Apresentação do PowerPoint - Colégio Energia Barreiros

Transcrição

Apresentação do PowerPoint - Colégio Energia Barreiros
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Artes
Natureza-morta
6°A - Volume 02
Professor: Alexandro Lima
Artes
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Professor: Alexandro Lima
Natureza-morta
História da arte
Artes
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“Para o cinema tudo se
torna uma imensa
natureza-morta, até os
sentimentos dos outros
são qualquer coisa de
que se pode dispor.”
(Federico Felini).
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Natureza-morta
Quando ouve-se essa expressão pela primeira vez, pensa-se tratar-se de algum
tipo de representação artística que apresente a devastação da natureza, cenas de
queimadas, poluição ou coisas desse tipo.
Figura 13 – Natureza-morta com utensílios de cozinha (c.1660), Mateu Cerezo. 100 x 127 cm.
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Pinturas como as de Mateu Cerezo (figura 13) colaboram para formar-se esse
raciocínio. A obra original chega a ser chocante quando vista de perto. Ela foi
exposta na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no ano de 1998, numa exposição
chamada Luzes do século de ouro na pintura espanhola. Foi uma exposição sobre
alguns artistas espanhóis importantes do período Barroco*.
*Barroco: Movimento artístico que iniciou na Itália no século XVII e chegou até o Brasil.
É uma imagem forte, em especial por apresentar não apenas alguns animais
mortos que aparentemente seriam preparados para uma refeição, como também
por mostrar de forma contundente* a cabeça de um animal sem a pele e com os
olhos brilhando. Outros objetos e animais também foram representados na
pintura: um cordeiro, um galo e um pássaro que provavelmente fariam parte de
um do jantar. Ha ainda a presença de dois grandes pães no lado direito inferior,
além de alguns vegetais e utensílios usados no preparo de alimentos.
*Contundente: Categórica, agressiva.
Figura 14 – Natureza-morta com cerâmicas (c.1650), Tomás Yepes. 68 x 92 cm.
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Mas nessa mesma exposição havia outros quadros de natureza-morta bem
diferentes, como a tela de Tomás Yepes (figura 14). Essa pintura apresenta uma
tigela de cerâmica, ricamente adornada* e cheia de peras e maças, apoiadas no
que parece ser uma mureta decorada. Ao fundo dessa cena uma linda paisagem.
Essa obra é bem diferente da anterior, mas ambas são do gênero natureza-morta,
correspondem a uma mesma ordem de representação artística, seguem a mesma
lógica, o mesmo raciocínio.
*Adornada: Decorada.
03) Responda na sua apostila: O que a pintura de Meteu Cerezo (figura 13) nos diz?
Do que se trata aquela cena? Será que o artista desejou nos chocar com aqueles
animais mortos? Pensem. Alguém fez uma encomenda ao artista e pagou por essa
pintura; certamente esse comprador pendurou o quadro na parede de sua casa.
Qual seria a ideia que ele gostaria de nos passar ao expor essa pintura?
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É importante lembrar que a arte não está descolada dos acontecimentos históricos, sociais e políticos
da época em que é produzida.
Como será que as pessoas no século XVII (1601 a 1700) se alimentavam? Será que todas comiam carne
diariamente, com a fartura* que é apresentada na pintura?
*Fartura: Abundância, riqueza.
Observe que, na natureza-morta feita por Tomás Yepes, essa linda cerâmica repleta de frutas é
apresentada para nós quase como uma oferenda, e sentimos que quase podemos tocar nas frutas e
prová-las. Existem duas paisagens representadas nessa pintura: uma como fundo da tela mostrando
uma paisagem campestre e outra como decoração da cerâmica - esta última é pintada toda em azul,
contrastando com o branco da cerâmica. O barco representado na cerâmica está chegando ou passando
por uma cidade, o que podemos deduzir a partir da sombra dos edifícios que estão pintados em meio à
vegetação.
Essa paisagem nos faz lembrar das embarcações utilizadas pelos grandes navegadores do século XVI e
XVII, tais como Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, e Cristóvão Colombo, descobridor da
América, que se aventuravam no mar desconhecido em busca de riquezas como ouro, prata,
porcelanas, tapetes orientais e as famosas especiarias, por exemplo o cravo e a canela-da-índia.
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Figura 15 – Natureza-morta com bíblia, (1885) Vincent van Gogh.
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Figura 16 – Natureza-morta (1952), Alberto de Veiga Guignard. 40 x 50 cm.
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Figura 16 – Natureza-morta com faca (1961), Luiz Fernández. 50 x 61 cm.
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Figura 17 – Bodegón com jarro y fondo azul (1993), Manolo Valdés. 165 x 195 cm.
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Você pensou que esse gênero de pintura é algo muito antigo? Que nos dias de hoje
esse tipo de arte já não se faz mais? Engano seu!
Até os nossos dias, os artistas continuam a produzir obras de arte a partir dessa
tradição da pintura, a natureza-morta. Nos últimos cem anos muitos trabalhos
foram realizados nesse estilo.
Natureza-morta é um outro gênero de pintura que no século XX também sofreu
alterações. Na atualidade, natureza-morta pode também estar para além do plano
de representação bidimensional.
Vejamos o trabalho destes dois artistas: Giorgio Morandi e Manolo Valdés.
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Figura 19 – Natureza-morta (1931), Giorgio Morandi.
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Figura Extra – Bodegón Morandi (1985), Manolo Valdés.
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Giorgio Morandi foi um artista italiano que podemos definir como persistente. A
maior parte de sua produção artística são representações de natureza-morta, feitas
com garrafas, tigelas, vasos, entre outros objetos.
Manolo Valdés é um artista espanhol que homenageou Morandi através de uma
obra sua. Bodegón é uma palavra espanhola que em português significa "naturezamorta". Observe que o trabalho de Valdés é uma escultura feita em ferro: são
garrafas de ferro organizadas de tal modo que nos fazem lembrar os trabalhos de
Morandi.
Perceba como a composição das duas obras é parecida, apesar de uma ser
bidimensional e a outra tridimensional, condição que as coloca em categorias
distintas: uma é desenho; a outra, escultura. Mas Valdés conseguiu mantê-las
ligadas através da reinterpretação do tema trabalhado incansavelmente por
Morandi, a natureza-morta.
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Figura 21 – Deploração de Cristo (c. 1650), Antônio de Pereda. 218 x 258 cm.
Foi no século XVI, no início do período Barroco, que as representações as quais hoje conhecemos como
natureza-morta tornaram-se um gênero de pintura. Inicialmente essas cenas estavam incorporadas em obras
religiosas e carregavam consigo uma forte carga simbólica.
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Perceba na ampliação da imagem que o
isolamento desta pequena porção da pintura
se configura como uma natureza-morta, ou
como a chamavam os espanhóis:
bodegones*.
Figura 22 – Deploração de Cristo (c. 1650),
Antônio de Pereda. (Detalhe).
*Bodegones: Corresponde a natureza-morta em português.
Mesmo após serem reconhecidos como um gênero de pintura, os bodegones, ou a
natureza- morta, eram vistos por muitas pessoas como um tipo inferior de pintura.
A natureza-morta ganha grande força principalmente no final do século XVII e início
do século XVIII, desvincula-se do caráter simbólico-religioso e passa a representar
as condições sociais e econômicas de seu possuidor. Animais, flores, peixes, frutas,
entre outros alimentos, e também objetos passam a ser retratados, carregados de
significado sócio econômico.
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Figura 23 – Natureza-morta (c. 1666), Samuel van Hoogstraten. 63 x 79 cm.
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A pintura de Samuel van Hoogstraten, pintor holandês do século XVII, evidencia esse
caráter (figura 23). Além da qualidade técnica da tela, a obra leva-nos à sensação
proporcionada por uma fotografia. Os objetos, da forma como estão representados,
colocam-nos quase em situação de bisbilhoteiros da vida de seu proprietário.
A pintura de Mateu Cerezo (figura 13) é outro bom exemplo do uso simbólico desses
objetos. Apesar de chocante aos nossos olhos, a imagem traz consigo toda a
opulência e fortuna que seu proprietário buscava ostentar: panelas de cobre, uma
elegante garrafa de azeite, variedade de carnes de caça, pães e especiarias. Veja que
próximo à faca existe um pape amassado que contém algum tipo de erva,
possivelmente uma especiaria extremamente cara para a época. Lembre-se de que
apenas os nobres se alimentavam com carne naqueles tempos.
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Uma boa fonte de pesquisa sobre a época, que possibilita a
percepção de como era a vida durante o século XVII, é o filme
Moça com brinco de pérola (2003), o qual conta parte da vida
de um pintor flamengo chamando Johannes Vermeer. Nesse
filme é possível ver como se alimentavam as diferentes
classes sociais, além de outras atividades da vida cotidiana.
No final do século XIX e início do XX, os artistas passaram a
realizar a pintura de natureza-morta como um exercício de
suas virtudes técnicas. Esses artistas já haviam abandonado a tradição simbólica de
tais pinturas e as realizavam justamente porque elas lhes pareciam neutras em meio
ao movimento modernista da época.
O que chega aos nossos dias como legado de toda essa tradição artística é uma
forma de representação, a qual pode continuar nos servindo como mais um meio de
expressão inserido no nosso tempo.
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Síntese
Natureza-morta
A natureza-morta é um gênero de pintura que se configura como tal no século XVII. Durante
muitos anos, foi considerada um tipo menor de expressão. Porém, no início daquele século,
tornou-se uma das formas de ostentação de toda a burguesia em ascensão na Europa. O
caráter simbólico dos objetos representados na obra perdura até o final do século XIX,
quando as ideias modernistas passam a considerar essas pinturas temas neutros, servindo de
grande valia para os exercícios de técnica de muitos artistas. `
Esse estilo caracteriza-se, em particular, pela representação de objetos, alimentos e flores
dispostos sobre uma superfície ou organizados em vasos. Outra característica comum nessas
pinturas é o fato de, normalmente, serem imagens de ambientes internos, como um recorte
de uma cena que poderia ser maior.
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Atividades
04) Desenho de natureza-morta
•
Leve para a Sala de aula um ou dois objetos extremamente significantes para você.
•
Pense bem na escolha que fara de seus objetos.
•
Você vai precisar de material de desenho e folhas de papel.
•
Se dispuser de máquina fotográfica, leve-a também.
•
Junto com um (a) colega, organize os objetos sobre uma mesa e comece a fazer um desenho de
observação. Atenha-se inicialmente às formas, aos contornos das figuras.
•
Depois dos contornos prontos, inicie o procedimento de colorir.
•
Compare os resultados com algumas imagens de natureza-morta produzidas por artistas da região.
Verifique, em termos de significação, quais dos trabalhos significam mais aos seus colegas.
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Atividades
05) Pesquisando os hábitos alimentares através da pintura
• Investigue, através de imagens e textos, como as pessoas do século XVII se alimentavam.
• Faça uma comparação, por escrito, entre os hábitos alimentares das pessoas do século XVII
e os nossos atualmente.
• Utilizando as imagens que encontrou, relacione os alimentos que você consome por
influência de propagandas, rádio, jornais, televisão, revistas, outdoors e outros meios de
comunicação. Relacione também os alimentos do seu uso diário que passam por algum
processo de industrialização.
• Faça um paineI ilustrando, através das gravuras que você achou, as diferenças das pessoas
do século XVII. Saliente quais alimentos são industrializados e quais consumimos por
influência de propagandas no século XXI.
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Atividades
06) Natureza-morta em relevo
•
Procure em sua casa vários objetos leves que você ou sua família não utilizarão mais. Caso tenha objetos em
abundância, selecione por tema, por exemplo: utensílios de cozinha, decoração, higiene, material escolar, pequenos
brinquedos, embalagens vazias, enfim, escolha os seus objetos.
•
Você precisará de um papel mais duro, como papel-cartão, ou um pedaço de compensado do tamanho de uma folha
A3 (29,7 X 42 cm). Disponha os seus objetos sobre o suporte (papel grosso ou compensado) e cole-os (se usar cola
branca, poderá mexer no trabalho somente em outra aula; para continuar na mesma aula, você pode utilizar cola
quente). Certifique-se de que os objetos estão bem colados.
•
Para pintar a natureza-morta, use tinta acrílica e faça uma mistura de cola branca com pigmento líquido. Utilize apenas
uma cor.
•
A pintura poderá descaracterizar os objetos que você escolheu. Observe com atenção o seu trabalho e dê um nome a
ele, considerando desde a escolha dos objetos até a aparência final da sua natureza-morta. Pense que a cor que você
escolheu é parte dessa composição.
REFERÊNCIAS
COLÉGIO ENERGIA. Atitudes elementares. 6° ano – volume 02. Florianópolis:
gráfica ed. Energia., 2015.
GOMBRICH, Ernest H. A História da Arte. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora
S.A. Rio de Janeiro, 2008.
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Obrigado!!!
Alessandro Lima
[email protected]
http://bonecosdasvirtudes.pancakeapps.com
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