Manettia inflata

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Manettia inflata
5.
PROGRAMAS DO MEIO BIÓTICO
5.1. Introdução
Os programas em andamento no período são:
•
Monitoramento e Resgate da Ictiofauna; sendo o monitoramento
executado pela empresa LIMNOBIOS e o resgate pela CERAN/EPC, ambos sob a
responsabilidade do biólogo Ângelo Antonio Agostinho.
• Salvamento, Resgate e Monitoramento da Fauna; contratado a FATEC Fundação de Apoio à Tecnologia, Departamento de Biologia da Universidade
Federal de Santa Maria, sob a responsabilidade da bióloga Sonia Terezinha
Cechin.
• Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora; contratado a ABG
Engenharia e Meio Ambiente, sob a coordenação do Eng.º Alexandre Bugin.
• Reflorestamento; contratado a ABG - Engenharia e Meio Ambiente, sob a
coordenação do Eng.º Alexandre Bugin.
Os Programas de Controle da Proliferação de Macrófitas e Limpeza do
Reservatório ainda não foram iniciados.
5.2. Descrição dos Trabalhos
A descrição das atividades realizadas é apresentada a seguir.
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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA
1.
INTRODUÇÃO
A retenção de água através de barragens é prática comum ao longo da história da
humanidade e esta talvez seja a forma mais contundente de interferência humana nos
regimes hídricos naturais. Com o advento das grandes máquinas, foi possível a
movimentação de grandes massas de terra em um tempo relativamente curto,
possibilitando então o surgimento de grandes reservatórios com as mais diversas
aplicações.
O último século testemunhou um notável incremento nas construções de usinas
hidrelétricas, que modificou a fisiografia de muitas bacias hidrográficas e alterou as
características hidrológicas e, por conseqüência, os atributos físicos, químicos e
biológicos dos sistemas naturais. A profusão deste tipo de ambiente ensejou
oportunidades de usos múltiplos, despertando, assim interesse pelo seu manejo, tanto
com fins preservacionistas como de exploração (Agostinho, 1992).
Os reservatórios artificiais são ambientes intermediários entre rios e lagos, quer por
suas características morfométricas e hidrológicas, quer por se situarem entre a típica
organização vertical do lago e horizontal do rio (Margalef, 1975). A característica
distintiva dos reservatórios baseia-se na heterogeneidade espacial, quanto ao tempo
de residência da água e, portanto, em relação às características físicas e químicas.
Wetzel (1990) conclui que os reservatórios são muito semelhantes a lagos quanto aos
processos ecológicos básicos que envolvem o metabolismo do indivíduo, da
comunidade e do ecossistema, bem como seus fatores reguladores. Admite, todavia,
que as características estruturais físicas e bióticas são, sem dúvida, marcadamente
divergentes das propriedades gerais dos ecossistemas lacustres naturais. Enquanto
os lagos têm sua história numa escala do tempo geológico, os reservatórios foram
criados pelo homem nos últimos dois séculos; portanto, as respostas aos estímulos
ambientais podem não ser idênticas entre eles, e não devem ser interpretadas no
contexto convencional do conhecimento da limnologia de lagos naturais (Thornton,
1990).
Assim, é esperado que na comunidade íctica, o impacto causado pelos represamentos
possa provocar a depleção ou mesmo a extinção local de algumas populações, sendo
que as mais atingidas são aquelas tipicamente reofílicas, que têm seus locais de
desova e criadouros naturais reduzidos ou mesmo eliminados (Agostinho, 1992). A
instabilidade do novo ambiente, fruto não apenas do impacto inicial do represamento
mas também de perturbações não cíclicas produzidas pela operação da barragem ou
por outras ações antropogênicas, torna as comunidades instáveis e gradativamente
mais simples.
Assim, alterações na composição das comunidades de peixes e eliminação localizada
de um número variável de elementos da ictiofauna local são decorrências esperadas
dos represamentos. Entretanto, medidas apropriadas, se tomadas a partir da fase de
colonização do novo ambiente, ou mesmo antes, podem assegurar a presença de
determinadas populações ou estoques, contribuindo, assim, na mitigação dos
impactos e revertendo a tendência de simplificação das comunidades.
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As ações implementadas pelo setor elétrico com o objetivo de minimizar os impactos
dos represamentos, preservar estoques pesqueiros ou aumentar o rendimento da
pesca em seus reservatórios foram historicamente marcadas pelo insucesso.
As informações publicadas por Torloni et al. (1993) acerca dos desembarques de
pescado em seis reservatórios da CESP nos rios Paraná, Tietê e Grande demonstram,
de maneira insofismável, este fato. Espécies migradoras de grande porte tiveram
participação negligenciável na pesca e aquelas que foram objeto de introduções
massivas (ex.: tilápia do Nilo, sardinha de água doce) sequer constam entre as que
compõem mais que 80% das capturas comerciais.
Mesmo o rendimento das espécies nativas não mostrou, para os reservatórios
estudados, relação com o esforço de repovoamento. Embora os dados de pesca não
estejam disponíveis para reservatórios de outras bacias que foram objeto de ações de
manejo, não há indicações de que o quadro seja diferente.
Obviamente estes insucessos representam equívocos na alocação de recursos e
esforços, e podem ser atribuídos, entre outros fatores, (i) à insuficiência ou
inadequação das informações disponíveis; (ii) ao enfoque com que os projetos de
manejo são apresentados e implementados; (iii) à ausência de monitoramento como
parte do programa de manejo; (iv) a equívocos históricos na legislação pertinente; (v)
a deficiências na integração interinstitucional.
O conhecimento da estrutura e funcionamento dos sistemas fluviais brasileiros é,
ainda, incipiente. As informações disponíveis carecem de abrangência espacial e/ou
temporal e apresentam restrições quanto à aplicabilidade ao manejo, além de
carecerem de sistematização. As informações sobre a fauna aquática são
essencialmente bionômicas ou autecológicas, sendo raros os estudos populacionais
ou de comunidades que tenham suficiente abrangência espaço-temporal.
Estes estudos são, em geral, descritivos e sem uma preocupação em estabelecer
relações entre os diferentes níveis de organização biológica ou destes com as
características do ambiente aquático. Além disto, no caso dos peixes, a diversidade de
habitat, comportamento, tamanho e forma apresentada pelas espécies exigem o
emprego de diferentes aparelhos de pesca, dificultando a padronização do esforço e
reduzindo a confiabilidade das informações quantitativas e restringindo o uso de
recursos estatísticos.
As medidas de manejo foram tradicionalmente tomadas conforme uma abordagem
reducionista, com enfoque sobre o peixe ou mesmo em uma determinada espécie. Isto
foi particularmente verdadeiro nos programas de povoamento ou repovoamento. É
sabido, atualmente, que iniciativas nesta área não podem prescindir de uma
abordagem holística, considerando a comunidade de peixes no contexto do sistema
fluvial e da bacia como um todo.
Ressalva-se que estas medidas foram tomadas sob forte pressão política e, como
veremos adiante, constrangimento legal. Estes fatos, aliado ao quadro de evidente
decréscimo nos estoques de peixes de grande porte, não facultou ao tomador de
decisão a possibilidade da investigação ou a alternativa de manejo do “nada fazer”
que, em muitas circustâncias, seria preferível.
O monitoramento é um complemento imprescindível às ações de manejo. É através
dele que a administração do recurso poderá aferir a eficácia das medidas
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implementadas em relação aos resultados esperados, proceder a retificações nas
ações em curso, planejar ações complementares de manejo ou estudos, e identificar
fatores de origem antropogênica ou natural que intervem no processo. Sem ele é
impossível a tomada de decisões imediatas, com resultados concretos, observáveis e
previsíveis.
O processo de ação-aferição do resultado, se conduzido de modo apropriado, teria
contribuído não apenas para o aprimoramento ou abandono de algumas técnicas,
como também para a formação de recursos humanos na área.
A legislação brasileira relativa a mitigação de impactos dos represamentos sobre a
ictiofauna teve papel relevante nos desacertos que caracterizaram a maioria das
medidas de manejo praticadas pelo Setor Elétrico do país. Assim, os primeiros
documentos nesta área (Lei 2250 de 28/12/1927 e Decreto 4390 de 14/03/1928)
estabeleciam que “todos quantos, para qualquer fim, represarem as águas dos rios,
ribeirões e córregos, são obrigados a construir escadas que permitam a livre subida de
peixes”.
Ao se generalizar a obrigatoriedade de uma obra cujo funcionamento resulta de
interações entre suas características técnicas (declividade, vazão, posição em relação
ao eixo da barragem, etc.) e a natureza da ictiofauna presente, sem o necessário
aporte do conhecimento científico, incorreu-se no risco do insucesso e desperdício de
recursos, esforços e oportunidades.
Assim, escadas de peixes foram construídas logo acima de cachoeiras intransponíveis
(até 70 metros) como a edificada no córrego dos Negros (São Carlos-SP), ou em
riachos onde a ictiofauna era composta apenas por espécies sedentárias (Charlier,
1957). Face à oposição do Setor Elétrico e às restrições que impunha a comunidade
científica, esta legislação foi abrandada em 1938 pelo Decreto-lei 794 (19/10/1938),
que preconizava: “As represas dos rios, ribeirões e córregos devem ter, como
complemento obrigatório, obras que permitam a conservação da fauna fluvial, seja
facilitando a passagem de peixes, seja instalando estações de piscicultura”.
As duas opções enunciadas neste decreto inauguraram uma discussão que perdurou
até recentemente. De um lado os “escadistas”, prejudicados em seus argumentos pelo
insucesso da maioria das escadas construídas, porém fortalecidos pelos trabalhos de
Godoy (1975) em Cachoeira das Emas, uma barragem de altura reduzida em relação
às recentes. De outro lado, os “piscicultores”, com uma visão mais voltada à produção,
portanto com um maior respaldo administrativo no âmbito das concessionárias e
fortalecidos pelo sucesso obtido em programas de piscicultura em açudes nordestinos.
As distorções induzidas pela legislação tornam-se evidentes ao se observar que não
prescreviam levantamentos prévios ou avaliações de eficiência, limitando a ação às
construções de escadas ou estações de piscicultura. Sob a perspectiva de uma
administração racional dos recursos pesqueiros, estas obras são meros instrumentos
para operacionalizar um plano de manejo.
Com o advento dos documentos emanados do CONAMA verificou-se um avanço no
trato da questão. Ao prever a necessidade das ações de manejo ou mitigação serem
baseadas em inventários e avaliações de impacto específicas para cada
empreendimento, acompanhada do monitoramento conferiu-se a essas ações mais
eficácia.
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A execução do projeto “A ictiofauna do rio das Antas, área de influência do complexo
energético Rio das Antas”, em andamento e objeto do presente relatório, é parte desse
esforço. Esse projeto, cujo propósito principal é avaliar a conveniência e as estratégias
para a transposição de peixes, pretende ainda fornecer indicações acerca da
autecologia das principais espécies e complementar os inventários realizados na bacia
por Bruschi Jr (1997) e Biolaw (2000) e Hasper et al. (2001).
3.
METODOLOGIA
3.1.
Localização das Áreas de Amostragem para amostras padronizadas
O trecho objeto desse estudo compreendeu o segmento da bacia do rio das Antas
entre as imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos, que inclui todos os
empreendimentos previstos sob concessão da CERAN. O Anexo 1 mostra a
localização das estações de amostragem.
A área amostrada posicionou-se entre as latitudes 18º26’ S e 29º10’ S e longitudes
51º11’ W e 51º53’ W.
As denominações atribuídas às estações de amostragem, o código usado para
identificá-las ao longo desse documento e as coordenadas geográficas tomadas em
um ponto central dessas estações são mostradas na Tabela 1.
Tabela 1. Lista das estações de amostragem, códigos utilizados e respectivas
coordenadas geográficas.
LOCAL
CÓDIGO
COORDENADAS
1. Antas-São Marcos
ANSM
S 28º 56’ 29” / W 51º 11’ 02”
2. São Marcos-Foz
FSMAR
S 28º 56’33” / W 51º 11’ 05”
3. Cachoeirão-Montante
ANMC
S 29º 00’ 40” / W 51º 22’ 22,5”
4. Jusante do Cachoeirão
ANJUC
S 29º 04’01” / W 51º 22’ 48”
5. Antas-Prata
ANPRA
S 29º 01’ 08” / W 51º 28’ 28”
6. Prata Foz
FPRAT
S 29º 01’ 02,3” / W 51º 28’37,4”
7. Antas – Carreiro
ANCAR
S 29º 05’ 29’6” / W 51º 42’42”
8. Carreiro-Foz
FCARR
S 29º 05’ 20,7” / W 51º 42’39”
9. Taquari/Guaporé
ATQG
S 29º 10’10,9” / W 51º 53’06”
10. Guaporé – Foz
FGUA
S 29º 10’ 07” / W 51º 53’10”
3.2.
Descrição das estações de amostragem para amostras padronizadas
Antas-São Marcos - ANSM
Localiza-se no rio das Antas, a montante da ponte que liga Flores da Cunha a Antônio
Prado, nas imediações da foz do rio São Marcos. Esse trecho, com cerca de 700m, é
delimitado acima por forte corredeira. A secção do rio na área de amostragem de ovos
e larvas tem 105m e profundidade máxima de 6,2m, no centro (Fig. 1).
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Figura 1. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, próximo à foz do rio São
Marcos, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANSM).
O fundo tem natureza areno-argilosa, com depósitos de cascalho. As margens
imediatas são cobertas por arbustos e as encostas mostram vegetação arbóreaarbustiva. Partes mais altas das encostas apresentam áreas de cultivo de uva, milho e
pastagem. Estradas vicinais, além da rodovia Antonio Prado-Flores da Cunha, dão
acesso direto a maior parte do trecho, facilitando a afluência de numerosos
pescadores amadores (Fig. 2). Nessa localidade são realizadas amostragens de
ictiofauna e ovos e larvas.
Figura 2. Estação Antas-São Marcos (ANSM), mostrando o trecho amostrado (foto
central: corredeiras no limite superior, foz do rio São Marcos, no canto inferior direito),
ponte imediatamente a jusante, estado de conservação das encostas.
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São Marcos-Foz - FSMAR
Tributário da margem esquerda do rio das Antas, o rio São Marcos foi amostrado nas
proximidades de sua foz, visando avaliar sua importância como área de desova de
peixes (ictioplâncton). O trecho amostrado localiza-se no município de Flores da
Cunha, a cerca de 700m da ponte que serve à rodovia que liga a sede desse
município a Antônio Prado.
O local de amostragem tem uma largura de 21m e caracteriza-se por fortes
corredeiras, com fundo rochoso e grandes blocos de rochas roladas que emergem de
sua superfície. A batimetria da secção amostrada é apresentada na figura 3. Constatase que a profundidade máxima registrada foi de 4,6m, não sendo essa, entretanto,
característica da secção.
As margens são íngremes, especialmente a esquerda, que apresenta rochas expostas
com esparsos arbustos. A rodovia mencionada corre por sua margem, tendo
modificado sua fisiografia. Na margem direita, menos íngreme e dotada de vegetação
arbustiva e árvores esparsas. As encostas são similares à descrita para o rio das
Antas-São Marcos (Fig. 4).
Figura 3. Perfil batimétrico na secção do rio São Marcos, nas imediações de sua foz,
no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (FSMAR).
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Figura 4. Estação São Marcos-Foz (FSMAR), mostrando o trecho amostrado, suas
margens e encostas e amostragem do ictioplâncton/condições da água.
Cachoeirão-Montante - ANMC
O trecho amostrado compreendeu uma extensão de 500m do rio das Antas, na divisa
dos municípios de Nova Roma e Nova Pádua, pouco acima da balsa que faz conexão
entre esses dois municípios. Essa área de amostragem situa-se cerca de 200m abaixo
do eixo da futura barragem da Hidrelétrica de Castro Alves. O trecho é limitado por
corredeiras a montante e a jusante.
Na secção utilizada para amostragem do ictioplâncton o rio mede 72m de largura,
sendo sua batimetria mostrada na figura 5. O leito é irregular e com profundidade
máxima de 5,4m. O fundo varia de rochoso a areno-argiloso, conforme a área da
secção considerada.
Figura 5. Perfil batimétrico na secção do rio das Antas, pouco abaixo do eixo da
barragem de Castro Alves, no local de amostragem de ovos e larvas de peixes
(ANMC).
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As margens são dominadas por arbustos (sarandis) que se desenvolvem nas fendas
das rochas ou sobre o cascalho. Blocos de rochas roladas são freqüentes nessas
áreas. As encostas são tomadas por vegetação arbórea modificada, com áreas
ocupadas pela agricultura e pecuária (Fig. 6). Essa estação foi operada nas
amostragens de peixes e de ictioplâncton.
Figura 6. Estação Montante-Cacheirão, no rio das Antas (ANMC), mostrando o trecho
amostrado, suas margens e encostas.
Jusante do Cachoeirão – ANJUC
O trecho amostrado, conhecido como Corredeiras da Caninana, localiza-se cerca de
2,5km a montante da Ponte de Ferro (Farropilha-Nova Roma do Sul) e a
aproximadamente 15km a jusante do Cachoeirão, uma série de saltos que, segundo
moradores da região, constitui obstáculos a ascensão de peixes aos trechos altos do
rio das Antas. A área de amostragem ocupa um trecho de 500m delimitada por duas
fortes corredeiras, e com largura variando entre 65 e 76m. Um transecto na área de
amostragem de ovos e larvas revelou uma profundidade máxima de 8,1m (Fig. 7).
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Figura 7. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, no local de amostragem de ovos
e larvas de peixes (ANJUC).
O fundo apresenta-se rochoso, com grandes blocos de rochas que emergem e são
entremeados por seixo grosso e depósitos de areia grossa nos remansos, o que
denota grande energia.
As encostas íngremes encontram-se bem preservadas, com ampla cobertura de
vegetação arbórea secundária. As encostas da margem esquerda, com melhor grau
de proteção, têm também maior declividade e rochas expostas no topo. A margem
direita, mais sujeita a ação antropogênica devido ao acesso facilitado por estrada,
mostra áreas degradadas restritas (Fig. 8).
Em ambas as margens constatam-se esparsos depósitos de areia ou seixo resultante
das últimas cheias. As cheias promovem também marcas conspícuas numa faixa de
até 15 metros da vegetação marginal, onde as árvores, nessa faixa, apresentam-se
retorcidas e inclinadas na direção da corrente.
A despeito da beleza cênica desse trecho de rio, chama a atenção a quantidade e a
diversidade de material não degradável proveniente de trechos superiores da bacia,
especialmente de tributários laterais que drenam grandes centros urbanos como
Caxias do Sul e Farropilha (Fig. 9). Nesse trecho foram operadas baterias de redes de
espera de diferentes malhagens, espinheis e tarrafas.
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Figura 8. Estação Jusante do Cachoirão (ANJUC), mostrando uma vista geral do local
(centro), blocos de rochas emergentes (a), cobertura das encostas (b) e corredeiras a
montante (c) e a jusante (d).
Figura 9. Cenários de poluição no rio das Antas, no segmento abaixo do Cachoeirão
(ANJUC), resultantes da descarga de alguns tributários que drenam grandes centros
urbanos. Ressalta-se o caráter alóctone de grande parte dos resíduos acumulados.
Antas-Prata - ANPRA
Localizado no rio das Antas, próximo à foz do rio da Prata (150 metros a montante),
nos limites dos municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis. No trecho
imediatamente acima (100m) encontra-se a primeira da série de corredeiras que
caracterizam esse rio no seu trecho a montante (ao fundo na Fig.11).
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Nesse local, onde são realizadas amostragens de ovos e larvas de peixes e de
ictiofauna, o rio tem cerca de 70 metros e profundidades que alcançam 6,5m,
conforme mostrado na figura 10.
Figura 10. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, próximo à foz do rio da Prata,
no local de amostragem de ovos e larvas de peixes (ANPRA).
O fundo é rochoso na área de maior energia, com grandes blocos de rocha que
emergem e são entremeados por seixos e areia grossa. Alguns depósitos arenoargilosos são observados próximos à foz do rio da Prata, provavelmente decorrentes
de represamentos promovidos, ora pelo rio das Antas, ora pelo da Prata (Fig.11).
Figura 11. Estação Antas-Prata (ANPRA), mostrando a confluência do rio da Prata (ao
centro) e locais de amostragem e encostas.
A encosta do trecho amostrado tem ampla cobertura pela vegetação arbórea e
arbustiva, interrompida por algum cultivo na parte alta, além da ferrovia que percorre
sua margem direita e alguns desmoronamentos de peral.
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Prata Foz - FPRAT
Esta estação de amostragem localiza-se na foz do rio da Prata, no limite dos
municípios de Veranópolis e Nova Roma do Sul. Caracteriza-se por intensas
corredeiras que correm entre grandes blocos de rochas. Nesse trecho o rio tem 50
metros de largura e uma profundidade máxima de 2,2m (Fig. 12). O fundo tem
natureza rochosa, com seixos nas áreas de velocidade moderada e depósitos arenoargilosos em áreas restritas de remanso.
Figura 12. Perfil batimétrico na seção do rio da Prata, próximo à sua foz, no local de
amostragem de ovos e larvas de peixes (FPRA).
As margens e encostas do trecho amostrado do rio da Prata são similares ao do
Antas, dada sua contigüidade.
Na área de foz, onde apenas as amostragens de ovos e larvas são realizadas, foram
constatados grandes depósitos argiloso-arenosos e materiais não degradáveis como
plásticos e latas, provavelmente oriundo de trechos superiores do rio das Antas
(Fig.13).
Figura 13. Estação Prata-Foz (FPRA), mostrando o trecho de foz do rio da Prata, onde se
realiza amostragens de ovos e larvas de peixes.
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Antas – Carreiro - ANCAR
Essa estação de amostragem, localizada no rio das Antas, município de São Valentin
do Sul, imediatamente a montante da ponte que liga a sede desse município e a
cidade de Bento Gonçalves. Outra referência para esse local de amostragem é a foz
do rio Carreiro, localizada nas proximidades. A partir desse ponto o rio das Antas
passa a ser denominado Taquari.
O rio das Antas tem uma largura de 100m e uma profundidade máxima de 5,2m na
secção utilizada para as amostragens de ovos e larvas (Fig. 14).
Figura 14. Perfil batimétrico na seção do rio das Antas, no local de amostragem de
ovos e larvas de peixes (ANCAR).
O fundo é rochoso entremeado por seixos e areia grossa. Áreas de remanso mostram
depósitos argilo-arenosos. Alguns blocos de rocha emergem da água.
As margens são cobertas por arbustos e árvores esparsas, enquanto as encostas
apresentam remanescentes de vegetação entremeadas por áreas agrícolas (milho,
uva, cana de açúcar) e pecuária. A parte baixa das encostas da margem esquerda
apresenta numerosas moradias e é cortada pela rodovia São Valentin-Bento
Gonçalves. Sinais evidentes de poluição podem ser evidenciados pela presença de
lixo nos ramos da vegetação alagada nas últimas cheias. A figura 15 mostra alguns
aspectos da fisiografia local. Nessa estação foram realizadas amostragens de
ictioplâncton e da fauna de peixes.
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Figura 15. Estação Antas-Carreiro (ANCAR), mostrando o trecho amostrado (figura
central, acima da ponte); ocupação das encostas a montante (a); vegetação marginal
com lixo deixado pela última cheia (b); margem esquerda (c); e margem direita (d).
Carreiro-Foz - FCARR
Localizado a 100m da foz do rio Carreiro no rio das Antas, nos limites dos municípios
de São Valentin do Sul e Cotiporã.
Nessa estação foram operadas apenas redes de ictioplâncton. Na secção onde esses
equipamentos foram utilizados o rio tem uma largura de 60m. O perfil batimétrico,
mostrado na figura 16, revela profundidade máxima de 3,4m.
O fundo tem natureza argilo-arenosa, com cascalho nas áreas de maior energia. De
acordo com moradores locais, o fundo era essencialmente arenoso antes da última
grande cheia.
Exceto pela área próxima à foz, onde as ações das cheias, aliadas à de pescadores
amadores, promovem alterações relevantes na vegetação, as encostas desse rio, nos
últimos quilômetros, estão com cobertura vegetal razoável, tendo esta uma
composição arbórea e arbustiva, moderadamente alterada. A encosta é mais suave na
margem direita e íngreme na esquerda (Fig.16).
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Figura 16. Perfil batimétrico na seção do rio Carreiro, próximo à foz, no local de
amostragem de ovos e larvas de peixes (FCARR).
Figura 17. Estação Carreiro-Foz (FCARR), mostrando uma vista geral da foz (centro);
depósitos de seixos onde até a última cheia era areia (a); ocupação das encostas por
invasoras (b); rede de ictioplâncton em operação (c);e coleta de ictioplâncton (d).
Taquari/Guaporé – ATQG
Essa estação de amostragem localiza-se no rio Taquari, próximo à foz do rio Guaporé,
um afluente importante da margem direita. Essa área localiza-se no município de Roca
Sales, próximo ao seu limite com Muçum.
O trecho amostrado compreendeu uma extensão de cerca de 500m, abaixo da ponte
da ferrovia que delimita a cidade de Muçum da de Roca Sales (visível ao fundo da
figura 18). Nesse trecho o rio Taquari (denominação que o rio das Antas passa a
receber a partir do rio Carreiro) tem uma largura média de 149m. O perfil batimétrico
na secção utilizada para ovos e larvas é mostrado na figura 18. Verifica-se que esse
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trecho é pouco profundo, com leito ocupado por seixos, areia e, em áreas de remanso,
argila. Extensos bancos de seixo e areia são observados nas margens.
Figura 18. Perfil batimétrico na seção do rio Taquari, no local de amostragem de ovos
e larvas de peixes (ATQG).
As encostas do rio Taquari na área amostrada encontram-se notavelmente
antropizadas, sendo seu terraço aluvial ocupado pela agricultura e pecuária de
pequena escala (Fig. 19a). O pisoteio do gado em áreas marginais é evidente
(Fig.19b). Seu dique marginal apresenta arbustos e árvores esparsas.
Figura 19. Estação Taquari/Guaporé (ATQG), mostrando o trecho amostrado (figura
central); vegetação do dique marginal sucedida por estreita planície aluvial (a);
margens marcadas pelo pisoteio de gado (b); banhado com vegetação arbustiva (c); e
atividade agrícola (d).
Após o terraço aluvial, na base das encostas do vale localizam-se as moradias, sendo
sucedidas por vegetação arbustiva e arbórea até o topo, com amplas áreas
desmatadas e utilizadas na pecuária de pequena escala e agricultura. Áreas restritas
de banhados com vegetação arbustiva (principalmente sarandis) também compõem a
paisagem local (Fig. 19c).
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Nessa área foram realizadas amostragens de ovos e larvas de peixes (redes de
ictioplâncton em deriva) e da ictiofauna (redes de espera, tarrafas, espinhéis e redes
de arrasto).
Guaporé – Foz - FGUA
Essa estação de amostragem é utilizada apenas nos estudos de ovos e larvas de
peixes. Situa-se nas proximidades da foz do rio Guaporé, que delimita os municípios
de Muçum e Encantado, imediatamente abaixo da ponte que liga esses municípios.
As amostras foram obtidas em uma secção do rio, que tem a largura de 55m nesse
local. O fundo, no trecho estudado, apresentou natureza essencialmente lodo-arenosa
com depósitos de seixos. O fato da velocidade da água ser variável e dependente da
relação de sua vazão e aquela do Taquari confere ao seu leito uma certa instabilidade,
ora com predomínio dos processos de transporte, ora com a sedimentação sendo
preponderante. A profundidade máxima constatada na secção foi de 2,8m, no seu
terço direito. A figura 20 mostra o perfil batimétrico nessa secção.
No trecho amostrado, a vegetação marginal e a ocupação das encostas seguem o
mesmo padrão da estação Taquari-Guaporé, dado que são contíguas e próximas. A
margem direita tem, entretanto, maior declividade, com um barranco com cerca de
10m contíguo com encostas íngremes, enquanto na direita é observado um dique com
aproximadamente 4m, seguido por uma área de banhado. A espécie vegetal
predominante nas margens é o sarandi e outros arbustos. A vegetação arbórea é
esparsa. Pecuária e agricultura de pequena escala são as principais atividades
desenvolvidas na área (Fig. 21).
Figura 20. Perfil batimétrico na seção do rio Guaporé, no local de amostragem de ovos
e larvas de peixes (FGUA).
CR/C/RM/030/110/03/R0
359
Figura 21. Estação Guaporé-foz (FGUA), mostrando o trecho amostrado (figura
central); processos erosivos marginais (a); vegetação no trecho imediatamente acima
da ponte (b); margem direita (c); e margem esquerda (d).
3.3.
Amostragens não padronizadas (riachos)
Realizada com o propósito de ampliar a área e os habitats na complementação do
inventário ictiofaunístico, essas amostras foram obtidas com o uso de tarrafas,
arrastos do tipo “double stick net” e peneiras, de forma não padronizada, durante o
mês de janeiro de 2003. Os riachos contemplados nessas amostragens, em geral
restritos a apenas uma localidade e, portanto, sem abrangência espacial suficiente,
são relacionados abaixo (Tab.2)
Tabela 2. Riachos amostrados e suas localizações e coordenadas
(* = afluentes dos tributários do rio da Prata)
Local
São Roque-Foz
Código
Município
Coordenadas
SRPF
Nova Roma do Sul
S 29º 03’48” - W 51º 25’37”
Arroio Mico
ARMI
Pinto Bandeira
S 29º 03’47” - W 51º 25’36”
Arroio Santi (Pasuch)*
ARPS
Nova Roma do Sul
S 28º 58’14” - W 51º 27’10”
Rio do Cachaço – Foz
RCAF
Nova Roma do Sul
S 29º 02’44” - W 51º 26’37”
Arroio Geremias – Foz
AGEF
Nova Roma do Sul
S 29º 00’34” - W 51º 22’44”
Passo do Inferno/Montante
PINF
Antônio Prado
S 28º 52’31” - W 51º 18’57”
Passo do Inferno/Jusante
PIAC
Antônio Prado
S 28º 53’21” - W 51º 18’57”
Quaresma*
QUAR
Antônio Prado
S 28º 52’46” - W 51º 19’12”
Arroio Trajano*
ATRJ
Nova Roma do Sul
S 28º 55’52” - W 51º 24’02”
Arroio Jararaca*
AJAR
Nova Roma do Sul
S 28º 56’15” - W 51º 26’35”
Arroio Colombo*
ACOL
Antônio Prado
S 28º 44’40” - W 51º 22’40”
Arroio Vanzin
AVAZ
Nova Roma do Sul
S 28º 57’38” - W 51º 21’56”
Arroio do Carmo
ACAR
Nova Roma do Sul
S 28º 58’09” - W 51º 23’12”
Constata-se que foram priorizados os riachos localizados acima do eixo da futura
barragem de Monte Claro e seus tributários. A figura 22 ilustra os locais destas
amostragens, cabendo destacar o pequeno porte de tais ambientes.
CR/C/RM/030/110/03/R0
360
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Figura 22. Ambientes de riachos amostrados durante o mês de janeiro de 2003 (1=São
Roque; 2=Mico; 3=Santi-Pasuch; 4=Cachaço; 5=Geremias; 6=Passo do InfernoJusante; 7=Passo do Inferno-Montante; 8=Quaresma; 9=Trajano; 10=Jararaca;
11=Colombo; 12=Vanzin;13= Carmo.
3.4.
Limnologia básica
Por ocasião da realização de cada amostra foram obtidos dados das condições do
tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições
aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. A figura 23
mostra algumas cenas dessa atividade.
CR/C/RM/030/110/03/R0
361
Figura 23. Tomada de dados ambientais nos pontos de amostragem (centro: oxigênio
dissolvido; a=fluxômetro; b=determinação de pH e condutividade; c=distanciômetro;
d=sonda; e=determinação da transparência da água).
As características limnológicas básicas registradas foram temperatura, oxigênio
dissolvido, pH, condutividade e transparência da água. Esses registros, tomados de
quatro em quatro horas em cada estação, tiveram como objetivo caracterizar as
condições atmosféricas e da água nas quais as densidades de larvas ou a captura de
peixes foram mais efetivas. Adicionalmente registrou-se, em cada estação de
amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, os dados batimétricos em
uma secção transversal e a velocidade relativa da água.
3.5.
Amostragem de ovos e larvas
Os estudos de distribuição de ovos e larvas (ictioplâncton) foram propostos com o
objetivo de identificar áreas críticas à desova das espécies de peixes, com ênfase às
migradoras. As amostragens foram realizadas mensalmente a partir de setembro de
2002, nas dez estações de amostragem (descritas anteriormente) utilizando-se redes
de plâncton com formato cônico-cilíndrico, operadas passivamente. Nesse documento
são sumarizados apenas os dados já analisados, obtidos entre setembro e dezembro.
Essas redes são constituídas por uma tela de náilon (0,5mm) presa pela sua
extremidade proximal, através de uma lona, a um aro metálico que, por sua vez, se
conecta por três cordas a um cabo. A extremidade distal é dotada de um copo coletor.
Um fluxômetro foi instalado no centro da boca da rede para medir a velocidade e, com
os dados da área da boca, o volume filtrado (Fig. 24 e 25).
A amostragem consistiu na operação de redes estacionárias presas pelo cabo a uma
corda esticada transversalmente em cada curso d’água (cabo mestre). Essas sempre
foram operadas no trecho imediatamente a montante da entrada dos tributários e na
foz destes, visando a coleta de ovos e larvas em deriva, além de permitir a
identificação da importância relativa de cada afluente para a desova das espécies. A
posição das redes foi regulada pelo comprimento do cabo, pelos depressores (poitas)
e bóias.
CR/C/RM/030/110/03/R0
362
Figura 24. Procedimentos na instalação dos aparelhos de amostragem de ovos e
larvas (seqüência de 1-3: instalação de cabo mestre; 4 e 5= instalação das redes; 6 a
9=redes instaladas).
Figura 25. Procedimentos na obtenção das amostras de ovos e larvas (seqüência de
1-5: aproximação e retirada das redes; 6 a 9= coleta da amostra).
Dois (tributários) ou três (rio das Antas) pontos na secção de cada estação foram
amostrados em horários pré-definidos (17h, 21h, 01h, 05h e 09h) e durante períodos
que variaram entre 5 e 15 minutos (conforme velocidade da água e concentração
aparente de sólidos em suspensão).
Os materiais coletados foram acondicionados em frascos de 500ml e fixados em
formol 4%, tamponado com carbonato de cálcio e transportados para Maringá.
CR/C/RM/030/110/03/R0
363
3.6.
Ictiofauna
Este levantamento está sendo realizado com o propósito de complementar o
levantamento ictiofaunístico e avaliar a distribuição e aspectos da biologia das
espécies, com ênfase para aquelas migradoras e/ou reofílicas.
No período de abrangência desse relatório (setembro a dezembro) a pesca
experimental foi realizada utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de
espera, arrastes, tarrafas, espinhéis), com esforço padronizado para cada tipo de
aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período.
aparelhos
malhagem
(1)
/ tamanho
dimensões
Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 10 m
12; 14
Tarrafas
2,4, 4, 6, 7
Espinhéis
/4, /6
Arrastos
0,5
10 un.
20 m
(1). Medida entre nós não adjacentes, em cm.
As amostragens com redes de espera foram realizadas próximas às margens, e
ficaram expostas no período das 18h às 9h, com revistas à noite (22h) e de manhã
(9h). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações
amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinhéis, com a
utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer. A figura
26 mostra algumas cenas dessa atividade.
Figura 26. Procedimentos nas amostragens da ictiofauna (centro: tarrafa; a e b=redes
de espera; c=espinhéis; d=rede de arraste).
CR/C/RM/030/110/03/R0
364
Após cada revista, os peixes foram fixados em formol 10% e acondicionados em sacos
plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca,
malhagem, estação de amostragem e período de captura. O material foi remetido para
ser processado em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e
etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes
informações:
1.
data, e estação de amostragem;
2.
aparelho de pesca e período de captura;
3.
número do exemplar;
4.
espécie;
5.
comprimento total (cm);
6.
comprimento padrão (cm);
7.
peso total (0,1 g.);
8.
peso do estômago (0,01 g.);
9.
grau de repleção gástrica (0-3);
10.
sexo;
11.
estádio de maturação gonadal;
12.
peso das gônadas (0,01 g.).
A figura 27, a seguir, mostra cenas dos trabalhos de laboratório realizados por
pesquisadores da Limnobios, em Maringá.
CR/C/RM/030/110/03/R0
365
Figura 27. Cenas dos trabalhos de biometria e dissecação de peixes amostrados no
rio das Antas.
4.
TRABALHOS NO PERÍODO
4.1.
Planilha de Trabalhos Previstos/Realizados
SERVIÇOS
ATIVIDADES
PREVISTAS REALIZADAS
Campanha de coleta de ovos e larvas
6
6
Campanha de coleta de ictiofauna
3
6
Foram realizadas mais campanhas de coleta de peixes mensalmente, em alguns
pontos, devido à pequena quantidade de material coletado por campanha. Espera-se,
assim, uma melhor representatividade de espécies e dados mais concretos sobre sua
distribuição ao longo do trecho.
Estão em andamento os trabalhos de laboratório para identificação do material
coletado nas campanhas de janeiro e fevereiro.
4.2.
Planilhas e Gráficos Resumo dos Trabalhos Realizados
Em anexo, a lista das espécies encontradas até dezembro/02.
CR/C/RM/030/110/03/R0
366
5.
ASPECTOS RELEVANTES
5.1.
Limnologia básica
As variáveis limnológicas básicas aferidas durante o período foram a temperatura da
água, a transparência (às 17h e às 09h), pH, condutividade elétrica e o oxigênio
dissolvido. Todas as medidas foram realizadas em cada ponto às 17h, 21h, 01h, 05h e
09h, exceto a transparência da água (17h e 09h).
As temperaturas médias diárias da água durante o período, considerando-se o
intervalo das 17h às 9h, variou de 16ºC (setembro; Antas-Prata) a 27,5º C (janeiro;
Cachoeirão-Montante). De um modo geral, essas médias foram levemente maiores
nos trechos inferiores à foz do rio Carreiro, sendo, entretanto, variada em razão das
condições meteorológicas locais no dia da amostragem.
32
Set
o
Temperatura da água ( C)
30
Out
Nov
28
Dez
Jan
26
24
22
20
18
16
14
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 28. Variações espaço-temporais na temperatura da água (oC) durante o período
de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem).
Os valores médios de oxigênio dissolvido mostraram padrões de variação inversos ao
da temperatura, com águas mais oxigenadas nos meses mais frios (setembro e
outubro) e menos naqueles mais quentes (janeiro e dezembro). Essa relação é,
entretanto, esperada. É relevante, entretanto, que nenhum valor registrado foi restritivo
à fauna de peixes, com médias diárias variando de 7,6 (janeiro; São Marcos-Foz) a
9,4mg.l-1 (outubro; Cachoeirão-Jusante). As variações mensais foram, entretanto,
menos pronunciadas no trecho próximo à foz do rio Carreiro. Já as temporais foram
mais relevantes em setembro e outubro.
CR/C/RM/030/110/03/R0
367
11
Set
-1
Oxigênio dissolvido (mg.l )
Out
Nov
10
Dez
Jan
9
8
7
6
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 28. Variações espaço-temporais na concentração de oxigênio dissolvido na
água (mg.l-1) durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das
estações de amostragem).
As médias diárias de pH foram, em geral, superiores a 7,0, sendo que valores
menores ocorreram essencialmente nos meses de setembro e outubro. Variações
espaciais foram mais pronunciadas em novembro, quando foram registrados valores
de 6,9 (Taquari-Guaporé) a 7,6 (Prata-Foz) – Fig.29.
8,0
Set
7,8
Out
Nov
Dez
7,6
Jan
pH
7,4
7,2
7,0
6,8
6,6
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 29. Variações espaço-temporais no pH da água durante o período de estudo
(ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem).
A condutividade elétrica mostrou valores médios diários que oscilaram entre 27,7
(outubro; Antas-São Marcos) a 83,1uS.cm-1 (janeiro; São Marcos-Foz) – Fig.25.
Ressalta-se que valores entre 28 e 50uS.cm-1 foram os mais freqüentes. De um modo
geral, médias menores foram registradas nos meses de setembro, outubro e
novembro. Constatou-se, também, que seus valores nas estações de amostragem
localizadas nos trechos inferiores foram mais elevados. Antas-Carreiro e Carreiro Foz
foram as estações com menor oscilação mensal.
CR/C/RM/030/110/03/R0
368
-1
Condutividade (uS.cm )
90
80
Set
70
Nov
60
Jan
Out
Dez
50
40
30
20
10
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 30. Variações espaço-temporais na condutividade elétrica da água durante o
período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem).
A transparência da água, medida duas vezes ao dia, variou entre 32,5 (outubro; região
do rio da Prata) e 132,5cm (novembro; Antas-São Marcos). Embora altamente
variável, sua flutuação espacial foi menos pronunciada no mês de outubro (Fig. 31).
180
Set
Out
Transparência (cm)
150
Nov
Dez
120
Jan
90
60
30
0
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 31. Variações espaço-temporais na transparência da água durante o período de
estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações de amostragem).
A velocidade média da água, medida na sub-superfície (20cm) e no centro da secção
do rio por ocasião das amostragens de ovos e larvas, mostrou-se pouco variável na
foz dos tributários, à exceção do rio da Prata, sendo, em geral, mais variável na calha
do rio das Antas (Fig. 32).
CR/C/RM/030/110/03/R0
369
2,1
Set
Out
-1
Velocidade (m.s )
1,8
Nov
Dez
1,5
Jan
1,2
0,9
0,6
0,3
0,0
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 32. Variações espaço-temporais na velocidade da água (20cm; centro do curso
d’’agua) durante o período de estudo (ver Tab.1 para nome e localização das estações
de amostragem).
Para melhor interpretar os dados apresentados acima e relacioná-los, adiante, a
fatores bióticos, foi aplicada a técnica de análise multivariada, denominada análise de
componentes principais, sumarizando as variáveis abióticas (amostras pontuais; com
referência a estação, meses e horários amostrados) em eixos, reduzindo, assim, o
número de variáveis para interpretação. Esta técnica fornece um diagrama cartesiano
(denominado de ordenação). Pontos localizados próximos na ordenação são aqueles
que apresentam características semelhantes (em relação as variáveis consideradas),
e os distantes, diferentes. Nesta análise, a transparência não foi considerada por não
ser possível obtê-la nas coletas noturnas.
Dois eixos (PC1 e PC2) foram retidos para interpretação (apresentaram autovalores
maiores que 1). Estes dois eixos explicaram 67,06% da variabilidade total dos dados.
O PC1 apresentou autovalor de 2,26 (45,12% de explicação) e, para o PC2, o
autovalor foi de 1,10 (21,94% de explicação). A ordenação resultante (Fig. 33A) não
separou as estações de amostragem de maneira clara, especialmente no eixo 1
(variáveis mais correlacionadas foram o oxigênio dissolvido, positivamente; e a
temperatura e condutividade, negativamente; Tabela 3). Isto é resultado da grande
variabilidade mensal nestas variáveis, visualizado na figura 33B.
Tabela 3. Autovetores (correlações de Pearson) das diversas variáveis em
relação aos eixos 1 e 2 da analise de componentes principais.
Variáveis
Eixo 1
o
Eixo 2
Temperatura ( C)
-0,54
0,30
PH
-0,37
-0,09
Condutividade ( S/cm)
-0,50
-0,28
Oxigênio dissolvido (mg/l)
0,55
-0,28
Velocidade (m/s)
0,16
0,86
Assim, as coletas do mês de setembro, estiveram mais a direita no eixo 1 (maiores
escores na figura 33B) enquanto que as coletas de dezembro, estiveram mais a
esquerda no eixo 1 (menores escores na figura 33B). Desta maneira, é possível
CR/C/RM/030/110/03/R0
370
afirmar que o mês de setembro foi o que apresentou menores valores da temperatura
da água e o mês de dezembro, os maiores; o oxigênio dissolvido apresentou
tendência oposta (inversamente correlacionado com a temperatura). A condutividade,
de maneira geral, foi maior em dezembro (ver figuras de cada variável para mais
detalhe).
O eixo 2 (PC2), por outro lado, separou as estações de maneira mais adequada.
Assim, na Figura 33A, a maioria dos quadrados azuis estão posicionados na parte
inferior (Foz do São Marcos; com menor velocidade da água) e, as esferas cinzas na
parte mais superior (Taquari/Guaporé; com maior velocidade). Esta tendência é
melhor visualizada na Figura 33C. As demais estão em posição intermediárias.
4
ANSM
A
FSMAR
3
ANMC
ANJUC
2
ANPRA
FPRA
PC2
1
ANCAR
FCARR
ATQG
0
FGUA
-1
-2
-3
-1,5
-0,5
0,5
1,5
2,5
3,5
4,5
PC1
5
B
2
Nov
Nov
Dez
Dez
1
Jan
PC2
2
C
Set
Out
Out
3
PC1
3
Set
4
1
Jan
0
0
-1
-1
-2
-3
-2
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
ansm fsmar anmc anjuc anpra
fpra
ancar fcarr
atqg
fgua
Estações de amostragem
Figura 33. Ordenação resultante da aplicação da análise de componentes principais,
representado os eixos 1 e 2 (PC1 e PC2; A) por estação de amostragem. Também são
mostrados as médias mensais dos escores para as diversas estações, do eixo 1 (B) e
do eixo 2 (C), para melhor visualizar os padrões da figura A.
5.2.
Composição da fauna de peixes
A lista de espécies apresentada na Tabela 1 – Anexo 2 foi baseada em identificação
realizada pelo setor de ictiologia do Museo de Ciências da Pontifícia Universidade
CR/C/RM/030/110/03/R0
371
Católica do Rio Grande do Sul. As amostragens realizadas durante o período, no rio
das Antas, resultaram em 54 espécies distribuídas em 17 Famílias e seis Ordens (Tab.
4), ou seja, Cypriniformes (3 espécies), Characiformes (24), Siluriformes (19),
Gymnotiformes (2); Perciformes (5) e Synbranchiformes (1) – Figura 34.
As espécies exóticas presentes no trecho estudado da bacia foram apenas aquelas
três pertencente à família Cyprinidae. Tendo como base informações sobre as
espécies ou gêneros obtidas na literatura (Vazzoler, 1996; Agostinho et al., no prelo),
apenas cinco espécies puderam ser classificadas como migradoras de média ou longa
distância, correspondendo a 9,3% do total. Esse percentual pode ser considerado
baixo quando comparado com as grandes bacias brasileiras, onde alcançam até 20%
das espécies. A posição do trecho amostrado em relação à bacia do Jacui-TaquariAntas pode estar relacionada a esse baixo percentual.
NÚMERO DE ESPÉCIES
25
SED/MCD
85,2%
20
15
MIGRADORAS
9,3%
10
EXÓTICAS
5,6%
5
0
Cypriniformes
Characiformes
Siluriformes
Gymnotiformes
Synbranchiformes
ORDENS
Figura 34. Número de espécies das diferentes Ordens de Osteichthyes registrado no
trecho estudado do rio das Antas e participação das espécies exóticas e de diferentes
estratégias reprodutivas nessa ictiofauna. (SED/MCD= sedentárias ou migradoras de
curtas distâncias).
A distribuição dessas espécies ao longo do trecho estudado é apresentada na Tabela
2, Anexo 2. Verifica-se que, com a exceção do pintado Pimelodus maculatus, de
ocorrência mais ampla, as demais espécies migradoras estão restritas ao trecho
abaixo das corredeiras conhecidas na região como Cachoeirão. Essa distribuição é
coincidente com o relato de moradores que vivem há décadas nas áreas ribeirinhas
desse trecho.
Dez espécies apresentaram ampla distribuição na bacia, sendo essas P.maculatus, H.
commersoni, Astyanax sp.1, Astyanax sp.4, B. iheringi, C. punctata, C. voga, G.
gymnogenys, O. robustus e R. quelen). Com exceção das duas primeiras, ausentes
em riachos, as demais ocorreram em todos os locais considerados. G. carapo, H.
hystrix e H. mustelinus, por outro lado, foram espécies com ocorrência exclusiva aos
riachos.
O Cachoeirão parece delimitar a distribuição de Astyanax sp. e C. pterostictum aos
trechos a montante. Já, no trecho a jusante desse obstáculo natural, pelo menos oito
espécies tiveram ocorrências registradas em pelo menos duas estações. São essas C.
paleatus, C. stenopterus, D. speculiferum, L. anus, L. obtusidens, M. cottoide, S.
strigilata e S. marmoratus.
CR/C/RM/030/110/03/R0
372
Entre as espécies consideradas de ocorrência restrita destacam-se 14, sendo oito
delas registradas apenas no Taquari-Guaporé, duas no Antas-Carreiro e quatro no
Antas-Prata.
Padrões espaço-temporais de diversidade
A diversidade específica das assembléias de peixes amostradas na região é analisada
nesse tópico, com ênfase nas suas variações mensais e por localidade. Os atributos
de assembléia relacionados à diversidade, analisados para o período, foram a riqueza
de espécies (S), a equitabilidade (E) e o índice de diversidade de Shannon (H’).
A Tabelas 4 mostra a variação espacial nesses valores, considerando-se amostras
agrupadas para cada local. Verifica-se um forte gradiente positivo no número de
espécies e no índice de diversidade em direção às estações a jusante, especialmente
em Antas-Carreiro e Taquari-Guaporé, ressalvando-se uma queda no Antas-Prata. A
equitabilidade na distribuição das capturas entre as espécies (inverso da dominância)
não mostrou um padrão de gradiente muito evidente.
Tabela 4. Atributos das assembléias de peixes capturados no rio das Antas (S:
riqueza de espécies; E: Equitabilidade; H’: Índice de Diversidade de Shannon).
LOCAL
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA
ANCAR
ATQG
S
21
23
25
19
34
41
E
0,656
0,530
0,536
0,667
0,583
0,696
H’
1,896
1,614
1,656
1,889
2,019
2,512
As variações nas médias mensais por local desses atributos das assembléias são
também representados nas figuras 35, 36 e 37, onde são também mostradas as
variações mensais nesses valores.
Assim, para a riqueza de espécies, verifica-se que, também nas variações mensais, a
tendência de valores mais elevados nas estações inferiores foram mantidas. É,
entretanto, relevante o fato que as amostragens nas estações de jusante foram mais
diversas em setembro, enquanto nas demais esse mês mostrou número de espécies
similares ou inferiores (Fig. 35B). Esses resultados são coerentes com a teoria
ecológica atual, a qual prevê que o número de espécies em uma bacia eleva-se em
direção à foz, ou conforme aumenta a área da mesma.
CR/C/RM/030/110/03/R0
373
32
35
Setembro
Novembro
Janeiro
Riqueza de espécies
24
Riqueza de espécies
30
28
25
A
B
20
15
10
5
0
20
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
16
12
8
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA
ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
Figura 35. Médias mensais ( erro padrão) da riqueza de espécies de peixes por local
de amostragem (A) e número de espécies por local e mês (B).
1,00
0,96
0,92
0,88
0,84
0,80
0,76
0,72
0,68
0,64
0,60
0,56
0,52
1,0
Setembro
Novembro
Janeiro
0,8
Equitabilidade
Equitabilidade
A equitabilidade na distribuição das capturas pelas espécies, um valor obtido a partir
do índice de diversidade e que se relaciona inversamente com a dominância, não
mostrou um padrão definido de variação espacial ou temporal. Essa variação foi
reduzida, sendo sua influência sobre o índice de diversidade pouco expressiva.
A
B
0,6
0,4
0,2
0,0
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA
ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
Figura 36. Médias ( erro padrão) da equitabilidade na distribuição das capturas por
local de amostragem (A) e por local e mês (B).
Os valores médios mensais do índice de diversidade específica (Shannon) bem como
as variações mensais nesse índice mostraram-se mais elevados nas estações mais
inferiores (Fig.36). Em Taquari-Guaporé o índice de diversidade foi mais elevado em
setembro, quando o período reprodutivo é iniciado para diversas espécies,
CR/C/RM/030/110/03/R0
374
decrescendo nos meses subseqüentes. Na estação Antas-Carreiro, a variabilidade
mensal destes valores foi baixa. Já nas estações a montante constatou-se índices
mais elevados em janeiro (Antas-Prata, com apenas dois meses de amostragem;
Cahoeirão-Jusante e Cachoeirão-Montante), ou novembro (Antas-São Marcos). Essas
tendências podem estar relacionadas a deslocamentos de espécies.
2,8
Índice de diversidade de Shannon
2,4
2,2
2,0
Índice de diversidade de Shannon
3,0
2,6
Setembro
A
B
Novembro
2,5
Janeiro
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
1,8
1,6
1,4
1,2
ANSM
ANMC
ANJUC
ANPRA
ANCAR
ATQG
Estações de amostragem
Figura 37. Médias mensais ( erro padrão) do Índice de Diversidade de Shannon por
local de amostragem e valores mensais deste índice por local e mês (B).
Para avaliar a semelhança entre as estações amostradas e os meses em relação a
ictiofauna, foi aplicada a análise de correspondência com remoção do efeito do arco
(DCA, Gauch, 1982) sobre os dados de captura com redes de espera. Esta técnica
fornece um diagrama cartesiano (denominado de ordenação). Estações localizadas
próximas na ordenação são aquelas que apresentam assembléia de peixes
semelhantes e, as distantes, diferentes. Visando corrigir efeitos da dominância de
algumas espécies sobre a análise, os dados foram previamente transformado por raiz
quadrada.
O eixo 1 da DCA apresentou autovalor de 0,28; e o eixo 2, 0,16. Na ordenação, é
verificada uma elevada variabilidade mensal (Fig. 38A, 38C e 38E). Desta maneira,
considerando o eixo 1, ficou evidente que o mês de novembro das estações TaquariGuaporé e Cachoeirão-Montante apresentam estrutura e composição diferentes de
assembléias. Nesta figura, é possível verificar que, ainda em relação ao eixo 1, o mês
de setembro foi o que apresentou assembléias mais semelhantes. As espécies
correlacionadas com este eixo foram, positivamente a B.doriae, C. carpio, G.
gymnogenys C.voga, L.anus, L.obtusidens e, negativamente a A.alburnus; Astyanax
sp4, C. punctatus. No geral, podemos dizer que as assembléias de peixes das
estações ANSM, ANMC e Taquari-Guaporé apresentam certo grau de semelhança, o
mesmo é verdadeiro para as demais (Fig. 38B).
O DC2 não separou as estações e meses de forma contundente, porém, nota-se que
as amostras no ANCAR se posicionaram mais superiormente na ordenação (Fig. 38A
CR/C/RM/030/110/03/R0
375
e D). As espécies mais correlacionadas com este eixo foram, positivamente o E.
virescens, Glanidium sp., P. lineatus e negativamente, H. commersoni e P. maculatus.
180
Ancar
A
Setembro
Novembro
Janeiro
140
Ancar
Atqg
Eixo 2
100
Ansm
Ansm
Ancar
Anjuc
Anmc
Anpra
Anmc
Anjuc
Anpra
Anmc
60
20
Atqg
Atqg
Ansm
Anjuc
-20
-20
20
60
100
140
180
220
260
Eixo 1
240
140
B
Média+EP
Média-EP
Média
200
160
120
C
Média+EP
Média-EP
Média
Eixo 1
Eixo 1
100
120
80
80
60
40
0
Ansm
Anmc
Anjuc
Anpra
Ancar
40
Atqg
Setembro
Estações de amostragem
160
Janeiro
100
D
Média+EP
Média-EP
Média
140
120
E
85
100
70
Eixo 2
Eixo 2
Novembro
Meses
80
60
40
55
Média+EP
Média-EP
Média
40
20
0
25
Ansm
Anmc
Anjuc
Anpra
Estações de amostragem
Ancar
Atqg
Setembro
Novembro
Janeiro
Meses
Figura 38. Ordenação (eixos 1 e 2) resultante da aplicação da análise de
correspondência como remoção do efeito do arco (DCA) para os dados obtidos com
as amostragens de redes. A) Ordenação mostrando os locais e meses amostrados; B
e C) Eixo 1 de acordo com os locais e meses de coletas, respectivamente; D e E) Eixo
2 de acordo com os locais e meses de coletas, respectivamente. As figuras B, C, D e
E foram confeccionadas para melhor visualização espacial e temporal da estrutura da
assembléia de peixes do rio das Antas.
CR/C/RM/030/110/03/R0
376
5.3.
Ictioplâncton
Densidade de ovos
As amostras mensais realizadas nos meses considerados (setembro a dezembro), nas
dez estações de amostragens, resultaram na captura de 9.213 ovos de peixes (214
em setembro, 5.723 em outubro, 2.228 em novembro e 1.049 em dezembro). Neste
item, os dados de densidade de ovos são analisados quanto as suas variações
espaço-temporal e nictimeral (diárias). Tanto ovos quanto larvas, foram capturados em
todas estações, meses e horários considerados.
Dentre as estações amostradas (variação espacial), ovos foram mais abundantes
(maiores densidades médias) nas estações mais inferiores, ou seja, Guaporé-Foz,
seguida de Taquari-Guaporé, Antas-Carreiro e Antas-Prata, todas localizadas nas
porções média e inferior da região amostrada (Fig. 39A). As menores densidades
médias de ovos foram registradas nas estações Antas-São Marcos, São Marcos-Foz e
Cachoeirão-Montante (Fig.39A).
Em relação às variações temporais, as amostras de outubro e novembro foram as que
apresentaram maiores densidades (Antas-Carreiro, Taquari Guaporé, Guaporé-Foz e
Antas-Prata). Observação oposta, em relação à variação temporal, foi constatada em
Cachoeirão-Montante (Fig. 39B).
20
A
60
SET
OUT
NOV
DEZ
3
Densidade de Ovos (/10m )
3
Densidade de ovos (un./10m )
50
16
12
40
B
30
20
10
0
ANSM
ANMC
ANPRAT
ANCAR
ATQG
FSMAR
ANJUC
FPRAT
FCARR
FGUA
Local
8
4
0
ANSM
ANMC
FSMAR
ANPRAT
ANCAR
ATQG
ANJUC
FPRAT
FCARR
FGUA
Estações de amostragem
Figura 39. Variação espacial (A) e temporal (B) de ovos coletados no rio das Antas e
principais tributários.
As densidades de ovos nos diferentes horários (variações nictimerais) foram bastante
variáveis entre as diversas estações de amostragem. Porém, de maneira geral, as
maiores capturas ocorreram no período noturno (das 21h às 05h). Constituíram
exceções as estações São Marcos-Foz, Prata-Foz e Carreiro-Foz, onde as densidades
foram baixas, porém com o maior pico registrado às 17h (Fig. 40).
CR/C/RM/030/110/03/R0
377
32
ANSM
24
16
8
0
17:00
SET
OUT
NOV
DEZ
40
3
Densidade de ovos (un./10m )
3
Densidade de ovos (un./10m )
SET
OUT
NOV
DEZ
40
21:00
01:00
05:00
32
24
16
8
0
09:00
17:00
21:00
3
Densidade de ovos (un./10m )
3
Densidade de ovos (un./10m )
32
24
16
8
21:00
01:00
05:00
ANJUC
30
24
18
12
6
0
09:00
17:00
21:00
01:00
05:00
09:00
Horários
ANPRAT
FPRAT
40
3
Densidade de ovos (un./10m )
40
3
Densidade de ovos (un./10m )
09:00
36
Horários
32
24
16
8
0
17:00
21:00
01:00
05:00
32
24
16
8
0
09:00
17:00
21:00
Horários
05:00
09:00
FCARR
40
3
Densidade de ovos (un./10m )
3
Densidade de ovos (un./10m )
ANCAR
40
32
24
16
8
0
17:00
21:00
01:00
05:00
32
24
16
8
0
09:00
17:00
21:00
Horários
05:00
09:00
140
ATQG
3
Densidade de ovos (un./10m )
50
40
30
20
10
0
01:00
Horários
60
Densidade de ovos (un./10m )
01:00
Horários
68
3
05:00
42
ANMC
40
17:00
01:00
Horários
Horários
0
FSMAR
17:00
21:00
01:00
Horários
05:00
09:00
FGUA
120
100
80
60
40
20
0
17:00
21:00
01:00
05:00
09:00
Horários
Figura 40. Variação nictimeral de ovos coletados no rio das Antas e principais
tributários.
Nas estações com densidades relevantes de ovos de peixes, constatou-se picos no
horário das 21h, decrescendo nos horários subseqüentes (Antas Carreiro, TaquariGuaporé e Guaporé-Foz). As densidades desses ovos foi maior nas amostras da 1h
na estação Cachoeirão-Jusante, cujo registro foi essencialmente no mês de dezembro.
CR/C/RM/030/110/03/R0
378
Já no Antas-Prata, onde densidades relevantes de ovos foram registradas em maior
número de meses, a abundância foi mais elevada também nas amostras da 1h (Fig.
40).
A densidade elevada de ovos indica proximidade de locais de desova. Embora a
identificação desses ovos não seja possível com as técnicas usuais, o fato deles
serem compostos unicamente por ovos pelágicos à deriva, denota áreas de
reprodução de espécies com diferentes capacidades de deslocamentos ascendentes
(migradores de longa distância, de distância moderada e mesmo curto migradores).
Densidade de larvas
Nos meses considerados, foram capturadas 806 larvas de peixes nas dez estações de
amostragens (20 em setembro, 271 em outubro, 125 em novembro e 390 em
dezembro). A análise foi similar à feita para ovos, ou seja, foram analisadas as
variações espaço-temporal e nictimeral na densidade.
As maiores médias das capturas de larvas foram obtidas para as estações TaquariGuaporé, Antas-Carreiro e Carreiro-Foz (nesta seqüência). É interessante ressaltar as
baixas médias obtidas para a densidade de larvas nas estações Cachoeirão-Montante
e Guaporé-Foz (Fig. 41A). Considerando os meses, as maiores capturas foram
registradas no mês de dezembro, seguido de outubro e novembro (com capturas
razoáveis na maioria das estações) (Fig. 41B). Se esta tendência continuar, em janeiro
as capturas de larvas podem ser mais relevantes (a conferir no relatório final).
2,0
3
Densidade de larvas (un./10m )
3
Densidade de larvas (un./10m )
3,2 B
1,6
1,2
0,8
2,4
SET
OUT
NOV
DEZ
A
1,6
0,8
0,0
ANSM
ANMC
ANPRAT
ANCAR
ATQG
FSMAR
ANJUC
FPRAT
FCARR
FGUA
Local
0,4
0,0
ANSM
ANMC
ANPRAT
ANCAR
ATQG
FSMAR
ANJUC
FPRAT
FCARR
FGUA
Estações de amostragem
Figura 41. Variação espacial (A) e temporal (B) de larvas coletadas no rio das Antas e
principais tributários.
Para as larvas, os horários de maior densidade variaram entre os locais e meses de
amostragem. Porém, de maneira geral, as maiores capturas ocorreram no período
noturno, especialmente à 01h e às 05h, exceto na estação São Marcos-Foz, com
densidades elevadas às 21:00 nos meses de outubro e novembro (Fig. 42).
CR/C/RM/030/110/03/R0
379
7
6
ANSM
5
4
3
SET
OUT
NOV
DEZ
3
2
1
0
17:00
21:00
Densidade de larvas (un./10m )
3
Densidade de larvas (un./10m )
7
01:00
05:00
6
5
4
3
2
1
0
09:00
FSMAR
SET
OUT
NOV
DEZ
17:00
21:00
Horários
3
5
4
3
2
1
17:00
21:00
01:00
05:00
5
4
3
2
1
0
09:00
17:00
21:00
Densidade de larvas (un./10m )
3
3
Densidade de larvas (un./10m )
ANPRAT
5
4
3
2
1
17:00
21:00
01:00
05:00
6
FPRAT
4
3
2
1
0
09:00
17:00
21:00
05:00
09:00
7
ANCAR
6
3
Densidade de larvas (un./10m )
3
Densidade de larvas (un./10m )
01:00
Horários
7
5
4
3
2
1
17:00
21:00
01:00
05:00
5
4
3
2
1
0
09:00
FCARR
6
17:00
21:00
Horários
01:00
05:00
09:00
Horários
7
5
4
3
2
1
17:00
21:00
01:00
Horários
05:00
09:00
3
ATQG
6
Densidade de larvas (un./10m )
7
3
09:00
5
Horários
Densidade de larvas (un./10m )
05:00
7
6
0
01:00
Horários
7
0
09:00
ANJUC
6
Horários
0
05:00
7
ANMC
6
Densidade de larvas (un./10m )
3
Densidade de larvas (un./10m )
7
0
01:00
Horários
FGUA
6
5
4
3
2
1
0
17:00
21:00
01:00
05:00
09:00
Horários
Figura 42. Variação nictimeral na densidade de larvas planctônicas do rio das Antas e
principais tributários.
Estas diferenças no horário e mês podem estar relacionadas a diferentes estratégias
exibidas por diferentes espécies. Este padrão (capturas maiores a noite) também é
normal para a ictiofauna neotropical (Vazzoler, 1996).
CR/C/RM/030/110/03/R0
380
A identificação ao nível de espécies ainda está em andamento, porém, até o momento,
foram identificadas e contadas as larvas de algumas espécies de peixe. São elas, em
ordem de abundância: o Astyanax sp., Bryconamericus sp., Pimelodus maculatus,
Oligosarcus robustus, Rhamdia quelen, Hoplias malabaricus, Glanidium sp.,
Prochilodus lineatus. A tabela 5 mostra os valores médios de densidade de larvas das
espécies mais freqüentes.
O Astyanax spp. foi capturado em todas as estações de amostragem (exceto
Guaporé-Foz) e em todos os meses de coleta, com mais valores em Antas-Carreiro e
Carreiro-Foz, especialmente em dezembro (87,6% do total).
O Bryconamericus sp. foi capturado em todos os meses e estações de amostragem,
com maior captura em Antas-São Marcos e São Marcos-Foz, localizadas mais
superiormente, principalmente em dezembro (48,7% do total) e outubro (35,0% do
total).
O Oligosarcus robustus mostrou densidades mais elevadas nas estações Antas-São
Marcos e São Marcos-Foz, nos meses de outubro, novembro e dezembro, este
contribuindo com 78,6% das capturas.
Entre as espécies migradoras, mesmo o pintado Pimelodus maculatus, que apresenta
área de distribuição que se estende para o trecho acima do Cachoeirão, teve suas
larvas capturadas principalmente nas estações localizadas mais inferiormente na
região amostrada (Antas-Carreiro, Carreiro-Foz, Taquari-Guaporé e Guaporé-Foz),
nos meses de outubro (77,0% do total), novembro e dezembro. O migrador de longa
distância grumatã Prochilodus lineatus, só foi capturado na estação FPRA, no mês de
dezembro (Tab.7).
Tabela 7. Lista dos táxons identificados do ictioplâncton capturado no rio das
Antas (valores em negrito demonstram as maiores capturas; espécies em
negrito são migradoras).
Táxons
ANS FSMA ANM ANJU ANP FPRA ANC FCAR ATQ FGUA
M
R
C
C
RA
AR
R
G
Astyanax sp.
Bryconamericus sp.
0,385 0,303 0,268 3,423 1,538 0,880 5,075 5,423 3,528 0,000
1,768 2,050 0,688 0,403 1,205 0,523 0,993 1,410 0,890 0,248
Hoplias malabaricus
0,043 0,000 0,148 0,190 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Oligosarcus robustus
2,968 1,880 0,505 0,063 0,000 0,593 0,000 0,655 0,000 0,000
Prochilodus lineatus
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,098 0,000 0,000 0,000 0,000
Characiformes
0,938 0,318 0,513 0,343 0,818 0,990 0,960 0,488 1,243 0,520
Pimelodus maculatus
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,870 0,195 7,720 0,535
Rhamdia quelen
0,138 0,170 0,115 0,538 0,265 0,280 0,618 0,255 0,098 0,058
Glanidium sp.
0,000 0,000 0,000 0,000 0,083 0,075 0,233 0,000 0,093 0,000
Pimelodidae
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,045 0,000 0,055 0,000
Recém-eclodida
0,000 0,000 0,000 0,100 0,118 0,068 0,035 0,088 0,000 0,000
Siluriformes
0,000 0,000 0,000 0,070 0,060 0,098 0,048 0,000 0,423 0,460
CR/C/RM/030/110/03/R0
381
Cabe ressaltar que as diferenças observadas entre os trechos a montante e a jusante
do Cachoeirão em relação às densidades de larvas foram menos conspícuas que
aquelas constatadas nas densidades de ovos. Assim, foram registrados baixos valores
de densidade de ovos nas estações localizadas nas proximidades do rio São Marcos,
enquanto os de larvas foram razoáveis. A explicação para o fato, ainda em análise,
deve considerar que os ovos planctônicos de peixes são de espécies migradoras ou
sedentárias que desovam na coluna d’água, nesse caso espécies de menor porte. Já
as larvas a deriva incluem também espécies com ovos demersais ou para as quais o
cuidado parental está restrito à fase de ovo. Assim, é esperado que nos trechos mais
altos dos rios e em cursos d’água menos caudalosos predominem (a) espécies
sedentárias de pequeno porte, (b) com ovos demersais depositados sobre rochas ou
vegetais para minimizar os efeitos de arrastes promovidos por variações bruscas de
vazão ou com cuidado parental.
Baseando-se nos resultados obtidos até o momento, podemos dizer que, no trecho
estudado, a região mais crítica para a reprodução de peixes, parece localizar-se a
partir da foz do rio da Prata, aumentando a importância em direção aos trechos mais
inferiores. Ressalta-se, entretanto que as análises de ovos e larvas ainda não foram
concluídas.
6.
TRABALHOS PREVISTOS PARA O PRÓXIMO PERÍODO
6.1. Planilha Resumo
PREVISTOS PLANO
DE TRABALHO
DATA / PERÍODO
Compilação de dados
Abr/03
Análises laboratoriais
Abr/03
Emissão do relatório final
Mai/03
7.
PREVISTOS
REVISADOS
CONCLUSÕES
7.1. Científicas
Mesmo tendo sido analisado apenas o material coletado até dezembro/02, pode-se
tecer algumas considerações sobre os resultados obtidos, as quais são apresentadas
abaixo.
Embora algumas variáveis (ex: condutividade, pH, oxigênio dissolvido) tenham
demonstrado alguns focos de poluição (ex.:São Marcos, Cachoeirão-Jusante), não
foram registrados valores limitantes à presença de peixes, para nenhuma daquelas
analisadas, podendo o fato ser atribuído às freqüentes corredeiras existentes na bacia.
Foram registradas 54 espécies de peixes, sendo cinco delas consideradas migradoras
(Agostinho et al., no prelo) e três introduzidas na bacia. Esse número deverá,
entretanto, ser aumentado com a intensificação das amostragens. Embora os
levantamentos realizados na bacia sejam ainda incipientes, há registros de 29
CR/C/RM/030/110/03/R0
382
espécies a montante do represamento do rio Jacui, em Bom Retiro do Sul (Bruschi Jr,
1997) e 11 espécies na cabeceira da bacia (Hasper et al., 2001). Para o trecho da
bacia do rio Jacui localizado no Parque Estadual do Delta do Jacui, prolongamento
natural do rio das Antas, foram registradas 78 espécies (Koch et al.,2000).
As espécies migradoras, geralmente as mais impactadas pelos represamentos foram
apenas cinco, ou seja, duas piavas Leporinus obtusidens, Leporinus sp., o grumatã
Prochilodus lineatus, o dourado Salminus maxillosus e o pintado Pimelodus maculatus.
O pintado foi a única espécie a ser registrada ao longo de todo trecho estudado,
incluindo o trecho a montante do Cachoeirão. A espécie parece ter seu limite de
distribuição em uma queda d’água de aproximadamente 10m de altura localizado a
cerca de 300m a jusante da barragem do Reservatório de Passo do Meio. Trata-se, no
entanto, de uma migradora moderada (Agostinho et al., no prelo) que não requer
grandes áreas para o desenvolvimento de seu ciclo de vida, como atesta sua
abundância histórica nos desembarques pesqueiros monitorados em reservatórios
dispostos em série, no rio Tietê (Agostinho et al., 2002).
A riqueza de espécies e a diversidade específica foi maior nos trechos localizados
abaixo do eixo da futura barragem da UHE Monte Claro (imediações da foz dos rios
Guaporé e Carreiro).
Ovos e larvas de peixes, inclusive da única espécie reconhecidamente migradora com
distribuição acima do Cachoeirão, são consideravelmente mais abundantes nos
trechos abaixos da futura UHE Monte Claro. Densidades relevantes de larvas nos
trechos superiores ao Cachoeirão devem estar relacionadas com a desova ou deriva
de espécies sedentárias ou migradoras de curta distância, como a maioria do
Tetragonopterinae.
A distribuição de ovos e larvas permite, preliminarmente, inferir que a desova das
espécies com ovos planctônicos (como as espécies migradoras) estejam ocorrendo
principalmente nos trechos a jusante do Cachoeirão.
7.2. Gerais
Somente após a conclusão dos trabalhos laboratoriais e análise dos resultados obtidos
poderão ser formuladas propostas para o manejo das populações e sobre o uso de
equipamentos para transposição.
8.
BIBLIOGRAFIA
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CR/C/RM/030/110/03/R0
386
9.
ANEXOS
9.1. Anexo 1: Mapa de localização das estações de amostragem
9.2. Anexo 2: Tabelas
CR/C/RM/030/110/03/R0
387
Anexo 1
Mapa de localização das estações de amostragem
CR/C/RM/030/110/03/R0
388
CR/C/RM/030/110/03/R0
389
Anexo 2
Tabelas
CR/C/RM/030/110/03/R0
390
Tabela 4. Lista de espécies registradas no rio das Antas e principais tributários
durante o período de amostragem. Espécies em destaque são reconhecidamente
migradoras, *=espécies introduzidas
OSTEICHTHYES
CYPRINIFORMES
CYPRINIDAE
*Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758) “carpa”
*Aristichthys nobilis (Richardson, 1845) “carpa cabeça grande”
*Ctenopharyngodon idella (Valenciennes, 1844) “carpa capim”
CHARACIFORMES
CHARACIDAE
TETRAGONOPTERINAE
Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) “lambari de rabo amarelo”
Astyanax alburnus (Hensel, 1870) “lambari”
Astyanax sp. “lambari”
Astyanax sp. 1 “lambari”
Astyanax sp. 4 “lambari”
Bryconamericus iheringi (Boulenger, 1887) “lambari”
Bryconamericus sp. “lambari”
Bryconamericus sp. 5 “lambari”
Charax stenopterus (Cope, 1894) “lambari trasparente”
Diapoma speculiferum Cope, 1894 “lambari”
Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) “lambari”
Pseudocorynopoma doriae (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “lambari”
Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 “lambari”
ACESTRORHYNCHINAE
Oligosarcus robustus Menezes, 1969 “tambicu”
Oligosarcus sp. “tambicu”
SALMININAE
Salminus maxillosus (Valenciennes, 1849) “dourado”
CRENUCHIDAE
CHARACIDIINAE
Characidium pterostictum Gomes, 1947 “canivete”
PROCHILODONTIDAE
Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) “grumatã” *
CURIMATIDAE
Cyphocharax voga Cope, 1894 “biru”
Cyphocharax spilotus (Vari, 1987)“biru”
Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) “biru”
ANOSTOMIDAE
Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1847) “piava” *
Leporinus sp. “piava” *
ERYTHRINIDAE
Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) “traíra”
Continua...
CR/C/RM/030/110/03/R0
391
continuação.
SILURIFORMES
AUCHENIPTERIDAE
Glanidium sp. “manduvi”
PIMELODIDAE
Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 “pintado” *
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá”
Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) “bagrinho”
Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi”
Heptapterus mustelinus (Valenciennes, 1836) “jundiá-cobra)
BUNOCEPHALIDAE
Bunocephalus doriae (Boulenger, 1902) “cascudinho”
CALLICHTHYIDAE
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo”
Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) “tamboatá”
LORICARIIDAE
PLECOSTOMINAE
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 “cascudo”
Hypostomus aspilogaster (Cope, 1894) “cascudo”
Hemipsilichthys hystrix Pereira & Reis, 2002 “cascudo”
LORICARIINAE
Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) “viola”
Rineloricaria cadeae(Hensel, 1838) “viola”
Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) “viola”
Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) “viola”
Hysonotus sp. “limpa-vidro”
ANCISTRINAE
Ancistrus brevipinnis (Regan, 1904) “cascudo de espinhos”
Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo de
espinhos”
GYMNOTYFORMES
GYMNOTIDADE
Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 “tuvira”
STERNOPYGIDADE
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) “tuvira”
PERCIFORMES
CICHLIDAE
Cichlasoma facetum (Jenyns, 1842) “cará”
Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana”
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará”
Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) “cará”
Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) “cará”
SYNBRANCHIFORMES
SYNBRANCHIDAE
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 “muçum”
CR/C/RM/030/110/03/R0
392
Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no
mês de Novembro de 2002 (ver descrição das áreas para o nome das estações).
ESPÉCIES
MONTANTE
JUSANTE
ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG
A. alburnus
X
X
X
X
X
X
A. bimaculatus
X
X
X
X
X
A. brevipinnis
X
X
X
A. nobilis
X
Astyanax sp.
X
Astyanax sp. 1
X
X
X
X
X
X
Astyanax sp. 4
X
X
X
X
X
X
X
B. doriae
B. iheringi
X
X
X
X
X
X
Bryconamericus sp. 5
X
X
X
X
X
Bryconamericus sp.
X
C. carpio
X
X
C. facetum
X
C. idella
X
X
C. paleatus
X
C. pterostictum
X
X
X
X
C. punctata
X
X
X
X
C. spilotus
X
C. stenopterus
X
X
C. voga
X
X
X
X
X
X
D. speculiferum
X
X
X
E. virescens
X
X
G. brasiliensis
X
X
G. carapo
X
X
G. gymnogenys
X
X
X
X
X
G. labiatus
X
X
X
Glanidium sp.
X
X
X
X
X
X
H. aspilogaster
X
X
X
X
X
H. commersoni
X
X
X
X
H. hystrix
H. jacuiensis
X
X
H. littorale
H. luetkenii
X
X
X
X
X
H. malabaricus
X
X
X
X
X
X
H. mustelinus
X
X
H. punctulatus
X
X
X
X
Hysonotus sp.
X
X
X
L. anus
X
RIACHOS
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Continua...
CR/C/RM/030/110/03/R0
393
continuação.
ESPÉCIES
MONTANTE
JUSANTE
ANSM ANMC ANJUC ANPRA ANCAR ATQG
L. obtusidens
X
X
X
X
Leporinus sp.
X
X
M. cottoides
X
O. robustus
X
X
X
X
X
X
Oligosarcus sp.
X
X
P. doriae
X
P. lineatus
X
P. maculatus
X
X
X
X
X
X
R. cadeae
X
X
R. eriarcha
X
X
R. microlepidogaster
X
X
X
R. quelen
X
X
X
X
X
X
X
X
R. strigilata
X
X
S. biornata
X
X
S. marmoratus
X
X
S. maxillosus
X
Total de espécies
21
23
25
20
34
41
CR/C/RM/030/110/03/R0
RIACHOS
X
X
X
X
X
20
394
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SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FAUNA
1.
INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta os resultados da segunda campanha do trabalho de
monitoramento das Usinas Castro Alves e Monte Claro. O período de monitoramento
compreende um total de 16 campanhas. As atividades foram desenvolvidas no período
de 23 a 29 de outubro de 2002.
1.2. Localização das áreas de amostragem
As atividades de levantamento das espécies de tetrápodes nas quatro áreas de
amostragem na área de influência das Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves,
realizaram-se nos seguintes locais:
LOCAL
Área 1
Área 2
Área 3
Área 4
COORDENADAS
29º 01’ S 51º 31’ W
29º 01’ S 51º 30’ W
29º 00’ S 51º 22’ W
29º 00’ S 51º 23’ W
OBSERVAÇÕES
Usina Monte Claro
Usina Monte Claro
Usina Castro Alves
Usina Castro Alves
2. TRABALHOS REALIZADOS
2.1. Metodologia
2.2.1. Anfíbios
Foram utilizadas as seguintes metodologias, propostas por CRUMP & SCOTT Jr. (1994);
e, ZIMMERMAN (1994): encontro visual e transectos auditivos. A procura por animais
ocorreu em áreas abertas e matas, ambientes lóticos e lênticos.
Os animais obtidos resultaram do encontro de animais mortos e foram tombados na
coleção científica do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria.
Para identificação dos exemplares foi utilizado CEI (1980), LANGONE (1994), ACHAVAL
& OLMOS (1997), KWET & DI-BERNARDO (1999). Para a identificação das espécies
por contato auditivo utilizou-se STRANECK et al. (1994).
2.2.2. Répteis
Foram utilizados os seguintes métodos de amostragem: procura aleatória limitada por
tempo e doações por terceiros. A procura aleatória limitada por tempo ocorreu à tarde e
início da noite por um período de três horas, em cada área. A procura por animais
ocorreu em áreas abertas e matas, ambientes lóticos e lênticos.
Para identificação dos exemplares foi utilizado PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) e
LEMA (1994).
CR/C/RM/030/110/03/R0
395
Os animais obtidos resultaram do encontro de animais mortos e foram tombados na
coleção científica do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria.
2.2.3. Aves
O levantamento qualitativo da avifauna foi realizado através de caminhadas nas quatro
áreas de amostragem contemplando os diferentes ambientes da região de estudo: mata
de encosta, borda de mata, mata ciliar, área aberta, capoeiras e ambiente aquático
(lótico e lêntico). Além destes locais, observações esporádicas foram realizadas na área
urbana do município de Nova Roma e arredores.
Nas áreas MC1 (eixo da Usina Monte Claro) e CA1 (eixo da Usina Castro Alves)
observações também foram realizadas durante a revisão das armadilhas para capturas
de mamíferos.
As observações foram realizadas pela manhã (com início até 1h após o nascer do sol
até às 12h). Durante o percurso foi registrada a ocorrência das espécies de aves
(registro auditivo e/ou visual), informações gerais sobre a biologia (alimentação,
reprodução, tipo de ambiente em que ocupa, localização no estrato arbóreo). Os
registros de espécies noturnas são decorrentes de amostragens esporádicas bem como
da participação da equipe de ornitologia nas atividades de captura de morcegos. A
identificação das espécies, quando por observação direta, foi realizada com o auxílio de
binóculos 8x40. A gravação das vocalizações de algumas espécies foi realizada com
gravador Sony TCM 5000 (versão II) e microfone Senheiser M67.
Para a identificação das espécies foram utilizadas as obras de ARBALLO & CRAVINO
(1999); DUNNING (1987); NAROSKY & YZURIETA (1993); RIDGELY & TUDOR (1994a,
b), DE LA PEÑA (s. a., a, b, c, d), BELTON (1994) e SICK (1997).
2.2.4. Mamíferos
Utilizaram-se as metodologias de transectos para registro de vestígios e redes de
neblina, da forma já descrita em relatório anterior.
Foram instaladas 10 armadilhas live trap pequenas (30x20x40cm) próximo ao futuro
canteiro de obras da usina Castro Alves. Estas ficaram armadas durante 4 noites
consecutivas.
Também se utilizou, em caráter experimental, uma armadilha fotográfica (câmera trap), a
qual ficou instalada na mata ciliar na área MC2 durante uma noite, e foi retirada pois
apresentou problemas devido à chuva.
Os seguintes referenciais bibliográficos foram utilizados como subsídio para identificação
e estudo das espécies: VIZOTTO & TADDEI (1973), SILVA (1984), TRAVI & GAETANI
(1985), EISENBERG (1989), EMMONS (1990), BECKER & DALPONTE (1991), NOWAK
(1991), REDFORD & EISENBERG (1992), FONSECA et al. (1994), OLIVEIRA (1994),
BREDT et al. (1996) LANGE & JABLONSKI (1998); EISENBERG & REDFORD (1999).
2.3. Planilha Síntese dos Trabalhos Realizados
CR/C/RM/030/110/03/R0
396
Item
Local
Data
Metodologia
Resultados
1
Todas 23 a 28/10
para
anfíbios
Transecto auditivo
Procura visual
•
•
•
•
MC1
MC2
CA1
CA2
•
•
•
•
12 espécies
01 espécie
06 espécies
07 espécies
2
Todas 23 a 28/10
para
répteis
Procura visual.
Encontro de animais
mortos
•
•
•
•
MC1
MC2
CA1
CA2
•
•
•
•
01 espécie
04 espécies
3
Todas 25 a 29/10
para aves
levantamento
qualitativo: através de
caminhadas nos
diferentes ambientes
durante o turno da
manhã (início até 1h
após o nascer do sol).
•
•
•
•
MC1
MC2
CA1
CA2
•
•
•
•
56 espécies
67 espécies
82 espécies
50 espécies
4
Todas 23 a 28/10
para
mamíferos
Armadilhas
Procura visual
Procura de vestígios
Redes de neblina
Armadilhas fotográficas.
•
•
•
•
MC1
MC2
CA1
CA2
•
•
•
•
2 espécies
6 espécies
9 espécies
3 espécies
2.4. Aspectos relevantes
Durante a segunda campanha de monitoramento foram realizados os seguintes registros
sobre a fauna da região, a saber:
CR/C/RM/030/110/03/R0
397
Anfíbios
A segunda campanha registrou um expressivo aumento no número de espécies
amostradas para a região. Na primeira campanha, havíamos registrado 11 espécies.
Nesta expedição alcançamos um total de 20 espécies. Este acréscimo, em parte, se
deve à época da amostragem, primavera, período de intensa atividade dos anuros
(estação de reprodução da maioria das espécies de anfíbios do Estado).
Também vale salientar que este número de espécies (20) ultrapassa os registros de
BRAUN & BRAUN (1980) para a Encosta Superior do Nordeste, que totaliza 16 espécies
de anfíbios, e do número de espécies listadas constantes no RIMA do Complexo
Energético Rio das Antas, que registra 14 espécies de anfíbios, para esta região.
Répteis
Não há inventário de répteis disponível para esta região do Estado até o momento.
Durante o RIMA, os répteis não foram inventariados. Portanto, os registros obtidos
durante o monitoramento serão uma grande contribuição para a herpetologia do Rio
Grande do Sul.
Aves
1. Accipiter bicolor (gavião-bombachinha-grande): é uma espécie florestal, rara e
incomum, com registros esparsos pelo Estado conforme BELTON (1994). Foi
registrado em 2 áreas de amostragem, na MC2 e CA1.
2. Pulsatrix perspicillata (murucututu): são poucos os registros desta espécie para o
Rio Grande do Sul, sendo um para Nova Petrópolis (Berlepsch & Ihering (1885), 3
para o Parque Nacional dos Aparados da Serra na década de 70 (BELTON,
1994) e, outro em região de Floresta Atlântica (Estrada Rota do Sol) no extremo
nordeste do Estado por Bencke & Kindel (1999). Esta espécie foi registrada na
MC1.
3. Leptastenura setaria (grimpeiro): espécie comum na região nordeste do Rio
Grande do Sul, estreitamente relacionada a floresta de araucária (BELTON,
1994). Foi registrada em araucárias isoladas nos arredores do município de Nova
Roma.
Mamíferos
•
•
Com relação à campanha anterior, registrou-se a presença de cinco novas
espécies: uma cuíca de espécie não identificada (Tribo Marmosini), Sturnira lilium
(morcego-fruteiro) e Procyon cancrivorus (mão-pelada) na área CA1, Dasypus sp.
(tatu-mulita) na área MC2 e Nectomys squamipes (rato d’ água) na área CA2.
Dois registros ficaram sem identificação na campanha anterior, e foram
encaminhados a especialista para identificação. Um animal que escapou da
armadilha (CA1), foi identificado como Dasyprocta azarae (cutia) a partir de pêlos
recolhidos na gaiola. Pêlos encontrados nas fezes de um carnívoro de grande
porte, no canteiro de obras da usina Monte Claro (MC1), foram identificados como
Nasua nasua (quati). Provavelmente o mesmo foi predado por uma onça parda,
porém não foram encontrados pêlos do predador na amostra para confirmação. O
CR/C/RM/030/110/03/R0
398
registro de quati também representa o acréscimo de uma espécie à listagem geral
de mamíferos.
3. RESULTADOS
3.1. Anfíbios
Durante os trabalhos realizados nesta segunda campanha de monitoramento
envolvendo as Usinas Monte Claro e Castro Alves alcançamos um total de 20 espécies
de anfíbios distribuídas em 04 famílias. Das 20 espécies registradas (Anexo 1), 50%
pertencem à família Leptodactylidae e 25% à família Hylidae. Com apenas duas
campanhas, foi possível amostrar ¼ da anfibiofauna do Estado do Rio Grande do Sul,
que conta hoje com 80 espécies. Já era esperado que o maior número de espécies se
concentrasse nas famílias Leptodactylidae e Hylidae, pois estas contêm o maior número
de espécies de anuros. Tal fato se reflete nos resultados obtidos por área (Anexo 2).
Cabe salientar que foi ultrapassado o número de registros de anfíbios constantes na
literatura e no EIA-RIMA para esta região fisiográfica. As espécies registradas pela
equipe de monitoramento, inéditas para a região são: Bufo sp., Melanophryniscus sp.
(Fig. 1), Hyla pulchella, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus plaumanni (Fig. 2) e
Proceratophrys bigibbosa (Fig. 3).
3.2. Répteis
Até o momento foram registradas 10 espécies de répteis (08 espécies de serpentes e 02
de lagartos), distribuídas em 04 famílias (Anexo 3). Do total de espécies, 70% pertence à
família Colubridae, táxon com o maior número de representantes entre as serpentes. A
distribuição das espécies registradas na segunda campanha, por área de amostragem,
está apresentada no Anexo 4.
3.3. Aves
Durante as atividades de campo, realizadas no período de 25 a 29 de outubro de 2002,
foram registradas 119 espécies de aves, distribuídas em 34 famílias, nas áreas de
amostragem estabelecidas. Do total de 119 espécies observadas, 32,8% estão incluídas
no grupo dos não-passeriformes, o que corresponde a 39 espécies. Passeriformes
Tyranni totalizaram 44 espécies (37,0%) e Passeres 36 espécies (30,2%) (Anexo 6).
Com relação à amostragem anterior (abril de 2002) foram acrescidas 28 espécies a
avifauna local.
BELTON (1994) cita a ocorrência histórica de aproximadamente 252 espécies para esta
região do estado. As 144 espécies registradas até o momento pela equipe de ornitologia
correspondem a 57,1% da avifauna mencionada para esta região. Este resultado parcial
corresponde a 23,1% das espécies de aves mencionadas por BENCKE (2001) para o
Rio Grande do Sul. Desta forma, a listagem apresentada não está completa e,
certamente, novos registros serão incorporados à avifauna deste local nos próximos
trabalhos de campo (Anexo 5).
CR/C/RM/030/110/03/R0
399
As famílias Accipitridae, Cuculidae, Trochilidae e Picidae (todas com 4 espécies), foram
as melhor representadas entre as aves não-passeriformes. Entre os passeriformes
Tyranni destacaram-se as famílias Tyrannidae (24 espécies), Furnariidae e
Formicariidae (ambas com 7 espécies). Os tiranídeos correspondem a 28,9% das
espécies registradas para o Estado, de um total de 83 mencionadas por BENCKE
(2001). A família Emberizidae (17 espécies) foi a melhor representada entre os
Passeres. Este é um resultado esperado, visto estarem entre as famílias mais
numerosas no Brasil (Furnariidae com 103 espécies, Tyrannidae com 210, Formicariidae
168 e Emberizidae com 180 conforme SICK (1997)).
A maioria das espécies registradas no local de estudo é residente (84,9%), ou seja,
podem ser observadas ao longo de todo o ano. Dezoito são migratórias (15,1%), isto é,
permanecem no Estado somente na primavera e verão, onde se reproduzem. São elas:
o socozinho (B. striatus); o gavião-tesoura (E. forficatus); o sovi (I. plumbea); o tuque (E.
mesoleuca); o filipe (M. fasciatus); o enferrujado (E. euleri); o irré (M. swainsoni); o neinei (M. pitangua); o bem-te-vi-rajado (M. maculatus); a peitica (E. varius); o suiriri (T.
melancholicus); a tesourinha (T. savanna); o caneleirinho-preto (P. polychopterus); a
andorinha-doméstica-grande (P. chalybea); a andorinha-serradora (S. ruficollis); o sabiáferreiro (T. subalaris) e a juruviara (V. olivaceus). Uma outra espécie, o andorinhão-dotemporal (C. meridionalis) apresenta, conforme BENCKE (2001) tem status migratório
mas ainda não confirmado para o Estado. O maior número de migrantes pertence à
família Tyrannidae (das 24 espécies, 10 são migratórias). Para a determinação do
“status” migrante ou residente, visto que ainda não foram realizadas amostragens
contemplando todas as estações do ano, utilizou-se os dados disponíveis na literatura.
Entre as espécies residentes, ocupando os estratos inferior e médio da floresta, estão o
joão-teneném (S.spixi ), o pichororé (S. ruficapilla), o matracão (B. cinerea), a choca-damata (T. caerulescens), a coquinha-lisa (D. mentalis), o tororó (T. plumbeiceps), o flautim
(S. virescens), o pula-pula-assobiador (B. leucoblepharus), entre outros. No estrato
superior podem ser visualizados o picapauzinho-verde-carijó (V. spilogaster); o pitiguari
(C. gujanensis), o bem-te-vi-rajado (M. maculatus), a juruviara (V. olivaceus), o papopreto (H.guira), a mariquita (P. pitiayumi) e o tecelão (C. chrysopterus).
Em áreas abertas e bordas de mata são encontrados a corruíra (T. musculus), o sabiádo-campo (M. saturninus), o tico-tico (Z. capensis), o anu-preto (C. ani), o tiê-preto
(T.coronatus), o azulão (P. brissonii), o quete (P. lateralis), quem-te-vestiu (P. nigrorufa),
entre outros. Em área de campo é comum observar o pica-pau-do-campo (C.
campestris), o quero-quero (V. chilensis) .
Algumas espécies relacionadas a ambientes aquáticos -lótico e lêntico- foram
registradas como o socozinho (B. striatus); o biguá (P. olivaceus), o martim-pescadorgrande (C. torquata); o joão-pobre (S. nigricans) e o joão-porca (L. nematura).
Outras espécies por enquanto foram registradas somente na área urbana do município e
arredores, como a coruja-de-igreja (T. alba), o joão-bobo (N. chacuru) e o sabiá-dobanhado (E. platensis). Espera-se encontrá-los também em outras áreas de
amostragem.
Nesta amostragem foi registrada, na área de influência da Usina Monte Claro, uma
espécie incluída na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Rio Grande
CR/C/RM/030/110/03/R0
400
do Sul (Marques et al. 2002): o murucututu (P. perspicillata), incluída na categoria “em
perigo”. Esta espécie foi registrada na área MC1, à noite, em área de mato, durante o
trabalho de monitoramento de anfíbios. No monitoramento anterior (abril/2002) registrouse uma outra espécie ameaçada, o gavião-pombo-branco (L. polionota), incluído na
categoria “em perigo”.
No entanto, considerando espécies ameaçadas em nível global, neste monitoramento foi
registrada uma espécie incluída na categoria “quase-ameaçada” segundo Collar et. al.
(1992): o grimpeiro (L. setaria). O grimpeiro foi registrado em araucárias isoladas,
entremeadas com Pinus, nos arredores do município de Nova Roma. SICK (1997)
menciona que esta espécie está intimamente associada à ocorrência do pinheiro-doparaná (A. angustifolia), construindo seu ninho entre os galhos e grimpas dos pinheiros.
3.4. Mamíferos
Durante a segunda campanha de monitoramento, registraram-se 13 espécies de
mamíferos, pertencentes a 6 ordens e 11 famílias. A listagem taxonômica das espécies
encontra-se no Anexo 7. O número de espécies foi inferior ao registrado na campanha
anterior, o que pode ser atribuído, em parte, à elevada pluviosidade no período de
realização dos trabalhos, pois as chuvas freqüentes danificam ou mesmo eliminam as
impressões de pegadas.
Seis novas espécies foram acrescidas à listagem de mamíferos (5 novos registros feitos
nesta campanha e a identificação de uma espécie da campanha anterior). Desta forma,
até o momento tem-se a confirmação da ocorrência de 24 espécies, somando-se os
dados das quatro áreas monitoradas.
Uma espécie registrada nesta campanha permanece ainda não identificada: uma cuíca,
pertencente à Família Didelphidae, Tribo Marmosini. A mesma foi observada (filmada)
na área CA1, porém dada a distância em que se encontrava não foi possível a
identificação precisa. Pelo tamanho e coloração, é possível tratar-se de Marmosops
incanus ou Micoureus demerarae. Segundo a distribuição geográfica apresentada por
EISENBERG & REDFORD (1999) e EMMONS & FEER (1990), nenhuma das duas
espécies chega até o Rio Grande do Sul, no entanto, ambas têm ocorrência citada para
o estado do Paraná por LANGE & JABLONSKI (1998). FONSECA et al. (1996) citam as
duas espécies para o bioma da Mata Atlântica, sendo portanto possível sua ocorrência
mais para o Sul. Foi encaminhada a especialista para identificação.
O maior número de espécies foi registrado na área CA1 (9 espécies), o que pode ser
resultante do maior número de visitas a esta área, em função da revisão das armadilhas.
Confirmou-se nesta campanha a ocorrência de espécies sensíveis às alterações do
habitat (cervídeos, cutia, tatus) em todas as áreas visitadas, o que indica o grau de
conservação das mesmas. As áreas onde até o momento registrou-se a presença de
maior número de espécies sensíveis foram MC2 e CA2.
As espécies com maior freqüência de registros nesta campanha foram a capivara e o
graxaim-do-mato, especialmente na área MC2. Nesta área, os registros de capivaras
acompanham vários trechos da margem do rio, bem como da estrada, especialmente
nas proximidades de lavouras de milho. Já as pegadas de graxaim são verificadas ao
CR/C/RM/030/110/03/R0
401
longo de toda a estrada, mas não na margem do rio. Estas duas espécies são tidas
como tolerantes à presença humana e atividades associadas.
3.5. Planilha Síntese
Classe
Anfíbios
Espécie
Melanophryniscus sp.
Rana catesbeiana
Adenomera cf. marmorata
Accipiter bicolor
Pulsatrix perspicillata
Leptastenura setaria
Tamandua tetradactyla
Mazama sp.
Local
Categoria
CA1
Rara
MC1 e CA2
Exótica
MC1
Rara*
Aves
MC2 e CA1
Rara1
MC1
Em perigo2
CA1
Quase ameaçada3
Mamíferos
CA1
Ameaçada no RS
MC1, MC2, e Ameaçada no RS
CA1
Lontra longicaudis
CA1
Ameaçada no RS
Dasyprocta azarae
MC2, CA1
Ameaçada no RS
Nasua nasua
MC1
Ameaçada no RS
Agouti paca
MC2, CA2
Ameaçada no RS
Lepus capensis
MC1e CA1
Exótica
* Espécie com distribuição restrita (áreas de encosta da Mata Atlântica), com poucos
registros.
1
Conforme BELTON (1994).
2
Conforme Marques et al. (2002)
3
Conforme Collar et. al. (1992)
4. INDICADORES AMBIENTAIS
4.1. Anfíbios
Segundo PÉFAUR et al. (1993), os anfíbios podem ser considerados como uma valiosa
ferramenta técnico-científica ao utilizá-los como indicadores para detectar deterioração
ambiental, devido a sua alta sensibilidade a fatores ambientais deteriorantes. Duas
espécies registradas até o momento, provavelmente adequadas para tal fim são
Proceratophrys bigibbosa e Hylodes meridionalis. A primeira se encontra geralmente
associada a ambientes de mata bem preservada e riachos com água límpida; a
segunda, vive próxima de cachoeiras com águas límpidas e muito oxigenadas. Esta
espécie é considerada rara, endêmica das encostas montanhosas do sul da Floresta
Atlântica (Serra Geral).
4.2. Aves
As aves silvestres são consideradas bons indicadores da qualidade do ambiente,
principalmente dos ecossistemas florestais. Entre os vertebrados, é um dos grupos
melhor estudados pelo fato de serem muito conspícuos, a maioria apresentar hábitos
diurnos e ocupar uma grande variedade de ambientes. Desta forma, a avifauna tem sido
muito utilizada como ferramenta nos estudos e análises da qualidade e monitoramento
CR/C/RM/030/110/03/R0
402
ambiental (WILLIS, 1979; MORRISON, 1986; KOSKIMIES, 1989; ALEIXO & VIELLIARD,
1995; REGALADO & SILVA, 1997; RODRIGUES et al., 2000)
Várias famílias registradas na área de estudo abrigam espécies sensíveis a alterações
ambientais, como Accipitridae, Ramphastidae, Picidae, Dendrocolaptidae, Furnariidae,
Formicariidae, Tyrannidae, entre outras. Nestas famílias estão incluídas espécies
dependentes de ambientes florestais, sendo muito atingidos com o desmatamento e a
fragmentação florestal (STOTZ et al, 1996).
Mais especificamente, determinados grupos de aves são mencionados na literatura
como indicadores da qualidade ambiental, como as aves escaladoras de tronco e galho,
representada pelas famílias Picidae, Dendrocolaptidae e alguns Furnariidae (SICK,
1997; SOARES & ANJOS, 1999) e, a das aves frugívoras que, ao interagirem com as
plantas, dispersam sementes, desempenhando importantes funções ecológicas
(FOSTER, 1978; MOERMOND & DENSLOW, 1985).
Na área de estudo foram registradas várias espécies integrantes dos grupos
mencionados acima (ver Anexo 5). No entanto, as atividades de monitoramento
desenvolvidas estão em fase inicial, ou seja, ainda catalogando de forma qualitativa a
avifauna da área de estudo. Assim, é um tanto prematuro realizar um diagnóstico da
situação atual da avifauna da área de influência do empreendimento.
4.3. Mamíferos
Mamíferos desempenham um importante papel na manutenção e regeneração da
floresta tropical. Provêem “serviços” ecológicos vitais e são chave na estruturação das
comunidades biológicas através de seus papéis, por exemplo, de predação e dispersão
de sementes, polinização, folivoria, frugivoria, e como predadores de topo. Assim, uma
das formas de avaliar a integridade de um habitat, a partir da comunidade de mamíferos,
é analisar a presença de espécies nos diferentes papéis ecológicos, ou nichos tróficos.
A diversidade de espécies é também um indicativo do estado de conservação de uma
área, embora em certos casos o aumento da complexidade dos habitats, decorrente das
atividades humanas, possa ocasionar um relativo aumento na diversidade beta (hipótese
da perturbação intermediária) (PRIMARCK & RODRIGUES, 2002).
O uso de espécies mais sensíveis às perturbações ambientais como bioindicadoras,
acompanhando suas flutuações populacionais, é outra alternativa no monitoramento
ambiental. No entanto, depende da escolha correta dos organismos mais adequados a
tal finalidade. Estes são geralmente especialistas de habitat e/ou dieta, e são mais
indicados quanto menor for seu tempo de vida (pois a população responderá mais
rapidamente às mudanças).
Dentre as espécies de mamíferos registrados, a maioria (gambá, tatus, morcegos,
cervídeos, graxaim, mão-pelada, quati, capivara, cutia, paca) apresenta ampla
distribuição geográfica. Nenhuma espécie endêmica foi constatada até o momento nas
áreas monitoradas.
Quanto ao grau de tolerância às alterações ambientais, algumas das espécies que
ocorrem na área de estudos exibem alta valência ecológica, conseguindo sobreviver
CR/C/RM/030/110/03/R0
403
mesmo em áreas de moderado impacto antrópico. Este é o caso do graxaim, do mãopelada, e da capivara. Outros ainda, como o gambá, beneficiam-se dos habitats e da
facilidade de encontrar alimento proporcionados pelo homem.
Podemos citar como espécies mais sensíveis às alterações ambientais os morcegos
frugívoros (Phyllostomidae), a paca e os cervídeos. Os dois últimos, classificados como
animais cinegéticos, merecem então atenção especial no monitoramento a longo prazo,
dada a pressão adicional da caça (cujos efeitos se somam às alterações no habitat)
sobre suas populações. A paca, além disso, é estreitamente dependente de florestas
ciliares, o que a torna ainda mais vulnerável.
Espécies como os tamanduás, tatus, macacos, cachorros-do-mato, felinos, e alguns
roedores (paca, cutia) são considerados bons indicadores ambientais (CIMARDI, 1996).
O tatu-galinha, os cervídeos e a cutia estão presentes nas quatro áreas monitoradas, o
que é um indicativo do bom estado de conservação das mesmas. O primeiro pode ser
considerado, juntamente com a capivara e o graxaim-do-mato uma das espécies mais
abundantes na área MC2, e também nos registros gerais.
A presença de 6 espécies que, de acordo com MARQUES et al. (2002) encontram-se
sob algum grau de ameaça no estado do Rio Grande do Sul, ressalta a riqueza da
mastofauna encontrada nas áreas amostrais, bem como a importância deste
monitoramento.
5. CONCLUSÕES
A herpetofauna desta região do Estado, Encosta Superior do Nordeste, é pouca
conhecida. É uma área relativamente pouco amostrada. Os novos registros de espécies
de anfíbios, nesta campanha, já confirmam esta afirmativa, pois em apenas duas
campanhas foram ultrapassados os registros de anfíbios disponíveis na literatura, bem
como o número de espécies indicadas pelo EIA-RIMA do Complexo Energético Rio das
Antas. Até o momento, a herpetofauna está representada por 30 espécies: 20 de
anfíbios e 10 de répteis.
Com relação ao grupo das aves, os registros nesta segunda amostragem somam 144
espécies, o que corresponde a 57,1% das espécies mencionadas por BELTON (1994)
para esta região do estado. A avifauna está composta, em sua grande maioria, por
espécies associadas a ambientes de floresta secundária e com status “residente”. A
região apresenta grande potencial avifaunístico, a ser melhor explorado em futuros
trabalhos.
Quanto aos mamíferos, constatou-se até o momento a presença de 24 espécies, o que é
um bom número, visto que o monitoramento encontra-se em fase inicial, com apenas
duas campanhas realizadas. Dentre estas, as mais sensíveis às alterações ambientais,
portanto com melhor potencial bioindicador, são os cervídeos, a paca, a cutia, o macacoprego e a lontra.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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7. ANEXOS
7.1. Anexo 1: Espécies de anfíbios anuros registrados na área de abrangência das
Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves
7.2. Anexo 2: Relação de espécies de anfíbios amostrados por área
7.3. Anexo 3: Espécies de répteis registrados na área de abrangência das Usinas
Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves
7.4. Anexo 4: Relação das espécies de répteis amostradas por área
7.5. Anexo 5: Espécies de aves registradas na área de abrangência das Usinas
Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves, situadas BENCKE (2001)
7.6. Anexo 6: Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das
Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves
7.7. Anexo 7: Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das
Usinas Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves
7.8. Anexo 8: Modo de registro das espécies de mamíferos por área na Campanha
2
7.9. Anexo 9: Áreas e modo de registro das espécies de mamíferos nas
Campanhas 1 e 2
7.10. Anexo 10: Monitoramento do joão-pobre (Serpophaga nigricans) em área de
sarandizal do rio das Antas
7.11. Anexo 11: Fotografias
CR/C/RM/030/110/03/R0
407
Anexo 1
Espécies de anfíbios anuros registrados na área de abrangência das
Usinas Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves
ANURA
Bufonidae (4)
Bufo ictericus Spix, 1824
Bufo cf. dorbignyi Duméril & Bibron, 1841
Bufo sp.
Melanophryniscus sp.
Hylidae (5)
Aplastodiscus perviridis Lutz, 1950
Hyla pulchella Duméril & Bibron, 1841
Hyla minuta Peters, 1872
Hyla faber Wied-Neuwiedi, 1821
Scinax fuscovarius (Lutz, 1925)
Leptodactylidae (10)
Adenora cf. marmorata
Leptodactylus ocellatus Fitzinger in Steindachner, 1867
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
Leptodactylus plaumanni Ahl, 1936
Limnomedusa macroglossa (Duméril & Bibron, 1841)
Proceratophrys bigibbosa (Peters, 1872)
Physalaemus lisei Braun & Braun, 1977
Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883)
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826
Hylodes meridionalis (Mertens, 1927)
Ranidae (1)
Rana catesbeiana Shaw, 1802
CR/C/RM/030/110/03/R0
408
Anexo 2
Relação de espécies de anfíbios amostradas por área
Àrea de estudo
CA1
Àrea de estudo
CA2
MC1
MC2
Espécie
Hyla minuta
Scinax fuscovarius
Physalaemus cuvieri
Physalaemus lisei
Espécie
Leptodactylus fuscus
Melanophryniscus sp.
Rana catesbeiana
Scinax fuscovarius
Aplastodiscus perviridis
Hyla minuta
Leptodactylus fuscus
Physalaemus cuvieri
Bufo sp.
Bufo ictericus
Aplastodiscus perviridis
Hyla minuta
Hyla faber
Scinax fuscovarius
Physalaemus gracilis
Physalaemus cuvieri
Physalaemus lisei
Leptodactylus ocellatus
Leptodactylus plaumanni
Adenomera cf. marmorata
Rana catesbeiana
Bufo ictericus
CR/C/RM/030/110/03/R0
Família
Hylidae
Leptodactylidae
Família
Bufonidae
Ranidae
Hylidae
Leptodactylidae
Bufonidae
Bufonidae
Hylidae
Leptodactylidae
Ranidae
Bufonidae
409
Anexo 3
Espécies de répteis registrados na área de abrangência das Usinas
Hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves (número de espécies entre
parênteses)
SQUAMATA
Gymnophthalmidae (1)
Pantodactylus schreibersii (Wiegmann, 1834)
Teiidae (1)
Tupinambis merianae
Colubridae (7)
Sibynomorphus turgidus (Cope, 1868)
Liophis poecilogyrus (Wied-Neuwiedi, 1825)
Clelia rustica (Cope, 1878)
Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823)
Philodryas patagoniensis (Girard, 1858)
Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
Viperidae (1)
Bothrops jararaca (Wied-Neuwiedi, 1824)
CR/C/RM/030/110/03/R0
410
Anexo 4
Relação das espécies de répteis amostradas por área
CA1
MC2
CR/C/RM/030/110/03/R0
Espécie
Pantodactylus schreibersii
Tupinambis merianae
Tomodon dorsatus
Bothrops jararaca
Philodryas olfersii
Família
Gymnophthalmidae
Teiidae
Colubridae
Viperidae
Colubridae
411
Anexo 5
Espécies de aves registradas na área de abrangência das Usinas
Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves, situadas nas respectivas
ordens e famílias e acompanhadas dos nomes vulgares, conforme
BENCKE (2001).
ORDEM TINAMIFORMES
Família Tinamidae (2)
Crypturellus obsoletus Temminck, 1815
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815)
inambuguaçu
inambuxintã
ORDEM PELECANIFORMES
Família Phalacrocoracidae (1)
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)
biguá
ORDEM CICONIIFORMES
Família Ardeidae (2)
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)
Butorides striatus (Linnaeus, 1758)
maria-faceira
socozinho
ORDEM FALCONIFORMES
Família Cathartidae (2)
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
urubu-de-cabeça-preta
urubu-de-cabeça-vermelha
Família Accipitridae (6)
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788)
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
Leucopternis polionota (Kaup, 1847)
Buteo magnirostris (Gmelin, 1788)
Buteo brachyurus Vieillot, 1816
gavião-tesoura
sovi
gavião-bombachinha-grande
gavião-pombo-branco
gavião-carijó
gavião-de-rabo-curto
Família Falconidae (4)
Carcara plancus (Miller, 1777)
Milvago chimachima (Vieillot, 1816)
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)
Falco sparverius Linnaeus, 1758
caracará
carrapateiro
gavião-caburé
quiriquiri
ORDEM GRUIFORMES
Família Rallidae (2)
Pardirallus nigricans (Viellot, 1819)
Aramides saracura (Spix, 1825)
saracura-sanã
saracura-do-brejo
ORDEM CHARADRIIFORMES
Família Charadriidae (1)
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
quero-quero
CR/C/RM/030/110/03/R0
412
ORDEM COLUMBIFORMES
Família Columbidae (4)
Columba livia Gmelin, 1789
Columbina talpacoti (Temminck, 1810)
Columbina picui (Temminck, 1813)
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
pombo-doméstico
rolinha-roxa
rolinha-picui
juriti-pupu
ORDEM CUCULIFORMES
Família Cuculidae (4)
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
Guira guira (Gmelin, 1788)
Tapera naevia (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
anu-preto
anu-branco
saci
ORDEM STRIGIFORMES
Família Tytonidae (1)
Tyto alba (Scopoli, 1769)
coruja-de-igreja
Família Strigidae (6)
Otus choliba (Vieillot, 1817)
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
Speotyto cunicularia (Molina, 1782)
Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808)
Asio stygius (Wagler, 1832)
corujinha-do-mato
murucututu
caburé
coruja-do-campo
coruja-orelhuda
mocho-diabo
ORDEM CAPRIMULGIFORMES
Família Caprimulgidae (1)
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789)
bacurau-tesoura
ORDEM APODIFORMES
Família Apodidae (1)
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907
andorinhão-do-temporal
Família Trochilidae (4)
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818)
beija-flor-de-topete
Chlorostilbon aureoventris (d’Orbigny & Lafresnaye, 1838) besourinho-de-bicovermelho
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788)
beija-flor-de-fronte-violeta
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818)
beija-flor-de-papo-branco
ORDEM TROGONIFORMES
Família Trogonidae (1)
Trogon surrucura Vieillot, 1817
surucuá-variado
ORDEM CORACIIFORMES
Família Alcedinidae (3)
Ceryle torquata (Linnaeus, 1766)
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
martim-pescador-grande
martim-pescador-verde
martim-pescador-pequeno
CR/C/RM/030/110/03/R0
413
ORDEM PICIFORMES
Família Bucconidae (1)
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816)
joão-bobo
Família Ramphastidae (1)
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766
tucano-de-bico-verde
Família Picidae (4)
Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827)
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)
Celeus flavescens (Gmelin, 1788)
pica-pau-anão-carijó
picapauzinho-verde-carijó
pica-pau-do-campo
joão-velho
ORDEM PASSERIFORMES
SUBORDEM TYRANNI (Suboscines)
Família Dendrocolaptidae (4)
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1824
Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859)
Lepidocolaptes fuscus (Vieillot, 1818)
arapaçu-verde
arapaçu-grande
arapaçu-escamoso-do-sul
arapaçu-rajado
Família Furnariidae (9)
Furnarius rufus (Gmelin, 1788)
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824)
Synallaxis ruficapilla Viellot, 1819
Synallaxis spixi Sclater, 1856
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823
Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853)
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)
Xenops rutilans Temminck 1821
joão-de-barro
grimpeiro
pichororé
joão-teneném
pi-pui
arredio-oliváceo
joão-porca
trepador-quiete
bico-virado-carijó
Formicariidae (9)
Batara cinerea (Vieillot, 1819)
Mackenziaena leachii (Such, 1825)
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816
Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823)
Drymophila malura (Temminck, 1825)
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823)
Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859)
Hylopezus nattereri (Pinto, 1937)
matracão
brujarara-assobiador
choca-da-mata
choca-de-boné-vermelho
choquinha-lisa
choquinha-carijó
tovaca-campainha
tovaca-de-rabo-vermelho
pinto-do-mato
Conopophagidae (1)
Conopophaga lineata (Wied-Neuwied, 1831)
chupa-dente
Tyrannidae (26)
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
risadinha
CR/C/RM/030/110/03/R0
414
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830)
tuque
Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817)
joão-pobre
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817)
alegrinho
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846
supi-de-cabeça-cinza
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
cabeçudo
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824)
borboletinha-do-mato
Todirostrum plumbeiceps Lafresnaye, 1846
tororó
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825)
bico-chato-orelha-preta
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818
patinho
Myiophobus fasciatus (Muller, 1776)
filipe
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
enferrujado
Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818)
maria-preta-bico-de-azulado
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818)
suiriri-pequeno
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788)
birro
Machetornis rixosus (Vieillot, 1819)
suiriri-cavaleiro
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859
irré
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
bem-te-vi
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)
neinei
Myiodynastes maculatus (Muller, 1776)
bem-te-vi-rajado
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)
peitica
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
suiriri
Tyrannus savanna Vieillot, 1808
tesourinha
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816)
caneleirinho-verde
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)
caneleirinho
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)
caneleirinho-preto
Família Pipridae (2)
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)
SUBORDEM PASSERES (Oscines)
Família Hirundinidae (3)
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
Notiochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
flautim
dançador
andorinha-doméstica-grande
andorinha-pequena-de-casa
andorinha-serradora
Família Troglodytidae (1)
Troglodytes musculus Naumann, 1823
corruíra
Família Mimidae (1)
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)
sabiá-do-campo
Família Muscicapidae (5)
Subfamília Turdinae (5)
Turdus subalaris (Seebohm, 1887)
Turdus rufiventris Vieillot, 1818
Turdus leucomelas Vieillot, 1818
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850
Turdus albicollis Vieillot, 1818
sabiá-ferreiro
sabiá-laranjeira
sabiá-barranco
sabiá-poca
sabiá-coleira
CR/C/RM/030/110/03/R0
415
Família Emberizidae (21)
Subfamília Emberizinae (7)
Zonotrichia capensis (Müller, 1776)
Poospiza nigrorufa (Lafresnaye & d`Orbigny, 1837)
Poospiza lateralis (Nordmann, 1835)
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)
Embernagra platensis (Gmelin, 1789)
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)
Coryphospingus cucullatus (Muller, 1776)
tico-tico
quem-te-vestiu
quete
canário-da-terra-verdadeiro
sabiá-do-banhado
coleirinho
tico-tico-rei
Subfamília Cardinalinae (3)
Saltator similis d`Orbigny & Lafresnaye 1837
Saltator maxillosus Cabanis, 1851
Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1723)
trinca-ferro-verdadeiro
bico-grosso
azulão-verdadeiro
Subfamília Thraupinae (10)
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844)
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766)
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818)
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789)
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823)
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819)
Euphonia chalybea (Mikan, 1825)
Euphonia pectoralis (Latham, 1802)
cabecinha-castanha
papo-preto
tiê-preto
tiê-de-topete
sanhaçu-cinzento
sanhaçu-papa-laranja
sanhaçu-frade
saíra-viúva
cais-cais
gaturamo-serrador
Subfamília Coerebinae (1)
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
cambacica
Família Parulidae (4)
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830)
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)
mariquita
pia-cobra
pula-pula
pula-pula-assobiador
Família Vireonidae (3)
Cyclaris gujanensis (Gmelin, 1789)
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822)
gente-de-fora-vem
juruviara
verdinho-coroado
Família aIcteridae (1)
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825)
yecelão
Família Fringillidae (1)
Carduelis magellanica (Vieillot, 1805)
pintassilgo
Família Passeridae (1)
Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
pardal
CR/C/RM/030/110/03/R0
416
Família Corvidae (1)
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818)
CR/C/RM/030/110/03/R0
gralha-azul
417
Anexo 6
Relação das espécies de aves registradas nas áreas de amostragem. A
nomenclatura binominal e seqüência taxonômica estão de acordo com
BENCKE (2001)
Família/
Espécie
Tinamidae (2)
Crypturellus obsoletus
Crypyutellus tataupa
MC1
X
X
Áreas de amostragem
MC2
CA11
X
X
X
Phalacrocoracidae (1)
Phalacrocorax brasilianus
Accipitridae (4)
Elanoides forficatus
Ictinia plumbea
Accipiter bicolor
Buteo magnirostris
Falconidae (3)
Carcara plancus
Milvago chimachima
Falco sparverius
X
X
X
X
X
X
X
X
Rallidae (1)
Aramides saracura
Charadriidae (1)
Vanellus chilensis
Columbidae (3)
Columbina talpacoti
Columbina picui
Leptotila verreauxi
Cuculidae (4)
Piaya cayana
Crotophaga ani
Guira guira
Tapera naevia
CR/C/RM/030/110/03/R0
X
X
Ardeidae (1)
Butorides striatus
Cathartidae (2)
Coragyps atratus
Cathartes aura
CA2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
418
Família/
Espécie
Tytonidae (1)
Tyto alba
Strigidae (2)
Otus choliba
Pulsatrix perspicillata
MC1
Áreas de amostragem
MC2
CA11
X
X
X
Apodidae (1)
Chaetura meridionalis
Trochilidae (4)
Stephanoxis lalandi
Chlorostilbon aureoventris
Thalurania glaucopis
Leucochloris albicollis
Trogonidae (1)
Trogon surrucura
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Alcedinidae (2)
Ceryle torquata
Chloroceryle amazona
Bucconidae (1)
Nystalus chacuru
Dendrocolaptidae (3)
Sittasomus griseicapillus
Dendrocolaptes platyrostris
Lepidocolaptes falcinellus
CR/C/RM/030/110/03/R0
X
X
X
Ramphastidae (1)
Ramphastos dicolorus
Picidae (4)
Picumnus temminckii
Veniliornis spilogaster
Colaptes campestris
Celeus flavescens
CA2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
419
Família/
Espécie
Furnariidae (7)
Furnarius rufus
Leptastenura setaria
Synallaxis ruficapilla
Synallaxis spixi
Synallaxis cinerascens
Syndactyla rufosuperciliata
Lochmias nematura
Formicariidae (7)
Batara cinerea
Mackenziaena leachii
Thamnophilus caerulescens
Dysithamnus mentalis
Drymophila malura
Chamaeza campanisona
Chamaeza ruficauda
MC1
X
X
X
CR/C/RM/030/110/03/R0
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
CA2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Conopophagidae (1)
Conopophaga lineata
Tyrannidae (24)
Camptostoma obsoletum
Elaenia mesoleuca
Serpophaga nigricans
Serpophaga subcristata
Miocectes rufiventris
Leptopogon amaurocephalus
Phylloscartes ventralis
Todirostrum plumbeiceps
Tolmomyias sulphurescens
Platyrinchus mystaceus
Myiophobus fasciatus
Lathrotriccus euleri
Knipolegus cyanirostris
Satrapa icterophrys
Myiarchus swainsoni
Pitangus sulphuratus
Áreas de amostragem
MC2
CA11
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
420
Família/
Espécie
Megarynchus pitangua
Myiodynastes maculatus
Empidonomus varius
Tyrannus melancholicus
Tyrannus savanna
Pachyramphus viridis
Pachyramphus castaneus
Pachyramphus polychopterus
CR/C/RM/030/110/03/R0
MC1
X
X
Áreas de amostragem
MC2
CA11
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
CA2
X
X
X
X
421
Família/
Espécie
Pipridae (2)
Schiffornis virescens
Chiroxiphia caudata
MC1
X
Hirundinidae (3)
Progne chalybea
Notiochelidon cyanoleuca
Stelgidopteryx ruficollis
Troglodytidae (1)
Troglodytes musculus
Mimidae (1)
Mimus saturninus
Muscicapidae (5)
Turdinae (5)
Turdus subalaris
Turdus rufiventris
Turdus leucomelas
Turdus amaurochalinus
Turdus albicollis
Emberizidae (17)
Emberizinae (7)
Zonotrichia capensis
Poospiza nigrorufa
Poospiza lateralis
Sicalis flaveola
Embernagra platensis
Sporophila caerulescens
Coryphospingus cucullatus
Cardinalinae (3)
Saltator similis
Saltator maxillosus
Cyanocompsa brissonii
Thraupinae (7)
Pyrrhocoma ruficeps
Hemithraupis guira
Tachyphonus coronatus
Thraupis sayaca
Thraupis bonariensis
Stephanophorus diadematus
Pipraeidea melanonota
CR/C/RM/030/110/03/R0
Áreas de amostragem
MC2
CA11
CA2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
422
Família/
Espécie
Parulidae (4)
Parula pitiayumi
Geothlypis aequinoctialis
Basileuterus culicivorus
Basileuterus leucoblepharus
Vireonidae (3)
Cyclaris gujanensis
Vireo olivaceus
Hylophilus poicilotis
MC1
Áreas de amostragem
MC2
CA11
CA2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Icteridae (1)
Cacicus chrysopterus
X
Fringillidae (1)
Carduelis magellanica
X
Total de espécies por área
56
X
X
X
X
67
82
50
1
Registros de espécies no perímetro urbano da cidade foram incluídos na CA1 em função da proximidade
entre estes locais.
CR/C/RM/030/110/03/R0
423
Anexo 7
Espécies de mamíferos registradas na área de abrangência das Usinas
Hidrelétricas Monte Claro e Castro Alves (número de espécies entre
parênteses)
DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae (2)
Didelphis albiventris Lund, 1840
Marmosini (espécie não identificada)
Gambá-de-orelha-branca
Cuíca
XENARTHRA
Dasypodidae (2)
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758
Dasypus sp.
Tatu-galinha
Tatu-mulita
Myrmecophagidae (1)
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758)
Tamanduá-mirim
CHIROPTERA
Phyllostomidae (2)
Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810)
Artibeus lituratus (Olfers, 1818)
Morcego-fruteiro
Morcego-cara-branca
Vespertilionidae (1)
Myotis nigricans (Schinz, 1821)
Morcego-borboleta-escuro
PRIMATES
Cebidae (1)
Cebus apella (Linnaeus, 1758)
Mico
CARNIVORA
Canidae (1)
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766)
Graxaim-do-mato
Procyonidae (2)
Nasua nasua
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798)
Quati
Mão-pelada
Mustelidae (1)
Lontra longicaudis (Olfers, 1818)
Lontra
Felidae (1)
Espécie não identificada
Gato-do-mato
ARTIODACTYLA
Cervidae (1)
Mazama sp.
Veado
CR/C/RM/030/110/03/R0
424
RODENTIA
Muridae (3)
Nectomys squamipes
Espécie 1
Espécie 2
Rato-d’ água
Rato
Rato
Erethizontidae (1)
Sphiggurus sp.
Ouriço
Caviidae (1)
Cavia aperea Erxleben, 1777
Preá
Hydrochaeridae (1)
Hydrochaeris hydrochaeris (Linnaeus, 1766)
Capivara
Dasyproctidae (1)
Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823
Cutia
LAGOMORPHA
Leporidae (1)
Lepus capensis Linnaeus, 1758
CR/C/RM/030/110/03/R0
Lebre
425
Anexo 8
Modo de registro das espécies de mamíferos por área na Campanha 2
MC1
DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae
Didelphis albiventris
Marmosini (espécie não identificada)
XENARTHRA
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus
Dasypus sp.
CHIROPTERA
Phyllostomidae
Sturnira lilium
CARNIVORA
Canidae
Cerdocyon thous
A
Procyonidae
Procyon cancrivorus
Felidae
Espécie não identificada
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama sp.
P
RODENTIA
Muridae
Nectomys squamipes
Hydrochaeridae
Hydrochaeris hydrochaeris
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae
Agoutidae
Agouti paca
MC2
CA1
P
A
A
P
P
P
CA2
P
C
P
P, A
P
F, A
P
P
P
P
P
A
Legenda: MC 1 e MC 2= Monte Claro 1 e 2; CA 1 e CA 2= Castro Alves 1 e 2. A= avistamento; C=captura;
P= pegada; F=fezes.
CR/C/RM/030/110/03/R0
426
Anexo 9
Áreas e modo de registro das espécies de mamíferos nas Campanhas
1e2
DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae
Didelphis albiventris
Marmosini (Espécie não
identificada)
XENARTHRA
Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus
Dasypus sp.
CHIROPTERA
Phyllostomidae
Artibeus lituratus
Sturnira lilium
Vespertilionidae
Myotis nigricans
PRIMATES
Cebidae
Cebus apella
CARNIVORA
Canidae
Cerdocyon thous
Procyonidae
Nasua nasua
Procyon cancrivorus
Mustelidae
Lontra longicaudis
Felidae
Espécie não identificada
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama sp.
RODENTIA
Muridae
Nectomys squamipes
Sp. 1
Sp. 2
Erethizonthidae
Sphiggurus sp.
CR/C/RM/030/110/03/R0
MC1
MC2
CA1
A
P
P, A
CA2
A
C
P
P
P
P
P
C
C
C
A
A, P
P
A, P
*
P
O
F
F
F, A
P
P
A
A
P
P
C
C
A
427
MC1
Caviidae
Cavia aperea
Hydrochaeridae
Hydrochaeris hydrochaeris
Agoutidae
Agouti paca
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae
LAGOMORPHA
Leporidae
Lepus capensis
MC2
CA1
CA2
P, F
P
P
A
P
C, A
P
A, C
A
P
F
Legenda: MC 1 e MC 2= Monte Claro 1 e 2; CA 1 e CA 2= Castro Alves 1 e 2. A= avistamento; C=captura;
P= pegada; F=fezes; O= odor; *=predado por carnívoro, pêlos encontrados nas fezes.
CR/C/RM/030/110/03/R0
428
Anexo 10
Monitoramento do joão-pobre (Serpophaga nigricans) em área de
sarandizal do rio das Antas
O objetivo de tentar anilhar com anilhas plásticas coloridas indivíduos de S. nigricans
não foi possível em função da elevação do nível do rio e da forte correnteza. Novas
tentativas estão previstas para a próxima amostragem.
Nesta amostragem foi registrado S. nigricans nas áreas Castro Alves 1 e 2. Na CA1 esta
espécie foi observada na mata ciliar e na CA2 observou-se um casal de joão-pobre
ocupando uma faixa estreita de sarandis, localizada dentro do rio. A movimentação
constante dos indivíduos neste tipo de ambiente tem dificultado as atividades de
monitoramento desta espécie.
CR/C/RM/030/110/03/R0
429
Anexo 11
Figura 1 – Melanophryniscus sp.
Figura 2 – Leptodactylus plaumanni.
CR/C/RM/030/110/03/R0
430
Figura 3 – Proceratophrys bigibbosa em postura de defesa.
CR/C/RM/030/110/03/R0
431
SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FLORA
1.
INTRODUÇÃO
O Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora teve nesse semestre
a continuação dos trabalhos nas áreas de canteiros de obras das UHE Monte Claro e
Castro Alves, e do Mapeamento da Distribuição das Espécies endêmicas Dickia,
Lafoensia e Callisthene na área de influência da UHE Monte Claro.
Este relatório foi dividido em duas partes, uma para cada uma dessas atividades. A
primeira refere-se ao Salvamento e Resgate executados nas áreas de canteiros de
obras das UHE Monte Claro eCastro Alves, sob a responsabilidade da empresa ABG
Engenharia e Meio Ambiente.
A segunda, sob a responsabilidade da Bióloga Olinda Leites Bueno, trata do estudo
da distribuição das espécies endêmicas na área de influência da UHE Monte Claro,
com apresentação dos resultados parciais, obtidos nas duas primeiras campanhas
de levantamentos.
2.
TRABALHOS REALIZADOS
2.1 Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das
UHEs Monte Claro e Castro Alves
2.1.1. Localização da área de trabalho
As atividades foram realizadas dentro dos limites dos canteiros de obras de
barramento e casa de força das UHE Monte Claro e Castro Alves e áreas de
entorno.
CR/C/RM/030/110/03/R0
432
2.1.2. Trabalhos no Período
Planilha de Trabalhos Previstos/Realizados
SERVIÇOS
Coleta e
herborização
Mudas para
Transplante
Trilha/N.R.A.
TranSplantes
ATIVIDADES
UHE
PREVISTAS
REALIZADAS
MC
plantas companheiras das espécies endêmicas ok
CA
espécie endêmica
ok
espécies dos paredões rochosos
ok
espécies do estrato arbustivo, herbáceo e
epífitas da área da casa de força
ok
MC
planta companheira da espécie endêmica
ok
CA
epífitas encontradas na área do barramento e
casa de força
ok
MC
Acompanhamento de transplantes de ficus,
erythryna e Syagrus em Monte Claro
ok
Durante o ano de 2002 foram realizadas duas campanhas a cada mês na área do
empreendimento da UHE de Monte Claro. Nestas, foram levantadas as espécies
existentes nas áreas da casa de força e barramento pertencentes aos estratos
arbustivo e herbáceo, bem como de epífitas.
Como atividades de salvamento e resgate foram realizadas coletas de mudas e
exsicatas das espécies ocorrentes nas áreas de canteiro de obras das UHE de
Monte Claro (barramento) e Castro Alves (barramento, casa de força). As atividades
tiveram início no mês de dezembro/02 e se estenderam até fevereiro/03. Também
foram feitas coletas de material propagativo na área de Monte Claro (canteiros e
reservatório) para produção de mudas no viveiro instalado no Núcleo de Referência
Ambiental (NRA).
As campanhas objeto deste relatório foram destinadas a promover o conhecimento
da flora ocorrente na área do barramento e casa de força da UHE de Castro Alves,
além de um levantamento preliminar das espécies que ocorrem junto aos paredões
rochosos, nas áreas de influência deste empreendimento. Também foi verificada a
presença de espécies endêmicas e suas companheiras, tanto na área da UHE
Castro Alves, como em Monte Claro. Foram realizadas uma campanha no mês de
dezembro, duas em janeiro e uma em fevereiro.
CR/C/RM/030/110/03/R0
433
As coletas do material botânico foram realizadas nas áreas mencionadas
anteriormente, com a obtenção das partes vegetativas e reprodutivas, quando
possível. Após, cada material foi herborizado, com o auxílio de prensa e jornal e
catalogado conforme metodologia aplicada em taxonomia vegetal (Ming, In: Di Stasi,
1995).
As mudas das espécies coletadas foram transplantadas na área da trilha ecológica
pertencente ao Núcleo de Referência Ambiental (N.R.A.) da CERAN, situado no
canterio de obras da UHE Monte Claro.
Para a identificação das espécies foi utilizado um microscópio esteroscópio “Zeiss
aus Jena” e consulta à literatura especializada, principalmente: Reitz R. (ed.) 19651997 “Flora Ilustrada Catarinense”, Burkart, A. (ed.) 1969-1987 “Flora Ilustrada de
Entre Rios” (Argentina)”, Cabrera, A.L. (ed.) 1963-1970 “Flora de la Província de
Buenos Aires; além de comparação com exsicatas do herbário do Departamento de
Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN) e ainda, quando
necessário, consulta a especialistas.
Foram verificadas as espécies presentes nas Angiospermas, sendo observadas
aquelas perrtencentes às famílias da classe Magnoliopsida (Dicotiledôneas) e da
Liliopsida (Monocotiledôneas), segundo a classificação de Cronquist (1981). Para
cada espécie são apresentadas informações ecológicas, baseadas em observações
a campo e/ou bibliografia especializada, referentes a: (a) hábito – arbustivo,
herbáceo, epifítico, lianas, (b) categoria de ameaça, segundo a Lista Final das
Espécies Ameaçadas/RS (Decreto estadual n. 42.099, publicado em 1o /01/2003) –
criticamente em perigo (CR), em perigo (EN), vulnerável (VU), provavelmente extinta
(PE).
Na área do canteiro de obras da UHE Monte Claro também foi realIzada coleta de
propágulos para produção de mudas no NRA, e o acompanhamento de operações
de transplantes de árvores dos gêneros Ficus, Erythryna e Syagrus.
CR/C/RM/030/110/03/R0
434
2.1.3. Planilha de reumo de trabalhos realizados
LOCAL
METODOLOGIA
UHE Castro Alves
Coleta e herborização
UHE Monte Claro
barramento
RESULTADOS
Espécie endêmica: sarandibranco
Plantas companheiras da espécie
endêmica:
caliandra
dedaleira-branca
Coleta e herborização
espinheira-santa
quebra-pedra
relbunium
sete-sangrias
Coleta de mudas para gravatá
transplante
UHE Castro Alves
pixiricas
Coleta e herborização
paredões rochosos
ripsalis
bromélias
cravo-do-mato
erva-de-vidro
orquídeas
avenca-de-espiga
carqueja
UHE Castro Alves
barramento
Coleta de mudas para carquejinha
transplante
comelina
dioscorea
eupatorium
flor-de-sangue
gervão-roxo
gravatá-de-brinco
manetia
Continua...
CR/C/RM/030/110/03/R0
435
continuação.
micania
oficial-de-sala
pata-de-vaca
piper
UHE-Castro Alves
barramento
Coleta de mudas para piptocarpha
transplante
polymnia
psycothria
quebra-tudo
salsaparrilha
Coleta e herborização stenachaenium
cravo-do-mato
UHE-Castro Alves
Casa de força
erva-de-vidro
Coleta de mudas para filha-do-ar
transplante
orquídeas
ripsalis
figueira
inga
louro
canela-preta
UHE Monte Claro
Coleta de sementes
umbu
cancorosa
canjerana
mamica-de-cadela
canela-guaicá
capororoca
Continua...
continuação.
CR/C/RM/030/110/03/R0
436
canela-louca
canjerana
jerivá
grandiuva
camboatá-vermelho
Coleta de sementes
UHE Monte Claro
canela-guaicá
chal-chal
chá-de-bugre
pitanga
Jabuticaba
Acompanhamento de 44 transplantes realizados desde
transplantes
o início da obra
A listagem completa, com os nomes científicos, é apresentada nos Anexos 1, 2 e 3.
2.1.4. Trabalhos previstos para o próximo período
PREVISTOS PLANO DE TRABALHO
DATA /
PERÍODO
Coleta e herborização de espécies de paredões / canteiro de
obras UHE Monte Claro
Maio - outubro
Coleta e herborização de espécies / reservatório UHE Monte
Claro
Coleta e herborização de espécies / canteiro de obras UHECastro Alves
Maio - outubro
Coleta de propágulos reservatório UHE Monte Claro e Castro
Alves
Maio – outubro
Coleta de plantas reservatório UHE Monte Claro e Castro
Alves
Transplantes – casa de força UHE Castro Alves
CR/C/RM/030/110/03/R0
Maio - outubro
437
2.1.5. Considerações Científicas
As espécies classificadas na categoria “em perigo”, como a dedaleira-branca e o
sarandi-branco devem ser removidas da área de influência do empreendimento
(UHEs Castro Alves e Monte Claro), após estudos direcionados ao mapeamento
destas espécies e suas companheiras.
As duas espécies de bromeliáceas – cravo-do-mato – que são consideradas
“vulnerável” devem ser monitoradas na área não desmatada, bem como na trilha
ecológica (NRA.), a fim de ser avaliado o desenvolvimento e distribuição da
população.
3.
ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES ENDÊMICAS
Callisthene inundata, Lafoensia nummularifolia e Dickia sp
Este trabalho encontra-se em andamento, tendo sido realizadas até o momento duas
campanhas. Devido às fortes chuvas que ocorreram durante a realização da
segunda campanha, não foi possível realizar os levantamentos na área de influência
da UHE Monte Claro ao longo do rio da Prata.Este trabalho deverá ser completado
no próximo semestre, quando o nível do rio e o estágio fenológico das plantas
permita sua identificação.
Em maio deverá ser emitido relatório específico sobre esse estudo, com os dados
obtidos na segunda campanha de campo e o mapeamento e lista de espécies
companheiras registradas até o momento.
São aqui apresentados os dados da primeira campanha de levantamentos, conforme
realtório entregue è FEPAM em março de 2003.
3.1. Metodologia
Como principais equipamentos para os trabalhos de campo foram utilizados:
máquina fotográfica convencional, aparelho de GPS, binóculo, bloco de
apontamentos, prancheta, planilha, prensa, podão pazinha de jardinagem além de
outros materiais, equipamentos e indumentária pertinentes a trabalhos de campo.
Para os deslocamentos utilizou-se carro, barco e esforço próprio (caminhadas). O
método empregado para o preparo da listagem prévia das localidades e das
espécies foi através de consulta ao Herbário HAS. As exsicatas foram preparadas
CR/C/RM/030/110/03/R0
438
seguindo-se normas internacionais de curadoria de Herbário. Durante a campanha
percorreu-se ambas as margens do rio das Antas e do Arroio do Mico, nos
municípios de Nova Roma (margem direita) e Pinto Bandeira (margem esquerda),
abrangendo a alça de vazão reduzida e a área do reservatório da UHE Monte Claro.
Em diversos pontos do percurso foram anotas as coordenadas, tomando-se como
primeiro ponto de referência o início do percurso, mesmo que as espécies alvo não
estivessem presentes. Os demais pontos foram tomados a partir da presença de
alguma das três espécies. Os dados fitossociológicos foram anotados através de
estimativa visual. Para o preparo das amostras exsicatadas somente foram coletadas
as espécies que estavam férteis.
3.2. Atividades
3.2.1. Laboratoriais
•
•
•
•
•
•
consulta ao herbário HAS: exame do material e confecção de lista de ocorrência
das espécies alvo do presente estudo;
organização do material de coleta
preparo das exsicatas (prensagem, identificação)
organização das fotos
compilação de dados
redação do relatório parcial
3.2.2. De Campo
Os trabalhos de campo para realização da primeira campanha de mapeamento, na
área de reservatório da UHE Monte Claro, ocorreram no período de 21 até 23/1/03,
quando, percorreu-se o rio, abrangendo-se tanto a alça de vazão reduzida como o
futuro lago, nos municípios de Nova Roma do Sul e Pinto Bandeira, margens direita
e esquerda.
Os pontos mais significativos, em termos de ocorrência das espécies chaves, objeto
desse estudo, foram georreferenciados. A fim de facilitar um futuro acesso aos locais
estudados, tomou-se como primeiro ponto de georreferência o início do percurso. Os
locais estudados serão chamados de: xº ponto amostrado.
1º ponto amostrado: a 5km da entrada a 29º03’34,5” 51º26’20,7” (fim do lago da
UHE Monte Claro, alça de vazão reduzida, margem direita) constatou-se a
ocorrência de Callisthene inundata em agrupamento continuado por mais de 2km.
CR/C/RM/030/110/03/R0
439
2º ponto amostrado: a 7km da entrada a 29º02’32,8” 51º26’49,8” (dentro do lago da
M.Claro, linha Barata Góes ) continuação da ocorrência de Callisthene, menos
abundante, incrustrada nos matacões rochosos, bem na margem do rio. Todos
indivíduos adultos.
3º ponto amostrado: a 8,5km da entrada a 29º01’24,8” 51º27’28,4” (casa de força da
UHE Castro Alves dentro do lago da UHE Monte Claro). Neste local não foi
constatada a ocorrência de Callisthene nem das outras endêmicas. O ambiente é
completamente alterado por ação antrópica ocorrendo somente espécies típicas
invasoras desse tipo de habitat.
Concomitante a esse percurso fez observações, à distancia, da margem esquerda no
município de Pinto Bandeira (fotos de 1 a 5) constatando-se a ocorrência de C.
inundata em faixa contínua desde o 1º ponto referenciado.
4º ponto amostrado: margem esquerda do rio, acesso pela linha Clementina,
Propriedade do Sr. Wilson Marquete (área alagada) a 29º01’37,5” 51º28”45,4”.
Ausência das três espécies, embora estivessem presentes suas principais
acompanhantes as quais serão distribuídas em tabela posteriormente.
Seguiu-se leito do rio abaixo em direção ao canteiro de obras da UHE Monte Claro.
Logo a seguir foi sendo notada a presença de indivíduos isolados de Callisthene nas
duas margens. No decorrer do percurso a freqüência da espécie foi aumentando
gradativamente.
5º ponto amostrado: 29º01’41,7” 51º30’01,9” presença e freqüência de Callisthene e
suas acompanhantes principais.
6º ponto amostrado: 29º01’38,2” 51º30”12,5” Neste ponto a presença de Callisthene
tornou-se abundante em ambas as margens. Essa ocorrência segue em faixa
contínua por vários quilômetros. Começa também a presença de Lafoensia. Além
das acompanhantes principais chamou a atenção a presença de Aspidosperma
riedelli por ser uma espécie rara, mas já constatada em outras oportunidades na
região.(foto 6).
7º ponto amostrado: 29º01’35,7” 51º30’18,6” Neste ponto ocorrem as três espécies.
Callisthene continua abundante em ambas as margens. Lafoensia em freqüência
significativa, na orla da mata e fenda das rochas, chamando a atenção pelas flores
CR/C/RM/030/110/03/R0
440
branca-amareladas, muito visitada por abelhas e borboletas. Dickia sp. ocorrendo
agrupada formando grandes toceiras junto as rochas. (fotos 7, 8 e 9).
Nestas coordenadas encontra-se um lajedo bem característico do local onde
crescem nas fendas das rochas espécies herbáceas de gramíneas, Cuphea, Dickia
sp. entre outras além de arbustos de Lafoensia.
8º ponto amostrado 29º01’28,3” 51º30’40,0” praticamente defronte ao canteiro de
obras da UHE Monte Claro. Abundância de Callisthene como nos dois pontos
anteriores. Dickia e Lafoensia abundantes ambas em flor. Nesse local constatou-se
um dos maiores agrupamentos de Lafoensia, com aproximadamente 50 indivíduos,
visto que, até então, haviam sido encontrados, no máximo, uns 10 indivíduos. (fotos
10 e 11).
9º ponto amostrado: seguiu-se o rio, acima da foz do rio da Prata, margem esquerda,
a 29º00’57.5” 51º28’05,7”. Foi encontrada só Callisthene em faixa contínua
juntamente com suas acompanhantes.
10º ponto amostrado: Pela margem esquerda do arroio do Mico, a cerca de 3km da
foz, Propriedade dos Srs. Cristiano Basso e Valdir Marchete. 29º03’24,0” 51º26’31,3”
presença de Callisthene com algumas de suas acompanhantes, como Sarandis,
Calliandra, angico e rabo-de-bugio.
11° ponto amostrado: 29º03’45,8” 51º25’50,1”(alça de vazão reduzida) a cerca de
500m do arroio do Mico importante afloramento rochoso bem característico (fotos 12,
13 e 14). Presença e abundância das três espécies: Callisthene freqüente em faixa
contínua entre os dois pontos amostrados. Lafoensia abundante e florida em
agrupamento sobre os lajedos e intercalada nas fendas das rochas. Dickia, com uma
centena de indivíduos que, reunidos, formam uma grande toceira distribuída tanto
nas fendas das rochas como na beira da mata (foto 15).
Com relação às espécies acompanhantes, daquelas consideradas principais, duas
plantas chamaram a atenção nesse ponto estudado: a Calliandra, muito abundante,
permeia a vegetação ripária chamando a atenção pelos longos estames em dois tons
de rosa, e Pouteria salicifolia até então uma das espécies mais freqüente com
Callisthene, neste ponto é muito rara.
CR/C/RM/030/110/03/R0
441
3.
CONSIDERAÇÕES CIENTÍFICAS
Lafoensia numularifolia St. Hil. encontrava-se florida no mês de janeiro, aconselha-se
que seja monitorado o seu período de frutificação, talvez de 30 a 40 dias a fim de
que sejam coletadas sementes para subsidiar a produção de mudas e conseqüente
reposição da espécie em habitat selecionado futuramente. Essa prática de cultivo “ex
situ” é fundamental, considerando-se que nos locais onde a planta foi constatada
não há mudas nem plântulas disponíveis e que os arbustos, adultos e jovens, estão
encrustrados nas rochas o que torna inviável a sua coleta no momento do
salvamento. Outra sugestão de obtenção de mudas tanto para essa espécie como
para Callisthene inundata Bueno et. al .é pelo método de estaquia porém, o clima
muito quente não está favorável. Para essa última a produção por estaquia é a única
forma de se obter mudas considerando-se que não há mudas no seu habitat e que a
espécie se encontra completamente estéril, contrariando os dados fenológicos
apresentados por BUENO et al. (IHERINGIA, Porto Alegre,ser.bot .v. 53 2000).
4.
BIBLIOGRAFIA
BACKES, P., IRGANG, B. 2002. Árvores do Sul – Guia de identificação &
interesse ecológico. Santa Cruz: Instituto Souza Cruz. 326p.
BARROSO, G.M., BUENO, O.L. 2002. Compostas. 5.Subtribo: Baccharidinae. Flora
Ilustrada Catarinense, Itajaí, Comp. p. 1-340.
BURKART, A. (ed.) Flora Ilustrada de Entre Rios (Argentina). Buenos Aires: INTA.
6v.
CABRERA, A.L. 1965. Flora de la Provincia de Buenos Aires. Buenos Aires: INTA.
6v.
CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants.
New York: Columbia University. 1262p.
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interdisciplinar. São Paulo: Ed. da UNESP. 230p.
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Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, Pipe. p. 1-112.
CR/C/RM/030/110/03/R0
442
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Graphicars – F. Lanzana. pt. I, II, III.
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(Compositae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Porto Alegre. 310p. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
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forest in Southeastern Brazil. Rio de Janeiro: Ed. Salamandra. 182p.
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Vila Velha – Rio São Jorge, Ponta Grossa, Paraná – Brasil. Curitiba. 109p.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Botânica – Setor de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
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WURDACK, J.J. 1962. Melastomataceae de Santa Catarina. Sellowia, Itajaí, v.14,
n.14. p.109-217.
5.
ANEXOS
5.1. Anexo 1: Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das UHEs
Castro Alves e Monte Claro
5.2.
5.3.
5.4.
5.5.
Anexo 2: Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Monte Claro
Anexo 3: Espécies ocorrentes na área de influência da UHE Castro Alves
Anexo 4: Relatório fotográfico das atividades de salvamento e resgate
Anexo 5: Anexo fotográfico das atividades de estudo da distribuição de
espécies endêmicas
CR/C/RM/030/110/03/R0
443
Anexo 1
Salvamento e Resgate nas áreas de canteiro de obras das UHE
Castro Alves e Monte Claro
Lista de espécies que tiveram sementes coletadas na área de
canteiro de obras da UHE Monte Claro
Nome comum
Espécie
camboatá-vermelho
Cupania vernalis
cancorosa
Iodina rhombifolia
canela-guaicá
Ocotea puberula
canela-louca
Tecoma stans
canela-preta
Nectandra megapotamica
canjerana
Cabralea canjerana
capororoca
Myrsine sp
chá-de bugre
Casearia sylvestris
chal-chal
Allophylus edulis
grandiuva
Trema micrantha
jabuticaba
Myrciaria jaboticaba
jerivá
Syagrus romanzoffiana
mamica-de-cadela
Zanthoxylum rhoifolium
pitanga
Eugenia uniflora
umbu
Phytolacca dioica
CR/C/RM/030/110/03/R0
444
CR/C/RM/030/110/03/R0
Anexo 2
Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Monte Claro
FAMÍLIA
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
ACANTHACEAE
Ruellia sanguinea Griseb.
-
APOCYNACEAE
Aspidosperma riedelii Muell.Arg.
-
ASCLEPIADACEAE Asclepias curassavica L.
oficial-de-sala
ASTERACEAE
Achyrocline satureioides (Lam.)DC.
marcela
ASTERACEAE
Baccharis dracunculifolia DC.
vassoura
ASTERACEAE
Baccharis trimera DC.
carqueja
ASTERACEAE
Calea serrata Less.
quebra-tudo
ASTERACEAE
Eupatorium laevigatum Lam.
-
ASTERACEAE
Mikania micrantha K.
-
ASTERACEAE
Pluchea sagitallis (Lam.)Cabr.
quitoco
ASTERACEAE
Polymnia connata (Spreng.)Blake
-
ASTERACEAE
Solidago chilensis Meyen
erva-lanceta
Vernonia tweediana Bak.
-
ASTERACEAE
EXSICATA
MUDA
COLEÇÃO
QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA
E-023/
03
E-045/
02
E-001/
02
E-002/
04
E-003/
02
E-026/
03
E-004/
01
E-005/
02
E-028/
03
E-046/
03
E-047/
02
E-006/
02
E-048/
02
ICN
UFRGS
UFSM
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
-
445
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
FAMÍLIA
BALSAMINACEAE
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
Impatiens sultani Hook.
beijo
BIGNONIACEAE
Macfadiena mollis (Sond.)Seem.
cipó-unha-degato
BORAGINACEAE
Heliotropium transalpinum Vell.
-
EXSICATA
MUDA
COLEÇÃO
QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA
E-007/
02
E-049/
03
E-050/
03
Aechmea calyculata (E.Morren)
Baker
Billbergia nutans H.Wendland ex
Regel.
gravatá-debrinco
BROMELIACEAE
Dyckia sp.
gravatá / lajedo
BROMELIACEAE
Tillandsia gardneri Lindl.
cravo-do-mato
BROMELIACEAE
Tillandsia geminiflora Brongn.
cravo-do-mato
BROMELIACEAE
Tillandsia mallemontii Glaziou ex
Mez
cravo-do-mato
BROMELIACEAE
Tillandsia recurvata (L.)L.
cravo-do-mato
-
BROMELIACEAE
Tillandsia stricta Solander
cravo-do-mato
-
BROMELIACEAE
Tillandsia tenuifolia L.
cravo-do-mato
E-034/
02
BROMELIACEAE
Vrisea friburgensis Mez.
gravatá
CACTACEAE
Rhipsalis baccifera (Miller)Stearn
-
CACTACEAE
Rhipsalis sulcata Weber
-
CACTACEAE
Rhipsalis teres (Vell.)Steud.
-
CACTACEAE
Rhipsalis warmingiana Schum.
-
BROMELIACEAE
BROMELIACEAE
-
E-039/
01
E-068/
01
E-035/
01
E-033/
02
E-029/
03
E-025/
03
E-022/
03
E-051/
ICN
UFRGS
UFSM
-
01
-
-
-
01
01
01
-
01
01
01
-
-
-
-
01
-
-
01
-
-
-
-
-
01
-
01
01
-
-
-
-
-
-
-
01
01
-
-
-
-
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
M-001A-E/
48
M-017A/
06
M-033A/
30
M-029A/
02
M-002A-F/
56
M-004A-B/
05
M-005A-B/
50
M-024B/
02
M-003A-I/
47
M-009A/
01
M-021A-D/
07
M-008A-D/
06
M-006A-I/
30
M-007A-B/
446
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
FAMÍLIA
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
EXSICATA
MUDA
COLEÇÃO
QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA
03
E-072/
02
E-009/
03
E-019/
03
E-020/
02
E-073/
03
E-010/
02
E-032/
02
E-074/
03
E-075/
03
E-044/
04
E-024/
03
E-053/
03
E-054/
03
E-040/
01
CELASTRACEAE
Maytenus ilicifolia Reisseck
espinheira-santa
COMMELINACEAE
Commelina nudiflora L.
-
COMMELINACEAE
Tradescantia zebrina Hort ex Loud.
onda-do-mar
DIOSCOREACEAE
Dioscorea multiflora Mart. ex Griseb. -
EUPHORBIACEAE
Phyllanthus niruri L.
quebra-pedra
FABACEAE
Bauhinia forficata Link.
pata-de-vaca
LAMIACEAE
Hyptis mutabilis (L.C.Rich.)Briq.
-
LYTHRACEAE
Cuphea carthagenensis (Jacq.)
Macbr.
sete-sangrias
LYTHRACEAE
Cuphea linifolia St. Hil.
-
LYTHRACEAE
Lafoensia nummularifolia St.Hil.
dedaleirabranca
MALVACEAE
Pavonia communis A.S.Hil.
-
MIMOSACEAE
Calliandra sellowii
(Spreng.)Macbride
caliandra
NYCTAGINACEAE
Boerhavia diffusa L.
erva-tostão
ORCHIDACEAE
Campylocentrum sellowii (Rchb. f.)
Rolfe
-
ORCHIDACEAE
Cyclopogon sp.
-
-
Encyclia cf. bulbosa Pabst
-
E-069/
01
ORCHIDACEAE
ICN
UFRGS
UFSM
03
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
02
01
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
-
-
01
-
M-018A/
02
M-014A/
02
M-025A/
10
01
447
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
FAMÍLIA
ORCHIDACEAE
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
Govenia utriculata (Sw.)Ldl.
-
ORCHIDACEAE
Isochilus linearis (Jacq.)R.Br.
-
ORCHIDACEAE
Malaxis excavata (Lindl.) Ktze.
-
ORCHIDACEAE
Oncidium cf. gardneri Lindl.
-
ORCHIDACEAE
Sarcoglotis sp.
-
ORCHIDACEAE
Sophronitis cernua Lindl.
-
PIPERACEAE
Peperomia blanda (Jacq.)H.B.K.
erva-de-vidro
PIPERACEAE
Peperomia brasiliensis (Miq.)Miq.
erva-de-vidro
PIPERACEAE
Peperomia tetraphylla (Forst.)Hook.
et Arn.
-
PIPERACEAE
Piper gaudichaudianum Kunth.
-
PIPERACEAE
Pothomorphe umbellata (L.)Miq.
pariparoba
POLYGONACEAE
Polygonum punctatum Ell.
erva-de-bicho
POLYPODIACEAE
Microgramma sp.
cipó-cabeludo
PTERIDACEAE
Adianthum raddianum Presl.
avenca
RHAMNACEAE
Gouania ulmifolia Hook. et Arn.
-
RUBIACEAE
Manettia inflata Spreng.
-
RUBIACEAE
Psycothria leiocarpa Cham. et
-
EXSICATA
MUDA
COLEÇÃO
QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA
E-041/
01
E-036/
02
E-042/
01
E-070/
01
E-018/
01
E-037/
03
E-038/
01
E-011/
02
E-012/
02
E-030/
03
E-013/
02
E-031/
02
E-027/
02
E-055/
02
E-056/
03
E-014/
ICN
UFRGS
UFSM
-
01
-
01
01
-
-
01
-
-
01
-
-
-
-
-
01
-
01
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
M-019A/
03
M-012A-B/
30
M-020A/
02
M-028A/
20
M-010A-C/
15
M-011A-C/
17
M-015A/
10
M-016A/
03
M-013A-B/
22
01
448
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
FAMÍLIA
RUBIACEAE
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
Schlecht.
Relbunium richardianum (Gill ex
Hook. et Arn.) Hicken
-
SCHIZAEACEAE
Anemia phyllitidis (L.) Sw.
avenca-deespiga
SMILACACEAE
Smilax campestris Griseb.
salsaparrilha
TILIACEAE
Triumfetta sp.
-
VERBENACEAE
VOCHYSIACEAE
Stachytarpheta cayennensis (Rich.)
M.Vahl.
Callisthene inundata Bueno, Nilson
et Magalhães
gervão-roxo
Sarandi-branco
EXSICATA
MUDA
COLEÇÃO
QUANTIDADE QUANTIDADE REFERÊNCIA
02
E-052/
03
E-017/
04
E-015/
02
E-021/
01
E-016/
02
E-043/
10
ICN
UFRGS
UFSM
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
-
-
-
01
01
-
-
02
04
04
449
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
Anexo 3
Espécies ocorrentes nas áreas de influência da UHE Castro Alves
FAMÍLIA
NOME
POPULAR
NOME CIENTÍFICO
ACANTHACEAE
Ruellia sanguínea Griseb.
-
ASCLEPIADACEAE
Asclepia curassavica L.
oficial-de-sala
ASTERACEAE
Baccharis articulata (Lam.) Pers.
carquejinha
ASTERACEAE
Baccharis trimera (Less.) DC.
carqueja
ASTERACEAE
Calea serrata Less.
quebra-tudo
ASTERACEAE
Eupatorium inulifolium H.B.K.
-
ASTERACEAE
Mikania micrantha K.
-
ASTERACEAE
Piptocarpha isotricha (DC.)Cabr.
et Vittet.
ASTERACEAE
Polymnia connata (Spreng.) Blake -
ASTERACEAE
Stenachaenium riedelii Baker
BROMELIACEAE
BROMELIACEAE
-
Billbergia nutans H. Wendland gravatá-deex Regel.
brinco
gravatá / topo
Dyckia sp.
de
morro,paredão
BROMELIACEAE
Tillandsia gardneri Lindl.
cravo-do-mato
BROMELIACEAE
Tillandsia stricta Solander
cravo-do-mato
EXSICATA /
QUANT.
MUDA /
QUANT.
COLEÇÃO
REFERÊNCIA
ICN
UFRGS
UFSM
-
01
01
01
-
01
-
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
-
01
-
E-039A/
01
-
-
01
-
-
M-026A/
01
-
-
-
E-062A/
01
E-067A/
M-029A/
06
M-024A/
-
01
-
-
01
-
E-023A/
03
E-001A/
01
E-058A/
02
E-026A/
03
E-004A/
02
E-059A/
03
E-028A/
02
E-060A/
02
E-047A/
03
E-061A/
01
450
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
BROMELIACEAE
CACTACEAE
CACTACEAE
Tillandsia tenuifolia L.
cravo-do-mato
Rhipsalis baccifera (Miller)
Stearn
Rhipsalis heteroclada Britton &
Rose
CACTACEAE
Rhipsalis warmingiana Schum.
-
COMMELINACEAE
Commelina nudiflora L.
-
DIOSCOREACEAE
Dioscorea multiflora Mart. ex
Griseb.
FABACEAE
Bauhinia forficata Link.
LYTHRACEAE
Lafoensia
Hil.
MELASTOMATACEAE
Leandra regnelli (Triana) Cogn. pixirica
MELASTOMATACEAE
MIMOSACEAE
ORCHIDACEAE
nummularifolia
pata-de-vaca
St. dedaleirabranca
Tibouchina clinopodifolia (DC.)
pixirica
Cogn.
Calliandra sellowii (Spreng.)
caliandra
Macbride
Campylocentrum selowii (Rchb.
filha-do-ar
F.) Rolfe
01
E-034A/
01
E-029A/
01
E-063A/
02
E-051A/
01
E-009A/
01
E-020A/
03
E-010A/
02
E-044A/
03
E-064A/
03
E-065A/
03
E-053A/
03
-
ORCHIDACEAE
Isochilus linearis (Jacq.) R.Br.
-
-
ORCHIDACEAE
Malaxis excavata (Lindl.) Ktze.
-
-
ORCHIDACEAE
Pleurothallis sp.
-
-
02
M-003J/
02
M-021A/
06
M-032A/
02
M-022A/
06
-
01
-
01
01
01
01
01
-
-
01
-
-
-
01
-
-
01
01
01
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
01
01
-
01
01
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
M-018B/
10
M-012C/
50
M-020A/
02
M-023A/
26
451
C
CR/C/RM/030/110/03/R0
ORCHIDACEAE
PIPERACEAE
PIPERACEAE
PIPERACEAE
RUBIACEAE
RUBIACEAE
SCHIZAEACEAE
SMILACACEAE
VERBENACEAE
VOCHYSIACEAE
Sophronitis cernua Lindl.
-
Peperomia
blanda
(Jacq.) ERVA-DEH.B.K.
VIDRO
Peperomia tetraphylla (Forst.)
Hook. et Arn.
Piper mikanianum (Kunth.)
Seudel.
Manettia inflata Spreng.
-
Psycothria leiocarpa Cham. et
Schlecht.
avenca-deAnemia phyllitidis (L.) Sw.
espiga
Smilax campestris Griseb.
salsaparrilha
Stachytarpheta
cayennensis
gervão-roxo
(Rich.) M.Vahl.
Callisthene inundata Bueno,
sarandi-branco
Nilson et Magalhães
-
M-011D/
40
-
-
-
E-037A/
01
-
-
01
-
-
M-013C/
10
-
-
-
-
01
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
-
01
-
-
01
01
-
-
01
01
01
-
01
01
01
E-066A/
03
E-056A/
02
E-014A/
03
E-017A/
01
E-015A/
02
E-016A/
03
E-043A/
03
452
Anexo 4
Relatório fotográfico das atividades de salvamento e resgate
Orquídea transplantada para o NRA
Transplante de cactáceas para o NRA
CR/C/RM/030/110/03/R0
453
Govenia utriculata em flor, no NRA
Sophronitis cernua transplantada para o NRA
CR/C/RM/030/110/03/R0
454
Dickia sp, transplantada para o NRA
CR/C/RM/030/110/03/R0
455
Anexo 5
Anexo Fotográfico das Atividades de Estudo da Distribuição de
Espécies Endêmicas
Observação: a numeração das fotos é a mesma utilizada na seção do relatório relativa a
esse tema.
Foto 1. Callisthene inundata (Pinto Bandeira)
Foto 2. Callisthene inundata (Pinto Bandeira)
CR/C/RM/030/110/03/R0
456
Foto 3. Callisthene inundata (Pinto Bandeira)
Foto 4. Callisthene inundata (Pinto Bandeira)
CR/C/RM/030/110/03/R0
457
Foto 5. Callisthene inundata (Pinto Bandeira)
CR/C/RM/030/110/03/R0
458
Foto 6. Lafoensia nummularifolia (Pinto Bandeira)
CR/C/RM/030/110/03/R0
459
Foto 7. Espécies agrupadas em touceiras.
CR/C/RM/030/110/03/R0
460
Foto 8. Callisthene no nível superior, ramo inclinado, Lafoensia nummularifolia em 1º
plano e touceira de Dickia
CR/C/RM/030/110/03/R0
461
Foto 9. Lafoensia nummularifolia – detalhe da flor
Foto 10. Vista geral de um grupamento de Lafoensia
CR/C/RM/030/110/03/R0
462
Foto 11. Idem anterior
Foto 12. Nas fendas das rochas, Dickia e gramíneas.
CR/C/RM/030/110/03/R0
463
Foto 13. Callisthene acompanhada de Calliandra
Foto 14. Detalhe da distribuição das plantas nos lajedos
CR/C/RM/030/110/03/R0
464
Foto 15. Touceira de Dickia em primeiro plano, atrás Lafoensia e Calliandra
CR/C/RM/030/110/03/R0
465
REFLORESTAMENTO
1.
TRABALHOS REALIZADOS
1.1. Instalação do viveiro
Na área do Núcleo de Referência Ambiental (NRA) foi instalado o viveiro de mudas
com capacidade para produção de 50.000 mudas/ano.
No período foi construído o telado com área de 400m2, com sombreamento de 50%.
Nesse local estão sendo colocadas as mudas repicadas das sementeiras ou
semeadas diretamente na embalagem.
As sementeiras são em número de 10, sendo quatro sombreadas a 50% e seis sem
cobertura. A área útil para semeadura/estaquia é de 500m2.
1.2. Produção de mudas
Durante o período foram produzidas mudas no viveiro instalado no Núcleo de
Referência Ambiental, com sementes obtidas no Programa de Salvamento, Resgate
e Monitoramento da Flora.
1.3. Plantio de mudas na área do canteiro de obras da UHE Monte
Claro
Em abril foram iniciadas as atividades de plantio de mudas para recuperação de
áreas degradadas no canteiro de obras da UHE Monte Claro. Cerca de 500 mudas
de araucária (Araucaria angustifolia) e 200 de cedro (Cedrela fissilis), produzidas no
viveiro do NRA estão sendo plantadas em áreas com prévia instalação de cobertura
vegetal herbácea.
1.4. Projeto de reflorestamento na Reserva Indígena de Caseiros
O plantio realizado em 2002, referente a dois hectares, foi monitorado durante o
período, tendo sido realizadas atividades de manutenção.
Seguindo a programação estabelecida no projeto, foram coletadas amostras de solo
para o cálculo da adubação a ser utilizada no plantio do r
estante da área (oito ha) a ser realizado este ano, de maio a agosto. Nessa atividade
está incluída a reposição das mudas perdidas do plantio passado.
CR/C/RM/030/110/03/R0
466
2.
RESULTADOS
Semeadura no NRA - Espécies
Nome comum
Nome científico
Cordia ecalyculata
Maria-preta
Umbu
Phytolacca dioica
Aguaí-da-serra
Pouteria gardneriana
Tarumã-de-espinho
Cytharexylum montevidense
Carne de vaca
Styrax leprosum
Camboatá vermelho
Cupania vernalis
Pitanga
Eugenia uniflora
Jabuticaba
Myrciaria jaboticaba
canela-preta
Nectandra megapotamica
ipê-branco
Tabebuia roseo-alba
aguaí-da-serra
Chrysophyllum sp
canjerana
Cabralea canjerana
canela-guaicá
Ocotea puberula
jerivá
Arecastrum romanzoffiana
figueira
Ficus sp
ingá
Inga sp
Plantio de mudas no canteiro de obras da UHE Monte Claro
Nome comum
Nome científico
quantidade
Araucaria angustifolia
araucária
500
Cedrela fissilis
cedro
200
3.
ANEXOS
3.1. Anexo 1: Relatório fotográfico.
CR/C/RM/030/110/03/R0
467
Anexo 1
Relatório fotográfico
CR/C/RM/030/110/03/R0
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Foto 1. Viveiro, no Núcleo de Referência Ambiental - Telado.
Foto 2. Sementeiras
CR/C/RM/030/110/03/R0
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Foto 3. Repicagem de mudas
Foto 4. Mudas no viveiro, prontas para plantio
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