Nelly nos Olímpicos
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Nelly nos Olímpicos
Vol.5 Nº5 FEVEREIRO DE 2010 Director: Mario Carvalho Nelly nos Olímpicos EDITORIAL O Açoriano Nelly Furtado a princesa EDIÇÕES MAR 4231, Bl. St-Laurent Montréal, Québec H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 Fax: (514) 284-6150 www.oacoriano.org [email protected] PRESIDENTE: Sandy Martins VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins DIRECTOR: Mario Carvalho DIRECTOR ADJUNTO: Antero Branco REDACÇÃO: Sandy Martins COLABORADORES: Debby Martins Maria Calisto Natércia Rodrigues CORRESPONDENTES: Açores Alamo Oliveira Edite Miguel Jorge Rocha Roberto Medeiros FOTOGRAFIA: Anthony Nunes Ricardo Santos José Rodrigues Açores Humberto Tibúrcio INFOGRAFIA: Sylvio Martins Envie o seu pedido para Assinantes O Açoriano 4231-B, Bl. St-Laurent Montréal, Québec H2W 1Z4 2 Açoriana cantou para meio mundo Foram mais de 6 mil milhões de espectadores espalhados por todo o mundo que em frente aos ecrãs da televisão viram e ouviram a nossa Nelly, cantar na cerimónia da inauguração dos jogos olímpicos de Inverno, que se realizam em Vancouver. Quem diria que um dia, um nome tipicamente açoriano (Furtado), seria a atenção principal de mais da metade da população mundial, durante alguns minutos. Nelly Furtado, super estrela global que transita entre géneros musicais, vencedora do Grammy Award e nascida perto de Victória, British Columbia, filha de pais açorianos, naturais da pitoresca freguesia de Ponta Garça, ilha de São Miguel, entrou com o pé direito em 2010, que promete ser um grande ano para ela ao começar no sábado, dia 14 de Fevereiro na companhia do cantor canadiano Brian Adams, no BC Place. A sua estreia foi em 2002, com o duplo que conquistou um disco de platina Whoa, Nelly! (incluído em “I’m Like a Bird”, que ganhou o Grammy e o Juno e o disco de ouro, Folclore, (cuja faixa “Força” se tornou hino oficial do Euro 2004 que se realizou em Portugal) A Loose, que vendeu mais de dez milhões de cópias no mundo tendo sido o álbum mais vendido de 2007, e o recordista Mi Plan. Nelly Furtado tomou o mundo como uma tempestade. Ela é o fruto da nossa emigração para o Canada terra que nos acolheu de braços abertos, dando voz aos nossos filhos. A imigração portuguesa para o Canadá é relativamente recente, embora a presença regular de portugueses nesta região date do inicio do século XVI. Foi só em 1953 que uma importante comunidade de portugueses se fixou no Canadá. Actualmente podemos encontrar luso-canadianos espalhados por todo o país. A maioria vive na província do O Açoriano Ontário, cerca de 202. 395. No Quebeque vivem 42. 975, na Colômbia Britânica 23.380, em Alberta 9.755 e em Manitoba 9.530 (Statistics Canada, 1991). Estima-se que a população de origem portuguesa (primeira, segunda e terceira gerações) seja de aproximadamente 500 mil pessoas. A emigração Portuguesa no Canadá O número de emigrantes portugueses no país, não foi muito significativa até ao século XX. A partir de 1953 tudo muda. Neste ano chegaram ao Canadá 555 portugueses oficialmente requeridos pelo Governo. No ano seguinte o seu número triplicou. A maior parte destes emigrantes era proveniente dos meios rurais. Entre 1953 e 1973, terão entrado no Canadá 91 583 portugueses, sendo 61,2% originários dos Açores. Ocuparam-se nas mais diversas actividades, com as obras públicas, indústria, serviços, pequeno comércio, mas também na agricultura. GENTE DA TERRA Haja Saúde para enfrentar a tristeza Mario Carvalho Do Carnaval da Alegria à quaresma da Tristeza ! No momento de em que comecei a escrever este Haja Saúde, era intenção minha falar-vos da alegria do Carnaval da minha juventude, mas com a noticia da tragédia que assolou a Ilha da Madeira, veio-me à memória os momentos difíceis que vivi aquando da tragédia que atingiu o concelho da Povoação em 1986 e em 1996, mas foi em 1986, que vivi o mesmo que hoje vive o povo das zonas afectadas na Madeira, pelas fortes chuvas. Senti a morte, o isolamento e a destruição à minha volta, ribeira louca, rezei pela minha vida e por todos aqueles que se encontravam nas mesmas condições do que eu, porque foi por um milagre que escapamos à morte, talvez para poder relatar, compreender e respeitar a natureza, dar valor à vida, escrever aquilo que vai na minha alma e compreender o sofrimento que vivem agora os nossos irmãos madeirenses, não morri mas deixou marcas profundas. Nem sequer durou uma semana, da mais intensa alegria, que a natureza tudo transformou, dos festejos do Carnaval, à tragédia no arquipélago da Madeira. Ainda não haviam sido guardados no guarda-roupa os mais variados e bonitos trajos carnavalescos que desfilaram, pelas bonitas ruas da cidade do Funchal, que no sábado seguinte, choveu de tal maneira intensamente sobre a ilha, que as mesmas ruas foram invadidas pela água que transbordou das ribeiras, levando consigo tudo o que se deparou pela sua frente, destruindo e arrastando consigo até ao mar muitas vidas e bens materiais. O Funchal, Ribeira Brava e Curral das Feiras, foram as zonas mais atingidas, fazendo dezenas de mortos, centenas de desaparecidos, muitos feridos, famílias desalojadas e uma incalculável destruição material. Não há palavras para descrever o sofrimento que vive este povo. A reconstrução é possível só as vidas perdidas é que não voltam mais! Por muitos anos que vivam nunca mais lhes sairá da memória aquelas horríveis imagens ! A Natureza, tem este poder infinito de tudo transformar e ao mesmo tempo, tudo renovar, dar luz ao dia, trevas à noite, calor no Verão, frio no Inverno, flores na Primavera e ao ser feminino a riqueza de gerar e dar à luz a um filho, sol para nos aquecer e a lua para sonhar, o mar e a terra para nos sustentar. Sorrisos quando estamos alegres, lágrimas quando estamos tristes, alegria no nascimento e tristeza e luto na morte. Agora é tempo de chorar pelas vidas perdidas, e arregaçar as mangas para reconstruir com ajuda de todos nós. Mas o homem teimosamente ainda não entendeu a força da lei da Natureza, que ninguém domina, nem a transforma. Quando em alguns países já esta legalizada, e noutros estão discutir a legitimidade da união e o casamento de homens com homens, mulheres com mulheres, o direito ao aborto livre, aonde está o respeito pelos princípios da criação do mundo? Em que mundo estamos a viver? Enquanto na vida social somos regidos por regulamentos, os humanos, querem alterar as leis que a própria Natureza ditou no princípio da formação do Universo. Se formos ver as seguintes definições: Casal; conjunto de macho e fêmea; marido e mulher. Casamento; acto ou efeito de casar; contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família, mediante uma plena comunhão de vida; situação que resulta do acto de casar. Acasalar; reunir-se em casal para a procriação. Mas afinal aonde querem chegar com todas estas alterações aos princípios da lei da Natureza? Um homem no verdadeiro sentido da palavra será sempre homem e uma mulher sempre mulher, por mais que tentem as mais variadas alterações corporais, um homem não poderá gerar no seu ventre uma criança, nem uma mulher fecundar uma outra mulher. Quem sabe se a próxima etapa será a reivindicação para a legalização de outras uniões, entre o ser humano e outras espécies ? Vamos todos ser solidários com os nossos irmãos madeirenses, agora foram eles os atingidos pela desgraça, amanha só Deus é que sabe ! O Açoriano 3 AS NOSSAS RAÍZES Canadá é a nossa Terra O Canadá é o segundo maior país do mundo (9 093 507 km2), apenas ultrapassado pela Federação Russa. Capital: Ottawa na Província do Ontário. Províncias e Territórios: O Canadá tem dez Províncias e três Territórios, cada um com a sua respectiva capital (assinalada entre parêntesis): Alberta (Edmonton); British Columbia (Victoria); Manitoba (Winnipeg); New Brunswick (Fredericton); Newfoundland (St. John’s); Nova Scotia (Halifax); Ontario (Toronto); Prince Edward Island (Charlottetown); Quebec (Quebec City); Saskatchewan (Regina); Northwest Territories (Yellowknife); Nunavut (Iqaluit); e Yukon Territory (Whitehorse). Otava Geografia: A diversidade é a palavra chave da geografia do Canadá, que inclui planícies férteis para a agricultura, vastas cadeias montanhosas, lagos e rios. As florestas selvagens dão lugar à tundra árctica no extremo norte do país. Clima: Existem muitas variações climatéricas neste enorme país, variando das camadas de gelo permanentes a norte do paralelo 70, à luxuriante vegetação da costa oeste da British Columbia. As regiões mais populosas do Canadá, que ficam ao sul do país ao longo da fronteira com os estados Unidos, gozam de quatro estações distintas. Aí, a temperatura solar diurna pode atingir os 35ºC e superiores, enquanto temperaturas abaixo dos 25ºC não são raras no inverno. Temperaturas mais moderadas são norma na primavera e Outono. Parques e Locais Históricos: O Canadá mantém 39 parques nacionais, que cobrem cerca de 2 por cento do território do país. Banff, localizado no sopé este das Montanhas Rochosas de Alberta, é o mais antigo, tendo sido estabelecido em 1885; Tuktut Nogait, nos Northwest Territories foi estabelecido em 1996. Existem cerca de 850 locais históricos nacionais, designados em honra do povo, locais e acontecimentos que constam da história do país. O Canadá tem também mais de 1 000 parques provinciais e cerca de 50 parques territoriais. Cadeias Montanhosas: O território canadiano incorpora uma série de cadeias montanhosas: as Torngats, as Appalachcians e as Laurentians no este; as Rocky, Coastal e as Mackenzie no oeste; e o Mount St. Elias e as Montanhas Pelly no norte; O Monte Logan no Yukon, é o pico mais alto do Canadá, com 5 4 O Açoriano 959 metros. Lagos: Existem cerca de dois milhões de lagos no Canadá, cobrindo cerca de 7.6 % do território Canadiano. Os principais lagos, em ordem de superfície localizada no Canada (pois muitos dos maiores lagos são atravessados pela fronteira CanadáEstados Unidos) são o lago Huron, Great Bear, Superior, Great Slave, Winnipeg, Erie e Ontario. O maior lago situado inteiramente no Canadá é o lago Great Bear (31 328km2) nos Northwest Territories. Rios: O Rio St. Lawrence (3 058 km de comprimento) é o rio canadiano mais importante, possibilitando um caminho marítimo desde os Grandes Lagos até ao Oceano Atlântico. O rio canadiano mais longo é o Mackenzie, que corre 4 241 km através dos Northwest Territories. Outros grandes cursos de água incluem o Yukon e a Columbia (partes do qual percorre território dos Estados Unidos), o Nelson, o Churchill e o Fraser - como também com os afluentes principais como o Saskatchewan, o Peace, o Ottawa, o Athabasca e o Liard. Zonas Horárias: No Canadá existem seis zonas horárias. A mais ocidental, na Newfoundland, que está 3 horas e trinta minutos antes do Tempo Médio de Greenwich (TMG). As restantes seis zonas são o Atlântico, o Este, o Centro, as Rocky Mountains, e mais para oriente, o Pacífico, que está oito horas atrás do TMG. Sistema Político: O Canadá é uma Monarquia Constitucional e um Estado Federado com um sistema democrático de governo. O Parlamento do Canadá, em Ottawa, consiste da House of Commons (Casa dos Comuns), cujos membros são eleitos, e o Senate (Senado), cujos membros são designados. Em média, os Membros do Parlamento são eleitos cada quatro anos. Carta de Direitos e Liberdades: A Constituição do Canadá contém uma Carta de Direitos e Liberdades, que dispõe certas liberdades e direitos fundamentais que nem o parlamento nem nenhuma legislatura provincial por si só, pode alterar. Incluem os direitos de igualdade, de mobilidade e direitos legais, em conjunto com liberdade de expressão, associação e assembleias pacíficas. Emblema Nacional: A folha do ácer tem sido associada ao Canadá já há muito tempo: em 1868, aparecia em brasões utilizados no Ontario e no Quebec, e em ambas as Guerras Mundiais, aparecia nos distintivos regimentais. Com a introdução em 1965 da bandeira Canadiana, a folha do ácer tornou-se o símbolo nacional mais importante do país. A Bandeira Canadiana: Muitas pessoas colaboraram na concepção da bandeira do Canadá.Jacques St. Cyr contribuíu com a folha do ácer estilizada; George Bist com as proporções e o Dr. Gunter Wyszechi com as cores. A escolha final de todos os pormenores da nova bandeira foi feita por uma comissão parlamentar de 15 membros, que formalmente creditaram o desenho. Após prolongado debate, a nova bandeira foi adoptada pelo parlamento. Tornou-se bandeira nacional em 15 de Fevereiro de 1965, e presentemente é comemorado como Dia da Bandeira do Canadá. Hino Nacional: O Hino “CANADA” foi composto em 1880, com música de Calixa Cavallée e letra do Juíz Adolphe-Basile AS NOSSAS RAÍZES Routhier. Em 1908, Robert Stanley Weir escreveu a tradução sobre a qual se baseia a actual letra em Língua Inglesa. Em l de Julho de 1980, um século depois de ter cantado pela primeira vez, o hino “CANADA” foi proclamado como hino Nacional. Moeda: O dólar canadiano é dividido em 100 cêntimos. População: Em 2000 a população canadiana era de 30.7 milhões. Principais Cidades: As principais cidades canadianas são: Toronto (4.68 milhões), Montreal (3.43 milhões), Vancouver (2.01 milhões), Ottawa-Hull, a Região da Capital Nacional (1.06 mi- Montreal lhões): Distribuição da População Uma grande maioria dos canadianos, 77%, vive em cidades e vilas. Tamanho das Famílias: Em 1998, o tamanho médio da família era 3.1, incluíndo 1.2 crianças. Nivel de Vida: O Canadá está em sexto lugar a nível mundial quanto ao nível de vida (calculado de acordo com o produto doméstico bruto per capita), apenas atrás dos Estados Unidos, Suiça, Luxemburgo, Alemanha e Japão. A posição do canada entre as nações tende a subir ainda mais se considerarmos o produto doméstico bruto per capita conjugado com outros factores (p.Ex: esperança de vida, educação) que contribuiu para a totalidade da qualidade de vida. Cuidados de Saúde e Segurança Social: Cuidados Básicos de Saúde, com excepção dos serviços dentários, é grátis. Em muitos casos, os medicamentos de prescrição são fornecidos sem encargos para os cidadãos com mais de 65 anos de idade e os que sejam beneficiários de ajuda social. O Canadá também possui uma extensa rede de segurança social, incluíndo uma pensão de velhice, uma contribuição familiar, seguro de desemprego e bem estar social. Povos Aborígenes: Em 1996, cerca de 3% dos canadianos pertenciam a um ou mais dos três grupos de Aborígenes reconhecidos pela Lei Constitucional de 1982: O Índio Norte-Americano, o Métis e o Inuit. Desta percentagem, cerca de 69% são Indios Norte-Americanos, 26% de Métis e 5% de Inuit. Religião: De acordo com o Census de 1991, mais de quatroquintos dos Canadianos são Cristãos, sendo os Católicos cerca de 46% e os Protestantes cerca de 36%. Outras religiões incluem o Judaísmo, o Islão, o Hinduísmo, os Sikhs e os Budistas. Cerca de 12.5% não tem nenhuma filiação religiosa. Línguas: O Canadá tem duas línguas oficiais: o Inglês, a língua-mãe para cerca de 59% dos canadianos; e o Francês, a primeira língua para 23% da população. 18% da população ou tem mais do que uma língua-mãe ou uma língua diferente do Inglês e do Francês, como por exemplo o Chinês, o Italiano, o Alemão, o Polaco, o Espanhol, o Português, o Punjabi, o Ukraniano, o Árabe, o Holandês, o Tagalog, o Grego, o Vietnamita, o Cree, o Inuktitut ou outras línguas. A Lei dos Idiomas Oficiais tornou o Francês e o Inglês como as línguas oficiais do Canadá, e prevê certas disposições que visam o encorajamento e suportam o desenvolvimento do Inglês e do Francês, nas comunidades minoritárias. As instituições Federais do Canadá reflectem a igualdade de ambas as línguas oficiais fornecendo serviços bilingues. Origem Étnica: Em 1996, cerca de 19% da população indicou a respectiva origem étnica como “canadiana”, com 17% indicando como tendo raízes apenas nas Ilhas Britânicas e 9% com raízes Francesas apenas. Cerca de 10% indicou uma combinação tanto das Ilha Britânicas , Francesa, ou origem Canadiana, e ainda 16% indicou as respectivas raízes com uma combinação das Ilhas Britânicas, Francesa ou Canadiana em combinação ainda com outras origens. Cerca de 28% indicaram descendências diferentes das três atràs indicadas. Desportos: Os desportos mais populares no Canadá incluem a natação, hockey no gelo, cross-country e esqui alpino, baseball, ténis, basketball e golf. O hockey no gelo e o lacrosse são os desportos nacionais do Canadá. Principais Recursos Naturais: Os principais recursos naturais são o gás natural, o petróleo, o ouro, o carvão, o cobre, o aço, o níquel, o potássio, o urânio e o zinco, bem como a madeira e a água. Toronto Principais Indústrias: Construção automóvel, polpa e papel, aço e ferro, maquinaria e equipamento, minas, extracção de fuel fóssil, floresta e agricultura. Exportações: As principais exportações canadianas são os automóveis e seus componentes, Maquinaria e equipamento, produtos de alta-tecnologia, petróleo, gás natural, metais, e produtos florestais e agrícolas. O Canadá é considerado o último grande destino da emigração açoriana, contudo não menos importante que os demais. O Açoriano 5 SAÚDE Depressão Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem “para baixo” de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensíveis e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procu- rar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste. Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em 6 O Açoriano questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente. Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjoos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais: Perda de energia ou interesse ; Humor deprimido; Dificuldade de concentração; Alterações do apetite e do sono; lentidão das actividades físicas e mentais; Sentimento de pesar ou fracasso. Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Todas as estratégias para um sono perfeito UM POUCO SOBRE NÓS Nancy Martins Apesar de as necessidades específicas de cada indivíduo serem variáveis consoante a idade e a genética, sabe-se que a maioria dos adultos precisa de dormir, em média, oito horas por noite. No entanto, muitas pessoas pensam que não precisam de tantas horas de repouso e só se apercebem que não estão a descansar o suficiente quando começam... a dormir mais. Este dado foi comprovado por Stanley Coren, psicólogo da University of British Columbia, em Vancouver, Canadá, quando reuniu um grupo de pessoas a quem chamou “declared short sleepers”, ou seja, indivíduos que assumiam dormir apenas cin- co horas por noite com a convicção de que era o suficiente para se sentirem bem (privação crónica do sono). Durante a experiência, o grupo foi convidado a descansar num laboratório à prova de som, sem janelas, nem relógios ou televisão. No final, o investigador constatou que todos os participantes, ao não terem contacto com esses indicadores do tempo, dormiam afinal entre nove a dez horas por noite. Diagnóstico do sono É provável que, neste momento, se esteja a interrogar se estará ou não a dormir o suficiente. Serene, pois não precisa de pôr em prática a experiência de Stanley Coren para o saber. David Posen, médico e autor de «O Pequeno Livro do Stress» (Lua de Papel) reuniu cinco sintomas que indiciam falta de sono: Sintoma nº 1: Precisa de despertador para acordar de manhã. Sintoma nº 2: Acorda cansado, adiando constantemente a hora de se levantar. Sintoma nº 3: Sente-se ensonado durante o dia ou no caminho para casa. Sintoma nº 4: Dorme mais quando não tem de acordar cedo na manhã seguinte. Sintoma nº 5: Adormece em apenas cinco ou dez minutos. Consequências negativas O facto de ter identificado um ou mais sintomas apontados anteriormente na sua vida diária, significa que muito provavelmente precisa de rever a sua rotina de sono. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a privação do sono provoca cansaço diurno e problemas de concentração, que conduzem a um baixo rendimento escolar e profissional. Além disso, provoca também sintomas de ansiedade, stress, irritabilidade, depressão e sonolência diurna, responsável por acidentes de trabalho e de viação. O descanso inadequado afecta ainda o sistema imunitário e conduz à hipertensão. A boa notícia é que os problemas de sono têm solução e estão ao alcance de todos. A cama ideal Deve estar a mais de 30 centímetros do chão para assegurar uma ventilação adequada. Quanto ao colchão, encontra modelos de látex, que duram mais tempo sem perder a firmeza, mas são mais caros; os de molas, mais em conta, mas que duram menos; e os de espuma, os mais baratos, mas que são quentes e deformam-se muito antes dos anteriores. A almofada não deve ser muito alta, permitindo-lhe ter o pescoço estendido. Mobiliário & decoração Reduza o mobiliário ao indispensável, isto é, cama, mesa-de-cabeceira, um candeeiro pequeno, cómoda e roupeiro. Retire do quarto o televisor, a aparelhagem, os aparelhos de ginástica e todos os objectos que o ligam ao escritório e que o distraem. Luz e cor Para dormir é recomendável haver escuridão completa. Uma cortina grossa ou uma persiana mitigam a claridade. As pessoas mais sensíveis à luz podem ainda recorrer a uma venda para os olhos. Temperatura e som ambiente A temperatura ideal para o quarto situa-se entre os 18 e os 22 graus. A ausência de barulho ajuda a conciliar e a manter um sono reparador. Para reduzir o ruído existem várias soluções, desde os tampões para os ouvidos, até ao uso de cortinas e tapetes grossos, vidros duplos e placas anti-ruído nas paredes. O Açoriano 7 fé de um povo Recordando tempos da matança do porco Mario Carvalho É caso para se dizer que a tradição ainda é o que era. Pelo menos na casa dos Açores do Quebeque, em Montreal, os novos dirigentes; Presidente, Benjamin Moniz, vice-presidente Fernando Pacheco, secretário, Manuel António Pereira, tesoureiro Emanuel Martins, directores, Gabriel Perdigão, Alice Macedo, José Cabral e José Domingos Silva, fazem questão de dar continuidade aos seus usos e costumes como a tradicional festa da matança do porco. No passado sábado dia 30 de Janeiro, cerca de centena e meia de pessoas juntaram-se num grande convívio e repetiram a tradição, mais uma vez. Desde há alguns anos a esta parte que promovem uma ‘matança do porco’ como era antigamente no Açores - a terra de onde brotaram as suas origens. 8 Todos os anos, a direcção junta, sócios e amigos desta colectividade, protagonizando a festa da ‘matança do porco’, recuperando a história dos usos que, outrora, faziam parte do dia-a-dia dos açorianos. Casa que matava porco, não passava fome no Inverno, vivia razoavelmente bem, porque havia muitas famílias que criavam e engordavam o porco durante o ano e quando chegava a altura de o matar, vendiam para pagar dividas, como a renda da terra, ou outras. Também não fazia a matança a família que estava de luto ou que tinha filho no Ultramar, porque matança era sinal de alegria e não tristeza na casa de um pobre. O salão de festas da Casa dos Açores serviu de cenário para o convívio. Depois de os festeiros se terem deliciado com o chouriço, morcela, caçoula, torresmos brancos, debulho malaçadas e milho cozido, o serão decorreu com música tradicional açoriana, interpretada por alguns membros do Grupo de Cantares e Bailares da Casa dos Açores, cantando as janeiras e cantigas ao desafio. O baile esteve a cargo do DJ Marco Cabral. No bar situado no subsolo, estava exposto o porco pendurado de cabeça para baixo e ao seu lado, para quem o ia visitar, podia-se “matar o bicho” bebendo um cálice ‘calzins’ de aguardente e comer biscoitos caseiros como manda a tradição. O Açoriano fé de um povo Misia e Maria de Medeiros no festival “Montreal en Lumière” Antero Branco Misia abriu o festival “Montreal en Lumière”, na passada quinta-feira dia 18 de Fevereiro, na Place des Arts com o espectáculo do seu último trabalho “RUAS”. Fiquei admirado por não ver muitos portugueses, apenas um punhado, numa sala com a capacidade para 300 pessoas e que estava praticamente meia. Na primeira parte, a Misia, descalça, acompanhada por excelentes músicos, percorreu as ruas de Lisboa cantando o fado, incluindo uma marcha de S. João. Na segunda parte foi bom não haver muitos portugueses, porque do cinema, conhecida internacionalmente, Maria de Medeiros. Ela já participou em mais de setenta filmes, incluindo quatro curtas-metragens. Realizou vários filmes, mas o que talvez nos é mais conhecido foi “Capitães de Abril”, um filme sobre a revolução dos cravos. Estava curioso por a conhecer em palco, pois desconhecia completamente esse seu lado de cantora. Foi uma descoberta agradável! Tem uma voz encantadora. Em cada melodia que interpreta, incarna a personagem ou o tema que descreve e nas peças musicais mais complicadas, teatralmente, ela assume-as com uma naturalidade deslumbrante. Foi acompanhada pelos seus músicos, Pascal Salmon, Edmundo Carneiro, Ricardo Feijão e Itacyr Bocato. Maria de Medeiros esteve, recentemente, em Montreal, no Espace Go, que fica no Saint-Laurent, do 12 de Janeiro ao 6 de Fevereiro, a participar na comédia SEXTETT. O seu próximo espectáculo é agora no dia 26 de Março, em Barcelona. Há dois anos, mais ou menos por esta altura, foi nomeada artista da UNESCO para a Paz, sendo a primeira portuguesa a assumir este papel. Maria de Medeiros é casada com o espanhol Agustí Camps, cenógrafo, com quem tem duas filhas: Júlia, 13 anos, e Leonor, 7 anos. Se forem a Portugal em Abril, ela vai estar no dia 7 em Lisboa e no 8 no Porto. Vale a pena ir vê-la. creio que teriam deixado a sala em protestos, quando ela, começou a percorrer as ruas do mundo. Parecia-mos estar a assistir a um espectáculo “metálica”. O som muito alto da guitarra eléctrica e os guinchos que dela saíam incomodava. Aguentamos, na esperança que ela mudasse para qualquer coisa mais suave, mas ela lá continuou a cantar num inglês difícil de compreender. A um momento dado fez uma homenagem à saudosa Dalila que o público apreciou. E para contentar um pouco a Portuguesada cantou, no final do espectáculo, “Lágrima”, da Amália Rodrigues, acompanhada somente pela guitarra eléctrica e guitarra portuguesa. Estranho, não acham? Foi um espectáculo de qualidade, mas não era aquilo de que estava à espera. No passado domingo voltamos à “Place des Arts”, desta vez para apreciarmos, em palco, a nossa embaixadora do teatro e O Açoriano 9 CRÓNICA “Festival Montreal en Lumière”, ao som do Fado A décima primeira edição do “Festival de Montreal en lumière”, teve sabor a Portugal! O festival teve início no dia 18 e termina no dia 28 de Fevereiro, sendo Portugal o pais convidado de honra com a presença de grandes chefes de cozinha portuguesa vindos expressamente de Portugal, acompanhados de vários produtores de vinhos. Assim os montrealenses tiveram a oportunidade de degustar a rica gastronomia portuguesa e apreciar os bons vinhos produzidos em Portugal. Na parte das artes, vários artistas (fadistas) de Portugal, Misia, Ana Moura, Maria de Medeiros e do Ontário o Luso Canadiano Tony Gouveia, actuaram nas mais diversas salas de espectáculos da cidade. Na sexta-feira, dia 19 de Fevereiro, por ordem do destino de ele ser casado com uma açoriana, Elizabeth Fortuna, tive o prazer de confraternizar e trocar algumas impressões com o fadista da nova geração Tony Gouveia. Tony, reside na cidade de Kitchener, província do Ontário, aonde desempenha a profissão de professor de Francês no liceu, razão pela qual domina perfeitamente a língua de Molière. Sempre teve uma paixão pela música, já lá vão mais de vinte anos que é o vocalista do conjunto musical Tabu. Sendo ele mesmo um grande romântico foi todavia por influência do grande amor que a Elizabeth tem pela música tradicional portuguesa que abraçou a sua carreira artística. Como ela ouvia e cantava o fado frequentemente em casa, o Tony começa a cantar alguns fados para fazer prazer a esposa e 10 O Açoriano dai nasce-lhe nas veias a grande paixão pelo Fado. Sendo ele lisboeta e o seu pai também gostava de cantar o fado, esta paixão dormia na sua alma desde o dia em que emigrou para o Canadá aos 13 anos de idade. Foi em 2005 que o Tony começou a cantar, e gravou o seu primeiro CD de fados intitulado “O nosso Fado”, uma compilação de fados tradicionais, aonde ele revela a sua profunda paixão pela canção nacional. Em 2008, deslocou-se a Portugal para gravar o seu último álbum ‘’Fado Ardente’’ aonde teve a honra de poder contar com a colaboração do grande e conceituado músico e fadista, Jorge Fernando, na produção e arranjos deste magnifico trabalho. Tony Gouveia diz-se um grande amante do arquipélago dos Açores, que várias vezes já visitou e cantou com o conjunto Tabu, nas ilhas de São Miguel, Terceira, São Jorge e Pico. Sem dúvida alguma que a sua musa inspiradora para o Fado é a esposa Elizabeth, também ela dona de uma linda voz e que em breve irá começar a cantar fado juntamente com o marido. LITERATURA Louça da Lagoa em Exposição na UMass Dartmouth numa iniciativa da Mosaico Esta relíquia dos Açores, vulgarmente co- Montreal, Mississauga ou até no Winipeg, em todo o lado, nhecida por “LOUÇA DA LAGOA” está em Exposição, por dois meses, na Universidade de Massachusetts Dartmouth numa iniciativa da Mosaico com o apoio da SATA. O Centro de Arquivos Português-Americano Ferreira Mendes está integrado na Biblioteca “Claire T. Carney” da Universidade de Massachusetts em Dartmouth, nos Estados Unidos e é sua directora,a professora Drª M. Glória de Sá, sendo arquivista Sónia Pacheco e Judy Farrar arquivista de colecções especiais da biblioteca. No mês de Dezembro a Associação Mosaico Cultural realizou no Centro de Arquivos uma exposição do Presépio de António Morais da Lagoa e durante o pequeno debate, na abertura da exposição, sobre os presépios da Lagoa, Manny Garcia, um dos patrocinadores do Centro, elogiou a iniciativa vinda da Lagoa e sugeriu que o espaço ali existente na Galeria de Exposições, financiado pela sua família, fosse ocupado mais vezes com iniciativas da Mosaico e do seu concelho. Manuel Garcia nasceu na Lagoa, São Miguel, Açores, tendo emigrado para os EUA em 1951. Educado no sistema escolar de New Bedford foi membro da primeira turma de SMTI, a instituição predecessora da UMass (Universidade Massachusetts Dartmouth). Foi o principal fundador da empresa Garcia, Galuska e DeSousa Consulting Engineers, Inc., em 1975 e de lá se aposentou em Março de 2007. É um engenheiro detentor de marca certificada de produtos em seu nome. Lagoense de Santa Cruz, na sua casa, os painéis de azulejos e a louça da Lagoa integram um design cuidado, privilegiado e recordam a sua terra. A Mosaico propôs ao Centro de Arquivos uma exposição sobre a Louça da Lagoa e tendo a mesma sido aprovada, foi então realizada e abriu as suas portas à Universidade e ao público no dia 8 de Janeiro. A exposição, recebeu o Director da Fundação Luso-Americana, Dr. Miguel Vaz, foi patente em vários armários expositores, com boa visibilidade e protegida à altura das melhores galerias e museus dos Estados Unidos e, conta-nos a história da “Louça da Lagoa” desde os seus primórdios em 1862, quando foi fundada. Contextualizada com a problemática da emigração dos Açores para os Estados Unidos, ganha contornos afectivos e históricos, porque na Nova Inglaterra é fácil encontrar centenas, senão milhares de peças de louça da Lagoa distribuídas pelas famílias que vieram dos Açores. A história dos barristas da Lagoa pode ser contada em qualquer parte onde houve emigração da Lagoa e dos Açores, quer para os Estados Unidos, quer para o Canada. Famílias inteiras de barristas ou oleiros da Lagoa estão distribuídas pela América do Norte. Tenho-os encontrado inúmeras vezes. É vê-los nas Celebrações do Dia de Portugal, em diferentes cidades, nas Festas do Espírito Santo, em F. River, e noutras iniciativas culturais em Toronto, eles aparecem, orgulhosos da sua louça e do barro que muitos amassaram e os preparou para novos desafios noutro país. Por isso, obter a louça para a exposição, não foi nada difícil. Sabia onde encontrá-la, mesmo as peças mais antigas, com cem anos de história -a louça utilitária - que saía do Porto dos Carneiros, em barcaças para Ponta Delgada, Santa Maria e outras ilhas, ou então, para toda a ilha, de carroça, alguma dela, na carroça do Tio Virgínio Caçapa, apregoando; “Oiim louça da Lagoa!!”, contrariando o vendilhão da louça da Vila, na mesma freguesia, enquanto o fura-louça, mesmo ao lado, se servia dos dois, para ganhar a sua vida. A louça decorativa da Lagoa, aquela que se passou a fabricar depois de aparecer na ilha, a louça de esmalte e de plástico, nos anos setenta, apresentava-se já, no padrão azul e branco e não nos tons de beije como antes, vem também aparecendo cada vez mais pela América do Norte. As malas dos emigrantes, no seu re- gresso das férias, trazem louça da Lagoa, como lembranças. A Mosaico, conta assim, documentando com fotos também, nesta exposição, a história dos barristas da Lagoa e da louça que correu e ainda corre meio mundo, levando o nome de uma região, convidando com as suas tradições, a visitarem os Açores e aquilo que de mais genuíno ainda tem – o seu artesanato. As peças de louça para a exposição foram cedidas pelos lagoenses Mário Jorge Carreiro de Bristol, José António Pires de Fall River, Maria Tomásia e Berta Malhinha de New Bedford e algumas peças da UCLA – Amigos da Lagoa. John Robson, o fotógrafo americano, responsável pelas fotos que promovem o site e portal da Câmara Municipal da Lagoa, tirou fotos para a Mosaico. Esta, contou ainda, com a participação neste projecto do Sheriff Thomas Hodgson e do empresário James de Mello, que recentemente assinaram protocolos de cooperação com esta associação cultural e solidária. Os Estados Unidos tornaram-se, de facto, um dos grandes pontos de encontro do mundo, um local onde muitas pessoas diferentes estabelecem contactos, aprendem a confiar umas nas outras e constroem inúmeras amizades e alianças que promovem uma região, a nossa, os Açores. Neste caso a SATA foi a ponte que permitiu este encontro, apoiando esta iniciativa. Bem-Haja. O Açoriano 11 NOTÍCIAS DA POVOAÇÃO Transmitido directamente do Carnaval Sénior da Povoação Edite Miguel Nem o mau tempo que assolou o dia sábado, 13 de Fevereiro, tirou a vontade aos mais idosos do concelho da Povoação de irem ao convívio mais esperado do ano: O Carnaval Sénior. A Câmara Municipal conseguiu reunir perto de 300 idosos do município no sob a direcção de Orquestra do maestro Marco Torre e as Danças Tradicionais de Carnaval da Vila, da Lomba do Alcaide e de Água Retorta. A Cooperativa Celeiro da Terra também assumiu destaque neste programa. Para todos os convivas foram ainda confeccionadas malassadas ao vivo pelas cozinheiras da Santa Casa da Povoação. Na animação deste grande convívio de Carnaval também não foi esquecido o já tradicional concurso de Gimnodesportivo da Povoação para mais um almoço convívio, este ano oferecido pela Santa Casa da Misericórdia local. A coincidir com este evento, o programa Atlântida da RTP/Açores foi transmitido directamente do recinto para todo o mundo, tendo como pano de fundo o convívio da terceira idade que preencheu grande parte do espaço do Gimnodesportivo. Em evidência estiveram a Orquestra Ligeira da Câmara Municipal da Povoação, fantasias. Concorreram aos 3 prémios cerca de 30 idosos, sendo que o 1º lugar foi para a Lomba do Alcaide, o 2º para a Lomba do Botão e o 3º para a freguesia de Furnas. O encontro de Carnaval Sénior é um convívio que vem sendo organizado pela Câmara Municipal, com a colaboração de algumas instituições e Juntas de Freguesia do município, já há alguns anos, assumindo grande importância no seio da terceira idade. Vencedores da Matiné de Carnaval na Povoação Um grupo de Escuteiros das Furnas foi o grande vencedor da Matiné de Carnaval que decorreu, dia 14 de Fevereiro, no Gimnodesportivo da Povoação. Como não podia deixar de ser, a Câmara Municipal dedica sempre, por esta altura do ano, também um grande evento de Carnaval aos mais pequeninos. Trata-se de uma matiné com um concurso de fantasias composto por 3 categorias, onde participam várias dezenas de crianças. Muitas entram no concurso propriamente dito e outras mais comparecem apenas para se divertirem a dançar aos sons carnavalescos do Brasil. Este ano, o concurso contou com mais de 60 inscrições, divididas por três grupos. O 1º lugar, dos 0 aos 4 anos, foi para André Fernandes, disfarçado de Lavrador; o 2º para Virgílio Resendes, mascarado de Marquês de Pombal, e finalmente o 3º lugar foi para 12 O Açoriano Xavier Raposo, que foi de príncipe. Já na segunda categoria, dos 5 aos 10 anos, o 1º lugar foi para Raquel Medeiros, que se disfarçou de pirata; o 2º para Raquel Pacheco, que foi de Joaninha e o 3º e último lugar foi para Beatriz Azul, que desfilou de Palhacinha. Finalmente, na última classe, na qual se integraram os meninos com mais de 10 anos e os grupos, ficaram em primeiro lugar os escuteiros das Furnas, com o tema da biodiversidade. Todos os seus disfarces foram elaborados com materiais reciclados. No segundo lugar ficou Cheila Cardoso, disfarçada de Super Mulher e em 3º ficou Milene Cardoso, mascarada de Vampira. Todos os prémios foram oferecidos pela Câmara Municipal da Povoação. Procure o dia do seu aniversário, e descubra de que árvore você caiu Sabrina Carvalho Faz parte da mitologia Celta. 4 De Fevereiro até 8 de Fevereiro Álamo (A incerteza) E uma pessoa com um alto sentido de estética, não é muito segura de si mesma, valente se for necessário, precisa estar em um ambiente agradável, e muito selectiva, as vezes solitária, muito alegre, de natureza artística, boa organizadora, tenta aprender através da filosofia, de confiança em qualquer situação. Assume as relações muito seriamente. 9 De Fevereiro até 18 Fevereiro O cedro (A confiança) De uma beleza estranha, sabe se adaptar, gosta de luxo, de boa saúde, não e uma pessoa tímida, não gosta de ver muitas pessoas, e segura de si, tem determinação, e impaciente e gosta de impressionar os outros. Tem muitos talentos, criativos, saudavelmente optimista, e vive na espera do único e verdadeiro amor. Capaz de tomar decisões rapidamente. 19 De Fevereiro até 28 Fevereiro O pinheiro (O particular) Encanta a companhia agradável, é uma pessoa muito robusta, sabe fazer de sua vida algo confortável, muito activa, natural, boa companhia, mas nem sempre amistosa, se apaixona facilmente, mas a sua paixão se apaga em pouco tempo, se rende facilmente, se decepciona de todo até que encontre seu ideal. É de confiança e de carácter prático. 1 De Março até 10 Março Salgueiro-chorão (Melancolia) Uma pessoa bela, atractiva, muito empática, ama as coisas belas e tem bom gosto. Ama viajar, sonhadora, honesta, pode ser influenciada, mas é difícil para conviver. Exigente, com boa intuição, sofre no amor, mas as vezes gosta de mentir. E basicamente agradável. 11 De Marco até 20 de Marco Arvore de Limas (A Duvida) Aceita o que a vida lhe da de uma maneira muito complexa, odeia brigar, stress e o trabalho, mas não gosta de preguiça e da ociosidade. É suave e sabe ceder, faz sacrifícios pelos amigos, tem muito talento, mas não o suficiente tenaz para explora-los. Se lamenta e se queixa um pouco. É uma pessoa muito zelosa e leal. 21 De Março Carvalho Roble (A Valentia) É uma pessoa robusta da natureza, valente, forte, implacável, independente, sensível, não gosta de mudanças, mantêm seus pés no chão. Gosta de acção. 22 De Março até 31 de Marco Arvore de Avelã (O extraordinário) E uma pessoa encantadora, não pede nada, muito compreensiva, sabe como impressionar as pessoas. E segura, positivista, activa, na luta por causas sociais, popular, temperamental, amante caprichoso, sensual e excessivamente apaixonado, belo, sensível, honesto e companheiro tolerante, com um sentido de justiça muito preciso. Tem mente aberta. UM OLHAR Tragedia na Ilha da Madeira Já lhe chamam a maior tragédia de sempre na Madeira. E é tempo de fazer as contas. As primeiras foram feitas pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal, que fala já em 75 milhões de euros só em equipamentos, instalações e meios da autarquia. As empresas também falam em cerca de 140 milhões de perdas. E isto é só um primeiro balanço. Sensível a este facto, a Comissão Europeia deu novos passos para libertar ajudas monetárias, indicando que o fundo de solidariedade europeu poderá contribuir com 48 milhões de euros. Neste sentido, o comissário da Política Regional, Johannes Hann, deverá deslocar-se à região a 6 e 7 de Março para avaliar os estragos. «Madeirenses deram um exemplo ao país», diz Cavaco Silva Sem registos fidedignos do passado mais longínquo, é possível perceber o historial das tragédias na Madeira a partir do Elucidário Madeirense, um projecto coordenado pelo Padre Fernando Augusto da Silva(1863-1949), publicado em 1921 para comemorar o quinto centenário do descobrimento da Madeira. A última actualização é de 1940, mas continua a ser uma referência para o conhecimento da história do arquipélago. O efeito é quase sempre o mesmo: as águas descem das montanhas e levam tudo à frente, não perdoando o homem e provocando a catástrofe. O registo de aluviões registados entre 1724 e 1921 pode ser lido na íntegra. Quanto à grande inundação de 9 de Outubro de 1803, que tem sido comparada à sucedida no passado sábado, há registo da morte de centenas de pessoas e a destruição de grande parte do Funchal. Também naquela altura choveu copiosamente durante a manhã, fazendo transbordar as ribeiras, nomeadamente a de João Gomes. Tal e qual como no presente. «Ruas inteiras desapareceram com seus habitantes e outras inundadas de água e lama deixaram os proprietários e inquilinos reduzidos à extrema indigência», refere o Elucidário, em breves linhas que parecem ter inspirado a natureza a repetir a façanha O Açoriano 13 GASTRONOMIA Empadão de Esparguete Ingredientes para 4 pessoas : Para o Recheio:500 g de carne (vaca, porco, peru); 100 g de presunto, bacon ou chouriço; 1 cebola; 2 colheres de sopa de azeite; 1 colher de sopa de margarina; 1 dl de caldo de carne; 1 colher de sopa de salsa picada; 2 colheres de sopa de concentrado de tomate; sal; pimenta; 400 g de esparguete fresco; 40 g de margarina; 6 ovos; 2 dl de natas; 40 g de queijo parmesão ralado. Preparação: Pique a carne (ou carnes), juntamente com o presunto, bacon ou chouriço, ou peça no talho para o fazerem. Descasque e pique finamente a cebola e leve ao lume com o azeite e a margarina até alourar. Junte as carnes picadas e deixe cozinhar, mexendo, até perderem a cor vermelho vivo. Regue com o caldo de carne, junte a salsa picada e o concentrado de tomate e misture muito bem. Deixe apurar sobre lume brando e tempere com sal e pimenta. Coza o esparguete em água temperada com sal e a margarina. Unte bem com margarina um tabuleiro que possa ir ao forno e à mesa e disponha, no fundo do mesmo, cerca de metade do esparguete cozido. Por cima, espalhe o preparado de carne e cubra com o restante esparguete. Bata os ovos com um garfo, junte as natas e tempere com sal e pimenta. Deite sobre a massa, polvilhe com o queijo ralado e leve ao forno até ganhar cor. Salada de Meloa com Molho Rosado Ingredientes para 4 pessoas: 2 meloas maduras; 5 dl de água; 1 cubo de caldo de marisco; 150 g gambas (calibre 30/40); 200 g mistura de alfaces para salada; 100 g maionese;4 colheres de sopa de ketchup. Preparação: Lave as meloas, corte-as ao meio e retire-lhes as sementes. Escave a polpa com uma colher própria para moldar bolinhas. Coloque as bolinhas de meloa numa taça e reserve as cascas escavadas. Leve a água ao lume com o cubo de caldo de marisco. Quando ferver introduza as gambas e coza durante 2 minutos. Escorra, passe por água fria e descasque-as depois de frias. Junte a mistura de alfaces para salada com as bolinhas de meloa. Misture a maionese e o ketchup e junte à salada, envolvendo bem. Distribua a salada pelas meias meloas e decore com as gambas. Sirva a salada bem fresca. 14 O Açoriano CRÓNICA DA MARIA Fazer passeios guiados de táxi Maria Calista Foi percorrendo no Internet que descobri o Gary Travassos AçoresTaxi Tours. Gary Travassos nasceu no Canadá e com idade de 10 anos imigrou para os Açores, São Miguel. No ano 2000, começou como motorista de táxi. A sua empresa oferece passeios de táxi personalizados de ida e volta, à ilha de São Miguel, deslocações a terrenos de golfe ou para circuitos pedestres.Com capacidade para 4 passageiros na sua viatura, o Gary faz descobrir os melhores locais da Ilha de São Miguel. O preço é de 100 euros ou mais por um dia completo por táxi e não por pessoa, tudo dependendo do passeio que escolhe. As excursões de autocarro, normalmente, têm um horário fixo. Pode ver os preços e os lugares que poderão ser visitados no http://www.azoreantours. com/pt/. Viajar com um guia pessoal permite descansar e descobrir estes lugares de sonho, sem precisar de olhar para um mapa. Pelo menos, as pessoas que usaram os serviços do Gary poderão dizer-vos que puderem apreciar um passeio maravilhoso, porque além da visita o guia explica a história de cada lugar. Fazer passeios guiados de táxi permite conhecer a nossa Ilha um pouco melhor. Por vezes ouvimos falar de um lugar esplêndido, como a Lagoa das Sete Cidades, e quando vamos aos Açores não temos tempo de tudo visitar. É verdade que mais de 100 euros por um dia não é barato, mas pelo menos, temos a oportunidade de ver belezas naturais e de descobrir a nossa Ilha. Interessante, como os tempos mudam, quem diria que um dia nos Açores haveria passeios guiados, de táxi. Como os Açores mudaram, felizmente para melhor, mas que diferenças dos anos anteriores e do tempo de agora. Peço aos nossos leitores que se um dia forem aos Açores e usaram este serviço para comunicaram connosco, porque gostaremos de saber como foi. Muitas actividades podem ser feitas na ilha de São Miguel, só é preciso fazer um horário. Lá existem actividades para todos os gostos, Observação de Baleias e golfinhos, passeios pedestres, golfe, visitar museus, jardins Botânicos e muito mais. Sem esquecer as nossas lindas Igrejas. Acho que viajar pelos Açores é um contacto rico em natureza e em descobertas, mas que é preciso ser bem planeado, com tudo que tem para ver e fazer. Se o passeio vos interessa pode reservar via a Internet http://www. azoreantours.com/pt/. Até a próxima Açoriano! O Açoriano 15 RECORDANDO Quem são eles? 16 O Açoriano
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