PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY
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PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY CURITIBA / PR DEZEMBRO / 2002 CONTEÚDO Pág. APRESENTAÇÃO I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO......................................................................I.1 1 - REFERENCIAL .............................................................................................................................................I.2 2 -MÉTODO DE TRABALHO ..............................................................................................................................I.2 II - REQUISITOS LEGAIS ................................................................................................................................II.1 1 - CONSTITUIÇÃO ...........................................................................................................................................II.1 1.1 - FEDERAL............................................................................................................................................II.1 1.2 - CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ ...........................................................................................II.2 2 - POLÍTICA AMBIENTAL ................................................................................................................................II.3 2.1 - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - LEI N° 6.938/81 .............................................................II.3 2.2 - POLÍTICA AMBIENTAL DO ESTADO DO PARANÁ.................................................................................II.4 3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ....................................................................................................................II.5 3.1 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - SNUC ................................II.5 3.2 - LEGISLAÇÃO FLORESTAL ...................................................................................................................II.6 3.2.1 - CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO ..............................................................................................II.6 3.2.2 - LEI FLORESTAL DO ESTADO DO PARANÁ ..................................................................................II.7 3.3 - DECRETO Nº 84.017/79 APROVA O REGULAMENTO DOS PARQUES NACIONAIS .................................II.7 3.4 - DECRETO N° 5.150/89 - CRIA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ..........................................II.8 4 - COMPONENTES AMBIENTAIS NATURAIS.....................................................................................................II.8 4.1 - MEIO ABIÓTICO..................................................................................................................................II.8 4.2 - MEIO BIÓTICO ...................................................................................................................................II.9 4.3 - MEIO SOCIOECONÔMICO ...................................................................................................................II.10 5 - CONDUTAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE ..................................................................................................II.11 5.1 - LEI N° 9.605/98 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................II.11 III - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO .....................................................................III.1 1 - FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO.......................................................................................III.1 i 2 - LOCALIZAÇÃO E ACESSOS ..........................................................................................................................III.1 3 - MAPEAMENTO ............................................................................................................................................III.4 4 - HISTÓRICO E ANTECEDENTES LEGAIS ........................................................................................................III.4 5 - ORIGEM DO NOME .....................................................................................................................................III.6 6 - SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ................................................................................................................................III.6 7 - CONTEXTO ESTADUAL ...............................................................................................................................III.6 7.1 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ...........................................................................................................III.6 7.2. - ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS ........................................................................................................III.8 7.3 - ASPECTOS GEOLÓGICOS ...................................................................................................................III.10 7.4 - ASPECTOS PEDOLÓGICOS ..................................................................................................................III.10 7.5 - ASPECTOS CLIMÁTICOS .....................................................................................................................III.11 7.6 - HIDROGRAFIA ....................................................................................................................................III.11 7.7 - VEGETAÇÃO ......................................................................................................................................III.12 8 - CONTEXTO REGIONAL ................................................................................................................................III.14 8.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ....................................................................................III.14 8.1.1 - ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO............................................................III.15 8.1.2 - DINÂMICA DEMOGRÁFICA ........................................................................................................III.16 8.1.3 - CONDIÇÕES DE VIDA .................................................................................................................III.17 8.1.4 - INFRA-ESTRUTURA ....................................................................................................................III.19 8.1.5 - ASPECTOS ECONÔMICOS ...........................................................................................................III.20 8.1.6 - CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................III.22 IV - INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DO PARQUE ESTADUAL E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO ............IV.1 1 - CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO ....................................................................................IV.1 1.1 - CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DA ZONA DE AMORTECIMENTO ............................................IV.1 1.2 - DESCRIÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO ......................................................................................IV.1 1.3 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...............................................................................................................IV.2 1.4 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ..........................................................................................................IV.5 1.5 - PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA POPULAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO ........................................IV.6 1.5.1 - AÇÃO DA PREFEITURA NA ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE E NO MUNICÍPIO ...............IV.8 ii 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS .............................................................................................IV.9 2.1 - HIDROGRAFIA ....................................................................................................................................IV.9 2.1.1 - QUALIDADE HÍDRICA ................................................................................................................IV.9 2.2 - GEOLOGIA .........................................................................................................................................IV.13 2.3 - GEOMORFOLOGIA ..............................................................................................................................IV.14 2.4 - SOLOS ................................................................................................................................................IV.14 2.4.1 - DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS .........................................................................................IV.14 2.4.1.1 - NEOSSOLOS FLÚVICOS......................................................................................................IV.15 2.4.1.2 - NEOSSOLOS LITÓLICOS .....................................................................................................IV.18 2.4.1.3 - NITOSSOLOS VERMELHOS ................................................................................................IV.19 2.4.2 - UNIDADES DE MAPEAMENTO ....................................................................................................IV.21 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES BIÓTICOS ...............................................................................................IV.22 3.1 - VEGETAÇÃO ......................................................................................................................................IV.22 3.1.1 - COMPOSIÇÃO DA FLORA LOCAL................................................................................................IV.26 3.1.2 - ESPÉCIES RARAS, ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO ...................................................IV.29 3.1.3 - ESPÉCIES INVASORAS E/OU EXÓTICAS ......................................................................................IV.30 3.2 - FAUNA ...............................................................................................................................................IV.31 3.2.1 - MAMÍFEROS ..............................................................................................................................IV.31 3.2.2 - AVES .........................................................................................................................................IV.35 3.2.3 - RÉPTEIS.....................................................................................................................................IV.36 3.2.4 - ANFÍBIOS ..................................................................................................................................IV.37 3.2.5 - ESPÉCIES RARAS, ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO ...................................................IV.41 4 - ARQUEOLOGIA ...........................................................................................................................................IV.44 4.1 - DADOS ARQUEOLÓGICOS ..................................................................................................................IV.44 V - ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ..............................................................................................V.1 1 - SIGNIFICÂNCIA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................................................................V.1 1.1 - ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ...........................................V.1 1.2 - LOCAIS RELEVANTES PARA CONSERVAÇÃO ......................................................................................V.3 1.3 - FATORES DE RISCO ............................................................................................................................V.4 iii 1.4 - POTENCIAL PARA VISITAÇÃO.............................................................................................................V.8 2 - ANÁLISE ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...........................................................................V.9 VI - SITUAÇÃO ATUAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO .............................................................................VI.1 1 - INFRA-ESTRUTURA ....................................................................................................................................VI.1 2 - ANÁLISE DA INFRA-ESTRUTURA ATUAL E PROPOSTAS PARA READEQUAÇÃO ............................................VI.7 3 - ATIVIDADES ...............................................................................................................................................VI.9 VII - MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ...........................................................................................VII.1 1 - OBJETIVOS DE MANEJO ..............................................................................................................................VII.1 1.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................................VII.1 2 - NORMAS GERAIS ........................................................................................................................................VII.1 3 - ZONEAMENTO ............................................................................................................................................VII.2 3.1 - CRITÉRIOS PARA O ZONEAMENTO ......................................................................................................VII.2 3.2 - ZONAS PREVISTAS NO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY .........................................................VII.6 3.2.1 - ZONA PRIMITIVA .......................................................................................................................VII.6 3.2.2 - ZONA DE USO EXTENSIVO.........................................................................................................VII.9 3.2.3 - ZONA DE USO INTENSIVO ..........................................................................................................VII.13 3.2.4 - ZONA DE RECUPERAÇÃO ...........................................................................................................VII.14 3.2.5 - ZONA DE USO ESPECIAL............................................................................................................VII.16 3.2.6 - ZONA DE USO CONFLITANTE .....................................................................................................VII.19 4 - PROGRAMAS DE MANEJO ...........................................................................................................................VII.21 4.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO ........................................................................................................VII.21 4.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA ...................................................................................................VII.21 4.1.2 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL ..................................................................VII.25 4.2 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE....................................................................................VII.27 4.2.1 - SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS ...........................................................VII.27 4.2.2 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO ..................................................................................................VII.28 4.3 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO ............................................................................................................VII.29 4.3.1 - SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL..............................................VII.29 4.3.2 - SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL .............................................................................VII.31 iv 4.4 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO ...............................................................................................VII.31 4.4.1 - SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS ....................................................................VII.32 4.4.2 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS .........................................................VII.33 4.4.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO .................................................................VII.35 4.5 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA ...............................................................VII.36 4.5.1 - SUBPROGRAMA DE SENSIBILIZAÇÃO DAS COMUNIDADES DO ENTORNO ...................................VII.36 4.5.2 - SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS ..................................................................................VII.38 4.5.3 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL ..............................................................................VII.39 4.5.4 - SUBPROGRAMAS DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ...................................................VII.40 VIII - IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO .........................................................................................VIII.1 1 - ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO ....................................................................................................VIII.2 1.2 - PRIORIDADES .....................................................................................................................................VIII.3 2 - IMPLEMENTAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO ..........................................................................................VIII.3 3 - ELABORAÇÃO DE PARCERIAS .....................................................................................................................VIII.4 4 - DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................................................VIII.4 5 - IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE APOIO E PROGRAMAS .......................................................................VIII.5 5.1 - CURTO PRAZO ...................................................................................................................................VIII.5 5.1.1 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO ......................................................................................VIII.6 5.1.1.1 - SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO ...............................................................................VIII.6 5.1.1.2 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS ...............................................VIII.6 5.1.1.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO .........................................................VIII.8 5.1.2 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE ...........................................................................VIII.10 5.1.2.3 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO .........................................................................................VIII.10 5.1.2.1 - SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS...................................................VIII.14 5.1.3 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO ...................................................................................................VIII.14 5.1.3.1 - SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL .....................................VIII.14 5.1.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA ......................................................VIII.17 5.1.4.1 - SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS .........................................................................VIII.17 5.1.4.2 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL .....................................................................VIII.20 v 5.2 - MÉDIO PRAZO ...................................................................................................................................VIII.20 5.2.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO ....................................................................................VIII.20 5.2.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA ...........................................................................................VIII.20 5.2.1.2 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL..........................................................VIII.22 5.2.2 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO ..........................................................................................VIII.27 5.2.2.1 - SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................VIII.27 5.2.3 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO .........................................................................VIII.27 5.2.3.1 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS................................................VIII.27 5.2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA..................................VIII.27 5.2.4.1 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL .....................................................................VIII.27 5.3 - EM LONGO PRAZO .............................................................................................................................VIII.29 5.3.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO ....................................................................................VIII.30 5.3.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA ...........................................................................................VIII.30 6 - MONITORIA E AVALIAÇÃO INTEGRADA DO PLANO DE MANEJO .................................................................VIII.30 6.1 - SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS ........................................................................................VIII.32 7 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO E ORÇAMENTO ...................................................................................VIII.34 7.1 - CURTO PRAZO ...................................................................................................................................VIII.35 7.1.1 - IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS ..........................................................VIII.35 7.1.2 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO ..................................................................................................VIII.35 7.1.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO ..........................................................................................VIII.35 7.1.4 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE ...........................................................................VIII.35 7.1.5 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO ...................................................................................................VIII.35 7.1.6 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA ......................................................VIII.35 7.2 - MÉDIO PRAZO ...................................................................................................................................VIII.36 7.2.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO ...............................................................................................VIII.36 7.2.2 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO ...................................................................................................VIII.36 7.2.3 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO ......................................................................................VIII.36 7.2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA ......................................................VIII.36 7.3 - LONGO PRAZO .............................................................................................................................VIII.36 IX - BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................IX.1 vi vii LISTA DE QUADROS Pág. Quadro III.01 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação............................................................................III.1 Quadro III.02 - Distâncias entre os Principais Centros Urbanos e o Parque ...................................................III.4 Quadro III.03 - Unidades de Conservação Estaduais no Paraná......................................................................III.6 Quadro III.04 - Unidades de Conservação Federais no Paraná .......................................................................III.8 Quadro III.05 - Número de Habitantes de Londrina e Alguns Municípios (1996/2000) .................................III.16 Quadro III.06 - Dados dos Principais Produtos Agrícolas Cultivados no Município de Londrina...................III.20 Quadro III.07 - Receitas e Despesas Municipais - 2000 .................................................................................III.21 Quadro III.08 - Variação da Temperatura Média Mensal na Estação Londrina no Período de 1976-2001............................................................................................................III.22 Quadro III.09 - Média Mensal dos Dias Chuvosos nas Estações Analisadas ..................................................III.23 Quadro IV.01 - Classes de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual e Zona de Amortecimento .............IV.5 Quadro IV.02 - Localização dos Pontos de Coleta de Água no Parque...........................................................IV.10 Quadro IV.03 - Escala para Classificação da Qualidade da Água (Método de IQA) ......................................IV.12 Quadro IV.04 - Resultados da Análise de Água pelo Método de IQA ............................................................IV.13 Quadro IV.05 - Classes de Solos Identificadas e Classificadas do Parque Estadual Mata dos Godoy ......................................................................................................IV.14 Quadro IV.06 - Unidades de Mapeamento de Solos Definidas para o Parque Estadual Mata dos Godoy.....................................................................................................................IV.22 Quadro IV.07 - Composição Mastofaunística do Parque Estadual Mata dos Godoy e Entorno Comparada com a do Paraná e Brasil ....................................................................................IV.31 Quadro V.01 - Matriz de Análise Estratégica do Parque Estadual Mata dos Godoy.......................................V.12 Quadro VII.01 - Normas de Conduta Gerais...................................................................................................VII.2 Quadro VII.02 - Síntese do Zoneamento.........................................................................................................VII.3 Quadro VII.03 - Distribuição das Áreas no Zoneamento ................................................................................VII.6 Quadro VIII.01 - Formulário de Monitoria e Avaliação Anual .......................................................................VIII.32 Quadro VIII.02 - Subprogramas a Serem Implantados em Curto Prazo..........................................................VIII.37 Quadro VIII.03 - Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo ........................................................VIII.39 Quadro VIII.04 - Subprogramas a Serem Implantados em Longo Prazo.........................................................VIII.43 viii LISTA DE FIGURAS Pág. Figura III.01 - Localização do Parque Estadual Mata dos Godoy ...................................................................III.2 Figura III.02 - Acesso ao Parque Estadual Mata dos Godoy por Via Rodoviária e Aérea...............................III.3 Figura III.03 - Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná, Segundo MAACK (1968, Adaptado por TROPPMAIR, 1990) ........................................................................................III.9 Figura III.04 - Inserção do Parque Estadual Mata dos Godoy na Fitogeografia do Estado do Paraná .................................................................................................................III.13 Figura IV.01 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual Mata dos Godoy e Zona de Amortecimento ........................................................................................................IV.3 Figura IV.02 - Mapa Hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy e os Pontos de Coleta de Água .................................................................................................IV.11 Figura IV.03 - Mapa de Solos do Parque Estadual Mata dos Godoy...............................................................IV.16 Figura IV.04 - Mapa de Vegetação do Parque Estadual Mata dos Godoy.......................................................IV.23 Figura VII.01 - Zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy .................................................................VII.7 Figura VII.02 - Zona Primitiva .......................................................................................................................VII.10 Figura VII.03 - Zona de Uso Extensivo ..........................................................................................................VII.12 Figura VII.04 - Zona de Uso Intensivo............................................................................................................VII.15 Figura VII.05 - Zona de Recuperação .............................................................................................................VII.17 Figura VII.06 - Zona de Uso Especial.............................................................................................................VII.18 Figura VII.07 - Zona de Uso Conflitante ........................................................................................................VII.20 Figura VII.08 - Programas de Manejo Propostos para o Parque Estadual Mata dos Godoy............................VII.22 Figura VIII.01 - Infra-estrutura Projetada para o Parque Estadual..................................................................VIII.7 ix LISTA DE FOTOS Pág. Foto III.01 -Vista Parcial do Perímetro Urbano de Londrina ..........................................................................III.14 Foto IV.01 - Vista Geral da Z. de Amortecimento do Parque Evidenciando o Predomínio de Áreas Agrícolas (fonte: P. Hoffmann, 2002) .........................................................................IV.2 Foto IV.02 - Vista do Ponto de Coleta MG 01 - Ribeirão dos Apertados, Limite Oeste do do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002)............................................................................IV.10 Foto IV.03 - Planície Aluvionar Próxima ao Limite Sudeste do Parque, onde Ocorre um Neossolo Flúvico Ta Eutrófico típico (fonte: E. Oliveira, 2002) ...........................................IV.17 Foto IV.04 - Perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico Típico em Corte de Estrada nas Imediações do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) .................................................................IV.19 Foto IV.05 - Perfil Exposto de NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico em Vossoroca Existente no Interior do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) .........................................................IV.21 Foto IV.06 - Vista Geral da Floresta do Parque Estadual Mata dos Godoy (fonte: P. Hoffmann, 2002) ........................................................................................................IV.24 Foto IV.07 - Vista do Projeto Madeira - Reflorestamento com Seis Espécies Nativas Ocorrente dentro do PEMG (fonte: P. Hoffmann, 2002)...........................................................IV.25 Foto IV.08 - Vista de um exemplar de Aspidosperma polyneuron (fonte: P. Hoffmann, 2002) .................................IV.27 Foto IV.09 - Vista da Entrada do Portal de Entrada no PEMG, onde é Evidenciada Grande Abundância da Invasora Exótica Melia azedarach (fonte: P. Hoffmann, 2002) ........................IV.30 Foto IV.10 - Ribeirão - (RA), Ribeirão dos Apertados (fonte: M. Segalla, 2002)...........................................IV.38 Foto IV.11 - Áreas Alagáveis na Margem do Ribeirão dos Apertados - (AA) (fonte: M. Segalla, 2002)............................................................................................................IV.38 Foto IV.12 - Córrego Rochoso dentro da Floresta - (CF) (fonte: M. Segalla, 2002) .......................................IV.39 Foto IV.13 - Chão da Floresta (Serrapilheira) - (SE) (fonte: M. Segalla, 2002)..............................................IV.39 Foto IV.14 - Córrego com Brejos Marginais - (BA) (fonte: M. Segalla, 2002)...............................................IV.40 Foto IV.15 - Açude (AC) (fonte: M. Segalla, 2002) .......................................................................................IV.40 Foto VI.01 - Portal do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002)...............................................................................VI.1 Foto VI.02 - Vista Parcial do Portal, com suas Paredes Pichadas (fonte: G. Gaertner, 2002).........................VI.1 Foto VI.03 - Vista do Estacionamento do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) .................................................VI.2 Foto VI.04 - Centro de Visitantes do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) ........................................................VI.2 x Foto VI.05 - Vista da Casa de Guarda-Parque Existente no Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) .....................VI.3 Foto VI.06 - Vista da Choupana Existente no Parque (fonte G. Gaertner, 2002)............................................VI.3 Foto VI.07 - Início da Trilha a partir do Centro de Visitantes (fonte G. Gaertner, 2002) ...............................VI.4 Foto VI.08 - Figueira-branca Existente na Trilha Interpretativa (fonte G. Gaertner, 2002) ............................VI.5 Foto VI.09 - Trecho Linear da Trilha Interpretativa ou das Perobas e Figueiras (projeto Madeira) (fonte G.Gaertner, 2002) ...............................................................................VI.6 Foto VI.10 - Início Atual da Trilha dos Catetos (Trilha Álvaro Godoy) (fonte: G. Gaertner, 2002) ...............VI.7 xi LISTA DE ANEXOS ANEXO 1 - MAPA PLANIALTIMÉTRICO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEXO 2 - ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DAS TIPOLOGIAS FLORESTAIS ENCONTRADAS ANEXO 3 - LISTA CONSOLIDADA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY SEGUNDO A LITERATURA E OS LEVANTAMENTOS DE CAMPO POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA ANEXO 4 - MAMÍFEROS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY E ENTORNO ANEXO 5 - SITUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS BRASILEIROS NO ESTADO DO PARANÁ ANEXO 6 - LISTA DA AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY, LONDRINA/PR ANEXO 7 - LISTA DE RÉPTEIS, POSSIBILIDADES DE OCORRÊNCIA, SUBSTRATOS UTILIZADOS E AMBIENTES OCUPADOS PELAS ESPÉCIES NA ÁREA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEXO 8 - CARACTERÍSTICAS BIOECOLÓGICAS DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS LISTADAS PARA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY, NO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR ANEXO 9 - CÁLCULO DE CAPACIDADE DE SUPORTE DAS TRILHAS ANEXO 10 - PROPOSTA DE REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO CONSULTIVO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEXO 11 - PROJETO DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO ENTORNO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEXO 12 A - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA MONITORAMENTO DE TRILHA ANEXO 12 B - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA MONITORAMENTO DO VISITANTE NOS LOCAIS DE USO INTENSIVO xii APRESENTAÇÃO O Parque Estadual Mata dos Godoy é uma Unidade de Conservação classificada na categoria de manejo de Proteção Integral, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que tem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na lei. O Parque está localizado em Londrina e foi criado oficialmente pelo Decreto nº 5.150 de 05 de junho de 1989, com uma área de 675,70 ha, objetivando a promoção da preservação do regime hídrico, da flora e da fauna. Em 30 de dezembro de 1997 teve sua área ampliada em 14,4756 ha pelo Decreto n° 3.917, totalizando 690,1756 ha. O instrumento a ser utilizado como referencial para a gestão do Parque Estadual Mata dos Godoy é o seu plano de manejo, que tem como objetivo estabelecer as diretrizes e atividades que serão desenvolvidas para que a Unidade de Conservação possa cumprir com os seus objetivos e ao estabelecido pelo SNUC. O presente Plano de Manejo foi iniciado com os estudos referentes às Informações Gerais da Unidade de Conservação, contemplando sua ficha técnica; localização e acessos; histórico e antecedentes; contextos geográfico e regional, situação fundiária e a origem do nome. Na fase seguinte foi realizado o diagnóstico da Unidade de Conservação (UC) e da sua zona de amortecimento, com a caracterização dos principais fatores ambientais condicionantes do meio abiótico, biótico e uso e ocupação, definindo a fragilidade natural desses ambientes, os quais, integrados, inter-relacionados e submetidos aos mesmos agentes e fenômenos morfodinâmicos, permitiram então, o estabelecimento de zonas, que podem estar associadas a uma ou mais formas de uso, conforme a fragilidade natural existente. Foram definidas, para o Parque Estadual Mata dos Godoy, seis zonas: Zona Primitiva; Zona de Uso Extensivo; Zona de Uso Intensivo; Zona de Recuperação; Zona de Uso Especial e Zona de Uso Conflitante, às quais foram atribuídas as normas gerais e específicas, e propostos os programas de manejo para sua implementação. O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy possui a seguinte estrutura: – Metodologia para Elaboração do Plano de Manejo; – Requisitos Legais; – Informações Gerais da Unidade de Conservação; – Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento; – Análise da Unidade de Conservação; – Situação Atual da Unidade de Conservação; – Manejo da Unidade de Conservação; – Implementação do Plano de Manejo; e, – Bibliografia. I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO O conceito de Plano de Manejo, segundo a Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 (institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), e referendado no Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Proteção Integral (IBAMA, 2002) é assim definido: “Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade.” Os objetivos de um Plano de Manejo, segundo o Roteiro Metodológico são: – Levar a Unidade de Conservação - UC a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação; – Definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC; – Dotar a UC de diretrizes para seu desenvolvimento; – Definir ações específicas para o manejo da UC; – Gerar conhecimento para o manejo da Unidade; – Promover o manejo da Unidade, orientado pelo conhecimento disponível; – Estabelecer a diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, visando a proteção de seus recursos naturais e culturais; – Destacar a representatividade da UC no SNUC frente aos atributos naturais protegidos; – Destacar a representatividade da UC frente aos atributos de valorização dos seus recursos como: biomas, convenções e certificações internacionais; – Estabelecer, quando couber, normas e ações específicas visando compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos da unidade, até que seja possível sua indenização ou compensação e sua realocação; – Estabelecer normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da Zona de Amortecimento - ZA e dos Corredores Ecológicos - CE, visando a proteção da UC; – Promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno com a UC; e, – Orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC. I.1 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo 1 - REFERENCIAL O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy teve como referencial os seguintes documentos: – Termo de Referência para Elaboração dos Planos de Manejo dos Parques Estaduais (IAP, 2002); – Plano de Trabalho apresentado pela STCP Engenharia de Projetos Ltda.; – Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 - que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC; e, – Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Proteção Integral (IBAMA, 1996). Com a aprovação e publicação do novo Roteiro Metodológico do IBAMA, em setembro de 2002, foram realizadas algumas adaptações no plano de manejo, de forma a atender às inovações do citado Roteiro. 2 -MÉTODO DE TRABALHO O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy é um documento síntese, que teve como base os estudos do meio abiótico, meio biótico e socioeconômico. A elaboração do Plano de Manejo envolveu três grandes eventos: o Diagnóstico da UC e de sua Zona de Amortecimento, o Zoneamento e os Programas de Manejo. • DIAGNÓSTICO DA UC E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO O diagnóstico da UC e de sua Zona de Amortecimento foi realizada pela equipe técnica multidisciplinar, contemplando os seguintes fatores ambientais: – – Meio Abiótico (Clima, Geologia, Geomorfologia e Solos); – Meio Biótico (Fauna e Flora); – Meio Socioeconômico e Cultural, e, – Potencial de Uso Público da Unidade de Conservação. MEIO ABIÓTICO Os estudos do clima visaram definir as influências deste fator na qualidade ambiental do Parque Estadual Mata dos Godoy. Os estudos foram baseados nos dados climatológicos das estações existentes na região de Londrina. A geologia forneceu a base de dados para o conhecimento da natureza e composição das rochas presentes no Parque Estadual Mata dos Godoy. A geomorfologia contribuiu para o entendimento das estruturas que deram origem ao relevo, às formações superficiais e aos solos. Na descrição das classes de solos foi adotada a nomenclatura do Sistema Brasileiro de I.2 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo Classificação de Solos, EMBRAPA (1999), relacionando as unidades ao tipo de horizonte A, à textura e ao relevo com o objetivo de conseguir unidades de mapeamento mais homogêneas para fins de uso e manejo. – MEIO BIÓTICO O estudo contemplou a descrição e o mapeamento da vegetação existente na área da UC, associados à interpretação de imagem de satélite, onde foram definidas as seguintes formações: – Floresta Estacional Semidecidual Montana (Dossel Aberto); – Floresta Estacional Semidecidual Montana (Dossel Semi-aberto); – Floresta Secundária (Nativas + Exóticas); – Reflorestamento de Nativas (Projeto Madeira 1); e, – Reflorestamento de Nativas (Projeto Madeira 2). Os estudos de fauna foram realizados tendo como referencial as formações vegetacionais existentes no Parque, sendo analisada a distribuição espacial da fauna de vertebrados presente e potencial no Parque Estadual Mata dos Godoy e no seu entorno. – MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL Os aspectos socioeconômicos e culturais são compostos pelo conjunto das informações a respeito da socioeconomia da população que ocupa o entorno do Parque Estadual Mata dos Godoy, a sua percepção em relação à Unidade de Conservação e a inter-relação entre estas comunidades e a UC. Neste capítulo, são abordados ainda, o uso e ocupação do solo da área de entorno, efetuado com base em tratamento de imagem de satélite (TM LANDSAT 7), levantamento de estudos anteriores e aferições de campo, incluindo entrevista com moradores. Os parâmetros utilizados como indicadores da ocupação do solo no interior da UC e no seu entorno foram: – Floresta nativa pouco alterada; – Floresta nativa muito alterada; – Hidrografia; – Áreas em Recuperação (Projeto Madeira); – Áreas antropizadas (agricultura, pastagem e vegetação secundária); – Área urbana. Foram realizados ainda, neste capítulo, estudos relativos ao potencial de uso público da unidade de conservação. I.3 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo – ANÁLISE INTEGRADA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY A análise integrada das informações relevantes do Parque Estadual Mata dos Godoy foi realizada através de reuniões temáticas com a equipe responsável pela elaboração do Plano de Manejo, mantendo-se em vista a análise da fragilidade dos ambientes em função das suas características naturais, obtidos na fase de Avaliação Ecológica Rápida da Unidade de Conservação. Nessa fase foram discutidos e definidos os ambientes relevantes para conservação, em função de suas fragilidades morfopedológicas, necessidade de manutenção da integridade de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, rica flora autóctone e espécies da fauna e flora ameaçadas, raras e vulneráveis. Paralelamente, foram definidos os locais potenciais para o uso público, no que se refere às atividades de educação ambiental e recreacionais, mantendo-se porém os fatores limitantes para a sua implementação. Os aspectos de fragilidade e estado de conservação ambiental foram utilizados também como subsídios fundamentais para a definição das zonas do Parque, respeitando-se prioritariamente a necessidade de preservação dos seus recursos naturais. Foram abordados os fatores de risco à fauna e flora, os quais servirão de indicativos para as medidas necessárias para o manejo da unidade de conservação. • ZONEAMENTO O zoneamento foi estabelecido seguindo os seguintes critérios: – REQUISITOS LEGAIS Os requisitos legais utilizados como base para a elaboração do zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy foram: – Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC); – Decreto nº 84.017 de 21 de setembro de 1979 (Regulamenta os Parques Nacionais); – Decreto nº 5.150 de 05 de junho de 1989 (Cria o Parque Estadual Mata dos Godoy); – Decreto nº 3.917 de 30 de dezembro de 1997 (Desapropria área de 14,4756 ha, com a finalidade específica de integrar o Parque Estadual Mata dos Godoy); e, – Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Institui o Código Florestal). Os requisitos legais foram utilizados como amparo legal ao ordenamento da Unidade de Conservação, no que diz respeito à necessidade de preservação dos seus recursos naturais, condicionando-a algumas limitações de uso, respeitando-se também a necessidade de áreas para destinação à educação ambiental e à recreação. I.4 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo – CONCEITO E DEFINIÇÃO DAS ZONAS O conceito de Zoneamento empregado neste trabalho é o mesmo apresentado na Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, assim definido: "zoneamento é a definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.” Para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação e dos Parques, como um todo, e ao objetivo específico do Parque Estadual Mata dos Godoy, foram definidas as seguintes zonas: – – Zona Primitiva; – Zona de Uso Extensivo; – Zona de Uso Intensivo; – Zona de Recuperação; – Zona de Uso Especial; e, – Zona de Uso Conflitante. NORMAS As normas, gerais e específicas, contemplaram as proibições e restrições a serem adotadas no desenvolvimento das atividades previstas no Plano de Manejo. As normas foram desenvolvidas em dois níveis, sendo que, no primeiro, estarão as normas relacionadas ao zoneamento do Parque Estadual, e, no segundo, estão as normas específicas vinculadas a cada um dos projetos a serem implantados no seu manejo. • PROGRAMAS DE MANEJO De acordo com a análise estratégica da Unidade de Conservação e ao zoneamento proposto, foram elaborados os respectivos programas de manejo, os quais compreendem um conjunto de atividades que seguem cronogramas variáveis, de acordo com as diferentes necessidades de conhecimento e manejo que vierem a se apresentar no decurso da existência do Parque Estadual. Os programas de manejo propostos estão estruturados em cinco linhas básicas, assim definidos: Programa de Conhecimento; Programa de Manejo do Meio Ambiente; Programa de Uso Público; Programa de Operacionalização e Programa de Integração com a Área de Influência, os quais foram subdivididos em subprogramas e projetos específicos, quando possível, aos quais foram atribuídas as responsabilidades e custos de implementação. I.5 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo • SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS Todas as informações geradas no Plano de Manejo do Parque Estadual foram incorporadas no Sistema de Informações Geográficas (SIG). A tecnologia do SIG traz benefícios ao Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy através da possibilidade de integração das operações comuns de Banco de Dados como pesquisas e análises, com a facilidade de visualização e análises espaciais oferecidos pelos mapas. As informações foram correlacionadas com as entidades geográficas, inclusive os Programas de Manejo e as Normas, estruturando-se um banco de dados para gerenciá-las. I.6 II - Requisitos Legais II - REQUISITOS LEGAIS O presente capítulo visa detectar os aspectos legais que devem ser cumpridos e considerados no Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy, criado pelo Decreto no 5.150 de 05 de junho de 1989. Os requisitos legais são constituídos por leis, decretos e portarias, estabelecidas em nível Federal e específicos do Estado do Paraná. Esse conjunto de leis, decretos e portarias podem ser agrupados nos seguintes itens: − Constituição Federal e Estadual; − Política Ambiental; − Unidades de Conservação; − Legislação Florestal; − Componentes Ambientais: Meios abiótico, biótico e socioeconômico; e, − Condutas Lesivas ao Meio Ambiente. 1 - CONSTITUIÇÃO 1.1 - FEDERAL • CAPÍTULO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 225) O instrumento constitucional que estabelece o conceito de desenvolvimento sustentável é expresso no capítulo 225 da Constituição Federal. “Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem a sua proteção; II.1 II - Requisitos Legais VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.” A Constituição de 1988 prevê ainda a criação de espaços territoriais especialmente protegidos. A Lei n° 6.938/81, já fazia referências às mesmas áreas, tendo o Código Florestal, Lei n° 4.771/65 determinado que o Poder Público criasse os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, assim descrito em seu art. 5º: ”Art. 5º - O Poder Público criará: a) Parque Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos;. Parágrafo Único - ressalvada a cobrança de ingresso à visitantes, cuja receita será destinada em pelo menos 50% (cinqüenta por cento) ao custeio da manutenção e fiscalização, bem como de obras de melhoramento em cada unidade, é proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais nos parques e reservas biológicas criados pelo poder público na forma deste artigo.” O Decreto n° 84.017, de 21 de setembro de 1979, que regulamentou os Parques Nacionais, destaca que a preservação dos ecossistemas protegidos com a utilização dos benefícios deles advindos deverão ser feitos de acordo com o Plano de Manejo, que conterá estudos das diretrizes visando um manejo ecológico adequado da Unidade. 1.2 - CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ No âmbito constitucional estadual, a questão ambiental é tratada com a mesma ênfase dada à Constituição Federal, em seu artigo 207. Art. 207 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Estado e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as gerações presentes e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais. § 1º - Cabe ao Poder Público, na forma da lei, para assegurar a efetividade deste direito: (...) IV - instituir as áreas a serem abrangidas por zoneamento ecológico, prevendo as formas de utilização dos recursos naturais e a destinação de áreas de preservação ambiental e de proteção de ecossistemas essenciais; II.2 II - Requisitos Legais XIV - proteger a fauna, em especial as espécies raras e ameaçadas de extinção, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica ou submetam os animais à crueldade; XV - proteger o patrimônio de reconhecido valor cultural, artístico, histórico, estético, faunístico, paisagístico, arqueológico, turístico, paleontológico, ecológico, espeleológico e científico paranaense, prevendo sua utilização em condições que assegurem a sua conservação (...); XIX - declarar, como área de preservação permanente, os remanescentes das matas ciliares dos mananciais de bacias hidrográficas que abasteçam os centros urbanos; § 2º - As condutas e atividades poluidoras ou consideradas lesivas ao meio ambiente, na forma da lei, sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas: I - à obrigação de, além de outras sanções cabíveis, reparar os danos causados; (...) III - a cumprir diretrizes estabelecidas por órgão competente. § 3º - A Lei disporá especificamente sobre a reposição das matas ciliares (...)”. 2 - POLÍTICA AMBIENTAL 2.1 - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - LEI N° 6.938/81 A Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, foi fundamentada nos incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 225 da Constituição Federal, e em seu artigo 2º dispõe que: “Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições de desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses de segurança nacional e à proteção de dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I. ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo: II. racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; II.3 II - Requisitos Legais III. planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV. proteção dos ecossistemas, representativas; com a preservação de áreas V. ... VI. incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII. acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII. recuperação de áreas degradadas; IX. proteção de áreas ameaçadas de degradação; X. educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Em seu artigo 9°, a Lei n° 6.938/81 apresenta como um de seus instrumentos o zoneamento ambiental, apresentado no presente relatório. 2.2 - POLÍTICA AMBIENTAL DO ESTADO DO PARANÁ A Política Estadual do Meio Ambiente está prevista na Constituição do Estado do Paraná, no seu capítulo V, que trata do meio ambiente, em seu art. 207, já descrito anteriormente. A Lei n° 7.978, de 30 de novembro de 1984, institui o Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente, tendo como atribuições: I. participar da formulação da Política Estadual do Meio Ambiente, com caráter global e integrado e de planos e projetos que contemplem o respectivo setor, de modo a assegurar, em cooperação com os órgãos da administração direta e indireta do Estado, a prevenção e controle da poluição, combate às diversas formas de erosão, o uso e a gestão racionais do solo, e dos recursos naturais, bem como sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica; II. incentivar a criação e desenvolvimento de reservas e parques naturais e de recreio; III. participar da elaboração, junto aos poderes públicos de todos os atos legislativos e regulamentares concernentes ao meio ambiente. II.4 II - Requisitos Legais A Política Ambiental do Estado está em fase de elaboração. Entretanto, a legislação em vigor no Estado do Paraná deverá ser observada, com destaque para: – Lei Estadual n° 1.211, de 16 de setembro de 1953, que dispõe sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado do Paraná; – Lei Estadual n° 6.513, de 18 de dezembro de 1973, que dispões sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores e dá outras providências; – Lei Estadual n° 7.109, de 17 de janeiro de 1979, que institui o Sistema de Proteção Ambiental e adota outras providências; – Lei Estadual n° 11.054, de 14 de janeiro de 1995, dispõe sobre a Lei Florestal do Estado. 3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação são definidas nas seguintes leis: – Lei n° 9.985/00 - institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação; – Lei n° 4.771/65 - institui o Novo Código Florestal; e, – Decreto n° 84.017/79 - aprova o Regulamento dos Parques Nacionais. As Unidades de conservação são contempladas, no nível estadual, no âmbito do Código Florestal do Estado do Paraná (Lei Estadual nº 11.054, de 14 de janeiro de 1995). 3.1 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - SNUC O Parque Estadual Mata dos Godoy é uma Unidade de Conservação inserida no Grupo das Unidades de Proteção Integral, de acordo com a Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000, a qual institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC. A referida Lei define, no seu art. 11, o objetivo básico de um Parque Nacional "...a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico". “ § 1º O Parque Nacional é de posse e domínios públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. II.5 II - Requisitos Legais § 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. § 4º As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal”. 3.2 - LEGISLAÇÃO FLORESTAL 3.2.1 - CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO A Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, institui o Novo Código Florestal, o qual determina em seu art. 2º que as florestas e demais formas de vegetação são consideradas de preservação permanente, quando situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 (trinta) metros para cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham entre 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros de largura. b) ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) nos topos de morros, montes, montanhas e serras. e) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; II.6 II - Requisitos Legais Estas áreas supra definidas somente poderão ser suprimidas total ou parcialmente, mediante a prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social (§ 1º do art. 3º). Ainda no Código Florestal está previsto, no art. 5º, a incumbência do Poder Público para criar, entre outras unidades de conservação, os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais. Sobre isto será mais aprofundado no estudo do Decreto n° 84.017, de 21 de setembro de 1979. 3.2.2 - LEI FLORESTAL DO ESTADO DO PARANÁ O art. 5º da Lei Florestal do Estado do Paraná (Lei Estadual nº 11.054/95) classifica as florestas e demais formas de vegetação existentes no território paranaense em: I. preservação permanente; II. reserva legal; III. produtivas; e, IV. unidades de conservação. Conforme a lei florestal estadual, as florestas e demais formas de vegetação consideradas Unidades de Conservação, seus objetivos e classificação são aquelas previstas na Legislação Federal e no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, definindo ainda como a autoridade florestal no Estado, o Instituto Ambiental do Paraná - IAP ou seu sucedâneo definido em lei. 3.3 - DECRETO Nº 84.017/79 APROVA O REGULAMENTO DOS PARQUES NACIONAIS Este Decreto estabelece as normas que definem e caracterizam os Parques Nacionais, estando inseridos, neste caso, os Parques Estaduais. O art. 1º deste decreto considera, para efeitos deste Regulamento, que os Parques Nacionais são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais e excepcionais, objeto de preservação permanente submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo, estabelecidos para fins científicos, culturais, educativos e criativos, e tendo como objetivo principal à preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem. Segundo o art. 2º do Decreto em análise, somente é considerado Parque (Nacional, Estadual ou Municipal), as áreas que atendam às seguintes exigências: I - possuam um ou mais ecossistemas totalmente inalterados ou parcialmente alterados pela ação do homem, nos quais as espécies vegetais e animais, os sítios geomorfológicos e os habitats, ofereçam interesse especial do ponto de vista científico, cultural, educativo e recreativo, ou onde existam paisagens rurais de grande valor cênico; II.7 II - Requisitos Legais II - tenham sido objeto, por parte da União, de medidas efetivas tomadas para impedir ou eliminar as causas das alterações e para proteger efetivamente os fatores biológicos, geomorfológicos ou cênicos, que determinaram a criação do Parque; III - condicionem a visitação pública a restrições específicas, mesmo para propósitos científicos, culturais, educativos ou recreativos. O art. 5º prevê a obrigatoriedade do Plano de Manejo, que deverá conter diretrizes e metas válidas por um período mínimo de 5 anos, bem como o seu zoneamento e os programas de manejo. Cabe ainda citar o art. 56 do referido Decreto que determina que, para cada Parque Nacional, será baixado, quando da aprovação do seu plano de manejo, um regimento interno que particularizará situações peculiares, tendo como base o presente Decreto. 3.4 - DECRETO N° 5.150/89 - CRIA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY A área do Parque Estadual Mata dos Godoy pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da família Godoy, sendo incorporado ao patrimônio do Estado através do Decreto Estadual nº 5.150, em 05 de junho de 1989, com o objetivo de promover a preservação do regime hídrico, da flora e da fauna. Em 30 de dezembro de 1997, o Decreto n° 3.917 declara de utilidade pública para fins de desapropriação o imóvel denominado Mata dos Godoy localizado no município e comarca de Londrina - PR, com área de 14,4756 ha, com a finalidade específica de integrar o Parque Estadual Mata dos Godoy, com o objetivo de assegurar a preservação de ecossistemas locais de excepcional beleza cênica, além de propiciar a preservação de remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual e fauna associada. 4 - COMPONENTES AMBIENTAIS NATURAIS A legislação abordando os Componentes Ambientais apresentada a seguir está estruturada por meio, quais sejam: Abiótico, Biótico e Socioeconômico. 4.1 - MEIO ABIÓTICO Os componentes ambientais do meio físico descritos a seguir são: Água, Ar e Disposição de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos. • ÁGUA A legislação específica que trata do componente ambiental Água contempla, dentre outros diplomas legais: – Decreto n° 24.643/34 - Código das Águas; – Decreto n° 50.877/61 - Dispõe a respeito do lançamento de resíduos tóxicos e oleosos nas águas interiores e litorâneas do país; e, II.8 II - Requisitos Legais – Resolução CONAMA n° 020/86 - Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. No nível estadual a legislação que trata sobre o tema refere-se à Lei n° 6.513, de 18 de dezembro de 1973, que dispõe sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 5.316, de 17 de abril de 1974. • AR Os padrões de Qualidade do Ar são estabelecidos por uma Lei e por Resoluções do CONAMA, descritos na seqüência. • Fontes Móveis – – • Lei n° 8723/93 - dispõe sobre a redução de emissões de poluentes por veículos automotores e dá outras providências; e, Resoluções CONAMA nos 18/86; 03/89; 16/93; 09/94; 16/95, as quais tratam do Programa de Controle de Poluição do Ar por veículos automotores - PROCONVE e define os parâmetros de emissão para motores em geral. Fontes Fixas – Resolução CONAMA n° 005/89 - institui o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR; – Resolução CONAMA n° 003/90 - estabelece Padrões de Qualidade do Ar; e, – Resolução CONAMA n° 008/90 - regulamenta a emissão de poluentes do Ar. • DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/EFLUENTES LÍQUIDOS Em nível federal, os regulamentos legais que tratam do tema são: – Portaria MINTER 53/79 - proíbe o lançamento de lixo ou resíduos sólidos em cursos d’água, lagos e lagoas; e, – Lei n° 5.318/67 - institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento. 4.2 - MEIO BIÓTICO Na abordagem do meio biótico, são contemplados os seguintes componentes ambientais: flora e fauna. • FLORA As principais normas e leis que tratam deste tema em nível federal são: II.9 II - Requisitos Legais – Código Florestal - Lei n° 4.771/65 e alterações posteriores Leis nos 5.870/73; 7.571/86; 7.803/89 e 7.875/89; – Lei n° 7.754/89 - estabelece medidas de proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências; e, – Resolução CONAMA n° 004/86 - transforma em Reservas Ecológicas as áreas de Preservação Permanente definidas pelo Código Florestal. • FAUNA A Legislação de proteção à Fauna é definida principalmente no nível federal, com destaque para: – Lei n° 5.197/61 - dispõe sobre a proteção da fauna e dá outras providências; – Decreto n° 97.633 - dispõe sobre o Conselho Nacional de Proteção à Fauna e dá outras providências; e, – Portaria n° 1.522/89 - Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção. 4.3 - MEIO SOCIOECONÔMICO O componente ambiental integrante do meio socioeconômico, no contexto do Plano de Manejo, restringe-se ao Patrimônio Histórico e Arqueológico. • PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO A questão do patrimônio histórico e arqueológico é tratada desde a Constituição Federal, em seu art. 216. “Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. II.10 II - Requisitos Legais § 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei”. Os monumentos arqueológicos e pré-históricos são tratados de forma específica pela Lei n° 3.924, de 26 de julho de 1961, que estabelece em seu Capítulo I as definições de monumentos arqueológicos e pré-históricos e a proibição do aproveitamento econômico, destruição e mutilação de quaisquer jazidas arqueológicas ou pré-históricas, antes de serem devidamente pesquisados, sob pena de crime contra o Patrimônio Nacional, e como tal, punível de acordo com o disposto nas leis penais. Em nível estadual a legislação que trata sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Natural é a Lei nº 1.211 de 16 de setembro de 1953, o qual considera como constituinte do Patrimônio “conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no Estado e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Paraná, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico, assim como os monumentos naturais, os sítios e paisagens que importa conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.” 5 - CONDUTAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE As condutas lesivas ao meio ambiente são definidas basicamente em nível federal através da Lei de Crimes Ambientais e da Lei que trata da Ação Civil Pública. 5.1 - LEI N° 9.605/98 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Essa lei é acrescida de dispositivo, através da Medida Provisória n° 2.073-36, de 19 de abril de 2001 e foi regulamentada pelo Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999. 5.2 - LEI N° 7.347/85 - DISCIPLINA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. II.11 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação III - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1 - FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO A ficha técnica do Parque Estadual Mata dos Godoy pode ser visualizada a seguir no quadro III.01. Quadro III.01 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação NOME DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY Unidade Gestora Instituto Ambiental do Paraná - IAP Endereço da Sede Fazenda Três Bocas, Município de Londrina/PR Superfície (ha) 675,70 + 14,4756 = 690,1756 Perímetro (m) 18.552,72 Município Londrina Estado Paraná Coordenadas Geográficas do Centro da UC 23° 27' latitude S; 51° 15' longitude W Decreto de Criação Decreto Estadual no 5.150, de 05 de junho de 1989 Alterações Posteriores Decreto Estadual nº 3.917, de 30 de dezembro de 1997 Limites Sul: Ribeirão dos Apertados Norte: propriedades particulares Leste: propriedades particulares Oeste: propriedades particulares Bioma e Ecossistemas Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Subtropical Latifoliada) Atividades Desenvolvidas Educação Ambiental, Fiscalização e Pesquisa Atividades Conflitantes Caça Atividades de Uso Público Educação Ambiental: visitação de escolas (2a a 6a feira) e visitação pública (domingo no período da tarde). 2 - LOCALIZAÇÃO E ACESSOS O Parque Estadual Mata dos Godoy está localizado no município de Londrina, Estado do Paraná e tem como centro as coordenadas 23º 27' de latitude S e 51º 15' de longitude W (figura III.01). O acesso por via terrestre ao Parque a partir de Londrina é efetuado através da rodovia PR-538 a uma distância de aproximadamente 18 km. De outras localidades o acesso deve ser efetuado até a cidade de Londrina, como indicado na figura III.02 e posteriormente até a sede do Parque. A distância entre os principais centros urbanos e o Parque é apresentado no quadro III.02. Por via aérea o acesso também se dá até Londrina, através de vôos regulares e diários para Curitiba e São Paulo de onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte aéreo no Brasil e também fazer conexão para vôos internacionais (figura III.02). III.1 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.01 - Localização do Parque Estadual Mata dos Godoy III.2 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.02 - Acesso ao Parque Estadual Mata dos Godoy por Via Rodoviária e Aérea III.3 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Quadro III.02 - Distâncias entre os Principais Centros Urbanos e o Parque CIDADES DISTÂNCIAS (km) ACESSOS 64,30 BR-369/PR-538 Brasília 1.193,00 BR-060/BR-153/BR-369/PR-538 Cambé 20,20 BR-369/PR-538 Campo Mourão 171,89 BR-369/PR-538 Cascavel 341,79 BR-369/PR-538 Cornélio Procópio 75,70 BR-369/PR-538 Curitiba 399,32 BR-277/BR-376/PR-538 Foz do Iguaçu 486,59 BR-277/BR-369/PR-538 Guarapuava 321,51 BR-466/BR-369/PR-538 Irati 347,92 BR-153/BR-373/PR-445/PR-538 Jacarezinho 159,50 PR-431/BR-369/PR-538 Londrina 18,00 PR-538 Maringá 93,71 BR-376/BR-369/PR-538 Apucarana Paranavaí 160,90 BR-376/BR-369/PR-538 Ponta Grossa 285,22 BR-373/BR-373/PR-538 Rio de Janeiro 1.033,00 BR-116/SP-270/BR-153/BR-369/PR-538 Rolândia 32,30 BR-369/PR-538 São Paulo 580,00 SP-270/BR-153/BR-369/PR-538 Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná - site: www.pr.gov.br/setr/cdrom/mapas Editora Abril. Guia 4 Rodas - Atlas Rodoviário 2002. 3 - MAPEAMENTO O Parque Estadual Mata dos Godoy foi oficialmente criado pelo Decreto Estadual nº 5.150, de 05 de junho de 1989, com uma área de 675,70 ha. Em 30 de dezembro de 1997, foram acrescidos mais 14,4756 ha, pelo Decreto Estadual nº 3.917, totalizando 690,1756 ha. O mapa planialtimétrico cedido pela SEMA para este trabalho demonstrou que a área de mapeamento possui uma pequena diferença de 1,3%, ou seja, 9 ha a menos do que a área oficial do Decreto, apresentando portanto área de 681,18 ha, aceitável em termos de mapeamento. No entanto, para fins de Plano de Manejo, foi considerada a área oficial do Decreto. Nos mapas temáticos onde foram necessários cálculos de áreas (como por exemplo, no mapa de vegetação e de uso e ocupação do solo), foram feitos cálculos proporcionais para cada área, considerando como área total os 690,1756 ha oficiais, de forma que a soma total das áreas seja sempre exatamente a área definida no Decreto. No Anexo 1 apresenta-se o mapa planialtimétrico do Parque Estadual Mata dos Godoy. 4 - HISTÓRICO E ANTECEDENTES LEGAIS A floresta existente no Parque Estadual Mata dos Godoy é um dos últimos remanescentes de Floresta Subtropical (Floresta Estacional Semidecidual), que anteriormente cobria grande parte do Estado do Paraná e estendia-se até o Paraguai e Argentina. Atualmente este remanescente está circundado por áreas ocupadas pela agricultura e pecuária, sujeito a pressões antrópicas. III.4 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Este cenário é resultante de um processo que se iniciou na metade do século XIX, quando a agricultura passou a ter um peso maior na economia do Estado do Paraná. Nesse processo, florestas foram derrubadas para dar lugar às atividades agrícolas, de início apenas no segundo planalto paranaense, e, em seguida expandindo-se para o terceiro planalto, onde foram identificados os melhores solos para cultivo, a chamada “terra roxa”, resultante da decomposição dos basaltos, rochas típicas da região do terceiro planalto, que foi palco, no período do Cretácio inferior (+ ou - 135 m.a) de extensos derrames de lavas básicas. A cultura do café foi a principal cultura da região, introduzida por paulistas, mineiros, baianos e fluminenses, porém, não foi a primeira. Outras atividades, tais como suinocultura, cultivo de milho, arroz e trigo precederam a cultura do café, que até o início da década de 30, contava com uma pequena participação na produção regional. Na medida em que o povoamento foi se interiorizando, no final do século XIX, surgiram várias cidades como, Santo Antônio da Platina (1886), Wenceslau Bráz e São José da Boa Vista (1887). Com a chegada da Estrada de Ferro Sorocaba, em Ourinhos (SP), houve uma intensificação da ocupação, surgindo novas cidades como: Jacarezinho (1900), Cambará (1904), Bandeirantes (1921) e Cornélio Procópio (1924). No início do século 20 veio para o Brasil uma missão inglesa para avaliar a situação econômica do Brasil e propor modificações na sua estrutura institucional e operacional, visando o pagamento da dívida externa brasileira com a Inglaterra. A primeira solução encontrada foi a estruturação de um projeto de produção embasado na cultura do algodão, sob a responsabilidade da empresa Brazil Plantations Ltda., que não obteve o êxito esperado. Para recuperar as perdas decorrentes do insucesso do projeto de cultura algodoeira, a Brazil Plantations Ltda., optou pela alternativa de executar um projeto de colonização integrada, envolvendo a aquisição de terras no norte do Estado do Paraná, a oeste do rio Tibagi, e aquisição dos direitos da Companhia Ferroviária São Paulo - Paraná e a execução de um projeto de colonização nas terras recém adquiridas. No ano de 1925 a Brazil Plantations Ltda. criou a Paraná Plantations Ltda., braço financeiro, sediada em Londres, e a Companhia de Terras Norte do Paraná, braço executivo que adquiriu as terras com 515.017 ha e os direitos da ferrovia. Em 1929 a Companhia tomou posse definitiva das terras instalando seus escritórios no local onde foi erguida posteriormente à cidade de Londrina. À medida que a estrada de ferro foi avançando foram criadas diversas cidades, entre as quais Maringá, em 1946. O processo de ocupação do norte do Estado do Paraná, tendo como base o projeto de colonização desenvolvido pela Companhia de Terras Norte do Paraná, incluindo a ferrovia, levou a um intenso processo de substituição da cobertura florestal pela agricultura, no qual a cobertura florestal foi praticamente dizimada. Até junho de 1989, a área do Parque Estadual pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da Família Godoy, tendo sido adquirido (através de compra, no valor de NCZ$ 2.040.000,00 - dois milhões e quarenta mil cruzados) pelo Governo do Estado do Paraná na III.5 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação forma das matrículas sob nº 20.515 e 20.517 do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Londrina/PR. Dessa forma, a área do Parque Estadual foi incorporada ao patrimônio do Estado do Paraná, através do Decreto Estadual no 5.150 sob a denominação de “Parque Estadual Mata dos Godoy”. O Parque abrange hoje uma área de 690,1756 ha dos quais, aproximadamente 675 ha são cobertos por vegetação florestal, considerando-se a Floresta Semidecidual Montana, a Floresta Secundária e as áreas de reflorestamento. A sua importância é justificada, não somente à sua extensão de vegetação florestal, mas também e sobretudo pelo estado de conservação e diversidade de sua flora e fauna. 5 - ORIGEM DO NOME A área do Parque Estadual, antes da sua criação pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da família Godoy, sendo que desde aquela época era denominada pela população de “Mata dos Godoy”. Quando da criação do Parque, manteve-se a denominação que a área já recebia, tornando-se este Parque Estadual Mata dos Godoy. 6 - SITUAÇÃO FUNDIÁRIA O Parque Estadual Mata dos Godoy foi criado pelo Decreto Estadual nº 5.150, de 05 de junho de 1989, com área de 675,70 ha e em 30 de dezembro de 1997, foram acrescidos mais 14,4756 ha, pelo Decreto Estadual nº 3.917, totalizando 690,1756 ha. A situação fundiária atual do Parque encontra-se regularizada. 7 - CONTEXTO ESTADUAL 7.1 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO No Estado do Paraná existem 73 Unidades de Conservação com área total de 2.600.914,20 ha de áreas protegidas, dos quais 10 são UC's federais e 63 são estaduais. As 63 Unidades de Conservação estaduais perfazem uma área total de 977.813,20 ha distribuídos entre Áreas de Proteção Ambiental, Parques Estaduais, Florestas Estaduais, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Reservas Biológicas, Hortos Florestais, Reservas Florestais e Estações Ecológicas (quadro III.03). As Unidades de Conservação federais existentes no Estado perfazem um total de 1.623.101,40 ha e são apresentadas a seguir no quadro III.04. Quadro III.03 - Unidades de Conservação Estaduais no Paraná ÁREA (ha) MUNICÍPIO APA do Passaúna 16.020,40 APA da Serra da Esperança 206.555,82 APA de Guaratuba 199.586,51 APA da Escarpa Devoniana 392.363,38 Araucária, Campo Largo, Campo Magro, Curitiba Guarapuava, Inácio Martins, Cruz Machado, Mallet, União da Vitória, Prudentópolis, Irati, Rio Azul, Paula Freitas, Paulo Frontin Guaratuba, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Morretes, Paranaguá, Matinhos Jaguariaíva, Lapa, P. Amazonas, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Sengés, Piraí do Sul, Palmeiras, Balsa Nova São José dos Pinhais Piraquara UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* APA do Rio Pequeno APA do Piraquara 6.200,00 8.881,00 III.6 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* ÁREA (ha) APA do Irai SUBTOTAL ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi** ARIE de São Domingos ARIE da Serra do Tigre ARIE do Buriti ARIE da Cabeça do Cachorro** SUBTOTAL ÁREAS DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO Estação Ecológica do Caiuá Estação Ecológica do Guaraguaçu Estação Ecológica Ilha do Mel** SUBTOTAL ESTAÇÕES ECOLÓGICAS Floresta Estadual Córrego da Biquinha Floresta Estadual do Passa Dois Floresta Estadual de Santana Floresta Estadual Metropolitana Floresta Estadual do Palmito** SUBTOTAL FLORETAS ESTADUAIS Horto Florestal Geraldo Russi Horto Florestal de Jacarezinho Horto Florestal de Mandaguari SUBTOTAL HORTOS FLORESTAIS Parque Estadual Rio Guarani Parque Estadual da Graciosa Parque Estadual Mata São Francisco** Parque Estadual das Lauráceas Parque Estadual de Campinhos** Parque Estadual de Vila Velha** Parque Estadual do Caxambu Parque Estadual do Cerrado** Parque Estadual do Guartelá** Parque Estadual do Monge** Parque Estadual do Pau-Oco Parque Estadual do Penhasco Verde Parque Estadual João Paulo II** Parque Estadual Mata dos Godoy** Parque Estadual Pico do Marumbi** Parque Estadual Roberto R. Langue Parque Est. de V Rica do Esp. Santo** Parque Estadual de Palmas Parque Estadual do Lago Azul** Parque Estadual do Boguaçu Parque Estadual das Araucárias Parque Est. Bosque das Araucárias Parque Estadual do Pico do Paraná Parque Estadual Ilha do Mel 11.536,00 MUNICÍPIO Piraquara, Colombo, Quatro Barras, Pinhais 841.143,11 66.732,99 163,90 32,90 81,52 60,98 Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Campina Grande do Sul Roncador Mallet Pato Branco São Pedro do Iguaçu 67.072,29 1.427,30 1.152,00 2.240,69 4.819,99 23,22 275,61 60,50 455,29 530,00 1.344,62 130,80 102,85 21,53 255,18 2.235,00 1.189,58 832,58 27.524,33 208,12 3.122,00 968,00 420,40 798,97 297,83 905,58 302,57 4,63 690,17 2.342,41 2.698,69 353,86 180,12 1.749,01 6.052,00 1.052,13 236,31 4.300,00 338,00 III.7 Diamante do Norte Paranaguá Paranaguá Tibagi Lapa Paulo Frontin Piraquara Paranaguá Tibagi Jacarezinho Mandaguari Três Barras do Paraná Morretes Cornélio Procópio, Santa Mariana Adrianópolis, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul Cerro Azul, Tunas do Paraná Ponta Grossa Castro Jaguariaíva Tibagi Lapa Morretes São Jerônimo da Serra Curitiba Londrina Morretes Antonina, Morretes Fênix Palmas Campo Mourão, Luiziana Guaratuba Palmas e Bituruna União da Vitória Campina Grande do Sul, Antonina Ilha do Mel III - Informações Gerais da Unidade de Conservação UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* Parque Estadual José Wachowicz ÁREA (ha) 119,00 Parque Estadual Serra da Baitaca Parque Florestal de Ibicatu** Parque Florestal de Ibiporã** Parque Florestal Rio da Onça** SUBTOTAL PARQUES ESTADUAIS Reserva Biológica São Camilo SUBTOTAL RESERVAS BIOLÓGICAS Reserva Florestal de Figueira** Reserva Florestal de Jurema** Reserva Florestal Córrego Maria Flora Reserva Florestal do Pinhão Reserva Florestal de Saltinho Reserva Florestal Figueira e Saltinho SUBTOTAL RESERVAS FLORESTAIS 3.053,21 57,01 74,06 118,51 62.224,08 385,34 385,34 100,00 204,00 48,68 196,81 9,10 10,00 568,59 TOTAL 977.813,20 MUNICÍPIO Araucária Piraquara, Quatro Barras Centenário do Sul Ibiporã Matinhos Palotina Engenheiro Beltrão Amaporã Cândido de Abreu Pinhão Telêmaco Borba Engenheiro Beltrão *Área Sob a Responsabilidade do IAP **Unidades com Infra-Estrutura para Visitação Quadro III.04 - Unidades de Conservação Federais no Paraná UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* APA de Guaraqueçaba ÁREA (ha) MUNICÍPIO Parque Nacional do Superagüi Parque Nacional Sain’t Hilaire Guaraqueçaba e Antonina Querência do Norte, Porto Rico, São Pedro do Paraná, 1.003.059,00 Marilena, Nova Londrina, Diamante do Norte e Mato Grosso do Sul (Mundo Novo, Eldorado, Naviraí, Itaquirai). 109,00 Guaraqueçaba 13.683,00 Guaraqueçaba e Paranaguá 3.495,00 Teixeira Soares 718,00 Campo Largo Céu Azul, Foz do Iguaçu, Matelândia, Medianeira e São 185.262,00 Miguel do Iguaçu Antonia, São Jorge do Patrocínio, Vila Alta e Mato Grosso 78.875,00 do Sul (Mundo Novo, Eldorado). 21.400,00 Guaraqueçaba 25.000,00 Caiobá, Matinhos TOTAL 1.623.101,00 APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná ARIE do Pinheiro e Pinheirinho Estação Ecológica de Guaraqueçaba Floresta Nacional de Irati Floresta Nacional de Açungui Parque Nacional do Iguaçu Parque Nacional de Ilha Grande 291.500,00 7.2. - ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS MAACK (1968, in TROPPMAIR, 1990) classificou o relevo paranaense em cinco grandes unidades geomorfológicas, denominado por ele como “grandes paisagens e subzonas naturais”, resultantes da alternância de épocas de estabilidade e instabilidade tectônica. As unidades geomorfológicas foram assim classificadas (figura III.03): 1. Zona Litorânea: (a) orla marítima e (b) orla da serra; 2. Serra do Mar; 3. Primeiro Planalto, subdividido em: (a) Planalto de Curitiba; (b) Região Montanhosa do Açungui; e (c) Planalto de Maracanã; III.8 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.03 - Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná, Segundo MAACK (1968, Adaptado por TROPPMAIR, 1990) III.9 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 4. Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa: (a) Região Ondulada do Paleozóico e (b) Região das Mesetas Mesozóicas; 5. Terceiro Planalto ou Planalto do Trapp do Paraná, com cinco subzonas: (a) Blocos Planálticos de Cambará e São Jerônimo; (b) Bloco do Planalto de Apucarana; (c) Bloco do Planalto de Campo Mourão; (d) Bloco do Planalto de Guarapuava e (e) Bloco do Planalto de Palmas. A área do Parque Estadual do Mata dos Godoy está inserida no 3º Planalto, com ocorrência de rochas predominantemente basálticas. 7.3 - ASPECTOS GEOLÓGICOS No Estado do Paraná, afloram, predominantemente, rochas sedimentares e vulcânicas da Bacia Sedimentar do Paraná, caracterizada por um substrato rochoso sedimentar-vulcânico de idade Siluriana-Cretácica (MILANI, et al 1994). A Bacia Sedimentar do Paraná é uma extensa bacia intracratônica classificada por KINGSTON et al (1983, in FRANÇA & POTTER, 1988) como do tipo Continental Interior Fracture (IF) em seu estágio inicial de deposição (Siluro-Permiano inferior), e como do tipo Interior Sag (IS) em seu estágio final de deposição (Permiano inferior - Cretácio). Está situada na parte centro-leste do continente sulamericano, cobrindo cerca de 1.600.000 km2. Destes, 1.000.000 de km2 localizam-se no território brasileiro (SCHNEIDER et al., 1978), abrangendo parte dos Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Essa Bacia é preenchida por sedimentos do Paleozóico, Mesozóico, lavas basálticas e sedimentos cenozóicos, os quais recobrem principalmente as planícies aluviais dos grandes cursos d’água existentes na Bacia. 7.4 - ASPECTOS PEDOLÓGICOS O Parque Estadual Mata dos Godoy está inserido na região conhecida por Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava, com cerca de 135.000 km2, que possui registros de grandes produtividades em cultivos de cereais e oleaginosas, dentre outros produtos agrícolas. Este fato deve-se, fundamentalmente, aos solos da região, derivados das rochas eruptivas básicas do Trapp do Paraná (Formação Serra Geral), à exceção do extremo Noroeste (Arenito Caiuá) e dos pequenos trechos com depósitos aluvio-coluvionares recentes. Os solos derivados da Formação Serra Geral são, em sua maioria, profundos, bem intemperizados, com elevada fertilidade natural, devido aos altos teores de bases trocáveis (solos eutróficos), com baixos níveis de acidez e reduzidos teores de alumínio trocável. Em detrimento do desenvolvimento agropecuário, as florestas e as demais formas de vegetação natural do Paraná foram suprimidas e fragmentadas ao longo dos anos, tanto que dos cerca de 85% de cobertura florestal original do Estado, restam, aproximadamente, apenas 8% do total, caracterizando o Paraná como o Estado com o maior índice de desmatamento dentre as 17 Unidades da Federação estudadas pela Fundação SOS Mata Atlântica (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2001). Os remanescentes de vegetação natural, ainda existentes, estão concentrados, basicamente, nas encostas íngremes da Serra do Mar e nas Unidades de Conservação existentes no Estado. III.10 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 7.5 - ASPECTOS CLIMÁTICOS O Estado do Paraná apresenta diversos microclimas com regimes térmicos e pluviométricos distintos, que podem ser observados ao longo do território, associados a variações de latitude e altitude. O Estado está situado em uma região de transição climática, passando por clima subtropical com invernos mais amenos ao norte para uma condição que se aproxima dos climas temperados ao sul, onde os invernos são mais severos. De acordo com a Carta climática do Estado do Paraná (GODOY e CORREIA, 1976, in EMBRAPA/IAPAR, 1984) e com a Divisão Climática do Estado do Paraná (MAACK, 1968), ambas baseadas em Köeppen, verifica-se que o território paranaense está sob influência de três tipos climáticos, a saber: – Cfa - é um clima mesotérmico, sem estação seca, com verões quentes e com média do mês mais quente superior a 22 ºC, sendo as geadas freqüentes. É o clima predominante de todo o norte, oeste e sudoeste paranaense, em altitudes normalmente inferiores a 850-900 metros. Convém ressaltar que a zona limítrofe com o Estado de São Paulo, em certos anos verifica-se um período mais seco no inverno, caracterizando o tipo climático Cwa, que se diferencia do Cfa pelo fato de apresentar estiagem no inverno. – Cfb - é igualmente um clima mesotérmico, úmido e superúmido, sem estação seca com verões frescos e com média do mês mais quente inferior a 22 ºC. As geadas são severas e mais freqüentes em relação ao clima Cfa. Ocorre principalmente nas regiões central, sul, centro-leste, em altitudes superiores a 850-900 metros. – Af - é um clima tropical, superúmido, sem estação seca e isento de geadas, com a temperatura média do mês mais frio nunca inferior a 18 ºC. Esse tipo climático não apresenta inverno e a precipitação anual excede a evaporação anual. 7.6 - HIDROGRAFIA O Estado do Paraná abrange duas bacias hidrográficas: do rio Paraná e do Atlântico, sendo a bacia hidrográfica do rio Paraná a mais importante, abrangendo cerca de 80% do território paranaense. Os cursos d´água sob sua influência correm em sentido oeste, muitos se aproveitando das grandes fraturas geológicas de direção geral NW-SE. Deste sistema hidrográfico fazem parte: – Bacia Hidrográfica do rio Itararé; – Bacia Hidrográfica dos rios das Cinzas e Laranjinha; – Bacia Hidrográfica do rio Tibagi; – Bacia Hidrográfica do rio Pirapó; – Bacia Hidrográfica do rio Ivaí; – Bacia Hidrográfica do rio Piquiri; – Bacia Hidrográfica do rio Iguaçu; e, – Bacia Hidrográfica do rio Paranapanema. III.11 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação O Parque Estadual Mata dos Godoy está inserido na bacia hidrográfica do rio Tibagi, que abrange uma área de drenagem de 2.471.167 ha, na qual estão inseridos, parciais ou totalmente, 41 municípios (STIPP, 2000), com extensão de cerca de 550 km (MAACK, 1968), incluindo as suas nascentes, localizadas na região centro-sul do Estado, seguindo em direção ao norte para desaguar no Paranapanema. Os afluentes da margem direita do Rio Tibagi são: Pitangui, Iapó das Antas e São Jerônimo. Os principais afluentes da margem esquerda são: Imbituva, Capivari, Imbaú, Imbauzinho, Barra Grande, Apucarana, Apucaraninha e Taquara (STIPP, 2000). 7.7 - VEGETAÇÃO Geograficamente, o Estado do Paraná é caracterizado por uma grande diversidade de microambientes, os quais se diferenciam pelos fatores climáticos, edáficos, geomorfológicos e altimétricos. A vegetação natural que é observada nos diferentes locais retrata, de certa forma, a interação destes fatores ambientais, podendo até mesmo ser considerada como um indicador para os mesmos. Na figura III.04 apresenta-se a inserção do Parque Estadual do Cerrado na fitogeografia do Estado do Paraná. Esta situação é responsável pela grande variação dos tipos naturais de vegetação ocorrentes na região. No Estado do Paraná, segundo o sistema de classificação do IBGE, os principais tipos de vegetação são: − Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), cobrindo a porção litorânea do Estado, desde a orla marítima até as encostas na face leste da Serra do Mar; − Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), ocupando a região do Planalto meridional, em altitudes acima de 500 a 600 m s.n.m. (primeiro, segundo e terceiro planaltos paranaenses); − Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifolia), ocupando as regiões norte e oeste do Estado, em altitudes mais baixas e marcadas por um clima de caráter tropical-subtropical; − Savana (Campos), localizadas sobre o Planalto Meridional, entremeadas com a Floresta Ombrófila Mista com araucária. Segundo suas características climáticas, o Paraná apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento de vegetação do tipo floresta, o que é determinado principalmente pela uniformidade na distribuição pluviométrica no decorrer do ano (ausência de uma estação seca claramente definida). As formações campestres naturais, como os Campos de Guarapuava, de Palmas e do segundo planalto paranaense, são vistas pela maioria dos autores (Hueck, 1966; Maack, 1968; Klein & Leite, 1990) como relitos de um clima de caráter temperado, semi-árido até semiúmido, com períodos acentuados de seca. A expansão das florestas sobre os campos seria uma conseqüência do processo denominado tropicalização do clima, ou seja, a mudança de clima mais frio e seco para o mais quente e úmido. III.12 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.04 - Inserção do Parque Estadual Mata dos Godoy na Fitogeografia do Estado do Paraná III.13 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 8 - CONTEXTO REGIONAL 8.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA Londrina, por abrigar a unidade de conservação, apresenta-se como unidade territorial de influência direta do parque, analisada no contexto municipal e na área do entorno do parque, bem como os distritos de Espírito Santo e São Luiz na análise da dinâmica de influência indireta da avaliação socioeconômica e cultural. Desmembrado de Jataizinho, Londrina foi elevada à categoria de município através do Decreto Estadual nº 2.519 de 03 de dezembro de 1934 e implantado oficialmente em 10 de dezembro de 1934, passando a ser sede de comarca pelo Decreto nº 6.213 de 18 de janeiro de 1938. O município de Londrina (foto III.01) está localizado no terceiro planalto paranaense, na região Norte do Estado, nas coordenadas 23º 23’ latitude sul e 51º 11’ longitude oeste, distante 390 km de Curitiba e aproximadamente 100 km de Maringá, a uma altitude de 576 m acima do nível do mar, com uma superfície de 1.724,5 km². Faz divisa com os municípios de Apucarana, Arapongas, Assaí, Cambé, Ibiporã, Marilândia do Sul, Mauá da Serra, Ortigueira, São Jerônimo da Serra, Sertanópolis e Tamarana. O Distrito de Espírito Santo foi criado através da Lei Municipal nº 5.842, de 20 de junho de 1994, distante 15 km da sede do município, a uma altitude de 553 m acima do nível do mar, com uma superfície de 184,92 km2. Já São Luiz foi criado através da Lei Municipal nº 666 de 11 de junho de 1951, distante 32 km da cidade de Londrina e a uma altitude de 668 m acima do nível do mar, com uma superfície de 153,36 km2. Foto III.01 -Vista Parcial do Perímetro Urbano de Londrina III.14 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 8.1.1 - ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO A ocupação das regiões Oeste do Estado de São Paulo e Norte do Estado do Paraná esteve relacionada ao movimento de expansão das fronteiras agrícolas paulistas, notadamente em face da produção cafeeira ocorrida no final do século XIX. No movimento que se iniciava para incorporação do território oeste paulista às áreas de ocupação agrícola, foram surgindo diversas vilas e municípios. Embora os primeiors movimentos de ocupação e colonização do Norte do Paraná tenham ocorrido de forma lenta e esporádica, nas últimas três décadas do século XIX, a ocupação do território do norte em direção ao chamado “Norte Velho” paranaense ganhou um certo impulso com a chegada de contingentes populacionais constituídos de paulistas e mineiros, recém-chegados à região a procura de terras roxas, ainda não incorporadas à produção cafeeira, já bastante desenvolvida no sudeste brasileiro. Neste movimento inicial de ocupação do Norte do Paraná, foram sendo criados diversos núcleos de povoamento, a exemplo de Tomasina (1865), Santo Antonio da Platina (1866), Wenceslau Brás (1867), São José da Boa Vista (1867), Jacarezinho (1900), Cambará (1904), Bandeirantes (1921), Cornélio Procópio (1924) e Andirá (1926). A partir de 1922, o governo estadual começou a conceder terras a empresas de colonização de capital privado, dando início a concessão de terras estaduais para colonização e desenvolvimento do Norte do Paraná, através da atuação da “Companhia de Terras Norte do Paraná” - subsidiária da empresa de capital inglês, “Paraná Plantations Ltda”, em 1924, movimento que acabaria contribuindo para a configuração do Norte do Paraná, notadamente do Norte Novo e Novíssimo. Com o objetivo de abrir novas frentes agrícolas para o plantio do algodão, chega ao Brasil a “Missão Montagu”, que acabaria adquirindo glebas de terra para estabelecimento de fazendas e máquinas de beneficiamento de algodão. Diante do insucesso do empreendimento, as glebas adquiridas foram sendo transformadas em projeto imobiliário, pela então Companhia de Terras Norte do Paraná, que fazia a concessão de títulos de propriedade da terra para os colonos. A colonização do Norte do Paraná só viria a ocorrer definitivamente no século XX, através de atuação da Companhia de Terras do Norte do Paraná, que contava com o aval do Governo Estadual para colonizar uma área equivalente a 546 mil alqueires, ou aproximadamente 13 mil km², 6,5% de todo o território paranaense. Como Londrina, outras 62 cidades e patrimônios foram fundados pela companhia colonizadora, comercializando mais de 35 mil lotes rurais, a grande maioria com área inferior a 30 alqueires. Com uma política que procurava dar apoio aos pequenos fazendeiros, sem, no entanto, deixar de atender o interesse daqueles que dispunham de melhores condições e recursos, acabaram estimulando a concentração da produção, sobretudo da produção cafeeira, além da explosão demográfica, a expansão dos núcleos urbanos e o aparecimento das classes médias rurais. III.15 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Diante deste universo, surge Londrina em 1929 como entreposto avançado do projeto de colonização inglês. Em 21 de agosto de 1929, chega a primeira expedição da companhia no Patrimônio Três Bocas, onde fora estabelecido o primeiro marco que daria origem a Londrina. O nome da cidade surgiu como uma homenagem a Londres, sede da companhia e dos recursos financeiros e da origem dos primeiros executivos que adentraram na região. A criação do município ocorreu em 1934, através de Decreto Estadual assinado pelo interventor Manoel Ribas em 03 de dezembro de 1934. A ocupação da região evoluiu rapidamente com a malha viária em crescimento e através da aquisição da Companhia Ferroviária São Paulo - Paraná, uma importante opção ferroviária para escoamento da produção. Em trinta anos na área inicialmente adquirida pelos ingleses, 110 novos núcleos de povoamento foram criados, muitos dos quais transformados em municípios. De acordo com o Livro Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná, 1975, o planejamento inicial de colonização previa a edificação de centros de atração econômica, concentrando atividades de serviços e comércio, a exemplo de Londrina (1934), Maringá (1947), Cianorte (1953) e Umuarama (1955), distantes 100 km entre si e, em torno dessas cidades, núcleos de povoamento para o fornecimento de produtos primários, como Apucarana (1943), Cambé (1947), Rolândia (1943), Arapongas (1947), Astorga (1951), entre outros, todos interligados por rodovias e ferrovias. Em 100 anos de colonização, com o incremento populacional de imigrantes italianos, japoneses, alemães, paulistas e mineiros, as famílias ali estabelecidas conseguiram consolidar vínculos comerciais e comunitários, dando origem a tantas outras vilas e municípios, incorporando, desta forma, a região Norte do Estado do Paraná ao restante do país. 8.1.2 - DINÂMICA DEMOGRÁFICA De acordo com os dados apresentados na Contagem da População de 2000, do IBGE, o município de Londrina apresentava 97% de sua população concentrada no meio urbano, com taxa de crescimento anual de 2,02%, enquanto que, no distrito de São Luiz, 65% da população estava concentrada no meio rural. Os dados da contagem da população urbana e rural do distrito de Espírito Santo (quadro III.05), efetuadas pelo IBGE, referem-se ao ano de 1996, quando 91% da população total do Distrito estava concentrada no meio rural. Quadro III.05 - Número de Habitantes de Londrina e Alguns Municípios (1996/2000) POPULAÇÃO - CENSO 2000 POPULAÇÃO TOTAL - 1996 URBANA RURAL TOTAL 390.550 433.369 13.696 447.065 97% 3% Distrito de Espírito Santo* 2.886 248 2.638 Sem dado Sem dado Sem dado Distrito de São Luiz 1.917 622 1.168 1.790 35% 65% MUNICÍPIO Londrina Fonte: IBGE (1996/2000) III.16 % URBANA %RURAL III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Com relação à densidade demográfica verificada no município de Londrina e nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, ou seja, a relação existente entre o número de habitantes residentes e a área ocupada, os dados apresentados no Censo de 2000 do IBGE apontam que Londrina possuía 447.065 habitantes, distribuídos em uma área de 1.724,5 km², perfazendo uma densidade demográfica de 259,07 hab/km². De acordo com os levantamentos preliminares efetuados na sede do distrito de Espírito Santo, a população atual é de aproximadamente 3.400 habitantes, distribuídos em uma área de 184,92 km², perfazendo uma densidade demográfica de 18,39 hab/km², enquanto que, no distrito de São Luiz, para uma população de 1.790 habitantes, distribuídos em uma área de 153,36 km2, a densidade demográfica é de 11,67 hab/km². Outro elemento a ser diagnosticado na análise da dinâmica demográfica regional diz respeito ao número de unidades domiciliares municipais, dados que possibilitam a inferência sobre a organização dos núcleos familiares. Em 2000, o município de Londrina possuía 3,88 habitantes por unidade domiciliar. Embora não haja dados atualizados sobre o número de domicílios existentes nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, é possível estimar a quantidade de domicílios existentes no perímetro urbano e rural, atendidos pela rede de água e energia elétrica, inferindo-se o índice aproximado de 3,86 habitantes por unidade domiciliar, índice próximo ao verificado no Paraná, a saber, 3,69. 8.1.3 - CONDIÇÕES DE VIDA Em relação à infra-estrutura básica disponível de saúde, o município de Londrina e distritos de Espírito Santo e São Luiz, dispõem de: – 3 hospitais públicos municipais (conveniados com o SUS); – 9 hospitais privados; – 1 hospital universitário; – 51 unidades básicas de saúde (13 para atendimento da população rural e 38 urbanas); – 6 centros de saúde (5 para atendimento urbano e 1 rural). – O distrito de Espírito Santo dispõe apenas de uma unidade básica de saúde rural (posto de saúde) para tratamento ambulatorial da população local, além de 1 mini-posto volante. No distrito de São Luiz, há apenas 1 posto de saúde rural com atendimento ambulatorial. O sistema de educação em Londrina é composto por 4 instituições de ensino superior, além de 175 instituições particulares de ensino, da pré-escola à universidade. Somando-se a isso, Londrina possui ainda os seguintes estabelecimentos de ensino público: – 12 creches; – 75 estabelecimentos de ensino pré-escolar municipal, além de outras 7 unidades estaduais; III.17 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação – 97 unidades municipais para o ensino fundamental, além de 63 estabelecimentos estaduais – 34 estabelecimentos estaduais de ensino médio; e, – 4 unidades para a educação de jovens e adultos. O distrito de Espírito Santo dispõe de uma escola com ensino de pré-escolar à 8ª série, com aproximadamente 500 alunos matriculados, além de outra escola voltada ao ensino de 1ª a 4ª série. No distrito de São Luiz, o sistema de ensino atende alunos do pré-escolar à 8ª série. O sistema de abastecimento de água atende em 100% da demanda da população urbana do município de Londrina, em um total aproximdo de 100 km de rede instalada. No Distrito de Espírito Santo há uma rede instalada de 13,6 km, enquanto que em São Luis a rede instalada é de 7,7 km. No meio rural, a água utilizada pela população geralmente provém de fontes naturais, nascentes ou poços artesianos. Em relação à rede de tratamento de esgoto sanitário, em 2000, o município de Londrina dispunha de 108.774 economias atendidas pelo sistema, sendo 95.585 residenciais, 12.174 comerciais, 213 industriais e 356 do poder público, com uma rede instalada de aproximadamente 1.100 km de extensão. O sistema instalado atende 68% da população do município. Não há sistema de tratamento de esgoto nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, sendo o despejo do esgoto doméstico efetuado em fossas ou sumidouros. Em relação à coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos urbanos (lixo), em Londrina são efetuadas coletas diárias no perímetro urbano e em dias alternados nos distritos e vilas próximas. Não há coleta nas vilas rurais afastadas, onde normalmente o lixo orgânico é acondicionado em valas ou ainda separado para incineração. Todo material coletado no perímetro urbano e regiões próximas é depositado em um aterro sanitário, com área de 290.000 m². O lixo hospitalar é coletado diariamente e transportado para o aterro sanitário municipal, onde é depositado em vala hospitalar com cobertura diária de terra e cal. O lixo industrial é de responsabilidade do produtor, sendo coletado e transportado para local adequado. Há um programa para coleta do lixo reciclável que atende aproximadamente a 25% da população de Londrina, sendo o material encaminhado a uma central de triagem, onde são triados, prensados e comercializados. Nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, o lixo é coletado em dias alternados, para transporte até o aterro sanitário da sede do município. Nas vilas rurais mais afastadas, o lixo é enterrado em valas ou incinerado. Muito embora, os distritos de Espírito Santo e São Luiz apresentem condições sanitárias ambientais satisfatórias, há problemas ocasionados pela falta de sistema de tratamento de esgoto, despejo de lixo em propriedades rurais, onde os detritos são enterrados ou queimados, além do depósito inadequado de recipientes utilizados na agricultura local. III.18 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 8.1.4 - INFRA-ESTRUTURA A área de abrangência do município em análise apresenta, como eixos básicos, as rodovias federais BR-277 (Paranaguá - Foz do Iguaçu) no sentido leste-oeste; que intercepta a rodovia federal BR-376, (Campo Largo - Nova Londrina) dando acesso a diversas cidades como Ponta Grossa, Ortigueira, Londrina, Maringá, Apucarana Paranavaí, entre outras, que em determinado trecho conjuga-se com a PR-445, no sentido norte. Há igualmente, a possibilidade de acesso pela rodovia estadual PR-151 (Ponta Grossa - Sengés) que, em determinado trecho, conjuga-se com a PR-090 (Campo Largo - Londrina), no sentido norte, dando acesso às cidades de Ventania, Curiúva, Sapopema, São Jerônimo da Serra, Assaí e Londrina e que constituem os eixos sul-norte da região. As BR-376 e BR-277 constituem-se nas vias de tráfego mais intenso e de maior importância econômica para a região. No município de Maringá, a PR-317 deriva da BR-376 no sentido oeste do Estado do Paraná, até conjugar-se com a BR-369, alcançando as cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu e países do Mercosul. Desta configuração básica de vias primárias de tráfego originam-se vias secundárias com papel de integração intramunicipal. São vias normalmente sem pavimentação e que ocupam função no escoamento da produção e na comunicação das sedes municípios com os distritos. A região é também influenciada pelo transporte de cargas ferroviário que representa um importante corredor de escoamento da produção agrícola, integrando a região Norte do Estado com o restante do Paraná e com o Estado de São Paulo. Com relação ao transporte de passageiros e de carga, o município é servido por linhas regulares de ônibus, fazendo a interligação com as principais cidades da região e com a capital. A infra-estrutura de transporte aéreo é feita através do aeroporto de Londrina, com vôos domésticos e internacionais. No que diz respeito ao consumo de energia elétrica, em 2000 o consumo do município de Londrina foi de 900.271 MW, com destaque para a classe de consumo residencial, atingindo 34% do total, em um universo de 156.000 consumidores. O consumo de energia elétrica no distrito de Espírito Santo foi de 523 MW, num total de 158 consumidores. Já o distrito de São Luiz teve um consumo de 1.487 MW, com um total de 341 consumidores, com destaque para a classe de consumo residencial. Quanto ao sistema público de comunicação, os serviços de telefonia são operados pela empresa SERCOMTEL S. A. Em 2000, o município de Londrina dispunha de 2.172 telefones públicos e 136.914 terminais telefônicos em serviço, representando uma média de 1 terminal telefônico para cada 3,2 habitantes. No distrito de São Luiz, estavam instalados 6 telefones públicos e, aproximadamente, 100 terminais telefônicos em serviço. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECBT mantém 3 agências de operação própria, além de outras 13 franqueadas, 9 postos de correio distritais e 87 postos de venda de III.19 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação produtos e coleta. Quanto à radiodifusão e serviços de televisão, Londrina dispõe de 16 estações de rádio, sendo 6 FM e 10 em AM. Possui ainda, 5 emissoras de televisão transmitindo sinais das redes, Manchete, Globo de Televisão e do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Há igualmente, os jornais de maior circulação diária no município e no restante do Estado. 8.1.5 - ASPECTOS ECONÔMICOS De acordo com os dados divulgados pelo governo do estado, o Paraná fechou o ano de 2001 com uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto - PIB (valor total de produção de bens e serviços, em determinado período, geralmente 1 ano) de 6,7%, contra 1,7% da média nacional, graças a performance do setor industrial (7,7%) e ao desempenho da agropecuária (19,5%) com destaque para a produção estadual de grãos, totalizando 24,3 milhões de toneladas na última safra, correspondendo a um aumento de 47,6% em relação ao período anterior, particularmente pela produção do milho, com expansão da área plantada e dos ganhos de produtividade. No setor pecuário, houve aumento significativo no volume de exportações, com abate de aves, bovinos e suínos, superior a 27,6%, 20,6% e 21,5%, respectivamente. Nos primeiros 10 meses do ano, a indústria cresceu 27,31% em relação ao ano anterior. No total, as divisas geradas pelas exportações chegaram a US$ 4.536 milhões até outubro, com um acréscimo de 23,85% em relação ao ano anterior. • AGROPECUÁRIA Em relação a situação fundiária das propriedades, de acordo com dados do INCRA, em 1998 o município de Londrina possuia 996 propriedades cadastradas como minifúndios, representando um total de 6 mil hectares; 1.545 pequenas propriedades; 396 médias e 186 grandes propriedades, estas ocupando uma área aproximada de 92,3 mil hectares. Em relação ao uso do solo no município de Londrina, a maior parte das áreas rurais são utilizadas com pastagem cultivada (76.949 ha), seguinda por lavouras temporárias (52.389 ha), áreas de matas e florestas naturais (27.225 há) e por último, lavouras permanentes (6.713 ha). Para o distrito de São Luiz, 60% das terras são destinadas às lavouras permanentes e temporárias; 20% utilizadas como pasto, cultivado e natural e aproximadamente 20% cobertas de matas ou capoeiras. No quadro III.06, a seguir, apresentam-se dados referentes à área e produção dos principais produtos agrícolas cultivados no município de Londrina. Quadro III.06 – Dados dos Principais Produtos Agrícolas Cultivados no Município de Londrina SOJA MUNICÍPIO ha Londrina MILHO t Ha TRIGO t 24.000 53.280 17.800 47.500 CAFÉ ARROZ ha t ha t ha t 5.600 11.068 6.190 16.342 1.320 2.790 Fonte IPARDES (2000) III.20 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação As culturas agrícolas aveia e feijão ocupam uma área total cultivada de aproximadamente 1.100 hectares, no município de Londrina, com produção em torno de 1.000 toneladas. Muito embora não haja dados sobre a produção agrícola dos distritos de São Luiz e Espírito Santo, a produção de café adensado e tradicional, o milho e a soja compõem as culturas mais importantes da agricultura local. A pecuária no município analisado possui maior representatividade na bovinocultura, avicultura e suinocultura. Segundo informes do IPARDES (2000), Londrina contava com um rebanho de 111.000 cabeças de gado, um efetivo de 1.730.000 aves e 22.100 de suínos. Não há dados disponíveis sobre o efetivo existente nos distritos de São Luiz e Espírito Santo. No município ocorrem ainda, grandes áreas comprometidas pelo uso indiscriminado de defensivos agrícolas, pesticidas, adubos químicos e falta de destino adequado para as embalagens de agrotóxicos e que indiretamente, acabam comprometendo a qualidade ambiental da região, notadamente do solo e mananciais de abastecimento d’água. • INDÚSTRIA E COMÉRCIO Em 2000, o município de Londrina contava com 3.485 estabelecimentos industriais responsáveis por apenas 20% da arrecadação do ICMS e 39% do valor adicionado gerado no município, com destaque para a construção civil, indústria têxtil, vestuário e calçados. Já em relação aos estabelecimentos comerciais e de serviços sujeitos ao ICMS, Londrina contava com 14.372 estabelecimentos comerciais e 13.612 de serviços, responsáveis pela arrecadação de 25% em ICMS e de 57% do valor adicionado gerado no município. O distrito de São Luiz dispõe de 22 estabelecimentos de comércio e serviços; não havendo indústrias na região. • FINANÇAS MUNICIPAIS Londrina, sendo o município mais desenvolvido da região e com o maior centro urbano, detém a maior capacidade de arrecadação. Em 2000, sua receita total foi de R$ 283,6 milhões (quadro III.07), com maior participação das receitas correntes, apresentando no período, um déficit fiscal de 7% da receita municipal total. O peso das despesas correntes, em relação à receita total, alcançou 94% do total de despesas no município de Londrina. Quadro III.07 - Receitas e Despesas Municipais - 2000 RECEITAS/DESPESAS LONDRINA Receitas Municipais 283.577.281,61 Despesas Municipais 304.000.886,48 Receita - Despesa -20.423.604,87 Fonte: IPARDES - Prefeitura Municipal III.21 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação No que se refere às despesas correntes, índices elevados representam capacidade reduzida de investimentos. No caso em análise, o município compromete grande parte da receita com despesas correntes que englobam gastos com custeio de pessoal, material de consumo e serviços de terceiros. Em 2000, Londrina apresentou despesas de custeio de 79% em relação ao total de despesas, sendo as despesas com pessoal as mais expressivas. Dentro das despesas de capital, os investimentos constituem parte importante para a economia municipal e para a qualidade de vida da população. Em 2000, as despesas de investimentos em Londrina, foram de apenas R$ 8,6 milhões, 2,8% do total de despesas municipais, o que representa pouco, se forem consideradas as necessidades de saúde, educação e infra-estruturas diversas. 8.1.6 - CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL A região de Londrina é abrangida geologicamente pela Bacia Sedimentar do Paraná, caracterizada por um substrato rochoso sedimentar-vulcânico de idade Siluro-Cretácica (MILANI et al, 1994). A região está localizada na porção sudeste da Bacia, onde afloram as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, Grupo São Bento, representados por sucessivos derrames basálticos de idade cretácica inferior, os quais resultaram em solos profundos, denominados latossolos roxos e terra roxa estruturada (nitossolos). O relevo é suave ondulado a ondulado, típico de morfologia da Formação Serra Geral (derrames basálticos) do Terceiro Planalto Paranaense. Com relação aos aspectos climáticos, o Terceiro Planalto apresenta a grande flutuação térmica. No sul, com maiores altitudes médias, as temperaturas médias anuais são menores, situando-se entre 15 e 16 °C, elevando-se em direção oeste (vale do rio Paraná) e norte (vale do rio Paranapanema). No quadro III.08 são apresentadas, para cada mês, os valores das médias das temperaturas máximas e mínimas, no período de 1976 a 2001, na estação Londrina. Os meses mais quentes observados são novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março com temperatura média de 29,5 ºC e os meses mais frios são junho e julho com temperatura média de 11,6 ºC. Quadro III.08 - Variação da Temperatura Média Mensal na Estação Londrina no Período de 1976-2001 MÉDIAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Máximas 29,6 29,7 29,4 27,7 24,5 22,7 23,5 25,6 26,2 28,6 29,4 29,3 Mínimas 19,6 19,6 18,7 16,4 13,6 11,7 11,5 12,9 14,4 16,5 17,9 19,0 Médias 23,9 23,8 23,3 21,3 18,3 16,6 16,8 18,7 19,8 22,0 23,1 23,6 Fonte: IAPAR, 2002. Os meses de maior pluviosidade são dezembro, janeiro e fevereiro, com médias aproximadas de 193; 198 e 191 mm, decrescendo nos meses seguintes até os meses de julhoagosto, época em que são observados os menores índices pluviométricos na região, 57 e 49 mm respectivamente. Esses meses apresentam uma constância pluviométrica maior do que os meses mais chuvosos. Existe uma grande variação na precipitação anual que depende III.22 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação principalmente da intensidade de chuvas durante a estação chuvosa, quando há maior variabilidade das médias mensais. A sazonalidade da precipitação na região é refletida também na quantidade de dias chuvosos em cada mês do ano, bem como nas precipitações médias mensais (quadro III.09). Quadro III.09 - Média Mensal dos Dias Chuvosos nas Estações Analisadas ESTAÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Volta Grande 9,2 8,7 7,3 5,1 5,6 5,3 3,2 4,6 6,0 7,0 6,6 8,6 São Luiz 12,7 12,6 10,6 7,0 7,2 6,6 4,9 5,9 8,2 9,2 9,8 12,7 AgroclimatológicaLondrina 15,0 14,4 11,9 8,6 8,7 8,9 6,0 7,2 9,2 10,3 10,7 14,6 Ribeirão dos Apertados 13,3 11,8 10,1 6,8 6,3 6,0 4,8 6,4 8,5 8,3 7,8 11,7 Fonte: SUDERHSA, 2002. A umidade relativa do ar na região do Parque reflete a sazonalidade do regime de chuvas na região, ocorrendo valores maiores no período chuvoso (dezembro, janeiro e fevereiro) e menores no período seco (julho e agosto) podendo se estender até novembro, quando há o início novamente do período chuvoso seguinte. Os ventos são predominantemente de direção E (leste), e velocidade média de 2,4 m/s. O Parque Estadual Mata dos Godoy, em sua maior parte, pertence à bacia hidrográfica do ribeirão dos Apertados, sendo que apenas uma pequena porção ao norte do Parque tem sua rede de drenagem voltada para a bacia hidrográfica do ribeirão Três Bocas, que também deságua na bacia do Tibagi. Conforme SILVA (1990), a floresta contida no Parque Estadual Mata dos Godoy pode ser considerada como um contato entre floras de diferentes associações, haja vista ocorrerem espécies de distintas origens, inclusive de regiões distantes como a Amazônia. O maior gradiente é de Floresta Estacional Semidecidual com influência de Floresta Ombrófila Mista. Geograficamente a Floresta Ombrófila Mista tem sua ocorrência central praticamente restrita ao Planalto Meridional dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que outrora esta formação ainda ocorria na forma de "ilhas" ao longo das partes mais altas da Serra da Mantiqueira, até praticamente a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo. Distribui-se ainda em países vizinhos ao Brasil, notadamente no nordeste da Argentina e sudeste do Paraguai, neste último em área pouco expressiva. A ocorrência desta formação reflete especificidades de dois conjuntos florísticos que encontram-se nesta região, chamados de "Tropical Afro-Brasileiro" e "Temperado Austro-Brasileiro", com um significado ecológico relevante, resultante da latitude meridional combinada com a altitude do planalto, situação esta única na Região Neotropical (LEITE & KLEIN, 1990; VELOSO et al., 1991, in SILVA, 2002). Dentre as principais espécies ocorrentes nesse ambiente florestal citam-se a araucária (Araucaria angustifolia), a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), os quais figuram também na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do Brasil pela vulnerabilidade a qual estão sujeitas as suas populações III.23 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação naturais, em função das práticas de manejo adotadas no passado, e da grande pressão de ocupação observada atualmente (SILVA, 2002). A Floresta Estacional Semidecidual ocorre de maneira descontínua praticamente em todos os estados das regiões nordeste, sudeste e sul do país, e em parte no centro-oeste, chegando até a bacia do rio Uruguai, o Paraguai e a Argentina (VELOSO et al., 1991), sendo representada predominantemente pela peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron); ipê-roxo (Tabebuia heptaphyla); canafístula (Peltophorum dubium); louro-pardo (Cordia trichotoma) e grápia (Apuleia leiocarpa). A fauna do Parque Estadual Mata dos Godoy responde às influências dos domínios zoogeográficos Tupi e Subtropical, de acordo com CABRERA & YEPES (1960). O domínio Tupi apresenta uma fauna com representantes caracteristicamente atlânticos, já o domínio Subtropical responde tanto as influências patagônicas, quanto tropicais. Considerando as principais formações de vegetação e suas implicações na distribuição geográfica dos mamíferos, a área do parque encontra-se nos domínios do bioma floresta atlântica (Lato sensu). Segundo FONSECA et al. (1999), este bioma apresenta uma riqueza de espécies menor apenas que o amazônico, guardadas as devidas proporções em extensão territorial entre os dois biomas. De acordo com este autor a floresta atlântica está representada por 229 espécies de mamíferos, das quais cerca de 73 são consideradas endêmicas. Na região norte do Estado do Paraná, onde está localizado o Parque Estadual Mata dos Godoy, as atividades extrativistas e agropecuárias desenvolvidas pela ocupação desordenada e desenfreada das terras pelos colonizadores, colaboraram para a crescente descaracterização da paisagem natural. Paralelamente à destruição e fragmentação do ambiente, retirando o abrigo e alimento das populações de mamíferos, ocorreu a introdução de algumas espécies exóticas e o aumento das atividades de caça. Esses fatores combinados levaram à extinção local de algumas espécies com menor capacidade de adaptação às alterações antrópicas e ao aumento das populações de outras, com maior plasticidade ecológica. III.24 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento IV - INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DO PARQUE ESTADUAL E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO 1.1 - CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DA ZONA DE AMORTECIMENTO Os critérios para definição da zona de amortecimento proposta foram basicamente a definição de limites geográficos facilmente identificáveis e existência de remanescentes florestais no entorno na Unidade de Conservação: – Limites da área de expansão urbana de Londrina, junto à sede do Distrito de Espírito Santo, em seu limite norte pelo Córrego Pedroso; – A PR-445 no limite leste da Unidade de Conservação, abrangendo algumas propriedades rurais; – No extremo oeste do parque, até as proximidades das áreas urbanas dos Municípios de Cambé, Rolândia e Arapongas; e, – No extremo sul da unidade, até o limite do Distrito de São Luiz, através da PR538 (sentido Apucarana), abrangendo remanescentes florestais nativos que conferem conectividade e fluxo gênico à flora e fauna local e regional. A delimitação da zona de amortecimento pode ser visualizada na figura IV.01, juntamente com o mapa de uso e ocupação do solo. 1.2 - DESCRIÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO A Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Mata dos Godoy, apresenta em sua composição territorial rural, o predomínio de médias e grandes propriedades agropecuárias, com atividades voltadas ao plantio de soja, milho, trigo, aveia, café, gado de corte, cria e de leite, além da presença de pequenos açudes com a produção de peixes para consumo doméstico. Muitas das propriedades existentes, são administradas por funcionários, responsáveis pela condução das atividades ligadas ao trato do gado ou à produção agrícola. Há igualmente, áreas arrendadas em muitas das propriedades, voltadas principalmente à produção de soja. O uso intensivo da terra agricultável e de áreas de pastagens domina o panorama da zona de amortecimento do Parque Estadual da Mata dos Godoy. Alguns proprietários adotam práticas de uso e preparo do solo, com o uso intensivo de agrotóxicos em áreas próximas ao parque, ou com potencial poluidor de rios, riachos e pequenos córregos da região da zona de amortecimento. IV.1 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento 1.3 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Em relação ao uso e ocupação do solo, na análise da zona de amortecimento, através de levantamentos e entrevistas com os responsáveis pelas propriedades, e posterior classificação da imagem de satélite TM LANDSAT 7, em escala 1:50.000, além de levantamento de estudos anteriores, permitiu concluir que a paisagem da zona de amortecimento do Parque Estadual Mata dos Godoy caracteriza-se por uma ocupação predominantemente agrícola (foto IV.01), com culturas anuais (especialmente de grãos, como soja, milho e trigo em maior escala) ao norte e ao leste, e pecuária ao sul e ao oeste. As áreas de pecuária, em sua maioria, pertencentes à fazenda Sr. Nelson Godoy, estão localizadas na margem direita do ribeirão dos Apertados, a qual define o limite sul do Parque. Foto IV.01 - Vista Geral da Z. de Amortecimento do Parque Evidenciando o Predomínio de Áreas Agrícolas (fonte: P. Hoffmann, 2002) A cobertura florestal da região é bastante reduzida, restando apenas alguns pequenos fragmentos da vegetação nativa original, na maioria dos casos, totalmente degradados. Entretanto, existem algumas áreas contíguas de floresta relativamente bem conservadas, que estão situadas principalmente na parte leste dos limites do Parque. Fragmentos menores são também possíveis de visualizar ao sul e a oeste, os quais não estão conectados ao Parque por vegetação autóctone. Esses remanescentes, que ainda ocorrem na região, pouco retratam a pujança da vegetação original, mas são importantes do ponto de vista ambiental, à medida que a situação da cobertura florestal nas imediações é muito precária. Tais fragmentos apresentam comunidades vegetais em estágios precoces no curso da sucessão e são sempre marcados pela influência antrópica. Além da baixa cobertura florestal de um modo geral, a ausência da faixa ciliar de proteção dos cursos d’água em boa parte das propriedades da região. Tal fato revela a fragilidade ambiental imposta, tornando esses cursos d’água pouco atrativos à fauna e suscetíveis à erosão e à lixiviação de agrotóxicos. As formas de uso e ocupação do solo na área do Parque Estadual e na sua zona de amortecimento são apresentados no quadro IV.01 e figura IV.01 - mapa de Uso e Ocupação do Solo. IV.2 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.01 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual Mata dos Godoy e Zona de Amortecimento IV.3 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Verso do Mapa de Uso e Ocupação IV.4 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Quadro IV.01 - Classes de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual e Zona de Amortecimento ZONA DE AMORTECIMENTO PEMG CLASSE PEMG + Z. AMORTEC. ÁREA % ÁREA % ÁREA % - - 31,69 0,06 31,69 0,05 Floresta Nativa Pouco Alterada 617,47 89,47 6.217,09 11,38 6.834,56 12,36 Floresta Nativa Muito Alterada - - 2.022,26 3,70 2.022,26 3,66 24,86 3,60 46.357,62 84,84 46.382,48 83,83 - - - - - - Áreas em Recuperação (Projetos Madeira 1 e 2) 47,84 6,93 10,94 0,02 58,78 0,10 Total 690,17 100 54.639,60 100 55.329,77 100 Hidrografia Área Antropizada Área Urbana Além da paisagem agropecuária, com ilhas de floresta natural, ocorrem ainda na região do entorno do Parque faixas com árvores plantadas que funcionam como quebra-ventos e ornamentais nas propriedades rurais e pequenos maciços de reflorestamento de Eucalyptus spp. e outras essências como Grevilea robusta. FRANÇA (1997) estudando os remanescentes florestais do município de Londrina através do uso de imagens de satélite e apoio de campo, identificou a presença de matas em estágio atual de regeneração, localizadas em locais de declividade considerável. Segundo a autora, a grande maioria das áreas florestadas nesse local apresenta florestas nativas alteradas pela retirada de grande quantidade de madeira, principalmente as madeiras de lei. Esses locais são apresentados no Mapa de Uso e Ocupação do Solo como Florestas Nativas muito Alteradas. 1.4 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Na área do entorno do Parque, por influência da topografia da região e condições socioeconômicas do produtor, a produção agropecuária constitui-se em uma parcela significativa do faturamento das propriedades, com destaque para o cultivo de soja, milho, trigo, aveia e criação de gado. Em algumas propriedades foi constatada a presença de pequenos açudes para produção de peixes, apenas para consumo doméstico. Quanto ao trabalho assalariado, nas propriedades maiores, constatou-se a presença de empregados (administradores das fazendas e contratados para serviços gerais) para o desempenho das atividades ligadas à agricultura e pecuária. Com a mudança do perfil agrícola da região, notadamente após o declínio da produção cafeeira na região de Londrina, a produção de grãos, particularmente da soja, propiciou uma mudança significativa no uso e ocupação do solo, diversificando as atividades desenvolvidas nas fazendas da região, onde grandes áreas mecanizadas de cultivo passaram a dividir espaço com pastagens naturais e cultivadas e com pequenos remanescentes de floresta, alguns com área superior à reserva legal exigida, constituídos por fragmentos de mata que cobriam a região no início do século XX. IV.5 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento A cafeicultura num primeiro momento, e a policultura mecanizada na produção da soja e do milho, num outro estágio produtivo, contribuíram sobremaneira para a rápida degradação de áreas de floresta do Paraná, sobretudo na região Norte do Estado. Apesar da proximidade com a sede do município e a aparente integração campo-cidade, muitos moradores da região encontram-se distanciados da realidade urbana de Londrina, utilizando-se de sua infra-estrutura de atendimento populacional somente quando há casos de maior gravidade, notadamente em relação ao atendimento médico assistencial ou de outros serviços sociais disponibilizados pelo município e que, muitas vezes, não são oferecidos pela rede de atendimento público distrital. 1.5 - PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA POPULAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO A unidade de conservação é considerada como patrimônio da comunidade, evidenciada nos diálogos e posturas adotadas pelos proprietários, particularmente na preservação dos remanescentes florestais existentes nas propriedades, áreas que desempenham um papel importante na preservação direta e indireta de espécies da fauna e flora encontradas no Parque Estadual Mata dos Godoy. Há uma ligação afetiva, particularmente nos herdeiros do Sr. Olavo e Álvaro Godoy, com as áreas de floresta existentes nas propriedades do entorno e que há mais de 40 anos já estavam voltadas à preservação ambiental, evidenciada nas medidas adotadas pelos proprietários para coibir ações de caça e pesca predatória, extração de madeira ou invasão de terceiros nas propriedades que fazem limite com o Parque, conseqüentemente, reduzindo a pressão de caça e extração de espécies da flora da unidade de conservação. As principais dificuldades enfrentadas pela população do entorno, no que concerne às medidas de proteção e vigilância das áreas do entorno e do Parque, são: ausência do poder público na condução de campanhas, programas e/ou medidas preventivas de caça, extração de espécies florestais (principalmente o palmito), pesca predatória, manejo ambiental, vigilância florestal e monitoramento da qualidade do solo e da água dos rios da região. Face ao isolamento em que muitos dos moradores se encontram, notadamente devido às atividades desempenhadas nas fazendas por administradores e funcionários em geral, há pouco interesse em participar de reuniões ou debates acerca da dinâmica que envolve as atividades do Parque. Alguns proprietários não residem nas fazendas e há certa dificuldade para estabelecer vínculos com os funcionários do Parque ou com a administração municipal. Some-se a isso as dificuldades de deslocamento, poucos recursos financeiros, falta de instrução ou conscientização para o debate sobre medidas preventivas e conservacionistas voltadas ao Parque. A ausência de campanhas de cunho informativo, voltadas ao esclarecimento da população do entorno quanto ao manejo ambiental, restrições de uso e ocupação do solo, corte de vegetação, uso de agrotóxicos junto às áreas de floresta, margens de rios ou nascentes, criou um isolamento ainda maior dos moradores e/ou funcionários leigos e que ainda sentem IV.6 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento dificuldades para assimilar a política ambiental implementada pelo Estado e municípios. As informações técnicas de manejo ambiental normalmente chegam aos proprietários e funcionários através dos meios de comunicação de massa, como rádio e televisão ou por meio das relações de vizinhança e compadrio, sem que haja garantias de que as técnicas empregadas no trato da terra, mata e rios da região sejam efetivamente adequadas. Apesar do grande interesse em manter a produtividade da terra e a manutenção dos remanescentes florestais, há certa incoerência no trato diário da propriedade, onde extensas áreas de lavoura limitam-se pelas áreas de floresta sem que haja preocupação com uso intensivo de defensivos, pesticidas e agrotóxicos de maneira geral. Há que se considerar, ainda, que a probabilidade de ocorrer o despejo de detritos provenientes de esgoto e lixo domésticos em áreas urbanas próximas, presença de currais, chiqueiros e aviários, com a produção de excrementos, pode contribuir para o comprometimento da qualidade ambiental da região. Imaginar que apenas as informações que são veiculadas pelos meios de comunicação de massa sejam efetivas para conscientizar os moradores da região, seria assumir a “mea-culpa” em face dos possíveis danos causados ao meio ambiente pela inoperância das políticas públicas. Há a preocupação dos moradores com a invasão de propriedades para atividades de caça e extração de espécies florestais como o palmito ou, até, de árvores de valor econômico significativo. Embora não haja, aparentemente, preocupação quanto ao roubo e extravio de gado no local, em muitos municípios esta prática vem causando grandes perdas para produtores e pecuaristas. Sem que haja vigilância efetiva da região, entorno e propriedades existentes na zona de amortecimento do Parque, as investidas de proprietários, empregados e comunidade organizada pouco tem surtido efeito para coibir tal prática. A proximidade com o centro urbano, em um universo de 400.000 pessoas, com acesso facilitado de habitantes de cidades como Apucarana e Arapongas, a falta de placas indicativas e redutores de velocidade na PR-538, coloca em risco a integridade física dos moradores da região e dos animais que circulam entre o Parque e os remanescentes florestais nas propriedades vizinhas, somado a aparente tranqüilidade do local e a falta de medidas de fiscalização preventiva, têm permitido a manutenção da pressão de caça e extração de espécies florestais nos remanescentes. Destaca-se, ainda, o interesse dos herdeiros do Sr. Olavo Godoy em transformar parte da propriedade conhecida como “cidade cenográfica”, em cenário do filme Gaijin II rodado na região, em atrativo turístico, objetivando auferir recursos financeiros para a família, bem como em face na necessidade de manutenção da infra-estrutura cenográfica existente. Tal iniciativa poderá, a médio e longo prazo, causar impactos diretos à região e aos ambientes mais frágeis do Parque e entorno, devido ao fluxo mais intenso de visitantes e possíveis infraestruturas de atendimento correlacionadas. Por outro lado, tal perspectiva deverá representar, igualmente, a dinamização da economia dos distritos de Espírito Santo e São Luiz, profundamente dependentes dos repasses financeiros e dos fluxos de capital oriundos da sede do município. Para muitos moradores da zona de amortecimento do parque, os quais poderiam ser parceiros conscientes na preservação e manutenção da unidade de conservação, a Fazenda IV.7 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Santa Helena, como é conhecido o Parque Estadual Mata dos Godoy, é visto como “lugar comum” onde há, em parcela maior ou menor, a mata ou alguns animais que imaginam ainda existir na região, em remanescentes ou na reserva legal das propriedades. Não há ainda um vínculo efetivo entre o Parque, seus funcionários, a administração estadual ou municipal e a comunidade local. Para muitos, não há atrativos ou incentivo para a visitação, particularmente para os moradores mais antigos ou com pouca instrução, alguns que já residem na região há mais de 40 ou 50 anos e que, até então, nem sequer conhecem o Parque, seus funcionários e a infra-estrutura disponível. O Parque, como unidade de conservação, não conseguiu atrair o interesse da grande maioria de seus vizinhos ou estabelecer a ligação entre a comunidade, o poder público e as questões de meio ambiente no cotidiano da população. 1.5.1 - AÇÃO DA PREFEITURA NA ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE E NO MUNICÍPIO De acordo com a concepção da secretaria municipal de meio ambiente no tocante ao Parque Estadual da Mata dos Godoy e sua interação com a população local, deveria haver uma mudança na maneira de pensar o Parque no momento, uma grande melhoria na sua dinâmica e infra-estrutura disponível “com toda a atenção e infra-estrutura de forma que toda a geração atual usufrua do Parque, servindo de incentivo para que novas áreas sejam agregadas”. A importância do Parque para a comunidade, “sua importância extrapola o visitante comum, alcançando as universidades, escolas públicas de modo geral e privadas, a sociedade como um todo, porque a área gera ICMS ecológico e nós queremos aumentar as áreas e a arrecadação do ICMS ecológico para a nossa cidade. O Parque é um atrativo para o transeunte, para quem o visita, ao adentrar na área do Parque, percebe-se a mudança de ambiente, o bem-estar...” Com relação à pressão de caça ainda existente nas áreas de entorno do Parque, a prefeitura pretende incluir, em sua política ambiental para o município, através da “Agenda 21 de Londrina”, ações voltadas à conscientização da população quanto à necessidade de preservar a fauna e flora ainda existentes na região, “tanto nas vinhetas comerciais, como através das caminhadas pelas casas, pelas escolas, pelas empresas, teremos que enfocar todos estes temas, para que as pessoas entendam a abrangência do meio ambiente, porque já há na população de Londrina uma consciência ambiental e deveria se incentivar a criação de órgãos específicos nos municípios vizinhos”, dito isto face a relatos de atividades de caça que ocorreram na região do entorno do Parque e que estariam relacionadas à presença de pessoas de fora, de municípios circunvizinhos. Já existe, segundo a secretaria de meio ambiente, a preocupação em procurar pontos de confluência entre a política ambiental adotada por Londrina e os demais municípios da região metropolitana, a exemplo de Cambé, onde seria realizada uma reunião para discussão de estratégias de ação voltadas à preservação ambiental. Procurou-se enfatizar que, além dos aspectos relacionados à pesquisa científica, educação ambiental e visitação, dever-se-ia privilegiar ações voltadas ao turismo rural, que não deixaria de representar, naturalmente, uma forma de educação ambiental. Há elementos de interesse que abrangem desde as escolas até grupos da terceira idade, “e ver o que o campo tem para oferecer, além do feijão, do milho, daquela idéia que tem que desmatar para plantar IV.8 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento e garantir a subsistência e a idéia de que o campo pode oferecer muito mais”. A política ambiental do município vai ao encontro com o pensamento conservacionista adotado por muitos dos moradores do entorno do Parque. Há iniciativas para preservação dos fundos de vale e recuperação de áreas degradadas, criando corredores de biodiversidade. Em relação aos programas e medidas voltados aos parques da região, há iniciativas para propor medidas e programas que visem o melhor aproveitamento dos parques existentes, de maneira que a população possa melhor usufruir seu potencial e atrativos, divulgando ainda mais e revitalizando quando necessário, de maneira que a população passe a gostar e “multiplicar a idéia dos parques, com mais informações e que possa permitir ao cidadão ter aquilo embutido em seu dia-a-dia, para que ao pensar em passeios, pense nos parques, para que possa ser um multiplicador nas opções oferecidas a outras pessoas”. Há inclusive, inserida na política ambiental do município, a idéia de implantar novos parques. 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS Neste capítulo, apresentam-se as informações referentes ao meio físico da área do Parque Estadual Mata dos Godoy e de sua zona de amortecimento. 2.1 - HIDROGRAFIA O ribeirão dos Apertados constitui a principal entidade hidrográfica presente no Parque Estadual Mata dos Godoy. Está inserido na porção média da bacia hidrográfica do rio Tibagi, em seu curso inferior, sendo afluente direto da margem esquerda deste rio, recebendo contribuição das drenagens existentes na área do Parque Estadual, onde também exerce a função de limite sul, numa extensão de aproximadamente 7.200 m, passando posteriormente por propriedades particulares antes de desaguar no rio Tibagi. Este ribeirão, a exemplo da maioria dos rios que compõem a bacia hidrográfica do rio Tibagi, apresenta uma tendência à degradação ambiental, resultado das profundas intervenções antrópicas realizadas ao longo de suas margens. O manejo inadequado do solo, a redução da mata ciliar, o desmatamento desenfreado e o uso intensivo de agrotóxicos nas áreas de lavoura e pastagem, principalmente no seu lado direito, contribuem para a mudança da sua qualidade hídrica. 2.1.1 - QUALIDADE HÍDRICA As características físico-químicas e biológicas da água variam muito, principalmente em função da natureza do solo de onde se origina, das condições climáticas e do grau de poluição a qual é conferido. O ribeirão dos Apertados, sendo o principal elemento hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy, é integrador e indicador da qualidade ambiental global da área. Uma característica importante da água é ser um excelente solvente, portanto, à medida que passa através do ciclo hidrológico, incorpora uma série de substâncias como: sais, metais, matéria orgânica, gases e microorganismos. É fundamental a manutenção da qualidade das águas em uma ampla faixa de vegetação das margens, evitando a erosão e alteração das características físico-químicas e hidrológicas destes ambientes. As alterações dos parâmetros físico-químicos afetam a potabilidade da água e, ainda, podem afetar a sobrevivência das comunidades bióticas, interferindo na ocorrência e distribuição dos organismos aquáticos. IV.9 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Foram coletadas três amostras de água no ribeirão dos Apertados (quadro IV.02 e foto IV.02). Na figura IV.02, mostra-se o mapa de hidrografia do Parque, onde são identificados os principais cursos d’água ocorrentes no seu interior, tendo ainda a identificação dos pontos de coleta de água. Quadro IV.02 - Localização dos Pontos de Coleta de Água no Parque PONTOS COORDENADAS (UTM) LOCAL E N MG 01 Ribeirão dos Apertados (início) 0472352 07405945 MG 02 Ribeirão dos Apertados (meio) 0474352 07405683 MG 03 Ribeirão dos Apertados (fim) 0476092 07405666 Foto IV.02 - Vista do Ponto de Coleta MG 01 - Ribeirão dos Apertados, Limite Oeste do do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) Os componentes do IQA (ìndice de Qualidade da Água) analisados foram: – Temperatura da amostra; – pH; – Oxigênio dissolvido; – DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio); – Coliformes fecais; – Nitrogênio total; – Fósforo total; – Resíduo total; e, – Turbidez. IV.10 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.02 - Mapa Hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy e os Pontos de Coleta de Água IV.11 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Pelo IQA pode-se determinar a qualidade das águas brutas, numa escala de 0 a 100, para abastecimento público, segundo a graduação a seguir (quadro IV.03). Quadro IV.03 - Escala para Classificação da Qualidade da Água (Método de IQA) QUALIDADE ESCALA 80 - 100 Qualidade Ótima 52 - 79 Qualidade Boa 37 - 51 Qualidade Aceitável 20 - 36 Qualidade Ruim 0 - 19 Qualidade Péssima • RESULTADOS A seguir são apresentados os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas e os resultados dos cálculos dos parâmetros para composição do IQA das coletas realizadas no Parque Estadual Mata dos Godoy. • Ponto MG 01 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (pH, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis) o ribeirão dos Apertados, no início do Parque Estadual Mata dos Godoy, está enquadrado como rio classe II, o qual é indicado para o “abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário; à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e a criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana” (RESOLUÇÃO CONAMA 20). Pelos resultados do método IQA, a escala de valores desse método indica que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. • Ponto MG 02 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (pH, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis), o ribeirão dos Apertados (meio) está enquadrado na Resolução CONAMA n° 20/86 como rio classe II. Segundo o método de IQA, o resultado obtido foi 73, indicando que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. • Ponto MG 03 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (pH, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis), o ribeirão dos Apertados (final do Parque) está enquadrado na Resolução CONAMA 20/86 como rio classe II. IV.12 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Segundo o IQA o resultado obtido foi 73, a escala de valores desse método indica que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. No quadro IV.04 apresentam-se os resultados da análise de água pelo Método de IQA para os 3 pontos amostrados. Quadro IV.04 - Resultados da Análise de Água pelo Método de IQA PONTO ESCALA QUALIDADE MG 01 52 Qualidade Boa MG 02 73 Qualidade Boa MG 03 73 Qualidade Boa Ressalta-se que um dos aspectos mais importantes na avaliação da qualidade da água em um corpo hídrico é a tendência de evolução com o passar do tempo. Assim, quanto maior o número de análises efetuadas ao longo do ano (ou do ciclo hidrológico da bacia), tanto melhor e mais próximo da realidade serão os resultados. A análise de água realizada neste trabalho mostrou um retrato da situação momentânea do ribeirão dos Apertados, cuja coleta foi realizada em período de estiagem (poucas chuvas), podendo apresentar um quadro de qualidade hídrica diferente no período de chuvas (dezembro, janeiro e fevereiro), quando o grande volume de água escoado de diversos afluentes intermitentes do ribeirão dos Apertados poderá fornecer importantes indicativos da qualidade hídrica da bacia do ribeirão dos Apertados. Nesse contexto, o ribeirão dos Apertados deverá ser monitorado ao longo do tempo através de análises sistemáticas e sazonais (período seco e chuvoso), para que medidas preventivas sejam tomadas quando se constate que a qualidade das águas esteja piorando no decorrer do tempo. 2.2 - GEOLOGIA O Parque Estadual Mata dos Godoy, bem como seu entorno, é constituído geologicamente pelas rochas basálticas da Formação Serra Geral, do Grupo São Bento, de idade Jurássica Superior-Cretácica inferior (120-130 m.a.), de ocorrência generalizada na Bacia do Paraná, tendo sua distribuição, no Estado do Paraná, mais conspicuamente representada no Terceiro Planalto (Planalto de Guarapuava). No Parque afloram rochas basálticas somente no compartimento geomorfológico representado pelas colinas paralelas, localizadas no centro-sul da área. Nesses locais as rochas basálticas possuem coloração cinza escura, de textura afanítica, estrutura maciça, porém intensamente fraturados e com acelerado processo de decomposição. No corte de estrada da rodovia que atravessa o seu interior, em sua porção leste, ocorre grandes afloramentos de rochas basálticas, comumente fraturadas, com juntas horizontais e verticais e desenvolvimento de alterações esferoidais, com escamas concêntricas, características marcantes dos basaltos, indicando processo de decomposição física e química dessas rochas. IV.13 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento 2.3 - GEOMORFOLOGIA O relevo do Parque Estadual Mata dos Godoy possui 2 compartimentos distintos, apresentando-se plano a suave ondulado na porção norte, com uma altitude média de 625 m acima do nível do mar e configuração em forma de platô. Na porção centro-sul predomina um relevo acidentado representado por colinas paralelas, preferencialmente orientadas em direção N-NW (Norte-Noroeste), entre os quais encontram-se encaixadas as drenagens (cursos d’água) sub-retangulares, afluentes do ribeirão dos Apertados. As vertentes dessas encostas são bastante íngremes e recobertas por solos rasos, com grande incidência de blocos rochosos aflorantes, favorecendo o aparecimento de pequenos processos erosivos locais. A altitude média local é de 600 m, decrescendo ao nível médio de 500 m, com uma amplitude altimétrica de 100 m numa distância média de 1 km (em linha reta), resultando em uma média de 1 m de inclinação do terreno para cada 10 m percorridos em linha reta. A partir da cota 500 m o terreno passa ter a configuração de uma pequena planície aluvial do ribeirão dos Apertados, de 10 a 20 m de largura, conspicuamente representada na porção sudeste da área, ocorrendo casos em que as encostas das colinas chegam no limite do rio, diminuindo a sua área de inundação. 2.4 - SOLOS 2.4.1 - DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS As classes de solos identificadas, classificadas e que constam das unidades de mapeamento do Parque Estadual Mata dos Godoy são apresentadas no quadro IV.05, a seguir. Quadro IV.05 - Classes de Solos Identificadas e Classificadas do Parque Estadual Mata dos Godoy SÍMBOLO CLASSE DE SOLO RUve1 NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico, textura argilosa, A moderado, fase Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, relevo plano, substrato sedimentos holocênicos indiscriminados. RUve2 NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico, textura média, A moderado, fase Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, relevo plano, substrato sedimentos holocênicos indiscriminados. RLe1 NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A proeminente, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. RLe2 NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A moderado, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. RLe3 NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A moderado, textura média, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NVef1 NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NVef2 NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NVef3 NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, A proeminente, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. IV.14 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento SÍMBOLO CLASSE DE SOLO NVef4 NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NVef5 NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. 2.4.1.1 - NEOSSOLOS FLÚVICOS • CARACTERIZAÇÃO Sob esta denominação estão compreendidos solos pouco desenvolvidos, derivados de sedimentos aluviais ou colúvio-aluvionais não consolidados, com horizonte A assente sobre camadas usualmente estratificadas, sem relação pedogenética, de granulometria, composição química e mineralógica muito variadas. Os sedimentos que originam estes solos referem-se ao Quaternário, provavelmente ao Holoceno, sendo a natureza dos sedimentos dependente grandemente do tipo de rochas do qual se originam, razão pela qual são pouco uniformes. Os agentes de formação destes solos, principalmente o clima e os fatores biológicos, ainda não tiveram tempo suficiente para agir sobre o material de origem, resultando em horizontes pedogenéticos que não são suficientemente diferenciados, embora as camadas possam ser nítidas, dependendo do material de origem. Apenas o horizonte A, por já ter sofrido modificações resultantes da ação do intemperismo, possui características morfológicas definidas e próprias, que podem enquadrá-lo como horizonte pedogenético. No Parque, a estreita faixa de Neossolos Flúvicos que ocorre no trecho final do ribeirão dos Apertados, por serem derivados de rochas eruptivas básicas, tratam-se de variedades eutróficas, com altos teores de bases trocáveis, reduzida acidez e baixos teores de alumínio trocável, com fertilidade natural média a elevada. Predomina a textura argilosa, embora ocorram variedades com textura média, podendo apresentar textura arenosa próxima à superfície. A vegetação que os recobre, segundo o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992), é classificada como Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, cujas espécies características servem como fator de distinção dos referidos solos, localizados em estreitas planícies nas margens do ribeirão dos Apertados. • DEFINIÇÃO São solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre horizonte C, constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre si, apresentando ambos ou um dos seguintes requisitos: − Decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade, dentro de 200 cm da superfície do solo; e/ou, − Camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de 200 cm da superfície do solo. IV.15 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.03 - Mapa de Solos do Parque Estadual Mata dos Godoy IV.16 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento • CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA UTILIZAÇÃO São solos que apresentam boa fertilidade natural, com teores relativamente altos de cálcio, magnésio e fósforo fatos que, aliados à sua localização em relevo plano denotam grande potencialidade agrícola. Entretanto, na área do Parque, por situarem-se nas margens do ribeirão dos Apertados, a floresta aluvial que os recobre deve ser preservada, devido à fragilidade do ambiente, e para a proteção do leito do ribeirão, além de boa parte de seu local de ocorrência estar localizado em Área de Preservação Permanente (Lei Federal n° 4.771/65). • ABRANGÊNCIA Esta classe ocorre no extremo Sudeste do Parque Estadual Mata dos Godoy, em pequenas planícies que se formam nas margens do terço final do ribeirão dos Apertados no Parque, em altitudes abaixo de 485 m. Nesta região, as margens dos suaves meandros do ribeirão são de um lado escavadas pelo fluxo d´água e, nas margens opostas, os sedimentos são depositados, onde geralmente localizam-se as planícies aluvionares e os NEOSSOLOS FLÚVICOS. As margens escavadas são ora constituídas por NITOSSOLOS VERMELHOS e ora por NEOSSOLOS FLÚVICOS (foto IV.03), formados quando ocorrem extravasamentos do canal, por ocasião das máximas pluviométricas. Por este motivo, na área mapeada não foi possível a definir os limites exatos de uma classe e outra, no nível de levantamento executado, sendo apresentadas como associação.Apresenta uma estreita planície aluvionar localizada nas proximidades do limite Sudeste do Parque, onde ocorre um NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico. Foto IV.03 - Planície Aluvionar Próxima ao Limite Sudeste do Parque, onde Ocorre um NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico (fonte: E. Oliveira, 2002) IV.17 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento 2.4.1.2 - NEOSSOLOS LITÓLICOS • CARACTERIZAÇÃO Compreende solos constituídos por material mineral ou orgânico pouco espesso, com pequena expressão dos processos pedogenéticos, em conseqüência da baixa intensidade de atuação destes processos, que não conduziram, ainda, a modificações expressivas do material originário, de características do próprio material, pela sua resistência ao intemperismo ou composição química e de relevo, que podem impedir ou limitar a evolução desses solos. Na área de estudo, por serem derivados de rochas eruptivas básicas, desenvolveram-se variedades eutróficas, com alta reserva de nutrientes, pH elevado e sem presença de alumínio trocável, denotando elevada fertilidade natural. Predomina a textura argilosa, embora ocorram variedades com textura média, fato que aliado ao relevo ondulado a forte ondulado e à pequena espessura dos perfis, torna-os muito susceptíveis à erosão, se retirado a vegetação natural que os protege. As características morfológicas destes solos restringem-se, praticamente, as do horizonte A as quais, na área de estudo variam normalmente entre 15 e 40 cm de espessura, com coloração bruno-avermelhada-escura, com matizes variando de 2,5YR a 5YR, valor 3 e croma entre 3 e 5. • DEFINIÇÃO São solos constituídos por material mineral, ou orgânico com menos de 30 cm de espessura, pouco desenvolvidos e, a partir de uma profundidade que varia entre 20 e 80 cm, apresentam rochas consolidadas, pouco ou nada meteorizadas. Não apresentam qualquer tipo de horizonte B diagnóstico e devem satisfazer os seguintes requisitos: – Ausência de horizonte glei, dentro de 50 cm da superfície do solo, ou entre 50 cm e 120 cm de profundidade, se os horizontes sobrejacentes apresentarem mosqueados de redução em quantidade abundante; – Ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A; – Ausência de horizonte plíntico dentro de 40 cm, ou dentro de 200 cm da superfície se imediatamente abaixo de horizontes A, E ou precedidos de horizontes de coloração pálida, variegada ou com mosqueados em quantidade abundante, com uma ou mais das seguintes cores: matiz 2,5Y ou 5Y; matizes 10YR a 7,5YR com cromas baixos, normalmente iguais ou inferiores a 4, podendo atingir 6, no caso de matiz 10YR; e, – Ausência de horizonte A cherniozêmico conjugado a horizonte cálcico ou C carbonático. IV.18 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento • CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA UTILIZAÇÃO Por se tratarem de solos com pequena profundidade efetiva, não permitem um adequado armazenamento de água para as plantas cultivadas. Também possuem grande susceptibilidade à erosão quando expostos, sendo ainda comum a ocorrência de rochas na superfície, tornandoos, por conseguinte, pouco adequados para a exploração em sistemas de agricultura tecnificada. São solos que eventualmente podem, em áreas menos declivosas, ser utilizados para implantação de pastagens, pois são de elevada fertilidade natural e não apresentam problemas de alumínio trocável. Entretanto, são mais recomendados para a preservação da flora e da fauna devido às limitações físicas que apresentam. • ABRANGÊNCIA Esta classe encontra-se localizada nas áreas mais íngremes da Unidade de Conservação, notadamente na porção Sul do Parque, nas áreas onde estão as nascentes dos cursos fluviais que deságuam no ribeirão dos Apertados. Distribuem-se, genericamente, em níveis altitudinais abaixo de 610 m, até as proximidades do ribeirão dos Apertados. Em sua área de ocorrência mapeada, apresentam-se associados a NITOSSOLOS VERMELHOS, não sendo possível a definição exata dos limites da classe, isoladamente, no nível de levantamento executado.Na foto IV.04 apresenta-se perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico. Foto IV.04 - Perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico Típico em Corte de Estrada nas Imediações do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) 2.4.1.3 - NITOSSOLOS VERMELHOS • CARACTERIZAÇÃO Compreende solos constituídos por material, com horizonte B nítico (reluzente), argila de atividade baixa ou alta, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em blocos IV.19 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento subangulares ou prismática moderada ou forte, com superfície dos agregados reluzente, relacionada a cerosidade e/ou superfícies de compressão. Apresentam horizonte B bem expresso em termos de desenvolvimento de estrutura e cerosidade, mas com inexpressivo gradiente textural. Não apresentam incremento de argila do horizonte A para B ou apresentam pequeno incremento, porém não suficiente para caracterizar a relação B/A do horizonte textural. A transição do A para o B é clara ou gradual e entre os suborizontes do B difusa. Na área do Parque, a coloração dos Nitossolos é uniforme, variando entre o vermelho escuro e o vermelho-escuro-acinzentado. Predominam as variedades com textura argilosa e muito argilosa, com maiores concentrações de argila no horizonte B, diminuindo gradativamente para o C. Destacam-se, na área de estudo, horizontes superficiais moderados e proeminentes. São características marcantes destes solos, a efervescência com água oxigenada ao longo do perfil, devido aos teores relativamente elevados de manganês e a abundância de minerais pesados, muitos dos quais atraídos por um imã comum, com destaque para os teores de Fe2O3, caracterizando-os, na área do Parque, como variedades eutroférricas. Da mesma forma, e devido ao material de origem constituir-se de rochas eruptivas básicas, destacam-se as elevadas saturações por bases, com alta reserva de nutrientes, pH elevado e com reduzida ou nenhuma presença de alumínio trocável. • DEFINIÇÃO São solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte B nítico imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do horizonte B. • CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA UTILIZAÇÃO Os NITOSSOLOS apresentam susceptibilidade à erosão, principalmente quando localizados em áreas de relevo mais acentuado. Porém, os processos erosivos são eficazmente controlados mediante o emprego de práticas conservacionistas intensivas o que, aliado às excelentes características químicas (alta fertilidade e reduzida acidez naturais) e físicas (elevada profundidade efetiva), torna-os muito aptos para as atividades agrícolas em geral. • ABRANGÊNCIA Esta classe encontra-se localizada nas áreas de relevo suave ondulado a ondulado da Unidade de Conservação, sendo a classe de solos de ocorrência mais expressiva do Parque. Constituem uma unidade de mapeamento isolada e também aparecem associadas aos NEOSSOLOS LITÓLICOS nas áreas mais íngremes, ao Sul do Parque, em níveis altitudinais abaixo de 610 m, genericamente. IV.20 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Destaca-se que a nova organização do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos denominou de NITOSSOLOS, entre outros, os solos denominados anteriormente como Terra Roxa Estruturada. Na foto IV.05, apresenta um perfil exposto de NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico em uma vossoroca existente no interior do Parque Estadual Mata dos Godoy, na encosta de pequeno curso d´água, em um local onde a vegetação natural apresenta sinais de intervenções mais recentes (formação secundária), fato que pode estar relacionado à origem da erosão local. Este fato também comprova a fragilidade de tais solos em retirando-se a vegetação natural, principalmente quando localizados em áreas de relevo mais acidentado. Foto IV.05 - Perfil Exposto de NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico em Vossoroca Existente no Interior do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) 2.4.2 - UNIDADES DE MAPEAMENTO No quadro IV.06 são apresentadas as unidades de mapeamento de solos do Parque Estadual, onde podem ser observadas, as três unidades mapeadas no presente trabalho, no nível de levantamento adotado. IV.21 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação – Caixa d’água: instalação nova, feita para substituir a antiga caixa d’água que apresentava problemas de infiltração. A água que abastece as instalações do Parque vem de uma fonte do próprio Parque; e, – Placas de sinalização: as placas de sinalização do Parque são bastante precárias e, as placas de plástico e acrílico colocados no chão, junto às espécies vegetais, são desapropriadas. Não há lanchonetes no Parque e os visitantes são instruídos a levarem seu próprio lanche. • TRILHAS INTERPRETATIVAS Atualmente existem três trilhas abertas à visitação: Trilha do Projeto Madeira; Trilha interpretativa ou das Perobas e Figueiras; e, Trilha Álvaro Godoy ou dos Catetos. As trilhas são utilizadas para lazer, pesquisas e programas de educação ambiental com escolas da região. A trilha do Peter (com cerca de 300 metros), a trilha das Águas (ao longo do ribeirão dos Apertados, com mais de 2 km), e outras trilhas secundárias são utilizadas apenas por pesquisadores. • TRILHA DAS PEROBAS E FIGUEIRAS − ROTEIRO Inicia-se atrás do atual Centro de Visitantes (foto VI.07), passando por uma área de reflorestamento de espécies nativas, denominado Projeto Madeira, e chegando na área de descanso (choupana), num trecho linear de 540 m. A partir desse ponto tem-se acesso para o trecho circular da trilha, passando por uma área de mata fechada e voltando para a área de descanso. O retorno ao Centro de Visitantes se faz pelo mesmo trecho inicial (área de reflorestamento do Projeto Madeira). Foto VI.07 - Início da Trilha a partir do Centro de Visitantes (fonte G. Gaertner, 2002) VI.4 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação − ATRATIVOS Encontra-se no percurso grande concentração de espécies da flora da Floresta Estacional Semidecidual, tendo como atrativos principais perobas e figueiras brancas colossais (foto V.08). Conta-se que uma destas figueiras servia como uma espécie de abrigo natural para os primeiros colonizadores. Estas duas espécies apresentam exemplares de grande porte no trecho de mata fechada. Foto VI.08 - Figueira-branca Existente na Trilha Interpretativa (fonte G. Gaertner, 2002) − ESTADO DE CONSERVAÇÃO No trecho linear a trilha possui calçamento e escadas (trilha do projeto Madeira), não apresentando erosão (foto V.09). No trecho circular, apesar de não possuir calçamento, também não apresenta erosão, ocorrendo trilhas secundárias de pesquisadores e pontos na trilha com cipós emaranhados, dificultando a caminhada. Nesta trilha os grupos deverão ser conduzidos sempre por um guia, pois esta trilha contém mata fechada e pode-se encontrar animais potencialmente perigosos, como cobras, catetos e macacos. As trilhas secundárias devem ser fechadas e recuperadas ou de acesso restrito aos pesquisadores. VI.5 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação Foto VI.09 - Trecho Linear da Trilha Interpretativa ou das Perobas e Figueiras (projeto Madeira) (fonte G.Gaertner, 2002) − CAPACIDADE DE SUPORTE A capacidade de suporte da trilha das Perobas e Figueiras, nas condições atuais é de, 111 pessoas (no máximo) por dia (ver cálculo da capacidade de suporte no Anexo 9), que podem ser divididas em 11 grupos de 10. Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. • TRILHA DOS CATETOS (ANTIGA TRILHA ÁLVARO GODOY) − ROTEIRO O início atual da trilha está a aproximadamente 100 m da Choupana (foto VI.10). A partir da implantação do plano de manejo, o início da trilha deverá partir do Centro de Visitantes, passando pela área de reflorestamento (Projeto Madeira), e chegando na área de descanso (choupana). Nesse ponto tem-se acesso a uma trilha larga e retilínea que adentra a mata fechada e termina no limite noroeste do Parque, retornando pelo mesmo caminho da ida. − ATRATIVOS Espécies animais e vegetais da Floresta Estacional Semidecidual. Existem vários relatos de observação de catetos durante o percurso, por isso há necessidade de acompanhamento de guia. Sugere-se como atividade ecoturística passeios para observação de pássaros no período matutino. VI.6 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação − ESTADO DE CONSERVAÇÃO Após a choupana, a trilha dos Catetos apresenta-se mais largo que o padrão normal de trilhas, e ocasionalmente serve de passagem para automóveis (no caso, para pesquisa), causando impacto em uma área maior. Será necessário, nesse caso, a diminuição da largura da trilha e a utilização de veículos somente em casos especiais. Foto VI.10 - Início Atual da Trilha dos Catetos (Trilha Álvaro Godoy) (fonte: G. Gaertner, 2002) − CAPACIDADE DE SUPORTE A capacidade de suporte da trilha dos Catetos, nas condições atuais apresentadas é de 160 pessoas (no máximo) por dia. dia (ver cálculo da capacidade de suporte no Anexo 9). Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. 2 - ANÁLISE DA INFRA-ESTRUTURA ATUAL E PROPOSTAS PARA READEQUAÇÃO O Centro de Visitantes atual não é suficiente para atender a demanda, sendo necessária a construção de um novo Centro de Visitatantes e pontos de apoio (sanitários, áreas de descanso). Em junho de 2002, o engenheiro Marcelo Faria da Silva elaborou um projeto de infra-estrutura a ser implantado no Parque Estadual. Este projeto contempla: um centro de visitantes (154,17 m2), almoxarifado (60,49 m2) e sanitários (24,70 m2). A dimensão do centro de visitantes projetada parece ser suficiente para atender à demanda de pessoas ou estudantes que irão visitar o Parque. A capacidade de carga medida nas trilhas existentes permite um número de visitantes/dia compatível com a infra-estrutura proposta, desde que os grupos de visitantes estejam previamente agendados. Pelo projeto de engenharia, o centro de visitantes será constituído de 1 sala para a administração, 1 auditório, copa, banheiros, depósito e hall. A estrutura de apoio consiste em sanitários com 24,70 m2 e estacionamento. VI.7 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação Recomenda-se também a construção de um centro de eventos de pequeno porte no Parque Estadual Mata dos Godoy, de modo a integrar-se no circuito de turismo de eventos de Londrina e oferecendo, por outro lado, a opção do ecoturismo ao mesmo público. A construção e operação deste centro poderiam ser realizadas em regime de concessão. O local para a implantação deste centro de eventos deverá ser definido em projeto específico, a longo prazo. Este centro de eventos deverá conter um grande auditório modular (para cerca de 250 pessoas) que servisse de centro de visitantes, atendesse às necessidades dos estudantes em visita à unidade, do público no final de semana e nos eventos programados. Deve ter um espaço para exposições, local para biblioteca, museu do Parque e, em especial, um espaço reservado para as Universidades exporem seus trabalhos sobre o Parque e temas ambientais do município de Londrina. Há necessidade, ainda, de construção de uma torre de observação e prevenção de incêndios próxima à área onde se encontra a casa de guarda-parque, na porção sul, que também poderá servir para a observação de aves e auxiliar na fiscalização do Parque. Situada na parte sul e em terras mais baixas, a apreciação das aves na copa das árvores se fará mais atraente. Há necessidade também de um projeto específico para o alojamento de pesquisadores, a médio prazo, elaborado por técnicos especializados, o qual deverá ser construído em local reservado, afastado do contato com o público. Com relação à Choupana, sugere-se a manutenção periódica da infra-estrutura. O espaço é ideal para Educação Ambiental, atividades recreativas, reuniões dos grupos para bate-papos e lanches. Painéis ilustrando os animais que podem ser encontrados nas trilhas e contendo informações sobre as próprias trilhas podem valorizar o local. A instalação de dois banheiros no local é o ideal. Lixeiras adequadas (com tampas e suspensas, para evitar que animais se alimentem dos restos de comida, e coloridas, para a separação do lixo). No círculo ao lado da choupana pode ser criado um mini-auditório rústico ao ar livre. Recomenda-se também a implantação de placas informativas e educativas, indicando as principais espécies vegetais ocorrentes no Parque e a colocação de placas indicativas nas vias de acesso ao Parque nas proximidades de Londrina. Com relação ao horário de visitação do Parque, a ampliação do horário de atendimento à visitação pública (de terça a domingo, das 08:00 às 17:00 h), deverá ser efetivada somente após a estruturação da capacidade administrativa do Parque, tais como a implantação do novo centro de visitantes e pontos de apoio; aumento do quadro de recursos humanos, com contratação de atendente de visitação, técnico em educação ambiental, formação de voluntários que tenham disponibilidade em dias de semana; além do aumento de recursos orçamentários para a administração do Parque. VI.8 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação 3 - ATIVIDADES O Parque atende grupos escolares durante a semana (de terça-feira à sexta-feira) das 14:00 às 17:00 horas e abre para visitação pública somente aos domingos no período vespertino, das 13:30 às 17:00 h. Os passeios com as escolas são previamente agendados (dia e horário) com o IAP, que monitora as visitas. Segundo o guarda-Parque, existem poucos funcionários para atender à demanda da semana e do domingo. Além dele e dos dois estagiários, trabalham a gerente do Parque e um funcionário do IAP. Atualmente, os dois monitores (1 estudante de turismo e 1 de geografia) levam os grupos de estudantes em visita ao Parque. No centro de visitantes os estudantes são recepcionados com informações históricas do Parque e com recomendações e alertas sobre lixo e fogo. A seguir, percorre-se a trilha do Projeto Madeira explicando sobre o plantio de espécies e o objetivo do programa. A choupana é usada para lanche e descanso. Na trilha interpretativa são ressaltados os pontos mais atrativos do percurso. Constata-se, na visitação durante a semana, estudantes de todas as idades - dos 3 anos à terceira idade, concentrando-se maior representatividade no ensino fundamental e médio com idades que variam de 8 a 14 anos. A média de visita é 45 alunos por dia e são provenientes das escolas municipais, estaduais e particulares da região. No domingo, o número de visitantes é de aproximadamente 40 pessoas. Segundo a gerente da unidade, a idade dos visitantes varia entre 20 e 40 anos, classe social média, e que vão ao Parque com a família com o objetivo de caminhar numa área verde e conhecer a vegetação original da região de Londrina. Todos possuem veículo e 90% são provenientes do próprio município. Os 10% restantes são oriundos dos municípios vizinhos, especialmente Cambé. Esses visitantes retornam outras vezes, tem carinho pelo Parque e agradecem ao IAP a oportunidade da visita. VI.9 V - Análise da Unidade de Conservação V - ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1 - SIGNIFICÂNCIA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação no território nacional foram estabelecidas visando a proteção e conservação desses espaços territoriais e seus recursos ambientais que tenham características naturais relevantes. A Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 (Lei do SNUC), consolidou essas prerrogativas, estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Nos Parques Estaduais, os objetivos principais são a conservação e pesquisa dos elementos naturais (flora, fauna, etc) aliados às práticas de atividades de lazer e educação ambiental, geralmente tendo como elemento central áreas de significativa beleza cênica. No Estado do Paraná, os Parques fazem parte do cotidiano da população há diversas décadas, como bem atestam as áreas delimitadas para conservação, por abrigarem monumentos naturais que sempre atraíram o turismo para o Estado, a exemplo do Parque Estadual de Vila Velha e Parque Nacional do Iguaçu, dentre outros. O Parque Estadual Mata dos Godoy foi criado com a finalidade de proteger um dos últimos remanescentes de Floresta Subtropical (Floresta Estacional Semidecidual), a qual anteriormente cobria grande parte do território paranaense. Até 1989, a área do Parque fazia parte da Fazenda Santa Helena, de propriedade da família Godoy. A floresta manteve-se razoavelmente preservada em função da preocupação do Sr. Olavo Godoy, na época, em preservar e manter a área do Parque como patrimônio natural do município, permitindo assim a sobrevivência de espécies da fauna e flora da região. Essa preocupação é também observável em algumas das propriedades do entorno, onde ainda á possível encontrar áreas de florestas preservadas, algumas inclusive com mata primária, possibilitando, portanto, a manutenção de corredores de biodiversidade na inter-relação com a mata do Parque. 1.1 - ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY Dadas suas dimensões, situação da cobertura vegetal local, uso do solo das áreas marginais e tendo como base os aspectos generalizados da flora e da fauna levantadas para a área da unidade e seu entorno, algumas considerações podem ser feitas quanto ao estado atual de conservação do Parque. Em primeiro lugar, mesmo levando-se em conta que a área abriga ainda uma riqueza muito grande de espécies tanto animais quanto vegetais, convém ressaltar que isto não significa necessariamente haver um estado de equilíbrio, posto que muitas espécies podem ter procurado refúgio nesta área durante os processos de desmatamento provocados na região. Nessas situações, tensões dentro das comunidades podem ocorrer, com eventual prejuízo da flora e da fauna autóctone original. Logicamente, estas situações somente poderiam ser diagnosticadas caso houvesse informações historicamente levantadas e comparáveis. Não sendo isto possível, busca-se a avaliação através da presença de organismos bioindicadores. V.1 V - Análise da Unidade de Conservação O Parque Estadual Mata dos Godoy representa um dos principais remanescentes florestais do norte do estado do Paraná. A presença local de diversas espécies tipicamente associadas a esses ambientes indica que o Parque ainda apresenta uma condição que permite o estabelecimento de comunidades grandes e equilibradas. Além da própria riqueza vegetal e estrutura da vegetação presente na área, são indicativos de boas condições ambientais, por exemplo, a presença local de 38 das 39 espécies de morcegos conhecidas para a região norte do Paraná, a alta riqueza local de anfíbios em comparação às áreas alteradas da região de Londrina e a presença de répteis arborícolas de grande porte, típicos de ambientes florestados de grandes dimensões. De todas as condições, contudo, merece maior destaque a grande riqueza local de aves, demonstrando que a área pode estar servindo como um importante refúgio para a fauna local, inclusive para espécies migratórias. A conectividade de fragmentos florestais, capoeiras, matas ciliares ao longo do ribeirão dos Apertados e outros cursos d’água é desejável para a conservação de muitas espécies de aves, incluindo atividades educativas que minimizem os efeitos da caça predatória sobre certas espécies. O potencial observado pode ser fragilizado por causas naturais e artificiais, e a intervenção humana será necessária através de atitudes de manejo que garantam a conservação destes recursos naturais. A despeito das considerações acima, a atual área do Parque Estadual não é suficiente para a conservação, a longo prazo, de muitas espécies (principalmente mamíferos), especialmente aquelas que possuem áreas de vida maiores, como é o caso da ordem Carnivora de médio e grande porte ou daquelas espécies com maiores densidades demográficas como C. apella, T. terrestris e P. tajacu. Há necessidade de proteger todo o entorno e demais fragmentos isolados (que são utilizados pela fauna) e promover a conexão com outros remanescentes através de corredores de vegetação ripária ao longo do ribeirão dos Apertados. Ainda nesse sentido, torna-se de fundamental importância à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), uma prática que deve ser incentivada em toda região, uma vez que os fragmentos de vegetação original, mesmo que alterados, fornecem alguma área para a manutenção da mastofauna. Este é o caso das áreas adjacentes ao parque e que praticamente triplicam a área florestada com capacidade de suporte para a mastofauna. Com relação aos recursos hídricos, a bacia de drenagem do ribeirão dos Apertados escoa, em toda sua extensão, sobre substrato rochoso formado pelas rochas vulcânicas predominantemente basálticas, da Formação Serra Geral, Grupo São Bento, da Bacia Sedimentar do Paraná. As rochas ígneas em geral, e nesse caso, englobando também as rochas vulcânicas, não possuem permeabilidade primária, sendo classificadas como rochas impermeáveis à infiltração de fluidos. Porém, devido à tectônica rúptil imposta na região, representada por várias fraturas de direção preferencialmente NW, ocasionaram o aparecimento de permeabilidade secundária, favorecendo o processo de infiltração de águas pluviais, podendo também favorecer o processo de infiltração de poluentes via subterrânea. O potencial poluidor existente no entorno do Parque são os agrotóxicos utilizados na agricultura, na margem oposta do ribeirão dos Apertados, os quais podem, pelo processo de lixiviação superficial ou subterrânea, infiltrar-se na bacia do ribeirão dos Apertados, podendo comprometer a sua qualidade hídrica e a fauna/flora presente no Parque Estadual. Embora a análise de água realizada neste trabalho não tenha demonstrado poluição no ribeirão dos V.2 V - Análise da Unidade de Conservação Apertados, o potencial poluidor é real, visto que as suas margens são praticamente desprovidas de mata ciliar, favorecendo a infiltração de agrotóxicos utilizados nas propriedades existentes no seu entorno. Nesse contexto, recomenda-se o monitoramento do ribeirão dos Apertados através de análises sistemáticas e sazonais (período seco e chuvoso), para que medidas preventivas sejam tomadas quando se constate que a qualidade das suas águas esteja se deteriorando no decorrer do tempo. Quanto aos aspectos de relevo e de solos, as suas condições naturais propiciaram a formação de solos residuais profundos, os latossolos, nas áreas topograficamente mais elevadas e com baixa declividade. Nessas regiões, o potencial erosivo do solo é baixo, se comparado com as encostas existentes na parte centro-sul do Parque. O relevo acidentado na porção meridional do Parque Estadual Mata dos Godoy favorece a instalação de processos de escorregamentos naturais, em função da declividade de suas encostas, e solos rasos com presença de blocos rochosos aflorantes nessas regiões. Essas condições de relevo propiciam elevado grau de vulnerabilidade no compartimento geomorfológico citado, tendo como principal mantenedor de seu equilíbrio, a vegetação que recobre as encostas declivosas dessas colinas. A vegetação possui papel fundamental no equilíbrio ambiental de uma paisagem, desempenhando a função de proteção do solo contra os processos erosivos ocorrentes de forma natural ou induzida. Em condições naturais, os processos erosivos ocorrem quando a alta declividade das encostas impede a fixação da vegetação, promovendo escorregamentos de massa. No segundo caso, os principais fatores que contribuem para o aparecimento de processos erosivos são os desmatamentos e o manejo inadequado dos solos. No caso do ribeirão dos Apertados, não há indícios de ocorrência de processos naturais de erosão nas encostas das colinas, porém, foi observado em determinados locais, como na Trilha do Peter, a ocorrência de pequenas valas de origem antrópica, próxima à nascente de drenagem que irá desaguar no ribeirão dos Apertados, o qual poderá evoluir para processos erosivos maiores, visto que a área apresenta uma declividade considerável e um clareamento natural da vegetação. Recomenda-se, nesse caso, o monitoramento contínuo das trilhas existentes nesses locais, de forma a manter sob controle os processos erosivos ocorrentes, não se permitindo a instalação de novas trilhas em trechos com potencial erosivo natural. 1.2 - LOCAIS RELEVANTES PARA CONSERVAÇÃO • FLORA O Parque Estadual Mata dos Godoy consiste de um bloco contíguo remanescente de Floresta Estacional Semidecidual que apresenta uma rica flora autóctone, devendo ser preservado de forma estrita em sua maior extensão. Segundo a literatura, a singularidade de sua flora diversa permite classificar a área como pertencente a uma floresta de contato de floras distintas oriundas de diferentes origens, ocorrendo com alta complexidade especialmente na região do Parque. Por isso, preservar esse relicto é de fundamental importância e matéria de grande responsabilidade. Apesar de ser praticamente recomendável preservar a flora local em sua totalidade, algumas áreas merecem ser ressaltadas em termos de prioridade para preservação integral, quais sejam: V.3 V - Análise da Unidade de Conservação – Porção norte do Parque, especialmente ao sul da trilha dos Catetos, onde as pesquisas demonstram a ocorrência imponente da espécie Aspidosperma polyneuron (peroba) e de tantas outras. Destaca-se a de árvores de imensa beleza, por seu porte e majestade, notadamente Ficus lauschnatiana (figueira). É importante que o público possa ter acesso e conhecer essa obra-prima da natureza, hoje visível em pouquíssimos locais. Todavia, é inprescindível um controle absoluto de pessoas nas trilhas onde figuram essas árvores, no sentido de que riscos e ameaças sejam minimizados; – As colinas na porção central do Parque, que são áreas de muita declividade e com grande fragilidade ambiental, especialmente em termos de flora. Segundo a literatura, ali figuram espécies que não ocorrem com grande expressão na porção norte do Parque, sendo, portanto, ambientes que merecem ser protegidos integralmente; e, – Área adjacente ao ribeirão dos Apertados, sobretudo na porção sudeste do Parque, onde ocorre uma formação florestal distinta (floresta ciliar), que abriga uma flora especialmente adaptada às condições de alagamento e inundação periódica, distinta do restante da flora local. – Além desses locais específicos é também importante identificar e indicar locais específicos, onde ocorrem determinados exemplares de espécies ameaçadas e importantes para o funcionamento equilibrado da fitocenose, o que deverá ser alvo de uma prospecção futura quando da implementação do Plano de Manejo da Unidade. 1.3 - FATORES DE RISCO • FLORA Os fatores de maior risco à flora do Parque Estadual Mata dos Godoy podem ser distintos em dois grupos: os de natureza antropogênica e os de ordem biológica. Os maiores vetores de ameaça são certamente os de origem humana, entre os quais destaca-se o corte de vegetação e a retirada de produtos naturais da flora nativa, como madeira, cipós, palmito, plantas medicinais, entre outros. A invasão de espécies exóticas e sua proliferação no interior do Parque também são também preocupantes e não devem ser subestimadas. A introdução de Melia azedarach nas áreas limítrofes do Parque ocorrida em momentos pretéritos certamente vem causando um impacto à flora nativa e constitui-se um risco em potencial. Pesquisas e programas de monitoramento do seu efeito e extensão devem ser implementados, visando assegurar que riscos maiores não ocorrerão no futuro e apontar a necessidade de práticas de manejo conservacionista. A supressão da Santa Bárbara (Melia azedarach) da por métodos convencionais (corte ou roçada da regeneração) pode ser visualizada como necessária, porém é importante que alguns cuidados especiais sejam tomados. Em primeiro lugar, vale dizer que a supressão integral pode ser um tanto prejudicial à fauna (notadamente para a avifauna), provocando V.4 V - Análise da Unidade de Conservação impactos às populações faunísticas já adaptadas à disponibilidade alimentar advinda de Melia azedarach. Outro aspecto que deve ser salientado é que a remoção das populações de Santa Bárbara só deve ser executada à medida que não promova impacto significativo no meio ambiente. O Parque é praticamente todo rodeado por propriedades que utilizam espécies exóticas, tanto para fins agrícolas como pecuários. Entretanto, parece não ser preocupante a eventual proliferação dessas no interior do Parque, haja vista suas características auto-ecológicas. Contudo, cuidados devem ser tomados para evitar que alguns problemas surjam, pois outras exóticas já fazem parte da flora espontânea do Parque, como Morus nigra, por exemplo. Monitorar essa questão é relevante. O Parque Estadual Mata dos Godoy, por ser um fragmento de tamanho pequeno a médio e pouco interligado a outras áreas florestais nas imediações, poderá sofrer riscos de colapso no futuro. O efeito de borda é, sem sombra de dúvidas uma questão séria para a flora local, que precisa ser enfrentada com mais vigor urgentemente. Fragmentos florestais vêm sendo estudados por diversos autores que se preocupam com a estabilidade dessas áreas. Estudos mostram que riscos de colapso pelo efeito de borda, pelo abarrotamento ou efeito influxo, chegam a níveis de 35% da área do fragmento, no caso, áreas de até 100 hectares e 10% para áreas com cerca de 1000 hectares (FURLAN & NUCCI, 1999). No caso da área em apreço, o efeito de borda possivelmente gravitaria em torno de 20% da área total do Parque, a qual estaria sob risco de colapso. É importante que esse efeito, se não controlado e revertido, poderá ser cumulativo ao longo do tempo, comprometendo progressivamente a flora local. O efeito de borda é nítido no Parque Estadual Mata dos Godoy. Claramente se visualiza a sua periferia sofrendo lenta, mas gradativamente, o processo de colapso de forma centrípeta, ou seja, com forças de fora para dentro do Parque. Esse processo de colapso, que pode durar muito tempo ou ser relativamente rápido, depende também da velocidade da abertura de clareiras na floresta, as quais podem potencializar os efeitos da fragmentação. O Parque Estadual Mata dos Godoy, apesar de ser uma área protegida por lei, corre riscos e sofre ameaças constantes. Monitorar essas ameaças e desenvolver estratégias para minimizá-las é imprescindível, pois apenas a sua definição como Unidade de Conservação em nada garantem a sua perpetuidade. • FAUNA Além dos efeitos indiretos que os fatores de risco à flora imprimiriam à fauna do Parque, outros fatores podem afetar a mesma, como se seguem: • ISOLAMENTO DE POPULAÇÕES Levando-se em consideração que grande parte das espécies levantadas têm necessidade de extensas áreas remanescentes para se deslocarem durante períodos reprodutivos e que as espécies mais raras ou de maior porte tendem a ter números reduzidos de indivíduos em suas populações, o primeiro e principal fator de risco às espécies do Parque reside no isolamento V.5 V - Análise da Unidade de Conservação da área. Em situações em que Unidades de Conservação são entremeadas por outros remanescentes originais de vegetação, muitas espécies podem subsistir pelo estabelecimento de meta-populações, onde pequenas populações restritas a pequenos remanescentes interagem com outras através de processos de migração entre as áreas, garantindo assim a manutenção da permuta gênica e, conseqüentemente, das populações (e.g., HOLT, 1993). No caso da região do Parque Estadual Mata dos Godoy, alguns outros fragmentos aparentemente expressivos aparecem em distâncias curtas a médias, mas não se sabe ainda se os processos de dispersão das espécies permitem o cruzamento entre os indivíduos de todas as populações localizadas nessas diferentes áreas. Durante os trabalhos de campo, observou-se haver certa atividade de deslocamento de indivíduos de algumas espécies, como bem atestaram os rastros de antas e o encontro de indivíduos de espécies como o quati e o gato mourisco em processo de deslocamento. Estudos sobre fragmentação ambiental e biogeografia de ilhas vêm sendo desenvolvidos por pesquisadores da UEL, buscando elucidar as questões relativas a essas situações, havendo, contudo, ainda muito por se analisar. A falta de conhecimento nessas questões pode levar a decisões equivocadas quanto ao manejo de certas espécies e, conseqüentemente, ao seu comprometimento. Mesmo a despeito da ocorrência abundante de algumas espécies, a área do Parque não parece suficiente para a conservação de muitos vertebrados (em especial mamíferos), especialmente aqueles que possuem áreas de vida maior, como é o caso da ordem Carnivora. Há necessidade de proteger todo o entorno e demais fragmentos isolados que certamente são utilizados. Algumas áreas poderão ser destinadas à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), prática que deve ser incentivada em toda região, uma vez que ainda existem fragmentos de vegetação original que, mesmo alterados, fornecem área para a manutenção da fauna. • CAÇA E CAPTURA DE ANIMAIS SILVESTRES No Parque, a incidência de caça é baixa, ainda que alguma atividade possa ser observada nas áreas de entorno da Unidade, principalmente pela presença de caçadores invasores das propriedades vizinhas. Há grande consciência por parte dos proprietários do entorno quanto ao controle dessa atividade. A caça, quando ocorre, é direcionada principalmente aos mamíferos ungulados e as aves das famílias Cracidae e Tinamidae. Já a captura de indivíduos de certas espécies para uso como “animais de estimação”, é direcionada principalmente às aves canoras e psitacídeos em geral. • FRAGMENTAÇÃO E PERDA DE HABITATS A área do Parque e seu entorno sofreu inúmeros efeitos deletérios ao longo do período de colonização regional. Além do próprio processo de ocupação do solo, pelo qual a região passou nos últimos cinqüenta anos - com conseqüente isolamento da área - o perímetro atualmente bastante recortado do Parque é um fator que tende a aumentar os efeitos de borda e, conseqüentemente, limitar os processos de deslocamento dos animais silvestres dentro da área e facilitar ações daninhas como o fogo. V.6 V - Análise da Unidade de Conservação • PRESENÇA DE ESPÉCIES EXÓTICAS E INVASIVAS NA ÁREA DO PARQUE Devido à proximidade do Parque da cidade de Londrina e às áreas adjacentes de plantações, é provável que, entre os mamíferos exóticos, estejam ainda os roedores Mus musculus, Rattus rattus e Rattus norvergicus e o lagomorfo Lepus europaeus, a lebre européia. Entretanto, não há registros na bibliografia. Quanto às aves, a avifauna brasileira é composta por poucas espécies consideradas como invasivas, as quais praticamente se distribuíram por quase todo território nacional, mas especialmente em áreas urbanas. Dependem de condições especiais para reprodução, mas uma delas, o pardal Passer domesticus, se adaptou a vários nichos para ter o sucesso observado. A outra espécie é o bico-de-lacre Estrilda astrild, pequena ave que vive em bandos em terrenos baldios e capoeiras e que surgem em qualquer cidade. Ambas espécies foram encontradas no Parque Estadual Mata dos Godoy. Estas espécies estão no entorno e não competem com as demais aves que formam a composição atual desta unidade de conservação, não carecem por hora de qualquer atitude de manejo para garantir a integridade da avifauna local. Quanto aos répteis, a única espécie exótica registrada é a lagartixa das paredes, Hemidactylus mabouia, de origem africana e amplamente disseminada por praticamente todo o Brasil, ao menos em áreas onde o homem é presente. Sua presença parece inócua no Parque. Como espécies invasivas, contudo, merecem atenção às formas oportunistas típicas de ambientes abertos que se fazem presentes no entorno da unidade e que podem, caso haja perturbações no interior desta, virem a ocupar importantes nichos locais. Entre essas espécies, ressalta-se a cascavel, Crotalus durissus, espécie peçonhenta com alta capacidade de ocupação de áreas desflorestadas e bastante comum no entorno do Parque Estadual. Quanto aos anfíbios, por fim, foi constatada, na região de Londrina, a presença de Rana catesbeiana, rã-touro, espécie exótica invasora (BERNARDE & MACHADO, 2001 “2000”). Entretanto, BERNARDE & ANJOS (1999) não registraram esta espécie para o açude dentro dos limites do Parque, apesar de as condições locais permitirem uma futura colonização por parte dessa espécie. Apesar de nenhum estudo indicar o real efeito da sua introdução em ambientes naturais brasileiros, vários efeitos sobre a fauna nativa quando da introdução desta espécie em ambientes naturais de outras localidades são conhecidos (BURY & WHELAN, 1985). • COMPROMETIMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS Um dos fatores de risco à fauna do Parque é o estado atual de conservação do ribeirão dos Apertados que, antes de percorrer um trecho dentro do Parque, passa por áreas de agricultura intensiva e sujeita à aplicação de agrotóxicos. Além disso, a margem direita do ribeirão dos Apertados apresenta-se desprovida de cobertura florestal (mata ciliar), o que, intensificado com a movimentação do gado nesta margem, provoca um quadro de assoreamento neste ribeirão. Levando-se em consideração que o ribeirão dos Apertados deve constituir-se no principal curso d’água a ser utilizado pela fauna como área de dessedentação e que muitos grupos de organismos base de cadeias alimentares (tais como anfíbios, peixes e V.7 V - Análise da Unidade de Conservação macroinvertebrados) têm no mesmo sua principal área de reprodução e vida, perturbações do ribeirão e demais cursos d’água do entorno da Unidade estão entre as situações mais indesejáveis e com maior urgência de controle. • ATROPELAMENTOS RODOVIA PR-538 DE ANIMAIS SILVESTRES E OUTROS EFEITOS DECORRENTES DA Existe uma grande atividade de mamíferos nas proximidades da rodovia que atravessa o Parque, tendo sido observado inclusive o atropelamento de um exemplar filhote de quati (Nasua nasua). Além disso, junto à sede do Parque foram encontrados dois exemplares de caninana (Spilotes pullatus) que, encontrados atropelados, foram recolhidos pelos funcionários locais e conservados em álcool. A condição local da rodovia (sua classe e declividade) permite que se desenvolva grande velocidade por parte dos veículos, o que inevitavelmente causa o atropelamento dos animais e risco, no caso de veículos transportadores de combustíveis e outros elementos químicos, de contaminação dos recursos hídricos e solos locais no caso de acidentes. Além disso, outros fatores que comprometem a fauna local são a fragmentação do habitat; a poluição sonora e o lixo trazido pelas pessoas que usam a estrada. • INCÊNDIOS FLORESTAIS Os incêndios são causa de constantes ameaças aos recursos naturais de qualquer área florestal. Desta forma, deve haver uma preocupação mais intensa com a prevenção e o controle de incêndios, principalmente florestais, uma vez que estes representam uma forte ameaça ao seu patrimônio natural, notadamente à sua fauna, que poderá ser comprometida gravemente. De um modo geral, os incêndios estão associados à presença humana com fator indutor, o qual deve estar associado às condições básicas para a sua instalação, tais como: material combustível em abundância (serrapilheira) e condições climáticas favoráveis à sua propagação, como temperatura, umidade relativa do ar e ventos. 1.4 - POTENCIAL PARA VISITAÇÃO Os principais atrativos do Parque Estadual Mata dos Godoy são a sua fauna e especialmente a flora. Pode-se dizer que todas as espécies da fauna e flora preservadas são atrativas e seu grau de interesse ao visitante irá depender, fortemente, do trabalho do guia e dos monitores na orientação das visitas. O guia deve saber decodificar a linguagem científica para uma linguagem leiga e popular, tornando a visita interessante, valorizando a espécie de forma curiosa e agradável e incitando a maiores conhecimentos sobre o Parque. Os atrativos da Mata dos Godoy permitem algumas modalidades de visitação, quais sejam: – Caminhada pelas trilhas para Observação de Fauna e Flora; – Observação de Aves (Birdwatching); e, – Fotografia da Natureza. V.8 V - Análise da Unidade de Conservação • CAMINHADA EM TRILHA PARA OBSERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA A trilha existente com potencial para esta atividade é a trilha interpretativa, ou “Trilha das Perobas e Figueiras”. Este ambiente florestal abriga comunidades ricas em espécies, em função de seu alto grau de preservação. Dentre as espécies vegetais que podem ser observadas facilmente no Parque, destacam-se o pau-marfim, o cedro e a peroba, espécies ameaçadas de extinção. Também pode-se encontrar a figueira-branca, o pau d’alho, o palmito e a canafístula. Com relação à fauna, o visitante pode observar vários mamíferos, como o cateto, a anta, o macaco-prego, o cachorro-do-mato, a paca, a cutia e morcegos de várias espécies. Entre as aves, pode-se encontrar o surucuá, jacus, inambus, pica-paus, jurutis, gralhas, papagaios, periquitos, maritacas, almas-de-gato, macucos, tucanos e várias outras espécies de copa. Importante destacar que o público tenha acesso e possa conhecer as espécies de flora ocorrentes no Parque, visto a sua imensa beleza e de difícil observação em outras regiões do norte -noroeste paranaense. Porém é necessário que as trilhas sejam monitoradas, com controle absoluto da entrada de visitantes na trilha, de forma a conservar esse ambiente e minimizar os riscos de erosão na trilha e comprometimento de sua flora e fauna. • OBSERVAÇÃO DE AVES A observação de aves (ou “birdwatching” ou simplesmente “birding”) é geralmente praticada por grupos de todas as idades que aperfeiçoam suas habilidades em localizar e identificar as diferentes espécies de aves nos respectivos habitats, observando seus comportamentos. A observação de aves pode ser praticada na trilha dos Catetos. Foram identificadas 282 espécies de aves no Parque Estadual Mata dos Godoy e arredores, sendo a floresta o ambiente mais rico para se observar esse grupo animal. • FOTOGRAFIA DA NATUREZA A Fotografia da Natureza pode ser praticada a pé, pelas trilhas já existentes (Trilha das Perobas e Figueiras e Trilha dos Catetos). Esta atividade tem como objetivo, fotografar o ambiente natural, a flora, os rios, os pássaros e animais em geral. Pode ser feita por fotógrafos amadores ou profissionais, em pequenos grupos ou individualmente. 2 - ANÁLISE ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO O Parque Estadual Mata dos Godoy foi estabelecido sob esta categoria de manejo em função da presença de um dos últimos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, a qual anteriormente cobria grande parte do território paranaense. A presença de diversas espécies de plantas e animais que podem ser considerados como raros ou ameaçados no contexto da Floresta Estacional Semidecidual como um todo, demonstram que o Parque vem funcionando como uma reserva de diversos desses elementos. Além de uma grande riqueza local de pequenas aves florestais, morcegos, anfíbios e répteis já raros em outras regiões do V.9 V - Análise da Unidade de Conservação Paraná, são exemplos típicos de plantas e animais ameaçados presentes na área a peroba (Aspidosperma polyneuron), a anta (Tapirus terrestris), os gatos-do-mato (Leopardus spp., Herpailurus yaguaroundi), o urubu-rei (Sarcoramphus papa) e a muçurana (Clelia plumbea), dentre outros. O isolamento relativo do Parque e das áreas florestais em seu entorno (as quais auxiliam bastante a manutenção da diversidade local, porém também de maneira bastante relativa) pode causar o empobrecimento local da biota, dada a ausência de uma diversidade gênica nas populações animais e vegetais decorrentes de um possível aumento de processos de endogamia (cruzamento entre indivíduos aparentados) que poderá vir a ocorrer. Por enquanto, o Parque pode ser considerado como uma importante fonte de recursos genéticos a serem utilizados para a recuperação de áreas degradadas e para o estabelecimento da Rede da Biodiversidade na região norte do Estado, porém este projeto deverá ser estabelecido de maneira urgente, de forma a evitar-se a contínua perda da diversidade biológica local. Outros fatores que podem causar perturbações e ampliar esse processo de empobrecimento da biota local certamente são devidos às pressões de entorno, em especial no que diz respeito ao risco de comprometimento do ribeirão dos Apertados por possíveis poluentes e assoreamento advindos das atividades agropecuárias a montante do Parque (principalmente em áreas com mata ciliar deficiente) e o risco sempre constante de fogo, decorrente do manejo do solo no entorno. Quaisquer desses fatores poderão causar aumento repentino da mortalidade da fauna local e perda de elementos florestais. Desta maneira, a significância do Parque será tanto maior quanto maior for o controle das atividades de entorno. Com relação ao uso público, o Parque Estadual possui potencial para integrar um circuito turístico definido por estar situado em Londrina, conhecida como cidade adequada para o turismo de eventos. São conhecidos os festivais de teatro e música, as feiras e congressos nas áreas biológicas, industriais, agropecuárias e de informática. A cidade oferece infra-estrutura hoteleira, de restaurantes e serviços para receber o turista adequadamente. Londrina possui, ainda, o Conselho Municipal de Turismo, o Convention Bureau, criado em 1998, e o escritório regional da Paraná Turismo. O Parque Estadual Mata dos Godoy, por sua vez, está situado na porção sul, área nobre da cidade, onde encontram-se os condomínios de luxo, o shopping Catuaí, o futuro “campus” da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), o centro de eventos e o futuro aeroporto internacional. O Distrito Espírito Santo, onde o Parque está situado, está se convertendo em zona gastronômica. Dois bons hotéis, o Hotel Confort (flat) e o Ibis Hotel, se situam na estrada que leva ao Parque. Nesse sentido, o turismo de eventos acoplado ao ecoturismo poderia apresentar uma alternativa de sustentabilidade para o Parque, baseado no potencial da unidade e amparado na infra-estrutura de serviços que a cidade oferece, desde que sejam respeitados os estudos de capacidade de suporte no Parque e nas trilhas, além de visitas bem planejadas e monitoradas. Apesar de Londrina contar com um centro de convenções e aproximadamente 50 auditórios V.10 V - Análise da Unidade de Conservação de diferentes portes, um centro de eventos construído no Parque seria um atrativo diferenciado na cidade, pelo próprio local e pelo tipo de eventos que ali poderiam se realizar, ou seja, seminários encontros, workshops e palestras na área ambiental. No quadro V.01 apresenta-se a matriz de análise estratégica elaborada para o Parque Estadual Mata dos Godoy, contendo os principais pontos fortes e pontos fracos internos da Unidade, as oporturnidades e ameaças externas que cerceam o seu manejo e as correlações existentes entre esses componentes, que resultaram na definição das premissas defensivas e de avanço para a condução do planejamento da UC e que servirão de base para o estabelecimento dos programas de manejo. V.11 V - Análise da Unidade de Conservação Quadro V.01 - Matriz de Análise Estratégica do Parque Estadual Mata dos Godoy AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO FORÇAS RESTRITIVAS 1. 2. 3. 4. 5. Pontos Fracos Estrada Estadual (PR-538) cortando o Parque no sentido norte - sul, fragmentando o ecossistema Florestal Poluição do ribeirão dos Apertados Presença de espécies vegetais exóticas (Santa Bárbara) Limites secos nas porções norte, noroeste, oeste, nordeste e leste Centro de Visitantes com infra-estrutura insuficiente para receber grupos de visitantes 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Ameaças Pressão do entorno (uso desordenado do solo, desmatamento, agricultura e agropecuária) Risco de incêndios pelo uso de fogo no entorno Invasão de espécies exóticas da fauna e flora Caça e captura de animais silvestres Isolamento de populações da fauna Fragmentação e perdas de habitats Atropelamento de animais Comprometimento dos recursos hídricos PREMISSAS DEFENSIVAS OU DE RECUPERAÇÃO 1. . Sinalizar a estrada e utilizar medidas de redução da velocidade na área do Parque 2. Monitoramento da qualidade da água do ribeirão dos Apertados 3. Manejo ou retirada de espécies vegetais exóticas 4. Sensibilização e Conscientização dos visitantes e das comunidades do entorno 5. Prevenção e combate aos incêndios 6. Vigilância e Fiscalização intensiva 7. Formação de corredores de biodiversidade 8. Incentivo à criação de RPPN’s 9. Ampliação ou construção de um novo Centro de Visitantes FORÇAS IMPULSORAS 1. 2. 3. Pontos Fortes Ocorrência de Floresta Estacional Semidecidual, bem preservada Abrigo de espécies da fauna e flora vulneráveis, raras e ameaçadas; Presença de espécies animais e vegetais de relevância para conservação 1. 2. 3. 4. 5. PREMISSAS OFENSIVAS OU DE AVANÇO Oportunidades Presença de áreas adjacentes que permitem a formação de corredores de biodiversidade Preocupação governamental declarada em diversos níveis Potencial para visitação e educação ambiental Potencial para pesquisa Turismo de eventos V.12 1. Pesquisas sobre a biodiversidade e espécies ameaçadas com vistas ao manejo 2. Desenvolvimento de atividades educativas e de lazer para a comunidade regional e visitantes 3. Formação de convênios com entidades de pesquisa 4. Proposição de parcerias com entidades para proteção do Parque 5. Incentivo à criação de RPPN´s 6. Construção de Centro de Eventos VI - Situação Atual da Unidade de Conservação VI - SITUAÇÃO ATUAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1 - INFRA-ESTRUTURA O Parque apresenta a seguinte infra-estrutura: – Dois Portais, um vindo de Londrina e outro vindo do Distrito de São Luiz. Os portais são vistosos, bem construídos e sua estrutura de madeira encontra-se em razoável estado de conservação (foto VI.01), porém foi observado vandalismo em suas paredes (foto VI.02). O portão secundário encontra-se na primeira entrada após passar o portal vindo de Londrina, e é por onde os visitantes têm acesso ao Parque. Constitui basicamente de um tronco de madeira apoiado em dois tocos; Foto VI.01 - Portal do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) Foto VI.02 - Vista Parcial do Portal, com suas Paredes Pichadas (fonte: G. Gaertner, 2002) VI.1 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação – Estacionamento: a entrada do portão dá acesso ao estacionamento, com aproximadamente 1.500 m² e sem asfalto (foto VI.03); Foto VI.03 - Vista do Estacionamento do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) – Centro de Visitantes (foto VI.04). O acesso a este local pode ser feito ou pela entrada principal, passando pelo portão e chegando ao estacionamento, ou por um segundo portão, mais adiante da entrada para o portão principal, que é exclusivo para funcionários. O Centro de Visitantes, localizada próxima ao estacionamento, tem 120 m², sendo uma sala maior para atendimento ao público, dois bannheiros e uma sala menor para almoxarifado. Na sala maior, o visitante pode receber informações e conhecer um pouco mais da fauna e flora do Parque através de um mini museu. Foto VI.04 - Centro de Visitantes do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) VI.2 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação – Casa de Guarda-Parque (foto VI.05): Existem duas casas, com cerca de 85 m2 cada, sendo que a primeira localiza-se próximo ao estacionamento e ao Centro de Visitantes e a segunda próxima ao portal da Colônia; Foto VI.05 - Vista da Casa de Guarda-Parque Existente no Parque (fonte: G. Gaertner, 2002) – Choupana (foto VI.06): a estrutura é de madeira, ampla, com cobertura em estilo “chapéu de palha”. A cobertura apresenta buracos, decorrentes de eventuais ataques e “brincadeiras” dos macacos do Parque sobre a choupana. No interior da choupana encontram-se algumas mesas, bancos e 2 lixeiras, não existindo banheiros próximos. Próximo ao local encontra-se o início das trilhas das Perobas e Figueiras e dos Catetos. Foto VI.06 - Vista da Choupana Existente no Parque (fonte G. Gaertner, 2002) VI.3 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação – Caixa d’água: instalação nova, feita para substituir a antiga caixa d’água que apresentava problemas de infiltração. A água que abastece as instalações do Parque vem de uma fonte do próprio Parque; e, – Placas de sinalização: as placas de sinalização do Parque são bastante precárias e, as placas de plástico e acrílico colocados no chão, junto às espécies vegetais, são desapropriadas. Não há lanchonetes no Parque e os visitantes são instruídos a levarem seu próprio lanche. • TRILHAS INTERPRETATIVAS Atualmente existem três trilhas abertas à visitação: Trilha do Projeto Madeira; Trilha interpretativa ou das Perobas e Figueiras; e, Trilha Álvaro Godoy ou dos Catetos. As trilhas são utilizadas para lazer, pesquisas e programas de educação ambiental com escolas da região. A trilha do Peter (com cerca de 300 metros), a trilha das Águas (ao longo do ribeirão dos Apertados, com mais de 2 km), e outras trilhas secundárias são utilizadas apenas por pesquisadores. • TRILHA DAS PEROBAS E FIGUEIRAS − ROTEIRO Inicia-se atrás do atual Centro de Visitantes (foto VI.07), passando por uma área de reflorestamento de espécies nativas, denominado Projeto Madeira, e chegando na área de descanso (choupana), num trecho linear de 540 m. A partir desse ponto tem-se acesso para o trecho circular da trilha, passando por uma área de mata fechada e voltando para a área de descanso. O retorno ao Centro de Visitantes se faz pelo mesmo trecho inicial (área de reflorestamento do Projeto Madeira). Foto VI.07 - Início da Trilha a partir do Centro de Visitantes (fonte G. Gaertner, 2002) VI.4 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação − ATRATIVOS Encontra-se no percurso grande concentração de espécies da flora da Floresta Estacional Semidecidual, tendo como atrativos principais perobas e figueiras brancas colossais (foto V.08). Conta-se que uma destas figueiras servia como uma espécie de abrigo natural para os primeiros colonizadores. Estas duas espécies apresentam exemplares de grande porte no trecho de mata fechada. Foto VI.08 - Figueira-branca Existente na Trilha Interpretativa (fonte G. Gaertner, 2002) − ESTADO DE CONSERVAÇÃO No trecho linear a trilha possui calçamento e escadas (trilha do projeto Madeira), não apresentando erosão (foto V.09). No trecho circular, apesar de não possuir calçamento, também não apresenta erosão, ocorrendo trilhas secundárias de pesquisadores e pontos na trilha com cipós emaranhados, dificultando a caminhada. Nesta trilha os grupos deverão ser conduzidos sempre por um guia, pois esta trilha contém mata fechada e pode-se encontrar animais potencialmente perigosos, como cobras, catetos e macacos. As trilhas secundárias devem ser fechadas e recuperadas ou de acesso restrito aos pesquisadores. VI.5 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação Foto VI.09 - Trecho Linear da Trilha Interpretativa ou das Perobas e Figueiras (projeto Madeira) (fonte G.Gaertner, 2002) − CAPACIDADE DE SUPORTE A capacidade de suporte da trilha das Perobas e Figueiras, nas condições atuais é de, 111 pessoas (no máximo) por dia (ver cálculo da capacidade de suporte no Anexo 9), que podem ser divididas em 11 grupos de 10. Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. • TRILHA DOS CATETOS (ANTIGA TRILHA ÁLVARO GODOY) − ROTEIRO O início atual da trilha está a aproximadamente 100 m da Choupana (foto VI.10). A partir da implantação do plano de manejo, o início da trilha deverá partir do Centro de Visitantes, passando pela área de reflorestamento (Projeto Madeira), e chegando na área de descanso (choupana). Nesse ponto tem-se acesso a uma trilha larga e retilínea que adentra a mata fechada e termina no limite noroeste do Parque, retornando pelo mesmo caminho da ida. − ATRATIVOS Espécies animais e vegetais da Floresta Estacional Semidecidual. Existem vários relatos de observação de catetos durante o percurso, por isso há necessidade de acompanhamento de guia. Sugere-se como atividade ecoturística passeios para observação de pássaros no período matutino. VI.6 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação − ESTADO DE CONSERVAÇÃO Após a choupana, a trilha dos Catetos apresenta-se mais largo que o padrão normal de trilhas, e ocasionalmente serve de passagem para automóveis (no caso, para pesquisa), causando impacto em uma área maior. Será necessário, nesse caso, a diminuição da largura da trilha e a utilização de veículos somente em casos especiais. Foto VI.10 - Início Atual da Trilha dos Catetos (Trilha Álvaro Godoy) (fonte: G. Gaertner, 2002) − CAPACIDADE DE SUPORTE A capacidade de suporte da trilha dos Catetos, nas condições atuais apresentadas é de 160 pessoas (no máximo) por dia. dia (ver cálculo da capacidade de suporte no Anexo 9). Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. 2 - ANÁLISE DA INFRA-ESTRUTURA ATUAL E PROPOSTAS PARA READEQUAÇÃO O Centro de Visitantes atual não é suficiente para atender a demanda, sendo necessária a construção de um novo Centro de Visitatantes e pontos de apoio (sanitários, áreas de descanso). Em junho de 2002, o engenheiro Marcelo Faria da Silva elaborou um projeto de infra-estrutura a ser implantado no Parque Estadual. Este projeto contempla: um centro de visitantes (154,17 m2), almoxarifado (60,49 m2) e sanitários (24,70 m2). A dimensão do centro de visitantes projetada parece ser suficiente para atender à demanda de pessoas ou estudantes que irão visitar o Parque. A capacidade de carga medida nas trilhas existentes permite um número de visitantes/dia compatível com a infra-estrutura proposta, desde que os grupos de visitantes estejam previamente agendados. Pelo projeto de engenharia, o centro de visitantes será constituído de 1 sala para a administração, 1 auditório, copa, banheiros, depósito e hall. A estrutura de apoio consiste em sanitários com 24,70 m2 e estacionamento. VI.7 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação Recomenda-se também a construção de um centro de eventos de pequeno porte no Parque Estadual Mata dos Godoy, de modo a integrar-se no circuito de turismo de eventos de Londrina e oferecendo, por outro lado, a opção do ecoturismo ao mesmo público. A construção e operação deste centro poderiam ser realizadas em regime de concessão. O local para a implantação deste centro de eventos deverá ser definido em projeto específico, a longo prazo. Este centro de eventos deverá conter um grande auditório modular (para cerca de 250 pessoas) que servisse de centro de visitantes, atendesse às necessidades dos estudantes em visita à unidade, do público no final de semana e nos eventos programados. Deve ter um espaço para exposições, local para biblioteca, museu do Parque e, em especial, um espaço reservado para as Universidades exporem seus trabalhos sobre o Parque e temas ambientais do município de Londrina. Há necessidade, ainda, de construção de uma torre de observação e prevenção de incêndios próxima à área onde se encontra a casa de guarda-parque, na porção sul, que também poderá servir para a observação de aves e auxiliar na fiscalização do Parque. Situada na parte sul e em terras mais baixas, a apreciação das aves na copa das árvores se fará mais atraente. Há necessidade também de um projeto específico para o alojamento de pesquisadores, a médio prazo, elaborado por técnicos especializados, o qual deverá ser construído em local reservado, afastado do contato com o público. Com relação à Choupana, sugere-se a manutenção periódica da infra-estrutura. O espaço é ideal para Educação Ambiental, atividades recreativas, reuniões dos grupos para bate-papos e lanches. Painéis ilustrando os animais que podem ser encontrados nas trilhas e contendo informações sobre as próprias trilhas podem valorizar o local. A instalação de dois banheiros no local é o ideal. Lixeiras adequadas (com tampas e suspensas, para evitar que animais se alimentem dos restos de comida, e coloridas, para a separação do lixo). No círculo ao lado da choupana pode ser criado um mini-auditório rústico ao ar livre. Recomenda-se também a implantação de placas informativas e educativas, indicando as principais espécies vegetais ocorrentes no Parque e a colocação de placas indicativas nas vias de acesso ao Parque nas proximidades de Londrina. Com relação ao horário de visitação do Parque, a ampliação do horário de atendimento à visitação pública (de terça a domingo, das 08:00 às 17:00 h), deverá ser efetivada somente após a estruturação da capacidade administrativa do Parque, tais como a implantação do novo centro de visitantes e pontos de apoio; aumento do quadro de recursos humanos, com contratação de atendente de visitação, técnico em educação ambiental, formação de voluntários que tenham disponibilidade em dias de semana; além do aumento de recursos orçamentários para a administração do Parque. VI.8 VI - Situação Atual da Unidade de Conservação 3 - ATIVIDADES O Parque atende grupos escolares durante a semana (de terça-feira à sexta-feira) das 14:00 às 17:00 horas e abre para visitação pública somente aos domingos no período vespertino, das 13:30 às 17:00 h. Os passeios com as escolas são previamente agendados (dia e horário) com o IAP, que monitora as visitas. Segundo o guarda-Parque, existem poucos funcionários para atender à demanda da semana e do domingo. Além dele e dos dois estagiários, trabalham a gerente do Parque e um funcionário do IAP. Atualmente, os dois monitores (1 estudante de turismo e 1 de geografia) levam os grupos de estudantes em visita ao Parque. No centro de visitantes os estudantes são recepcionados com informações históricas do Parque e com recomendações e alertas sobre lixo e fogo. A seguir, percorre-se a trilha do Projeto Madeira explicando sobre o plantio de espécies e o objetivo do programa. A choupana é usada para lanche e descanso. Na trilha interpretativa são ressaltados os pontos mais atrativos do percurso. Constata-se, na visitação durante a semana, estudantes de todas as idades - dos 3 anos à terceira idade, concentrando-se maior representatividade no ensino fundamental e médio com idades que variam de 8 a 14 anos. A média de visita é 45 alunos por dia e são provenientes das escolas municipais, estaduais e particulares da região. No domingo, o número de visitantes é de aproximadamente 40 pessoas. Segundo a gerente da unidade, a idade dos visitantes varia entre 20 e 40 anos, classe social média, e que vão ao Parque com a família com o objetivo de caminhar numa área verde e conhecer a vegetação original da região de Londrina. Todos possuem veículo e 90% são provenientes do próprio município. Os 10% restantes são oriundos dos municípios vizinhos, especialmente Cambé. Esses visitantes retornam outras vezes, tem carinho pelo Parque e agradecem ao IAP a oportunidade da visita. VI.9 VII - Manejo da Unidade de Conservação VII - MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1 - OBJETIVOS DE MANEJO Os objetivos gerais de manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy têm como base o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000), que, em seu artigo 11 define o objetivo básico de criação de um Parque Nacional:...”preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”. O Parque Estadual Mata dos Godoy foi criado pelo Decreto n° 5.150/89 com o objetivo de promover a preservação do regime hídrico, da flora e da fauna. 1.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como objetivos específicos de manejo são definidos: – Proporcionar a conservação de um dos mais importantes remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual do norte do Paraná; – Proteger espécies da flora (peroba Aspidosperma polyneuron, pau-marfim Balfourodendron riedelianum, jacarandá Machaerium paraguariense, guamirim Neomitranthes glomerata, ipê-roxo Tabebuia heptaphylla, dentre outras) e fauna (anfíbio Osteocephalus langsdorffii, muçurana Clelia plumbea, macuco Tinamus solitarius, sabiácica Triclaria malachitacea, cuíca-de-cauda-grossa Lutreolina crassicaudata, tamanduámirim Tamandua tetradactyla, cachorro-vinagre Speothos venaticus, anta Tapirus terrestris, dentre outras) raras, ameaçadas ou em perigo de extinção; – Proteger os recursos hídricos mantendo e assegurando a qualidade da água; – Propiciar estudos científicos, visando a recuperação de áreas alteradas pela atividade humana; – Fornecer programas interpretativos e educacionais visando melhor compreensão pelo público do meio ambiente; – Proporcionar pesquisas científicas e monitoramento ambiental; e, – Promover a valorização do Parque junto à população local. 2 - NORMAS GERAIS As atividades a serem desenvolvidas no interior do Parque Estadual Mata dos Godoy deverão respeitar as normas legais e infralegais em vigor, que sejam aplicáveis, especialmente as que se referem às disposições ambientais. No quadro VII.01 são apresentadas as restrições e proibições de uso comuns a todas as zonas. VII.1 VII - Manejo da Unidade de Conservação Quadro VII.01 - Normas de Conduta Gerais RESTRIÇÕES PROIBIÇÕES A entrada de pessoas, veículos e equipamentos dentro Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que do Parque estão condicionadas à autorização do IAP. possam provocar incêndio na vegetação. Os funcionários, pesquisadores e visitantes do Parque deverão tomar conhecimento das normas de conduta do Parque, bem como receber instruções específicas quanto aos procedimentos de proteção e segurança. Pesquisas científicas que envolverem pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras estarão sujeitas, além das normas do IAP, ao que dispõe o Decreto n. 98.830, de 15 de janeiro de 1990, e Portaria IBAMA 92-N/94. Pesquisas científicas devem ser autorizadas pelo IAP e estar voltadas aos interesses da Unidade de Conservação. A realização de pesquisas científicas deverá estar de acordo com a instrução normativa nº 001/2001 da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP). A reintrodução de espécies (flora e fauna) somente poderá ser efetuada mediante apresentação de projeto e aprovação pelo IAP. Os visitantes somente poderão realizar refeições na sede e em locais específicos nas trilhas e caminhos, onde haverá lixeiras e placas de sinalização Lançar quaisquer produtos ou substâncias químicas, resíduos líquidos ou sólidos de qualquer espécie, nocivas a vida animal e vegetal em geral, nos cursos d’água do Parque, bem como no solo e no ar. Portar arma de caça, ou qualquer tipo de armadilha para captura de animal, bem como perseguir, apanhar, coletar, aprisionar, manter em cativeiro, transportar e matar qualquer espécie de animal no Parque. Praticar o comércio de plantas vivas retiradas do Parque, bem como danificar a vegetação ou coletar folhas, flores, frutos e raízes. Todos os resíduos gerados deverão ser levados pelos visitantes ou depositados nas lixeiras, que serão específicas para resíduos orgânicos e inorgânicos. Não será permitida a ingestão de bebida alcoólica ou a utilização de qualquer tipo de entorpecente no interior do Parque. Fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e/ou qualquer tipo de vegetação existente no Parque. Usar equipamentos sonoros, fogos de artifícios ou quaisquer outros equipamentos que possam produzir ruído. Depredar, entalhar e desgalhar as espécies arbóreas mantidas nas diversas áreas do Parque. É proibido jogar restos alimentares ou qualquer outra forma de resíduos, inclusive orgânicos, no interior do Parque. O aproveitamento de recursos naturais. Criação e a permanência de animais domésticos. 3 - ZONEAMENTO “O Zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso para se atingir melhores resultados no manejo da Unidade, pois estabelece usos diferenciados para cada zona, segundo seus objetivos. Obter-se-á, desta forma, maior proteção, pois cada zona será manejada seguindo-se normas para elas estabelecidas” (IBAMA, 2002). Segundo a Lei n° 9.985/00, o zoneamento é a “Definição de setores ou zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”. 3.1 - CRITÉRIOS PARA O ZONEAMENTO No quadro VII.02 apresenta-se a síntese do zoneamento, onde são apresentados os critérios utilizados para a definição de cada zona proposta, a caracterização ambiental (meios biótico e abiótico), os principais conflitos e os usos permitidos. VII.2 VII - Manejo da Unidade de Conservação Quadro VII.02 - Síntese do Zoneamento ZONAS Zona Primitiva Zona de Uso Extensivo CRITÉRIOS DO ZONEAMENTO CARACTERIZAÇÃO GERAL MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO PRINCIPAIS CONFLITOS USOS PERMITIDOS - Ocorrência de Floresta Estacional Semidecidual; - Abrigo de espécies da fauna e flora vulneráveis, raras e ameaçadas; - Porção norte do Parque, onde ocorrem espécies como a peroba e figueira dentre outras; - Colinas na porção central, são áreas de muita declividade e fragilidade ambiental - Margens do Ribeirão dos Apertados, ocorrência de espécies da fauna e da flora ameaçadas e local de dessedentação da fauna; - Relevo suave ondulado a forte ondulado, presença de colinas na porção central, rochas basálticas da Formação Serra Geral; - Ocorrência de Neossolos Litólicos + Nitossolos Vermelhos e Nitossolos Vermelhos. - Floresta Estacional Semidecidual Montana (dossel aberto); - Floresta Estacional Semidecidual Montana (dossel semi-aberto); - Concentração da fauna local. - Poluição no ribeirão dos - Pesquisa; Apertados; - Educação Ambiental. - Limites seco ao norte, oeste e leste possibilitando a invasão de espécies exóticas da fauna e da flora; - Rodovia estadual PR-538 que corta a zona no sentido norte - sul; - Pressão do entorno; - Ocorrência de espécies exóticas (principalmente Santa Bárbara) no entorno; - Risco de incêndios; - Pressão de caça. - Trilhas existentes. - Relevo suave ondulado, rochas basálticas da Formação Serra Geral; - Ocorrência de Nitossolos Vermelhos - Floresta Estacional Semidecidual Montana (dossel semi-aberto); - Reflorestamento com espécies nativas; - Aparecimento eventual de animais silvestres. - Risco de incêndios; - Pressão de caça. VII.3 VII - Manejo da Unidade de Conservação Quadro VII.02 - Síntese do Zoneamento ZONAS Zona de Uso Intensivo Zona de Recuperação Zona de Uso Especial CRITÉRIOS DO ZONEAMENTO - Local destinado a acolher o centro de visitantes, estacionamento, casa do guarda-parques, e demais infra-estruturas destinadas ao atendimento dos visitantes e proteção do Parque. - Projetos de reflorestamento de espécies nativas (Projeto Madeira) - Área no sudeste com ocorrência de espécies vegetais exóticas (Santa Bárbara); - Estradas secundárias no sudeste - Ocorrência de Floresta Ciliar ao sudeste nas adjacências do ribeirão dos Apertados - Áreas de solo exposto no nordeste. - Estrada na porção nordeste, utilizada para manutenção, fiscalização, proteção e atividades de pesquisa - Casa do guarda-parque na porção nordeste, - Casa do guarda-parque, na porção sudeste do Parque continuação CARACTERIZAÇÃO GERAL MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO PRINCIPAIS CONFLITOS USOS PERMITIDOS - Uso público (visitação, recreação e lazer mais intensivo); - Educação Ambiental. - Relevo suave ondulado, rochas basálticas da Formação Serra Geral; - Ocorrência de Nitossolos Vermelhos - Solo exposto; - Reflorestamento com espécies nativas - Aparecimento eventual de animais silvestres. - Limite seco possibilitando a invasão de espécies exóticas da fauna e da flora; - Pressão do entorno; - Risco de incêndios; - Pressão de caça. - Relevo suave ondulado a ondulado, rochas basálticas da Formação Serra Geral; - Ocorrência de Neossolos Litólicos + Nitossolos Vermelhos, Nitossolos Vermelhos e Neossolos Flúvicos + Nitossolos Vermelhos. - Reflorestamento de Espécies Nativas (Projeto Madeira) - Floresta Secundária (nativas + exóticas); - Floresta Estacional Semidecidual Montana (dossel semi-aberto); - Aparecimento eventual de animais silvestres. - Projetos específicos de - Ocorrência de espécies recuperação ambiental; exóticas; - Educação Ambiental; - Limite seco a sudoeste, nordeste e norte - Pesquisa. possibilitando a invasão de espécies exóticas da fauna e da flora; - Pressão do entorno; - Risco de incêndios. - - Relevo suave ondulado a ondulado, rochas basálticas da Formação Serra Geral; - Ocorrência de Neossolos Litólicos + Nitossolos Vermelhos, Nitossolos Vermelhos e Neossolos Flúvicos + Nitossolos Vermelhos. - Reflorestamento de Espécies Nativas (Projeto Madeira); - Floresta Secundária (nativas + exóticas); - Solo exposto; - Aparecimento eventual de animais silvestres. VII.4 - Pesquisa VII - Manejo da Unidade de Conservação Quadro VII.02 - Síntese do Zoneamento ZONAS Zona de Uso Conflitante CRITÉRIOS DO ZONEAMENTO continuação CARACTERIZAÇÃO GERAL MEIO FÍSICO PRINCIPAIS CONFLITOS USOS PERMITIDOS MEIO BIÓTICO - Relevo suave ondulado a - Presença da rodovia ondulado e a forte estadual PR-538 cortando o Parque no sentido norte- ondulado, rochas basálticas da Formação sul. Serra Geral; - Ocorrência de Nitossolos Vermelhos de associação de Neossolos Litólicos + Nitossolos Vermelhos e de Neossolos Flúvicos + Nitossolos Vermelhos. - Vegetação Secundária; - Aparecimento de animais silvestres. VII.5 - Facilidade de acesso ao Parque; - Incompatibilidade da presença da rodovia cortando uma UC; - Facilidade de invasão de espécies da fauna e flora exóticas; - Alta velocidade dos veículos; - Atropelamento freqüente de animais silvestres; - Alto risco de incêndio; - Pressão de caça. - Pesquisa VII - Manejo da Unidade de Conservação 3.2 - ZONAS PREVISTAS NO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY Para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação e dos Parques, como um todo, e ao objetivo específico do Parque Estadual Mata dos Godoy, foram definidas as seguintes zonas (figura VII.01 e quadro VII.03): – Zona Primitiva; – Zona de Uso Extensivo; – Zona de Uso Intensivo; – Zona de Recuperação; – Zona de Uso Especial; e, – Zona de Uso Conflitante. Quadro VII.03 - Distribuição das Áreas no Zoneamento ÁREA (ha) % DA ÁREA DO PARQUE Zona Primitiva 550,51 79,77 Zona de Recuperação 96,14 13,92 Zona de Uso Especial 4,98 0,72 Zona de Uso Intensivo 8,28 1,20 Zona de Uso Extensivo 17,50 2,53 Zona de Uso Conflitante 12,27 1,85 TOTAL 690,18 100 ZONAS 3.2.1 - ZONA PRIMITIVA “É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana, contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico. O objetivo geral de manejo é a preservação do ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa científica, educação ambiental permitindo-se formas primitivas de recreação” (IBAMA, 2002). • OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Assegurar a proteção de um dos últimos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual do norte do Estado do Paraná; – Assegurar a perpetuidade de ambientes favoráveis à manutenção de espécies da flora e fauna em especial as ameaçadas ou em perigo de extinção; – Servir como banco genético para a fauna e a flora desse ambiente; – Proteger os recursos hídricos mantendo e assegurando a qualidade da água; e, – Possibilitar a pesquisa científica visando melhor conhecimento deste bioma. VII.6 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.01 - Zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy VII.7 VII - Manejo da Unidade de Conservação Verso do mapa VII.8 VII - Manejo da Unidade de Conservação • DESCRIÇÃO A Zona Primitiva (figura VII.02) é constituída pelos locais destinados à conservação in situ de espécies características da fauna e flora local. Ocupa a maior porção do Parque, caracterizada pelas seguintes áreas: ao norte do Parque onde ocorrem espécies como a peroba e a figueira; porção central, onde ocorrem as colinas de alta declividade e grande fragilidade ambiental e, porção sul e sudoeste do Parque margeando o ribeirão dos Apertados. Essa zona foi definida considerando, dentre outros fatores, a integridade do bioma presente (Floresta Estacional Semidecidual), tornando necessária a sua conservação por abranger áreas representativas com relevante importância para a proteção da fauna e flora da região e manutenção da qualidade de recursos hídricos como o ribeirão dos Apertados. • NORMAS – As atividades humanas permitidas nesta Zona são aquelas de fiscalização, educação e monitoramento ambiental e pesquisa científica, definidas nos respectivos programas; – As pesquisas científicas (coletas botânicas, zoológicas, pedológicas) somente ocorrerão se devidamente autorizadas pelo IAP; – A visitação nesta Zona está condicionada à autorização do IAP; – A circulação é permitida somente a pé; – Não é permitido o uso de veículos automotores; – As atividades permitidas não poderão comprometer a integridade dos recursos naturais; – Não será permitido depósito de lixo nesta Zona; – As instalações permitidas serão restritas às trilhas existentes as quais são necessárias para fiscalização, proteção, manutenção e pesquisa; – A coleta de sementes poderá ser feita somente mediante apresentação de projeto, aprovação e acompanhamento pelo IAP. 3.2.2 - ZONA DE USO EXTENSIVO “É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso e facilidade públicos para fins educativos e recreativos” (IBAMA, 2002). • OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Diminuir o impacto negativo resultante das atividades de visitação na Zona de Uso Intensivo; – Servir de zona de transição entre as Zonas Primitiva e de Uso Intensivo; VII.9 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.02 - Zona Primitiva VII.10 VII - Manejo da Unidade de Conservação • – Incluir com mínimo impacto, parte da formação Floresta Estacional Semidecidual presente no Parque Estadual Mata dos Godoy na recreação dos visitantes; – Proporcionar com restrições, interpretação ambiental para os visitantes. DESCRIÇÃO A Zona de Uso Extensivo (figura VII.03) foi delimitada em função de duas trilhas para que o público tenha acesso a uma pequena porção da formação florestal existente na porção norte do Parque. Nessa zona serão permitidas atividades voltadas para o uso público, tais como recreação, lazer e educação ambiental. • NORMAS – Serão permitidas atividades de educação interpretação e recreação de mínimo impacto (de acordo com a capacidade de carga de cada trilha), além de fiscalização, pesquisa e monitoramento, definidas nos respectivos programas e subprogramas; – Somente serão permitidas atividades interpretativas em harmonia com o ambiente, de maneira a não conflitarem com os objetivos de manejo desta Zona; – É permitido e incentivado o desenvolvimento de atividades interpretativas e de educação ambiental, especialmente para facilitar a apreciação e o conhecimento do Parque Estadual; – A implantação (com mínimo impacto) de infra-estrutura nesta Zona, somente será permitida com o objetivo de proteger a integridade física do ambiente ou mitigar o impacto da atividade de visitação; – Todas as obras e instalações deverão ter um mesmo padrão arquitetônico, devendo causar mínimo impacto visual e estar em harmonia com os objetivos de manejo desta Zona; – A circulação de visitantes somente poderá ser realizada em pequenos grupos nas trilhas e caminhos propostos destinados a tal finalidade; – O acesso de visitantes às trilhas e caminhos somente será realizado acompanhado de um guarda-Parque ou funcionário do Parque; – Os grupos de visitante serão no máximo de 10 (dez) por guia (guarda-Parque ou funcionário do Parque); – A sinalização admitida é aquela indispensável à proteção dos recursos do Parque e à segurança do visitante; – O uso de veículos motorizados nesta zona somente será permitido em casos de pesquisa, prestação de socorro e outras situações que sejam consideradas especiais; – As normas básicas e fundamentais do comportamento esperado dos visitantes desta Zona deverão ser informadas aos mesmos, no Centro de Visitantes; VII.11 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.03 - Zona de Uso Extensivo VII.12 VII - Manejo da Unidade de Conservação – As trilhas deverão ser sinalizadas com informações educativas, bem como sobre os cuidados a serem tomados pelos visitantes; – As trilhas serão monitoradas por voluntários que estarão à disposição dos visitantes. – Durante o deslocamento no Parque o visitante deverá evitar apoiar-se em árvores e/ou sentar em troncos e galhos caídos; – Os guias dos grupos de visitação deverão ser habilitados para enfrentar situações de risco com animais ferozes e/ou peçonhentos; e, – O visitante, em hipótese alguma deverá tentar se aproximar de qualquer animal feroz e/ou peçonhento. 3.2.3 - ZONA DE USO INTENSIVO “É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter: Centro de Visitantes, museus, outras facilidades de serviços. O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação intensiva e educação ambiental em harmonia com o meio” (IBAMA, 2002). • • OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Conservar os recursos naturais do Parque Estadual Mata dos Godoy através da educação ambiental; – Proporcionar temas de recreação e lazer para os visitantes em contato com os ecossistemas presentes no Parque; – Completar as estruturas de apoio à visitação, tais como o centro de visitantes, áreas de recreação, estacionamento, sanitários e lixeiras. DESCRIÇÃO A Zona de Uso Intensivo (figura VII.04) abriga o Centro de Visitantes, o estacionamento, a choupana e demais infra-estruturas destinadas ao atendimento aos visitantes do Parque. Nessa zona serão permitidas atividades voltadas ao uso público, tais como recreação, educação ambiental, treinamento da comunidade, dentre outros. • NORMAS – Serão permitidas atividades de uso público; recreação, educação ambiental, fiscalização, pesquisas e monitoramento ambiental, definidas nos respectivos subprogramas e projetos; – Todo visitante, para ter acesso aos atrativos, deverá passar pelo centro de visitantes, tomando ciência das normas e regulamento do Parque; – A implementação de atividades de uso público nesta área dependerá de elaboração de projeto e aprovação do mesmo pelo IAP; – Somente serão permitidas atividades recreativas em harmonia com o ambiente, de maneira a não conflitarem com os objetivos de manejo desta Zona; VII.13 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Será permitida a visitação de forma mais intensiva nesta zona em função da capacidade de suporte, visando ampliar, diversificar e ofertar atividades de uso público, diminuindo assim a concentração e o impacto sobre os recursos naturais do Parque; – A implantação de infra-estrutura, com mínimo impacto nesta Zona, será permitida somente quando necessárias às atividades previstas nos programas, devendo ter um mesmo padrão arquitetônico, causar mínimo impacto visual e estar em harmonia com os objetivos de manejo desta Zona; – Todas as áreas naturais a serem modificadas deverão receber tratamento paisagístico e de adequação de tráfego; – Os usuários, sejam visitantes ou funcionários do Parque Estadual, serão responsáveis pelas instalações que ocuparem; – A visitação e recreação são limitadas à observação e interpretação, em caminhadas pelas trilhas; – É permitido e incentivado o desenvolvimento de atividades interpretativas e de educação ambiental, especialmente para facilitar a apreciação e o conhecimento do Parque Estadual; – Os visitantes deverão receber orientações seguras de comportamento dentro do Parque, sendo imprescindível que sejam passadas informações como: condições da trilha e comportamento nela; orientações para que não sejam jogados de forma alguma, qualquer tipo de resíduo a não ser em locais pré-destinados (lixeiras); – De forma alguma será permitido que o visitante altere qualquer forma no ambiente, ex: retirada de flores e plantas silvestres; e, – A circulação de veículos particulares e do parque será limitada aos locais definidos e o tráfego será controlado. 3.2.4 - ZONA DE RECUPERAÇÃO “É aquele que contém áreas consideralvelmente antropizadas. Zona provisória, uma vez restaurada, será incorporada novamente a uma das zonas permanentes. As espécies exóticas introduzidas deverão ser removidas e a restauração deverá ser natural ou induzida. O objetivo geral de manejo é deter a degradação dos recursos ou restaurar a área. Esta zona permite uso público para educação” (IBAMA, 2002). • OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Promover a recuperação desta Zona de maneira natural ou induzida; – Proporcionar temas de pesquisa e de monitoramento ambiental; – Reintegrar as áreas recuperadas ao ecossistema original existente no Parque Estadual Mata dos Godoy. VII.14 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.04 - Zona de Uso Intensivo VII.15 VII - Manejo da Unidade de Conservação • DESCRIÇÃO A Zona de Recuperação (figura VII.05), é constituída pelas seguintes áreas: porção sudeste do Parque junto à margem do ribeirão dos Apertados, onde há ocorrência de espécies vegetais exóticas; áreas degradadas pela presença de estrada secundária; porção nordeste onde existe o projeto Madeira e áreas antropizadas. Essas áreas deverão ser recuperadas e reintegradas ao ambiente natural anteriormente existente. • NORMAS – As atividades desenvolvidas deverão recuperar as áreas alteradas de maneira natural ou induzida; – Será permitido o uso público com finalidade educacional, desde que autorizado e acompanhado por funcionários do Parque e em visitas previamente agendadas; – Serão permitidas as atividades humanas relativas à pesquisa, fiscalização e monitoramento ambiental, definidas nos respectivos subprogramas; – Serão permitidas técnicas de recuperação direcionada, desde que indicada e apoiada por estudos científicos, os quais devem ser compatíveis com os objetivos desta Zona e devidamente autorizados pelo IAP; – Serão observadas as normas relacionadas às atividades desenvolvidas nesta Zona, descritas nos subprogramas e projetos quando aqui se aplicarem; e, – Somente será permitida a existência de trilhas, se necessárias para condução de pesquisas e ações de monitoramento. 3.2.5 - ZONA DE USO ESPECIAL “É aquela que contém as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços da unidade de conservação, abrangendo habitações, oficinas e outros. Estas áreas serão escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com seu caráter natural e devem localizar-se, sempre que possível, na periferia da unidade de conservação. O objetivo geral de manejo é minimizar o impacto da implantação das estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural ou cultural da Unidade” (IBAMA, 2002). • OBJETIVOS ESPECÍFICOS − Abrigar a infra-estrutura necessária ao desempenho das atividades de administração, fiscalização, manutenção do Parque Estadual Mata dos Godoy; − Possibilitar o desenvolvimento das atividades fiscalização, proteção, pesquisa no Parque Estadual. VII.16 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.05 - Zona de Recuperação VII.17 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.06 - Zona de Uso Especial VII.18 VII - Manejo da Unidade de Conservação − DESCRIÇÃO A Zona de Uso Especial (figura VII.06) contempla toda a infra-estrutura de apoio e uso geral destinada a atender as atividades globais que serão desenvolvidas no Parque. Esta Zona é constituída atualmente pelas casas dos guardas-parque na porção nordeste e na porção sudeste do Parque, além da estrada que liga as Zonas de Uso Intensivo e Uso Extensivo na porção nordeste, utilizada para manutenção, fiscalização e pesquisa. Foi delimitado um buffer zone (zona tampão) de 30 m a partir de cada margem da estrada. • NORMAS −O acesso e circulação nessa Zona só será permitido à pessoas autorizadas; −A implantação de qualquer infra-estrutura deverá ser devidamente autorizada pela gerência do Parque Estadual; e estar visualmente isoladas das áreas de uso público. 3.2.6 - ZONA DE USO CONFLITANTE “Constituem-se em espaços localizados dentro de uma unidade de conservação, cujos usos estabelecidos antes da criação da unidade, conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. São áreas destinadas a empreendimentos de utilidade, como gasodutos, oleodutos, linhas de trnsmissão e outros. Seu objetivo de manejo é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre a unidade de conservação” (IBAMA, 2002). • OBJETIVOS ESPECÍFICOS − Promover pesquisas sobre os impactos da rodovia PR-538 sobre a biodiversidade existente no Parque Estadual Mata dos Godoy; − Promover as ações necessárias para a redução da velocidade e sinalização na área da unidade de conservação. • DESCRIÇÃO A zona de Uso Conflitante (figura VII.07) é caracterizada pela existência da rodovia PR-538 que corta o Parque no sentido norte-sul, numa extensão de aproximadamente 2.230 m, acrescida de um buffer de 30 m a partir da margem da rodovia. Esta zona deverá ser objeto de pesquisas científicas direcionadas a analisar e quantificar os impactos da estrada sobre a biodiversidade local, a fim de subsidiar as ações necessárias para minimização dos mesmos. • NORMAS – Serão permitidas atividades de pesquisa e monitoramento, definidas nos respectivos programas e subprogramas; – A sinalização admitida é aquela indispensável à proteção dos recursos do Parque e à segurança das pessoas que circulam na rodovia; e, – A circulação de pedestres somente poderá ser realizada nas áreas sinalizadas destinadas a tal finalidade. VII.19 VII - Manejo da Unidade de Conservação Figura VII.07 - Zona de Uso Conflitante VII.20 VII - Manejo da Unidade de Conservação 4 - PROGRAMAS DE MANEJO Em conformidade com os objetivos de manejo definidos para o Parque Estadual Mata dos Godoy, e ao estabelecido em seu zoneamento, são apresentados, na seqüência, os programas de manejo da Unidade de Conservação, os quais compreendem um conjunto de atividades que seguem cronogramas variáveis, de acordo com as diferentes necessidades de conhecimento, controle e manejo ambiental que vierem a se apresentar no decurso da existência do Parque Estadual. Os programas de manejo propostos estão estruturados em cinco linhas básicas, assim definidos: Programa de Conhecimento; Programa de Manejo do Meio Ambiente; Programa de Uso Público; Programa de Operacionalização, e Programa de Integração com a Área de Influência, conforme apresentado na figura VII.08. 4.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO O Programa de Conhecimento constitui uma das principais ferramentas para o manejo da Unidade de Conservação. É composto por dois subprogramas: Pesquisa e Monitoramento Ambiental. Seu objetivo é gerar informações detalhadas para melhor orientar as ações de manejo e de proteção ambiental da Unidade. 4.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA O subprograma de pesquisa deve proporcionar, conforme prioridades da UC, o melhor conhecimento dos recursos naturais, indicando pesquisas e estudos para o melhor atendimento das premissas relacionadas ao seu manejo. A viabilização do programa está associada ao trabalho conjunto com instituições científicas, através de pesquisa contínua, envolvendo profissionais de diferentes áreas de conhecimento. • OBJETIVOS – Aumentar o conhecimento sobre o patrimônio natural da Unidade, através da pesquisa, a fim de subsidiar ações de proteção e manejo, garantindo assim a conservação da biodiversidade existente; e, – Fortalecer a importância da representatividade da UC, através da divulgação das informações geradas. • ATIVIDADES – Aprofundar os conhecimentos de espécies da flora e da fauna local e regional; – Estudo de comunidades vegetais e animais e suas relações com o ambiente; – Montagem de uma coleção de sementes, carpoteca, xiloteca e outros materiais da flora do parque; – Estudos pedológicos; e, – Estudos arqueológicos. VII.21 VII - Manejo da Unidade de Conservação PROGRAMAS CONHECIMENTO MANEJO DO MEIO AMBIENTE USO PÚBLICO OPERACIONALI ZAÇÃO INTEGRAÇÃO (Área de Influência) Pesquisa Manejo dos Recursos Naturais Recreação e Interpret. Ambietnal Administração e Finanças Sensibilização das comunidades Monitoramento Ambiental Proteção Educação Ambiental Infra-Estrutura e Equipamentos Relações Públicas Comunicação e Divulgação Controle Ambiental Alternativas de Desenvolvimento Figura VII.08 - Programas de Manejo Propostos para o Parque Estadual Mata dos Godoy VII.22 VII - Manejo da Unidade de Conservação • NORMAS – Serão prioritárias as pesquisas relacionadas neste plano de manejo e cujos resultados forneçam importantes subsídios ao manejo do parque; – O IAP deverá fomentar a realização das linhas de pesquisa propostas para o Parque, através de convênios e acordos de cooperação com Universidades e Instituições de Pesquisa; – Toda e qualquer pesquisa a ser desenvolvida na UC deverá ser autorizada previamente pelo IAP e, necessariamente, precisará obedecer às normas gerais do Plano de Manejo e à legislação vigente; – Todas as atividades de pesquisa previstas deverão ser realizadas por profissionais especializados; – Cópias de relatórios parciais, finais e publicações deverão ser entregues ao IAP tão logo sejam concluídas ou publicadas. Publicações derivadas da área do Parque deverão ainda citar o IAP como instituição colaboradora; – Caberá ao IAP disponibilizar estruturas de apoio para pesquisadores em campo (alojamento, veículo, etc.) para o desenvolvimento dos projetos constantes no Plano de Manejo. Os recursos para desenvolvimento dos projetos, contudo, poderão ser oriundos de instituições financiadoras conveniadas; – Estudos de inventário da fauna deverão possuir licença especial para coleta em unidades de conservação fornecida pelo IBAMA e órgão ambiental do Estado (IAP); – Os exemplares de fauna coletados deverão obrigatoriamente ser destinados a coleções museológicas e as carcaças encontradas deverão ser destinadas a instituições de ensino e pesquisa; – O pesquisador deverá avisar sempre com antecedência suas datas de ida a campo; – O IAP, quando solicitado, deverá fornecer toda a informação disponível sobre a unidade e seu entorno para o pesquisador, e oferecer segurança para que os pesquisadores possam conduzir seus estudos; – As pesquisas deverão ser acompanhadas por funcionários do Parque Estadual; e, – As conclusões e recomendações da pesquisa deverão ser inseridas no SIG -Sistema de Informações Geográficas do Parque Estadual Mata dos Godoy. 4.1.2 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL O subprograma de monitoramento ambiental visa avaliar o comportamento ambiental da UC face às modificações impostas pelo meio, causados por agentes externos (pressão antrópica do entorno) e internos (invasão de espécies exóticas, visitação). O desenvolvimento desse subprograma permitirá a formulação de medidas de adequação necessárias para o manejo do Parque. VII.23 VII - Manejo da Unidade de Conservação • OBJETIVOS – Avaliar e registrar todos os fenômenos, naturais ou induzidos, ocorrentes no Parque, através do acompanhamento da evolução dos recursos da unidade de conservação, visando obtenção de subsídios para o melhor manejo da área; – Definir parâmetros que indiquem a alteração do estado dos recursos naturais; e, – Definir meios para que a visitação ocorra em sintonia com os objetivos do Parque. • ATIVIDADES – Identificação, seleção e teste de indicadores e/ou espécies-chave para o monitoramento ambiental; – Cadastro de todas as ocorrências, como incidentes, acidentes, flagrante de uso indevido dos recursos naturais, infração nas normas de manejo do Parque, dentre outros; – Implantação do projeto de monitoramento da qualidade d’água do Ribeirão dos Apertados, visando identificar os focos de poluição e suas causas; – Mapeamento dos pontos de ocorrência e identificação da evolução dos processos erosivos no interior do Parque, buscando determinar suas causas e mitigá-las; – Monitoramento de indivíduos de Melia azedarach (Santa Bárbara) para avaliação do impacto desta espécie sobre a vegetação nativa; e, – Selecionar e testar indicadores de monitoramento das trilhas. • NORMAS – Todas as atividades de monitoramento deverão ser realizadas por profissionais treinados, podendo ser auxiliados pelos guardas-parque e voluntários; – Os dados existentes deverão ser organizados de modo a torná-los disponíveis e acessíveis aos integrantes dos outros projetos de pesquisa e ao público em geral; – Todo material coletado deverá ser encaminhado para análise em laboratórios de instituições de pesquisa especializados; – Quando necessário, deverão ser realizados sobrevôos, imagens de satélite ou fotografias aéreas para subsidiar o monitoramento; e, – Os resultados do sistema de monitoramento deverão ser periodicamente documentados em relatório e integrados no sistema de informações geográficas (SIG). • PROJETOS INDICADOS – Projeto de Monitoramento do Ribeirão dos Apertados; – Projeto de Monitoramento de indivíduos de Melia azedarach (Santa Bárbara); VII.24 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Projeto de Monitoramento dos Impactos da Rodovia PR-538 sobre a fauna do Parque e aproveitamento científico de carcaças; e, – Projeto de Monitoramento do Uso Público. 4.2 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE Este programa diz respeito às ações e atividades necessárias para o controle de atividades degradantes na área do Parque, sendo constituído pelos subprogramas de Manejo dos Recursos Naturais e de Proteção. 4.2.1 - SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS O presente subprograma visa, dentre outras ações, a proteção dos recursos naturais englobados pela Unidade de Conservação, manejando os recursos naturais conforme recomendações científicas e promover a recuperação integral das áreas que sofreram alteração antrópica. • OBJETIVOS – Garantir a evolução natural dos ecossistemas ou suas amostras, habitats, biótipos e biocenoses e a manutenção da biodiversidade, de tal maneira que estes recursos possam manter-se e servir à ciência em caráter perpétuo; e, – Conservar e recuper as condições primárias do Parque Estadual. • ATIVIDADES – Recuperação de Áreas Degradadas no interior do Parque; e, – Conter a expansão das espécies exóticas de fauna e flora do interior do Parque. • NORMAS – A recuperação das áreas deverá ser efetuada com as espécies presentes no Parque e a partir de sementes e mudas originárias da região, evitando-se assim perturbações nos estoques genéticos das populações vegetais naturais da região; – A soltura de espécies de mamíferos na área do parque só poderá ocorrer mediante projeto autorizado pelo IAP, com acompanhamento veterinário que ateste as condições de saúde da espécie e por biólogos e/ou outros profissionais da área ambiental que assegurem o monitoramento da espécie a médio e longo prazo através de rádiotelemetria ou outro recurso comparável; e, – As áreas destinadas a Zona de Recuperação deverão ser isoladas e acompanhadas por pesquisadores com conhecimentos em técnicas de silvicultura, florística, fitossociologia e sucessão ecológica animal e vegetal. • PROJETO INDICADO VII.25 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Projeto Restauração de Áreas Degradadas (Professor José Marcelo Torezan, da Universidade Estadual de Londrina - UEL). 4.2.2 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO • OBJETIVOS – Proteger os recursos naturais através de atividades específicas que levem a esse fim, visando coibir ações que comprometam os recursos naturais e culturais da unidade de conservação; e, – Proteger os limites do Parque Estadual Mata dos Godoy contra a ação de terceiros não autorizados. • ATIVIDADES – Estabelecimento de um padrão formal de relacionamento e comunicação entre a vigilância e os responsáveis pela fiscalização, no caso o IAP; – Desenvolver e manter atividades de fiscalização no interior da UC, com a definição de roteiros e periodicidades estratégicas; – Elaborar formulário de registro e controle das atividades; – Implantação de placas de sinalização informativas sobre os limites do Parque Estadual e a proibição da retirada de material do seu interior sem a devida autorização; – Estabelecimento de convênios entre a administração do Parque, as Polícias Militar, Civil e Federal, quando for o caso, para apoiar o desenvolvimento das operações de fiscalização direcionadas; – Formação da infra-estrutura básica de apoio para atender às necessidades da fiscalização, incluindo: veículo, equipamentos, materiais diversos e outros; e, – Implantar o projeto de Prevenção e Combate a incêndios. • NORMAS – A fiscalização é de responsabilidade da equipe de fiscalização do IAP, sendo que o mesmo poderá atuar em convênio com as Polícias Militar, Civil e Federal, Ministério Público e o Poder Judiciário, quando for o caso; – Os equipamentos a serem utilizados na vigilância deverão obedecer às normas legais, material de radio-comunicação e outros equipamentos de segurança; – Interromper todos os danos que estiverem sendo causados ao patrimônio (recursos naturais) do Parque Estadual, em desacordo com o seu Plano de Manejo; – Poderá se promover a contratação de terceiros, no caso, empresa especializada, desde que a mesma obedeça aos requisitos legais de segurança pública nos níveis federal e estadual; VII.26 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Enquadrar todos os infratores identificados no interior do Parque na Lei de Crimes Ambientais e nos outros diplomas legais adequados; e, – Estas atividades será executada de forma contínua durante todo o período de existência do Parque Estadual Mata dos Godoy. • PROJETOS INDICADOS – Projeto de Vigilância; e, – Projeto de Prevenção e Combate a Incêndios. 4.3 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO Este programa diz respeito às ações e atividades necessárias para a recepção e atendimento ao visitante. Tem como objetivo ordenar, orientar e direcionar o uso da unidade de conservação pelo público, promovendo o conhecimento do meio ambiente como um todo, em especial do bioma da Floresta Subtropical (Floresta Estacional Semidecidual) da região Norte do Paraná. É composto pelos subprogramas de Recreação e Interpretação Ambiental e de Educação Ambiental. 4.3.1 - SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL • OBJETIVOS – Estabelecer o ordenamento das atividades que o público pode desenvolver na unidade de conservação, em relação à recreação e interpretação. – Enriquecer as experiências de caráter ambiental dos visitantes, de acordo com as aptidões e potencialidades dos recursos específicos da área; e, – Proporcionar ao visitante o reconhecimento, in loco, das belezas naturais e da fauna e flora presente no Parque Estadual Mata dos Godoy. • ATIVIDADES – Desenvolvimento de temas a serem interpretados nos percursos das trilhas; – Implantação do projeto de Observação de Aves; – Implantar projeto de fotografia da natureza; e, – Capacitação de condutores e guias para acompanhar visitantes no uso das trilhas, com segurança. • NORMAS – O Parque deve promover oferta de recreação em contato com ambiente natural e que as atividades recreativas estejam em consonância com o zoneamento e objetivos estabelecidos para a UC; VII.27 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Os visitantes deverão, no Centro de Visitantes, serem cadastrados e informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança; as visitas em grupo deverão ser agendadas com antecedência; – Será proibida a entrada de animais domésticos nas trilhas do parque; – O uso de bicicletas não será permitido nas trilhas e será restrito à estrada de acesso ao parque e ao estacionamento; – O uso de veículos motorizados não será permitido nas trilhas, somente em casos de pesquisa, prestação de socorro e outras situações que sejam consideradas especiais pela administração do parque; – Será proibida a permanência nas trilhas fora do horário de visitação, com exceção dos funcionários e pessoas autorizadas pela administração do parque; – Todos os visitantes que irão utilizar as trilhas deverão ser cadastrados e informados dos procedimentos e normas do parque logo na chegada, preferencialmente no centro de visitantes; – Atividades de terceiros deverão ser cadastrados e autorizados pelo IAP/DIBAP; – A quantidade de pessoas na trilha deverá obedecer ao número estipulado no cálculo de capacidade de carga real, podendo sofrer alterações futuras através de estudos de monitoramento que comprovem tal mudança; – O material de apoio à segurança do usuário deverá estar devidamente vistoriado, adotando-se as medidas preventivas necessárias; – Para o desenvolvimento das atividades de recreação no interior do Parque é necessário o acompanhamento por um guia autorizado e habilitado pela administração ou um funcionário do Parque habilitado para tal atividade (guarda-parque ou outro); e, – A equipe administrativa, incluindo os guardas-parque deverá fazer cumprir as normas estabelecidas para a visitação no interior do Parque. • PROJETOS INDICADOS – Projeto de Observação de Aves; e, – Projeto Fotografia da Natureza. 4.3.2 – SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Este Subprograma trata da organização de atividades que oportunize ao visitante, conhecimentos e valores do patrimônio natural e cultural da área, interpretando seus recursos. O principal objetivo é a promoção da compreensão do meio ambiente e de suas inter-relações na unidade de conservação e no cotidiano da população, de modo a permitir mudanças em seus hábitos e costumes. VII.28 VII - Manejo da Unidade de Conservação • OBJETIVOS – Desenvolver no público o entendimento sobre os principais valores de conservação da natureza; – Contribuir com iniciativas voltadas à formação de agentes sociais com potencialidades para a disseminação de informações relativas à educação ambiental, higiene, saúde pública e cidadania; e, – Sensibilizar a população, dentro de sua realidade sócio-cultural, quanto à questão da preservação da fauna e flora ocorrentes na Unidade de Conservação e na região. • ATIVIDADES – Elaborar projeto de educação ambiental com temas específicos (recursos hídricos, flora, fauna, áreas degradadas, etc.); – Preparação de material audio-visual para aulas e palestras sobre o Parque Estadual, Unidades de Conservação e Importância da Conservação dos Recursos Naturais; – Promover visitas temáticas para alunos e professores das escolas da região; e, – Produzir material educativo institucional sobre a unidade de conservação. • NORMAS – As atividades de educação ambiental deverão ser realizadas por pessoal capacitado, o qual deverá ser treinado pelo IAP; – O IAP deverá fornecer orientação técnica a profissionais e colaboradores quanto aos problemas ambientais generalizados e específicos da região; – As visitas deverão ser agendadas; e, – A administração do Parque, através dos guardas-parque e da Gerência deverá fazer cumprir as normas estabelecidas para os locais onde é permitido o uso público. 4.4 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO O Programa de Operacionalização contempla o conjunto das atividades administrativas a serem desenvolvidas para a implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual. O objetivo desse Programa é garantir a funcionalidade da unidade de conservação, fornecendo a estrutura necessária para o desenvolvimento dos demais programas, algumas das ações necessárias são: manutenção das instalações e da infraestrutura do parque, implementar a vigilância e combate a incêndios, dotar o parque de pessoal capacitado e proporcionar o bom funcionamento do parque de acordo com seus objetivos de conservação. As atividades a serem desenvolvidas no programa de Operacionalização foram agrupadas em três subprogramas: de Administração e Finanças; de Infra-Estrutura e Equipamentos; e de Comunicação e Divulgação. VII.29 VII - Manejo da Unidade de Conservação 4.4.1 - SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS O subprograma de administração constitui no conjunto de medidas necessárias à administração da unidade de conservação, visando fornecer suporte financeiro, de recursos humanos e de infra-estrutura para a condução harmoniosa das atividades a serem desenvolvidas na unidade de conservação. • OBJETIVOS – Fornecer suporte administrativo e de organização para as atividades voltadas para a execução dos programas de manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy, dotando-os dos meios necessários tais como infra-estrutura e apoio operacional (estabelecimento de contatos, convênios, contratos, etc); e, – Garantir que os programas, subprogramas e projetos previstos no Plano de Manejo sejam executados para os fins previamente determinados para cada caso, sejam eles conservação ou manejo dos recursos naturais, dotando-os dos meios necessários para a sua execução. • ATIVIDADES – Elaboração do projeto de gestão financeira da Unidade de Conservação; – Estruturação da administração do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Definição de venda de “souvenirs”; – Definição de cobrança de taxa de entrada; – Elaboração do regimento interno do Parque, de forma a enquadrar-se ao Plano de Manejo; – Contratação de pessoal para exercer as funções técnicas e administrativas do Parque Estadual; – Implementação de cursos de treinamento dos funcionários e voluntários do Parque Estadual para as funções administrativas, técnicas e de proteção do Parque Estadual; e, – Estruturação dos recursos humanos necessários para apoiar a implantação e execução do Plano de Manejo. • NORMAS – A contratação de pessoal técnico e administrativo deverá ocorrer dentro dos padrões adotados pelo IAP; – O quadro funcional e de voluntariado estará subordinado à administração da UC; e, – Os funcionários contratados deverão ser submetidos a todas as normas de Recursos Humanos do IAP. VII.30 VII - Manejo da Unidade de Conservação 4.4.2 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS Este subprograma tem por objetivo garantir a instalação da infra-estrutura adequada ao atendimento das atividades previstas nos outros programas. Em primeiro lugar, deve-se prever as atividades relacionadas à construção de estruturas físicas prioritárias, bem como aquisição e recuperação do material e equipamentos permanentes necessários para o funcionamento da unidade de conservação. • OBJETIVOS – Implantar a infra-estrutura planejada do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Manter o apoio logístico e de material em geral, necessário para a administração do Parque Estadual Mata e suporte para a execução dos projetos e programas previstos; e, – Dar o suporte geral para a implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual. • ATIVIDADES – Revisão em campo do local onde serão implantados o centro de visitantes e os pontos de apoio; – Implantação da infra-estrutura projetada: Centro de Visitantes, Estacionamento, Sanitários, dentre outros; – Instalação de Sistema de Radiocomunicação, incluindo central de rádio, antena repetidora, rádios manuais e rádios para carros; – Elaboração de projeto de construção de alojamento para pesquisadores; – Elaboração de projeto e implantação de torre de observação; – Melhorar a infra-estrutura existente na área de descanso (choupana), utilizada pelos visitantes ao desenvolver atividades como caminhadas, observação de aves e fotografia da natureza; – Inserção de bancos, mesas e lixeiras recicláveis dentro da estrutura da choupana, em quantidade de acordo com a demanda de visitantes; – Avaliação periódica da situação das infra-estruturas de uso, mantendo-as em boas condições de uso (principalmente vias de circulação, trilhas, acessos, áreas de descanso etc); – Construção de cercas nos limites secos do Parque, principalmente em sua porção oeste; – Elaboração e implantação de projeto de Centro de Convenções, com capacidade de, no mínimo 250 pessoas, para a realização de cursos, workshops, palestras e eventos regionais do município de Londrina; – Manutenção do sistema de sinalização do Parque Estadual em boas condições de VII.31 VII - Manejo da Unidade de Conservação visibilidade; – Manutenção da unidade de conservação em boas condições de limpeza; – Contratação de serviços para manutenção de aceiros e acessos em boas condições de conservação e adoção de medidas necessárias para segurança dos mesmos, tais como sinalização, obras de drenagem, etc; com a utilização das instalações e equipamentos já existentes, após a implantação do subprograma; e, – Manutenção de cadastro geral e de controle do material necessário para o apoio logístico da administração do Parque Estadual e aos projetos. • NORMAS – A implantação de qualquer infra-estrutura deverá ser aprovada pelo IAP; – A implantação da infra-estrutura deve estar integrada aos seus objetivos e a proteção dos seus recursos naturais, de forma a não comprometer a integridade de seus recursos, ou que porventura sejam contrárias aos objetivos de manejo; – A execução do projeto do centro de visitantes e demais instalações administrativas do Parque deverão ser de responsabilidade do IAP, que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim; – A construção que abrigará o centro de visitantes e demais estruturas de apoio deverá ter uma arquitetura e estrutura integrada ao Parque; – Incorporar soluções arquitetônicas regionais (apropriação de técnicas construtivas, referência a elementos locais, soluções simples e a custo menor, utilização de material da região, valorização de técnicas e habitantes locais); – Deverá ser incorporada a mão de obra local; – Todas as atividades deverão ser realizadas por funcionários do parque e/ou por pessoas devidamente credenciadas para tal; – Restringir a implantação de infra-estrutura ao mínimo necessário apenas para a execução dos programas/projetos de manejo; – As obras executadas na UC deverão seguir as recomendações de mínimo impacto, disponível no DIBAP/IAP; e, – Toda infra-estrutura deve ser registrada no SIG. • PROJETOS INDICADOS – Projeto Centro de Visitantes e Pontos de Apoio. 4.4.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO • OBJETIVOS VII.32 VII - Manejo da Unidade de Conservação Estabelecer um canal de comunicação com os usuários e comunidade externa; e informar ao público externo sobre a existência da unidade de conservação, seus atributos, projetos, plano de manejo, normas de conduta. • ATIVIDADES – Concepção, preparação e impressão do material promocional, incluindo: “folders” cartazes, cartilhas, revistas e outros; – Preparar o material de promoção e divulgação necessário para apoiar e atender às necessidades dos outros projetos; – Distribuição do material promocional no centro de visitantes, eventos, encontros e outras atividades externas; e, – Elaboração de folhetos explicativos sobre o Parque Estadual. • NORMAS – Todo material promocional elaborado deverá ser submetido à aprovação da administração do Parque (IAP); – A execução do projeto de material promocional será de responsabilidade da administração do Parque Estadual (IAP), que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim; e, – O material promocional a ser produzido deve ser padronizado e inserido na filosofia de toda a estrutura do Governo do Estado do Paraná. • PROJETOS INDICADOS – Projeto de Comunicação Visual; e, – Projeto de Sinalização. 4.5 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA Consiste no desenvolvimento de atividades e ações com o objetivo de proteger a Unidade de Conservação dos impactos ambientais decorrentes do uso e ocupação do solo em seu entorno e evitar sua fragmentação. É extremamente importante que a população da Zona da Área de Influência entenda e defenda a Unidade, obtendo-se densidade política para a sua efetiva implantação e manejo. Este Programa é composto pelos subprogramas de Sensibilização das Comunidades do Entorno, Relações Públicas, Controle Ambiental e Alternativas de Desenvolvimento. O Programa visa propor ações no sentido de manter um relacionamento interinstitucional, de modo a catalisar ações para a unidade de conservação. Visa também interagir com os programas de desenvolvimento regional ou similares que afetem diretamente a Unidade e sua Área de Influência. VII.33 VII - Manejo da Unidade de Conservação 4.5.1 - SUBPROGRAMA DE SENSIBILIZAÇÃO DAS COMUNIDADES DO ENTORNO A presença de unidades de conservação legalmente protegidas próximas às comunidades tradicionalmente envolvidas em atividades agrícolas, geram em algumas condições, conflitos e impactos ambientais, havendo portanto, necessidade de despertar o interesse da população para a conservação da flora e fauna. Este processo de sensibilização da população, ocorre quando há maior participação dos órgãos gestores das unidades de conservação no cotidiano dessas comunidades, propiciando, quando devidamente trabalhado, o envolvimento da população em ações voltadas à proteção da unidade contra agressões externas. • OBJETIVO – Promover a conscientização ambiental em relação a sua importância e os benefícios diretos e indiretos advindos dela, procurando assim o envolvimento da comunidade na proteção dos recursos naturais. • ATIVIDADES – Fomentar ou criar parcerias com entidades que desenvolvam atividades de educação ambiental no município, de modo a fortalecer iniciativas desta natureza e contribuir para a consolidação dos mecanismos já existentes na região; – Realizar reuniões com técnicos das prefeituras municipais, professores, líderes das comunidades e demais agentes sociais interessados nas atividades a serem realizadas para discussão da metodologia e concepção geral do programa, a fim de propiciar amplo debate sobre os trabalhos realizados e expectativas da população em geral; – Definir e viabilizar os meios de divulgação das ações previstas no Subprograma de Educação Ambiental, além de material didático e recursos audiovisuais para a organização de palestras; – As atividades de educação ambiental, destinadas a orientar a comunidade do entorno, deverão indicar ações ressaltando os seguintes pontos: – Uso correto da água, do fogo e do lixo; – Coleta de lixo, reciclagem e reaproveitamento de materiais; – Recuperação de áreas degradadas e revegetação; – Controle de desmatamento, queimadas e incêndios florestais; – Divulgação da lei de crimes ambientais; – Poluição do ar, da água e do solo; – Preservação das matas ciliares, redução do assoreamento, conservação do lençol freático, mananciais e cursos d’água; – Questões relativas a animais peçonhentos, primeiros socorros e medidas de VII.34 VII - Manejo da Unidade de Conservação controle; e, – Conservação das áreas naturais protegidas. – Organizar cursos de capacitação ou atualização para professores, voluntários e demais agentes sociais e de educação interessados, levando em consideração as particularidades sociais e culturais do município e adequando as informações a serem repassadas para a linguagem e modo de vida da população alvo; e, – Realizar concursos, festividades e demais eventos que contribuam para desenvolver na população a noção de cidadania, civilidade e de preservação ambiental. • NORMAS – O IAP deverá contar com profissionais capacitados para efetuar o contato com os moradores do entorno do Parque, avaliando seus problemas e buscando soluções; – O IAP deverá promover reuniões públicas com a participação da população local e seus representantes, enfocando assuntos relativos à Unidade de Conservação e à visão da comunidade acerca do Parque; – Deverá ser privilegiada a participação de professores e alunos das escolas da região, além de outros agentes sociais que manifestarem interesse nos subprogramas, de modo a desenvolver o senso critico dos participantes, capacitando-os como multiplicadores de opinião; e, – O IAP deverá fornecer apoio técnico à população vizinha à UC quanto à solução de seus problemas diários relativos à questão ambiental, propiciando uma política interativa e integrativa, visando o estabelecimento de parcerias para a proteção do Parque. 4.5.2 - SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS • OBJETIVOS – Divulgar a imagem e as atividades desenvolvidas na UC, no intuito de relacionar-se com a comunidade vizinha bem como a sociedade em geral; – Incentivar a criação de RPPN´s (Reserva Particular do Patrimônio Natural) no entorno da Unidade de Conservação; – Promover a valorização do Parque Estadual; e, – Promover a integração com a comunidade vizinha, prefeituras e instituições que atuam na região. • ATIVIDADES – Estabelecimento de Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura de Londrina e outras instituições que possam contribuir para o manejo da UC; VII.35 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Levantamento de áreas com potencial para criação de RPPN´s; – Promoção de eventos, cursos, palestras e mutirões na UC para divulgação das atividades desenvolvidas no Parque; e, – Identificação de colaboradores e voluntários que possam auxiliar no manejo do Parque Estadual. • NORMAS – O IAP deverá oferecer suporte técnico a proprietários de terras interessados na criação de RPPN´s, bem como agilizar o processo interno de criação das mesmas; – Toda divulgação deverá ser autorizada pelo IAP; – A execução de material promocional será de responsabilidade do IAP que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim; – O material promocional a ser produzido deve ser padronizado e inserido na filosofia de toda a estrutura do Governo do Estado do Paraná; e, – O material promocional deve ser mantido em registros da administração do Parque, através do SIG. • PROJETOS INDICADOS – Projeto Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura de Londrina; e, – Projeto de Incentivo à Criação de RPPN´s. 4.5.3 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL • OBJETIVOS – Manter sob controle as atividades desenvolvidas no entorno, de forma que as mesmas não interfiram no manejo da Unidade de Conservação; e, – Esclarecer aspectos da legislação ambiental que regem a utilização dos recursos naturais da região e a importância da Unidade de Conservação, a fim de prevenir a ocupação indevida e o desmatamento irregular de áreas no entorno do parque, a caça ilegal e outras agressões ao meio ambiente que possam ser motivadas pela compreensão errônea acerca das modificações que ocorrerão na região a partir da implantação dos programas previstos no Plano de Manejo e conseqüente dinamização das atividades no Parque. • ATIVIDADES – Desenvolver amplo projeto para normatização e uso da zona de amortecimento; – Recuperação das matas ciliares do ribeirão dos Apertados a montante do Parque Estadual; VII.36 VII - Manejo da Unidade de Conservação – Estabelecimento de convênio com o DER para instalação de sinalizadores, redutores de velocidade (radar, lombada) na rodovia PR-538; – Construção de túneis de passagem para a fauna na PR-538; – Efetuar contato pessoal com os moradores do entorno, auxiliando-os no controle dos problemas ambientais e de saúde pública decorrentes da falta de saneamento local, correlacionando os sucessos alcançados pela presença do Parque na região; – Publicação de jornais, revistas, “folders”, cartilhas e a comunicação pelas estações de rádio e televisão, de informações voltadas para orientar a comunidade do entorno, que tragam em seu conteúdo a necessidade da conservação da floresta e da sua biodiversidade. • NORMAS – O IAP deverá contar com profissionais capacitados para efetuar o contato com os moradores do entorno do Parque, avaliando seus problemas e buscando soluções; – O IAP deverá fornecer mudas e orientação técnica quanto à recuperação das matas ciliares do ribeirão dos Apertados a montante do Parque; – O IAP deverá fiscalizar constantemente o trecho do ribeirão dos Apertados a montante do Parque, orientando e, quando necessário, disciplinando os moradores locais.quanto a métodos adequados de deposição de resíduos e efluentes; – A instalação de placas e lombadas deverá ser efetuada pelo DER segundo características de rodovias em Parques; – O IAP deverá promover reuniões públicas com a participação da população local e seus representantes, enfocando assuntos relativos à Unidade de Conservação e à visão da comunidade acerca do Parque; e, – O IAP deverá fornecer apoio técnico à população vizinha à UC quanto à solução de seus problemas relativos à questão ambiental, propiciando uma política interativa e integrativa, visando o estabelecimento de parcerias para a proteção do Parque. • PROJETOS INDICADOS – Projeto Fiscal Colaborador; – Projeto de Prevenção ao Atropelamento de Animais Silvestres; e, – Projeto de Recuperação do Ribeirão dos Apertados. 4.5.4 - SUBPROGRAMAS DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO • OBJETIVOS – Desenvolver junto à população residente, ou que exerce atividades próximas ao parque, o senso de conservação ambiental, através do repasse de preceitos básicos nas questões relativas a animais peçonhentos, a tratamento adequado do lixo, efluentes VII.37 VII - Manejo da Unidade de Conservação domésticos e demais conhecimentos que melhorem a qualidade de vida e ambiental da população considerada. • ATIVIDADES – Parceria com a EMATER para o desenvolvimento, nas propriedades do entorno, de técnicas de manejo do solo e uso de agrotóxicos; – Proposição de sistemas alternativos de tratamento de efluentes domésticos, recolhimento e destinação do lixo; – Proposição de alternativas de manejo do solo, e, – Envolvimento das comunidades do entorno nas atividades nas ações previstas no Programa de Integração com a Área de Influência, privilegiando a experiência e integração entre os participantes. • NORMAS – O IAP deverá contar com profissionais capacitados para efetuar o contato com os moradores do entorno do Parque, avaliando seus problemas e buscando soluções; – O IAP deverá promover reuniões públicas com a participação da população local e seus representantes, enfocando assuntos relativos à Unidade de Conservação e à visão da comunidade acerca do Parque; O IAP deverá fornecer apoio técnico à população vizinha à UC quanto à solução de seus problemas relativos à questão ambiental, propiciando uma política interativa e integrativa, visando o estabelecimento de parcerias para a proteção do Parque. VII.38 VIII - Implementação do Plano de Manejo VIII - IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO As atividades propostas no Plano de Manejo como um todo, em função do manejo diferenciado dos recursos, necessitam de instalações gerais de apoio que contribuam para a sua execução, tais como a construção de um novo centro de visitantes e pontos de apoio, manutenção das estradas principais, vigilância, energia, comunicação e outros. Os recursos materiais (equipamentos) a serem adquiridos, para manutenção do Parque como um todo, são: GPS (Global Positioning System), machados, serras, picareta, pá, baldes, ferramentas de carpintaria, kit com martelo, pregos, arames, barbantes e panos; plaquetas para identificação das espécies e dos ambientes, papel milimetrado, filmes fotográficos, além dos equipamentos já existentes. Deve-se salientar a necessidade de equipamentos de segurança como óculos para a proteção dos olhos, luvas, capacetes e roupas adequadas. A operacionalização do Parque Estadual deverá possibilitar, além da preservação de seus ambientes naturais, a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades de recreação em contato com a natureza, de educação e interpretação ambiental e de lazer. Estas atividades, embora sejam premissas básicas da categoria de Unidade de Conservação definida como Parque, podem vir a contribuir com a sustentabilidade econômica e possibilitar a efetiva preservação dos recursos naturais existentes na Unidade. A unidade de conservação possui, ainda, caráter social e educativo, estando inserida no espaço público da comunidade como parte integrante do patrimônio ambiental e sociocultural da população. A promoção de atividades de educação ambiental para as comunidades do entorno pode representar um importante e decisivo meio para auxiliar e reduzir as ações de fiscalização na Unidade de Conservação. Através das atividades de educação e interpretação ambiental haverá, também, uma maior compreensão pública das ações do IAP e da política ambiental do Governo do Paraná. Especificamente junto aos moradores das propriedades do entorno do parque, monitores, voluntários e simpatizantes, os subprogramas de Integração com a Área de Influência permitirão esclarecer aspectos da legislação ambiental que regem a utilização dos recursos naturais da região e a importância da Unidade de Conservação, a fim de prevenir a ocupação indevida e o desmatamento irregular de áreas no entorno do parque, a caça ilegal e outras agressões ao meio ambiente que possam ser motivadas pela compreensão errônea acerca das modificações que ocorrerão na região a partir da implantação dos programas previstos no Plano de Manejo e conseqüente dinamização das atividades no parque. Pretende, igualmente, desenvolver junto à população residente, ou que exerce atividades próximas ao Parque, o senso de conservação ambiental, estabelecendo o equilíbrio ecológico na região. Por fim, pretende ainda repassar a esta população preceitos básicos nas questões relativas a animais peçonhentos, a tratamento adequado do lixo, efluentes domésticos e demais conhecimentos que melhorem a qualidade de vida e ambiental da população considerada No tocante à PR-538, que atravessa o Parque no sentido norte/sul, em sua porção leste, o impacto dessa estrada de rodagem pode causar danos sobre a fauna de forma irreversível e, VIII.1 VIII - Implementação do Plano de Manejo se não forem adotadas medidas tais como a construção de túneis de passagem, cercas, sinalizadores, lombadas e radar, tais impactos não poderão ser minimizados. Com relação ao potencial de incêndios na área do Parque e entorno, as ações preventivas se constituirão na principal forma de evitar os danos que podem ser provocados por incêndios florestais ao patrimônio natural do Parque. Para se ter êxito na prevenção de incêndios florestais é necessário que haja um grande envolvimento de todos os setores que desenvolvem algum tipo de atividade no interior do Parque, e também que sejam aplicadas técnicas de prevenção dos incêndios. A aplicação de técnicas de prevenção deve partir do conhecimento dos fatores que influenciam o seu início e propagação, com destaque para os seguintes pontos: – Quantidade e tipo de material combustível, que varia muito em função do tipo de vegetação e do estágio da mesma; – Umidade de material combustível; – Condições climáticas (vento, temperatura, umidade relativa, etc.); e, – Topografia. O maior risco de incêndio no Parque Estadual Mata dos Godoy está concentrado nos seguintes pontos: – Limite Oeste: linha seca, divisa com propriedades rurais e a cidade cenográfica; – PR-538 que corta o Parque de norte a sul; – Porção nordeste, onde se concentra o uso público. No caso de ocorrência de incêndios, é necessário que se tenha uma ação direcionada e eficaz no sentido de interromper, ou seja, combater o foco de incêndio para que o mesmo não tome grandes proporções e saia do controle. No projeto de prevenção e combate a incêndios, do subprograma de Manejo do Meio Ambiente, estão descritos os equipamentos e materiais prioritários a serem adquiridos para o Parque Estadual, no tocante a esta atividade de proteção ao patrimônio natural da UC. 1 - ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO A Implementação do Plano de Manejo compreende um conjunto de ações com o intuito de implementar, na prática, o desenvolvimento dos programas de manejo previstos no Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy. Para que isto ocorra, é necessário antes criar uma estrutura que vise apoiar a elaboração, preparação e implantação dos projetos e programas previstos no referido Plano. A seguir apresentam-se as atividades que deverão ser desenvolvidas previamente à implementação do Plano. VIII.2 VIII - Implementação do Plano de Manejo 1.1 - Atividades – Criação do Conselho Consultivo do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Estabelecimento pelo IAP, em conjunto com a comunidade e o Conselho Consultivo, dos projetos prioritários para serem implantados no Parque, porém seguindo-se a recomendação do presente Plano de Manejo; – Estabelecimento de dotação orçamentária; – Detalhamento dos projetos específicos apresentados no Plano de Manejo; – Fornecimento de suporte ao processo de discussão, definição, aprovação, contratação e implantação dos projetos; e, – Publicação de editais de licitação para concorrência pública, efetuando-se a avaliação e aprovação das melhores propostas, tendo como base as condicionantes dos Termos de Referência; e o estabelecimento de convênios, termos de cooperação técnica, parcerias e/ou outros instrumentos legais e administrativos de ação conjunta com instituições públicas e/ou privadas, visando alocar recursos humanos e/ou financeiros para o desenvolvimento dos projetos de manejo. 1.2 - PRIORIDADES – Implementação do Conselho Consultivo; – Elaboração de parcerias; – Definição dos projetos prioritários para o Parque Estadual; – Implementação de dotação orçamentária; – Suporte para a preparação e implantação dos projetos prioritários; e, – Implementação dos projetos. 2 - IMPLEMENTAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO O Conselho Consultivo do Parque apoiará a administração geral das atividades a serem desenvolvidas no Parque Estadual. A criação do Conselho tem como base as disposições do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei Federal 9.985/00), o qual, em seu artigo 29, estabelece que cada Unidade de Conservação de Proteção Integral deverá dispor de um Conselho Consultivo. Este Conselho deverá ser presidido pelo gerente do Parque e deverá contar, além do Presidente do Conselho, com, no mínicmo: – 01 representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, – 01 representante da Prefeitura Municipal de Londrina, – 01 representante de alguma sociedade civil organizada da região de influência da UC; VIII.3 VIII - Implementação do Plano de Manejo – 01 representante de instituição de pesquisa ou ensino superior; – 01 representante do Ministério Público; – 01 representante da Polícia Florestal; – 01 representante de propriedades do entorno; e, – 01 representante de ONG ambientalista. Após a criação do Conselho deverá ser elaborado o seu Regimento Interno, cujo modelo é apresentado no Anexo 10, devendo o mesmo ser aprovado por Portaria pelo Presidente do IAP. Os conselheiros terão mandato de dois (2) anos, renováveis por igual período, e serão indicados pelo conjunto das entidades que possuem relação direta ou indireta com as atividades a serem desenvolvidas no Parque. 3 - ELABORAÇÃO DE PARCERIAS Para o desenvolvimento dos programas e projetos previstos neste Plano de Manejo e outras atividades, faz-se necessária a elaboração de parcerias entre o IAP e instituições diversas de pesquisa, educação e manejo ambiental, dentre outras. Universidades, ONGs, empresas de consultoria da área ambiental e consultores autônomos são necessários para o desenvolvimento das diversas atividades aqui previstas. 4 - DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA O estabelecimento de dotação orçamentária deverá levar em conta as seguintes premissas: − Participação da comunidade; − Necessidades/demanda; e, − Fontes de recursos. • PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE O modelo proposto de gestão compartilhada com a comunidade prevê que, a médio e longo prazo, a comunidade regional crie estruturas próprias para que as mesmas possam vir a contribuir e, em função da sua organização, assumir a Co-Gestão do Parque Estadual Mata dos Godoy. A instituição Co-gestora deverá atuar no sentido de apoiar a inserção da comunidade na co-gestão do Parque, auxiliando na busca e na distribuição de recursos (financeiros e humanos) e, eventualmente, de equipamentos que possam ser aplicados no manejo e conservação da Unidade. • NECESSIDADES/DEMANDA As necessidades ou demandas de recursos previstas neste Plano de Manejo são: − Custeio do pessoal, guardas-parque e apoio; VIII.4 VIII - Implementação do Plano de Manejo − Material de consumo para a operação do Parque (manejo); − Investimentos em equipamentos; − Investimentos em infra-estrutura; − Investimentos em treinamento; − Ações voltadas para o entorno do Parque; − Desenvolvimento de projetos; e, − Investimentos para a prestação de serviços (visitação, apoio à pesquisa, serviços para a comunidade e outros). As necessidades e demandas do Parque Estadual foram definidas com base no presente Plano de Manejo, e serão abordadas no horizonte de atividades, programas e projetos a serem implementados a curto, médio e longo prazo. • FONTES DE RECURSOS Os recursos a serem utilizados na implementação do Plano de Manejo do Parque Estadual deverão ser provenientes principalmente de dotação orçamentária do Estado, podendo contudo ser originários de outras fontes, apresentadas a seguir: − Dotações orçamentárias dos Municípios e União; − Doadores, público, privado e organizações não governamentais; − Serviços prestados pelo Parque; − Concessão de serviços no Parque; − Convênios com instituições de pesquisas e outras com interesse em desenvolver atividades no Parque; e, − Financiadores nacionais e/ou internacionais de fundos ambientais. • INVESTIMENTOS E CUSTEIO Os totais relativos a custeios e investimentos do Parque Estadual são apresentados no item 7 deste capítulo. 5 - IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE APOIO E PROGRAMAS 5.1 - CURTO PRAZO Para o desenvolvimento de todo o conjunto de atividades previstas neste Plano de Manejo, faz-se necessária a implantação em curto prazo (i.e., até um ano após a aprovação do Plano de Manejo) de todo o conjunto de estruturas e equipamentos previstos nos Programas, subprogramas e projetos descritos abaixo. VIII.5 VIII - Implementação do Plano de Manejo 5.1.1 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO 5.1.1.1 - SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO A implantação do plano de manejo se fará a partir da implementação deste subprograma. A estruturação dos recursos humanos necessários para a apoiar a implantação e execução do subprograma de administração consiste de: – Gerente do Parque; – 1 Técnico em educação ambiental; – 1 Assistente no atendimento da visitação; – 2 Agentes de manutenção e apoio geral; – 2 Guarda-Parques. Após a contratação do quadro funcional, será necessário estruturar a administração do Parque para que as demais atividades deste subprograma possam ser implementadas: – Elaboração do projeto de gestão financeira da Unidade de Conservação; – Elaboração do regimento interno do Parque, de forma a enquadrar-se ao Plano de Manejo; e, – Treinamento dos funcionários e voluntários do Parque Estadual para as funções administrativas, técnicas e de proteção do Parque Estadual. 5.1.1.2 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS • PROJETO DE CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE VISITANTES E PONTOS DE APOIO • • OBJETIVO – Receber os visitantes, estudantes e o público em geral; – Realizar eventos voltados para o público, objetivando envolvê-los com o parque e, ao mesmo tempo, conhecer e adquirir material de divulgação e marketing do parque. ATIVIDADES A infra-estrutura já planejada previamente a este Plano de Manejo e aqui referendada deverá ser composta pelas seguintes edificações (figura VIII.01): – Centro de visitantes, com 154,17 m2, constituído de 1 sala para administração, 1 auditório, copa, banheiros, depósito e hall; – Almoxarifado, com 60,49 m2, constituída de copa, banheiro, depósito, abrigo coberto; – Sanitários, com 24,70 m2; e, – Estacionamento. VIII.6 VIII - Implementação do Plano de Manejo Figura VIII.01 - Infra-estrutura Projetada para o Parque Estadual VIII.7 VIII - Implementação do Plano de Manejo Além da infra-estrutura já planejada, o Parque deverá contar ainda com um Centro de Pesquisadores, distante da área de maior concentração de visitantes, que contenha um laboratório para fauna e flora, sala de estudos, acomodação para os pesquisadores, banheiros, cozinha com utensílios, um freezer horizontal com capacidade média de 400 litros e uma bancada com pia em duas cubas. Os equipamentos e materiais necessários para o gerenciamento da unidade, são prioritariamente os seguintes: – 02 escrivaninhas de madeira com 06 gavetas; – 02 armários de aço com duas portas; – 01 computador Pentium III; – 01 impressora a laser com impressão a cores; – 01 aparelho de fax; – 02 arquivos de aço com 6 gavetas; – 02 cadeiras giratórias; e, – 02 aparelhos de ar condicionado 18.000 Q/F. Demais equipamentos e materiais necessários para o manejo da UC deverão ser adquiridos, na medida em que os programas de manejo vierem a ser implementados. • NORMAS – A execução do projeto do centro de visitantes e demais instalações administrativas do parque deverão ser de responsabilidade do IAP, que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim; – Deverá ser realizada a revisão em campo do local onde será implantada a infraestrutura planejada; e, – A construção que abrigará o centro de visitantes e demais estruturas de apoio deverá ter uma arquitetura e estrutura integrada ao Parque Estadual. 5.1.1.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO O subprograma de Comunicação é caracterizado pelo conjunto de atividades necessárias para divulgação da Unidade de Conservação, além da sinalização interna e externa do Parque. É constituído por dois projetos: o Projeto de Comunicação e Divulgação e o Projeto de Sinalização. VIII.8 VIII - Implementação do Plano de Manejo • PROJETO DE COMUNICAÇÃO VISUAL • OBJETIVOS – • • Estabelecer um canal de comunicação com os usuários e comunidade externa; e informar ao público externo sobre a existência da unidade de conservação, seus atributos, projetos, plano de manejo, normas de conduta de circulação e trânsito. ATIVIDADES – Divulgação da logomarca do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Concepção, preparação e impressão do material promocional, incluindo: “folders” cartazes, cartilhas, revistas e outros; – Preparar o material de promoção e divulgação necessário para apoiar e atender às necessidades dos outros projetos; – Distribuição do material promocional no centro de visitantes, eventos, encontros e outras atividades externas; – Elaboração de folhetos explicativos sobre o Parque. NORMAS – A execução do projeto de material promocional será de responsabilidade da administração do Parque Estadual (IAP), que poderá delegar tal atividade para terceiros, desde que devidamente legalizado através de convênio ou outro instrumento afim; – O material promocional a ser produzido deve ser padronizado e inserido na filosofia de toda a estrutura do Governo do Estado do Paraná; – O material promocional deve ser mantido em registros da administração do Parque Estadual através do SIG; e, – Todo material promocional elaborado para o Parque deverá ser submetido à aprovação da administração do Parque (IAP). • PROJETO DE SINALIZAÇÃO • OBJETIVO – • Facilitar o desenvolvimento do uso público, principalmente a visitação, evitando-se que os usuários se percam ou que ponham suas vidas em risco por causa da falta de informação. ATIVIDADES – Definição dos locais para instalação das placas e mensagens; – Contratação de serviços de terceiros para elaboração do projeto (layout e estrutura das placas dentro da unidade); VIII.9 VIII - Implementação do Plano de Manejo • – Checar locais definidos para implantação da sinalização de acesso ao Parque (rodovias e estradas vicinais); – Sinalização em locais estratégicos do Parque Estadual (portal, centro de visitantes, estacionamento, trilhas, rodovia); – Confeccionar e implantar placas (indicando normas de conduta e circulação no seu interior; mapa do Parque, localização de cada um dos projetos e pontos de visitação, instalações disponíveis aos usuários, indicação das lixeiras, dentre outros). NORMAS – As placas deverão interferir o mínimo possível na paisagem; – As placas deverão conter a indicação do atrativo a ser visitado, a distância do percurso, o grau de dificuldade da caminhada e o tempo necessário para sua realização - bem como relevar as questões de segurança tal qual a obrigação ou não de estar acompanhado por um guia; e, – As propostas de modelos de placas deverão ser submetidas à aprovação do IAP. 5.1.2 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE 5.1.2.3 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO O Subprograma de Proteção visa a proteção da integridade e do patrimônio do Parque Estadual. Os seguintes projetos deverão, portanto, ser desenvolvidos concomitantemente à instalação das estruturas de apoio acima citadas e previamente ao desenvolvimento dos demais programas previstos neste Plano de Manejo: – Projeto de Vigilância; e, – Projeto de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. • PROJETO DE VIGILÂNCIA • OBJETIVOS – • Manter a integridade da unidade de conservação, seus recursos naturais, biodiversidade e ecossistemas, através de linhas de ação básicas direcionadas à prevenção e controle. ATIVIDADES – Manter sob controle (vigilância) os pontos vulneráveis dos limites do Parque Estadual Mata dos Godoy, bem como os principais pontos de entrada e saída de material; – Manter sob controle o deslocamento de pessoas e de material no interior do Parque, nos seus principais pontos de acesso, tais como portal principal, portões secundários e centro de visitantes; – Vigilância periódica nos limites do Parque, de forma a inibir a entrada de pessoas não autorizadas. Nos pontos mais críticos, tais como os limites secos e no ribeirão dos VIII.10 VIII - Implementação do Plano de Manejo Apertados, esta vigilância deverá ser mais intensa; • – Manutenção de um sistema de comunicação por rádio entre os veículos da vigilância e também das atividades operacionais para promover a comunicação de fatos estranhos que mereçam atuação da vigilância; e, – Incursões nos limites e no interior do Parque Estadual Mata dos Godoy para coibir as ações irregulares que eventualmente estiverem sendo realizadas no Parque. NORMAS – A vigilância e proteção é de responsabilidade dos guarda-parques do Parque Estadual Mata dos Godoy. As atividades poderão ser executadas por terceiros através de convênios e pelo Batalhão de Polícia Florestal; – Os guarda-parques deverão ser treinados de forma adequada para o desenvolvimento de atividades de vigilância, sendo que os mesmo deverão ser autorizados pelos órgãos competentes; – Os equipamentos a serem utilizados na vigilância deverão obedecer às normas legais, material de radiocomunicação e outros equipamentos de segurança; – Poderá se promover a contratação de terceiros, no caso, empresa especializada, desde que a mesma obedeça aos requisitos legais de segurança pública nos níveis federal e estadual; e, – Estas atividades serão executadas de forma contínua durante todo o período de existência do Parque Estadual Mata dos Godoy. • PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS • • OBJETIVOS – Prevenir e combater a ocorrência de incêndios florestais no interior do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Conscientizar a comunidade interna e externa à Parque Estadual Mata dos Godoy sobre a importância da prevenção e do controle de incêndios florestais, bem como dos possíveis danos que possa causa; e, – Contribuir com a proteção do patrimônio natural e a manutenção da integridade física do Parque Estadual Mata dos Godoy. ATIVIDADES – Promoção de um diagnóstico para avaliação e determinação das condições propícias para a propagação de incêndio no Parque Estadual Mata dos Godoy, incluindo: material combustível, condições climáticas, topografia e umidade do material combustível; – Formulação de um modelo com a determinação do Índice de Perigo de Incêndio, adaptado para as características do Parque Estadual Mata dos Godoy, tendo como referência modelos desenvolvidos em outros locais do país; VIII.11 VIII - Implementação do Plano de Manejo – Divulgação diária do Índice de Perigo de Incêndio para os usuários do Parque Estadual Mata dos Godoy, para tomar a devidas precauções nas atividades operacionais; – Divulgação do Índice de Perigo de Incêndio em placas localizadas em locais visíveis, principalmente nas margens das estradas e no portal de acesso ao Parque Estadual; – Campanha massiva de educação ambiental para a comunidade interna e externa ao Parque Estadual sobre o perigo e os danos causados pelos incêndios florestais, incluindo: jornais, panfletos, “folders”, comunicação via rádio e televisão e outras formas de comunicação; – Campanha intensa de educação ambiental junto aos trabalhadores dos diversos projetos executados no interior do Parque Estadual, incluindo a proibição do uso do fogo e queimadas, o controle do fumo pelos funcionários e outros; – Realização de cursos e palestras, em conjunto com o Corpo de Bombeiros sobre a importância do controle dos incêndios florestais; – Implantação de placas na margem das estradas orientando sobre o dano causado pelas queimadas e os riscos provocados pelo lançamento de restos de cigarro aceso no acostamento; – Organização de uma estrutura de vigilância com estrutura de comunicação ágil, para coletar diariamente informações sobre a ocorrência de queimadas no interior e nos limites do Parque Estadual; – As equipes de vigilância do Parque Estadual Mata dos Godoy devem coletar informações sobre a ocorrência de queimadas nos seus limites e também focos de incêndio no seu interior; – Monitoramento diário dos dados meteorológicos coletados nas estações existentes próximos ao Parque Estadual; – Implantação de aceiros nos limites entre o Parque Estadual e as propriedades onde serão efetuadas queimadas; – Estruturar uma Brigada de Incêndios Florestais com capacidade para combater incêndios florestais, através de convênio com a Prefeitura de Londrina; – Os membros das equipes de segurança e de controle de incêndio das unidades operacionais deverão ser transformados em membros da Brigada de Incêndio do Parque Estadual, e deverão participar das ações do projeto de prevenção; e, – Efetuar a aquisição de equipamentos adequados ao controle de incêndios, assim definidos: – 01 trator 55 cv traçado; – 01 roçadeira; – 01 trator com carreta tanque e bomba d’água de 2.300 l; – 04 roçadeiras costal wisqvarna; VIII.12 VIII - Implementação do Plano de Manejo • – 04 Rádio HT; – 01 almoxarifado 4 x 10 para os equipamentos; – material hidráulico; – 04 EPI’s com botas; – 04 foices e 04 enxadas com cabos. – Eliminação do material combustível que esteja armazenado ou disposto de forma inadequada, como por exemplo: restos de vegetação, de capina de área urbana, de margem de estrada e outros; – Estruturar um sistema de comunicação eficiente, com capacidade para atender às necessidades da Brigada de Combate a Incêndios; – Estabelecimento de convênio com outros Projetos e Programas em execução pelo próprio IAP e outras instituições para a dotação das Brigadas com equipamentos básicos para o combate a focos de incêndio em áreas florestais; – Registrar no SIG a estrutura de combate a incêndios, bem como as atividades desenvolvidas pelo Projeto e os resultados finais das ocorrências; – Manter em operação uma estrutura para abastecimento dos carros pipa e tanques com água para ser utilizada nos casos de emergência; e, – Criar uma unidade de operação, onde possa ser organizada toda a estrutura de combate a incêndios. NORMAS – Todo o material combustível gerado no interior do Parque Estadual deve ser acondicionado, armazenado ou disposto de forma adequada em locais onde não representem risco de incêndio; – Não será permitido em hipótese alguma o uso de queimada no interior do Parque Estadual; – Os executores de projetos no Parque Estadual devem se comprometer com todas as atividades de prevenção de incêndios ali desenvolvidas; – As atividades de prevenção de incêndios deverão ser registradas e monitoradas no SIG; – A integração deste projeto com os projetos de vigilância e de combate a incêndios deverá ser promovida, aumentado a eficácia de suas ações; VIII.13 VIII - Implementação do Plano de Manejo – A execução destes projetos é de responsabilidade do administrador do Parque Estadual, podendo o mesmo delegar tarefas para terceiros, desde que regulamentada através de convênio e similares; e, – O uso do fogo no interior do Parque Estadual sem a devida autorização será tratado como crime, e deverá ser enquadrado na legislação correspondente, incluindo a Lei de Crimes Ambientais. 5.1.2.1 - SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS • PROJETO DE RESTAURAÇÃO MATA DOS GODOY DE ÁREAS DEGRADADAS NO ENTORNO DO PARQUE ESTADUAL Este projeto, elaborado pela equipe do Laboratório de Biodiversidade e Restauração de Ecossistemas - LABRE, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina, tem como objetivo recuperar uma área de 12 ha na porção nordeste do Parque, especificamente na área nova adquirida pelo Decreto nº 3.917, de 30 de dezembro de 1997. O projeto completo encontra-se no Anexo 11. 5.1.3 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO 5.1.3.1 - SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL Recreação em área natural é entendida como uma forma buscada pelas pessoas de ocupação do tempo livre para se divertir e se auto desenvolver por meio do contato com a natureza. Este tipo de recreação prevê o mínimo ou nenhuma alteração do patrimônio natural. Os projetos indicados para este subprograma são: – Projeto de Observação de Aves; e, – Projeto Fotografia da Natureza. • PROJETO DE OBSERVAÇÃO DE AVES A diversidade biológica da avifauna, sua abundância, bem como a facilidade com que podem ser encontradas, tem despertado a curiosidade de milhões de pessoas que praticam a observação de aves em todo mundo, atividade conhecida como birdwatching ou simplesmente birding. O interesse sobre as aves tem sido de tal maneira, que atualmente existem milhões de pessoas interessadas em manter contato, quer seja através de estudos científicos quer seja pelo simples prazer de observá-las. Além das instituições científicas, existem milhares de clubes específicos para esta atividade espalhados por todo mundo, principalmente na Europa e América do Norte. O Brasil é o terceiro país no mundo em diversidade de espécies de aves, com cerca de 1680 espécies conhecidas, apresentando um grande potencial para esta atividade, potencial este estendido ao Parque Estadual Mata dos Godoy. No Brasil existem os Clubes de Observadores de Aves, voltados para o público leigo do país, porém com pequeno número de associados. VIII.14 VIII - Implementação do Plano de Manejo • OBJETIVO – • • Propiciar aos visitantes interessados, contato visual e auditivo com aves nativas encontradas no parque. ATIVIDADES – Definir, dentro das trilhas propostas no plano de manejo, qual percurso que permite maior facilidade para observação de aves; – Definir horário e dia de semana para a prática desta atividade pois a observação de aves necessita de comportamento diferenciado por parte dos praticantes, o que acarreta no fechamento da trilha para outro tipo de atividade. NORMAS Para que a prática de Observação de Aves seja uma experiência agradável e satisfatória para o visitante, é necessário que a administração e condutores sigam as normas a seguir, bem como repassem estas informações para os praticantes. A - Técnicas e Equipamentos Os equipamentos básicos para a observação de aves são: – Binóculos: É o equipamento básico e imprescindível para a aproximação visual permitindo a verificação de detalhes que auxiliarão na correta identificação das espécies; – Guias de campo: são livros especializados fundamentais para a identificação das aves. Eles podem ser elaborados com fotografias ou com desenhos e trazem detalhes de plumagem, de morfologia de bico, asas, etc, além de informações sobre dimorfismo sexual e distribuição geográfica; – Caderneta de Campo: Fundamental para anotação de detalhes sobre morfologia, desenhos com detalhes sobre a espécie, detalhes do ambiente, etc.; – Gravador: Este aparelho serve para efetuar gravações de vocalizações e para realização de play-back, que consiste em gravar o canto da espécie em observação e apresentá-lo novamente ao mesmo indivíduo, estimulando-o a defender seu território, o que o torna mais visível; Além do equipamento básico é importante levar para as saídas a campo: mochila para acomodar a caderneta de campo, lápis, canivete, bússola ou GPS, máquina fotográfica, cantil com água, capa de chuva, pacotes plásticos, protetor solar, repelente,etc.; B - Condução de Grupos e Conduta do praticante – O guia de birdwatching deve ser uma pessoa interessada, conhecedora das aves, estudiosa e que possua espírito de liderança, interagindo com todo grupo; – A melhor época para observação é na primavera e no verão, quando as aves estão na VIII.15 VIII - Implementação do Plano de Manejo estação reprodutiva, tornando-se mais ativas e evidentes. O melhor horário de observação é pelo início da manhã e no final da tarde; – Para uma boa prática de observação de aves, é necessário que se tenha muita calma, paciência e concentração. O silêncio é fundamental, para não afugentar as aves; – É importante identificar corretamente uma espécie de cada vez, observando todos os seus detalhes, avaliando seu comportamento e coletando o máximo de informações possíveis sobre o seu ambiente, concentrando-se na vocalização. Consultar sempre os guias de campo e anotar as dúvidas para uma correta identificação; – O ideal é grupo de poucas pessoas, no máximo 5, e que, na mesma trilha e ao mesmo tempo, haja apenas grupos específicos para observação de aves. Para que não haja interferência na experiência de cada grupo, estes devem se manter distanciados; e, – Os grupos devem agendar previamente as visitas com a administração do parque, para conhecimento dos procedimentos. • PROJETO FOTOGRAFIA DA NATUREZA O Parque Estadual Mata dos Godoy apresenta fauna e flora rica na quantidade e diversidade de espécies, algumas delas endêmicas. A imponência deste ecossistema pode gerar condições para se desfrutar de um roteiro de observar e fotografar as suas belezas naturais, inclusive da fauna existente no interior do Parque. O projeto Fotografia da Natureza pode ser praticado a pé, pela trilha já existente ou em outras a serem abertas. Por meio desta atividade o praticante utiliza a fotografia como instrumento de registro de paisagens naturais e da vida selvagem. Não há limite de idade para esta prática e seu único pré-requisito é um certo conhecimento na arte de fotografar. Além de ser uma atividade de mínimo impacto, ela pode colaborar com a preservação dos recursos naturais, constatando agressões ao meio ambiente. • OBJETIVO – • Fotografar o ambiente natural, a flora, os rios, os pássaros e animais em geral, podendo ser feita por fotógrafos amadores ou profissionais, em pequenos grupos ou individualmente. ATIVIDADES – Organizar e manter estruturado a infra-estrutura básica para o desenvolvimento de caminhadas em grupos ou isoladas pelas trilhas propostas; – Concepção e estruturação dos locais de observação da fauna e flora; – Promover a capacitação de guias para acompanhar visitantes no uso destas trilhas; e, – Integrar o projeto com outros subprogramas e programas em execução no Parque. VIII.16 VIII - Implementação do Plano de Manejo • NORMAS Para que a prática da Fotografia da Natureza seja uma experiência agradável e satisfatória para o visitante, é necessário que a administração e condutores sigam as normas a seguir, bem como repassem estas informações para os praticantes. – Roupa e calçado confortável, com calça comprida. Se possível camuflada ou em cores ocres e verdes, para se mimetizar com a paisagem; – Equipamentos úteis: Capa de chuva; Boné ou chapéu; Cantil ou garrafa d’água; Lanterna; Repelente; Protetor solar e Estojo de primeiros socorros; – Uso de filmes de ASA 400, pois a luz é mais escassa dentro da mata, além de teleobjetivas de, no mínimo, 200mm; – Levar somente os equipamentos necessários, para evitar peso excessivo e sobrecarga; – Os grupos interessados em Fotografia da Natureza devem agendar suas visitas; – Se houver o interesse de fotografar a fauna local seria interessante que a visita fosse nos dias e horários para Observação de Aves, pois a conduta também deve ser silenciosa; e, – O condutor deve ter conhecimento de técnicas fotográficas. 5.1.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA 5.1.4.1 - SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS • PROJETO TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA COM A PREFEITURA DE LONDRINA O ICMS Ecológico é denominação de um Programa de incentivo a conservação da biodiversidade desenvolvido pelo IAP desde 1991, a partir da aprovação da Lei Estadual nº 59/91. Este incentivo se apóia na possibilidade aberta pelo artigo 158 da Constituição Federal que define, entre outros que: (a) O volume de recursos financeiros arrecadados pelo Estado em função do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS deve ser repartido entre o Estado e os municípios, ficando 25% para estes e, 75% para aqueles; (b) Que dos 25% a serem repassados aos municípios, no mínimo ¾ deve ser repassado em função de um critério denominado Valor Adicionado Fiscal, de caráter produtivista; (c) Que os outros ¼ dos recursos a que os municípios têm direito podem ser repassados na forma de Lei Estadual. Foi a partir desta possibilidade que o Estado do Paraná, pioneiramente no Brasil aprovou a Lei Estadual a Lei n° 59/91, que define, entre outros, que parte dos recursos serão repassados aos municípios que possuem unidades de conservação ou que sejam diretamente influenciados por ela. VIII.17 VIII - Implementação do Plano de Manejo O cálculo do índice percentual a que o município tem direito é feito pelo IAP, que para tal leva em conta duas grandes variáveis, uma quantitativa, outra qualitativa. A quantitativa diz respeito ao tamanho da unidade de conservação, a qualitativa é decomposta de uma série de sub-itens, que vão desde o planejamento para gestão das unidades de conservação até a performance dos municípios em relação à questão ambiental, passando por aspectos de implantação, manutenção, realização de pesquisas, relação com a comunidade, entre outros. As verificações visando a efetivação dos cálculos são feitas anualmente, quando é levado em conta, dentre outras a postura do município em relação à unidade de conservação, pois quanto mais melhor estiver conservada, melhor será a performance financeira dos municípios. Toda avaliação é materializada num documento denominado tecnicamente de “Tábua de Avaliação”, que na prática objetiva um conjunto de variáveis. Esta Tábua deve conter as questões fundamentais relacionadas às necessidades das unidades de conservação. Visando facilitar a participação dos municípios cabe ao gerente da unidade de conservação como agente de melhoria da mesma, buscar a Prefeitura Municipal e buscar o ajuste da relação, preferencial ente através de Termos de Compromissos, que são documentos unilaterais assinados pelo Prefeito e anuídos pelo Gerente, ou por outro representante do IAP, bem como pelo Ministério Público, entre outros parceiros. • OBJETIVO – • • Motivar a Prefeitura Municipal de Londrina a assinar um Termo de Compromisso comprometendo-se a tomar parte da gestão do Parque. ATIVIDADES – Elaboração do Termo de Cooperação Técnica pelo IAP e submetê-lo a Prefeitura; – Assinatura do Termo de Cooperação; e, – Implementação dos processos acordados por ambas as partes. NORMAS – O ICMS Ecológico será repassado ao município enquanto a unidade de conservação estiver fazendo jus ao registro no cadastro Estadual de Unidades de Conservação, ou seja, enquanto estiverem sendo desenvolvidas atividades de planejamento, implementação, e manutenção, tais a manutenção das vias de acesso ao Parque, a coleta de lixo, a disponibilização de funcionários e auxílio na construção e manutenção de infra-estrutura do Parque, dentre outros que venham a ser acordados para que propicie a adequada conservação da referida Unidade; e, – O ICMS Ecológico será repassado à Prefeitura Municipal de Londrina, que será parceira na gestão do Parque Estadual. VIII.18 VIII - Implementação do Plano de Manejo • PROJETO INCENTIVO À CRIAÇÃO DE RPPN´S A criação de RPPN’s (Reservas Naturais do Patrimônio Natural) constitui uma das principais estratégias que têm garantido a preservação de áreas naturais no Estado do Paraná ou no Brasil. Tais reservas permitem a seus proprietários participarem ativamente e de maneira cidadã do processo de conservação dos recursos naturais, além de oferecerem aos mesmos certas vantagens, tais como isenção parcial do Imposto Territorial Rural, e aos municípios maior participação no ICMS Ecológico estadual. Permite, ainda, maior agilidade aos órgãos ambientais no processo de criação de novas unidades de conservação integral, uma vez que desoneram o Estado de criação de processos específicos de criação e implantação de novas unidades de conservação e de contratação de recursos humanos para seu manejo. • • • OBJETIVOS – Efetuar a proteção de remanescentes florestais de interesse biológico existentes no entorno do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Permitir a criação de novas áreas de preservação no contexto da área de amortecimento do Parque através da participação comunitária dos moradores e proprietários de terras da área; – Permitir a formação de corredores de biodiversidade para a fauna local, contribuindo para o estabelecimento do Programa Rede da Biodiversidade do Governo do Estado do Paraná; e, – Auxiliar nos processos de educação ambiental e sensibilização das comunidades do entorno, bem como nos processos de fiscalização de atividades degradantes da região. ATIVIDADES – Levantamento das áreas com potencial para criação de RPPNs no entorno do Parque Estadual; – Realização de contato com o proprietário e sua sensibilização para com a questão ambiental e necessidade de preservação de áreas de entorno do Parque (interface com o subprograma de Sensibilização das Comunidades do Entorno); – Apoio técnico e fomento, por parte do IAP, aos proprietários interessados em criar RPPN’s. NORMAS – O IAP deverá priorizar o contato e criação de RPPN’s em áreas onde for constatada maior fragilidade ambiental devido à pressão antrópica e que possam desaparecer pela instituição de áreas agricultáveis ou de pastagens. Deverá ainda priorizar a aquisição de remanescentes florestais em condições ecológicas satisfatórias em áreas do entorno mais próximas do Parque, a fim de constituir corredores para a fauna regional; VIII.19 VIII - Implementação do Plano de Manejo – O IAP deverá oferecer suporte técnico a proprietários de terras interessados na criação de RPPNs, bem como facilitar e agilizar o processo interno de criação das mesmas; – O IAP deverá efetuar a gestão junto à Prefeitura Municipal de Londrina e de demais municípios da área de entorno do Parque para a efetiva participação das mesmas no processo de regulamentação e criação de RPPN’s, isenção do ITR e participação no recebimento do ICMS Ecológico. 5.1.4.2 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL • PROJETO DE PREVENÇÃO AO ATROPELAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES • • • OBJETIVOS – Evitar o atropelamento de animais silvestres que transitam pela rodovia PR-538 na área do Parque e entorno, bem como o risco de acidentes com veículos; e, – Diminuir os efeitos deletérios que atuam sobre a fauna do Parque. ATIVIDADES – Instalação de placas indicativas da travessia de animais silvestres nos limites do Parque (portais), bem como ao longo da rodovia; e, – Instalação de lombadas ao longo do trecho da rodovia PR.538 a atravessar o Parque. NORMAS – As placas indicativas da presença de animais silvestres ao longo da rodovia deverão ser instaladas em ambos os lados da rodovia, em número de pelo menos quatro (4) de cada lado; – As placas deverão ser elaboradas em interface com o projeto de sinalização do subprograma de comunicação; – As lombadas deverão ser instaladas logo à entrada do Parque, e dispostas pelo menos em número de seis ao longo do trecho da rodovia a atravessar o Parque Estadual; e, – As lombadas deverão ser instaladas pelo DER, segundo critérios para rodovias do porte da PR-538. 5.2 - MÉDIO PRAZO O horizonte de médio prazo refere-se a programas que deverão ter seu início até três anos após a aprovação do Plano de Manejo. 5.2.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO 5.2.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA Os seguintes temas de pesquisa são considerados como prioritários para o conhecimento VIII.20 VIII - Implementação do Plano de Manejo da biodiversidade do Parque, devendo ser prioritários em relação àqueles previstos em longo prazo: • TEMAS DE PESQUISA INDICADOS – Mapeamento pedológico de detalhe e semi-detalhe, tendo como base os trabalhos de campo e análise das características granulométricas, químicas e morfológicas dos solos da região do Parque Estadual; – Caracterização da interrelação do solo com o conjunto das atividades desenvolvidas no Parque Estadual, gerando informações para o manejo adequado; – Detalhar o mapeamento das fisionomias de vegetação existentes no Parque; – Estudos fitossociológicos e de inventários florísticos destas áreas, inclusive de espécies não arbóreas; – Estudos dos estágios de sucessão ecológica e micro-habitats presentes; – Estudo da regeneração natural e processos demográficos das espécies arbóreas raras ou em risco de extinção da flora local, a saber: Neomitranthes glomerata, Ficus luschnatiana, Aspidosperma polyneuron (peroba), Balfourodendon riedelianum (paumarfim), Euterpe edulis (palmiteiro), Croton floribundus, Astronium graveolens, Lonchocarpus muehlbergianus, Jacaratia spinosa, Casearia gossypiosperma, Machaerium paraguariense, Myrocarpus frondosus e Tabebuia heptaphylla. – Avaliação dos efeitos dos cipós sobre a vegetação; – Estudo da dinâmica de clareiras do Parque Estadual; – Estudos do efeito de borda do Parque Estadual; – Levantamento e delimitação de áreas alteradas e de diferentes processos de uso e ocupação do solo no contexto do Parque em estudo e da área de entorno; – Levantamento de marsupiais, morcegos e roedores; – Estudo dos padrões de movimentação e da área de vida de pequenos mamíferos (morcegos, marsupiais e roedores) do Parque e entorno; – Estudo dos padrões de movimentação e da área de vida de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual e entorno; – Estudo de comunidades de morcegos utilizando diferentes estratos vegetacionais; – Frugivoria e dispersão de sementes por mamíferos terrestres; – Estudo da diversidade genética e fluxo gênico de vertebrados florestais do Parque e entorno; – Estudo da viabilidade populacional da anta (Tapirus terrestris) na área do Parque ; – Estudo da biologia e dinâmica populacional de aves ameaçadas de extinção; – Estudo comparado de comunidades de aves do Parque Estadual e de áreas florestais do entorno da Unidade de Conservação; VIII.21 VIII - Implementação do Plano de Manejo – Estudo da biologia e densidade populacional local da caninana (Spilotes pullatus); – Estudo da biologia e densidade populacional local da muçurana (Clelia plumbea); – Estudo comparado das comunidades de anfíbios anuros do Parque e entorno; – Determinação dos sítios de ocupação e temporada de vocalização da rã-dascorredeiras-de-floresta, Crossodactylus sp.; – Determinação dos sítios de ocupação e dieta da rã-touro (Rana catesbeiana) no Parque Estadual e entorno com vistas a seu manejo e controle; – Prospecção dos sítios arqueológicos na área do parque e na sua Zona de Amortecimento; e, – Levantamento e cadastramento de sítios arqueológicos históricos e pré-históricos. 5.2.1.2 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL Os projetos indicados neste subprograma e que devem ser implementados em médio prazo, são: – Projeto de Monitoramento do Ribeirão dos Apertados; – Projeto de Monitoramento de Indivíduos de Santa Bárbara (Melia azedarach) para Avaliação do Impacto Sobre a Vegetação Nativa; – Projeto de Monitoramento do Impacto da Rodovia PR-538 sobre a Fauna do Parque e Aproveitamento Científico de Carcaças; e, – Projeto de Monitoramento do Uso Público. • PROJETO DE MONITORAMENTO DO RIBEIRÃO DOS APERTADOS • OBJETIVO – • Monitorar a qualidade hídrica do ribeirão dos Apertados, através de análises sistemáticas e sazonais (período seco e chuvoso), para que medidas preventivas sejam tomadas quando se constate que a qualidade das suas águas esteja se deteriorando no decorrer do tempo. ATIVIDADES – O monitoramento envolve as atividades de planejamento, coleta das amostras de água, análise das amostras coletadas, o armazenamento e o processamento dos dados, que serão interpretados, gerando diagnósticos técnicos periódicos de qualidade da água. – A caracterização da água do ribeirão dos Apertados, se dará através da coleta e análises físico-químicas e biológicas em pontos significativos (entrada, meio e saída do Parque) e em duas etapas que traduzem os períodos sazonais, estação seca e estação chuvosa; – Os parâmetros físicos a serem analisados deverão ser aqueles estabelecidos na Resolução 20/86 do CONAMA: temperatura do ar; temperatura da água; VIII.22 VIII - Implementação do Plano de Manejo condutividade elétrica; sólidos totais, dissolvidos, sedimentáveis e suspensos; turbidez; • – Os parâmetros químicos a serem analisados deverão ser aqueles estabelecidos na Resolução 20/86 do CONAMA: alcalinidade; acidez; dureza; bemanda química de oxigênio (DQO); demanda bioquímica de oxigênio (DBO); nitrogênio total; oxigênio dissolvido; óleos e graxas; pH; fósforo; organoclorados e organofosforados; – Parâmetros bacteriológicos para serem analisados: coliformes totais e coliformes fecais; – Identificar, localizar e cadastrar os pontos de coleta da água em mapa, com escala compatível; – Documentar através de fotografia e descrever o ambiente envolvente de cada ponto durante a coleta coleta; – Armazenar e preservar corretamente as amostras até a chegada em laboratório; e, – A partir dos resultados, elaborar os relatórios e integrar os dados ao SIG. NORMAS – As atividades de coletas e análise de qualidade da água deverão ser realizadas por técnicos especializados, tendo-se o cuidado de se registrar as características climáticas no dia da coleta de água; – A metodologia adotada para coleta da água deverá basear-se em normas da CETESB, podendo ser adaptadas às condições das áreas em questão; e, – As análises deverão ser executadas de acordo com métodos reconhecidos e aceitos internacionalmente, como o STANDARD METHODS FOR THE ANALYSIS OF WATER AND WASTEWATER, última edição. • PROJETO DE MONITORAMENTO DE INDIVÍDUOS DE SANTA BÁRBARA (MELIA AZEDARACH) PARA AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA • OBJETIVOS – • Avaliar o impacto de Melia azedarach sobre a vegetação nativa como subsídio para efetuar a recomposição da faixa ciliar (preservação permanente) hoje invadida com a espécie exótica, principalmente na Zona de Recuperação (próxima ao ribeirão dos Apertados). ATIVIDADES – Estabelecimento de um termo de cooperação entre o IAP e instituições de ensino e pesquisa de nível superior da região e do Estado para o desenvolvimento dessa atividade em conjunto com o IAP; – Definição de parâmetros de avaliação; – Instalação de parcelas permanentes para monitoramento de impactos causados pela VIII.23 VIII - Implementação do Plano de Manejo espécie exótica sobre a vegetação nativa; e, – • Proposição de medidas de manejo e/ou retirada da espécie, conforme os resultados obtidos. NORMAS – O presente projeto deverá ser realizado por profissionais especializados; – Os resultados dados deverão ser organizados de modo a torná-los disponíveis e acessíveis aos integrantes dos outros projetos de pesquisa e ao público em geral; e, – Os resultados do sistema de monitoramento deverão ser periodicamente documentados em relatório para apreciação do IAP e integrados no sistema de informações geográficas (SIG). • PROJETO DE MONITORAMENTO DO IMPACTO DA RODOVIA PR-538 PEMG E APROVEITAMENTO CIENTÍFICO DE CARCAÇAS SOBRE A FAUNA DO O impacto que estradas de rodagem causam sobre a fauna é irreversível e se não forem adotadas medidas nos projetos de engenharia de tais obras, como a construção de túneis de passagem, cercas, sinalizadores, radar, tais impactos não podem ser minimizados. Entretanto os animais mortos atropelados podem ser aproveitados cientificamente, sendo um material de grande valor para pesquisas, podendo fornecer informações difíceis de obter em campo. Neste caso específico, o exemplar coletado deve ser encaminhado a uma instituição de pesquisa com um projeto definido para tal. • OBJETIVO – • • Avaliar o impacto que a rodovia PR-538 causa sobre a fauna do Parque e entorno com total aproveitamento científico das carcaças encontradas. ATIVIDADES – Informar os diferentes agentes sobre a necessidade de coletar animais silvestres encontrados atropelados ou de informar as pessoas capacitadas para tal para o fazerem; – Coleta do exemplar atropelado com o cuidado de anotar procedência correta (data, local e o coletor do exemplar e demais informações que julgar importantes); – Estabelecer um protocolo de informações sobre cada exemplar encontrado atropelado que possa ser utilizado em futuras obras para reduzir este impacto; e, – Destinar o material para instituições de pesquisa. NORMAS – O monitoramento a ser realizado deverá ter autorização do gerente da unidade; – Os exemplares coletados deverão obrigatoriamente ser destinados a coleções museológicas; VIII.24 VIII - Implementação do Plano de Manejo – As carcaças encontradas deverão ser destinadas a instituições de ensino e pesquisa; e, – Cópias de todas as pesquisas e publicações sobre o parque deverão ser encaminhadas e arquivadas na administração do mesmo. • PROJETO DE MONITORAMENTO DO USO PÚBLICO A metodologia para o monitoramento de uso público, indicado para este trabalho, consiste no Limite Aceitável de Câmbio, (STANKEY et al., 1985, in TAKAHASHI, 1998). O sucesso da metodologia LAC depende do estabelecimento de indicadores, padrões e principalmente de um contínuo monitoramento dos recursos. O monitoramento fornece um feedback sistemático sobre o funcionamento das ações de manejo e identifica as ações que necessitam de mudanças, alertando administradores sobre mudanças externas que podem afetar as condições e recursos da área (TAKAHASHI, 1998). • OBJETIVO – Fornecer subsídios para que a administração e funcionários do Parque possam perceber o nível de impacto antrópico bem como realizar ações para minimizar tais alterações. • ATIVIDADES o ETAPA 1 - Identificação dos valores e interesses especiais das áreas de uso público As atividades de visitação serão realizadas com base na proposta de Zoneamento. Nesses locais deverão ser identificadas as características especiais com relação ao uso público e principais problemas de manejo. Devem ser definidas as áreas destinadas ao uso público concentrado (contato freqüente entre os visitantes), no caso a Zona de Uso Intensivo (Centro de Visitantes, entrada principal e estacionamento) e quais terão uso disperso (trilhas). o ETAPA 2 - Seleção dos indicadores das condições recreativas e ecológicas Os indicadores são elementos específicos da condição recreativa e ecológica e, para serem selecionadas, deve-se levar em consideração a sua facilidade de serem quantificados. Estes elementos, quando analisados em conjunto, deverão descrever as condições das áreas destinadas ao uso público. Nos Anexos 12.A e 12.B encontram-se exemplos de indicadores para este trabalho. o ETAPA 3 - Inventário das condições ecológicas e recreativas existentes O inventário deve ser orientado através dos indicadores selecionados na etapa 2 e os dados obtidos devem ser mapeados de forma que as condições e a localização dos indicadores sejam conhecidos. o ETAPA 4 - Especificação dos padrões para os indicadores Através da análise do inventário na etapa 3, define-se um padrão para cada indicador, VIII.25 VIII - Implementação do Plano de Manejo especificando o máximo de impacto aceitável que cada indicador pode mostrar. O padrão de um indicador pode variar conforme a zona em que este se encontra, por exemplo, na zona de uso extensivo o padrão é mais rígido que na zona de uso intensivo. o ETAPA 5 - Identificação das opções para as classes de oportunidades (zonas) O objetivo desta etapa é decidir quais padrões para os indicadores recreativos e ecológicos devem ser mantidos para cada zona. Esta decisão depende da opinião conjunta do administrador do Parque e dos monitores. o ETAPA 6 – Identificação das ações de manejo para cada opção Identificam-se os problemas existentes através da comparação das condições existentes (etapa 3) com os padrões (etapa 4) e quais ações de manejo podem solucioná-los. o ETAPA 7 - Avaliação e seleção da opção preferida Através da avaliação da administração do Parque e dos monitores ou voluntários, seleciona-se qual ação de manejo deverá ser implementada. Para esta decisão é imprescindível a análise do custo de cada ação. o ETAPA 8 - Implementar ações e monitorar as condições Com a opção selecionada, as ações de manejo são executadas em um programa de monitoramento instituído. • NORMAS – Todas as atividades de monitoramento deverão ser realizadas por profissionais especializados; – Os dados existentes deverão ser organizados de modo a torná-los disponíveis e acessíveis aos integrantes dos outros projetos de pesquisa e ao público em geral; – Todo material coletado deverá ser encaminhado para análise em laboratórios de instituições de pesquisa especializados; – Quando necessário, deverão ser realizados sobrevôos, imagens de satélite ou fotografias aéreas para subsidiar o monitoramento; e, – Os resultados do sistema de monitoramento deverão ser periodicamente documentados em relatório e integrados no sistema de informações geográficas (SIG). 5.2.2 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO 5.2.2.1 - SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL O projeto de Educação Ambiental deverá ser elaborado e implantado em médio prazo. Temas específicos prioritários que devem ser trabalhados no âmbito deste subprograma, e ofertados pela Unidade são: VIII.26 VIII - Implementação do Plano de Manejo 1. Curso de Legislação Ambiental; 2. Palestra sobre ação humana e qualidade das águas; 3. Animais e plantas ameaçados de extinção; 4. Animais peçonhentos e vetores biológicos; 5. Controle de atividades degradantes do meio ambiente; 6. Importância da conservação de florestas; e, 7. Lixo e poluição; entre outros. 5.2.3 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO 5.2.3.1 - SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS Em médio prazo deverá ser elaborado e implantado o projeto de construção do centro de pesquisadores, a construção da torre de observação; sistema de radiocomunicação do Parque, além dos equipamentos e materiais necessários para mobiliar e atender às necessidades dos projetos indicados. 5.2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA Os subprogramas a serem implantados em médio prazo são: Sensibilização das Comunidades e Subprograma de Alternativas de Desenvolvimento, cujos projetos deverão ser elaborados até o prazo previsto. Os projetos indicados para o Subprograma de Controle Ambiental, a serem implementados a médio prazo são descritos a seguir. 5.2.4.1 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL • PROJETO FISCAL COLABORADOR. O projeto de fiscal colaborador será desenvolvido visando dotar o subprograma de Proteção do Parque Estadual Mata dos Godoy de agentes da comunidade que colaboram com a sua proteção. Esse projeto deve estar ser realizado em estreita parceria com o subprograma de Educação Ambiental. • OBJETIVOS – Criar uma rede de agentes internos e externos ao Parque Estadual, que colaborem com a sua proteção no âmbito do Programa de Proteção; – Contribuir para a proteção dos limites do Parque Estadual Mata dos Godoy contra a ação de terceiros não autorizados; – Contribuir para a proteção o patrimônio natural do Parque Estadual; e, – Contribuir para a implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy. VIII.27 VIII - Implementação do Plano de Manejo • • ATIVIDADES – Formação de fiscais colaboradores que residem próximo aos limites do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Criação de uma rede de comunicação entre os fiscais colaboradores e o Projeto de Vigilância para facilitar o fluxo de informações; – Estabelecimento de um acordo formal entre o IAP e os fiscais colaboradores definindo as responsabilidades, direitos e obrigações de cada um; – Formação e capacitação de agentes para colaborar com a vigilância do Parque Estadual; – Envolvimento da comunidade do entorno com a proteção dos recursos naturais do Parque Estadual; – Controle sobre a entrada e saída de pessoas e material do Parque, principalmente nos locais com maior dificuldade de acesso; e, – Manter sob controle (vigilância) os pontos vulneráveis dos limites do Parque Estadual, bem como os principais pontos de entrada e saída de pessoas. NORMAS – O fiscal colaborador atuará no apoio à vigilância tradicional, não tendo o poder de polícia, que pode ser atribuído aos agentes do IAP ou do BPFlo; – Os fiscais serão cadastrados no IAP, sendo que, na oportunidade, firmarão um acordo definindo as atribuições, responsabilidades e direito de cada um; – A atividade de fiscal colaborador é voluntária, sendo que os mesmos não serão remunerados para tal; – A inclusão de fiscais colaboradores no projeto será objeto de aprovação pela administração do Parque Estadual Mata dos Godoy; e, – As atividades desenvolvidas pelos fiscais colaboradores deverão ser registradas no SIG. • PROJETO RECUPERAÇÃO DO RIBEIRÃO DOS APERTADOS O ribeirão dos Apertados constitui o principal curso d’água a atravessar o Parque, sendo possivelmente a principal fonte de água para dessedentação dos animais silvestres locais. Com o estabelecimento da agropecuária, as matas ciliares dos principais cursos d’água foram desaparecendo em conseqüência da expansão das lavouras, impactando fortemente a fauna nas áreas de campo, de matas e capões adjacentes; com as queimadas, a compactação do solo e a desconfiguração do ambiente natural; com a poluição ambiental dos insumos industriais, dos dejetos, etc. Dada a estreita interação da integridade da flora versus a fauna, a VIII.28 VIII - Implementação do Plano de Manejo necessidade de regulação da dinâmica hídrica (em particular nas cabeceiras dos arroios), bem como a necessidade de manutenção da integridade cênica peculiar da região, justifica-se a realização de ações de recomposição da vegetação nativa e de outras práticas que a favoreçam, nos estabelecimentos do entorno e da região. • • • OBJETIVOS – Efetuar o controle de resíduos sólidos e outros elementos comprometedores da qualidade da água presentes ao longo do ribeirão dos Apertados, mantendo as mesmas em condições adequadas de balneabilidade e para consumo; e, – Recompor a vegetação nativa das matas ciliares e de galeria e apoiar a recomposição dos mesmos ambientes, em áreas limítrofes ou outras, de interesse especial. ATIVIDADES – Limpeza e retirada constante dos resíduos sólidos (lixo, etc) presentes ao longo do curso do ribeirão dos Apertados ; – Recuperação das matas ciliares do ribeirão dos Apertados a montante do Parque, com espécies florestais nativas; – Implantar/recuperar canais de conectividade, para favorecer a recuperação/manutenção da fauna; e, – Executar ações/treinamento de combate ao fogo, nos campos e matas. NORMAS – As atividades de recuperação e limpeza do ribeirão dos Apertados deverão ser efetuadas pela Prefeitura Municipal de Londrina e supervisionadas pelo IAP; – O IAP deverá fornecer mudas e orientação técnica quanto à recuperação das matas ciliares do ribeirão dos Apertados a montante do Parque; e, – O IAP deverá fiscalizar constantemente o trecho do ribeirão dos Apertados a montante do Parque, orientando e, quando necessário, disciplinando os moradores locais.quanto a métodos adequados de deposição de resíduos e efluentes. 5.3 - EM LONGO PRAZO O horizonte de longo prazo refere-se a programas que deverão ter seu início até cinco anos após a aprovação do Plano de Manejo. 5.3.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO 5.3.1.1 - SUBPROGRAMA DE PESQUISA Temas a serem pesquisados: – Estudo da ecologia alimentar de carnívoros e ungulados do Parque e entorno; VIII.29 VIII - Implementação do Plano de Manejo – Avaliação do uso do hábitat e ecologia alimentar de mamíferos semi-aquáticos (lontra, cuíca d’água e capivara) e ribeirinhos (mão-pelada, cachorro-do-mato, morcegopescador e paca) do Parque e entorno; – Estudo comparado das comunidades de serpentes e lagartos do Parque e entorno; – Estudo comparado da diversidade de insetos do Parque e entorno; e, – Estudo das interações insetos-plantas do Parque. Além desses temas, diversos outros previstos para início a médio prazo poderão ainda ser desenvolvidos de maneira contínua a longo prazo, caso os objetivos e métodos específicos de cada projeto assim o exigirem. 6 - MONITORIA E AVALIAÇÃO INTEGRADA DO PLANO DE MANEJO Tendo em vista a necessidade de conservar os seus recursos naturais, e ao mesmo tempo em que se utilizá-los de forma adequada, é necessário estabelecer critérios para o seu uso. A Monitoria e Avaliação Integrada do Plano de Manejo é um instrumento que assegurará a interação entre o planejamento e a execução, possibilitando a correção de desvios e a retroalimentação permanente de todo o processo de planejamento, gerando assim subsídios e informações para a elaboração dos Planos de Operação Anual e para a revisão do Plano de Manejo a cada 5 (cinco) anos. Os projetos previstos em cada subprograma seguem um fluxograma natural de desenvolvimento, passando por uma fase inicial de diagnóstico, seguida por uma fase de manejo ambiental (segundo as necessidades levantadas pela fase de diagnóstico) e culminando em uma fase de monitoramento. Dependendo dos resultados obtidos, o monitoramento poderá indicar novas necessidades de manejo ambiental, seguidas por novo monitoramento e assim sucessivamente. Esta situação se justifica pela dinâmica que o Plano de Manejo exibe naturalmente em sua evolução. • • OBJETIVOS – Obter dados específicos e sistemáticos que subsidiem a reavaliação periódica do Plano de Manejo; e – Gerar informações que permita a correção de rumo e adequação dos projetos em execução. ATIVIDADES A estratégia de atuação compreende a avaliação anual do cumprimento das seguintes atividades: – Definição do cronograma para o desenvolvimento dos projetos e o prazo limite para sua avaliação anual; VIII.30 VIII - Implementação do Plano de Manejo – Estabelecimento e revisão de normas e parâmetros gerais do Parque Estadual e específicas de cada zona; – Estabelecimento e revisão de normas e parâmetros dos projetos em execução; – Avaliação do cumprimento dos objetivos e metas dos projetos em execução; – Acompanhamento do cronograma de execução de cada programa e projeto; – Auditoria dos métodos de registro e processamento das atividades executadas; – Avaliação da qualidade ambiental, impactos, controle e medidas de correção e adequação; – Aferição dos equipamentos para o monitoramento (lupas, binóculos, unidades de GPS, outros) dentro dos padrões técnicos recomendados (INMETRO, ABNT, entre outros); – Geração de informações para a elaboração dos Planos Operacionais Anuais dos projetos previstos no Parque Estadual; – Reuniões anuais para avaliação integrada, envolvendo pessoal do IAP, executores e outros especialistas externos, quando for o caso; – Acompanhamento da evolução e desenvolvimento do ambiente físico e dos recursos naturais biológicos existentes no Parque Estadual, através de imagens de satélites, fotos aéreas, imagens de radar, ou vistoria in loco; e, – Obter dados sistemáticos que subsidiem a reavaliação do Plano de Manejo. Esse acompanhamento deverá ser efetuado pela administração do Parque Estadual, que precisará articular as ações dos diversos atores que integrarão o conjunto de programas propostos para a unidade de conservação. Nesse contexto, sugere-se o acompanhamento através de formulário apresentado no quadro VIII.01, citado no Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Proteção Integral (IBAMA, 2002). Quadro VIII.01 - Formulário de Monitoria e Avaliação Anual ÁREA AÇÕES ESTÁGIOS DE IMPLEMENTAÇÃO R PR REPRODUÇÃO NR R - Realizada PR - Parcialmente Realizada VIII.31 CUSTO OBSERVAÇÃO VIII - Implementação do Plano de Manejo NR - Não Realizada • NORMAS – As atividades de manejo não poderão exceder o grau de manejo estabelecido no zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy; – As atividades desenvolvidas no interior do Parque Estadual devem ser compatíveis com os seus objetivos e seu Plano de Manejo, não comprometendo os seus recursos; – Os projetos de manejo que não estiverem em conformidade com a avaliação anual deverão ser regularizados ou até cancelados no caso de reincidência; – O Parque Estadual deverá ser provido de pessoal necessário, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, para a execução de todos os serviços; – O monitoramento deverá se pautar no projeto específico aprovado, pela legislação ambiental e pelas condicionantes do IAP, caso sejam necessárias; – Manter registro atualizado no SIG de todas as informações novas que venham a ser incorporadas, através da execução dos programas. 6.1 - SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS O Sistema de Informações tem como premissa integrar e auxiliar as atividades desenvolvidas pelos Programas do Parque Estadual Mata dos Godoy em ambiente computacional, tendo como ferramenta o Sistema de Informações Geográficas (SIG). O SIG é um poderoso instrumento de trabalho de otimização das atividades previstas em todos os projetos, pois integra operações comuns de Banco de Dados com os benefícios da visualização e análises espaciais oferecidos pelos mapas. Com o SIG a análise das informações e as tomadas de decisões, poderão ser feitas de forma mais rápida e precisa. Para um melhor resultado na utilização do SIG do Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy, há necessidade de mantê-lo em constante atualização, integrando os dados existentes aos novos. Com o cruzamento de várias informações no contexto de um ou diferentes projetos, pode-se ter uma visão ampla e estratégica da UC, podendo-se também gerar novos produtos. • • OBJETIVOS – Criar um SIG do Parque Estadual Mata dos Godoy; – Sistematizar as informações coletadas e integrar os diferentes bancos de dados existentes e aqueles a serem gerados; e, – Disponibilizar as informações do Manejo do Parque Estadual para os seus usuários. ATIVIDADES – Para a criação do Centro de Geoprocessamento: construção da rede de informações, com uma estação principal e três estações para consulta e visualização dos dados. As VIII.32 VIII - Implementação do Plano de Manejo estações de consulta devem ser definidas pelo IAP e deverão ser instaladas nos seguintes locais: 1.SEMA 2.Centro de Geoprocessamento do IAP 3.IAP – Regional Londrina 4.Gerência do Parque Estadual • – Definir a periodicidade da atualização dos dados de acordo com cada tipo de informação e cada projeto; – Disponibilizar as informações do Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy para os executores de projetos; – Efetuar a manutenção do Sistema de Informações Geográficas; – Contratação (se for o caso), treinamento e capacitação do pessoal responsável pela consulta e manutenção do SIG; – Efetuar a inserção de dados; – Consultas; – Análises; e, – Efetuar a integração com todos os projetos e programas, com destaque para a administração. NORMAS – A equipe técnica necessária para operação do SIG deverá ser composta pelos seguintes profissionais: 1. Estação principal: Formação superior, especialização em Geoprocessamento, conhecimento pleno em informática e conhecimento em software ESRI ArcInfo e ArcView; 2. Estações de consulta: Formação nível médio e conhecimento satisfatório em informática; • – A atualização do SIG deverá ocorrer na estação principal, cuja seleção e tratamento de informações deverá ser feita pelo responsável pela sua manutenção; – A administração do SIG deverá ser efetuada de forma conjunta pelo IAP e pelos executores de projetos com base em uma norma de relacionamento estabelecida em conjunto. PRIORIDADES – Definir o local da estação principal; VIII.33 VIII - Implementação do Plano de Manejo – Definir os locais das estações de consulta; – Definir a forma de conexão entre o servidor e os usuários; – Implantação do SIG; e, – Início da operação e manutenção do SIG. 7 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO E ORÇAMENTO O cronograma físico apresenta um indicativo geral da implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy, indicando o fluxo para a implantação de cada um dos programas a serem executados como parte integrante do seu manejo (quadros VIII.02 a VIII.04). A perspectiva geral apresentada é que, nos 05 (cinco) primeiros anos de execução do Plano de Manejo, sejam implantados os principais subprogramas indicados no cronograma, de modo que na revisão a ser realizada nesta oportunidade seja possível discutir e redirecionar todas as propostas apresentadas. A implantação dos projetos indicados é de responsabilidade geral do administrador do Parque Estadual, no caso o IAP. No entanto, o mesmo poderá delegar a preparação e até a implantação de diversos projetos a terceiros que tenham interesse direto ou indireto na sua execução. A implantação da maioria dos projetos de manejo deve ser efetuada em parcerias com representantes de outras instituições e entidades que possam atuar como executores ou no apoio direto aos projetos, incluindo a comunidade local, instituições de pesquisa, universidades, entidades e instituições privadas entre outras. O Programa de Conhecimento poderá ser iniciado imediatamente, caso o Conselho Consultivo do Parque assim recomende. No entanto, a sua implementação dependerá da articulação do IAP com instituições de pesquisa interessadas em desenvolver atividades no interior do Parque Estadual, bem como a viabilização de recursos financeiros externos para apoiar tais atividades. O Programa de Uso Público possui condições para ser iniciado no curto prazo, principalmente nas atividades de educação ambiental que são fundamentais para a implantação do Plano de Manejo. Os projetos vinculados à integração com o entorno e ao lazer deverão ser iniciados a médio-longo prazo, sendo necessária a articulação do IAP com a comunidade local, prefeitura e com interessados em desenvolver o lazer e recreação no Parque Estadual. O total previsto para a implementação do Plano de Manejo (i.e., para o desenvolvimento dos programas e projetos) é de no mínimo R$ 1.617.000,00 (Hum milhão, seiscentos e dezessete mil reais). Nesta previsão não estão considerados os valores relativos a custeio, pagamentos e demais encargos de pessoal do IAP a atuar na administração da Unidade. VIII.34 VIII - Implementação do Plano de Manejo A seguir, apresenta-se uma súmula dos totais de recursos necessários para implementação de cada um dos Programas, Subprogramas e Projetos previstos para um horizonte de Curto Prazo. 7.1 - CURTO PRAZO 7.1.1 - IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS − Centro de Visitantes e pontos de apoio (R$ 190.000,00). 7.1.2 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO − Projeto de Vigilância (R$ 30.000,00); e, − Projeto de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais ( R$ 135.000,00). 7.1.3 - SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO − Projeto de Comunicação Visual (R$ 5.000,00); e, − Projeto de Sinalização (R$ 20.000,00) 7.1.4 - PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE − Projeto de Restauração de Áreas Degradadas no Entorno do Parque Estadual Mata dos Godoy (a definir). 7.1.5 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO − Projeto Observação de Aves (sem custos adicionais); e, − Projeto Fotografia da Natureza (sem custos adicionais); 7.1.6 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA − Projeto Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura de Londrina (sem custos adicionais); − Projeto Incentivo à Criação de RPPN’s (sem custos adicionais); − Projeto de Prevenção de Atropelamentos de Animais Silvestres (R$ 10.000,00). 7.2 - MÉDIO PRAZO Para um horizonte de Médio Prazo, os seguintes Programas, Subprogramas e Projetos deverão ser implementados: 7.2.1 - PROGRAMA DE CONHECIMENTO − Subprograma de Pesquisa como um todo (R$ 447.000,00) − Projeto de Monitoramento do Ribeirão dos Apertados (R$ 120.000,00) VIII.35 VIII - Implementação do Plano de Manejo − Projeto de Monitoramento de Indivíduos de Santa Bárbara (Melia azedarach) para Avaliação do Impacto Sobre a Vegetação Nativa (R$ 10.000,00) − Projeto de Monitoramento do Impacto da Rodovia PR-538 sobre a Fauna do Parque e Aproveitamento Científico de Carcaças (R$ 10.000,00) − Projeto de Monitoramento do Uso Público (R$ 10.000,00) 7.2.2 - PROGRAMA DE USO PÚBLICO − Subprograma de Educação Ambiental (R$ 20.000,00). 7.2.3 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO − Alojamento de pesquisadores (R$ 100.000,00). 7.2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA − Subprograma de Sensibilização das Comunidades (R$ 20.000,00); − Subprograma de Controle Ambiental (R$ 10.000,00); e, − Subprograma de Alternativas de Desenvolvimento (R$ 10.000,00). Além desses projetos, convém ressaltar a continuidade de diversos outros iniciados a curto prazo, os quais demandarão desde aquele período orçamentos próprios. 7.3 - LONGO PRAZO Em longo prazo, o montante previsto encontra-se em torno dos R$ 70.000,00, destinado aos projetos de pesquisa a terem início neste período. Esse valor, contudo, deverá ser acrescido dos valores relativos a programas de curto e médio prazo a serem desenvolvidos continuamente até esta fase. Prevê-se também neste prazo, a construção do Centro de Convenções, com capacidade para cerca de 250 pessoas, orçado inicialmente em R$ 400.000,00, totalizando, R$ 470.000,00 para este período. VIII.36 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.02 – Subprogramas a Serem Implantados em Curto Prazo SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO IAP A definir PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO Administração e Finanças Contratação de pessoal para exercer as funções técnicas e administrativas do Parque Estadual Elaboração do projeto de gestão financeira da Unidade de Conservação; Estruturação da administração do Parque Estadual Mata dos Godoy; Definição de venda de “souvenirs”; Definição de cobrança de taxa de entrada; Elaboração do regimento interno do Parque Treinamento dos funcionários e voluntários do Parque Estadual para as funções administrativas, técnicas e de proteção do Parque Estadual IAP Infra-estrutura e Equipamentos Construção das estruturas de apoio (Centro de Visitantes e Pontos de Apoio) 190.000,00 IAP, DER Comunicação e Divulgação Implantação do projeto de comunicação visual Implantação do projeto de sinalização VIII.37 5.000,00 20.000,00 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.02 – Subprogramas a Serem Implantados em Curto Prazo (continuação) SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE IAP/BPFLO/ Bombeiros Proteção Implantação do projeto de Vigilância Implantação do projeto de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 30.000,00 135.000,00 Manejo dos Recursos Naturais Implantar projeto de Restauração de Áreas Degradadas no Entorno do Parque Estadual Mata dos Godoy (Prof. José Marcelo Torezan) IAP/ UEL A definir PROGRAMA DE USO PÚBLICO IAP/ ONG’s/ empresas Recreação e Interpretação Ambiental Implantar projeto de Observação de Aves Implantar projeto Fotografia da Natureza Relações Públicas PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA IAP/ Pref. Londrina /DER Implantar projeto Termo de Cooperação Técnica com a prefeitura de Londrina Implantar projeto Incentivo à criação de RPPN’s Sem custos adicion Sem custos adicion. Sem custos adic. Sem custos adic. Controle Ambiental Projeto de Prevenção de Atropelamentos de Animais Silvestres SUBTOTAL VIII.38 10.000,00 390.000,00 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.03 – Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO PROGRAMA DE CONHECIMENTO IAP Pesquisa Mapeamento pedológico de detalhe e semi-detalhe, tendo como base os trabalhos de campo e análise das características granulométricas, químicas e morfológicas dos solos da região do Parque Estadual Caracterização da interrelação do solo com o conjunto das atividades desenvolvidas no Parque Estadual, gerando informações para o manejo adequado. Detalhar o mapeamento das fisionomias de vegetação existentes no Parque Estudos fitossociológicos e de inventários florísticos destas áreas, inclusive de espécies não arbóreas Estudos dos estágios de sucessão ecológica e micro-habitats presentes Estudo da regeneração natural e processos demográficos das espécies arbóreas raras ou em risco de extinção da flora local, a saber: Neomitranthes glomerata, Ficus luschnatiana, Aspidosperma polyneuron (peroba), Balfourodendon riedelianum (pau-marfim), Euterpe edulis (palmiteiro), Croton floribundus, Astronium graveolens, Lonchocarpus muehlbergianus, Jacaratia spinosa, Casearia gossypiosperma, Machaerium paraguariense, Myrocarpus frondosus e Tabebuia heptaphylla. Avaliação dos efeitos dos cipós sobre a vegetação Estudo da dinâmica de clareiras do Parque Estadual Estudos do efeito de borda do Parque Estadual Levantamento e delimitação de áreas alteradas e de diferentes processos de uso e ocupação do solo no contexto do Parque em estudo e da área de entorno. VIII.39 20.000,00 5.000,00 15.000,00 15.000,00 8.000,00 45.000,00 12.000,00 12.000,00 10.000,00 5.000,00 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.03 – Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo (continuação) SUBPROGRAMAS ATIVIDADES Projeto de Montagem de uma Coleção de Sementes, Carpoteca, Xiloteca e outros Elementos da Flora. Implantação de arboreto com espécies raras e ameaçadas de extinção junto ao Centro de Visitantes Levantamento de marsupiais, morcegos e roedores Estudo dos padrões de movimentação e da área de vida de pequenos mamíferos (morcegos, marsupiais e roedores) do Parque e entorno Estudo dos padrões de movimentação e da área de vida de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual e entorno Estudo de comunidades de morcegos utilizando diferentes estratos vegetacionais Frugivoria e dispersão de sementes por mamíferos terrestres Estudo da diversidade genética e fluxo gênico de vertebrados florestais do Parque Estadual e entorno Estudo da viabilidade populacional da anta (Tapirus terrestris) na área do Parque Estadual Estudo da biologia e dinâmica populacional de aves ameaçadas de extinção Estudo comparado de comunidades de aves do Parque Estadual e de áreas florestais do entorno da Unidade de Conservação Estudo da biologia e densidade populacional local da caninana (Spilotes pullatus) Estudo da biologia e densidade populacional local da muçurana (Clelia plúmbea) Estudo comparado das comunidades de anfíbios anuros do Parque Estadual e entorno Determinação dos sítios de ocupação e temporada de vocalização da rãdas-corredeiras-de-floresta, Crossodactylus sp VIII.40 RESPONS. CUSTO 20.000,00 30.000,00 10.000,00 12.000,00 30.000,00 8.000,00 12.000,00 30.000,00 20.000,00 40.000,00 12.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 8.000,00 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.03 – Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo (continuação) SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO 8.000,00 Determinação dos sítios de ocupação e dieta da rã-touro (Rana catesbeiana) no Parque e entorno com vistas a seu manejo e controle Prospecção dos sítios arqueológicos na área do parque e na sua Zona de Amortecimento Levantamento e cadastramento de sítios arqueológicos históricos e préhistóricos. 20.000,00 10.000,00 IAP Monitoramento Ambiental Implantação do projeto de monitoramento do ribeirão dos Apertados Projeto de Monitoramento de Indivíduos de Santa Bárbara (Melia azedarach) para Avaliação do Impacto Sobre a Vegetação Nativa Projeto de Monitoramento do Impacto da Rodovia PR-538 sobre a Fauna do Parque e Aproveitamento Científico de Carcaças Projeto de Monitoramento do Uso Público 120.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 PROGRAMA DE USO PÚBLICO 20.000,00 Educação Ambiental Elaborar projeto de educação ambiental com temas específicos (recursos hídricos, flora, fauna, áreas degradadas) PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO IAP Infra-estrutura e Equipamentos Construção do alojamento de pesquisadores VIII.41 100.000,00 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.03 – Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo (continuação) SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA IAP Sensibilização das Comunidades 20.000,00 Parcerias com entidades que desenvolvam atividades de educação ambiental no município Cursos de capacitação 10.000,00 Controle Ambiental Implantação do projeto Fiscal Colaborador Projeto Recuperação do Ribeirão dos Apertados 10.000,00 Alternativas de Desenvolvimento Parceria com a Emater para proposição de técnicas adequadas de uso do solo, aplicação de agrotóxicos e preservação de qualidade ambiental dos cursos d’água da região Propor sistemas alternativos de tratamento de efluentes domésticos, recolhimento e destinação do lixo SUBTOTAL 757.000,00 VIII.42 VIII - Implementação do Plano de Manejo Quadro VIII.04 – Subprogramas a Serem Implantados em Longo Prazo SUBPROGRAMAS ATIVIDADES RESPONS. CUSTO PROGRAMA DE CONHECIMENTO IAP Pesquisa Estudo da ecologia alimentar de carnívoros e ungulados do Parque e entorno Avaliação do uso do hábitat e ecologia alimentar de mamíferos semiaquáticos (lontra, cuíca-d´água e capivara) e ribeirinhos (mão-pelada, cachorro-do-mato, morcego-pescador e paca) do Parque e entorno Estudo comparado das comunidades de serpentes e lagartos do Parque e entorno Estudo comparado da diversidade de insetos do Parque e entorno Estudo das interações insetos-plantas do Parque 12.000,00 20.000,00 14.000,00 12.000,00 12.000,00 PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO Infra-Estrutura e Equipamentos Elaboração do projeto e implantação do Centro de Convenções SUBTOTAL TOTAL GERAL VIII.43 IAP 400.000,00 470.000,00 1.605.000,00 IX - Bibliografia IX - BIBLIOGRAFIA AGUIAR, L. M. S. & TADDEI, V. A. Workshop sobre a Conservação dos Morcegos Brasileiros. Chiroptera Neotropical [S.i.] 1 (2):24-29. 1995. ANCIÃES, M. 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IX.16 ANEXO 2a - FITOSSOCIOLOGIA DA TIPOLOGIA FLORESTAL PREPONDERANTE NO PARQUE ESTADUAL ESPÉCIES Ficus luschnathiana Trichilia clausenii Galesia integrifolia Mortas Cipó 01 NI Guarea kunthiana Chrysophyllum gonocarpum Nectandra megapotamica Euterpe edulis Aspidosperma polyneuron Actinostemon concolor Cabralea canjerana Alchornea triplinervia Alseis floribunda Trichilia pallida Campomanesia xanthocarpa Ocotea cf silvestris Sorocea bonplandii Cipó 02 Ocotea silvestris Inga marginata Parapiptadenia rigida Bougainvillea spectabilis Ocotea diospyrifolia Styrax acuminatus Ocotea elegans Mollinedia clavigera NOME VULGAR N IND. Figueira 5 Catiguá-vermelho 102 Pau-d´alho 7 47 44 20 Pau-d´arco, Jitó 32 Aguaí, Peroba-branca 28 Canela-imbuia 16 Palmito 28 Peroba-rosa 8 27 Canjarana 18 Tapiá 7 Goiabeira, Quina-de-São-Paulo 9 Baga-de-morcego 14 Guabiroba 7 9 Xinxo 10 9 7 Ingá 8 Angico 4 Buganvilha 7 Canela-louro 4 Carne-de-anta 8 Canela-ferro 5 7 POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA AB ABS D ABS FR ABS AB REL D REL FR REL I V C IVI IND./ha m²/ha % % % % % 0-200 % 0-300 19,23 44,16 38,46 0,83 48,37 1,95 49,20 51,15 392,31 2,56 92,31 17,00 2,80 4,69 19,80 24,49 26,92 8,18 38,46 1,17 8,96 1,95 10,13 12,08 180,77 1,44 46,15 7,83 1,58 2,34 9,41 11,75 169,23 1,53 92,31 7,33 1,67 4,69 9,01 13,70 76,92 3,41 84,62 3,33 3,73 4,30 7,06 11,36 123,08 0,88 69,23 5,33 0,96 3,52 6,29 9,81 107,69 1,19 84,62 4,67 1,30 4,30 5,97 10,27 61,54 2,96 61,54 2,67 3,24 3,13 5,91 9,03 107,69 1,07 61,54 4,67 1,17 3,13 5,84 8,96 30,77 3,77 30,77 1,33 4,13 1,56 5,46 7,02 103,85 0,71 69,23 4,50 0,78 3,52 5,28 8,80 69,23 1,99 84,62 3,00 2,18 4,30 5,18 9,47 26,92 3,61 30,77 1,17 3,96 1,56 5,13 6,69 34,62 2,34 30,77 1,50 2,56 1,56 4,06 5,62 53,85 0,42 53,85 2,33 0,47 2,73 2,80 5,53 26,92 1,17 30,77 1,17 1,28 1,56 2,45 4,01 34,62 0,64 38,46 1,50 0,70 1,95 2,20 4,15 38,46 0,14 38,46 1,67 0,15 1,95 1,82 3,77 34,62 0,19 23,08 1,50 0,21 1,17 1,71 2,88 26,92 0,49 23,08 1,17 0,54 1,17 1,70 2,87 30,77 0,26 38,46 1,33 0,28 1,95 1,62 3,57 15,38 0,86 30,77 0,67 0,94 1,56 1,61 3,17 26,92 0,36 15,38 1,17 0,40 0,78 1,56 2,35 15,38 0,80 23,08 0,67 0,88 1,17 1,55 2,72 30,77 0,09 30,77 1,33 0,10 1,56 1,44 3,00 19,23 0,41 30,77 0,83 0,45 1,56 1,29 2,85 26,92 0,10 30,77 1,17 0,11 1,56 1,28 2,84 ESPÉCIES Eugenia florida Lonchocarpus muehlbergianus Inga striata Lauraceae 03 Cyathea sp. Trichilia casaretii Machaerium stipitatum Croton floribundus Casearia decandra Lauraceae 01 Guarea macrophylla Casearia sylvestris Chrysophyllum marginatum Margaritaria nobilis Cedrela fissilis Myrtaceae 01 Lauraceae 02 Myrtaceae 05 Asteraceae 01 Cupania vernalis Nectandra lanceolata Dalbergia sp. Jacaranda puberula Holocalyx balansae Trichilia sp 01 Rapanea umbellata Calyptrantes sp. Syagrus romanzoffiana Bauhinia sp. Lauraceae 04 NOME VULGAR Guamirim Guaianã, Rabo-de-bugio Ingá Baga-de-morcego Marmeleiro-do-mate, Sapuva Capixingui Guaçatunga Ataúba, Marinheiro Cafezeiro-bravo Aguaí-vermelho Aquiqui Cedro Camboatá Canela-amarela Caroba Alecrim Capororocão Jerivá N AB ABS D ABS FR ABS AB REL D REL FR REL I V C IVI IND. IND./ha m²/ha % % % % % 0-200 % 0-300 3 11,54 0,53 15,38 0,50 0,58 0,78 1,08 1,86 5 19,23 0,22 15,38 0,83 0,24 0,78 1,07 1,85 3 11,54 0,43 23,08 0,50 0,47 1,17 0,97 2,14 3 11,54 0,38 15,38 0,50 0,41 0,78 0,91 1,69 4 15,38 0,15 7,69 0,67 0,16 0,39 0,83 1,22 4 15,38 0,11 23,08 0,67 0,12 1,17 0,79 1,96 4 15,38 0,09 30,77 0,67 0,10 1,56 0,77 2,33 4 15,38 0,08 15,38 0,67 0,09 0,78 0,75 1,53 3 11,54 0,21 23,08 0,50 0,23 1,17 0,73 1,90 2 7,69 0,34 15,38 0,33 0,37 0,78 0,70 1,48 2 7,69 0,29 15,38 0,33 0,32 0,78 0,66 1,44 3 11,54 0,12 15,38 0,50 0,13 0,78 0,63 1,42 3 11,54 0,08 23,08 0,50 0,08 1,17 0,58 1,75 2 7,69 0,22 7,69 0,33 0,24 0,39 0,57 0,96 2 7,69 0,21 15,38 0,33 0,23 0,78 0,57 1,35 3 11,54 0,06 23,08 0,50 0,07 1,17 0,57 1,74 1 3,85 0,36 7,69 0,17 0,39 0,39 0,56 0,95 3 11,54 0,05 23,08 0,50 0,05 1,17 0,55 1,72 3 11,54 0,04 7,69 0,50 0,05 0,39 0,55 0,94 3 11,54 0,04 15,38 0,50 0,05 0,78 0,55 1,33 3 11,54 0,03 23,08 0,50 0,04 1,17 0,54 1,71 1 3,85 0,31 7,69 0,17 0,34 0,39 0,50 0,89 2 7,69 0,09 15,38 0,33 0,10 0,78 0,44 1,22 2 7,69 0,06 15,38 0,33 0,06 0,78 0,40 1,18 2 7,69 0,05 15,38 0,33 0,06 0,78 0,39 1,17 2 7,69 0,04 15,38 0,33 0,04 0,78 0,37 1,15 2 7,69 0,03 7,69 0,33 0,03 0,39 0,37 0,76 1 3,85 0,12 7,69 0,17 0,14 0,39 0,30 0,69 1 3,85 0,12 7,69 0,17 0,13 0,39 0,30 0,69 1 3,85 0,08 7,69 0,17 0,09 0,39 0,26 0,65 ESPÉCIES Didymopanax morototoni Cecropia pachystachya Endlicheria paniculata Myrcia sp 03 Machaerium stipitatum Neomitrantes glomerata Rauvolfia sellowii Sloanea monosperma Myrocarpus sp. Annona cacans Aegiphila mediterranea Casearia sp. Myrtaceae 02 Guapira opposita Balfourodendron riedelianum Peltophorum dubium Plinia trunciflora Lonchocarpus sp 01 Allophyllus guaraniticus Myrtaceae 04 NOME VULGAR Mandiocão Embaúba Canela Marmeleiro-do-mato, Sapuva Guamirim Grão-de-gato Sapopema Araticum-cagão Maria-mole Pau-marfim Canafístula Vacum Total Legenda: N AB ABS D ABS FR ABS AB REL D REL FR REL I V C IVI IND. IND./ha m²/ha % % % % % 0-200 % 0-300 1 3,85 0,06 7,69 0,17 0,07 0,39 0,24 0,63 1 3,85 0,06 7,69 0,17 0,07 0,39 0,23 0,62 1 3,85 0,05 7,69 0,17 0,06 0,39 0,22 0,61 1 3,85 0,04 7,69 0,17 0,05 0,39 0,22 0,61 1 3,85 0,04 7,69 0,17 0,04 0,39 0,21 0,60 1 3,85 0,04 7,69 0,17 0,04 0,39 0,21 0,60 1 3,85 0,04 7,69 0,17 0,04 0,39 0,21 0,60 1 3,85 0,03 7,69 0,17 0,03 0,39 0,20 0,59 1 3,85 0,02 7,69 0,17 0,03 0,39 0,19 0,58 1 3,85 0,02 7,69 0,17 0,02 0,39 0,19 0,58 1 3,85 0,02 7,69 0,17 0,02 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,02 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,02 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 1 3,85 0,01 7,69 0,17 0,01 0,39 0,18 0,57 600 2.307,69 91,30 1.969,23 100,00 100,00 100,00 N Ind.: número de indivíduos AB Abs: abundância absoluta em ind./ha D Abs: dominância absoluta em m2 / ha FR Abs: freqüência absoluta em % AB Rel: abundância relativa em % D Rel: dominância relativa em % FR Rel: :freqüência relativa em % IVC: valor de cobertura (valor máximo = 200) IVI: valor de importância (valor máximo = 300) 200,00 300,00 ANEXO 2b - FITOSSOCIOLOGIA DA TIPOLOGIA FLORESTA INUNDÁVEL NO PARQUE ESTADUAL POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA ESPÉCIE NOME VULGAR N AB ABS D ABS FR ABS AB REL IND. IND./ha m²/ha % % Cipó 12 600,00 2,93 100,00 29,27 Mimosaceae 01 1 50,00 9,56 100,00 2,44 NI 2 100,00 2,82 100,00 4,88 Bauhinia sp. 2 100,00 2,34 100,00 4,88 1 50,00 2,87 100,00 2,44 3 150,00 1,37 100,00 7,32 4 200,00 0,41 100,00 9,76 2 100,00 1,52 100,00 4,88 Chrysophyllum gonocarpum Aguaí, Peroba-branca Trichilia catigua Catiguá Actinostemon concolor Lonchocarpus guillemineanus Rabo-de-bugio Cupania vernalis Camboatá 2 100,00 1,22 100,00 4,88 Ocotea elegans Canela-ferro 3 150,00 0,42 100,00 7,32 Mortas 2 100,00 0,57 100,00 4,88 Eugenia 01 2 100,00 0,25 100,00 4,88 1 50,00 0,65 100,00 2,44 1 50,00 0,46 100,00 2,44 1 50,00 0,33 100,00 2,44 1 50,00 0,30 100,00 2,44 Verbenaceae 01 1 50,00 0,28 100,00 2,44 TOTAL 41 2.050,00 28,31 1.700,00 100,00 Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Ruprechtia laxiflora Farinha-seca Plinia rivularis Balfourodendron riedelianum Pau-marfim Legenda: N Ind.: número de indivíduos AB Abs: abundância absoluta em ind./ha D Abs: dominância absoluta em m2 / ha FR Abs: freqüência absoluta em % AB Rel: abundância relativa em % ANEXO 2c - FITOSSOCIOLOGIA DA TIPOLOGIA FLORESTA SECUNDÁRIA MISTA COM ESPÉCIES NATIVAS E MELIA AZEDARACH NO PARQUE ESTADUAL POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA ESPÉCIE NOME VULGAR Lonchocarpus muehlbergianus Guaianã, Rabo-de-bugio Melia azedarach Santa-Bárbara, Cinamomo Morta N AB ABS D ABS FR ABS AB REL D REL FR REL IVC IVI IND. IND./ha m²/ha % % % % % 0-200 % 0-300 11 550,00 12,77 100,00 40,74 49,30 20,00 90,04 110,04 12 600,00 8,40 100,00 44,44 32,44 20,00 76,88 96,88 1 50,00 4,39 100,00 3,70 16,94 20,00 20,64 40,64 Parapiptadenia rigida Angico 2 100,00 0,25 100,00 7,41 0,98 20,00 8,38 28,38 Zanthoxylum riedelianum Mamica-de-porca 1 50,00 0,09 100,00 3,70 0,35 20,00 4,05 24,05 27 1.350,00 25,90 500,00 100,00 100,00 100,00 200,00 300,00 TOTAL Legenda: N Ind.: número de indivíduos AB Abs: abundância absoluta em ind./ha D Abs: dominância absoluta em m2 / ha FR Abs: freqüência absoluta em % AB Rel: abundância relativa em % D Rel: dominância relativa em % FR Rel: :freqüência relativa em % IVC: valor de cobertura (valor máximo = 200) IVI: valor de importância (valor máximo = 300) ANEXO 2d - FITOSSOCIOLOGIA DA TIPOLOGIA REFLORESTAMENTO DE ESPÉCIES NATIVAS NO PARQUE ESTADUAL POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA NOME VULGAR ESPÉCIE N AB ABS D ABS FR ABS AB REL D REL FR REL IND. IND./ha m²/ha % % % % IVC IVI % 0-200 % 0-300 Parapiptadenia rigida Angico 6 300,00 5,50 100,00 27,27 35,58 14,29 62,85 77,14 Peltophorum dubium Canafístula 4 200,00 5,12 100,00 18,18 33,10 14,29 51,28 65,57 Colubrina glandulosa Sobrasil 3 150,00 2,44 100,00 13,64 15,79 14,29 29,42 43,71 Tabebuia heptaphylla Capixingui 4 200,00 1,23 100,00 18,18 7,96 14,29 26,14 40,43 Croton floribundus Ipê-roxo 2 100,00 0,54 100,00 9,09 3,50 14,29 12,59 26,88 Alchornea triplinervia Tapiá 2 100,00 0,53 100,00 9,09 3,42 14,29 12,51 26,80 Mortas 1 50,00 0,10 100,00 4,55 0,66 14,29 5,20 19,49 TOTAL 22 1.100,00 15,47 700,00 100,00 100,00 100,00 200,00 300,00 Legenda: N Ind.: número de indivíduos AB Abs: abundância absoluta em ind./ha D Abs: dominância absoluta em m2 / ha FR Abs: freqüência absoluta em % AB Rel: abundância relativa em % D Rel: dominância relativa em % FR Rel: :freqüência relativa em % IVC: valor de cobertura (valor máximo = 200) IVI: valor de importância (valor máximo = 300) ANEXO 3 - LISTA CONSOLIDADA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY SEGUNDO A LITERATURA E OS LEVANTAMENTOS DE CAMPO POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA FAMÍLIA ESPÉCIE ACANTHACEAE Jacobinia carnea (Lindl.) G. Nicholson ACANTHACEAE Justicia brasiliana Roth. ANACARDIACEAE Astronium graveolens Jacq. ANACARDIACEAE Toxicodendron striata Kuntze NOME VULGAR Gonçalo-alves ANNONACEAE Annona cacans Warm. Araticum-cagão ANNONACEAE Rollinia silvatica Mart. Araticum-do-mato APOCYNACEAE Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Peroba-rosa APOCYNACEAE Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. APOCYNACEAE Forsteronia refracta Muell. Arg. APOCYNACEAE Peschiera australis (Muell. Arg.) Miers APOCYNACEAE Rauwolfia sellowii Muell. Arg. Leiteiro ARALIACEAE Coudenbergia warmingiana March. Grão-de-gato ARALIACEAE Didymopanax morototoni cne et Planch. Mandiocão ARECAEAE Euterpe edulis Mart. Palmito ARECAEAE Syagrus romanzifolia (Cham) Glassman - (Cocos romanzoffiana Cham.) Jerivá ASTERACEAE Mikania micrantha H.B. & K. ASTERACEAE Asteraceae 01 BIGNONIACEAE Jacaranda puberula Cham. Caroba BOMBACACEAE Chorisia speciosa St.Hil. Paineira BOMBACACEAE Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robins Paineira-rosa BORAGINACEAE Cordia ecaulyculata Vell. BORAGINACEAE Patagonula americana L. BROMELIACEAE Tillandsia tricholepis Baker Guajuvira CAESALPINIACEAE Bauhinia sp. CAESALPINIACEAE Holocalyx balansae Mich. Alecrim CAESALPINIACEAE Peltophorum dubium (Spreng) Taub. Canafístula CARICAEAE Jacaratia spinosa (Aubl.) D.C. Jaracatiá CECROPIACEAE Cecropia pachystachya Embaúba CYATHEACEAE Cyathea sp. ELAEOCARPACEAE Sloanea monosperma Vell. EUPHORBIACEAE Actinostemon concolor (Spreng.) M. Arg. Sapopema FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR EUPHORBIACEAE Alchonea glandulosa Poepp. Folha-redonda EUPHORBIACEAE Alchonea triplinervia (Spreng) M. Arg. Tapiá EUPHORBIACEAE Croton floribundus Spreng. Capixingui EUPHORBIACEAE Margaritia nobilis L.F. EUPHORBIACEAE Pera glabrata (Schott) Baill. Tabocuva EUPHORBIACEAE Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Leiteiro EUPHORBIACEAE Sebastiania brasiliensis Spreng Branquilho EUPHORBIACEAE Sebastiania comersoniana (Baillon) Smith & Downs Branquilho EUPHORBIACEAE Tetrorchidium rubrivenium Poepp & Endl Peroba-d´água FABACEAE Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Macbr. Grápia FABACEAE Dalbergia frutescens (Vell.) Button Grão-de-porco FABACEAE Dalbergia sp. FABACEAE Erytryna falcata Benth. FABACEAE Lonchocarpus campestris Nass. FABACEAE Lonchocarpus guillemineanus (Tul.) Malme Rabo-de-bugio FABACEAE Lonchocarpus muehlbergianus Nass. Rabo-de-bugio FABACEAE Machaerium hatshibachii Rudd. FABACEAE Machaerium minutifolium Tul. FABACEAE Machaerium paraguariense Hassl. Jacarandá-branco FABACEAE Machaerium scleroxylon Tul. Pau-ferro FABACEAE Machaerium stipitatum Vog. Marmeleiro-do-mato- Sapuva FABACEAE Myrocarpus frondosus Fr. All. Cabreúva FABACEAE Myrocarpus sp. FABACEAE Pterocarpus rohrii Vahz Mututi FLACOURTIACEAE Casearia decandra Jacq. Guaçatunga FLACOURTIACEAE Casearia gossyplosperma Briq. Espeteiro FLACOURTIACEAE Casearia obliqua Spreng Guaçatunga FLACOURTIACEAE Casearia sylvestris Swartz Cafezeiro-bravo FLACOURTIACEAE Prockia crucis P. Browne ex L. Corticeira HIPPOCRATEACEAE Pristimera andina Miers ICACINACEAE Citronella megaphylla (Miers.) Howard. Erva-de-anta LAURACEAE Cinnamomum sellowianum (Meissn.) Vatt. Canela LAURACEAE Endlicheria paniculata (Spreng.) Macbr Canela LAURACEAE Lauraceae 01 LAURACEAE Lauraceae 02 LAURACEAE Lauraceae 03 LAURACEAE Lauraceae 04 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR LAURACEAE Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez (Tetranthera megapotamica Spreng.) Canela-imbuia LAURACEAE Nectandra lanceolata Canela amarela LAURACEAE Ocotea diospyrifolia (Meissn.) Mez. Canela-louro LAURACEAE Ocotea elegans Mez. Canela-ferro LAURACEAE Ocotea indecora (Schott) Mez Canela-ssassafrás-da-serra LAURACEAE Ocotea lanceolata Ness Louro-amarelo LAURACEAE Ocotea puberula (Rich.) Nees Canela-guaicá LAURACEAE Ocotea silvestris Vatt. Canela MELASTOMATACEAE Leandra bergiana Cogn. MELASTOMATACEAE Miconia discolor DC. Pixirica MELASTOMATACEAE Miconia multiflora (bonpl.) DC. Pixirica MELASTOMATACEAE Miconia petropolitana Cogn. Pixirica MELASTOMATACEAE Miconia tritis Spring. Pixirica MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana MELIACEAE Cedrela fissilis Vell. Cedro MELIACEAE Guarea kunthiana A. Juss. Marinheiro MELIACEAE Guarea macrophylla Vahl. Ataúba, Marinheiro MELIACEAE Melia azedarach L. Santa-Bárbara, Cinamomo MELIACEAE Trichilia cassaretti C. DC. Baga-de-morcego MELIACEAE Trichilia catigua A. Juss. Catiguá MELIACEAE Trichilia claussenii C. DC. Catiguá-vermelho MELIACEAE Trichilia elegans A. Juss. Catiguá MELIACEAE Trichilia pallens C. DC. Catiguá MELIACEAE Trichilia pallida Sw. Catiguá MIMOSACEAE Acacia poliphylla DC. Monjoleiro MIMOSACEAE Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. Angico-branco MIMOSACEAE Inga marginata Willd. Ingá MIMOSACEAE Inga sessilis (Vell.) Mart. Ingá MIMOSACEAE Inga striata Benth. Ingá MIMOSACEAE Paraptadenia rígida (Benth.) Brenan. Angico MONIMIACEAE Mollinedia clavigera Tul. MORACEAE Ficus insipida Willd. Gameleira MORACEAE Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Figueira MORACEAE Maclura tinctori (L.) Bon. Amoreira MORACEAE Morus nigra L. Amoreira MORACEAE Sorocea bonplandii (Baill.) Burg.,Laj. & Boer Xinxo FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR MYRSINACEAE Myrsine loefgrenii (Mez) Otegui MYRSINACEAE Myrsine sp. MYRSINACEAE Rapanea ferruginea (R. & P.) Mez. - (Caballeria ferruginea Ruiz & Pav.) Capororoca MYRSINACEAE Rapanea umbellata (Mart. ex. A. DC.) Mez. (Myrsine umbellata Mart.) Capororo-cão MYRTACEAE Calyptrantes sp. MYRTACEAE Calyptranthes grandifolia Berg Guamirim MYRTACEAE Calyptranthes lucida Mart. ex. DC. Guamirim-ferro MYRTACEAE Campomanesia eugenioides (Camb.) Legr. MYRTACEAE Campomanesia guaviroba (A. P. DC.) Kiarskoi. Guabiroba MYRTACEAE Campomanesia guazumifolia Camb. Sete-capotes MYRTACEAE Campomanesia xanthocarpa Berg. Guabiroba MYRTACEAE Eugenia 01 MYRTACEAE Eugenia florida MYRTACEAE Eugenia gardneriana Berg. MYRTACEAE Eugenia moraviana Berg. MYRTACEAE Eugenia ramboi C.D. Legrand MYRTACEAE Eugenia repanda O. Berg MYRTACEAE Eugenia sulcata Spring ex Mart. Pitanga MYRTACEAE Eugenia uniflora L.. Pitanga MYRTACEAE Eugenia verrucosa Legr. MYRTACEAE Myrceugenia miersiana (Gardner.) Legr. MYRTACEAE Myrcia sp 03 MYRTACEAE Myrciaria ciliolata Camb. MYRTACEAE Myrtaceae 01 MYRTACEAE Myrtaceae 02 MYRTACEAE Myrtaceae 04 MYRTACEAE Myrtaceae 05 MYRTACEAE Neomitrantes glomerata (Legr.) Legr. MYRTACEAE Plinia rivularis (Camb.) Rotman MYRTACEAE Plinia trunciflora (Berg.) Rotman Guamirim Guamirim NYCTAGINACEAE Bougainvillea spectabilis Willd. NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) Reitz. NYCTAGINACEAE Pisonia ammbigua Heismeri. Maria-mole Galesia integrifolia (Spreng.) Harms. Pau-d´alho PHYTOLACCACEAE PIPERACEAE Peperomia delicatula Henschen Buganvilha FAMÍLIA PLANTAGINACEAE ESPÉCIE NOME VULGAR Plantago australis Lam. POACEAE Ichnanthus inconstans Doell POLYGONACEA Ruprechtia laxiflora Meisn. Farinha-seca RHAMNACEAE Colubrina glandulosa Perkins. Sobrasil ROSACEAE Prunus sellowii Koehene Pessegueir-bravo RUBIACEAE Alseis floribunda Schott. Goiabeira-quina-de-SãoPaulo RUBIACEAE Rudgea jasminoides (Cham.) M. Arg RUBIACEAE Sickingia corumbaensis Standl. RUBIACEAE Simira corumbaensis Standl. RUTACEAE Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. RUTACEAE Metrodorea nigra A. St.-Hil. RUTACEAE Zanthoxylum chiloperone Mart. ex. Engl. Tembetaru RUTACEAE Zanthoxylum riedelianum Engl. Mamica-de-porca Pau-marfim SAPINDACEAE Allophyllus gonocarpum (St. Hil.) Radlk. SAPINDACEAE Allophyllus guaraniticus SAPINDACEAE Cupania vernalis Camb. Camboatá SAPINDACEAE Dianopteryx sorbifolia Raldk Maria-preta SAPINDACEAE Matayba elaegnoides Raldk Miguel-pintado SAPOTACEAE Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Richl.) Engl. Coerana SAPOTACEAE Chrysophyllum marginatum (H. & ª) Radlk Aguaí-vermelho SOLANACEAE Cestrum calycinum Willd. Sendth. Coerana SOLANACEAE Cestrum intermedium Sendth. SOLANACEAE Solanum argenteum Dun. SOLANACEAE Solanum sanctae-catharinae Dun. SOLANACEAE Solanum sp. STERCULIACEAE Guazuma ulmifolia Lam. STYRACEAE Stirax acuminatus Pohl. Carne-de-anta TILIACEAE Heliocarpus americanus L. TILIACEAE Luehea divaricata Willd. Açoita-cavalo ULMACEAE Trema micrantha (l.) Blume Grandiúva URTICACEAE Urera baccifera (L.) Gaud. Urtigão VERBENACEAE Aegiphila brachiata Vell. VERBENACEAE Aegiphila mediterranea Vell. VERBENACEAE Verbenaceae 01 VIOLACEAE Hybanthus bigibbosus (A. St.-Hil.) Hassler ANEXO 4 - MAMÍFEROS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY E ENTORNO ORDENAMENTO TAXONÔMICO NOME POPULAR HÁBITO HABITAT Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca FO SC Lutreolina crassicaudata Cuíca-de-cauda-grossa PS TE Morcego-pescador PS VO Chiroptera Noctilionidae Noctilio albiventris Phyllostomidae Anoura caudifer Morcego-beija-flor NE VO Artibeus fimbriatus Morcego FO VO Artibeus jamaicensis Morcego FO VO Artibeus lituratus Morcego FO VO Carollia perspillata Morcego FO VO Chiroderma doriae Morcego FO VO Chiroderma villosum Morcego FO VO Chrotopterus auritus Morcego CA VO Desmodus rotundus Morcego HE VO Diaemus youngi Morcego HE VO Diphylla ecaudata Morcego HE VO Glossophaga soricina Morcego-beija-flor NE VO Micronycteris megalotis Morcego IA VO Mimon bennetti Morcego IA VO Phyllostomus hastatus Morcego FO VO Platyrrhynus lineatus Morcego FO VO Pygoderma bilabiatum Morcego FO VO Sturnira lilium Morcego FO VO Uroderma bilobatum Morcego FO VO Vampyressa pusilla Morcego FO VO Epitesicus brasiliensis Morcego IA VO Epitesicus diminutus Morcego IA VO Epitesicus furinalis Morcego IA VO Histiotus velatus Morcego IA VO Lasiurus borealis Morcego IA VO Lasiurus ega Morcego IA VO Vespertilionidae ORDENAMENTO TAXONÔMICO NOME POPULAR HÁBITO HABITAT Myotis levis Morcego IA VO Myotis nigricans Morcego IA VO Myotis ruber Morcego IA VO Rhogeesa tumida Morcego IA VO Eumops glaucinus Morcego IA VO Molossops abrasus Morcego IA VO Molossus ater Morcego IA VO Molossus molossus Morcego IA VO Nyctinomops laticaudatus Morcego IA VO Nyctinomops macrotis Morcego IA VO Tadarida brasiliensis Morcego IA VO Tatu-galinha IO TE Tamanduá-mirim MY SC Macaco-prego FO AR Cachorro-do-mato IO TE Lontra PS SA Nasua nasua Quati FO SC Procyon cancrivorus Mão-pelada FO SC Herpailurus yaguarondi Gato-mourisco CA TE Leopardus spp. Gato-do-mato CA SC Puma concolor Onça-parda CA TE Anta FH TE Molossidae Xenarthra Dasypodidae Dasypus novemcinctus Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla Primates Cebidae Cebus apella Carnivora Canidae Cerdocyon thous Mustelidae Lontra longicaudis Procyonidae Felidae Perissodactyla Tapiridae Tapirus terrestris Artiodactyla ORDENAMENTO TAXONÔMICO NOME POPULAR HÁBITO HABITAT Cervidae Mazama sp. Veado FH TE Ozotoceros bezoarticus Veado-campeiro HG TE Cateto FH TE Serelepe FO SC Akodon nigrita Rato-do-mato IO TE Oryzomys intermedius Rato-do-mato FG TE Oligoryzomys flavescens Rato-do-mato FG SC Oligoryzomys nigripes Rato-do-mato FG SC Nectomys squamipes Rato d’água FO SA Ouriço-caxeiro FH AR Capivara HB SA Paca FH TE Cutia FH TE Tapiti HG TE Tayassuidae Pecari tajacu Rodentia Sciuridae Sciurus aestuans Muridae Erethizontidae Coendou prehensilis Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris Agoutidae Agouti paca Dasyproctidae Dasyprocta azarae Lagomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis Obs.: Os termos usados para dieta e locomoção, seguem FONSECA et al. (1996): FO = Frugívoro/onívoro; IO = Insetívoro/onívoro; PS = piscívoro; MY = mirmecófago; HB = herbívoro/"browser"; IA = insetívoro aéreo; NE = nectarívoro; CA = carnívoro; HE = hematófago; FH = frugívoro/herbívoro; FG = frugívoro/granívoro; HG = herbívoro/"grazer"; AR = arborícola; TE = terrestre; SA = semi-aquático; SC = escansorial; VO = voador; FS = fossorial. ANEXO 5 - SITUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS BRASILEIROS NOS ESTADOS DO PARANÁ TAXÓN PR SP RJ MG BR NC NC CP PA NC NC PA NC EP NC Chiroderma doriae NC VU VU EP NC Diaemus youngi NC NC VU NC NC Mimon bennetti NC NC VU NC NC NC NC DIDELPHIMORPHIA Lutreolina crassicaudata XENARTHRA Tamandua tetradactyla Chiroptera Myotis levis* Myotis ruber PA NC VU VU Pygoderma bilabiatum* PA Rhogeesa tumida* PA CARNIVORA Herpailurus yaguarondi NC PA NC NC NC Leopardus tigrinus VU VU PA EP AM Leopardus wiedii VU EP VU EP IC Lontra longicaudis VU VU NC VU AM Procyon cancrivorus NC PA NC NC NC Puma concolor VU VU VU CP AM EP EP VU CP NC NC NC EP NC NC VU VU VU EP NC Agouti paca VU VU VU PA NC Dasyprocta azarae NC VU VU NC NC VU NC NC NC NC PERISSODACTYLA Tapirus terretris ARTIODACTYLA Mazama gouazoupira Ozotoceros bezoarticus Pecari tajacu RODENTIA LAGOMORPHA Sylvilagus brasiliensis Fonte: (MARGARIDO, 1995), São Paulo (SÃO PAULO, 1998), Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000) e Minas Gerais (MACHADO et al, 1998) Legenda: IN = Indeterminado; VU = Vulnerável; CP = Criticamente em perigo; EP = Em perigo; PA = Provavelmente ameaçado; NC = Não consta; IC= Insuficientemente conhecida. * para os status de ameaça dos morcegos, AGUIAR & TADDEI (1995) e o Workshop sobre a Conservação dos Morcegos Brasileiros (Sem Autor, 1995) também foram consultados. ANEXO 6 - LISTA DA AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL DA MATA DOS GODOY ORDENAMENTO TAXIONÔMICO REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE ORDEM TINAMIFORMES FAMÍLIA TINAMIDAE Tinamus solitarius (macuco) Crypturellus obsoletus (inhambu-guaçu) X X X Crypturellus undulatus (jaó) X Crypturellus parvirostris (inhambu-chororó) X Crypturellus tataupa (inhambu-chintã) X F Rynchotus rufescens (perdiz) X X C Nothura maculosa (codorna-comum) X X C X X C ORDEM CICONIIFORMES FAMÍLIA CICONIIDAE Bubulcus ibis (garça-vaqueira) FAMÍLIA CATHARTIDAE Sarcoramphus papa (urubu-rei) X Coragyps atratus (urubu-comum) X X A Cathartes aura (urubu-cabeça-vermelha) X X A ORDEM ANSERIFORMES FAMÍLIA ANATIDAE Dendrocygna viduata (irerê) X ORDEM FALCONIFORMES FAMÍLIA ACCIPITRIDAE Elanus leucurus (peneira) X X Elanoides forficatus (gavião-tesoura) X Harpagus diodon (gavião-bombachinha) X Ictinia plumbea (sovi) X E Accipiter striatus (gavião-miúdo) X X F Rupornis magnirostris (gavião-carijó) X X Aa, E Asturina nitida (gavião-pedrês) X FAMÍLIA FALCONIDAE Herpetotheres cachinnans (acauã) X Micrastur semitorquatus (gavião-relógio) X Micrastur ruficollis (gavião-caburé) X Milvago chimachima (carrapateiro) X X E Polyborus plancus (caracará) X X F, Aa, E Falco femoralis (falcão-de-coleira) X X E ORDENAMENTO TAXIONÔMICO Falco sparverius (quiriquiri) REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X X E ORDEM GALLIFORMES FAMÍLIA CRACIDAE Penelope superciliaris (jacubemba) Pipile jacutinga (jacutinga) X Crax fasciolata (mutum-de-penacho) X FAMÍLIA PHASIANIDAE Odontophorus capueira (uru) X ORDEM GRUIFORMES FAMÍLIA RALLIDAE Aramides saracura (saracura-do-mato) X X F X X E Columba picazuro (asa-branca) X X F, Aa Columba cayennensis (pomba-galega) X X F, Aa ORDEM CHARADRIIFORMES FAMÍLIA CHARADRIIDAE Vanellus chilensis (quero-quero) ORDEM COLUMBIFORMES FAMÍLIA COLUMBIDAE Columba plumbea (pomba-amargosa) X Zenaida auriculata (avoante) X X Aa, E Columbina talpacoti (rolinha) X X Aa, E Columbina picui (rolinha-branca) X X E Claravis pretiosa (pomba-espelho) X Scardafella squamata (fogo-apagou) X Leptotila rufaxilla (gemedeira) X X F, Aa, E Leptotila verreauxi (juriti) X X F, Aa, E Geotrygon montana (pariri) X X F ORDEM PSITTACIFORMES FAMÍLIA PSITTACIDAE Propyrrhura maracanã (maracanã) X Aratinga leucophthalmus (periquitão-maracana) X X F Aratinga auricapilla* X X F Aratinga aurea (periquito-rei X Pyrrhura frontalis (tiriva) X X F, Aa Forpus xanthopterigius (tuim) X X F, Aa Brotogeris tirica (periquito-rico) X X F, Aa REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE Pionopsitta pileata (cuiu-cuiu) X X F Pionus maximiliani (maitaca) X X F Amazona aestiva (papagaio-verdadeiro) X X F Triclaria malachitacea (sabiá-cica) X X F ORDENAMENTO TAXIONÔMICO ORDEM CUCULIFORMES FAMÍLIA CUCULIDAE Coccyzus melacoryphus(papa-lagarta) X Coccyzus americanus (papa-lagarta-norteamericano) X Coccyzus euleri (papa-lagarta-de-Euler) X Piaya cayana (alma-de-gato) X X F Crotophaga ani (anu-preto) X X Aa Guira guira (anu-branco) X X Aa Tapera naevia (saci) X X Aa Dromococcyx pavoninus (peixe-frito) X ORDEM STRIGIFORMES FAMÍLIA TYTONIDAE Tyto alba (suindara) X FAMÍLIA STRIGIDAE Otus choliba (corujinha-do-mato) X Bubo virginianus (jacurutu) X Pulsatrix perpicillata (murucututu) X Pulsatrix koeniswaldiana (murucututu-de-barrigaamarela) X Glaucidium brasilianum (caburé) X X Speotyto cunicularia (buraqueira) X X Strix hylophila (coruja-listrada) X ORDEM CAPRIMULGIFORMES FAMÍLIA NYCTIBIIDAE Nyctibius aethereus (mãe-da-lua-parda) X Nyctibius griséus (urutau) X FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE Lurocalis semitorquatus (tuju) X Chordeiles acutipennis (bacurau-de-asa-fina) X Chordeiles minor (bacurau-norte-americano) X Podager nacunda (corucão) X Nyctidromus albicollis (curiango) X X ORDENAMENTO TAXIONÔMICO Caprimulgus rufus (João-corta-pau) REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X ORDEM APODIFORMES FAMÍLIA APODIDAE Streptoprocne zonaris (andorinhão-de-coleira) X Chaetura cinereiventris (andorinhão-de-sobrecinzento) X Chaetura Andrei (andorinhão-do-temporal) X FAMÍLIA TROCHILIDAE Phaethornis eurynome (rabo-branco-de-gargantarajada) Phaethornis pretrei (rabo-branco-de-sobre-amarelo) X X X Eupetomena macroura (tesourão) X Melanotrochilus fuscus (beija-flor-preto-e-branco) X Colibri serrirostris (beija-flor-de-orelha-violeta) X Anthracothorax nigricollis (beija-flor-preto) X Stephanoxis lalandi (beija-flor-de-topete) X Chlorostilbon aureoventris (besourinho-de-bicovermelho) X Thalurania glaucopis (tesoura-de-fronte-violeta) X X Hylocharis sapphirina (beija-flor-safira) X Hylocharis chrysura (beija-flor-dourado_ X Leucochloris albicollis (papo-branco) X Amazilia fimbriata (beija-flor-de-garganta-verde) X ORDEM TROGONIFORMES FAMÍLIA TROGONIDAE Trogon viridis (surucuá-de-barriga-amarela) X Trogon rufus (surucuá-de-barriga-amarela) X X F Trogon surrucura (surucuá-de-peito-azul) X X F X X F ORDEM CORACIIFORMES FAMÍLIA MOMOTIDAE Baryphtengus rufiucapillus (juruva) ORDEM PICIFORMES FAMÍLIA GALBULIDAE Galbula ruficauda (bico-de-agulha-de-rabovermelho) X FAMÍLIA BUCCONIDAE Notharchus macrorhynchus (capitão-do-mato) X Nystalus chacuru (joão-bobo) X ORDENAMENTO TAXIONÔMICO REGISTRO ATUAL Nonnula rubecula (macuru) REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X FAMÍLIA RAMPHASTIDAE Pteroglossus aracari (araçari-de-bico-branco) Selenidera maculirostris (araçari-poca) X X Baillonius bailloni (araçari-banana) Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde) X F X X X F FAMÍLIA PICIDAE Picumnus cirratus (pica-pau-anão-barrado) X Picumnus nebulosus (pica-pau-anão-carijó) F, Aa X Colaptes campestris (pica-pau-do-campo) X X C Colaptes melanochloros (pica-pau-verde-barrado) X X F Piculus aurulentus (pica-pau-dourado) X X F Celeus flavescens (pica-pau-de-cabeça-amarela) X Dryocopus lineatus (pica-pau-de-banda-branca) X X F Melanerpes flavifrons (benedito-de-testa-amarela) X X F, Aa Melanerpes candidus (birro) X X Aa, E Veniliornis spilogaster (pica-pauzinho-verde-carijó) X X F Campephilus robustus (pica-pau-rei) X ORDEM PASSERIFORMES FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE Psylorhamphus guttatus (tapaculo-pintado) X Scytalopus indigoticus (macuquinho) X FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE Hypoedaleus guttatus (chocão-carijó) X Mackenziaena leachii (borralhara-assobiadora) X X F Mackenziaena severa (borralhara) X Thamnophilus doliatus (choca-barrada) X Thamnophilus caerulescens (choca-da-mata) X X Thamnophilus ruficapillus (choca-chapéu-vermelho) X Dysithamnus stictothorax (choquinha-de-peitopintado) X Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa) X X Herpsilochmus rufimarginatus (chorozinho-de-asavermelha) X Drymophila ferruginea (trovoada) X Drymophila malura (choquinha-carijó) X Pyriglena leucoptera (papa-taóca-do-sul) X F X F F F ORDENAMENTO TAXIONÔMICO REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X X F FAMÍLIA FORMICARIIDAE Chamaeza campanisona (tovaca-campainha) Chamaeza ruficauda (tovaca-de-rabo-vermelho) X Grallaria varia (tovacuçu) X FAMILIA CONOPOPHAGIDAE Conopophaga lineata (chupa-dente) X X F Furnarius rufus (Joao-de-barro) X X E Synallaxis spixi (joão-tenenem) X X F Synallaxis ruficapilla (pichororé) X X Aa Synallaxis frontalis (petrim) X X Aa FAMILIA FURNARIIDAE Synallaxis cinerascens (João-tenenem-da-mata) X Cranioleuca obsoleta (arredio-meridional) X F Anumbius anumbi (cochicho) X E Syndactyla rufosuperciliata (trepador-quiete) Philydor lichtensteini (limpa-folha-ocracea) X X Philydor rufus (limpa-folha-testa-baia) Automolus leucophthalmus (barranqueiro-de-olhobranco) X X Heliobletus contaminatus (trepadorzinho) Xenops rutilans (bico-virado-carijó) F X F X X Sclerurus scansor (vira-folhas) X F X FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE Dendrocincla turdina (arapaçu-liso) X Sittasomus griseicapillus (arapaçu-verde) X X F Xiphocolaptes albicollis (arapaçu-de-gargantabranca) X X F Dendrocolaptes platyrostris (arapaçu-grande) X X F Lepidocolaptes fuscus (arapaçu-rajado) X FAMÍLIA TYRANNIDAE Phyllomyias burmeisteri (poiaeiro-do-sul) X Camptostoma obsoletum (risadinha) X X Aa Myiopagis viridicata (guaracava-de-olheiras) X X F Myiopagis caniceps (maria-da-copa) Elaenia flavogaster (guaracava-de-barriga-amarela) X X X Elaenia parvirostris (guaracava-de-bico-pequeno) X Elaenia mesoleuca (tuque) X Aa ORDENAMENTO TAXIONÔMICO Serpophaga subcristata (alegrinho) REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X X Aa Euscarthmus meloryphus (barulhento) X Myionectes rufiventris (abre-asas-de-cabeça-cinza) X Leptopogon amaurocephalus (cabeçudo) X X Phylloscartes eximius (barbudinho) X Phylloscartes sylviolus (Maria-pequena) X Phylloscartes ventralis (borboletinha-do-mato) X Phylloscartes oustaleti (papa-mocas-de-olheiras) X F F X Capsiempis flaveola (marianinha-amarela) X X F Corythopis delalandi (estalador) X X F Myiornis auricularis (miudinho) X X F Hemitriccus obsoletus (catraca) X Hemitriccus nidipendulus (tachuri-campainha) X Hemitriccus margaritaceiventer (sebinho-de-olhode-ouro) X Todirostrum cinereum (relógio) X Todirostrum plumbeiceps (ferreirinho-de-caracanela) X Tolmomyias sulphurescens (bico-chato-de-orelhapreta) Platyrinchus mystaceus (patinho) X F X X Myiobius barbatus (assanhadinho) X F X Myiphobus fasciatus (filipe) X F Contopus cinereus (papa-moscas-cinzento) X X F Lathrotriccus euleri (enferujado) X X F Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu) X Pyrocephalus rubinus (verão) X Knipolegus cyanirostris (Maria-preta-de-bicoazulado) X Arundinicola leucocephala (lavadeira-de-cabeçabranca) X Colonia colonus (viuvinha) X Satrapa icterophrys (suiriri-pequeno) X X Aa, E Machetornis rixosus (bemtevi-do-gado) X X Aa, E Muscipipra vetula (tesoura-cinzenta) X Attila rufus (capitão-de-saíra) X Syristes sibilator (gritador) Myiarchus swainsoni (irrê) X X X F REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE Pitangus sulphuratus (bemtevi) X X E Megarhynchus pitangua (neinei) X X Aa, E Myiozetetes similis (bemtevizinho-penachovermelho) X X Aa, E ORDENAMENTO TAXIONÔMICO Myiodinastes maculatus (bemtevi-rajado) X Empidonomus varius (peitica) X Tyrannus savana (tesoura) X Tyrannus melancholicus (suiriri) X Pachyramphus viridis (caneleiro-verde) X Pachyramphus castaneus (caneleiro) X Pachyramphus polychopterus (caneleiro-preto) X Pachyramphus validus (caneleiro-de-chapéu-negro) X Tityra cayana (anambé-branco-de-rabo-preto) X Tityra inquisitor (anambé-branco-de-bochechaparda_ X F X Família Pipridae Pipra fasciicauda (uirapuru-laranja) X X F Chiroxiphia caudate (tangará) X X F Manacus manacus (rendeira) X Schiffornis virescens (flautim) X FAMÍLIA COTINGIDAE Phybalura flavirostris (tesourinha-da-mata) X Lipaugus lanioides (tropeiro-da-serra) X Piprites chloris (papinho-amarelo) X FAMÍLIA HIRUNDINIDAE Tachycineta leucorrhoa (andorinha-de-sobrebranco) X X Phaeoprogne tapera (andorinha-do-campo) X Progne chalybea (andorinha-doméstica-grande) X Notiochelidon cyanoleuca (andorinha-pequena-decasa) X X Alopochelidon fucata (andorinha-morena) X Stelgidopteryx ruficollis (andorinha-serrador) X Hirundo rústica (andorinha-de-bando) X Hirundo pyrrhonota (andorinha-de-dorso-acanelado) X A A, E FAMÍLIA CORVIDAE Cyanocorax chrysops (gralha-picaça) X X F ORDENAMENTO TAXIONÔMICO REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO AMBIENTE X X Aa FAMÍLIA TROGLODYTIDAE Troglodytes aedon (coruira) FAMÍLIA MUSCICAPIDAE SUB-FAMÍLIA SILVIINAE Polioptila lactea (balança-rabo-leitoso) X SUB-FAMÍLIA TURDINAE Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) X X F, Aa, E Turdus leucomelas (sabiá-barranco) X X F Turdus amaurochalinus (sabiá-póca) X X F Turdus albicollis (sabiá-coleira) X X F X X E FAMÍLIA MIMIDAE Mimus saturninus (sabiá-do-campo) FAMÍLIA MOTACILLIDAE Anthus lutescens (caminheiro-zumbidor) X FAMÍLIA VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis (pitiguari) X X Vireo chivi (juruviara) X Hylophilus poicilotis (verdinho-coroado) X F FAMÍLIA EMBERIZIDAE Parula pitiayumi (mariquita) X X F, aa Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra) X X E Basileuterus culicivorus (pula-pula) X X F Basileuterus leucoblepharus (pula-pula-asobiador) X X F Coereba flaveola (cambacica) Cissopis leveriana (tié-tinga) X X Pyrrhocoma ruficeps (cabecinha-castanha) X F X Hemitrhaupis guira (saíra-de-papo-preto) X X F Nemosia pileata (saíra-de-chapéu-preto) X X F Tachyphonus coronatus (tié-preto) X X F Trichothraupis melanopis (tié-de-topete) X X F Habia rubica (tié-do-mato-grosso) X X F Piranga flava (tié-de-fogo) X Ramphocelus carbo (pipira-vermelha) X Thraupis sayaca (sanhaço-cinzento) X X E Pipraeidea melanonota (viúva) X X Aa Euphonia chloroctica (vivi) X X F ORDENAMENTO TAXIONÔMICO REGISTRO ATUAL REGISTRO BIBLIOGRÁFICO Euphonia violacea (gaturamo-verdadeiro) X Euphonia pectoralis (ferro-velho) X Euphonia musica X Chlorophonia cyanea (bonito-do-campo) X AMBIENTE F Tangara seledon (sete-cores) X F, Aa Tangara cayana (saíra-amarelo) X F, Aa Dacnis cayana (saí-azul) X F, Aa Cyanerpes cyaneus (saíra-beija-flor) X Conirostrum speciosum (figuinha-de-rabo-castanho) X Tersina viridis (saí-andorinha) X Zonotrichia capensis (tico-tico) X Ammodramus humeralis (tico-tico-do-campoverdadeiro) X C, Aa, E X Haplospiza unicolor (cigarrra-bambu) X F Sicalis flaveola (canário-da-terra) X C, Aa Volatinia jacarina (tiziu) X Sporophila collaris (coleiro-do-brejo) Sporophila caerulescens (coleirinho) X X X X X Passerina glaucocaerulea (azulinho) X Cacicus haemorrhous (guaxe) X X X Leistes superciliaris (polícia-inglesa-do-sul) X Gnorimopsar chopi (melro) X X Scaphidura oryzivora (iraúna-grande) F, Aa F, Aa F Icterus cayanensis (inhapim) Molothrus bonariensis (chopim) C, Aa X Saltator atricollis (bico-de-pimenta) Cacicus chrysopterus (tecelão) C, Aa, E X Coryphospingus cucullatus (tico-tico-rei) Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro) X X C, Aa X Família Fringillidae Carduellis magellanicus (pintassilgo) X X C, Aa X X Aa Família Passaridae Passer domesticus Família Estrildidae Estrilda astrild (bico-de-lacre) Legenda: A - aéreo, Aa - área alterada, C - campo, E - entorno, F - floresta X ANEXO 7 - LISTA DE RÉPTEIS, POSSIBILIDADES DE OCORRÊNCIA, SUBSTRATOS UTILIZADOS E AMBIENTES OCUPADOS PELAS ESPÉCIES NA ÁREA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY E EENTORNO GRUPO TAXONÔMICO NOME POPULAR OCORRÊNCIA NO PEMG OCORRÊNCIA NA REGIÃO AMBIENTES SUBSTRATOS UTILIZADOS FL ORDEM TESTUDINES Família Chelidae Hydromedusa tectifera Phrynops geoffroanus ORDEM CROCODYLIA Família Alligatoridae Caiman latirostris ORDEM SQUAMATA LAGARTOS Família Polychrotidae Enyalius perditus Família Gekkonidae Hemidactylus mabouia Família Scincidae Mabuya frenata Família Anguidae Ophiodes fragilis Família Teiidae Tupinambis merianae Ameiva ameiva AMPHISBAENIA Família Amphisbaenidae Amphisbaena mertensii Amphisbaena dubia Cercolophia robertii Cágado pescoço de cobra Cágado de rio AA BN R Provável Não Sim Sim Aquático Aquático X X ? Jacaré de papo amarelo Não Sim Aquático X X Camaleão Sim Sim Solo a arbóreo X Lagartixa de parede Sim Sim Edificações X Lagartixa dourada Sim Sim Solo a arbóreo Cobra de vidro Sim Sim Solo ? ? X Lagarto ou teiú Lagarto verde Sim Não Sim Sim Solo Solo X X X X Sim Incerta Incerta Sim Sim Sim Subterrâneo Subterrâneo Subterrâneo ? X X X Cobra de 2 cabeças Cobra de 2 cabeças Cobra de 2 cabeças X X ? AU X X X ? ? GRUPO TAXONÔMICO SERPENTES Família Anomalepididae Liotyphlops beui Família Typhlopidae Typhlops brongersmianus Família Boidae Epicrates cenchria Eunectes murinus Família Colubridae Apostolepis dimidiata Chironius bicarinatus Chironius exoletus Chironius laevicollis Clelia plumbea Dipsas indica Echinanthera cephalostriata Echinanthera melanostigma Erythrolamprus aesculapii Helicops cf. modestus Liophis frenatus Liophis miliaris Liophis poecilogyrus Liophis reginae Mastigodryas bifossatus Oxyrhopus guibei Oxyrhopus petola Phalotris tricolor Philodryas olfersii NOME POPULAR OCORRÊNCIA NO PEMG OCORRÊNCIA NA REGIÃO AMBIENTES SUBSTRATOS UTILIZADOS FL AA BN R AU Cobra cega Incerta Provável Subterrâneo X X X Cobra cega Incerta Sim Subterrâneo ? X ? Salamanta Sucuri Não Não Sim Sim Solo a arbóreo Aquático Incerta Incerta Provável Sim Sim Provável Provável Provável Sim Provável Incerta Sim Sim Incerta Provável Sim Incerta Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Solo Solo a arbóreo Solo a arbóreo Solo a arbóreo Solo Solo a arbóreo Solo Solo Solo Aquático Solo e aquático Solo e aquático Solo Solo Solo Solo Solo Solo Solo a arbóreo Cobra da terra Cobra cipó Cobra cipó Cobra cipó Muçurana Dormideira ? ? Coral falsa Cobra d’água Coral falsa Cobra d’água Cobra lisa Cobra lisa Jararacão Coral falsa Cobra chumbo Coral falsa Cobra verde X X X X X X X X X X X ? X X ? X X X X X X X X X X X X X X X X ? X X X X X X X ? X GRUPO TAXONÔMICO NOME POPULAR OCORRÊNCIA NO PEMG OCORRÊNCIA NA REGIÃO AMBIENTES SUBSTRATOS UTILIZADOS FL Philodryas nattereri Sibynomorphus mikanii Spilotes pullatus Thamnodynastes strigatus Tomodon dorsatus Waglerophis merremii Família Elapidae Micrurus corallinus Micrurus lemniscatus Família Viperidae Bothrops jararaca Bothrops moojeni Bothrops neuwiedi Crotalus durissus Cobra cipó Dormideira Caninana Cobra espada Cobra espada Boipeva Não Sim Sim Sim Provável Sim Incerta Sim Sim Sim Provável Incerta Solo a arbóreo Solo Solo a arbóreo Solo a arbóreo Solo Aquático Coral verdadeira Coral verdadeira Sim Incerta Sim Sim Solo Solo X Jararaca Caiçaca Jararaca pintada Cascavel Sim Incerta Não Sim Sim Sim Sim Sim Solo a arbóreo Solo Solo Solo X X X X X AA X X X X X BN R AU X X X X X X X X X X X Legenda: Fl: Remanescentes Florestais; AA: Áreas abertas secas, incluindo áreas alteradas por lavouras e pastagens; Bn: Banhados e formações abertas alagadiças; Cv: Cavas e lagoas artificiais; R: Rios, córregos e suas margens; AU: Áreas urbanas. (*) Espécies introduzidas na região. ANEXO 8 - CARACTERÍSTICAS BIOECOLÓGICAS DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS LISTADAS PARA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY, NO MUNICÍPIO DE LONDRINA, PR ESPÉCIE NOME POPULAR AMBIENTE OCORRÊNCIA PARQUE OCORRÊNCIA ENTORNO STATUS DISTRIBUIÇÃO Bufo crucifer Sapo-galinha RA; AA; SE; AC Certo Certo C Ampla Bufo paracnemis Sapo-cururu RA; AC Certo Certo C Restrita Hyalinobatrachium uranoscopum Pereca-de-vidro RA Certo Certo I; C Ampla Aplastodiscus perviridis Perereca-verde BA Certo Certo I; C Ampla Hyla albopunctata Perereca-marrom RA; AA; BA; AC Certo Certo C Ampla Hyla caingua Perereca-rajada BA; AC Provável Provável R Restrita Hyla circumdata Perereca-da-mata BA Provável Provável I; R Ampla Hyla faber Perereca-ferreira AC; BA Certo Certo C Ampla Hyla minuta Perereca-pequena AA; BA; AC Certo Certo C Ampla Hyla nana Perereca-pequena BA; AC Certo Provável C Ampla Hyla prasina Ra-ra-ra BA; AC Certo Certo C Ampla Hyla raniceps Perereca-marrom RA; BA; AC Certo Certo C Restrita Hyla semiguttata Perereca-de-richo-da-floresta CF Provável Provável I; R Ampla Osteocephalus langsdorffii Perereca-liquene CF Provável Provável I; R Ampla Phasmahyla sp. Perereca-macaco-pequena CF Provável Provável I; R Restrita Phrynohyas venulosa Perereca-resinosa RA Provável Provável R Restrita Phyllomedusa tetraploidea Perereca-macaco AA; AC Certo Certo C Ampla ESPÉCIE NOME POPULAR AMBIENTE OCORRÊNCIA OCORRÊNCIA PARQUE ENTORNO STATUS DISTRIBUIÇÃO Scinax berthae Perereca-pequena-rizonha AA; BA; AC Provável Provável C Ampla Scinax gr. catharinae Perereca-rizonha AA; BA; AC Provável Provável R Ampla Scinax fuscovarius Perereca-das-casas AC; BA Certo Certo C Ampla Scinax perereca Perereca-esverdeada AC; AA; BA Certo Certo C Ampla Scinax aff. rizibilis Perereca-pequena-rizonha AA; BA; AC Provável Provável C Ampla Crossodactylus sp Rã-de-riacho-de-floresta CF Certo Provável I; C Restrita Eleutherodactylus binotatus Rã-de-chão-da-mata SE Certo Provável I; C Ampla Eleutherodactylus guentheri Rã-de-chão-da-mata SE Certo Provável I; C Ampla Leptodactylus fuscus Rã-assobio BA Certo Certo C Restrita Leptodactylus labirynthicus Rã-pimenta AC; BA Provável Provável R Restrita Leptodactylus mystacinus Rã-assobio AA; BA Certo Certo C Ampla Leptodactylus notoaktites Rã-goteira AA; BA Provável Provável C Ampla Leptodactylus ocellatus Rã-comum AC; BA Certo Certo C Ampla Leptodactylus podicipinus Rã-goteira RA Provável Provável R Restrita Odontophrynus americanus Rã-boi BA Certo Provável R Ampla Physalaemus cuvieri Rã-cachorro BA; AC Certo Certo C Ampla Proceratophrys avelinoi Rã-boi BA Certo Provável R Ampla Elachistocleis ovalis Rã-guardinha BA; AC Certo Certo C Ampla Rana catesbeiana Rã-touro AC Provável Provável V Ampla Legenda: RA - Ribeirão, SE - Chão da mata, AC - Açude, BA - Área brejosa, AA - Áreas alagáveis, CF - Córrego rochoso no interior de floresta, I - espécies de caráter estenóico, E - espécie exótica, C - espécies comuns, R - espécies raras. ANEXO 9.A- CAPACIDADE DE SUPORTE DA TRILHA DAS PEROBAS E FIGUEIRAS Para a determinação da capacidade de suporte atual da trilha das Perobas e Figueiras, utilizou-se os cálculos de Capacidade de Carga apresentados por ANDRADE et al (com. pess.). Para se calcular a Capacidade de Carga Física (CCF) utilizou-se a fórmula: CCF = S x T_ s.v t.v – CCF = Capacidade de Carga Física – S = distância total da trilha medida em metros – s.v = o espaço necessário por grupo medido em metros. Para este valor devese levar em consideração: o número ideal de visitantes por grupo (10 pessoas), o espaço ocupado por cada pessoa (1 m linear) e o espaço estimado para que um grupo não interfira no outro. – T = tempo total para caminhadas na trilha medido em horas – t.v = tempo necessário para percorrer a trilha medido em horas. Para o presente cálculo, o valor de T, que corresponde ao tempo em que o Parque permanece aberto à visitação, foi considerada a proposta de que a visitação seja realizada todos os dias da semana, exceto às segundas-feiras, das 08 às 17:00 horas. Os valores para cada parâmetro são apresentados no quadro 01. Quadro 01 - Valores Utilizados para o Cálculo da CCF PARÂMETRO VALOR S (m) 1050 s.v. (m) 240 T (h) 9 t.v. (h) 0,75 Substituindo os valores na fórmula, temos que: CCF = S x _T_ s.v t.v CCF = 1050 x 09_ = 51 grupos ou 504 pessoas 250 0,75 A CCF porém não é suficiente para medir a capacidade de carga da trilha em questão pois leva em consideração apenas fatores como a distância da trilha (S), o tempo necessário para percorrer toda a trilha (t.v.), o espaço necessário para que um grupo não encontre aviste o outro (s.v) e o tempo em que o Parque permanece aberto (T). É necessário ajustar o cálculo, introduzindo novas variáveis, chamados Fatores de Correção (FC), de forma a considerar também as variáveis ambientais para determinar a capacidade de suporte da trilha em questão. Nesse novo cálculo o produto encontrado é denominado Capacidade de Carga Real (CCR), utilizando-se a fórmula: CCR = CCF x 100 – FC1 x. 100 – FC2 x 100 – FCn 100 100 100 Os Fatores de Correção utilizados no cálculo da Capacidade de Carga Real, para este trabalho são: – Época de nidificação de pássaros (F1); – Época de dispersão de fillhotes de mamíferos (F2) Para o cálculo dos fatores de correção utilizou-se a fórmula: FC = q.I . 100 Q.T Sendo, q.I = Quantidade do fator considerado Q.T = Quantidade total em que se considera o fator limitante Os seguintes valores de Fatores de Correção (FC) foram obtidos (quadro 02) Quadro 02 - Valores Encontrados no Cálculo dos Fatores de Correção (FC) FC 1 FC 2 q.I = 8 meses q.I. = 4 meses Q.T = 12 meses Q.T = 12 meses* FL2 = 67 FL3 = 33 Substituindo os valores dos fatores de correção no cálculo da CCR, temos que: CCR = CCF x 100 – FL1 x 100 – FL2 100 100 CCR = 504 x 100 – 67 x 100 – 33 = 111 pessoas ao dia 100 100 A capacidade de suporte da trilha das Perobas e Figueiras, nas condições atuais é de, portanto, 111 pessoas (no máximo) por dia, que podem ser divididas em 11 grupos de 10. Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. ANEXO 9.B - CAPACIDADE DE SUPORTE DA TRILHA DOS CATETOS (TRILHA ÁLVARO GODOY) Utilizando-se da mesma metodologia apresentada para a trilha anterior, substituindo-se os valores para o cálculo da CCF, obtém-se os seguintes valores apresentados no quadro 01. Quadro 01 - Valores Utilizados para o Cálculo da CCF para a Trilha dos Anfíbios PARÂMETRO VALOR S (m) 1000 s.v. (m) 240 T (h) 09 t.v. (h) 0,50 Substituindo os valores na fórmula, temos que: CCF = S x_T_ s.v t.v CCF = 1000 x 09__ = 72 grupos ou 720 pessoas 250 0,50 A CCF porém, como mencionado para a trilha anterior, não é suficiente para medir a capacidade de carga da trilha em questão pois leva em consideração apenas fatores como a distância da trilha (S), o tempo necessário para percorrer toda a trilha (t.v.), o espaço necessário para que um grupo não encontre aviste o outro (s.v) e o tempo em que o Parque permanece aberto (T). É necessário ajustar o cálculo, introduzindo novas variáveis, chamados Fatores de Correção (FC), de forma a considerar também as variáveis ambientais para determinar a capacidade de suporte da trilha em questão. Os Fatores de Correção utilizados no cálculo da Capacidade de Carga Real, para esta trilha são: – Época de nidificação de pássaros (F1); – Época de dispersão de fillhotes de mamíferos (F2) Para o cálculo dos fatores de correção utilizou-se a fórmula: FC = q.I . 100 Q.T q.I = Quantidade do fator considerado Q.T = Quantidade total em que se considera o fator limitante Os seguintes valores de Fatores de Correção (FC) foram encontrados (quadro 02). Quadro 02 - Valores Encontrados no Cálculo dos Fatores de Correção (FC) FL 2 FL 3 q.I = 8 meses q.I. = 4 meses Q.T = 12 meses Q.T = 12 meses* FL2 = 67 FL3 = 33 Substituindo os valores dos fatores de correção no cálculo da CCR, temos que: CCR = CCF x 100 - FL1 x 100 - FL2 100 100 CCR = 720 x 100 - 67 x 100 - 33 = 160 pessoas ao dia 100 100 A capacidade de suporte da trilha dos Catetos, nas condições atuais apresentadas é de, portanto, 160 pessoas (no máximo) por dia. Porém a capacidade de suporte da trilha só poderá ser alcançada na medida em que for implementado o sistema de monitoramento de trilha e de visitante. ANEXO 10 - PROPOSTA DE REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO CONSULTIVO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ PORTARIA Nº , DE DE DE . Aprova o Regimento Interno do Conselho Consultivo do Parque Estadual Mata dos Godoy. Aprova o Regimento Interno do Conselho Consultivo do Parque Estadual Mata dos Godoy: CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES Art. 1o - O Conselho Consultivo do Parque Estadual Mata dos Godoy, unidade de conservação localizada no município de Londrina, Estado do Paraná, é co-responsável pela gestão e administração daquela unidade, conforme disposições do presente Regimento. Art. 2o - Os objetivos do Conselho Consultivo resguardam os preceitos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Art. 3o - São atribuições do Conselho Consultivo: I. propor, encaminhar, orientar e acompanhar o desenvolvimento de programas, projetos e atividades associados ao Parque Estadual Mata dos Godoy, de forma a harmonizar e compatibilizar suas ações; II. propor critérios, procedimentos e parcerias técnico-científicas para direcionar ações de proteção ambiental e de desenvolvimento socioeconômico, cultural e científico no PEMG; III. contribuir para a divulgação de ações promissoras desenvolvidas no Parque Estadual, que possam ser empregadas como subsídio para futuros empreendimentos; IV. zelar pelo cumprimento do Plano de Manejo; e, V. reunir-se, ordinariamente, trimestralmente, e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo seu Presidente e/ou por metade mais um dos membros do Conselho Consultivo, oficializado e recebido pelos membros titulares e/ou respectivos suplentes. Parágrafo único - Em todas as decisões do Conselho Consultivo deverão ser observadas as normas e leis que regulamentam os Parques Estaduais, o meio ambiente e as políticas florestais e, as normas específicas do Parque Estadual, tal como o Plano de Manejo. CAPÍTULO II DA COMPOSIÇÃO Art. 4o - O Conselho Consultivo do Parque Estadual será composto por 8 (oito) representantes e seus respectivos suplentes de órgãos governamentais e da sociedade civil organizada, devidamente habilitados, assim constituído: I. 01 representante do Instituto Ambiental do Paraná - IAP; II. 01 representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, III. 01 representante da Prefeitura Municipal de Londrina, IV. 01 representante de alguma sociedade civil organizada da região de influência da UC; V. 01 representante de instituição de pesquisa ou ensino superior; VI. 01 representante do Ministério Público; VII. 01 representante da Polícia Florestal; VIII. 01 representante de propriedades do entorno; e, IX. 01 representante de ONG ambientalista.; § 1º - O Presidente do Conselho Consultivo será o Gerente do Parque Estadual Mata dos Godoy (IAP), que presidirá também as reuniões. § 2º - A duração do mandato será de 2 (dois) anos, renováveis por igual mandato. § 3º - Cada membro do Conselho Consultivo terá um suplente, escolhido entre seus pares, segundo critério de representatividade das categorias. § 4º - A Assessoria Técnica que se fizer necessária ao Cnselho Consultivo, será requerida junto ao órgão ambiental estadual, que deverá viabilizar o pleito dentro do possível. § 5º - À Assessoria Técnica cabe estudar projetos e demais documentos submetidos à sua apreciação e elaborar pareceres na forma de relatórios. § 6º - O técnico responsável pelo parecer não deverá estar envolvido diretamente em projetos ou demais documentos submetidos à sua apreciação. SEÇÃO I DA COMPETÊNCIA DOS MEMBROS DO CONSELHO CONSULTIVO Art. 5o - Compete ao Presidente do Conselho Consultivo: I. convocar, presidir e coordenar as Reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Consultivo; II. enviar a pauta das reuniões do Conselho Consultivo para os seus membros com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias, salvo as hipóteses de reunião extraordinária, onde esse prazo será de no mínimo 48 (quarenta e oito) horas, oficializado e recebido pelos membros titulares e/ou respectivos suplentes; III. presidir o processo eleitoral do Conselho Consultivo; IV. presidir o processo de habilitação e credenciamento das entidades que queiram compor o Conselho Consultivo; V. assinar documentos e representar o Conselho Consultivo, perante a sociedade civil e órgãos do poder público; VI. propor questões de ordem e pauta das reuniões; e, VII. cumprir e zelar pela observância das normas deste regimento. Art. 6o - Incumbe ao Secretário Executivo: I. redigir e assinar as Atas das Reuniões e distribuí-las após cada reunião; II. redigir correspondências, relatórios, comunicados e demais documentos necessários, mediante a aprovação do Conselho Consultivo; III. divulgar ao Conselho Consultivo as informações, decisões e ações desenvolvidas no âmbito do Parque; IV. receber todas as correspondências e documentos endereçados ao Conselho Consultivo e encaminha-los à Presidência; V. manter atualizado e organizado o arquivo de documentos e correspondências do Conselho Consultivo; VI. divulgar na sociedade as informações, decisões e ações do Conselho Consultivo após apreciação do Gestor da Unidade; e. VII. assessorar a Presidência do Conselho Consultivo. Art. 7o - Incumbe ao Vice-Secretário Executivo: I. substituir o Secretário Executivo em seus impedimentos e ausência; e, II. assessorar o Secretário Executivo e a Presidência, quando solicitado. SEÇÃO II DA HABILITAÇÃO E CREDENCIAMENTO DAS ENTIDADES Art. 8o - As entidades que pretendem compor o Conselho Consultivo devem ser submetidas a critérios de habilitação e credenciamento, para, então, concorrer a cargos eletivos. § 1º - Os critérios para habilitação e credenciamento das entidades, contempladas no Edital de Convocação, são os seguintes: a. para os órgãos públicos: apresentar documento de sua criação, Regimento Interno e documento de nomeação do Titular para o município que abrange o PEMG; e, b.para as entidades não-governamentais: apresentar Ata de fundação da entidade, registro e Ata da reunião de posse da Diretoria e os objetivos das entidades, compatíveis com as atividades do Parque Estadual e Ata da assembléia que elegeu os seus respectivos representantes. § 2º - A habilitação e credenciamento de qualquer entidade como membro do Conselho Consultivo dar-se-à por aprovação em Reunião, devendo tal proposta constar do Edital de Convocação. § 3º - As entidades credenciadas para participar do Conselho Consultivo serão classificadas nas categorias representadas no Conselho Consultivo, segundo o que está definido no Artigo 4º deste Regimento. SEÇÃO III DAS ELEIÇÕES Art. 9o - A eleição para renovação do Conselho Consultivo será realizada no período máximo de 60 (sessenta) dias; e mínimo de 30 (trinta) dias que antecederem o término dos mandatos vigentes. § 1º - O presidente do Conselho Consultivo convocará todas as entidades para renovação e/ou nova habilitação para composição do Conselho Consultivo. § 2º - O processo eletivo de que trata o art. 9o acima, será convocado pelo Presidente do Conselho Consultivo, que terá plenos poderes para dirigir o processo eleitoral, tendo acesso à documentação, arquivos, cadastro e todo o material necessário à sua realização. § 3º - O representante das categorias indicadas nos incisos I a V do artigo 4º deste Regimento Interno, será eleito entre as entidades que compõem aquele segmento social, através de assembléia a ser realizada para tal fim. SEÇÃO IV DA PERDA DO MANDATO E DA VACÂNCIA Art. 10 - Ocorrerá à perda do mandato quando o membro do Conselho Consultivo: I. deixar de comparecer a 2 (duas) reuniões consecutivas; ou 3 (três) intercaladas, sem justificativa aceita pelo Conselho Consultivo. Caso o membro justifique sua falta, por escrito, deverá designar suplente para substituí-lo; e, II. for descredenciado pela entidade que representa oficialmente. Parágrafo único. A perda do mandato do membro do Conselho Consultivo será efetivada a partir de resolução do próprio Conselho Consultivo. Art. 11 - Ocorrerá a vacância do mandato do membro do Conselho Consultivo nos seguintes casos: I. renúncia voluntária, formulada por escrito, em expediente endereçado à Presidência do Conselho Consultivo; II. perda de mandato; e, III. morte. § 1º - Em caso de vacância, o Secretário Executivo do Conselho tomará as providências junto à entidade representada para que ocorra substituição do membro. § 2º - A ausência injustificada dos membros do Conselho Consultivo em 2 (duas) reuniões consecutivas; ou 3 (três) intercaladas, implicará na perda do mandato, sendo possível sua substituição por outro membro da mesma categoria, de acordo com o estabelecido no § 3º do Art. 9º deste Regimento Interno. SEÇÃO V DAS REUNIÕES, ORDEM DO DIA, VOTAÇÃO E ATAS Art. 12 - As deliberações do Conselho Consultivo serão tomadas de forma que todos os representantes detenham o mesmo poder de voto. Parágrafo único - As deliberações relativas às propostas de alteração do Regimento Interno serão tomadas por maioria simples dos votos dos membros do Conselho Consultivo. Art. 13 - Será lavrada uma Ata em cada Reunião do Conselho Consultivo, que, após leitura e aprovação que acontecerá na reunião subseqüente será assinada pelo Presidente do Conselho Consultivo, pelo Secretário Executivo do Conselho Consultivo e pelos demais membros presentes, sendo também enviada às entidades envolvidas com questões referentes ao Parque Estadual Mata dos Godoy ainda colocadas à disposição dos membros do Conselho Consultivo. CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 14 - Os casos omissos serão analisados e avaliados pelo Conselho Consultivo do Parque Estadual. Curitiba, em de de PRESIDENTE DO IAP ANEXO 11.A - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DE TRILHA ITEM OCORRÊNCIA DATA QUANTID. COORDENADAS TRECHO (UTM) SEGURANÇA Animais silvestres Acidentes com animais peçonhentos Salvamento Pessoas fora da trilha Presença de vespas e abelhas LIXO Presença de lixo na trilha Presença de lixo fora da trilha Tipo de lixo (reciclável ou não) Presença de vetores (moscas, ratos) PROCESSOS EROSIVOS Compactação do solo Início de sulcos na trilha Início de erosão ravinada na trilha Início de drenagem intermitente na trilha Início de drenagem intermitente fora da trilha VISITANTE Uso do cigarro Coleta / retirada de plantas Brigas entre os visitantes Utilização de aparelho sonoro Gritos/barulho Caminhada fora da trilha Vandalismo FAUNA Vestígios/Visualização/audição de mamíferos Vestígios/Visualização/audição de répteis Vestígios/Visualização/audição de aves Vestígios/Visualização/audição de anfíbios Presença de espécies exóticas (indicar qual) FLORA Presença de espécies exóticas (indicar qual) Presença de serrapilheira Presença de vegetação degradada (m) ANEXO 11.B - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DO VISITANTE NOS LOCAIS DE USO INTENSIVO ITEM OCORRÊNCIA SEGURANÇA DO Danos causados por visitantes VISITANTE Presença de lixo Indícios de fogo Problemas com sanemento Problemas com erosão Presença de Barulho Brigas Acidentes Presença de animais silvestres Presença de animais domésticos Presença de vetores associados ao lixo (ratos, moscas) DATA LOCAL ATENDIDO POR ANEXO 12.A - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DE TRILHA ITEM OCORRÊNCIA DATA QUANTID. COORDENADAS TRECHO (UTM) SEGURANÇA Animais silvestres Acidentes com animais peçonhentos Salvamento Pessoas fora da trilha Presença de vespas e abelhas LIXO Presença de lixo na trilha Presença de lixo fora da trilha Tipo de lixo (reciclável ou não) Presença de vetores (moscas, ratos) PROCESSOS EROSIVOS Compactação do solo Início de sulcos na trilha Início de erosão ravinada na trilha Início de drenagem intermitente na trilha Início de drenagem intermitente fora da trilha VISITANTE Uso do cigarro Coleta / retirada de plantas Brigas entre os visitantes Utilização de aparelho sonoro Gritos/barulho Caminhada fora da trilha Vandalismo FAUNA Vestígios/Visualização/audição de mamíferos Vestígios/Visualização/audição de répteis Vestígios/Visualização/audição de aves Vestígios/Visualização/audição de anfíbios Presença de espécies exóticas (indicar qual) FLORA Presença de espécies exóticas (indicar qual) Presença de serrapilheira Presença de vegetação degradada (m) ANEXO 12.B - EXEMPLOS DE INDICADORES PARA O MONITORAMENTO DO VISITANTE NOS LOCAIS DE USO INTENSIVO ITEM OCORRÊNCIA SEGURANÇA DO Danos causados por visitantes VISITANTE Presença de lixo Indícios de fogo Problemas com sanemento Problemas com erosão Presença de Barulho Brigas Acidentes Presença de animais silvestres Presença de animais domésticos Presença de vetores associados ao lixo (ratos, moscas) DATA LOCAL ATENDIDO POR