Avant-première no BRT brasileiro
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Avant-première no BRT brasileiro
Lançamento Caio apresenta sua carroçaria Solar Feiras FIAA 2010 Ano 1 - Número 3 - Dezembro 2010 www.revistaautobus.com.br Fetransrio 2010 Avant-première no BRT brasileiro Neobus e Man LA apresentam suas novidades aos sistemas de BRT Transporte urbano Etransport 2010 Barcelona adapta seus híbridos Combustíveis renováveis São Paulo compra seus primeiros ônibus a etanol ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Opinião Índice Novo Mega BRT 08 Chassi articulado Man 12 Fetransrio 2010 14 São Paulo compra 50 ônibus a etanol 18 Evolução da espécie 20 Vôlei Futuro 26 Híbrido Barcelona 38 Rápidas - 03 Nostalgia - 43 Ponto de vista - 40 Thermo King - 17 Frota começa a ser adaptada - 23 Caio Solar - 24 Tecnologia Tarifária - 25 Volvo SCR - 28 Mercedes-Benz 400 mil - 30 Motores MWM - 31 FIAA 2010 - 32 Articulado Dina - 34 Mercado Internacional - 36 Smart Move - 42 O Rio de Janeiro se consagrou na capital do ônibus, seja na forma como utiliza o veículo em sua mobilidade urbana, seja na representatividade de uma feira e um congresso de porte nacional que enfatiza o transporte coletivo sobre pneus. Em mais uma edição da Fetransrio (a 8ª.), paralela ao Etransport, que cravou seu 14º. Congresso, o assunto transporte de passageiros realizado por ônibus foi amplamente debatido quanto a modernização de sistemas e serviços que focam o futuro de curto prazo em várias cidades brasileiras, com grande expectativa dos grandes eventos esportivos que aqui logo se realizarão. Além disso, as principais novidades do mercado, em se tratando de veículos e equipamentos, foram abordadas pelas fabricantes locais. Não há mais dúvidas que nossa indústria fabricante de carroçarias, chassis e acessórios estão em uma fase de modernidade que não fica aquém dos principais nomes internacionais. Afora, não podemos esquecer do sistema rodoviário com um paradigma de extrema evolução. Entretanto, o que realmente falta é uma política pública urbana que possa fomentar o modal para que este proporcione ao passageiro melhores condições de conforto, segurança e rapidez. O tema BRT está sendo discutido como solução inerente ao progresso do ônibus nas urbes. Nada mais salutar. Mas cabe aí uma ressalva que podemos examinar a ausência de ações mais concretas quanto a utilizar formas alternativas em tração, que resultariam em benefícios ao ambiente urbano e ao cidadão que reside nele. Ainda não saímos do estágio de propostas, projetos interessantes e pesquisas conceituais. Temos a mão muita coisa boa que deve ser aproveitada de imediato, faltando apenas definir que tipo de financiamento possa ser utilizado para o emprego dessas tecnologias atuais. Afinal, ninguém quer pagar a conta sozinho e para isso há a necessidade de envolvimento do setor empresarial, de governantes e da sociedade, esta que não deve apenas ver o ônibus como um mal necessário que trafega pelas ruas. E a briga pelos BRT´s parece que já começou. No evento carioca duas novidades foram mostradas, em chassi e carroçaria. O embate tem cores que pode trazer muita coisa interessante, afinal o ônibus não pode mais ser visto como um contexto simplório, arcaico. Se queremos nos figurar na modernidade da evolução, devemos vê-lo como agente que induz a essa inspiração. Antonio Ferro Editor Fotos Capa - Divulgação Man LA e Jorge dos Santos Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP - 12940 630 [email protected] [email protected] Telefones 11 9832 3766 11 4412 7788 Número 3 – Ano 1 www.revistaautobus.com.br Redação Editor - Antonio Ferro Editoriação eletrônica Antonio Feliciano Junior [email protected] Jornalista responsável: Luiz Neto MTB - 30420/134/59-SP DEZ 2010 Administração web WWW.wbd.com.br Circulação - dezembro 2010 3 Rápidas Divulgação Volvo Trucks & Buses Argentina tem novo presidente José Olímpio Dal Magro Franscisco assumiu a presidência da Volvo Trucks & Buses Argentina, em substituição a Carlos Pacheco, que recentemente voltou ao Brasil para ocupar a gerência de pós-venda de produtos e serviços da marca. Ele ficará baseado em Buenos Aires. Em sua nova função, se reportará a Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil. Graduado em Engenharia Mecânica pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), atua no segmento de veículos comerciais desde 1992, e trabalha no Grupo Volvo desde 1999. Man LA fornece ônibus para a Costa Rica 80 chassis Volksbus, modelo 17.210 OD encarroçados com Mascarello, foram embarcados para a cidade de San José, capital da Costa Rica, entre agosto e outubro passado. Os veículos foram adquiridos por Raymond Semaan, proprietário das empresas de transporte Trocopa S.A. y Buses Ina la Urca. Segundo a montadora, o chassi escolhido garante um baixo custo operacional aos frotistas que necessitam de um veículo para transporte urbano ou fretado. A carroçaria Mascarello possui possui 12 metros de comprimento e capacidade para 46 lugares, sendo que dois deles estão reservados a passageiros que utilizam cadeiras de rodas, além de contar com elevador. Divulgação Caio Induscar participa de feira nos EUA A brasileira Caio Induscar participou recentemente da Buscon America's Convention for Buses (Convenção Americana para Ônibus), uma feira anual que reúne todos os encarroçadores e montadoras de chassis norte - americanos e os fabricantes de peças e insumos para o segmento de transporte coletivo sobre pneus. A marca expôs o modelo G3400 (Giro 3400), padrão norte-americano com 38 assentos, toalete, seis monitores de DVD, montado sobre chassis Freightliner. De acordo com a direção da encarroçadora, o Giro 3400 foi muito bem aceito naquele mercado, fazendo com que a empresa reveja a sua exportação de um volume de 80 a 100 unidades para o país em 2011. A Caio também anunciou que fechou uma venda de 8 unidades do Giro 3400 para uma transportadora que atua na região de Nova Iorque, nos EstaDEZ 2010 dos Unidos. A empresa já havia adquirido outras 5 unidades do mesmo veículo. 4 Rápidas Cancun tem o Movi Destino turístico de porte mundial, a cidade mexicana de Cancun iniciou neste mês o seu sistema de ônibus urbano denominado Movi, que se assemelhará ao conceito de Corredores com Alto Nível de Serviços, presente na Europa. O sistema consiste no uso de veículos com piso baixo, pagamento antecipado das passagens e centro de controle das operações. Se caracterizará por ser um circuito na zona hoteleira da cidade, sincronização do serviço, otimização das rotas, freqüências e tempos de percurso. Em termos de veículos, serão necessários 70 ônibus, que já foram adquiridos da Volvo Bus Latin America, modelo Access (chassi B7R LE e carroçaria Caio Induscar) em um investimento de US$ 14 milhões. Marco Hernandez O benefício ambiental de um BRT sante, 1,72 km/litro e opacidade de 0,25. A velocidade mais constante reduz consideravelmente o esforço do motor e a emissão de poluentes”, disse. O Expresso Tiradentes transporta 95 mil passageiros por dia. Divulgação ViaSul Um importante corredor de ônibus paulistano, onde a segregação do veículo é total, representa um essencial ganho ao meio ambiente da metrópole. Pelo Expresso Tiradentes, com os ônibus trafegando livre dos automóveis e dos constantes congestionamentos, um comparativo entre o que é consumido em combustível e emitido em fumaça, foi revelado pela direção da operadora do sistema. O sistema conta com 13 km de vias e 8 paradas, além de proporcionar uma velocidade constante que pode chegar a 50 km/h. Lá operam ônibus articulados e mais recentemente biarticulados (10 no total). Segundo Mario Albuquerques, diretor executivo da ViaSul Transportes Urbanos Ltda., duas grandes vantagens operacionais do Expresso podem ser constatadas na economia operacional e na questão ambiental. “Operamos com articulados que conseguem fazer 2,46 km por litro de diesel e índice médio de 0,40 de opacidade (limite máximo de 1,10 medido por opacímetro), enquanto que os biarticulados apresentam um número bem interes- 50 novos veículos para a Real Auto Ônibus A empresa carioca Real Auto Ônibus adquiriu recentemente 50 novos ônibus - chassis Man (17.230 EOD / V -Tronic) e carroçaria Marcopolo para suas operações urbanas no Rio de Janeiro, tanto no segmento convencional, como no serviço Vip. A aquisição é parte de seu cronograma de renovação anual. A idade média da frota é de 2,5 anos DEZ 2010 E pensando nos turistas que constantemente aportam na Cidade Maravilhosa, a transportadora promove a língua inglesa à seus motoristas. Mais de 30 profissionais já se formaram no curso oferecido. Segundo a empresa, as aulas ocorrem por meio de um roteiro com o conteúdo básico de informações e expressões úteis para o dia a dia do motorista. A professora Sandra Silva informou que os alunos são aplicados e não apresentaram dificuldades de aprendizado até o momento. 5 Rápidas Hibribus em São Paulo Pacote sob medida para ônibus Foto - Bruna Lopes O corredor verde Mil mudas de Manacás foram plantadas no Corredor Metropolitano ABD, que liga a zona sul da capital paulista, passando por cidades da região metropolitana, à zona leste. O evento foi uma realização da Metra – empresa que opera e administra os corredores de ônibus São Mateus-Jabaquara e Diadema-Brooklin, em conjunto com outras 16 empresas que compõem o Grupo ABC. Segundo a Metra, a ação é a terceira fase do projeto batizado de “Corredor Verde”, sendo que nos dois últimos anos foram plantadas outras 2500 árvores. A meta do grupo é atingir a marca de 5000 mudas. O plantio de árvores faz parte da política de sustentabilidade da Metra, a qual contempla outras ações como o tratamento de água para reuso, a coleta seletiva de lixo, o investimento em tecnologias limpas para compor a frota de ônibus, a substituição de copos descartáveis por reutilizáveis dentre os colaboradores, a doação de papel para instituição social que promove a reciclagem e entre outras. DEZ 2010 Fotos - Divulgação O ônibus híbrido da Volvo iniciou seus testes na cidade de São Paulo em outubro passado. De acordo com a SPTrans, órgão gerenciador do transporte municipal, o veículo, que realizou sua primeira prova de campo na capital paulista rodando na Linha 724A Butantã/Aclimação, voltará em março de 2011, para testes definitivos já equipado com sistemas "onboard" que medirá a poluição emitida. O programa de teste com o ônibus híbrido da Volvo tem financiamento a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e coordenação da Fundação Clinton. Seu propósito possibilitar o desenvolvimento da tecnologia híbrida dentro da America Latina, a fim de que as cidades possam acelerar sua habilidade de incorporar tecnologias mais eficientes de com- 6 A Scania lançou no mercado brasileiro mais de 20 pacotes de serviços direcionados ao segmento de ônibus. A montadora informa que exclusividade inclui peças e mão de obra especializada a um preço reduzido para facilitar a manutenção ou a revisão dos veículos de transporte coletivo da marca. “Os pacotes podem gerar uma economia de até 40% sobre o valor das peças vendidas separadamente. Além de o serviço ser realizado por um mecânico da rede autorizada Scania, que pode se deslocar até a garagem do cliente. Tanto as peças adquiridas como sua instalação, são oferecidas com garantia de um ano”, explicou Luiz Antonio Pigozzo, gerente de Serviços do segmento Ônibus da Scania no Brasil. Outro detalhe é que a Scania também passa a disponibilizar um canal com os clientes que queiram enviar sugestões para a criação de novos pacotes de serviços para ônibus. A iniciativa visa a identificação de necessidades emergentes e a resposta cada vez mais rápida da rede de concessionárias da marca ao segmento de ônibus. Rápidas Man mostra desempenho positivo O Grupo MAN teve um bom desempenho no terceiro trimestre de 2010. Segundo informações da marca alemã, o ambiente econômico melhorou ainda mais nos trimestres recentes, e isto está tendo um efeito positivo nos mercados de transporte e energia. Os pedidos da MAN no período terminado em 30 de Setembro de 2010 totalizaram 11.0 bilhões de euros, um aumento de 52% em relação ao ano passado. No negócio de veículos comerciais, a MAN beneficiouse do potencial oferecido pelos mercados globais. Segundo a montadora, o resultado positivo novamente se repetirá em seu desempenho no próximo trimestre. As entradas de pedidos para veículos comerciais cresceram 71%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Double Decker inovador Os alemães da Viseon Bus não pouparam esforços criativos para desenvolver o modelo de ônibus com dois pisos LDD 14 (6x2). Com linhas externas modernas e elegantes que farão a diferença em serviços interurbanos, o veículo traz características bem elaboradas, como o piso baixo no pavimento inferior e o seu design, de extremo arrojo. Apresentado durante a ultima IAA, por enquanto só estará disponível ao mercado europeu. Sua capacidade interna é para até 133 passageiros e a mecânica usa um propulsor da marca Man, de 10,5 litros e 400 cv, transmissão automática e eixos da marca ZF. Seu comprimento é de 14 metros e a altura externa de 4 metros. Divulgação Viseon Bus A Agrale comemorou em outubro passado a marca de 35 mil chassis fornecidos para os modelos de miniônibus Volare. Em mais de 12 anos de parceria, que se revelou um sucesso nos segmentos urbano e de fretamento, a Agrale dispõe à marca gaúcha chassis com PBT entre 5.250kg e 8.500kg, nas versões V5, V6, V8, W8 e W9. Para Flavio A. Crosa, diretor de vendas da Agrale, a marca de 35 mil unidades produzidas comprova os atributos de robustez, conforto, versatilidade e segurança, e representa a satisfação dos clientes com a nossa linha de produtos. “Estamos muitos felizes em poder colaborar para o sucesso dos miniônibus Volare”, revelou. Agrale e Volare iniciaram a parceria em 1998, e desde então, a montadora de chassis participa ativamente do desenvolvimento e lançamento de novos modelos. DEZ 2010 7 Divulgação Parceria de 12 anos Foto - Jorge dos Santos / Fetranspor Lançamento Fetransrio Começa a luta pelos BRT´s DEZ 2010 8 Lançamento Fetransrio A implantação de 20 sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) no Brasil anima a indústria de ônibus e faz com que os primeiros sinais de movimentação sejam percebidos com a apresentação de novos produtos. A Fetransrio 2010 foi palco para novidades focadas na operação de corredores segregados com alta capacidade de transporte de passageiros, os chamados BRT. Serão 20 projetos de implantação já confirmados em nove cidades brasileiras que se preparam para os grandes acontecimentos esportivos de 2014 e 2016. Apesar de não estar definido um número exato de quantos veículos (articulados e biarticulados) serão utilizados em todos os projetos, estimativas dão conta que até a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro serão adquiridas entre 2.000 e 3.000 unidades adequadas aos corredores. Nesse contexto, duas importantes marcas do setor fabricante de ônibus revelaram a disposição de disputar o grande filão que promete ser para os próximos anos no segmento urbano. Para isso apresentaram no evento carioca novidades em chassi e carroçaria para o padrão do transporte de alta capacidade. Visão futurística peza e um aspecto muito atrativo. Os engenheiros da Neobus projetaram uma grande área envidraçada para promover aos passageiros uma excelente visão externa, o que representa maior conforto durante as viagens. Seu comprimento é de 20 metros e uma versão biarticulada já é o próximo passo estudado pela encarroçadora, o que não impede ainda uma configuração com apenas um módulo de carroçaria, projeto especial para atender determinados órgãos gerenciadores que necessitam de algo diferente. “Apresentamos esta nova carroçaria ao prefeito do Rio de Janeiro e às autoridades do transporte carioca e a recepção foi muito boa. É um produto certo para o momento certo”, revelou Adelir. Além da aparência, detalhes internos que também privilegiam as viagens estão presentes. A começar pelo pé direito do salão, que tem 2,20 metros de altura em uma versão com piso alto e largura de 2,60 m, a maior entre as carroçarias urbanas. Sistemas de ar-condicionado e internet sem fios, pequenos painéis eletrônicos de informação ao passageiro, monitoramento por câmeras de vídeo internas e externas, espaço para peças publicitárias localizadas nas late- Foto - Divulgação Um paradigma que se quebra ficou por conta da encarroçadora gaúcha Neobus, que mostrou sua inspiração baseada no conceito dos modernos trens bala e bondes. O Mega BRT, como foi definido o nome para a futurística carroçaria, expõe um design de vanguarda, nunca antes visto em terras brasileiras em se tratando de um ônibus urbano. O traço reto deu lugar às linhas e formas redondas, com um apelo aerodinâmico de extrema grandeza. A versão exposta na Fetransrio foi a mais sofisticada em razão de sua configuração composta por vários elementos que proporcionam muito conforto e comodidade aos passageiros. “Quisemos impactar o mercado com um produto diferenciado, moderno e arrojado. Com isso fugimos da padronização do que é atualmente encontrado nas atuais carroçarias urbanas”, revelou Adelir José Boschetti, diretor de engenharia da Neobus. Ostentando um visual com total evolução, a sua área frontal tem uma generosa curva em seu perfil. Aliada aos outros elementos, como o amplo pára-brisa, o conjunto óptico e o párachoques, proporciona elegância e harmonia favoráveis ao estilo. Os retrovisores avançados, com a propriedade do modelo rodoviário, conferem uma característica especial ao veículo. As laterais da carroçaria possuem superfícies lisas, o que proporcionam facilidade em lim- DEZ 2010 9 Fotos - Divulgação Lançamento Fetransrio Detalhes marcantes, tanto internos, como externos, promovem aspectos de última geração no novo Mega BRT. A nova carroçaria Mega foi apresentada ao prefeito carioca Eduardo Paes e ao Ministro dos Esportes Orlando Silva no local onde ocorre a abertura do Túnel da Grota Funda - uma das etapas mais importantes da implantação do futuro corredor TransOeste, que ligará a Barra da Tijuca ao bairro de Campo Grande, distantes 56 km. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, a opção pelo transporte público é importante não só para melhorar os níveis de mobilidade urbana, como também a sustentabilidade dos grandes conglomerados urbanos. O consumo de energia relativo por passageiro que se desloca em uma viagem de ônibus articulado é 92% menor do que o de um passageiro que se desloca por automóvel e a redução dos níveis de DEZ 2010 A marca de Caxias do Sul promoveu uma readequação de sua unidade de Caxias do Sul (RS) para acomodar a nova linha de produção da carroçaria, onde foram implantados ferramentais e gabaritos específicos para que a mão de obra especializada (treinada de acordo com os preceitos do projeto) possa trabalhar na fabricação do Mega BRT. emissão de gases com a entrada dos novos padrões Euro 5 em 2012 para os ônibus articulados será 50% menor em relação aos veículos Euro 3. Foto - Jorge dos Santos / Fetranspor rais superiores do salão e até um pequeno local na traseira para acomodação de bicicletas, são alguns dos opcionais que estavam presentes no novo Mega BRT. E para o motorista um habitáculo especial, que nada lembra o dos ônibus tradicionais. “Isso não representa que não vamos oferecer uma configuração mais simples, dependendo das variáveis de cada transportador ou exigência do poder concedente do transporte. Além disso, disponibilizaremos piso baixo integral ou somente Low Entry. Estamos preparados para atender todos os requisitos”, explicou o executivo da Neobus. Ele lembrou que o custo operacional, a praticidade e a facilidade de manutenção da nova carroçaria também serão itens imperativos que promoverão benefícios ao operador. Não foi revelado seu valor de aquisição, pois depende de uma série de elementos construtivos, mas Adelir adiantou que será um pouco mais caro que outras versões, porém suas vantagens compensarão. 10 ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Lançamento Fetransrio Um novo chassi A outra boa nova na feira carioca foi o lançamento do chassi articulado da Man Latin America, única montadora de ônibus do Brasil que ainda não possuía em seu portfólio um produto com as características para o transporte de massa sobre pneus. Ainda se trata de um protótipo, com produção em escala somente no segundo semestre de 2011, mas significa que a marca não está alheia ao que está acontecendo entre os envolvidos na cadeia do transporte urbano. O novo veículo pode ser considerado um modelo Low Cost (custo baixo) para proporcionar ao transportador custo benefício otimizado em suas operações. Vem equipado com o motor da Cummins de 320 cv e transmissão automática ZF Ecomat 4, além de suspensão pneumática composta por bolsões de ar complementados por folhas de molas semi-elípticas. Há também o sistema de rebaixamento da suspensão para facilitar os embarques e desembarques. Com piso alto, pode ser encarroçado em modelos de até 18,60 m de comprimento e seu PBT é de 26 toneladas. “Queremos aproveitar a transformação que ocorrerá no Brasil em termos de mobilidade urbana com a implantação dos corredores de BRT. Nosso novo chassi tem um perfil desenvolvido para as operações nesses sistemas, proporcionando conforto, segurança e maior capacidade de passageiros”, informou Ricardo Alouche, diretor de vendas da Man Latin America. Outro detalhe é que o veículo está enquadrado nas normas NBR 14022 e 15570, que dizem respeito a acessibilidade e de fabricação de ônibus urbanos, respectivamente. Com isso as versões articuladas terão que seguir uma série de requisitos em sua construção, não sendo mais permitidas as adaptações com chassis de motorização dianteira. “O novo chassi foi a grande novidade da feira, atraindo as atenções de todos os nossos concorrentes que estavam presentes na Fetransrio”, enfatizou Alouche. Com isso a linha de chassis da marca passa atender a partir do ano que vem os variados segmentos dentro da operação urbana, desde os modelos menores até o de maior capacidade (160 passageiros). Alouche também revelou que a unidade brasileira, localizada em Resende (RJ), passa a ser centro de desenvolvimento de chassis para ônibus para países sul americanos, africanos e asiáticos. “A confiança de nossa matriz com a linha de produção no Brasil nos incumbiu de desenvolver e produzir chassis com motor dianteiro ou traseiro destinados aos mercados emergentes”, disse. Outros tipos de chassis, mais sofisticados e dotados de tecnologia, como os oferecidos ao O novo chassi ainda não tem definido e só estará no mercado ano que vem, porém atraiu os outros fabricantes durante a 2010. DEZ 2010 12 um nome a partir do olhares de Fetransrio Lançamento Fetransrio mercado europeu, ainda não virão ao Brasil a curto prazo. “Para o Brasil, o perfil de produtos se enquadra apenas em chassis, não queremos concorrer com os encarroçadores que estão aqui, por isso não temos intenção nenhuma em trazer produtos integrais”, explicou Alouche. Outro detalhe divulgado foi que o produto ônibus ganha uma área de engenharia própria Ficha técnica – Volksbus articulado Motor – Cummins ISC de 320 cv e torque de 1.300 Nm Transmissão – Automática ZF Ecomat 4 Capacidade técnica por eixo (Peso kg) Eixo dianteiro – 6.500 Intermediário / Traseiro – 10.500 e 11.500 Total admissível – 28.500 Peso Bruto Total (PBT) homologado – 26.000 DEZ 2010 contando com equipes específicas para projetos e fabricação, ficando em separado do segmento de caminhões. Os setores de vendas, pós-vendas e assistência técnica também serão exclusivos a cada parte. Alouche - Vamos disputar com nossas concorrentes um segmento que ainda não dispúnhamos. Fotos - Divulgação Biodiesel B20 Além de visualizar o mercado de BRT, a Man Latin America promove outro tipo de sustentabilidade no segmento de transporte, que é o uso em testes operacionais do biodiesel com a mistura de 20%. A montadora está muito confiante que o laboratório de campo com o B20, realizado atualmente na cidade do Rio de Janeiro com cinco ônibus da marca, surta efeitos muito benéficos ao ambiente e à população quando os 8.500 ônibus da Cidade Maravilhosa estiverem usando o combustível em 2016, ano dos Jogos Olímpicos . O programa de testes com o B20 é uma iniciativa da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do RJ (Fetranspor) e do Governo do Estado. A meta é alcançar uma economia de 55 milhões de litros de diesel por ano, a redução de 148.000 toneladas de CO2 e de 3.276 toneladas de material particulado emitidos por ano, segundo dados da entidade fluminense. Ainda, de acordo com a Man, a mistura de 20% de biodiesel não requer qualquer modificação na estrutura dos motores, bastando apenas um plano de manutenção especial. 13 Fetransrio / Etransport 2010 Os ônibus da Guanabara Em mais uma edição da Fetransrio e do Etransport, veículos, equipamentos, projetos e ações públicas voltadas para a inserção do ônibus na mobilidade urbana deram o tom para se buscar um modo eficaz quando o assunto é transporte público. A cada dois anos, as margens da Baía da Guanabara recebem um evento que tem como principal foco o ônibus. E a Marina da Glória acolhe os principais fabricantes de carroçarias, chassis, equipamentos e de ideias inovadoras quanto a promover um transporte coletivo sobre pneus com sustentabilidade e racionalidade. A edição de 2010 trouxe algumas novidades que marcarão o momento do setor de transporte no Brasil, a começar pela nova carroçaria futurística da gaúcha Neobus idealizada para o BRT e um novo chassi da Man LatinAmerica, na versão articulada (em destaque nas páginas 8 e 12). O evento carioca também foi uma oportunidade para que outras montadoras de chassis expusessem as atualizações de alguns de seus veículos e ainda pelo lado do contexto de novos combustíveis com apelo sustentável, como é o caso da Mercedes-Benz do Brasil que demonstrou no Rio de Janeiro seus projetos e testes com as alternativas renováveis, como o biodiesel DEZ 2010 e o diesel da cana, além de mostrar o desenvolvimento da tecnologia Euro 5. De acordo com Agnaldo Mariano, gerente nacional de Vendas de Ônibus da Mercedes-Benz, além de poder oferecer produtos adequados à cada tipo de operação, há ainda a necessidade de ser conveniente com a questão das práticas ecologicamente corretas, disponibilizando modelos que reduzam os impactos negativos ao meio ambiente. “A Mercedes-Benz é muito favorável aos combustíveis renováveis, como o biodiesel e o diesel da cana-de-açúcar”, disse Mariano. A montadora acumula ampla experiência no desenvolvimento do uso de biodiesel, tendo alcançado a marca de 2.600.000 quilômetros de testes operacionais em ônibus abastecidos com esse biocombustível, entre avaliações com B5 e B20. Já com o diesel verde, feito a partir da cana, Mariano enfatiza a exclusividade no desenvolvimento de uma nova versão ao tradicional diesel. “Entendemos que temos que oferecer tecnologias com uma boa relação de custo opera14 cional e que ainda tenha a possibilidade a atendimento imediato. O diesel da cana é uma dessas soluções, produzido aqui no Brasil e que tem o traço de preservar o meio ambiente e ainda pode ser utilizado não só em motores novos, como nos mais antigos”, explicou. Ele também lembrou que a unidade fabril de São Bernardo do Campo é um centro de desenvolvimento mundial do ônibus da MercedesBenz e que todas as tecnologias modernas podem ser produzidas para atender ao que pede a demanda dos sistemas de transporte por ônibus. A Scania do Brasil esteve presente na Fetransrio com o chassi F230 4x2 NZ para o mercado urbano e com uma novidade, que foi o K310, chassi para aplicação intermunicipal com balanço traseiro curto, o que proporciona maior flexibilidade para a distribuição das poltronas nas carroçarias. De acordo com a marca, o menor balanço promove uma equilibrada distribuição de todo o peso do veículo nos eixos. Já o F230 reforça a volta da montadora ao mercado de Fetransrio / Etransport 2010 linhas urbanas com um veículo dotado de motor dianteiro, sendo idealizado para os sistemas bairro a bairro e na alimentação aos BRT´s. Possui motor de cinco cilindros e 230 cv de potência. “A Scania sempre priorizou a segurança, o conforto dos passageiros e o custo operacional competitivo com seus veículos. Queremos ver rodando por aqui os mesmos modelos da marca que rodam em quantidade na Europa e em outros países”, disse Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania do Brasil. Na linha de chassis leves e médios, a Agrale levou os modelos MA 9.2 e MA 15.0, dois de seus principais veículos com grande destaque na robustez para enfrentar as condições severas das aplicações urbanas. A versão MA 9.2, para o segmento de microônibus, tem como novidade a transmissão ZF 5S420, de cinco velocidades. Segundo a montadora, a nova transmissão possui escalonamento de marchas específico para a melhor utilização das características de torque e potência do motor MWM International Acteon 4.12 TCE de 150 cv. Outro modelo exposto, o MA 15.0, é indicado para o segmento Midibus (com carroçarias de até 11 m de comprimento) e opera tanto em serviços urbanos, como em intermunicipais de curtas e médias distâncias. Ele é equipado com motor eletrônico MWM International 4.12 Acteon TCE de quatro cilindros, com 185 cv de potência e torque de 680 Nm. A Volvo do Brasil mostrou duas novidades recentes voltadas aos segmentos urbano e rodoviário o seu veículo 7700 híbrido que está rodando em diferentes cidades brasileiras e chassi rodoviário B12R 8x2 desenvolvido para carroçarias Double Decker. Mas o grande destaque foi o seu urbano híbrido com a tecnologia da combinação paralela entre o motor a diesel e a tração elétrica. “Esta tecnologia tem duas vantagens principais: mais DEZ 2010 economia de combustível e grande redução no impacto ambiental. O sistema híbrido da Volvo proporciona uma redução no consumo de combustível de até 35%. Já a diminuição das emissões de poluentes que saem do escape pode variar de 80% a 90%, na comparação com motores a diesel convencionais”, disse Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. O inovador veículo foi testado em rota comercial em Curitiba em setembro último, fazendo a linha Interbairros 2, e em São Paulo, na linha USP – Aclimação. precisa de investimentos imediatos e significativos em infraestrutura viária e veículos ainda mais modernos, como os que utilizam tecnologia de tração híbrida e/ou movidos por combustíveis alternativos e renováveis”, evidenciou Paulo Corso diretor de operações comerciais para o mercado brasileiro da Marcopolo. O executivo também estimou que um produto específico para o BRT (carroçaria) estará pronto em 2012, ano em que os primeiros projetos dos corredores de ônibus nas cidades brasileiras onde haverá os jogos da Copa, comecem a ganhar corpo. “Já fizemos alguns levantamentos e estudos para desenvolver um produto BRT visando a implantação dos futuros sistemas. Dependemos saber quais serão as características e os padrões a serem adotados nos corredores nas capitais brasileiras”, explicou Corso. Outro detalhe revelado por ele é a preocupação da encarroçadora quanto a oferecer inovação dentro da necessidade do mercado, como por exemplo, disponibilizar o conceito sustentável na construção das carroçarias, com peças recicláveis que possam permitir uma sinergia com o meio ambiente. Etransport 2010 Mobilidade inteligente. Lélis Teixeira - Planejamento é essencial para que as cidades possam se desenvolver dentro dos conceitos de sustentabilidade. Em se tratando de carroçarias para ônibus, a gaúcha Marcopolo ressaltou sua experiência internacional e participação em sistemas de transporte coletivo em algumas das principais capitais mundiais com o BRT (Bus Rapid Transit). “Sabemos que, para que as pessoas escolham o ônibus como meio de transporte, é preciso garantir rapidez, conforto e segurança. É nisso que temos investido e trabalhado. O transporte coletivo depende e 15 Simultâneo à Fetransrio aconteceu o 14º. Congresso sobre Transporte de Passageiros – Etransport – onde técnicos, operadores, autoridades públicas e a sociedade se reuniram para discutir projetos, ações e soluções para enfrentar o desafio da mobilidade urbana em tempos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos (com ênfase ao BRT), fator determinante que já deveria fazer parte do desenvolvimento das cidades brasileiras. Outros aspectos, como sustentabilidade no transporte e a melhora da qualidade de vida urbana, também foram debatidos como necessidade urgente para reduzir os impactos negativos causados Fetransrio / Etransport 2010 por um modelo de operação antigo, que pouco promoveu em termos de atualização. “É preciso mesmo priorizar o transporte coletivo para termos cidades mais organizadas e, consequentemente, oferecermos melhor qualidade de vida à população”, disse Lélis Marcos Teixeira, presidente executivo da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). Segundo ele, as cidades brasileiras estiveram distantes no conceito de planejamento em seus crescimentos. Nas palavras do executivo, não podemos ter cidades acidentais, mas sim intencionais, como uma proposta urbanística para oferecer maior qualidade de vida aos seus habitantes. “Certamente, o transporte coletivo se insere nessa idéia de evolução das regiões urbanas, com a priorização aos ônibus”, enfatizou. Congestionamentos urbanos são conseqüências do cada vez mais excesso de automóveis pelas ruas, de uma política que proporciona prerrogativas ao seu financiamento e a falta de investimentos a uma rede de transporte público eficaz. Segundo o presidente da Fetranspor, estudos indicam que há um acréscimo de 10% nos custos do transporte nas grandes cidades devidos aos congestionamentos viários, pois o que se tem é um aumento da frota devido a atender a freqüência de horários estipuladas pelo poder público. “Consideramos isso o grande gargalo que faz com que as cidades não funcionem adequadamente, por isso a necessidade urgente de se implantar uma mobilidade inteligente como forma de reverter esse quadro”, completou Lélis Teixeira. Com o tema BRT, uma nova maneira de se pensar o transporte coletivo urbano com os benefícios da DEZ 2010 segurança, da rapidez e da eficiência nas operações dos ônibus, aspectos essenciais para atrair e fidelizar os usuários. Para o ministro Marcio Fortes, do Ministério das Cidades, a preferência pelo BRT nas cidades que receberão a Copa é por conseqüência dos êxitos que esse tipo de serviço alcançou pelo mundo. “O PAC da mobilidade irá investir R$ 18 bilhões em diversos projetos de transporte coletivo e obras viárias. Investiremos em transporte de massa com foco ao BRT (valor de R$ 7 bilhões), que considero ideal para a realidade do transporte brasileiro”, contou. Ele também destacou a qualidade dos ônibus produzidos aqui e a realidade em que se encontram as empresas. “Acompanhei em diversas feiras o que a indústria disponibiliza para o mercado brasileiro e posso dizer que ela se encontra em um estágio moderno e que é capaz de oferecer aos mais variados serviços, veículos altamente atrativos”, disse o ministro. Em seu discurso, Fortes também mostrou que deve haver uma integração entre os meios de transporte coletivo para que toda a sociedade possa ganhar em termos de mobilidade. “O ônibus não será capaz de aten16 der sozinho toda a demanda de passageiros de uma grande cidade. Devemos planejar para que haja uma racionalização entre os modais existentes. Uma coordenação entre um BRT e a bicicleta é uma boa opção para o Rio de Janeiro, por exemplo”, completou. No quesito sustentabilidade, palavra da moda atualmente, o Etransport abordou o tema gestão ambiental no setor de transportes. De acordo com Luiz Firmino Pereira, presidente do Inea – Instituto estadual do meio ambiente do Rio de Janeiro – durante muito tempo houve um distanciamento entre os órgãos ambientais e o segmento de transportes, promovendo em certos momentos aspectos de policiamento por parte dos órgãos estaduais que causavam desentendimentos entre as partes. “Hoje, com as ações promovidas pela Fetranspor em conjunto com o Inea no sentido de se buscar formas para que os ônibus reduzam suas emissões, todos se coordenam pelo controle da poluição do ar no Rio de Janeiro, como o programa de inspeção veícular e monitoramento da frota”, destacou Firmino. Fotos - Jorge dos Santos / Fetranspor Lançamento apresenta o X900 V isando o segmento de ônibus urbano no Brasil e na América Latina, a Thermo King lançou durante a Fetransrio 2010 o X900, aparelho de arcondicionado que traz vantagens em seu peso, na sua potência e em seu tamanho. De acordo com informações da fabricante, o modelo tem comprimento de apenas 2.500 mm e pesa 136 kg, caracterizando-se como um produto compacto que ocupa menor espaço no teto do ônibus e garante melhor visual. Segundo Paulo Lane, gerente de produto da Thermo King para a América Latina, o X900 é mais fácil de instalar, pois o projeto foi concebido em uma única peça, com menor quantidade de conexões e menor risco de vazamentos. “Graças ao controlador com tecnologia CAN, o equipamento tem operação otimizada, mais recursos de manutenção preventiva e de diagnóstico, permite interface com o chassis e carroçaria, entre outros benefícios”, disse. Como o modelo é específico para o transporte urbano, onde o entra e sai de passageiros é grande, a Thermo King se preocupou em proporcionar maior efic]ácia no funcionamento do aparelho. “Esta nova linha vem também com uma preocupação de proporcionar o ar condicionado com uma qualidade de ar superior, com sistema de renovação, filtragem e tratamento espacial do ar. Para isso estamos utilizando um compressor próprio, o modelo X430, projeto específico para o segmento de transporte com concepção para fácil manutenção, alta eficiência e baixo peso”, explicou Lane. Qu an to ao não cau sar DEZ 2010 impactos negativos ao meio ambiente, o novo produto utiliza 70% menos gás refrigerante que a linha atual da fabricante, proporcionando menor custo de instalação e manutenção. Seu condensador é fabricado em alumínio brasado e possui serpentina micro canal com alta eficiência. “Ele também está equipado com pré-filtro de ar, que retém partículas maiores, e o filtro anti-pólen, capaz de reter impurezas como fungos, ácaros e pequenas partículas”, lembrou o executivo. Lane salientou ainda que hoje há uma conscientização dos técnicos e muitos já recuperam o gás ao fazer a manutenção e não causando impacto ambiental. Grande parte das oficinas conta com máquinas recuperadoras de gás. “A redução da quantidade de gás na nova linha tem dois efeitos – menor uso do elemento na carga, significando menor custo operacional e ainda, caso aconteça um vazamento acidental, o impacto ambiental é significativamente menor”. O X900 inicialmente será importando da República Tcheca, onde a Thermo King fabrica em sua planta uma ampla linha de produtos para os mercados da Europa, África e Oriente Médio. Mas o mercado, apesar de não mostrar uma atração ao maior uso de ar condicionado em veículos urbanos, revela-se à Paulo Lane uma oportunidade de crescimento dos volumes comerciali17 Foto - Divulgação Thermo King Desenvolvida para equipar ônibus urbanos, a novidade é a primeira de uma nova família de equipamentos de ar-condicionado que logo estará no mercado brasileiro. zados. Para ele, o ônibus urbano tende a ser uma solução econômica e de implementação mais rápida do que os demais meios de transporte coletivo nas cidades. O mercado nacional de ônibus urbano deve atingir este ano 18 mil veículos produzidos, sendo que apenas 10% contarão com ar-condicionado. “O aparelho de ar-condicionado nos urbanos não se expande mais por uma questão do investimento necessário e regulamentação de tarifas. O empresário transportador para montar um sistema de transporte de passageiros de melhor qualidade, precisa fazer um investimento maior na sua frota de ônibus seja na carroçaria, no chassis, ar-condicionado ou acessórios. Sendo assim é necessário uma tarifa diferenciada por este serviço. Em muitas das grandes cidades, a tarifa é regulamentada pela Prefeitura, que não remunera o adicional do equipamento. Algumas cidades tinham ar-condicionado nos ônibus, como São Paulo, Recife, Londrina, Salvador, porém foram desativados por desregulamentação da tarifa”, disse. O volume de aparelhos de arcondicionado produzidos e vendidos pela Thermo King deve atingir a marca de 2.500 unidades em 2010. Combustíveis renováveis Etanol no tanque dos ônibus urbanos Chassi K270 4x2 Por muitos anos, esse combustível renovável só esteve presente aqui nos veículos comerciais em forma de testes ou então na operação demonstrativa de suas qualidades. A partir de 2011 passará a abastecer uma frota com 50 ônibus em São Paulo. D emorou. Invento brasileiro com benefícios ao meio ambiente e que já é um dos postulantes na substituição do petróleo na matriz energética do transporte, o etanol tem a grande chance de aumentar sua presença no setor de ônibus urbanos em 2011, quando uma pequena frota passa a rodar comercialmente com ele pelas ruas de São Paulo. Até agora, apenas dois ônibus rodavam com o combustível, um exclusivamente na capital paulista e outro pelo Claudio de Senna - Etanol chega para ocupar um espaço na matriz corredor metropolitano ABD. Do açúcar ao álcool, passando energética dos ônibus urbanos. pela cachaça, a bioenergia pela queima do bagaço para gerar Frederico, consultor da Scania eletricidade e agora por produ- do Brasil, a escolha pelo etanol tos sustentáveis, como os plásti- se dá por ser uma alternativa ao cos biodegradáveis, a cana-de- alcance, já desenvolvida e com açúcar se tornou um produto origem brasileira. “Por que a essencial na economia brasileira opção pelo combustível? Porque pela sua versatilidade. Somente estamos no centro de desenvolem etanol, a safra brasileira no vimento do programa mais imperíodo de 2009/2010 produziu portante e bem sucedido de um 26 bilhões de litros. E os ganhos combustível alternativo. A admiambientais com o combustível nistração municipal de São Paulo são expressivos para toda a so- acerta ao escolher o etanol para ciedade, face a redução dos mover os ônibus da cidade, pois principais agentes poluidores a tecnologia adotada e o valor provenientes dos motores de do etanol caracterizam-se como combustão, como o dióxido de vantagens operacionais e ambientais que serão favoráveis ao carbono e material particulado. São Paulo, além de ser uma meio ambiente urbano”, explidas três maiores cidades do cou. mundo, possui uma formação física que não oferece condições Os benefícios adequadas para a dispersão da sua poluição emitida provinda de Nesse contexto, o processo de uma mobilidade altamente con- renovação e substituição dos centrada nos veículos automoto- ônibus urbanos da capital paulisres. Segundo Claudio de Senna ta começa a dar seus primeiros DEZ 2010 18 passos para a adoção do combustível em seus tanques. E a Viação Metropolitana, operadora do consórcio Unisul (com 330 ônibus em sua frota), foi a pioneira a adquirir um lote com 50 chassis Scania K270 4x2 (piso baixo) para encarroçamento de 13,20 m de comprimento. Fruto da parceria entre a transportadora, a ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Cosan (distribuidora do etanol), a Scania e Prefeitura de São Paulo, o negócio prevê o início da circulação em larga escala desses primeiros ônibus brasileiros movidos à álcool em maio de 2011. Para Wilson Pereira, gerente executivo de vendas de ônibus da Scania do Brasil, o fornecimento de 50 chassis à São Paulo representa a coroação de um trabalho de muitos anos que a montadora e seus parceiros do projeto para o etanol no transporte coletivo têm proporcionado. “Mais do que vender, há que se destacar os benefícios diretos à população ao permitir uma grande redução das emissões poluentes do sistema”, disse Wilson. Ele também lembrou que o etanol é a solução mais viável no Brasil dentre os combustíveis renováveis. O chassi K270 conta com o motor de 9 litros e 270 cv de potência abastecido por etanol com 5% de aditivo promovedor de ignição. “Nosso propulsor é capaz de reduzir a emissão de CO2 em até 90%. Atualmente ele atende a norma Euro 5, esta que ainda entrará em vigência etanol, um fundo ambiental criado pela prefeitura paulistana através da arrecadação da multas provenientes da inspeção veicular, visa financiar, dentre outras tecnologias sustentáveis, essa primeira operação em larga escala no Brasil. Outro detalhe é que a Cosan e a ÚNICA fornecerão o combustível (300 mil litros ao mês já aditivados) com desconto em seu valor de aquisição objetivando o equilíbrio do custo Niege Chaves e Wilson Pereira - Ambos concordam que o transporte quilométrico dos ônibus. E o projeto paulistano tende a realizado por ônibus precisa ser reformulado para alcançar níveis reduzidos ser um exemplo para se expandas emissões poluentes. dir em outras cidades brasileiras somente em 2012 por aqui”, acompanhar as convenções do que procuram soluções para o Protocolo de Kioto quanto a polí- combate da poluição emitida destacou o executivo. Marcos Jank, presidente da tica de mudança climática, tra- pelo transporte. De acordo com ÚNICA, disse que os ônibus a balhando para ter uma matriz Wilson Pereira, a Scania já receetanol têm emissões pratica- energética totalmente limpa a- beu solicitações de outras capimente nulas quanto a óxidos de través da maior adoção de com- tais interessadas pelo uso do enxofre e material particulado e bustíveis renováveis e do uso da etanol nos ônibus urbanos. consideravelmente reduzidas energia elétrica nos veículos. “Quem tem um projeto inovaquanto ao óxido de nitrogênio, Dentro dessa escala, o etanol se dor, que apresenta benefícios à poluentes relevantes que cau- adéqua pela vanguarda do pro- população sempre recebe uma sam um grande impacto negati- cesso de combate à poluição”, atenção especial. Já temos reuniões agendadas para mostrar vo ao ambiente urbano. “Um informou Branco. Pelo lado da transportadora, a nosso produto e suas vantaestudo realizado pelo Dr. Paulo Saldiva, chefe do laboratório da Viação Metropolitana revela que gens”, disse ele. Faculdade de Medicina da USP, a preocupação com a emissão revela que se a frota de ônibus de poluentes é um tema que O motor etanol da Scania urbanos da região metropolitana atrai os olhares do mundo todo, de São Paulo usasse o etanol, sendo necessário um novo conmais de 4.000 internações seri- ceito quanto a tratar dessa am evitadas e 745 pessoas dei- questão que se faz presente caxaram de falecer em virtude da da vez mais no dia a dia empretuberculose, consequentemente sarial. “Toda empresa socialhaveria uma redução de gastos mente responsável deve preocuna ordem de US$ 150 milhões par-se em reduzir sempre os impactos ambientais que sua ao ano”, mostrou Jank. atuação possa acarretar, por isso, é com grande orgulho que Por uma cidade mais verde nos empenhamos em sermos a De acordo com a lei municipal primeira empresa de ônibus a 14.933, até 2018 todos os veí- participar do projeto do etanol”, culos do transporte coletivo pau- comentou Niege Chaves, presilistano deverão ter uma matriz dente do Grupo Metropolitana. Motor – DC09 E02 270 Euro 5 energética limpa. Com isso, os Técnicos e engenheiros da ônibus terão o cunho sustentabi- transportadora farão visitas para 9 litros / Ciclo diesel lidade estampado em suas ope- conhecer o funcionamento da rações. Marcelo Cardinal Branco, operação na Europa a fim de Potência – 270 cv a 1900 rpm secretário municipal dos Trans- acompanhar o lado operacional portes, revelou que os transpor- com o combustível. “Nossos fun- Torque – 1200 Nm a tes são responsáveis por 70% cionários deverão passar por 1100/1400 rpm das emissões na capital e no treinamentos específicos para a Sistema de controle de emissentido de atingir as metas de operação com o etanol para se sões – EGR redução dos gases poluentes, preparar quanto à manutenção e várias frentes estão sendo pla- acompanhamento de desempe- Redução de até 90% de CO2 nejadas e colocadas em prática. nho da nova frota”, lembrou “A Prefeitura de São Paulo, atra- Niege. Fonte - Scania do Brasil Quanto ao custo operacional vés das Secretarias do Verde e dos Transportes, tem a meta de desses 50 novos chassis com DEZ 2010 19 Fotos - Scania do Brasil Combustíveis renováveis Evolução do modal Evolução da espécie N uma escala da evolução do ônibus, podemos seqüenciar como aspectos fundamentais para que o veículo possa ser um modal atrativo no transporte coletivo urbano as trações alternativas para a redução das emissões poluentes, adequação às normas de acessibilidade, segurança, conforto, operação e design. A revista AutoBus abordará um a um os seis temas, para mostrar como o veículo se transformou desde que aqui chegou e foi adaptado às nossas necessidades. Cardápio energético Dióxido de carbono (CO2), material particulado (MP) e óxido de nitrogênio (NOx), velhos agentes nocivos expelidos pelos canos de escape dos veículos comerciais e que tanto prejudicam os habitantes das grandes cidades no Brasil. Num balanço de emissões, regiões metropolitanas, como a de São Paulo, podem receber 700 milhões de toneladas ao ano, um índice intolerável à saúde humana. O ônibus motorizado começou a ganhar proporções visíveis por ruas e estradas brasileiras a partir da década de 1920, ainda no século passado. No decorrer dos anos e na atualidade, com o desenvolvimento de variados modelos de motores de combustão interna, movidos por gasolina ou diesel, a matriz energética de tração do veículo firmou-se no conceito da larga utilização do petróleo como fonte de propulsão. DEZ 2010 Totalmente adaptado ao ambiente urbano brasileiro, o ônibus é peça importante no quebra cabeça do desenvolvimento das cidades, sendo essencial para sua mobilidade. Mas a modernidade revela que o veículo precisa se adaptar a cada momento específico, ainda mais agora onde o conceito sustentabilidade se mostra um fundamento a seguir se queremos algum futuro para toda a sociedade. Alguns exemplos que procuraram sair da dependência do óleo, como o uso de trólebus e outras opções de propulsão foram adotadas, porém com vida operacional muito curta. Dentre do cardápio de combustíveis com viabilidade comercial, apesar do amplo domínio do diesel comum (aquele que ainda contém altas concentrações de enxofre), destacam-se programas nacionais que fomentam a adoção dos biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, para reduzir os efeitos negativos da poluição nas cidades brasileiras. Na linha de sucessão ao óleo fóssil, o biodiesel segue em ritmo mais adiantado. Misturado ao diesel comum ou em sua totalidade, esse elemento energético foi instituído nos planos de abastecimento das frotas comerciais em nosso país em 2003, através de uma ação do governo federal para promover sustentabilidade, inclusão social e o desenvolvimento regional. Começou na proporção da mistura de 3% ao diesel comum. Hoje esse índice está em 5%, porém há programas variantes espalhados pelo país que utilizam o “blend” de 20% a 100%. B20 – o próximo passo Na cidade do Rio de Janeiro, dentro de sua frota urbana, 15 unidades estão rodando com 20% do biocombustível por um ano em um programa experimental promovido pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) com apoio das distribuidoras de combustível e de montadoras, como a Man LA e Mercedes-Benz. Guilherme Wilson, gerente de mobilidade da Fetranspor, destacou a importância do uso em larga escala do biodiesel como forma O uso do biodiesel B20 já é uma realidade pelas ruas do Rio de Janeiro. 20 Evolução do modal de se conseguir uma redução das emissões poluentes a nível nacional. “Desde 2007, quando iniciamos o nosso programa de incentivo e uso do biodiesel B5, conseguimos reduzir anualmente 10% de todo o material particulado emitido pelos ônibus, 7 mil toneladas de CO2 e economizamos 3,3 milhões de litros de diesel”, disse. A entidade fluminense antecipou-se às metas estabelecidas na época, já que o índice de 5% só seria adotado em 2013. Porém, com os resultados positivos dos testes no Rio de Janeiro, o Governo Federal resolveu adiantar o percentual exigido já a partir de setembro de 2009. No tocante ao B20, o gerente da Fetranspor está otimista quanto aos resultados após um ano de operação experimental. Segundo ele, se comparado ao diesel comum S500, o biocombustível alcança uma redução de até 60% em material particulado e 30% de monóxido de carbono, além de 35% de hidrocarboneto. Entretanto, há um aumento nas emissões de NOx (óxido de nitrogênio) em torno de 8% e no consumo do veículo – 2,5%. “O aumento do NOx é na verdade uma conseqüência do aumento da temperatura dentro da câmara de combustão, além do fato de termos na molécula de biodiesel o elemento químico oxigênio (não presente na molécula de diesel). Com mais oxigênio dentro da câmara de combustão, temos mais NOx na saída, inevitavelmente. Quanto ao maior consumo pode ser justificado em função do conteúdo energético do biodiesel ser menor que o do óleo diesel de origem fóssil, semelhante ao etanol e a gasolina. Esse fato não pode ser alterado. O biodiesel consome um pouco mais que o óleo diesel, assim como o etanol consome um pouco mais que a gasolina”, explicou Guilherme. A iniciativa do B20 visa as Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. Até lá, o governo fluminense pretende alcançar a meta de 8.500 ônibus rodando com a mistura pelas ruas da capital. Além disso, deixarão de serem consumiDEZ 2010 Guilherme Wilson - Pioneirismo da Fetranspor trouxe resultados significativos ao ambiente do Rio de Janeiro: são 30% de monóxido de carbono e outros 35% de hidrocarboneto que não são emitidos no ar da cidade. Fotos - Jorge dos Santos / Fetrsnspor dos 55 milhões litros de diesel por ano, com conseqüências positivas que serão verificadas na redução de 148.000 toneladas de CO2 e de 3.276 toneladas de material particulado emitidos por ano. De acordo com a Fetranspor, a queima do biodiesel juntamente com o diesel mineral (Bx) favorece a oxidação das mercaptanas, transformando-as em dióxido de enxofre, um produto mais volátil e pouco menos danoso aos seres vivos que habitam especi alm ente nas áreas urbanas. O biodiesel brasileiro é extraído de plantas oleaginosas, como a mamona, o girassol e a soja, esta última a com maior presença como fonte de produção. Guilherme Wilson disse que a soja encabeça o processo, mas ele faz ressalvas quanto ao tipo da matéria-prima escolhida para se obter o biocombustível. “Hoje a forma mais fácil de produção de biodiesel é através da soja, visto que temos uma indústria do agronegócio plenamente desenvolvida no país, com potencial enorme de crescimento e produção. Talvez esta não fosse a melhor opção, visto que a produção de óleo a partir da soja é baixa, tanto em termos de produtividade agrícola, como em termos de 21 presença de óleo no grão, mas é o que temos”. Outro aspecto lembrado por ele seria a produção através do reaproveitamento do óleo de cozinha, o famoso óleo de fritura, que renderia uma base muito bem vinda. “Não tenho dúvidas quanto ao potencial de produção de biodiesel a partir de óleo residual (fritura). Todavia exige uma logística especial e há uma carência de interesse do setor público. Mas esse é um caminho que deveríamos explorar”, contou. Além do biodiesel, alternativas semelhantes em biocombustíveis também podem ter maior presença na matriz energética dos ônibus urbanos. Dentre elas o etanol e o recém criado diesel da cana-de-açúcar são considerados opções ao alcance do mercado, apresentando ainda um conceito sustentável muito atraente. “Difícil ter uma solução tão sustentável como os produtos renováveis decorrentes da cana-de-açúcar. O etanol brasileiro é o combustível renovável mais sustentável do mundo. O diesel de cana já é esperado como uma solução transformadora na substituição de diesel fóssil. Acredito que estes combustíveis vão ganhar cada vez mais espaço no Brasil” relatou Wilson. Preocupação ambiental E não só de biodiesel a Fetranspor está comprometida com o setor fluminense de transporte coletivo em se tratando quanto a preocupação com o meio ambiente. Desenvolvendo desde 2007 o Programa Ambiental Fetranspor, suas principais articulações dentro do tema demonstram uma sinergia para compensar os impactos negativos causados pelo modal ônibus. Dentre suas ações estão a eficiência energética, passando à gestão ambiental empresarial e à educação ambiental do setor, alcançando a inovação tecnológica do controle de emissões de poluentes locais (material particulado), a utilização de combustíveis alternati- Evolução do modal Programa ambiental da Fetranspor tem a meta de reduzir gradativamente a poluição emitida pelos ônibus de suas associadas através do constante monitoramento das emissões (como acima) e pelo uso de combustíveis alternativos até o ano de 2016. vos, em especial o biodiesel (como já citado), e iniciativas de compensação ambiental quanto aos níveis de emissão de gases de efeito estufa. Um exemplo dessa filosofia ecologicamente correta é o Programa EconomizAR, fruto de parceria entre a Fetranspor e a Petrobras/Conpet, que colaborou de forma muito significativa para o crescimento da eficiência energética do setor. Os resultados apresentados, desde 1997, permitem concluir uma redução de aproximadamente 1,3 milhões de toneladas de CO2 e 30 mil toneladas de material particulado, que deixaram de ser emitidos na atmosfera, bem como uma economia de 478 milhões de litros de diesel não queimados, o que representa quase um bilhão de reais economizados. Com uma frota de mais de 20 mil ônibus, as associadas da Fetranspor ainda podem contar com o convênio Selo Verde, um programa de monitoramento e avaliação dos veículos para o controle das emissões poluentes. “Possuímos equipamentos (opacímetros) que fazem a medição do nível de fumaça coletada no cano de escape de cada DEZ 2010 ônibus. Através disso comparase a emissão com os índices máximos permitidos pela legislação. Nosso programa tem produzido bons resultados no Estado do Rio de Janeiro, sensibilizando os empresários e os funcionários do setor de transporte sobre a importância do meio ambiente para sustentabilidade do negócio e melhoria da qualidade de vida da população”, enfatizou Guilherme Wilson. Da mesma forma, ele salientou as ações da Fetranspor para desenvolver e divulgar as práticas sustentáveis em termos de combustíveis. “Estamos sempre executando testes reais de campo, sempre com a atração de toda a indústria e cadeia produtiva relacionada e junto ao poder concedente. Publicar resultados e propor políticas públicas que possam auxiliar no desenvolvimento e implementação de soluções sustentáveis para o transporte público de passageiros do Estado”. Ainda, de acordo com o propósito ambiental, outro fator oferecido pela entidade à todos os motoristas para que esses possam entender de uma maneira simples como podem contribuir para que haja uma otimização 22 operacional no que tange a consumo de combustível, redução dos impactos negativos da poluição e em direção segura e econômica. Um programa denominado Motorista Cidadão, fruto da parceria entre a Fetranspor e Fundação Getúlio Vargas, dentre as suas diretivas, também promove intensos ciclos de treinamentos aos condutores para de uma forma cada vez mais adequada alcançarem índices satisfatórios em suas operações. “O motorista precisa entender o que ele está fazendo ao dirigir um ônibus. Se ele possuir noções básicas quanto a uma direção econômica e defensiva, pode conseguir um índice de 20% de economia no consumo de combustível”, explicou Wilson. Além disso, ele destacou que ao seguir os preceitos determinados pelo programa, toda a cadeia transportadora também pode sair ganhando através de uma gestão racional do uso do diesel. São cinco itens básicos que se seguidos proporcionam até 15% de economia com o combustível – recebimento, armazenamento, filtragem, abastecimento e condições ideais de manutenção e funcionamento dos motores. BRT Frota começa a ser adaptada Grande Vitória apresenta os ônibus com configuração adequada para a operação de seu futuro sistema de BRT. P Fotos - Divulgação ara atender aos requisitos dos projetos dos corredores de ônibus que estarão em funcionamento nos próximos anos na região da Grande Vitória (capital capixaba), a Ceturb – Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória – apresentou os primeiros oito ônibus configurados com portas à esquerda que permitirão embarques e desembarques nas futuras estações e pontos ao longo dos trajetos dos BRT´s. Porém a novidade ainda não será utilizada nos veículos. Os ônibus circularão (até o início da operação dos corredores) com as portas à esquerda vedadas e com assentos instalados no espaço em frente, que não precisará ser utilizado para circulação de pessoas em um primeiro momento e será aproveitado para possibilitar viagens de mais passageiros sentados. “O BRT Grande Vitória avança mais a cada dia. Já estamos com obras, na Serra e em Vila Velha, que contemplam espaço para a via exclusiva. A aquisição destes ônibus, com portas tam- bém do lado esquerdo, é mais um passo em direção à implantação do sistema e mostra que governo e empresas estão, cada vez mais, estreitando a parceria que já existe”, destacou subsecretária de Mobilidade Urbana da Setop (Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas), Luciene Becacici. Com o intuito de se adequar a frota ao que será implantando em termos de infraestrutura, técnicos da Ceturb-GV e das empresas operadoras do Sistema Transcol se reuniram em Vitória com projetistas de encarroçadoras de ônibus de todo o Brasil. Como o BRT capixaba terá faixas à esquerda foi necessário definir as dimensões e as distâncias entre as portas e altura do piso do salão de passageiros das carroçarias para o perfeito ajuste entre as mesmas e as estações de embarque (que serão em nível com o salão do ônibus), que se localizaram nos canteiros centrais. Dos novos ônibus que chegaram, 6 são do modelo convencional e 2 articulados. Vieram Ultrapassagens dos ônibus permitidas nas estações DEZ 2010 23 para substituir as unidades mais antigas que já atingiram a idade operacional. Até o fim de 2010, outros 22 novos serão adquiridos, sendo 8 articulados. BRT Ao propor modernizar o transporte capixaba, o Governo do Estado do Espírito Santo priorizará a mobilidade urbana das cidades em que os sistemas BRT serão implantados. É dar ênfase ao transporte público, com índice atual de 70% dos deslocamentos coletivos somente na Grande Vitória. De acordo com informações da Secretaria dos Transportes e Obras Públicas do Espírito Santo (SETOP), o corredor exclusivo ligará Serra com Vitória (capital), Vila Velha e Cariacica, percorrendo 52 km. Aos usuários, além da importância de se oferecer rapidez e conforto, os idealizadores também promoverão uma ampla comunicação feita por painéis eletrônicos instalados nos veículos, nas paradas e nos terminais, e também através da internet e ainda por celulares. Uma central de controle do sistema usará tecnologias online (monitoramento por câmeras e GPS) para emitir informações e garantir uma interação com os condutores dos ônibus. Lançamento Caio destaca o nicho fretamento Divulgação Encarroçadora apresenta o seu mais novo modelo para atender ao segmento de serviços fretados. U ma nova carroçaria foi apresentada recentemente ao mercado brasileiro de ônibus. É o modelo Solar, desenvolvido pela Caio Induscar para operações do tipo fretamento em configuração simples ou sofisticada, como também para linhas regulares intermunicipais. Baixo custo operacional, conforto e segurança são alguns dos benefícios anunciados De acordo com a encarroçadora, o novo modelo é uma resposta quanto às necessidades de um serviço essencial à mobilidade urbana e também atender cada vez mais e melhor sua clientela que procura produtos adequados aos mais variados tipos de operações. A carroçaria possui detalhes que a tornam singular em relação aos modelos indicados para o mesmo tipo de serviço. Segundo a Caio, ela foi desenvolvida com alta tecnologia, dimensionada com o uso de cálculos estruturais pelo método de elementos finitos e testes experimentais estáticos e dinâmicos, DEZ 2010 com aquisição de sinais de tensão na estrutura. Suas linhas externas contemplam um desenho diferenciado, onde o padrão moderno e arrojado chama a atenção por aspectos inovadores, como o estilo dos retrovisores e da área frontal, com elementos marcantes. Os faróis são de baixo custo, alta qualidade e iluminação eficiente. O novo Solar tem a maior largura da categoria, 2.600 mm, o que, nas palavras da marca paulista, aumenta conforto para os passageiros, proporciona mais espaço para movimentação no interior do veículo e permite diversas configurações e espaçamento, de acordo com a distribuição de poltronas. A largura do corredor supera o que é exigido por normas vigentes. Informações da Caio mostram que a estrutura do Solar foi otimizada com a utilização de tubos de aço galvanizado de alta qualidade, sendo que as tampas laterais e capô do motor são munidos de sistema pneumático de abertura, com ótimo acesso 24 para manutenção. Ainda conta com mecanismo exclusivo para movimentação do estepe na traseira. O batente da porta de borracha melhora a vedação e reduz a vibração. Internamente, o salão conta com poltronas de 1040 mm de largura e cores e revestimentos variados, oferecendo maior conforto do usuário, facilidade na manutenção e limpeza. A iluminação, dos passageiros e para o motorista, além do porta-focos, tem sistema touch (acionamento por toque) e o padrão é com lâmpadas LED. Opcionalmente pode ainda ser equipado com sistema de ar-condicionado, bagageiro com proteção de mala, calefação, anteparos em substituição da divisória total, monitor de vídeo, porta-copo, porta-pacote com detalhe em vinil, relógio digital, sanitário, e comissária. A altura do salão é de 1.950 mm. O posto do motorista possui isolamento termoacústico sobre a base do painel, com o objetivo de reduzir ruídos e calor (no caso de chassi com motor dianteiro); e seu desenho prevê melhor acesso, ergonomia e manipulação dos botões e instrumentos do painel. Desenvolvida para chassis 4x2, com motorização dianteira ou traseira, a carroçaria tem comprimentos variando entre 10.500 mm a 13.200 mm. A marca Caio pretende conquistar 15% de fatia no segmento nesses primeiros 12 meses com o seu novo modelo. Tecnologia tarifária Facilidade na recarga Curitiba apresentou recentemente o seu novo sistema para abastecer com créditos os cartões transporte. A medida chega para facilitar a vida de quem usa os ônibus na cidade e na região metropolitana. U Foto - Prefeitura de Curitiba / SMCS suários do sistema de ônibus urbanos em Curitiba e região já podem contar com uma novidade – a ampliação da recarga de créditos dos cartões transportes nos 2.000 ônibus que operam pela RIT (Rede Integrada de Transporte). Todos os veículos passam a contar com validadores para créditos adquiridos pela internet. O que antes era feito apenas em terminais e postos de atendimentos da Urbs (Urbanização de Curitiba), hoje já possível estender essa facilidade para dentro dos ônibus. Funciona da seguinte maneira: o usuário do sistema compra créditos pelo site da Urbs (www.urbs.curitiba.pr.gov.br) e os valida, após pagamento feito por boleto bancário e liberação pelo banco depois de 48 horas de confirmação do crédito. Segundo a gerenciadora Urbs, o novo equipamento promove maior facilidade aos usuários de todo o sistema A Rede em números A Urbs informa que o procedimento de recarga pela internet representa 72% das operações com o cartão, por isso a adoção dessa nova tecnologia para facilitar a vida dos usuários do sistema RIT. Para Luiz Filla, gestor de Operação de Transporte da gerenciadora curitibana, outra vantagem conseguida com os novos cartões é a agilidade quanto a bloqueio de cartões furtados ou perdidos. “O procedimento, que originalmente levava 48 horas, com a nova tecnologia leva apenas 12 horas. BasDEZ 2010 ta o passageiro telefonar para 156 e pedir o bloqueio, ou se dirigir a um dos postos da Urbs, nas Ruas da Cidadania Carmo, Pinheirinho, Fazendinha, Boa Vista e Matriz, ou na sede da Urbs, que fica no prédio central da Rodoferroviária”, informou. Mas para usufruir de todos os benefícios propostos com a nova ferramenta, o usuário deve providenciar a conversão (atualização dos modelos anteriores produzidos até 16 de agosto deste ano) do cartão, o que será feito automaticamente tão logo ele se dirija a um ponto de venda de créditos, seja no posto de venda da própria Urbs, na Rodoferroviária, e nos postos instalados nas Ruas da Cidadania Carmo, Pinheirinho, Fazendinha, Boa Vista e Matriz, na praça Ruy Barbosa. “Numa primeira etapa, com duração de cerca de 90 dias, a conversão será feita nos cartões de usuários e estudantes, estando isentos da operação os idosos com mais de 65 anos, que se deslocam sem pagamento da tarifa. Quem, neste período, não fizer a conversão e deixar de usufruir dos benefícios da chamada carga embarcada, nem por isso é prejudicado. O cartão continua sendo usado normalmente durante os embarques”, explicou Marcos Isfer, presidente da Urbs. A gerenciadora instalou 30 conversores e os identificou nos 21 terminais de ônibus da cidade. De acordo com informações, nos equipamentos a conversão será automática, basta apenas encostar o cartão transporte na máquina. 25 A RIT transporta 2,4 milhões de passageiros por dia, dos quais 50% descolam com cartãotransporte. Sua frota é composta por 2.000 ônibus e realiza cerca de 21 mil viagens por dia, o que corresponde em torno de 490 mil quilômetros diários. A Rede Integrada de Transporte, além de Curitiba, atende outros 13 municípios da Região Metropolitana, onde 73% dos deslocamentos são feitos pela Rede Integrada. Fonte - Urbs Fotos - Divulgação / Irizar Ação esportiva Sucesso nas quadras e nas rodovias Sinergia entre a equipe Vôlei Futuro e a empresa de ônibus Reunidas Paulista revela entrosamento na promoção do esporte no Brasil. O voleibol brasileiro é reconhecido mundialmente por seu retrospecto vitorioso nos últimos anos. Tanto na categoria feminina, como na masculina, a modalidade é considerada uma das mais importantes do esporte brasileiro. Sua presença não se limita apenas às quadras, mas também aos circuitos de areia, proporcionando êxito aqui e pelo mundo. Em Araçatuba, no noroeste paulista, um projeto esportivo envolvendo a associação entre a equipe Vôlei Futuro e a Reunidas Paulista, uma das mais tradicionais empresas de ônibus do Estado, tem como principal foco promover o esporte com a formação de atletas e divulgar sua marca pelo Brasil, participando das principais competições, como o Campeonato Paulista de vôlei e a Super Liga Nacional. “Atualmente trabalhamos em duas áreas distintas, que é formar atletas na categoria de base, onde temos cerca de 1.000 crianças e adolescentes entre oito e dezesseis anos participando em várias categorias (mirim, infantil e infanto juvenil – masculino e feminino) e a de performance, onde temos duas equipes adultas: masculina e feminiDEZ 2010 26 na, representando a elite do voleibol brasileiro, pois disputam o Campeonato Paulista e a Superliga”, explicou Marcela Constantino, diretora do Projeto Vôlei Futuro e de Recursos Humanos da Reunidas Paulista. As equipes do Vôlei Futuro contam com uma estrutura tecnológica atualizada composta por softwares e computadores que realizam tarefas detalhadas de acompanhamento das partidas onde são avaliados o desempenho de cada jogador, uma jogada e até a posição em quadra do atleta. “A tecnologia é um item essencial para desenvolvermos nosso trabalho com exatidão em cada detalhe”, revelou Marcela. A parceria entre as empresas ainda conta com o apoio da encarroçadora Irizar há mais de três anos. Fornecedora de carroçarias rodoviárias para a transportadora de Araçatuba (mais de 150 unidades comercializadas), a marca produziu recentemente um veículo totalmente adequado ao transporte dos atletas. Trata-se do modelo Century Premium (12,70 m de comprimento), com 20 poltronas na configuração dois e um, sendo 15 na versão leito e cinco com reclinação de 180º. Ação esportiva “Queremos promover o máximo em conforto e segurança aos nossos atletas. Antes, o transporte era feito por ônibus normal. Com isso nossos jogadores, a maioria com mais de dois metros de altura, sofriam com dores no joelho e nas costas, pois não se acomodavam adequadamente nas poltronas convencionais. Hoje, com o novo veículo, isso será diferente”, disse a diretora do Vôlei Futuro. Internamente a carroçaria (que possui chassi Mercedes-Benz O500 RS) também conta com banheiro, monitores de LCD, geladeira, recipiente para suco e café, pia e pequenos armários. Para a Irizar, a importância em ser patrocinadora do Vôlei Futuro representa algo maior. "O propósito do Vôlei Futuro vai além da modalidade. Ele alcança mais de 1.000 crianças carentes em projetos educacionais e esportivos, oferecendo várias oficinas educativas e pedagógicas que permitem a valorização da prática de cidadania e inclusão social destas crianças. É um belo projeto e uma experiência única no Grupo Irizar e nos sentimos muito honrados em participar, pois a Reunidas Paulista é nosso cliente de longo tempo”, disse João Paulo Ranalli, gerente de Relações com o Mercado da Irizar. A criação do Vôlei Futuro é originária da própria Empresa Reunidas. Segundo Marcela Constantino, a idéia teve o intuito de atuar na comunidade onde a transportadora está inserida, de poder fazer a diferença na vida de milhares de crianças e ado- lescentes através do esporte. A empresa de Araçatuba conta com cerca de 500 veículos, atua em cincos Estados (GO/SP/RJ/TO/ MS) e transporta cerca de seis milhões de clientes ao ano. E o time masculino do Vôlei Futuro consagrou-se campeão paulista de 2010. O sucesso da equipe masculina do Vôlei Futuro pode ser comprovado com o título do Campeonato Paulista de 2010. Atualmente o time participa da Liga Nacional de Vôlei. Foto - Divulgação/Vôlei Futuro O interior do novo ônibus é adequado ao transporte de atletas com mais de dois metros de altura. DEZ 2010 27 Euro 5 Setor de transportes aguarda o P7 Faltando um pouco mais de um ano para entrar em vigência no setor brasileiro de veículos comerciais, a norma Proconve P7 exigirá recursos tecnológicos que promoverão uma significativa redução dos poluentes emitidos pelo escapamento. Como funcionará O sistema SCR possui um tanque para o ARLA32 (Agente Redutor Líquido Automotivo – 32,5% de uréia dissolvida em água destilada). Uma bomba faz a sucção do aditivo, o pressuriza a 5 bar e o injeta no sistema de escape por onde passam os gases provenientes do motor. “A uréia contida no ARLA32, quando submetida a alta temperatura do escape, se transforma em amônia e se mistura aos gases de escape. Essa mistura é transportada até o catalisador, onde a uréia reage com óxidos DEZ 2010 28 Foto - Divulgação S erá um atributo em tecnologia que colocará, mesmo que tardiamente, o transporte brasileiro em um nível semelhante ao do europeu, claro que com diferenciações muito nítidas quanto a ainda mantermos uma frota antiga de caminhões e ônibus e também relacionado à qualidade do combustível, porque não será de um dia para outro que o velho diesel (1.800 ppm) carregado de enxofre deixará de existir. As dificuldades de abastecimento e adequação dos postos localizados no mais rincão deste país e a pura falta de informação quanto a essa nova dimensão do transporte deverão ser um contraponto inicial. Peculiaridades de nosso Brasil continental. A partir de 1º. de janeiro de 2012, todos os caminhões e ônibus novos que saírem de fábrica terão que atender a norma Proconve P7, (equivalente à Euro 5), que estabelece limites máximos das emissões dos motores diesel. Atenta a isso, a Volvo do Brasil mostrou recentemente, em seu Seminário de Meio Ambiente, como a tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva) será incorporada aos motores de seus ônibus. De acordo com a montadora, esse sistema de tratamento dos gases de escape tem uma estrutura muito simples e com poucos componentes. “Um tanque para o aditivo ARLA32 (o correspondente ao aditivo AdBlue usado na Europa), uma bomba, uma unidade injetora e um catalisador, compõem esse conjunto que será o responsável pelo controle e redução dos gases tóxicos”, informou Mário Bittencourt, gerente de engenharia de produto da Volvo Powertrain South America. Segundo ele, o SCR tem uma grande vantagem, pois pode ser utilizado em motores de todos os tamanhos, sem necessidade de complementações com sistemas de lubrificação ou de arrefecimento. Tecnologia permitirá um ganho expressivo na redução dos gases poluentes emitidos pelos motores de combustão interna. de nitrogênio (NOx), transformando-os em nitrogênio e vapor de água, substâncias inertes que existem naturalmente no ambiente”, explicou Bittencourt. O Proconve P7 determinará que a redução do NOx será de 60%, passando de 5,0 para 2,0 g/kWh, enquanto que as emissões do material particulado (a fumaça preta) tem de ser reduzidas em 80%, passando de 0,1 para 0,02 g/kWh. Segundo a Volvo, o ARLA32 é um líquido estável, incolor, completamente seguro e sem odor. Claro que para tudo isso funcionar de modo eficaz, o combustível deverá ser o diesel S50 (2012) e o S10 (em 2013). Outro detalhe na configuração dos novos chassis é que um dispositivo conhecido por OBD ou Diagnose OnBoard, monitorará sinais importantes relacionados às emissões, como os sistemas de injeção, admissão de ar e gases de escape. “Este sistema monitorará constantemente o motor e indicará ao motorista eventuais falhas que afetam as emissões. E dependendo da falha detectada, também reduzirá o torque do motor em caso de mal funcionamento persistente e que possa, de alguma forma, comprometer o nível de emissões”, disse Marco Archanjo, engenheiro de desenvolvimento de produto da Volvo Powertrain South America. Ele ainda contou que se o nível de NOx estiver acima de 3,5g/kWh, o motorista será alertado por um sinal luminoso no painel, a lâmpada MIL. E o sistema também inclui um limitador de torque em caso de o nível de emissões de NOx exceda 7,0g/kWh. ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Montadora Cometa leva o ônibus 400 mil Mercedes-Benz do Brasil disponibiliza à Viação Cometa o seu veículo 400.000 produzido no Brasil. A bus, sendo 567 da marca Mercedes-Benz, que operam em 60 linhas regulares, entre estaduais e federais. Com mais esta venda, a montadora alcança o volume de 12.414 chassis de ônibus comercializados entre janeiro e setembro de 2010, mantendo uma participação de 53% no mercado total. “A forte presença de nossa marca no transporte de passageiros está demonstrada também, de forma impressionante, na frota circulante nacional. Atualmente, do total de ônibus em operação, 70% são da marca Mercedes-Benz”, lembrou Maier. O chassi O 500 RSD 6x2 - com versões de motorização de 360 cv ou 422 cv - é, segundo a montadora, reconhecido no mercado pelo excelente desempenho e economia no consumo de combustível do motor eletrônico. Ele também pode ser oferecido na versão 8x2. Divulgação Mercedes-Benz do Brasil registrou um marco histórico em outubro - a venda de seu ônibus 400 mil ao mercado brasileiro. O modelo que representa o fato é um chassi O500 RSD (6x2) entregue à Viação Cometa, cliente efetivo desde 2002. O veículo faz parte de um lote de 123 chassis O 500 adquiridos pelo cliente neste ano. "É com satisfação que entregamos o ônibus 400.000 à Viação Cometa, um parceiro desde 2002, quando os veículos da nossa marca foram escolhidos para um grande processo de renovação de frota do cliente. A aquisição de 123 chassis O500 representa ainda um dos maiores volumes de venda de ônibus rodoviário da nossa marca neste ano", disse Joachim Maier, vice-presidente de Vendas da Mercedes-Benz do Brasil. A empresa paulista possui uma frota de 938 ôni- DEZ 2010 30 Fabricantes MWM apresenta sua geração Euro 5 D urante a 19ª edição do Congresso SAE Brasil 2010, realizado entre os dias 5 e 7 de outubro passado, a MWM International Motores apresentou a sua nova geração de motores Euro 5, equivalente ao Proconve P7, da família MaxxForce: MaxxForce 3.2H, MaxxForce 7.2H e MaxxForce 13H. De acordo com a fabricante, o novo motor MaxxForce 3.2H, que está sendo desenvolvido no Brasil, possui, possui dentre suas características o EGR refrigerado de alta eficiência, sistema que reduz as emissões de óxido de nitrogênio e material particulado. Já a versão 13H, outro destaque no Congresso, conta agora com o sistema de pós-tratamento de gases SCR. Segundo a MWM, esse propulsor para veículos pesados, com potência entre 410 a 475 cv, foi desenvolvido com uma combinação de materiais e componentes tecnologicamente avançados que proporcionam elevada eficiência no consumo de combustível, tem uma operação silenciosa, além de alta resistência e força, sem peso adicional. Além das novidades expostas no evento, o mercado deve gerar em 2010 bons negócios à fabricante. Há uma expectativa para 143 mil motores produzidos, resultado 28% maior em comparação ao mesmo período do ano passado. . “O Brasil está em um momento muito importante. Fatores como a expansão da classe C e a realização da Copa do Mundo e Olimpíadas no país impulsionam o crescimento de muitos mercados, inclusive o setor automotivo”, explicou Michael Ketterer, dire- Há mais de 50 anos no Brasil A MWM foi criada em 1922 em Mannhein, na Alemanha, como MWM - Motoren Werke Mannhein (o que significa Fábrica de Motores de Mannhein). Em 1953 chega ao Brasil para produzir, inicialmente, motores estacionários e posteriormente agrícolas (1960) e industriais. No ano de 1974 iniciou a produção de motores veiculares para atender a Chrysler DEZ 2010 31 tor de Vendas e Marketing da MWM International. Somente em propulsores para aplicações em ônibus, a marca prevê produzir cerca de 14.300 mil motores para aplicações em ônibus no mercado interno e 1.700 para o mercado externo. Ketterer ainda destacou o plano de investimento para 2010 e 2011 relacionado ao crescimento da marca, tanto no Brasil, como no mercado externo. “Em 2010 a MWM INTERNATIONAL investiu US$ 80 milhões, para 2011 a previsão é de US$ 85 milhões, que faz parte do pacote de investimentos já anunciados de US$ 345 milhões entre 2010 e 2015. Os investimentos são voltados ao desenvolvimento tecnológico, capacitação dos colaboradores e novos equipamentos para aumentar a produtividade”, disse. Clientes MWM de motores para ônibus MAN Latin America Motor Sprint 3.0, Euro III Motor 4.10, Euro III Motor Acteon 4.8, Euro III Motor Acteon 7.2, Euro III AGRALE Motor Sprint 3.0 Motor 4.10, Euro III Motor Acteon NAVISTAR MÉXICO Motor MaxxForce 4.8H, Euro IV Motor MaxxForce 7.2H, Euro IV (depois Volkswagen Caminhões) e Ford. Em 1984 as operações da MWM na Alemanha foram vendidas para Deutz, permanecendo a operação brasileira como empresa independente (empresa brasileira de capital alemão). Em abril de 2005 a MWM Motores Diesel Ltda. foi adquirida pelo grupo norteamericano NAVISTAR através da International Engines, que já operava no Brasil. Com isso passa a se denominar MWM INTERNATIONAL Motores (nome fantasia), tornando-se a maior produtora de motores diesel para veículos comerciais do Hemisfério Sul. Fonte - MWM Mostra internacional FIAA exalta o ônibus Feira madrilena consagra os mais modernos ônibus urbanos e rodoviários, mostrando as tendências da tecnologia híbrida visando o transporte coletivo sustentável nas cidades espanholas. C onsiderada umas das mais importantes mostras européias de ônibus, a FIAA (Feira Internacional del Autobus y del Autocar) reuniu em sua 10ª. edição uma completa representação de todos os segmentos da indústria fabricante – carroçarias, chassis e assessórios – no mercado de transporte coletivo sobre pneus do velho continente. Em um espaço com mais de 20 mil metros quadrados, estiveram presentes cerca de 200 marcas trazendo as últimas tendências e novidades voltadas para o setor de ônibus. A feira é reconhecida como uma excelente plataforma para a geração de novos negócios e na capacidade de difundir as propostas em termos de segurança, sustentabilidade, conforto e design. Dentre os destaques que participaram do salão madrileno, no- DEZ 2010 mes já conhecidos por aqui mostraram que não estão para brincadeira quando o assunto é a evolução do ônibus para a Europa e outros mercados que exigem uma sintonia moderna relacionada ao veículo. A Irisbus Iveco, aproveitando a onda alternativa em busca pela redução da poluição emitida e do combustível consumido para promover no mercado espanhol o seu modelo Citelis híbrido equipado com o sistema produzido pela Bae Systems. Aliás, a tecnologia híbrida (diesel/ elétrico) esteve presente nas principais marcas expositoras, como a Mercedes-Benz que levou o tradicional Citaro G BlueTec Hybrid com quatro motores elétricos instalados nas rodas centrais e traseiras; a polonesa Solaris, com o seu Urbino híbrido; a Man que expôs o Lion´s City Hybrid e a Volvo que não 32 esqueceu de mostrar o integral 7700 com sistema paralelo – diesel e eletricidade. Todas as versões híbridas apresentam índice de economia no consumo de combustível na faixa de 35% e redução nas emissões poluentes variando de modelo para modelo e ainda não se esquecendo na comparação com veículos mais antigos, o que pode alcançar valores bem altos. Estando em casa, a marca espanhola Castrosua não perdeu o momento de revelar o modelo Tempus híbrido GNC (gás natural/elétrico), ônibus urbano com 11,30 m de comprimento e considerado o pioneiro na Espanha com a tecnologia híbrida. Para o segmento rodoviário de alto padrão, a encarroçadora Irizar também sentiu os efeitos por estar em sua casa e promoveu a estréia do modelo i6, uma carroçaria muito semelhante ao Mostra internacional Novidades, como o híbrido Tempus na combinação gás natural e eletricidade (à esquerda) e o novo rodoviário i6 da Irizar (abaixo), chamaram a atenção de quem esteve presente na FIAA 2010. Fotos - Divulgação / FIAA Fotos - Divulgação / FIAA PB e destacada pela vanguarda na tecnologia embarcada. O veículo conta com diversos itens que proporcionam conforto, segurança, confiabilidade, aerodinâmica e detalhes de acabamento de primeira linha para viagens em linhas rodoviárias ou então em serviços turísticos. A estrutura da carroçaria foi desenhada cumprindo a normativa R 66.01 e possui rigidez e torção melhoradas, além da distribuição de pesos que proporciona maior estabilidade ao veículo. O modelo i6 pode receber qualquer chassi estradeiro e com motorização traseira das marcas disponíveis no mercado europeu. Dispositivo contra a poluição A fim de melhorar a qualidade do ar na cidade de Barcelona, a Transports Metropolitans de Barcelona (TMB), anunciou a instalação de filtros de alto rendimento em 522 ônibus de sua frota, com motorização Euro 2 e 3. Durante a FIAA, a empresa Eminox apresentou seu novo sistema, chamado de SCTR, que será fornecido para os ônibus da metrópole catalã. O compacto catalisador é uma combinação entre o CRT (Filtro de Regeneração Constante) com o SCR (Redução Catalítica Seletiva), alcançando níveis de redução das emissões muito significativos, como 90% do material particulado e até 70% de óxido de nitrogênio, podendo atender perfeitamente, em motores mais antigos, ao que especifica a norma Euro 5. O custo total da adaptação dos filtros anti-contaminantes é de 7,8 milhões de euros. DEZ 2010 Filtros de alto rendimento eliminam quase que por completo o material particulado expelido e até 70% do óxido de nitrogênio Foto - TMB/Barcelona 33 BRT mexicano Holla México Divulgação / Dina Ícone no mercado mexicano em produção de ônibus, a Dina apresenta seu primeiro protótipo articulado visando atender ao segmento de BRT. Suspensão pneumática, transmissão automática com retarder e freios a disco em todas as rodas A empresa Dina S/A foi fundada na década de 1950 como Diesel Nacional S/A para realizar assistência técnica e mecânica em caminhões e ônibus da marca italiana Fiat. Nos anos 60 inicia o encarroçamento de ônibus com a tecnologia do nome norte -americano Flxible. De lá até os dias atuais, vários foram os modelos produzidos pela empresa, porém uma versão urbana articulada não fazia parte de seu portfólio de produtos. Com a disseminação de sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) em várias cidades mexicanas, o nome Dina não poderia ficar de fora em oferecer um veículo capaz de atender aos requisitos do serviço expresso de ônibus urbanos. Resume-se na primeira fabricante que usa um design, a tecnologia e a mão de obra mexicana para desenvolver o novo modelo. O primeiro protótipo, que recebeu o nome de Brighter ou brilhante, nos termos da direção da DEZ 2010 empresa, conta com um motor diesel da marca Cummins ISM 380 (380 cv) e possui comprimento de 18 metros, com capacidade para 165 passageiros. Sua largura é de 2,50 metros, medida ajustada para as operações dos sistemas que estão implantados e também nos futuros corredores. “O desenho do novo articulado é de vanguarda e vem da criatividade de nosso departamento de engenharia, onde estão profissionais bem preparados a atualizados com os mais modernos conceitos em estética automotiva”, revelou Martín Meléndez, diretor geral da Dina. As primeiras provas de engenharia e validação serão terminadas no fim deste ano e no início de 2011 começam os testes de campo com os mais variados operadores a fim de se comprovar seu desempenho e sua qualidade. Somente no segundo semestre do ano que vem será iniciada a produção em escala do Brighter. “Nosso protóti34 po foi idealizado para transportar um alto número de passageiros com qualidade nos principais corredores expressos, como o Metrobus da capital, Cidade do México”, enfatizou Meléndez. O investimento no veículo compreendeu 110 milhões de pesos, algo em torno de US$ 8 milhões. E empresa mexicana não pensa apenas em produzir o seu modelo articulado na configuração com piso alto. Uma versão com piso baixo está em desenvolvimento e para atender ao nicho de sustentabilidade no transporte urbano, modelos híbridos e a gás natural serão disponibilizados nos próximos anos. Dentre a configuração estrutural do Brighter estão itens como o aço galvanizado com proteção anticorrosiva, chapeamento externo em lâminas galvanizadas (opcional de alumínio), fibra de vidro nas áreas da traseira e da frente e no teto (em duas peças), além do sistema inteligente de informação ao passageiro e de gestão de frota. ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Mercado internacional Volvo Bus destaca o transporte urbano com gás e lança um novo modelo interurbano N o caminho para a sustentabilidade no transporte público europeu, a Volvo Bus dá mais um passo e apresenta, em seu programa de ônibus urbanos que utilizam combustíveis alternativos, um modelo configurado com o sistema dual flex – biogás/gás natural e diesel/ biodiesel. Para a montadora, o uso do gás contribuiu para a redução do efeito estufa e muitas regiões estão investindo para ampliar a oferta do combustível no transporte coletivo. Porém, algumas desvantagens, como a tecnologia baseada no conceito dos automóveis (ciclo Otto), não apresentando uma eficiência energética semelhante à encontrada nos blocos a diesel e a necessidade de uma manutenção cuidadosa, fazem com que sua operação não seja assim tão desejada. Segundo Edward Jobson, diretor ambiental Montadora sueca fornece ônibus a gás e apresenta seu novo modelo de ônibus para trajetos curtos interurbanos, conhecidos no Brasil como suburbanos para atender uma demanda de passageiros entre cidades vizinhas distantes até 30 quilômetros. da Volvo Bus, motores a diesel são 30% a 40% mais eficientes que os modelos a gás. “Nada melhor que utilizarmos a tecnologia do motor a diesel capaz de ser abastecido com o biogás ou simplesmente com o gás natural”, disse. Um programa com âmbito regional, desenvolvido pela Agência de Energia da Suécia, demonstrará o uso do gás em motores atuais a diesel em ônibus e caminhões abastecidos com mais de 70% com o combustível alternativo. Apenas uma pequena quantia de diesel ou biodiesel será injetada continuamente nos cilindros, ficando o gás como principal elemento no funcionamento dos motores. Os primeiros 11 ônibus (modelo 8500 com piso baixo) dotados com a tecnologia entrarão em serviço em meados de 2011. Tanques de armazenagem do biogás serão instalados no teto do veículo e serão abastecidos seguindo os mesmos procedimentos da infraestrutura normal do gás natural. “Disponibilizamos há algum tempo o nosso modelo 7700 movido a gás natural. Agora estamos oferecendo mais uma opção que apresente eficiência operacional e que combine as vantagens do motor a diesel e os benefícios ambientais alcançados com o uso do gás”, revelou Martin Spjern, diretor de operações da Volvo Bus. Somente gás A cidade sueca de Malmö, através do Grupo Nobina (operador do transporte coletivo), adquiriu 57 unidades do modelo integral 7700, sendo 14 da versão com 12 metros de comprimento e outras 43 na configuração articulada. Ambos os modelos, que contam com o bloco de 9,4 litros (Euro 5) poderão ser abastecidos com gás natural ou biogás, representando uma redução de até 90% das emissões poluentes se comparados com a utilização de motores a diesel. De acordo com Martin Spjern, o propulsor ainda vem equipado com a sonda lambda, que é um sensor de oxigênio colocada na saída do escapamento para informar à central eletrônica se faltou ou sobrou oxigênio na última combustão e ajusta a dosagem para a próxima queima. Modelo 7700 movido a gás para o serviço urbano de Malmö DEZ 2010 36 Mercado internacional De acordo com a montadora sueca, ao escolher uso do alumínio na estrutura do 8900, consegue-se amplas vantagens operacionais, como a redução do peso, a resistência à corrosão, o aumento de sua vida útil, facilidade na limpeza e o fator ecológico, já que o elemento pode ser reciclado. A carroçaria conta com uma ampla área envidraçada e diversas configurações de disposição das poltronas (com cinto de segurança de dois ou três pontos) do salão de passageiros, que pode ter piso normal ou baixo. O ambiente, harmonioso e claro, também possui sistema de climatização integral e individual. São disponibilizadas duas opções de motores - D7E com 290 HP ou D9B com 380 HP, Euro 5 e EEV com sistema de pós tratamento de gases SCR. A transmissão é automática, das marcas ZF ou Voith, no caso do veículo com o motor D7E. Se ele possuir a propulsão com o bloco D9B aí vem com o câmbio automatizado I-Shift. Opcionalmente pode ser equipado com o sistema ESP (Programa Eletrônico de Estabilidade). A suspensão é pneumática com controle eletrônico de rebaixamento ou elevação. Novo Interurbano Fotos - Divulgação o Contando com 4 versões de comprimento (12, 13, 13,70 e 14,70 metros) e altura externa de 3,30 m nas versões 4x2 e 6x2, o novo interurbano 8900 da Volvo Bus, recentemente apresentado pela montadora, traz em sua construção a utilização do aço e do alumínio como forma de promover um equilíbrio entre operação, segurança e sustentabilidade. Ônibus híbridos para Nova Delhi Joint venture entre Marcopolo e Tata Motors fornece os primeiros quatro ônibus híbridos para o transporte coletivo da capital indiana. Delhi Transport Corporation (DTC), considerada a maior empresa de ônibus de Nova Delhi, (Índia) recebeu recentemente 4 unidades do modelo urbano Starbus híbrido, desenvolvido pela joint venture Tata Marcopolo Motors Ltd. Os novos ônibus entraram em operação durante o evento esportivo Commonwealth Games 2010, que se realizaram entre 4 e 10 de outubro. Essa nova versão do Starbus está configurada com o sistema híbrido paralelo composto por um motor movido por gás natural e um propulsor elétrico, além de contar com a frenagem regenerativa. De acordo com a Marcopolo, o veículo possui piso baixo (400 mm de altura do chão), capacidade para 32 passageiros e equipamentos para acessibilidade. Com as portas pneumáticas e o rebaixamento, há uma facilidade nas operações de embarque e desembarque, reduzindo o tempo de parada e total da viagem. Ele ainda é equipado com sistema de ar condicionado e suspensão a ar. A marca brasileira enfatizou a maior aceleração do Starbus em comparação a um modelo convencional, atingindo uma velocidade máxima de 70 km/h, sendo considerado uma solução inovadora para transporte rápido e confortável de passageiros urbanos de forma sustentável. Além dos ônibus híbridos, o evento esportivo contou uma frota de 1.000 ônibus fabricados pela Tata Marcopolo Motors Ltd. movidos a gás natural para uso exclusivo dos atletas e delegações. A DEZ 2010 37 Tecnologia urbana Barcelona dá a largada para os ônibus ecológicos O programa europeu de ônibus híbridos (diesel/ eletricidade) encontra-se em fase de consolidação após um extenso período de testes, onde diversas montadoras daquele mercado apresentaram suas propostas em termo de tecnologia adotada com resultados muito animadores e otimistas quanto ao uso em larga escala. Algumas cidades do continente já optaram pela tração alternativa. Dentre elas está Barcelona, na Espanha, que através da TMB – Transports Metropolitans de Barcelona – apresentou em setembro passado os seus 5 primeiros ônibus híbridos dentro do projeto que prevê a substituição da frota de veículos a diesel por modelos sustentáveis. A proteção ao meio ambiente é um dos eixos fundamentais que constam na política estratégica da TMB em promover uma mobilidade marcada pela sustentabilidade e pela eficiência operacional com o objetivo de se mudar a imagem do transporte coletivo realizado por ônibus na capital catalã. Ao seguir o contexto ecológico em suas operações, as futuras aquisições de novos ônibus enfatizarão os modelos híbridos e propulsionados por motores a gás natural, duas tecnologias ao alcance, que promovem redução nas emis- Imagens - Divulgação TMB Cidade catalã inicia seu projeto para o largo uso da tração elétrica como uma das melhores opções para alcançar em seu sistema de transporte público níveis mais limpos nas emissões, utilizando para isso a tecnologia híbrida. DEZ 2010 38 Tecnologia urbana Primeiro protótipo de ônibus comum convertido em modelo híbrido. Com os freios regenerativos, sistema que capta a energia que seria dissipada pelas frenagens e a transforma em eletricidade para o banco de armazenamento de energia composto por ultracapacitores, os benefícios são ainda maiores em termos de viabilidade operacional. sões poluentes, produzidas atualmente pela indústria para o transporte público urbano, segundo informou a direção da empresa. A frota da TMB é composta por 1.090 ônibus, sendo 296 unidades movidas por gás natural (com previsão para chegar a 500 unidades até 2015), 122 pelo biodiesel B30 e o restante pelo diesel convencional. Dos novos ônibus híbridos, três são da marca espanhola Castrosua (modelo Tempus com 9,5m e 12m de comprimento), um foi produzido pela montadora alemã Man (Lion’s City) e o quinto veículo (Iveco) era tracionado pela motorização a diesel e foi modificado para a tecnologia. Além da aquisição futura de veículos novos, a direção da TMB também aposta em seu projeto de conversão das unidades a diesel em híbridos. Chamado de Retrofit, o projeto tem como objetivo atualizar tecnológica e ambientalmente uma centena de ônibus da frota, além de dinamizar o setor industrial da Catalunha em parâmetros de DEZ 2010 pesquisas, desenvolvimento e produção da tecnologia híbrida. Para isso foram investidos nessa primeira etapa cerca de 1,4 milhões de Euros com a participação da Siemens, Edag, Noge e ACC10 – agência catalã especializada no fomento e especialização empresarial. Também dá suporte ao projeto a União Européia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Com a operação dos híbridos, a operadora informou que, após os testes, é possível conseguir uma redução de 30% no consumo de combustível e igual nível nas emissões poluentes, como o dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos. Ainda, de acordo com a TMB, outra vantagem oferecida pelos ônibus híbrido é a minimização dos ruídos, externos e internos, chegando ao índice de 50% devido ao uso do motor elétrico, que beneficiam diretamente a passageiros e aos habitantes da cidade. Além do sistema híbrido que 39 combina o motor diesel e o elétrico, a transportadora pesquisa futuramente em adotar o gás natural junto à tração elétrica, em um convênio assinado com a empresa Gas Natural Fenosa, o que resultará em inovações, tanto na diminuição da poluição atmosférica, quanto a sonora. Recentemente a TMB aprovou seu Plano Diretor de Sustentabilidade Ambiental com diretivas para as linhas de trabalho em pesquisas para se alcançar a máxima eficiência energética, a mitigação do impacto ambiental, a melhora da qualidade de vida da população local e na contribuição ao desenvolvimento de uma cultura cada vez mais sustentável. Segundo informou a TMB, os ônibus mais antigos movidos a diesel (Euro 3) também farão parte de sua visão ecológica. Eles receberão filtros para a redução de material particulado e óxido de nitrogênio. Toda a sua frota se adequará, a curto prazo, aos requerim e n t o a m b i e n t a i s mais exigentes. Ponto de vista Pintou discussão: As cores da discórdia * Osvaldo Teodoro Born A pintura dos veículos sempre foi um assunto de destaque no setor de transporte coletivo de passageiros por ônibus. Muitas empresas são idolatradas pelas cores ou estilo de faixas utilizadas no layout da identidade visual de suas frotas. Mas sempre um fantasma ronda as frotas, especialmente as de transporte urbano: a padronização das pinturas. E esta padronização que já faz parte do cotidiano de grandes capitais brasileiras como Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo (desde a década de 90) e Curitiba (desde a década de 70) chegou agora ao Rio de Janeiro. As empresas vencedoras da licitação do transporte municipal na capital carioca terão que seguir uma pintura padrão para toda a frota. Pinturas variadas dão maior colorido às cidades, como do ônibus (acima) em pintura da Autotrans em Varginha, MG Para os entusiastas do setor e alguns empresários que sempre viram com bons olhos a variedade das cores, a identidade da empresa presente em cada veículo, isto soou com um jato de tinta disparado por tecnocratas que só se preocupam em transformar os veículos em instrumentos de propaganda de governos, um autoritarismo desDEZ 2010 40 medido para com a beleza das imagens que povoam os veículos da cidade do Rio de Janeiro. Para os ditos tecnocratas a padronização tem relação com a identidade de um sistema que permite ao usuário vê-lo como um todo, como uma união de diversos modais e não mais ligado unicamente ao bem querer dos lobos do setor que pintam e trocam as cores como bem entendem e não permitem a identificação do passageiro com uma rede de transportes mas tão unicamente com aquela linha operada por aquela empresa “de cor azul e faixa amarela, por exemplo”. O pior é que os dois lados me parecem estar certos. Por um lado vejo que pinturas variadas – e aí não estou discutindo o valor de cada uma delas, sua aparência ou estilo, porque afinal “gosto não se discute” – permitem ao veículo de transporte uma função de dar mais cores às cidades, servir como outdoor ambulante de uma arte que é o design de frotas. No entanto uma das razões dos que argumentam os entusiastas, que seria a identificação do passageiro com uma linha através da pintura dos veículos da determinada empresa que a opera cai por terra quando vemos um álbum de fotos das empresas da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de muitas vezes as cores serem mantidas, a variedade de pinturas adotadas pelas empresas aumenta periodicamente, não havendo como o passageiro se identificar com a faixa verde no lado direito do ônibus, pois esta mesma faixa pode ganhar o desenho de uma onda na próxima renovação da frota ou simplesmente desaparecer da frente do veículos. Ou seja, se a pintura fosse realmente adotada “para sempre” marcaria uma identificação, de outro modo o mesmo impacto sentido na padronização seria sentido a cada dois ou três anos pelos usuários. Por outro lado a padronização auxilia na manutenção mais rápida dos veículos que voltam logo à operação após eventuais reparos na carroceria. Além disso dá identidade a um sistema (quando não foi criada como identidade de um governo, inclusive cores partidárias) e não mais às empresas individualmente, povoando o imaginário do Ponto de vista usuário sobre as possibilidades de deslocamento dentro da rede e dos diversos modais devidamente identificados pelas variações – necessárias – da pintura padronizada. Curitiba, por exemplo, cuja pintura padronizada dos veículos municipais data de mais de 3 décadas, permite uma identidade do que sejam as linhas tronco das canaletas (expresso articulado e biarticulado), as linhas circulares que não passam pela área central, a operação direta (ligeirinhos) e os alimentadores que partem dos terminais de bairros, entre outros. Mas como nada é perfeito mesmo esta cidade possui alguns problemas na referida identificação visto que veículos que não atendem o sistema integrado possuem a mesma cor amarela das linhas troncais que operam fora das canaletas, algo a se corrigir no futuro. No entanto o maior problema da padronização, além de seu uso muitas vezes como identidade do partido à frente do governo, é a monotonia que segue apenas uma cor de fundo e algumas inscrições na carroceria sem a busca de uma simbologia de faixas ou figuras na carroceria que deem um brilho aos projetos, excetuando raros casos. É como se fosse a padronização da padronização, com muitos exemplos na década de 80 quando diversas cidades do sul do Brasil optaram por uma única cor – e geralmente o amarelo –como fundo dos seus ônibus. Deixando de lado esta discussão colorida penso que para o passageiro o mais importante na mudança dos paradigmas de um sistema seria oferecer veículos mais confortáveis. Para começar colocando o motor dos ônibus em um lugar decente na arquitetura dos veículos: a parte central ou traseira dos veículos. Isto facilitaria o embarque ou desembarque na primeira porta, deixando de ocupar o valioso espaço dianteiro do salão e propiciando maior qualidade ao trabalhador, motorista destes caminhões em formato de ônibus que insistem em povoar nossas cidades. Vale o mesmo para a suspensão a ar que deveria ser obrigatoriedade e a altura do solo que atualmente dá cara mais de tanque de guerra 4x4 aos nossos ônibus do que propriamente a figura de veículos de transporte de pessoas. Se todas as fabricantes de ônibus do Brasil dispõem de modelos que possuem motorização traseira e as operações onde o motor dianteiro se faz imprescindível é um mínimo diante da totalidade das linhas, se todas oferecem ou poderiam oferecer suspensão a ar e pisos com altura do solo adequada ao embarque, caberia aos órgãos governamentais incentivar o uso de veículos melhores, assumindo de sua parte, a melhoria contínua da infra-estrutura para que estes veículos pudessem trafegar em nossas ruas mantendo o nível de qualidade com a qual os veículos foram projetados e construídos. Somente com o aumento desta demanda – imposta pelo governo - é que o preço DEZ 2010 41 Pintura padronizada: forte identidade aos sistemas e aos seus modais. Em Curitiba onde os ônibus possuem apenas uma cor no fundo e cada serviço dispõe de sua própria cor. dos veículos poderia ser reduzido e estes se tornariam comercialmente viáveis diante das planilhas do transporte coletivo que tem se tornado cada dia mais apertadas. Outros incentivos para o uso de veículos melhores poderiam ser pensados pelas autoridades e arquitetos dos sistemas de transporte, sendo a prioridade do coletivo, dando maior velocidade comercial e conseqüente menor gasto em combustíveis, um dos pontos cruciais. E então creio que este deveria ser o foco de nossa batalha: veículos melhores. Antes de nos debruçarmos brigando se a pintura deva ser padronizada ou não, todo cidadão, seja ele entusiasta ou o tal tecnocrata – com as devidas contribuições dos empresários – deveria lutar por um transporte de qualidade que fosse muito mais do que apenas na aparência de veículos com uma nova pintura. Mas esta luta é bem mais difícil e aí que a maioria prefere brigar maquiando veículos. De um lado uns com uma maquiagem multicolorida e livre e do outro lado os outros maquiando os veículos com pinturas que podem lembrar tanques de guerra, agindo como sargentos de um exército que muitas vezes querem mesmo é camuflar ao invés de atacar os principais problemas de nossas cidades. Cabe a todos nós escolher um destes lados ou então se engajar em assuntos como ônibus melhores, que realmente trarão benefícios aos maiores interessados: os senhores passageiros que estão financiando uma batalha que nunca terá vencedores. (*) Osvaldo Teodoro Born é profissional na área de educação e comunicação e nas horas vagas desenvolve atividades como estudioso do setor de transportes, mantendo desde 1991 um informativo sobre o assunto, atualmente disponível em www.omnibus.com.br, e desde 2004 exposições de ônibus novos e antigos, as EXPONI. Veículo Ônibus “Smart Move” europeu S mart Move ou Mobilidade Inteligente é uma iniciativa da IRU – International Road Transport Union – entidade que tem como membros associados (180 espalhados por 74 países) empresas de transportes, seja de passageiros ou de cargas e ainda companhias de táxis e algumas importantes marcas mundiais fabricantes de veículos automotores. Segundo os idealizadores da campanha, o objetivo é promover em larga escala a utilização do ônibus no ambiente urbano e também em linhas rodoviárias e em serviços de turismo. São cinco os pontos fundamentais que enfatizam a operação e promovem uma imagem adequada e moderna ao veículo. O primeiro refere-se à segurança. Dados da União Européia revelam que em 2008, das mortes ocorridas em acidentes de trânsito em estradas pelo continente europeu, apenas 0,57% eram passageiros dos ônibus intermunicipais. Para que esse índice continue baixíssimo, o profissional do volante deve ser valorizado de maneira proporcionar uma condução segura e responsável. Muitos países da Europa obrigam, por lei, a formação intensiva do motorista e o submete à testes suplementares teóricos e de condução. Além disso, fabricantes e órgãos gestores oferecem uma vasta gama de cursos de orientação quanto a novas tecnologias presentes nos veículos e em DEZ 2010 como obter rendimento adequado na operação. Facilidade em utilização – O segundo ponto destaca o veículo como parte integrante do tecido social das comunidades em todo o mundo. O modal é considerado via de comunicação essencial para o trabalho, educação, lazer e turismo. O ônibus é socialmente inclusivo. Por exemplo, na Europa, 50% dos idosos (cerca de 50 milhões) não têm automóvel ou não podem conduzir e dependem do ônibus para seus deslocamentos de caráter cultural. Já 40% das famílias européias não possuem carro próprio e dependem dos transportes públicos, incluindo o modal ônibus, para manterem a sua mobilidade. Modelo ecológico - Incentivar as pessoas a utilizarem o ônibus pode contribuir para reduzir o impacto negativo ao ambiente. Segundo a IRU, fabricantes e os operadores trabalham em conjunto para melhorar permanentemente o desempenho ambiental dos veículos. Somente na Europa, graças ao enorme investimento feito pela indústria fabricante dos ônibus em novas tecnologias, as emissões nocivas, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e material particulado, foram reduzidas até 98%. Em se tratando de congestionamentos, um ônibus pode retirar até 30 automóveis em termos de taxas médias de ocupação. Eficiência operacional - Os ônibus representam 55% dos 42 Em permanente campanha para a promoção do ônibus como modal caracterizado pela flexibilidade operacional, entidade européia enfatiza a maior presença do veículo no desenvolvimento das cidades. transportes públicos da Europa, enquanto que os trens e os bondes em conjunto representam 45%. Nos serviços rodoviários, em linhas regulares ou no transporte turístico, os escandinavos são os principais utilizadores de autocarros, seguidos dos austríacos e dos italianos. Cada dinamarquês utiliza o veículo em extensões uma média de 2.100 quilômetros por ano. Custo de operação – Neste último aspecto, aborda-se a rentabilidade comercial dos ônibus. Inúmeros estudos confirmaram que a operação dos ônibus tem custos totais mais baixos comparativamente com os bondes e trens como meio de transporte público. Na Alemanha, uma pesquisa revelou que os custos totais de um bonde moderno são 90% superiores aos do transporte do mesmo número de passageiros de ônibus. Com os cinco fatores promovidos pelos benefícios do uso dos ônibus, a campanha Smart Move visa disponibilizar aos líderes políticos e da opinião pública fatos e números atualizados para permitir um debate sobre os processos e instrumentos de decisão política. Isso a fim de incentivar as pessoas a trocar, sempre que possível, o automóvel pelo veículo e oferecer respostas a uma série de desafios relacionados com a mobilidade, como alterações climáticas, segurança rodoviária, congestionamento do trânsito e inclusão social. Nostalgia Imagem - Arquivo Tony Belviso Um Sertanejo valente Peça publicitária de 1961. A carroçaria modelo Sertanejo está montada sobre um caminhão Chevrolet Brasil DEZ 2010 43 ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected]