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7 boas respostas para 7 problemas comuns quando se tem um cão E-BOOK EDIÇÃO ESPECIAL* * Inspirado nas perguntas enviadas ao site ao longo dos últimos 2 anos Introdução Ter um cachorro em casa é receber todo o amor do mundo da forma mais descompromissada que existe. Mas também é ter que lidar com alguns probleminhas que podem surgir no começo ou no meio do caminho, todos eles passíveis de solução: basta ter um pouquinho de paciência e as informações certas! Durante mais de dois anos, o site Leve Seu Cachorro recebeu inúmeras dúvidas de leitores que buscavam ajuda para resolver os problemas de comportamento de seus companheiros de quatro patas. Neste e-book, selecionamos as perguntas mais comuns e pedimos a três especialistas em comportamento animal para respondê-las. Esperamos que essa seleção de dicas possa ajudar a tornar sua convivência com seu bichinho mais fácil. Boa leitura! ;-) Janaina Gimael e Andreia Brasil www.leveseucachorro.com.br 02 1. Ansiedade por separação: quando ficar sozinho se torna o fim do mundo Sair de casa é sempre um pesadelo? O peludo começa a chorar, uivar, arranhar a porta e, quando você chega, não acredita no cenário e fica preocupado em receber reclamações? Esses problemas podem estar sendo causados pela síndrome da ansiedade por separação, que acomete muitos cães ao ficarem longe dos donos, mesmo que por algumas horas. Em uma das mensagens recebidas por Leve Seu Cachorro, a dona de um basset hound e um daschaund reclamava que eles haviam começado a latir e uivar muito toda vez que ela saía de casa. Apesar de passear com os dois cerca de duas horas por dia, de dar florais para ansiedade e oferecer brinquedos para os cãezinhos, os vizinhos continuavam a reclamar do barulho. O que você faria? Acompanhe a resposta do adestrador de cães Raphael Linares, da DogWalkers de Campinas (SP): “Os latidos e uivos de cães ao ficarem sozinhos estão provavelmente relacionados à ansiedade por separação. Se, para nós, humanos, é comum nos despedirmos de outra pessoa quando vamos embora, com os cães não funciona assim, e as despedidas podem levá-los a desenvolver ansiedade. Eles sabem que o dono está saindo e ficam ansiosos aguardando sua volta. Então, para se comunicarem, usam os latidos e uivos. O que se deve fazer é não nos despedirmos dos cães ao sairmos de casa. Também não devemos falar que estamos saindo. Um exercício que pode ser feito é deixar os cães em casa e sair sem falar nada. Simular uma saída comum, mas sem que eles percebam. Após 1 minuto e, com os cães em silêncio, pode-se voltar ao ambiente onde os cães ficaram e premiá-los com biscoitos ou petiscos. Assim, eles entenderão que toda vez que ficarem sozinhos e o dono voltar eles receberão uma recompensa. Com o progresso do treinamento, deve-se aumentar o tempo de separação para 5 minutos, 10, 20, 30 minutos, 1 hora, 2 horas e assim sucessivamente. É importante destacar que não se deve criar agitação ao voltar para premiá-los. Apenas entregar o “prêmio” e sair do local, pois queremos que os cães fiquem calmos e não agitados. Passear por 15 minutos com os cães antes de sair de casa também colabora para que eles não fiquem tão ansiosos quando for preciso se ausentar de casa.” 03 2. Cãozinho carente: cachorrinha só chora e quer atenção Você já se sentiu culpado por não ter tempo suficiente para brincar com seu cachorro? Já notou que ele quer companhia 100% do tempo em que você está presente e que parece deprimido quando não recebe carinho, não ganha um petisco ou não consegue convencê-lo a brincar com a bolinha? Para a dona da poodle Sacha esse era um cenário constante. A cadelinha vivia triste, carregando um brinquedo na boca e implorando pela atenção dos donos. As crianças da casa só queriam saber de brincar no quarto e quando a família saía para passear, a peludinha ficava sozinha. Sua dona estava muito preocupada e até pensou que o fato de eles não terem um carro para levar a Sacha para passear poderia estar atrapalhando. Como resolver esse e outros problemas relacionados à falta de atenção? Esta é a resposta da adestradora e comportamentalista Carol Brandão: “Essa situação é bastante comum. A cachorrinha só quer chamar atenção para algo que está errado com ela. Normalmente quando um cão entra em uma casa, ele percebe todos os membros como se fossem uma grande matilha. Portanto, quando as crianças não aceitam brincar com ela ou a ignoram, ela sente isso e vai procurar atenção nos outros membros da matilha. Como a dona tem dó, passa a acostumá-la com carinhos demais, e então menos liderante ela se torna. Esse comportamento vira um vício, e ela sempre vai chorar ou levar brinquedos para chamar atenção. O ideal é participar da vida da cachorrinha em todos os sentidos, levando-a para passear – ao menos um pouquinho – todos os dias, brincando com ela, dando-lhe regras, limites e amor. Se for possível, o ideal é passear com ela e também com as crianças, estimulando-as a participarem da vida do cão e vice-versa. Lembrando sempre que passear de carro não é passear! O passeio a pé é que vai dar confiança de líder ao dono, alegrar a cachorrinha e suprir as suas necessidades. A fórmula mágica em ordem crescente é: 1. Liderança 2. Regras 3. Atividade Física 4. Amor” 04 3. Que bagunça é essa? Tem filhote destruindo a casa! Ah, os filhotinhos. Eles são fofos, brincalhões, capazes de nos fazer sorrir com a maior facilidade. Mas junto com toda essa fofura vem também uma coleção de dentinhos afiados e garrinhas, que podem destruir cadeiras, sofás e outros móveis. Foi por uma situação dessas que um de nossos leitores passou. Ele nos escreveu contando que seu filhote andava destruindo a casa toda quando ficava sozinho. Até mesmo o papel de parede ele mordia tentando arrancar. Se você já passou por algo semelhante, confira as dicas do adestrador Raphael Linares: "Os filhotes, assim como os cães adultos, necessitam que o seu ambiente seja enriquecido com brinquedos com os quais eles possam interagir e brincar. Ensinar o cãozinho desde pequeno sobre os brinquedos que ele pode usar e estragar evita a destruição de objetos pessoais e móveis. Alguns treinamentos básicos de obediência também podem colaborar para que ele drene a ansiedade, que é muito natural nesse período, sendo recompensado ao ganhar o brinquedo. O ideal é buscar brinquedos resistentes e com texturas parecidas com as dos objetos que ele costuma destruir. Também é interessante deixar o filhote em um lugar mais restrito nos primeiros dias na sua nova casa. Com monitoramento e controle, pode-se ir apresentando para ele os cômodos da residência e também ir criando valor nesses ambientes, levando o filhote para a sala, por exemplo, e brincando com ele de cabo de guerra por ali. Assim, ele sabe que toda vez que for para a sala deve brincar com seu brinquedinho. Se mesmo assim o problema continuar, uma boa opção é procurar a ajuda de um adestrador comportamentalista para orientar com estratégias motivacionais para ajudar a controlar o comportamento do filhote." 05 4. De olho no lixo O que fazer quando seu amigo de quatro patas decide que é uma boa ideia revirar o lixo da casa? Pior ainda: e se ele resolver mexer nas próprias fezes? O leitor Walacy nos procurou para tentar entender porque seu cachorro vinha apresentando esse comportamento. Para ele, era importante não apenar eliminar esse hábito ruim, mas também compreender melhor o que estava acontecendo com seu melhor amigo. Confira a seguir a resposta da adestradora e comportamentalista Carol Brandão. “Eu acredito que muitos donos de cães enfrentam essa mesma situação, mas não sabem a quem recorrer ou não têm coragem para pedir ajuda. É normal nos sentirmos indignados com tais comportamentos, uma vez que para nós, humanos, isso é inaceitável em nossa espécie. Mas eu quero lembrar que estamos falando de cães, animais totalmente diferentes de nós. Esse costume de comer o lixo vem desde os seus ancestrais. A espécie canídea em seu estado selvagem comumente vive dos restos de caça de outros animais. Portanto, para sobreviver, o organismo desses canídeos está totalmente apto a digerir alimentos em decomposição. O lixo, as fezes humanas e a carniça estão dentro desse cardápio de sobrevivência. Para um animal que come carniça, o lixo doméstico é um deleite. A variedade de cheiros da comida e os temperos que usamos são um atrativo para o olfato do cão. Então é preciso entender que ele não fuça o lixo porque está com fome. Ele o faz porque o seu instinto genético de sobrevivência o manda fazer. Para lidar com esse problema, é importante considerar a possibilidade de manter o lixo longe do cão ou comprar uma lixeira com rosca para que ele não possa abri-lo. Já o ato de revirar ou comer as próprias fezes tem até mesmo um nome científico: COPROFAGIA. Isso acontece por conta de dois fatores principais. Primeiro, é possível que o cão esteja com vermes ou giárdia. Nesse caso, o organismo canino tem dificuldades em absorver os nutrientes da ração e, por isso, ele procura esses nutrientes nas fezes. Os vermífugos têm ação imediata e não preventiva, por isso a importância de dar vermífugos regularmente para o animal. Se o problema persistir, é fundamental procurar um veterinário e fazer um exame de fezes. Se for provada a existência de protozoários, é preciso seguir o tratamento indicado pelo veterinário. O segundo fator é comportamental: ao tentar ensinar o filhote a fazer as fezes no local correto, é comum as pessoas errarem na correção e ele entender que fazer cocô desagrada ao dono. É ainda mais comum brigarmos com o cão quando ele já fez as fezes. Sendo assim, o cão vai querer sumir com a “prova do crime”, já que recebe uma bronca por isso. Brigar com o cão nesse caso só piora a situação. É preciso, então, ensinar de forma correta, ou seja, pegar o cão no ato e levá-lo ao local certo, ou então coletar as fezes sem discutir ou reclamar. Também é importante elogiar o cachorro quando ele estiver fazendo no local correto! Normalmente, o cão come o cocô imediatamente após tê-lo feito. É quase como um reflexo: ele faz e come. Portanto, fique atento para pegá-lo no ato. Ressalto ainda que o cão também pode estar apenas querendo brincar com as fezes pela simples falta do que fazer, um comportamento comum em filhotes. Se for esse o caso, vale comprar brinquedos que chamem sua atenção e oferecer atividades físicas regularmente” 06 5. Xixi em qualquer lugar – e sempre no lugar errado Se tivéssemos que destacar o principal problema que os donos de cães enfrentam, provavelmente seria a questão que envolve o banheiro dos bichinhos. Isso se torna ainda mais verdadeiro quando se trata de filhotes e machos, que saem por aí marcando todo e qualquer território. Para ajudar a driblar essa dificuldade de forma mais eficiente, Carol Brandão sugere uma série de dicas. Dá uma olhada: “Existem vários métodos que podem ser aplicados para que os cães, especialmente os filhotes, aprendam a fazer suas necessidades no local desejado. Vamos analisar a situação dos filhotes: nessa fase, eles têm pouco poder de concentração, e isso significa que eles se distraem muito facilmente; tudo é novo para eles. Além disso, a noção de liderança, matilha e obediência ainda vai ser desenvolvida. Portanto, PACIÊNCIA é a primeira palavra-chave para conseguir resolver esse dilema. Outra questão é que os cães normalmente aprendem observando e todo e qualquer comportamento humano acarretará uma reação. Por exemplo, se ao fazer xixi no local errado o dono gritar ou se tornar agressivo, o cachorro pode ter reações como medo excessivo, pânico ou até pode copiar esse comportamento. Há ainda aqueles que entendem essa bronca assim: ”ah, toda vez que fáço xixi naquele local, meu dono me dá atenção". É algo negativo, mas ainda assim é atenção! Isso faz com que ele repita essa atitude para chamar a atenção do seu dono. De qualquer modo, nenhuma dessas reações é a que desejamos. O cão tem que entender que é o humano quem define as regras. Para isso, é preciso ser um líder e para isso não há necessidade de agressividade, raiva ou agitação. A segunda palavra-chave então é LIDERANÇA. 07 5. Xixi em qualquer lugar – e sempre no lugar errado Para quem tem um filhote em casa, é importante monitorar o tempo que ele leva para querer ir ao "banheiro”, oferecendo água a cada hora. Depois, vale seguir o roteiro abaixo. 6º - Depois de duas semanas, é interessante ir reduzindo, semana a semana, os locais estipulados, até que sobre somente um único espaço. 1º - Estipular o tipo de local que o cachorro deve usar: grama, jornal ou tapete higiênico ajudam a delimitar o espaço. Uma dica interessante é usar um pano novo, sem outros odores, para limpar o xixi e colocar esse mesmo pano embaixo do local desejado, seja o jornal ou o tapete higiênico. Não é muito cheiroso, mas funciona muito bem na educação dos cães, especialmente filhotes. Em poucos dias ele irá assimilar o local com o próprio cheiro. 2º - Distribuir vários pontos de "apoio" por onde o cão circula, como a sala, o quarto e a lavanderia. Isto o ajudará a ser mais preciso e rápido. 3º - Pegar o cachorro no flagra, no meio da ação, e levá-lo até o local ideal. Provavelmente isso vai interromper o xixi, mas ele vai acabar entendendo o que você quer. Quando ele utilizar, sozinho, o local demarcado, vale elogiar ou oferecer uma recompensa. 4º NUNCA, NUNCA, NUNCA gritar ou agredir o animal. A melhor atitude é levá-lo calmamente até o espaço desejado e falar gentilmente que aquele é o local correto. 5º - Ao perder a chance de pegar o cão no meio do xixi e existir somente a prova do crime, o ideal é tirar o bichinho do local, limpar com produtos que tirem o odor e agir normalmente. Isso porque só se deve corrigi-lo ao pegá-lo no flagra. Também indico retirar tapetes felpudos da casa durante o período de treinamento. A diferença de pisos atrai os filhotes, então, para que não haja distração, ofereça ou limite somente o piso e o local para xixi. Embora existam outras técnicas para resolver esse problema, dependendo da personalidade dos cães ou dos donos, o que percebi ao longo da minha experiência é que, se feito corretamente pelos donos, o resultado desse exercício pode ser bem rápido e duradouro. O importante é lembrar dessa soma: PACIÊNCIA + LIDERANÇA + EXERCÍCIOS = cachorro educado!” 08 6. Dentinhos afiados Calçados, móveis, brinquedos, cabos e tantos outros objetos podem se tornar vítimas dos dentes dos cães, e esse é um dos problemas mais comuns que os donos enfrentam. Se o seu melhor amigo tem se mostrado um mastigador profissional, confira as dicas do consultor comportamental Thiago Sanchez, da Equilíbrio em 4 Patas, para contornar a situação. “Um dos motivos que levam o cão a apresentar esse comportamento é a ausência de alguma vitamina no seu organismo. Nesses casos, o cão passa a querer comer coisas para compensar essa necessidade. A primeira atitude a tomar é procurar um veterinário para saber se ele está com alguma deficiência alimentar. Se estiver tudo em dia com a saúde dele, o cão provavelmente está agindo assim por estresse ou ansiedade. Ou seja, ele precisa gastar energia física e mental para não ter vontade de comer as coisas. Tudo isso melhora se dermos atividade física para o cão, passeando com ele todos os dias ou oferecendo brinquedos como bolinhas, que também ajudam muito a entreter o peludo e a deixá-lo mais relaxado e tranquilo. Além disso, um bom treinamento de obediência com regras e exercícios também irá melhorar esse comportamento. Vale lembrar que, dependendo do objeto que o cão venha a ingerir, ele pode ter problemas de saúde, então o melhor é estar sempre atento!” Dica LSC: A gente aproveita para lembrar também que, se estivermos falando de um filhote, é normal que mordidas sejam encaradas como brincadeira – e neste caso devem ser repreendidas com um firme “Não”, e que os objetos sejam mordidos todo tempo por conta da troca de dentes, que acontece quando os peludinhos têm de 3 a 6 meses. Neste caso vale levar ao veterinário se o comportamento for muito frequente e oferecer brinquedos e mastigadores adequados para esta faixa etária, assim ajudarão a diminuir a coçeira, assim como acontece com os bebês humanos. 09 7. Cãozinho briguento “Cachorros são seres sociais, que vivem em grupos e, por isso, precisam interagir com outros animais. Mas e quando o bichinho se mostra valente além da conta e sai por aí arrumando briga com quem encontra na rua? O maltês Benjamin, apesar do pequeno tamanho, é um exemplo de cãozinho que deixa a dona louca a cada vez que vai dar um passeio e encontra outros cães, por isso acaba passeando pouco. Como fazer nestes casos? O consultor comportamental Thiago Sanchez tem algumas recomendações para quem enfrenta essa luta”. Olha só: “Os cachorros gostam de interagir com outros animais e também com seres humanos. Quando isso não ocorre, o peludo passa a se sentir inseguro em situações diárias e acaba perdendo a relação de interação. Geralmente, isso é causado pela forma como o tutor educa seu cão, ou seja, a falta de passeios diários, mimos exagerados e falta de regras e atividades físicas e mentais fazem com que o animal se torne inseguro e desequilibrado mentalmente. Nesse caso, a ajuda profissional de um consultor comportamental é o ideal para avaliar as condições do peludo. Ele poderá orientar da melhor forma o dono do cachorro, para que, assim, haja uma mudança, primeiro, por parte do humano e, consequentemente, por parte do peludo” Dica LSC: A gente também lembra que é possível se programar para passear com o cachorro, sempre com a coleira, em horários com menos movimento para que ele, ao menos, consiga gastar um pouco de energia diariamente. Se ele começar a tentar puxar uma briga com outro cão, distraia a sua atenção e procure não demonstrar ansiedade. Também é importante trabalhar a questão da liderança para que seu peludinho o respeite e não queira assumir um papel que deveria ser seu. 10 Créditos Este e-book foi produzido exclusivamente por Leve Seu Cachorro como um presente para os leitores cadastrados e o conteúdo não pode ser reproduzido sem que seja citada a fonte. Edição de conteúdo: Janaina Gimael e Andreia Brasil Criação de arte: Walacy Machado Especialistas consultados: Thiago Sanchez, Caroline Brandão, Raphael Linares Fale com a gente: [email protected] www.leveseucachorro.com.br
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