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VIRALAPA News
10 de março de 2016
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Edição 56 Ano V l 10 de março de 2016
Informativo de Dança exclusivo do IBT e Espaço VIRALAPA
MensagemdoEditor
PERCY RODRIGUES
Caros Tangueros
Temos a satisação
de concluir mais
uma edição do VIRALAPA
News,
aguardado, ansiosamente, por
todos os leitores.
Abrimos a edição com interessante entrevista com Hamilton
Vaz, que revela seu amor pelo
tango, paixão adquirida nas
aulas, milongas e viagens pelo
Brasil e Exterior.
Sandra Santos, nossa intrépida repórter das SegundAlternativas, a pedido de Paulo
Araujo, dirige carta aberta aos
frequentadores do evento, explicando as razões que determinaram algumas indispensáveis alterações no conceito do
festejado baile.
Marcondes Mesqueu, inspiradíssimo, revela o lado metafísico da dança, desafiando bailarinos e amantes dos diversos
ritmos a se descobrirem na
magia do dançar a dois.
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Entrevista
Hamilton
Vaz
Carta Aberta
Sandra
Santos
Crônica
Marcondes
Mesqueu
Canção
Blas
Rivera
Blas Rivera destelha sua intimidade mostrando como conquistou uma bailarina com seu
talento, paixão e a magia do
sax. PR
Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na
secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas
no www.tangoporsisolo.com.br ou www.viralapa.com.br
VIRALAPA News
ENTREVISTA
Amor pelo tango
com simplicidade
e perfeição
HAMILTON VAZ SANTOS, 63
anos, carioca do bairro de Ramos, graduado em Administração de Empresa, ex-analista de
sistema das Lojas Americanas,
depois de aposentado, passou a
dedicar seu amor pelo tango, destacando-se como exímio bailarino, sempre com extrema simplicidade mas com muita perfeição
nos passos que executa, fala sobre sua vida no contagiante ritmo portenho.
VIRALAPA News: Hamilton,
como você iniciou-se no tango?
Hamilton Vaz: Em 2008, eu era
bolsista do CCC e Isnard, dono
da Escola, nos reuniu dizendo que
o André e a Alice dariam aulas
de tango ali. E que contavam
com os bolsistas homens para
participarem das aulas já que,
normalmente, a maioria das
alunas era mulheres.
Eu tinha uma imagem do tango
diferente do que ele realmente é.
Eu via o tango cenário na internet e, sinceramente, não gostava. Então disse que gostaria
de não participar das aulas. O
Isnard disse que eu era bolsista
e, como tal, deveria participar
ou sairia do quadro de bolsistas.
Muito contrariado, aceitei participar das aulas.
Foram nessas aulas que conheci o
tango de salão. E me apaixonei
logo de cara. O André e a Alice deram aulas ali só por 3 meses. A turma não vingou. Mas o
Tango já tinha tomado conta do
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Hamilton
meu coração.
Como aconteceu a continuação do seu aprendizado?
Foi quando eles me convida-
ram a fazer aulas como bolsista
na turma de sábado na Escola
do Marquinhos Copacabana ,
onde eles já davam aula a algum tempo. Ali a minha paixão
se solidificou. Em paralelo, a
minha irmã passou a fazer aulas particulares de tango com o
Paulo Araujo. E me pediu pra
acompanhá-la, pois se sentiria
mais segura com isso. Nessas
aulas, Paulo ensinava um movimento pra ela, que era mais
iniciante que eu. Com isso, eu
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Vaz
também participava e aprendia, principalmente os fundamentos, já que a
aula individual normalmente é mais
rica em detalhes. Depois disso, Paulo me convidou a participar das suas
aulas em grupo, o que me deu muito
mais segurança no aprendizado.
Como ele percebeu que eu estava
realmente me interessando pelo tango, ele me convidou a frequentar o
seu baile que, na época, era realizado num casarão no Cosme Velho.
Ele disse que ter aulas era muito bom,
mas não era suficiente para aprender
realmente. Eu teria que praticar o que
aprendia. E isso só numa milonga.
Foi ali, no Cosme Velho, que passei a
começar a pegar o traquejo num salão
de baile. Muito timidamente ainda,
mas comecei.
Além de Paulo Araujo, você teve
aulas com outros professores?
Sim, muito empolgado, sempre que
podia, fazia aulas com outros professores. Na dança de salão eu percebi que, quanto mais aulas eu fizesse, com diferentes professores,
mais você aprendia. E passei a fazer
isso. Depois do André e Alice, e do
Paulo Araujo, fiz aulas com LuciaContinua na página 3
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no Bastos e Laure Quiquempois,
com Álvaro Reys, com Marcio
Carreiro, com Jaime Aroxa, com
Adriana Gronow e, por último
com o Valdeci de Souza. Numa
aula de Tango a gente aprende uma
quantidade muito grande de movimentos. Mas, tendo aulas com
vários professores, a gente vê os
movimentos que mais gosta, e os
incorpora ao “seu baile”.
Gosto dos movimentos mais simples.
Quem me vê dançar, percebe que
a minha variedade de passos é até
bem pequena. Procuro fazer poucos movimentos, mas procuro executá-los de uma maneira correta,
proporcionando à dama um abraço
confortável. Um abraço fechado,
bem fechado, mas confortável.
Pois percebi nesse tempo todo de
aprendizado que uma das coisas
mais importantes no tango é o abraço. Não adianta a gente fazer
mil movimentos. Se o abraço não
for bom, gostoso, isso não será
de grande valia para uma dama do
tango.
Você teve aulas com professores
estrangeiros?
Sim, tive também a oportunidade
de fazer aulas com professores de
outros países como Balmaceda,
Dina Martinez, Javier Rodrigues,
Fabian Salas, Facundo e Fabian
Peralta (Argentina), e Carlos Espinoza (Chile).
Resumindo: quanto mais aulas
a gente fizer, mais segurança se
tem para colocar em prática o que
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se aprendeu. Porque, às vezes,
acontece de um determinado movimento, um mesmo movimento,
é ensinado de formas diferentes
por cada um deles. E a gente faz
aquele movimento da forma que
melhor agradar, da forma que,
tanto a gente quanto a dama se sintam confortáveis.
Hamilton, fale sobre suas viagens em busca do tango.
Depois que comecei a aprender a
dançar tango, passei a me interessar em viajar pra outros países
com essa finalidade. Minha primeira viagem internacional foi
com um grupo formado pelo Paulo
Araujo para Buenos Aires. Gostei tanto que, dois meses depois,
estava lá de novo. Só que dessa
vez, sozinho. E repeti a viagem
para Buenos Aires não sei mais
quantas vezes. Sempre sozinho.
Ia pra lá especificamente para dançar tango. Depois, fui a Montevideo duas vezes e para Santiago
do Chile uma vez. Agora não está
dando, mas pretendo ir ainda para
os Estados Unidos e para a Europa
com essa mesma finalidade. Não
será para fazer turismo. Ainda por
conta do tango, já participei de 3
cruzeiros Tango & Milonga. Um
como passageiro. E dois trabalhando, como dançarino. E continuaria trabalhando ali com o maior
prazer, pois é uma experiência
fantástica. Mas, infelizmente, o
cruzeiro não é mais produzido.
Você tem um blog sobre o tango.
Por que o seu interesse na divulgação do tango?
Querendo ver o crescimento do
movimento do tango no Rio de
Janeiro, criei um Blog, o DivulTANGO
(www.divultango.
blogspot.com.br). Nele anuncio
semanalmente os eventos de tango
que são realizados na cidade do Rio
de Janeiro. E, graças a Deus, ele é
bem visto pelos amantes do tango,
não só aqui do Rio de Janeiro, mas
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de outras cidades e países também.
As informações são totalmente
gratuitas, nada é cobrado por isso.
É somente pelo amor à arte, pelo
amor ao tango.
Muito grato, Hamilton, faça agora uma mensagem aos que estão
se iniciando no tango.
Enquanto eu puder, como diz a
música “enquanto minhas pernas
aguentarem”, continuarei indo
às milongas me divertir e apreciar a dança de outros praticantes.
Pois isso me encanta, já faz parte
da minha vida, sinto um prazer
enorme, sem explicação lógica
pra isso. E espero que outras pessoas sintam, ou passem a sentir, a
mesma coisa que eu.
Tenho o Blog DivulTANGO (
www.divultango.blogspot.com.
br ), onde divulgo os eventos de
tango que são realizados na cidade
do Rio de Janeiro..
Hamilton Vaz Santos
(21) 2561-0052 / (21) 9 6457-3102
www.divultango.blogspot.com.br
VIRALAPA News
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Carta aberta aos frequentadores da
SegundAlternativa
Sandra Santos
O VIRALAPA é um espaço cultural e artístico, uma casa viva que respira arte.
Sabemos que Paulo Araujo é um defensor ardente do espirito da dança e uma influência duradoura da
cidade de Rio de Janeiro. Com a sua magnitude de realizações como dançarino, provoca uma tendência
de originalidade e, porque não dizer, audácia quando propõe a SegundAltenativa.
Todos sabemos que dançar faz bem para o corpo e para a alma e, por isso, com o espírito generoso e
abrangente, fez, por algum tempo, com entusiasmo, o baile da última segunda-feira de cada mês.
A proposta da SegundAlternativa é uma dança exaltada de criação e de liberdade. Uma dança que faz
cintilar os corpos, que, ao se descobrirem criativos, fazem a medida entre o movimento harmônico, a
música e a emoção.
Dançar com movimentos livres e naturais é devolver ao corpo humano sua realidade vital. O corpo é
um instrumento de expressão e a simplicidade dos movimentos espontâneos podem ter uma profundidade oceânica.
A SegundAlternativa é um baile que propõe uma noite de novas experiências corporais e musicais.
Como princípio inovador, criou uma identidade e rompeu com os modelos de convenções. É um lugar
para dançar e ampliar a sua cultura musical, uma vez que ouvimos as mais variadas músicas do mundo, assim como, quebramos os paradígmas de uma dança repetida.
O baile foi idealizado e constituindo sua identidade, porém, com o passar dos dias, foi afetado e, antes
de cair no lugar comum, foi suspenso para ser repaginado.
A ideia primeira era lançar uma cultura de colaboração. Nessa proposta, os dançarinos depositavam
na cartola os valores que julgavam possível para cobrir as despesas e a manutenção da casa. Só que esse
sentido de colaboração foi-se esvaziando assim como a cartola.
O VIRALAPA está com o desejo de retomar o baile, contudo acredita que possamos compreender a necessidade de outro molde - um valor na entrada. Quanto às comidas e bebidas, continuaram contando
com a disposição e colaboração voluntária.
Para os que quiserem comemorar o aniversário em grande estilo, poderão decorar a casa ao seu modo,
trazer o bolo e os convidados.
“Respeitável público”, precisamos inteiramente do apoio de todos para tornar possível a nova realidade. Com o zelo pela dança e pela convivência, o VIRALAPA e a SegundAlternativa serão um lugar
privilegiado ao receber a todos, pois sabemos que quanto mais atenção prestamos no que fazemos,
melhores serão os resultados. Sejam todos bem vindos!
ss
EXPEDIENTE
INSTITUTO BRASILEIRO DO TANGO
Presidente: Paulo Araujo
ESPAÇO VIRALAPA
Diretor Geral: Paulo Araújo
Séde Própria: Avenida Gomes Freire, 663, sobreloja, Lapa, Rio de Janeiro
CEP 20230-014 - Tel. 21-3970 2457
[email protected]
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Conselho Editorial
Fabien Cayet
Marcondes Mesqueu
Paulo Araújo
Percy Rodrigues
Sandra Santos
Editor Geral
Percy Rodrigues
JP 31780 RJ
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Marcondes Mesqueu
[email protected]
O HOMEM MODERNO DANÇA CADA
VEZ MENOS. Parte das sociedades, ditas civilizadas associam dança a diversão. A história
mostra que o sacro e o profano já se misturaram na dança. Dançamos para deuses, fertilidade, coleta, saúde,
sorte,...Até pra guerra dançamos. Em tempos idos entendíamos que o corpo integral existe para expressar suas esperanças
através do movimento. Dança e religiosidade não era prioritariamente coisa do tronco afro ou oriental. A civilização intelectualizou o ocidente e, consequentemente tenta endurecer nossas
articulações. Se antes dançávamos em nome da satisfação de uma necessidade hoje somos autofiscalizados pelo “certo e pelo errado”. A percussão já foi facilmente aceita como o coração do movimento.
O povo resiste e vai praticando as suas transgressões. É muito bonito quando no salão surge um casal
que deixa a selvageria do prazer invadir o molejo dos seus corpos. Não tenho dúvida que nesse momento estão possuídos pelos seus ancestrais Criadores da Verdadeira Dança. Existe um corpo de baile
televisivo que tenta nos ensinar a coreografar o fora para esconder o dentro. Gosto de associar dança a
revelação. Hoje entendo que uma boa receita para enfrentar a desesperança à tristeza e o medo se dá
no encontro de corpos que dançam encostados em corpos.
Samba
Bolero
ou Valsa
Isso é dança.
Carimbó
Jongo
ou Forró
Isso é dança.
Milonga
Maxixe
ou Mambo
Isso é dança.
Agora se for cavalheiro, dama e Tango...
pernas pela esquerda, meio e por fora que se enroscam e desatam
transformando a poesia que fala da tristeza do amor perdido
em uma,
AGORA ETERNA,
PRÓXIMA DANÇA.
MM
VIRALAPA News
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Blas Rivera
[email protected]
CANCION PARA CONQUISTAR A LA BAILARINA
Párpado y tacos, cuello erecto y maquillaje
Brazo en la espalda de los violines desesperados
Peso del cuerpo y mala intención, caminada al precipicio
Perfume reciente, olor a yuyos, sacada y corcheas que traicionan
Respiración y el eje del diablo, civilización y barbarie
Giro y ya te quiero para mi, gancho y te veo a la salida
Soplo y saliva en 4 x 4, la última respirada
El abrazo de la muerte celosa, Desafinados con las piernas al aire
Glissando de cisne sin ropa debajo de la ropa negra
88 ganas en 440 besos por paso, salida hacia atrás, escote al sur
El tempo se dobla como una esquina en Colegiales
Coreografía esclava de la risa de 99 dientes de la improvisación
Aire enrarecido, aliento contra el sentido de las agujas
Si falla la típica, lo arregla el compositor, lo que diga el cantor es para vos
Declaración de amor contra el pecho
Astillazos de deseo deseando las caderas mas deseadas
Corte y quebrada, toco y me voy sin trasnochada
Pizzicatto hasta que la muerte nos separe
Modulando para Fa la tengo regalada
Ocho mentiroso a la derecha, muslo para mi izquierda derretida
Zapatitos en Mi bemol, diafragma enamorado
Ojos cerrados para que no termine el bandoneón
Contratiempos lascivos, pisotón irrecuperable
Por quien percuten las campanas, dragón al rescate
Adornos transpirados, tanta ropa linda….que nadie se desnude ¡!!!!!
Si te tirás para este costado, te regalo margaritas, te presento a mi perro
Te beso, te embarazo, te marco, te palpo, te hablo de las tías y las abuelas
Te dedico, te compongo, te añoro, te silbo a dos voces
Te llevo con mi saxofón.
BLAS RIVERA

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