02.A Arte Egipcia -A procura da imortalidade

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02.A Arte Egipcia -A procura da imortalidade
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“Sinto-me tão perfeitamente copta que, para me distrair, verso para esta língua
tudo que me passa pela cabeça; falo copta sozinho já que ninguém poderia me
entender.”
Jean-François Champollion – Falando sobre a
possível língua originada do Egípcio antigo
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Sumário
1.Introdução
2. A procura da imortalidade através da arte
2.1 A arte nas mumificações
2.2 Os grandes túmulos e templos
2.2.1 Templo de Khonsu
2.2.2 As Pirâmides
2.3 O Livro dos Mortos
2.4 A arte egípcia
2.4.1 Pintura
2.4.2 Escultura
2.4.3 Arquitetura
2.4.4 Música
3. Escrita
3.1 Escribas
3.2 O que era o papiro.
3.3 Hieróglifos
3.4 A Pedra de Roseta
3.4.1 Champollion o tradutor
4. Ciência do Egito
4.1 Ciência política do Egito
4.2 Ciência da Mumificação
4.2.1 Medicina
4.3 Ciência em torno do rio Nilo
5. Podemos entender a cultura egípcia nos tempos modernos?
5.1 O fim do Egito segundo Roma
6. Conclusão
7. Referencia Bibliográfica
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1 – Introdução
O Egito é conhecido em sua
língua nativa como Kemet, situado
no norte do continente Africano
ocupando também a península do
Sinai na Ásia, o que o torna um
estado em 2 continentes. Faz
divisa com a Líbia, o Sudão, com a
faixa de Gaza e Israel, assim como
também é banhado pelo mar
mediterrâneo ao norte, e pelo mar
vermelho no litoral oriental. Tem
como capital a cidade do Cairo.
Bandeira do Egito
Também é um dos mais populosos
The
Oxford
Illustrated
History of Ancient Egypt
paises da África atingindo o
número de 80 milhões no ano de 2007, sendo que sua grande maioria vive as
margens do rio Nilo, sendo a única área cultivável do País com cerca de 40 000
km².
Este país geograficamente apresentado agora é conhecido principalmente
pelo que ele foi no passado, e pelas marcas que a antiga civilização egípcia
deixou no mundo como as famosas pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge, alguns
templos como o de Karnak e o vale dos reis em Luxor, o Egito é de forma
merecida reconhecido pelo seu valor político e cultural no Oriente médio, tendo em
vista os milhares de conflitos que o acercam atualmente.
Kemet é um dos mais antigos nomes do Egito, que significa “Terra Negra”,
nome esse que provem do solo negro fértil depositado pelo Rio Nilo após as
cheias, que por sinal é o principal meio econômico deste vasto e antigo país. O
Egito foi uma grande civilização que durou mais tempo que a civilização moderna,
estima-se aproximadamente 3 000 anos, sendo que foi uma das primeiras
civilizações a desenvolver a escrita que é considerada a maior invenção de todos
os tempos, porque possibilitou o homem registrar e depois entender sua própria
história.
Desde a primeira era pré-histórica com o homem presente na terra
(Paleolítico), há vestígios de ocupação humana, o que era de se esperar já que os
primeiros registros homideos são provenientes da África, era uma cultura de
caçadores-coletores (nômades), que depois foi substituída pela de moagem de
grãos. Neste período o clima era de pastagens e florestas, o que foi extremamente
modificado por volta do ano 8 000 a.C., quando o Saara começou a se formar,
fazendo com que estes povos tribais migrassem para o melhor lugar para se viver
na região, o Vale do Nilo, onde graças às cheias do Rio que fertilizavam o solo
que até então era seco demais para o plantio, o homem conseguiu desenvolver
uma economia sedentária-agricola, não migrando mais e centralizando sua
organização nestas margens.
Diversas culturas se desenvolveram de maneira independente, no alto e
baixo Egito coexistindo por mais de dois mil anos, se desenvolvendo como
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culturas separadas porem realizando contatos comerciais. Não se sabe como
estas civilizações se tornaram o grande império Egípcio, no entanto um dos
primeiros exemplos de hieróglifos foi encontrado em artefatos de cerâmica
datados do ano 3 200 a.C.
Sabe-se que por volta do ano de 3 150 a.C. um rei chamado Mena, fundou
um reino unificado, sendo que este mesmo fundou as dinastias que governariam o
Egito pelos próximos três milênios, inicialmente o Egito era chamado de Tawy, que
significa “duas terras”, e depois de Kemet como já citado. As duas primeiras
dinastias são conhecidas como Império Antigo, datada de aproximadamente
(2.700-2 200 a.C).
Por cerca de 150 anos seguiu o Primeiro Período Intermédio, que foi uma
época de muitos distúrbios, porem as grandes cheias do Rio Nilo Trouxe
prosperidade dando inicio ao Império Médio a cerca de 2 040 a.C., houve em
seguida um período em que os hicsos semitas invadiram o baixo Egito, sendo
expulsos anos depois por uma força do alto Egito.
Por cerca de 1 550-1070 a.C. o império novo no qual alguns dos mais
famosos faraós pertenciam, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton,
Tutankhamon e Ramses II, sendo neste período também a primeira expressão
monoteísta do Egito. Invadido pelos Libios, Assírios, e Núbios terminou por
expulsá-los, também neste período.
Ao todo foram 30 dinastias, sendo o ultimo Faraó do Egito Nectabeo II, que
foi derrotado pelos Persas em 343 a.C., sendo depois conquistados pelos gregos
e em seguida pelos romanos, ficando dois mil anos em controle estrangeiro.
Já em 1798 Napoleão Bonaparte junto ao exército Francês invadiu o Egito
causando um grande impacto na cultura e política local, a revolução francesa
chegou aos egípcios, que tiveram a oportunidade de se autogovernar, o que
causou após a retirada francesa uma série de guerras civis, sendo governado por
Turcos otomanos, mamelucos e albaneses, até que Mehmet Ali dominou o País
entrando em um processo de industrialização e modernização.
Atualmente o
Egito é um país que possui
uma Assembléia popular, um
parlamento unicameral
composto de 454 membros,
são 444 eleitos por voto
popular com cinco anos de
mandato e 10 nomeados pelo
presidente.
Obviamente a cultura
do Egito Antigo e mesmo do
Mapa de localização do Egito na África
Egito moderno é baseada no
The Oxford Illustrated History of Ancient Egypt
grande Rio Nilo, e em suas
cheias, sendo ele o responsável real por toda beleza, mistério e cultura egípcia, e
por isto antes de falar da arte antiga deste grande país (29º maior país do mundo),
é necessário que se saiba o que ele foi antes desta produção, durante e depois.
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2 A procura da imortalidade através da arte
Os egípcios não viam a morte como o fim, acreditavam na vida após a
morte, no entanto para que isto acontecesse era necessário que alguns elementos
estivessem em ordem. Acreditavam que o corpo em um todo era divido em
diversas partes: ba, ka, akh e khet, correspondendo respectivamente à alma, força
vital, força divina inspiradora da vida e corpo físico. O Khet deveria manter-se o
menos danificado possível, o que só era possível através da mumificação, que era
feita por sacerdotes.
2.1 A arte nas mumificações
As vísceras eram retiradas provocando o menos
dano possível, o que exigia destes sacerdotes grandes
conhecimentos em fisiologia, depois eram depositadas
em quatro vasos que representavam os quatro filhos de
Hórus. Um destes vasos tinha a tampa com a cabeça de
homem, onde era armazenado o fígado, correspondente
ao Deus Imset, o vaso que possuía a tampa com forma
de chacal era destinado ao estomago e correspondia ao
Deus Duamutef, já o vaso com a tampa em forma de
babuíno era correspondente ao Deus Hapi e nele era 1
O escaravelho do coração
armazenado os pulmões e o vaso do Deus kebehsenuef,
Arquivo LGDA/G. Lvesa.
era destinado aos intestinos e tinha a tampa em forma
de falcão, sendo estes vasos por si só cerâmicas trabalhadas, que durante o
cortejo do defunto eram conduzidas por um trenó.
Entre as ataduras que enrolavam o corpo do
defunto eram colocados diversos amuletos, que serviam
como formulas para a sobrevivência dos mortos, entre
eles destaca-se o amuleto do coração, ele tinha como
função não permitir que o defunto se contradissesse ou
desmentisse na frente dos Deuses, possuía forma de
olhos, pilares ou escaravelhos, sendo que na sua face
posterior havia gravado um capitulo do Livro dos mortos.
Este amuleto era colocado no lugar do coração e eram
verdadeiras jóias¹.
Após a mumificação ainda eram colocadas
máscaras encima das ataduras dos defuntos, porque ele
2
deveria ser reconhecido no além, por isto essas
Mascara de Tutankâmon
mascaras possuíam um retrato idealizado do defunto.
Arquivo LGDA
Toda a mumificação variava de acordo com a classe
social do mumificado, e nas máscaras² não era diferente, os faraós faziam suas
máscaras de ouro e lápis-lazúli, sendo assim por que os mitos egípcios afirmavam
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que a pele dos Deus eram destes materiais, assim como seus ossos eram de
prata, um material que era escasso no Egito. Os faraós eram representados como
o Deus Osíris, tendo na cabeça o nemes, que era uma espécie de adorno listrado
que carregava a serpente protetorados faraós, sendo que seus braços ficavam
cruzados, segurando em uma das mãos o cetro real e na outra um chicote. Depois
de todo este processo, a múmia era depositada em um sarcófago, que podia ser
feito de madeira, pedra, ou madeira com materiais preciosos, inicialmente eles
eram feitos de formas retangulares assim como nossos caixões, porém com o
passar do tempo, foram adquirindo formas humanas3.
Depois de deixar preparado o cadáver, fazia-a se
uma espécie de procissão, para levá-lo ao tumulo, a
frente ia os sacerdotes funerários, seguidos de diversos
servos, que levavam os objetos pertencentes ao morto,
já o sarcófago era levado em um trenó, assim como os
vasos que possuíam as vísceras do defunto. Ao chegar
ao tumulo, o sacerdote fazia um ritual de abrir a boca
do defunto, pois era por ali que ele voltaria à vida,
depositando no tumulo todos os objetos pertencentes
ao morto e selando o tumulo, para que nada
incomodasse seu descanso eterno.
Acreditava-se, que depois do tumulo selado, o
morto iria, seguir um longo percurso pelo mundo além
do túmulo, Anupu, guardião das Necrópoles e Deus da
mumificação, levava-o perante a Osíris, soberano do
reino dos mortos, onde juntamente com outros Deuses
pesava o coração do defunto, se as más ações
pesassem mais que uma pena ele seria devorado por
um monstro, senão, ele poderia percorrer o mundo
subterrâneo cheio de perigos, para chegar ao paraíso,
esse processo era chamado de psicostasia.
Havia ainda os Uchebtis que eram pequenas
estatuetas colocadas no tumulo para servir o defunto no
além, eram fabricados em terracota, madeira, pedra ou
faiança, sendo os mais valiosos de ouro e lápis-lazúli,
sendo que normalmente eram figuras masculinas com
um arado e um cesto nas costas. Na parte da frente
havia escrito um capitulo do Livro dos mortos,
acreditava-se que ao recitar o texto os uchebtis
3
Sarcófago de Tutankâmon
ganhariam vida e trabalhavam no lugar do morto.
Arq. IGDA/G. Dagli Orti.
Obviamente quanto maior a classe social maior era o
número de uchebtis, chegando alguns túmulos a ter até 365, correspondendo um
para cada dia do ano. Obviamente no túmulo dos faraós o número podia ser muito
maior.
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2.2 Os grandes túmulos e templos
Um dos grandes diferenciais
da arte egípcia, é que ela
praticamente se manteve inalterada
durante o tempo dos faraós, sua
arte nos mostra um pouco como
eles pensavam, por exemplos os
grandes templos e túmulos reais
nos mostram o poder e a
importância dos faraós e dos
Deuses,
pelo
seu
tamanho
exacerbado, e os sistemas de
4
Pirâmides de Gizé
construção, nos mostra como o
Do livro A Grande Pirâmide Revela seu Segredo
ambiente os inspiravam, através
das linhas e formas geométricas, o conceito equilíbrio do ambiente em que viviam,
assim como a arte nestes templos e túmulos produzem uma arte refinada, rica e
diversificada, devido a fatores naturais e culturais, mantendo como base a vida
após a morte evidente no mundo do antigo Egito.
As pirâmides de Gizé4, por exemplo, são um belo exemplo de como eram
construídas e com que solidez já que a pirâmide de Khufu é a única das sete
maravilhas do mundo antigo que sobreviveu chegando até nós. Nos templos
existiam uma série de capelas, pilones, pátios e templos, assim como outros
edifícios também não relacionados à religião. A escultura da época oferecia um
amplo repertório de temas, e em alguns casos mostravam tríades (Faraó junto
com dois Deuses). Já nos túmulos havia um grande repertório de pinturas e
relevos, que retratavam a vida do morto, sendo que o contorno das figuras era
marcado com linhas assim como muitos desenhos modernos.
Exemplos das grandes construções do Egito perduram até hoje:
Baixo Egito
Alto Egito
•
ABU-SIMBEL, dois templos
(Ramsés II).
•
BENI HASSAN, 39 túmulos,
decorado com pinturas.
•
FILAE, templo dedicado a Deusa
Isís.
•
MEIDUM, Túmulos, encontrados
tesouros da arte egípcia.
•
KOM OMBO, templo dedicado a
Sobek e Hórus.
•
SAQQARA, Primeira pirâmide
construída pelos egípcios.
•
EDFU, Templo dedicado ao Deus
Hórus.
•
GIZÉ4, três pirâmides mais
conhecidas do mundo.
•
ARMANT, Templo funerário do
faraó Amenhotep III.
•
ESFINGE, o corpo em forma de
leão e cabeça humana (Khafré).
•
LUXOR, O harém meridional de
Amon.
•
ALEXANDRIA, Famosa pela sua
biblioteca e seu farol.
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2.2.1 O templo de Khonsu
O Deus Khonsu, morava em um
pequeno templo a sudoeste do recinto
principal de Karnak, que começou a
ser construído no tempo de Ramses
III, sendo concluído apenas na época
ptolomaica, por isso existem em suas
paredes marcas da passagem de
diversos faraós em sua construção.
Este templo5 possuía como
todos os templos da época alguns
elementos comuns, como, por
exemplo, a avenida, que era o
caminho de acesso, cercado por
5
O templo de Khonsu
fileiras de esfinges, que tinham como
elkovanmulder.blogspot.com
missão vigiar e proteger o templo.
Assim também como a maioria dos templos egípcios, quanto mais se penetra no
templo de Khonsu, menos a luz penetra devido à elevação do piso e a descida do
teto gradual e progressivamente, dando assim um clima propicio para o
recolhimento necessário ao culto, já que nas suas ultimas salas, o santuário, se
encontrava na completa penumbra.
O Construtor do templo foi o Faraó Ramsés III, faraó da XX dinastia egípcia,
este faraó mandou construir em Karnak templos dedicados à tríade tebana que
era Amon-rá, Mut e Khonsu. As paredes do templo de Khonsu mostravam baixos
relevos, que mostravam a tríade e os faraós construtores, possuindo até figuras
com atributos de vários Deuses.
2.2.2 As pirâmides
No reinado do faraó 6Djoser os antigos
túmulos dos faraós das duas primeiras
dinastias foram substituídos por uma nova
construção, a pirâmide. Inicialmente foram
construídos patamares cada qual menor
que o outro dando a impressão de uma
escada quadrada, na qual o faraó usaria
para ascender aos céus. E assim
6
seguiram as primeiras pirâmides, já na IV
Pirâmide de Djoser
dinastia, apareceu uma pirâmide perfeita.
Foto © Peter Brubacher.
Assim como as construções modernas à
primeira fase de sua construção consistiam em definir o melhor local para sua
construção, depois se decidia a quantidade de material e pessoal necessário para
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construí-la. Depois destas fases eram chamados os sacerdotes que deveriam
fazer a cerimônia de nivelamento de terreno e definir quais os quatro pontos
cardeais a serem utilizados na construção, e assim como os prefeitos de hoje em
dia, havia uma cerimônia onde o faraó simbolizava o inicio da construção
colocando o primeiro tijolo obviamente muito menor que as pedras utilizadas na
construção, já que ele que o modelava no momento da cerimônia. O tempo de
duração variava de acordo com o tamanho do complexo funerário, o qual deveria
estar concluído para a morte do faraó.
As pirâmides não eram construídas por escravos, já que estes não existiam,
aproveitava-se a época seca quando a terra era infértil e não havia trabalho, os
camponeses recebiam um modesto salário do estado, e eram divididos em grupos
de trabalho, Os processos de construção consistia na extração das pedras,
transporte das mesmas para o local da construção, onde eram encaixadas sem
nenhum material para uni-las. Havia também no campo de trabalho carpinteiros
que consertavam e produziam ferramentas de madeira para uso dos
trabalhadores, capatazes que supervisionavam cada grupo de trabalho, e o
Arquiteto que controlava a construção e verificava o nivelamento da mesma.
2.3 O Livro dos Mortos
Inicialmente os únicos que podiam viver após a morte eram os faraós, com
o passar dos tempos, os nobres e por ultimo, qualquer um que tivesse tido uma
vida justa. Essa ultima democratização da morte foi tido no novo império.
Porém a mumificação permitia a salvação física, e precisava-se de algo que
salvasse a parte espiritual, e este algo era o livro do mortos, que constituía em
algumas fórmulas para afastar o mal, que foi copiado durante o novo império a
partir dos textos do médio império, os quais derivavam dos textos das pirâmides
do antigo império. Chamado também na época de “livro para ver o dia”.
O livro dos Mortos possuía fórmulas e imprecações contra o mal, e
costumava ser escritas em papiro, estatuetas (como já citado), e também nas
ataduras que enrolavam o cadáver, o livro propriamente dito era colocado próximo
à múmia e dentro de um pedestal da estátua do Deus funerário Ptah-socáres,
variava de tamanho e de escrituras de acordo com o nível social de quem o
encomendava.
Os livros das classes mais baixas eram produzidos em série com um
espaço em branco para deixar o nome do morto, mesmo com estas variações
existiam coisas comuns como a ordem dos temas. As primeiras fórmulas tinham
relação com a preparação do cadáver que iria viajar ao Além, logo depois a
transferência do sarcófago para o túmulo, a revitalização dos sentidos e o cortejo
fúnebre. Uma vez no outro mundo o morte deveria passar por um caminho repleto
de animais, e substâncias corrosivas. Chegando ao destino, a sala do juízo Osíris
e outros Deuses ouviriam a confissão do morto, e também passar pela
psicostasia, se passasse por todas essas provas poderia desfrutar do paraíso uma
nova vida. Caso não passasse iria sofrer a aniquilação total de sua existência
tendo sua alma devorada por um monstro.
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2.4 A arte egípcia
Quando falamos de arte egípcia, estamos falando da arte desenvolvida e
aplicada no antigo Egito, arte esta que foi aplicada e desenvolvida em 3 000 anos
de civilização, demarcada por diferentes épocas separadas para melhor estudo
como período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa
e Período ptolématico, classificado assim pelas diferentes variedade estilísticas
adotadas, tendo vários períodos intermediários entre estes, que são mais curtos
caracterizados pela turbulência e obscuridade tanto social como artística e política,
apesar desta arte manter algumas coisas em comum, podendo se afirmar que se
manteve praticamente inalterada na época dos faraós tendo como principal tema,
a vida após a morte.
No século XIX muito desta arte foi descoberta, mesmo com o tempo e com
os acontecimentos históricos que ocorreram em torno destes 19 mil anos em que
esta civilização “caiu”.
Desde o momento em que começaram a ser desvendado o Hieróglifo
através da Pedra de Roseta, começou a ser possível caminhar com maior
segurança no entendimento do modo de vida, da cultura, da história e
naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.
2.4.1 Pintura
Quando se fala de 7pintura
Egípcia obviamente já nos vem em
mente homenzinhos pintados de
diferentes cores com seu corpo
mostrando seu aspecto frontal e suas
cabeças em perfil, e obviamente isto
está correto, assim como a palavra
hieróglifos também aparece vagando
na mente até mesmo do homem mais
desinformado. Estes aspectos estão
corretos, já que o estilo egípcio de
desenho era exatamente este, e os
7
hieróglifos eram verdadeiras obras de
Pintura egípcia
arte, rico em desenhos, mote este que
Fresco Del Valle de las reinas.
será aprofundado em capítulos
posteriores.
Através das pinturas os faraós contavam a história do Egito, fazia
homenagens aos Deuses, e em seus túmulos retratavam a própria vida, através
destas pinturas podemos saber mais sobre a vida deles, por exemplo, o faraó
Ramsés II, que através de textos se descobre que teve oito esposas principais
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entre as quais duas eram suas filhas e uma sua irmã, além de um numeroso
harém, porém havia uma preferida que se chamava Nefertari.
Vale comentar sobre os gansos de Meidum, que mostra a incrível
habilidade dos artistas egípcios na pintura, essas pinturas se encontravam na
mastaba de Nefermaat e Atet, que fazem parte da IV dinastia. Os gansos de
Meidum chamam a atenção pelo seu aspecto realista, o que não era muito comum
no antigo Egito, eles significavam aves em hieróglifos, e religiosamente
mantinham o simbolismo de afastar o mal, e evocar o renascimento.
2.4.2 Escultura
Assim como quase toda a arte egípcia, a
razão das esculturas era a eterna busca da vida
eterna, sendo uma arte tipicamente religiosa. A
representação de um faraó era como um
substituto físico do defunto, ou mesmo uma
maneira de eternizar o rosto, por isso o realismo
utilizado pelos escultores egípcios, do Antigo
Império, vindo a seguir o exemplo da pintura
posteriormente trazendo algumas estilizações.
Havia também estatuetas mortuárias pequenas,
que se acreditava que iriam se levantar para
ajudar o defunto, nos afazeres após a morte, já
as grandes estátuas mortuárias de templos e
palácios surgiu a partir da XVIII dinastia,
integrando como parte da arquitetura, havendo
modificações com os reis ptolemaicos, sofrendo
grande influência grega em suas técnicas.
Inicialmente as esculturas eram um
privilégio apenas de faraós e sacerdotes, porém
com o tempo se estendeu para alguns membros
da sociedade, como os escribas, dos retratos
reais mais populares destacam-se os dois
Busto de Nefertiti
Museu do Cairo
bustos de Nefertiti, que é considerada uma das
mulheres mais belas da história, sendo ambos de autoria de um dos poucos
artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e se encontram no museu do
Cairo e de Berlim.
Também vale lembrar as obras de ourivesaria Egípcia a qual temos um belo
exemplo na imagem ² relacionada ao jovem faraó Tutankamon (Capitulo 2.1),
onde se fazia esculturas em ouro, sendo o Egito repleto de artistas que produziam
obras belas e sustentavam a ostentação e elegância das cortes egípcias, as
pequenas jóias tinham sempre funções especificas, como talismãs, normalmente
usavam ouro, prata (material raro no Antigo Egito) e pedras preciosas.
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2.4.3 Arquitetura
O Antigo império foi o mais longo e importante período do Antigo Egito
(3200 a.C à 2052 a.C), e nele que se criou as primeiras leis, se formou a
identidade artística do Egito e a escrita hieroglífica, sendo que na primeira metade
do Antigo Império o Egito estava relativamente isolado em relação aos outros
povos o que contribuiu para uma cultura bem firme e original.
O Ano de 3650 a.C é marcado pelo inicio da época chamada das pirâmides,
e viveram nesta época os faraós da III à VI dinastias, sendo o faraó Djoser o
primeiro a construir uma grande pirâmide (foto da mesma no capitulo 2.2.2), no
local onde a maioria das construções funerárias mais antigas do Egito estão, em
frente a Mênfis. Quando as cidades começaram a crescer obviamente as
necrópoles também crescem chegando a alcançar Dashur (sul), e Gizé (Norte),
onde o faraó Snefru, pai do famoso faraó Quéops, desenvolveu um método de
fazer as pirâmides de faces lisas, construindo sua pirâmide em Dashur, porém
sendo superado pelo seu filho e netos, Quéops, Quéfrem e Miquerinos, que
construíram o complexo de Gizé (foto no Capitulo 2.2).
Já o novo Império e marcado por uma
arquitetura voltada aos Deuses, como o
templo de Khonsu (Capitulo 2.2.1), ou os
templos de Amon-Rá em Karnak, de Hórus,
em Edfu, entre outros. Já da arquitetura
doméstica do Egito, não se sabe muito,
apenas que algumas casas eram como
sobrados, e normalmente construídas em
alvenaria, e não em pedras como os grandes
templos.
Alguns
templos
também
eram
entalhados na pedra normalmente divididos
em 3 câmaras, sendo a primeira para os
profanos, a segunda para o faraó e nobres e
a terceira para o sumo-sacerdote, como é
Frente do templo de Abu Simbel
exemplo Abu Simbel.
Foto © Peter Brubacher.
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2.4.4 Música
A importância da música no antigo
Egito está ligada a Deusa Merit, que é
encarregada de manter a ordem no universo
por meio da música, embora a voz fosse um
fator relevante, o papel principal era do
instrumento. A música no Egito não é tão
comentada nos tempos modernos, como a
pintura e a escultura, mas foi tão rica quanto
as outras artes. Aparentemente os primeiros
instrumentos egípcios eram de sopro, já que
os primeiros registros são baixos relevos,
representando os mesmos, tendo destaque
espécies de clarinete, ou flautas dupla, e
simples, tocadas assim como a flauta
transversal moderna. Tinham como matéria
8
Mulheres tocando flauta, alaúde e
prima cana, madeira ou metal chagando a ter
harpa. - Arquivo IGDA/ Tebas
um metro de comprimento. Havia também
trompetes e tambores compridos utilizados em paradas militares, assim como
nossas fanfarras. Já quando falamos de instrumentos de corda o destaque é a
8
Harpa, que era tocada apoiada no chão, segurada com uma das mãos, enquanto
a outra a dedilhava, no final do antigo império elas tinham o tamanho do músico.
Outros instrumentos foram incorporados à cultura egípcia como a Lira (introduzida
por beduínos), e o Oboé (introduzido pelos mesopotâmicos).
A importância da música no Egito era muito grande como no trabalho nos
campos, nas paradas militares e nas procissões religiosas, tendo sua maior
importância em eventos em forma de banquetes, que se pareciam com bailes
modernos, os convidados colocavam seus melhores trajes e lá eram executados
cânticos e danças.
Os músicos aparecem nas pinturas com aspectos de pureza, barrigas
flácidas mostrando que bem se alimentavam, e com a cabeça raspada o que
significava pureza, normalmente representados com sinais de cegueira parcial ou
total.
Assim como toda arte egípcia a música acompanhava os ritos fúnebres,
principalmente a levado do sarcófago até o tumulo, que no caso dos faraós era um
evento bem demorado.
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3 A Escrita
Para fins de estudo a história se inicia desde o surgimento da escrita, que
foi por volta do ano 4 000 a.C, antes disto tudo que aconteceu é considerado Préhistória. Mas porque será que o surgimento da escrita acabou sendo um marco
tão importante?
A questão é que antes da escrita não havia documentos de real precisão
sobre o que acontecia na época, dando para estudar basicamente pedra, que
torna a pesquisa imprecisa. Com a criação da escrita ficou mais fácil caminhar,
para o que realmente acontecia no passado. E foi no Egito que ela surgiu de
maneira já aprimorada e complexa.
3.1 Escribas
Dentro de todas as profissões do Egito a que
menos era penosa era a dos escribas, tinham como
trabalho normalmente comprovar as posições dos limites
da cheia do Rio Nilo, contar os grão para calcular quanto
deveria ser pago de impostos, escrever fórmulas, cartas
pessoais, normalmente empregados do Faraó, de alguns
digninatário ou de um templo. Os escribas tinham como
Deus patrono 9Thoth, que era representado às vezes por
um babuíno, às vezes por uma Íbis, sendo associado à
magia e a invenção de todas as palavras.
9
Thoth
Desenho de José Laércio
Os escribas se utilizavam papiros, paletas,
pincéis, tinteiro e um frasco com água, usando os mais ou menos como os
pintores modernos, usando a água para umedecer o pincel, o papiro como tela, e
a tinta para pintar, assim também como a paleta para separar as cores (vermelho
e preto), e carregar os diferentes tipos de pincéis. Qualquer um podia ser escriba,
apesar de normalmente ser uma profissão passada de pai para filho, ande no
Império antigo, os pais ensinavam pessoalmente seus filhos. Já no Médio Império
começaram a aparecer às escolas ou casas da vida, que eram escolas de
escritores, estes ingressavam na escola com quatro ou cinco anos, e ficavam lá
até os doze, além de escrever aprendiam também aritmética e conhecer as leis,
para que pudessem calcular os impostos, e escrever estas mesmas leis. Apesar
de não parecer os mestres dos escribas castigavam a seus alunos fisicamente
sempre que achava necessário.
Os escribas contavam com um status de elevada condição social, tendo um
pictograma para sua profissão, que se pergunta até hoje, é se os pictogramas
específicos para os escribas foram inventados pela alta importância deles no Egito
Antigo, ou por que provavelmente eles mesmo que o inventaram.
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3.2 O que era o papiro.
Uma arvore nascia no
Egito, nos pântanos próximos
ao rio Nilo se chamava papiro,
muitas cenas são retratadas
com o mesmo, como cenas de
caça e pesca em que eles
estão presentes nas paisagens.
A etimologia da palavra
papiro é “que pertence ao
faraó”, ou “o faraônico”, por
estas plantas serem monopólio
do estado, que tinha poder
sobre
sua
produção
e
utilização. Dele eram feitos
móveis,
barcos,
cestos,
sandálias e serviam até mesmo
para a alimentação, porém seu
uso mais comum e mais
conhecido era para escrita. Nos
tempos modernos o papiro está
extinto do Egito, sendo uma
planta que cresce na Etiópia e
no Sudão, já fora da África na
Sicília onde foi implantado no
tempo dos gregos e se adaptou
Papiro original do egito
bem ao clima, é uma planta que
Arquivo pessoal
cresce no verão e da família
ciperácea que tem como nome cientifico Cyperus papirus.
A produção do papiro era muito cara, primeiro se colhia, o que nas
escrituras não temos muitos detalhes, depois se tirava à casca e cortavam-se
lâminas muito finas do miolo que ram colocadas verticalmente uma do lado da
outra, depois o mesmo processo era feito portem colocando sobrepostas às tiras
na posição horizontal, e ali eram deixadas para secar, o que possibilitava que as
duas se unissem devido ao suco liberado pelo próprio material. Para deixá-lo com
aspecto de folha, era batido um martelo encima e colocado embaixo de um peso
durante vários dias, e no final alisado para ficar mais fino, estas folhas tinham a
rebarba cortada e eram coladas umas nas outras com uma pasta para se fazer
rolos. Outro aspecto da produção da folha de papiro é que deveria ser feita
próximo ao local em que foi colhido, já que era necessário que a planta estivesse
fresca.
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3.3 Hieróglifos
Há mais de 5 000 anos atrás nasceu à escrita egípcia, a controvérsias
quanto a sua origem, alguns especialistas acreditam que ela tenha vindo da
Mesopotâmia, onde a escrita já havia sido criada anos antes, outros afirmam que
ela nasceu no próprio Egito mesmo. Havia as escritas Hieroglíficas, baseadas em
um esquema misto ideográfico-fonético. O Ideográfico significa que era através de
ideogramas assim como o Kanji (Escrita Japonesa), baseado, em figuras que
mostram de maneira gráfica algo concreto como, por exemplo, o desenho
simplificado de um coruja representando uma coruja, e o sistema fonético, que se
baseia no som das palavras, por exemplo, nas escritas hieroglíficas podia-se
escrever Tutankamon, usando o símbolo para cana e água (imn), para andorinha
(tut), e cetro divino (Anj ou cnh), que resultaria no fonema que hoje conhecemos
como Tutankamon.
Além disso, houve também a escrita hierática que era uma versão simples
dos signos hieroglíficos que era utilizada para escrever documentos cotidianos em
papiro, tinha maior simplicidade tornando tudo mais rápido já que estes
documentos eram ditados, já os
hieróglifos eram usados de maneira mais
formal.
Como todas as línguas do mundo
os egípcios mais antigos começaram a
desenhar o que queriam representar, por
exemplo, se queria escrever montanha,
desenhavam uma montanha, sendo
assim quando se queria escrever
Hieróglifo
montanha se desenhava uma montanha,
com o tempo foi se criando a
Reprodução de Champollion
necessidade de escrever conceitos
abstratos, como sentimentos e idéias. Com essa necessidade começaram a surgir
os primeiros fonogramas, se pegavam os ideogramas e se esvaziava seu
significado, ligando o apenas ao som que produzia ao falar, sendo assim se comer
era uma palavra muito parecida com pensar, as duas eram representadas da
mesma forma, assim como podia juntar dois sons diferentes (ou seja, os antigos
ideogramas), formando uma só palavra. Existe uma imensa semelhança com o
modo de escrever japonês que consiste em um alfabeto de ideogramas chamado
Kanji, e dois de fonogramas silábicos chamados de Katakana e Hiragana, igual o
desenvolvimento da escrita egípcia.
Os signos mais simples são chamados de unilíteros, que não passam de
representações de um só som, não possuindo vogais e constituído de 24 signos,
existia também os bilíteros, equivalentes a dois sons, são de maior quantidade
que os unilíteros, porém a maioria destes podiam ser representados somente com
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os unilíteros, e por fim os trilíteros, que não são em grande número sendo a maior
parte, acompanhados por um unilítero.
Sendo assim a escrita egípcia era formada de hieróglifos que possuíam
ideogramas, ou seja, um signo que significa algo, a escrita hieroglífica que nada
mais era que um sistema misto de hieróglifos e fonogramas unilíteros, bilíteros e
trilíteros.
Posteriormente, com a influência grega surgiu também a escrita Demótica,
onde os Hieróglifos assumiram uma faz em que os hieróglifos iniciais ficaram
estilizados, havendo até uma inclusão, de signos gregos na escrita.
Os hieróglifos foram se alterando e recebendo influência dos povos que o
dominaram, foram fatores decisivos para o desaparecimento deste tipo de escrita
foi à introdução do idioma grego e latino, com a conquista que exerceram sobre o
Egito. O cristianismo também contribuiu para que o conhecimento desta escrita
fosse esquecido já que tudo que tinha relação à religião politeísta Egípcia foi
considerado pagão e por isto proibido, isto já no século V d.C.
3.4 A pedra de Roseta
A pedra de Roseta10 se trata de um
decreto de Ptolomeu V, gravado em pedra,
escrito em Mênfis no ano de 196 a.C., que
comemorava a primeira coroação do rei
Ptolomeu V, instaurando seu culto em todos os
templos. O fato foi que em 1798 Napoleão
Bonaparte começou uma campanha militar no
Egito, porém em 1801 o Armistício foi
assinado, e Napoleão voltou à França, com
milhares de antiguidades que seus eruditos
levavam consigo. Entre elas a de maior
destaque foi a Pedra de Roseta.
Como as antiguidades egípcias eram de
poder dos ingleses foram feitas cópias e graças
a elas a pedra foi decifrada, e neste fato, no
decifrar a Pedra de Roseta está o mais
impressionante da mesma.
10
Pedra de roseta
Museu britânico de Londres
A Pedra de Roseta estava escrita em 3
idiomas sendo eles hieróglifos, escrita demótica e grego, sendo o ultimo a chave
para desvendar o que nela havia escrito. Esta pedra foi encontrada na fortaleza de
Roseta aonde os franceses iriam restaurá-la e ampliá-la para guerrear contra os
turcos e os ingleses pelo poder no Egito, durante a restauração o tenente
Bouchard encontrou um Estela, de basalto preto, reconhecendo o Grego e o
hieroglífico escrito já descobriu a importância do achado.
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3.4.1 Champollion o tradutor
Jean-François Champollion11 foi o responsável pela tradução da Pedra de
Roseta, possibilitando que os arqueólogos decifrassem vários outros segredos do
Egito antigo, ganhando assim o titulo de pai da arqueologia.
Champollion era filho de um livreiro que possuía uma biblioteca, e talvez
através dela adquiriu o amor à língua, falando diversos idiomas, utilizou estes seus
conhecimentos, principalmente em grego e copta, comparando com outros
hieróglifos conseguiu concluir a árdua tarefa de decifrar o texto da pedra, o que é
impressionante, afinal ele foi o primeiro em mais de um milênio a ler um hieróglifo.
Entendia árabe, hebreu, aramaico, siríaco, persa, etíope, caldeu, chinês,
sânscrito, zende e copta, além de sua língua nativa que era o francês. Descobriu
que 15 sinais da escrita demótica correspondiam à língua copta, sendo que
anteriormente com 16 anos de idade apresentou um trabalho afirmando que esta
língua era a ultima fase da língua dos faraós, e confirmando esta sua tese através
da Pedra de Roseta,
A língua copta se trata de diversos dialetos com termos gregos, orientais e
possui uma escrita com o alfabeto grego e mais seis signos demóticos,q eu
indicam fonemas que o grego não possui, conhecer Copta possibilitou que
Champollion descobrisse até mesmo a pronuncia exata de muito vocábulos do
Egito Antigo.
Ao analisar a pedra de Roseta, ele foi o primeiro a definir com exatidão que
seu texto intermediário estava grafado em demótico. Outro estudioso, o abade
Barthélemy, já pressentira que os cartuchos encerravam nomes de reis, mas a
ordem dos sinais permanecia incerta. Na Pedra de Roseta havia vários cartuchos
e pelo texto grego se sabia que o faraó citado era Ptolomeu V. Um cientista inglês,
Thomas Young (1773-1879), havia descoberto o significado correto de alguns
sinais e atribuíra valores de sons, e não de idéias, a diversos símbolos.
Champollion não se convencera muito disso. A pesquisa empacara aí. A grande
tarefa para ele, naquele momento, era descobrir se os hieróglifos eram apenas
símbolos ideográficos ou se podiam realmente funcionar como letras.
Em 1815 novas pistas surgiram. A primeira foi um pequeno obelisco
descoberto em Philae. Também continha um texto grafado em hieróglifos,
demótico e grego, no qual aparecia o nome de outro faraó, Ptolomeu Evergetes II,
e o de sua esposa Cleópatra III. Sendo nomes estrangeiros, raciocinou
Champollion, não poderiam ser grafados com ideogramas, mas deveriam estar
escritos da maneira como eram pronunciados. Comparando os cartuchos de
Ptolomeu e Cleópatra, notou que possuíam em comum os sinais que
representavam as letras P, T, O e L. A conclusão lógica foi a de que alguns
hieróglifos tinham mesmo o valor de letras. Embora a descoberta da grafia de
nomes de reis tenha sido fundamental para decifrar os hieróglifos, isso não levaria
ao entendimento da língua egípcia sem a ajuda do copta. O conhecimento
profundo que Champollion tinha dessa língua permitiu-lhe descobrir, ao estudar a
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pedra de Roseta, os valores fonéticos de certos sinais hieroglíficos em particular,
enquanto que seu entendimento do texto grego ajudou-o a identificar os
caracteres ideográficos.
A outra pista foram dois cartuchos que
pareciam significar os nomes de Tutmés
(Tutmósis) e Ramsés. Neles o segundo elemento
era idêntico e poderia corresponder ao som més.
Eram os primeiros nomes totalmente egípcios que
ele traduzia e isso o convenceu de que suas
descobertas eram válidas para os vários períodos
da história egípcia e não apenas para a época
greco-romana. Champollion concluiu, então, que
ao lado dos sinais que correspondiam a um som
simples, havia também sinais que agrupavam
duas consoantes e sinais que representavam
idéias. Ao chegar a tal conclusão ele se
emocionou a tal ponto que desmaiou e
10
permaneceu inconsciente por 60 horas. Quando
Champollion
voltou a si redigiu uma carta ao secretário
Museu britânico de Londres
perpétuo da Académie des Inscriptions et BellesLettres, a célebre Lettre à Monsieur Dacier relative à l'alphabet des hiéroglyphes
phonétiques. Nesse documento, lido em sessão daquela academia em 27 de
setembro de 1822, ele anuncia a descoberta do alfabeto fonético com o qual os
egípcios grafavam os nomes dos reis gregos e dos imperadores romanos. Além
de Ptolomeu e Cleópatra, ele foi capaz de reproduzir a grafia em hieróglifos e a
tradução de 79 nomes de soberanos egípcios, desde Alexandre, o Grande, (332 a
323 a.C.) até Antonino, o Pio (138 a 161 d.C.), dos quais ele reconheceu e tabulou
todas as letras, uma a uma. Estava posto abaixo o conceito vigente até então de
que a escrita hieroglífica era apenas ideográfica, ou seja, que cada sinal
representava uma idéia.
Estava dado o primeiro passo, mas esse era apenas o começo; tornava-se
necessário estabelecer um vocabulário e uma gramática e, depois disso e acima
de tudo, entender o que se estava lendo e descobrir os fatos narrados por uma
língua morta há pelo menos 18 séculos. Champollion sai à cata de textos que não
possuia. Obtém cópias de escritos de paredes do túmulo de Seti I e, embora
republicano, consegue a simpatia dos reis Luis XVIII e Carlos X. Graças a isso,
entre 1824 e 1826, lhe foi possível visitar várias coleções de museus fora da
França, tendo sido enviado em missão financiada pelo rei para os museus de
Turim, Liorne, Roma, Napoles e Florença, na Itália, onde, em magníficas coleções
lá existentes, aprofunda suas pesquisas.
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4 Ciência do Egito
De acordo com os estudos relacionados à civilização egípcia, se descobriu
que foi uma civilização que durou por mais de 3 000 anos, e construiu eternos e
gigantescos monumentos sem ajuda de máquinas. A civilização em si precisava
de um rigoroso controle sobre os recursos naturais, já que dependia das cheias do
rio Nilo para ter alimento, por isso desenvolveram e possuíam grandes
conhecimentos sobre a Álgebra e a Geometria. Foram descobertos vários papiros
que comprovam que os Egípcios dominavam as funções matemáticas (soma,
subtração, divisão e multiplicação), assim como também desenvolviam funções
mais complexas como as equações de primeiro grau.
A Matemática egípcia era aplicada no dia-a-dia dos egípcios, sendo que os
escribas, dominavam a arte de fazer contas, servia para restabelecerem fronteiras,
estabelecer limites das explorações agrícolas que sumiam com a cheia do Rio Nilo
(geometria). Já a aritmética, calculava os recursos que o império dispunha e
definia quanto deveria ser pago de impostos ao estado, fazendo com que nunca
faltasse alimento seja por que o Nilo inundasse excessivamente os campos, como
também se inundasse pouco provocando más colheitas. A Geometria servia
também para as construções, criações artísticas e cartografia.
4.1 Ciência Política Egípcia
Os egípcios possuíam também uma ciência política, que acabou sendo
divido por dinastias, divisão por linhagem dos governantes e tempo no poder,
sendo que uma dinastia acabava por possuir vários faraós.
Inicialmente havia tribos a margem do Nilo sendo separadas basicamente
como alto e baixo Egito, até que Menés unificou essas tribos e começou um
governo regular, começando assim a primeira das 30 dinastias Egípcias,
estendendo o domínio para o Norte e unificando o país definitivamente e fundando
Mênfis11 para servir como Capital, as duas primeiras dinastias foi constituída de 19
reis abrangendo cerca de 400 anos, levantando túmulos, governando Mênfis e
unificando cada vez mais o Egito.
Durante os 500 anos seguintes o Egito foi próspero e pacifico sobre a tutela
da terceira dinastia dando inicio também ao Antigo Império, sendo essa a terceira
dinastia, o Faraó era considerado Deus, e todos os outros eram servos dele, nesta
dinastia a primeira pirâmide foi construída, chamada de pirâmide de Degraus de
Sacara, construída para ser tumulo do Faraó Zoser, o primeiro Faraó desta
dinastia.
A Quarta dinastia foi caracterizada pelo desenvolvimento das pirâmides,
sendo que para os reis da mesma foram levantadas as Pirâmides de Gizé, que
são as mais famosas das 80 pirâmides que restaram das muitas construídas no
antigo Egito.
A Quinta Dinastia foi marcado por problemas para o Faraó, que não era
mais Deus e sim o Filho do Deus Rá encarnado, sendo assim cada vez que o
poder de Rá e seus sacerdotes aumentavam, menos poder tinha o Faraó que
tinha sido soberano total e absoluto até lá. Nesta dinastia o Egito pagava ainda o
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alto preço da construção da Pirâmides o que causou problemas na economia do
País e dificuldades políticas, os nobres ameaçavam a onipotência do Faraó.
Na Sexta dinastia os problemas da quinta foram se agravando chegando ao
seu auge no reinado de Pepi II, que é considerado o ultimo grande faraó do antigo
império, governando por mais de 90 anos, com sua morte a desordem e a crise
“estouraram”, acabando com a paz, prosperidade e o poder centralizado do Antigo
Império egípcio.
Entre a Sétima e a Décima dinastia o Egito entrou no primeiro período
Intermediário, onde os governantes de pequenas províncias criaram pequenos
principados e entraram em guerra uns com os outros. Já em Mênfis famílias
brigavam pelo titulo de faraó sendo estas dinastias, principalmente a nona e a
décima com curta duração e rápida sucessão de reis.
Na Décima Primeira dinastia uma família subiu ao trono, em Tebas
competindo com os reis de Mênfis e Heracleópolis, estendendo seu domínio para
o norte, o Egito entrou no Médio Império.
Com o surgimento de outra
família Tebana, o Egito reunificou-se
nesta que já seria a Décima Segunda
dinastia, que estabeleceu a capital em
Lisht. Restringiram o poder dos nobres
provinciais e reorganizaram a política
interna do Egito, restaurando a
grandeza do Egito, tiveram reputação
Militar,
comercio
exterior
bem
elaborado e territórios a explorar,
porém houve uma queda antes de
atingir o seguinte apogeu.
Na Décima Terceira dinastia o
país entrou no segundo período
intermediário, onde uma série de
governantes ineficientes causou uma
separação de alto e baixo Egito
novamente, e de tempos em tempos
estas duas áreas entravam em guerra
civil.
Da Décima Quarta a Décima
Sétima dinastia, surgiu uma família
rival ao governo Tebano, era uma
dinastia estrangeira os Hicsos, que
submeteram o Egito a humilhação de
serem governados por estrangeiros,
porém mesmo possuindo grandes
12
Akhenaton
técnicas militares os Hicsos, nunca
Wikimedia Foundation.
conseguiram dominar o Egito inteiro e
nem mesmo subjugar o governo da família de Tebas.
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Uma forte Família fundou a Décima Oitava dinastia, organizando um
exército poderoso que tomou a fortaleza que os Hicsos haviam levantado em
Lisht, expulsando os estrangeiros do Egito, trazendo mais uma vez a reunificação
do Egito. Neste período se iniciou o Novo Império, a paz e a prosperidade
comercial emergiram no Egito, porém mais uma vez começaram as lutas políticas
e religiosas, já que o Faraó Aquenáton12, pai do famoso Tutankamon, tentou
instituir uma religião monoteísta sobre o Deus Áton, representado pelo disco solar,
obrigando os egípcios a cultuar esse Deus.
Com a Décima nona e Vigésima dinastia, o Politeísmo foi novamente
instaurado, e o Egito venceu seus inimigos, nesta dinastia grandes monumentos
foram construídos, porém foi quando começou a desintegração política que daria
fim ao Egito como grande potência.
A partir da Vigésima dinastia o Egito entrou em decadência, os faraós
conseguiram reerguer o país, porém a opulência dos impérios anteriores nunca
mais retornaria já que o Egito agora era subordinado do império romano e dos
assírios em determinados períodos.
4.2 Ciência da mumificação
Já foi citado o sentido religioso e
artístico da mumificação, porém, se deve dar
uma atenção ao conhecimento de anatomia
que os embalsamadores possuíam, já que
conseguiam retirar as vísceras sem danificálas, e danificando o mínimo possível o corpo.
Quem fazia a mumificação eram
sacerdotes, que primeiro extraiam o cérebro,
introduzindo um gancho no nariz do defunto e
partindo o osso etmóide (osso nasal). Logo
Múmia (anônimo)
depois eles marcavam com tinta uma linha do
Museu Britânico
lado esquerdo do corpo, onde faziam o corte
para extrair as vísceras. Segundo suas crenças o coração deveria controlar o
corpo no além, e os rins permaneciam no cadáver (talvez pelo difícil acesso a
eles). O estomago, os intestinos, o fígado e os pulmões eram separados e
guardados em vasos chamados de canopos, depois de serem lavados por
auxiliares com substâncias aromáticas. O corpo depois deste processo era
depositado em carbonato de sódio natural (natrão), durante algum tempo para
depois ser lavado e massageado com perfumes, óleos e incensos (de fundo
religioso), colocavam olhos de vidro para dar uma sensação de realidade e uma
placa na incisão para retirar as vísceras.
Claro que este processo era cheio de amuletos sais e instrumentos ligados
a magia, pois tinha um caráter religioso, inclusive o principal sacerdote funerário
utilizava uma máscara de chacal representando o Deus da mumificação Anúbis, e
entre as faixas como já citado iam diversos amuletos para garantir o bom caminho
do morto no Além.
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Para enfaixar o corpo usavam tiras desfiadas de roupas usadas, sendo de
linho ou Sais, sendo que o sacerdote fazia preces e por vezes até escrevia
fórmulas mágicas nas próprias faixas, começando a se enfaixar os dedos
individualmente, seguidos pelos membros e pela cabeça, depois os braços eram,
colocados cruzados sobre o tórax e o corpo era enfaixado, essa arte foi extinta em
392 d.C., pois foi proibido pelo imperador Teodósio com a prática do Cristianismo.
Depois disto era colocada uma máscara tentando representar os traços do
morto e era depositado em um sarcófago, para ser entregue a família.
4.2.1 Medicina
Tudo que sabemos com relação a medicina Egípcia devemos aos papiros
médicos, bem como representações artísticas que tinham esse tema,
normalmente datando do Novo Império. Não foram feitas grandes cirurgias, a
medicina egípcia se constitui de coisas pequenas como curar feridas, extrair
dentes e imobilizações de fraturas através de talas, e pequenas doenças externas,
de pele, por exemplo.
Os egípcios tinham como ferramentas médicas (normalmente de cobre ou
bronze), fórceps, Ganchos, bisturis, pipetas, cateter, sondas serra e até
cauterizadores.
4.3 Ciência em torno do rio Nilo
O rio Nilo é constituído de duas nascentes,
uma chamada de Nilo Branco que nasce em
Uganda, e outra chamada de Nilo Azul que
nasce na Etiópia, que são também
respectivamente dois rios, na época do
antigo egito ele enchia no solstício de verão,
e permanecia cheio durante mais ou menos
cem dias, vindo a regressar e ficar baixo
com sua corrente fraca por todo inverno.
Era de acordo com essa cheia que o
Egito prosperava, pois o Limo trazido pelas
cheias fertilizava a terra que permitiam a
agricultura, e para controlar e prever esses
acontecimentos várias técnicas foram
desenvolvidas no Antigo Egito. Varias
instalações chamadas de Nilômetro permitia
que se previsse quando o rio ia encher por
um sistema de medição, e várias ciências
agrárias foram criadas a partir disto, como
Mapa do Antigo Egito
também de divisão de trabalho, em períodos
Revista
National Geographic
de seca quando o trabalhador não tinha terra
para trabalhar, era empregado do estado na construção das pirâmides.
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5 Podemos entender a cultura egípcia nos tempos modernos?
Vamos lembrar que a nação
Egípcia se manteve por 3 000 anos,
muito mais que a nossa civilização
atual, e que ela estava em um
tempo muito diferente do nosso com
uma arte que perdurou igual, com
pequenas modificações com o
passar dos anos.
Não podemos saber
exatamente como era o Egito ou
seus faraós e seu povo, ou nem
mesmo como era realmente
utilizado cada aparelho até mesmo
13
Abul-Simbel - Cultural Atlas of Ancient Egypt by
é difícil entender seus objetos, ou
John Baines and Jaromir Malek
muitas das figuras hieroglíficas,
quando se fala de história antiga nada é realmente preciso, mesmo com a escrita
e com monumentos como os do Egito que perduraram através dos anos, muito foi
perdido, e o que podemos saber é apenas conseguido através da Antropologia e
da Arqueologia, que estuda esse passado e procura vestígios a mais da cultura.
Porém devido à prática de escrever a vida dos faraós nos túmulos-pirâmide
dos mesmos podemos saber com uma riqueza de detalhes magnífica do que se
tratou a história do Egito, já que o centro do poder eram os faraós.
No templo de Abu-Simbel13 existem milhares de escrituras, tendo em
consideração que é um templo esculpido na pedra e que possui estátuas colossais
na entrada de cada um dos dois templos, sendo um com estátuas majestosas do
Ramsés segundo, o que indica (também pelas escrituras), que foi o construtor do
templo, assim como o segundo é dedicado a Hathor e a Nefertari, sua esposa
predileta que até mesmo dividia grande parte do seu poder político, através destes
templos é possível saber que Ramsés foi um grande faraó principalmente no ramo
Militar, pois dominou a Núbia e este templo foi construído para firmar o poder na
região.
Sabemos também que o Faraó Akhenaton desejou modificar o Egito
tentando fazer com que se tornasse monoteísta, venerando o Deus Aton, que é
basicamente o sol, o que não se sabe ao certo devido às escrituras como sua
esposa Nefertiti, uma das figuras, mais influentes do cenário político deste período
do Egito, veio a desaparecer, já que ela simplesmente deixa de ser citada, teria
falecido ou simplesmente deixado de ser a favorita de Akhenaton. O Período de
Nefertiti e o Akhenaton reinaram também houve uma revolução artística (a única
do Antigo Egito, sendo que a arte egípcia sempre manteve as mesmas
características). Os desenhos deixaram de ser corpo frontal e cabeça de perfil,
apara assumir todos desenhos de perfil, assim como passaram a retratar as cenas
de maneira mais realista tendo Akhenaton uma barriga mais flácida e retratando
até mesmo cenas da família real no cotidiano, o que não era nada usual, sendo
até mesmo proibido em todos os outros reinados.
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Akhenaton ao lado de Nefertiti causaram uma grande crise no Egito e em
seguida seu filho Tutankamon tentou reverter à situação trazendo o monoteísmo
de volta ao país e voltando com a arte como era feita anteriormente. Sabemos
estes dados e podemos entender de toda uma fase do Egito devido às escrituras
referentes a Akhenaton, Nefertiti e Tutankamon, entendendo até certo ponto a
cultura estabelecida, os métodos políticos, os problemas cotidianos, a ciência tudo
através da arte e cultura referente a este período tão rico da história da arte.
5.1 O fim do Egito perante Roma
As últimas dinastias Egípcias foram
chamadas de Período Ptolématico, pois foi
governado por estrangeiros, porém o mais notável
Faraó Egípcio era uma mulher que foi a única
dentro de mais de 1500 anos que falava a língua
Egípcia, seu nome era Cleópatra14. Essa
Governante tinha 18 anos quando adquiriu o poder
sobre o Egito herdando-o de seu pai Ptolomeu XII,
que segundo indicação expressa no testamento do
pai se viu obrigada a casar com o irmão e dividir o
trono com ele, quando este tinha apenas 10 anos.
Uma guerra civil estourou entre os dois,
porém foi suplantado por outra guerra civil,
despontava
na
outra
margem do
mar
mediterrâneo, nesta guerra brigavam Julio César e
Pompeu.
14
Cleópatra
Os emissários do irmão de Cleópatra
Arquivo IGDA/G. Dagli Orti
sabendo que Julio César depois de vencer
Pompeu se refugiara no Egito mandaram assassinar Pompeu para conseguir o
apoio do vencedor para a sua causa, porém Cleópatra conseguiu chegar a Julio
César e fazê-lo abraçar a sua causa através da sedução.
Depois de algumas mais guerras Ptolomeu XIII, o irmão de Cleópatra, foi
morto em combate tornando-a assim líder absoluta do Egito. Porém Júlio César
morreu na Ásia depois de trair politicamente os planos de Cleópatra de ter um
reino unificado entre Roma e Egito, e Marco Antônio e Otávio dividiram Roma,
Cleópatra por sua vez se aliou a Marco Antônio mantendo a soberania do Egito
perante a expansão de Roma.
Marco Antônio cedeu territórios romanos ao Egito o que provocou a invasão
do mesmo por Otávio, após a derrota Marco Antônio se suicidou, e por senso
talvez de orgulho Cleópatra se suicidou fazendo com que uma cobra a mordesse e
acabando assim de vez com o Grande e suntuoso Império Egípcio.
Essa história pode ser contada assim com riqueza de detalhes devido a
documentos escritos tanto em língua egípcia como Romana tendo mais registros
romanos do que egípcios, até mesmo bustos e pinturas de Cleópatra podem ser
mais facilmente achados no estilo Romano do que no estilo do antigo Egito,
levando em conta que esta descendia de Ptolomeu I que era Grego.
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6. Conclusão
O Egito é um dos principais pólos religiosos, políticos e culturais do mundo antigo,
sendo que durou cerca de 3000 anos, significando uma civilização que sobreviveu
1000 anos a mais do que a civilização atual. Com sua economia baseada no
grande rio Nilo que nas épocas de cheia transborda adubando a terra em torno do
mesmo, fazendo com que o Egito nunca tivesse escassez de alimentos, e
desenvolvesse uma técnica agrícola baseada exatamente nas cheias do rio. O
Egito foi também a primeira civilização do homem moderno que acabava de
evoluir dos “homens das cavernas”, tendo a passagem de Pré-história para
história, dentro do começo desta civilização.
A cultura egípcia é muito rica, porém é completamente ligadas a política e
religião, sendo que todas as obras possuem a figura do faraó ou alguma
referencia aos Deuses Egípcios, tendo em vista que foi uma civilização politeísta
tendo apenas um momento em que o faraó Akhenaton tentou instituir uma religião
monoteísta venerando o Deus Áton, sendo uma tentativa frustrada quando seu
filho Tutankamon assumiu o poder e restituiu os antigos Deuses. A fase de
Akhenaton foi à única em que a arte egípcia teve uma transformação relevante,
fazendo representações incomuns como o faraó em sua vida cotidiana, ou com
uma barriga saliente, retratando a realidade da forma mais real possível, porém
em todo antigo Egito a arte praticamente não mudou, adquirindo uma tendência
tão forte que até mesmo na era Ptolomaica, onde eram gregos os faraós do Egito
eles tiveram que manter a religião e respeitar as crenças do povo do Egito.
A procura da imortalidade era bem evidente principalmente nas esculturas,
pintura e arquitetura, sendo que os egípcios acreditavam na vida eterna, as
múmias eram repletas de inscrições e talismãs para ajudar o defunto em sua
passagem espiritual, até mesmo as faixas possuíam fórmulas para a vida eterna,
sendo que até mesmo o processo para mumificar era repleto de tendências
religiosas, sendo a própria mumificação uma preparação para a vida “após a
morte”, já os túmulos principalmente dos faraós eram repletos de esculturas,
pinturas e objetos pessoais (muitos também obras de arte), que contavam a
história do faraó-defunto, mantendo objetos de valor nos túmulos, pois no antigo
Egito acreditava-se que, ao contrário do que acredita-se na idade contemporânea,
os faraós ressuscitariam, podendo dessa forma usufruir dos mesmos, seu corpo
necessitava estar intacto (por isso a mumificação), e os sarcófagos, para lembrar
o rosto do falecido, e das pinturas sua vida, assim como as uchebtis (pequenas
esculturas), o ajudariam na passagem pelo mundo espiritual, até se encontrarem
com Hórus para a pesagem das boas e más ações.
Os faraós construíram grandes templos em honra aos Deuses, e as
famosas pirâmides, que serviam como tumulo para os mesmos, sendo que até
hoje são mistérios do antigo Egito a construção delas, e admiradas por sua
grandiosidade e durabilidade já que todas elas foram construídas a mais de 2000
anos, e perduram em pé até hoje. A primeira pirâmide tinha degraus, acredita-se
que simbolizam uma escada para o céu, venerando o Deus Áton (sol), assim
como os obeliscos, sendo que elas se tornaram um símbolo do poder do faraó,
sendo as mais impressionantes as pirâmides do templo de Gizé, onde se localiza
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também a esfinge, e a pirâmide que é considerada uma das sete maravilhas do
mundo Antigo.
Junto com as múmias era colocado o livro dos mortos, que continha
fórmulas e preces para ajudar a vida no “alem”, sendo que no inicio (Antigo
Império), os mumificados eram apenas os faraós, posteriormente os nobres e por
último a população em geral, sendo que nesta última fase o livro dos mortos era
escrito em série para a população, e apenas havia o espaço para colocar o nome
do morto.
Não se sabe ao certo quando surgiu a escrita egípcia, porém se sabe que
ela era dividida em três escritas diferentes, a escrita hieroglífica é a mais
tradicional e popular, onde ideogramas eram usados para representar coisas
concretas, por exemplo, o desenho de uma ave significava exatamente uma ave,
havia também a escrita hierática, que era uma versão mais simples dos
hieróglifos, usada em documentos já que estes eram ditados e precisavam ser
escritos com maior velocidade, por ultimo já com influencia Grega surgiu a escrita
demótica, onde os hieróglifos tomaram um aspecto mais estilizado parecendo
muito com o alfabeto, chegando até mesmo a incorporar signos gregos. Quem
escrevia no Antigo Egito eram os Escribas, já que a maior parte da população não
sabia ler ou escrever, levando em conta que essa era uma profissão de alto
apreço de todos eles não facilitavam a maneira de escrever e passavam essa
profissão de pai para filho, até mesmo quando surgiram as “casas da vida”, que
eram escolas de escribas, onde se ensinava os fundamentos da escrita e da
matemática que fazia parte do dia-a-dia destes escritores do Egito.
A pedra de Roseta foi o fator fundamental para a tradução da escrita e da
linguagem egípcia, o Francês Champollion a traduziu com base nas escritas
gregas que havia na mesma, que equivaliam aos hieróglifos, chegando a
conclusão que a língua que mais se aproxima da língua Egípcia antiga, é o copta,
se tornando uma figura importante na história do antigo Egito e a Pedra de Roseta
a chave para um dos mais antigos mistérios do Egito, que era sua escrita.
O Egito tem diversos mistérios e uma arte muito ampla ligada a
imortalidade, o que se pode afirmar hoje é fruto do trabalho de arqueólogos,
antropólogos, lingüistas e Egiptologistas.
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Referencia Bibliográfica
CALADO, Margarida, PAIS DA SILVA, Jorge Henrique, Dicionário de Termos da
Arte e Arquitetura, Editorial Presença, Lisboa, 2005, ISBN 20130007
Enciclopedia Multimedia del Arte Universal©AlphaBetum Multimedia
JANSON, H. W., História da Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1992,
ISBN 972-31-0498-9
LIEGE, Maria de S. M., Egitomania: O Fascinante Mundo do Egito Antigo,
Espanha, Planeta deAgostini, 4 volumes (V.1,2,3,4)
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Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 14 de Maio de 2008
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