Apresentação do PowerPoint
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Ferdinand Victor EUGÈNE DELACROIX (1798-1863): “o príncipe dos Românticos” c. 1830-1835 Foundation Emile G. Bührle (Zurique) Clara Moura Soares [email protected] c. 1837, Museu do Louvre FORMAÇÃO 1805 - Ingressa no lycée impérial (atual lycée Louis-le-Grand) 1815 – Por conselho do seu tio, o pintor Henri-François Riesener (1767-1828), começa a frequentar o atelier do pintor neoclássico Pierre-Narcisse Guérin (1774-1833). Copiou Rafael e Rubens no Louvre. 1816 – Inicia formação na École des Beaux-Arts. Trava amizade com Bonington. 1819 – Contacta com Théodore Géricault (1791-1824). 1823/1824 – Vive na casa do colorista inglês, Thales Fielding, que o introduziu na escola inglesa de paisagem, particularmente de John Constable. 1825/1826 – Passa os verões em Inglaterra, entrando em contacto com a literatura inglesa. 1832 – Viagem a Tânger, Meknès, Cádis, Sevilha, Orã e Argélia. 1845/1849 – Passou temporadas nos Pirinéus. Conheceu Corot. Thales Fielding, Retrato de Delacroix, 1827 “O último dos artistas do Renascimento [cujo fundador é Miguel Ângelo e o seu sucessor Rubens] e o primeiro moderno [Romântico]” (Baudelaire). “… desolação, massacres e fogo; tudo é testemunho da barbaridade eterna e incorrigível da humanidade. O fumo levanta-se das cidades arrasadas, as gargantas das vítimas são cortadas, as mulheres são violadas e as crianças são atiradas para baixo de cascos de cavalos ou esfaqueadas pelos punhais das suas mães delirantes; todo este cenário é um hino ao sofrimento inevitável e inconsolável” (Baudelaire) 1ª ed. 1885 “A familiaridade com o trabalho de Miguel Ângelo exaltou e elevou toda a geração de pintores que daí resultou” (Delacroix, Journal) Miguel Ângelo no seu estúdio, 1849-1850 40x32 cm Montpellier, Musée Fabre Revue de Paris, maio de 1829 Publicou artigos sobre Miguel Ângelo, Rafael, Rubens, Gros. “Veneza possui artistas como Giorgione, Ticiano e os seus respetivos alunos, que fazem milagres de cor sem nenhuma depreciação da beleza” (Delacroix, Journal) Delacroix, A morte de Sardanapalo, 1827-1828 Rubens, O desembarque de Maria de Médicis em Marselha, 1622-1623) “Depois vem Rubens, que já tinha esquecido das tradições da simplicidade e graça. Criou um novo ideal através da pura força do génio. Força, efeitos admiráveis e expressividade são levados até aos limites (Delacroix, Journal) Rubens, Cristo na Cruz, 1620 Delacroix, Cristo na Cruz, 1845 1819 – Recebe a primeira encomenda: “Virgem das colheitas”, Igreja de Orcemont, perto de Rambouillet. 1820 – A Virgem do Sagrado Coração ou O Triunfo da Religião para a Catedral de Ajaccio. Uma jovem modelo que frequentemente pousava para o artista. - Sem pormenores decorativos; Efeitos de luz sobre as carnações; Algum empastamento da pincelada; Expressão do rosto. Mlle. Rose, 1820-1820 Jacques-Louis David, Nu reclinado “Um pintor essencialmente literário” (Baudelaire) Delacroix pintou-se como Edgar Ravenswood, o amante de Lucy no romance de Sir Walter Scott, The Bridge of Lammermoor (1819). Retrata o amor trágico com um inimigo da família de Lucy Ashton., que acaba com a morte dos amantes. Auto-Retrato como Ravenswood Óleo sobre tela | (c.1821) Musée Delacroix | Paris - França Dimensões da obra: 41 x 32 cm Salon de 1822 Théodore Géricault, A Jangada da Medusa, 1819 187x491 cm. Museu do Louvre. Primeira das suas obras a alcançar notoriedade. Divina Comédia de Dante Alighieri. Dante atravessa o rio Estige (localizado no inferno ou mundo inferior), guiado pelo poeta romano Virgílio. A Barca de Dante ou Dante e Virgílio no Inferno, 1822 189x246 cm Museu do Louvre Iracundos - são seres que foram condenados ao Inferno e não conseguiram pagar a travessia. O barqueiro Caronte. Gotas de água suspensas nos corpos dos condenados, que se agarram com desespero às amuradas da embarcação. As gotas são conseguidas através de pequenas pinceladas de cores puras justapostas. Uma técnica que será, muito mais tarde, desenvolvida pelos impressionistas. “Talvez Delacroix seja o Romantismo. Respirava Shakespeare e Dante, nutria por eles uma admiração excessiva e folheou o Fausto vezes sem conta. Mas ainda tem a paleta mais bonita de França…” (Cézanne) Uma louca, 1822 Musée des Beaux-Arts d'Orléans. 41x33 cm Théodore Géricault, O alienado, 1822 A DENÚNCIA DE GENOCÍDIOS Salon de 1824 O Massacre de Quios documenta um episódio violento e cruel da guerra de independência grega (1821- 1830). Submetidos desde o século XV ao Império Otomano, os Gregos revoltaram-se e proclamaram, em 1822, a sua independência. O massacre de Quios, 1824. 4,20 m x 3,50. Museu do Louvre. Representa a luta grega pela libertação do domínio turco. Massacre ocorrido a 31 de março de 1822, quando 20.000 habitantes das ilhas gregas foram assassinados. Delacroix estruturou o plano de pintura em duas pirâmides humanas de mortos e moribundos gregos, banhados de luz. Delacroix consegue transmitir a violência e o dramatismo do acontecimento histórico, excitando a emoção e a indignação do espectador. A composição da cena processa-se em dois planos distintos. Ao fundo, avista-se a povoação consumida pelo fogo, uns vultos vagos parecem lutar ainda mas a impressão que resta é a da ruína e derrota dos Gregos. As personagens do primeiro plano, apresentamse agrupadas em pirâmides humanas: – à esquerda, uma mulher jovem ampara-se, desfalecida, no ombro do marido moribundo; – ao centro, dois corpos abraçam-se com desespero; – à direita, uma idosa de olhar perdido parece esperar a morte, enquanto uma criança, bebé ainda, busca o seio da mãe falecida e, do alto do cavalo, o janízaro arrasta com frieza e impiedade um homem e uma mulher. Os corpos apresentam-se, na generalidade, semidespidos, expressando uma grande vulnerabilidade. Representam seres a quem, mais do que as vestes, se retirou a liberdade. Para a carga dramática da cena, contribui, igualmente, a paleta cromática rica e os efeitos de luz/sombra utilizados pelo pintor. Zonas de luz contrastam com outras envoltas na penumbra. Estes jogos de cor e de luz/sombra imprimem dinamismo e movimento, imprescindíveis ao conteúdo trágico da cena. Rapariga sentada no cemitério, 1824 65,5x54,3cm Museu do Louvre Jacques-Louis David, Napoleão atravessando os Alpes (18011805) Cavalo assustado por uma tempestade, 1824.Aguarela. Szépmuvészeti Múzeum | Budapest – Hungria. 24x32 cm. Para Delacroix, “a Natureza é um grande dicionário”. Um jovem tigre a brincar com a mãe, 1830 131x194,5 Museu do Louvre Aspásia foi uma cortesã grega, nascida na cidade de Mileto, na Ásia Menor. Foi amante de Péricles. Esboço para Aspásia, Sem data, Museu do Louvre Aspásia, c.1824 81x65cm Museu Fabre, Montpellier Cabeça de mulher com turbante vermelho, 1831 41,3x35,3 cm Bristol City Museums and Art Gallery Retrato de um turco com turbante, 1826 47 x 38 cm. Museu do Louvre Jacques-Louis David, Nu reclinado Estudo de nu reclinado, 1824 33 x 49.5 cm Col. privada Mulher com o papagaio, 1827 24,5x32,5 cm Lyons, Museu de Belas-Artes Faz parte de uma série de nus. “Tudo é objeto de tema” (Delacroix). Uma única figura, deitada, saciando-se com a água pantanosa que corta a tela horizontalmente, em primeiro plano, com uma planície deserta ao fundo. Um homem ferido, na solidão da planície, sacia a sede, sem que tenhamos a convicção da sua sobrevivência. Rebelde mortalmente ferido sacia a sua sede, c.1825, 32,5x40,7cm Basileia Grécia expirando sobre as ruínas de Missolonghi, 1826, (Bordéus, Museu de Belas Artes). 209x147cm Simbolizada como uma mulher jovem vestida com um traje típico grego, abre os braços em sinal de redenção perante a ocupação turca, representada pelo guerreiro ao fundo. Os gregos preferiram ver a cidade destruída e morrer, do que ficar cativos dos turcos. “A audácia de Miguel Ângelo e a fecundidade de Rubens” (Baudelaire) Obra virtuosa e única na produção de Delacroix. Insere na composição uma paisagem. Natureza-morta com lagosta, 1826-1827 80,5 x 106,5 cm. Museu do Louvre. Salon de 1828 Apoteose de crueldade: Holocausto do lendário rei assírio (séc. VII a.C.), destruindo as suas posses antes de se suicidar. Reclinado sobre uma sumptuosa cama no cimo de uma imensa pira, Sardanapalo ordena aos eunucos e oficiais do palácio que cortem a garganta das suas mulheres, pajens e mesmo dos seus cavalos e cães favoritos. A morte de Sardanapalo, 18271828. 392 cm × 496 cm . Museu do Louvre. Delacroix organiza a composição em torno de uma forte diagonal, dada pela mancha vermelha do leito de Sardanapalo. Ritmos diagonais; fluidez da linha; brilho das cores e profunda sensualidade. 1824 Salon de 1828 Execução de Faliero (55.º Doge de Veneza, nomeado em 11 de setembro de 1354) a mando do Conselho dos Doges por conspirar contra eles. A sua cabeça rolou escada abaixo e o seu corpo foi deixado na escada para que quem passasse visse e tomasse como exemplo. Execução do Doge Marino Faliero, 1825-1826, Wallace Colection, Londres, 146x114 cm. Retirado de um episódio de O Cavaleiro da Escócia, de Sir Walter Scott, constitui um pretexto literário para retratar algo que acontecera no reinado do pio Carlos X. O assassínio do Bispo de Liège (séc. XV), 1829 91x116cm Museu do Louvre William de La Marck, o Javali Varão dos Ardennes está sentado no trono episcopal no meio de uma orgia. Salon de 1831 Celebra a Revolução de Julho de 1830, que derrubou Carlos X e que colocou no poder Louis-Philippe. Louis-Philippe comprou a obra por 3.000 francos. “Construí um tema moderno, uma barricada … Já que não lutei nem conquistei nada pela pátria, posso, pelo menos, pintar por ela” (Delacroix, carta ao irmão) Liberdade guiando o povo, 1830 260x325 cm Museu do Louvre A mulher simboliza a Liberdade. Segura a bandeira da Revolução Francesa numa mão e um mosquete na outra. Apresenta-se descalça e com os seios descobertos. Na cabeça exibe um barrete frígio, símbolo da liberdade. Identificado como sendo o seu autorretrato. Crê-se que se terá tratado de uma alusão ao 11 de setembro. Encomenda de Louis-Philippe para o novo Museu de História de França em Versalhes., criado em 1833. Cavalo branco montado por Luís IX, esmagando as defesas inglesas na ponte de Taillebourg e a captura de Constantinopla (1242). A batalha de Taillebourg 1834-1835 Museu do Louvre Encomenda de Louis-Philippe para o novo Museu de História de França em Versalhes. A cidade de Constantinopla, sede do Império Romano do Oriente, sofreu inúmeros cercos ao longo da Idade Média. Um dos mais importantes foi o que se registou em 1203 e 1204, no âmbito da quarta cruzada. Constantinopla é então sujeita a um saque terrível, acompanhado pela chacina de um grande número de habitantes. Entrada das Cruzadas em Constantinopla, 1840. 410x498 cm. Museu do Louvre. Batalha de Poitiers, 1830 Travou-se entre o exército do Reino Franco, liderados por Carlos Martel — e os mouros, do exército do Califado de Córdoba, liderado por al-Gafiqi, governante de Córdova. Esta batalha é citada como sendo o marco do final da expansão muçulmana na Europa medieval. O exército franco postou-se junto à cidade de Tours, para sua defesa. O ataque muçulmano foi rechaçado, com a morte de seu comandante, junto à cidade de Poitiers. A INSPIRAÇÃO NA LITERATURA Hamlet e Horácio no cemitério, 1839 29,5x36 cm Museu do Louvre Inspirado na obra poética de Byron, D. Juan (obra inacabada). Naufrágio de Don Juan, 1840 A morte de Ofélia, 1838 Hamlet e Ofélia, 1840 Otelo e Desdémona, 1847-1849 Tema retirado da tragédia de Eurípides - Medeia. Paul Cézanne, Medeia furiosa, 187982 Medeia prestes a matar os seus filhos, 1838 260x165 cm Museu do Louvre Ugolino e seus filhos na torre, 1856-1860 O rapto de Rebeca, 1858. 105x81,5. Museu do Louvre. “A arte de Delacroix é como a Natureza, abomina o vazio” (Baudelaire) Cena retirada da obra Ivanhoe de Walter Scott. O rapto de Rebeca, 1846 O FASCÍNIO PELO ORIENTE Dedreux-Dorcy, Pierre-Joseph (1832). Retrato do conde Charles de Mornay (Embaixador do sultão de Marrocos) Caderno de notas, 1832 Partiram no dia 1 de janeiro de 1832 e regressaram a 5 de julho: Tânger, Meknès, Cádis, Sevilha, Orão, Argélia Salon de 1834 Mulheres de Argel nos seus aposentos, 1834. 180x229cm. Museu do Louvre. “Só comecei a fazer alguma coisa de bom depois da minha viagem a África, depois disso esqueci os pequenos pormenores e podia registar nos meus quadros apenas o lado poético e notável das coisas. Até aí era vítima do meu amor pela exatidão, o que a maioria encara como a verdade” (Delacroix) Estudo para mulheres de Argel As obras pictóricas são feitas com base na memória das experiências e nos 4 livros de apontamentos que realizou. 'As Mulheres da Argélia (segundo Delacroix)' Pablo Picasso, 1955. 114x146cm. Coleção particular. Casamento judeu em Marrocos, 1837-1841 105x140,5 Museu do Louvre Estudo de chinelos, sem data