2012 - Angola
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2012 - Angola
www.angola.org Magazine Oficial da Embaixada de Angola nos EUA • Outono 2012 ‑ Inverno 2013 Angol a Fa z Aconte c e r Angola 10 Anos de Paz e Prosperidade Página 13 Retrospectiva ELEIÇÕES 2012 • A ngolanos foram às urnas com civismo e disciplina Página 28 Um novo BOOM na construção de Angola Página 33 Angol a Fa z Aconte c e r Sumário Angola Faz Acontecer Editorial ‑ Carta aos leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Angola Notícias Breves . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 > 14 Economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 > 18 Governo projecta crescimento do PIB na ordem dos dez porcento . . . . . . . . . 15 Angola mantém taxa de inflação em sentido descendente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Plano Nacional 2013/2017 domina reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Angola um país onde os terrenos são dos mais férteis do planeta . . . . . . . . . . . . . 17 Governo projecta investimentos de mais de 12 bilhões de Kwanzas para 2013 . . . . . . . 18 Temática sobre evolução da comunicação social marca comemorações do Dia Mundial da Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Eleições EUA De Cabinda ao Cunene – resultados a nível provincial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Participação da sociedade civil constitui garante da democracia . . . . . . . . 31 ONU manifestou‑se pronta a ajudar no processo eleitoral angolano . . . . . . . . . . 31 Estadistas mundiais felicitaram o presidente do MPLA pela sua eleição . . 32 Presidente da República na abertura da III legislatura da Assembleia Nacional . . . 32 CNE e empresa Indra rubricaram acordo de prestação de serviço eleitoral . . . . . . . . 32 Um Novo Boom na Construção de Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 > 39 Huambo: Arquitecto da Paz inaugurou Barragem do Gove . . . . . . . . . . . 33 Marginal da Baía de Luanda com novo visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Magazine Oficial da Embaixada de Angola nos Estados Unidos da América Outono 2012 ‑ Inverno 2013 Director Alberto do Carmo Bento Ribeiro Embaixador de Angola nos EUA Editor/Tradução Laurinda Santos Adida de Imprensa Embaixada de Angola nos EUA Notícias Sector de Imprensa e Angop Fotos Arquivo Sector de Imprensa, Angop e Gentilmente cedidas pelo Departamento de Fotografia e Video do Presidente da República Direitos reservados Artista Gráfico António Salsinha www.antoniosalsinha.com Impressão Tim McClellan – Strategic Print Solutions Capa “Angola Faz Acontecer” Embaixada de Angola nos Estados Unidos 2100-2108 16th Street NW Washington, D.C. 20009 Tel: (202) 785‑1156 Fax: (202) 785‑1258 / 822‑9049 Email: [email protected] www.angola.org Barack Obama foi reeleito presidente dos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Destaque Aniversário da independência foi festejado sob lema “Todos juntos promovamos o bem‑estar dos angolanos” . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Actividade Diplomática . . . . . . . . . . . . . . . 21 > 26 Chefe da diplomacia aborda fim da MISSANG na Guiné‑Bissau . . . . . . . . . . . . . . . 21 Ministro das Relações Exteriores rubrica ajuste a acordos com o Brasil . . . . . . . 21 Angola acolheu a 32ª Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Angola “entregou” a Moçambique presidência do Conselho de Ministros da SADC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 32 ª Cimeira Extraordinária da Organização Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Embaixada de Angola nos EUA consternada pelo falecimento de seu diplomata . . . . . . . . . 24 Angola participou em Washington em reunião sobre o Processo de Kimberly para preparação do encontro anual que se realizou no final do mês de Novembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 AGOA FÓRUM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Rectrospectiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 > 47 Promovendo uma Imagem Positiva do País . . . . . . . . 27 Eleições Gerais 2012 . . . . . . . . . . 28 Quem disputou as eleições de 2012 em Angola? . . . . . . . . . . . . 28 2012: MPLA e José Eduardo dos Santos venceram as eleições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Oposição ganha assentos na Assembleia Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Os resultados oficiais da CNE das eleições gerais 2012 de Angola . . . . . 29 O Comboio da minha infância e juventude! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Presidente José Eduardo dos Santos, inaugurou estação central do comboio de Menongue . . . . . . . . . . . . . . 36 Funcionamento do comboio traz alegria ao povo! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 O Presidente da República, inaugurou igualmente a estação central dos Caminhos‑de‑Ferro de Benguela (CFB), localizada na cidade do Lobito. . . . . . . . . . . 37 Presidente da República inaugurou o Aeroporto Internacional da Catumbela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Praça da República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Discurso Pronunciado por sua excelência José Eduardo dos Santos, por ocasião da sua investidura como Presidente da República de Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 A lista do novo Governo angolano foi divulgada no dia 28 de Setembro de 2012, em Luanda pelos serviços de apoio da Presidência da República . . . . . . 45 Tomada de posse do novo governo de Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Natal 2012 Embaixador Alberto Ribeiro faz balanço positivo de 2012 . . . . . . . . . . . . . . . 48 Miss Angola EUA 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 > 50 Jovem Angolana residente em Miami venceu o concurso Miss Angola EUA 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Conheça Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 > 55 Projecto Palanca Negra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Província do Kwanza Norte Uma Aposta no Investimento! . . . . . . . . . . . . . 53 Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 3 Angol a Fa z Aconte c e r Angol a Fa z Aconte c e r Editorial Prezados Leitores, A 4 de Abril de 2012, Angola celebrou o 10 º aniversário da Paz, “Dia da Paz”, acto que mudou o curso da história no nosso país. Desde o fim da guerra, Angola enveredou pela sua reconstrução com bastante sucesso. O nosso país, com o seu grande potencial, seja em recursos minerais, hidrícos e raras belezas naturais, está a atrair homens de negócios, turistas e até mesmo os paleontólogos de todo o mundo. A economia angolana é uma das que mais cresce no mundo, com uma taxa de crescimento de 10% do PIB. Angola está no bom caminho para desenvolver o seu petróleo abundante, os recursos de gás, diamantes e potencial hidroelétrico. A agricultura, enquanto um Estado em desenvolvimento no presente momento, está na vanguarda das prioridades do nosso Governo, prosseguindo na luta pela erradicação da pobreza, a que o Executivo angolano se propôs, para a melhoria das condições de vida dos seus filhos. A reabilitação e o desenvolvimento das infraestruturas, em todos os domínios, é uma prioridade, facto que pode ser testemunhado por quem viaja pelo país inteiro. Angola está a avançar a passos largos e o futuro que se avizinha é promissor, apesar das dificuldades que ainda persistem e que gradualmente estão a ser ultrapassadas. O ano de 2012 não foi apenas importante para a República de Angola devido à celebração dos dez anos de paz. Igualmente comemorámos o 19 º aniversário, a 19 de Maio de 2012, do estabelecimento de relações diplomáticas entre Angola e os Estados Unidos da América, país onde estamos acreditados e, finalmente, este foi um ano de eleições gerais. Os Angolanos foram às urnas no dia 31 de Agosto de 2012, passados quatro anos (2008) para eleger os seus líderes e prosseguir na árdua tarefa de reconstrução nacional, continuando assim a assumir o papel que merece no cenário internacional. Destaque principal para as conquistas dos 10 anos de paz em vários sectores da vida nacional, num país que progride a cada dia. É meu prazer apresentar mais uma edição do magazine “IMBONDEIRO”, a de Outono 2012 – Inverno 2013, o magazine oficial bilingue da Embaixada da República de Angola nos Estados Unidos da América. Apesar de algumas dificuldades inerentes a qualquer processo rumo ao desenvolvimento, temos o orgulho de dizer: “Angola faz acontecer!” Alberto Ribeiro Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola nos EUA 4 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 CONTAS PÚBLICAS Angol a Fa Angola Notícias Breves z Aconte c e r Ministro da Economia assina termo de homologação das contas de 15 empresas públicas O ministro da Economia, Abrahão Gourgel, procedeu em Luanda, à assinatura do termo de homologação das contas de 15 empresas e do sector público, acto testemunhado pelos respectivos presidentes dos conselhos de administração. P elo Ministério da Economia, foram homologadas a Zona Económica Especial Luanda /Bengo EP, dos Petróleos “Sociedade Nacional de Combustível de Angola EP”, do Comércio “Intreposto Aduaneiro de Angola EP”, Energia e Águas “Empresa de Distribuição de Electricidade (EDEL), Empresa Nacional de Electricidade (ENE EP), Empresa de Distribuição de Águas (EPAL EP), Empresa de Águas e Saneamento de Lobito (EASL EP)”. Pelo Ministério dos Transportes os sectores de “Caminhos de Ferro de Moçâmedes EP, de Luanda EP e de Benguela Abrahão Gourgel, Ministro da Economia. EP e a Empresa Portuária de Cabinda EP, enquanto que pelo Ministério da Comunicação Social, a Televisão Pública de Angola (TPA), Edições Novembro e Rádio Nacional de Angola e no Ministério da Geologia e Minas a Ferrangol. As empresas que não apresentaram as suas contas referente ao exercício económico de 2011 poderão ter limitações financeiras atribuídas pelo Estado. De acordo com o ministro da Economia, o acto traduz‑se na vontade do Executivo em acrescer transparência no processo de governação pública e na busca de boas práticas de gestão e governação. Acrescentou que o acto visou igualmente dar um passo para a melhoria da governação empresarial pública. que reclamam solução de difícil implementação, a curto prazo, como ao nível da situação jurídica e regulamentar, cuja resolução adequada pode exigir mudanças institucionais complexas e alterações na legislação vigente”, considerou. Reconheceu haver ainda dificuldades de organização dos registos de informações fiáveis e de profissionais de contabilidade, bem como de gestão financeira de algumas empresas, que quase tornam impossível a tarefa do sector empresarial público, de elaborar contas consolidadas. v “Muitas empresas públicas estão a acumular problemas NAÇÕES UNIDAS Ban Ki‑moon visitou Angola por 48 horas, de 26 a 28 de Fevereiro de 2012 Secretário Geral da ONU considerou Angola exemplo no combate à pólio O secretário geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki‑moon afirmou aquando da sua visita a Angola, em Luanda, que o país está a dar um exemplo no combate á poliomielite, mesmo quando lutava para sair do conflito. Ban Ki‑moon fez esta afirmação quando dissertava na cerimónia de abertura da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomelite, decorrida no Centro de Saúde das 500 casas, no município de Viana. Para o secretário‑geral, Angola sempre deu prioridade à protecção das crianças contra a pólio, não obstante a situação de conflito que vivia. “Eu agradeço em particular as pessoas das comunidades que fizeram o possível para este progresso, os trabalhadores da área da saúde, os voluntários, assim como as mães e pais que asseguram que as crianças de Angola seriam vacinadas”, asseverou. O resultado deste trabalho, disse, foi um país livre da pólio em 2001, apesar de que, quatro anos mais tarde, o vírus havia retornado. Por este motivo, indicou, “ser muito importante, continuar com as campanhas como a que foi lançada”. “Temos que imunizar cada criança contra a pólio e contra as outras doenças que podemos prevenir. Temos ainda que fazer todo o possível para alcançar cada criança em Angola com a ajuda dos seus pais, bem como melhorar o fornecimento de água e criar um meio ambiente limpo, assim como um sistema de monitoramento para poder detectar cada caso de pólio”, apontou. Neste evento realizado no Centro de Saúde das 500 casas, estiveram também presentes, os ministros das Relações Exteriores, Georges Chicoti e da Saúde, José Van‑Dúnem, assim como o governador da província de Luanda, Bento Bento. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 5 Angola Notícias Breves Angol a Fa z Aconte c e r INVESTIMENTOS O mercado industrial Angolano ganha novo investimento estrangeiro ANIP rubrica acordos de parceria com a China e Estados Unidos Novos acordos foram firmados este ano no mês de Julho em Luanda, pela Agência Nacional de Investimento Privado, “ANIP” com parceiros da China e dos EUA. Angola continua a atrair investimentos para o mercado com concorência de pontenciais parceiros. A proposta do investimento da China está avaliada em dez milhões de dólares, e começa a ser implementada em 2013, nas áreas de materiais de construção e alimentar. Maria Luísa Abrantes, PCA da ANIP. A Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) rubricou em Luanda com investidores nacionais e estrangeiros 11 contratos de investimentos no valor de 23 milhões de dólares. Os referidos contratos estão ligados ao sector da construção e da indústria. Vão criar numa primeira fase 772 postos de trabalho. O administrador para as áreas de Estatística Administrativa e Patrimonial, Luís Domingos, que procedeu à assinatura dos contratos, disse que os mesmos configuram a grande participação do sector empresarial privado na diversificação da economia, no aumento da produção interna, criação de riqueza e emprego. “Uma das prioridades do Executivo no campo económico é fazer com que o país deixe de depender 6 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 somente do petróleo. A nossa mensagem está a chegar aos investidores e com resultados bastante animadores,” sublinhou. Luís Domingos acredita que até ao final deste ano, a instituição pode fechar o ano com investimentos acima dos mil milhões de dólares. Acrescentou que além da missão de aprovar projectos, a ANIP tem igualmente a missão de acompanhar trimestralmente os projectos em execução, de modo a que o investidor “não encontre qualquer dificuldade e de analisar o cumprimento das cláusulas”. A ANIP rubricou igualmente contratos cujos investimentos são aplicados apenas em Luanda. O primeiro foi assinado com a empresa sul‑africana Bravangola para comercialização de mobiliário. O investimento é de um milhão de dólares. Seguem‑se as empresas ligadas à construção civil, com investimentos acima de um milhão de dólares. São a SNECOU, nigeriana, a Alberto de Sá Couto Alves, a J. Soares Correia Angola, portuguesas, a CRCC17EC, chinesa, e a CECP‑Construção e Engenharia cujo investidor é libanês. As empresas Losan, Fresco Viana e Making Place, com investimento de um a dois milhões de dólares, vão investir na indústria de confecções de vestuário, centros de conservação e comercialização de produtos agro‑pecuários, e produção de divisórias amovíveis. A Yewing Angola vai instalar um empreendimento em Luanda para comercializar todo o tipo de motorizadas e a EIP Angola estará ligada à prestação de serviços. v Angola Notícias Breves Angol a Fa z Aconte c e r AMBIENTE Brasil Fátima Jardim, Ministra do Ambiente. Angola confirma compromisso com desenvolvimento sustentável A República de Angola reafirmou na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo sobre desenvolvimento sustentável, denominada “Rio + 20”, que decorreu de 20 a 22 de Junho de 2012, o seu compromisso com a sustentabilidade no seu crescimento nos mais variados domínios, disse a ministra angolana do Ambiente. F átima Jardim falava a jornalistas no final de uma reunião do grupo técnico que no Rio de Janeiro participou nas actividades programadas à margem da Rio+20. De acordo com a governante, Angola sempre participou nas cimeiras sobre desenvolvimento sustentável a nível planetário, e agora “10 anos após o alcance da paz o país vive um novo momento político e esteve no evento para assegurar que pode contribuir para o bem‑estar mundial. Fátima Jardim, considerou o pavilhão do país na Rio+20 como sendo digno e que correspondeu ao que o mundo espera para as nações em vias de desenvolvimento. Afirmou que não importa se a economia seja verde, azul ou branca, mas que seja sustentável e que os recursos naturais nos diferentes países contribuam para o bem‑estar e o progresso. desenvolvimento sustentável fosse um êxito, apesar da ausência de algumas das grandes potências mundiais. Fátima Jardim, informou que Angola levou como mascotes os programas transfronteiriços do Maiombe para a protecção das florestas tropicais, a defesa e promoção da bio‑diversidade e de desenvolvimento do Okavango‑Zambeze, envolvendo cinco países da África Austral e da redescoberta da palanca negra. Nós que estamos a crescer, ainda não temos desenvolvimento industrial e não podemos ser de forma nenhuma culpados do que está a acontecer ao planeta, realçou. Esta responsabilidade faz com que alguns Chefes de Estado de países que subscreveram o protocolo do Kioto não estejam presentes na Cimeira. Enalteceu também a contribuição juvenil em programas ambientais e o projecto Angola‑LNG, ligado à exploração de gás liquefeito. A ministra do Ambiente de Angola, adiantou que a CPLP se reafirma unida na luta contra a pobreza e pelo desenvolvimento para o alcance do progresso, justiça e equidade no crescimento socio‑económico. Declarou que Angola, no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), apoiou os esforços do Brasil para que a cimeira sobre A cimeira de Chefes de Estado e de Governo discutiu essencialmente os temas “a economia verde no contexto da desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e “a estrutura institucional para o desenvolvimento”. Integraram a comitiva Angolana à cimeira Rio +20 representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Agricultura e da Energia e Águas, para além dos embaixadores de Angola no Brasil e Tanzânia que representam o país no Programa da ONU para o Ambiente, bem como especialistas de vários ministérios e de organizações não‑governamentais. Ambos estiveram no Rio de Janeiro para participar nos trabalhos da Cimeira, organizada pelas Organização das Nações Unidas (ONU). v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 7 Angola Notícias Breves Angol a Fa z Aconte c e r HOTELARIA E TURISMO Turismo perspectiva contribuir com USD 4.7 bilhões no PIB Hotel EpicSana, cidade de Luanda. ministro da Hotelaria e O Turismo, Pedro Mutindi, disse em Luanda, que o Executivo angolano está a trabalhar com bastante afinco na melhoria do sector, e perspectiva, a longo prazo, contribuir para o PIB (Produto Interno Bruto) com pelo menos quatro bilhões e 700 milhões de dólares anualmente, a partir de 2020. Ao discursar na abertura do III Seminário sobre Licenciamento no Sector de Hotelaria e Similares, Pedro Mutindi informou ser intenção do Executivo, para dentro dos próximos oito anos, atingir‑se a meta de quatro milhões e 600 mil chegadas turísticas e criar um milhão de postos de trabalho, implicando mais trabalho e seriedade dos profissionais da área. Pedro Mutinde, Ministro da Hotelaria e Turismo. “O Executivo está a reunir todos os pressupostos necessários para a prática da actividade turística, começando com a estabilização económica, construção de estradas, pontes, aeroportos e vias ferroviárias, para um desenvolvimento sustentável e inclusivo do sector, tendo como base a diversificação de fontes de receitas para o país”, asseverou o governante. 8 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Quedas de Kalandula, província de Malanje Turismo atrai atenção de nacionais e estrangeiros numa fonte de receitas inacabável, através da prática do turismo ao lado dos sectores petrolífero e agrícola”‑ salientou o ministro da Hotelaria, avançando que o seu pelouro vai continuar a investir na formação e refrescamento dos profissionais do sector. O III Seminário Nacional de Licenciamento no Sector da Hotelaria e Similares, decorreu sob o lema “o profissionalismo em primeiro lugar” e visou a uniformização e adequação dos métodos de licenciamento entre os diferentes actores desse processo. O Seminário decorreu no Hotel Convenções Talatona. Cabo Ledo, Praia Sangano Referiu que o sector tem crescido consideravelmente nos últimos tempos e que a aprovação do Plano Director do Turismo de Angola e a criação dos Pólos Turísticos de Kalandula (Malanje), Cabo Ledo (Luanda) e Okavango (Kuando Kubango) demonstram a vontade política do Governo em preparar as condições para colocar o turismo num lugar de respeito. Segundo Pedro Mutindi, que não revelou o valor anual actual das receitas obtidas pelo sector, Angola é uma referência obrigatória em termos de matéria‑prima turística, graças à diversidade e originalidade do seu património turístico, de uma beleza ímpar e multiforme, capaz de atrair qualquer visitante. “Com a paz efectiva e estabilidade política em Angola, é chegado o momento de transformar os nossos abundantes recursos turísticos Talatona com Talatona, um dos bairros mais nobres de Luanda, viu nascer no seu solo a primeira unidade hoteleira do país com a categoria de “cinco estrelas”, um empreendimento adstrito ao Centro de Convenções, com o mesmo nome. Inaugurado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o Hotel de Convenções de Talatona faz parte de um empreendimento em que desponta o Centro de Convenções multi-usos e dezenas de chalés adjacentes de luxo. O hotel, em cuja fachada principal desponta uma moldura de vidro com uma combinação de côres parecido ao “arco íris”, está a escassos metros das instalações do Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC) e do Centro de Formação Tecnológico (Cenfotec). Com cinco pisos, e dada a sua localização, é possível divisar‑se, a partir dos últimos andares, uma boa panorâmica da zona Sul de Luanda, principalmente o litoral que engloba as praias do Benfica, Mussulo, Cazanga entre outras. O Hotel de Convenções de Talatona dispõe de 201 quartos todos ostentando nas suas paredes decoração moderna. Deste lote, existem 21 suites, divididas em 17 júniores suites, três suites de luxo e uma suite presidencial, com tratamento VIP diário e com rede de internet gratuita. Todos os quartos dispõem de climatização, segurança, comunicação, telefone e internet, entre outras facilidades para os seus utentes. O empreendimento possui três restaurantes onde se pode desfrutar da gastronomia angolana e internacional. Para os clientes de negócios, o empreendimento dispõe de 12 salas de reuniões adequadas a qualquer tipo de evento. O funcionamento no hotel é assegurado por cerca de 400 pessoas, entre nacionais e estrangeiros e nele pode encontrar‑se uma diversidade de serviços, uma variedade de espaços de entretenimento, tais como piscina, campo de ténis, ginásio, salas de tratamento estético, entre outras. v Angol a Fa Angola Notícias Breves z Aconte c e r SOCIAL Angola realiza em 2014 primeiro censo populacional após independência O Recenseamento Geral da População e da Habitação ocorrerá em 2014, aos invés de 2013, como inicialmente previsto, por inviabilidade da realização do censo piloto, cujo período coincidiu com a realização do pleito eleitoral geral, em Agosto último. A Assembleia Nacional aprovou recentemente com 151 votos a favor, três contra e 31 abstenções, a Lei de Autorização Legislativa para a Alteração do momento censitário, durante a II reunião plenária ordinária, sob orientação do seu presidente, Fernando da Piedade Dias dos Santos. Ao fundamentar a alteração do momento censitário, o ministro do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, Job Graça, explicou que, tecnicamente, antes da realização do censo geral deve proceder‑se a um censo piloto, com uma antecedência mínima de oito meses, a contar do momento censitário, pelo que resultaria inconforme, pois inicialmente foi previsto para as zero horas do dia 16 de Julho de 2013. Nestes termos, de acordo com o governante, o recente processo eleitoral verificado no país, condicionou o desenvolvimento de actividades preparatórias, que impediram a realização do censo piloto a partir de Julho de 2012. Deste modo, a lei vem conceder ao Presidente da República a autorização para legislar sobre alterações ao Decreto relativo às Bases Gerais para a Realização do Recenseamento Geral da População, remarcando o dia e o mês em que será realizado o censo em 2014. Contudo, anunciou, o Instituto Nacional de Estatística propõe como momento censitário as zero horas do dia 16 de Maio de 2014. A discussão e aprovação da Lei de Autorização Legislativa para Alteração do Momento Censitário foi o primeiro ponto da sessão plenária que prosseguiu com a apreciação do Projecto de Resolução que aprovou a Adesão de Angola à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A apreciação e votação do Projecto de Resolução que aprova a Adesão de Angola à Convenção Relativa à Protecção das Crianças e Cooperação em Matéria de Adopção Internacional, fez igualmente parte da agenda da reunião, que inscreveu ainda a análise de questões internas de funcionamento do hemiciclo. v O Recenseamento da População e Habitação é a realização de dois recenseamentos em simultâneo, população e habitação. A realização do próximo Censo, em 2014 permitirá assim, de forma inegável, a obtenção de informação estatística fiável e actualizada, necessária ao acompanhamento e avaliação da estratégia de combate à pobreza, bem como à produção de indicadores que permitam avaliar os progressos realizados no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). v Criado o Gabinete Central do Censo U ma estrutura Ad‑Hoc ao Instituto Nacional de Estatística (INE) foi criada para a implementação do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) a ter lugar em Julho de 2014. Designado por Gabinete Central do Censo (GCC), esta estrutura visa assegurar a criação das condições operacionais, técnicas, materiais e humanas para a condução e execução do RGPH‑2014. O escritório do GCC já está em pleno funcionamento e tem a sua localização na Rua Major Kanhangulo, edifício 101, 1º Andar. Todas as sub‑comissões funcionam no GCC, com excepção da Cartografia, Processamento de Dados e Difusão de resultados que estão nas instalações do INE. O quadro técnico do GCC integra técnicos provenientes de vários sectores designadamente, Ministérios da Comunicação Social, Defesa, Instituto de Geodesia e Cartografia de Angola. v Camilo Ceita, Director Nacional do INE. Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 9 Angola Notícias Breves Angol a Fa z Aconte c e r Censo Populacional Processo de elaboração de cartografia censitária decorre a bom ritmo O Censo da População e Habitação vai permitir saber quantos somos em Angola? O Gabinete Central do Censo (GCC) considerou em Luanda, satisfatório o processo de elaboração da cartografia censitária de Angola, que se realiza no âmbito do Recenseamento Geral da População e Habitação – RGPH 2014. O GCC aponta que no município de Viana (Luanda) o processo iniciou a 10 de Outubro último e estendeu‑se por 35 dias, enquanto em Cacuaco os agentes cartógrafos iniciaram o trabalho para um período de vinte dias. Ainda na capital angolana, de acordo com o gabinete, o trabalho é garantido por 17 equipas (cada uma é constituída por quatro agentes cartógrafos e um supervisor), apontando as chuvas, que têm caído nos últimos tempos, a exemplo das outras províncias do país, como a principal dificuldade com que o pessoal da cartografia se depara no exercício da sua actividade. Já na província de Malanje, o trabalho, está a ser levado a cabo nas comunas de Muquixi e Caxinga, no município de Caculama, e em Kalandula, envolvendo sete equipas. Acções similares decorrem nos municípios de Kibala, Caungula, Muconda, Cubal, Jamba e Chicala Choloango, nas províncias do Kwanza Sul, Lunda Norte, Lunda Sul, Benguela, Huíla e Huambo, respectivamente, num total de 41 equipas. No Bié realiza‑se a actualização cartográfica do município de Camacupa. O GCC realça que os agentes cartógrafos destacados naquela região do país carecem de apoio em meios de transportes aéreos (helicópteros) para superarem os obstáculos em relação à travessia dos rios Mussuma, Nengo e Luanguinga, a fim de atingirem os lugares mais recônditos. Nos municípios do Tômbua, província do Namibe, e Namacunde, província do Cunene, as actividades de campo iniciaram, envolvendo nove equipas. Os trabalhos de elaboração da cartografia censitária no município de Lumbala Nguimbo, província do Moxico e na província do Kuando Kubango, no município de Mavinga tiveram início no dia 11 de Novembro de 2012. No município de Cacongo, província de Cabinda, a actividade igualmente já iniciou, sem nos esquecermos da Damba, província do Uíge, e o município do Nóqui, província do Zaire. “Nas províncias do Kwanza Norte e do Bengo já estão concluídos os trabalhos de elaboração da cartografia censitária”. O Executivo Angolano está engajado na preparação do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH‑2014), também designado por Censo, uma operação completa de recolha, compilação, avaliação, análise e publicação de dados demográficos e socioeconómicos num período específico de todas as pessoas residentes e das habitações existentes no país. Com a realização do Censo, será possível saber exactamente a estrutura da população angolana e da força de trabalho, a sua distribuição geográfica e as áreas de investimentos prioritários. O Executivo quer com isso aperfeiçoar as políticas públicas para a saúde, educação, habitação e segurança social. O Gabinete Central do Censo tem, entre outras atribuições, a definição dos elementos metodológicos do RGPH‑2014, nomeadamente os conceitos, questionários, manuais de apoio e respectivas instruções, crítica e análise dos dados. v O Próximo mais Próximo Unitel assume chefia da operadora móvel cabo‑verdiana T+ A Unitel assumiu a liderança na operadora móvel cabo‑verdiana T+, no passado mês de Setembro, dando assim “um passo decisivo na sua estratégia de expansão em África”. Lançada em Dezembro de 2007, a T+ foi a segunda operadora de telefonia móvel a entrar no mercado cabo‑verdiano e possui mais de 25% da quota de mercado do segmento móvel. Com cobertura em 10 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 todas as ilhas do arquipélago, assume‑se ainda como uma operadora global, com telefone móvel, internet e telefone fixo. “A T+ é uma marca que muito se identifica com os valores da própria Unitel. Uma marca jovem, dinâmica, moderna, inovadora, inconformada e desafiadora como nós”, disse na ocasião uma nota distribuída pela Unitel à imprensa. v Angol a Fa Angola Notícias Breves z Aconte c e r Angola tornou‑se num dos maiores parceiros comerciais da China A ngola tornou‑se num dos maiores parceiros comerciais da China este ano, com trocas comerciais que atingem os 22 mil milhões de dólares, de Janeiro a Julho, informou o embaixador chinês, Gao Kexiang. O diplomata afirmou o facto em declarações à imprensa, à saída de uma audiência a si concedida pelo vice‑presidente da República, Manuel Domingos Vicente, estando no centro da conversa o estado actual da cooperação entre Angola e a China. Pelos números, Gao Kexiang considerou que a cooperação atingiu o seu melhor momento por existir confiança política mútua, com um desenvolvimento económico e comercial notável, incluindo o intercâmbio pessoal. Valorizou o facto de muitos angolanos começarem a viajar para a China em negócios, enquanto no sentido inverso, muitos chineses continuam a contribuir para o processo de reconstrução e de desenvolvimento de Angola. O diplomata afirmou que existem ainda “outras grandes oportunidades” de negócios Vice‑presidente da República, Manuel Vicente (à dir.), com o embaixador chinês, Gao Kexiang. que estão a ser estudadas pelas partes. Deu a conhecer que a audiência com Manuel Vicente, serviu também para transmitir cumprimentos de felicitações do vice‑presidente chinês Xi Jinpingao, pela sua eleição ao cargo no pleito de 31 de Agosto. v Conselho de Ministros reuniu‑se em sessão ordinária O Conselho de Ministros reúniu‑se em sessão ordinária no dia 31 de Outubro, na sala de reuniões do Palácio Presidencial, à Cidade Alta, em Luanda, na sua segunda sessão ordinária. Na sua primeira reunião ordinária, realizada a 3 de Outubro de 2012, o Executivo, emanado das eleições gerais de 31 de Agosto último, prestou especial atenção à apreciação de um conjunto de documentos relativos à organização e funcionamento Pormenor da sessão do Conselho de Ministros. dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República. Segundo o comunicado de imprensa, distribuído na ocasião, os diplomas avaliados visaram a adequação da estrutura e do funcionamento dos Órgãos à composição actual do Executivo, garantindo‑se a continuidade do trabalho e a eficácia da acção da Administração Pública. Na aludida sessão, o Conselho de Ministros aprovou ainda, entre outras matérias, um Memorando que identifica as principais linhas de acção e as orientações gerais para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento para o período 2013/2017, e do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2013. v Ministro da Justiça garante melhoria das infraestruturas O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Jorge Carneiro Mangueira, garantiu em Benguela, que o Executivo vai apostar no melhoramento e desenvolvimento das infraestruturas do sector a nível da província, pela sua importância na prestação de um serviço público digno. Rui Mangueira, que falava à imprensa após ter radiografado as condições de trabalho dos tribunais, conservatórias e notários em Benguela, disse ter Rui Jorge Carneiro Mangueira, Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos. recebido garantia do governo da província de disponibilidade de apoio às estruturas da Justiça, mas requer‑se ajudas de outras fontes, para atingir a solvência. Referiu que o governo local tem apoiado já obras de reabilitação, e, dentro do programa, a ser aprovado pelo Executivo, trabalhar‑se‑á para a melhoria das infraestruturas da Justiça sedeadas em quatro municípios da província. O governante, que avaliou o desempenho dos serviços de justiça na província, reuniu‑se, com o Conselho Consultivo da representação provincial, e visitou os municípios da Ganda e Cubal. Á sua chegada recebeu cumprimentos do vice‑governador para o sector económico, Agostinho Estêvão Felizardo, tendo em seguida se inteirado das condições de trabalho nos tribunais provinciais, Balcão Único do Empreendedor (BUE), lojas dos registos e notariados, assim como conservatórias das cidades de Benguela e do Lobito. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 11 Angola Notícias Breves Angol a Fa z Aconte c e r Angola cria Fundo Soberano O Fundo Soberano de Angola (FDSEA), uma evolução do Fundo Petrolífero, com um investimento de cinco mil milhões de dólares de activos sob gestão, foi lançado no dia 18 de Outubro de 2012, em Luanda. O presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel, disse que, numa primeira fase, o fundo deverá basear‑se numa política de “bastante prudência”, salientando que os investimentos em infraestruturas constituem o cerne daquilo que será a acção do fundo. Criado com o objectivo de promover o desenvolvimento sócio‑económico de Angola, o fundo foi projectado para crescer a partir da venda de petróleo e através do desempenho dos seus investimentos. A estratégia financeira do fundo é criar rendimentos atractivos de longo prazo e com a melhor relação de risco‑benefício através do investimento em diversas classes de activos em Angola e no exterior. O fundo é dirigido por um Conselho de Administração com Armando Manuel, PCA do Fundo Soberano de Angola. três membros e por um Conselho Consultivo independente, que inclui os ministros das Finanças, da Economia e do Planeamento e o Governador do Banco Nacional de Angola. Fazem parte também do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola José Presidente José Eduardo dos Santos. Filomeno dos Santos e Hugo Miguel Évora Gonçalves. Angola passa assim a dispôr de um Fundo Soberano destinado ao investimento no mercado nacional e internacional com vista a “promover o desenvolvimento sócio‑económico e criar património para as gerações futuras”, garantiu o Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Armando Manuel. Para já, a prioridade recai para os sectores de hotelaria e os serviços públicos, que incluem a água, a electricidade e os transportes, e em áreas com necessidades imediatas de desenvolvimento, tais como a agricultura. Na cerimónia de apresentação do FSDEA, Armando Manuel, assegurou que a reserva financeira será alimentada não só pela venda de petróleo como também pelo desempenho dos investimentos que o fundo irá fazer. O orgão conta com um conselho fiscal do qual fazem parte os ministros das Finanças, da Economia, do Planeamento, o governador do Banco Nacional de Angola e um conselho fiscal, que irá “analisar o seu desempenho confrontando‑o com as políticas de investimento aprovadas pelo Governo e os critérios de referência”, como garantiu o presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Armando Manuel. A criação do Fundo Soberano foi anunciada em 2008 pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, mas só em 2011 a Assembléia Nacional aprovou a lei relativa à sua criação. v ONU Visita de Ban Ki‑moon realça papel interventivo do país na busca de soluções pacíficas especialista em relações O internacionais e docente universitário Hermenegildo Mella referiu que a visita do Secretário Geral da ONU, Ban Ki‑moon, a Angola realçou o papel interventivo do país na busca de soluções pacíficas para a resolução de conflitos, sobretudo em África. Para este especialista em relações internacionais, Angola é um parceiro estratégico, essencialmente do ocidente, e a comunidade internacional tem isso presente, pelo trabalho 12 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 desenvolvido pelas autoridades nacionais. Argumentou que este posicionamento reflecte‑se também nas acções ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), bem como da própria União Africana. Segundo Hermenegildo Mella, uma das primeiras expectativas no que toca a esta deslocação ao país esteve igualmente relacionada com o relançamento da imagem de Angola ao nível internacional. Acrescentou que Angola já esteve no Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente e deixou uma boa imagem. Para o especialista, a vinda de Ban Ki‑moon ao país significou exactamente a aceitação daqueles que são os projectos que têm sido desenvolvidos pelo Estado ou Executivo angolano nos últimos anos. De igual modo, referiu que a questão dos direitos humanos foi um dos principais pontos da agenda de encontros entre o Executivo angolano e Ban Ki‑moon, essencialmente porque agora na era da globalização este é um aspecto muito relevante. “Em relação a Angola, por questões mesmo de relançamento da imagem o país, estes aspectos têm sido levado muito em consideração”, frisou. v Angol a Fa Angola Notícias Breves z Aconte c e r CIÊNCIA E TECNOLOGIA Conquista da PAZ constitui desafio para o País maioria da população economicamente activa do país e é a maior riqueza potencial. Com estes objectivos e compromissos muito presentes, disse, o Executivo decidiu centralizar as questões relacionadas à ciência, tecnologia e inovação no recém‑criado MCT, o desenvolvimento das questões relacionadas à Ciência Tecnologia e Inovação em Angola. De acordo com a ministra, é forte a convicção do Executivo que estas componentes devem desempenhar um papel de suporte ao crescimento económico e social, onde as instituições geradoras de conhecimento devem estimular a inovação, a criatividade e a transferência de tecnologia para o sector produtivo nacional. Maria Cândida Teixeira, Ministra da Ciência e Tecnologia. A ministra da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, considerou em Luanda, que a responsabilidade do advento da democracia e consolidação da paz torna‑se o maior desafio do país, cabendo ao Executivo corresponder às expectativas do povo. A governante fez este pronunciamento no acto de abertura do Dia Mundial da Ciência (10 de Novembro), tendo afirmado que em pleno exercício de civismo e maturidade social, o povo angolano elegeu mais um governo rumo ao desenvolvimento sustentável, à melhoria da qualidade de vida da população, ao progresso à coesão nacional e à erradicação da fome e da pobreza. “Há um longo caminho a percorrer, sobretudo quando nos comparamos a grandes referências internacionais. É grande a nossa responsabilidade, cabendo ao Estado actuar como agente catalizador e mobilizador, num esforço conjunto em que o Ministério da Ciência e Tecnologia assume‑se como parceiro do povo angolano”, declarou. Para si, essa parceria que desde já se assegura, fará do ministério simultaneamente o criador, financiador, implementador e executor da mais ambiciosa estratégia no tocante à ciência, tecnologia e inovação. Neste contexto, disse ser fundamental que se criem as condições, para que os recursos humanos potenciem o que há de melhor, abraçando o desafio de colocar Angola no trilho do sucesso, através do esforço partilhado de todos os angolanos para tirar o máximo rendimento de uma sociedade pautada por elevados índices de conhecimento e inovação. De acordo com a responsável, o povo angolano é o pilar da Nação que se quer construir, num especial apelo à importância da juventude, pois forma a Por esta razão, a CTI apresenta‑se como um grande desafio para responder satisfatoriamente às necessidades das gerações actuais e vindouras, sendo para isso essencial que este ministério reforce a consciência pública sobre as propriedades das actividades de investigação, gerando esforços no sentido de promover um equilíbrio entre o curto e o longo prazo. Para a ministra, é dever do MCT assumir esta nova responsabilidade, no âmbito do enquadramento institucional, que se baseie na implementação e fomento dos pilares do conhecimento, inovação e ciência. O ministério abraçará as enormes responsabilidades do empreendimento crítico de Angola, o avanço científico e tecnológico do país, assente na criação das condições de uma base nacional de investigação e inovação de produtos e processos rumo ao crescimento e consolidação de uma Angola de excelência, independente e de referência internacional. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 13 Angola 10 Anos de Paz e Prosperidade Angol a Fa z Aconte c e r DOSSIER 4 de Abril de 2012 • DIA DA PAZ Angola Celebrou 10 Anos de Paz e Prosperidade! A ssinalou‑se a 4 de Abril de 2012, o décimo aniversário da assinatura do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, entre o Governo angolano e a Unita, acto que mudou o curso da História da República de Angola. O acordo, realizado em 2002 no Palácio dos Congressos, em Luanda, e assistido pelo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, e por representantes da comunidade nacional e internacional, simbolizou o fim de um longo período de guerra, que deixou milhares de deslocados, mutilados e órfãos. A partir da assinatura do documento, o 4 de Abril foi instituído como feriado nacional e passou a ser, entre os angolanos, uma referência histórica importante na luta do povo, por marcar uma viragem decisiva no processo político e no de desenvolvimento de Angola. A data constitui, igualmente, uma das maiores conquistas do povo angolano após a Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975. O presidente Angolano, José Eduardo dos Santos, protagonizou o acto principal da comemoração, na cidade do Luena, capital da província do Moxico, onde inaugurou um monumento em honra aos heróis da pátria. As comemorações do Dia da Paz, foram marcadas pela realização de shows, festivais e actos patrióticos, em todo o país e no exterior onde a diáspora angolana, como tem sido hábito, junta‑se para celebrar a efeméride. O acto central, no país, teve lugar na cidade do Luena, Província do Moxico, onde o Presidente José Eduardo dos Santos, inaugurou o Monumento da Paz, que simboliza os acordos de paz. O monumento representa uma pomba branca que descansa sobre dois braços e tem a palavra “Paz” na sua base. José Eduardo dos Santos, presidiu, na cidade do Luena, leste de Angola, a um comício popular, que reuniu mais de 100 mil pessoas no qual destacou as conquistas da paz, com ênfase para a reconstrução do país. “A natureza, que nos deu quase tudo, continua a ser generosa e tem‑nos dado forças para prosseguir os nossos esforços e compromisso para melhorar as nossas vidas, aproveitando esse Monumento da Paz , Luena, Província do Moxico. potencial”, afirmou o presidente Dos Santos, no momento. Na cerimónia, o ex‑combatente José Mussenguite, que vive em Luanda, ressaltou a grande importância do fim da guerra para o país. “Qualquer coisa pode acontecer, mas a Paz foi o bem mais prezado que os angolanos conseguiram conquistar, após muitos anos de guerra”, disse Mussenguite. A assinatura do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, a 4 de Abril de 2002, permitiu a Angola alcançar a paz ao fim de 27 anos de conflito, uma data que representa a segunda maior conquista do povo angolano após a independência nacional e a partir da qual Angola prossegue o seu rumo enquanto nação soberana e próspera. Actualmente, Angola, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), é o segundo maior produtor de petróleo da África, depois da Nigéria. Na última década, o país chegou a registar um crescimento anual da sua economia superior a 20% graças à riqueza petrolífera. v Grandes conquistas da Paz! PAZ beneficiou sector cultural do país A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, realçou por ocasião das celebrações, que os dez anos de Paz, que o país vive, permitem que o sector da cultura esteja cada vez mais interligado. Em declarações à imprensa, após os ministros, secretários de Estado e representantes dos ministérios da Cultura dos países da CPLP visitarem a 14 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Bienal Internacional de Poesia, a ministra afirmou que devido ao alcance da paz foi possível conhecer a realidade de várias localidades do país. Acrescentou que com os progressos alcançados os criadores tiveram maior oportunidade para desenvolver e projectar as suas criações. Na altura, Rosa Cruz e Silva referiu‑se ao pacote legislativo que reforça a capacidade das instituições culturais como as bibliotecas, museus, arquivos e centros culturais. Durante a visita à Bienal Internacional de Poesia, os ministros, secretários de Estado e representantes dos ministérios da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) puderam ouvir algumas canções do grupo Duo Rosa Cruz e Silva, Ministra da Cultura. Canhoto, José Cafala e declamações da poetisa Ngonguita Diogo. v Economia Angol a Fa z Aconte c e r Governo projecta crescimento do PIB na ordem dos dez porcento O PIB (Produto Interno Bruto) de Angola deverá crescer, até ao final deste ano entre 8 a 10 porcento, superando o crescimento de 3.12 porcento registado no ano passado. A economia angolana mantém uma dinâmica de crescimento estável, associada a uma sólida margem de progressão. O Balanço da actividade governativa do primeiro trimestre deste ano de 2012, salienta os resultados da diversificação da actividade produtiva, na sequência da instalação de sete unidades fabris na Zona Económica Especial que permitiu obter um aumento da receita tributária não petrolífera de 18%. O Executivo angolano apresentou no mês de Maio deste ano, o Balanço da actividade governativa do primeiro trimestre de 2012, o qual ficou marcado pela descida de 0,6% da taxa de inflação, em relação ao mês de Fevereiro, bem como a estabilidade das taxas de câmbio e o reforço em 3,93% das reservas internacionais líquidas. Estes são “sinais claros de recuperação”, numa altura concretização de programas e projectos de assistência às populações mais vulneráveis, como o Programa Água para Todos, os projectos de construção de instituições de acolhimento social e a reconversão dos focos de habitação social nos municípios do Sambizanga e Cazenga. em que a maior parte dos países ainda sente os constrangimentos causados pelos efeitos da crise económica internacional. No mesmo dia em que o Presidente José Eduardo dos Santos inaugurava, em Luanda, quatro novos empreendimentos públicos, três hospitais municipais e um complexo escolar, os indicadores económicos apresentados confirmavam que a economia angolana mantém uma dinâmica de crescimento estável, associada a uma sólida margem de progressão. Os resultados positivos demonstrados traduzem o êxito do programa de reconstrução nacional definido pelo Executivo de José Eduardo dos Santos, ao Apesar do impacto negativo da crise financeira e económica mundial na economia do país, Angola conseguiu manter um nível de crescimento sustentável, e até ao final deste ano de 2012 espera‑se que o PIB cresça na ordem de 8 a 10 porcento. No que respeita à contribuição dos diferentes sectores na estrutura do PIB, regista‑se uma redução do sector petrolífero e um amento significativo do sector não petrolífero. mesmo tempo que permitirão traçar os novos objectivos de desenvolvimento para os próximos anos. O Balanço da actividade governativa do primeiro trimestre do ano salienta também os resultados da diversificação da actividade produtiva, na sequência da instalação de sete unidades fabris na Zona Económica Especial que permitiu obter um aumento da receita tributária não petrolífera de 18%, entre Janeiro e Março de 2012, face ao período homólogo do ano anterior. Ao nível do investimento público, e em paralelo com a construção de infraestruturas produtivas que conferiram uma maior robustez à economia nacional, foi igualmente destacada a No mesmo sentido, as perspectivas positivas sobre a economia angolana foram reiteradas pelo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a sexta e última missão de avaliação do Acordo firmado entre a instituição internacional e o Executivo angolano, em 2009. O FMI considera que as autoridades Angolanas atingiram os objectivos macro‑económicos definidos e, por conseguinte, revelaram ter feito uma boa gestão da economia nacional. Angola está, a construir o seu crescimento na direcção certa, rumo ao desenvolvimento económico e social, conforme comprovam os dados do Balanço do desempenho do Executivo apresentado. Em 2011, o sector petrolífero apenas contribui para o PIB com cerca de 5,5 porcento e o não petrolífero com 8,5 porcento. “Até ao final de 2012 o Governo angolano espera que o sector petrolífero cresça 8 porcento e o não petrolífero 9,5 porcento”. Dentro do sector não petrolífero, os sub‑sectores que mais têm contribuído para o PIB são o da prestação de serviços, da construção civil, da agricultura, pescas e da indústria. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 15 Economia Angol a Fa z Aconte c e r Angola mantém taxa de inflação em sentido descendente O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, assegurou que o país mantém a taxa de inflação num sentido descendente e em linha com os objectivos traçados pela política económica do Executivo angolano. A o falar, na apresentação do Memorando de Desempenho da Actividade do Executivo no 1º trimestre de 2012, o governador do BNA afirmou ser compreensível que, apesar da inflação estar progressivamente em sentido descendente, ainda registar‑se variações, em alguns casos, preocupantes. Afirmou que as variações registadas, fundamentalmente, nos preços de alguns produtos não se prendem unicamente com fenómenos de natureza monetária, mas também com os de natureza estrutural. Explicou que o facto do país ter uma economia aberta, onde cerca de 40 porcento dos produtos da cesta básica ainda são importados, faz com que exista um elemento de variação de preços que decorre do efeito transmitido por outras economias à realidade angolana. Informou que os primeiros dados da inflação do mês em curso (Maio), comparativamente ao anterior (Abril), mostram uma variação na ordem dos 0,7 porcento, dados que trazem a inflação acumulada dos últimos 12 meses para 10.88 porcento, considerado o nível mais baixo de sempre da economia do país desde 1975. Relativamente ao Comité de Estabilidade Financeira, disse que a necessidade da criação deste órgão resulta da complexidade do sistema financeiro angolano, José Lima Massano, governador do BNA. onde estão estabelecidos cerca de 24 bancos. Com o número elevado de bancos, prosseguiu José de Lima Massano, o país tem uma diversificação das operações financeiras da economia, o que leva a um volume crescente de depósitos. Essa complexidade, que o sistema financeiro do país vem registando, eleva a responsabilidade do BNA sobre o saneamento, a estabilidade e o equilíbrio das acções financeiras, frisou. v Comissão Económica do Conselho de Ministros Plano Nacional 2013/2017 domina reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros Novembro de 2012 O grau de elaboração do Plano Nacional 2013/2017 e o Programa de Investimento Público 2013 foi abordado durante a reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. A informação foi prestada pelo ministro do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, Job Graça, em declarações à imprensa, no final do encontro. Disse que foi prestada uma informação sobre a metodologia para a elaboração do plano quadrienal, onde se destacam documentos de base como a Estratégia Nacional de Desenvolvimento de longo prazo “Angola 2025” e o Balanço de Execução dos planos nacionais de 2008 a 2012. 16 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Job Graça, Ministro do Planeamento e Desenvolvimento Territorial. Salientou que ficou evidente a articulação entre o Plano Nacional de Desenvolvimento e os planos nacionais de base. Referiu‑se à estrutura do documento, com destaque, entre outros capítulos, o relativo ao quadro macroeconómico de referência, que estabelece os pressupostos, objectivos e alguns indicadores de equilíbrio que têm, em última instância, actuar de forma coordenada e assegurar o objectivo da estabilidade do crescimento económico e da geração do emprego neste período. Salientou terem sido abordados também capítulos como os que contêm as políticas nacionais e sectoriais que realizam os objectivos nacionais de médio prazo, como a criação dos pressupostos para o desenvolvimento sustentável e da melhoria das condições de vida da população. Job Graça declarou que para realizar os objectivos nacionais estão também definidos um conjunto de programas e projectos estruturantes, destacando os relativos aos dos sectores da energia, água, educação, saúde, estradas secundárias e terciárias, projectos estruturantes de iniciativa empresarial privada. Ao serem implementados, referiu, estes programas levarão à realização das políticas nacionais e sectoriais e, em consequência, os objectivos nacionais fundamentais definidos para este período. Adiantou que na estrutura do Plano Nacional está também o capítulo relativo ao financiamento da economia, que inclui o quadro fiscal de médio prazo. Destacou também, no quadro do plano nacional, o sistema de monitoramento e avaliação. O ministro informou igualmente que foi prestada uma informação sobre o Programa de Investimento Público, identificados os projectos em curso e os novos, fundamentos para a criação de condições necessárias ao desenvolvimento sustentável do país. v Economia Angol a Fa z AGRICULTURA Aconte c e r Angola um país onde os terrenos são dos mais férteis do planeta Executivo aposta na modernização da “Agricultura” Grande parte do investimento actual em Angola destina‑se ao desenvolvimento de um sector agrário e pecuário sustentável e rentável. A província do Kwanza Sul é um exemplo dessa forte aposta na agricultura para inverter o quadro económico angolano. Na fazenda de Santo António, que se estende por cerca de quatro mil hectares, já se vêem os resultados dos primeiros cultivos: bananas, maracujás, ananases, laranjeiras e milho. A produção de carne ainda se encontra num estádio muito incipiente, mas os agricultores já se associaram formalmente para defender interesses e suprir necessidades comuns. “Frutas, hortícolas, criação de gado, aves, ovos, enfim ‑ um conjunto significativo de bens alimentares que são importantes para a economia angolana e autosuficiência do seu povo. Com a reabilitação e melhoramento das infraestruturas, como as estradas, podemos afirmar que o incremento da produção agrária e pecuária angolana, onde as terras possibilitam até três colheitas por ano, já alivia o recurso ao exterior para os bens alimentares mais essenciais. O Executivo angolano está engajado em promover uma agricultura moderna e sustentada, que garanta a segurança alimentar, gere empregos, renda e riquezas para as famílias e o país. De acordo com o governante, que falava na abertura do seminário sobre o lançamento do Programa Detalhado de Desenvolvimento da Agricultura Africana no país, o sector agrícola constitui uma prioridade absoluta. Por esta razão os investimentos públicos no sector da Agricultura têm conhecido aumentos que se traduzem na reabilitação e construção de infraestruturas produtivas, entre as quais, sistemas de rega e instalação de unidades de produção agro‑pecuária. A reabilitação e construção de infraestruturas produtivas contemplam também a formação de quadros, o relançamento da investigação científica, bem como a concessão de créditos à agricultura familiar e aos pequenos e médios produtores, com juros bonificados. Com a implementação da estratégia de segurança alimentar e nutricional, a produção agrícola no país está a aumentar, assim como a contribuição do sector na taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Com essas acções, o país dá seguimento aos compromissos assumidos na cimeira da União Africana, realizada em Maputo (Moçambique) em 2003, que se consubstanciam na redinamização dos sectores agrícola e pecuário. v Governo entrega sementes e meios mecanizados a camponeses O ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, entregou, na comuna de Vila Branca, município de Caluquembe, província da Huíla, aos camponeses locais, sementes diversas e instrumentos de trabalho, no quadro da campanha agrícola 2012/2013 aberta oficialmente em todo país. Constam dos meios provenientes da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA), quantidades não especificadas de sementes de milho e feijão, assim como fertilizantes. Foram igualmente entregues meios de mecanização agrícola como tractores e alfaias, enxadas, catanas e outros materiais de trabalho para dinamizar a produção agrícola na região e garantir a segurança alimentar. Na cerimónia de entrega, o ministro Pedro Canga sublinhou que as sementes e instrumentos de trabalho entregues vão fomentar a capacidade de produção agrícola junto dos camponeses, bem como incrementar um importante rendimento na produção agrícola. Todo o esforço que o Executivo liderado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tem estado a levar a cabo, neste domínio, é para continuar a combater a fome e garantir a segurança alimentar, através da produção. Disse que em função dos meios colocados à disposição dos camponeses, nota‑se neles, por todo o país, uma grande vontade de produzir, reiterando a vontade do governo em continuar a apoiar este grupo, para que se reduzam as importações de alimentos. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 17 Economia Angol a Fa z Aconte c e r Governo projecta investimentos de mais de 12 bilhões de Kwanzas para 2013 Henrique André Júnior, Governador provincial. D oze bilhões, 829 milhões, novecentos e vinte e um mil, cento e setenta e um kwanzas constitui o valor de investimentos programados pelo governo da província do Kwanza Norte para o ano económico/2013, visando a execução de 50 projectos de impacto social e de desenvolvimento da província. Dos 50 projectos a serem executados na província, no quadro do Programa de Investimentos Públicos, serão priorizados os sectores da Educação, Saúde, Obras Públicas, Energia e Águas, Habitação, Agricultura e Ordenamento do Território. Segundo o plano de investimentos da província, apresentado durante uma reunião do Conselho de Concertação e Auscultação Social do Kwanza Norte, orientada pelo governador provincial, Henrique André Júnior, o programa foi elaborado de acordo com as prioridades de governação do Executivo para os próximos cinco anos e estruturado com base nas recomendações e propostas do órgão provincial em sessões anteriores. No final da reunião, o governador da província, Henrique André Júnior, sublinhou que o encontro destinou‑se a auxiliar o governo a desenvolver com êxito as suas actividades e a inteirar‑se sobre o grau de implementação dos programas executados em períodos precedentes. “O êxito ou sucesso da implementação do programa não depende exclusivamente do trabalho do Executivo, razão pela qual contamos com a força e a consciência patriótica da juventude, associações profissionais, igrejas, empresários, sindicatos e outros parceiros sociais, para que com a colaboração de todos e por via da promoção de um diálogo construtivo possam ser definidas as políticas e as estratégias para o contínuo desenvolvimento da província”, referiu o governante. O governador afirmou que o Executivo local continuará a informar a população sobre o andamento dos projectos sociais, económicos e culturais, visando a promoção de uma governação comparticipada onde os cidadãos tenham um espaço para a apresentar as suas idéias. O governante disse que no Programa de Investimentos Públicos da província do Kwanza Norte para 2013 estão configurados os projectos que serão implementados e que a sua apresentação ao Conselho de Auscultação e Concertação Social visa permitir que os membros acompanhem a implementação e actuem como verdadeiros fiscais e donos da obra. Considerou positiva a execução do programa de reconstrução e construção de infraestruturas sociais, sublinhando que o mesmo tem contribuído para o desenvolvimento da província e consequentemente para a melhoria das condições sociais da população beneficiada. v Temática sobre evolução da comunicação social marca comemorações do Dia Mundial da Ciência abertura das actividades da semana comemorativa alusiva ao Dia Mundial da Ciência para a Paz e Desenvolvimento, assinalado a 10 de Novembro de 2012. U ma exposição temática sobre a evolução dos meios técnicos e de suporte dos órgãos de comunicação social marcou em Ndalatando, capital do Kwanza Norte, a 18 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 A actividade promovida pela direcção provincial da Educação, Ciência e Tecnologia, em parceria com a congénere da Comunicação Social, versou na realização de uma exposição sobre os vários meios técnicos usados pelos órgãos da comunicação social, com realce para a rádio e televisão. A exposição, que aconteceu no pavilhão gimno‑desportivo de Ndalatando, encerrou a 17 de Setembro de 2012, Dia do Herói Nacional. Falando na abertura do certame, o director provincial da comunicação social, Miguel Gaspar, disse que o processo de construção e reconstrução nacional em curso no país inclui também as transformações e evoluções tecnológicas registadas a nível dos órgãos de informação. Em 2012, o Dia Mundial da Ciência para Paz e Desenvolvimento instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2001, com o objectivo de fortalecer as actividades científicas na construção de sociedades sustentáveis e pacíficas, foi comemorado sob o lema “Ciência, factor de desenvolvimento, de paz e inclusão social”. v Eleições EUA Angol a Fa z Aconte c e r 6 de Novembro de 2012 No país onde estamos acreditados, o dia foi de Eleição Barack Obama foi reeleito presidente dos Estados Unidos O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi reeleito no dia 6 de Novembro de 2012 para mais quatro anos de mandato à frente da maior nação do planeta, após uma renhida e histórica disputa com o republicano Mitt Romney. “I sto aconteceu graças a vocês, obrigado. Mais quatro anos”, disse Obama ‑ um pioneiro em utilizar politicamente as redes sociais ‑ no Twitter. “Estamos todos juntos nisto. Fizemos assim na campanha e é como somos. Muito obrigado”, escreveu Obama noutro tuite, ao lado de uma foto em que aparece abraçado à sua esposa Michelle. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, apenas um democrata havia conseguido a reeleição para a presidência dos Estados Unidos: Bill Clinton, com uma situação económica muito melhor do que a actual. Nenhum presidente americano havia sido capaz de chegar à reeleição com um índice de desemprego acima de 7,2%. Multidões por todo o país explodiram em alegria quando as principais redes de televisão divulgaram a vitória de Obama (a partir de projecções) com pelo menos 274 votos no Colégio Eleitoral, quatro além do necessário para derrotar o ex‑governador Romney. Obama, que fez história em 2008 ao ser o primeiro afro‑americano eleito presidente dos Estados Unidos, sob o lema de mudança e esperança, terá diversos desafios no seu segundo mandato, diante de uma economia que se recupera lentamente da sua pior crise em décadas. O presidente governará com os republicanos mantendo a maioria na Câmara dos Representantes, mas com um Senado sob o controle democrata, que antecipa a persistência do impasse político. Os republicanos, que obtiveram o controle da Câmara dos Representantes durante as eleições a meio do mandato em 2010, com uma vantagem de 25 assentos em relação aos democratas (sobre o total de 435), devem manter esta margem, segundo as redes de televisão americanas. No Senado, os democratas devem manter a sua apertada maioria de 53 cadeiras, sobre o total de 100. O voto hispânico, afro‑americano, das mulheres e dos jovens voltou a ser decisivo, como há quatro anos, mas desta vez numa eleição muito renhida contra Mitt Romney. O presidente dos Estados Unidos é eleito por um Colégio Eleitoral formado por delegados dos Estados, o que explica a vitória de Obama. O índice de participação foi recorde, segundo todas as estimativas. A eleição começou a ser definida após o encerramento dos centros de votação nos primeiros Estados da costa leste, quando as projecções das TVs apontaram vantagem de Obama em Estados‑chave como Pensilvânia e Ohio, e uma pequena vantagem na Flórida. Finalmente, Obama confirmou o seu favoritismo na Pensilvânia, com 20 delegados, em Ohio, com 18, e venceu na equilibrada Flórida, onde os 29 delegados foram decisivos para a reeleição. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 19 Destaque Angol a Fa z Aconte c e r 1975 • 2012 Aniversário da independência foi festejado sob o lema “Todos juntos promovamos o bem‑estar dos angolanos” 37º Aniversário da Independência Nacional As celebrações do 37º aniversário a 11 de Novembro, dia da proclamação da Independência Nacional, decorreram sob o lema “Todos juntos, promovamos o bem‑estar dos angolanos”. A jornada comemorativa da efeméride, cujo acto central teve lugar na província do Namibe, litoral sul de Angola, foi observada em todo o país e pelo mundo, onde a diáspora angolana realizou actividades políticas, recreativas, desportivas e culturais. De acordo com o Ministério da Administração do Território (MAT), a delegação do Executivo Central que participou no acto nacional foi integrada pelos ministros da Comunicação Social, José Luís de Matos, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento. Fizeram ainda parte da mesma, os titulares das pastas da Construção e Habitação, Fernando Alberto da Fonseca, da Saúde, José Van‑Dúnem, da Energia e Águas, João Baptista Borges, e o vice‑ministro para a Administração Local, Cremilde Paca, entre outras entidades. O governador do Namibe, Isaac dos Anjos, declarou que as autoridades locais aproveitaram a ocasião para solicitar apoios que a província necessita, a fim de contribuir para o crescimento do país. 11 de Novembro de 1975 Nasce uma nação livre, independente e soberana Momento histórico, António Agostinho Neto proclamou a Independência Nacional: “Em nome do Povo Angolano, do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) proclamo, solenemente, perante a África e o Mundo, a Independência de Angola (…) A bandeira que hoje flutua é o símbolo da liberdade, fruto do sangue, do ardor e das lágrimas, e do abnegado amor do povo angolano”. As comemorações do 37º aniversário da proclamação da Independência Nacional constituíram o momento de olhar o futuro de Angola com esperança e sentido de realização dos destinos do país. Esta foi também a ocasião para celebrar a Paz e a união efectiva entre todos os angolanos, após anos marcados pela angústia da guerra civil. 20 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 A paz alcançada permitiu a Angola construir e reforçar a democracia, estabilizar e desenvolver a economia nacional, assim como, atender com prioridade às preocupações das populações. A independência “trouxe consigo várias realizações do ponto de vista político e socio‑económico visíveis aos olhos de todos”. A efeméride veio concretizar o sonho de milhares de angolanos que viveram sob a colonização portuguesa, permitindo, assim, o nascimento da República Popular de Angola, uma nação livre, independente e soberana, capaz de assegurar o progresso e o bem‑estar de todos. Hoje, Angola regista indicadores de desenvolvimento positivos em todos os sectores da sua vida económica e social. O Executivo de José Eduardo dos Santos continua a desenvolver esforços com vista à reconstrução e à modernização do país, a nível das suas infraestruturas e dos sistemas de assistência às populações. v Angol a Fa Visita de Miss Universo z Aconte c e r Setembro de 2012 Leila Lopes, Miss Universo 2011 visitou as instalações da Embaixada de Angola nos EUA A angolana Leila Lopes, eleita Miss Universo 2011, que terminou o seu mandato no dia 19 de Dezembro de 2012, visitou a Embaixada de Angola nos Estados Unidos, onde estabeleceu contactos com diplomatas e o colectivo de funcionários da Embaixada e suas famílias. D urante a visita, Leila Lopes dialogou com membros da comunidade angolana residente na zona metropolitana de Washington, D.C. A angolana Miss Universo, fez na ocasião alusão aos seus projectos futuros e de forma sucinta prestou informações sobre o seu mandato durante um ano, nos EUA. Leila Lopes, Miss Angola 2011, natural de Benguela, foi eleita, no dia 12 de Setembro, Miss Universo 2011, em cerimónia realizada no Credicard Hall, em São Paulo, Brasil. Tem 1,79 m de altura, competiu como uma das 21 finalistas do concurso de beleza do nosso país, onde venceu o prémio de Miss Fotogenia e o título de Miss Angola 2011. v Ministro das Relações Exteriores rubrica ajuste a acordos com o Brasil Angola / Brasil Um ajuste complementar ao Acordo de Parceria Estratégica existente entre Angola e o Brasil foi assinado em Brasília, entre os ministros das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, e do Brasil, António Patriota. O entendimento foi firmado no início de consultas de alto nível estabelecidas pelos dois dignatários e visa implementar o programa de parceria estratégica de cooperação técnica nos domínios da agricultura, energia, transportes, comunicações, educação, saúde, cultura e justiça. Chikoti e o seu homólogo brasileiro tiveram um encontro, durante o qual as duas partes concordaram em dar passos decisivos no sentido da facilitação da circulação de pessoas entre Angola e o Brasil, nomeadamente, a questão da extensão do período de vistos para empresários, estudantes e assistência médica. O ajuste complementar para a implementação do programa de parceria estratégica entre Angola e o Brasil, estabelece assim as áreas para a concepção e desenvolvimento de projectos de cooperação técnica nas áreas já identificadas. Num contacto com os jornalistas, o ministro George Chikoti agradeceu na oportunidade, a decisão do Governo Brasileiro de conceder residência a mil e seiscentos cidadãos angolanos que se encontravam no Brasil na condição de refugiados. Depois da assinatura do documento, o ministro Georges Na ocasião o ministro António Patriota revelou que o seu país, vai empenhar‑se de forma a contribuir para o desenvolvimento da economia angolana, em sectores como a agricultura, pecuária, indústria, incluindo a indústria de defesa. Declarou que o seu país continuará a apoiar Angola na definição da sua plataforma continental. Durante o encontro as partes aprofundaram o diálogo sobre questões candentes da actualidade política mundial tendo abordado questões africanas, onde teve destaque a situação no Congo Democrático, Mali e Guiné‑Bissau. As partes abordaram ainda a cooperação no quadro da Zona de Paz e Segurança do Atlântico Sul, cuja próxima reunião ministerial terá lugar em Janeiro de 2013, no Uruguai. Na reunião de alto nível entre os ministros das relações exteriores de Angola e do Brasil participou pela parte angolana o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, para além de outros diplomatas da missão angolana e membros da delegação ministerial angolana. No Brasil Georges Chicoti proferiu uma palestra sobre o Desenvolvimento de Angola nos últimos dez anos para Estudantes do Instituto de Relações Internacionais Barão do Rio Branco, que dá formação de pós‑graduação a diplomatas brasileiros e de vários países, incluindo Angola. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 21 SADC Angol a Fa z Aconte c e r Angola acolheu a 32ª Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) A então presidente do Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Ana Dias Lourenço, informou em Luanda, no passado mês de Maio, os demais membros da organização, sobre o conteúdo da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo, que decorreu na capital angolana. No final do encontro, Ana Dias Lourenço disse, à imprensa, que a reunião não foi um Conselho de Ministros preparatório da Cimeira pelo facto dos estatutos da SADC não preverem este procedimento quando se trata de cimeiras extraordinárias. “Aproveitámos a presença de membros do Conselho de Ministros da organização, em Luanda, integrados nas delegações dos respectivos Chefes de Estado e de Governo, para trocar opiniões sobre as matérias a serem tratadas na Cimeira”, frisou. Quanto à agenda da reunião dos Chefes de Estado e de Governo, Ana Dias Lourenço afirmou que, entre outros assuntos, figuraram a situação política da região, o processo de integração económica regional, numa visão a longo prazo, bem como a posição a adoptar pela SADC na próxima Cimeira da União Africana. Ana Dias Lourenço, então, Ministra do Planeamento. Países que integram a SADC: Angola África do Sul Botswana Ilhas Maurícias 31 de Maio de 2012 ‑ Ministros da SADC receberam informação sobre Cimeira Extraordinária. A agenda incluiu também, a abordagem do plano director de desenvolvimento das infraestruturas na região da SADC e informação sobre a constituição do fundo de desenvolvimento da organização. Questões políticas como a crise do Madagáscar e o relatório da Troika sobre a campanha da SADC à presidência da Comissão da União Africana estiveram igualmente na mesa de discussões. Lesotho Madagáscar Malawi Moçambique Namíbia Rep. Democ. do Congo Seichelles Swazilândia Tanzânia Zâmbia Zimbabwe Angola assumiu a presidência da SADC em Agosto de 2011. v 15 de Agosto de 2012 Angola “entregou” a Moçambique presidência do Conselho de Ministros a SADC Angola “entregou” em Maputo, a Moçambique, a presidência do Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). O órgão que era presidido pela então ministra angolana do Planeamento, Ana Dias Lourenço, passou a ser dirigido pelo titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicano, Oldemiro Baloi. Ana Dias Lourenço disse na ocasião que terminou o mandato, de um ano, com o sentimento de dever cumprido, pelo reforço do processo de integração regional. A cerimónia de entrega de pastas decorreu no início da reunião do Conselho de Ministros, que preparou a agenda da 32ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governos da organização regional, que decorreu em 22 > Imbondeiro Luanda, sob o lema “Corredores de desenvolvimento: veículos para a integração regional”. Fontes ligadas à organização do evento em Maputo indicaram que os ministros abordaram temas como as contribuições financeiras dos Estados membros e a proposta de orçamento anual, avaliado em 35 milhões e 300 mil dólares. A estratégia de mobilização de recursos e o seu reforço, bem como a gestão parcimoniosa de modo a optimizar o uso dos fundos para os programas de desenvolvimento foram outras das questões da agenda. Discutiram igualmente para remeter à Cimeira de Chefes de > Outono 2012 - Inverno 2013 Estado e de Governo, a proposta de criação de um fundo para financiar os programas de desenvolvimento regionais, que contribua para o bem‑estar dos cidadãos da região. O dossier sobre a consolidação da União Aduaneira Regional como parte do processo de integração económica regional foi também analisado pelos ministros da organização e, devido ao consenso o mesmo foi endossado aos estadistas da SADC. O plano director de infraestruturas, com destaque para eléctricas, transportes, telecomunicações, de abastecimento de água, esteve na mesa. A auto‑suficiência alimentar, exploração agrícola e de recursos naturais, programas de “desenvolvimento humano e social”, VIH/SIDA, ciência, tecnologia e inovação”, “género e desenvolvimento” foram igualmente debatidos. O projecto de programa sobre “Desafios estratégicos, ameaças e oportunidades para a SADC a longo prazo: Visão SADC 2050”, proposta dos presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, de Moçambique, Armando Guebuza e da África do Sul, Jacob Zuma, na cimeira de Luanda, fez parte do dossier apresentado na reunião de ministros. v SADC Angol a Fa z Aconte c e r 32 ª Cimeira Extraordinária da Organização Regional DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, NA ABERTURA DA CIMEIRA EXTRAORDINÁRIA DA SADC Luanda, 01 de Junho de 2012 SUA MAJESTADE REI MSWATI TERCEIRO DA SWAZILÂNDIA, EXCELÊNCIAS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DOS PAÍSES DA SADC, ILUSTRES CONVIDADOS, MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES, Agradeço por terem aceite o convite para participar nesta sessão extraordinária da nossa organização regional, apesar dos muitos compromissos que decorrem das altas funções que desempenham à frente dos vossos respectivos países. Dou‑vos as boas‑vindas a Angola e espero que se sintam como se estivessem em casa própria, pois é com esse espírito que os recebemos entre nós, numa confirmação da amizade e solidariedade que une os nossos povos. Gostaria nesta ocasião de prestar uma sentida homenagem e de reiterar as nossas condolências ao governo e povo do Malawi pelo desaparecimento físico do seu anterior Presidente, o nosso irmão Bingu wa Mutharika. Em sua memória peço que façamos um minuto de silêncio. (…) Muito obrigado! SUA MAJESTADE, EXCELÊNCIAS, Como estarão recordados, na abertura da Cimeira Ordinária realizada em Luanda em Agosto de 2011 manifestei uma certa inquietação em relação à implementação da nossa agenda de integração regional. Apesar de reconhecer nessa mesma altura que a nossa organização tem vindo a registar Presidente José Eduardo dos Santos líder em exercício da organização regional destacou as iniciativas ligadas às infraestruturas. progressos notáveis nesse processo, considerei importante que nos concentrássemos nos programas de maior impacto para o desenvolvimento económico e social e para a redução da pobreza. Referi‑me, em particular, ao Programa Regional de Desenvolvimento de Infraestruturas da SADC como um dos mais importantes nesse contexto. Assim, apraz‑me registar que essa nossa vontade de ver a SADC dar passos mais concretos nesse sentido é partilhada por alguns dos Chefes de Estado aqui presentes, se não mesmo por todos. Num encontro realizado recentemente entre mim e os Presidentes Jacob Zuma, da África do Sul, e Armando Guebuza, de Moçambique, à margem de um outro evento, iniciámos uma reflexão e troca de idéias sobre este mesmo assunto. A nossa principal conclusão foi a de que é importante e urgente imprimirmos maior dinamismo à nossa organização, por forma a atingir os nossos objectivos em tempo útil. Assim, começámos por envolver os nossos ministros dos Negócios Estrangeiros e mais recentemente o Secretário Executivo da SADC para nos assistir na estruturação das nossas ideias, com o propósito de as compartilhar com Sua Majestade e Vossas Excelências nesta Cimeira Extraordinária. Desse processo resultou a elaboração da Nota Conceptual que vos foi recentemente enviada, na qual, como terão podido constatar, propomos que a nossa organização proceda, ao mais alto nível, a uma reflexão alargada sobre a nossa visão e os nossos objectivos estratégicos num horizonte de longo prazo. A intenção é equacionar a dinâmica e os desenvolvimentos em curso não só na nossa região e no nosso continente, mas também a nível global, de modo a mitigar as potenciais ameaças que deles derivam e a garantir que os objectivos estratégicos da SADC não sejam postos em perigo. A necessidade de uma Cimeira Extraordinária é justificada pelo facto de que sem uma profunda compreensão dos processos que ocorrem em todo o mundo, e sem a urgente definição de uma posição comum a esse respeito, corremos o risco de vir a sofrer os seus efeitos indesejáveis tanto nos nossos países como na região no seu todo. Deste modo, esperamos que esta Cimeira aprove o conceito sobre a elaboração da Visão 2050 da SADC e o roteiro e o calendário para a elaboração dessa Visão de Longo Prazo. Esta Cimeira também deverá servir como uma oportunidade para passarmos em revista a situação política e de segurança na região que, como é natural, merece a nossa atenção e acompanhamento permanente. Apelo, pois, para que continuemos a apoiar os esforços do Governo da República Democrática do Congo na busca de uma solução política duradoura; a enaltecer o governo e o povo do Lesotho pela realização pacífica das recentes eleições legislativas; a saudar os esforços feitos com vista a restabelecer a normalidade constitucional em Madagáscar; a exortar as partes envolvidas na Swazilândia a encontrar uma solução pacífica para os problemas que o país enfrenta; a saudar Sua Excelência Joyce Banda por ter assumido as funções de Presidente da República do Malawi e Sua Excelência Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, pelo seu trabalho de facilitação do diálogo político no Zimbabwe; a enaltecer os actores políticos no Zimbabwe pela sua cooperação e pelos seus esforços com vista à implementação de um acordo político global, e, finalmente, a saudar as Seychelles, a Zâmbia, a RDC e o Reino do Lesotho por terem realizado eleições democráticas em conformidade com os princípios e directrizes da SADC. SUA MAJESTADE, EXCELÊNCIAS, Há apenas alguns dias convoquei as próximas Eleições Gerais em Angola para o dia 31 de Agosto do corrente ano. Essa convocatória foi mais uma importante etapa num processo de vários meses, durante os quais foi cumprido com êxito o registo eleitoral, actualizada pelo Parlamento toda a legislação eleitoral e definido o calendário de acções até ao dia da ida às urnas. >>> Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 23 Actividade Diplomática Angol a Fa z Aconte c e r 32 ª Cimeira Extraordinária da Organização Regional >>> Como nas vezes passadas, desejamos que no acto eleitoral estejam presentes observadores nacionais e estrangeiros, para que possam constatar a lisura e a transparência com que ele vai decorrer. Queremos que as próximas eleições em Angola sirvam para demonstrar à África e ao mundo a solidez e a maturidade das nossas instituições e o nosso empenho na construção de um verdadeiro Estado Democrático de Direito. O nosso continente, em particular, necessita desses exemplos concretos, que aliás a nossa região tem dado, que confirmam que os nossos países pretendem virar firmemente uma página do passado da nossa história comum, marcado pela existência de governos autoritários ou autocráticos, para dar lugar ao nascimento de sociedades e instituições democráticas. Por essa razão não pode ser tolerado o ressurgimento dos golpes de Estado em África, pois eles constituem vias ilegais para a conquista do poder político que contrariam os princípios fundamentais e valores defendidos pela União Africana. Nós juntamos a nossa voz à de todos aqueles que já condenaram os golpes de Estado ocorridos no Mali e na Guiné‑Bissau e saudamos os esforços sub‑regionais em curso com vista à manutenção da paz, da estabilidade e do restabelecimento da ordem constitucional. A via do diálogo paciente e inclusivo e da negociação parecem‑nos ser o caminho mais certo para a busca de uma solução equilibrada, consensual e justa, com o apoio e a participação da União Africana e da Organização das Nações Unidas. É precisamente com o desejo de ver reforçada a nossa capacidade de intervir na discussão e resolução dos grandes problemas do nosso Continente que temos estado a apoiar, ao lado da África do Sul, a campanha da candidata da SADC para a presidência da Comissão da União Africana. Antes de concluir, quero expressar uma palavra de reconhecimento e encorajamento a todos os nossos parceiros da cooperação internacional, aos empresários da nossa região e às organizações da Sociedade Civil, que connosco empreendem essa caminhada para a integração económica, social e futuramente política dos nossos países. Termino, reiterando os nossos votos de boas‑vindas e de boa estadia, e espero que esta reunião decorra num clima fraterno de diálogo, de compreensão e de respeito mútuo. Agradeço a todos aqueles que se empenharam na criação das condições para que esta Cimeira pudesse ter lugar. Declaro assim aberta a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da SADC. Muito Obrigado! v Embaixada de Angola nos EUA consternada pelo falecimento de seu diplomata A Embaixada de Angola nos Estados Unidos da América manifestou através desta nota, a sua conternação pelo falecimento repentino do diplomata ao serviço da missão diplomática, primeiro secretário Celestino Novais Magalhães Gomes, ocorrido no passado dia 22 de Novembro de 2012. F oi com profunda dôr e pesar que o colectivo de funcionários da Missão Diplomática da República de Angola nos Estados Unidos da América tomou conhecimento do inesperado acontecimento. A Embaixada de Angola nos Estados Unidos da América, na pessoa do seu Embaixador, Alberto Ribeiro e do colectivo de funcionários desta Missão Diplomática, lamenta a ocorrência do inesperado acontecimento, e consternada neste momento de pesar, 24 > Imbondeiro associa‑se à dôr da família enlutada, apresentando as suas mais sentidas condolências. v Embaixatriz, Maria Odete Ribeiro. > Outono 2012 - Inverno 2013 Angol a Fa Actividade Diplomática z Aconte c e r Angola participou em Washington na reunião sobre o Processo de Kimberly para preparação do encontro anual que se realizou no final do mês de Novembro A ngola participou, de 4 a 7 de Junho, numa reunião sobre o Processo de Kimberly no Departamento de Estado dos EUA, para preparação de documentos a ser submetidos à reunião anual que teve lugar em Novembro em Washington. D.C. Lourenço Mahamba Baptista, do Ministério da Geologia, Minas e Indústria chefiou a delegação que integrou os PCA da ENDIAMA E.P, da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola, SODIAM, da ASCORP e representantes dos ministérios das Finanças e do Interior, e da Associação dos países africanos produtores de diamantes. À margem da reunião, a delegação angolana participou num seminário sob o tema “Diamantes e desenvolvimento”, cuja organização conjunta cabe à presidência actual do Processo de Kimberly e ao Banco Mundial. A organização, criada a 11 de Maio do ano de 2000, tem como desafios o processo de reforma do sistema de certificação, na redefinição do conceito diamantes de Conflito que ainda diverge entre o grupo da coligação da sociedade civil, o conselho mundial de diamantes, e o grupo dos países Africanos produtores de diamantes. O Processo de Kimberley teve início quando os Estados da África Austral produtores de diamantes se reuniram em Kimberley, África do Sul, em Maio de 2000, para discutir formas de impedir o comércio de diamantes de sangue e assegurar que os mesmos não financiassem a violência através de movimentos rebeldes e seus aliados a fim de prejudicar os governos legítimos. Em Dezembro de 2000, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução histórica para apoiar a criação de um sistema de certificação internacional dos diamantes brutos. Em Novembro de 2002, as negociações entre os governos, a indústria internacional de diamantes e organizações da sociedade civil resultaram na criação do Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (SCPK). O documento KPCS (na sigla em inglês), estabelece os requisitos de controlo da produção de diamantes em bruto e comércio, e entrou em vigor em 2003, quando os países participantes começaram a aplicar as suas regras. Prestes a comemorar o décimo aniversário da sua história, o Processo de Kimberly, procura ajustar‑se ao actual contexto mundial, de forma a prevenir o Carlos Sumbula, PCA da Endiama EP e Gillian Milovanovic, presidente do Processo de Kimberly. surgimento de futuras guerras alimentadas por diamantes. A presidente do Processo de Kimberley, a embaixadora norte‑americana, Gillian Milovanovic, efectuou de 23 a 25 de Maio uma visita a Angola para manter encontros com os seus homólogos angolanos envolvidos no Processo de Kimberley. Esta foi a primeira visita a Angola da diplomata Milovanovic, que foi nomeada presidente do Processo de Kimberley em 2012. Ela foi a primeira mulher a liderar o processo, bem como foi também a primeira vez que os EUA assumiram a presidência. v Terminou nos EUA reunião anual sobre o processo de Kimberly Uma delegação angolana, chefiada pelo ministro da Geologia e Minas, Manuel Francisco de Queirós, participou em Washington, de 27 a 30 deste mês na reunião plenária anual sobre o Processo Kimberly. Manuel Francisco de Queirós, Ministro da Geologia e Minas. I ntegraram a delegação, o coordenador nacional do Processo de Kimberly, Lourenço Mahamba Baptista, o PCA da Sodiama, Santo António da Silva, o administrador da Endiama e presidente do Grupo de Trabalho de Exploração Artesanal e Aluvional, Paulo Mvika, o secretário executivo do Processo Kimberly, Estanislau Buio, bem como técnicos superiors da Direcção das Alfândegas, da Polícia Fiscal e outros. Participaram igualmente representantes da Associação dos Países Africanos Produtores de Diamantes. Do programa da reunião anual sobre o Processo Kimberly constaram sessões de trabalho em grupo para discussão de mecanismos administrativos, revisão do processo, leis e procedimentos, produção artesanal e aluvional, estatística, entre outros. A presidente do Processo Kimberley, a embaixadora norte‑americana Gillian Milovanovic, participou no evento. O Processo Kimberly comemorou o X aniversário da sua história este ano. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 25 Actividade Diplomática Angol a Fa z Aconte c e r Junho 2012 AGOA FÓRUM Idalina Valente, então Ministra do Comércio chefiou delegação Angolana ao Fórum 2012 do AGOA. A então ministra Angolana do Comércio, Maria Idalina Valente, esteve nos EUA, onde participou na reunião do Grupo Consultativo dos Ministros Africanos do Comércio, no âmbito do 11º Fórum anual sobre Comércio e Cooperação Económica EUA‑África Subsariana, no âmbito da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA). O Fórum do AGOA, que tem periodicidade anual, realizou‑se aos 22 de Junho, em duas cidades norte‑americanas, nomeadamente Washington, D.C. e Cincinatti, Estado de Ohio, foi precedido pela reunião de peritos dos países membros, que decorreu nos dias 11 e 12 do mesmo mês. A agenda da reunião do Grupo Ministerial Africano do AGOA, incluiu para além da passagem da presidência da Zâmbia para a Etiópia, sessões plenárias em que as delegações ministeriais dos países africanos representados se debruçaram sobre vários temas de suma importância para o continente, dos quais destacámos o impacto das infraestruturas Africanas na capacitação do comércio, o seu aperfeiçoamento para a promoção e aumento do comércio internacional, saúde, energia renovável, transportes, bem como o seu impacto no sucesso económico da mulher. Decorreu igualmente de 11 e até 15 de Junho, como já é hábito, e durante o Fórum do AGOA, a conferência da sociedade civil. Este ano, a mesma foi organizada pela organização norte‑americana “Civil Society Network” (Rede da Sociedade Civil). 26 > Imbondeiro Em Cincinatti, decorreu de 21 a 22 de Junho de 2012, a reunião de negócios do sector público e privado que se centrou no desenvolvimento de infraestruturas relacionadas com os sectores da energia, transportes e saneamento básico. Durante a missão empresarial, os participantes receberam informações sobre os programas governamentais e serviços dos EUA, para facilitar o investimento. A troca de experiências e o estabelecimento de novas parcerias, marcaram o certame, onde participaram membros da Câmara de Comércio Angola/EUA. À margem da reunião do Grupo Consultativo dos Ministros Africanos do Comércio, Idalina Valente, manteve encontros bilaterais, nomeadamente com Ron Kirk, Representante dos EUA para o Comércio (USTR) e com o seu homólogo da África do Sul. Com a inclusão recentemente do Sudão do Sul, os países elegíveis do AGOA perfazem um total de 41 membros. A República de Angola tornou‑se membro elegível do AGOA em Janeiro de 2004. É o segundo país da África Subsariana beneficiário do AGOA que mais exporta para os EUA. Em 2011, as exportações angolanas para os EUA totalizaram $13.8 bilhões de dólares. 98.7 porcento equivalem a petróleo e seus derivados. A delegação Angolana que integrou Domingas Martins, Directora das Relações Bilaterais do Ministério do Comércio, Kiala Pierre, Director da Cooperação Internacional do Maria Idalina Valente, ex‑ministra de Comércio de Angola. Embaixador Angolano nos EUA, Alberto Ribeiro e Idalina Valente durante o evento. Jantar oferecido pela Câmara do Comércio EUA/Angola á delegação Angolana ao Fórum do AGOA. > Outono 2012 - Inverno 2013 Ana Beatriz Costa, Representante Comercial de Angola nos EUA. Ministério de Energia e Águas, Agostinho Duarte do Ministério da Agricultura, Teófilo Nicolau do Ministério do Planeamento, Desiré Zinga do Desk/EUA do Mirex e um alto funcionário do Ministério dos Petróleos, foi agraciada dia 14 de Junho, com um jantar de boas‑vindas oferecido pela Câmara de Comércio EUA/Angola. Integraram igualmente a delegação Angolana ao 11º fórum do AGOA os representantes Comercial e da ANIP nos EUA, para além de diplomatas da embaixada de Angola nos Estados Unidos da América. v Actividade Diplomática Angol a Fa z Aconte c e r Promovendo uma Imagem Positiva do País Embaixador de Angola nos EUA, participou na George Washington University em evento para celebrar a língua Portuguesa e o Mundo Lusófone: poesia e prosa do mundo Lusófone. Fotos de Roberto da Costa Alberto Ribeiro, Embaixador de Angola nos EUA. O embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola nos EUA, Alberto Ribeiro, participou no dia 2 de Novembro de 2012, num evento de celebração da língua portuguesa e o mundo lusófone, em Washington, D.C. Organizado pelo Departamento de língua portuguesa e culturas lusófones da Universidade norte‑americana George Washington, o evento que teve como convidado de honra o diplomata Angolano, enalteceu a poesia e prosa dos países que têm o português como sua língua oficial, nos continentes Áfricano, Americano e Asiático. Como principal orador do evento, o embaixador Alberto Ribeiro, congratulou a iniciativa e na sua intervenção enfatizou a importância de programas do género não apenas porque incentivam a aprendizagem da língua portuguesa, mas igualmente pela promoção da cultura dos países de expressão portuguesa na sociedade dos EUA. “Estou certo de que os estudantes que fizeram a opção de participar neste programa, beneficirão em larga medida da aprendizagem de mais uma língua, que vai obviamente aumentar os seus conhecimentos e sobretudo facilitar o contacto com o mundo lusófone, que tem uma Representante da Embaixada de Cabo‑Verde em Washington, D.C. cultura muito rica”, disse o diplomata angolano. No que diz respeito ao tema do evento, o embaixador Angolano nos EUA, realçou a contribuição de vários homens, mulheres e jóvens, dando particular realce ao Poeta Maior da Nação, António Agostinho Neto, primeiro presidente da República de Angola. “Podemos encontrar na sua poesia, a sua profunda inspiração para a liberdade do povo Angolano em particular e Africano em geral.”, enfatizou o embaixador Angolano, mencionando a possibilidade da importância de futuras parcerias entre as instituições do ensino superior de Angola e dos Estados Unidos da América. Dr. Joseph Abraham Levi. Representante da Embaixada de Moçambique em Washington, D.C. Embaixador Alberto Ribeiro e diplomatas da Missão Diplomática. O referido programa da Universidade norte‑americana George Washington, foi reactivado em Novembro de 2011 e conta com mais de uma centena de estudantes. Durante a cerimónia, os estudantes, expressando‑se em língua portuguesa, tiveram a oportunidade de apresentar os trabalhos por si feitos, declamando obras poéticas de conceituados homens de cultura de vários países, destacando‑se Angola (António Agostinho Neto e António Jacinto), S. Tomé e Príncipe, Cabo‑Verde, Guiné‑Bissau, Brasil, Portugal, Timor‑Leste, Macau e Goa. Participaram no evento, diplomatas Angolanos, e dos países de expressão portuguesa em Washington, D.C., estudantes, professores e convidados. v REPÚBLICA DE ANGOLA PERFIL DO PAÍS Ivette Galianao, membro da comunidade Angolana residente nos EUA, declama poema musicado de António Agostinho Neto em saudação ao Dia do Herói Nacional, 17 de Setembro de 2012. Nome completo: República de Angola População: 18,5 milhões (fonte: ONU, 2009) Capital: Luanda Área: 1,25 m km2 (481,354 sq miles) Principais línguas: Português (oficial), Kimbundu, Umbundu, Kikongo, Cokwé, Fiote, NGanguela Religião: Cristã Esperança de vida: 47 anos de idade (homens), 49 anos de idade (mulheres) (fonte: ONU) Unidade monetária: 1 kwanza = 100 lwei Principais exportações: Petróleo, diamantes, minerais, pescado e madeira Produto Interno Bruto (PIB) per capita: $8,200 (2010 est.) Domínio da Internet: ao Código Internacional: +244 Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 27 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Eleições Gerais 2012 - 31 de Agosto! Angolanos foram às urnas com civismo e disciplina E ra enorme a expectativa que rodeiava as eleições gerais em Angola que se realizaram no dia 31 de Agosto de 2012. Cerca de 9 milhões de eleitores – de acordo com números da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), votaram nas várias opções políticas que constavam nos boletins de voto. Os eleitores angolanos, que regressaram às urnas depois de terem votado em 1992 e 2008, tiveram a possibilidade de escolher entre as nove opções políticas cujos conteúdos foram explicados, com maior ou menor eficácia, ao longo da campanha eleitoral que decorreu durante quatro semanas. Em causa estavam os principais órgãos de Estado angolanos. De acordo com a Constituição aprovada no início de 2010, o cabeça‑de‑lista do partido mais votado seria o próximo Presidente da República e o cargo de vice‑Presidente ocupado pelo número dois dessa mesma lista. Além disso, destas eleições saiu igualmente um novo desenho parlamentar com a distribuição dos 220 lugares da Assembleia Nacional (AN). A campanha Foram quatro semanas de intensa actividade partidária que ocorreu em toda a extensão territorial do país. Nem todos os partidos conseguiram, realizar acções de campanha com o mesmo impacto e o MPLA foi a força política que conseguiu mobilizar mais pessoas, não só em Luanda, mas também noutras províncias do país. Inclusivamente, em zonas consideradas como bastiões de outros partidos, por exemplo o Huambo para a UNITA. Da parte do partido no poder, várias obras foram inauguradas nas últimas semanas, sendo a mais emblemática inaugurada na capital angolana. A Nova Marginal que circunda a baía de Luanda foi entregue ao Executivo pela sociedade que geriu a sua requalificação realizada pelo consórcio português Mota‑Engil/Soares da Costa. Além desta obra, várias unidades de saúde, de ensino e outras infraestruturas (barragens, aeroportos, ligações ferroviárias e portuárias) foram inauguradas por José Eduardo dos Santos, e por outros membros do Governo. O cabeça‑de‑lista do MPLA apelou, no último comício realizado em Luanda no estádio 11 de Novembro, ao voto e afirmou que continuará a promover o emprego para a juventude e a trabalhar “na promoção da mulher, na protecção da família. O combate à fome, à pobreza e ao analfabetismo será rigoroso, disse”. José Eduardo dos Santos pediu ainda aos eleitores respeito pelas diferenças, tolerância e civismo e que a agitação e os excessos registados durante a campanha eleitoral se traduzissem em serenidade. As eleições de 2012 foram as terceiras na história de Angola. v Quem disputou as eleições de 2012 em Angola? Partido / coligação MPLA MPLA UNITA UNITA Ampla de Salvação CASA‑CE Convergência de Angola ‑ Coligação Eleitoral 28 > Nove partidos e coligações de partidos, constavam nos boletins de voto e disputaram os votos dos nove milhões de eleitores registados: 1. União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) 2. Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) PRS Partido de Renovação Social 3. Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) FNLA Frente Nacional de Libertação de Angola 4. Partido de Renovação Social (PRS) ND Nova Democracia União Eleitoral 5. Nova Democracia ‑ União Eleitoral (ND) PAPOD Partido Popular para o Desenvolvimento 6. Frente Unida para a Mudança de Angola (FUMA) FUMA Frente Unida para a Mudança de Angola CPO Conselho Político da Oposição Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 7. Conselho Consultivo Político da Oposição (CPO) 8. Partido Popular para o Desenvolvimento (PAPOD) 9. Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA‑CE) Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r 2012: MPLA e José Eduardo dos Santos venceram as eleições MPLA, UNITA, CASA‑CE, PRS e FNLA são, portanto, as cinco formações políticas que compõem a Assembleia Nacional angolana para a legislatura 2012‑2017. O MPLA, Movimento Popular de Libertação de Angola foi a formação política mais votada com 71,84% dos votos, nas eleições gerais de 31 de Agosto de 2012. Com uma maioria qualificada, o MPLA conseguiu, assim, eleger 175 dos 220 deputados da Assembleia Nacional angolana, o que representou uma perda de 16 parlamentares, em relação à anterior legislatura. Nas eleições de 2008 o MPLA tinha conseguido 82%. O povo Angolano foi ás urnas no dia 31 de Agosto de 2012, e com civismo e disciplina, escolheu os dirigentes que vão dirigir os destinos da nação nos próximos cinco (5) anos. Pela primeira vez na história do país, o Presidente da República, Eduardo dos Santos, e o vice‑Presidente da República, Manuel Domingos Vicente (ex‑director executivo da petrolífera estatal Sonangol) foram eleitos indirectamente, a partir do número um e número dois da lista mais votada. A Nova Democracia, que tinha dois deputados perdeu assento parlamentar. Em 2012 ficou com apenas 0,23% dos votos. A Convergência Ampla de Salvação de Angola‑Coligação Eleitoral (CASA‑CE) foi a terceira força política mais votada, com 6%. A nova formação política da oposição entrou para a Assembleia Nacional com oito deputados. O PRS, Partido da Renovação Social, perdeu eleitorado, tendo obtido 1,70% dos votos, o que corresponde à eleição de três deputados, uma diferença significativa em relação aos oito parlamentares que detinha na anterior legislatura (2008: 3%). A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA, ficou com menos um Os resultados oficiais da CNE das eleições gerais de Angola 2012 1. M ovimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): 71,84% ‑ 175 deputados Júlia Ferreira, porta‑voz da CNE. deputado em relação às eleições de 2008. Tem a partir de agora dois parlamentares, ao reunir 1,13% dos votos do eleitorado (2008: 1%). 2. U nião Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA): 18,66% ‑ 32 deputados 3. C onvergência Ampla de Salvação Nacional ‑ Coligação Eleitoral (CASA‑CE): 6,00% ‑ 8 deputados 4. P artido de Renovação Social (PRS): 1,70% ‑ 3 deputados Oposição ganha assentos na Assembleia Nacional O segundo partido mais votado foi a UNITA, União Nacional para a Independência Total de Angola, com 18,66% (2008: 10%). O principal partido da oposição conseguiu arrecadar 16 assentos parlamentares, tendo eleito 32 deputados, o que duplicou a sua representação parlamentar. As eleições gerais em Angola elegeram 220 deputados, 130 pelo círculo nacional e os restantes 90 distribuídos pelos 18 círculos provinciais (cinco cada). 5. F rente Nacional de Libertação de Angola (FNLA): 1,13% ‑ 2 deputados 6. N ova Democracia (ND): 0,23% ‑ 0 deputados 7. P artido Popular para o Desenvolvimento (PAPOD): 0,15% 8. F rente Unida para a Mudança de Angola (FUMA): 0,14% 9. C onselho Político da Oposição (CPO): 0,11% Presidente José Eduardo dos Santos >>> Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 29 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r >>> A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) , anunciou uma semana depois das eleições gerais de 2012, os resultados definitivos, que confirmavam a vitória do MPLA e do Presidente José Eduardo dos Santos por 71,84% dos votos. De Cabinda ao Cunene – resultados a nível provincial O MPLA liderou a preferência do eleitorado em todas as 18 províncias de Angola. De acordo com dados da CNE, obteve a maior votação na província de Cunene, no sul do país, com 92,43%. Por oposição, foi na Lunda Sul, no interior leste, onde obteve menos votos, 58,52%. Esta província é o tradicional bastião do partido PRS. Isaías Samakuva, UNITA. André da Silva Neto, Presidente da CNE. José Eduardo dos Santos foi proclamado, em Luanda, como Presidente eleito de Angola, numa declaração do presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto. André da Silva Neto anunciou que o MPLA, Movimento Popular de Libertação de Angola, foi a formação política mais votada com 71,84% dos votos, nas eleições gerais de 31 de Agosto. Com uma maioria qualificada, o MPLA conseguiu, assim, eleger 175 dos 220 deputados à Assembleia Nacional angolana. Pela primeira vez na história de Angola, o Presidente da República, Eduardo dos Santos, e o vice‑Presidente da República, Manuel Vicente (ex‑diretor executivo da petrolífera estatal Sonangol) foram eleitos indiretamente, a partir do número um e número dois da lista mais votada. 30 > Imbondeiro A principal força opositora, a UNITA, foi a segunda força política em quase todo o país, à excepção de três províncias, onde desceu para a terceira posição, nomeadamente, na Lunda Sul, Namibe (sudoeste) e Kwanza Norte (no norte do país), sendo esta última aquela onde obteve a votação mais fraca, 3,65%. O partido liderado por Isaías Samakuva teve o seu melhor resultado na província central do Bié, com 36,21% dos votos. A estreia da CASA‑CE Abel Chivukuvuku, CASA‑CE A CASA‑CE, a mais recente formação partidária angolana, entrou no mapa político do país. No primeiro pleito a que concorre, a coligação liderada por Abel Chivukuvuku, > Outono 2012 - Inverno 2013 ex‑dissidente da UNITA, tornou‑se na terceira força política mais votada em quase todas as regiões de Angola. No Kwanza Norte ascendeu, aliás, à segunda posição (com 4,93% dos votos), ultrapassando a UNITA. Mas foi em Cabinda onde ampliou a conquista do eleitorado, com 13,92% dos votos. Por oposição, teve no Bié o seu pior resultado, 0,97%. A FNLA conseguiu eleger um deputado, perdendo um em relação à anterior legislatura. O PRS, de uma maneira geral, saiu derrotado nas eleições de 2012, ao perder cinco assentos parlamentares em relação ao anterior pleito. Encabeçado por Eduardo Kuangana, o PRS obteve a sua melhor votação na Lunda Sul, 24,46%, onde foi a segunda força política mais votada (a mesma onde o MPLA teve o pior resultado). A votação mais baixa do PRS foi na província do Cunene, 0,39% (onde, pelo contrário, o partido de José Eduardo dos Santos teve o melhor resultado). Lucas Ngonda é o único deputado a representar a FNLA, partido ao qual preside, na Assembleia Nacional. Em termos provinciais, a FNLA obteve a sua votação mais elevada no Zaire (noroeste), com 2,94%; a mais baixa foi registada no Cunene, 0,50%. v Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Manchetes de Imprensa Participação da sociedade civil constitui garante da democracia A participação da sociedade civil no processo eleitoral, que decorreu no país, constituiu a essência para garantir a democracia, paz, segurança e desenvolvimento da nação angolana, afirmou em Luanda, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André Silva Neto. Ao intervir na abertura do encontro informativo, alertou à sociedade civil para a missão de levar ao conhecimento dos cidadãos eleitores, e não só, os procedimentos a serem seguidos para que pudessem votar em consciência, num ambiente de paz, fraternidade e serenidade. Aconselhou os representantes de organizações da sociedade civil, a participarem na campanha de educação cívica eleitoral, a desempenharem esta tarefa com isenção, imparcialidade e transparência, bem como no estrito respeito pelos conteúdos temáticos traçados pela CNE. Realçou, neste contexto, que o objectivo das organizações da sociedade civil é concorrer para uma cidadania mais consciente e melhor informada, participativa da vida política, que faça as melhores escolhas eleitorais, assegurando, como resultado, que o governo seja cada vez mais responsável. “Nos dias de hoje, o termo sociedade civil é frequentemente utilizado, por críticos e activistas, como uma referência às fontes de resistência no domínio da vida social, que devem ser protegidas da globalização”, disse. Salientou que a forma de organização de cidadãos, unidos pela consciência dos seus direitos e deveres cívicos, com foco no bem‑estar comum, de interesse colectivo, virado ao desenvolvimento comunitário, direitos civis, entre outros, deveriam ser as premissas para o sucesso do pleito eleitoral de 31 de Agosto. “As organizações da sociedade civil não podem visar o poder político, mas sim influenciar para que os gestores públicos sejam coerentes, usem todos os instrumentos de poder, de que dispõem, no interesse da sociedade”, acrescentou na altura. Este encontro informativo com a sociedade civil visou estimular o espírito de diálogo e intercâmbio sobre o papel da CNE e os demais agentes eleitorais, com base na legislação eleitoral em vigor. Pretendeu‑se interagir para percepção mais profunda e clara das tarefas a realizar antes, durante e depois do acto eleitoral, bem assim como estabelecer, com precisão, o espaço de intervenção dos agentes eleitorais, dentro dos princípios legalmente estabelecidos para as eleições gerais de 31 de Agosto de 2012. Em abordagem estiveram temas versados à CNE e seus órgãos, Lei de Observação Eleitoral, o Código de Conduta Eleitoral e a Campanha de Educação Cívica Eleitoral. Participaram representantes de organizações não‑governamentais, nacionais e estrangeiras, de autoridades tradicionais e entidades religiosas, entre outros. v ONU manifestou‑se pronta a ajudar no processo eleitoral angolano A Ban Ki‑moon, Secretário Geral da ONU. Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou‑se, pronta a providenciar o seu apoio a Angola no que tocava à preparação do processo eleitoral que se avizinhava. Este facto foi manifestado pelo Secretário‑Geral das Nações Unidas, Ban Ki‑moon, quando falava à imprensa momentos antes da sua partida de Luanda, após uma visita de trabalho de cerca de 48 horas. O líder da ONU referiu que a organização possui peritos nesta matéria e tem já colaborado com vários países, daí o facto de estarem abertos a fornecê‑los e iniciar qualquer tipo de assistência técnica, caso fosse necessário para Angola, apesar de, Ban Ki‑moon ter considerado que o país estava em condições de realizar eleições em 2012. Em relação aos partidos políticos da oposição, disse que estes jogam um papel importante para o fortalecimento da democracia, o que constitui uma questão crucial quando se fala de processos eleitorais. De igual modo, enalteceu ainda o papel da sociedade civil e a sua importância sobretudo neste momento em que o país está a preparar sobretudo no momento de preparação das eleições. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 31 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Manchetes de Imprensa CNE e empresa Indra rubricaram acordo de prestação de serviço eleitoral A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e a empresa Indra, de direito espanhol, celebraram em Luanda, um contrato de prestação de serviço no campo de fornecimento do material de votação e da solução tecnológica. Os cadernos de encargo foram rubricados pelos presidentes da CNE, André Silva Neto, e da Indra, Jesus Ortega, em cerimónia assistida por membros das duas instituições. No termo da cerimónia, a porta‑voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que a Indra foi a vencedora do concurso promovido pela CNE, das nove candidatas inscritas, por ter apresentado uma proposta técnica e financeira que se coadunava com os requisitos consignados na lei. Adiantou que a referida empresa iria desenvolver dois serviços considerados primordiais para as eleições: fornecimento da logística essencial das eleições e a solução tecnológica referente aos equipamentos que serão utilizados no escrutínio eleitoral. Segundo Júlia Ferreira, os quites foram definidos em boletins de voto, urnas e a indumentária que foi utilizada pelos membros das assembleias de voto e pelos supervisores logísticos (uma figura que foi criada pela CNE para fazer o acompanhamento do processo eleitoral). A par disso, a porta‑voz avançou que foram definidos os modos de actas, formulários e as declarações a serem utilizadas no âmbito do processo eleitoral. O material chegou ao país em finais do mês de Julho. A responsável congratulou-se na altura da CNE ter realizado o acto, tendo em conta a proximidade da data das eleições (31 de Agosto), augurando um bom desempenho por parte da empresa Indra, no sentido de continuar a colaborar com a instituição na execução dessas tarefas. v Estadistas mundiais felicitaram o presidente do MPLA pela sua eleição O presidente francês François Holland felicitou José Eduardo dos Santos pela sua eleição no cargo de Presidente da República de Angola. O Presidente da França afirmou que as eleições de 31 de Agosto passado em Angola ilustraram o panorama político diversificado do país e constituíram uma oportunidade de enriquecimento do debate político. François Holland manifestou satisfação pelo clima pacífico que envolveu a eleição, tendo reafirmado o interesse da França em aprofundar a parceria económica entre os dois países, ao mesmo tempo que convidou o Presidente José Eduardo dos Santos a visitar o seu país. Por seu turno, o Governo de Espanha felicitou o povo angolano pelo “elevado grau de civismo e maturidade política” que permitiram uma participação “significativa e ordenada” na jornada eleitoral do passado dia 31 de Agosto. Num comunicado emitido em Madrid pelo Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação, o Governo espanhol destacou “a boa organização do processo eleitoral” e considerou que “estas eleições constituiram um avanço decisivo na consolidação da democracia, da paz em Angola e da reconciliação de todos os angolanos”. “O Governo espanhol manifestou-se convencido de que, no futuro imediato, prosseguirão os esforços em favor do desenvolvimento económico e social de Angola e que se reforçarão ainda mais as relações de cooperação entre os dois países”. Também o Presidente da República Popular da China, Hu Jintao, felicitou o seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, pela sua eleição. Na mensagem, Hu Jintao sublinhou que a China e Angola têm uma tradição de amizade e cooperação e que, mais recentemente, por vontade de ambos os governos, tem‑se fortalecido a confiança Presidente da República na abertura da III legislatura da Assembleia Nacional O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, assistiu à abertura da I sessão legislativa da III legislatura. 32 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 À chegada, o estadista foi recebido com honras militares e saudado pelo Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos. v política, com efeitos sobre os resultados da cooperação em vários domínios. O Presidente da República do Botswana, Seretse Khama Ian Khama, felicitou igualmente o Presidente José Eduardo dos Santos pela sua eleição. Aquele estadista africano considerou a escolha de José Eduardo dos Santos como demonstração da convicção e da confiança do povo numa liderança que se tem mostrado capaz de guiar a nação angolana rumo à prosperidade. Khama Ian Khama reiterou o desejo de trabalhar com o Governo angolano para reforçar as relações mutuamente vantajosas entre os dois países. v Presidente José Eduardo dos Santos. Angol a Fa Retrospectiva z Aconte c e r Um Novo Boom na Construção de Angola Agosto de 2012 Huambo: Arquitecto da Paz inaugurou Barragem do Gove Considerado um dos maiores empreendimentos de engenharia da região nos últimos 40 anos, a barragem do Gove tem capacidade instalada de 60 megawatts, divididos em três turbinas, de 20 megawatts cada e vem impulsionar o ressurgimento da rede industrial das duas províncias, Huambo e Bié. O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, procedeu no município da Caála, província do Huambo, à inauguração da Barragem Hidroeléctrica do Gove, com uma capacidade de produção de 60 megawatts. O Chefe de Estado angolano teve a oportunidade de receber explicações detalhadas sobre o funcionamento do empreendimento que custou mais de 279 milhões de dólares e esteve a cargo da empresa Odebrecht. A Barragem do Gove, localizada a 119 quilómetros da cidade capital da província, está a produzir energia eléctrica para as cidades da Caála, Huambo e do Kuito, província do Bié. As obras de trabalhadores dos quais 7% estrangeiros. A entrada em funcionamento da central do Gove gerou emprego para duzentos jovens da província. construção da Barragem do Gove iniciaram em 1969 e foram interrompidas em 1975, devido ao conflito armado. Em 1983 foram retomados os trabalhos, mas em 1986 foram novamente interrompidos devido à guerra civil na região. A barragem possui três turbinas com capacidade de 20 megawatts, que vão beneficiar mais de 30 mil consumidores. Estiveram envolvidos mil e oitocentos Na central hidroeléctrica, o Chefe de Estado, que se fez acompanhar da primeira‑dama da República, Ana Paula dos Santos, percorreu as instalações do empreendimento que comporta três andares com repartições de trabalho. v A intervenção para salvar a barragem, que em 1990 foi dinamitada, causando a sua destruição parcial, iniciou‑se em meados do ano 2001 e prolongou‑se até 2012. Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 33 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r 28 de Agosto de 2012 Marginal da Baía de Luanda com novo visual O projecto de requalificação da Marginal da Baía de Luanda foi inaugurado, na cidade capital, numa cerimónia orientada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. accionistas a Sonangol, o Banco Privado Atlântico, Banco Comercial Português e a Fini‑Capital, entidades envolvidas na materialização desta parceria público‑privada. A companhado da Primeira‑dama, Ana Paula dos Santos, o Chefe de Estado chegou ao recinto onde foi organizada a cerimónia oficial para a sessão explicativa sobre as fases do projecto que promete mudar completamente um dos lugares mais emblemáticos da cidade de Luanda. O projecto que teve um investimento de cerca de 36 mil milhões de kwanzas, a cargo da “Sociedade Baía de Luanda”, conta com 147 mil metros quadrados de espaços pedonais, 3, 1 quilómetros de passeio marítimo e de ciclo‑vias, três parques infantis, 34 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 três espaços para a prática de desporto, cinco campos para a pratica de basket de rua, cinco espaços para eventos culturais e 10 novas praças públicas ao longo do passeio marítimo. A respectiva actividade foi complementada com a abertura dos Primeiros Jogos Desportivos da Baía, nos quais participaram mais de 600 crianças em várias modalidades, tais como vela, basquetebol, andebol e patinagem. Este trabalho resulta de uma decisão do Executivo angolano e foi desenvolvido pela “Sociedade Baía de Luanda, SA”, que tem como principais De acordo com o vice‑presidente do Conselho de Administração da Sociedade Baía de Luanda, Carlos José da Silva, com a inauguração deste projecto dá‑se a conhecer a requalificação de um dos mais emblemáticos espaços urbanos do país, materializando‑se uma renovação profunda das infraestruturas e criando‑se, simultaneamente, um importante espaço de lazer para as famílias. Fez saber que o trabalho foi concretizado ao longo dos últimos 30 meses, tendo compreendido várias frentes de intervenção no que diz respeito ao nível das águas e impacto ambiental, bem como a construção de infraestruturas, vias de comunicação, áreas de estacionamento e novos espaços verdes destinados ao lazer. Explicou que entre as intervenções mais complexas e que representaram uma das maiores fatias de investimento figura a limpeza das águas, onde para este processo foi efectuada uma drenagem de um canal submarino Angol a Fa Retrospectiva z Aconte c e r do tráfego rodoviário na avenida 4 de Fevereiro, na parte em que durante cerca de 30 meses, homens e máquinas deram corpo a um dos mais arrojados e bem conseguidos projectos de engenharia que envolveu a dragagem de areia e permitiu o alargamento da marginal numa área equivalente a 39 hectares. Testemunharam a cerimónia de inauguração do projecto de requalificação da Baía de Luanda, titulares dos que permitiu restabelecer a circulação das águas e a oxigenação natural. Concluiu que complementarmente a este processo deu‑se lugar à lavagem de 400 mil toneladas de areias que se encontravam poluídas, tendo sido posteriormente recuperadas para o alargamento da marginal. A requalificação da marginal incorporou mais de 80 porcento de materiais produzidos em Angola e serve de vantagem para as populações, na medida em que a referida nova frente marítima surgida ao longo da marginal de Luanda cria mais de 20 novos espaços tipo ”quiosques” para restauração e pequeno comércio. O Presidente da República inaugurou a primeira fase do projecto de requalificação da Marginal da Baía de Luanda, no que foi o arranque de uma intensa jornada de campo que efectuou no dia em que comemorou o seu 70º aniversário. Em breves instantes, José Eduardo dos Santos ouviu as explicações sobre a obra ao que se seguiu o corte de fita, marcando a abertura distintos poderes públicos, dirigentes do partido no poder, empresários e membros do corpo diplomático. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 35 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r O Comboio da minha infância e juventude! Moçâmedes‑Serpa‑Pinto (Namibe‑Menongue) Por: Laurinda Santos E ra uma correria, e uma confusão que hoje acredito faziam os meus pais perguntar‑se porquê?…e eu e os meus irmãos com um grande sorriso estampado no rosto. Tinham chegado as férias grandes e o cerca de um dia e meio de viagem ia levar‑nos à cidade de Menongue (ex. Serpa Pinto), para as merecidas férias após mais um ano lectivo. E como era excitante para mim e os meus irmãos dormir nos beliches do comboio e abrir a porta ao revisor para apresentar os bilhetes que tinham de ser picotados. Memórias Chuc…chuc…chuc…Pimm! Cabeças à janela, o vento a bater no rosto, o arvoredo passando, enfim algo inesquecível que hoje, após muitos anos nem o tempo consegue apagar. Lá ia a família de férias, mais uma vez visitar a cidade atravessada pelo rio Kuebe, das goiabas e do manungo okulandessá, como cantarolavam as vendedoras de carvão em NGanguela, cedo de manhã, enquanto a cidade acordava. A chegada á estação da Jamba mineira era o sinal de que estavamos a meio do caminho e ao Cuchi, que estavamos a chegar ao nosso destino! São momentos que jamais esquecerei e que confirmam a importância do comboio para a circulação de pessoas e igualmente de bens. Era uma viagem turística, e assim fui conhecendo o país de lés a lés… belo tempo! v Presidente José Eduardo dos Santos, inaugurou estação central do comboio de Menongue O presidente da República, José Eduardo dos Santos, inaugurou em Menongue, Kuando Kubango, a estação especial do caminho‑de‑ferro de Moçâmedes. O caminho‑de‑ferro de Moçâmedes que representa as três províncias Namibe, Huíla e Kuando Kubango é uma mais‑valia no desenvolvimento económico e social que irá influenciar na melhoria da qualidade de vida das populações da região. O dirigente sublinhou que, o acto representa para o povo da província o fruto do trabalho do Executivo, que ao longo da história tem marcado satisfatoriamente a vida dos cidadãos pela qualidade dos serviços colocados à sua disposição. de Menongue, passando pelo Lubango e outras estações da província da Huíla. A estação ferroviária tem uma área superior a três mil metros quadrados e capacidade para receber de uma só vez 1.500 passageiros por dia. O comboio começa a fazer viagens regulares a partir do porto do Namibe até à cidade 36 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 A estação especial do caminho‑de‑ferro de Menongue tem compartimento de duas salas de espera vip e especial, área administrativa, de telecomunicações bem como outras áreas para os serviços da estação. v Angol a Fa Retrospectiva z Aconte c e r Funcionamento do comboio traz alegria ao povo! O ministro dos Transportes, Augusto Tomás, afirmou no Kuchi, província do Kuando Kubango, que a circulação do comboio dos Caminhos‑de‑Ferro de Moçâmedes, reposta no mês de Agosto de 2012, veio trazer alegria às populações locais e do Namibe e da Huíla. O ministro fez este pronunciamento depois da inauguração, das estações ferroviárias da localidade do Canona, de 3ª classe, e da sede do município do Kuchi, de 2ª classe. Foram cerca de 17 estações inauguradas, faltando 39 estações para se completar com 56 estações do CFM, que foram inauguradas em Agosto do corrente ano. “Temos de trazer alegria para as populações destas províncias, interligando os caminhos‑de‑ferro, aeroportos e a rede ferroviária, fundamental na região – acrescentou. Augusto da Silva Tomás, Ministro dos Transportes. Segundo o dirigente, com esta cerimónia aproxima‑se o fim do trabalho, para o retorno do comboio que considerou “da Paz, de reconciliação nacional, da gratidão e da coesão. Augusto Tomás disse que o Governo se sente reconfortado ao ver no rosto das pessoas alegria por este bem público que vem repôr a verdade, a justiça e aquilo que são as verdadeiras intenções do governo, na satisfação das necessidades das populações. “Porque há mais de trinta anos que esta população não andava de comboio por razões sobejamente conhecidas, sendo também este o comboio do perdão, bem como a outra face do amor ao próximo, que José Eduardo dos Santos tomou para com o seu povo, para a garantia da estabilidade política” – sustentou. Para o ministro, com a garantia da estabilidade política tem‑se a outra, a económica e a estabilidade social, o caminho que o Executivo está a trilhar. v Nova estação ferroviária O Presidente da República, inaugurou igualmente a estação central dos Caminhos‑de‑Ferro de Benguela (CFB), localizada na cidade do Lobito. A estação tem salas de embarque, gabinetes de serviço, escritórios e cais de desembarque de passageiros com capacidade para o estacionamento, em simultâneo, de seis composições de comboios. O CFB, com uma extensão de 1.344 quilómetros, tem actualmente 67 estações e atravessa as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Conta com cinco comboios de passageiros, com 12 carruagens cada, e uma composição para mercadorias dotada de vagões para contentores, plataformas e cisternas para combustíveis. Integram o CFB os ramais para o Porto do Lobito, com 7,08 quilómetros de extensão, para a cidade de Benguela, com 27,3 quilómetros, e uma linha dupla entre o Lobito e o aeroporto, com 19,55 quilómetros. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 37 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r 27 Agosto de 2012 Presidente da República inaugurou o Aeroporto Internacional da Catumbela A quatro dias das eleições gerais em Angola, José Eduardo dos Santos, inaugurou o Aeroporto da Catumbela. A conclusão das obras da área do Aeroporto Internacional da Catumbela, destinada à instalação dos serviços ligados ao tráfego e à administração, aconteceu no mês de Agosto de 2012. Aeroporto de Catumbela custou U$ 270 milhões O Aeroporto Internacional de Catumbela já está em serviço. Inaugurado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos em Agosto de 2012, no dia 27 de Agosto, a nova infraestrutura surge como alternativa ao Aeroporto Internacional de Luanda. O Aeroporto de Catumbela vai movimentar 2,2 milhões de passageiros e deverá ser apresentado como alternativa a Luanda, “pela sua capacidade e resistência”, segundo Manuel Ceita, presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA). Empresa Nacional de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA). Com capacidade para receber qualquer tipo de avião, o novo aeroporto que substitui a chamada “Catumbelinha”, após o certificado do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAVIC) de Angola, começa a receber vôos internacionais. 38 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Manuel Ceita, PCA ENANA. Segundo Manuel Ceita estão em estudo ligações da transportadora angolana TAAG com a Namíbia e Portugal, havendo também “contactos informais” com a TAP. Em vôo a velocidade de cruzeiro, o aeroporto da Catumbela fica a 40 minutos de Luanda e, segundo dados do Ministério dos Transportes, foi concebido para receber cerca de 900 passageiros. As áreas aeronáuticas do aeroporto foram dotadas de meios e equipamentos capazes de atender em simultâneo duas aeronaves do tipo Boeing 777 -300ER e quatro do tipo Boeing 767. Isto, no que respeita à placa de estacionamento e capacidade de escoar os passageiros a desembarcar e embarcar. O aeroporto conta também com uma estrutura nas áreas de movimentos em toda a sua extensão reabilitada, modernizada e adequada a aeronaves de grande porte em uso por companhias de renome, como a do tipo 777‑300ER e foi equipada com um sistema de balizagem luminosa, luzes de aproximação e sistema de aterragem de precisão por instrumentos do tipo ILS CAT I. Nos sistemas de ajuda à navegação aérea, foram concebidas e implantadas tecnologias de última geração a nível de rádio‑ajuda, comunicações, infraestrutura civil, torre de controlo moderna, e, entre equipamentos diversos, contam‑se os do tipo DVOR/ DME, Sistema de rasteio de bagagem, CCTV, FIDS/BIDS, Informação de vôos, Controlo de acesso, sistema horário, sistema de detenção e combate a incêndios. No que concerne á segurança aeroportuária das áreas de movimentos, foi construída uma vedação a todo o perímetro do aeroporto, para além dos sistemas e meios electrónicos instalados nos edifícios. A estratégia do Executivo através do Ministério dos Transportes passa pelo desenvolvimento aeroportuário do país, cujo objectivo está direccionado para o potencial do sector económico da região Sul. É neste sentido que o município da Catumbela, na província de Benguela, conta com um aeroporto internacional, o primeiro com mangas de embarque e desembarque a nível do país. Inicialmente este aeroporto foi concebido para atender trafégo aéreo militar e, de quando em vez, algumas aeronaves civis. Sendo Benguela palco de muitas realizações internacionais, o Executivo decidiu dar maior dignidade à província com a construção de um aeroporto internacional. A realização do AFROBASQUEST 2009 e do CAN 2010 apressaram a construção de um aeroporto internacional na província de Benguela, o segundo pólo de desenvolvimento do país. A infraestrutura aeroportuária inaugurada, tem um novo terminal de passageiros, duas mangas para acolher quatro aviões em simultâneo, uma pista de 3.500 metros de comprimento e uma placa pronta a acolher em simultâneo quatro aviões Boeing 777‑300ER, como também quatro Boeing 767 ou 22 aviões de pequeno e médio porte, num investimento total de 270 milhões de dólares. A estrutura criou 680 postos de trabalho, dos quais 570 ocupados por angolanos e os restantes por técnicos estrangeiros. “Antes, as alternativas eram os aeroportos de Brazzaville e de Kinshasa, capitais de cada um dos dois Congos. Este problema deixa de existir”, declarou o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, que na ocasião considerou que a construção do Aeroporto Internacional da Catumbela faz parte da estratégia do Executivo para o desenvolvimento aeroportuário do país. v Retrospectiva Angol a Fa z 26 de Setembro de 2012 Aconte c e r Praça da República O Presidente da República inaugurou o Memorial Dr. António Agostinho Neto. As atenções de todos os angolanos estavam viradas para a Praça da República, em Luanda, onde “sob o olhar silencioso de Agostinho Neto”, o Presidente e o Vice‑Presidente da República eleitos nas eleições de 31 de Agosto tomaram posse. T odas as condições estão criadas para que a cerimónia solene, a ser dirigida pelo presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, decorresse sem sobressaltos e que José Eduardo dos Santos e Manuel Domingos Vicente pudessem fazer o juramento, cumprindo assim o que estabelece o artigo 115º da Constituição da República. O dia foi reservado aos últimos acertos para a cerimónia que deve contar com a presença de centenas de pessoas, entre governantes, dirigentes partidários, representantes do corpo diplomático e de igrejas acreditadas no país. As estações de rádio e televisão fizeram, antecipadamente, a montagem dos seus equipamentos, ao mesmo tempo que se informavam do local de posicionamento dos seus operadores. Na segunda‑feira, a equipa encarregue da montagem do equipamento de som terminava o seu trabalho na Praça da República. António Paiva, responsável da empresa contratada, adiantou que estavam garantidos 150 mil watts de potência de som que deviam ser distribuídos pelos 18 hectares que compreendem a Praça da República. António Paiva informou ainda que o trabalho de montagem de som começou no sábado e envolveu 35 pessoas. Memorial Dr. António Agostinho Neto, Praça da República‑ Luanda O vice‑governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, assegurou que os habitantes da capital tudo fariam para dignificar o acto. No programa da cerimónia de investidura do Presidente e Vice‑Presidente da República estava inscrito um desfile de efectivos das Forças Armadas Angolanas defronte ao Memorial Dr. António Agostinho Neto, num percurso de 500 metros. Na parte externa do memorial existe uma tribuna com 1.979 lugares. Foi no centro desta tribuna que o Presidente e o Vice‑Presidente eleitos juraram desempenhar com toda a dedicação as funções para as quais foram investidos e “cumprir e fazer cumprir a Constituição da República de Angola e as leis do país”. v Fotos gentilmente cedidas pelo Departamento de fotografia e video do Presidente da República Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 39 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Praça da República entra para a História Cerimónia de investidura do Presidente eleito, S.E. José Eduardo dos Santos, constituiu momento importante para o povo angolano C om a execução do Hino da República de Angola, seguido de um minuto de silêncio, e declaração de abertura do Presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, teve início a cerimónia de investidura do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, eleito a 31 de Agosto de 2012. O mestre de cerimónias fez a descrição dos principais momentos do acto de investidura do Presidente da República, ao que se seguiu a leitura da transcrição da declaração da Comissão Nacional Eleitoral que proclamou José Eduardo dos Santos, Chefe de Estado eleito. Na sequência, foi feita a leitura dos dados biográficos do Presidente eleito, depois, o Presidente levantou-se e com a mão direita sobre a Constituição da República de Angola prestou juramento à Nação. Com a mão direita sobre a Constituição da República de Angola, o Presidente eleito,, José Eduardo dos Santos, prestou juramento à Nação casaco, o Crachá Presidencial, e saúdou o Presidente da República. Após as felicitações, o Venerando Juíz Presidente do Tribunal Constitucional convidou o Presidente da República a proferir o seu discurso à Nação. O Presidente da República José Eduardo dos Santos e a Primeira‑dama de Angola, Ana Paula Dos Santos O Presidente da República assinou o termo de posse e o respectivo termo individual. O Venerando Juíz Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, ratificou os dois instrumentos, impôs o medalhão, incrustou, na lapela do lado esquerdo do 40 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Presidente da República proferiu o seu discurso à Nação. Terminada a intervenção do Chefe de Estado angolano, o mestre de cerimónias convidou o Vice-presidente da República eleito a levantar-se, a fim >>> Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Membros do Executivo e entidades religiosas, assistiram o evento >>> de lhe ser concedida posse pelo Venerando Juiz Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional. O vice-presidente eleito, Manuel Domingos Vicente, fez o seu juramento de honra. No final da cerimónia, ainda na Praça da República, José Eduardo dos Santos recebeu honras militares e, em cortejo automóvel, partiu para o Palácio Presidencial, à Cidade Alta, onde foi recebido com honras militares, saúdou a Bandeira da Guarda de Honra, e entrou pela porta principal do edifício. De seguida, o Chefe de Estado acompanhado pelo director do cerimonial e, ladeado pela esposa, a Primeira-dama Ana Paula dos Santos, dirigiu-se ao Salão Nobre onde ocorreu uma cerimónia restrita de apresentação de cumprimentos de felicitação, seguindo-se o banquete oficial, com a participação de cerca de mil (1000) convidados, nos jardins do Palácio Presidencial. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos considerou a cerimónia de investidura um momento muito especial para o Povo angolano, para o Partido MPLA e para ele próprio. José Eduardo dos Santos fez este pronunciamento ao discursar para a Nação na cerimónia da sua investidura que decorreu na Praça da República, em Luanda. Afirmou que em conformidade com os resultados das Eleições Gerais de 31 de Agosto, e nos termos do artigo 114 (cento e catorze) da Constituição da República “acabei de ser empossado pelo Presidente do Tribunal Constitucional como Presidente da República de Angola”. “O país já realizou duas outras eleições democráticas e multipartidárias, em que uma clara maioria votou a favor do MPLA e do seu Líder. O facto de só hoje ter lugar esta cerimónia formal de investidura significa que desta vez todas as possíveis dúvidas anteriores foram completamente esclarecidas”, asseverou. Agradeceu, a honra e a confiança que o Povo angolano lhe conferiu para dirigir os destinos do país, reafirmando assim a sua anterior posição, numa clara demonstração de coerência e maturidade política, bem como aos membros da sua família e a todos aqueles que ajudaram durante a campanha eleitoral a levar a sua mensagem e a do MPLA ao conhecimento de todos os angolanos. Realçou que “os eleitores votaram, escolheram os dirigentes do país e estamos aqui para respeitar a sua vontade. Tratou‑se, de facto, de uma decisão democrática do nosso Povo, que deste modo mostrou que está a favor do Manifesto Eleitoral e do Programa de Governação do MPLA”. Esses dois documentos reitores apontam como seu objectivo a construção de uma sociedade democrática, inclusiva, de progresso, bem‑estar e justiça social. A sua aplicação pelo Executivo que vou dirigir assentará no princípio da renovação e da continuidade para renovar e corrigir o que está mal, dar continuidade e melhorar o que está bem e iniciar novas obras, frisou. De acordo com José Eduardo dos Santos, “o rumo do nosso desenvolvimento está definido! Os objectivos que traçámos para este novo período de governação inscrevem‑se na Estratégia de Desenvolvimento de Longo Prazo do nosso país, conhecida por “Angola 2025”. Este instrumento tem estado a ser aplicado com sucesso desde 2008, altura em que uma Conferência Nacional representativa de todos os angolanos aprovou a Agenda Nacional de Consenso. Orgulhamo‑nos dos resultados alcançados até agora, que vão no sentido da satisfação das aspirações e legítimos anseios da sociedade angolana. v Desfile militar durante a cerimónia de investidura do Presidente da República. Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 41 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Discurso Pronunciado por sua excelência José Eduardo dos Santos, por ocasião da sua investidura como Presidente da República de Angola Luanda, 26 de Setembro de 2012 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, VENERANDOS JUÍZES DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL ELEITORAL ILUSTRES CONVIDADOS, MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES, CAROS COMPATRIOTAS, Este é um momento muito especial para o Povo angolano, para o Partido MPLA e para mim mesmo. Em conformidade com os resultados das Eleições Gerais do passado dia 31 de Agosto, e nos termos do artigo 114 (cento e catorze) da Constituição da República, acabo de ser empossado pelo Senhor Presidente do Tribunal Constitucional como Presidente da República de Angola. O país já realizou duas outras eleições democráticas e multipartidárias, em que uma clara maioria votou a favor do MPLA e do seu Líder. O facto de só hoje ter lugar esta cerimónia formal de investidura significa que desta vez todas as possíveis dúvidas anteriores foram completamente esclarecidas. Eu agradeço, do fundo do meu coração, a honra e a confiança que o Povo angolano me conferiu para dirigir os destinos do país, reafirmando assim a sua anterior posição, numa clara demonstração de coerência e de maturidade política. Agradeço também aos membros da minha família e a todos aqueles que me ajudaram durante a campanha 42 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 eleitoral a levar a minha mensagem e a do MPLA ao conhecimento de todos os angolanos. Os eleitores votaram, escolheram os dirigentes do país e estamos aqui para respeitar a sua vontade. Tratou‑se, de facto, de uma decisão democrática do nosso Povo, que deste modo mostrou que está a favor do Manifesto Eleitoral e do Programa de Governação do MPLA. Esses dois documentos reitores apontam como seu objectivo a construção de uma sociedade democrática, inclusiva, de progresso, bem‑estar e justiça social. A sua aplicação pelo Executivo que vou dirigir assentará no princípio da renovação e da continuidade para renovar e corrigir o que está mal, dar continuidade e melhorar o que está bem e iniciar novas obras. O rumo do nosso desenvolvimento está definido! Os objectivos que traçámos para este novo período de governação inscrevem‑se na Estratégia de Desenvolvimento de Longo Prazo do nosso país, conhecida por “Angola 2025”. Este instrumento tem estado a ser aplicado com sucesso desde 2008, altura em que uma Conferência Nacional representativa de todos os angolanos aprovou a Agenda Nacional de Consenso. Orgulhamo‑nos dos resultados alcançados até agora, que vão no sentido da satisfação das aspirações e legítimos anseios da sociedade angolana. Caros compatriotas, No mandato que agora começa, a primeira prioridade do Executivo é manter a estabilidade política, mediante a promoção, defesa e consolidação da paz. Inscrevem‑se nesta perspectiva o aprofundamento da democracia, em que a liberdade de expressão e de criação, a igualdade de oportunidades e a justiça social se entrelaçam com os programas e acções multidisciplinares para o desenvolvimento da cultura nacional e do Homem. Inscrevem‑se ainda nesta perspectiva a promoção da igualdade do género, e um maior rigor na observância dos princípios da boa governação e da transparência na gestão dos bens públicos. Para a realização desta prioridade serão reforçados os mecanismos de diálogo com sindicatos, as organizações sociais e profissionais, as igrejas, os empresários e outros parceiros sociais, a fim de se obter a sua colaboração na definição das políticas de desenvolvimento e das estratégias para a sua aplicação. Um lugar privilegiado vai ser atribuído ao diálogo com a juventude. A nossa juventude precisa de canais eficientes para se envolver na solução dos problemas que afectam toda a sociedade, contribuindo com o seu dinamismo, o seu entusiasmo e a sua criatividade. A consolidação do Estado e das suas instituições apresenta‑se, neste contexto, como a garantia da estabilidade política, da paz e das liberdades democráticas. Por essa razão, vamos dar ênfase à concretização do programa de reformas para melhorar a organização, gestão e controlo da Finanças Públicas. Dar ênfase também à concretização do programa de reforma dos sectores da Defesa, Ordem Pública e Segurança Nacional e do programa de reforço da eficácia do Sistema de Justiça no seu todo, incluindo as polícias de investigação e de instrução processual, o alargamento substancial da rede dos Tribunais, o aumento do número de estabelecimentos prisionais e de centros de reeducação e recuperação de delinquentes, fazendo‑se uma aposta pragmática na procura de soluções inovadoras e mais eficazes para garantir a celeridade da justiça e das decisões judiciais. Pretendemos, por um lado, dar um sinal claro de combate ao nefasto sentimento de impunidade e, por outro, garantir o acesso ao direito e à defesa dos interesses jurídicos dos cidadãos, das empresas e das instituições democráticas. Na verdade, a estabilidade política e o reforço da capacidade institucional, sobretudo ao nível da Administração Pública, são, para além de um pressuposto de consolidação do Estado de Direito, uma condição para garantia da estabilidade macroeconómica que prometemos ao eleitorado. A este propósito, recordo que a economia angolana conheceu nos últimos cinco anos uma taxa de crescimento médio de cerca de 9,2%, sendo que o sector não petrolífero cresceu em média a uma taxa de 12%. Esses níveis de crescimento resultam da eficácia das medidas tomadas pelo Executivo para a estabilidade dos indicadores macroeconómicos de natureza Angol a Fa Retrospectiva z Aconte c e r fiscal, monetária e cambial que permitiram reanimar a economia. Esperamos neste novo mandato redobrar os esforços para uma melhoria acentuada da estabilidade macroeconómica, essencialmente no domínio do controlo das pressões de liquidez, do controlo de preços, da gestão cambial, do monitoramento dos índices de competitividade e do controlo do défice orçamental. Em 2013, vamos efectuar o primeiro Recenseamento Geral da População e da Habitação. É uma operação importante para sabermos quantos somos e como vivemos. Este processo permitirá um conhecimento rigoroso e completo do nosso país e vai colocar à nossa disposição informações e dados credíveis para a elaboração de políticas mais realistas. As políticas públicas de apoio e incentivo ao crescimento serão assim ajustadas e aperfeiçoadas, de modo a dar uma cobertura institucional mais eficaz, a valorização dos recursos do país, através da promoção do investimento estrangeiro e nacional, tendo em conta a notação positiva dada pelas agências internacionais de avaliação do risco. Será também prestada uma maior atenção ao fortalecimento dos instrumentos de financiamento ao empresariado nacional recentemente criados, nomeadamente o Fundo de Garantia e o Fundo de Capital de Risco Promocional, e também do Banco de Desenvolvimento Angolano (BAD). O mercado de capitais será mais um importante instrumento para promover o sector empresarial, devendo nos próximos anos constituir‑se numa fonte adicional de financiamento à economia, alternativa ao tradicional crédito bancário. Caros compatriotas, As ambições e objectivos do nosso Programa de Governação têm uma forte motivação de justiça social e de desenvolvimento humano. A sua concretização assenta numa estratégia de crescimento económico em que o investimento público e o investimento privado em projectos estruturantes do sector público constituem na plataforma para o desenvolvimento da economia nacional. As nossas prioridades neste domínio vão centrar‑se na economia não petrolífera, conferindo um papel mais relevante aos sectores mineiro e imobiliário, à agricultura, à indústria transformadora, às redes de distribuição, à circulação mercantil, à prestação de serviços de qualidade e à concorrência empresarial susceptível de conduzir à redução dos preços no consumidor. Daremos, deste modo, continuidade ao programa de transferência de recursos fiscais provenientes de recursos naturais não renováveis para os sectores de geração de renda baseados em recursos renováveis. Neste sentido, teremos um programa de projectos estruturantes para a energia e para a água, um programa estratégico de segurança alimentar e outro de industrialização do país. Esta estratégia vai ser orientada no sentido de superarmos as assimetrias de natureza territorial, permitindo interligar e elevar o nível de cobertura das cadeias de valor nas regiões norte, sul e leste. O nosso propósito é expandir o mercado interno, integrá‑lo e diversificar a base produtiva nacional, dotando‑a de um suporte logístico com circuitos de distribuição e sistemas de transporte eficazes e operacionais. Com a finalidade de elevar a competitividade, continuaremos a dar prioridade ao processo de desburocratização e simplificação administrativa do ambiente de negócios, procurando capitalizar os recursos internos que permitam ao sector privado criar riqueza. A experiência tem‑nos ensinado que, se melhorarmos o desempenho de um conjunto de instituições, de políticas e factores determinantes da produtividade do país, cresceremos mais rapidamente e obteremos elevados níveis de retorno dos investimentos, com reflexos na prosperidade dos negócios e das receitas fiscais, podendo‑se assim crescer mais e distribuir melhor. Caros compatriotas, Um dos compromissos de maior impacto social do nosso Programa de Governação prende‑se com a capacidade de acesso aos bens essenciais. A produção destes bens requer a adopção de medidas bem doseadas de incentivo e de protecção à indústria interna. As políticas de emprego, de combate à pobreza, de fomento e incentivo às oportunidades e realização de negócios vão ser implementadas como vias para atingir essa meta. Partimos do pressuposto de que a nossa economia tem condições para garantir muito mais empregos. Por esta razão, pretendemos alcançar uma taxa mais elevada de ocupação laboral da força de trabalho activa, através da melhoria dos mecanismos de criação e de acesso ao emprego. Por outro lado, para além da aplicação sistemática dos programas geradores de emprego e de rendimento das famílias, apoiados nas políticas de fomento e incentivo às micro, pequenas e médias empresas, o Executivo vai implementar medidas tendentes a organizar melhor o mercado de trabalho e a garantir a fiscalização sistemática das suas regras. Ainda neste sentido, impõe‑se a necessidade de um ajuste da legislação laboral, de modo a torná‑la mais flexível para os empregadores, capaz de proporcionar maior mobilidade laboral, inclusive de emprego temporário, sem deixar de garantir o princípio da estabilidade do emprego e os direitos fundamentais dos trabalhadores. Neste contexto, será promovida uma ampla discussão com os parceiros sociais sobre este assunto e também definido um programa mais eficaz de formação profissional e técnica dos trabalhadores e jovens que aspiram ao primeiro emprego. Caros compatriotas, Nos últimos dez anos Angola atingiu os lugares cimeiros da África sub‑sahariana em termos de estabelecimento de ensino superior, médio e de base. Existem hoje em Angola 17 universidades e 44 institutos superiores. Só nos últimos três anos investimos o equivalente a mais de 480 milhões de dólares em 53 novas instituições escolares para o ensino secundário e técnico‑profissional. Todo este esforço visa valorizar os angolanos, tornando‑os cada vez mais capazes de, pela via da escolaridade e da formação profissional e académica, atingir níveis mais elevados de bem estar e de realização profissional, a fim de poderem prestar um contributo mais qualificado ao desenvolvimento económico e social. Começámos por investir para aumentar a quantidade e agora impõe‑se que haja mais investimento para melhorar a qualidade do ensino que é prestado nas nossas escolas e universidades. Diz‑se que a grandeza de uma nação não se mede apenas pelas potencialidades dos seus recursos naturais, mas também pela nobreza de carácter, pela atitude e pelas competências dos seus cidadãos que são de facto a base dinamizadora desses recursos. >>> Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 43 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Discurso Pronunciado por sua excelência José Eduardo dos Santos, por ocasião da sua investidura como Presidente da República de Angola >>> Para enfrentarmos os desafios que se prendem com o desenvolvimento do nosso país no contexto da globalização, precisamos de contar com quadros nacionais altamente qualificados e de possuir uma classe de trabalhadores bem formada tecnicamente, capaz de se adaptar rapidamente ao ambiente de mudanças e às necessidades impostas pelos novos sistemas de produção. Deste modo, o Executivo vai desenvolver um programa de revisão do sistema educativo, centrado na eficácia do ensino, que leve em conta o modelo curricular, o perfil de competências profissionais dos professores, dos formadores e dos educadores, bem como o sistema de gestão das escolas públicas. A revisão do sistema educativo que vamos implementar visa reorientar os cursos em função das necessidades de desenvolvimento do país e das suas províncias e regiões. Pretendemos assegurar a educação pré‑escolar e o ensino primário obrigatório e gratuito para todos, e elevar a taxa líquida de escolaridade da educação básica para cerca de 100 %. O esforço de valorização dos angolanos implica também, e fundamentalmente, a melhoria constante das suas condições de vida, através do aperfeiçoamento dos mecanismos e vias de acesso à saúde, ao saneamento básico, à água potável e à habitação condigna. Apesar do grande investimento realizado neste domínio, temos ainda um longo caminho a percorrer até que cada cidadão sinta que atingiu o nível adequado para viver com dignidade. Não devemos esmorecer, vamos encarar com optimismo e esperança o futuro, que depende 44 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 fundamentalmente da nossa entrega e atitude face ao trabalho. Continuaremos a nossa marcha rumo aos objectivos já traçados. Adaptaremos um Plano Sanitário Nacional logo no início do mandato para o período 2012‑2025. O programa de combate à fome e à pobreza não vai ser extinto. Antes pelo contrário será reforçado! O grande desafio a vencer é tornar cada cidadão num agente dinamizador activo do mercado de produção e de consumo, com efeitos directos na sua qualidade de vida e no seu bem‑estar. O apoio aos antigos combatentes, aos ex‑militares e veteranos da Pátria ocupa na agenda social deste mandato um lugar especial. Para além dos incentivos que visam aumentar a diversificação dos seus rendimentos, serão promovidas acções de qualificação profissional que possibilitem a sua inserção no processo produtivo do país. A criança, os idosos e os deficientes físicos sempre estiveram no centro das políticas da governação. Neste mandato o Executivo vai incrementar a assistência social e o apoio solidário a estes cidadãos com medidas concretas de atendimento à criança em idade pré‑escolar, de reintegração social e formação profissional para portadores de deficiência e de alargamento para todas as províncias de estabelecimentos de acolhimento de idosos necessitados e amparo social. Ilustres convidados, Minhas senhoras e meus senhores, Angola é hoje um dos países mais respeitados da diplomacia africana. Trata‑se de um mérito conquistado ao longo da nossa história , em que os angolanas se bateram de forma consequente pela independência nacional e souberam defender a sua soberania das ameaças externas e das tendências hegemónicas de certos países. As nossas acções continuarão viradas para uma política diplomática e económica assente no respeito mútuo e nas vantagens recíprocas, na boa vizinhança com os nossos parceiros mais próximos territorialmente e no fortalecimento da integração económica regional ao nível da SADC, da CPLP e da CEEAC. Angola continuará a respeitar todos os seus compromissos internacionais e aplicará todas as normas dos tratados internacionais de que é parte, ou a que aderiu. Estamos comprometidos com as questões da defesa e protecção do ambiente e vamos bater‑nos em todos os fórums pelo respeito e aplicação das medidas e instrumentos que a comunidade internacional aprovou para garantir a sobrevivência do planeta e a protecção das gerações futuras. O Estado angolano sempre conduziu as relações com os seus parceiros de cooperação internacional com base num comprometimento coerente com o interesse de Angola e dos angolanos. Onde quer que cada cidadão resida, a defesa dos seus interesses e direitos constitui uma obrigação do Estado de que jamais abdicaremos. Neste momento, o Executivo vai continuar essa linha de orientação na sua política externa. O nosso propósito continuará a ser a promoção de Angola e de África para uma posição de igualdade soberana nas instâncias e nas relações internacionais. Ilustres convidados, Minhas senhoras e meus senhores, Caros compatriotas, Para concluir reitero que o espírito que me anima na condução do Executivo é o de renovação e continuidade, isto é: •M anter a paz, aprofundar a democracia; • P rosseguir com dinamismo a reconstrução e o desenvolvimento das infraestruturas; • D edicar mais recursos à melhoria das condições sociais das pessoas, famílias, especialmente daquelas que têm pouco, ou quase nada para sobreviverem; • V alorizar mais os quadros nacionais e os recursos naturais que o país tem para aumentar a riqueza nacional e fazer Angola crescer mais e distribuir melhor; • C ooperar com todos os países e pugnar por um mundo mais justo e em paz; • C ontar com a força e a consciência patriótica da juventude angolana como aliada do Executivo na concretização destas tarefas para fazer de Angola um bom lugar para viver; • S ervir a Nação com lealdade. Permita‑me, pois, senhor Juiz Presidente do Tribunal Constitucional que termine a minha intervenção com o compromisso reiterado de respeitar o juramento que acabo de fazer; de cumprir e fazer cumprir a Constituição e a lei; de defender as instituições do Estado e de me entregar com todo o meu esforço e as minhas capacidades às altas funções em que fui investido, cumprindo‑as com responsabilidade e como Presidente de todos os angolanos sem excepção. Viva Angola ! Muito obrigado! v Angol a Fa Retrospectiva z Aconte c e r A lista do novo Governo angolano foi divulgada no dia 28 de Setembro de 2012, em Luanda pelos serviços de apoio da Presidência da República. ‑M inistro da Administração do Território Bornito de Sousa Baltazar Diogo ‑M inistro da Comunicação Social José Luís de Matos ‑M inistro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social António Domingos da Costa Pitra Neto ‑M inistro da Saúde José Vieira Dias Van‑Dúnem ‑M inistro da Justiça e dos Direitos Humanos Rui Jorge Carneiro Mangueira ‑M inistro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria Kundi Paihama ‑M inistro da Agricultura Pedro Afonso Canga ‑M inistra das Pescas Victória Francisco Lopes Cristovão de Barros Neto S.E. José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola S.E. Manuel Domingos Vicente, Vice‑Presidente da República de Angola S.E. Fernando da Piedade Dias dos Santos, Presidente da Assembleia Nacional ‑M inistro de Estado e Chefe da Casa Civil Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa ‑M inistro de Estado e Chefe da Casa de Segurança Manuel Hélder Vieira Dias Jr. ‑M inistra da Indústria Bernarda Gonçalves Martins Henriques da Silva ‑M inistro dos Petróleos José Maria Botelho de Vasconcelos ‑M inistro da Geologia e Minas Manuel Francisco Queirós ‑M inistra do Comércio Rosa Pedro Pacavira de Matos ‑M inistro da Hotelaria e Turismo Pedro Mutinde ‑M inistro da Construção Fernando Fonseca ‑M inistro da Educação Mpinda Simão ‑M inistro da Ensino Superior Adão do Nascimento ‑M inistra da Cultura Rosa Maria Martins da Cruz e Silva ‑M inistro da Assistência e Reinserção Social João Baptista Kussumua ‑M inistra da Família e Promoção da Mulher Maria Filomena Lobão Telo Delgado ‑M inistro da Juventude e Desporto Manuel Gonçalves Muandumba ‑M inistra dos Assuntos Parlamentares Rosa Luís de Sousa Micolo. 10 de Outubro de 2012 Os órgãos auxiliares do Presidente da República informaram que José Eduardo dos Santos, usando das faculdades que lhe são conferidas pela Constituição, procedeu à nomeação de Joaquim Mande para o cargo de Inspector Geral da Administração do Estado. ‑M inistro da Defesa Nacional Cândido Pereira dos Santos Van‑Dúnem ‑M inistro do Urbanismo e Habitação José António da Conceição e Silva ‑M inistro do Interior Ângelo de Barros Veiga Tavares ‑M inistro da Energia e Águas João Baptista Borges ‑M inistro das Relações Exteriores Georges Rebelo Pinto Chicoti ‑M inistro dos Transportes Augusto da Silva Tomás ‑M inistro da Economia Abrahão Pio dos Santos Gourgel ‑M inistra do Ambiente Maria de Fátima Monteiro Jardim ‑M inistro das Finanças Carlos Alberto Lopes ‑M inistro das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação José de Carvalho da Rocha Gaspar Santos Rufino - Secretário de Estado da Defesa Nacional. ‑M inistra da Ciência e Tecnologia Maria Cândida Pereira Teixeira Salviano de Jesus Sequeira - Secretário de Estado para os Recursos Materiais. ‑M inistro do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial Job Graça Informaram ainda que o Chefe do Executivo nomeou Ana Maria da Silva Sousa e Silva, para o cargo de secretária Adjunta do Conselho de Ministros. O Presidente da República nomeou os Secretários de Estado: Ministério da Defesa Nacional Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 45 Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Ministério do Interior Eugénio César Laborinho ‑ Secretário de Estado do Interior José Bamoquina Zau ‑ Secretário de Estado para os Serviços Penitenciários Ministério das Relações Exteriores Manuel Domingos Augusto ‑ Secretário de Estado das Relações Exteriores Maria Ângela Teixeira D ‘Alva Sequeira Bragança ‑ Secretária de Estado de Cooperação Ministério da Economia Laura Alcântara Monteiro ‑ Secretária de Estado da Economia Ministério das Finanças Valentim Matias de Sousa Filipe ‑ Secretário de Estado para as Finanças Alcides Horácio Frederico Safeca ‑ Secretário de Estado do Orçamento Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria Clemente Cunjuca ‑ Secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria Ministério dos Transportes José João Kovíngua ‑ Secretário de Estado para os Transportes Terrestres Ministério da Agricultura Mário Miguel Dominguês ‑ Secretário de Estado para Aviação Civil José Amaro Tati ‑ Secretário de Estado da Agricultura Ministério do Ambiente André de Jesus Moda ‑ Secretário de Estado para os Recursos Florestais Ministério das Pescas Maria Antónia Nelumba ‑ Secretária de Estado das Pescas Ministério da Indústria Kiala Ngoner Gabriel ‑ Secretário de Estado da Indústria Ministério dos Petróleos Anibal Octávio Teixeira da Silva ‑ Secretário de Estado dos Petróleos José Gualter dos Remédios Inocêncio ‑ Secretário de Estado para a Inspecção e Documentação Syanga Kivuila Samuel Abílio ‑ Secretário de Estado para as Novas Tecnologias e Qualidade Ambiental Paula Cristina Domingos Francisco Coelho ‑ Secretária de Estado para a Biodiversidade e Áreas de Conservação Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação Aristides Cardoso Frederico Safeca ‑ Secretário de Estado para as Telecomunicações Pedro Sebastião Teta ‑ Secretário de Estado para as Tecnologias de Informação Ministério da Ciência e Tecnologia Pedro Luís da Fonseca ‑ Secretário de Estado para o Planeamento e Desenvolvimento Territorial Ministério da Geologia e Minas João Sebastião Teta ‑ Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia Miguel Bondo Júnior ‑ Secretário de Estado da Geologia e Minas Ministério da Comunicação Social Mário Rui Pires ‑ Secretário de Estrado para o Investimento Público Ministério do Comércio Ministério da Administração do Território Adão Francisco Correia de Almeida ‑ Secretário de Estado para os Assuntos institucionais Cremildo Félix Paca ‑ Secretário de Estado para a Administração Local Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos Maria Isabel Fernandes Tormenta dos Santos ‑ Secretária de Estado para a Justiça António Bento Bembe ‑ Secretário de Estado para os Direitos Humanos Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social Álvaro Augusto Soares Paixão Júnior ‑ Secretário de Estado do Comércio Ministério da Hotelaria e Turismo Paulino Domingos Baptista ‑ Secretário de Estado da Hotelaria e Turismo Ministério da Construção António Teixeira Flor ‑ Secretário de Estado da Construção Ministério do Urbanismo e Habitação Manuel Francisco da Silva Clemente Júnior ‑ Secretário de Estado do Urbanismo Ministério da Educação Ana Paula Inês Ndala Fernando ‑ Secretária de Estado para o Ensino Geral e Acção Social Narciso Damásio dos Santos Benedito ‑ Secretário de Estado para a Formação e Ensino Técnico Profissional Ministério do Ensino Superior Ministério da Energia e Águas Maria Augusto Almeida da Silva Martins ‑ Secretária de Estado para a Inovação Sebastião Constantino Lukinda ‑ Secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social Luís Filipe da Silva ‑ Secretário de Estado das Águas > Outono 2012 - Inverno 2013 Carlos Alberto Masseca ‑ Secretário de Estado da Saúde António Miguel André ‑ Secretário de Estado para a Supervisão Joaquim Ventura ‑ Secretário de Estado da Energia Imbondeiro Ministério da Saúde Joaquim Silvestre António ‑ Secretário de Estado para Habitação António Rodrigues Paulo ‑ Secretário de Estado para Administração Pública 46 > Manuel da Conceição ‑ Secretário de Estado da Comunicação Social Ministério da Cultura Cornélio Caley ‑ Secretário de Estado da Cultura Retrospectiva Angol a Fa z Aconte c e r Ministério da Assistência e Reinserção Social Maria da Luz do Rosário Cirilo de Sá Magalhães ‑ Secretária de Estado para Assistência Social Mateus Miguel Ângelo ‑ Secretário de Estado para a Reinserção Social Ministério da Família e Promoção da Mulher Ana Paula da Silva Sacramento Neto ‑ Secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher Ministério da Juventude e Desportos Nhanga Calunga de Assunção ‑ Secretário de Estado para a Juventude Albino José da Conceição ‑ Secretário de Estado para os Desportos O Presidente da República nomeou ainda os directores e secretários que integram os Órgãos Essenciais Auxiliares da forma que se segue: Aldemiro Justino de Aguiar Vaz da Conceição ‑ Director do Gabinete de Quadros dos Órgãos Essenciais Auxiliares do Presidente da República José Mateus de Adelino Peixoto ‑ Secretário para os Assuntos Regionais Locais do Presidente da República Antónia Florbela de Jesus Rocha Araújo ‑ Secretário de Estado para os Assuntos Judiciais e Jurídicos do Presidente da República Armando Manuel ‑ Secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República Francisco Simão Helena ‑ Secretário para os Assuntos Sociais do Presidente da República Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca ‑ Secretário para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional do Presidente da República José Manuel Feio Mena Abrantes ‑ Secretário de Estado para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República Manuel António Rabelais ‑ Director Geral do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração Manuel Paulo da Cunha ‑ Director do Gabinete do Presidente da República José Filipe ‑ Director do Cerimonial do Presidente da República Pedro António Saraiva ‑ Director Adjunto do Cerimonial do Presidente da República Avelina Escórcio dos Santos e Santos ‑ Directora Adjunta do Gabinete do Presidente da República Noutro Despacho o Chefe de Estado procedeu à nomeação dos consultores que integram os Órgãos Essenciais Auxiliares do Presidente da República sendo indicados: Santana André Pitra ‑ Consultor do Presidente da República Marcel Miji Satambi Kalumbi Itengo ‑ Consultor do Presidente da República Assunção Afonso de Sousa dos Anjos ‑ Consultor do Presidente da República Paulo Fernando Matos ‑ Consultor do Presidente da República João Baptista Chindandi ‑ Consultor do Presidente da República O Presidente da República procedeu igualmente à nomeação do comando e chefia das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional: Forças Armadas Angolanas General Geraldo Sachipengo Nunda ‑ Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas General António Egídio de Sousa Santos ‑ Chefe de Estado Maior General Adjunto das Forças Armadas Angolanas para a Áreas da Educação Patriótica General Jorge Barros ‑ Chefe do Estado Maior General Adjunto das Forças Armadas Angolanas para a Área Operacional e de Desenvolvimento Polícia Nacional Comissário Geral Ambrósio de Lemos Freire dos Santos ‑ Comandante Geral da Polícia Nacional Comissário‑Chefe Paulo Gaspar de Almeida ‑ 2º Comandante Geral da Polícia Nacional. v 1 de Outubro de 2012 Tomada de posse do novo governo de Angola N a cerimónia de tomada de posse, o Presidente Angolano José Eduardo dos Santos pediu a colaboração do novo governo na aplicação do programa de governação do MPLA e pediu também aos governantes que o façam com “parcimónia, dinamismo e dedicação”. Durante o seu breve discurso, o Chefe de Estado Angolano não deixou igualmente de agradecer o trabalho desenvolvido pelos ministros e governadores provinciais que não foram reconduzidos nas suas funções. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 47 Natal 2012 Angol a Fa z Aconte c e r Washington, 13/12/12 Embaixador Alberto Ribeiro faz balanço positivo de 2012 O Embaixador Angolano nos Estados Unidos da América, Alberto Ribeiro, considerou o ano de 2012 de positivo, apesar de algumas dificuldades que prontamente foram ultrapassadas. P or ocasião da tradicional cerimónia de cumprimentos de ano novo, realizada no dia, dia 13 de Dezembro de 2012, nas instalações da missão diplomática, Alberto Ribeiro, disse que o ano de 2012 foi marcado por grandes realizações, não apenas a nível político como económico, institucional e social no país, que constituem motivo de orgulho de todos os angolanos empenhados no desenvolvimento da nação. Na sua breve alocução, ladeado de Sofia Pegado, Ministra Conselheira desta MD, durante a cerimónia, na qual esteve presente o colectivo de trabalhadores, o diplomata Angolano fez igualmente alusão aos principais acontecimentos que ocorreram no país acreditador, os EUA, enfatizando a visita de altas personalidades da administração norte‑americana ao nosso país, facto que considerou de bastante positivo e de interesse para o incremento da cooperação bilateral entre os dois Estados. “Várias delegações angolanas participaram em Washington e particularmente em Houston, Texas, em fóruns muito importantes, tendo sido uma oportunidade para se abordar com os parceiros norte‑americanos, mecanismos para um melhor aproveitamento das oportunidades de investimento que Angola oferece, assim como a diversificação necessária, para além do petróleo”, disse na ocasião o embaixador Alberto Ribeiro, que referiu a título de exemplo os benefícios no contexto da Lei de Crescimento e 48 > Imbondeiro Oportunidades para África (AGOA), a Iniciativa Presidencial de combate à malária (PMI), o apoio no domínio da desminagem, a geminação de cidades energéticas (Luanda‑Houston, Cabinda e Soyo) e as decisões finais da reunião anual plenária sobre o processo de Kimberly. O diplomata Angolano, fez igualmente referência à realização no ano de 2012 de eleições nos dois Estados, acontecimentos políticos que constituíram marcos históricos, o prosseguimento da nova era, na vida de ambos os países e que pensa, reforçarão a boas relações já existentes. “Somos uma equipa e no ano de 2013 continuaremos a trabalhar no mesmo espírito, porque só assim, penso, poderemos em conjunto, ultrapassar os desafios que se nos apresentam, visando o incremento diversificado das relacões bilaterais entre a República de Angola e os Estados Unidos da América e consequentemente a promoção de uma imagem cada vez mais positiva do nosso país”, disse o embaixador Alberto Ribeiro. Neste contexto, o diplomata Angolano reafirmou que em 2013 um dos grandes desafios é o incremento da organização de visitas de homens de negócios americanos a Angola e vice‑versa não apenas para a partilha de experiências mas sobretudo na perspectiva da prospecção da oportunidade de investimentos de ambos os mercados para que em conjunto se exerçam actividades que beneficiem ambos os países. > Outono 2012 - Inverno 2013 Recorde‑se que é interesse do governo Angolano, diversificar a cooperaçao com os Estados Unidos da América, para além do petróleo, sobretudo nos sectores da indústria diamantífera, agricultura, pescas e comércio com mais programas sociais como os que já estão a ser implementados no país, como parte do programa do governo de combate á pobreza e em prol da melhoria das condições de vida das populações. O diplomata Angolano, agradeceu o empenho dos funcionários da missão diplomática durante 2012, encorajando todos a darem o melhor de si, no ano que se aproxima, 2013, honrando os seus compromissos profissionais para com a nação Angolana. Em meu nome pessoal e no da minha família, desejo a todos e seus ente‑queridos um ano de 2013 repleto de paz, saúde e muitas prosperidades, disse Alberto Ribeiro, que durante a cerimónia deu as boas vindas aos diplomatas recém‑chegados, a que se juntam ao colectivo de trabalhadores. Troca de presentes Funcionários da MD de Angola nos EUA O brinde! Feliz Natal e Próspero Ano de 2013! Representante Comercial de Angola nos EUA e seu staff Adido Adjunto de Defesa e staff da Chancelaria de Defesa junto da Embaixada de Angola nos EUA Representante da ANIP nos EUA e seu staff Angol a Fa Miss Angola EUA 2012 z Aconte c e r 22 de Setembro de 2012 Jovem Angolana residente em Miami venceu o concurso Miss Angola EUA 2012 Fotos de: PalavaHut.com A jovem angolana Vaumara Rebelo foi eleita no dia 22 de Setembro de 2012, Miss Angola EUA, na primeira edição do concurso, que teve lugar no Warner Theater em Washington, D.C., pela sua beleza, simpatia, desenvoltura, firmeza na passarela e perespicácia no teste de cultura geral. N o evento, uma iniciativa da Associação da Comunidade Angolana residente nos EUA “Kudissanga”, realizada com o aval do Comité Miss Angola e apoio da Embaixada de Angola neste país, participaram dez concorrentes, nomeadamente dos Estados de Nova Iorque, Pennsylvania, Virginia, Texas, Oregon, Florida e Massachusetts. De 21 anos de idade, natural de Luanda, Vaumara Rebelo, é estudante do segundo ano do curso superior de Gestão de Empresas, no Miami Dade College participou no Concurso Miss Angola 2012 a realizar‑se no nosso país. “Agradeço a Deus que tem feito maravilhas incontáveis na minha vida. Hoje, sinto‑me muito feliz pela minha coroação e tudo farei para dignificar o nome de Angola aqui nos EUA”, disse na ocasião a miss eleita, que não escondeu a sua emoção por ter sido a grande vencedora do concurso. As jovens Isabel Candangi e Daniella Matias concorrentes dos Estados de Nova Iorque e Virginia, igualmente estudantes Organização da Membros da comunidade Angolana residente nos EUA assistiram com satisfação ao evento Com a sala completamente lotada, de Angolanos vindos dos diferentes Estados dos EUA, amigos de Angola, e parceiros norte‑americanos, o evento contou com a participação especial, do músico, Maya Cool, que soube levar ao rubro uma platéia, bastante participativa, elevendo assim o nome de Angola na sociedade dos Estados Unidos da América. universitárias, arrebataram respectivamente os títulos de primeira e segunda damas de honra. Os inúmeros fotógrafos presentes ao evento, elegeram Suraia Pinto, candidata número oito, residente em Portland, Estado de Oregon, Miss Fotogenia e Vania Ribeiro, a candidata com o número dez, representante do Estado de Massachussets, residente em Boston, foi eleita Miss Simpatia. Ambas são igualmente estudantes universitárias angolanas nos EUA e pretendem após os seus estudos, regressar ao país e dar a sua contribuição para o desenvolvimento. Freddy Costa, conceituado modelo e actor Angolano foi convidado especial ao evento e pousou com os presentes no tapete vermelho (red carpet) A presença de Freddy Costa, conceituado actor e modelo angolano, convidado a integrar o júri do concurso, e que pousou com os presentes, no carpete vermelho (red carpet), foi igualmente outro ponto alto do Concurso Miss Angola EUA 2012, que viu a sua primeira edição coroada de êxitos. “Foi um trabalho de equipa”. A Kudissanga agradece todo o apoio recebido por todos os que ajudaram a tornar este sonho possível, com o principal >>> Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 49 Miss Angola EUA 2012 Angol a Fa z Aconte c e r Celma Leopoldo, Gil Ingês e Suzana Vandick, apresentadores do evento. Miss Washington, D.C e Isabel Candangi, eleita primeira‑dama de honra. Isabel Candangi, primeira dama de honra. Suraia Pinto, Miss fotogenia. Vania Ribeiro, Miss Simpatia. Daniella Mattias, segunda‑dama de honra. Manuel da Silva, representante da Embaixada de Angola nos EUA. Vaumara Rebelo Miss Angola 2012 EUA. Freddy Costa, Miss District of Columbia e Maria da Cruz, presidente da Kudissanga. >>> objectivo de promover a imagem e dignificar o nome de Angola nos EUA.”, disse Maria da Cruz, presidente da 50 > Imbondeiro Kudissanga, que na ocasião, apelou à importância do associativismo organizado no seio da comunidade, como um passo através do qual é possível realizarem‑se actividades de informação, sensibilização, promoção e divulgação das potencialidades do nosso país na sociedade norte‑americana. O concurso, foi também animado por vários músicos angolanos artistas locais, de nacionalidades angolana e cabo‑verdiana como Ivette Galiano, Hélder Lopez, Lord C e Toy Pinto. Os Djs Ritchelly e Jofe, igualmente participaram no evento, que teve como pano de fundo o bom som da nossa música. Esta primeira edição do concurso Miss Angola EUA, foi transmitida pela Rádio300, emitida online, estação de rádio local para a comunidade angolana residente nos Estados > Outono 2012 - Inverno 2013 Maya Cool. Hélder Lopez. Unidos da América, bem como mereceu a cobertura integral da revista Platine online, que é comercializada na capital do país, Luanda. De entre os convidados de honra, destacaram‑se a presença de diplomatas angolanos nos EUA, representante do Comité Miss Angola,assim como personalidades ligadas ao mundo das artes e cultura norte‑americanas. Recorde‑se que a Kudissanga, é uma Associação com fins não lucrativos, fundada em 2010, que tem como principal objectivo unir todos os naturais e amigos de Angola, residentes nos EUA, através da realização de encontros educativos, conferências sobre o desenvolvimento de Angola, actividades de celebração das principais efemérides nacionais, entre outras. A primeira edição do concurso decorreu no, dia 23, no Warner Theater, em Washington. v Conheça Angola Angol a Fa z Aconte c e r PRESERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA Projecto Palanca Negra Por: Pedro Vaz Pinto O Projecto de Conservação da Palanca Negra Gigante (PCPNG) pertence ao Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) em parceria com o Ministério do Ambiente e Governo Provincial de Malanje. ntílope endémico de Angola, a palanca A negra gigante (Hippotragusniger variani) é um símbolo nacional que dá nome à selecção nacional de futebol e figura no emblema da companhia aérea nacional, TAAG. É considerada por muitos naturalistas o mais belo de todos os antílopes e tem actualmente estatuto de Criticamente ameaçado (UICN, 2010). Existe apenas em duas regiões de Angola, estabelecidas por essa razão como áreas protegidas, a Reserva Integral do Luando e o Parque Caros amigos, O terceiro trimestre é usualmente o mais atarefado em Cangandala/Luando e este não foi excepção. Começámos por fazer uma série de melhoramentos na vedação do santuário, da qual a mais importante foi a modificação significativa do perímetro, acrescentando 800 hectares do melhor habitat à superfície do santuário. O recinto vedado cobre agora cerca de 4.000 hectares, o que julgamos ser suficiente pelo menos para os próximos 5 anos. Também o novo “design” é agora mais arredondado e mais manejável, e pudemos ainda incluir uma das melhores salinas que antes ficava fora do santuário e algumas boas zonas de pasto. Também aproveitámos a oportunidade para construir três bebedouros, dois dentro e um fora do recinto. Junto do bebedouro central, foi colocado um tanque de água elevado, para alimentar os bebedouros Nacional da Cangandala situados em Malanje, no centro de Angola. Pedro Vaz Pinto, o coordenador do PCPNG, deu início em 2003 a expedições com o objectivo de encontrar provas consistentes de que o animal tinha sobrevivido à Guerra em Angola. Quando começou oficialmente o PCPNG no CEIC,nomearam‑se os “pastores das palancas”, homens das comunidades circundantes do Parque de Cangandala, cuja principal colaboração foi indicar locais chave para montar câmaras ocultas. Relatório do 3º Trimestre ‑ 2012 por gravidade. Antes do final do ano, esperamos fazer um furo artesiano para abastecer permanentemente o tanque elevado. Em Julho esperávamos ter tido o helicóptero e equipa de capturas para imobilizar algumas das fêmeas velhas que não estão a reproduzir e fazer‑lhes um tratamento hormonal, e também uma pesquisa e exercício de marcação de palancas no Luando. Infelizmente, e por causa de alguns constrangimentos burocráticos de última hora no Botswana, o helicóptero não pôde vir e a operação teve de ser cancelada. Em qualquer dos casos tivemos Pete Morkel connosco, e uma equipa de veterinários da faculdade do Huambo, pelo que usámos a oportunidade para acompanhar de perto as manadas, e tentar imobilizar algumas das velhas fêmeas. Acabámos por não conseguir aproximar‑nos o suficiente das fêmeas para as poder imobilizar, e como consolação capturámos e marcámos o jovem macho de palanca castanha que está dentro do santuário. Se isto foi um pouco decepcionante, pelo menos todo o resto revelou‑se melhor que as expectativas. As primeiras boas notícias foi encontrar o Duarte ainda vivo. Não há dúvida que ele levou um grande tombo, mas pelo menos sobreviveu. Em resultado da luta com o Ivan, ele perdeu um dos brincos e apresenta agora algumas cicatrizes e feridas de cornadas. Muito embora encontrar o Duarte tenha sido fantástico, temos agora de encarar o facto de que ele está derrotado >>> Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 51 Conheça Angola Angol a Fa z Aconte c e r >>> e a sua carreira como macho reprodutor chegou ao fim. Está já a coxear notoriamente das patas traseiras, perdeu condição física, a sua pelagem está seca e perdeu o brilho de outrora, e as carraças estão a tomar conta dele. Permitiu‑nos chegar bem próximo, mas já não consegue acompanhar a passada e ritmo da manada. Em Setembro o seu estado não tinha melhorado, e suspeito que ele já não viva para além da época da chuva. Uma observação bastante interessante foi verificar que ele agora alimentava‑se sobretudo de folhas queimadas de “kinzole” (Diplorhynchus condylocarpon) – já temos visto animais saudáveis alimentarem‑se de folhas frescas de kinzole, mas não das folhas queimadas. Isto poderá ser o resultado dos seus dentes a ficarem gastos e levando‑o a procurar alimento menos fibroso (mas também menos nutritivo), mas isto é especulativo claro. Mas uma constatação muito mais importante, foi verificar que os nossos receios de que o Ivan pudesse ter raptado algumas fêmeas, se revelaram completamente infundados! Pudemos observar e confirmar dentro do santuário, as 6 jovens fêmeas trazidas do Luando em 2011, e as restantes 6 velhas fêmeas da Cangandala (das 9 iniciais, duas morreram já de velhas e uma, Joana, escapou do santuário em 2009). Assim basicamente, o santuário mantém todo o potencial reprodutivo intacto. E fora do recinto, apenas o Ivan e a Joana estão estabelecidos. A câmara oculta montada junto da carcaça da velha fêmea, Neusa, que tinha morrido no incício de Junho, produziu algumas sequências interessantes. Como suspeitávamos, e na ausência de grandes predadores, os potamocheros (javalis africanos) são os principais necrófagos oportunistas, e durante várias semanas uma grande família de porcos visitou o local quase todas as noites, até que pouco restava. As novas câmaras têm vindo a tirar dezenas de milhar de fotos, com muito poucos falos eventos, tornando o trabalho de catalogar uma árdua tarefa e armazenar as fotografias um verdadeiro pesadelo. As espécies habituais foram fotografadas muitas vezes, e mais alguns clientes inesperados, como manguços, lebres ou calaus. Mas se o Duarte parece estar acabado, mesmo assim o cenário em termos de machos parece estar sob controlo. Não apenas o Ivan está novamente fora do santuário e a comportar‑se bem por agora (patrulhando regularmente as salinas no seu território), mas o que é mais importante, o Mercúrio assumiu sem sombra de dúvida o lugar do Duarte como macho reprodutor. Apesar da sua tenra idade (2 anos), ele tem já uma aparência de respeito, e é claramente “o homem da casa”. Vimo‑lo várias vezes a cortejar as fêmeas e tentando montá‑las, até na presença do Duarte, que ignorou a cena e simplesmente se afastou. 52 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 Uma lagoa na reserva no Luando. Por outro lado, em Julho e Agosto tivemos alguns problemas, que incluiram várias queimadas suspeitas, uma câmara manuseada por intrusos e ainda uma câmara roubada. Foi esta a primeira câmara roubada desde que as começámos a utilizar em 2004. Temos boas razões para acreditar ter sido o serviço de caçadores furtivos na origem de todos estes incidentes, mas este é um assunto que está sob investigação. Com o helicóptero de capturas retido no Botswana, organizámos um par de voos sobre o Luando e Cangandala num Allouette militar. A Força Aérea Nacional tem sido sempre um apoiante entusiástico à altura do desafio, e deveria ser um exemplo para todos. E afinal de contas, a palanca negra gigante é um símbolo nacional e bem merecedora de um compromisso incondicional! Pudemos então localizar duas das manadas do Luando, e fazer um reconhecimento, concentrando‑nos nas áreas mais sensíveis e focos identificados de caçadores furtivos, tais como em variadas pequenas lagoas. A caça furtiva ainda é de longe a maior ameaça no Luando, e longe de estar controlada. O que pudemos atestar nesta altura foi que a maior manada parece estar a evoluir bem, e com cerca de 75% de taxa de recrutamento de crias de 2011 para 2012. Ou por outras palavras, podemos ter tido cerca de 25% de mortalidade de crias no ano passado, o que é um resultado aceitável, e dentro das taxas “normais” e expectáveis. Mesmo assim, a situação é extremamente delicada, e bastarão um par de incidentes com caçadores furtivos, e todo o esforço irá pelo ralo. De volta à Cangandala em Setembro, tivemos mais boas notícias. Primeiro deparamo-nos com mais um nascimento! A mãe era uma das jovens fêmeas, e o pai provavelmente terá sido o Duarte, mas isso ainda requer confirmação. E então surpreendentemente ou talvez não, a Teresa mais uma vez, está com sinais claros de gravidez avançada. Mas que parideira maravilhosa! Vai produzir a quarta cria em pouco mais de 3 anos, no que é uma perfomance reprodutora notável. Será agora interessante determinar quem será o pai desta cria, já que poderá ter sido qualquer um dos três machos presentes. v Conheça Angola Angol a Fa z Aconte c e r Província do KWANZA NORTE Uma Aposta no Investimento! A província do Kwanza Norte está situada no interior noroeste de Angola com uma área de cerca de 24.110 Km2, limitada a norte pelas províncias do Uíge, a oeste com o Bengo, a este com Malanje e a sul com o Kwanza Sul. A capital é a cidade de N’Dalatando, que durante a época colonial era conhecida por Salazar. algodão, ervilha, feijão, citrinos, mandioca, sisal, dendê e massambala. A pesca artesanal, importante actividade na faixa sul da província é praticada em quatro lagoas e nos rios Kwanza e Lucala. Os 10 Municípios que compõem a Província são: • Ambaca • Banga • Bolongongo • Cambambe • Cazengo • Golungo Alto • Gonguembo • Lucala • Quiculungo • Samba Cajú Ainda por explorar e com fortes potencialidades comerciais estão várias matérias‑primas, como o mármore rosa, o manganésio, o ferro, o ouro, a madeira, a pecuária e a água mineral, oriunda da fonte de águas de Santa Isabel. Kwanza Norte, o berço das graciosas “Rosas de Porcelana”. Clima O clima é tropical húmido de altitude, com temperaturas médias anuais entre os 22ºC e os 24ºC. População Maioritariamente de origem Kimbundo, a língua nacional mais falada na província é também o Kimbundo. A capital, N’Dalatando É uma cidade pequena de estilo colonial, situada junto ao Monte Mpinda. A cidade fica a 248 Km de Luanda e a 175 da cidade de Malange. Economia A agricultura é a principal actividade económica e centra a sua produção em produtos como o milho, jinguba, café, A exploração de madeira nesta província tem grande potencial pela floresta autóctone na região dos Dembos e o facto da madeira poder ser serrada e transformada localmente, contribuindo para a reactivação de pequenas carpintarias e marcenarias. A Província detém uma gama considerável de mineiras tais como ouro, diamantes, ferro, manganês, mármores, níquel, zinco e cal. O parque industrial da província está localizado no Município de Cambambe e é forte sobretudo no sector têxtil e de bebidas. Salienta‑se a ainda o calçado, couro, tabaco, e produtos alimentares. O artesanato explora sobretudo materiais como a madeira, a argila e o bordão. Acessos A Província é servida por várias estradas nacionais ligando‑a num sentido a Luanda, com ligação às cidades do Dondo e Ndalatando e num outro as Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 53 Conheça Angola Angol a Fa z Aconte c e r cidades do Uíge, Lucala, e uma outra via nacional que permite a comunicação com as cidades de Malange, Saurimo e Luena. Os dois eixos rodoviários que estabelecem a comunicação nas direcções Norte e Este confluem no troço rodoviário do Lucala. O aeroporto está a 7km da cidade de Ndalatando e recebe aviões de pequeno e médio porte, e nesta cidade existe um aeródromo para aviões de pequeno porte. A infraestrutura do aeródromo permite a ligação com outras cidades do País. Também se pode chegar a esta província de comboio, via Malange e Luanda. Natureza e Locais a Visitar A província tem um enorme potencial turístico e é propícia para o desenvolvimento do ecoturismo dadas as condições e maravilhas naturais da região. A Reserva florestal do Golungo Alto tem uma área de 558km2. É uma região fértil para a caça de várias espécies como a pacaça, hipopótamos, antílopes, corças, lebres, galinhas do mato e perdizes. Também aqui se encontram elefantes, leões, onças, lobos, hienas, chacais e mabecos. A 135km está a reserva da Kissama. No Golungo Alto, encontra‑se as ruínas da Igreja de Santo Hilário, as cascatas de Mazalala e a praia de Kiamafulo junto ao rio Kwanza. De referir ainda os trabalhos artesanais, em terracota, que representam a fauna local ou actividades do quotidiano. A província é banhada entre outros rios, pelo gigante rio Kwanza, que é o maior rio. As suas verdejantes margens oferecem refrescantes praias, principalmente na Vila do Dondo, destacando‑se a praia de Kiamafulo, no município de Cambambe, o qual usufrui de uma linda marginal proporcionada por este rio. As quedas do rio Muembeje, a 10Km do município de Cazengo, onde as correntes da água se despenham a altura de 110 metros, formam uma imensa planície verdejante. O rio Lucala é um excelente local para a pesca desportiva, com uma variedade enorme de espécies. A 2km da cidade de N’Dalatando, no sopé do morro, estão as nascentes de Santa Isabel e Sobranceiro. Existe um parque com o mesmo nome com campos relvados e 54 > Imbondeiro > Outono 2012 - Inverno 2013 piscina para crianças e adultos, para além de um lindo miradouro. Destaca‑se, em Cazengo, a 5km de N’Dalatando, o Centro Botânico de Quilombo. A Reserva Florestal do Guelengue e Dongo tem uma área de 1.200Km² e é limitada pelos rios Chicusse, Chissanda, Cusso, Cussava e Cunene. O tipo de vegetação predominante é o miombo e a savana. COMO CHEGAR Existe um aeródromo em N’Dalatando, para aviões de pequeno porte e um aeroporto que fica a 7 Kms da cidade, recentemente reabilitado para aviões de pequeno, médio e grande porte. A Reserva Florestal de Caculama tem uma área de 800km2 e é limitada a norte e oeste pelo rio Zenza, a leste e a sul pelo rio Calucala. Gastronomia Baseia‑se no funge de bombó ou milho, com um acompanhamento mais exótico, que pode ser carne de caça estufada (kifula), de gafanhotos de palmeira cozidos ou tostados e a muteta. O acesso por via rodoviária pode ser feito de Luanda, Huambo, Malanje, Kwanza‑Sul e outras. As estradas necessitam de recuperação. A província possui ligações por via férrea com as cidades de Luanda e Malanje e todas as localidades ao longo da via férrea, que tem uma extensão superior a 600km que já foi reconstruída. PERFIL DA PROVÍNCIA CAPITAL: N’Dalatando ÁREA: 24.110 km2 POPULAÇÃO: 420.000 PRODUTOS PRINCIPAIS: Agrícolas – Algodão, café, milho, amendoim, abacate, ananás, batata‑doce, feijão, goiaba, mamão, sisal, palmeira de dendém; Minerais – cobre, ferro, manganês, diamantes, mármore rosa, o manganésio, o ferro; Outros – energia hidroeléctrica; Sector industrial – Têxteis, calçado, couro, tabaco, bebidas e produtos alimentares; Sector piscatório – O peixe que a região consome, é capturado artesanalmente, no rio Kwanza. DISTÂNCIA EM KM: Luanda 248 – Malange 175 INDICATIVO TEL.: 2352 Rede móvel: GSM (923) PARA VISITAR N’Dalatando , cidade de estilo colonial, situada no sopé do Morro do Binda (M’Binda), que fica a 7 km da cidade. Fortaleza de Massangano – Situa‑se nas margens do rio Kwanza e foi construída em 1583, por ordem de Paulo Dias de Novais para assinalar a 1ª grande derrota do Rei Kiluange. Os monumentos de Massangano, erguidos no século XVI, altura em que a localidade acolheu a capital da colónia de Angola, como consequência da ocupação de Luanda pelos holandeses. A maioria das habitações do Dondo, data dos séculos Angol a Fa Conheça Angola z Aconte c e r reparação) e um miradouro. FESTAS E EVENTOS As festas da cidade de N’Dalatando ocorrem a 18 de Julho e são celebradas em toda a província. ONDE COMPRAR Rio Kwanza. XVII, XVIII e XIX. A cidade foi o principal centro das trocas comerciais entre o litoral e o interior do país. Em termos históricos, a província tem bastantes locais de interesse. A Fortaleza de Kambambe erguida pelos portugueses em 1604 para assegurar a defesa do presídio da colonização militar aí fundado no contexto da conquista do interior de Angola. Os tipos de artesanato mais típicos são feitos de madeira, argila e bordão. Para comprá‑los é necessário dirigir‑se à delegação do Ministério da Cultura. ITINERÁRIOS Situada na fronteira com a República do Congo, caracteriza‑se pela sua rede fluvial combinada de afluentes do Rio Zaire. A província distingue‑se pelos depósitos aluviais de diamantes que são uma fonte de riqueza. Centro Horto‑Botânico de Kilombo – fica situado a 5 km da cidade de N’Nalantando. Quedas do rio Muebenje – situado a 10 km do município de Cazengo, com uma altura de 110 metros. Reserva florestal do Golungo‑Alto – Reserva com uma extensão de 558Km². É uma região com fauna variada como a pacaça, hipopótamos, antílopes, corças, lebres, elefantes, leões e muitos outros. ONDE COMER Existem algumas opções em N’Dalatando e uma na Camabatela. Alguns dos pratos típicos são a Kifula, feito com carne estufada de caça, gafanhotos de palmeira, cozidos e tostados, acompanhados de funge e também muteta, feita com carne de caça. ONDE RELAXAR A vila do Dondo, no município de Cambambe tem praias que atraem os turistas que visitam a região. Pode, também, visitar a praia de Kiamafulo (praia fluvial), no município de Cambambe. A 2 km do município do Cazengo, no sopé do morro, está a nascente de Santa Isabel e a do Sobranceiro, onde existe um parque com campos relvados, piscina (em Rainha N’Ginga MBandi. A sepultura da Rainha N’Ginga MBandi, que lutou contra as forças de ocupação colonial portuguesa por mais de 30 anos, encontra‑se em Matamba, no município de Samba Cajú. O Grupo étnico maioritário da região é o Kimbundo e a agricultura é a principal actividade económica. O maior parque industrial da província esta localizado no município de Cambambe. A barragem hidroeléctrica fornece energia eléctrica às províncias do Norte de Angola, incluindo Luanda. A pesca artesanal é a mais utilizada pelas populações ribeirinhas da província. A língua nacional mais falada na província é o Kimbundo. Kwanza Norte, que terá sido baptizada com o nome de Salazar e durante a época colonial, ficou marcada pela guerra, sobretudo depois das eleições de 1992. Com o estabelecimento da paz, em Angola, a província tem procurado não só atrair investimentos nacionais e internacionais, como também mostrar as potencialidades da região com o objetivo de recuperar e de relançar a economia da província. Assim, destaca‑se, na área da educação, o projecto entre o Instituto Politécnico de Leiria e o governo provincial de Kwanza Norte, estabelecido em Fevereiro de 2003, e que visa, por um lado, criar institutos de ensino superior, como a futura Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), na província, e por outro lado, contribuir para a formação de conhecimentos e de desenvolvimentos técnicos. Para além disso, o Instituto Politécnico de Leiria pretende também promover a investigação científica e proporcionar a mobilidade de professores e alunos, enquanto o governo provincial angolano tem procurado captar investimentos e financiamentos dos empresários leirienses para a província de Kwanza Norte. De salientar ainda, na área da educação, o projecto de formação de jovens ‑ Escola Professores do Futuro, a funcionar desde 1998, que consiste em integrar os futuros professores, na vida profissional, através de estágios realizados em escolas rurais, e que tem o apoio do governo provincial e da ONG ADPP (Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo). Na província com muitas nascentes de água, existe uma fábrica de água mineral, oriunda da fonte de águas de Santa Isabel. A província do Kwanza Norte apresenta várias belezas naturais, que constituem potencialidades turísticas e que aguardam, no entanto, projectos de reabilitação e de promoção. Destaca‑se, em Cazengo, o horto botânico de Quilombo, as quedas do rio Muembege e as águas de Santa Isabel. No Golungo Alto, encontram‑se as ruínas da Igreja de Santo Hilário, as cascatas de Mazalala e a praia de Kiamafulo junto ao rio Kwanza. De referir ainda os trabalhos artesanais, em terracota, que representam a fauna local ou actividades do quotidiano. v Outono 2012 - Inverno 2013 > Imbondeiro > 55 Lista de Contactos e Localizações da Embaixada, Missão na ONU, Consulados e Escritórios de Representação Angolana nos Estados Unidos da América Embaixada de Angola em Washington, D.C. 2100‑2108 16th St. NW, Washington, D.C. 20009 Tel.: 202‑785‑1156 ‑ Fax: 202‑822‑9049 Website: www.angola.org Missão de Angola junto das Nações Unidas em Nova York 820 Second Ave., 12th floor New York, NY 10017 Tel.: 212‑861‑5656 ‑ Fax: 212‑861‑9295 Website: www.un.int/wcm/content/site/angola Consulado Geral de Angola em Nova York 866 United Nations Plaza, East 48th St 5th Floor, New York, NY 10017 Tel.: 212‑223‑3588 ‑ Fax: 212‑980‑9606 Consulado Geral de Angola em Houston 3040 Post Oak Blvd. Suite 780 Houston‑Texas 77056 Tel.: 713‑212‑3840 ‑ Fax: 713‑212‑3841 Website: www.angolaconsulate‑tx.org Email: info@angola consulate‑tx.org Representação da SONANGOL 1177 Enclave Parkway 2nd Floor Houston ‑ Texas 77056 Tel.: 281‑920‑7600 ‑ Fax: 281‑920‑7635 Website: www.sonangol.co.ao Email: inso@sonangol‑usa.com Agência Nacional de Investimento Privado ‑ ANIP 1420 K St. NW Suite 600 Washington, D.C. 20005 Tel.: 202‑962‑0380 ‑ Fax: 202‑962‑0381 Website: www.iie‑angola‑us.org Email: [email protected] Câmara de Comércio EUA/Angola 1100 17th St. N.W. Suite 1100‑A Washington, D.C. 20036 Tel.: 202‑223‑0540 Website: www.us‑angola.org Email: mdacruz@us‑angola.org Representação Comercial 1317 F St NW Suite 450 Washington, D.C. 20004 Tel.: 202‑783‑4740 ‑ Fax: 202‑783‑4743 Website: www.angolatradeusa.org Email: [email protected]