Leiria-Fatima_ed_39a - Diocese Leiria

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Leiria-Fatima_ed_39a - Diocese Leiria
ANO XIII • NÚMERO 39 • SETEMBRO / DEZEMBRO • 2005
• D. Alberto Cosme do Amaral - 1916-2005 | pág. 167
Amar: Programa cumprido
• 90 anos das Aparições de Fátima | pág. 179
Tocar no coração da modernidade
• “Educação cristã” na sociedade. Ainda faz sentido? | pág. 233
Escolas: iguais, mas diferentes!
documentos pastorais • notícias • serviços e movimentos • reflexões • docu
Leiria-Fátima
Órgão Oficial da Diocese
ANO XIII • NÚMERO 39 • SETEMBRO / DEZEMBRO • 2005
Ficha Técnica
Director
Luís Inácio João
Chefe de Redacção
Luís Miguel Ferraz
Administrador
Henrique Dias da Silva
Conselho de Redacção
Belmira de Sousa
Jorge Guarda
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Manuel Melquíades
Saul Gomes
Capa, Grafismo e Paginação
Luís Miguel Ferraz
Propriedade
Diocese de Leiria-Fátima
E D I Ç Ã O
G R Á F I C A
Sede
Seminário Diocesano de Leiria
2414-011 Leiria
Tel. 244 832 760
Fax 244 821 102
Mail: [email protected]
Periodicidade . Quadrimestral
Tiragem . 420 exemplares
Assinatura anual - 12 euros
Número avulso - 4 euros
Impressão - Gráfica de Leiria
Depósito Legal - 64587/93
Os textos não assinados das secções noticiosas são elaborados pelo chefe-de-redacção da
revista LEIRIA-FÁTIMA, tomando por base
os jornais diocesanos A VOZ DO DOMINGO
e O MENSAGEIRO. As paróquias, serviços e
movimentos poderão enviar-nos ecos das suas
iniciativas e programação, para os contactos
indicados nesta ficha técnica.
Índice
Editorial
Dom Alberto Cosme do Amaral
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Documentos Pastorais
Assembleia Diocesana a 2 de Outubro
Nomeações Episcopais
Nomeações Episcopais
Nota episcopal
Comunicado do Conselho Presbiteral
Nota episcopal “Quem mais está batendo?”
Nota da Secretaria Episcopal
Mensagem de Natal
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Em Destaque
[ Curso da ETLF reconhecido para leccionar Religião e Moral ]
Assembleia Diocesana acolheu Projecto Pastoral 2005/2011
D. Alberto Cosme do Amaral • Amar: Programa cumprido
Dia 19 de Dezembro • Jornada festiva com irmãos jubilários
Relíquias de S. Teresinha em Leiria-Fátima • “Quero passar o meu Céu...”
Semana dos Seminários • A Igreja é uma comunidade de chamados
Jornadas Missionárias 2005 • Comunicado - Conclusões
90 anos das Aparições de Fátima • Tocar no coração da modernidade
Outras notícias do Santuário…
Cáritas coordena • Ajuda a vítimas dos incêndios
Encontro nacional dos capelães hospitalares • Assistência espiritual na saúde
Jovens sem Fronteiras • As motivações dos Jovens
Sínodo dos Bispos, Ano da Eucaristia, Dia das Missões e novos Santos
Notícias
Acolhimento na catequese
Nova equipa no Seminário de Leiria
Encontro dos Religiosas e Religiosos naturais da Diocese
Novo livro homenageia o padre Lacerda
Bispo Auxiliar de S. Paulo visitou Leiria-Fátima
Encontro Diocesano de Catequistas
Aniversário do Órgão da Sé e novo Curso de Carrilhão
Central FM premeia Bispo de Leiria-Fátima
Nova paróquia da Cruz da Areia
Irmã Graça Lameiro, missionária para toda a vida
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Índice
Encerramento do Ano da Eucaristia na vigararia de Ourém
Congresso Eucarístico da vigararia das Colmeias
Convívio Fraterno 988
Conselho Pastoral Diocesano fora de portas
III Congresso da Família Missionária da Consolata
Conselho Nacional do CPM
XVII Jornadas nacionais da Pastoral Familiar
Leiria nos 146 anos das Conferências de S. Vivente Paulo
Encontro Diocesano da Pastoral da Saúde
Apostolado da Oração
Caminho Neocatecumenal reunido em Fátima
Novos párocos tomaram posse
Equipas de Nossa Senhora
Confraria de Nossa Senhora da Encarnação
Acção Católica Urbana
Jornadas de Pastoral Urbana
Escuteiros de Amor comemoram 10 anos
Apresentação do Evangelho do Ano em Monte Real
Padre João Ferreira Órfão homenageado em Vermoil
Vigararia de Leiria aposta na formação
Jornada Diocesana da Pastoral Familiar
“Cristianismo na Índia, Percursos e Proximidades”
Alburitel no centenário do Padre Joaquim Lourenço
Natal de Acção Católica Rural
Reunião Diocesana Secretariados e Movimentos
Meditações sobre o Mistério da Encarnação
Natal nos Estabelecimentos Prisionais de Leiria
Vigararias acolhem tema do “Acolhimento”
Serviços e Movimentos
[SDPL] O ano litúrgico - verdadeiro e eficaz “guia de vida cristã”
[Cáritas] “A solidariedade não se esgota no porta-moedas”
[SDPF] “A família é um projecto prioritário”
Comissão Diocesana Justiça e Paz
Encontros mensais de reflexão do MEC
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Reflexões
“Educação cristã” na sociedade. Ainda faz sentido? • Escolas: iguais, mas diferentes! 233
Terço ou Rosário?
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A propósito das eleições • Os poderes da terra e do Céu
242
Índice Geral - 2005
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Editorial
Dom Alberto Cosme do Amaral
O Senhor Dom Alberto faleceu a 7 de Outubro. O seu estado de saúde
progressivamente agravado e a idade avançada vinham anunciando. Mesmo
assim a notícia tocou profundamente a Igreja diocesana que não esquecia a
dedicação de quem a serviu de forma incondicional, primeiro como Bispo
residencial, de 1972 a 1993, depois na continuidade de uma comunhão
espiritual, profunda, atenta e discreta.
Leiria-Fátima, Órgão Oficial da Diocese, associa-se a esta Igreja que
em solenes exéquias entregou piedosamente nas mãos do Pai aquele que
acolhera nesse mesmo dia 8 de Outubro mas há 33 anos, como Pastor
enviado pela bondade divina.
Figura única, Dom Alberto não cabia nos parâmetros humanos habituais.
Chegando a desapontar os ávidos de brilho e exuberância, tinha na dimensão
espiritual o autêntico esteio da sua vida. A tal ponto que as suas inúmeras
qualidades só eram verdadeiramente perceptíveis aos olhares também
sensíveis à expressão tão profunda como discreta desse seu viver. Dotado
de grande sensibilidade, sofreu na procura de respostas concretas, quase
impossíveis num tempo de tão numerosos e insistentes interrogações.
As suas limitações humildemente assumidas deixavam transparecer a
extraordinária força interior que pedia e agradecia a Deus em quem punha
toda a sua confiança. Além da cooperação de todos na complementaridade
dos ministérios de todo o corpo eclesial, sabia reconhecer a necessidade
da colaboração especial de algumas pessoas para garantia de um exercício
pastoral mais eficaz.
Como acontece com os grandes homens de Deus, a sua vida foi preciosa
para a Igreja e para a humanidade. Não deixou riquezas materiais pois não
estava aí o seu coração. Deixou sim o maior e mais precioso legado espiritual
– o testemunho do dom quotidiano da sua vida em completa fidelidade a Deus
e aos irmãos, num testemunho de grande configuração com o Bom Pastor que
deu a vida pelas suas ovelhas. Dom Alberto continuará presente nas memórias
e nos corações, brilhante como a luz colocada sobre o candelabro.
O Director
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Editorial
Documentos Pastorais
Assembleia Diocesana a 2 de Outubro
Está programada para o primeiro domingo de Outubro, dia 2, a grande
ASSEMBLEIA DIOCESANA; são objectivos principais apresentar o programa
2005-2006 do PROJECTO PASTORAL.
São convocados por este meio todos os Responsáveis de Serviços e Obras,
bem como os principais agentes pastorais da Diocese, com o seu Bispo, a saber: o
Clero Diocesano e Religioso, os Membros do Conselho Pastoral e das Comissões
ou Secretariados Diocesanos, os Dirigentes de Movimentos, Associações e Obras,
Representantes das Comunidades Religiosas, Membros dos Conselhos Vicariais
e Paroquiais, os Catequistas, os Ministros Extraordinários da Comunhão e outros
Cristãos mais empenhados no conjunto da pastoral diocesana.
A sessão começa às 15 horas no salão de festas do Colégio da Cruz da Areia, em
Leiria, e encerra com a celebração da Eucaristia na igreja da Sé, às 18,30 horas.
O início do PROJECTO PASTORAL no ano da Eucaristia é também sinal de
Graça e de Comunhão.
Leiria, 5 de Setembro 2005.
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
Nomeações Episcopais
Achamos por bem, ponderadas as condições e as razões das diversas actividades
pastorais e seus agentes:
1. Nomear, apresentando, Capelão dos estabelecimentos Prisionais de Leiria, em
substituição do Rev. Pe. Dr. Rui Acácio Amado Ribeiro, o Rev. Pe. Manuel Victor
de Pina Pedro, que, assumindo as novas funções e cessando aquelas para as quais
tinha sido nomeado, nomeadamente as de vigário paroquial de Souto da Carpalhosa
e de Pároco de Carnide e Bidoeira, poderá aceitar o encargo de alguma capelania
paroquial de modo fixo ou em sistema rotativo.
2. Nomear Pároco de Carnide o Rev. Pe. Abel José da Silva Santos, que já aí
exercia as funções de Administrador Paroquial, acumulando com as de Pároco da
Bajouca.
3. Nomear Pároco da Bidoeira o Rev. Pe. Dr. Adelino Filipe Guarda, que deixa
a paroquialidade de Pataias e Alpedriz, a fim de poder dedicar-se mais à função
de docente no Instituto Superior de Estudos Teológicos, em Coimbra, estando
dispensado do c.533§1, pois que a comunidade da Bidoeira não dispõe de casa
paroquial.
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Documentos Pastorais
4. Nomear Pároco de Pataias e Alpedriz o Rev. Pe. Virgílio do Rocio Francisco.
5. Nomear Pároco de Reguengo do Fetal o Rev. Pe. Nuno Miguel Heleno Gil.
6. Dispensar da paroquialidade do Olival o Rev. Pe. Elias Ferreira da Costa, por
motivos de saúde, e nomear Pároco da mesma freguesia do Olival o Rev. Pe. Sérgio
Feliciano de Sousa Henriques, Pároco de Caxarias.
7. Nomear Director Diocesano do Apostolado da Oração, em substituição do
Rev. Pe. Adelino Rodrigues Ferreira, o Rev. Pe. Davide Vieira Gonçalves, Prior dos
Pousos.
8. Nomear Assistente eclesiástico da Equipa Responsável pelo Secretariado
Diocesano da Pastoral Juvenil o Rev. Pe. Manuel Henrique Gameiro de Jesus,
Vigário paroquial de Ourém (Nossa Senhora das Misericórdias).
Agradecemos todo o bom trabalho realizado, fazemos votos que as presentes
nomeações tenham o melhor acolhimento e correspondam aos objectivos da mesma
missão pastoral na nossa Diocese de Leiria-Fátima, que se esforça por caminhar em
permanente renovação sinodal.
O presente decreto pode entrar em vigor nesta data, todavia as respectivas
transferências e tomadas de posse deverão oportunamente ser realizadas num prazo
especialmente alargado, de comum acordo, até sessenta dias.
Leiria, 16 de Setembro 2005, MO de S. Cornélio e S. Cipriano.
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
Nomeações Episcopais
Havemos por bem:
1) Nomear Pároco de Alpedriz e Vigário Paroquial de Pataias, com todos os
poderes/deveres que constam do Código de Direito Canónico, nomeadamente no
can. 1111 § 2, o Reverendo P. Sérgio Jorge Lopes Fernandes.
2) Nomear Director do Centro de Formação e Cultura, na cidade de Leiria, o Rev.
P. Dr. Vítor Manuel Leitão Coutinho.
3) Nomear a nova Comissão Diocesana Justiça e Paz, assim constituída: Dr.
Tomás Oliveira Dias, Dr. Eugénio Pereira Lucas, Dra. Catarina de Oliveira Soares,
Dra. Mavíldia Carreira da Costa Frazão Vieira e P. Dr. Luís Inácio João.
Leiria, 11 de Outubro 2005
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
Nota episcopal
O Sr. D. Alberto Cosme do Amaral faleceu no dia 7 de Outubro de 2005,
Memória de Nossa Senhora do Rosário, e o seu corpo foi sepultado, três dias depois,
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Documentos Pastorais
na basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
No próximo dia 6 de Novembro, Domingo, vamos celebrar a “Missa do 30º dia”
na Sé de Leiria, às 18h30.
Convidamos para a Concelebração todos os Diocesanos e especialmente os
sacerdotes residentes na Diocese de Leiria-Fátima.
No seu “testamento espiritual” diz-nos D. Alberto, em 13 de Agosto 1992, o 53º
aniversário da sua ordenação sacerdotal:
“Ao aproximar-se o momento de partir, concede-me, Senhor, a graça de encarar
o mistério da morte, numa atitude de total abandono nas tuas mãos de Pai. Que a
morte seja para mim não um ocaso mas o dealbar do dia eterno, o vértice duma
vida terrena que culmina no holocausto supremo e definitivo, intimamente unido ao
de Cristo Redentor, no altar da Cruz. Esse será para mim o momento sacerdotal e
pastoral por excelência, porque não há amor maior que o daquele que dá a vida pelos
que ama: Tu, meu Senhor e meu Deus, e em ti e por ti, todos aqueles que Tu amas.
Antecipo desde já esse momento oferecendo-me na totalidade do meu ser por
todos os homens redimidos, particularmente por aqueles que encontrei ao longo
do meu ministério sacerdotal: leigos, sacerdotes, religiosos, crentes e não crentes.
Recolho no altar do meu coração toda a minha existência para depô-la no Teu
coração de Pai. Peço perdão das minhas infidelidades ao Teu amor e ao amor de
todos os homens, meus irmãos.”
Agradecemos o magno testemunho do Sr. D. Alberto, e rezamos para que todos
possamos beneficiar da sua oração, como prometeu: “No Céu amarei a todos os que
peregrinam, com amor maior, porque amarei em Deus e por Deus, como Deus ama.
Em Deus poderei amar numa dimensão maior.”
Leiria, 17 de Outubro 2005,
MO de Santo Inácio de Antioquia
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
Comunicado do Conselho Presbiteral
O Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima, presidido pelo bispo
diocesano, reuniu-se no dia 17 de Outubro de 2005, no Seminário Diocesano.
Depois do momento de oração inicial, o presidente, pelo facto deste órgão de
consulta episcopal estar a começar um novo mandato, teceu algumas considerações
sobre as suas funções no cuidado pela vida dos presbíteros e da Diocese; recordou
que esta reunião decorre pouco depois da morte do seu predecessor D. Alberto Cosme
do Amaral, de grata memória, e anunciou que a livraria Gráfica de Leiria terá, em
breve, para oferecer a todos os que foram crismados por D. Alberto e seu sucessor, a
edição abreviada do Catecismo da Igreja Católica, recentemente publicado.
De seguida procedeu-se à eleição do secretário e à constituição do secretariado:
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Documentos Pastorais
foi eleito o padre Manuel Armindo Pereira Janeiro e com ele integram o secretariado
os padres Cristiano João Rodrigues Saraiva e Sérgio Feliciano de Sousa Henriques;
calendarizaram-se as sessões do próximo ano e fez-se o balanço do último triénio,
salientando-se as temáticas abordadas mas também a dificuldade em dar-lhes
seguimento; e elegeu-se a Comissão de acompanhamento da aplicação do Estatuto
Económico do Clero do Regulamento de Administração de Bens da Igreja.
Da parte da tarde, os conselheiros reuniram por grupos para reflectir sobre a
aplicação do referido Regulamento e para sugerir temáticas a abordar no próximo
ano.
Depois do plenário abordaram-se questões ligadas ao Seminário e à Pastoral
da Vocação, que a equipa do Seminário assumirá transitoriamente, e ao Projecto
Pastoral Diocesano, no primeiro ano da sua execução. A terminar foi apresentado o
programo para as celebrações dos 90 Anos das Aparições em Fátima.
17 de Outubro de 2005
O Secretariado
Nota episcopal
“Quem mais está batendo?”
Se é vital “acolhermos” Deus, quem mais está batendo à porta? Simbolicamente
poderemos juntá-los em sete grupos, a saber:
1. Os parentes, os vizinhos, os colegas, no próprio ambiente de cada “habitat”,
desde o lar paterno/materno até ao lugar de trabalho, ou estudo, ou lazer.
2. Os migrantes e os imigrantes, que procuram trabalho ou prestam serviços, e os
nómadas que andam de terra em terra; o mundo poderá ter fronteiras alfandegárias,
mas deve ser a casa comum, sem racismos, nem terrorismos.
3. Os peregrinos e viajantes que, por razões de fé ou de passeio, ou de trabalho,
circulam pelas estradas e povoações; não só procurarão “pousada” ou “restauração”,
mas esperam e apreciam o recto “acolhimento”.
4. Os que andam à procura de uma informação ou de um serviço; na cidadania
geral não há estranhos, nem se presume que sejam inimigos; a recta prudência
estabelece a adequada medida do “acolhimento”.
5. Os que nada procuram, mas andam vazios, ou confusos, ou perdidos; saber
encaminhar e dar a mão é “recolher” méritos que não se apagam; apontar os
caminhos no tempo para fora do tempo é sabedoria e comunhão.
6. Aqueles que pertencem a outras confissões cristãs, ou diversa religião, têm
direito a serem respeitados e acolhidos, com tolerância e ecumenismo, mas sem
cobardia ou traição da fé cristã; é sábio quem sabe discernir, no “acolhimento
dialogal e testemunhal”.
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Documentos Pastorais
7. Finalmente, no sétimo grupo, poderemos juntar quantos hostilizam os crentes,
ou semeiam profanações e satanismos, ou simplesmente se declaram agnósticos e
laicos... Que grande panóplia plural de várias e avariadas gentes!
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
Nota da Secretaria Episcopal
Em homenagem ao Sr. D. Alberto Cosme do Amaral, foi decidido oferecer um
exemplar do Catecismo da Igreja Católica (compêndio) a quantos foram crismados
por Sua Excelência ou pelo Seu Sucessor.
Por isso, os Diocesanos de Leiria-Fátima que receberam das mãos do Senhor D.
Alberto ou do Senhor D. Serafim, nos últimos 33 anos, o Sacramento da Confirmação
ou Crisma, podem levantar na Livraria Gráfica de Leiria um exemplar do referido
Catecismo. Basta que, a partir desta data, cada um passe pessoalmente, no horário
comercial, pela Livraria Gráfica de Lema, Rua D. Dinis.
Se recordar é viver, faz muito bem que recordemos os princípios e as regras da
Vida Cristã.
Leiria, 13 de Novembro de 2005
Mensagem de Natal
Na preparação do Natal 2005, quero dirigir aos meus queridos Diocesanos uma
breve palavra de saudação e esperança.
O tempo providencial do Advento não é uma pausa na agitação político-social,
mas um reencontro das Famílias.
Na praxe dos cumprimentos, não esqueceremos os mais abandonados. E na febre
das compras teremos presentes os pobres e carenciados. Qualquer ajuda, fruto da
moderação e renúncia, pode ser encaminhada para a Cáritas Diocesana.
A nossa Diocese, neste ano pastoral 2005 – 2006, está a reflectir e a praticar o
acolhimento. Vamos acolher o Menino da Vida e todos os meninos para a vida.
Exorto-vos, especialmente os mais novos, a escolher e acolher Cristo, o único
Salvador.
Nos tempos do relativismo e da insegurança, se estivermos com Cristo temos
mais força para testemunhar as razões de viver com dignidade e solidariedade, para
que o mundo seja melhor.
Como prenda de Natal, recomendo o Catecismo da Igreja Católica, e rezo por
vós e por todos os povos e nações, para que haja Pão e Paz para todas as Gentes.
Leiria, 1 de Dezembro de 2005
† Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima
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Curso da Escola Teológica de Leiria-Fátima
reconhecido para leccionar Religião e Moral
Em resposta ao pedido do Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas
Escolas, a Comissão Episcopal da Educação Cristã mostrou-se favorável
ao reconhecimento do Curso de Ciências Morais e Religiosas, ministrado
pela Escola de Formação Teológica de Leigos da diocese de Leiria Fátima,
“para os efeitos previstos no 3º e 4º escalão das habilitações próprias para
a leccionação da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica”. Na
declaração nº 181/2005, publicada no Diário da República, 2ª Série, de 25
de Agosto, foi oficialmente reconhecido o referido Curso para efeitos de
reconhecimento de habilitações em ordem à leccionação da disciplina de
Educação Moral e Religiosa Católica.
Propostas para o primeiro semestre:
1 - Do Curso Geral de Teologia, a decorrer no edifício do Seminário de
Leiria, das 19h00 às 21h00, serão leccionadas, no primeiro semestre:
- segundas-feiras: “Antigo Testamento”, pelo Pe. Dr. Virgílio Antunes
- quartas-feiras: “Cristologia”, pelo Pe. Dr. Luís Inácio João.
2 – Da Formação Específica, a decorrer no edifício do Seminário, em Leiria,
às quintas-feiras, das 19h00 às 21h00, o curso sobre “Comunicação
Social”, pelo Pe. Dr. Rui Acácio.
Propostas para o segundo semestre:
1 - Do Curso Pensar a Fé, serão leccionadas, das 21h00 às 23h00, as seguintes
disciplinas:
- na Marinha Grande, à segunda-feira: “Introdução à História da Igreja”,
pelo Pe. Dr. Luciano Cristino;
- Em Ourém, às segundas e quintas-feiras, na última metade do semestre
(a partir de 12 de Dezembro): “Introdução ao Mistério de Cristo”, por
Frei DR. Herculano Alves;
- Em Leiria (Sé), às quartas-feiras: “Introdução ao Mistério da Igreja”,
pelo Pe. Dr. Jorge Guarda.
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Em Destaque
Assembleia Diocesana acolheu
Projecto Pastoral 2005/2011
A diocese de Leiria-Fátima correspondeu à convocatória do seu Bispo para
uma Assembleia com os seguintes objectivos principais: fortalecer a consciência
da Igreja Diocesana de “muitos num só corpo, em Cristo”; apresentar o programa
para 2005/2006, no âmbito do Projecto Pastoral para 2004-2011; e celebrar o Dia da
Igreja Diocesana.
O salão do Colégio Conciliar de Maria Imaculada, na Cruz da Areia, foi pequeno, nessa tarde de domingo, 2 de Outubro, para os perto de 700 representantes dos
principais agentes pastorais da Diocese e outros fiéis empenhados na sua vida e
missão: padres, membros dos Conselhos Pastorais diocesano, vicariais e paroquiais,
elementos dos Secretariados e Comissões diocesanos, direcções de Movimentos,
Associações e Obras, superiores ou representantes das comunidades religiosas mas-
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Em Destaque
culinas e femininas, direcção dos Institutos Seculares e Novas Comunidades Cristãs,
Catequistas e Ministros Extraordinários da Comunhão. O número de presenças terá
superado em muito as expectativas.
Ainda no momento da oração inicial, D. Serafim manifestou a sua alegria pela
realização da Assembleia e, recordando passos recentes e particularmente significativos da Diocese, e identificando algumas necessidades mais urgentes da sociedade,
afirmou a sua convicção de que a esperança cristã levará ao acolhimento do homem
na sua fragilidade, sem excluir nem condenar ninguém”.
Foram, depois, apresentadas as linhas gerais do Projecto Pastoral Diocesano,
“Testemunhar Cristo, fonte de Esperança”, para os próximos seis anos, salientando
os temas para cada ano: acolhimento, chamamento, formação, comunhão, caridade,
serviço. “Estes temas anuais, como explicou o Pe. Manuel Armindo Janeiro, são, por
sua vez, incluídos em contextos próprios: a pessoa humana e sua condição cristã; a
comunidade cristã; a abertura ao mundo”. A este propósito, o Bispo diocesano lançou um claro desafio a todos os agentes pastorais para que assumam o projecto como
essencial na caminhada da Diocese, nos próximos seis anos.
A Assembleia Diocesana continuou, depois, com uma encenação adaptada do
episódio do encontro de Jesus com a Samaritana, pelo grupo teatral da paróquia da
Bajouca.
Concentrando a atenção na temática do próximo ano, o vigário geral, Pe. Jorge
Guarda, apresentou as orientações gerais da pastoral diocesana e paroquial. Partindo
da certeza de que Jesus oferece o dom de Deus para matar a sede patenteada em
todos os homens e na sociedade, sublinhou a importância do acolhimento, primeiro
passo do Projecto pastoral, como meio imprescindível para a descoberta e acesso a
esse dom. Esse acolhimento, conforme frisou, tem de ser aprendido, antes de mais,
no exemplo de Jesus no Evangelho para ser depois concretizado antes de mais na
comunidade eclesial nomeadamente na abertura à Igreja diocesana enquanto dom de
Deus, com as suas iniciativas, propostas e formações, e na acção pastoral em comunhão e solidariedade com os outros trabalhadores da vinha.
Já na parte final da Assembleia, ouve partilha de vivências e experiências concretas de acolhimento. Ambrósio Santos situou algumas dessas experiências no contexto da acção da Caritas Diocesana, enquanto Inês Lourenço apresentou um caso
concreto de acolhimento a uma família cigana.
Na igreja Catedral, a Assembleia continuou e encerrou a celebração da Eucaristia. A comunhão na Palavra e no Corpo do Senhor que funda a Igreja, é também
princípio da missão e sustento do compromisso assumido.
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Em Destaque
D. Alberto Cosme do Amaral
Amar: Programa cumprido
Por Padre Pedro Miguel Viva
Constituiu profunda consternação a notícia do falecimento de Dom Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, na sexta-feira, dia 7 de
Outubro. A longa idade (quase 89 anos) e a sua frágil saúde agravada por uma queda
que lhe fracturou o fémur, e a consequente operação, precipitaram o que acabou por
acontecer no Hospital de Santo André, no final da tarde desse dia.
Os seus restos mortais foram levados para a Sé, no sábado, dia 8, pouco depois
das 14 horas. Surpreendente coincidência, neste mesmo dia, 33 anos atrás, entrava
solenemente na Catedral de Leiria, saudado pelos cristãos da Diocese que recebiam
o seu novo bispo. A ela serviu como bispo residencial até 2 de Fevereiro de 1993.
Agora, entrava em silêncio, e os sinos não replicavam em festa mas pesarosamente,
acordando a cidade para o falecimento do seu antigo pastor.
Em 1 de Outubro de 1989, dia da Igreja Diocesana, em que foi homenageado
pelo seu duplo jubileu (50 anos de presbítero e 25 de bispo), disse, relembrando as
suas primeiras palavras na Sé, a 8 de Outubro de 1972: “Uma palavra resume todo o
meu programa de bispo: amar. Programa ambicioso para o pobre e pequeno que sou,
porque toca o limiar do mistério de Deus, mistério de amor infinito, revelado aos
homens na pessoa de Jesus Cristo. Eu queria amar como Cristo amou. Para tanto é
Nota biográfica
D. Alberto Cosme do Amaral
nasceu na freguesia de Touro, Vila
Nova de Paiva, diocese de Lamego,
em 12 de Outubro de 1916. Foi ordenado sacerdote a 13 de Agosto de
1939. Nomeado bispo auxiliar do
Porto em 8 de Julho de 1964, passou
a auxiliar de Coimbra em 1969. Daqui transitou para bispo residencial
de Leiria, onde exerceu o ministério
episcopal de 1972 a 1993. Neste
ano, passou a bispo emérito e ficou
a residir no Santuário de Fátima.
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Em Destaque
necessário que Ele esteja em mim, que seja Ele a amar em mim e por mim”. E Cristo,
estamos certos, esteve nele e amou a muitos por ele. Há 33 anos, trazia um programa.
Agora, o seu corpo anunciava na mesma Sé, que o tinha cumprido até ao fim.
Naquele dia do seu duplo jubileu, na humildade que lhe era natural, não se ufanou. Pelo contrário, reconhecendo-se simples e humilde trabalhador na vinha do
Senhor, declarou: “Ao Senhor da Messe, a todos, e sobretudo aos meus diocesanos,
peço perdão de não ter realizado o programa. Mas, sabendo que a força redentora de
Jesus é maior que o pecado, renovo hoje o propósito de dar a vida, gota a gota, no
quotidiano da existência, e dá-la toda no entardecer, que se aproxima, em holocausto
definitivo e supremo. Acredito, porque Ele o disse, na fecundidade dos grãos de
trigo lançados à terra”. Assim fez. Deu toda a sua vida pela Igreja, pelo clero, pelo
Seminário, que dizia ser a “pupila dos olhos de todos nós”.
Despedida da Sé
O silêncio baixou à Sé. Às 18h00, cantaram-se as Vésperas do Ofício de Defuntos
e, pelas 19h00, celebrou-se a Eucaristia, em concelebração presidida pelo Bispo de
Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva que, oportunamente, enalteceu
as qualidades deste “pequeno grande homem, de uma espiritualidade profunda”.
Depois da celebração, fez-se novamente silêncio. O silêncio do sepulcro do Senhor. A tristeza da morte, grávida de esperança na ressurreição para a vida eterna.
Ficaram poucas pessoas, a lembrar o cenário de abandono de Cristo na cruz. Mas as
que estavam mostravam a gratidão ao pastor que deu a vida pelas suas ovelhas.
No domingo, dia 9, a Sé abriu pelas 8h00. Uma hora depois, rezavam-se os
louvores da manhã, com salmos e hinos. A notícia do falecimento de D. Alberto
ia chegando aos diocesanos, apanhando alguns de surpresa. Muitos deslocaram-se
à Catedral para prestarem a sua última homenagem ao seu antigo Pastor. Por ele
se celebrou missa, pelas 11h30, e, à tarde, pelas 17h00, rezou-se o terço, seguido
de Vésperas solenes. Uma hora depois, dava-se início à celebração da Eucaristia,
presidida pelo Bispo diocesano e concelebrada por D. Américo Henriques, bispo
emérito do Arcebispado de Huambo, D. Augusto César, bispo emérito de Portalegre
e Castelo Branco, D. Manuel Madureira Dias, bispo emérito do Algarve, e cerca de
trinta padres. Presentes, também, alguns dos familiares de D. Alberto, vindos do
Touro, Vila Nova de Paiva, sua terra natal. Nesta celebração eucarística, D. Serafim
referiu-se a D. Alberto como um homem de voz frágil, de pequena estatura, mas de
uma força interior e de uma vivência espiritual marcantes. A Sé estava repleta e os
fiéis – sacerdotes, religiosos e leigos – vindos de toda a Diocese, davam graças ao
Senhor pela vida deste servo humilde e dedicado da sua vinha.
No dia seguinte, segunda-feira, pelas 9h30, depois dos ritos fúnebres do “levantamento do corpo”, os restos mortais de D. Alberto partiram para a Basílica do Santuário de Fátima, na qual, pelas 11h00, foram celebradas as solenes exéquias, com o
canto de Laudes e a celebração da Eucaristia. À saída da cidade do Lis, novamente
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Em Destaque
os sinos soaram em agradecimento e despedida definitiva àquele que, durante vinte
anos, fez soar a sua voz de Pastor. Voz frágil na intensidade, mas forte na profundidade das palavras, que ricas de transcendência não deixavam de ecoar nos ouvidos e
no coração de quantos as ouviam. Era um homem de Deus.
Exéquias
A Basílica de Fátima estava repleta de fiéis vindos dos quatro cantos da Diocese
de Leiria-Fátima e um pouco de toda a parte. Presidiu à solene Eucaristia o Bispo de
Leiria-Fátima, e concelebraram mais 26 bispos, entre os quais o Arcebispo Primaz
de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, e o
Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo, o clero da Diocese e cerca
de uma centena de sacerdotes de outras Dioceses, nomeadamente Lamego, Porto e
Coimbra. Estiveram ainda presentes representantes do Núncio Apostólico e algumas
autoridades civis.
D. Serafim deu graças a Deus pela vida do seu predecessor e destacou em D.
Alberto o amor à Igreja, ao Papa, aos padres, a quem escrevia sempre aquando do
seu aniversário, e aos leigos, e o seu grande amor a Nossa Senhora e ao Rosário.
Aliás, D. Alberto Cosme do Amaral partiu para a casa do Pai precisamente no dia da
memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário.
No final da celebração, o Vigário Geral da Diocese leu um telegrama do Santo
Padre, assinado pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Ângelo Sodano, que
no ano 2000, em Fátima, leu a terceira parte do “segredo” da mensagem de Fátima.
Uma mensagem em que o Santo Padre Bento XVI exprime aos diocesanos de LeiriaFátima a sua união espiritual e o seu agradecimento a Deus pela vida deste Pastor
da Igreja.
Os restos mortais de D. Alberto, repousam agora na parede da capela-mor da
Basílica do Santuário, num túmulo preparado junto à Cruz do Senhor. A seu pedido,
em epitáfio constará: “Alberto Cosme do Amaral, 1º Bispo da Diocese de Leiria com
o título de Leiria-Fátima”.
Uma vida de dádiva
D. Alberto contava: “Quando disse em casa que queria ser padre, mandaram-me
dizer isso ao senhor Abade. E eu nem sabia como fazer e dizer. Ensinaram-me. No
fim da Missa, fui à sacristia e disse-lhe: «Senhor Abade, eu queria ser padre!» Ele,
sorrindo, põe-me a mão sobre a cabeça e diz: «Pois sim, meu menino, mas quando
fores grande, quando fores grande»”.
Na verdade, ainda criança, Alberto já era grande em sabedoria e em graça, pois
queria fazer, e só, o que Deus lhe inspirava ao coração: “A minha vocação para ser
padre, não sei como nasceu. Pertence à ordem do mistério. Tenho a certeza de que a
iniciativa foi de Deus. Que eu me lembre, nunca desejei ser outra coisa … Eu penso
que posso dizer como S. Paulo, que Ele me chamou desde o seio de minha mãe.”
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Em Destaque
Ao perguntarem a D. Alberto, aquando dos 50 anos de presbítero e 25 de bispo,
que experiências mais significativas da sua vida destacaria, refere: “Evidentemente,
a ordenação sacerdotal, na qual eu me senti totalmente «agarrado» pelo Senhor.
Enamorei-me d’Ele. Deixei-me seduzir dos seus encantos… No gesto da prostração,
enrolei-me no manto do meu nada. E tomei consciência de que Ele tinha de ser o
Tudo em mim”.
Umbilicalmente ligado ao sacerdócio, refere também a Eucaristia e a Confissão.
Da sua missa nova não é capaz de falar, tal não foi a sua alegria, de modo que reconhece, 50 anos depois, a audácia as palavras que então escreveu ao Reitor do Seminário de Lamego, “que agora me fazem corar de vergonha”, mas que expressam um
grande amor à Eucaristia: “Permiti-me, Senhor, que eu celebre sempre a Santa Missa
sobre a Terra, e eu renuncio ao Paraíso”. Tal era o seu apreço pelo sacrifício único de
Cristo, actualizado no altar. Quanto às horas do confessionário, confidencia: “São as
melhores horas do meu sacerdócio. E têm sido tantas! Ainda hoje, sempre que posso,
refugio-me lá. E saio sempre disposto a ser melhor. O maior apelo e desafio vem-me
dali. Também por isso, tenho pedido muito aos sacerdotes que se sentem, todos os
dias, no confessionário!”
No seu coração, o Seminário tem um lugar especial: “O Seminário, «menina
dos olhos», aqui mesmo à mão de semear e sempre presente no meu coração e na
minha oração, polariza todos os meus amores num só amor. Dali brota o caudal da
graça que chega a todos os recantos humanos e geográficos da Diocese. Os dias em
que, mediante a ordenação sacerdotal, gero na plenitude do meu sacerdócio outros
sacerdotes, compensam-me superabundantemente de todas as fadigas e canseiras e
dores.”
A 7 de Fevereiro de 1993, ao despedir-se da Diocese, na missa de acção de graças, na Sé, diz: “Novos horizontes se abrem ao meu amor para convosco: horizontes
de silêncio, de apagamento, de ascese mais dura, de ascensão mais penosa, de dádiva
mais pura, de entrega mais gratuita, a culminar no holocausto definitivo e supremo
ao terminar a peregrinação”. E emocionado, diz ainda: “Obrigado, Senhor, por este
amor selectivo, inteiramente gratuito, que fez do nada que sou instrumento das maravilhas que Tu operaste”.
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Em Destaque
Dia 19 de Dezembro
Jornada festiva com irmãos jubilários
A 19 de Dezembro, a Fraternidade Sacerdotal da Diocese de Leiria promoveu
uma homenagem do presbitério diocesano aos irmãos, padres Joaquim Duarte Pedrosa, Fernando de Oliveira Jorge e Martinho Manuel Vieira, que perfizeram 50
anos de sacerdócio. O momento marcante foi a celebração eucarística, na Basílica de
Fátima, após o qual se seguiram um almoço de confraternização e uma visita guiada
à Igreja da Santíssima Trindade em construção.
Na celebração da eucaristia estiveram presentes cerca de 80 sacerdotes que concelebraram com os jubilários, sob a presidência do bispo da diocese. Na homilia,
D. Serafim referiu-se ao Advento como o tempo da esperança. “Uma esperança que
tem a ver com os acontecimentos ocorridos há dois mil anos, mas que se projecta
para o futuro e faz ansiar pela casa do Pai”. Em tom mais pessoal disse “estar muito
comovido com esta celebração do dom do sacerdócio” e terminou convidando todos
os fiéis a uma saudação comum”.
Ao encerrar, os sacerdotes jubilários dirigiram-se assembleia. O Pe Pedrosa aproveitou o momento sobretudo para uma grandiosa acção de graças a Deus que “tem
em conta o nosso bem acima dos nossos limites e vê mais as nossas capacidades do
que as nossas limitações”. Terminou agradecendo a presença de todos e tão grande
manifestação de comunhão e solidariedade. O Pe Martinho recordou os tempos da
sua infância e a génese da sua vocação, e salientou a importância das outras pessoas
na caminhada vocacional salientando, no seu caso, o prior da sua primeira confissão
e primeira comunhão, o tio padre e seu testemunho de vida e a madrinha com a sua
oração. O Pe Fernando, por último, recordou os tempos difíceis da sua caminhada
sacerdotal e agradeceu a providencial protecção de Nossa Senhora. Não deixou de
sublinhar a acção amiga dos colegas do seminário.
Pe Martinho Manuel Vieira
Nasceu a 2 de Janeiro de 1931, na freguesia de Santa
Catarina da Serra. Foi ordenado Presbítero a 10 de Julho
de 1955 e nomeado coadjutor de Ourém a 18 de Agosto
do mesmo ano. A 20 de Maio de 1957 começou a paroquiar Ourém. A 22 de Fevereiro de 1960 foi nomeado pároco substituto da freguesia da Barreira. Entre Fevereiro
de 1966 e Janeiro de 1967 acumulou a paroquialidade
das Cortes e, em 4 de Janeiro de 1975 foi nomeado pároco da freguesia das Colmeias, onde exerceu o ministério
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Em Destaque
até 8 de Setembro de 2003, altura em que, por motivos de saúde, deixou as Colmeias
e continuou apenas com a paroquialidade da Memória que entretanto havia acumulado.
Pe Joaquim Duarte Pedrosa
Nasceu a 29 de Janeiro de 1932 na freguesia de Monte
Redondo, e foi ordenado Presbítero a 11 de Setembro de
1955. Por provisão de 22 de Outubro de 1955, foi nomeado pároco de Santa Eufémia, onde ainda hoje se encontra
no exercício do seu ministério.
A 18 de Janeiro de 1987 assumiu temporariamente
a paroquialidade da Boavista, e em Julho de 1994 foi
nomeado Delegado Episcopal para os Religiosos e religiosas.
Pe Fernando de Oliveira Jorge
Nascido a 4 de Junho de 1931 na freguesia do Olival,
foi ordenado Presbítero a 17 de Dezembro de 1955. Foi
nomeado coadjutor da freguesia da Freixianda a 3 de Fevereiro de 1956 e a 4 de Novembro de 1956 deixou aquela freguesia para assumir a paroquialidade da Barosa,
sendo ao mesmo tempo ajudante na Câmara Eclesiástica.
A 18 de Março de 1963 foi nomeado Revisor eclesiástico
da Diocese, e a 12 de Janeiro de 1967 foi nomeado pároco
da freguesia das Cortes. Em Fevereiro de 1983, por motivos de saúde, deixou a paróquia das Cortes e foi para o
Santuário de Fátima como capelão onde ainda hoje exerce o seu ministério.
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Em Destaque
Relíquias de Santa Teresinha na diocese de Leiria-Fátima
“Quero passar o meu Céu
a fazer o bem sobre a terra”
Por Orlando Marques
A pedido da Conferência Episcopal Portuguesa e no contexto do Congresso
Internacional para a Nova Evangelização, Portugal recebeu a visita das relíquias de
Santa Teresinha do Menino Jesus, de 28 de Outubro a 16 de Dezembro.
Todas as dioceses acolheram e veneraram a doutora da Igreja e padroeira das
missões, segundo um programa coordenado pela comunidade dos Carmelitas Descalços.
No dia 28, logo após a chegada ao aeroporto de Figo Maduro (Lisboa), onde
teve lugar uma breve cerimónia, as relíquias partiram para Leiria e foram recebidas
pelas 17h00. Ainda nessa Sexta-feira, depois das celebrações na Catedral, o cortejo
dirigiu-se para a Igreja de Regueira de Pontes, onde houve um tempo de oração de
cerca de duas horas, e, às 21h00, seguiu para o Mosteiro de Santa Clara, de Monte
Real onde se seguiu uma vigília e a veneração nocturna pelas irmãs Clarissas.
No Sábado, ainda cedo (8h45), as relíquias partiram para uma visita à Prisão
Escola de Leiria e, das 11h00 às 16h00 voltavam a ser expostas na Sé. Os devotos
puderam passar, recolher-se e orar em silêncio e em celebrações animadas por grupos, nomeadamente de religiosos e religiosas da cidade, com textos bíblicos e Escritos de Santa Teresa de Lisieux. Às16h30 foram acolhidas pelas Irmãs do Mosteiro
da Visitação de Santa Maria, da Faniqueira, até à partida para Fátima, pelas 18h30,
com destino ao Mosteiro das Irmãs Clarissas e, depois, ao Carmelo de São José onde
decorreu uma vigília e veneração nocturna.
No Domingo, dia 30, a visita prosseguiu no Santuário de Fátima, integrada no
programa habitual da peregrinação dominical: às 10h15, oração do Terço com Santa
Teresinha, na Capelinha das Aparições, e às 11h00, procissão e Eucaristia no altar do
recinto. Às 16h15, na Basílica, a diocese de Leiria-Fátima despedia-se das relíquias
que partiam para Santarém.
A escolha do itinerário, limitado desde logo pelo tempo, obedeceu a critérios
que têm a ver com a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus. Religiosa carmelita,
dedicou-se à contemplação num convento mas encontrou na maior intimidade com
Deus a mais efectiva ligação à Igreja e à humanidade. A realização do Congresso
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Em Destaque
Nota biográfica
Teresa do Menino Jesus nasceu em Alençon, França, no ano de 1873, e foi
baptizada com o nome de Maria Francisca Teresa Martin. Entrou no Carmelo de
Lisieux aos 15 anos, onde adoptou o nome de Teresa do Menino Jesus e da Santa
Face, e aí viveu intensamente durante nove anos. Morreu em 1897 com apenas
24 anos.
Na sua curta existência Teresinha compreendeu bem que o Menino Jesus se
entregou total e confiadamente ao Pai do céu (por isso se chamou do Menino
Jesus). E compreendeu também que Jesus se fez homem para morrer e ressuscitar
(por isso se chamou da Santa Face).
A sua vida ficou marcada pelo sorriso e pelo amor admirável e forte em relação às irmãs com as quais conviveu. Foi este amor que cativou o interesse de um
realizador de cinema que, apesar de descrente, quis filmar a vida desta Santa. No
livro História de uma Alma, Teresa relata o seu itinerário espiritual, permeado de
profunda humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus.
Teresinha, Teresa Martin, Santa Teresa de Lisieux, Santa Teresinha, Santa
Teresinha do Menino Jesus, são nomes para a mesma pessoa: Irmã Teresa do
Menino Jesus e da Santa Face, carmelita descalça francesa, do séc. XIX.
Em 1925 foi canonizada por Pio XI, que, dois anos mais tarde, a declarou
padroeira de todos os missionários, juntamente com São Francisco Xavier.
A 3 de Maio de 1944, Pio XII proclamou S. Teresinha como padroeira secundária de França, e a 19 de Outubro de 1997, dia mundial das missões, João Paulo
II declarou-a Doutora da Igreja e co-padroeira da Europa.
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Em Destaque
Internacional para a Nova Evangelização constituiu momento particularmente adequado para contemplar e enaltecer o exemplo de quem trazia sempre a evangelização
no seu coração orante. Pela mesma razão, a Igreja declarou-a padroeira das Missões,
a ela que nunca saiu do convento. Teresa do Menino Jesus, percebeu o amor e a
bondade infinita de Deus, num tempo em que o jancenismo espalhava uma religião
de medo e de rigor. O amor de Deus fazia-se nela amor dos irmãos. Muito nova,
ainda na casa paterna, impressionara-se com correntes niilistas que, sem referências
espirituais nem respeito pelas leis humanas, se atiravam aos fundamentos da própria
sociedade, perpetrando até o crime gratuito. Acompanhou sempre o “processo Pranzini”, rezou pela conversão do criminoso, sofreu profundamente com a sua execução
e não mais esqueceu os reclusos que algum dia se deixaram enredar nas teias do
crime. A vivência da intimidade com Deus lançou-a de tal modo na comunhão com
os irmãos, que, intuindo a aproximação da morte, exclamava na mais ardente caridade: «Não ficarei inactiva no céu (…) quero passar o meu céu a fazer o bem sobre
a terra… será como uma chuva de rosas».
O périplo das suas relíquias, mais que a devoção do simples contacto, terá contribuído para uma (re)descoberta da profundidade dos seus escritos e da da sua espiritualidade tão simples e actual. A sua vida continua a ser interpelação tocante que
suscita por toda a parte vocações cristãs tanto para a vida religiosa e contemplativa
como para a vida activa na Igreja e no mundo.
Congresso “A ciência do amor em Teresa de Lisieux”
Para dar maior impacto à visita das Relíquias da Santa Teresa do Menino Jesus,
a comunidade dos Carmelitas Descalços, através do seu Centro de Espiritualidade,
promoveu nos dias de 28 a 30 de Outubro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima,
o Congresso “A ciência do amor em Teresa de Lisieux”.
Alguns dos maiores conhecedores da Espiritualidade Teresiana abordaram
algumas áreas temáticas fulcrais: “O tempo e vida de Santa Teresa de Lisieux”,
“A presença de Santa Teresa na espiritualidade portuguesa”, “A centralidade da
eucaristia em Teresa”, “A experiência do amor misericordioso”, “A convergência
da mensagem dos beatos Franscisco e Jacinta Marto com a de Santa Teresinha”, “A
noite escura da fé em Teresa de Lisieux”, entre outras.
Foi ainda criado um site na Internet especialmente dedicado à santa de Lisieux:
www.santateresinha.org. Nele podem encontrar-se, além do programa de todas as
dioceses e do Congresso, também a biografia de Santa Teresinha, algumas das suas
cartas, testemunhos de devoção, textos, frases que ficaram mais conhecidas, fotos,
etc.
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Em Destaque
S. Teresinha na Prisão-Escola
No dia 29 de Outubro, S. Teresinha do Menino Jesus não esqueceu os rapazes
do Estabelecimento Prisional de Leiria. Acompanhada por dois padres portugueses,
uma irmã de Lisieux (França) e a guarda nacional, as Relíquias de Sta. Teresinha entraram pelo portão principal deste estabelecimento. Na capela esperavam-na o grupo
de visitadores, o Grupo Missionário Ondjoyetu (que animou a Eucaristia), o capelão
e os rapazes, alguns ainda sem perceberem muito bem a importância do momento.
Foi com a força dos braços destes rapazes que as Relíquias caminharam até ao
altar e ali permaneceram aos olhos de todos.
O lema de S. Teresinha era “amar a Jesus e fazer com que Ele seja amado por todos”. Sem dúvida, essa mensagem foi sentida e vivida. Não conseguirei pronunciar
as palavras que o padre Agostinho (condutor da carrinha que transporta as relíquias)
nos dirigiu com tanto amor, principalmente aos rapazes... Posso apenas transmitir o
que transbordou dos corações... o acreditar que Jesus ama a todos...
Durante a homilia não foi apenas um padre que falou, mas um homem, que se
colocou no lugar deles e lhes garantiu que eles são amados e nunca esquecidos...
Através de uma anedota, ‘brincou’ um bocadinho: “De dois malucos à janela de
um manicómio, um pergunta - Quem são aquelas pessoas ali fora a passar? O outro responde - São os externos!” E é verdade! Muitos de nós somos externos, fora
das grades mas também presos interiormente, nas nossas vidas, talvez mais do que
aqueles rapazes.
“Pensar numa pessoa que se ama é rezar por ela”. Enquanto cantava, ouvia e ia
observando, algo dentro de mim fazia os olhos brilhar e esta frase de Santa Teresinha do Menino Jesus tinha cada vez mas sentido: “Pensar numa pessoa que se ama
é rezar por ela”. Alguns rapazes limpavam os olhos, baixando a cabeça ou olhando
para cima ou para o lado, com alguma vergonha de mostrar o que estavam a sentir
verdadeiramente, pois perceberam, não só através das palavras, mas por acreditarem
que, por muitas coisas erradas que tenham feito na vida, há pessoas que não os esquecem, que os amam, que os querem ajudar...
Era preciso marcar o encontro com algo que o pudesse relembrar mais tarde.
Além de um postal de Santa Teresinha oferecido, tiraram-se duas fotografias, uma
com todos os presentes, outra com os rapazes e as Relíquias de Santa Teresinha. Foi
tão bom olhar o sorriso deles, que Santa Teresinha, por certo, contemplou mais ainda
do que todos nós.
E porque os rapazes talvez leiam este testemunho: Acreditem que alguém fora
dessas grades vos ama e reza por vocês e, sobretudo, acreditem que Jesus não esquece ninguém... Obrigada, Santa Teresinha do Menino Jesus...
Sónia Cruz, do Grupo Missionário Ondjoyetu
176 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Em Destaque
Semana dos Seminários
A Igreja é uma comunidade de chamados
Semana dos Seminários, de 6 a 13 de Novembro, um momento
ideal para rezar pelas
vocações sacerdotais, na
certeza que as mesmas
são um dom de Deus.
O Seminário de Leiria-Fátima foi fundado
em 1672. As recentes
instalações, preparadas
para receber duas centenas e meia de alunos,
acolheram os primeiros
seminaristas em 2 de
Novembro de 1965. Actualmente, não existe o Seminário Menor, e o Maior integra
o Seminário de Coimbra compartilhado também pelas dioceses de Aveiro e Portalegre-Castelo Branco, e frequentado ainda por alunos de Cabo Verde. No edifício
de Leiria funciona o tempo propedêutico, com a duração de um ano, para os alunos
das referidas dioceses, que preparam a entrada no Seminário Maior. Os potenciais
candidatos até ao 12º ano são objecto de uma atenção regular e um acompanhamento
especial, num sistema de Pré-Seminário instituído recentemente.
Na última década, houve na Diocese apenas 16 ordenações sacerdotais, o que é
necessariamente motivo de grande preocupação. Esta Semana sensibilizando-nos
para o seminário, que João Paulo II considerou como “um dos bens mais preciosos”
de qualquer diocese, não pode deixar de despertar preocupação e empenho numa
pastoral vocacional mais corajosa e mais lúcida. O Concílio Vaticano II realçou a
Igreja como um mistério de comunhão e participação que deve realizar-se ao nível
organizativo-pastoral, na cooperação operante, estreita e efectiva dos mistérios ordenados e laicais. Comunidade de “chamados” a seguir o Senhor Jesus Cristo, a Igreja
constitui-se na correspondência à sua vocação, que supõe a disponibilidade de cada
um dos seus membros para a missão que ela recebeu e a define. Concentrados no
ministério da Ordem sacerdotal, os fiéis oram ao Senhor da Messe implorando a feliz
correspondência ao apelo do Senhor que suscita as vontades e dá toda a diversidade
dos carismas necessários.
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Em Destaque
Jornadas Missionárias 2005
Comunicado - Conclusões
As Jornadas Missionárias 2005 decorreram em Fátima, no Centro Paulo VI, de
16 a 18 de Setembro, com o tema «Eucaristia e Missão». Dos mais de meio milhar
de participantes, mais de centena e meia eram jovens. O evento foi uma experiência
de multiculturalidade testemunhada pelas expressões de cultura e de fé dos participantes, vindos de todos os continentes. Os participantes prestaram uma homenagem
a três cristãos de relevo que faleceram em 2005: o Papa João Paulo II, a Irmã Lúcia
e o Irmão Roger de Taizé.
O Documento de Trabalho para o Sínodo dos Bispos sublinha que «a Eucaristia
é o coração pulsante da missão; é a sua fonte autêntica e o seu único fim. Daí que os
cristãos devam afirmar a dimensão missionária da Eucaristia» (n.ºs 88-89).
Analisando os inquéritos sobre a frequência dominical, de 1977, 1991 e 2001,
nota-se uma diminuição progressiva de praticantes. Esta realidade desafia-nos a dedicar mais atenção ao que significa ser cristão hoje, às implicações morais e sociais
da Eucaristia e aos modos de transmissão da fé.
A história ensina-nos que a celebração da Eucaristia, ao longo dos tempos, tem
sido uma fonte de dinamismo missionário. O que mais contribuiu para a vitalidade
do cristianismo foi a sua humanidade.
Num mundo em que a obsessão da economia é dominante, a Eucaristia é um
desafio à partilha permanente. Daí a urgência de encontrar novas formas de partilha
nas nossas comunidades eucarísticas. Não podemos ficar apenas pelo pão da terra e
pelo pão do amor. Temos que trabalhar por um mundo mais justo.
A Eucaristia é uma interpelação profética contra as fomes do nosso mundo: fome
de pão, de cultura, de justiça, de paz, de amor, de ternura, de alegria, de esperança e
de fé. Compete aos cristãos serem autores e promotores desta partilha.
A Eucaristia tem um cariz comunitário e difusivo. Deve ser fruto de uma verdadeira iniciação cristã. Sentimos o desafio de acolher a necessidade de re-evangelizar
os baptizados e de re-descobrir a importância de ser sujeitos da evangelização.
A Eucaristia não se entende nem se vive sem as margens da vida em que nasceu e
se desenvolve hoje. É celebração ‘situada’ e ‘sofrida’ na história de um povo em peregrinação pelas margens. É urgente passar da Ceia do Senhor ao Senhor da Ceia.
Viver hoje a missão é ultrapassar continuamente fronteiras que envolvem e separam as línguas, as etnias, as culturas e as religiões. A Eucaristia é o sacramento
que nos abre para os caminhos da solidariedade, do diálogo e da caminhada com os
pobres.
Fátima 18 de Setembro de 2005
178 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Em Destaque
90 anos das Aparições de Fátima
Tocar no coração da modernidade
«Deus é amor misericordioso» é
o tema para as comemorações dos 90
anos das Aparições do Anjo e de Nossa
Senhora do Rosário aos três Pastorinhos
de Fátima. A efeméride será assinalada
com a inauguração da nova igreja da
Santíssima Trindade, em Maio de 2007,
e um vasto programa de comemorações
a realizar pelo Santuário de Fátima. De
Outubro de 2006 a Outubro de 2007, as
iniciativas multiplicam-se em três grandes áreas: estudos e reflexão, manifestações artísticas, e meditação e oração.
“Tentando ler a modernidade na sua
trajectória, o desafio é chegar ao coração
da modernidade a partir de Fátima. Falando a crianças Deus fala à cultura actual, à sociedade do século XXI”, disse
o Pe Armindo Janeiro, coordenador do
programa apresentado na passada quarta-feira, em conferência de imprensa.
Pretende-se que a “força e a ternura
do amor misericordioso de Deus Pai revelado em Jesus Cristo”, juntamente com
a alegria e a esperança, possam ser sentidas e experimentadas pelos peregrinos e
outras pessoas, através de um conjunto diversificado de oportunidades. “«Misericórdia» parece ser uma palavra gasta mas, porque Deus é exuberante nas suas expressões, sobretudo para com os mais humildes, desafia a apatia actual. Ao falarmos
da misericórdia falamos de toda a preocupação de Deus para com o seu povo, e a
modernidade precisa que se acolha o seu sofrimento”, sublinhou o coordenador do
programa.
Programa ambicioso
O amor e a misericórdia, «propriedades» da Santíssima Trindade, surgem como
fundo unificador dum vasto plano de iniciativas que terão início em Fevereiro do
próximo ano. Destacam-se quatro congressos teológicos internacionais com grandes
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Em Destaque
nomes mundiais, sobre a figura do Anjo, a Santíssima Trindade, as Associações e
Movimentos de Fátima no mundo, e Maria, Mater Misericordiae. Simultaneamente,
ministram-se na Escola Teológica de Leigos de Leiria, dois cursos sobre a Actualidade da Mensagem de Fátima e a Documentação crítica de Fátima, e realizar-se-ão
três jornadas nacionais sobre o Santuário como lugar de acolhimento, a Protecção
dos Valinhos e Aljustrel, e a problemática das crianças institucionalizadas; e ainda
três Semanas Nacionais dedicadas à Bíblia e à área social, entre outras.
No âmbito das artes, o Santuário, prosseguindo no seu objectivo pedagógico ao
nível geral, lançará vários concursos literários; apresentará três encenações sobre a
vida espiritual dos pastorinhos e a figura do Anjo, e duas peças de teatro; promoverá
quatro exposições de arte sacra, a criação de um conjunto original de obras musicais, com destaque para uma Oratória à Santíssima Trindade, uma Cantata sobre o
mistério de Fátima, e um Festival da canção sobre os Pastorinhos, direccionado em
especial para os jovens; e patrocina uma tradução do tratado «De Trinitate» de Santo
Agostinho.
Na vertente da espiritualidade, haverá grande destaque para a meditação e a oração e estão já em preparação diversas peregrinações, retiros e vigílias.
Concursos para crianças e jovens artistas
Foram já lançados dois dos concursos artísticos previstos.
Um, destinado a crianças do 1.º ciclo das escolas do país, tem por tema a figura
do Anjo de Fátima e como objectivo despertar o interesse das crianças. Os trabalhos
podem ser apresentados sob a forma de desenho ou texto manuscrito, até ao dia 15
de Março de 2006.
Um outro, de artes plásticas, sobre «a figura dos Anjos», destina-se a jovens
artistas nacionais, estudantes dos ensinos secundário e superior, nas expressões de
pintura, escultura e cerâmica e tem como prazo de entrega de 26 de Maio a 15 de
Junho de 2006. O projecto, que visa despertar o interesse dos jovens pela temática
religiosa, tem conta com parcerias da Sociedade Nacional de Belas Artes e o Colégio
de S. Miguel, de Fátima.
As inscrições nos concursos são gratuitas e os regulamentos, textos de apoio e
fichas de inscrição podem obter-se em www.santuario-fatima.pt (link “90 anos”), ou
junto do Secretariado dos 90 anos das Aparições – Santuário de Fátima).
Bento XVI em Fátima
A vinda do Papa Bento XVI a Fátima traria ainda maior impacto às comemorações do 90º aniversário das aparições da Cova de Iria. Contudo, é apenas uma
conjectura. Segundo D. Serafim, bispo da Diocese, Julho de 2006 seria uma data favorável, dado que, nesse mês, o Papa vai estar em Valência (Espanha) no V Encontro
Mundial das Famílias. “Outra hipótese é em Maio 2007, havendo um retardamento
do processo de canonização dos Pastorinhos”, disse ainda D. Serafim.
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Em Destaque
Outras notícias do Santuário…
Embaixador da Indonésia visitou Fátima
O embaixador da Indonésia em Portugal, Francisco Xavier Lopes da Cruz, visitou o Santuário de Fátima, no passado dia 10 de Setembro e participou na missa das
18h30 celebrada na Basílica. Dias depois regressou para tomar parte na Peregrinação
aniversaria de 13 de Setembro.
No testemunho que registou no Livro de Honra do Santuário, Francisco Lopes da
Cruz sublinhou a grande devoção pessoal à Virgem de Fátima e referiu o significado
da sua visita. “A minha nomeação como Embaixador da Indonésia para Portugal é
um autêntico milagre de Nossa Senhora de Fátima, depois de dois anos de espera. É
por isso que hoje estou aqui para agradecer este grande favor da Mãe do Céu e, ao
mesmo tempo, pedir-lhe graças para, no cumprimento da minha missão diplomática
em prol da Indonésia e de Portugal, sem excluir Timor-Leste, faça tudo de acordo
com a vontade do Seu filho, e para maior honra e glória de Deus”. O diplomata
manifestou também a intenção de participar em todas as peregrinações aniversárias,
enquanto estiver em Portugal ao serviço na Embaixada da Indonésia.
Escolas consagradas a Nossa Senhora
No passado dia 13 de Setembro, no Santuário de Fátima, em inícios de mais um
ano escolar em Portugal, rezou-se pela qualidade da educação e do ensino. “Nesta
semana de início oficial e de abertura solene do novo ano lectivo consagremos a
Nossa Senhora as nossas escolas para que eduquem e ensinem, com valor e qualidade, assumindo a matriz cultural cristã que oferece ao saber a adquirir o necessário e
imprescindível complemento da sabedoria dos dons do Espírito. Só esta sabedoria
e discernimento que nos vem de Deus, a Sua ajuda e a Sua bênção sustentarão projectos educativos consolidados”, afirmou durante a homilia D. António Francisco
dos Santos, Bispo Auxiliar de Braga, que presidiu à Peregrinação Internacional de
Setembro.
Rezou-se também pelas famílias, “berço da vida e da vocação”. “Que elas sejam
santuário de vida, comunidades de amor abençoado por Deus e igrejas domésticas,
onde germinem e cresçam vocações para a vida sacerdotal, religiosa, missionária e
para a vida consagrada no mundo”, pediu D. António Francisco.
A todos os participantes na Eucaristia, o Bispo Auxiliar de Braga falou sobre a
centralidade dos santuários na vivência da fé, “na valorização do espírito orante e
contemplativo, na formação religiosa dos crentes, na leitura da Palavra de Deus, na
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Em Destaque
celebração dos sacramentos, particularmente da Reconciliação e da Eucaristia, no
crescimento do espírito comunitário, na consolidação da unidade e comunhão da
Igreja, no acolhimento e discernimento das vocações, nos encontros de movimentos
e grupos apostólicos, na partilha gratuita e no serviço generoso da caridade aos mais
pobres e neste acordar em cada um de nós do espírito de peregrinos à procura de
Deus e dos seus dons, permitindo-nos estabelecer com Ele um diálogo mais denso
e prolongado”.
“A nossa missão convida-nos, no momento histórico presente, a transformarmos
com paciência e perseverança a nossa terra num povo reconciliado, justo e fraterno,
e um mundo a braços com a ausência, o vazio ou a nostalgia de Deus numa humanidade recriada e redimida onde haja lugar para Deus, tempo e espaço para a oração
e se abram caminhos de santidade, de virtude e de bem. Onde a vida seja um direito
sagrado, inalienável, defendido e respeitado desde a sua concepção”, disse D. António Francisco dos Santos a propósito do tema da peregrinação mensal: “Que vos
ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12).
12 e 13 Maio em DVD
Em 12 de Outubro foi apresentado em Fátima um DVD que documenta as cerimónias da Peregrinação internacional de Maio passado. Em 2 horas e 4 minutos
o DVD resume os dias 12 e 13 na Cova da Iria, e inclui um extra de dois grupos de
peregrinos a pé, de forma a abordar as vertentes física e espiritual da peregrinação e
a captar o seu testemunho de fé e de vida. Credibilizado com a revisão do Santuário
de Fátima, este produto comercial tem também uma vertente humanitária: na apresentação do DVD em Fátima foi já entregue ao presidente da Caritas Portuguesa um
cheque no valor de 5 mil euros para as vítimas do terramoto que assolou os países da
Ásia, e por cada unidade vendida, será doado 1 euro à mesma instituição.
Defender a vida é defender a paz
Na Peregrinação Internacional de Outubro, o Cardeal Carlos Amigo Vallejo, que
presidiu, deixou no vários apelos em defesa da vida, “condição imprescindível para
seguir os caminhos da paz”.
Numa altura em que o debate sobre o aborto é relançado, o Cardeal afirmou
que “se Cristo morreu por todos, ninguém tem o direito de roubar a vida de outro
homem. Somente Deus é o dono da vida de cada um”. Lembrou também que a
Mensagem de Fátima “permanece actual” e desafia a “buscar, por todos os meios, o
respeito por todos os homens e mulheres, defendendo a vida de cada pessoa desde a
sua concepção até ao momento da sua morte”.
D. Carlos Amigo Vallejo denunciou ainda as guerras que assolam o mundo, as
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Em Destaque
violações dos direitos humanos e todas as “agressões à vida”. Falando aos jornalistas referiu os milhares de imigrantes africanos que têm tentado entrar no sul de
Espanha: “um imigrante não é apenas um faminto, não é um turista pobre, deve ser
olhado com respeito”. E sublinhou que para solucionar o problema de Melilla e
Ceuta, “a primeira coisa a fazer é tirar todas as muralhas e construir muitas pontes”.
“Temos de contribuir para que estas pessoas tenham conforto e desenvolvimento”,
acrescentou.
Reflectir sobre a sexualidade humana
A temática pastoral do Santuário para o ano 2006 foi apresentada no passado dia
12 de Outubro, em Fátima. Tendo como base o sexto mandamento, o tema «Guardar
Castidade», “é relativo às acções do exercício da sexualidade e, portanto, a atenção
irá recair sobre o casamento e sobre o uso da sexualidade”, disse o reitor do Santuário de Fátima, padre Luciano Guerra, em conferência de imprensa.
Missa da Esperança em Fátima
O Santuário de Fátima acolheu pela terceira vez, no passado dia 6 de Novembro,
a «Missa da Esperança», a pedido do Conselho da Comunidade Luso-brasileira.
Ao dirigir-se aos mais de 100 mil participantes, o Bispo de Leiria-Fátima apelou
ao esforço dos católicos no sentido de se pôr termo à exclusão social, lutando contra a marginalização de pessoas, e evocou os acontecimentos violentos das últimas
noites em Paris e noutras cidades francesas, realçando a problemática da integração
dos jovens envolvidos.
Após a Eucaristia, milhares de pessoas rezaram a oração do Rosário, na Capelinha das Aparições, juntamente com Maria Bethânia, Joanna, Kátia Guerreiro, Marco
Paulo e o padre António Maria que cantaram a Nossa Senhora, levando, em alguns
momentos, muitos dos fiéis à emoção. Nesta celebração participaram ainda a actriz
Christiane Torloni, a apresentadora Ana Maria Braga e o Seleccionador nacional de
futebol, Luís Felipe Scolari, que apresentaram algumas preces à Virgem de Fátima.
Lisboa consagrou-se à Virgem
No âmbito do Congresso Internacional para a Nova Evangelização, a cidade de
Lisboa consagrou-se a Nossa Senhora de Fátima. A imagem que habitualmente se
encontra na Capelinha das Aparições, foi levada para Lisboa e com ela a coroa na
qual foi incrustada a bala que feriu o Papa João Paulo II no atentado da Praça de S.
Pedro, em Roma. Esta foi a nona saída da imagem que se encontra na Capelinha das
Aparições.
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Em Destaque
Enciclopédia de Fátima
A “Enciclopédia de Fátima” é um projecto que o Serviço de Estudos e Difusão
do Santuário (SESDI) tem entre mãos, como informou, em conferência de imprensa,
o director do serviço, Pe Dr Luciano Coelho Cristino. A ser editada pela Principia,
está a ser executada sob a direcção científica do Pe Luciano Cristino e de D. Carlos
Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa. Na mesma conferência foi apresentado o 3º tomo
do volume 3 da Documentação Crítica de Fátima, com documentação que abrange o
período de 1920 a 1922, e referente sobretudo à acção do primeiro bispo da Diocese
de Leiria restaurada, D. José Alves Correia da Silva, que nomeou uma comissão de
avaliação dos acontecimentos de Fátima.
Na mesma conferência de imprensa salientaram-se ainda duas intervenções. O
novo director do Serviço de Peregrinos, Pe Dr Virgílio do Nascimento Antunes,
apresentou e indicou os objectivos do serviço que coordena. E o director do Serviço
de Ambiente e Construções, Reitor do Santuário, informou que se previa para 15
de Janeiro a conclusão da primeira fase das obras da Igreja da Santíssima Trindade,
data em que entrarão em execução novas fases da empreitada, e que se iria proceder
a uma a restruturação da zona dos tocheiros (queima das velas) e da envolvente da
capelinha, de forma a dar mais dignidade a esse espaço.
Mostra filatélica em Tui homenageia Irmã Lúcia
Filatelistas galegos e portugueses organizaram, na Área Panorâmica da cidade de
Tui, uma exposição sobre temas religiosos, que pretende homenagear a Irmã Lúcia,
vidente de Fátima. É uma iniciativa conjunta dos Correios espanhóis e do Grupo
Filatélico de Tui, instituições que emitiram um carimbo de “Homenaje a Sor Lucía”,
com figuras de Nossa Senhora de Fátima e dos Pastorinhos, que está a ser aposto na
correspondência expedida daquele espaço de cultura tudense.
No catálogo da exposição insere-se um artigo que propõe uma emissão filatélica
conjunta Espanha/Portugal, de homenagem à Irmã Lúcia. A mostra inclui ainda “Os
Selos de Portugal” sobre Nossa Senhora do Rosário de Fátima, emitidos desde 1948,
no território continental e em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Macau e Timor.
A Canonização dos Pastorinhos avança
O vice-postulador para a causa da canonização dos Pastorinhos, padre Luís Kondor, entregou no passado dia 30 de Dezembro, no Vaticano, os exames médicos de
um menino curado de diabetes, devido à intervenção dos videntes de Fátima. “Se
tudo correr como desejado, o Colégio de Cardeais poderá dar aval à canonização nos
próximos meses e abrir caminho à primeira visita do Papa Bento XVI a Portugal.
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Em Destaque
Todos o desejamos, mas depende sempre de Roma”, afirma o vice-postulador.
O processo canónico de canonização, iniciado em Outubro de 2004, baseia-se
na possibilidade de ter havido um milagre através da intercessão dos Pastorinhos
de Fátima, a cura de um bebé, Filipe Moura Marques, agora com 5 anos, filho de
pais portugueses residentes na Suíça, que terá acontecido em Maio de 2000. A mãe
assistia à beatificação dos Pastorinhos, pela televisão, e ajoelhou-se com o pequeno
ao colo, a rezar. Mais tarde, ao fazer o controlo diário da diabetes, verificou que os
valores estavam alterados e o menino não voltou a precisar de insulina.
Já em 2005, no dia 19 de Fevereiro, foi entregue na Congregação para as Causas
dos Santos a chamada “Positio Super Miraculum” para a canonização de Jacinta e
Francisco Marto, o que implica que o processo documental está completo, traduzido
em italiano, definitivamente encerrado e entregue ao Cardeal Prefeito da Congregação. Após a análise dos documentos, sete médicos apresentarão uma declaração,
que, no caso de ser positiva, isto é, de confirmar a cura inexplicável no estado actual
da ciência, permitirá à Congregação declarar o milagre da intercessão por Francisco
e Jacinta. Posteriormente, os teólogos examinam o caso, para ver se a referida cura
se pode ou deve atribuir ao poder e intercessão dos dois Pastorinhos. As conclusões,
dos médicos e dos teólogos, serão submetidas ao exame da ‘Ordinaria’ da Congregação, composta por 30 membros, entre Cardeais, Arcebispos e Bispos.
Passagem de Ano diferente
A Basílica do Rosário de Nossa Senhora de Fátima esteve repleta de fiéis que
aí quiseram passar a última noite do ano. A simplicidade e a oração foram as notas
dominantes da última Eucaristia de 2005, celebrada em acção de graças pelos benefícios recebidos do Senhor ao longo de 2005. Presidiu D. Serafim Ferreira Sousa e
Silva e concelebraram mais de duas dezenas de sacerdotes, vindos dos cinco continentes. Na sua homília o bispo da Diocese centrou-se na tarefa da construção de um
mundo com paz.
Mais um tomo da “Documentação Crítica de Fátima”
O Santuário de Fátima acaba de editar mais um tomo da Documentação Crítica
de Fátima. Trata-se do tomo 3º do terceiro volume, que recolhe toda a documentação
produzida entre 6 de Agosto de 1920 e 2 de Maio de 1922, isto é, desde a tomada de
posse de D. José Alves Correia da Silva, como primeiro bispo da diocese restaurada
de Leiria, até à véspera da data da Provisão que abriu o processo canónico diocesano
para averiguação dos factos ocorridos em 1917, em Fátima.
Desde 1992, já foram publicados os seguintes volumes: o 1º volume insere todos
os documentos dos interrogatórios oficiais e particulares feitos aos videntes, entre
Maio de 1917 e Abril de 1919, num total de 59 documentos; o 2º volume inclui a do| 39 • LEIRIA-FÁTIMA | 185
Em Destaque
cumentação do chamado “Processo Canónico Diocesano de Fátima”, iniciado com a
Provisão episcopal “A Divina Providência”, de 3 de Maio de 1922 e terminado com
a “Carta Pastoral sobre o Culto de Nossa Senhora de Fátima”, de 13 de Outubro de
1930, pela qual D. José declarava “como dignas de crédito as visões das crianças
na Cova da Iria” e permitia “oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima”.
Este volume é constituído por 11 documentos e mais 17 casos de curas, referidas
sucintamente no relatório final da comissão canónica, apresentado ao Sr. Bispo de
Leiria, e que foram publicadas no jornal “Voz da Fátima”, fundado a 13 de Outubro
de 1922.
Desde o ano de 2002, resolveu-se retomar a edição científica de toda a documentação conhecida, por ordem cronológica, desde o ano das aparições. Assim, o
primeiro tomo do 3º volume inclui todos os documentos do período que vai de Maio
de 1917 a 13 de Maio de 1918, com um total de 376 documentos, excluindo os já
editados no 1º volume (que são simplesmente referenciados); o segundo tomo do
mesmo volume, com documentação do período de 18 de Maio de 1918 a 30 de Julho
de 1920, num total de 198 documentos.
O terceiro tomo do 3º volume, agora editado, que abrange o período já indicado, inclui um total de 228 documentos, entre os quais 147 cartas, 22 documentos
de carácter oficial, 12 notas ou apontamentos, uma memória, 44 artigos de jornal,
um testemunho ou depoimento (relato de graças obtidas) e um livro (Os Episódios
Maravilhosos de Fátima, do Dr. Manuel Nunes Formigão). Juntam-se em apêndice
sete fotografias, também da época referida. No período em análise, foram vários os
acontecimentos que levaram à produção de documentos: as primeiras intervenções
do novo bispo na Cova da Iria; a ida da vidente Lúcia para a cidade do Porto, em
Junho de 1921; e a dinamitação da Capelinha das Aparições, na madrugada de 6 de
Março de 1922. São publicadas neste tomo as primeiras 11 cartas da Lúcia, dez das
quais foram escritas à sua mãe, e o seu primeiro depoimento autógrafo, redigido a
5 de Janeiro de 1922, sobre os “Acontecimentos de 1917”, a que podemos chamar,
uma primeira memória da vidente, no estilo das que viria a escrever posteriormente.
A grande maioria dos documentos editados neste tomo (41,7%) pertence ao chamado Arquivo Formigão, das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de
Fátima.
Já começou a preparação de um novo tomo, o primeiro do quarto volume, com
documentação produzida desde Maio de 1922 até 12 de Outubro do mesmo ano,
véspera do início da publicação do jornal “Voz da Fátima”.
Aos leitores do “Leiria-Fátima” fazemos um apelo: que as pessoas possuidoras de documentos de todos os tipos, relacionados com as aparições de Fátima, os
videntes, o Santuário, etc., desde 1917, os dêem a conhecer, nos seus originais ou
cópias, para: Serviço de Estudos e Difusão (SESDI), Santuário de Fátima, Apartado
31 – 2496-908 FÁTIMA; e-mail: [email protected]; fax.: 249539605.
P. Luciano Cristino - SESDI
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Em Destaque
Cáritas coordena
Ajuda a vítimas dos incêndios
“Primeiro as pessoas”, recomendou D. Serafim, Bispo de Leiria-Fátima, aos
representantes da Cáritas acerca dos modos de intervenção daquele serviço diocesano em favor das vítimas dos incêndios. Atender às pessoas, as socialmente mais
fragilizadas, as que tudo perderam, mesmo as suas próprias casas, para que possam,
quanto antes, conhecer um novo tecto que as abrigue e recomeçar as suas vidas com
coragem e confiança, foi a prioridade estabelecida.
A Cáritas desdobrou-se em reuniões de trabalho com as Câmaras de Leiria,
Pombal e Ourém, e visitou as freguesias de Albergaria dos Doze, Carnide, Colmeias, Souto da Carpalhosa, Freixianda, Casal dos Bernardos e Matas, contactando
com muitas famílias, párocos e grupos paroquiais sócio-caritativos, sempre com o
objectivo de conhecer as situações, estabelecer prioridades, definir e articular as
respostas possíveis e mais necessárias, e concretizar uma efectiva comunhão com os
que sofrem. Este trabalho conjunto conduziu à decisão de construir, em diversas freguesias dos concelhos de Leiria, Ourém e Pombal, 15 habitações novas de tipologia
dimensionada à composição dos respectivos agregados. Protocolos de cooperação
entre a Cáritas e aquelas Câmaras consagram as competências respectivas: à Cáritas
o pagamento das construções, e às Câmaras a elaboração dos projectos necessários,
a isenção das taxas e o acompanhamento técnico das obras. A Caritas propõe-se
também ajudar na recuperação de habitações parcialmente afectadas, de famílias de
recursos mais modestos.
A recuperação de uma das casas, no lugar de Várzeas, freguesia do Souto da Carpalhosa, importou em 6 534,00 euros e foi a primeira em todo o país. Seguiu-se uma
recuperação idêntica, no lugar do Valongo, da freguesia de Colmeias, que importou
em 2 420,00 euros, numa colaboração entre a Cáritas e a Conferência de S. Vicente
de Paulo daquela paróquia. Entretanto, cinco famílias da Ilha, Carnide e Albergaria
dos Doze receberam uma casa nova como prenda de Natal da Cáritas e da Câmara de
Pombal, construções de raiz que foram uma resposta recorde a esta necessidade. “A
agilização de procedimentos por parte das Câmaras e a boa vontade de todos, são um
bom sinal de que, em conjunto, podemos resolver muitas dificuldades, não apenas
na presente crise dos incêndios, mas criando também dinâmicas permanentes”. As
palavras são de Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, proferidas na
cerimónia de entrega das chaves, no passado dia 23 de Dezembro. “Não houve burocracia, mas acção e solidariedade” disse Eugénio Fonseca, em sintonia com Narciso
Mota, presidente da Câmara de Pombal: “A Cáritas não ficou pelas retóricas, mas
veio com acção e factos concretos”. Um e outro, com Ascenso Simões, secretário de
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Em Destaque
Estado da Administração Interna, e Carlos Jorge, presidente da Cáritas de Leiria, expressaram a mútua congratulação pelo trabalho já realizado e sublinharam o espírito
de colaboração e o trabalho em parceria, que estão na base dos resultados já à vista
de todos. O secretário de Estado enalteceu ainda o espírito de missão que caracteriza
este projecto, referiu-se a Pombal como “um bom exemplo de como somos grandes
nos momentos difíceis” e agradeceu “a acção relevantíssima da Caritas”.
Na cerimónia estiveram o vigário-geral, padre Jorge Guarda, que procedeu à
bênção das novas habitações, o Governador Civil de Leiria, os párocos de Carnide e
Albergaria dos Doze, bem como representantes da Cáritas de Leiria e de Coimbra e
da Cáritas Paroquial de Carnide.
O milagre da entrega, quatro meses após a tragédia, e de outras que se seguirão,
foi possível graças ao esforço de muitas entidades, e sobretudo, à solidariedade de
milhares de portugueses, sobretudo das comunidades cristãs, que corresponderam ao
apelo da Caritas. Continua a recolha de donativos que poderão ser entregues em qualquer paróquia ou na Cáritas Diocesana, ou depositados em qualquer balcão da CGDepósitos, na conta “Renascença Caritas – Ajuda Portugal”, nº 0697602410830.
«10 Milhões de Estrelas» pela paz
«Dez Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz» é o nome da iniciativa que
a Cáritas Portuguesa promoveu neste Natal, pelo terceiro ano consecutivo, tendo
por finalidade fomentar a paz, a solidariedade e a reconciliação, nas famílias, na
sociedade, em todos os espaços de vida das pessoas. Pretendeu-se iluminar a quadra
natalícia, tocando toda a população, independentemente das opções políticas ou religiosas: “É muito importante conseguir a adesão daqueles que estão afastados ou não
se identificam com a nossa matriz cristã, mas que têm em comum connosco estes
valores universais: paz e solidariedade”, afirmou o director da Cáritas Portuguesa.
Nesse sentido, procurou-se atingir o maior número formal de crianças e jovens das
escolas e universidades, porque “mais generosas e sensíveis a estas problemáticas”.
A operação comportou dois momentos. Um, de cariz pessoal e familiar, na noite
de Natal, com uma vela acesa, à janela de cada casa, símbolo do compromisso dos
que nela habitam, de contribuir para a edificação da paz. O outro momento envolveu
a iluminação de um espaço público, num ambiente festivo e teve lugar em todas as
dioceses de Portugal, no dia 10 de Dezembro. Em Leiria, realizou-se no jardim da
cidade, ao fim da tarde, com a participação de diversos grupos de animação musical
e a presença de entidades civis e religiosas. No final, a chama de centenas de fotóforos fez encher de luz o espaço envolvente, representando o compromisso pessoal e
colectivo de contribuir para a edificação da paz.
Os fundos resultantes (80 cêntimos por vela) reverteram para uma causa internacional: 30% para as crianças de S. Tomé e Príncipe e 70% para o apoio da Cáritas de
Leira a crianças da Diocese em situação de insuficiência grave.
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Em Destaque
Encontro nacional dos capelães hospitalares
Assistência espiritual na saúde
É preciso que todos tenham
direito à assistência espiritual na
doença. Este foi um dos alertas
deixados por mais de meia centena de Capelães e Assistentes
Espirituais Hospitalares de todo
o país, que se reuniram, a 21 de
Novembro, com o objectivo de
reflectir sobre o seu estatuto e a
sua missão no contexto do Serviço Nacional de Saúde.
No encontro que contou com
a participação do Dr. Alexandre
Diniz, responsável pela Direcção de Serviço da Prestação de
Cuidados de Saúde da DirecçãoGeral de Saúde, e com a presença
do Cardeal Javier Lozano Barragán, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da
Saúde, reafirmou-se a importância do serviço realizado pelos cerca de duzentos Padres,
Diáconos e Religiosos/as que desempenham a tarefa de Capelães e Assistentes Espirituais e reconheceram-se inúmeras dificuldades com que muitas Capelanias se defrontam.
As dúvidas na interpretação da legislação, que se traduzem na recusa de alguns
Hospitais em contratar Capelães, e a falta de uma definição clara da situação orgânica das Capelanias no contexto das instituições, constituem alguns problemas
fundamentais.
“Queremos que os nossos irmãos, de todos os credos, tenham iguais facilidades
de acesso para que todos tenham assistência espiritual no tempo da doença”, referiu
o Padre José Nuno, Coordenador dos Capelães Hospitalares, que reconheceu as insuficiências que o actual modelo de Serviço Religioso Hospitalar comporta face ao
crescente pluralismo que caracteriza a sociedade portuguesa.
Outra das conclusões do encontro sublinha que o acompanhamento espiritual e
a assistência religiosa são dimensões integrantes do processo terapêutico, e exigem
o compromisso do Sistema e das estruturas de saúde. Por isso, os capelães e assistentes espirituais hospitalares são os primeiros a assumir como prioridade absoluta
o desafio da Formação específica, afirmando que serão dados passos concretos para
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Em Destaque
a realização, em colaboração com as instâncias próprias do Ministério da Saúde,
de um Curso de pós-graduação capaz de oferecer as competências necessárias ao
cumprimento da sua tarefa.
No encontro que precedeu a IX Conferência da Rede Europeia das Capelanias
Hospitalares, a realizar de 17 a 21 de Maio de 2006, em Lisboa, a ideia de constituir
uma Associação Nacional de Capelães e Assistentes Espirituais Hospitalares não
chegou a concretizar-se por falta de acordo.
Situação na Diocese de Leiria-Fátima é motivo de preocupação
O Pe João Trindade, único capelão da Diocese de Leiria-Fátima, lamentou as dificuldades que a actual legislação lhe coloca no desempenho da sua missão. Quatrocentas camas é o número mínimo atribuído a cada Capelão ou Assistente Espiritual
Hospitalar. No caso de Leiria o número ultrapassa as 500, o que significa que não
pode haver mais nenhum capelão. “Há lacunas na lei, por isso não é possível que no
Hospital de Santo André haja mais um capelão”, explica o Pe Trindade, “no entanto
o número de doentes que tenho a meu cargo é manifestamente exagerado. Assim não
me é possível prestar a assistência desejável”, lamenta.
Numa altura em que a Diocese aposta tudo no «Acolhimento», tema do Projecto
Pastoral para este ano, o seu Capelão Hospitalar afirma que “seria bom que a Diocese tivesse também em consideração os Centros Hospitalares e Clínicas privados,
nos quais se encontram também muitos cristãos sedentos da mesma assistência religiosa e espiritual. Seria importante que fosse nomeado algum Capelão ou Assistente
Espiritual para estes centros de prestação de saúde privados”, para mais e melhor
assistência espiritual, de forma programada.
É no meio da habitual azáfama da assistência espiritual e religiosa aos mais de
500 doentes do Hospital Distrital de Leiria, que o Pe Trindade consegue, a muito
custo, encontrar algum tempo para responder às solicitações pontuais dos doentes
internados nas clínicas e centros hospitalares privados, a título pessoal e por dedicação a um serviço que a Diocese deveria estruturar melhor. É também graças ao
grupo de voluntários e de quatro «ministros extra-ordinários da comunhão» que o
acompanham, que a assistência chega, mesmo assim, onde chega.
Questionado acerca das reivindicações trazidas a publico pelos pastores de
outras Confissões Religiosas, o Pe. Trindade desvaloriza-as, afirmando que, “por
exemplo, em Leiria o número de doentes de outras Confissões Religiosas e Igrejas
não católicas não ultrapassa os 2 por cento do total dos doentes”, e que o Hospital
tem as suas portas abertas aos pastores que desejem acompanhar os doentes que o
solicitem. “Eu próprio me prontifico a contactar os pastores de outras Confissões ou
Igrejas, sempre que algum doente me manifeste esse desejo”, conclui.
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Em Destaque
Jovens sem Fronteiras
As motivações dos Jovens
Por Orlando Marques
Decorreu nos passados dias 19 e 20 de Novembro, em Fátima, o Encontro Nacional de Animadores dos Jovens Sem Fronteiras (JSF), um movimento missionário
que se organiza em grupos paroquiais espalhados por todo o país e procura fazer
animação missionária nas paróquias consciencializando-as da dimensão universal
da Igreja. Cerca de 130 animadores dos cerca de 40 grupos vieram de todo o País,
para juntos reflectirem sobre as motivações fundamentais dos jovens na sociedade
em que vivem.
Apesar de ligados à Família Espiritana, os JSF trabalham na sua própria comunidade paroquial, cultivando assim uma dupla dimensão: comunitária e universal.
«A Ponte»
Os JSF realizam actividades múltiplas de âmbito nacional e regional: férias
missionárias, encontros nacionais, participação no Fátima Jovem, retiros, encontros
regionais, encontros de animadores, e um encontro de oração mensal por região,
cuja organização roda pelos vários grupos, e que “cada um dinamiza segundo a sua
criatividade, e adapta de acordo com as características da sua região”, como refere a
presidente nacional. Outra das actividades regionais é o «Dia da Fundação» de cada
grupo, ao qual se associam os restantes grupos da região.
Joana Araújo salienta ainda uma actividade de carácter internacional, denominada «A Ponte», que se traduz num projecto de voluntariado missionário num país de
língua oficial portuguesa. Durante um mês, cerca de 15 jovens, representantes dos
grupos do Minho ao Algarve, “integram uma missão trabalhando ao nível da saúde
e da educação, de acordo com as características locais. Este ano foi no Brasil, em S.
Cristóvão de Cabo Frio, a 150 km do Rio de Janeiro”.
Diocese de Leiria-Fátima tem com 4 grupos
Os JSF já estão estruturados em quatro zonas: Minho, Douro, Centro e Sul. A
diocese de Leiria-Fátima encontra-se integrada na região Centro e conta com quatro
grupos de JSF das paróquias de Casal dos Bernardos, Nossa Senhora das Misericórdias de Ourém (Caneiro), Santa Eufémia, e Ribeira do Fárrio, cada um com cerca
15 elementos.
Lúcia Pedrosa, animadora do grupo de Santa Eufémia, nomeada vice-presidente
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Em Destaque
da região Centro este fim-de-semana, explicou que “os jovens aderem a este movimento por vontade própria, com o desejo de irem além do que se faz na paróquia, ao
encontro da missão”. No entanto, integrados numa diocese, participam também em
actividades diocesanas. É o caso do «Shema», da peregrinação diocesana a Fátima
e da vigília missionária. Contudo, “a dinâmica de trabalho é conjunta a nível nacional”, sublinha.
Os Jovens gostam da Igreja
No encontro, que serviu sobretudo para analisar e reflectir sobre o lugar dos
jovens na missão eclesial, houve ainda espaço para eleger novos órgãos, tendo sido
Iolanda Prino, animadora do grupo de JSF do Caneiro (Ourém) a escolhida para
presidente da região Centro. Iolanda Prino revelou-nos o sentir dos jovens de hoje e
referiu que “os jovens gostam de estar na Igreja, mas, muitas vezes, não há espaço
para eles. Os mais velhos não os cativam e são os primeiros a criticar e a cortar-lhes
as pernas. Os adultos vão à Igreja por tradição, os jovens têm vergonha de dizer por
que não vão. Devemos ir à Igreja por querer”.
Para os jovens, há muitos aspectos que a Igreja deveria rever. “A liturgia é um
entrave”, afirma a animadora, explicando que, muitas vezes, “é a homilia do pároco
que não atrai os jovens, outras vezes são os cânticos, ou outros aspectos que tornam
as celebrações uma ‘seca’, daí não ajudarem a cativar para a participação na vida
comunitária”.
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Em Destaque
23 de Outubro, um domingo grande no Vaticano
Sínodo dos Bispos, Ano da Eucaristia,
Dia das Missões e novos Santos
O Domingo 23 de Outubro foi de festa
no Vaticano. Na Eucarística que marcou o
final dos trabalhos do Sínodo dos Bispos
e o encerramento do Ano da Eucaristia
convocado ainda por João Paulo II, Bento
XVI canonizou os primeiros santos do seu
pontificado.
Na homilia proferida, o Papa sublinhou
a importância do “dom precioso” do celibato sacerdotal e pediu coerência, na vida
dos católicos, entre a fé que professam e os
seus comportamentos.
Durante três semanas o Sínodo debateu
a escassez de sacerdotes e examinou também a perspectiva de ordenar homens casados que pareceu não ser solução. “Sobre
o mistério eucarístico se funda o celibato que os presbíteros receberam como dom
precioso e sinal do amor indiviso para com Deus e o próximo”, disse o Santo Padre,
pedindo “a todos os membros da Igreja, em primeiro lugar aos sacerdotes, que reavivem o seu compromisso de fidelidade”.
Bento XVI acrescentou uma palavra clara sobre a necessidade de coerência entre
fé e vida, em particular para os leigos empenhados na política, quando se debatem
leis contrárias à ética cristã: “Também para os leigos a espiritualidade eucarística
deve ser o motor interior de toda a actividade e nenhuma dicotomia é admissível
entre a fé e a vida na sua missão de animação cristã do mundo”.
Mais de 60 mil peregrinos assistiram à apresentação dos novos santos que a
Igreja apontou como “modelos para todos os crentes”: o chileno Alberto Hurtado
Cruchaga (1901-1952), os italianos Felice da Nicosia (1715-1787) e Gaetano Catanoso (1879-1963), e ainda os polacos Jozef Bilczewski (1860- 1923) e Zygmunt
Gorazdowski (1845-1920).
Em Dia Mundial das Missões, O Papa sublinhou também o exemplo dos missionários que “testemunham o Evangelho, mesmo com o sacrifício da sua vida” e,
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Em Destaque
posteriormente, na recitação do Angelus, exortou os cristãos a “gastarem a sua vida
pelo bem do mundo”, pois que, “sustentados pela união constante com o Senhor,
realmente presente no sacramento da Eucaristia, poderemos viver a vocação a que
cada cristão é chamado, isto é, ser pão partido pela vida do mundo”.
“É particularmente significativo o nexo que existe entre a missão da Igreja e a
Eucaristia. Com efeito, a acção missionária e evangelizadora é a difusão apostólica
do amor que se encontra concentrado no Santíssimo Sacramento. Quem acolhe Cristo na realidade do seu corpo e sangue não pode guardar este dom, antes é levado a
partilhá-lo no testemunho corajoso do Evangelho, no serviço aos irmãos em dificuldade, no perdão das ofensas”, acrescentou ainda.
Bento XVI aludiu aos trabalhos do Sínodo dos Bispos, afirmando que “as suas
reflexões, testemunhos, experiências e propostas foram recolhidas para ser elaborada uma exortação apostólica pós-sinodal que, tendo em conta as diversas realidades
do mundo, ajuda a desenvolver o rosto da comunidade católica que tende a viver
unida na pluralidade das culturas”.
O exemplo dos Santos
No dia seguinte, em audiência aos peregrinos participantes nas canonizações,
vindos sobretudo da Polónia e do Chile. Para os polacos, o Papa evocou conjuntamente as virtudes do bispo Bilczewski e do padre Gorazdowski: “oração, amor à
Eucaristia e prática da caridade” – “dando-se totalmente a Deus e ajudando eficazmente, do ponto de vista material e espiritual, os mais necessitados”. À intercessão
de ambos confiou os fiéis da Ucrânia e da Polónia e as respectivas nações.
Aos peregrinos chilenos, evocando a figura do Padre Hurtado, o Papa apontou
como exemplo a “sua consciência filial diante do Pai, o espírito de oração, o profundo amor a Maria, a generosidade em dar-se completamente, a sua entrega e serviço
aos pobres”.
Em italiano, Bento XVI exortou os devotos de Gaetano Catanoso a seguirem os
seus passos no “serviço aos últimos, aos mais distantes, abrindo-lhes o coração e
restituindo-lhes a esperança”. “Ele anunciou com ardor apostólico o Reino de Deus,
com a convicção de quem é testemunha; administrou os sacramentos e sobretudo
a divina Eucaristia imergindo-se quotidianamente no mistério do amor oblativo de
Cristo”.
Finalmente, aos sicilianos vindos para a canonização de um modesto frade capuchinho, Bento XVI observou que, “num mundo fortemente tentado pela busca da
aparência e do bem-estar egoísta, S. Félix recorda a todos que a verdadeira alegria
se esconde muitas vezes nas pequenas coisas e se obtém cumprindo fielmente, em
espírito de serviço, o dever de cada dia”.
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Notícias
Acolhimento na catequese
Integrada no tema do Acolhimento, a vigararia de Leiria planeou para o
presente ano pastoral a criação de um postal a remeter às crianças que frequentam a
catequese, por ocasião do aniversário do seu baptismo. O postal terá duas versões,
uma adequada à infância e outra para a adolescência. A iniciativa visa “comprometer
os catequistas, os pais e as crianças, dando a conhecer e celebrando momentos
marcantes da vida cristã, como é o caso do baptismo”.
Nova equipa no Seminário de Leiria
No passado dia 15 de Setembro, no Seminário Diocesano de Leiria, procedeuse à entrada oficial da nova equipa sacerdotal responsável. Cerca de 25 sacerdotes
concelebraram a Eucaristia, presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, e participaram
alguns professores, empregados e convidados. No início da celebração, D. Serafim
apontou o Seminário como a prioridade da acção pastoral, teceu considerações sobre
a sua integração na Igreja diocesana, agradeceu aos membros da equipa cessante e
pediu o empenho de todos para o prosseguimento deste projecto essencial. Depois,
o novo reitor fez a profissão de fé e o juramento, e usou da palavra para referir os
principais projectos em mente, agradecer aos antecessores e pedir a colaboração
dos sacerdotes, presentes e ausentes. Terminada a celebração, todos os participantes
confraternizaram no refeitório principal.
A actual equipa responsável pelo Seminário assegura o acompanhamento dos 7
jovens que no presente ano lectivo integram o Tempo Propedêutico, e é composta
pelo Pe. Manuel Armindo Pereira Janeiro (reitor), Pe. Pedro Miguel Ferreira Viva
(secretário e prefeito) e Pe. Luís Miguel Gonçalves de Miranda (director Espiritual),
este último da diocese de Coimbra.
Encontro dos Religiosas e Religiosos naturais da Diocese
As religiosas e religiosos naturais de Leiria-Fátima realizaram um EncontroPeregrinação, no dia 17 de Setembro, para celebrar e dar graças pelo dom da sua
vocação na Igreja. O encontro teve por tema “a Eucaristia na Vida e Missão dos
Religiosos e Religiosas”. Do programa constaram reflexões, testemunhos, Eucaristia
e convívio. Dos cerca de 400 membros dos institutos religiosos, naturais da diocese
de Leiria-Fátima, participaram cerca 150 naturais de 40 paróquias da Diocese e
membros de cerca de trinta institutos. D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo
diocesano, presidiu à Eucaristia.
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Notícias
Novo livro homenageia o padre Lacerda
No passado dia 24 de Setembro, no Arquivo Distrital de Leiria, teve lugar a
apresentação do livro “O Padre Lacerda, Reitor dos Milagres”, da autoria de Ambrósio
Ferreira. Estiveram presentes amigos, admiradores e outras personalidades que, desta
forma, quiseram recordar e conhecer melhor aquele que foi um dos sacerdotes mais
influentes na Diocese e no Distrito. Para além de Reitor dos Milagres, o Pe Lacerda
foi também o fundador do semanário O Mensageiro que teve a sua primeira edição
em 7 de Outubro de 1914, com uma tiragem de 700 exemplares, e cujo principal
objectivo era ser porta-voz da luta pela restauração da Diocese.
Bispo Auxiliar de S. Paulo visitou Leiria-Fátima
D. Joaquim Justino Carreira, natural da paróquia de Santa Catarina, onde
nasceu a 24 de Janeiro de 1950, e actualmente bispo auxiliar de S. Paulo, Brasil,
depois de ter sido ordenado no passado mês de Maio, esteve em Leiria durante o
mês de Setembro. No dia 28, celebrou a Eucaristia na Sé, acompanhado por três
sacerdotes do Brasil e alguns amigos e familiares, e outros fiéis que se associaram.
Ao agradecer a presença de todos, confessou a sua satisfação: “fiquei muito feliz
por esta celebração da missa na Sé da diocese onde nasci”. No final da missa teve
um encontro com o bispo da Diocese, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, que o
recebeu na casa episcopal.
D. Joaquim, aos dez anos de idade, partiu com os pais e os irmãos para o Brasil
onde viria a fazer os estudos teológicos e a ser ordenado presbítero em 1977, na
catedral de Jundiaí, depois de ter sido ordenado diácono em Santa Catarina da
Serra, por D. João Pereira Venâncio, então Bispo de Leiria. Na diocese de Jundiaí
desempenhou variadas funções pastorais e obteve o mestrado em Matrimónio e
Família pelo Pontifício Instituto para a Família, Pontifícia Universidade Lateranense,
em Roma.
Há cerca de um ano, numa outra passagem por Portugal, fez a peregrinação a pé
desde Fátima até S. Tiago de Compostela, caminhando durante 16 dias.
Encontro Diocesano de Catequistas
Realizou-se, no dia 2 de Outubro, no salão do Colégio da Cruz da Areia, o XXXV
Encontro Diocesano de Catequistas da nossa diocese, com o tema: “O Acolhimento
em Catequese e na Comunidade”, desenvolvido pelo padre João Ribeiro, da
diocese do Porto. Depois da reflexão temática, houve ainda um momento de oração
comunitária e a apresentação do programa catequético do próximo ano. O objectivo
desta iniciativa anual é “ajudar as comunidades cristãs a renovarem a catequese para
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Notícias
que responda cada vez melhor aos desafios lançados pelas crianças e adolescentes”.
De tarde, os catequistas participaram na Assembleia Diocesana comum.
Aniversário do Órgão da Sé e novo Curso de Carrilhão
No passado dia 5 de Outubro, na Catedral de Leiria, decorreu uma sessão
comemorativa do 8º aniversário do Grande Órgão, conjuntamente com a inauguração
do Curso Oficial de Carrilhão. A sessão constou de dois concertos, o primeiro às
15h00, com o carrilhanista de Mafra, Abel Chaves, que contou com a participação
de alguns alunos da escola. O segundo, pelas 16h30, já no interior da Sé, com o
conceituado organista italiano Luca Antoniotti.
Central FM premeia Bispo de Leiria-Fátima
“Por um mundo melhor” foi o tema escolhido para a 13ª gala da rádio leiriense
Central FM, que se realizou no passado dia 20 de Outubro, no auditório Paulo VI
(Fátima). Para além da música, dança e poesia, a gala também foi feita de distinções.
De entre os premiados pela rádio leiriense, destacamos o bispo da diocese de LeiriaFátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, que recebeu o prémio “Prestígio
Cidades de Leiria e Fátima”. Segundo Emília Pinto, esta escolha justifica-se por
ser uma pessoa que “tem a ver com toda a região”. Numa alusão ao balanço, até ao
momento, da sua missão enquanto Bispo diocesano “O momento mais marcante foi
a beatificação dos pastorinhos”, referiu D. Serafim.
Nova paróquia da Cruz da Areia
No passado dia 23 de Outubro, na igreja da Cruz da Areia, tomaram posse o
Conselho Económico, o Conselho Pastoral e o pároco da nova paróquia, erecta
canonicamente em Julho passado. O Pe. Cristiano Saraiva foi nomeado como
primeiro pároco à frente desta comunidade, e a paróquia passará a designar-se por
“Paróquia de Santa Isabel de Portugal”.
O acontecimento, histórico sobretudo para os cristãos da comunidade, foi
solenizado com um programa especial que compreendeu, de manhã, a celebração da
eucaristia e o juramento dos órgãos paroquiais. À tarde, as restantes oito paróquias da
vigararia vieram associar-se, trazendo um quadro com uma frase bíblica, a marcar a
elevação da Cruz da Areia ao estatuto de paróquia. Seguiu-se uma assembleia de início
das actividades pastorais, onde foi apresentado o programa/calendário de actividades
de toda a vigararia, no qual se destacam encontros e reuniões de formação para agentes
dos diferentes sectores da pastoral, 3 tertúlias sobre o valor da vida, jornadas de pastoral
urbana e o esforço de aplicar gestos de acolhimento na catequese e na liturgia.
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Notícias
A sessão continuou com um momento de oração conjunta e terminou com um
convívio preparado pela paróquia da Cruz da Areia. A presença de muitos fiéis das
diferentes paróquias tornou visível a unidade da igreja diocesana.
Irmã Graça Lameiro, missionária para toda a vida
No Dia Mundial das Missões, 23 de Outubro, a diocese de Leiria-Fátima e, de
modo particular a paróquia dos Pousos, estiveram em festa. A Irmã Graça Maria dos
Santos Lameiro fez os seus votos religiosos perpétuos na Congregação das Irmãs
Missionárias da Consolata.
A igreja paroquial dos Pousos, onde foi baptizada a Ir. Graça, foi pequena para
o elevado número de participantes no acto realizado no decurso da celebração
eucarística presidida pelo Bispo da diocese, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva.
Concelebraram 15 padres, entre diocesanos e principalmente missionários da
Consolata e participaram ainda muitas irmãs do mesmo instituto.
Esta profissão religiosa perpétua, feita, como é habitual, perante a irmã provincial,
na pessoa da madre Cesariana Corioni, significa o compromisso de se manter na vida
religiosa por toda a vida.
No fim de celebração, todos os presentes foram convidados para um lanche
festivo que teve lugar num espaço anexo à igreja.
Nota biográfica
A irmã Graça Lameiro nasceu a 30/09/1967. É filha de António Gomes Lameiro
e de Deolinda dos Santos Lameiro. Tem um irmão mais novo, o Paulo Lameiro.
Entrou para a congregação missionária das irmãs da Consolata em 1994 e fez os
primeiros votos religiosos em 1998. Durante o seu percurso na congregação, esteve
sete anos em Itália, onde fez a maior parte da sua formação, dois e meio na Colômbia
e um em Portugal. Nos tempos mais próximos, irá trabalhar na animação missionária
no nosso país.
Encerramento do Ano da Eucaristia na vigararia de Ourém
Realizou-se no passado dia 23 de Outubro, na paróquia de Nossa Senhora da
Piedade, cidade de Ourém, o encerramento do Ano Eucarístico de toda a vigararia de
Ourém. A Eucaristia que reuniu mais de 400 cristãos vindos de todas as paróquias,
foi presidida pelo Vigário Geral da Diocese, Pe. Jorge Guarda que, na homilia, se
referiu à ligação da Eucaristia com o tema da Diocese para este ano – o acolhimento:
“Se conhecesses o dom que Deus tem para te dar….”
A celebração teve continuidade com a procissão eucarística através das ruas
adjacentes e culminou com a adoração e a bênção do Santíssimo Sacramento.
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Congresso Eucarístico da vigararia das Colmeias
A vigararia das Colmeias promoveu, entre 28 e 30 de Outubro, um Congresso
Eucarístico, no Centro Cultural de Albergaria dos Doze.
A sessão de abertura, sexta-feira à noite, contou com a presença de D. Augusto
César, bispo emérito de Portalegre-Castelo Branco, que falou sobre “Ir à missa
porquê? A importância da Missa na vida do cristão”.
Os trabalhos continuaram na tarde de sábado, com a colaboração dos Padres
Luciano Guerra, Virgílio Antunes e Jorge Guarda, que proferiram conferências
com os títulos, respectivamente, de “Realmente Presente! A liturgia Eucarística”,
“Deus fala! A Liturgia da Palavra”, “Como celebrar? As palavras e os gestos da
Eucaristia”.
O encerramento do congresso, pelas 15h00 de domingo, contou com a presença
do Bispo da Diocese que presidiu à Eucaristia.
Convívio Fraterno 988
“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”. O desafio foi
aceite por vinte e três jovens que se inscreveram no 988º Convívio, de 28 a 31 de
Outubro no Seminário de Leiria.
A onda inicial do “tá-se bem”, foi dando lugar ao encontro pessoal de cada um
com o seu “agora” e a “vida de então”, ao dom do diálogo e ao despertar para olhares
e sorrisos. Abrindo parêntesis, todos ficámos a saber que para esboçar um sorriso são
necessários nada mais nada menos do que 17 músculos. Fechar parêntesis.
Jesus, primeiro com o exemplo e depois com o grande mandamento “Amai-vos
como eu vos amei”, é fonte de água viva e apelo sedutor a ser acolhido como dom
do Pai.
Aglutinados por esta força de amor, cada conviva remou à descoberta dos dons
de Deus, verdadeiras âncoras para o “quarto dia” – “A água que eu darei vai tornar-se
fonte que jorra para a vida eterna”.
De cada compromisso fraternal brilha a chama, como que de um farol.
Ao longo dos três dias, a partilha entre companheiros de viagem foi constante e a
música uma presença. Até houve tempo para o “jogo de números”. O encerramento
foi festa de família, partilha da fé e do amor. Os convivas, novos accionistas, foram
testemunhas vivas de que “o essencial é invisível aos olhos”, portanto, não se
aprende, “vê-se” só mesmo com o coração”.
Em jeito de p.s. aqui fica o top musical C.F. 988 que a todos animou: “Estou
alegre”, “Grita comigo”, “Deus precisa de ti” e claro está o hino conviva “Vai pelo
mundo”.
(Luzia Oliveira)
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Notícias
Conselho Pastoral Diocesano fora de portas
O Conselho Pastoral da Diocese Leiria-Fátima realizou, no passado dia 29
de Outubro, a terceira reunião do ano 2005. Pela primeira vez, reuniu-se fora do
Seminário de Leiria, na igreja paroquial do Arrimal.
Este facto permitiu aos membros do Conselho Pastoral tomar contacto com a
realidade da Diocese, o que foi considerado muito importante e mais valia para o
trabalho futuro, pelo que fica registada a intenção de repetir a experiência em outras
áreas da diocese.
Sendo a primeira sessão do ano pastoral 2005/2006, o assunto da ordem do dia
foi o balanço do trabalho desenvolvido pelo Conselho no ano pastoral transacto
e o planeamento do próximo. Sobre a actividade desenvolvida, é de registar o
acompanhamento da elaboração e consequente aprovação do Projecto Pastoral
Diocesano 2005-2011.
As sessões do ano 2006 serão em Fevereiro, Junho e Outubro.
III Congresso da Família Missionária da Consolata
Mais de 260 participantes marcaram presença no III Congresso da Família
Missionária da Consolata, em Fátima, de 29 a 30 de Outubro de 2005, que abordou
os principais desafios da Missão, no mundo de hoje. Perante a “mutação acelerada
das Instituições e das tradições religiosas”, que tem levado à perda de “referências
simbólicas” e a uma individualização da identidade do crente, os participantes
defenderam a criação de um “sentido de identidade comunitária”.
Para o sociólogo e teólogo Alfredo Teixeira, um dos conferencistas deste
Congresso, “ainda não encontrámos um modelo eclesial para a mudança que se
está a desenvolver; já não há a estabilidade e identidade que havia há alguns anos
atrás”. Considerou ainda que a identidade crente apresenta hoje um retrato diferente.
“A capacidade de dizer o que se é e onde se está é muito difícil, porque as culturas
já não estão organizadas com fronteiras. A pluralidade interna é hoje explicada de
forma diferente, a própria geografia cristã é influenciada pela mobilidade e já não
temos um modelo paroquial com base no território mas em estilos de vida”, referiu.
O desafio que se impõe, hoje, é “encontrar qualquer coisa que permita gerir esta
pertença comunitária”. Ao contrário de há alguns anos atrás, verifica-se o fim da
“civilização paroquial” tendo o cristão optado por soluções à sua medida. “Hoje, as
pessoas procuram responder a necessidades e estímulos diferentes, e daí procurarem
e irem a diferentes lugares”, concluiu.
No final do Congresso, foram apresentadas as seguintes conclusões:
1. A Família Missionária da Consolata tomou consciência da mutação acelerada
das Instituições e das tradições religiosas e perdeu as referências simbólicas que
alimentaram os crentes.
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Notícias
2. A perda destas referências leva ao enfraquecimento da fé comunitária e leva a
uma individualização da identidade do crente.
3. Tudo isto conduz à fragmentação e dispersão das comunidades e põe em
questão a necessidade da Igreja como mediação para a salvação.
4. O papel da Igreja é fundamental, através da aproximação e da circulação do
amor, e do testemunho cristão, para que o mundo creia que Cristo é enviado do Pai.
5. A experiência do Zambujal marcada pela presença e actuação dos Missionários
da Consolata e outros agentes pastorais, tem vindo a congregar os diversos grupos
culturais e a criar neles um certo sentido de identidade comunitária.
6. Todo o cristão pode e deve ser um testemunho vivo quaisquer que sejam a sua
condição e o meio em que vive, trabalha e se relaciona.
7. Como Maria que se deixou possuir pelo Espírito Santo e gerou Cristo e O
deu como consolação do Pai a todo o mundo, a Família Missionária da Consolata,
herdeira do carisma do Beato Allamano compromete-se a ser sinal de consolação
para o mundo de hoje.
Conselho Nacional do CPM
Realizou-se a 5 e 6 de Novembro de 2005, na Casa Diocesana da cidade e
Diocese de Vila Real, o Conselho Nacional de Outono da Associação Portuguesa
dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM–Portugal). Participaram cerca
de 100 pessoas, entre casais e assistentes, de 16 das 18 dioceses portuguesas, além
da Equipa Responsável Nacional, do seu assistente, P. António Belo, e do Bispo de
Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, que proferiu palavras de apreço e de estímulo
pelo trabalho do CPM e sublinhou que “devemos dar aos noivos o melhor que a
metodologia CPM oferece”.
Do tempo de formação, sobre “O amor ao longo da vida”, salienta-se o
testemunho de dois jovens – Gilda e Nelson – que partilharam uma reflexão mais
amadurecida sobre o que o amor é e exige de cada pessoa, e ainda a presença do
psicólogo José Carlos Gomes da Costa que abordou vários aspectos relativos
aos meios que permitem a manutenção dum casamento no tempo, em direcção à
identidade do casal.
No decurso dos trabalhos, as Dioceses analisaram o caminho feito e as
dificuldades a superar. Sabendo que a decisão de casar implica a vontade, a liberdade
e a consciência do acto pelas implicações futuras aos mais diversos níveis, não se
pode permitir a banalização do matrimónio. Por isso, não rejeitando ninguém, há que
acolher, mentalizar e fazer caminho com todos os que, pelos mais variados motivos,
se aproximam do espaço eclesial.
Em algumas dioceses há já paróquias, que dão visibilidade e importância à
preparação para o matrimónio, encerrando essa preparação numa missa comunitária,
na presença dos pais, da família e dos amigos, numa co-responsabilização pelas
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Notícias
novas famílias que se vão constituir. Aos noivos arredados do meio eclesial
há mais de 15 ou 20 anos, importa dar uma nova visão da Igreja e eliminar as
barreiras que impedem um efectivo acolhimento. Desfeitas estas, sobretudo ao
nível paroquial, o CPM atingiria muito mais noivos que os actuais 31% dos que
casam catolicamente.
No encontro, salientou-se também, a responsabilidade da constituição de novas
equipas e da renovação das existentes é dos casais e dos sacerdotes dedicados ao
CPM, e as comunidades devem procurar tirar partido dos noivos que fizeram a
sua preparação, mantendo com eles uma ligação que permita a sua integração em
Movimentos de Pastoral familiar, concretamente no CPM.
Ainda antes da Eucaristia final e do almoço de despedida, foram apresentados
os opúsculos “CPM-Acolhimento aos noivos” e CPM-Aspectos jurídicos e práticos
do casamento”, acabados de editar, e procedeu-se à tomada de posse do Casal
Presidente Nacional para o triénio de 2005/2008.
XVII Jornadas nacionais da Pastoral Familiar
Realizaram-se nos dias 5 e 6 de Novembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em
Fátima, as XVII Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar, subordinadas ao tema
«Pão de Amor no Coração da Família”.
Mais de 200 participantes de todo o País, famílias, jovens e diversos sacerdotes,
reflectiram sobre a importância da Eucaristia na vida familiar, aludindo ao “Ano
da Eucaristia” recentemente encerrado, e sobre algumas das questões tratadas no
recente Sínodo dos Bispos, em Roma.
Na abertura dos trabalhos, D. António Carrilho, Presidente da Comissão
Episcopal do Laicado e Família, contextualizou a temática e apelou à leitura dos
jornais “para uma maior atenção às questões de âmbito familiar” cada vez mais
frequentes.
Numa conferência de carácter bíblico-teológico, e partindo do episódio dos
«discípulos de Emaús», o Pe Dr. António Couto sublinhou a importância de
“ensaiar formas pedagógicas na família de maneira a preparar a vivência da
Eucaristia”.
Aludindo à relação entre Eucaristia e Família, o Pe Dr. João Ribeiro lembrou que
“os grandes momentos da Eucaristia são também grandes momentos da vida familiar
e que a participação na Eucaristia permite às famílias dissipar o relativismo com que
se debatem no quotidiano”.
Tema particularmente candente foi o da «Eucaristia e casais recasados», que
o Pe Manuel Rocha abordou. “Os divorciados recasados esperam uma palavra
de acolhimento e de perdão”. Há que buscar caminhos novos mas “na fidelidade
à doutrina da Igreja e na solidariedade para com o sofrimento destas famílias”,
sublinhou.
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Notícias
O último dia foi marcado pelo testemunho do casal Líbano Monteiro, das ENS,
sobre o lugar da Eucaristia na sua vida de casal e de família, com destaque para o
“papel dos pais na iniciação dos filhos à Eucaristia”.
A encerrar os trabalhos o Pe Carlos Cabecinhas apresentou propostas da liturgia
para a celebração da «Eucaristia na festa das famílias», e lembrou a “dimensão
nupcial da própria celebração eucarística”.
No final das Jornadas concluiu-se que se deve “estar atento às situações dramáticas
de muitas famílias, à indiferença religiosa, e até à perda da identidade religiosa. A
fidelidade à Eucaristia, no seu ritmo litúrgico de Páscoa semanal, permitirá dissipar
qualquer forma de relativismo e integrar, no quotidiano das famílias, o absoluto de
amor e da verdade que elas são chamadas a espelhar”.
Leiria nos 146 anos das Conferências de S. Vivente Paulo
A diocese de Leiria-Fátima recebeu, no passado 6 de Novembro, as comemorações
do 146º aniversário das Conferências de S. Vicente de Paulo em Portugal, fundadas
em França por Frédéric Ozanan, em 1833.
A comemoração decorreu no Seminário Diocesano, contou com a presença do
presidente nacional da Sociedade S. Vicente de Paulo, Manuel Torres da Silva,
e incluiu uma palestra, pelo Pe Jorge Guarda, Vigário Geral da Diocese, sobre a
relação do tema do acolhimento, patente no episódio bíblico da Samaritana, com o
trabalho desenvolvido pelas Conferências de S. Vicente de Paulo.
Após este momento de reflexão e análise, os vicentinos tiveram ainda
oportunidade de conhecer o Museu do Seminário e reuniram-se depois para juntos
celebrar a fé na Eucaristia Dominical, à qual se seguiu um convívio que encerrou o
encontro.
O presidente do Conselho Nacional, afirmou que o trabalho hoje realizado pelas
Conferências e pelos cerca de 13 mil vicentinos em Portugal, é tão ou mais importante
que há 146 anos embora as necessidades sejam actualmente mais diversificadas. A
solidão e os novos pobres são hoje problemas sociais muito complexos. Os “novos
pobres”, ou “os pobres envergonhados”, estão entre as maiores necessidades com
que a sociedade se debate. Nestas situações “há que fazer uma primeira abordagem,
tentando obter informações, falando com as pessoas mas de uma forma indirecta.
Depois, mantendo o anonimato, passa-se à entrega de bens alimentares. Claro que
além desta primeira ajuda há ainda outra, a da “cana para ensinar/ajudar a pescar”,
explicou.
Em relação à Diocese de Leiria-Fátima, o presidente do Conselho Nacional
salientou o bom trabalho desempenhado e manifestou a necessidade de mais gente
nova (não só em idade).
Maria Inês Lourenço, coordenadora das Conferências na Diocese, apoiando
as afirmações de Manuel Silva, lamentou que adiram a estas iniciativas quase
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Notícias
exclusivamente pessoas aposentadas. “Há falta de renovação nos grupos, e são,
por vezes, as pessoas idosas, algumas com mais de setenta anos, que mantém as
Conferências nas paróquias. Embora se tenha trabalhado na motivação dos jovens,
há ainda um longo caminho a fazer”, salientou.
Apesar de tudo, o cenário não é de todo negro pois entre as 27 Conferências
paroquiais da Diocese “algumas, felizmente, têm jovens a trabalhar e com muita
motivação”.
Motivadas e dinâmicas, 27 conferências paroquiais vão dando resposta efectiva
a múltiplas carências. No «teatro de operações», a falta de orientação das famílias, a
carência de relacionamento, a ignorância para resolver problemas a que muitas vezes
deviam responder entidades oficiais (Segurança Social, Instituto de Emprego, etc), e
as situações de pobreza extrema, são os principais alvos.
Na diocese de Leiria-Fátima, as Conferências detêm hoje uma elevada
importância na luta contra a pobreza que espreita a cada esquina. Contudo “há ainda
muitas paróquias que não têm qualquer apoio social organizado”, refere Maria Inês,
lembrando que “a solução dos problemas passa muitas vezes, e simplesmente, por
alertar as pessoas para os apoios que existem e ir com elas procurar aquilo a que,
legalmente, têm direito”.
Encontro Diocesano da Pastoral da Saúde
Delinear planos de acção foi o primeiro objectivo da reunião da Comissão
Diocesana da Pastoral da Saúde, que teve lugar no edifício do Seminário, em Leiria,
no passado 7 de Novembro.
Dos trabalhos agendados, destacou-se a preparação do Encontro Diocesano
de Pastoral da Saúde, do próximo 28 de Janeiro, sob tema «O Acolhimento ao
doente – um dom para a saúde integral» e que incluirá duas conferências sobre «O
acolhimento de Jesus Cristo: palavras e gestos» e «O acolhimento do doente na
paróquia e na família: dom ou peso?», respectivamente.
Aberta a todos, a iniciativa destina-se em especial a agentes de pastoral das
áreas da saúde e solidariedade (visitadores de doentes, voluntários dos hospitais, da
Cáritas, das Conferências S. Vicente Paulo, ministros da comunhão, etc.).
Apostolado da Oração
O Conselho Diocesano da Associação do Apostolado da Oração (AO) é
constituído pelos seguintes elementos: Maria Celeste Moreira e Carminda Conceição
Santos, da paróquia da Bidoeira; Maria Prazeres Fernandes, de Serro Ventoso; Maria
Santa Baptista, do Arrimal; Maria Lucília Pedro e Felismina Rosa, dos Pousos e o
director diocesano.
204 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Notícias
Existe vontade de renovar, reactivar, dinamizar, uma associação laical “valiosa e
preciosa” e com um rico património histórico. Nascida no ano de 1844, em França,
vinte anos depois chegou a Portugal, onde conta actualmente cerca 3.000 centros e
meio milhão de associados.
O Conselho diocesano, que se reuniu no Seminário de Leiria, no dia 8 de
Novembro, propõe-se realizar um inquérito para averiguar a sua verdadeira situação
e elaborar um ficheiro, vai ter uma sede no Seminário, irá promover um encontro
de zeladoras e uma peregrinação a Santarém (Igreja do Milagre), e planeia iniciar o
MEJ (Movimento Eucarístico Juvenil). Lembra ainda que o terço da capelinha das
aparições de Fátima, na primeira sexta-feira de cada mês, seguirá a espiritualidade
do AO e solicita a presença ou sintonia dos associados.
Em cada ano há um tema catalisador. Este ano, o tema proposto, a nível nacional,
é: “a oração feita apostolado”.
Caminho Neocatecumenal reunido em Fátima
“Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de
Deus para a salvação de todo o que crê, do judeu em primeiro lugar e depois do
grego” (Rm. 16, 1). Foi em torno desta epístola de São Paulo aos Romanos que as
comunidades do Caminho Neocatecumenal da diocese de Leiria-Fátima se reuniram
em Fátima, nos passados dias 11 a 13 de Novembro.
Após um primeiro dia voltado para a conversão e que culminou com uma
celebração penitencial, o encontro prosseguiu centrado no papel da família cristã,
para que seja sinal de Cristo vencedor da morte, da angústia e dos medos, na
sociedade contemporânea. As relações pré-matrimoniais, o aborto, o álcool e a
droga, são algumas das realidades às quais muitas famílias se sentem incapazes de
responder. A valorização do domingo e a transmissão da fé, através do diálogo e da
oração, foram algumas das direcções apontadas, como preconiza o Magistério da
Igreja.
Neste convívio, que culminou com a celebração eucarística presidida pelo Padre.
António das Neves Gameiro, estiveram presentes as comunidades neocatecumenais
das paróquias de Marrazes, Maceira, Santa Catarina da Serra, São Mamede e
Bajouca, num total de cerca de 150 pessoas, incluindo 20 crianças.
Novos párocos tomaram posse
No passado dia 19 de Novembro deu entrada como novo pároco da paróquia do
Reguengo Fétal. O padre Nuno Miguel Heleno Gil fez o juramneto de fidelidade
e a profissão pública de fé durante a Eucaristia, celebrada às 18.30 horas, com a
participação de muitos fiéis da paróquia do Reguengo e das paróquias de Pataias
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Notícias
e de Alpedriz, onde exerceu o ministério como vigário paroquial. Nas palavras
que entretanto dirigiu, o novo pároco manifestou a sua disponibilidade e pediu a
todos colaboração, nomeadamente aos elementos dos diferentes organismos de
acção pastoral. Como símbolo de continuidade na acção e na fé, o pároco cessante,
padre Virgílio do Rocio Francisco, entregou ao padre Nuno o Leccionário. Depois,
a comunidade paroquial fez uma saudação solene e organizou um lanche de
confraternização. O novo pároco fica, entretanto, a residir na residência paroquial
da Barreira.
No dia 20 de Novembro, foi a vez do padre Virgílio do Rocio Francisco entrar de
forma solene no seu novo campo de acção, a paróquia de Pataias. Com a celebração
da Eucaristia às 11.30 horas, e na presença da nova comunidade e de muitos
representantes da paróquia do Reguengo Fétal, o novo pároco prestou juramento
solene e fez a profissão pública de fé. O secretário do Conselho Pastoral Paroquial
apresentou as boas vindas da comunidade e recordou o bom trabalho feito pelos
antecessores ao longo dos últimos anos.
No domingo 27, na eucaristia das 10h30, tomou posse o novo pároco da
Bidoeira, o Pe Adelino Filipe Guarda, num clima de alegria e muita expectativa,
como é habitual nestas ocasiões. Num gesto de acolhimento um representante
da comunidade entregou ao seu novo pároco um cesto com produtos típicos da
localidade, e os adolescentes do 9º ano de catequese entregaram um livro com
mensagens de boas vindas.
Equipas de Nossa Senhora
Os responsáveis de equipas de base e conselheiros espirituais das Equipas de
Nossa Senhora (ENS) tiveram no fim-de-semana de 19 e 20 de Novembro, em
Fátima, o habitual encontro anual.
Cerca de 1000 participantes de todo o país procuraram inteirar-se das principais
actividades programadas do Movimento e sintonizar-se com os seus objectivos. «À
descoberta de Cristo» foi a temática em foco que marcará a caminhada preparatória
para o grande encontro internacional de Setembro de 2006 em Lourdes.
Para além das conferências, painéis e testemunhos, a participação dos casais foi
particularmente activa na reflexão e oração em equipas mistas constituídas para o
momento, na adoração ao Santíssimo e na Eucaristia celebrada em conjunto com as
Equipas de Jovens de Nossa Senhora.
Na diocese, as ENS estão bem implantadas. Segundo a estruturação normal
deste movimento de espiritualidade conjugal, as quase trinta equipas, de 4 a seis
casais e um conselheiro espiritual, estão divididas em dois Sectores, A e B com os
respectivos casais responsáveis.
A caminhada conjugal à luz do Evangelho constitui a grande aposta. Os meios
são essencialmente a oração conjugal, o ponto de esforço mensal e o chamado
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Notícias
“dever de sentar” para diálogo dos esposos. A dinâmica da reunião mensal de
equipa proporciona essencialmente a partilha e um “pôr em comum”, assim como
momentos de oração e de reflexão sobre um tema de estudo.
A abertura da equipa de base para o Movimento e toda a Igreja é incentivada por
uma estrutura de ligação organizativa e pela participação em actividades comuns
proporcionadas a todos: Eucaristia mensal das Equipas, retiro anual e acções
sectoriais, nacionais e até internacionais. O próximo encontro em Lourdes vai contar
com largos milhares de participantes de todos os continentes e marcará o rumo das
ENS para os próximos anos.
Confraria de Nossa Senhora da Encarnação
No cumprimento aos Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação,
a Direcção recordou e rezou por todos os irmãos falecidos, no passado dia 20 de
Novembro, na Eucaristia dominical do Santuário, às 21h30. Com esta celebração,
em união com Maria Mãe de Jesus, pretendeu-se testemunhar a fé em Cristo
Ressuscitado e aprofundar a consciência da condição de peregrinos que somos da
Casa do Pai.
Acção Católica Urbana
A Acção Católica Urbana promoveu, no dia 24 de Novembro, um encontro de
reflexão dedicado ao tema «Esperança no mundo actual».
A vontade de saber testemunhar a esperança foi a grande motivação que levou
os participantes a renunciar ao calor da fogueira e enfrentar essa fria noite de
Outono.
No encontro, apresentado e desenrolado de forma dinâmica, com a frequente
intervenção dos participantes através de questões e comentários a propósito das
interrogações e «provocações» do convidado, a mansidão, a fidelidade e a humildade,
foram as três propriedades apontadas como desafio e chave mestra para quem quer
ser efectivamente testemunha de esperança no mundo de hoje. “Saber testemunhar a
esperança no dia-a-dia é saber dar lugar ao outro para repousar a sua própria cabeça,
em vez de querer estar sempre em primeiro plano”, sublinhou Horácio Lopes, da
Comunidade Emanuel.
Outro dos desafios deixados pelo convidado foi o de “deixar de ‘borboletar’”.
“As pessoas hoje estão em tudo e não estão em nada, e isto torna-as infiéis aos
compromissos do dia-a-dia, e à sua vocação de baptizados”, explicou.
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Notícias
Jornadas de Pastoral Urbana
As XI Jornadas de Pastoral Urbana, a 25 e 26 de Novembro, proporcionaram
às paróquias da vigararia de Leiria uma reflexão sobre o “Acolhimento na Pastoral
Urbana”. A começar pelo “Acolhimento como lugar teológico”, os participantes,
partindo da vida como dom, concentraram-se na pessoa humana como “ser dadoacolhido” e por isso, vocacionado para “acolher o próprio ser” e o ser do Outro e dos
outros. Daí a urgência em criar e desenvolver condições estruturais de acolhimento.
A exegese do relato bíblico do encontro de Jesus com a Samaritana (Jo 4, 4-42),
pôs em destaque o Mestre que destruiu barreiras e laçou pontes.
A paróquia será “comunidade que acolhe” quando estiver atenta aos desafios
da urbanidade e da sociedade no seu todo, sociedade que, originalmente boa mas
atingida pelo pecado, lança desafios de credibilidade, autenticidade e identidade, que
devem provocar em nós, Igreja, o desejo de sermos mais audazes.
A experiência partilhada da comunidade do Campo Grande, Lisboa, sublinhou a
importância do acolhimento, que cria em quem é acolhido a consciência de pertença
à comunidade/Igreja, e realçou o valor do voluntariado no desenvolvimento e
sustentação de acções de carácter pastoral, catequético, sócio-caritativo, e outras.
Por fim, referenciadas várias mutações no rosto da Igreja, nos últimos anos,
salientaram-se algumas pistas que, no contexto da vigararia de Leiria, deverão ter
em conta três níveis de intervenção:
1. Os responsáveis devem ser mais criativos e trabalhar em equipa, com maior
serenidade, seriedade e fidelidade a Jesus Cristo;
2. Os “servidores” deverão ser mais empenhados na celebração do mistério da fé,
da reconciliação e na construção de novas relações;
3. A própria comunidade deverá dedicar maior atenção aos que caminham na
retaguarda e acompanhar de forma mais pessoal os que seguem na frente.
Escuteiros de Amor comemoram 10 anos
25, 26 e 27 de Novembro, três dias plenos de recordação e de abertura à
comunidade, preenchidos de um “menu” rico de actividades, foi a melhor forma de
o Agrupamento de Escuteiros 1166, de Amor, comemorar o seu 10º aniversário. A
abertura, na sexta-feira, teve lugar no salão paroquial, com a inauguração de uma
exposição completa de material escutista, uma mostra de fotografia a documentar os
inolvidáveis dez anos e a exibição de um filme escutista, acompanhado de pipocas,
café e bolos. Por fim, ecoaram os parabéns e sopraram-se as dez velas.
O sábado foi preenchido com um mega peddy-paper, sob o tema “Escuteiro por
um dia”. Das 10h00 até às 18h00, dominou o espírito de aventura com elevados
níveis de adrenalina. No domingo o Agrupamento selou de forma inesquecível as
comemorações participando na celebração da Eucaristia de acção de graças.
208 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Notícias
Apresentação do Evangelho do Ano em Monte Real
Foi uma iniciativa da Escola Teológica de Leigos de Leiria, que proporcionou
mais uma vez a descoberta dos traços essenciais do evangelista do ano, neste
caso, São Marcos. O encontro teve lugar na paróquia de Monte Real, no primeiro
Domingo do Advento, 27 de Novembro, orientado pelo Pe. Dr. Virgílio Antunes,
formado em ciências bíblicas.
Padre João Ferreira Órfão homenageado em Vermoil
No passado dia 27 de Novembro, a freguesia de Vermoil prestou homenagem ao
seu antigo pároco, no 25º aniversário do seu falecimento ocorrido a 3 de Dezembro
de 1980. A celebração iniciou-se com a Eucaristia de sufrágio e acção de graças,
presidida pelo bispo da Diocese, D. Serafim Ferreira e Silva, e concelebrada por
13 sacerdotes. No final, tomou a palavra o presidente da Câmara de Pombal,
Narciso Mota, que procedeu à evocação do Pe. João Órfão. À entrada da igreja foi
apresentada a fotografia do homenageado e descerrada uma lápide que dá o nome do
mesmo ao largo da igreja paroquial.
Nascido no Padrão, freguesia de Pousos, a 3 de Abril de 1901, João Ferreira
Órfão foi ordenado sacerdote em 1927 e iniciou sua actividade pastoral como pároco
em Aljubarrota. Foi ainda professor de Latim no Seminário, antes de ser nomeado
pároco de Vermoil em 1935. Acolhedor e afável na orientação espiritual dos seus
fiéis, o Pe. João foi um homem de alma grande, empreendedor e dinâmico. A ele se
deve a construção da nova igreja de Vermoil inaugurada em 1975, cinco anos antes
do seu falecimento.
Vigararia de Leiria aposta na formação
Com o objectivo de desenvolver e melhorar a acção os grupos sócio-caritativos, a
vigararia de Leiria realizou a 1 de Dezembro, na paróquia dos Marrazes, uma acção
de formação orientada pelo presidente da Cáritas Nacional, Prof. Eugénio Fonseca,
que contou com 62 participantes vindos das nove paróquias da vigararia.
O padre Augusto Gonçalves, coordenador da iniciativa, afirmou a determinação
da vigararia em investir neste campo para responder às necessidades que sentem as
paróquias perante tantas situações de carência a todos os níveis. E anunciou que é
intenção da vigararia realizar mais três encontros durante o ano, para lançamento dos
trabalhos, formação e análise das actividades, e avaliação e planificação, e organizar
um trabalho de voluntariado em regime de complementaridade com os grupos sóciocaritativos.
Acolher, acompanhar (não apenas visitar), e promover (no sentido de ajudar a
trilhar o caminho) os mais carenciados, foram os pontos principais do encontro.
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Notícias
Jornada Diocesana da Pastoral Familiar
«Porque a vida não é um acaso» foi o tema da jornada que o Secretariado
Diocesano da Pastoral Familiar realizou no dia 3 de Dezembro, na Aula Magna do
Seminário de Leiria.
Trata-se da missão dos pais, bem como da realização e felicidade dos esposos
que querem abraçar toda a riqueza da relação conjugal e planear com consciência e
responsabilidade o nascimento dos seus filhos. A iniciativa dirigiu-se aos conjugues,
sobretudo em idade de procriarem, a noivos, a jovens, e a quantos querem tomar as
suas opções de forma esclarecida e responsável. Dirigiu-se igualmente aos que se
dedicam a acompanhar casais, noivos e jovens, aos movimentos e equipas paroquiais
da pastoral familiar.
“Cristianismo na Índia, Percursos e Proximidades”
No contexto dos 500 anos do nascimento de São Francisco Xavier, grande
evangelizador do Oriente, os Missionários do Verbo Divino organizaram a 3 e 4 de
Dezembro, em Fátima, um Colóquio sobre o «Cristianismo na Índia». Especialistas
portugueses e indianos abordaram a importância do cristianismo ontem e hoje, o
diálogo inter-religioso, o papel da mulher e os desafios missionários, na globalidade
da sua história, riqueza cultural e religiosa, e potencialidades económicas, políticas
e geo-estratégicas desse grande país asiático.
Por estes dias, realizou-se também, no Colégio de Cernache, o AfterXav 2005,
um mega encontro destinado a jovens dos 16 aos 30, algo semelhante ao de Taizé,
que exigiu a transformação do Colégio numa pequena aldeia com capela, cinema,
bar, farmácia, restaurante, livraria e mercado.
As conclusões do colóquio foram as seguintes:
- A Missão continua em acção no mundo e a colaboração de todos os cristãos
na mesma é um imperativo. Os caminhos da Missão passam pela abertura ao
transcendente, o testemunho de amor fraterno e o anúncio de Jesus Cristo;
- A Índia está em profundo processo de transformação a todos os níveis e procura
inspiração na grande riqueza humana, espiritual e cultural dos seus povos. O acesso
de todos à formação e a iguais oportunidades, sem descriminação, é um desafio
imensurável;
- Embora os cristãos sejam uma pequena minoria (2,3%), a sua presença traduzse em variadíssimas realizações em todos os domínios, desde o serviço aos mais
pobres ao envio de missionários para outros países.
- É crescente o papel desempenhado pela Igreja Católica no diálogo com outras
religiões.
- Foi relevante e inovadora a acção de S. Francisco Xavier no início da época
moderna, como nos nossos dias a actividade e a figura luminosa de Madre Teresa
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Notícias
de Calcutá, ao serviço dos mais pobres, revelando o rosto sorridente e acolhedor de
Deus Pai.
- Hoje os Missionários do Verbo Divino, as Servas Missionários do Espírito
Santo e os Missionários em geral continuam a anunciar Jesus Cristo na Índia, através
do testemunho da sua fé, do diálogo com os membros de outras religiões e do serviço
desinteressado aos pobres.
- O exemplo de convivência e de colaboração entre as diversas culturas e
religiões da Índia desafia a promover pontes de afecto, diálogo e solidariedade com
pessoas e grupos pertencentes a outras religiões e culturas.
Alburitel no centenário do Padre Joaquim Lourenço
No passado dia 8 de Dezembro, ocorreu o centenário do nascimento do padre
Joaquim Lourenço, de Alburitel. A paróquia, como nos dias mais festivos, acorreu
para celebrar a efeméride e prestar condigna homenagem. A presença de D. Serafim,
bispo de Leiria-Fátima, e de D. Américo Henriques, Bispo emérito de Nova Lisboa,
conterrâneo e contemporâneo do padre Joaquim, em Roma, do vigário-geral da
Diocese e de alguns sacerdotes que se lhes juntaram, deu à celebração um cunho
diocesano. Até houve quem comentasse que o homenageado merecia que se fosse
mais longe envolvendo a sociedade civil.
O núcleo da mensagem do Senhor Bispo foi um convite para que o testemunho
da família onde nasceram os Padres Lourenço, tenha seguidores e não falte quem dê
continuidade ao ministério que o homenageado e seus irmãos desempenharam em
situações tão difíceis e com tanta abnegação.
O coro local, ensaiado e dirigido pelo padre Artur Ribeiro, deliciou os presentes
com magistral execução do programa escolhido.
No fim da celebração a memória do homenageado foi evocada com a leitura dum
texto enviado pelo Dr. José Nunes Carreira, impedido de estar presente por motivos
de saúde, e o padre João Trindade falou das razões que o levaram a publicar o livro
que acabara de ser apresentado sobre os “Padres Lourenço de Alburitel” e que, de
alguma forma, despoletara esta homenagem.
Seguiu-se a visita ao cemitério onde foi inaugurado um monumento evocativo
do centenário.
De regresso, os convidados visitaram a residência paroquial onde foram
efectuadas obras de beneficiação e restauro de vulto com a ajuda de fundos
comunitários.
A fechar o programa, D. Delfina Lourenço, irmã dos Padres Lourenço, e seus
filhos, obsequiaram os convidados com um jantar oferecido em sua casa que foi
também a primeira residência paroquial.
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Notícias
Natal de Acção Católica Rural
A Acção Católica Rural da diocese de Leiria-Fátima, com militantes,
simpatizantes, familiares e amigos, reuniu-se para a habitual Ceia de Natal, que
decorreu no Outeiro da Ranha, paróquia de Vermoil, a 10 de Dezembro. Depois da
celebração da Eucarística, partilhou-se o que cada um levou. No serão de convívio,
cada secção apresentou uma animação previamente preparada. Neste mesmo dia
realizou-se também uma sessão da Escola de Animadores.
Reunião Diocesana Secretariados e Movimentos
Decorreu no passado dia 10 de Dezembro, no Seminário Diocesano de Leiria,
uma reunião diocesana para responsáveis de secretariados, comissões, associações,
movimentos e obras diocesanas, com o objectivo de “partilhar experiências e
procurar caminhos para que, de forma coordenada, se possa ir acertando o passo e
caminhar juntos”, referiu o Pe. Jorge Guarda, vigário-geral da Diocese.
Num primeiro momento os 16 movimentos e serviços diocesanos presentes
partilharam algumas iniciativas ao longo da caminhada de 2005, trocaram,
acentuando aspectos mais ligados ao atendimento e acolhimento.
As Oficinas de Oração sublinharam a necessidade de promover a oração e a
reflexão.
A Escola de Formação Teológica de Leigos e a Escola de Catequistas sublinharam
a necessidade de se delinear o futuro apostando em mais e melhor formação.
O MEC, o SDEIE e a Pastoral dos Ciganos apontaram no mesmo sentido mas
reconhecendo que esse investimento passa também pela promoção do voluntariado.
Em termos de acolhimento, pensou-se nos deficientes, mencionando a necessária
eliminação de algumas barreiras arquitectónicas.
O encontro foi ainda aproveitado para auscultar os secretários, associações e
movimentos presentes sobre o projecto de remodelação do edifício do Seminário
Diocesano, que irá contemplar diferentes espaços para serviços diocesanos, Centro
Pastoral, Casa de Retiros, residência sacerdotal, além do pré-seminário e Tempo
Propedêutico.
Sobre a Pastoral das Vocações afirmou-se a necessidade de promover uma
cultura vocacional e de organizar um verdadeiro serviço de Pastoral Vocacional, e
sublinhou-se o papel imprescindível da família enquanto berço das vocações.
No decorrer dos trabalhos abordaram-se ainda o acolhimento de pessoas numa
fase de perturbação, e a necessidade de uma experiência profunda de Deus e de amor
ao próximo.
212 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Notícias
Meditações sobre o Mistério da Encarnação
No dia 11 de Dezembro, terceiro Domingo do Advento, a Escola Teológica de
Leigos da diocese de Leiria-Fátima promoveu, na igreja de São Pedro, em Porto de
Mós, as Meditações sobre o Mistério da Incarnação. Contributo para uma vivência
mais intensa do Natal do Senhor, a reflexão foi orientada pelo padre Doutor Augusto
Pascoal e concluída com o canto de Vésperas.
Natal nos Estabelecimentos Prisionais de Leiria
«O perdão, a confiança e a alegria – dons de um menino que iluminam o nosso
caminho», foi o tema proposto pelos visitadores, «Os Samaritanos», aos reclusos e
reclusas dos Estabelecimentos Prisionais de Leiria, neste Natal.
As quatro propostas, uma em cada semana do Advento, convergiam na vivência
da noite de Natal. Por isso, nada melhor que começar perguntando: «Gostarias de
construir um presépio?» e prosseguir o desafio: «A quem gostarias de pedir perdão?»,
«Quem gostarias que to pedisse a ti?», e já perto do grande dia, colocar a questão
chave: «Como prepararias a tua cela para receber o nascimento de Jesus? Será que a
liberdade e a alegria são dons que o menino Jesus te quer dar neste Natal?».
A construção de presépio em materiais reciclados, reflexões sobre textos
alusivos à quadra, e algumas actividades como o origami (dobragens em papel),
criaram ambiente propício para o perdão, a confiança e a alegria, valores essenciais
ao acolhimento do Menino que quer nascer. Mesmo na véspera foi lançado o último
desafio: na noite de Natal acender uma vela na janela da sua cela.
Mas a caminhada iria continuar até à Festa dos Reis nos Estabelecimentos
Prisionais de Leiria, em partilha dos reclusos, sobretudo os jovens da Prisão
Escola, com vários grupos de jovens (Batalha, Colmeias, JUFRA/Leiria), o grupo
missionário Ondjoyetu e o grupo de Visitadores. Após a missa presidida pelo
capelão, houve festa em cada uma das unidades do estabelecimento, com leitura,
reflexão e partilha de um texto, cânticos e distribuição de lembranças. É de salientar
a participação activa, dinâmica e cheia de boa disposição dos jovens reclusos.
Preso há 4 anos (cumprindo uma pena de 7) o Pedro é um dos muitos jovens que
ali se encontra, mas que tem feito uma caminhada exemplar. Em conversa connosco
frisou bem que é muito duro estar ali, “sobretudo ao nível psicológico”, contudo,
acrescentou, “a Igreja, o grupo dos Visitadores e o capelão, fizeram-me encontrar
na religião uma forma de ultrapassar os problemas e as dificuldades. A revolta,
as dúvidas, o afastamento da família... ultrapassei tudo isso. Hoje tenho vergonha
da forma como antes pensava e agia. Temos de saber lidar com a consciência”.
Fora um líder pela força, hoje é líder pela motivação e consciencialização que foi
conseguindo. Tornou-se um exemplo para os colegas e até desejaria, um dia, se
possível, vir a ser padre.
| 39 • LEIRIA-FÁTIMA | 213
Notícias
Vigararias acolhem tema do “Acolhimento”
O Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral (SECOPA) da Diocese
de Leiria-Fátima começou a organizar, a partir de Dezembro, encontros de
apresentação do Projecto Pastoral, destinados sobretudo às vigararias. O objectivo é
motivar os principais agentes de pastoral para a reflexão do tema proposto para este
ano – “acolhimento” – e incentivar as comunidades a porem em prática algumas
iniciativas que concretizem esta temática. Já se realizaram estes encontros nas
vigararias de Milagres, Colmeias e Fátima, bem como na paróquia da Maceira. Em
geral, a participação foi numerosa, tanto por parte dos párocos como dos leigos mais
directamente envolvidos nas paróquias. Nota-se interesse efectivo pela aplicação do
Projecto, com reflexão nos grupos de acção pastoral e preocupação de passar das
ideias à prática. Exemplo disso foi, em Fátima, a própria organização do encontro.
Para além da partilha de ideias e propostas, houve também o acolhimento da equipa
diocesana e dos participantes com uma pequena merenda de convívio, no final,
exemplo claro de uma forma simples de mostrar simpatia, amizade e “acolhimento”.
Outros encontros se seguirão nos próximos meses.
214 | LEIRIA-FÁTIMA • 39 |
Serviços e Movimentos
Carlos Cabecinhas, director da Pastoral Litúrgica
O ano litúrgico - verdadeiro e eficaz “guia de vida cristã”
No arranque de um novo
ano litúrgico, iniciado com o
I domingo do Advento, fomos
aprofundar um pouco este
tema, numa entrevista com o
padre Carlos Manuel Pedrosa
Cabecinhas, licenciado em
Liturgia. Actualmente, este
padre diocesano desempenha
funções na equipa formadora do Seminário Maior de
Coimbra e é também director
do Secretariado Diocesano de
Pastoral Litúrgica e Música
Sacra, e membro do Secretariado Nacional de Liturgia.
Nesta pequena conversa, apresenta alguns dados históricos e
teológicos sobre esta forma de organização da liturgia anual da Igreja e testemunha
também o modo como vive pessoalmente essa organização e como ela pode ser
“pedagógica” para os fiéis.
Entrevista de Rui Ribeiro (In O Mensageiro)
Em termos práticos, o que é o ano litúrgico?
O ano litúrgico é a celebração, no decurso de um ano, de todo o mistério de Cristo. Toda a celebração cristã é sempre celebração de Jesus Cristo, mas tal celebração
estende-se, de forma diferenciada, aos vários momentos do ano. No dizer de um
liturgista italiano, “o ano litúrgico não é uma ideia, mas uma pessoa, Jesus Cristo e o
seu mistério realizado no tempo” (Bergamini). Em termos práticos, é a forma como
a Igreja nos propõe celebrar Jesus Cristo, com momentos de particular intensidade.
Tem a duração de um ano solar, ao longo do qual nos vai sendo proposto todo um
caminho de celebração e aprofundamento do conteúdo fundamental da fé cristã.
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Serviços e Movimentos
Historicamente, como se chegou à definição do ano litúrgico?
O ano litúrgico não conheceu sempre a estrutura e organização de hoje. Num
primeiro momento, a única festa cristã foi a Páscoa, celebrada, quer uma vez por
semana, ao Domingo, quer, de modo mais solene, uma vez por ano. Assim, a mais
antiga festa cristã é o Domingo, “Páscoa semanal”. Partindo daí, passa a dar-se particular relevo à celebração, uma vez por ano, da mesma festividade. Esta festa anual
da Páscoa, celebrada com uma solene vigília, está testemunhada desde o século II.
Esse núcleo festivo, que é a vigília, dará origem ao Tríduo Pascal e ao Tempo Pascal,
os cinquenta dias que se seguem ao Tríduo. Só posteriormente se estabeleceu um
período de preparação: a Quaresma.
Já estava assim estruturado este ciclo festivo pascal quando, na segunda metade
do século IV, surgiu o ciclo natalício. Para criar um certo paralelismo com o ciclo
pascal, para a celebração do Natal e da Epifania foi criado um tempo de preparação:
o Advento. Quer isto dizer que no século V o ano litúrgico já apresentava a configuração que hoje conhecemos.
Como está estruturado o ano litúrgico?
Como se percebe pela breve apresentação da evolução histórica, o ano litúrgico
tem três grandes ciclos: o ciclo pascal (Quaresma, Tríduo Pascal e Tempo Pascal), o
ciclo natalício (Advento e Tempo do Natal) e o Tempo Comum, isto é, os restantes
momentos do ano litúrgico que não pertencem a nenhum dos ciclos anteriores. É
claro que haveria ainda a referir o chamado “Santoral”, calendário das celebrações
da Virgem Maria e dos Santos, que atravessa todo o ano litúrgico.
Desses tempos e ciclos, qual o principal momento do ano litúrgico?
O momento central e mais importante do ano litúrgico é sem dúvida o Tríduo Pascal da paixão, morte e ressurreição de Jesus. No Tríduo, a celebração fundamental é
a Vigília Pascal. Toda a Quaresma orienta para a vivência e celebração deste Tríduo,
e o Tempo Pascal mais não é do que o prolongamento festivo dessa celebração. Em
segundo lugar, em termos de importância, está a celebração do Natal. Curiosamente,
a nível social, o Natal aparece como mais importante do que a Páscoa. Em terceiro
lugar, destaco o Domingo, como celebração semanal da Páscoa.
Qual é a sensibilidade dos fiéis para a vivência do ano litúrgico?
O ano litúrgico apresenta uma estrutura complexa, o que dificulta a sua percepção, por parte dos féis, como unidade. Julgo que uma parte significativa dos
cristãos não tem consciência clara do “ano litúrgico” como unidade. As celebrações
sucedem-se e a sua sequência é conhecida, mas não se vai muito além disso. A consequência desta pouca percepção do ano litúrgico como unidade é a inversão da
ordem de importância dos diversos momentos. Um exemplo flagrante é o do ciclo
pascal: tem mais relevo a Quaresma, período de preparação, do que o Tempo Pascal;
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Serviços e Movimentos
no próprio Tríduo Pascal, não é raro ter igrejas cheias para a celebração da morte do
Senhor, em Sexta-Feira Santa, mas bem menos gente na Vigília Pascal. Sinal desta
insuficiente consciência do ano litúrgico como um todo orgânico é o relevo dado a
algumas “devoções”, manifestações de piedade popular, em detrimento dos momentos do ano litúrgico. Contudo, esta insuficiente consciência não impede que muitos
cristãos vivam intensamente os momentos mais importantes do ano litúrgico.
Que aspectos litúrgicos e teológicos são enriquecidos
pela organização do ano litúrgico?
O ano litúrgico é, antes de mais, um modo de santificação dessa dimensão fundamental da nossa existência, que é o tempo. É um modo de tornar significativo, do
ponto de vista cristão, o ciclo do ano.
Habituámo-nos a quantificar o tempo com repartições matematicamente iguais
(horas, minutos e segundos; dias, semanas, meses, anos). Nessa lógica quantificadora, todas as horas são iguais, todos os dias têm a mesma duração… O ano litúrgico dá
“qualidade” a esse tempo, destacando alguns momentos; dá-lhes significado.
Contudo, o ano litúrgico tem também uma motivação “pedagógica”: a celebração do mesmo Jesus Cristo num ou noutro momento permite-nos captar o sentido e
aprofundar a inesgotável riqueza do Seu mistério, contemplado ora numa perspectiva, ora noutra.
Qual a sua experiência de vivência do ano litúrgico?
A pergunta parece-me vaga. De um modo geral, a minha experiência é a de que o
ano litúrgico é um verdadeiro e eficaz “guia de vida cristã”: permite-me aprofundar
a minha fé e alimentar a minha vida espiritual; põe-me em contacto com a Palavra
de Deus e motiva o confronto da minha vida com ela, bem como uma “leitura cristã” dos acontecimentos da minha vida e do mundo que me rodeia; permite-me a
saudável alternância entre momentos de grande intensidade e momentos de maior
distensão.
Que conselhos daria a quem pretende viver de forma
mais consciente o ritmo do ano litúrgico?
Precisamos de recuperar, antes de mais, a consciência da unidade do ano litúrgico
e da relação dos vários momentos entre si. A nível prático: prestar particular atenção
à Palavra de Deus, às leituras bíblicas que a liturgia nos apresenta em cada tempo
do ano litúrgico, que é sempre um elemento fundamental para uma séria vivência
dos vários momentos; deixar-se guiar pelos textos do Missal, que nos introduzem no
espírito de cada tempo; valorizar, a nível pessoal e familiar, os diversos momentos
festivos…
A Liturgia das Horas oferece também uma grande riqueza de elementos que nos
põem em sintonia com o momento do ano litúrgico que estamos a viver.
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Serviços e Movimentos
O Advento é um tempo essencialmente de quê?
O Advento é fundamentalmente um tempo de preparação para o Natal, marcado
pela espera, pela expectativa. As Normas Gerais sobre o Ano Litúrgico apresentam o
tempo do Advento como preparação para o Natal, no qual se celebra a primeira vinda
de Cristo, e como tempo de expectativa da vinda gloriosa de Cristo. Não é um tempo
penitencial, como a Quaresma, embora os convites à conversão, nas palavra de João
Baptista e do profeta Elias, se façam ouvir insistentemente. Tempo de conversão, por
ser tempo de preparação para a vinda do Senhor, é marcado porém pela “piedosa e
alegre expectativa”, segundo as referidas Normas. Os modelos dessa expectativa da
vinda do Senhor são, precisamente, João Baptista e Maria, a mãe de Jesus. Não há
momento mais “mariano” no ano litúrgico do que o Advento e o Tempo do Natal.
Como viver bem o advento?
O Advento e o Natal têm sofrido um desgaste notável. De facto, hoje, o Advento cristão começa quando, há já muito tempo, se iniciou o grande “advento”
comercial. Um tempo de preparação do coração pela conversão vê-se “afogado” em
solicitações consumistas. Para viver bem o Advento será, pois, necessário cultivar a
sobriedade em gastos natalícios, consoada e presentes… Viver bem o Advento será
concentrar-se no fundamental – a preparação interior – dando ao acessório o seu lugar. A nível litúrgico, a vivência do Advento está marcada pelo convite à preparação
para acolher o Senhor que vem, pela conversão, e à disponibilidade para a vontade
de Deus, a exemplo de Maria, vontade que conhecemos sobretudo pela sua Palavra,
a que importa dar lugar e atenção especial.
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Serviços e Movimentos
Carlos Jorge, presidente da Cáritas Diocesana
“A solidariedade não se esgota no porta-moedas”
O presidente da Cáritas Diocesana fala-nos da organização,
trabalho, sucessos e necessidades desta estrutura que dinamiza e coordena a pastoral social
da Igreja de Leiria-Fátima.
Nomeado há cerca de um
ano, Carlos Jorge encara este
desafio como “interessante e
útil”, serviço concreto à causa
da solidariedade social. Uma
atitude que considera necessário desenvolver na sociedade,
promovendo a “criatividade das
suas expressões”.
Atenta às necessidades pontuais que se deparam no dia-adia, a Caritas procura, sobretudo, “cuidar de uma pedagogia
de promoção e de criação de
condições de autonomia para
cada pessoa” e investe primordialmente na “animação das comunidades cristãs para
o testemunho da caridade organizada em cada parcela da Igreja”.
Entrevista de Rui Ribeiro (In O Mensageiro)
Como está estruturada a Cáritas a nível nacional e diocesano?
A Caritas, em Portugal, está organizada por dioceses e, por conseguinte, na exclusiva dependência do bispo de cada uma das dioceses.
As vinte Caritas diocesanas estão agrupadas numa união que é a Caritas Portuguesa.
A nomeação do Presidente da Caritas Portuguesa é da competência da Conferência Episcopal, competindo a cada um dos bispos diocesanos a nomeação das
direcções da respectiva Caritas.
A Caritas Diocesana de Leiria, como outras, goza de autonomia e personalidade
jurídica e tem a categoria de Instituição Privada de Solidariedade Social.
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Serviços e Movimentos
Que tipo de ajudas lhe são mais requisitadas?
A pergunta pode indiciar uma visão um tanto redutora da acção e missão da Caritas que não pode ser considerada com uma central de distribuição de bens. Cabe-lhe,
na verdade, uma missão de assistência nas situações de maior fragilidade, mas tem
de cuidar de uma pedagogia de promoção e de criação de condições de autonomia
para que cada pessoa possa refazer o seu circuito pessoal. Compete-lhe uma missão
de animação das comunidades cristãs para o testemunho da caridade organizada em
cada parcela da igreja. Cabe-lhe, também, intervir socialmente com empenhamento
directo na prevenção e solução dos problemas. Mas presta, efectivamente, algumas
ajudas às pessoas que a procuram.
Os tipos de ajuda requerida são de uma extrema diversidade e resultam, sobretudo, de insuficiências do foro psíquico, de desestruturação das famílias (divórcios,
separações…), e de incumprimento de obrigações legais. De um modo geral, é
muito difícil a subsistência familiar quando os ordenados ou salários, pensões ou
subsídios de sobrevivência são extremamente baixos e marcados pela precariedade,
combinados, em certos casos, com encargos de habitação, saúde e outras despesas
de primeira necessidade. As pessoas deparam-se com um mercado de habitação
dirigido, essencialmente, à aquisição de habitação própria, com uma publicidade
que tenta convencer que está ao alcance de todos, com a pressão do marketing que
conduz algumas famílias à assumpção de obrigações que não podem cumprir face
aos seus rendimentos.
Quais os serviços que presta mais regularmente?
A acção da Caritas é toda ela um serviço e uma ajuda, quer se considere o dia a
dia do seu atendimento quer se considerem os serviços regulares que presta à comunidade e às famílias.
No primeiro caso podemos considerar pequenas ajudas financeiras sobretudo
para medicamentos, contas de água e luz, ajudas para rendas de casa, o serviço em
bens de vestuário, em cedência de equipamentos para pessoas com deficiências ou
dependentes, nomeadamente cadeiras de rodas e camas articuladas. Outra ajuda importante às famílias é a que é prestada no âmbito do programa comunitário de Ajuda
Alimentar a Carenciados através do qual são contempladas mais de mil famílias do
concelho, com dezenas de toneladas de produtos alimentares.
Neste trabalho temos de salientar a importância da intervenção dos grupos paroquiais, sejam eles Caritas Paroquiais, Conferências de São Vicente de Paulo ou
grupos com outras designações.
Quanto aos serviços que a Caritas oferece regularmente, a Casa do Pedrógão, em
si mesma, é um serviço à diocese e à comunidade. As colónias de férias para crianças
e o espaço de convívio que representa para mais de 400 pessoas idosas, em cada ano,
não esgotam o leque de iniciativas a que se abre aquele espaço. Na verdade, grupos de escuteiros, movimentos paroquiais, associações diversas encontram nela as
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Serviços e Movimentos
condições propícias ao desenvolvimento das suas actividades. Mas os portugueses
conhecem a Caritas também pela sua presença activa ao lado das populações, seja
em Portugal ou noutra zona do mundo, por ocasião das grandes tragédias. A onda de
incêndios deste verão é apenas o último caso, o mais próximo, que fez da nossa diocese a zona de Portugal que mais famílias deixou de mãos vazias, com os seus bens,
incluindo a própria casa, consumidos pelas chamas. A acção da Caritas Diocesana de
Leiria foi imediata, nas ajudas de emergência e no apoio possível às corporações de
bombeiros, na mobilização de voluntários e da comunidade para atitudes de partilha
em ordem à reparação dos danos maiores. Carnide, Freixianda, Urqueira, Colmeias,
foram, entre outros, os pólos principais das maiores tragédias e que estão também a
suscitar as maiores atenções da Caritas. Dessas zonas, quinze famílias estão a sentir
a solidariedade activa da Caritas e com ela a de milhares de portugueses que se lhe
associaram na ajuda às vítimas. Algumas famílias, esperamos, irão já passar o Natal
nas novas habitações.
Quais os principais projectos da Caritas Diocesana?
Neste momento, mais do que grandes projectos, há preocupação em garantir a
sustentabilidade do que já se faz e que absorve grande parte das energias e recursos
disponíveis. De qualquer forma, a inadequação das actuais instalações está longe de
responder não apenas às necessidades mas também de exprimir com alguma dignidade o lugar que deve ter na igreja diocesana este serviço da pastoral social.
Naturalmente que nos preocupa também a insuficiência de meios humanos que
sejam detentores de saberes específicos ao nível da complexidade dos problemas
sociais actuais e para desenvolver trabalho em rede com outras instituições congéneres. Há ainda grande preocupação em desenvolver a formação dos agentes pastorais
na área social em ordem a um serviço mais qualificado.
Que dificuldades e necessidades são mais sentidas?
Algumas dificuldades já foram referidas, designadamente a falta de meios humanos qualificados, instalações e algumas dificuldades, porque não dizê-lo, no rejuvenescimento das equipas dos colaboradores voluntários.
Existem apoios?
É de salientar que a gratuitidade e o voluntariado atingem níveis de excelência.
Os colaboradores voluntários, com a sua dedicação, generosidade e entusiasmo, são
os seus apoios mais firmes. Naturalmente que muitas outras pessoas se revêem nos
programas e objectivos da Caritas, a estimulam e lhe dão todo o género de apoio
mesmo material. Na área dos apoios materiais a ajuda das comunidades cristãs
através da colecta anual do Dia da Caritas e a partilha de bens promovida no espaço
público na mesma ocasião, reúnem meios que são indispensáveis para a acção da
Caritas.
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Serviços e Movimentos
Em relação a instituições civis e outros serviços sociais da Igreja,
qual a ligação que é feita?
A Caritas não é uma ilha. Estando no mundo e em contacto permanente com
situações da maior fragilidade, precisa de se articular quer com outras organizações
eclesiais quer com organismos oficiais ou da sociedade civil. Actua em estreita colaboração com os grupos representativos das comunidades cristãs (com destaque
para os grupos Caritas paroquiais e para as Conferências de S. Vicente de Paulo,
tem mesmo estabelecido uma parceria com a paróquia de Leiria em ordem a garantir a sustentabilidade do Centro de Acolhimento de Leiria), mas integra do mesmo
modo outras identidade de que são exemplo, entre outras, a sua participação na rede
social dos concelhos de Ourém e Leiria a sua articulação com a Segurança Social e
Câmaras Municipais, como acontece agora a propósito dos incêndios. O Trabalho
em parceria é hoje uma exigência a que a Caritas não pode ser alheia por motivos de
eficácia e por ser participante activa no esforço comum na superação das dificuldades de muitas famílias.
Sente que a sociedade actual está sensibilizada para a
solidariedade e a ajuda aos mais necessitados?
A generosidade e a sensibilidade coexistem com a indiferença, pelo que a solidariedade precisa de ser estimulada. Hoje as pessoas requerem transparência, informação e conhecimento das causas que suscitem a solidariedade.
Também importa ser criativo quanto às formas por que se exprime a solidariedade da pessoa ou grupo. Importa fazer crescer e entender que a solidariedade não
se esgota no porta-moedas mas se pode e deve exprimir por muitas outras formas de
bem-querer na vida quotidiana. A Cartitas sente-se muito honrada e estimulada com
os níveis de compreensão com que a sociedade em geral a distingue.
Como sentiu a sua nomeação para presidir a esta instituição
e quais as razões que o levaram a aceitar esse cargo?
Tendo cessado a actividade profissional e entrado na situação de aposentado,
fiquei com mais tempo livre disponível. Porque se oferecia um campo de trabalho
diferente, interessante e útil e face à possibilidade de se constituir uma equipa directiva com pessoas interessadas e experientes, foi com satisfação que aceitei o convite
que me foi dirigido.
De salientar, a disponibilidade e a humildade de algumas pessoas que integravam
a direcção anterior, designadamente do seu presidente, que se prontificaram para
continuar a trabalhar, possibilitando desta forma o aproveitamento dos seus conhecimentos e experiências para a transição se fazer numa linha de continuidade.
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Serviços e Movimentos
Luís João, director da Pastoral Familiar
“A família é um projecto prioritário”
No dia 30 de Dezembro, celebrámos a
Sagrada Família. A família tem sido, ao longo
dos tempos, um dos temas preponderantes na
análise da sociedade, sobretudo no que diz
respeito à questão dos principais factores que
garantem ambientes sociais saudáveis. Neste
âmbito, ela é comummente chamada a “célula
base” da sociedade. Todos os estudos referem
que é sobre a “saúde” das famílias que se
constrói a harmonia social, e que surgem graves problemas sociais e os maiores atropelos
aos direitos humanos e à justiça social quando
a instituição familiar entra em “crise”. Se esta
questão é sempre pertinente, é-o muito mais
nos nossos dias em que o conceito familiar
tem sido alvo de constantes mudanças, alargamentos e alterações. Porque há famílias
“monoparentais”, “separadas”, “desfeitas”, e “recompostas”, e se erguem vozes a
reclamar as “homossexuais” é hoje absolutamente necessário falar de “família tradicional” para referir o núcleo constituído por pai, mãe e filhos.
Neste contexto, conversámos com o padre Luís Inácio João, director do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar (SDPF) e assistente dos Centros de Preparação
para o Matrimónio (CPM) e das Equipas de Nossa Senhora (ENS). Encarando a
família como “a célula fundamental” da sociedade, defende que “toda a pastoral
deve ser familiar, ou não será pastoral”, dado que a Igreja vê nela o “sinal da aliança
que Deus estabeleceu com o seu povo”. Quanto aos problemas que a afectam actualmente, aponta como razão principal a dificuldade da “descoberta da família como
projecto e do reconhecimento da sua prioridade”. Apesar de tudo, encara o futuro
com optimismo, apostando numa pastoral de proximidade, pela criação de “Equipas
Paroquiais de Pastoral Familiar, que permitam uma melhor organização local das
acções das famílias para a família”.
Entrevista de Luís Miguel Ferraz (In O Mensageiro)
Começo por perguntar: Ainda faz sentido falar em “família”?
Faz sempre sentido falar da família. Se alguma vez deixássemos de falar dela, ela
continuaria a falar em nós.
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Serviços e Movimentos
Mas é ainda uma “célula fundamental” ou a sociedade encontrou já
outras formas de se organizar que a possam substituir?
A família não é “uma” célula fundamental mas “a” célula fundamental da sociedade. Seria relativização perigosa confundi-la entre outras quando se destaca como primordial. Logo que a natureza ou o erro humano lhe infligem rude golpe, soa o alarme
e é urgente remediar, na medida do possível. Premeditar a sua substituição é atentar
gravemente contra a pessoa e, por conseguinte, minar a própria sociedade. Historicamente, vimos grandes abusos contra a família enquadrados em estratégicas de domínio, sobretudo ideológico. Os próprios opressores tiveram que emendar a mão, mal,
passando ao proteccionismo, para que ainda lhes restasse sociedade e… domínio.
O que acha das novas formas de união das pessoas, como sejam uniões
de facto, famílias monoparentais, famílias separadas e refeitas, casais
homossexuais? É possível integrá-las num tecido social saudável ou
considera que sejam “desvios” da sociedade “perfeita”?
Quem não distingue confunde. Não se pode pôr tudo no mesmo saco, nem tudo
dizer de uma só penada. Reconhecer a diversidade e a complexidade dos assuntos e
dos casos, e lidar com os limites de um vocabulário equívoco e conotado é já remar
contra a maré. Quando um assunto está na moda, é fácil que se imponha sem ter sido
encarado a fundo. As situações referidas são demasiado sérias para se ficar impávido
ao ver que a opinião pública tende a considerá-las coisa simples e normal. Por de trás
há dramas que, por mais que se pretenda, não iludem a questão fundamental e basilar
que é, salvo rara excepção, a busca de uma verdadeira expressão familiar. Sendo
assim, essas situações nunca deveriam ser encaradas como sucedâneas ou alternativas mas como apelos a mais e melhor família. Em todo o caso, na sociedade, sem o
classificativo de perfeita ou imperfeita, deve haver lugar para todos.
Mas, tendo em conta a proliferação dessas outras “expressões familiares”,
a leitura social que faz da realidade familiar dita tradicional é preocupante
ou não há ainda lugar para alarmismos?
Deveras preocupante é que se fale da família como coisa do passado e do futuro,
como tábua de salvação, e não como realidade presente e permanente. O adjectivo
“tradicional” é demasiado equívoco e tem sido explorado pejorativamente. Mesmo
assim, a família, não obstante a diversidade e até ambiguidade das suas formas,
emerge sempre como realidade conatural à pessoa humana. E o amor será sempre o
seu cimento mais forte.
Falando, então, do presente, quais são em seu entender os principais
problemas que as famílias modernas enfrentam?
Há hoje grande dificuldade, não só em estabelecer prioridades, mas também
em ser fiel ao que se reconhece ser prioritário. O princípio da fruição instintiva do
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Serviços e Movimentos
imediato e efémero constitui um risco. Os instintos condicionam o homem muito
menos do que os outros seres inferiores, mas não o protegem suficientemente. A
sua inteligência e vontade são decisivas. Só pensando e decidindo coerentemente,
a pessoa humana consegue sobreviver e, significativa coincidência, dignificar-se.
Para o homem, nada é um dado acabado, tudo é um projecto. A família, muito mais
que desfecho inevitável de uma atracção natural, é dada à consideração e à decisão
livre de cada um para a avaliar e nela investir o seu próprio ser. Mas o específico da
família é o amor-comunhão que pressupõe a decisão a dois de empreender a vida
em doação de ambos e de fazer disso um projecto prioritário. Entre os principais
problemas, teremos que destacar essa descoberta da família como projecto e o reconhecimento da sua prioridade.
E por que se tornou tão difícil encontrar esse “projecto prioritário”?
A cultura actual arrasta os próprios contenciosos enrolando as grandes questões,
em vez de as enfrentar. Entre estas, encontra-se a família que, sendo central, é atirada
para a periferia e, sendo incontornável, é adiada muitas vezes através de simulacros
e fugas para a frente. Falei de cultura, incluindo pessoas, instituições e sociedade,
todas dependentes da família e nela influentes. Esta omnipresença e transversalidade
constituem a força e a fraqueza da família, na qual tudo se repercute. Não admira que
o seu próprio seja posto em causa numa civilização que deslocou o seu centro da pessoa humana, ser em relação, cuja realização implica sempre o outro, para o indivíduo
que se ilude com uma auto-realização mais em competição do que em cooperação.
Este individualismo contradiz a capacidade de entrega, a gratuidade, a descoberta
e valorização das diferenças, a compreensão dos limites, o perdão e a cooperação
num projecto comum, e embala numa concepção redutora da família como bem de
consumo irresistível e imprescindível à auto-realização.
Acha que há solução para esse individualismo?
Claro que há e, felizmente, há quem a encontre. De qualquer modo, numa sociedade plural e de grande comunicação, nunca pensemos que a solução é simples, que
é um exclusivo de alguém, ou que serve apenas a família.
Mas será um regresso aos valores do passado, ou há perspectivas de
uma evolução positiva da actual “desordem” na instituição familiar?
Porque a família é uma instituição perene, os valores por ela pressupostos também
o são. Não faz sentido falar de regresso ao passado. Capacidade de entrega, gratuidade,
compreensão e comunhão são valores de sempre, sem os quais se instala a desordem
na família, hoje, tanto como ontem, ou no futuro. O desafio coloca-se em vivê-los em
circunstâncias diferentes. Nisso se comprova a necessária adaptabilidade da família.
Actualmente, numa grande diversidade de expressões, tudo se oferece, o melhor e o
pior. Caducou um sistema social que enquadrava os indivíduos num sistema de refe| 39 • LEIRIA-FÁTIMA | 225
Serviços e Movimentos
rências pouco menos que inalterável, e parece abrir-se a cada um uma escolha ilimitada
de opções. Digo “parece” porque, na realidade, não é assim, dada a força com que se
apresentam a oferta do vazio e a desmobilização da opção pessoal. De qualquer modo,
para uma boa escolha, exige-se uma capacidade de discernimento muito grande, em
todo o caso bem superior à que a comum educação hoje proporciona.
Sendo certo que há muitas famílias construídas sobre esses “valores
perenes”, para alimentar algum optimismo, podemos encontrar ainda
outros sinais positivos neste contexto da evolução social actual?
Essas famílias existem e são as primeiras a advertir que a sociedade lhes coloca
sérios obstáculos e nem sempre presta a cooperação e a complementaridade esperadas para conseguirem ser família como entendem e desempenhar bem o papel
educativo em relação aos filhos. Esta advertência é muito positiva e parece crescer.
Vai até surgindo alguma mobilização para uma entreajuda e uma acção concertada
no sentido de inverter a tendência para o alheamento e o desânimo. Na prática, vai
encontrando eco o apelo insistente de João Paulo II para que as famílias sejam as
primeiras protagonistas de um movimento de resposta às grandes questões da família e vai crescendo a consciência de que a família, como já referi, será sempre um
projecto em construção.
A Igreja dedica uma atenção muito especial à família. Será apenas
uma estratégia, como fazem outras instituições que não se permitem
menosprezar essa área fulcral, ou há uma razão mais profunda?
São Paulo, ao reparar como homem e mulher deixam pai e mãe para unirem as
suas vidas e destinos, viu aí o melhor sinal da aliança que Deus estabeleceu com o seu
povo, selada na entrega de Cristo até à morte para vida de todos. E, contemplando a
entrega perfeita de Cristo, não se continha que não dissesse aos cônjuges para procederem do mesmo modo um com o outro. A Igreja ilumina a família com uma nova luz,
ao mesmo tempo que se enriquece e esclarece com a luz que erradia da família. Esta é
a primeira atitude da Igreja, da qual deve partir toda a acção pastoral. Enviada ao homem, não pode esquecer que ele é chamado por Deus a viver em família, que a família
é o primeiro nível de vivência eclesial – Igreja doméstica – e que a Igreja universal é
chamada a realizar a comunhão como que numa família de famílias.
Centrando-nos na pastoral diocesana e, mais concretamente, nos três
serviços em que trabalha, SDPF, CPM e ENS, como estão organizados
estes serviços e quais são as suas principais linhas de acção?
O Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar tem uma função, antes de mais,
de coordenação de todas as iniciativas nesta área. Por isso, procura uma ligação
estreita com os movimentos especializados e as paróquias, que são as unidades fundamentais da organização diocesana. Os Centros de Preparação para o Matrimónio
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Serviços e Movimentos
e as Equipas de Nossa Senhora são movimentos de casais, autónomos, cada um
com o seu carisma próprio. Enquanto os CPM reúnem casais que aceitam fazer uma
caminhada de revisão de vida conjugal e familiar que partilham primeiro entre si e
depois colocam, sob a forma de testemunho, ao serviço dos noivos que se preparam
proximamente para o Matrimónio, as Equipas de Nossa Senhora têm em vista a vivência espiritual dos próprios casais que se reúnem mensalmente para partilharem a
sua caminhada e porem em comum as suas reflexões, alegrias e dificuldades.
E dentro desses dinamismos, para o corrente ano, há alguma novidade
na acção pastoral, algum projecto ou iniciativa que queira destacar?
Consideramos mais importante, este ano, aquilo que já é, ao mesmo tempo, resultado de esforços efectuados nos anos anteriores. Vinha-se a insistir na constituição
de Equipas Paroquiais de Pastoral Familiar, que permitam uma melhor organização
local das acções das famílias para a família, uma ligação efectiva com o Secretariado Diocesano e uma representatividade de toda a Diocese num futuro Conselho
Diocesano da Família. Com representantes das Equipas Paroquiais já existentes e
com os delegados dos movimentos familiares, o Secretariado Diocesano deu início
a uma colaboração estreita, que se concretizou na organização das jornadas e outras
iniciativas, desde a escolha dos temas ao modo de organização e mobilização. É um
esforço a prosseguir.
Um dos temas mais referidos quando se fala desta área pastoral é a
inserção de pessoas que se separaram e voltam depois a constituir novas
famílias. É feito algum trabalho em concreto neste campo?
Ainda há quem continue a imaginar uma solução que passe pela aceitação do
divórcio ou, pelo menos, por uma igualização, como se nada tivesse acontecido,
o que vem dar ao mesmo. Não é assim. Uma atitude pastoral passa, antes de mais,
pelo acolhimento e compreensão do que aconteceu, que não é forçosamente igual em
todos os casos. Pode concluir-se que vale a pena colocar ao Tribunal Eclesiástico a
questão da validade do primeiro matrimónio. Se não, nunca dispensando o discernimento de cada caso, o diálogo deve alimentar a fé no Senhor Jesus Cristo, que nunca
deixa de amar a todos com um amor único, e o acolhimento na caridade por parte
da Igreja deve levar à descoberta da atitude fundamental do mesmo Senhor que, não
deixando qualquer ambiguidade sobre a recusa do divórcio, manifestou claramente
que continuava a acolher os que erram. O que é importante é que, se não há condições para uma Comunhão Eucarística, que é a Nova Aliança de que o Matrimónio
indissolúvel é sinal, há outras formas extraordinariamente expressivas de união a
Jesus Cristo e de participação na vida da comunidade. Esta acção pastoral desenvolve-se essencialmente nas comunidades locais. Um outro aspecto a não descurar
e que sobressai é a necessidade de uma pastoral familiar e matrimonial que prepare
e solidifique as uniões.
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Serviços e Movimentos
Tendo em conta essa análise, sente que estamos no caminho certo ou
haverá que mudar estratégias pastorais, no caso da nossa diocese?
A principal mudança deve ser no sentido de toda a pastoral ser familiar, sob pena
de não ser pastoral, pura e simplesmente. Foi ainda João Paulo II que chamou a
atenção para isso. Dada a importância da família na condição da pessoa humana, na
Igreja e na sociedade, nada pode prescindir dela. Mas, mesmo perante esta ligação
estreita de tudo à família, não pode descurar-se uma pastoral familiar específica
e especializada. E então, abrem-se campos particularmente urgentes, tais como: a
preparação para o matrimónio, remota, próxima e imediata; o acolhimento e acompanhamento dos casais novos; a pedagogia do diálogo conjugal e familiar; a espiritualidade conjugal e familiar; o apoio aos pais na educação dos filhos; a formação com
vista a uma paternidade consciente e responsável; e, para retomarmos a prioridade
escolhida pelo Secretariado Diocesano, a constituição em cada comunidade paroquial de uma equipa de casais especialmente atenta à família, que anime e coordene
toda a acção em prol da família.
Uma mensagem final para as famílias diocesanas…
Gostaria de não esquecer nenhuma família, mesmo independentemente do seu
credo religioso. A todas gostaria de deixar uma mensagem de esperança, dentro do
espírito de Natal que ainda vivemos. Se não for perceptível a todos a extraordinária
surpresa, que os cristãos acolhem, de um Deus que nasceu homem no seio de uma
família humana, todos nos unimos pelo menos na dimensão familiar que o mesmo
Natal tomou na nossa civilização. É a melhor altura para desejar que as famílias se
percebam como um projecto com prioridade diante de todos os outros e para propor
uma união dos esforços de todas as famílias pela família.
V Encontro Mundial das Famílias
Decorrerá de 1 a 9 de Julho de 2006, em Valência (Espanha), o V Encontro Mundial das Famílias, que contará com a presença do Papa Bento XVI. Convocado pelo
Papa, realiza-se de três em três anos e tem reunido centenas de milhares de famílias
dos cinco continentes para rezar, dialogar, aprender, partilhar e aprofundar a compreensão da família como dom divino e do seu papel como Igreja doméstica e unidade
base da evangelização. Até à data os organizadores já receberam mais de 25 mil pedidos de participação de todo o mundo. Ao mesmo tempo decorrerá também a Feira
Internacional das Famílias, que dá a oportunidade às Associações, organizações e
entidades confessionais ou aconfessionais de todo o mundo, que trabalham em favor
da família, de apresentarem a sua identidade, actividades, projectos e experiências
aos inumeráveis participantes do Encontro, numa área de mais de 100 mil metros
quadrados, prevista para mais de um milhão e meio de pessoas.
Inscrições no site oficial do EMF: www.emf2006.org.
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Serviços e Movimentos
Relatório de Actividades do Triénio 2002/2004
Comissão Diocesana Justiça e Paz
1 - Nomeada por decreto do Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva de 17
de Janeiro de 2002, por um período de 3 anos, a Comissão Diocesana Justiça e Paz
iniciou de imediato a sua actividade, no tempo em que, por iniciativa do Papa João
Paulo II, se realizava em Assis o encontro de líderes religiosos de todo o mundo e se
assinava o “Texto do Compromisso Comum para a Paz” - 24 de Janeiro de 2002.
A Comissão fez a sua apresentação pública em 2 de Março seguinte, em sessão
realizada no Auditório da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, na qual proferiu uma conferência o Sr. Dr. Bagão Félix, então Presidente da Comissão Nacional
Justiça e Paz, subordinada ao tema “Justiça e paz em Portugal”. Na mesma sessão
foram apresentadas pela Comissão as grandes linhas da sua actividade, à luz de objectivos coincidentes com os da Comissão Nacional.
De entre essas linhas, destacámos: o estudo e divulgação da Doutrina Social da
Igreja; a apreciação de situações e problemas sociais e a denúncia da violação de
direitos da pessoa humana; a promoção da intervenção dos cristãos no campo político-social, respeitando o legítimo pluralismo de opiniões e a promoção da justiça e
da paz, em todas as circunstâncias.
Nesta linha, publicámos em 22 do mesmo mês um comunicado público centrado
em problemas actuais de justiça social, na área da diocese.
2 - Passando a abordar questões concretas, divulgámos em 22 de Abril um comunicado sobre o tema da imigração, desenvolvido em colóquio público realizado a
18 de Maio, no referido auditório, com a colaboração do Secretariado das Migrações
da nossa diocese e a presença e participação de muitos imigrantes da nossa zona. As
intervenções iniciais estiveram a cargo do Dr. Jorge Portas, Director Regional do
Centro do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Padre Sérgio Henriques do Secretariado Diocesano das Migrações e Roman Bunykovatyy da comunidade ucraniana.
Ainda em 2002, a Comissão debateu internamente o tema, então momentoso, do
novo Código do Trabalho e divulgou em 28 de Novembro a sua tomada de posição
sobre a matéria. Posteriormente, em 23 de Janeiro de 2003 abriu a discussão a debate
público, ainda realizado na C. C. Agrícola Mútuo de Leiria, com forte participação
de interessados, sendo o painel inicial de intervenções, representativo de diversas
posições, composto pelos Doutores Luís Brito Correia, Júlio Gomes e Pe. Peter
Stiwell, todos docentes universitários.
Em 17 de Fevereiro seguinte, a Comissão, em seguimento de uma recomendação
unânime do Conselho Pastoral Diocesano, tomou posição pública sobre a ameaça de
guerra com que se debate a Humanidade e, na linha das posições do Papa João Paulo
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Serviços e Movimentos
II, defendeu os valores da paz, do diálogo, do respeito pelo direito internacional e
da solidariedade entre todas as nações. No mesmo sentido, em 28 de Março, após o
início da guerra do Iraque, divulgou novo comunicado, subordinado ao título “Urgência da paz” e em 15 de Abril participou na organização no II Encontro das Igrejas
Cristãs de Leiria pela Paz.
3 - Ainda em 2003, debruçou-se sobre a temática do Desenvolvimento e a Paz e
evocou o 35º Aniversário da “Encíclica Populorum Progressio” do Papa Paulo VI e
sobre a actualidade deste notável documento pontificio. Convidou o Prof. Dr. António Barbosa de MeIo para uma conferência sobre o tema, que decorreu no auditório
da Livraria Arquivo, seguindo-se, como habitualmente, debate com a assistência.
Posteriormente, no decorrer de 2003, e a propósito da Constituição Europeia,
realizou um debate interno sobre o papel da Igreja na construção das Europa, que
viria a culminar com uma conferência do Senhor D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, na Aula Magna do Seminário, em 9 de Fevereiro de 2004, com larga
assistência, subordinada ao tema “Leigos na Europa”. Seguidamente aprofundou o
estudo da situação dos mais desfavorecidos, no nosso país – e em especial na nossa
região – a propósito de dados preocupantes vindos a público – e organizou novo
debate púbico, conjuntamente com a Caritas Diocesana, em 8 de Julho de 2004, na
Aula Magna do Seminário, também muito concorrido, em redor do tema “O problema da pobreza, a nível nacional e local” introduzido pelo Prof. Dr. Alfredo Bruto
da Costa, da Comissão Nacional Justiça e Paz e pela Assistente Social Drª Mavíldia
Frazão.
Finalmente, em 17 de Dezembro de 2004, novo debate público na Aula Magna
do Seminário, agora orientado pelo Dr. José Dias da Silva.
4 - Para além das realizações públicas promoveu a Comissão diversos debates
internos sobre temas como a liberdade religiosa, os problemas da habitação social
e a situação dos reclusos, com a colaboração de especialistas nos diversos assuntos,
que não foi possível trazer a público, no decorrer do seu mandato. Apesar de todas
as suas lacunas, julga que deu algum contributo para alertar as pessoas para a problemática actual da justiça e da paz na nossa diocese. Muito agradece o apoio do nosso
Bispo em todas as situações e, bem assim, de todas as instituições e personalidades
que colaboraram nas nossas iniciativas.
Relatório de contas do triénio
Comunicação (correio e telefone)
Artigos de expediente
Despesas
Conferências e colóquios
Programas, cartazes convites e publicitação
Comparticipação da Diocese
Receitas
Oferta anónima
Saldo positivo
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1006,63 €
169,93 €
795,21 €
1431,15 €
3000,00 €
500,00 €
97,08 €
Serviços e Movimentos
Comunicado da Comissão Justiça e Paz
Conhecer a pobreza, defender a vida
A Comissão Diocesana Justiça e Paz, recentemente nomeada pelo Sr. D. Serafim
de Sousa Ferreira e Silva, definiu já os grandes objectivos que se propõe prosseguir
no seu 1º ano de mandato, no seguimento do trabalho realizado pela sua antecessora. E, assim, na linha dos objectivos definidos para a Comissão Nacional Justiça e
Paz, que são também os da Comissão Diocesana, propõe-se entre outras finalidades:
estudar e divulgar a Doutrina Social da Igreja, à luz do Evangelho, aplicável a situações concretas do dia a dia da nossa comunidade diocesana; analisar e pronunciar-se
sobre temas que tenham a ver com os direitos do homem, a justiça e a paz; procurar
responsabilizar os cristãos por toda a problemática social e cívica, incentivando-os a
participar na vida pública, sem prejuízo do pluralismo de opções.
Assim, propõe-se retomar o tema da pobreza na nossa comunidade, em todas as
suas facetas, dando seguimento e procurando aprofundar o trabalho empreendido
anteriormente. Para o efeito promoverá um inquérito junto das paróquias, solicitando a colaboração destas e de instituições particulares de solidariedade – IPSS – nelas
sedeadas. Estudados os resultados, fará a sua apresentação, submetendo-os ao conhecimento de especialistas e a debate público, na busca de soluções.
Propõe-se também retomar as grandes linhas da Constituição Pastoral sobre a
Igreja no Mundo Contemporâneo, emanada do Concílio Vaticano II, que mantêm
plena actualidade, debruçando-se em especial sobre o capítulo respeitante à “Comunidade Política”, procurando alertar os cristãos, em particular os jovens, para as suas
responsabilidades no tempo presente e incentivando-os a colaborar na vida pública.
Focando em especial a área da diocese, procurará aprofundar o problema infelizmente tão actual dos incêndios, suas causas e consequências, em particular no campo
social, assim como danos sofridos e forma de os procurar resolver. Considerará as
responsabilidades em especial do Estado, Sociedade Civil, Igreja e simples cidadãos
e a forma de dar remédio ao passado e prevenir o futuro.
Anuncia-se para o próximo ano um referendo sobre a interrupção voluntária da
gravidez. A Comissão está já a estudar o assunto à luz da ciência e da doutrina da
Igreja e tendo em conta as realidades actuais e, oportunamente, tomará posição pública e promoverá outras iniciativas.
A Comissão terá ainda em conta outras situações e, em especial, a crise com que
o país e a região se debatem, em particular no que se refere aos aspectos sociais,
e terá sempre presente a problemática da paz nos planos internacional, nacional e
local. Logo que programada a sua actividade, a Comissão divulgará as acções previstas. Pede desde já a colaboração de instituições públicas e particulares que vierem
a ser solicitadas, assim como da comunicação social, dados os fins de interesse geral
que prossegue.
Leiria, 3 de Novembro de 2005
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Serviços e Movimentos
Encontros mensais de reflexão do MEC
O Movimento de Educadores Católicos (MEC) iniciou o novo ano pastoral, no
passado 8 de Outubro, com uma palestra do psicólogo Dr. Carreira, subordinada
ao tema “Discernimento de carismas e espírito de serviço”. Durante cerca de duas
horas, o orador captou a atenção dos professores presentes, discorrendo sobre o conhecimento pessoal e o contributo de cada um para a ajuda e valorização dos outros.
Como escreveu Henry Adams, “um professor influi para a eternidade; nunca se pode
dizer até onde vai a sua influência”.
Do programa para o novo ano haverá, entre outras iniciativas, encontros mensais,
para estudo de um tema, que será desenvolvido por um orador convidado.
Assim, a 12 de Novembro, foi abordado o tema “Apresentação do Projecto
Pastoral Diocesano e a intervenção dos Movimentos (do MEC) na sua dinâmica”.
Foi orador convidado o Padre Jorge Guarda, Vigário Geral da Diocese. Depois de
apresentar resumidamente o Projecto Pastoral da Diocese para os próximos anos, o
orador falou do papel que cada cristão deve assumir na sua dinâmica. O Projecto só
interessa e é válido se conseguir mobilizar as pessoas e as instituições. É importante
que cada cristão, individualmente ou em grupo organizado, dê o seu contributo, intervenha com os seus talentos, ou seus dons ou carismas, em favor da comunidade.
Cada um é único e “a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao
bem comum” (I Cor. 12, 7).
Com grande clareza e capacidade de comunicação o orador manteve o interesse
dos assistentes ao longo das duas horas que durou a conferência, deixando em todos
o desejo sincero de contribuírem para a realização efectiva do Projecto Pastoral Diocesano. A terminar o Encontro, como era festa de S. Martinho, houve um animado
magusto, e todos conviveram alegremente até ao final da tarde.
O encontro de Dezembro esteve, naturalmente, centrado no mistério do Natal,
o nascimento do Deus Menino, que veio para unir todos os homens como irmãos.
Foi na tarde do dia 16 e teve como orador convidado o Padre Adriano Brites que,
recorrendo à Dinâmica de Grupo, envolveu facilmente todos os presentes num animado trabalho de reflexão conjunta, a que o mesmo deu o título: «Sob o signo do
acolhimento... é Natal!»
Em perfeita sintonia com o Projecto Pastoral Diocesano, que propõe o Acolhimento como a principal atitude a cultivar ao longo deste ano, e porque era Natal,
foi sobre o acolhimento que se falou e se reflectiu. E a síntese da reflexão foi assim
resumida pelo Padre Brites no pequeno texto que deixou aos participantes: «Como
Maria, que acolheu com o seu SIM a Palavra de Deus e a fez frutificar para nós, saibamos, como frágeis vasos de barro, reconstruir o coração para acolher o dom que
Ele nos oferece e o derramar sobre todos os que connosco se cruzam».
No final, todos viveram com intensidade a celebração Eucarística, e continuaram
o encontro com o jantar de Natal, num restaurante dos Marinheiros.
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