Avaliação da Adubação Orgânica e Química na - PPGCMA
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Avaliação da Adubação Orgânica e Química na - PPGCMA
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE HIGOR ALMEIDA DA SILVA Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas degradadas oriundas da Exploração Mineral Belém – PA 2015 HIGOR ALMEIDA DA SILVA Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas degradadas oriundas da Exploração Mineral Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências e Meio Ambiente/PPGCMA do Instituto de Ciências Exatas e Naturais/ICEN da Universidade Federal do Pará/UFPA como requisito para obtenção do título de Mestre. Área de Concentração: Recursos Naturais e Sustentabilidade. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus Co-Orientador: Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves Belém – PA 2015 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFPA Silva, Higor Almeida da, 1986Avaliação da adubação orgânica e química na recuperação de áreas degradadas oriundas da exploração mineral / Higor Almeida da Silva. - 2015. Orientador: Ricardo Jorge Amorim de Deus; Coorientador: Cláudio Nahum Alves. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente, Belém, 2015. 1. Adubação verde. 2. Adubos e fertilizantes. 3. Degradação florestal. 4. Sistemas agroflorestais. 5. Compostagem. I. Título. CDD 22. ed. 631.874 HIGOR ALMEIDA DA SILVA Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas degradadas oriundas da Exploração Mineral Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências e Meio Ambiente/PPGCMA do Instituto de Ciências Exatas e Naturais/ICEN da Universidade Federal do Pará/UFPA como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente, sob Orientação do Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus e CoOrientador Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves. Aprovada em: 27 de Março de 2015 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus - Orientador Universidade Federal do Pará (Presidente) Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves - Co-Orientador Universidade Federal do Pará (UFPA) Banca 1: Prof. Dr. Rafael Gomes Viana - Membro Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Banca 2: Prof. Dr. Mauro Reis da Silva - Membro Laboratório de Simulação Computacional em Meio Ambiente/LSCMAM/UFPA Banca 3: Prof. Dr. Denílson Luz da Silva - Membro Universidade Federal do Pará (UFPA) Dedico este projeto a Jesus Cristo e a Nossa Senhora de Nazaré, a minha Mãe Martha Regina e a minha Noiva Mayenne Oliveira pelo apoio e incentivo indescritível e incondicional como mecanismos de demonstração dos sentimentos mais sublimes e serenos. AGRADECIMENTOS A DEUS, pela presença constante em minha vida, iluminando meu caminho, dandome força, coragem e saúde para seguir em frente e que me capacitou e viabilizou a execução deste projeto, colocando em meu caminho pessoas maravilhosas, que contribuíram para o meu crescimento como ser humano e profissional. Aos meus pais, Afonso Pantoja da Silva Junior e Martha Regina Almeida da Silva, pelo amor incondicional e incentivo constante aos estudos, sem pressões, pela educação exemplar desde a infância e pela preocupação em sempre oferecer o melhor para a família, além de demonstrar que mediante os estudos é que vencemos na vida. A minha irmã Thayza Almeida da Silva que sempre me incentivou e torceu por mim. Aos meus avós Maria de Jesus Pantoja e José Maria Almeida, pelo incentivo aos estudos de forma inexplicável e pela transmissão de conhecimentos e experiências de vida. A minha noiva e futura esposa Mayenne Oliveira Costa pelo companheirismo, apoio e incentivo como demonstração de sentimentos que ultrapassam os valores existentes neste mundo. Ao meu orientador, Professor Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus pela competente orientação durante este projeto, e por suas valiosas contribuições, além de toda confiança e credibilidade a mim atribuídas. Aos membros da Banca Examinadora, pelas importantíssimas contribuições e sugestões apresentadas. À Universidade Federal do Pará – UFPA. A empresa Luna Gold Corporation pela experiência adquirida como profissional e possibilidade de realização deste projeto. E finalmente, a todos aqueles que direta ou indiretamente participaram e contribuíram para a minha formação como profissional e para a construção deste trabalho. A persistência é o caminho do êxito. (CHARLES CHAPLIN) Avaliação da Adubação Orgânica e Química na recuperação de áreas degradadas oriundas da Exploração Mineral RESUMO Esta pesquisa objetivou avaliar os efeitos da utilização da adubação orgânica em relação à adubação química na recuperação de áreas degradadas oriundas da exploração mineral no município de Godofredo Viana/MA. O experimento foi instalado em área de 15 ha selecionado aleatoriamente na empresa Luna Gold Corporation, envolvida na operação e exploração de projetos de ouro (Au), destinados à recuperação de áreas degradadas conforme as condicionantes da Licença de Operação (LO). Neste experimento, implantou-se o Sistema Agroflorestal do tipo agrossilvicultural, o qual consistiu no consórcio da espécie florestal paricá (Schizolobium amazonicum) com a espécie gramínea forrageira braquiarão (Urochloa brizantha) através da análise dos parâmetros fitossociológicos característicos dos locais degradados. Com o delineamento em blocos casualizados, em 15 unidades experimentais cada uma equivalente a 1 ha; foram avaliados três tratamentos (Testemunha - Sem Adubação; Adubação Orgânica e Adubação Química) através de parâmetros como: fornecimento de nutrientes solo-planta em função do crescimento da espécie paricá (Schizolobium amazonicum) no período de 6 meses, Circunferência do caule à Altura do Peito (CAP) com posterior transformação para o Diâmetro do caule à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA); Altura da planta; NPK; Ca2+; Mg2+; H+ e Al3+. A adubação orgânica originou-se do processo da compostagem elaborada em torno de 30 a 40 dias, mediante a reutilização de resíduos orgânicos coletados no interior e entorno da empresa Luna Gold Corporation, promovendo desta forma a disponibilidade de nutrientes de suma importância para o desenvolvimento de vegetais, tais como, N; P; K+; Ca2+ e Mg2+. A adubação química originou-se da adubação NPK em plantas jovens de paricá, determinandose as dosagens consideradas de melhor desenvolvimento para esta espécie de 213 gramas por planta de nitrogênio (N); 255 gramas por planta de P2O5 e 268 gramas por planta de K2O. Considerando que a pesquisa foi desenvolvida em 15 ha com o espaçamento entre as mudas de 4 m x 4 m, calcularam-se as quantidades de ureia, superfosfato triplo (SFT) e cloreto de potássio (KCl) necessários para a adubação química, assim como a fórmula NPK para a mistura aplicada. Os resultados foram submetidos à análise de variância (p < 0,05) e, aplicouse o teste Tukey para a comparação das médias de cinco repetições. Os resultados mostraram que não foram observadas diferenças significativas nas características físicas e químicas do solo entre a adubação orgânica e a adubação química, no entanto, em todos os parâmetros avaliados a adubação orgânica apresentou desenvolvimento superior em relação à adubação química e testemunha. A adubação orgânica promoveu incrementos na porosidade e densidade do solo; pH; matéria orgânica (M.O.); fósforo; potássio; cálcio; soma de bases (SB); capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por bases do solo (V%), assim como a calagem aumentou a absorção N, P, K+, Ca2+ e Mg2+. Nesse sentido, entende-se que esta pesquisa fornecerá subsídios as empresas de mineração, no que se refere à elaboração de projetos ambientais que adotem práticas sustentáveis com aquisição de adubos orgânicos capazes de proporcionar a restruturação dos parâmetros ecológicos de forma completa. Palavras-chave: Adubação Orgânica; Adubação Química; Compostagem; Recuperação de Áreas Degradadas; Sistema Agroflorestal. Evaluation of Fertilizer Organic and Chemical in the recovery of degraded areas arising from the Exploration Mineral ABSTRACT This research aimed to evaluate the effects of the use of organic fertilizer in relation to chemical fertilizer in the recovery of degraded areas arising from mining operations in the municipality of Godofredo Viana/MA. The experiment was carried out on 15 ha area selected randomly in the company Luna Gold Corporation, involved in the operation and exploration of gold projects (Au) for the recovery of degraded areas according to conditions of License Operating (LO). In this experiment implanted the System Agroforestry of type agrossilvicultural, which consisted of the consortium between the species paricá (Schizolobium amazonicum) and brachiaria (Urochloa brizantha) through the analysis of the parameters phytosociological characteristic of areas degraded. The randomized block design in 15 units experimental each one equivalent to 1 ha were evaluated three treatments were (No fertilization; Organic Fertilization and Chemical Fertilization) through of parameters such as supply of nutrients soil-plant due to the growth of paricá specie (Schizolobium amazonicum) in the period six-month, Circumference at Breast Height (CBH) with posterior transformation to Diameter at Breast Height (DBH); Dry Mass of Leaves (DML); Aerial Part Dry Mass (APDM); Plant height; NPK; Ca2+; Mg2+; H+ and Al3+. The organic manure originated from the composting process built around 30 to 40 days, through the reutilization of organic waste collected inside and around the company Luna Gold Corporation resulting the availability of nutrients extremely important to the development of plants, such as N; P; K+; Ca2+ and Mg2+. The chemical fertilization originated from the NPK fertilization in plants young of paricá, determining doses considered better development for this specie, 213 grams per plant nitrogen (N); 255 grams per plant P2O5 and 268 grams per plant K2O. Considering that the research was developed in 15 ha with the spacing between the seedlings of 4 m x 4 m was calculated the quantities of urea, triple superphosphate (TSP) and potassium chloride (KCl) necessary for chemical fertilizer, as well as formula to the mixture applied. The results were submitted to analysis of variance (p < 0.05) and the Test Tukey in order to comparison of the average of five repetitions. The results showed that not differences significant in the characteristics physical and chemical of the soil between organic fertilizer and chemical fertilizer, however, in all parameters evaluated the organic fertilization showed development superior in relation to chemical fertilizer and no fertilization. The organic fertilization afforded increments in the porosity and density of soil; pH; organic matter (O.M.); phosphorus; potassium; calcium; sum of bases (SB); cation exchange capacity (CEC), and saturation of soil foundation (V%) and liming has increased absorption N, P, K+, Ca2+ and Mg2+. Considered that this research may supply subsidies to mining companies, in relation development projects environmental that adopt practices sustainable with acquisition of organic fertilizers able to restructure completely the parameters ecological. Keywords: Organic Fertilization; Chemical Fertilization; Composting; Recovery of Degraded Areas; System Agroforestry. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Identificação do local de instalação de uma sondagem geológica no interior de uma capoeira em estágio médio de sucessão ecológica................................................................................16 Figura 2 - Supressão da vegetação na área da praça de sondagem destinada a posterior reabilitação ambiental...............................................................................................................................................16 Figura 3 - Área destinada à instalação de uma praça de sondagem em outro alvo de pesquisa no interior de uma floresta secundária em estágio avançado de sucessão ecológica................................17 Figura 4 - Alto grau de impacto ambiental ocasionado na biodiversidade local caracterizado pelo grupo de espécies pioneiras e de clímax..............................................................................................17 Figura 5 - Localização do município de Godofredo Viana - MA..........................................................20 Figura 6 - Semente da espécie paricá (Schizolobium amazonicum)......................................................22 Figura 7 - Plântulas de paricá de alta qualidade com 35 dias de semeadura.........................................23 Figura 8 - Colaborador realizando a limpeza de espécies invasoras no viveiro de mudas....................23 Figura 9 - Colaboradores da equipe de Meio Ambiente realizando a mensuração e o piqueteamento da área a ser recuperada..............................................................................................................................24 Figura 10 - Colaborador realizando a abertura de sulcos de forma manual posterior ao piqueteamento........................................................................................................................................24 Figura 11 - Exemplificação do dimensionamento dos sulcos realizados na área recuperada...............25 Figura 12 - Aplicação do adubo orgânico no sulco dimensionado........................................................25 Figura 13 - Plantio da espécie nativa paricá (Schizolobium amazonicum)............................................25 Figura 14 - Sementes de braquiarão (Urochloa brizantha) utilizadas na recuperação das áreas impactadas, estabelecendo o SAF do tipo agrossilvicultural.................................................................25 Figura 15 - Primeira camada do material orgânico sendo preparado (terra preta + esterco + serragem)...............................................................................................................................................28 Figura 16 - Segunda camada do material utilizado para a elaboração da compostagem (resíduos alimentares)...........................................................................................................................................28 Figura 17 - Terceira camada do material utilizado para a elaboração do composto orgânico (resíduos vegetais).................................................................................................................................................28 Figura 18 - Quarta e última camada de material da compostagem, novamente acréscimo de terra preta.......................................................................................................................................................28 Figura 19 - Área impactada devido à pesquisa geológica, após o 1° dia de plantio do consórcio entre paricá e braquiarão.................................................................................................................................30 Figura 20 - Área de pesquisa recuperada após 6 meses de plantio restabelecido os parâmetros fitossociológicos....................................................................................................................................30 Figura 21 - Circunferência à Altura do Peito (CAP); Diâmetro à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta em função dos três tratamentos aplicados............................................................................................................................32 Figura 22 - Porosidade total e densidade do solo em função de doses de composto orgânico (1,25 kg/ha-1), adubos químicos (98,6 kg ha-1 de ureia; 118,04 kg ha-1 de SFT e 93,05 kg ha-1 de KCl) e testemunha durante os seis meses de pesquisa.....................................................................................35 Figura 23 - Representação gráfica para os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e acidez potencial (H+Al) em função dos três tratamentos aplicados nos seis meses de estudo.....................................................................................................................................................39 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características químicas do solo (média de 15 amostras)......................................22 Tabela 2 - Composição química do composto orgânico..........................................................27 Tabela 3 - Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para circunferência do caule à altura do peito (CAP), diâmetro à altura do peito (DAP), massa seca das folhas (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA) e altura da planta da espécie Schizolobium amazonicum nos três tratamentos estudados.....................................................31 Tabela 4 - Densidade e porosidade do solo após a aplicação dos três tratamentos analisados durante os seis meses de pesquisa............................................................................................35 Tabela 5 - Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Acidez Potencial (H+Al) no solo na aplicação dos três tratamentos estudados.................................................................................37 Tabela 6 - Características químicas das médias das amostras do solo na ausência e presença de adubação aos 180 dias após a aplicação dos tratamentos...................................................40 SUMÁRIO Resumo.....................................................................................................................................07 Abstract....................................................................................................................................08 Lista de Ilustrações...................................................................................................................09 Lista de Tabelas........................................................................................................................10 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................12 2. OBJETIVOS.......................................................................................................................14 2.1. OBJETIVO GERAL.........................................................................................................14 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................14 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................15 3.1. ASPECTOS ECOLÓGICOS NO CONTEXTO DA MINERAÇÃO...............................15 3.2. ADUBAÇÃO ORGÂNICA..............................................................................................18 3.3. ADUBAÇÃO QUÍMICA.................................................................................................18 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................20 4.1. ÁREA DE ESTUDO.........................................................................................................20 4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL............................................................................21 4.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM................................................................................26 4.4. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO SOLO.............................................29 4.5. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO QUÍMICA NO SOLO.................................................29 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................30 5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NA VEGETAÇÃO............30 5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NO SOLO..........................34 5.2.1. Caracterização física do solo..........................................................................................34 5.2.2. Caracterização química do solo.....................................................................................37 6. CONCLUSÕES..................................................................................................................43 7. REFERÊNCIAS.................................................................................................................44 12 1. INTRODUÇÃO As atividades de mineração resultam em impactos ambientais, independente do bem mineral que está sendo extraído. Esta atividade implica em supressão de vegetação, ou impedimento de sua regeneração, remoção da camada fértil do solo, exposição de solos aos processos erosivos que podem acarretar em assoreamento dos corpos d’água do entorno e comprometer a qualidade das águas dos rios e reservatórios da mesma bacia (MECHI e SANCHES, 2010). Outros impactos que podem ter efeitos danosos no equilíbrio dos ecossistemas são: a redução ou destruição de hábitat, o afugentamento da fauna, a morte de espécimes da fauna e da flora terrestres e aquáticas, incluindo eventuais espécies em extinção, interrupção de corredores de fluxos gênicos e de movimentação da biota (MECHI e SANCHES, 2010). No que concernem as atividades industriais, a mineração de superfície é uma geradora de grande impacto sobre o ambiente, uma vez que pode alterar grandes extensões de terras. Keller (2000) citado por Zimmermann e Trebien (2001) estima que nos últimos 24 anos foram 2 degradados 37.000 km da superfície terrestre. Neste sentido, a recuperação de áreas degradadas por projetos de exploração mineral pode ser definida como o conjunto de ações necessárias para que a área volte a estar apta para algum processo produtivo em condições de equilíbrio ambiental, assim como é necessário que a mesma apresente condições de estabilidade física (processos erosivos, movimentos de terrenos) e estabilidade química (a área não deve estar sujeita a reações químicas que possam gerar compostos nocivos à saúde humana e ao ecossistema) (BRUM, 2000). Isto porque, o restabelecimento do potencial produtivo do solo, a fim de equilibrar e sustentar o ecossistema necessita da elevação do teor de matéria orgânica. A sua redução afeta os processos de formação e estabilização dos agregados do solo, atividade biológica e ciclagem de nutrientes (ROSCOE et al., 2006). Os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) baseada na indução do banco de sementes, na condução da regeneração natural e no adensamento e enriquecimento da floresta em regeneração com o Sistema Agroflorestal (SAF) estabelecido; proporciona diversos benefícios ambientais, tais como, controle da temperatura, da umidade relativa do ar e da umidade do solo (AMATA, 2009). Segundo Vieira et al. (2013), a adubação é uma das etapas mais complexas na produção de mudas visando à recuperação de áreas degradadas devido à dificuldade em encontrar dados a respeito das melhores doses para as espécies florestais nativas. Nesse sentido a adubação química NPK é essencial para o crescimento e o desenvolvimento das plantas, além de outros fatores como a luz solar armazenada na forma de 13 compostos de energia, como Adenosina Trifosfato (ATP) e Nicotinamida-adeninadinucleótido-fosfato (NADPH), água, gás carbônico (CO2) e um fluxo contínuo de sais minerais (MALTA, 2012). A adubação orgânica através da compostagem de resíduos orgânicos gera um benefício como produto final, o composto orgânico para uso agrícola, constituindo-se num processo que possibilita o cumprimento dos itens considerados fundamentais no conceito de desenvolvimento sustentável para o eficiente tratamento e disposição dos resíduos sólidos: (a) Minimização de impactos ambientais; (b) Minimização de rejeitos; (c) Maximização da reciclagem (EMBRAPA, 2009). Outros benefícios se relacionam com os impactos ambientais diretos e indiretos oriundos da disposição, ou uso como insumo agrícola, de certos resíduos orgânicos. Com o uso do composto orgânico, pode-se reciclar uma gama de macronutrientes (Nitrogênio {N}, Fósforo {P}, Potássio {K}, Cálcio {Ca} e Magnésio {Mg}) e micronutrientes (Boro {Bo}, Cloro {Cl} e Ferro {Fe}). Esses elementos são essenciais para as plantas e sua reciclagem pode proporcionar a substituição ou a redução da necessidade do uso de fertilizantes minerais (EMBRAPA, 2009). Segundo Pelá (2005), a adubação orgânica apresenta efeito acumulativo em relação à adubação mineral em termos de reflorestamentos com espécies nativas. Neste estudo, as áreas recuperadas pelas atividades de pesquisa mineral caracterizamse pela espécie arbórea paricá (Schizolobium amazonicum) e pela espécie gramínea forrageira braquiarão (Urochloa brizantha), as quais promovem o enriquecimento da biodiversidade pautada nos parâmetros fitossociológicos existentes. Esta metodologia de enriquecimento de recuperação das áreas de pesquisa auxilia de forma significativa no crescimento da cobertura vegetal, compatibilizando a fitofisionomia local (LOCATELLI et al., 2012). 14 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Avaliar os efeitos da aplicação da adubação orgânica e química no desempenho dos atributos biométricos da espécie florestal paricá (Schizolobium amazonicum), assim como as características físicas e químicas do solo. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Avaliar os efeitos da adubação orgânica e química nos parâmetros de desenvolvimento da espécie nativa paricá. b) Avaliar os efeitos da adubação orgânica e química nas características físicas e químicas do solo. c) Restabelecer os parâmetros ecológicos das florestas secundárias nas áreas degradadas mediante o consórcio de espécie florestal e agrícola caracterizado no Sistema Agroflorestal (SAF) do tipo agrossivicultural. d) Proporcionar métodos sustentáveis de recuperação de áreas degradadas por mineração, mediante a utilização de compostagem em relação à adubação química. 15 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. ASPECTOS ECOLÓGICOS NO CONTEXTO DA MINERAÇÃO Muitos avanços têm sido verificados nos últimos anos, no que diz respeito à “restauração florestal” em áreas degradadas, que embora sendo uma área recente, tem-se desenvolvido muito e agregado conhecimentos, envolvendo principalmente a dinâmica de formações florestais nativas. Isto não elimina a necessidade de muitos outros estudos que preencham lacunas do conhecimento e promovam um maior sucesso dos projetos de recuperação e conservação da biodiversidade (BARBOSA, 2006). Em casos de elevado grau de degradação ambiental, como exemplo, em áreas de mineração em que ocorre a desestruturação do solo, o plantio de mudas florestais pode não ser suficiente para propiciar a recuperação da área. Desta forma, direcionam-se esforços para a busca por novas técnicas que sejam mais eficientes em recuperar uma gama maior de funções do ecossistema e que demandem menor custo de implantação e manutenção da área (JAKOVAC, 2007). A busca pelo desenvolvimento destas técnicas tem incluído a investigação dos processos ecológicos que regem os caminhos da restauração, tendo em vista que os conceitos de sucessão ecológica de comunidades são as bases da ecologia da restauração (YOUNG, 2000). Nos ambientes degradados pelas atividades de pesquisa geológica, predominam as espécies do primeiro grupo ecológico, ou seja, das espécies heliófilas, que irão modificar a fitoestrutura com sombra, retenção do solo, umidade e deposição de matéria orgânica. Com o tempo, o ambiente torna-se favorável para o estabelecimento das espécies de sombra ou clímax (MUNDIM, 2004). Pode-se dizer que o processo de sucessão é resultante das mudanças ambientais causadas pelas próprias espécies pioneiras, ou seja, aquelas que se instalaram inicialmente. Estas espécies apresentam diferentes adaptações daquelas que as sucedem, e assim sucessivamente. Cada estágio altera o ambiente tornando-o apropriado para o próximo estágio, e consequentemente inapropriado para as comunidades pioneiras. A sucessão evolui até que as adições de novas espécies e as explosões de espécies estabelecidas não mais alterem o ambiente da comunidade em desenvolvimento. Uma vez atingido o clímax temos um ambiente dinamicamente estável e equilibrado (DUARTE e BUENO, 2006). A utilização da espécie pioneira para a recuperação das áreas de pesquisa, como exemplo o paricá (Schizolobium amazonicum), tendo como sua característica de colonizadora e de crescimento rápido, é responsável pela quebra de substrato através das raízes, acúmulo de 16 matéria orgânica, sombreamento, entre outros; consorciada com a espécie de gramínea braquiarão (Urochloa brizantha) que permite a reestruturação de organismos secundários e, posteriormente, a reabilitação das climáceas no local degradado (MUNDIM, 2004). O Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke. É uma espécie florestal da família Caesalpiniaceae, nativa da Região Amazônica sul-americana, a qual pode alcançar de 20 a 30 m de altura e até um metro de Diâmetro à Altura do Peito (DAP) (AMATA, 2009). Essa espécie foi incluída na seleção de espécies leguminosas para consórcio agroflorestais devido ao seu rápido crescimento. Este consórcio caracterizado pelo paricá com a espécie gramínea braquiarão, reestrutura os parâmetros dos ecossistemas locais, devido estas espécies desempenharem funções distintas nos grupos ecológicos que serão responsáveis pelo desenvolvimento das sucessões ecológicas (Figura 1) intrísecas no processo de reabilitação ambiental, posterior ao processo de supressão vegetal desenvolvido pelas pesquisas geológicas observada na Figura 2 (VIÉGAS et al., 2007). Figura 1: Identificação do local de instalação de uma sondagem geológica no interior de uma capoeira em estágio médio de sucessão ecológica. Figura 2: Supressão da vegetação na área da praça de sondagem destinada à posterior reabilitação ambiental. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). A sucessão secundária (Figura 3) é o mecanismo pelo qual as florestas tropicais se auto-renovam, através da cicatrização de locais perturbados que ocorre a cada momento em diferentes pontos da mata (OLIVEIRA e JÚNIOR, 2011). É a susbtituição da vegetação que 17 ocorre após um distúrbio qualquer, como exemplo, a sondagem geológica caracterizada nas pesquisas, como se verifica na Figura 4, afetando a vegetação preexistente. No sítio há solo já desenvolvido e legado biológico da vegetação prévia (OLIVEIRA e JÚNIOR, 2011). Figura 3: Área destinada à instalação de uma praça de sondagem em outro alvo de pesquisa no interior de uma floresta secundária em estágio avançado de sucessão ecológica. Figura 4: Alto grau de impacto ambiental ocasionado na biodiversidade local caracterizado pelo grupo de espécies pioneiras e de clímax. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Propriedades das comunidades tais como composição de espécies, riqueza, diversidade e heterogeneidade vegetal apresentam mudanças com o progresso das sucessões primária e secundária (JONES e DEL MORAL, 2005). Para esses autores a cobertura vegetal e a biomassa aumentam através da seqüência sucessional, levando usualmente a intensa interação competitiva entre os indivíduos. Oliveira e Júnior (2011) afirmam que em estágios sucessionais mais tardios espera-se haver aumento na interação entre espécies. Vários fatores podem afetar a heterogeneidade vegetacional, pois assim como o desenvolvimento da vegetação, o padrão de espécies parece ser mais controlado por condições ambientais e interações entre espécies do que por eventos estocásticos tais como a dispersão (JONES e DEL MORAL, 2005). 18 3.2. ADUBAÇÃO ORGÂNICA A produtividade de uma espécie arbórea como o Schizolobium amazonicum com alto potencial de crescimento pode ser limitada pela ausência de determinados nutrientes no solo (VIEIRA et al., 2013). Substratos com elevado teor de matéria orgânica assegura alta porosidade, além de uma baixa densidade aparente. A porosidade é um fator muito importante para o pleno desenvolvimento das plantas, capaz de proporcionar aeração e drenagem adequada, tornando o substrato estruturado e com maior retenção de água (DINIZ et al., 2006). É reconhecido o efeito benéfico da adubação orgânica na produtividade das culturas, assim como o aprimoramento nas condições físicas, químicas e biológicas do solo, graças à sua utilização. Os nutrientes presentes no composto orgânico, principalmente o nitrogênio e o fósforo, possuem uma liberação mais lenta quando comparadas com adubos minerais, pois depende da mineralização da matéria orgânica, proporcionando disponibilidade ao longo do tempo, o que, muitas vezes, favorece um melhor aproveitamento (MAGRO et al., 2010). O uso de adubos orgânicos nos solos é fundamental na melhoria das características químicas, físicas e biológicas. Sua atuação se dá tanto na melhoria das condições físicas, como na aeração, na maior retenção e armazenamento de água, quanto nas propriedades químicas e físico-químicas, no fornecimento de nutrientes às plantas e na maior capacidade de troca catiônica do solo (CTC), além de proporcionar um ambiente adequado ao estabelecimento e à atividade da microbiota (MELO et al., 2009). Véras et al. (2014) afirmam que o uso de substratos alternativos proporciona o aproveitamento de materiais da própria propriedade favorecendo a diminuição da utilização de agroquímicos, contribuindo para maior equilíbrio ambiental, mantendo a biodiversidade, produzindo mudas de qualidade e buscando a viabilização de uma agricultura sustentável. 3.3. ADUBAÇÃO QUÍMICA No que diz respeito à adubação química existe poucas informações para fundamentar o manejo desta adubação relacionada à espécie nativa paricá no campo (COSTA et al., 2008). Vieira et al. (2013) também afirmam que o Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke é uma espécie florestal cujas informações sobre as exigências nutricionais são poucas. Diante deste cenário, torna-se necessária a realização de diversos estudos sobre as estratégias de manejo das adubações que possam aumentar a eficiência no uso de fertilizantes para a espécie nativa paricá. 19 Caione et al. (2012) recomendaram na adubação de base das mudas de S. amazonicum, 150, 300 e 100 g.m-3 de N, P2O5 e K2O, respectivamente, 1,0 kg de sulfato de amônio e 0,3 kg de KCl em cobertura. Estas doses não representaram crescimento significativo em altura e diâmetro das mudas de Schizolobium amazonicum. Locatelli et al. (2003) estudaram a influência da aplicação de doses crescentes de fósforo (0; 16,4; 32,8; 65,6; 131,2 g de P2O5/planta) e potássio (0; 24; 48 e 96 g de K2O/planta), nas formas de superfosfato triplo e cloreto de potássio, respectivamente, na cova de plantio, na presença ou ausência de calagem a lanço antes do plantio, em plantios de paricá em um latossolo amarelo em Rondônia. Concluiu-se que a aplicação de calcário objetivando elevação do pH da área para 5,5 melhorou a disponibilidade de potássio e fósforo. Apesar disso, os níveis de potássio aplicados não interferiram significativamente no crescimento em altura e diâmetro. Todavia, entre as dosagens pesquisadas para a espécie nativa paricá, consideraram-se de melhor desenvolvimento, isto é, que influenciaram no crescimento em altura, diâmetro do caule e volume de madeira da espécie, os valores de 213 gramas por planta de nitrogênio (N); 255 gramas por planta de P2O5 e 268 gramas por planta de K2O (VIÉGAS et al., 2007). 20 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1. ÁREA DE ESTUDO O projeto de pesquisa de campo localiza-se no município de Godofredo Viana, estado do Maranhão (Figura 5), mais precisamente nas áreas de pesquisas minerais da Luna Gold Corporation. O município possui uma área de 675,168 km2 e coordenadas 01°24’10’’ S e 45°46’47’’ W; localiza-se na mesorregião do oeste maranhense e microrregião de Gurupi (IBGE, 2010). O clima é do tipo tropical, muitas vezes úmido, com chuvas anuais de até 3000 mm. A estação das chuvas ocorre a partir de dezembro a meados de julho com chuvas mais pesadas de janeiro a abril. A área está próxima a Linha do Equador e possui temperaturas relativamente estáveis, variando de 24°C a 31°C (TECHNICAL REPORT, 2010). Figura 5: Localização do município de Godofredo Viana - MA. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Neste estudo, selecionou-se 15 ha aleatoriamente destinados à recuperação de áreas degradadas nas áreas de pesquisas. Esta seleção baseou-se nas técnicas de recuperação pautadas nos levantamentos da estrutura e da composição florística de comunidades vegetais, em especial de fragmentos florestais (FREITAS e MAGALHÃES, 2012). As informações obtidas nestas atividades servem de base para a proteção e a recuperação das formações ecológicas formadas pelo banco de sementes as quais possuem tendência de aumentar conforme a intensidade da perturbação (ALVAREZ-AQUINO et al., 2005), o que deve estar 21 relacionado com a presença de espécies pioneiras, como exemplo, o paricá, que efetivamente formam o banco de sementes persistente e que normalmente estão associadas a tais ambientes perturbados (BAIDER et al., 2001; OZÓRIO, 2000). 4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O delineamento experimental consistiu em blocos casualizados com três tratamentos em cinco repetições. Os tratamentos aplicados foram: T1 - Testemunha (Sem Adubação); T2 (Adubação Orgânica) e T3 (Adubação Química). O período da pesquisa de campo correspondeu a 6 meses avaliado nas 15 Unidades Experimentais (UE) cada uma correspondendo a 1 ha, ou seja, 10.000 m2. Avaliaram-se as seguintes variáveis: Circunferência do Caule à Altura do Peito (CAP) em metros (m); Diâmetro do caule à Altura do Peito (DAP) em metros; Massa Seca das Folhas (MSF) em gramas por planta (g/planta); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) em gramas por planta; Altura da planta em metros; bem como as características físicas e químicas do solo, mediante a Porosidade e Densidade do Solo e teores de nutrientes, tais como: Nitrogênio + Fósforo + Potássio (NPK) em miligramas por decímetro cúbico (mg/dm3); Cálcio (Ca); Magnésio (Mg); Hidrogênio + Alumínio (H+Al) em centimol de carga por decímetro cúbico (cmolc/dm3). Os dados foram analisados e interpretados a partir das análises de variância (Teste F) e pelo confronto de médias do teste de TUKEY, conforme (FERREIRA, 2007). Realizou-se também o teste de Kruskal-Wallis, entre os tratamentos e as variáveis analisadas, usado para testar se um conjunto de amostras provém da mesma distribuição (DEVORE, 2000). As amostras foram coletadas na profundidade de 0 a 20 cm, analisadas pelo Laboratório do Departamento de Solos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) localizado no município de Belém-PA. Os atributos físicos analisados foram: porosidade total e densidade do solo, determinados pelo método dos anéis volumétricos de 100 cm-3 (EMBRAPA, 1997). As análises químicas foram realizadas em triplicatas (PASSARI et al., 2011). O pH em água, cálcio, magnésio trocáveis, soma de bases, capacidade de troca catiônica, saturação por bases e alumínio trocável foram realizados conforme metodologia da EMBRAPA (2009). (Tabela 1). 22 Tabela 1: Características químicas do solo (média de 15 amostras). pH Média P K H+Al Al3+ Ca2+ Mg2+ SB CTC V (H2O) cmolc/dm3 % 5,28 0,05 0,07 2,59 0,78 1,04 0,61 1,75 4,35 40,2 MO C mg/dm3 30,8 16,9 Fonte: UFRA (2014). Foram determinados o potencial hidrogeniônico (pH) em água na proporção 1:2,5 por potenciometria; fósforo (P) e potássio (K+) extraídos por Mehlich 1; acidez potencial (H++Al3+) extraído por acetato de cálcio; alumínio (Al3+), cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+) extraídos por KCl 1N; soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por bases do solo (V%) em cálculos; matéria orgânica (MO) e carbono (C) extraídos por dicromato de potássio em meio sulfúrico pelo método titrimétrico de Walkley-Black. As mudas da espécie nativa paricá foram produzidas no viveiro da empresa Luna Gold Corporation, onde as sementes originaram-se da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (AIMEX). Anterior à semeadura das sementes em sacos de polietileno (Figura 6), realizou-se a quebra de dormência pelo método térmico, que consiste na imersão das sementes em água à temperatura de 100ºC e posterior permanência por quatro horas até o esfriamento, a qual acelera e uniformiza a germinação das sementes e a emergência das plântulas de Schizolobium amazonicum (DAPONT et al., 2014). Figura 6: Semente da espécie paricá (Schizolobium amazonicum). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). 23 Desta forma, após 45 a 60 dias as plântulas estavam em plenas condições para o plantio definitivo, com uma média de 53 cm de altura e 7 mm de diâmetro (SOUZA et al., 2003). Cita-se também como fator de suma importância para a produção de mudas de qualidade no viveiro (Figura 7); o monitoramento realizado pelo Departamento de Meio Ambiente da empresa Luna Gold Corporation, onde com o auxílio de três colaboradores, realizara-se a limpeza de ervas daninhas aos redores das mudas que possam por ventura prejudicar biológica e esteticamente as plântulas existentes (Figura 8), a retirada de sementes que não germinaram com posterior plantio de sementes novas, assim como a verificação de possíveis associações de patógenos (COSTA et al., 2011). Vale ressaltar, que o paricá, por apresentar comportamento característico de espécie pioneira, é capaz de atingir uma regeneração natural num raio de 3 m a 25 m de distância da árvore matriz. Esta regeneração, ainda no estágio inicial de desenvolvimento, pode ser coletada, transportada para o viveiro e utilizada para a produção de mudas (ROSA, 2006). Pesquisas sobre a ecologia reprodutiva do paricá destacam a capacidade que esta espécie tem de se regenerar em clareiras e em áreas degradadas (VENTURIERI, 1999). Figura 7: Plântulas de paricá de alta qualidade com 35 dias de semeadura. Figura 8: Colaborador realizando a limpeza de espécies invasoras no viveiro de mudas. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). As técnicas de recuperação das áreas degradadas iniciaram-se com o trator arado realizando a descompactação e aeração do solo impactado, onde posteriormente realizaram-se os procedimentos de mensuração e piqueteamento do espaçamento adequado na área 24 destinada à reabilitação ambiental (Figura 9); abertura dos sulcos no solo de forma manual (Figura 10), obedecido ao dimensionamento de 30 cm x 30 cm x 30 cm (SOUZA et al., 2003) (Figura 11); aplicação do adubo orgânico (compostagem) na proporção de 1,5 kg/cova-1 (RAYOL et al., 2011) analisado no estudo (Figura 12) e plantio da espécie florestal paricá (Figura 13) e da espécie agrícola braquiarão (Figura 14) utilizadas na metodologia; todas estas etapas foram supervisionadas pelo responsável técnico do projeto (TECHNICAL REPORT, 2010). Estas etapas de recuperação das áreas degradadas, quando são rigorosamente cumpridas e respeitando-se todos os parâmetros técnicos, e posteriores tratos culturais cabíveis; reestrutura a estabilidade máxima da vegetação, característica do clímax, resultante da interação entre um grande número de espécies. Portanto, a estabilidade de um ecossistema é função primária, ou direta, de sua biodiversidade. É esta a razão que nos permite afirmar que o clímax de uma sucessão apresenta uma estabilidade dinâmica, por ter a máxima biodiversidade possível para aquele ambiente (DUARTE e BUENO, 2006). Figura 9: Colaboradores da equipe de Meio Ambiente realizando a mensuração e o piqueteamento da área a ser recuperada. Figura 10: Colaborador realizando a abertura de sulcos de forma manual posterior ao piqueteamento. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). 25 Figura 11: Exemplificação do dimensionamento dos sulcos realizados na área recuperada. Figura 12: Aplicação do adubo orgânico no sulco dimensionado. 30 cm 30 cm 30 cm Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Figura 13: Plantio da espécie nativa paricá (Schizolobium amazonicum). Figura 14: Sementes de braquiarão (Urochloa brizantha) utilizadas na recuperação das áreas impactadas, estabelecendo o SAF do tipo agrossilvicultural. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). 26 Portanto, o princípio da sustentabilidade, implica o uso dos recursos renováveis de forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação, em soluções economicamente viáveis de suprimento das necessidades, visando à reestruturação dos parâmetros fitossociológicos dos ambientes minerários, descaracterizando as degradações provenientes de pesquisas geológicas (VIANA, 2012). 4.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM A compostagem é um importante processo biológico de transformação dos resíduos orgânicos em produtos e insumos para a agricultura, ocorrendo através desse processo, uma diminuição dos resíduos gerados não aproveitados e uma otimização na produção de novos insumos e fertilizantes naturais, dentro do ciclo de um desenvolvimento sustentável, utilizada na produção de uma agricultura orgânica (RODRIGUES et al., 2014). Gonçalves et al. (2014) cita que a compostagem tem grande importância para o tratamento de resíduos, por atender a todas as prerrogativas ambientais, como: contribuir para evitar os aspectos estéticos desagradáveis da presença de resíduos no ambiente; absorver qualquer tipo de resíduo orgânico sólido produzido pela sociedade; reciclar nutrientes e energia, contribuindo para a economia dos recursos naturais; não exigir mão-de-obra especializada; requerer pouca energia externa e instalações simples e baratas; ter baixo custo e ser aplicável a qualquer escala operacional, além de produzir um fertilizante orgânico de grande aplicabilidade para a agricultura. O processo de compostagem também mostra sua importância em circunstâncias onde os resíduos depositados na natureza de maneira inadequada, causando o desequilíbrio do meio ambiente são processados de maneira adequada até que se torne um fertilizante orgânico, rico em nutrientes essenciais e com propriedades benéficas a manutenção adequada dos solos (SILVA, 2008). A composição química do adubo orgânico foi analisada no Laboratório do Departamento de Solos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) localizado no município de Belém-PA. A análise química do composto orgânico torna-se necessária a fim de auxiliar na observação dos teores de nutrientes existentes em relação à fertilidade do solo. Analisaram-se 10 amostras do composto, com média de 1 kg cada uma, obtendo-se os teores químicos (Tabela 2) provenientes das misturas dos componentes utilizados na elaboração do mesmo. 27 Tabela 2: Composição química do composto orgânico. Composto Orgânico 10 amostras pH N (H2O) 6,78 C MO 320 K Ca 3 g/kg 12 P 753 26,78 H Al 3 mg/dm 640 Mg mmol/dm 47,93 76,5 8,0 7,5 Fonte: MAPA (2014). Durante o período de 30 a 40 dias, ocorreu à formação de 300 pilhas de compostagem, cada uma com média de 1.000 kg de peso. Os materiais utilizados na formação das pilhas corresponderam a seguinte proporção: 300 kg de terra preta; 200 kg de esterco de gado; 300 kg de serragem; 150 kg de resíduos vegetais e 50 kg de restos alimentares. Todo material utilizado na elaboração do composto orgânico foi coletado de forma manual, com o auxílio de três pás, dois carrinhos de mão e uma caminhonete modelo L200 outdoor para o transporte dos materiais das áreas mais distantes até o destino final. Os materiais foram coletados da seguinte forma: a terra preta originou-se das áreas de pesquisas geológicas da empresa Luna Gold exploradas de forma contínua; o esterco de gado foi proveniente das áreas de fazendas próximas à área de pesquisa, mediante as autorizações dos seus respectivos proprietários; a serragem foi coletada em pequenas serrarias distantes da área do projeto, onde os proprietários celebravam acordos com o Departamento de Meio Ambiente; os resíduos vegetais foram coletados no próprio viveiro de mudas mediante as atividades de limpeza de ervas daninhas das proximidades e os restos alimentares foram coletados no refeitório da empresa Luna Gold, acumulados em três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar), com uma média no total de 3.500 funcionários. A primeira camada utilizada no processo de compostagem foi à terra preta misturada (Figura 15); a segunda camada consistiu nos resíduos alimentares (Figura 16); a terceira camada consistiu nos resíduos vegetais (Figura 17) e a quarta e última camada caracterizouse no acréscimo novamente de terra preta (Figura 18), havendo posteriormente os processos de irrigação e revolvimento a fim de elevar a atividade microbiana, que além de produzir as transformações físicas e químicas no material compostado, também provoca a elevação da temperatura no interior da leira (LI et al., 2008). 28 Figura 15: Primeira camada do material orgânico sendo preparado (terra preta + esterco + serragem). Figura 16: Segunda camada do material utilizado para a elaboração da compostagem (resíduos alimentares). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Figura 17: Terceira camada do material utilizado para a elaboração do composto orgânico (resíduos vegetais). Figura 18: Quarta e última camada de material da compostagem, novamente acréscimo de terra preta. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). 29 Valente et al. (2009) acrescentam que por ser um processo puramente microbiológico, a sua eficiência depende da ação e da interação de micro-organismos, os quais são dependentes da ocorrência de condições favoráveis, como a umidade, a aeração, o tipo de compostos orgânicos existentes, a relação carbono/nitrogênio (C/N), a granulometria do material e as dimensões das leiras. A reutilização destes resíduos orgânicos a fim de produzir adubos orgânicos, visa à obtenção de novas técnicas para a gestão de resíduos, caracterizando a redução e uso consciente dos compostos produzidos, tornando-se prática intrínseca da conservação do meio ambiente (COSTA et al., 2014). 4.4. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NO SOLO Durante o plantio das mudas da espécie Schizolobium amazonicum no campo, foram depositados nos sulcos dimensionados de 30 x 30 x 30 cm (SOUZA et al., 2003), 1,5 kg de adubo orgânico proveniente da compostagem, obedecido ao espaçamento de 4 m x 4 m entre as mudas da espécie florestal inseridas em linhas paralelas (SANTOS, 2012). A braquiária foi semeada a lanço, adubada da mesma forma e com densidade de plantio de 60 kg ha-1 de sementes (LONGO et al., 2011). Vale ressaltar que nas mesmas condições de solo e de plantio verificou-se o crescimento da espécie paricá na ausência de adubo orgânico, a qual considerou testemunha. 4.5. APLICAÇÃO DA ADUBAÇÃO QUÍMICA NO SOLO Com a adubação mineral, em termos de N, P2O5 e K2O, foi fornecida no solo, dose de 213, 255 e 268 gramas por planta, respectivamente, sendo a mesma aplicada em sulco de semeadura, usando-se do formulado NPK 14-17-18, e caracterizando-se o N com 98,6 kg ha-1 de ureia; o P2O5 com 118,04 kg ha-1 utilizando o superfosfato simples e K2O com 93,05 kg ha1 utilizando o cloreto de potássio. Por ocasião do transplante das mudas no campo no período chuvoso, as doses de P2O5 foram aplicadas na sua totalidade no sulco de plantio, enquanto que a adubação NK foi parcelada para obter maior eficiência de utilização dos fertilizantes (COSTA et al., 2008). 30 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NA VEGETAÇÃO A Figura 19 apresenta uma área de pesquisa mineral recuperada logo após a degradação ambiental desenvolvida, onde as mudas da espécie Schizolobium amazonicum com média entre 45 a 55 cm de altura foram plantadas e consorciadas com a espécie Urochloa brizantha semeada a lanço. A Figura 20 proporciona uma ideia do aspecto visual da vegetação restabelecida, caracterizando após seis meses de reabilitação ambiental os três grupos ecológicos representativos no conjunto de espécies que apresentam características comuns (ARAÚJO et al., 2010). Observou-se o grupo de espécies pioneiras que são aquelas que necessitam de condições de alta luminosidade para germinar, como exemplos, o paricá (Schizolobium amazonicum) e a embaúba (Cecropia pachystachia); o grupo de espécies oportunistas, como exemplos, a canjerana (Albizia hasslerii), o ipê roxo (Zeyheria tuberculosa) e o angicovermelho (Centrolobium tomentosum); e por fim, o grupo de espécies de sombra ou clímax que são aquelas que não necessitam de clareiras para germinarem e para atingirem a maturidade reprodutiva, como exemplos deste grupo, obteve-se o cedro (Cedrela fissilis), o angelim-amargoso (Andira althelmia) e a sucupira-amarela (Sweetia fruticosa) (WHITMORE, 1990; FERRETTI, 2002). Figura 19: Área impactada devido à pesquisa geológica, após o 1° dia de plantio do consórcio entre paricá e braquiarão. Figura 20: Área de pesquisa recuperada após 6 meses de plantio restabelecido os parâmetros fitossociológicos. Fonte: Luna Gold Corporation (2014). Fonte: Luna Gold Corporation (2014). 31 As plantas de paricá após 6 meses de plantio apresentaram média de 2 a 3 metros de altura e Circunferência do caule à Altura do Peito (CAP) de média 0,0239 metros, com o auxílio das gramíneas definiram uma regeneração natural vigorosa pautadas no crescimento tanto de espécies arbóreas quanto de espécies herbáceas. Esta reabilitação ambiental caracterizada pelo Sistema Agroflorestal do tipo agrossivilcultural, define um indicador de diversidade de espécies capazes de alcançar a estabilidade física do local degradado (ALMEIDA e SANCHEZ, 2005). A estabilidade física do local inicia-se pelo processo de regeneração natural que decorre da interação de processos naturais de restabelecimento e manutenção do ecossistema. Este processo depende de uma série de fatores, como a chegada dos diásporos e a composição do banco de plântulas e de sementes do solo (MOREIRA et al., 2013). Estas informações consubstanciam estratégias de manejo que podem garantir a conservação de comunidades relevantes para o funcionamento de ecossistemas (FREITAS e MAGALHÃES, 2012). Arruda e Daniel (2007) afirmam que os estudos fitossociológicos de uma floresta representam o passo inicial para o seu conhecimento, pois, quando associados à sua dinâmica, pode-se construir uma base teórica para subsidiar a preservação e o uso de recursos da flora, a conservação de ecossistemas similares e a recuperação de áreas ou fragmentos florestais degradados, contribuindo substancialmente para seu manejo. Na Tabela 3 estão apresentados os resultados das análises para Circunferência do caule à Altura do Peito (CAP); Diâmetro do caule à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta. Tabela 3: Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para circunferência do caule à altura do peito (CAP), diâmetro à altura do peito (DAP), massa seca das folhas (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA) e altura da planta da espécie Schizolobium amazonicum nos três tratamentos estudados. 0,00641 c MSF (g/planta) 31,134 B MSPA (g/planta) 32,064 B Altura da Planta (m) 1,593 B 0,02318 a 0,00737 a 36,118 A 37,042 A 2,957 A 0,02214 b 0,00704 b 35,044 AB 35,904 AB 2,864 AB TRATAMENTOS CAP (m) DAP (m) Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química 0,02014 c* *Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%. As letras minúsculas indicam a diferença pelo teste de Tukey 5% de significância e as letras maiúsculas indicam a diferença pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância. 32 Nota-se que a adubação orgânica apresentou desenvolvimento levemente superior em relação à adubação química e significativo em relação à testemunha nos parâmetros avaliados. As cinco variáveis analisadas apresentaram crescimento linear (Figura 21), durante os seis meses de análise, com elevado ajuste da equação (R2 = 0,98 e 0,97) para MSPA e MSF respectivamente, em relação à adubação orgânica. Verificou-se que o máximo crescimento em CAP = 0,024 m; DAP = 0,012 m; MSF = 35,1 g; MSPA = 36,2 g e Altura da Planta = 2,91 m foi atingido com a porcentagem de 100% de Adubação Química (Figura 21), que corresponde à dose de 213 g N; 255 g P2O5 e 268 g K2O por planta calculado para 1 ha, mostrando que a adubação mineral NPK é fundamental no crescimento inicial de diversas espécies em substratos resultante da mineração (AMARAL et al., 2013). Estas doses correspondem respectivamente a 98,6 kg ureia ha-1; 118,04 kg SFT ha-1 e 93,05 kg KCl ha-1, caracterizando a fórmula NPK para mistura aplicada de 14-17-18 (N P2O5 K2O). O crescimento da massa seca das folhas (MSF) com a adubação química demonstra que esta produção é de extrema importância, pois reflete diretamente na sobrevivência das mudas em campo, principalmente em épocas menos favoráveis ao desenvolvimento das espécies florestais (SARMENTO et al., 2013). A massa seca da parte aérea (MSPA) apresentou resultados semelhantes aos encontrados por Matos et al. (2013) relacionada a espécie caroba-do-campo (Jacaranda cuspidifolia) com média de 31,9 g/planta, isto representaria maior capacidade de adaptação no período pós-plantio, uma vez que as folhas constituem uma das principais fontes de nutrientes e fotoassimilados (açúcares, aminoácidos, hormônios, etc.), que servirão de suprimento de água e nutrientes para as raízes nos meses de plantio. Figura 21: Circunferência à Altura do Peito (CAP); Diâmetro à Altura do Peito (DAP); Massa Seca das Folhas (MSF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Altura da planta em função dos três tratamentos aplicados. 0,009 0,025 0,015 y = 0,0019x + 0,0101 R² = 0,8423 (AQ) 0,01 0,006 0,005 y = 0,0007x + 0,0027 R² = 0,968 (AQ) 0,004 0,003 y = 0,0025x + 0,0057 R² = 0,9788 (Test.) 0,005 y = 0,0007x + 0,0033 R² = 0,958 (AO) 0,007 DAP (m) CAP (m) 0,008 y = 0,0021x + 0,0107 R² = 0,9628 (AO) 0,02 y = 0,0008x + 0,0019 R² = 0,9845 (test.) 0,002 0,001 0 0 1 Testemunha 2 3 4 Tempo (meses) Adubação Orgânica 5 6 Adubação Química 1 Testemunha 2 3 4 Tempo (meses) Adubação Orgânica 5 6 Adubação Química 33 40 40 35 y = 4,1401x + 9,8776 R² = 0,9726 (AO) 30 25 y = 4,3659x + 7,5559 R² = 0,9728 (AQ) 20 15 y = 3,9386x + 12,175 R² = 0,9841 (AO) 30 25 y = 3,9777x + 10,658 R² = 0,9816 (AQ) 20 15 10 y = 4,114x + 5,9132 R² = 0,9947 (Test.) 10 MSPA (g/planta) MSF (g/planta) 35 y = 3,9226x + 8,2328 R² = 0,984 (Test.) 5 5 0 0 1 Testemunha 2 1 3 4 5 6 Tempo (meses) Adubação Orgânica Adubação Química 3,5 Testemunha 3 4 Tempo (meses) Adubação Orgânica 5 6 Adubação Química y = 0,1158x2 - 0,3292x + 0,8379 R² = 0,9565 (AO) 3 Altura da Planta (m) 2 y = 0,1031x2 - 0,3337x + 0,8732 R² = 0,9813 (AQ) 2,5 2 y = 0,0455x2 - 0,1447x + 0,7027 R² = 0,8895 (Test.) 1,5 1 0,5 0 1 Testemunha 2 3 4 Tempo (meses) Adubação Orgânica 5 6 Adubação Química A adubação orgânica caracterizada na dose de 6,0 g/planta de composto orgânico para a espécie paricá (TAVARES et al., 2013), assim como a utilização das dosagens de adubos químicos já mencionados, otimizou a máxima produtividade das plantas nas cinco variáveis estudadas durante os seis meses de avaliação. A adubação orgânica promoveu crescimento de 44,96% de circunferência do caule à altura do peito; 45,68% de diâmetro do caule à altura do peito; 43,89% de massa seca nas folhas; 45,98% de massa seca da parte aérea e 46,54% da altura da planta em relação à testemunha e a adubação química. Resultados semelhantes foram encontrados em Silva et al. (2005), que observaram também, os maiores incrementos em altura para a espécie arbórea Astronium fraxinifolium nos tratamentos que continham o resíduo orgânico misturado ao substrato. Da mesma forma, avaliando diversos tipos de substrato e suas associações para produção de mudas da espécie Cybistax antisyphilitica, Pereira et al. (2005) encontraram maior crescimento quando utilizaram solo de Cerrado e resíduo orgânico na proporção 3:1, respectivamente, resultando em plantas com maior altura, diâmetro do caule e matéria fresca de raiz. 34 Sabonaro e Galbiatti (2011), no cultivo em áreas de revegetação, encontraram o maior crescimento de mudas de Schizolobium parahyba (média de altura e diâmetro do caule à altura do peito igual a 1,26 e 0,018 metros respectivamente) quando utilizado diferentes substratos orgânicos sob influência da irrigação, orientando a utilização de compostos orgânicos na produção de diversas espécies florestais e agrícolas. Os resultados da densidade, frequência e dominância da espécie Schizolobium amazonicum juntamente com a espécie Urochloa brizantha caracterizada em 41,73% da cobertura total das comunidades invasoras proveniente da sucessão ecológica, determinam a estrutura sociológica e o valor de importância das espécies, caracterizando a composição florística dos vários estratos da floresta e o papel que desempenham nestes respectivos estratos (HOSOKAWA et al., 2008). 5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ANALISADAS NO SOLO 5.2.1. Caracterização física do solo Não foram observadas diferenças significativas na granulometria do solo após seis meses da aplicação dos tratamentos entre a adubação orgânica e a adubação química, no entanto, os dois tratamentos obtiveram desempenho superior em relação ao tratamento testemunha. Devido às características de um Latossolo Amarelo Distrófico textura média de baixa fertilidade natural, destacou-se a alta presença de areia igual a 795 g kg-1; 85 g kg-1 de silte e 140 g kg-1 de argila (EMBRAPA, 2009), sendo estes resultados provenientes de manejos da mineração que requer a movimentação de grandes volumes de material edáfico (PILLON et al., 2010). A adubação orgânica apresentou na densidade do solo valor estimado de 1,08 kg dm-3, a adubação química caracterizou na densidade do solo valor de 1,16 kg dm-3 e o testemunha no valor de 1,33 kg dm-3. No que diz respeito à porosidade total para adubação orgânica, química e testemunha os valores da média foram, respectivamente, 3,76 cm3; 2,64 cm3 e 1,84 cm3 (Tabela 4). Estes resultados foram semelhantes aos encontrados em Sampaio et al. (2012) os quais observaram influência dos tratamentos de composto orgânico, adubação química e testemunha na quantidade de macro, micro e porosidade total do solo, sendo os valores superiores nos tratamentos que receberam adubo orgânico. 35 Tabela 4: Densidade e porosidade do solo após a aplicação dos três tratamentos analisados durante os seis meses de pesquisa. Densidade do Solo (kg dm-3) 1,33 a* 1,078 c 1,152 b TRATAMENTOS Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química Porosidade Total (cm3) 1,84 c 3,76 a 2,64 b *Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%. Destaca-se que a elevação da porosidade total e a consequente diminuição da densidade do solo com a introdução de composto orgânico (Figura 22) acompanhado pelo semeio da gramínea Urochloa brizantha e outras espécies vegetais que cobrem o solo, favorecem os mecanismos de floculação da argila e da estabilização dos agregados (NETO et al., 2008). Dessa forma, nas áreas de pesquisas em questão, a porosidade total deve ser aumentada com matéria orgânica e plantas de cobertura adaptadas ao ambiente, como uma das principais estratégias na recuperação dos solos provenientes de mineração (BENDFELDT et al., 2001). As adubações orgânica e química proporcionaram o aumento linear da porosidade total, caracterizando também o aumento da umidade e consequentemente a diminuição da densidade do solo (Figura 22), pois se o espaço poroso estiver em sua maioria ocupado por água, devido se tratarem de microporos, haverá menor espaço preenchido pelo ar (MONTEIRO, 2014). 4,5 1,8 4 1,6 y = 0,4754x + 0,9959 R² = 0,9955 (AO) 3,5 Densidade do solo (kg/m-3) Porosidade Total do solo (cm-3) Figura 22: Porosidade total e densidade do solo em função de doses de composto orgânico (1,25 kg/ha-1), adubos químicos (98,6 kg ha-1 de ureia; 118,04 kg ha-1 de SFT e 93,05 kg ha-1 de KCl) e testemunha durante os seis meses de pesquisa. 3 2,5 2 y = 0,1892x + 1,5561 R² = 0,9772 (AQ) 1,5 1 y = 0,1835x + 0,6245 R² = 0,8802 (Test.) 0,5 1,4 1,2 1 y = -0,0843x + 1,6173 R² = 0,968 (AQ) 0,8 y = -0,0991x + 1,672 R² = 0,9902 (AO) 0,6 0,4 y = -0,0273x + 1,4937 R² = 0,9853 (Test.) 0,2 0 0 1 2 3 4 5 6 1 2 Adubação Orgânica 4 5 6 Tempo (meses) Tempo (meses) Testemunha 3 Adubação Química Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química 36 Observa-se um crescimento acima de 50% de porosidade total com a aplicação de adubação orgânica e 47,76% com a adubação química, caracterizando do ponto de vista físico, um solo ideal para o desenvolvimento vegetal (NOVAIS e MELLO, 2007). Em estudo comparando a porosidade total em solos destinados a diferentes usos, Sales et al. (2010) encontraram na camada de 0 a 20 cm, Macro e Micro respectivamente, 31% e 14% em cerrado nativo, 23% e 15% para pastagem, 24% e 15% para integração agricultura-pecuária e 24% e 14% para plantio direto. O balanço entre a quantidade de Micro e Macro caracterizando a Porosidade Total é importante para favorecer o desenvolvimento do vegetal influenciando nas proporções de água e oxigênio, que no solo devem apresentar-se em quantidades semelhantes. Como a predominância da água disponível para as plantas está no microporos e o oxigênio se concentra nos macroporos é importante que os dois tipos de orifícios coexistam em abundâncias semelhantes (LEPSCH, 2011; BRADY e WEIL, 2013). A densidade do solo foi elevada no tratamento testemunha devido à ausência de matéria orgânica a qual proporciona maior agregação. Para promover melhorias nas características físicas de solos degradados, especialmente os de textura arenosa, o uso de materiais orgânicos é extremamente importante, pois um dos principais efeitos da matéria orgânica (MO) sobre os atributos físicos do solo está associado ao grau de agregação, que, consequentemente, altera a densidade, a porosidade, a aeração e a capacidade de retenção e infiltração de água (SAMPAIO et al., 2012). A aplicação da adubação orgânica e química aumentou a agregação do solo e consequentemente proporcionaram aumento da porosidade total (macro e microporos). No primeiro mês de plantio a média da densidade do solo que recebeu o tratamento com composto orgânico foi de 1,554 kg m-3, passando para 1,078 kg m-3 no sexto mês (Figura 22), caracterizando uma resposta linear decrescente de 69,37%. Estes resultados são considerados ideais para um bom desenvolvimento do sistema radicular das plantas (TRINDADE et al., 2012). A adubação química apresentou no primeiro mês média de 1,548 kg m-3 diminuindo de forma linear (Figura 22) até alcançar média de 1,152 kg m-3 no sexto mês de plantio, apresentando nos primeiros meses de análise um decréscimo superior em relação a adubação orgânica de 74,41%, tornando-se a densidade do solo estável a partir do quinto mês, enquanto que o composto orgânico permaneceu diminuindo a densidade. Resultados semelhantes foram encontrados por Rós et al. (2013), os quais verificaram que o adubo orgânico promoveu aumento de macroporos e diminuição na densidade do solo. 37 5.2.2. Caracterização química do solo As melhorias nas características químicas do solo foram proporcionadas pela aplicação do composto orgânico e adubação química, obtendo para a adubação orgânica aumento nos teores de fósforo (P) 67,4% e potássio (K) 75,6%, cálcio (Ca) 60,9% e magnésio (Mg) 68,5% e diminuição na acidez potencial (H + Al) em torno de 54,8%. Enquanto que na adubação química houve aumento nos teores de P e K igual a 64,3% e 69,7%, respectivamente, cálcio (Ca) igual a 57,4%, magnésio (Mg) de 63,5% e acidez potencial uma média de decréscimo igual a 49,8%; ambos tratamentos comparativamente ao solo na ausência de adubação, havendo diferença estatística entre os tratamentos no que se refere as propriedades químicas estudadas. A adubação orgânica apresentou no sexto mês de estudo, média de crescimento igual a (2,734 cmolc/dm3) de P no solo; K (0,946 cmolc/dm3); Ca2+ (1,562 cmolc/dm3); Mg2+ (1,442 cmolc/dm3) e média de diminuição na acidez potencial de 1,726 cmolc/dm3. A adubação química proporcionou média de crescimento igual a 2,468 cmolc/dm3 de P; K (0,918 cmolc/dm3); Ca2+ (1,348 cmolc/dm3); Mg2+ (1,132 cmolc/dm3) e redução na acidez potencial de 1,974 cmolc/dm3. Ambos os tratamentos foram superiores em relação à testemunha (Tabela 5). Tabela 5: Comparação entre as médias das variáveis obtidas no sexto mês de plantio para Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Acidez Potencial (H+Al) no solo na aplicação dos três tratamentos estudados. TRATAMENTOS Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química P K Mg H+Al 0,076 B Ca ( (cmolc/dm3)) 1,068 B 0,078 B 0,678 B 2,58 a 2,734 A 0,946 A 1,562 A 1,442 A 1,726 c 2,468 AB 0,918 AB 1,348 AB 1,132 AB 1,974 b *Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, a 5%. As letras minúsculas indicam a diferença pelo teste de Tukey 5% de significância e as letras maiúsculas indicam a diferença pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância. O teor de P disponível apresentou o maior valor para o tratamento com adubo orgânico e, durante os seis meses de análise, exibiu aumentos crescentes dos valores, assim como na adubação química; a testemunha permaneceu estável durante esse período (Figura 23). Os valores de P refletem sua disponibilização e concentração no substrato (CALGARO et al., 2008). A disponibilidade de P no solo aumenta com a elevação do teor de matéria orgânica 38 caracterizado na adubação orgânica, com o teor de argila e a umidade, interferindo consequentemente, na sua absorção pelas plantas (SANTOS et al., 2011). Na adubação mineral referente ao superfosfato triplo (SFT), os resultados encontrados foram superiores ao obtido por Caione et al. (2013) que, avaliando a disponibilidade de P no solo cultivado com cana-de-açúcar verificaram, aos quatro meses após plantio, que os teores de P disponíveis no solo se encontravam ao redor de 0,21 cmolc dm-3 no tratamento com SFT no fundo do sulco. O teor de K também apresentou os maiores teores nos tratamentos com adubação orgânica e química, sendo caracterizado pelo crescimento linear, onde 93,05 kg ha-1 de KCl aplicados durante os seis meses de pesquisa determinou incremento médio de 0,2 cmolc dm-3 na camada de 0 a 20 cm. Como foi observado por Damatto Junior et al. (2006), cerca de 81% do potássio contido no composto orgânico (produzido com serragem de madeira e esterco bovino) foi liberado logo após sua aplicação no solo (22 dias), o que reforça a questão do deslocamento de magnésio e também sugere que parte do próprio potássio possa ter sido lixiviado. Para o cálcio, houve aumento linear nos teores do solo em função da adição do composto orgânico e adubação química (Figura 23), sendo que os menores teores foram encontrados no testemunha; a média de 1,562 cmolc/dm3 alcançada no sexto mês de análise com a adubação orgânica aliado ao efeito das plantas de coberturas, como exemplo, a braquiária, influenciam de forma significativa na mobilização de Ca2+ no solo (AZEVEDO et al., 2007). A explicação para esta mobilização de Ca2+ no perfil do solo pode ser atribuída também à presença de resíduos vegetais sobre a superfície do solo em diferentes sistemas de culturas (STEINER et al., 2011). Em relação ao magnésio trocável (Mg2+), Sousa et al. (2007) consideram nível deficiente, para este elemento, teores abaixo 0,8 cmolc/dm3, sendo característico ao tratamento testemunha que apresentou média de 0,678 cmolc/dm3 após seis meses de estudo. As médias de 1,442 cmolc/dm3 (Adubação Orgânica) e 1,132 cmolc/dm3 (Adubação Química), proporcionaram aumentos nos teores de Ca2+ e Mg2+ no solo, concordando com os resultados verificados por Kitamura et al. (2008). As respostas apresentadas com relação aos teores de Mg2+, também corroboram com as observações realizadas por Ribas et al. (2010) ao utilizarem resíduo de fecularia tratado e estabilizado com NaOH (Hidróxido de sódio) para adubação, onde conseguiram teores de magnésio semelhantes aos encontrados nesta pesquisa. A aplicação de 1,19 t ha-1 de calcário influenciou positivamente na absorção dos macronutrientes N, P, K, Ca e Mg no solo após 180 dias de análise, assim como aumento do pH, redução da acidez potencial (H+Al) e do alumínio (Al3+). A adubação orgânica 39 proporcionou decréscimo linear para H+Al com de média 1,726 cmolc/dm3, enquanto que a adubação química também promoveu redução linear na acidez potencial, média de 1,974 cmolc/dm3, todavia este desenvolvimento foi inferior em relação à adubação orgânica e superior em relação à testemunha (Figura 23). Tavares et al. (2013) verificaram também a redução da acidez potencial (H+Al) no solo com a utilização do lodo de curtimento em mudas de paricá (Schizolobium amazonicum), proporcionando neutralização total do alumínio trocável (Al3+). Calgaro et al. (2008) afirmam que a calagem contribui para a redução da (H+Al), associado ou não à adição de resíduos orgânicos. Strojaki et al. (2013) observaram redução linear na acidez potencial em função do incremento nas doses de composto de lixo urbano, refletindo em aumento na saturação por bases e magnésio, resultados similares aos encontrados nesta pesquisa. 3 1,2 2,5 1 K (cmolc/dm3 ) P (cmolc/dm3 ) Figura 23: Representação gráfica para os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e acidez potencial (H+Al) em função dos três tratamentos aplicados nos seis meses de estudo. 2 1,5 1 0,6 0,4 0,2 0,5 0 0 1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês 1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês Período Período Testemunha Adubação Orgânica Testemunha Adubação Química 1,8 1,6 1,6 1,4 Mg 2+ (cmolc/dm3 ) Ca (cmolc/dm3 ) 0,8 1,4 1,2 1 0,8 0,6 Adubação Química 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0 Adubação Orgânica 0 1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês 1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês Período Testemunha Adubação Orgânica Período Adubação Química Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química 40 3 H+Al (cmolc/dm3 ) 2,5 2 1,5 1 0,5 0 1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° Mês Período Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química Em relação à acidez ativa (pH), o valor da média inicial de 5,28 indica condições de acidez do solo, onde após seis meses de análise, os valores da média foi de 7,46 e 6,35 para adubação orgânica e química respectivamente (Tabela 6). É importante ressaltar que a variabilidade de comportamento das diversas espécies de plantas em relação aos efeitos da acidez do solo, não permite generalizações e dificulta bastante o estabelecimento de faixas de pH para o estabelecimento vegetal (SOUSA et al., 2007). Também relacionado com a acidez está o alumínio. O alumínio trocável (Al3+) foi reduzido de 0,78 cmolc/dm3 para 0,46 cmolc/dm3 (Tabela 6) em função da aplicação de gesso e fertilizante orgânico e químico (ARATANI et al., 2009; BRESSAN et al., 2013). Um dos efeitos da calagem e da incorporação de resíduos vegetais é a elevação da atividade biológica no solo, atribuída ao aumento do pH e à disponibilidade de nutrientes e de substratos orgânicos, com consequente aumento da taxa de decomposição da MO nativa ou adicionada (ZAMBROSI et al., 2007). Tabela 6: Características químicas das médias das amostras do solo na ausência e presença de adubação aos 180 dias após a aplicação dos tratamentos. TRATAMENTOS pH Testemunha Adubação Orgânica Adubação Química (H2O) 5,28 7,46 6,35 Al3+ 0,78 0,46 0,46 SB CTC 3 cmolc/dm 1,75 3,94 3,39 4,35 5,68 5,37 V % 40,22 69,36 63,12 MO C 3 mg/dm 30,8 45,2 39,5 16,9 27,3 23,8 Potencial Hidrogeniônico (pH) em água - relação 1:2,5; Alumínio trocável (Al3+); Soma de bases (SB); Capacidade de Troca Catiônica (CTC); Saturação por bases do solo (V%); Matéria Orgânica (MO) e Carbono (C). 41 A soma de bases (SB) foi elevada para 3,94 cmolc/dm3 (adubação orgânica) e 3,39 cmolc/dm3 (adubação química), sendo caracterizado pelo aumento dos teores de potássio, cálcio e magnésio no solo. Magro et al. (2010) verificaram que o composto orgânico, além de ser uma fonte de nutrientes ao sistema, apresenta alguns benefícios que contribuem com a produção, como aumento na capacidade de penetração e retenção de água, elevação na capacidade de troca de cátions (CTC) e no pH do solo. Esta elevação nos valores de CTC decorre também dos incrementos nos teores dos cátions (Ca2+ e Mg2+), o que favorece melhorias nas condições de troca de cátions do solo. Estes resultados concordam com os obtidos por Pavinato e Roselem (2008), os quais observaram incrementos na CTC efetiva do solo com o aumento nos valores de pH, pois os grupos funcionais do material orgânico são dependentes de pH, predominando cargas negativas nestes grupos, graças à dissociação do H+ e formação de água. O solo testemunha de caráter distrófico, devido a saturação de bases (V%) obtida ser menor que 50% (Tabela 6), característico de um Latossolo Amarelo textura média (BRASIL et al., 2012), apresentou elevação de saturação de bases em média de 25% com os tratamentos adubação orgânica (69,36%) e química (63,12%), passando o solo à caráter eutrófico devido ao aumento da soma de bases proporcionado pelo composto orgânico, adubação química e calagem. Desta forma, a aplicação de calcário, juntamente com os dois tratamentos, atuou como corretivo da acidez do solo, conforme também observado por Martines et al. (2006). Em relação à matéria orgânica (MO) e ao carbono orgânico (C), houveram incrementos significativos com a aplicação do adubo orgânico e químico em relação ao testemunha, com média de 45,2 mg/dm3 (Matéria Orgânica) e 27,3 mg/dm3 (Carbono Orgânico) para adubação orgânica e média de 39,5 mg/dm3 (Matéria Orgânica) e 23,8 mg/dm3 (Carbono Orgânico) para adubação química. A elevação nos teores de matéria orgânica e carbono ocorrem pela deposição dos resíduos orgânicos nas camadas superficiais, alicerçado pela interação dos parâmetros fitossociológicos do sistema agroflorestal estabelecido, promovendo processos mais intensos na ciclagem de nutrientes, assim como em melhoria ambiental para a biomassa microbiana, aumentando a sua atividade (MARQUES et al., 2013). A matéria orgânica é de fundamental importância para o processo de recuperação, visto que esta promove melhorias em atributos físicos, químicos e biológicos do solo, dando sustentabilidade ao sistema a ser recuperado (LONGO et al., 2011). Desta forma, a MO possui a capacidade de criar as condições favoráveis às plantas, aos organismos do solo e ao restabelecimento de ciclos biogeoquímicos no local. Essas condições são criadas através da melhoria na taxa de infiltração de água e na quantidade de água disponível para as plantas, na 42 melhoria na agregação e porosidade do substrato, na elevação da CTC, na liberação lenta de nutrientes, na redução da lixiviação de nutrientes e no favorecimento da absorção de micronutrientes, entre outros (CORRÊA, 2009). Sendo assim, os adubos orgânicos provenientes da compostagem podem atuar como fonte para melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, favorecendo os processos de recuperação, os quais em áreas de mineração que sofrem constantes degradação, requerem intensas demandas de matéria orgânica. 43 6. CONCLUSÕES 1. O sistema agroflorestal entre as espécies Schizolobium amazonicum e Urochloa brizantha proporcionou o enriquecimento dos parâmetros fitossociológicos, assim como a indução de outras espécies características da biodiversidade local, recuperando a fitofisionomia de florestas secundárias anteriores à pesquisa mineral. 2. Os tratamentos com adubação orgânica e química proporcionaram maiores crescimentos nas características morfológicas do paricá, com desenvolvimento superior do composto orgânico em relação à adubação química e testemunha. 3. A adubação orgânica e química após os seis meses de análise promoveu efeitos positivos nas características físicas e químicas do solo, diminuindo a acidez potencial e elevando os valores de pH, capacidade de troca catiônica, saturação por bases e teores de cálcio e magnésio. 4. A utilização da compostagem promoveu aumento na matéria orgânica do solo, melhorando os atributos físicos, químicos e biológicos, caracterizando uma prática sustentável na conservação da biodiversidade de áreas recuperadas pela exploração geológica. 5. Este estudo fornece subsídios para que as empresas de mineração adotem a compostagem como mecanismos benéficos para recuperação ambiental caracterizado nas técnicas particulares de cada local, facilitando a sucessão ecológica e reestruturando os recursos naturais. 44 7. REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. O. P. O.; SÁNCHEZ, L. E. Revegetação de áreas de mineração: Critérios de monitoramento e avaliação do desempenho. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.1, p.47-54, 2005. 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