Futebol Feminino
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rEVISTA OFICIAL DO SINDICATO DOS JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL N.44 em campo pelos respeito tolerância amizade CARLA COUTO nomeada embaixadora pelo SJPF para o futebol feminino Dossier: Futebol Feminino A ACTUALIDADE E O FUTURO Yannick Djaló Sindicato esclareceu situação do futebolista 1 fairplay verdade solidariedade EDITORIAL 40 anos de História O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) celebrou 40 anos a 23 de Fevereiro. Mais do que celebrar esta data impõe-se evocar o seu passado e perspectivar o futuro. Joaquim Evangelista, Presidente da Direcção O passado é já longo e rico em termos das experiências vividas sempre pautadas pelo lema matricial da defesa dos interesses dos jogadores profissionais de futebol. Ora, isso só foi possível com o trabalho empenhado de um já vastíssimo número de pessoas que, ao longo dos anos, e em várias vertentes funcionais, deram corpo e alma ao SJPF. Para que a memória não nos atraiçoe e os possamos honrar decidimos escrever um livro, “SJPF, 40 anos de História” da autoria de Afonso de Melo e Nuno Dias. De qualquer forma na pessoa dos ex-presidentes agradeço a todos os que de forma directa ou indirecta ajudaram a construir o actual SJPF – Artur Jorge, Agostinho Oliveira, Vasco Gervásio, José Eduardo, Shéu Han, Adelino Barros, José Couceiro e António Carraça, OBRIGADO. Falar do presente e do futuro significa falar das diversas acções desenvolvidas e o posicionamento do SJPF. Neste domínio, não poderá esquecer-se que o SJPF ocupa uma posição relevante nas estruturas do desporto, tanto a nível nacional – sócio ordinário da Federação Portuguesa de Futebol, membro do Conselho Nacional do Desporto, do Conselho para o Sistema Desportivo e do Conselho para a Ética e Segurança no Desporto – como internacional – membro da FIFPro e do Board da FIFPro Division Europe, está representado na Câmara de Disputas da FIFA (DRC) e no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), integra no âmbito da União Europeia o “Diálogo Social para o Futebol Profissional” – pelo que os desafios são enormes e as responsabilidades acrescidas. + 2 SEMANA CONTRA O RACISMO E A VIOLÊNCIA NO DESPORTO Uma iniciativa do Sindicato que honra o futebol e o desporto em particular. No campo das acções recordo, a título de exemplo, que defendemos intransigentemente a valorização do jogador português; criámos o Fundo de Garantia Salarial; realizamos o Estágio para Jogadores Desempregados; prestamos apoio jurídico gratuito nas custas e honorários aos mais carenciados; auxiliamos os jogadores vítimas de acidentes de trabalho; qualificamos os jogadores através do Programa Novas Oportunidades e cursos de formação; realizamos a Semana Contra o Racismo e a Violência no Desporto; ajudamos os mais carenciados através do Fundo de Solidariedade Social; criamos suportes de comunicação que são uma referência, nomeadamente a revista “JOGADORES”, o site www.sjpf.pt e a newsletter; estivemos “sempre” presentes nas situações mais difíceis e sobretudo conseguimos, por mais que isso incomode, ter sempre presente o tema do incumprimento salarial de forma a erradicá-lo. Mas queremos fazer mais e melhor. Fica o compromisso de que tudo faremos na defesa do jogador de futebol mas, não tenhamos ilusões, para que isso se concretize será necessário o esforço e o contributo de todos os jogadores. PARABÉNS e FELICIDADES. Futebol feminino O futebol feminino está em crescente afirmação nacional e internacional. Mas ainda há muito a fazer. Apesar da evolução verificada, lidas as várias opiniões que a revista “JOGADORES” destaca neste edição, o + ABEL XAVIER Como grande campeão que sempre foi, o nosso obrigado por ter acedido dar a cara como embaixador da Semana contra o Racismo e a Violência no Desporto. 3 futebol feminino precisa de mais praticantes, mais apoio e mais visibilidade. Em Portugal muito se têm feito. Os resultados das nossas selecções, dos nossos clubes e o sucesso das nossas jogadores por um lado e, por outro, a dedicação e competência de pessoas, como Mónica Jorge, Nuno Cristovão, António Violante e José Paisana, entre outras, contribuem para projectar a modalidade. O presidente da FPF deu uma ajuda importante e inédita ao incluir Mónica Jorge na estrutura federativa, sinal de que quer a modalidade em posição de ser ouvida e reconhecida. Mas fez mais ao plasmar no seu programa eleitoral um conjunto de medidas ambiciosas. O Sindicato entende que deve associar-se e no que estiver ao seu alcance o futebol feminino e a jogadoras podem contar connosco. Para já ficam algumas das medidas que já concretizámos e outras que pretendemos concretizar: Criação de um departamento de futebol feminino no Sindicato coordenado pelo ex-jogador José Carlos; a nomeação de uma embaixadora para o futebol feminino: Carla Couto – que irá, também, integrar o comité feminino da FIFPro; a criação de um sub-página no nosso site www.sjpf. pt para o futebol feminino; a elaboração nesta revista de um dossier especial; a criação de prémios que distingam as protagonistas do futebol feminino – à semelhança do que já fazemos com os protagonistas masculinos; acções nas escolas e nas autarquias que ajudem a incentivar a prática desportiva feminina sem perder de vista a formação escolar. + CARLA COUTO Agradecer-lhe ter aceite o convite para ser embaixadora para o futebol feminino e desta forma honrar o Sindicato e a modalidade. memória ASF - Agência de Serviços Fotográficos - [email protected], Imagens que fazem história membro ENTREVISTA CARLA COUTO “ “ Temos qualidade, mas não visibilidade! Edição e propriedade SJPF, Rua Nova do Almada, nº 11 3º Esq., 1200-288 Lisboa e-mail: sjpfjpf.pt T: 213 219 590 | f: 213 431 061 Director Joaquim Evangelista Dossier: Futebol feminino P.16 Retrospectiva 2011 P.28 P.10 Prémios P.36 O Rei fez 70 anos. 25-01-2012 Director adjunto Alfredo Ranque Franque Redacção Nuno Dias, Tiago Abreu, Joaquim Evangelista Fotografia ASF, Agência de Serviços Fotográficos; Lusa; Bruno Teixeira Colaboradores Gustavo Pires, João Vieira Pinto, José Neto e Manuel Sérgio Design M&M design Impressão Locape Tiragem 3000 Exemplares Dep. Legal 256825/07 Esclarecimento: Yannick Djaló P.56 Estádio: Rui Barros P. 65 3 Editorial 4 Índice 5 Memória: O Rei fez 70 anos 6 Zoom: Eusébio de parabéns 8 Glórias: Brassard 10 Entrevista: Carla Couto 16 Dossier: Futebol feminino 26 Notícias 28 Retrospectiva 2011 40 Infografia: Balanço da utilização na primeira volta dos jogadores portugueses e estrangeiros nas Ligas profissionais 42 Prémios do SJPF 50 Grupos de trabalho 52 Congresso da FIFPro 53 ONZE REMATES 54 FUTEBOL FEMININO: Prestação de Portugal no Europeu 56 ESCLARECIMENTO: Yannick Djaló 58 OPINIÃO: Manuel Sérgio 59 Clipping 60 Lazer: carros 62 Relógios 63 Consolas 65 O Meu Estádio: Rui Barros 66 Regresso à Infância: Nuno Silva 04 Relógios Grande penalidade convertida por Eusébio, quarto golo do Benfica na vitória sobre o Real Madrid por 5-3. Dois de Maio de 1962, final da Taça dos Campeões Europeus disputada em Amesterdão, na Holanda. Um ano depois de ter conquistado a Taça dos Campeões Europeus (derrotou o Barcelona por 3-2), o Benfica regressou à final da competição mas agora para defrontar o todo-poderoso Real Madrid, onde pontificavam Di Stéfano, Puskás e Gento, entre outros. Nos encarnados Germano, Coluna, Simões, José Augusto e Eusébio ditavam leis e não deram hipóteses à formação merengue. Perante 65 mil espectadores, o Benfica venceu por 5-3 (José Águas, Cavém, Coluna e Eusébio (2) marcaram os golos benfiquistas). No final do encontro, Eusébio ganhou ainda o segundo “troféu” que mais ambicionava: a camisola de Alfredo Di Stéfano. P.62 05 zoom King de parabéns Recuperado dos problemas de saúde que o afectaram no final de 2011 (pneumonia) e no início deste ano (cervicalgia), Eusébio comemorou a preceito o 70.º aniversário rodeado da família e de amigos dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa. Nesta foto, o Pantera Negra surge acompanhado pela mulher Flora, pelas filhas Sandra e Carla e pelos netos Luís Pedro e Maria Carolina. 06 07 GLÓRIAS BRASSARD O antigo guarda-redes do Benfica foi o primeiro jogador português a ter direito a uma pensão vitalícia, incluindo os subsídios de férias de Natal, por incapacidade física permanente, devido a uma lesão numa mão que sofreu num treino do Vitória de Setúbal, na época de 2000/01. Bicampeão mundial de sub-20 (em 1989 e em 1991), Fernando Brassard foi uma das maiores esperanças do futebol português. Porém, em 2001, uma lesão no escafóide obrigou-o a acabar a carreira com apenas 29 anos. Alinhava então no Vitória de Setúbal. Auxiliado pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, iniciou-se então uma longa batalha jurídica, com o futebolista a reclamar uma pensão vitalícia à Desporto Seguro. O caso chegou ao Supremo, com um recurso da companhia de seguros, que argumentava que a apólice não previa casos de incapacidade permanente e que os pagamentos dos prémios não teriam incidido sobre a totalidade dos rendimentos do atleta. O Supremo deu razão ao atleta e a pensão começou a ser paga. “Foi um processo moroso, como é normal em 08 Portugal, em que o mais prejudicado fui eu porque tive de interromper a minha carreira. Estou satisfeito com esta decisão até porque o meu caso tomou proporções tais que levou o Governo a mudar a lei e agora se outros jogadores tiverem o mesmo azar já estão salvaguardados”, afirmou então aos meios de comunicação social. Fernando José Alves Brassard nasceu a 11 de Abril de 1972, em Lourenço Marques, Moçambique. Formado nas escolas do Benfica, Brassard teve a primeira experiência como jogador sénior no Algarve, na época 1990/91, ao envergar a camisola do Louletano, que militava então na II Divisão. A partir daí a sua carreira passou para um nível superior: o primeiro escalão. Jogou então no Marítimo (1991/92), Gil Vicente (1992/93 e 1994/95), Vitória de Guimarães (1993/94), Benfica (1995 a 1997), Varzim (1997/98) Brassard foi patrocinado pelo SJPF na obtenção da pensão vitalícia. e Vitória de Setúbal (1998 a 2000), clube onde viria a terminar, precocemente, a sua carreira de jogador profissional, em virtude de uma lesão. Ao serviço das várias selecções nacionais de Portugal, Brassard coleccionou 80 internacionalizações. No seu palmarés conta com dois títulos de campeão do Mundo de sub-20 (1989, na Arábia Saudita, 09 e 1991, em Portugal), vice-campeão europeu de sub-16 (em 1988, em Espanha), de sub-18 (1988, na Checoslováquia, e em 1990, na Hungria) e de sub-21 (em 1994, em França). Venceu ainda o Torneio Internacional de Toulon, em 1992. Foi ainda distinguido pela FIFA com o troféu ‘Fair-Play’ no final do Mundial de 91. Pelos serviços que já prestou ao futebol português, Brassard foi agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito desportivo (1988), com o Grau de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique (1989), com a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo (1991) e com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2004). Desde 2003 que Fernando Brassard integra os quadros da Federação Portuguesa de Futebol como técnico de guarda-redes. entrevista “ Temos qualidade mas não visibilidade! ” CARLA COUTO Carla Couto vai ser nomeada “embaixadora” do futebol feminino em Portugal. A iniciativa do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol pretende dar maior visibilidade a uma modalidade em crescimento e promover a discussão em torno de algumas questões fundamentais, agora que o futebol feminino está representado ao mais alto nível com a entrada de Mónica Jorge para a Direcção da Federação. “ Ganhámos mais uma batalha com a eleição da Mónica Jorge para a Federação. ” 10 A escolha de Carla não podia ser mais consensual. A actual jogadora da Lazio, uma das muitas emigrantes que faz carreira por esse Mundo fora, tem uma vida dedicada ao futebol feminino e um conhecimento que lhe confere autoridade para ser uma voz viva e ouvida. O orgulho que sente e o amor interminável pela modalidade estão bem expressos na entrevista que se segue. Carla Couto não deixou nenhuma questão… fora-de-jogo! 11 entrevista A que nível está hoje o futebol feminino em Portugal? Infelizmente, ainda num nível bastante diferente em relação a outros países. Temos vindo a trabalhar para um maior desenvolvimento e promoção do futebol feminino em Portugal, têm sido dados alguns passos nesse sentido, mas estamos ainda longe do que pretendemos. No meu caso pessoal, em Itália tenho tido contacto com uma realidade bem diferente e constato que Portugal está, de facto, ainda bastante longe dos patamares mais elevados. Neste momento, contudo, ganhámos mais uma batalha com a eleição da Mónica Jorge para a Federação. É mais um passo que damos, mais um degrau que subimos no sentido de projectar a modalidade. Apesar de tudo, entendo que estamos a criar condições para um maior desenvolvimento do futebol feminino. O que falta, de facto, para esse salto qualitativo? Maior promoção? Mais investimento? Mais clubes? Não menosprezando o trabalho que fazem e a qualidade das minhas colegas que actuam em Portugal, falta maior capacidade de investimento e melhores condições. É preciso apostar mais na promoção e na formação, por exemplo. Aqui na Lazio, para além da equipa A, temos escolas e o escalão Primavera, que também actua na série C… E isso é importantíssimo para que a modalidade cresça. Em Portugal, nenhum clube de referência tem futebol feminino, ao contrário do que que acontece aqui. Em Itália, as equipas de maior prestígio têm futebol feminino e essa é uma excelente propaganda para a modalidade! Os chamados clubes grandes seriam fundamentais para o crescimento do futebol feminino em Portugal, é isso? Não sei se seriam fundamentais, mas eram, com toda a certeza, muito importantes para impulsionar a modalidade. O futebol feminino seria muito mais mediático e haveria maior investimento e mais sponsors, porque, na realidade, não os temos... Todos juntos poderíamos ser uma ajuda preciosa para um maior incremento do futebol feminino. Foi, aliás, por essa razão que aceitei o desafio que me foi lançado pelo Sindicato dos Jogadores… Vai ser embaixadora do futebol feminino em Portugal! Foi com enorme orgulho que recebi o convite do presidente do Sindicato. Tenho 25 anos de carreira e quero dar o meu melhor para ajudar a dinamizar o futebol feminino em Portugal. É o reconhecimento de uma vida e de todo o trabalho e sacrifício que tenho feito. Estou imensamente feliz e muito grata pelo convite. De que forma pode contribuir para dinamizar a modalidade? Sei que tenho muita vontade e que farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a dinamizar o futebol feminino. Não sei, ainda, exactamente de que modo, mas com este desafio que me foi lançado e com a eleição da Mónica Jorge para a FPF, muita coisa pode ser feita. Ter uma representante feminina na Direcção da Federação é algo inédito, histórico! E será importantíssimo, pois a presença da Mónica Jorge no executivo será uma mais-valia indiscutível. É uma pessoa com profundo conhecimento da realidade, tanto em Portugal como no estrangeiro. Vamos poder traçar novos objectivos num futuro próximo. Este convite do Sindicato, aliado à eleição de Mónica Jorge, pode contribuir muito para esse incremento… Sem dúvida! Pelo que falei com o presidente, fiquei com essa sensação. Trocámos algumas ideias e fiquei a saber qual o objectivo que tem. Vamos dar a conhecer mais o futebol feminino, de modo a que as pessoas possam ter outra visão da modalidade. O Sindicato dos Jogadores é uma entidade reconhecida por todos e é de louvar o empenho e este espírito dinâmico e empreendedor em prol do futebol feminino. Será um impulso decisivo em sua opinião? O caminho é bastante difícil, mas se nada for feito nunca será aberto por ninguém! E é isso que pretendemos! Vamos dar os primeiros passos para desbravar novos horizontes e acredito que todos juntos poderemos contribuir para uma maior promoção deste espectáculo. Pelo menos, temos um objectivo comum: abrir novos caminhos e dar outra visibilidade ao futebol feminino em Portugal! Hoje, para sermos profissionais temos de sair do País… 12 Aqui, vivemos do futebol, aí não passaríamos de simples amadoras… Portugal tem grandes atletas e basta ver que, nos últimos três ou quatro anos, saíram cerca de 10 das 18 jogadoras que habitualmente fazem parte da Selecção Nacional… Temos qualidade mas não visibilidade! O Sindicato vai valorizar e dar a conhecer às pessoas o verdadeiro valor das atletas e eu, como embaixadora, sinto-me orgulhosa por estar neste projecto! A Carla, além de embaixadora, prossegue uma carreira que, como disse, já vai em 25 anos… Que ambições ainda tem? No imediato, desejava muito que a Selecção Nacional conseguisse este ano o apuramento para o Europeu; aqui na Lazio, continuarei a dar o meu melhor para dignificar o meu país e conseguirmos a melhor classificação possível. Depois, sinceramente, não sei ainda… Equaciono a hipótese de me retirar no fim da presente época, visto que regressar a Portugal para jogar, infelizmente, não me parece uma opção… Mas o bichinho está cá e gostaria imenso de completar, no próximo ano, 20 épocas ao serviço da Selecção Nacional! Sempre coloquei muitos objectivos a mim mesma e esse é mais um… Só assim foi possível evoluir e fazer esta carreira. Força e capacidade, sinto que tenho! Aliás, tenho sido sempre titular na Lazio! Quando chegar o momento, quero sair a bem e não de forma forçada. E depois, Carla? Gostaria de ficar ligada ao futebol feminino, obvia- “ Em Itália, as equipas de maior prestígio têm futebol feminino e essa é uma excelente propaganda para a modalidade! 13 ” mente. Como embaixadora, treinadora, não sei… Tenho o curso de 2º Nível, gostaria de fazer o de 3º Nível, mas não sei mesmo o que vou fazer depois… Sinto é alguma tristeza quando vejo que os exjogadores ficam ligados à modalidade e connosco isso não acontece… Não por falta de formação ou aptidões, mas porque não há esse espaço em Portugal. Mas os tempos mudam e pode ser que esta nova conjuntura nos permita começar a pensar e a trabalhar de outra forma… Portugal tem, pelo menos, jogadoras com futuro assegurado? Claro que sim, sem dúvida alguma! Há excepções, claro, mas tenho visto muita qualidade nas equipas, mesmo ao nível das sub-19. Mas era importante entrevista que houvesse mais qualidade e maior quantidade. Vamos procurar fazer com que o futebol feminino seja mais falado, que haja mais gente interessada e campo de prospecção. O futebol feminino é bem visto no estrangeiro. Temos jogadoras em Itália, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Islândia… Há qualidade! O facto de termos passado a jogar, obrigatoriamente, em relvado ou sintético foi uma grande ajuda mas é preciso mais investimento e melhores condições para que mais jogadoras possam aparecer e crescer. Eu, pessoalmente, gostaria de abrir uma academia só de futebol feminino! É um sonho que tenho! “ O SJPF é uma entidade reconhecida por todos e é de louvar o empenho e este espírito dinâmico e empreendedor em prol do futebol feminino. um novo espaço de afirmação da modalidade. Concorda? Tenho muita esperança de que, com esta nova conjuntura, algo possa vir a mudar. Pessoalmente, vou trabalhar no sentido de promover, de dar a conhecer e de dimensionar o futebol feminino em Portugal. Essa é uma promessa que gostaria de deixar aqui. Temos de valorizar cada vez mais a modalidade e darmos a conhecer os valores que temos! ” E condições para isso, haverá? Volto a dizer que não é um caminho fácil, até porque ainda há quem olhe de forma fechada e retrógrada para algumas questões. Tem de haver uma revolução de mentalidades! Temos ganho algum espaço, mas ainda falta muita coisa… Quer um exemplo? Porque não são transmitidos todos os jogos da selecção feminina? Sem pôr em causa a Federação, que tem feito tudo o que está ao seu alcance, há ideias que são necessárias incrementar para dar maior visibilidade ao futebol feminino. Nós só falamos do que vemos… Aquilo que não se vê não se comenta, portanto, é fundamental divulgar mais a modalidade para não cairmos no esquecimento. Na vida também é assim… “ Vamos procurar fazer com que o futebol feminino seja mais falado, que haja mais gente interessada e campo de prospecção. O futebol feminino é bem visto no estrangeiro. Em resumo: com um novo enquadramento na FPF; com a aposta do Sindicato e a criação do cargo de embaixadora, podemos estar a abrir 14 ” Currículo recheado Carla Sofia Basílio Couto, nascida em Abril de 1974, tem um currículo invejável. Jogadora federada desde 1990, tem 138 internacionalizações pela Selecção Nacional A de Portugal. Representa actualmente a Lazio (Itália), mas passou por muitos outros clubes. Vejamos: Sporting (1990 a 1992); Trajouce (1992/93); 1º Dezembro (de 1993 a 1997; 1998 a 2002; 2003 a 2011); Futebol Benfica (1997/98); Fhosan Guandzon, China (2002); Lazio, Itália (2011/12). Em 2003, chegou a fazer a pré-época no Arsenal (Inglaterra). Carla Couto tem, contudo, um outro percurso igualmente interessante. Como treinadora, abraçou vários projectos ao longo dos anos. A saber: De Setembro de 2001 até 2003 – Escolas de Futebol do 1º Dezembro; De Dezembro de 2001 até 2004 – Escola de Desporto Paulo Sousa; De 2001 até 2003 – Escola de Formação Hugo Leal; Época 2003/04 – Equipa sénior feminino da Instituição CEBI; Época 2004/05 – Equipa júnior feminino do Olivais e Moscavide; Época 2004/05 – Equipa sénior feminino do AMSAC. E quanto a títulos? Vários… Como jogadora conquistou 10 campeonatos nacionais de futebol 11 e cinco Taças de Portugal. Como treinadora, foi campeã distrital de juniores pelo Olivais e Moscavide. 15 dossier Futebol Feminino É hora de avançar O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) nomeou Carla Couto embaixadora do futebol feminino em Portugal. Este passo e a criação de um departamento interno sob a responsabilidade do vice-presidente José Carlos são apenas o pontapé de saída da aposta do SJPF no futebol feminino. Através destas iniciativas, pretendemos incentivar e promover a prática do futebol feminino. Para o efeito criámos uma subpágina no nosso site (www. sjpf.pt) e ainda prémios para distinguir as melhores futebolistas. Estas terão, por parte do Sindicato, todo o apoio e esclarecimentos que necessitarem. O principal objectivo passa por divulgar e promover a modalidade, sempre numa perspectiva da igualdade de género. Neste dossier dedicado ao futebol feminino procurámos apresentar a sua realidade em Portugal. Para isso recorremos a vários especialistas na matéria. Na capa desta revista está Carla Couto, futebolista da Lázio e da selecção nacional com 25 anos de carreira. Prosseguimos com Mónica Jorge, vicepresidente da Federação Portuguesa 16 de Futebol com o pelouro do futebol feminino, com Carla Cristina, antiga internacional AA, com Rita Fontemanha, capitã da selecção de sub-19, com António Violante, actual seleccionador nacional da selecção principal, com José Paisana, seleccionador nacional de sub-19, com Nuno Cristóvão, actual treinador do 1.º de Dezembro, e com José Carlos, vice-presidente do SJPF e responsável pelo departamento de futebol feminino no Sindicato. Todos eles, sem excepção, acreditam que a modalidade tem futuro em Portugal. Todavia têm uma certeza. É preciso maior capacidade de investimento e melhores condições. É inevitável apostar mais na promoção e na formação. É fulcral que mais clubes – o papel dos chamados grandes seria importantíssimo – acreditem na modalidade. Esse facto permitiria uma maior captação de patrocínios. Uma das missões mais “espinhosas” é aumentar o número de praticantes. Um objectivo difícil mas que será possível com passos seguros e sustentados e com o apoio de todas as entidades com responsabilidades no futebol feminino. Há muito para trabalhar nesse campo e o SJPF não fugirá às suas responsabilidades e ao seu trabalho nesta área. É necessário promover o futebol feminino junto das escolas, das autarquias, das associações, do Governo, dos clubes… Há cada vez mais futebolistas portuguesas ao serviço de clubes estrangeiros. Ou seja, há matéria-prima de qualidade e com talento. Por isso, é 17 preciso apoiá-las e dar-lhes condições para mostrarem o seu valor. É imperioso existir uma mudança de atitude e de mentalidades para que a modalidade possa dar o tão desejado salto. Como diz nesta edição Nuno Cristóvão, o futebol feminino “é a vertente do futebol que mais pode crescer”. O SJPF acredita e tudo fará nesse sentido. dossier MÓNICA JORGE directora da FPF para o futebol feminino Mónica Jorge é um nome incontornável quando se fala de futebol feminino em Portugal. Mais ainda, depois de ter sido convidada para integrar a actual Direcção da FPF como responsável pela modalidade. Um passo que pode ser decisivo para o salto… quantitativo que o futebol feminino precisa de dar. Mónica Jorge está optimista. E muito motivada. Que radiografia faz do futebol feminino em Portugal? Não está no nível que gostaríamos mas, se me é permitida expressão, está no ponto de rebuçado, ou seja, com esta nova estrutura na Direcção da Federação e com as medidas que podem vir a ser implementadas, o futebol feminino está no caminho certo para poder crescer e desenvolver-se. Há muito para ser trabalhado mas o futebol feminino já tem o seu espaço na Federação e, por essa razão, acredito que tudo vai melhorar. Estando agora na Direcção da FPF, de que forma pode contribuir para essa melhoria de que fala? Será mais fácil o futebol feminino ser ouvido e reconhecido. Mesmo que eu não estivesse neste cargo, sinto que esta nova estrutura directiva tem enorme respeito pela modalidade. O “ O objectivo é aumentar o número de praticantes. nosso presidente tem grande expectativa em relação ao futebol feminino. O facto de passarmos a ter alguém da classe na Direcção é inédito e é mais um passo importante que damos na procura do sucesso e da implementação dos projectos que merecem ser ouvidos e discutidos amplamente. Na prática, o que pode ser feito para melhorar e dar outra visibilidade ao futebol feminino? O objectivo é aumentar o número de praticantes. Essa é uma medida essencial e que já foi falada e discutida diversas vezes. Temos agora de encontrar as melhores estratégias para incrementar a modalidade e cumprir esse desejo, que é fundamental. Mas não vai ser possível fazer isso em um, dois ou três anos… Tem de ser um projecto bem feito e a médio ou longo prazo. É importantíssimo aumentar o número de praticantes e fazer com que as atletas se sintam motivadas. Em sua opinião, como se desbrava esse caminho? De que forma se consegue aumentar o número de praticantes? Promovendo o futebol feminino junto das escolas, das autarquias, das associações de futebol, que têm, em meu entender, muita responsabilidade nesta matéria. Especialmente nos escalões abaixo das juniores. Tem de haver um projecto com essa base, pensando na prática desportiva da mulher, das raparigas, das crianças. Há que sensibilizar, também, os clubes para essa realidade. Há que mudar mentalidades e fazer com que os próprios pais valorizem a prática do futebol feminino. Atrás disso vêem outras medidas… Não falo na profissionalização da modalidade, 18 mas numa maior credibilização e seriedade dos campeonatos. Como? Com melhores treinadores, melhor formação, melhores condições para a prática desportiva. Os quadros competitivos precisam de ser alterados? Não… Foram alterados há dois anos e parece-me que o básico está feito. Temos é de pensar em melhorias, até porque as realidades vão mudando de ano para ano. A escassez financeira começa a afectar os clubes e temos de nos ajustar às realidades… Temos 10 equipas na I Divisão e, sendo nós um país pequeno e que não é rico, acho que está correcto. Daqui a dois ou três anos, consoante a realidade, logo se vê de devemos aumentar esse número. Vamos caminhando e fazendo a devida reflexão. A II Divisão também me parece que está ajustada à realidade, mas poderemos eventualmente melhorar e criar mais do que três grupos, para evitar tantas despesas e tantas deslocações… Dar maior visibilidade, atraindo patrocínios e sponsors, é igualmente fundamental? Claro, a imagem é muito importante. Uma das coisas que melhorou muito nestes últimos três anos foi, precisamente, a imagem da jogadora de futebol. Por um lado, porque os resultados da selecção ajudaram; por outro, porque temos cada vez mais jogadoras a emigrarem para as melhores ligas europeias. Mas não basta. É importante desenvolver mais a imagem em redor do futebol feminino e das jogadoras individualmente. Creio que, apesar de tudo, hoje já há uma melhor aceitação da mulher no Desporto e as próprias mães já acompanham mais as suas filhas. Hoje já recebo inúmeros emails de mães de jogadoras que deixaram o futebol misto, até aos 11 anos, à procura de clube para elas poderem dar seguimento às suas carreiras. Há uns anos isto não acontecia. Há uma nova geração de pais e de filhos e isso será muito benéfico para o futebol feminino. A jogadora portuguesa tem talento e qualidade… Sim, sem dúvida. Temos talento e qualidade! E a selecção tem crescido com isso também? Claro que sim! O que me parece é que, na pouca quantidade que ainda temos – mas que espero, nos próximos, possa crescer – há muita qualidade! A nossa selecção não vai às fases finais, mas desperta o interesse de outras ligas europeias, apenas pelos jogos e pelos torneios em que participa. Ou seja, esses jogos são suficientes para os treinadores estrangeiros acreditarem e apostarem na jogadora portuguesa. Mas isso não vai acabar por beneficiar também a selecção? Eu acredito que sim. Está a aparecer uma geração muito nova e com muita qualidade, nas sub-17/sub-19, e há muita menina com imensa qualidade que vem do futebol misto. Se continuarem a evoluir assim, podem ir muito longe e daqui a 10 anos estarão a um nível muito elevado. Mais tarde ou mais cedo vamos conseguir uma importante qualificação e, a partir daí, os media vão estar muito mais abertos e atentos. Vejo que está muito optimista… Este desafio motiva-a mais ainda? 19 ” Foi com muito gosto que aceitei o convite e é uma oportunidade única de termos alguém a representar o futebol feminino na Direcção. O Sindicato dos Jogadores vai criar o cargo de “embaixadora” do futebol feminino. É outro apoio importante? É importantíssimo! As jogadoras têm, também elas, as suas carreiras e defendem a bandeira nacional até ao limite, portanto, todos estes apoios são fundamentais para a tal mudança de atitude e de mentalidades a que me refiro. O facto de o Sindicato ter decidido, agora, enaltecer o papel da jogadora nacional é muito importante. O convite para eu integrar a Direcção, se calhar, acaba por alertar outras entidades… Só tenho de agradecer ao Sindicato esta iniciativa. dossier CARLA “ CRISTINA ANTÓNIO VIOLANTE Tudo deve começar nas escolas ” ex-internacional da selecção nacional Carla Cristina foi guarda-redes. Retirou-se há duas temporadas, depois de ter alinhado no Terras da Costa, Sporting, Futebol Benfica e 1º Dezembro. Somou 82 presenças na Selecção Nacional. Continua atenta ao futebol feminino e vislumbra “uma diferença importante” e que aponta para o desenvolvimento da modalidade: “as jogadoras portuguesas estão cada vez mais a sair para o estrangeiro e isso o futebol feminino. As mulheres portuguesas sabem jogar futebol! Devemos trabalhar para haver mais equipas de futebol de 11”, afirma. Quanto à nomeação de Mónica Jorge para directora do futebol feminino na FPF, Carla Cristina não tem dúvidas: “Passa a existir uma pessoa que está preocupada, apenas, com as questões do futebol feminino e isso vai abrir mais portas.” RITA FONTEMANHA “ Adorava ser profissional… em Portugal António Violante (re)assumiu recentemente a Selecção Nacional A. E, pelos primeiros contactos, percebeu que “há uma evolução clara” no futebol feminino em Portugal. José Paisana é o responsável pela equipa nacional de sub-19 e considera que “a formação está no bom caminho”. António Violante voltou a trabalhar com o futebol feminino e classifica como “bastante bom” o trabalho que foi feito pela Federação, aliado às melhorias que houve no quadro competitivo. “As equipas treinam mais e, dessa forma, a qualidade do futebol melhora e isso reflecte-se na Selecção Nacional”, argumenta António Violante. “Em 1993, quando por aqui passei, era tremendamente difícil juntar as jogadoras. Como não são profissionais, era complicado juntá-las… As dispensas eram difíceis. Hoje já temos mais concentrações e isso só beneficia o trabalho das selecções nacionais”, esclarece. José Paisana lembra que é imperioso ” Rita Fontemanha é a capitã da equipa nacional de sub-19. Aos 19 anos integra o plantel do Boavista e joga como médio centro. Uma jovem esperança do futebol feminino e que, um dia, “adorava ser profissional… em Portugal”. O gosto pela modalidade surgiu em pequena. Rita recorda, no entanto, que nem tudo foi simples para começar ser limadas” para que a modalidade dê o salto qualitativo que todos pretendem. “Penso que a divulgação da modalidade tem vindo a aumentar progressivamente. No entanto, necessitamos de todo o apoio e visibilidade para continuarmos a crescer e a evoluir”, sublinha. “Os clubes têm tido um papel fundamental neste campo, pois proporcionam cada vez mais e melhores condições às atletas”, enaltece a capitã das sub-19 nacionais. Ao olhar para a realidade das com- 20 petições nacionais, Rita Fontemanha deixa uma mensagem de esperança: “Ao longo dos anos a competitividade, tanto no campeonato nacional como nos campeonatos de promoção, tem vindo a aumentar devido a uma maior adesão das raparigas a esta modalidade. Ainda assim, precisamos de melhorar a formação das jovens jogadoras para que não saltem etapas importantes no seu crescimento, de modo a que possam chegar com mais bases e conhecimentos ao escalão máximo”, conclui. aumentar o número de praticantes. “É fundamental promover o trajecto de formação da jovem jogadora, colocar o futebol misto até aos sub-15, apoiar as Associações Distritais na promoção de competições em idades mais baixas e criar a Selecção Nacional de sub-17” para melhorar o campo de recrutamento e, por consequência, a qualidade.” Para António Violante “hoje já há uma base maior de recrutamento” e que a Selecção A “tem muita gente jovem”, porque a aposta na formação começa a dar bons resultados. “Antigamente não havia formação no futebol feminino e isso dificultava”, lembra. Segundo José Paisana “tem de haver parcerias entre o Ministério da Educação/Desporto Escolar e a FPF, que promovam e incentivem as actividades distritais e nacionais para o Futebol de 7 e que reorganize os quadros competitivos, estimulando as raparigas para a prática do futebol” afirma o seleccionador nacional de sub-19. JOSÉ PAISANA seleccionador nacional de sub-19 capitã da selecção nacional de sub-19 a jogar. “Não foi particularmente fácil, pois quando era mais nova tinha o sonho de integrar uma equipa feminina e, infelizmente, a zona onde morava não era rica em clubes”, revela. “Anos mais tarde, contudo, a escola que frequentava abriu uma escola de futebol feminino e achei que era a oportunidade perfeita”, relembra. Hoje, Rita Fontemanha sente que ainda “existem muitas arestas que precisam ” seleccionador nacional em Portugal? “Com mais clubes e maiores investimentos”, sugere. “Se houver uma pesquisa mais cuidada e forem dadas melhores condições às raparigas, haverá certamente mais atletas, clubes e apoios. E é nas escolas que tudo deve começar”, sublinha Carla Cristina que, apesar de tudo, considera que “houve algumas alterações importantes” nos últimos anos. “Hoje, o Desporto Escolar já abrange melhora o rendimento da Selecção Nacional”. No seu entender, “em Portugal as atletas não atingem esse patamar porque a conjuntura não permite”. Mas o facto de serem contratadas para jogar noutras ligas, “aumenta o rendimento de cada uma delas e, por consequência, os resultados da selecção”. Como mudar, então, a realidade “ Hoje há uma base maior de recrutamento espera mudança de mentalidades Muito do trabalho que pode ser feito para o tal aumento do número de praticantes e consequente crescimento do futebol feminino passa, claro está, pela Federação. Daí que o nome de Mónica Jorge seja incontornável. António Violante e José Paisana são ambos dessa opinião… “É particularmente importante haver um elemento na Direcção da FPF que está muito por dentro de tudo o que se passa em Portugal e na UEFA e que tem imensa sensibilidade para os problemas. A Mónica Jorge tem feito muito bom trabalho e hoje há muito mais organização! Conhecendo bem a realidade, pode fazer um trabalho fundamental para as melhorias que 21 pretendemos”, afirma António Violante. O técnico das sub-19 concorda: “A professora Mónica está na FPF há muitos anos e tem dado um contributo determinante para o desenvolvimento e evolução da modalidade. Todos nós acreditamos que ter uma directora para o futebol feminino será fundamental para a concretização de algumas medidas decisivas que não foram tomadas até agora”, diz José Paisana. O futuro do futebol feminino em Portugal parece estar, pois, assegurado. Assim sejam tomadas as medidas que todos reclamam… “Tem de existir uma mudança de atitude e de mentalidades para que a modalidade possa dar o tão desejado salto”, sintetiza José Paisana. Uma ideia que é reforçada por António Violante… “O percurso está a ser feito e as sementes estão lançadas. Mas há que fazer mais e melhor para que sejam encontrados outros talentos”, sugere o seleccionador. dossier NUNO CRISTÓVÃO TREINADOR DO 1º DEZEMBRO Ilídio Vale foi o homem do leme. O seleccionador/treinador que conduziu os sub-20 ao vice-campeonato na Colômbia. Foi ele quem apelidou esta jovem geração de... coragem. Meses depois do sucesso, Ilídio Vale explica os quês e os porquês e espera Nuno Cristóvão é um nome desde há muito associado ao futebol feminino. Treinador do 1º Dezembro, equipa que tem dominado no panorama nacional, já desempenhou funções de seleccionador e tem, por isso mesmo, uma visão bem sustentada da realidade. “Optimista por natureza”, acredita que a modalidade tem… futuro! “O futebol feminino é a vertente do futebol que mais pode crescer”, garante. A radiografia está feita. Falta, apenas, incrementar mais medidas para que o futebol feminino dê o tão desejado salto. “Precisamos de ter mais jogadoras federadas, atendendo à quantidade de mulheres e raparigas que gosta de jogar futebol em Portugal. Vejo isso todos os dias nas escolas… Mais jogadoras permitem que apareçam mais clubes e, se a base de recrutamento for maior, o topo vai ter obrigatoriamente mais qualidade”, justifica Nuno Cristóvão, consciente que a conquista não entre, apenas, para a História do futebol português mas que seja, antes, uma porta de entrada para para o profissionalismo para estes jovens jogadores. de que a nomeação de Mónica Jorge para directora do Futebol Feminino é uma medida importantíssima para o desejado crescimento. “ É a vertente do futebol que mais pode crescer! ” “É a primeira vez na história que o futebol feminino tem acesso directo a quem decide. E o futebol feminino funciona se os presidentes acreditarem! Seja ao nível da Federação, seja ao nível das associações ou dos clubes. Tudo leva a crer que a escolha da anterior seleccionadora tem em mente o desenvolvimento do futebol feminino”, assegura. Treinador desde 1985, ocupou o cargo de seleccionador em 2000, facto que lhe permitiu tomar contacto com diversas realidades. “Criei o Plano de Desenvolvimento para o Futebol Feminino que deveria ter sido implementado na década seguinte. Com que bases? Tem de existir ligação entre a estrutura federada, a estrutura escolar e a estrutura autárquica. Sem esses três pólos não é fácil desenvolver o futebol das mulheres e das raparigas, que tem tantos constrangimentos e tantos preconceitos… Sem isso dificilmente vamos aumentar o número de praticantes. Porque o resto virá por acréscimo”, explica Nuno Cristóvão. “Estou bastante optimista e acredito que, daqui a 10 anos, não vamos estar a falar das mesmas questões que falávamos há 10 anos quando passei pela Federação…”, acentua, reconhecendo que houve, entretanto, algumas melhorias significativas. “Passámos a ter selecções mais jovens, torneios interassociações, os 22 sintéticos e os relvados foram um passo importante, bem como a reformulação dos quadros competitivos. E com duas medidas administrativas apenas, conseguimos aumentar o número de jogadoras em 70 por cento, ou seja, de 1000 para 1700 praticantes, sem custos financeiros!”, lembra Nuno Cristóvão, reforçando a ideia de que “há condições para desenvolvermos mais ainda o futebol feminino”. Um olhar sobre a realidade actual permite tirar algumas conclusões importantes. “Existe qualidade suficiente para termos outro tipo de audiência. Temos uma grande quantidade de jogadoras que, todos os anos, são chamadas para jogar nas grandes equipas da Europa”, observa, sem deixar de frisar que, ainda assim, “faltam muitas coisas”... E aponta exemplos: “Basta ver que no 1º Dezembro treinamos as 21h30 e terminamos às 23 horas… A dificuldade que há para treinarmos a horas mais decentes é um obstáculo importante… Mais apoios financeiros também ajudam a tornar as equipas mais fortes e mais competitivas… E tudo isto se reflecte depois nas selecções nacionais, obviamente.” Carla Couto, na entrevista que nos concedeu, defende que a adesão dos chamados clubes grandes à modalidade poderia ser uma (outra) medida importante. Nuno Cristóvão concorda em absoluto. “Veja-se o exemplo do futsal… Quando os “grandes” começaram a aparecer, o futsal disparou em número de praticantes! Porque em Portugal as pessoas gostam, essencialmente, dos seus clubes e aderem…”, justifica, sublinhando que esse “é um dos factores” que poderia ser decisivo. Uma coisa é certa: a prospecção e o crescimento do número de pratican- 23 tes são passos que têm de ser dados e este novo espaço que se abre com a chegada de Mónica Jorge à FPF pode ser determinante. “O 1º Dezembro é dos poucos clubes que tem equipa de formação e tem na sua Direcção uma antiga jogadora internacional (Maria João Xavier), portanto, temos lutado muito para isso”, destaca Nuno Cristóvão. “O caminho é por aí. No nosso plantel, 14 das 21 jogadoras foram formadas no clube!”, lembra, sem deixar de alertar, contudo, para certas dificuldades que ainda se colocam aos clubes de menores dimensões. Questões financeiras, claro está… O futebol feminino do 1º Dezembro tem um orçamento que ronda os 25 mil euros, verba que, esta época, “foi conseguida, em grande parte, pela participação na Liga dos Campeões”. A prova – que reuniu, em Sintra, 1º Dezembro, MTK (Hungria), Asa Telavive (Israel) e Liepajas Metalurgs (Letónia) – foi organizada pelo clube, que quase conseguiu o apuramento para a fase seguinte (ficou em segundo, atrás do Asa). Uma nota final, igualmente em jeito de alerta, para outro entrave (financeiro, obviamente) que precisa ser revisto a muito curto prazo. “A transferência de uma jogadora portuguesa vinda do estrangeiro para um clube nacional custa mais do que inscrever todo o plantel!”, conta Nuno Cristóvão, revelando que o valor pedido (1065 euros) em comparação com a inscrição de cada atleta (37,50 euros) “não faz qualquer sentido!”. Cada vez mais jogadoras portuguesas no estrangeiro Jogadores seleccionáveis para a selecção AA e Sub-19 que jogam fora de Portugal (algumas são luso portuguesas). ESPANHA Espanhol – Sónia Matias (DFE) Saragoça – Edite Fernandes (AV); Ana Borges (ED/DF); Cláudia Neto (MC), Jamila Marreiros (GR) Estartik – Carolina Mendes (AV) CD Universidad Alicante – Sofia Vieira (MC) EUA University of Texas at Brownsville – Laura Luís (AV) University of Texas at Brownsville – Mónica Mendes (DF) NY Flash/Buffalo – Kimberly Brandão (DFC) UC Florida – Andrea Rodrigues (EE/AV) Rugters – Erica Sousa (MC) Jacksonville University - Adriana Rodrigues (MC) CANADÁ Erin Mills SC – Stefanie Barcelos – (MC) FRANÇA Juvisy – Mélissa Gomes (AV) PSG – Mariane Amaro (DF/MC) SUÍÇA Basileia – Stefanie da Eira (MC) FC Zurique – Sara Garcia (DF/MC) ALEMANHA Duisburg – Dolores (MC) SGS – Carole Costa (DFC); Ana Leite (AV) ITALIA Lazio – Carla Couto (AV) dossier JOSÉ CARLOS Vice-presidente do SJPF e responsável pelo departamento de futebol feminino O Futebol Feminino Este tema é para nós, Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), enquanto representantes dos Jogadores de Futebol motivo de grande interesse. Sendo este Sindicato um espectador muito atento a tudo o que ao futebol diz respeito não podíamos ficar indiferentes à evolução que o Futebol Feminino tem vindo a ter. Pretendemos não só no imediato, como também no futuro, associarmo-nos a este crescimento e participar de uma forma activa e construtiva no desenvolvimento da mesma. Conscientes de que estamos perante um desporto de minorias pretendemos também ajudar ao aumento da notoriedade e reconhecimento que a modalidade merece, nomeadamente através do nosso site e da nossa revista. “ Conscientes de que estamos perante um desporto de minorias pretendemos também ajudar ao aumento da notoriedade e reconhecimento que a modalidade merece. ” Sabendo o SJPF da preocupante lentidão do desenvolvimento e da participação das mulheres no futebol, fazemos questão de estar envolvidos ou criar projectos que ajudem a combater a discriminação e que apliquem os princípios da igualdade. Queremos que as atletas façam parte da nossa equipa, que se associem, que possam ter ao seu dispor todos os nossos serviços, projectos, parcerias e toda a experiência de um Sindicato com 40 anos ao serviço dos jogadores. Para colocarmos em prática as nossas intenções criámos um departamento para o Futebol Feminino, do qual faço parte, constituído ainda por uma ex-atleta internacional, tendo como objectivo imediato visitar todos os 24 clubes, divulgar a iniciativa, associar as atletas, detectar os problemas e criar condições para os resolver. Depois do desafio que foi para mim a promoção e a divulgação do programa Novas Oportunidades a nível nacional eis que me é proposto pelo nosso presidente Joaquim Evangelista este outro de cariz completamente inovador e por isso mesmo tão aliciante. Ter a responsabilidade de sensibilizar e de trazer para a nossa causa pela primeira vez este grupo de atletas é para mim um enorme desafio que encaro com a maior motivação e que farei com grande sentido de missão. Espero sinceramente que no fim deste desafio possamos dizer que a equipa do SJPF conquistou mais uma vitória! 25 notícias notícias Danny falha Europeu O internacional português Danny que alinha no Zenit de São Petersburgo lesionouse com gravidade no joelho direito e vai ficar fora da competição nos próximos oito meses, o que significa que falhará a fase final do Euro 2012. Segundo informações divulgadas pelo clube, Danny fez uma rotura completa do ligamento cruzado anterior do joelho direito, com afectação do menisco. O infortúnio aconteceu num treino em Florença, onde a formação russa estagiou. A lesão foi diagnosticada numa clínica da referida cidade italiana, e implicará uma recuperação de oito meses. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), lamenta o sucedido com o internacional português e aproveita para desejar as rápidas melhoras do homem e do jogador. Força Danny! Tragédia no Egipto Pelo menos 74 pessoas morreram e mil ficaram feridas num jogo de futebol da primeira divisão egípcia realizado em Port Said entre o Al Ahli, equipa treinada por Manuel José, e os anfitriões do Al Marsi. Uma invasão de campo degenerou em violentos confrontos, mas muitas pessoas perderam a vida no pânico que se gerou nas bancadas. A federação egípcia de futebol suspendeu todos os jogos da Liga por tempo indeterminado. O SJPF expressa profundo pesar pelas dezenas de mortes ocorridas em Port Said e associa-se na condenação da violência. Joaquim Evangelista contactou Abdel Ghany, presidente do sindicato do Egipto, e transmitiu-lhe total solidariedade institucional. Mário Figueiredo preside Liga de Clubes Mário Figueiredo, advogado de 45 anos, é o sucessor de Fernando Gomes à frente dos destinos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). No sufrágio para a presidência do organismo, Mário Figueiredo levou a melhor sobre António Laranjo (27 votos contra 21 do candidato derrotado). Pelo mesmo parcial, André Dinis de Carvalho e Júlio Gomes foram eleitos presidentes da Mesa da Assembleia-geral e da Comissão Disciplinar, respectivamente. Mário Silvares de Carvalho Figueiredo, casado e pai de três filhos, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra, possui um MBA em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e nos últimos anos exerceu um conjunto de missões de âmbito jurídico na Liga. No seu programa de candidatura à presidência da Liga realce para as propostas de alargamento da I Liga e para o renegociamento dos direitos televisivos com o objectivo de proporcionar mais receitas para os clubes. Fernando Couto inicia carreira de treinador na Índia Gala FIFA/FIFPro O melhor jogador de 2011 voltou a ser o argentino Lionel Messi, deixando para trás o português, Cristiano Ronaldo e o seu companheiro de equipa do Barcelona, Xavi. O argentino ganhou o prémio pela terceira vez consecutiva, igualando o feito do francês Michel Platini, actual presidente da FIFA. Já Cristiano Ronaldo, tal como no ano passado, foi o único português a ser distinguido com a presença no onze ideal da FIFA, no ano de 2011. 26 O antigo futebolista Fernando Couto, exdiretor desportivo do Sporting de Braga, foi contratado pelo Howrah, da Índia, por cerca de 180 000 euros. Num leilão realizado para escolher os melhores jogadores e também treinadores do torneio, que apenas contará com cinco equipas, Fernando Couto foi “leiloado” para dirigir o Howrah. Fernando Couto terá na sua equipa o francês Robert Pires, de ascendência portuguesa. O nigeriano Samson Siasia será o treinador do Durgapor (160 000 euros), o islandês Teitur Thordarson do Barasat (152 000 euros), o inglês Peter Reid do Kolkata (152 000 euros) e o boliviano Marco Etcheverry do Siliguri (152 000 euros). 27 Balanço de 2011 Retrospectiva JANEIRO FEVEREIRO SJPF em Bruxelas Dois mil e onze começou com o estigma da crise mas o SJPF não se demoveu dos seus princípios básicos e naturalmente e delineou o plano de trabalho. Assim, a instituição esteve presente em Bruxelas no European Professional Sportspeoples’ Forum e na Assembleia da FIFPro Divisão Europa. No primeiro evento foram abordados vários assuntos como a integridade dos desportos; a corrupção; o Doping; a Educação - a segunda carreira de jogadores, entre outros. Já na Assembleia da FIFPro os temas tratados prenderam-se com o relatório da Assembleia-Geral de 2010, o planeamento da Divisão Europa 2011; o Diálogo Social e a cooperação com a UEFA. SJPF de parabéns Diego e Bock distinguidos pelo Sindicato Gala FIFA/FIFPro A fechar o mês de Janeiro realizou-se a Gala FIFA/FIFPro, evento que distingue os melhores entre os melhores. Cristiano Ronaldo integrou o onze ideal de 2010 e José Mourinho foi considerado o melhor treinador do mundo. Dois exemplos de que em Portugal há muita e boa qualidade no que ao futebol diz respeito. O Sindicato comemorou 39 anos de existência. Continuando a apostar nos valores que fizeram valer a sua constituição nunca parando de evoluir e de se assumir, com intransigência, na defesa do profissional de futebol e do próprio futebol. O Sindicato continuou a promover os melhores jogadores todos meses do campeonato e em Fevereiro, o guarda-redes Diego, do Vitória de Setúbal, recebeu o prémio de melhor jogador da I Liga. O palco da entrega do galardão foi o Estádio do Bonfim, em Setúbal, onde o jogador em conferência de imprensa se mostrou orgulhoso e feliz com a distinção. No segundo escalão do futebol português, realce para Bock, do Freamunde, que foi considerado pelo SJPF o melhor jogador de Fevereiro na sempre competitiva II Liga. Eusébio homenageado O Pantera Negra foi homenageado pela Federação Portuguesa de Futebol, no seguimento das comemorações dos 50 anos da chegada de Eusébio a Portugal. 28 29 Balanço MARÇO ABRIL Acidentes de trabalho O Sindicato foi ouvido na Assembleia da República pelos partidos políticos, por causa da Proposta de Lei 43/XI que estabelece o regime relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais. Esta proposta foi chumbada na votação pelos partidos políticos não demovendo porém o Sindicato de continuar a defesa do jogador de futebol. Estatutos da FPF aprovados Plantel em greve Nani, eleito o melhor O mês de Abril ficou marcado pelo aviso prévio de greve do plantel da União de Leiria, que implicaria faltar ao jogo da 27.ª jornada ante o Portimonense. O plantel leiriense já estava há vários meses sem receber e por isso o pré-aviso anunciado pelo Sindicato. Felizmente a greve não aconteceu – os pagamentos em falta foram regularizados. O internacional português que alinha no Manchester United foi eleito o melhor jogador jovem na 1.ª Liga inglesa. Mais um exemplo de que em Portugal existem bons valores que além-fronteiras dão espectáculo. A distinção de Nani com este prémio só vem confirmar esta realidade. O que falta aos dirigentes e treinadores para apostarem mais no jogador português? Os novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, em sintonia com o regime jurídico das federações, foram aprovados na generalidade por maioria qualificada. O sufrágio revelou 384 votos a favor e 91 contra. Ou seja, a votação traduziu-se da seguinte forma: 80,8 % de votos a favor contra 19,2%. Um passo em frente do desenvolvimento do futebol nacional. Humberto Miranda com pensão vitalícia O antigo jogador, Humberto Miranda, que perdeu as duas pernas num acidente de viação, tem direito a uma pensão vitalícia. Mais um exemplo das vitórias que o Sindicato tem conseguido dentro e fora de campo ao longo da sua história demonstrando assim que os jogadores que recorrerem à ajuda do SJPF estão em boas mãos. FC Porto campeão Os dragões sagraram-se campeões nacionais da I Liga sem qualquer derrota. 30 31 Balanço Retrospectiva de 2011 MAIO JUNHO Sporting ganha Taça de Portugal de futsal O mês de Maio começou com a final da Taça de Portugal em Futsal que foi ganha pelo Sporting. Os leões derrotaram o Benfica por 3-2, após prolongamento. IX Edição do Estágio do Jogador Eduardo brilha em Itália O guarda-redes internacional português Eduardo foi considerado o melhor no seu posto na I Liga Italiana. Um claro exemplo daquilo que o Sindicato defende, ou seja, de que os jogadores portugueses estão ao nível dos melhores do mundo e adaptam-se sem problemas a campeonatos exigentes e super competitivos como é do de Itália. Porto vence Liga Europa Depois da conquista do campeonato e da Taça de Portugal, o FC Porto venceu a Liga Europa ao derrotar na final o Sporting de Braga por 1-0 (golo de Falcão). Um encontro histórico dado que foi a primeira vez que duas equipas portuguesas jogaram uma final de uma competição europeia de clubes. O futebol português está de parabéns. O mês de Junho ficou marcado pela apresentação da IX edição do estágio para jogadores desempregados, uma iniciativa do SJPF. Uma perspectiva de emprego para aqueles que ficaram sem clube. Numa parceria inédita com a BetClic, o estágio foi aberto a jogadores amadores com duas edições (Lisboa e Gaia). Foram seleccionados 21 jogadores para participar nesta iniciativa do Sindicato que teve o nome de Academia BetClic. Projecto SPIN O SJPF, na sequência do trabalho desenvolvido na promoção das boas práticas desportivas, foi convidado a integrar com a VIDC – Fair Play (Áustria), Camino (Alemanha), UISP (Itália), FAI (República da Irlanda), Likkukaa (Finlândia) e Mahatma Gandhi Organizatio (Hungria) – o projecto europeu SPIN (Inclusão Social pelo Desporto). Ricardinho, o melhor do Mundo Gil e Feirense na I Liga O Gil Vicente sagrou-se campeão da II Liga e subiu ao principal escalão do futebol português juntamente com o Feirense que se classificou no segundo posto. Por sua vez, Fátima e Varzim foram despromovidos. No futsal, Ricardinho foi considerado o melhor jogador do mundo. O atleta foi distinguido pelo site “futsalplanet.com” com o troféu de melhor jogador do Mundo, denominado Umbro Futsal Award. 32 33 Balanço JULHO AGOSTO SJPF apresenta Estudo sobre a utilização de jogadores Football Jobs O mês de Julho ficou marcado pela apresentação do projecto “Football Jobs”. Trata-se de uma bolsa online para jogadores que procurem clube, ou um trabalho extra ou ainda para depois de terminada a carreira de futebolista. Equipa do Sindicato no Torneio da FIFPro O Sindicato apresentou, à semelhança de anos anteriores, um estudo sobre a utilização de jogadores nacionais e estrangeiros nas ligas profissionais. A preocupação do SJPF em proteger os atletas nacionais continua a ter razão de existir até porque cada vez mais são os estrangeiros a jogar nos nossos campeonatos. Contudo não estamos contra a vinda dos mesmos para Portugal mas o excesso é de facto preocupante. Se temos dos melhores jogadores do mundo porque não continuar a formar e a dar oportunidades para que outros apareçam? IX Estágio do Jogador com balanço positivo Depois da apresentação, o estágio começou com os jogadores a trabalharem em campo. Treino táctico, físico e jogos, muitos jogos foi o que estes atletas encontraram para além de uma amizade nesta situação difícil que é a do desemprego. No Torneio da FIFPro, que se realizou na Holanda, a equipa do Sindicato conquistou um honroso 6.º lugar. Entre outras iniciativas, o SJPF promoveu a corrida pelo jogador português que contou com uma grande adesão. Esta marcha pelas ruas de Lisboa teve o objectivo de sensibilizar os clubes e dirigentes a fazer uma aposta maior no jogador luso nos nossos campeonatos. Em defesa do jogador português Também no final deste mês, terminou a IX edição do estágio do jogador. Uma iniciativa que teve bons resultados pois uma grande parte dos atletas encontrou clube. O Sindicato aproveita, mais uma vez, para agradecer a todos aqueles que fizeram parte directa e indirecta desta iniciativa. Alexandre Mestre Numa iniciativa inédita, os jogadores que participaram no IX Estágio do Jogador correram pelas ruas de Lisboa num apelo à defesa do jogador português. Por sua vez, Alexandre Mestre foi nomeado o novo secretário de Estado do Desporto e da Juventude. O Sindicato desejou boa sorte na gestão da pasta do Desporto e do futebol em particular e referiu que está sempre disponível para qualquer espécie de colaboração. 34 Sub-20: Portugal sagra-se vice-campeão mundial O mês mais quente do ano em Portugal, também ficou marcado pela conquista do 2.ª lugar de Portugal no mundial de sub-20. A selecção nacional foi infeliz na final, perdendo com o Brasil por 2-1. 35 Balanço SETEMBRO OUTUBRO Eleição Sindicato de delegados No mês de Setembro realizou-se a eleição para os delegados representantes dos jogadores na Federação Portuguesa de Futebol. Num total de 67 votantes, todos eles a favor da única lista proposta a votação, a lista de delegados eleitos foi a seguinte: José Carlos Martins Ferreira; Alfredo Ranque Franque; Joaquim Gonçalves Rebelo; António José Saúde dos Santos e João Manuel Oliveira Pinto. recebeu candidatos à presidência dos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Futebol Encontro com Fernando Gomes. Prémios SJPF Com processo eleitoral para a presidência da Federação Portuguesa de Futebol a decorrer, foram recebidos na sede do Sindicato os dois candidatos propostos a votação, Carlos Marta e Fernando Gomes. O Sindicato continua a premiar os que mais se destacam no nosso futebol. A pensar nisto, existem os prémios SJPF. Van Wolfswinkel, do Sporting, foi o vencedor do prémio de melhor jogador do mês de Setembro na I Liga. Encontro com Carlos Mata. SJPF auxilia Yannick Djaló Yannick Djaló pediu ajuda ao Sindicato para resolver o seu problema dado que a sua transferência do Sporting para o Nice não se concretizou. 36 João Vieira Pinto na FPF João Vieira Pinto renunciou ao cargo de vice-presidente do SJPF para integrar a lista de candidatura de Fernando Gomes à FPF. Tratou-se de uma decisão de natureza pessoal que o SJPF, naturalmente, aceitou. A instituição aproveitou uma vez mais para agradecer a João Vieira Pinto todo o apoio dado ao Sindicato em benefício da classe que defende. 37 Balanço Retrospectiva de 2011 NOVEMBRO DEZEMBRO SJPF organiza SJPF esclarece caso Yannick único debate entre Marta e Gomes O último mês de 2011 ficou marcado por resoluções. O caso de Yannick Djaló foi clarificado em conferência de imprensa na sede do Sindicato. Depois das indefinições da situação contratual, o SJPF ajudou o Yannick a resolver a sua situação e neste momento é um jogador livre e pode assinar por qualquer clube dado que rescindiu contrato com o Nice a 25 de Novembro. Este é mais um exemplo do que o Sindicato pode fazer pelos jogadores que passam dificuldades em momentos da sua carreira. Com o objectivo de se discutir o futuro do futebol nacional, o Sindicato conseguiu organizar o único debate entre Carlos Marta e Fernando Gomes, os dois candidatos à presidência da Federação Portuguesa de Futebol. SJPF solidário com Carlos Martins O Sindicato solidarizou-se com Carlos Martins no combate a uma solução para o problema do pequeno Gustavo. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, em colaboração com o Fórum Sintra e o Centro de Histocompatibilidade do Sul, participou na doação de módula óssea. Vários foram os jogadores que marcaram presença apoiando esta iniciativa.de que em Portugal há muita e boa qualidade no que ao futebol diz respeito. Fernando Gomes sucede a Madaíl Fernando Gomes foi eleito o novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Gomes recebeu 46 votos, enquanto Carlos Marta não foi além dos 36 votos. Ronaldo galardoado com a Bota de Ouro Cristiano Ronaldo foi distinguido com a segunda Bota de Ouro da sua carreira. O jogador do Real Madrid recebeu este troféu, que premeia o melhor da Europa, das mãos de Eusébio e Di Stéfano. De referir que Ronaldo marcou 40 golos na época de 2010/11. Equipas B de regresso FIFPro “Making the next Steps” O congresso anual da FIFPro decorreu em Telavive, Israel. Sob o lema “FIFPro making the next steps”, sindicatos de todo o mundo reuniram-se para discutir os problemas do futebol em geral e dos jogadores em particular. Joaquim Evangelista, presidente da Direcção, e João Nogueira da Rocha, presidente da Assembleia Geral, representaram o SJPF. O congresso ficou marcado pela sentida homenagem prestada a Avi Choen, falecido num acidente de viação. 38 A fechar o ano, foi anunciado o regresso já na próxima época das equipas “B”, e muitas delas a jogar na 2ª Liga. Uma decisão que o Sindicato aprova dado que vai a dar a possibilidade a que mais jovens portugueses surjam nos campeonatos principais. 39 Estudo ÉPOCA 2011 / 2012 1.ª VOLTA UTILIZAÇÃO DE JOGADORES PORTUGUESES E ESTRANGEIROS I. LIGA ZON SAGRES II.LIGA ORANGINA Número médio de jogadores utilizados Portugueses e Estrangeiros Número médio de jogadores utilizados Portugueses e Estrangeiros Dados Globais Portugueses; 144 61% 35% 36% 65% 42% Mais de 24 anos Menos de 23 anos; e menos de 28; 79 jogadores 95 jogadores Nota: Constata-se que o escalão etário intermédio é o mais utilizado, quase o dobro do escalão mais velho. O escalão etário mais jovem, mantém-se com uma boa percentagem. Nota: Predominância acentuada dos jogadores estrangeiros. A diferença é de 48 jogadores (21%). Mais de 24 anos e menos de 28; 87 jogadores 6 6 8 6 87 6 8 8 6 9 5 5 9 4 Gi 40 Valores médios por Clubes 14 12 10 8 6 4 2 0 8 mais de 24 e menos de 28 8 8 8 8 7 6 7 77 77 6 6 6 6 5 41 9 9 5 mais de 29 9 5 es Co M vilh ã or ei re ns e 4 8 9 menos de 23 ixõ 9 0 mais de 29 ra g lV a i c e V. Gu nte im ar P. ães Fe rr Ac eira ad ém ic Na a cio na Ri l o Ol Ave ha ne ns Be e ira -M ar V. Se tú b Fe al ire ns e 4 .B ria 4 Sp 4 Le i Po C. nfi Be 10 10 10 10 3 2 ca 1 12 11 rto 13 U. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 mais de 24 e menos de 28 10 Le menos de 23 18 20 Sp . 10 43 29 30 s Ar ou U. c M a ad ei ra 27 23 43 ns e Valores médios por nacionalidade e escalões etários 34 40 Be le ne 32 20 0 Valores médios por Clubes 50 33 30 58 N Sa ava l nt aC la ra Es to ril 40 Menos de 23 anos; 77 jogadores Nota: Constata-se que não há grandes diferenças entre os escalões de idades. O mais jovem tem menos 5% (10 jogadores) de diferença do intermédio e mais 8% (18 jogadores) do mais velho. O escalão intermédio tem mais 13% (28 jogadores) do mais velho. Nota: Predominância clara dos jogadores portugueses. A diferença é de 65 jogadores (30%). 60 63 46 50 F. Valores médios por nacionalidade e escalões etários 60 34% 39% 70 70 26% 12 13 10 10 11 4 4 3 2 1 e e n Fr ea se m un de Av es 22% 39% Mais de 29 anos; 59 jogadores Estrangeiros; 79 of Mais de 29 anos; 50 jogadores Portugueses; 88 Tr Estrangeiros; 136 Valores médios por escalões etários Jogadores Utilizados: 223 Jogadores Utilizados: 224 ire ns Valores médios por escalões etários Ol ive Dados Globais Liga ZON Sagres Novembro jovem melhor jogador melhor ANDRÉ PINTO Olhanense TOSCANO Nome: André Almeida Pinto Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1989-10-05 (22 anos) Naturalidade: V.N. Gaia – Portugal Posição: Defesa Altura: 1,83 m Peso: 85 kg Clubes: FC Porto (jun.), Santa Clara, V. Setúbal, Portimonense e Olhanense V. Guimarães Nome: Marcelo Aparício Toscano Nacionalidade: Brasileira Nascimento: 1985-05-12 (26 anos) Naturalidade: Areado (MG) Brasil Posição: vançado Altura: 1,84 m Peso: 75 kg Clubes: Paulista, LausanneSport (Suíça), Paraná e Vitória de Guimarães André Pinto, emprestado pelo FC Porto ao Olhanense, tem sido muito regular na defensiva do conjunto de Olhão. Sendo ainda um jovem, tem evoluído de forma favorável sendo reconhecido pela crítica como um bom valor do nosso campeonato. André Pinto é desta forma, o vencedor do prémio de melhor jovem jogador do mês de Novembro na I Liga. SP. BRAGA Apesar de serem conhecidos como os “guerreiros do Minho”, a formação do Sp. Braga foi um exemplo de desportivismo durante o mês de Novembro ao ser a equipa que viu menos cartões neste período de tempo. Desta forma, este bom comportamento valeu a conquista do prémio Fair Play. Play Fair Toscano foi considerado pelo SJPF o melhor jogador da I Liga durante o mês de Novembro. Este avançado, que já vai na segunda temporada na equipa da “cidade berço”, marcou golos e fez assistências importantes que permitiram à formação vimaranense subir na tabela classificativa depois de um início de temporada algo tremido. 42 43 Liga Orangina Novembro jovem melhor jogador melhor PEDRO SANTOS Leixões PEDRO SANTOS Nome: Pedro Miguel Martins Santos Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-04-22 (23 anos) Naturalidade: Lisboa Posição: Médio Altura: 1,75 m Peso: 65 kg Clubes: ADCEO (Jun.), Sporting (Jun.), Casa Pia e Leixões Leixões Nome: Pedro Miguel Martins Santos Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-04-22 (23 anos) Naturalidade: Lisboa Posição: Médio Altura: 1,73 m Peso: 65 kg Clubes: ADCEO (Jun.), Sporting (Jun.), Casa Pia e Leixões Os regulamentos indicam que os jovens até aos 23 anos são candidatos ao triunfo de melhor jovem do mês. Em Novembro, também este prémio calhou ao vencedor do Melhor Jogador de Novembro, estamos a falar de Pedro Santos, do Leixões. ESTORIL A equipa da linha tem vindo a realizar um campeonato de grande nível fazendo com que a equipa transpire confiança e isso reflecte-se no reduzido número de cartões vistos durante o mês de Novembro. Daí esta distinção do Sindicato com o prémio Fair Play. Play Fair O jovem médio tem tido um bom desempenho no meio campo da formação de Matosinhos. Pedro Santos tem também estado em destaque pelas suas assistências, recuperações e alguns golos que valeram pontos importantes na luta pela subida de divisão. Por estes motivos, Pedro Santos foi considerado o melhor jogador a actuar na II Liga durante o mês de Novembro. 44 45 Liga ZON Sagres Dezembro jogador jovem BÉDI BUVAL Académica melhor melhor ADRIEN SILVA Nome: Adrien Sebastian Perruchet Silva Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1989-03-15 (23 anos) Naturalidade: Angoulême França Posição: Médio Altura: 1,75 m Peso: 75 kg Clubes: Bordeaux (Jun.), ARC Paçô (Jun.), Sporting, Maccabi Haifa e Académica Feirense Nome: Bédi Bastien Buval Nacionalidade: Francesa Nascimento: 1986-06-16 (23 anos) Naturalidade: Domont - França Posição: Avançado Altura: 1,80 m Peso: 70 kg Clubes: Nancy (Jun.), Bolton, Red Star 93, Randers, Panthrakikos, Panionios, Lechia Gdansk e Feirense O médio português tem estado em grande forma e a prova isso, foi o nível que atingiu no decorrer no mês de Dezembro. Realizou várias exibições de “encher o olho” que lhe valeram, inclusive, o interesse nos seus préstimos de clubes de outros campeonatos. Por estas razões, Adrien Silva é o grande vencedor do prémio de melhor jovem do mês de Novembro na I Liga. V. GUIMARÃES Play Fair O avançado Bédi Buval tem sido uma agradável surpresa no nosso campeonato, com alguns golos e passes decisivos que almejaram pontos importantes para o principal objectivo do Feirense que é a manutenção. Com a equipa a respirar confiança, o avançado francês tem aproveitado para se exibir a bom nível o que lhe valeu ser considerado o melhor 46 47 O Vitória de Guimarães realizou um início de campeonato muito tremido mas tem vindo a recuperar o lugar de acordo com o seu historial. Podia-se dizer que a equipa podia ir mais agressiva para campo na procura de pontos mas isso não se verificou, dando o exemplo no mês de Dezembro na I Liga, ao ver o menor número de cartões amarelos e vermelhos e daí esta distinção por parte do SJPF. Liga Orangina Dezembro jovem melhor jogador melhor LICÁ Estoril LICÁ Nome: Luís Carlos Pereira Carneiro Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-09-08 (23 anos) Naturalidade: Lamelas – Portugal Posição: Avançado Altura: 1,81 m Peso: 70 kg Clubes: O Crato (jun.), Social Lamas, Académica, Tourizense, Trofense e Estoril Praia Estoril Nome: Luís Carlos Pereira Carneiro Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-09-08 (23 anos) Naturalidade: Lamelas – Portugal Posição: Avançado Altura: 1,81 m Peso: 70 kg Clubes: O Crato (jun.), Social Lamas, Académica, Tourizense, Trofense e Estoril Praia Dezembro foi um mês em cheio para Licá. O estorilista acumulou os prémios de Melhor Jogador do Mês e o de Melhor Jogador Jovem da II Liga. UNIÃO DA MADEIRA Play Fair O jovem avançado do Estoril tem vindo a realizar um campeonato ao mais alto nível com exibições que evidenciam a sua qualidade. Licá tem sido apontado como uma das figuras desta sempre competitiva II Liga. Por estas razões, o futebolista foi considerado pelo SJPF o melhor jogador do mês de Dezembro. 48 49 A formação madeirense subiu este ano à II Liga e tem mostrado qualidade. Durante o mês de Dezembro, o União da Madeira foi um exemplo de respeito pelo adversário, ao ver o menor número de cartões neste período e por isso conquistou o prémio fair play. Reformas FUTEBOL PORTUGUÊS Governo satisfeito com propostas para a reformulação 50 Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que tutela o Desporto, prometeu e cumpriu. Após o anúncio da constituição de três grupos de trabalho e do prazo de 45 dias concedido para a apresentação de propostas foram anunciadas as respectivas conclusões. A profissionalização dos árbitros, a protecção dos jovens atletas nacionais e a criação de um novo tipo de sociedade desportiva são as principais recomendações apresentadas ao Governo. Numa próxima revista regressaremos ao assunto. Grupo de trabalho sobre regime fiscal das sociedades desportivas José Luís Arnaut (Coordenador do Grupo de Trabalho) Vicente Moura (Comité Olímpico de Portugal) Carlos Alberto Cardoso (Confederação do Desporto de Portugal) João Carlos Leal (Federação Portuguesa de Futebol) Fernando Gomes (Federação Portuguesa de Futebol) José Ferreira Curado (Confederação Portuguesa das Associações de Treinadores) Joaquim Evangelista (Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol) Maria do Carmo Albino (Apoio logístico - Gabinete da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude) Grupo de trabalho sobre profissionalização dos árbitros Grupo de trabalho sobre protecção dos jovens talentos desportivos João Carlos Amado (Coordenador do Grupo de Trabalho) Júlio Gomes Lúcio Correia Vicente Moura (Comité Olímpico de Portugal) Henrique Torrinha Cardoso (Confederação do Desporto de Portugal) Carlos Alberto Esteves (Federação Portuguesa de Futebol) Vítor Pereira (ex-LPFP/Federação Portuguesa de Futebol) Maria do Carmo Albino (Apoio logístico – Gabinete da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude) Paulo Olavo Cunha (Coordenador do Grupo de Trabalho) João Antunes José Manuel Chabert Emanuel Medeiros Vicente Moura (Comité Olímpico de Portugal) Ilídio Trindade (Confederação do Desporto de Portugal) Paulo Lourenço (Federação Portuguesa de Futebol) Fernando Gomes (ex-LPFP/Federação Portuguesa de Futebol) Maria do Carmo Albino (Apoio logístico – Gabinete da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude) 51 FIFPRO FIFPro apresentou Black Book A FIFPro apresentou oficialmente aos representantes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e da Europol o primeiro exemplar do “Black Book Eastern Europe” (o livro negro da Europa Oriental). O livro denuncia as más experiências sofridas por vários jogadores profissionais de futebol na Europa Oriental. Participaram neste estudo 3357 jogadores e a FIFPro, através de uma task force para a Europa Oriental, realizou a pesquisa com base nos seguintes temas: • Pagamento de salários e prémios; • Treino; • Violência; • Bullying e assédio; • Jogos combinados (match fixing); • Racismo e discriminação. 11 remates ÉDER 24 Anos, Académica, avançado Sindicatos unidos Joaquim Evangelista, em representação do SJPF, Luís Rubiales, Jesus Peramos, Luís Gil e Santiago Nabot (do sindicato espanhol), Damiano Tomassi, Stefano Sartori (do sindicato italiano) e Louis Everard (sindicato holandês) reuniram em Madrid, Espanha, para discutir as “condições mínimas do Contrato Colectivo de Trabalho Europeu” e ainda alguns dos problemas que afectam os jogadores de futebol na Europa. A reunião traduziu-se num saldo muito positivo. Música favorita: Hip Hop Um filme: À procura da felicidade Bebida: Coca-Cola Carro: Audi A5 Jogo de pc/consola: PES Marca: Nike Se não fosse jogador de futebol que gostaria de ser: Professor de Educação Física Actor/actriz: Jared Butler / Megan Good Prato favorito: Esparguete à bolonhesa Hobbie: Jogar PS3 Ídolo: Ronaldo (O fenómeno) MANUEL JOSÉ Assembleia-geral Extraordinária FIFPro Divisão Europa 30 anos, Paços de Ferreira, médio A 18 e 19 de Janeiro, Noordwijk, na Holanda, recebeu mais uma assembleia-geral extraordinária da FIFPro Divisão Europa. O SJPF esteve representado através de Joaquim Evangelista e de José Carlos. Em discussão esteve o denominado Diálogo Social Europeu, em particular “as condições mínimas” do futuro contrato colectivo de trabalho europeu. Outros temas em destaque foram a “especificidade do desporto”, o doping e as alterações ao código WADA, a regulação dos agentes de futebol e o livro negro da Europa de leste. 52 53 Música favorita: Kizomba Um filme: Avatar Bebida: Coca-Cola Carro: BMW Jogo de pc/consola: PES Marca: Apple Se não fosse jogador de futebol que gostaria de ser: Sinceramente nunca pensei muito nisso Actor/actriz: Silvester Stallone / Angelina Jolie Prato favorito: Francesinha Hobbie: Jogar às cartas Ídolo: Sérgio Conceição Futsal Portugal infeliz no Europeu de futsal A SELECÇÃO NACIONAL FOI CONSTITUÍDA POR: A participação portuguesa no Europeu de Futsal, que se disputou na Croácia, não foi completamente feliz. Os comandados de Jorge Braz até entraram com o pé direito na competição diante do Azerbaijão com uma vitória por 4-1. Os golos lusos foram da autoria de Cardinal, Felipe (auto-golo), Marinho e Ricardinho. No segundo jogo, frente à Sérvia, novo triunfo, mas por outros números: 2-1, com Arnaldo e Pedro Cary a fazerem os golos da noite. De referir ainda que Arnaldo festejou a sua 150.ª internacionalização. A selecção nacional venceu o seu grupo e nos quartos-de-final encontrou a Itália. Portugal perdeu o encontro decisivo ao ser derrotado pelos transalpinos por 3-1 (Ricardinho marcou o golo português). Apesar da eliminação, Portugal mostrou uma imagem de grande união bem exemplificada dentro das quatro linhas com boas jogadas e golos vistosos. Na despedida do Europeu, o internacional português Ricardinho, em declarações ao site da UEFA, admitiu o sentimento de tristeza no seio da selecção nacional após a eliminação mas ao mesmo tempo deixou uma mensagem de confiança para o futuro. “Estamos muito tristes, mas estou certo que a nossa hora vai chegar e que vamos ganhar coisas importantes no futuro”, afirmou o “camisola 10” da Selecção. Ricardinho acrescentou ainda que apesar da participação portuguesa ter ficado aquém da conseguida em 2010, o seleccionador Jorge Braz fez um bom 54 trabalho. “Como o nosso treinador gosta de dizer, quando acreditamos realmente em nós próprios e na equipa, a bola entra depois de bater no poste, em vez de ir para fora. As pessoas devem continuar a acreditar no trabalho do nosso treinador porque tem sido excelente”, explicou. A selecção nacional de futsal voltará a competir entre Março e Abril, com jogos a contar para a qualificação para o Mundial da modalidade que se disputará na Tailândia. Nota final para referir que a Espanha venceu pela quarta vez consecutiva o Europeu (derrotou na final a Rússia por 3-1) – no total tem seis triunfos na competição. O espanhol Torras, com cinco golos marcados e uma assistência, garantiu a conquista da Bota de Ouro Adidas da prova. - Guarda-redes: André Sousa (Académica), Bebé (Benfica) e João Benedito (Sporting); - Fixos: Gonçalo Alves (Benfica) e João Matos (Sporting); - Alas: Arnaldo Pereira (Benfica), Bruno Coelho (Benfica), Marinho (Benfica), Paulinho (Sporting), Pedro Cary (Sporting), Ricardinho (Benfica) e Ricardo Fernandes (Freixieiro); - Ala/Pivot: Joel Queirós (Benfica); - Pivot: Cardinal (CSKA Moscovo/Rússia). 55 Pela verdade NOTA PRÉVIA: SJPF esclarece situação de Yannick Djaló • YANNICK Djaló solicitou ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol que, considerando as dúvidas que está a gerar junto de clubes interessados na sua contratação, o ajudasse a esclarecer a sua situação profissional; • O Sindicato foi a entidade que patrocinou o YANNICK no processo que o opôs ao OGC NICE; • O YANNICK encontra-se desempregado; • O YANNICK Djaló encontra-se sem receber salário desde Agosto de 2011; • Faltam dois dias para o encerramento do período de transferências pelo que é urgente criar todas as condições que ajudem o YANNICK a ultrapassar esta situação. FACTOS: 1) A 31 de Agosto de 2011 o OGC NICE e a SPORTING SAD celebraram um contrato para a transferência do YANNICK; 2) Ainda a 31 de Agosto de 2011 o OGC NICE e o YANNICK celebraram um contrato de trabalho desportivo para vigorar até 30 de Junho de 2015; 3) A introdução dos dados relativos a esta transferência na aplicação Transfer Matching System da FIFA (FIFA TMS) foi da responsabilidade do OGC NICE e da SPORTING SAD – cfr. artigo 3º, nº 3 do Anexo 3 do Regulamento do Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA; 4) A introdução desses dados e dos documentos que os suportam foi concluída às 00h04 do dia 1 de Setembro 2011; Em conferência de imprensa realizada na sede do SJPF, a 30 de Janeiro, o Sindicato elucidou toda a situação profissional de Yannick Djaló. O SJPF acompanhava o processo desde Setembro. Entretanto, e após esta conferência de imprensa, o jogador assinou contrato com o Benfica. 56 5) A 2 de Setembro de 2011 a Federação Francesa de Futebol requereu uma derrogação excepcional à FIFA para a solicitação e emissão do Certificado Internacional de Transferência do YANNICK; 6) A 23 de Setembro de 2011 o Juiz Único da Comissão do Estatuto do Jogador da FIFA rejeitou o pedido efectuado pela Federação Francesa de Futebol; 7) A 28 de Setembro de 2011 o OGC NICE e o YANNICK interpuseram recurso desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto; 8) Por Acórdão proferido a 11 de Outubro de 2011, o Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou o recurso interposto pelo OGC NICE e o YANNICK; 9) Entre outras considerações, o Tribunal Arbitral do Desporto considera válido o contrato de trabalho celebrado entre o OGC NICE e o YANNICK, pelo que o jogador poderia beneficiar dos efeitos do mesmo e a recusa em emitir de imediato o Certificado Internacional de Transferência não iria prejudicar de forma irreparável o jogador; 10) O Tribunal Arbitral do Desporto considera ainda que o OGC NICE por sua própria negligência não respeitou as regras do Anexo 3 do Regulamento do Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA; 11) A 11 de Outubro de 2011 a SPORTING SAD e o YANNICK celebraram um acordo de revogação do contrato de trabalho desportivo que vigoraria até 30 de Junho de 2013; 12) Neste acordo de revogação SPORTING SAD e o YANNICK acordaram em retroagir os efeitos deste acordo a 31 de Agosto de 2011, estabelecendo ainda uma compensação pecuniária de natureza global a favor do jogador, entretanto integralmente paga; 13) O acordo de revogação vindo de identificar foi objecto de registo junto da Federação Portuguesa de Futebol no dia 26 de Outubro de 2011; 14) A 26 de Novembro de 2011, depois de várias tentativas para que fosse reintegrado e pago o seu salário, o YANNICK fez operar a rescisão do contrato de trabalho desportivo celebrado com o OGC NICE com invocação de justa causa. Esta rescisão não foi impugnada pelo OGC NICE; 15) Cessando o contrato de trabalho desportivo 57 cessam igualmente quaisquer direitos económicos decorrentes do mesmo. Com efeito não existem direitos económicos sem existirem direitos federativos; 16) A 2 de Dezembro de 2011 em conferência de imprensa realizada nesta sede o Presidente do Sindicato teve oportunidade de esclarecer que o jogador DJALO era um jogador livre; 17) A SPORTING SAD após o registo do acordo de revogação jamais interpelou o jogador DJALO para a prática de qualquer acto e publicamente quando interpelados para o efeito os seus responsáveis afirmaram que o jogador não era jogador do SPORTING SAD. Mais, desejaram-lhe boa sorte e manifestaram solidariedade. NOTA FINAL: • O Sindicato entende que é sua obrigação, sempre que se justifique, nomeadamente a pedido do jogador, ajudar a esclarecer a verdade. • Foi isso que pretendeu ao concordar em fazer esta conferência. • Todavia, já não é sua obrigação sugerir qualquer opção desportiva. • Essa, salvo o devido respeito, deve ser feita pelo próprio Yannick. Aliás, aproveito para reiterar a necessidade de os jogadores serem activos na defesa dos seus direitos. De se informarem previamente e de saberem em cada momento o que significa cada um dos seus actos. Exactamente para evitar mal entendidos. clipping opinião JORGE JESUS: treinador do SL Benfica SJPF distingue Adrien Silva como o melhor jogador jovem de Dezembro Candeias distinguido pelo SJPF Destaque na imprensa para entrevista realizada pelo SJPF ao jogador Nélson Oliveira Se há entre nós quem pretenda esquecer ou diminuir o valor do treinador Jorge Jesus, de certo não o conhece, nem tem do futebol uma visão científica, quero eu dizer: rigorosa. Por mim, coloco-o ao lado de todos os que no futebol (e são tão poucos!) se assumem como apóstolos entusiastas da aproximação interdisciplinar entre o futebol e a ciência, entre o futebol e a filosofia. Estou a ouvir o turbilhão de catilinárias e de censuras e de reticências e de gargalhadas sonoras a avançar, ameaçador, sobre o meu juízo acerca do actual treinador do Benfica. Boaventura de Sousa Santos afirmou à revista Visão (5 a 12 de Janeiro de 2012) que “temos formado conformistas incompetentes e precisamos de rebeldes competentes”. Ora, conformistas incompetentes são aqueles que desconhecem que, tanto os seres humanos, como as comunidades, são processos, não serão nunca amanhã o que são hoje; que vivemos em sociedades em aprendizagem, ou seja, em um novo tipo de sociedade em que aprender continuamente é a sua principal característica. Rebeldes competentes são também os treinadores desportivos que, repetindo o grego Sócrates, sabem que nada sabem; são também os que, como Jorge Jesus, mesmo sem grandes qualidades especulativas, procuram a total inteligibilidade do futebol, através do convívio com estudiosos doutras áreas do conhecimento, em poucas palavras: através de um trabalho interdisciplinar. Ora, trabalho interdisciplinar é o que hoje se faz, no departamento de futebol do Sport Lisboa e Benfica, sob por vezes bem distintas. A indústria farmacêutica está a ser profundamente alterada pelos conhecimentos Filósofo do Desporto provenientes da genética e da biologia, disciplinas que, há quarenta anos, não encontraríamos num laboratório farmacêutico. O maior desafio dos caminhos-de-ferro não resultou das alterações nos comboios, mas sim do aparecimento do automóvel, do camião, do avião”. O futebol, se quer criar uma via de progresso, há-de transformar-se numa comunidade científica e portanto multi, inter e transdisciplinar. E o que fazem, neste capítulo, o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester United, o Manchester City, o Inter, o a exemplar direcção administrativa e disciplinar de An- Milan, etc., etc? Com o advento da complexidade, uma tónio Carraça e a enérgica liderança técnico-desportiva só ciência, ou um só método, não bastam à compreende Jorge Jesus. De facto, a energia, a verdadeira ener- são de um paradigma científico. Por isso, peço licença gia, é inteligente e consciente, é persistente e tenaz – e para repetir o que já venho dizendo publicamente, há é esta energia e é esta vontade que (sem deixar de as mais de trinta anos: para saber de futebol, é preciso reconhecer e admirar em António Carraça) quero agora saber mais do que futebol. Jorge Jesus sabe isto mesmo e foi, citando-me, que me convidou a ingressar, salientar em Jorge Jesus, de quem sou adjunto, para na sua equipa de trabalho. “O Jorge Jesus?” queshonra e proveito meus, no SL Benfica. Não, não estou tionarão os que se reclamam de ciência e de cultura. aqui a louvaminhar, a bajular ninguém, com intuitos inconfessáveis. Quando escrevo nesta revista, que o Dr. A minha resposta é esta: Sim, o Jorge Jesus, actual treinador do SL Benfica! Joaquim Evangelista sabiamente dirige (como sábia Para mim, filósofo (modestíssimo embora) que sou, a é a sua conduta à frente do Sindicato dos Jogadores filosofia é, sobre o mais, como o afirmava o meu colega Profissionais de Futebol) sinto-me ao serviço do de curso, na Universidade, Mário Sottomayor Cardia: futebol português e é, neste espírito de serviço, que “hábito mental, espírito crítico, predisposição inteleceste artigo poderá compreender-se. No seu livro Post tual” – tudo isto que está, paulatinamente, a emergir do Capitalist Society, Peter F. Drucker refere que “as mudanças que mais profundamente afectam os vários departamento de futebol onde trabalho. Porque eu lá saberes não vêm das suas próprias áreas, mas doutras estou? Não, porque o Jorge Jesus o quer! SJPF alerta para as dificuldades no futebol português MANUEL SÉRGIO “ Para saber de futebol, é preciso saber mais do que futebol ” 58 Benfica contrata Yannick Djaló SJPF auxilia Jô na desvinculação da União de Leiria. 59 LAZER carros Ford C-Max 1.6 TDCi Titanium Exeo renovado O Ford C-Max é um dos monovolumes preferidos dos portugueses. Mas nem sequer é campeão do espaço e da flexibilidade, tão apreciados num automóvel deste género. Atrás há três bancos individuais, mas o passageiro do meio não viaja tão à vontade como os das pontas, uma vez que o banco é mais pequeno. Em termos de modularidade é apenas possível retirar este banco central e ficar com dois lugares traseiros mais centrados e desafogados. Os bancos traseiros não deslizam longitudinalmente, o que diminui a versatilidade. A bagageira conta com 471 litros de capacidade. A qualidade de construção é muito boa e a solidez da montagem nota-se em praticamente todos os pormenores. Cilindrada (cc) 1560 Potência (CV) 115 Binário máximo (N.m) 370 Velocidade máxima (km/h) 184 0-100 km/h (s) 11,3 Consumo médio (l/100 km) 4,6 Emissões de CO2 (g/km) 114 Preço (euros) 28 440 Boa dinâmica Seat Exeo ST 2.0 TDI 143 Style A Seat decidiu renovar o Exeo e o resultado final é bastante satisfatório. Ao nível do design, nesta versão carrinha (ST) realce para a frente redesenhada com novas ópticas – no caso das versões bi-xenon, as luzes diurnas são em LED. A gama de motores Diesel surge também mais eficiente, tendo as emissões sido reduzidas na ordem dos cinco por cento neste motor 2.0 TDI de 143 CV. Este bloco oferece 320 Nm às 1750 rpm, o que faz com que a caixa automática (neste caso) não tenha que se esforçar muito para satisfazer as necessidades do condutor. A caixa pode ser usada também em modo manual, quer no selector, quer nas patilhas atrás do volante, com sete velocidades prédefinidas. O conforto da família não é esquecido e mesmo sendo uma marca com “emoción”, O motor mais relevante para o mercado português é o 1.6 TDCI de 115 CV. Associado a uma caixa manual de seis velocidades, consegue boas prestações. O C-Max responde muito bem dinamicamente, com um chassis muito equilibrado, sem que se perca o conforto. A direcção dá uma boa ajuda. neste segmento há valores que são fundamentais. Ainda assim, por ser uma plataforma com alguns anos, nota-se a falta de espaço no banco traseiro. A bagageira oferece 442 litros. A Exeo ST está bem equipada. Dos faróis de xénon, à navegação, bancos aquecidos, sensores de estacionamento, de luz e de chuva, há configurações para todos os gostos. A qualidade dos materiais foi melhorada e foram adicionadas novas cores. O preço desta versão automática é de 36 925 euros. Cilindrada (cc) 1968 Potência (CV) 143 Binário máximo (N.m) 320 Velocidade máxima (km/h) 201 0-100 km/h (s) 9,6 Consumo médio (l/100 km) 5,5 Emissões de CO2 (g/km) 146 Preço (euros) 36 925 60 61 LAZER LAZER relógios jogos Hino ao automóvel GARMIN Líder em equipamentos de navegação por GPS, a Garmin propõe o Approach S1W, relógio de pulso com GPS integrado concebido para jogar golfe. Preço: 199 euros. BREITLING O Bentley Supersports ISR Limited Edition consegue aliar a elegância britânica à perícia helvética. Pormenores a recordarem os botões de comando dos modelos da Bentley. TAG HEUER Design e precisão são os valores que estão na base da parceria entre a TAG Heuer e a Mercedes-Benz e que permitiram criar o TAG Heuer 300 SLR Calibre 1887 Chronograph. Preço: 4250 euros. “Forza Motorsport 4” é um grande jogo de corridas que assenta em quatro bases: a jogabilidade, os modos de jogo, o aspecto gráfico e quantidade infinita de carros e pistas. E para além disso, conta ainda com a participação de Jeremy Clarkson, do programa “Top Gear”. Estão presentes mais de 80 marcas de automóveis – a Porsche é a grande ausente. A nível visual, “Forza Motorsport 4” deslumbra. As cores, as sombras, a luz, tudo parece realista ao máximo, mas a grande qualidade está na física utilizada para a experiência de condução e aqui só falta mesmo o volante para parecer que é real. Apesar de tudo nota negativa para o facto de inexistirem corridas nocturnas e a interferência dos elementos climatéricos nas corridas. Ao nível do som, realce para o “roncar” dos motores. Já a banda sonora deixa algo a desejar. Para os novatos na condução existem um conjunto de ajudas como a linha ideal, travagem e controlos de estabilidade ou tracção, já os profissionais podem desligar todos estes sistemas e mostrarem o que valem e acelerar a fundo! Para controlar o tempo Vamos salvar o Planeta GRIEB & BENZINGER O Blue Ocean é uma obra prima da relojoaria mecânica e um modelo brilhante ao nível do design tornando-o numa peça absolutamente única. CARTIER O Promenade d’une Panthère é um modelo com diamantes que opta por um mecanismo feito por medida para incluir a icónica pantera da Cartier. HERMÈS Os 72 diamantes que decoram a caixa em aço de 26 mm acentuam a forma original do relógio: o icónico H da Hermès. A pulseira é facilmente substituída por uma outra. 62 “Anno 2070” faz uma previsão pessimista do futuro da Terra. Este jogo mostra o Planeta mergulhada num caos ambiental, precisamente em 2070. O aquecimento global levou ao aumento do nível da água do mar e mudou a face da Terra. O papel do jogador será o de um conciliador entre as várias facções que se criaram e que disputam agora o poder no meio desta crise. O objectivo final é salvar a humanidade e rentabilizar da melhor forma possível os recursos que ainda existem. Os primeiros momentos em “Anno 2070” são os fundamentais para se amar ou odiar o jogo. Os menus oferecem tantas funcionalidades que nem se sabe muito bem por onde começar, o que fazer, quais as prioridades, enfim muita informação não significa boa informação. Em “Anno 2070” 63 as construções são o mais importante. Quando se chega a um local para colonizar explorar recursos, a construção de infra-estruturas ganha especial importância, pois são estas que vão ser fundamentais para o desenvolvimento da colónia e vão estar interligadas. O aspecto gráfico cumpre na íntegra os objectivos de um jogo que não tem grandes pretensões a este nível. Estádio das antas Características: o – Inauguração: 28/5/1952 000 – Arquitecto: Oldemiro Carneir 75 : ção Lota – x78 105 : idas Med Rui Barros O Estádio das Antas situava-se na parte leste da cidade do Porto, bem perto onde fica actualmente o novo estádio do FC Porto, o Estádio do Dragão. A história da construção do estádio das Antas é singular pois houve um sócio, em 1949, que pagou o salário do primeiro dia de trabalho a todos os operários. A solidariedade da população da cidade e da região para com o FC Porto também ficou bem patente quando dezenas de camionetas, autocarros seguiram em cortejo para o estádio levando material de construção. Ao longo do processo foi necessário comprar terrenos adjacentes aos originais, pois concluiu-se que 48 mil metros quadrados não seriam suficientes para o complexo desportivo que o FC Porto pretendia construir. Depois de comprados os referidos terrenos, a área total ascendeu aos 63 220 metros quadrados com uma capacidade original na ordem dos 44 mil espectadores, distribuídos por três bancadas – duas superiores e uma lateral. O lado leste do campo não tinha bancada, sendo chamado de Porta da Maratona. Só em 1976, esta zona foi fechada ficando o estádio com uma capacidade de 65 mil espectadores. No final de 1986, foi aumentada a capacidade para 95 000 lugares e na década seguinte ocorreu o gradual encadeirado tendo a capacidade do estádio diminuído para 55 mil lugares. Rui Barros, médio internacional português, jogou neste estádio durante sete épocas e conta que “foi um sonho realizado” ter jogado neste mesmo recinto. “Neste estádio jogaram muitos dos meus ídolos e depois ter chegado a profissional e jogado ao lado deles foi algo de memorável”, adianta. “Foram sete anos de muitas vitórias e poucas tristezas”, acrescenta o antigo camisola 8 dos dragões. Agora com 46 anos, Rui Barros fala ainda do público vibrante que havia naquele estádio. “Havia uma parte da bancada que era chamada de tribunal e nós sabíamos no caso de olhar para lá ou pelos sons emitidos se estávamos a jogar bem ou mal. Por tudo isto é que o estádio das Antas é o meu preferido.”, conclui o antigo internacional português. 64 Rui Barros Nacionalidade: Portugal Idade: 46 anos Naturalidade: São Salvador de Lordelo, Paredes Posição: Médio Clubes: FC Porto, Sp. Covilhã, Varzim, Juventus, Mónaco e Marselha Internacional por Portugal 65 O MEU ESTÁDIO regresso à infância Nuno Silva 36 anos, defesa “Sempre duas pedrinhas para marcar a baliza” 66 Quando teve noção de que gostavas de futebol? Foi desde muito novo mas mais a sério foi quando entrei para os juvenis. Participou em muitos jogos de bairro? Sim, muitos. A minha infância foi toda passada a jogar à bola no bairro (Lisboa). E que tipo campos eram? Ou era na estrada, quando não passavam os carros, ou então num descampado que havia perto das nossas casas. Jogava em que posição? Nessa altura jogava em todo o lado. Dividiam-se as equipas por clubes? Por vezes, sim. Tinha alcunha? Ainda não tinha nessa altura. Assumia que era algum jogador conhecido? Nessa altura torcia pelo Sporting, e encarnava naqueles que marcavam golos como o Manuel Fernandes e o Jordão. Para além da bola, o que não podia faltar? Os amigos. E as balizas marcadas com pedras? Sempre com as duas pedrinhas para marcar a baliza. Mudava aos quantos e terminava aos quantos? Por vezes. Quando só havia duas equipas era até anoitecer. Primeiro a bola ou a namorada? A bola, nessa altura nem se pensava nisso. O gordo é que ia à baliza? Era sempre o gordinho na baliza ou então o dono da bola que não tinha grande jeito. Muitos joelhos esfolados? Muitas vezes. Havia algum ”chato” que não gostava de ver a malta a jogar? Geralmente eram as porteiras porque íamos, por vezes, para perto de prédios e lá vinham elas expulsar-nos de lá mas voltava-se depois. E a ligação com esses amigos dessa altura, continua? Foi-se perdendo o contacto mas quando regresso a Lisboa, a malta volta a encontrar-se para meter a conversa em dia. 67 68