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Projeto de Iatismo Guia para jovens que procuram integrar a indústria dos iates de luxo 1 Direitos Autorais © 2012. The Yachting Project. Todos os direitos reservados. Excluíndo-se nas condições descritas sob a legislação de direitos autorais, nenhuma parte desta publicação deve, de forma alguma e por nenhum meio (eletrônico, mecânico, micro cópia, fotocópia, gravação e qualquer outro) ser reproduzida, salva em sistema de recuperação de arquivos ou transmitida sem permissão prévia do proprietário dos direitos autorais. Dúvidas devem ser dirigidas aos editores. Retratações As diretrizes apresentadas nesta publicação são somente para fim educacional e não pretendem, de modo algum, ser um meio de obtenção de qualquer tipo de emprego ao leitor, em nenhum tipo de indústria de iates de luxo ou qualquer outra indústria relacionada à indústria de iates de luxo. Qualquer oferta de emprego, remunerado ou não, na indústria de iates de luxo, depende inteiramente da avaliação do empregador quanto às qualificações e experiência de cada candidato. 2 CONTEÚDO Introdução........................................................................6 PARTE 1 A indústria de iates..............................................................7 PARTE 2 A vida à bordo...................................................................12 A pirâmide de autoridade.........................................................12 Tipos de iate....................................................................14 Partes de um iate................................................................15 Equipamento de segurança e contra incêndios......................................21 Equipamento contra incêndios.....................................................22 Cabines de hóspedes..............................................................23 Sala de jantar e salão de festas.................................................24 Sala de jogos para crianças......................................................25 Botes e barcos motorizados e outros brinquedos...................................26 Viaje pelo mundo. Hot spots e estações do ano....................................26 Responsabilidades de cada tripulante.............................................28 Diferentes nacionalidades........................................................30 Conforto em pequenos espaços.....................................................31 A vida no porto. Recreação e vigias..............................................31 Dicas de fretamento e iates privados.............................................33 3 Velejando, cruzando o oceano, mareamento e pé de marinheiro.....................34 Comida do chef..................................................................35 Casos de amor...................................................................36 Período de estaleiro e doca seca................................................37 PARTE 3 Com o pé nos iates..............................................................39 Aonde ir, acomodação temporária e acomodações para tripulantes..................39 Trabalho diúrno.................................................................41 Requisitos mínimos..............................................................43 Pessoas jovens, dinâmicas e saudáveis...........................................45 Atitude e sorriso...............................................................46 Experiência.....................................................................46 Passaportes e vistos, diários de bordo e cartas de dispensa.....................46 Referências e dicas.............................................................49 Inglês..........................................................................50 Mergulho, bote motorizado e outros certificados.................................50 Por onde começar quando se possuem os requisitos mínimos........................51 Conhecimentos de termos náuticos e de iates.....................................52 Capitães e o poder de decisão...................................................53 Dicas para um bom currículo.....................................................54 4 Após o primeiro ano............................................................58 PARTE 4 Construindo uma carreira na indústria de iates.................................61 Formação continuada com a MCA..................................................63 Potencial Salarial.............................................................64 Glossário de termos referentes à iates.........................................68 Links importantes..............................................................80 Cursos para Treinamento Básico de Segurança da MCA.............................80 Flórida, Alasca................................................................80 Califórnia, Louisiana, Maine….................................................81 Maryland, Massachusetts........................................................81 Michigan, New Hampshire, Nova Iorque...........................................82 Oregon, Rhode Island, Texas, Virgínia..........................................82 Washington, Canadá, Reino Unido................................................83 França, Espanha, África do Sul, Holanda........................................84 Austrália, Nova Zelândia.......................................................85 Agências de tripulantes........................................................85 Sites para trabalho diúrno.....................................................87 Iates de luxo e revistas (ezines)..............................................87 Acomodação da tripulação.......................................................87 5 INTRODUÇÃO Obrigado por seu interesse no Projeto de Iatismo. Não há outro livro deste tipo ou material similar disponível em livrarias ou online. Este é o único de seu gênero. Este livro é o resultado de anos de trabalho e experiência vivendo e trabalhando à bordo de iates, obtendo conhecimento íntimo do funcionamento da indústria, dos requerimentos necessários para tornar-se parte dela e de como obter sucesso na indústria de iates. O que segue é um guia passo-a-passo, compilado para jovens comuns que sonham em explorar o mundo e, ao mesmo tempo, receber remuneração adequada, eliminando a necessidade de difíceis anos de faculdade e o investimento pesado, que é primordial para uma boa educação de nível superior. Obter uma vaga de emprego em iate não é fácil para um candidato novato, que não tem experiência neste segmento e não conhece detalhes da indústria. Este livro lhe guiará do ponto aonde não conhece nada sobre a indústria, navegando pelas informações essenciais e chegando ao ponto em que conheça todas as qualificações, requisitos e conhecimento necessários para tornar-se altamente contratável nesta fascinante indústria. Além disso, a informação contida neste material lhe providenciará inúmeras dicas e guias sobre o que fazer e o que não fazer, quando agir e aonde ir e todo o resto que é necessário saber para tornar-se confiante e destacar-se entre aspirantes à membros da tripulação. Ao final deste guia, será providenciada informação adicional, caso seu objetivo seja alcançar os cargos mais altos desta profissão, aqueles que proporcionarão muito mais dinheiro do que os cargos iniciantes, com salários que causarão inveja aos seus amigos e familiares. Portanto, se está pronto para colocar os pés na água e descobrir os mais interessantes lugares do mundo enquanto ganha dinheiro por isso, este é o material que procura e sugiro não pular uma só pagina. Boa Viagem! 6 Parte 1 A indústria de iates A indústria de iates é, sem dúvida, uma das mais rentáveis indústrias do planeta. Por quê? Por uma símples razão. Donos de iates são milionários. Quando dizemos que os proprietários de iates são milionários, não estamos falando de alguém que é dono de um barco e pratica pesca de alto mar aos finais de semana. Um pequeno iate pode ser de posse de alguém que tem dinheiro suficiente só para manutenção porém, quando falamos da indústria de iates, estamos falando precisamente disso, uma indústria. Os tipos de iates que mantém esta indústria viva são iates com tripulação, o que significa que pessoas contratadas vivem e trabalham dentro da embarcação e a mantém. Iates tripulados possuem quartos chamados de camarotes, que servem de acomodação para a tripulação e se situam à parte das grandes e luxuosas cabines que abrigam passageiros e hóspedes. Normalmente, todos os iates que contam com tripulação e são mantidos pela mesma são chamados de iates de luxo, já que são realmente muito luxuosos e se destina seu uso àqueles visitantes que dispõem de meios financeiros para manter este padrão de vida, mesmo que por curto período de tempo, como no caso de iates fretados. Portanto para refrisar, iremos nos referir a esta indústria, exclusivamente neste livro, como indústria de ‘iates de luxo’. Esta indústria agrupa os construtores e projetistas de iates, estaleiros aonde operam um grande número de diferentes profissionais e trabalhadores qualificados, como pintores e carpinteiros treinados para trabalhar em iates, fornecedores e abastecedores de iates, corretores, agências de tripulação que são responsáveis pela contratação de pessoal qualificado para trabalhar à bordo destas embarcações, entre outros, são algumas das profissões envolvidas na indústria de iates de luxo. Muitas agências de recrutamento de tripulação não só servem como mediadoras entre os proprietários de iates ou capitães e os trabalhadores necessários para cada embarcação, mas também como anunciantes de iates disponíveis para fretamento, para que clientes ricos e famosos possam lhes pagar o aluguel e desfrutar de viagens de curta à media duração, eliminando a necessidade de viajar em cruzeiros superlotados e, como consequência, estes clientes aproveitam férias muito mais relaxantes com muito mais privacidade, luxo e conforto. 7 Agências de tripulação também contratam tripulantes para iates fretados. Basicamente, a tripulação de um iate de luxo é dividida nas seguintes funções: um capitão, tripulação de convés, primeiro oficial e taifeiros, chefes de máquinas e a tripulação de interior, que consiste do(a) camareiro(a) chefe e também um chef de cozinha. Alguns iates maiores podem também incluir um oficial náutico e um contramestre no departamento de convés, mais de um chefe de máquinas e um segundo oficial de máquinas, mais de um chef de cozinha e diversos camareiros e camareiras. Iates de luxo são classificados de acordo com seu comprimento. Iates comuns possuem até 24m de comprimento. Super iates têm entre 24m e 50m (80 a 165 pés) e há outros muito maiores, chamados mega iates. O custo de um iate pode variar de US$20 a US$35 milhões para iates comuns, até centenas de milhões no caso de iates maiores, como os super e mega iates. Estes últimos podem contêr tripulação de até 30 membros de uma vez, sendo mais como um minicruzeiro do que um iate. O dia-a-dia de trabalho em um mega iate parece mais aquele de um pequeno hotel cinco estrelas ou restaurante de luxo do que um iate. Agências de tripulação desempenham um grande papel nesta magnífica indústria, já que analisam e selecionam o pessoal que trabalhará à bordo. Este é um processo que exige tempo e perícia, visto que o candidato deve possuir algum conhecimento de jargão náutico. Além disso, a imagem do candidato é muito importante nesta indústria em termos de sua aparência, já que os ricos e famosos consideram esta variável quando contratam sua tripulação. Obviamente, todos os membros da tripulação que desempenharão funções técnicas à bordo devem também possuir qualificações e certificados emitidos por autoridades licenciadas. Além das agências de tripulação, existem também gerenciadores de iates que são contratados pelo dono da embarcação diretamente. Esta pessoa é, basicamente, alguém que gerencia todos os negócios pertinentes ao iate e, juntamente com o capitão, seleciona novos membros da 8 tripulação. Gerenciadores de iates também prestam contas ao dono quanto aos gastos com o mesmo, seja com suprimentos, peças de reposição, etc. O gerenciador de iate age como o auditor pessoal do proprietário no que diz respeito ao iate. Em raras ocasiões, proprietários de iates contratam, eles mesmos, sua tripulação. Porém, normalmente, proprietários de iate são empresários que utilizam seus iates para fins recreativos e seu tempo é contado demais para gastar selecionando a tripulação. Capitães de iate, em muitas ocasiões, contratam a tripulação diretamente. Isto é muito comum devido ao fato de que o capitão é o link entre o proprietário e o restante da tripulação. Na maioria das vezes, capitães recrutam através de anúncios publicados online e selecionam a tripulação entre os candidatos que respondem ao anúncio. O orçamento de um iate de luxo é alto e, obviamente, a maioria dos donos de iate possui dinheiro suficiente para bancá-lo. Mas alguns deles podem encontrar-se financeiramente limitados, como é o caso de pessoas ricas que compram seu primeiro iate e somente então tomam consciência do custo real da manutenção de seu novo brinquedo. Entretanto, a grande maioria de iates de luxo possui fundos ilimitados e seus capitães recebem um cartão de crédito do proprietário que contém crédito suficiente para cobrir qualquer custo deste empreendimento que possa vir a surgir, seja este planejado ou não. Algumas empresas de gestão de iates também possuem iates próprios. Estes são grupos de empresários ricos que têm os iates como um negócio, fretando-os a outros milionários para suas férias em troca de somas enormes de dinheiro. Uma das grandes vantágens de trabalhar em um iate é, obviamente, a chance de viajar pelo mundo. Iates normalmente percorrem grandes distâncias pelos locais mais belos do planeta e o tripulante aproveita com todas as despesas pagas. Entre os belos locais aonde iates podem ser encontrados estão tanto inúmeras ilhas do Mar do Caribe, como também vários países do Mediterrâneo. Viajar pelo mundo também deve levar em conta o estilo de vida daqueles que trabalham como tripulantes à bordo de um iate. O candidato que possui família e filhos ou que se encontra em um relacionamento amoroso estável que é prioridade em sua vida deve pensar duas vezes antes de decidir tornar-se tripulante. Ser membro de uma tripulação de iate não significa somente se ausentar por longos períodos de tempo, mas também dedicar-se 100% à sua vida e responsabilidades à bordo. 9 É recomendado ao tripulante preparar psicologicamente sua família e amigos antes da contratação para o iate, já que eles terão que se acostumar a uma ausência de meses ou até anos. Trabalhar em um iate também envolve sua saúde física e dinamismo. O candidato deve ser forte e saudável para trabalhar em qualquer tipo de embarcação. A viajem em uma embarcação de luxo não será luxuosa para o tripulante. Este tipo de trabalho não acomoda àqueles que são obesos ou têm problemas de saúde ou de mobilidade. Capitães consideram seriamente estes fatores ao selecionarem sua futura tripulação. Um típico dia à bordo inclui atividades como manutenção de equipamentos específicos, limpeza do convés, reparos e instalação de painéis de madeira nas paredes ou carga e descarga de suprimentos, entre outros. Como sabemos, as qualidades que pessoas jovens possuem incluem dinamismo e saúde física. Por isso, muitos jovens, homens e mulheres, entram nesta atividade aos vinte e poucos anos ao invés de passarem anos de suas vidas presos a uma faculdade. Preferem não gastar com cursos e ganhar um salário que, quando poupado, pode ajudar a pagar os custos deste curso mais tarde ou comprar uma casa ou carro sem necessidade de financiamento. 10 Portanto, esta é outra grande vantágem que deve ser considerada quando há pretensão de iniciar nesta profissão. Visto que o tripulante trabalha e mora no mesmo local e todos os custos são inclusos, todo o dinheiro que gastaria com aluguel, gás, alimentação e todos os demais custos não é desperdiçado, podendo ser colocado em poupança ou aplicação. Além disso, a média de salário à bordo de embarcação vai muito além daquele oferecido para uma função similar em solo. 11 Parte 2 A vida à bordo A vida à bordo de um iate não é como viver em uma casa e sair para trabalhar durante a semana, descansando aos finais de semana. Viver à bordo de um iate inclui companheiros de quarto e regras que não existiriam para alguém dividindo uma casa ou apartamento em solo. A pirâmide de autoridade A pirâmide de autoridade está presente em qualquer corporação e até em pequenas empresas porém, no caso de um iate ou outra embarcação, é levado muito mais à sério! Isto significa que há uma organização específica de funções, aonde cada membro tem suas responsabilidades e direitos, visando manter o bom funcionamento da organização sem inconveniências para os clientes. O capitão está sempre no topo da pirâmide, e lealdade e respeito devem ser demonstrados por sua autoridade. Parte de suas responsabilidades incluem a embarcação e todos seus tripulantes. Apesar de o capitão ocasionalmente delegar responsabilidades aos membros da tripulação, de acordo com procedimentos de praxe e ética, é recomendável consultá-lo para obter sua permissão ou opinião em tarefas que não fazem parte do escopo de suas responsabilidades diárias à bordo. Um bom nível de comunicação entre o capitão e o resto da tripulação é sempre recomendável, para facilitar a coordenação eficiente do projeto a ser realizado e dos objetivos a serem alcançados. Lembre-se que o capitão é o elo entre o dono do iate e a tripulação, e é o primeiro à saber dos planos do proprietário. Por isso, ele é quem coordena o itinerário ou atividades da equipe. A tripulação do iate deve agir como uma equipe constantemente. Todos os membros da tripulação têm atividades específicas de acordo com sua função, mas devem também cooperar uns com os outros para alcançar o objetivo comum, que é fazer com que o iate opere da melhor forma possível. Geralmente, os proprietários de iates não estão à bordo o tempo todo. Na maioria dos casos, eles utilizam seus iates como local de veraneio e, por isso, só estão presentes quando a agenda permite. Muitos donos de iates usam suas embarcações durante parte do ano, que pode ser durante o verão ou no inverno, quando viajam para as águas do Mar do Caribe, por exemplo. 12 O resto do tempo, quando não estão à bordo, a tripulação mora na embarcação e mantém o iate da melhor forma possível, sem a tensão de ter os proprietários ou hóspedes à bordo, o que sempre significa horas mais longas de dedicação e trabalho duro. Isso normalmente se aplica à tripulação de interior, como camareiras e camareiros, que lidam diretamente com os hóspedes/proprietários, servindo drinks e comidas exóticas. Os chefs tornam-se muito ocupados quando os proprietários/hóspedes estão à bordo, já que preparam as mais refinadas refeições, do café da manhã ao jantar. Muitos dos donos de iate são milionários de terceira idade, entre 70 e 80 anos, mas hoje em dia não é incomum encontrar também visitantes e proprietários jovens. Muitas famílias que possuem iates trazem consigo seus filhos e animais de estimação, o que causa agitação extra quando estão à bordo. Quando eles chegam ou partem, é muito importante saudá-los de maneira cortês. Não se deve esquecer que o local onde está vivendo e trabalhando é propriedade pessoal deles e eles têm todo o direito do mundo de sentirem-se respeitados e recebendo a consideração que merecem. Abaixo do capitão na pirâmide de comando pode estar o oficial náutico, no caso de um grande iate com muitos membros da tripulação ou, no caso de pequena tripulação, o chefe de máquinas. Conforme mencionado anteriormente, este esquema de autoridade exige que todos cooperem uns com os outros e é importante colocar-se à disposição de outros departamentos quando necessário. As funções individuais de cada membro da tripulação serão descritas em maiores detalhes no decorrer deste capítulo. 13 Tipos de iates Existem muitos tipos diferentes de iates, porém podemos classificá-los em dois grupos: de acordo com o tamanho do iate, comum, super ou mega; e de acordo com seu poder de propulsão, no caso de iates motorizados e veleiros. Os super iates medem entre 24m e 50m na linha d’água (aproximadamente entre 80 e 165 pés). Maior que isso, eles passam a ser chamados Mega Iates. Nos EUA, existem pequenas diferenças entre a terminologia utilizada para este tipo de classificação e a classificação da MCA, a autoridade marítima que lida com classificações na indústria de iates. Como a Guarda Costeira nos EUA não segue as mesmas regras que a MCA, nos EUA o limite mínimo para classificação de Super iates é de 30m (100 pés), e os Super iates são maiores que os mega iates. Finalmente, os iates gigantes, até ou além dos 400 pés, são chamados Giga Iates. Em termos de propulsão, a grande maioria dos iates se encontra na categoria de iate motorizado, porém, nos últimos anos, temos visto cada vez mais iates construídos com tecnologia avançada mas que utiliza propulsão eólica. Veleiros são capazes, naturalmente, de utilizar-se do vento como meio de impulsionar a embarcação para frente, mas também possuem máquinas para aumentar seu poder de propulsão. Na verdade, veleiros são muito mais complexos em termos de maquinário do que iates motorizados, já que há um sistema hidráulico ligado ao sistema de cordames que as velas utilizam. Dentre os veleiros, há vários com uma só vela, porém é possível ter duas, três ou até quatro nas embarcações maiores. Cada vela chega a custar vários milhões de dólares. A maior vantágem dos veleiros é o baixo gasto com combustível, uma vez que, utilizando as velas para propulsão, o combustível só é necessário para manter ligada a energia elétrica. De qualquer forma, pode sempre incluir-se um motor reserva à diesel para o caso de necessidade imediata. Iates motorizados compõem a grande maioria dos iates, e podem utilizar de diversos modos de propulsão, sendo o hélice o mais comum. É possível encontrar também iates com hidrojato, um tipo de bomba na parte de trás da embarcação que expele a água para trás, fazendo com que a embarcação vá para 14 frente. Hélices podem ter afastamento fixo ou variável/controlável. Os motores principais que movem os eixos que, por sua vez, movem o hélice são normalmente movidos à diesel, e há diversas marcas e cavalos de potência diferentes. Quanto mais cavalos de potência, maior velocidade terá o iate, porem utilizará mais combustível. Estes enormes motores à diesel são distribuídos pelo iate sempre em duplas, um motor ligado ao eixo à boreste e o outro ligado ao eixo à bombordo. Iates pequenos e médios utilizam entre 1.000 e 3.500 cavalos de potência. Iates grandes e gigantes utilizam até 6.000 cavalos de potência. Iates são registrados no país de origem e afixados com sua bandeira se o proprietário assim desejar. Ele não é obrigado a morar no país onde seu iate está registrado, e a maior parte deles não mora. A maioria dos iates é registrado em ou possui a bandeira de colônias Britânicas no Caribe, ou suas ex-colônias, como Bermuda e Bahamas. Bandeiras como a das Ilhas Marshall, Ilhas Cayman, Biquíni, Barbados, Santa Lucia e Antígua são muito comuns. A bandeira dos EUA também pode ser vista em aproximadamente 25% dos iates em operação no país. Portanto, a grande maioria dos iates possuem bandeiras internacionais, fato importante para cidadãos Americanos no que diz respeito à impostos, os quais iremos discutir mais adiante. Partes de um iate Antes de descrever as partes de um iate, é muito importante aprender a referir-se ao que está a sua frente, atrás, sua direita e esquerda quando à bordo. Na terminologia marítima, quando à bordo, se está voltado para a parte da frente da embarcação, ela se chama “proa”. Atrás, se encontra a “popa”. Á sua direita se chama “boreste” e á sua esquerda, “bombordo”. Também é muito comum utilizar “avante” e “à ré” ao invés de à frente ou atrás e proa ou popa. Lembrando que estes pontos de referência não mudam se sua posição ou orientação mudarem. É importante saber também que há muitos códigos padrão para referir-se à partes e sistemas que constituem uma embarcação, sendo que normalmente utiliza-se a cor vermelha para indicar bombordo e a cor verde para boreste. Este código é mais utilizado nos faróis de navegação. Iates, como qualquer outra embarcação flutuante, possuem mais ou menos as mesmas partes. Segue abaixo uma lista das partes mais comuns de um iate. 15 Conveses: são os diferentes níveis ou andares de uma embarcação. É normal encontrar, em um iate de pequeno porte, 2 ou 3 conveses enquanto que em iates maiores podem haver até 6 ou mais conveses. Há sempre o convés principal, o qual é acessado pelo visitante ao embarcar, e os outros conveses fazem referência a este, ou seja, são conveses abaixo e acima do principal. Nos iates, o convés superior é um dos conveses acima do principal, onde se encontra a Jacuzzi. Este convés é para uso exclusivo de hóspedes. Pode haver também uma Jacuzzi em outros conveses além do convés superior, porém é mais comum o primeiro. Camarotes: são os locais aonde vive a tripulação. Esta é a parte mais privada da acomodação de pessoal no iate, porém é bom lembrar-se que, para quase todos os tripulantes, os camarotes são divididos com alguém. O mais comum é haver camarotes para dois tripulantes, porém é possível encontrar camarotes para até quatro. Somente o capitão e, em alguns casos, o chefe de máquinas, têm camarotes próprios. A acomodação da tripulação é geralmente apertada e num camarote há somente os elementos necessários para uma vida confortável, porém em espaço reduzido. Na maioria dos camarotes hoje em dia, há TVs de tela plana para diversão dos tripulantes, assim como sistema de som e outros benefícios. Internet sem fio também está disponível. Grande parte do espaço de um iate é designado para o desfrute e conforto dos proprietários e seus hóspedes. Beliches: é o termo utilizado no meio marítimo para referir-se às camas. Como mencionado anteriormente, há geralmente duas camas de beliche por camarote e o espaço entre a cama de cima e o teto às vezes é muito reduzido. Head: é o toalete ou banheiro que normalmente se encontra dentro de cada camarote. Muitos camarotes estão localizados em partes do iate que requerem muito ganho de espaço, como na parte da frente. O formato do casco faz com que espaço extra precise ser criado nos heads e camarotes por carpinteiros habilidosos durante o processo de projetação do iate. É comum também haver escotilhas sobre o chuveiro ou outras partes do iate. Refeitório: é nesta parte do iate que a tripulação recebe suas refeições. É basicamente o que, numa casa, seria a sala de estar ou de jantar. Além das cadeiras e mesas, e de sofá embutido para aumentar o espaço livre ao máximo, há também TV e outros equipamentos eletrônicos, assim como painel de alarme que avisa a tripulação de falhas 16 em qualquer um dos sistemas do iate, para que o responsável possa tomar providências imediatamente. Cozinha: é aqui que trabalha o chef do iate. As cozinhas são equipadas com aparelhos de última geração e tudo o que o chef precisará para preparar as mais deliciosas refeições, não só para os proprietários e hóspedes, mas também para a tripulação. Pode haver geladeiras e freezers dentro da cozinha e, em iates grandes, há também frigorífico em outra área do iate. Quando visitantes estão à bordo, os chefs são colocados sob muita pressão, pois precisam atender à pedidos específicos e serví-los pontualmente. Lavanderia: todos os iates possuem lavanderia com máquinas de lavar e secar. Uma lavadeira é designada especialmente para a tripulação. Em muitos iates, há também lavanderia separada para hóspedes, ou máquinas de lavar e secar para este fim. Em iates grandes, há lavanderia industrial, com máquinas de lavar e secar imensas e ferros à vapor iguais aos das lavanderias profissionais. Ponte de Comando: é neste convés que o iate pode ser controlado e dirigido. Há vários equipamentos de última geração neste convés, e ele está normalmente situado em um convés superior logo acima do convés principal, à avante o suficiente para proporcionar boa visibilidade. A Ponte de Comando, ou Ponte, é a base de operações para o capitão. Há alí um assento muito confortável. Esta é a cadeira do capitão. Deste convés, o capitão pode controlar a embarcação, às vezes sendo possível ligar os motores principais remotamente ou, após serem ligados pelo chefe de máquinas no compartimento de máquinas, o comando é automaticamente acionado neste convés. O leme conduz o iate e, hoje em dia, ele pode ser pequenino, do tamanho da palma da mão ou de um joystick. Dentre os muitos outros instrumentos que se encontram neste convés, há também: Plotter. Sistema de navegação que mostra, através de gráficos náuticos, a posição e rota da embarcação em relação à área geográfica aonde esta navega; Radar. Ao menos dois tipos de radares são encontrados em embarcações modernas. Este instrumento mostra objetos em movimento que possam interceptar a rota do iate. Radares modernos mostram a informação através de uma tela de computador. O sonar de profundidade é um instrumento que indica a profundidade do fundo do mar, rio, lago, etc. Podem-se ver diversas cores com significados únicos numa tela de computador. Rádio VHF para comunicação com outras embarcações e canais costais. Ao menos dois estão presentes em qualquer embarcação moderna. Quando no mar, um destes rádios está 17 constantemente sintonizado ao Canal 16, que é o canal de comunicação de emergência, de acordo com pacto internacional. Os interruptores de todos os faróis de navegação também estão localizados neste convés. Um painel de alarme também se encontra no convés, avisando do mau funcionamento de um dos sistemas. Há também um segundo painel ou tela separada da tela principal, onde é monitorado o compartimento de máquinas. Em muitas embarcações, mesmo quando em movimento, pode não haver um oficial dentro do compartimento de máquinas, por isso a ponte possui uma tela na qual os mesmos indicadores de sistema do compartimento de máquinas podem ser vistos. Conforme mencionado anteriormente, este convés é a parte mais estratégica do iate, pois o capitão necessita de boa visibilidade para dirigir e manobrar a embarcação corretamente. Em algumas ocasiões, durante a manobra, o capitão necessita também ter visão lateral para que possa manter clara sua perspectiva de como a embarcação está se posicionando no cais, por exemplo. Para estes casos, há também as estações laterais ou estações da asa, de onde o iate também pode ser controlado. Alavancas que comandam a válvula de controle dos motores principais e o joystick do leme se encontram também nestas estações. Alguns iates possuem também uma estação à ré, para quando o capitão necessitar manobrar a embarcação de ré. Compartimento de máquinas: O compartimento de máquinas é o coração da embarcação. Alí se encontram os motores principais à diesel, geradores e outros como bombas, compressores, etc. Os motores principais são geralmente movidos à diesel e possuem milhares de cavalos de potência. Eles movem os eixos que, por sua vez, movem os hélices, tornando possível o movimento para frente e para trás do barco. Quase todos os iates possuem aparelhos que reduzem o número de rotações por minuto, ou RPM, que passam dos motores para os hélices. Também é comum encontrar outros hélices que proporcionam movimentação lateral à embarcação, chamados impelidores de proa e de popa, localizados à frente e atrás do iate respectivamente, porem não no compartimento de máquinas. O gerador é também um motor à diesel com um gerador elétrico acoplado para produzir eletricidade. O padrão é existirem ao menos dois geradores em cada embarcação. Podemos também encontrar no compartimento de máquinas diversas bombas para a transferência de líquidos como óleo diesel ou óleo lubrificante entre os tanques, assim como bombas que transferem água salgada ou doce para diferentes sistemas. Outros equipamentos que podem ser encontrados são: ar condicionado que esfria a água e a distribui pela embarcação. Máquinas que convertem água salgada em doce, pronta para beber. 18 Compressores de ar que servem para diversos usos. Há também compressores que refrigeram compartimentos onde se estoca comida por longos períodos de tempo. Motores hidráulicos que alimentam vários sistemas hidráulicos, como portas e o portaló. Power Pack é o termo normalmente utilizado para o sistema que consiste de motor, tanque hidráulico. Muitos destes sistemas podem ser encontrados em veleiros. Estabilizadores, que são grandes placas de metal que mantém a embarcação estabilizada. Purificadores de óleo combustível são máquinas que limpam o óleo que alimenta os motores, e que são comuns em iates hoje em dia. Há também vários circuitos de distribuição e painéis por todo o compartimento de máquinas que proporcionam energia a diversos equipamentos localizados alí e em outras áreas do iate. Há um painel, chamado painel principal, que normalmente se encontra no centro do compartimento de máquinas ou no camarim de controle. Á partir deste painel, os sistemas principais são ativados. Em iates de grande porte, é possível encontrar um camarim de controle onde estão não só o painel principal, por onde vários sistemas remotos podem ser acionados, como também um sistema de monitoramento. Neste, utiliza-se uma tela de computador para visualizar informação e dados referentes à vários equipamentos diferentes. Quando um destes sistemas não opera corretamente, há sensores que ativam um alarme sonoro para alertar ao problema. Normalmente, o camarim de controle é lacrado e cercado por janelas de vidro que permitem visualizar o compartimento de máquinas. É também à prova de som, para reduzir o barulho do maquinário em funcionamento. Podem haver outros camarins contendo maquinário, além do compartimento de máquinas. Estes são camarins especiais e seus nomes se derivarão do maquinário presente dentro deles. Camarim de bombas, camarim do gerador de emergência e camarim hidráulico são alguns exemplos. Pode também haver uma bancada ou oficina próximo ao compartimento de máquinas, onde pequenos reparos podem ser realizados. Há também outro camarim localizado à popa, chamado camarim de navegação, onde o maquinário necessário para mover o pesado leme se encontra. Normalmente, o leme é 19 controlado remotamente na ponte, porém pode também ser operado por aqui em casos de emergência. Além de todo este maquinário localizado dentro do compartimento de máquinas e além, há também circuitos elétricos e painéis pelo barco inteiro que distribuem energia para as lâmpadas e tomadas para computadores, micro-ondas, geladeiras, etc., e quaisquer outros que se encontraria em um lar. O compartimento de peças de reposição, na maioria dos casos, é onde são armazenadas peças de reposição de diferentes sistemas e maquinário. É normalmente um espaço pequeno cheio de caixas. Todas são classificadas de acordo com seu conteúdo e há uma lista destes itens em um inventário, geralmente mantido na pasta do chefe de máquinas em um dos computadores à bordo. Obtenção de espaço extra é prioridade em qualquer embarcação, portanto não é incomum encontrar compartimentos de peças de reposição em pequenos espaços previamente inutilizados ou em coferdams. Camarim da corrente: é um compartimento na parte da frente, ou à avante, da embarcação, onde se armazena a corrente da âncora. A maioria das embarcações possui duas âncoras com uma respectiva corrente, à bombordo e à boreste. O comprimento da corrente é geralmente várias vezes maior do que o comprimento da embarcação e ela é composta de diversos elos de metal sólido, sendo o ferro o mais comum. A corrente enrola-se no cabrestante, que é um guincho com engrenágem especial que se conecta a corrente da âncora. A corrente fica suspensa no compartimento e, por causa de seu formato angular e do alto nível de umidade, este compartimento é utilizado somente para este fim. Compartimento de tintas: é o compartimento onde se armazena a tinta e pode ser um espaçoso compartimento por onde é possível caminhar, ou um símples armário com prateleiras e latas de tinta. De qualquer forma, compartimento de tintas é o nome mais utilizado para este local. Em qualquer embarcação é comum encontrar diversas latas de tinta, de diversas cores. Ferrúgem é um problema comum para qualquer embarcação que se encontra constantemente exposta à água do mar, consequentemente, utiliza-se proteção contra vegetação e anticorrosivo na maioria das superfícies externas antes da aplicação da tinta. 20 Equipamento de segurança e contra incêndios Todos os tipos iates incluídos neste livro possuem equipamento de segurança e de combate à incêndios, para o caso de possível emergência. Entre os equipamentos de segurança, podemos encontrar coletes salva-vidas, botes, roupas térmicas, bóias e EPIRBs, entre outros. Normalmente, os coletes salva-vidas estão situados em áreas de fácil acesso para a tripulação e hóspedes, podendo também ser colocados dentro de cada cabine. Todos à bordo devem aprender a vestir o colete salvavidas corretamente, caso necessitem abandonar a embarcação. Depende do capitão organizar este tipo de exercício, chamado de simulação. Bóias são utilizadas no caso de alguém cair para o mar. Se encontram do lado de fora do iate, em locais acessíveis, para que possam ser facilmente jogadas na água para qualquer pessoa que tenha caído. Botes são conectados a um EPIRB (sigla em inglês para Radiobaliza para Localização dos Sinistros), que consiste de um dispositivo flutuante que, em contato com água, transmite um impulso em estação de rádio predeterminada, para que seja possível localizá-lo no radar. Possui também uma luz que pisca para visualização no escuro. Botes são infláveis e normalmente guardados em contêineres de fibra de vidro, localizados de cada lado da embarcação, em um dos conveses acima do convés principal. Estes botes inflam automaticamente quando em contato com água e flutuam, para que todos possam pular dentro deles. Todos os botes possuem diversos elementos para sobrevivência à deriva, em caso de colisão ou naufrágio. Detalhes de como operar o bote e suas partes constituintes são ensinados em um curso chamado “Sobrevivência no Mar”, que todo tripulante de qualquer embarcação deve fazer. 21 Roupas térmicas são feitas de neoprene, que preserva o calor corporal. A maior parte das embarcações modernas possuem roupas térmicas à bordo. O traje permite cobrir o corpo inteiro, dos pés à cabeça. Possuem também um capuz, para que somente o rosto fique exposto. Roupas térmicas foram criadas para prolongar a vida à deriva quando necessário, uma vez que previnem a perda de temperatura corporal e possível hipotermia, comum quando em contato constante com água do mar. Equipamento contra incêndios Toda embarcação possui diversos componentes que combatem incêndios, distribuídos pelo iate, já que fogo é um perigo real à bordo. Se um incêndio atinge o interior da embarcação, pode ter consequências desastrosas, já que há muitas substâncias inflamáveis no barco. Mangueiras de incêndio são estrategicamente distribuídas ao lado de hidrantes e próximas à áreas onde determinado tipo de extintor será necessário. Além disso, diversos tipos de extintores são colocados em cada canto do iate. Extintores de pó químico e água pressurizada também são colocados à disposição. Estes extintores possuem diversos tamanhos, dependendo da área onde se encontram e de seu uso. O interior do compartimento de máquinas é a parte mais perigosa e inflamável do iate, devido à concentração de calor e combustíveis. Por isso, a maioria das embarcações possui sistema de extinção dedicado somente a esta área, que consiste de grandes frascos de gás pressurizado que reagem quimicamente com o oxigênio do ar, extinguindo o incêndio. Não se aciona este sistema até que o compartimento de máquinas e a área próxima tenham sido evacuados. Além disso, abafadores de ventilação podem ser fechados remotamente para evitar que o oxigênio alimente o incêndio neste compartimento. A bomba principal de incêndio e a bomba secundária se encontram dentro do compartimento de máquinas, providenciando água com alta pressão para o sistema de extinção, fazendo com que grandes quantidades de água penetrem cada hidrante, caso uma mangueira precise ser utilizada. Em embarcações modernas, é comum haver exercícios ou simulações de incêndio, nos quais cada tripulante tem função específica para o caso de terem que combater o incêndio. 22 Todas as embarcações modernas, incluindo iates de grande porte, possuem o equipamento pessoal necessário, como trajes de bombeiro, capacetes, botas, tanques de oxigênio, etc., que possibilitam à equipe preparar-se em questão de minutos no caso de incêndio e para extinguí-lo caso possível. Treinamento de incêndio, assim como primeiros-socorros, são cursos mandatórios para todos aqueles trabalhando à bordo de uma embarcação. Cabines de hóspedes Acomodações de hóspedes são normalmente luxuosas e espaçosas. Esta é a parte do iate onde se encontram as mais finas obras de arte. A madeira da melhor qualidade e tecidos refinados estão presentes em todas as cabines de hóspedes e proprietários de iates. Existem iates nos quais as cabines são nomeadas de acordo com sua decoração. Outras podem ter nomes de signos do zodíaco. Personágens famosos podem também ser tema de cabines. A lista continua; a imaginação do projetista faz delas o que são. Os carpetes das cabines de proprietários e hóspedes são caros e da mais refinada textura. Também é comum encontrar, nos iates mais luxuosos, mármore e metais preciosos, esculturas, desenhos e artefatos de combinações artísticas extraordinárias. Toaletes equipados com grandes espelhos e closets enormes também são comuns, assim como uma grande Jacuzzi com vista para o mar. Uma casa de banho com diversos chuveiros pode estar incluída nestes luxuosos toaletes. Ao lado da privada, é normal haver um bidê em alguns destes banheiros de luxo, que também possuem todo e qualquer produto necessário, de esfoliantes e aromatizantes aos melhores 23 perfumes e sabonetes das lojas mais refinadas. As camas destas cabines não são beliches, mas sim enormes e confortáveis camas king size que normalmente possuem um sistema especial de iluminação abaixo delas. Reguladores de intensidade da luz existem para garantir a satisfação do hóspede ou proprietário. Obviamente, os sistemas de entretenimento mais avançados também se encontram nestas cabines, que também possuem controles remotos inteligentes, através dos quais é possível controlar as diferentes funções de todos os dispositivos automáticos da cabine. Estes controles são projetados especialmente para cada iate, sendo que as funções podem ser visíveis e acessíveis por uma tela de toque, por exemplo. Muitas destas cabines também possuem cortinas automáticas, comandadas pelo sistema de controle remoto. Sala de jantar e salão de festas Os proprietários e hóspedes possuem também uma sala de jantar, também chamada de restaurante. Esta é uma área ampla e espaçosa do iate, geralmente localizada no convés principal ou um acima, e possui janelas de vidro ao redor, que permitem uma maravilhosa vista às pessoas que alí se encontram. O salão principal é sempre em uma área que não possui contato com a tripulação, exceto a cozinha, que é responsabilidade do chef de cozinha do iate. Geralmente, o refeitório da tripulação se encontra à avante no iate, enquanto que o restaurante é entre o centro e à ré da embarcação. Neste salão, podemos encontrar grandes e confortáveis sofás em um ou mais cantos. Há também uma mesa de jantar com cadeiras de ótima qualidade à volta e vários armários e gavetas. Estas são feitas artesanalmente, utilizando madeira de topo de linha. A iluminação do salão principal pode ser moderna ou clássica, mas sempre proporciona uma característica muito pessoal ao salão. Todas as luzes poder ter sua intensidade 24 controlada e é comum encontrar fios de luz escondidos acima e abaixo dos cantos deste salão, para quando se requer uma atmosfera mais romântica. Esboços e pinturas caríssimos são normalmente expostos nas paredes do salão principal. Sistema de som surround e uma enorme TV de tela plana são colocados no centro do salão principal. Há uma prateleira com sistema de entretenimento dentro ou, às vezes, fora do salão, de onde a TV digital via satélite e a internet via satélite podem ser programadas. O controle remoto único, especialmente projetado para o iate, comanda todas as funções eletrônicas no salão principal. Também é comum, assim como nas cabines de hóspedes, encontrar cortinas eletrônicas no salão principal. O salão de festas se encontra em um dos conveses mais altos e é mais comum em iates maiores. Pode ser definido como uma grande sala, muito confortável e bem decorada e que inclui um bar, assim como nos mais sofisticados restaurantes onde clientes apreciam seu drink escolhido. Iluminação adequada e sistema de som cabem a este salão, assim como instrumentos musicais como um grande piano. Em iates de grande porte, há até uma sala de masságem, porém esta só é utilizada quando há hóspedes à bordo, e massagistas são contratados especialmente para a duração da viagem. Sala de jogos para crianças. Muitos iates que são propriedade de famílias possuem uma sala de jogos para crianças. Diferentes tipos de brinquedos e entretenimento se encontram nesta sala, tudo o que uma criança poderia querer, de videogames a Lego, jogos, bonecas, fantoches, casas de bonecas, carrinhos e o que mais quiserem. Há também uma enorme TV de tela plana. Quando há crianças à bordo, um ou mais camareiros são deslocados para supervisioná-los e serví-los. 25 Botes e barcos motorizados e outros brinquedos A maioria dos iates carrega consigo ao menos um bote motorizado, que é um pequeno barco inflável com um ou mais motores, normalmente utilizado para alcançar terra quando o iate está ancorado. Barcos motorizados são mais comuns que botes nos dias de hoje. É um barco inflável grande ou barco rígido, mais confortável, que pode carregar mais pessoas e com equipamento de navegação de última geração. O barco pode possuir motores em seu interior ou exterior. É comum ver iates carregando seus barcos motorizados presos a uma corda ao invés de estarem dentro do iate enquanto estes navegam. De qualquer forma, todos têm sistema hidráulico para suspenção e colocação do bote dentro do iate, geralmente de ré em sua “cama”. Este sistema é utilizado quando se antecipa um longo período de navegação, como uma travessia do Atlântico. Em iates maiores ou super iates é normal haver diversos botes e barcos motorizados, podendo ainda haver uma embarcação inflável maior e mais luxuosa para grande número de passageiros. Outros brinquedos motorizados geralmente encontrados à bordo de iates são jet skis, sendo que seu número depende do tamanho do iate, assim como equipamento de mergulho para grande número de pessoas. Há sempre um compressor de ar à bordo destes iates para encher os tanques de ar de mergulho. Viaje pelo mundo. Hot spots e estações do ano. O Mar do Caribe e o Mar Mediterrâneo na Europa são as áreas mais visitadas por iates. O itinerário de um iate é sempre determinado pelos proprietários. Eles decidem quando usá-lo, mas muitos também autorizam seus iates a serem fretados (alugados por pessoas ricas por tempo limitado à bordo de um iate luxuoso) por períodos prédeterminados, já que isto proporciona renda extra. 26 Visto que a organização de um itinerário depende somente da aprovação dos proprietários, há a possibilidade de viajar pelo mundo, aos lugares mais exóticos. Muitas ilhas do Pacífico e ilhas remotas na Ásia também podem ser visitadas. Viagens à América do Sul ou à costa norte dos Estados Unidos e Canadá estão também dentre as muitas possibilidades de itinerários. Esta é a grande vantágem para a tripulação, a possibilidade de viajar de graça aos locais mais requisitados do mundo. Uma pessoa comum que trabalha em terra normalmente não tem estas oportunidades, talvez uma só vez na vida; enquanto que, para o iatista escolado, é um estilo de vida! Há centenas de ilhas no Mar do Caribe e é para lá que vão a maioria dos iates durante o inverno no hemisfério norte, para procurar os mais encantadores paraísos tropicais, longe de cidades barulhentas e de onde a vista é de água cristalina enquanto navegam. As ilhas mais procuradas, que possuem grandes clubes de iatismo, são: Antígua, Granada, São Martim, São Bartolomeu, Porto Rico, República Dominicana, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Ilhas Virgens Americanas, Martinica, Dominica, Barbados, Santa Lucia, entre muitas outras. O Mar do Mediterrâneo também é muito popular durante o verão, quando muitos países europeus que possuem costa são visitados. Países como Itália, França, Grécia e Espanha possuem diversas cidades com grandes clubes de iatismo, onde a vida gira em torno da indústria de iates. Mônaco é uma das mais famosas cidades do Mediterrâneo onde, todos os anos, há um enorme evento de barcos e iatismo (Boat Show), onde centenas de novos iates são agregados para expôr sua beleza às pessoas mais ricas do mundo. Também em Fort Lauderdale, na costa leste do estado da Flórida, nos EUA, acontece um “Boat Show”, o maior do mundo, que vai da última semana de Outubro ao início de Novembro. Estes boat shows são basicamente bazares comerciais onde se compram e vendem iates novos e usados, e os preços podem variar de centenas de milhares a muitos milhões de dólares. Estes shows são patrocinados por companhias que, em sua maioria, são ligadas à indústria de 27 iates, fornecendo serviços e peças de iates para esta indústria. Responsabilidades de cada tripulante Em um iate comum há o capitão, o oficial náutico, o chefe de máquinas e a tripulação de interior, que são o chef e a camareira-chefe. Estes podem também ser homens, porém na maioria dos casos se utiliza mulheres. Em iates maiores há o oficial náutico e mais de um chefe de máquinas, e também um segundo oficial e um assistente, ou mais. Além disso, há também muitas camareiras e um contramestre além do oficial náutico. Conforme mencionado anteriormente, o capitão é responsável pela embarcação e por sua tripulação. Ele é a conexão entre a tripulação e o proprietário. Sobre seus ombros cai a responsabilidade pelo comando da embarcação, em todos os aspectos, dirigir e manobrá-la, programar treinamentos de segurança e a gestão dos gastos necessários para manter a embarcação em funcionamento. Ele é responsável também por toda a papelada referente à imigração quando viajam a outros países, e guarda consigo os passaportes da tripulação. Além disso, o capitão calcula os salários da tripulação, enviando a informação para o agente ou auditor. Este, por sua vez, faz os pagamentos nas respectivas contas bancárias. É importante lembrar que somente o capitão é funcionário do proprietário. NENHUM dos demais tripulantes são seus funcionários, legalmente falando, apesar de seus salários serem pagos por ele. O oficial náutico e résponsável por tudo o que se passa acima do convés. Ele é responsável pela manutenção das peças que compõem o convés, preparação dos botes e barcos motorizados para uso, qualquer pintura necessária no convés, manutenção das âncoras, lavágem periódica para eliminar o sal da água do mar das superfícies exteriores, cobrir e descobrir os móveis do convés que se encontram ao ar livre e vigiar o iate são algumas das muitas funções do oficial 28 náutico. O chefe de máquinas é encarregado de todo o maquinário à bordo da embarcação. Ele cuida para que todos os sistemas funcionem corretamente e, em caso de problemas, repara-os se possível ou contata a companhia em terra que trabalha com este tipo de sistema para receber assistência. Ele deve seguir um itinerário de manutenção de rotina em todas as peças. Chefes de máquinas devem ter boa formação em sua área de atuação e ter boas habilidades analíticas e muito discernimento. Os motores de propulsão principais e geradores compõem a parte mais importante do trabalho do chefe de máquinas dentro do compartimento de máquinas. Os chefs à bordo sempre têm boa reputação por suas habilidades na cozinha. Iates comuns empregam um só chef, enquanto que os super iates podem empregar dois ou três. O chef prepara refeições para toda a tripulação e também proprietários e hóspedes. Com a ajuda de outros membros da tripulação interna, ele é responsável pela compra dos alimentos necessários para estocar o iate. Também é sua responsabilidade manter um inventário completo de seus suprimentos para que não falte nenhum ingrediente especial que pode ser requisitado pelo proprietário ou hóspedes a qualquer momento. Quando hóspedes ou proprietários estão à bordo, o trabalho do chef pode tornar-se caótico e ele passa grande parte de seu dia na cozinha. Há um cardápio especial que é preparado para hóspedes quando estão à bordo e consiste dos mais delicados e deliciosos pratos. A excelência de um chef não se julga somente pelo sabor de sua comida, como também pela apresentação visual. Camareiras são ajudantes gerais que trabalham, na maioria das vezes, no interior do iate, porém podem ser alocadas para a parte exterior. 29 A camareira-chefe é quem os gerencia e, em iates de grande porte, o time de camareiras e camareiros pode atingir 15 ou mais pessoas. Grande parte de seu dia é devotado à limpeza e arrumação do interior do iate. Eles também servem refeições aos hóspedes e proprietários e, quando há crianças à bordo, as supervisionam e entretém. Algumas camareiras que possuem treinamento específico podem também trabalhar como massagistas. Diferentes nacionalidades Em qualquer iate, hoje em dia, é normal encontrar tripulantes de diversas partes do mundo. Em iates menores há normalmente entre duas e quatro nacionalidades distintas, enquanto que em iates maiores podem-se encontrar dez ou mais. Não há números fixos, mínimo ou máximo. Na indústria de iates, o inglês é a língua utilizada para comunicação. Americanos, Britânicos, Sul Africanos e Australianos são maioria nesta indústria. Entretanto, há muitos tripulantes de várias outras nacionalidades que falam inglês como segunda língua e estão presentes em grandes números em iates e super iates. Jovens homens e mulheres provenientes de países como Ucrânia, Romênia, Rússia, Itália, França, Argentina, Uruguai, Venezuela, Japão, Filipinas, vários países do Leste Europeu, Ásia, América do Sul e Europa continental trabalham nesta indústria multinacional e fascinante. Quando pessoas de diversas nacionalidades vivem e trabalham juntas no mesmo espaço, é importante haver respeito aos hábitos e à cultura de cada um. Além das regras e normas de bordo que todos devem seguir, é recomendável ter cuidado com gestos e linguagem corporal que podem ser normais em sua cultura, mas que podem ser mal interpretados no contexto de outras culturas coabitando aquele espaço. Comunicação é a chave para boa convivência entre tripulantes, e fatores culturais não devem tornar-se um problema. Algumas pessoas provêm de sociedades muito verticais com histórico de opressão militar ou similar, enquanto outros provêm de sociedades abertas onde igualdade e liberdade de expressão são aceitáveis. Apesar de estes fatores culturais moldarem as atitudes de cada um, a pirâmide de autoridade deve sempre ser respeitada e, se houver boa comunicação fluindo, sem dúvida os membros da tripulação terão bom relacionamento e compartilharão experiências incríveis. 30 Conforto em pequenos espaços Além das diferenças culturais, outro fator que deve ser levado em consideração é o espaço limitado nas acomodações de tripulantes da maioria dos iates. Grande parte do espaço de um iate é dedicado ao conforto dos proprietários e hóspedes; assim, a tripulação não desfruta deste privilégio tanto quanto eles. É comum haver camarotes com dois beliches em um espaço não muito maior que um closet. Ainda assim é possível ter conforto apesar do limitado espaço. Todos os camarotes possuem o que qualquer acomodação possuiria como rádio, TV e DVD, internet sem fio e, às vezes, uma escrivaninha e cadeira. Em todos os camarotes e compartimentos do iate há também um telefone para comunicação com qualquer parte da embarcação. Os colchões, apesar de estreitos são, na maioria dos casos, confortáveis e o ar condicionado proporciona relaxamento. Há closets suficientes e gavetas em todos os cantinhos livres para maior espaço. Banheiros ou heads são equipados com privada à vácuo. O espaço nos chuveiros não é muito grande porém a pressão da água é excelente e são totalmente equipados com produtos de higiene fornecidos à bordo. A vida no porto. Recreação e vigia Toda tripulação de iate recebe um período de tempo livre e, apesar dos períodos de trabalho incessantes que podem durar semanas, o tempo gasto conhecendo novos lugares e se divertindo é muito agradável. Ao final de cada jornada de trabalho há tempo livre. Quando hóspedes ou proprietários não estão à bordo, a jornada termina entre 4 e 5 da tarde, dependendo do volume de trabalho de cada departamento. É comum para a tripulação, após uma longa jornada, ir à praia ou aos bares locais. Álcool à bordo é permitido somente nas horas livres de trabalho e de vigia. Deve-se ter cuidado com álcool, evitando que se torne um problema que interfira com as atividades diárias e o bem-estar do restante da tripulação. Muitos tripulantes que levam vidas saudáveis utilizam as horas livres para praticar esportes, antes ou após a jornada de trabalho. Em quase todos os clubes de iatismo, há quadros de avisos com anúncios de aulas de ioga e outras atividades para que a tripulação possa praticá-las. 31 Alguns clubes de iatismo têm também piscinas que podem ser utilizadas por membros e tripulação à bordo de iates. O jantar na maioria dos iates é servido às 6 da tarde, o que pode parecer cedo para algumas pessoas. Por isso, cabe ao indivíduo decidir jantar com o resto da tripulação ou guardar seu prato para depois. Os chefs gostam de sair da cozinha após o jantar, já que eles também merecem descanso. Pode-se visitar a marina ou a área do clube de iatismo e, normalmente durante os finais de semana, os tripulantes saem juntos para desbravar as maravilhas da cidade onde estão atacados, ou descobrir novos bares e pubs mais distantes do porto. Deve-se ter cautela em alguns locais onde a violência está presente longe do clube de iatismo. São Martim se tornou, infelizmente, famosa por assaltos à membros de clubes, incluindo assassinatos!! Em algumas ocasiões, normalmente às Sextas-Feiras e Sábados, é comum os capitães de iates pequenos convidarem suas tripulações para jantar em um restaurante chique. A melhor parte é que o capitão paga a conta!! Este costume não é comum em grandes super iates, onde a tripulação é muito numerosa para este tipo de convite. O tempo de jornada de trabalho inclui as horas normais e também horas extras quando proprietários ou hóspedes estão presentes, além de vigias. Estas podem ser vigias durante atracagem ou navegação. Quando atracados, os grandes iates possuem um chefe de máquinas de vigia, supervisionando o maquinário à bordo. Há também um vigia de convés e vigia da tripulação de interior, que cuidam da segurança e limpeza à bordo. Em iates pequenos, todos participam de vigia regularmente. Cada membro da tripulação fica de vigia por 24 horas a cada seis dias, aproximadamente, dependendo o número de tripulantes. O período normal de vigia inclui ligar a iluminação externa ao pôr do sol e guardar a bandeira, assim como trancar portas externas, guardar a louça da cozinha e colocar o lixo para fora. Ás 8 da manhã, a bandeira deve ser hasteada e as luzes desligadas. Ser vigia durante navegação é um trabalho mais profissional. Este envolve, para a tripulação do convés e interior, monitorar o radar, plotter e outros equipamentos na Ponte, enquanto o iate navega. O chefe de máquinas vigia o maquinário no compartimento de máquinas, checando seu desempenho. 32 Dicas de fretamento e iates privados. Iates podem ser utilizados de duas formas: Como iates privativos ou fretados. Iates privados são utilizados exclusivamente por seus proprietários e, às vezes, seus hóspedes. Este é um grupo seleto de pessoas que, na maioria dos casos, são sempre as mesmas. Os iates podem ser utilizados nos mesmos períodos do ano ou de acordo com as necessidades do proprietário. Salários em iates privados são geralmente maiores do que aqueles de iates fretados. Iates fretados também têm proprietários privados, porém a diferença é que são fretados, ou alugados, por qualquer pessoa endinheirada que deseja passar período de férias neste iate. Esta atividade é muito comum na indústria de iates e move milhões de dólares. Proprietários de iates e gerenciadores sabem, com antecedência, em que período do ano o iate será utilizado, para que possam coordenar os períodos nos quais o iate estará liberado para fretamento. Das duas melhores estações do ano para iatismo, o verão Caribenho eo Mediterrân eo, uma será utilizada para fretamento de iates de luxo. Períodos de fretamento podem durar entre uma e diversas semanas, dependendo do grupo que aluga a embarcação. Os clientes e o capitão discutem aonde gostariam de ir, a época do ano e quanto tempo pretendem passar em cada localidade. A grande vantágem para a tripulação de iates fretados são as gorjetas que recebem ao final de cada período de fretamento, além o salário normal que recebem. 33 Ocasionalmente, a gorjeta pode vir a ser maior que o próprio salário mensal, o que faz da estação de fretamento um ótimo motivo para que a tripulação dê tudo de si. Velejando, cruzando o oceano, mareamento e pé de marinheiro Velejar não é para todo mundo. Mesmo que não requeira qualquer treinamento psicológico ou habilidade específica, há pessoas que se adaptam bem à vida à bordo e outras que não conseguiriam viver à bordo de uma embarcação, salvo durante férias à bordo em um cruzeiro. Para tornar-se marinheiro, indústria à parte, é preciso não só gostar de estar na água, mas também do estilo de vida. Iatismo é isso, um estilo de vida adotado no momento em que se pisa à bordo, tornando-se membro de uma tripulação. Quando à deriva, por medida de segurança, é recomendável ficar dentro do iate, porém algumas funções exigem que tripulantes fiquem do lado de fora, expostos aos elementos. Especialmente em veleiros, onde usar o sistema de cordas é necessário para mudar a posição das velas, um só pé de vento é o que basta para que uma ou mais ondas o encharquem. Conforme mencionado anteriormente, velejar não é para qualquer um. Há aqueles que começam a se sentir marejados no momento em que a embarcação deixa o porto, e outros que aguentam a pior das tempestades sem problemas. Estes, considera-se, têm o chamado “pé de marinheiro”. Para o caso de alguém passar mal por causa do movimento do iate durante navegação, há sempre um bom estoque de Dramin à bordo de qualquer embarcação. Este medicamento auxilia na recuperação dos efeitos do marejamento. Uma experiência importante, sem dúvida, é a travessia de um oceano. Iates geralmente navegam de porto a porto em regiões onde o tempo total de navegação pode variar de varias horas a alguns dias, talvez três ou quatro no total. Porém, no caso de travessia oceânica, a experiência se estende para uma semana ou mais. O oceano mais comum a se cruzar é o Atlântico, da costa da América do Norte à Europa e viceversa, quando a estação do ano muda. Pode-se também cruzar outros oceanos, como o Pacífico ou Índico, porém não é tão comum na maioria dos casos. Uma travessia oceânica pede tripulantes muito profissionais e altamente qualificados, já que serão testados como equipe e precisam depender uns dos outros. 34 Comida do chef Um dos grandes prazeres de se trabalhar em um iate de luxo é a alimentação diária. Todos os iates incluem chefs profissionais que preparam refeições finas e da melhor qualidade. Alimentação não é problema em nenhum iate. A moral da tripulação deve ser mantida em alta e a boa comida é um elemento-chave para isso. Chefs trabalham duro para alcançar este objetivo e conquistar o sabor mais refinado para proprietários, hóspedes e capitães que sabem o que querem. A tripulação sempre beneficia da comida farta, com grande variedade de sabores das mais exóticas regiões do mundo, tudo alí mesmo, no convés aonde vivem. Não só é comum encontrar refeições tipicamente Mexicanas um dia e Gregas no seguinte, ou Asiáticas, churrascos, entre outros, mas também há grande variedade, fazendo com que seu prato nunca fique vazio. Como dizem, barriga cheia faz o coração feliz e quando se trata de atingir este objetivo, chefs de iates são os profissionais que fazem acontecer. 35 Casos de amor Tripulantes à bordo de iates são tanto homens como mulheres. A proporção é de 40% mulheres e 60% homens, aproximadamente. Mulheres trabalham, em sua maioria, como tripulação de interior. É excepcionalmente raro encontrar uma mulher capitã. A maioria dos homens trabalha como tripulação de convés, capitão e chefe de máquinas. As relações interpessoais entre membros da tripulação são, acima de tudo, profissionaia e eles devem sempre comportar-se como tal. Porém há um fato que deve ser mencionado quando se trata das leis da atração. Homens e mulheres vivendo juntos e confinados por longos períodos de tempo faz com que relacionamentos, além dos profissionais, sejam construídos. Na indústria de iates é comum membros da tripulação visitarem bares locais em diferentes portos aonde seus iates atracam e conhecer outros tripulantes de outros iates. Muitos casais se formam deste jeito e é comum ter um namorado ou namorada trabalhando em outro iate, que se encontram ocasionalmente, quando os dois iates calham de atracar no mesmo porto ao mesmo tempo. No caso de casais que se conheceram e vivem no mesmo iate, é recomendável ter cuidado para não demonstrar carinho abertamente à bordo. Normalmente, este tipo de atitude não é bem vista pelo restante da tripulação. Estes casais devem manter uma postura profissional durante a jornada de trabalho à bordo, e podem encontrar-se e se divertir após o trabalho e nas horas livres. Também é normal na indústria de iates de luxo que casais em departamentos diferentes apliquem para cargos diferentes no mesmo iate, já que há iates que contratam casais, como capitão e camareira-chefe, por exemplo. Tudo pode acontecer no que diz respeito ao amor, de separações à casamentos, ou múltiplos amantes de porto a porto, como contam os mitos. No passado, alguns capitães tinham a terrível reputação de só contratarem mulheres para vagas em troca de sexo. “Sem sexo, sem emprego” se tornou o lema destes capitães inescrupulosos que não duraram na indústria. Sexo à bordo nunca é uma boa idéia e não é recomendado a ninguém. 36 Casais que pretendem manter seus empregos devem aprender a se comportar adequadamente e profissionalmente durante todo o tempo à bordo. Período de estaleiro e doca seca Todo iate passa por um período de estaleiro, quando reparos, reformas e aprimoramentos são feitos. Este período pode incluir tempo em doca seca, quando o iate inteiro é retirado da água por enormes guindástes com capacidade de erguer centenas de toneladas, e é colocado sobre vários picadeiros ao longo de seu comprimento que suportam seu peso, mantendo-o fora d’água. A doca seca é geralmente utilizada para reparos no casco e sua manutenção, assim como inspeções e reparos de problemas com os hélices e eixos. Também serve para facilitar a substituição de ânodos de zinco que são afixados na parte submersa do casco. Algumas válvulas que têm acesso direto no casco também passam por manutenção neste período. Iates são normalmente levados à doca seca a cada cinco anos. Este é o período obrigatório para manutenção geral e reformas, de acordo com regulamentos das companhias de seguros. Cabe também aos proprietários cobrir os custos extras caso o iate tenha período de doca seca maior ou menor que cinco anos, que pode acontecer por recomendação do capitão sobre possíveis problemas com o casco submerso. Pintura, por exemplo, é um destes problemas. A maior parte dos iates passa por estaleiro uma vez por ano. Esta não é a doca seca, pois estão na água e dentro da marina que pertence ao estaleiro. Muitos estaleiros adaptados para iates se encontram na costa sudeste dos EUA, na Flórida; e na costa mediterrânea, na França. A Holanda também é conhecida por seus estaleiros onde muitos novos iates de luxo são construídos. Durante o período de estaleiro, o iate passa por manutenção que não pôde ser feita em seu período normal de trabalho, enquanto navegava. Muitas peças se quebram enquanto o iate está sendo usado constantemente durante a estação. O chefe de máquinas é quem lida com a maioria destes problemas, além de realizar a inspeção e manutenção regulares, porém há componentes que necessitam profissionais mais qualificados para consertá-los, o que ocorre durante o período de estaleiro. Componentes importantes podem também ser repostos por novos e mais eficientes modelos, que prolongarão a vida útil do iate em alto mar enquanto carregam maior peso. Alguns iates antigos são reformados, substituindo37 se a maior parte do equipamento antigo com novo, mas mantendo o velho e forte casco como estrutura principal do iate. O período de estaleiro é sempre muito trabalhoso para a maioria da tripulação, especialmente o chefe de máquinas, que deve estar presente, cooperando e ajudando os diferentes empreiteiros que reparam os sistemas defeituosos ou que necessitam aprimoramento. A função do capitão durante o período de estaleiro pode tornar-se muito estressante, já que toda a responsabilidade pelas finanças e decisões sobre quais problemas devem ser solucionados e quais podem ser adiados, é dele. O capitão está em contato direto com o proprietário todos os dias durante este período para informá-lo do progresso do trabalho e obter aprovação para utilização de dinheiro e pagamento de empreiteiras. Além disso, ele mantém contato direto com todas as empreiteiras envolvidas que se encontram trabalhando no estaleiro. 38 Parte 3 Com o pé nos iates Para começar a trabalhar na indústria de iates, deve-se ter um plano ou estratégia que o levará a alcançar seu objetivo final. Trabalhar com iates não significa somente aparecer e pedir emprego, mas sim saber aonde e quando procurar. É importante também saber com antecedência quais os possíveis problemas que poderá enfrentar, para lidar com eles de forma eficiente, evitando complicações antes de elas acontecerem. Planeje o próximo passo da melhor forma possível, a fim de maximizar suas chances. Aonde ir, acomodação temporária e acomodações para tripulantes Primeiramente, se deseja trabalhar em iates, é importante considerar a possibilidade de colocarse numa posição geográfica onde está a maioria dos iates. Como mencionado anteriormente, os lugares-chave no mundo são Fort Lauderdale, no sul da Flórida, EUA; Antibes, na França e Palma de Maiorca na Espanha. Há muitos outros locais no mundo onde se encontram iates de luxo, porém Fort Lauderdale é, sem dúvida, o maior do mundo e aonde as mais importantes agências de tripulação se encontram. Ao final deste livro eletrônico, haverá uma lista de agências de tripulação não só de Fort Lauderdale e região, como também da Europa e outros. Se desejar iniciar-se nesta indústria e é um jovem sonhador, provavelmente não possui um orçamento muito grande e não poderia custear hotéis caros e carros da moda enquanto procura seu primeiro emprego em um iate. Mesmo com orçamento limitado, é possível ter sucesso nesta maravilhosa indústria. Se decidir viajar para o sudeste da Flórida para iniciar sua busca, seja vindo de outro país ou outra região nos EUA, a melhor pedida é alugar uma vaga temporária em acomodação de tripulação. Acomodações de tripulação são grandes casas mobiliadas com muitos quartos (ao menos quatro) aonde jovens alugam sua vaga por tempo limitado. Os quartos na acomodação de tripulação são divididos e é muito comum encontrar vários beliches em um só quarto. O espaço é limitado, mas o período de 39 instalação nesta acomodação é muito curto, algumas semanas a alguns meses no máximo e os candidatos estarão fazendo networking enquanto procuram emprego na indústria de iates de luxo. Administradores ou proprietários de acomodações de tripulação alugam o espaço por semana e será necessário pagar o aluguel adiantado. Não há contrato assinado e um pequeno depósito de segurança será exigido em troca das chaves, para o caso de perdê-las. O candidato dividirá o quarto com outros homens ou mulheres como ele, que procuram emprego num iate, ou que estão trabalhando durante o dia e fazendo networking. Nas acomodações de tripulação há muitas chances de conhecer pessoas que podem proporcionar dicas e contatos importantes, portanto é possível começar a ganhar dinheiro relativamente rápido. Acomodações de tripulação não são hotéis, portanto as refeições não são inclusas. O candidato compra sua própria comida e pode guardá-la na geladeira comum. Pode também cozinhar suas próprias refeições na cozinha. Coloque etiquetas em suas coisas para evitar que outros comam. O aluguel nas acomodações de tripulação varia de acordo com o local e época do ano, alta e baixa estação. Antes de fazer reserva, devem-se checar as datas de disponibilidade e preços da acomodação. Muitos administradores dirão possuir poucas vagas para que confirme rapidamente, enquanto que há novas vagas surgindo sempre. Como tudo na vida, há o lado bom e o ruim, o que também se aplica à acomodação de tripulação. Alguns lugares têm ótima reputação, enquanto outros não são recomendáveis. As seguintes casas são acomodações de tripulação que desenvolveram péssima reputação ao passar dos anos, apesar de facilmente localizáveis pelo Google ou Yahoo. Floyds e Chocolate Crew House, esta última também é chamada de The Bridge II e é um dos lugares mais nojentos do mundo, com percevejos nas camas, ladrões, alcoólatras e festeiros presentes todos os dias. Realmente não recomendo esta última acomodação ao menos que goste deste estilo de vida e não tem intenções sérias de conseguir uma vaga na indústria de iates de forma profissional. Outra vantágem das acomodações de tripulação é que estas possuem seus próprios eventos de networking, levando o candidato para festas onde pode conhecer capitães, proprietários de iates e gerenciadores e entregá-los seu cartão de visitas. Esta é uma enorme vantágem que não se encontra facilmente. 40 Se seu orçamento é muito limitado e não consegue custear nem a acomodação de tripulação por um mês, uma forma de ficar ao menos uma semana sem pagar nada é inscrever-se em organizações como Couchsurfers, através das quais viajantes de todo o mundo visitam novos países e ficam na casa de alguém, como um intercâmbio. Lembre-se que o objetivo desta organização não é ajudá-lo em sua busca por emprego, portanto não se deve mencionar isto ao seu possível anfitrião. Para mais informações, consulte www.couchsurfing.org Trabalho diúrno Trabalho diúrno é a opção mais comum para iniciar na indústria de iates. Mas o que é trabalho diúrno? É o termo utilizado na indústria para pessoas que oferecem seus serviços em iates diretamente ou auxiliam em qualquer área onde haja necessidade, como pintura, limpeza, manutenção, carga e descarga de suprimentos, demolição, ou o que mais precisa ser feito à bordo. Esta é uma ótima forma de tornar-se conhecido na indústria de iates. Se não tem experiência alguma e nunca pisou em um iate em sua curta vida, é só oferecer ajuda e falar com pessoas que trabalham na área. Andar pelas docas de iate em iate é a melhor forma de conseguir algo. Muitos capitães e proprietários recebem bons ajudantes de braços abertos, já que há sempre algo por fazer à bordo. O pior que pode acontecer é falarem não. Continue procurando nos próximos iates à vista. Quanto maior o iate, maior a chance de precisarem de trabalhadores diúrnos. Tudo isto soa um pouco informal no que diz respeito à candidatura por emprego, porém esta indústria opera assim; normalmente consegue-se emprego facilmente, visto que não é necessário passar pelas formalidades de um emprego normal como preenchimento de formulários e entrevistas. Trabalho diúrno é basicamente um projeto temporário. Não o chamaremos de emprego em si. Pode durar entre alguns dias e algumas semanas ou até alguns meses, dependendo da necessidade à bordo e a disposição do trabalhador. É importante considerar que, durante a jornada de trabalho, o candidato é observado e avaliado. Sua atitude e boa disposição em trabalhar para alcançar objetivos são muito importantes. Como trabalhador diúrno, está conquistando a confiança do capitão e, se se dedicar, este poderá lhe dar mais trabalho a cada dia e, quem sabe, oferecê-lo uma vaga permanente, caso alguma esteja disponível, como membro da tripulação. Outro benefício do trabalho diúrno é o pagamento, que é sempre feito em dinheiro vivo, de valor acordado previamente, e que pode ser feito diária ou semanalmente. Além disso, podem-se receber refeições à bordo. O almoço é incluso pelo iate no qual trabalhar, podendo ser preparado pelo chef ou comprado de restaurante para seu deleite. Conforme mencionado anteriormente, trabalho diúrno é de curta duração, o que significa que se 41 deve estar disposto a dar tudo de si em tarefas difíceis, porém a experiência como um todo ajudará a aumentar suas chances para tornar-se tripulante permanente. Nunca se sabe quando uma oportunidade surgirá, portanto qualquer chance de demonstrar talento e determinação aumentará sua probabilidade de conseguir a vaga que deseja. Se o candidato possui conhecimentos em maquinário, digamos que seja bom com consertos e remendos ou ajuda alguém com os mesmos regularmente, será mais bem visto por um possível empregador. É possível para este candidato conversar com o chefe de máquinas à bordo para descobrir se este necessita ajuda no compartimento de máquinas, outra forma de conseguir trabalho diúrno em um iate e que geralmente paga melhor salário. Muitos oficiais de máquinas à bordo de iates iniciaram suas carreiras desta forma. Esta iniciativa pode levar a uma possível carreira de infinitas possibilidades com potencial salarial extraordinário. Aonde conseguir trabalho diúrno? Qualquer marina ou clube de iatismo é um bom lugar para começar. Nos EUA, Fort Lauderdale, no sul da Flórida, é a cidade onde está concentrado o maior número de estaleiros e marinas, portanto há alí muitas oportunidades. Muitas destas áreas possuem guaritas de segurança de onde vigias controlam o acesso, o que dificulta a procura de emprego para o trabalhador comum. Porém, há formas de se fazer networking para conseguir uma vaga sem ter que comparecer ao estaleiro. Haverá links úteis para auxiliá-lo ao final deste livro. Existem também alguns “truques” muito eficazes que podem ser utilizados para conseguir acesso ao estaleiro; por exemplo, vestir uma camiseta com o logotipo do iate-alvo e simplesmente cruzar o portão antes das 8 da manhã, quando a maioria dos empreiteiros chega para trabalhar. Uma vez conhecido como bom trabalhador diúrno e figura conhecida em estaleiros e marinas pode-se fazer networking com pessoas na mesma trajetória profissional, que o ajudarão a conseguir mais projetos. É extremamente recomendável possuir cartões de visita contendo seu nome, e-mail e telefone para contato, para entregá-los em cada barco pelo qual passar. O capitão que o rejeitou hoje pode precisar amanhã e, se estiver com seus dados à mão, vai te contatar! Seja esperto e trabalhe com qualidade e as portas de abrirão para você mais e mais, lembre-se que viajar pelo mundo para os lugares mais incríveis com excelente salário está ao seu alcance. Terá que conquistar cada passo para chegar lá, porém se mantiver a atitude correta, perseverança e boa vontade, estará à frente da competição mais rápido do que imagina. 42 Requisitos mínimos Não é necessário ter formação universitária para iniciar como tripulante à bordo de um iate de luxo, porém há requisitos mínimos que todos os tripulantes devem possuir para trabalhar em qualquer embarcação, em qualquer lugar do mundo. Será preciso completar os cursos STCW antes de enviar seu currículo para uma vaga formal à bordo de um iate, e é também recomendado possuir o certificado de saúde chamado Eng. 1, que é emitido por um médico aprovado pela indústria. Existem clínicas e médicos aprovados nas áreas onde há grande atividade de iates de luxo, como Fort Lauderdale e Mônaco, porém um exame admissional comum, emitido em seu país de origem, e que demonstre boa saúde, poderá ser considerado dependendo dos critérios estabelecidos por cada capitão. Se não possui exame médico demonstrando que possui boa saúde física, após a contratação você será enviado a um destes médicos para obtê-lo, por vezes sendo necessário pagamento de seu próprio bolso porém, normalmente, o capitão cuidará de tudo. O custo para obtenção do certificado Eng. 1 é de aproximadamente US$150,00. 43 Conforme dito anteriormente, deve-se possuir certificação STCW completa antes de enviar currículos ou pedir emprego como tripulante. STCW é um conjunto de quatro cursos diferentes, que são: sobrevivência à deriva; primeiros socorros e ressuscitação; combate a incêndios; segurança pessoal e responsabilidades sociais. STCW é a sigla em inglês para Padrões de Treinamento, Certificação e Vigilância (Standards of Training, Certification and Watch-keeping); e é também conhecido como Curso Básico de Segurança. Também são chamados de STCW 95, já que foi na convenção de 1995 que as regras e regulamentos foram adotados. O IMO, sigla em inglês para Organização Marítima Internacional (Internacional Maritime Organization) é a autoridade responsável pela implementação destes cursos. Há diversas escolas pelo mundo que ministram estes cursos. São ministrados como uma combinação de matérias durante, geralmente, uma semana, porém isto pode variar dependendo da escola. A maioria delas possui um itinerário dos próximos cursos para que o interessado saiba quando começará e por quanto tempo estudará. O custo pode variar de US$500,00 a US$1.000,00 dependendo do país e instituição de ensino. Este preço não é um investimento tão grande quanto parece, já que seu salário deve cobrí-lo já no primeiro mês de trabalho. Se procurar por STCW 95 na internet, encontrará cursos disponíveis nas escolas em sua localidade. Estes cursos consistem de partes teóricas e práticas. Todas as matérias são muito interessantes e, em alguns casos, bem divertidas. Uma prova é marcada para cada matéria ao final do curso. Não é particularmente difícil, porém é necessário demonstrar interesse no conteúdo e estudar para passar. As matérias devem ser levadas à sério, já que muito do conteúdo estudado pode vir a ser necessário durante uma emergência à bordo. Após a obtenção do certificado, adicione-o ao seu currículo. Será também necessário abrir uma conta bancária, se já não a possui. Qualquer conta normal ou conta-poupança é suficiente. Quando iniciar trabalhando à bordo de iates, receberá seus primeiros salários que serão 44 depositados em sua conta bancária por transferência eletrônica. Capitães são responsáveis por lidar com dinheiro à bordo de um iate, incluindo o envio da informação bancaria correta para pagamentos ao auditor do proprietário do iate. Não possuir conta bancária pode ser um problema, já que a maioria dos capitães se recusaria a pagá-lo em dinheiro, a menos que seja um pequeno valor. A pessoa responsável pelo envio eletrônico do valor pode enviá-lo a qualquer banco em qualquer lugar do mundo. Portanto, lembre-se de abrir sua conta bancária e de que, graças à internet, é possível monitorar o valor de onde quer que esteja. Também será necessário ter consigo um telefone celular para receber contato do capitão e de agências de tripulação. Se pretende ir a uma área onde haja mais oportunidades em iates, deixando para trás seu país de origem, compre um celular pré-pago de sua loja mais próxima ao chegar. Você não se arrependerá deste investimento extra. Pessoas jovens, dinâmicas e saudáveis. Outro requisito necessário para se trabalhar à bordo é estar em boa forma física e saudável, com força suficiente para fazer tarefas fisicamente cansativas. Trabalhar em um iate ou qualquer outra embarcação consiste mais de trabalho mecânico e manual do que administrativo. Trabalhar em um iate é saber que o ambiente de trabalho muda frequentemente, de acordo com o período. As tarefas durante navegação serão diferentes daquelas realizadas em período de atracamento. É normal trabalhar ao ar livre e, dependendo de sua função, seu ambiente de trabalho será bem diferente. Exposição aos elementos da natureza é também um fator comum deste tipo de atividade. Trabalhar durante horas à fio embaixo de sol forte ou lidar com vento ou chuva são possibilidades reais em sua jornada de trabalho. É claro que sempre será disponibilizado o equipamento adequado para protegê-lo de qualquer perigo. Se for passar muito tempo exposto ao sol, por exemplo, será providenciado protetor solar; ou no caso de ter que trabalhar na chuva, receberá uma capa de chuva. Se você é o tipo de pessoa que prefere passar o dia todo sentado no sofá assistindo TV ou é viciado em videogames e outras atividades sedentárias, o trabalho em um iate não é para você. Também não serve para aqueles que estão acima do peso, portanto será necessário entrar em forma antes de enviar seus currículos. Você deve ser dinâmico, ágil, forte e dedicado sempre, assim como estar sempre pronto para agir e para qualquer novo desafio que receba a cada dia. Este é o emprego ideal para jovens. É fácil perceber que a maioria dos tripulantes de iates se encontra entre os 20 e 30 anos de idade, sendo que capitães e chefes de máquinas podem, raramente, ser mais velhos. 45 Atitude e sorriso Sua atitude é algo que o capitão e o restante da tripulação irão notar. É sempre bom chegar ao trabalho com um sorriso no rosto e não se atrasar. Estas dicas se aplicam não só à área de iatismo, como qualquer outra área de interesse. Mantenha boa conduta e será apreciado pelos profissionais à sua volta. Mostre seu sorriso e receba-os em troca. Demonstre mau comportamento e receberá novos inimigos ao passar do tempo. E mesmo quando encontrar dificuldades pelo caminho, como se diz no mundo dos iates de luxo: “sorria e siga em frente”. Experiência Qualquer experiência referente à navegação ou marinha é melhor do que não ter experiência alguma. Mesmo se só deu aulas de natação para crianças ou estudou biologia marinha, isto irá auxiliá-lo muito mais no processo de busca de emprego na indústria de iates do que não ter absolutamente nada referente à água em seu passado. Conforme mencionado anteriormente, trabalho diúrno é uma opção recomendável para iniciar e tornar-se conhecido na área de iates de luxo, porém, quanto mais experiência obtiver, melhor para seu currículo. Mesmo se só tiver experiência de trabalho em um restaurante, isto demonstrará sua habilidade de ajudar na cozinha. Se você é um homem ou mulher muito jovem, que terminou sua educação escolar recentemente e pretende entrar na indústria de iates, qualquer emprego temporário, atividade voluntária ou hobby praticado nos últimos anos podem ajudá-lo a demonstrar sua experiência. Existem algumas escolas de navegação que, além do curso básico de segurança, oferecem também outros cursos relacionados à marinha ou à iates que ajudarão a realçar sua experiência total para conseguir um vaga à bordo. Ao final deste livro você encontrará links para páginas de várias escolas marítimas onde poderá explorar os cursos por eles oferecidos. Passaportes e vistos, diários de bordo e cartas de dispensa. Se pretende trabalhar na indústria de iates de luxo, será necessário obter um passaporte já que, obviamente, sua função incluirá viagens frequentes à outros países. Seu capitão se encarregará de guardar seu passaporte quando tornar-se membro de uma tripulação. 46 Ele tem a responsabilidade de apresentar os passaportes dos tripulantes às autoridades de imigração de todos os países para o qual a embarcação viaja. Alguns países requerem vistos de entrada e permanência por determinado período. No caso dos EUA, o tipo de visto necessário para visitá-lo é o B1/B2. Para requerer um visto para os EUA é preciso marcar entrevista na embaixada ou consulado dos EUA mais próximo em seu país de origem. É importante demonstrar laços fortes com seu país de residência, para certificá-los de que não há intenção de trabalhar ou morar permanentemente nos EUA. Ou você já possui uma carta-convite de trabalho em um iate que se encontra atracado em um porto Americano, ou pretende viajar aos EUA em busca de emprego em um iate. Se este último for seu caso, NãO INFORME ÀS AUTORIDADES DE IMIGRAÇÃO QUE PRETENDE PROCURAR EMPREGO. Apesar de, quando conseguir sua vaga em um iate de luxo privativo, você não estar tecnicamente em solo americano, as autoridades não gostam da idéia de estrangeiros entrarem no país á procura de trabalho, podendo negá-lo o visto se disser a eles que pretende procurar emprego. Caso já possua carta-convite de trabalho, solicite visto B1/B2. Caso pretenda procurar trabalho, solicite um visto B2, que é um visto de turista. Assim que encontrar uma vaga de emprego, poderá solicitar às autoridades de imigração locais mudança de categoria para B1/B2. As seguintes perguntas e respostas lhe dirão mais especificadamente tudo o que necessita saber sobre vistos para os EUA e a procura por empregos na indústria de iates. 1. Qual visto devo solicitar? Para membros de tripulação de iates privativos ou com bandeira internacional que não são Americanos, o visto correto a solicitar é B1/B2 (múltiplas viagens, não imigrante). Tripulantes que entraram nos EUA com visto de turista (B2) e encontraram emprego devem solicitar troca de categoria para B1. 2. Quais os documentos necessários para solicitar o visto? De preferência, o candidato ao visto já possui uma oferta de emprego, se encontra em seu país de residência e está de posse de todos os documentos enviados pela embarcação que lhe ofereceu a vaga. Estes são uma carta-convite explicando sua função, nome do iate, bandeira, número oficial e autorização da USCG, uma lista de tripulantes e documentos que comprovem que o iate é privado. Qualquer outra documentação que comprove sua intenção de retornar ao país de origem ao final da estadia auxiliará no processo de requerimento. É importante lembrar 47 que o porto de registro do iate não pode ser nos EUA (comprovação poderá ser solicitada), uma vez que é ilegal empregar tripulantes estrangeiros que não possuam visto de trabalho. 3. O que é um visto C1/D? Muitas vezes, o consulado poderá emitir o visto C1/D ao invés do B1/B2. Este visto é para tripulantes de embarcações comerciais, como cruzeiros, ou de embarcações que não permanecerão em águas Americanas por mais de 29 dias á cada visita. Se isto se aplica à embarcação que lhe ofereceu a vaga, poderá receber os vistos C1/D e B1 simultaneamente. 4. Por quanto tempo poderei permanecer nos EUA? Dependendo do oficial de imigração, você receberá entre 1 e 6 meses de estadia, já que seis meses é o máximo permitido. Se acreditar que precisará de mais tempo, será necessário solicitar uma extensão, o que pode ser feito online pelo USCIS: www.uscis.gov. É necessário ter no mínimo 45 dias restantes no visto para solicitar a extensão. A maioria dos tripulantes deixa o país por alguns dias e retorna para reiniciar a contágem dos dias, porém a autorização de retorno não é garantida. 5. Quando de posse do visto B1, posso deixar meu emprego se conseguir outro? Ainda que amplamente praticada, esta atividade é ilegal, já que seu visto B1 foi emitido para trabalho naquele iate específico. O melhor a fazer é deixar o país e retornar com a documentação referente à nova embarcação em que trabalha. 6. O que devo fazer se decidir deixar meu emprego? Depende de você informar as autoridades de fronteiras e alfândega (Customs and Border Patrol ou CBP) que você não trabalha mais na embarcação. É possível que permitam que continue no país com visto B2 (turista). Não é responsabilidade do capitão informar a CBP que um tripulante não trabalha mais alí porém, como precaução, poderão avisá-los. 7. E se estou indo aos EUA como estudante? Os vistos B1/B2 e C1/D não permitem que o portador estude no país. Infelizmente, não há vistos específicos para treinamento marítimo. Caso pretenda fazer o curso STCW 95 ou outro curso marítimo nos EUA, não mencione isto ao oficial de imigração, pois corre o risco de ter o visto negado. Após conseguir vaga em um iate e tornar-se membro da tripulação, é importante requerer um “diário de bordo”. Este é um diário emitido pelas autoridades marítimas para que tripulantes calculem seu tempo de navegação em cada barco em que trabalharem. As autoridades marítimas de seu país de origem também podem emitir este diário. Os requisitos para conseguí-lo variam de país em país, porém é obrigatório ter o STCW 95 concluído. É recomendável também requerer o diário de bordo das Ilhas Marshall. Este tipo de diário de 48 bordo é mais reconhecido na indústria de iates de luxo. Os quesitos necessários para requerimento são o curso STCW 95 completo e comprovação de emprego em iate de luxo. Segue abaixo mais informações para requerimento deste diário em Fort Lauderdale. William Feaster Technical and Licensing Manager, Yacht Operations Marshall Islands Yacht Registry Harbor Place, Suite 403 1600 S.E. 17th Street Causeway Ft. Lauderdale, Florida 33316 USA T: +1954-763-7775 ext. 40 F: +1-954-763-7445 E: [email protected] W: http://www.register-iri.com O diário de bordo é um documento muito importante para aqueles que pretendem seguir carreira na indústria de iates de luxo, já que é necessário comprovar tempo de experiência à bordo para fazer cursos de formação que permitirão alcançar níveis mais altos na pirâmide de autoridade desta fascinante indústria. A combinação de tempo à bordo e cursos reconhecidos é o que lhe permitirá tirar, no futuro, licenças para funções mais elevadas como segundo oficial, oficial náutico, capitão ou chefe de máquinas. Se não requereu seu diário de bordo no primeiro ou segundo ano de trabalho, uma boa alternativa para comprovar seu tempo à bordo é pedir a cada capitão com o qual trabalhou uma carta de dispensa. Esta carta comprovará que trabalhou naquele iate e deve conter seu tempo de navegação e sua função. Referências e dicas É muito importante possuir referências de antigos empregos. Especialmente se estes fazem parte da indústria de iates ou outra indústria marítima. Suas referências devem incluir nome, telefone e e-mail, no mínimo. Quanto mais meios de contato possuir, melhor. Referências devem ser verdadeiras, já que agentes ou capitães podem contatá-las para verificar sua experiência de trabalho. Já quem não tem referências por não ter experiência por causa de sua idade, ou ainda aqueles que não possuem experiência na indústria de iates, devem “criar” ao menos uma referência, usando alguém que o conhece bem e pode proporcionar palavras positivas. Lembre-se, o objetivo mais importante para você, jovem aspirante á tripulante, é conseguir seu primeiro emprego como membro de uma tripulação. Após conseguir colocar os pés em um iate e demonstrar ser pessoa de confiança trabalhando bem na mesma função por ao menos um ano, obterá referências sinceras na indústria que lhe abrirão todas as portas para novas empreitadas à bordo de iates. 49 Além disso, ao trabalhar em um iate e socializar com o restante da tripulação, poderá network para aprender mais e mais segredos para comunicar-se corretamente com agências e capitães e os próximos passos a seguir. Inglês A língua inglesa é utilizada pela grande maioria daqueles que trabalham na indústria de iates. Alguns capitães pedem nível de inglês nativo, porém não todos. A indústria de iates conta com pessoas de diversos países e, enquanto muitas provêm de países de língua inglesa como Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido, África do Sul ou EUA, há muitas outras que vêm de outros países e tem o inglês como segunda língua. É comum encontrar tripulantes bilíngues ou até poliglotas em iates. Se você ainda está aprendendo inglês, é uma boa idéia esperar até que entenda a língua fluentemente, a fim de evitar problemas de comunicação com seus colegas da tripulação. Mergulho, bote motorizado e outros certificados Além do curso STCW 95, que é um certificado obrigatório para trabalhar à bordo de qualquer embarcação, é recomendável fazer outros cursos que demonstrem seu interesse no setor marítimo. Há vários cursos disponíveis nas páginas de escolas marítimas listadas ao final deste livro. Os cursos mais populares com membros de tripulação para expandir suas habilidades profissionais são cursos de botes motorizados e de mergulho. Os cursos de botes motorizados ensinam a dirigir este tipo de bote e, em muitos países da Europa, não é permitido dirigí-los sem possuir certificação. O curso mais abrangente que cobre esta habilidade se chama “Proficiência em barcos de sobrevivência e resgate” (Proficiency in survival and rescue boats). Em relação à certificação em mergulho, é possível ter aulas em qualquer centro de mergulho reconhecido. Escolas marítimas não ensinam mergulho. A grande maioria dos iates de grande porte carrega consigo equipamento de mergulho suficiente para muitas pessoas praticarem este fascinante esporte nas águas mais cristalinas do planeta. Portanto, se já tem certificado de mergulho, este fará com que seu currículo tenha preferência. Além disso, estudar mergulho é muito divertido. 50 O primeiro curso, chamado “open water” pode custar em média US$300,00 e leva aproximadamente dois finais de semana para concluir. É possível seguir para níveis mais avançados de open water e também fazer outros cursos, como mergulhador de resgate e até mestre em mergulho, que possibilita realizar expedições de mergulho. Padi e Naui são as duas maiores organizações de mergulho do mundo. Visite www.padi.com ou www.naui.com para comparar preços e localidades de seu curso de interesse. Para tripulação de interior, é recomendável fazer um curso de especialização para camareiros, chamado “Silver Service”, no qual se aprende á pôr mesas, fazer arranjos de flores e decoração de interiores em iates de luxo. Estes cursos podem ser encontrados em algumas das escolas de treinamento para iates listadas ao final deste livro. Por onde começar quando se possuem os requisitos mínimos Quando estiver de posse dos certificados necessários, passaporte, vistos, referências e um bom currículo, o próximo passo é começar a bater de porta em porta à procura de seu primeiro emprego à bordo de um iate de luxo. Conforme mencionado, trabalho diúrno é uma boa opção, porém não é a única. Quanto mais network fizer, melhor. Se estiver em acomodação de tripulação, é grande a chance de ser informado de vagas em aberto que podem ser o que procura, ou ao menos saberá quais estaleiros e marinas visitar ou páginas da internet que contém informações sobre possíveis vagas. Agências de tripulação são outra ótima forma de tornar-se conhecido na indústria. Mesmo que seja novato, é muito positivo visitar uma agência e registrar-se. Grande parte das agências permite o registro online enquanto outras também requerem uma entrevista em pessoa. Não se deve deixar passar esta oportunidade, pois através dela, entrará em contato com agentes que podem ajudá-lo a organizar seus objetivos para conquistar uma vaga à bordo mais rapidamente. Lembre-se, eles trabalham por comissão, portanto farão o possível para ajudá-lo, mesmo que este seja seu primeiro emprego. Agências de recrutamento corretas não lhe cobrarão nenhuma taxa, antes ou após a contratação em iate. 51 É também importante ter um currículo profissional, com meios para contato abundantes e boas referências, para que não haja dúvidas de sua seriedade em trabalhar à bordo de um iate de luxo. Quanto mais networking fizer, maiores serão as chances de conseguir seu novo emprego, portanto perseverança é essencial. Pode levar algum tempo para juntar tudo o que precisa após conseguir os certificados e documentação necessária, pois não é sempre possível conseguir um emprego na primeira agência ou estaleiro que visita. Por isso, mesmo um projeto temporário que dure uma ou duas semanas e consista em pintura ou tarefas símples à bordo ajudará a alcançar seu objetivo final. Nunca se sabe quando as portas se abrirão para você, portanto mantenha a mente aberta e atitude positiva e não terá dificuldades em se tornar conhecido, e antes do que imagina receberá a confirmação para a vaga que deseja. Conhecimento de termos náuticos e de iates Ter conhecimento de termos de iates é importante para que saiba do que estão falando quando te mandam, por exemplo, executar uma tarefa na Ponte ou quando dizem estar rumados à boreste. Além disso, se trabalha no convés, aprenderá muitos tipos diferentes de nós de corda, cada um com sua nomenclatura. Todos os termos são muito uteis e, uma vez aprendidos, devem ser utilizados dia a dia, ate em sua vida pessoal. Há um glossário de termos de iatismo ao final deste livro eletrônico para que possa aprender aqueles que julgar úteis. 52 Capitães e o poder de decisão Capitães são, sem dúvida, aqueles que retêm o poder de decisão no iate, em vários aspectos. São eles que selecionam os membros da tripulação, portanto é muito importante que, quando aplicar para uma vaga nesta área, leve em consideração cada aspecto de sua personalidade, por menor que seja. É provável que seja chamado para entrevista com o capitão, que precisa avaliar também sua personalidade. Esta entrevista pode ser realizada pessoalmente ou por telefone. Se o iate estiver atracado perto de onde você se encontra é possível que o capitão prefira conhecê-lo pessoalmente. Algumas entrevistas são mais formais que outras, dependendo do capitão e do tamanho do iate. Em iates muito grandes as entrevistas são conduzidas pelo oficial náutico. Se contatar uma agência e enviar-lhes suas informações pessoais, estes passarão seu currículo àqueles capitães que procuram por seu perfil profissional. Quando enviarem seu currículo ao capitão, entrarão em contato com o candidato para informá-lo que poderá receber uma ligação do capitão em breve. Este deve manter-se alerta nos próximos dias e estar pronto para atender. Desligar o celular ou colocá-lo em modo silencioso ou vibratório pode custá-lo a chance que esperava. Quando atender a ligação, deve-se demonstrar a convicção, seriedade e comprometimento que o capitão espera ouvir. Ele reconhecerá estas características por seu tom de voz, visto que eles notam todos os detalhes em cada ligação que fazem. A indústria de iates de luxo é voltada ao excelente serviço e profissionalismo e estes devem ser demonstrados mesmo antes de conhecer o restante da tripulação em pessoa. Música de fundo e barulho ou interrupções constantes podem comprometer esta importante ligação. Portanto atenda a ligação, encontre rapidamente um local sossegado, respire fundo, concentrese e proceda corretamente. O candidato que gagueja, hesita em suas respostas ou dá respostas incongruentes demonstra desonestidade e falta de seriedade. É sempre melhor falar a verdade que inventar coisas que, no futuro, não se podem provar. Capitães também não querem ocupar o seu tempo nem perder tempo. Voce saberá quem está te contatando pelas informações transmitidas pela agência, que informará dados como nome do capitão e do iate com antecedência. Esta pessoa é quem lhe contatará. 53 No caso de receber convite para uma entrevista com o capitão, é importante vestir-se de modo adequado. Como mencionado anteriormente, detalhes são notados rapidamente. A indústria de iates é muito conservadora, portanto não é permitido ter piercings ou tatuágens visíveis. Cabelos devem estar bem cortados e arrumados. Não use perfume em demasia. Você não está indo à uma festa para conhecer pessoas. Entretanto, cuidado para não deixar odores corporais e odor de cigarro transparecerem. Mascar chicletes demonstra falta de seriedade e não é recomendado. Prefira pequenas balas de menta para o hálito. Usar chinelos ou camisetas muito estampadas também demonstra falta de preparação. Sua atitude é também muito importante, portanto, assim como ao telefone, mantenha-se calmo e confiante. Olhe nos olhos do entrevistador para demonstrar honestidade e caráter. Cumprimente-o educadamente, apresente-se e mantenha boa postura. Ao final da entrevista, despeça-se corretamente. É muito provável que, se sua performance atendeu às expectativas, a agência ou capitão entrarão em contato no dia seguinte ou logo depois. Prestar atenção aos detalhes aumenta suas chances em, no mínimo, 60%. Portanto, siga estas dicas e torne-se o próximo tripulante a ser contratado. Dicas para um bom currículo Ter um bom currículo para apresentar às agências e capitães é extremamente importante. Ele é sua carta de apresentação. O currículo demonstra quem o candidato é antes mesmo que o empregador o conheça pessoalmente. Enquanto experiência e atitude são importantes, um currículo bem montado é tambem essencial. Segue abaixo um exemplo de como deve ser a aparência de um currículo. Nao é necessário seguir este exemplo exatamente, porém este exemplo retrata as regras gerais que devem ser seguidas. Uma foto estilo passaporte no canto superior esquerdo é uma parte importante do currículo. Muitos candidatos a vagas em iates que não incluem uma foto são simplesmente descartados. Sua foto diz muito sobre você, portanto escolha uma que mostre seu rosto de frente, e que tenha fundo em cores neutras. Fotos de festas com amigos não são recomendáveis. Fotos muito sérias também não são a escolha certa. Relaxe e sorria levemente, demonstrando confiança e franqueza. Ao lado da foto deve-se incluir seu nome e contatos pessoais. 54 Seu número de telefone deve ser incluído da seguinte forma: sinal de adição (+) seguido pelo código do país (1), código de área (954) e número de telefone (863 7882). Abaixo dos contatos pessoais seguirão suas informações pessoais e objetivo profissional. Esta seção é muito importante. Mantenha-a curta e direta. Qualificações profissionais, educacionais e linguísticas devem ser adicionadas logo abaixo. Então se deve listar sua experiência de trabalho. Esta seção é o foco principal do currículo e, conforme mencionado anteriormente, mesmo se sua experiência é limitada por ser novato na área ou muito jovem, é importante listar todas as experiências de trabalho, inclusive voluntariado. Finalmente, na parte final do currículo, listam-se as referências, que devem ser ao menos duas reais e verificáveis. Leia com cuidado o currículo abaixo e note como a informação é apresentada, para ter uma ideia geral de quais informações incluir e em qual ordem. Ademais, aqueles que se candidatam à posição de chef de cozinha devem adicionar ao currículo ao menos 20 fotografias de refeições que tenha preparado e um cardápio original. Estes são obrigatórios para chefs. Nenhuma agência ou capitão aceitará um currículo sem consultar as fotos e ler um cardápio de pratos que você sabe preparar. O chef é um empregadochave à bordo e grande parte do contentamento da tripulação, assim como dos proprietários e hóspedes, provêm do sabor da comida e sua saciedade. Em geral, um bom currículo vai direto ao ponto, é claro e fácil de ler e não se estende por mais de duas páginas. O exemplo abaixo está em inglês, para auxiliá-lo a preparar seu currículo para a indústria de iates de luxo. 55 Bernardo Lopez 3738 SW 30th Ave. Fort Lauderdale FL 33312 Cell: + 1 954 863 7882 [email protected] PERSONAL INFORMATION NATIONALITY: Argentinean. DATE OF BIRTH: 05/15/1978 LOCATION: Fort Lauderdale FL HABITS: non-smoker or drinker TATOOES: None MARITAL: Single DOCUMENTS: Passport, driver’s license. VISAS: B1/B2 (exp: 2018) OBJECTIVE: Seeking a position as a deckhand on board of a private or charter yacht in order to gain further sea time and experience in the yachting industry. QUALIFICATIONS: Over 3 year experience in deck and engines in several yachts. I had worked with diesel generators, auxiliaries, and general deck work. EDUCATION: Institute of Marine biology. (Mar del Plata, Argentina) CERTIFICATES: STCW 95, Power Boat Level II (MCA), Eng 1 (MCA), Basic Radio Operator. LANGUAGES: English & Spanish EMPLOYMENT & MARINE WORK EXPERIENCE 56 Day work Vessel type: Motor Yacht December 2009 – April 2011 Vessel size: 49m M/Y Blue Star Sept 2009 – Dec2009 Vessel size: 45m Ft. Lauderdale FL M/Y Daniela II Punta del Este, UY August 2008 – July 2009 Vessel size: 47m Teak Restoration including prep, sanding and varnishing. Assisted engineer in several engine room projects and kept watches underway as needed. Assisted with project for large refit and upgrades prior to summer season. Kept watches for heavy charter season around South America. Deckhand/ 2nd Engineer Vessel type: Motor Yacht Ft. Lauderdale FL Wash down and general clean up of whole Yacht. Helped delivering Yacht into Boat Show location, managing to secure Yacht in the right position. Assisted the engineer in servicing water pumps, water makers and the refrigerator and freezer. Worked on rebuilt of the vessel generators along with the engineer. Deckhand/ 2nd Engineer Vessel type: Motor Yacht M/Y Glaze Teak Restoration including prep, sanding and varnishing. Experience in complete refit of M/Y Glaze. Responsibilities included paint, varnish, corian restoration, rechaulking teak deck. Thorough paint inside engine room. Electrical installation of deck lighting, ceiling, courtesy lights and navigation lights. Traveled to Bahamas, Key West and West Palm Beach, keeping watches under way. Deckhand/ 2nd engineer Vessel type: Motor Yacht April 2011 – June 2011 Vessel size: 105ft Ft Lauderdale FL Paint Restoration including extensive experience with Awlgrip and Alexseal. Teak Restoration including prep, sanding and varnishing. Repaired many paint blisters in superstructure, varnish, caulking, polish, cleaning bilges and painting them. Deckhand Vessel type: Motor Yacht M/Y Indigo M/Y Tajin Miami, FL February 2008 – July 2008 Vessel size: 45m Participated in generator rebuilt along with the yacht engineer. Also helped in the installation of brand new water maker and various piping installations. Serviced bilge pumps, black water pumps and fire pumps. Assisted engineer with several hydraulics installations and service. Kept watches as needed in both the engine room and the wheelhouse. Extensively drove tender at the request of owners and guests. Did several paint jobs that made the yacht looked always in brand new condition. ADDITIONAL WORK EXPERIENCE 57 Manager EXTRA Supermarket Mar del Plata, Argentina March 2000 – November 2008 In charge of stocking, inventory and personnel of all Supermarket divisions. Responsible for up to 27 employees. TRAVELS August 2008 – July 2009 Extensive traveled throughout South America REFERENCES: Name Company Position Phone number E mail Alexander Stevenson M/Y DANIELA II Owner 561 - 647 – 7782 [email protected] Steve Hubbard M/Y INDIGO Captain 954 - 655 - 8667 [email protected] Peter Nord M/Y TAJIN Captain 954 - 610 - 8413 N/A Após o primeiro ano Você conseguiu! Foi comprometido, dedicado e persistente para iniciar no fascinante mundo de iates de luxo. Passou este ano como membro de uma tripulação e aprendeu muito pelo caminho. Fez muitos novos amigos de todos os cantos do mundo e dividiu com eles aventuras, trabalho duro e experiências gloriosas. Recorde um ano ou mais atrás, quando fazia seu curso básico de segurança, quando solicitou o visto corretamente e conseguiu, quando viajou à um novo país em busca de uma futura carreira brilhante, quando ficou na acomodação de tripulação e conheceu pessoas percorrendo o mesmo caminho que você, todas as entrevistas para as quais foi chamado nas agências e todos os emails que enviou para vagas de emprego em diversas páginas da web. Provavelmente você fez algum trabalho diúrno de vez em quando com um amigo da acomodação de tripulação que te ajudou. E finalmente recebeu a esperada ligação. Você estava atento e soube o que dizer e como se expressar. Chegou à entrevista um pouco cedo. Logo, sentindo-se confiante, respondeu às perguntas com honestidade e convicção. Conquistou a confiança do capitão e, melhor de tudo, seu primeiro emprego como membro assalariado de uma tripulação à bordo de um iate de luxo. 58 Você tem fotos dos lugares incríveis que visitou, das praias paradisíacas com águas cristalinas nas quais nadou, dos amigos e aventuras pelas quais passaram juntos, como nunca antes em sua vida. Tudo isso é somente uma fração das memorias que terá após um ano na fascinante indústria de iates de luxo. Quando comparar o custo dos cursos, passaporte, vistos e mudança, com o salário excelente que recebeu após um ano de trabalho, perceberá o quão sábia foi a decisão e com que velocidade o investimento trouxe resultados. A maioria de seus colegas em sua cidade natal ainda está pagando faculdade ou procurando um emprego que pague as contas. Você, por outro lado, teve a oportunidade de ganhar mais do que qualquer pessoa de sua idade trabalhando em terra. Não pagou aluguel, gás ou nenhum custo de uma casa e tem uma ótima poupança no banco. Além disso, você viajou o mundo, visitando os mais exóticos lugares, enquanto trabalhava e se divertia. Levando tudo em conta, vê-se que foi uma decisão sábia. Duvido muito que viraria as costas 59 para ela. Olhando para o futuro, você agora tem bom conhecimento da operação dos iates de luxo, do estilo de vida, e o que fazer e como. Melhor de tudo, você tem uma gama de amigos que te abrirão portas como nunca antes nesta grande indústria. Você tem também seu capitão como sólida referência para colocar em seu currículo de agora em diante. À sua frente estão a oportunidade de conhecer mais iates, mais lugares, mais amigos e obter maiores salários proporcionais à sua dedicação á indústria de iates de luxo. 60 Parte 4 Construindo uma carreira na indústria de iates Sua experiência trabalhando em um iate lhe proporcionou um vislumbre dos tipos de trabalho disponíveis. Não é para todos. Já percebeu que é preciso ser um tipo especifico de pessoa para adaptar-se à vida à bordo e, especialmente, ao estilo de vida em iates. Seja bom ou ruim, após passar um bom tempo velejando em um iate e trabalhando em um ambiente tão diferente de qualquer outro encontrado em terra, pode perceber se será possível adaptar-se à esta área ou não nos anos que seguem. Como qualquer outra função, há dias bons e ruins. Horas para trabalhar duro e horas de relaxamento e diversão. Há pessoas que se dão melhor entre si do que outras. Porém, o mais importante é ter a experiência e saber, em primeira mão, como é estar à bordo e todo o trabalho em equipe necessário para manter a embarcação em bom estado e a tripulação satisfeita. Além disso, você provavelmente teve a oportunidade de conhecer proprietários e hóspedes de iates em certas ocasiões, experimentando a sensação de estar perto das pessoas mais ricas do mundo, que fazem desta majestosa atividade o que ela é. Sem falar nas viagens e no salário acima da média que recebeu enquanto aproveitava esta experiência única. Estando longe de sua cidade natal, pode ser que sinta saudades de sua família e amigos, e talvez seu elo com eles seja forte demais para passar muito tempo longe. Muitos marinheiros trabalham nesta área por períodos de curto e médio prazo, como se fossem freelancers, e só encontram trabalho por alguns meses durante a alta estação no Caribe ou no Mediterrâneo, por exemplo. Outros se tornam membros de tripulação permanentes, podendo passar muitos anos no mesmo iate. Se você sente que esta é sua paixão e, depois de uma breve experiência perceber que não há outro emprego no mundo para você além deste, você tem potencial para fazer da indústria de iates sua carreira profissional. Normalmente são os departamentos de conveses e máquinas que necessitam de profissionais qualificados, e há cursos de treinamento para aprimorar-se e atingir os níveis mais altos destas 61 profissões. Pode-se fazer carreira também no departamento de interior, porém com muito menos tempo de treinamento. No convés principal ou no departamento de máquinas é necessário acumular tempo de navegação para qualificar-se aos cursos necessários em cada nível. Há escolas em Fort Lauderdale que treinam marinheiros para funções na area de iatismo. Uma lista destas e outras escolas se encontram ao final deste livro eletrônico. É possível utilizar seu tempo de navegação para qualquer um destes planos de carreira, mesmo se iniciou trabalhando no convés não será problema mudar-se para o departamento de máquinas, ou vice-versa. Segundo oficial de máquinas pode ser a função perfeita para iniciar sua carreira em maquinário. Esta posição é basicamente a de um assistente, trabalhando no convés, mas que também lida com maquinário de um pequeno iate ou auxilia um chefe de máquinas licenciado. Após algum tempo de navegação, será possivel requerer um AEC, sigla em inglês para Curso de Aprovação em Motores (Approved Engine Course) e estará pronto para entrar no setor de maquinário de iates. Sua experiência pessoal de trabalho lhe proporcionará as verdadeiras habilidades e destreza necessárias para vencer obstáculos que podem vir a ocorrer no compartimento de máquinas. Após mais tempo de navegação é possível receber licenciamento, como o Y4, Y3, Y2 ou Y1. Muitos destes possibilitam trabalhar como chefe de máquinas de um iate, dependendo de seu tamanho e cavalos de potência. Se preferir uma carreira no convés, taifeiro será sua primeira função e, após adquirir mais tempo de navegação e cursos em terra, será possivel crescer mais e mais na indústria de iates. Tornar-se capitão de um iate não requer muito tempo de navegação ou especialização, contanto que se obtenha o licenciamento correto para comandar o tipo de iate no qual deseja trabalhar. Estas licenças têm um limite de tonelágem e quanto maior a tonelágem em sua licença, maior o iate do qual poderá tornar-se capitão. Obviamente, iates muito grandes requerem um capitão com licença “ilimitada” e muitos anos de navegação e experiência. Estes capitães, após muitos anos à bordo de iates, recebem salários altíssimos. Chefes de máquinas também podem vir a ganhar muito bem. Porém, eles têm uma vantágem extra. Há sempre escassez de chefes de máquinas na indústria e, por isso, estes sempre recebem diversas ofertas de emprego. Além dos cursos necessários para obter licenciamento em máquinas ou convés, há também outros cursos que somam à sua experiência profissional e maximizam suas possibilidades de conseguir um bom emprego. Todos estes cursos são oferecidos por instituições de ensino que 62 treinam marinheiros em desenvolvimento de carreira. Você poderá explorar as opções na seção Escolas logo mais. Formação continuada com a MCA A MCA é a organização reguladora que supervisiona atividades de iatismo mundo afora. Ela é a Agência da Guarda Costeira e Marítima (Maritime and Coastguard Agency) do Reino Unido. As escolas e instituições de ensino que ministram cursos para a indústria de iates devem ser aprovadas e licenciadas pela MCA. Muitas das escolas marítimas que oferecem cursos e aulas para iatismo também oferecem cursos para outras carreiras no enorme setor marítimo. A indústria de iates é somente uma das muitas opções que o setor marítimo tem à oferecer. É possível utilizar seu tempo de navegação conquistado em iates para transição de carreira, nas indústrias de rebocadores, navios de carga ou cruzeiros. Porém as licenças, regras e regulamentos necessários para cada indústria não são iguais às da MCA. A Guarda Costeira dos EUA é a organização que regula todos os outros setores nos Estados Unidos. Em outros países, é a respectiva autoridade da Marinha Mercante a responsável pela avaliação e emissão de licenças para candidatos a estas profissões. Os cursos aprovados pela MCA são por vezes caros, porém, levando-se em conta o aumento considerável de salário após a formação, os investimentos valem a pena. Na próxima seção, encontrará detalhes de médias salariais para tripulantes que possuem licenças da MCA para que possa confirmar a afirmação acima. Caso já possua treinamento marítimo de uma instituição reconhecida, como a Academia Naval, é provável que já possua licenciamento da Marinha Mercante com o qual seja permitido navegar. Estas licenças são normalmente chamadas de “licenças comerciais” e permitem trabalhar em várias funções profissionais à bordo de iates que operem sob registro de embarcação comercial. Hoje em dia, cada vez mais iates estão entrando neste setor. Porém com estas licenças os salários são um pouco menores do que com a licença da MCA. Há rumores que, no caso de chefes de máquinas com licença da MCA, e por ventura da escassez dos mesmos, o profissional é quem estabelece seu “valor” em termos de salário. 63 Perfeito! Potencial salarial (todos os valores estão em Dólares Americanos) As diretrizes abaixo demonstram as médias salariais para diferentes funções, tanto licenciadas quanto não licenciadas. Os salários variam de acordo com o tempo de permanência na antiga função, experiência e tipo de licença obtida por cada tripulante. Estas diretrizes devem ser utilizadas somente como referência. Capitão: Um Capitão com 10+ anos de experiência em embarcações que variem de 120 a 200+ pés de comprimento, pode ganhar entre US$8,000 e US$20,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licenças e certificações em dia, longa permanência nos cargos anteriores, fortes habilidades gerenciais, bom histórico com baixo número de turnover de tripulantes, conhecimentos globais e excelentes referências. Capitão: Um Capitão com 5 + anos de experiência em embarcações que variem de 100 a 160+ pés de comprimento, pode ganhar entre US$7,000 e US$15,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licenças e certificações em dia, longa permanência nos cargos anteriores, bom conhecimento de áreas de cruzeiro, bom relacionamento com a tripulação, excelentes referências. Mestre: Um Mestre com 2 + anos de experiência como mestre ou contramestre em embarcações que variem entre 60 e 110+ pés de comprimento pode ganhar entre US$4,000 e US$8,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licenças e certificações em dia, excelentes referências e habilidades, conhecimentos de máquinario. Primeiro Oficial: Um Primeiro Oficial ou Segundo Oficial licenciado que faz a função de Primeiro Oficial com 5+ anos de experiência em embarcações que variem entre 170 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$7,000 e US$10,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Experiência como Primeiro Oficial ou Capitão em embarcações pequenas, excelentes referências, habilidades de gestão, conhecimento de procedimentos de segurança. Oficial Responsável (OOW): Um Segundo Oficial licenciado com geralmente 3+ anos de experiência como Contramestre ou Oficial Náutico em embarcações que variem entre 190 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$7,000 e US$9,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: experiência como contramestre ou oficial náutico, licença mínima de OOW, conhecimentos específicos ou experiência com Gestão Internacional de Segurança e Segurança Internacional de Embarcações e Portos (International Safety Management e International Ship and Port Facility Security), conhecimento das práticas seguras de trabalho. Oficial Responsável (OOW): Um Oficial Responsável licenciado com geralmente 3+ anos de experiência em embarcações que variem entre 150 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$5,000 e US$6,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: experiência como contramestre ou oficial 64 náutico, com licença minima de OOW, conhecimentos específicos ou experiência com Gestão Internacional de Segurança e Segurança Internacional de Embarcações e Portos (International Safety Management e International Ship and Port Facility Security), conhecimento das práticas seguras de trabalho. Oficial Náutico: Um Oficial Náutico com geralmente 3+ anos de experiência em embarcações que variem entre 100 e 170 pés de comprimento pode ganhar entre US$3,000 e US$6,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: 3+ anos de experiência como taifeiro ou contramestre, possuir licenças necessárias, boas referências, ser líder nato e possuir ética de trabalho. Contramestre: Um taifeiro com entre 1 e 3 anos de experiência em embarcações que variem entre 150 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$3,000 e US$6,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: 1 a 3 anos de experiência como taifeiro, possuir licenças necessárias, boas referências, boa postura profissional e ética de trabalho. Taifeiro: Esta é uma função iniciante no departamento de conveses. Licenças e certificados não são obrigatórios. O salário varia de acordo com o tamanho das embarcações, conforme segue: Entre 120 e 200+ pés: US$2,500 a US$4,000. Grandes iates com 5 a 7 taifeiros. Entre 100 e 160 pés: US$2,000 a US$4,000. Iates de médio porte com 1 a 3 taifeiros. Entre 60 e 100 pés: US$2,000 a US$4,000. Iates pequenos com 1 taifeiro multifuncional. Taifeiro / Segundo Oficial de Máquinas (cargo misto): Um taifeiro com no mínimo 1 ano de experiência em embarcações que variem de 80 a 160 pés de comprimento pode ganhar entre US$3,000 e US$5,000 ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: bom conhecimento das responsabilidades de convés e algum conhecimento de maquinário, excelentes referências, habilidade de exercer diversas funções. Taifeiro/ Camareiro(a) (cargo misto): tripulantes exercendo uma destas funções em embarcações que variem entre 110 e 250+ pés de comprimento podem ganhar entre US$2,500 e US$4,000 por mês. Em embarcações variando de 60 a 110 pés, podem ganhar entre US$2,500 e US$3,500 por mês. Devem possuir os seguintes requisitos mínimos: motivação e disposição, excelentes referências, de preferência com STCW, alguma experiência em convés, experiência prévia em hospedágem. Chefe de Máquinas: Um Chefe de Máquinas com 10+ anos de experiência em embarcações que variem entre 180 e 250+ pés de comprimento podem ganhar entre US$9,000 e US$14,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licença MCA mínimo nível Y1 or Y2, longa permanência nos cargos anteriores, excelentes conhecimentos de sistemas de maquinário, elétricos e eletrônicos, ser líder nato, excelentes referências. Chefe de Máquinas: Um Chefe de Máquinas com 5+ anos de experiência em embarcações que variem entre 120 e 180 pés de comprimento podem ganhar entre US$6,000 e US$10,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licenças adequadas, especialista em equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos à bordo, habilidade de solucionar 65 problemas rapidamente, excelêntes referências, bom relacionamento com tripulação e hóspedes. Segundo Oficial de Máquinas: Um Segundo Oficial de Máquinas com 5+ anos de experiência em embarcações que variem entre 190 e 300+ pés de comprimento podem ganhar entre US$7,000 e US$9,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licença MCA mínimo nível Y2 or Y3, habilidades de gestão, excelente conhecimento de sistemas mecânicos, elétricos e eletrônicos, solucionar problemas rapidamente, manter diário de bordo e inventários detalhados. Segundo Oficial de Máquinas: Um Segundo Oficial de Máquinas com menos de 5 anos de experiência em embarcações que variem entre 160 e 190 pés de comprimento pode ganhar entre US$6,000 e US$8,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licenças adequadas para o tamanho e cavalos de potência da embarcação, excelente conhecimento de sistemas mecânicos, elétricos e eletrônicos, solucionar problemas rapidamente, manter diário de bordo e inventários detalhados. Assistente de Máquinas: Um Assistente de Máquinas com ao menos 1 ano de experiência em embarcações que variem entre 160 e 300+ pés de comprimento pode ganhar entre US$3,000 e US$4,500, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: Licença mínima da AEC, ter interesse em aprender todos os sistemas mecânicos à bordo, trabalhar bem em grupo e fazer múltiplas tarefas simultaneamente, disposição para auxiliar qualquer área do iate quando necessário. Comissário(a): Um(a) Chefe de Camareiros(as) com 5+ anos de experiência em embarcações que variem entre 160 e 250+ pés de comprimento, e que esteja atuando como comissário(a), pode ganhar entre US$6,000 e US$9,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: habilidades administrativas, organizacionais e de auditoria detalhada, conhecimentos avançados em informática, gerenciamento de tripulação de interior, coordenação de empreiteiros, entregadores e outros serviços, terbom gosto para decoração de interiores, conhecimentos de ISM e ISPS. Chefe de Camareiros(as): Um(a) Chefe de Camareiros(as) com 3+ anos de experiência em embarcações que variem entre 140 e 200+ pés de comprimento pode ganhar entre US$5,000 e US$9,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: habilidades administrativas, organizacionais e de auditoria detalhada, conhecimentos avançados em informática, gerenciamento de tripulação de interior, excelentes habilidades de serviço ao cliente, ótimo relacionamento com hóspedes e proprietários, habilidade de trabalhar longas jornadas. Camareiro(a) Responsável: Um(a) Camareiro(a) Responsável com 2+ anos de experiência em embarcações que variem entre 100 e 140 pés de comprimento pode ganhar entre US$3,000 e US$6,500, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: primeiro ponto de contato com clientes, excelente relacionamento interpessoal, disposição e discrição, trabalhar bem em equipe, auxiliar no convés ou cozinha quando necessário, habilidade de trabalhar por longas jornadas. Segundo Camareiro(a): Um(a) Camareiro(a) com 1 a 3 anos de experiência em qualquer embarcação de qualquer comprimento pode ganhar entre US$2,500 e US$5,000, ou mais, 66 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: ao menos um ano de experiência em hotelaria como auxiliar do Chefe de Camareiros(as), disposição para aprender e habilidade de seguir instruções. Camareiro(a): Um(a) iniciante sem experiência em iates pode trabalhar em qualquer iate de qualquer tamanho e ganhar entre US$2,500 e US$3,500 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: atitude positiva e ser de personalidade amigável, ter vigor e estar determinado a aprender, disposto a trabalhar por longa jornada. Chef de Cozinha: Um Chef de Cozinha com 3 a 4+ anos de experiência em embarcações que variem entre 150 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$6,000 e US$12,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: formação profissional em instituto renomado de gastronomia, excelentes referências, bom histórico de trabalho, experiência com obtenção de provisões mundo afora e habilidade de montar e seguir orçamento da cozinha. Chef de Cozinha: Um Chef de Cozinha com 2+ anos de experiência em embarcações que variem entre 100 e 160 pés de comprimento pode ganhar entre US$4,500 e US$7,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: formação profissional em instituto renomado de gastronomia, excelentes referências, bom histórico de trabalho, experiência com obtenção de provisões mundo afora e habilidade de montar e seguir orçamento da cozinha. Souschef: Um Souschef com 1+ anos de experiência em embarcações que variem entre 150 e 250+ pés de comprimento pode ganhar entre US$3,500 e US$6,000, ou mais, por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: excelentes habilidades na cozinha, saber planejar cardápios, substituir o chef quando necessário e cozinhar para a tripulação, excelentes referências, conhecimentos em nutrição, habilidade de realizar várias tarefas simultaneamente, pode ser necessário passar por treinamento profissional. Cozinheiro: Um Cozinheiro iniciante trabalha na cozinha de iates entre 60 e 110+ pés de comprimento e pode ganhar entre US$3,000 e US$5,000 por mês. Deve possuir os seguintes requisitos mínimos: disposição para trabalhar longas jornadas em diferentes funções, boa habilidade na cozinha, planejamento de cardápios, cozinhar para tripulantes e hóspedes, excelentes referências, conhecimentos em nutrição, determinação e iniciativa. 67 Glossário de termos de iatismo A À BARLAVENTO – Na direção igual à do vento. À BORDO – No barco ou dentro do barco. À DERIVA – Solto, sem amarração ou cabo de reboque. À MEIA-NAU – No centro ou em direção ao centro do barco. À POPA – Parte de trás do barco, oposto de avante. À RÉ – Parte de trás do barco, atrás. À SOTAVENTO – Em direção oposta à do vento. ABAIXO – Sob a linha d’água. AFROUXAR – Soltar gradualmente. ALHETA – Ponto aonde se unem o costado e o espelho de popa. AMARRA – A corda ou corrente da âncora; última parte de uma corda ou extremidade interior da amarra de âncora. AMARRAR – Atar, fixar. ANCORADOURO – Local propício para anconrágem levando-se em consideração o vento, águas e o fundo do mar. ANDAMENTO – Movimento avante de um barco. ANGRA – Pequena baía, enseada. ANTEPARA – Partição vertical que separa os compartimentos. 68 AO CONVÉS – No convés (não acima dele). APARELHÁGEM – Termo geral que inclui cordas, blocos de cimento, talhas e outros. APARELHO DE FUNDEAR – Termo coletivo para âncora e sua aparelhagem. APARELHO FIXO – Parte afixada de uma corda, excluíndo-se as pontas. ARESTA VIVA – Intercessão do fundo e lados de um barco com formato em v ou plano. ARMAZENAR – Guardar um item em seu local indicado. ASSOALHO – Superfície de um camarim aonde se pisa. ATRACAÇÃO – Disposição que fixa o barco a um embarcadouro ou bóia. AVANTE – Para frente ou à frente. B BALIZA – Objeto flutuante ancorado que marca uma posição na água, perigo ou cardume, também utilizado para atracação. BARCO – Termo vasto. Veículo aquático menor que um navio. Uma definição é pequena embarcação carregada por um navio. BASE – Chão de camarim ou salão. BOBINA – Para guardar uma corda em espiral BOJO – A parte interior do casco abaixo do assoalho. BOLINA – Cabo com os quais se governam as velas do barco. BORDA – Borda dos lados do barco. 69 BORDA LIVRE – Distância vertical mínima da superfície da água a borda do barco. BORESTE – Lado direito quando se olha avante. BOTE – Pequeno barco carregado por embarcações maiores. BRAÇA – Medida de seis pés (1,80m). BRAÇAROLA – Peça vertical ao redor da aresta de uma cabine, escotilha, etc. que previne a água alcançar o espaço abaixo. C CABINE – Compartimento de passageiros. CALADO – Distância vertical entre a superfície da água e a quilha. CAMARIM – Compartimento (geral) CAMAROTE – Compartimento de tripulantes. CAMINHO – Movimento de uma embarcação pela água, por exemplo, avante, à ré ou à deriva. CANA DO LEME – Uma barra ou alça para virar o timão. CARTAS – Mapas de navegação CASCO – O corpo de um barco CASCO DE DESLOCAMENTO – Um tipo de casco que suporta o volume de deslocamento. CASCO DE PLAINAR – Tipo de casco com formato que permite deslizar facilmente sobre a água em velocidade elevada. CATAMARÃ – Embarcação com cascos dos dois lados. 70 CONVÉS – Cobertura permanente sobre um compartimento, casco ou parte destes. CORDA – Cordão ou cabo, geralmente adquirido em lojas comuns. CORRENTE – Movimento horizontal da água do mar. CORRER – Deixar uma corda livre, sem segurar. CORRIMÃO – Barras colocadas acima e dos lados de um camarim para segurança pessoal quando percorrer o barco andando. COZINHA DE BORDO – A área da cozinha de um barco. CUNHO - Peça de metal em forma de bigorna que é afixada nos lugares por onde possam passar os cabos, para dar-se a volta neles. CURSO – A direção de navegação do barco. D DE POPA – Fora do barco ou motor separável armado na popa do barco. DE TRAVÉS – Em ângulos perfeitos em relação à quilha do barco, porém não dentro do barco. DERIVA - Movimento lateral do barco causado por vento ou corrente marítima. DESLOCAMENTO – O volume de água que é deslocado por uma embarcação e é igual ao peso total da mesma. DIÁRIO DE BORDO – Registro de cursos e operações. DIREÇÃO – Lado para o qual se dirige a frente do barco. DOCA – Área aonde barcos são atracados. Equivalente aos termos embarcadouro e cais. DOLFIM DE ATRACAÇÃO – Porto de maior profundidade para embarcações de grande porte. 71 E EMBORCAR – Virar de ponta-cabeça EMBORNAL – Orifícios de escoamento no convés, abaixo das grades de proteção ou no baluarte. ENCALHADO – Tocando ou preso ao solo. ENCHURRADA – Corrente que chega ao barco. ENGUICHO – Um nó para temporariamente atar uma corda a algo. EPIRB – Sigla em inglês para radiobaliza para localização dos sinistros. Sinal de rádio que transmite a posição de alvos. ESCADA DE QUEBRA-PEITO – Escada de corda que dá acesso ao convés, utilizada por pilotos ou passageiros. ESCORA – Local aonde se inserem as correntes da âncora ou de atracamento. Normalmente em forma de U para evitar atrito. ESCOTILHA – Abertura impermeável no convés. ESCOTILHA DE EXPANSÃO – Escotilha que se estende acima do porão que carrega carga líquida. A superfície do líquido é mantida na borda da escotilha, com espaço para expansão que evita o vazamento para o casco e que, em caso de contração, permite manter a mesma proporção e sua consequente influência na estabilidade da embarcação. ESPELHO DE POPA – Secção transversal da popa. ESPIA DE PROA – Cabo amarrado à frente da embarcação. ESTACA – Viga de metal ou madeira presa ao fundo do mar. Embarcações podem ser atracadas à uma estaca; pode ser usado para suporte e proteção de um pier. 72 ESTANDARTE – A bandeira situada à popa de um navio. EXAUSTOR – Tipo de ventilação que remove poeira e fumaça provenientes da costa. O modo mais comum de construção deste tipo de sistema de ventilação consiste em um anel de metal com braços que oferecem suporte a um motor elétrico, o eixo do qual é centralizado no anel. O ventilador é montado no eixo do motor e tem diâmetro um pouco menor ao do anel de metal, para evitar que o ventilador encoste-se ao anel. F FAIXA DE LINHA D’ÁGUA – Linha pintada no casco que indica a linha d’água. FARÓL DE NAVEGAÇÃO – Luzes obrigatórias para barcos em viagem entre o pôr e o nascer do sol. FOGUETE DE SINALIZAÇÃO – Sinal de perigo. FOLGA – Solto; frouxo ou espaço entre duas superfícies. FUNDO EM V – Casco com o fundo em forma de "V". G GABINETE – Pequena cabine. GANCHO peça curvada de metal, aguçada numa das pontas, que serve para agarrar ou suspender algo. GUINAR – Balançar ou divagar do curso. 73 H HEAD – Banheiro de um barco. HÉLICE – Equipamento de propulsão de um barco. I I.C.W. – Baías, rios e canais ao longo da costa que são conectados de modo a permitir que embarcações os atravessem sem ter que ir ao mar. IATE – Embarcação de veraneio; para os Americanos, o nome conjura idéia de tamanho e luxo; pode ser à vela ou motorizado. INCRUSTADO – Equipmento emperrado ou sujo. INSTRUMENTOS DE NAVEGAÇÃO – Objetos artificiais que complementam os marcos naturais que indicam águas perigosas. INTERIOR – No centro de uma embarcação; dentro dela ou motor afixado dentro de um barco. J JUNTA DE EXPANSÃO – Junta que permite movimento linear e serve para permitir adaptação à expansão ou contração devido à temperatura. 74 L LATITUDE – Distância à norte ou ao sul da linha do Equador, mensurada em graus. LAZARETTE – Compartimento de carga situado na popa. LEME – Placa ou prancha vertical que dirige o barco. LINHA D’ÁGUA – Linha pintada no casco que mostra aonde o barco afunda quando está em equilíbrio (veja FAIXA DA LINHA D’ÁGUA). LINHA DE REFERÊNCIA – Uma marca ou linha permanente em um compasso, que indica a direção avante paralela à quilha, quando instalada corretamente. LONGITUDE – A distância em graus ao leste ou oeste do meridiano de Greenwich na Inglaterra. M MARCAÇÃO – A direção de um objeto expressada como um local real no mapa ou relativo à direção na qual navega o barco. MARÉ – Movimento de fluxo e refluxo das águas do mar. MEIA-NAU - Aproximadamente no centro da embarcação. MILHA NÁUTICA – Um minuto em latitude, aproximadamente 6.076 pés – 1/8 mais longo que a milha regulamentar de 5.280 pés. N NÁUTICA – Arte e habilidades referentes às embarcações, de manutenção e reparos a pilotagem, manejo de velas e armação. 75 NAVEGAÇÃO – Arte e ciência de conduzir uma embarcação seguramente de um ponto a outro. NAVEGAÇÃO VIA SATÉLITE – Modo de posicionamento utilizando ondas de rádio, satélites e equipamento de bordo sofisticado e automático. NAVIO – Embarcação de grande porte geralmente utilizada para travessia oceânica ou embarcação capaz de carregar um barco à bordo. NÓ – Amarra que forma uma boça, para atar ou prender um objeto, formar um ilhó ou nó corredio, amarrar uma pequena corda a um objeto ou atar duas pequenas cordas uma à outra. NÓ – Medida de velocidade equivalente a uma milha náutica (6.076 pés) por hora. NÓ DE TREMPE – Um nó em forma de oito que, quando feito na ponta de uma linha ou corda, previne que esta atravesse um ilhó ou bloco. NÓ DIREITO – Nó utilizado para atar duas cordas de tamanho similar. O OLHAL – Um oríficio feito na cabeça de uma agulha, pino, parafuso, etc., ou um arco que forme um oríficio ou abertura pela qual passam-se eixos, corda, ganchos ou pinos. Um exemplo é o olhal na ponta de uma barra de treliça, ou um olhal na ponta de uma corda que compõe a mortalha que passa sobre o calcês. OLHAL ROSCADO – Um parafuso que possua a cabeça circundada por corda ou com um orifício passando pela cabeça. Seu uso é similar ao do olhal comum. P P.E. – Posição Estimada, valor mensurado no mapa em determinados intervalos. PARA O MAR – Sobre os lados ou do lado de fora do barco. 76 PATA (DA ÂNCORA) – Extremidade da âncora PIER – Plataforma de carga que se extende da costa ao mar. PILOTAGEM – Navegação levando em conta referências visuais, profundidade da água, entre outros. PLAINAR – Mover-se sobre a água, ao invés de através dela. PONTE DE COMANDO – Local de onde a embarcação é manobrada e controlada. "Posto de Controle" é mais apropriado para embarcações menores. POPA – Parte de trás do barco. PORÃO – Compartimento de carga abaixo do convés em uma grande embarcação. PORTA DE ENTRADA – Uma grande porta na lateral de navios de três andares, que possibilita a entrada no convés do meio. PORTALÓ – A área por onde se embarca ou desembarca de um navio. PORTO – Ancoradouro. PRIVILEGIADO – Embarcação que, de acordo com regras de navegação, tem prioridade sobre outras (para atracar e zarpar). PROA – Parte da frente do barco. PROTEÇÃO CONTRA ATRITO – Tubo ou tecido que protege a corda de atrito em superfície áspera. Q QUEBRA-MAR – Estrutura de alvenaria que se projeta do cais, protegendo a entrada de um porto. 77 QUILHA- Linha central que vai da frente à ré do barco; suporte principal de uma embarcação. QUILHA PARALELA – Quando o barco flutua em sua determinada corrente marítima, ou quando a linha de quilha esta paralela à sua posição predeterminada. R RAJADA – Vento forte e repentino, geralmente acompanhado de chuva. RASTO – Ondas ou rastro deixado pelo barco quando se move pela água. REFLUXO – Movimento contracorrente da água. REGRAS DE NAVEGAÇÃO – Regulamentos que governam o movimento de embarcações em relação a outras, geralmente chamadas de regras de direção e navegação à vela. RUMO – Direção em que flui a correnteza. S SCOPE – Razão entre o comprimento total da âncora e o comprimento vertical que é medido do barco ao fundo do mar. Normalmente, mede-se 6:1 ou 7:1 em condições meteorológicas favoráveis. SONDAGEM – Ato de mensurar a profundidade da água. T TANQUE DE EXPANSÃO – Tanque localizado abaixo de escotilhas de expansão em um navio petroleiro que permite a expansão do óleo contido no mesmo. 78 TIMÃO – O volante que controla o leme. TIMONEIRO – Pessoa que dirige o barco. TRIM – Direção do balanço de um barco. V VÁLVULA DE ESCAPE – Dispositivo no casco que permite a descarga de resúduos ou água do barco para o mar. VANTE – Compartimento à frente de um pequeno barco. VAPORIZADOR – Auxilia no suprimento de água fresca enquanto repõe a água da caldeira. Ás vezes pode ocorrer o vazamento de água em tubos e caixas de empanque. Neste caso, um apito soará, o escapamento pode se abrir ou pode ocorrer perda de água na caldeira. Estas perdas podem ser sérias, daí a importância do vaporizador, que repõe a água perdida em vazamentos e evita o uso de água salgada. Um vaporizador comum consiste de uma câmara para a qual é transferido o vapor proveniente da caldeira através de tubos em espiral. Água salgada entra nesta câmara e é convertida em vapor que passa sobre o condensador ou receptor. A água remanescente nos tubos espirais, por conta de perda de calor, é enviada de volta ao sistema. VAU - cada uma das traves onde se assenta a coberta do navio VERDUGO – Um amortecedor colocado entre barcos ou entre um barco e o cais, para evitar danos ao casco. VIAGEM – Embarcação em movimento, quando não está ancorada. Z ZARPAR – Levantar âncora, partir 79 LINKS ÚTEIS Escolas de Treinamento Básico de Segurança e cursos da MCA Flórida http://www.mptusa.com/index.html >>>> também ministra cursos da MCA http://www.yachtmaster.com/ >>>> também ministra cursos da MCA http://americanyachtinstitutue.com/ http://www.qualitymaritime.info/ http://fmta.com/ http://www.seaschool.com/ >>>> presente também em Porto Rico, Alabama, Georgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte. http://www.captainschool.com/course-stcw >>>> Presente também no Mississippi, Alabama, Nova Iorque, Virgínia, Nova Jersey e Alasca. 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