bordado à mão - TITA MASCARENHAS
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bordado à mão - TITA MASCARENHAS
TÉCNICAS DE ARTESANATO Tita Mascarenhas CURSO BÁSICO DE BORDADOS BORDADO À MÃO – PONTOS BÁSICOS Bordado é uma forma de criar desenhos e figuras ornamentais em um tecido, utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal etc., de maneira que os fios utilizados formem o desenho desejado. Toalhas de mesa, jogos de cama ou peças para enxoval de noivas e bebês, se tornam únicos quando bordados a mão. Além do nosso conhecido PONTO CRUZ existem muitos outros pontos utilizados para bordar a mão, que valorizam os trabalhos, dando-lhes sempre um toque de arte. A escolha do tecido, cores, dimensões, o uso de linhas, agulhas e pontos empregados, normalmente estão bem explicados no início de cada receita publicada em revistas especializadas. É possível bordar sobre qualquer tipo de tecido, desde que se escolha o ponto e o fio adequados à trama, à espessura, à consistência da superfície adotada. O PREPARO DA BASE Para telas e talagarças, largamente utilizadas em tapeçaria, é comum empregarem-se fios grossos para recobrir os motivos sem deixar aparecer o tecido de base. Quanto aos pontos, os mais utilizados são os cruzados e os oblíquos. Para bordar sobre tela ou talagarça, você pode adquirir o material já cortado no tamanho e com risco pintado nas diversas cores que irá utilizar. No entanto, você também poderá preparar sua própria base. Há duas formas de bordar motivos sobre a superfície que você mesma preparou. Uma delas consiste em transferi-los de um gráfico, composto por quadrados, cada um dos quais correspondendo a um orifício da trama empregada. As diferentes cores vêm impressas nos quadrados ou indicadas por meio de pequenos sinais cujo significado é dado numa tabela à parte. A outra maneira de transferir os motivos para o tecido é copiá-los de um modelo. Copie os riscos em papel transparente (seda ou manteiga, por exemplo) e passe-os para o tecido com o auxílio de papel carbono, mas tome cuidado para não manchar o tecido. Pode-se também colocar o modelo (risco) sob o tecido escolhido e traçar (copiar) os contornos com caneta hidrográfica de tinta lavável. Neste caso, se for possível, trabalhe contra a luz, firmando as peças numa vidraça. Assim você verá os contornos com maior nitidez. CONSELHOS ÚTEIS Sempre inicie um bordado trabalhando da esquerda para a direita e de baixo para cima. Se o motivo tiver contornos delineados, execute estes em primeiro lugar. Quando usar um novo pedaço de fio, deixe as pontas no avesso, sem dar nó, e faça os primeiros pontos sobre elas, de modo que fiquem bem presas e escondidas. Ao terminar o fio, use uma variação desse método: passe as pontas pelo avesso, sob alguns pontos bordados, e corte as sobras rente ao trabalho. Lembre-se de que um avesso bem acabado é indicador de habilidade e capricho. Não corte pedaços muito grandes de fios, pois podem desgastar-se ou embaraçar-se. O ideal é que não ultrapassem 45 cm de comprimento. Se suas mãos costumam apresentar suor, lave-as com frequência no decorrer do trabalho e massageie-as com talco. A umidade não só prejudica o manuseio do fio, como retira a goma do tecido, dificultando o bordado e deformando a peça. Ao interromper o trabalho, espete num dos cantos a agulha enfiada, para não correr o risco de perdê-la. Dobre a peça pelo avesso antes de guarda-la. OS PONTOS BÁSICOS Os pontos mais comuns e a base de muitos pontos decorativos de bordado à mão, feitos sobre tecido cuja trama não é uniforme, são o Ponto Atrás (ou Pesponto) e o Ponto Corrente (ou Ponto de Cadeia). Os pontos de recheio devem ser feitos bem juntos uns dos outros. Pode-se, também, misturar e sobrepor pontos. Por exemplo, para dar textura, faça nozinhos sobre pontos cheios. PONTO ATRÁS (OU PESPONTO) Introduza a agulha através do tecido, do lado avesso para o direito. Faça um ponto para trás sobre três fios de tecido, puxando a agulha três fios à frente do lugar de onde saiu antes. Continue desta maneira trabalhando da direita para a esquerda, na direção indicada nos gráficos (tecidos com trama). Os pontos ficam unidos e a linha passa duas vezes pelo mesmo buraco feito pela agulha. Em bordado feito sobre tecido cuja trama não é uniforme, borde com pequenos pontos regulares. Enfie a agulha pelo buraco de saída do ponto anterior e retire-a em distância igual adiante do ponto seguinte. PONTO CORRENTE (OU CADEIA) Trabalhe da direita para a esquerda, ou de cima para baixo. Introduza a agulha no tecido, do avesso para o direito. Puxe o fio. Faça uma laçada e segure-a com o polegar. Reintroduza a agulha no ponto inicial. Tire-a pela parte interna da laçada, próximo ao fio. Puxe o fio. Passe a agulha por cima da laçada, segure-a com o polegar e trabalhe o ponto como para o primeiro. Este ponto é usado para contornos, em fileiras paralelas, para preencher uma figura ou em uma só linha em espiral, a partir do centro de um desenho. PONTO DE CADEIA TORCIDO Introduza a agulha no tecido, do avesso para o direito. Puxe o fio. Introduza-a novamente um pouco acima e tire-a na mesma direção do lugar em que foi introduzida inicialmente. Antes de puxá-la através do tecido, faça uma alça, passando o fio em torno da agulha. Puxe a agulha e o fio (figura 1). Repita o ponto em sequência, introduzindo a agulha acima da alça formada pelo fio (figura 2). Figuras 1 e 2 PONTO DE HASTE Este ponto é usado para fazer contornos e detalhes lineares. Conforme o ângulo de inclinação dos pontos, as linhas ficarão mais grossas ou mais finas. É muito usado para bordar flores. Trabalhe da esquerda para a direita, de baixo para cima, com um simples movimento para frente e para trás. Faça um ponto longo para frente e outro curto, levemente inclinado, para trás. O fio deve sair sempre à esquerda do ponto anterior. PONTO RETO Este ponto é mostrado como pontos individuais espaçados feitos de modo regular e irregular. Algumas vezes os pontos são de tamanho variado. Os pontos não devem ser feitos nem muito longos nem muito frouxos. Este ponto também pode ser feito em tecidos de trama uniforme. PONTO DE MÉDICI (OU TÉCNICA DE HOLBEIN) O Ponto de Médici é algumas vezes chamado de Ponto de Alinhavo Duplo. Trabalhando da direita para a esquerda, faça uma carreira de Ponto de Alinhavo por cima e por baixo de três fios do tecido, seguindo o desenho. Na carreira de volta, trabalhe da mesma maneira da esquerda para a direita, preenchendo os espaços deixados na primeira carreira. Este ponto é usado para contornar o Ponto de Cruz, mas também pode ser usado em outros tipos de desenho em tecidos de trama uniforme. PETIT POINT (OU PONTO OBLÍQUO) Puxe a agulha à esquerda do tecido na parte superior do primeiro ponto; passe a agulha para baixo diagonalmente sobre os fios cruzados, e então por baixo de dois fios. Continue desta maneira até completar a carreira (figura 1). A segunda carreira é feita da direita para a esquerda, com a agulha passando os fios cruzados por cima e por cima, e então por baixo de dois fios (figura 2). Trabalhe desta maneira para trás e para frente até completar o desenho. Todos os pontos devem ficar inclinados na mesma direção. Os pontos no lado do avesso são mais longos e mais inclinados. Este ponto é mais usado em tecidos de trama uniforme. Figuras 1 e 2 PONTO MOSCA Trabalhe este ponto isoladamente ou em linhas verticais. Faça um ponto em V. Prenda-o ao meio com um pontinho. Este pode ser longo ou curto. Para fazer o ponto mosca em sequência, traga a agulha para a esquerda do ponto feito e trabalhe o pontinho que prende o V. Faça o próximo V em sua base (figuras 1 e 2). PONTO DE CASEAR Muito usado por bordadeiras e costureiras. O Ponto Caseado (Festão ou Caseado Aberto) é muito útil para evitar que o tecido desfie (arrematar bordas) e em trabalhos decorativos (como nas aplicações, no patchwork). É um ponto muito antigo e tradicional, usado para fazer casas de botões, daí vem o nome. O Ponto Caseado consiste em uma sequência de pequenos pontos verticais e retos, ligados entre si por uma laçada. Trabalha-se o caseado da esquerda para a direita: a agulha é puxada de cima para baixo, por cima da linha de bordar. Para um bom acabamento, todos os pontos devem ter a mesma altura e ficar rigorosamente paralelos entre si. Alternando-se o comprimento dos pontos, obtêm-se vários e diferentes efeitos decorativos. Variações deste ponto: Caseado Aberto ou Caseado Cheio (pontos bem fechados), Caseado Inclinado e Caseado Enlaçado (fazer uma carreira extra de pontos na alça de cada ponto de casear, formando um relevo). PONTO CHEIO Este ponto é composto por fios paralelos bem unidos, sempre no mesmo sentido. Para executá-lo, introduza a agulha no direito do trabalho, lance o fio no sentido desejado e insira a agulha para o avesso, sem puxar muito o fio (deixar uma pequena sobra). Volte ao direito, introduzindo a agulha ao lado do ponto já feito. Faça os primeiros pontos sobre a pequena sobra de fio. PONTO NOZINHOS FRANCESES Introduza a agulha do avesso para o direito do tecido. Puxe a agulha no lugar onde será feito o ponto. Mantenha a linha presa com o polegar esquerdo e enrole a linha duas vezes na agulha (ver figura). Ainda mantendo a linha presa firmemente, gire a agulha para trás do ponto de partida e introduza-a bem junto ao lugar de onde saiu a linha (veja a seta). Passe a agulha para o avesso do tecido e arremate no caso de um nozinho só, ou passe para o lugar onde será feito o ponto seguinte, como mostra a figura. PONTO PARIS (OU PONTO AJOUR) Este ponto é utilizado para prender fios agrupados em Bainhas Abertas, Simples ou Duplas, ou para contornar (prender) bordado de aplicação (virada de agulha). Para uma bainha, puxe a agulha através da bainha dobrada, em A, introduza a agulha em B e puxe em C. Introduza a agulha mais uma vez em B e puxe-a em C (figura 1). Introduza a agulha novamente em B e puxe-a através da bainha dobrada em D (figura 2). Continue desta maneira até o fim da carreira. Puxe todos os pontos com firmeza. PONTO MIOSOTIS Faça 3, 4, 5 ou 6 Pontos Retos, um por cima do outro, no mesmo lugar, no sentido do comprimento do desenho. PONTO PALESTRINA Introduza a agulha do avesso para o direito do tecido (A) e faça um pontinho atravessando a linha (B). Passe a agulha para baixo e por trás do ponto recém-feito, sem prender o tecido, como em C. Com a linha por baixo da agulha, passe a agulha novamente por baixo do primeiro ponto em D. Puxe agora a agulha para formar um nó. Os nós devem ser feitos a espaços uniformes e bem apertados. Repita os passos anteriores até o tamanho desejado. PONTO CORDÃO (OU CORDONÊ) É um ponto bastante conhecido e muito usado em bordas e trabalhos com recortes. É feito da esquerda para a direita e sua execução, inicialmente, parece com o Petit Point, porém a linha (cordão) que vai sendo presa é segura por pontos feitos bem juntos e apertados. Veja as figuras. PONTO FOLHA Inicie o ponto introduzindo a agulha na ponta da folha, do avesso para o direito do tecido (A), e faça um pontinho reto na linha central do desenho. Puxe a agulha novamente (B) e faça um ponto inclinado até a linha central na base do primeiro ponto. Puxe a agulha (C) e faça outro ponto inclinado transpassando o ponto anterior. Continue a trabalhar, alternadamente em cada lado, até terminar (cobrir) o desenho (folha). Fontes de consulta: PONTO & ARTE – BORDADOS E APLICAÇÕES – Editora Globo – 1991 REVISTA LABORES – Nº 438 – novembro/1994 REVISTA AGULHA DE OURO – Nº 74 – setembro/2002 LIVRETE Nº 090 – CORRENTE LIVRO Nº 18 – ÂNCORA – BORDADO PARA O BEBÊ Abril/2013
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