúvidas sobre a qualidade à que matérias primas. As especificações das matérias primas e funcionamento de manômetros e termômetros; b) textura: aminoácidos, açúcares redutores, nucleotídeos, e tiamina são se está referindo. Ainda, a qualidade guarda relações intrínsecas dos ingredientes dependem de disponibilidade no mercado na composição da farinha entram em quantidades variáveis responsáveis por compostos heterocíclicos dando a coloração de como a palatabilidade dos ingredientes, devendo se constituir e natureza do ingrediente com seus padrões conhecidos. Na os ossos que são de difícil trituração, mas que podem ser tostado característica da reação de Maillard. As maiores classes em variável analítica da qualidade. recepção existem três classes de avaliação para aceitar ou segregados pedaços maiores para remoagem e manutenção de compostos heterocíclicos incluem pirazina, oxazóis, tiazóis, Enaltecer as propriedades ligadas às farinhas é devolver o embarque, que são as: a) provas sensoriais, b) provas de granulometria adequada. A textura ideal seria situar-se e tiofenos, mas outros compostos como pirazóis, piridinas, relativamente fácil por vários motivos, mas isso deve ser feito rápidas e, c) provas de laboratório. Particularmente no caso entre sem retenção em peneira Tyler 2,83 mm, e no máximo tri-tiolenos, e compostos sulfurosos heterocíclicos podem ser com transparência. Ou seja, por entidade certificadora que não das matérias primas para farinhas de origem animal (FOA), 10 % de retenção na peneira Tyler 1,68 mm; c) contaminações encontrados. deve assumir inequivocamente que todas as farinhas e gorduras as especificações sensoriais devem se concentrar nos aspectos no processo (sangue, penas, resíduos de incubatório, lodo de animais tenham boa qualidade implícita. Não é correto, portanto gerais de cor, odor, tamanho e mistura de partes, umidade, flotador, cascos, chifres, pêlos, conteúdo digestivo), as quais de hidrogênio. A interação entre o sulfeto de hidrogênio e Na degradação de Strecker a cisteína produz o sulfeto essa afirmação, pois existe grande variabilidade da qualidade presença de materiais estranhos, CO2 fermentativo nos silos devem ser minimizadas em função da definição de cada produto compostos alifáticos contendo enxofre com aldeídos, furanos e entre farinhas dentro de uma empresa e entre empresas e que de recebimento de matérias prima. As provas rápidas e de e da manutenção dos padrões de qualidade e repetibilidade; compostos carboxílicos, são rotas de compostos voláteis. são devidas principalmente: laboratório devem estar preparadas para medir a composição d) contaminações com materiais estranhos ao processo, em 1) a origem da matéria prima (composição química; tempo porcentual de partes, temperatura, umidade, acidez, peróxidos, geral são associadas à falta de equipamentos adequados ou, se que a concentração de compostos voláteis é 3 vezes maior entre a coleta e o processamento; contaminação química, física putrefação/aminas, N solúvel, composição bromatológica, fraude e visam produzir subprodutos de baixo preço e sem (4.828 μg/kg amostra) do que na cocção dos músculos puros ou microbiológica; espécie e tipo de resíduo), 2) ao processo de energética e aminoácidos. produção (equipamentos, volume, peso, tempo, temperatura, Processos de produção de farinhas e gorduras pressão, aditivos tecnológicos, percentagens de composição) e, Na mistura de subprodutos de aves, suínos e bovinos nota- qualidade. Deve-se considerar a não inclusão de animais das respectivas espécies (1.604 μg/kg amostra). mortos de nenhuma procedência; e) tempo entre o abate e o processamento é muito importante devido ao aparecimento de protéica com origem microbiológica geram aminas biogênicas Subprodutos que passam por processos de degradação 3) ao uso na espécie alvo (tempos de armazenagem; segregação Não resta dúvida de que investimentos pesados em novos processadores independentes. O processamento deve ser e, portanto, essas substâncias são altamente voláteis e conferem de equipamentos são importantes, pois temos uma indústria feito preferencialmente em seguida ao abate ou sempre dentro odor desagradável e facilmente perceptível, sendo acentuado percentagens de uso nas dietas; idade e espécie). de carnes em expansão com geração de grande quantidade das 24 horas seguintes ao abate, evitando assim a putrefação e pela cocção. Portanto, a seguir são abordados alguns dos aspectos de resíduos. Entretanto, os equipamentos por si só não oxidação das gorduras. importantes da qualidade e relativos à origem da matéria prima, garantem a qualidade e constituem apenas parte do processo haja resultados desfavoráveis em digestibilidade de proteínas e ao processo de produção e ao uso de farinhas e gorduras animais de produção. Além disso, muitos conceitos de fábricas que ossos, de sangue, de penas hidrolisadas, de vísceras e de resíduos vitaminas, incluindo, nesse caso, diminuição da digestibilidade na espécie alvo. estão sendo colocados à campo não tem a necessária orientação de incubatório. No lado das gorduras, as mais importantes são protéica e da disponibilidade de aminoácidos indispensáveis. para a qualidade do produto. Erros são cometidos na área de o sebo bovino, a graxa suína e o óleo de frango. Também, em Um aquecimento exagerado torna as gorduras impróprias à transporte; recontaminação, oxidação, adulteração, Origem da matéria prima Os principais produtos são as farinhas de carnes, de carne e O tratamento térmico deve ser moderado para que não transporte de matérias primas, no armazenamento das matérias alguns processamentos é possível fazer a mistura de proporções alimentação, pois leva à formação de Acroleína, substância primas, nos processamento de partes e na mistura dessas e no conhecidas desses ingredientes primários formando assim as tóxica e volátil. Nesse aspecto é inaceitável do ponto de vista de produção, o dos frigoríficos com produção própria e o sistema armazenamento de produtos. Assim, os princípios da gestão da farinhas mistas com possibilidade ainda de inclusão de sangue, segurança dos alimentos, o uso de gorduras em geral as ácidas, de coleta de resíduos por processadores independentes. Em qualidade precisam inicialmente ser considerados na produção ossos e cartilagens da desossa. A mais conhecida dessas misturas processadas a altas temperaturas, com ou sem pressão, com ou qualquer dos casos a norma oficial estabelece que as matérias de qualidade. Nesse ponto referimos a IN 34/2008, com seu apelo e a de sangue na farinha de penas. Alguns resíduos da cadeia sem tratamentos químicos, visando apenas reduzir a acidez sem primas devam ser processadas dentro de 24 horas. Isso é um às Boas Práticas de Produção. A norma, por si só não garante de carnes e resíduos do processamento de farinhas e gorduras importar-se com outras substâncias tóxicas que se formam no limitador natural da qualidade a ser obtida nas fábricas de a qualidade e apenas orienta o processo de produção. Podemos precisam ser considerados na visão de qualidade, sendo esses: produto. farinhas e gorduras (FFG) animais. Também diz a norma afirmar que a adequação às normas e bons equipamentos são os resíduos de água industrial servida (água de piso e lodo), os que misturas de partes dos resíduos, bem como partes de partes importantes do primeiro passo da qualidade que é o do resíduos de incubatório e o sangue. espécies diferentes precisam ser controlados. Afora esses processo de produção, mas o conceito amplo de qualidade exige No caso da produção de farinhas há dois sistemas básicos de aspectos há aqueles que precisam ser controlados por variáveis mais do que isso. sensoriais e analíticas. Isso envolve pessoas e laboratórios para uso em rações Compostos voláteis na cocção de produtos/ O processo básico de produção de farinhas animais consiste realizar análises físicosensoriais e químicas visando o melhor na recuperação dos resíduos não comestíveis do abate animal ou conhecimento da matéria prima da FFG (ou de resíduos provenientes dos frigoríficos e casas de carne). Limitações das Farinhas de Origem Animal para subprodutos cárneos O conhecimento da origem da matéria prima e dos processos de produção é essencial para indicar a qualidade e, se O aroma e odor de produtos cárneos cozidos são desconhecidos, pode ser um problema grave para a indústria. do recolhimento de resíduos nas casas de carne e açougues, os pesquisados há mais de 30 anos e são determinados por Embora os custos e as facilidades para analisar cada partida do quais devem ser isentos de materiais estranhos à sua composição cromatografia gasosa ou espectrometria de massa. Há cerca ingrediente e dos produtos tornem a rotina de análise difícil de e microorganismos patogênicos. Os materiais coletados de 1.000 componentes com características especificas que ser implementada, é preciso ter em mente que a qualidade das pelo recebimento das matérias primas devem ser treinados para que tenham mais do que 5 cm devem ser triturados e então conferem aroma/odor. Dependem de condições de cocção tais farinhas é perceptível a partir da: a) contaminação bacteriana relatarem imediatamente os atributos dos ingredientes aos seus processados em digestores para cocção com ou sem pressão, como tempo de retenção na cocção, temperatura de cocção e mix (Salmonelas, Enterobacterias), b) peroxidação das gorduras, c) Antes que se proceda qualquer análise, os responsáveis 42 Caderno Técnico 1 43 Peroxidação das gorduras presença de poliaminas, d) composição química e digestibilidade dos aminoácidos e da energia e, por suas características sensoriais; exigindo assim, um sistema de qualidade que e, por conseguinte tem maior facilidade de se autoxidarem pelo contemple a rotina desses aspectos. Alguns pontos críticos de inicio da formação de radicais livres. As gorduras contêm ácidos As farinhas de origem animal são ricas em lipídios/gorduras controle são a seguir identificados, os quais fazem parte do graxos (AG) que podem ser saturados ou, insaturados (contendo sistema de qualidade e podem indicar limitações de uso dos uma ou mais ligações duplas); sendo esses, mais propensos à produtos. oxidação. Uma das propriedades dos lipídios é a peroxidação; importante na produção de farinhas e gorduras, bem como, na Contaminação por Salmonela alimentação do animal. A peroxidação é uma reação em cadeia Os alimentos podem estar facilmente contaminados com que se inicia e propaga com a presença de radicais livres. Essas Salmonelas e enterobactérias causando infecções humanas. Para moléculas (gordura como substrato oxidável) são muito reativas a indústria de alimentos, a presença destes microrganismos e em contato com oxigênio formam peróxidos. Os peróxidos resulta em danos à imagem de qualidade da empresa e de em reação com outra molécula oxidável, induzem a formação seus produtos. Através de medidas de biosegurança podem- de hidroperóxidos e mais radicais livres. Os hidroperóxidos se reduzir os efeitos indesejáveis na produção de alimentos. dão origem a dois radicais livres, capazes de atacarem outras Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, moléculas e formarem mais radicais livres, aumentando os redução ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de peróxidos. A terminação da oxidação se dá com o rompimento de produção e tecnologia industrial até o ponto de venda, evitando moléculas contendo o radical livre para formarem produtos de com isso o comprometimento da saúde do homem, dos animais, peso molecular mais baixo (aldeídos, cetonas, álcoois e ésteres), das plantas e do meio ambiente. os quais são voláteis e associados aos odores de rancificação. No caso do processamento das farinhas animais, as A peroxidação é um processo autocatalítico e desenvolve- temperaturas de processamento eliminam grande parte, senão se em aceleração crescente, uma vez iniciada. Fatores como toda a contaminação bacteriana dos subprodutos. Entretanto, temperatura, oxigênio, umidade, enzimas, presença de a recontaminação das farinhas é algo que tem grande chance bactérias e fungos, pressão, luz, íons metálicos (Fe, Co, Cu, Mn) de acontecer devido às falhas no processamento, no manejo, armazenamento por longos períodos influenciam na formação transporte e outros fatores ambientais. A contaminação e de radicais livres. recontaminação bacteriana em ingredientes e rações animais são tópicos de grande preocupação na indústria e na produção desempenho dos animais à medida que se aumenta o nível de animal. Cepas patogênicas de microrganismos (Salmonela, E. peróxidos na dieta; assim como, é reduzida a vida de prateleira coli, etc.) têm potencial para causar sérios problemas de doenças dos produtos contendo peróxidos. Portanto, pode-se afirmar que em animais e no homem. Por esta razão a implementação de a concentração de peróxidos é um dos fatores antinutricionais um sistema de qualidade que venha preventivamente controlar das gorduras. os processos de produção para se evitar a contaminação microbiológica é extremamente necessária para reduzir e/ou na fase de iniciação, dificultando ao máximo o desencadeamento eliminar a contaminação e recontaminação. Vários programas de tal processo. Para tanto há necessidade de conhecermos de qualidade podem ser implementados desde as BPF até perfeitamente todo o processo de produção das farinhas e É bem conhecido na literatura o efeito depressivo sobre o É possível controlar a oxidação atuando com antioxidantes HACCP´s para os produtos. gorduras animais. Antioxidantes são produtos de origem Além de todo este sistema de controle de pontos críticos sintética ou natural capazes de se unirem aos radicais livres e é necessário fazer uso de uma outra ferramenta no controle inibir ou retardar a oxidação. Um antioxidante natural é um de contaminação microbiológica que é o uso de produtos composto orgânico que pode estar presente em vegetais ou antisalmonelas. Esses proporcionam um amplo espectro em alguns alimentos. É sintético quando produzida a molécula de controle microbiológico porque sendo estes produtos, antioxidante quimicamente em laboratório. Em ambos os casos uma mistura de ácidos orgânicos e formaldeído, são efetivos serão adicionados a gorduras, óleos e outros produtos para controladores microbiológicos. prevenir ou retardar a oxidação, deterioração ou rancificação. Embora seja um procedimento adequado é preciso Deve fazer isto o mais cedo possível de preferência durante considerar que as boas práticas de fabricação de farinhas o processo de produção das mesmas, sabendo-se que os antecedem o uso de aditivos. Em adição, alguns desses aditivos antioxidantes não podem reverter a oxidação ou rancificação já tecnológicos de processo têm restrições pelo aparecimento de existente. níveis indesejados na carne e gordura e tumorações em animais de estimação. Portanto, podem ser motivo de rejeição de alguns peróxido (IP) que é a determinação do cátion de uma base, países importadores e de consumidores da linha pet. necessário para neutralizar compostos oxidados e expressando Para medir o grau de oxidação foi proposto o índice de 44 Caderno Técnico 1 o resultado em mili-equivalentes/kg (mEq/kg). Os valores 45 Composição e digestibilidade dos aminoácidos e da máximos referenciais são de 5 e 10 mEq/kg para gorduras e energia como dos procedimentos operacionais de produção. necessidades do mercado doméstico e internacional. Independentemente da normativa de produção, enfatiza- Finalmente, é preciso que o estágio da Gestão da Qualidade farinhas, respectivamente. Evidentemente, que o objetivo alvo Existem muitas fontes de consulta sobre a composição das se a necessidade da implantação de um sistema de qualidade seja alcançado onde, além das evidências comprováveis com da concentração de peróxido nos produtos é zero. A inclusão farinhas animais não sendo intenção citá-las e embora exista na produção desses ingredientes protéicos de origem animal. emissão de certificados por empresas especializadas e sem de antioxidante natural e/ou sintético na matéria prima e/ diversidade de informações, há também necessidade de contínua Com essa percepção dirigida à qualidade atua-se no sentido de vinculação comercial com as empresas que produzem farinhas e ou produtos inibe o início do processo de autoxidação das melhoria das estimativas com aprimoramento dos métodos conduzir os trabalhos para fases distintas do processo: 1) Check- gorduras, seja trabalhada também a cultura da empresa para a gorduras. É preciso considerar porém, que os primeiros fatores de determinação da digestibilidade nas espécies. As modernas list de itens específicos para fábricas de farinhas e gorduras, visão da qualidade das farinhas. da qualidade são o recebimento de matérias primas frescas e o formulações de rações, que levam em consideração o conceito atribuindo porcentagens de conformidade com padrões pré- processamento industrial adequado. de proteína ideal, pressupõem para a adequada relação entre estabelecidos; 2) Revisão e/ou preparação do Manual da O IP é um método a ser melhorado, pois têm a possibilidade os aminoácidos e o conhecimento dos valores de aminoácidos Qualidade para fabricação de FG animais; e, 3) Orientação na de apresentar valores baixos de peróxidos na fase terminal da digestíveis. As digestibilidades da energia e dos aminoácidos elaboração dos autocontroles para matérias primas e produtos oxidação. Por isso, o IP baixo na fase final oxidação deve ser podem não seguir uma mesma tendência de digestão e por isso é acabados bem como, dos controles laboratoriais. comparado com as concentrações de produtos secundários, os importante conhecer os valores estimados separadamente, mas quais conferem odor rancido ao produto. A qualidade de uma para as mesmas amostras. estratégia de controle da qualidade, permite ao final, ter um gordura pode ser medida também por outras análises, entre Dentro da composição nutricional das farinhas é importante sistema de gestão da qualidade, com produtos certificáveis. as quais: a estabilidade oxidativa - AOM; o valor de peróxido ter em mente a ordem de limitação dos aminoácidos o que irá Embora os sistemas de qualidade tenham diferentes inicial - VPI; a análise de ácido tiobarbitúrico - TBA e a indução auxiliar na formulação das dietas. Muitos dos agrupamentos de complexidades na implantação e desenvolvimento, são da estabilidade oxidativa - OSI. farinhas têm sido feitos com base na proteína, sendo questionável necessários e devem ser devidamente auditados por empresas a utilização de apenas uma variável para a classificação (e.g. independentes e com credibilidade, visando garantir a qualidade proteína). A composição das farinhas é bastante variável e por dos produtos para os mercados. Em adição, é inquestionável a As poliaminas (putrescina, espermidina e espermina) estão isso, agrupá-las quanto as suas características multivariadas, importância ambiental da produção de farinhas e gorduras presentes em diferentes concentrações nos alimentos vegetais permite uma melhor classificação. Um estudo de análise animais de qualidade, pois contribuem efetivamente para o e animais e parecem ser a fonte principal de poliaminas para de clusters confirma que esse método permite uma melhor mecanismo de produção mais limpa. o homem e animais. A absorção das poliaminas no intestino categorização das farinhas. O autor trabalhou com 61 farinhas é dependente das enzimas catabólicas presentes no tecido de carne de origem americana e brasileira, encontrando cinco utilizadas para fabricação de farinhas e gorduras animais tem intestinal e têm sido apontadas como substâncias que causam grupos distintos de farinhas. A variabilidade existente pode ser dois aspectos, sendo que ao final, o resultado deve ser sinérgico. toxicose quando ingeridas em níveis toxicos para os animais. devida a vários efeitos entre os quais, o tamanho das partículas, Se por um lado o fator bioseguridade animal e ambiental faz A putrescina que é a mais simples das aminas biogênicas, os níveis de substituição na ração referência, as metodologias com que existam restrições legais nos processos de produção usada até 0,2%, foi considerada promotora do crescimento de para estimar a digestibilidade/ biodisponibilidade, a origem e e, barreiras técnicas internacionais são impostas; não menos frangos e tóxica, à medida que aumenta o consumo até 1%. A composição das farinhas e ao processamento. Poliaminas (Aminas biogênicas) O primeiro item diagnostica e os demais combinados na A discussão sobre destinação das matérias prima que são importantes são as alternativas (várias) para destinação dos resíduos do abate e que devem ser processadas para atender a espermina que é a mais eletronicamente carregada das aminas Considerações e Conclusões biogênicas foi considerada tóxica quando administrada no nível de legislação, mas que ao mesmo tempo possam ser agregadoras de valor ao produto resultante. 0,2%, havendo também tendência de piora no desempenho quando utilizada na concentração de 0,1 % na dieta. A suplementação com mundo. Há presentemente uma desaceleração momentânea no cisteina não impediu a ação tóxica da espermina. Outra amina crescimento em função da crise econômica mundial, mas no importantes para a fabricação de rações quanto aos aspectos biogênica, a espermidina, também é tóxica para frangos a partir longo termo, a tendência é de crescimento. Por conseqüência, nutricional, econômico e de saúde animal. Seu uso na formulação de 0,4%. A toxidade aumenta com o aumento do peso molecular e também há perspectivas de crescimento da oferta de subprodutos de dietas é facilitado por conterem aminoácidos, energia, cálcio carga das aminas biogênicas. A putrescina: H2N+(CH2)4+NH2 do abate animal, os quais geram as farinhas e gorduras de e fósforo em quantidades que estimulam a inclusão nas dietas e é menor e menos carregada, seguindo-se da espermidina: origem animal, produtos importantes na alimentação de aves, reduzem o custo das rações. H2N+(CH2)3 N+H(CH2)4+NH2 e espermina: H2N+(CH2)3 suínos, peixes e animais de estimação. N+H(CH2)4 N+H (CH2)3 +NH2 (+ carregada). Uma tecnologia de grande efeito na produção animal é ser modificado por vários fatores, entre os quais: a origem da Em contraste, noutro estudo do efeito de oito aminas a utilização de Farinhas e Gorduras animais nos sistemas matéria prima (composição química; tempo entre a coleta e o biogênicas (cadaverina, histamina, putrescina, espermidina, de produção de não ruminantes e em dietas de animais de processamento; contaminação química, física ou microbiológica; espermina, tiramina, triptamina e fenitilamina) usadas em várias estimação. É possível demonstrar que o uso das farinhas espécie e tipo de resíduo), o processo de produção (equipamentos; concentrações (0 a 1500 ppm) em dietas de frangos, não foram e gorduras animais reduz significativamente os custos de volume; encontrados danos no desempenho dos animais. Porém, nesse produção de rações e por consequência o custo de produção tecnológicos; percentagens de composição) e, o uso na espécie caso as concentrações usadas foram mais baixas em relação animal, com grandes impactos na área ambiental e redução alvo (tempos de armazenagem; segregação de transporte; àquelas usadas pelos demais autores consultados. De acordo com de riscos sanitários. Evidentemente que a utilização desses recontaminação, oxidação, adulteração, percentagens de uso nas a literatura, fica claro que o efeito depressivo no crescimento dos produtos é dependente da qualidade dos mesmos. No Brasil dietas, idade e espécie). animais devido à presença de aminas biogênicas é dependente do o assunto esta regulamentado por uma instrução normativa peso molecular, da carga catiônica bem como, das concentrações federal. Nessa norma constam itens que permitem a redução de programas de boas práticas de fabricação (BPF), os quais de aminas biogênicas existentes na dieta. de risco à transmissão de doenças pelas farinhas animais bem devem levar em conta a normalização federal existente e as A produção e demanda de carnes vem crescendo no As farinhas de origem animal (FOA) são ingredientes O efeito das farinhas e gorduras sobre a performance pode peso; tempo; temperatura; pressão; aditivos A qualidade dos produtos é a resultante da implantação Literatura Consultada Bellaver, C. 2008. International Poultry Expo Atlanta. In: Nutreco Meeting. Bellaver, C. 2009. Qualidade no processamento em fábricas de farinhas e gorduras animais. V Encontro Técnico Unifrango. Maringá, PR. 18 e 19/11/2009. Bellaver, C. e Dai Pra, M. A. 2008 Aspectos técnico-econômicos dos resíduos gerados pela avicultura. Conferencia San Fernando, Lima – Peru. 23 de outubro de 2008. Bellaver, C. e Zanotto, D.L. 2004. 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Apresentação do tema no II Congresso Internacional sobre Nutrição de Animais de Estimação e IX Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação; Campinas, 4 e 5/05/2010. Méd.Vet., Ph.D., (www.qualyfoco.com.br [email protected]); (Consultor da Intecnial S.A. [email protected]); ProEmbrapa. 46 Caderno Técnico 2 47 Bárbara Carriel Benitez - Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais Ana Flavia Chizzotti - Aluno (a) de mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras Flávia Maria de Oliveira Borges Saad - Profa. Adjunta da Universidade Federal de Lavras Walter Motta Ferreira - Prof. Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais Etiopatogenia da doença do trato urinário inferior dos felinos: fatores dietéticos relacionados O primeiro relato clínico da DTUIF em gatos data de 1925; neoplasias, inflamações ou defeitos congênitos são causas da desde então, o termo Síndrome Urológica Felina (SUF) ou mais DTUIF (ALLEN & KRUGER, 2000). Apesar de várias causas, recentemente o termo Doença do Trato Urinário Inferior do inclusive as idiopáticas, a DTUIF avaliada em 143 gatos, 64 Felino (DTUIF) tem sido utilizado para descrever um conjunto animais tinham urolitíase ou plugs uretrais, correspondendo a de condições que podem acometer o trato urinário dos gatos, 45% do total (OSBORNE et al., 2004). mas sem qualquer especificação etiológica (HOSTUTLER et al., 2005). diferentes dos urólitos devido à diferença nos mecanismos Os plugs uretrais, incluídos como causa da DTUIF, são Esta afecção ocorre comumente na medicina dos felinos, etiopatogênicos, estes são compostos de grandes quantidades associadas a fatores ambientais, sociais, e/ou constituintes de matriz orgânica misturadas com baixa quantidade de alimentares. A obesidade e a reduzida ingestão de água podem cristais minerais, e podem ocasionalmente ser compostas elevar os riscos, ou agravar o seu desenvolvimento (SOUZA & quase completamente por matriz, células sanguíneas, células DANIEL, 2008). inflamatórias e tecido morto (ALLEN & KRUGER, 2000 citado A urolitíase, considerada um problema comum dos felinos é a doença que causa maior preocupação aos donos (GRASER por CARCIOFI, 2007). Urólitos de várias composições minerais têm sido et al., 1981). CASE et al. (1998) estimam que aproximadamente identificados em gatos, porém os mais comuns são o de 9% dos pacientes felinos possuem sinais de DTUIF, porém, estruvita, com 64, 5% de urólitos contendo de 75 a 100% do com maior freqüência nos adultos jovens entre 2 e 6 anos, acima mineral. O oxalato de cálcio é o segundo mineral mais comum, do peso. Gatos sedentários que utilizam liteiras como local de representando aproximadamente 20% (MARKWELL et al., eliminação, sem acesso à rua parecem ser mais dispostos. 1998). As urolitíases, além de infecções do trato urinário, Atualmente muitos cães e gatos são alimentados com uma variedade larga de alimentos preparados. Estes diferem de cada (GASKELL, 1985). um em diversos aspectos sendo o índice de água o parâmetro As primeiras investigações acerca das urolitíases de mais importante (ANDERSON, 1982). Deste modo, quando estruvita centram-se no papel do magnésio dietético como um gato passar por uma mudança na dieta, pode também sofrer agente causal, mas dados recentes indicam que fatores de risco mudança principalmente na água que recebe de seu alimento. mais importantes são o pH urinário e equilíbrio hídrico. De fato, A dieta pode contribuir na etiologia, manejo ou prevenção de independentemente da ingestão de magnésio, a manipulação do recorrência de algumas causas de DTUIF, onde particularmente pH urinário modifica substancialmente a formação de estruvita a precipitação de minerais exerce papel importante, devido (CASE et al., 1997). à influência dos ingredientes da dieta no volume, pH e concentração de solutos na urina. O primeiro objetivo da a responsabilidade de induzir a formação de cálculos urinários, Por duas décadas, creditou-se às dietas secas industrializadas manipulação dietética para alterar o pH e a concentração de e que estes favoreciam o aparecimento da DTUIF. Portanto, solutos é alcançar uma urina menos saturada, aumentar o volume dietas ricas em cálcio, magnésio e fosfatos teriam marcante efeito urinário e conseqüentemente aumentar a freqüência de micção e na formação das urolitíases e ao contrário, dietas com baixos por isso reduzir o tempo de retenção urinária (MARKWELL et teores desses minerais, não seriam calculogênicas (LEWIS et al., al., 1998) 1978). Assim, as dietas com baixos teores de magnésio, cálcio e fosfatos passaram a ser preconizadas no controle e prevenção da Existe também uma relação entre o tipo de dieta e o esvaziamento gástrico. Segundo GOGGIN et al., 1998 citado DTUIF. por Nutrient..., 2006, o tempo de esvaziamento gástrico de gatos Segundo CARCIOFI et al. (2005) em estudo com conteúdo alimentados com uma dieta seca (5,7% de umidade) foi maior de água de diferentes alimentos comerciais e balanço hídrico em que aqueles alimentados com dieta enlatada (75% de umidade) gatos adultos, foi verificado que os animais que tiveram um maior e o tempo de esvaziamento gástrico de gatos alimentados com consumo de água através do alimento foram os que receberam dietas secas decresceu com o aumento do suplemento de água. o alimento úmido enlatado que continha 80% de água na sua Outro estudo com gatos indicou um aumento médio do volume composição, em detrimento aos menores valores de ingestão de de urina (de 63 a 112 mL/Kg/dia) quando o conteúdo de água água nos animais que receberam um alimento seco com água do alimento foi aumentado de 10 a 65%. Portanto, é possível adicional ao alimento. Encontraram ainda que para cada grama que o consumo de alimento enlatado leve a uma relativa diurese de matéria seca ingerida resultou em um maior consumo de 4,7 48 Caderno Técnico 2 49 mL de água total consumida para os animais alimentados com excreção de sulfato juntamente com a urina provocando declínio prandial da urina. Uma adequada acidificação é conseguida mediante a utilização de cerca de 1000 mg, alimento úmido, enquanto os animais alimentados com alimento do pH urinário. do referido acidificante, por gato ao dia. No entanto, é importante um monitoramento do pH urinário, seco somente tiveram um consumo de 2,4 mL de água, com Ao contrário, a inclusão de cereais na dieta provoca uma especialmente no início da administração deste produto, tendo-se o cuidado de evitar doses tóxicas de alimento seco econômico mais 50% de água adicional foi de 2,6 alcalinização da urina predispondo os animais à ocorrência metionina, visto que já foi descrito causar anemia com corpúsculos de Heinz em gatos (OSBORNE et al., mL e de 2,5 mL para os animais alimentados com alimento seco de DTUIF; porém, acometidos pela formação de urólitos de 1995 citado por LAZAROTO, 2001). Super Premium. Os animais que receberam o alimento úmido estruvita, como resultado da alcalinização, ou seja, aumento do enlatado também apresentaram uma maior excreção urinária pH urinário (CASE et al., 1998). cloreto de amônio (NH4Cl), cloreto de cálcio, bissulfato de sódio e ácido fosfórico, tem sido recomendados de água em relação aos demais tratamentos, proporcionando Em estudo realizado por ZENTEK & SCHULZ (2004) para a prevenção de urólitos de estruvita. Alimentos úmidos formulados com esses agentes têm assim um maior volume urinário com conseqüente diminuição foi verificado que a entrada dietética de proteína interfere na evidenciado significativa diminuição de recidivas; provavelmente pelas mudanças na concentração ou da densidade urinária, importantes aspectos para a manutenção composição da urina e dos urólitos formados em gatos. O oxalato tipo de soluto na urina, e/ou volume urinário (BARTGES & KIRK, 2006). Entretanto MARKWELL da saúde do trato urinário inferior de gatos, diminuindo os riscos é importante devido a seu potencial de formação de cristais com et al., demonstraram que as concentrações de frações orgânicas insolúveis (magnésio e fósforo) não de incidência de DTUIF. cálcio. A excreção urinária do oxalato é resultante do oxalato foram afetadas quando utilizou-se a L-Met a 3% em ração úmida, apesar de ocorrida uma diminuição transitória da ingestão alimentar e no pH urinário, além da diminuição do número de cristais de estruvita A suplementação de alimentos secos com acidificantes urinários, como D, L- metionina (L-Met) JACKSON & TOVEY (1977) analisando o balanço hídrico dietético e do metabolismo do ácido ascórbico, glicina, triptofano, influenciado por alimento enlatado, alimento seco expandido e fenilalanina e hidroxiprolina. A excreção urinária mais elevada e sedimentação urinária. No mesmo estudo, com o uso de 1,5% NH4Cl como acidificante urinário, houve alimento seco não expandido, foi verificado que o volume de água do oxalato ocorreu com ambas as dietas que continham o tecido declínio significativo do pH, minimizando o aparecimento de cristais de estruvita, mas não afetou a ingerido pelos animais foi maior no alimento seco sem expansão, colagenoso como a fonte da proteína, pois a hidroxiprolina e a concentração de frações orgânicas insolúveis. De fato, os resultados alegam que a suplementação com assim como a ingestão de matéria seca neste tratamento. Além glicina são aminoácidos típicos no tecido conjuntivo e poderiam L-Met ou NH4Cl diminuem o pH urinário e a concentração de solutos solúveis na urina, mas falha disso, o estudo revela a grande variação do percentual de médias ter aumentado a produção endógena do oxalato. O número de na redução da concentração de frações orgânicas candidatas a formação da matriz óssea de urólitos de da excreção do total de água ingerida, apresentadas pelos valores: cristais de estruvita no geral foi reduzido com as dietas baixas estruvita. 16% de água fecal, 86,7% na urina e 17,3% de perdas insensíveis em proteína, provavelmente devido à excreção urinária mais (obtidas por diferença) na ração enlatada; 38% de água fecal, 54% baixa de nitrogênio. complementado com um acidificante urinário (cloreto de amônio 1,6%) sobre o pH urinário e a formação na urina e 8% de perdas insensíveis e 14% de água fecal na ração Este mesmo trabalho concluiu que entrada dietética da proteína de estruvita em gatos machos. Demonstrou-se que o pH urinário era mais alto nos animais que receberam seca expandida, 67 % na urina e 19% de perdas insensíveis na e a fonte de proteína determinaram a excreção urinária de o alimento não suplementado, enquanto que com a adição do cloreto de amônio diminui para até 5,97. O ração seca sem expansão. metabólitos de nitrogênio, oxalato e o nível e o caráter da consumo de alimento úmido enlatado conduziu a um pH de 5,82. Apenas 9% dos gatos que receberam um cristalúria. alimento seco com adição do acidificante apresentaram urólitos de estruvita em comparação aos animais gatos domésticos é afetado pela natureza da dieta ingerida e pelo que receberam apenas alimento seco com uma incidência de 78% dos animais (CASE et al., 1998). processo ao qual a ração é submetida. cristais e formação de cálculos urinários de estruvita (fosfato amônio magnesiano), a manutenção de um pH ácido seja mais de estruvita, seu uso em quantidades demasiadas pode acarretar uma acidose metabólica, causando Desta forma é possível afirmar que o balanço de água em Devido à densidade calórica aumentada de alimentos com FINCO (1986) alegou que para evitar a precipitação de Um estudo experimental examinou os efeitos de alimento enlatado, alimento seco e alimento Mesmo que acidificantes sejam utilizados nas rações de gato para prevenir a formação de cristais mais gordura, o total de matéria seca ingerida pode ser menor, importante que o controle da ingestão de magnésio ou fosfatos, depressão das reservas de potássio, disfunção renal, transtornos da homeostase óssea e um maior portanto, o total de carga solvente e a subseqüente necessidade uma vez que o cristal de estruvita tem sua solubilidade diminuída risco no desenvolvimento de cristais de oxalato de cálcio. Além disso, acidificantes urinários não para água podem ser reduzidos (THRALL e MILLER, 1976). em pH 6,4. devem ser utilizados juntamente às dietas acidificadas, evitando-se a formação de corpúsculo de Heinz, Em caso como este, a matéria seca fecal e a água fecal Em estudo, avaliando diferentes fontes de proteína de ração metemoglobinemia e anemia (OSBORNE et al., 2004). também podem se apresentar menores, sendo, a quantidade seca para gatos, FUNABA et al., (2005) observaram que o grupo de urina maior para gatos alimentados com dietas com alta alimentado com glúten de milho procedeu em um pH menor, baixo fluxo urinário, e não as alterações do pH ou conteúdo de cálcio e magnésio na urina.P o r é m , GUNN-MOORE (2003) acredita que o fator mais importante no desenvolvimento da DTUIF seja o gordura. Outro fator importante é a quantidade e tipo de quando comparado à carne bovina e à carne de frango, devido OSBORNE et al., (2000) menciona as dietas que promovem hipercalciúria e hiperoxalúria representando carboidrato dietético, os quais também podem acarretar perdas à maior concentração de aminoácidos sulfurados, além de ser um fator de risco para a formação de urólitos de oxalato de cálcio e ainda recomenda diminuir esses mais digestivo. Esses resultados sugerem que o uso do glúten de compostos na dieta como estratégica terapêutica. O mesmo autor faz referência à dieta para pacientes que milho na fabricação de ração seca para gatos é preferível dentro apresentam cálculo de oxalato de cálcio com reduzidos níveis de cálcio, oxalato, sódio e proteína, pois o experimentalmente, que o fosfato de magnésio e urólitos de deste contexto. sódio aumenta a excreção de cálcio e a proteína também, além de diminuir a excreção de citrato (inibidor estruvita formaram-se em gatos saudáveis consumindo dietas Com o intuito de acidificar a urina (pH menor que 6,4), da formação de urólitos de oxalato, assim como o magnésio e o pirofosfato, por formarem sais insolúveis contendo 0,15% a 1,0% de magnésio, com base na matéria seca. quando empregado dietas que não baixam suficientemente o pH, com cálcio e ácido oxálico, reduzindo a disponibilidade dos mesmos à precipitação). Além disso, a dieta ESCOLAR & BELLANATO (2003) também alegam que a pode-se também utilizar acidificante (OSBORNE et al., 1995 deve ser constituída de níveis adequados e equilibrados de fósforo e magnésio. fecais (Nutrient..., 2006). BARTGES & KIRK (2006) comprovaram hipermagnesúria; a baixa densidade calórica, responsável por citado por LAZAROTO, 2001). Tanto a metionina quanto o elevada ingestão de alimento e minerais; alto pH urinário e baixa cloreto de amônio tem sido usados para acidificar a urina, porém ingestão hídrica e conseqüentemente aumento do volume urinário. Contudo, é de comum acordo entre esses autores, o benefício adicional promovido pelo aumento da umidade na dieta estimulam o desenvolvimento de urólitos de ambos podem ser tóxicos. O consumo excessivo de metionina estruvita. Os autores apontam ainda que 75% dos gatos com leva a uma diminuição do consumo alimentar e perda de peso fatores estressores, especialmente aqueles associados à micção. Na presença de cristalúria, importância Na abordagem para o tratamento GUNN-MOORE (2003) enfatiza a necessidade de identificação de cálculos de estruvita consomem alimentos secos. em gatos (FAU et al., 1984) e causou anemia hemolítica, maior deve ser dada na mudança da alimentação, pois essa influencia no volume, pH e conteúdo mineral Alguns outros fatores intrínsecos também são importantes metahemoglobinemia e formação de corpúsculo de Heinz urinário. Porém, o objetivo principal da manipulação da dieta consiste no incremento da ingestão de água, na variação do pH urinário, assim como o nível de magnésio da (MAEDE et al., 1987). Ingestão de cloreto de amônio resultou visando diluir compostos minerais passíveis de precipitação na urina e, dessa forma mudar gradualmente dieta, o nível de proteína, pois devido à natureza carnívora, o gato em anorexia, vomito e diarréia (LLOYD & SULLIVAN, 1984). a dieta para alimento úmido. em alta ingestão de aminoácidos sulfurados de fontes protéicas de origem animal e a oxidação destes aminoácidos conduz a ser misturado às dietas, visando reduzir a alcalinização pós- Nesta perspectiva, acidificante como a D, L- metionina pode Assim, o maior consumo de água por meio do acréscimo de água em rações peletizadas é notoriamente apropriado, mas a identificação do mineral é fundamental, uma vez que o mineral precipitado tem relevância 50 Caderno Técnico 2 na fisiopatologia; principalmente em casos estratégicos, que visão acidificar ou alcalinizar a urina. ANDERSON (1982) observou em estudo que gatos alimentados com rações com o mesmo nível de sal, porém diferentes tipos de ração tiveram 91% do consumo de água total proveniente do alimento no grupo alimentado com ração úmida. Em contraste, gatos que foram alimentados com ração seca, tiveram 96% do total de água ingerida através da água de bebida, porém este total não foi suficiente para compensar a pouca presença de água da dieta. Nos grupos que foram alimentados com níveis crescentes de sal, foi verificado aumento no consumo de água na mesma proporção. Estudo feito por MARKWELL & HAWTHORN (2004) também apontam as dietas com níveis crescentes de sal, como um meio positivo para ingerir mais água e aumentar o volume urinário, devido à influência dos hormônios vasopressina e angiotensina, as quais induzem a sede. Baixo nível de sódio na alimentação de felinos aumenta o risco de urolitíases por oxalato de cálcio, em função do acréscimo na calciúria e redução da ingestão hídrica. Quando alimentados com baixo teor de sódio, gatos com ocorrência natural de urólitos de oxalato excretam urina com menos cálcio. A redução de fósforo na dieta pode estar associada à ativação da vitamina D, que favorece a absorção intestinal de cálcio, gerando hipercalciúria. Mais informações sobre os efeitos do consumo alto de sal podem ser localizadas no trabalho de BURGER et al., (1980). De fato, a dieta de manutenção deve conduzir o pH urinário para no máximo 6,6, produzir urina ligeiramente ácida, conter digestibilidade alta e densidade calórica altas, além do nível relativamente baixo em magnésio (CASE et al., 1997). Em contrapartida, a ANFALPET (2009) preconiza o intervalo ideal para o pH urinário de 6,2 a 6,8. Portanto, os fatores de risco para gatos são multifatoriais, e a prevenção da urolitíase na população felina é um desafio para os médicos veterinários e fabricantes de ração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, R. S. Water balance in the dog and cat. 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Journal of Nutrition, vol. 134, p. 2162S–2165 Bárbara Carriel Benitez - Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais Ana Flavia Chizzotti - Aluna de mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras Flávia Maria de Oliveira Borges Saad - Profa. Adjunta da Universidade Federal de Lavras Walter Motta Ferreira - Prof. Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais 52 Caderno Técnico 3 53 Por Ricardo Souza Vasconcellos As formulações de alimentos para cães e gatos são compostas, comércio dispensa maiores cuidados sobre qualidade nutricional além de alguns produtos primários, por subprodutos e co- e sanitária (Bellaver, 2000), para que possam, sem risco, servir produtos, tendo em vista que a utilização destas matérias- de opção de uso na fabricação de alimentos para animais. primas possibilita formulações mais precisas (maior número de Os subprodutos da indústria do abate animal, processados ingredientes), economicamente mais viáveis (possibilidade de adequadamente, destinando-os para rações animais, contribuem escolher as matérias-primas pelo custo e valor nutricional) além para o conceito de ecologia industrial em que os resíduos de uma de evitar a concorrência com a alimentação humana em geral. indústria se constituem em matéria prima de uma indústria seguinte da cadeia. Tendo em vista que as exigências nutricionais de todas as espécies são baseadas nas suas necessidades em nutrientes essenciais e não de alimentos, é importante que os ingredientes primários com seus respectivos co-produtos e subprodutos. No quadro 1 estão descritos os principais produtos utilizados na alimentação, sejam eles co-produto, subproduto ou resíduo de uma etapa da cadeia produtiva, este deve atender aos requisitos de biodisponibilidade dos nutrientes, composição Quadro 1 - Os principais produtos e seus principais co-produtos e subprodutos usados em petfood nutricional adequada, aceitação voluntária (palatabilidade Produto Co-produtos Arroz Farelo integral, farelo desengordurado, quirera, excelente a no mínimo razoável) e não apresentar fatores antinutricionais ou tóxicos e, quando presentes, que estes estejam inativados ou eliminados por completo durante o processamento. No Brasil, a estimativa para a produção de cereais em 2010, leguminosas e oleaginosas é de 143,4 milhões de toneladas, com a produção de arroz (12 milhões de toneladas), milho (51,4 milhões de toneladas), soja (66,1 milhões de toneladas), mandioca (27,5 milhões de toneladas), sorgo (1,8 milhões de toneladas) e o trigo (5,4 milhões de toneladas) representando as principais culturas. Além destas culturas, estima-se que a produção brasileira de cana-de-açúcar neste ano será de 697,8 milhões de toneladas, 0,8% maior que em 2009 (IBGE, 2010). óleo, grão integral, casca. Amido, gérmen, gérmen desengordurado, farelo de glúten-21, farelo de glúten-60, milho pré-gelatinizado, milho extrusado, dextrose, FOS, maltodextrina. Trigo Farelo de gérmen, farinha de trigo, glúten de trigo, farelo de trigo. Soja Farelo, proteína texturizada, proteína isolada, farinha micronizada, concentrado protéico, casca, lecitina. Aves Farinha de vísceras, hidrolisado de fígado e vísceras, fígado em pó, ovo em pó, albumina, gordura de aves, farinha de penas, Carne Mecanicamente Separada. Bovinos Farinha de carne, farinha de carne e ossos, CMS, sebo, farinha de sangue, plasma. Suínos Proteína isolada, gordura, fígado em pó e hidrolisado líquido. Peixe Óleo, farinha. Leite Soro, leite em pó integral e desnatado. Cana-de-açúcar Levedura seca, bagaço de cana. Milho Toda esta produção agrícola do país leva a uma produção de co-produtos e subprodutos de processo com potencial para Uso de co-produtos na alimentação de cães e gatos parte i – ingredientes de origem vegetal uso na alimentação de cães e gatos. Ainda considerando que os objetivos principais da nutrição de animais de companhia variações qualitativas e de custo, isto é muito importante do Considerando que os co-produtos apresentam amplas são a saúde e longevidade e que as frutas, hortaliças e legumes ponto de vista de segmentação comercial, pois certamente apresentam muitas propriedades funcionais, especialmente com alimentos com custos diferenciados apresentam matérias- relação às fibras e antioxidantes, ainda pouco explorados nas primas diferenciadas. À semelhança das desigualdades pesquisas em nutrição e doenças nutricionais e que o Brasil é sócio-culturais vivenciadas por todo o país, o mercado de um dos maiores produtores mundiais destes alimentos, seus alimentos para animais estimação moldou-se de acordo com a co-produtos também apresentam potencial pouco explorado de realidade nacional, ou seja, passou a produzir alimentos com emprego em petfood. preço/qualidade distintos. Conforme dito anteriormente, Com relação à produção pecuária, no ano de 2009, o Brasil as necessidades nutricionais são o fator limitante para o abateu 6,20 milhões de toneladas de bovinos; 2,94 milhões uso de um alimento em detrimento de outro. No entanto, Os co-produtos, por definição, são matérias-primas geradas ou perdido, o que a torna um potencial guia para a melhoria de toneladas de suínos; 10,04 milhões de toneladas de aves para que um ingrediente forneça os nutrientes essenciais a partir do processamento dos produtos principais (primários), da sustentabilidade. Assim sendo, representa um conjunto de e produziu 14 bilhões de litros de leite e 21,6 bilhões de ovos ao animal, este deve ser consumido voluntariamente e, podendo estes originar-se da indústria alimentícia, siderúrgica, princípios de projetos em que a matéria-prima e rejeitos têm de galinha, o que da mesma maneira que as matérias-primas por este motivo, a palatabilidade do alimento é também metalúrgica, entre outros, com foco na diversificação e melhor a mesma função para diferentes organismos, propiciando a de origem vegetal geram um volume de co e subprodutos muito importante. O correto balanceamento nutricional aproveitamento das matérias-primas. O uso dos co-produtos minimização de desperdícios e a melhor eficiência ambiental considerável para se utilizar na alimentação animal (IBGE, é facilitado pela combinação de um número maior de para a alimentação animal contribui para o conceito da “Ecologia (Gameiro e Silva, 2007). 2009). Assumindo-se que todo este abate de animais para o ingredientes. Outro aspecto importante do ponto de vista Industrial”, que sugere a necessidade de uma abordagem consumo humano leva a produção de aproximadamente 30- de formulação de alimentos é a inclusão de ingredientes que apresentem propriedades funcionais. Abaixo são descritos À semelhança dos humanos, o foco principal da alimentação sistêmica para a troca do conceito de resíduo para o de co- de cães e gatos é a saúde e a longevidade. No entanto, tendo 35% de perdas, as farinhas e gorduras de origem animal, quando produtos e o uso dos sistemas de certificação, como a ABNT, em vista que o processo produtivo para a alimentação da corretamente aproveitados e processados levam a agregação neste artigo as principais características de produtos NBR, ISO 14001:2004 para efetuar esta troca. Sucintamente, a população humana mundial gera uma quantidade enorme de de valor para a indústria de rações. Em princípio, defende-se primários, bem como seus co e subprodutos, do ponto de filosofia da ecologia industrial sugere a modelação de sistemas resíduos, subprodutos e co-produtos, é importante que estes a melhoria da qualidade dos subprodutos de modo a tratá-los vista de composição química, coeficientes de digestibilidade industriais como os ecológicos, onde muito pouco é descartado sejam aproveitados, tendo em vista as preocupações ambientais. como “ingredientes de valor agregado” e não commodities, cujo e propriedades funcionais. 54 Caderno Técnico 3 55 ARROZ Tendo em vista a composição, biodisponibilidade e aproximadamente 10% sem comprometer a qualidade das fezes dos cães e consumo das dietas (Kawauchi, 2008). por conter aproximadamente 75% de fibra dietética total Com relação à fibra, a casca de soja é caracterizada Conforme verificado na Tabela 1, do arroz podem propriedades funcionais, atualmente os co-produtos do ser extraídas matérias-primas de elevado teor de amido, arroz são empregados principalmente com os seguintes Tendo em vista suas características, os co-produtos (FDT), que pode estar em proporções variadas na relação fibra ou gordura, o que diversifica sua aplicação em propósitos: melhor formatação do alimento extrusado do milho apresentam as principais aplicações em petfood: entre fibras insolúveis e solúveis (I:S). Pela maior proporção formulações. No entanto, devem ser considerados alguns (quirera de arroz); fonte de amido de elevada e rápida amido de digestão rápida e elevada; proteína de elevada de fibras insolúveis na sua composição, a casca de soja fatores na sua composição, tais como elevado teor de fitato, digestão (quirera de arroz); diluição de premix (casca de digestibilidade; redução na densidade energética dos pode ser empregada em concentrações mais elevadas em que indisponibiliza o fósforo e outros minerais presente arroz); fontes de fibras insolúveis de baixo custo (farelo alimentos (ingredientes fibrosos); custo acessível (permite alimentos visando a redução da energia metabolizável das nestes ingredientes, além do elevado teor de silicatos, desengordurado e casca); fonte de antioxidantes naturais inclusão em alimentos para todos os segmentos comerciais). mesmas, sendo que a adição de até 9% em dietas para cães especialmente na casca, quando estes ingredientes não são (óleo de arroz). proporcionou a redução na densidade energética das rações SOJA dissilicados durante o processamento. Devido à presença de lipases, lipoxigenases e lipoperoxidases, o óleo do arroz MILHO deve ser estabilizado termicamente (inativa estas enzimas) Na Tabela 2, podemos verificar os principais ingredientes e pela adição de antioxidantes para evitar sua oxidação para petfood provenientes desta matéria-prima. precoce, para garantir sua qualidade. Assim como muitos Tabela 2 - Principais co-produtos do milho e sua composição química ingredientes vegetais, o controle de qualidade de todos os sem prejudicar a digestão da Proteína Bruta e Extrato etéreo, conforme verificado por Cole et al. (1999). Por muito tempo a utilização de soja na alimentação de cães e gatos foi restrita, devido à fraca associação, pelos Além da fibra, as isoflavonas presentes especialmente na consumidores, deste ingrediente com a dieta de animais fração protéica destes ingredientes apresentam propriedades carnívoros como os gatos e omnívoros caçadores como os cães. funcionais que devem se melhor investigadas para cães e gatos. No entanto, atualmente seu emprego nas formulações tem A genisteína, um isoflavona, parece inibir a multiplicação de sido cada vez mais freqüente considerando a disponibilidade linhagens de células tumorais de cães em modelos in vitro, ingredientes provenientes do arroz deve dar atenção às Ingrediente micotoxinas, especialmente à aflatoxina. Milho grão 8,3 3,6 1,8 1,3 (%) 62,5 destes ingredientes a um custo relativamente baixo e também sendo estes efeitos dose dependentes. Para tal é necessário a Gluten de milho 60 60 2,6 1,1 1,6 14,5 seu adequado valor nutricional, sendo mais balanceado que realização de estudos in vivo para confirmar estes benefícios. muitos ingredientes de origem animal. Na tabela 3, podemos verificar a composição da de alguns de seus co-produtos. do farelo de soja e da farinha de soja micronizada para cães e na Tabela 1 - Principais co-produtos do arroz e sua composição química. Fonte adaptado de Rostagno et al. (2005) Ingrediente Quirera de arroz Farelo de gluten 21 21 3,4 7,6 6,0 21,0 Fibra do milho 14,5 6,6 70* - - PB(%)1 EE(%)2 FB(%)3 MM(%)4 Amido Germen de milho 10,4 8,6 4,5 3,9 48,5 )0,55 Óleo de milho 0 100 0 0 0 8,5 1,2 1,0 74,5 Farelo de arroz 13,2 14,8 7,9 8,8 22,7 Farelo de arroz desengordurado 15,5 1,7 10,8 10,1 26,0 Casca de arroz 3,0 0,7 44,0 20,0 - 0 100 0 0 0 Óleo de arroz 1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral. Valores sobre a matéria natural. PB (%) EE %) FB (%) MM (%) Amido 1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral. Valores sobre a matéria natural. * Fibra dietética total Tabela 4 podemos verificar os coeficientes de digestibilidade Tabela 3 - Principais co-produtos da soja e sua composição química Ingrediente Na figura 1, pode-se verificar os coeficientes de digestibilidade aparente de alguns ingredientes protéicos da soja. Além da boa composição de aminoácidos, a soja apresenta coeficientes de PB(%)1 EE(%)2 FB(%)3 MM(%)4 Amido digestibilidade também considerados satisfatórios. 45,0 1,66 5,4 5,9 12,4 Farinha de soja micronizada 42,0 20,0 2,0 4,0 - 1,0 3,0 - <5 específicas de cada co-produto da soja, as principais Farelo de soja O grão de milho é o ingrediente com maior participação De maneira resumida, considerando as características Proteína isolada de soja 80 nas rações e o cereal que apresenta maior número de Casca de soja 13,5 2,9 33,0 4,6 - aplicações em petfood são com foco em reduzir a densidade produtos industrializados. Do milho, podemos verificar que Óleo de soja - 100 - - - energética dos alimentos (casca de soja); formular alimentos Apesar da digestão protéica dos co-produtos de arroz um ingrediente essencialmente amiláceo, pode dar origem, ser inferior aos do milho (Figura 1), do ponto de vista graças ao seu processo industrial a outros ingredientes 1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral. Valores sobre a matéria natural. com alta proteína e gordura concomitantes (farinha de soja micronizada); formular alimentos com alta proteína e de valor biológico e eficiência protéica líquida (EPL, em protéicos (glúten), fibrosos (fibra do milho e farelo de glúten Com relação ao perfil de aminoácidos e qualidade gramas de peso ganho por grama de proteína ingerida, digestibilidade protéica sem a concomitante adição de excesso 21), prebióticos (frutooligossacarídeos), fontes de ácidos protéica, a soja apresenta concentrações relativamente baixas determinada em ratos) o arroz apresenta melhor qualidade de minerais. Além disto, outro ingrediente não comentado até graxos poliinsaturados (óleo de milho). Seus co-produtos de de aminoácidos sulfurados (metionina e cistina) e treonina que o milho (milho - VB=59 e EPL=1,12; arroz - VB=64% o momento, a proteína de soja hidrolisada, é um importante maneira geral apresentam elevada digestibilidade protéica, principalmente, considerando as recomendações nutricionais e EPL=2,18), possivelmente pelo melhor equilíbrio dos ingrediente protéico de dietas hipoalergênicas para cães e lipídica e do amido, sendo afetados pelo próprio teor de do NRC (2006) para cães e gatos. No entanto, considerando aminoácidos, especialmente com relação aos maiores teores gatos, considerando seu baixo peso molecular conseguido fibra destes ingredientes que, quando elevado prejudica a o equilíbrio razoável dos demais aminoácidos na composição de lisina e triptofano. pelo processamento especialmente com esta finalidade. digestibilidade dos demais nutrientes (Figura 1). protéica da soja, esta apresenta um valor biológico relativamente Com relação a composição química e valor biológico, elevado (73%) e eficiência protéica em ratos (2,32) é considerada apesar da elevada digestibilidade, o valor biológico da boa, uma vez que o ovo, considerado ingrediente de elevado elevadas de tocoferóis e gamma-orizanol. O gamma-orizanol, proteína do milho e eficiência protéica são relativamente valor biológico, apresenta uma EPL de 2,85 aproximadamente. uma mistura de fitoesteris ferulados e presente neste alimento, alguns de seus co-produtos. baixos (VB=59% e EPL=1,12). Isto se deve ao seu baixo apresentou importantes ações in vitro no combate aos radicais teor de lisina e triptofano principalmente. Apesar disto, livres DPPH, OH- e O2-, com potencial uso antioxidante desde que devidamente corrigidos os imbalanços de não somente como nutriente funcional, mas também como aminoácidos das dietas pela mescla de ingredientes e adição estabilizante dos processos oxidativos nos alimentos. Em de aminoácidos industriais, o glúten de milho é uma boa equinos, a suplementação de óleo de arroz em dietas melhorou fonte protéica considerando seu custo e digestibilidade. a capacidade antioxidante e qualidade seminal de garanhões durante o consumo deste nutriente (Arlas, 2008). Apesar de insolubilidade e fermentabilidade muito baixa para cães e gatos, não ser identificado na literatura estudos em cães e gatos, a o que favorece sua aplicação em dietas para perda de peso. Em utilização de óleo de arroz em petfood desde que devidamente estudo com farelo de glúten 21 em cães, foi verificado que a adição testado, parece uma alternativa viável, considerando seu custo crescente (0-21%) deste ingrediente na dieta proporcionou e benefícios prováveis. uma redução na Energia metabolizável do alimento em Do ponto de vista de propriedades funcionais, o óleo de arroz, quando devidamente estabilizado, apresenta concentrações A fibra do milho é caracterizada pela sua elevada TRIGO Na tabela 5, podemos verificar a composição da de Tabela 4. Coeficientes de digestibilidade aparente de uma dieta referência e de ingredientes protéicos da soja para cães CDMS% CDMO%) CDPB% CDEEA% CDENN% EM kcal/kg Referência 82,9±0,4a 86,7±0,3a 85,3±0,3b 89,5±0,3b 94,4±0,4ab 4106,3±16,2d FDS 75,6 ±0,8b 80,1 ±0,6b 85,1 ±0,6b 84,3 ±0,6c 92,7 ±0,7c 3639,1±26,3e Micronizada 85,1±0,5a 87,0±0,8a 88,4±0,8a 96,8±0,8a 94,8±0,7a 5112,4±32,6a Farelo 76,9±0,5 78,1±0,4 85,2±0,4 c 84,3±0,4 c 92,7±0,5 4074,9±44,5d Grão integral 75,9±0,6 77,7±0,6 78,9±0,6 a 95,4±0,6 bc 93,0±1,3 4454,7±25,9c Grão tostato 76,7±0,8b 79,0±0,6b 84,7±0,6b 95,6±0,6a 93,8±0,9abc 4585,4±30,1b CV(%) 5,1 5,1 3,6 6,6 3,9 10,9 b b b b b c CV: Coeficiente de variação; FDS: Farinha desengordurada de soja *Médias na mesma coluna seguidas por letras diferentes diferem pelo teste Tukey (p<0,05) 56 Caderno Técnico 3 57 Tabela 6 - Principais co-produtos da cana-de-açúcar e sua composição química Tabela 5 - Principais co-produtos da cana-de-açúcar e sua composição química Ingrediente Ingrediente PB(%) EE(%) FB(%) MM(%) Amido(%) 1 3 2 4 PB(%) EE(%) FB(%) MM(%) Amido(%) 1 3 2 4 aparente, propriedades funcionais e aplicações práticas. REFERENCIAS Trigo grão 11,5 1,7 2,4 1,6 54,9 Levedura 37 0,5 0,5 3,4 - ARLAS, T.R. Efeito da suplementação alimentar de Germen de trigo 28,3 9,2 2,5 4,2 15,5 Fibra de cana 1,3 1,04 36,5 1,8 15,5 garanhões com óleo de arroz contendo gamma-oryzanol na Farelo de trigo 15,5 3,4 9,7 4,8 31,3 1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral. Valores sobre a matéria natural. Considerando que o trigo grão é amplamente utilizado 1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral. Valores sobre a matéria natural. qualidade espermática. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária). Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008, 55p. A composição de aminoácidos da levedura é baixa em aminoácidos sulfurados Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (ANFALPet) – Manual do Programa para a alimentação humana e que o milho grão e quirera de relativamente arroz apresentam custo relativamente menor e maior teor (metionina e cistina), fenilalanina e tirosina em Integrado de Qualidade Pet – PIQPET. 2009, 354P. de amido, os principais co-produtos do trigo empregados na relação ao perfil de aminoácidos recomendado pelo BELLAVER, C. Resíduos industriais (Farinhas, óleos e alimentação de cães e gatos são o gérmen e o farelo. Com NRC (2006). No entanto, ela apresenta-se como uma sebos), onde colocá-los frente às restrições de mercado? In: IV relação à composição de aminoácidos, a proteína do trigo boa fonte de lisina, treonina e aminoácidos de cadeia apresenta concentrações relativamente baixas de aminoácidos ramificada (valina, leucina e isoleucina). Apesar do sulfurados, treonina e lisina. Além disto, a digestão protéica do perfil satisfatório de aminoácidos, o coeficiente de farelo de trigo para cães foi inferior a 70% (Sá-Fortes, 2005), digestibilidade da proteína deste ingrediente para possivelmente prejudicada pelo elevado teor de fibra deste cães é de aproximadamente 75%, valor este inferior ingrediente. Estes limitantes na composição protéica fazem ao de outras fontes protéicas comumente usadas em com que o valor biológico e eficiência protéica apresentem formulações como glúten de milho, derivados da soja e respectivamente 65% e 1,65. Apesar disto, estes valores são farinhas de origem animal. superiores aos encontrados pelo milho. A fibra do trigo é caracterizada por apresentar utilizada pela indústria, considerando seus benefícios aproximadamente 84% de fibras insolúveis e 16% de fibras nutricionais como um todo, uma vez que esta apresenta- solúveis, sendo que esta última apresenta concentrações se como uma fonte rica de ácidos nucléicos (cerca de razoáveis de frutooligossacarídeos (FOS). O farelo de trigo 6-12% na matéria seca), prebióticos (aproximadamente apresenta aproximadamente 0,5% de FOS (Cetose, nistose e 8-10% de mananas e 12-14% de glucanas) e glutamato. frutofuranosil-nistose) em sua composição, conferindo-lhe um caráter prebiótico. No entanto, sua inclusão em dietas é limitada pelo seu teor de fibra e influência negativa nos Figura 1. Coeficientes de digestibilidade aparente de ingredientes de origem vegetal para cães. Fonte: adaptado de Sá-Fortes, 2005; Kawauchi, 2008 e de-Oliveira, 2009. Seminário Internacional sobre Industrialização da Carne, KAWAUCHI, I.M. Farelo de glúten de milho 21 na Anais..., 2002, setembro, 12p. alimentação de cães adultos. Dissertação (Mestrado em COLE, J.T.; FAHEY Jr., G.C.; MERCHEN, N.R.; PATIL, Medicina Veterinária). Faculdade de Ciências Agrárias e A.R.; MURRAY, S.M.; HUSSEIN, H.S.; BRENT Jr., L. Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, Soybean hulls as a dietary fiber source for dogs. Journal of 2008, 83p. Animal Science, v.77, p.917-924, 1999. NRC - Nutrient Requirements of Dogs and Cats. National FELIX, A.P. et al. Digestibilidade de derivados da soja Research Council. The National Academy Press: Washington, em cães e gatos. I Congresso Internacional sobre Nutrição D.C. 2006. 398p. de animais de estimação, Campinas-SP, ANAIS... Colégio De-OLIVEIRA, L.D. Avaliação de fontes protéicas e de Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), 123p, 2009. tratamentos industriais da farinha de carne e ossos para GAMEIRO, J.; SILVA, M.L.P. Aplicação do Conceito cães e gatos. Tese (Doutorado em Medicina veterinária) – de Ecologia Industrial ao Sistema de Gestão Integrada: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Vantagens e Melhorias Ambientais Associadas. In: 2nd Estadual Paulista, Jaboticabal, 2009, 115p. International Workshop | Advances in Cleaner Production, ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; key elements for a sustainable world: energy, water and GOMES, P.C.; FERREIRA, A.S.; OLIVEIRA, R.F.; Com isto, este ingrediente tem sido utilizado com climate change, Anais…, São Paulo – Brasil – 22-24 de LOPES, D.C. Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. o propósito de melhorar as condições de saúde dos maio, 2009, p.1-10. Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais. 2.ed. animais, tais como aumentar síntese/replicação celular, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Viçosa, MG: UFV, 2005. 186p. coeficientes de digestibilidade. Apesar da inclusão de farelo promover a saúde intestinal e aumentar a eficiência do Indicadores IBGE, Estatística da produção agrícola, 2010, SÁ-FORTES, C. M. L. Valor nutricional de ingredientes de trigo em petfood dever ser cautelosa, estudos mostraram sistema imunológico, além de melhorar a palatabilidade 40p. energéticos e protéicos para cães. Tese (Doutorado em que a inclusão de 12% de farelo de trigo em dietas para das rações. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Zootecnia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, cães não interferiu negativamente nos coeficientes de Indicadores IBGE, Estatística da produção pecuária, 2009, 25p. Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2005. digestibilidade da proteína e gordura. Porém, em dietas em apenas um resíduo para a indústria e utilizada na Apesar disto, a levedura tem sido amplamente A fibra de cana há tempos atrás era considerada que se busca maximizar a digestibilidade dos nutrientes, alimentação de ruminantes como forma de aproveitar seu uso deve ser evitado. esta matéria-prima. No entanto, atualmente tem se Tendo em vista as características na composição transformado em um co-produto do processo, com uso química e digestibilidade do farelo de trigo, seu emprego se para produção de energia para a indústria e também restringe atualmente em formulações de alimentos de menor como fonte secundária para a produção de biodiesel. custo, pois a digestibilidade dos nutrientes de uma maneira Para cães e gatos, quando devidamente processada, seu geral é prejudicada pelo seu teor de fibra. Com relação às elevado teor de fibras insolúveis propicia a aplicação em propriedades funcionais da fibra do trigo, estas são limitadas alimentos para a perda de peso, semelhante à celulose, pela inclusão deste ingrediente na dieta, uma vez que elevada porém com a vantagem de apresentar um custo inclusão, além dos fatores já citados, prejudica o processo de relativamente mais baixo. extrusão piorando a qualidade do extrusado. Na figura 1 podemos verificar os coeficientes de digestibilidade das principais fontes de origem vegetal CANA-DE-AÇÚCAR Os principais co-produtos da comentadas neste artigo. cana-de-açúcar Na próxima edição serão discutidos os ingredientes empregados na alimentação de cães e gatos são a levedura de origem animal mais comumente empregados em (Saccharomyces cerevisae) e a fibra de cana hidrolisada. A formulações para cães e gatos, com uma abordagem sobre composição química de ambas encontra-se na Tabela 6. composição química, coeficientes de digestibilidade Serviços 58 59 3ª capa ASSINATURA DA REVISTA Pet Food Brasil Aboissa Tel. (11) 3353-3000 E-mail: [email protected] www.aboissa.com.br 5 Algomix Tel. (45) 3251-1239 www.algomix.com.br Você pode solicitar o recebimento da Pet Food Brasil sem qualquer custo. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: 25 Andritz Sprout do Brasil www.andritzsprout.com E-mail: [email protected] 47 Farfri Tel. (54) 3435-6400 www.farfri.com.br 13 Ferraz Máquinas Tel. (16) 3615-0055 E-mail: [email protected] www.ferrazmaquinas.com.br 17 Geelen Counterflow e-mail: [email protected] www.geelencounterflow.com 49 Informe Agro Business Tel. (11) 3853-4288 E-mail: [email protected] www.agroinforme.com.br 23 Empresa: Endereço: Nº: Kowalski Alimentos www.vitalcan.com.br Complemento: Cidade: 37 Manzoni Industrial Tel. 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