Notícias de Beja - Diocese de Beja
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09 de Fevereiro de 2006 09 FEVEREIRO 2006 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXVIII – N.º 3873 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º 0985206MPC PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Depois das eleições presidenciais A Encíclica de Bento XVI Tempo novo Passado o cabo das tormentas, que foi a campanha para as presidenciais, contabilizados os resultados, digeridas as derrotas e saboreada a vitória de Cavaco Silva, pela maioria dos portugueses, respira-se um ar de descompressão, serenidade e esperança no nosso País, que transparece nas conversas da rua e na opinião pública e publicada. Nem outra coisa era de esperar, já que o Presidente da República eleito tem sobejas “Deus é amor” provas dadas de bom e efectivo serviço na governação de Portugal, nos dez anos de ouro em que foi PrimeiroMinistro, de 1985 a 1995, tempo em que se deu o maior salto qualitativo e quantitativo no lançamento das grandes obras de modernização e desenvolvimento do todo nacional e em que se cimentou a nossa democracia, garantindo-lhe credibilidade aos olhos do mundo civilizado. Pág. 8 Dia Mundial do Doente - 11 de Fevereiro “Quem quer dar amor, deve ele mesmo recebê-lo em dom”. “A fé bíblica não constrói um mundo paralelo ou um mundo contraposto àquele fenómeno humano originário que é o amor, mas aceita o ser humano por inteiro, intervindo na sua busca de amor para a purificar, desvendando-lhe ao mesmo tempo novas dimensões”. Não recebemos o Logos encarnado só de modo estático, mas também ficamos envolvidos no âmago da sua doação”. “O amor pode ser “mandado”, porque antes nos é dado”. “Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequeno encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus”. “Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro”. Promover a saúde mental acolhendo a pessoa doente Desde 1992, e por vontade expressa do Papa João Paulo II, celebra-se em toda a Igreja, a 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente. É um dia consagrado à reflexão e à oração, a reflexão sobre um tema que, em Pastoral da Saúde, se considere importante para a acção a desenvolver, e oração pelos doentes e pelos profissionais de saúde que, nalguns casos, têm tarefas bem difíceis. O Dia Mundial do Doente tem sempre uma celebração de carácter internacional, a partir de um Santuário Mariano. Em 2006, porém e na impossibilidade deste grande acontecimento pastoral se viver na Nova Zelândia, foi escolhida a cidade de Adelaida, na Austrália, para congregar os agentes pastorais que trabalhem na área da saúde, no Extremo Oriente. Em Adelaida há um grande santuário dedicado a S. Francisco Xavier. Será então, na Catedral de Adelaida, que decorrerão as várias iniciativas para a celebração do Dia Mundial do Doente em 2006. Escolhe-se anualmente um tema internacional que se sugere para todas as estruturas de pastoral da saúde no em discurso directo “O Espírito é também força que transforma o coração da comunidade eclesial, para ser, no mundo, testemunha do amor do Pai, que quer fazer da humanidade uma única família, no seu Filho”. “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”. “A afirmação de que as estruturas justas tornariam supérfluas as obras de caridade esconde, de facto uma concepção materialista do ser humano”. Visita pastoral do nosso Bispo a Ervidel, S. João de Negrilhos e Canhestros mundo. Este ano, o Conselho Pontifício escolheu como tema: “Saúde mental e física, durante toda a vida”, mas toda a reflexão proposta se centra na saúde mental que assume um relevo muito especial no nosso mundo. De facto, hoje, há 450 milhões de pessoas afectadas por problemas mentais, neurológicos ou comportamentais e são cerca de 873 mil as pessoas que se suicidam em cada ano. O desequilíbro mental constitui uma autêntica emergência social e no campo da saúde. Pág. 3 Beja celebra Dia dos Consagrados No domingo, dia 5 de Fevereiro, de tarde, reuniram-se muitos consagrados vindos de todas as partes da diocese, convocados pelo Bispo, para assinalarmos o tradicional Dia do Consagrado, dia 2, mas adiado para o domingo, por motivos de conveniência da maioria. Acorreu um grande número, o que muito me alegrou. Depois de uma bela palestra sobre a vocação e missão dos consagrados, seguida de diálogo, feita pelo Pe. Joaquim Valente, missionário do Verbo Divino, pároco em Almodôvar, agradeci a todos e a Deus a presença valiosa na diocese deste sinal do Reino, que o Papa Bento XVI denomina de “sentinelas que vislumbram a nova vida já presente na história”. O encontro terminou com o canto das Vésperas e um lanche partilhado. † António Vitalino, Bispo de Beja A semana passada foi dedicada à visita pastoral às paróquias confiadas aos cuidados do Pe. Olavo Dijkstra, carmelita, que há mais de trinta anos se tem entregado totalmente a estas populações, atento às suas necessidades espirituais, sociais, culturais e até mesmo laborais e materiais. Com a ajuda de benfeitores sobretudo da Holanda e da Alemanha, adquiriu e construiu muitas infraestruturas para actividades sociais, culturais e religiosas, desde infantários (no tempo do cultivo do tomate em grande escala), a residência paroquial, habitação para uma comunidade religiosa (as Irmãs Doroteias, que ele conseguiu trazer para a diocese), centros paroquiais em todos os lugares e um lar de idosos em Ervidel. Apesar deste trabalho intenso, generoso e abnegado, o Pe. Olavo desabafa que não sente crescimento notável da comunidade cristã. Tentar compreender tudo isto e marcar presença do Bispo entre o povo, foi um dos objectivos desta visita. Pág. 5 IGREJA 2 – Notícias de Beja 09 de Fevereiro de 2006 Guarda propõe beatificação de D. João de Oliveira Matos Já foi entregue no Vaticano, na Congregação para as Causas dos Santos, a documentação necessária para que se inicie o processo de canonização de D. João de Oliveira Matos, que foi Bispo Auxiliar da Guarda. «Depois de encerrado todo o processo diocesano, com a entrega do sumário do processo, foi escolhido como postulador da causa monsenhor Arnaldo Cardoso, natural da diocese de Lamego e conselheiro da embaixada de Portugal junto da Santa Sé», diz A Guarda na sua última edição. Ainda segundo este semanário diocesano, «depois do processo ter dado entrada em 1998, só agora foi possível entregar o sumário do mesmo, que consta de um resumo de toda a documentação. Em mais de quinhentas páginas, que serão traduzidas para italiano, são explicadas, de forma resumida as virtudes de santidade de D. João Oliveira Matos». Este prelado nasceu em Valverde, concelho do Fundão, numa casa humilde, a 1 de Março de 1879. Após os estudos na escola primária e no liceu de Castelo Branco, ingressou no Seminário da Guarda, em Setembro de 1896. Em 11 de Fevereiro de 1924 conseguiu reunir na Lajeosa do Mondego um pequeno grupo de pessoas, às este brilhante advogado e notável pedagogo que o prelado fundou as “Oficinas de São Miguel” e a “Escola Regional Dr. José Dirás da Fonseca”. Aberta a casa do Outeiro de S. Miguel, para aqui foi transferida a Escola que teria, pelos anos fora, um grande papel na educação e formação dos jovens. «Não era um bispo de gabinete » quais expôs o seu plano de criação da Liga dos Servos de Jesus. «A Obra que vamos fundar será para homens, mulheres, casados, solteiros e até doentes», explicou. Contando com a disponibilidade de três senhoras, uma das quais era sua irmã, constituiu depois urna comunidade orante, na Casa do Rochoso, que permitia que a Liga se dedicasse, desde logo, à obra dos retiros e ao acolhimento de crianças. A adoração permanente do Santíssimo Sacramento foi a primeira iniciativa de oração e reparação comunitária. Um dos homens que mais colaborou com D. João de Oliveira Matos foi o Dr. Alberto Dinis da Fonseca. Foi com Relendo a Encíclica do Papa A Encíclica de Bento XVI está cheia de expressões emblemáticas. Revelam o seu fundo teológico e abrem horizontes de original reflexão . Uma delas é esta que encabeça esta crónica, “a atenção do coração”. Encontámo-la no nº 31 que o Papa dedica ao “perfil específico da actividade caritativa da Igreja“. Não é totalmente original, mas o seu enquadramento no meio da segunda parte da carta, é no mínimo sintomático . Este número 31é uma espécie de síntese de toda a segunda parte. Nela fala o Papa da prática do amor pela Igreja enquanto Comunidade de Amor .Depois dum resumo histórico da prática da caridade na Igreja e pela Igreja, Bento XVI aborda a importante questão da relação entre a Caridade e a Justiça - Recomenda a leitura do Compêndio da doutrina Social da Igreja, publicado pelo saudoso João Paulo II. Refere-se de modo directo e claro ao papel do Estado no que diz respeito à justiça social e à luta pela justiça . Contesta um Estado totalitário que queira prover a tudo e tudo açambarcar e chega a firmar abertamente : “não precisamos de um Estado que regule tudo e domine tudo”. Defende um estado que generosamente reconheça e apoie, segundo o princípio da subsidiariedade, as iniciativas que nascem das diversas forças sociais e conjugam espontaneidade e proximidade aos homens carecidos de ajuda”. (28) Na opinião do Papa, um Estado que considere “supérfluas as obras de caridade, estaria apenas a esconder uma concepção Para o actual Bispo da Guarda, quem lê os escritos de D. João e quem conhece a sua história «não duvida que ele é um santo». «Entusiasma-me a forma como ele exerceu o seu múnus episcopal. Não era um bispo de gabinete, mas do meio do povo», afirmou também D. Manuel Felício em declarações citadas por aquele jornal. Na sua deslocação a Roma, para entregar o processo à Congregação do Vaticano presidida pelo cardeal português José Saraiva Martins, D. Manuel Felício levou consigo o padre António Moiteiro, actual assistente da Liga dos Servos de Jesus. Não há pressa no reconhecimento oficial da santidade de D. João por parte da Igreja. «O importante em todo este processo é levar ao povo este ícone e exemplo» de vida cristã, referiu D. Manuel Felício. A atenção do coração materialista do homem… seria imaginar que o homem vive só de pão… esquecendo o que é especificamente humano”. “É muito importante que a actividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva numa simples organização assistencial comum” . Isto não só porque a actividade caritativa da Igreja faz parte integrante da sua essência , do mesmo modo que o anúncio do Evangelho e a celebração dos Sacramentos, como também porque esta actividade tem um “perfil específico”. Fazer a caridade, é tão natural à Igreja como ao homem respirar. “O imperativo do amor ao próximo foi inscrito pelo Criador na própria natureza do homem “.Para respirar é preciso ter alma, estar vivo . Assim a Igreja, para ser ela mesma, necessita de fazer a Caridade. O Papa Bento é radical ao afirmar:”todos os que trabalham nas instituições caritativas da Igreja devem distinguir-se pelo facto de que não se limitam a executar habilidosamente a acção conveniente naquele momento, mas se dedicam ao outro com as atenções sugeridas pelo coração, de modo que ele sinta a sua riqueza de humanidade. Até faz lembrar as palestras de S. Vicente de Paulo às primeiras Filhas da Caridade, nos começos do século XVII sobre o serviço dos pobres e a dignidade das suas pessoas, mesmo que aparentemente parecessem vis e repugnantes . Constantemente lhes repetia: “minhas irmãs, servir os pobres é servir Jesus Cristo. Dez vezes por dia, ides a casa dos pobres, outras tantas vos encontrais com Jesus Cristo”.É do seu agrado o serviço que prestais aos doentes e considera-o feito a Ele mesmo .Se Deus dá uma eternidade feliz aos que dão apenas um como de água, em seu nome, que não dará à Filha da Caridade que tudo abandona e se dá a si mesma para os servir durante toda a vida !? E os pobres assistidos pela Filha da caridade serão os seus intercessores junto de Deus Virão em multidão ao seu encontro e dirão a Deus : “Meu Deus, foi esta que nos assistiu por amor de Vós; foi ela que nos ensinou a esperar em Vós, foi ela que nos ensinou a conhecerVos”. Não é certamente por acaso que o Papa cita Vicente de Paulo e Luisa de Marillac entre os “modelos insignes de caridade social”. (40) Os agentes das instituições caritativas da Igreja além da competente preparação profissional, devem ter sobretudo a “formação do coração” que se faz no encontro com Deus em Cristo. Só o Deus que criou cada homem e o fez único e original e revê nele os traços da sua imagem e semelhança, pode meter no coração de quem o serve aquele amor e respeito profundo que vem do íntimo e reconhece no mais íntimo do outro o seu valor e a sua dignidade . Chegados aqui, o amor do próximo já não é um mandamento imposto de fora, mas uma consequência resultante da fé que se torna operativa pelo amor, feito gesto. Manuel Magalhães VI Domingo do Tempo Comum Ano B 12 de Fevereiro de 2006 Deus para realizar o Seu plano de salvação, transmitiu ao homem a Sua Lei. E o homem tanto melhor alcançará a perfeição, quanto mais fielmente sintonizar o seu agir com a vontade divina. Jesus vindo à terra, não suprimiu a Lei. Libertou-a de falsas interpretações; condenou o apego à letra da lei, com desprezo do espírito; reprovou a prática meramente externa e ritual da lei; disse onde estava o essencial da Lei: no amor de Deus e dos irmãos. Mas ao mesmo tempo, recomendou-nos: “Se queres entrar na vida guarda os Mandamentos”. E para que o homem tivesse um modelo, Ele próprio, em toda a vida, Se tornou obediente à Vontade do Pai, em total fidelidade à Sua missão de serviço aos homens. O homem de hoje, orgulhoso das suas conquistas, não se preocupa com a Lei de Deus. Acata as leis humanas, como as do trânsito, certo de que sem elas a vida social seria o caos. Julga um jugo a Lei de Deus, quando é o modo seguro de realizarmos a nossa vocação humana e cristã. I Leitura Lev 13, 1-2.44-46 Esta leitura prepara-nos para melhor compreendermos a do Evangelho. Ali Jesus vai curar um doente de lepra. Nesta leitura, são recordadas as prescrições da Lei do Antigo Testamento a respeito dos leprosos. A situação destes doentes era verdadeiramente infeliz. Tanta mais se poderá ver na cura que o Senhor fez um sinal do seu poder e da sua misericórdia. Leitura do Livro do Levítico O Senhor falou a Moisés e a Aarão, dizendo: «Quando um homem tiver na sua pele algum tumor, impigem ou mancha esbranquiçada, que possa transformar-se em chaga de lepra, devem levá-lo ao sacerdote Aarão ou a algum dos sacerdotes, seus filhos. O leproso com a doença declarada usará vestuário andrajoso e o cabelo em desalinho, cobrirá o rosto até ao bigode e gritará: ‘Impuro, impuro!’ Todo o tempo que lhe durar a lepra, deve considerar-se impuro e, sendo impuro, deverá morar à parte, fora do acampamento». Salmo Responsarial Salmo 31 (32) Refrão: Sois o meu refúgio Senhor; dai-me a alegria do vossa salvação. II Leitura 1 Cor 10, 31-11,1 Paulo propõe-se a si mesmo como modelo aos cristãos, porque ele tem por modelo o próprio Cristo. O que ele pretende é que ninguém seja ocasião de pecado para os outros, mas antes de edificação e de salvação Leitura da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios Irmãos: Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus. Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo. Evangelho Mc 1, 40-45 Uma vez mais, Jesus Se mostra Senhor da vida. Por outro lado, mostraSe livre em relação à Lei e superior a ela: toca no doente, o que era contrário à Lei, mas manda que o homem curado se vá mostrar aos sacerdotes, o que era exigência da Lei. Jesus é realmente a fonte da vida nova; Ele é hoje o Ressuscitado. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me». Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse-lhe: «Quero: fica limpo». No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo. Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho». Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte. SAÚDE 09 de Fevereiro de 2006 Notícias de Beja – 3 Dia Mundial do Doente - 11 de Fevereiro Promover a saúde mental acolhendo a pessoa doente Alguns números: 25% dos países não têm legislação suficiente nesta área da saúde; 45% não têm uma política definida para a saúde mental; em mais de 25% dos centros de saúde, os doentes não têm acesso aos medicamentos psiquiátricos fundamentais; 70% da população dispõe de menos de um médico psiquiatra por 100.000 habitantes; as perturbações mentais afectam com maior frequência as populações desfavorecidas sob o ponto de vista intelectual, cultural e económico. Milhões de pessoas são obrigadas a sofrer no corpo e no espírito as consequências de uma alimentação deficiente, de conflitos armados, de catástrofes naturais, com as normais consequências de morbilidade e mortalidade. E por tudo isto que se impõe também a urgência de uma acção preventiva, na área da saúde mental, uma verdadeira educação para a saúde. Neste contexto e porque se agravam os problemas de saúde mental no mundo contemporâneo, neste Dia Mundial do Doente, os cristãos são convidados a reflectir e a agir, na prevenção e no acompanhamento dos doentes que sofrem estas perturbações. “Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente” foi o slogan escolhido pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde para viver o Dia Mundial da Saúde em Portugal. Toda a reflexão se centra em duas perspectivas da acção pastoral: a prevenção e o acolhimento, a prevenção das doenças pelo convite a um estilo saudável de vida, e o acolhimento dos doentes que, atingidos na sua saúde mental, são muitas vezes marginalizados, numa autêntica exclusão social. Hoje há inúmeras situações que se inserem na área das doenças mentais: a depressão a que inúmeras pessoas estão sujeitas e que incapacitam para a acção e causam uma angústia destruidora da alegria de viver; as dependências com a normal perda da liberdade, provocadas muitas vezes pelo consumo de produtos psicotrópicos que perturbam completamente a vida pessoal e social dos indivíduos, dependência nascida do consumo do álcool, da droga, dos fármacos lícitos, sempre inibidoras de uma consciência livre e responsável; o alzheimer, sucedâneo da demência senil muitas vezes precoce, hoje quase doença da moda e que empobrece terrivelmente a capacidade de relação, essencial a uma vida saudável; as obsessões que comprometem um normal projecto de vida, porque obrigam a constantes regressos; e não se fala já dos esterismos, das esquizofrenias, e das tentativas de suicídio, tudo doenças mentais de extrema gravidade e que, nos dias de hoje, se multiplicam de uma forma assustadora. A Igreja tem, no mundo de hoje, uma responsabilidade acrescida no tratamento e acompanhamento destes doentes. Curiosamente, foi em Portugal que nasceu a acção pastoral junto destas pessoas com problemas mentais. No Século XVI, São João de Deus, nascido em Montemor-o-Novo, foi o iniciador de um trabalho atento junto dos “loucos” que se perdiam pelas ruas de Granada. Ele próprio foi considerado um louco, mas iniciou um trabalho de assistência absolutamente inovadora, expressão da grande misericórdia de Deus para com os seus filhos que mais sofrem. São João de Deus foi o fundador da Ordem Hospitaleira de São João de Deus e São Bento Menni foi o fundador da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Estas duas Instituições Religiosas da Igreja têm em Portugal 21 Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas de apoio terapêutico e pastoral às pessoas com enfermidades O risco de exclusões e a dificuldade das terapias “O contexto social, diz ainda Bento XVI, nem sempre aceita os enfermos da mente, com as suas limitações. Também por este motivo, é difícil conseguir os necessários recursos humanos e financeiros. Adverte-se a necessidade de integrar melhor o binómio “terapia adequada” e “nova sensibilidade frente à dificuldade, de modo que se permita, aos agentes do sector, sair com mais eficácia ao Elementos a ter em conta para celebrar nas nossas comunidades o Dia Mundial do Doente a) A solidão é certamente o maior problema das pessoas com deficiências mentais. Ao doente mental, todos o abandonam, mesmo as famílias e os amigos mais próximos. A esta atitude tão comum nos nossos ambientes sociais, o cristão responde com tempos de acolhimento. Acolher é compreender e aceitar a diferença, comunicar o necessário para uma relação gratificante, estimular as energias latentes que, apesar da doença, a pessoa pode manifestar. b) As famílias estão muito marcadas pela dificuldade que comporta uma assistência permanente, pela incapacidade de relação, pela falta de formação específica, pela pobreza de recursos. No meio de um enorme cansaço, precisam de apoios organizados. Os voluntários em saúde e os núcleos paroquiais podem aliviar as famílias, substituindo-as depois do tempo de esforço em que se esgotaram. Estes apoios passam pela presença organizada, pelas pequenas tarefas caseiras, pela estadia à cabeceira do doente para a família poder descansar ou mesmo ter uns dias de férias. c) A assistência clínica e os apoios sociais são certamente os elementos mais importantes e que nunca podem negligenciar-se. No hospital, a presença dos médicos e dos enfermeiros é fácil. O mesmo não acontece quando os doentes estão em sua casa, com a necessidade de apoio domiciliar. Mas é importante que este apoio se consiga, com profissionais de saúde amigos, integrando um voluntariado em saúde suficientemente eficaz. A Pastoral Social e a Pastoral da Saúde, sobretudo nas comunidades paroquiais, devem trabalhar em conjunto. O Centro Social fornece o apoio social indispensável ao doente e à sua família. O Núcleo Paroquial de Pastoral da Saúde oferece a ajuda espiritual e mesmo sacramental de que o doente e a família necessitam. É um trabalho conjunto, de áreas inseparáveis. Assim se consegue o que poderia chamar-se uma assistência integral. na área da saúde mental. Vale a pena conhecer estes dois Institutos de serviço à saúde mental. A Mensagem do Papa Bento XVI Como fazia João Paulo II, também Bento XVI envia a todas as comunidades a Sua mensagem, por ocasião do Dia Mundial do Doente, inserindo-se no tema “Saúde mental e física, durante toda a vida” Respigamos algumas passagens da mensagem que, pela sua importância, se tornam motivadoras de um trabalho de acolhimento às pessoas com problemas, na área da saúde mental. O compromisso das comunidades cristãs “Quero estar presente, espiritualmente, diz o Papa, na Jornada Mundial do Doente, para deter-me a reflectir, em sintonia com os participantes, sobre a situação dos enfermos mentais no mundo e solicitar o compromisso das comunidades eclesiais, dando testemunho da terna misericórdia do Senhor” Crise de valores morais “Em muitos países, continua o Papa, os especialistas reconhecem como origem de novas formas de transtorno mental, a influência negativa da crise de valores morais. Isto aumenta o sentido da solidão, perturbando e mesmo desagregando as tradicionais formas de coesão social, começando pela instituição da família e marginalizando os enfermos, sobretudo os mentais, com frequência considerados um peso para a família e para a comunidade”. encontro dos enfermos e das famílias que, por si só, não têm a capacidade de seguir adequadamente os seus familiares em dificuldade.Apróxima Jornada Mundial do Doente é uma circunstância para manifestar solidariedade às famílias que têm a seu cargo pessoas com doenças mentais” A cultura do acolhimento e a capacidade de partilha “A Igreja, especialmente através dos capelães hospitalares e párocos, não deixará de oferecer aos doentes mentais e suas famílias a ajuda de que precisam, já que está totalmente convencida de que é chamada a manifestar o amor e a solicitude de Cristo para com os que sofrem e os que se ocupam deles”. Aos agentes pastorais e aos voluntários, o Papa recomenda ainda a cultura do acolhimento e da capacidade de partilha, para ser possível respeitar e promover a dignidade destes irmãos doentes. Como o Bom Samaritano Aterminar, Bento XVI, “pede à Virgem Santa Maria que conforte os que estão marcados pela enfermidade e sustente os que, como o Bom Samaritano, suavizam as chagas corporais e espirituais”. Esta mensagem de Bento XVI dirigese a todas as comunidades cristãs, inseridas ou não numa unidade hospitalar. Quer num hospital, quer em suas casas, os enfermos com problemas mentais e as suas famílias devem ser apoiados com todas as ajudas de que carecem, sejam apoios sociais, seja o conforto espiritual, mesmo da oração e dos sacramentos. d) As políticas de assistência, em saúde mental, são insuficientes, o que coloca a Igreja na primeira linha desta intervenção em saúde. O próprio Santo Padre alertava para isso na Sua mensagem para o Dia Mundial do Doente: “lamentavelmente em muitas partes do mundo, os serviços a favor destes doentes são carentes, insuficientes e em ruína”. Se tal não acontece em Portugal, há no entanto uma mentalidade de inserção dos doentes mentais na comunidade que os torna pessoas perdidas no meio da “cidade”. E também considerando este facto, que a Igreja tem nas comunidades paroquiais, responsabilidades acrescidas. A Igreja tem 21 hospitais que estão especializados em saúde mental, trabalho magnífico da Ordem de S. João de Deus e das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, mas há muitas outras pessoas com problemas nesta área e que vivem nas comu-nidades cristãs. Acolhê-las, escutá-las, ajudá-las e integrálas comunitariamente é um dever para a pastoral da saúde nas nossas paróquias. e) Uma acção pastoral organizada. A saúde mental merece uma atenção especial das comunidades cristãs. Há inúmeras pessoas com depressão, aparecem muitos dependentes do álcool e da droga, os idosos sofrem a síndrome da solidão, as pessoas com idade muito avançada revelam sintomas de aizheimer, vêm à Igreja alguns doentes com sinais de esterismo e de esquizofrenia. O que fazer? - Procurar conhecer os casos que merecem especial atenção da parte do centro social e de pastoral da saúde; saber como as famílias acompanham as situações de doença. - Visitar estas famílias e tentar apoiá-las, na medida do possível, para que sintam que não estão sós na ajuda ao doente que está em casa. Será interessante, encontrar formas que permitam aos familiares terem horas de descanso ou mesmo tempos de férias, para se restabelecerem. - Definir claramente o tipo de assistência social e espiritual, respeitando a consciência do doente e da sua família e proporcionando companhia, ser-viços ou auxílios espirituais na medida em que estas ajudas são pedidas e aceites. - Criar grupos de oração e mesmo de catequese em que estas pessoas se sintam bem. É uma forma de socialização, de quebra do isolamento, aproveitando também para o enriquecimento espiritual e sobrenatural dos enfermos e seus familiares e amigos. - Integrar estas pessoas de uma forma normal na vida litúrgica da comunidade cristã. A normalidade é a marca de uma celebração em que todos têm lugar, mesmo aqueles que têm problemas na área da saúde mental. PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 09 de Fevereiro de 2006 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Actividades do Departamento do Património Histórico e Artístico A Exposição «A Invenção do Mundo – Arte Sacra da Diocese de Beja», que se encontra patente no Paço Episcopal de Faro, tem registado uma afluência muito significativa de visitantes. A sua gestão corre a cargo de uma pequena equipa local, formada, sob a orientação do P.e Joaquim Nunes, Chanceler da Diocese do Algarve, pelo Dr. Jorge Carrega, D. Augusta Viegas e D. Vanessa Fraga, que têm sido de uma dedicação notável à iniciativa. É também de realçar o acompanhamento feito pelo Vigá- de Nossa Senhora das Salas, passando-se agora à limpeza e consolidação dos retábulos, antes de se proceder a uma monitorização definitiva da abóbada e à caiação dos alçados interiores e exteriores. Estão previstas deslocações de brigadas técnicas às ermidas de Santa Luzia (Pias) e de Nossa Senhora da Orada (Brinches), à igreja da Misericórdia de Vila Alva (Museu de Arte Sacra e Arqueologia da Paróquia e da Santa Casa, a aguardar remodelação), à igreja de Nossa Senhora da Conceição Um aspecto do Paço Episcopal de Faro, onde se encontra a Exposição de Arte Sacra de Beja rio-Geral da Diocese, P.e Ferro, e pelas instituições colaborantes, desde a Câmara Municipal de Faro ao Governo Civil, à Delegação Regional da Cultura do Algarve e à Estrutura de Missão Faro, Capital Nacional da Cultura 2005, que termina funções em Março próximo. A equipa do Departamento do Património da Diocese de Beja tem feito um acompanhamento regular da Exposição, estando actualmente a avançar com os derradeiros trabalhos da recuperação da casa anexa à igreja de Nossa Senhora A igreja da Misericórdia de Castro Verde dos Prazeres, em Beja, onde já está finda a empreitada a cargo do IPPAR e da Diocese e se procede agora a tarefas de limpeza. O Arqt.º Ricardo Pereira concluiu o projecto de remodelação do adro, criando dois acessos autónomos, projecto esse que aguarda agora deferimento superior. Foi também feita a proposta para a conclusão das obras de restauro da capela de Nossa Senhora do Rosário, anexa à igreja de Santa Maria da Feira. Em Sines, terminou a quarta fase dos trabalhos da igreja (Beringel) e a várias igrejas de Alvito. Contactos com a Galiza e o Norte de Portugal A convite da Xunta da Galiza – o governo autónomo da região –, o Prof. José António Falcão realizou uma visita oficial ao Museo de Pontevedra, o mais importante museu galego, onde foi recebido pelo Prof. Xosé Carlos Valle Pérez, Director desta instituição, que está interessada em poder mostrar, numa das suas galerias, a Exposição «A Invenção do Mundo», actualmente em Faro. A reunião decorreu de forma muito positiva, ficando o assunto a aguardar novos contactos. A deslocação à Galiza foi aproveitada para uma visita demorada à catedral de Santiago de Compostela, onde o Prof. Falcão e os outros membros do Departamento e do Baixo Alentejo que o acompanharam foram recebidos pelo Presidente da Comissão de Cultura do Cabido Catedralício, Cónego Alejandro Barral Iglésias, e pelo Conservador do Museu da Catedral, D. Xosé Suárez Otero. A catedral de Santiago de Compostela está muito interessada em estreitar laços com o Alentejo e aceitou o convite para colaborar numa exposição sobre o culto de Santiago Maior, a ter lugar em Santiago do Cacém. Na capital galega foram também feitos contactos com as autoridades oficiais, sendo de destacar a amabilidade de D. Antonio Mon- teiro, Presidente do Consello Galego de Cultura, a mais importante instância cultural da região, que se predispôs a ajudar em tudo o que fosse necessário para um estreitamento de relações culturais e técnicas entre os responsáveis do património da Galiza e do Alentejo. Já de regresso a Portugal, a comitiva de Beja fez uma paragem demorada em Barcelos, onde trocou impressões com a Direcção do Museu de Olaria, dependente da Câmara Municipal. Esta instituição, que possui importantes obras da olaria de Beringel na sua colecção, está interessada em realizar uma iniciativa sobre a imaginária em barro do Baixo Alentejo, tendo manifestado empenho em contar com a colaboração do Departamento do Património Histórico e Artístico nesse sentido. Direcção Regional dos Monumentos de Lisboa vai continuar trabalhos na igreja matriz de Santiago do Cacém Será já este ano que a DirecçãoGeral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, através do seu departamento regional de Lisboa, concluirá as iniciativas previstas para a igreja matriz de Santiago do Cacém em 2006-2007. Para além da construção de um guarda-vento em vidro numa das entradas do imóvel, propriedade do Estado, prevêemse obras de vulto na conservação Insígnia de Santiago Maior, no Museu da Catedral de Santiago de Compostela. Paróquias, Câmara e Misericórdia de Alvito empenhadas na salvaguarda e divulgação do património religioso do concelho Correspondendo a um apelo do Pároco de Alvito, P.e João Paulo Bernardino, o Departamento do Património Histórico e Artístico reuniu com membros das Paróquias, da Santa Casa da Misericórdia e da Câmara Municipal, de modo a definir um programa de trabalhos para preservar a dar a conhecer o património religioso deste belo concelho, que possui algumas jóias da arquitectura manuelina nacional. A proposta solicitada, e que será alvo de novas trocas de impressões, visa o restauro de algumas Secção do tecto da igreja da Misericórdia de Castro Verde das coberturas, uma necessidade há muito sentida. Por outro lado, a Comissão local de Salvaguarda vai avançar, com o auxílio técnico da Câmara de Santiago do Cacém, com reparações em portas, janelas e paredes, estando também definido o reforço pontual da drenagem de águas pluviais. No Tesouro da Colegiada proceder-seá à melhoria das condições museográficas das salas 2 e 5. dezenas de obras de arte em mau estado de conservação, a realização de uma exposição de arte sacra do concelho – provavelmente na capela do castelo de Alvito – e a actualização do levantamento já existente. Espera-se para breve a realização de obras de recuperação das pinturas murais da igreja matriz de Alvito, promovida por oportuna iniciativa do Dr. Amaral Barata, ilustre advogado em Lisboa, que é um dos representantes da casa dos barões, condes e marqueses de Alvito. Furtos em 2005 Feito o balanço dos furtos ocorridos em igrejas e museus do Baixo Alentejo, verificou-se um ligeiro decréscimo no território do distrito de Beja que é da competência da GNR, aumentando no entanto as ocorrências na cidade de Beja, sob a vigilância da PSP, e nos concelhos do litoral, que pertencem ao distrito de Setúbal. Assumiu particular gravidade o furto ocorrido na igreja matriz de Santa Cruz, em Almodôvar, concomitantemente com problemas similares nas paróquias vizinhas da serra algarvia. Em Beja, regista-se a comoção dos populares com o furto de alfaia contendo partículas sagradas, numa das igrejas da periferia da cidade. Igreja da Misericórdia de Castro Verde A Câmara Municipal de Castro Verde e o Lar Jacinto Faleiro, proprietário da antiga igreja da Misericórdia, pretendem, em união de esforços com o Tesouro da Basílica Real desta localidade, promover a abertura regular ao público da referida igreja, situada nas imediações da Basílica Real e do Museu da Lucerna. Nesse sentido, solicitaram a colaboração do Departamento do Património Histórico e Artístico para se estudar a recuperação do imóvel, que está em bom estado geral de conservação, necessitando apenas de obras de restauro pontuais, e a sua posterior abertura ao público, como uma retaguarda para o já importante afluxo turístico que se regista na localidade. O Instituto das Estradas de Portugal, a pedido da autarquia, pôs em destaque a Basílica Real de Castro Verde numa das placas que orientam os automobilistas na Auto-Estrada do Algarve, o que é de saudar, lamentando-se que não ocorra o mesmo em relação aos demais monumentos religiosos de grande significado noutros pontos do mesmo trajecto. José António Falcão DIOCESE 09 de Fevereiro de 2006 Notícias de Beja – 5 A Igreja de Beja em marcha Visita pastoral do nosso Bispo a Ervidel, S. João de Negrilhos e Canhestros Pelas ruas de Ervidel O dia 31 de Janeiro foi passado totalmente em Ervidel. De manhã, depois de um breve encontro na casa paroquial com o pároco e da apresentação de pêsames na casa ao lado, onde era velada uma pessoa falecida, fomos cumprimentar os membros da Junta de Freguesia. Como o dia era de sol, mas frio, encontravam-se muitas pessoas nas ruas, para se aquecerem com os raios de sol. Saudações breves, para não atrasar os horários da agenda, fomos recebidos à porta do edifício da Junta pelos membros do executivo, que nos mostrou as instalações, fez uma breve descrição da aldeia, salientou as boas relações com a paróquia, sobretudo com o lar e ofereceu-nos os galhardetes da terra e dois CD’s dos grupos corais de Cante Alentejano, um feminino (“Mulheres do Cante Flores da Primavera”) e outro masculino (“As Margens do Roxo”). Com 1.309 habitantes segundo o censo de 2001, pouco mais de um terço dos anos 60, a cerca de 20 Km. A sul de Beja, ao lado da antiga estrada nacional Lisboa-Faro, Ervidel é uma aldeia compacta, tradicional, de casas típicas alentejanas, rodeada de campos de cultura de sequeiro, com algumas vinhas e olivais, ocupando poucos trabalhadores na agricultura. Um bom grupo de pessoas em idade activa trabalha nas Minas da Somincor, no concelho de Castro Verde, para onde é transportada em autocarros. Outra parte trabalha no Centro Social Paroquial ou em serviços da autarquia. Muita gente nova continua a deixar a aldeia à procura de melhores condições de vida. O número de baptismos ronda os 10 por ano, muitos deles de pessoas idosas, enquanto o número de óbitos atinge a média de 30. Depois do almoço na casa paroquial, houve tempo de ver os livros das três paróquias, todos muito bem escriturados. A seguir, enquanto o Pe. Olavo fazia o funeral, visitei a escola, acompanhado da D. Lurdes, uma antiga funcionária da mesma. Saudei os professores, funcionários e alunos das duas turmas do 1º ao 4º ano e os da preprimária, onde encontrei uma educadora da Cuba, membro das Conferências Vicentinas. O imponente edifício da “escola primária”, onde eu vivi três semanas em regime de férias missionárias com os estudantes carmelitas, em 1965, encontra-se em obras, de maneira que as aulas são dadas no edifício da pre-primária. Depois da escola, fui apresentar cumprimentos à GNR, com quei dialoguei sobre os problemas de segurança da população. Atravessando as ruas da aldeia, fui visitar o lar, onde os funcionários e os idosos me aguardavam, curiosos de conhecer o bispo. Depois de visitar os acamados, dirigi uma saudação a todos e lanchei com eles. Ao fim do dia, reuni com os membros do Conselho Pastoral, do Conselho Económico e outros colaboradores da paróquia. Falei da organização de uma comunidade paroquial e da missão da Igreja e agradeci a amizade com que ajudam o pároco. A visita pastoral a esta paróquia terminou no domingo, dia 5, com a celebração da Eucaristia, que foi animada pelo Coro feminino litúrgico e pelo Grupo Coral As Margens do Roxo. Acompanhado pelo diácono irmão Domingos, aproveitei a oportunidade para agradecer o empenho apostólico do Pe. Olavo, há mais de trinta anos, o seu testemunho desprendido, motivado apenas pelo amor a Jesus Cristo e a este povo, a quem tudo deu e todo se entregou. Mesmo sob o ponto de vista material, o Pe. Olavo angariou um valioso património para esta paróquia, antes da sua chegada quase sem infraestruturas. Pelos lugares de S. João de Negrilhos O dia um de Fevereiro foi passado nos três lugares da paróquia de S. João de Negrilhos, com uma população de 1.719 habitantes segundo o censo de 2001, começando por Jungeiros. Acompanhado do irmão José Domingos e das irmãs de Doroteias, fomos acolhidos à entrada do lugar pelo executivo da Junta e muitos moradores, que nos acompanharam na visita à povoação. Em primeiro lugar, fomos à escola, 1º ciclo e pre-primária. Se não aumenta o número de alunos, esta escola corre o risco de ser encerrada. Passámos pela sede do rancho etnográfico e pelas instalações do clube, indo depois até à igreja, onde dirigimos algumas palavras à população, que na altura já nos acompanhava em grande número, salientando a missão da Igreja e as necessidades espirituais da pessoa humana. Vistos os anexos com um bom terreno, salas de catequese e casa mortuária, em tempos adquiridos pelo Pe. Olavo para instalações paroquiais, despedimo-nos da população e fomos até à escola de Montes Velhos. Seguidamente visitámos a loja da Cooperativa e o Centro de Dia e Lar da Associação de Solidariedade Social de S. João de Negrilhos. Aqui tomámos conhecimento das necessidades sociais da população idosa e da urgência de aumentar a capacidade do lar, pois há muita gente dependente a viver só. Antes do almoço na comunidade das Irmãs Doroteias, em que também participou o executivo da Junta de Freguesia, ainda passámos pela capela e anexos, pelas instalações desportivas e algumas das ruas rectilíneas de Aldeia Nova. Depois do almoço passámos pelo Jardim de Infância e pelas instalações da Junta, de onde partimos com muito povo em direcção ao cemitério, para aí abençoar as sepulturas, a ampliação da área e rezar pelos falecidos. Daí fomos até à Associação de Beneficiários do Roxo, onde se encontra o cérebro das explorações agrícolas e do regadio. Ficámos bem elucidados de que, sem grandes investimentos, não é possível tornar rentável a agricultura do campo branco. Chegados ao salão paroquial, encontrámos muita gente e também muita comida para aquilo que estava previsto, um diálogo do Bispo com as pessoas e um chá. Aqui o Rui, um animador cultural, que nos acompanhou todo o dia e colaborador da paróquia, apresentou o plano da Nova Missão Paroquial, no qual a paróquia se encontra empenhada. Depois deste encontro terminámos o dia com a celebração da Eucaristia na igreja paroquial, que encheu por completo. Com acólitos vestidos a rigor e bem ensaiados, orientados pelo Rui. Este, de vez em quando, comunicava com a Rádio de Aljustrel, que se fez eco da visita pastoral. A celebração foi uma boa oportunidade para agradecer a Deus o dia e o trabalho apostólico do Pe. Olavo e das Irmãs Doroteias com todos os seus colaboradores. A celebração de encerramento será no dia 19 de Março, altura em que também se conclui a nova missão paroquial, que faz parte do projecto pastoral em que a paróquia anda envolvida desde há vários anos. No sábado, dia 4, celebrei a Eucaristia nas capelas dos lugares, em Jungeiros e Aldeia Nova, com muita participação do povo e que aproveitei para esclarecer a especificidade da missão da Igreja e agradecer o trabalho do Pe. Olavo e das Irmãs Doroteias. Ao fim do dia reuni com a Comissão Fabriqueira de S. João de Negrilhos, que apresentou as contas, devidamente escrituradas em balancetes mensais e anuais. Percorrendo as instituições de Canhestros O dia 3 de Fevereiro foi reservado para Canhestros, uma pequena paróquia de Ferreira do Alentejo, com 540 habitantes segundo o censo de 2001, que o Pe. Olavo assumiu a 6 de Outubro de 2001, em troca de Odivelas. Comecei por visitar o Centro de Dia e de Apoio Domiciliário, pertencente à Associação de Bem Estar dos Idosos e Reformados de Canhestros. Depois de cumprimentar os utentes e funcionários, a Direcção mostroume todas as instalações e pôs-me a par do projecto da ampliação para lar, uma necessidade para esta população envelhecida. Uma prova disso foi um senhor idoso, que, logo à chegada, foi ter com o Pe. Olavo, pedindo ajuda para a sua esposa, que foi vítima de uma trombose, ficou totalmente dependente e iria ser mandada embora da unidade de acamados para casa, onde ele vive só e também já bastante diminuido, devido à idade avançada. Daí fomos até à escola do 1º ciclo e pre-primária, a primeira apenas com 4 alunos. Seguidamente visitámos a Junta de Freguesia, o Centro Comunitário e de Actividades dos Tempos Livres. Boas instalações, mas pouca gente. O dia terminou na igreja, a precisar de obras urgentes, com a celebração da Eucaristia, ou melhor, terminou com um lanche de reunião com a Comissão da Fábrica da Igreja. Ovimos o projecto de obras de reparação e prometemos colaborar. Festa do Seminário de Évora No dia 2 de Fevereiro, Festa da Apresentação de Jesus no Templo, dia do consagrado e patrocínio do Seminário de Évora, realizou-se a reunião do Conselho Superior do ISTE, em que fomos representados pelo Pe. Manuel António e, de tarde, a festa do Seminário, na qual participei com D. Manuel Falcão e da qual fez parte uma palestra orientada pelo Pe. Feytor Pinto, sobre o acolhimento na missão do padre, uma Eucaristia solene na igreja do Espírito Santo e um jantar com todo o clero e amigos do Seminário. Agenda dos próximos dias Nesta semana, de 8 a 12, visita pastoral às paróquias de S. Brissos e Trigaches, aos cuidados do Pe. José Maria Coelho. No dia 9 de Fevereiro, reunião do Colégio de Consultores. Ao fim do dia visita à comunidade das Missionárias do SSmº Sacramento e Mª Imaculada, em Albernoa. No dia 11, celebração do dia Mundial do Doente, no Hospital Distrital de Beja. Na semana de 16 a 19, visita pastoral a Alvito, Vila Nova da Baronia e Odivelas, paróquias confiadas ao Pe. João Paulo Bernardino. De 20 a 24, retiro dos Bispos em Fátima. De 25 de Fevereiro a 1 de Março, Semana de Teologia da Vida Consagrada, em Fátima. No dia 1 de Março, Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma. No dia 5 de Março, 1º domingo da Quaresma, Pontifical na Sé. † António Vitalino, Bispo de Beja SOCIEDADE 6 – Notícias de Beja De cidadão para cidadão Agora que terminou o ruído da última campanha eleitoral; que se conhece o nome do novo Presidente da República portuguesa; que se fizeram numerosos comentários a este importante acto da nossa vida nacional, apresento, também, algumas notas a expressar o meu ponto de vista, sempre com a intenção de colaborar para o maior bem do povo português. São reflexões que fui fazendo à medida que o acontecimento se ia desenvolvendo. Têm o valor que têm no meio de uma justificada pluralidade de pontos de vista. 1 - A minha primeira observação refere-se à necessidade de a verdade enformar as campanhas eleitorais, até porque é frequente ouvir da boca dos candidatos que o povo português tem todo o direito a ser tratado com verdadeira transparência. Isto exige que aquilo que se lhe diz corresponda, objectivamente, à verdade dos factos e não só ao modo de pensar e aos objectivos daquele que fala, o que levaria a longa reflexão. Agora fico-me, tão só por sublinhar a coincidência de cinco dos seis candidatos terem procurado, sistemáticamente, “queimar” na opinião pública o sexto candidato, cuja eleição seria a causa de todos os males futuros, pois, disseram, é deficiente, quanto à política, à economia, às relações humanas e à defesa dos interesses do povo português. Um dos candidatos chegou mesmo a não reconhecer esse sexto candidato como democrata. Pergunta-se, será mesmo assim? Com isto não pretendo dizer que não se possa apontar as limitações dos candidatos, do seu passado e do seu programa, pois trata-se de um direito, se usado com objectividade e respeito pela dignidade da pessoa humana. Para que não haja perplexidades afirmo que aquilo que estou a escrever sobre esse candidato afirmá-lo-ia acerca de qualquer outro candidato se a verdade e o respeito às suas pessoas não fossem, por sistema, tidos na devida conta. E que cada um, porque pessoa, deve ser tratado com respeito pela sua dignidade. Pareceu-me, ainda, que na cam- panha foi esquecido este raciocínio pragmático do povo: Se se diz tanto mal de uma pessoa é porque tem valor, uma vez que das “nulidades” não se diz mal tão empenhadamente. Tem-se apenas compaixão. E o que é facto é que o povo, ao emitir o seu parecer, escolheu precisamente aquele que os cinco candidatos vetaram. Todas estas minhas palavras assentam na convicção de que não há candidatos totalmente perfeitos, nem há candidatos totalmente imperfeitos, segundo mostra a experiência e afirma a sã filosofia. Em todos os seres humanos há sempre uma coisa e outra. É evidente que todos estes seis candidatos têm qualidades e valores e, igualmente, limitações. Concluindo, não pareceu acertada a estratégia escolhida do mal-dizer. Esta a minha primeira nota de comentário. Razão tem João Paulo II ao escrever que nada é tão sagrado no mundo como a pessoa humana 2 - A segunda observação diz respeito a uma ideia que transparece nas campanhas eleitorais. A ideia de que o povo é ignorante. Nada mais errado. O povo tem a escola da vida, tantas vezes sacrificada e dura, o que corresponde a um curso permanente acerca do modo de observar, julgar, discernir e optar. Não vai pela superficialidade, cuja inconsistência descobre no dia a dia. Procura fundamentos seguros para a sua vida, apesar de às vezes se deixar tentar pela satisfação fácil. Sabe que aquilo que vale e tem futuro, normalmente, exige sacrifício e renúncia. Não venham, por isso, com promessas mirabolantes e inconsequentes. O povo tem, como regra, o sentido do bom senso não obstante as excepções que introduz na sua vida por causas que o confundem. O povo não pode, não deve ser tratado como menor, use-se para o efeito, da abundância de beijos baratos; de palmadinhas, por estratégia, nas costas; da compreensão e compaixão, de ocasião, acerca dos seus sofrimentos; das ofertas de objectos a captar votos e de tantas outras formas de manipulação mais ou menos encapotadas. O povo deve ser tratado com seriedade, honestidade, verdade e sem estas habilidades. Nesta campanha, apesar dos sinais de evolução positiva, ainda houve bastante manipulação. Houve algum esforço por apresentar ideias e programas, mas com facilidade se descambou para o engano. O povo, hoje, percebe muito melhor quando o querem levar (manipular). Pode ficar calado e até parecer que está a concordar, mas na votação diz o que, realmente, pensa. É uma característica do povo português o seu senso do oportuno e do melhor para as circunstâncias em presença. Nas primeiras eleições depois do 25 de Abril, apesar da intensa campanha para o voto em branco, lembram-se, o povo português escolheu, claramente, para governar, o partido que, entre os partidos recentemente criados, seria o mais experiente, não atendendo à campanha pelo voto nulo. Depois, até aos nossos dias, foi escolhendo, conforme lhe parecia, o melhor para o país, mesmo com mudança de rumo. O povo não é ignorante, embora não seja erudito. Tem a sua maneira de reflectir segundo a experiência de vida e a noção das realidades. Não se pense facilmente o contrário. Seria uma ilusão. Ainda temos um longo caminho a percorrer para se chegar à discussão de ideias e programas, esclarecendo com verdade os eleitores, sem se recorrer a processos enganosos e dizendo apenas o que agrada e adormece. Não justifica este modo de proceder a verificação de que lá fora se segue esse caminho. Imitar nem sempre é a melhor decisão. 3 – A terceira observação diz respeito ao Bem da Comunidade Nacional perante interesses secundários e, por vezes, mesquinhos. Nas campanhas eleitorais torna-se difícil, às vezes, descobrir que o Bem Comum está presente nas preocupações dos vários intervenientes partidários. Quem ouve esses discursos nota que se faz a defesa da proposta do partido em causa, frequentemente, sem indicar como a vão concretizar. Fica-se, com frequência, a pensar que se trata apenas da conquista do poder, sem explicitar convincentemente que se quer o poder para servir melhor o Bem do País. É, por isso, que o povo declara com tanta frequência que os candidatos lutam pelo poder para se “encherem” e nada mais, atirando poeira para os olhos. Foi o que disse uma mulher do Barreiro à televisão: Apesar de ser do partido..., não vou votar, porque não vale a pena. São todos iguais. O que querem é poleiro. Ao chegarem lá, esquecemse do povo. Descontando o evidente exagero destas palavras, há aqui uma lógica que pede reflexão. Não será por causa desta lógica que a abstenção é tão elevada? Se o discurso eleitoral fosse sempre verdadeiro, colocasse cada coisa em seu lugar e o Bem da Comunidade tivesse sempre a primazia e, depois da conquista do poder se tomassem a sério as promessas feitas, outra seria certamente a atitude dos abstencionistas de hoje. Há que parar, reflectir e encaminhar de outro modo as campanhas eleitorais. É de justiça reconhecer que algum progresso se tem alcançado ultimamente, mas muito mais se há-de fazer para cimentar uma democracia adulta e esclarecida para maior bem do nosso País. João Alves, Bispo Emérito de Coimbra 09 de Fevereiro de 2006 Dia mundial do doente Crise de valores gera traumas psicológicos «Nos países que contam com um elevado desenvolvimento económico, os especialistas reconhecem também como origem de novas formas de transtorno mental a influência negativa da crise dos valores morais. Isto aumenta o sentido de solidão, perturbando e mesmo desagregando as tradicionais formas de coesão social, começando pela instituição da família e marginalizando os enfermos, especialmente os mentais, com frequência considerados um peso para a família e para a comunidade» - diz-nos o Papa Bento XVI, na sua mensagem para o XIV dia mundial do doente, a celebrar no próximo dia 11, intitulado: ‘Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente’. Os dados referidos nesta mensagem papal são sintomáticos: «a dificuldade mental afecta um quinto da humanidade e constitui uma real e verdadeira emergência sócio-sanitária». Por entre variadas causas, hoje é muito comum vermos muitas pessoas em estado de depressão, manifestando os mais diversos traumas psíquicos, as mais impensadas tensões interiores, pessoais, familiares, morais ou sociais... com situações de assistência (tanto hospitalar como em casas de saúde, com voluntários, agentes de pastoral ou associações) interpretadas em ordem a promover a dignidade dos doentes. Quando vemos serem implementadas, em Portugal, medidas para os seiscentos mil deficientes. Quando se conhecem os gastos (mais de 230 milhões de euros) para a integração dos referidos deficientes. Quando se nota alguma confusão sobre o futuro dos hospitais psiquiátricos. Então, a reflexão da Igreja Católica para o dia mundial do doente é mais do que actual: é urgente, por forma a combater a solidão, a integrar as famílias dos doentes, a gerar uma cultura de acolhimento e da partilha. Diante destes desafios perguntamos: * Os doentes – físico/biológicos, psíquicos, espirituais, sociais ou morais – sentem-se amados em família, na sociedade e na paróquia/Igreja? Sabemos dar-lhes o necessário conforto espiritual cristão? O sacramento da unção dos doentes já perdeu a categoria de ‘trauma’ ou de rótulo de ‘carimbo para a morte’? Temos procurado dignificar este sacramento no contexto paroquial, mesmo com a presença de crianças? * A passagem da morte continua a ser ‘tabu’ ou já está enquadrada na nossa existência pessoal, familiar e não meramente social? Temos, enquanto Igreja Católica, sabido fazer dos momentos da debilidade humana (doença, tragédias pessoais ou públicas e mesmo os funerais), oportunidades de evangelização e não de mera conformidade ritual? * A crise de valores (denunciada, sentida ou empolada) provoca a nossa reflexão sobre a identidade cristã no mundo? Te(re)mos aproveitado todas as circunstâncias para anunciar Jesus como salvador e não para (meramente) invectivar os descrentes e os pouco/nada praticantes? Enquadrados pela vitória da Paixão do Senhor, celebrada de forma mais contemplativa na festa das Cinco Chagas do Senhor, a ocorrer a 7 de Fevereiro, poderemos no hoje da nossa história continuar a aliviar a dor/sofrimento de tantos dos nossos irmãos. Assim o vivamos e testemunhemos, onde quer que nos encontremos. A. Sílvio Couto Idálio Ferreira Construção Civil Apartado 152 / Galeado, Lote 115 7645-036 Vila Nova de Milfontes Tel. / Fax +351 283 998 528 / Telm.: +351 966 640 864 www.idalioferreira.com.pt REGIONAL 09 de Fevereiro de 2006 Beja quer promover centro histórico a património nacional A proposta de elevação do centro histórico da cidade de Beja a património nacional, que o município está a elaborar para ser enviada às entidades governamentais, é, a primeira proposta do género a ser apre-sentada no país. A ideia surgiu na sequência do trabalho que os técnicos municipais tinham elaborado para a revisão do Plano de Salvaguarda do Centro Histórico de Beja, aprovado em 1983, que também foi o primeiro a ser elaborado em Portugal. As classificações atribuídas pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) visam exclusivamente edifícios singulares. Mas neste caso propõe-se uma classificação nova, mais abrangente, que tenha por objecto conjuntos de imóveis - neste caso o do centro da capital do distrito. Unificar e classificar toda a área que se encontra no interior das mura-lhas da cidade foi o meio que o município de Beja considerou mais eficaz para proteger o centro histórico. Fundação Nobre Freire A Fundação de Solidariedade Social “Lar e Centro de Dia Nobre Freire” comunica, no âmbito das comemorações do 1.º Centenário, que no próximo dia 11 de Fevereiro pelas 18.30 horas, na igreja do Carmo, irá mandar celebrar uma Missa em memória da sua fundadora, Sra. D. Angélica Nobre Freire, de todos os colaboradoes, utentes e funcionários. Mais informa que nesta data, e a partir das 15 horas, a Instituição terá as portas abertas a toda a comunidade que tenha interesse em conhecer a mesma. A Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Sede & Secção de órgãos: Rua Andrade Corvo, 72/78, 4704-522 Braga Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779 Fábrica: Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras e Sextas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A - Telefone 217 952 997 LISBOA Município anuncia encerramento definitivo do mercado ambulante de Beja A Câmara Municipal de Beja torna pública a sua decisão de encerrar em definitivo o mercado ambulante que funcionou nos últimos meses, com periodicidade semanal, nas traseiras do Parque de Campismo da cidade. A decisão foi comunicada esta manhã aos feirantes tendo, em seguida, decorrido uma reunião tripartida com representantes do Município, ExpoBeja e comissão de feirantes – entidade que representa os vendedores do mercado extinto –, na qual, ficou estabelecida a vontade de todos em criar uma nova feira na cidade. Este novo espaço de venda terá periodicidade semanal, com inicio já no próximo sábado, e decorrerá no Parque de Feiras e Exposições de Beja, sendo o processo organizativo da exclusiva responsabilidade da ExpoBeja. A criação de uma nova feira permitirá melhorar significativamente as condições de trabalho dos feirantes e de acolhimento aos futuros clientes, uma vez que o certame irá decorrer num espaço coberto - livre do mau tempo e da lama, apetrechado com casas de banho públicas, um amplo parque de estacionamento, entre outras mais valias. Na mesma reunião ficou definido que todo e qualquer comerciante poderá ter acesso à nova feira com o objectivo de escoar os seus produtos, tendo ficado condicionada a participação de cada vendedor ao pagamento de uma taxa mensal no valor de 125 Euros. O novo espaço comercial da cidade começou a funcionar no dia 4 de Fevereiro, no Parque de Feiras e Exposições de Beja e poderá ser visitado por todos entre as 08h e as 14 horas. Publ. Cartório Notarial de Vidigueira Certificado Certifico, por extracto, para efeito de publicação, que por escritura de “ Justificação” outorgada no Cartório Notarial de Vidigueira, no dia vinte de Janeiro de dois mil e seis, lavrada a folhas vinte e oito e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número cento e vinte e nove-C, Domingos Geraldes Dionísio, titular do NIF 157 616 754, natural da freguesia e concelho de Penamacor e mulher Maria do Nascimento Andrade Aires Dionísio, titular do NIF 145 829 901, natural da freguesia de Pedrógão, concelho de Vidigueira, casados sob o regime de comunhão geral, residentes na Rua Padre Américo, n.º 36, 1.º andar, Laranjeiro, Almada, declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, de um prédio urbano, composto de casas com dois compartimentos com a área de vinte e quatro metros quadrados e logradouro com a área de trinta metros quadrados, sito na Rua Abaixo, freguesia de Pedrógão, concelho de Vidigueira, a confrontar de norte com Teresa de Jesus Prazeres, do sul com Manuel José Rosa, do nascente com António Dias Charrua e do poente com Rua Abaixo, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Vidigueira, inscrito na matriz respectiva em nome do justificante varão sob o artigo 414, com o valor patrimonial para efeitos de IMI, de IMT e o atribuído de quatrocentos e sessenta e seis euros e quarenta e um cêntimos. Que o identificado prédio, veio à sua posse por compra a José Agostinho, viúvo, já falecido, com última residência habitual em Pedrógão, Vidigueira. Que possuem e usufruem o dito prédio, desde a data da sua aquisição em mil novecentos e setenta e dois e os justificantes continuam a possui-lo e a usufruir do mesmo, posse que detêm há mais de vinte anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja; Que essa posse foi adquirida e mantida sem violência e sem oposição, ostensivamente com conhecimento de toda a gente, em nome próprio e com aproveitamento de todas as utilidades do prédio agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, quer usufruindo como tal o imóvel, quer suportando os respectivos encargos. Que esta posse em nome próprio, pacífica, contínua e pública desde o ano de mil novecentos e setenta e dois, conduziu à aquisição do imóvel por usucapião, que invocam, justificando o seu direito de propriedade plena para efeito de registo, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial de Vidigueira, aos vinte de Janeiro de dois mil e seis. A Ajudante Carla Sofia Pires Guerreiro Notícias de Beja – 7 Registado Évora saúda o novo Presidente da República A Câmara Municipal de Évora saúda a eleição do Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva como Presidente da República, num acto eleitoral amplamente participado e cuja elevação no debate de ideias demonstrou a maturidade da democracia portuguesa. No momento de especial dificuldade económica que Portugal atravessa, a disponibilidade afirmada pelo futuro Presidente da República para, em cooperação com o Governo, encontrar um rumo para que o País retome o caminho da prosperidade e desenvolvimento constitui para os portugueses o renascimento da esperança. A Câmara Municipal de Évora exorta o Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva a, desde o início do seu mandato, exercer a magistratura de influência que a Presidência da República lhe confere para atenuar as assimetrias regionais entre o litoral e o interior do País, direccionando para as zonas mais desfavorecidas os investimentos produtivos que, pela criação de riqueza, contribuam para um mais justo equilíbrio social de Portugal. A Câmara Municipal de Évora convida o futuro Presidente da República para, uma vez empossado, inscrever na sua agenda de visitas ao interior do País, a Cidade e Concelho de Évora, tomando contacto directo com a nossa realidade e também com as nossas potencialidades para assim podermos contribuir para o desenvolvimento da Região e do País. Esta saudação foi aprovada por unanimidade, em reunião pública da Câmara Municipal, de 25 de Janeiro de 2006. Recorda-se que o Executivo de Évora é presidido por um socialista, Dr. José Ernesto d’Oliveira, dois vereadores socialistas, três comunistas e um social-democrata. Sublinha-se e aplaude-se este gesto. É bonito e democrático. Mercado de Santo Amaro vai mudar de lugar O tradicional mercado ao ar livre, realizado aos sábados, no Largo de Santo Amaro, deverá ser deslocado para o espaço do Mercado Municipal, a breve prazo, segundo informações que colhemos na Câmara Municipal de Beja. Aplaude-se esta iniciativa que vai libertar uma zona nobre e histórica de Beja e permitir aos vendedores melhores condições de trabalho. Judite Gaspar da Costa 04.04.1909 - 25.01.2006 Os sobrinhos de Judite Gaspar da Costa agradecem a todos os amigos que a acompanharam à sua última morada e se associaram à oração pelo seu eterno descanso Resposta às questões da última página 1. Bíblia: O primeiro profeta da A.T. foi Samuel, a quem se deve designadamente a sagração dos dois primeiros reis de Israel: Saúl e David. 2. História Pátria. O rei do tempo do terramoto de 1755 foi D. José (rei de 1750 a 1777), cujo reinado ficou em grande parte ofuscado pelo governo tirânico do Marquês de Pombal. 3. Física: A transmissão do calor, nomeadamente para efeito de aquecimento do ambiente, fazse: por irradiação se o calor é projectado directamente da fonte térmica; por convecção se o calor é transmitido pela circulação do ar ou outro fluido; e por condução, se o calor é transmitido através dum condutor com boa condutibilidade térmica. 9 Fevereiro P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 21 Euros anuais c/IVA Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2006 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 09 de Fevereiro de 2006 Espaço Ludo-Cultural Tempo novo Passado o cabo das tormentas, que foi a campanha para as presidenciais, contabilizados os resultados, digeridas as derrotas e saboreada a vitória de Cavaco Silva, pela maioria dos portugueses, respira-se um ar de descompressão, serenidade e esperança no nosso País, que transparece nas conversas da rua e na opinião pública e publicada. Nem outra coisa era de esperar, já que o Presidente da República eleito tem sobejas provas dadas de bom e efectivo serviço na governação de Portugal, nos dez anos de ouro em que foi Primeiro-Ministro, de 1985 a 1995, tempo em que se deu o maior salto qualitativo e quantitativo no lançamento das grandes obras de modernização e desenvolvimento do todo nacional e em que se cimentou a nossa democracia, garantindo-lhe credibilidade aos olhos do mundo civilizado. Os demagogos do costume bem se esforçaram por denegrir esta realidade, nos seus discursos incendiários, julgando-nos afectados de amnésia profunda e pensando que nos deixávamos enganar com utopias balofas pelos profissionais da contra-informação Assente a poeira das discursatas comicieiras e reduzidos à sua dimensão real os galácticos-dogmáticos, desfasados do tempo, muitos deles grandes burgueses, com ares angélicos de salvadores da pátria e laivos de terrorismo verbal, eis-nos a assistir àquilo que a maioria de nós prevíamos e desejávamos: uma passagem de testemunho de dois presidentes, tranquila, cordata e exemplar. E a profissão de fé, por parte do Governo de Sócrates, incluindo os ministros que zurziram, forte e feio, em Cavaco, na campanha eleitoral, de que vamos ter uma cooperação estratégica impecável e profícua a bem do desenvolvimento integral do País, entre todos os órgãos de soberania, igualmente legitimados pelo voto popular. Adivinha-se, assim, um tempo de progresso, de clarificação na vida colectiva, de relançamento da economia, que vai gerar confiança nas instituições e nos políticos e, sobretudo, mais emprego, mais justiça social, mais motivos para a atracção de investimento privado e estrangeiro, condição fundamental para que tenhamos verdadeira independência nacional e motivações para vivermos no território pátrio, sem tentações para debandar para terras da estranja. À distância de algumas semanas do folclore eleitoral, verifica-se já como eram delirantes e ridículas certas afirmações proferidas por pessoas que deviam ter postura de Estado, até pelas altas funções que exerceram no passado, como aquelas de que “os portugueses não podiam dormir descansados” com Cavaco Silva na Presidência da República e que “ele” só sabia alguma coisa de economia, pois, “ele” não sabia filosofia, nem direito, nem literatura, nem tinha cultura geral, nem era reconhecido como líder nas magnas assembleias da Europa. “Ele”, vulgar economista, era um perigo para Portugal e para o Estado democrático, porque iria ter a tentação de mandar no País, a partir de Belém, entrando em choque com este Governo. Com os pés bem assentes na terra e a cabeça no seu lugar, fora bem diferente a profecia de Belmiro de Azevedo, na televisão, há alguns meses: “Cavaco Silva – dizia – não vai ser eleito em 22 de Janeiro, já está eleito pelos portugueses e vamos apenas assistir à sua coroação. E, depois, vamos ter um excelente Presidente da República a trabalhar com um excelente Primeiro-Ministro”. Belmiro de Azevedo estava a dizer em público o que a maioria dos portugueses pensava. E o que, preto no branco, muitos comentadores abalizados escreveram: José Sócrates desejava intimamente este cenário político que veio a acontecer e a sua secreta estratégia presidencial passava pela derrota dos dois candidatos saídos das hostes socialistas. Se assim foi, está de parabéns e o País pode respirar fundo, porque vamos ter política, economia e desenvolvimento a sério, com dois governantes esclarecidos, decididos, com ambições para Portugal, com uma estratégia definida, competência profissional, bem intencionados, capazes de tirar Portugal da cauda da Europa, em matéria de desenvolvimento e de credibilidade política. É claro que, a partir de agora, não vamos ter milagres das rosas, porque há feridas em aberto, há cicatrizes não curadas, há ambições pessoais desmedidas e mesquinhas, há politiquice de baixo nível, a tecer intrigas permanentes, a bloquear e caluniar quem é honesto e trabalha com recta intenção pelo bem comum. E há, sobretudo, os fortes lobis, que todos conhecemos e estão já a actuar às claras: maçonaria, comunicação social, gays, grupos financeiros, corporações de interesses, sempre ciosos dos seus “direitos adquiridos”, que vão pôr entraves na governação do dia a dia. E vão também, entrar na liça do combate sócio-político, a curto prazo, os chamados temas fracturantes, que põem em causa valores fundamentais da nossa civilização: aborto, eutanásia, procriação médica assistida, casamentos homossexuais, etc., etc. E aqui, os católicos, todos os católicos, têm que ser coerentes e tomar atitudes claras, não se deixando esmagar pela “ditadura do relativismo”, como lhe chamou Bento XVI, que invade as sociedades contemporâneas. A Igreja, toda a Igreja, que não apenas o Papa e os Bispos, tem de ser “perita em humanidade”, defensora intransigente da Verdade, aferida pelo Evangelho de Cristo, referência fundamental para a nossa escala de valores morais e sociais. É um tempo novo, com novos desafios, estimulantes desafios, este que estamos a viver e o que se antolha, num futuro próximo. É um tempo em que ninguém pode ficar de braços cruzados. “Mãos à obra”, pedia Cavaco Silva no discurso de vitória. Cada um no seu lugar e fazendo bem o que deve fazer é o segredo do êxito e da criação de riqueza, assegurava Bill Gates, numa das suas intervenções, em Portugal, há oito dias. Se todos, governantes e governados, quiserem, podemos vencer e sair desta apagada e vil tristeza em que penosamente nos arrastamos. Todos ao molho e fé em Deus, devemos dizer hoje, interiorizando a sentença da sabedoria popular. E, já agora, que as televisões dêem também uma ajudinha, apresentando-nos uma imagem mais positiva do país e reflectindo este verdadeiro clima de mudança de mentalidades no tecido social. E que os comentadores complexados e depressivos da nossa praça saibam ler os sinais dos tempos e respeitar a maturidade cívica dos portugueses, que já não se deixam ludibriar por cantigas de escárnio e mal-dizer nem por ideologias anacrónicas ou cegas obediências partidárias. Alberto Batista Recordar é viver O que segue foi respigado de antigos números do Notícias de Beja Há 75 anos (1981). 1. O jornal dá notícia de uma expedição científica ao Continente Asiático, com a participação do jesuíta Teilhard de Chardin, mestre em Paleontologia e bom conhecedor da China e do Turquestão. 2. O Governo Italiano dispensou de passaporte os peregrinos que se dirigirem à Itália durante o Ano Centenário de Santo António (que lá dizem “de Pádua”), decorrendo de 1 de Abril de 1931 a 31 de Julho de 1932. Há 50 anos (1956). Em noticiário da vila de Cuba, o jornal refere: 1) Foi assinado na Câmara o contrato de electrificação do concelho a realizar pela Companhia do Alentejo e Algarve; 2) Um subsídio de 9.400 escudos, concedido pelo Ministro das Obras Públicas, permitiu continuar as obras de construção das Moradias para Pobres; 3) Desde início de Fevereiro, a Missa dominical das Crianças passou a celebrar-se à tarde, usando do privilégio das missas vespertinas recentemente concedido pela Santa Sé. Há 25 anos (1981). A Assembleia anual da Cáritas Diocesana reuniu 250 membros de 25 Grupos Cáritas para se pronunciarem sobre o relatório do ano transacto e o programa de acção para o novo ano, sobretudo na parte referente aos referidos Grupos. Foi decidido que a Cáritas Diocesana se fará representar pelo seu presidente no Congresso Eucarístico Internacional de Lourdes. Dias comemorativos O dia 11 de Fevereiro é o Dia Mundial do Doente, proclamado por João Paulo II em Carta de 13 de Maio de 1992 ao Presidente do Conselho Pontifício da Pastoral dos Agentes da Saúde, data também da memória litúrgica de Nª. Senhora de Lourdes e da Carta Apostólica “Salvifici doloris” (1984) sobre o sofrimento humano, escrita pelo Papa depois do atentado de 13 de Maio de 1981 na Praça de S. Pedro. O Papa definiu os seus objectivos: sensibilizar os católicos e suas instituições sanitárias e mesmo a sociedade civil para assegurar a melhor assistência possível aos doentes; ajudar estes a valorizarem natural e sobrenaturalmente o próprio sofrimento; favorecer o compromisso do voluntariado na área da saúde; sensibilizar os sacerdotes e religiosos à importância da assistência aos doentes. Este “dia” é celebrado de forma especial num santuário mariano do mundo católico pelo Papa ou por seu Delegado (este ano em Adelaide, Austrália, e no próximo em Fátima). O dia 14 de Fevereiro, da memória litúrgica da S. Valentim, Bispo de Terni (Itália), mártir cerca de 268, é tradicionalmente o Dia dos Namorados, hoje bastante explorado pelo comércio, que oferece as melhores prendas para serem trocadas entre os apaixonados. Segundo a lenda, S. Valentim presidiu ao casamento dum soldado romano com uma cristã, quando era proibido aos soldados casarem-se, para serem mais aguerridos. Os restos do Santo encontram-se em Terni, cidade a 100 km de Roma, onde costumam concentrar-se neste dia casais de noivos a jurar mútua fidelidade por toda a vida. Enciclopédia GRIPE & CONSTIPAÇÃO. São duas doenças infecciosas bem conhecidas da maioria das pessoas, mais frequentes quando o tempo arrefece e se torna mais húmido. São provocadas por vírus diferentes, e são também diferentes os sintomas. A gripe surge subitamente e manifesta-se por febre elevada, tosse seca, fadiga e dores de cabeça e musculares. A sua gravidade depende do vírus e da compleição física do doente. A constipação é menos grave, manifestando-se por febre menos alta e por sintomas limitados à garganta e ao nariz. A gripe é doença perigosa, sobretudo para pessoas de saúde débil, idosos e crianças, por poder degenerar em pneumonia ou bronquite crónica. Por isso, as pessoas de risco devem ser vacinadas a tempo com a vacina própria de cada ano (pois o vírus varia anualmente). Estas pessoas e todas as outras devem, na medida do possível, evitar as grandes aglomerações em recintos fechados, para evitar a contaminação que se faz sobretudo pela tosse e espirros dos contaminados. Não há tratamento eficaz para a gripe e para a constipação. A primeira dura pelo menos uma semana e a constipação três a cinco dias. São inúteis e até inconvenientes os antibióticos. Aconselham-se os medicamentos que atenuem os sintomas mais incómodos e os que aumentem as defesas do organismo. Sobretudo na gripe, aconselha-se, para bem do paciente e para evitar a contaminação de outras pessoas, que a pessoa engripada permaneça em descanso durante a fase mais crítica da doença. Coisas e loisas 1. Delinquência em Portugal. Os meios de comunicação deram a conhecer que, segundo estimativas das instâncias competentes, os pequenos delitos (falta de pagamento de bilhetes de transportes ou de portagens, etc.) aumentaram no último ano cerca de 53 % e os crimes violentos (em grande parte ligados à droga e cometidos por estrangeiros) aumentaram 30 %. Em boa parte este aumento da delinquência deve-se às dificuldades da vida relacionadas com o desemprego e a marginalização. Superar esta crise é de toda a urgência, não só dos pontos de vista da segurança e da economia, mas sobretudo dos pontos de vista social e moral. 2. Cartas enviadas a Deus. Os judeus piedosos acorrem frequentemente ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, e deixam nos interstícios das pedras que o formam as suas mensagens a Deus. O próprio Papa João Paulo II, quando foi à Terra Santa, deixou também uma mensagem no Muro das Lamentações. Ultimamente os Correios de Jerusalém estão a receber semanalmente cerca de 200 mensagens dirigidas a Deus (a Javé), que colocam fielmente no Muro das Lamentações. São enviadas, não só por judeus espalhados pelo mundo, mas por gente de todos os países e religiões. Essa mensagens podem também ser enviadas por fax (972-2-5612222) ou por correio electrónico ([email protected]). Veja se sabe 1. Bíblia. Qual foi o primeiro profeta do Antigo Testamento? 2. História pátria. Quem foi o rei de Portugal do tempo do terramoto de 1755? 3. Física. Na transmissão do calor, o que distingue irradiação, convecção e condução? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. Entre comadres. «Então que faz o seu filho?» «É neurasténico.» «Como é que lhe deu para ter esse emprego, em vez de ajudar o pai na loja?» 2. Boa razão. «Dê-me uma esmolinha, porque sou cego e tenho muita família.» «Então quantos filhos tem?» «Como posso saber se não os vejo?» 3. No consultório. Uma senhora muito gorda pergunta ao médico: «Sr. doutor, posso comer de tudo?» «Pode, mas só uma vez por semana...» Manuel Falcão Aos amigos do “Notícias de Beja” No início de um novo ano, lembramos aos nossos prezados assinantes o dever de renovarem as suas inscrições. A assinatura em 2006 é de 21 euros. Aos que puderem, agradecemos a oferta de mais alguns cêntimos, já que “Notícias de Beja” vive com grandes dificuldades financeiras, situação, aliás, comum a todos os jornais regionais do País.
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