dossier de clipping - Materiais Diversos
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MARCELO EVELIN De repente fica tudo preto de gente Reflexão por Ana Dinger (participante Seminário Mais Crítica) De repente fica tudo preto de gente é, em certa medida, um ensaio sobre a (im)possibilidade da indistinção. De repente, fica tudo escuro (com a nossa entrada no espaço de exibição). Há uma moldura de luzes que delimita um quadrado. Evoca um ringue. Dentro ou fora, as pessoas são convidadas a circular. Uma massa de corpos, todos pintados de negro – uma camuflagem que atenua diferenças de género e raça -, desloca-se pelo espaço. Esta deslocação, a diferentes ritmos, mais ou menos célere, obriga aquela outra massa – dos espectadores – a deslocar-se também. Há toques e atropelos. Há contaminação. O preto fixa-se nas zonas de contacto (maculando roupa e pele descoberta). Esta massa, por vezes, separa-se nas suas unidades. O todo nunca é irredutível à soma das partes. A massa é sempre a reunião de singularidades. Na solidão, a diferença parece exacerbar-se. Nas suas trajectórias individuais, cada um destes seres adquire uma forma de mover e de estar que contrasta com as restantes. O estranhamento pode intensificar-se. É que a massa de espectadores, entre os quais estes seres, na sua peculiaridade, circulam, apercebe-se, com reforçada evidência, de que está em maior número. Mas esta massa de espectadores não adquire a força que a outra massa, dos performers, havia tido. A massa dos performers era densa. A massa dos espectadores é esparsa. Não há coincidência de intenção ou motor. Há uma coisa que as une, no entanto: são testemunhas e o testemunho pode ser visto como uma forma de participação. É, pelo menos, uma forma de implicação (estar implicado em). É estar-com, mesmo se, numa situação extrema, se esteja-contra. Dentro ou fora é sempre dentro. De repente fica tudo preto de gente obriga-nos a recolocar muitas questões que, por um lado, têm acompanhado a história de arte, com particular incidência desde as vanguardas do pré-guerra do século XX, e, por outro, séculos de história de colonialismo, em todas as suas facetas. Porque, se por um lado, De repente fica tudo preto nos impele a questionar a condição ou função de espectador e as potencialidades e limitações da participação, por outro, incita a resituar essas questões de forma mais abrangente: o que é participar? Quando é que somos, se é que alguma vez somos, isentos de responsabilidade no rumo das coisas? Quais são as possibilidades de resolução da tensão entre o singular e o colectivo? Como é que cada um de nós se posiciona na cadeia de relações de poder que permeia a nossa existência, a todos os níveis? Como é que nos relacionamos com as projecções fantasmáticas da história? Da nossa história individual, da história de um país, da história do mundo, de todas as suas sobreposições e implicações? De repente fica tudo preto de gente não é sobre a escravatura ou o racismo, mas é sobre as estruturas de poder que lhes subjazem. Joga, sobretudo, com a tensão entre o particular e o colectivo, as contradições inerentes à manutenção da singularidade numa tentativa de adesão a um grupo, as movimentações como força de motriz de mudança. E releva, sobretudo, a potência que se esconde nesse espaço negro do imperceptível. In: http://www.materiaisdiversos.com/index.php/de-repente-fica-tudo-preto-reflexao-por-ana-dinger MARCELO EVELIN De repente fica tudo preto de gente Reflexão por Sofia Soromenho (participante Seminário Mais Crítica) Na Fábrica de Cultura, mais precisamente, na Blackbox entramos no universo escuro e intimidante delimitado por uma espécie de ringue de boxe construído por umas barras de luz branca intermitente e De repente fica tudo preto de gente… o som arrepiante dividido entre a música e o bater dos pés dos intérpretes, cria uma tensão impossível de ignorar, uma parte do público quer escapar-se dos corpos que avançam sobre eles. Uma massa de corpos nus totalmente pintados de preto marcam um ritmo que determina a movimentação dos espectadores. A velocidade com que trespassam o espaço obriga à fuga. Algumas pessoas optam por ter uma margem de segurança e lançam-se rapidamente para fora do ringue. As regras são aparentemente claras e o público tem escolha: ficar dentro ou fora. Qualquer uma delas não diminui a tensão crescente que Marcelo Evelin cria neste espetáculo. De uma massa densa de gente que se confunde entre intérpretes e espectadores, de repente, sem se poder prever, como uma explosão provinda de uma força centrífuga, os corpos separam-se, o ritmo inverte-se, o poder da massa de gente passa à fragilidade do indivíduo. Lentamente, agora, cruzamos cada um destes indivíduos, alguns desafiam o público através do corpo e do olhar, outros encarnam a fragilidade da nudez exposta ao outro, outros fluem pelo espaço harmoniosamente, há diversidade. No olhar fica gravado um encontro único e inesquecível que conecta vida a vida aquilo que há de comum, mesmo que aparentemente separado, é como se agora sem tocar fossemos envolvidos pela mesma essência. Mas o que torna este espetáculo verdadeiramente surpreendente são os contrastes violentos e arrebatadores que se sucedem inesperadamente. Quando finalmente pensamos que estamos numa zona de segurança apercebemo-nos que não há lugares seguros, todas as fronteiras podem ser ultrapassadas e de facto são. Para lá do ringue também acontecem coisas. O medo volta, a tensão aumenta, não queremos sujar-nos? Não queremos ser tocados? Não queremos ser esmagados, empurrados, encurralados? Os corpos embatem violentamente uns nos outros simulando relações de poder e submissão que se manifestam através da dor infligida no outro, ou no sexo fervoroso levado ao extremo até à queda dos corpos no chão. Não há limites. O espetáculo passa num ápice, talvez pela tensão permanente até ao último segundo. Quando os intérpretes saem finalmente do ringue podemos respirar fundo, mas muitas questões surgem em catadupa. Quem exerce poder sobre quem? Quem domina e quem é dominado? O que nos une e o que nos diferencia? De onde vem este medo de ser tocado? In: http://www.materiaisdiversos.com/index.php/de-repente-fica-tudo-preto-reflexao-de-sofia-soromenho MARCELO EVELIN De repente fica tudo preto de gente Reflexão por Alexandra Balona (participante Seminário Mais Crítica) “O ser que vem é o ser qualquer.” Giorgio Agamben Na Fábrica da Cultura, em Minde, de repente ficou tudo preto de gente. Preto que é escuro, invisibilidade no espaço cénico desde o início, preto que é tinta, que cobre os corpos nus dos cinco performers já em cena, e dos operadores de som e de luz, também eles nus. E ainda, preto de gente, ou seja, preto que é massa de gente que, sem controlo e sem limite, se torna medo, preto que é medo. O público é encaminhado para um espaço, quase sem luz, e convidado a preenchê-lo livremente, a circular. Numa analogia a um ring de boxe, o espaço cénico é delimitado por barras de luzes brancas, colocadas à altura do que seria a corda de um ring. Não estão todas acesas, a luz é escassa, a visibilidade reduzida, distinguem-se os vultos dosperformers em movimento. O som é o dos seus passos, sincopados, marcam um ritmo certo que nos transporta para uma experiência ritualística. Cinco performers nus movem-se em massa, agarram os braços uns dos outros, cabeça tombada sobre o centro, sobre o grupo, formam um círculo imperfeito, morfologia viva, entrópica, que se metamorfoseia, que se adapta ao todo vivo, aos limites do espaço, aos espectadores que entretanto entram, circulam, se aproximam, ou recuam. Com medo, porque de repente tudo ficou preto de gente. O grupo desmembra-se. O todo dá lugar a cinco singularidades que se deslocam pelo espaço. Direcções aleatórias, movimentos singulares. Em suma, do plural regressamos ao singular, ao “ser alguém”, quem quer que seja, no meio do espaço, no meio dos “outros”. O poder da “massa” dá lugar à fragilidade da “vida nua”, literalmente nua. Ironicamente, até o espectador mais emancipado se refugia além do limite do ring. Espectadores passam de um lado ao outro, fogem da imprevisibilidade dos movimentos dos performers, não só pelo pudor do toque, do contacto com o corpo nu do “outro”, mas pela razão mais mesquinha de evitar uma contaminação pela tinta. Tinta preta que deixa marcas por onde passa e onde quer que toque: roupa, corpos, pele, seja entre performers, seja nos espectadores. A peça recupera a intensidade que, entretanto, se foi perdendo, quando o grupo se volta a encontrar, ora em momentos de conflito, com movimentos impulsivos, agressivos e inexpectáveis, com o previsível afastamento dos espectadores, ora em momentos de coesão e fusão, definitivamente corporal, carnal, sexual – qual massa de corpos interligados, sem contornos fixos e definidos. Cinco performers que não se conhecem, cinco singularidades, com linguagens diferentes, de proveniências geográficas distintas, constroem a partir do corpo, da dança, da acção, momentos provisórios do que pode ser um “plural”, um “comum+unidade” (comunidade), que é essa existência com o “outro” que nos é estrangeiro. A inquietante questão que atravessa os tempos e que, em suma, está na base do que é a política. Com este trabalho que parte do livro de Elias Canetti “Massa e Poder” (1960), o coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin oferece-nos uma experiência provocadora: desafia-nos não só a com-viver com a nudez do outro, a ser voyeur desta massa de corpos nus, sem género, nem raça, anulando o violento princípio da identidade, pergunta-nos se aceitamos o seu toque, as manchas de preto, a indefinição do limite ténue que vai do limite do meu corpo, ao do “outro”. No seu livro Communauté désouvrée (1983), Jean-Luc Nancy opera uma desconstrução da compreensão essencialista de comunidade, que politicamente é fundada nos princípios de identidade do sujeito moderno, fixa e definida. Nos anos noventa, na sequência da problematização contemporânea do que pode ser uma hipótese de vivência em “comum”, o filósofo italiano Giorgio Agamben publica La comunità che viene (A comunidade que vem), uma comunidade que sendo irrepresentável, permanece em aberto na sua própria definição, de radical abertura política ao “ser qualquer”. Em De repente tudo fica preto de gente, a massa uniforme inicial que os performers movimentam em palco anula, a um primeiro olhar, as diferenças e a multiplicidade. É uma massa toda preta de gente, indiferenciada, todavia, múltipla. E é no seu desmembrar, e nas suas possíveis re-composições, que se expõe a singularidade de cada performer enquanto outra comunidade que será “ser tal sempre qual por é”, vir, numa para promessa que de permaneça, construção nesse sempre aberta. In: http://www.materiaisdiversos.com/index.php/de-repente-fica-tudo-preto-de-gente-alexandra-balona de sentido, Datum: 30.08.2014 Weblog Kultur Kulturkritik 8005 Zürich 043 446 53 34 www.kulturkritik.ch Medienart: Internet Medientyp: Weblogs, Userforen Online lesen Themen-Nr.: 833.014 Abo-Nr.: 1095180 Zürcher Hochschule der Künste. Die Kritik Lektorat: Tabea Buri. Von Carmen Beyer, 30.8.2014 An unseren Sachen klebt schwarze Farbe. An der Jacke, Hose, manchen an den Händen und im Gesicht. Überall diese dunklen Flecken und Streifen. Es sind die Spuren einer Berührung, die meist unvollendet blieb, manchmal vermieden, manchmal gesucht wurde. Und es sind Spuren einer Erfahrung, die sinnlicher und eindrücklicher kaum an einem Performanceabend entstehen kann. Beobachtender und Beobachteter Als wir Zuschauer in das Foyer der Werft gelassen werden, ist dieses bereits bis auf ein spärlich beleuchtetes Bühnenquadrat abgedunkelt. Hängende Röhrenlampen, die einzigen Lichtquellen, trennen das Quadrat von dem Rest des Raumes ab, deuten den Schauplatz des Abends an. Hilfskräfte weisen uns dazu an, die Taschen an den Seiten zu deponieren. Wieso? Weil wir nicht auf einer Zuschauertribüne platziert werden, sondern in das Quadrat eintreten sollen. Zu ihnen. Ihnen, das sind die fünf Tänzer der Künstlergruppe «Demolition Inc.» um den brasilianischen Choreografen Marcelo Evelin. Zur wabernden elektronischen Soundkulisse tauchen sie in der Performance «Suddenly Everywhere Is Black With People» plötzlich neben uns in einem Eck des Quadrats auf. Vollständig schwarz bemalt; sie sind ein menschlicher Knoten aus ineinander verschlungenen Armen, Beinen, irgendwo Köpfe, der sich mit trippelnden, gleichmässigen Schritten entlang des Bühnenquadrats auf uns zu bewegt. Wir weichen ihm aus, sodass es aussieht als ziehe sich schwarzes Gebilde durch bunte Materie. Erst reissen Lücken auf, die sich sofort wieder schliessen. Nie weichen wir vom Rand, nie rücken wir zu weit in die Mitte, nie vereinzeln wir uns. Das Fremde & Andere unter uns, an uns Wir reagieren damit, wie es Schriftsteller Elias Canetti an den Beginn seiner anthropologischen Schrift « Masse und Macht» schrieb: «Nichts fürchtet der Mensch mehr als die Berührung durch Unbekanntes.»In dem Werk von 1960, das auch Evelin als Inspirationsquelle für seine Performance verwendet, interessierte sich Canetti für die Dynamik von Menschenmassen. Wenn sich Menschen zu einer Masse zusammenscharren, vollziehen sie damit nicht einfach eine politische, gesellschaftliche Bewegung. Sie ahmen einander nach – ein Phänomen, das nicht nur eine menschliche sondern eine universelle Erscheinung ist. Die Masse erzeugt ein verbundenes Raumerlebnis, also eine physische Erfahrung. In «Suddenly Everywhere Is Black With People» wird diese Erkenntnis zu einem sinnlichen Erleben übersetzt und dafür alle sonstigen Rollenzuschreibungen aufgehoben. Wir sind nicht Zuschauer ausserhalb des Bühnenraums, sondern Hauptakteure auf der Bühne, werden beständig von den schwarzen Gestalten beobachtet, reagieren auf ihre Bewegungen mit unserem eigenen Körper. Und wir beobachten uns gegenseitig bei unseren Reaktionen. Wir nehmen wahr, wie ein schleichender Wechsel in unseren Handlungen entsteht und die schwarze Masse aus Tänzern weniger bedrohlich erscheint und das wenige Licht es zulässt, schwarz von schwarz zu unterscheiden bis im Menschenknäuel Augen, Haare, Münder, Busen und andere körperliche Feinheiten erkennbar werden. Medienbeobachtung Medienanalyse Informationsmanagement Sprachdienstleistungen ARGUS der Presse AG Rüdigerstrasse 15, Postfach, 8027 Zürich Tel. 044 388 82 00, Fax 044 388 82 01 www.argus.ch Argus Ref.: 54984124 Ausschnitt Seite: 2/3 Bericht Seite: 9/11 Datum: 30.08.2014 Weblog Kultur Kulturkritik 8005 Zürich 043 446 53 34 www.kulturkritik.ch Medienart: Internet Medientyp: Weblogs, Userforen Online lesen Themen-Nr.: 833.014 Abo-Nr.: 1095180 Evelin & Demolition Inc. bieten so eine Antwort und einen Ausweg aus der Furcht vor dem bedrohlichen Unbekannten und seiner Berührung: Indem wir ihm entgegen gehen, uns nicht vom Anderen entfernen sondern nähern, bis wir ihm so nahe sind, dass sein Anderssein aufhört. Es ist die Stärke des Abends, all diese Ebenen in einer so simplen und unangestrengten wie eindrücklichen und poetischen Performance darzustellen, dass wir uns danach zutiefst berührt fühlen und die schwarze Farbe der Tänzer bei unserer Berührung abfärbt. Und sie eine Spur hinterlässt auf unserer Kleidung, in unserer Haltung. Medienbeobachtung Medienanalyse Informationsmanagement Sprachdienstleistungen ARGUS der Presse AG Rüdigerstrasse 15, Postfach, 8027 Zürich Tel. 044 388 82 00, Fax 044 388 82 01 www.argus.ch Argus Ref.: 54984124 Ausschnitt Seite: 3/3 Bericht Seite: 10/11 Datum: 19.08.2014 Tages-Anzeiger 8021 Zürich 044/ 248 44 11 www.tagesanzeiger.ch Medienart: Print Medientyp: Tages- und Wochenpresse Auflage: 173'877 Erscheinungsweise: 6x wöchentlich Themen-Nr.: 833.014 Abo-Nr.: 1095180 Seite: 23 Fläche: 22'554 mm² Das Fremde kommt auf zehn Füssen beitet. Jetzt ist am Theater Spektakel in Menschenknäuel einem zwar sehr nahe Der Choreograf Marcelo Zürich zu sehen, wie die stündige Se"ance kommt, dabei aber unlesbar bleibt. Man Evelin kommt dem Publikum das Fremde zum Erscheinen bringt - erkennt das Stigma des schwarzen und am Ende derart zum Verschwinden, Make-ups, das seinen Körper bedeckt, am Theater Spektakel atemberaubend nahe. Christoph Fellmann Es atmet. Es stöhnt leise und keucht. Es trippelt durch den Raum, zwischen den Zuschauern hindurch, denen man die Taschen abgenommen hat. Es ist nackt, allerdings tiefschwarz. Es ist ein Geschöpf aus fünf Performerinnen und Performern, die sich, ineinander verknäuelt und um sich ringend, durch das Foyer der Werft bewegen. Zehnfüssig, vierbrüstig, dreischwänzig. Ab und zu blitzt und bleckt das Weiss eines Auges oder eines Gebisses, sehr viel ist aber nicht zu sehen. Dass es hier so dunkel ist, liegt auch an den Zuschauern, die mit im Ring stehen, der das Geschehen begrenzt, und damit vor den Neonröhren, die es einfassen und beleuchten. Eindeutig: Wenn niemand hinsehen würde, könnte man mehr erkennen. Nur, von was? Denn natürlich geht es nicht darum, primäre und sekundäre Geschlechtsmerkmale zu erhaschen, wenn Marcelo Evelin die Performer sei- ner Kompagnie Demolition Inc. für «Suddenly Everywhere Is Black With People» in den Ring schickt. Letzte Sai- dass niemand mehr da ist, dem man ap- und bemerkt doch das utopische Moplaudieren könnte. Es ist weg, was im- ment, das darin liegt, wie sich zwischen mer es war. Aber im Zwielicht dieser zehn schwarzen Armen und Beinen die Stunde glaubt man, das Fremde für ei- Unterschiede von Gender und Herkunft nen Moment erkannt zu haben. auflösen (die Performer stammen aus Inspiriert ist dieses irrlichternde Brasilien, Japan und Holland). Marcelo Evelin nennt sein Stück zu Meisterstück vom berühmten ersten Satz aus «Masse und Macht», dem 1960 Recht ein politisches Statement. Aber erschienenen Hauptwerk von Elias Ca- natürlich tut er den Teufel, sein Wesen netti: «Nichts fürchtet der Mensch mehr zum Beispiel in Lampedusa zu verorten. als die Berührung durch Unbekanntes.» Klar, da sind die Momente, da der MenUnd mehr als den weiteren Ausführun- schenhaufen um Hilfe zu flehen scheint, gen des Zürcher Nobelpreisträgers über da sein Tanz wie eine grosse, drängende das Wesen der Masse und ihren Führer- Fluchtbewegung anmutet. Doch heimatkult folgt Marcelo Evelin dieser einen los ist hier in erster Linie das Publikum, Feststellung - mit den Zuschauern in der und das Stück ist auch eine Invasion. Der Rolle der Menschen und den Perfor- Tanz ist immer wieder heftig und aggresmern in der des Unbekannten. Das selt- siv (aber nie sexuell, den Fehler macht same Menschenknäuel geht und kriecht Marcelo Evelin nicht). Doch ob in wuchdurch den Raum, das Publikum weicht tigen oder haarfeinen Momenten: Die inwie von unsichtbarer Choreografie ge- time Nähe zum Publikum schafft eine drängt zurück und rückt wieder näher. beidseitige spürbare Verletzlichkeit. Umso mehr, als sich das MenschenUnd klar, da sind auch Zuschauer, die stehen bleiben, komme, was wolle. knäuel doch noch aufteilt. Die Darsteller streifen durch die Menge, das Fremde ist Das ist nicht Lampedusa jetzt überall. Es steht vor dir im Licht, So entsteht über dem fein modulierten wirft seinen Schatten auf dich und sucht Brummton von der Soundkonsole ein in deinen Augen etwas, das es kennt. fragiler Tanz um Nähe und Distanz, ein von Angstlust getriebenes Vor und Zu- Bis 20.8. rück, in dem sich das Publikum ständig son hat der brasilianische Choreograf auch selbst beobachtet und austariert. das Stück für ein Festival in Kyoto erar- Das ist darum interessant, weil dieses Medienbeobachtung Medienanalyse Informationsmanagement Sprachdienstleistungen ARGUS der Presse AG Rüdigerstrasse 15, Postfach, 8027 Zürich Tel. 044 388 82 00, Fax 044 388 82 01 www.argus.ch Argus Ref.: 54842921 Ausschnitt Seite: 1/1 Bericht Seite: 2/11 RECENSIES SUDDENLY EVERYWHERE IS BLACK WITH PEOPLE MARCELLO EVELIN / DEMOLITION INC PERFORMANCE - 25 mei 2013 - Halles de Schaerbeek, Kunstenfestivaldesarts Speellijst Hoe zwart kan zwart zijn? doorMoos van den Broek gezien 25 mei 2013 Suddenly everywhere is black with people is een zoektocht naar het diepste zwart. Publiek en dansers treffen elkaar in een donker niemandsland waar zich een bezwerend ritueel afspeelt van toenadering en afstoting, toebehoren en uitsluiting. Na lang in Nederland te hebben gewerkt keerde choreograaf Marcello Evelin in 2006 terug naar zijn geboortestad Teresina in Brazilië, waar zijn loopbaan nieuw elan kreeg. Hij opende er een theater, moest het weer sluiten, maar bleef zelf voorstellingen produceren. Toen het Kunstenfestivaldesarts in 2012 de voorstelling Matadouro naar Brussel haalde, opende plots meerdere internationale theaters hun deuren voor het werk van Evelin. Het bloed kruipt waar het niet gaan kan, Evelin is terug in Europa en is ook te zien in Nederland tijdens festival De Keuze in Rotterdam. Matadouro deed al wat stof opwaaien in Brussel en dat gold ook voor de nieuwste voorstelling Suddenly everywhere is black with people, waarin Evelin ritueel en performance opnieuw met elkaar verbindt. Maar ditmaal geen traditionele publieksopstelling en minder ‘theatraliteit’. In die zin staat Suddenly everywhere is black with people lijnrecht tegenover Matadouro. Soberheid overheerst, danser en publiek zijn gelijkwaardige lichamen in een ruimte. Evelin baseerde zijn stuk op het essay Masse und Macht van Elias Canetti. De nieuwste voorstelling van Evelin is een duister ritueel dat zich afspeelt in de kale zaal, waarin een ruimte is afgezet met tl-lampen. Een grens die we als publiek overigens ook mogen overschrijden. In de afgebakende ruimte ontmoet het publiek een groep dansers, allen naakt en zwart beschilderd. Als één organisme van donkere schaduwen bewegen ze grillig door de summier verlichte ruimte, soms rakelings langs de toeschouwers, die terugdeinzen en zich noodgedwongen moeten verplaatsen. Lichamen rollen en buitelen over elkaar heen. Doordat de lichamen zwart zijn, is nauwelijks te onderscheiden welk arm of been wie toebehoort. Adem, gehijg en schurende lichamen worden versterkt. In het tweede deel van de voorstelling valt het organisme uiteen en verspreiden de schaduwen zich om vervolgens op te gaan in kluitjes publiek, die zich om de eenlingen heen verzamelen. Een doordringend geluid doemt langzaam op, de tl’s knipperen. Het is een obscuur landschap dat Evelin hier creëert. Nog eenmaal komen de performers bij elkaar, driftig bewegend drijft het op hol geslagen organisme het publiek dan tot de uithoeken van de ruimte. Daarna valt de groep opnieuw uiteen. Het ‘publiekslichaam’ vormt een spiegel, het is kleurig en zichtbaar in tegenstelling tot de dansers die in het donker opgaan. Wie neemt hier wie in beslag en wat vertegenwoordigt dit zwarte lichaam? Een onzichtbare kracht, dat wat we niet zien, het onderdrukte? Het zijn grote vragen die Evelin hier stelt, wezenlijke zowel als politieke vragen. In die zin is Suddenly everywhere is black with people een belangwekkende performance; een voorstelling waarop we nog wel een poosje kunnen kauwen. Evelins zoektocht naar het diepste zwart is er een die hoop geeft. ©Theaterkrant 2013 - See more at: http://www.theaterkrant.nl/recensie/suddenly-everywhere-is-black-withpeople/#sthash.kF1gz0GI.dpuf SPRING toont naakte waarheid - Jacqueline de Kuijper Dansmagazine 19 mei 2014 Tijdens SPRING Performing Arts Festival in Utrecht zijn verschillende voorstellingen te zien met naakte lichamen: Memento Mori, Wellness enSuddenly everywhere is black with people. Ze krijgen de hashtag #nakedtruth, maar wat is de naakte waarheid die wordt getoond? Waarom zijn de performers naakt? Bestaat functioneel naakt eigenlijk nog wel? En wat zegt deze naaktheid over de maatschappij van nu? Onschuldig In Memento Mori van Pascal Rambert tasten vijf naakte mannenlichamen in het duister. Dankzij minimale belichting zien wij hen als schimmen over het podium bewegen. Later wordt er fruit het podium op gedragen, dat vervolgens geplet worden wanneer de performers intiem om elkaar heen bewegen. Het stuk gaat over het begin van de wereld - of van een nieuwe wereld - en in dat opzicht lijkt het naakt gepast. De fruitscène interpreteer ik als een verwijzing naar het Hof van Eden, toen men nog geen kennis had van goed en kwaad en zich van zijn blote lichaam niet bewust was. Daarmee verwijst naakt in deze voorstelling naar onwetendheid en onschuld en de groep lichamen naar een verloren tijd en eenheid. In dat opzicht doet het naakt me ook denken aan het primitivisme van eind negentiende eeuw. De gedachte dat ‘primitieve’ of ‘onbeschaafde’ volkeren - die ten tijden van het kolonialisme ontdekt werden - dichter bij de natuur stonden was een grote inspiratiebron voor kunstenaars die de technologische vooruitgang en het moderne leven in de drukke steden van de Westerse beschaving als een gevaar zagen. Hadden de performers in Memento Mori kleding aan gehad, dan was het een hele andere voorstelling geweest. Niet omdat het feitelijk naakt een groot onderdeel van de voorstelling was - het was vaak te donker om zelfs maar te zien dat de performers naakt waren - maar omdat de symbolische referentie wel essentieel is voor het concept. Helend In Wellness van Florentina Holzinger en Vincent Riebeek zijn de performers op zoek naar de perfecte symbiose van een gezond lichaam en een gezonde geest. Ze houden ons een spiegel voor en tonen alle mogelijke middelen die men aanwendt om dat doel te bereiken, waaronder dans, yoga en seks. Tijdens het stuk Grahamdans gaan een voor een de kledingstukken uit. Vervolgens worden de naakte lichamen met olie besprenkeld en tuimelen ze onafscheidelijk om elkaar heen. Ook lesbische seks met voorbinddildo is een onderdeel van de voorstelling. De verwijzing is subtiel, maar de dansliefhebber weet dat Martha Graham - wiens bewegingsvocabulair de dansers gebruiken - behoorde tot de primitivisten en abstract expressionisten. Moderne dans werd indertijd gezien als een holistische kunst die de duivelse dualiteit van de moderne wereld zou kunnen helen. Al danste Grahams dansers zelf niet naakt, het geleidelijk uitkleden van de dansers in Wellness wijst erop dat moderne dans een manier is om die balans van lichaam en geest te bereiken. De meer sensuele en seksuele onderdelen van de voorstelling shockeren wel. Balans tussen lichaam en geest wordt niet bereikt door je aan oude angsten vast te klampen, maar door je verder te ontwikkelen en buiten je comfortzone te treden. Hier wordt het naakt grensverleggend op een Gestalttherapeutische manier a la Fritz Perls, in plaats van de Jungiaanse symboliek die Graham zo inspireerde. Lieneke Mous, de vriendin die die avond met me mee naar de voorstelling is gegaan, verklaart na de voorstelling enthousiast dat functioneel naakt gelukkig nog bestaat. Beiden geven we als eersten een staande ovatie. Toch vraag ik me af de man naast mij het naakt ook als functioneel heeft beschouwd; hij was tijdens de naaktscènes aan het hijgen. Demonisch De naakte lichamen van de dansers in Suddenly everywhere is black with people van Marcelo Evelin zijn met houtskool zwart geverfd. Als een groep bewegen zij zich door de ruimte die met een omheining van Tl-buizen is afgezet. Het is taak aan het publiek, die ook binnen de omheining staat, op tijd uit de weg te gaan. Het roept bij mij een gevoel van achtervolgingswaanzin op. Wanneer de dansers op me afstormen draai ik me om om weg te vluchten, maar de jongens achter mij verroeren zich niet en in een vlaag van paniek klamp ik me aan een van hen vast. In Suddenly is het naakt niet onschuldig of genezend, maar eerder demonisch. De zwart geverfde lijven doen me denken aan beeldgeving ten tijde van het kolonialisme en de slavernij toen ‘zwarte’ mensen als zwart werden afgebeeld, in plaats van bruin. Hier ervaar ik geen liefde of verlangen naar vroegere tijden, maar een angst voor de ander, een angst voor het onbekende. De eenheid die de groep echter vormt doet toch ook weer denken aan het primitivisme. Slecht in een scène laten de dansers elkaar los en lopen als zombies tussen de toeschouwers door. Blijkbaar is het de gemeenschap die vitaliteit aan het leven verschaft. Toch geeft de groep me een beklemmend gevoel, hetzelfde beklemmende gevoel dat Facebook, iPhones en mensenmassas me geven. Die vervelende drang om je continu met elkaar te bemoeien. Modern primitivisme? Het valt me op dat in iedere voorstelling minstens een scène zit waarin de dansers onafscheidelijk zijn en de verschillende naakte lichamen als één lichaam bewegen. Wisten de theatermakers van elkaars voorstellingen, of zijn ze onafhankelijk van elkaartot hetzelfde beeld gekomen? Wat zegt dit modern primitivisme over de maatschappij van nu? Gaat de voorkeur voor naakte groepen mensen samen met de liefde voor ecologisch, biologisch en de terugkeer van baarden en snorren? Zijn we bang voor de plek die technologie in ons leven inneemt? Willen we terug naar een tijd waarin we ons niet bewust waren van het kwaad dat zich aan de andere kant van de wereld, of in eigen land, afspeelt? De naakte waarheid op SPRING roept op tot reflectie en spookt nog dagen door je hoofd. Nikla Katsburg 19 mei 2014 – 1e rang – Een voorstelling op het SPRING festival is geen gewone avond uit. Gaan zitten om vermaakt te worden is er bij ‘Memento Mori’, ‘Cinema Imaginaire’ en ‘Suddenly everywhere is black with people’ niet bij. Zodra je zit, staat of meeloopt maak ook jij als publiek, deel uit van de performance. In de grote zaal van Stadsschouwburg Utrecht is de tribune uitgeklapt. Op het podium is niets dan donker te zien. Zodra het publiek zit, kruipt het donker als dichte mist steeds dichterbij totdat het pikdonker is en je letterlijk geen hand voor ogen meer zien kunt. Het donker in ‘Memento Mori’drukt op de ledematen: handen en voeten voelen zwaar en het kost de ogen moeite om te blijven focussen op de plek waar het podium moet zijn. Na een tijdje flikkeren witte schimmen op het podium, of toch niet? Je gaat twijfelen aan hetgeen je ziet en niet ziet. Eerst is de lichtschim in de verte, dan opeens is een schaduw heel dichtbij. Wat er precies gebeurt en wat het moet voorstellen is voor iedereen in het publiek anders. De een ziet er aliens in en een ander moet moeite doen haar paniekaanval te onderdrukken. Weer een ander spreekt van een seksuele orgie. Ook ‘Cinema Imaginaire’ speelt met de fantasie van het publiek. Lotte van den Berg neemt het publiek mee naar een plek in het centrum van Utrecht. Daar vandaan gaat de groep individueel filmen, vijf scènes. Hiermee is deze voorstelling dit weekend het toppunt van publieksparticipatie.Met de stopwatch op 10 minuten draait ieder zich om en gaat van start. Na elke filmsessie komt de groep bij elkaar om ervaringen uit te wisselen en een nieuwe filmopdracht mee te krijgen. Dat een ieder ook deze performance op zijn eigen manier ervaart, wordt mooi duidelijk als de deelnemers na het filmen met elkaar één scène uit hun film delen. De een zoomt in op het postkantoor, een ander op de bomen en weer een ander beschrijft de vaart van twee fluisterboten in de gracht. Bij ‘Suddenly everywhere is black with people’ staat het publiek met de performers in een vierkant afgebakend door tl-lampen. De dansers houden elkaar stevig vast en bewegen in draf door de ruimte. Ze zijn naakt en zwartgekleurd door houtskool. Het publiek moet regelmatig een stap opzij doen om het zwarte gevaarte te ontwijken en te voorkomen dat ze niet met houtskool besmeurd raken. Als de groep van vijf uiteengaat lijken overal zwarte mensen te lopen. Overal waar je kijkt zie je een zwart figuur in langzame repetitieve bewegingen door de ruimte gaan. Dit brengt spanning in de performance. De individuen intrigeren. Wie zijn ze? De reacties op dit zwarte gevaarte zijn verschillend. Sommigen uit het publiek rennen er hard voor weg. Anderen lijken de groep juist uit te dagen door te blijven staan en oogcontact te zoeken. Alsof ze willen uittesten of zij de richting van de groep kunnen beïnvloeden, in plaats van door de groep alle kanten op gestuurd te worden. Zo maakt het publiek ook hier zijn eigen unieke SPRING-ervaring. 12/4/2014 Metacrítica - De repente fica tudo preto de gente » MITsp MITsp | PROGRAMAÇÃO | GRADE | INGRESSOS | ONDE | BLOG | NOTÍCIAS | FOTOS | IMPRENSA | PUBLICAÇÕES | CONTATOS Prática da Crítica Metacrítica – De repente fica tudo preto de gente 26/03/2014 By Julia Guimarães In Prática da Crítica Blog – Prática da Crítica Metacrítica – Ubu e a Comissão da Verdade 26/03/2014 As artes e o todo Maria Eugênia de Menezes, do Teatrojornal, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Escola 26/03/2014 A linguagem desilude o discurso Valmir Santos, do Teatrojornal, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Cineastas 26/03/2014 Revisitando Cineastas ou dois frames de críticas gerando um quadro (crítico) Por Ana Carolina Marinho, da Antro Positivo, em diálogo… Metacrítica – Hamlet 26/03/2014 Quero a desconfiança de Hamlet Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda?, com Maria Eugênia e Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Eu não sou bonita Percepções em deslocamento Soraya Belusi, do Horizonte da Cena, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Deslocar-se. Instaurar novos espaços. Desarticular as categorias. Fazer mover os corpos. Mudar de lugar o olhar. Contaminar o outro. Desviar os comportamentos dominantes. Imperativos que se apresentam, independentemente da abordagem crítica, na fruição de De repente fica tudo preto de gente. São noções que parecem ser inerentes à obra de Marcelo Evelin e dos performers da Demolition Inc., e que provocam, entre outras coisas, a desestabilização do espectador, em sua maneira de percepção e de disponibilidade corpórea, e a própria relativização das categorias artísticas, por seu caráter híbrido e pela prioridade em estabelecer a experiência e a amplitude de sentidos. 26/03/2014 Reflexões da perturbação Luciana Romagnolli, do Horizonte da Cena, em diálogo com Suely Rolnik e Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Gólgota Picnic 26/03/2014 Atravessando o território do Gólgota Pollyanna Diniz, do satisfeita, Yolanda?, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – De repente fica tudo preto de gente 26/03/2014 Além das múltiplas leituras possíveis na relação com a obra – algumas delas apresentadas em conversas com professores-pesquisadores e estudiosos de outras áreas do conhecimento; neste caso, com Nina Caetano e Pedro Cesarino, respectivamente; que ofereceram chaves de aproximação através da investigação dos conceitos e procedimentos de construção da obra, assim como a noção cosmológica colocada em jogo no espetáculo –, parece despontar, no exercício de metacrítica realizado pelo Coletivo de Críticos (*), a ideia de deslocamento, seja da relação passiva com o espectador, seja pela contaminação de procedimentos de disciplinas artísticas distintas, seja, principalmente, pela atitude que demanda daquele que a assiste, tanto na tentativa de convívio quanto na pura contemplação. Percepções em deslocamento Soraya Belusi, do Horizonte da Cena, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Anti-Prometeu 26/03/2014 Por uma chama intempestiva Daniele Avila Small, da Questão de Crítica, em diálogo com Coletivo de Críticos Metacrítica – “Nós somos semelhantes a esses sapos…” + Ali Em De repente tudo fica preto de gente, não são apenas os corpos dos performers que se colocam em movimento. Mais que andar pelo espaço, o público é provocado a mover-se de seu estado habitual, a colocar sua própria fisicalidade em jogo e a expor-se também ao olhar do outro. O efeito que a proximidade entre 26/03/2014 Equilíbrio delicado Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda?, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) performers e espectadores assume sobre o ato performativo, já ressaltado em teorias e práticas cênicas ao Metacrítica – Bem-vindo a casa longo da história recente, parece ser também uma das forças de ação que constituem a explosão de 26/03/2014 percepções e possibilidades que De repente tudo fica preto de gente nos suscita. A realidade do fracasso como discurso estético Ruy Filho, da Antro Positivo, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Em suas ondas de movimento – da aglutinação à degeneração, da integração à individuação, da estagnação ao deslocamento -, as massas corpóreas dos performers mobilizam também estados distintos no público, do desejo à repulsa, da entrega à negação, da aproximação ao afastamento. A obra demanda que público estabeleça também um comportamento físico, tornando-se, assim como os performers, uma força propulsora Notícias o contato, entregar-se ou não ao contágio, realizar ou não o toque, deixar-se, ou não, perceber a si mesmo e Peter Pál Pelbart analisa Gólgota Picnic: leia aqui o texto na íntegra ao mundo através da pele e dos rastros que nela ficam. 21/03/2014 das dinâmicas que se estabelecem no espaço e no tempo do acontecimento performático, permitir-se ou não Como afirmou o próprio Evelin em conversa com o público, é como se houvesse uma “coreografia do espectador”, cujo fluxo de movimentos, assim como o dos performers, também assume uma característica, um padrão, um procedimento no desenrolar do espetáculo. Não se trata mais apenas de colocar em crise a http://mitsp.org/metacritica-de-repente-fica-tudo-preto-de-gente/#prettyPhoto Gólgota Picnic, ou sobre a teologia da destruição Peter Pál Pelbart Vladimir Safatle: “Ninguém aqui pediu perdão pelos crimes da ditadura militar” 1/3 12/4/2014 Metacrítica - De repente fica tudo preto de gente » MITsp cognição do espectador ou de provocar sua transição pelo espaço, mas também de fazer-lhe assumir uma 16/03/2014 postura diante dos corpos com os quais compartilha a experiência. A ocupação compartilhada entre criadores Após a estreia do espetáculo Ubu e a Comissão da Verdade na MITsp, ontem (15), o filósofo e e espectadores no platô coloca em confronto, como num ringue, as tradicionais convenções de quem age e de quem é apenas o alvo da recepção. O espectador, sua materialidade corpórea, é parte indispensável da professor da USP Vladimir… visualidade e do movimento da cena, tornando-se parte da experiência do grupo de espectadores presentes. Dois olhares sobre Gólgota Picnic Fica tudo preto de gente mesmo. Há uma escolha (ou uma recusa) a ser feita pelo espectador. Existe uma tomada de decisão do público que 15/03/2014 Quem acompanhou as ações da MITsp de ontem (14) encontrou pelo menos dois olhares distintos preexiste e ultrapassa o ato de olhar e atribuir sentido ao que se vê. Se o público não quer “empretecer”, é sobre um dos espetáculos mais… preciso agir. E se não quer agir, é preciso decidir ficar do lado de fora do ringue. Para esses, que se mantêm Suely Rolnik discute o espetáculo Eu não sou bonita do lado de fora, caberia apenas a contemplação, a construção de um argumento e a necessidade do sentido. Para os que estão dentro não existe contemplação, mas a exposição de todos que compartilham o ato. De 14/03/2014 repente tudo fica preto de gente é, em sua relação com o espectador, ao mesmo tempo, exposição e A apresentação de estreia de Eu não sou bonita na noite de ontem (13) deve ficar marcada como um contemplação, experiência e sentido, pensamento e movimento. dos… Assim como o deslocamento da percepção do espectador (sobre si mesmo e sobre a obra), o espetáculo nos Laymert Garcia analisa Sobre o conceito de rosto no filho de Deus: leia aqui o texto na íntegra levou a refletir, ainda, sobre a noção de campo expandido das artes, em que as categorizações não são mais capazes de enquadrar todos os desobramentos (éticos-estéticos-técnicos-filosóficos) da obra em questão. Retomando a ideia de convivio entre espectador e obra, espectador e espectador, espectador e performers que De repente tudo fica preto de gente proporciona, os campos do teatro e da dança, assim como da performance e da instalação, nem sempre têm a oportunidade de convívio que aqui se desenha. 14/03/2014 Sobre o conceito de rosto no filho de Deus Socìetas Rafaello Sanzio – Romeo Castellucci Mostra Internacional de Teatro de… Manutenção do CIT-Ecum é debatida no Fórum de Encontros 13/03/2014 A ampliação dos campos nas artes – uma ideia que pode ser vislumbrada com a leitura de A escultura no campo ampliado, de Rosalind Krauss – é também uma questão para a crítica. Se antes, uma categoria se definia por atributos técnicos específicos, hoje, esta se dá menos vertical e mais horizontal, no campo de experiências possíveis. Sendo assim, conceitualmente, temos que intervir sobre a dinâmica da experiência com forma de encontrar nela a possibilidade de sua condição. Aproximar-se de De repente fica tudo preto de gente por um único enquadramento possível seria limitador para a própria experiência relacional com a obra. No caso desse espetáculo, o público não está meramente passivo ao procedimento, é ele parte fundamental ao movimento de construção dos performers. A obra se estabelece como a correlação entre o convívio estético do espaço, obra e observador, uma instauração que parte de processos de entropias possíveis ao entendimento de proximidade ao outro. A criação assinada por Evelin e pelos performers da Demolition Inc., porém, não nos faz mais indagar, como sintoma das poéticas híbridas que se afirmam na contemporaneidade, se o que está diante dos nossos olhos é dança ou não. Esta pergunta parece não Construir uma mesa coletivamente. Essa foi a ação que serviu como ponto de partida para as atividades do Fórum de… Bem-vindo a casa terá três sessões extras 12/03/2014 Devido à grande procura do público pelo espetáculo Bem-vindo a Casa, a MITsp conseguiu, junto à equipe do espetáculo, que fossem realizadas… Roberto Suárez: “Buscamos uma relação com o público pela via do afeto” 12/03/2014 responder outra que se impõe de maneira ainda mais potente na fruição do espetáculo, ao voltar o Responsável por um dos espetáculos mais concorridos da MITsp – Bem-vindo a casa - o diretor questionamento não somente ao artista acerca dos procedimentos escolhidos por ele, mas, principalmente, a uruguaio Roberto Suárez conversou ontem… nós mesmos, espectadores, de como nos relacionamos com o que nos é apresentado. Exige, sim, olhar para esses espaços fronteiriços como eles se instauram em suas particularidades, não determinar categorias para eles que de algum modo os limitem. (*) O Coletivo de Críticos é um ajuntamento temporário de críticos, com presença na internet e atuação em rede. Inclui integrantes dos sites-blogs-revistas eletrônicas Antro Positivo (SP), Horizonte da Cena (MG), Questão de Crítica (RJ), Satisfeita, Yolanda? (PE) e Teatrojornal (SP). Felipe Hirsch e atores do MPTA refletem sobre “Nós somos semelhantes…” + Ali 11/03/2014 Na noite de ontem (10), o diretor de teatro Felipe Hirsch e os atores Ali e Hedi Thabet conversaram com o… Castellucci conversa com público via videoconferência 10/03/2014 Compartilhar: http://mitsp.org/metacritica-de-repente-fica-tudo-preto-de-gente/#prettyPhoto O segundo dia (9) da MITsp foi marcado por uma série de reflexões acerca do espetáculo Sobre o conceito de… 2/3 12/4/2014 Críticas - De repente fica tudo preto de gente » MITsp MITsp | PROGRAMAÇÃO | GRADE | INGRESSOS | ONDE | BLOG | NOTÍCIAS | FOTOS | IMPRENSA | PUBLICAÇÕES | CONTATOS Prática da Crítica Críticas – De repente fica tudo preto de gente 12/03/2014 By Julia Guimarães In Prática da Crítica Blog – Prática da Crítica Metacrítica – Ubu e a Comissão da Verdade 26/03/2014 As artes e o todo Maria Eugênia de Menezes, do Teatrojornal, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Escola 26/03/2014 A linguagem desilude o discurso Valmir Santos, do Teatrojornal, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Cineastas 26/03/2014 Revisitando Cineastas ou dois frames de críticas gerando um quadro (crítico) Por Ana Carolina Marinho, da Antro Positivo, em diálogo… Metacrítica – Hamlet 26/03/2014 Quero a desconfiança de Hamlet Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda?, com Maria Eugênia e Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Eu não sou bonita O espectador em deslocamento Por Soraya Belusi – Horizonte da Cena “Forma um bolo lá na frente”, instrui o homem na fila de entrada do teatro, como quem antecipa o que virá adiante. Em vez das cadeiras corretamente alinhadas, da comodidade do lugar marcado, da segurança presente na distância que separa palco e plateia, um platô que pode ser ocupado da maneira que o espectador preferir, deslocando-o de sua usual posição de passividade. Em De repente tudo fica preto de gente, não são apenas os corpos dos performers que se colocam em movimento. Mais que andar pelo espaço, o público é provocado a mover-se de seu estado habitual, a colocar sua própria fisicalidade em jogo e a expor-se também ao olhar do outro. 26/03/2014 Reflexões da perturbação Luciana Romagnolli, do Horizonte da Cena, em diálogo com Suely Rolnik e Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Gólgota Picnic 26/03/2014 Atravessando o território do Gólgota Pollyanna Diniz, do satisfeita, Yolanda?, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – De repente fica tudo preto de gente 26/03/2014 A criação de Marcelo Evelin e sua companhia Demolition Inc. não nos faz mais indagar, como sintoma das poéticas híbridas que se afirmam na contemporaneidade, se o que está diante dos nossos olhos é dança ou não. Esta pergunta parece não responder outra que se impõe de maneira ainda mais potente na fruição do espetáculo, ao voltar o questionamento não somente ao artista acerca dos procedimentos escolhidos por ele, mas, principalmente, a nós mesmos, espectadores, de como nos relacionamos com o que nos é apresentado. O efeito que a proximidade entre performers e espectadores assume sobre o ato teatral-performativo, já ressaltado em teorias e práticas cênicas ao longo da história recente, parece ser também uma das forças de ação que constituem a explosão de percepções e possibilidades que De repente tudo fica preto de gente nos suscita. Em suas ondas de movimento – da aglutinação à degeneração, da integração à individuação, da estagnação ao deslocamento -, as massas corpóreas dos performers mobilizam também estados distintos no público, do desejo à repulsa, da entrega à negação, da aproximação ao afastamento. Percepções em deslocamento Soraya Belusi, do Horizonte da Cena, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Anti-Prometeu 26/03/2014 Por uma chama intempestiva Daniele Avila Small, da Questão de Crítica, em diálogo com Coletivo de Críticos Metacrítica – “Nós somos semelhantes a esses sapos…” + Ali 26/03/2014 Equilíbrio delicado Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda?, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) Metacrítica – Bem-vindo a casa Não se trata mais apenas de colocar em crise a cognição do espectador ou de provocar sua transição pelo espaço, mas também de fazer-lhe assumir uma postura diante dos corpos com os quais compartilha a experiência. A ocupação compartilhada entre criadores e espectadores no platô coloca em confronto, como num ringue, as tradicionais convenções de quem age e de quem é apenas o alvo da recepção. Está posta ao 26/03/2014 A realidade do fracasso como discurso estético Ruy Filho, da Antro Positivo, em diálogo com o Coletivo de Críticos (*) público a possibilidade de, assim como a massa que pode se tornar imprevisível, romper o círculo da convenção artística e social que o estabelece apenas como observador da ação do outro, permite que este desestabilize as fronteiras estabelecidas da espera e possa avançar rumo à ação, normalmente delegada somente aos artistas. O lugar institucionalizado do espectador é colocado em xeque. De repente tudo fica preto de gente demanda do público estabelecer também um comportamento físico, tornando-se, assim como os performers, uma força propulsora das dinâmicas que se estabelecem no espaço e no tempo do acontecimento performático, permitir-se ou não o contato, entregar-se ou não ao contágio, realizar ou não o toque, deixar-se, ou não, perceber a si mesmo e ao mundo através da pele e dos rastros que nela ficam. http://mitsp.org/criticas-de-repente-fica-tudo-preto-de-gente/#prettyPhoto Notícias Peter Pál Pelbart analisa Gólgota Picnic: leia aqui o texto na íntegra 21/03/2014 Gólgota Picnic, ou sobre a teologia da destruição Peter Pál Pelbart Vladimir Safatle: “Ninguém aqui pediu perdão pelos crimes da ditadura militar” 1/3 12/4/2014 Críticas - De repente fica tudo preto de gente » MITsp 16/03/2014 O campo ampliado das artes cênicas Por Daniele Avila Small – Questão de Crítica A presença da obra de Marcelo Evelin, De repente fica tudo preto de gente, na programação da MITsp, que é uma mostra de teatro, é uma questão interessante para se pensar. Os campos do teatro e da dança nem sempre têm a oportunidade de convívio que aqui se desenha. Diante do compromisso de escrever sobre um espetáculo de dança – e especialmente tratando-se de uma obra com o nível de complexidade da que está em questão – me vejo diante de um problema para a crítica: o paradigma das categorias como campos separados Após a estreia do espetáculo Ubu e a Comissão da Verdade na MITsp, ontem (15), o filósofo e professor da USP Vladimir… Dois olhares sobre Gólgota Picnic 15/03/2014 Quem acompanhou as ações da MITsp de ontem (14) encontrou pelo menos dois olhares distintos sobre um dos espetáculos mais… de experiência e saber. O fato de a minha formação ser em teoria do teatro, sem estudos específicos na área Suely Rolnik discute o espetáculo Eu não sou bonita de dança, é algo que à primeira vista me constrange o pensamento. Mas, afinal, o que é dança? E o que é 14/03/2014 teatro? A ampliação dos campos nas artes – uma ideia que pode ser vislumbrada com a leitura de A escultura no campo ampliado, de Rosalind Krauss – é uma questão para a crítica de teatro. O teatro contemporâneo e a dança contemporânea não se definem hoje por aquilo que os definia algumas (muitas?) décadas atrás, como por exemplo, no caso da dança, a coreografia, no caso do teatro, o drama; embora o discurso comum não tenha assimilado de fato essa virada de liberdade criativa. Ainda vemos críticos escrevendo que algo “não é teatro” com uma convicção constrangedora. Não é a coreografia que define a dança, nem o drama que define o teatro – e as noções mesmas de coreografia e de drama podem ser bem mais amplas do que costumamos pensar. Não é o caso de tirar de cena a coreografia, nem de superar o drama. A apresentação de estreia de Eu não sou bonita na noite de ontem (13) deve ficar marcada como um dos… Laymert Garcia analisa Sobre o conceito de rosto no filho de Deus: leia aqui o texto na íntegra 14/03/2014 Sobre o conceito de rosto no filho de Deus Socìetas Rafaello Sanzio – Romeo Castellucci Mostra Internacional de Teatro de… Manutenção do CIT-Ecum é debatida no Fórum de Encontros 13/03/2014 Em uma reflexão apressada (uma contradição em termos) me parece que a fundamentação conceitual do espetáculo De repente fica tudo preto de gente em um princípio da física, ou seja, a presença forte de uma ideia orientadora que não está restrita à categoria dança, é algo que amplia o campo, que liberta a criação da Construir uma mesa coletivamente. Essa foi a ação que serviu como ponto de partida para as atividades do Fórum de… repetição de um mero exercício do fazer, de uma variação sobre procedimentos dados. É nesse sentido que Bem-vindo a casa terá três sessões extras me parece que o espetáculo em questão é para qualquer um, porque ele não demanda nenhum 12/03/2014 conhecimento prévio do espectador, ele simplesmente se dá à experiência. Penso que o contemporâneo não Devido à grande procura do público pelo está em um conjunto de premissas estéticas e reflexões endógenas, mas na natureza da relação com o espetáculo Bem-vindo a Casa, a MITsp conseguiu, junto à equipe do espetáculo, que fossem realizadas… espectador. com outros assistidos até agora – até porque a ideia de contato e a subsequente contaminação entre corpos é Roberto Suárez: “Buscamos uma relação com o público pela via do afeto” algo que o espetáculo de Marcelo Evelin nos faz viver. O espectador é fisgado para dentro das obras em três 12/03/2014 Com isso em mente, levanto o olhar para o contexto da MITsp para pensar o lugar deste trabalho no contato instâncias diversas em Sobre o conceito de rosto no filho de Deus, Bem-vindo a casa e De repente fica tudo preto de gente. No primeiro, a relação é subjetiva, impalpável e demanda uma disponibilidade de espírito do Responsável por um dos espetáculos mais concorridos da MITsp – Bem-vindo a casa - o diretor espectador. No segundo, o público é convidado a fazer parte da situação ficcional que se estabelece. No uruguaio Roberto Suárez conversou ontem… terceiro, o espectador, sua materialidade corpórea, é parte indispensável da visualidade e do movimento da cena, tornando-se parte da experiência do grupo de espectadores presentes. Fica tudo preto de gente Felipe Hirsch e atores do MPTA refletem sobre “Nós somos semelhantes…” + Ali mesmo. 11/03/2014 Mas o preto das imagens criadas por Marcelo Evelin não é opaco. É um preto translúcido que convida o olhar para a beleza do escuro. Na prática da crítica, esse é o grande desafio: mais que discorrer sobre o que já se Na noite de ontem (10), o diretor de teatro Felipe Hirsch e os atores Ali e Hedi Thabet conversaram com o… sabe, trabalhar a musculatura do olhar para enfrentar a escuridão. E o pensamento, como os olhos no escuro, Castellucci conversa com público via videoconferência precisa de tempo para começar a discernir as imagens nas sombras. 10/03/2014 * Durante a mostra, serão postadas aqui críticas diárias dos espetáculos da programação, escritas por integrantes do Coletivo de Críticos. Leia mais sobre as ações do Coletivo de Críticos na seção Olhares Críticos O segundo dia (9) da MITsp foi marcado por uma série de reflexões acerca do espetáculo Sobre o conceito de… deste site. Compartilhar: http://mitsp.org/criticas-de-repente-fica-tudo-preto-de-gente/#prettyPhoto 2/3 26/11/2014 Uma narrativa sensorial sobre o obscuro contemporâneo do "De repente fica tudo preto de gente" idanca.net INÍCIO NOTÍCIAS TEXTOS IDANCA.TXT IDANCA.DOC AGENDA BUSCA Filtrar por categoria Digite e tecle Enter Crítica , Textos RELACIONADOS QUINTA EDIÇÃO DE DISCOREOGRAFIA – MÚSICA, DANÇA E BLÁ, BLÁ, BLÁ JÁ ESTÁ NO AR UMA NARRATIVA SENSORIAL SOBRE O OBSCURO CONTEMPORÂNEO DO “DE REPENTE FICA TUDO PRETO DE GENTE” por Sheila Ribeiro / 20/11/2013 / 1 Comentário abril 29, 2014 Tweetar 0 0 Entrar MOSTRA Idealizado pela artista Sheila Ribeiro, o 7×7 é um projeto de manifestações críticopoéticas em torno de trabalhos artísticos INTERNACIONAL DE escritos por artistas. Desde 2009, o 7×7 olha para o que acontece em dança contemporânea por ai. Nascido durante o Festival TEATRO RECEBE Contemporâneo de Dança (SP), já cobriu o Festival Panorama (RJ), Olhares sobre o Corpo e FID (MG), Panorama Sesi ESPETÁCULOS DE DANÇA EM SUA PROGRAMAÇÃO março 06, 2014 CRÍTICA DE 7×7 SOBRE VÁCUO- I, IMPOSTOR – DE KEY ZETTA E CIA NA BIENAL SESC DE DANÇA 2013 (SP), Bienal SESC de Dança 2013 (Santos), dialogando com os eventos de dança do Brasil e produzindo + de 100 críticas artísticas. O 7×7 hoje é: Arthur Moreau, Caroline Moraes, Rodrigo Monteiro, Bruno Freire, Laura Bruno e Lucia Naser. O idanca.net, parceiro desde sempre, publica mais uma série de 7 críticas do projeto. Para conhecer + sobre, acesse o site. MARCELO EVELIN X SHEILA RIBEIRO: Não sabia que sujava a.obscuridade.demolindo.incorporando.com Por Sheila Ribeiro, em torno de De repente fica tudo preto de gente de Marcelo Evelin | Demolition inc. novembro 04, 2013 De repente você entra num lugar pra ver uma coisa e tá tudo escuro. Depois você vê que não tá tudo escuro que você pode ver mas não pode enxergar. Quando você vê já estava de repente vendo entrar coisas no escuro. Aí você fica tentando enxergar uma coisa que não se enxerga porque é muito difícil de ver mesmo. Ou ainda você desiste de olhar porque não dá não tem nada ali e quem mandou a coisa não ficar clara pra mim. De repente você percebe que você tá no meio que você é o meio que você faz parte e que entrou ali porque lá atrás alguém te falou isso e você de repente sem nem ver nem enxergar foi. Você ficou se embolando, se esfregando, se contorcendo no chão. Você era um e ficava forte. Você era um monte de pedaço. Você saía correndo atrás dos outros. Você sozinho tava difícil. Você olhava pra eles. Nossa então você tá no meio? Tô? E você tá vendo? Tô tentando. E você tá vendo? Não, não vale a pena olhar. http://idanca.net/umanarrativasensorialsobreoobscurocontemporaneododerepenteficatudopretodegente/ 1/3 26/11/2014 Uma narrativa sensorial sobre o obscuro contemporâneo do "De repente fica tudo preto de gente" idanca.net Eles estão ali. São daquele jeito. São estranhos e não dá pra entender. De repente começam a se embolar, um negocio, um troço, um coisão. Acho q vi um cu! Eles tão se beijando – aquilo ali é beijo? Eles começaram a correr atrás deles!! Eles estavam sujos e não queriam se sujar. Eles ficam olhando eles. Eles ficam no chão. Eles ficam em pé. De repente acontece um sei lá o quê e eles começam a se deslocar loucamente tirando eles do lugar. Eles estão olhando eles. Eles estão se organizando – se adaptando. Eles tinham que sair do lugar. Enquanto isso os outros estão ali, pintados de meia escuridão. Pintados e talvez escuros. Pedaços de carvão É pra acender? É carbonizado? É enchurrascado? O claro do olho tá tinindo: é gente. Da pra ver só o claro no olho e é no dente Os outros não estavam ali. Os outros não vieram dessa vez. Não puderam vir. Estavam atrasados. Ocupados. O cachorro tinha que ir no balé. Muitas coisas pra fazer. Muitos afazeres. Os outros ficaram do lado de fora. Eu não sabia que sujava. Ai, porque eles são assim? Ai, será que eu sou assim? Eu também sou isso aí? Ah não eu não eu não sou isso aí Me tirem daqui Quero sair daqui Tenho vergonha Pega mal Vou disfarçar então Eu sou eles eu sou isso aí Nossa, eu beijo, me debato Vixe, corro atrás dos outros Aqueles lá de fora Também, quem mandou entrar aqui Eu vou sujar mesmo Mas não é sujo, não é sujeira Não? Não E o que é então Você e eles E os outros? Também E meu claro do olho? Tá aqui e eles estão vendo Talvez http://idanca.net/umanarrativasensorialsobreoobscurocontemporaneododerepenteficatudopretodegente/ 2/3 26/11/2014 Dance Umbrella 2013 a round up LondonDance Marcelo Evelin is an experienced Brazilian choreographer with strong ties to Amsterdam, and who uses his company Demolition Inc. to work across a range of disciplines. Staged at The Place in a square pen lit (but usually dimly) by fluorescent white lights, Suddenly Everywhere Is Black With People was his UK debut. Spectators were free to move where they wished outside it, or inside with a cast of five naked dancers of both sexes whose bodies were blackened with a mixture of charcoal and cooking oil. Initially moving in a stomping whirlpool cluster to a rumbling soundtrack, this frightened/frightening entity eventually fell to the ground like fog made flesh before rising and separating into listless, zombielike individuality. The group reunited in strife, pulling on each other in a shared misery underpinned by a seething, ravenous and almost fornicatory tenderness. All of this occurred over the course of just under an hour, culminating with the cast staring at us staring at them until they vanished (and each no doubt heading for a long, hot shower). Both the sound and lighting men were part of the show, blackened and naked and occupying separate platforms just outside the pen. As a social and aesthetic experiment of potentially huge metaphorical resonance, Suddenly… definitely had its moments whether of connection, dislocation or disregard. It was strange and probably strong stuff not necessarily conducive to easy, instant processing. I’m glad I saw it. I can say the same about the Trisha Brown Company but for completely different reasons. Currently facing a major transitional phase, the company presented a trio of works in The Platform that stretched across more than three decades. My reaction to Astral Convertible, a dance dating from 1989, was even more positive in light of having just seen Wayne McGregor | Random Dance Company’s Atomos at Sadler’s Wells the previous evening. In lieu of the latter’s grandiose noodling around, and too many false endings, Brown gave me felicitous and humanscaled clarity at a digestible pace. I could see just about every shape the nine dancers struck, while sensing the interlocking purpose behind each one. The Robert Rauschenberg designs can be offputting, with dancers in metallic silver unitards (and an unappealing pleated webbing between the women’s legs) and flashing automobile headlamps on the smallish scaffolds dotting either side of the central performance space. Still, I suspect I absorbed more information about the body and how it operates in space and time – and often on more than one level at once – than I did at Wayne McGregor’s work. http://londondance.com/articles/reviews/danceumbrella2013donaldhuterasroundup/ 5/7 C/1 DIVULGAÇÃO Quarta-feira|meionorte TERESINA, 15 DE JANEIRO DE 2013 Vida | Trabalho faz Antonia superar perda do marido Destaque C/3 MATADOURO | Espetáculo de Evelin ROGÉRIO ORTIZ arte &fest Programação do Festival de Outono fica entre os 10 melhores do Brasil LILIANE PEDROSA DO ARTE & FEST ‘De repente fica tudo preto de gente’ da Demolition Inc., espetáculo coproduzido por Brasil, Holanda e Japão, ficou entre as dez melhores produções do país, de 2012, segundo o Jornal o Globo. Produzida em dez meses que incluíram etapas de pesquisa e criação, a obra foi criada para seis jovens performers de diferentes partes do mundo: Teresina, Kyoto, São Paulo, Ipatinga e Amsterdam. A Demolition Inc.é uma companhia que foi fundada em 1995 pelo coreógrafo piauiense Marcelo Evelin e chegou a se apresentar em Teresina no final do ano passado com essa produção, no Galpão do Dirceu. “Não é uma companhia de dança, mas uma outra maneira de trabalhar, de estar junto, em um tipo específico de ajuntamento para uma criação. Foi feito fora do núcleo de propósito, justamente para experimentar estar atuando em outros espaços e de outras formas. Mas claro, o núcleo é parceiro número 1 da Demolition Inc.” Antes do Piauí, o espetáculo estreou no Rio de Janeiro, na 21ª edição do Panorama Festival (dias 4 e 5 de novembro) e, em seguida, foi levado à ocupação Dança de Todas as Tribos, do Teatro Cacilda Becker (de 8 a 11). Partindo do livro de Elias Canetti, “Massa e Poder” (1960), que descreve a massa como fenômeno enigmático e universal, o espetáculo investiga a massa como o pressuposto do comum numa multidão de singularidades. Uma massa que quer crescer e encontra na descarga um modo temporário de indistinção, através de um corpo a corpo sem violência e SÉRGIO CADDAH Antes do Piauí, o espetáculo estreou no Rio de Janeiro, na 21ª edição do Panorama Festival e, em seguida, foi levado à ocupação Dança de Todas as Tribos, do Teatro Cacilda Becker Intercâmbio Obra foi criada para seis jovens performers de diferentes lugares, como Teresina, Kyoto, São Paulo, Ipatinga e Amsterdam sem trégua. A ideia é dividir um espaço instável e sem lugar fixo com os intérpretes, uma massa que se constitui por microanarquias e solidões, e que tem como meta o ponto mais negro, o pretume, lá onde se está tão próximo do outro quanto de si mesmo.“Para ele, o homem só perde o medo do outro quando est´´a com o próprio corpo colado, friccionado, contra o do outro numa situação de massa. A massa como meio de libertação do indivíduo e de um certo excesso de individualidade. O medo do outro como um fator determinante na nossa relação com o outro hoje em dia. Esses foram alguns pontos de partida para o espetáculo”, diz Marcelo reforçando o pensamento de Canetti. ‘De repente fica tudo preto de gente’ traz Andrez Lean Ghizze, Daniel Barra, Elielson Pacheco, Hitomi Nagasu, Jell Carone, Loes Van der Pligt, Marcelo Evelin, Márcio Nonato, Regina Veloso, Rosângela Sulidade, Sho Takigushi, Tamar Blom, Wilfred Loopstra. O espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011 e é uma coprodução do Festival Panorama (Brasil),? Kyoto Experiment, com apoio de Saison Foundation (Japão) e Kunstenfestivaldesarts (Bélgica) com o apoio de Theater Instituut Nederland (TIN) e Performing Arts Fund NL. Teresina cria arte para exportar Segundo Evelin ressalta, a importância dessa parceria com pessoas de outros países tem se refletido no trabalho do grupo. “ Nós estamos conseguindo produzir a partir daqui, com parcerias importantes de festivais internacionais. Teresina como um lugar de criar e produzir para ser vendido lá fora. Estamos exportando arte e me pergunto o que mais o Piauí está exportando. A peça foi muito bem recebida e já temos bastante convites para festivais no mundo inteiro. Em maio faremos uma estreia internacional em Bruxelas, no prestigioso Kunsten Festival des Arts, um dos coprodutores do espetáculo. Tudo isso nos coloca em um mapa, em um mercado de arte contemporânea internacional, e acho isso importante não só para nós, mas para Teresina e a arte feita aí”. Matadouro vai cumprir agenda em Paris MONTAGEM | Espetáculo será apresentado em maio na Europa, Japão e ainda em turnê pelo Brasil. Ao lado, em atividade, Marcelo Evelin E o que não falta ao Núcleo do Dirceu são projetos para 2013. O ‘Matadouro’ continua a ser apresentado e estará na programação do Festival de Outono, em Paris. O ‘Preto de Gente’ também faz Europa e Japão, além de uma turnê pelo Brasil. Em meio a tudo isso, Marcelo continua dando aulas na Escola de Mímica de Amsterdam, e trabalhando em outros projetos. “Em maio dou um workshop em Bruxelas que estou chamando de B WITH PEOPLE, que pronuncia-se igual a “estar com pessoas”. É um workshop onde volto ao material do Black with people, e tento retrabalhar com outras pessoas as mesmas questões, numa forma de ampliar pra mim e para outros a experiência do espetáculo. Mas o projeto do futuro-presente é o Curto-Circuito, o programa indisciplinar para criadores contemporâneos do Núcleo do Dirceu. Esse é um projeto importante, inovador e consistente”.
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performer. Hij woont en werkt in Amsterdam en Teresina. Evelin, die sinds 1986 in Europa verblijft, werkte voor zijn dansstukken samen met kunstenaars uit diverse landen in projecten die ook te mak...
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