Manejo Ecológico de Pragas - RAP-AL
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Manejo Ecológico de Pragas - RAP-AL
O Manejo Ecológico de Pragas e Doenças Dra. Andrea Brechelt Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina (RAP-AL) 1 Agradecimento Agradeço a todos os escritores e a todas as escritoras deste mundo por me darem a possibilidade de aprender com seus livros, manuais e folhetos. Espero, de coração, que este manual seja estudado com a mesma intensidade com a qual eu tenho lido as publicações de vocês e espero também que seja útil para muita gente. A Autora Título: Manejo Ecológico de Pragas e Doenças Autora: Dra. Andrea Brechelt Fundação Agricultura e Meio Ambiente (FAMA) República Dominicana Editado por: Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina (RAP-AL) Av. Providencia No. 365 Dpto.41, Santiago de Chile, Chile Tel. /Fax: 56-2-341 6742 [email protected] Primeira Edição: Abril de 2004 Impressão: Revisão: María Elena Rozas, Agnes Valvekens e Fernando Bejarano G. Responsável pela Edição em português: Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – CAPA - Núcleo de Santa Cruz do Sul. Rua Thomas Flores, 805 - fundos Caixa postal 471 96810-090 - Santa Cruz do Sul - Brasil - RS Tradução e revisão: Hildegard Susana Jung Jaime Miguel Weber (CAPA) [email protected] A publicação deste Manual foi possível graças ao apoio de: HIVOS, Fundo Biodiversidade /Holanda; Sociedade Sueca pela Conservação da Natureza. 2 Índice 1. 2. 3. 4. 5. 5.1 5.2 5.3 5.4 6. 7. 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.7.1 7.7.2 7.8 7.8.1 7.8.2 7.8.3 7.8.4 7.8.5 7.8.6 7.8.7 7.8.8 7.8.9 7.8.10 8. Introdução A problemática da agricultura convencional O conceito de pragas As causas da aparição de pragas Os inseticidas como uma solução Organoclorados Organofosforados Carbamatos Piretroides O conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) Medidas para a proteção natural dos cultivos contra pragas e doenças Cultivos mistos e diversificação Rotação de cultivos Ritmo natural dos insetos Preparação do solo Cercas vivas Armadilhas Organismos benéficos Os diferentes tipos de organismos e seus efeitos Métodos de utilização Extratos de plantas O Nim (Azadirachta indica A. Juss), Fam. Meleaceae A Violeta (Melia azedarach), Fam. Meliaceae O Alho (Allium sativum), Fam. Liliaceae A Pimenta Picante (Capsicum frutescens), Fam. Solanaceae O Papaia (Carica papaya), Fam. Caricaceae O Guanabano (Annona muricata), o Mamão (Annona reticulata), Fam. Anonaceae O Fumo (Nicotiana tabacum), Fam. Solanaceae O Piretro. (Chrysanthemum cinerariefolium), Fam. Asteraceae Outros inseticidas botânicos Outros extratos Reflexões finais Anexos Literatura consultada Tabelas 3 4 nenhum tipo de intercâmbio com o solo e uma grande parte deles se perde por erosão no solo e por livre liberação, o que pode causar um efeito muito negativo para a água e por conseqüência para os arroios e rios. A concentração inadequada de certos nutrientes na água causa um crescimento anormal das plantas e animais e um uso exagerado de oxigênio, causando um colapso neste ecossistema. 1. Introdução A agricultura moderna, com a implementação de monocultivos em grande escala, tem provocado vários problemas no que se refere às doenças e pragas resistentes e especializadas nas plantas cultivadas. A utilização excessiva de praguicidas de origem química e sem prévia assistência técnica, em lugar de resolverem o problema, tem produzido fortes danos à produtividade da agricultura, ao ser humano e à natureza. Por outro lado, o aumento da produção agrícola e especialmente a produção em monoculturas, tem criado um aumento extraordinário de insetos, pragas e doenças especializados exatamente neste cultivo. Na natureza não existem pragas. Fala-se de praga quando um animal, uma planta ou um microorganismo, aumenta sua densidade a níveis anormais y afeta direta ou indiretamente à espécie humana, seja porque virá a prejudicar sua saúde, sua comodidade, prejudique as construções ou os prédios agrícolas, florestais ou currais, dos quais o ser humano obtém alimentos, forragens, têxteis, madeira, etc. Ou seja, nenhum organismo é praga per se. O conceito de plaga é artificial. Um animal se converte em praga quando sua densidade aumenta de tal maneira, que causa uma perda econômica ao ser humano. Atualmente, muitas instituições estão em busca de alternativas menos prejudiciais, aproveitando as defesas naturais dos organismos e reorganizando completamente as técnicas de cultivo tradicionais. 2. A problemática da agricultura convencional O crescimento da população mundial e, por conseqüência, o aumento da necessidade alimentícia, causaram há aproximadamente 30 anos o início da revolução verde, que tinha como única prioridade o aumento da quantidade de alimentos a qualquer custo. Desde então, realmente tem sido possível ver no mundo uma mudança extraordinária na tecnologia agropecuária e, sem dúvida, um aumento na produção. Mas ao mesmo tempo também começaram a aparecer efeitos negativos que não haviam sido calculados. Para poder aumentar a produção, havia que aumentar notavelmente a aplicação de insumos agrícolas. Como as plantas se alimentam dos nutrientes do solo e avançam em seu crescimento segundo a disponibilidade destes nutrientes no lugar, se começou a utilizar fertilizantes sintéticos em grandes quantidades. Além de uma maior produção, o uso destes fertilizantes tem várias desvantagens fortes. Os nutrientes aplicados desta maneira praticamente não realizam A multidão de problemas fitos sanitários se combate há muito tempo com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura convencional, onde são considerados 5 Tabela 3: Fatores que determinam a toxicidade dos pesticidas. Fatores que intervêm durante o contato com o pesticida • • • • • • • • • • • • Condições climáticas Tipo e condições de cultivo Tipo de pesticidas Concentração aplicada Formulação Ingredientes inertes Método de aplicação Condições da equipe Duração da aplicação Direção do vento Atenção durante o trabalho Entre outros fatores Tipo de Contato • Contato com a pele • Contato por deglutição (oral) • Contacto por aspiração Efeitos • Sintomas diretos: Enjôo, vômito, contrações espasmódicas, coma. • Sintomas crônicos: Prejuízos ao fígado e aos rins, esterilidade, mudança de hemograma, tumores, reações alérgicas, mudanças dermatológicas, entre outros. Fonte: Schwab, A. (adaptado) (1989). como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente a população de insetos, de maneira efetiva e no momento oportuno. Mas este uso discriminado de químicos na proteção dos cultivos tem causado graves problemas à saúde humana e ao meio ambiente. Também não pôde eliminar ou reduzir as pragas e doenças que têm atacado as plantações. A situação é ainda pior. A aplicação permanente de substâncias químicas tem feito com que os insetos e outros organismos se mostrassem resistentes a estas substâncias, significando que já não surtem nenhum efeito, e que requerem una dose cada vez maior. Se no ano de 1938 existiam somente 7 espécies de insetos resistentes aos 5 grupos de inseticidas más importantes (DDT, Aldrim, Dieldrim, Endrim, Heptacloro, Organo-fosforados, Carbamatos, Piretrinas), hoje em dia praticamente não existem organismos daninhos de importância econômica que não tenham desenvolvido resistência, no mínimo, contra uma dessas substâncias ativas. Estes efeitos têm aumentado de uma maneira extraordinária os custos de produção, com resultados muitos negativos no que se refere à competitividade no mercado mundial, tanto no preço, como na qualidade do produto. maneira geral, os inseticidas são os mais tóxicos para o ser humano. Mas os pesticidas com menos toxicidade aguda também correm o risco de permanecer por longo tempo na cadeia alimentícia, chegando de maneira concentrada ao ser humano, como por exemplo, os organoclorados. Outros são sumariamente cancerígenos ou causam mutações e reações alérgicas. A toxicidade dos pesticidas para o aplicador depende da forma de contato e das condições físicas do homem (Tabela 3). Como especialmente ocorre na região tropical, onde os aplicadores não usam roupa de proteção e muitas vezes não conseguem ler as instruções e indicações, as intoxicações são muito freqüentes e muitos casos terminam com a morte (Tabela 4). Tabela 4: Estimativa das intoxicações por pesticidas ao ano em nível mundial Existem diferentes classes de pesticidas (Tabelas 1 e 2 no anexo). Entre eles, de uma 6 Intoxicações 500,000 - Mortes Fontes 5,000 20,640 750,000 1.5 – 2.0 milhões 1.5 milhões 13,800 40,000 WHO 1973 Coppelstone 1977 Bull 1982 Sim 1983 28,000 Levine 1986 ! ! ! Na Região Tropical: ⇒ Aplicou-se 15 % dos pesticidas em nível mundial! ⇒ Registrou-se 50 % das intoxicações por pesticidas! ⇒ Registrou-se 75 % dos casos de morte por pesticidas! Algumas investigações têm mostrado que 50% das intoxicações e 75% dos casos de morte por pesticidas acontecem em países da região tropical, apesar de que ali sejam aplicados somente 15% dos pesticidas utilizados a nível mundial. ! ! ! ! ! Contaminação do ar (organofosforados). Contaminação do solo (organoclorados). Contaminação da água (organoclorados e organofosforados). Formação de resistências contra os pesticidas. Eliminação dos inimigos naturais (produtos não seletivos). Redução da população de abelhas. Envenenamento de aves e peixes. Redução da biodiversidade, entre outros. (Organização Mundial da Saúde) Até há muito pouco tempo atrás, muita gente pensava que os países em vias de desenvolvimento não tinham os fundos necessários para manterem seus recursos naturais, ou melhor, seus sistemas ecológicos intactos. A prioridade tem sido a produção de alimentos para uma população cada dia maior. Isto tem significado uma luta da tecnologia contra a natureza. DL50 para o rato (mg/kg de peso do corpo Oral Dérmica Sóli- Líqui Sóli- Líqui dosa -dosa dosa -dosa Ia Extremam 5 ou 20 ou 10 ou 40 ou ente meno meno meno meno perigoso s s s s Ib Altamente >5-50 >20- >10- >40perigoso 200 100 400 II Moderada >50- >200- >100- >400mente 500 2000 1000 4000 perigoso II Ligeirame > 500 > > > I n-te 2000 1000 4000b perigoso Conhecendo com o tempo os efeitos negativos desta forma de agricultura, pouco a pouco está sendo mudado o conceito da produção agrícola outra vez. O consumidor tem pedido produtos sadios, o agricultor pede mais segurança e o ecologista demanda a proteção do meio ambiente. Agora sabemos que somente a integração com as condições naturais permitirá uma produção estável, ecologicamente sadia, economicamente rentável e permanente. Os conceitos da agricultura orgânica asseguram esta estabilidade da produção agrícola, sem causar danos irreparáveis aos seres humanos, ao meio ambiente e sem usar muitos recursos econômicos. A OMS tem classificado os praguicidas segundo a sua toxicidade aguda, para advertir aos agricultores sobre o grau de periculosidade: Categorias Toxicológicas OMS Categoria toxicológica Nota: Esta tabela não mostra o efeito crônico 3. O conceito de pragas Os pesticidas chegam de duas diferentes formas ao consumidor: com os resíduos nas hortaliças, ou através da cadeia alimentícia, concentrando-se e causando danos irreparáveis e permanentes à saúde humana (Tabela 5 no anexo). O impacto sobre o meio ambiente depende do tipo de fertilizante e pesticida. Os danos mais comuns são os seguintes: Na natureza, como resultado de múltiplas pressões seletivas ocorridas no curso de milhões e milhões de anos, os organismos têm desenvolvido mecanismos de sobrevivência e reprodução que explicam sua existência atual. Mas, além de sua presença, advertimos que existe certo equilíbrio nas quantidades de plantas, animais e microorganismos. Ou seja, a ação combinada 7 pragas-chave mais importantes na região tropical são as Moscas Brancas, os pulgões e as larvas de lepidópteros, entre outros, em vários cultivos. de múltiplos fatores abióticos e bióticos, explica que os organismos mostrem uma abundância que, mesmo sendo variável, ela se mantém mais ou menos constante em torno de um valor médio típico. Assim, cada espécie em cada localidade exibe certa abundância característica ou típica; segundo a magnitude desse valor, uma espécie será pouco ou muito abundante. Pragas ocasionais São espécies cujas populações se apresentam em quantidades prejudiciais somente em certas épocas, enquanto que em outros períodos perdem importância econômica. O incremento populacional de uma maneira geral está relacionado com as mudanças climáticas ou com os desequilíbrios causados pelo homem. Pode-se afirmar que, na natureza, por causa do efeito recíproco de alguns organismos sobre outros, sob certas condições ambientais, estes muito raramente incrementam suas densidades, muito além de suas populações médias e, quando o fazem, com o tempo a situação retorna ao seu estado normal. Em outras palavras, na natureza não existem pragas. Pragas potenciais É preciso entender que, a grande maioria das espécies que aparece dentro de uma plantação, tem populações baixas, sem afetar a quantidade e a qualidade das colheitas. Mas se, por alguma circunstância, desaparecessem os fatores de controle natural, estas pragas potenciais poderiam passar às categorias anteriores. Por exemplo: a aplicação exagerada de inseticidas, que também mata os benéficos, e as monoculturas, entre outras atividades, pode causar esta mudança. Chama-se de praga quando um animal, uma planta ou um microorganismo aumenta sua densidade a níveis anormais e como conseqüência disso, afeta direta ou indiretamente à espécie humana, seja porque prejudica a sua saúde, sua comodidade, prejudique as construções ou os prédios agrícolas, florestais ou destinados ao gado, dos quais o ser humano obtém alimentos, forragens, têxteis, madeira, etc. Ou seja, nenhum organismo é praga per se. Ainda que alguns sejam em potencial mais daninhos que outros, nenhum é intrinsecamente mau. O conceito de praga é artificial. Um animal se transforma em praga quando aumenta sua densidade de tal maneira, que passa a causar uma perda econômica al ser humano. Pragas migratórias São espécies de insetos não residentes nos campos cultivados, mas que podem chegar a eles periodicamente, devido a seus hábitos migratórios, causando severos danos. Podemos citar como exemplo as migrações de lagostas. Pragas-Chave A classificação de pragas pode sofrer algumas variações de apreciação, dependendo do sistema de produção agrícola. Aqui podemos citar como exemplo a agricultura de baixos insumos externos e a agricultura ecológica; nesta última, a dinâmica das pragas está condicionada pela biodiversidade gerada pelas características do sistema. São pragas que aparecem de forma permanente em grandes populações, são persistentes e muitas vezes não podem ser dominadas pelas práticas de controle; se não são aplicadas medidas de controle, podem causar severos danos econômicos. Somente poucas espécies adquirem esta categoria entre as plantações, geralmente porque não possuem inimigos naturais eficientes. Nesta categoria de pragas se baseiam as estratégias de controle nas plantações. As Em um sistema conduzido dentro dos parâmetros da agricultura ecológica, as 8 pragas-chave reduzirão sua ação nociva, uma vez que se evita contar com somente uma espécie de planta, o que provocaria um incremento maior de sua população. Isto dependerá do tipo de cultivo, as dimensões da área de cultivo, as características do desenvolvimento da praga, as condições ambientais, etc., de tal maneira que a diminuição da colheita pela ação de uma praga-chave pode depender muito destes e outros fatores. 4. As Causas do Surgimento das Pragas. É necessário analisar quais são os fatores que diferenciam os ecossistemas naturais dos ecossistemas artificiais (cultivos agrícolas, plantações florestais, fazendas de gado), para então tentar entender as causas do surgimento das pragas. Alguns destes fatores serão mostrados a seguir: • A grande quantidade de problemas fitossanitários é combatida há muito tempo com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura moderna, onde são tratados como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente as populações de insetos de maneira efetiva e no momento oportuno. Mas, como resultado, vem provocando uma situação mais grave ainda. Especialmente na região tropical, se apresentam grandes problemas de intoxicações de agricultores y operários, efeitos residuais nos produtos agrícolas, contaminações de solo, água e ar, pragas resistentes contra praticamente todos os inseticidas disponíveis no mercado e como conseqüência de tudo isto, a destruição dos sistemas ecológicos. Para suprir as suas necessidades alimentícias, de vestuário e de moradia, o ser humano tem transformado áreas de vegetação natural, de grande complexidade estrutural, em áreas uniformes de cultivos que, em certos casos, podem chegar a centenas de hectares plantados com um só tipo de cultivo. Na monocultura se apresenta uma superabundância de alimento, muito concentrado fisicamente - enquanto que, na natureza, o alimento é mais escasso e está mais espalhado-; essa disponibilidade do recurso permite que um organismo herbívoro ou inclusive patogênico possa alcançar níveis epidêmicos, de praga. • Em conexão com a simplificação dos Nos sistemas agrícolas tradicionais, os métodos de proteção vegetal são basicamente preventivos, influenciando de maneira negativa as condições ambientais para as pragas e de maneira positiva para os insetos benéficos. Os sistemas ecológicos, além disso, são associações entre plantas, animais, microorganismos e os componentes abióticos. Cada ser vivente tem seu hábitat e sua convivência com outros seres vivos. Esta relação tem se desenvolvido durante um longo processo de adaptação e seleção. • As regiões dedicadas à agricultura devem ser tratadas como sistemas ecológicos. Isto significa que é preciso adaptá-las às condiciones locais e levar em conta as leis ecológicas, para o desenvolvimento agropecuário. • 9 ecossistemas naturais, tem-se eliminado a vegetação silvestre que, segundo tem sido documentado em alguns casos, serve como fonte de alimento ou refúgio aos inimigos naturais (parasitas e predadores) das pragas, pelo que a densidade destes diminui e, de maneira concomitante, aumenta a densidade da praga. Certos cultivos exóticos, ao serem introduzidos em uma nova região, podem ser atacados por organismos que nunca haviam estado em contato com eles, e que se alimentam de plantas silvestres. Esta mudança de preferência, acrescentada à plantação extensiva do novo cultivo, favorece a conversão em praga de um organismo previamente inofensivo. Na natureza, e inclusive nas plantações, há alguns organismos que atacam aos outros e são denominados inimigos naturais. Estes podem ser classificados como predadores, parasitas ou • • 5. • patogênicos, e mantêm certos insetos em baixas densidades (chamados pragas secundárias) que, se não existirem aqueles, alcançariam o status de praga primária. Na verdade, quando usamos exageradamente os praguicidas para combater uma praga primária, essas substâncias dizimam ou eliminam os inimigos naturais das pragas secundárias, motivo pelo qual estas podem alcançar densidades anormais e se converterem em pragas primárias. Assim, os praguicidas estarão, na verdade, fomentando a aparição de pragas. O ingresso acidental de um organismo em uma nova região ou país e o súbito incremento de suas densidades, criam um problema de praga que antes era inexistente. Com relação aos insetos, a aparição destas pragas exóticas, que muitas vezes não alcançam o status de praga no seu país de origem, se explica pelo ingresso dos inimigos naturais dessa praga, que conseguem mantê-la a baixas densidades naquele país. Certos gostos ou hábitos dos consumidores, ou pautas fixadas para a exportação de produtos agrícolas, fazem com que não se aceitem no mercado produtos com pequenos danos que não impediriam seu consumo, ou com dano aparente, puramente superficial. Ou seja, esses gostos, hábitos ou pautas convertem um dano aparente em um dano real, e ao organismo causador, de inofensivo em nocivo. • • • Os compostos organoclorados são altamente estáveis, característica que os torna valiosos por sua ação residual contra insetos e por sua vez perigosa, devido ao seu prolongado armazenamento na gordura dos mamíferos. Dentro deste grupo de inseticidas encontramse compostos tão importantes como o DDT, BHC, clordano e dieldrim. Estes compostos provocaram uma revolução no combate aos insetos, por seu amplo intervalo ou espectro de ação e seu baixo custo; tem sido usado de maneira intensiva para controlar pragas agrícolas e tem importância médica. Possuem baixa toxicidade para mamíferos e outras espécies de sangue quente e seus resíduos são de grande persistência no ambiente; além disso, devido ao seu alto grau de lipo-solubilidade, se acumulam nos tecidos adiposos de muitos organismos através do processo de biomagnificação na cadeia trófica. Por estes problemas mencionados, hoje em dia a comunidade internacional está tentando proibir sua produção, sua comercialização e seu uso através do Convênio de Estocolmo sobre Contaminadores Orgânicos Persistentes. Os inseticidas como uma solução A maioria dos problemas fitossanitários é combatida desde séculos com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura moderna, são tratados como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente as populações de insetos de maneira efetiva e no momento oportuno. Os inseticidas químicos pódem ser divididos em quatro grandes grupos. 5.1 Apresentarem em sua molécula átomos de carbono, hidrogênio, cloro e ocasionalmente oxigênio. Conterem anéis cíclicos ou heterocíclicos de carbono. Serem apolares e lipofílicos. Terem pouca reatividade química. 5.2 Organofosforados O desenvolvimento destes inseticidas data da Segunda Guerra Mundial, quando os técnicos alemães encarregados do estudo de materiais que poderiam ser empregados na guerra química, descobriram e sintetizaram uma grande quantidade de compostos orgânicos do fósforo. Posteriormente, os trabalhos feitos pelo químico Gerhard Schrader no campo da agricultura, permitiram comprovar que muitos dos compostos orgânicos do Organoclorados Este grupo de inseticidas se caracteriza por: 10 fósforo apresentavam toxicidade elevada contra insetos prejudiciais. organofosforados, inibindo a colinesterasa nas sinapses nervosas. A maioria dos organofosforados atua como inseticida de contato, fumegantes e de ação estomacal, mas também se encontram materiais sistêmicos, que quando aplicados no solo e nas plantas são absorvidos por folhas, talos, cortiça e raízes, circulam na seiva, tornando-a tóxica para os insetos que se alimentam ao sugá-la. O problema em geral que apresentam estes inseticidas, é a sua alta toxicidade aguda, portanto, são muito perigosos para o usuário direto, o agricultor. 5.4 ∗ ∗ 5.3 básicas Piretróides A partir dos anos 80, o grupo dos piretróides tem recebido muita atenção devido a sua baixa toxicidade para os mamíferos, quase nula acumulação no meio ambiente e grande utilidade como alternativa no combate de pragas agrícolas. Infelizmente, apesar de que somente haja sido autorizado um número reduzido de piretróides, já foram registrados casos de resistência no campo e no laboratório. Este grupo de compostos tem sido sintetizado ao usar como base a estrutura química das piretrinas naturais, com as quais se compartilha algumas características toxicológicas. Os primeiros compostos organofosforados utilizados como inseticidas pertencem ao tipo de ésteres sensíveis do ácido fosfórico, tais como o TEPP e outros, aos que se acrescentou depois o paration Tiofosfato, que apesar de ser antigo, segue sendo de uso comum em todo o mundo. Características Organofosforados Acetil- dos São mais tóxicos para vertebrados que os compostos organoclorados. Não são persistentes no meio ambiente, principal causa que motivou a substituição do uso dos organoclorados pelos organofosforados. O piretro é um inseticida de contato, obtido das flores Chrysantemun cinerariaefolium (Compositae) que tem sido usado como inseticida desde o ano 400 a.C., na região que hoje em dia é o Irã. Era conhecido como pó da Pérsia e se presume que foi empregado para combater piolhos humanos. Atualmente, se sabe que as variedades que crescem nos planaltos do Quênia produzem as proporções mais altas de ingredientes ativos; comercialmente, são cultivadas no Cáucaso, Irã, Japão, Equador e Nova Guiné. O piretro deve sua importância a sua imediata ação (uns quantos segundos) sobre insetos voadores, acrescido a sua baixa toxicidade para animais de sangue quente, devido ao seu rápido metabolismo de produtos não tóxicos. Deste modo, a diferença do DDT, o piretro não é persistente, pois repele alguns insetos e seus resíduos são de vida curta. Estas características evitaram a exposição prolongada dos insetos ao piretro, o qual contribuiu ao escasso número de casos de resistência ao produto, apesar de ter sido empregado por muito tempo. Carbamatos Nos anos 60, apareceu um terceiro grupo de inseticidas, conhecidos como carbamatos. Os carbamatos apresentam uma persistência e toxicidade intermediária entre os organoclorados e os organofosforados, têm usos variados, principalmente como inseticidas, herbicidas e fungicidas. O carbaril é o carbamato mais conhecido e utilizado no controle de larvas e outros insetos que se alimentam da folhagem. O fato de que estes derivados tenham sido desenvolvidos mais recentemente que os organofosforados, faz com que seu comportamento, de uma maneira geral (ação, seletividade, metabolismo, etc.), não tenha alcançado o desenvolvimento que se tem obtido com os inseticidas organofosforados. Os carbamatos atuam da mesma forma que os O piretro é usado para combater pragas em alimentos armazenados, contra insetos 11 micamente aceitáveis, aproveitando, da melhor forma possível, os fatores naturais que limitam a propagação de referidos organismos.” De acordo com esta definição, o objetivo do manejo integrado de pragas é minimizar o uso de produtos químicos e dar prioridade a medidas biológicas, biotécnicas e de fito-melhoramento, assim como às técnicas de cultivo. Se aplicássemos desta maneira, estaríamos na metade do caminho para um manejo ecológico de pragas. Mas, apesar de que o meio ambiente e as medidas ecológicas já desempenhem um papel importante nesta estratégia, a economia, sem dúvida, tem prioridade. caseiros e de cultivos industriais, dirigido a larvas já adultas de lepidópteros e de outros insetos fitófagos de vida livre, sempre e quando parte de seu ciclo biológico possa estar exposto à ação do contato do tóxico. O piretro é obtido a partir das flores secas de crisântemo; é extraído com querosene e dicloruro de etileno e se condensa por destilação ao vazio. São vários os fatores ambientais que degradam as piretrinas, entre eles, luz e calor. Sua baixa estabilidade impede que sejam efetivas contra pragas em condições de campo. Devido à instabilidade das piretrinas, em meio e ao desenvolvimento de outros produtos inseticidas, na década dos anos 40 se relegou o estudo das piretrinas. Ainda assim, em 1945 foi sintetizada a retrolona, a partir da piretrina I; este foi o primeiro piretróide sintético. Ainda assim, muitas das características do MIP também são importantes para o Manejo Ecológico de Pragas (MEP). Portanto, vale mencioná-las aqui: Características básicas do MIP: • Na atualidade, os piretróides sintéticos têm perdido quase que completamente a piretrina natural. O problema mais grave da sua utilização é o rápido desenvolvimento de resistências em algumas pragas. 6. • • • O conceito do Manejo Integrado de Pragas (MIP) • Os resultados negativos do uso exagerado dos pesticidas têm causado reações também no mundo da agricultura convencional. Tanto os serviços de extensão agrícola, como os fabricantes de insumos agroquímico e os organismos internacionais, têm procurado uma solução para os perigos graves que os químicos podem causar ao meio ambiente e à vida humana. Um compromisso que tem sido aceito todas as partes é o Manejo Integrado de Pragas (MIP). • Segundo a definição da FAO, “O Manejo Integrado de Pragas é uma metodologia que emprega todos os procedimentos aceitáveis desde o ponto de vista econômico, ecológico e toxicológico, para manter as populações de organismos nocivos abaixo dos níveis econo- O controle se baseia em conhecimentos sobre os organismos nocivos e benéficos. A meta é estabelecer as populações de organismos daninhos a baixo nível de densidade, e não eliminá-los. A combinação de várias medidas de controle. A inclusão do ecossistema na estratégia do controle para conseguir manejar. A aplicação de rígidas regras de rentabilidade. Ou seja, que somente sejam implementadas medidas de controle quando o prejuízo esperado seja maior que os custos de referida medida. Isto nos leva ao conceito do parâmetro de intervenção. Realização das aplicações das medidas ao seu devido tempo; com isto se renuncia ao “calendário de aplicações”, por ser este um método que induz a um emprego excessivo e indiscriminado de praguicidas. O conceito dos parâmetros O parâmetro econômico indica o grau de infestação por uma praga, no qual os custos de uma medida de controle são equivalentes 12 teremos que passar ao capítulo da proteção natural das plantações. O mais importante neste capítulo é não esquecermos dos parâmetros de intervenção. Também na agricultura orgânica, o agricultor tem que trabalhar com um conceito econômico. Se ele aplicar um produto biológico segundo um calendário, mas sem necessidade, possivelmente não causará efeitos negativos ao meio ambiente ou ao ser humano, mas estará perdendo dinheiro. Uma agricultura orgânica sem rentabilidade não existirá durante muito tempo. ao valor monetário da perda de colheita que essa medida evita. O parâmetro de intervenção indica o grau de infestação no qual se deve implementar uma medida de controle, para evitar que a população de organismos nocivos supere o parâmetro econômico. Para a tomada de decisões com fundamento econômico no manejo integrado de pragas é relevante o parâmetro de intervenção. Para determinar com exatidão o parâmetro de intervenção é necessário conhecer os seguintes parâmetros: • A relação entre população de organismos nocivos e a perda de lucros, isto é, a relação infestação - perda. • Os lucros obtidos, se não intervêm na influência da população de organismos nocivos, isto é, os lucros potenciais. • O preço do produto da colheita, expressando como preço desde a exploração agrícola. • Os custos de uma medida de controle. • A eficácia de uma medida de controle. 7. Medidas para a proteção natural das plantações Que medidas existem para proteger as plantações orgânicas contra animais e doenças que podem reduzir notavelmente a rentabilidade da produção também na produção orgânica? Manejo Agro-ecológico de Pragas (MAP) Controles culturais • • • • • • Disto se deduz que o parâmetro de intervenção é um fator variável e na prática é difícil determiná-lo com exatidão. Além disso, é necessário um sistema permanente de vigilância do cultivo. • Os instrumentos do manejo integrado de pragas • • • Os instrumentos mais importantes do manejo integrado de pragas podem ser classificados em quatro grupos principais: • As técnicas de cultivo e medidas de fitomelhoramento. • As medidas de controle mecânicas e físicas. • As medidas biológicas e biotécnicas de proteção vegetal. • As medidas químicas Controle manual de insetos. Eliminação de plantas ou frutas doentes. Descanso da terra. Variedades resistentes. Rotação e associação de cultivos. Manejo da densidade e das datas de semeadura. Manejo do risco para combate de ervas daninhas. Cercas-vivas para criar refúgios para os inimigos naturais. Armadilhas. Caldos minerais. Controle biológico • • • Conservação ou fomento dos inimigos naturais das pragas. Aumento de organismos benéficos. Introdução de inimigos naturais contra pragas exóticas. Controle com plantas inseticidas • Uso de pós, extratos, óleos de plantas com propriedades inseticidas, reguladores de crescimento, repelentes ou que alterem o comportamento das pragas. Fonte: Bejarano G., F. (2002) É óbvio que os três primeiros pontos também são a base para o manejo ecológico de pragas. Por tanto, para explicar as diferentes medidas, 13 7.1 Alguns destes métodos serão descritos mais detalhadamente. Cultivos mistos e diversificação Nos sistemas tradicionais de agricultura, os métodos de proteção vegetal são basicamente preventivos, influindo de maneira negativa as condições ambientais para as pragas e de maneira positiva as dos insetos benéficos. Os sistemas ecológicos são associações entre plantas, animais, microorganismos e os componentes abióticos. Cada ser vivente tem seu hábito e sua convivência com outros seres vivos. Esta relação tem sido desenvolvida durante um longo processo de adaptação e seleção. Muitos dos organismos nocivos mais importantes são monófagos, ou seja, se especializaram em um gênero de espécies vegetais, ou inclusive em uma só espécie. O cultivo de uma planta ou o cultivo contínuo desta mesma planta cria as condições de vida para a multiplicação acelerada de algumas pragas. As regiões dedicadas à agricultura devem ser tratadas como sistemas ecológicos, isto significa adaptá-las às condições locais e levar em conta as leis ecológicas para o desenvolvimento agropecuário. Certas combinações de diferentes cultivos reduzem drasticamente o perigo de infestação por uma praga. Um bom exemplo para esta prática é a combinação de milho com feijão. Os cultivos associados favorecem as populações de organismos benéficos, servem como barreira para impedir que um organismo nocivo se disperse até seu hospedeiro e aumentam a diversidade. A idéia é utilizar plantas de diferentes famílias, que geralmente têm diferentes exigências acerca do lugar e são sensíveis ou resistentes contra diferentes tipos de pragas e doenças. Além disso, em um cultivo misto, as plantas hospedeiras de uma praga encontram-se mais distantes. Algumas experiências têm demonstrado que, por todos estes efeitos, pode-se reduzir a incidência de pragas de 30% a até 60%. A proteção vegetal é muito complexa, na qual influem tanto as condições agro-ecológicas, como econômicas e sócio-culturais. É necessário um equilíbrio entre as diferentes medidas para poder manter o sistema o mais próximo possível ao natural e os níveis de insetos, doenças e outros agentes o mais longe possível do parâmetro econômico. O parâmetro econômico indica o grau de infestação no qual os custos de uma medida de controle são equivalentes ao valor monetário da perda de colheita que essa medida evita. O parâmetro de intervenção deve aludir ao grau de infestação, no qual se deve programar uma medida de controle, para evitar que a população de organismos nocivos supere o parâmetro econômico. Combinações favoráveis são: • Milho - feijão • Tomate - repolho • Milho - feijão - banana • Milho – batata-doce • Milho - amendoim • Milho - mandioca - feijão • Milho – feijão-guandú 14 • • • • Milho - feijão - amendoim - arroz Rabanete - pimentas - alface Batata inglesa - cebola - feijão - milho Batata-doce - berinjela - tomate A rotação específica de cultivos é a única medida rentável de controle de determinados nematóides ou organismos patogênicos, como por exemplo, os cogumelos que vivem no solo. O princípio deste método consiste em retardar a semeadura seguinte da planta hóspede, até que as condições de vida para os organismos não lhes permitam sobreviver. Uma rotação adequada de cultivos é especialmente eficaz para privar de nutrientes os organismos que, devido a sua escassa mobilidade ou estenofagia, dependem de uma unica planta hospedeira, demonstrando menor eficácia contra organismos polífagos ou móveis. É muito melhor também a integração de cultivos permanentes, como, por exemplo, árvores frutíferas, palmeiras ou outro tipo de árvores. Uma forma especial é a semeadura de plantas repelentes, muitas vezes não comestíveis, contra algumas pragas específicas, aproveitando, por exemplo, seu forte cheiro para afastar os insetos e outros tipos de animais. Algumas plantas que podem usadas como repelentes são as seguintes: coentro, salsa, aipo, menta, hortelã, crisântemo, gergelim e algumas gramíneas. De uma maneira geral, podem ser de grande efeito contra as larvas de borboletas e nematódeos. 7.2 A rotação requer que o produtor pense a respeito do papel que cada cultivo assume em seu sistema. Em um sistema produtivo, podem envolver-se 5 tipos de plantas, segundo a parte aproveitável: Rotação de cultivos A rotação de cultivos é a plantação sucessiva de diferentes cultivos no mesmo terreno. As rotações são opostas ao cultivo contínuo e podem ir de 2 a 5 anos de continuidade. Geralmente, o agricultor planta a cada ano, uma parte de seu terreno com cada um dos cultivos que fazem parte de sua rotação. Os organismos nocivos podem sobreviver nos restolhos, em outras plantas que atuam como hospedeiros provisórios, ou inclusive no solo, invadindo o próximo cultivo. Sem dúvida, mediante uma sucessão de cultivos não adequados para as pragas, pode ser interrompido o ciclo de vida destes organismos. Raiz Hortaliç Sement as de es folhas Frutas Pasto/ Ervas Batata inglesa, batatadoce, cebola, cenoura, mandioca, alho, beterraba, rabanete. Repolho, alface, aipo, espinafre, couve chinesa, manjericão , coentro Tomate, abóbora, alho, melão, berinjela , pepino Milho, lentilhas, feijão, feijãoguando 2 ou 3 anos de mistura permanente de ervas leguminosas quando há produção animal (época de descanso) Uma rotação adequada de cultivos requer como base um registro dos cultivos de cada parcela. 7.3 Ritmo natural dos insetos A escolha da época adequada para a semeadura também pode reduzir muito a infestação na plantação. Normalmente, cada etapa de crescimento do cultivo está associada com pragas específicas. Portanto, é preciso fazer todo o possível para que a etapa sensível da planta não coincida com a alta incidência de uma praga que prefira exatamente o cultivo nesse estado. Para isto, é necessário conhecer os ciclos de vida dos insetos daninhos mais importantes e os efeitos de seus diferentes estágios aos cultivos. Desenho 1: Esquema para a rotação de cultivos. (Fonte: Suquilanda V., M. B. 1995). 15 7.4 Preparação do solo 7.6 A preparação adequada do solo é uma boa medida contra pragas que desenvolvem seus estados larvais ou quando estão em forma de batata, no mesmo solo ou em resíduos orgânicos que ficam depois da colheita. O arado influi de duas formas: • Ovos, larvas e grãos podem ser transportados a níveis tão profundos no solo, que não lhes será possível chegar à superfície. • Também é possível que sejam transportados à superfície, onde secarão pela ação do sol, ou aves ou outros animais poderão vir a comê-los. O controle ecológico utiliza algumas características do comportamento das pragas para estabelecer estratégias de controle. Desde tempos se sabe que muitas espécies de insetos são fortemente atraídas a fontes de luz e à cor amarela. Estas características têm permitido o aperfeiçoamento de técnicas de armadilhas para alguns lepidópteros e coleópteros (armadilhas luminosas) e para alguns dípteros (armadilhas amarelas). Com o avanço das análises bioquímicas, temse conseguido sintetizar compostos naturais, que são excretados ao exterior do corpo dos insetos, atuando como mensagens químicas e afetando vários tipos de comportamento. Estes compostos são conhecidos como semioquímicos e deles, os feromônios sexuais são o grupo que possui maior aplicação prática. Especialmente em regiões quentes, qualquer tipo de arado tem também efeitos negativos e causa problemas no equilíbrio do solo. O húmus pode se destruir e se acelera a erosão. A decisão sobre este tipo de trabalho é preciso que seja tomada tendo por base a infestação do solo, a situação do lugar e com muito cuidado. 7.5 Armadilhas Os feromônios sexuais são substâncias produzidas por um organismo e percebidas por outro pertencente à mesma espécie, para provocar reações específicas em seu comportamento e em sua fisiologia. Cercas-vivas Para conseguir uma implementação exitosa desta tecnologia e com ela reduzir as aplicações de inseticidas, é necessário determinar o parâmetro econômico, ou seja, definir com certo grau de precisão um tamanho de captura de machos, através dos quais se incrementa notavelmente o risco de perdas econômicas causadas pelo dano das larvas da praga. Como a captura dos machos se faz vários dias antes de aparecerem as larvas, desta maneira se pode averiguar se o nível desta praga vai chegar ao parâmetro econômico ou não. Se a resposta for negativa, segue-se com a captura e o monitoramento. Se a resposta for positiva, determina-se a data de início das aplicações de praguicidas biológicos, sem perda de dinheiro. As cercas-vivas são utilizadas na agricultura para evitar os danos de animais grandes na fazenda e para proteger as propriedades em geral. Na região tropical as espécies mais usadas são: • O Candelabro (Euphorbia lactea) • O Cróton (Codiaeum variegatum) • O Pinhão Cubano (Gliciridia sepium) • O Pinhão de Leite (Jatropha curcas) • O Agave-mexicano (Agave sisalana) Estas cercas podem hospedar uma grande quantidade de insetos, aves, aranhas e outros organismos úteis para o controle natural das pragas. Una cerca cria nichos ecológicos para os animais úteis. Introduz-se mais diversidade nas parcelas, com o resultado mais comum de diminuir o impacto das pragas. Também, como os cultivos estarão mais protegidos das influências ambientais, mostrarão uma resistência maior. Esta tecnologia pode ser utilizada para: • Melhorar a eficiência dos praguicidas convencionais. • Suprimir a população sem praguicidas, através do massivo aprisionamento 16 da assim, este tipo de processo pode acelerarse por inoculação, dado que os patogênicos em geral podem aplicar-se em forma de produtos fabricados de acordo com uma fórmula. Já existem vários produtos comerciais deste tipo no mercado internacional. através de armadilhas e a interrupção do acasalamento ou confusão dos machos. Há ainda alguns problemas que são obstáculos para o desenvolvimento mais acelerado deste método e isto tem a ver com uma incompleta identificação dos componentes químicos dos feromônios, falta de bons dispersores, alto custo de produção e um incompleto conhecimento da biologia das pragas. Devido à crescente demanda por um uso adequado dos agroquímicos sintéticos, podese esperar que em um futuro próximo seja incrementada a investigação e o uso prático dos feromônios sexuais como um componente importante do manejo das pragas agrícolas. 7.7 Broto de café infestado por Beauveria bassiana Organismos benéficos Como já explicamos anteriormente, nos sistemas ecológicos intactos, as pragas potenciais têm seus inimigos naturais, que ajudam a manter sua população a um nível aceitável. No caso de sistemas agro-ecológicos e em se tratando de insetos pragas não nativos do país, estes organismos poden ser aproveitados para um sistema de proteção vegetal estável. 7.7.1 Os mais conhecidos são: • Bactérias: Bacillus thuringiensis (contra larvas de lepidópteros). O produto mais conhecido e vendido deste grupo. • Fungos: Beauveria bassiana (contra Hypothenemus hampei, Diaprepes abreviatus), Metarhizium anisopliae (para o controle de Hypothenemus hampei, Empoasca sp.) , Verticillum lecanii (contra Bemisia tabaci), entre outros. • Vírus: Poliedrose nuclear ou granulose (que afetam larvas de lepidópteros). Os diferentes tipos de organismos e seus efeitos Os organismos benéficos utilizados para o controle biológico podem classificados em quatro grupos: • Patogênicos. • Parasitóides. • Predadores. • Fitófagos. Estes produtos, basicamente os fungos, têm ganhado muita importância por serem capazes de controlar a broca do café. Em vários países está sendo realizado o manejo da broca utilizando um produto à base de Beauveria como único “fungicida”, utilizando-se adicionalmente controles culturais. Patogênicos Entre os patogênicos que atacam aos artrópodos, encontram-se bactérias, fungos, vírus e protozoários. Os patogênicos estão sempre latentes no ecossistema. Sob condições favoráveis, produz-se de forma espontânea um aumento de sua população e reduz-se as dos organismos daninhos. De uma maneira geral, estes aumentos da população de um patogênico se produzen somente quando a densidade da população de uma praga já alcançou um ponto crítico e o cultivo já sofreu danos. Ain- Parasitóides Cephalonomia stephanoderis 17 por épocas, de plantas e podem ser destruídos por venenos de contato ou por ingestão, ou ainda por inseticidas sistemáticos. Os parasitóides são insetos cujo desenvolvimento acontece no corpo de um inseto hóspede, causando a morte deste. Em geral, os parasitóides atacam a uma determinada espécie, e sua densidade de população depende diretamente da população da espécie hóspede. Ainda assim, o desenvolvimento dos parasitóides acontece com atraso em relação ao do hospedeiro, de modo que um rápido aumento da densidade da população de organismos nocivos produz danos nos cultivos, antes de que os parasitóides possa, inibir a sua ação. Coccinella septempunctata (larva) O controle biológico pode ser realizado importando, adaptando e criando grandes quantidades de parasitóides de outras regiões e liberando-os na zona, ou ainda fomentando a tiempo a densidade das populações de parasitóides existentes. Ambos métodos requerem uma considerável capacidade para a comservação e para a criação massiva de insetos. • • • Os predadores mais importantes são: • Percevejos e ácaros predadores. • As joaninhas ou cascudinhos (coleópteros coccinélidos). • Os escaravelhos, aranhas e Chrysopidae. Os parasitóides mais conhecidos são: Trichograma sp. (para larvas e ovos de lepidópteros). Cephalonomia stephanoderis (contra a broca do café) Encarsia formosa (contra a mosca branca). Predadores A vespa da família Chrysopidae Fitófagos Os fitófagos são organismos que devoram partes das plantas, causando sérios trastornos em seu desenvolvimento. Hoje se utilizam, para o controle dos malefícios, sobretudo insetos e, em meios aquáticos, peixes fitófagos. 7.7.2 Métodos de utilização A utilização de grupos de organismos benéficos para o controle de pragas abarca três formas: introdução, conservação e fomento, e liberação periódica de organismos benéficos. Coccinella septempunctata (adulto) Os predadores exterminan aos organismos daninhos, caçando-os e devorando-os. Não perseguem, em geral, a uma espécie determinada, e sua mobilidade faz com que sejam eficazes também contra populações de baixa densidade. Alguns predadores se alimentam, Na introdução de um programa de controle biológico, é preciso observar os seguintes passos: 18 seguintes organismos de maneira regular no controle de pragas, entre outros: • Beauveria bassiana contra a broca do café y Diaprepes sp. em cítricos. • Verticillum lecanii contra a mosca branca. 1. Determinar a importância econômica do organismo daninho. 2. Identificar corretamente o organismo daninho e comprovar se é importado ou autóctono. 3. Coletar informações sobre o organismo daninho que se deseja controlar. 4. Identificar os inimigos naturais e determinar sua eficiência. 5. Analisar as condições para o estabelecimento de um organismo benéfico. 6. Identificar os fatores que influenciam sobre a densidade das populações. 7. Calcular a relación custo-beneficio das medidas de controle biológico planejadas. De uma maneira geral, as condições e os cultivos de ciclo curto não permitem uma instalação permanente do organismo benéfico, para o que seriam necessárias aplicações periódicas quando aparecem as pragas. 7.8 Extratos de plantas A natureza tem criado durante séculos várias substâncias ativas que, quando corretamente aplicadas, podem controlar insetos pragas de maneira eficiente. A substituição dos inseticidas sintéticos por substâncias vegetais representa uma alternativa viável, mas não significa que estes extratos de plantas possam reestabelecer por si mesmos o equilíbrio ecológico que reclamamos para um sistema agro-ecológico estável. O controle direto com este método não deixa de ser uma medida de emergência e deve ser utilizado com muita precaução. Além disso, como não são sistemáticos, é preciso que sejam aplicados com muita precisão no verso das folhas, onde habita a maioria dos insetos pragas. A forma mais conhecida de controle biológico de uma praga é importar de seu país de origem os inimigos naturais de referido organismo e estabelecê-los no lugar. Este método tem sido vitorioso a longo prazo, somente se o organismo se adapta ao seu novo meio, se ele se multiplica e se expande. A hipótese neste caso é que, um inseto introduzido pode facilmente converter-se em uma praga, pela falta dos inimigos naturais, os quais em seu país de origem o mantêm em um nível economicamente aceitável. Se não é possível a instalação definitiva de um inimigo natural, ou se a sua densidade não é suficiente para um controle eficiente, é preciso realizar uma liberação periódica. As vantagens das substâncias botânicas são óbvias: a maioria é de baixo custo; estão ao alcance do agricultor; algumas são muito tóxicas, mas não têm efeito residual prolongado e se descompõem rapidamente; em sua maioria não são venenosas para os mamíferos. Os compostos químicos encontrados em certas plantas têm reações de diferente índole frente aos organismos que se desejamos eliminar. Assim, tem sido detectadas substâncias inibidoras do crescimiento e fito-hormônios. Estes podem dar-nos uma idéia sobre as possíveis reações entre planta e planta. As reações de planta a fungo parecem ser baseadas na presença de uma substância "anti-fungo", cujo mecanismo de defesa é induzir ao endurecimento das paredes celulares. As reações planta-inseto são as que melhor tem sido estudadas. No caso do Bacillus thuringiensis, uma bactéria que libera esporas, e da qual existem muitas subespécies que controlam larvas de lepidópteros, dípteros e coleópteros, a eficácia se baseia nos cristais tóxicos que ele forma durante a fase de esporulação e que estão dentro das esporas. Con esta bactéria já é possível obter vários produtos comerciais no mercado, que se aplicam como qualquer outro produto: por aspersão sobre as folhas do cultivo quando a densidade da praga requeira um controle. Além dos produtos à base de Bacillus thuringiensis, já estão sendo utilizados os 19 Os Nimbines e Salannines causam efeitos repelentes e anti-alimentares no caso de vários insetos das ordens Coleóptera, Homóptera, Heteróptera e Orthóptera. Também existem referências de controle em Nematóides. A Azadirachtina e seus derivados causam, geralmente, uma inibição do crescimento e alteram a metamorfose. Estas substâncias provocan uma desordem hormonal em diferentes etapas no desenvolvimento do processo de crescimento do inseto, influenciando os hormônios da mudança e da juventude. Assim, os insetos não são capazes de se desenvolverem de uma maneira normal e se produzen deformações na pele, nas asas, patas e outras partes do corpo. Por seu modo de ação, é basicamente um veneno por digestão. Na literatura, aparecem descritos aproximadamente 866 diferentes tipos de plantas que funcionam como inseticidas, 150 que controlam nematódeos e muitas outras que ajudam a combater ácaros, lesma e ratos. Na tabela 8 no anexo pode-se ver uma pequena parte destas plantas. Daqui em diante, se apresentará uma relação das plantas mais conhecidas e más usadas em nível mundial. Mesmo sendo produtos naturais, é preciso que sejam utilizados com a mesma precaução que os praguicidas químicos e somente deveriam ser utilizados se as demais medidas não são suficientes para manter a população de um inseto ou uma doença a um nível onde não possam causar prejuízos econômicos. O Nim (Azadirachta indica A. Juss), Fam. Meleaceae • Controla: larvas de lepidópteros, coleópteros, himenópteros, dípteros, adultos de coleópteros, homópteros e heterópteros pequenos, etc. • Preparação: 30 gramas de sementes moídas, 20 gramas de massa moída ou 80 gramas de folhas moídas para 1 litro de água. Esperar entre 5 e 8 horas, misturando bem o líquido; coar para a aplicação. • Aplicação: se aplica com uma bombamochila, cedo pela mañana ou à tardinha, cobrindo bem toda a superficie da planta, especialmente no avesso das folhas. É preciso fazer pelo menos 3 aplicações (6 a 8 dias entre cada aplicación) segundo a incidência das pragas. Atenção: não afeta aos animais de sangue quente, nem aos seres humanos, não se acumula no meio ambiente e tem muito pouco efeito contra organismos benéficos. O Nim pertence à família Meliaceae e tem sua origem na Índia e Birmânia. Atualmente, tem sido introduzido como árvore de reflorestamento em muitos países da América Latina, Ásia e África, em regiones secas e quentes, devido a sua pouca exigência por água e solo. Todas as suas partes contêm substâncias ativas, que desde muitos séculos tem sido utilizadas na Índia na proteção vegetal, mas também na medicina veterinária e humana. Tem sido separados 25 diferentes ingredientes ativos, dos quais pelo menos 9 afetam o crescimiento e o comportamento dos insetos. Os ingredientes típicos do Nim são Triterpenóides (Limonóides), dos cuales os derivados da Azadirachtina, Nimbin e Salannin são os mais importantes, com efeitos específicos nas diferentes fases de crescimento dos insetos. Pela grande quantidade de substâncias ativas e o tipo de ação sobre os insetos, é praticamente impossível que as pragas possam desenvolver resistência contra os seus compostos. Preparação do extrato aquoso de Nim. 20 Os produtos de Nim podem ser utilizados em hortaliças, árvores frutíferas e em plantas ornamentais. • Para extensões grandes de terreno já existe o óleo formulado e o extrato alcoólico de Nim. Das sementes descascadas com uma prensa, se extrai o óleo crú e se manipula com substâncias que ajudam a diluir o óleo em água. • Experiências no campo mostram que o Nim é ainda mais eficaz contra lepidópteros quando utilizado de maneira alterada, com um produto à base de Bacillus thuringiensis. No caso do bacillus, o Nim evita o desenvolvimento de resistências e aumenta a quantidade de diferentes pragas que podem ser controladas. No caso do Nim, o bacillus tem um efeito sinergético, que melhora ainda mais o seu efeito. A produção de óleo com uma prensa mecânica • desenvolvimento da planta e evita o ataque de pragas. Um litro de óleo manipulado contém aprox. 0.5% (550 ppm) de Azadirachtina. A dose recomendada é de 5-10 ml por litro de água. Atenção: não afeta aos animais de sangue quente, nem aos seres humanos, não se acumula no meio ambiente e tem muito pouco efeito contra organismos benéficos. Não há necessidade de usar roupa de proteção, mas se recomenda proteger os olhos durante a aplicação. À base das folhas, das sementes e do óleo de Nim estão sendo preparados produtos muito diferentes, como por ejemplo: sabonetes medicinais, champús medicinais, repelentes contra mosquitos e cupins, chá contra febre e parasitas e muito mais. O óleo de Nim pode ser utilizado em cultivos hortícolas, ornamentais e em árvores frutíferas, para o controle de larvas de lepitópteros, moscas brancas, pulgões e percevejos pequenos. O produto também fortalece o 21 Tabela 6: Ingredientes ativos das sementes de Azadirachta indica A. Juss e seus principais efeitos contra as pragas de cultivos (segundo Gruber, A. 19991, adaptado). Grupo de Compostos do Nim e seus efeitos mais importantes Nimbine Salannine Lepidoptera Coleoptera Hymenoptera (larvas) Extrato das __________ sementes ricas en Azadirachtina Extratos das __________ sementes, com óleo e Azadirachtina; óleo de Nim Extratos das __________ __________ sementes ricos em Azadirachtina Óleo das sementes, extratos de folhas com Azadirachtina __________ __________ __________ Extratos de sementes e folhas com óleo Extratos do óleo com Azadirachtina __________ __________ __________ __________ __________ __________ Extratos das sementes com óleo __________ __________ __________ __________ Extratos de folhas e sementes ricos em Nimbin Diptera (larvas) Homoptera Heteróptera (adultos) Orthoptera Orthoptera Tysanoptera Nematóides Legenda: __________ __________ Fortes Efeitos Redução da fertilidade __________ Efeitos leves _____ 22 Inibição de pôr ovos Óleos Efeitos repelentes Coleoptera (adultos) AntiAlteração alimentícios da Metamorfose Azadirachtine Pragas (insetos, nematóides) Alterações no comportame nto Produtos do Nim Tabela 7: Dosificação do Inseticida Nim segundo pragas e cultivos. Dose Produtos à base de Nim Cultivos Melão Pimenta Tomate Repolho Beterraba Quiabo Abóbora Alface Berinjela Berinjela Melancia Pepino Pragas Vermes do melão (Diaphania hyalinata, Diaphania nitidalis) Mosca branca (Bemisia tabaci) Pulgões: Myzus persicae, Macrusiphum euphorbiae. Lepidópteros: Spodoptera spp., Heliothis sp. Mosca branca (Bemisia tabaci) Mosca branca (Bemisia tabaci) Mosca minadeira (Liriomyza trifolli) Pulgões: Myzus persicae, Macrosiphum euphorbiae. Vermes de alfinete (Keiferia lycopersicella) Cupim da batata (Gnorimoschema opecullella) Vermes dos frutos (Heliothis zea, H. virescens, Spodoptera spp.) Cupim da couve (Plutella xylostella) Falso medidor da couve (Trichoplusia ni) Pulgões: Lipaphis erysimi, Brevicorne brassicae. Minadores: Liriomyza sp., Spodoptera exigua Pulgões Mosca branca (Bemisia tabaci) Verme dos frutos (Heliothis zea, H. virescens, Spodoptera spp. Pulgões: Aphis gossypii, Myzus persicae Verme do melão e pepino (Diaphania hyalinata, D. Nitidalis) Mosca branca (Bemisia tabaci) Pulgões Mosca minadora (Liriomyza spp.) Pulgões: Myzuz persicae, Macrosphum euphorbiae Moscas minadoras: Liriomyza trifolli Vermes de alfinete (Keiferia lycopersicella) Mosca branca (Bemisia tabaci) Cupim da batata (Gnorimoschema opecullella) Vermes com chifres (Manduca spp.) Vermes do melão e do pepino (Diaphania hyalinata, D. nitidalis) Mosca branca (Bemisia tabaci) Pulgões Verme do melão e do pepino (Diaphania hyalinata, D. nitidalis) Mosca branca (Bemisia tabaci) Pulgões Sementes Moídas de Nim 875 g P.C./tarefa Óleo Manipulado de Nim 175 cc P. C./ tarefa 525 g P. C./tarefa 1,750 g P. C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 350 cc P.C./ tarefa 312 cc P.C./ tarefa 1,050 g P.C./tarefa 788 g P.C./tarefa 656 g P.C./tarefa 156 cc P.C./ tarefa 394 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 1,295 g P.C./tarefa 875 g P.C./tarefa 1,295 g P.C./tarefa 312 cc P.C./ tarefa 350 cc P.C./ tarefa 175 cc P.C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 788 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 875 g P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 210 cc P.C./tarefa 210 cc P.C./tarefa 630 g P.C./tarefa 630 g P.C./tarefa 2,100 g P.C./tarefa 420 cc P.C./tarefa 1,260 g P.C./tarefa 750 g P.C./tarefa 156 cc P.C./tarefa 450 g P.C./tarefa 1,500 g P.C./tarefa 1,750 g P. C./tarefa 875 g P.C./tarefa 312 cc P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 900 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 2,624 g P.C./tarefa 2,624 g P.C./tarefa 750 g P.C./tarefa 1,500 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 156 cc P.C./tarefa 312 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 450 g P.C./tarefa 900 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 2,624 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 1.312 g P.C./tarefa 1,312 g P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 262.5 cc P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 787.5 g P.C./tarefa 2,624 g P.C./tarefa 2,624 g P.C./tarefa 875 g P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 525 cc P.C./tarefa 175 cc P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 1,574 g P.C./tarefa 525 g P.C./tarefa 1,750 g P. C./tarefa 1,750 g P. C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 350 cc P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa 1,050 g P.C./tarefa Legenda: P. C. = Produto concentrado 1 tarefa : 628.93 m2 -A quantidade de água a utilizar não excederá a dose mínima do produto por litro de água. 23 Massa de Nim • 7.8.1 A Violeta (Melia azedarach), Fam. Meliaceae A Violeta pertence à mesma família do Nim e contém como substâncias ativas também derivados dos triterpenóides, mas são um pouco diferentes. A substância mais conhecida é o meliantriol. 7.8.2 • • Como o Nim funciona contra o mesmo tipo de insetos, somente é preciso utilizar dosificações de sementes ou folhas 30 % mais altas, pelas baixas concentrações das substâncias ativas nas diferentes partes da árvore. É um veneno de contato e por digestão. • (Allium sativum), Fam. Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, percevejos pequenos e várias doenças causadas por fungos. Preparação: deve-se moer 2 libras do bulbo e misturar con 20 colherinhas de sabão em 1 galão de água. Depois de 4 horas, se coa para a aplicação. Aplicação: desta solução, se mistura 1 litro com 20 litros de água e se aplica com uma bomba-mochila pelo menos a cada 6 a 8 dias. Para fabricar produtos manipulados, utiliza-se espécies que tenham um alto conteúdo das substâncias ativas e se cultiva este tipo, especialmente com o propósito de extrair o óleo para ser manipulado. A preparação do extrato aquoso à base das sementes da violeta • O Alho Liliaceae O alho geralmente é cultivado para a alimentação humana, mas também pode ser usado na proteção vegetal como inseticida, fungicida e antibacteriano. Tanto os bulbos como as folhas, contêm substâncias ativas que podem ser extraídas com água, ou o óleo, com uma prensa, e serem aplicadas nos cultivos. • • Atenção: o extrato é tóxico para animais de sangue quente e seres humanos. 7.8.3 Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, ácaros, gafanhotos, entre outros. Preparação: 60 gramas de sementes moídas ou 100 gramas de folhas secas em 1 litro de água. Esperar 5 horas, misturar bem a solução e depois coá-la. Aplicação: a aplicação pode ser realizada com uma bomba-mochila. São necessárias pelo menos 3 aplicações (uma aplicação a cada 8 dias) cobrindo bem toda a superficie do cultivo. 24 A Pimenta Picante (Capsicum frutescens), Fam. Solanaceae • A pimenta picante é cultivada para utilizá-la como condimento na comida humana, mas é também muito conhecida por seu alto conteúdo de alcalóides nas frutas maduras. Estas substâncias têm efeito como inseticida, repelente e anti-viral. • Controla: larvas de lepidópteros, pulgões e vírus. • Preparação: 100g das frutas maduras, secas e moídas misturam-se com 1 litro de água. Uma parte deste concentrado pode ser diluído com 5 partes de uma solução água-sabão. • Aplicação: a solução preparada pode ser aplicada a cada 6 ou 8 dias, diretamente no cultivo. • Atenção: Concentrações demasiadamente altas podem causar fito-toxicidade. É preciso manipular o preparado e a solução com muito cuidado, porque causa irritação na pele e nos olhos. 7.8.4 • Aplicação: depois de coar o extrato, deve ser aplicado no mesmo dia. Atenção: o produto pode ser irritante para a pele. 7.8.5 O Guanabano (Annona muricata), o Mamão (Annona reticulata), Fam. Anonaceae As frutas não maduras, as sementes, folhas e as raízes das árvores desta família, contêm uma grande quantidade de substâncias muito eficientes no controle de pragas. Funcionam como veneno de contato e de ingestão, mas o processo é lento. Aproximadamente 2 até 3 días depois da aplicación é que aparecen os primeiros efeitos. O Papaia (Carica papaya), Fam. Caricaceae • Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, “esperanzas”(tettigoniidac), tripes, grilos, escamas, entre outros. • Preparação: 2 onças de sementes descascadas e moídas, mistura-se com 1 litro de água. Depois de deixar esta mistura repousar 24 horas, coa-se e está preparada para a aplicação. • Aplicação: aplica-se durante as horas frescas, principalmente debaixo das folhas. Atenção: evitar que a solução entre em contato com os olhos, porque causa grandes dores e até cefaléia. As fohas desta árvore, que se cultiva por suas frutas doces e aromáticas, contêm enzimas e alcalóides que podem ser utilizados como fungicida e nematicida. • • Controla: fungos e nematóides. Preparação: mistura-se 2 libras de folhas moídas com 1/8 de pasta de sabão ralado em 1 galão de água e se deixa repousar de 2 a 3 horas. 7.8.7. O Fumo (Nicotiana tabacum), Fam. Solanaceae O fumo tem como princípio ativo a nicotina, que é um dos tóxicos orgânicos mais fortes na natureza. A nicotina atua sobre o sistema 25 nervoso dos insetos através da respiração, ingestão e contato. Funciona como inseticida, fungicida, repelente e acaricida. • • • • A substância se decompõem rapidamente depois da aplicação, especialmente pelos raios do sol e pelo calor. Controla: adultos e larvas de lepidópteros e coleópteros, entre outros. Preparação: 12 onças de fumo cozidas durante 20 minutos, em um galão de água para 60 litros de inseticida. Aplicação: até 3 aspersões a cada 8 dias. Atenção: sumariamente tóxico para animais de sangue quente e seres humanos! 7.8.8 • • • Controla: larvas de lepidópteros, pulgões, grilos, mosquitos, etc. Preparação e aplicação: de uma maneira geral, há produtos manipulados no mercado que indicam a dosagem e a preparação. Atenção: somente aplicar em horas da tarde. 7.8.9 O Piretro (Chrysanthemum cinerariefolium), Fam. Asteraceae Outros inseticidas botânicos Para completar esta parte, é preciso mencionar algumas plantas conhecidas em nível mundial, mas com muito baixa incidência no país: O piretro é um dos inseticidas botânicos mais antigos do mundo. As flores de Chrysanthemum cinerariefolium contêm piretrina, a substância ativa, que mesmo em concentrações muito baixas, é biologicamente ativa. A planta deve é cultivada em alturas entre 1,600 y 3,000 m sobre o nível do mar, basicamente na África, no planalto do Quênia, porque quanto mais alto e frio, muito melhor será a concentração da piretrina nas flores. O piretro deve sua importância a sua imediata ação de queda (uns quantos segundos) sobre insetos voadores, agregando a sua baixa toxicidade para animais de sangue quente, devido ao seu rápido metabolismo em subproductos não tóxicos. Deste modo, o piretro não é persistente. Estas características evitaram a exposição prolongada dos insetos ao piretro, o qual contribui para o escasso número de casos de resistência ao produto. Planta Substância ativa Rotenona Derris sp. Fam. Leguminosa Cuasinoides Quassia amara Fam. Simarubaceae Mammea americana Mammein Fam. Guttiferaceae Ricinus communis Fam. Emphorbiacea Schoenocaulon officiale Fam. Liliaceae Óleos Ocimum basilicum essenciais Fam.Lamiaceae (Ver também a Tabela 8 no anexo) 7.8.10 O piretro é usado para combater pragas em alimentos armazenados, contra insetos caseiros e de cultivos industriais, dirigido a larvas já adultas de lepidópteros e outros insetos fitófagos de vida livre, sempre que parte de seu ciclo biológico possa estar exposto à ação de contato do produto. Efeito Inseticida, Repelente Inseticida, nematicida Inseticida Inseticida, Repelente Inseticida, Repelente Inseticida, Repelente Outros extratos Na agricultura de subsistência, ou em pequenas hortas, utilizam-se também outros tipos de extratos, como por exemplo: • • O piretro é obtido a partir das flores secas de crisântemos; se extrai com querosene e dicloruro de etileno e se condensa por destilação ao vazio. • 26 Extrato aquoso de sabão (inseticida, acaricida). Extrato aquoso de cinza vegetal (fungicida). Enxofre, cobre ou cal (fungicida). 8. Reflexões finais complementar de otimização do controle natural, sendo uma condição indispensável para sua viabilização prática, a de um trabalho prévio de estabilização do ecossistema. São muitas as considerações que podemos realizar a partir da problemática do manejo de pragas, especialmente quando se enfoca o uso indiscriminado de praguicidas; mas também são muitas as reflexões quando se trata de decidir cual é o caminho correto para que um sistema alternativo ao convencional possa ser implementado. O controle biológico deve ser uma tecnologia de médio e longo prazo, conseqüência do trabalho de recuperação e estabilização dos ecossistemas através de estratégias de proteçaõ e recuperação da fertilidade dos solos, manejo do recurso hídrico, agroflorestas, conservação da biodiversidade, desenvolvimento socio-econômico, etc. Todos estes aspectos deverão tomar parte nas estratégias a serem adotadas para la aplicação dos princípios do MEP. O Manejo Ecológico de Pragas é a consequência de um enfoque agroecológico que provém da agricultura orgânica, biológica, ecológica, biodinâmica, natural, sustentável; coincidentes na visão holística do meio do ecossistema e onde a intervenção do homem tem gerado os agroecossistemas. Além disso, é preciso levar em conta as habilidades desenvolvidas historicamente, produto de êxitos e fracassos acumulados no esforço por controlar as populações de pragas que atacam as plantações. Tudo isto tem constituído um valioso potencial cultural e tecnológico, insuficientemente estudado e valorizado. As possibilidades do MEP podem ser muitas se forem potencializadas e combinados adequadamente o conjunto de técnicas e práticas possíveis de implementar em um agro-ecosistema. Mais ainda, se pretendemos regulamentar a dinâmica populacional dos insetos e outros organismos potencialmente nocivos. O controle biológico natural constitui uma parte importante no desenvolvimento de estratégias ecológicas de manejo dos problemas fitossanitarios. O controle biológico clássico desempenhará um papel 27 Anexos 28 Literatura consultada 1. Altieri, Miguel A.. Agroecology. Intermediate Technology Publications, London/UK 1987. 2. Altieri. Miguel A.. Agroecología. ciencia y aplicación. CLADES, Berkeley, California, 1993. 3. Andrews, K. L. y J. R. Quezada (edt). Manejo integrado de plagas insectiles en la agricultura. El Zamorano, Honduras, 1989. 4. Arning, I. Y A. Lizárraga Travaglini (edt.). Manejo Ecológico de Plagas – Una Propuesta para la Agricultura Sostenible. RAAA, Lima, Perú, 1999. 5. Bejarano González, F. La Espiral del Veneno. RAPAM, Texcoco, Estado de México, 2002 6. Brandjes, P., Van Dongen, P., Van der Veer, A.. Green manuring and other forms of soil improvement in the tropics. AGRODOK 28, CTA, Wageningen, Netherlands, 1989. 7. Brechelt, A. y C. L. Fernández (ed). El Nim: un árbol para la agricultura y el medio ambiente. Fundación Agricultura y Medio Ambiente, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 1995. 8. Brechelt, A.. Los Insecticidas: consecuencias de su práctica abusiva. INTEC: Ciencia y Sociedad, Vol. XIX, No.1 y No. 2, Santo Domingo 1994. 9. Brechelt, A.. Guía técnica para la instalación de composteras. Fundación Agricultura y Medio Ambiente, San Cristóbal, República Dominicana. 1996. 10. Buley, M.. La exportación de productos provenientes de cultivos ecológicos controlados. PROTRADE/GTZ, Eschborn, Alemania, 1994. 11. COMUS. Elaboración de plaguicidas orgánicos. Editorial Sombrero Azul-ASTAC, El Salvador 1996. 12. De los Santos, A. y A. Brechelt. Recetas de insecticidas naturales. Fundación Agricultura y Medio Ambiente, San Cristóbal, Rep. Dominicana, 1996. 13. Fuentes Sandoval, F.. Producción y uso de Trichogramma como regulador de plagas. RAAA, Lima, Perú, 1994. 14. Gagnon, D.. El Machete Verde. SUCO, Managua, Nicaragua, 1995 15. García G., J. E. y J. M. Nájera. Simposio Centroamericano sobre Agricultura Orgánica. UNED, San José, Costa Rica, 1995. 16. Gomero O., L. (edt.). Plantas para proteger cultivos. Red de Acción en Alternativas al uso de Agroquímicos, Lima, Perú, 1994. 17. Grosse-Rüschkamp, A.. El manejo integrado de plagas. Schriftenreihe GTZ No. 246, Eschborn, Alemania, 1994. 18. Guerrero B., J.. Abonos Orgánicos – Tecnología para el manejo ecológico del suelo. RAAA, Lima/Perú, 1993. 19. Kral, D. M. (edt.). Organic Farming: Current Technology and its role in a sustainable agriculture. ASA Special Publication Number 46 Madison, Wisconsin, USA, 1984. 20. Lisansky, S.G.. Green Growers Guide. CPL Scientific Limited. Newbury, Berkshire, UK, 1990. 21. Lizarraga Travaglini, A. y J. Iannacone Oliver (edt.) . Manejo de feromonas en el control de plagas agrícolas. RAAA, Lima, Perú, 1996. 22. Müller-Sämann, Karl M.. Bodenfruchtbarkeit und standortgerechte Landwirtschaft. Schriftenreihe der GTZ, Nr. 195, Eschborn, 1986. 23. Nivia, E.. Mujeres y plaguicidas – Una mirada a la situación actual, tendencias y riesgos de los plaguicidas. PAPALMIRA, Palmira, Colombia, 2000. 24. Ocampo, R.A. (edt.). Potencial de Quassia amara como insecticida natural. CATIE, Informe Técnico No. 267, Turrialba, Costa Rica, 1995. 25. Prakash, A. and J. Rao. Botanical pesticides in agriculture. CRC Press Inc., Boca Raton, Florida, USA, 1997. 26. Restrepo, J.. Abonos orgánicos fermentados. CEDECO/OIT, San José, Costa Rica, 1996. 27. Sabillón, A. y M. Bustamante. Plantas con propiedades plaguicidas, Parte I. Zamorano, Honduras, 1996. 28. Schmutterer H. (edt.). The Neem Tree and other meliaceous plants. VCH Verlagsgesellschaft GmbH, Weinheim, Germany 1995. 29. Schwab, A.. Pestizideinsatz in Entwicklungsländern. PAN, Weikersheim, Margraf, Germany, 1989. 30. Stoll, G.. Natural Crop Protectión. Verlag Josef Margraf, Aichtal, Alemania, 1986. 31. Suquilanda, Manuel B.. Agricultura orgánica. Talleres Gráficos ABYA-YALA, Quito, 1995. 32. Thurston, H.D.; M. Smith; G. Abawi y S. Kearl. Tapado: los sistemas de siembra con cobertura. CIIFAD, Ithaca, New York, 1994. 29 Tabela 1. : Potencial de toxicidade de pesticidas usados freqüentemente. Nome Genérico Inseticidas, Acaricidas 1. Organo Clorados Aldrin Clordano DDT Dieldrin Endosulfan (Thiodan) Heptacloro Lindano (y-HCH) 2. Organo Fosforados Demeton-S-Methyl Diazinon (Basudin) Dimethoat Perfekthion Malathion 2100 Parathion (E 605) 3.Carbamatos Aldicarb (Temik) Carbaryl (Sevin) Carbofuran (Furadan) Methomyl (Lanate) Pirimicarb (Pirimor) Propoxur (Baygon) 4. Outros Inseticidas Dibromochlor-propan (DBCP) Dicofol(Kelthane) Pentachlorphenol (PCP) Permethrin (Ambusch) Deltamethrin (Decis) Fungicidas Benomyl Captafol Captan Folpet Mancozeb (Dithane) Herbicidas Alachlor (Lasso) Atrazin (Gesaprim) 2. 4-D (U46-D) Dinoseb-Acetat (Aretit) Deiquat (Renglone) Glyphosat (Roundup) Linuron (Afalon) MCPA (Hedonal M) Paraquat (Gramoxone) Dose letal oral DL 50 mg/kg (Rato) 38 460 113 46 80 100 88 DD DD DD DD Tempo de Carência 42 42 42 60 DD DD 49 DD 28 60 60 21 56 0.93 DD 300 8 17 147 95 35 70 14 28 14 40 300 150 13 170 DD Cancerígeno * * * * * * * * * * * * * * * 4 * 3-4 * * * 3-4 3-4 3-4 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 4 3-4 4 * 3 * * 4 4 * * 56 56 10000 5000 9000 1000 7000 56 35 28 28 56 * * * * * 1200 2000 375 60 90 90 28 28 231 42 * Tóxico para insetos benéfic os * * * * * * * 28 14 Tóxico para Tóxico para as Abelhas os peixes * * * 690 80 DD 4000 2200 4320 4000 700 150 Provoca Alergias * * * 35 Provoca Mutações 3-4 3-4 * * * * * * * * * * * * * * 1 1 1 * * 1 * * 14 * * * * Explicações: DD: Produto que pertence a “Dúzia Suja” * 1 = não tóxico, 2 = ligeiramente tóxico, 3 = medianamente tóxico, 4 = muito tóxico para benéficos. * * * 1-2 1-2 Tabela 2: Toxicidade de alguns inseticidas caseiros comuns (Ware 1994; Farm Chemicals Handbook 1996, Weinzierl and Henn. 1994) Ingrediente Ativo Dermal LD50 Dermal dosificac. Oral LD50 Oral dos. para Nome Comercial (mg/kg) para matar pes. de (mg/kg) matar pes. de 150 lbs. (lbs) 150 lbs. (lbs) 2,000 0.300 866 0.130 Acephate (Orthene) Organofosfato 0.000 0.000 5,000 0.750 Azadirachtina (neem) Botânico 0.000 0.000 0.000 0.000 Bacillus Thuringiensis Biológico 0.000 0.000 0.000 0.000 Beauveria Bassiana Biológico 4,000 0.600 850 0.128 Carbaryl (Sevin) Carbamato 580 0.087 283 0.042 Chlordano Organoclorado 2,000 0.300 135 0.020 Chlorpyrifos/Dursban Organofosfato 2,000 0.300 247 0.037 Cypermethrin Piretroide 0.000 0.000 0.000 0.000 d-Limonene Botânico 1,931 0.290 87 0.013 DDT/Organoclorado 379 0.037 88 0.010 Diazinon/Organofosfato 4,000 0.600 575 0.086 Dicofol (Kelthane) Organoclorado 74 0.011 18 0.003 Endosulfan (Thiodan) Organoclorado 500 0.075 76 0.011 Lindano Organoclorado 4,100 0.615 1,842 0.276 Malathion Organofosfato 50 0.008 55 0.008 Nicotina/Botânico 0.000 0.000 0.000 0.000 Nosema locustae Botânico 2,000 0.300 2,200 0.330 Permetrina (Ambush) Piretroide 7,500 1.125 7,500 1.125 Piperonyl Butoxid Synergist 1,000 0.150 95 0.014 Propoxur (Baygon) Carbamato 1,800 0.270 1,350 0.203 Pyrethrum/Botanical 1,000 0.150 60 0.009 Rotenona/Botânico 0.000 0.000 4,000 0.600 Sabadilla/Botânico 0.000 0.000 3,000 0.450 Sal de mesa 0.000 0.000 16,500 2.475 Sabão/inseticida Nota: Alguns produtos têm uma ampla abrangência do DL50, dependendo da formulação. 31 Tabela 5: Resíduos de pesticidas em hortaliças na República Dominicana Cultivo Produto Média de resíduos em ppm Resíduos toleráveis segundo norma dos EE.UU. em ppm Tempo de Aplicação (dias antes da colheita) Tomate Lannate (Methomyl) 109.55 1.0 6-10 Repolho Lannate 47.47 5.0 26 Repolho Aldrin (4 aplicaciones) 186.06 0.1 89 Repolho Dimethoat - 2.0 10-28 Fonte: Freistadt et. al. (1979) 32 Tabela 8: Plantas com Substâncias Ativas para o Controle de Pragas e Doenças Espécie Aesculus californica Amianthium muscaetoxicum Amorpha fruticosa Anabasis aphylla Anamirta cocculus Azadirachta indica A. Juss Canna generalis Celastrus angulata Cimifuga foetida Croton tiglium Delphinium consolida Delphinium staphisagria Dryopteris (Aspidium) filix-mas Duboisia hopwoodii Heliopsis scabra Heliotropium peruvianum Melanthium virginicum Melia azaderach Nome Comum Partes tóxicas Principai ingredientes California buckeye Crow poison Califórnia Estados Unidos Nétar, sementes Bulbo, folha Coumarins Alcaloides Indigobush Fruta Rotenoides Fishberry Nim, Neem Sul dos Estados Unidos Rússia, Ásia Índia, E.U.A. Índia, Birmânia Folha Fruta Sementes Anabasine Picrotoxin Triterpenoides Canna lily Bittersweet Fetid bugbane Croton Field larkspur Estados Unidos China Índia China, Índia E.U.A. , Inglaterra Folhas Folha, raiz Raiz Semente Semente Alcaloide Alcaloide Resina de Croton Alcaloide Stavesacre, lousewort Male fern Europa, E.U.A. Semente Alcaloide Estados Unidos Rizoma Filicin Pituri Oxeye Heliotrope Austrália México América do Sul Folha Raiz Nornicotina Scabrin Heliotropina Bunchflower Leste dos E.U.A. Bulbo, folha Violeta, Chinaberry Ásia Tropical, Austrália China Folha, fruto Alcaloide Raiz Rotenoide África, Índia Argélia Índia Folha Folha Rotenoide Oleandrin Nicandrenone China, Japão Fruta Estados Unidos Folha Aporfina y alcaloides protoberberines Glycosides China Flor Andromedatoxin Milletia pachycarpa Fishpoison cliber, Hung-yao Mundulea sericea Aligator plant Nerium oleander Oleander, rose laurel Nicandra physalodes Peruvian groundcherry Phellodendron Amur River corktree amurense Physalis mollis Localização Smooth groundcherry Nao-yang-wha Rhododendron hunnewellianum Rhododendron molle Sheep-poison, yellow azalea Solanum tuberosum Batata Sophora flavescens Sophora China Flor Andromedatoxin América do Sul China, Japão Tubérculo Raiz Sophora pachycarpa Sophora China, Japão Raiz, Folha Stemona tuberosa Paipu China Raiz Alcaloide (Solanum) Alcaloide (Sparteine) Alcaloide (Sparteine) Alcaloide 33
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