metodologia para estudo do efeito do treinamento resistido na
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METODOLOGIA PARA ESTUDO DO EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA MARCHA DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL RODRIGUES, J.O.a; NAVES, E.L.M.a a Laboratório de Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,Minas Gerais,Brasil. Resumo - O presente estudo visa analisar a influência do treinamento resistido, na melhoria do padrão de marcha de crianças com paralisia cerebral nível I e II do GMFCS. Para tanto, serão utilizados parâmetros biomecânicos quantitativos medidos através de técnicas de cinemetria. Busca-se dessa forma, uma caracterização da marcha de acordo com o grau de função motora grossa, através do mapeamento correlacional entre os parâmetros coletados . Após o processamento desses dados, e com resultados obtidos, almeja-se contribuir para melhorar a orientação e/ou acompanhamento dessa população, de maneira a proporcionar a esse grupo um incremento na sua qualidade de vida com a alteração do seu padrão de marcha. Palavras-Chave – Marcha; Treinamento Resistido. Paralisia cerebral; METHODOLOGY TO STUDY THE EFFECT OF STRENGTH TRAINING ON GAIT OF CHILDREN WITH CEREBRAL PALSY Abstract - This study aims to analyze the influence of strength training, improving the gait pattern of children with cerebral palsy at GMFCS I and II. For this, we used quantitative biomechanical parameters measured by kinematic techniques. Searching is thus, a characterization of gait according to the degree of gross motor function by mapping correlation between the parameters collected. After processing these data, and1 results, aims to improve the orientation and / or monitoring of this population so as to give that group an increase in their quality of life by changing your walking pattern. Keywords – Gait; Cerebral Palsy; Strength training. EXEMPLO DE NOMENCLATURA PC GMFCS Paralisia cerebral Gross motor function Classification System I. INTRODUÇÃO A locomoção humana é realizada na postura bípede e é referida na literatura como marcha humana. A principal função da marcha é promover a transferência do corpo através do avanço alternado de um membro inferior, enquanto o outro atua no suporte do peso corporal (SUTHERLAND, 1992). A marcha humana envolve uma série de movimentos complexos em todos os segmentos corporais. Para que seja possível a análise da marcha nos seus diferentes aspectos é imprescindível a segmentação temporal do movimento, para facilitar a identificação dos eventos relacionados a cada etapa da marcha (ANDRADE, 2002). Os profissionais que trabalham com parte ortopédica, neurológica e de reabilitação necessitam de critérios objetivos para a análise dos problemas de locomoção, para determinar uma decisão racional sobre a indicação de procedimentos cirúrgicos, órteses, fisioterapia e medicamentos (ANDRADE, 2002). Desta forma, a análise de marcha tornou-se objeto de estudo dentro da área de pesquisa em reabilitação, em particular na biomecânica. A análise quantitativa de movimentos de sujeitos com distúrbios motores torna-se ainda mais complexa uma vez que, além da complexidade do movimento normal, adicionam-se elementos derivados das patologias específicas. Sendo assim, a quantificação das alterações do movimento perante o padrão normal, pode indicar formas de tratamento, bem como verificar sua eficácia. A avaliação quantitativa do paciente é bastante utilizada na análise da marcha patológica, em especial nas patologias de ordem neurológica, onde os movimentos se tornam complexos, em virtude de eventuais deformidades ósseas associadas à espasticidade e reflexos patológicos concomitantes durante a marcha, como no caso da Paralisia Cerebral (ANDRADE, 2002). A Paralisia Cerebral acarreta restrições no desempenho das tarefas de auto-cuidados, como higiene e alimentação, e interfere nas transferências posturais e locomoção (MOORE 2000; JESUS 2005). Portanto, quando há melhor compreensão da biomecânica da marcha humana normal, ocorre melhor identificação das disfunções e uma avaliação objetiva das desordens existentes nos pacientes. Essa avaliação objetiva, muitas vezes acontece através da análise dos parâmetros espaço-temporais, que são medidas utilizadas freqüentemente para avaliar o desenvolvimento da marcha em crianças e identificar possíveis desordens (STOLZE 1998; SORSDAHL 2008). Busca-se através dessa avaliação objetiva, quantificar as alterações do movimento perante o padrão normal, visando avaliar o impacto do tratamento. O treinamento resistido é um dos exercícios físicos mais utilizados, uma vez que pode proporcionar mudanças positivas nos aspectos funcionais, estruturais e bioquímicos (FLECK e KRAEMER, 1999), além de alcançar um enorme público por ser altamente adaptável às limitações físicas e necessidades individuais (ROGATTO, 1998). O treinamento resistido é de grande importância para crianças com PC, pois elas apresentam a fraqueza muscular como deficiência primária e a capacidade anaeróbica e aeróbica subnormal em comparação com as crianças da mesma idade que não apresentam paralisia cerebral (LUNDBERG, 1978; PARKER, 1992). Além disso, a quantidade de massa muscular é baixa (LUNDBERG, 1978) e a força muscular é reduzida (DAMIANO et al 1995; VAN DEN BERG- EMONS, 1996). Pesquisas vêm mostrando que a produção de força muscular podem ser aumentadas em crianças com PC (DAMIANO, 1995; DAMIANO et al, 1995, O’CONNELL, 1995) e que a força pode se traduzir em ganhos de melhoria funcional (DAMIANO & ABEL, 1998; BLUNDELL, 2003; MACPHAIL, 1995). Baixos níveis desses componentes da aptidão física podem contribuir para as dificuldades em atividades motoras. Ou seja, uma vez que essas crianças apresentam níveis reduzidos de atividade física ou exercício físico, não apresentam melhoras em suas atividades básicas, como caminhar, correr, saltar e ficam propensas a terem uma saúde global deficitária, além de apresentarem um interesse menor ao estilo de vida fisicamente saudável (RIMMER, 2004). Sendo assim, o objetivo geral do presente estudo é determinar, quantificar e comparar as alterações nos parâmetros espaço-temporais e cinemáticos da marcha entre os grupos de crianças com PC nível I e II do GMFCS em relação á normalidade, através do efeito do treinamento resistido. II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Paralisia cerebral. A paralisia cerebral (PC), definida como uma encefalopatia crônica não progressiva da infância, é uma desordem do movimento e da postura, provocada por uma lesão do cérebro imaturo (BOBATH, 1984). Little, em 1843, descreveu, pela primeira vez, a encefalopatia crônica da infância, e a definiu como patologia ligada a diferentes causas e características, principalmente por rigidez muscular. Freud, em 1897, sugeriu a expressão paralisia cerebral, que, mais tarde, foi consagrada por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão do sistema nervoso central, semelhantes ou não aos transtornos motores da Síndrome de Little (DIAMENT, 1996; ROTTA, 2002). Desde o Simpósio de Oxford, em 1959, a expressão Paralisia Cerebral foi definida como seqüela de uma agressão encefálica que se caracteriza, como um transtorno persistente, com alteração do tônus muscular, postura e de movimentos involuntários, que aparece na primeira infância e está diretamente ligada a lesão estática no encéfalo (ROTTA, 2002). Sendo assim, a PC é caracterizada por uma alteração dos movimentos controlados ou posturais dos pacientes, aparecendo cedo, sendo secundária a uma lesão, danificação ou disfunção do sistema nervoso central (SNC) e não é reconhecido como resultado de uma doença cerebral progressiva ou degenerativa (RUSSMAN, 1997; FERRARETTO, 1998). O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pós natal (FERRARETTO, 1998). As crianças com PC têm como principal característica o comprometimento motor, que influencia no seu desempenho funcional. De acordo com Ferrareto (1998), a PC pode ser classificada por dois critérios: pelo tipo de disfunção motora presente, ou seja, o quadro clínico resultante, que inclui os tipos extrapiramidal ou discinético (atetóide, coréico e distônico), atáxico, misto e espástico; e pela topografia dos prejuízos, ou seja, localização do corpo afetado, que inclui tetraplegia ou quadriplegia, monoplegia, paraplegia ou diplegia e hemiplegia. Marcha Humana. A marcha é um meio natural do corpo para se deslocar de um local para outro. A eficiência no movimento de marcha, depende da mobilidade articular livre e da atividade muscular que é seletiva na duração e intensidade (PERRY, 2005). De modo geral, o andar humano é uma atividade motora complexa que requer controles de vários elementos, além da condição do corpo ereto em movimento ser sustentado pelas pernas, onde permanece pelo menos um pé em contato com o chão (ROSE, 1994; PERRY, 2005). Essa locomoção humana é alcançada através de um sistema de regulagem sensório e motora que controla a contração dos músculos esqueléticos, como resultado das atividades neurais complexas nos sistemas sensórios e motores, centrais e periféricos (POPOVIĆ & RADULOVIĆ et al, 2003). Informações importantes sobre a habilidade de andar da pessoa, entretanto, podem ser obtidas por diferentes níveis de análise (PERRY, 2005). Na análise patológica da marcha, a função normal é o modelo em relação ao qual a incapacidade é avaliada. Desvios do padrão normal definem as correções necessárias para diversas patologias incluindo a Paralisia Cerebral. Ciclo Normal da Marcha. A marcha utiliza uma seqüência de repetições de movimento do membro para mover o corpo para frente enquanto, simultaneamente, mantém a postura estável. Conforme o corpo move-se para frente, um membro serve como fonte móvel de apoio, enquanto o outro membro avança para uma nova posição de apoio. Em seguida os membros invertem seus papéis. Para a transferência do peso do corpo de um membro para o outro, ambos os pés estão em contato com o solo. (PERRY, 2005) A marcha é composta por ciclos repetidos de passos e passadas. Um passo se refere ao início de um evento com um membro agindo até o início desse mesmo evento com o outro membro em posição contra lateral; já a passada de um ciclo completo do andar se refere ao inicio de um evento pelo mesmo membro (ROSE, 1994) . Uma seqüência qüência única dessas funções por um membro é chamada de ciclo de marcha (CM). Indivíduos normais iniciam o contato com a superfície como o calcanhar, sendo este o padrão de contato inicial (CI) do ciclo da marcha normal (PERRY, 2005). A figura 1 mostra como o ciclo da marcha é dividido, quanto aos períodos, as tarefas e fases da marcha. neste contexto, a deformidade em eqüino é mais freqüente nesses pacientes com diagnóstico funcional do tipo espástica. Essa contratura diminui a força do tibial anterior e o sinergismo muscular entre os membros. membros (SVARTMAN, 2002). É importante mencionar que as variações de tipos de paralisia cerebral, faz com que cada uma tenha uma característica própria e por isso a análise cinemática tem sua importância e necessidade. III. MATERIAIS ATERIAIS E MÉTODOS Ambiente. Figura 1- Divisões do ciclo da marcha (adaptado de PERRY, 2005) Característica da Marcha em PC Na criança com PC as estratégias motoras são definidas pela ativação de padrões musculares que refletem o planejamento neural do mecanismo de movimento e contração muscular, levando em conta as modificações sistêmicas do organismo e as restrições ambientais ambien sofridas pela criança. As adaptações para essas estratégias são esperadas na PC como uma condição caracterizada pela postura e movimentos anormais, provenientes de uma lesão no SNC em desenvolvimento e adaptações neurais. Portanto, os pacientes com paralisia aralisia cerebral têm que organizar um limitado repertório motor decorrente de um restrito potencial neural para a realização do movimento. Normalmente, as crianças com diagnóstico funcional de disparesia espástica, demonstram estratégias motoras distintas e movimentos alternativos para o desenvolvimento da marcha. O acometimento da locomoção pode se agravar com a presença de movimentos associados, contraturas musculares e deformidades ósseas. Como exemplo a marcha mais comum em crianças com PC com diplegia gia espástica é a de pé eqüino com excessiva flexão plantar do tornozelo durante a deambulação, podendo ocorrer a contratura muscular plástica do tríceps sural (RADTKA, SKINNER et al, 2005).. Essa marcha é caracterizada pela ausência do toque do calcâneo no chão no inicio da fase de apoio da marcha e se agrava com a flexão permanente da articulação do joelho proveniente de hipertonia do conjunto dos músculos flexores dos joelhos. O padrão da marcha de crianças com PC é marcado pela flexão plantar do tornozelo ou marcha na ponta dos pés durante a fase de apoio do ciclo, que pode ser observado durante a caminhada da independente nessas crianças. crianças Este padrão é normalmente substituído pelo suporte suport (reflexo primitivo) e o peso do corpo é progressivamente descarregado no calcanhar. Algumas crianças, no entanto, continuam andando na ponta dos pés, sem sinais clínicos, e comprometimento sensório motor ou muscular da paralisia (CRENNA, FEDRIZZI et al, 2005). A presença de diferenças de contraturas musculares nos membros inferiores, afeta a marcha dee crianças com PC e A coleta de dados deste trabalho será realizada no Laboratório de Biomecânica da Faculdade de Educação Física no Centro de Excelência Esportiva CENESP/PPDNE da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A área destinada para execução da marcha é de aproximadamente 6,00 m de comprimento, 3,00 m de largura e 2,00 m de altura (altura altura em que as câmeras serão colocadas) Instrumentado com oito (8) câmeras infravermelho, da Optitrack (Natural Point, EUA), o qual permite a captura das trajetórias tridimensionais onais de marcas reflexivas passivas, colocadas no corpo para avaliação cinemática do movimento, que foram montadas em estrutura metálica para suporte. Um computador com tecnologia compatível para fazer leitura e analise da imagem captada por esse sistema de d câmeras e para a digitalização automática e a reconstrução é utilizado o software: ARENA™ Motion Capture Software (Natural Point). Caracterização dos Sujeitos. Participaram dessa pesquisa 15 crianças com PC, com idade entre 3 e 12 anos, classificadas classificada pelo GMFCS como nível I e II , que são aquelas que apresentam habilidade para andar independentemente , além do grupo controle composto por crianças sem alterações neuromotoras. neuromotoras Critérios de inclusão e exclusão. Como critério dee inclusão, os indivíduos indivíd deveram estar na faixa etária exigida (3 a 12 anos), anos) ter paralisia cerebral de grau I e II (de acordo com GMFCS) ou seja, devem ter habilidade para andar independentemente, ter adequada cognição, não estar fazendo uso de medicamento ou terapia como formas de tratamento, não ter feito nenhuma cirurgia de correção ortopédica.. O grupo controle não deve apresentar nenhuma desordem neuromotora neuromo e cognitiva. Variáveis cinemáticas e antropométricas. antropométricas Os dados antropométricos serão coletados após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos pais e/ou responsáveis, imediatamente após a chegada das crianças ao laboratório. As crianças serão instruídas pelos pesquisadores e pais e/ou responsáveis a retirarem o calçado, ficarem minimamente vestidas com um biquíni ou sunga. Após estes procedimentos as crianças serão pesadas na balança digital, terão a altura verificada, assim como o comprimento da perna e de tronco por um estadiometro. Será verificada a posição do centro de massa corporal de cada criança pelo método da balança e as distâncias entre côndilos femorais, entre maléolos e entre espinhas ilíacas através de paquímetro. Após coletas dos dados antropométricos haverá preparação dos indivíduos, para coleta cinemática. Para isso será utilizado o próprio esquema corporal que o software ARENA™ Motion Capture de analise oferece para que haja leitura do mesmo. Os marcadores utilizados serão esféricos de material plástico, recobertos por uma fita reflexiva 3M. A forma esférica foi selecionada, pois a projeção do centro da esfera coincide com o centro do círculo correspondente na imagem, assim, reduzem-se os erros em relação à perspectiva. (ANDRADE, 2002) Este material esférico fica acoplado a um material de velcro de formato arredondado para fazer a fixação. A fixação deste tipo de marcador ao corpo do indivíduo será feita por fitas de velcro, colocadas nas regiões corporais selecionadas pelo próprio ARENA™ Motion Capture Software (Natural Point). As variáveis cinemáticas serão aferidas após preparação do indivíduo e serão analisados os parâmetros espaço-temporais e angulações das três principais articulações envolvidas neste processo de marcha (quadril, joelho e tornozelo), de acordo com a tabela 1. Tabela 1 – Parâmetros espaço-temporais e angulações das articulações do quadril, joelho e tornozelo analisados no ciclo da marcha. PARAMETROS ESPAÇOTEMPORAIS IDENTIFICAÇÃO Velocidade (m/s) Velocidade média de progressão % Apoio % do ciclo que começa com o contato inicial e termina com a saída dos dedos do mesmo membro % Balanço % do ciclo que começa com a saída dos dedos de um membro e termina com o balanço anterior ao contato inicial do quadril no início do ciclo da marcha. MFQA Mínimo de flexão de quadril na fase de apoio o que representa a capacidade de extensão de quadril durante esta fase do ciclo da marcha. CIJ Valor do ângulo de flexo-extensão do joelho no contato inicial o que representa a posição da articulação do joelho no inicio do ciclo da marcha MFJA Valor mínimo de flexão de joelho em apoio simples, representando o capacidade de extensão de joelho durante a fase do ciclo da marcha PFJB Pico de flexão do joelho na fase de balanço, o que representa a capacidade de flexão da articulação do joelho durante esta fase do ciclo da marcha CIT Valor do ângulo da articulação do tornozelo no contato inicial, representando a posição da articulação no inicio da marcha. PDTA Pico de dorsiflexão do tornozelo durante a fase de apoio o que representa a capacidade de dorsiflexão na articulação de tornozelo. MDTA Valor mínimo de dorsiflexão da articulação do tornozelo na fase de apoio, representando a capacidade plantar da saída dos dedos PDTB Pico de dorsiflexão do tornozelo durante a fase de balanço o que representa a capacidade de dorsiflexão na articulação de tornozelo. Tratamento dos dados. Comprimento do passo (CP) Distancia longitudinal de um pé ao outro, normalizado pela altura dos sujeitos Largura do passo (LP) Distancia médio-lateral entre os 2 pés, durante o apoio duplo. Cadencia (C) Medida de passos por minuto CINEMÁTICA (GRAUS) As coordenadas tridimensionais dos marcadores serão filtradas a fim de minimizar as variações provenientes de erros de medição. O filtro que será utilizado para o tratamento dos dados será o filtro digital Butterworth de 5a ordem, com uma freqüência de corte de 6 Hz. Na apresentação dos resultados da cinemática angular, os ângulos serão plotados em função da porcentagem do ciclo de marcha. Procedimentos experimentais. IDENTIFICAÇÃO AMP Amplitude de movimento na articulação pélvica no plano sagital durante o ciclo, calculado como a diferença entre os valores máximo e mínimo do passo. CIQ Valor do ângulo de flexo-extensão do quadril no contato inicial, o que representa a posição da articulação Inicialmente cada participante assinará um termo de consentimento livre e esclarecido e os dados antropométricos serão coletados. A pesquisa está em análise pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia, conforme protocolo número 128/11. Após a coleta dos dados antropométricos, haverá a familiarização das crianças ao ambiente. As crianças poderão se deslocar livremente pelo espaço por 10 minutos, sem utilizar calçado algum. Após reconhecimento do espaço físico, as crianças ficarão vestidas com um biquíni ou uma sunga, sem utilizar nenhum calçado, serão colocados os 32 marcadores, dispostos nos segmentos corporais. Para calibração das câmeras a criança deverá ficar em pé, com os braços estendidos lateralmente, na altura dos ombros. Após calibração e sincronização, as crianças caminharão por 6,00 metros em linha reta, por 3 vezes. A velocidade da caminhada será auto-selecionada. Feita a coleta dos dados cinemáticos, as crianças poderão começar o treinamento na musculação. As crianças farão uso destes exercícios por 3 meses e então haverá uma nova coleta tanto de dados antropométricos como de dados cinemáticos para fazer comparação da marcha, entre o antes e o depois da aplicação dos exercícios resistidos. Protocolo dos Exercícios Resistidos. Os exercícios serão aplicados por 3 meses para que haja uma nova coleta de dados. Serão selecionados para serem aplicados na pesquisa, exercícios que irão trabalhar não somente a parte de membros inferiores como também parte dos membros superiores e tronco. Na 1a e 2a semanas serão 2 vezes na semana com duração de 1 hora. Apartir da 3a semana, serão 3 vezes por semana, até a 6a semana com duração de 1 hora e da 7a a 12a semana com duração de 50 minutos. As primeiras 6 semanas serão de adaptação, serão realizados os exercícios Leg press 45º, Sentar e levantar de uma cadeira, Supino Reto, Rosca direta com Halteres – Bilateral, Mesa Flexora, Tríceps no Cross Over, Abdominal - Elevação do Tronco (Ampli. Reduz.), Passadas, Remada com Pegada Aberta, Lombar Isométrico. As próximas 6 semanas serão de resistência muscular, onde o trabalho se intensifica, devido ao número elevado de repetições, mesmo sendo com a carga mais baixa. Neste período serão realizados os exercícios Leg press 45º, Agachamento 90o, Supino Reto, Rosca direta com Halteres – Bilateral, Mesa Flexora, Tríceps no Cross Over, Abdominal Elevação do Tronco (Compl. s/ auxi.), Passadas, Remada com Pegada Aberta, Lombar na mesa flexora. Nesses 3 primeiros meses o intuito deste treinamento é promover um ganho mínimo de força e resistência muscular para que a marcha dessas crianças possa melhorar também. Análise Estatística. Os valores da média±desvio padrão dos parâmetros espaçotemporais e cinemáticos mostrados na Tabela 1 serão calculados. Duas análises serão processadas, uma anterior ao inicio do treinamento resistido e outra após intervenção. As medidas realizadas a posteriori serão comparadas com as realizadas a priori para quantificar a mudança no padrão de marcha do paciente após a realização do exercício resistido. Para análise dos dados será utilizado o teste ANOVA two way (análise de variância para medidas repetidas) com p<0,05 e teste de Duncan post hoc com p<0,05. IV. RESULTADOS Os resultados esperados com essa pesquisa são: • Determinar as alterações na marcha de crianças com PC nível I . • Determinar as alterações na marcha de crianças com PC nível II . • Quantificar essas alterações tanto nos parâmetros espaço-temporais analisados quanto na cinemática angular. • Comparar os dados coletados pré e pós treinamento resistido para averiguação da influência dessa atividade sobre o padrão de marcha do indivíduo. • Comparar a marcha inicial de crianças com PC com a de crianças normais, e da marcha após intervenção destes mesmos grupos. V. DISCUSSÃO Alguns estudos (Damiano, 1995; MacPhail & Kramer, 1995; Dodd et al, 2003) vem relatando como efeito do exercício físico, um aumento na força muscular dos membros inferiores e da função em crianças com PC. No estudo de Verschuren, 2007, encontrou-se resultados de melhora de 38% da capacidade aeróbia dos participantes e de 25% da capacidade anaeróbia, através do treinamento aeróbio e resistido. Encontraram ainda melhora na agilidade (15%), força muscular de membros inferiores (20%). O grupo treinado apresentou melhoras significativas em relação ao grupo não treinado em atividades globais e físicas. Outros estudos relatam que crianças com paralisia cerebral são mais fracas (Brow, 1991; Stackhouse, 2005), têm menos resistência (Campbell, 1978; Unnithan, 1996) e exibem nível de atividade física reduzida (Bjornson, 2007; Van den Berg-Emons, 1995) comparadas com crianças sem PC. De acordo com Fowler (2007) a fraqueza muscular é uma deficiência primária em crianças com PC. Pesquisas mostram que a produção de força muscular podem ser melhoradas em crianças com PC (Damiano, 1995; O’Connell, 1995)e principalmente o ganho funcional de força, (Blundell, 2003; MacPhail, 1995). A insuficiente geração de força foi atribuída à diminuição da ativação central ou unidade neuronal, coativação imprópria de grupos musculares antagonistas (Elder, 2003; Rose, 2005; Stackhouse, 2005), miopatia secundária (Friden, 2003; Rose, 1994) e fisiologia muscular alterada. Neste contexto, este trabalho se propõe a investigar a influência do treinamento resistido na melhoria da aptidão física nesta população. VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS L. M. Andrade, “Análise de marcha: protocolo experimental a partir de variáveis cinemáticas e antropométricas.” Faculdade de Educação Física. Campinas, Universidade Federal de Campinas: p94. 2002 K. Bobath, Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. São Paulo, Manole 1984 K.F. Bjornson, B. Belza, D. Kartin, et al. “Ambulatory physical activity performance in youth with cerebral palsy and youth who are developing typically.” Phys Ther. 87:248– 257; discussion 257–260. 2007 K. L. Moore, T. V. N. 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