Plano de Manejo RPPN Buraco das Araras
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Plano de Manejo RPPN Buraco das Araras
PLANO DE MANEJO RPPN BURACO DAS ARARAS, JARDIM/MS Flora Terrestre Dra.Vivian Ribeiro Baptista-Maria Fabrício de Souza Maria 1. Introdução O Cerrado é um dos ‘hotspots’ para a conservação da biodiversidade mundial. Nos últimos 35 anos mais da metade dos seus 2 milhões de km² originais foram cultivados com pastagens plantadas e culturas anuais (Klink e Machado 2005). O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, sendo superado em área apenas pela Amazônia. Ocupa 21% do território nacional e é considerado a última fronteira agrícola do planeta (Borlaug 2002). O termo Cerrado é comumente utilizado para designar o conjunto de ecossistemas (savanas, matas, campos e matas ciliares) que ocorrem no Brasil Central. A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações savânicas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Entretanto, outros tipos de vegetação podem aparecer na região do cerrado, tais como os campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o lençol freático é superficial; os campos rupestres podem ocorrer nas maiores altitudes e as florestas mesófilas situam-se sobre os solos mais férteis. Mesmo as formas savânicas exclusivas não são homogêneas, havendo uma grande variação no balanço entre a quantidade de árvores e de herbáceas, formando um gradiente estrutural que vai do cerrado completamente aberto - o campo limpo, vegetação dominada por gramíneas, sem a presença dos elementos lenhosos (árvores e arbustos) - ao cerrado fechado, fisionomicamente florestal - o cerradão, com grande quantidade de árvores e aspecto florestal (Figura 1). As formas intermediárias são os campos sujos, o campo cerrado e o cerrado stricto sensu, de acordo com uma densidade crescente de árvores (Pivello 1996). Figura 1. Fisionomias do Cerrado Fonte: Pivatto e Manço 2006 (Apostila Informativa para guias de Turismo) As árvores do cerrado são muito peculiares, com troncos tortos (Figura 2), cobertos por uma cortiça grossa (Figura 3), cujas folhas são geralmente grandes e rígidas (Figura 4). Muitas plantas herbáceas têm órgãos subterrâneos para armazenar água e nutrientes. Cortiça grossa e estruturas subterrâneas podem ser interpretadas como algumas das muitas adaptações desta vegetação às queimadas periódicas a que é submetida (Figura 5), protegendo as plantas da destruição e capacitando-as para rebrotar após o fogo natural (Pivello 1996). Figura 2. Aspecto tortuoso das árvores do Figura 3. Troncos cobertos por cerrado cortiça grossa Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 4. Folhas rígidas, das plantas do Figura 5. Fogo, característica marcante cerrado na vegetação do cerrado Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria A cobertura vegetal do Cerrado é a segunda mais importante do Brasil, além de ser reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade. A grande variabilidade de habitats nos diversos tipos de cerrado suporta uma enorme diversidade de espécies de plantas e animais. O número de plantas vasculares é superior àquele encontrado na maioria das regiões do mundo: plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas e cipós somam mais de 7.000 espécies (Mendonça et al., 1998). Quarenta e quatro por cento da flora é endêmica (Tabela 1) e, nesse sentido, o Cerrado é a mais diversificada savana tropical do mundo. Convém, ainda, lembrar que os cerrados também exercem importantes papéis como corredores entre Biomas como Amazônia e Floresta Atlântica, além de abrigar e fornecer alimento a fauna silvestre (Figura 6 e 7). Tabela 1. Número de espécies de vertebrados e plantas que ocorrem no Cerrado, porcentagem de endemismos do bioma e proporção da riqueza de espécies do bioma em relação à riqueza de espécies no Brasil* Nº de Espécies Plantas Mamíferos Aves Répteis Anfíbios Peixes 7.000 199 837 180 150 1.200 % de Endemismo do Cerrado 44 9,5 3,4 17 28 ? % de Espécies em relação ao Brasil 12 37 49 50 20 40 * Fontes: Fonseca et al. (1996); Fundação Pro-Natureza et al. (1999); Aguiar (2000); Colli et al. (2002); Marinho-Filho et al. (2002); Oliveira e Marquis (2002); Aguiar et al. (2004), apud Klink e Machado 2005. Figura 6. Quati (Nasua nasua) Figura 7. Arara (Ara chloropterus) alimentando-se de frutos de Bocaiúva alimentando-se de frutos de pequi (Acrocomia aculeata) (Caryocar brasiliense) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria A região do cerrado também contribui com mais de 70% da produção de carne bovina do País (Müller 2003) e, graças à irrigação e técnicas de correção do solo, é também um importante centro de produção de grãos, principalmente soja, feijão, milho e arroz. Estas informações significam uma mudança na paisagem e consequentemente uma “destruição” do riquíssimo bioma que preserva grande biodiversidade de plantas e animais. Portanto, aprender e entender o Bioma Cerrado torna-se importante na tentativa de conservá-lo, uma vez que aproximadamente 50% das regiões atuais que são caracterizadas por cerrado sofrem interferência direta do uso humano e 35% das áreas naturais vem sendo substituídas pela expansão agrícola ano a ano (Oliveira e Marquis 2002). Um dos principais desafios na conservação do Cerrado será demonstrar a importância que a biodiversidade desempenha no funcionamento dos ecossistemas. O conhecimento sobre a biodiversidade e as implicações das alterações no uso da terra sobre o funcionamento dos ecossistemas serão fundamentais para o debate “desenvolvimento versus conservação”. Entretanto, precisamos buscar tecnologias embasadas no uso adequado do solo e dos recursos hídricos, na extração de produtos vegetais nativos, no ecoturismo e outras iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e justo para os nossos cerrados. 2. Metodologia 2.1 Área de estudo Foi realizado amostragem florística ao longo de toda a área da RPPN, bem como no entorno da mesma (Figura 8). Figura 8. Imagem de Satélite google earth da RPPN Buraco das Araras, Jardim/MS 2.2 Cronograma de atividades Data Esforço amostral total de horas: 25h 17/08/07 9h 18/08/07 8h 12/10/07 8h 2.3 Caracterização florística e fitofisionômica O levantamento florístico foi realizado no período seco (agosto) e chuvoso (outubro) com um total de 25 horas. O método utilizado foi o tempo de avaliação, ou seja, cronometrando a amostragem em caminhadas previamente estabelecidas cortando todo o trecho florestal, até não aparecer novas espécies em 15 minutos de amostragem contínuas (Baptista-Maria 2007; Kotchetkoff 2003; Santin 1999). Durante as caminhadas de coleta, foram amostradas espécies em fase reprodutiva de porte arbustivo-arbóreo em especial, palmeiras, lianas e herbáceas. Foram percorridas trilhas no interior e bordas do cerrado visando à amostragem da vegetação em diferentes fases sucessionais. A coleta do material botânico foi realizada com o auxílio de uma tesoura de poda alta, adaptada a duas varas ajustáveis de alumínio, chegando a atingir 8 metros de altura. Durante as coletas com podão o cronômetro foi zerado, para não interferir no método utilizado. O material coletado de cada indivíduo foi agrupado com fita crepe, numerado e transportado em sacos plásticos (Figuras 9 e 10). Posteriormente, o material foi prensado e herborizado pelos procedimentos usuais e identificado com auxilio de literatura especializada e comparações com exsicatas existentes em herbários (ESA e CGMS) ou ainda a consulta a especialistas. Os espécimes foram agrupados em famílias de acordo com o sistema APG II (Souza e Lorenzi 2005). Os autores das espécies foram confirmados nas bases de dados disponíveis na internet (Missouri Botanical Garden 2007). Figuras 9 e 10. Sr. Modesto e Pesquisadora realizando amostragem no cerrado presente no Buraco das Araras. Crédito: Fabrício de Souza Maria Na fitofisionomia foram anotadas informações gerais como descrição, evidências de ameaças, rochosidade, erosão, cor e textura do solo. Para a definição dos principais tipos florestais ocorrentes nos trechos estudados, foi utilizado o Manual Técnico da Vegetação Brasileira nomenclatura oficial do IBGE (Veloso et al. 1991). 2.4 Material de consumo utilizado Foram utilizados os seguintes materiais de consumo: - Sacos plásticos para coleta; - Jornais para exsicatas; - Caderno de campo; - Fita adesivo tipo crepe para identificação do material botânico; - Pilhas recarregáveis para registro fotográfico; - Bastão de Alumínio e Podão para coleta de vegetais férteis acima de 2m de altura; - Tesoura de poda para coleta de vegetais férteis abaixo de 2m de altura; 3. Resultados 3.1 Riqueza Florística Foram observadas 192 espécies distribuídas em 56 famílias de angiospermas de porte arbóreo, arbustivo, herbácea, lianas e palmeiras (Anexo I). A família Fabaceae, representada por 33 espécies, foi a de maior riqueza, perfazendo 17% do total de espécies registrada. Dentro desta família, obtivemos 15 espécies pertencentes à subfamília Caesalpinioideae, 03 Cercideae, 08 Faboideae e 07 Mimosoideae. A segunda família em número de espécies foi Asteraceae com 11 espécies, seguida por Annonaceae (10), Malvaceae e Myrtaceae com 09 espécies cada (Figura 11). Malpighiaceae Família Botânica Euphorbiaceae Malvaceae Myrtaceae Annonaceae Asteraceae Faboideae 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 Quantidade de espécies Figura 11. Famílias de maior riqueza nas áreas amostradas dos cerrados ocorrentes no Buraco das Araras, Jardim/MS. O total de espécies agrupadas por hábito está representado na tabela 2. Entretanto, o destaque de plantas herbáceo-arbustivas na área amostrada deve ser ainda maior do que a constatado neste estudo. Esta categoria inclui as plantas que constituem o sub-bosque e a camada rasteira dos cerrados. Estas plantas são tão importantes quanto às demais na comunidade vegetativa, mas exige um trabalho dedicado exclusivamente ao seu estudo, devido a complexidade e minuosidade na amostragem e identificação. Tabela 2. Total de espécies agrupadas por hábito Hábito Total de Espécies Árvores 103 Arbustos 39 Herbácea 40 Palmeiras 05 Lianas (cipó) 05 Os gêneros que mais contribuíram com o número de espécies foram: Senna com seis espécies, Annona com 05 espécies, Luehea com 04 espécies, seguidas por Qualea, Tabebuia, Byrsonima e Heteropterys com 03 espécies cada. Várias espécies típicas de ocorrência para o cerrado do Brasil Central foram amostradas, como Qualea grandiflora (pau-terra - Figura 12), Caryocar brasiliense (pequi), Bowdichia virgilioides (sucupira - Figura 13), Magonia pubescens (timbó – Figura 14), Psidium guineense (araçá), Copaifera langsdorffii (copaíba), Terminalia argentea (capitão - Figura 15), dentre outras. Figura 12. Frutos Qualea grandiflora Figura 13. Flores Bowdichia virgilioides (pau-terra) (sucupira) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 14. Frutos de Magonia Figura 15. Flores de Terminalia pubescens (timbó) argentea (capitão) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria A vegetação dentro da dolina, diferentemente do entorno constituído de cerrado, é composto por Floresta Perenifólia - floresta sempre-verde (Figuras 16 e 17). Foram registradas 09 espécies neste ambiente, através da visualização com binóculo: Embaúba (Cecropia pachystachya - Urticaceae), Figueira (Ficus spp. Moraceae), Ingá (Inga uruguensis - Mimosoideae), Peito-de-pomba (Tapirira guianensis - Anacardiaceae), Mandiocão (Didymopanax morototoni - Araliaceae), Bocaiúva (Acrocomia aculeata - Arecaceae) e presente nas paredes laterais observou-se Cacto (Cereus sp.- Cactaceae), Copaíba (Copaifera langsdorffii Caesalpinioideae) e Sucupira-preta (Bowdichia virgilioides - Faboideae). Figura 16. Aspecto geral da vegetação Figura 17. Aspecto geral da vegetação presente no interior da dolina, na presente no interior da dolina, na época seca (mês de agosto) época chuvosa (mês de outubro) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria 3.2 Descrição da fitofisionomia encontrada Foram identificados dois subgrupos de cerrado (cerrado arborizado e florestado) no mesmo local de estudo. Estas duas subformações por serem muito semelhantes, diferenciando-se somente pela presença de agrupamentos mais densos de espécies arbóreas no cerrado florestado, nem sempre são possíveis diferenciá-los em campo. Entretanto, foi considerado na RPPN Buraco das Araras, uma única fitofisionomia a qual chamaremos de Cerrado Florestado + Arborizado. Saliento, que o cerrado florestado, tecnicamente é denominado de savana florestada (cerradão), e o cerrado arborizado é denominado de savana arborizada (campo cerrado). O cerrado Florestado (Cerradão): é um subgrupo de formação com fisionomia típica e característica, restrita a áreas areníticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em um clima tropical eminentemente estacional. Apresenta sinúsias lenhosas de micro e nanofanerófitos tortuosos com ramificação irregular. Extremamente repetitiva, a sua composição florística reflete-se de Norte a Sul. É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias), muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pauterra). Em geral, os solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distróficos, quando pobres, e mesotróficos, quando mais ricos em nutrientes. São comumente encontradas as seguintes espécies lenhosas: Qualea grandiflora (Pau- terra), Dimorphandra mollis (faveira), Caryocar brasiliense (Pequi), Copaifera virgilioides langsdorfii Stryphnodendron adstringens (barbatimão), (copaíba), (sucupira-preta), Magonia Xylopia pubescens aromatica macrocarpon (Guatambu-do-cerrado), dentre outras. (tingui), (pindaíba), Bowdichia Aspidosperma O cerrado arborizado (Campo Cerrado): é um subgrupo de formação natural ou antropizado que se caracteriza por apresentar fisionomia nanofanerofítica rala e hemicriptofítica graminóide contínua, sujeito ao fogo anual. Estas sinúsias dominantes formam fisionomia raquítica em terrenos degradados. A composição florística, apesar de semelhante à ao do cerrado florestado, apresenta ecotipos dominantes que caracterizam o ambiente de acordo com o espaço geográfico. Nesta fitofisionomia é comum encontrarmos árvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas. Dentre algumas espécies encontradas nessas áreas: Kielmeyera spp (pau-santo), Magonia pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacaré), Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miúda), Annona coriacea (marolo), Annona spp. (araticum), Allagoptera (iriri), Cochlospermum regium (algodão-do-cerrado), Alibertia sessilis (marmelo), etc. 3.3 Plantas especiais A grande maioria das espécies encontradas tem elevada importância ecológica e medicinal representada por suas flores, frutos, sementes e/ou potencial econômico pela qualidade de sua madeira. No entanto, torna-se inviável tecer comentários sobre todas as espécies identificadas, uma vez que não é o foco deste estudo. Sendo assim, as plantas especiais evidenciadas no cerrado da RPPN Buraco das Araras, foram classificadas em plantas: (i) medicinais; (ii) importância econômica; (iii) ameaçadas de extinção, segundo IUCN (2006) e MMA (2003); (iv) frutos do cerrado; (v) flores melíferas, nectaríferas e ornamentais; e (vi) espécies importantes como fonte de alimento aos animais silvestres. Plantas Medicinais Figura 18. Lobeira Figura 19. Carobinha (Solanum lycocarpum) (Jacaranda decurrens) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 20. Barbatimão Figura 21. Para-tudo (Stryphnodendron adstringens) (Tabebuia aurea) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 22. Murici Figura 23. Guaçatonga (Byrsonima verbascifolia) (Casearia decandra) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 24. Aperta-guela Figura 25. Nó-de-cachorro (Eugenia kunthiana) (Heteropterys aphrodisiaca) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Plantas de importância econômica Figura 26. Angico Figura 27. Vinhático (Anadenanthera colubrina) (Plathymenia reticulata) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 28. Guatambu-do-cerrado Figura 29. Ipê-amarelo (Aspidosperma macrocarpon) (Tabebuia ochracea) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Plantas ameaçadas de extinção É importante destacar que para a flora sul-matogrossense não há, até o momento informações compiladas a respeito das espécies ameaçadas. Entretanto, utilizou-se espécies ameaçadas de extinção, segundo: IUCN (IUCN, 2007), IBAMA para o Brasil (Brasil, 1992) e lista do estado de São Paulo (São Paulo, 2004). A partir dessas informações, as espécies ameaçadas para o Mato Grosso do Sul foram listadas na Tabela 3, embora sua situação na região ainda não seja crítica. Figura 30. Aroeira (Myracrodruon urundeuva) espécie ameaçada de extinção Crédito: Fabrício de Souza Maria Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção, segundo as listas obtidas pelo IBAMA, IUCN e estado de São Paulo Espécie Família Botânica Nome comum Categoria Dalbergia nigra Fab. Faboideae Jacarandá-do-cerrado Aspidosperma macrocarpon Apocynaceae Peroba-do-campo Myracrodruon urundeuva Anacardiaceae Aroeira Pseudobombax tomentosum Malvaceae Embiruçu Bowdichia virgilioides Fab. Faboideae Sucupira-preta Eriotheca pubescens Malvaceae Paineira-do-cerrado Presumivelmente Extinta em SP Magonia pubescens Sapindaceae Timbó Em perigo em SP Em perigo em SP Vulnerável em SP Vulnerável em SP, IUCN e IBAMA Vulnerável em SP Vulnerável em SP Frutos do cerrado Figura 31. Araticum Figura 32. Faveira (Rollinia silvatica) (Dimorphandra mollis) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 33. Jatobá-do-cerrado Figura 34. Caraguatá (Hymenaea stigonocarpa) (Bromelia balansae) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Flores melíferas, nectaríferas e ornamentais Figura 35. Pau-santo Figura 36. Algodão-do-cerrado (Kielmeyera variabilis) (Cochlospermum regium) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 37. Pequi Figura 38. Açoita-cavalo (Caryocar brasiliense) (Luehea paniculata) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Plantas importantes como fonte de alimento aos animais silvestres Figura 39. Bocaiuva Figura 40. Marmelo (Acrocomia aculeata) (Alibertia edulis) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 41. Baru Figura 42. Jenipapo (Dipteryx alata) (Genipa americana) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria 3.4 Riqueza de espécies As áreas mais relevantes em termos de diversidade florística na RPPN Buraco das Araras, de acordo com o levantamento botânico foram as do entorno da dolina. Encontrou-se nesta área 89% do total das espécies amostradas. Dentre as espécies mais abundantes, encontradas na RPPN, menciona-se: Pouteria torta (Grão-de-galo), Annona coriacea (marolo), Ocotea minarum (canela), Allagoptera leucocalyx (iriri), (Figuras 43 a 46). Figura 43. Canela Figura 44. Grão-de-galo (Ocotea minarum) (Pouteria torta) Crédito: Fabrício de Souza Maria Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 45. Iriri (Allagoptera leucocalyx) Crédito: Fabrício de Souza Maria Figura 46. Marolo (Annona coriacea) Crédito: Fabrício de Souza Maria 4. Conservação 4.1 Principais ameaças sobre a flora na RPPN em estudo De um modo geral, a RPPN Buraco das Araras, apresenta seus cerrados em bom estado de conservação. No entanto, existem alguns fatores que ameaçam a integridade e a conservação da vegetação natural ocorrente na RPPN, em especial a vegetação rasteira e capins nativos, dentre eles mencionam-se: - presença de gramíneas exóticas do gênero Braquiaria, entremeados com a vegetação nativa (Figura 47); Figura 47. Gramíneas exóticas entremeadas com vegetação nativa do cerrado. Crédito: Fabrício de Souza Maria - presença de gado na RPPN Buraco das Araras, criando diversos trilheiros, que causam em especial (i) fragmentação da paisagem; (ii) pisoteio das plântulas; (iii) mortalidade dos vegetais herbáceos e capins nativos (Figura 48). Figura 48. Trilheiros de gado na RPPN Crédito: Fabrício de Souza Maria 4.2 Recomendações e Áreas prioritárias para recuperação e manejo Manejo de Braquiária O principal fator que compromete a integridade da vegetação, em especial as gramíneas nativas e as espécies herbáceas, é a ocorrência das espécies exóticas Brachiaria decumbens e B. brizantha. A Brachiaria decumbens com maior biomassa, é uma espécie originária da África do Sul, que se propaga por sementes e através de rizomas e a B. brizantha vem da África Tropical, e se propaga por sementes. As 2 espécies mencionadas são plantas daninhas, bastante freqüentes, usadas como forrageiras, mas que podem facilmente predominar em quase todas as áreas naturais. Essas gramíneas podem alcançar biomassas extremamente elevadas e, quando secas, são altamente inflamáveis, iniciando uma interação gramíneas-fogo capaz de impedir o brotamento da vegetação nativa. Para o manejo destas espécies, recomenda-se inicialmente a retirada do gado, que dissemina rapidamente sementes de braquiárias através das fezes e impede a germinação de plântulas através do pastoreio e pisoteio. Posteriormente, recomenda-se a elaboração de um programa de restauração da vegetação natural baseando-se no zoneamento ambiental, no levantamento florístico e fisionômico da área em estudo. Restauração das áreas degradadas próximas a dolina Existem pequenas áreas degradadas próximas a dolina, que necessitam de recuperação com espécies nativas. Portanto, recomenda-se a elaboração de um programa de restauração da vegetação natural nestas áreas. Implantação de viveiro de mudas nativas do cerrado Para manutenção das áreas a serem recuperadas na RPPN, recomenda-se a implantação de um viveiro de mudas nativas. Sabendo que existem técnicas de coleta e beneficiamento de sementes, bem como técnicas para produção das mudas, sugere-se que o proprietário busque auxilio de profissionais habilitados para tal ação. 4.3 Pesquisas a serem executadas futuramente Como pesquisas futuras voltadas a flora do cerrado presente na RPPN, sugerese: (i) levantamento específico das plantas herbáceas do cerrado, de forma a ampliar o conhecimento e a listagem das espécies obtida no presente estudo; (ii) estudos específicos para levantamento das espécies medicinais do cerrado que ocorrem na RPPN; (iii) estabelecimento de parcelas-permanentes, de forma a efetuar pesquisas, com taxas de crescimento, biomassa, recrutamento e mortalidade, seqüestro de carbono, estrutura fitossociológica, alterações florísticas, dentre outras; e (iii) levantamentos registrando os visitantes florais em relação a polinização, de forma a entendermos a manutenção da flora do cerrado. 5. Referências Bibliográficas Baptista-Maria, V.R. 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In: The Cerrados of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical savanna. New York : Columbia University Press. p. 91-120. Rodrigues, V.E.G.; Carvalho, D.A. (2001) Plantas Medicinais no Domínio dos cerrados. Lavras: UFLA. 180p. Silva-Junior, M.C. (2005) 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Rede de Sementes do Cerrado. Brasília. 278p. 7. Agradecimentos Os pesquisadores agradecem a todos da RPPN Buraco das Araras, em especial ao Sr. Modesto, que pelo seu extraordinário conhecimento da flora do cerrado e auxiliou nos trabalhos de campo !!!! 8. Glossário Bioma: comunidade biológica (flora e fauna e suas interações com o meio físico) Fanerógama: planta superior, com órgão reprodutivos bem desenvolvido Flora: conjunto de entidades taxonômicas vegetais (espécies), que compõem a vegetação de um território. Florística: parte da fitogeografia que trata particularmente das entidades taxonômicas de um determinado território Trilheiro: trilha formada pelo gado através da passagem contínua 9. Anexo Anexo I. Lista das espécies vegetais do cerrado presente na RPPN Buraco das Araras, Jardim/MS Anexo I. Lista das espécies vegetais do cerrado presente na RPPN Buraco das Araras, Jardim/MS Legenda: (*) HB- Hábito: Ar - árvore; Ab - Arbusto; L - Liana; P - palmeira; He - erva. Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 1 Abacaxizinho-cerrado Ananas ananassoides (Bak.) L. B. Smith Bromeliaceae He x 2 Açoita-cavalo Luehea candicans Mart. et Zucc Malvaceae Ar x 3 Açoita-cavalo Luehea grandiflora Mart. et Zucc. Malvaceae Ar x 4 Açoita-cavalo Luehea paniculata Mart. Malvaceae Ar x 5 Açoita-cavalo-miúdo Luehea divaricata Mart. Malvaceae Ar x 6 Alecrim-de-vassoura Baccharis dracunculifolia DC. Asteraceae Ab x 7 Alecrim-do-cerrado Myrcia linearifolia Cambess. Myrtaceae Ab x 8 Algodão-do-cerrado Cochlospermum regium Pilg. Cochlospermaceae Ab x 9 Almécega Protium heptaphyllum (Aubl.) March. Burseraceae Ar x 10 Amarelinho Senna rugosa H.S. Irwin & Barneby Fab. Caesalpinioideae Ab x 11 Amargosinha Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl. Fab. Faboideae Ar x 12 Amendoim-bravo Pterogyne nitens Tul. Fab. Caesalpinioideae Ar x 13 Amendoim-do-campo Platypodium elegans Vog. Fab. Faboideae Ar x 14 Angico Anadenanthera colubrina (v. cebil) Bren. Fab. Mimosoideae Ar x 15 Angico vermelho Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Fab. Mimosoideae Ar x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 16 Aperta-guela Eugenia kunthiana DC. Myrtaceae Ab x 17 Araça Psidium myrsinoides O. Berg. Myrtaceae Ar x 18 Araça Psidium sp. Myrtaceae Ar x 19 Araticum Annona dioica St. Hil. Annonaceae Ab x 20 Araticum Annona phaeoclados Mart. Annonaceae Ab x 21 Araticum Rollinia sp. Annonaceae Ar x 22 Araticum rasteiro Annona pygmaea Warm. Annonaceae Ab x 23 Araticum-do-cerrado Annona crassiflora Mart. Annonaceae Ab x 24 Araticum-do-mato Rollinia emarginata Schl. Annonaceae Ab x 25 Araticum-do-mato Rollinia silvatica (St. Hil.) Mart. Annonaceae Ab x 26 Araticum-vermelho Annona cornifolia St.Hil. Annonaceae Ab x 27 Arauta-do-campo Connarus suberosus Planch. Connaraceae Ar x 28 Aroeira Myracrodruon urundeuva Fr.All. Anacardiaceae Ar x 29 Aroeira pimenteira Schinus terebinthifolia Raddi Anacardiaceae Ar x 30 Aroeirinha Schinus weinmaniifolius Engl. Anacardiaceae Ab x 31 Assa-peixe Vernonia scabra Pers. Asteraceae Ar x 32 Ata brava Duguetia furfuracea Saff. Annonaceae Ab x 33 Balsemim Gomidesia palustris Kausel Myrtaceae Ar x 34 Barba-de-bode Bulbostylis paradoxa Ness Cyperaceae He x 35 Barbatimão Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Fab. Mimosoideae Ar x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 36 Baru Dipteryx alata Vog. Fab. Faboideae Ar x 37 Bocaiuva Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Arecaceae Pa x 38 Bolsa-de-pastor Zeyheria montana Mart. Bignoniaceae Ab x 39 Braquiária Brachiaria decumbes Stapf Poaceae He x 40 Braquiária Brachiaria humidicola Schweich Poaceae He x 41 Cabeçudinha Butia paraguayensis (Barb. Rodr.) L.H. Bailey Arecaceae Pa x 42 Cabelo-de-negro Erythroxylum campestre St. Hil. Erythroxylaceae Ab x 43 Cabelo-de-negro Erytroxylum suberosum St. Hil. Erythroxylaceae Ar x 44 Cacto Cereus hildimannianus Mart. Cactaceae Ar x 45 Cafezinho Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Myrsinaceae Ar x 46 Cajú Anacardium occidentale L. Anacardiaceae Ar x 47 Cajú rasteiro Anacardium humile A. St. Hil. Anacardiaceae Ab x 48 Calção-de-velho Vernonia ferruginea Less. Asteraceae Ar x 49 Camboatá Matayba guianensis Aubl. Sapindaceae Ab x 50 Canela de cutia Sebastiania discolor (Spreng.) Mull. Arg. Euphorbiaceae Ar x 51 Canela-guaicá Ocotea puberula (Reich.) Nees Lauraceae Ar x 52 Canela-vassoura Ocotea minarum (Nees) Mez Lauraceae Ar x 53 Capim Eragrostis acuminata Doell. Poaceae He x 54 Capim Eragrostis acuminata Doell. Poaceae He x 55 Capim-flexa Echinolaena inflexa Chase Poaceae He x x x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 56 Capim-limão Cymbopogon sp. Poaceae He x 57 Capitão Terminalia argentea Mart et Zucc. Combretaceae Ar x 58 Caraguatá Bromelia balansae Mez Bromeliaceae He x 59 Carapiá Dorstenia brasiliensis Lam. Moraceae He x 60 Caroba Jacaranda cuspidifolia Mart. Bignoniaceae Ar x 61 Carobinha Jacaranda decurrens Mez Bignoniaceae He x 62 Carqueja Baccharis trimera DC. Asteraceae He x 63 Carvão-branco Callisthene fasciculata (Spreng) Mart. Vochysiaceae Ar x 64 Carvão-vermelho Diptychandra aurantiaca (Mart.) Tul. Fab. Caesalpinioideae Ar x 65 Carvoeiro Sclerolobium aureum (Tul.) Benth. Fab. Caesalpinioideae Ar x 66 Carvoeiro Sclerolobium paniculatum Vogel Fab. Caesalpinioideae Ar x 67 Chapeu-de-couro Salvertia convallariaeodora St. Hil. Vochysiaceae Ar x 68 Cigana Calliandra dysantha Benth. Fab. Mimosoideae Ab x 69 Cipó Serjania lethalis A. St. Hil. Sapindaceae L x 70 Copaíba Copaifera langsdorffii Desf. Fab. Caesalpinioideae Ar x 71 Coração-de-negro Eremanthus glomerulatus Less. Asteraceae Ar x 72 Cruzinha Eupatorium odoratum L. Asteraceae He x 73 Curiola Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Sapotaceae Ar x 74 Curiola Pouteria torta (Mart.) Radlk. Sapotaceae Ar 75 Embaúba Cecropia pachystachya Trec. Urticaceae Ar x x x x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 76 Embiruçu Pseudobombax tomentosum Robyns Malvaceae Ar x 77 Erva-de-passarinho Phthirusa ovata Eichl. Loranthaceae He x 78 Faveira Dimorphandra mollis Bth. Fab. Caesalpinioideae Ar x 79 Fedegoso Senna occidentalis (L.) Link Fab. Caesalpinioideae Ab x 80 Fedegoso Senna pendula (Willd.) Irw. et Barn. Fab. Caesalpinioideae Ab x 81 Fedegoso Senna silvestris v. bifaria Irw et. Barn. Fab. Caesalpinioideae Ar x 82 Fedegoso Senna splendida (Vog.) Irw. et Barn. Fab. Caesalpinioideae He x 83 Figueira Ficus sp. Moraceae Ar 84 Gervão-branco Croton glandulosus L. Euphorbiaceae He x 85 Goiaba Psidium guajava L. Myrtaceae Ab x 86 Guaçatunga Casearia decandra Jacq. Salicaceae Ar x 87 Guanxuma Sida sp. Malvaceae He x 88 Guatambu-do-cerrado Aspidosperma macrocarpon Mart. Apocynaceae Ar x 89 Guelra-de-dourado Senna aculeata (Bth.) Irw et Barn. Fab. Caesalpinioideae Ab x 90 Guiné Petiveria alliacea L. Phytolaccaceae He x 91 Hortelã-brava Hyptis brevipes Poit. Lamiaceae He x 92 Hortelã-do-campo Hyptis crenata Pohl Lamiaceae He x 93 Ingá Inga cf. uruguensis Hooker at Arnott Fab. Mimosoideae Ar 94 Ipê roxo Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb. Bignoniaceae Ar x 95 Ipê-amarelo Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Bignoniaceae Ar x x x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 96 Iriri Allagoptera leucocalyx (Mart.) Kuntze Arecaceae Pa x 97 Iriri Syagrus petraea Becc. Arecaceae Pa x 98 Jacaranda Jacaranda micrantha Cham. Bignoniaceae Ar x 99 Jacarandá-bico-de-pato Machaerium acutifolium Vog. Fab. Faboideae Ar x 100 Jacarandá-do-cerrado Dalbergia miscolobium Benth. Fab. Faboideae Ar x 101 Jacarandá-do-cerrado Machaerium opacum Vog. Fab. Faboideae Ar x 102 Japecanga Smilax fluminensis Steud. Smilacaceae L x 103 Japecanga Smilax goyazana DC. Smilacaceae L x 104 Jatobá-do-cerrado Hymenaea stigonocarpa (Mart.) Hayne Fab. Caesalpinioideae Ar x 105 Jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae Ar x 106 Jenipapo-de-cavalo Tocoyena formosa (C. et S.) Schum. Rubiaceae Ab x 107 Juá-bravo Solanum viarum Dun. Solanaceae He x 108 Laranjinha-do-cerrado Styrax ferrugineus Ness et Mart. Styracaceae Ar x 109 Leiteiro Sapium hasslerianum Huber Euphorbiaceae Ab x 110 Lingua-de-lagarto Casearia sylvestris Sw. Salicaceae Ar x 111 Lixeirinha Davilla elliptica St. Hil. Dilleniaceae Ar x 112 Lobeira Solanum lycocarpum St. Hil. Solanaceae Ar x 113 Louro-preto Cordia glabrata (Mart.) A. DC. Boraginaceae Ar x 114 Macela-do-campo Achyrocline satureioides DC. Asteraceae He x 115 Macela-do-campo Plagiocheilus tanacetoides Haenk. Asteraceae He x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 116 Mama-cadela Brosimum gaudichaudii Trec. Moraceae Ab x 117 Mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae Ar x 118 Mandacaru Cereus peruvianus Mill. Cactaceae Ar x 119 Mandiocão Didymopanax morototonii Dcne. et Planch. Araliaceae Ar 120 Mandiocão-do-cerrado Schefflera macrocarpa (Cham. E Schltdl.) Araliaceae Ar x 121 Mangaba Hancornia speciosa Gomez Apocynaceae Ar x 122 Maracujazinho Passiflora giberti N. E. Brown Passifloraceae L x 123 Maria-mole Guapira graciliflora Lundel Nyctaginaceae Ar x 124 Maria-preta Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg Myrtaceae Ar x 125 Marmelada-de-cachorro Alibertia sessilis (Vell.) Schum. Rubiaceae Ar x 126 Marmelo rasteiro Alibertia sp. Rubiaceae He x 127 Marmelo-de-bola Alibertia edulis (L.L. Rich.) A. C. Rich. Rubiaceae Ar x 128 Marolo Annona coriacea Mart. Annonaceae Ar x 129 Mata-cachorro Simarouba versicolor St.Hil. Simaroubaceae Ar x 130 Mata-pasto Hyptis suaveolens Poit. Lamiaceae Ab x 131 Mimosa Mimosa claussenii Benth Fab. Mimosoideae Ar x 132 Murici Byrsonima pachyphylla Malpighiaceae Ar x 133 Murici Byrsonima verbascifolia (L.) Rich. Malpighiaceae Ar x 134 Murici-macho Heteropterys byrsonimifolia Malpighiaceae Ar x 135 Murici-rosa Byrsonima coccolobifolia (L.) H.B.K. Malpighiaceae Ar x x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 136 Nó-de-cachorro Heteropterys aphrodisiaca O. Mach. Malpighiaceae Ab x 137 Oiti-do-sertão Couepia grandiflora Bth. Chrysobalanaceae Ar x 138 Pacari Lafoensia pacari St. Hil. Lythraceae Ar x 139 Paineira-do-cerrado Eriotheca pubescens Schott et Endl. Malvaceae Ar x 140 Papoula-do-campo indeterminada 141 Para-tudo Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. Bignoniaceae Ar x 142 Pata de vaca Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Fabaceae - Cercideae Ar x 143 Pata-de-vaca Bauhinia sp 1 Fabaceae - Cercideae Ar x 144 Pata-de-vaca Bauhinia sp 2 Fabaceae - Cercideae Ar x 145 Pau-santo Kielmeyera coriacea Mart. Clusiaceae Ar x 146 Pau-santo Kielmeyera variabilis Mart. Clusiaceae Ar 147 Pau-terra Qualea grandiflora Mart. Vochysiaceae Ar x 148 Pau-terra-de-flor-peq. Qualea parviflora Mart. Vochysiaceae Ar x 149 Pau-terra-do-campo Qualea multiflora Mart. Vochysiaceae Ar x 150 Peito-de-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae Ar x 151 Pequi Caryocar brasiliense Camb. Caryocaraceae Ar x 152 Peroba-do-campo Aspidosperma tomentosum Mart. Apocynaceae Ar x 153 Picão Bidens gardneri Bak. Asteraceae He x 154 Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Annonaceae Ar x 155 Pindó Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Arecaceae Pa x Ab Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 156 Pitanga roxa Eugenia uniflora L. Myrtaceae Ab x 157 Planta-moeda Chamaecrista orbiculata Irwin & Barneby Fab. Caesalpinioideae Ar x 158 Pororoca Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) Mez Myrsinaceae Ar x 159 Pororoca Rapanea guianensis Aubl. Myrsinaceae Ar x 160 Quebra-pedra Phylanthus orbiculatus L.C. Rich. Euphorbiaceae He x 161 Quina-do-cerrado Strychnos pseudoquina St. Hil Loganiaceae Ar x 162 Quina-genciana Acosmium subelegans (Mohl.) Yak. Fab. Faboideae Ar x 163 Rosquinha Helicteres lhotzkyana Schum. Malvaceae Ab x 164 Roxinho Peltogyne angustiflora Ducke Fab. Caesalpinioideae Ar x 165 Santa-Luzia Commelina erecta L. Commelinaceae He x 166 Sucupira-preta Bowdichia virgilioides H. B. K. Fab. Faboideae Ar x 167 Taleira Celtis iguanea (Jacq.) Sarg. Cannabaceae Ab x 168 Taleira Celtis pubescens (H.B.K.) Cannabaceae Ab x 169 Timbó Magonia pubescens St. Hil. Sapindaceae Ar x 170 Urtiga-casa Cnidoscolus cnicodendron Griseb. Euphorbiaceae Ab x 171 Urucum Bixa orelana L. Bixaceae Ar x 172 Velame-do-campo Macrosiphonia petraea Schum. Apocynaceae He x 173 Vinhático Plathymenia reticulata Benth. Fab. Mimosoideae Ar x 174 Acalypha communis M. Arg. Euphorbiaceae He x 175 Billbergia zebrina (Herb.) Lindl. Bromeliaceae He x x Nº Nome Popular Nome científico Família Botânica Hb* Cerrado Interior da Dolina 176 Cestrum sendtnerianum Mart. Solanaceae Ab x 177 Eugenia sp. Myrtaceae Ab x 178 Eupatorium sp. Asteraceae He x 179 Heteropterys hypericifolia A. Juss. Malpighiaceae Ar x 180 Hybanthus calceolaria (L.) Schulze Violaceae He x 181 Justicia sp. Acanthaceae He x 182 Manihot gracilis R. W. Pohl Euphorbiaceae Ab x 183 Olyra ciliatifolia Raddi Poaceae He x 184 Paspalum sp. Poaceae He x 185 Pavonia grandiflora A. St. Hil. Malvaceae Ab x 186 Peixotoa cordistipula A. Juss. Malpighiaceae Ab x 187 Pharus glaber Kunth Poaceae He x 188 Physalis pubescens L. Solanaceae He x 189 Rhodocalyx rotundifolius M.Arg. Apocynaceae He x 190 Ruellia gemminiflora H.B.K. Acanthaceae He x 191 Serjania caracasana (Jacq.) Willd. Sapindaceae L x 192 Solidago sp. Asteraceae He x Jardim, Dezembro de 2007.