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I N D Ú S T R I A TECNOLOGIA Publicação do Belo Horizonte - MG / Setembro / 2012 O VALOR DA INOVAÇÃO MINEIRA CIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para crescer de forma sustentável, com pesquisa de ponta e exportação em alta MAIS QUE NECESSÁRIO Apoio institucional favorece o ambiente que levará governos e empresas a adotarem a inovação como lema e insumo para competir nos mercados local e global IVO LUS Foto da Fita Lume desenvolvida pela CSEM Brasil EXC HÉLICE TRÍPLICE Debate discute o papel do governo, iniciativa privada e instituições de ensino e pesquisa na promoção do desenvolvimento da indústria Indústria sustentável. Este é o nosso compromisso. O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável se constrói através da competitividade, da inovação e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo. É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador. É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que escolhemos para a nossa indústria. Um investimento da indústria SUMÁRIO SEÇÃO 04 CARTAS DO LEITOR 05 EDITORIAL 91 GUIA DO SETOR PANORAMA 06 Diversidade como solução É preciso mudar o modelo de concentração de riqueza na Região Central e investir em diferentes polos de desenvolvimento AMPARO 12 Trilha traçada O apoio institucional à inovação cresceu nos últimos anos, mas o país carece de uma nova postura da iniciativa privada BIOTECNOLOGIA 17 Caminho aberto A biociências é um setor no qual o Brasil e Minas Gerais mostram disposição para crescer, investindo em projetos que modernizam a indústria TECNOLOGIA 24 Ponto Nobre Diversificar com alto grau de tecnologia é o que governo e empresas sonham para consolidar o Vetor Norte, na Região Metropolitana de BH 29 - Nanotecnologia 58 - ELETROMECÂNICO 65 - MINERAÇÃO Mundo nano UFMG é considerada centro de excelência na área de nanotecnologia, a ciência com aplicações diversas que estuda os elementos em sua escala molecular Drible tecnológico Termômetro dos bons tempos ou das crises, as indústrias elétrica, mecânica e de instrumentos de precisão investem em tecnologia Alquimia mineral Emblemática no Estado, a mineração se fortalece com recursos tecnológicos que possibilitam a extração do minério antes considerado rejeito AERONÁUTICA 32 Voo alto O céu é o limite para as empresas e instituições de ensino e pesquisa, que se juntam ao governo na formação de um complexo aeronáutico 74 - PARQUE TECNOLÓGICO Ambiente da inovação Modelo de sucesso em vários lugares do mundo, os parques tecnológicas aliam produção ao conhecimento e ganham espaço DEBATE 36 Inovar para renovar Inovação e modernidade são as palavras de ordem para o desenvolvimento. O assunto é tema de discurssão de representantes do setor 78 - PATENTES Proteção à indústria O número de depósitos de patentes brasileiras é pequeno, um problema enorme para a competitividade da indústria nacional AUTOMOTIVO 42 À mineira A Fiat, em Betim, deu o impulso, e muitas outras empresas aproveitaram a chance para fortalecer a indústria automotiva 82 - CONJUNTURA Mudança de ritmo Passar da inovação incremental para a de ruptura é um dos principais desafios que a produção nacional tem que enfrentar FERROVIÁRIO 88 A todo vapor Há 50 anos a GE fabrica locomotivas no Estado, e agora o setor busca a nacionalização da produção para ganhar autonomia ARTICULISTAS 30 Mauro Borges Lemos 56 72 Marco Antônio Raupp Clélio Campolina Expediente DC Análise é uma publicação do Diário do Comércio Empresa Jornalística Ltda Av. Américo Vespúcio, 1.660 – CEP.: 31.230250 – Belo Horizonte/MG – (31) 3469-2000 EDITORIAL Cartas do leitor FAZER BENFEITO Daniel de Cerqueira / Nitro aos leitores do Diário do Comércio, de forma aprofundada, elementos para orientar seus negócios e identificar oportunidades. Fundador: José Costa Diretor-presidente: Luiz Carlos Motta Costa Diretor-executivo: Yvan Muls Diretor de Mercado: Luiz J. Bruno de Oliveira Conselho Editorial: Luiz Carlos Motta Costa, Yvan Muls, Amaury Pimenta, Eric Gonçalves, Luciana Montes, Roselena Nicolau, Maria Carmen Lopes, Fernanda Agostinho Produção editorial e gráfica Outono Editora Ltda Redação: Av. do Contorno, 6.240 - 3º. andar – Savassi – CEP.: 30.110-042 – Belo Horizonte/MG (31)3309-2420 – www.outoncomunicacao.com.br Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes Editoras: Fernanda Agostinho e Roselena Nicolau Reportagem: Angela Drumond, Carlos Plácido Teixeira, Lucas Alvarenga, Ione Maria Nascimento, Marco Antônio Corteleti, Camila Freitas, Tatiana Lagôa, Viviane Lopes Design e diagramação: Esdras Diniz Produção fotográfica: Nitro Imagens Capa: Foto da fita Lume desenvolvida pelo CSEM Brasil Fotógrafos: Bruno Magalhães, Daniel de Cerqueira, João Marcos Rosa, Leo Drumond, Marcus Desimoni, Rafael Motta, Rodrigo Lima Conta de energia O editorial da revista DC Análise (nº1), de junho 2012, reafirma o compromisso com Minas Gerais e confiança no futuro do Brasil empreendedor e ético. Congratulo toda a equipe pela excelência temática, redacional e gráfica. Já tem status de ícone! Reli as páginas 18 a 24, “Preço nas alturas”, com destaque nos didáticos gráficos que dão visibilidade aos “11 penduricalhos” que encarecem a conta de energia em 36,8%. Ao jornalista Rafael Tomaz e entrevistados parabenizo pelo correto diagnóstico dos reflexos tributários adversos que reduzem a margem de contribuição e a capacidade de reinvestimentos e seus efeitos multiplicadores. Um fraternal abraço! Atenciosamente, Márcio Trindade Santos Márcio Trindade e Advogados Associados Parabéns Dediquei meu fim de semana à leitura da DC Análise (junho/2012). Fiquei encantado com a excelência da matéria divulgada e sua magnífica apresentação gráfica. Receba meus parabéns, extensivo aos seus colaboradores. Cordial abraço, Aristoteles Atheniense Aristoteles Atheniense Advogados Infográficos: Érika Tonetti Tiragem: 20.000 exemplares Tiragem física auditada pela Soltz,Mattoso e Mendes Fale com DC Análise: [email protected] Para anunciar: [email protected] (31) 3469-2060 6 Primor A primeira edição da DC Análise que me chega às mãos é um primor de revista. Uma excelente ferramenta de formação e informação. Temas extremamente atuais, de conteúdo aprofundado e abrangente, dão ao leitor a agradável sensação de estar lendo uma coletânea de artigos ricamente elaborados. Parabéns ao Diário do Comércio pela feliz ideia. Parabéns, em particular, às equipes de produção editorial, às diretorias executiva, de editoria e de reportagem. José Roberto Silva Diretor Técnico Con Energia Minas Gerais começou a definir sua base industrial a partir do setor têxtil e a ampliou com a implantação e consolidação do complexo mínerometalúrgico, a partir do qual construiu sua feição mais moderna. Uma evolução que tem como um de seus marcos relevantes o polo automotivo erguido em Betim e seu entorno, pontuando o início de um processo de significativas transformações. Transformações essas que, como nunca, se aceleram diante da necessidade de o país e o Estado se tornarem mais competitivos no mercado global. Minas tem respondido a essa demanda diversificando sua base econômica, uma preocupação revelada não apenas no âmbito da administração pública, mas especialmente no setor empresarial. Levantamento da Fundação João Pinheiro demonstra que temos conquistado posição significativa em setores intensivos em informação e conhecimento, entre eles biotecnologia e tecnologia da informação. Analisar esses movimentos para melhor compreendê-los é o objetivo desta edição da DC Análise. Perceber o que foi feito para situar o presente e tentar antecipar o futuro, num ambiente que será certamente mais complexo, levando Eis por que nosso foco é tecnologia e modernidade, a nova face da indústria mineira. E certamente também o caminho capaz de garantir-lhe inserção num ambiente globalizado. Nas páginas seguintes, mostramos como esse caminho vem sendo percorrido, os avanços e os diferenciais que já podem ser assinalados. Alguns deles são notáveis, mesmo que ainda pouco conhecidos, como a empreitada da constituição de um complexo aeronáutico que não se restringe a uma única região, mas congrega competências existentes e aponta para a expansão do setor. São conquistas que ao mesmo tempo balizam caminhos e indicam a distância que ainda está por ser percorrida. O que foi feito também nos aponta o que falta realizar, nos ensina que é possível fazer mais e melhor. E, nesse sentido, sedimentar a cultura da inovação, valorizando o aparato institucional de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento, tanto no setor público quanto na iniciativa privada. Assim, entendemos que DC Análise está cumprindo seu objetivo pelo conteúdo e também por alcançar, fora dos limites territoriais do Estado, um público altamente qualificado, que forma opinião e decide investimentos. Exatamente quem precisa saber que Minas faz benfeito. Luiz Carlos Motta Costa Diretor - presidente 7 PANORAMA DIVERSIDADE COMO SOLUÇÃO Rico em minério e tradicional exportador de commodities, o Estado vem diversificando há duas décadas sua produção industrial, ainda muito concentrada na Região Central. O caminho é incentivar os Arranjos Produtivos Locais (APLs), espalhados pelos quatro cantos de Minas Gerais e responsáveis por alavancar a economia de dezenas de municípios Daniel de Cerqueira / Nitro Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra 35% da população do Estado e 53% da geração de riquezas; construção da Linha Verde e criação do Vetor Norte contribuem para esta situação > Angela Drumond Um Estado que tem as minas, seja de ferro, ouro, zinco, nióbio, calcário, entre outras, no próprio nome não poderia deixar de considerar a mineração como o ponto forte de sua economia e sua história. Assim é Minas Gerais, que abriga a maior concentração e variedade de riqueza mineral do mundo, seguido a distância pelo Pará, no Norte do país, no que diz respeito ao minério de ferro, e por algumas áreas da Austrália e da China. Talvez por isso a diversificação da produção industrial mineira ocorra a partir de um esforço enorme e permanente. A análise de períodos mais longos torna mais fácil o entendimento do que acontece com a produção industrial em Minas Gerais. Nas dez regiões onde a formação do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado foi pesquisada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os percentuais oscilam, mas não 8 variam muito, proporcionalmente. Para se ter uma ideia, se comparados os dados de 1999 e 2009, a parcela que diz respeito à Região Central, que inclui Belo Horizonte, subiu de 49,33% para 53,58%. Pela ordem de participação na formação da riqueza estadual, vêm o Triângulo Mineiro (11,77% em 1999 e 12,1% em 2009) e o Sul (12,56% e 10,44%), praticamente empatados; em seguida, o Vale do Rio Doce (7,56% e 6,64%); Zona da Mata (6,99% e 5,72%); Região Centro-Oeste (3,53% e 3,65%); Alto Paranaíba (3,05% e 2,83%); Região Norte (3,41% e 3,20%); e vales do Jequitinhonha e Mucuri (1,0% e 1,03%). No patamar mais modesto da industrialização regional está o Noroeste (0,81% e 0,98%). Técnicos do IBGE e da Fundação João Pinheiro explicam que os percentuais da distribuição se mantêm relativa- mente estáveis no mapa do Valor Adicionado (valor que a empresa agrega na produção de um bem) da indústria em Minas Gerais, com a proporção que historicamente sempre tiveram. Quanto ao valor total agregado, este subiu de R$ 22 bilhões, em 1999, para R$ 75,8 bilhões, dez anos depois. CONCENTRAÇÃO Mas a grande concentração de riqueza na Região Central, abrangendo capital e sua região metropolitana (RMBH), como também ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro, preocupa porque o perfil atrai a população do interior. Doutor em geografia humana e economia regional e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), o economista Bernardo Campolina defende que é preciso “repensar 9 Marcus Desimoni / Nitro tecnologia. A mesma opção foi feita pelo setor privado com os novos projetos na área de mineração, que se estendem pela região do Alto Paraopeba – Congonhas e Conselheiro Lafaiete –, cidades vizinhas à RMBH, o que explica a maior demanda por serviços. PARQUE INDUSTRIAL Marco Antônio da Cunha: “Não temos que nos preocupar com o que a China faz, mas com o que não sabemos que faz” Marcus Desimoni / Nitro a trajetória de crescimento econômico para buscar a diversificação da economia mineira, concentrada na indústria extrativa mineral e em segmentos como automotores, metal-mecânico, siderurgia, metalurgia e agropecuária”. Em 2000, a Região Central concentrava 34% da população total do Estado; em 2010, 35%. O que se observa, segundo o economista, é que uma série de obras públicas e investimentos está também concentrada nessa região, onde ocorreram historicamente grandes investimentos industriais, desde meados da década de 1970. Mais recentemente há o exemplo da construção da Linha Verde (via de acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins e da Cidade Administrativa (sede de toda a estrutura administrativa do governo), e as obras de infraestrutura que estão em andamento ou projetadas para a Copa do Mundo de 2014, além do projeto de desenvolvimento do Vetor Norte, onde se encaixam as empresas de alta 10 Campolina lembra que o primeiro e o segundo Diagnóstico da Economia Mineira, de 1968 e 1974, respectivamente, ajudaram a formular as linhas de ação de fomento à indústria no Estado, até então caracterizado por uma economia de base primária e uma indústria incipiente. Foi quando o parque industrial metal-mecânico ganhou força e Minas Gerais inaugurou a guerra fiscal – algo inédito na época –, conquistando a instalação da fábrica da Fiat em Betim, na RMBH, que entrou em operação em 1976. Em 1979 ocorreu a primeira crise mundial do petróleo, e em 1983 uma crise econômica também de proporções globais interrompeu a trajetória de crescimento do Brasil. Nessa mesma época, o país viveu a maxidesvalorização cambial, seguida da crise da dívida externa e da escalada da inflação, que só seria debelada com a implantação do Plano Real, em 1994. Mas, apesar do Localizando todos os APLs cenário desfavorável, grandes empresas já estavam instaladas em Minas Gerais, como a Usiminas, Krupp, CBC, Cenibra, Arafértil, Isomonte e Fosfértil, em parceria e associação com capitais estrangeiros (japonês, belga, alemão, italiano) e com políticas de atração de investimentos, por meio da redução de impostos e concessão de incentivos. A economia mineira iniciou a retomada da trajetória de crescimento no início dos anos 2000, década em que a Fiat assume a liderança no mercado automotivo nacional e o aumento dos preços das commodities de agropecuários e do minério de ferro, aliado às compras feitas pela China, ajudou a fortalecer o PIB do Estado. Para se ter uma ideia, a tonelada do minério de ferro saltou de US$ 27 em 2000 para US$ 97 em 2010, com pico de US$ 144 em 2008. Em 2010, o minério de ferro, o aço e a escória representavam 57% da pauta de exportações mineiras, que mudaram de patamar – de US$ 7 bilhões em 2000 para US$ 27,9 bilhões em 2010. DEPENDÊNCIA Boa parte dessas atividades está concentrada na Região Central, a mais diversificada do Estado, abrangendo segmentos de automóveis e de autopeças até o de biotecnologia. “Se a Região Central Mel Fruticultura – banana, limão e manga: Vale do Jaíba/Norte do Estado – Matias Cardoso, Januária, Nova Porteirinha e Montes Claros Calçados: Nova Serrana, Bom Despacho, Pitangui, Araújos, Perdigão, Pará de Minas, Conceição do Pará, Leandro Ferreira, São Gonçalo do Pará, Igaratinga e Divinópolis Móveis e mel: Leme do Prado, Chapada do Norte, Turmalina, Minas Novas, Carbonita, Veredinha, Capelinha e Itamarandiba Bebidas artesanais/cachaça: Araçuaí, Almenara, Pedra Azul, Medina, Comercinho, José Gonçalves de Minas, Jenipapo de Minas, Caraí e Capelinha Construção civil – segmentos diversos: Campo Florido e Uberaba RMBH Biotecnologia, saúde humana: Vespasiano, São José da Lapa, Ribeirão das Neves, Esmeraldas, Contagem, Sabará, Santa Luzia, Lagoa Santa e Belo Horizonte Móveis: Carmo do Cajuru Softwares e desenvolvimento de programas de computador sob encomenda: Contagem e Belo Horizonte Peças fundidas de ferro, aço e materiais não ferrosos: Divinópolis, Itaúna e Cláudio Artigos para viagens, bolsas e semelhantes, calçados de couro: Contagem e Belo Horizonte Móveis: Ubá, São Geraldo, Visconde do Rio Branco, Guidoval, Rodeiro, Tocantins, Rio Pomba e Piraúba Eletroeletrônicos: Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Itajubá Alimentos: Zona da Mata Campolina salienta a necessidade de repensar o crescimento econômico para diversificar a economia ganhou, outras perderam”, constata Campolina, embora exista “uma especialização por região”. Segundo ele, tal especialização precisa ser reforçada, para se vencerem alguns desafios: a redução dos riscos que a economia estadual apresenta, pois hoje ainda é muito dependente da exportação de minério de ferro; a busca por maior igualdade entre as regiões produtivas, com melhor distribuição de crescimento e renda, para, inclusive, diversificar a pauta de exportações. É bom lembrar que, com a indústria extrativa mineral fortemente atrelada ao cenário internacional, o Estado fica mais sujeito às crises por causa de seu perfil industrial. Mas se retomarmos a questão da riqueza do solo e do subsolo, o mapa industrial regional torna-se ainda mais coerente com a realidade histórica que tem determinado o desenvolvimento estadual, mas para o qual se busca a diversificação como alternativa. Na Região Central está o Quadrilátero Ferrífero, o que explica a indústria extrativa mineral; no Oeste, os não fer11 rosos, entre Três Marias e Paracatu, com ocorrências de alumínio, zinco e ouro; em direção ao Sul, as chamadas terras-raras, como o tório e o bário, fundamentais para telas de computadores e celulares, e os radioativos, em grande quantidade. O pegmatito do Leste, no Vale do Mucuri, passando por Teófilo Otoni até Diamantina, com as pedras preciosas e diamantes. E, permeando tudo isso, a Bacia do Rio São Francisco, com o calcário, de onde saem fertilizantes e cal, base para a produção de cimento. Para a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, “o Brasil mudou muito nos últimos anos, e Minas Gerais mudou mais ainda.” A maior prioridade do governo estadual, aponta ela, é estimular a expansão das empresas aqui instaladas e atrair as que têm interesse em vir para o Estado. “Porém, temos que reforçar o nosso interesse em atrair empreendimentos que tragam inovação tecnológica, agreguem valor aos produtos fabricados no Estado e gerem empregos qua- Trabalho e Emprego, esses municípios apresentavam no setor 11.032 postos de trabalho formais, representando 5,6% dos empregos nesse segmento no país. Nesse quesito, destaca-se também o APL calçadista de Nova Serrana, com 8.218 empregos formais. Em relação à renda, o APL de tecnologia da informação (TI) de Belo Horizonte se sobressai, com massa salarial de R$ 13,1 milhões por ano. O setor de software, também na capital, com 5.174 postos de trabalho, apresentou a média salarial mais alta, de R$ 2.538,67 mensais. O APL de malhas de Jacutinga, na Região Sul do Estado, incluindo Monte Sião, Inconfidentes, Borda da Mata e Ouro Fino, constitui um exemplo do processo de concentração espacial de uma determinada atividade produtiva e, por isso, alcançou visibilidade comercial e notoriedade pela excelência. Embora esses cinco municípios apresentem população inferior a 100 mil habitantes, a região concentra 85% do emprego do setor no Estado, o que significa 16,7% no Brasil. (AD) VOCAÇÃO UNIÃO DE INTERESSES Em toda Minas Gerais, a história da industrialização patina em planos e programas regionais de desenvolvimento, que ora caminham com surpreendente velocidade, ora com imensas dificuldades. Foi assim com os conceitos das cidades-polo, nas décadas de 1970 e 1980; dos clusters, nas décadas de 1990 e 2000; e, atualmente, com os arranjos produtivos locais (APLs), todos eles movimentos que uniram ou unem gestores públicos, lideranças empresariais e sociedade. O Estado tem 37 APLs, definidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, e vários deles já conquistaram destaque na economia estadual e também nacional. Para o segundo semestre deste ano, segundo o subscretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, serão desembolsados US$ 1 milhão, de um total de US$ 10 milhões de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para os APLs, com maior preponderância dos valores em 2013 e finalização dos repasses em 2014. “Os APLs não são criados, são reconhecidos e lapidados. É preciso que sejam adotadas estratégias de sobrevivência como em países escandinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), onde a governança funciona: indústrias que têm sinergia para os momentos difíceis, mesmo quando são concorrentes”, pontua o subsecretário. lificados, para que não sejamos um mero fornecedor de commodities”, salienta a secretária. A ideia é focar em investimentos em sintonia com a vocação econômica de cada região. Esse esforço tem se traduzido em números: em 2011, foram firmados 162 protocolos de intenção entre empresas privadas e governo, com a assistência do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi) em vários setores. Foram anunciados investimentos de R$ 28,4 bilhões, com a geração de 44,1 mil empregos diretos e 96,1 mil empregos indiretos, nos mais diversos setores, espalhados por todas as regiões. Neste ano, apenas até o mês de maio, foram assinados 71 protocolos, com investimentos previstos da ordem de R$ 5,7 bilhões, geração de 13,1 mil empregos diretos e 18 mil indiretos, em todas as regiões. Planejamento Mas é preciso fazer mais em relação ao planejamento, principalmente no que diz respeito ao governo federal, avalia o subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha. “Não temos que nos preocupar com o que a China faz, mas com o que não sabemos que faz”, assinala. Isso porque, enquanto o Brasil mal planeja os próximos dez anos, os chineses já definiram suas estratégias para os próximos cem anos. Marco Antônio lembra que na década de 70, Minas Gerais era produtor de bens primários e que, mediante políticas públicas, foram eleitas prioridades nos pilares da indústria. “E, desde então, por mais que os serviços cresçam, o balizador do desenvolvimento econômico ainda é a industrialização, que terá predominância no jogo políti- co, na concepção do produto, na criação e na ideia nova”. Tornar-se indústria de replicação para a montagem de produtos ou kits prontos é um modelo que não interessa, salienta o subsecretário. Por isso, é importante que se tenha diferencial para micro, pequenas e médias empresas, uma vez que elas não têm recursos para a estratégia das mudanças. “Essas precisam de condições para crescer no habitat em que atuam”, destaca Cunha. Pensando nisso é que o Plano Plurianual de Ação Governamental de 2004/2007 foi mantido para 2008/2011, com acréscimos no programa de consolidação das cadeias produtivas e de legislações específicas, com a intenção de se adotar o princípio de governança único dentro do Estado, ou seja, o conhecimento das condições que garantem um Estado eficiente. Rodrigo Lima / Nitro O setor calçadista de Nova Serrana é um dos mais importantes do Estado e gera 8,2 mil empregos DescomplicaDo. o BmG é assim porque você precisa. Gente que entende você Quando alguém precisa de crédito, a última coisa que precisa é de complicação com a papelada, demora na liberação do dinheiro e juros altos. O Banco BMG sabe muito bem disso. E oferece Crédito Consignado simples, rápido e fácil, com as melhores taxas, além de cartões com juros bem melhores que os aplicados no mercado. O BMG tem mais de 80 anos de experiência e é o banco de crédito preferido por milhões de clientes, O maior APL de Minas Gerais, em termos de geração de empregos, é o moveleiro de Ubá (Zona da Mata), que inclui Rodeiro, Visconde do Rio Branco, São Geraldo, Tocantins, Guidoval e Rio Pomba. Em 2010, segundo dados do Ministério do 12 como você. BMG. Quem precisa tem. Ligue 0800 724 3100 ou acesse www.bancobmg.com.br 13 TRILHA TRAÇADA No campo institucional, Minas Gerais e o país formataram estrutura de apoio à inovação que, mesmo carecendo de importantes ajustes, muito contribui para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias. A Fapemig é referência nacional > Marco Antônio Corteleti Da criação à linha de produção, a ideia percorre um longo caminho. E, muitas vezes, um grande projeto de inovação morre no meio do percurso por não encontrar estímulo ou ambiente favorável para se desenvolver, o que inclui fontes de recursos específicas, processo ágil e desburocratizado para aprovação e captação de financiamento junto aos órgãos públicos e privados. No Brasil, o ambiente para o setor empresarial inovar em produ- tos e processos já foi bem mais desfavorável. Até 2004, quando aprovada a Lei de Inovação (Lei nº 10.073), o Estado brasileiro não podia transferir recursos diretamente para as empresas, apenas para a pesquisa desen- objetivo, segundo Alves, é utilizar essas plataformas em negócios que alavanquem o potencial natural do Brasil, como a energia solar e a agricultura, e ainda em setores com grande potencial econômico, como os de óleo e gás, automotivo, mineração e aeronáutica. flexíveis preparados em lâminas de plástico, que emitem luz quando ligadas a corrente elétrica. Com diversas aplicações, a Lume será fabricado em série ainda neste ano, no campus do Cetec, parceiro da empresa juntamente com o Senai. Um dos produtos criados pelo CSEM Brasil são os microssistemas cerâmicos, que podem ser empregados em navegação, aeronáutica e sondas de petróleo. Esse tipo de sensor deve começar a ser produzido neste semestre. Uma empresa mineira do setor de óleo e gás já encomendou o microssistema para integrá-lo ao seu produto final, que deverá ser comercializado já em 2012. “Esse tipo de processo é pioneiro no Brasil e realizado em poucos lugares no mundo”, revela Alves. “Trata-se de uma luz de efeito, que pode ser utilizada em automóveis, arquitetura, aviões e até na moda. Além disso, pode funcionar como geradora de energia elétrica para painéis solares”, coplementa. O lançamento oficial da linha Lume ocorreu durante o desfile do estilista Ronaldo Fraga na 33ª edição da São Paulo Fashion Week, em junho. Fraga utilizou lâmpadas produzidas com Lume em peças da sua coleção que homenageou o estado do Pará. (MAC) AMPARO Anual da Utilização dos Incentivos Fiscais, ano-base 2010, divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no final do ano passado, mostra que o número de empresas que usufruíram dos incentivos fiscais previstos na Lei do Bem aumentou em 2010 em relação a 2009 – foram 639 empresas regulares, contra 542 no ano anterior. O aumento de 29,6% foi maior do que nos anos passados, mas continua inexpressiva a quantidade de empresas que fazem PD&I recorrendo aos incentivos da Lei do Bem. LEI DO BEM startups representam o transbordo dos professores e mestrandos que, ao desenvolverem suas pesquisas, vislumbram a aplicação mercadológica dos seus projetos e criam suas empresas nas incubadoras. “Grande parte dos recursos que essas microempresas usufruem hoje é oriunda dos fundos de subvenção econômica previstos na Lei de Inovação. É desta forma que o Brasil poderá vir a criar um ambiente propício ao fortalecimento das incubadas e conseguir um consequente dinamismo no desenvolvimento da tecnologia de fronteira”, destaca o dirigente da Anpei. A subvenção econômica também é muito importante porque reforça as chamadas empresas startups, de pequeno porte, recém-criadas ou ainda em fase de constituição, com atividades ligadas à pesquisa e desenvolvimento de ideias inovadoras. As Outro instrumento legal importante aprovado na década passada foi a Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), que permite às empresas deduzirem do Imposto de Renda os investimentos feitos em pesquisa, desenvolvimento & inovação (PD&I). O Relatório “É importante destacar que em 2010 houve um aumento no número de empresas que utilizaram os benefícios da lei, um crescimento ainda tímido frente ao potencial nacional nos dispêndios de inovação tecnológica em relação a 2009, segundo volvida nas universidades e centros específicos. “A subvenção econômica direta do governo para as empresas é um direito regulamentado pela Organização Mundial do Comércio que o Brasil não seguia até oito anos atrás e que foi o grande motivo pelo qual países como Coreia do Sul e China deram grandes saltos em seu desenvolvimento industrial nas últimas décadas”, afirma Naldo Dantas, secretário-executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). RESTRIÇÃO Resultado de um esforço conjunto entre o governo estadual, Fapemig, BNDES, FIR Capital (grupo de gestores em investimento com foco em empresas de base tecnológica) e o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM), o CSEM Brasil funciona em Belo Horizonte desde 2007 e já recebeu investimentos de R$ 30 milhões. “O CSEM Brasil é um modelo maduro de transferência tecnológica, que funciona com aportes da iniciativa privada e do governo”, esclarece o presidente da companhia, Tiago Alves. A empresa trabalha no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e transformação de pesquisas em produtos com alto valor agregado para a indústria e o mercado brasileiro. Microssistemas cerâmicos e eletrônica orgânica impressa são as duas linhas de pesquisa nas quais o CSEM investe no momento. O 14 A outra plataforma de pesquisa desenvolvida pela CSEM Brasil resultou em uma linha de produtos denominada Lume – dispositivos luminescentes Rafael Motta / Nitro IDEIA LUMINOSA Tiago Alves e a Lume: luz de efeito com diversas aplicações, inclusive para geração de energia elétrica 15 o relatório do ministério”, destaca Manuela Soares, sócia-diretora da Inventta, consultoria especializada em inovação, que atua na América Latina e integra a holding Instituto Inovação, de Minas Gerais, associada da Anpei. De acordo com o informe do MCTI, o número de empresas que usa os benefícios da lei representa 14% do total das empresas que realizam atividades de PD&I no Brasil. “Trata-se de um benefício restrito a empresas que seguem o regime de lucro real, o que exclui basicamente todas as pequenas e médias empresas. É o contrário do que ocorre nas economias mais desenvolvidas, que incentivam mais as companhias de menor porte”, ressalta a consultora. FOCO NOS PEQUENOS Mas as empresas menores também foram estimuladas a investir em PD&I, com a criação de linhas de crédito específicas, como as lançadas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Criado em 2006, o Programa de Subvenção Econômica à Inovação, da Finep, contratou 500 empresas até outubro de 2010. Desse total, 60% são de pequeno porte, com faturamento entre R$ 240 mil e R$ 16 milhões, segundo dados do relatório Perfil das empresas apoiadas pelo Programa de Subvenção Econômica 2006 a 2009. Para a analista da Finep Vittoria Cerbino, coordenadora do relatório, esse resultado está de acordo com o esperado e demonstra simplesmente uma questão de proporcionalidade: “Há mais pequenas empresas no país do que grandes. Então, é normal que as envolvidas nessa área sejam em maior número”. 16 MAIS RECURSOS O BNDES também tem linha de financiamento para as empresas que desejam investir em inovação. Para conseguir o recurso, a empresa deve apresentar sua estratégia de negócios, abrangendo tanto sua capacitação para inovar quanto os projetos potencialmente promissores ou incrementais de produto, processo e marketing. Nos últimos anos, os desembolsos do BNDES para inovação têm crescido de forma significativa. Em 2010, a instituição emprestou R$ 1,37 bilhão para 271 empresas; em 2011, a soma foi de R$ 1,63 bilhão, contemplando 452 empresas. A expectativa do banco para 2012 é de fechar o ano com R$ 2,27 bilhões em financiamentos para essa área, com um aumento de 60% em relação a 2010. Engana-se, contudo, quem pensa que os obstáculos para criar um ambiente propício à inovação sejam prerrogativa exclusiva do poder público e seu emaranhado burocrático. Estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral neste ano, com 149 médias empresas, revelou que metade delas simplesmente ignora os mecanismos disponíveis de incentivo à inovação no país. Mesmo assim os mecanismos de estímulo à inovação no Brasil ainda são pioneiros na América Latina e Caribe. O problema, na opinião do coordenador da pesquisa, Fabian Salum, é a falta de cultura da inovação entre as médias empresas brasileiras. “Os editais da Finep e do BNDES são vencidos apenas por institutos tecnológicos e incubadoras, que vivem desses recursos, e pelas grandes empresas. As médias nem passam perto”, afirma. EMBRAPII A criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) é passo importante rumo à inovação e competitividade das grandes empresas. A nova empresa pública terá como meta auxiliar companhias nacionais a desenvolver produtos e tecnologias que aumentem sua competitividade no mercado mundial. Por enquanto, a execução do projeto piloto, já em andamen- to, está sob a responsabilidade de três instituições: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo; o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro; e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), da Bahia – que receberão verbas da Embrapii para fazer pesquisas direcionadas aos interesses da indústria. NOVOS INSTITUTOS Com ampla capilaridade na área de treinamento e educação, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) ampliará a sua capacidade de oferta de serviços de geração de inovação com a criação de 23 institutos de pesquisa e desenvolvimento em todo o país até 2014. “É uma iniciativa que muda completamente a função do Senai e que irá aumentar em mais dez vezes a sua capacidade em gerar serviços aplicados para a indústria. Queremos criar zonas de inovação, locais de convergência onde os institutos trabalhem em sinergia com empresas, universidades, fornecedores e parceiros”, destaca o gerente de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson de Oliveira Gomes. São oito áreas estratégicas – produção, materiais e componentes, engenharia de superfícies, microeletrônica, tecnologia da comunicação e da informação, tecnologia da construção, energia e defeRafael Motta / Nitro A criação de leis de incentivo à inovação e o aumento das linhas de crédito específicas para a área fizeram com que os gastos do Brasil em PD&I aumentassem quase 18% entre 2003 e 2010. Mas ainda falta um longo caminho para que o país alcance patamares de investimento similares aos das nações desenvolvidas. Para se ter uma ideia, o Brasil investiu em 2010, nessa área, 1,16% de seu Produto Interno Bruto, contra 3,74% da Coreia do Sul, 2,90% dos Estados Unidos e 2,82% da Alemanha. LENTIDÃO Para o secretário adjunto de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Evaldo Vilela, as leis do Bem e de Inovação e as linhas de crédito específicas para a área de PD&I são ótimas iniciativas, mas elas sozinhas não resolvem o problema do país nessa área. “É preciso criar incentivos para o empreendedor, que enfrenta dois problemas essenciais: a falta de recursos, principalmente para as empresas startups, e a burocracia excessiva”, sentencia. Fabian Salum, da FDC: As médias empresas no Brasil não têm cultura de inovação 17 sa – e os institutos terão como meta atender a demanda de inovação não só de grandes, como também de médias e pequenas empresas. Em Minas Gerais, serão três unidades, sendo uma para materiais metálicos, uma de alta tensão e outra para desenvolvimento de superfícies, que será um dos oito institutos a serem implantados ainda neste ano. Nessa empreitada, o Senai contará com o conhecimento e a experiência do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Sociedade Fraunhofer. O primeiro dará suporte na elaboração dos projetos de implantação e também na capacitação de professores e técnicos. Já o segundo, considerado a maior organização de pesquisa aplicada da Europa, apoiará o Senai na elaboração dos planos de negócios para a gestão nacional dos institutos. A iniciativa faz parte do Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que conta com o financiamento de R$ 1,5 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de mais R$ 400 milhões do Senai. O total de recursos será usado não só na criação dos Institutos de Inovação, mas também de 38 Institutos Senai de Tecnologia, 53 centros de formação profissional e aquisição de 81 unidades móveis para atender a qualificação profissional onde ainda não há escolas do Senai. POLÍTICA MINEIRA É REFERÊNCIA NACIONAL O despertar para a importância da inovação para a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional parece uma tendência irreversível em todo o país e é evidente em Minas Gerais. “O Brasil e Minas estão passando por um momento de tomada de consciência por parte dos políticos, da sociedade e das empresas de que o país só vai crescer de forma sustentável se investir em educação, ciência, tecnologia e inovação, pilares fundamentais do desenvolvimento”, afirma o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges. A Fapemig se tornou uma das principais agências de fomento do Brasil há pouco tempo, realidade bem distinta da de nove anos atrás, quando dispunha de apenas R$ 24 milhões para serem aplicados em diversos projetos de pesquisa em todo o Estado. Mas, desde 2006 – quando o então governador Aécio Neves decidiu cumprir o dispositivo constitucional que determina que 1% da receita líquida do Estado deve ser aplicado em ciência e tecnologia –, o cenário mudou radicalmente. órgão recebeu R$ 311 milhões –, mas também porque a agência fez seu dever de casa. “Reestruturamos a Fapemig com a criação de novas gerências para o setor de inovação e propriedade intelectual e simplificamos os processos de concessão de recursos para tecnologia, pesquisa e inovação”, enfatiza Mário Neto. Outra iniciativa que favoreceu a política de inovação do governo do Estado e, por consequência, a atuação da Fapemig foi a aprovação da Lei Mineira de Inovação (Lei nº 17.348), em 2008, que permite a liberação de recursos diretamente para as empresas investirem em inovação, e não apenas para instituições públicas, como era antes. CENTRO TECNOLÓGICO REESTRUTURAÇÃO No Estado, uma outra frente de apoio à inovação é o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o mais antigo centro de pesquisa do governo, que este ano, completou quatro décadas. Um convênio de cooperação firmado com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em 2011 pretende transformá-lo em um dos mais avançados do país. Hoje, a Fapemig é referência nacional. Não só por causa do aumento substancial do seu orçamento – em 2011, o No entanto, desde o ano passado, o acordo vem sendo objeto de audiências públicas na Assembleia Legisla- 18 tiva de Minas Gerais. A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia questiona a situação dos servidores do Cetec. O presidente do Sistema Fiemg, Olavo Machado Júnior, enfatiza a necessidade de se aprovar lei que regulamente o convênio, para que um financiamento de R$ 180 milhões seja liberado pelo BNDES. Esses recursos fazem parte de um total de R$ 1,5 bilhão que a instituição de fomento reservou para financiar o Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira. O financiamento do BNDES será empregado, até 2015, na construção de nove unidades de inovação e desenvolvimento tecnológico do Senai no Estado, sendo seis institutos de tecnologia e três de inovação, dois deles no espaço físico do Cetec. BIOTECNOLOGIA CAMINHO ABERTO O setor de biociências é um dos mais promissores no Brasil e em Minas Gerais. Com uma consistente rede de apoio à inovação, ocorrem avanços significativos na aplicação de pesquisas que abrangem do setor de saúde, com produtos sintéticos para enxerto ósseo, à agricultura, com as plantas geneticamente modificadas, que servem à alimentação e à produção de biocombustíveis Loran Nicolas / Istockphoto Setor em alta: pesquisa feita pela Biominas mostra que a maioria das empresas da área de biotecnologia investe em inovação “O convênio irá modernizar o Cetec. Além de tecnologia de ponta, o centro de pesquisa terá também toda sua estrutura de operação e de recursos humanos reformulada”, informa Olavo Machado. Para a reestruturação do CETEC, foram contratadas consultorias do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Os recursos para a consultoria, da ordem de R$ 2 milhões, virão de um empréstimo feito também pelo BNDES para o Sistema Fiemg. (MAC) 19 Principais fontes de recurso para as atividades de P&D nas empresas de biociências >Carlos Plácido Teixeira Um dos mercados mais jovens do sistema produtivo em todo o mundo, as biociências no Brasil se preparam para entrar na fase adulta no Brasil, depois de, nos últimos cinco anos, ter se estruturado para crescer. “Hoje, o país tem produção científica, mecanismos de transferência de conhecimento e novos pesquisadores com espírito empreendedor”, diz o presidente da Fundação Biominas, Eduardo Emrich. O cenário mais favorável se complementa com a disposição do governo de financiar a inovação e criar formas de interação entre os artífices do mercado. Fonte: Biominas Parceiro corporativo 11% Investidor 20 31% Recursos reembolsáveis 19% 69% O estudo A indústria de biociências nacional – Caminhos para o crescimento (2011), produzido pela Fundação Biominas, em parceria com a consultoria PwC, constata realmente que o país crealmente construiu uma base institucional madura, com a adoção de políticas industriais que alavancaram o setor – com programas governamentais de fomento e mecanismos de aproximação entre as universidades e as empresas –, voltadas especialmente para as áreas de agricultura e de saúde humana. “Além disso, há o interesse de grandes empresas em entrar no mercado”, afirma Emrich. Feito a cada dois anos, o estudo da Fundação Biominas mostra que 62,9% dos empresários têm como parâmetro de empresa de sucesso o lema “desenvolver e comercializar produtos inovadores”. E, o que é melhor, 66% deles comercializam produtos desenvolvidos internamente, contra 18% que trabalham com produtos desenvolvidos por terceiros e 8% com out-licensing de tecnologia. Também 66% citaram a necessidade de inovação incremental, que reflete pequenas melhorias em produtos ou linhas de produtos, como prioridade estratégica, e 45% têm 58% Recursos não reembolsáveis Capital próprio VANTAGEM MINEIRA como prioridade alta ou altíssima a inovação disruptiva, aquela que cria novos mercados para novos consumidores. Os números comprovam a vocação das empresas, que na maioria (80%) são, segundo a Associação Brasileira de Biotecnologia (BRBiotec), micro e pequenas; 20% sequer geram receitas, pois estão em fase de criação de produtos. No cenário global de biotecnologia, no qual despontam como líderes os Estados Unidos, França, Holanda, Noruega e Suíça, o Brasil também ocupa posição de destaque, com a produção tecnológica na agricultura (incluindo biocombustíveis) e na área de saúde humana, onde estão, respectiva- Empresas de Biociências no Brasil Fonte: Biominas Sudeste 74.9% Sul 14.4% Minas Gerais (83 empresas) 30.6% Rio de Janeiro (16 empresas) 5.9% Eduardo Emrich, presidente da Biominas: “Hoje o país tem produção científica e pesquisadores com espírito empreendedor” 38% 7% 5.2% Bruno Magalhães / Nitro São Paulo (103 empresas) Paraná (14 empresas) Rio Grande do Sul (19 empresas) mente, 26% e 20% das empresas nacionais biotecnológicas. E é exatamente nessas fatias de mercado que Minas Gerais caminha com grandes feitos, começando por ter o segundo maior número de empresas de biotecnologia do país – hoje são mais de 80, enquanto em 1990 não passavam de sete. São Paulo lidera o ranking, com 103; o Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição, com 19 empresas; e o Rio de Janeiro tem a quarta colocação, com seis. O sistema de produção no setor se articula em torno de três grandes polos: o da Região Metropolitana de Belo Horizonte (com empreendimentos em 14 cidades), o de Viçosa e o do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Eles estão vinculados ao Projeto Estruturador Arranjo Produtivo Local de Biotecnologia, o Minas Biotec, que congrega uma ampla estrutura em rede de apoio a empreendimentos privados – instituições de ensino e pesquisa (o Estado tem 11 instituições de ensino superior, o maior número do país, e conta com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, a Fapemig, uma referência nacional) – e um significativo aparato de estímulo e de financiamento público. Entretanto, o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Evaldo Ferreira Vilela, reconhece que, mesmo com o fortalecimento institucional de apoio à biotecnologia, há ainda muitos desafios para que os produtos inovadores cheguem ao mercado. “Há um caminho longo”, diz ele, admitindo que entre os problemas estão as linhas de financiamento, que não são suficientes. FINANCIAMENTO As iniciativas governamentais ainda não se refletiram na estrutura econômica das empresas e, consequentemente, em seus resultados, deixando claro que 21 os desafios a serem vencidos são muitos. A grande maioria das empresas nacionais de biociências (sendo que mais de 50% desse grupo são de biotecnologia) fatura anualmente R$ 1 milhão em média, o que não tira delas a vantagem de terem forte componente de tecnologia e potencial de inovação. O estudo da Fundação Biominas e da PwC apontou o capital próprio das empresas e os mecanismos públicos de investimentos em inovação como fundamentais para o setor nacional de biociências. Para a metade das empresas, os recursos públicos não reembolsáveis representam 50% do montante aplicado em P&D; para 13% delas, esse índice sobe para 100%. As taxas de financiamento de instituições governamentais são atrativas, mas as empresas têm dificuldade de acesso por causa das exigências de garantias. Os índices apurados escancaram a falta de parcerias corporativas e de investidores no setor. EXPORTAÇÕES DIFERENCIADAS O perfil das empresas justifica a necessidade de maior atenção dos governos, em todos os níveis. Segundo dados da Minas Biotec, que refletem o perfil nacional, 39% das empresas de biotecnologia em Minas têm faturamento anual de até R$ 1 milhão, e apenas 13% superam R$ 5 milhões. Ainda assim, seus produtos conquistam não apenas o mercado interno, mas também o externo. Mesmo com uma participação pequena nas exportações, o Estado está na liderança quando se trata, por exemplo, de lentes intraoculares e válvulas cardíacas, vendendo também embriões e sementes para outros países. Coordenadora do Centro de Estatísticas e Informações da Fundação João Pinheiro (FJP), Elisa Maria Pinto da Rocha ressalta que “é necessário dar visibilidade a indicadores que são estratégi- Distribuição das empresas por segmento de negócios 17% 29% 38% 16% Saúde animal: saúde, reprodução, alimentação Agronegócios: plantas, clones, produtos genéticos Meio ambiente Saúde humana Distribuição das empresas por faturamento 15% 39% 17% 13% 6% 10% mais de R$ 5 milhões sem faturamento não informado menos de R$ 1 milhão menos de R$ 5 milhões cos por sinalizarem novas oportunidades de mercado”. Esses indicadores estão presentes na pesquisa Análise do Desempenho das Exportações de Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C), feita pela FJP. Ela aponta, por exemplo, que o Estado é o maior exportador brasileiro de aparelhos de raio X para diagnósticos médicos (79,3%) e detém 97% da exportação nacional de lentes intraoculares, vendidas para a República Tcheca, Estados Unidos, Colômbia e Irã, contabilizando 0,02% de participação no comércio exterior e faturamento de US$ 618 mil. E mais: as empresas de biotecnologia mineiras ou instaladas no Estado respondem por 62,8% das vendas brasileiras de próteses arteriais mamárias e de substituição de membros. Utilizadas em transplantes, as válvulas cardíacas mecânicas e biológicas produzidas pela St. Jude Medical Brasil, multinacional norte-americana instalada em Belo Horizonte, são exportadas para 130 países. A empresa exporta 90% de tudo o que fabrica em Minas, além de ser líder de fornecimento no Brasil, e investiu R$ 25 milhões na expansão de suas atividades. Em março, a St. Jude comemorou o tratamento de 2 milhões de pacientes em todo o mundo com sua tecnologia. senvolvimento de anticorpos com uso de nanotecnologia e a prestação de serviços de genética humana, animal e diagnósticos moleculares. Outra face de sucesso da biotecnologia no país e em Minas Gerais está no agronegócio. O Brasil é o segundo maior país em área de cultivo de sementes geneticamente modificadas e detém a expertise no melhoramento de cultivares por métodos moleculares. As principais pesquisas estão concentradas no desenvolvimento de variações das sementes de soja, milho e algodão, que têm maior peso na balança comercial, e de cana-de-açúcar, a estrela do biocombustível. São projetos que envolvem multinacionais, como a Monsanto e a Syngenta, em Uberlândia, mas também muito especialmente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). “A pesquisa pública tem papel determinante na definição dos rumos do processo de inovação na área”, atesta o engenheiro agrônomo e doutor em genética e biologia molecular Geraldo Magela Cançado, pesquisador da Epamig. Com apoio da Fundação Triângulo (instituição privada), Embrapa e Epamig lançaram, no primeiro semestre deste ano, a soja de Minas Nutry Soy, fruto de melhoramento genético. A nova variedade é resultante de 11 anos de pesquisas, por meio do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana. “É um produto parecido com amendoim caramelado, sugerido como petisco”, conta Ana Cristina Juhász, pesquisadora da Epamig. A Good Soy, empresa que trabalha com produtos do segmento, é a primeira a comercializar FERTILIZAÇÃO IN VITRO Com o maior rebanho do país, não é coincidência o avanço em Minas Gerais das pesquisas que beneficiam o setor e reduzem os custos da produção. A tendência de maior adoção da inseminação artificial foi detectada no Estudo de Atratividade do Polo de Excelência em Genética Bovina de Uberaba, encomendado pelo Sebrae MG e órgãos do governo estadual à empresa de consultoria Markestrat. “O Brasil é referência em termos de técnicas de reprodução, especialmente a fertilização in vitro. O domínio do conhecimento já permitiu ao país tornar-se o maior produtor de embriões in vitro, além de registrar resultados positivos na adoção de técnicas de aprimoramento da transferência de embriões, da FIV e da clonagem”, diz o estudo. (CPT) Marcus Desimoni / Nitro Elisa Rocha, da FJP: “É preciso dar visibilidade a indicadores que são estratégicos para ganhar novos mercados” menos de R$ 2 milhões SAFRA INOVADORA Principais desafios das empresas 32,7% 52% 34,7% captar recursos financeiros explorar novos mercados ampliar a infraestrutura da empresa A presidente da Associação Mineira de Biotecnologia (Ambiotec), Giana Marcellini, diz estar otimista quanto às perspectivas do setor, devido à articulação de iniciativas com apoio governamental para ampliação dos investimentos em novos centros de produção. Segundo ela, uma nova safra de inovações está em gestação. As áreas que geram maior interesse de pesquisadores e empreendedores são a reconstituição óssea e de tecidos, o de- Fonte: Biominas 22 23 a nova leguminosa. Em Viçosa (Zona da Mata), as áreas de alimentos, agricultura e sustentabilidade são as geradoras das principais oportunidades para o sistema produtivo da região. Diretor da Cluster Consulting, Carlos Tarrasón conta que, em diagnóstico realizado pela empresa, foi constatado que o mercado demanda melhoramento genético de frutas, legumes e verduras, flores, plantas ornamentais e eucalipto e desenvolvimento de plantas como biorreatores para nutrição, cosméticos e terapêuticos. Mas é no setor de ingredientes para indústrias de alimentos que ele identifica um dos campos mais promissores, o que inclui produtos como substituidores de sabores e aromas, açúcares de baixa caloria e moderadores de apetite. DA ACADEMIA PARA O MERCADO Agência Nitro Os produtos da JHS foram registrados no Ministério da Saúde para comercialização em 1999 e 2000, respectivamente. “No início, produzíamos em torno de 300 gramas a cada dois meses. Hoje, já contamos com produção de 3,5 quilos da HAP-91 por mês”, diz Sheyla sobre um dos itens fabricados pela empresa, lembrando que a conquista do mercado foi lenta. “Agora, atendemos todo o Brasil”. Segundo ela, uma das vantagens do produto sintético é o paciente não ter que se submeter a outra cirurgia, para retirada da crista ilíaca ou de uma costela flutuante, ou ainda usar osso de animal ou de cadáver. Coordenador do APL de Viçosa e diretor da Agrogenética – laboratório que presta serviços para indústrias de alimentos e é um dos sete credenciados no país pelo Ministério da Agricultura –, Wilton Marota de Souza confirma a tendência apontada para a região: “Estamos na etapa da identificação do potencial da cadeia de alimentação, um dos potenciais da região, graças ao suporte e à tradição de pesquisa e desenvolvimento da Universidade Federal de Viçosa (UFV)”. Sócia da JHS Biomateriais, Sheila Bicalho aposta na pesquisa para conquistar mercado; a empresa possui outros 14 projetos em desenvolvimento ETANOL Com caminho já consolidado na área de etanol, o Brasil lidera a produção mundial a partir da cana-de-açúcar e detém a expertise e a tecnologia. Parte significativa do potencial nacional se deve ao melhoramento genético da planta. Segundo Estado maior produtor de cana do país e terceiro em álcool combustível, Minas Gerais conta com a UFV para 24 enxertos da JHS são integralmente absorvidos pelo corpo humano e em dois anos deixam de ser identificáveis”, assegura Sheyla. Não duvide da vontade da empresária e doutora em Química Sheyla Maria de Castro Máximo Bicalho. Ela pretende fazer da JHS Biomateriais, fabricante de enxerto ósseo para uso médico e odontológico, a maior empresa do ramo no Brasil. Para tanto, Sheyla conta com a produção inovadora gerada nos laboratórios da empresa sediada em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na qual ela é sócia e pesquisadora. A JHS Biomateriais é fruto de uma pesquisa acadêmica desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais, onde Sheyla e seus sócios, a doutora em física Jane Maria Netto de Magalhães Alves e o mestre em química Hermeto Barboza Machado, trabalhavam como professores do Departamento de Química. A linha de produção da JHS tem como carro-chefe um elemento sintético com características do osso medular e um tipo específico de colágeno. “Ao contrário dos produtos de concorrentes, os A JHS Biomateriais é uma empresa de biotecnologia de pequeno porte, com 24 funcionários, instalada em sede própria, de 1.500 metros quadrados. Nas metas da administração está a expansão, com uma nova sede. A área atual será transformada em um centro de pesquisa de novos materiais e desenvolvimento de produtos inovadores. “Uma das inovações é uma pasta com propriedades de regeneração de nervos lesionados durante um procedimento cirúrgico ou acidentalmente”, anuncia Sheyla. A empresa possui outros 14 projetos de biomateriais em fase de desenvolvimento, incluindo produtos para pacientes que tenham sofrido traumas na cabeça e na mandíbula e que necessitam de substituição de partes ósseas. (CPT) criar raízes no setor. A instituição é uma das 11 federais de ensino integrantes da Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), formada em parceria com usinas de álcool e açúcar. A Ridesa desenvolveu 43 das variedades de cana-de-açúcar cultivadas no Brasil, 60% do total. Estima-se que o trabalho realizado tenha proporcionado um aumento da produtividade da planta superior a 30%. A rede tem convênio com mais de 30 indústrias sucroalcooleiras no Estado, onde produziu a espécie RB 867515, usada em mais de 20% da área cultivada no país. “Utilizamos o conhecimento teórico e a formação de recursos humanos para fabricar uma inovação tecnológica que atenderá o mercado produtor de cana e seus beneficiados. Está aí o diferencial do grupo”, assinala um dos coordenadores da Ridesa, o professor Márcio Barbosa, do Departamento de Fitotecnia da UFV. Enquanto isso, instituições como a Universidade Federal de Lavras (Ufla) – que há dez anos desenvolve pesquisas na cadeia produtiva do biodiesel – e a unidade de Montes Claros da Epamig trabalham no aproveitamento de matérias-primas agrícolas, como o girassol e a macaúba, para fabricação de combustível. “Estamos conseguindo aproveitar matérias-primas que não tinham valor e que geravam passivos ambientais, como óleos e gorduras residuais, na produção de biodiesel. Num futuro próximo, incorporaremos ao biodiesel resíduos de baixa qualidade, incluindo até esgotos”, salienta o professor titular do Departamento de Engenharia da Ufla Pedro Castro Neto, doutor em energia da agricultura. 25 NOBRE Bruno Vilela / Nitro PONTO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves será transformada em um corredor multimodal de alta tecnologia Um dos setores mais avançados no Estado, a tecnologia da informação sinaliza com expansão em direção ao Vetor Norte da capital mineira, seguindo os passos da Região Sul. Empresas importantes ajudam a consolidar um mercado pujante em inovação e podem alterar o perfil industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte > Marco Antônio Corteleti Desde a década passada, o governo mineiro tenta diminuir a dependência do Estado em relação às commodities, atraindo empresas de base tecnológica e centros de pesquisas, com o objetivo de transformar a economia ainda baseada em bens primários em uma calcada na produção de conhecimento e de inovação. Uma das principais iniciativas nesse sentido é o programa de desenvolvimento do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que pretende fazer da localidade, onde está o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, um corredor multimodal de alta tecnologia. “O objetivo do governo é dotar essa região de infraestrutura capaz de abrigar indústrias-foco, fomentar a pesquisa, ligar centros de produção a centros de demanda e aproveitar as vantagens oferecidas pelo aeroporto”, explica o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvi26 mento Econômico, Luiz Antônio Athayde. O projeto possui como pilares industriais os setores de componentes eletrônicos, tecnologia da informação, turismo médico, turismo de lazer e defesa & aeroespacial. TABLETS E SEMICONDUTORES As áreas com maior projeção no momento são as de tecnologia da informação e comunicações, que poderão formar um polo de microeletrônica nesse corredor multimodal. Uma das grandes vedetes desse polo deverá ser uma unidade da gigante taiwanesa Foxconn, empresa responsável pela produção do tablet iPad, da Apple. Aqui ela deverá fabricar componentes para o aparelho. E esse “aqui” pode significar a pequena Funilândia, com apenas 5 mil habitantes. Situado a 74 quilômetros de Belo Horizonte, o município é um dos mais cotados para abrigar a Foxconn. A confirmação da vinda da 27 Joao Marcos Rosa / Nitro Joao Marcos Rosa / Nitro Outro equipamento produzido pela MXT que promete sucesso é um servidor para gerenciamento de imagens – o G100 –, dispositivo para automação residencial, controlando imagens de domicílios ou de veículos, em uma série de conectividades sem fio. Com o G100, a empresa aposta que será possível reduzir o custo da automação residencial em até 80%, tornando esse tipo de serviço acessível à classe média. empresa deverá ser anunciada ainda neste semestre e conta com o empenho pessoal do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para que o empreendimento, estimado em U$ 2,5 bilhões, fique mesmo em Minas Gerais. Segundo informou o ministério, faltam detalhes no que diz respeito à composição acionária da empresa para que o projeto possa ser oficialmente divulgado. Já definido, outro importante empreendimento do polo de microeletrônica é uma fábrica de semicondutores. A SIX Automação terá como sócios majoritários o empresário Eike Batista e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela será construída em uma área de 160 mil metros quadrados, no município de Ribeirão das Neves. O projeto receberá aportes de US$ 580 milhões. As obras foram iniciadas em julho, com previsão de término em dois anos. DATA CENTER Outra empresa de tecnologia da informação com destaque no mercado mineiro e nacional é a Ativas, criada em 2008 pelo grupo mineiro Asamar, que atua em diversas áreas, como distribuição de combustíveis, incorporação e construção imobiliária e serviços financeiros, entre outros. Para se diferenciar dos data centers oferecidos no mercado, a Ativas teve que buscar a principal certificação no mundo, a Tier 3, tornando-se a primeira empresa da América do Sul a conseguí-la, no ano passado. ESTRATÉGICOS A SIX Automação irá gerar de 250 a 300 empregos diretos e produzirá waffers – pastilhas de silício (material semicondutor) para serem utilizadas em bens de capital e de consumo. Além de Eike Batista e do BNDES, os demais sócios da unidade da SIX em Minas serão a multinacional IBM, o governo de Minas – por meio do BDMGPar, braço recém-criado do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para participação direta em projetos estratégicos –, a empresa de engenharia Matec, de São Paulo, e o empresário alemão Wolfgang Sauer, idealizador do projeto. Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Ian Campos Martins, 28 Luiz Antônio Athayde: “O governo planeja o Vetor Norte para abrigar empresas com foco em inovação, atraindo empresas nacionais e multinacionais” embora a criação do corredor multimodal de alta tecnologia ainda seja incipiente, as perspectivas são bem positivas. “A possível vinda da Foxconn e o investimento da SIX no Estado contribuiriam para criar uma forte cadeia produtiva para o setor, já que a produção de tablets e semicondutores exige muitos softwares embarcados, isso é, que vão dentro dos equipamentos”, avalia. Alexandre Siffert, presidente da Ativas: “Com tecnologia de ponta, que inclui certificação rara, empresa conquistou o mercado com grandes clientes” REFERÊNCIA Na expectativa de consolidação do polo de microeletrônica, determinados empreendimentos privados já mostram que é possível inovar em Minas Gerais. É o caso de duas empresas, que se tornaram referência nacional e internacional: a MXT Industrial e a Ativas. A primeira é pioneira na fabricação do tablet industrial no Brasil, enquanto a segunda oferece aos seus clientes o mais moderno data center da América Latina. Com apenas seis anos de mercado, a MXT Industrial – pertencente ao grupo Maxtrack, líder no segmento de rastreamento de veículos – criou em 2010 um tablet denominado i-MXT, terminal utilizado no setor industrial ou de serviços em cujas operações se exige um equipamento robusto. O presidente da MXT, Etienne Guerra, conta que o i-MXT tem vários diferenciais em relação ao tablet doméstico, como o iPad e o Samsung Galaxy Tab: proteção contra pico de tensão, vibração e queda, além de conectividades como ethernet, HDMI, porta serial, modem 3G, bluetooth, wi-fi e zigbee. Por ser multifuncional, é possível conectar grande variedade de dispositivos nas portas USB, como impressora, leitor de código de barras e bafômetro, entre outros. “Possuir a Tier 3 significa que dispomos de um data center com altíssima confiabilidade, de 99,98%”, esclarece o presidente da empresa, Alexandre Siffert, acrescentando: “Entre os diferenciais que o data center da Ativas tem estão dois ramais de energia próprios de duas subestações diferentes, coisa raríssima para este tipo de operação”. Com apenas um ano e meio de operação, a Ativas conquistou clientes como a Localiza, MRV Engenharia, Light Energia e América Latina Logística. O projeto da Ativas chamou a atenção da Cemig, que aceitou o convite da Asamar para integrar seu capital, com a aquisição de 49% de participação. 29 NANOTECNOLOGIA TRADIÇÃO COMO ALIADA DA ELETRÔNICA Se o polo de eletrônica no Vetor Norte de Belo Horizonte começa a sair do papel, o de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, já é uma realidade há várias décadas. Com 143 empresas, o polo emprega 11.300 pessoas e fabrica cerca de 12 mil produtos, muitos deles exportados para os cinco continentes. O faturamento anual foi de R$ 1,7 bilhão em 2011. Apesar do êxito, o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto, considera que há muitos desafios para o setor, principalmente no que diz respeito à concorrência dos produtos chineses. “O desafio é continuar investindo diariamente em inovação tecnológica, lançando novos produtos no mercado e atendendo diretamente a demanda. Temos os melhores desenvolvedores de sofwares do país, e isso praticamente impossibilita que nossos produtos possam ser copiados”, esclarece. Entre os milhares de itens do Vale da Eletrônica, os aparelhos de transmissão de TV digital são considerados os melhores do mundo. “O próximo desafio do polo será desenvolver tecnologia para o rádio digital, cujas discussões sobre legislação e padrão serão iniciadas pelo Ministério das Telecomunicações ainda este ano”, informa Souza Pinto. Empresários de Santa Rita do Sapucaí já fazem parte do comitê de discussão do tema montado pelo governo federal. ESCOLA TÉCNICA Considerado referência nacional, o polo começou a ser gestado na década de 1950, quando Luzia Rennó Moreira, sobrinha do ex-ministro Delfim Moreira, lançou o projeto de uma escola técnica de eletrônica, a primeira do gênero na América Latina. A escola, inaugurada em 1959, atraiu jovens interessados em se preparar tecnicamente para as oportunidades do mercado daquela época. “Ela foi muito bem montada, com ótima infraestrutura e corpo docente de qualidade. Isso projetou a cidade como centro de formação técnica para área de ele- 30 trônica”, lembra o professor Ely Kallas, decano do Instituto Nacional de Telecomunicações, o Inatel. A instituição de ensino superior foi criada em 1965, em decorrência do sucesso da escola técnica, iniciando as atividades com os cursos de engenharia operacional e de telecomunicações. “Os profissionais formados no Inatel no final dos anos 1960 foram responsáveis pela modernização de boa parte do sistema de telefonia brasileiro da época”, conta o professor. Com a crise do petróleo desencadeada a partir de 1973 e a recessão da economia brasileira, profissionais e professores formados em Santa Rita começaram a montar as primeiras empresas. O de- A década seguinte foi marcada pelo surgimento das primeiras incubadoras de empresas na região de Santa Rita, e nos anos 1990 o Vale da Eletrônica estava consolidado. Em todo esse tempo, a parceria e o apoio do Inatel foram fundamentais, sobretudo nos projetos de pesquisa e inovação e formação de mão de obra. “Hoje nós temos uma estrutura acadêmica muito forte, com quatro ramos de engenharia (controle e automação, biomédica, telecomunicações e computação) e a escola técnica”, informa Ely Kallas. (MAC) Sanzio Mello / Arquivo Sindvel O polo de Santa Rita do Sapucaí tem 143 empresas e fabrica 12 mil produtos. Os aparelhos de transmissão de TV digital são considerados os melhores do mundo MUNDO semprego latente motivou o apoio do poder público municipal, com intermediação de financiamentos do BDMG e isenção de impostos para instalação de empresas de base tecnológica. NANO A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é reconhecida nacionalmente pelos projetos e pesquisas em nanotecnologia, área que tem diversas aplicações. Professor da instituição recebeu prêmio internacional pelos estudos sobre as possibilidades de uso dos nanotubos de carbono > Lucas Alvarenga Controlar a matéria na escala bilionésima do metro. É esse o objetivo da nanotecnologia, área de pesquisa com atuação em processos moleculares, ópticos, magnéticos e elétricos. Desde a década passada, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é centro de excelência reconhecido em todo o país por projetos nesse âmbito, dois deles com patentes depositadas: a vacina contra a leishmaniose e o cimento nanoestruturado, um concreto mecanicamente mais resistente e mais estável aos ataques químicos e microbiológicos. Os produtos estão em fase de desenvolvimento com empresas parceiras. Com pós-doutorado em física no Massachusets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, o diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), Ado Jório de Vasconcelos, foi premiado em abril pelo Centro Internacional Abdus Salam de Física Teórica, em Trieste, na Itália. O prêmio é dado a cientistas com menos de 40 anos por contribuições originais em física e matemática. O mineiro dedicou os últimos 12 anos a pesquisas sobre a aplicação da espectroscopia Raman (técnica conhecida há 90 anos que analisa as frequências da luz que incide em uma substância e a luz reemitida por ela) na identificação de propriedades dos nanotubos de carbono, um dos focos das pesquisas na UFMG. Com seu trabalho, Ado Jório ampliou as possibilidades de uso dos nanotubos de carbano, que são estruturas cilíndricas formadas por átomos de carbono, cujo diâmetro é de um a três nanômetros (nm) e o comprimento é de 1.000 nm (100 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo). Os nanotubos de carbono têm enorme importância para a nanociência e interessam às mais diversas áreas, da biologia à engenharia, passando pela medicina e ciências dos materiais. Eles têm propriedades físicas e químicas especiais, como resistência mecânica 20 vezes maior do que a do aço, garantindo também flexibilidade, elasticidade e transporte de calor e eletricidade. Atualmente, a Universidade de São Paulo (USP) domina as pesquisas em nanociência e nanotecnologia, muito embora haja diversos trabalhos por todo o país. Esses estudos abrangem desde as nanoestruturas modificadas para a área de cosméticos, passando pela tribologia, focada na melhoria de propriedades térmicas e lubrificantes de óleos, até o desenvolvimento de LEDs orgânicos, mais baratos e eficientes. A fim de incentivar essas e outras iniciativas, o governo federal implantou o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), projeto que otimizará a infraestrutura de 16 institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) especializados no setor, além de mobilizar empresas instaladas no Brasil e apoiar suas atividades. As primeiras propostas de instituições interessadas em compor o SisNano serão analisadas ainda neste ano. A ideia está vinculada a outro projeto federal, o Plano Brasil Maior, cujo intuito é elevar o peso da atividade industrial no Produto Interno Bruto. 31 DISSEMINANDO A CULTURA DA INOVAÇÃO A inovação e o desenvolvimento tecnológico são fatores que influenciam decisivamente a performance empresarial e a posição relativa das economias nacionais, definindo suas condições de inserção em mercados cada vez mais competitivos e globalizados. Isso torna a cultura da inovação eixo de construção de vantagens concorrenciais e de sustentação do desenvolvimento. A experiência internacional tem demonstrado a importância da ação do Estado na promoção da inovação tecnológica. No Brasil, a exploração de petróleo em águas profundas, avanços em tecnologias agropecuárias e a fabricação de aeronaves modernas e competitivas são exemplos exitosos de intervenções públicas na geração de tecnologias inovadoras. Paralelamente, o Estado brasileiro tem atuado em favor da criação de um ambiente regulatório e institucional que potencializa a interação entre empresas, universidades e órgãos públicos, além de prover condições de suporte financeiro a iniciativas científicas e tecnológicas de relevo. Mauro Borges Lemos Presidente da ABDI / Professor UFMG Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais 32 Do ponto de vista regulatório, a definição de incentivos ao setor de informática (Lei de (ou da?) Informática), o estabelecimento de condições favoráveis à pesquisa & desenvolvimento – P&D produtivo (isso mesmo?) (Lei da Inovação), a concessão de incentivos à ampliação dos gastos privados em inovação (Lei do Bem) e a definição de receitas vinculadas da União para fomentar esse tipo de atividade (fundos setoriais) são marcos particularmente importantes. No período mais recente, agregam-se também esforços de promoção da inovação por meio do poder de compra do Estado, a regulamentação da permissão de cláusulas de risco para encomendas tecnológicas, a modernização e ampliação do escopo de atuação do Inmetro em tecnologia industrial e o aperfeiçoamento de regimes especiais, como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações (REPNBL-Redes). Em termos institucionais, a criação de fóruns setoriais com o propósito de ampliar as condições competitivas de cadeias produtivas selecionadas constitui um modelo de formulação e implementação de política industrial que aproxima empresas e órgão públicos. Na estrutura do Plano Brasil Maior, por exemplo, incluem-se 19 Conselhos de Competitividade, que trabalham ativamente na proposição e implementação de agendas de trabalho. No plano financeiro, destaca-se o aumento dos desembolsos do BNDES para inovação de R$ 563 milhões, em 2009, para R$ 2,6 bilhões, em 2011, incluindo repasse de R$ 1 bilhão para ampliar a carteira Finep, de modo a fortalecer a atuação de uma instituição destinada a apoiar todas as dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico. No âmbito desse conjunto de ações, merecem destaque os esforços para envolver o setor privado. A relevância da participação de empresas em pesquisas e investimentos voltados para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores coloca as políticas públicas de indução da inovação empresarial em posição de destaque. O grande desafio é promover maiores avanços nos níveis de investimento empresarial em inovação, de modo a obter ganhos de produtividade que sustentem uma mudança da posição relativa do Brasil na divisão internacional do trabalho. Embora os dispêndios empresariais em P&D no país ainda sejam baixos, limitando-se a 0,55% do PIB, constata-se, em termos absolutos, um aumento expressivo desses gastos, que cresceram, em termos nominais, 3,4 vezes durante a década de 2000. Em 2010, os gastos empresariais em P&D alcançaram R$ 20,7 bilhões, que, somados aos gastos públicos, totalizaram R$ 43,7 bilhões. O Plano Brasil Maior, em sintonia com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, estabelece uma meta de 0,9% do PIB para o dispêndio empresarial em P&D em 2014. Apesar dessa trajetória e do conjunto de esforços recentes, ainda não foi possível alcançar o patamar de investimentos desejado. Entretanto, não se podem ignorar os momentos de crise e instabilidade que marcaram a economia brasileira nas últimas décadas do século XX. Essa situação, naturalmente, não apenas restringiu investimentos governamentais e esforços de políticas de indução da inovação como também inibiu os esforços tecnológicos do setor produtivo. É preciso considerar, portanto, que apenas no curso da última década, diante de um ambiente mais favorável ao investimento e à inovação, foi possível estruturar um aparato de apoio à P&D adequado à realidade brasileira. No curso desse processo, observa-se crescente percepção do setor privado em relação ao caráter estratégico das atividades inovadoras e sua importância para aproveitar oportunidades de inserção competitiva de longo prazo no mercado mundial. Há diversos movimentos nessa direção, a exemplo da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), que visa organizar o apoio privado aos esforços nacionais de inovação. Observam-se, também, crescentes esforços públicos dirigidos para a educação e a qualificação profissional, além de sucessivas medidas voltadas para a melhoria do marco legal da inovação. O governo federal continua apostando na inovação como mecanismo de suporte ao desenvolvimento. No âmbito do Plano Brasil Maior, construiu uma estratégia de apoio ao setor produtivo que privilegia esforços tecnológicos e inclui mecanismos de indução do gasto empresarial em P&D. Por meio da Sondagem de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), tem acompanhado de perto a trajetória dos esforços de um núcleo de empresas que inova e apresenta capacidade de gerar conhecimento e difundir capacitações tecnológicas por todo o setor industrial. Essas empresas, em sua maioria de grande porte, possuem alta eficiência produtiva e diferenciam seus produtos, posicionando-se como âncoras de diversas cadeias produtivas e disseminando comportamentos inovadores. Nesse sentido, aliam-se ao conjunto de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento de competências tecnológicas para fortalecer e consolidar a cultura de inovação no Brasil. 33 AERONÁUTICA VOO ALTO Está no céu uma das vias de desenvolvimento mais promissoras para Minas Gerais: governo e indústria aeronáutica se unem para transformar o Estado em referência no setor, o que não é um desafio pequeno, mas possível diante do que já se vislumbra >Lucas Alvarenga Um complexo aeronáutico está se formando em Minas Gerais a partir de investimentos públicos (federal e estadual) e privados rumo à consolidação de uma determinação do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023. O projeto está associado à criação de polos aeronáuticos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Sul do Estado, no Triângulo Mineiro e na Zona da Mata, cujos investimentos até o momento somam, segundo o governo, mais de R$ 1,5 bilhão. A concepção do complexo aeronáutico no Estado contou com o intercâmbio entre servidores mineiros e especialistas de Cingapura (Sudeste asiático), exemplo bem-sucedido de aerotrópole, assim como Dubai, Frankfurt e Miami. Além dos investimentos pesados, o projeto se apoia numa rede de qualificação profissional, amparada pelas instituições de ensino que possuem cursos na área e pelas que promovem a pesquisa. FORA DE SÃO PAULO A determinação de criar um complexo aeronáutico no Estado foi fundamental para que o vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern Júnior, firmasse com o 34 governo mineiro o compromisso de instalar um escritório de engenharia e desenvolvimento aeronáutico em Minas Gerais, o primeiro da empresa fora de São Paulo. O escritório privilegiará a contratação de mão de obra local, cerca de 100 profissionais, que se dedicarão ao desenvolvimento de projetos, produtos e serviços para os setores aeronáutico, de defesa e segurança, atuando como braço da Embraer de São José dos Campos (SP). “Um dos aspectos que nos influenciaram foi o fato de o Plano Mineiro de Investimentos prever um novo polo aeroespacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a construção do Centro de Capacitação e Tecnologia Aeroespacial”, esclarece o executivo da Embraer. Já instalado provisoriamente no Parque Tecnológico BH-Tec, na capital mineira, o escritório da Embraer deverá se mudar para o CCTA, uma das principais estruturas que compõem o complexo aeronáutico no Estado. O CCTA ganhará, em 2013, sede em Lagoa Santa, onde haverá completa infraestrutura para atividades do setor, dispondo de diversos laboratórios, destinados a empresas e instituições de ensino, assim como espaços próprios para cursos profissionalizantes e de capacitação. A afinidade da Embraer com o Estado vem de muito tempo. Cerca de 40% do quadro de funcionários da empresa é formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde os estudos aeronáuticos eram uma especialidade do curso de engenharia mecânica, até ganharem vida própria com o curso de graduação em engenharia aeroespacial. A instituição conta com um laboratório de protótipos de aeronaves e outro de aerodinâmica, que apoia pesquisas em ensaios de voo, especialmente de calibração de sensores. A Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas, trabalhará junto à Embraer. Em março passado a instituição firmou convênio com a Embraer e outras empresas do setor aeronáutico para promover um curso de especialização, com duração de dois anos, em manutenção de aeronaves na região de São José dos Campos, com o objetivo de aprimorar a qualificação de engenheiros, tecnólogos e bacharéis. HELICÓPTERO BRASILEIRO É também em Itajubá que a Helibras prepara o primeiro helicóptero 100% brasileiro, resul- Após a transferência de tecnologia da Eurocopter para a Helibras, EC-725 será o primeiro helicóptero 100% brasileiro, atendendo as Forças Armadas do país e potenciais clientes latino-americanos Arquivo Eurocopter 35 Roosevelt Cassio / Arquivo Embraer tado de um acordo de R$ 1,8 bilhão firmado em 2008 com o Ministério da Defesa para que a empresa negociasse 50 helicópteros para as Forças Armadas com ao menos 50% de conteúdo nacional até 2020. “Em atendimento à Política Nacional de Defesa, a Helibras e a Eurocopter (fabricante europeia de helicópteros civis) identificaram que a fabricação dessas aeronaves, por meio de um ambicioso programa de transferência tecnológica, permitiria alcançar objetivos internos, além de prover o país com equipamento de ponta e customizado”, detalha o presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira. A fabricação da caixa de transmissão do modelo militar EC-725 representa um passo fundamental para a indústria mineira e nacional, na avaliação de Marson Ferreira. Afinal, o domínio da tecnologia abre possibilidade para a certificação da oficina de componentes dinâmicos da Helibras, instalada em Itajubá. Antes, os processos eram feitos apenas na França. Uma vez transferida para o Brasil, essa e demais tecnologias poderão ser utilizadas em outros projetos por engenheiros e mecânicos aeronáuticos – muitos deles recém-contratados – e pelos 14 fornecedores nacionais dos novos helicópteros, com destaque para companhias mineiras da área da metalurgia e logística. AMPLIAÇÃO A expectativa é fornecer os modelos militares para a América Latina e a versão civil do helicóptero (EC-225) para clientes nacionais e internacionais do segmento de gás e óleo. “A Helibras está investindo R$ 420 milhões na ampliação das instalações, em treinamentos, transferência de tecnologia, compra de ferramentais, simulador de voo e contratação de pesso36 Mauro Kern, da Embraer: escritório da empresa instalado no Estado vai privilegiar a contratação de mão de obra local Daniel Marins Carneiro. Ele aposta no Polo Aeroespacial de Tupaciguara para colocar em prática um projeto com o qual sonha há 20 anos, a fabricação do AX-2 Tupã, aeronave executiva de seis lugares, cujas características sugerem reduzido custo de produção e ganhos tecnológicos em relação aos concorrentes, como baixo nível de ruído e de emissão de poluente. O projeto recebe diferentes financiamentos, inclusive da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), que reservou R$ 7,2 milhões para a confecção da maquete em tamanho real da aeronave, cujo protótipo é aguardado para o final de 2013 e o início de produção para 2014. O presidente da Axis assegura a viabilidade comercial do AX-2 Tupã e projeta a venda de 81 mil unidades em 20 anos. A unidade da empresa aérea é um item do que deverá se tornar o Centro Aeroespacial Axis, que prevê uma série de outras atividades voltadas para pesquisa e formação de mão de obra. Na área, projeta-se a construção de um túnel hipersônico, usado, por exemplo, para experimentos em alta velocidade. A fábrica e o centro de inovação se instalarão em Tupaciguara com investimentos em torno de R$ 28,5 milhões. Os recursos virão do Ministério da Educação, que, ao todo, aplicará R$ 50,5 milhões nos projetos que envolvem o complexo aeronáutico mineiro. A obra comunga com a ideia de valorizar estudos sobre propulsão a laser e hipersônica. Dentro desse projeto estão incluídos R$ 11 milhões que serão repassados pela União à UFU para construção de laboratórios aeronáuticos. “Talvez possamos implantar alguns cursos em Tupaciguara nos próximos anos”, reforça o pró-reitor da UFU, Walder Steffens Júnior. Tupacigua- ra receberá também recursos federais do Programa Brasil Profissionalizado, que somam R$ 7,5 milhões. AEROTRÓPOLE O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, próximo de Lagoa Santa (RMBH), é fundamental na consolidação do complexo aeronáutico planejado pela administração pública. Nele já estão instalados os centros de manutenção da Gol e da Trip Linhas Aéreas, e o governo negocia a chegada da TAM. Na concepção do projeto, Confins deve se transformar numa cidade-aeroporto (aerotrópole). Também o Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, em Goianá, na Zona da Mata, será integrado ao complexo. Subu tilizado atualmente, ele se incorporaria como área para operações aeronáuticas, de apoio logístico e de serviços de manutenção, atendendo, inclusive, projetos ligados à exploração do pré-sal, no litoral fluminense. Negócios "em alta" Reflexo dos investimentos no complexo aeronáutico mineiro: aviação estadual ganha espaço na comercialização de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) para o exterior Exportação de PII&C no Brasil Exportação de PII&C em Minas al”, esmiúça Marson Ferreira. Instalada desde 1980 em Itajubá, a empresa se tornou parceira da Unifei e do governo estadual na construção do Polo Tecnológico de Asas Rotativas, que incentivará o desenvolvimento de partes, peças, serviços e softwares, além de estudos voltados à aeronáutica. Orçado em R$ 200 milhões, o polo será financiado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Cerca de R$ 6 milhões serão investidos no projeto, que ainda será desenvolvido com recursos da Fapemig. FÁBRICA DE AVIÃO A empresa de tecnologia Axis Aeroespacial, fundada em 2009, é no momento o carro-chefe do Polo Aeroespacial de Tupaciguara, situado a 70 quilômetros de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A proximidade com a mão de obra formada no curso de engenharia aeronáutica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o apoio da prefeitura pesaram na decisão da empresa de se instalar na região, afirma o engenheiro aeronáutico, fundador e presidente da Axis, ↑ Alta de 120,5% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011) Resultado dos investimentos de MG no complexo aeronáutico ↓ Queda de 0,6% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011) Sinal da retração econômica mundial Total exportado: US$ 247 mi FOB em 2011 Total exportado: US$ 4.340 bilhões FOB em 2011 Participação no grupo PII&C: 0,01% Participação no grupo PII&C: 7,5% * FOB: exportação ou venda de mercadoria, que inclui o preço de transporte inicial até o embarque no navio ou transportadora. Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 37 DEBATE INOVAR PARA RENOVAR > Camila Freitas e Lucas Alvarenga Dados recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirmam o potencial inovador brasileiro. O Brasil figura na 19ª posição entre os países mais inovadores. A diferença entre o total de investimentos e subsídios destinados à pesquisa e desenvolvimento no Brasil (0,5% do PIB) e o do primeiro colocado no ranking, o Canadá (2% do PIB), evidencia, porém, o longo caminho que o país tem a percorrer, visando, inclusive, à expansão e diversificação da indústria nacional. Os desafios dessa jornada, em especial aqueles relacionados ao fomento da tecnologia e da competitividade na indústria, foram debatidos no encontro promovido pela DC Análise, na sede do Diário do Comércio. Estiveram presentes o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues; o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges; o pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, Renato de Lima Santos; o vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e diretor de Relações Institucionais em P&D da Embraco e Whirlpool, Guilherme Marco de Lima; e o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto. Mediaram o debate o coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, e o chefe de reportagem do Diário do Comércio, Eric Gonçalves. 38 Fotos: Marcus Desimoni e Rodrigo Lima / Nitro Em boas mãos: Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, e Eric Gonçalves, do Diário do Comércio foram primorosos na condução do debate Entre os convidados, ficou claro o consenso de que Minas Gerais vem conquistando papel de destaque no cenário nacional, sobretudo desde 2007, quando 1% da receita líquida do Estado passou a ser destinado à área em debate. A necessidade de o governo, iniciativa privada e academia – a chamada hélice tríplice – trabalharem juntos na promoção de um ambiente favorável à inovação foi outro ponto convergente. A discussão permeou ainda os fatores críticos ao avanço da inovação, como a insuficiência na formação qualificada de recursos humanos, a burocracia excessiva e aspectos regulatórios que dificultam ações efetivas de empresas que precisam sobreviver no mercado global. Quais seriam, então, os caminhos possíveis para enfrentar esses e outros desafios do setor? As respostas à pergunta você acompanha a seguir. 39 Narcio Rodrigues, Secretário de Ciência e Tecnologia: o Estado já começa a colher os resultados dos investimentos em pesquisa de da rede de apoio à inovação aqui implementada INCENTIVOS NARCIO RODRIGUES: Sou otimista com relação ao futuro, principalmente pelo que aconteceu no Brasil nos últimos anos. Há ainda dificuldades de natureza estratégica, mas percebemos que os governos têm se orientado pela lógica de que o país não vai estabelecer uma plataforma de desenvolvimento sem resolver os investimentos efetivos em educação, ciência, tecnologia e inovação. Estamos vendo um comprometimento dos orçamentos públicos nessas áreas, ainda que com contingenciamentos. Em Minas, tivemos em 2007 a decisão política do governo de investir 1% da receita líquida do Estado em favor da ciência e tecnologia. Não é tudo do que se precisa, mas é um diferencial com relação ao que se fazia no passado. A partir daí começamos a ter uma plataforma de desenvolvimento e já começamos a colher os resultados. MÁRIO NETO: O exemplo de Minas é um sucesso. Com a aprovação da Lei Mineira de Inovação (2008), abriu-se a possibilidade de a Fapemig atuar com as empresas, inclusive em parceria com bancos de desenvolvimento em Minas Gerais, fazendo aporte diretamente às empresas com juros subsidiados e carências para pagamento. Garantias flexíveis como essas permitem que a empresa tenha recursos para galgar outros degraus e ser mais competitiva, não só no Brasil mas também internacionalmente, com produtos de qualidade. A Lei de Inovação (2004) é a primeira legislação específica para inovação no Brasil. O problema dela é que demorou demais para ser gerada e deu incentivo através do Imposto de Renda. Quantas empresas no Brasil pagam Imposto de Renda? Só Roberto Souza, do Sindvel, e Mário Neto , da Fapemig: empresas precisam de apoio para promover a inovação tecnológica aquelas que não precisam de incentivo. Essa é uma questão que já está corrigida na própria lei, que foi toda reescrita. ROBERTO SOUZA: A empresa não precisa de isenção de impostos para crescer e investir. Ela precisa de apoio para promover a inovação tecnológica, levá-la ao mercado, tentar conquistá-lo e alavancar as vendas. Os juros baixos, tão anunciados pelo governo federal, não resolveram os problemas dos novos empresários, pois não há novas oportunidades de acesso a esse dinheiro. A burocracia para conseguir juros de 0,7% ao mês na Caixa é enorme. Além disso, ninguém avaliza ninguém. 40 RENATO SANTOS: O Brasil tem lá suas deficiências, mas ainda tem um patamar de investimento público comparado ao de países avançados, em relação ao PIB. O que nos falta é investimento privado, hoje equivalente a 0,55% do PIB. E por que ele é importante? O investimento público em ciência e tecnologia, correspondente a 0,60% do PIB, financia o por quê, enquanto o investimento privado financia o para quê. Só iremos ter pesquisa com grande potencial de inovação quando tivermos investimento privado em patamares bem mais elevados no Brasil. OLAVO MACHADO: Não precisamos de proteção. 41 Antes do debate o diretor de Mercado e o presidente do Diário do Comércio, Luiz Bruno de Oliveira e Luiz Carlos Costa (esq. p/ dir.) conversam com os convidados Olavo Machado, da Fiemg: “Aquele que precisa de capital e for recorrer ao banco, vai perder tanto tempo que, às vezes, o produto fica obsoleto. Precisamos de mudanças drásticas” Precisamos de ambiente, competência, valorização do mercado e isonomia para que a empresa nacional possa concorrer. Afinal, o que resolve o problema de empresário é mercado. Agora, é preciso criar oportunidades. O ex-presidente Lula enxergou isso com algumas dificuldades. A indústria naval brasileira tinha sido aniquilada. Hoje, já estão fazendo navio, inclusive em Minas Gerais. O problema é que estão trazendo tecnologia da Coreia do Sul que não se transfere na íntegra. Aí não dá tempo de a universidade desenvolvê-la, o que nos leva a buscar tecnologia no Japão. Isso faz parte do jogo, gera custos, e a empresa nacional não suporta. Nos Estados Unidos, os empresários quebram duas ou três vezes, aprendem, voltam, e o mercado valoriza. No Brasil, se você quebrar, são 20 anos para voltar para o mercado, se você voltar. 42 BUROCRACIA MÁRIO NETO: A empresa quer agilidade. Não dá para trabalhar com os padrões que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) exige de documentação e parceria. Ela demora um ano e meio para lhe dar uma resposta, mais um ano para assinar o contrato, além de toda aquela burocracia. Nós a reduzimos, na Fapemig, ao mínimo para não ferir a lei e estamos mudando a legislação para que a agilidade seja ainda maior. NARCIO RODRIGUES: A velocidade de recursos da Fapemig nem se compara àquela conseguida via emenda. No Congresso, é preciso colocá-la no orçamento, empenhá-la, para depois ter a ordem bancária e iniciar o processo de licitação. Lá se foi o mandato do deputado. Nós estamos vivendo o empacamento do país na questão da execução orçamentária. O setor de ciência, tecnologia e inovação no Brasil padece de um mal: ele não sabe se vender politicamente. O país só vai avançar no dia em que os políticos forem mais técnicos e os técnicos forem mais políticos. A parceria com a iniciativa privada nos permite avançar em muitos aspectos. O projeto do avião apresentado pela Axis Aeroespacial (empresa que produzirá, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, o jato executivo AX-2 Tupã) era para ser viabilizado junto com o governo federal, que deveria ter entrado com R$ 5 milhões. O projeto só saiu porque a Fapemig bancou os R$ 7,2 milhões. Nós acreditamos na possibilidade de se construir uma indústria aeronáutica, e ela pode ser real. OLAVO MACHADO: A nossa indústria tem problemas que outros países não têm, como a questão da contabilidade: o empresário industrial brasileiro tem que fazer tanto malabarismo para ficar vivo que, muitas vezes, não se preocupa com a inovação na contabilização. Mas isso não quer dizer que ele não está inovando. Afinal, hoje no mercado quem não inova morre. A nossa indústria não tem incentivo, e não precisamos de incentivo fiscal, mas sim de deferimento de imposto, alargar o prazo, deixar que o capital que se paga de imposto fique dentro da própria empresa, que o pequeno empresário cresça com ele. Aquele que precisa de capital e for recorrer ao banco vai perder um prazo tão grande que, às vezes, o produto fica obsoleto. Precisamos de mudanças drásticas. PROTEÇÃO GUILHERME DE LIMA: A Anpei começou a trabalhar em Minas com uma base quase empresarial: burocracia próxima de zero e parceria de longo prazo. É um modelo que tem que ser seguido. Agora, o que a Fapemig pode e deve explorar é entrar com capital em algumas empresas para que elas não sejam vendidas para multinacionais do exterior. Será que se a Fapemig e o governo do Estado entrassem com aporte minoritário, mas significativo, não seria uma resposta para diminuir a venda dessas empresas para multinacionais lá fora? É uma reflexão que precisamos fazer. ROBERTO SOUZA: A partir do momento em que a empresa chega a um determinado porte sem ajuda suficiente, o empresário fica com medo e aceita vendê-la. Se há alguém para comprá-la, é porque ela é boa. Em Santa Rita do Sapucaí, foi vendida uma empresa com cinco funcionários. A tecnologia de um aparelho que se coloca no dedo para fazer o eletrocardiograma foi transferida para uma empresa de Campinas. O resultado do exame aparece em um smartphone. Eu mesmo os instruí a vendê-la. Com o talento que os cinco jovens têm, mais tarde eles montam outra empresa com R$ 1,5 milhão que ganharam. Afinal, o conhecimento está com eles. OLAVO MACHADO: A inovação e o desenvolvimento tecnológico devem ser uma conquista da empresa nacional. Não sou contra as empresas estrangeiras que estão aqui, e eu as considero nacionais uma vez que estão instaladas no país, mas não tenha dúvida de que qualquer inovação de interesse maior que possa ser feita aqui vai ser mandada para a matriz 43 GUILHERME DE LIMA: Hoje, países que não primeiro. E vai ser contabilizada lá. O nosso registro de patentes é muito baixo. Um país que não valoriza o que produz não valoriza a indústria. Por isso, não podemos desenvolver tecnologia no Brasil e vendê-la para estrangeiros. Se olharmos a quantidade de empresas de desenvolvimento de equipamentos médicos com nome internacional em Belo Horizonte, perceberemos que não damos o devido valor ao produto nacional. Se tomarmos o primeiro carro do metrô na Inglaterra, veremos nas placas que as empresas inglesas fizeram aquele equipamento. Eles desenvolvem a tecnologia, a aplicam e têm o direito de errar. – embora o Brasil forme 35 mil mestres e 12 mil doutores por ano, o número ainda é insuficiente; o segundo são os investimentos na área; e o terceiro é o aperfeiçoamento da legislação vigente. Na questão da legislação, precisamos aprovar o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Já chegamos a uma versão consensual com as entidades que representam as empresas inovadoras no Brasil para que o Executivo possa levar ao Congresso Nacional como substitutivo aos projetos de lei que já estão lá. HÉLICE TRÍPLICE têm tradição em inovação, assim como o Brasil também não tinha, perceberam que a inovação é um pilar fundamental da competitividade das empresas, e a velocidade de resposta desses países tem sido maior que a nossa capacidade de enfrentar essa ação de maneira conjunta. Universidade, empresa, governo e sociedade fazem parte de um mesmo problema, ou da mesma solução, que é ser mais competitivo, agregar mais valor. Existe uma base mínima instalada pelo governo, que deve ser melhorada e potencializada. Mas, principalmente, deve ser acessível. RENATO SANTOS: Minas Gerais tem uma visão extremamente otimista. Falamos de empresas que estão sendo vendidas, mas é muito difícil controlar o mercado global. Nós temos o exemplo da Akwan (empresa de tecnologia da informação), que foi comprada pela Google, cuja filial está aqui no Estado. Por que ela se instalou em Minas? Há um cenário atraente para elas. ROBERTO SOUZA: A hélice tríplice tem que sair do discurso para a prática. Essa interação entre governo, fábrica e academia tem que acontecer de fato, como ocorreu em Santa Rita do Sapucaí. O problema é se desvencilhar da morosidade existente. Hoje, sem alguém para lidar com a burocracia dentro de uma entidade, não há como implantar uma parceria e prestar contas dela. Mesmo assim, com a base já existente, é possível avançar na área de ciência e tecnologia, simplificando o processo para que se possa colocar a mão na massa. NARCIO RODRIGUES: Eu digo que, se nós pudéssemos aplicar uma receita, o governo precisaria induzir o processo, provendo financiamentos, se desburocratizando e se tornando mais ágil. Já a academia teria que sair de dentro de própria clausura e aceitar a lógica de que conhecimento é meio, e não fim, usando o que se aprende como elemento de transformação. Aí entra a iniciativa privada, que deve correr riscos e adotar a inovação como algo fundamental a sua sobrevivência. MÁRIO NETO: Três fatores são essenciais para que o país se desenvolva em inovação: o primeiro é a formação qualificada de recursos humanos RENATO SANTOS: A universidade brasileira está pronta para o cenário de inovação que se apresenta. O Brasil é um dos países que têm uma das maiores taxas de crescimento de produção científica. Observando o G20, o Brasil é o primeiro colocado, com taxa acumulada nos últimos anos de média de 18% de crescimento. A pós-graduação brasileira chega a um grau de maturidade hoje bastante significativo. Contudo, se você olhar a área de tecnologia e inovação, a ciência brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer. Uma das ações necessária para haver inovação de fato no âmbito acadêmico é a interação com as empresas. E hoje o diálogo com as empresas e a interação têm acontecido de forma muito mais rápida e avançada. PESQUISA NARCIO RODRIGUES: Conseguimos sequenciar o genoma da raça zebuína leiteira em Uberaba. Isso é uma revolução científica e mercadológica, que abre perspectivas mil na área da biotecnologia. Concluímos um processo experimental para tornar a soja um alimento mais agradável, que será introduzido na merenda escolar. Estive em Santa Rita do Sapucaí e vi uma cadeira de rodas mineira movida pelo piscar dos olhos. Cito esses exemplos para dizer o que nós já colhemos em cinco anos de perenidade e ação efetiva. É preciso ter perseverança e apostar a médio e longo prazos. Daí a necessidade de alianças estratégicas para que o Estado seja indutor, e não dono, do processo. Hoje Minas está pautando áreas estratégicas, como a indústria aeronáutica, a biotecnologia, a nanotecnologia, a área de TI. MÁRIO NETO: A ciência, a tecnologia e a inovação também são importantes para a mineração. Uma pesquisa do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), apoiada pela Fapemig, separa do rejeito do minério de ferro o que ainda é ferro, por meio da energia nuclear. Isso eleva a possibilidade de exploração e resolve o problema ambiental ao diminuir o descarte. Além disso, parte das reservas, quando submetida à energia nuclear, gera sílica, própria para fazer lajotas. Guilherme de Lima, da Anpei, e Renato Santos, da UFMG: interação entre universidade e empresas é pilar fundamental 44 RENATO SANTOS: Não basta apenas fazer; a questão da velocidade é essencial. Precisamos competir na velocidade dos grandes países. Temos riquezas, mas precisamos de conhecimento agregado, que gerem também desenvolvimento social e econômico 45 QUALIFICAÇÃO MÁRIO NETO: Minas Gerais tem recursos humanos em abundância. Nós temos 14 universidades públicas, sendo 12 federais. Se você fizer um ranking de 20, as 12 aparecem. Uma prova disso são os estudos dos maiores depositantes de patentes a cada três anos, realizado pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade se era contratado pela Cemig ou abria uma fábrica. Mas agora isso mudou. Prova disso são as escolas do Brasil Profissionalizante (programa do governo federal) inauguradas recentemente. Além disso, é preciso qualificar a educação básica. Em Cingapura, eles mandam os meninos para fazer um curso empresa viver o ambiente empreendedor, só que orientado por um professor. A universidade está pronta. Com uma possível parceria com a Fiemg, poderemos expandir esse serviço. ROBERTO SOUZA: Na academia está a base de tudo, mas quem sustenta uma Entre as questões debatidas, a necessidade de se aprimorar o marco legal e reduzir a burocracia para sedimentar a cultura da inovação no país Industrial). No anterior ao de 2011, a UFMG aparecia em 10º lugar, e a Fapemig estava fora. No ano passado, nós tomamos o 10º lugar, enquanto a UFMG foi para o 5º lugar. Porém, temos que valorizar também a formação técnica no Brasil, além de formar mestres e doutores. No passado, fazia-se um curso técnico em eletricidade e, como se era mal remunerado, investia-se no curso de engenharia elétrica para ver 46 de inovação, independentemente da profissão que eles vão seguir. A inovação tem que estar na cultura das pessoas, porque aí você se torna criativo. RENATO SANTOS: Para se ter uma ideia da sensibilidade da UFMG com essa questão, criou-se este ano o curso de iniciação ao empreendedorismo, com a parceria do Sebrae. Está funcionando muito bem. Um estudante da UFMG vai para dentro de uma fabricação num Estado ou uma região é o processo produtivo. É muito simples desenvolver um produto e mandar via e-mail para a China e vir uma placa pronta de lá, porque não tínhamos mão de obra para fazer isso aqui. Em Santa Rita somos eternamente agradecidos por terem instalado uma unidade do Senai, porque hoje nós temos uma das melhores mãos de obra no processo produtivo, que garante a produção. 47 AUTOMOTIVO À MINEIRA No segundo polo automotivo do país, fábricas em torno da Fiat investem em tecnologia para abastecer carros da montadora com até 70% de componentes produzidos em Minas Gerais. A Iveco se prepara para produzir o veículo blindado Anfíbio Guarani para o Exército brasileiro, com 60% de nacionalização >Lucas Alvarenga Um cinturão de empresas de autopeças e componentes foi formado em função da Fiat, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a partir da década de 1990. Na época, com a intenção de criar a logística que reduziria tempo e custo na fabricação dos carros, Cledorvino Belini, então diretor de compras e atual presidente da Fiat/Chrysler para a América Latina e da Associação das Montadoras de Veículos (Anfavea), incentivava o que se tornaria o segundo polo automotivo do país. Assim, a “mineirização” garantiu competitividade à empresa, ao longo dos 48 anos, e a estratégia fez com que veículos, tratores e ciclos liderassem as exportações de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) em 2011. Antes da consolidação do cinturão, formado por mais de uma centena de empresas, apenas 30% do faturamento de compras da Fiat advinha de empresas localizadas a até 150 quilômetros de distância da montadora. Hoje, 70% das compras envolvem empresas desse círculo fabril, que só fica atrás do ABC Paulista, responsável por 46% da produção nacional de veículos, contra 24% de fabricação mineira. Com essas mudanças, a capacidade produtiva, que em 1987 alcançava 500 carros por dia, saltou para 3.200 veículos diários. Os primeiros capítulos da indústria automobilística em Minas Gerais começaram em 1973, com o início das obras da planta da Fiat em Betim. Concluída em 1976, a fábrica foi, aos poucos, agregando à sua volta empresas fornecedoras – fossem estrangeiras, como a Magnetti Marelli, a Comau e a Aethra, ou mineiras, como a Usiminas. Esta mantém, em sua planta de Ipatinga, um Centro de Tecnologia e a Unigal Usiminas, que Hoje, o Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli fabrica todas as etapas do carro, além de contribuir para a criação de tecnologias junto com centro de pesquisas italiano Arquivo Fiat 49 pesquisam e produzem tendências de aços revestidos, laminados a frio e a quente, destinados ao setor de automóveis. Aliás, o segmento automobilístico é o principal cliente das fundições mineiras, que respondem por 33% da produção brasileira. Em 2011, elas destinaram 56% da sua produção à indústria automotiva. Hoje, além do polo, em Betim, o Estado conta com outras duas montadoras. Em 2000, o segmento de caminhões foi inaugurado em Sete Lagoas, com a planta da Iveco, empresa do grupo Fiat. Na primeira fase, concluída em 2011, 14 fábricas de autopeças foram instaladas em volta dela. O investimento atingiu R$ 60 milhões. A Mercedes-Benz fecha a lista das montadoras. Construída em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a fábrica também produz caminhões. As primeiras unidades foram entregues aos clientes em março de 2012. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 3,6 milhões de unidades de veículos leves, ônibus e caminhões foram produzidas em Minas Gerais no ano passado. ROBÔS Pertencente à holding Fiat SpA, a italiana Comau é uma das empresas que integram o cinturão mineiro. De seus centros de manufatura em Betim e Ribeirão das Neves saem componentes automobilísticos e sistemas de produção, como máquinas de usinagem, linhas de solda e projetos de robôs industriais de quatro e seis eixos. Representante de vendas da Comau, Felipe Madeira res50 Felipe Madeira, da Comau: “empresa incrementa investimentos em automação, monitoramento de processos, parâmetro de produção e robôs“ Agência Nitro salta que o uso de tecnologias de automação, controles, monitoramento de processos, parâmetros de produção e robôs está em expansão, sobretudo para clientes do mercado de autopeças e montadoras como Ford, GM, Renault e Fiat. “Teremos um índice acentuado de automação nas operações mais insalubres, como pintura, prensas e manipulação de peças e equipamentos pesados. Gradualmente, atividades repetitivas também deixaram de ser realizadas por operários e passaram a receber maior grau de robotização”, assinala Madeira, explicando que o tempo para retorno financeiro desse tipo de tecnologia é de um a três anos, seja o cliente do setor automotivo ou não. Madeira assegura que a Comau pretende aproveitar o momento de expansão do setor automobilístico para também aumentar seus negócios no Brasil e na América Latina. Prova disso é uma parceria entre o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIN/UFPE) e a Comissão da Comunidade Europeia para a criação de um software que permita a redução da energia nas linhas de produção. A princípio, a tecnologia será transferida para a fábrica da Comau em Betim e aplicada à planta da Fiat Automóveis. De acordo com a empresa de componentes automobilísticos e sistemas de produção, os processos de automação podem reduzir 75% do consumo energético em ocasiões não produtivas. Invasão hispano-américa Apesar de o setor automotivo ser o principal segmento tecnológico na pauta de exportação de MG, a importação de veículos argentinos e mexicanos preocupa Exportação de veículos, tratores e ciclos em MG: ↑ Alta de 4,4% (de jan/dez 2010 em relação ao mesmo período em 2011) Participação no grupo PII&C: 36,9% Total exportado: US$ 1.522 bilhão em 2011 Importação de veículos, tratores e ciclos em MG: US$ 1.329 bilhão US$ 204 milhões Total importado da Argentina e do México: US$ 1.533 bilhão em 2011 Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 51 PRONTO PARA O COMBATE Relançar a indústria nacional de defesa é um dos objetivos do Exército Brasileiro, que terá com o Veículo Blindado Anfíbio Guarani (também conhecido como VBTP) um produto com até 60% de tecnologia nacional – o que inclui motor, transmissão e chassi. A unidade entregue em junho na Eurosatory – maior feira de equipamentos de defesa da Europa – é a primeira da pré-série lançada pela Iveco, empresa do grupo Fiat. Conforme o CEO da Iveco, Alfredo Altavilla, R$ 55 milhões estão sendo investidos na construção de uma unidade produtiva do blindado no complexo industrial de Sete Lagoas. Essa fábrica produzirá, a partir de 2013, 2.044 unidades do Guarani, orçadas em dois bilhões de euros. Desse modelo sairá uma versão desenvolvida em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. As 38 unidades do “VBTP derivado” servirão à Infantaria. Além das Forças Armadas Brasileiras, o Exército argentino é outro cliente interessado no novo veículo. Com a intenção de projetar o Guarani mundialmente, a Iveco instaurou, no final de 2011, a divisão de Veículos de Defesa, dirigida pelo engenheiro eletrônico italiano Paolo del Noce. “Meu objetivo é fazer dela uma divisão operacional, seja em relação ao projeto do Guarani ou à exploração de novos negócios com a indústria de defesa do Brasil e da América Latina”, afirma Noce. A expectativa é de que 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos estejam envolvidos na produção do blindado, caso a unidade de Sete Lagoas opere em capacidade máxima. O Guarani pesa 18 toneladas, é equipado com motor diesel industrial de 383 cavalos e tem tração 6x6, transmissão automatizada e capacidade de transportar 11 militares. Uma torre armada com operação por controle remoto pode ser integrada aos 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34 metros de altura do veículo. (LA) Arquivo Iveco Também focada em inovação, a italiana Magneti Marelli é outra a compor o “cinturão mineiro”. Em 2010, a fabricante de sistemas e componentes automotivos lançou a linha de pedaleiras híbridas, na planta de comandos mecânicos, componentes e módulos plásticos, em Itaúna, na Região Centro-Oeste. A peça, incluída nos novos modelos de Palio e Uno, contém lâminas de metal na parte interna e plástico moldado na externa. Além disso, é reaproveitável e 50% mais leve que a anterior, contribuindo para a economia de combustível, ao diminuir o esforço do motor. Foram necessários seis meses na Itália para que os engenheiros mineiros transferissem a tecnologia para o Estado. Além de Itaúna, a Magneti conta com fábricas em Contagem, na RMBH (iluminação automotiva e sistemas de suspensão) e Lavras, no Sul de Minas (amortecedores). CENTRO DE PESQUISA grada entre o polo brasileiro e o italiano. A empresa não revela o investimento anual no centro de desenvolvimento, construído com aporte de R$ 400 milhões. Principal empresa do segmento em Minas, a Fiat não ficou para trás. Em 2003, a montadora construiu o Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, na sua sede em Betim. Com mil engenheiros e técnicos dedicados à pesquisa e desenvolvimento, o centro reúne condições de produzir o ciclo completo de um automóvel em laboratórios, como o Centro Estilo, onde é concebido o design do carro, passando pela engenharia até chegar à pista de testes. Atualmente, projetos como o do Palio, Uno e outros modelos são preparados em Betim ou de forma inte- Para lançar tendências, atendendo os anseios dos clientes e propondo veículos mais “amigáveis” ao meio ambiente, a Fiat começou a investir em 2011 uma parcela dos R$ 7 bilhões destinados à modernização da planta mineira, prevista para ser concluída até 2014. Ao final desse período, com a incorporação de novas tecnologias, a empresa pretende elevar a produção de veículos de 800 mil carros para 950 mil. Hoje, o leque de automóveis da montadora inclui 17 modelos e mais de 270 versões voltadas ao mercado interno, externo ou a ambos. MINAS GERAIS AMPLIA AS OPORTUNIDADES PARA O INVESTIMENTO. VEJA COMO O INDI PODE APOIAR O AUMENTO DA EFICIÊNCIA E COMPETITIVIDADE DA SUA EMPRESA: • Assistência em todas as fases do empreendimento, desde a concepção até a implantação e início da operação. • Busca de soluções criativas para as empresas em processo de diversificação, modernização, relocalização, expansão e consolidação de seus negócios. • Realização de estudos sob demanda para localização de empreendimentos e informações setoriais da indústria. • Apoio na prospecção de parceiros e oportunidades de investimento nos diversos segmentos econômicos da indústria, comércio e serviços. • Tratamento individualizado e profissional por meio de uma equipe técnica formada por especialistas em promoção e facilitação de investimentos. Paolo Del Noce, da Divisão de Veículos de Defesa da Iveco: Planos de expansão junto a indústria de defesa do Brasil e América Latina • Relacionamento de longo prazo – a parceria com o INDI avança além da fase de implantação do empreendimento, transformando-se em uma assistência continuada para manutenção da competitividade e crescimento do seu negócio. Faça contato e entenda por que o INDI já assistiu mais de 2.000 empresas em seus mais de 40 anos de atuação. Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais – www.indi.mg.gov.br Gerência de Relações Institucionais – [email protected] – Fone: +55 31 3915-2865 Rod. Prefeito Américo Gianetti, s/nº – Bairro Serra Verde – Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves – Edifício Minas – 2º andar CEP: 31630-900 – Belo Horizonte – MG – Brasil 52 53 FERROVIÁRIO A TODO biodiesel e 75% de diesel comum. Uma frota experimental roda desde o ano passado pelo Brasil. Os testes devem ir até maio de 2013. Hoje, um terço das despesas das empresas de transporte férreo se relaciona a custos operacionais e de combustíveis. VAPOR Recentemente, a GE Transportation superou a marca de 1.300 locomotivas de carga produzidas no Brasil. Em Contagem, a empresa fabrica, desde 2006, modelos com potência de 2.000 a 6.000 cavalos de força (HP), utilizando componentes como sistemas de diagnóstico de falhas, controle de velocidade, comando remoto e pantógrafo – tecnologia que dis- Doug Menuez / Arquivo GE Indústrias naval e ferroviária aproveitam a recuperação desses setores para investir em inovação e tecnologia e atender ao mercado nacional. Empresas da região metropolitana produzem locomotivas mais econômicas e eficientes. No Vale do Aço, o esforço é para atender a demanda de estaleiros fluminenses, segmento aquecido com a descoberta do Pré-Sal >Lucas Alvarenga Há meio século no país e quatro décadas em Contagem, a General Electric (GE) Transportation sobreviveu ao processo de privatização das linhas férreas brasileiras, ocorrido nos anos 1990. Antes reparadora de locomotivas e produtora de máquinas de pequeno porte, a fábrica de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deu um salto em 2008, ano em que entregou a primeira locomotiva de grande porte nacional: o modelo C44EMi. Naquele momento, a empresa começava a nacionalizar sua produção, criando na planta mineira um centro de excelência de engenharia, com sete profissionais especializados para dar suporte à indústria ferroviária brasileira. Hoje, o número de envolvidos nos processos de pesquisa saltou para 70 funcionários, que atuam de forma integrada com a GE mundo afora. 54 Como resultado dessa integração, o centro de excelência desenvolveu a primeira locomotiva de corrente alternada brasileira, que garante economia de até 25% de energia. Além de melhor eficiência e rend imento, eliminam-se escovas e comutadores dos motores de tração, dispositivos que mudam o sentido da corrente elétrica mas diminuem a confiabilidade da máquina. Desde 2011, a GE Transportation trabalha na criação de um motor bicombustível, que permitirá o uso de uma mistura de 25% de Locomotiva produzida pela GE em contagem: melhor rendimento e economia de até 25% de energia pensa a geração de energia pelo motor diesel, obtendo-a diretamente da linha de transmissão. Para atender um mercado reaquecido, sobretudo a demanda da Cosan e da MRS (Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal), a GE Transportation investiu R$ 24 milhões dos R$ 35 milhões previstos até 2013 para a planta mineira. O aporte serviu à ampliação, à construção de duas linhas de montagem e à melhoria de processos produtivos. Assim, sua capacidade anual foi duplicada, passando de 60 locomotivas em 2009 para 120 unidades em 2010. Entretanto, no ano passado a empresa fabricou 110 máquinas e, este ano, a expectativa é de 60 unidades, retomando a média da GE. Esta média é considerada pelos fabricantes um bom número, em se tratando da demanda nacional, ainda pequena, e da difícil década de 1990, quando o país não encomendava nem 40 locomotivas por ano. Apesar da queda na produção, espera-se que o mercado brasileiro absorva 100 locomotivas por ano nos próximos cinco anos. A fim de incentivar a aquisição de modelos com elevada porcentagem de produto nacional, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu em 2007 uma linha especial de financiamento de locomoti55 vas. Ela já beneficia empresas como a MRS – controlada pela Vale – e a América Latina Logística (ALL). A meta acordada pelo banco com a GE era atingir 60% de conteúdo brasileiro em alguns modelos até 2013 – o que já aconteceu. Hoje, essas locomotivas são negociadas por até R$ 3 milhões a unidade. CEO da GE Transportation, Guilherme Mello avalia que desde a década de 1970 o setor ferroviário brasileiro não vivia um momento tão promissor, estimulado especialmente pela realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 2014, que exigem melhoria da infraestrutura nacional. “O país requer uma malha ferroviária compatível com os novos e irreversíveis níveis de exigência”, assinala. Mello lembra ainda que, além dos investimentos federais previstos pela segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento – o PAC 2 –, como a construção de mais 10 mil quilômetros de linhas pelo país, com investimentos previstos no valor de R$ 91 bilhões de reais, o governo estadual tornou isentas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as vendas de locomotivas com potência superior a 3.000 HP produzidas em Minas e destinadas à prestação de serviços de transporte de cargas. O setor incorporará novos atores em breve. A Usiminas Mecânica inaugurará, junto a sua parceira RCC Holding – sociedade com sede na capital mineira e que atua em setores como mineração e siderurgia –, uma fábrica de vagões na histórica Congonhas do Campo, no Campo das Vertentes. A planta ocupará 11 mil m² de área construída e exigiu investimentos de R$ 32 milhões. A fábrica deverá produzir 3.000 unidades por ano, com quatro modelos de vagões. De acordo com o diretor-executivo da Usiminas, Guilherme Muylaert, a construção da fábrica da Usiminas Mecânica em Congonhas ampliará a capacidade da empresa de atender a sua demanda, hoje superior a 700 vagões, número próximo do limite produtivo da fábrica de Santana do Paraíso, no Vale do Aço, de 800 unidades. Além de empregar 180 funcionários, inicialmente o novo empreendimento trará inovações em relação aos vagões produzidos atualmente. Eles contarão com sistema de jateamento e pintura, oficina de montagem e teste de freio. A Viga Caldeiraria, em Santana do Paraíso, no Vale do Aço, produz portas de navios, blocos, escotilhas, torres de guindaste para estaleiros do Rio de Janeiro; a empresa atende o setor naval desde 2008 Arquivo Viga Caldeiraria Forte concorrência NAVIOS MINEIROS Demanda por equipamentos navais para a camada de Pré-Sal e chegada de novos fabricantes de locomotivas não melhoram comércio exterior mineiro nesses segmentos A 298 quilômetros da planta da Usiminas em Ipatinga, indústrias metal-mecânicas do Vale do Aço mostram que mineiro entende de mar. Desde 2008, a região se articula para atender a demanda de estaleiros do Rio de Janeiro, segmento aquecido em virtude da descoberta do Pré-Sal. Exportação do setor naval e ferroviário no Brasil: Exportação do setor naval e ferroviário em Minas: ↓ Queda de 85,2% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011) ↑ Alta de 91,9% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011) Total exportado: US$ 11.896 milhões FOB em 2011 Total exportado: US$ 1.474 bilhão FOB em 2011 Participação no grupo PII&C: 0,30% Participação no grupo PII&C: 2,55% Resultados evidenciam... Retomada do setor ferroviário e naval brasileiro 56 Aumento da concorrência entre estados * FOB: exportação ou venda de mercadoria, que inclui o preço de transporte inicial até o embarque no navio ou transportadora. Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) O gerente da Regional Rio Doce do Sebrae-Minas, Fabrício César Fernandes, ressalta que a característica produtiva do Vale do Aço – povoada por empresas que atendem a demanda da Usiminas – estimulou o desenvolvimento de peças para navios na região. “Os empresários daqui enxergaram uma perspectiva e toparam o desafio. Hoje temos um círculo virtuoso graças à ousadia deles em ampliar o mercado e minimizar os efeitos da crise de 2008”. Para algumas empresas de Ipatinga, o setor naval já representa 20% do faturamento. Por isso, empresários locais desenvolveram por conta própria estudos, projetos e até protótipos de peças e componentes navais para atender as necessidades dos estaleiros. Processo que teve início em uma visita de representantes do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva) ao Rio de Janeiro. “Depois de visitarmos alguns estaleiros, chegamos à conclusão de que aquilo que era produzido lá poderia ser desenvolvido na região, com as devidas adaptações”, recorda o vice-presidente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Flaviano Mirco Gaggiato, também presidente da Viga, uma das empresas que investem nesse mercado. No início limitada a portas de navios, escotilhas e torres de guindaste, a produção sofisticou-se a ponto de desenvolver um navio por inteiro. A empresa Construções e Montagens Ipatinga (CMI) já domina esse processo. Blocos fabricados por ela são transportados em carretas até o porto fluminense e lá dão forma a navios de 27 metros de altura, o equivalente a um prédio de nove andares. Tanto Fernandes quanto Gaggiato alertam para o desafio que se coloca nesse cenário para as empresas: a formação de mão de obra capacitada. “O Senai já atua conosco treinando soldadores. O que almejamos agora é contar com cursos específicos para qualificar a mão de obra e gerar conhecimento na área da engenharia naval. Estamos negociando com as universidades, queremos que elas participem e nos ajudem a nos adequarmos às exigências curriculares do MEC”, arremata. 57 Suficiência crescente Este artigo foi motivado por uma indagação da DC Análise: se as ações do governo brasileiro são adequadas e suficientes para fomentar a inovação na indústria nacional. A resposta é sim, e vamos aos porquês. Em primeiro lugar, porque o governo federal, desde a primeira gestão do presidente Lula, passou a adotar políticas públicas destinadas à criação de um ambiente francamente favorável à inovação no Brasil. A primeira delas foi a instituição da Lei de Inovação (Lei 10.973, de dezembro de 2004), seguida de parte de sua regulamentação, por meio do capítulo terceiro da Lei do Bem (11.196, de novembro de 2005). Em paralelo, as duas versões da política industrial do governo Lula contemplaram, em tom crescente da primeira para a segunda, a inovação como elemento estratégico para o desenvolvimento econômico do país: a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE, de março de 2004) e a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP, de outubro de 2009). Marco Antonio Raupp Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Já no governo da presidente Dilma Rousseff, as cores da inovação aparecem com tonalidades ainda mais fortes. Sua política industrial, batizada de Plano Brasil Maior, tem o slogan “Inovar para competir. Competir para crescer”, que não deixa dúvidas quanto ao lugar que a inovação ocupa neste governo. Em razão desse amplo e bem armado pano de fundo, 58 apresentados são auditados pela Receita Federal. apresentadas pelas empresas industriais. Uma dessas ações decorre mesmo da Lei do Bem, que estabelece incentivos fiscais às atividades inventivas desenvolvidas pelas empresas industriais que declaram Imposto de Renda pelo regime de lucro real. Esses incentivos podem chegar a 200% do valor gasto, contemplando, por exemplo, deduções do IR e da CSLL sobre dispêndios efetuados em atividades de P&D, redução do IPI na compra de máquinas e equipamentos para P&D, depreciação acelerada desses bens e amortização acelerada de bens intangíveis. Outra ação relevante do governo federal se refere à subvenção econômica à inovação, operada por meio de editais da Finep. Nessa modalidade, de 2006 a 2011 foi aportado nas empresas R$ 1,8 bilhão. Para os próximos três anos, será mais R$ 1,2 bilhão. O próximo edital do programa de subvenção será publicado em setembro, no valor aproximado de R$ 400 milhões. Serão contemplados projetos de P&D nos setores de petróleo e gás, energia, saúde, defesa, nuclear, espacial, nanotecnologia, biotecnologia, desenvolvimento social, TIC e biocombustíveis. O projeto-piloto da Embrapii está em curso, com a participação de três instituições de pesquisa: o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), de São Paulo; o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro; e o Senai-Cimatec, da Bahia. Neste momento estamos discutindo a governança da Embrapii, que deverá condizer com os modelos da iniciativa privada. Em 2010, último exercício contabilizado, 875 empresas utilizaram os incentivos da Lei do Bem. Essas empresas informaram que fizeram investimentos totais de R$ 10,7 bilhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em 2010, o que representou o usufruto de incentivos fiscais – vale dizer, de renúncia fiscal por parte do governo federal – no montante de R$ 2,1 bilhões. Mais uma ação coordenada pela Finep, incluindo recursos do BNDES: os programas de crédito para empresas inovadoras, com juros subsidiados. Em 2011, a Finep contratou R$ 2,9 bilhões, valor 75% maior do que em 2010, e desembolsou R$ 1,8 bilhão, 40% a mais do que em 2010. Para este ano, nossa expectativa é de que os contratos de crédito da Finep somem R$ 4 bilhões. Para o ano de 2011, cujos números serão analisados a partir de agora pelo MCTI, a expectativa é de que cerca de mil empresas tenham recorrido aos incentivos da Lei do Bem. Cabe ressaltar que esses incentivos são usados de forma direta pelas empresas, sem necessidade de autorização prévia do governo. Obviamente, os números A criação da Empresa Brasileira de Tecnologia e Inovação Industrial (Embrapii) é mais uma ação de peso do governo federal, que estamos executando em conjunto com a Federação Nacional da Indústria (CNI). O propósito é criar um modelo para a realização de atividades de P&D em instituições de pesquisa, a partir de demandas o governo federal tem posto em prática várias ações de apoio à inovação na indústria brasileira. Por último, cito aqui o programa Ciência sem Fronteiras, que vai proporcionar a ida ao exterior de 100 mil estudantes de graduação e jovens pesquisadores brasileiros das áreas mais identificadas com as atividades de inovação, como engenharia, computação, TI, biotecnologia e nanotecnologia, entre outras mais. Todas essas ações do governo federal são exemplares de sua disposição em partilhar os riscos da inovação com as empresas. Os incentivos da Lei do Bem implicam renúncia fiscal; a subvenção econômica é aporte direto de recursos não reembolsáveis no caixa das empresas; as operações de crédito da Finep têm juros abaixo da inflação, subsidiados pelo governo; e o programa Ciência sem Fronteiras é financiado com recursos do orçamento da União, da ordem de R$ 3,2 bilhões até 2015. O governo federal está fazendo a sua parte. 59 ELETROMECÂNICO Arquivo Mecan Entre os investimentos feitos pela Mecan nos últimos dois anos está o sistema automatizado, denominado linha Transfer, com seis robôs responsáveis pela produção de andaimes e elevadores DRIBLE TECNOLÓGICO Termômetros da indústria, os setores mecânico e elétrico recebem os impactos negativos da falta de crescimento dos demais segmentos. Apesar do contexto pouco favorável, empresas apostam no desenvolvimento tecnológico como saída para otimizar produção, aumentar competitividade e incrementar faturamento >Tatiana Lagôa A saúde de vários setores produtivos pode ser medida por dois grandes indicadores: o investimento em mecanização, com aquisição de novos equipamentos, e o uso de energia elétrica no processo. Nesse sentido, quando a economia do país vai bem, as indústrias mecânicas, elétricas e de aparelhos de precisão vão a reboque, uma vez que estão na base do crescimento econômico. Com o encolhimento das atividades industriais vivido neste ano no país, os resultados alcançados por esses três grupos estruturantes também estão aquém do esperado. Em Minas Gerais, 60 onde a situação não é diferente, empresários buscam aumentar a eficiência com investimentos milionários em inovação e tecnologia. Uma necessidade premente, uma vez que essas indústrias têm forte peso na balança comercial do Estado. Dentre os produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C), por exemplo, representam 28,61% do total exportado em 2011, gerando receita de cerca de US$ 1,1 bilhão para Minas. Máquinas e equipamentos mecânicos se destacam com US$ 803,5 mi61 lhões; já os elétricos registraram US$ 257,6 milhões. “O mundo vive um crescimento muito rápido em termos de exigência de qualidade e preço. Levando em conta a entrada acelerada de produtos chineses no Brasil, só temos como opção investir no desenvolvimento tecnológico. Caso contrário, nossa indústria aos poucos vai encolher”, analisa Alexandre Magno D’Assunção Freitas, vice-presidente do Sindicato da Indústria Eletroeletrônica de Minas Gerais (Sinaees). E é assim que muitas das indústrias do setor estão se movimentando, numa preparação para o que vem pela frente. MEDIDORES INTELIGENTES De olho no mercado, a Serta Transformadores, que projeta conjuntos e sistemas de medição de energia, com sede no Distrito Industrial de Santa Luzia, investiu R$ 1 milhão em 2011 para a modernização de máquinas e equipamentos. Segundo o empresário Carlos Alberto Parillo Calixto, a Serta deve atingir neste ano um faturamento maior do que os R$ 23 milhões registrados em 2011. Entretanto, ele não prevê no- vos investimentos em 2012, porque o mercado começou a se estagnar: “Com a indústria nacional retraindo, não estão ocorrendo grandes investimentos para aumento da produção. E, com isso, a demanda por nossos produtos também acaba caindo. A empresa compensará o mau momento do mercado com produtos mais baratos e de qualidade, o que permite a compra de equipa- mentos mais modernos”. Para acompanhar as mudanças no setor de distribuição de energia brasileiro, que implantará medidores inteligentes, capazes de receber conexões de internet e registrar o consumo de energia, a Nansen, maior empresa mineira do setor de instrumentos de precisão, investe tempo e dinheiro, prevendo a demanda que se formará nos Rafael Motta / Nitro próximos dez anos. Os novos medidores, que deverão estar à venda no primeiro semestre de 2013, seguem a tendência de eficiência tecnológica, com a ideia de que, futuramente o consumidor acompanhará os seus gastos com detalhes, como a média diária de consumo. Atenta ao futuro, a empresa, especializada na fabricação de medidores de energia elétrica, tem como clientes as operadoras de energia do Brasil e do exterior, leia-se México e Polônia. Para a criação da nova linha, a empresa tem investido anualmente cerca de 5% do faturamento, que no ano passado ficou em R$ 110 milhões, contra R$ 102 milhões de 2010. A expectativa de aumento da receita é de 30% até 2014. “É uma visão um pouco conservadora se levarmos em conta o tamanho do mercado que temos para atingir. Em um período de 15 anos, deverão ser trocados 65 milhões de medidores no Brasil”, explica o diretor de Tecnologia, Ricardo Vinner. O objetivo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é substituir toda a rede existente para dar espaço a equipamentos mais modernos. Atualmente, a Nansen detém cerca de 20% do mercado nacional, mas espera um aumento de participação após o lançamento dos medidores inteligentes. Para Vinner, ainda é cedo para estimar em quanto aumentará a participação da empresa. PRODUÇÃO ROBOTIZADA Carlos Calixto, da Serta: faturamento este ano será maior que os R$ 23 milhões registrados em 2011 62 Especializado na fabricação, venda e locação de equipamentos para a construção civil e mineração, o grupo Orguel abriga a Mecan, braço fabril desses equipamentos, entre os quais elevadores 63 AMPLIAR HORIZONTES Apesar da alta representatividade nas exportações mineiras, as três áreas têm sofrido impactos negativos com a situação da indústria nacional. Para se ter uma ideia, segundo dados da Pesquisa Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no primeiro quadrimestre deste ano houve uma redução de 2,2% na produção nacional, frente ao mesmo período do ano anterior. Em Minas Gerais, a queda foi de 1,4% na mesma base de comparação. A retração do setor industrial mineiro se explica pela diminuição na produção em cinco dos 13 ramos pesquisados pelo instituto, com ênfase em metalurgia básica, veículos automotores e indústrias extrativas. O diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, lembra que os setores mecânico, elétrico e de instrumentos de precisão são fortemente influenciados pelo desempenho dos demais, mas questões como os altos custos de produção no Brasil e a dificuldade de a indústria nacional concorrer com produtos estrangeiros têm tornado os dias mais penosos. “Nesse contexto de redução na demanda por novos equipamentos, o desenvolvimento tecnológico é condição para os industriais desses três segmentos se manterem no mercado. Nosso maior desafio é concorrer no mercado internacional. Estamos lidando com multinacionais extremamente equipadas e preparadas tecnologicamente”, afirma Veneroso. A estimativa do Sindicato da Indústria Mecânica do Estado de Minas Gerais (Sindimec-MG) é de que o faturamento das empresas do setor de mecânica responda por cerca de 8% a 10% do Produto Interno Bruto do Estado. Para o segmento, os resultados obtidos na mineração, siderurgia e petroquímica são os que causam maior impacto na produção final. O presidente da entidade, Petrônio Machado Zica, estima que neste ano a produção fique em média 15% abaixo da alcançada em 2011. “Na verdade, não nos recuperamos plenamente desde 2009, no pós-crise econô- mica. Neste ano, o maior peso sobre nosso resultado negativo está na siderurgia, que diminuiu a produção”, afirma. Minas Gerais tem cerca de 870 indústrias do setor mecânico, com polos localizados principalmente na Região Central e no Vale do Aço, que geram, em média 40 mil empregos. O parque produtivo local trabalha atualmente com uma capacidade ociosa de cerca de 30%. Aproximadamente 70% do faturamento é proveniente de contratos com mineração e siderurgia. Uma das estratégias para enfrentar os problemas é a diversificação das áreas de atuação do setor, com o intuito de reduzir a dependência. As duas opções que chamam atenção são as indústrias naval e química. O investimento em novas tecnologias é outra importante medida adotada. “Estamos tentando reduzir nossa dependência externa. O Brasil tem condições de criar suas próprias peças e máquinas, sem ter que importar grande parte delas, como já foi no passado. A dependência tem ficado menor”, assevera Machado Zica. (TL) Setor Eletroeletrônico Minas Gerais (2011) e andaimes. Visando melhorar sua eficiência produtiva, a Mecan investiu R$ 15 milhões em 2010, na expansão e modernização da plataforma industrial, com ampliação da fábrica e aquisição de novos equipamentos. Foi nessa época também que a empresa instalou um sistema automatizado, denominado linha Transfer, com seis robôs. No ano passado, o gasto foi de US$ 20 milhões na compra de QuikDeck, plataforma de trabalho suspensa que auxilia nos processos de manutenção em locais de difícil acesso, como plataformas de petróleo. MÃO DE OBRA O diretor-executivo da empresa, Carlos Alberto Villefort, explica que as mudanças possibilitaram um ganho de 80% em eficiência na produção. Com a aquisição dos robôs, elimina-se a necessidade de 26 funcionários, que podem ser alocados para outras funções. Segundo ele, esse é um ganho importante, levando-se em conta a dificuldade de conseguir mão de obra especializada, em uma época em que o nível de desemprego no Estado está cada vez menor. “Nossa capacidade de produção hoje passou a ser de um andaime a cada 30 segundos, e ainda garantindo a qualidade do produto”, salienta. SOFTWARE Também tem sido com investimentos em tecnologia que a Polikini, com sede no Distrito Industrial de Itabira, na Região Central, tem escapado da perda de competitividade. Formada por um grupo de ex-funcionários da mineradora Vale, a empresa gastou R$ 500 mil para atualizar recentemente o servidor utilizado na organização de sua área administrativa. Embora o novo software implantado para ajudar no processo de gestão da companhia, como contagem do estoque e cálculo da quantidade de produtos necessários em uma produção, gere custos anuais de cerca de R$ 70 mil, o aumento na produtividade não só compensa como também justifica as despesas. “Sem essa mudança, hoje teríamos que desembolsar valores muito superiores para dar suporte ao trabalho na fábrica”, explica a analista contábil Elisia Rodrigues Chaves. AGILIDADE Antes da implantação do software, a empresa havia adquirido novas máquinas para otimização da produção, pois os equipamentos oferecem condições bem mais favoráveis para a elaboração das peças. Basta fazer a programação, na qual constem detalhes como tamanho, por exemplo, e uma chapa metálica sai totalmente pronta, sem esforço ou gasto com muitos funcionários. Isso gera uma agilidade cerca de 90% maior no processo produtivo. Com os investimentos, a empresa espera quase dobrar o faturamento, que em 2011 foi de R$ 14 milhões. Para este ano, a expectativa é de R$ 24 milhões. Setor eletroeletrônico no Brasil Investimento em inovação Investimento 2011/2010 Faturamento em 2011 R$ 13 bilhões R$ 9,6 bilhões 5.875 empresas 14 mil empregos gerados R$ 13 bilhões de faturamento 50% resultantes da área de geração, transmissão e distribuição de energia US$ 257,6 milhões exportados Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) 64 ↑33% Setor Geração, distribuição e transmissão de energia ↑30% Principais produtos exportados 2011 Materiais elétricos de instalação geradores e motores US$ 723,6 milhões exportados Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) 65 MINÉRIO ALQUIMIA MINERAL Base tradicional da economia mineira e carro-chefe das exportações, a exploração e o beneficiamento do minério de ferro atingem novos patamares com o uso de tecnologia de ponta. Mineradoras e siderúrgicas investem em equipamentos de alta performance para extrair o insumo com baixo teor de ferro, terras-raras e ainda adequar-se à demanda do cliente >Ione Maria Nascimento Com o elevado índice de crescimento mundial registrado a partir do ano 2000, a demanda por minerais aumentou e impulsionou o setor no país. Na última década, o valor da produção cresceu cerca de 550%, saltando de US$ 7,7 bilhões para US$ 50 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Tal melhora, unida à progressiva urbanização e ao crescimento das economias emergentes, deve fazer com que a produção mineral nacional permaneça em alta, com crescimento de 10% a 15% nos próximos três anos, ainda que pese a retração em 2009, devido à crise europeia. Para dar conta de produzir minério de qualidade que, 66 na ponta do processo, vai gerar o aço e com ele os bens duráveis, a tecnologia é a grande aliada. Quando se trata de siderurgia e mineração, é preciso sempre inventar, ou reinventar. A tecnologia de tratamento do minério com baixo teor de ferro, por exemplo, aumenta a longevidade das minas, dribla a escassez do produto de qualidade encontrado nas camadas superficiais dos terrenos e atende as exigências do mercado, que trabalha com o percentual de 65% a 68% de ferro no minério. VIDA ÚTIL No final do ano passado, a MMX, mineradora do Grupo EBX, adquiriu equipamentos para a expansão da Unidade Serra Azul, situada na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Com investimentos de R$ 4,8 bilhões, o projeto em andamento trará grande inovação no processo de transformação do minério de médio teor de ferro em um de alto teor, e a produção alcançará 29 mihões de toneladas. De acordo com o diretor de Operações, Implantação e Desenvolvimento de Projetos da MMX, Antonio Schettino, a expansão de Serra Azul permitirá à MMX beneficiar, além do minério de ferro do tipo itabirito friável (rico e de fácil processamento), o itabirito compacto (material rochoso abundante na região), an- Investimento em tecnologia permite às mineradoras beneficiarem o itabirito compacto, com baixo de teor de ferro, o que aumenta a vida útil da mina e reduz danos ambientais Joao Marcos Rosa / Nitro 67 tes tratado como estéril por apresentar cerca de 36% de teor de ferro. Será uma das maiores plantas do mundo a operar, em grande escala, com itabirito compacto, aumentando a vida útil da mina em 20 anos, evitando a abertura de novas plantas em áreas virgens. Outros ganhos ambientais são a reutilização de cerca de 85% da água empregada no processo e a construção de um mineroduto subterrâneo, que ligará a usina até um terminal ferroviário próprio, evitando o tráfego de caminhões na área. Os equipamentos adquiridos pela MMX, que chegarão em 2013, incluem dois moinhos semiautógenos (SAG) para moagem primária do itabirito compacto. “O próprio material rochoso, que é duro e resistente a quebra, age como corpo moedor junto às bolas de aço que ficam na parte interna dos SAGs”, explica Schettino, ressaltando que, ao empregar alta tecnologia de processamento de itabirito compacto, em processos ainda não utilizados no Brasil, a empresa estará agregando valor a sua produção. A mineradora terá também em sua planta 14 moinhos verticais, com potência de 3.000 cavalos cada. “É a primeira vez que uma mineradora brasileira utiliza moinhos verticais com essa potência. Os equipamentos irão reduzir 27% da energia que seria consumida na remoagem em moinho de bolas convencionais”, assinala. A nova planta da Unidade Serra Azul contará com simulador virtual do processo produtivo em 3D, o que permitirá que tanto os empregados que tra68 Exportação minério de ferro (MG) RARAS E COBIÇADAS Exportação US$23 bi = 47% do total exportado pelo país = saldo de US$21,5 bi na balança comercial do Estado. Parque produtor de aço Capacidade instalada Produção aço bruto 29 usinas (11 grupos empresariais) 47,8 milhões de t/ano de aço bruto 35,2 milhões de t Saldo comercial Ranking mundial US$ 3,9 bilhões 13,0% do saldo comercial do país 5º maior exportador líquido de aço de aço 7,1 milhões de t Produtos siderúrgicos Consumo aparente Número de colaboradores 33,3 milhões de t 25,0 milhões de t 137.134 Exporta para Exportações indiretas (aço contido em bens) Consumo per capita de aço no Brasil: mais de 100 países 2,9 milhões de t 145 quilos de aço bruto/ habitante 12º exportador Principais setores consumidores de aço Construção civil, automotivo, bens de capital, máquinas e equipamentos (incluindo agrícolas), utilidades domésticas e comerciais. Fontes: Ibram e Instituto Aço Brasil Poucos são os Estados que possuem o blend de minério existente em Minas Gerais. E, como afiança o subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética de Minas Gerais, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, é essa base mineral e siderúrgica que ajuda na diversificação de nossa economia. “Minas Gerais não é só minério de ferro. Produzimos mais de 40 substâncias minerais. Temos uma posição privilegiada da commodity, por sermos um Estado mediterrâneo”. Essa variedade mineral inclui insumos considerados estratégicos para a indústria de alta tecnologia no mundo: os chamados metais de terras-raras. O grupo é formado por 17 elementos químicos usados na fabricação de vários produtos, como tablets, carro elétrico, celulares, telas para computadores e televisores. Levantamento de 2012 feito pelo geólogo Romualdo Homobono, do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), indica que Minas Gerais possui 39 mil das 40 mil toneladas de reservas medidas dos minerais de terras-raras no Brasil. As mil toneladas restantes pertecem à empresa Indústrias Nucleares do Brasil, em São Francisco do Itabapoana (RJ). Atualmente, a China responde por cerca de 97% da produção mundial, detendo 23% das reservas, de acordo com dados do governo daquele país, do primeiro trimestre de 2012. Esses números, porém, são contestados. “A situação da China é complicada pela falta de dados independentes, o que dificulta definir aquele que é correto”, explica Homobono. As reservas medidas brasileiras totalizam menos de 1% das reservas mundiais, mas ainda assim vale a pena explorá-las. “O interesse despertado pelas ameaças chinesas de cortarem as exportações de terras-raras fez com que diversos países voltassem a pesquisas e mesmo à reabertura de antigas minas. O Brasil não poderia ficar de fora”, diz o geólogo. ARAXÁ A Vale divulgou, no ano passado, seu projeto de exploração de terras-raras nas cidades mineiras de Araxá e Patrocínio, no Alto Paranaíba. A meta da empresa é entrar nesse mercado em três anos. A multinacional canadense Mbac Fertilizantes também já anunciou a criação da subsidiária Araxá Mineração e Metalurgia, que será responsável pelo desenvolvimento do projeto de exploração desses elementos na região. Já a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), fabricante de produtos à base de ni- óbio na mesma cidade, anunciou o desenvolvimento da tecnologia para o processamento de quatro dos 17 elementos. Em maio deste ano, a empresa iniciou a produção de concentrados refinados de terras-raras. Do rejeito do nióbio, a CBMM fabrica sulfato duplo e hidróxido de terras-raras, o que nenhuma outra empresa no mundo faz. Na fábrica piloto, a produção é de mil toneladas de concentrados por ano, capacidade que deverá aumentar para 3 mil toneladas. Para tanto, a empresa investe R$ 50 milhões nesta primeira fase de pesquisas e produção. (IMN) Daniel de Cerqueira / Nitro Paulo Sérgio Ribeiro: “Minas Gerais não é só minério de ferro. Produzimos mais de 40 substâncias minerais” 69 FOCO NO CLIENTE Para garantir e conquistar mercado, grandes empresas investem também em tecnologia aliada diretamente à demanda dos clientes. A Vale, por exemplo, mantém o Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde realiza simulações de processos que utilizam seus produtos, com o objetivo de avaliar o desempenho destes na produção de seus clientes. A simulação é capaz de mostrar o comportamento do minério de ferro nos reatores das siderúrgicas, explica o gerente-geral do CTF, Rogério Carneiro. Dessa forma, o centro contribui para o desenvolvimento de matrizes de minério que atendam os diferentes consumidores. “ É possível falar em ´descomoditização`, pois para cada cliente existe um blend específico”, ressalta Carneiro. balham diretamente na produção quanto aqueles que estão no centro de controle da operação sejam treinados por meio da ferramenta. Além disso, o software possibilitará verificar previamente as taxas de rendimento da planta, contribuindo ainda para a identificação de possíveis gargalos e do índice de falhas na produção. PIONEIRA Foi também graças à aplicação de tecnologia que a Samarco Mineração superou o desafio que parecia impossível para a época em que foi instalada no Estado. Desde o início de sua operação, em 1977, a empresa atuou com matéria-prima com baixo teor de ferro (de 58%), antes considerada rejeito pelas concorrentes. Tratado, enriquecido e transformado em pelotas de minério de ferro, o produto atendeu as exigências do mercado mundial. Hoje a empresa lavra o minério itabirítico com teor de ferro em torno de 45%, e a tendência é de queda desse índice. Em agosto do ano passado, a moagem do minério na unidade de Germano, em Mariana (MG), passou a ser feita por moinhos verticais (Vertimill), que têm capacidade de operar, nos mesmos padrões e quantidades dos tradicionais moinhos de bola, usando 50% menos de energia. “Se você não desenvolve novas tecnologias, a exemplo do Vertimill, o processamento fica mais caro. Por isso a necessidade dessas e de outras tecnologias ao longo de toda a cadeia produtiva”, defende o gerente-geral de Tecnologia e Ecoeficência da Samarco, Denilson Rodrigues de Araújo. ção no Estado tem se mantido como a mais significativa do Brasil”, afirma Marcelo. A extração do minério com baixos teores de ferro tem influenciado cada vez mais novos investimentos tecnológicos. O diretor de Assuntos Minerários do Ibram, Marcelo Ribeiro Tunes, ressalta que considerável parcela de investimentos nos projetos de minério de ferro em Minas Gerais já é direcionada à extração e ao aproveitamento desse tipo de insumo. “Como resultado, a produ- Segundo o Ibram, em 2011 a produção minerária brasileira alcançou US$ 50 bilhões, um recorde no qual Minas Gerais participou com US$ 23 bilhões, 47% do valor. Por outro lado, o ivestimento em pesquisas ainda é baixo. Relatório do instituto publicado em 2012 indica que em 2009 e em 2010 o Brasil recebeu apenas 3% de todo o investimento privado mundial em pesquisa, menos do que o Chile e o Peru. Arquivo MMX Equipamentos adquiridos pela MMX incluem dois moinhos semiautógenos para moagem do itabirito compacto e 14 moinhos verticais que vão reduzir gasto energético Na corrida tecnológica por novos produtos, a Usiminas aposta, em sua usina em Ipatinga (Vale do Aço), no Continous on Line Control (CLC), processo que permite a produção de chapas grossas com alta resistência mecânica, elevada tenacidade e desempenho superior da capacidade do material de ser soldado. As características técnicas melhoraram a performance do aço para uso em grande profundidade marítima. Para agregar valor à indústria de óleo, gás e naval, a Usiminas investiu aproximadamente R$ 540 milhões. A tecnologia atende os requisitos técnicos ditados pela Petrobras, cliente da Usiminas, visando à exploração principalmente do Pré-Sal, cujas obras requerem alto percentual de nacionalização. Para a adoção do CLC, a empresa fez um upgrade em seu processo industrial, da aciaria à laminação final. Segundo o gerente-geral de Produto e Assistência Técnica ao Cliente, Eduardo Cortes Sarmento, todas as etapas de produção passaram por investimentos. “Com a linha, a Usiminas se equipara às melhores siderúrgicas do mundo”, assegura. 70 71 72 73 A NECESSÁRIA INTERAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E EMPRESAS Clélio Campolina Diniz Reitor da UFMG Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, é professor titular do Departamento de Ciências Econômicas 74 O papel da inovação no desenvolvimento econômico voltou a atrair a atenção de pesquisadores e formuladores de políticas públicas nas últimas quatro décadas, e, desde então, um intenso e frutífero debate foi reavivado, tendo como pano de fundo transformações substanciais no contexto econômico mundial. A crescente integração financeira, produtiva e comercial dos países em escala global foi impulsionada e, ao mesmo tempo, acompanhada pelo avanço tecnológico, particularmente pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), reconfigurando o padrão competitivo dos mercados mundiais. As vantagens comparativas estáticas, baseadas em recursos naturais, perderam importância e cederam espaço para as vantagens comparativas dinâmicas, assentadas em elementos construídos, como os derivados da capacidade de gerar e aplicar conhecimento tecnocientífico na exploração de novos produtos, novos mercados e novos métodos produtivos e organizacionais. Mas, diante do aprofundamento da internacionalização econômica e, sobretudo, da difusão ascendente das TIC, tornou-se muito mais difícil para as empresas a possibilidade de reter exclusivamente suas vantagens comparativas dinâmicas. Isso porque, com a globalização e o acelerado progresso tecnológico, o conhecimento ficou mais fluido, acessível e disperso, podendo ser mais facilmente apropriado e absorvido pelos concorrentes, de modo que o domínio de diferenciais competitivos passou a ser menos rígido e tenden- cialmente transitório. Assim, a capacidade de competição das empresas está agora sob permanente risco, devendo ser obrigatoriamente renovada, por meio de um esforço inovador contínuo. A inovação, portanto, foi efetivamente revalorizada no contexto econômico contemporâneo em grau inaudito, reatualizando o princípio da “destruição criativa” formulado pelo economista Joseph Schumpeter há 70 anos. O esforço inovador, contudo, não depende apenas de iniciativas isoladas e individuais das empresas, amparadas em atributos internos próprios, mas se circunscreve em um ambiente institucional muito mais amplo e complexo, estando correlacionado a diversos outros fatores exógenos, como os de natureza social, econômica, política, cultural etc., como bem formulou Mark Granovetter, em 1985, através do conceito de imersão social. Isso ocorre em razão de o conhecimento não consistir somente de informações codificadas, passíveis de serem transmitidas pela simples especificação técnica enunciada, mas também pelas inter-relações sociais não codificadas decorrentes da imersão social na qual as empresas ou agentes estão inseridos. Assim, a despeito de ter se tornado relativamente acessível, o conhecimento tem elevado componente tácito, que implica árduo processo de absorção, requerendo procedimentos e rotinas para a efetiva transferência do saber e do fazer. Consequentemente, a difusão do conhecimento cobra a proximidade de empresas e outros atores e agentes, entre os quais se destacam as universidades e institutos de pesquisa, tanto em termos geográficos quanto institucionais, a fim de permitir o estabelecimento de estreita interação, mediante canais de fluxos intermitentes e íntimos de informações e trocas de experiências recíprocas face a face, conformando uma prática compartilhada virtuosa e cotidiana de aprendizagem mútua. Sob tal perspectiva, o processo inovativo evidencia características fortemente territorializadas, vindo a se materializar em sistemas produtivos espacializados de âmbito regional ou local, com elevado grau de conectividade entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, laboratórios públicos e privados, agências de fomento, entidades privadas e governamentais, além de outras organizações da comunidade em geral, envolvidas sinergicamente. Merecem destaque as atividades de pesquisa e desenvolvimento na geração, introdução e utilização de novas técnicas e processos inovativos nos mais diversos campos produtivos, gerenciais e comerciais. Entre as diferentes alternativas de organização de sistemas regionais de inovação, destaca-se a estruturação de parques tecnológicos, que articulam cooperativamente empresas de base tecnológica, universidades, institutos de pesquisa, organizações empresariais e governo para o estabelecimento de processos de “fertilização cruzada” de atividades inovativas. No caso da capital mineira, a criação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), constituído em parceria da UFMG, governo estadual, prefeitura e entidades empresariais (Fiemg, Sebrae), com o apoio de agências de fomento estadual e federal (Fapemig e Finep), é uma iniciativa amplamente promissora com vistas a promover a interseção entre a ciência gerada na academia e sua aplicação pelo setor produtivo, de forma a fixar bases fundamentais para o desenvolvimento sustentado de longo prazo, baseado em atividades inovadoras e na diversificação produtiva da região, do Estado e do país. Instalado em área de 535 mil metros quadrados, em terreno da universidade no campus da Pampulha, o BH-Tec já recebeu investimento de R$ 65 milhões, abrigando, inicialmente, 16 empresas de segmentos em que a UFMG mantém pesquisas sistemáticas em profundidade: aeronáutica, informática, automação, biotecnologia, gestão, meio ambiente, eletrônica, energia, mineração e siderurgia. O BH-Tec se soma a outros esforços que a UFMG tem feito ao longo de sua história para estreitar os canais de interação com as empresas em diferentes setores. Cabe sublinhar a geração e transferência de patentes e know-how ao setor empresarial. De 2000 ao ano passado, foram depositadas 418 patentes, sendo 61 e 75 respectivamente em 2010 e 2011, o que coloca a UFMG como líder nacional entre as universidades brasileiras e reafirma nosso compromisso com a geração e a difusão de conhecimento em prol da sociedade. 75 AMBIENTE DA INOVAÇÃO Fruto de parcerias entre instituições de ensino e pesquisa, poder público e iniciativa privada, os parques tecnológicos são peça fundamental para impulsionar a inovação tecnológica e aproximar universidades e empresas. No Estado, três unidades já estão em pleno funcionamento, e outras três, em fase de implantação > Viviane Lopes Mais de seis décadas depois do surgimento do primeiro parque tecnológico nos Estados Unidos, o modelo que reúne, em um mesmo ambiente, empresas de inovação e pesquisa começa a se consolidar no Brasil. O país abriga 90 iniciativas, de diferentes portes, com cerca de 520 empresas. Estas somam receita anual de R$ 1,68 bilhão, exportam R$ 116 milhões e geram cerca de R$ 119 milhões em impostos. Minas Gerais segue a rota: três parques tecnológicos – em Belo Horizonte, Itajubá e Viçosa – estão em operação, e outros três – em Juiz de Fora, Lavras e Uberaba – estão em fase de contratação de empresas para desenvolvimento dos projetos urbanístico e arquitetônico. Lançado em maio, o Parque Tecnológico BH-Tec é uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), governos municipal e estadual, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O investimento, até o momento, foi R$ 65 milhões, mas será preciso muito mais. O projeto é 76 CONJUNTURA O espaço e o acesso rápido aos recursos públicos, já que algumas instituições possuem linhas de financiamento específicas para empresas residentes em parques tecnológicos, foram fatores que atraíram a criativa Samba Tech para o BH-Tec. Formada por jovens profissionais, a empresa se apresenta como líder em soluções para vídeos on line na América Latina e cresce 200% ao ano, em média. CEO da empresa, Gustavo Caetano projeta uma expansão maior ainda: “Um ambiente novo sugere mudança, e isso se refletiu no nosso negócio. Aumentamos a base de funcionários, o número de clientes, e estamos sempre atentos às tendências de mercado. Caminhamos para nos tornar um grupo de internet com tecnologia de ponta e parcerias internacionais”. Além da facilidade de acesso aos financiamentos públicos, o diretor administrativo-financeiro da Take.net, Pedro Henrique Ferreira, destaca outra vantagem de fazer parte de um parque tecnológico: a facilidade de acesso à mão de obra qualificada, antes mesmo da sua formatura, graças à proximidade com a UFMG. Desenvolvedora de soluções para distribuição e gerenciamento de downloads, notícias, interatiRafael Motta / Nitro ambicioso, mas esbarra na falta de estrutura física. Na região da Pampulha, o único edifício construído no terreno de 535 mil metros quadrados (quase 70% da área é de preservação ambiental) está ocupado por apenas 16 empresas, que atuam nas áreas de ciências da vida (biotecnologia, saúde humana e animal), tecnologia da informação e comunicação, materiais e processos, ambiental, energias alternativas e entretenimento e cultura. A escolha das empresas é feita por meio de um conselho da instituição que avalia se estas possuem o perfil adequado ao parque tecnológico. A expectativa é de expansão. “Vamos construir ainda muitos prédios e teremos capacidade, quando estivermos em plena carga, para mais de 200 empresas”, garante o professor Ronaldo Tadeu Pena, presidente do BH-Tec e ex-reitor da UFMG. GOOGLE Realidade depois de quase uma década passada entre o projeto e sua efetiva implantação, ao que tudo indica o BH-Tec não terá problemas para sua ocupação, ainda que, diante dos números nacionais, a pretensão seja extraordinária. Ronaldo Pena conta que já foi sondado por 72 empresas, entre elas a gigante mundial das buscas na internet. “Desde 2001, tivemos várias visitas de representantes do Google”, revela o professor, ressalvando que “não há ainda nenhuma decisão oficial”. O Google mantém há sete anos na capital mineira um escritório, apontado por Fábio Coelho, presidente da empresa no Brasil, como um dos mais importantes centros de desenvolvimento de projetos em toda a América Latina. Um dos caminhos para a ampliação do BH-Tec é justamente a parceria com o setor privado. A intenção é estabelecer um modelo de negócio alternativo com as construtoras. Elas poderão investir na construção de prédios no parque e, em troca, receberão o aluguel das empresas ali instaladas. Isso até 2041, quando a UFMG passará a ser a proprietária dos prédios. “Esperamos realizar a licitação para ampliação em outubro”, anuncia Ronaldo Pena. Inaugurado este ano, o BH-Tec já recebeu R$ 65milhões em investimentos; 16 empresas estão instaladas ali e a expectativa é abrigar mais de 200 77 Parques tecnológicos em fase de implantação Fonte: Rede Mineira de Inovação 2. Uberaba Investimentos: R$ 1,52 milhão do Estado, em 2012, para os projetos urbanístico da área e arquitetônico do prédio Áreas: biotecnologia, tecnologia da informação, energia, meio ambiente, design e fármacos Receita: R$ 700 mil no primeiro ano de funcionamento Inauguração: não há previsão 2 Belo Horizonte 3 1 1. Juiz de Fora Investimentos: R$ 3,65 milhões do Estado em 2012 Áreas: biotecnologia, tecnologia da informação, saúde animal e humana, eletroeletrônica, leite e derivados Receita: R$ 1,6 milhão no primeiro ano de funcionamento Inaugração: não há previsão vidade e voz, integrando usuários de telefonia móvel às operadoras, empresas, anunciantes e patrocinadores, a Take.net instalou-se no BH-Tec em junho deste ano e tem metas ousadas de crescimento. Atualmente com seis profissionais, espera aumentar a equipe para 15 profissionais até o fim do ano. “A parceria com as agências de fomento ao desenvolvimento tecnológico tem permitido à empresa financiar a inovação, gerar empregos qualificados e atingir metas de crescimento superiores a 35% ao ano”, comemora o diretor. REFORÇO LOCAL Espalhados pelo mundo, defensores dos parques tecnológicos ressaltam que estes são um caminho para manter o capital in78 3. Lavras Investimentos: R$ 1,06 milhão do Estado, em 2011, para execução dos projetos urbanístico e arquitetônico e estudo de viabilidade técnica e econômica Áreas: saúde animal, tecnologia de alimentos, biotecnologia, tecnologia da informação e engenharias Receita: não há previsão Inauguração: não há previsão telectual nas regiões onde eles existem, o que é de suma importância para o equilíbrio do desenvolvimento de um país. “Minas Gerais não está mais exportando cérebros”, diz o presidente do BH-Tec. Para ele, o interesse de grandes empresas de tecnologia em se fixar no parque está na aproximação com uma instituição de ensino como a UFMG. “Temos o melhor grupo de ciência da computação do Brasil. Temos conhecimento, e as empresas querem ir para onde existe conhecimento”, assinala. A proximidade com as universidades e, consequentemente, com recursos humanos qualificados é um conceito inerente à criação de parques tecnológicos, já que eles se apresentam como plataforma de apoio à inovação no país. Um dos principais desafios é também garantir a qualidade das universidades brasileiras. Doutora em engenharia elétrica e informática, a presidente da Associação Na- cional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Francilene Garcia, afirma que os parques tecnológicos contribuem de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento. Os parques criam condições favoráveis à agregação de tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos no país. “A aposta recente na emergente indústria inovadora no país posiciona bem os parques tecnológicos como plataformas físicas de referência no processo de desenvolvimento de novos espaços ou polos tecnológicos no Brasil, sempre com o objetivo de consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento”, afirma Francilene. NAS REGIÕES O presidente da Rede Mineira de Inovação, Paulo Augusto Garcia, também ressalta a importância dos parques tecnológicos para o crescimento regional. Ele lembra que quando um parque é construído em pequenas e médias cidades, ocorre um movimento de retenção e de atração de mão de obra qualificada, algo essencial para a promoção social e econômica local, criando, inclusive, uma rede de prestação de serviços nas mais diferentes áreas. “Os parques dinamizam a cadeia produtiva, pois demandam, por exemplo, hotéis, restaurantes e até espaços culturais melhores”, salienta. Além disso, diz Garcia, essas instituições exercem papel pedagógico de ensinar ao empresariado, lembrando-os que é preciso investir em tecnologia, ainda que o caminho entre a pesquisa e o desenvolvimento industrial seja, muitas vezes, longo. É preciso, então, assegurar condições para a existência de novos parques tecnológicos, como meio de elevar o número de empresas capazes de competir no mercado globalizado. Garcia ressalta ainda a capacidade dos parques tecnológicos de otimizar recursos. “A pesquisa demanda investimento muito alto. No parque é possível compartilhar laboratórios, desenvolvimento tecnológico, sugerir temas, reduzir em muito o custo do processo”, observa. to bruto das empresas incubadas foi de R$ 1,3 milhão. As empresas consolidadas faturaram cerca de R$ 1,2 milhão. Nesse mesmo período, a arrecadação de impostos foi de R$ 168 mil. Um dos destaques do Parque Científico de Itajubá é a empresa Ventrix Indústria e Comércio, que desenvolveu um sistema chamado Cardiofit, destinado à realização de eletrocardiogramas e teste ergométrico digital com transmissão automática de exames e laudos via internet, garantindo a preservação dos dados do paciente. Em Viçosa, na Zona da Mata, o TecnoParq foi inaugurado em abril do ano passado. Assim como grande parte das iniciativas aqui e no mundo, ele mantém um vínculo estreito com uma instituição de ensino de expressão. Gerido pelo Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev), órgão da Reitoria da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e com apoio dos governos municipal e estadual, o parque ocupa área de 214 hectares, mas em seu prédio principal estão apenas duas empresas; uma terceira se instalará em edifício anexo. A vocação do TecnoParq está relacionada às áreas de excelência da UFV, em especial biotecnologia, tecnologia de alimentos, florestal e ambiental e ciência veterinária. Rafael Motta / Nitro EXCELÊNCIA A força de um parque tecnológico no interior pode ser medida pelo Parque Científico-Tecnológico de Itajubá, o mais antigo do Estado. Ele foi fundado em 2000 e abriga centros de estudo com foco em eficiência energética, materiais biofuncionais, qualidade de energia e redes inteligentes. Atualmente, 25 empresas estão em operação ali, sendo 17 em processo de incubação e oito consolidadas. Juntas, essas empresas geram 230 empregos. No primeiro trimestre deste ano, o faturamen- Ronaldo Pena, presidente do BH-Tec: “Minas Gerais não está mais exportando cérebros” 79 PATENTES PROTEÇÃO A INDÚSTRIA Nos últimos cinco anos, cresceu o número de patentes depositadas pelo Brasil no exterior. As instituições públicas lideram o ranking. Porém, ainda estamos bem abaixo de países como a China e Índia. Dois obstáculos dificultam o processo de modernização industrial por aqui: a lentidão na transferência tecnológica e a falta da cultura de inovação > Lucas Alvarenga Um dos termômetros do nível de inovação de um país, o registro de patentes está em alta no Brasil, mas isso não significa que estamos bem numa concorrida lista mundial. Ao contrário. Ainda que seja expressivo o número de 2011, quando foram depositados 572 pedidos de patentes brasileiras no exterior por meio do Tratado de Cooperação de Patentes (PCT), contra 270 solicitadas em 2005, o país ocupa o último lugar no ranking da proteção de produtos e processos registrado pelas nações que formam o Bric. “Estamos atrás da China, Índia e Rússia, mas este cenário pode começar a se reverter dentro de quatro anos.”, pondera o diretor de Patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), Júlio César Moreira. Na análise do maior banco de dados de patentes do mundo, o Índice Mundial Derwent de Patentes (DWPI), os depósitos brasileiros cresceram 64% en80 Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG é o órgão responsável pela gestão do conhecimento científico e tecnológico gerado na instituição. É a CTIT que atua na comercialização das inovações criadas, na disseminação da cultura de propriedade intelectual e na proteção do conhecimento. Desde a sua concepção, o órgão já contabilizou 440 pedidos de patentes ativos, 64 marcas registradas, 20 registros de softwares, 11 desenhos industriais e 10 certificados de adição. “Patente não é artigo científico. Ela valoriza o trabalho do pesquisador ao assegurar propriedade e gerar receita”, ressalta o coordenador da CTIT, Rodrigo Dias de Lacerda. A Fapemig também deu um grande salto nesse sentido. Em 12 anos, foram registrados 456 pedidos de patentes e 17 transferências de tecnologia. A instituição, que recebe regularmente a verba de 1% do orçamento do Estado, aprovada em lei e prevista na Constituição mineira, tem diferentes linhas de financiamento que atendem os pesquisadores, como aquelas voltadas ao apoio, à criação Marcus Desimoni / Nitro tre 2001 e 2010, enquanto na Europa e no Japão caíram 30% e 25%, respectivamente. Só em 2011, foram depositados 31.924 pedidos de patentes no Brasil, contra 28.052 solicitados em 2010. Na última década, o país atingiu um total de 130 mil registros nacionais, 4,3% do total de pedidos chineses de patentes – que totalizaram 3 milhões – na mesma época. Se o Brasil ainda está longe de se aproximar dos índices da potência oriental, muito se deve ao fato de empresas estatais, universidades públicas e entidades de pesquisa dominarem o ranking dos cinco maiores solicitantes de proteção intelectual do país – Petrobras, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nessa ordem. De acordo com estudo DWPI, 27% das patentes brasileiras são de universidades. O fato de a Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes) pontuar programas de pós-graduação com patentes só endossa a intenção do governo de elevar essa participação – algo declarado pela presidente Dilma Rousseff à imprensa. Mário Neto, da Fapemig: em 12 anos a instituição registrou 456 pedidos de patentes e realizou 17 transferências de tecnologia Em Minas Gerais também, são duas instituições públicas que lideram a busca pelas patentes. A UFMG e a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) são as principais responsáveis pelo quarto lugar ocupado pelo Estado nas solicitações do país ao Inpi, com 615 pedidos, atrás do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Só em 2011, 71 depósitos foram efetuados pela federal mineira, que liderou, nesse ano, o ranking das universidades brasileiras que mais solicitam patentes, à frente da Unicamp e da USP. Criada há 15 anos, a Coordenadoria de Transferência de 81 Caminhos de uma patente Saiba como conseguir um registro 1) Pesquisa: Verificar se o produto já foi patenteado nacionalmente e internacionalmente (pesquisa.inpi.gov.br ) 2) Depósito do pedido: Fazer um relatório técnico do produto e entregá-lo no Inpi. Custo: R$ 200 e/ou manutenção de núcleos de inovação tecnológica, aberto em janeiro deste ano. Em 2011, a Fapemig criou o Departamento de Relações Empresariais no âmbito da Gerência de Inovação, como forma de apoiar a indústria. O presidente da Fapemig, Mário Neto Borges, lembra que as universidades geram inovação por meio da pesquisa, mas são as empresas as responsáveis por transformar conhecimento em riqueza. “Sem inovação a indústria tende a morrer. Com ela, porém, o setor se torna competitivo e capaz de gerar emprego e impostos. É um ciclo positivo e sustentável de desenvolvimento de riqueza, com lastro no conhecimento”, avalia. A Fapemig e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) assinaram em maio um acordo de cooperação na área de inovação. Com investimentos previstos em R$ 5 milhões e ações para os próximos cinco anos, o acordo prevê a contratação de mestres e doutores pelas empresas mineiras por meio de concessão de bolsas, com recursos que virão das duas instituições. A proposta é fomentar a cultura da inovação na indústria. “A nossa ideia é que a invenção realizada em uma indústria mineira possa induzir seu crescimento e atingir outros mercados dentro e fora do país, geran82 3) Sigilo: O projeto fica guardado no Inpi até 18 meses para que possa ser publicado na Revista da Propriedade Intelectual (revista. inpi.gov.br) e se torne público. Custo: R$ 200 do royalties”, explica Borges. Por isso, também o Inpi trabalha de forma articulada com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), incentivando projetos não só de grandes instituições, mas também de micro e pequenas empresas a adotarem a ideia da inovação por meio de ações de mobilização, capacitação, consultoria e assessoria. “Os donos de micro e pequenas empresas pensam que a invenção precisa ser algo mirabolante, quando, na ver- 4) Anuidade: O inventor terá que arcar com uma anuidade dois anos depois do pedido. Essa taxa perdura até o último ano de vigência da patente: o 20º. Custo: R$ 250 (1ª anuidade) a R$ 1.690 (cinco últimos anos de vigência da patente) dade, ela geralmente agrega a outra já existente”, diz Moreira. O diretor de Patentes do Inpi defende a parceria entre os 300 núcleos de inovação tecnológica espalhados pelas universidades do país e as empresas, como uma forma de incentivar a transferência de tecnologia e o crescimento industrial. ENTRAVES Se, por um lado, entidades estaduais e federais se organizam 5) Pedido do exame: Pode ser requerido em até três anos após o depósito. A análise leva, em média, cinco anos. Custo: R$ 320 (modelo de utilidade) e R$ 500 (invenção) para aproximar universidades, governo e indústria, por outro, há ainda muitos empecilhos para que a propriedade intelectual, sobretudo voltada à indústria, seja disseminada. “O processo que vai do depósito da patente à transferência tecnológica é lento. Se não bastasse isso, temos que conviver com um problema cultural: o empresário brasileiro, de modo geral, não enxerga a inovação como produto”, analisa o presidente da Fapemig. De acordo com o diretor de Patentes do Inpi, o órgão carece de profissionais para 6) Carta-patente: Fase em que a patente pode ser concedida ou negada. Se concedida, é preciso pagar uma taxa para obter a carta-patente. 7) Recurso: Se negada, o inventor tem 60 dias para entrar com recurso no Inpi. Custo: R$ 540 Custo: R$ 200 examinar os processos. Hoje, eles somam 220, número que deve chegar a 290 até o final do ano e 700 até 2015. “Com essa quantidade de examinadores e a completa informatização do instituto, que inclui o depósito eletrônico de patentes desde julho, esperamos chegar a 2015 com todos os pedidos de 2011 analisados”, prevê Moreira. Ele lembra que em 2007 eram necessários 11 anos para finalizar o processo de concessão de uma patente. Hoje, essa análise leva cinco anos e quatro meses. Arquivo UFMG/Foca Lisboa Com 71 depósitos em 2011, UFMG liderou nesse ano o ranking das universidades brasileiras que mais solicitaram patentes, à frente da Unicamp e da USP O mesmo cenário se repete na CTIT. Para dar conta da demanda por proteção intelectual, o órgão da UFMG precisará de mais analistas. Mas se não bastasse a dificuldade de pessoal que emperra todo o processo, os inventores, instituições e empresas ainda sofrem com os elevados custos para se garantir a propriedade de uma inovação. Para depositar uma patente no Brasil é preciso que o responsável pelo registro arque com R$ 3 mil, enquanto um registro internacional não sai por menos de US$ 25 mil para cada país em que for pedida a proteção. No caso de pequenos inventores, há uma redução de 60% nas taxas de depósito nacional, medida que visa promover um ambiente saudável e propício à inovação no país. Na opinião de especialistas do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição do Sistema Fiemg, é preciso rever esse sistema de taxação do registro, bem como o processo de manutenção de patentes, cujo depósito cresce desde 2004 no Brasil. Hoje, uma patente de invenção dura 20 anos após a concessão. Já aquela referente ao modelo de utilidade – uma nova função para um objeto já existente – tem validade de 15 anos. Por isso, industriais mineiros defendem a concessão de incentivos, ainda que temporários, para a comercialização de produtos inovadores. A proposta foi encaminhada à presidente Dilma Rousseff, que avalia essa e outras medidas para promover a economia do conhecimento. 83 CONJUNTURA MUDANÇA DE RITMO Apesar de incipiente, se comparado ao de outros países, aumenta o número de empresas no Brasil que investem na modernização tecnológica e na criação de processos e produtos. É certo, porém, que teremos que correr muito para ganharmos mais competitividade e não perdermos o bonde do desenvolvimento econômico sustentável > Angela Drumond O processo de inovação, capaz de promover desenvolvimento aliado a sustentabilidade, fazer frente às crises e aumentar a competitividade numa sociedade globalizada, é um desafio para todas as nações. O que difere é a forma de enfretamento, as condições estabelecidas ou planejadas nessa briga de titãs da economia mundial, ainda fortemente abatidos pela crise financeira de 2008. No Brasil, a inovação tecnológica é mais presente na compra de máquinas e processos, ou seja, na chamada inovação incremental. A criação de produtos e processos que representam novidade, a inovação de ruptura, ainda é muito incipiente. Essa situação foi exposta, em julho, no mais recente levantamento da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (ligada à Organização das Nações Unidas) e do Insead (escola de negócio europeia), que indica o grau de inovação dos países. Suíça, Suécia, Cingapura, Finlândia e Reino Unido são os cinco primeiros da lista; Estados Unidos, o 10º. Já o Brasil ocupa o 58º lugar. Além disso, registrou uma queda de nove posições no ranking em relação a 2011 (ano em que havia subido 21 posições). 84 e comércio (108ª). Os índices assinalam também a pequena contribuição das empresas para o registro de patentes (a maior parte é feita por universidades) e o fato de apenas 14% das exportações terem valor agregado de alta tecnologia, deixando o Brasil na 49ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil foi o que mais baixou no pódio mundial. Na América Latina, ficou bem atrás do Chile (39º). O levantamento identificou como grandes problemas nacionais o ambiente para negócios (127ª posição entre 141 países analisados), a educação superior (115ª), as condições de crédito Investimentos inovação indústria (2005 – 2008) Fonte: Pintec/IBGE Tipo de inovação 38% 77,6% 38,3% 34,9% 41,4% 29% 23,6% 34,5% 21% 2,9% Produtos e processos Organizacionais Empresas pesquisadas/indústria tranformação Brasil (98.420 unidades) 2,6% 2% Projetos abandonados A produção de caminhões e automóveis do país está em primeiro lugar no ranking das atividades industriais que mais investiram em inovação Empresas pesquisadas/indústria tranformação MG( 12.578 unidades) Empresas pesquisadas/indústria extrativa Brasil (2.076 unidades) Empresas pesquisadas/indústria extrativa MG (465 unidades) Leo Drumond / Nitro 85 Atividades industriais com maiores taxas de inovação (2005 –2008) MODERNIZAÇÃO Os números do levantamento Organização Mundial de Propriedade Intelectual colocam o Brasil numa posição muito delicada, mas dados nacionais atestam que a modernização da indústria está em curso no país. É o que constata Antônio Braz de Oliveira e Silva, doutor em ciência da informação pela Universidade Federal de Minas Gerais e analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele lança mão da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), base 2006/2008, ao fazer tal constatação, mas lembra que a modernização ainda é mais presente na compra de máquinas e processos, uma vez que a criação de produtos que representem novidade para todo o mundo ainda é baixa. “É preciso correr muito para não ficarmos para trás”, afirma. Os números atestam: o índice de inovação nas empresas brasileiras aumentou de 34,4%, entre 2003 e 2005, para 38,6%, entre 2006 e 2008. Se for verificada a série da Pintec, de 2000 (ano de sua primeira edição) para 2008, o índice de empresas inovadoras cresceu 21% no país, mas a maioria dos investimentos se deu na implantação de novos processos e na compra de equipamentos, deixando para pouquíssimas a vantagem de inovar de forma radical, ou seja, com novos produtos e serviços. Ainda assim, houve avanço no Brasil. Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o montante aplicado em pesquisa e desenvolvimento (P&D) foi de 1,62% do Produto Interno Bruto em 2010, contra 1,3% em 2000. Em recursos, foram R$ 60,9 bilhões em 2010 (43% advindos de empresas), uma alta vigorosa se comparada ao volume do início da década, de R$ 15,3 bilhões. Em primeiro lugar na lista das atividades industriais que apre86 Fonte: Pintec/IBGE Automóveis, caminhões e ônibus 83,2% Produtos eletrônicos e ópticos 63,5% Produtos químicos Equipamentos de comunicação Equipamentos de informática e periféricos Máquinas e equipamentos sentaram maior taxa de inovação no período da pesquisa estão as relacionadas a automóveis, caminhões e ônibus (83,2%). Entretanto, a Pintec identificou os serviços de telecomunicações, edição e gravação de música e informática, todos com alto grau de conhecimento, como os maiores aplicadores em inovação. Quando se trata de atividades de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador, o índice de inovação chega a 58,2%; em telecomunicações, 46,6%; em outros serviços de tecnologia da informação (TI), 46,1%; em edição e gravação de música, 40,3%. Essa última taxa é identificada também em tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas. NO ESTADO Seguindo a linha dos números nacionais destacados, em Minas Gerais, das 12.578 indústrias de transformação ouvidas, 5.208 investiram em inovação com produtos e/ou processos; 4.823 em inovações organizacionais e/ou de marketing; e 250 se lançaram em projetos incompletos ou abandonados. O investimento em P&D totalizou R$ 1,1 bilhão. Raimundo Leal Filho, da FJP, critica a incipiente transferência tecnológica das multinacionais: “A exigência da contrapartida deveria ser parte integrante das políticas governamentais” 58,1% 54,6% 53,8% 51% Os números mineiros nas 465 indústrias extrativas pesquisadas foram 98, 134 e 36, na mesma sequência dos dados acima da indústria de transformação. Em P&D, o total investido pelas empresas foi de aproximadamente R$ 17 milhões. O exemplo da indústria de transformação ilustra o que o país precisa para o futuro. O quadro geral da pesquisa ressalta que 42% das indústrias de Minas Gerais investiram em produtos e processos, mas a inovação não ocorre na proporção necessária, nem nos setores mais dinâmicos da economia, como bens de capital, software ou biotecnologia, para fazer frente à disputa no mundo globalizado. CONHECIMENTO Pesquisador em ciência e tecnologia do Centro de Estatística e Informação da Fundação João Pinheiro, Raimundo de Souza Leal Filho ressalta que a indústria brasileira ainda vive os reflexos da crise mundial de 2008. “O volume da produção no Brasil, e em Minas Gerais, não retomou o que era em 2008, em função da crise internacional. A recuperação da produção industrial não Rafael Motta / Nitro acompanha o que acontece em outros setores, e isso quase quatro anos depois”, observa. Ele lembra que, tradicionalmente, a difusão de novas tecnologias e a renovação do parque produtivo ocorrem de forma contínua na indústria, com a aquisição de processos e novos equipamentos, por causa da depreciação ou porque estão obsoletos. Leal Filho acredita que a falta de interação entre universidade e iniciativa privada é um dos empecilhos para o processo de inovação no país. “O transbordamento do conhecimento das universidades brasileiras para as empresas é baixo”, avalia, lembrando que existem dois grandes grupos – as pequenas indústrias com suas startups (empresas nascentes de base tecnológica) e as grandes empresas que atuam em escala global – que requerem estratégias governamentais para a internacionalização do conhecimento do país. “E, no Brasil, essa ação ainda é incipiente”, analisa. “É importante que os governos exijam contrapartida”, defende o pesquisador. Assim como faz a China. A tendência é que essas corporações se utilizem dos chamados países de periferia para montagem de equipamentos, mantendo as iniciativas científicas em seus países de origem. “A exigência da contrapartida deveria ser parte integrante das políticas governamentais”, diz Leal Filho. EXPORTAÇÃO A dependência dos produtos básicos para a pauta de exportação brasileira é muito grande. A balança comercial referente aos produtos não industriais representa mais que duas vezes (US$ 25,4 bilhões FOB) os valores da balança comercial total (US$ 60,7 bilhões FOB). Isso acontece, segundo destacam economistas da Fiemg/IEL, porque o déficit do comércio de produtos de média-alta e alta tecnologia, de US$ 68,3 bilhões, amorteceu o superávit dos produtos básicos. Na verdade, os únicos produtos superavitários em 2011 foram os básicos e os industriais de baixa tecnologia. Tal comportamento expõe uma característica nacional: não há competitividade no Brasil para produtos intensivos em conhecimento. O alto valor do câmbio, desvalorizado no segundo trimestre de 2012, favoreceu, mas não determinou sozinho esse padrão. É necessário que o desenvolvimento de capacidades tecnológicas seja realizado no Brasil, com o aumento de estímulos eficazes à inovação, transferência de tecnologia e capacitação efetiva da mão de obra. O QUE É A PINTEC A Pintec/IBGE revela o grau de inovação do país ao investigar as atividades industriais (extrativas e de transformação), de energia (eletricidade e gás) e dos serviços de telecomunicações, informática, pesquisa e desenvolvimento, edição, gravação e edição de música, arquitetura, engenharia, testes e análises técnicas. 87 GUIA LIMPEZA SUSTENTÁVEL Apesar da dureza dos números, o Brasil é surpreendente e responde rapidamente aos estímulos e ações em curso. No Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), programas como o Sebraetec e o Sebrae Incubadoras confirmam o interesse crescente dessa fatia de empreendedores pela inovação tecnológica. Em 2010 foram atendidas 2.200 empresas; em 2011, o número mais que dobrou: 4.630. E, para este ano, a projeção é de serem atendidas 6 mil. “Se querem competir, é preciso ter a inovação no DNA da empresa”, diz Anízio Dutra Viana, gerente de Inovação e Sustentabilidade da instituição. Parceria do Sebrae-MG com 12 universidades e com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, o Programa de Incentivo à Inovação (PII) permitiu desengavetar em cinco anos, desde que foi iniciado, 240 projetos, que geraram 30 empresas de base tecnológica, com mais de 20 patentes e licenciamentos de tecnologia, nas áreas de tecnologia da informação, eletroeletrônica, biotecnologia e biomedicina. Entre os projetos está o do pesquisador, engenheiro agrônomo e doutor em microbiologia Marcos Rogério Tótola, da Universidade Federal de Viçosa. Ele encontrou uma solução para limpar tanques de armazenamento de óleo combustível e ainda reaproveitar o óleo retirado da borra: criou um composto biodegradável e não tóxico, originado de bactérias, fungos e leveduras, chamado de surfactante biológico ou biossurfactante. 88 O processo de limpeza é feito em quatro dias, em temperatura ambiente, sem riscos para o trabalhador, que não precisa entrar no tanque para limpá-lo. Um pequeno volume de água e o biossurfactante são colocados no tanque, e o volume é movimentado por bombeamento e agitação. Após quatro dias, o óleo contido na borra mistura-se à água, facilitando o bombeamento para fora do recipiente. Assim, o óleo retirado pode ser reaproveitado para refino ou queima, e a água utilizada na limpeza pode ser descartada sem resíduos tóxicos. “Hoje, o passivo ambiental da Petrobras é de 300 mil toneladas de borra, e o custo com transporte e armazenagem dos rejeitos é de US$ 40 milhões por ano”, diz Tótola, contando que a patente da tecnologia já foi requerida. Agora o objetivo do pesquisador é criar uma empresa produtora de biossurfactante em Viçosa e uma empresa prestadora de serviço de limpeza. (AD) Agência Petrobrás Pesquisa do engenheiro agrônomo Marcos Tótola, da Universidade Federal de Viçosa, encontrou uma solução para limpar tanques de óleo combústível e reaproveitar o óleo retirado da borra do setor 02 GAMES R. Alvarenga Peixoto, 759 / Lourdes Cep.: 30.180-120 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2515-2062 2N SUPRIMENTOS R. Paraíba. 1441 Lj 2 / Funcionários Cep: 30.130-141 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3223-1960 4 WAY Av. Dr, José Correia Machado, 1079 BL A - LJ 6 Cep.: 39401-832/Ibituruna Center Montes Claros/MG Tel.: (38) 3221-3220 A.S. SISTEMAS R. Prof. Carlos Schlottfeldt. 10/ Clélia Bernardes Cep: 36.570-000 Viçosa / MG Tel.: (31) 3892-7700 AACS INFORMÁTICA R. Icana. 211 / Nova Suissa Cep: 30.421-305 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3372-1640 ACS ASSESSORIA E CONSULTORIA DE SISTEMAS R. Rubi. 373 / Prado Cep: 30.410-090 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3313-1354 ACTAR. CONNECTIVITY Av. Francisco Sales. 1614 - Sl 1302 Santa Efigênia / Cep: 30. 150-221 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3281-9611 ACTUS AUTOMAÇÃO COMERCIAL R. Mercês. 18 / Prado Cep: 30.411-020 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3295-5160 ADSPREV R. Da Bahia. 916 - Sl 301 A 304 / Centro Cep: 30.160-011 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3213-5505 ADV INFORMÁTICA R. Santo Antônio. 1500 - Sl 1012 / Centro Cep: 36.016-321 Juiz De Fora / MG Tel.: (32) 3218-7059 AB TELECOM NETWORKING CABLING Av. José Faria da Rocha, 1627-Sl 304/Eldorado Cep.: 32.310-210 Contagem/MG Tel.: (31) 3504-2559 AENGE COMÉRCIO R. Itumbiara. 837 - Sl 06 / Aparecida Cep: 38.400-624 / Uberlândia / MG Tel.: (34) 3212-4633 ABMÍDIA COMUNICAÇÃO R. Suaçuí. 324 / Carlos Prates Cep: 30.710-240 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3278-3479 AGÊNCIA NITRATO R. Cláudio Manoel, 149/Funcionários Cep.: 30.140-100 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3347-9070 ACCENTURE Av. Afonso Pena, 4001 – 9º Andar / Serra Cep: 30.130-008 Belo Horizonte / MG / Tel.: (31) 3289-7700 AIX SISTEMAS Av. Contorno. 2316 - 6º Andar / Floresta Cep: 30.110-008 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3218-7200 ACCIX SUPRIMENTOS R. Dos Otoni. 20 / Santa Efigênia Cep: 30.150-270 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3481-0260 AJS ENGENHARIA E INFORMÁTICA Av. Barbacena. 1018 - Sl 405 Santo Agostinho Cep: 30.190-131 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3291-9600 ACESSOTI TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Av. Do Contorno. 2316 - Sl 501 / Floresta Cep: 30.110-012 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3317-5801 ALERT Av. Afonso Pena, 4100 – 8º Andar/Cruzeiro Cep: 30.130-009 / Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3343-9700 ALFA BYTE Av. Pres. Juscelino Kubitschek. 6263 Benfica / Cep: 38.090-000 Juiz De Fora / MG Tel.: (32) 3225-5651 ALIAR SISTEMA R. Santa Fé, 45 / Sion Cep: 30.320-130 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3878-0500 ALTAS TECNOLOGIA R. Juruá, 50-Sls 201/202/203 / Graça Cep.: 31.140-020 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3449-4500 ALTERDATA SOFTWARE Av. Amazonas, 298-Sl 1403/Centro Cep.: 30.180-001 Belo Horizonte/MG Te.: (31) 0800-704-1418 AMITECNO R. Aimorés. 462 Sl 105/Funcionários Cep: 30.140-070 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3213-2087 APLUS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO R. Turquesa. 128 B / Prado Cep: 30.411-177 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3245-5764 APS SISTEMAS Av. Dos Andradas. 2287 Sl 708 Santa Efigênia Cep: 30.120-010 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3241-6882 ARCELORMITTAL SISTEMAS Av. Brasil. 1654 / Funcionários Cep: 30.140-003 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3217-4103 ARLSOFT TECNOLOGIA R. Dos Goitacazes. 43 Sl 603 / Centro Cep: 30.455-790 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 8489-3630 ARQUIMEDES AUTOMAÇÃO E INFORMÁTICA R. Alcobaça. 1475 / São Francisco Cep: 31.255-210 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3045-6999 89 ARQUINDEX Av. Barão Homem de Melo, 1376-3º Andar Nova Granada Cep.: 30.421-450 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2552-4750 ARQUIVAR. GESTÃO DE DOCUMENTOS Av. Renato Azeredo, 548 Dist. Ind. João de Almeida Cep.: 33.880-302 Ribeirão das Neves/MG Te.: (31) 3626-9300 ARTE GESTÃO DE PESSOAS R. Rio Grande Do Sul. 661 – 7º Andar Barro Preto Cep: 30.170-110 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2129-8600 ATIVAS DATA CENTER R. Paraíba. 1000 - 6º Andar / Funcionários Cep: 30.140-141 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2138-1900 ATRIA INFORMÁTICA R. Pouso Alegre. 2892 / Horto Cep: 30.010-514 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2551-6229 ATS INFORMÁTICA R. Catete, 999-6º Andar/Barroca Cep.: 30.431-016 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2112-3700 ATTEST INFORMÁTICA R. Herculano De Freitas. 58 – 3º Andar Gutierrez Cep: 30.441-039 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3337-8844 AUDISOFT SISTEMAS Av. Getúlio Vargas. 968 - Sl 206 / Centro Cep: 39.800-015 Teófilo Otoni / MG Tel.: (33) 3521-3634 AUGE TECNOLOGIA SISTEMAS Av. Raja Gabaglia. 1686 – 7º Andar Gutierrez Cep: 30.441-194 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3339-0525 AULAFLEX R. Extrema. 31 - 2º Andar Sl 8 Guanabara Cep: 32.115-260 Contagem / MG Tel.: (31) 3357-0234 AUTOMATON INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS R. Ludgero Dolabela. 1021 – 2º Andar Gutierrez Cep: 30.441-048 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3291-0220 AUTUMN TI R. Desembargador Jorge Fontana,408-Sl 301 Belvedere Cep: 30.320-670 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3286-5366 90 AVANÇO INFORMÁTICA Av. Brasil, 121/Santa Efigênia Cep.: 30.140-000 Belo Horizonte/MG Te.: (31) 3025-1188 BITS BUREAU DE INFORMÁTICA R. Aquiles Lobo, 175 / Floresta Cep.: 30.150-160 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3226-2727 AXSYS SOLUÇÕES EM T.I. R. Guajajaras. 910 Conj. 617/618 / Centro Cep: 30.180-100 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3324-3273 BRASIL INFORMÁTICA Av. Padre Pedro Pinto, 2631 / Venda Nova Cep.: 31.570-000 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3458-7031 AXXIOM R. Dos Inconfidentes, 1051-4º Andar Funcionários Cep.: 30.140-120 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3280-4900 BRASIL NA WEB R. Vital Brasil, 409/Jaraguá Cep.: 31.270-190 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3417-4906 B2CARD INFORMATICA Av. Augusto de Lima, 479-Sl 701/Centro Cep.: 30.190-000 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3346-5100 B2ML SISTEMAS R. Cel. Rennó, 7 – Sl 7 / Centro Cep: 37.500-015 Itajubá / MG Tel.: (35) 3622-7650 BASE2 TECNOLOGIA R. Guajajaras, 870 – 7º Andar / Centro Cep: 30.180-100 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3653-3680 BAT INFORMÁTICA Av. N. Sra. Do Carmo. 689 Lj 2 / Sion Cep: 30.310-000 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3225-4987 BEMATECH SISTEMAS R. Ceará, 1431-Sl 1204/Funcionários Cep.: 30.150-310 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2121-4500 BERTHOLDO CONSULTORIA E INFORMÁTICA Av. Prof. Mario Werneck, 881 – Cj. 302 Buritis Cep.: 30.455-610 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3243-7397 BESSA COMPUTADORES R. José Amancio dos Santos, 600/Centro Cep: 32.900-000 Igarapé/MG Tel.: (31) 3522-1909 BH SOLUÇÕES R. Icaraí, 499 – Sl A / Caiçara Cep.: 30.770-160 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3411-3928 BHS Av. Raja Gabaglia, 4343–4º Andar Santa Lúcia Cep.: 30.360-670 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3071-9060 BIT BYTES R. Alves de Andrade, 29 / Vila Osanan Cep.: 36.020-350Juiz de Fora / MG Tel.: (32) 3235-2510 BRIM SISTESMAS R. Carijós, 141-Sl 1001/Centro Cep.: 30.120-060 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2526-6393 BRPRICE TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA R. Al. do Ingua, 840–Sl 704/Vale do Sereno Cep.: 34.000-000 Nova Lima / MG Tel.: (31) 2535-5200 BYTE SOFTWARE E CONSULTORIA R. Descalvado, 334 – Sl 4 / Renascença Cep.: 31.130-610 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2555-5985 CABTEC R. Alentejo, 1265 / São Francisco Cep.: 31.255-110 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2125-9000 CADIX SOLUTIONS R. Caetano Azeredo, 315 / Barreiro Cep.: 30.640-095 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3384-5946 CADSOFT R. Alvarenga Peixoto, 830 / Lourdes Cep.: 30.180-120 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3025-6717 CAMANHO CONSULTORES R. Raul Pompéia, 77 – Cj 501 São Pedro Cep: 30.330-080 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3281-9020 CAMPELLO INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Alameda da Serra, 288-2º Andar Vila da Serra Cep: 34.000-000 Nova Lima/MG Tel.: (31) 3519-0700 CASE COMÉRCIO E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA R. Upinduara, 151/Eldorado Cep: 32.340-630 Contagem/MG Tel.: (31) 3391-2575 CATALDE BESSA R. Maranhão, 342 – 8º Andar - Sl 801 Santa Efigênia Cep: 30.150-330 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3241-2887 CEM INTER. SYSTEMS - SISTEMAS AGRÍCOLAS R. José de Santana, 294/Centro Cep.: 38.700-052 Patos De Minas / MG Tel.: (34) 3823-1331 CENTERTECH INFORMÁTICA R. Indianápolis, 445/Martins Cep: 38.400-474 Uberlândia/MG Tel.: (34) 3234-5557 CENTURY TELECOM R. Padre Odorico, 128 – 12º Andar/São Pedro Cep: 30.330-040 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3281-5888 CEO SOFTWARE SISTEMAS Av. Santa Luzia, 282/Santa Luzia Cep: 36.030-450 Juiz de Fora/MG Tel.: (32) 3217-1199 CHALLENGE INNOVATIVE TECHNOLOGIES R. Gonçalves Dias, 1181 – Cj 1101/Savassi Cep: 30.140-091 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3267-8220 CHECK-UP NET INFORMÁTICA R. Xenofonte Mercadante, 26/Centro Cep: 36.800-000 Carangola/MG Tel.: (32) 3741-4088 CIENTEC Av. P.H. Holfs, 305-Sl 20/Centro Cep: 36.570-000/Viçosa/MG Tel.: (31) 3892-5008 CIGAM MINAS R. Coruripe. 380 – 9º Andar/Nova Granada Cep: 30460-510 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3214-3099 CIT R. Paraíba, 330-Sl 1402/Funcionários Cep: 30.130-917/Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3029-2600 CARTUCHO EXPRESS Av. Jk. 131 / Centro Cep: 32.510-000 Betim / MG Tel.: (31) 3531-7526 CITIS Av. Olinto Meireles, 2745-Sl 9 E 11 Flávio Marques Lisboa Cep: 30.620-330 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 3011-2500 CASA DA CPU R. Da França. 336 / Eldorado Cep: 32.340-020 Contagem / MG Tel.: (31) 3351-2223 CNI ESCOLA DE INFORMÁTICA Av. Pres. Juscelino Kubitscheck, 288/Centro Cep.: 32.510-000 Betim / MG Tel.: (31) 3594-4766 COFFEY INFORMATION Av. Afonso Pena, 3924-Cj 206/Cruzeiro Cep: 30.130-009 Belo Horizonte/MG Tel.: (31) 2104-2100 DARDANI ASSESSORIA E CONSULTORIA R. Eduardo de Oliveira, 1031/Caseca Cep.: 30.400-011 Uberlândia / MG Tel.: (34) 3219-5693 CONCAD Av. Afonso Pena, 578-16º Andar/Centro Cep: 30.130-001 Belo Horizonte/MG Tel.: 0800-283-184 DATA FREITAS COMERCIO R. Agenor Goulart Filho, 400-Sl 6 Ouro Preto Cep.: 31.310-360 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3342-1477 CONECTAR. INFORMÁTICA R. Sorocaba, 120/Veneza Cep.: 35.164-311 Ipatinga / MG Tel.: (31) 3821-0966 CONNECTA RUBINGER R. Curitiba, 1396 / Centro Cep: 30.170-121 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3249-0000 COURART INFORMATICA LTDA R. São Leonardo. 252 - Sl 16 / Centro Cep: 36.200-020 Barbacena / MG Tel.: (32) 3332-2189 CPD TECNOLOGIA R. Guajajaras. 977 – 10º Andar / Centro Cep: 30.180-100 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3237-3000 CS9 R. Carlos Turner, 422 / Silveira Cep: 31.140-520 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3481-1051 CSI Av. Contorno, 2905 – Sl 902 Santa Efigênia Cep.: 30.110-013 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3079-4444 CST COMPUTADORES E SISTEMAS R. Macaé. 75 / Bairro Da Graça Cep: 31.140-060 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3423-1234 CW4 SOLUÇÕES R. Manaus. 52 – 3º Andar Santa Efigênia Cep.: 30.150-350 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3241-5045 CYSDOMOTICA BRASIL R. Herculano De Freitas. 1363 / Gutierrez Cep: 30.430-120 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3332-7500 DATA SOLUTION TI R. Padre Rolim, 18-7º Andar São Lucas Cep.: 30.130-090 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3273-4534 DATAFLOW R. São Paulo. 1071 Conj. 721 / Centro Cep: 30.170-907 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3234-0646 DATAPHIL IMAGEM E INFORMAÇÃO R. Olimpus. 475 - Sl 405 / Ana Lúcia Cep: 34.710-410 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3261-1344 DESCUBRAME.COM.BR R. Benjamim Araújo. 56 Sl 405 / Centro Cep: 36.570-000 Viçosa / MG Tel.: (31) 3891-4487 DIGICADE TECNOLOGIA APLICADA Av. Barão Homem De Melo. 4520 / Estoril Cep: 30.494-270 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3263-1100 DIGISUL INFORMÁTICA Rua Gabriela Rezende Paiva, 129 - Santa Luiza Varginha/MG Cep.: 37.026-650 Tel.: (35) 3212-4922 DIGITAL INFORMÁTICA Av. Jove Soares, 1330/Centro Cep: 35.680-346 Itaúna /MG Tel.: (37) 3242-2626 DIGITEK Av. Professor. Magalhães Penido.701-Loja 1 Aeroporto Cep: 31.270-700 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3497-5020 DINAMICO SISTEMAS R. Inconfidentes. 657 / Funcionários Cep: 30.140-120 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 9981-1749 DANESE ELETRO INFORMÁTICA Av. Dos Expedicionários. 440 / Centro Cep.: 37.900-130 Passos / MG Tel.: (35) 3522-8066 DIRECTA NET R. Braz Bernardino. 105 Lj 132 / Centro Cep: 36.010-320 Juiz De Fora / MG Tel.: (32) 3218-4121 DAP ENGENHARIA FLORESTAL R. Papa João XXIII, 9/Lourdes Cep.: 36.570-000 Viçosa / MG Tel.: (31) 3891-7940 DIRETRIZ CONSULTORIA SISTEMAS Av. Francisco Navarro. 315 / Centro Cep: 37.006-003 Varginha / MG Tel.: (35) 3222-3122 91 DIROX R. Raimundo Paulino De Carvalho. 18 Vigilato Pereira Cep: 38.403-450 Uberlândia / MG Tel.: (34) 3210-3700 DISPLAY INFORMÁTICA R. Pirambo. 84 / Santa Cruz Cep: 31.150-530 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 25523814 DIVI DATA PROCESSAMENTO DE DADOS Pc Benedito Valadares. 84 / Centro Cep: 35.500-053 Divinópolis / MG Tel.: (37) 3221-2942 ELETRON Al. Das Acácias. 991 / São José Cep: 31.275-150 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3443-5858 ELO ASSESSORIA R. Dr. Mourão Filho. 48 A / Centro Cep: 36.307-360 São João Del Rei / MG Tel.: (32) 3371-7857 EMACEDO COMERCIO DE INFORMÁTICA Av. 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Sobral. 250 / Santa Lúcia Cep: 30.360-410 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3226-6456 Marketing Finanças W2L INFORMÁTICA Av. Mem de Sá, 721-Sl 6 Santa Efigênia Cep: 31.010-220 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 2535-5587 Gestão Pública Gestão Geral Estratégia *Segundo o ranking 2012 do jornal inglês Financial Times. TASK INTERNET R. Domingos Vieira, 348-Sl 1501 Centro Cep: 30.150-240 Belo Horizonte / MG Tel.: (31) 3123-1000 Desenvolva-se na única escola brasileira de negócios entre as 10 melhores do mundo*. Programas Curtos e Intensivos da FDC, para quem entende que o tempo vale muito e sabe aproveitá-lo. São temas específicos da gestão empresarial, que podem ser estudados no Brasil e no exterior. Saiba mais no www.fdc.org.br www.fdc.org.br • [email protected] • 4005 9200 (capitais) • 0800 941 9200 (demais localidades) MG MG AGÊNCIA STANDARD & POOR’S DÁ A MINAS GERAIS A NOTA AAA, A MAIOR NO BRASIL. ISSO CONFERE A MINAS O GRAU DE INVESTIMENTO, OU SEJA, MAIS INVESTIMENTOS E OPORTUNIDADES PARA TODOS OS MINEIROS. Taxa de homicídios (por 100 mil hab.) Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino fundamental (rede estadual), por UF - 2009* Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010* Resultados do idsus por UF – 2010* MG EM 2003, O GOVERNO DE MINAS FEZ O CHOQUE DE GESTÃO: MG MG · Cortou despesas · Economizou recursos · Alcançou o Déficit Zero · Realizou os maiores investimentos sociais da história do Estado DEPOIS, VIERAM O ESTADO PARA RESULTADOS E A GESTÃO PARA A CIDADANIA. HOJE, O BRASIL RECONHECE O RESULTADO DE TODO ESSE TRABALHO. Segundo dados do Governo Federal, apesar de Minas ser o estado brasileiro com o maior número de cidades e a segunda maior população do país, o que faz com que nossos desafios sejam muito maiores, temos os melhores resultados em áreas fundamentais para todos os mineiros: Taxa de homicídios (por 100 mil hab.) Os alunos de Minas têm os melhores resultados da rede pública nacional. Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino fundamental (rede estadual), por UF - 2009* Minas tem o melhor sistema de saúde do Sudeste. Minas tem energia abundante e um dos melhores índices de saneamento básico do país. Minas tem o quarto menor índice de homicídios do país. Resultados do idsus por UF – 2010* Percentual de domicílios com acesso à rede coletora de esgoto ou fossa séptica – 2010* Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010* MG MG Fonte: INEP/MEC. *Últimos dados disponíveis. MG MG Fonte: Ministério da Saúde. *Últimos dados disponíveis. Fonte: Datasus/Ministério da Saúde. *Últimos dados disponíveis. Fonte: Censo Demográfico/IBGE. *Últimos dados disponíveis. Agora, a agência de rating Standard & Poor’s, que avalia o ambiente e os indicadores econômicos e sociais de países e empresas para indicar aqueles que têm as melhores condições para atraírem investimentos e receberem créditos, conferiu a Minas Gerais as notas AAA para a escala nacional e BBB- para a escala mundial (as melhores notas já atribuídas a estados brasileiros). Isso significa perspectivas de novos investimentos para Minas e novas oportunidades para os mineiros. Com seriedade, sensibilidade e profissionalismo, Minas avança. Taxa de homicídios (por 100 mil hab.) OS MINEIROS JÁ SABIAM, O BRASIL JÁ CONHECIA E, AGORA, O MUNDO TAMBÉM RECONHECE. www.desenvolvimento.mg.gov.br Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010* Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino fundamental (rede estadual), por UF - 2009* Percentual de domicílios com acesso à rede coletora de esgoto ou fossa séptica – 2010* MG MG