A QUALIDADe tRIUNFA

Transcrição

A QUALIDADe tRIUNFA
A REVISTA PARA OS VOITHTIANOS
Report
#1 | 2013
FOCO Retrospectiva 2012
A QUALIDADE
TRIUNFA
Insight
TRENS URBANOS PARA A AMÉRICA
No Local
BATERIAS PARA A MUDANÇA ENERGÉTICA
MARCOS
INOVAÇÃO PARA A FABRICAÇÃO DE CELULOSE
Rubrik
Mais de 400 voithianos estiveram envolvidos na
parada de uma refinaria em Gelsenkirchen, incluindo-se
planejamento, desmontagem e montagem, reforma e
instalação de tubulações. Na imagem, os encarregados
Torsten Heller e Bernhard Paul Steinkamp (supervisores
de tubulação, da esquerda para a direita).
Veja as páginas 16/17.
EXPEDIENTE
Editor:
Voith GmbH
Comunicação Corporativa
St. Pöltener Straße 43
89522 Heidenheim, Alemanha
www.voith.com
Responsável:
Lars A. Rosumek
Redação:
Markus Woehl, Gudrun Köpf
Contato com a redação:
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E-Mail: [email protected]
Em colaboração com:
Facts & Figures GmbH, uma empresa
Gruner + Jahr AG & Co KG
Impressão:
Leograf Gráfica e Editora Ltda.
Referências de fotografias:
Dawin Meckel: Título, P. 3, P. 4, P. 5, P. 10, P. 17, P. 19, P. 20, P. 29,
P. 37, P. 40; Stefanie Aumiller: P. 4, P. 6, P. 43; AES Tietê: P. 4,
P. 12-13; Cishoren: S.4, P. 48-49; Getty Images/Stock4B Creative:
P. 5, P. 30–31; Zainal Abd Halim/Reuters: P. 8; Julian Röder: P. 14,
P. 26–28, P. 32–33; Wegner: P. 15; Foto VWT: P. 16; Jan Michael Hosan:
P. 18; Germany and India 2011–2012: Infinite Opportunities:
P. 23; action press: P. 32; Andreas Pohlmann: P. 33; Rüdiger Nehmzow:
P. 34–35, P. 46; Langrock/Zenit/laif: P. 36; Jörg Sikorski: P. 39; Christian
Wesser: P. 47; Pascal SITTLER/REA/laif: P. 49; mauritius images/ib:
P. 49; Julien Chatelin/laif: P. 49; Voith: demais materiais fotográficos
Copyright:
Cópias ou reprodução de artigos e imagens somente
após prévia aprovação por parte da Voith GmbH.
Papel:
O papel reciclado Respecta Silk 60 foi fabricado de acordo com o padrão internacional FSC®. A celulose foi fabricada a partir de florestas
certificadas contingenciadas, ou seja, tratadas com responsabilidade.
Dessa forma, asseguramos que, na produção de papel, a diversidade
das espécies e os procedimentos ecológicos da floresta sejam conservados. O papel foi produzido em uma máquina de papel Voith.
A Voith Report é impressa nos idiomas alemão, inglês,
português e chinês.
2 | report 1/2013
editorial
QUERIDOS VOITHTIANOS,
Geralmente, o mês de fevereiro tem fama de ser um mês cinzento. Nossa intenção, é dar-lhe uma nova luz: a primeira edição da Voith Report neste novo ano. Nesta edição, repassaremos novamente todos os eventos mais importantes do
ano passado. Esse ano apresentou muitos desafios para nossa empresa, que, apesar do ambiente difícil, teve um bom
desempenho e demonstrou, mais uma vez, a sua capacitação para o futuro.
Muitos dos artigos nesta Report também abordam o
mundo de amanhã. Saiba como o CEO
Dr. Hubert Lienhard vê 2013, na página 10, e quais os
planos do novo presidente da diretoria da Voith Turbo, Carsten J. Reinhardt, para esse segmento, em sua entrevista na
página 29. A partir da página 26, você poderá ler como os
trens urbanos com tecnologia Voith, se tornam cada vez mais
importantes no tráfego em grandes cidades americanas.
Acompanhe uma viagem para a América do Sul onde, na
costa brasileira no oceano Atlântico, a extração offshore de
petróleo alcançou novas dimensões com a ajuda da Voith
(página 38).
Ou então, siga-nos para Chemnitz, onde os engenheiros
da Voith Engineering Services desenvolvem, em função de
contratos com clientes de todas as partes do mundo, os conceitos de mobilidade para trilhos e estradas, bem como planejam fábricas inteiras.
Esperamos que tenha uma leitura estimulante. Desejamos,
ainda, saúde e felicidade para 2013, – e que continuemos a
ser uma empresa bem-sucedida e viva.
Atenciosamente,
Lars A. Rosumek
Senior Vice President Corporate Communications
report 1/2013 | 3
Rubrik
42
26
ÍNDICE
12
FOCO
A QUALIDADE TRIUNFA
10 Dr. Hubert Lienhard
Mensagem aos colaboradores.
12 RETROSPECTIVA 2012
Mundial Partimos do primeiro Voith-Wassertrecker, no
Japão, passando pela Group Conference sobre o futuro do grupo, para
chegar aos novos Centros de Treinamento, em Heidenheim e na China.
A Voith vivenciou vários pontos altos em 2012 – ainda que o ano passado
não tenha sido apenas de boas notícias.
24BOM DESEMPENHO EM UM AMBIENTE CONTURBADO
Mundial O ano passado não foi fácil para a Voith. Embora os principais
indicadores tenham sido positivos, eles foram inferiores aos do ano anterior.
02EXPEDIENTE
03EDITORIAL
06NOTAS
4 | report 1/2013
rubrik
48
37
Insight
26 PRÓXIMA ESTAÇÃO:
FUTURO
EUA Trens urbanos
compõem o sistema de
tráfego do momento.
29 AINDA HÁ MUITO
POR FAZER
NO LOCAL
34 SEMPRE ALGO NA
RESERVA
MUNDIAL Usinas rever-
síveis viabilizam uma
revolução energética.
37 O CLÃ DOS
ENGENHEIROS
HEIDENHEIM Entrevista
BRASIL A nova série
com Carsten Reinhardt,
CEO da Voith Turbo.
“Especialistas na Voith”
retrata Thomas Scherb
de São Paulo.
30 EMBALAGENS PARA
O MUNDO INTEIRO
Mundial Os papéis
para embalagem estão
em alta, desde o
papelão ondulado até
o papel cartão.
38 ALTA TECNOLOGIA
PARA A BUSCA DE
TESOUROS
BRASIL Extração de
petróleo no Atlântico:
dispendiosa, mas
rentável.
33 A MISTURA CERTA
Mundial A Voith lançou
o programa “Diversidade e Inclusão”.
40 DE MÃOS DADAS
COM O SUCESSO
HUNGRIA O modelo de
mentoria da Voith está
ajudando no desenvolvimento de novas
unidades.
40
30
MARCOS
42 QUANTO MAIS
DIFÍCIL, MELHOR
CHEMNITZ Voith
Engineering Services
desenvolve tudo o que
roda nas estradas ou
sobre os trilhos.
44 NA DIANTEIRA
SALZGITTER A nova
máscara frontal Galea
estabelece padrões de
segurança, leveza e
flexibilidade.
45PENSAMENTO
INOVADOR
BRASIL Uma nova ins-
talação revoluciona
a fabricação de celulose – desenvolvida por
engenheiros Voith.
PANORAMA
46 DINHEIRO PARA O
BEM
HEIDENHEIM A Funda-
ção Hanns Voith comemora o seu aniversário
de 60 anos.
47 SOMENTE VENCEDORES NO TOPO
GRÃ-BRETANHA Quatro
Voithianos, quatro montanhas, um objetivo: ser
rápido.
47 O NÚMERO ONZE
VIVE!
HEIDENHEIM Cinco es-
tagiários da Voith restauraram dois propulsores Voith Schneider com
mais de dez anos de
fabricação.
48 PÉROLA DO SUL
ÍNDIA O colaborador
da Voith, TVVS Prasad,
leva os leitores à sua cidade natal, Hyderabad.
report 1/2013 | 5
Rubrik
NOTAS
A equipe que obteve sucesso na competição de desenhistas técnicos: Instrutor Eugen Brenner com os estagiários Mathias Ludyga,
Julia Riek, Christina Muraschkin e Julia Grossmann (da esquerda para a direita).
Estagiários
vencedores
heidenheim Quatro estagiários da Voith em Heidenheim
ocuparam os quatro primeiros lugares na competição nacional (Alemanha) de habilidades de desenho técnico 2012.
A medalha de ouro foi para Mathias Ludyga,19 anos, desenhista técnico que está no terceiro ano de estágio. A prata
foi para Christina Muraschkin, 21 anos. Julia Grossmann,
18 anos, ganhou o bronze, seguida de perto por Julia
Riek,18 anos, em quarto lugar. “Eu realmente não esperava
o primeiro lugar, foi uma grande alegria”, diz Mathias Ludyga. Acompanhado de suas colegas e de seu instrutor Eugen Brenner, ele viajou em novembro para a cidade de Sulzbach, na região de Saarland, onde foi realizada a
competição de três dias. Havia uma tarefa por dia a ser
executada – “A princípio, estávamos um pouco nervosos”,
diz Julia Riek amiga de Mathias Ludyga, “mas o nervosismo
passou rapidamente.” Não houve muito tempo para cuidados pessoais ou medo do palco. Os jovens talentos foram
diariamente ocupados com suas tarefas – levando em torno
de seis horas –, altamente concentrados sob os olhos do
júri e da Câmara de Comércio. Algo que não poderia ser
6 | report 1/2013
diferente: “O nível estava muito acima do que nos exames
finais”, disse Eugen Brenner. Durante a competição, ele
teve a ajuda do seu anjo da guarda e ficou impressionado
com a forma sistemática com que os estagiários lidaram
com suas tarefas.
No início de julho, o medalhista de ouro Mathias Ludyga irá representar a Alemanha no Campeonato Mundial
Técnico, em Leipzig. Suas colegas da Voith Christina Muraschkin, Julia Grossmann e Julia Riek irão acompanhá-lo.
Isto significa que Ludyga vai seguir os passos de seu
instrutor, Eugen Brenner, que também participou do Campeonato Mundial Técnico. Em Atlanta (EUA), em 1981, ele
ganhou a medalha de ouro na construção em aço. Mesmo
naquela época, ele tinha uma característica que agora está
passando para os jovens: a capacidade de trabalhar de forma focada e orientada para objectivos, desde o início. “Dedique-se inteiramente e não relaxe até cruzar a linha de
chegada! “, este é também o conselho que ele deu a seus
aprendizes durante a preparação para a competição de
2012. E eles certamente o ouviram. //
notizen
NOTAS
Uma só
fonte
EUA Juntas, elas somam 162 anos
de experiência em atendimento ao
cliente. E agora elas também operam juntas nos EUA: a Peak Hydro
Services e a divisão de After Market
da Voith Hydro foram incorporadas,
e passarão a usar o nome de Voith
Hydro Services. Se por um lado o
nome da empresa é novo, permanece a diretriz de continuar prestando todos os serviços possíveis e
imagináveis ao cliente do setor de
energia hidrelétrica. A Voith Hydro
Services repara e faz a manutenção
de turbinas, geradores e bombas,
além de seus componentes e sistemas completos, substitui componentes antigos, está sempre a postos para atender emergências e sua
equipe de especialistas analisa falhas e encontra soluções rapidamente. E a extensão do país não é
problema: a Voith Hydro Services
está sediada em Chattanooga, Tennessee, e conta com outros escritórios pelo país, como Springfield,
Oregon, e York, Pensilvânia. O objetivo é estar sempre próximo dos
clientes. //
Lola em ação:
a balsa Loire
utiliza dois
Voith Schneider
Propeller para
cruzar, e fazer
manobras de
atracação.
Seguro até lá
NANTES Lola ainda não tem dois anos de idade, mas já viajou muito. Todos os
dias, ela viaja entre as cidades de Le Pellerin e Couëron, atravessa o rio Loire,
sempre com muitos passageiros a bordo. Estamos falando de Lola, a balsa.
Uma balsa de duas pontas, para ser exato. Seu nome ilustre, em homenagem
ao filme “Lola, a menina do porto”, de Jacques Demy, foi dado na cerimônia de
lançamento, em maio de 2011. E, da Voith, ela também recebeu dois Voith
Schneider Propeller (VSP), que garantem que as manobras de atracação e
desatracação na margem do rio ocorram da forma mais suave possível.
No total, a Voith entregou cinco hélices VSPs ao Conselho Geral de LoireAtlantique, que é o operador de serviço de balsa sobre o rio; cada uma delas
foi projetada para atingir 470 Kilowatts e uma velocidade de 8,5 nós (cerca de
16 km/h). Duas hélices VSPs foram destinadas à embarcação irmã de Lola,
ainda sem nome, que está em construção no estaleiro e deverá entrar em funcionamento no primeiro semestre deste ano. A quinta hélice VSP permanece
disponível como reserva. //
Dia e noite
MUNDIAL A Voith Industrial Services ampliou seu portfólio com um novo serviço:
Grande demais para a oficina? Não há
problema! Os especialistas da Voith fazem
consertos no local.
a On-Site Machining (“usinagem local”) para clientes dos setores de processamento de petróleo e gás, petroquímico, químico e de energia. A empresa agora
oferece um serviço 24 horas para execução “in loco”, fazendo reparos de componentes com defeito, como eixos ou flanges danificados, sem a necessidade de
remover e transportar as peças quebradas até uma oficina, o que reduz perda e
otimiza a utilização dos equipamentos, poupando tempo e dinheiro ao cliente.
Isso é possível graças às máquinas-ferramentas móveis e modulares que
realizam fresagem, torneamento, trituração e perfuração. Com elas, eixos ou flanges de bombas, compressores, ventiladores e turbinas podem ser trabalhados
diretamente no site do cliente. Pode-se, por exemplo, corrigir desbalanceamento
decorrente de desgaste. As máquinas da Voith Industrial Services são muito flexíveis, adaptando-se a equipamentos de vários tamanhos e tipos. A máquina é
montada em torno da peça que deverá ser processada. Este processo é ainda
mais vantajoso para bombas de médio porte, trocadores de calor e reatores. //
report 1/2013 | 7
NOTAS
NO CAMINHO CERTO, COM CERTEZA
HEIDENHEIM O número de acidentes na Voith alcançou uma
nova baixa histórica: em um milhão de horas trabalhadas no
ano fiscal de 2011/12, no grupo inteiro ocorreram apenas
2,8 acidentes em que um empregado feriu-se tão gravemente que, consequentemente, não pode trabalhar por pelo menos um dia. No ano fiscal de 2010/11, o número foi de 4,7.
A comparação de longo prazo dos números absolutos mostra a tendência positiva ainda mais acentuada: em 2006/07
houve 1352 acidentes de trabalho em comparação com
apenas 208 em 2011/12. A causa da melhoria é, principalmente, uma campanha realizada em toda a empresa e que
envolveu diversos treinamentos e auditorias. “Estou muito
orgulhoso de que tenhamos feito progressos nesta área”, diz
Hubert Lienhard, CEO do Grupo. Com isso, a Voith alcançou
de forma significativa o objetivo, adotado cinco anos atrás,
de ter a ocorrência de menos de cinco acidentes por milhão
de horas de trabalho. Os gestores do grupo agora querem
reduzir esse número, no médio prazo, para menos de dois
acidentes. As empresas que atingem esta meta são, em termos de segurança, as melhores empresas do mundo. //
Acidentes de trabalho por 1 milhão de horas trabalhadas
22,8
19,4
13,9
6,7
4,7
2,8
2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12
Posição de pódio
Substituição obvia
MUNDIAL Em 2012, a Voith recebeu
Europa Acende-se uma luz para a OMV: nos próximos anos, a companhia
prêmios em diversos países. Entre outros, a companhia ferroviária alemã
(Deutsche Bahn) indicou a Voith para
“Fornecedor do Ano 2012” na categoria “Carros”. Os Serviços Industriais
do Grupo conquistaram três prêmios:
pelo excelente desempenho na área
de segurança, no ano passado, o
cliente ExxonMobil Production Deutschland concedeu o prêmio “Safety
Award 2011”. Nos Estados Unidos, os
funcionários da Voith que trabalham
na Honda, em Marysville, pela segunda vez tiveram a honra de receber o
título de “Fornecedor do Ano”; em
2012, apenas seis dos 4.500 prestadores de serviços do Grupo receberam esse prestigioso prêmio. Por fim,
por seu trabalho com diversas montadoras de automóveis no país, a Voith
ganhou, na Índia, o “Prêmio de Liderança de Produção” na categoria “Estratégia e Gestão da Produção”. //
petrolífera austríaca deverá substituir a iluminação nos postos de venda de
combustível de toda a Europa pelo eficiente sistema de energia LED. O conceito de iluminação e o desenvolvimento de produtos foram feitos pela DIW,
uma empresa subsidiária da Voith Industrial Services.
Nas filiais da OMV, os pontos de luz permanecerão no teto, sendo substituídos por lâmpadas LED de longa duração. Além da eficácia do LED, a
OMV também desenvolveu um mecanismo que diminui a demanda de energia para iluminação em até 30%. Como os LEDs não esquentam tanto quanto as lâmpadas tradicionais, os climatizadores nos postos de venda de combustível trabalharão menos. E, apesar de seu menor consumo de energia, a
forte iluminação ajuda a realçar a mercadoria nos suportes giratórios concebidos pela DIW. //
8 | report 1/2013
Os novos sistemas de iluminação LED iluminam as lojas de postos de combustíveis
da OMV.
NOTAS
Jovem talento é
premiado
heidenheim No último outubro, na
homenagem anual da Câmara de Comércio e Indústria (IHK) de Ostwürttemberg aos melhores estagiários que
se formaram, a Voith Heidenheim teve
a satisfação de ver agraciados 26 de
seus estagiários. Em 2012, 63 estagiários da Voith em Heidenheim concluíram a graduação. Onze obtiveram
nota média de 2,5 ou mais e foram
condecorados pela IHK; quinze obtiveram no mínimo 1,4 e receberam um
prêmio. Isso significa que, 41% dos
candidatos da Voith foram premiados.
Os estagiários da Voith conquistaram
16% de todos os prêmios na área coberta pela Câmara, um feito inédito.
Hubert Lienhard, presidente do Conselho Diretor da Voith GmbH, participou da solenidade no Schwäbisch
Gmünd Congress Centrum. Para ele,
deve ter sido uma grande satisfação
perceber que os homenageados
abrangem todas as profissões ensinadas na Voith Heidenheim: desenhistas
técnicos, técnicos em eletrônica, mecânicos industriais, técnicos em mecatrônica, mecânicos de projeto e mecânicos de usinagem, compradores
industriais e compradores para comunicação de escritórios.
E não apenas na região sudoeste
os jovens talentos da Voith comemoraram vitórias: em 2012, em Krefeld,
23 estagiários concluíram seus estudos conseguindo resultados muito
bons. Ao contrário de Baden-Württemberg, em Norte-Vestfália, os
aprendizes não receberam prêmios ou
elogios, mas o resultado final fala por
si. A pontuação máxima de uma pós-graduação é 100. Sete dos estagiários da Voith em Krefeld obtiveram
mais de 92 pontos, o equivalente a
um premio Baden-Württemberg. Outros sete conseguiram de 87 a 92
pontos, o que proporcionaria, na região sudoeste, o recebimento de uma
comenda. //
Dr. Hubert Lienhard com os estagiários
que foram homenageados pela Câmara de
Comércio.
report 1/2013 | 9
FOCO
Caros colaboradores
e colaboradoras,
A primeira edição da nossa “revista para funcionários da
Voith”, ainda no início de 2013, está sendo apresentada. Eu
espero que vocês todos tenham iniciado o ano com saúde
e uma grande quantidade de energia.
Os últimos 12 meses, pelo que me lembro, se passaram com uma velocidade incrível para nós. Não pelo fato de
2012 ter sido um ano muito agitado e difícil para nossa empresa e para todos os colaboradores da Voith. As interferências do ambiente externo não foram fáceis, pois tivemos
de lidar com muitos desafios. Principalmente por causa da
menor demanda da indústria papeleira, o Grupo teve, no
ano passado, um movimento lateral. Os pedidos diminuíram em comparação ao movimentado ano anterior, e o
10 | report 1/2013
faturamento aumentou apenas ligeiramente. Os resultados
apresentados têm diminuído, principalmente devido ao custo do programa de reestruturação da Voith Paper.
Os resultados globais do último ano fiscal podem e devem nos decepcionar, mas quero enfatizar um ponto: todos
os colaboradores da Voith posicionaram-se corretamente
em um ambiente muito difícil para a empresa. Nós produzimos, apesar dos muitos desafios, um dos melhores resultados operacionais da história da Voith. Eu sei que, sem o
seu empenho pessoal, sua grande lealdade e sua diligência,
isso não teria sido possível. Por isso, gostaria hoje de agradecer pessoalmente, em nome do Conselho Diretor, a todos os colaboradores da Voith.
FOCO
Como será o ano de 2013? É certo que a crise financeira e
dívidas do euro, bem como a mudança estrutural fundamental no mercado de ações, vão continuar nos ocupando
em 2013. Ninguém pode dizer com certeza como a economia global se desenvolverá ao longo dos próximos meses.
No entanto, atualmente, não vejo sinais de cenários de crises extremas, como um colapso do euro ou uma recessão
global. Por outro lado, no entanto, distingue-se o fato de
que o grande impulso para o crescimento não virá de nossos mercados, mas continuaremos a ter de lidar com uma
dinâmica bastante restrita.
É nesse contexto que fizemos nossos planos para
2013. Partimos do pressuposto de que este ano também
não será fácil para a Voith. Não prevemos um forte crescimento para o grupo em 2013, mas um desempenho estável. A situação continuará tensa, em particular para a Voith
Paper. As mudanças fundamentais no mercado de papel e
a consequente recessão na indústria papeleira continuarão
ser de grande perocupação para nós em 2013.
Nosso amplo portfólio, que atende muitos mercados e
indústrias, ajudará nesta situação. Podemos dizer que,
para todo o Grupo Voith, será uma das nossas principais
tarefas utilizar o melhor ritmo de crescimento existente. Há
muitas lacunas nos países em que atuamos que podemos
preencher, um potencial que deverá ser esgotado em 2013.
Nosso objetivo deve ser o de melhorar nossos resultados e
estabelecer um desenvolvimento sustentável para a Voith.
Uma tarefa importante, neste caso, será a de tornar nossos
processos ainda mais enxutos, mais simples e mais eficientes – desde a fabricação até a administração. Por essa razão, lançaremos o OpEx, um programa que futuramente
será implentado em toda a empresa, com a mesma abordagem e intensidade, para torná-la mais rápida e eficiente.
Peço-lhe, então, que me ajude nessa tarefa e em sua área
de trabalho, a fim de mantermos nossos processos e estruturas tão simples quanto possível, e evitar despesas desnecessárias, onde quer que ocorram. Tudo isso serve para
atender ao objetivo central: tornarmo-nos ainda mais atraente para nossos clientes; e permarnecermos, indiscutivelmente, o cliente número um para nossos fornecedores.
Ajude-nos a desenvolver a empresa. Isso só será possível se você, do seu ponto de vista, abordar de forma
aberta a melhor forma de executar as coisas com seus empregados ou supervisores. Mesmo que a economia global
seja difícil de prever, temos muito em nossas próprias mãos,
muitas coisas que podemos mudar por nossa conta. Nossa
história já provou, muitas vezes, que os colaboradores da
Voith são capazes de mover montanhas: um exemplo claro,
para mim, é a segurança. Em 2006, tivemos 1.352 acidentes e, durante o ano passado, foram somente 208. Isso significa menos 1.144 acidentes graves! 1.144 colaboradores
saudáveis. Por que a taxa de acidentes tem diminuído de
forma tão clara? Porque nós nos empenhamos com força e
de forma consistente. Em 2006, estávamos bem acima da
taxa de acidentes dos outros anos. Agora, seis anos depois,
estamos no caminho para o topo. Isso mostra que nossa
própria força pode fazer grandes mudanças. As condições
são favoráveis: a Voith é financeiramente saudável. Somos
uma empresa familiar independente, cujos proprietários estão totalmente por trás de sua empresa. Isso nos traz liberdade de negociação. Podemos enfrentar os desafios futuros e, ativamente, operar em uma posição vantajosa. Isso é
o que precisamos, e o que vamos fazer em 2013: observar
de perto a evolução e, se necessário, responder de forma
rápida e decisiva às mudanças do mercado.
Com o seu compromisso, sua experiência e sua lealdade vamos superar os desafios à frente. Eu sei que posso
contar com o seu apoio para tornar este Grupo ainda mais
poderoso, aberto e eficiente em 2013. Estou ansioso para
trabalhar com você neste começo de ano e desejo, a você
e família, duas coisas: saúde e felicidade.
Atenciosamente,
report 1/2013 | 11
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
A QUALIDADE
TRIUNFA
O ano de 2012 nos mostrou novamente que o mundo está mudando
mais rápido do que nunca, e a Voith está contribuindo para formatar
essa mudança, porém, mantendo-se fiel a seus altos padrões. No ano
que terminou, a empresa impressionou com inovações, ganhou muitos
contratos e prêmios e investiu no futuro.
12 | report 1/2013
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
Barragem da usina hidrelétrica UHE Água
Vermelha, no rio Grande, Brasil. A Voith
recebeu um pedido para recuperar os
geradores, turbinas e sistemas eletromecânicos,
bem como substituir uma grande parte deles.
report 1/2013 | 13
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
2
3
FEVEREIRO
JANEIRO
A Voith assina com a Irkutskenergo – maior empresa privada de energia da Rússia – um contrato para a substituição
de seis rotores Francis da usina hidrelétrica de Bratsk, na
Sibéria Oriental. Os novos rotores, que possuem um diâmetro de 6 metros e foram projetados para gerar 255 megawatts cada um, serão fabricados pela Voith em St. Pölten. A
usina de Bratsk é a maior de seu tipo no rio Angara, na Sibéria. Com capacidade instalada de 4.500 megawatts, a
usina fornece energia para a cidade de Bratsk e sua fábrica
de alumínio. (1)
A SCA Hygiene Products GmbH encomendou à Voith as instalações completas de uma fábrica de papéis tissue. A nova
linha Voith TM 5 será instalada na localidade de Kostheim,
perto de Mainz. Ela é capaz de produzir cerca de 60.000
toneladas/ano de papel toalha de alta qualidade. (2)
14 | report 1/2013
A Voith Turbo Scharfenberg ganhou um
dos maiores pedidos da sua história: a
empresa fornecerá 260 máscaras frontais, 260 engates automáticos e 2.070
engates semi-permanentes para o trem
expresso ICx da Siemens/Bombardier.
Na Deutsche Bahn, o trem ICx deverá
substituir gradualmente os antigos Intercitys e Eurocitys, a partir de 2016. (3)
Pela primeira vez na história, a Voith
pegou um crédito chinês: um consórcio de bancos de Xangai concedeu um
empréstimo à Voith de 2,25 bilhões de
yuans de renminbi (aproximadamente
270 milhões de euros). Com isso, a
empresa ficará mais independente das
variações cambiais. Nos próximos
anos, a Voith pretende investir cerca de
400 milhões de euros na China e expandir o número de seus colaboradores em torno de 5.000 pessoas.
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
(1) A Voith produzirá seis
rotores Francis para a usina
hidrelétrica de Bratsk, na
Sibéria Oriental. As unidades
serão fabricados em St. Pölten.
report 1/2013 | 15
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
1
MARÇO
No porto da cidade japonesa de Iwaki,
o primeiro rebocador marítimo Voith
no Japão fez a sua estreia. O navio foi
projetado para assistência portuária,
operações de manobras, rebocagem
e utiliza 2 Voith Schneider Propeller.
Além disso, o “Shiano” é o primeiro rebocador com comando totalmente
eletrônico. (1)
A empresa indiana Bank Note Paper
Mill India escolheu a Voith como fornecedora de duas máquinas para produção de papel-moeda para Mysore, Índia. O projeto compreende duas linhas
de produção completas, inclusive todos as vestimentas de máquina. Cada
uma das máquinas pode produzir
6.000 ton/ano. (2)
16 | report 1/2013
ABRIL
A Voith assumiu os trabalhos de reparos globais e manutenção com parada
total por seis semanas em uma refinaria em Gelsenkirchen. Até 430 colaboradores trabalharam na reforma mecânica das instalações de óleo bruto e
na área de energia, fornecendo cerca
de 1.400 horas/homem - sem um único acidente de trabalho e sem vazamentos na fábrica. (3)
A Voith recebe um pedido para o fornecimento de 60 Vorecon - variadores
de velocidade combinados com redutores planetários, destinados à petrolífera brasileira Petrobrás. Eles serão
destinados à extração de óleo Offshore a partir de um dos maiores poços
do mundo, localizados na camada do
Pré-Sal.
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
2
3
MAIO
Em um fórum do segmento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), na
cidade austríaca de Zell am See, a
Voith apresentou o StreamDiver, uma
miniturbina que pode ser instalada em
barragens já existentes. O StreamDiver permite gerar energia de forma
ecológica em rios de pequeno porte
onde não é possível construir usinas
hidrelétricas convencionais.
A Voith recebeu um dos maiores pedidos individuais da história para o fornecimento de transmissões automáticas Voith DIWA para ônibus da
empresa SBS Transit, de Cingapura.
1.000 ônibus de um e de dois andares
deverão ser equipados com estas
transmissões, e ainda existe a opção
de equipar outros 200 ônibus. A utilização em Cingapura se deve ao tráfego intenso, com constante “stop-andgo”, e às condições climáticas extremas, o que exige bastante da tecnologia.
A máquina PM 1 da Stora Enso volta a
operar em Eilenburg, Saxônia, após a
reforma feita pela Voith, – que aumentou a capacidade de produção de papel jornal em cerca de 10%.
A Voith Paper anuncia sua reestruturação: devido à queda da demanda
para papel gráfico e às baixas perspectivas de longo prazo para máquinas de papel gráfico, a direção decide
adotar medidas de adaptação. Particularmente, foram afetados os locais
de produção na Alemanha e na Áustria, onde 670 empregos serão eliminados. Demissões desnecessárias
serão evitadas, e os cortes de empregos são socialmente aceitáveis.
report 1/2013 | 17
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
(1) Compromisso total:
funcionário da Voith montando
uma tubulação em uma usina
a carvão, em Mannheim.
18 | report 1/2013
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
2
JULHO
JUNHO
Uma equipe da Voith Industrial Services recebeu um grande pedido para a
usina termoelétrica de carvão mineral
de Mannheim, que deverá ser modernizada até 2015 através da construção
de uma nova unidade de carvão mineral. Os colaboradores da Voith estão
planejando, produzindo e montando
dutos com um peso de até 2,5 toneladas por metro no resfriador de água
principal e secundário. O start-up e a
entrega ao cliente serão realizados
dentro do prazo estabelecido. (1)
Cerca de 500 líderes da Voith vindos
de 31 países, discutiram as oportunidades e os desafios futuros durante
os três dias da Group Conference
2012, em Heidenheim. Sob o lema
“Our Future Starts Now“, a Conferência explorou o tema da mudança pela
qual o mundo passará até o ano de
2020, e que papel a Voith pode ter na
definição dessa mudança. A Group
Conference ocorre a cada três anos.
(2)
A Voith entrega oito eixos cardan para
o sistema de elevação de navios que
está em construção na represa das
Três Gargantas, na China. Esse sistema é responsável em garantir que os
navios possam superar a diferença de
altura na barragem, de forma segura e
confiável. Com uma altura de elevação
de até 113 metros, esse sistema de
elevação de navio será o maior do
mundo, após a sua conclusão.
report 1/2013 | 19
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
1
2
AGOSTO
SETEMBRO
A State Grid Corporation of China,
maior companhia de energia da China,
encomendou à Voith quatro unidades
para a sua usina hidrelétrica reversível
localizada em Hongping, no sudeste
do país. O contrato supera os 70 milhões de euros. Cada uma das unidades reversíveis produzidas pela Voith
terá uma potência de 300 megawatts.
Após a primeira etapa da obra, a ser
concluída em 2015, a usina gerará um
total de 1.200 megawatts. Na foto:
funcionário da Voith Hydro de Xangai.
(1)
Na IAA, a Voith apresentou o conceito tecnológico ElvoDrive
– um acionamento serial híbrido para linhas de ônibus. O
ElvoDrive pode ser combinado com diferentes fontes de
energia e transmite a potência necessária de maneira totalmente elétrica. Ele reduz o consumo de combustível e as
emissões e possibilita, por exemplo, rodar nos centros das
cidades livre de emissões. (2)
Além disso, a Voith recebeu um pedido da empresa Vorarlberger Illwerke
AG para a modernização da usina reversível de Kops I, nos Alpes austríacos. O escopo do pedido inclui três
turbinas Pelton duplas e componentes
dos reguladores. Com a modernização, a potência de Kops I aumentará
dos atuais 247 para 276 megawatts.
A Voith foi contratada para a modernização da usina hidrelétrica “UHE Água Vermelha”, no rio Grande, Brasil. O valor
do contrato é de aproximadamente 80 milhões de euros. A
Voith realizará uma manutenção geral nos geradores e turbinas, além dos sistemas eletromecânicos associados, que
serão, em grande parte, substituídos.
20 | report 1/2013
A Voith Hydro comemorou o aniversário de 135 anos em
York, na Pensilvânia (EUA). Nossa filial de York é um dos
maiores produtores do setor hidrelétrico na América do
Norte. Por ser a única fábrica especializada na produção de
turbinas nos Estados Unidos, a unidade dispõe de seu próprio centro de pesquisas e testes. (3)
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
3
4
OUTUBRO
O inicio das obras para o novo centro de treinamento da
Voith em Heidenheim foi celebrado com o lançamento da
pedra fundamental. No total, a Voith está investindo 16 milhões de euros no centro de treinamento. A inauguração
está prevista para o fim de 2013. Atualmente, a Voith treina
cerca de 180 jovens, em 13 profissões. (4)
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, inaugura a usina hidrelétrica de Estreito, localizada no rio Tocantins. A usina
possui um total de 1.087 megawatts de potência instalada.
Entre outros equipamentos, a Voith forneceu para a usina a
maior turbina Kaplan em operação no Brasil, além do sistema de controle Hycon, um produto desenvolvido pela Voith.
report 1/2013 | 21
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
2
DEZEMBRO
NOVEMBRO
A relação diplomática entre Alemanha e Índia completou 60
anos, o que foi comemorado pelos dois países na “Indo
German Urban Mela”, uma feira realizada em diversas cidades indianas. A Voith foi representada na Urban Mela como
“City Partner” (Parceiro da Cidade) de Délhi, com um estande próprio onde apresentou as suas atividades na Índia,
dentre elas as da filial da Voith Turbo em Hyderabad, que,
em 2012, comemorou seu jubileu de prata pelos 25 anos
de existência. (1)
Teve início a construção do novo centro de treinamento da
Voith na região de Kunshan, no sul da China. O início da
obra foi celebrado com o lançamento da pedra fundamental, com a presença de Hubert Lienhard, presidente do
Conselho Diretor do Grupo Voith GmbH. A Voith está investindo cerca de 7,3 milhões de euros no novo centro de treinamento, a ser inaugurado em 2014 e que será o maior local de treinamento da Voith fora da Alemanha. Com isso, a
Voith pretende suprir a crescente necessidade de colaboradores qualificados na China. (2)
22 | report 1/2013
Em uma conferência de imprensa, a
Voith apresentou os resultados relativos ao ano fiscal encerrado. A empresa teve um bom desempenho, apesar
do complicado ambiente do mercado,
e está apostando no futuro, acima de
tudo. Em comparação com o ano anterior, a Voith ampliou os investimentos em 29%, para 272 milhões de euros.
A fundição da Voith Hydro em São
Paulo recebeu a “Premiação Gestão
de Fornecedores Nacionais” como
melhor fornecedor na categoria “Matéria-prima”. A premiação é promovida pela Prensas Schuler S/A, a filial
brasileira da fabricante de prensas
alemã Schuler Group.
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
(1) O pavilhão da feira “Indo
German Urban Mela”, em Dehli,
iluminado na noite.
report 1/2013 | 23
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
SAIR-SE BEM EM UM
AMBIENTE DIFÍCIL
O ano fiscal passado não foi fácil para a Voith. Os indicadores de desempenho
foram positivos, mas a um nível inferior ao do ano anterior.
No ano fiscal de 2012, a Voith enfrentou grandes desafios.
O faturamento teve um ligeiro aumento, e a entrada de pedidos diminuiu. O desenvolvimento global moderado também se refletiu nos resultados: embora todas as divisões da
empresa tenham apresentado os principais resultados positivos, o movimento foi em um nível muito inferior ao do
ano anterior. Apesar da difícil situação de mercado em algumas áreas e dos custos de reestruturação da Voith Paper, o grupo alcançou um lucro líquido de 114 milhões de
euros em 2012 – consideravelmente menor do que no ano
anterior. Mas isso é uma indicação clara da rentabilidade e
força da estrutura da Voith. Continuamos a não ter dívida
líquida, e a quota de capital próprio aumentou em 4,5%:
atualmente, 23,1%.
Novos pedidos totalizaram 5,7 bilhões de euros, uma queda de 10% abaixo do forte ano anterior. Há duas razões
principais para este declínio: em primeiro lugar, o nível de
novos negócios na Voith Hydro voltou ao normal. Em 2011,
recebemos vários grandes projetos de hidrelétricas, como,
por exemplo, Belo Monte e Teles Pires que, no valor de várias centenas de milhões de euros, não ocorrem todos os
O lucro do grupo depois de impostos
Total de encomendas € 5.703 milhões
€ em milhões
por divisão
200
121
2009/10
Voith ­Turbo
27 %
Voith ­Hydro
23 %
Voith Paper
31 %
Voith ­Industrial
­Services
19 %
114
2010/11
2011/12
por região
America
27 %
Ásia
28 %
24 | report 1/2013
Alemanha
19 %
Resto da Europa
24 %
Outros
2 %
FOCO | RETROSPECTIVA 2012
anos. E em segundo lugar, a situação na Voith Paper deixou
claramente a sua marca. Não houve grandes contratos para
máquinas de papel gráfico. Este mercado desabou completamente e não vai voltar. Além destas mudanças estruturais, a situação agravou-se devido à desaceleração econômica na indústria de papel. Muitos clientes cancelaram ou
suspenderam pedidos já colocados.
O faturamento ainda aumentou ligeiramente em 2%, para
5,7 bilhões de euros em 2012. Três das nossas quatro divisões contribuíram para esse crescimento: Voith Hydro (
7%), a Voith Industrial Services ( 9%) e a Voith Turbo (2%). A
Voith Paper sofreu quedas significativas em faturamento no
mercado de máquinas de papel gráfico, que não puderam
ser compensadas pelas boas vendas de Fabrics & Rolls.
Como consequência, o resultado do faturamento da Voith
Paper caiu em cinco por cento. No entanto, a Voith Paper
ainda contribuiu em 30% na participação no faturamento
do grupo, seguida pela Voith Turbo (27%), a Hydro Voith
(23%) e Voith Industrial Services (19%).
Tanto o faturamento quanto os pedidos estão distribuídos
uniformemente nas principais regiões econômicas: América, Ásia, Alemanha e Europa. Isso é bom, e este é um objetivo estratégico que sempre temos em mente. Mesmo que,
na era da globalização, a economia mundial esteja cada vez
mais interligada e não haja região que possa ser completamente desassociada do clima econômico mundial, vale ainda considerar o seguinte ponto: a distribuição regional uniforme de seus negócios faz da Voith uma empresa estável
para diferentes desenvolvimentos econômicos, em diferentes regiões do mundo
Em todo o Grupo, no exercício de 2011/12, foram criados
1.636 novos postos de trabalho. O número de empregados
aumentou em 4%, para um total de 42.327 pessoas. O
maior aumento de colaboradores ocorreu na Ásia, onde todas as divisões da empresa contrataram funcionários num
total de 920. Na América do Norte, a força de trabalho cresceu em 460 pessoas. A Alemanha registrou um declínio de
110 funcionários, enquanto o resto da Europa teve um
acréscimo de 350 postos de trabalho. Como antes, a maior
parte da força de trabalho está empregada na Voith Industrial Services (19.984). Na Voith Paper trabalham 9.819 funcionários. A Voith Turbo tem 6.363 colaboradores e a Voith
Hydro, 5.087. A Voith manteve, no ano passado, um alto
índice de vagas para estagiários, fornecendo aos jovens
uma oportunidade excelente de aprendizado: em todo o
mundo, nos anos de 2011/12, foram empregados pela
Voith mais de 1.200 aprendizes e estagiários.
A receita total 5.724 bilhões de €
Total de colaboradores 42.327
por divisão
por divisão
Voith ­Turbo
27 %
Voith ­Hydro
23 %
Voith Paper
30 %
Voith ­Industrial
­Services
19 %
por região
America
27 %
Ásia
24 %
Voith ­Turbo
15 %
Voith Paper
23 %
Outros
3 %
Voith ­Hydro
12 %
Voith ­Industrial
­Services
47 %
por região
Alemanha
21 %
Resto da Europa
26 %
Outros
2 %
America
27 %
Ásia
13 %
Alemanha
41 %
Resto da Europa
18 %
Outros
1 %
report 1/2013 | 25
Rubrik
Insight
PRÓXIMA parada:
futuro
Os EUA adoram carros, mas esse grande amor está começando a se
desgastar: em certas áreas metropolitanas a mobilidade está em seu
limite, devido ao tráfego pesado. Por isso, cada vez mais cidades estão
considerando sistemas modernos de transporte público como solução.
26 | report 1/2013
Insight
Em grandes cidades como Chicago
encontra-se uma conexão inteligente
de diferentes sistemas de transporte.
O
s Estados Unidos são a terra
do transporte individual: em
nenhum outro país há tantos
carros por família –, em média, dois
veículos. O carro é uma expressão da
liberdade pessoal e o meio de transporte escolhido para fazer compras, lazer,
viagens, e, claro, para ir ao trabalho –
85% dos norte-americanos vão para o
trabalho com o seu próprio carro e
passam horas em engarrafamentos
cada vez maiores das grandes cidades.
Motivo suficiente para que os líderes
Passageiros no Highliner, trem
que faz parte do sistema de
trânsito Metra, em Chicago.
políticos recoloquem o assunto em
pauta.
Muitas cidades estão promovendo
o transporte público e têm introduzido
no mercado urbano os chamados VLTs
- veículos leves sobre trilhos, comparados aos sistemas ferroviários vistos na
Europa. A Voith fornece a tecnologia
necessária para manter o mercado em
movimento.
Um mercado que ainda é jovem.
Em 1981, San Diego tornou-se a primeira cidade dos Estados Unidos a
adotar um sistema ferroviário moderno, agora são 34 em todo o país. Os sistemas ferroviários urbanos ainda representam somente 4,7% das viagens
no transporte urbano, mas vêm crescendo de maneira constante.“ O tráfego em muitas cidades simplesmente
atingiu o limite”, diz Kevin Simms, vice-presidente da divisão ferroviária da
Voith Turbo em York, Pensilvânia, “e
os sistemas ferroviários são muitas vezes as soluções mais eficientes e eficazes. Eles podem ser bem integrados
report 1/2013 | 27
Insight
à infraestrutura existente e o investimento inicial é relativamente baixo,
porque não há a necessidade de construção de túneis”.
Os municípios podem investir, de
uma só vez, em uma frota com tecnologia de ponta da Voith. Atualmente, os
sistemas ferroviários de nove cidades
americanas utilizam veículos Siemens
S70, que têm as transmissões fabricadas e entregues pela Voith, em Heidenheim. Um desses sistemas é o San
Diego Trolley, que deu início, há mais
de 30 anos, à era do transporte ferroviário moderno nos EUA. Diariamente,
ele é utilizado por 94.300 passageiros,
o que o torna o sexto sistema VLT em
número de passageiros de todo o país.
O transporte é muito popular também
em outras cidades: “Toda vez que um
novo sistema de trens leves entra em
operação nos EUA, o número de passageiros geralmente se revela muito
maior do que o esperado”, diz Simms.
O alto nível de aceitação entre a população mostra que a expansão dos sistemas de transporte ferroviário tem futu-
Shane Weaver (esquerda)
Lawson e Mike na Voith
em York, onde os eixos
de transmissão são
montados e testados.
28 | report 1/2013
ro e por isso Kevin Simms é otimista.
Ele prevê um crescimento acentuado
da Voith nos próximos dois anos, pois o
momento está bom em termos de pedidos, e não só para componentes do sistema ferroviário. “Atualmente, estamos trabalhando em um pedido de 656
transmissões para os novos trens da
Metra, o sistema de trânsito de Chicago”, diz Simms. As novas transmissões
Voith são montadas e testadas em York
onde 150 colaboradores asseguram que
as peças atendam a alta exigência da
Metra.
Além disso, a Voith atualmente desenvolve eixos de transmissões e conjuntos
completos de rodas para 364 vagões,
que visam substituir a frota antiga do
metrô de Washington D.C., inclusive
com opção para mais 392 veículos. A
montagem e os testes em série também
são feitos em York.
Simms está particularmente orgulhoso com o pedido: “somos a primeira
empresa a introduzir um sistema de
dissipação de energia para veículos ferroviários nos EUA e, portanto, defini-
mos novos padrões de segurança”. Em
York, a Voith produziu 234 embreagens e elementos laterais de absorção
de energia para 117 trens. Eles serão
entregues ao operador da rede Metrolink, na Grande Los Angeles.
A viagem em trens metropolitanos é,
ainda hoje, mais seguro e mais confiável do que em automóveis particulares.
Os passageiros do primeiro bonde do
mundo, que começou a funcionar em
1832, tinham que lidar com paradas
devido à fome ou ao cansaço, pois os
bondes eram puxados por cavalos. O
local da estreia foi nada mais, nada menos do que a cidade de Nova York, que,
depois, tornaria-se a cidade do automóvel. //
James Michonski
durante a montagem
final das transmissões.
Insight
Ainda há muito
a ser feito
Desde 1º de julho de 2012, Carsten J. Reinhardt é membro do conselho administrativo do grupo Voith GmbH e CEO da Voith Turbo. Nesta entrevista, ele, que tem 45
anos de idade, fala sobre seus primeiros meses e seus planos para o futuro.
Reinhard, como foi sua adaptação à Voith?
Carsten Reinhardt Os primeiros meses foram muito emocionantes. Desde a minha chegada, em julho, eu viajei muito para aprender sobre a nossa organização global, nossas
pessoas, produtos e clientes. Eu já
pude reunir insights profundos, vindos
de nossos locais na Alemanha, na
China, no Brasil, nos EUA e na Índia.
Em todos os lugares, conheci pessoas
fascinantes.
Em poucas palavras, como você resumiria suas recentes impressões
sobre a Voith Turbo?
Com presença em tantos mercados e
setores diferentes, a Voith Turbo é
muito ampla. Isso é bom! Nosso modelo de negócios também traz consigo uma complexidade que devemos dominar. É realmente impressionante o crescimento conquistado
por nossa divisão nestes últimos anos. Nossos produtos
são únicos e têm demanda mundial. Nossos funcionários
estão ligados à “sua Voith” com o máximo empenho e paixão.
Quais são seus planos para 2013? O que está no topo
da sua agenda?
Para mim é importante estarmos juntos novamente e nos
concentrarmos totalmente no negócio e em nossos clientes. Em curto prazo, vamos fazer de tudo para cumprir as
previsões do exercício 2012/13 neste difícil ambiente do
mercado. Ao mesmo tempo, queremos garantir o sucesso
da Voith Turbo ao longo prazo. Queremos continuar a crescer e proteger nossa rentabilidade ao longo prazo; em
2013, vamos começar o nosso “programa de sucesso”
para os próximos anos.
Como é esse programa de sucesso?
Junto com meus colegas do Conselho da Voith Turbo, lançamos o programa “VT2020”. Com o “VT2020”, aumentaremos nosso crescimento através de uma presença ainda
mais forte nas regiões em crescimento
do mundo, através do desenvolvimento de mais produtos inovadores e da
Carsten
expansão de nosso negócio de serviReinhardt
é engenheiro
ços. Ao mesmo tempo, queremos
graduado (FH) e
melhorar a nossa competitividade
mestre em ciências
aprofundando nossas atividades
da engenharia automotiva. Ele tem 20
OPEX, reduzindo especificamente
anos de experiência
nossos custos de materiais e fortaleem gestão internacendo nosso portfólio de produtos,
cional.
além de continuar expandindo nossa
confiabilidade em termos de qualidade e de entrega. Além disso, é uma questão de otimização
de nossas despesas administrativas.
Como você faz isso?
Decidimos realizar nosso programa com colaboradores experientes da Voith Turbo de todas as divisões e sem apoio
externo. Na primeira fase, nós observamos os pontos fortes
e fracos das diferentes áreas e estabelecemos metas para
o futuro. Agora, queremos instalar o programa com solidez
em nossas empresas e regiões e começar a implementar.
Qual a sua mensagem para os funcionários da Turbo
para 2013?
Talvez você conheça o ditado: “quem deixa de querer melhorar, deixa de ser bom”. Vamos, juntos, trabalhar ativamente para um futuro de sucesso! //
report 1/2013 | 29
Insight
Uma embalagem
para o mundo
inteiro
30 | report 1/2013
O papelão ondulado é o
material mais estável e padrão
para caixas de mudanças e de
transporte de mercadorias em
todo o mundo
Insight
O papel é a matéria-prima
para embalagens de
todos os tipos, que protegem as mercadorias.
Por isso, a demanda mundial por papel ondulado
e cartonagem aumenta
continuamente.
No dia 20 de fevereiro de 1872, teve
início nos EUA, ainda que sob condições adversas, a história de duas instituições que viriam a ser conhecidas
mundialmente. Em Nova Iorque, a
abertura do Metropolitan Museum of
Modern Art (até hoje um dos mais importantes museus do mundo) ofusca
o ex-oficial naval Luther Childs Crowell, que recebe a patente nº 123.811
para uma máquina. Embora o produto
fabricado pela máquina não pudesse
competir com a exclusividade das peças de arte em exposição, ele adquiriria uma grande importância para muitas pessoas: sacos de papel para
embalagens de produtos alimentares
e do dia a dia.
Desde então, o saco de papel
marrom tornou-se um clássico, com
exposições próprias. Mas a gama de
embalagens modernas que se baseia
no milenar papel cresceu de maneira
imensurável. Não há quase nada que
não seja empacotado em papel: produtos alimentares, medicamentos,
presentes, artigos de luxo, produtos
do dia a dia, peças de motores, máquinas de lavar e utensílios domésticos. E, para as diferentes aplicações
existem também os mais diferentes tipos de papel, dentre os quais se destacam dois desenvolvimentos: de um
lado a demanda de papel liner e miolo
para serem convertidos em papelão
report 1/2013 | 31
Insight
ondulado, que cresce continuamente,
uma vez que ele desempenha uma
função cada vez mais importante no
transporte mundial de mercadorias e
na embalagem de alimentos. Por outro, cresce a demanda por papel cartão com impressão de qualidade, que
é usado, por exemplo, em embalagens rotuladas de alimentos ou em
caixas dobráveis; e, cada vez mais,
em embalagens de produtos nobres,
como perfume ou joias. Seja qual for a
necessidade dos fabricantes de diferentes tipos de papel, a Voith desenvolve tecnologias e máquinas para todos os segmentos.
Por exemplo, os fabricantes de
papel ao redor do mundo utilizam máquinas Voith para produzir as várias
camadas do papelão ondulado. A camada exterior é conhecida como testliner quando é feita a partir de aparas
de papel e kraftliner quando fibras virgens são predominantemente utilizados. “Fibras virgens são mais estáveis
do que papel recliclado”, diz Thomas
Ristl, chefe do processo de gerencia-
mento de produtos da Voith Paper.
“Por isso, o kraftliner é importante
principalmente em embalagens de segurança de mercadorias mais pesadas, como na indústria automotiva,
por exemplo, em que é necessário
transportar peças de motores e de
transmissões de uma fábrica para outra.” O miolo ondulado do papelão
ajuda a estruturar e manter a distância
entre as duas camadas exteriores, impedindo que elas se rompam em um
empilhamento de caixas.
A demanda por papelão ondulado
continua a crescer. De acordo com
um estudo da empresa de consultoria
Smithers Pira, o consumo mundial em
2011 foi de 102 milhões de toneladas.
Até 2017, deverá crescer cerca de 27
%, ou aproximadamente 130 milhões
de toneladas. Como causa mais importante, os analistas consideram os
crescentes fluxos globais de mercadorias, para os quais se exigem embalagens de transporte. A Smithers
Pira nota uma tendência de crescimento semelhante do papel cartão: a
Seja de papel cartão elegante ou de papelão ondulado: As máquinas de papel
Voith produzem a matéria-prima para todos os tipos de embalagens.
32 | report 1/2013
principal causa decorre das necessidades do consumidor tipicamente urbano, que compra cada vez mais produtos congelados e pratos prontos
em embalagens de cartão, porque
economizam tempo.
“O papel cartão é um produto que
pode ser impresso, estampado, revestido e aplicado em todas as formas
possíveis; com isso, o papel cartão se
presta à embalagem de cosméticos,
produtos de saúde, cigarros ou produtos alimentares”, diz Thomas Ristl. O
papel cartão é fabricado a partir de fibras virgens ou papel reciclado e se
compõe, como o papelão ondulado,
de várias camadas, com diferentes
características. A Voith desenvolveu
uma tecnologia que ajuda a minimizar
a utilização de matéria-prima branqueada (e mais cara) na camada externa:
o DFCoat. “Trata-se de um agregado
de revestimento em cortina que, tal
como uma cascata de água, é distribuído uniformemente sobre o papel,
podendo assim substituir uma camada de fibras branqueadas”, diz Ristl.
As muitas possibilidades para refinar e personalizar o papel cartão tornaram esse material interessante também para os fabricantes de bens de
consumo de alta qualidade. Marcas
como Tommy Hilfiger ou Marc O’Polo
fazem de suas embalagens de cartão
para perfumes, pequenas obras de
arte; acompanhando a forma do frasco, as embalagens têm um brilho metálico, apresentam cunhos e estampas e, ainda, são estáveis. O
fabricante de máquinas fotográficas
Leica apresentou sua câmera compacta X1 em um papel cartão preto-fosco e cintilante, cuja estética justifica o preço de compra: 1.500 euros.
Uma pechincha quando comparada com outros artigos de luxo, em que
a embalagem em si já é o produto. Em
2012, a grife Jil Sander apresentou o
mais caro saco de papel do mundo,
por 290 dólares. O que Luther Childs
Crowell teria achado disso? //
Insight
A diversidade é uma meta fundamental da Voith. A empresa também quer expandir o número de mulheres em posições de liderança.
A MISTURA CERTA
MUNDIAL Estudos internacionais mos-
tram que empresas que apostam em
um quadro de funcionários heterogêneo vencem os desafios do mundo
globalizado com maior sucesso. Por
isso, a Voith iniciou um abrangente
programa denominado “Diversity & Inclusion” (D&I), ou Diversidade e Inclusão. A Diversidade consiste em garantir variedade e heterogeneidade. O
objetivo do programa é tanto respeitar
a diversidade dos colaboradores
como promover o potencial que existe
em um quadro de funcionários multifacetado e diversificado. E é justamente isso que vem com o termo “inclusão”: a diversidade e as diferenças
são reconhecidas e vistas como oportunidades. A diversidade e a inclusão
estão sendo analisadas no presente
momento nas diversas regiões em
que a Voith opera.
Roland Münch, membro do Conselho
de Administração Corporativo e presidente do Conselho de Administração
da Voith Hydro, é o “patrocinador
mundial” do projeto. Na entrevista a
seguir, ele explica essa iniciativa.
Roland, porque a Voith precisa de
um programa de D&I?
Inúmeros estudos comprovam as vantagens da D&I para as empresas. No
entanto, já no início do nosso trabalho
neste projeto, procuramos entender
quais as vantagens que um programa
de D&I traria especificamente na Voith.
Por isso, em primeiro lugar definimos
qual seria o foco da análise. Também
foi importante entendermos as diferenças regionais dentro da empresa.
Como está evoluindo o projeto?
Já designamos gestores e patrocinadores da D&I para cada região. Agora
eles estão avaliando os números, dados e fatos, discutindo com os colaboradores e líderes em grupos de
foco e trabalhando as primeiras ideias.
Dr. Roland Münch,
presidente do Conselho de Administração da Voith
Hydro, é responsável pelo Programa
Mundial de Diversidade e Inclusão.
Paralelamente, entrevistamos colaboradores de todas as regiões de maneira anônima. Os resultados dessa análise estão sendo avaliados, e estamos
planejando as primeiras ações. Mas
de uma coisa já temos certeza: a D&I
é relevante para a Voith. Estamos convencidos de que vale a pena consolidar a D&I em nossa cultura empresarial.
Como a diversidade será, de fato,
promovida na Voith?
Daremos liberdade para a formulação
e a implantação de metas às diferentes regiões, pois nossa análise mostrou que cada região tem diferentes
abordagens e prioridades em relação
à D&I. Como não existe uma receita
única para a D&I, levaremos essas variações em consideração. Isso não
significa que vamos deixar as regiões
sozinhas durante a implantação; ofereceremos todo o suporte para que
elas possam desenvolver cada projeto
regional com sucesso, e para isso trabalharemos em estreita cooperação
com elas.
report 1/2013 | 33
No Local
Sempre algo
na reserva
As usinas hidrelétricas reversíveis são as baterias
da revolução energética. Elas conseguem
armazenar a energia produzida por usinas eólicas e
solares e atender a picos de demanda, contribuindo
assim para a estabilidade e a segurança do
fornecimento da energia em redes sensíveis.
E
14 de novembro de 1908, em
Heidenheim, entrava em operação a primeira usina hidrelétrica reversível da Alemanha. Naquela
época, contudo, ninguém a chamaria
assim, já que, em realidade, ela havia
sido construída para equipar um laboratório de pesquisa de turbinas hidráulicas montado por Friedrich Voith.
O filho do fundador da Voith era
um homem visionário, não há dúvida.
Apesar disso, ele provavelmente não
sabia que o princípio por trás daquela
instalação viria a constituir, 100 anos
mais tarde, a base de um dos tipos de
usina mais promissoras do futuro.
As usinas hidrelétricas reversíveis
têm uma longa história mas, mais do
que isso, elas têm um grande futuro associado ao surto de crescimento de geração de eletricidade a partir de energias renováveis no mundo. As usinas
reversíveis constituem a tecnologia
mais conveniente, tanto do ponto de
vista econômico como técnico, para se
armazenar a eletricidade produzida por
fontes de energia como a eólica e a solar. Além disso, elas também desempenham um importante papel na estabilização e na segurança do abastecimento
das redes, já que seu potencial pode ser
utilizado rapidamente. Essas vantagens
decorrem da forma como essas usinas
hidrelétricas funcionam: quando há excedentes de eletricidade, as turbinas
bombeiam água para o reservatório superior da usina; e quando há grande
demanda de eletricidade, a água escoa
de volta para as turbinas, gerando eletricidade. E a Voith faz a sua parte para
garantir que as usinas reversíveis possam operar de forma confiável: a empresa fornece toda a tecnologia para
novas usinas reversíveis, bem como
moderniza e recupera instalações existentes em todo o mundo.
Um dos projetos mais recentes é
um pedido feito à Voith pela maior
companhia de energia da China, a State Grid Corporation of China. A Voith
fornecerá quatro unidades, cada
ELETRICIDADE VERDE PARA A FERROVIÁRIA
A central hidrelétrica reversível de
Langenprozelten, em Gemünden
(baixa Franconia) no distrito de MainSpessart tem uma tarefa específica:
fornecer eletricidade exclusivamente
para a rede autárquica da Deutsche
Bahn (DB). A central hidrelétrica atende principalmente a picos de carga,
resultantes das fortes variações de demanda da rede DB, que se eleva especialmente em feriados. O coração de
Langenprozelten se compõe de duas
34 | report 1/2013
turbinas-bomba da Voith, que operam
de forma confiável desde 1976. Porém, mesmo a mais robusta das tecnologias precisa, um dia, ser recondicionada. Por isso, a Voith começou a
reparar os geradores em agosto de
2012. Uma serviço de muita responsabilidade, pois, enquanto uma das
máquinas, de 700 toneladas, continuava girando, a outra foi desmontada e
remontada com a mesma rapidez – o
que só é possível de ser feito por
quem está minuciosamente familiarizado com os planos de projeto de
uma máquina exclusiva e única. “Ainda que a máquina tenha sido construída há mais de 40 anos, nós conhecemos até hoje cada detalhe”, diz
Alexander Schechner, líder de manutenção da Voith Hydro. O conhecimento valeu a pena: pontualmente no Natal, ambos os geradores estavam
novamente prontos para continuar a
operação e atender ao tráfego. //
No Local
A água armazenada na
represa de Kops, no
vale de Montafon,
move as turbinas das
usinas reversíveis de
Kops I e II.
report 1/2013 | 35
No Local
A Deutsche Bahn, empresa
ferroviária alemã, utiliza uma
rede elétrica própria para
alimentar seus trens.
36 | report 1/2013
uma com 300 megawatts de potência,
para a central hidrelétrica reversível de
Hongping, no sudoeste do país. Na
primeira etapa de expansão, a ser finalizada em 2015, a usina reversível terá
uma capacidade de 1.200 megawatts. Já
quando a expansão for concluída, a geração de Hongping será de até 2.400
megawatts, o que a colocará entre as
maiores usinas reversíveis do mundo.
Essa é a mesma potência gerada pela
usina reversível de Guangzhou, localizada na província de Guangdong, e que
já opera com quatro turbinas fornecidas pela Voith. “Na China, nossas
tecnologias fazem uma contribuição
significativa para a garantia do abastecimento de energia e a preservação de
recursos. Assim, a empresa está ajudando a promover o desenvolvimento contínuo do país no que tange a energias
renováveis”, afirma o Dr. Roland Münch, presidente do Conselho de Administração da Voith Hydro.
Também na Europa, a maioria dos
países está se focando em energias verdes e usinas reversíveis no longo prazo.
Nos países europeus da OECD, está
sendo construído e planejado um total
de 76 usinas reversíveis. E a Voith observa esse desenvolvimento com atenção. Nas palavras de Roland Münch:
“Nós acreditamos que a proporção de
usinas reversíveis no mercado de energia hidrelétrica como um todo aumen-
tará de forma significativa, de aproximadamente 3% para 7%. Dessa forma,
as futuras oportunidades para a Voith
continuarão muito atraentes nesse segmento”.
Para isso, a empresa pode contar
com as experiências de projetos recentes e bem-sucedidos. Um exemplo é a
recuperação da central hidrelétrica reversível de Rodund II, em Vorarlberg,
na Áustria. Em julho de 2009, um incêndio paralisou toda a operação dessa
usina, e já em fevereiro de 2012 a usina
voltou a operar com uma turbina-bomba de 295 megawatts de potência e um
gerador de 345 megavolt-ampéres fornecidos pela Voith.
A operadora, a empresa Vorarlberger Illwerke AG (VIW), há muito tempo mantém uma relação de confiança
com a Voith. Um exemplo disso é que a
Voith forneceu três conjuntos de máquinas para a central hidrelétrica de
Kops II, a maior usina reversível em
caverna do mundo. Além disso, há alguns meses a empresa recebeu um pedido da VIW para ampliar e modernizar a usina reversível de Kops I. O
valor desse contrato é de aproximadamente 16 milhões de euros.
Um valor como esse certamente
teria deixado contente o pioneiro da
usina reversível, Friedrich Voith, já
que, além de tudo, ele também era um
grande homem de negócios. //
No Local | Serie
O especialista na Voith
O clã de engenheiros
este é o título da nova série de reportagens da Voith Report sobre colaboradores
que se tornaram especialistas de renome em suas áreas. A história do primeiro deles
com a Voith vai muito além da simples relação profissional.
Thomas Scherb, gerente do Innovation Center, em São Paulo.
O que distingue nossos colaboradores dos da concorrência? Para
Thomas Scherb, a resposta é clara:
“competência, motivação e perseverança”. Três características que também se aplicam ao brasileiro, que tem
49 anos de idade, e que são a razão
para que ele esteja no comando do
Innovation Center em São Paulo desde 1998, onde está o coração da pesquisa e desenvolvimento da Voith no
domínio dos produtos de papel para a
higiene, como lenços de papel, toalhas de papel ou guardanapos. Thomas Scherb estabeleceu e influenciou
o Think Tank. Sob a sua égide, foi desenvolvida a exclusiva e mundialmente
conhecida tecnologia ATMOS, que
possibilita a produção de papel tissue
premium, muito macio e absorvente,
com fibras virgens ou 100% recicladas. A inovação traz vantagens econômicas para o cliente pois reduz o
consumo de fibra em até 30% e o de
energia em até 50%, em comparação
a tecnologias similares existentes.
Porém, até o processo atingir a
excelência, todos os participantes tiveram que suar muito a camisa. “Nos
sete anos de desenvolvimento, tivemos que lidar com muitos contratempos”, disse Thomas Scherb, “mas o
esforço foi finalmente recompensado.
E o longo caminho até o lançamento
no mercado deixou mais uma vez claro o que é a coisa mais importante
que aprendi na Voith: sozinho não se
consegue absolutamente nada, mas
com uma equipe na qual todos dão o
seu melhor, tudo é possível”.
Thomas Scherb fala com a experiência de quem tem 25 anos de trabalho na Voith – ele nunca teve um outro
empregador, e por uma boa razão: “eu
permaneci todos esses anos na Voith
porque sou feliz em trabalhar em uma
empresa que persegue tão persistentemente a inovação e a criatividade, e
onde a excelência é sempre uma obrigação.”
No início de sua carreira, em 1987,
Thomas Scherb cresceu como estagiário na Voith Paper em São Paulo; em
1991, passou dois anos em Heidenheim, onde desenvolveu o sistema
ModuleJet OnQ com controle de diluição. Não precisou aprender alemão,
pois fala a língua fluentemente. Seu
avô, Dr. Otto Scherb, veio da Áustria e
participou ativamente da elaboração
da fábrica da Voith no Brasil. A tradição continua: o pai de Thomas Scherb,
depois de se formar, fez um estágio
em Heidenheim, na Alemanha, onde
conheceu sua esposa alemã e levou-a
para o Brasil. “Nossa história familiar
está intimamente ligada à empresa”,
diz Scherb; “pode-se até dizer que ela
não existiria sem a Voith. E o entusiasmo pela tecnologia está no nosso sangue – para mim sempre esteve claro
que eu seria um engenheiro”. //
report 1/2013 | 37
No Local
ALTA TECNOLOGIA
PARA A CAÇA AO
TESOURO
Em meio ao oceano, a 7.000 metros de profundidade a Petrobrás
enfrentará um grande desafio com a ajuda da tecnologia Voith.
Se você voar de helicóptero do Rio de Janeiro para o
Atlântico, não verá nada além de. água por centenas de
quilômetros. Porém, de repente, surgem construções enormes no meio do mar, com guindastes com lanças, torres
vermelhas e brancas e helipontos. Estas são as plataformas
flutuantes, usadas pela Petrobras para fazer a extração de
óleo a partir de depósitos na assim chamada camada do
Pré-Sal, no subsolo marinho. Existem vários campos de petróleo em uma área de cerca de 800 km de comprimento
por 200 km de largura ao longo da costa brasileira, que,
nos próximos anos, transformarão o país em um grande
produtor de petróleo. Estima-se um total de cerca de 50
bilhões de barris de matéria-prima.
A escalada de produção de petróleo em alto-mar (off-shore) ganha importância mundial: um em cada três barris
dos quase quatro bilhões de toneladas de petróleo bruto
extraídos em 2011 já vieram de depósitos afastados do
continente, e essa tendência é crescente. O petróleo é uma
necessidade urgente, porque a demanda global por energia
está crescendo 1,3% ao ano, segundo a Agência Internacional de Energia. A demanda pressiona os preços para
cima, o que viabiliza a produção off-shore, tecnicamente
mais complexa. Graças à tecnologia moderna, hoje vale a
pena promover a extração em depósitos de difícil acesso,
cuja exploração, até recentemente, não era rentável.
Para tanto, brocas serão inseridas a milhares de metros
de profundidade, onde a temperatura aproxima-se do ponto de congelamento. As brocas devem penetrar quilômetros
de crosta espessa de rocha para alcançar o petróleo. Elas
são dirigíveis e capazes até mesmo de cavar horizontalmente na rocha, ou em curvas, para desviar de camadas
38 | report 1/2013
São Paulo
Brasil
Os campos
de petróleo
No caminho para o topo
No meio do Atlântico, a centenas de quilômetros da costa do Brasil, a Petrobrás descobriu
vários campos de petróleo na chamada camada pré-sal. Especialistas estimam que estes
depósitos estejam entre os mais ricos da terra.
Com base na produção de petróleo offshore, o
Brasil será, nos próximos anos, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Mais informações sobre a produção de petróleo
no Pré-sal sob www.petrobras.com
Montagem do Vorecon em Crailsheim:
Ao fundo, dois mecânicos industriais
Manuel Drescher e Anke Weible, à frente
os designers Igor Wedel e Eric Schill com
Frazdilon Duarte (da esquerda).
No Local
rochosas especialmente duras. Nesse processo, ocorrem
extrema pressão e altas temperaturas – uma grande responsabilidade para a tecnologia, principalmente na costa
do Brasil, onde o óleo encontra-se enterrado até sete mil
metros abaixo de pedra, água e sal.
A Voith dá sua parte de contribuição tecnológica para
enfrentar o desafio: atualmente, estão sendo produzidos,
em Crailsheim e em São Paulo, 60 Vorecon – variadores de
velocidade combinados com redutores planetários – que
entrarão em ação em embarcações especiais ao longo da
costa brasileira. Essas pequenas fábricas separam a mistura de petróleo, gás e água bombeada em seus componentes. O óleo é armazenado em navios, o gás é comprimido e
bombeado de volta às profundezas, para uso posterior –
uma inovação, pois até então o excesso de gás era fre-
quentemente queimado. Esta nova abordagem só é possível graças ao Vorecon Voith: é possível controlar a
velocidade dos compressores e garantir sempre a pressão
certa. Os grandes variadores foram projetados para as condições adversas no Atlântico, sendo robustos, compactos e
praticamente indestrutíveis.
E é bem possível que, ao longo prazo, as 60 unidades
produzidas para a Petrobras tenham mais o que fazer: a
petrolífera quer investir mais de 270 bilhões de dólares, até
2020, na produção off-shore e na exploração e desenvolvimento das reservas de petróleo da camada do Pré-Sal. //
report 1/2013 | 39
No Local
Rubrik
De mãos dadas
com o sucesso
A Voith Industrial Services conta com especialistas em diferentes áreas,
interessados em compartilhar seus conhecimentos com os colegas de
outros sites – como acontece agora, em que promovem a formação de uma
forte equipe para a nova fábrica de uma montadora de automóveis.
40 | report 1/2013
No Local
O mecatrônico Boldizsár Habran
(à esquerda) e o eletricista Zsolt
Funcionário da Voith Szabó,
funcionário da Voith na fábrica
da Daimler em Kecskemét.
E
m novembro de 2010, Jörn
Brand aceitou um dos maiores
desafios de sua vida profissional:
antes, gerenciava a limpeza técnica da
Voith Industrial Services na fábrica da
Daimler em Untertürkheim; desde então, assumiu o desafio de trabalhar, nos
próximos 2 anos, para que a Voith possa ajudar o cliente Daimler a construir
a nova fábrica da Mercedes-Benz em
Kecskemét, Hungria.
A Daimler planeja produzir, dentre outros modelos, o novo Classe B e
contratou os serviços industriais da Sociedade Húngara da Voith Industrial
Services. Para fazer um trabalho de
qualidade, a Voith irá aprimorar seu
know how na Hungria e entender melhor as necessidades do cliente. Para
isso, vieram para Kecskemét especialistas de outras unidades da Voith, que estão familiarizados com grandes clientes, a fim de compartilhar seus
conhecimentos com os colegas húngaros, como uma espécie de “mentores”.
O modelo de patrocínio sem fronteiras da transferência de conhecimento
mostrou-se eficiente para novas encomendas. Executivos como Jörn Brand
trabalham no plano operacional e
montam uma equipe de profissionais
para trocar experiências com o pessoal
da nova unidade, tornando os colegas
autoespecialistas. “No entanto, nunca
houve tantas áreas de trabalho e locais
envolvidos como em Kecskemét”, diz
Jörn Brand. Os mentores vêm de Sindelfingen, Kirchseeon, Rastatt, Bratislava eslovaca, Polkowice, na Polônia e
Győr, na Hungria.
Mas, antes do grande lançamento,
Jörn deve executar um trabalho básico
juntamente com dois funcionários:
montar um escritório, comprar materiais e equipamentos e encontrar pessoal para trabalhar. A Daimler vai colo-
cando as instalações e equipamentos da
nova fábrica em funcionamento enquanto o mentor insere seus novos
funcionários nas diferentes áreas especializadas. Os novos colegas aprenderam a operar o sistema de transportadores da sala principal, o depósito
central de carroceria e a montagem final, além de zelar pelas tecnologias de
utilidades da planta. Depois da abertura oficial das instalações em março de
2012, será adicionada a limpeza técnica
na linha de pintura, robôs e máquinas
de solda. Nesse mesmo ano, o Classe B
já estará sobre a esteira de produção.
A limpeza técnica das linhas altamente sensíveis é particularmente desafiadora. Praticamente todos os mentores
da Voith vieram da fábrica da Daimler
em Sindelfingen. Por meses, entraram
em ação para transmitirem seus conhecimentos: como o robô usa gelo
seco para se livrar completamente da
sujeira? Como a linha de pintura deve
ser limpa? Que recursos especiais existem na operação do equipamento de
limpeza?
Existem, ainda, barreiras linguísticas. Sandor Farkas, de Kecskemét, braço direito de Brand, lembra: “no início,
a comunicação foi complicada, mas
com o passar das semanas começou a
melhorar.” E Brand acrescenta: “Por
isso, temos tomado muito cuidado,
para transmitir com clareza os conhecimentos, através de frequentes demonstrações, exercícios práticos, perguntas
e respostas, além da revisão dos exercícios práticos e de melhorias”. O húngaro Viktor Mato, sucessor de Brand, o
acompanhou por três meses.
Agora, há um núcleo bem definido
com cerca de 220 funcionários locais,
que executam todo o processo. O trabalho foi concluído com êxito e o patrocinador Jörn voltou para a Alema-
Kecskemét
Hungria
Assistência à reconstrução,
na Hungria
Desde 2012, a Daimler produz na cidade húngara de Kecskemét seu carro Mercedes Classe B. A Voith tem acompanhado o desenvolvimento dos trabalhos desde novembro de
2010, e apoiado seu antigo cliente Daimler
com a indústria de numerosos serviços. Entre
outros, a Voith assumiu a remoção, limpeza de
neve, paisagismo e serviços de zeladoria, limpeza técnica de máquinas e equipamentos,
manutenção de sistemas de transporte e gestão de edifícios técnicos.
nha. Ele agora gerencia para a Voith a
filial de Sindelfingen, mas permanece
sendo o “patrocinador principal” de
Kecskemét e já planeja algo novo: “estamos convidando as pessoas da Hungria para virem a Sindelfingen e continuarem a sua formação aqui”.
E já existe a próxima edição do modelo de colaboração da Hungria: não
só para os colegas da Alemanha, mas
também para Viktor Mato e sua equipe, que estarão juntos – pois eles mesmos são mentores do conhecimento.
Mato afirma que “a relação entre nós e
os nossos colegas alemães continua.
Juntos, ganhamos mais experiência e
compartilharemos o nosso conhecimento com os novos colegas de
Kecskemét. Isso é extremamente motivador para a minha equipe”. //
report 1/2013 | 41
Marcos
Quanto mais
difícil, melhor
Não importa quão incomuns e desafiadoras sejam as necessidades
dos fabricantes de veículos rodoviários e ferroviários, os
engenheiros da Voith Engineering Services de Chemnitz sempre
encontram uma solução.
O pedido da Changchun Railway
Vehicles (CRC) da China vem bem ao
gosto do Dr. Volkmar Vogel, diretor da
Voith Engineering Services GmbH, em
Chemnitz: os especialistas da Saxônia
poderiam construir uma linha completa de bondes elétricos de piso baixo
para a metrópole chinesa de
Shenyang... no prazo de nove meses?
“Tive que engolir a seco”, diz Vogel.
“Geralmente, algo assim leva pelo menos um ano e meio.” Mas o pessoal
da Engineering Services, que faz parte
da Voith Industrial Services, encontrou
uma solução criativa.
Enquanto os trabalhos de construção dos engenheiros são executados, as primeiras peças do veículo já
vão sendo construídas. A fim de cumprir o prazo, estão trabalhando de
modo paralelo no que, normalmente,
é feito em sequência. E ele convida os
engenheiros da CRC para cooperação
imediata com a Saxônia. Assim, às vezes trabalham no projeto até dez especialistas da China junto com 40 colegas da Alemanha.
Os funcionários de Chemnitz estão acostumados a grandes desafios.
Os fabricantes de veículos automoto42 | report 1/2013
res e veículos sobre trilhos confiam à
Engineering Services toda a cadeia de
geração de valor, do desenvolvimento,
cálculo e planejamento à montagem
dos protótipos.
Quer seja um fornecedor especializado em bondes buscando um veículo que considere alturas de plataformas
específicas,
quer
sejam
fabricantes de veículos ferroviários
que queiram construir trens inteiros;
quer se necessite de um especialista
que construa um protótipo em tamanho original de uma cabeça de tração
para um novo trem ICE, quer montadoras de automóveis precisem de ajuda no planejamento de seus processos, a Engineering Services está
sempre de prontidão para fazer o serviço. “Nós somos um fornecedor de
soluções”, diz Vogel. “Mera produção
é atitude de outros fornecedores”.
Um modelo promissor, como comprova o desenvolvimento de programas em Chemnitz. Com vendas anuais acima de 30 milhões de euros e
540 funcionários, os saxões construtores de veículos ferroviários jogam na
primeira liga de serviços de engenharia. O número de funcionários cresce
rapidamente. Somente em 2011, foram
contratados mais de 100 funcionários.
Cerca de 110 dos peritos em engenharia estão trabalhando atualmente
no grande projeto da área ferroviária,
um pedido da Bombardier Transportation Görlitz para a companhia ferroviária alemã (DB – Deusche Bahn) no
qual serão construídos trens de longa
distância de dois andares. Os funcionários desenvolvem carros de controle
e reboque, que deverão atingir a velocidade de até 160 km/h em áreas regionais atualmente classificadas para
120 km/h. “É tecnicamente muito desafiador, e só podemos implementar a
ordem porque trocamos informações
constantemente com os especialistas
do cliente”, diz o gerente de projeto
Ullrich Meixner. Portanto, a Voith está
diretamente ligada à rede de desenvolvimento da Bombardier, para que
os engenheiros tenham acesso a todos os documentos necessários. Em
contrapartida, os clientes têm a contínua percepção do resultado dos trabalhos, o que facilita a tomada de decisões. A parceria é tão intensa que os
engenheiros da Voith se envolvem até
mesmo na liberação dos componentes desenvolvidos.
Marcos
Em ação para o cliente – os funcionários
de Serviços de Engenharia da Voith.
De cima e à esquerda: engenheiro de
cálculo Jianwu Guo e designer Matthias
Gessell, designer chefe Ullrich Meixner
com o designer Christian Laarz,
modeladores Felix May com Mathias
Hubert, a mecânica industrial e
construtora Katrin Schneider.
Tanta responsabilidade pode ser
assumida apenas por quem se envolve inteiramente com a perspectiva de
seus clientes. Isto também se aplica
ao papel da Voith como especialista
na assim chamada “fábrica digital”.
Desde o início dos anos noventa, os
engenheiros planejam, implementam e
gerenciam instalações e processos de
fabricação; por exemplo, para a fábrica da Volkswagen, são usados modelos digitais, simulações e visualizações
3D. Dessa forma, antes de fazer qualquer investimento, a Voith pode simular e analisar processos de fabricação
com sistemas de diferentes fornecedores de máquinas, a fim de encontrar
o modelo que melhor atenda aos requisitos.
Olhar para o futuro para planejar e
agir de modo a encontrar uma estratégia exata para cada desafio – são estes os principais pontos fortes da Engineering Services. Isso também se
reflete na execução dos pisos rebaixados para a Shenyang: enquanto os
engenheiros de Chemnitz trabalham
no processo de construção, a CRC já
fabrica os primeiros componentes na
China, desde o verão. //
report 1/2013 | 43
Marcos
A nova máscara frontal
do veículo Galea da Voith
pode ser adaptada a
vários modelos de
veículos ferroviários.
Na dianteira
Na Innotrans 2012 os visitantes puderam ver a inovadora
máscara frontal Galea da Voith. A concepção única baseada
em materiais compostos de fibra a faz segura, flexível e leve.
Tecnologia literalmente de ponta: a
Voith Turbo Scharfenberg desenvolveu
a Galea, uma nova máscara frontal
para veículos ferroviários na qual estabelece novos padrões em termos de
eficiência energética, segurança e versatilidade. O sistema frontal foi apresentado pela primeira vez em tamanho original na feira InnoTrans do ano
passado. Ele é quase inteiramente
feito de materiais compostos de fibras, por isso, a Galea é significativamente mais leve do que as máscaras
frontais convencionais, em aço. O baixo peso reduz o consumo de energia
dos veículos e contribui para uma
operação econômica e que respeita o
meio-ambiente.
A Voith conta com anos de experiência em elementos de absorção de
energia: os plásticos reforçados com
fibra de vidro (GRP) usados frequentemente absorvem a energia de impacto
44 | report 1/2013
melhor do que estruturas metálicas
comparáveis e os elementos de absorção estruturais e de energia da
máscara frontal do veículo aumentam
a segurança passiva do maquinista e
dos passageiros. Além disso, o material da Galea oferece ótima proteção
contra incêndios, bem como isolamento térmico e acústico.
A Galea é adequada para trens
com velocidade máxima de 200 km/h.
O conceito é tão flexível que pode ser
adaptado a todos os chassis de veículos atuais. Quem mais se beneficia
são fabricantes de pequeno e médio
porte, que não possuem um departamento de desenvolvimento próprio ou
experiência na produção e cálculo de
elementos GRP. Ao mesmo tempo, a
Galea é, ainda, uma plataforma de
tecnologia para outros desenvolvimentos. Assim, podem ser integrados
conceitos individuais dos elementos
de absorção de energia como solução
única e integrada a conceitos de veículos existentes.
E também para os operadores de
sistemas de transporte, o inovador
sistema Galea é atraente: materiais
compostos de fibra permitem design
bastante variável, contornos aerodinâmicos, geometrias complexas e superfícies de forma livre com custo viável. Dependendo das ideias de design
da empresa, a máscara frontal pode,
por fim, ser personalizada com logotipos e cores para que os operadores
fortalecem a identidade da marca e se
diferenciem da concorrência. //
Marcos
Pensar de forma
inovadora
“Por que não imaginamos isto antes?” É uma frase dita com frequência
pelas pessoas diante de invenções genais cuja ideia não foi sua. E que
se ouvirá sobre o novo e revolucionário processo para secagem de
celulose desenvolvido na Voith de São Paulo.
Os bons engenheiros estão constantemente em busca de melhorias para
as tecnologias estabelecidas; mas os
engenheiros muito bons também
questionam princípios básicos nessa
hora. Foi assim com os especialistas
do Innovation Center da Voith em São
Paulo, que, desde 2009, vêm desenvolvendo uma máquina piloto para a
secagem de celulose, com sistema
revolucionário. Já existe uma referência comercial em funcionamento no
mercado, com sucesso.
O que torna a instalação extraordinária é uma inovação no processo
de secagem. Na seção de formação,
a água é drenada inicialmente por gravidade e baixo vácuo, seguida por
uma área de dupla tela que provoca
desaguamento por tensão entre telas
e rolos e, finalmente, por um elemento
de alto vácuo; mais água é extraída da
massa por rolos na seção de prensas;
e, por fim, quando a folha de celulose
chega à área de secagem, ela é conduzida pelo secador por fluxo de ar e
rolos guias. Em todas as instalações
de produção de celulose do mundo, a
folha de celulose se movimenta horizontalmente através da área de secagem. Isso só não acontece na máquina piloto da Voith: nela, a folha é
encaminhada verticalmente. Isto economiza energia, pois a manta não é
A planta piloto para a secagem de celulose, construída na Voith
em São Paulo, mostra como a celulose pode ser produzida a partir
da mais alta qualidade e da forma mais eficiente.
conduzida pelo ar quente, como no
processo horizontal, mas por meio de
rolos guias superiores e inferiores; o ar
se destina apenas à secagem, o que
reduz o consumo de vapor. Por outro
lado, a máquina opera com mais eficiência, pois pode ser limpa em poucos
minutos, em caso de quebra – no processo horizontal, a limpeza leva várias
horas.
A recompensa da engenharia da
Voith é o sucesso no mercado: desde
junho de 2012, um secador vertical
opera na empresa brasileira Lwarcel
Celulose, em Lençóis Paulista. Nessa
instalação, a tecnologia inovadora
apresenta ainda outra vantagem: o
cliente necessitava aumentar urgentemente a capacidade de secagem, mas
não tinha espaço suficiente para uma
nova área de secagem... e o secador
vertical requer muito menos espaço.
No caso desta reforma, a montagem
pode ser realizada com a máquina em
operação. //
report 1/2013 | 45
panorama
Dinheiro para o bem
A fundação Hanns Voith apoia
estudantes, a orquestra Voith e as
escavações arqueológicas na
Gruta Vogelherd, onde foram
encontradas as esculturas mais
antigas da história da humanidade.
A Fundação Hanns Voith é conhecida na região de Heidenheim pela promoção
de inúmeros projetos culturais, sociais e educativos. Neste ano, esta organização
comunitária comemora o seu 60º aniversário.
H
anns Voith, neto do fundador
da Voith GmbH, foi uma pessoa de muitos talentos: após a
Segunda Guerra Mundial, foi ele o responsável pela prosperidade da empresa.
Além disso, Hanns Voith se preocupava
com o bem-estar dos colaboradores e
de seus filhos e fornecia auxílio a comunidades carentes. A Fundação Hanns
Voith foi criada em sua homenagem,
em 1953. Ela continua a promover o
espírito de filantropia de Voith e, principalmente no distrito de Heidenheim,
apoia projetos culturais, sociais e ecológicos, além de distribuir bolsas para
estudantes de ciências naturais, engenharia e economia.
O jubileu da Fundação, celebrado
no dia 14 de junho com uma festa na
Casa de Concertos de Heidenheim,
lançou um olhar retrospectivo sobre 60
anos de empreendimentos bem-sucedi-
46 | report 1/2013
dos. Apenas no ano de 2012, a Fundação Hanns Voith doou um total de 372
mil euros a várias iniciativas e instituições de Heidenheim, como a Academia
do Futuro, o Simpósio de Escultores, a
Escola Waldorf, a Academia de Alunos
de Engenharia, a captação de recursos
para o Museu de Arte, o Festival de
Ópera de Heidenheim e a orquestra
Voith. Um total de 20 mil euros serão
investidos na restauração do Brenz, enquanto que as escavações arqueológicas
na gruta Vogelherd, em Niederstotzingen, receberão uma doação de 40 mil
euros anualmente e o parque arqueológico planejado para esse local deverá
receber 10 mil euros por ano. Além
disso, através da organização de intercâmbio AFS, a Fundação também dá
bolsas de 5 mil euros a alunos que desejam realizar intercâmbio de um ano
escolar no Brasil ou na China. Em fun-
Hanns Voith
(1885-1971),
neto do
fundador da
JM Voith.
ção do jubileu, a Fundação iniciará em
2013 uma distribuição anual de prêmios de incentivo para trabalhos acadêmicos de destaque.
A mais nova iniciativa da Fundação
Hanns Voith, em parceria com o banco
local Sparkasse, é o apoio ao prêmio
Cidadão Alemão 2013 do distrito de
Heidenheim. O objetivo do prêmio é
condecorar cidadãos que se engajaram
voluntariamente e de forma especial –
como no ideal de Hanns Voith. //
panorama
SOMENTE VENCEDORES NO TOPO
O time Voith da Four Peaks
Challenge: Adam Hart, Phil Rickhuss,
Martin Dunne e Paul Nicholson
(da esquerda).
Não em primeiro lugar, porém vencedores. Esta é certamente a verdade
para os quatro funcionários da
Voith Industrial Services de Warwick
que, no verão passado, participaram
da famosa competição de caminhadas “Four Peaks Challenge”. O objetivo era subir rapidamente até os picos
mais altos da Inglaterra, Escócia, País
de Gales e Irlanda do Norte respectivamente. Paul Nicholson, Adam Hart e
Martin Dunne conseguiram cumprir o
desafio em 48 horas e 19 minutos, incluindo o traslado de carro entre um
pico e outro com o colega Phil, que foi
o motorista. A equipe Voith atingiu a
linha de chegada em sétimo lugar entre as 18 equipes participantes;
porém, considerando-se somente o
tempo de escalada, de 17 horas, 7
minutos e 31 segundos, os rapazes
obtiveram o primeiro lugar na votação
dos veteranos. Eles também conquistaram o prêmio de “veículo de traslado
mais bonito” pela excepcional decoração do veículo.
De toda forma, a verdadeira vencedora da competição foi outra: a taxa
de inscrição paga pelos participantes
– mais de 4.000 libras (cerca de R$
13.300,00) – que será utilizada para
auxiliar crianças carentes. //
O número onze vive!
Cinco potenciais mecânicos industriais em Heidenheim restauraram
duas hélices históricas do Voith Schneider Propeller (VSP): VSP Nº. 11, do
ano de 1931, e VSP Nº 507, de 1947.
A de número 11 é proveniente de um
barco de passageiros do lago Bodensee; a de número 507, de uma lancha
da polícia fluvial francesa. Os estagiários Chris Stampfer, Johannes Perfahl,
Lars Hartmann, Paul Mettmann e Mario Kreisel tiveram o suporte do instrutor Harald Kottmann – e de uma pessoa capaz de montar um VSP de
olhos vendados: Werner Luz. Werner
entrou para a Voith em 1955, como
aprendiz, e trabalhou 50 anos na empresa, dos quais quarenta e seis atuando mundialmente como montador-chefe da VSP. Seus pupilos levaram
um semestre para desmontar, limpar,
polir e remontar um VSP; agora, as
aletas do acionamento brilham como
se fossem de ouro, e a de número 507
está, inclusive, totalmente funcional.
Em breve, todos poderão ver o resultado do trabalho com os próprios
olhos: a hélice 507 será exposta no
foyer do prédio da Voith Turbo Schneider Propulsion, em Heidenheim. //
Os estagiários Johannes Perfahl,
Mario Kreisel, Paulo Mettmann,
Chris Stampfer e Lars Hartmann
(em sentido horário, a partir da esquerda inferior) com a hélice VSP
restaurada de no. 507.
report 1/2013 | 47
panorama
PÉROLA
DO SUL
B
TVVS Prasad, 44 anos,
é gerente de recursos
humanos e administrativo
da Voith Turbo em Hyderabad. Ele leva o leitor da
Voith Report a uma viagem nessa cidade colorida
e diversificada, com suas
muitas atrações.
48 | report 1/2013
em vindo a Hyderabad, a cidade
em que nasci e fui criado. Hyderabad é a capital de Andhra Pradesh, no sul da Índia – com 6,8 milhões
de habitantes, é a quinta maior metrópole do país. O lugar teve um passado
conturbado: com seus mais de 400 anos
de história antiga, Hyderabad já foi governada por muitas famílias soberanas,
dentre as quais os Shahi Qutb, os Mughals e os Nizam. Essa história variada
contribuiu para que, em nossa província, línguas regionais como o urdu e o
telugu alcançassem uma alta predominância. Além dessas línguas: muitas
pessoas também dominam o híndi e o
inglês. Hyderabad é uma cidade colorida, cunhada por religiões distintas e influências culturais e pela atual migração
de pessoas vindas de todas as partes da
Índia para trabalharem aqui, por exem-
plo no ramo de TI, que tem grande reputação.
Na verdade, Hyderabad é uma cidade
gêmea: Secunderabad foi separada de
Hyderabad pelo sistema de lagos Sagar
Hussain, que existe desde 1562 e é muito popular entre os turistas. Seja como
for, os visitantes encontram uma série
de atrações em Hyderabad: desde tesouros culturais –, como a antiga cidade
fortaleza de Golkonda e a mesquita
Charminar – em parques, jardins e museus da cidade, até a cidade cinematográfica de Ramoji e um cinema com
uma das maiores telas IMAX do mundo.
Hyderabad é também um paraíso das
compras, conhecida por suas pérolas,
tecidos, moda e artesanato tradicionais,
como as pulseiras de vidro. A comida típica de Hyderabad faz sucesso tanto en-
panorama
A Charminar, uma mesquita com quatro
minaretes, é o centro da antiga cidade de
Hyderabad. Foi construída em 1591, pelo
fundador da cidade, o rei Quli Qutb Shah.
Se v
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ici
d
a
tr
tre os moradores, quanto entre os turistas. Dum Biryani é uma combinação
picante de carne e arroz de grão longo.
Todos os anos durante o Ramadã é consumido um prato chamado Haleem,
composto de carne, trigo e muitas especiarias; naturalmente, o verdadeiro Haleem só é encontrado em Hyderabad!
E, para falarmos de esportes, o críquete é muito popular em Hyderabad: a
cidade conta com diversos estádios para
disputas nacionais e internacionais. Hyderabad também tem uma boa academia de badminton que, nos últimos
tempos, formou jogadores de nível
mundial. Eu, pessoalmente, gosto de
jogar críquete com amigos no fim semana ou sair para uma caminhada noturna no lago Hussain Sagar e desfrutar
de um jantar com especialidades regionais. //
Críquete na
Índia é o espo
rte número um
milhões de in
–
dianos batem
bola em seu
tempo livre.
Nosso local
As instalações da Voith Turbo estão localizadas em Nacharam, uma área industrial de
Hyderabad. Foi construída em 1987 em um
terreno de 20.000 metros quadrados. Em
nossa fábrica, produzimos acoplamentos hidrodinâmicos e, atualmente, empregamos 255
colaboradores.
Eu sou responsável pelos departamentos de
recursos humanos e a administração geral da
empresa. Trabalho na Voith há quatro anos e
meio e estou contente de ter celebrado o jubileu de prata da nossa filial da Voith Turbo em
2012, quando o Presidente e CEO do Grupo
Voith, Dr. Hubert Lienhard, em pessoa, inaugurou uma placa memorial.
Hyderabad
Índia
report 1/2013 | 49
Gostaria de saber mais sobre nós?
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#33 | 2012
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Comunicação Corporativa
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89522 Heidenheim, Alemanha
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