gestão do trabalho, educação e desenvolvimento relatório
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gestão do trabalho, educação e desenvolvimento relatório
MINISTÉRIO DA SAÚDE GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO GERÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS GESTÃO DO TRABALHO, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO GESTÃO DO TRABALHO, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RELATÓRIO 2011 Presidente Gerência de Recursos Humanos Dilma Rousseff José Pedro Silva da Luz Ministro da Saúde Alexandre Padilha Coordenação da Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento (GTED) Coordenador Conselho de Administração do GHC Edenilson Bomfim da Silva Helvécio Miranda Magalhães Júnior (Presidente) Carlos Eduardo Nery Paes (Superintendente) Márcia Aparecida do Amaral Arlindo Nelson Ritter Juliana da Silva Pinto Carneiro Ana Lúcia Ribeiro da Silva Assistentes de Coordenação Conselho Fiscal Arionaldo Bomfim Rosendo Jarbas Barbosa da Silva Júnior Paulo Ricardo de Souza Cardoso Diretoria do GHC Diretor Superintendente Carlos Eduardo Nery Paes Diretor Administrativo e Financeiro Gilberto Barichello Diretor Técnico Néio Lúcio Fraga Pereira Conselhos Gestores Hospital Nossa Senhora da Conceição Hospital da Criança Conceição Hospital Cristo Redentor Hospital Fêmina Lívia Ramalho Arsego Cláudia Helena Hanssen Equipe GTED Aline Santos Corrêa Aline Zeller Branchi Ana Cristina Mallmann Ângela Gomes Carolina Gasperin Claudia Rosana Zaccani Bielenki Débora Izabel da Rocha Desirée dos Santos Carvalho Eliane Oliveira Lopes Evelyn de Abreu Maciel Fabricio Felipe Quadros Hélio Roberto Mathias Damiani Jacira Silva da Rosa Juliano de Oliveira Guterres June Maria Pohlmann Marina Matzenbacher da Rosa Otharan Patricia Rosane Naymaer Schneider Rodrigo de Oliveira Azevedo Sandra Barradas Borba Silvani Botlender Severo Silvia Daniela Pinto Macedo Suzana Nüssemeyer da Rosa Gabriel Almeida Pozzebom - estagiário Lucas Macias Ferreira – estagiário Márcio Barbosa Santos da Silva - estagiário Nara Tamires Ferreira Barbosa - estagiária Rafael Bitencourt - estagiário Rafael Ebel Iguini – estagiário Foto capa: Comunicação Social Sumário Introdução ........................................................................................................................................... Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento .............................................. 4 6 Missão ................................................................................................................................................... 6 Objetivos .............................................................................................................................................. 6 Quem somos ......................................................................................................................................... 6 Áreas de Atuação e Ações Desenvolvidas .................................................................... 7 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ........................................................................................................... PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DE NOVOS EMPREGADOS E ESTAGIÁRIOS .......................... POLÍTICA DE AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ....................................................................... Planejar, Avaliar, Desenvolver... Planejar, Avaliar, Desenvolver... Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC ........................................................................................................... Análise das Avaliações Individuais ............................................................................................. Papel das Referências GTED/GRH .............................................................................................. Ações de Educação com atuação da referência .................................................................... 7 Curso de Gestão Clínica ............................................................................................................ Avaliação e Acompanhamento de Trabalhadores: em busca da qualidade assistencial e humanização ............................................................................................................................ Humanizando as relações de trabalho entre os serviços de Farmácia e Enfermagem no HF .... 8 9 11 17 23 25 25 25 25 Curso de Introdução em Cuidados Paliativos ........................................................................... 26 Oficinas de Comunicação ........................................................................................................ 26 Ações de Diagnóstico com atuação da referência ................................................................ 26 Pesquisa de Satisfação do Trabalhador ................................................................................... 26 Diagnóstico realizado pela GTED em parceria com Saúde do Trabalhador ............................. 28 BANCO DE REMANEJO ...................................................................................................................... 29 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DIGITAL PERMANENTE (NDP) ............................................................ 31 NÚCLEO DE ATIVIDADES PARA FORMAÇÃO (NAF) ..................................................................... 32 Ações de Educação ......................................................................................................................... 33 Curso para Gestores GHC ................................................................................................................. 33 MultiplicaSUS ...................................................................................................................................... 34 Formações Multiprofissionais .......................................................................................................... 35 Quadro das Atividades para Formação GTED/GRH 2009-2010-2011 ....... 46 Introdução “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho” (Clarice Lispector – Paixão Segundo G.H.) A Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento (GTED), setor pertencente à Gerência de Recursos Humanos (GRH) do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), tem sua atuação fundamentada pela Política Nacional de Recursos Humanos para o SUS (NOB/RH-SUS) e pelo Pacto pela Gestão no SUS, em consonância aos princípios e às diretrizes do SUS/GHC. Essas políticas afirmam que, para se avançar na gestão dos processos de trabalho e da assistência na saúde, é necessário perceber a importância da participação do empregado na formulação e organização das políticas públicas na saúde. As ações e iniciativas da GTED/GRH objetivam a valorização dos empregados do GHC, incentivando a educação e a qualificação profissional permanente, a promoção do diálogo e de processos de decisão participativos nas diferentes equipes/serviços, as ações de planejamento, monitoramento e avaliação dos processos de trabalho, atuando no apoio ao desenvolvimento dos profissionais e contribuindo para a qualidade de vida no trabalho e para a qualificação da gestão e da assistência no GHC. Para efetivar essas ações, a GTED/GRH é organizada em equipe multiprofissional, estruturada para atuar nos campos do recrutamento e da seleção de pessoas, dos estágios extracurriculares, da integração e do acompanhamento dos novos contratados, da movimentação de pessoal, da educação permanente, da avaliação e do desenvolvimento dos empregados e do apoio às equipes e aos Colegiados de Gestão. A contratação de novos empregados, uma das frentes de trabalho da GTED/GRH, totalizou 1.090 (um mil e noventa) profissionais admitidos para as diversas unidades hospitalares do grupo. No processo de contratação de estagiários extracurriculares, manteve-se a média anual de 300 (trezentas) vagas, o que contribui para a profissionalização desses jovens dos ensinos Médio, Técnico e Superior. A GTED/GRH também realiza a formação e o acompanhamento desses novos contratados, por meio do Programa de Integração de Novos Empregados e Estagiários, como um momento de acolhimento e aproximação, trazendo informações pertinentes sobre o GHC. A continuidade desse programa é realizada por meio das Oficinas de Acompanhamento, que são momentos de escuta e diálogo. Em 2011, a participação de empregados nessa oficina chegou a 86%, o que totaliza 575 (quinhentos e setenta e cinco) profissionais envolvidos. A participação dos 4 estagiários chegou a 345 (trezentos e quarenta e cinco), compreendendo a participação do total de estagiários novos no período. O desenvolvimento e aprimoramento constante dos empregados, das equipes de trabalho e da instituição são os objetivos da Política de Avaliação e Desenvolvimento (PAD), incentivando a participação de todos nos processos de gestão. Em 2011, contabilizou-se 227 (duzentos e vinte e sete) Colegiados de Gestão constituídos no GHC, os quais realizam avaliação permanente sobre os processos e as relações de trabalho e promovem ações de planejamento e monitoramento de metas e indicadores, com base nos objetivos da Agenda Estratégica da instituição e nas necessidades e diretrizes do SUS. Em 2011, essa política propiciou a avaliação de 96,5% dos empregados, 81,3 % dos gestores e 93,8% das equipes. Neste ano, a experiência da Política de Avaliação do GHC foi premiada pelo Ministério da Saúde – Prêmio InovaSUS/Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (SGTES), obtendo o reconhecimento nacional como iniciativa em Gestão do Trabalho, e encontra-se sintetizada neste relatório. Além das ações anteriormente destacadas, uma das atribuições da GTED/GRH é a sistematização das demandas de Educação Permanente no GHC, identificando e desenvolvendo ações que visam atender as necessidades relacionadas aos processos de trabalho no SUS. As ações para formação são diretamente realizadas pela GTED/GRH e, também, acontecem em parcerias com os demais setores do GHC e com outras instituições, contemplando demandas de forma coletiva e, ainda, individual. Dentre as principais temáticas desenvolvidas, destacam-se: formação para gestores, relações interpessoais, ética nas relações de trabalho e mediação de conflitos, estratégias de planejamento e educação digital. Em 2011, a GTED/GRH oportunizou atividades de formação para um total de 3.650 (três mil, seiscentos e cinquenta) empregados de diversas áreas, contribuindo, assim, com a qualificação dos empregados do grupo. Outra ferramenta consolidada do GHC para a Gestão do Trabalho é o Banco de Remanejo, regulada por normativa específica. Ela proporciona a valorização do empregado, por meio da recolocação para setores e atividades mais adequados a sua formação, seu perfis e sua experiência profissional, bem como de acordo com as necessidades das equipes. Tal ferramenta possibilitou o remanejo de 256 (duzentos e cinquenta e seis) empregados no ano de 2011. Está prevista, para 2012, a informatização de todo o processo. A GTED/GRH tem satisfação em apresentar e compartilhar, neste documento, o detalhamento das ações realizadas em 2011. 5 Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento Missão “Promover ações orientadas pelos princípios e pelas diretrizes do GHC/SUS, visando ao desenvolvimento, à valorização e à qualificação dos empregados e dos processos de trabalho, para melhoria contínua da qualidade da gestão e da atenção prestada aos usuários.” Objetivos Contribuir para a efetivação dos princípios e das diretrizes do GHC/SUS, fortalecendo o modelo de planejamento e gestão participativa, os processos de educação permanente, de desenvolvimento e melhoria contínua da qualidade da atenção em saúde. Promover ações em conformidade à Política Nacional de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde – NOB/RH-SUS, política de Estado que fundamenta essa atuação, resultante de lutas históricas dos trabalhadores da saúde e que contempla princípios e diretrizes para reflexão e atuação na melhoria constante das condições de trabalho, qualidade de vida no trabalho, bem como o desenvolvimento do empregado ao longo de sua carreira. Quem somos A GTED/GRH é formada por uma equipe multiprofissional, composta por Técnicos em Educação (em diferentes áreas de formação como: educação física, letras, pedagogia, psicologia, química e sociologia), Administradores, Assistente Social, Auxiliares Administrativos, Auxiliar Técnico Administrativo, Psicólogo, Supervisor Administrativo, Enfermeiro e Estagiários. 6 Áreas de Atuação e Ações Desenvolvidas RECRUTAMENTO E SELEÇÃO O setor de Recrutamento e Seleção é a porta de entrada dos novos contratados e atua com a gestão de empregados e gestão de estagiários. Com relação à gestão de empregados, o setor é responsável pelo conjunto de procedimentos para contratação do quadro de pessoal do GHC, por meio de Processo Seletivo Público (PSP), bem como pelo chamamento, pela conferência de documentação e dos requisitos legais que envolvem o processo. A contratação desses candidatos ocorre para todas as unidades hospitalares da instituição. Os candidatos chamados Fotos: Comunicação Social para assumir vagas definitivas e temporárias, aprovados nos PSPs vigentes somaram, em 2011, 1.953 (mil novecentos e cinquenta e três) pessoas, uma média de 98 candidatos chamados ao mês. A contratação efetiva de novos empregados totalizou 1.090 (um mil e noventa) admissões. Dentre estas, 32 (trinta e duas) foram reclassificações, e 153 (cento e cinquenta e três) envolveram remanejos. O tempo médio de contratação é contabilizado a contar da data de recebimento da requisição no Recrutamento, devidamente autorizada pela Diretoria e GRH, até a data do Programa de Integração, momento da assinatura do contrato. Em 2010, esse tempo foi reduzido de 45 (quarenta e cinco) para 36 (trinta e seis) dias, prazo atualmente mantido. A GRH está trabalhando em novas formas de diminuição do tempo de contratação a partir de processos de informatização. Com relação à gestão de estagiários, a equipe é responsável pelos processos de seleção, contratação, admissão, integração, acompanhamento, avaliação e pagamentos (bolsa auxílio, auxílio transporte e recesso) dos estagiários extracurriculares do GHC, bem como pelos aspectos pedagógicos, conforme o convênio GHC/Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). O GHC possui, atualmente, 181 (cento e oitenta e um) estagiários de nível médio/técnico e 99 (noventa e nove) estagiários de nível superior, contabilizando um total de 280 (duzentos e oitenta) estagiários. 7 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DE NOVOS EMPREGADOS E ESTAGIÁRIOS O Programa de Integração de Novos Empregados e Estagiários do GHC tem como objetivo propiciar a estes, além do seu acolhimento, informações básicas e necessárias sobre a instituição, sua história e seu papel fundamental para o Sistema Único de Saúde, bem como a relação dessas com os princípios e as diretrizes do GHC/SUS. O programa aos novos empregados é desenvolvido em uma atividade realizada mensalmente, com duração de 16 (dezesseis) horas para todos os ingressantes na instituição, e o programa aos estagiários é desenvolvido em 4 (quatro) horas mensais. Faz parte do programa, também, as Oficinas de Acompanhamento de Novos Empregados e Estagiários, que ocorrem após o primeiro mês da chegada destes na instituição. O objetivo dessas oficinas é acompanhar os novos empregados e estagiários, por meio de espaços de escuta, para a construção de soluções às dificuldades encontradas na organização e nas condições de trabalho, assim como nos relacionamentos interpessoais, visando ao desenvolvimento. A partir desses momentos, coletam-se dados que subsidiarão futuras ações da GTED/GRH. Em 2011, o acompanhamentos número aos de novos empregados cresceu 30% em relação ao ano de 2010, atingindo 86% de participações, o que totaliza 575 (quinhentos e setenta e cinco) pessoas contempladas, e a participação dos estagiários chegou a 345 (trezentos e quarenta e cinco), compreendendo o Foto: Administração de Pessoal/GTED total de estagiários novos no período. Nesse mesmo ano, as referências da GTED/GRH passaram a fazer o acolhimento dos novos empregados, encaminhando estes as suas respectivas equipes. Também, uma nova ação proposta pelo grupo de trabalho foi o envolvimento dos gerentes nesse momento de acolhimento, criandose, com isso, um vínculo inicial entre gestor e empregado. 8 POLÍTICA DE AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO A Política de Avaliação e Desenvolvimento (PAD) tem como objetivo contribuir com o crescimento dos empregados, das equipes de trabalho e da instituição, incentivando a participação de todos nos processos de decisão para a consolidação e a qualificação dos modelos de gestão e de atenção preconizados para o SUS. É uma ferramenta utilizada no GHC, há 06 (seis) anos, e busca, constantemente, a qualificação da produção do fazer em saúde, viabilizando-se como um processo permanente de reflexão e de construção de novas práticas. No ano de 2011, foram avaliados individualmente 96,05% dos empregados, e 81,31% dos gestores também foram avaliados de forma ascendente, ou seja, por suas respectivas equipes e/ou Colegiados de Gestão da equipe. POLÍTICA DE AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO COMPARATIVO DE AVALIAÇÕES NO PERÍODO DE 2009 A 2011 Avaliações Avaliações Individuais trabalhadores e gestores Avaliações de Gestores pela equipe Avaliações de Equipe 2009 2010 2011 Avaliados % Avaliados % Avaliados % 5782 88,29 6155 93,81 6036 96,05 475 69,55 414 78,26 548 81,31 216 100 226 100 213 93,82 Fonte: GHC Sistemas 31.01.2012 O planejamento específico detalhado das equipes foi realizado por 91,19% dos colegiados, sendo que 93,82%, dos 227 colegiados existentes, em 2011, finalizaram o processo de avaliação da equipe. Neste mesmo ano, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (SGETS), lançou o Prêmio InovaSUS, com o intuito de premiar trabalhos de boas práticas e inovação nessa área. A equipe da GTED/GRH, instigada por demonstrar algumas das suas experiências como inovações, na área da Gestão do Trabalho, inscreveu duas produções textuais sobre os processos Foto: GTED 9 desenvolvidos no GHC: uma sobre a integração da Gestão do Trabalho e as ações de Educação Permanente em Saúde e outra sobre a Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC, texto que trouxe a história dessa política e uma reflexão profunda sobre o processo na instituição. As duas produções foram classificadas entre as 40 melhores, em um universo de mais de 200 textos, concorrendo aos prêmios que elencariam as 20 melhores iniciativas. A produção sobre a Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC ficou na 7ª colocação, na categoria “Avaliações de Desempenho”, o que rendeu à equipe um prêmio, o reconhecimento nacional da iniciativa e alguns recursos para investimentos no setor. O prêmio foi dedicado pelo Gerente de Recursos Humanos, Pedro Silva da Luz, a todos os trabalhadores que, cotidianamente, contribuem com a realização das avaliações individuais e com o planejamento participativo nas equipes/Colegiados de Gestão, buscando a qualificação dos serviços prestados pelo GHC à população. Foto: Organização do Evento A seguir, apresenta-se síntese do texto premiado. 10 PLANEJAR, AVALIAR, DESENVOLVER... PLANEJAR, AVALIAR, DESENVOLVER... POLÍTICA DE AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO GHC Em 2004, as avaliações de empregados eram práticas restritas a algumas categorias profissionais no Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Avaliava-se, fundamentalmente, no âmbito da Enfermagem e da Nutrição. De maneira semelhante, as avaliações das duas áreas procuravam identificar se os empregados recém contratados – principalmente Técnicos e Auxiliares de Enfermagem e Atendentes e Técnicos de Nutrição – seriam ou não efetivados após os seus contratos de experiência. Mobilizados pelos seus filiados, os sindicados representantes das categorias acima mencionadas, engajando-se no movimento institucional pela reorganização dos modelos de gestão e atenção1, começaram a solicitar à Diretoria do GHC que esta modificasse a situação. Como decorrência dessa demanda, em fevereiro de 2005, a Diretoria atribuiu ao setor, denominado Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento (GTED/GRH), integrante da Gerência de Recursos Humanos, a tarefa de apresentar proposta que alterasse as práticas de avaliação de desempenho até então vigentes na instituição. Inspirados pelos princípios de participação e democratização que regem o Sistema Único de Saúde (SUS) e o GHC, para executar a tarefa atribuída, constituiu-se grupo de trabalho contemplando representantes de diversas profissões e órgãos, além de representantes da Saúde do Trabalhador e da Diretoria do GHC. Reunido o – heterogêneo – grupo de trabalho, problematizou-se, inclusive, a necessidade de práticas de avaliação de pessoas 1 Em 2003, no contexto do novo Governo e no mesmo ano em que foi criada a Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, o GHC assumiu-se 100% SUS. A partir desse alinhamento com o Ministério da Saúde, um conjunto de estratégias e ações foram desenvolvidas no âmbito da instituição de modo a aproximar, cada vez mais, os seus modelos de gestão e atenção com aqueles preconizados para o sistema de saúde brasileiro desde a Constituição Federal de 1988. na instituição. A interrogação colocada era a seguinte: avaliar para quê? Vasconcellos (20002; 20023), Esteban (1999) , Saul (1995)5 permitiram demonstrar a avaliação como uma prática, em múltiplos aspectos, inerente à condição humana. 4 A avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. (VASCONCELLOS, 2000, p. 44)² Com essa noção, tentava-se transcender – e romper – com os elementos culturais e políticos que caracterizam a avaliação como um instrumento de controle e discriminação social, destinado a estimular a competição entre os indivíduos, e cujo propósito final é a obtenção de ganhos – recompensas e premiações – por poucos. Em conformidade com a NOB/RH-SUS (BRASIL, 2005)6, almeja-se caracterizar a avaliação como um processo essencialmente destinado a promover o crescimento dos seus participantes. Crescimento que deveria ser orientado pelos compromissos éticos e sociais que as pessoas que atuam na saúde deveriam assumir em relação aos usuários do SUS. 2 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 2000. 3 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 2002. 4 ESTEBAN, Maria Teresa, (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. 5 SAUL, Ana Maria. Criando um novo paradigma – o paradigma da avaliação emancipatória. In: Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação do currículo. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1995. 6 BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Princípios e diretrizes para a gestão do trabalho no SUS (NOB/RH-SUS). 3. ed. rev. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 11 Outra questão, todavia, foi proposta para o grupo de trabalho em seguida. Se a perspectiva era associar avaliação com processo, desenvolvimento e crescimento, em conformidade com as demandas da população usuária dos serviços do GHC, não mais se poderia restringir o pensar no nível das individualidades. Teria-se que conceber estratégias e ferramentas que permitissem articular as atribuições de todas as pessoas com os objetivos maiores da instituição. Planejar, condição para avaliar Qualquer caminho serve quando você não sabe para onde está indo. (frase do livro Alice no País das Maravilhas) As noções expostas em algumas teorias, portanto, em um nível ideal, remetem à indissociabilidade entre as ações de planejamento e avaliação. Vasconcellos (2002)7 amplia essa compreensão. Ao apresentar as três etapas que compõem o ciclo do planejamento (elaboração, realização interativa e avaliação de conjunto), define a avaliação como apenas um dos elementos que compõem um processo muito mais amplo. Assim, diante das questões até aqui colocadas (avaliação como processo destinado a promover o crescimento dos seus participantes em conformidade com as demandas da população usuária e inseparabilidade das noções de avaliação e planejamento), desde 2006, a Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC é composta por quatro níveis distintos – mas interdependentes – de sistematização: 1) avaliação de desenvolvimento institucional; 2) avaliação de desenvolvimento das equipes de trabalho; 3) avaliação de desenvolvimento dos gestores; e 4) avaliação de desenvolvimento individual. O primeiro manual da Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC expressa que a mesma, em conformidade com a NOB/RHSUS, 7 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 2002. 12 objetiva contribuir com o crescimento e o progresso dos trabalhadores, das equipes de trabalho e da Instituição como um todo, visando a permanente qualificação do modelo assistencial e do modelo de gestão preconizados para o SUS e para o GHC. (BRASIL, 2006, p. 9) 8 A terceira edição desse manual estabelece que o primeiro nível de avaliação, a avaliação de desenvolvimento institucional, toma como referência a Agenda Estratégica do GHC, isto é, o seu planejamento quadrianual e, fundamentalmente, contempla os objetivos pactuados pelo GHC com os gestores das diferentes esferas que compõem o SUS. O segundo nível de avaliação que se realiza no GHC – e mencionado anteriormente – é a avaliação de desenvolvimento das equipes de trabalho. Devido à complexidade dos serviços prestados pela instituição, a sua organização está centrada em Gerências e Setores (as equipes de trabalho) responsáveis, cada uma, por ações distintas, específicas, em conformidade com as suas finalidades. Vasconcellos (2002) 9, referindo-se à democratização que, segundo a sua concepção, deveria nortear os processos de planejamento, escreve que a participação é, concretamente, “uma estratégia de superar a dominação e a exclusão” (p. 93). Amparada por tais fundamentos, a avaliação de desenvolvimento das equipes de trabalho objetiva “estimular a participação dos trabalhadores na construção coletiva do planejamento, execução, monitoramento e avaliação das ações e dos processos de trabalho” (BRASIL, 2010, p. 11) 10. Como consequência desse objetivo, evidencia-se a importância dos 8 BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Política de Avaliação e Desenvolvimento. Edição 2006. 9 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 2002. 10 BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Política de Avaliação e Desenvolvimento. Edição 2010. Colegiados de Gestão das equipes que compõem o GHC. de ingresso na instituição, as suas avaliações de desenvolvimento individual. O Colegiado de Gestão, que envolve gestores e trabalhadores (toda a equipe ou representantes eleitos), configura-se como um espaço de discussão, aberto e periódico, com a finalidade de planejar, acompanhar, analisar e avaliar os processos de trabalho (modos de produzir saúde), dialogar sobre os conflitos, socializar informações, pensar e redefinir fluxos e rotinas do setor, debater sobre infra-estrutura e proposição de investimentos. (BRASIL, 2010, p. 11) Assim, observa-se a integração entre todos os níveis da PAD. As equipes devem realizar os seus planejamentos com base na Agenda Estratégica – o planejamento mais amplo, mais abrangente da instituição. Os empregados, por sua vez, são avaliados em relação aos objetivos finais das suas próprias equipes. Encerra-se, com isso, na prática, o ciclo antes esboçado, teoricamente, em que se afirma que a avaliação deve ser caracterizada como um processo essencialmente destinado a promover o crescimento dos seus participantes em conformidade com as demandas da população usuária do GHC. Em síntese, os Colegiados de Gestão são os espaços, por excelência, onde acontecem as práticas ampliadas de planejamento e avaliação participativos. O terceiro nível da Política de Avaliação e Desenvolvimento é a avaliação de desenvolvimento dos gestores. Segundo a política institucional, todos os gestores, anualmente, devem ser avaliados duas vezes. Uma vez, pelos seus respectivos gestores. Outra vez, pela equipe ou pelo colegiado que coordenam. Dentre os aspectos considerados durante essas avaliações, destacam-se: a realização de planejamento participativo; a realização de reuniões com a equipe; a promoção do diálogo; a postura nas relações com usuários e empregados; o conhecimento e a atuação de modo coerente com a Agenda Estratégica do GHC. Da mesma maneira que a reformulação da PAD se deveu, em grande parte, às demandas de entidades sindicais, as avaliações dos gestores pelas equipes resultam de reivindicações dos empregados. Se o desejo era a horizontalização das relações, questionava-se, em 2006, por que somente os gestores podem avaliar e contribuir com o crescimento dos seus empregados? Por conta disso, atualmente, no GHC, o conceito individual de cada gestor é obtido fazendo-se a média entre os conceitos decorrentes da avaliação realizada pela sua respectiva chefia e pela sua equipe. Enfim, chega-se ao quarto nível das avaliações realizadas no GHC. Uma vez por ano, desde 2006, todos os empregados devem realizar, juntamente com os seus gestores, nos seus meses Em 2004, quando se definiu pela necessidade de reformulação das práticas de avaliação no GHC, contava-se com menos de cinco mil empregados. E, conforme mencionado, a minoria tinha vivenciado algum momento de avaliação. Atualmente, quase oito mil pessoas são avaliadas. Contudo, os principais avanços que se identificam, em termos de práticas de avaliação, não são quantitativos. São as mudanças das concepções, dos princípios que orientam as práticas. De maneira geral, na maioria das equipes de trabalho da instituição, pode-se afirmar que as práticas de “avaliação de desempenho” foram superadas, substituídas, transformadas. Hoje, predomina o interesse pelo diálogo, pelo crescimento e pelo desenvolvimento das pessoas em conformidade – articulado, integrado – com os objetivos maiores do GHC e as necessidades de saúde da população. Para finalizar a presente seção, segue depoimento de parecer de empregado extraído de avaliação individual realizada na instituição. Acho muito útil este espaço para reavaliar nossos conhecimentos e atitudes. Me comprometo em procurar aprimoramento e mais estudo no que faço. (Técnica de Enfermagem, desde 2009 no GHC) Avaliação como processo: o caso dos registros de acompanhamento e alguns outros 13 Vasconcellos (2002)11 entende que a avaliação não é algo que deve ocorrer somente no fim de um processo, como o último – e tenso – ato de um espetáculo na iminência de se extinguir – satisfatória ou melancolicamente. Ao contrário, o autor entende que a avaliação deve fazer parte do próprio processo, da sua execução, da “colocação em prática”. Somente assim a avaliação cumpre o seu papel – essencial, fundamental – de contribuir com a vinculação “da ação com a intencionalidade”. Há três tipos de registros disponíveis aos gestores e aos empregados: Registros simples (para situações menos complexas, que podem ser lançados pelos gestores ou pelos empregados), Registros de incentivo (são registrados especialmente pelos gestores, a fim de registrar situações de superação ou busca por qualificação profissional) e Registros de pactuação (realizados em situações mais complexas, que envolvem negociação entre gestor e trabalhador e necessita das senhas para salvar). As equipes, contudo, são formadas por pessoas. Pessoas com as quais deve-se dialogar periodicamente para que se possa realmente acompanhar as suas evoluções. Apenas uma conversa anual entre gestor e empregado não permite caracterizar a avaliação como processo, pois se torna impossível, em apenas um encontro, realizar combinações, analisar como as mesmas estão acontecendo na prática e fazer os ajustes necessários em caso de inadequações – ou mesmo para incrementá-las cada vez mais. Além dessas três formas de acompanhamentos, que são pertinentes e recomendados a todos os empregados, há duas outras situações, mais específicas. Primeira, aquela cuja sistematização de avaliação anual foi concluída com conceito “insatisfatório” ou “muito insatisfatório” merece atenção especial. Aproximadamente, seis meses após as suas avaliações, os gestores devem retomar a conversar com os mesmos para analisar e refletir se as dificuldades anteriormente manifestas estão ou não sendo superadas. Além disso, as referências13 da Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento igualmente devem acompanhar tais casos, conversando com gestores e empregados. Todos esses momentos, as conversas e as combinações realizadas, as ações desenvolvidas, devem ser registradas para compor o histórico de desenvolvimento do empregado. Assim, para registros do desenvolvimento do empregado na instituição, nos intervalos entre as sistematizações anuais, foi elaborada a ferramenta designada pelo nome “Acompanhamento de Trabalhadores”. Espaço em que trabalhador e gestor podem manter registros acerca do desenvolvimento do trabalhador, possibilitando acompanhamento e fornecendo subsídios para as sistematizações das avaliações anuais. (BRASIL, 2010, p. 17) 12 Mais relevante, porém, do que os registros, é o fato de que os mesmos devem resultar – serem precedidos, sustentados ou acompanhados – de momentos de conversa, diálogos, entre gestores e empregados. A ferramenta funciona como uma memória, onde podem ser lançados fatos, experiências ou ações relevantes da história do trabalhador no GHC. A segunda situação refere-se à possibilidade das referências da GTED/GRH registrarem os acompanhamentos e as conversas que realizam com os empregadoes e os gestores em campo de acesso restrito. Avaliação e democratização: a importância da Junta Recursal no GHC Quando, no GHC, assume-se a “democratização da gestão” como uma das principais diretrizes institucionais, revela-se evidente que a democracia ainda não é uma realidade concreta em todos os lugares. Em 13 11 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 2002. 12 BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Política de Avaliação e Desenvolvimento. Edição 2010. 14 Em 2006, com o lançamento da PAD, foi necessária a ampliação e, fundamentalmente, a composição de uma equipe multiprofissional na GTED. Criou-se o papel das referências, que ficaram responsáveis por uma Gerência ou Unidade Hospitalar do GHC, vinculando-se às equipes com a perspectiva de fomentar espaços em que os debates sobre os processos de trabalho sejam constantes. algumas equipes é percebida mais do que em outras. Não há, portanto, um padrão, mas distintas expressões que decorrem das diferenças entre os próprios sujeitos que compõem cada equipe. Assim, para contribuir com o desenvolvimento da democracia no GHC, no mesmo ano em que foi implantada a Política de Avaliação e Desenvolvimento, criou-se a Junta Recursal, que é uma comissão composta por 24 membros, que se renovam a cada dois anos, sendo 12 indicados pelos gestores e 12 eleitos mediante voto direto de todos os empregados que atuam na instituição. A Junta Recursal tem como atribuição intermediar e deliberar sobre impasses e/ou situações não previstas na Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC, as quais sejam decorrentes dos recursos a ela encaminhados. (BRASIL, 2010, p. 34) 14 Sempre que um gestor ou um empregado discorda de alguma questão apontada na sua avaliação individual, em um prazo de até 10 dias após a realização da mesma, pode encaminhar requerimento à Junta Recursal. Uma subcomissão é constituída para apurar cada recurso solicitado, esses membros ouvem o requerente; escutam o gestor ou a equipe de trabalho que realizou a avaliação; se necessário, buscam mais informações com colegas de equipe e outras pessoas. Ao término dessas atividades, elaboram relatório no qual descrevem a situação e sugerem o encaminhamento para o caso. Esse relatório é submetido à apreciação de todos os membros da Junta Recursal: podem ser aceitos, aceitos parcialmente ou não aceitos. Enquanto se avalia, modifica-se e não se encerra jamais A tentativa, nessa finalização, é seguir por dois caminhos distintos. Primeiro, organizando uma espécie de síntese em relação aos avanços e às outras contribuições que se está acumulando ao longo desses cinco anos de implantação da PAD no GHC. Segundo, apresentando alguns desafios atuais que se apresentam à GTED/GRH. 14 BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Política de Avaliação e Desenvolvimento. Edição 2010. Primeiramente, por diversas razões, ainda não se conseguiu concluir um ano com a totalidade dos profissionais tendo as suas sistematizações das avaliações individuais realizadas. Entretanto, desde que foram institucionalizadas as práticas universais de avaliação, em média, mais do que 90% das pessoas vinculadas ao GHC, por ano, das diferentes categorias, têm sido avaliadas. Esses dados têm contribuído para ampliar as percepções de confiança, credibilidade e segurança que os empregados – e os seus sindicatos – apresentam em relação ao GHC. Os critérios já estão postos, devem ser utilizados, são os mesmos em todas as equipes, há pessoas que acompanham os seus usos e só são modificados após amplos movimentos coletivos de abrangência institucional. Em síntese, desde que essa política foi instituída, ela tem cumprido um papel fundamental de humanizar as relações de trabalho no GHC, tornando-as, fundamentalmente, mais transparentes e justas. As pessoas sentem-se mais responsáveis, em conjunto, pelos mesmos processos de trabalho. Uma ação desenvolvida com qualidade por uma pessoa tem sido mais sentida como vantajosa para todos do grupo, pois os objetivos – ou as metas – a serem alcançados são coletivos. Processos coletivos, contudo, não pressupõem que todos realizem as mesmas atividades ou funções. Ao contrário, considerando a complexidade do trabalho em saúde, um objetivo comum só pode ser alcançado quando todos os envolvidos conseguem executar as suas atribuições com qualidade. Por conta disso, isto é, por potencializar movimentos coletivos, a PAD também tem contribuído, estimulado, que os processos de trabalho, as rotinas e os fluxos de cada serviço estejam melhor caracterizados. Entretanto, esses discursos por responsabilização que se acentuam acabam por aumentar as demandas de cursos e outras atividades de formação para os serviços e as pessoas. Assumir responsabilidades pressupõe que as pessoas percebam-se preparadas para desempenharem – com segurança – as ações que lhes foram confiadas. Em função disso, desde que a política foi implantada, observa-se a ampliação dos investimentos para a expansão do acesso às ações de educação pelos empregados. 15 Assim, observa-se que a PAD está contribuindo para promoção – ou para a construção – de uma cultura de democracia no GHC. A constituição de uma política que promova o diálogo, a participação, a democratização e que, ainda, conceba a avaliação como processo de crescimento tem sido possível, dentre outros aspectos, pela organização de espaços institucionalizados que garantam, de forma efetiva, àqueles que desejam participar, certo nível de respaldo, proteção e segurança contra possíveis retaliações e perseguições. Portanto, ao se expressar essa constatação, ressalta-se papel fundamental que a GTED/GRH tem cumprido, de diferentes maneiras, no gerenciamento da PAD, o que lhe confere um nível crescente de responsabilidades. Em um segundo plano, tem-se tentado configurar, cada vez mais, a avaliação no GHC como um processo de crescimento: não se pensa que a PAD chegou a sua versão final. Um exemplo disso foi sua reformulação em 201015. Reflete-se, sim, que essa política deve ser analisada e transformada para dialogar com as questões, os pensamentos e os modos de fazer vigentes em cada momento do GHC. Para isso, é importante considerar que, anualmente, são realizados estudos dos conteúdos presentes nas avaliações individuais, compreendendo esses momentos como espaços de reflexão, inovação e desenvolvimento. Por fim, entende-se que a avaliação deve subsidiar processos mais amplos de planejamento institucional, além de pressupor um momento de autoavaliação, eis um elemento que desacomoda, desafia e convida para outras experiências, aprendizagens, enfim, crescimento, desenvolvimento. 15 BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Política de Avaliação e Desenvolvimento. Edição 2010. 16 ANÁLISE DAS AVALIAÇÕES INDIVIDUAIS A Política de Avaliação e Desenvolvimento do GHC objetiva contribuir com o crescimento dos empregados, das equipes de trabalho e da instituição, tomando como referência os compromissos éticos e sociais que as pessoas que atuam na saúde devem assumir em relação aos usuários do Sistema Único de Saúde. A partir disso, supõe-se que todas as ações incentivadas ou que se desdobrem como consequências dessa política devam buscar uma coerência com os princípios e as diretrizes do SUS e do próprio GHC. A fim de construir subsídios para essas ações, a GTED/GRH elabora, anualmente, um trabalho de análise das avaliações individuais realizadas no ano anterior na instituição. Assim, no ano de 2011, fez-se uma análise das avaliações realizadas no ano de 2010. A seguir, mostra-se o resultado desse estudo. Em 2010, dos 6.561 empregados em atividade no GHC, foram avaliados, individualmente, 6.155 (seis mil e cento e cinquenta e cinco) destes, incluindo-se os gestores, o que totalizou 93,81% de avaliações individuais realizadas. Também, foram avaliados 414 gestores por suas respectivas equipes e/ou Colegiados de Gestão, o que representa 78,26% do total. O planejamento específico detalhado das equipes foi realizado por 85,84% dos colegiados, sendo que 100%, dos 226 colegiados existentes em 2010, finalizaram o processo de avaliação. As análises, aqui comentadas, tiveram como base uma amostra aproximada de 5% desse total. Assim, analisou-se os conteúdos de 310 (trezentas e dez) avaliações. Para analisar os pareceres e os planos de ação de 2010, resgatou-se as 12 categorias de análise utilizadas em estudos dos outros anos e acrescentou-se mais uma: Processos de trabalho – rotinas, fluxos, protocolos, etc., construída a partir dos discursos constantes nos novos materiais analisados. Categorias de análise Atendimento aos usuários: manifestações relativas à qualidade do atendimento e do serviço prestado, compromisso e responsabilidade com as pessoas que acessam os serviços de saúde. Condições de trabalho: manifestações acerca do ambiente e das condições de trabalho, contemplando a estrutura física (espaço, equipamentos, instrumentos e materiais) para o desenvolvimento do trabalho, o uso e o trato do patrimônio, assim como a organização dos processos de trabalho. Formação/Capacitação: contempla questões referentes a propostas e necessidades de formação, treinamento em serviço, promoção de cursos e seminários, dentro e fora da instituição, ou seja, educação permanente. Manifestações em relação à Política de Avaliação e Desenvolvimento: todas as referências – contribuições, críticas ou elogios – relativas à Política de Avaliação e Desenvolvimento. Papel dos Gestores: inferências sobre a postura do gestor, o seu relacionamento e/ou diálogo com a equipe de trabalho. 17 Postura profissional: considerações acerca da postura ética e profissional, comportamento, conduta, sigilo profissional, assiduidade e pontualidade. Qualificação profissional: refere-se ao domínio das técnicas específicas que os empregados devem apresentar para o exercício dos seus cargos ou das suas funções. Relacionamento com colegas e chefias: abrange temas relativos ao relacionamento e diálogo com colegas e chefias, trabalho em equipe, tensões e conflitos. Saúde do Trabalhador: refere-se a todos os itens relativos a orientações, fornecimento e uso de EPIs/EPCs, exames periódicos e encaminhamentos para atendimentos de saúde. Visões em relação à Instituição: observações, críticas, elogios, sugestões, reivindicações e descontentamentos dos empregados em relação ao GHC. Manter/Não se Aplica/Concordo/De acordo: manifestações sem conteúdo suficiente para embasar ações de planejamento. Participação: nas Metas da Equipe/Reuniões de Colegiados e da Equipe/PI – Plano de Investimentos e outros espaços instituídos para o desenvolvimento de ações coletivas. Processos de trabalho (rotinas, fluxos, protocolos, etc.): referências às atividades desenvolvidas, desde a última avaliação, ou combinações (e intenções) de ações para o próximo período; contempla os aspectos “imateriais” do trabalho, os fatores que contribuíram ou dificultaram as suas execuções, assim como os sentimentos e as percepções das pessoas em relação aos mesmos. Reflexões sobre os pareceres e os planos de ação Em relação aos pareceres dos gestores das avaliações individuais analisadas, observou-se que as categorias mais prevalentes foram Postura Profissional (264 pareces ou 85%) e Relacionamento com Colegas e Chefias (153 pareceres ou 49,35%). É interessante observar que essas categorias, as quais pode-se classificar como comportamentais, são mais frequentes do que outras que seriam mais relacionadas com a atividade fim do GHC. Para ilustrar essa assertiva, demonstra-se que a categoria Atendimento aos Usuários foi identificada em 60 pareceres (19,35%), Qualificação Profissional, em 95 (30,64%), e, Processos de Trabalho, em 81 (26,12%). A prevalência das questões comportamentais é fato importante para reflexão e ocorreu no mesmo momento em que o GHC alcançou somente 58,39% dos objetivos previstos na sua avaliação institucional. Esse aspecto deve ser aprofundado para se pensar o foco de trabalho no GHC e os objetivos definidos institucionalmente, visando à superação das dificuldades para alcançar as metas pactuadas. Em relação aos pareceres dos trabalhadores, a categoria Manter/Não se aplica/Concordo/De acordo foi a mais percebida nesse campo (30% dos pareceres). Diante disso, entende-se oportuno relembrar que, desde 2003, a Democratização da Gestão é uma das diretrizes da instituição. 18 O significativo percentual de concordâncias dos empregados em relação às manifestações dos gestores é um fato a ser aprofundado, visto que as avaliações individuais são momentos de diálogo e troca de ideias, permitindo-se um espaço qualitativo para registros mais abertos e detalhados dos empregados para além de “concordo”. A categoria Postura Profissional foi a segunda mais identificada nos pareceres dos trabalhadores (90 vezes - em 29% dos pareceres). De maneira geral e semelhante às abordagens realizadas pelos gestores, prevalecem os pareceres relacionados ao comportamento, em que os empregados afirmam os seus compromissos com o trabalho, com a ética profissional e com a hierarquia. Em seguida à Postura Profissional, a categoria Processos de Trabalho é a terceira mais frequente (63 vezes - 20%). Em tal categoria, encontram-se os elementos mais concretos da avaliação, os quais ilustram – na prática – os aspectos teóricos da PAD: avaliação como diálogo, autoavaliação e análise das dificuldades e perspectivas dos processos de trabalho. Referente a este (processos de trabalho), as reflexões realizadas abordam questões internas dos setores, além de outras que envolvem a integração de setores e categorias profissionais distintas. A categoria Manifestações em Relação à Política de Avaliação e Desenvolvimento também aparece em 20% dos pareceres dos trabalhadores (62 vezes). Nas manifestações, prevalecem principalmente três abordagens: elogios em relação ao instrumento mais sintético e objetivo, mas que não deixa de contemplar a diversidade; discordâncias dos itens automáticos, especialmente, assiduidade e horas de formação; avaliação como momento de diálogo, importante e esclarecedor. A expressiva referência dos empregados à PAD, muito superior na fala destes do que dos gestores, demonstra que não se observam mais discursos que atribuem à avaliação o propósito de perseguições ou demissões. Importante considerar que a heterogeneidade do GHC e das suas equipes contribui para diferenças, tendo locais em que a PAD avançou mais do ponto de vista das suas concepções e dos seus objetivos, e outros que enfrentam mais dificuldades. Outro ponto relevante é a redução, comparando-se ao ano anterior, da referência que os empregados fazem às questões que se poderia classificar como demandas ou reivindicações trabalhistas. A categoria Condições de Trabalho foi percebida em apenas 09 pareceres dos trabalhadores (somente 2%). Ainda, somente cerca de 1% dos pareceres (quatro) traziam alguma abordagem sobre o Papel dos Gestores, e questões concernentes à Saúde do Trabalhador foram identificadas em 11 pareceres (aproximadamente 3% da amostra). Também, a categoria Visões em Relação à Instituição foi expressa em 12 pareceres (pouco superior a 3%). 19 Em todas essas categorias destacadas, as abordagens, porém, não se configuram como reclamações. Há empregados que fazem elogios ao incremento das condições de trabalho e como isso contribui para qualificar os serviços. Alguns enaltecem positivamente os seus gestores. No tocante à Saúde do Trabalhador, contudo, prevalecem justificativas às dificuldades apontadas durante as avaliações (como faltas não justificadas, problemas relacionais, desempenho abaixo do esperado) devido às condições de saúde, ao uso de medicamentos e aos acidentes de trabalho. Em relação à categoria Visões em Relação à Instituição, algumas abordagens trazem críticas, e outras, reconhecimentos. Ainda sobre as análises dos pareceres dos trabalhadores, as pequenas frequências das categorias Atendimento aos Usuários e Qualificação Profissional merecem destaque. Cada uma foi percebida somente 14 vezes, o que representa menos do que 5% da amostra. Os Planos de Ação apresentam propostas de qualificação em 131, ou 42,25%, dos planos, porém, nos seus pareceres, os gestores citam apenas 38 vezes a questão da Formação/Capacitação. Considera-se importante aprofundar essa diferença entre o diagnóstico presente nos pareceres dos gestores e o planejamento feito. Também, são raros os planos de ação que descrevem, com precisão, as ações de educação indicadas para os empregados. De maneira geral, os planos abordam a necessidade das horas de formação para as metas serem atingidas, por essa ser uma demanda institucional ou porque as ações de educação já estão incorporadas às rotinas de trabalho. Diante disso, dentre outras possibilidades, também se aventa a hipótese de que algumas ações dessa natureza são propostas pelo fato de o campo Plano de Ação das avaliações individuais ser de preenchimento obrigatório. A segunda categoria identificada com mais frequência nos Planos de Ação é Processos de Trabalho (74 vezes - 23,87%). Difícil é identificar um tema comum que aproxime os planos inseridos em tal categoria. Estes, quando aparecem, apresentam propostas de atividades muito específicas, próprias de cada setor, com prazos estabelecidos para serem realizados. Nesses casos, percebe-se a utilização do campo Plano de Ação como propõe a PAD. Participação foi a terceira categoria que mais se destacou na amostra analisada dos Planos de Ação (63 pareceres – cerca de 20%). Os planos trazem a abordagem, prevalente, de que os empregados também devem ter responsabilidades em relação ao alcance das metas das suas equipes. Para isso, devem se envolver e participar de momentos de espaços coletivos (como reuniões, colegiados e outros), assim como debater, sugerir e fazer críticas sobre questões que são de uso comum a todos que trabalham em um mesmo setor. A frequência com que a categoria 20 Participação é identificada nos planos, mais uma vez, traz a questão do que é discutido e analisado durante a avaliação e o seu planejamento. Isso porque dificuldades em relação à participação dos empregados nos espaços coletivos não foram mencionadas, em quantidade semelhante, nos pareceres dos gestores e dos trabalhadores. Portanto, apesar de haver expressivo contingente de avaliações em que se observa uma unidade entre os temas abordados nos pareceres e nos planos de ação, há outra parcela expressiva para a qual não se pode fazer a mesma inferência. São avaliações nas quais os problemas apontados nos pareceres, por exemplo, não se convertem em propostas de ação para a superação dos mesmos, identificando-se, nelas, uma dificuldade na compreensão do conceito de desenvolvimento, que deve ser aprofundada para debate. Considerações finais – a história continua A análise dos pareceres e dos planos de ação das avaliações individuais de 2010 permite realizar comparação com o mesmo processo desenvolvido em 2009. Percebe-se, a partir dessa equiparação, uma tendência de continuidade: mesmo considerando que existem variações, as categorias prevalentes e as menos citadas, no contexto geral, permanecem semelhantes. No que concerne aos pareceres dos gestores, as três categorias mais observadas em 2010, mais uma vez, foram: Postura Profissional (85,16%), Relacionamento com Colegas e Chefias (49,35%) e Qualificação Profissional (30,64%). Apenas uma inversão: em 2009, a segunda categoria mais frequente foi Qualificação Profissional (46%). A categoria Relacionamento com Colegas e Chefias (33%) ficou no terceiro lugar. Nos dois anos, Postura Profissional foi a categoria mais identificada nas avaliações (em 2009, estava presente em 63% da amostra). Da mesma forma, dentre as menos recorrentes nos pareceres dos gestores – e, por vezes, nem mesmo citadas – estão Condições de Trabalho (12%), Manifestações em Relação à Política de Avaliação (2%), Papel dos Gestores (0%), Saúde do Trabalhador (6%), Visões em relação à Instituição (0,3%) e Manter/Não se Aplica/Concordo/De Acordo (8%). Nos pareceres dos trabalhadores, assim como em 2009, Manter/Não se Aplica/Concordo/De Acordo (30%) e Postura Profissional (29%), em 2010, respectivamente, foram as categorias mais citadas. Entretanto, de maneira diversa, a terceira categoria mais percebida em 2010 foi Processos de Trabalho, a qual observou-se em 20% dos pareceres. Em 2009, a terceira mais frequente foi Participação, com 15%, e, em 2010, apareceu em apenas 5,1% dos pareces. 21 As categorias Atendimento aos Usuários (4,5%), Visões em Relação à Instituição (3%), Condições de Trabalho (2%), Papel dos Gestores (1%) e Saúde do Trabalhador (3%) permanecem entre as menos observadas nos pareceres dos trabalhadores. Todas estão presentes em percentual inferior a 5% da amostra analisada. A modificação mais significativa percebida concerne à Manifestações em Relação à Política de Avaliação e Desenvolvimento que, em 2009, esteve presente em apenas 8% dos pareceres e, no ano 2010, 20% da amostra contemplava referências a essa categoria. Acredita-se que as mudanças efetuadas no instrumento das avaliações individuais, de 2009 para 2010, expliquem esse incremento. Mantendo, também, a tendência de continuidade, Formação/Capacitação (42,25%), Participação (20,32%) e Postura Profissional (15,48%) permanecem entre as categorias mais observadas nos planos de ação. A elas, somou-se Processos de Trabalho que, em 2009, não era considerada, mas, em 2010, foi assinalada em 23,87% da amostra. Formação/Capacitação, Participação e Postura Profissional evidenciam igualmente a tendência de continuidade em relação aos seus conteúdos, acontecem poucas referências mais precisas sobre esses itens. Os conteúdos de tais planos, em relação à categoria Postura Profissional, como já era observado em 2009, indicam, principalmente, a necessidade de maior pontualidade, assiduidade e permanência no setor. Isto é, são apontadas as questões de cumprimento da jornada de trabalho contratada. Para finalizar, essa percepção de continuidade observada nos pareceres e nos planos de ação das avaliações individuais de 2009 e 2010, entre os discursos dos gestores e dos empregados, não apresentam relação direta com a missão, os principais objetivos e as metas do GHC. Por conseguinte, ainda que, por exemplo, os empregados, em sua maioria, sejam elogiados por seus gestores em relação às posturas profissionais, entende-se que é pertinente questionar e refletir sobre a relação entre tais elogios e as análises consistentes que correlacionam as atribuições de cada empregado com os propósitos da sua equipe e da instituição. Pensa-se, enfim, que essas reflexões devem ser feitas para que efetivamente se concretize aquele que é afirmado como o principal objetivo da Política de Avaliação e Desenvolvimento: contribuir com o crescimento dos empregados, das equipes de trabalho e da instituição, tomando como referência os compromissos éticos e sociais que as pessoas que atuam na área da saúde devem assumir em relação aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS. 22 PAPEL DAS REFERÊNCIAS GTED/GRH “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. “ (Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido) Em 2011, após 06 (seis) anos de implantação da Política de Avaliação e Desenvolvimento (PAD), a equipe da GTED/GRH conta com 12 (doze) empregados que trabalham como referências em Gestão do Trabalho para apoio às equipes do GHC. Esse grupo é formado com 10 (dez) técnicos em educação, 01 (uma) enfermeira e 01 (uma) psicóloga. Desde 2010, experimentou-se uma nova dinâmica para atuação das referências, constituindo-se duplas de trabalho responsáveis pelas gerências e/ou unidades hospitalares do GHC, o que tem dado resultados positivos e possibilitado um novo momento para a consolidação do papel do grupo. Sua metodologia de atuação consolida-se na ênfase à educação permanente nos espaços micropolíticos de organização do trabalho nas equipes, no apoio direto aos gestores nas questões de planejamento e mediação de conflitos e na implementação e valorização da PAD. Esse profissional atua de forma descentralizada, a fim de produzir uma relação mais próxima dos empregados e gestores. O papel construído como referência, no início, para organização e implementação da PAD, foi sendo ampliado, e esta passou a ser uma articuladora da política institucional de gestão de pessoas, dando suporte aos processos de trabalho, transitando em diversos locais, fazendo a integração entre teoria e prática, incentivando e buscando o fortalecimento de práticas que visam à cogestão e à autonomia dos empregados enquanto sujeitos de seu fazer e tendo como objetivo a abertura de espaços para a superação de metodologias ainda fragmentadas, relações cristalizadas e fazeres desconexos. Na dimensão do desenvolvimento dos empregados, produzem atividades relacionadas à realidade de cada equipe, como oficinas, cursos, seminários e capacitações em serviço, os quais contribuem para qualificar o processo de educação permanente na instituição. Além disso, as referências atuam no campo da integração, do acolhimento e do acompanhamento de novos empregados contratados e do remanejo de empregados em setores e atividades mais adequadas as suas formações, seus perfis e suas experiências profissionais. Nesse sentido, sua atuação pressupõe iniciativas de repensar e dar novo sentido aos processos de 23 trabalho, assim como vislumbrar o alinhamento das atividades de gestão de pessoas às estratégias institucionais e às diretrizes do SUS, que preconizam a reorientação do modelo assistencial. Auxiliar na construção de uma proposta alternativa aos problemas identificados no cotidiano do trabalho é mais uma das atividades do fazer das referências que, em conjunto com as equipes e seus gestores, têm buscado constituir espaços coletivos de análise e tomada de decisão. Nesse sentido, as práticas em saúde estabelecem-se na integração dos saberes e fazeres diversos, que se complementam, possibilitando intervenções mais resolutivas na vida das pessoas. Tal forma de organização de gestão exige constante processo de negociação, planejamento e avaliação. O papel da referência se efetiva na micropolítica, gerando práticas e relações que buscam motivar cada empregado a reafirmar o SUS no seu fazer cotidiano. Essa atuação é um processo de aprendizagem constante, muitas vezes, depara-se com situações imprevisíveis, que não se sabe por onde iniciar, pois não há previsão institucional. Em outros momentos, não se pode ter a resposta pronta, pois esta deve ser construída coletivamente na equipe de trabalho. Atualmente, a experiência traz à equipe um acúmulo conceitual sobre a diversidade da atuação da referência, entretanto, o desafio permanece na tradução desse conhecimento para a prática cotidiana. Percebe-se uma grande demanda de solicitações referente a conflitos nas relações da equipe e dos processos de trabalho, que se situam em um espaço de dificuldades de gerenciamento nesses grupos. Pondera-se que existe uma multiplicidade de fatores que contribuem para isso, tanto organizacionais como do próprio fazer em saúde. Nesse contexto, busca-se trabalhar junto aos gestores e empregados na busca da integralidade, enquanto organização de conhecimentos específicos/disciplinares, do fazer individual, do trabalho coletivo na equipe e no serviço e da própria política pública em saúde (Mattos, 2001)16. Os profissionais que atuam como referências valorizam a necessidade de espaços de reunião em sua própria equipe, nos quais, a troca, a reflexão e os questionamentos sobre o fazer/referência sejam possibilitados, o que se institui como uma ferramenta de apoio matricial. Assim, o trabalho das referências GTED/GRH tenta se afirmar nos espaços de abertura para proposições, interligação e tradução entre o micro e o macro, entre o individual e o coletivo, 16 Mattos RA. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos.In: Pinheiro R, Mattos RA, organizadores. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: IMSUERJ/Abrasco; 2001. p.39-64. 24 bem como nas possibilidades de criação de uma nova cultura organizacional que se sustente na convivência entre múltiplos saberes e fazeres. Tais possibilidades que contribuem para o fortalecimento da gestão participativa, dos espaços coletivos de análise e tomada de decisão, da consolidação de compromissos e acordos, da capacidade gerencial e da autonomia dos trabalhadores na operacionalização da missão institucional. Destacam-se, a seguir, algumas iniciativas nas quais as referências GTED/GRH estiveram envolvidas. AÇÕES DE EDUCAÇÃO COM ATUAÇÃO DA REFERÊNCIA Curso de Gestão Clínica Junto à Gerência de Internação do Hospital Cristo Redentor (HCR), esse curso foi criado e organizado com o intuito de apresentar e debater com os gestores temas que permitam pensar um novo modelo de atenção, a fim de se Fotos: GTED/GRH revisar e construir, de modo coletivo, processos, fluxos, rotinas e outras ferramentas que orientem o cuidado nesse hospital. Avaliação e Acompanhamento de Trabalhadores: em busca da qualidade assistencial e humanização Essa formação ocorreu no Hospital da Criança Conceição (HCC), a fim de promover um espaço de sensibilização e reflexão crítica sobre o papel dos enfermeiros em relação a Política de Avaliação e de Desenvolvimento (PAD), oferecendo subsídios para a realização dessas avaliações. Humanizando as relações de trabalho entre os serviços de Farmácia e Enfermagem no HF Tal oficina foi organizada junto aos setores envolvidos para desenvolver os temas de educação permanente levantados pelas equipes dos serviços de Farmácia e de Fotos: GTED/GRH Enfermagem do Hospital Fêmina (HF). 25 Curso de Introdução em Cuidados Paliativos Com o objetivo de atualizar o conhecimento em Cuidados Paliativos e qualificar a assistência nessa área, o curso foi pensado e formulado pela Coordenação do Serviço de Cuidados Paliativos do HNSC e contou com a parceria das referências GTED/GRH para apoio técnico, organização e desenvolvimento. Essa formação foi oferecida às diferentes categorias profissionais de nível superior e teve uma carga-horária de 88 horas por trabalhador. Oficinas de Comunicação Na unidade de saúde Barão de Bagé, da Gerência de Saúde Comunitária (GSC), foram desenvolvidas essas oficinas com o objetivo de promover a integração na equipe, oportunizando espaços de escuta, de diálogo e reflexão sobre práticas, bem como as implicações dessas relações nos processos de trabalho, considerando a diversidade de saberes envolvidos, melhorando a qualidade de vida no trabalho. Fotos: GTED/GRH AÇÕES DE DIAGNÓSTICO COM ATUAÇÃO DA REFERÊNCIA Pesquisa de Satisfação do Trabalhador Uma pesquisa de satisfação do trabalhador foi aplicada, no final de 2010, com as gerências administrativas do Hospital Cristo Redentor (HCR) e do Hospital da Criança Conceição (HCC) e no Hospital Fêmina (HF). O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) não foi contemplado, pois foi o público-alvo de pesquisa do Ministério Público do Trabalho 4ª Região, com o apoio do GHC e executada pelo grupo IPM - UNISINOS/PPG Administração (UNISINOS/ FUNDEPE). O processo foi organizado por um grupo de trabalho na GTED/GRH e conduzido pelas referências das respectivas gerências e hospitais. Tal pesquisa teve como principal objetivo verificar a percepção dos empregados em relação ao seu trabalho na instituição. Organizou-se, inicialmente, em dois momentos: em um momento explicativo do trabalho para os grupos participantes e, após, a aplicação de um instrumento específico, que contemplou 05 (cinco) questões relacionadas à caracterização do trabalho, 01 (uma) pergunta relacionada à motivação para o trabalho e 01 (uma) questão aberta para agregar outros aspectos que o empregado julgaria importante. 26 No ano de 2011, esses dados foram tabulados e analisados, a fim de levantar subsídios para o planejamento e desenvolvimento de equipes, gestores e empregados, assim como oferecer subsídios para que os atuais e futuros gestores proponham alternativas às situações pontuadas como insatisfatórias, bem como repensem processos, fluxos e rotinas de trabalho. Um relatório foi produzido para os gestores envolvidos, com o objetivo de construir coletivamente essas mudanças. Abaixo, um breve esboço das análises realizadas nas pesquisas nos principais tópicos. Satisfação Geral Conforme os dados, na Gerência de Administração (GAD) do HCR, 98,4% responderam positivamente, de igual forma no HF, e 94,7% responderam estar satisfeitos na Gerência de Administração (GAD) do HCC. Considerando todos os envolvidos, 97,7% dos trabalhadores estão satisfeitos. Percepção de sua Equipe no GHC No geral, 93,5% dos empregados percebem que o trabalho realizado pela sua equipe é reconhecido pelas outras na instituição, bem como que há um bom relacionamento entre elas. Na GAD/HCR, esse percentual sobe para 96,7%, no HF, fica em 92,8% e, na GAD/HCC, o percentual baixa para 90,2%. Satisfação com o seu Trabalho no GHC Pode-se verificar que, no geral, 96% dos empregados mostraram-se satisfeitos com o seu trabalho no GHC; 95,6 % da GAD/HCR, 97,4 % do HF e 92,9% da GAD/HCC, configurando-se um resultado positivo nesse item. Fatores de Motivação Os fatores de motivação considerados mais importantes pelos empregados do GHC, no geral, foram: 1. gostar do que faz; 2. salário e benefícios; e 3. segurança que o emprego proporciona; apenas alternado a ordem entre eles. Percepção dos Trabalhadores Percebeu-se que houve uma avaliação positiva dos empregados nas respostas objetivas do questionário, entretanto, na questão aberta, a maioria que utilizou o espaço o fez para registrar reivindicações e críticas. A partir da análise das respostas, foram identificadas quatro categorias, sendo estas: Saúde do Trabalhador, Condições de Trabalho, Gestão e Formação. Em relação à categoria Saúde do Trabalhador, os relatos fazem referência à necessidade de ampliação e qualificação do atendimento aos trabalhadores e ao desejo de que a instituição ofereça plano de saúde aos empregados17. Quanto à Condições de Trabalho, as falas trazem uma necessidade de maior adequação das áreas físicas, de disponibilidade de material para o trabalho, de criação de plano de cargos e salários e de maior reconhecimento profissional e valorização salarial. Também, apareceram 17 Plano de saúde é uma questão polêmica na instituição. O GHC e as organizações dos trabalhadores, historicamente, defendem o SUS com qualidade e acesso universal, e pautar um plano de saúde explicita uma contradição. 27 relatos de sobrecarga de trabalho devido à falta de pessoal e aos afastamentos e que isso, inclusive, geraria desvios de função nas equipes. Nas referências à categoria Gestão, os empregados relatam a falta de autonomia, escuta e reconhecimento por parte do gestor, a falta de perfil e de critérios para assumir cargos de gestão no GHC, bem como as diferenças de critérios, condutas e tratamentos do gestor com a equipe e com determinadas categorias. Sobre Formação, os relatos manifestaram necessidade de ampliar o acesso à qualificação profissional, de cursos específicos para determinadas áreas e de uma qualificação técnicoadministrativa para os gestores. Diagnóstico realizado GTED em parceria com Saúde do Trabalhador Em novembro de 2011, as referências da GTED/GRH, em parceria com a Saúde do Trabalhador, desencadearam um processo de diagnóstico sobre as condições de trabalho do Serviço de Nutrição do HCR a pedido da Gerência Administrativa do HCR. Essa equipe já vinha sendo acompanhada de diversas formas por esses dois setores, mas uma atuação mais coletiva ainda não havia sido priorizada. Assim, definiu-se como principal objetivo: identificar as percepções dos trabalhadores da Nutrição – HCR em relação ao trabalho em tal setor. Além disso, objetivou-se: identificar as percepções dos trabalhadores do SND sobre o trabalho que cada um, individualmente, realiza; identificar as percepções dos trabalhadores do SND sobre as relações que se estabelecem entre as pessoas que atuam no setor; identificar as percepções dos trabalhadores do SND sobre o trabalho coletivo que é produzido na equipe. Optou-se por fazer turmas separadas por categoria, de forma a contemplar todas aquelas envolvidas no serviço, no melhor horário, de acordo com as atividades/funções desenvolvidas por estas. O processo consistiu-se no preenchimento de um formulário proposto, na colocação das respostas dos trabalhadores em cartazes pré-afixados para visualização de todos e no debate coletivo sobre as questões abordadas e demais considerações – para contemplar algum item que poderia estar faltando na hora do preenchimento. Após a aplicação do formulário e a discussão com as turmas, os responsáveis pelo diagnóstico fizeram a coleta de dados para apresentação de resultados ao gerente, à coordenação e à equipe de Nutrição. A ideia, a partir desse momento, foi fazer as proposições, com base nos resultados, elencando-se responsabilidades e prazos, pactuando e construindo-se alternativas com a equipe, para se elaborar um cronograma de ações com esta e os diversos envolvidos. 28 BANCO DE REMANEJO O Banco de Remanejo é uma ferramenta de Gestão de Pessoas, implantada e regulamentada desde 2004, com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento, a valorização da experiência e da formação dos empregados, bem como a adequação da qualificação profissional às necessidades de composição das equipes de trabalho. Tem por finalidade organizar, gerenciar e registrar as trocas de equipes e turnos dos empregados do GHC, considerando as demandas institucionais, a organização dos serviços, a motivação dos empregados e as necessidades de desenvolvimento. Busca garantir igualdade de condições aos empregados no que diz respeito à troca de setores e turnos, considerando-se o interesse destes e da instituição, respeitando-se os cargos que ocupam no GHC. Para o constante aperfeiçoamento do Banco de Remanejo, em 2011, foi realizada mais uma atualização da normativa que o regulamenta, publicada na Portaria GHC nº 577/11. Neste mesmo ano, a GTED/GRH concluiu o mapeamento dos fluxos que permeiam o processo e enviou, à Gerência de Informática do GHC, o projeto para sua informatização, visando ao seu aprimoramento, à qualificação do banco de dados e à agilização dos tempos e da busca pelas informações necessárias. Para participar do Banco, os empregados devem estar inscritos na GTED/GRH, e o processo segue vários critérios normatizados, como, por exemplo, os fatores para entrevista de seleção: a) Critérios Institucionais: local de origem, conceito da última avaliação individual, último conceito final do empregado, tempo de trabalho no cargo no GHC, sanção disciplinar nos últimos doze meses, pontualidade conforme conceito da última avaliação, assiduidade dos últimos doze meses e horas de formação dos últimos doze meses; b) Critérios do Perfil Profissional: formação, experiência, disponibilidade para contribuir e aprender, postura profissional e motivação. Desde o início da implantação do Banco de Remanejo, pode-se observar grandes avanços, relacionados à mudança da cultura organizacional, como: o conhecimento, por parte dos empregados, da norma, dos instrumentos, dos critérios e dos fluxos do processo, assim como a adesão e o reconhecimento dos gestores quanto à utilização e aos benefícios trazidos pela ferramenta. 29 Remanejos realizados em 2011 em questionamento por que ocorra parte do empregado sobre as seleções, são TIPO CARGO Situações comunicadas à GRH, que procura EXTERNO Permanência INTERNO Externo Institucional Permuta temporário verificar se o processo está em Assistente Social 1 0 0 0 0 Atendente de Nutrição 4 0 0 0 3 Auxiliar Administrativo 11 6 4 4 5 institucional. Auxiliar de Enfermagem 6 9 7 0 14 excepcionais, em que não houve Auxiliar de Farmácia 1 0 0 0 1 Auxiliar de Manutenção 1 0 0 0 0 cumprimento do regulamento, a GRH Auxiliar Geral 3 3 1 0 2 interviu e fez com que os processos Cozinheiro 1 0 2 0 0 Enfermeiro 3 1 0 1 8 Farmacêutico 1 0 0 0 0 Fisioterapeuta 2 0 0 0 0 Médico 3 1 0 0 1 Nutricionista 1 0 0 0 0 Psicólogo 1 0 0 0 0 Técnico Administrativo 0 1 2 0 0 Técnico de Enfermagem 69 10 3 6 48 Técnico de Nutrição 1 0 0 0 2 Técnico em Saúde Bucal 1 0 0 0 0 (duzentos Vigia 0 0 0 0 1 empregados das diversas categorias 110 31 19 11 85 Total Parcial Subtotal Total Geral (Externo + Interno) Quadro 1 – Remanejos realizados em 2011. 171 85 256 conformidade fossem com Em cancelados novamente, critérios de claros e política situações e acordo realizados com os transparentes normatizados. Em 2011, essa ferramenta possibilitou o remanejo de 256 e cinquenta profissionais, remanejos e seis) considerando externos e internos, conforme Quadro 1 - Remanejos realizados em 2011. 30 a NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DIGITAL PERMANENTE (NDP) O Núcleo de Educação Digital Permanente (NDP) foi implantado em 2003 com o objetivo de promover a inclusão digital e a aproximação dos empregados à tecnologia da informação, facilitando o uso da informática no cotidiano e nos processos de trabalho da instituição. Em 2011, o NDP desenvolveu 20 (vinte) turmas do Curso de Introdução e Atualização em Informática (20h) e 09 (nove) turmas do Curso de Windows XP (28h), certificando 223 (duzentos e vinte e três) empregados, contabilizando e contribuindo com 5.020 (cinco mil e vinte) horas de formação no GHC. Os cursos contemplaram profissionais de diferentes áreas de atuação no GHC e de diversos cargos e funções. Ainda assim, devido à identificação de grande demanda por alguns cursos específicos, a GTED/GRH contratou diferentes cursos nessa área, como: o MS Word (em níveis básico e intermediário), o MS Excel (em níveis básico e intermediário) e o MS Access I. Esses cursos certificaram cerca de 200 (duzentos) alunos nesses programas. Em 2011, o NDP executou a primeira turma Foto: GTED/GRH do curso de MS Word I, especialmente desenvolvido pelo Núcleo para os empregados do GHC e com material didático próprio. As atualizações constantes nos planos de aulas são importantes para acompanhar o ritmo da evolução tecnológica e são aprimoradas no cotidiano da prática em sala de aula. Neste ano, ainda, foi produzido o material didático de mais um novo curso, o de MS Excel I, programado para execução em 2012, completando a série de educação básica em informática do NDP. Para 2012, o projeto é investir em iniciativas internas e conjuntas com a Gerência de Informática (GI) para a organização e programação de cursos acerca das ferramentas corporativas, ou seja, desenvolvidas e utilizadas no GHC. 31 NÚCLEO DE ATIVIDADES PARA FORMAÇÃO (NAF) O Núcleo de Atividades para Formação foi organizado e consolidado em 2009 na GTED/GRH para operacionalizar as Normas Regulamentadoras de Atividades para a Formação no GHC. Essa normativa, atualizada em 2011 a partir da Portaria GHC nº 577/11, envolve processos de incentivo e registro de atividades para formação, considerando tanto as desenvolvidas internamente pelas equipes ou em parceria com outras instituições, bem como as ofertadas externamente. As etapas do processo envolvem a GTED/GRH, Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP), Gerência Financeira (GFIN) e Diretoria, sendo operacionalizadas no cotidiano pelo NAF, que se configura como um núcleo multidisciplinar, tendo como principais atribuições: Análise das solicitações de atividades para formação, de acordo com os critérios das Normas Regulamentadoras; Proposição de pareceres acerca das solicitações das atividades para formação individuais; Análise e registro das Horas de Formação no GHC; Registro e acompanhamento da execução das atividades de formação realizadas por empregados do GHC; Sistematização dos dados das avaliações das atividades realizadas e contratadas pela GTED/GRH; Certificação das atividades do GHC. O Quadro 2 “Atividades do NAF – 2010 2011 Análise de solicitações individuais 299 367 Instituições cadastradas 458 828 Atividades externas registradas 432 510 Nº de participações em atividades externas 991 1.091 Atividades internas registradas 1.174 2.737 Nº de participações em atividades internas 28.849 46.676 Total de horas incentivadas pelo GHC 154.839 206.355 consolidação do processo informatizado por Média de horas por empregado em atividades de formação incentivadas pelo GHC 19,46 25,54 meio da ferramenta do Workflow e a Quadro 2 - Atividades do NAF – 2010/2011, atualizado em 17.02.2012 2010/2011” faz um comparativo das atividades desenvolvidas nos anos de 2010 e 2011, considerando todas as atividades que foram incentivadas pelo GHC para os seus empregados, coletiva e individualmente, registradas em banco de dados informatizado. Em 2012, os desafios são a Atividades NAF avaliação das contribuições e dos benefícios das atividades para formação desenvolvidas pela GTED/GRH ao GHC. 32 Ações de Educação O Planejamento Anual para Formação da GTED/GRH visa contemplar as diversas categorias da instituição e o maior número possível de empregados, pois essa equipe compreende que todos são essenciais no atendimento ao usuário e na construção do SUS. Dentre as ações de Educação Permanente, as oportunidades de formação contemplam cursos, capacitações e seminários, organizados interna e externamente, com a parceria de colegiados da própria instituição que contribuíram com sugestões e com a prestação do serviço de empresas contratadas. A seguir, são apresentadas algumas dessas atividades desenvolvidas ao longo de 2011 CURSO PARA GESTORES GHC O Curso para Gestores é uma das ações realizadas pela GTED/GRH como formação para alcançar os objetivos do SUS, visando à educação permanente voltada ao interesse do desenvolvimento de seus empregados/gestores. A formação em serviço, por meio da reflexão sobre os processos de trabalho, é uma forma de aproximação com a realidade do trabalho na saúde e as formações/funções exercidas pelos profissionais. O curso objetiva possibilitar aos gestores do GHC o aprofundamento do conhecimento de gestão em saúde e de ferramentas, visando unificar essas práticas na instituição, contribuir com as reflexões a respeito das características específicas da gestão pública, aprofundando os temas referentes ao Planejamento e Fotos: Comunicação Social – Aula Inaugural Gestão em Saúde, incluindo gestão de pessoas e conhecimentos de normas, rotinas e fluxos da organização do processo de trabalho. Tal iniciativa busca instigar a reflexão do fazer em saúde e o compromisso e as responsabilidades do agente/gestor público com a qualidade do atendimento à população. 33 Essa atividade de formação é direcionada a todos os profissionais que exercem a gestão de equipes e foi construída a partir de processos reflexivos sobre o contexto de mudanças relativas à nova gestão do GHC, em 2003, na qual, propostas institucionais de democratização oportunizaram aos empregados refletirem sobre seus processos de trabalho, desencadeando oficinas/espaços coletivos de educação permanente alinhados às propostas nacionais de incentivo a esses momentos de participação. Em 2011, no sétimo ano de realização do curso, foi realizada a Aula Inaugural “Modelo de Atenção e as Políticas do Ministério da Saúde”, ministrada por Heider Aurélio Pinto, diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde/SAS. Além disso, foram oferecidos cinco (05) módulos, com duas turmas cada, e a criação de 120 vagas por módulo. As inscrições foram realizadas por temática, possibilitando escolha conforme interesse e disponibilidade do participante. Foram abordados os seguintes conteúdos: Temas Jurídicos (117 participantes), Administração de Pessoal (107 participantes), Saúde Mental e Trabalho (89 participantes), Gestão do Trabalho em Saúde (83 participantes) e Gestão de Materiais e Licitações (71 participantes). A metodologia de construção do programa é coletiva, visto que os módulos temáticos são desenvolvidos em conjunto às áreas responsáveis por cada macroprocesso, tendo o apoio pedagógico do Núcleo de Educação Permanente (NEP/GTED/GRH). Os participantes das edições anteriores avaliaram positivamente a iniciativa e continuidade da ação, o que incentivou a manutenção de módulos temáticos, considerando, também, as diversas sugestões recebidas. Identifica-se que o programa contribui para o estímulo à educação permanente dos gestores, à valorização dos empregados e à qualificação das ações de cuidado e gestão, fortalecendo o papel institucional do GHC na rede do SUS. FALA, PARTICIPANTE! “Foi ótimo o módulo, muito esclarecedor para questões do cotidiano do gestor. Considerando que este curso é desenvolvido por trabalhadores da instituição, estes foram muito bem nas aulas, contribuindo com sua técnica e experiência para o coletivo de gestores”. (Participante 1) “O módulo foi muito esclarecedor, principalmente quando abordou a mudança na rotina e ferramenta do boletim funcional. Sugiro a elaboração de um minicurso para os auxiliares administrativos que exercem a função de secretários de setor, pois os mesmos tem a tarefa de preenchimento deste documento”. (Participante 2) 34 “Temos muitos gestores informais que deveriam participar destes espaços, mas os trabalhadores também para que os mesmos tenham o entendimento da posição do gestor e qual o verdadeiro papel da instituição”. (Participante 3) “Fica como sugestão que essas oficinas sejam feitas com os trabalhadores e gestores para que os funcionários entendam as dificuldades e o que está dentro da nossa governabilidade”. (Participante 4) “Muito boa a dinâmica, só acho que deveria se estender para a noite para entendimento da equipe com relação a política de avaliação”. (Participante 5) MULTIPLICASUS O Programa Multiplica SUS iniciou em 2003 quando o Ministério da Saúde realizou uma pesquisa empírica entre seus empregados e diagnosticou que parte significativa desses empregados não se reconhecia como empregados do SUS e nem mesmo como usuários deste. A partir dessa experiência, notou-se a necessidade de espaços permanentes de entendimento, discussão e reflexão sobre o sistema de saúde. Então, em 2004, foi lançada a primeira turma da Oficina “(Re)Descobrindo o SUS que temos para construirmos o SUS que queremos”, cujo propósito é estimular os empregados a atuar de forma cada vez mais criativa e inovadora, além de sensibilizá-los para a urgência de uma aprendizagem contínua na busca de soluções para os problemas organizacionais. A partir de 2008, a GTED/GRH assumiu a organização das oficinas, que, até então, tinha parte da logística e do investimento provenientes do Ministério da Saúde. Formou-se um grupo de trabalho que atuava na organização e na execução dessa atividade, sempre em duplas para a sua realização. Entre os anos de 2008 e 2010, foram oferecidas 26 (vinte e seis) turmas, totalizando 696 (seiscentos e noventa e seis) participantes certificados. Em 2011, mantiveram-se as 09 (nove) turmas oferecidas anuais, totalizando 219 (duzentos e dezenove) empregados certificados. Neste ano, ainda, finalizou-se a produção de novos materiais pedagógicos: Manual do Facilitador e Manual do Participante, para a atualização da oficina, programada para ser Foto: GTED/GRH – Oficina MultiplicaSUS implantada em 2012. Pretende-se, também, 35 realizar algumas discussões com aqueles empregados que já fizeram a atividade nos outros anos, trazendo para debate temas sugeridos pelos próprios participantes das edições anteriores. A GTED/GRH acredita na potencialidade dessa oficina para ampliar os conhecimentos, o comprometimento e a coparticipação do empregado do SUS, aliados aos seus princípios e suas diretrizes, instigando transformações no cotidiano dos serviços da instituição e, assim, qualificando a assistência ao usuário - objetivo principal do trabalho no GHC. FALA, PARTICIPANTE! “Avalio que a oficina foi muito importante para os trabalhadores da saúde conhecerem melhor o SUS e também discutirem as diferentes visões a partir das suas funções dentro do SUS. A troca de experiências é muito enriquecedora. Seria interessante um módulo 2 (3) para aprofundar mais os assuntos.” (Participante 1) “Achei, muito bom o curso, mas também acho importante a criação de seminario anual ou semestral para que possamos estudar cada idéia mais detalhadamente.”(Participante 2) “Minhas espectativas foram supridas com este curso, aprendi, cresci e troquei informações mais do que eu esperava. As mediadoras estão de parabéns pois é um curso bastante teórico onde conduziram sem deixar cansativo e abrindo espaço para todos opinar, criticar e sugerir. Sugiro que curso como estes sejam proporcionados mais vezes.”(Participante 3) “Acho que como grandes representantes do 100%SUS deveríamos distribuir a todos nossos usuários a carta de direito dos usuários e trazer para esta oficina os grandes gestores, os médicos...” (Participante 4) “Achei a oficina muito boa, principalmente porque ocorre a integração de várias categorias diferentes, o que possibilita uma troca de experiências e de visões do SUS.” (Participante 5) FORMAÇÕES MULTIPROFISSIONAIS Entendendo que todos os profissionais são importantes no atendimento ao usuário e compreendendo-se a ideia de uma grande rede de serviços e pessoas envolvidas, a GTED/GRH lançou diferentes formações no ano de 2011, contemplando diversas áreas de atuação, a fim de expandir a qualificação para grande parte das categorias que compõe o quadro funcional do GHC. Assim, diferentes temas e áreas foram contempladas no Programada de Formação GTED/GRH 2011, estimulando a atualização desses profissionais em seu ambiente de trabalho. A seguir, estão detalhadas algumas iniciativas. 36 Aperfeiçoamento em Avaliação e Terapia Nutricional No intuito de capacitar profissionais das diferentes unidades hospitalares do GHC, envolvidos em avaliação e terapia nutricional, a fim de desenvolver pesquisas clínicas nessa área, foi realizada uma turma em 2011. Esse curso teve a participação e a certificação de mais de 30 (trinta) profissionais, contemplando enfermeiras, farmacêuticas, nutricionistas e médica que atuam em Avaliação e Terapia Nutricional. FALA, PARTICIPANTE! “Como houveram várias categorias presentes (enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas), acho que em certos momentos se fugiu do tema direcionado aos nutricionistas (acreditava que seria). Também quero relatar que seria interessante ser administrado por profissional que tenha esta prática no dia a dia.”(Participante 1) “Que aulas fossem mais curtas, de no máximo duas horas. Ter mais professores durante o curso, um em cada especialidade, pois alguns temas a professora não dominava. Verificar antes das aulas a configuração dos slides.” (Participante 2) Gostaria de sugerir que não seja feito todos os conteúdos com a mesma pessoa. Cada conteúdo deveria ser com um profissional específico (especialista) em cada patologia. Ficou pesado para uma só pessoa e o conteúdo muito extenso. Sugiro também que para todos os profissionais se afastarem fica pesado, então poderia ser uma vez na semana.” (Participante 3) Atualização em Língua Portuguesa e Redação Oficial Aprimorar a comunicação e a elaboração de documentos e, com isso, auxiliar a melhor compreensão de informações e a qualificação dos processos de trabalho, em principal, dos auxiliares e técnicos administrativos da instituição e de alguns Colegiados de Gestão foi o objetivo do curso de Atualização em Língua Portuguesa e Redação Oficial. Foto: GTED e arquivos das turmas Tal formação era uma demanda vinda desses fóruns, 37 que sentiam carência de uma capacitação que os qualificasse para utilizar, da maneira mais adequada, a Língua Portuguesa. Foram realizadas 05 (cinco) turmas, contemplando 30 (trinta) empregados em cada uma delas, totalizando quase 140 (cento e quarenta) alunos certificados. Mesmo com a realização de duas turmas além do que estava programado no início de 2011, muitos empregados ainda ficaram de fora da seleção, o que indica que a demanda foi bem identificada. Fotos: GTED/GRH e arquivos das turmas A metodologia utilizada pelo professor, que recebeu muitos elogios, foi bastante destacada, foram utilizados diferentes recursos e atividades, de uma maneira dinâmica e participativa, o que qualificou a aula e deixou o ensino do conteúdo mais agradável segundo relato de grande parte dos participantes. Ainda, ao final das aulas, uma confraternização foi escolhida por cada turma. Tal encerramento ocorreu na Escola Mesquita, onde aconteceu o curso, em local apropriado para a atividade. Dentre as comemorações escolhidas, destacou-se o rodízio de pizzas organizado pelo professor, que também possui essa habilidade culinária. Como sugestão das turmas de 2011, destacaram-se a continuidade do curso para novos empregados e a necessidade de um módulo diferenciado para quem já o realizou. FALA, PARTICIPANTE! “Gostaria de parabenizar a iniciativa da GTED de realizar esse curso. O curso atendeu às expectativas; o professor Rodrigo dominava os conteúdos e abria espaços para discussão. Única questão a melhorar nos próximos cursos é a distribuição dos conteúdos. Demorar menos em algumas matérias e focar mais em outras.”(Participante 1) “Gostaria de poder participar do Módulo II, pois acho de suma importância a continuidade na Língua Portuguesa. Foi pouco tempo para abranger uma gama de conteúdos que é a Língua Portuguesa. " (Participante 2) 38 “Parabéns. As aulas foram bem elaboradas, ótima dinâmica, uso de recursos de multimídia, trabalhos em grupo, apresentações, uso da internet e aulas interativas. Como consequência: alunos motivados e integrados, interesse em aprender; professor criativo e atualizado.” (Participante 3) Atualização Profissional para Vigias II Esse curso tem como objetivo dar continuidade ao módulo ofertado no ano anterior, capacitando esses profissionais com conhecimentos e técnicas para o exercício de suas atividades, melhorando sua atuação junto aos usuários e aos demais serviços de segurança. Fotos: GTED/GRH O conteúdo foi distribuído em alguns eixos, com temáticas relevantes para o trabalho do vigia: Relações humanas e cidadania; Ética e postura profissional; Vigilância eletrônica e Atribuições do vigia e desafios para a segurança física e patrimonial. As 04 (quatro) turmas ofertadas possibilitaram 69 (sessenta e nove) certificações. FALA, PARTICIPANTE! “Acho que os outros setores do hospital deveriam ter palestra à respeito da importância da função dos Vigias para quem sabe, colaborar mais conosco e nos valor.”(Participante 1) “Achei muito positivo a atuação dos facilitadores, permitindo que as aulas fossem dinâmicas e com espaço para que todos pudessem colaborar com alguma idéia. Acredito quem essas aulas que tivemos poderiam ser extendidas a outros setores, principalmente o que se refere à ética, moral, educação e relações humanas.” (Participante 2) Capacitação para profissionais de saúde: cuidando de quem cuida Essa formação foi oferecida com o objetivo de habilitar os profissionais do cuidado para lidar com aspectos emocionais, estresse, burnout, morte e luto vivenciados nos serviços de saúde, promovendo ações para qualidade de vida e do trabalho. As 04 (quatro) turmas possibilitaram a certificação de 93 (noventa e três) profissionais com conhecimentos mais aprofundados de como enfrentar diferentes as situações complexas do cuidado. FALA, PARTICIPANTE! “Este encontro veio acontecer no momento certo, nesta semana desalecerei, compartilhei das queixas e me emocionei. Nós da área da saúde temos necessidade da reflexão dirigida. Faz bem, repondo as energias que muito são sugadas no ambiente de trabalho. Encontros semelhantes deveriam ser obrigatórios. Parabéns as pessoas envolvidas nesse evento. Parabéns para nós pela oportunidade. Obrigada!” (Participante 1) “A coordenadora (facilitadora) é uma pessoa maravilhosa, mas acho que poderia ser mais abordadas situações do dia-a-dia, buscando concretamente como evitar ou lidar com o estresse no ambiente de trabalho (dinâmicas de grupo, etc.).” (Participante 2) 39 Capacitação em Ferramentas de Planejamento e Gestão em Serviços de Saúde Com a intenção de capacitar os profissionais em ferramentas de planejamento e gestão da qualidade nos serviços de saúde, contemplando aspectos teóricos e práticos, a atividade foi criada para os profissionais envolvidos no processo de planejamento nos Colegiados de Gestão. Foram oferecidas 02 (duas) turmas, somando 57 (cinquenta e sete) certificações. Fotos: GTED/GRH FALA, PARTICIPANTE! “Os temas necessitariam de mais tempo para serem abordados de maneira mais prática e ampliada ao contexto do GHC. Mas, de modo, geral, o curso foi muito bom, assim como a atuação dos professores. Poderá se organizar melhor o material didático de apoio.” (Participante 1) “Um dos melhores cursos de gestão que participei. Parabéns.” (Participante 2) “A introdução demorou muito e as ferramentas foram pouco exploradas. Não houve problematização suficiente das questões do trabalho (planejamento e gestão). O público-alvo não foi considerado e as aulas (...) não foram direcionadas ao público (termos e exemplos). Houve desconexão com os principios do SUS e diretrizes do GHC. Estava previsto edital aspectos teóricos e práticos, mas apenas o primeiro foi visto.” (Participante 3) “Excelente curso, os professores são comprometidos com o aprendizado do aluno, conseguindo passar conceitos que, muitas vezes, eram novos, com clareza e objetividade.” (Participante 4) Ética nas Relações de Trabalho e Mediação de Conflitos O curso de Ética nas Relações de Trabalho e Mediação de Conflitos foi oferecido aos gestores e empregados do GHC, envolvidos com gerenciamento de equipes, com o intuito de proporcionar espaços de reflexão e diálogo no que diz respeito aos processos de trabalho, aos relacionamentos interpessoais, bem como à mediação de conflitos. Os conteúdos dessa formação versaram sobre diferentes temas, entre eles, Gestão de pessoas; Ética nas relações de trabalho; Processo de trabalho em saúde; Relações de trabalho e mediação de conflitos e Política Nacional de Humanização/SUS. Nesse curso, foram certificados 37 (trinta e sete) empregados. 40 FALA, PARTICIPANTE! “Achei de grande importância para nós, gestores, todos os assuntos abordados... Apenas gostaria que fosse enfocado mais os conflitos interpessoais e individuais e não apenas grupais...” (Participante 1) “O curso contribuiu para meu crescimento como ser individual e profissional, embora não tenha sido a minha expectativa inicial sobre "resolução de conflitos". Obrigada.” (Participante 2) “O curso foi muito valioso, com possibilidade de "mexer" com o nosso íntimo e nosso olhar em relação a nós, nossa postura, nosso trabalho, nossas relações de trabalho. Porém trouxe também inquietação e acho importante ter claro se os gestores (os grandes), a direção geral e aqueles que escolheram esta abordagem sabem o quanto "mexeram" conosco. Será que estão preparados para transformações, funcionários "mexidos", é isto que querem mesmo?” (Participante 3) Boas Práticas no Atendimento aos Usuários do SUS Qualificar o profissional para os exercícios de recepção e acolhimento de usuários internos e externos do GHC/SUS com segurança, agilidade e eficiência, além de promover um atendimento acolhedor e humanizado, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, foi o objetivo do curso de Boas Práticas no Atendimento aos Usuários do SUS. Para atingir esse objetivo e considerando a temática muito relevante para se prestar um atendimento qualificado, foram oportunizados conteúdos importantes aos participantes, como, por exemplo, Princípios e diretrizes do SUS/Princípios da Política Nacional de Humanização do SUS; Relações entre profissionais da saúde e usuário-cidadão (direitos e deveres) e Ética nas relações de trabalho, diversidade cultural e co-responsabilidade. Ofereceu-se 04 (quatro) turmas, com a conclusão de 70 (setenta) participantes. FALA, PARTICIPANTE! “Que a divulgação deste curso seja mais ampliada e que seja inclusive aplicado na integração dos funcionários novos. A palestra de acolhimento deveria ser ampliada para todo o grupo.” (Participante 1) “Apenas gostaria que esse curso tivesse outro nome, pois não condiz com a abrangência do conteúdo. Parece ser um curso de “boas práticas” apenas. Talvez, com a mudança do nome teremos colegas de outros setores interessados.” (Participante 2) “Este tipo de curso deveria ter a presença de todos setores de trabalho incluindo outras categorias.” (Participante 3) 41 Formação de Pregoeiros Essa formação objetivou proporcionar aos participantes as condições necessárias para desempenhar a função de pregoeiro no GHC, capacitando-os para obtenção de melhores preços a partir de elementos técnicos e realização de contratação com maior economia e eficiência. Foi oferecida uma turma com 20 (vinte) vagas, obtendo-se a certificação de 100% dos matriculados. FALA, PARTICIPANTE! “O curso foi muito bem aplicada, apesar de ser muito teórico e dar sono. O professor muito educado e com muito conhecimento porém com possibilidade de ser ou obter um pouco mais de didática para os alunos ficarem mais atentos e participativos.” (Participante 1) “Acredito que um curso desse deve ser mais extenso, uma vez que a materia é muito téorico e muito complexo, ficando assim sem tempo para maiores esclarecimento ficando assim, alguns das maiores participantes com algumas dúvidas que só serão sanados no decorrer do tempo ou na oportunidade de outro curso..” (Participante 2) “Instrutor qualificado, atencioso e educado.” (Participante 3) Qualificação em Processo de Trabalho de Farmácia Hospitalar Tal qualificação teve o intuito de atualizar conhecimentos aos participantes sobre os princípios e as funções da Farmácia Hospitalar, abordando temas como Gerenciamento, Controle de estoque e Aspectos da contribuição da farmácia aos serviços de saúde. Teve como público-alvo as diferentes categorias das farmácias da instituição. Foram oferecidas 03 (três) turmas, obtendo 73 (setenta e três) concluintes. FALA, PARTICIPANTE! “O palestrante contribuiu de forma significativa com suas experiências. Talvez uma crítica construtiva fosse inserir mais figuras e fatos nas apresentações.” (Participante 1) “Fazer cursos voltados para área da realidade do nosso hospital e não realidades utópicas, quanto aos processos e maquinários.” (Participante 2) 42 “O curso foi de grande importância, pois com ele pude obter conhecimento acerca de áreas da farmácia hospitalar diferentes do meu setor de trabalho. Pude também conhecer rotinas com as quais não tenho contato. As opiniões e experiências do facilitador e dos colegas contribuiram para o enriquecimento do conteúdo abordado.” (Participante 3) Avaliação de Risco e Manejo de Risco do Comportamento Suicida Promover espaços de sensibilização e capacitação dos profissionais que desenvolvam assistência em saúde, quanto à identificação, à abordagem e ao manejo das situações de risco e tentativa de suicídio foram os objetivos dessa atividade. Para o público-alvo desse curso, que teve como prioridade as equipes de Emergência e Saúde do Trabalhador, foram abordados assuntos como Comportamento Suicida: definições; Roda de conversa, Avaliação do risco de suicídio e Estudos de caso. Quatro turmas foram oferecidas ao longo de 2011, certificando-se 93 (noventa e três) empregados nessa temática. FALA, PARTICIPANTE! “Poderiam ter mais cursos sobre este tema, pois é um assunto complexo e que para nós da área da saúde é importante saber para podermos observar melhor ou perceber um gesto que nos faça ajudar.” (Participante 1) “Sugiro que os trabalhadores tenham mais assistência treinamentos na questão de saúde mental. De preferência nos seus espaços de trabalho tipo educação continuada. Mais cursos de cuidando de que, cuida ou facilitar ou disponibilizar cursos nesta área.” (Participante 2) Oficina de Relações Interpessoais em Saúde Essa oficina foi criada a fim de potencializar atitudes propositivas nas relações interpessoais, por meio da discussão de temas relacionados às dificuldades habituais que as equipes enfrentam no cotidiano do processo de trabalho, contribuindo para construção de ambientes de trabalho saudáveis e qualidade dos serviços prestados. Como principais conteúdos, abordou-se Comunicação e relacionamento interpessoal, Resolução de conflitos e Construção e relação de grupos e equipes. A formação foi oferecida a algumas gerências que a julgaram como uma ferramenta importante para suas equipes. No total, 81 (oitenta e um) participantes foram certificados. FALA, PARTICIPANTE! “ Atividade extremamente esclarecedora, imprescindível para o entendimento entre grupos de trabalho diversos; exercemos tolerância, outro conhecimento; seria interessante dar continuidade ao trabalho mas com direcionamento aos integrantes, grupos específicos para potencializar o efeito esclarecedor mediador.” (Participante 1) “Promover o curso no ambiente de trabalho, ser mais divulgado. Tentar trazer ao curso pessoas que em seu setor precisam de ajuda, de acompanhamento. Setores fechados precisam constantemente de apoio psicológico. E ouvir as ansiedades dos grupos..” (Participante 2) 43 Curso de LIBRAS Sendo o GHC uma instituição que segue os princípios e as diretrizes do SUS de integralidade e equidade, assim como tem preconizadas, em seus atendimentos e suas relações, as diretrizes da Política de Humanização, a GTED/GRH, como já ocorreu em outros anos, estimula o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). No ano de 2011, foram oferecidos três módulos do curso, sendo estes: básico, intermediário e avançado, com a criação de 180 (cento e oitenta vagas), certificando-se 100 (cem) profissionais em Libras. Essa iniciativa vem sendo importante para contribuir com a cultura de inclusão já permeada na instituição. Um desafio colocado pelas turmas é a continuidade de oportunidades para utilizar a língua, a fim Fotos: GTED/GRH de não se perder a prática, que é sempre muito importante para assimilação e domínio de um segundo idioma. FALA, PARTICIPANTE! “Curso muito bom, professora maravilhosa. A única coisa ruim foi ficarem trocando de sala e nos colocar numa sala ainda. Sugiro que sejam feitas oficinas de libras para treinarmos até começar módulo II e depois do final do curso continuar.” (Participante 1) 44 “Foi uma experiência fantástica ter contato com surdos sempre sonhei em trabalhar com eles! Sempre utilizei meus conhecimentos no meu local de trabalho!! Adorei!! Sugiro uma continuidade destes encontros, a fim de se perder os conhecimentos.” (Participante 2) “Começamos o curso aprendendo muitos sinais, porém no 3º(mês) não aprendemos quase nada, apesar de ainda faltar a compreensão de vários sinais. A empresa que oferece o curso não nos disponibilizou o material necessário para melhor aproveitamento das aulas, assim como apostila e utilização livre de projetor e computadores.” (Participante 3) Outras Iniciativas de Formação A GTED/GRH ainda é responsável pelo apoio, pela realização e/ou pela organização de diferentes Capacitações, Cursos, Oficinas e Seminários, junto às diversas gerências da instituição, que abordaram diferentes temáticas de interesse para o GHC. São exemplos dessas iniciativas algumas formações, como, por exemplo, a Capacitação Ecográfica para o Médico Intensivista, desenvolvido em parceria entre as UTI’s do HNSC e do HCR; a Capacitação em Plano de Investimento – instruções para delegados, uma iniciativa da Gerência de Administração do HNSC; entre outras. A GTED/GRH também organizou o Seminário da Semana Ambiental, o qual trouxe essa temática recorrente na atualidade, trazendo experiências e contribuições internas e externas. Promoveu, adicionalmente, em parceria com o Hospital Sírio Libanês, o curso Saúde Baseada em Evidências, que foi desenvolvido em aulas presenciais e à distância, com o intuito de aprimoramento de profissionais de saúde para o desenvolvimento da capacidade crítica e científica, embasamento de tomadas de decisão, delineamento de pesquisas sobre diagnóstico, terapêutica e prevenção de doenças e implementação de políticas de saúde. Em 2011, a GTED/GRH oportunizou um total de 74.350 (setenta e quatro mil, trezentos e cinquenta) horas de formação, envolvendo 3.650 (três mil, seiscentos e cinquenta) trabalhadores de diversas áreas e formações. Essas horas contribuíram com 9,42 horas por trabalhador/ano, das 24 horas da meta institucional, reforçando o papel da Educação Permanente como indispensável para a qualificação do trabalhador e do trabalho do GHC. 45 Quadro Comparativo das Atividades para Formação Desenvolvidas pela GTED 2009-2010-2011 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 Fonte: GHC Sistemas, em 03.04.2012, às 15:15:00 56 57 Grupo Hospitalar Conceição www.ghc.com.br Gerência de Recursos Humanos Av. Francisco Trein, 596 – Cristo Redentor Telefone: (51) 3357-2105 www.ghc.com.br/portalrh Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento Av. Francisco Trein, 326 – Cristo Redentor Telefone: (51) 3357-2807 58