viabilidade de implantação de oficina de confecção de fluturador

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viabilidade de implantação de oficina de confecção de fluturador
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VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE OFICINA DE CONFECÇÃO DE
FLUTUADOR SALVA-VIDAS NO CBMGO
Frederico Magalhães Guerra1
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo verificar a viabilidade da implantação de oficina de confecção
de flutuador salva-vidas no CBMGO, e se justifica em razão da importância desse nas
diversas operações no meio líquido no Estado de Goiás em especial a Operação Férias. No
presente estudo foi realizado o levantamento de custo da matéria prima e mão de obra
necessárias para confecção do flutuador salva-vidas, foi realizado testes relacionados à
capacidade de flutuabilidade e resistência a tração longitudinal do equipamento. Com os
dados, foi possível estimar o custo total de R$ 53,00 por flutuador e observar através dos
testes a capacidade do equipamento em garantir a flutuação de duas pessoas (167 Kg) e
uma resistência a tração de 156 Kg. A análise dos dados permitiu a comprovação do baixo
custo de produção em oficina própria do CBMGO de um equipamento com características
que atende as necessidades de salvamento e prevenção de afogamentos, em obediência ao
princípio da eficiência, buscar o melhor resultado com o menor dispêndio.
PALAVRAS CHAVE: viabilidade, oficina, flutuador salva-vidas.
ABSTRACT
This work aimed to verify the feasibility of deployment of float making workshop lifeboats in
CBMGO, and is justified because of the importance of the various operations in the liquid
medium in the state of Goiás in particular Operation Holiday. In the present study was a
survey of cost of raw materials and labor necessary to construct the float rescue was carried
out tests related to the ability of buoyancy and resistance to longitudinal traction equipment.
With the data it was possible to estimate the total cost of R$ 53.00 per float through the tests
and observe the ability of equipment to ensure the buoyancy of two persons (167 kg) and a
tensile strength of 156 Kg analysis data allowed the confirmation of the low cost of
production in the workshop itself CBMGO of equipment with features that meet the needs of
rescue and prevention of drowning, in obedience to the principle of efficiency, get the best
result with the least expenditure.
KEYWORDS: feasibility, workshop, float rescue.
1
Aluno do Curso de Formação de Oficiais, terceiro ano, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Goiás. E-mail: fredyfire193@@yahoo.com.br
2
1 INTRODUÇÃO
O trauma, diferentemente de outras doenças ocorre inesperadamente na
maioria dos casos, o que, invariavelmente, cria uma situação caótica no seio da
família. Entre os diferentes tipos de trauma, o maior impacto é sem dúvida o
"afogamento". Situações de desastre da família podem ser observadas quando
famílias inteiras se afogam juntos por ignorância, ou na tentativa infrutífera de salvar
uns aos outros (SZPILMAN, 2012).
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás - CBMGO realiza diversas
operações no intuito de garantir a incolumidade das pessoas, em especial a
Operação Férias, período no mês de julho que um grande número de turistas
desloca-se para balneários, principalmente para margens do rio Araguaia, e outras
como eventos decorrentes de chuvas de verão, enchentes, alagamentos e
inundações em áreas de risco realidade que se torna mais comum nos dias de hoje,
atuando em diversas ocorrências no meio aquático.
Considerando a estatística de atendimentos de resgate – iminência de
afogamento em Goiás, na capital e interior nos anos de 2010 e 2011:
Quadro 1 – Estatística de Resgate – Iminência de Afogamentos – Período de 1º
janeiro a 31 dezembro de 2010.
NATUREZA
TOTAL GERAL
10
CÓRREGO
27
LAGO
31
PISCINA
36
RIO
11
REPRESA
0
BARRAGEM
43
OUTRO / EMINÊNCIA DE AFOGAMENTO
158
TOTAL
CAPITAL
7
15
16
18
7
0
28
91
INTERIOR
3
12
15
18
4
0
15
67
Fonte: Adaptado da Estatística e Análise da Informação – BM1/CBMGO (2010)
Quadro 2 – Estatística de Resgate – Iminência de Afogamentos – Período de 1º
janeiro a 31 dezembro de 2011.
NATUREZA
TOTAL GERAL
18
CÓRREGO
28
LAGO
12
PISCINA
5
RIO
7
REPRESA
0
BARRAGEM
28
OUTRO / EMINÊNCIA DE AFOGAMENTO
98
TOTAL
CAPITAL
7
1
2
0
1
0
5
16
INTERIOR
11
27
10
5
6
0
23
82
Fonte: Adaptado da Estatística e Análise da Informação – BM1/CBMGO (2011)
3
Apreciando a importância do flutuador salva-vidas no salvamento de vitimas
no meio aquático, por proporcionar flutuabilidade à vítima e ao próprio GuardaVidas, oferecendo um meio de proteção ao guarda-vidas e segurança à vítima.
Destarte, este trabalho tem por objetivo demonstrar a viabilidade econômica
através da comprovação do baixo custo de produção em oficina própria do CBMGO
de um equipamento que atenda as necessidades de salvamento e prevenção de
afogamentos, buscando os seguintes objetivos específicos:
- relatar a importância da utilização do flutuador salva vidas;
- desenvolver as etapas para oficina de produção do flutuador salva-vidas;
- verificar o custo do equipamento no final do processo de confecção;
- avaliar através de testes práticos as características do protótipo, referente à
capacidade de flutuabilidade e resistência a tração longitudinal.
Portanto o estudo em questão visa atingir os possíveis benefícios com a
implantação da oficina de flutuador salva-vidas. Uma oficina que pode resultar na
disponibilidade de um maior número de flutuadores salva-vidas com menor custo à
todas unidades de bombeiros para ações preventivas a afogamentos em toda região
de atuação no meio líquido, o que, por conseguinte aumentará a cobertura e
eficiência dos serviços prestados à sociedade.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância do Flutuador Salva-Vidas
A presença de pessoas em rios, lagos e represas, etc., infere, por menos
provável que pareça, no risco de afogamento:
Mesmo com a prevenção adequada, as pessoas, por negligências,
imprudência, imperícia, ou por más condições físicas e mal súbito que
podem causar paradas cardíacas e respiratórias, desmaios e câimbras, ou,
ainda, em razão de acidentes com barcos, podem encontrar-se em
situações de perigo, de tal maneira que se não forem prontamente
socorridas poderão afogar-se (MTB-09, 2006).
A prevenção em ambientes aquáticos é uma série de medidas tomadas,
preventivamente, pelas autoridades competentes, através de proibições ou
limitações de áreas impróprias para o banho. Completam tais medidas a atuação do
4
pessoal e material especializado, sinalizações por meio de bandeirolas, apitos e
demarcações da área de banho (MACHADO, 2001).
O flutuador salva-vidas no salvamento aquático oferece segurança ao
socorrista e a vitima impedindo o contato direto, pois quando menos se espera, a
vítima na iminência de afogamento entra em pânico, debatendo-se na superfície de
forma quase incontrolável e, por causa do instinto de conservação, segura-se com
todas as suas forças a qualquer pessoa ou objeto que apareça ao seu alcance
(MTB-09,2006).
Portanto, nas atuações em iminência de afogamento, o sucesso do
salvamento está diretamente ligado a utilização do equipamento flutuante, e sem
dúvida, indispensável para o Guarda-Vidas. Para resultados eficazes é importante
que o Guarda-Vidas em um salvamento esteja preparado, seja conhecedor das
técnicas, para ter esta vantagem: flutuabilidade à vítima e ao próprio Guarda-Vidas,
e um meio de proteção ao Guarda-Vidas, pois colocado entre ele e sua vítima, evita
ser agarrado.
SEGERSTROM et al (2002) afirma que o melhor tratamento contra o
afogamento é a prevenção, ou seja, reconhecer a vítima potencial e não deixar
acontecer o evento. Portanto, ao se adotarem medidas preventivas em determinada
região é fundamental conhecer os riscos e perigos, bem como o público usuário, a
fim de saber quais medidas preventivas se pretende adotar.
2.1.1 Utilização do flutuador salva-vidas
A utilização de equipamentos para salvar pessoas dentro d’água vem sendo
utilizado há vários séculos. Sua importância é tão grande hoje em dia que somente
em raras circunstancias, admite-se que um profissional de salvamento aquático
trabalhe sem a ajuda de um ou mais materiais de salvamento (SZPILMAN, 2001).
O Dr. David Szpilman (2001) afirma que os principais benefícios de se utilizar
materiais de salvamento são:
 Segurança para o socorrista – a vítima agarra o material, e ao segurar a bóia de
salvamento acalma as vítimas.
 Sustentação da vítima na superfície sem exaurir demais o socorrista, permitindo
os primeiros socorros dentro da água.
 Redução do desgaste físico e aumento da velocidade de retirada da vítima de
dentro da água.
5
 Salvamento de múltiptas vítimas.
O salvamento aquático muito utilizado em operações de bombeiros do
Estado de Goiás, primando a maior segurança, consiste no trabalho em dupla e com
equipamentos que facilitam o salvamento, como flutuador salva-vidas e um par de
nadadeiras.
Segundo MTB-09 (2006), salvamento aquático são todas as operações
realizadas em rios, lagoas, represas, mar, enchentes, piscinas e outros mananciais
de água, visando à prevenção da integridade física de pessoas que se envolvam em
ocorrências em que a água seja o agente causador de acidentes.
O flutuador salva-vidas, também conhecido como Rescue-tube ou life belt é
um equipamento utilizado por inúmeros Guarda-Vidas de todo o mundo, pois sua
maneabilidade permite ao socorrista estar sempre com ambas às mãos livres. Isso
permite maior segurança a vítima, e ao socorrista (caso a vítima esteja consciente)
utilizar qualquer estilo de natação, sempre com a atenção voltada para o afogado.
Este equipamento também permite ao socorrista, após o afogado estar seguro pelo
rescue-tube, ser usado como uma bóia maior por outros afogados (SZPILMAN,
2001).
Conforme Smicelato (2005) o procedimento de salvamento utilizando o
flutuador salva-vidas, resumi-se em:
1. Ao avistar a situação de emergência, que requeira sua intervenção na água, o
Guarda-Vidas deverá, enquanto corre, soltar o cabo do flutuador e vestir o cinto, pôr
sobre a cabeça, passando-o pelo tórax de forma a ficar na diagonal, entre um ombro
e a lateral oposta do corpo, embaixo do braço.
2. O Guarda-Vidas deve nadar na direção da vítima sempre com a cabeça fora
da água, sem perdê-la de vista. O flutuador acompanhará o Guarda-Vidas, não
devendo ser objeto de preocupação.
3. Aproximar-se a uma distância segura, feita pela frente da vítima, enquanto é
realizada uma análise visual da situação.
4. O Guarda-Vidas deverá permanecer a mais ou menos dois metros dela,
evitando assim ser agarrado e comprometendo a segurança da operação.
5. Enquanto identifica-se para a vítima, o Guarda-Vidas oferece a ela seu
flutuador. Deve segurá-lo pela sua extremidade unida ao cabo, e prolongar seu
braço de forma que a vítima possa segurar a outra extremidade. O flutuador deverá
ficar entre o Guarda-Vidas e a vítima por extenso mantendo uma boa distância entre
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ambos, evitando assim espaço para que a vítima agarre o Guarda-Vidas. A vítima irá
agarrar o flutuador, e, com isto, obter flutuabilidade suficiente para que o Bombeiro
possa seguir adiante em seu procedimento.
6. Vestir o flutuador na vítima, enquanto a vítima se acalma, o Guarda-Vidas
deverá contorná-la, ficando às suas costas, sempre segurando pôr uma extremidade
do flutuador. Então, com a outra mão, irá pegar a outra extremidade pôr baixo dos
braços da vítima, trazendo-a na sua direção até juntar as duas partes. Muita atenção
neste momento, pois o Guarda-Vidas não deverá se descuidar dando oportunidade
a uma vítima apavorada que o agarre.
7. Neste momento deverá fechar o mosquetão em uma das argolas, conforme
as dimensões da vítima, ajustando-o pôr baixo dos braços, e orientando-a a segurar
no flutuador firmemente.
8. Após ter certeza de que a vítima está em boas condições, com o flutuador
vestido, o Guarda-Vidas toma o sentido da terra e nada vigorosamente, mantendo a
vítima a reboque.
2.1.2 Cuidados com o Equipamento
A utilização do flutuador salva-vidas requer alguns cuidados, a inspeção
inicial do material é o procedimento básico para operações com o flutuador, segundo
Smicelato (2005) o guarda-vidas deverá segurar com ambas as mãos o flutuador e
percorrer com elas todo o seu corpo verificando possíveis defeitos, rasgos e
descolagem; tencionar o cinto e o cabo diversas vezes, verificando sua resistência,
analisar o mosquetão, verificando a flexibilidade da mola. O flutuador deverá ser
lavado ao final do serviço, com água e sabão neutro, e em seguida acondicionado
com o cabo e o cinto alongado, para secar.
Portanto para uma maior durabilidade do equipamento, conforme Smicelato
(2005) são fundamentais os cuidados com equipamento e advertências como:
1- efetuar inspeções periódicas no equipamento;
2- não utilizar como almofada ou travesseiro;
3- não colocar e/ou armazenar junto com materiais perfuro-cortantes;
4 - Guardar em local fresco e arejado;
5 - Não cortar partes do equipamento.
7
3 METODOLOGIA
3.1 Métodos
O trabalho em questão configurou-se pela utilização de três métodos de
pesquisa para o levantamento da viabilidade do objeto em estudo, implantação de
oficina de produção de flutuador salva-vidas, o primeiro foi a pesquisa bibliográfica
tendo sido consultadas algumas obras correlatas ao tema, a segunda foi a pesquisa
de campo com caráter exploratório abordando as coletas de dados que envolveram
pesquisa de preços, e a terceira a pesquisa experimental com realização de testes
do flutuador e registros fotográficos do processo de produção.
O estudo valeu-se do método indutivo, segundo Lakatos e Marconi (2003), o
método indutivo é um processo por intermédio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal,
não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é
levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais se basearam.
Nesse sentido, o presente estudo teve como foco a produção de flutuador
salva-vidas para atender as diversas operações no meio aquático do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Goiás, em especial a Operação Férias. A amostra
em estudo foi o protótipo de flutuador salva-vida desenvolvido em oficina própria,
que permite a avaliação de suas características técnicas/operacionais, custo final de
produção, por conseguinte o levantamento da viabilidade de confecção nos quartéis
do CBMGO.
3.2 Materiais
No transcorrer do estudo, fez-se uso do papel A4 para registro e impressão
de dados; computador tipo notebook; programa Word para digitação, formatação do
trabalho, construção de tabelas e manipulação das fotos; máquina fotográfica para
registro das etapas de confecção do flutuador salva-vidas e para registro dos testes
realizados; levantamento de orçamentos da matéria prima e mão de obra em
estabelecimentos da área, régua milimetrada, caneta, tesoura, régua para riscar,
isqueiro, fita adesiva e matéria prima utilizada no processo de confecção do
protótipo.
8
3.3 Coleta e tratamento dos dados
Para a realização deste trabalho, foi elaborado um cronograma com o intuito
de facilitar o total cumprimento das atividades.
A primeira etapa consistiu em uma revisão bibliográfica em livros e obras
disponíveis na rede mundial de computadores, a fim de conseguir elementos
substanciais para elaboração do referencial teórico.
Na segunda etapa, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2012 foi
realizado o levantamento do custo de produção do flutuador, através da pesquisa de
preço, no varejo, da matéria prima e mão de obra, necessária nas lojas de venda de
couros, lonas e material selaria, lojas de serviço de recuperação de lonas e
empresas de tendas na região de Campinas em Goiânia-GO.
Para análise dos dados da 2ª etapa foi feito duas tabelas no Microsoft Word,
uma com o preço da matéria prima, detalhando item por item, e outra com o valor da
mão de obra de costura e vulcanização e hora trabalhada do Soldado (calculada
dividindo o salário por 240 horas mensais trabalhadas).
Por fim, foi confeccionado o flutuador salva-vidas para a realização dos testes
e registros fotográficos das etapas de produção.
O flutuador foi utilizado nas aulas de salvamento aquático ministradas ao
Curso de Formação de Oficiais e Curso de Formação de Praças 2012 em piscinas e
lagos – Goiânia – GO, sendo observadas as características e compatibilidade com a
atividade de salvamento.
No teste de flutuabilidade, realizado no dia 20 de janeiro de 2012, na piscina
do 1º Batalhão Bombeiro Militar, Goiânia – GO foi observado o comportamento do
flutuador sustentando duas pessoas na água, simulando situações de salvamento.
O teste a tração foi realizado no dia 28 de fevereiro de 2012, no Laboratório
de Materiais de Construção na Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal
de Goiás, com auxilio do professor Engenharia civil, onde os materiais (fita que
transpassa o flutuador confeccionada na lona sider, juntamente com o mosquetão,
argola e o cabo de 8mm) foram submetidos a uma máquina, que permite
dimensionar a capacidade de resistência a tração, sendo avaliado cada material até
a carga máxima de rompimento ou deformação.
A análise dos dados dos testes consistiu em verificar características e
capacidades essenciais para o salvamento aquático, suposição de operação do
flutuador salva-vidas em situações diversas de emprego do equipamento.
9
O desenvolvimento das etapas da oficina de produção do flutuador resumiuse no registro através de fotos do processo passo a passo e detalhamento de cada
etapa realizada durante a confecção do protótipo.
Depois do tratamento do conjunto de dados, foram obtidos os resultados da
pesquisa, que analisados diligentemente, fundamentaram as conclusões do
presente estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme os objetivos específicos para este estudo e a eficiência realizada
nos tratamentos dos dados, os resultados são elencados a seguir e discutidos:
4.1 Pesquisa de preço
Para o levantamento do custo total do Flutuador foi realizada a soma do custo
da matéria prima e mão de obra, perfazendo o total de R$ 53,00 (cinqüenta e três
reais e oitenta centavos) cada unidade, conforme tabelas e de acordo com as
especificações abaixo, o que representa 17,66% do custo do modelo utilizado que é
R$ 300,00, conforme orçamento no Anexo IV.
Tabela 3 – Custo da Matéria Prima Utilizada
Material
Unidade
Quantidade
R$ Unit.
R$ Total
Espuma impermeável Pack
Metro
1
9,00
9,00
Lona Sunset
Metro
0,5
20,00
10,00
Lona SIDER reforçada
Metro
0,07
93,00
3,25
Argola com solda aço 29mm
Unidade
2
0,20
0,40
Meia argola com solda aço 38 mm
Unidade
2
0,35
0,70
Mosquetão Guia PE redondo aço
Unidade
1
1,50
1,50
Fita CAEA 50mm preta
Metro
1,5
1,20
1,80
Cabo de Polipropileno 8mm
Metro
3
0,70
2,10
Total
Fonte: elaborada pelo autor com base em valores coletados na tomada de preços
28,75
10
Especificações dos Materiais
1. Espuma impermeável de polietileno, tipo Pack, células fechadas, densidade de
30 kg/m3, 12mm espessura (R$ 9,00 / metro, largura 1,20 metro) – Utilizados 7
unidades de 14cm por 1 metro por 12mm – Total R$ 9,00; (Fernanda Couros)
2. Lona Sunset (R$ 20,00 / metro, largura 1,45m) – Utilizado 0,5 metro –
15x15x8x8cm - Total R$ 10,00;
Lona Sunset é impermeável, possui em seu avesso uma camada de PVC
especial, passagem de luz, reduzindo o calor. Fácil de lavar e com grande
durabilidade, possui aditivação anti-uv e tratamento ressecamento e amarelamento
precoce. Cor: Vermelho, composição 100 % poliéster, peso 700g/m², largura 1,45m,
espessura 0,54mm, resistência à tração – urdume 130 kgf / 5 cm, resistência à
tração – trama 96 kgf / 5 cm, resistência ao rasgo – urdume 31 kgf, resistência ao
rasgo – trama 25 kgf, alongamento – urdume 21 %, alongamento – trama 22 %. (Rei
das Lonas)
3. Fita de lona sider reforçada (R$ 93,00 / largura 3m) – Utilizado fixação 70 mm
dobrada por 1500 mm – Total R$ 3,25;
SPE 11226 (Sider) Vermelho Laminado flexível de PVC reforçado com tecido
de poliéster. Acabamento brilhante, aditivado com anti UV,anti fungo, anti oxidante, e
com retardante de chama. Largura : 3,00 metros, Bobinas : 50 metros lineares. Peso
910 g/m2, espessura 0,80 mm, largura 3000 mm, resistência à ruptura 420 kg/5cm,
alongamento à ruptura 25 %, resistência ao rasgo 45kg. (Luana Plásticos)
4. Cabo de Polipropileno virgem (alma e capa) 8mm, proteção anti-UV (R$ 0,80 /
metro) – Utilizado 3 metros – Total R$ 2,10 (Fernanda Couros)
5. Argola com solda aço inoxidável 29mm (R$ 0,20) – Utilizado 2 unidades – Total
R$ 0,40, (Fernanda Couros);
6. Meia argola com solda aço inoxidável 38 mm (R$ 0,35) – Utilizado 2 unidades –
Total R$ 0,70, (Fernanda Couros);
7. Mosquetão Guia, elo redondo, em aço inoxidável (R$ 1,50) –Utilizado 1 unidade
– Total R$ 1,50, (Fernanda Couros);
8. Fita 50mm em nylon preta – (R$ 1,20 / metro) – Utilizado 1,5 metros – Total R$
1,80, (Fernanda Couros);
A mão de obra necessária é contemplada na tabela abaixo, sendo que a
costura da fita e a vulcanização do revestimento são terceirizados (Anexo II).
11
Tabela 4 – Custo da Mão de Obra Utilizada
Serviço
Unidade
Quantidade
R$ Total
Costura da fita 50mm
Unidade
1
3,00
Solda vulcanizada da Lona
Unidade
1
15,00
Bombeiro hora trabalhada
Hora
0,5
6,25
Total
24,25
Fonte: elaborada pelo autor com base em valores coletados na tomada de preços
4.3 Testes Realizados
O flutuador foi utilizado durante as aulas de salvamento aquático ministradas
ao Curso de formação de praças 2012 na ABM – Goiânia – GO, sendo observado
pelos instrutores e avaliado como eficiente as características e compatibilidade do
equipamento e eficaz quando somado a escolha da melhor técnica, conforme Anexo
III.
4.3.1 Flutuabilidade
Este ensaio visa verificar a capacidade de manter uma pessoa desamparada,
em estado de exaustão ou de Inconsciência na posição segura de flutuação (NBR
9250, 1986).
O teste de flutuabilidade consistiu em verificar o comportamento do
equipamento submetido a capacidade de peso considerando o volume e densidade
humana. Foram selecionadas duas pessoas, simulando socorrista e vítima, para
aferição do peso em uma balança, obtendo os seguintes dados:
1º pessoa – 91 kg
2º pessoa – 76 kg
Portanto o flutuador foi submetido a uma carga somada das duas pessoas em
várias posições durante 50 minutos, conforme figura abaixo:
Figura 1 – Teste de flutuabilidade com duas pessoas
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Foi observado com o teste que o flutuador salva-vidas garante uma
capacidade de flutuação ao corpo humano de no mínimo 167 kg.
4.3.2 Resistência a Tração
O teste consistiu em submeter os componentes do flutuador salva-vidas a
uma máquina de tração longitudinal conforme figura abaixo:
Figura 2 – Teste de resistência a tração
A fita de lona sider, responsável pela resistência a tração do equipamento, foi
submetida ao teste juntamente com o mosquetão, argola e o cabo de 8mm conforme
Certificado 001/2012 – Anexo I.
Verificou-se com o teste que o flutuador salva-vidas oferece uma resistência a
tração longitudinal de 156 kg, observado com o rompimento do mosquetão e argola,
componentes da fita que transpassa o equipamento, onde concentra-se as forças
aplicadas oriundas de qualquer tração longitudinal.
4.4 Oficina para Confecção do Flutuador Salva-vidas
A oficina tem por objetivo preparar a matéria prima para o serviço de
vulcanização do revestimento (Anexo II) e costura da fita que vai presa ao corpo do
guarda-vida, e finalizar o processo de confecção, após esses serviços prontos.
Materiais necessários: régua milimetrada, caneta, tesoura, régua para riscar,
isqueiro, fita adesiva.
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O Flutuador Salva-vidas é feito em espuma impermeável, com revestimento
de lona resistente na cor vermelha. Dimensões: 930mm de comprimento, 140mm de
largura e 80 mm de espessura, com variação 3% nas medidas. Transpassado por
um reforço de lona reforçada, apresentando em uma de suas extremidades uma
meia argola ligada a um mosquetão, e, na extremidade oposta outra meia argola.
Provido de uma corda de polietileno com duas argolas que possibilitem o
fechamento e ajuste do salva-vidas em torno da vítima, como um cinto, ligando o
flutuador salva-vidas a um cadarço de nylon com 50mm de espessura de
comprimento costurado nas extremidades, que serve para ser preso ao corpo do
socorrista que realizará o salvamento.
Figura 3 – Flutuador Salva-vidas e a matéria prima utilizada na sua fabricação
As etapas, no total de três, para confecção flutuador são ilustradas e
detalhadas a partir do processo de confecção do protótipo:
1º Etapa – Corte da Espuma de 12mm e corte do Revestimento
 Deve ser cortada 7 unidades de espuma nas seguintes dimensões: Largura –
140mm e Comprimento – 930mm
 O corte do revestimento deve obedecer as dimensões de 480mmx1100mm.
14
Figura 4 – Corte da espuma e do revestimento
2º Etapa – Confecção da fita de resistência longitudinal e preparação do material
 A fita de 7cmx150cm é dobrada ao meio, e na sua extremidade dobra-se 20cm
de cada lado onde envolverá a meia argola, tornado 3,5cmx110cm.
 Deve-se juntar as 7 peças da espuma cortada, e queimar as extremidades do
cabo de 8mm e da fita de 50mm.
Figura 5 – Confecção da fita e preparação do material
3º Etapa – Finalizando o flutuador salva-vidas
Essa etapa é realizada após os serviços de vulcanização e costura
terminados (Anexo II).
 Deve ser feito um nó na extremidade ligada a peça do flutuador e outro nó ligada
a fita de nylon, utilizando o cabo de 8mm com comprimento 3000mm.
 Devem ser presas através de nós as duas argolas no cabo de 8mm, a primeira
distando 30 cm da extremidade do flutuador e a outra a mais 20 cm.
15
5 CONCLUSÃO
Em face da crescente demanda de banhistas nos mais diversos balneários e
rios do Estado, no período de férias e feriados prolongados, e a necessidade cada
vez maior da presença do Corpo de Bombeiros para garantir a segurança dos
banhistas, se torna inevitável e indispensável a permanência de um maior número
de guarda-vidas com equipamento adequados prontos para agir na iminência de
afogamento.
A utilização do flutuador salva-vidas nas diversas operações no meio aquático
é de suma importância, considerando a proteção que ele proporciona ao
socorrista/guarda vidas e a segurança a vitima no salvamento, evitando o contato
direto e possíveis agarramentos, garantindo a flutuabilidade da vítima e socorrista
caso necessário.
Nesse contexto, a implantação de uma oficina de produção de flutuador
salva-vidas no CBMGO é algo que poderá proporcionar significativos benefícios
financeiros, comparando ao valor da aquisição do modelo utilizado pela corporação.
Os resultados alcançados, no presente trabalho, demonstraram que a
implantação da oficina de confecção de flutuador salva-vidas no CBMGO é uma
medida economicamente viável, uma vez que a produção do equipamento
representa 17,66% do custo do modelo utilizado que é R$ 300,00, conforme
orçamento no Anexo IV, portanto cada unidade custará R$ 53,00.
Considerando que os testes realizados apresentaram resultados satisfatórios
para o fim que o equipamento é destinado, salvamento e prevenção de
afogamentos:
- o teste de flutuabilidade revelou a capacidade para suportar o peso 167 Kg (Cento
e sessenta e sete quilos) de densidade de um corpo humano.
- o teste de resistência a tração longitudinal mostrou que o equipamento suporta
sem rompimento ou rasgamento o arraste de 156 Kg (Cento e cinqüenta e seis
quilos).
Observa-se que os resultados aqui obtidos revelam que a confecção do
flutuador salva-vidas em oficina própria é bastante positivo, uma vez que
possibilitará o desenvolvimento de ações que resultarão na disponibilidade de um
maior número de flutuadores salva-vidas com menor custo a ações preventivas a
afogamentos em toda região de atuação do CBMGO, o que, por conseguinte
16
aumentará a cobertura e eficiência dos serviços prestados à sociedade. Essa
conclusão confirma o método indutivo utilizado na realização deste estudo.
Reconhece-se que este trabalho apenas reflete uma possibilidade das
inúmeras existentes de confecção própria de ferramentas e equipamentos utilizados
no dia a dia nas diversas ocorrências do Corpo de Bombeiros.
Em virtude desse pensamento, este estudo poderá ser adaptado para
verificar a viabilidade do emprego do flutuador como bóias de sinalização utilizadas
na demarcação de áreas de banhos nas atividades preventivas.
Portanto, conclui-se que os objetivos deste trabalho foram alcançados e que a
viabilidade de implantação da oficina de produção de flutuador salva-vidas
despertará o interesse de estudos da implantação de outras oficinas, sempre
buscando o principio da eficiência, o profissionalismo e principalmente o sucesso na
ocorrência e conseqüente satisfação da sociedade.
6 REFERÊNCIAS
Afogamento - Perfil epidemiológico no Brasil - Ano 2012. Dr Szpilman. Diponível em:
<http://www.sobrasa.org/biblioteca/obitos_2009/Perfil%20epidemiol%C3%B3gico%2
0do%20afogamento%20no%20Brasil%20-%20Ano%202012.pdf> Acesso em 7 jan.
de 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9250: Colete SalvaVida de Flutuabilidade Permanente - Ensaio de Desempenho. Rio de Janeiro, 1986.
EMERGÊNCIAS AQUÁTICAS – Dr David Szpilman. Seção III - Salvamento Aquático
em Praias Técnicas e Materiais. São Paulo, 2001. Disponível em: <
http://www.sargentofigueiredo.com.br/site/salvamento/data/Salvamento%20em%20P
raias.pdf >. Acesso em 10 jan. de 2012.
Fernanda Couros. Disponível em: < http://www.fernandacouros.com.br/>. Acesso em
11 jan. de 2012.
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. São
Paulo: Atlas, 2003.
Luana Plásticos. Disponível em: <http://www.luanaplasticos.com.br/sider-paracaminhao/spe-11226-sider-vermelho.php>. Acesso em 11 jan. de 2012.
MTB-09. Coletânea de Manuais Técnicos de Bombeiros – Manual de Salvamento
Aquático. Volume 9 - 1ª Edição 2006. PMESP/CCB – São Paulo-SP.
17
O Flutuador – Rescue Tube. Capitão Smicelato. São Paulo, 2005. Disponível em : <
http://www.sobrasa.org/biblioteca/O%20FLUTUADOR.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2012
O
Flutuador
Life-Belt.
Disponível
em:
<http://www.rioemar.com.br/rioemar/base.php?type=detalhesprod&id_produto=6031
3>. Acesso em 10 jan. de 2012
Rei
das
Lonas.
Disponível
em:
<http://www.reidaslonas.com.br/?menu_id=29&id=103>. Acesso em 11 jan. de 2012.
SEGERTROM, Jim; EDWARDS, Barry; HOGAN, Mark; TURNBULL, Phil;
TURNBULL, J. Michael.
Whiterwater Rescue Thechnician Manual. Rescue
International. EUA, 2002.
18
ANEXO I
CERTIFICADO DOS TESTES A TRAÇÃO
19
ANEXO II
PROCESSO DE VULCANIZAÇÃO E COSTURA DA FITA
Vulcanização do Revestimento do Flutuador Salva-Vidas
Vulcanização da Fita que Transpassa o Flutuador
Fechamento do Flutuador nas Extremidades
Fechamento da Fita de nylon de 50mm
ii
ANEXO III
TERMO DE AVALIAÇÃO DO FLUTUADOR SALVA VIDAS
iii
ANEXO IV
ORÇAMENTO DO FLUTUADOR SALVA-VIDAS UTILIZADO NO CBMGO
iv
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Comando de Ensino Bombeiro Militar
Academia Bombeiro Militar
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS
(CFO III)
Frederico Magalhães Guerra
VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE OFICINA DE CONFECÇÃO DE
FLUTUADOR SALVA-VIDAS NO CBMGO
Goiânia (GO)
2012
ii
Frederico Magalhães Guerra
VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE OFICINA DE CONFECÇÃO DE
FLUTUADOR SALVA-VIDAS NO CBMGO
Artigo científico apresentado em cumprimento as
exigências para o término do Curso de Formação
de Oficiais – CFO III sob orientação do Prof.
Major QOCBM Jonas Henrique Moreira.
Goiânia (GO)
2012
3
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Comando de Ensino Bombeiro Militar
Academia Bombeiro Militar
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS
(CFO III)
Frederico Magalhães Guerra
VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE OFICINA DE CONFECÇÃO DE
FLUTUADOR SALVA-VIDAS NO CBMGO
Artigo científico apresentado em cumprimento as
exigências para o término do Curso de Formação
de Oficiais – CFO III sob orientação do Prof.
Major QOCBM Jonas Henrique Moreira.
Avaliado em _____/_____/_____
Nota Final: (
) ___________
Professor-Orientador: Prof. Major QOCBM Jonas Henrique Moreira
Goiânia (GO)
2012