DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DE Passiflora galbana Mast. E
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DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DE Passiflora galbana Mast. E
1 VANIA MACHADO PASSOS DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DE Passiflora galbana Mast. E Passiflora mucronata Lam. ATRAVÉS DE MARCADORES MOLECULARES, DADOS MORFOMÉTRICOS E CITOGENÉTICOS FEIRA DE SANTANA - BAHIA 2007 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DELIMITAÇÃO ESPECÍFICA DE Passiflora galbana Mast. E Passiflora mucronata Lam. ATRAVÉS DE MARCADORES MOLECULARES, DADOS MORFOMÉTRICOS E CITOGENÉTICOS Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção do título de doutor em Botânica. Orientadora: Profa. Dra. Angela Pierre Vitória (UENF) Co-orientador : Prof. Dr. Cássio van den Berg (UEFS) FEIRA DE SANTANA – BAHIA 2007 3 Ficha catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado Passos, Vania Machado P324d Delimitação especifica de Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. através de marcadores moleculares, dados morfométricos e citogenéticos / Vania Machado Passos. – Feira de Santana, 2007. 167 f. : il. Orientadora: Angela Pierre Vitória Co-orientador: Cássio van den Berg Tese (Doutorado em Botânica)– Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2007. 1. Passifloraceae. 2. Passiflora mucronata. 3. Passiflora galbana. 4. Variabilidade genética. 5. Marcadores moleculares. 6. Morfometria geométrica. 7. Citotaxonomia. I. Vitória, Angela Pierre. II. Berg, Cássio van den. III. Universidade Estadual de Feira de Santana. IV. Departamento de Ciências Biológicas. V. Título. CDU: 582.842.7 4 5 Á Deus Todo Poderoso : “Toda “Toda a Honra e toda a Glória agora e para sempre” 6 AGRADECIMENTOS Especialmente aos meus pais amados Celita e Passos, pelo amor sem limites e por acreditar em todas as minhas conquistas; Ao meu marido Chrystian por ser cúmplice e companheiro em todas as minhas decisões me impulsionando sempre em busca do meu melhor; Ao meu filho Enzo por ser o motivo do meu equilíbrio e amor incondicional; À toda minha família que são presentes de Deus, pela constante força e incentivo em minha vida: padrinhos, afilhados, primos, tios e também as pessoas da família de Chrystian pelo apoio e carinho; À minha mãe científica e muito mais que Orientadora Ângela, pelo exemplo de profissional e pessoa, não será aqui neste plano que retribuirei tudo o que você fez por mim ... e a sua filha por chegar para dar um novo sentido a sua vida e com certeza irá fazê-la muito mais feliz; Ao Jurandi pela compreensão e atenção em minha estadia no Rio e sempre que o solicitei; Ao Cássio pela fonte de sabedoria, compreensão e apoio em todos os momentos solicitados; À UEFS por proporcionar este curso de Pós-Graduação; À FAPESB pela bolsa concedida e pelo auxílio; À todos os professores da Pós-Graduação que tive a honra de ser aluna e que me levaram a concluir que não conheço quase nada mas posso quase tudo, meu especial agradecimento portanto a José Pirani, Ana Maria Giulietti, Marcelo Guerra, Eduardo Borba, Eduardo Gross, Francisco de Assis, Lígia Funch e Alessandra Selbach (pela amizade, atenção e carinho), com extensão para toda a pós e o seu coordenador (Luciano Paganucci); À Margarete pelo carinho em minha estadia em Ilhéus e por sua atenção sempre que solicitada, e pela disponibilidade dos seus estagiários; À todos os meus colegas de curso que me permitiram transformar os momentos tensos em prazer e alegria ... Aos mais que amigos Lea (amiga de todas as horas e para todo sempre), Daiane, Tati Faustino, Ivanilza, Jorge, Cris, Silvana(s) pelo convívio ..... a Pati Cris, Pati Luz, Paty Rejane, Andréa, Adilva, Elnatan e Tarcisio (pelos PCRs intermináveis); À Lia (Maria José) pela amizade e presteza sempre de uma forma muito especial; 7 Aos colegas do LAMOL especialmente a Ricardo pelo apoio técnico nas atividades desenvolvidas naquele laboratório , sem esquecer das pessoas do LAPEM sempre solícitas em todos os momentos necessários; À todos os entusiastas pelas Passifloras especialmente a Teo (obrigada pela força) e ao Bernacci pelo contato; Aos colegas Jomar e Maria, e a Renata e Sr. Assis (motorista) pelas coletas realizadas na Bahia; Aos amigos do Horto Florestal: Alone, Sheila, Lia, Moema e Ana Paula pela amizade firmada; À toda a galera amiga do herbário; À Sabrina pela carinhosa ajuda durante a execução de todo trabalho; À Carla Lima pelas pranchas com o seu dom e toques mais que especiais; Ao Roy Funch pela ajuda com os abstracts; À Adriana e Gardênia, secretárias do Programa de Pós-Graduação pela presteza e dedicação e a Elton pelas vezes desesperadas para o uso do telefone em busca de informações sempre “urgentes”; À Nádia Roque e a Ioná pela presteza na qualificação; Ao Oberdan, figura ímpar, que conheci nas coletas do Espírito Santo; Ao Laboratório de Genética da UESC e seu coordenador, por ceder o espaço para a execução do trabalho de citogenética; Ao Cristiano e a Bruno pelas “encomendas” enviadas a UESC; À UENF especialmente ao Prof. Messias, Vitória, Fabiane, Claúdia Pombo e aos estudantes estagiários do Laboratório de Biologia Molecular pelo apoio. Enfim... Obrigada a todos que torceram para que eu chegasse até aqui !!!! 8 RESUMO (Delimitação específica de Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. através de marcadores moleculares, dados morfométricos e citogenéticos.) Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. são muito próximas morfologicamente, apresentando caracteres florais semelhantes e morfologia foliar muito variável. Isto gera dúvidas a respeito da delimitação destas espécies utilizando apenas caracteres morfológicos. Desta forma, a delimitação específica e variabilidade genética de populações de ambas as espécies foi avaliada através de marcadores moleculares (ISSR e RAPD), morfometria geométrica foliar e citogenética. Para as análises moleculares e morfológicas foram coletados indivíduos de ambas as espécies provenientes de dezenove populações ao longo da costa dos estados de Bahia , Espírito Santo e Rio de Janeiro. Para as análises citogenéticas foram utilizadas pontas de raízes de plantas crescidas em casa de vegetação provenientes de Oliveira (MG) - P. galbana e de Ilhéus (BA) - P. mucronata. Ambos os marcadores moleculares indicaram um agrupamento de P. galbana e P. mucronata por distribuição geográfica e não por espécies, como era esperado. Os agrupamentos das populações obtidos por RAPD e ISSR foram muito similares, sugerindo que ambos os marcadores podem ser utilizados com a mesma eficácia. Para a morfometria geométrica, o primeiro eixo canônico agrupou de maneira intra-populacional e separou os indivíduos de acordo com a espécie. Por meio de observações em cromossomos mitóticos e análise de cariótipos também foi realizado um estudo citotaxonômico. Os resultados confirmaram a existência de variação cariotípica intra-específica nas espécies de Passiflora estudadas e mostrou claramente a diferenciação cromossômica entre elas. As avaliações moleculares cobrem uma maior porção do genoma do que a avaliação de uma característica como a morfologia foliar. Desta forma, os dados moleculares foram importantes por sugerirem que possa ter ocorrido ou estar ocorrendo fluxo gênico entre as duas espécies de Passiflora. Em relação aos alelos que são responsáveis pelo formato da folha, os resultados morfológicos sugerem que possivelmente este (ou estes) alelo (s) não tenham um fluxo tão grande entre as populações de ambas das espécies, já que com base na morfologia foliar foi possível separar as espécies. Os resultados sugerem também que a morfologia foliar poderá ser utilizada para a delimitação de P. galbana e P. mucronata, principalmente quando as mesmas estiverem na 9 fase vegetativa, sugerindo que os padrões encontrados sejam resultantes de um ou poucos loci controlando estes caracteres. Palavras chave: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, variabilidade genética, ISSR, RAPD, morfometria geométrica, citotaxonomia 10 ABSTRACT (The specific delimitation of Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam. using molecular markers, morphometric data, and cytogenetics). Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam. are morphologically very closely related, demonstrating similar floral characteristics but with very variable foliar morphology, which can leave doubts concerning their specific delimitation when only morphological characteristics are considered. As such, the specific delimitation and the genetic variability of populations of both species were evaluated using molecular markers (ISSR and RAPD), geometric foliar morphometrics, and cytogenetics. For the molecular and morphometric analyses, individuals of both species were collected from nineteen coastal populations from the states of Bahia, Espírito Santo and Rio de Janeiro. The root tips of plants raised under greenhouse conditions were then used for cytogenetic analyses, using plants collected in Oliveira (MG) - P. galbana, and in Ilhéus (BA) - P. mucronata. Both molecular markers indicated the grouping of P. galbana and P. mucronata by their geographical distribution and not by species, as was expected. The population groupings obtained through ISSR and RAPD were very similar, suggesting that both markers could be utilized with equal efficiency. In terms of morphometrics, the first canonic axis grouped the samples in an inter-populational manner, and separated the individuals according to their species. Cytotaxonomic studies were performed by observing mitotic chromosomes and by karyotype analyses. The results of these studies supported the existence of intra-specific karyotypic variations in the species of Passiflora examined, and clearly demonstrated a chromosomal differentiation between them. The molecular evaluations covered a larger portion of the genome than an evaluation of characteristic like this leaf morphology. As such, the molecular data was important in that it suggested the past occurrence (or a continuing state) of genetic flow between these two species of Passiflora. In order alleles responsible for the form of the leaves the morphological results observed here suggest that this (or those) allele(s) does (do) not exhibit a high level of flow between the populations, as it is still possible to separate the two species based on leave morphology. These results suggest that leaf morphology can be used to delimit P. galbana and P. mucronata, principally when they might only be encountered in their vegetative phase, suggesting that the joined standards are resultant of one or few loci controlling these characters. 11 Keys words: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, genetic variability , ISSR, RAPD, geometric morphometry , citotaxonomy 12 LISTA DE TABELAS CAPITULO 1 Tabela 1- Lista das espécies e seus respectivos pontos de coleta ao longo dos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (G: Passiflora galbana M: Passiflora mucronata) N: Nº indivíduos .............................................................................. 40 Tabela 2 -Variabilidade genética em 108 bandas de ISSR e 94 de RAPD em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Veja Tabela 1 para nomes das populações. Nº bandas = total de fragmentos analisados em cada população gerados a partir do somatório de todos os primers analisados; Nº bandas exclusivas = total de fragmentos encontrados em uma única população; P = proporção de bandas polimórficas (critério 0,95); He = heterozigosidade média esperada (Nei, 1978; "unbiased estimate"). ......................................................... 43 Tabela 3 -Matriz de identidade genética média ("unbiased genetic identity"; Nei, 1978) em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, a partir de dados de RAPD (abaixo da diagonal) e de ISSR (acima da diagonal). Ver Tabela 1 para nomes das populações. ........................................................................................................... 44 CAPÍTULO 2 Tabela 1 -Lista das espécies e seus respectivos pontos de coleta ao longo dos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (G: Passiflora galbana M: Passiflora mucronata), N: Nº de indivíduos ............................................................................ 90 Tabela 2 -Correlações entre os eixos de variáveis canônicas (VCs) com as análises de componentes principais (PCS) de Passiflora galbana e Passiflora mucronata...98 CAPÍTULO 3 Tabela 1 -Comprimentos médios (µm) do braço curto (BC), braço longo (BL), satélite (SAT) e comprimento absoluto (CA), comprimento relativo (CR) e razão entre braços (r) em Passiflora mucronata e Passiflora galbana ....................................................125 Tabela 2-Fórmula cariotípica (FC); cromossomo; braço e tipo de satélite (SAT); comprimento médio do lote haplóide em µm (CLH) e índice de assimetria (TF%) em passifloras. ...................................................................................................... 126 13 LISTA DE FIGURAS INTRODUÇÃO GERAL Figura 1 -Passiflora galbana (A) Ramo; (B) Detalhe da glândula do pecíolo; (C) Distância das glândulas do pecíolo em relação à folha; (D) Flor; (E) Detalhe de uma bráctea; (F) Fruto. ................................................................................................................. 21 Figura 2 -Passiflora mucronata (A) Ramo; (B) Detalhe da glândula do pecíolo; (C) Distância das glândulas do pecíolo em relação à folha; (D) Flor; (E) Detalhe de uma bráctea; (F) Fruto. ................................................................................................................. 22 Figura 3.1-Variação morfológica da folhas encontradas em ramos férteis de Passiflora galbana (folhas em escalas de tamanhos reais) ...................................................... 23 Figura 3.2-Variação morfológica das folhas encontradas em ramos férteis de Passiflora galbana (folhas em tamanhos reais) .................................................................. 24 CAPÍTULO 1 Figura 1 -Mapa ilustrando as 19 populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata coletadas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro ................................................................................................................................. 39 Figura 2 -Gel de agarose corado com brometo de etídio mostrando o padrão eletroforético de ISSR pela amplificação com o primer JHON em populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata. Aplicações 1-17: população GBA1; Aplicações 18-33: população GBA2; Aplicações 34-40: população MBA1 ; Aplicações 6 e 15, 26 e 35 e 41: marcador de 100 pares de bases (pb) Ladder. Setas indicam bandas polimórficas. Setas com * indicam bandas monomórficas. Ver Tabela 1 para nomes das populações. ...................................................................................................... 45 Figura 3 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações............................................................................................................... 46 Figura 4 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 108 bandas de ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações. ............................................................................................................. 47 Figura 5 -Gel de agarose corado com brometo de etídio mostrando o padrão eletroforético de RAPD pela amplificação com o primer OPC 11 em populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata. Aplicações 1-4: população MRJ6; Aplicações 5- 14 17: população MRJ7; Aplicações 18-28: população GRJ7; Aplicações 29 a 42população MES8 : Aplicação 20 e 43: marcador de 250 pares de bases (pb) Ladder. Setas indicam bandas polimórficas. Setas com * indicam bandas monomórficas. Ver Tabela 1 para nomes das populações................................................................ 51 Figura 6 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações............................................................................................................. 52 Figura 7 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 94 bandas de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações. ............................................................................................................. 53 Figura 8 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de RAPD e ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações. ............................................................................................................. 54 Figura 9 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 108 bandas de ISSR e 94 de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações....................................................................................... 55 CAPÍTULO 2 Figura 1 -Morfologia das flores de Passiflora galbana (A) e Passiflora mucronata (B) .... 86 Figura 2 -Mapa ilustrando as 19 populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata coletadas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro ........................... 89 Figura 3 -Significância dos cinco primeiros eixos de componentes principais (CP) mostrando o indivíduo médio e o desvio padrão (+ / - 1SD e + / - 2SD) de Passiflora galbana e Passiflora mucronata .......................................................................................... 94 Figura 4 -Escores de todos os indivíduos provenientes da análise de variáveis canônicas entre Passiflora galbana e Passiflora mucronata considerando o primeiro e o segundo eixos canônicos (Ver tabela 1 para o nome das populações) .............................................................................................................................. 95 Figura 5 -Contornos médios das folhas a partir do centróide dentro de cada população através da análise de varáveis canônicas . (Ver tabela 1 para o nome das populações) Passiflora mucronata e Passiflora galbana. .................................. 96 15 Figura 6 -Fenograma obtido a partir da distância generalizada de Mahalanobis entre os centróides das populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata pelo método UPGMA, considerando as mesmas variáveis dos métodos de ordenação. (Ver tabela 1 para o nome das populações) ............................................................ 97 CAPÍTULO 3 Figura 1 -Padrões de folhas de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ilustrando a variação morfológica encontrada nas espécies. A e C) Formato lanceolado em folhas de P. galbana. B e D) Formato oblongo em folhas de Passiflora galbana. E e F) Formato cordado em folhas de Passiflora mucronata...................................... 115 Figura 2 -Metáfase de Passiflora. galbana (a) e Passiflora mucronata (b) Barra=5 µm ............................................................................................................................... 120 Figura 3 -Cariograma de Passiflora galbana (a) e Passiflora mucronata (b) Barra= 5 µm. ............................................................................................................................... 121 Figura 4 -Ideograma de Passiflora galbana CO: cromossomos ordenados; S: tamanho dos cromossomos; AR: razão entre os braços cromossômicos.................................... 122 Figura 5 -Ideograma de Passiflora mucronata CO: cromossomos ordenados; S: tamanho dos cromossomos; AR: razão entre os braços cromossômicos ............................ 123 Figura 6 -Coloração CMA-DA-DAPI de Passiflora galbana (a; b e c) e de Passiflora mucronata (d; e; f) sobreposição das imagens de DAPI e CMA (a-d), CMA (b-e) e DAPI (c-f). Setas indicam bandas Barra=5 µm. ................................................... 124 Apêndice a -“Primers” (seqüência, número de bandas e variação de tamanho) das 108 bandas analisadas. Os oito primeiros foram selecionados na análise de variabilidade e genética baseada em padrões de ISSR em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (pb – pares de base) ....................................... 166 Apêndice b -“Primers” (seqüência, número de bandas e variação de tamanho) das 94 bandas analisadas. Os nove primeiros foram selecionados na análise de variabilidade genética baseada em padrões de RAPD em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (pb – pares de base) .................................................................... 167 16 SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................................... 15 CAPÍTULO 1 Estudo de delimitação específica e variabilidade genética em populações de Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. através de RAPD e ISSR............................................................................................................... 25 CAPÍTULO 2 Variabilidade morfológica foliar inter e intra-específica em Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. ................................................ 77 CAPÍTULO 3 Citotaxonomia em Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam ...................................................................................................................... 109 DISCUSSÃO GERAL.......................................................................................................... 138 CONCLUSÃO GERAL ...................................................................................................... 141 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 142 APÊNDICES APÊNDICE a ....................................................................................................................... 166 APÊNDICE b ....................................................................................................................... 167 15 INTRODUÇÃO GERAL A família Passifloraceae atualmente integra a ordem Malphigiales perfazendo um total de 20 gêneros com distribuição predominantemente tropical e subtropical (APG II, 2003; Soltis et al., 2005; Souza e Lorenzi, 2005). A família ocorre principalmente nas Américas, com áreas de menor diversidade na Ásia e Austrália e uma espécie em Madagascar (Heywood, 1993). Killip (1938) cita que a maioria das espécies está inserida no gênero Passiflora L., o maior da família, que possui mais de 525 espécies (MacDougal e Ulmer, 2004), sendo cerca de 400 delas descritas predominantemente como neotropicais. No Brasil esta família é representada por quatro gêneros e mais de 200 espécies (Nunes, 2002), algumas cultivadas devido às propriedades ornamentais, nutricionais ou medicinais. As espécies em estudo, Passiflora galbana Mast. (Figura 1) e Passiflora mucronata Lam. (Figura 2), foram primeiramente descritas por Masters e Lamarck , respectivamente. P. galbana segundo Killip (1938) é uma espécie endêmica do Brasil ocorrendo na região leste do país, da Bahia até o Rio de Janeiro. P. mucronata também apresenta o mesmo padrão de distribuição, sendo na Bahia encontrada principalmente na faixa litorânea de Salvador até o extremo sul do estado, em área de restinga ao nível do mar. Na Bahia, P. galbana é encontrada em áreas de carrasco, mata estacional, campo rupestre, mata atlântica, restinga e cerrado, em altitudes variando de 100 a 1.700 m do nível do mar (Nunes, 2002). Com este padrão de distribuição semelhante para as duas espécies, neste trabalho, foram consideradas as populações com potencial para fornecer informações filogeográficas sobre áreas de restinga, do Nordeste e Sudeste em estudos futuros. Portanto as coletas se concentraram nas restingas dos estados da Bahia , Espírito Santo e Rio de Janeiro. A área em estudo denominada de restinga, é um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. De maneira geral, a palavra restinga é utilizada para todos os tipos de depósitos arenosos litorâneos, de origens variadas, caracterizados, por superfícies baixas e levemente onduladas, com suave declive rumo ao mar. Podemos considerar como “vegetação de restinga” o conjunto de comunidades vegetais fisionomicamente distintas, sob influência marinha e flúvio- marinha, distribuídas em mosaico e em áreas com grande diversidade ecológica, sendo classificadas como comunidades edáficas, por dependerem mais da natureza do solo que do clima. As espécies estudadas são trepadeiras herbáceas, inteiramente glabras, com o caule cilíndrico, estrias e gavinhas presentes e compartilham muitas outras estruturas com 16 características em comum, tais como estípulas, flores e sementes. Segundo Nunes e Queiroz (2006), estas espécies são bastante similares morfologicamente diferenciando-se apenas pelo formato da folha cordado-reniforme em P. mucronata e oblongo-lanceolada em P. galbana, pelo número de nervuras primárias na lâmina foliar e pelas glândulas do pecíolo, o que torna difícil a delimitação destas espécies. De acordo com Souza et al. (2003a), que estudaram o cariótipo de seis espécies coletadas no estado do Rio de Janeiro, variações morfológicas intraespecíficas são encontradas nas duas espécies, uma vez que diferentes formas de folhas foram observadas para P. mucronata e P. galbana, desde lanceoladas até arredondadas (comunicação pessoal; Figuras 3.1 e 3.2). Outras observações já foram feitas dentro de algumas populações de ambas espécies, corroborando uma grande variação morfológica das folhas. Muschner et al. (2003) que realizaram a primeira análise filogenética do gênero Passiflora, citam P. galbana e P. mucronata como espécies irmãs o que ratifica a necessidade de estudos moleculares e morfométricos para a delimitação destas espécies. Uma outra característica que diferencia estas duas espécies refere-se ao horário de abertura da flor, que em P. galbana se inicia no começo da noite fechando na madrugada, enquanto em P. mucronata, que também abre a noite, permanece aberta até o início da manhã (Souza, comunicação pessoal). Segundo MacDougal e Ulmer (2004) as duas espécies são importantes ecologicamente uma vez que são polinizadas por morcegos, sendo que a maioria das espécies deste gênero segundo estudos realizados sobre a biologia floral, constataram a predominância de melitofilia e ornitofilia. Contudo Souza et al. (2004) observaram que P. mucronata mantêm as flores abertas durante um curto período da manhã favorecendo a polinização também por insetos. Araújo (2001) estudando a palinologia de espécies de Passifloraceae do estado da Bahia , observou que P. galbana e P. mucronata tem mesmo tipo polínico (Tipo 1, 6sincolpado, com exina reticulada). Apesar disso nenhum trabalho citando o cruzamento entre estas duas espécies até o momento, já foi encontrado na literatura. Com o surgimento de novas metodologias em bioquímica e biologia molecular, novas técnicas para estudos de taxonomia e variabilidade foram desenvolvidas, tais como os estudos protéicos, imunológicos, aloenzimáticos e, mais recentemente, de polimorfismos de DNA. Desta forma, inúmeras técnicas têm sido usadas na detecção de variabilidade genética ou polimorfismo genético em organismos (Araújo et al., 2003). Estudos de variabilidade genética e morfológica representam instrumentos importantes para a compreensão dos padrões de distribuição das espécies e contribuem para o entendimento dos processos evolutivos e biogeográficos. Estas abordagens têm sido utilizadas 17 satisfatoriamente para estudos de populações pertencentes a outras espécies (Farinaci, 2001; Borba et al., 2001, 2002; Garris et al., 2005; Lambert et al., 2006a; Lambert, et al.b; Meloni et al., 2006; Azevedo et al., 2007). Os estudos dos padrões de variabilidade genética e morfológica também podem fornecer informações relevantes para a promoção de ações de manejo e propagação das espécies, garantindo assim sua conservação. No caso de espécies de difícil delimitação morfológica, como P. galbana e P. mucronata, estudos moleculares podem contribuir de maneira significativa para a delimitação interespecífica. Recentemente a técnica de ISSR (Inter Single Sequence Repeats - Zietkiewicz et al., 1994) tem sido usada na detecção da diversidade genética em muitas espécies (Robinson et al., 1997; Wolfe et al., 1998a, b; Esselmann et al., 1999; Qian et al., 2001; Sheng et al., 2005) e outras aplicações (Ratnaparkhe et al., 1998; Bornet et al., 2001; Pharmawati et al., 2005). Variabilidade é uma característica do gênero Passiflora, uma vez que a maioria das espécies são alógamas, auto-incompatíveis e se cruzam com facilidade (Viana et al. 2003). A diversidade genética de algumas espécies de maracujazeiro foi avaliada por meio de marcadores genéticos RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA- Williams et al., 1990) por alguns autores (Vieira, 1997; Fajardo et al., 1998; Cassiano et al., 1998; Carneiro et al., 2002; Viana et al., 2003; Crochemore et al., 2003). Além de avaliar a diversidade genética entre genótipos de maracujazeiro amarelo por meio de marcadores RAPD, Viana et al. (2003) estimaram a diversidade entre a espécie cultivada (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) e outras espécies relacionadas no gênero. Para o estudo dos acessos de maracujá amarelo não foi verificada expressiva diversidade genética; as populações se distribuíram conforme sua origem, sendo que os indivíduos coletados em São Francisco do Itabapoana (RJ) apresentaram uma maior consistência no seu agrupamento. Fajardo et al. (1998), também utilizando marcadores RAPD, observaram uma grande variação intraespecífica em P. ligularis e P. adenopoda, enquanto que em P. edulis e P. maliformis houve pouca variação intraespecífica. Através desses marcadores, foram obtidos resultados que diferiram das classificações baseadas nos caracteres morfológicos. Além disso, eles concluíram que há uma elevada similaridade genética entre P. vitifolia, P. spinosa e P. coriacea e entre P. rosea e P. cumbalensis, P. pinnatitistipula e P. antioquiensis. Estudos como estes serviram de base para estabelecimentos de estratégias de melhoramento em espécies do gênero Passiflora. Cassiano et al. (1998) analisaram as espécies P. edulis, P. edulis f. flavicarpa, P. amethystina, P. caerulea, P. cincinnata, P. coccinea, P. serrato-digitata, P. foetida, P. 18 maliformis, P. alata, P. gibertii, P. laurifolia, P. macrocarpa, P. nitida, P. setacea, P. suberosa, P. ligularis, P. capsularis e P. coriacea. Esses autores conseguiram caracterizar as espécies e relacionar a similaridade entre as mesmas. Os marcadores geraram informações sobre a diversidade genética e as relações filogenéticas no germoplasma usado, além de confirmarem a possibilidade da caracterização de híbridos. Vieira et al. (1997), pesquisando a variabilidade intraespecífica em Passifloraceae, encontraram bandas do tipo gênero-específicas e espécie-específicas. Foi obtida a freqüência de locos polimórficos e estimada a diversidade genética média com base em freqüências alélicas. Outras abordagens moleculares foram utilizadas por Muschner et al. (1998), que caracterizaram duas formas morfológicas de P. suberosa (normal e roxa) através de seqüências ITS1 e ITS2 (‘Internal Transcribed Spacers’) do DNA ribossomal, sendo que os resultados revelaram a existência de grande variabilidade dentro da própria espécie, sugerindo uma tendência de agrupamento preferencial de indivíduos de uma mesma forma morfológica. Dos indivíduos estudados, três da forma normal não se relacionaram com nenhum dos grupos formados, não tendo sido detectados agrupamentos preferenciais por origem geográfica. Outra ferramenta que auxilia na delimitação específica é o estudo morfológico. Neste sentido, a morfologia da folha apresenta um importante grupo de caracteres vegetativos que são usados em estudos taxonômicos e ecológicos. Sendo assim, diferentes métodos têm sido usados para analisar a arquitetura da folha (Premoli, 1996). Os dados morfométricos são usados para obter evidências de similaridades entre táxons e podem testar novas hipóteses relativas à ecologia, sistemática e história evolutiva (Rohlf, 1990; Rolhf e Marcus, 1993), além de poderem ser usados com sucesso na inferência da variabilidade genética de espécies vegetais (Loos, 1993; Brysting e Elven, 2000). Embora as medidas lineares constituam a base da morfometria convencional que fundamentou diversos trabalhos na taxonomia, nos últimos 25 anos estão sendo observadas mudanças na análise das formas biológicas que passaram a ser focalizadas por novos métodos apoiados em morfometria geométrica: o estudo da biometria da forma (Bookstein, 1991). A morfometria geométrica utiliza a forma geométrica ou o contorno de um objeto não sendo considerados seu tamanho ou orientação no espaço. Através de análises multivariadas são analisadas simultaneamente mais de duas variáveis resultando na medida da variação da forma de um determinado objeto. Como foi dito acima, entre P. mucronata e P. galbana, algumas características morfológicas da folha, como o formato, são consideradas cruciais na determinação da 19 diferenciação das espécies. Desta forma, estudos envolvendo morfometria entre estas espécies são de grande contribuição para a delimitação específica e pouco divulgados até o momento. Além da biologia molecular e da morfometria, a utilização de dados citogenéticos na sistemática vegetal é admitida pela maioria dos autores como um dos mais importantes instrumentos para a compreensão das relações de parentesco e dos mecanismos de evolução, tanto dentro de táxons inferiores quanto em níveis superiores (Guerra, 1990). A caracterização precisa do cariótipo tem importância fundamental quando o objetivo é comparar cariologicamente espécies diferentes ou analisar a variação entre indivíduos da mesma espécie. O número cromossômico é um dos parâmetros mais utilizados para a caracterização citológica de uma espécie (Pedrosa et al., 1999). Outros caracteres citológicos também auxiliam no entendimento das alterações genéticas envolvidas na evolução de um grupo, bem como na delimitação taxonômica das espécies. Um caráter citológico importante no estudo cromossômico com similaridade morfológica é o bandeamento fluorescente, em que o fluorocromo se liga de forma específica em algumas regiões do cromossomo (Hizume, 1991). A coloração fluorescente permitiu a Miranda et al. (1997), Guerra (1993) e Yamamoto e Tominaga (2003) identificar padrões característicos de bandas fluorescentes em espécies do gênero Citrus que apresentam cromossomos pequenos e morfologicamente semelhantes, demonstrando um elevado nível de diversidade e heterozigosidade entre os mesmos. Da mesma forma, Yamamoto e Tominaga (2004) classificaram os nove cromossomos do conjunto haplóide de Citrus clementina hort. ex Tanaka, com base no padrão de bandeamento fluorescente, intensidade relativa das bandas e comprimento dos cromossomos obtido com uma seqüência de coloração utilizando Giemsa/CMA/DAPI (Befu et al., 2002). Os autores separaram e classificaram os cromossomos que exibiram o mesmo padrão de bandas fluorescentes utilizando o tamanho relativo das bandas como índices. A caracterização dos cromossomos foi por muito tempo fundamentada unicamente em parâmetros morfológicos, a exemplo do tamanho dos braços, posição dos centrômeros e localização das constrições secundárias. Com a introdução das técnicas de bandeamento, possibilitando a visualização de blocos de coloração diferenciada (bandas), houve um avanço significativo na caracterização dos cromossomos (Brasileiro-Vidal e Guerra, 2002). No entanto, muitas espécies apresentam cariótipo com cromossomos de tamanho e padrão de bandas uniforme. Nestes casos, o desenvolvimento de outras técnicas mais avançadas como a hibridização in situ tem possibilitado a identificação de cromossomos individuais, com base na localização de seqüências de DNA associada a outras características cromossômicas. 20 O gênero Passiflora, assim como os demais da família, tem sido pouco estudado citologicamente, sendo que a maioria dos trabalhos tem se limitado à contagem de cromossomos (Killip, 1938; Storey, 1950; Snow e Macdougal, 1993) ou são conduzidos abordando detalhes sobre o cariótipo ou mecanismos de evolução cariotípica (Souza et al., 1996; Mayeda, 1997; Soares-Scott, 1999; Soares-Scott et al., 2003; Souza et al., 2003a; Souza et al., 2003b; Vieira et al., 2004; Souza et al., 2007). Além dos estudos com coloração convencional e bandeamento com fluorocromos (Melo et al., 2001) e hibridização in situ (Melo e Guerra, 2003). Considerando-se espécie como um conjunto de uma ou mais populações que partilham o mesmo fundo genético e se podem cruzar em condições naturais, estando isolados reprodutivamente dos indivíduos de outras espécies, e portanto para que haja o aparecimento de novas espécies é necessário que haja isolamento reprodutivo entre populações. A hipótese levantada neste estudo, parte do princípio de que P. galbana e P. mucronata pertençam a categorias taxonômicas distintas,ou seja, representem espécies diferentes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a variabilidade genética e fenotípica e auxiliar na promoção da delimitação específica utilizando ferramentas moleculares, morfométricas e citogenéticas entre e dentro de populações de P. galbana e P. mucronata, a fim de testar a delimitação entre estas duas espécies e avaliar caracteres morfológicos diagnósticos. 21 5 mm 1 mm 1 mm C 2 cm B D 5 mm 5 cm E F A Figura 1 -Passiflora galbana Mast. (A) Ramo; (B) Detalhe da glândula do pecíolo; (C) Distância das glândulas do pecíolo em relação à folha; (D) Flor; (E) Detalhe de uma bráctea; (F) Fruto. 22 E 5 mm D 2 cm 5 mm 5 cm C 1 mm A B F Figura 2 -Passiflora mucronata Lam. (A) Ramo; (B) Detalhe da glândula do pecíolo; (C) Distância das glândulas do pecíolo em relação à folha; (D) Flor; (E) Detalhe de uma bráctea; (F) Fruto. 23 2 cm Figura 3.1 -Variação morfológica das folhas encontradas em ramos férteis de Passiflora galbana Mast. (folhas em escalas de tamanhos reais) . 24 2 cm Figura 3.2 -Variação morfológica das folhas encontradas em ramos férteis de Passiflora galbana Mast. (folhas em tamanhos reais) . 25 CAPÍTULO 1 Estudo de delimitação específica e variabilidade genética em populações de Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. através de RAPD e ISSR. PASSOS, V. M.1; LAMBERT, S. M. 2; VITÓRIA, A . P. 3 ; DEN BERG, C. V. 1 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) [email protected] 2 Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 3 Laboratório de Biologia Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). 26 RESUMO (Estudo de delimitação específica e variabilidade genética em populações de Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. através de RAPD e ISSR). A delimitação específica e a variabilidade genética de dezenove populações de Passiflora (P.galbana Mast. e P. mucronata Lam.) coletadas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro foi avaliada através de marcadores ISSR e RAPD. Para ISSR o tamanho dos fragmentos obtidos variou de 100 a 2000 pb aproximadamente. Das 108 bandas, 29,92% foram polimórficas, e o número de fragmentos gerados por “primer” variou de 9 a 18 com uma média de 13,5 bandas por “primer”. Para RAPD o tamanho dos fragmentos variou de 200 a 2250 pb aproximadamente. As 94 bandas obtiveram uma média de 34,16% de bandas polimórficas, e o número de fragmentos gerados por “primer” variou de 6 a 14 com uma média de 10,4 bandas por “primer”. O teste de Mantel indicou que há uma correlação positiva entre as distâncias genéticas a partir dos dois marcadores utilizados. Não houve diferença de resultado entre os dois marcadores utilizados, sugerindo que ambos tenham a mesma eficiência no estabelecimento das diferenciações específicas e avaliação da variabilidade genética nestas espécies. Ambos marcadores, separadamente e em combinado, indicaram um agrupamento de P. galbana e P. mucronata por distribuição geográfica e não por espécies, o que sugere que possa ter ocorrido, ou estar ocorrendo, fluxo gênico entre as espécies. Palavras chave: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, ISSR, RAPD, variabilidade genética, distribuição geográfica. 27 ABSTRACT (An examination of the specific delimitation and genetic variability among populations of Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam. using RAPD and ISSR). The specific delimitation and genetic variability of nineteen populations of Passiflora (P. galbana Mast. and P. mucronata Lam.) collected in the states of BA, ES, and RJ were evaluated using the markers ISSR and RAPD. For the ISSR marker, fragment sizes obtained ranged between approximately 100 and 2000 bp. Of the 108 bands, 29.92% were polymorphic, and the numbers of fragments generated per primer varied from 9 to 18, with an average of 13.5 bands per primer. For the RAPD marker, the fragment sizes obtained ranged between approximately 200 and 2250 bp. Of the 94 bands, an average of 34.16% were polymorphic, and the numbers of fragments generated per primer varied from 6 to 14, with an average of 10.4 bands per primer. The Mantel test indicated that there was a positive correlation between the genetic distances of the two markers utilized. No differences were observed between the results of the two markers employed, suggesting that both have the same efficiency in establishing specific differentiations and for evaluating the genetic variability of these two species. Both markers, separately and combined, indicated the grouping of P. galbana and P. mucronata by their geographical distribution and not by species, which suggests that there was, or still exists, genetic flow between the two species. Key-Words: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, ISSR, RAPD, genetic variability, geografic distribuition. 28 1. INTRODUÇÃO O gênero Passiflora L. possui mais de 525 espécies (Nunes, 2002; Macdougal e Ulmer, 2004), com distribuição Pantropical, a maioria nas Américas, sendo o Brasil e a Colômbia os países com o maior número de espécies (Nunes e Queiroz, 2006). Cerca de 200 espécies do gênero são nativas do Brasil. Nas espécies de Passiflora de importância agronômica, o uso de marcadores moleculares na caracterização da diversidade genética pode permitir além da discriminação dos genótipos, a análise da variabilidade intraespecífica, a identificação de acessos em duplicatas, a identificação precoce de linhas comerciais de interesse e ainda pode ser útil como suporte legal tendo em vista a proteção de cultivares (Crochemore, 2002). Alguns trabalhos empregando marcadores moleculares já foram desenvolvidos dentro do gênero Passiflora (Vieira et al., 1997; Cassiano et al., 1998; Fajardo et al., 1998; Sánchez et al., 1999; Carneiro et al., 2001; Carneiro et al., 2002; Aukar et al., 2002; Crochemore et al., 2003; Viana et al., 2003). No caso de espécies de difícil delimitação morfológica, como Passiflora galbana Masters e Passiflora mucronata Lamarck, estudos moleculares podem contribuir de maneira significativa para a delimitação interespecífica e avaliação da variabilidade genética. Estudos de variabilidade genética representam um instrumento importante para a compreensão dos padrões de distribuição da espécie estudada e podem contribuir para o entendimento dos processos evolutivos e biogeográficos. Esta abordagem tem sido utilizada satisfatoriamente para estudos de populações pertencentes a várias espécies (Borba et al., 2001, 2002; Farinaci, 2001; Meloni et al., 2006; Azevedo et al., 2007). 1- MARCADORES MOLECULARES Inúmeras técnicas têm sido usadas na detecção de variabilidade genética ou polimorfismo genético em organismos (Araújo et al., 2003). A utilização de métodos moleculares como ferramenta para a solução de problemas taxonômicos é relativamente recente. Marcadores de DNA têm sido utilizados para análise de divergência genética (Cattaneo, 2001; Gotmisky, 1999); identificação de cultivares (Baum et al., 2000), mapeamento genético (Rafalski, 2002), filogenia (Gehrig et al., 1997); melhoramento genético visando resistência a doenças (Santos, 2000) e “fingerprints” (Baum et al., 2001; Vitória et al., 2004). 29 Com objetivos filogenéticos Muschner et al. (2003) realizaram uma análise filogenética do gênero Passiflora ressaltando as relações evolutivas entre as espécies, contribuindo desta forma, com a taxonomia do gênero a partir de seqüências de DNA. Os autores citam P. galbana e P. mucronata como espécies irmãs o que ratifica a necessidade de estudos moleculares e morfométricos para a delimitação destas espécies. Outras análises filogenéticas foram realizadas com o gênero Passiflora até o momento (Muschner et al., 1998; Yockteng e Nadot, 2004; Krosnick e Freudenstein, 2005; Lorenz-Lemke et al., 2005; Finkler et al., 2005; Hansen et al., 2006; Hansen et al., 2007; Zamberlan , 2007). Diversas técnicas moleculares são utilizadas rotineiramente, tanto com marcadores codominantes (polimorfismos de isoenzimas, microssatélites) quanto dominantes (ISSR, RAPD, AFLP). Quanto à sua obtenção no laboratório, estes marcadores moleculares podem ser classificados em dois grupos, a depender da metodologia utilizada para identificá-los: 1) hibridização de DNA (RFLP e minissatélites) ou 2) amplificação de DNA (RAPD, ISSR, SCAR, microssatélite ou SSR, AFLP). Para cada tipo de marcador de DNA existem vantagens e limitações (Ferreira e Grattapaglia, 1998). 1.1- RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA - Williams et al., 1990) As análises de RAPD estão baseadas no fato de que cada iniciador arbitrário dirige a síntese de vários segmentos de DNA simultaneamente em diversos pontos do genoma, resultando assim em várias bandas com pesos moleculares diferentes, a depender do tamanho do segmento do DNA amplificado. A utilização de RAPD se baseia na amplificação do DNA, o que resulta em várias vantagens práticas, que podem ser resumidas em simplicidade e rapidez. Também é adequado para a construção de mapas genéticos ao nível intraespecífico reunindo a simplicidade da visualização direta dos marcadores de DNA tornando-se uma tecnologia bastante acessível. Carneiro (2001) através de marcadores RAPD, construíram mapas de ligação de Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg, confeccionando o primeiro mapa de ligação do gênero. Duas limitações dos marcadores RAPD são mencionadas na literatura (Karp et al., 1996). A primeira é o baixo conteúdo de informação genética por locus. Apenas um alelo é detectado, o segmento que é amplificado, enquanto que as demais variações alélicas são classificadas conjuntamente como um alelo nulo. Genótipos heterozigotos não podem ser diretamente discriminados dos homozigotos por RAPD, sendo limitação comumente descrita como “dominância” dos marcadores. Uma segunda limitação, mais grave, se refere à repetibilidade dos marcadores entre diferentes reações, que exige que 30 os experimentos sejam realizados com padronização de equipamentos, reagentes e muita cautela, sendo necessárias repetições para aumentar a confiabilidade dos resultados. Uma vez estabelecido o padrão de bandas do genótipo em questão, várias informações podem ser inferidas, o que pode ser comprovado pela ampla utilização da técnica para estudos em microrganismos, plantas e animais (Sharon et al., 1995; Oakley et al., 1998; Urasaki et al., 2002; Singh e Roy, 2001). Através da comparação dos “fingerprints” de genótipos dentro de populações é possível detectar padrões de variação entre e dentro de espécies ou pares de espécies próximas. A técnica também tem sido usada para o estabelecimento de relações filogenéticas e diferenciação de espécies próximas (Arnold et al., 1991; Linfante e Aguinagalde, 1996; Wolff e Morgan-Richards, 1998), para estudos de origem de poliplóides (Brochmann et al., 1998) bem como para a detecção de híbridos (Daehler e Strong, 1997; De Greef e Triest, 1999; Kuehn et al., 1999; Benedetti et al., 2000). Por produzir um grande número de bandas, a técnica de RAPD permite encontrar algumas bandas específicas de gêneros, espécies, subespécies ou raças, tornando a técnica interessante para o estabelecimento de relações taxonômicas (Hadrys et al., 1992; Aagaard et al., 1995). Com base em “fingerprints” de RAPD, Huang et al. (2001) puderam observar a manutenção da variabilidade genética em quatro populações isoladas de Hygrophila pogonocalyx, uma espécie vegetal aquática em extinção em Taiwan devido a atividades antropogênicas. Esta ferramenta molecular tornou-se uma utilíssima complementação para os métodos taxonômicos já existentes. Outro exemplo são os dados obtidos por Gehrig et al. (1997) para filogenia e ecofisiologia de 30 espécies de Kalanchoe, um gênero sabidamente CAM. Os autores comprovaram, com respaldo molecular, três subdivisões no gênero quanto ao seu comportamento fotossintético e caracteres morfológicos já estabelecidos taxonomicamente. Os resultados também corroboram a suposição de que as plantas CAM evoluíram das plantas C3 e sugerem que o centro de origem de Kalanchoe esteja localizado nas regiões úmidas da África. Com o objetivo de avaliar as variações genéticas através de marcadores moleculares RAPD em dezessete espécies de maracujá Aukar et al. (2002) utilizaram 21 "primers" que produziram um total de 270 bandas polimórficas. Os autores verificaram que houve uma média de similaridade de 17,3% entre as espécies, e entre Passiflora edulis Sims (roxa) e sua variedade Passiflora edulis Sims flavicarpa (amarela) de 34,35%. Portanto, foi percebido que o valor de similaridade dentro da espécie P. edulis é baixo, ilustrando a grande variação entre a forma amarela e a roxa de P. edulis. 31 1.2- ISSR (Inter Single Sequence Repeats - Zietkiewicz et al., 1994) Outro marcador dominante, o ISSR apresenta vantagens sobre o RAPD, a saber elevada reprodutibilidade de seus padrões, superior ao RAPD, além de combinar a simplicidade da técnica com alto índice de polimorfismo. ISSRs são marcadores semiarbitrários, amplificados por PCR em presença de um oligonucleotídeo complementar para um microssatélite designado. Como um marcador com base em PCR, o ISSR tem algumas vantagens quando comparado aos outros marcadores (Souza et al., 2005). A amplificação não requer informações de sucessão do genoma e de padrões altamente polimórficos (Zietkiewicz et al., 1994). Cada faixa corresponde a uma seqüência de DNA delimitada por dois microssatélites. Também, as seqüências-alvo dos ISSRs são abundantes ao longo do genoma de eucariontes (Fang e Roose, 1997; Esselman et al., 1999). ISSRs têm provado serem úteis dentro de estudos genéticos de populações, especialmente em detecção clonal, diversidade e detecção de indivíduos proximamente relacionados (Gupta et al., 1994; Salimath et al., 1995; Oliveira et al., 1996; Robinson et al., 1997; Ratnaparkhe et al., 1998; Wolfe e Liston, 1998; Wolfe et al., 1998b; Esselman et al., 1999; Meekins et al., 2001; Mengistu e Messersmith, 2002; Ash et al., 2003; Aga et al., 2005; Xiao et al., 2004; Pharmawati et al., 2005; Slotta et al., 2006). 2- APLICAÇÕES DOS MARCADORES MOLECULARES Lacerda et al. (2001) identificaram marcadores RAPD específicos para Plathymenia reticulata Benth. e P. foliolosa Benth., duas espécies arbóreas que, por sua grande similaridade morfológica, são de difícil identificação a partir de coleções de herbário (Heringer e Ferreira, 1973). O estudo indicou ainda uma possível ocorrência de fluxo gênico entre as duas espécies, uma vez que uma das populações analisadas de P. foliolosa apresentou marcadores característicos de P. reticulata. Ainda em relação a estas espécies, outros estudos deverão ser feitos para comprovar se esta população pode ser apontada como parte de uma zona híbrida entre P. reticulata e P. foliolosa. Os marcadores espécie-específicos encontrados poderão servir como futura referência para a identificação de indivíduos destas duas espécies arbóreas. Wadt (2001) com o objetivo de avaliar a estrutura genética de treze populações naturais de Piper hispidinervum do Vale do Acre e avaliar a diversidade genética representada na coleção de germoplasma de pimenta longa da Embrapa Acre, por meio de marcadores RAPD, observou que o agrupamento das distâncias genéticas entre populações, em função de Fst (índice de divergência genética) resultou na formação de dois grupos distintos de 32 populações, os quais correspondem às duas regiões geográficas do Vale do Acre: o Alto Acre e o Baixo Acre. O dendrograma construído pelo método UPGMA mostrou uma tendência das populações a se agruparem de acordo com sua localização geográfica, evidenciando uma estruturação da variabilidade genética das populações no espaço. Ribeiro (2006) analisando a variabilidade genética e morfológica intra e interpopulacional no complexo Bulbophyllum exaltatum (Orchidaceae) ocorrentes nos campos rupestres brasileiros, observou através da análise isoenzimática que nenhuma das espécies formou um grupo distinto envolvendo todas as populações co-específicas, não permitindo uma delimitação taxonômica clara das espécies deste complexo. As espécies foram agrupadas com base em sua região de ocorrência por estados. Meloni et al. (2006) utilizaram três “primers” que geraram 45 bandas através de ISSR. Eles avaliaram a variação genética em cinco populações mediterrâneas de Juniperus phoenicea . Os resultados indicaram que o isolamento geográfico tem representado a maior barreira para o fluxo gênico na espécie. Este trabalho constitui o primeiro passo para a caracterização de fluxo genético das coníferas do mediterrâneo, o que contribuirá para um plano futuro de estratégias de conservação. A variabilidade genética foi avaliada, através do ISSR, em quatro espécies de samambaias pertencentes ao gênero Adiantum L. do Sul da Índia. As populações apresentaram um nível considerável de variação genética, os índices da diversidade variaram de 0.284 a 0.464. Somente 12% das bandas de ISSR encontrados foram restritos a apenas uma espécie, e 54% foram detectados em todas as quatro espécies. A análise da variância molecular revelou que 71,1% da variação estava dentro das populações, e apesar do baixo nível de diferenciação intragenérica, as análises de distâncias genéticas indicaram que as quatro espécies de Adiantum são geneticamente distintas (Korpelainen et al., 2005). Masumbuko et al. (2006) também utilizaram o marcador ISSR para avaliar o nível de similaridade genética entre acessos de Coffea arabica L. da Tanzânia e para estimar a similaridade genética entre C. arabica e as espécies diplóides de Coffea. Seis “primers” foram usados e geraram um total de 82 bandas. O valor de dissimilaridade entre as espécies foi maior que dentro das espécies e a análise de agrupamento baseada na distância genética de Nei mostrou um agrupamento baseado por origem geográfica. Os resultados com ISSR foram similares aos resultados encontrados previamente com RAPD. Outros marcadores moleculares, a exemplo do AFLP foram utilizados para estimar a diversidade genética entre 36 acessos de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) coletados em 18 estados do Brasil (Ganga et al., 2004). Os resultados obtidos 33 permitiram concluir que os marcadores AFLP se mostraram consistentes na avaliação da variabilidade genética, detectando e quantificando a ampla divergência genética entre os 36 acessos analisados, bem como a não-formação de estruturação geográfica. Tais resultados puderam auxiliar na definição de estratégias mais eficientes a serem utilizadas em programas de melhoramento de maracujá-amarelo. Há alguns anos pesquisas com marcadores moleculares em Euterpe edulis Mart. e Caesalpinia echinata Mart. são desenvolvidas pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro com o objetivo de estudar a variabilidade genética das populações remanescentes, sistema de cruzamento e fluxo gênico destas espécies ameaçadas de extinção devido a sua exploração comercial, restringindo o seu tamanho populacional. Cardoso et al. (1998) puderam identificar áreas de máxima diversidade entre cinco populações naturais (uma população da Bahia, uma do Espírito Santo, e três do Rio de Janeiro) de Caesalpinia echinata usando RAPD. Do total da variabilidade genética, 28,5% foi atribuída a diferença entre os grupos geográficos, 29,6% de diferenças das populações dentro dos grupos e 42% de diferenças individuais dentro das populações. Os resultados sugerem que a espécie sofreu um processo de endogamia e que o marcador RAPD foi hábil na detecção de uma clara correlação entre distância geográfica e distância genética. Também foram identificadas áreas de máxima diversidade genética. A recomendação dada pelos autores, baseada na diversidade e na estrutura genética das populações analisadas, é que plantas de diferentes populações e de diferentes regiões deveriam ser usadas em um programa de recuperação. Cardoso et al. (2000), utilizaram 429 bandas AFLP para analisar 150 plantas representando onze populações de Euterpe edulis e verificaram haver maior variação genética dentro das populações (57,4%). Como discutido acima, estudos moleculares são úteis no estabelecimento de relações filogenéticas, variabilidade genética, entre outros. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética intra e inter populacional de Passiflora galbana e Passiflora mucronata através de marcadores RAPD e ISSR, assim como avaliar indiretamente a possibilidade de fluxo gênico entre as espécies auxiliando, desta forma, na delimitação entre elas. 34 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. MATERIAL VEGETAL Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. foram coletadas entre abril de 2004 e junho de 2005 nos Estados da Bahia (BA), Espírito Santo (ES) e Rio de Janeiro (RJ) (Figura 1 e Tabela 1) e foram identificadas taxonomicamente segundo caracteres morfológicos descritos por Nunes (2002). Folhas jovens (pouco rígidas e sem necrose ou predação) destas espécies foram coletadas em sílica gel, totalizando 242 indivíduos distribuídos em 19 populações de ambas as espécies. As amostras populacionais variaram de 7 a 16 indivíduos em Passiflora galbana e de 10 a 22 indivíduos em Passiflora mucronata. Os “vouchers” encontram-se depositados no herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). As folhas foram trazidas para o Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas da UEFS, congeladas em N líquido, maceradas e o pó resultante foi mantido em biofreezer a –80ºC para posterior extração de DNA. 2.2. EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE DNA O DNA de cada amostra foi extraído de folhas jovens de cada indivíduo conforme protocolo modificado de Doyle e Doyle (1987). Quinhentos mg de cada amostra macerada foram acrescidos de 1 ml de tampão pré-aquecido a 65ºC contendo 1% CTAB, 1,4M de NaCl, 20mM 7EDTA, 100mM Tris-HCl (pH 8,0), 1% PVP e 0,1% de β–mercaptoetanol. Após agitação por 30 segundos, as amostras foram incubadas durante 30 minutos a 65°C. O material foi centrifugado por 5 minutos a 14.000 rpm e o sobrenadante submetido a três extrações sucessivas com volume igual de clorofórmio: álcool (24:1). Ao final da última extração foi acrescido ao sobrenadante isopropanol gelado e após inversão suave a mistura foi acondicionada em geladeira por 2 horas para precipitação do DNA. Após centrifugação, o DNA foi ressuspenso em tampão Tris-EDTA (10mM Tris, 1mMEDTA, pH 8,0) e incubado com RNAse (SIGMA-ALDRICH) –concentração final de 40 µg/ml a 37ºC por 30 minutos. As concentrações de DNA das amostras foram estimadas através de eletroforese em gel de agarose 1% com o marcador Lambda Hind III em concentração conhecida (200ng) e tampão Sódio-borato (pH 8.0 e 200 mM de hidróxido de sódio - Brody e Kern, 2004) corado com brometo de etídio (0,5 mg/µl) e posteriormente fotodocumentado com sistema Kodak 1D 3.6. O DNA total de cada indivíduo foi diluído para a concentração final de 10 ng /3 µl. 35 2.3. OBTENÇÃO DOS MARCADORES MOLECULARES 2.3.1. Amplificação de ISSR (Inter Single Sequence Repeats) Para o emprego do ISSR o DNA genômico foi usado para amplificação através da reação em cadeia da polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR). A amplificação de todos os fragmentos foi realizada em um volume final de 19 µl para cada reação contendo, 2µl Tampão 10X (500mM KCI, 100mM Tris-HCI pH 8,4, 1% Triton X-100) (PHONEUTRIA), 1µl de 25mM MgCl2, 3,2µl de 0,2mM dNTPs, 0,6µl de 0,5mM de “primer” (INTEGRATED DNA TECHNOLOGIES INC), 1,0 U de Taq DNA polimerase (INVITROGEN) e 3,33 ηg DNA genômico diluído, complementando o volume final com água ultrapura. Um controle negativo com a omissão de DNA foi incluído em cada corrida para verificar a ausência de contaminação. As reações de amplificação foram realizadas em termocicladores: Perkin Elmer GeneAmp 9700, Master Cycler Eppendorf e PxE 0,2 Thermo Hybaid, padronizando-se o mesmo termociclador para cada “primer” analisado. A amplificação dos fragmentos começou com um ciclo de desnaturação inicial de 94º C por 4 min, seguido de 37 ciclos de amplificação de 94º C por 1 min (desnaturação), 46-48º por 2 min (anelamento), 72º C por 2 min (extensão), e uma extensão no último ciclo de 72º C por 7 min. Vinte “primers” foram testados, tendo sido oito escolhidos para a análise dentre os mais polimórficos: GOOFY, MANNY, MAO, UBC 814, UBC 844, UBC 843, UBC 902 E JHON (Apêndice a). 2.3.2. Amplificação de RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) Para RAPD, as reações de amplificação do DNA foram realizadas conforme Williams et al. (1990). As amplificações foram conduzidas em volume final de 20µl para cada reação com 10ηg de DNA genômico, 2,82µl Tampão 10X (PHONEUTRIA) 0,85µl MgCl2 50mM, 0,51µl DNTPs (dATP, dCTP, dGTP, dTTP) 10mM, 1,13µl “primer” (OPERON TECHNOLOGIES, USA), 1,15U de Taq DNA polimerase (PHONEUTRIA), e os aditivos: 5,60µl de betaína 5M, e 0,56µl de DMSO, complementando o volume final com água ultrapura. Adicionou-se uma gota de óleo mineral para evitar a evaporação em cada amostra. Um controle negativo com a omissão de DNA foi incluído em cada corrida para verificar a ausência de contaminação. O mesmo termociclador foi utilizado para todas as amplificações de RAPD, bem como um único lote de Taq e soluções necessárias, para aumentar a 36 repetibilidade. As amplificações foram feitas com um ciclo de 95°C a um minuto para desnaturação inicial, seguido de 45 ciclos de 94°C, para desnaturação, um minuto a 36°C para o anelamento dos “primers” e dois minutos a 72°C para a extensão dos “primers”. Finalmente um ciclo de sete minutos a 72°C para a extensão final. Um número fixo de amostras (20% do total) aleatoriamente escolhidas foi repetido entre diferentes lotes de amplificação, para verificar a repetibilidade. “Primers” da OPERON TECHNOLOGIES INC (Kits A, C e F ) foram testados, tendo sido selecionados nove dentre os mais polimórficos : OPA-01, OPA-04, OPA-07, OPA-10, OPA-12, OPA-13, OPC-05, OPC-11, e OPC-16 (Apêndice b) 2.3.3. Eletroforese ISSR Após as amplificações foram aplicados 14µl do volume final da PCR e 6µl de corante “blue juice” 6X (TAE 10X 0,5 ml; EDTA 0,5M 0,4ml; SDS – 10% 0,2 ml; azul de bromofenol 0,2ml; glicerol 7,0ml; água estéril 1,7ml) em gel de agarose 1,5% em cuba horizontal por duas horas com voltagem de 60V e com tampão SÓDIO-BORATO (pH 8.0 e 200 mM de hidróxido de sódio - Brody e Kern, 2004). O marcador Ladder de 100 pares de bases foi utilizado para determinação do tamanho dos fragmentos gerados. O gel foi corado com brometo de etídio (0,5mg/µl) e posteriormente fotodocumentados com sistema Kodak 1D 3.6. 2.3.4. Eletroforese RAPD Após as amplificações foram aplicados 10µl do volume final da PCR e 5µl de corante “blue juice” 6X (TAE 10X 0,5 ml; EDTA 0,5M 0,4ml; SDS – 10% 0,2 ml; azul de bromofenol 0,2ml; glicerol 7,0ml; água estéril 1,7ml) em gel de agarose a 1,2% em cuba de eletroforese horizontal por duas horas com voltagem de 100V e com tampão SÓDIOBORATO (pH 8.0 e 200 mM de hidróxido de sódio- Brody e Kern, 2004). O marcador Ladder de 250 pares de bases foi utilizado para determinação do tamanho dos fragmentos gerados. O gel foi corado com brometo de etídio (0,5mg/µl) e posteriormente visualizado e foto-documentado em programa Kodak 1D 3.6. 37 2.3.5. Análise dos resultados Para ambos marcadores e para todos os “primers”, o perfil genético de todos os indivíduos de cada população foi determinado através da análise comparativa das imagens dos géis. Este perfil foi convertido em uma matriz de presença (1), ausência (0) e “não amplificação” dos “primers” (-1) (no caso de indivíduos cujas bandas não foram amplificadas por algum problema metodológico). A caracterização do tamanho (pb) de cada banda amplificada foi feita por comparação com o marcador presente no gel. A variabilidade genética para todas as populações foi estimada pelos seguintes parâmetros: número de bandas, número de bandas exclusivas, proporção de bandas polimórficas (P; critério 0,95), heterozigosidade média esperada (He). Para cada população foram feitas matrizes de distância genética (“genetic distance”Nei, 1978) e de identidade genética ("unbiased genetic identity" - Nei, 1978), Análise de Coordenadas Principais (PCO) e uma Análise Molecular de Variância (AMOVA) com número de permutações igual a 999. O programa utilizado para estas análises foi o GenAlex 6 (Peakall e Smouse, 2006) disponível no site http://www.blackwell- synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1471-8286.2005.01155.x. O fluxo gênico foi avaliado através do programa Popgene version 1.32 (Yeh et al, 1999) disponível no site http://www.ualberta.ca/~fyeh/download.htm. A partir da matriz de distância genética das populações foi realizada uma análise de agrupamento utilizando o algoritmo UPGMA (Unweighted Pair Group Method Arithmetic Average), no programa STATISTICA 6.1 (StatSoft, 2003). Os resultados são apresentados em dendogramas e através de gráficos gerados a partir de PCO (Análise de Coordenadas Principais). A matriz de distância genética de Nei foi comparada com a matriz de distância geográfica entre populações, usando o teste de Mantel com o método de aleatorização (Monte Carlo; 1000 aleatorizações) no programa PCORD 4.10 (McCune e Mefford, 1999), para testar correlação entre distância genética e geográfica. A distância geográfica entre pares de populações foi calculada em quilômetros com base nas coordenadas GPS para cada população no sistema elipsóide WGS84 utilizando o programa disponível no site: http://www.waypoint.org/gps1-calc.html. A correlação cofenética da distância entre as populações obtida a partir dos dados de ISSR, RAPD e distância geográfica foram calculadas através do programa FITOPAC 1 (Shepherd, 1995). Uma análise de agrupamento por indivíduos utilizando-se o índice de Jaccard com 1000 replicações de bootstrap foi feita no programa Past (Hammer et al., 2001) para ambos 38 marcadores moleculares. A análise de correlação de Spearman (critério p < 0,05) entre dados genéticos de ISSR e RAPD (He) foi realizado utilizando o pacote STATISTICA 6.1 (StatSoft, 2003). 39 Figura 1 -Mapa ilustrando as 19 populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata coletadas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. 40 Tabela 1 -Lista das espécies e seus respectivos pontos de coleta ao longo dos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (G: Passiflora galbana M: Passiflora mucronata) N: Nº indivíduos População Espécie N Local de coleta Georeferências S Georeferências W Nº da exsicata GBA 1 GBA 2 GBA 3 GBA 4 GBA 5 GRJ 6 GES 7 MBA1 MBA2 MBA 3 MBA 4 MBA 5 MRJ 6 MRJ 7 MES 8 MES 9 MES 10 MES 11 MRJ 12 15 15 10 14 7 12 13 12 9 22 10 13 10 10 13 16 10 11 20 São João do Paraíso – BA Prado – BA Ituberá – BA Belmonte/ Cabrália – BA Porto Seguro / Santa Cruz Cabrália – BA Rio das Ostras –RJ Guarapari- ES Mucuri - BA Porto Seguro / Santa Cruz Cabrália -BA Ituberá – BA Canavieiras – BA Ilhéus - BA São Francisco de Itabapoana –RJ Rio das Ostras –RJ Serra- ES Guarapari-- ES Manguinhos- ES Vila Velha - ES Grussaí - RJ 15º 36' 14.0" 17º 18' 50.9" 13º 42' 27.2" 16º 10' 22.6" 16º 21' 57.3" 22º 16' 99.0" 20º 54' 00.0" 18º 05' 52.0" 16º 24' 27.1" 13º 43' 05.5" 15º 38' 05.1" 14º 49' 07.6" 21º 43' 25.0" 22º 16' 99.0" 20º 24' 22.0" 20º 54' 00.0" 20º 51' 42.0" 20º 41' 13.0" 21º 44' 00.0" 39º 25' 45.9" 39º 13' 33.3" 39º 00' 53.8" 38º 56' 16.6" 39º 00' 37.4" 41º 48' 61.0" 40º 47' 08.0" 39º 53' 36.0" 39º 02' 50.4" 38º 59' 22.8" 38º 56' 20.3" 39º 01' 31.1" 41º 11' 74.0" 41º 48' 61.0" 40º 19' 22.0" 40º 47' 08.0" 40º 36' 52.0" 40º 33' 73.0" 41º 02' 00.0" HUEFS 110016 HUEFS 110017 HUEFS 110025 HUEFS 110021 HUEFS 110020 HUEFS 110029 HUEFS 110034 HUEFS 110018 HUEFS 110019 HUEFS 110026 HUEFS 110027 HUEFS 110024 HUEFS 118122 HUEFS 110030 HUEFS 118124 HUEFS 118125 HUEFS 110032 HUEFS 110031 HUEFS 118123 Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata 41 3. RESULTADOS 3.1- ISSR Os oito “primers” utilizados produziram 108 bandas com boa resolução (Figura 2). O tamanho dos fragmentos obtidos por PCR variou de 100 a 2000 pares de bases (pb), aproximadamente. Para as duas espécies, das 108 bandas obtidas, 32 foram polimórficas o que corresponde a uma média de 29,92% e 76 bandas foram monomórficas e o que corresponde a uma média de 70,08%. O número de fragmentos gerados por “primer” utilizado neste estudo variou de 9 a 18 com uma média de 13,5 bandas por “primer” (Apêndice a). A análise de variância (AMOVA) indicou uma variabilidade intrapopulacional de 37%. Isso pode estar associado a: presença de poucas bandas exclusivas em cada população e/ou ausência de fragmentos específicos em apenas uma ou poucas populações. O valor da estruturação genética calculada pelo Gst (valor correspondente ao Fst) foi de 0,5772 enquanto que o fluxo gênico calculado a partir dessa estruturação (Nm) foi de 0,3663 em Passiflora mucronata. Para Passiflora galbana, o Gst foi de 0,4725 e o Nm de 0,5580, confirmando fluxo gênico moderado intra populacional para ambas as espécies. Quando calculados com as duas espécies juntas, o valor da estruturação genética pelo Gst foi de 0,5574 enquanto que o fluxo gênico calculado a partir dessa estruturação (Nm) foi de 0,3970 indicando também presença de fluxo gênico moderado interpopulacional. Em P. galbana foram encontradas de uma (populações GBA2, GBA3, GBA5 e GRJ6) a oito (população GBA1) bandas específicas nas populações e em P. mucronata apenas uma banda específica (populações MBA1, MBA2, MBA4, MRJ6 e MES10). Porém, todos estes fragmentos não ocorreram em alta frequência nos indivíduos de cada população, não sendo considerados bons marcadores para estas populações. A proporção de bandas polimórficas variou de 36,11% (populações GBA1 e GES7) a 21,30% (população GBA5) em P. galbana e de 33,33% (população MES11) a 14,81% (população MES9) em P. mucronata. Em P. galbana, a população GES7 apresentou o maior valor de heterozigosidade média esperada (0,126) e a população GBA5 o menor valor (0,074), já em P. mucronata, a população MRJ12 apresentou o maior valor de heterozigosidade média esperada (0,127) e a população MES9 o menor (0,046) (Tabela 2). A menor identidade genética ocorreu entre as populações GBA2 E MRJ12 (0,732) e a maior entre MES8 e MES9 (0,974) (Tabela 3). 42 No dendograma obtido a partir da distância genética de Nei (1978) através do ISSR, as dezenove populações apresentaram uma tendência ao agrupamento em função da proximidade geográfica e não em função da espécie a que pertenciam (Figura 3), sendo um grupo formado pelas populações da Bahia, com exceção da população GBA5, e os outros constituindo-se pelas populações do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A análise de agrupamento por indivíduos utilizando o índice de Jaccard com 1000 replicações de “bootstrap”, mostrou no dendograma feito com ISSR, agrupamentos dos indivíduos por população, confirmando a tendência apresentada acima (dados não apresentados). Na análise de coordenadas principais (PCO), os três primeiros eixos explicam 72,59% da variabilidade da análise em porcentagem. O primeiro eixo explica 33,27% da variabilidade e separa as populações da Bahia das populações do Espírito Santo e uma do Rio de Janeiro (MRJ12) sendo que as demais do Rio de Janeiro ficam intermediárias entre os dois grupos. O segundo eixo explica 22,67% da variabilidade e separa as populações GBA1 e GBA 2 das demais (Figura 4). 43 Tabela 2 -Variabilidade genética em 108 bandas de ISSR e 94 de RAPD em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Veja Tabela 1 para nomes das populações. Nº bandas = total de fragmentos analisados em cada população gerados a partir do somatório de todos os “primers” analisados; Nº bandas exclusivas = total de fragmentos encontrados em uma única população; P = proporção de bandas polimórficas (critério 0,95); He = heterozigosidade média esperada (Nei, 1978; "unbiased estimate"). ISSR Pop. GBA1 GBA2 GBA3 GBA4 GBA5 GRJ6 GES7 MBA1 MBA2 MBA3 MBA4 MBA5 MRJ6 MRJ7 MES8 MES9 MES10 MES11 MRJ12 Nº bandas 45 43 41 39 40 39 47 32 33 38 37 32 37 38 30 30 39 36 43 RAPD Nº bandas exclusivas 8 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 1 2 2 P 36,11% 31,48% 26,85% 29,63% 21,30% 25,93% 36,11% 20,37% 18,52% 26,85% 20,37% 24,07% 23,15% 23,15% 16,67% 14,81% 29,63% 33,33% 25,34% He 0,108 0,110 0,103 0,121 0,074 0,087 0,126 0,086 0,060 0,086 0,065 0,075 0,089 0,077 0,066 0,046 0,096 0,090 0,127 Pop. GBA1 GBA2 GBA3 GBA4 GBA5 GRJ6 GES7 MBA1 MBA2 MBA3 MBA4 MBA5 MRJ6 MRJ7 MES8 MES9 MES10 MES11 MRJ12 Nº bandas 45 46 38 42 46 42 49 30 44 38 46 42 42 48 42 41 42 40 46 Nº bandas exclusivas 0 2 1 2 1 0 2 1 1 0 2 1 1 0 1 0 1 0 1 P 35,71% 31,25% 20,54% 26,79% 19,64% 21,43% 36,61% 12,50% 26,79% 21,43% 29,46% 25,00% 22,32% 35,71% 23,21% 23,21% 30,36% 19,64% 33,93% He 0,122 0,144 0,070 0,097 0,061 0,076 0,130 0,046 0,095 0,079 0,096 0,083 0,073 0,126 0,089 0,084 0,103 0,070 0,106 44 Tabela 3 -Matriz de identidade genética média ("unbiased genetic identity"; Nei, 1978) em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, a partir de dados de RAPD (abaixo da diagonal) e de ISSR (acima da diagonal). Ver Tabela 1 para nomes das populações. GBA1 GBA2 GBA3 GBA4 GBA5 GRJ6 GRJ7 MBA1 MBA2 MBA3 MBA4 MBA5 MRJ6 MRJ7 MÊS8 MES9 MES10 MES11 MRJ12 GBA1 0,904 0,885 0,889 0,851 0,857 0,832 0,892 0,839 0,869 0,808 0,773 0,824 0,803 0,812 0,786 0,788 0,747 0,833 GBA2 0,920 0,834 0,838 0,805 0,800 0,760 0,862 0,769 0,807 0,744 0,718 0,784 0,773 0,767 0,704 0,709 0,662 0,735 GBA3 0,819 0,789 0,938 0,825 0,831 0,811 0,829 0,806 0,830 0,804 0,780 0,805 0,776 0,801 0,766 0,777 0,737 0,792 GBA4 0,807 0,811 0,959 0,900 0,856 0,868 0,857 0,818 0,864 0,850 0,830 0,842 0,810 0,823 0,801 0,802 0,766 0,808 GBA5 0,781 0,800 0,899 0,947 0,921 0,875 0,821 0,789 0,826 0,888 0,866 0,889 0,864 0,874 0,832 0,830 0,801 0,832 GRJ6 0,792 0,811 0,843 0,873 0,915 0,912 0,806 0,792 0,826 0,829 0,791 0,838 0,838 0,919 0,898 0,882 0,856 0,891 GRJ7 0,856 0,861 0,878 0,887 0,861 0,871 0,848 0,796 0,847 0,854 0,809 0,820 0,816 0,862 0,880 0,879 0,856 0,850 MBA1 0,802 0,794 0,861 0,865 0,834 0,829 0,909 0,889 0,894 0,821 0,775 0,824 0,803 0,782 0,759 0,777 0,736 0,766 MBA2 0,831 0,819 0,876 0,905 0,870 0,842 0,921 0,900 0,869 0,796 0,751 0,805 0,796 0,778 0,749 0,752 0,712 0,732 MBA3 0,810 0,785 0,855 0,882 0,879 0,819 0,891 0,837 0,933 0,862 0,811 0,853 0,822 0,833 0,806 0,823 0,790 0,786 MBA4 0,816 0,806 0,832 0,856 0,874 0,839 0,905 0,828 0,898 0,945 0,979 0,906 0,872 0,848 0,806 0,840 0,783 0,791 MBA5 0,840 0,812 0,894 0,926 0,934 0,882 0,892 0,852 0,914 0,928 0,932 0,891 0,840 0,802 0,756 0,797 0,726 0,750 MRJ6 0,803 0,770 0,839 0,896 0,928 0,876 0,854 0,833 0,884 0,877 0,862 0,933 0,925 0,895 0,846 0,829 0,791 0,818 MRJ7 0,822 0,788 0,837 0,867 0,905 0,875 0,869 0,845 0,872 0,883 0,880 0,916 0,962 0,911 0,842 0,853 0,823 0,827 MES8 0,818 0,785 0,822 0,852 0,897 0,888 0,877 0,834 0,848 0,877 0,890 0,908 0,919 0,938 0,949 0,919 0,890 0,888 MES9 MES10 MES11 MRJ12 0,786 0,806 0,774 0,752 0,764 0,772 0,766 0,732 0,783 0,789 0,794 0,773 0,825 0,793 0,814 0,784 0,876 0,842 0,847 0,829 0,875 0,897 0,881 0,861 0,844 0,816 0,817 0,800 0,804 0,807 0,791 0,775 0,811 0,791 0,766 0,756 0,828 0,761 0,748 0,761 0,847 0,773 0,741 0,748 0,882 0,823 0,809 0,805 0,891 0,831 0,800 0,797 0,891 0,833 0,800 0,792 0,974 0,863 0,860 0,853 0,850 0,856 0,839 0,916 0,914 0,894 0,892 0,941 0,941 0,887 0,895 0,895 - 45 GBA2 GBA1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 MBA1 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 2000pb 1900pb 1800pb * 1600pb 1500pb 1400pb 1300pb 1200pb 1100pb 1000pb 900pb 800pb 700pb 600pb 500pb 400pb 300pb 200pb 100pb Figura 2 -Gel de agarose corado com brometo de etídio mostrando o padrão eletroforético de ISSR pela amplificação com o “primer” JHON em populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata. Aplicações 1-17: população GBA1; Aplicações 18-33: população GBA2; Aplicações 3440: população MBA1 ; Aplicações 6 e 15, 26 e 35 e 41: marcador de 100 pares de bases (pb) Ladder. Setas indicam bandas polimórficas. Setas com * indicam bandas monomórficas. Ver Tabela 1 para nomes das populações. 46 UPGMA Distância de Nei (1978) GBA 1 GBA 2 MBA 1 MBA 2 MBA 3 MBA 4 MBA 5 GBA 3 GBA 4 GBA 5 MRJ 6 MRJ 7 GRJ 6 MES 8 MES 9 GES 7 MES 10 MES 11 MRJ 12 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 Linkage Distance Figura 3 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações 47 Principal Coordinates GBA 2 Coord. 2 GBA 1 MES 11 MES 10 MRJ 12 GES 7 GRJ 6 MBA1 MBA2 GBA 3 GBA 4 MBA 3 MBA 5 MES 8 MES 9 GBA 5 MBA 4 MRJ 6 MRJ 7 Coord. 1 Figura 4 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 108 bandas de ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações. 48 3.2- RAPD Assim como foi observado com o ISSR, os resultados com RAPD indicam que há um agrupamento baseado na localização geográfica e não por espécies. Os nove “primers” utilizados produziram 94 bandas com boa resolução (Figura 5). Para a confecção da matriz foram consideradas apenas as bandas cuja visualização era satisfatória. O tamanho dos fragmentos obtidos por PCR variou de 200 a 2250 pb, aproximadamente. Das 94 bandas obtidas, 26 foram polimórficas o que correspondeu a uma média de 27,21% e 68 bandas foram monomórficas (72,09%). O número de fragmentos gerados por “primer” utilizado neste estudo variou de 6 a 14 com uma média de 10,4 bandas por “primer” (Apêndice b). Os valores encontrados em relação à análise de variança (AMOVA) assim como os resultados de ISSR, demonstraram uma variação dentro das populações de 37%. Isso também pode estar associado à presença de poucas bandas exclusivas em cada população e/ou a ausência de fragmentos específicos em apenas uma ou poucas populações. O valor da estruturação genética calculada pelo Gst (valor correspondente ao Fst) foi de 0,6035 enquanto que o fluxo gênico calculado a partir dessa estruturação (Nm) foi de 0,3285 em Passiflora mucronata e o Gst de 0,5599 e Nm de 0,3930 para Passiflora galbana, confirmando a presença de fluxo gênico intra populacional a partir deste marcador. Quando calculados para as duas espécies, o Gst foi de 0,6139 e Nm de 0,3144 para o marcador RAPD, confirmando a presença de fluxo gênico interpopulacional a partir deste marcador. Nas populações de P. galbana encontrou-se de uma (populações GBA3 e GBA5) a duas (populações GBA2, GBA4, e GES7) bandas específicas nas populações e em P. mucronata uma (populações MBA1, MBA2, MBA5, MRJ6, MES8, MES10 e MRJ12) a duas (população MBA4) bandas específicas. A proporção de bandas polimórficas variou de 36,61% (população GES7) a 19,64% (população GBA5) em P. galbana e em P. mucronata variou de 35,71% (população MRJ7) a 12,50% (população MBA1). A população GBA2 apresentou o maior valor de heterozigosidade média esperada (0,144) e a população GBA5 apresentou o menor valor (0,061) em P. galbana, já em P. mucronata a população MRJ7 apresentou a maior heterozigosidade média esperada (0,126) e a população MBA1 o menor valor (0,046) (Tabela 2). A menor identidade genética ocorreu entre as populações GBA2 e MES11 (0,662) e a maior entre as populações MBA4 e MBA5 (0,979) (Tabela 3). 49 No dendograma obtido por RAPD, as dezenove populações foram subdivididas em dois grupos. O primeiro grupo foi constituído pelas populações da Bahia, com a exclusão das populações MBA5 e GBA5, que se agruparam com as demais populações do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, formando o segundo agrupamento. Portanto, assim como em ISSR é evidente que as espécies têm uma tendência a se agruparem em função da proximidade geográfica e não em função da espécie a que pertenciam (Figura 6). Em relação à análise de agrupamento por indivíduos utilizando o índice de Jaccard com 1000 replicações de “bootstrap”, assim como ISSR, o dendograma apresentou agrupamentos dos indivíduos por população confirmando a tendência apresentada quando se utilizou os marcadores ISSR (dados não apresentados). Na análise de coordenadas principais (PCO), os três primeiros eixos explicam 69,17% da variabilidade da análise em porcentagem. O primeiro eixo explica 37,82% da variabilidade e separa as populações da Bahia das demais e o segundo eixo explica 17,43% da variabilidade não sendo suficiente para a separação das espécies (Figura 7). 3.3 - Análise combinada e relação entre os marcadores utilizados O dendograma obtido pela análise combinada dos marcadores RAPD e ISSR mostrou que as dezenove populações foram subdivididas em dois grupos principais: um grupo constituído pela populações da Bahia e outro grupo com as demais populações do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. As análises feitas separadamente mostraram a tendência dos agrupamentos por distrinuição geográfica e na análise combinada é evidente que as espécies ficaram agrupadas, em dois grupos geográficos, diferentes em função da proximidade geográfica e não em função da espécie a que pertenciam confirmando a tendência observada pelos marcadores separadamente (Figura 8). Na análise de coordenadas principais (PCO), os três primeiros eixos explicam 71,42 % da variabilidade. O primeiro eixo explica 36,89% da variabilidade separando as populações da Bahia das demais e o segundo eixo explica 19,91% da variabilidade porém, não são suficientes para a separação das espécies (Figura 9), como observado nas análises separadamente. O teste de Mantel indicou haver correlação entre as distâncias genéticas obtidas a partir dos dois marcadores moleculares, RAPD e ISSR (r = 0,4719; p = 0,0002). Também foi encontrada correlação entre o marcador RAPD e a distância geográfica (r = 0,2901 e p = 50 0,0038) e não há correlação entre o marcador ISSR e a distância geográfica (r = 0,0639 e p = 0,1930). A análise de correlação de Spearman entre variabilidade genética (He) baseada em RAPD e ISSR demonstrou ausência de correlação entre as variabilidades genéticas (He RAPD e ISSR: r = 0,156 e p = 0,5232) utilizadas nesse estudo. 51 MRJ6 MRJ7 GRJ7 MES8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1415 16 17181920 2122232425 262728 29 30 3132 33 3435 36 37 38 3940414243 2750pb 2500pb 2250pb 2000pb 1750pb 1500pb 1250pb 1000pb 750pb 500pb * 250pb Figura 5 -Gel de agarose corado com brometo de etídio mostrando o padrão eletroforético de RAPD pela amplificação com o “primer” OPC 11 em populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata. Aplicações 1-4: população MRJ6; Aplicações 5-17: população MRJ7; Aplicações 18-28: população GRJ7; Aplicações 29 a 42-população MES8 : Aplicação 20 e 43: marcador de 250 pares de bases (pb) Ladder. Setas indicam bandas polimórficas. Setas com * indicam bandas monomórficas. Ver Tabela 1 para nomes das populações 52 UPGMA Ditância de Nei (1978) GBA 1 GBA 2 MBA 1 GBA 3 GBA 4 MBA 2 MBA 3 MBA 4 GBA 5 MBA 5 MRJ 6 MRJ 7 GRJ 6 MES 8 MES 9 MES 10 MES 11 MRJ 12 GES 7 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 Linkage Distance Figura 6 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações 53 Principal Coordinates MBA 5 GBA 5 MRJ 6 Coord. 2 MRJ 7 MBA 4 MES 8 MES 11 MES 10 MES 9 MBA 3 MBA2 GES 7 MBA1 GBA 2 GRJ 6 MRJ 12 GBA 3 GBA 1 GBA 4 Coord. 1 Figura 7 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 94 bandas de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações. 54 UPGMA Distância de Nei (1978) GBA 1 GBA 2 MBA 1 MBA 2 MBA 3 MBA 4 MBA 5 GBA 3 GBA 4 GBA 5 MRJ 6 MRJ 7 GRJ 6 MES 8 MES 9 GES 7 MES 10 MES 11 MRJ 12 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 Linkage Distance Figura 8 -Dendrograma mostrando as relações genéticas entre dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata, ocorrentes nos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, utilizando UPGMA como algoritmo de agrupamento a partir dos dados de RAPD e ISSR. Ver a Tabela 1 para nome das populações. 55 Principal Coordinates C o o rd . 2 MRJ 6 MES 8 MES 9 MRJ 7 GRJ 6 MBA 3 MBA2 GBA 4 GBA 3 MBA1 GES 7 MES 11 MBA 5 GBA 5 MBA 4 MES 10 MRJ 12 GBA 1 GBA 2 Coord. 1 Figura 9 -Análise de Coordenadas Principais (PCO) de dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro baseado em 108 bandas de ISSR e 94 de RAPD. Ver a Tabela 1 para nome das populações. 56 4. DISCUSSÃO A estrutura genética de uma espécie pode ser definida como a distribuição da variabilidade genética entre e dentro de populações. Em populações naturais, a distribuição da variabilidade genética é influenciada pelo modo de reprodução, sistema de cruzamento, tamanho da população, distribuição geográfica e fluxo gênico (Hamrick, 1986), além de ser estruturada no tempo e no espaço. Outros fatores que interferem nesta estrutura são mutação, migração, seleção e deriva genética, as quais definem a distribuição da variabilidade genética nas populações (Wadt, 2001). Um dos parâmetros mais utilizados para quantificar a variabilidade genética são as proporções de bandas polimórficas dentro de espécies e dentro de populações (Hamrick, 1994b). No caso das espécies de Passiflora aqui estudadas, a média de bandas polimórficas a partir do ISSR foi de 29,92%. Resultados semelhantes foram encontrados por Ge e Sun (1999) em Aegiceras corniculatum (16,18%), Ge et al. (2005a) em Ammopiptanthus mongolicus e A. nanus (39,39% e 25, 89%, respectivamente) e valores um pouco maiores foram encontrados por Xie et al. (2005) em Monimopetalum chinense (50,94%). Contudo, outros estudos demonstram índices de polimorfismo superiores para diferentes grupos de plantas, tais como Zietkiewicz et al., 1994; Gupta et al., 1994; Ge et al., 2005b; Liu e Wendel, 2001; Hassel e Gunnarsson, 2003; Ye et al., 2005; Sheng et al., 2005 e Sica et al., 2005. A distribuição da variabilidade dentro e entre populações pode ser estimada pelas estatísticas F de Wright ou Gst de Nei. No presente estudo com o marcador ISSR, o valor da estruturação genética calculada pelo Gst foi de 0,5772 em P. mucronata e de 0,4725 em P. galbana. Quando calculados com as duas espécies juntas, o valor da estruturação genética pelo Gst foi de 0,5574. Valores semelhantes foram encontrados com o marcador RAPD (Gst = 0,6035 em P. mucronata e 0,5599 em P. galbana). Quando calculados com as duas espécies juntas, o valor da estruturação genética pelo Gst foi de 0,6139 o que significa um alto índice de estruturação genética tanto intra quanto interpopulacional. Estes valores semelhantes, para o Gst que foram encontrados nas análises combinadas e nas espécies separadamente, sugerem que as populações possam pertencer a um mesmo táxon, uma vez que valores superiores de estruturação genética seriam esperados numa análise combinada entre duas espécies distintas. De maneira geral, a maior parte da variabilidade genética é mantida dentro de populações e não entre elas (Hamrick, 1994 a,b). Hamrick (1994b), usando isoenzimas avaliou dez espécies arbóreas tropicais e verificou que a variação genética entre populações 57 foi muito baixa (Gst = 0,05). Em outro estudo, Cecropia obtusifolia e Acacia mexicanum também apresentaram baixos níveis de variação entre populações, com valores de Fst iguais a 0,029 e 0,040, respectivamente (Alvarez-Buylla e Garay, 1994; Eguiarte et al., 1992). Moraes (1993) estudando a variabilidade genética de duas populações de aroeira (Myracrodruon urundeuva) verificou, para as duas populações, uma baixa taxa de fecundação cruzada, ocasionando expressiva taxa de endogamia (homozigose). As populações GBA2 e MRJ12 que apresentaram os menores valores de identidade genética segundo o marcador ISSR, estão distantes geograficamente por 524,1 km. Já as populações MES8 e MES9 que apresentaram os maiores valores de identidade genética, se localizam mais próximas geograficamente por apenas 55 km. Do mesmo modo, para o marcador RAPD, as populações GBA2 e MES11 que apresentaram os menores valores de indentidade genética, estão distantes 398,8 km e as populações MBA4 e MBA5 que apresentaram os maiores valores estão distantes geograficamente por 90,7 km. Portanto, a identidade genética foi inversamente proporcional a distância geográfica em ambos marcadores moleculares. Isto foi corroborado pelos resultados utilizando-se o teste de Mantel que demonstrou correlação entre dados genéticos utilizando o marcador RAPD e dados geográficos, isto é, as populações que se apresentam mais distantes geneticamente são também as que se apresentam mais distantes geograficamente. Já os dados relacionados ao marcador ISSR não apresentaram correlação com a distância geográfica. Várias disjunções afetando a distribuição geográfica têm sido freqüentemente associadas à diferenciação genética de populações em diversos grupos de plantas (Berge et al., 1998; Borba et al., 2001; Jesus et al., 2001; Machado, 2004; Lambert et al., 2006a, Lambert et al., 2006b; Pereira, 2006; Ribeiro, 2006), embora nenhuma correlação também tenha sido encontrada em outras plantas (Fischer e Matthies, 1998; Li et al., 2004). Eventos estocásticos, tais como a deriva genética e o “efeito gargalo”, além da diminuição ou interrupção do fluxo gênico podem fazer com que populações isoladas geograficamente apresentem variabilidade genética reduzida. A população de Prado/BA (GBA2) possivelmente teve sua variabilidade reduzida devido à intensa ação antrópica, uma vez que a população coletada localizava-se à beira de uma rodovia, favorecendo a sua exploração e o seu isolamento geográfico com as outras populações. Algumas populações com diversidade genética reduzida devido ao “pool” gênico dos seus fundadores (efeito fundador) também podem apresentar baixa variabilidade (Tremblay e Ackerman, 2001; Lambert et al., 2006a, Lambert et al., 2006b; Ribeiro, 2006). O reduzido tamanho efetivo da população também parece ter contribuído para a baixa variabilidade, pois a redução 58 populacional pode reduzir a diversidade genética. Os resultados encontrados para a proporção de bandas polimórficas dentro das espécies variou de 14,81% a 36,11% com o marcador ISSR e de 12,50% a 36,61% com o RAPD, o que significa um número baixo de bandas polimórficas comparado com outras espécies (Xu et al., 1995; Gauer e Cavalli-Molina, 2000; Lima et al., 2002; Cansian, 2003; Souframanien et al., 2004, Vicini et al., 2004; Xavier et al., 2005; Cavallari et al., 2006) e com estudos realizados dentro do gênero Passiflora (Vieira et al., 1997; Cassiano et al., 1998; Crochemore et al., 2003; Viana et al., 2003). No entanto, podemos observar que não houve muita variação entre os números quando comparamos os dois marcadores, sugerindo que a eficiência de ambos na geração de bandas polimórficas seja similar. Em outros trabalhos a exemplo de um estudo realizado com populações de Eichornia crassipes do Sul da China (Li et al., 2006), usando 25 “primers” de RAPD e 18 de ISSR, os autores encontraram 172 bandas de RAPD e 145 de ISSR respectivamente, mas nenhuma banda polimórfica foi detectada dentro da população ou entre populações para ambos marcadores. Isto indica que a diversidade genética dentro da espécie é extremamente baixa sugerindo que algum outro fator à exceção da diversidade genética, seja responsável pela rápida expansão de Eichornia na região. Este estudo sugeriu que as populações poderiam consistir de um mesmo genótipo e por isso a baixíssima diversidade revelada. A reprodução desta espécie ocorre sexuadamente, entretanto, o brotamento lateral é amplamente utilizado para a colonização rápida de áreas onde esta planta se instala (Souza e Lorenzi, 2005). De acordo com o marcador ISSR, a população GBA1 foi a que apresentou o maior número de alelos exclusivos (oito), um número considerado alto comparado com as demais populações, que apresentaram no máximo dois alelos exclusivos. Esta população se apresenta às margens de uma rodovia e possivelmente tenha apresentado na sua origem, grande tamanho populacional e alta diversidade genética, e talvez por isso, apesar da ação antrópica, sua diversidade ainda foi maior que a das demais populações. A alta variabilidade genética desta população também pode estar relacionada a características ecológicas exclusivas, como respostas adaptativas à ocupação de diferentes nichos levando a seleção de uma diversidade alélica maior. A presença de bandas exclusivas de determinadas populações evidencia a importância da manutenção de populações naturais para que não haja perda de alelos e conseqüente redução do nível de variabilidade genética. A variabilidade genética, de forma geral, também pode estar relacionada com a diferença de tempo transcorrido entre a extinção das populações intermediárias, possivelmente levando à redução (embora não à extinção) do fluxo gênico entre algumas populações e, conseqüentemente, sua diferenciação. 59 Como já mostrado anteriormente, os valores encontrados para o grau de estruturação das populações são considerados altos e os testes de fluxo gênico realizados a partir de ambos marcadores demonstraram que ainda ocorre fluxo gênico, ou ocorreu em um passado recente, entre as populações amostradas dentro da mesma espécie e entre as espécies. De acordo com Wright (1951) valores de Nm menores que 1 indicam isolamento genético, já Govindajaru (1989) classificou o fluxo gênico em alto (Nm>1), intermediário (Nm entre 0,25 E 0,99) e baixo (Nm<0,25). Devido aos valores de fluxo gênico encontrado entre as populações das duas espécies, a manutenção desse fluxo possivelmente pode ter contribuído para a similaridade genética entre as populações estudadas, sem a nítida separação das espécies. O fluxo gênico (dispersão de pólen e sementes) entre populações estabelecidas reduz a diferenciação genética entre elas, sendo um dos mecanismos responsáveis pela introdução de novas variações genéticas na população receptora (Wright, 1931). A taxa de fluxo gênico pode ser medida em termos do número equivalente de migrantes que se move de uma população a outra (Silvertown e Doust, 1993). Existem quatro modelos propostos para explicar o fluxo gênico entre populações: 1) o modelo continente-ilha, em que o fluxo de alelos ocorre em uma única direção, partindo de uma população grande para uma população menor e isolada; 2) o modelo de ilhas, onde o movimento de alelos se dá ao acaso, em qualquer direção, entre um grupo de pequenas populações; 3) o modelo “stepping stone”, onde o fluxo gênico ocorre apenas entre populações vizinhas; e 4) o modelo de isolamento por distância, o qual considera uma população contínua onde o fluxo de alelos ocorre entre vizinhos próximos (Perecin, 2000). O recrutamento de novos indivíduos em populações com intenso fluxo gênico é dependente das características das populações envolvidas. Assim, as populações podem ser consideradas como uma única população, evidenciando que o fluxo gênico não só influencia a estrutura genética como também define os limites das próprias populações (Nason et al., 1996). No presente estudo, as populações não se agruparam por espécies indicando haver fluxo gênico tanto interpopulacional quanto interespecífico e conseqüentemente não permitindo limites entre as espécies. O grau em que uma população pode ser delimitada de outras, depende do nível de fluxo gênico entre elas (Futuyma, 1997) e alterações nesse fluxo gênico podem ser ocasionadas por alterações nas barreiras naturais. Freqüentemente, técnicas de biologia molecular, como os marcadores moleculares RAPD e ISSR, podem ser empregados como ferramentas para obtenção de informações no campo da ecologia. De modo geral, eles são utilizados para acessar o genoma de uma ou mais espécies e quantificar a variabilidade e 60 determinar a estrutura genética das populações. Esta é uma abordagem recente, mas tem se mostrado eficiente em inferências e respostas para importantes questões ecológicas. No que diz respeito à partição da variabilidade genética encontrada a partir da análise de variância houve uma menor variação dentro das populações e maior divergência entre as populações para ambos marcadores utilizados. Estudando um gênero de Taxaceae Ge et al. (2005b) encontraram que as análises de AMOVA revelaram as diferenças entre espécies e explicaram somente 27,38% da variação total, visto que as diferenças entre populações e dentro das populações eram 57,70 e 14,92%, respectivamente. Os níveis baixos da variação genética intrapopulacional e de divergência eram atribuídas aos “efeitos gargalo” durante ou após as glaciações do Pleistoceno. A análise fenética baseada na distância de Nei (1978) obtida a partir de dados genéticos revelou que há um agrupamento biogeográfico para a distribuição da similaridade genética das populações. As populações amostradas estão distribuídas em agrupamentos de acordo com a distância geográfica, uma vez que populações mais próximas apresentam maior similaridade genética. De acordo com ISSR e com o RAPD, as populações mais próximas (MES8 e MES9), que estão distantes apenas 55 km, apresentaram pequena distância genética. O RAPD também apontou as populações MES10 e MES11, distantes apenas 19,5 km, como apresentando pequena distância genética. De forma geral, podemos afirmar que as populações da Bahia são mais semelhantes entre si do que com as demais. Embora com o marcador ISSR a população GBA5 tenha se agrupado com as espécies do Rio de Janeiro, esta população permaneceu no mesmo grupo da Bahia quando analisadas com marcador RAPD. Nos dados obtidos para ambos os marcadores as populações do Rio de Janeiro apresentaram-se mais próximas da Bahia do que as populações do Espírito Santo, resultado considerado surpreendente, uma vez que estas populações encontram-se mais distantes geograficamente. Uma explicação possível para esta situação é que os agrupamentos formados podem refletir a adaptação a diferentes condições ecológicas, pois apesar da distância geográfica, muitas populações do Rio de Janeiro podem ser encontradas em condições semelhantes às populações da Bahia. Além disso, populações próximas, como no caso das populações da Bahia e do Espírito Santo, mas que se encontram sob diferentes pressões seletivas, podem divergir geneticamente apesar do fluxo gênico. A estrutura genética populacional das plantas está diretamente relacionada a fatores como o sistema de reprodução e os mecanismos de dispersão do pólen e das sementes (Hamrick and Godt, 1990; 1996), o tamanho efetivo da população, e a sua habilidade de 61 colonização (Sun, 1996; 1997). Estes fatores aliados a condições ecológicas podem estar atuando diretamente para contribuir com o padrão biogeográfico encontrado neste estudo com as duas espécies de Passiflora. Variabilidade genética x marcador utilizado A variabilidade genética, além de ser importante para a evolução, pode ser usada como ferramenta de investigação por ecólogos e sistematas em diversos ramos da Ciência como, por exemplo, para verificar as afinidades e limites entres as espécies; detectar modos de reprodução e estrutura familiar; estimar níveis de dispersão nas populações, entre outros (Avise, 1994). As ferramentas básicas para esse tipo de estudo são os chamados marcadores moleculares que são biomoléculas relacionadas a algum traço genético e que apresentam alguma variabilidade relacionada ao problema a ser estudado. Essa variabilidade nos permite comparar indivíduos, populações ou até mesmo espécies diferentes. Além disso, variação genética fornece o material básico para a evolução de todas as espécies (Solé-Cava, 2001). Diversos fatores, entre os quais mutação, deriva genética, modo de reprodução, fluxo gênico, seleção natural, distribuição geográfica das populações, número de populações estudadas, e o tipo de marcador usado podem influenciar os padrões de variabilidade genética entre e dentro das populações (Slatkin, 1987). No presente estudo foram utilizados dois marcadores distintos para avaliação dos padrões de diversidade em P. galbana e P. mucronata. A heterozigosidade média esperada conforme os marcadores ISSR variou de 0,127 a 0,257, enquanto a heterozigosidade média esperada pelos marcadores RAPD variou entre 0,164 e 0,185. Estes valores, entretanto, foram diferentes daqueles esperados conforme a literatura. Marcadores baseados em polimorfismos de DNA podem detectar um número maior de eventos mutacionais, em regiões codificantes e não codificantes, cobrindo todo o genoma e possibilitando a análise de um número quase infinito de bandas. Relação entre os marcadores utilizados O teste de Mantel demonstrou haver correlação entre dados genéticos estimados por ambos marcadores. Estes dois marcadores genéticos também foram utilizados para verificar o nível de diversidade genética em sete populações de Monochoria vaginalis do sul da China e 62 assim como os resultados encontrados neste trabalho o teste de Mantel sugeriu correlação entre os dois marcadores (r = 0.16) (Li et al., 2005). Ambos os marcadores moleculares utilizados, ISSR e RAPD, foram úteis em mensurar a variabilidade genética das populações. Porém, demonstraram resultados diferentes em relação à significância dos dados quando comparados com os resultados encontrados em relação às distâncias geográficas. Isto pode ser devido ao fato de que as duas classes dos marcadores exploram, ao menos em parte, parcelas diferentes dos genomas uma vez que o RAPD tem como característica amplificar regiões ao acaso e os ISSR amplificam regiões mais específicas do genoma, entre 2 microssatélites. De acordo com os resultados obtidos para ambos marcadores separadamente e combinados, podemos observar que a tendência de agrupamento por distribuição geográfica e não por espécies, não reflete as diferenças morfológicas que podem ser detectadas para a separação de Passiflora galbana e P. mucronata (Capítulo 2). Correlações entre dados genéticos e morfológicos tem sido observadas com pouca freqüência em plantas (Mitton, 1978; Gilles, 1984; Elisens et al., 1992; Avise, 1994; Borba et al., 2001; Lambert et al., 2006 a,b; Conceição, 2006). Isso porque mudanças ocorridas em nível genético nem sempre correspondem a alterações morfológicas, uma vez que as mutações podem ser sinônimas (ou seja, não alteram o aminoácido codificado). Estas mutações podem ocorrer em diferentes regiões do genoma, codificantes ou não, e nem sempre as regiões amostradas através de marcadores de polimorfismos de DNA correspondem a regiões relacionadas com a expressão de caracteres morfológicos. Isto poderia justificar os resultados encontrados neste estudo que sugerem que apenas um alelo seja responsável pelo formato da folha, caractere que é utilizado para a separação das espécies P. galbana e P. mucronata através de outras ferramentas como a morfometria. Os marcadores moleculares RAPD e ISSR são utilizados em diversos trabalhos e analisados comparativamente quanto a sua habilidade para a detecção da variabilidade genética. Alguns autores concluíram que os marcadores ISSR são mais eficientes quanto à detecção de bandas polimórficas (Quian et al., 2001; Galvan et al., 2003; Souframanien et al., 2004; Li et al., 2005). Por outro lado, alguns autores mencionam que ambos marcadores são igualmente eficientes na detecção desta variabilidade em outras espécies vegetais (Tanyolac, 2003) e como encontrado com as espécies de Passiflora deste estudo. Awasthi et al. (2004) estudando a diversidade genética e as relações em amora através de marcadores RAPD e ISSR, revelaram que estes marcadores são úteis para a análise de diversidade genética e caracterização de germoplasma no gênero Morus e que possíveis 63 marcadores espécie-específicos poderão ser convertidos a SCARs (Regiões Amplificadas de Sequências Caracterizadas - Paran e Michelmore, 1993) em estudos adicionais. O uso de outras técnicas moleculares podem ser úteis para esclarecer se, de fato, como revelaram os resultados encontrados neste trabalho para ambos marcadores, esteja realmente havendo fluxo gênico entre as espécies P. galbana e P. mucronata, e comprovar se de fato elas representam grupos populacionais que pertencem a um mesmo táxon. Resultados como os encontrados neste trabalho permitem inferir que as estratégias de conservação requeridas para as espécies devem obedecer a diferentes mecanismos de manutenção da diversidade, uma vez que as espécies possuem uma forte ligação entre as populações através do seu fluxo gênico interpopulacional. Portanto, a perda de uma dessas populações para qualquer uma das espécies aqui estudadas poderia implicar na perda de diversidade genética das mesmas. 64 5. REFERÊNCIAS AAGAARD, J. E.; VOLMER, S. S.; SORENSEN, F. C.; STRAUSS, S. H. 1995. Mitochondrial DNA products among RAPD profiles are frequent and strongly differentiated between races of Douglas-fir. Molecular Ecology, 4: 441-447. AGA, E.; BEKELE E.; BRYNGELSSON T. 2005. Inter-simple sequence repeat (ISSR) variation in forest coffee trees (Coffea arabica L.) populations from Ethiopia. Genetics. 124 213–221. ALVAREZ-BUYLLA, E.R.;GARAY, A.A. 1994. 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Com o objetivo de estudar a variabilidade morfométrica inter e intra-específica em P. galbana e P. mucronata foram avaliados os contornos de folhas de dezenove populações coletadas na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro através da morfometria geométrica foliar. Os dados foram coletados pela detecção dos contornos a partir de imagens digitalizadas e foi utilizada a Análise Elíptica de Fourier (EFA) que produziu 77 variáveis a partir de 20 harmônicos. Após redução dimensional destas variáveis através de Análise de Componentes Principais (ACP), foram empregados outros métodos estatísticos multivariados: Análise de Variáveis Canônicas (AVC) e análise de agrupamento a partir de distância de Mahalanobis. As Análises de Variáveis Canônicas mostraram significância em três dos eixos, embora já os dois primeiros eixos, retendo 92,99% de toda a variação permitiu a separação das populações de P. mucronata de P. galbana com exceção de uma população de P. mucronata da Bahia. Sendo assim, o primeiro eixo canônico separou razoavelmente as duas espécies, revelando que a morfometria geométrica pode ser utilizada como uma ferramenta auxiliar na taxonomia para a delimitação destas Passifloras, agrupando as populações de cada espécie entre si, independente da distribuição geográfica, sugerindo que os padrões encontrados sejam resultantes de um ou poucos loci controlando estes caracteres. PALAVRAS-CHAVE: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, morfometria, análise multivariada , Análise Elíptica de Fourier 79 ABSTRACT (Inter- and intra-specific leaf morphologic variability in Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam). With the objective of examining the inter- and intra-specific morphometric variability of the leaf geometry of P. galbana and P. mucronata, nineteen populations from the states of Bahia, Espírito Santo and Rio de Janeiro were collected and examined. Data were obtained by analyzing the outlines of digitalized images of the leaves of these species, using a Fourier Elliptical Analysis (FEA) that produced 77 variables from 20 harmonics. After a dimensional reduction of these variables by Principal Components Analyses (PCA), multivariate statistical analyses, Canonical Variate Analyses (CVA), and grouping analyses by Mahalanobis distances were used. The Canonic Analyses demonstrated significance in three axes, although the first two axes already retained 92.99% of the total variation, permitting the separation of all of the populations of P. mucronata from those of P. galbana (with the exception of a single population of P. mucronata from Bahia). As such, the first canonic axis separated the two species reasonably well, indicating that geomorphic morphometrics can be used as an auxiliary taxonomic tool in the delimitation of these species of Passiflora, grouping the populations of each species among themselves, independent of their geographic origin, suggesting that the joined standards are resultant of one or few loci controlling these characters. KEY-WORDS: Passiflora mucronata, Passiflora galbana, morphometry, multivariate analysis, Elliptic Fourier Analysis. 80 1. INTRODUÇÃO A variação morfológica observada para o gênero Passiflora L. é bastante ampla, indicando a ocorrência de variabilidade genética inclusive nas espécies cultivadas (Viana, 2003). Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. são lianas herbáceas, inteiramente glabras, com o caule cilíndrico, estrias e gavinhas presentes e apresentam muitas estruturas com características comuns, tais como estípulas, flores e sementes. Segundo Nunes (2002), estas espécies são bastante similares morfologicamente diferenciando-se apenas pelo número de nervuras primárias na lâmina foliar (três a cinco em P. mucronata e uma em P. galbana), pelas glândulas do pecíolo (duas a três estipitadas em P. galbana e duas sésseis em P. mucronata), sendo que o limite destas características dentro de cada uma é muito tênue o que torna difícil a delimitação específica. Além disso, as flores destas espécies são muito semelhantes dificultando ainda mais a identificação e a delimitação taxonômica baseado apenas em caracteres morfológicos florais (Figura 1). A morfologia da folha representa um importante grupo de caracteres vegetativos que são usados em estudos taxonômicos e ecológicos. Sendo assim, diferentes métodos têm sido usados para analisar a arquitetura da folha (Premoli, 1996). Os dados morfométricos têm sido usados para obter evidências de similaridades entre táxons e podem testar novas hipóteses relativas à ecologia, sistemática e história evolutiva (Rohlf e Slice, 1990; Rolhf e Marcus, 1993). Embora as medidas lineares constituam a base da morfometria convencional que fundamentou diversos trabalhos na taxonomia, nos últimos 25 anos estão sendo observadas mudanças na análise das formas biológicas, que passaram a ser focalizadas por novos métodos apoiados em morfometria geométrica: o estudo da biometria da forma (Bookstein, 1991). A metodologia utilizada na morfometria tradicional não informa sobre a natureza dos caracteres, sendo todas as variáveis consideradas igualmente em análises canônicas e técnicas de agrupamento. Para Bookstein (1994) medidas lineares simples, como a distância entre dois marcos anatômicos e medidas angulares não podem ser consideradas para representar características homólogas. Desta forma, o relacionamento morfométrico entre um grupo de objetos só poderá ser realizado pela análise simultânea de um conjunto de marcos anatômicos. Assim, torna-se de suma importância a definição dos marcos anatômicos em uma análise morfométrica (Bookstein, 1991). 81 Um fator limitante para o uso dos marcos anatômicos é a dificuldade em identificá-los em um grupo de espécimes vegetais. Para Jensen (1990), pelo menos dois marcos podem ser definidos em uma folha, sendo um deles o encontro do limbo com o pecíolo, no caso da existência de um pecíolo bem definido e o outro é a extremidade do limbo, desde quando exista uma nervura central bem definida. No entanto, diante da limitação na identificação dos marcos anatômicos, Ray (1992) utilizou a combinação de marcos com os dados gerados pela definição dos contornos do limbo, sendo que os marcos anatômicos neste caso tiveram a importância de definir contornos homólogos. Monteiro e Reis (1999) acrescentam que nos casos onde as estruturas biológicas não apresentam um número suficiente de marcos anatômicos identificáveis, a forma pode ser descrita em termos de coordenadas cartesianas de uma seqüência de pontos ao longo do contorno da estrutura ou do organismo em estudo, sem haver correspondência biológica, ou seja, sem homologia entre espécimes. No caso de se utilizar contornos fechados, onde o último ponto em posição é igual ao primeiro, é suficiente a identificação de um marco anatômico ao longo do mesmo, para que ele seja o primeiro ponto a ser descrito em todas as curvas. Um exemplo da aplicação da decomposição dos contornos nos diversos órgãos é através da Análise Elíptica de Fourier (a partir daqui referida como EFA), método adequado para a descrição quantitativa de formas fechadas, a exemplo do contorno de uma folha (Kuhl e Giardina, 1982). Este método tem sido usado com sucesso em plantas (Furuta et al., 1995; Iwata et al., 1998; McLellan, 1993; Ohsawa et al., 1998; White et al., 1988; Yoshioka et al., 2004). As elipses são definidas por quatro coeficientes para cada harmônica, que correspondem à série de Fourier das curvas de seno e co-seno que vão sendo somadas à função para descrever a forma do contorno. As primeiras harmônicas descrevem o contorno em linhas gerais, enquanto que os detalhes, inclusive erros na digitalização são descritos pelas últimas (Monteiro e Reis, 1999; Rumpunen e Bartish, 2002). Na prática, considera-se que 10-40 harmônicas são suficientes (Mclellan e Endler, 1998; Olsson et al., 2000; Persson e Gustavsson, 2001), embora muitas vezes as últimas harmônicas possam ser ignoradas sem grande perda de informação biológica (Monteiro e Reis, 1999). Os coeficientes obtidos constituem o novo conjunto de dados a ser utilizado nos diversos tipos de análise multivariada para exame das causas que levaram à variação da forma. A morfometria geométrica utiliza a forma geométrica ou o contorno de um objeto, não sendo considerados seu tamanho ou orientação no espaço. Através de análises multivariadas 82 são analisadas simultaneamente diversas variáveis resultando na medida da variação da forma de um determinado objeto. Métodos morfométricos podem ser usados com sucesso na inferência da variabilidade fenotípica de espécies vegetais. Loss (1993) avaliando as relações das espécies de Lilium (Poaceae) através da variação morfológica reconheceu dois grupos dentro do gênero, uma vez que um grupo contendo as espécies L. temulentum and L. persicum, foi claramente distinto das outras espécies que formaram outro grupo. Brysting e Elven (2000) investigando o complexo de Cerastium alpinum - C. arcticum (Caryophyllaceae) através de análises numéricas da variação morfológica e fazendo uma revisão taxonômica, concluíram que a divisão atual é imprópria e não cobre todos os níveis de variações dentro do complexo. Dentre os métodos morfométricos, citam-se à captura da imagem, digitalização e análise dos resultados. As Análises de Componentes Principais e Análises de Variáveis Canônicas, a partir daqui referidos respectivamente como ACP e AVC, são melhor tratados como “métodos de estatística multivariada” ou simplesmente “métodos multivariados”, já que têm outras aplicações. A escolha do método mais adequado tem sido determinada pela precisão desejada pelo pesquisador, pela facilidade da análise e pela forma como os dados foram obtidos (Cruz e Regazzi, 1997). Para muitos tipos de dados biológicos existem correlações entre variáveis, sendo que informações providas por análises univariadas isoladas podem ser incompletas. Assim, técnicas de análise multivariada combinam, simultaneamente, informações múltiplas provenientes de uma unidade experimental, que não podem ser obtidas com o uso da análise univariada. A técnica de ACP consiste em maximizar a variação total, ou seja, o novo conjunto de variáveis, em ordem de estimação, retém o máximo de informação em termos de variação total. Já a AVC maximiza a variância entre os centróides dos grupos, ou seja, maximiza a separação dos grupos, expressos pelos seus centróides. Essas variáveis explicarão tanto melhor a variabilidade manifestada entre os indivíduos avaliados quanto menor for o número de variáveis que acumulem pelo menos 70% da variação total (Cruz, 1990) ou 80%. Ao determinar o número de variáveis canônicas que acumulam um mínimo de 80% da variância total disponível, estimam-se os escores de cada variável canônica que podem ser plotados em gráficos bi ou tridimensionais, sendo as variáveis canônicas usadas como eixos de referência, em que podem ser visualizadas as distâncias gráficas que representam as similaridades e dissimilaridades entre genótipos (Piassi, 1994). A análise de agrupamento tem por finalidade reunir, por algum critério de classificação, os indivíduos em vários grupos, de tal forma que exista homogeneidade dentro 83 do grupo e heterogeneidade entre grupos. Através da análise de discriminantes Premoli (1996) avaliou a arquitetura da folha de algumas espécies de Nothofagus da América do Sul (Nothofagaceae) e verificou que havia diferenças entre N. dombeyi, N. betuloides em relação a N. nitida confirmando as informações obtidas em outros estudos com dados alozímicos. Alternativamente, as técnicas de análise de agrupamento têm por objetivo dividir um grupo original de observações em vários grupos, segundo algum critério de similaridade ou dissimilaridade entre os indivíduos, e a segunda etapa envolve a adoção de uma técnica de agrupamento para formação dos grupos (Cruz e Regazzi, 1997). Diversos estudos têm mostrado a utilidade do emprego de métodos multivariados em plantas (Dupuy et al., 1985; Resende, 1991; Dufrêne et al., 1991; Van Den Berg, 1996; Premoli, 1996; ZizumboVillarreal, e Piñero 1998; Brysting e Elven, 2000; Knyasev et al., 2000; Borba et al., 2002; Carlini-Garcia et al., 2002; Iwata et al., 2002; Rumpunen e Bartish, 2002; Widén et al., 2003; Iwata et al., 2004; Goldman et al., 2004; Yoshioka et al., 2004; Yoshioka et al., 2005; Yoshioka et al., 2006; Yoshioka et al., 2007). A combinação de caracteres florais e vegetativos foi utilizada por Borba et al. (2002) para realizar uma análise morfométrica em 21 populações de cinco espécies de Pleurothalis (Orchidaceae) em vegetação de campo rupestre, agrupadas anteriormente com base nos espaçadores transcritos internos (ITS-1 e ITS-2), sendo tais grupos concordantes com um prévio estudo taxonômico e análise de aloenzimas. A morfometria revelou que a formação de grupos envolvendo as espécies, utilizando apenas caracteres vegetativos é concordante com os resultados obtidos previamente com aloenzimas, de forma contrária ao agrupamento produzido pelos caracteres florais, reforçando a hipótese de que as similaridades florais são resultantes de convergência dirigida por mecanismos similares na polinização de tal forma que o aspecto da flor pode não ser um bom indicativo para o estudo de relações filogenéticas neste grupo. Descrições quantitativas da forma das folhas podem ser importantes nos casos onde se pretende fazer comparações entre e dentro de espécies. Neste caso, a metodologia se fundamenta nas relações entre variáveis que representam dimensões de partes homólogas, obtidas na forma de medidas lineares simples, a exemplo de comprimento e largura (Jensen et al., 1993; Bolstad e Salvesen, 1999; Rumpunen e Bartish, 2002; Goldman et al., 2004). Vale ressaltar que homologia neste caso representa a correspondência biológica de posição, como é enfatizado por Sneath e Sokal (1973), sendo diferente do conceito evolutivo, em que a homologia é referida como similaridade em função de ancestralidade comum. 84 Knyasev et al. (2000), com base em análises morfométricas de peças florais, demonstraram que Cypripedium ventricosum Sw. é intermediária entre C. calceolus L. e C. macranthos Sw. Esses resultados foram concordantes com os obtidos a partir de análises isoenzimáticas. Dupuy et al. (1985) propuseram que Cymbidium wilsonii Rolfe e C. schroederi Rolfe tenham se originado por hibridação e ainda classificaram C. iansonii Rolfe como variedade de C. lowianum Rchb.f. Dufrêne et al. (1991) analisaram características quantitativas em trinta e cinco populações de Dactylorhiza maculata (L.). Uma combinação de métodos moleculares (RAPD) e morfométricos (medidas morfológicas clássicas e coeficientes das elipses de Fourier) foram utilizados por Rumpunen e Bartish (2002) para diferenciação interespecífica no gênero Chaenomeles (Rosaceae), verificando que os coeficientes das elipses de Fourier apresentaram maior capacidade de discriminação à medida que aumentou o número de harmônicas avaliadas, sendo que com 20 harmônicas 98-99% das plantas foram realinhadas em seus grupos corretos. Além disto, os coeficientes das elipses de Fourier apresentaram maior capacidade de separação dos grupos em todos os níveis hierárquicos quando comparado com as medidas morfológicas tradicionais, sendo que a diferença foi maior ao nível de família e menor para as comparações interespecíficas. Jensen et al. (1993) testaram a hipótese de hibridização em Quercus (Fagaceae), envolvendo as espécies Q. ellipsoidalis Hill e Q. rubra L., através de estudos quantitativos com base na morfologia foliar, embora evidências de hibridização também apareçam em outros caracteres. Os autores estabeleceram 17 marcos anatômicos nas folhas dos parentais e das plantas consideradas híbridas e concluíram que a variação morfométrica é consistente com a hipótese de hibridização entre as duas espécies, mas seguindo um processo de introgressão de Q. ellipsoidalis em Q. rubra. A relação entre as espécies Acer rubrum, Acer saccharinum (Aceraceae) e seus híbridos foi avaliada por Jensen et al. (2002) através de análise morfométrica de folhas com base em medidas morfológicas tradicionais e os coeficientes das elipses de Fourier para os contornos foliares, concluindo que os dados produzidos pelos diferentes métodos revelaram padrões similares para as duas espécies e que os híbridos apresentaram características intermediárias entre as espécies parentais. Uma combinação de 40 caracteres vegetativos e florais serviu de base para Goldman et al. (2004) realizarem a circunscrição do gênero Calopogon (Orchidaceae), sendo possível por análise discriminante, identificar vários caracteres que permitiram distinguir a maior parte dos grupos, destacando-se C. tuberosus var. latifolius H. St. John por apresentar maior diferenciação, sendo o único táxon não reconhecido neste gênero. 85 Plotze et al. (2005), propuseram um novo método para a avaliação das características morfométricas das estruturas de folhas em dez espécies do gênero Passiflora. A função de multiescala da dimensão fractal de Minkowski foi aplicada às imagens digitais das folhas para gerar medidas da complexidade interna (nervuras) e externa das folhas (contorno). O método foi útil em analisar diferenças entre as espécies e um número pequeno das folhas por espécies foi suficiente para estabelecer um teste padrão característico para cada uma delas, o que constituiu uma vantagem importante do método de reconhecimento e classificação destas espécies. Dentro da família Passifloraceae há uma variação extrema na morfologia das folhas sendo as mais elevadas entre todas as angiospermas (MacDougal, 1994). Até o momento a base genética da morfometria foliar destas duas espécies de Passiflora não é conhecida, por isso avaliou-se o caráter morfológico da folha uma vez que a morfologia floral entre as duas é muito semelhante como discutido por Nunes (2002) e Cervi (1997). A morfologia das folhas sempre desempenhou papel importante na sistemática vegetal como um todo, particularmente para caracterizar e identificar taxa onde a variação nas estruturas florais não é informativa (Stace 1989). Existe uma enorme diversidade na forma das folhas das populações de P. galbana e P. mucronata e esta variação pode ser utilizada como uma ferramenta auxiliar na taxonomia, em vista da importância da forma das folhas, reconhecida pelos taxonomistas em alguns grupos vegetais, e especialmente em Passifloraceae. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a variabilidade morfológica em folhas de 19 populações de Passiflora galbana e P. mucronata através dos seus contornos geométricos, visando fornecer dados para a delimitação específica das mesmas. 86 A B 2 cm Figura 1 -Morfologia das flores de Passiflora galbana (A) e Passiflora mucronata (B) 87 MATERIAL E MÉTODOS Material vegetal 178 indivíduos de P. galbana e 172 indivíduos de P. mucronata foram coletados nas regiões da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Figura 2 e Tabela 1), perfazendo um total de 19 populações. As espécies foram classificadas de acordo com os caracteres morfométricos descritos por Nunes (2002). Para as análises descritas abaixo, de cada planta amostrada foi coletada a quarta folha a partir do ápice do ramo, completamente expandida, sendo estas lâminas foliares prensadas, colocadas em estufa com circulação forçada de ar a 60°C por 72 horas. Os “vouchers” encontram-se depositados no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana. Coleta de dados morfológicos A face abaxial das folhas foi escaneada através do programa Adobe Photoshop 5.0 Limited Edition. Para a detecção dos contornos utilizou-se o TPS Dig versão 1.31 onde as coordenadas foram escritas em arquivo de texto. Este programa registra as coordenadas cartesianas de todos os “pixels” que participam do contorno da folha numa imagem digital. Foi inserido apenas um “landmark” por folha, sempre uniformemente nos indivíduos padronizando-se a posição referente à inserção do pecíolo da folha . Posteriormente a análise de Fourier e a visualização dos contornos foram feitas utilizando-se o “software” Morpheus et al. (Slice, 1998). A análise de Fourier foi feita com um número de 10, 20 e 30 harmônicos sendo escolhido para a análise o referente a 20 harmônicos. Para a edição da matriz utilizou–se o Programa Microsoft Excel 2003. Análises multivariadas As análises multivariadas de ordenação (análise de discriminantes, análise de correlações canônicas e análise de componentes principais) e análises de agrupamento (UPGMA) foram feitas utilizando-se o “software” R Package (versão 2.5.2) bem como os 88 indivíduos médios para cada população. A Distância Generalizada de Mahalanobis (D2) foi calculada entre pares de populações. Esta distância foi escolhida por considerar a variação intra-específica e as correlações entre as variáveis. Com base nestas distâncias foram obtidos os fenogramas entre as populações. A análise discriminante canônica foi empregada para verificar como as populações relacionam-se entre si. Esta análise foi utilizada por considerar as correlações residuais existentes entre as médias das observações, o que se traduz numa vantagem em relação aos componentes principais. Na análise de variáveis canônicas, o princípio de conglomeração baseia-se na distância de Mahalanobis. Outra vantagem do método é que, mesmo que o número de variáveis não seja menor que o número de indivíduos dentro de cada população, a análise discriminante canônica pode ser aplicada de maneira exploratória, produzindo resultados gráficos bastante úteis (Manly, 1994; Cardim et al., 2001). Os padrões de similaridade/diferença morfológica foram analisados por métodos estatísticos multivariados e foram realizadas AVC e análise de discriminantes para cálculo de parâmetros de variabilidade e estruturação morfológica. Foram utilizados os dados do ACP para concentrar a variância dos coeficientes das elipses e a partir dos componentes do ACP foi feita a AVC com o objetivo de explorar a partição dos grupos pelos principais eixos canônicos e de identificar os caracteres que mais contribuem para o padrão observado a partir da correlação entre variáveis e os eixos canônicos. A partir da matriz de Distância Generalizada de Mahalanobis entre os pares de centróides das dezenove populações foi também realizada uma análise de agrupamento utilizando o algoritmo UPGMA. 89 Figura 2 -Mapa ilustrando as 19 populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata coletadas nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro . 90 Tabela 1 -Lista das espécies e seus respectivos pontos de coleta ao longo dos estados de Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (G: Passiflora galbana M: Passiflora mucronata), N: Nº de indivíduos. População GBA 1 GBA 2 GBA 3 GBA 4 GBA 5 GBA 6 GBA7 GES 8 GES 9 MBA 1 MBA 2 MBA 3 MBA 4 MBA 5 MRJ 6 MRJ 7 MRJ 8 MES 9 MES 10 Espécie Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora galbana Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata Passiflora mucronata N 12 24 13 22 26 24 29 14 24 9 19 25 21 12 14 7 7 29 19 Local de coleta São João do Paraíso – BA Prado – BA Porto Seguro – BA Belmonte – BA Una- BA Ituberá – BA Salvador – BA Guarapari- ES Vitória- ES Mucuri - BA Porto Seguro -BA Canavieiras – BA Ilhéus – BA Ituberá-Ba Grussaí-RJ São Francisco de Itabapoana –RJ Rio das Ostras –RJ Manguinhos- ES Vila Velha—ES Georeferências S 15º 36' 14. 0 " 17º 18' 50.9" 16º 21' 57.3" 16º 10' 22.6" 15º 11' 01.3" 13º 42' 27.2" 12º 00' 56. 0" 20º 27' 27. 0" 20º 54' 00. 0" 18º 05' 52.0" 16º 24' 27.1" 15º 38' 05.1" 14º 49' 07.6" 13º 43' 05.5" 21º 44' 00.0" 21º 43' 25. 0" 22º 16' 99. 0" 20º 12' 17. 0" 20º 27' 27. 0" Georeferências W 39º 25' 45.9" 39º 13' 33.3" 39º 00' 37.4" 38º 56' 16.6" 39º 00'59. 6" 39º 00' 53.8" 38º 00'21.0" 40º 27'71.1" 40º 47'08.0" 39º 53' 36.0" 39º 02' 50.4" 38º 56' 20.3" 39º 01' 31.1" 38º 59'22.8" 41º 02' 00.0" 41º 11' 74.0" 41º 48' 61.0" 40º 11' 47.0" 40º 27' 71.0" Nº da exsicata HUEFS 110016 HUEFS 110017 HUEFS 110020 HUEFS 110021 HUEFS 110023 HUEFS 110025 HUEFS 110028 HUEFS 110034 HUEFS 110033 HUEFS 110018 HUEFS 110019 HUEFS 110027 HUEFS 110024 HUEFS 110026 HUEFS 118123 HUEFS 118122 HUEFS 110030 HUEFS 110032 HUEFS 110031 91 3. RESULTADOS De forma a descrever em suficiente detalhe a forma dos contornos, foram utilizados 20 harmônicos que geraram 77 variáveis a partir dos coeficientes das elipses. As ACPs a partir destas variáveis produziram 5 componentes com variância superior ao acaso, baseado em comparação com o modelo de broken-stick, indicado para escolha do número de variáveis significantes em ACP (Jackson, 1993). O significado morfológico do primeiro componente principal (CP1) reflete variação na relação comprimento e largura, que se apresentaram de elípticas a oblongas. Há uma variação bastante acentuada tanto para o comprimento quanto para a largura das folhas oscilando de oblonga no desvio padrão positivo a lanceolada no desvio padrão negativo. Nos outros componentes não há variação na relação comprimento e largura. O segundo componente principal (CP2) mede uma variação simétrica contrastando folhas em que a base é projetada para fora (evoluta), ou projetada para dentro (involuta). No terceiro e quarto componente principal (CP3) e (CP4) os padrões indicados refletem variações de forma assimétricas em cada lado da base das folhas. O quinto componente (CP5) reflete uma variação simétrica bastante sutil na base da folha, muito similar à do CP2 conjuntamente com leve variação no ápice entre uma tendência mais aguda para mais obtusa (Figura 3). Na AVC, a porcentagem do total da variância explicada entre os centróides de acordo com os cinco primeiros eixos foram, respectivamente: 77,69%, 14,30%, 6,68%, 0,96%, e 0,37%, com nível de significância de p< 0,001**; 0,001**; 0,001**; 0,378 n.s. e 0,831 n.s. Após análise dos três primeiros eixos significativos, só foi encontrado significado biológico para os dois primeiros eixos, que são mostrados na Figura 4 e 5. Portanto, as análises de AVC mostraram significância (p<0,005) em três dos eixos, embora já os dois primeiros eixos, retendo 92,99% de toda a variação permitiu a separação das populações de P. mucronata de P. galbana com exceção da população MBA1. Pela análise de variáveis canônicas verificou-se que o primeiro eixo canônico (que representa 77,69% do total da variância explicada entre os centróides da variação) separou as populações de P. galbana e P. mucronata . Com relação aos resultados demonstrados pela correlação dos CPs com as AVCs (Tabela2) é possível observar a separação encontrada no eixo canônico 1 (VC1) tem alta correlação negativa com CP1 (64,7%) e depois com o CP2 (27,1%). Os eixos CP3, CP4 e CP5 tem correlações desprezíveis com VC1. O eixo canônico 2 (VC2) apresentou 92 correlações de 58,8%. 57,7% e 51,1% respectivamente com os CP1, CP2 e CP3. Esta influência dos CPs 1 e 2 pode ser observada na figura 3 onde a relação de comprimento e largura já mencionado anteriormente, é mais evidente que nos outros CPs. Os dois eixos VC1 e VC2 são os eixos que mais influenciam para a separação das espécies e foram utilizados nas figuras 4 e 5. A figura 4 mostra o grau de dispersão e sobreposição de cada população em ambas as espécies utilizando as variáveis canônicas 1 e 2. De acordo com o eixo das variáveis canônicas 1 (VC1), há uma clara separação das espécies embora seja perceptível que os indivíduos de P. mucronata encontram-se mais dispersos que os indivíduos de P. galbana sendo que é possível até considerar que alguns indivíduos, como por exemplo da população MBA1, estejam enquadrados juntamente com as populações de P. galbana. A figura 5 ilustra os centróides e o formato médio das folhas de cada população mostra o grau de dispersão dentro de cada espécie. A figura ressalta os dois morfotipos de folhas que separam as espécies, indicando que as populações de P. galbana apresentam folhas oblongo-ovadas e P. mucronata ovado-cordadas ou ovado-mucronadas, ou seja embora a relação comprimento e largura não tenha tanta influência no padrão morfológico das folhas há uma sutil diferença em relação à base destas folhas em ambas as espécies. Observa-se que existe um padrão biogeográfico na disposição intrapopulacional das espécies, ou seja, a disposição dos centróides das populações do Rio de Janeiro estão mais próximas da Bahia do que das populações do Espírito Santo. Embora ocorra uma nítida separação das espécies, as populações MBA1 e GBA1 se apresentam bem próximas no gráfico pois as suas folhas têm formatos bem semelhantes. Este agrupamento entre as populações, a separação das espécies bem como a semelhança entre MBA1 e GBA1 podem ser confirmadas pelo fenograma apresentado na figura 6. Dos 350 indivíduos somente 56 apresentaram classificação incorreta de acordo com os escores canônicos não-estandardizados. Estas classificações erradas ocorreram somente no nível populacional específico, o que não interfere na separação das espécies. Os resultados separaram as duas espécies e indicaram que os grupos das populações são bem definidos. Em função disso, apenas foi apresentado o fenograma resultante da análise de agrupamento realizada de acordo com o método UPGMA. A análise de agrupamento dos centróides dos grupos utilizando a distância de Mahalanobis revelou a formação de dois grupos principais (Figura 6), um grupo formado por populações de P. galbana e a população MBA1 e o outro grupo formado pelas populações de P. mucronata. 93 Em todos os resultados das análises, as folhas da população MBA1 encontram-se mais próximas morfologicamente da espécie P. galbana que da espécie P. mucronata. 94 -2SD PC1 -1SD Médio +1SD +2SD Y X PC2 PC3 PC4 PC5 Figura 3 –Significância dos cinco primeiros eixos de componentes principais (CP) mostrando o indivíduo médio e o desvio padrão (+ / - 1SD e + / - 2SD) de Passiflora galbana e Passiflora mucronata. 95 GBA1 GBA6 MBA5 MRJ6 GBA7 MRJ7 MRJ8 MES9 MES10 GES8 GES9 GBA2 MBA1 MBA2 GBA3 GBA4 MBA3 GBA5 MBA4 4 CV2 2 0 -2 -4 -4 -2 0 2 4 CV1 Figura 4 -Escores de todos os indivíduos provenientes da Análise de Variáveis Canônicas entre Passiflora galbana e Passiflora mucronata considerando o primeiro e o segundo eixos canônicos (Ver tabela 1 para o nome das populações) . 96 0 ,5 0 ,5 2,0 MES9 1 ,0 1 ,0 MBA4 0 ,0 0 ,0 -0 ,5 -0 ,5 -1 ,0 -1 ,0 -1,0 -0, 5 0, 0 0, 5 -1 ,0 1 ,0 -0 ,5 0,0 0,5 1, 0 MRJ6 GBA3 GBA4 1 ,0 0 ,8 0 ,6 0 ,4 0 ,5 1,5 GBA2 0 ,2 0 ,0 0 ,0 -0 ,2 -0 ,5 -0 ,4 -1 ,0 -0 ,6 -1,5 -1 ,0 -0,5 0, 0 0,5 -0 ,8 1,0 -1,0 -1,5 -1 ,0 -0, 5 0 ,0 0,5 -0, 5 0, 0 0, 5 1 ,0 GES9 1,0 1,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,5 0,0 0,5 1, 0 0,6 0,4 GBA6 0,2 0,0 -1, 0 MBA3 -0 ,5 0, 0 0 ,5 MES10 -0,2 1 ,0 -0,4 -0,6 0,0 0 ,6 0 ,4 CV2 0 ,2 0 ,0 1 ,0 -0 ,2 0 ,8 0 ,6 GES8 -0 ,4 0 ,4 -0 ,6 0 ,2 -0,5 0 ,0 MBA5 -0 ,2 -0 ,4 -0 ,6 -0 ,8 -1 ,0 -1,5 -1 ,0 -0,5 0, 0 0,5 1,0 0 ,6 -1,0 MRJ7 0 ,4 -1,5 -1 ,0 -0,5 0,0 0 ,5 1,0 GBA5 0 ,2 1 ,0 0 ,0 0 ,8 0 ,6 -0 ,2 0 ,4 -0 ,4 0 ,2 -0 ,6 0 ,0 -0 ,2 -1,5 -1 ,0 -0, 5 0,0 0 ,5 -0 ,4 1 ,0 GBA7 -0 ,6 -1,5 -0 ,8 -1 ,0 -1,5 MRJ8 -1 ,0 -0,5 0, 0 0,5 GBA1 1,0 1 ,0 0 ,8 0 ,8 0 ,6 0 ,4 0 ,6 0 ,2 0 ,4 0 ,0 0 ,2 -0 ,2 -2,0 -1,5 MBA2 0 ,0 -0 ,4 -1 ,0 -0 ,2 -0 ,6 -0 ,4 -0, 5 0 ,0 0,5 1,0 MBA1 -0 ,8 -0 ,6 -1 ,0 -0 ,8 -1 ,5 -1,0 -0,5 0, 0 0 ,5 1,0 -1,5 -4 -3 -2 -1 0 1 -1,0 -0 ,5 0 ,0 0,5 1,0 2 3 CV1 Figura 5 –Contornos médios das folhas a partir do centróide dentro de cada população através da Análise de Variáveis Canônicas (Ver tabela 1 para o nome das populações) . Passiflora mucronata e Passiflora galbana. 97 UPGMA GBA1 MBA1 GBA2 GES9 GBA6 GBA3 GBA4 GBA5 GBA7 GES8 MBA2 MRJ7 MRJ8 MBA3 MBA5 MRJ6 MBA4 MES9 MES10 0 5 10 15 20 25 Distância de Mahalanobis Figura 6 -Fenograma obtido a partir da distância generalizada de Mahalanobis entre os centróides das populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata pelo método UPGMA, considerando as mesmas variáveis dos métodos de ordenação. (Ver tabela 1 para o nome das populações). 98 Tabela 2 -Correlações entre os eixos de variáveis canônicas (VCs) com as análises de componentes principais (CPS) em Passiflora galbana e Passiflora mucronata. VC1 VC2 VC3 VC4 VC5 CP1 -0,647836 0,588557 0,468150 0,115009 0,038951 CP2 0,271588 0,577915 0,712048 -0,045682 -0,288366 CP3 -0,050598 -0,511936 0,659682 -0,539144 0,097487 CP4 -0,014428 -0,265873 0,245267 0,837377 -0,409569 CP5 0,050699 0,017955 0,164914 0,376440 0,910057 99 4. DISCUSSÃO Assim como em Passiflora a morfometria geométrica utilizada em folhas de Nothofagus também foi uma ferramenta capaz de diferenciar as espécies, entretanto, estudos com morfometria geométrica são bastante escassos na literatura. Porém, em outros grupos taxonômicos, a morfometria tradicional também tem sido útil na delimitação de espécies a partir de morfologia, como por exemplo, em espécies do gênero Hedera (Ackerfield e Wen, 2002) e em três espécies estritamente relacionadas de Hordeum (Baum e Bailey, 1992). Com a abordagem geométrica, a EFA tem sido usada em algumas áreas biológicas também com fins taxonômicos (Rohlf e Archie 1984; Ferson et al. 1985; Mclellan 1993; Canon e Manos 2001; Rumpunen e Bartish 2002; Jensen et al. 2002; Tatsuta et al. 2004; Yoshioka et al. 2004; Raveloson et al. 2005). Com base exclusivamente em padrões foliares detectados por EFA no presente estudo, as espécies P. galbana e P. mucronata podem ser separadas. McLellan e Endler (1998), que fizeram um estudo comparativo entre os métodos utilizando medidas lineares e contornos nas folhas de Acer (Aceraceae), encontraram melhor resolução com morfometria geométrica. De forma semelhante, Rumpunen e Bartish (2002) compararam medidas lineares, contornos e dados moleculares, concluindo que a morfometria tradicional foi menos eficiente na separação dos taxa e atribuíram estes resultados à menor precisão na obtenção das medidas lineares quando comparados com a eficiência das ferramentas que capturam imagens e que podem demonstrar de forma mais precisa a variabilidade. O procedimento de Fourier decompõe o contorno da forma da folha em diversas variáveis de maneiras diferentes. Este método juntamente com a ACP tem duas vantagens. Primeiramente, podem detectar variações pequenas da forma sem os quais não seria possível se observar e segundo EFA e ACP podem avaliar as formas dos objetos independentemente do tamanho. Portanto, constituem ferramentas de grande utilidade taxonômica. No presente estudo, estes métodos sugerem que as espécies possam realmente representar entidades biológicas distintas com base na separação nítida de dois diferentes padrões morfológicos das folhas das populações estudadas. Isto seria congruente com o tratamento taxonômico de Nunes (2002), que baseada em caracteres morfológicos das folhas separou as duas espécies. As características foliares também podem ser utilizadas em estudos evolutivos, sendo consideradas tão úteis quanto características florais, morfologia do pólen e a maioria das características anatômicas utilizadas tradicionalmente na sistemática (Hickey e Taylor 1991). Porém, a avaliação de apenas uma característica morfológica (forma da folha) pode ser pouco 100 representativa para o genoma inteiro. Isto equivale a dizer que o significado biológico dos padrões encontrados estão sujeitos a uma quantificação subjetiva por parte do pesquisador. O método utilizado com base na EFA foi eficaz para a detecção de padrões de variação da forma da folha e sua quantificação dentro e entre as populações estudadas. Yoshioka et al. (2004), analisando os efeitos ambientais e genotípicos na morfologia das pétalas de Prímula observou que a variação da forma da pétala pode ser dividida em parcelas simétricas e assimétricas, relatando diferenças nos componentes principais em relação a forma e a área dos contornos. No presente estudo, apesar de ter havido variância significativa nos CP1, CP2 e CP3, apenas o CP1 e CP2 representaram variação notadamente simétrica, correspondendo a variação genotípica, enquanto os CP3 e CP4 mostraram padrões de variação assimétricos e possivelmente tenham variação fenotípica. Os dois componentes simétricos, por sua vez, foram importantes para separação das supostas espécies na VC1, o que sugere claro componente de variância genética associado a estes dois componentes principais. Iwata et al. (1998) e Iwata et al. (2000) conduziram uma análise dialélica da forma das raízes de rabanete japonês (Raphanus sativus L.) e em outro trabalho também avaliando a interação dos tipos de solos e os efeitos genéticos (Iwata et al., 2004). Formas das folhas de Citrus também foram avaliadas através de análises genéticas quantitativas utilizando este método (Iwata et al., 2002). Os autores detectaram que as variações relacionadas aos componentes principais assimétricos tinham efeitos principalmente ambientais, reportando que a herdabilidade da variação simétrica era baixa. Contudo outras análises demonstram que existe uma influencia genotípica no grau de assimetria de folhas de tabaco, Sakai e Shimamoto (1965). O mesmo pode ter ocorrido com o grau de assimetria em pétalas de Primula (Yoshioka et al, 2004), ou seja, pode haver um ou mais genes relacionados a resposta ambiental nestas plantas. Yoshioka et al. (2004) argumentaram que mudanças na forma simétrica tem base genética mais clara que a assimétrica. As folhas das duas espécies exibem formas diferentes, provavelmente, devido expressão de um ou mais locos. Tal achado concorda com Parkhurst e Loucks (1972) que afirmam ser o tamanho e a forma das folhas controlados pela hereditariedade, fato demonstrado em seus estudos pela alta variação de tipos que ocorre entre diferentes espécies que coexistem num determinado ambiente. A forma de um órgão é resultado da coordenação da divisão e expansão celular e vários genes que podem alterar este processo. Em folhas de Arabidopsis por exemplo, genes que controlam o crescimento bidimensional estão sendo identificados (Tsukaya, 1995; Tsuge et al., 1996; Kim et al., 1998). Outros estudos foram desenvolvidos na tentativa de identificar 101 genes ou loci que possivelmente estejam envolvidos nesta variação da forma dos órgãos vegetais. Desta maneira, em Primula sieboldii um sistema genético similar pode estar regulando o comprimento e a largura das suas pétalas (Yoshioka et al., 2004). No nosso caso, estudos realizados com base em dados moleculares como os desenvolvidos neste trabalho em Passiflora, também são importantes por serem correlacionados com a quantidade de fluxo gênico entre as duas espécies. Em relação aos alelos que podem ser os responsáveis pelo formato da folha, os resultados morfológicos encontrados aqui, sugerem que possivelmente estes alelos tenham fluxo restrito entre os dois grupos principais de populações (equivalentes aqui às supostas espécies), já que a morfologia foliar foi hábil na separação de dois grupos. Levando em conta a não separação encontrada através de dados genéticos populacionais (Capítulo 1), a clara incongruência com os padrões obtidos por métodos morfométricos sugere que talvez os padrões de forma de folha encontrados sejam resultantes de um ou poucos locos controlando estes caracteres. Os resultados moleculares são ainda congruentes com a grande similaridade floral observada por alguns taxonomistas, que por sua vez pode ser causal no controle dos padrões de fluxo gênico, enquanto as características foliares são apenas resultantes. Em alguns casos, a separação não foi tão clara, como por exemplo, da população MBA1 (Passiflora mucronata), que se encontra mais próxima das populações de Passiflora galbana. Esta similaridade pode ser devida a eventos de hibridação e introgressão entre as duas espécies, em se tratando de espécies distintas. Vale ressaltar que esta população encontra-se mais ao interior do estado da Bahia se distanciando um pouco do ambiente de restinga característico na coleta das outras populações. As folhas de P. galbana têm uma tendência a serem oblongo-lanceoladas e em P. mucronata a serem ovado-cordadas. Existe ainda um padrão biogeográfico observado na disposição intraspecífica, em que os centróides das populações do Rio de Janeiro estão mais próximas das populações da Bahia do que das populações do Espírito Santo. Estes padrões concordam com alguns resultados moleculares também encontrados nestes estudos (Capítulo 1). A caracterização da arquitetura das folhas de dicotiledôneas e algumas monocotiledôneas, no que diz respeito à forma e outros elementos ligados à expressão da estrutura foliar como a venação, tem se desenvolvido, e a incorporação deste sistema na corrente sistemática representou grande avanço nas possibilidades de classificação e diferenciação de grupos problemáticos (Leaf Architecture 1999). Um exemplo de trabalhos no gênero Passiflora com este objetivo, é o de Plotze et al. (2005) que propuseram um método 102 para extração de características morfométricas de órgãos foliares vegetais baseado na função multiescala da dimensão fractal de Minkowsky. Devido à grande complexidade floral e foliar no gênero Passiflora, a sua classificação taxonômica é dificultada e como afirmam Killip (1938) e MacDougal (1994) nenhum outro grupo de Angiospermas apresenta tal diversidade foliar. Com observações em campo das populações destas duas espécies verificou-se a existência de uma grande variação morfológica foliar dentro das populações, principalmente em P. galbana, porém, os resultados das análises de agrupamento sugerem que é possível separar as espécies através da morfometria geométrica como foi evidente nos resultados das análises de componentes principais e de variáveis canônicas. Portanto, este estudo demonstrou que a forma de contorno da folha foi suficiente como marcador taxonômico para separar as duas espécies, agrupando as populações de cada espécie independente da distribuição geográfica. Entretanto, os padrões encontrados com a morfometria geométrica foliar não representam de maneira significativa o genoma inteiro da planta e não concordam com os resultados encontrados neste trabalho com marcadores moleculares. Portanto, estudos futuros devem se concentrar em fazer cruzamentos entre genótipos das duas supostas espécies, para verificar a herança e herdabilidade dos caracteres de morfologia foliar. 103 5. REFERÊNCIAS ACKERFIELD, J. e WEN, J. 2002. A morphometric analysis of Hedera L. (the ivy genus, Araliaceae) and its taxonomic implications. Adansonia 24 (2) : 197-212. BAUM, B.R.; BAILEY, L. G. 1992. Morphometric study of three closely related South American species of Hordeum section Stenostachys (Poaceae). Cannadian. Journal of Botany 70: 496-502. BOLSTAD, A.M.; SALVESEN, P.H. 1999. Biosystematic studies of Sorbus meinichii (Rosaceae) at Moster, S. Norway. Nordic Journal of Botany 19: 547-559. BOOKSTEIN, F. L., 1991. Morphometrics Tools for Landmark Data. Geometry and Biology. New York. Cambridge University Press.780p. BOOKSTEIN, F. L. 1994. Can biometrical shape be a homologous character? In: HALL, B.K. (ed.). Homology: the hierarchical basis of comparative biology. New York. 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Universitária; s/n - Km 03 da BR 116- Campus Universitário CEP: 44031-460 Feira de Santana - BA – Brasil Tel: 75 32248169 Fax: 75 3224 8033 ([email protected]) 3 Laboratório de Biologia Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). 110 RESUMO (Citotaxonomia em Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam.) Por meio de observações em cromossomos mitóticos e análise de cariótipos foi realizado um estudo citotaxonômico em Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. Para o estudo do cariótipo, os indivíduos foram provenientes de Oliveira (MG) - P. galbana e de Ilhéus (BA) - P. mucronata. Pontas de raízes de três indivíduos de cada espécie foram analisadas separadamente. A coloração foi feita segundo o método de Feulgen e duas metáfases de cada indivíduo foram selecionadas totalizando seis metáfases por espécie. As medidas dos cromossomos foram realizadas em imagens ampliadas utilizando-se paquímetro digital para a construção dos ideogramas incluindo: relação de braços (braço longo/ braço curto), comprimento do lote haplóide (CLH) e índice de simetria (TF%). Os cromossomos metafásicos também foram corados com CMA-DA-DAPI. Foram encontrados satélites nos braços curtos dos cromossomos 3 e 8 para P. galbana e nos braços longos dos cromossomos 1, 3 e 6 para P. mucronata. A coloração com fluorocromos em P. mucronata apresentou bandas DAPI- e com CMA apresentou CMA+ (5 bandas) e CMA- . O fluorocromo CMA em P. galbana revelou CMA+ (4 bandas). Os resultados confirmaram a existência de variação cariotípica inter-específica nas espécies de Passiflora. PALAVRAS-CHAVE: Passiflora mucronata; Passiflora galbana ; cariótipo; citotaxonomia; variabilidade genética. 111 ABSTRACT (Cytotaxonomy of Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam). Cytotaxonomic studies of Passiflora galbana Mast. and Passiflora mucronata Lam. were performed by observations of mitotic chromosomes and by analyses of their karyotypes. For the karyotype studies, individuals were used that came from Oliveira (MG) - P. galbana and from Ilhéus (BA) - P. mucronata. The root tips from three individuals of each species were analyzed separately. Staining was performed using the Feulgen method, and two metaphase examples from each individual were selected, totaling six metaphase groups per species. Chromosomal dimensions were determined in extended images using a digital pachimeter and used for the construction of ideograms, including: chromosomal arm relations (long arm / short arm), length of the haploid lot (HLL), and the symmetry index (TF%). The metaphase chromosomes were also stained with CMA-DA-DAPI. Satellites were observed on the short arms of chromosomes 3 and 8 in P. galbana, and on the long arms of chromosomes 1, 3, and 6 in P. mucronata. Staining P. mucronata with fluorochromes demonstrated DAPI- bands, and staining with CMA demonstrated CMA+ (5 bands) and CMA- . Staining P. galbana with the fluorochrome CMA revealed CMA+ (4 bands). These results confirmed the existence of inter-specific karyotype variations in the species of Passiflora examined. KEY WORDS: Passiflora mucronata; Passiflora galbana ; karyotype; cytotaxonomy; genetic variability. 112 1. INTRODUÇÃO A família Passifloraceae tem cerca de 20 gêneros e distribuição predominantemente tropical e subtropical. A maioria das espécies está inserida no gênero Passiflora L., o maior da família, que possui mais de 525 espécies (MacDougal e Ulmer, 2004); sendo cerca de 400 delas descritas predominantemente como neotropicais. A variação morfológica estudada para o gênero é bastante ampla, indicando a ocorrência de variabilidade genética inclusive nas espécies cultivadas (Viana et al., 2003). Por outro lado, as espécies silvestres têm sido usadas como fonte de genes para resistências a doenças e pragas, bem como para outras características ausentes nas espécies cultivadas (Souza, 2002). Passiflora galbana Mast. e Passiflora mucronata Lam. apresentam muitas estruturas com características em comum, tais como estípulas, flores e sementes. Estas espécies bastante similares morfologicamente, diferenciam-se por alguns caracteres morfológicos como formato da folha, número de nervuras primárias na lâmina foliar, glândulas do pecíolo (Nunes, 2002; Cervi, 1997) o que torna sutil a delimitação. Outra característica que diferencia estas duas espécies, refere-se ao horário de abertura da flor, que se inicia em P. galbana no começo da noite fechando na madrugada, enquanto P. mucronata permanece aberta até o início da manhã. Segundo MacDougal e Ulmer (2004) as duas espécies são importantes ecologicamente uma vez que são polinizadas por morcegos, Contudo P. mucronata mantêm as flores abertas durante um curto período da manhã favorecendo a polinização também por insetos (Souza et al., 2003b). Estudos citogenéticos desenvolveram-se principalmente a partir do início do século passado, e seu progresso acompanhou o aprimoramento de técnicas e equipamentos de microscopia. A citogenética é a ciência que estuda os constituintes celulares portadores da informação genética, cromossomos (Soares- Scott, 2005). Estudos cromossômicos têm sido utilizados na determinação das relações filogenéticas e evolutivas entre grupos de plantas (Raven, 1975). A utilização de dados citogenéticos na sistemática vegetal é admitida pela maioria dos autores como um dos mais importantes instrumentos para a compreensão das relações de parentesco e dos mecanismos de evolução (Guerra, 1990). No entanto, o gênero Passiflora, assim como os demais da família, tem sido pouco estudado citologicamente. 113 Entre os trabalhos de maior expressão realizados com a família Passifloraceae destacam-se Bowden (1945), Storey (1950), Beal (1969a,b; 1973b), Guerra (1988), Snow e MacDougal (1994), Mayeda e Vieira (1995), Barbosa e Vieira (1997), Soares-Scott et al. (1998), Soares-Scott et al. (1999), Passos (1999), Melo et al. (2001), Souza et al. (2003a,b), Souza et al. (2004), Melo et al. (2003), Soares-Scott et al. (2005), Hansen et al. (2006), Souza et al. (2007). Porém, uma parte dos trabalhos tem se limitado à contagem de cromossomos (Killip, 1938; Storey, 1950; Snow e MacDougal 1993; Vieira et al. 1997), alguns deles abordando detalhes sobre o cariótipo ou mecanismos de evolução cariotípica (Souza et al. 2003a, Melo et al. 2003). De acordo com Souza et al. (2003a), que estudaram o cariótipo de seis espécies coletadas no estado do Rio de Janeiro, variações morfológicas intra-específicas foram encontradas nas duas espécies, uma vez que diferentes formas de folhas foram observadas para P. mucronata e P. galbana, desde lanceoladas até arredondadas (comunicação pessoal; Figura 1). Outras observações em campo já foram feitas por vários taxonomistas da família dentro de algumas populações corroborando uma grande variação morfológica das folhas. Análises citotaxonômicas contribuem para o estudo da evolução pelo fato do material genético estar contido nos cromossomos. Portanto, alterações dessa natureza são quase sempre significativas para poder inferir o rumo evolutivo das espécies. Os dados citogenéticos mais utilizados na citotaxonomia são o número cromossômico, a morfologia dos cromossomos e o padrão de bandas, bem como a quantidade, a posição e o heteromorfismo das RONs (Regiões Organizadoras do Nucléolo) e o comportamento meiótico dos cromossomos (Guerra, 1988). A determinação do cariótipo pode representar um importante papel na reorganização da taxonomia vegetal, principalmente na caracterização dos diferentes táxons. O estudo morfológico dos cromossomos permite comparações entre categorias taxonômicas relacionadas com o mesmo número cromossômico e possibilita detectar possíveis variações existentes (Mayeda, 1997). Greilhuber (1984) já considerava que, além do número e morfologia dos cromossomos que podem ser determinados por métodos convencionais, técnicas de bandeamentos cromossômicos, localização de RONs, identificação de DNAs satélites no genoma e sua relação com bandas heterocromáticas através de hibridização in situ podem contribuir para um melhor entendimento entre diferentes níveis taxonômicos. A técnica de bandeamento CMA/DAPI é um procedimento de dupla coloração fluorescente que permite localizar seqüências de DNA altamente repetitivo dispersas ao longo 114 do genoma. Os corantes utilizados, cromomicina e DAPI, ligam-se preferencialmente a regiões heterocromáticas ricas em CG e AT, respectivamente. Cada cromossomo, ou par de cromossomos, representa um papel decisivo no desenvolvimento de um indivíduo. Por isso, o número de cromossomos e as variantes que cada um deles apresenta, dentro de uma espécie, são dados importantes para a determinação da posição filogenética e taxonômica das espécies (Covas e Schnack, 1946; Guerra, 1988; Singh, 1993). Sendo assim, este trabalho propõe um estudo citogenético das espécies P. galbana e P. mucronata, que foram escolhidas como modelo para um estudo de delimitação de espécies em Passiflora por serem morfologicamente muito similares e taxonomicamente próximas. 115 A C B D E F Figura 1 -Padrões de folhas de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ilustrando a variação morfológica encontrada nas espécies. A e C) Formato lanceolado em folhas de P. galbana. B e D) Formato oblongo em folhas de P. galbana. E e F) Formato cordado em folhas de P. mucronata. 116 2. MATERIAIS E MÉTODOS Material Vegetal e Pré-tratamento Plantas de P. galbana e P. mucronata foram mantidas em casa de vegetação no Campus da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). P. galbana foi proveniente de sementes coletadas em Oliveira (MG) e P. mucronata foi obtida de estacas coletadas em Ilhéus (BA) cujos “vouchers” estão depositados no herbário do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Pontas de raízes de três indivíduos de cada espécie foram analisadas. Os ápices jovens de raízes foram coletados de estacas mantidas em areia lavada. Após sua retirada, as pontas de raízes foram lavadas em água destilada e pré-tratadas com 8-Hidroxiquinoleína 0,002M por uma hora em temperatura ambiente e por 22 h a aproximadamente 6°C. Após o prétratamento, o material foi lavado em água destilada duas vezes por 5 min, fixado em Carnoy (etanol-ácido acético, na proporção 3:1), por 3 h em temperatura ambiente e estocado a -20°C. Cariótipos Para estudo do cariótipo e inicialmente para o preparo da lâmina, as raízes foram lavadas em água destilada, hidrolizadas em ácido clorídrico 5N por 20 min, secas em papel de filtro e transferidas para o reativo de Schiff por 1 hora e meia no escuro. As lâminas foram preparadas pela técnica do esmagamento, utilizando-se carmim acético a 2% como contracorante. Foram selecionadas duas metáfases de cada indivíduo, totalizando seis metáfases por espécie. As posições das metáfases foram marcadas utilizando-se lâminas guias. As lâminas de interesse foram transformadas em permanentes imergindo-as em ácido acético 20% até a liberação da lamínula, logo após em etanol 80% e 100%, por 10 segundos em cada, e secas ao ar. As lâminas foram montadas com lamínula utilizando-se o meio de montagem Entellan. As metáfases foram observadas e fotografadas em microscópio de luz (Leica) em campo claro. Os comprimentos absolutos dos cromossomos e respectivos braços foram mensurados em imagens ampliadas utilizando-se paquímetro digital, para o cálculo da relação entre braços (r = braço longo/braço curto), comprimento do lote haplóide (CLH = somatório 117 dos comprimentos absolutos dos cromossomos metafásicos), comprimento relativo dos cromossomos, índice centromérico (Levan et al., 1964) e índice de assimetria (TF% = somatório dos braços curtos do lote haplóide em relação ao comprimento do mesmo; Huziuwara, 1962). Os homólogos foram determinados com base na posição do centrômero, tamanho absoluto de cada cromossomo e relação de braços. Os cariótipos foram arranjados de acordo com o comprimento dos cromossomos, em ordem decrescente, e com a posição do centrômero (Guerra, 1986): metacêntrico = m (r 1,00-1,49), submetacêntrico = sm (r 1,502,99), acrocêntrico = a (r 3,00-∞) e telocêntrico = t (r ∞). Os satélites foram classificados segundo Battaglia (1955). Os cariogramas foram confeccionados com base nas ampliações fotográficas e os ideogramas foram montados utilizando-se o programa computacional Microsoft Office Word. Na mensuração dos cromossomos com satélites, o comprimento destes não foi adicionado ao braço cromossômico correspondente, mas sim ao comprimento do cromossomo. Análises estatísticas (ANOVA) foram realizadas com auxílio do programa computacional Genes (Cruz, 2004). Bandeamento CMA-DA-DAPI O procedimento para bandeamento com fluorocromo seguiu o protocolo de Guerra et al. (2002). Pontas de raízes pré-tratadas em 8-HQ (8-hidroxiquinoleína) e fixadas em Carnoy foram imersas duas vezes em água destilada por 5 minutos cada, secas ligeiramente em papel de filtro e digeridas com enzima Pectinex, previamente aquecida em banho-maria a 37ºC, por cerca de 30 minutos. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento em uma gota de ácido acético a 45% e transformadas em permanentes após imersão em nitrogênio líquido por 5 min para retirada da lamínula com auxílio de estilete. Após secas ao ar, as lâminas foram armazenadas por três dias em temperatura ambiente para envelhecimento e evaporação do fixador (Guerra, 2002). A coloração foi feita inicialmente com uma gota de cromomicina A3 (CMA) (0,5 mg/ml). A lâmina foi coberta com lamínula e mantida em caixa escura por 1 hora. A lamínula e o excesso de corante foram retirados com um jato de água destilada e a lâmina foi seca com bomba de ar. Em seguida a lâmina foi contra-corada com uma gota de distamicina A (DA) (0,1 mg/ml), coberta com uma lamínula e mantida em caixa escura por meia hora. A lamínula e o excesso de corante foram retirados com um jato de água destilada e a lâmina foi seca com bomba de ar. Para a coloração com DAPI foi acrescentada 118 uma gota do fluorocromo 4’-6’ diamidino-2-fenilindol (DAPI) (2 µg/ml) e repetido o procedimento anterior. Logo após, adicionou-se uma gota de meio de montagem (glicerol/McIlvaine/ MgCl2 ) sobre as células. A lâmina foi coberta com lamínula, pressionada levemente entre duas folhas de papel para retirar o excesso de meio de montagem e armazenada por um dia. As observações e o registro das imagens foram feitos em microscópio de epifluorescência Leica, utilizando-se filtros de 340 a 380 nm para DAPI e 390 a 490 nm para CMA. 119 3. RESULTADOS Os dados cariomorfológicos dos taxa estudados evidenciaram que, embora ambas as espécies tenham apresentado 2n = 18 (Figura 2), Passiflora galbana e P. mucronata apresentaram diferenças entre seus cariótipos (Figura 3). Os comprimentos médios dos cromossomos são apresentados na Tabela 1, e foram utilizados para a obtenção dos respectivos ideogramas (Figuras 4-5). Os comprimentos absolutos dos cromossomos de P. galbana diferiram significativamente de acordo com a ANOVA (P<0,05%, teste F), já em P. mucronata a diferença entre os cromossomos não foi significativa. Os comprimentos relativos que cada cromossomo apresentou em relação ao CLH foram praticamente os mesmos em ambas as espécies. A igualdade entre os comprimentos do maior e do menor cromossomo foi de 43% em P. galbana e de 34% em P. mucronata. As fórmulas cariotípicas, tipo e posição de satélites, média do comprimento do lote haplóide e o índice de assimetria variaram para as duas espécies (Tabela 2). Embora P. galbana tenha apresentado menor número de satélites e cariótipo metacêntrico, o índice de assimetria foi maior para essa espécie. A coloração com fluorocromos em P. mucronata revelou bandas DAPI- e com CMA apresentou CMA+ (5 bandas) e CMA- . O fluorocromo CMA em P. galbana revelou CMA+ (4 bandas), (Figura 6). 120 a b Figura 2 -Metáfase de Passiflora galbana (a) e Passiflora mucronata (b) Barra=5 µm 121 a 1 2 1 3 2 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 Figura 3 -Cariograma de Passiflora galbana (a) e Passiflora mucronata (b) Barra= 5 µm b 122 I II III IV V VI VII VIII IX Comp. Cromossomo (µm) CO S AR 3,58 3,17 3,09 2,86 2,78 2,69 2,47 2,46 2,05 1,38 1,32 1,12 1,30 1,35 1,22 1,26 1,22 1,45 Figura 4 -Ideograma de Passiflora galbana CO: cromossomos ordenados; S: tamanho dos cromossomos (µm); AR: razão entre os braços cromossômicos. 123 I II III IV V VI VII VIII IX Comp. Cromossomo (µm) CO S AR 4,82 4,24 4,23 4,19 4,01 3,80 3,38 3,37 3,16 1,47 1,45 1,27 1,54 1,51 1,33 1,30 1,28 1,30 Figura 5 -Ideograma de Passiflora mucronata CO: cromossomos ordenados; S: tamanho dos cromossomos(µm); AR: razão entre os braços cromossômicos. 124 a b c a a d e f Figura 6- Coloração CMA-DA-DAPI de Passiflora galbana (a; b e c) e de Passiflora mucronata (d; e; f) sobreposição das imagens de DAPI e CMA (a-d), CMA (b-e) e DAPI (c-f). Setas indicam bandas Barra=5 µm. e 125 Tabela 1 - Comprimentos médios (µm) do braço curto (BC), braço longo (BL), satélite (SAT) e comprimento absoluto (CA), comprimento relativo (CR) e razão entre braços (r) em Passiflora mucronata e Passiflora galbana. Desvio padrão (+) . Cromossomos: Média + Desvio Padrão Espécies P. galbana P. mucronata 1 2 3 4 5 6 7 8 9 BC 1,39 + 0,36 1,36 + 0,29 1,34 + 0,28 1,24 + 0,24 1,18 + 0,27 1,21 + 0,24 1,09 + 0,23 1,10 + 0,22 0,83 + 0,23 BL 1,92 + 0,32 1,80 + 0,43 1,51 + 0,42 1,62 + 0,43 1,60 + 0,32 1,48 + 0,34 1,38 + 0,29 1,35 + 0,30 1,21 + 0,23 SAT 0,79 + 0,48 CA 3,31 + 0,90 3,16 + 0,70 2,85 + 0,70 2,86 + 0,61 2,78 + 0,57 2,69 + 0,56 2,47 + 0,50 2,45 + 0,52 2,04 + 0,39 - 0,45 + 0,17 - - - - - - CR 14,2 % 12,6 % 12,3 % 11,4 % 11,1 % 10,7 % 9,8 % 9, 8 % 8, 1 % r 1,38 m 1,32 m 1,12 m 1,30 m 1,35 m 1,22 m 1,26 m 1,22 m 1,45 m BC 1,79 + 1,06 1,53 + 0,66 1,86 + 1,12 1,64 + 0,73 1,66 + 0,62 1,54 + 0,72 1,46 + 0,48 1,47 + 0,59 1,37 + 0,62 BL 2,64 + 1,04 2,22 + 1,09 2,37 + 1,18 2,54 + 1,16 2,51 + 0,66 2,05 + 0,99 1,91 + 0,81 1,89 + 0,79 1,79 + 0,74 SAT 0,57 + 0,17 0,72 + 0,35 CA 4,43 + 2,14 3,75 + 1,60 4,23 + 2,30 4,18 + 1,87 4,17 + 1,12 3,59 + 1,53 3,37 + 1,27 3,36 + 1,38 3,16 + 1,33 - - - 0,41 + 0,11 - - - CR 13,70 % 12,05 % 12,02 % 11,90 % 11,39 % 10,79 % 9,60 % 9,57 % 8,98 % r 1,47 m 1,45 m 1,27 m 1,54 sm 1,51 sm 1,33 m 1,30 m 1,28 m 1,30 m m = metacêntrico; sm = submetacêntrico. 126 Tabela 2- Fórmula cariotípica (FC); cromossomo; braço e tipo de satélite (SAT); comprimento médio do lote haplóide em µm (CLH) e índice de assimetria (TF%) em espécies de Passiflora. Espécies FC SAT CLH TF% P. galbana 18 m 1 BC e 3 BC micro 25,15 µm 42,68 % P. mucronata 14 m + 4 sm 1 BC; 2 BL e 6 BC micro 35,20 µm 40,77% BC = braço curto; BL = braço longo; micro = microssatélites (Battaglia; 1955). 127 4. DISCUSSÃO Variações morfológicas intra-específicas são encontradas em P. mucronata e P. galbana (Figura 1). Alguns autores analisaram determinadas espécies de Passiflora e detectaram uma grande variabilidade fenotípica, o que implica em diversidade genética (Crochemore et al., 2003; Souza et al., 2004). Tal fato ratifica a necessidade de estudos em diferentes populações das duas espécies utilizando-se diversas ferramentas, como por exemplo a citogenética, para uma análise mais detalhada da variabilidade. O número de cromossomos é a característica mais amplamente utilizada em citogenética (Guerra, 2000) e juntamente com outras características citológicas auxilia não só no entendimento de variações genéticas envolvidas na evolução de um grupo, como também na delimitação taxonômica de espécies (Pedrosa et al., 1999). Menos de 30 % das espécies de Passiflora tem o seu número cromossômico conhecido (Soares-Scott et al., 2005), e das 200 espécies que são nativas do Brasil, somente poucas delas foram estudadas citogeneticamente (Souza et al. 2007). De acordo com as análises de cromossomos metafásicos (Figura 2), as espécies em estudo (P. galbana e P. mucronata) têm 2n = 18 cromossomos. Estudos citogenéticos têm revelado que as espécies de Passiflora apresentam o número cromossômico dividido em quatro grupos, representados por x = 6, x = 9, x = 10 e x = 12. A maioria das espécies é diplóide com 2n = 12, 2n = 18 ou 2n = 20, sendo registradas algumas tetraplóides, hexaplóides e octoplóides (Snow e MacDougal, 1993; Melo et al., 2001). Neste trabalho foram localizados satélites nos braços curtos dos cromossomos 1 e 3 em P. galbana e em P. mucronata nos cromossomos 1 e 6; e no braço longo do cromossomo 2 (Figura 3). Estes resultados foram divergentes dos estudos anteriores feitos em outras populações por outros autores, como demonstraram Souza et al. (2003a) em populações do Rio de Janeiro (RJ). No trabalho de Souza et al. (2003a) seis espécies (P. alata, P. malacophylla, P. edmundoi, P. mucronata, P. galbana e P. quadrangularis) foram estudadas e foram encontrados satélites nos braços longos dos cromossomos 2 e 4 de P. galbana e nos braços curtos dos cromossomos 5 e 6 de P. mucronata. Em outros estudos, alguns cromossomos com satélite foram identificados, como por exemplo, por Mayeda e Vieira (1995) no par 8 das espécies P. edulis, P. amethystina, P. alata e P. giberti. Soares-Scott (1998) identificou satélites em P. edulis (4 e 7) e em P. 128 incarnata, e três pares em P. setacea (4, 7 e 8). Melo et al. (2001) identificaram satélites em P. capsularis, P. misera, P. morifolia, P. coccinea e P. nitida. Foram encontradas divergências em relação ao número de satélites e à sua posição. Em P. edulis, Mayeda e Vieira (1995) apontam dois satélites, enquanto Soares-Scott et al. (1999) observaram três. Em P. alata há divergências na localização dos cromossomos com satélite. Melo et al. (2001) observaram satélites nos dois pares menores, Soares-Scott et al. (1998, 1999) concordaram quanto ao par 7, mas indicaram também o par 4 e Souza et al. (2003a) observaram nos pares 1 e 2. Estas diferenças podem ocorrer devido à qualidade da preparação, ao grau de compactação dos cromossomos ou em razão da variabilidade em diferentes populações dentro das espécies. Outras divergências já tinham sido detectadas quanto ao número e a posição de satélites em outras espécies de Passiflora (Mayeda et al. 1995; Oliveira e Coleman, 1996; Soares-Scott et al. 1999; Melo et al. 2001; Souza et al. 2003a). Por outro lado, rearranjos estruturais podem ser detectados por meio destas diferenças no tamanho relativo, posição de centrômero e número, tamanho e posição de satélites. Alguns trabalhos a exemplo de Vieira (1997), demonstraram que aos satélites identificados pela coloração Feulgen em algumas espécies de Passiflora correspondem as bandas evidenciadas por prata. Estas bandas, também chamadas de bandas NOR (Região Organizadora do Nucléolo), evidenciam regiões responsáveis pela síntese de RNAr, o qual se acumula no nucléolo. No caso específico de Passiflora, sugere-se que as localizações dos genes ribossômicos devem estar associadas aos mecanismos de evolução cariotípica, de tal forma que ao lado de outras evidências poderão servir para o entendimento da filogenia do gênero e relações taxonômicas. Sendo assim, esta técnica poderá ser empregada futuramente em P. galbana e P. mucronata para tais análises. A técnica de bandeamento CMA/DAPI é um procedimento de dupla coloração fluorescente que permite localizar seqüências de DNA altamente repetitivo dispersas ao longo do genoma. O CMA liga-se preferencialmente a regiões heterocromáticas ricas em CG e o DAPI a regiões ricas em AT, permitindo a identificação de regiões heterocromáticas quanto a composição de pares de bases, possibilitando uma análise cariotípica mais detalhada. Os resultados podem gerar uma maior compreensão de como os genomas estão organizados e com isso, fazer inferências sobre as relações filogenéticas em diferentes níveis taxonômicos. Esta técnica tem sido usada com sucesso em diferentes espécies vegetais (Guerra, 1993; Tagashira e Kondo, 1999; Guerra 2000; Jacobs et al., 2000; Marcon et al., 2003). Em P. mucronata os cromossomos 129 apresentaram bandas DAPI- e com CMA apresentaram CMA+ (5 bandas) e CMA-. O fluorocromo CMA em P. galbana revelou CMA+ (4 bandas) e nemhumA DAPI. Em P. mucronata, estudos anteriores detectaram seis bandas CMA+ para a mesma espécie (Melo et al., 2001). Vários trabalhos tem sido feitos com CMA/ DAPI com outras espécies de plantas como intuito de localizar seqüências de DNA altamente repetitivo dispersas ao longo do genoma. Porém com estas 2 espécies de Passiflora, os resultados encontrados no trabalho mais recente na literatura são divergentes quanto ao número de bandas como citado anteriormente. Outra técnica utilizada em citogenética é a FISH (hibridização fluorescente in situ). Melo et al. (2003) analisaram 20 espécies de Passiflora através da técnica de FISH, utilizando sondas 45S e 5S de rDNA com intuito de verificar as relações entre os diferentes complementos haplóides existentes no gênero e identificar o provável ancestral haplóide do mesmo. Em P. galbana foram encontrados 2 sítios principais 45S nos pares 2 e 4 e um sítio menor no par 5. Já em P. mucronata, os cromossomos 1, 3 e 8 apresentaram, cada um, sítio 45S ressaltando ainda que em geral, o número e a posição dos sítios 45S detectados por FISH coincidem com as bandas CMA e com as constrições secundárias observadas no cariótipo de Passiflora (Melo et al., 2001). Como demonstrado através dos fluorocromos (CMA /DAPI), as espécies analisadas no presente estudo, diferem no número e localização das bandas CMA de acordo com a literatura. Uma situação semelhante, na qual a diferenciação cariotípica é mais evidente com bandas heterocromáticas que com outras características morfométricas, é conhecida em vários outros gêneros. Em milho, os cromossomos de algumas raças podem ser reconhecidos no híbrido pelos seus distintos padrões de bandas (Aguiar-Perecin e Vosa, 1985). Em Citrus, as diferentes espécies e híbridos interespecíficos são geralmente distinguíveis pelo padrão de bandas CMA, mas não por outros parâmetros cariológicos (Cornélio et al., 2003; Guerra, 1993; Carvalho et al., 2005), e todos os acessos de origem reconhecidamente híbrida possuem pares cromossômicos heteromórficos para os padrões de bandas, enquanto as espécies silvestres, não híbridas, são homomórficas ou mostram apenas um pequeno heteromorfismo. A diferença de tamanho de bandas obtidas por diferentes métodos de coloração (bandeamentos e fluorocromos) em indivíduos e entre indivíduos de uma mesma espécie, pode ser explicada principalmente pelas diferentes concentrações de DNA satélite localizados na heterocromatina constitutiva. Atualmente, sabe-se que este tipo de DNA é altamente polimórfico, variando muito entre indivíduos de diferentes populações ou de uma mesma população (Sousa, 130 2006). Guerra (2000) cita que entre indivíduos de uma mesma espécie, polimorfismos para o número e tamanho das bandas heterocromáticas podem ser muito freqüentes. De acordo com Sumner (2003), este tipo de cromatina pode sofrer grandes mudanças em pouquíssimo tempo e diferentes metodologias podem revelar suas diferentes frações. Bandas cromossômicas, ou regiões heterocromáticas, são muito úteis porque geralmente variam entre espécies. Sendo assim, outros estudos com bandeamentos poderiam elucidar as questões que neste trabalho são levantadas a respeito da variabilidade inter-específica encontrada nas espécies de Passiflora estudadas. Associado a isso, vários trabalhos, como o de Popov et al. (2001), mostram que, de acordo com o tamanho dos cromossomos, porções de heterocromatina, por exemplo, podem não ser visualizadas devido ao grau de condensação. Além disso, a presença de proteínas em determinadas regiões dos cromossomos pode prejudicar a visualização da real extensão dos blocos heterocromáticos, de acordo com a técnica utilizada. Essas regiões cromossômicas são reveladas usualmente pelas técnicas de bandeamento C ou pela coloração com fluorocromos que reagem preferencialmente com o DNA rico em AT ou em GC. Em Hordeum, por exemplo, diferentes espécies foram caracterizadas por diferentes padrões de bandas C (Konishi e LindeLaursen, 1988), enquanto em Citrus essas diferenças foram mais facilmente detectadas com os fluorocromos cromomicina A3 (CMA) e 4’-6-diamidino-2-fenilindol (DAPI) (Guerra, 1993). Em nosso trabalho, apenas cromossomos metacêntricos foram encontrados na espécie P. galbana. Em P. mucronata foram encontrados cromossomos metacêntricos e submetacêntricos (Tabela 2). As espécies deste gênero apresentam basicamente cromossomos metacêntricos e submetacêntricos, com cariótipo simétrico variável (Beal, 1973a, b; Oliveira e Coleman, 1996; Barbosa e Vieira, 1997a,b; Soares-Scott et al., 1999; Melo et al., 2001). P. galbana apresentou menor número de satélites e cariótipos constituídos por cromossomos exclusivamente metacêntricos. Porém, o índice de assimetria foi maior para essa espécie, uma vez que cariótipos que são constituídos por cromossomos de tamanho mais heterogêneo são assimétricos. Variações quanto ao número, posição e tamanho de satélites e constrições secundárias são frequentemente observadas em vegetais sendo úteis como marcadores uma vez que estes podem ser incorporados ou suprimidos ao longo do processo evolutivo (Mayeda, 1997). 131 Em diversos grupos de plantas do Brasil, os seus estudos cariológicos passaram a abordar os aspectos da evolução (Melo et al., 1997; Guerra e Nogueira 2001). Porém, em relação às frutíferas nativas, ainda são poucos os estudos cariológicos abordando aspectos de sua variabilidade cromossômica, características bastante úteis na taxonomia de alguns grupos. Em Genipa americana, por exemplo, a ocorrência de 2n = 22 para populações de Recife-PE, e de 2n = 20 para populações de Campinas-SP, indicaram claramente a ocorrência de duas espécies distintas (Pierozzi e Cruz; 1998). Subpopulações naturais de uma determinada espécie podem apresentar cariótipos diferentes quanto ao número e ou estrutura dos cromossomos. Os diferentes cariótipos são chamados citótipos. Tais citótipos podem vir a contribuir para o estabelecimento de barreiras reprodutivas fazendo com que sejam fixados na população, por exemplo por uma vantagem seletiva do homozigoto, podendo levar à especiação. Estudos citogenéticos com algumas espécies revelam estas variações cromossômicas que apontam sua divisão em várias espécies diferentes (Palomino e Martinez, 1994; Palomino e Martinez, 1997; Marcon et al., 2003). Algumas espécies de Passiflora apresentam citótipos em relação ao número de cromossomos (2n = 12, 24, 36 na mesma espécie, mas em populações diferentes geograficamente). Assim, as diferenças encontradas neste estudo em relação à posição e número de satélites quando comparados a outros estudos realizados com populações de outras regiões geográficas justificam que P. galbana e P. mucronata sejam realmente espécies diferentes. Além da determinação do número e morfologia dos cromossomos por métodos convencionais, outras informações foram obtidas analisando-se o conteúdo de DNA das espécies por citometria de fluxo para as espécies estudadas. Segundo Souza et al. (2001), P. mucronata apresentou conteúdo de DNA nuclear de 3,41 pg, enquanto P. galbana apresentou 3,52 pg (Souza et al., 2003c). As medidas de quantidades de DNA têm sido úteis na estimativa das diferenças taxonômicas entre gêneros, espécies a e até intra-específicas, como também em estudos de evolução e de interação do genoma com fatores ambientais (Poggio, 1998, Narayan, 1998, Leitch e Bennett, 1998) . Estas variações segundo Guerra (1998) são geralmente devidas a um aumento ou diminuição mais ou menos eqüitativos da quantidade de DNA em todos os cromossomos do cariótipo. Os resultados deste trabalho confirmaram que existe uma variação cariotípica intraespecífica nas espécies de P. galbana e P. mucronata. Estudos adicionais são necessários, pois 132 além da distribuição e quantidade de heterocromatina constitutiva por técnicas de bandeamento cromossômico, a identificação de DNAs satélites no genoma e sua relação com bandas heterocromáticas através da hibridação in situ são bastante informativas. Dessa forma pode-se contribuir para um melhor entendimento da taxonomia nos seus diferentes níveis, especialmente entre espécies de difícil delimitação, como no caso de P. galbana e P. mucronata. 133 5. REFERÊNCIAS AGUIAR-PERECIN L.R.M.; VOSA C.G. 1985. C-banding in maize II. Identification of somatic chromosomes. Heredity 54: 37-42. BARBOSA, L. V. ; VIEIRA, M. L. C. 1997a. 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Atualmente, os marcadores morfológicos aliam-se a novas ferramentas da biologia molecular permitindo uma visão bem mais ampla da diversidade genética. Estudos que envolvem a caracterização da variabilidade genética como este, realizados com as duas espécies de Passiflora muito similares morfologicamente , tem sido importantes pois esta variabilidade é uma condição fundamental para que haja evolução, e sua caracterização auxilia na compreensão deste processo evolutivo. A seleção natural atua entre as variações que ocorrem dentro das populações em função da adaptação ao ambiente, convergindo esta variação para a população e consequentemente entre espécies. De acordo com os resultados obtidos para ambos marcadores moleculares (ISSR e RAPD), é possível observar que a tendência de agrupamento por distribuição geográfica, e não por espécies como era esperado, não reflete as diferenças morfológicas que puderam ser detectadas para a separação de P. galbana e P. mucronata com base na morfologia geométrica das folhas. As alterações genéticas ocorridas na sequência de DNA nem sempre correspondem a alterações morfológicas, uma vez que as mutações podem ser sinônimas e ou podem ocorrer em regiões não codificantes do genoma. Estudos utilizando estas duas técnicas tem sido feitos com outras espécies para detecção da variabilidade genética dentre tantas outras finalidades (Esselman et al.,1999; Khadari et al.,2001; Quian et al.,2001; Mattioni et al., 2002; Tanyolac, 2003; Awasthi et al., 2004; Gemas et al., 2004; Souframanien et al., 2004; Wu et al., 2004; Zhang et al., 2005; Levi et al., 2005; Li et al., 2005; Li et al., 2006). As avaliações moleculares cobrem uma maior porção do genoma do que a avaliação de características como a morfologia foliar. Os dados moleculares encontrados foram importantes por sugerirem que possa ter ocorrido ou estar ocorrendo fluxo gênico entre as duas espécies de Passiflora. Se poucos alelos são responsáveis pelo formato da folha, os resultados morfológicos sugerem que possivelmente este (ou estes) alelo (s) não tenham um fluxo tão grande entre as 139 populações de ambas das espécies, já que com base na morfologia foliar foi possível separar as espécies. Entretanto parece que as demais porções do genoma são mais compartilhadas entre as populações de ambas as espécies, haja visto o agrupamento geográfico resultante da avaliação molecular. Faz-se necessário uma revisão dos caracteres de classificação infra-subgenérica em Passiflora, pois a mesma é centrada em caracteres morfológicos foliares que são altamente variáveis e sujeitos a influências ambientais no gênero como um todo (Benson et al., 1976; Macdougal, 1994; Barp et al., 2006). Feuillet e MacDougal (2003) sugeriram o agrupamento das espécies de Passiflora em quatro subgêneros: Astrophea (DC.), Deidamioides (Harms) Killip, Decaloba (DC.) Rchb. e Passiflora L. Estas proposições são baseadas exclusivamente em caracteres morfológicos e ecológicos. Trabalhos recentes de sistemática filogenética utilizando marcadores moleculares corroboraram total ou parcialmente a nova classificação infragenérica do gênero (Muschner et al., 2003; Yockteng e Nadot, 2004; Muschner et al., 2005; Hansen et al., 2006). Os estudos moleculares são de extrema importância nestas classificações e estão sendo utilizados em uma gama de avaliações taxonômicas em espécies da família Passifloraceae. De acordo com estudos recentes (Vitta e Bernarci, 2004), outras espécies de Passiflora a exemplo de P. contracta e P. ovalis são indistinguíveis através de caracteres vegetativos, as diferenças entre ambas residem na estrutura da inflorescência e no indumento, além da distribuição disjunta. Entretanto, estas duas espécies foram sinonimizadas por Cervi (2006) e estudos moleculares que estão em andamento (Dutra et al., 2006) poderão elucidar sobre a estrutura populacional de P. ovalis e sobre a validade taxonômica de P. contracta. Outros estudos moleculares com as espécies P. caerulea e P. tenuifilia, também pertencentes ao subgênero Passiflora tem demonstrado que a análise de marcadores populacionais, sequências de ITS1 e ITS2, sugerem um alto fluxo gênico nestas espécies. Estas espécies são facilmente reconhecidas por seus caracteres vegetativos quando adultas mas praticamente indistintas nos estágios iniciais do seu desenvolvimento, e estudos filogenéticos tem revelado um alto grau de similaridade entre estas espécies (93,7%) contra uma média geral de 86,5% em 41 espécies do gênero. Por meio de observações em cromossomos mitóticos e análise de cariótipos também foi realizado um estudo citotaxonômico. Os resultados confirmaram a existência de variação 140 cariotípica intra-específica nas espécies de Passiflora estudadas e mostrou claramente a diferenciação cromossômica entre elas. Através da análise Elíptica de Fourier foi possível a transformação do contorno foliar , um caráter qualitativo, em variáveis quantitativas mais poderosas. Os resultados sugerem também, que o uso da morfologia foliar poderá ser utilizado para a delimitação de P. galbana e P. mucronata, corroborando estudos taxonômicos anteriores que utilizaram apenas caracteres morfológicos para a delimitação destas espécies. Porém, os padrões encontrados com a morfometria geométrica foliar não representem de maneira significativa o genoma inteiro da planta e não concordam com os resultados encontrados neste trabalho com marcadores moleculares. Estudos futuros devem se concentrar em fazer cruzamentos entre genótipos das duas supostas espécies, para verificar a herança e herdabilidade dos caracteres de morfologia foliar. Portanto, para que se tenha segurança em relação a delimitação destas duas espécies são necessários estudos de cruzamentos e testes de progênies na tentativa de promover um híbrido que tenha sementes viáveis, para que se possa ratificar ou não, a hipótese de que sejam espécies realmente distintas. 141 CONCLUSÃO GERAL Ambos os marcadores moleculares (RAPD e ISSR) indicaram o agrupamento de Passiflora galbana e Passiflora mucronata por distribuição geográfica e não por espécies; Os agrupamentos das populações obtidos por RAPD e ISSR foram muito similares; Dados moleculares foram importantes por sugerirem que possa ter ocorrido ou estar ocorrendo fluxo gênico entre as duas espécies de Passiflora ; A morfologia foliar poderá ser utilizada, segundo os resultados encontrados, para a delimitação entre P. galbana e P. mucronata embora, os padrões encontrados com a morfometria geométrica foliar não representem de maneira significativa o genoma inteiro da planta e não concordam com os resultados encontrados com marcadores moleculares; O estudo citotaxonômico confirmou a existência de variação cariotípica intra-específica nas espécies de Passiflora estudadas e mostrou claramente a diferenciação cromossômica entre elas; Para a delimitação destas duas espécies são necessários estudos de cruzamentos e testes de progênies na tentativa de promover um híbrido com sementes viáveis, para que se possa ratificar ou não, a hipótese de que sejam espécies realmente distintas. 142 REFERÊNCIAS AAGAARD, J. 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(pb – pares de base). “Primer” (seqüência) Nº bandas Tamanho das bandas (pb) UBC 902 (5’-GTG TGT GTG TGT AY-3’) 12 200-1400 JHON (5’-AGA GAG AGA GAG AGY G-3’) 16 300-1600 GOOFY (5’-GTG TGT GTG TGT GTY G-3’) 09 300-1200 UBC 843 (5’-CTC TCT CTC TCT CTC TRA-3’) 14 300-2000 UBC 844 (5’-CTC TCT CTC TCT CTC TRC-3’) 14 200-2000 MANNY (5’-CAC CAC CAC CAC RC-3’) 11 350-1400 MAO (5’-CTC CTC CTC CTC RC-3’) 18 200-2000 UBC 814 (5’-CTC TCT CTC TCT CTC TTG-3’) 14 100-1900 DAT (5’-GAG AGA GAG AGA GAR G-3’) 3 não caracterizado CHRIS (5’-CAC ACA CAC ACA CAY G-3’) 4 não caracterizado R7 (5’-CTC TCT CTC TCT CTC TRG-3’) 5 não caracterizado TERRY (5’-GTG GTG GTG GGT GRC-3’) 4 não caracterizado OMAR (5’-GAG GAG GAG GAG RC-3’) 4 não caracterizado M1 (5’-CAC GAG AGA GAG A-3’) 3 não caracterizado M2 (5’-GGG CGA GAG AGA GAG AGA GA-3’) 3 não caracterizado BECKY (5’-CAC ACA CAC ACA CA YC-3’) 2 não caracterizado UBC 901 (5’-GTG TGT GTG TGT YR-3’) 2 não caracterizado UBC 899 (5’-CAC ACA CAC ACA RG-3’) 2 não caracterizado UBC 898 (5’-CAC ACA CAC ACA RY-3’) 2 não caracterizado 167 Apêndice b-“Primers” (seqüência, número de bandas e variação de tamanho) das 94 bandas analisadas. Os nove primeiros foram selecionados na análise de variabilidade genética baseada em padrões de RAPD em dezenove populações de Passiflora galbana e Passiflora mucronata ocorrentes nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (pb – pares de base). “Primers” selecionados (seqüência) Nº bandas Tamanho das bandas (pb) OPA 01 (CAGGCCCTTC) 11 300-2250 OPA 04 (AATCGGGGCTG) 12 200-1750 OPA 07 (GAAAACGGGGTG) 08 300-1500 OPA 10 (GTGATCGCAG) 07 300-1500 OPA 12 (TCGGCGATAG) 14 300-1650 OPA 13 (CAGCACCCAC) 06 600-1400 OPC 05 (GATGACCGCC) 14 250-1750 OPC 11 (AAAGCTGCGG) 11 200-1500 OPC 16 (CACACTCCAG) 11 300-1750 OPA 02 (TGCCGAGCTG) 4 não caracterizado OPA 08 (GTGACGTAGG) 2 não caracterizado OPA 09 (GGGTAACGCC) 3 não caracterizado OPA 19 (CAAACGTCGG) 3 não caracterizado OPA 20 (GTTGCATCC) 4 não caracterizado OPF O4 (GGTGATCAGG) 5 não caracterizado OPF 03 (CCTGATCACC) 4 não caracterizado OPF 05 (CCGAATTCCC) 3 não caracterizado OPF 09 (CCAAGCTTCC) 2 não caracterizado OPF 11 (TTGGTACCCC) 2 não caracterizado