Manettia inflata
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Manettia inflata
5. PROGRAMAS DO MEIO BIÓTICO 5.1. Introdução Os programas em andamento no período são: • Monitoramento e Resgate da Ictiofauna; sendo o monitoramento executado pela empresa LIMNOBIOS e o resgate pela CERAN/EPC, ambos sob a responsabilidade do biólogo Ângelo Antonio Agostinho. • Salvamento, Resgate e Monitoramento da Fauna; contratado a FATEC Fundação de Apoio à Tecnologia, Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria, sob a responsabilidade da bióloga Sonia Terezinha Cechin. • Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora; contratado a ABG Engenharia e Meio Ambiente, sob a coordenação do Eng.º Alexandre Bugin. • Reflorestamento; contratado a ABG - Engenharia e Meio Ambiente, sob a coordenação do Eng.º Alexandre Bugin. Os Programas de Controle da Proliferação de Macrófitas e Limpeza do Reservatório ainda não foram iniciados. 5.2. Descrição dos Trabalhos A descrição das atividades realizadas é apresentada a seguir. CR/C/RM/030/110/03/R0 342 MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA 1. INTRODUÇÃO A retenção de água através de barragens é prática comum ao longo da história da humanidade e esta talvez seja a forma mais contundente de interferência humana nos regimes hídricos naturais. Com o advento das grandes máquinas, foi possível a movimentação de grandes massas de terra em um tempo relativamente curto, possibilitando então o surgimento de grandes reservatórios com as mais diversas aplicações. O último século testemunhou um notável incremento nas construções de usinas hidrelétricas, que modificou a fisiografia de muitas bacias hidrográficas e alterou as características hidrológicas e, por conseqüência, os atributos físicos, químicos e biológicos dos sistemas naturais. A profusão deste tipo de ambiente ensejou oportunidades de usos múltiplos, despertando, assim interesse pelo seu manejo, tanto com fins preservacionistas como de exploração (Agostinho, 1992). Os reservatórios artificiais são ambientes intermediários entre rios e lagos, quer por suas características morfométricas e hidrológicas, quer por se situarem entre a típica organização vertical do lago e horizontal do rio (Margalef, 1975). A característica distintiva dos reservatórios baseia-se na heterogeneidade espacial, quanto ao tempo de residência da água e, portanto, em relação às características físicas e químicas. Wetzel (1990) conclui que os reservatórios são muito semelhantes a lagos quanto aos processos ecológicos básicos que envolvem o metabolismo do indivíduo, da comunidade e do ecossistema, bem como seus fatores reguladores. Admite, todavia, que as características estruturais físicas e bióticas são, sem dúvida, marcadamente divergentes das propriedades gerais dos ecossistemas lacustres naturais. Enquanto os lagos têm sua história numa escala do tempo geológico, os reservatórios foram criados pelo homem nos últimos dois séculos; portanto, as respostas aos estímulos ambientais podem não ser idênticas entre eles, e não devem ser interpretadas no contexto convencional do conhecimento da limnologia de lagos naturais (Thornton, 1990). Assim, é esperado que na comunidade íctica, o impacto causado pelos represamentos possa provocar a depleção ou mesmo a extinção local de algumas populações, sendo que as mais atingidas são aquelas tipicamente reofílicas, que têm seus locais de desova e criadouros naturais reduzidos ou mesmo eliminados (Agostinho, 1992). A instabilidade do novo ambiente, fruto não apenas do impacto inicial do represamento mas também de perturbações não cíclicas produzidas pela operação da barragem ou por outras ações antropogênicas, torna as comunidades instáveis e gradativamente mais simples. Assim, alterações na composição das comunidades de peixes e eliminação localizada de um número variável de elementos da ictiofauna local são decorrências esperadas dos represamentos. Entretanto, medidas apropriadas, se tomadas a partir da fase de colonização do novo ambiente, ou mesmo antes, podem assegurar a presença de determinadas populações ou estoques, contribuindo, assim, na mitigação dos impactos e revertendo a tendência de simplificação das comunidades. CR/C/RM/030/110/03/R0 343 As ações implementadas pelo setor elétrico com o objetivo de minimizar os impactos dos represamentos, preservar estoques pesqueiros ou aumentar o rendimento da pesca em seus reservatórios foram historicamente marcadas pelo insucesso. As informações publicadas por Torloni et al. (1993) acerca dos desembarques de pescado em seis reservatórios da CESP nos rios Paraná, Tietê e Grande demonstram, de maneira insofismável, este fato. Espécies migradoras de grande porte tiveram participação negligenciável na pesca e aquelas que foram objeto de introduções massivas (ex.: tilápia do Nilo, sardinha de água doce) sequer constam entre as que compõem mais que 80% das capturas comerciais. Mesmo o rendimento das espécies nativas não mostrou, para os reservatórios estudados, relação com o esforço de repovoamento. Embora os dados de pesca não estejam disponíveis para reservatórios de outras bacias que foram objeto de ações de manejo, não há indicações de que o quadro seja diferente. Obviamente estes insucessos representam equívocos na alocação de recursos e esforços, e podem ser atribuídos, entre outros fatores, (i) à insuficiência ou inadequação das informações disponíveis; (ii) ao enfoque com que os projetos de manejo são apresentados e implementados; (iii) à ausência de monitoramento como parte do programa de manejo; (iv) a equívocos históricos na legislação pertinente; (v) a deficiências na integração interinstitucional. O conhecimento da estrutura e funcionamento dos sistemas fluviais brasileiros é, ainda, incipiente. As informações disponíveis carecem de abrangência espacial e/ou temporal e apresentam restrições quanto à aplicabilidade ao manejo, além de carecerem de sistematização. As informações sobre a fauna aquática são essencialmente bionômicas ou autecológicas, sendo raros os estudos populacionais ou de comunidades que tenham suficiente abrangência espaço-temporal. Estes estudos são, em geral, descritivos e sem uma preocupação em estabelecer relações entre os diferentes níveis de organização biológica ou destes com as características do ambiente aquático. Além disto, no caso dos peixes, a diversidade de habitat, comportamento, tamanho e forma apresentada pelas espécies exigem o emprego de diferentes aparelhos de pesca, dificultando a padronização do esforço e reduzindo a confiabilidade das informações quantitativas e restringindo o uso de recursos estatísticos. As medidas de manejo foram tradicionalmente tomadas conforme uma abordagem reducionista, com enfoque sobre o peixe ou mesmo em uma determinada espécie. Isto foi particularmente verdadeiro nos programas de povoamento ou repovoamento. É sabido, atualmente, que iniciativas nesta área não podem prescindir de uma abordagem holística, considerando a comunidade de peixes no contexto do sistema fluvial e da bacia como um todo. Ressalva-se que estas medidas foram tomadas sob forte pressão política e, como veremos adiante, constrangimento legal. Estes fatos, aliado ao quadro de evidente decréscimo nos estoques de peixes de grande porte, não facultou ao tomador de decisão a possibilidade da investigação ou a alternativa de manejo do “nada fazer” que, em muitas circustâncias, seria preferível. O monitoramento é um complemento imprescindível às ações de manejo. É através dele que a administração do recurso poderá aferir a eficácia das medidas CR/C/RM/030/110/03/R0 344 implementadas em relação aos resultados esperados, proceder a retificações nas ações em curso, planejar ações complementares de manejo ou estudos, e identificar fatores de origem antropogênica ou natural que intervem no processo. Sem ele é impossível a tomada de decisões imediatas, com resultados concretos, observáveis e previsíveis. O processo de ação-aferição do resultado, se conduzido de modo apropriado, teria contribuído não apenas para o aprimoramento ou abandono de algumas técnicas, como também para a formação de recursos humanos na área. A legislação brasileira relativa a mitigação de impactos dos represamentos sobre a ictiofauna teve papel relevante nos desacertos que caracterizaram a maioria das medidas de manejo praticadas pelo Setor Elétrico do país. Assim, os primeiros documentos nesta área (Lei 2250 de 28/12/1927 e Decreto 4390 de 14/03/1928) estabeleciam que “todos quantos, para qualquer fim, represarem as águas dos rios, ribeirões e córregos, são obrigados a construir escadas que permitam a livre subida de peixes”. Ao se generalizar a obrigatoriedade de uma obra cujo funcionamento resulta de interações entre suas características técnicas (declividade, vazão, posição em relação ao eixo da barragem, etc.) e a natureza da ictiofauna presente, sem o necessário aporte do conhecimento científico, incorreu-se no risco do insucesso e desperdício de recursos, esforços e oportunidades. Assim, escadas de peixes foram construídas logo acima de cachoeiras intransponíveis (até 70 metros) como a edificada no córrego dos Negros (São Carlos-SP), ou em riachos onde a ictiofauna era composta apenas por espécies sedentárias (Charlier, 1957). Face à oposição do Setor Elétrico e às restrições que impunha a comunidade científica, esta legislação foi abrandada em 1938 pelo Decreto-lei 794 (19/10/1938), que preconizava: “As represas dos rios, ribeirões e córregos devem ter, como complemento obrigatório, obras que permitam a conservação da fauna fluvial, seja facilitando a passagem de peixes, seja instalando estações de piscicultura”. As duas opções enunciadas neste decreto inauguraram uma discussão que perdurou até recentemente. De um lado os “escadistas”, prejudicados em seus argumentos pelo insucesso da maioria das escadas construídas, porém fortalecidos pelos trabalhos de Godoy (1975) em Cachoeira das Emas, uma barragem de altura reduzida em relação às recentes. De outro lado, os “piscicultores”, com uma visão mais voltada à produção, portanto com um maior respaldo administrativo no âmbito das concessionárias e fortalecidos pelo sucesso obtido em programas de piscicultura em açudes nordestinos. As distorções induzidas pela legislação tornam-se evidentes ao se observar que não prescreviam levantamentos prévios ou avaliações de eficiência, limitando a ação às construções de escadas ou estações de piscicultura. Sob a perspectiva de uma administração racional dos recursos pesqueiros, estas obras são meros instrumentos para operacionalizar um plano de manejo. Com o advento dos documentos emanados do CONAMA verificou-se um avanço no trato da questão. Ao prever a necessidade das ações de manejo ou mitigação serem baseadas em inventários e avaliações de impacto específicas para cada empreendimento, acompanhada do monitoramento conferiu-se a essas ações mais eficácia. CR/C/RM/030/110/03/R0 345 A execução do projeto “A ictiofauna do rio das Antas, área de influência do complexo energético Rio das Antas”, em andamento e objeto do presente relatório, é parte desse esforço. Esse projeto, cujo propósito principal é avaliar a conveniência e as estratégias para a transposição de peixes, pretende ainda fornecer indicações acerca da autecologia das principais espécies e complementar os inventários realizados na bacia por Bruschi Jr (1997) e Biolaw (2000) e Hasper et al. (2001). 3. METODOLOGIA 3.1. Localização das Áreas de Amostragem para amostras padronizadas O trecho objeto desse estudo compreendeu o segmento da bacia do rio das Antas entre as imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos, que inclui todos os empreendimentos previstos sob concessão da CERAN. O Anexo 1 mostra a localização das estações de amostragem. A área amostrada posicionou-se entre as latitudes 18º26’ S e 29º10’ S e longitudes 51º11’ W e 51º53’ W. As denominações atribuídas às estações de amostragem, o código usado para identificá-las ao longo desse documento e as coordenadas geográficas tomadas em um ponto central dessas estações são mostradas na Tabela 1. Tabela 1. Lista das estações de amostragem, códigos utilizados e respectivas coordenadas geográficas. LOCAL CÓDIGO COORDENADAS 1. Antas-São Marcos ANSM S 28º 56’ 29” / W 51º 11’ 02” 2. São Marcos-Foz FSMAR S 28º 56’33” / W 51º 11’ 05” 3. Cachoeirão-Montante ANMC S 29º 00’ 40” / W 51º 22’ 22,5” 4. Jusante do Cachoeirão ANJUC S 29º 04’01” / W 51º 22’ 48” 5. Antas-Prata ANPRA S 29º 01’ 08” / W 51º 28’ 28” 6. Prata Foz FPRAT S 29º 01’ 02,3” / W 51º 28’37,4” 7. Antas – Carreiro ANCAR S 29º 05’ 29’6” / W 51º 42’42” 8. Carreiro-Foz FCARR S 29º 05’ 20,7” / W 51º 42’39” 9. Taquari/Guaporé ATQG S 29º 10’10,9” / W 51º 53’06” 10. Guaporé – Foz FGUA S 29º 10’ 07” / W 51º 53’10” 3.2. Descrição das estações de amostragem para amostras padronizadas Antas-São Marcos - ANSM Localiza-se no rio das Antas, a montante da ponte que liga Flores da Cunha a Antônio Prado, nas imediações da foz do rio São Marcos. Esse trecho, com cerca de 700m, é delimitado acima por forte corredeira. A secção do rio na área de amostragem de ovos e larvas tem 105m e profundidade máxima de 6,2m, no centro (Fig. 1). CR/C/RM/030/110/03/R0 346 Figura 1. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, próximo à foz do rio São Marcos, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANSM). O fundo tem natureza areno-argilosa, com depósitos de cascalho. As margens imediatas são cobertas por arbustos e as encostas mostram vegetação arbóreaarbustiva. Partes mais altas das encostas apresentam áreas de cultivo de uva, milho e pastagem. Estradas vicinais, além da rodovia Antonio Prado-Flores da Cunha, dão acesso direto a maior parte do trecho, facilitando a afluência de numerosos pescadores amadores (Fig. 2). Nessa localidade são realizadas amostragens de ictiofauna e ovos e larvas. Figura 2. Estação Antas-São Marcos (ANSM), mostrando o trecho amostrado (foto central: corredeiras no limite superior, foz do rio São Marcos, no canto inferior direito), ponte imediatamente a jusante, estado de conservação das encostas. CR/C/RM/030/110/03/R0 347 São Marcos-Foz - FSMAR Tributário da margem esquerda do rio das Antas, o rio São Marcos foi amostrado nas proximidades de sua foz, visando avaliar sua importância como área de desova de peixes (ictioplâncton). O trecho amostrado localiza-se no município de Flores da Cunha, a cerca de 700m da ponte que serve à rodovia que liga a sede desse município a Antônio Prado. O local de amostragem tem uma largura de 21m e caracteriza-se por fortes corredeiras, com fundo rochoso e grandes blocos de rochas roladas que emergem de sua superfície. A batimetria da secção amostrada é apresentada na figura 3. Constatase que a profundidade máxima registrada foi de 4,6m, não sendo essa, entretanto, característica da secção. As margens são íngremes, especialmente a esquerda, que apresenta rochas expostas com esparsos arbustos. A rodovia mencionada corre por sua margem, tendo modificado sua fisiografia. Na margem direita, menos íngreme e dotada de vegetação arbustiva e árvores esparsas. As encostas são similares à descrita para o rio das Antas-São Marcos (Fig. 4). Figura 3. Perfil batimétrico na secção do rio São Marcos, nas imediações de sua foz, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (FSMAR). CR/C/RM/030/110/03/R0 348 Figura 4. Estação São Marcos-Foz (FSMAR), mostrando o trecho amostrado, suas margens e encostas e amostragem do ictioplâncton/condições da água. Cachoeirão-Montante - ANMC O trecho amostrado compreendeu uma extensão de 500m do rio das Antas, na divisa dos municípios de Nova Roma e Nova Pádua, pouco acima da balsa que faz conexão entre esses dois municípios. Essa área de amostragem situa-se cerca de 200m abaixo do eixo da futura barragem da Hidrelétrica de Castro Alves. O trecho é limitado por corredeiras a montante e a jusante. Na secção utilizada para amostragem do ictioplâncton o rio mede 72m de largura, sendo sua batimetria mostrada na figura 5. O leito é irregular e com profundidade máxima de 5,4m. O fundo varia de rochoso a areno-argiloso, conforme a área da secção considerada. Figura 5. Perfil batimétrico na secção do rio das Antas, pouco abaixo do eixo da barragem de Castro Alves, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANMC). CR/C/RM/030/110/03/R0 349 As margens são dominadas por arbustos (sarandis) que se desenvolvem nas fendas das rochas ou sobre o cascalho. Blocos de rochas roladas são freqüentes nessas áreas. As encostas são tomadas por vegetação arbórea modificada, com áreas ocupadas pela agricultura e pecuária (Fig. 6). Essa estação foi operada nas amostragens de peixes e de ictioplâncton. Figura 6. Estação Montante-Cacheirão, no rio das Antas (ANMC), mostrando o trecho amostrado, suas margens e encostas. Jusante do Cachoeirão – ANJUC O trecho amostrado, conhecido como Corredeiras da Caninana, localiza-se cerca de 2,5km a montante da Ponte de Ferro (Farropilha-Nova Roma do Sul) e a aproximadamente 15km a jusante do Cachoeirão, uma série de saltos que, segundo moradores da região, constitui obstáculos a ascensão de peixes aos trechos altos do rio das Antas. A área de amostragem ocupa um trecho de 500m delimitada por duas fortes corredeiras, e com largura variando entre 65 e 76m. Um transecto na área de amostragem de ovos e larvas revelou uma profundidade máxima de 8,1m (Fig. 7). CR/C/RM/030/110/03/R0 350 Figura 7. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANJUC). O fundo apresenta-se rochoso, com grandes blocos de rochas que emergem e são entremeados por seixo grosso e depósitos de areia grossa nos remansos, o que denota grande energia. As encostas íngremes encontram-se bem preservadas, com ampla cobertura de vegetação arbórea secundária. As encostas da margem esquerda, com melhor grau de proteção, têm também maior declividade e rochas expostas no topo. A margem direita, mais sujeita a ação antropogênica devido ao acesso facilitado por estrada, mostra áreas degradadas restritas (Fig. 8). Em ambas as margens constatam-se esparsos depósitos de areia ou seixo resultante das últimas cheias. As cheias promovem também marcas conspícuas numa faixa de até 15 metros da vegetação marginal, onde as árvores, nessa faixa, apresentam-se retorcidas e inclinadas na direção da corrente. A despeito da beleza cênica desse trecho de rio, chama a atenção a quantidade e a diversidade de material não degradável proveniente de trechos superiores da bacia, especialmente de tributários laterais que drenam grandes centros urbanos como Caxias do Sul e Farropilha (Fig. 9). Nesse trecho foram operadas baterias de redes de espera de diferentes malhagens, espinheis e tarrafas. CR/C/RM/030/110/03/R0 351 Figura 8. Estação Jusante do Cachoirão (ANJUC), mostrando uma vista geral do local (centro), blocos de rochas emergentes (a), cobertura das encostas (b) e corredeiras a montante (c) e a jusante (d). Figura 9. Cenários de poluição no rio das Antas, no segmento abaixo do Cachoeirão (ANJUC), resultantes da descarga de alguns tributários que drenam grandes centros urbanos. Ressalta-se o caráter alóctone de grande parte dos resíduos acumulados. Antas-Prata - ANPRA Localizado no rio das Antas, próximo à foz do rio da Prata (150 metros a montante), nos limites dos municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis. No trecho imediatamente acima (100m) encontra-se a primeira da série de corredeiras que caracterizam esse rio no seu trecho a montante (ao fundo na Fig.11). CR/C/RM/030/110/03/R0 352 Nesse local, onde são realizadas amostragens de ovos e larvas de peixes e de ictiofauna, o rio tem cerca de 70 metros e profundidades que alcançam 6,5m, conforme mostrado na figura 10. Figura 10. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, próximo à foz do rio da Prata, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANPRA). O fundo é rochoso na área de maior energia, com grandes blocos de rocha que emergem e são entremeados por seixos e areia grossa. Alguns depósitos arenoargilosos são observados próximos à foz do rio da Prata, provavelmente decorrentes de represamentos promovidos, ora pelo rio das Antas, ora pelo da Prata (Fig.11). Figura 11. Estação Antas-Prata (ANPRA), mostrando a confluência do rio da Prata (ao centro) e locais de amostragem e encostas. A encosta do trecho amostrado tem ampla cobertura pela vegetação arbórea e arbustiva, interrompida por algum cultivo na parte alta, além da ferrovia que percorre sua margem direita e alguns desmoronamentos de peral. CR/C/RM/030/110/03/R0 353 Prata Foz - FPRAT Esta estação de amostragem localiza-se na foz do rio da Prata, no limite dos municípios de Veranópolis e Nova Roma do Sul. Caracteriza-se por intensas corredeiras que correm entre grandes blocos de rochas. Nesse trecho o rio tem 50 metros de largura e uma profundidade máxima de 2,2m (Fig. 12). O fundo tem natureza rochosa, com seixos nas áreas de velocidade moderada e depósitos arenoargilosos em áreas restritas de remanso. Figura 12. Perfil batimétrico na seção do rio da Prata, próximo à sua foz, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (FPRA). As margens e encostas do trecho amostrado do rio da Prata são similares ao do Antas, dada sua contigüidade. Na área de foz, onde apenas as amostragens de ovos e larvas são realizadas, foram constatados grandes depósitos argiloso-arenosos e materiais não degradáveis como plásticos e latas, provavelmente oriundo de trechos superiores do rio das Antas (Fig.13). Figura 13. Estação Prata-Foz (FPRA), mostrando o trecho de foz do rio da Prata, onde se realiza amostragens de ovos e larvas de peixes. CR/C/RM/030/110/03/R0 354 Antas – Carreiro - ANCAR Essa estação de amostragem, localizada no rio das Antas, município de São Valentin do Sul, imediatamente a montante da ponte que liga a sede desse município e a cidade de Bento Gonçalves. Outra referência para esse local de amostragem é a foz do rio Carreiro, localizada nas proximidades. A partir desse ponto o rio das Antas passa a ser denominado Taquari. O rio das Antas tem uma largura de 100m e uma profundidade máxima de 5,2m na secção utilizada para as amostragens de ovos e larvas (Fig. 14). Figura 14. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANCAR). O fundo é rochoso entremeado por seixos e areia grossa. Áreas de remanso mostram depósitos argilo-arenosos. Alguns blocos de rocha emergem da água. As margens são cobertas por arbustos e árvores esparsas, enquanto as encostas apresentam remanescentes de vegetação entremeadas por áreas agrícolas (milho, uva, cana de açúcar) e pecuária. A parte baixa das encostas da margem esquerda apresenta numerosas moradias e é cortada pela rodovia São Valentin-Bento Gonçalves. Sinais evidentes de poluição podem ser evidenciados pela presença de lixo nos ramos da vegetação alagada nas últimas cheias. A figura 15 mostra alguns aspectos da fisiografia local. Nessa estação foram realizadas amostragens de ictioplâncton e da fauna de peixes. CR/C/RM/030/110/03/R0 355 Figura 15. Estação Antas-Carreiro (ANCAR), mostrando o trecho amostrado (figura central, acima da ponte); ocupação das encostas a montante (a); vegetação marginal com lixo deixado pela última cheia (b); margem esquerda (c); e margem direita (d). Carreiro-Foz - FCARR Localizado a 100m da foz do rio Carreiro no rio das Antas, nos limites dos municípios de São Valentin do Sul e Cotiporã. Nessa estação foram operadas apenas redes de ictioplâncton. Na secção onde esses equipamentos foram utilizados o rio tem uma largura de 60m. O perfil batimétrico, mostrado na figura 16, revela profundidade máxima de 3,4m. O fundo tem natureza argilo-arenosa, com cascalho nas áreas de maior energia. De acordo com moradores locais, o fundo era essencialmente arenoso antes da última grande cheia. Exceto pela área próxima à foz, onde as ações das cheias, aliadas à de pescadores amadores, promovem alterações relevantes na vegetação, as encostas desse rio, nos últimos quilômetros, estão com cobertura vegetal razoável, tendo esta uma composição arbórea e arbustiva, moderadamente alterada. A encosta é mais suave na margem direita e íngreme na esquerda (Fig.16). CR/C/RM/030/110/03/R0 356 Figura 16. Perfil batimétrico na seção do rio Carreiro, próximo à foz, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (FCARR). Figura 17. Estação Carreiro-Foz (FCARR), mostrando uma vista geral da foz (centro); depósitos de seixos onde até a última cheia era areia (a); ocupação das encostas por invasoras (b); rede de ictioplâncton em operação (c);e coleta de ictioplâncton (d). Taquari/Guaporé – ATQG Essa estação de amostragem localiza-se no rio Taquari, próximo à foz do rio Guaporé, um afluente importante da margem direita. Essa área localiza-se no município de Roca Sales, próximo ao seu limite com Muçum. O trecho amostrado compreendeu uma extensão de cerca de 500m, abaixo da ponte da ferrovia que delimita a cidade de Muçum da de Roca Sales (visível ao fundo da figura 18). Nesse trecho o rio Taquari (denominação que o rio das Antas passa a receber a partir do rio Carreiro) tem uma largura média de 149m. O perfil batimétrico na secção utilizada para ovos e larvas é mostrado na figura 18. Verifica-se que esse CR/C/RM/030/110/03/R0 357 trecho é pouco profundo, com leito ocupado por seixos, areia e, em áreas de remanso, argila. Extensos bancos de seixo e areia são observados nas margens. Figura 18. Perfil batimétrico na seção do rio Taquari, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ATQG). As encostas do rio Taquari na área amostrada encontram-se notavelmente antropizadas, sendo seu terraço aluvial ocupado pela agricultura e pecuária de pequena escala (Fig. 19a). O pisoteio do gado em áreas marginais é evidente (Fig.19b). Seu dique marginal apresenta arbustos e árvores esparsas. Figura 19. Estação Taquari/Guaporé (ATQG), mostrando o trecho amostrado (figura central); vegetação do dique marginal sucedida por estreita planície aluvial (a); margens marcadas pelo pisoteio de gado (b); banhado com vegetação arbustiva (c); e atividade agrícola (d). Após o terraço aluvial, na base das encostas do vale localizam-se as moradias, sendo sucedidas por vegetação arbustiva e arbórea até o topo, com amplas áreas desmatadas e utilizadas na pecuária de pequena escala e agricultura. Áreas restritas de banhados com vegetação arbustiva (principalmente sarandis) também compõem a paisagem local (Fig. 19c). CR/C/RM/030/110/03/R0 358 Nessa área foram realizadas amostragens de ovos e larvas de peixes (redes de ictioplâncton em deriva) e da ictiofauna (redes de espera, tarrafas, espinhéis e redes de arrasto). Guaporé – Foz - FGUA Essa estação de amostragem é utilizada apenas nos estudos de ovos e larvas de peixes. Situa-se nas proximidades da foz do rio Guaporé, que delimita os municípios de Muçum e Encantado, imediatamente abaixo da ponte que liga esses municípios. As amostras foram obtidas em uma secção do rio, que tem a largura de 55m nesse local. O fundo, no trecho estudado, apresentou natureza essencialmente lodo-arenosa com depósitos de seixos. O fato da velocidade da água ser variável e dependente da relação de sua vazão e aquela do Taquari confere ao seu leito uma certa instabilidade, ora com predomínio dos processos de transporte, ora com a sedimentação sendo preponderante. A profundidade máxima constatada na secção foi de 2,8m, no seu terço direito. A figura 20 mostra o perfil batimétrico nessa secção. No trecho amostrado, a vegetação marginal e a ocupação das encostas seguem o mesmo padrão da estação Taquari-Guaporé, dado que são contíguas e próximas. A margem direita tem, entretanto, maior declividade, com um barranco com cerca de 10m contíguo com encostas íngremes, enquanto na direita é observado um dique com aproximadamente 4m, seguido por uma área de banhado. A espécie vegetal predominante nas margens é o sarandi e outros arbustos. A vegetação arbórea é esparsa. Pecuária e agricultura de pequena escala são as principais atividades desenvolvidas na área (Fig. 21). Figura 20. Perfil batimétrico na seção do rio Guaporé, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (FGUA). CR/C/RM/030/110/03/R0 359 Figura 21. Estação Guaporé-foz (FGUA), mostrando o trecho amostrado (figura central); processos erosivos marginais (a); vegetação no trecho imediatamente acima da ponte (b); margem direita (c); e margem esquerda (d). 3.3. Amostragens não padronizadas (riachos) Realizada com o propósito de ampliar a área e os habitats na complementação do inventário ictiofaunístico, essas amostras foram obtidas com o uso de tarrafas, arrastos do tipo “double stick net” e peneiras, de forma não padronizada, durante o mês de janeiro de 2003. Os riachos contemplados nessas amostragens, em geral restritos a apenas uma localidade e, portanto, sem abrangência espacial suficiente, são relacionados abaixo (Tab.2) Tabela 2. Riachos amostrados e suas localizações e coordenadas (* = afluentes dos tributários do rio da Prata) Local São Roque-Foz Código Município Coordenadas SRPF Nova Roma do Sul S 29º 03’48” - W 51º 25’37” Arroio Mico ARMI Pinto Bandeira S 29º 03’47” - W 51º 25’36” Arroio Santi (Pasuch)* ARPS Nova Roma do Sul S 28º 58’14” - W 51º 27’10” Rio do Cachaço – Foz RCAF Nova Roma do Sul S 29º 02’44” - W 51º 26’37” Arroio Geremias – Foz AGEF Nova Roma do Sul S 29º 00’34” - W 51º 22’44” Passo do Inferno/Montante PINF Antônio Prado S 28º 52’31” - W 51º 18’57” Passo do Inferno/Jusante PIAC Antônio Prado S 28º 53’21” - W 51º 18’57” Quaresma* QUAR Antônio Prado S 28º 52’46” - W 51º 19’12” Arroio Trajano* ATRJ Nova Roma do Sul S 28º 55’52” - W 51º 24’02” Arroio Jararaca* AJAR Nova Roma do Sul S 28º 56’15” - W 51º 26’35” Arroio Colombo* ACOL Antônio Prado S 28º 44’40” - W 51º 22’40” Arroio Vanzin AVAZ Nova Roma do Sul S 28º 57’38” - W 51º 21’56” Arroio do Carmo ACAR Nova Roma do Sul S 28º 58’09” - W 51º 23’12” Constata-se que foram priorizados os riachos localizados acima do eixo da futura barragem de Monte Claro e seus tributários. A figura 22 ilustra os locais destas amostragens, cabendo destacar o pequeno porte de tais ambientes. CR/C/RM/030/110/03/R0 360 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Figura 22. Ambientes de riachos amostrados durante o mês de janeiro de 2003 (1=São Roque; 2=Mico; 3=Santi-Pasuch; 4=Cachaço; 5=Geremias; 6=Passo do InfernoJusante; 7=Passo do Inferno-Montante; 8=Quaresma; 9=Trajano; 10=Jararaca; 11=Colombo; 12=Vanzin;13= Carmo. 3.4. Limnologia básica Por ocasião da realização de cada amostra foram obtidos dados das condições do tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. A figura 23 mostra algumas cenas dessa atividade. CR/C/RM/030/110/03/R0 361 Figura 23. Tomada de dados ambientais nos pontos de amostragem (centro: oxigênio dissolvido; a=fluxômetro; b=determinação de pH e condutividade; c=distanciômetro; d=sonda; e=determinação da transparência da água). As características limnológicas básicas registradas foram temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade e transparência da água. Esses registros, tomados de quatro em quatro horas em cada estação, tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais as densidades de larvas ou a captura de peixes foram mais efetivas. Adicionalmente registrou-se, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, os dados batimétricos em uma secção transversal e a velocidade relativa da água. 3.5. Amostragem de ovos e larvas Os estudos de distribuição de ovos e larvas (ictioplâncton) foram propostos com o objetivo de identificar áreas críticas à desova das espécies de peixes, com ênfase às migradoras. As amostragens foram realizadas mensalmente a partir de setembro de 2002, nas dez estações de amostragem (descritas anteriormente) utilizando-se redes de plâncton com formato cônico-cilíndrico, operadas passivamente. Nesse documento são sumarizados apenas os dados já analisados, obtidos entre setembro e dezembro. Essas redes são constituídas por uma tela de náilon (0,5mm) presa pela sua extremidade proximal, através de uma lona, a um aro metálico que, por sua vez, se conecta por três cordas a um cabo. A extremidade distal é dotada de um copo coletor. Um fluxômetro foi instalado no centro da boca da rede para medir a velocidade e, com os dados da área da boca, o volume filtrado (Fig. 24 e 25). A amostragem consistiu na operação de redes estacionárias presas pelo cabo a uma corda esticada transversalmente em cada curso d’água (cabo mestre). Essas sempre foram operadas no trecho imediatamente a montante da entrada dos tributários e na foz destes, visando a coleta de ovos e larvas em deriva, além de permitir a identificação da importância relativa de cada afluente para a desova das espécies. A posição das redes foi regulada pelo comprimento do cabo, pelos depressores (poitas) e bóias. CR/C/RM/030/110/03/R0 362 Figura 24. Procedimentos na instalação dos aparelhos de amostragem de ovos e larvas (seqüência de 1-3: instalação de cabo mestre; 4 e 5= instalação das redes; 6 a 9=redes instaladas). Figura 25. Procedimentos na obtenção das amostras de ovos e larvas (seqüência de 1-5: aproximação e retirada das redes; 6 a 9= coleta da amostra). Dois (tributários) ou três (rio das Antas) pontos na secção de cada estação foram amostrados em horários pré-definidos (17h, 21h, 01h, 05h e 09h) e durante períodos que variaram entre 5 e 15 minutos (conforme velocidade da água e concentração aparente de sólidos em suspensão). Os materiais coletados foram acondicionados em frascos de 500ml e fixados em formol 4%, tamponado com carbonato de cálcio e transportados para Maringá. CR/C/RM/030/110/03/R0 363 3.6. Ictiofauna Este levantamento está sendo realizado com o propósito de complementar o levantamento ictiofaunístico e avaliar a distribuição e aspectos da biologia das espécies, com ênfase para aquelas migradoras e/ou reofílicas. No período de abrangência desse relatório (setembro a dezembro) a pesca experimental foi realizada utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de espera, arrastes, tarrafas, espinhéis), com esforço padronizado para cada tipo de aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período. aparelhos malhagem (1) / tamanho dimensões Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 10 m 12; 14 Tarrafas 2,4, 4, 6, 7 Espinhéis /4, /6 Arrastos 0,5 10 un. 20 m (1). Medida entre nós não adjacentes, em cm. As amostragens com redes de espera foram realizadas próximas às margens, e ficaram expostas no período das 18h às 9h, com revistas à noite (22h) e de manhã (9h). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinhéis, com a utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer. A figura 26 mostra algumas cenas dessa atividade. Figura 26. Procedimentos nas amostragens da ictiofauna (centro: tarrafa; a e b=redes de espera; c=espinhéis; d=rede de arraste). CR/C/RM/030/110/03/R0 364 Após cada revista, os peixes foram fixados em formol 10% e acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura. O material foi remetido para ser processado em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações: 1. data, e estação de amostragem; 2. aparelho de pesca e período de captura; 3. número do exemplar; 4. espécie; 5. comprimento total (cm); 6. comprimento padrão (cm); 7. peso total (0,1 g.); 8. peso do estômago (0,01 g.); 9. grau de repleção gástrica (0-3); 10. sexo; 11. estádio de maturação gonadal; 12. peso das gônadas (0,01 g.). A figura 27, a seguir, mostra cenas dos trabalhos de laboratório realizados por pesquisadores da Limnobios, em Maringá. CR/C/RM/030/110/03/R0 365 Figura 27. Cenas dos trabalhos de biometria e dissecação de peixes amostrados no rio das Antas. 4. TRABALHOS NO PERÍODO 4.1. Planilha de Trabalhos Previstos/Realizados SERVIÇOS ATIVIDADES PREVISTAS REALIZADAS Campanha de coleta de ovos e larvas 6 6 Campanha de coleta de ictiofauna 3 6 Foram realizadas mais campanhas de coleta de peixes mensalmente, em alguns pontos, devido à pequena quantidade de material coletado por campanha. Espera-se, assim, uma melhor representatividade de espécies e dados mais concretos sobre sua distribuição ao longo do trecho. Estão em andamento os trabalhos de laboratório para identificação do material coletado nas campanhas de janeiro e fevereiro. 4.2. Planilhas e Gráficos Resumo dos Trabalhos Realizados Em anexo, a lista das espécies encontradas até dezembro/02. CR/C/RM/030/110/03/R0 366 5. ASPECTOS RELEVANTES 5.1. Limnologia básica As variáveis limnológicas básicas aferidas durante o período foram a temperatura da água, a transparência (às 17h e às 09h), pH, condutividade elétrica e o oxigênio dissolvido. Todas as medidas foram realizadas em cada ponto às 17h, 21h, 01h, 05h e 09h, exceto a transparência da água (17h e 09h). As temperaturas médias diárias da água durante o período, considerando-se o intervalo das 17h às 9h, variou de 16ºC (setembro; Antas-Prata) a 27,5º C (janeiro; Cachoeirão-Montante). De um modo geral, essas médias foram levemente maiores nos trechos inferiores à foz do rio Carreiro, sendo, entretanto, variada em razão das condições meteorológicas locais no dia da amostragem. 32 Set o Temperatura da água ( C) 30 Out Nov 28 Dez Jan 26 24 22 20 18 16 14 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 28. Variações espaço-temporais na temperatura da água (oC) durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). Os valores médios de oxigênio dissolvido mostraram padrões de variação inversos ao da temperatura, com águas mais oxigenadas nos meses mais frios (setembro e outubro) e menos naqueles mais quentes (janeiro e dezembro). Essa relação é, entretanto, esperada. É relevante, entretanto, que nenhum valor registrado foi restritivo à fauna de peixes, com médias diárias variando de 7,6 (janeiro; São Marcos-Foz) a 9,4mg.l-1 (outubro; Cachoeirão-Jusante). As variações mensais foram, entretanto, menos pronunciadas no trecho próximo à foz do rio Carreiro. Já as temporais foram mais relevantes em setembro e outubro. CR/C/RM/030/110/03/R0 367 11 Set -1 Oxigênio dissolvido (mg.l ) Out Nov 10 Dez Jan 9 8 7 6 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 28. Variações espaço-temporais na concentração de oxigênio dissolvido na água (mg.l-1) durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). As médias diárias de pH foram, em geral, superiores a 7,0, sendo que valores menores ocorreram essencialmente nos meses de setembro e outubro. Variações espaciais foram mais pronunciadas em novembro, quando foram registrados valores de 6,9 (Taquari-Guaporé) a 7,6 (Prata-Foz) – Fig.29. 8,0 Set 7,8 Out Nov Dez 7,6 Jan pH 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 29. Variações espaço-temporais no pH da água durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). A condutividade elétrica mostrou valores médios diários que oscilaram entre 27,7 (outubro; Antas-São Marcos) a 83,1uS.cm-1 (janeiro; São Marcos-Foz) – Fig.25. Ressalta-se que valores entre 28 e 50uS.cm-1 foram os mais freqüentes. De um modo geral, médias menores foram registradas nos meses de setembro, outubro e novembro. Constatou-se, também, que seus valores nas estações de amostragem localizadas nos trechos inferiores foram mais elevados. Antas-Carreiro e Carreiro Foz foram as estações com menor oscilação mensal. CR/C/RM/030/110/03/R0 368 -1 Condutividade (uS.cm ) 90 80 Set 70 Nov 60 Jan Out Dez 50 40 30 20 10 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 30. Variações espaço-temporais na condutividade elétrica da água durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). A transparência da água, medida duas vezes ao dia, variou entre 32,5 (outubro; região do rio da Prata) e 132,5cm (novembro; Antas-São Marcos). Embora altamente variável, sua flutuação espacial foi menos pronunciada no mês de outubro (Fig. 31). 180 Set Out Transparência (cm) 150 Nov Dez 120 Jan 90 60 30 0 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 31. Variações espaço-temporais na transparência da água durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). A velocidade média da água, medida na sub-superfície (20cm) e no centro da secção do rio por ocasião das amostragens de ovos e larvas, mostrou-se pouco variável na foz dos tributários, à exceção do rio da Prata, sendo, em geral, mais variável na calha do rio das Antas (Fig. 32). CR/C/RM/030/110/03/R0 369 2,1 Set Out -1 Velocidade (m.s ) 1,8 Nov Dez 1,5 Jan 1,2 0,9 0,6 0,3 0,0 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 32. Variações espaço-temporais na velocidade da água (20cm; centro do curso d’’agua) durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem). Para melhor interpretar os dados apresentados acima e relacioná-los, adiante, a fatores bióticos, foi aplicada a técnica de análise multivariada, denominada análise de componentes principais, sumarizando as variáveis abióticas (amostras pontuais; com referência a estação, meses e horários amostrados) em eixos, reduzindo, assim, o número de variáveis para interpretação. Esta técnica fornece um diagrama cartesiano (denominado de ordenação). Pontos localizados próximos na ordenação são aqueles que apresentam características semelhantes (em relação as variáveis consideradas), e os distantes, diferentes. Nesta análise, a transparência não foi considerada por não ser possível obtê-la nas coletas noturnas. Dois eixos (PC1 e PC2) foram retidos para interpretação (apresentaram autovalores maiores que 1). Estes dois eixos explicaram 67,06% da variabilidade total dos dados. O PC1 apresentou autovalor de 2,26 (45,12% de explicação) e, para o PC2, o autovalor foi de 1,10 (21,94% de explicação). A ordenação resultante (Fig. 33A) não separou as estações de amostragem de maneira clara, especialmente no eixo 1 (variáveis mais correlacionadas foram o oxigênio dissolvido, positivamente; e a temperatura e condutividade, negativamente; Tabela 3). Isto é resultado da grande variabilidade mensal nestas variáveis, visualizado na figura 33B. Tabela 3. Autovetores (correlações de Pearson) das diversas variáveis em relação aos eixos 1 e 2 da analise de componentes principais. Variáveis Eixo 1 o Eixo 2 Temperatura ( C) -0,54 0,30 PH -0,37 -0,09 Condutividade ( S/cm) -0,50 -0,28 Oxigênio dissolvido (mg/l) 0,55 -0,28 Velocidade (m/s) 0,16 0,86 Assim, as coletas do mês de setembro, estiveram mais a direita no eixo 1 (maiores escores na figura 33B) enquanto que as coletas de dezembro, estiveram mais a esquerda no eixo 1 (menores escores na figura 33B). Desta maneira, é possível CR/C/RM/030/110/03/R0 370 afirmar que o mês de setembro foi o que apresentou menores valores da temperatura da água e o mês de dezembro, os maiores; o oxigênio dissolvido apresentou tendência oposta (inversamente correlacionado com a temperatura). A condutividade, de maneira geral, foi maior em dezembro (ver figuras de cada variável para mais detalhe). O eixo 2 (PC2), por outro lado, separou as estações de maneira mais adequada. Assim, na Figura 33A, a maioria dos quadrados azuis estão posicionados na parte inferior (Foz do São Marcos; com menor velocidade da água) e, as esferas cinzas na parte mais superior (Taquari/Guaporé; com maior velocidade). Esta tendência é melhor visualizada na Figura 33C. As demais estão em posição intermediárias. 4 ANSM A FSMAR 3 ANMC ANJUC 2 ANPRA FPRA PC2 1 ANCAR FCARR ATQG 0 FGUA -1 -2 -3 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 PC1 5 B 2 Nov Nov Dez Dez 1 Jan PC2 2 C Set Out Out 3 PC1 3 Set 4 1 Jan 0 0 -1 -1 -2 -3 -2 ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem ansm fsmar anmc anjuc anpra fpra ancar fcarr atqg fgua Estações de amostragem Figura 33. Ordenação resultante da aplicação da análise de componentes principais, representado os eixos 1 e 2 (PC1 e PC2; A) por estação de amostragem. Também são mostrados as médias mensais dos escores para as diversas estações, do eixo 1 (B) e do eixo 2 (C), para melhor visualizar os padrões da figura A. 5.2. Composição da fauna de peixes A lista de espécies apresentada na Tabela 1 – Anexo 2 foi baseada em identificação realizada pelo setor de ictiologia do Museo de Ciências da Pontifícia Universidade CR/C/RM/030/110/03/R0 371 Católica do Rio Grande do Sul. As amostragens realizadas durante o período, no rio das Antas, resultaram em 54 espécies distribuídas em 17 Famílias e seis Ordens (Tab. 4), ou seja, Cypriniformes (3 espécies), Characiformes (24), Siluriformes (19), Gymnotiformes (2); Perciformes (5) e Synbranchiformes (1) – Figura 34. As espécies exóticas presentes no trecho estudado da bacia foram apenas aquelas três pertencente à família Cyprinidae. Tendo como base informações sobre as espécies ou gêneros obtidas na literatura (Vazzoler, 1996; Agostinho et al., no prelo), apenas cinco espécies puderam ser classificadas como migradoras de média ou longa distância, correspondendo a 9,3% do total. Esse percentual pode ser considerado baixo quando comparado com as grandes bacias brasileiras, onde alcançam até 20% das espécies. A posição do trecho amostrado em relação à bacia do Jacui-TaquariAntas pode estar relacionada a esse baixo percentual. NÚMERO DE ESPÉCIES 25 SED/MCD 85,2% 20 15 MIGRADORAS 9,3% 10 EXÓTICAS 5,6% 5 0 Cypriniformes Characiformes Siluriformes Gymnotiformes Synbranchiformes ORDENS Figura 34. Número de espécies das diferentes Ordens de Osteichthyes registrado no trecho estudado do rio das Antas e participação das espécies exóticas e de diferentes estratégias reprodutivas nessa ictiofauna. (SED/MCD= sedentárias ou migradoras de curtas distâncias). A distribuição dessas espécies ao longo do trecho estudado é apresentada na Tabela 2, Anexo 2. Verifica-se que, com a exceção do pintado Pimelodus maculatus, de ocorrência mais ampla, as demais espécies migradoras estão restritas ao trecho abaixo das corredeiras conhecidas na região como Cachoeirão. Essa distribuição é coincidente com o relato de moradores que vivem há décadas nas áreas ribeirinhas desse trecho. Dez espécies apresentaram ampla distribuição na bacia, sendo essas P.maculatus, H. commersoni, Astyanax sp.1, Astyanax sp.4, B. iheringi, C. punctata, C. voga, G. gymnogenys, O. robustus e R. quelen). Com exceção das duas primeiras, ausentes em riachos, as demais ocorreram em todos os locais considerados. G. carapo, H. hystrix e H. mustelinus, por outro lado, foram espécies com ocorrência exclusiva aos riachos. O Cachoeirão parece delimitar a distribuição de Astyanax sp. e C. pterostictum aos trechos a montante. Já, no trecho a jusante desse obstáculo natural, pelo menos oito espécies tiveram ocorrências registradas em pelo menos duas estações. São essas C. paleatus, C. stenopterus, D. speculiferum, L. anus, L. obtusidens, M. cottoide, S. strigilata e S. marmoratus. CR/C/RM/030/110/03/R0 372 Entre as espécies consideradas de ocorrência restrita destacam-se 14, sendo oito delas registradas apenas no Taquari-Guaporé, duas no Antas-Carreiro e quatro no Antas-Prata. Padrões espaço-temporais de diversidade A diversidade específica das assembléias de peixes amostradas na região é analisada nesse tópico, com ênfase nas suas variações mensais e por localidade. Os atributos de assembléia relacionados à diversidade, analisados para o período, foram a riqueza de espécies (S), a equitabilidade (E) e o índice de diversidade de Shannon (H’). A Tabelas 4 mostra a variação espacial nesses valores, considerando-se amostras agrupadas para cada local. Verifica-se um forte gradiente positivo no número de espécies e no índice de diversidade em direção às estações a jusante, especialmente em Antas-Carreiro e Taquari-Guaporé, ressalvando-se uma queda no Antas-Prata. A equitabilidade na distribuição das capturas entre as espécies (inverso da dominância) não mostrou um padrão de gradiente muito evidente. Tabela 4. Atributos das assembléias de peixes capturados no rio das Antas (S: riqueza de espécies; E: Equitabilidade; H’: Índice de Diversidade de Shannon). LOCAL ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG S 21 23 25 19 34 41 E 0,656 0,530 0,536 0,667 0,583 0,696 H’ 1,896 1,614 1,656 1,889 2,019 2,512 As variações nas médias mensais por local desses atributos das assembléias são também representados nas figuras 35, 36 e 37, onde são também mostradas as variações mensais nesses valores. Assim, para a riqueza de espécies, verifica-se que, também nas variações mensais, a tendência de valores mais elevados nas estações inferiores foram mantidas. É, entretanto, relevante o fato que as amostragens nas estações de jusante foram mais diversas em setembro, enquanto nas demais esse mês mostrou número de espécies similares ou inferiores (Fig. 35B). Esses resultados são coerentes com a teoria ecológica atual, a qual prevê que o número de espécies em uma bacia eleva-se em direção à foz, ou conforme aumenta a área da mesma. CR/C/RM/030/110/03/R0 373 32 35 Setembro Novembro Janeiro Riqueza de espécies 24 Riqueza de espécies 30 28 25 A B 20 15 10 5 0 20 ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem 16 12 8 ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem Figura 35. Médias mensais ( erro padrão) da riqueza de espécies de peixes por local de amostragem (A) e número de espécies por local e mês (B). 1,00 0,96 0,92 0,88 0,84 0,80 0,76 0,72 0,68 0,64 0,60 0,56 0,52 1,0 Setembro Novembro Janeiro 0,8 Equitabilidade Equitabilidade A equitabilidade na distribuição das capturas pelas espécies, um valor obtido a partir do índice de diversidade e que se relaciona inversamente com a dominância, não mostrou um padrão definido de variação espacial ou temporal. Essa variação foi reduzida, sendo sua influência sobre o índice de diversidade pouco expressiva. A B 0,6 0,4 0,2 0,0 ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem Figura 36. Médias ( erro padrão) da equitabilidade na distribuição das capturas por local de amostragem (A) e por local e mês (B). Os valores médios mensais do índice de diversidade específica (Shannon) bem como as variações mensais nesse índice mostraram-se mais elevados nas estações mais inferiores (Fig.36). Em Taquari-Guaporé o índice de diversidade foi mais elevado em setembro, quando o período reprodutivo é iniciado para diversas espécies, CR/C/RM/030/110/03/R0 374 decrescendo nos meses subseqüentes. Na estação Antas-Carreiro, a variabilidade mensal destes valores foi baixa. Já nas estações a montante constatou-se índices mais elevados em janeiro (Antas-Prata, com apenas dois meses de amostragem; Cahoeirão-Jusante e Cachoeirão-Montante), ou novembro (Antas-São Marcos). Essas tendências podem estar relacionadas a deslocamentos de espécies. 2,8 Índice de diversidade de Shannon 2,4 2,2 2,0 Índice de diversidade de Shannon 3,0 2,6 Setembro A B Novembro 2,5 Janeiro 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem 1,8 1,6 1,4 1,2 ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG Estações de amostragem Figura 37. Médias mensais ( erro padrão) do Índice de Diversidade de Shannon por local de amostragem e valores mensais deste índice por local e mês (B). Para avaliar a semelhança entre as estações amostradas e os meses em relação a ictiofauna, foi aplicada a análise de correspondência com remoção do efeito do arco (DCA, Gauch, 1982) sobre os dados de captura com redes de espera. Esta técnica fornece um diagrama cartesiano (denominado de ordenação). Estações localizadas próximas na ordenação são aquelas que apresentam assembléia de peixes semelhantes e, as distantes, diferentes. Visando corrigir efeitos da dominância de algumas espécies sobre a análise, os dados foram previamente transformado por raiz quadrada. O eixo 1 da DCA apresentou autovalor de 0,28; e o eixo 2, 0,16. Na ordenação, é verificada uma elevada variabilidade mensal (Fig. 38A, 38C e 38E). Desta maneira, considerando o eixo 1, ficou evidente que o mês de novembro das estações TaquariGuaporé e Cachoeirão-Montante apresentam estrutura e composição diferentes de assembléias. Nesta figura, é possível verificar que, ainda em relação ao eixo 1, o mês de setembro foi o que apresentou assembléias mais semelhantes. As espécies correlacionadas com este eixo foram, positivamente a B.doriae, C. carpio, G. gymnogenys C.voga, L.anus, L.obtusidens e, negativamente a A.alburnus; Astyanax sp4, C. punctatus. No geral, podemos dizer que as assembléias de peixes das estações ANSM, ANMC e Taquari-Guaporé apresentam certo grau de semelhança, o mesmo é verdadeiro para as demais (Fig. 38B). O DC2 não separou as estações e meses de forma contundente, porém, nota-se que as amostras no ANCAR se posicionaram mais superiormente na ordenação (Fig. 38A CR/C/RM/030/110/03/R0 375 e D). As espécies mais correlacionadas com este eixo foram, positivamente o E. virescens, Glanidium sp., P. lineatus e negativamente, H. commersoni e P. maculatus. 180 Ancar A Setembro Novembro Janeiro 140 Ancar Atqg Eixo 2 100 Ansm Ansm Ancar Anjuc Anmc Anpra Anmc Anjuc Anpra Anmc 60 20 Atqg Atqg Ansm Anjuc -20 -20 20 60 100 140 180 220 260 Eixo 1 240 140 B Média+EP Média-EP Média 200 160 120 C Média+EP Média-EP Média Eixo 1 Eixo 1 100 120 80 80 60 40 0 Ansm Anmc Anjuc Anpra Ancar 40 Atqg Setembro Estações de amostragem 160 Janeiro 100 D Média+EP Média-EP Média 140 120 E 85 100 70 Eixo 2 Eixo 2 Novembro Meses 80 60 40 55 Média+EP Média-EP Média 40 20 0 25 Ansm Anmc Anjuc Anpra Estações de amostragem Ancar Atqg Setembro Novembro Janeiro Meses Figura 38. Ordenação (eixos 1 e 2) resultante da aplicação da análise de correspondência como remoção do efeito do arco (DCA) para os dados obtidos com as amostragens de redes. A) Ordenação mostrando os locais e meses amostrados; B e C) Eixo 1 de acordo com os locais e meses de coletas, respectivamente; D e E) Eixo 2 de acordo com os locais e meses de coletas, respectivamente. As figuras B, C, D e E foram confeccionadas para melhor visualização espacial e temporal da estrutura da assembléia de peixes do rio das Antas. CR/C/RM/030/110/03/R0 376 5.3. Ictioplâncton Densidade de ovos As amostras mensais realizadas nos meses considerados (setembro a dezembro), nas dez estações de amostragens, resultaram na captura de 9.213 ovos de peixes (214 em setembro, 5.723 em outubro, 2.228 em novembro e 1.049 em dezembro). Neste item, os dados de densidade de ovos são analisados quanto as suas variações espaço-temporal e nictimeral (diárias). Tanto ovos quanto larvas, foram capturados em todas estações, meses e horários considerados. Dentre as estações amostradas (variação espacial), ovos foram mais abundantes (maiores densidades médias) nas estações mais inferiores, ou seja, Guaporé-Foz, seguida de Taquari-Guaporé, Antas-Carreiro e Antas-Prata, todas localizadas nas porções média e inferior da região amostrada (Fig. 39A). As menores densidades médias de ovos foram registradas nas estações Antas-São Marcos, São Marcos-Foz e Cachoeirão-Montante (Fig.39A). Em relação às variações temporais, as amostras de outubro e novembro foram as que apresentaram maiores densidades (Antas-Carreiro, Taquari Guaporé, Guaporé-Foz e Antas-Prata). Observação oposta, em relação à variação temporal, foi constatada em Cachoeirão-Montante (Fig. 39B). 20 A 60 SET OUT NOV DEZ 3 Densidade de Ovos (/10m ) 3 Densidade de ovos (un./10m ) 50 16 12 40 B 30 20 10 0 ANSM ANMC ANPRAT ANCAR ATQG FSMAR ANJUC FPRAT FCARR FGUA Local 8 4 0 ANSM ANMC FSMAR ANPRAT ANCAR ATQG ANJUC FPRAT FCARR FGUA Estações de amostragem Figura 39. Variação espacial (A) e temporal (B) de ovos coletados no rio das Antas e principais tributários. As densidades de ovos nos diferentes horários (variações nictimerais) foram bastante variáveis entre as diversas estações de amostragem. Porém, de maneira geral, as maiores capturas ocorreram no período noturno (das 21h às 05h). Constituíram exceções as estações São Marcos-Foz, Prata-Foz e Carreiro-Foz, onde as densidades foram baixas, porém com o maior pico registrado às 17h (Fig. 40). CR/C/RM/030/110/03/R0 377 32 ANSM 24 16 8 0 17:00 SET OUT NOV DEZ 40 3 Densidade de ovos (un./10m ) 3 Densidade de ovos (un./10m ) SET OUT NOV DEZ 40 21:00 01:00 05:00 32 24 16 8 0 09:00 17:00 21:00 3 Densidade de ovos (un./10m ) 3 Densidade de ovos (un./10m ) 32 24 16 8 21:00 01:00 05:00 ANJUC 30 24 18 12 6 0 09:00 17:00 21:00 01:00 05:00 09:00 Horários ANPRAT FPRAT 40 3 Densidade de ovos (un./10m ) 40 3 Densidade de ovos (un./10m ) 09:00 36 Horários 32 24 16 8 0 17:00 21:00 01:00 05:00 32 24 16 8 0 09:00 17:00 21:00 Horários 05:00 09:00 FCARR 40 3 Densidade de ovos (un./10m ) 3 Densidade de ovos (un./10m ) ANCAR 40 32 24 16 8 0 17:00 21:00 01:00 05:00 32 24 16 8 0 09:00 17:00 21:00 Horários 05:00 09:00 140 ATQG 3 Densidade de ovos (un./10m ) 50 40 30 20 10 0 01:00 Horários 60 Densidade de ovos (un./10m ) 01:00 Horários 68 3 05:00 42 ANMC 40 17:00 01:00 Horários Horários 0 FSMAR 17:00 21:00 01:00 Horários 05:00 09:00 FGUA 120 100 80 60 40 20 0 17:00 21:00 01:00 05:00 09:00 Horários Figura 40. Variação nictimeral de ovos coletados no rio das Antas e principais tributários. Nas estações com densidades relevantes de ovos de peixes, constatou-se picos no horário das 21h, decrescendo nos horários subseqüentes (Antas Carreiro, TaquariGuaporé e Guaporé-Foz). As densidades desses ovos foi maior nas amostras da 1h na estação Cachoeirão-Jusante, cujo registro foi essencialmente no mês de dezembro. CR/C/RM/030/110/03/R0 378 Já no Antas-Prata, onde densidades relevantes de ovos foram registradas em maior número de meses, a abundância foi mais elevada também nas amostras da 1h (Fig. 40). A densidade elevada de ovos indica proximidade de locais de desova. Embora a identificação desses ovos não seja possível com as técnicas usuais, o fato deles serem compostos unicamente por ovos pelágicos à deriva, denota áreas de reprodução de espécies com diferentes capacidades de deslocamentos ascendentes (migradores de longa distância, de distância moderada e mesmo curto migradores). Densidade de larvas Nos meses considerados, foram capturadas 806 larvas de peixes nas dez estações de amostragens (20 em setembro, 271 em outubro, 125 em novembro e 390 em dezembro). A análise foi similar à feita para ovos, ou seja, foram analisadas as variações espaço-temporal e nictimeral na densidade. As maiores médias das capturas de larvas foram obtidas para as estações TaquariGuaporé, Antas-Carreiro e Carreiro-Foz (nesta seqüência). É interessante ressaltar as baixas médias obtidas para a densidade de larvas nas estações Cachoeirão-Montante e Guaporé-Foz (Fig. 41A). Considerando os meses, as maiores capturas foram registradas no mês de dezembro, seguido de outubro e novembro (com capturas razoáveis na maioria das estações) (Fig. 41B). Se esta tendência continuar, em janeiro as capturas de larvas podem ser mais relevantes (a conferir no relatório final). 2,0 3 Densidade de larvas (un./10m ) 3 Densidade de larvas (un./10m ) 3,2 B 1,6 1,2 0,8 2,4 SET OUT NOV DEZ A 1,6 0,8 0,0 ANSM ANMC ANPRAT ANCAR ATQG FSMAR ANJUC FPRAT FCARR FGUA Local 0,4 0,0 ANSM ANMC ANPRAT ANCAR ATQG FSMAR ANJUC FPRAT FCARR FGUA Estações de amostragem Figura 41. Variação espacial (A) e temporal (B) de larvas coletadas no rio das Antas e principais tributários. Para as larvas, os horários de maior densidade variaram entre os locais e meses de amostragem. Porém, de maneira geral, as maiores capturas ocorreram no período noturno, especialmente à 01h e às 05h, exceto na estação São Marcos-Foz, com densidades elevadas às 21:00 nos meses de outubro e novembro (Fig. 42). CR/C/RM/030/110/03/R0 379 7 6 ANSM 5 4 3 SET OUT NOV DEZ 3 2 1 0 17:00 21:00 Densidade de larvas (un./10m ) 3 Densidade de larvas (un./10m ) 7 01:00 05:00 6 5 4 3 2 1 0 09:00 FSMAR SET OUT NOV DEZ 17:00 21:00 Horários 3 5 4 3 2 1 17:00 21:00 01:00 05:00 5 4 3 2 1 0 09:00 17:00 21:00 Densidade de larvas (un./10m ) 3 3 Densidade de larvas (un./10m ) ANPRAT 5 4 3 2 1 17:00 21:00 01:00 05:00 6 FPRAT 4 3 2 1 0 09:00 17:00 21:00 05:00 09:00 7 ANCAR 6 3 Densidade de larvas (un./10m ) 3 Densidade de larvas (un./10m ) 01:00 Horários 7 5 4 3 2 1 17:00 21:00 01:00 05:00 5 4 3 2 1 0 09:00 FCARR 6 17:00 21:00 Horários 01:00 05:00 09:00 Horários 7 5 4 3 2 1 17:00 21:00 01:00 Horários 05:00 09:00 3 ATQG 6 Densidade de larvas (un./10m ) 7 3 09:00 5 Horários Densidade de larvas (un./10m ) 05:00 7 6 0 01:00 Horários 7 0 09:00 ANJUC 6 Horários 0 05:00 7 ANMC 6 Densidade de larvas (un./10m ) 3 Densidade de larvas (un./10m ) 7 0 01:00 Horários FGUA 6 5 4 3 2 1 0 17:00 21:00 01:00 05:00 09:00 Horários Figura 42. Variação nictimeral na densidade de larvas planctônicas do rio das Antas e principais tributários. Estas diferenças no horário e mês podem estar relacionadas a diferentes estratégias exibidas por diferentes espécies. Este padrão (capturas maiores a noite) também é normal para a ictiofauna neotropical (Vazzoler, 1996). CR/C/RM/030/110/03/R0 380 A identificação ao nível de espécies ainda está em andamento, porém, até o momento, foram identificadas e contadas as larvas de algumas espécies de peixe. São elas, em ordem de abundância: o Astyanax sp., Bryconamericus sp., Pimelodus maculatus, Oligosarcus robustus, Rhamdia quelen, Hoplias malabaricus, Glanidium sp., Prochilodus lineatus. A tabela 5 mostra os valores médios de densidade de larvas das espécies mais freqüentes. O Astyanax spp. foi capturado em todas as estações de amostragem (exceto Guaporé-Foz) e em todos os meses de coleta, com mais valores em Antas-Carreiro e Carreiro-Foz, especialmente em dezembro (87,6% do total). O Bryconamericus sp. foi capturado em todos os meses e estações de amostragem, com maior captura em Antas-São Marcos e São Marcos-Foz, localizadas mais superiormente, principalmente em dezembro (48,7% do total) e outubro (35,0% do total). O Oligosarcus robustus mostrou densidades mais elevadas nas estações Antas-São Marcos e São Marcos-Foz, nos meses de outubro, novembro e dezembro, este contribuindo com 78,6% das capturas. Entre as espécies migradoras, mesmo o pintado Pimelodus maculatus, que apresenta área de distribuição que se estende para o trecho acima do Cachoeirão, teve suas larvas capturadas principalmente nas estações localizadas mais inferiormente na região amostrada (Antas-Carreiro, Carreiro-Foz, Taquari-Guaporé e Guaporé-Foz), nos meses de outubro (77,0% do total), novembro e dezembro. O migrador de longa distância grumatã Prochilodus lineatus, só foi capturado na estação FPRA, no mês de dezembro (Tab.7). Tabela 7. Lista dos táxons identificados do ictioplâncton capturado no rio das Antas (valores em negrito demonstram as maiores capturas; espécies em negrito são migradoras). Táxons ANS FSMA ANM ANJU ANP FPRA ANC FCAR ATQ FGUA M R C C RA AR R G Astyanax sp. Bryconamericus sp. 0,385 0,303 0,268 3,423 1,538 0,880 5,075 5,423 3,528 0,000 1,768 2,050 0,688 0,403 1,205 0,523 0,993 1,410 0,890 0,248 Hoplias malabaricus 0,043 0,000 0,148 0,190 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Oligosarcus robustus 2,968 1,880 0,505 0,063 0,000 0,593 0,000 0,655 0,000 0,000 Prochilodus lineatus 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,098 0,000 0,000 0,000 0,000 Characiformes 0,938 0,318 0,513 0,343 0,818 0,990 0,960 0,488 1,243 0,520 Pimelodus maculatus 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,870 0,195 7,720 0,535 Rhamdia quelen 0,138 0,170 0,115 0,538 0,265 0,280 0,618 0,255 0,098 0,058 Glanidium sp. 0,000 0,000 0,000 0,000 0,083 0,075 0,233 0,000 0,093 0,000 Pimelodidae 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,045 0,000 0,055 0,000 Recém-eclodida 0,000 0,000 0,000 0,100 0,118 0,068 0,035 0,088 0,000 0,000 Siluriformes 0,000 0,000 0,000 0,070 0,060 0,098 0,048 0,000 0,423 0,460 CR/C/RM/030/110/03/R0 381 Cabe ressaltar que as diferenças observadas entre os trechos a montante e a jusante do Cachoeirão em relação às densidades de larvas foram menos conspícuas que aquelas constatadas nas densidades de ovos. Assim, foram registrados baixos valores de densidade de ovos nas estações localizadas nas proximidades do rio São Marcos, enquanto os de larvas foram razoáveis. A explicação para o fato, ainda em análise, deve considerar que os ovos planctônicos de peixes são de espécies migradoras ou sedentárias que desovam na coluna d’água, nesse caso espécies de menor porte. Já as larvas a deriva incluem também espécies com ovos demersais ou para as quais o cuidado parental está restrito à fase de ovo. Assim, é esperado que nos trechos mais altos dos rios e em cursos d’água menos caudalosos predominem (a) espécies sedentárias de pequeno porte, (b) com ovos demersais depositados sobre rochas ou vegetais para minimizar os efeitos de arrastes promovidos por variações bruscas de vazão ou com cuidado parental. Baseando-se nos resultados obtidos até o momento, podemos dizer que, no trecho estudado, a região mais crítica para a reprodução de peixes, parece localizar-se a partir da foz do rio da Prata, aumentando a importância em direção aos trechos mais inferiores. Ressalta-se, entretanto que as análises de ovos e larvas ainda não foram concluídas. 6. TRABALHOS PREVISTOS PARA O PRÓXIMO PERÍODO 6.1. Planilha Resumo PREVISTOS PLANO DE TRABALHO DATA / PERÍODO Compilação de dados Abr/03 Análises laboratoriais Abr/03 Emissão do relatório final Mai/03 7. PREVISTOS REVISADOS CONCLUSÕES 7.1. Científicas Mesmo tendo sido analisado apenas o material coletado até dezembro/02, pode-se tecer algumas considerações sobre os resultados obtidos, as quais são apresentadas abaixo. Embora algumas variáveis (ex: condutividade, pH, oxigênio dissolvido) tenham demonstrado alguns focos de poluição (ex.:São Marcos, Cachoeirão-Jusante), não foram registrados valores limitantes à presença de peixes, para nenhuma daquelas analisadas, podendo o fato ser atribuído às freqüentes corredeiras existentes na bacia. Foram registradas 54 espécies de peixes, sendo cinco delas consideradas migradoras (Agostinho et al., no prelo) e três introduzidas na bacia. Esse número deverá, entretanto, ser aumentado com a intensificação das amostragens. Embora os levantamentos realizados na bacia sejam ainda incipientes, há registros de 29 CR/C/RM/030/110/03/R0 382 espécies a montante do represamento do rio Jacui, em Bom Retiro do Sul (Bruschi Jr, 1997) e 11 espécies na cabeceira da bacia (Hasper et al., 2001). Para o trecho da bacia do rio Jacui localizado no Parque Estadual do Delta do Jacui, prolongamento natural do rio das Antas, foram registradas 78 espécies (Koch et al.,2000). As espécies migradoras, geralmente as mais impactadas pelos represamentos foram apenas cinco, ou seja, duas piavas Leporinus obtusidens, Leporinus sp., o grumatã Prochilodus lineatus, o dourado Salminus maxillosus e o pintado Pimelodus maculatus. O pintado foi a única espécie a ser registrada ao longo de todo trecho estudado, incluindo o trecho a montante do Cachoeirão. A espécie parece ter seu limite de distribuição em uma queda d’água de aproximadamente 10m de altura localizado a cerca de 300m a jusante da barragem do Reservatório de Passo do Meio. Trata-se, no entanto, de uma migradora moderada (Agostinho et al., no prelo) que não requer grandes áreas para o desenvolvimento de seu ciclo de vida, como atesta sua abundância histórica nos desembarques pesqueiros monitorados em reservatórios dispostos em série, no rio Tietê (Agostinho et al., 2002). A riqueza de espécies e a diversidade específica foi maior nos trechos localizados abaixo do eixo da futura barragem da UHE Monte Claro (imediações da foz dos rios Guaporé e Carreiro). Ovos e larvas de peixes, inclusive da única espécie reconhecidamente migradora com distribuição acima do Cachoeirão, são consideravelmente mais abundantes nos trechos abaixos da futura UHE Monte Claro. Densidades relevantes de larvas nos trechos superiores ao Cachoeirão devem estar relacionadas com a desova ou deriva de espécies sedentárias ou migradoras de curta distância, como a maioria do Tetragonopterinae. A distribuição de ovos e larvas permite, preliminarmente, inferir que a desova das espécies com ovos planctônicos (como as espécies migradoras) estejam ocorrendo principalmente nos trechos a jusante do Cachoeirão. 7.2. Gerais Somente após a conclusão dos trabalhos laboratoriais e análise dos resultados obtidos poderão ser formuladas propostas para o manejo das populações e sobre o uso de equipamentos para transposição. 8. BIBLIOGRAFIA AGOSTINHO, A.A.; JÚLIO JR., H.F.; BORGHETTI, J.R. 1992. Considerações sobre os impactos dos represamentos na ictiofauna e medidas para sua atenuação. Um estudo de caso: reservatório de Itaipu. Revista UNIMAR, Maringá, 14 (Suplemento):89-107. AGOSTINHO, A. A., 1994. Pesquisas. Monitoramento e Manejo da Fauna Aquática em Empreendimentos Hidrelétricos. In: SEMINÁRIO SOBRE FAUNA AQUÁTICA E O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO. Caderno 1, p. 38-59. AGOSTINHO, A.A.; VAZZOLER, A.E.A. de M.; THOMAZ, S.M. 1995. The High River Paraná basin: limnological and ichthyological aspects. In: Tundisi, J.G.; Bicudo, CR/C/RM/030/110/03/R0 383 C.E.M.; Matsumura-Tundisi, Janeiro : ABC/SBL. p.59-103 T. (Eds.). Limnology in Brazil. Rio de AGOSTINHO, A.A.; JÚLIO JR., H.F. 1996. 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Espécies em destaque são reconhecidamente migradoras, *=espécies introduzidas OSTEICHTHYES CYPRINIFORMES CYPRINIDAE *Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758) “carpa” *Aristichthys nobilis (Richardson, 1845) “carpa cabeça grande” *Ctenopharyngodon idella (Valenciennes, 1844) “carpa capim” CHARACIFORMES CHARACIDAE TETRAGONOPTERINAE Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) “lambari de rabo amarelo” Astyanax alburnus (Hensel, 1870) “lambari” Astyanax sp. “lambari” Astyanax sp. 1 “lambari” Astyanax sp. 4 “lambari” Bryconamericus iheringi (Boulenger, 1887) “lambari” Bryconamericus sp. “lambari” Bryconamericus sp. 5 “lambari” Charax stenopterus (Cope, 1894) “lambari trasparente” Diapoma speculiferum Cope, 1894 “lambari” Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) “lambari” Pseudocorynopoma doriae (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “lambari” Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 “lambari” ACESTRORHYNCHINAE Oligosarcus robustus Menezes, 1969 “tambicu” Oligosarcus sp. “tambicu” SALMININAE Salminus maxillosus (Valenciennes, 1849) “dourado” CRENUCHIDAE CHARACIDIINAE Characidium pterostictum Gomes, 1947 “canivete” PROCHILODONTIDAE Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) “grumatã” * CURIMATIDAE Cyphocharax voga Cope, 1894 “biru” Cyphocharax spilotus (Vari, 1987)“biru” Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) “biru” ANOSTOMIDAE Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1847) “piava” * Leporinus sp. “piava” * ERYTHRINIDAE Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) “traíra” Continua... CR/C/RM/030/110/03/R0 391 continuação. SILURIFORMES AUCHENIPTERIDAE Glanidium sp. “manduvi” PIMELODIDAE Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 “pintado” * Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá” Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) “bagrinho” Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi” Heptapterus mustelinus (Valenciennes, 1836) “jundiá-cobra) BUNOCEPHALIDAE Bunocephalus doriae (Boulenger, 1902) “cascudinho” CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo” Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) “tamboatá” LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 “cascudo” Hypostomus aspilogaster (Cope, 1894) “cascudo” Hemipsilichthys hystrix Pereira & Reis, 2002 “cascudo” LORICARIINAE Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) “viola” Rineloricaria cadeae(Hensel, 1838) “viola” Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) “viola” Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) “viola” Hysonotus sp. “limpa-vidro” ANCISTRINAE Ancistrus brevipinnis (Regan, 1904) “cascudo de espinhos” Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo de espinhos” GYMNOTYFORMES GYMNOTIDADE Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 “tuvira” STERNOPYGIDADE Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) “tuvira” PERCIFORMES CICHLIDAE Cichlasoma facetum (Jenyns, 1842) “cará” Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana” Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará” Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) “cará” Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) “cará” SYNBRANCHIFORMES SYNBRANCHIDAE Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 “muçum” CR/C/RM/030/110/03/R0 392 Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no mês de Novembro de 2002 (ver descrição das áreas para o nome das estações). ESPÉCIES MONTANTE JUSANTE ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG A. alburnus X X X X X X A. bimaculatus X X X X X A. brevipinnis X X X A. nobilis X Astyanax sp. X Astyanax sp. 1 X X X X X X Astyanax sp. 4 X X X X X X X B. doriae B. iheringi X X X X X X Bryconamericus sp. 5 X X X X X Bryconamericus sp. X C. carpio X X C. facetum X C. idella X X C. paleatus X C. pterostictum X X X X C. punctata X X X X C. spilotus X C. stenopterus X X C. voga X X X X X X D. speculiferum X X X E. virescens X X G. brasiliensis X X G. carapo X X G. gymnogenys X X X X X G. labiatus X X X Glanidium sp. X X X X X X H. aspilogaster X X X X X H. commersoni X X X X H. hystrix H. jacuiensis X X H. littorale H. luetkenii X X X X X H. malabaricus X X X X X X H. mustelinus X X H. punctulatus X X X X Hysonotus sp. X X X L. anus X RIACHOS X X X X X X X X X X X X X X X Continua... CR/C/RM/030/110/03/R0 393 continuação. ESPÉCIES MONTANTE JUSANTE ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG L. obtusidens X X X X Leporinus sp. X X M. cottoides X O. robustus X X X X X X Oligosarcus sp. X X P. doriae X P. lineatus X P. maculatus X X X X X X R. cadeae X X R. eriarcha X X R. microlepidogaster X X X R. quelen X X X X X X X X R. strigilata X X S. biornata X X S. marmoratus X X S. maxillosus X Total de espécies 21 23 25 20 34 41 CR/C/RM/030/110/03/R0 RIACHOS X X X X X 20 394 This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FAUNA 1. INTRODUÇÃO O presente relatório apresenta os resultados da segunda campanha do trabalho de monitoramento das Usinas Castro Alves e Monte Claro. O período de monitoramento compreende um total de 16 campanhas. As atividades foram desenvolvidas no período de 23 a 29 de outubro de 2002. 1.2. Localização das áreas de amostragem As atividades de levantamento das espécies de tetrápodes nas quatro áreas de amostragem na área de influência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves, realizaram-se nos seguintes locais: LOCAL Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 COORDENADAS 29º 01’ S 51º 31’ W 29º 01’ S 51º 30’ W 29º 00’ S 51º 22’ W 29º 00’ S 51º 23’ W OBSERVAÇÕES Usina Monte Claro Usina Monte Claro Usina Castro Alves Usina Castro Alves 2. TRABALHOS REALIZADOS 2.1. Metodologia 2.2.1. Anfíbios Foram utilizadas as seguintes metodologias, propostas por CRUMP & SCOTT Jr. (1994); e, ZIMMERMAN (1994): encontro visual e transectos auditivos. A procura por animais ocorreu em áreas abertas e matas, ambientes lóticos e lênticos. Os animais obtidos resultaram do encontro de animais mortos e foram tombados na coleção científica do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria. Para identificação dos exemplares foi utilizado CEI (1980), LANGONE (1994), ACHAVAL & OLMOS (1997), KWET & DI-BERNARDO (1999). Para a identificação das espécies por contato auditivo utilizou-se STRANECK et al. (1994). 2.2.2. Répteis Foram utilizados os seguintes métodos de amostragem: procura aleatória limitada por tempo e doações por terceiros. A procura aleatória limitada por tempo ocorreu à tarde e início da noite por um período de três horas, em cada área. A procura por animais ocorreu em áreas abertas e matas, ambientes lóticos e lênticos. Para identificação dos exemplares foi utilizado PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) e LEMA (1994). CR/C/RM/030/110/03/R0 395 Os animais obtidos resultaram do encontro de animais mortos e foram tombados na coleção científica do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria. 2.2.3. Aves O levantamento qualitativo da avifauna foi realizado através de caminhadas nas quatro áreas de amostragem contemplando os diferentes ambientes da região de estudo: mata de encosta, borda de mata, mata ciliar, área aberta, capoeiras e ambiente aquático (lótico e lêntico). Além destes locais, observações esporádicas foram realizadas na área urbana do município de Nova Roma e arredores. Nas áreas MC1 (eixo da Usina Monte Claro) e CA1 (eixo da Usina Castro Alves) observações também foram realizadas durante a revisão das armadilhas para capturas de mamíferos. As observações foram realizadas pela manhã (com início até 1h após o nascer do sol até às 12h). Durante o percurso foi registrada a ocorrência das espécies de aves (registro auditivo e/ou visual), informações gerais sobre a biologia (alimentação, reprodução, tipo de ambiente em que ocupa, localização no estrato arbóreo). Os registros de espécies noturnas são decorrentes de amostragens esporádicas bem como da participação da equipe de ornitologia nas atividades de captura de morcegos. A identificação das espécies, quando por observação direta, foi realizada com o auxílio de binóculos 8x40. A gravação das vocalizações de algumas espécies foi realizada com gravador Sony TCM 5000 (versão II) e microfone Senheiser M67. Para a identificação das espécies foram utilizadas as obras de ARBALLO & CRAVINO (1999); DUNNING (1987); NAROSKY & YZURIETA (1993); RIDGELY & TUDOR (1994a, b), DE LA PEÑA (s. a., a, b, c, d), BELTON (1994) e SICK (1997). 2.2.4. Mamíferos Utilizaram-se as metodologias de transectos para registro de vestígios e redes de neblina, da forma já descrita em relatório anterior. Foram instaladas 10 armadilhas live trap pequenas (30x20x40cm) próximo ao futuro canteiro de obras da usina Castro Alves. Estas ficaram armadas durante 4 noites consecutivas. Também se utilizou, em caráter experimental, uma armadilha fotográfica (câmera trap), a qual ficou instalada na mata ciliar na área MC2 durante uma noite, e foi retirada pois apresentou problemas devido à chuva. Os seguintes referenciais bibliográficos foram utilizados como subsídio para identificação e estudo das espécies: VIZOTTO & TADDEI (1973), SILVA (1984), TRAVI & GAETANI (1985), EISENBERG (1989), EMMONS (1990), BECKER & DALPONTE (1991), NOWAK (1991), REDFORD & EISENBERG (1992), FONSECA et al. (1994), OLIVEIRA (1994), BREDT et al. (1996) LANGE & JABLONSKI (1998); EISENBERG & REDFORD (1999). 2.3. Planilha Síntese dos Trabalhos Realizados CR/C/RM/030/110/03/R0 396 Item Local Data Metodologia Resultados 1 Todas 23 a 28/10 para anfíbios Transecto auditivo Procura visual • • • • MC1 MC2 CA1 CA2 • • • • 12 espécies 01 espécie 06 espécies 07 espécies 2 Todas 23 a 28/10 para répteis Procura visual. Encontro de animais mortos • • • • MC1 MC2 CA1 CA2 • • • • 01 espécie 04 espécies 3 Todas 25 a 29/10 para aves levantamento qualitativo: através de caminhadas nos diferentes ambientes durante o turno da manhã (início até 1h após o nascer do sol). • • • • MC1 MC2 CA1 CA2 • • • • 56 espécies 67 espécies 82 espécies 50 espécies 4 Todas 23 a 28/10 para mamíferos Armadilhas Procura visual Procura de vestígios Redes de neblina Armadilhas fotográficas. • • • • MC1 MC2 CA1 CA2 • • • • 2 espécies 6 espécies 9 espécies 3 espécies 2.4. Aspectos relevantes Durante a segunda campanha de monitoramento foram realizados os seguintes registros sobre a fauna da região, a saber: CR/C/RM/030/110/03/R0 397 Anfíbios A segunda campanha registrou um expressivo aumento no número de espécies amostradas para a região. Na primeira campanha, havíamos registrado 11 espécies. Nesta expedição alcançamos um total de 20 espécies. Este acréscimo, em parte, se deve à época da amostragem, primavera, período de intensa atividade dos anuros (estação de reprodução da maioria das espécies de anfíbios do Estado). Também vale salientar que este número de espécies (20) ultrapassa os registros de BRAUN & BRAUN (1980) para a Encosta Superior do Nordeste, que totaliza 16 espécies de anfíbios, e do número de espécies listadas constantes no RIMA do Complexo Energético Rio das Antas, que registra 14 espécies de anfíbios, para esta região. Répteis Não há inventário de répteis disponível para esta região do Estado até o momento. Durante o RIMA, os répteis não foram inventariados. Portanto, os registros obtidos durante o monitoramento serão uma grande contribuição para a herpetologia do Rio Grande do Sul. Aves 1. Accipiter bicolor (gavião-bombachinha-grande): é uma espécie florestal, rara e incomum, com registros esparsos pelo Estado conforme BELTON (1994). Foi registrado em 2 áreas de amostragem, na MC2 e CA1. 2. Pulsatrix perspicillata (murucututu): são poucos os registros desta espécie para o Rio Grande do Sul, sendo um para Nova Petrópolis (Berlepsch & Ihering (1885), 3 para o Parque Nacional dos Aparados da Serra na década de 70 (BELTON, 1994) e, outro em região de Floresta Atlântica (Estrada Rota do Sol) no extremo nordeste do Estado por Bencke & Kindel (1999). Esta espécie foi registrada na MC1. 3. Leptastenura setaria (grimpeiro): espécie comum na região nordeste do Rio Grande do Sul, estreitamente relacionada a floresta de araucária (BELTON, 1994). Foi registrada em araucárias isoladas nos arredores do município de Nova Roma. Mamíferos • • Com relação à campanha anterior, registrou-se a presença de cinco novas espécies: uma cuíca de espécie não identificada (Tribo Marmosini), Sturnira lilium (morcego-fruteiro) e Procyon cancrivorus (mão-pelada) na área CA1, Dasypus sp. (tatu-mulita) na área MC2 e Nectomys squamipes (rato d’ água) na área CA2. Dois registros ficaram sem identificação na campanha anterior, e foram encaminhados a especialista para identificação. Um animal que escapou da armadilha (CA1), foi identificado como Dasyprocta azarae (cutia) a partir de pêlos recolhidos na gaiola. Pêlos encontrados nas fezes de um carnívoro de grande porte, no canteiro de obras da usina Monte Claro (MC1), foram identificados como Nasua nasua (quati). Provavelmente o mesmo foi predado por uma onça parda, porém não foram encontrados pêlos do predador na amostra para confirmação. O CR/C/RM/030/110/03/R0 398 registro de quati também representa o acréscimo de uma espécie à listagem geral de mamíferos. 3. RESULTADOS 3.1. Anfíbios Durante os trabalhos realizados nesta segunda campanha de monitoramento envolvendo as Usinas Monte Claro e Castro Alves alcançamos um total de 20 espécies de anfíbios distribuídas em 04 famílias. Das 20 espécies registradas (Anexo 1), 50% pertencem à família Leptodactylidae e 25% à família Hylidae. Com apenas duas campanhas, foi possível amostrar ¼ da anfibiofauna do Estado do Rio Grande do Sul, que conta hoje com 80 espécies. Já era esperado que o maior número de espécies se concentrasse nas famílias Leptodactylidae e Hylidae, pois estas contêm o maior número de espécies de anuros. Tal fato se reflete nos resultados obtidos por área (Anexo 2). Cabe salientar que foi ultrapassado o número de registros de anfíbios constantes na literatura e no EIA-RIMA para esta região fisiográfica. As espécies registradas pela equipe de monitoramento, inéditas para a região são: Bufo sp., Melanophryniscus sp. (Fig. 1), Hyla pulchella, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus plaumanni (Fig. 2) e Proceratophrys bigibbosa (Fig. 3). 3.2. Répteis Até o momento foram registradas 10 espécies de répteis (08 espécies de serpentes e 02 de lagartos), distribuídas em 04 famílias (Anexo 3). Do total de espécies, 70% pertence à família Colubridae, táxon com o maior número de representantes entre as serpentes. A distribuição das espécies registradas na segunda campanha, por área de amostragem, está apresentada no Anexo 4. 3.3. Aves Durante as atividades de campo, realizadas no período de 25 a 29 de outubro de 2002, foram registradas 119 espécies de aves, distribuídas em 34 famílias, nas áreas de amostragem estabelecidas. Do total de 119 espécies observadas, 32,8% estão incluídas no grupo dos não-passeriformes, o que corresponde a 39 espécies. Passeriformes Tyranni totalizaram 44 espécies (37,0%) e Passeres 36 espécies (30,2%) (Anexo 6). Com relação à amostragem anterior (abril de 2002) foram acrescidas 28 espécies a avifauna local. BELTON (1994) cita a ocorrência histórica de aproximadamente 252 espécies para esta região do estado. As 144 espécies registradas até o momento pela equipe de ornitologia correspondem a 57,1% da avifauna mencionada para esta região. Este resultado parcial corresponde a 23,1% das espécies de aves mencionadas por BENCKE (2001) para o Rio Grande do Sul. Desta forma, a listagem apresentada não está completa e, certamente, novos registros serão incorporados à avifauna deste local nos próximos trabalhos de campo (Anexo 5). CR/C/RM/030/110/03/R0 399 As famílias Accipitridae, Cuculidae, Trochilidae e Picidae (todas com 4 espécies), foram as melhor representadas entre as aves não-passeriformes. Entre os passeriformes Tyranni destacaram-se as famílias Tyrannidae (24 espécies), Furnariidae e Formicariidae (ambas com 7 espécies). Os tiranídeos correspondem a 28,9% das espécies registradas para o Estado, de um total de 83 mencionadas por BENCKE (2001). A família Emberizidae (17 espécies) foi a melhor representada entre os Passeres. Este é um resultado esperado, visto estarem entre as famílias mais numerosas no Brasil (Furnariidae com 103 espécies, Tyrannidae com 210, Formicariidae 168 e Emberizidae com 180 conforme SICK (1997)). A maioria das espécies registradas no local de estudo é residente (84,9%), ou seja, podem ser observadas ao longo de todo o ano. Dezoito são migratórias (15,1%), isto é, permanecem no Estado somente na primavera e verão, onde se reproduzem. São elas: o socozinho (B. striatus); o gavião-tesoura (E. forficatus); o sovi (I. plumbea); o tuque (E. mesoleuca); o filipe (M. fasciatus); o enferrujado (E. euleri); o irré (M. swainsoni); o neinei (M. pitangua); o bem-te-vi-rajado (M. maculatus); a peitica (E. varius); o suiriri (T. melancholicus); a tesourinha (T. savanna); o caneleirinho-preto (P. polychopterus); a andorinha-doméstica-grande (P. chalybea); a andorinha-serradora (S. ruficollis); o sabiáferreiro (T. subalaris) e a juruviara (V. olivaceus). Uma outra espécie, o andorinhão-dotemporal (C. meridionalis) apresenta, conforme BENCKE (2001) tem status migratório mas ainda não confirmado para o Estado. O maior número de migrantes pertence à família Tyrannidae (das 24 espécies, 10 são migratórias). Para a determinação do “status” migrante ou residente, visto que ainda não foram realizadas amostragens contemplando todas as estações do ano, utilizou-se os dados disponíveis na literatura. Entre as espécies residentes, ocupando os estratos inferior e médio da floresta, estão o joão-teneném (S.spixi ), o pichororé (S. ruficapilla), o matracão (B. cinerea), a choca-damata (T. caerulescens), a coquinha-lisa (D. mentalis), o tororó (T. plumbeiceps), o flautim (S. virescens), o pula-pula-assobiador (B. leucoblepharus), entre outros. No estrato superior podem ser visualizados o picapauzinho-verde-carijó (V. spilogaster); o pitiguari (C. gujanensis), o bem-te-vi-rajado (M. maculatus), a juruviara (V. olivaceus), o papopreto (H.guira), a mariquita (P. pitiayumi) e o tecelão (C. chrysopterus). Em áreas abertas e bordas de mata são encontrados a corruíra (T. musculus), o sabiádo-campo (M. saturninus), o tico-tico (Z. capensis), o anu-preto (C. ani), o tiê-preto (T.coronatus), o azulão (P. brissonii), o quete (P. lateralis), quem-te-vestiu (P. nigrorufa), entre outros. Em área de campo é comum observar o pica-pau-do-campo (C. campestris), o quero-quero (V. chilensis) . Algumas espécies relacionadas a ambientes aquáticos -lótico e lêntico- foram registradas como o socozinho (B. striatus); o biguá (P. olivaceus), o martim-pescadorgrande (C. torquata); o joão-pobre (S. nigricans) e o joão-porca (L. nematura). Outras espécies por enquanto foram registradas somente na área urbana do município e arredores, como a coruja-de-igreja (T. alba), o joão-bobo (N. chacuru) e o sabiá-dobanhado (E. platensis). Espera-se encontrá-los também em outras áreas de amostragem. Nesta amostragem foi registrada, na área de influência da Usina Monte Claro, uma espécie incluída na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Rio Grande CR/C/RM/030/110/03/R0 400 do Sul (Marques et al. 2002): o murucututu (P. perspicillata), incluída na categoria “em perigo”. Esta espécie foi registrada na área MC1, à noite, em área de mato, durante o trabalho de monitoramento de anfíbios. No monitoramento anterior (abril/2002) registrouse uma outra espécie ameaçada, o gavião-pombo-branco (L. polionota), incluído na categoria “em perigo”. No entanto, considerando espécies ameaçadas em nível global, neste monitoramento foi registrada uma espécie incluída na categoria “quase-ameaçada” segundo Collar et. al. (1992): o grimpeiro (L. setaria). O grimpeiro foi registrado em araucárias isoladas, entremeadas com Pinus, nos arredores do município de Nova Roma. SICK (1997) menciona que esta espécie está intimamente associada à ocorrência do pinheiro-doparaná (A. angustifolia), construindo seu ninho entre os galhos e grimpas dos pinheiros. 3.4. Mamíferos Durante a segunda campanha de monitoramento, registraram-se 13 espécies de mamíferos, pertencentes a 6 ordens e 11 famílias. A listagem taxonômica das espécies encontra-se no Anexo 7. O número de espécies foi inferior ao registrado na campanha anterior, o que pode ser atribuído, em parte, à elevada pluviosidade no período de realização dos trabalhos, pois as chuvas freqüentes danificam ou mesmo eliminam as impressões de pegadas. Seis novas espécies foram acrescidas à listagem de mamíferos (5 novos registros feitos nesta campanha e a identificação de uma espécie da campanha anterior). Desta forma, até o momento tem-se a confirmação da ocorrência de 24 espécies, somando-se os dados das quatro áreas monitoradas. Uma espécie registrada nesta campanha permanece ainda não identificada: uma cuíca, pertencente à Família Didelphidae, Tribo Marmosini. A mesma foi observada (filmada) na área CA1, porém dada a distância em que se encontrava não foi possível a identificação precisa. Pelo tamanho e coloração, é possível tratar-se de Marmosops incanus ou Micoureus demerarae. Segundo a distribuição geográfica apresentada por EISENBERG & REDFORD (1999) e EMMONS & FEER (1990), nenhuma das duas espécies chega até o Rio Grande do Sul, no entanto, ambas têm ocorrência citada para o estado do Paraná por LANGE & JABLONSKI (1998). FONSECA et al. (1996) citam as duas espécies para o bioma da Mata Atlântica, sendo portanto possível sua ocorrência mais para o Sul. Foi encaminhada a especialista para identificação. O maior número de espécies foi registrado na área CA1 (9 espécies), o que pode ser resultante do maior número de visitas a esta área, em função da revisão das armadilhas. Confirmou-se nesta campanha a ocorrência de espécies sensíveis às alterações do habitat (cervídeos, cutia, tatus) em todas as áreas visitadas, o que indica o grau de conservação das mesmas. As áreas onde até o momento registrou-se a presença de maior número de espécies sensíveis foram MC2 e CA2. As espécies com maior freqüência de registros nesta campanha foram a capivara e o graxaim-do-mato, especialmente na área MC2. Nesta área, os registros de capivaras acompanham vários trechos da margem do rio, bem como da estrada, especialmente nas proximidades de lavouras de milho. Já as pegadas de graxaim são verificadas ao CR/C/RM/030/110/03/R0 401 longo de toda a estrada, mas não na margem do rio. Estas duas espécies são tidas como tolerantes à presença humana e atividades associadas. 3.5. Planilha Síntese Classe Anfíbios Espécie Melanophryniscus sp. Rana catesbeiana Adenomera cf. marmorata Accipiter bicolor Pulsatrix perspicillata Leptastenura setaria Tamandua tetradactyla Mazama sp. Local Categoria CA1 Rara MC1 e CA2 Exótica MC1 Rara* Aves MC2 e CA1 Rara1 MC1 Em perigo2 CA1 Quase ameaçada3 Mamíferos CA1 Ameaçada no RS MC1, MC2, e Ameaçada no RS CA1 Lontra longicaudis CA1 Ameaçada no RS Dasyprocta azarae MC2, CA1 Ameaçada no RS Nasua nasua MC1 Ameaçada no RS Agouti paca MC2, CA2 Ameaçada no RS Lepus capensis MC1e CA1 Exótica * Espécie com distribuição restrita (áreas de encosta da Mata Atlântica), com poucos registros. 1 Conforme BELTON (1994). 2 Conforme Marques et al. (2002) 3 Conforme Collar et. al. (1992) 4. INDICADORES AMBIENTAIS 4.1. Anfíbios Segundo PÉFAUR et al. (1993), os anfíbios podem ser considerados como uma valiosa ferramenta técnico-científica ao utilizá-los como indicadores para detectar deterioração ambiental, devido a sua alta sensibilidade a fatores ambientais deteriorantes. Duas espécies registradas até o momento, provavelmente adequadas para tal fim são Proceratophrys bigibbosa e Hylodes meridionalis. A primeira se encontra geralmente associada a ambientes de mata bem preservada e riachos com água límpida; a segunda, vive próxima de cachoeiras com águas límpidas e muito oxigenadas. Esta espécie é considerada rara, endêmica das encostas montanhosas do sul da Floresta Atlântica (Serra Geral). 4.2. Aves As aves silvestres são consideradas bons indicadores da qualidade do ambiente, principalmente dos ecossistemas florestais. Entre os vertebrados, é um dos grupos melhor estudados pelo fato de serem muito conspícuos, a maioria apresentar hábitos diurnos e ocupar uma grande variedade de ambientes. Desta forma, a avifauna tem sido muito utilizada como ferramenta nos estudos e análises da qualidade e monitoramento CR/C/RM/030/110/03/R0 402 ambiental (WILLIS, 1979; MORRISON, 1986; KOSKIMIES, 1989; ALEIXO & VIELLIARD, 1995; REGALADO & SILVA, 1997; RODRIGUES et al., 2000) Várias famílias registradas na área de estudo abrigam espécies sensíveis a alterações ambientais, como Accipitridae, Ramphastidae, Picidae, Dendrocolaptidae, Furnariidae, Formicariidae, Tyrannidae, entre outras. Nestas famílias estão incluídas espécies dependentes de ambientes florestais, sendo muito atingidos com o desmatamento e a fragmentação florestal (STOTZ et al, 1996). Mais especificamente, determinados grupos de aves são mencionados na literatura como indicadores da qualidade ambiental, como as aves escaladoras de tronco e galho, representada pelas famílias Picidae, Dendrocolaptidae e alguns Furnariidae (SICK, 1997; SOARES & ANJOS, 1999) e, a das aves frugívoras que, ao interagirem com as plantas, dispersam sementes, desempenhando importantes funções ecológicas (FOSTER, 1978; MOERMOND & DENSLOW, 1985). Na área de estudo foram registradas várias espécies integrantes dos grupos mencionados acima (ver Anexo 5). No entanto, as atividades de monitoramento desenvolvidas estão em fase inicial, ou seja, ainda catalogando de forma qualitativa a avifauna da área de estudo. Assim, é um tanto prematuro realizar um diagnóstico da situação atual da avifauna da área de influência do empreendimento. 4.3. Mamíferos Mamíferos desempenham um importante papel na manutenção e regeneração da floresta tropical. Provêem “serviços” ecológicos vitais e são chave na estruturação das comunidades biológicas através de seus papéis, por exemplo, de predação e dispersão de sementes, polinização, folivoria, frugivoria, e como predadores de topo. Assim, uma das formas de avaliar a integridade de um habitat, a partir da comunidade de mamíferos, é analisar a presença de espécies nos diferentes papéis ecológicos, ou nichos tróficos. A diversidade de espécies é também um indicativo do estado de conservação de uma área, embora em certos casos o aumento da complexidade dos habitats, decorrente das atividades humanas, possa ocasionar um relativo aumento na diversidade beta (hipótese da perturbação intermediária) (PRIMARCK & RODRIGUES, 2002). O uso de espécies mais sensíveis às perturbações ambientais como bioindicadoras, acompanhando suas flutuações populacionais, é outra alternativa no monitoramento ambiental. No entanto, depende da escolha correta dos organismos mais adequados a tal finalidade. Estes são geralmente especialistas de habitat e/ou dieta, e são mais indicados quanto menor for seu tempo de vida (pois a população responderá mais rapidamente às mudanças). Dentre as espécies de mamíferos registrados, a maioria (gambá, tatus, morcegos, cervídeos, graxaim, mão-pelada, quati, capivara, cutia, paca) apresenta ampla distribuição geográfica. Nenhuma espécie endêmica foi constatada até o momento nas áreas monitoradas. Quanto ao grau de tolerância às alterações ambientais, algumas das espécies que ocorrem na área de estudos exibem alta valência ecológica, conseguindo sobreviver CR/C/RM/030/110/03/R0 403 mesmo em áreas de moderado impacto antrópico. Este é o caso do graxaim, do mãopelada, e da capivara. Outros ainda, como o gambá, beneficiam-se dos habitats e da facilidade de encontrar alimento proporcionados pelo homem. Podemos citar como espécies mais sensíveis às alterações ambientais os morcegos frugívoros (Phyllostomidae), a paca e os cervídeos. Os dois últimos, classificados como animais cinegéticos, merecem então atenção especial no monitoramento a longo prazo, dada a pressão adicional da caça (cujos efeitos se somam às alterações no habitat) sobre suas populações. A paca, além disso, é estreitamente dependente de florestas ciliares, o que a torna ainda mais vulnerável. Espécies como os tamanduás, tatus, macacos, cachorros-do-mato, felinos, e alguns roedores (paca, cutia) são considerados bons indicadores ambientais (CIMARDI, 1996). O tatu-galinha, os cervídeos e a cutia estão presentes nas quatro áreas monitoradas, o que é um indicativo do bom estado de conservação das mesmas. O primeiro pode ser considerado, juntamente com a capivara e o graxaim-do-mato uma das espécies mais abundantes na área MC2, e também nos registros gerais. A presença de 6 espécies que, de acordo com MARQUES et al. (2002) encontram-se sob algum grau de ameaça no estado do Rio Grande do Sul, ressalta a riqueza da mastofauna encontrada nas áreas amostrais, bem como a importância deste monitoramento. 5. CONCLUSÕES A herpetofauna desta região do Estado, Encosta Superior do Nordeste, é pouca conhecida. É uma área relativamente pouco amostrada. Os novos registros de espécies de anfíbios, nesta campanha, já confirmam esta afirmativa, pois em apenas duas campanhas foram ultrapassados os registros de anfíbios disponíveis na literatura, bem como o número de espécies indicadas pelo EIA-RIMA do Complexo Energético Rio das Antas. Até o momento, a herpetofauna está representada por 30 espécies: 20 de anfíbios e 10 de répteis. Com relação ao grupo das aves, os registros nesta segunda amostragem somam 144 espécies, o que corresponde a 57,1% das espécies mencionadas por BELTON (1994) para esta região do estado. A avifauna está composta, em sua grande maioria, por espécies associadas a ambientes de floresta secundária e com status “residente”. A região apresenta grande potencial avifaunístico, a ser melhor explorado em futuros trabalhos. Quanto aos mamíferos, constatou-se até o momento a presença de 24 espécies, o que é um bom número, visto que o monitoramento encontra-se em fase inicial, com apenas duas campanhas realizadas. Dentre estas, as mais sensíveis às alterações ambientais, portanto com melhor potencial bioindicador, são os cervídeos, a paca, a cutia, o macacoprego e a lontra. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CR/C/RM/030/110/03/R0 404 ACHAVAL, F. & OLMOS, A. 1997. Anfibios y Reptiles del Uruguay. Facultad de Ciencias, Montevideo, 128 p. ALEIXO, A.L.P. & VIELLIARD, J.M.E. 1995. Composição e dinâmica da avifauna da mata de Santa Genebra, Campinas, São Paulo, Brasil. Revta bras. Zool. 12 (3): 493-511. ARBALLO, E. & CRAVINO, J.L. 1999. Aves del Uruguay. Montevideo, Hemisfério Sur, 466 p. 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The composition of avian communities in remanescents woodlots in southern Brazil. Papéis avulsos do Museu de Zoologia 33(1): 1-25. 7. ANEXOS 7.1. Anexo 1: Espécies de anfíbios anuros registrados na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves 7.2. Anexo 2: Relação de espécies de anfíbios amostrados por área 7.3. Anexo 3: Espécies de répteis registrados na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves 7.4. Anexo 4: Relação das espécies de répteis amostradas por área 7.5. Anexo 5: Espécies de aves registradas na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves, situadas BENCKE (2001) 7.6. Anexo 6: Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves 7.7. Anexo 7: Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves 7.8. Anexo 8: Modo de registro das espécies de mamíferos por área na Campanha 2 7.9. Anexo 9: Áreas e modo de registro das espécies de mamíferos nas Campanhas 1 e 2 7.10. Anexo 10: Monitoramento do joão-pobre (Serpophaga nigricans) em área de sarandizal do rio das Antas 7.11. Anexo 11: Fotografias CR/C/RM/030/110/03/R0 407 Anexo 1 Espécies de anfíbios anuros registrados na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves ANURA Bufonidae (4) Bufo ictericus Spix, 1824 Bufo cf. dorbignyi Duméril & Bibron, 1841 Bufo sp. Melanophryniscus sp. Hylidae (5) Aplastodiscus perviridis Lutz, 1950 Hyla pulchella Duméril & Bibron, 1841 Hyla minuta Peters, 1872 Hyla faber Wied-Neuwiedi, 1821 Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) Leptodactylidae (10) Adenora cf. marmorata Leptodactylus ocellatus Fitzinger in Steindachner, 1867 Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Leptodactylus plaumanni Ahl, 1936 Limnomedusa macroglossa (Duméril & Bibron, 1841) Proceratophrys bigibbosa (Peters, 1872) Physalaemus lisei Braun & Braun, 1977 Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 Hylodes meridionalis (Mertens, 1927) Ranidae (1) Rana catesbeiana Shaw, 1802 CR/C/RM/030/110/03/R0 408 Anexo 2 Relação de espécies de anfíbios amostradas por área Àrea de estudo CA1 Àrea de estudo CA2 MC1 MC2 Espécie Hyla minuta Scinax fuscovarius Physalaemus cuvieri Physalaemus lisei Espécie Leptodactylus fuscus Melanophryniscus sp. Rana catesbeiana Scinax fuscovarius Aplastodiscus perviridis Hyla minuta Leptodactylus fuscus Physalaemus cuvieri Bufo sp. Bufo ictericus Aplastodiscus perviridis Hyla minuta Hyla faber Scinax fuscovarius Physalaemus gracilis Physalaemus cuvieri Physalaemus lisei Leptodactylus ocellatus Leptodactylus plaumanni Adenomera cf. marmorata Rana catesbeiana Bufo ictericus CR/C/RM/030/110/03/R0 Família Hylidae Leptodactylidae Família Bufonidae Ranidae Hylidae Leptodactylidae Bufonidae Bufonidae Hylidae Leptodactylidae Ranidae Bufonidae 409 Anexo 3 Espécies de répteis registrados na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves (número de espécies entre parênteses) SQUAMATA Gymnophthalmidae (1) Pantodactylus schreibersii (Wiegmann, 1834) Teiidae (1) Tupinambis merianae Colubridae (7) Sibynomorphus turgidus (Cope, 1868) Liophis poecilogyrus (Wied-Neuwiedi, 1825) Clelia rustica (Cope, 1878) Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 Viperidae (1) Bothrops jararaca (Wied-Neuwiedi, 1824) CR/C/RM/030/110/03/R0 410 Anexo 4 Relação das espécies de répteis amostradas por área CA1 MC2 CR/C/RM/030/110/03/R0 Espécie Pantodactylus schreibersii Tupinambis merianae Tomodon dorsatus Bothrops jararaca Philodryas olfersii Família Gymnophthalmidae Teiidae Colubridae Viperidae Colubridae 411 Anexo 5 Espécies de aves registradas na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves, situadas nas respectivas ordens e famílias e acompanhadas dos nomes vulgares, conforme BENCKE (2001). ORDEM TINAMIFORMES Família Tinamidae (2) Crypturellus obsoletus Temminck, 1815 Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inambuguaçu inambuxintã ORDEM PELECANIFORMES Família Phalacrocoracidae (1) Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá ORDEM CICONIIFORMES Família Ardeidae (2) Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) Butorides striatus (Linnaeus, 1758) maria-faceira socozinho ORDEM FALCONIFORMES Família Cathartidae (2) Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-preta urubu-de-cabeça-vermelha Família Accipitridae (6) Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) Leucopternis polionota (Kaup, 1847) Buteo magnirostris (Gmelin, 1788) Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-tesoura sovi gavião-bombachinha-grande gavião-pombo-branco gavião-carijó gavião-de-rabo-curto Família Falconidae (4) Carcara plancus (Miller, 1777) Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) Falco sparverius Linnaeus, 1758 caracará carrapateiro gavião-caburé quiriquiri ORDEM GRUIFORMES Família Rallidae (2) Pardirallus nigricans (Viellot, 1819) Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-sanã saracura-do-brejo ORDEM CHARADRIIFORMES Família Charadriidae (1) Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero CR/C/RM/030/110/03/R0 412 ORDEM COLUMBIFORMES Família Columbidae (4) Columba livia Gmelin, 1789 Columbina talpacoti (Temminck, 1810) Columbina picui (Temminck, 1813) Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) pombo-doméstico rolinha-roxa rolinha-picui juriti-pupu ORDEM CUCULIFORMES Família Cuculidae (4) Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Crotophaga ani Linnaeus, 1758 Guira guira (Gmelin, 1788) Tapera naevia (Linnaeus, 1766) alma-de-gato anu-preto anu-branco saci ORDEM STRIGIFORMES Família Tytonidae (1) Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-de-igreja Família Strigidae (6) Otus choliba (Vieillot, 1817) Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) Speotyto cunicularia (Molina, 1782) Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808) Asio stygius (Wagler, 1832) corujinha-do-mato murucututu caburé coruja-do-campo coruja-orelhuda mocho-diabo ORDEM CAPRIMULGIFORMES Família Caprimulgidae (1) Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura ORDEM APODIFORMES Família Apodidae (1) Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal Família Trochilidae (4) Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) beija-flor-de-topete Chlorostilbon aureoventris (d’Orbigny & Lafresnaye, 1838) besourinho-de-bicovermelho Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-fronte-violeta Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) beija-flor-de-papo-branco ORDEM TROGONIFORMES Família Trogonidae (1) Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado ORDEM CORACIIFORMES Família Alcedinidae (3) Ceryle torquata (Linnaeus, 1766) Chloroceryle amazona (Latham, 1790) Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-grande martim-pescador-verde martim-pescador-pequeno CR/C/RM/030/110/03/R0 413 ORDEM PICIFORMES Família Bucconidae (1) Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo Família Ramphastidae (1) Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde Família Picidae (4) Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) Colaptes campestris (Vieillot, 1818) Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-anão-carijó picapauzinho-verde-carijó pica-pau-do-campo joão-velho ORDEM PASSERIFORMES SUBORDEM TYRANNI (Suboscines) Família Dendrocolaptidae (4) Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1824 Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) Lepidocolaptes fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde arapaçu-grande arapaçu-escamoso-do-sul arapaçu-rajado Família Furnariidae (9) Furnarius rufus (Gmelin, 1788) Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) Synallaxis ruficapilla Viellot, 1819 Synallaxis spixi Sclater, 1856 Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) Xenops rutilans Temminck 1821 joão-de-barro grimpeiro pichororé joão-teneném pi-pui arredio-oliváceo joão-porca trepador-quiete bico-virado-carijó Formicariidae (9) Batara cinerea (Vieillot, 1819) Mackenziaena leachii (Such, 1825) Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Drymophila malura (Temminck, 1825) Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859) Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) matracão brujarara-assobiador choca-da-mata choca-de-boné-vermelho choquinha-lisa choquinha-carijó tovaca-campainha tovaca-de-rabo-vermelho pinto-do-mato Conopophagidae (1) Conopophaga lineata (Wied-Neuwied, 1831) chupa-dente Tyrannidae (26) Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha CR/C/RM/030/110/03/R0 414 Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817) joão-pobre Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 supi-de-cabeça-cinza Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato Todirostrum plumbeiceps Lafresnaye, 1846 tororó Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-orelha-preta Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho Myiophobus fasciatus (Muller, 1776) filipe Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) maria-preta-bico-de-azulado Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) birro Machetornis rixosus (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei Myiodynastes maculatus (Muller, 1776) bem-te-vi-rajado Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri Tyrannus savanna Vieillot, 1808 tesourinha Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleirinho-verde Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleirinho Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleirinho-preto Família Pipridae (2) Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) SUBORDEM PASSERES (Oscines) Família Hirundinidae (3) Progne chalybea (Gmelin, 1789) Notiochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) flautim dançador andorinha-doméstica-grande andorinha-pequena-de-casa andorinha-serradora Família Troglodytidae (1) Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra Família Mimidae (1) Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo Família Muscicapidae (5) Subfamília Turdinae (5) Turdus subalaris (Seebohm, 1887) Turdus rufiventris Vieillot, 1818 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-ferreiro sabiá-laranjeira sabiá-barranco sabiá-poca sabiá-coleira CR/C/RM/030/110/03/R0 415 Família Emberizidae (21) Subfamília Emberizinae (7) Zonotrichia capensis (Müller, 1776) Poospiza nigrorufa (Lafresnaye & d`Orbigny, 1837) Poospiza lateralis (Nordmann, 1835) Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Embernagra platensis (Gmelin, 1789) Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Coryphospingus cucullatus (Muller, 1776) tico-tico quem-te-vestiu quete canário-da-terra-verdadeiro sabiá-do-banhado coleirinho tico-tico-rei Subfamília Cardinalinae (3) Saltator similis d`Orbigny & Lafresnaye 1837 Saltator maxillosus Cabanis, 1851 Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1723) trinca-ferro-verdadeiro bico-grosso azulão-verdadeiro Subfamília Thraupinae (10) Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789) Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) Euphonia chalybea (Mikan, 1825) Euphonia pectoralis (Latham, 1802) cabecinha-castanha papo-preto tiê-preto tiê-de-topete sanhaçu-cinzento sanhaçu-papa-laranja sanhaçu-frade saíra-viúva cais-cais gaturamo-serrador Subfamília Coerebinae (1) Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica Família Parulidae (4) Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) mariquita pia-cobra pula-pula pula-pula-assobiador Família Vireonidae (3) Cyclaris gujanensis (Gmelin, 1789) Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) Hylophilus poicilotis Temminck, 1822) gente-de-fora-vem juruviara verdinho-coroado Família aIcteridae (1) Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) yecelão Família Fringillidae (1) Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo Família Passeridae (1) Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal CR/C/RM/030/110/03/R0 416 Família Corvidae (1) Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) CR/C/RM/030/110/03/R0 gralha-azul 417 Anexo 6 Relação das espécies de aves registradas nas áreas de amostragem. A nomenclatura binominal e seqüência taxonômica estão de acordo com BENCKE (2001) Família/ Espécie Tinamidae (2) Crypturellus obsoletus Crypyutellus tataupa MC1 X X Áreas de amostragem MC2 CA11 X X X Phalacrocoracidae (1) Phalacrocorax brasilianus Accipitridae (4) Elanoides forficatus Ictinia plumbea Accipiter bicolor Buteo magnirostris Falconidae (3) Carcara plancus Milvago chimachima Falco sparverius X X X X X X X X Rallidae (1) Aramides saracura Charadriidae (1) Vanellus chilensis Columbidae (3) Columbina talpacoti Columbina picui Leptotila verreauxi Cuculidae (4) Piaya cayana Crotophaga ani Guira guira Tapera naevia CR/C/RM/030/110/03/R0 X X Ardeidae (1) Butorides striatus Cathartidae (2) Coragyps atratus Cathartes aura CA2 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 418 Família/ Espécie Tytonidae (1) Tyto alba Strigidae (2) Otus choliba Pulsatrix perspicillata MC1 Áreas de amostragem MC2 CA11 X X X Apodidae (1) Chaetura meridionalis Trochilidae (4) Stephanoxis lalandi Chlorostilbon aureoventris Thalurania glaucopis Leucochloris albicollis Trogonidae (1) Trogon surrucura X X X X X X X X X X X X X X X Alcedinidae (2) Ceryle torquata Chloroceryle amazona Bucconidae (1) Nystalus chacuru Dendrocolaptidae (3) Sittasomus griseicapillus Dendrocolaptes platyrostris Lepidocolaptes falcinellus CR/C/RM/030/110/03/R0 X X X Ramphastidae (1) Ramphastos dicolorus Picidae (4) Picumnus temminckii Veniliornis spilogaster Colaptes campestris Celeus flavescens CA2 X X X X X X X X X X X X X 419 Família/ Espécie Furnariidae (7) Furnarius rufus Leptastenura setaria Synallaxis ruficapilla Synallaxis spixi Synallaxis cinerascens Syndactyla rufosuperciliata Lochmias nematura Formicariidae (7) Batara cinerea Mackenziaena leachii Thamnophilus caerulescens Dysithamnus mentalis Drymophila malura Chamaeza campanisona Chamaeza ruficauda MC1 X X X CR/C/RM/030/110/03/R0 X X X X X X X X X X X CA2 X X X X X X X X X X X Conopophagidae (1) Conopophaga lineata Tyrannidae (24) Camptostoma obsoletum Elaenia mesoleuca Serpophaga nigricans Serpophaga subcristata Miocectes rufiventris Leptopogon amaurocephalus Phylloscartes ventralis Todirostrum plumbeiceps Tolmomyias sulphurescens Platyrinchus mystaceus Myiophobus fasciatus Lathrotriccus euleri Knipolegus cyanirostris Satrapa icterophrys Myiarchus swainsoni Pitangus sulphuratus Áreas de amostragem MC2 CA11 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 420 Família/ Espécie Megarynchus pitangua Myiodynastes maculatus Empidonomus varius Tyrannus melancholicus Tyrannus savanna Pachyramphus viridis Pachyramphus castaneus Pachyramphus polychopterus CR/C/RM/030/110/03/R0 MC1 X X Áreas de amostragem MC2 CA11 X X X X X X X X X X X X CA2 X X X X 421 Família/ Espécie Pipridae (2) Schiffornis virescens Chiroxiphia caudata MC1 X Hirundinidae (3) Progne chalybea Notiochelidon cyanoleuca Stelgidopteryx ruficollis Troglodytidae (1) Troglodytes musculus Mimidae (1) Mimus saturninus Muscicapidae (5) Turdinae (5) Turdus subalaris Turdus rufiventris Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Turdus albicollis Emberizidae (17) Emberizinae (7) Zonotrichia capensis Poospiza nigrorufa Poospiza lateralis Sicalis flaveola Embernagra platensis Sporophila caerulescens Coryphospingus cucullatus Cardinalinae (3) Saltator similis Saltator maxillosus Cyanocompsa brissonii Thraupinae (7) Pyrrhocoma ruficeps Hemithraupis guira Tachyphonus coronatus Thraupis sayaca Thraupis bonariensis Stephanophorus diadematus Pipraeidea melanonota CR/C/RM/030/110/03/R0 Áreas de amostragem MC2 CA11 CA2 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 422 Família/ Espécie Parulidae (4) Parula pitiayumi Geothlypis aequinoctialis Basileuterus culicivorus Basileuterus leucoblepharus Vireonidae (3) Cyclaris gujanensis Vireo olivaceus Hylophilus poicilotis MC1 Áreas de amostragem MC2 CA11 CA2 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Icteridae (1) Cacicus chrysopterus X Fringillidae (1) Carduelis magellanica X Total de espécies por área 56 X X X X 67 82 50 1 Registros de espécies no perímetro urbano da cidade foram incluídos na CA1 em função da proximidade entre estes locais. CR/C/RM/030/110/03/R0 423 Anexo 7 Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves (número de espécies entre parênteses) DIDELPHIMORPHIA Didelphidae (2) Didelphis albiventris Lund, 1840 Marmosini (espécie não identificada) Gambá-de-orelha-branca Cuíca XENARTHRA Dasypodidae (2) Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 Dasypus sp. Tatu-galinha Tatu-mulita Myrmecophagidae (1) Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) Tamanduá-mirim CHIROPTERA Phyllostomidae (2) Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Morcego-fruteiro Morcego-cara-branca Vespertilionidae (1) Myotis nigricans (Schinz, 1821) Morcego-borboleta-escuro PRIMATES Cebidae (1) Cebus apella (Linnaeus, 1758) Mico CARNIVORA Canidae (1) Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Graxaim-do-mato Procyonidae (2) Nasua nasua Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) Quati Mão-pelada Mustelidae (1) Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra Felidae (1) Espécie não identificada Gato-do-mato ARTIODACTYLA Cervidae (1) Mazama sp. Veado CR/C/RM/030/110/03/R0 424 RODENTIA Muridae (3) Nectomys squamipes Espécie 1 Espécie 2 Rato-d’ água Rato Rato Erethizontidae (1) Sphiggurus sp. Ouriço Caviidae (1) Cavia aperea Erxleben, 1777 Preá Hydrochaeridae (1) Hydrochaeris hydrochaeris (Linnaeus, 1766) Capivara Dasyproctidae (1) Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 Cutia LAGOMORPHA Leporidae (1) Lepus capensis Linnaeus, 1758 CR/C/RM/030/110/03/R0 Lebre 425 Anexo 8 Modo de registro das espécies de mamíferos por área na Campanha 2 MC1 DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Didelphis albiventris Marmosini (espécie não identificada) XENARTHRA Dasypodidae Dasypus novemcinctus Dasypus sp. CHIROPTERA Phyllostomidae Sturnira lilium CARNIVORA Canidae Cerdocyon thous A Procyonidae Procyon cancrivorus Felidae Espécie não identificada ARTIODACTYLA Cervidae Mazama sp. P RODENTIA Muridae Nectomys squamipes Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris Dasyproctidae Dasyprocta azarae Agoutidae Agouti paca MC2 CA1 P A A P P P CA2 P C P P, A P F, A P P P P P A Legenda: MC 1 e MC 2= Monte Claro 1 e 2; CA 1 e CA 2= Castro Alves 1 e 2. A= avistamento; C=captura; P= pegada; F=fezes. CR/C/RM/030/110/03/R0 426 Anexo 9 Áreas e modo de registro das espécies de mamíferos nas Campanhas 1e2 DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Didelphis albiventris Marmosini (Espécie não identificada) XENARTHRA Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla Dasypodidae Dasypus novemcinctus Dasypus sp. CHIROPTERA Phyllostomidae Artibeus lituratus Sturnira lilium Vespertilionidae Myotis nigricans PRIMATES Cebidae Cebus apella CARNIVORA Canidae Cerdocyon thous Procyonidae Nasua nasua Procyon cancrivorus Mustelidae Lontra longicaudis Felidae Espécie não identificada ARTIODACTYLA Cervidae Mazama sp. RODENTIA Muridae Nectomys squamipes Sp. 1 Sp. 2 Erethizonthidae Sphiggurus sp. CR/C/RM/030/110/03/R0 MC1 MC2 CA1 A P P, A CA2 A C P P P P P C C C A A, P P A, P * P O F F F, A P P A A P P C C A 427 MC1 Caviidae Cavia aperea Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris Agoutidae Agouti paca Dasyproctidae Dasyprocta azarae LAGOMORPHA Leporidae Lepus capensis MC2 CA1 CA2 P, F P P A P C, A P A, C A P F Legenda: MC 1 e MC 2= Monte Claro 1 e 2; CA 1 e CA 2= Castro Alves 1 e 2. A= avistamento; C=captura; P= pegada; F=fezes; O= odor; *=predado por carnívoro, pêlos encontrados nas fezes. CR/C/RM/030/110/03/R0 428 Anexo 10 Monitoramento do joão-pobre (Serpophaga nigricans) em área de sarandizal do rio das Antas O objetivo de tentar anilhar com anilhas plásticas coloridas indivíduos de S. nigricans não foi possível em função da elevação do nível do rio e da forte correnteza. Novas tentativas estão previstas para a próxima amostragem. Nesta amostragem foi registrado S. nigricans nas áreas Castro Alves 1 e 2. Na CA1 esta espécie foi observada na mata ciliar e na CA2 observou-se um casal de joão-pobre ocupando uma faixa estreita de sarandis, localizada dentro do rio. A movimentação constante dos indivíduos neste tipo de ambiente tem dificultado as atividades de monitoramento desta espécie. CR/C/RM/030/110/03/R0 429 Anexo 11 Figura 1 – Melanophryniscus sp. Figura 2 – Leptodactylus plaumanni. CR/C/RM/030/110/03/R0 430 Figura 3 – Proceratophrys bigibbosa em postura de defesa. CR/C/RM/030/110/03/R0 431 SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FLORA 1. INTRODUÇÃO O Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora teve nesse semestre a continuação dos trabalhos nas áreas de canteiros de obras das UHE Monte Claro e Castro Alves, e do Mapeamento da Distribuição das Espécies endêmicas Dickia, Lafoensia e Callisthene na área de influência da UHE Monte Claro. Este relatório foi dividido em duas partes, uma para cada uma dessas atividades. A primeira refere-se ao Salvamento e Resgate executados nas áreas de canteiros de obras das UHE Monte Claro eCastro Alves, sob a responsabilidade da empresa ABG Engenharia e Meio Ambiente. A segunda, sob a responsabilidade da Bióloga Olinda Leites Bueno, trata do estudo da distribuição das espécies endêmicas na área de influência da UHE Monte Claro, com apresentação dos resultados parciais, obtidos nas duas primeiras campanhas de levantamentos. 2. TRABALHOS REALIZADOS 2.1 Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das UHEs Monte Claro e Castro Alves 2.1.1. Localização da área de trabalho As atividades foram realizadas dentro dos limites dos canteiros de obras de barramento e casa de força das UHE Monte Claro e Castro Alves e áreas de entorno. CR/C/RM/030/110/03/R0 432 2.1.2. Trabalhos no Período Planilha de Trabalhos Previstos/Realizados SERVIÇOS Coleta e herborização Mudas para Transplante Trilha/N.R.A. TranSplantes ATIVIDADES UHE PREVISTAS REALIZADAS MC plantas companheiras das espécies endêmicas ok CA espécie endêmica ok espécies dos paredões rochosos ok espécies do estrato arbustivo, herbáceo e epífitas da área da casa de força ok MC planta companheira da espécie endêmica ok CA epífitas encontradas na área do barramento e casa de força ok MC Acompanhamento de transplantes de ficus, erythryna e Syagrus em Monte Claro ok Durante o ano de 2002 foram realizadas duas campanhas a cada mês na área do empreendimento da UHE de Monte Claro. Nestas, foram levantadas as espécies existentes nas áreas da casa de força e barramento pertencentes aos estratos arbustivo e herbáceo, bem como de epífitas. Como atividades de salvamento e resgate foram realizadas coletas de mudas e exsicatas das espécies ocorrentes nas áreas de canteiro de obras das UHE de Monte Claro (barramento) e Castro Alves (barramento, casa de força). As atividades tiveram início no mês de dezembro/02 e se estenderam até fevereiro/03. Também foram feitas coletas de material propagativo na área de Monte Claro (canteiros e reservatório) para produção de mudas no viveiro instalado no Núcleo de Referência Ambiental (NRA). As campanhas objeto deste relatório foram destinadas a promover o conhecimento da flora ocorrente na área do barramento e casa de força da UHE de Castro Alves, além de um levantamento preliminar das espécies que ocorrem junto aos paredões rochosos, nas áreas de influência deste empreendimento. Também foi verificada a presença de espécies endêmicas e suas companheiras, tanto na área da UHE Castro Alves, como em Monte Claro. Foram realizadas uma campanha no mês de dezembro, duas em janeiro e uma em fevereiro. CR/C/RM/030/110/03/R0 433 As coletas do material botânico foram realizadas nas áreas mencionadas anteriormente, com a obtenção das partes vegetativas e reprodutivas, quando possível. Após, cada material foi herborizado, com o auxílio de prensa e jornal e catalogado conforme metodologia aplicada em taxonomia vegetal (Ming, In: Di Stasi, 1995). As mudas das espécies coletadas foram transplantadas na área da trilha ecológica pertencente ao Núcleo de Referência Ambiental (N.R.A.) da CERAN, situado no canterio de obras da UHE Monte Claro. Para a identificação das espécies foi utilizado um microscópio esteroscópio “Zeiss aus Jena” e consulta à literatura especializada, principalmente: Reitz R. (ed.) 19651997 “Flora Ilustrada Catarinense”, Burkart, A. (ed.) 1969-1987 “Flora Ilustrada de Entre Rios” (Argentina)”, Cabrera, A.L. (ed.) 1963-1970 “Flora de la Província de Buenos Aires; além de comparação com exsicatas do herbário do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN) e ainda, quando necessário, consulta a especialistas. Foram verificadas as espécies presentes nas Angiospermas, sendo observadas aquelas perrtencentes às famílias da classe Magnoliopsida (Dicotiledôneas) e da Liliopsida (Monocotiledôneas), segundo a classificação de Cronquist (1981). Para cada espécie são apresentadas informações ecológicas, baseadas em observações a campo e/ou bibliografia especializada, referentes a: (a) hábito – arbustivo, herbáceo, epifítico, lianas, (b) categoria de ameaça, segundo a Lista Final das Espécies Ameaçadas/RS (Decreto estadual n. 42.099, publicado em 1o /01/2003) – criticamente em perigo (CR), em perigo (EN), vulnerável (VU), provavelmente extinta (PE). Na área do canteiro de obras da UHE Monte Claro também foi realIzada coleta de propágulos para produção de mudas no NRA, e o acompanhamento de operações de transplantes de árvores dos gêneros Ficus, Erythryna e Syagrus. CR/C/RM/030/110/03/R0 434 2.1.3. Planilha de reumo de trabalhos realizados LOCAL METODOLOGIA UHE Castro Alves Coleta e herborização UHE Monte Claro barramento RESULTADOS Espécie endêmica: sarandibranco Plantas companheiras da espécie endêmica: caliandra dedaleira-branca Coleta e herborização espinheira-santa quebra-pedra relbunium sete-sangrias Coleta de mudas para gravatá transplante UHE Castro Alves pixiricas Coleta e herborização paredões rochosos ripsalis bromélias cravo-do-mato erva-de-vidro orquídeas avenca-de-espiga carqueja UHE Castro Alves barramento Coleta de mudas para carquejinha transplante comelina dioscorea eupatorium flor-de-sangue gervão-roxo gravatá-de-brinco manetia Continua... CR/C/RM/030/110/03/R0 435 continuação. micania oficial-de-sala pata-de-vaca piper UHE-Castro Alves barramento Coleta de mudas para piptocarpha transplante polymnia psycothria quebra-tudo salsaparrilha Coleta e herborização stenachaenium cravo-do-mato UHE-Castro Alves Casa de força erva-de-vidro Coleta de mudas para filha-do-ar transplante orquídeas ripsalis figueira inga louro canela-preta UHE Monte Claro Coleta de sementes umbu cancorosa canjerana mamica-de-cadela canela-guaicá capororoca Continua... continuação. CR/C/RM/030/110/03/R0 436 canela-louca canjerana jerivá grandiuva camboatá-vermelho Coleta de sementes UHE Monte Claro canela-guaicá chal-chal chá-de-bugre pitanga Jabuticaba Acompanhamento de 44 transplantes realizados desde transplantes o início da obra A listagem completa, com os nomes científicos, é apresentada nos Anexos 1, 2 e 3. 2.1.4. Trabalhos previstos para o próximo período PREVISTOS PLANO DE TRABALHO DATA / PERÍODO Coleta e herborização de espécies de paredões / canteiro de obras UHE Monte Claro Maio - outubro Coleta e herborização de espécies / reservatório UHE Monte Claro Coleta e herborização de espécies / canteiro de obras UHECastro Alves Maio - outubro Coleta de propágulos reservatório UHE Monte Claro e Castro Alves Maio – outubro Coleta de plantas reservatório UHE Monte Claro e Castro Alves Transplantes – casa de força UHE Castro Alves CR/C/RM/030/110/03/R0 Maio - outubro 437 2.1.5. Considerações Científicas As espécies classificadas na categoria “em perigo”, como a dedaleira-branca e o sarandi-branco devem ser removidas da área de influência do empreendimento (UHEs Castro Alves e Monte Claro), após estudos direcionados ao mapeamento destas espécies e suas companheiras. As duas espécies de bromeliáceas – cravo-do-mato – que são consideradas “vulnerável” devem ser monitoradas na área não desmatada, bem como na trilha ecológica (NRA.), a fim de ser avaliado o desenvolvimento e distribuição da população. 3. ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES ENDÊMICAS Callisthene inundata, Lafoensia nummularifolia e Dickia sp Este trabalho encontra-se em andamento, tendo sido realizadas até o momento duas campanhas. Devido às fortes chuvas que ocorreram durante a realização da segunda campanha, não foi possível realizar os levantamentos na área de influência da UHE Monte Claro ao longo do rio da Prata.Este trabalho deverá ser completado no próximo semestre, quando o nível do rio e o estágio fenológico das plantas permita sua identificação. Em maio deverá ser emitido relatório específico sobre esse estudo, com os dados obtidos na segunda campanha de campo e o mapeamento e lista de espécies companheiras registradas até o momento. São aqui apresentados os dados da primeira campanha de levantamentos, conforme realtório entregue è FEPAM em março de 2003. 3.1. Metodologia Como principais equipamentos para os trabalhos de campo foram utilizados: máquina fotográfica convencional, aparelho de GPS, binóculo, bloco de apontamentos, prancheta, planilha, prensa, podão pazinha de jardinagem além de outros materiais, equipamentos e indumentária pertinentes a trabalhos de campo. Para os deslocamentos utilizou-se carro, barco e esforço próprio (caminhadas). O método empregado para o preparo da listagem prévia das localidades e das espécies foi através de consulta ao Herbário HAS. As exsicatas foram preparadas CR/C/RM/030/110/03/R0 438 seguindo-se normas internacionais de curadoria de Herbário. Durante a campanha percorreu-se ambas as margens do rio das Antas e do Arroio do Mico, nos municípios de Nova Roma (margem direita) e Pinto Bandeira (margem esquerda), abrangendo a alça de vazão reduzida e a área do reservatório da UHE Monte Claro. Em diversos pontos do percurso foram anotas as coordenadas, tomando-se como primeiro ponto de referência o início do percurso, mesmo que as espécies alvo não estivessem presentes. Os demais pontos foram tomados a partir da presença de alguma das três espécies. Os dados fitossociológicos foram anotados através de estimativa visual. Para o preparo das amostras exsicatadas somente foram coletadas as espécies que estavam férteis. 3.2. Atividades 3.2.1. Laboratoriais • • • • • • consulta ao herbário HAS: exame do material e confecção de lista de ocorrência das espécies alvo do presente estudo; organização do material de coleta preparo das exsicatas (prensagem, identificação) organização das fotos compilação de dados redação do relatório parcial 3.2.2. De Campo Os trabalhos de campo para realização da primeira campanha de mapeamento, na área de reservatório da UHE Monte Claro, ocorreram no período de 21 até 23/1/03, quando, percorreu-se o rio, abrangendo-se tanto a alça de vazão reduzida como o futuro lago, nos municípios de Nova Roma do Sul e Pinto Bandeira, margens direita e esquerda. Os pontos mais significativos, em termos de ocorrência das espécies chaves, objeto desse estudo, foram georreferenciados. A fim de facilitar um futuro acesso aos locais estudados, tomou-se como primeiro ponto de georreferência o início do percurso. Os locais estudados serão chamados de: xº ponto amostrado. 1º ponto amostrado: a 5km da entrada a 29º03’34,5” 51º26’20,7” (fim do lago da UHE Monte Claro, alça de vazão reduzida, margem direita) constatou-se a ocorrência de Callisthene inundata em agrupamento continuado por mais de 2km. CR/C/RM/030/110/03/R0 439 2º ponto amostrado: a 7km da entrada a 29º02’32,8” 51º26’49,8” (dentro do lago da M.Claro, linha Barata Góes ) continuação da ocorrência de Callisthene, menos abundante, incrustrada nos matacões rochosos, bem na margem do rio. Todos indivíduos adultos. 3º ponto amostrado: a 8,5km da entrada a 29º01’24,8” 51º27’28,4” (casa de força da UHE Castro Alves dentro do lago da UHE Monte Claro). Neste local não foi constatada a ocorrência de Callisthene nem das outras endêmicas. O ambiente é completamente alterado por ação antrópica ocorrendo somente espécies típicas invasoras desse tipo de habitat. Concomitante a esse percurso fez observações, à distancia, da margem esquerda no município de Pinto Bandeira (fotos de 1 a 5) constatando-se a ocorrência de C. inundata em faixa contínua desde o 1º ponto referenciado. 4º ponto amostrado: margem esquerda do rio, acesso pela linha Clementina, Propriedade do Sr. Wilson Marquete (área alagada) a 29º01’37,5” 51º28”45,4”. Ausência das três espécies, embora estivessem presentes suas principais acompanhantes as quais serão distribuídas em tabela posteriormente. Seguiu-se leito do rio abaixo em direção ao canteiro de obras da UHE Monte Claro. Logo a seguir foi sendo notada a presença de indivíduos isolados de Callisthene nas duas margens. No decorrer do percurso a freqüência da espécie foi aumentando gradativamente. 5º ponto amostrado: 29º01’41,7” 51º30’01,9” presença e freqüência de Callisthene e suas acompanhantes principais. 6º ponto amostrado: 29º01’38,2” 51º30”12,5” Neste ponto a presença de Callisthene tornou-se abundante em ambas as margens. Essa ocorrência segue em faixa contínua por vários quilômetros. Começa também a presença de Lafoensia. Além das acompanhantes principais chamou a atenção a presença de Aspidosperma riedelli por ser uma espécie rara, mas já constatada em outras oportunidades na região.(foto 6). 7º ponto amostrado: 29º01’35,7” 51º30’18,6” Neste ponto ocorrem as três espécies. Callisthene continua abundante em ambas as margens. Lafoensia em freqüência significativa, na orla da mata e fenda das rochas, chamando a atenção pelas flores CR/C/RM/030/110/03/R0 440 branca-amareladas, muito visitada por abelhas e borboletas. Dickia sp. ocorrendo agrupada formando grandes toceiras junto as rochas. (fotos 7, 8 e 9). Nestas coordenadas encontra-se um lajedo bem característico do local onde crescem nas fendas das rochas espécies herbáceas de gramíneas, Cuphea, Dickia sp. entre outras além de arbustos de Lafoensia. 8º ponto amostrado 29º01’28,3” 51º30’40,0” praticamente defronte ao canteiro de obras da UHE Monte Claro. Abundância de Callisthene como nos dois pontos anteriores. Dickia e Lafoensia abundantes ambas em flor. Nesse local constatou-se um dos maiores agrupamentos de Lafoensia, com aproximadamente 50 indivíduos, visto que, até então, haviam sido encontrados, no máximo, uns 10 indivíduos. (fotos 10 e 11). 9º ponto amostrado: seguiu-se o rio, acima da foz do rio da Prata, margem esquerda, a 29º00’57.5” 51º28’05,7”. Foi encontrada só Callisthene em faixa contínua juntamente com suas acompanhantes. 10º ponto amostrado: Pela margem esquerda do arroio do Mico, a cerca de 3km da foz, Propriedade dos Srs. Cristiano Basso e Valdir Marchete. 29º03’24,0” 51º26’31,3” presença de Callisthene com algumas de suas acompanhantes, como Sarandis, Calliandra, angico e rabo-de-bugio. 11° ponto amostrado: 29º03’45,8” 51º25’50,1”(alça de vazão reduzida) a cerca de 500m do arroio do Mico importante afloramento rochoso bem característico (fotos 12, 13 e 14). Presença e abundância das três espécies: Callisthene freqüente em faixa contínua entre os dois pontos amostrados. Lafoensia abundante e florida em agrupamento sobre os lajedos e intercalada nas fendas das rochas. Dickia, com uma centena de indivíduos que, reunidos, formam uma grande toceira distribuída tanto nas fendas das rochas como na beira da mata (foto 15). Com relação às espécies acompanhantes, daquelas consideradas principais, duas plantas chamaram a atenção nesse ponto estudado: a Calliandra, muito abundante, permeia a vegetação ripária chamando a atenção pelos longos estames em dois tons de rosa, e Pouteria salicifolia até então uma das espécies mais freqüente com Callisthene, neste ponto é muito rara. CR/C/RM/030/110/03/R0 441 3. CONSIDERAÇÕES CIENTÍFICAS Lafoensia numularifolia St. Hil. encontrava-se florida no mês de janeiro, aconselha-se que seja monitorado o seu período de frutificação, talvez de 30 a 40 dias a fim de que sejam coletadas sementes para subsidiar a produção de mudas e conseqüente reposição da espécie em habitat selecionado futuramente. Essa prática de cultivo “ex situ” é fundamental, considerando-se que nos locais onde a planta foi constatada não há mudas nem plântulas disponíveis e que os arbustos, adultos e jovens, estão encrustrados nas rochas o que torna inviável a sua coleta no momento do salvamento. Outra sugestão de obtenção de mudas tanto para essa espécie como para Callisthene inundata Bueno et. al .é pelo método de estaquia porém, o clima muito quente não está favorável. Para essa última a produção por estaquia é a única forma de se obter mudas considerando-se que não há mudas no seu habitat e que a espécie se encontra completamente estéril, contrariando os dados fenológicos apresentados por BUENO et al. (IHERINGIA, Porto Alegre,ser.bot .v. 53 2000). 4. BIBLIOGRAFIA BACKES, P., IRGANG, B. 2002. Árvores do Sul – Guia de identificação & interesse ecológico. Santa Cruz: Instituto Souza Cruz. 326p. BARROSO, G.M., BUENO, O.L. 2002. Compostas. 5.Subtribo: Baccharidinae. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Comp. p. 1-340. BURKART, A. (ed.) Flora Ilustrada de Entre Rios (Argentina). Buenos Aires: INTA. 6v. CABRERA, A.L. 1965. Flora de la Provincia de Buenos Aires. Buenos Aires: INTA. 6v. CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. New York: Columbia University. 1262p. DI STASI, L.C. 1996. Plantas medicinais: arte e ciência – um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: Ed. da UNESP. 230p. DILLENBURG, C.R., PORTO, M.L. 1985. Rubiaceae. Tribo Psychotrieae. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n.39, v.16. p.1-76. GUIMARÃES, E.F., ICHASO, C.L.F., COSTA, C.G. 1984. Piperáceas. 4. Peperômia. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Pipe. p. 1-112. CR/C/RM/030/110/03/R0 442 HOEHNE, F.C. 1949. Iconografia de Orchidaceas do Brasil. São Paulo: Graphicars – F. Lanzana. pt. I, II, III. LOURTEIG, A. 1969. Litráceas. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Litr. p.1-80. MATZENBACHER, N.I. 1979. Estudo taxonômico do gênero Eupatorium L. (Compositae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Porto Alegre. 310p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MILLER, D., WARREN, R. 1994. Orchids – of the high mountain Atlantic rain forest in Southeastern Brazil. Rio de Janeiro: Ed. Salamandra. 182p. OLIVEIRA JR., H.F. 1997. A família Cactaceae na integração Parque Estadual de Vila Velha – Rio São Jorge, Ponta Grossa, Paraná – Brasil. Curitiba. 109p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Botânica – Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná. REITZ, R. 1983. Bromeliáceas. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Brom. p. 1-808. SCHEINVAL, L. Cactáceas. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Cact. p. 1-384. SEHNEM, A. 1974. Esquizeáceas. Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Esqui. p.1-78. STREHL, T. 1998. Flórula fanerogâmica da Reserva Biológica do Ibicuí-Mirim, Rio Grande do Sul, Brasil: Bromeliaceae. Iheringia, Sér. Bot., Porto Alegre, n.51, v.1. p.17-37. WASSHAUSEN, D.C., SMITH, L.B. 1969. Acantáceas. Flora Ilustrada de Santa Catarina, Itajaí, Acant. p.1-134. WURDACK, J.J. 1962. Melastomataceae de Santa Catarina. Sellowia, Itajaí, v.14, n.14. p.109-217. 5. ANEXOS 5.1. Anexo 1: Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das UHEs Castro Alves e Monte Claro 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. Anexo 2: Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Monte Claro Anexo 3: Espécies ocorrentes na área de influência da UHE Castro Alves Anexo 4: Relatório fotográfico das atividades de salvamento e resgate Anexo 5: Anexo fotográfico das atividades de estudo da distribuição de espécies endêmicas CR/C/RM/030/110/03/R0 443 Anexo 1 Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das UHE Castro Alves e Monte Claro Lista de espécies que tiveram sementes coletadas na área de canteiro de obras da UHE Monte Claro Nome comum Espécie camboatá-vermelho Cupania vernalis cancorosa Iodina rhombifolia canela-guaicá Ocotea puberula canela-louca Tecoma stans canela-preta Nectandra megapotamica canjerana Cabralea canjerana capororoca Myrsine sp chá-de bugre Casearia sylvestris chal-chal Allophylus edulis grandiuva Trema micrantha jabuticaba Myrciaria jaboticaba jerivá Syagrus romanzoffiana mamica-de-cadela Zanthoxylum rhoifolium pitanga Eugenia uniflora umbu Phytolacca dioica CR/C/RM/030/110/03/R0 444 CR/C/RM/030/110/03/R0 Anexo 2 Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Monte Claro FAMÍLIA NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO ACANTHACEAE Ruellia sanguinea Griseb. - APOCYNACEAE Aspidosperma riedelii Muell.Arg. - ASCLEPIADACEAE Asclepias curassavica L. oficial-de-sala ASTERACEAE Achyrocline satureioides (Lam.)DC. marcela ASTERACEAE Baccharis dracunculifolia DC. vassoura ASTERACEAE Baccharis trimera DC. carqueja ASTERACEAE Calea serrata Less. quebra-tudo ASTERACEAE Eupatorium laevigatum Lam. - ASTERACEAE Mikania micrantha K. - ASTERACEAE Pluchea sagitallis (Lam.)Cabr. quitoco ASTERACEAE Polymnia connata (Spreng.)Blake - ASTERACEAE Solidago chilensis Meyen erva-lanceta Vernonia tweediana Bak. - ASTERACEAE EXSICATA MUDA COLEÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA E-023/ 03 E-045/ 02 E-001/ 02 E-002/ 04 E-003/ 02 E-026/ 03 E-004/ 01 E-005/ 02 E-028/ 03 E-046/ 03 E-047/ 02 E-006/ 02 E-048/ 02 ICN UFRGS UFSM - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 - 445 C CR/C/RM/030/110/03/R0 FAMÍLIA BALSAMINACEAE NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO Impatiens sultani Hook. beijo BIGNONIACEAE Macfadiena mollis (Sond.)Seem. cipó-unha-degato BORAGINACEAE Heliotropium transalpinum Vell. - EXSICATA MUDA COLEÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA E-007/ 02 E-049/ 03 E-050/ 03 Aechmea calyculata (E.Morren) Baker Billbergia nutans H.Wendland ex Regel. gravatá-debrinco BROMELIACEAE Dyckia sp. gravatá / lajedo BROMELIACEAE Tillandsia gardneri Lindl. cravo-do-mato BROMELIACEAE Tillandsia geminiflora Brongn. cravo-do-mato BROMELIACEAE Tillandsia mallemontii Glaziou ex Mez cravo-do-mato BROMELIACEAE Tillandsia recurvata (L.)L. cravo-do-mato - BROMELIACEAE Tillandsia stricta Solander cravo-do-mato - BROMELIACEAE Tillandsia tenuifolia L. cravo-do-mato E-034/ 02 BROMELIACEAE Vrisea friburgensis Mez. gravatá CACTACEAE Rhipsalis baccifera (Miller)Stearn - CACTACEAE Rhipsalis sulcata Weber - CACTACEAE Rhipsalis teres (Vell.)Steud. - CACTACEAE Rhipsalis warmingiana Schum. - BROMELIACEAE BROMELIACEAE - E-039/ 01 E-068/ 01 E-035/ 01 E-033/ 02 E-029/ 03 E-025/ 03 E-022/ 03 E-051/ ICN UFRGS UFSM - 01 - - - 01 01 01 - 01 01 01 - - - - 01 - - 01 - - - - - 01 - 01 01 - - - - - - - 01 01 - - - - 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 M-001A-E/ 48 M-017A/ 06 M-033A/ 30 M-029A/ 02 M-002A-F/ 56 M-004A-B/ 05 M-005A-B/ 50 M-024B/ 02 M-003A-I/ 47 M-009A/ 01 M-021A-D/ 07 M-008A-D/ 06 M-006A-I/ 30 M-007A-B/ 446 C CR/C/RM/030/110/03/R0 FAMÍLIA NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO EXSICATA MUDA COLEÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA 03 E-072/ 02 E-009/ 03 E-019/ 03 E-020/ 02 E-073/ 03 E-010/ 02 E-032/ 02 E-074/ 03 E-075/ 03 E-044/ 04 E-024/ 03 E-053/ 03 E-054/ 03 E-040/ 01 CELASTRACEAE Maytenus ilicifolia Reisseck espinheira-santa COMMELINACEAE Commelina nudiflora L. - COMMELINACEAE Tradescantia zebrina Hort ex Loud. onda-do-mar DIOSCOREACEAE Dioscorea multiflora Mart. ex Griseb. - EUPHORBIACEAE Phyllanthus niruri L. quebra-pedra FABACEAE Bauhinia forficata Link. pata-de-vaca LAMIACEAE Hyptis mutabilis (L.C.Rich.)Briq. - LYTHRACEAE Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbr. sete-sangrias LYTHRACEAE Cuphea linifolia St. Hil. - LYTHRACEAE Lafoensia nummularifolia St.Hil. dedaleirabranca MALVACEAE Pavonia communis A.S.Hil. - MIMOSACEAE Calliandra sellowii (Spreng.)Macbride caliandra NYCTAGINACEAE Boerhavia diffusa L. erva-tostão ORCHIDACEAE Campylocentrum sellowii (Rchb. f.) Rolfe - ORCHIDACEAE Cyclopogon sp. - - Encyclia cf. bulbosa Pabst - E-069/ 01 ORCHIDACEAE ICN UFRGS UFSM 03 - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 02 01 - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 - - 01 - M-018A/ 02 M-014A/ 02 M-025A/ 10 01 447 C CR/C/RM/030/110/03/R0 FAMÍLIA ORCHIDACEAE NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO Govenia utriculata (Sw.)Ldl. - ORCHIDACEAE Isochilus linearis (Jacq.)R.Br. - ORCHIDACEAE Malaxis excavata (Lindl.) Ktze. - ORCHIDACEAE Oncidium cf. gardneri Lindl. - ORCHIDACEAE Sarcoglotis sp. - ORCHIDACEAE Sophronitis cernua Lindl. - PIPERACEAE Peperomia blanda (Jacq.)H.B.K. erva-de-vidro PIPERACEAE Peperomia brasiliensis (Miq.)Miq. erva-de-vidro PIPERACEAE Peperomia tetraphylla (Forst.)Hook. et Arn. - PIPERACEAE Piper gaudichaudianum Kunth. - PIPERACEAE Pothomorphe umbellata (L.)Miq. pariparoba POLYGONACEAE Polygonum punctatum Ell. erva-de-bicho POLYPODIACEAE Microgramma sp. cipó-cabeludo PTERIDACEAE Adianthum raddianum Presl. avenca RHAMNACEAE Gouania ulmifolia Hook. et Arn. - RUBIACEAE Manettia inflata Spreng. - RUBIACEAE Psycothria leiocarpa Cham. et - EXSICATA MUDA COLEÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA E-041/ 01 E-036/ 02 E-042/ 01 E-070/ 01 E-018/ 01 E-037/ 03 E-038/ 01 E-011/ 02 E-012/ 02 E-030/ 03 E-013/ 02 E-031/ 02 E-027/ 02 E-055/ 02 E-056/ 03 E-014/ ICN UFRGS UFSM - 01 - 01 01 - - 01 - - 01 - - - - - 01 - 01 01 01 - - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - M-019A/ 03 M-012A-B/ 30 M-020A/ 02 M-028A/ 20 M-010A-C/ 15 M-011A-C/ 17 M-015A/ 10 M-016A/ 03 M-013A-B/ 22 01 448 C CR/C/RM/030/110/03/R0 FAMÍLIA RUBIACEAE NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO Schlecht. Relbunium richardianum (Gill ex Hook. et Arn.) Hicken - SCHIZAEACEAE Anemia phyllitidis (L.) Sw. avenca-deespiga SMILACACEAE Smilax campestris Griseb. salsaparrilha TILIACEAE Triumfetta sp. - VERBENACEAE VOCHYSIACEAE Stachytarpheta cayennensis (Rich.) M.Vahl. Callisthene inundata Bueno, Nilson et Magalhães gervão-roxo Sarandi-branco EXSICATA MUDA COLEÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA 02 E-052/ 03 E-017/ 04 E-015/ 02 E-021/ 01 E-016/ 02 E-043/ 10 ICN UFRGS UFSM - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 01 - - 01 - - - 01 01 - - 02 04 04 449 C CR/C/RM/030/110/03/R0 Anexo 3 Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Castro Alves FAMÍLIA NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO ACANTHACEAE Ruellia sanguínea Griseb. - ASCLEPIADACEAE Asclepia curassavica L. oficial-de-sala ASTERACEAE Baccharis articulata (Lam.) Pers. carquejinha ASTERACEAE Baccharis trimera (Less.) DC. carqueja ASTERACEAE Calea serrata Less. quebra-tudo ASTERACEAE Eupatorium inulifolium H.B.K. - ASTERACEAE Mikania micrantha K. - ASTERACEAE Piptocarpha isotricha (DC.)Cabr. et Vittet. ASTERACEAE Polymnia connata (Spreng.) Blake - ASTERACEAE Stenachaenium riedelii Baker BROMELIACEAE BROMELIACEAE - Billbergia nutans H. Wendland gravatá-deex Regel. brinco gravatá / topo Dyckia sp. de morro,paredão BROMELIACEAE Tillandsia gardneri Lindl. cravo-do-mato BROMELIACEAE Tillandsia stricta Solander cravo-do-mato EXSICATA / QUANT. MUDA / QUANT. COLEÇÃO REFERÊNCIA ICN UFRGS UFSM - 01 01 01 - 01 - - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - - 01 - E-039A/ 01 - - 01 - - M-026A/ 01 - - - E-062A/ 01 E-067A/ M-029A/ 06 M-024A/ - 01 - - 01 - E-023A/ 03 E-001A/ 01 E-058A/ 02 E-026A/ 03 E-004A/ 02 E-059A/ 03 E-028A/ 02 E-060A/ 02 E-047A/ 03 E-061A/ 01 450 C CR/C/RM/030/110/03/R0 BROMELIACEAE CACTACEAE CACTACEAE Tillandsia tenuifolia L. cravo-do-mato Rhipsalis baccifera (Miller) Stearn Rhipsalis heteroclada Britton & Rose CACTACEAE Rhipsalis warmingiana Schum. - COMMELINACEAE Commelina nudiflora L. - DIOSCOREACEAE Dioscorea multiflora Mart. ex Griseb. FABACEAE Bauhinia forficata Link. LYTHRACEAE Lafoensia Hil. MELASTOMATACEAE Leandra regnelli (Triana) Cogn. pixirica MELASTOMATACEAE MIMOSACEAE ORCHIDACEAE nummularifolia pata-de-vaca St. dedaleirabranca Tibouchina clinopodifolia (DC.) pixirica Cogn. Calliandra sellowii (Spreng.) caliandra Macbride Campylocentrum selowii (Rchb. filha-do-ar F.) Rolfe 01 E-034A/ 01 E-029A/ 01 E-063A/ 02 E-051A/ 01 E-009A/ 01 E-020A/ 03 E-010A/ 02 E-044A/ 03 E-064A/ 03 E-065A/ 03 E-053A/ 03 - ORCHIDACEAE Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. - - ORCHIDACEAE Malaxis excavata (Lindl.) Ktze. - - ORCHIDACEAE Pleurothallis sp. - - 02 M-003J/ 02 M-021A/ 06 M-032A/ 02 M-022A/ 06 - 01 - 01 01 01 01 01 - - 01 - - - 01 - - 01 01 01 - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 01 01 - 01 01 - - - - - - - - - - - - - M-018B/ 10 M-012C/ 50 M-020A/ 02 M-023A/ 26 451 C CR/C/RM/030/110/03/R0 ORCHIDACEAE PIPERACEAE PIPERACEAE PIPERACEAE RUBIACEAE RUBIACEAE SCHIZAEACEAE SMILACACEAE VERBENACEAE VOCHYSIACEAE Sophronitis cernua Lindl. - Peperomia blanda (Jacq.) ERVA-DEH.B.K. VIDRO Peperomia tetraphylla (Forst.) Hook. et Arn. Piper mikanianum (Kunth.) Seudel. Manettia inflata Spreng. - Psycothria leiocarpa Cham. et Schlecht. avenca-deAnemia phyllitidis (L.) Sw. espiga Smilax campestris Griseb. salsaparrilha Stachytarpheta cayennensis gervão-roxo (Rich.) M.Vahl. Callisthene inundata Bueno, sarandi-branco Nilson et Magalhães - M-011D/ 40 - - - E-037A/ 01 - - 01 - - M-013C/ 10 - - - - 01 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - - 01 - - 01 01 - - 01 01 01 - 01 01 01 E-066A/ 03 E-056A/ 02 E-014A/ 03 E-017A/ 01 E-015A/ 02 E-016A/ 03 E-043A/ 03 452 Anexo 4 Relatório fotográfico das atividades de salvamento e resgate Orquídea transplantada para o NRA Transplante de cactáceas para o NRA CR/C/RM/030/110/03/R0 453 Govenia utriculata em flor, no NRA Sophronitis cernua transplantada para o NRA CR/C/RM/030/110/03/R0 454 Dickia sp, transplantada para o NRA CR/C/RM/030/110/03/R0 455 Anexo 5 Anexo Fotográfico das Atividades de Estudo da Distribuição de Espécies Endêmicas Observação: a numeração das fotos é a mesma utilizada na seção do relatório relativa a esse tema. Foto 1. Callisthene inundata (Pinto Bandeira) Foto 2. Callisthene inundata (Pinto Bandeira) CR/C/RM/030/110/03/R0 456 Foto 3. Callisthene inundata (Pinto Bandeira) Foto 4. Callisthene inundata (Pinto Bandeira) CR/C/RM/030/110/03/R0 457 Foto 5. Callisthene inundata (Pinto Bandeira) CR/C/RM/030/110/03/R0 458 Foto 6. Lafoensia nummularifolia (Pinto Bandeira) CR/C/RM/030/110/03/R0 459 Foto 7. Espécies agrupadas em touceiras. CR/C/RM/030/110/03/R0 460 Foto 8. Callisthene no nível superior, ramo inclinado, Lafoensia nummularifolia em 1º plano e touceira de Dickia CR/C/RM/030/110/03/R0 461 Foto 9. Lafoensia nummularifolia – detalhe da flor Foto 10. Vista geral de um grupamento de Lafoensia CR/C/RM/030/110/03/R0 462 Foto 11. Idem anterior Foto 12. Nas fendas das rochas, Dickia e gramíneas. CR/C/RM/030/110/03/R0 463 Foto 13. Callisthene acompanhada de Calliandra Foto 14. Detalhe da distribuição das plantas nos lajedos CR/C/RM/030/110/03/R0 464 Foto 15. Touceira de Dickia em primeiro plano, atrás Lafoensia e Calliandra CR/C/RM/030/110/03/R0 465 REFLORESTAMENTO 1. TRABALHOS REALIZADOS 1.1. Instalação do viveiro Na área do Núcleo de Referência Ambiental (NRA) foi instalado o viveiro de mudas com capacidade para produção de 50.000 mudas/ano. No período foi construído o telado com área de 400m2, com sombreamento de 50%. Nesse local estão sendo colocadas as mudas repicadas das sementeiras ou semeadas diretamente na embalagem. As sementeiras são em número de 10, sendo quatro sombreadas a 50% e seis sem cobertura. A área útil para semeadura/estaquia é de 500m2. 1.2. Produção de mudas Durante o período foram produzidas mudas no viveiro instalado no Núcleo de Referência Ambiental, com sementes obtidas no Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora. 1.3. Plantio de mudas na área do canteiro de obras da UHE Monte Claro Em abril foram iniciadas as atividades de plantio de mudas para recuperação de áreas degradadas no canteiro de obras da UHE Monte Claro. Cerca de 500 mudas de araucária (Araucaria angustifolia) e 200 de cedro (Cedrela fissilis), produzidas no viveiro do NRA estão sendo plantadas em áreas com prévia instalação de cobertura vegetal herbácea. 1.4. Projeto de reflorestamento na Reserva Indígena de Caseiros O plantio realizado em 2002, referente a dois hectares, foi monitorado durante o período, tendo sido realizadas atividades de manutenção. Seguindo a programação estabelecida no projeto, foram coletadas amostras de solo para o cálculo da adubação a ser utilizada no plantio do r estante da área (oito ha) a ser realizado este ano, de maio a agosto. Nessa atividade está incluída a reposição das mudas perdidas do plantio passado. CR/C/RM/030/110/03/R0 466 2. RESULTADOS Semeadura no NRA - Espécies Nome comum Nome científico Cordia ecalyculata Maria-preta Umbu Phytolacca dioica Aguaí-da-serra Pouteria gardneriana Tarumã-de-espinho Cytharexylum montevidense Carne de vaca Styrax leprosum Camboatá vermelho Cupania vernalis Pitanga Eugenia uniflora Jabuticaba Myrciaria jaboticaba canela-preta Nectandra megapotamica ipê-branco Tabebuia roseo-alba aguaí-da-serra Chrysophyllum sp canjerana Cabralea canjerana canela-guaicá Ocotea puberula jerivá Arecastrum romanzoffiana figueira Ficus sp ingá Inga sp Plantio de mudas no canteiro de obras da UHE Monte Claro Nome comum Nome científico quantidade Araucaria angustifolia araucária 500 Cedrela fissilis cedro 200 3. ANEXOS 3.1. Anexo 1: Relatório fotográfico. CR/C/RM/030/110/03/R0 467 Anexo 1 Relatório fotográfico CR/C/RM/030/110/03/R0 468 Foto 1. Viveiro, no Núcleo de Referência Ambiental - Telado. Foto 2. Sementeiras CR/C/RM/030/110/03/R0 469 Foto 3. Repicagem de mudas Foto 4. Mudas no viveiro, prontas para plantio CR/C/RM/030/110/03/R0 470