Leia - Associação Brasileira de Angus
Transcrição
Leia - Associação Brasileira de Angus
Impresso Maio/Junho de 2009 Especial 2219/03 – DR/RS Associação Brasileira de Angus CORREIOS 1 2 Maio/Junho de 2009 Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2009/2010 Diretoria Executiva Diretor Presidente Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello Diretor 1º Vice-Presidente Fábio Luiz Gomes Diretor vice-presidente Mariana Franco Tellechea Diretor vice-presidente José Roberto Pires Weber Diretor vice-presidente Paulo de Castro Marques Diretor Financeiro Marco Antônio Gomes da Costa Diretor Administrativo Angelo Bastos Tellechea Diretor de Marketing João Francisco Bade Wolf Diretor de Núcleos Ignacio Silva Tellechea Diretor sem Designação Específica Ronaldo Zechlinski de Oliveira Coordenador de Exposições Luiz Walter Leal Ribeiro Conselho de Administração Membros Eleitos Afonso Motta Antônio dos Santos Maciel Neto Cristopher Filippon Renato Zancanaro Washington Humberto Cinel Membros Natos – (Ex-Presidentes da ABA) Angelo Bastos Tellechea Antonio Martins Bastos Filho Fernando Bonotto Hermes Pinto João Vieira de Macedo Neto José Roberto Pires Weber José Paulo Dornelles Cairoli Reynaldo Titoff Salvador Conselho Fiscal Membros Efetivos Eduardo Macedo Linhares Roberto Soares Beck Ruy Alves Filho Membros Suplentes Elizabeth Linhares Torelly Carla Sandra Staiger Schneider Roberta Riemke Leon Conselho Técnico Susana Macedo Salvador – Presidente [email protected] Antônio Martins Bastos Filho [email protected] Luis Felipe Ferreira da Costa [email protected] Luiz Alberto Muller [email protected] Sérgio Tellechea [email protected] Ulisses Amaral [email protected] Amilton Cardoso Elias - Representante ANC [email protected] Coordenação Simone Patro [email protected] Jornalistas Responsáveis Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: jorn. Nelson Moreira e jorn. Luciana Radicione Apoio: Assessoria de Imprensa da ABA - jorn. Luciana Bueno Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Daniela Manfron 51 3231.6210 // 51 8116.9784 Edição, Diagramação, Arte e Finalização Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br [email protected] Associação Brasileira de Angus Av. Carlos Gomes, 141 / conj. 501 CEP 90.480-003 - Porto Alegre - RS www.angus.org.br [email protected] Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Fotos de capa: ABA / Divulgação EDITORIAL Angus superando expectativas Prezados amigos da raça Aberdeen Angus, sócios e parceiros. Apesar de estarmos vivendo um ano diferenciado, com os efeitos da crise financeira mundial sendo observados em toda parte do mundo, inclusive em economias emergentes como a nossa, estamos movimentando divisas e estimulando giro de capital nas nossas atividades diárias na Pecuária. Neste ano, tanto leilões quanto exposições da raça vem superando expectativas através de boas vendas e número de expositores participantes. Na exposição de Londrina (PR), ocasião em que abrimos os leilões chancelados da Associação Brasileira de Angus, no ano, tive- HUMOR mos liquidez com a venda de lotes de animais Angus e cruza Angus, no 2º Leilão Conexão Angus. Compradores daquela região do Paraná, especialmente disputaram animais da raça mostrando o sucesso que vêm obtendo no uso do Angus com Nelore, por exemplo, ao se fazer uma referência à utilização do cruzamento industrial com a raça. No Rio Grande do Sul, nas feiras de outono, estão sendo verificados bons resultados diante da terneirada apresentada com certificação pelo Terneiro Angus Certificado. Nas exposições promovidas pela Associação Brasileira de Angus, desde Avaré, no início de março; Londrina, em abril; e a Exposição de Outono de Uruguaiana, em maio, o que se viu foi a grande presença de expositores inscritos e animais de elevado padrão genético. Na mostra de Uruguaiana, um número expressivo de animais (185) disputou os julgamentos de classificação da raça. Em maio, tivemos ainda a realização do Outono Angus Show, na Fenasul, em Esteio (RS), e em junho teremos a Exposição Nacional da Raça Aberdeen Angus a ocorrer novamente na Feicorte, em São Paulo (SP). Convocamos os nossos criadores e expositores a participar levando seus animais e fazer coro a essa jornada de sucesso que tem sido o ano de 2009, para a raça! Nesta edição do Angus@newS vamos mostrar assuntos do Programa Carne Angus Certificada, como o Dia de Campo que ocorrerá em 06 de junho na Moreira Salles Agropecuária, no Paraná; reportagem sobre Reserva Legal nas propriedades; parcerias da Associação Brasileira de Angus com a CRI Genética e Semeia Genética, entre outros assuntos referentes ao agronegócio brasileiro. Finalizando, desejamos aos amigos uma ótima leitura! Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello Presidente da Associação Brasileira de Angus 3 Nacional de Angus acontece durante a Feicorte MOVIMENTO Foto: ABA/Divulgação De 16 a 20 de junho de 2009, o Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, SP, será sede da 15ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne - Feicorte, onde paralelamente será realizada a IX Exposição Nacional Angus. A Nacional de Angus é promovida em conjunto pela Associação Brasileira de Angus (ABA) e pelo Núcleo Paulista de Criadores de Angus (Núcleo Angus São Paulo). Vem aí o IV Concurso de Carcaças Angus A Associação Brasileira de Angus (ABA) já está preparando a programação do IV Concurso de Carcaças Angus, que acontecerá no segundo semestre deste ano, numa promoção da entidade em parceria com o Frigorífico Mercosul. O concurso vai reunir os melhores produtores com objetivo de evidenciar a qualificação da produção de carcaças a partir da genética Angus, com foco no consumidor. Em 2008, a terceira edição do concurso contou com 435 animais inscritos. EXPOSIÇÕES RANQUEADAS 2009 JUNHO 15º FEICORTE 16/06/2009 a 29/06/2009 JULHO 50º EXPO ARAÇATUBA 01/07/2009 a 10/07/2009 EXPOFEIRA DE BAGÉ 2ª Exposição Nacional de Rústicos Angus 14/10/2009 a 17/10/2009 EXPOFEIRA DE DOM PEDRITO A partir de 1º/10/2009 AGOSTO EXPOINTER 29/08/2009 a 06/09/2009 67° EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE ALEGRETE 12/10/2009 a 31/10/2009 EXPOGUÁ – GUARAPUAVA EXPOFEIRA DE RIO GRANDE 20/10/2009 a 26/10/2009 SETEMBRO 73º EXPOSIÇÃO DE URUGUAIANA 28/09/2009 a 04/10/2009 OUTUBRO 59º FEAPEC – EXPOSIÇÃO DE CACHOEIRA DO SUL 01/10/2009 a 11/10/2009 EXPOSIÇÃO DE PELOTAS 02/10/2009 a 15/10/2009 48º EXPO RIO PRETO 1º/10/2009 a 9/10/2009 EXPOSIÇÃO DE LIVRAMENTO 15/10/2009 a 16/10/2009 43° EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS 22/10/2009 a 26/10/2009 EXPOSIÇÃO STA. VITÓRIA PALMAR 30/10/2009 NOVEMBRO EXPOVEL – CASCAVEL OUTROS EVENTOS 03/10/2009 - XXXVIII Exposição Rural de São Borja 29/07/09 a 31/07/2009 - Julgamento de Angus - Exposição de Palermo, Argentina 10/09/2009 a 21/09/2009 - Exposição do Prado, Uruguai Na escolha dos campeões Angus vai atuar como jurado o técnico da ABA Dr. Luiz Walter Leal Ribeiro. O julgamento dos machos está marcado para dia 17 de junho e das fêmeas para o dia 18, ambos às 9 horas, na pista 3 do centro de exposições. A programação do evento também conta com a promoção do Leilão Prime Angus, evento chancelado pela ABA, que vai acontecer no dia 17 de junho, às 20 horas, no recinto da exposição. Para o presidente do Núcleo Paulista de Criadores de Angus, Renato Segura Ramires Júnior, o momento é mesmo excelente, especialmente para a carne Angus. “Com todo o trabalho de divulgação desenvolvido até este momento, o Brasil está literalmente à procura da bem falada carne Angus. E Maio/Junho de 2009 como a demanda é sabidamente bem maior que a oferta, a curiosidade das pessoas cresce a cada momento”, revela o dirigente. Para ele, a Feicorte é a hora de viabilizar a disponibilização da carne Angus em São Paulo, por exemplo, porque as pessoas estão perguntando e dispostas a pagar mais pelo produto. “A carne Angus está impulsionando todo o mercado e inclusive puxando novos investidores em animais da raça, motivados por esta demanda pelo produto carne”, avalia. Ramires Júnior afirma que o mercado interno já está maduro e disposto a remunerar a qualidade da carne Angus, que precisa urgentemente ganhar maior escala para tornar possível o abastecimento de pontos estratégicos do mercado interno, em especial em São Paulo, que é o centro nervoso da economia nacional. A Feicorte 2008 teve balanço positivo: R$ 10 milhões em negócios gerados – somente considerando os leilões - e 20 mil visitas de pecuaristas, empresários, especialistas, estudantes e membros do setor vindos de várias partes do Brasil e também do Exterior. Preparada para a crescente demanda da pecuária brasileira por genética selecionada, produtos e serviços, a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne muda seu formato e coloca em prática uma nova planta para o evento, 40% maior. O objetivo, segundo os organizadores, é proporcionar mais espaço e conforto para a exposição de animais e para a montagem de estandes. LEILÕES CHANCELADOS – 2009 Leilão Prime Angus 17 Junho 2009 - São Paulo/SP Remate Selo Racial Leilão São Xavier 16 Outubro 2009 - Quaraí/RS 25 Setembro 2009 - S. Maria/RS 9º Leilão VPJ Angus 9º Remate Só Angus 1º Agosto 2009 - Jaguariúna/SP 9º Remate 3 Marcas 17 Outubro 2009 - Pelotas/RS 3 Outubro 2009 - São Borja/RS Remate Rincón Del Sarandy Leilão Vista Alegre do Ponche 31 Agosto 2009 - P. Alegre/RS 7º Leilão Marca Angus Verde 7 Outubro 2009 - Camaquã - RS 30 de Outubro 2009 - Dom 1º Leilão FSL Angus Itu Pedrito/RS 19 Setembro 2009 - Itu/SP SERVIÇO CARNE ANGUS ONDE VENDER O GADO (Frigoríficos com Certificação Carne Angus) - MERCOSUL (RS) – (53) 3240 5700 - NOSSA SENHORA DA GRUTA (RS) – (53) 05332671717 - MARFRIG (SP) – (14) 3541 0099 - VPJ BEEF (GO) – (19) 9159 3839 ONDE COMPRAR A CARNE ANGUS (Pontos de comercialização de Carne Angus Certificada) CIA ZAFFARI (RS) – MARCA ZAFFARI ANGUS - Zaffari Bordini (Porto Alegre) - Zaffari Ipiranga (Porto Alegre) - Zaffari Higienópolis (Porto Alegre) - Zaffari Cristóvão Colombo (Porto Alegre) - Zaffari Otto Niemeyer (Porto Alegre) - Bourbon Assis Brasil (Porto Alegre) - Bourbonz Country (Porto Alegre) - Bourbon Novo Hamburgo (Novo Hamburgo) RESTAURANTE BARRANCO – MARCA MERCOBEEF ANGUS – Porto Alegre, RS BOUTIQUE MOUSSALLE – MARCA MERCOBEEF ANGUS – Porto Alegre, RS CASA DE CARNES ANGUS DA GRUTA – MARCA ANGUS DA GRUTA – Porto Alegre, RS CALL CENTER VPJ BEEF – Marca VPJ ANGUS PRIME - 0800 77 11 875 (SP) BOUTIQUE CARNE ANGUS VPJ – Marca VPJ ANGUS PRIME , Jaguariúna, SP VARANDA FRUTAS - Marca VPJ ANGUS PRIME - São Paulo, SP; SUPERMERCADO WALLMART – STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (SP); - Lojas Tamboré, Granja Viana, Osasco, Pacaembu, Indianápolis. REDE NATURAL DA TERRA - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (São Paulo, SP); EMPÓRIO SÃO PAULO - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (São Paulo, SP) REDE HORTIFRUTI - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (Rio de Janerio, RJ); 4 CARNE Maio/Junho de 2009 Terneiro Angus Certificado Fotos: ABA/Divulgação A Estrela do Outono I ncentivados pela valorização dos animais obtida em algumas expressivas feiras realizadas no ano passado, neste ano alguns produtores já procuraram a Associação Brasileira de Angus (ABA) para a realização, de forma antecipada, do trabalho de certificação de seus terneiros de genética Angus, para posterior comercialização nas feiras especializadas. “Este ano intensificamos o apoio aos produtores de ter- neiros, mas já fomos surpreendidos positivamente por uma demanda, anterior à realização das feiras, pela certificação de terneiros, o que mostra que o mercado compreende e acredita no trabalho da ABA e tem todo o interesse em participar”, avalia o veterinário Fernando Velloso, coordenador do programa Terneiro Angus Certificado da ABA. Até o fechamento desta edição, quando as feiras especializadas na venda de terneiros ainda se realizavam, Velloso informa a certificação de mais de 1.500 terneiros. “Nos últimos dois anos, a associação passou a apoiar os criadores, buscando a valorização dos produtos de touros Angus registrados. E o mercado como um todo já percebe com clareza os benefícios desta certificação do TAC”, diz Velloso. “Já são perceptíveis as demandas por terneiros certificados Angus. E tanto é assim que nas feiras, de modo geral, esses terneiros certificados, na comparação com os demais, conquistaram preços entre 5% a até 10% mais”, verifica o técnico, justificando que os compradores pagam mais por esses terneiros porque esperam ganhar mais com eles logo a seguir. O foco da ABA através do programa Terneiro Angus Certificado é justamente de incluir esses animais para serem abatidos no Programa Carne Angus Certificada. “Eles já estão pré-selecionados e pré-aprovados”, lembra Velloso, que revela o interesse da ABA em também passar a apoiar os produtores de gado comercial. “O mercado de reprodutores já conta com uma atuação forte da entidade e, especialmente em função do Programa Carne Angus Certificada, essa atuação agora fica mais abrangente”, observa o técnico. Angus predominou na Feira de Terneiros de Cachoeira do Sul Os animais Angus e Cruza Angus predominaram na 32ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas realizada dias 27 e 28 de abril, em Cachoeira do Sul, RS. A mostra se caracterizou pela forte presença de animais Angus e Cruza Angus – dos 910 animais comercializados, 482 eram Angus e Cruza Angus, sendo 301 terneiros Angus Certificados – liquidez em pista e valorização diferenciada. A média dos machos chegou aos R$ 3,00 quilo vivo (Kg/vv) e das fêmeas R$ 2,71 Kg/vv. Segundo o coordenador do programa Terneiro Angus Certificado, da Associação Brasileira de Angus (ABA), Fernando Velloso, comparado com os valores do boi gordo praticados no Rio Grande do Sul, a cotação do terneiro aponta avanço, demonstrando a procura por gado de reposição e a preferência por animais padronizados. “Os valores superaram os observados pelo boi gordo no Rio Grande do Sul em função da diferenciação da feira que mostrou qualidade, bom peso, uniformidade e animais Angus certificados”, evidencia o técnico. O presidente do Núcleo Centro Angus e vice-presidente do Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, Luís Henrique Sesti, salienta a procura intensa por animais Angus e Cruza Angus e o investimento realizado pelo produtor, mesmo em tempos de estiagem e crise mundial. “Vimos oferta bem diferenciada, lotes padronizados e um produtor atento a essas características, pois estão identificando que animais de boa qualidade, como os terneiros Angus certificados, apresentam valor agregado no futuro”, declara. O produtor Antonio Carlos Viana Cardoso, Fazenda Tapera Branca, em Cachoeira do Sul, RS, proprietário do lote campeão de terneiros Angus certificados, trabalha há mais de 20 anos com melhoramento genético com Angus e destaca as qualidades observadas a partir da intensificação da seleção com a raça, e a padronização obtida no rebanho. “Toda a produção de machos da propriedade está certificada. Observamos, entre tantas vantagens, o quanto agrega valor ao preço como também o aumento da padronização e uniformidade dos animais”, avalia. Cardoso certifica animais Angus há três anos. Já o produtor Edgar Lima, Fazenda Boa Esperança, em Cachoeira do Sul, RS, proprietário do segundo melhor lote campeão de terneiros Confira outras premiações no julgamento realizado pelo zootecnista Davi Teixeira dos Santos: Terneiros - Terneiro Angus Certificado 1º lugar: Antonio Carlos Viana Cardoso 2º lugar: Edgar Lima Angus certificados é outro entusiasta da certificação Angus no rebanho. “Estamos vendo, além da preferência pela raça, a maior valorização da venda dos terneiros. Isto é o retorno que nós temos ao certificar, pois a Angus é uma raça diferenciada”, afirma Lima, que começou a certificar neste ano e pretende aumentar a ação nos próximos meses, na fazenda. Terneiras – Terneiro Angus Certificado 1º lugar: Agropecuária Cuentrilho 2º lugar: Jorge Alberto Porto Novilhas - Terneiro Angus Certificado 1º lugar: Fazenda do Cedro 2º lugar: Alan Prates Leusin Semeia premia lote campeão A Semeia Genética participou, em abril, da 32ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas de Cachoeira do Sul realizada no parque de exposições do Sindicato Rural do município. No evento, o representante da Semeia Genética na região José Maria Bicalho Neto entregou 10 doses de sêmen do touro Angus FIELD DAY ao melhor lote de terneiros Angus certificados pertencente ao criador Antonio Carlos Viana Cardoso (Fazenda Tapera Branca/Cachoeira do Sul). O lote apresentou 15 terneiros Angus nascidos na Primavera de 2008, resultado de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). Os terneiros Angus pesavam 217 quilos/ vivo, cada, com uniformidade e excepcional caracterização racial. A 32ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas de Cachoeira do Sul comercializou 910 animais com média de R$ 3,00 Kg/vv para os 624 terneiros; R$ 2,70 Kg/vv para as 112 terneiras e valor médio de R$ 2,68 Kg/vv para as 174 vaquilhonas. A participação da Semeia Genética/Select Sires, na feira, ocorreu através da parceria com a Associação Brasileira de Angus que atua junto ao Núcleo Centro Angus, no município. A Semeia Genética através de seus colaboradores atende aos produtores, oferece apoio técnico e orienta na aquisição de material genético e uso de tecnologias que incrementam a produtividade da cadeia de carne bovina. CARNE Dom Pedrito destaca Scalzilli Angus e Cruzas em São Borja O 5º Remate de Ventres Angus e Cruzas promovido pelo Núcleo de Criadores de Aberdeen Angus de São Borja no dia 16 de maio, em São Borja, RS, evento chancelado pela Associação Brasileira de Angus (ABA), também apresentou liquidez nos terneiros Angus certificados. Todos os 201 terneiros colocados em pista foram vendidos. O evento faturou R$ 210,7 mil com a comercialização de 422 animais. A média dos terneiros Angus certificados foi R$ 2,80 o kg vivo, contra os R$ 2,60 o kg vivo obtidos pelos terneiros em geral. O melhor lote da feira, apresentado por Flávia Aquino Záchia, da Fazenda das Bonitas, de São Borja, foi arrematado por Luiz Carlos Heinze, da Fazenda Inhatium, também de São Borja, por R$ 2,75 o kg vivo. Segundo o presidente do Núcleo de Criadores de Aberdeen Angus de São Borja, Miguel Lopes de Almeida, os valores poderiam ter sido ainda maiores, não fosse a estiagem que castigou a região. No bastidor, atuou Guarany Remates. A feira de terneiros de Dom Pedrito, dia 16 de maio, deu destaque para os terneiros Angus Certificados. Os lotes campeões raça pura da feira, tanto de machos quando de fêmeas, foram apresentados pelo Condomínio Scalzilli. Ao todo foram negociados nesta feira mais de 1.300 terneiros e quase 700 terneiras, mas os terneiros Angus Certificados cravaram média de R$ 2,95, contra R$ 2,82 dos demais. E Cláudia, Antônia e Maria Scalzilli nas fêmeas, as terneiras Angus Certificadas se venderam à média de R$ 3,27, contra R$ 2,95 das demais. Fenasul valoriza machos e fêmeas Superou as expectativas a sobrevalorização das fêmeas do Terneiro Angus Certificado da ABA, na feira realizada em 28 de maio, durante o Outono Angus Show, na Fenasul, no parque Assis Brasil, em Esteio, RS. Entraram em pista 130 terneiras TAC, apresentadas pela Fazenda Real, de General Câmara, RS, registrando média de R$ 3,00 kg/vivo, o que foi avaliado pelo gerente do programa Terneiro Angus Certificado, Fernando Velloso, como um valor elevado para fêmeas. “O lote de maior destaque chegou a R$ 3,40 o kg/vivo, uma exceção para fêmeas pesadas – acima de 200 kg”, assinala Velloso. Nas vendas do Outono Angus Show ganhou destaque também a venda de duas fêmeas PO com prenhez, de Fausto Amado Gonçalves, da Cabanha São Dionísio, de Bagé, cada uma delas negociada por R$ 4,5 mil, uma para Clóvis Fernando dos Santos, da Cabanha Expoente, de Novo Hamburgo e outra para a Fazenda São João, de Cachoeira do Sul. A Cabanha São Dionísio, que antes havia se destacado na seleção dos ovinos Texel, agora faz sucesso no Angus. No leilão do Outono Angus Show colocou em pista lotes de fêmeas CA de campo, que foram valorizadas em R$ 2,1 mil. Cruzas Angus com boa demanda em Livramento A genética Angus brilhou no remate 1.000 Britânicos de Livramento, realizado pelo Núcleo Santanense de Angus em conjunto com as raças Hereford, Braford e Brangus, dia 16 de maio, na 1ª Feira de Terneiros e Ventres. Segundo Liele Almeida, do Balcão Agronegócios, os terneiros cruzas Angus alcançaram cotação de R$ 2,88 e as terneiras de R$ 2,60. As vaquilhonas cruzas Angus se venderam à média de R$ 750,00, vacas por R$ 1,24 mil, para compradores da região, inclusive de outros estados. Foi o caso de um dos compradores de destaque, o criador Flávio Valauer, da Fazenda Recreio, do Mato Grosso do Sul, que lançou via Novo Canal. Outro comprador em destaque foi o Condomínio Rural Paiva Lazo, de Livramento. “Embora faltasse um pouco de apresentação à terneirada, em função da seca que assolava a região, qualidade não faltou e toda a oferta foi vendida para compradores de vários municípios, com ênfase aos animais cruzas Angus, que foram bastante procurados e bem cotados em pista”, avalia o técnico e coordenador de Exposições da Associação Brasileira de Angus (ABA), veterinário Luiz Walter Ribeiro. Programa Carne Angus de olho nos confinamentos Sempre atenta à possibilidade de agregar novos fornecedores de animais para abate, a equipe do Programa Carne Angus Certificada da ABA, tem realizado visitas a confinamentos de animais de genética Angus instalados em vários pontos do País. O gerente do programa, Fernando Velloso, esteve no confinamento que a Agropecuária Ribeirão, de Bernardo Rietjens, está implementando no município de NãoMe-Toque, na região de Carazinho, RS. O empreendimento, em parceria com a Semeia Genética, tem estrutura instalada para terminação de mais de mil animais, com a meta do abate de mais de três mil ao ano, todos de sangue Angus. “Temos identificado crescente interes- se de agricultores, produtores de grãos, em intensificar suas atividades através da integração com a pecuária. Daí o surgimento de alguns confinamentos de, o que não era prática comum no Estado gaúcho”, revela Velloso, chamando a atenção para o fato da preferência desses confinadores pela genética Angus para esses projetos. “Angus resulta em velocidade de ganho de peso e também na preferência dos frigoríficos, o que justifica a opção dos confinadores por esta genética”, diz o técnico. EM GOIÁS No final de maio, o técnico do programa Carne Angus, veterinário Fábio Medeiros, também esteve visitando confinamentos no estado de Goiás. Foram visitadas as fazendas Ouro Verde, de Alberto Setugochi, em Itaberaí, GO, a Fazenda Puruína – de Marcelo Aguiar Fasano, em Serranópolis, GO, ambas de ciclo completo, e também a Fazenda Santa Fé, de Ricardo Merola, em Santa Helena de Goiás. Merola preside atualmente a ASSOCON – Associação dos Confinadores, e está tocando um confinamento comercial com capacidade estática para 15.000 animais, que termina animais próprios e também de produtores parceiros. “Identificamos a necessidade de um estreitamento de relações com os confinadores, de olho no incremento de animais aptos ao abate no Programa Carne Angus”, ratifica Fernando Velloso. Segundo o técnico e gerente do Programa Carne Angus, a precocidade e desempenho dos animais Cruza Angus em confinamento é uma constante entre os produtores visitados. “Angus no Confinamento é bom negócio para o produtor, que tem animais de desempenho superior e terminação precoce, bom para o frigorífico, com carcaças de qualidade superior e excelente para o consumidor, que experimenta a inigualável Carne Angus Certificada, com sua maciez, sabor e marmoreio superior” sentencia o técnico Fábio Medeiros. Maio/Junho de 2009 5 1º Leilão de Produção PAP Villamil de Castro Com apoio da Associação Brasileira de Angus – ABA, o 1º Leilão de Produção PAP Villamil de Castro, realizado dia 24 de abril, no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Dom Pedrito, RS, foi o primeiro pregão particular a certificar os terneiros Red Angus à venda. Para o diretor da PAP Villamil de Castro Pecuária e Agricultura, Arthur Villamil de Castro, os bons preços obtidos pelos terneiros no remate devem-se à certificação, que garantiu um diferencial ao produto. “Quem quiser incrementar os valores da sua oferta precisa fazer a certificação. A qualidade garantida dos animais proporcionou melhores preços no nosso leilão. Investir em genética Angus faz a diferença”, recomenda Villamil de Castro. No leilão foram comercializados 530 terneiros machos, sendo 40% da oferta terneiros Red Angus ou cruza Angus. A média geral da categoria alcançou a cotação de R$ 2,84 o kg/vivo, sendo que os terneiros cruza Angus obtiveram o valor top de R$ 3,12 pelo kg/vivo. Nas fêmeas, a média geral das terneiras ficou em R$ 2,78 o kg/vivo. Cerca de 25% da oferta foi de terneiras cruza Angus ou Red Angus, que fixaram média de R$ 2,75 o kg/vivo. O Leilão contou com oferta geral de 1500 cabeças de gado comercializadas a 22 compradores de oito municípios gaúchos. Entre os compradores de Red Angus, Villamil de Castro destacou a presença de Fernando Osório, da PaiPasso, em Santana do Livramento, que pagou o maior preço para terneiros Angus certificados. Após o sucesso do evento, a segunda edição do Leilão de Produção Villamil de Castro já ficou agendada para 23 de abril de 2010. Feira de Terneiros de Herval Os animais classificados como integrantes do programa Terneiro Angus Certificado, da Associação Brasileira de Angus (ABA), tiveram boa valorização na II Feira de Terneiros de Herval, realizada dia 16 de maio, no Sindicato Rural de Herval, RS. Os terneiros machos certificados alcançaram preço de R$ 2,95 pelo kg vivo, contra R$ 2,67 fixados pelos demais terneiros da feira. Os animas foram certificados pelos técnicos Luiz Sérgio Faria e Dimas Rocha. Durante a abertura da feira foi feita uma breve explanação do programa de Certificação de Terneiros Angus e Programa de Certificação de Carne Angus, como também distribuição de materiais promocionais e informativos aos criadores Fotos: ABA/Divulgação e investidores presentes. As divulgações dos programas da ABA neste evento foi realizada pelo técnico Rafael Brasil, integrante da equipe de inspetores do Programa Carne Angus Certificada. O melhor lote Angus da exposição (lote 1) foi apresentado pelo produtor Vilmar Souza Brasil, de Herval do Sul, RS. Calafate e Convidados em Rio Grande Os Terneiros Angus Certificados foram destaque do Remate Especial Calafate e Convidados, realizado dia 27 de maio, na Associação Rural de Pelotas, RS, com apoio da Associação Brasileira de Angus. A Fazenda Calafate é localizada em Rio Grande, RS, propriedade de Genuino Farias Ferreira. O evento obteve 100% em vendas, com destaque para os 200 Terneiros Angus Certificados, com média R$ 508,00 por cabeça. O maior comprador foi Danilo Garcia, titular da Fazenda Nossa Senhora da Gruta, em Herval, RS (leia-se Angus da Gruta) que também adquiriu o lote mais valorizado Angus por R$ 600,00. “A pista foi ágil, rápida, com vários lances demonstrando a liquidez de Danilo Garcia (centro), equipe Angus da Gruta, Ana Carolina e José Luiz Kessler, da Fazenda Calafate produtos de qualidade”, comentou a administradora da Fazenda Calafate, Ana Carolina Ferreira Kessler, satisfeita com o resultado do evento. Ela avalia que o cliente da Calafate leva para seu estabelecimento produto rústico e homogêneo, tão importantes para resposta à engorda e terminação. 6 Maio/Junho de 2009 CARNE Paraná adota manual para qualidade da carne Até o final deste ano a cadeia produtiva de carnes nobres do Paraná deverá adotar um manual de procedimentos para certificação e obtenção de um selo de qualidade para o produto. O processo será auditado pelo Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná, um dos poucos do País a trabalhar com certificação nessa área. Um esboço do manual de procedimentos foi apresentado dia 9 de abril, durante o 5º Encontro de Cooperativas e Alianças de Produtores de Carnes Nobres do Paraná, realizado no Recinto José Garcia Molina, como parte da agenda técnica da Expo Londrina 2009. O encontro reuniu representantes de cinco das nove cooperativas de carnes e uma aliança mercadológica existentes no Estado. “É de suma importância que a cadeia produtiva de carnes se organize porque precisamos de representatividade. Temos um problema grande no Paraná que é a falta de frigoríficos e acho excelente que os produtores se organizem e se aliem na luta política para conseguirmos melhores condições para o mercado da carne”, disse André Carioba, diretor de fomento da Sociedade Rural do Paraná, parceira do Instituto Emater e Seab na realização do evento. O gerente do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus (ABA), Fernando Velloso, acompanhou o evento. “As alianças do Paraná são uma das referências do Programa Carne Angus e desta forma, participar deste encontro foi muito importante para entender melhor o histórico, evolução e limitações ou desafios que este modelo de produção de carne de qualidade tem enfrentado”, comenta Velloso, completando que a impressão que fica é que este modelo é muito eficiente quando se mantém pequeno, com poucos produtores e uma escala de abates reduzida. Porém, com o crescimento em produtores e volume de abates, a coordenação e distribuição de ganhos se torna mais complexa. Ildefonso Haas, do Instituto Emater em Londrina lembrou que a prioridade da instituição é o agricultor familiar e a produção de carne não é o forte desse segmento. “Mas acompanhamos esse trabalho desde o início e vimos como cresceu de forma empresarial para os pecuaristas que se dedicaram. É um trabalho que hoje serve de referência para o Brasil. Este é o caminho para o produtor rural, a profissionalização, seja ele pequeno ou grande”, reforçou. Atualmente, no Paraná, são nove cooperativas de carnes nobres e uma aliança mercadológica. Uma delas é a Copcarnes Quality, formada em 2008 durante a Expo Londrina, com a proposta de trabalhar com animais abaixo de 24 meses. O núcleo ini- cial de 15 produtores de Apucarana cresceu para 34 com adesão de pecuaristas de Londrina. Atualmente, a Copcarnes atende o mercado de Arapongas mas, segundo o presidente Edécio David Zerbetto, até junho o produto deve chegar a estabelecimentos de Londrina. “Já temos contatos e estamos negociando”, disse. Segundo Zerbetto, a adoção de um manual de procedimentos e padrão de carcaça é um instrumento valioso para ganhar o mercado externo e agregar valor ao produto, embora seja demorado. “Mas faremos devagar até conseguir padronizar. A dificuldade maior será a reestruturação da propriedade, que exige investimento, mas não é nada que seja impossível de fazer”, completou. Para o coordenador estadual da pecuária de corte da Emater, Luiz Fernando Brondani, o processo de certificação de qualidade exige mudanças do produtor - na fazenda, na concepção de produção e principalmente de mentalidade. “Um dos empecilhos é a obrigatoriedade da rastreabilidade. Sem isso não dá para falar em certificação’, disse. Outro entrave, segundo o coordenador, é a qualidade no padrão da carcaça. “Se quisermos agregar valor e ganhar mercado este é o processo, o caminho que nos dá condição de vendermos para o mundo todo”, completou. Primeiro restaurante a servir Carne Angus comemora 40 anos No dia 11 de abril, o tradicional Restaurante e Churrascaria Barranco, em Porto Alegre, RS, completou 40 anos de fundação. Considerado um dos mais aprazíveis locais para a realização de encontros e refeições legitimamente gaúchas no Sul do Brasil, foi o primeiro estabelecimento a servir a Carne Angus Certificada no País, produto que consta no cardápio da casa desde 2007, como resultado de acordo selado entre Associação Brasileira de Angus (ABA), Frigorífico Mercosul e Barranco. Administrado pelos sócios Elson Furini e Chico Tasca, o Barranco tornou-se marca registrada da capital gaúcha. Conforme cálculo dos proprietários, atualmente são consumidas quatro toneladas de carne de gado europeu por mês na churrascaria, sendo que 50% representam cortes de Carne Angus. Elson Furini constata que o consumo da Carne Angus cresce a cada ano. No início da parceria a Angus representava 10% do total de carne consumido no Barranco. A expectativa é que nos próximos dois anos este número chegue a 70%. “Sem dúvida a Carne Angus é a melhor carne de gado europeu do Brasil. Todos os clientes adoram e temos tranquilidade em recomendar o produto”, exalta Furini, revelando que “muita gente já chega pedindo carne Angus”. O Barranco oferece cortes de picanha, costela, entrecot e vazio. O proprietário da churrascaria destaca que hoje a sugestão da casa é o entrecot, que agrada a todos os paladares e sua venda já empata com os outros cortes mais populares. “A carne Angus satisfaz o cliente quanto ao paladar e maciez. É gratificante trabalharmos com esta carne, muito boa também para assar”, elogia Furini. Fogo de Chão dos EUA serve Carne Angus Certificada Com uma rede de 14 restaurantes e prestes a inaugurar mais dois em diversas cidades dos Estados Unidos, a Churrascaria Fogo de Chão passou a fornecer Carne Angus Certificada pelo CAB (Certified Angus Beef) no final de 2008. Agora, a rede fundada por dois irmãos gaúchos, também com oito endereços no Brasil, passou a ser considerada um fornecedor licenciado pelo programa americano. A notícia mereceu divulgação na edição de janeiro (pág. 122) do Angus Journal, demonstrando que a rede Fogo de Chão está preocupada com a qualidade de carne oferecida a seus clientes. O Programa de Carne CAB certifica atualmente 287 mil toneladas de carne Angus, a 14,3 mil licenciados, atingindo suas maiores marcas em 30 anos de história. No segmento de restaurantes, 7,5 mil pontos oferecem o produto certificado nos Estados Unidos. Em 2008, 14,2 milhões de cabeças Angus foram processadas pelo programa, produzindo carne para a marca. Restaurante Angus na Expolondrina Pela primeira vez, o qualificado público da Expolondrina pôde apreciar a saborosa Carne Angus Certificada, servida num restaurante dentro do parque da exposição. Cerca de 450 quilos de carne foram consumidos durante a feira no Restaurante Angus, administrado com sucesso por Jorge Antônio Kowalczyk, que elaborou um cardápio diversificado, com destaque para o bife de chorizo e o assado de tiras, os pratos mais pedidos na ocasião. O restaurante foi muito bem freqüentado, ficando evidente que as pessoas que não conheciam o produto, retornaram várias vezes durante a mostra, tornando-se clientes assíduos. “Para 2010 já temos inclusive coquetéis agendados de leilões particulares de outras raças que servirão Carne Angus”, impressiona-se Kowalczyk, o mesmo ecônomo do restaurante Angus da Expointer, em Esteio, RS. “Havia temor em abrir o restaurante na Expolondrina, porque a carne não é tão conhecida naquela praça. Mas o sucesso foi absoluto, fidelizamos clientes e saímos de lá com excelentes perspectivas para o próximo ano”, exultou. Carne Angus no I Curso Jovem Jurado O Programa Carne Angus foi um dos temas apresentados no I Curso Jurado Jovem – Introdução ao julgamento na raça Aberdeen Angus, coordenado pelo Conselho Técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA), no dia 10 de abril, durante a Expo Londrina, em Londrina – PR. “Falamos especialmente para criadores e estudantes presentes ao curso, que formam potenciais participantes do programa de carne de qualidade certificada pela ABA”, valorizou o gerente do Programa Carne Angus Certificada, veterinário Fernando Velloso. A qualidade de carne e o biótipo animal foram os assuntos conduzidos no curso por Velloso, que despertou a atenção da atenta platéia. Carne Angus na rede América A carne Angus certificada pela Associação Brasileira de Angus (ABA), através da VPJ Beef, de Valdomiro Poliselli Júnior, participou pela segunda vez do Festival de Burger promovido pela rede de restaurantes América. O evento foi realizado nos restaurantes da rede América em todo o Brasil, entre os dias 7 de abril e 25 de maio. No festival gastronômico a VPJ Beef participou com o VPJ Burger, um hambúrguer de carne Angus certificada diferenciado, com 210 gramas, servido no prato, uma tradição observada nos Estados Unidos e Canadá e em países da Europa. Maio/Junho de 2009 7 8 CARNE Maio/Junho de 2009 Maciez da carne bovina A verdadeira influência na satisfação do consumidor Por Felipe Escobar Cada vez mais a qualidade da carne bovina é discutida. Isto é necessário devido à desvantagem no aspecto preço que ela apresenta em relação à carne suína e a carne de frango. A qualidade da carne bovina é avaliada em nível de consumidor conforme quatro características: coloração, sabor, suculência e maciez. Diversas pesquisas demonstram que a característica com maior influência na satisfação de quem consome carne bovina é a maciez. A maciez é afetada por inúmeros aspectos como genética, raça do animal abatido, idade ao abate, sexo do animal, tipo de alimentação, temperamento dos animais e técnicas pré-abate e pós-abate. Este artigo não tem a intenção de discutir os aspectos bioquímicos envolvidos na transformação do músculo em carne, simplesmente abordar alguns dos aspectos que podem interferir nesta característica de grande importância no mercado da carne. Existem dois métodos bem estabelecidos para avaliar a maciez da carne, um subjetivo e outro objetivo. Na avaliação subjetiva, é realizado um painel sensorial, onde um grupo de pessoas treinadas classifica a carne com relação a sua maciez após provarem as amostras. O método objetivo mede a força de cisalhamento da carne, ou seja, a força necessária para se “cortar” o pedaço de carne que está sendo testado, sendo que, quanto maior a força necessária, menor é a maciez deste pedaço. Este método é um pouco criticado por não mensurar a força de compressão e extensabilidade da carne, embora diversos pesquisadores afirmem que este é o método com maior acurácia no momento de avaliar a maciez. Atualmente, já existem algumas pesquisas com aparelhos que mensuram tanto maciez, quanto marmoreio e grau de rendimento da carcaça através da análise computadorizada de fotos, mas a validação deste método ainda depende de um maior número de carcaças avaliadas. A raça é um dos fatores que mais influenciam na maciez da carne bovina. Os animais zebuínos (bos indicus) produzem carne menos macia do que aqueles animais europeus (bos taurus). Esta diferença geralmente é justificada pela alta atividade das calpastatinas nestes animais, o que inibe a atividade das calpaínas, enzimas que atuam após o abate, tornando a carne mais macia. Estudos realizados com animais cruzados demonstram que o aumento da porcentagem de sangue zebuíno no cruzamento aumenta a força de cisalhamento desta carne, diminuindo conseqüentemente a maciez desta. A maioria dos programas de classificação de carne ou carcaça utiliza como critério a idade do animal abatido. Na medida em que o animal vai se tornando maduro, ou seja, aumenta a sua idade, as ligações que formam o seu colágeno vão se tornando mais estáveis, o que dificulta a sua digestão enzimática ou por processos térmicos, dessa forma, a carne de animais mais velhos se torna menos macia que a de animais mais jovens. Quando novilhas e novilhos castrados são terminados em condições semelhantes, geralmente as fêmeas apresentam um maior grau de terminação e maior porcentagem de gordura intramuscular TABELA 1. Comparação da Força de Cisalhamento Warner-Bratzler (WBSF) para amostras do contrafilé em novilhas e novilhos castrados Pesquisador Novilhas No de animais WBSF Novilhos No de animais WBSF Jeremiah et al. (1991) 978 6.21 1985 5.68 Busby et al. (2001) 88 6.95 151 6.63 Maher et al. (2004) 81 5.38 81 4.54 Choat et al. (2006) 51 3.62 96 3.31 (marmoreio) embora, estudos comprovam que a carne dos novilhos apresenta força de cisalhamento menor (tabela 1). Isto é explicado por uma série de diferentes fatores. Estudos demonstram que em novilhas, existe uma maior atividade das calpastatinas nas primeiras 24 horas post mortem. Esta maior atividade das calpastatinas torna a carne produzida por fêmeas menos macia. Isto pode ser revertido com um processo de maturação da carne por 21 dias. Processos de maturação com tempo inferior a 21 dias não interferem na diferença da força de cisalhamento entre carne de novilhas ou novilhos castrados. Outro fator que contribui para a carne de fêmeas ser mais dura que a carne de machos castrados é o temperamento destas fêmeas antes do abate. Pesquisas realizadas na Austrália demonstraram que fêmeas nulíparas apresentam maior estresse antes do abate quando comparadas com novilhos castrados da mesma raça, idade e submetidos ao mesmo tipo de manejo. Acredita-se que estas novilhas apresentem um comportamento mais excitável devido à alta produção de estrógenos. O temperamento dos animais exerce uma forte influência na maciez da carne. Pesquisas da Universidade do Estado do Colorado demonstram que em sistemas onde o produtor é remunerado pela qualidade da carcaça, o prejuízo de um criador pode chegar a US$ 62,00 por cabeça quando ele trabalha com um gado de temperamento excitável. Estudos da Universidade do Estado do Mississipi demonstram que animais com temperamento mais dócil apresentam carne mais macia, sendo que esta maciez diminui à medida que o temperamento dos animais piora. Existem variações na maciez da carne dentro da mesma raça. Uma pesquisa realizada no Canadá demonstrou que a utilização de um touro que irá transmitir genes de maciez da carne para sua progênie, quando comparado com a utilização de um touro que não transmitirá estes genes, aumenta em 18% o número de animais que apresenta sua carne classificada como macia. Atualmente, as pesquisas moleculares permitem identificar dentro de uma mesma raça animais carreadores dos genes da maciez, possibilitando selecionar touros que transmitam esta característica. A exigência que o consumidor de carne bovina apresenta com o produto comprado aumenta ano a ano. A produção de carne com qualidade é indispensável nos dias atuais. Para que a carne bovina continue sendo referência no prato dos consumidores, é necessária a oferta de um produto com qualidade consistente ao consumidor. Para isso a utilização de reprodutores que transmitam boas carcaças e possuam os genes para maciez da carne é imprescindível. Departamento Técnico Semeia www.semeia.com.br Maio/Junho de 2009 9 10 Maio/Junho de 2009 CONSELHO TÉCNICO O criador dá a devida importância aos problemas estruturais? Parado, o animal pode corresponder ao standard da raça. Mas ao andar, pode revelar defeitos funcionais que o tornam um indivíduo negativo para a raça. A estrutura física torna-se uma medida muito objetiva quando gera uma perda de função e uma diminuição na produtividade dos animais em seu rebanho Por Fernanda Kuhl C omo esta época do ano muitos criadores realizam avaliações para descarte de animais que não se enquadram nos padrões da raça ou nos objetivos de criação, vamos relembrar algumas informações importantes a respeito de estrutura animal e problemas que possam ocorrer e comprometer o desempenho produtivo*. * I Seminário Avaliação Funcional de bovinos de corte e Formação do Corpo de Jurados da raça Angus, 2004. A estrutura física torna-se uma medida muito objetiva quando gera uma perda de função e uma diminuição na produtividade dos animais em seu rebanho. A longevidade dos animais depende quase que completamente de uma boa estrutura física. A longevidade constitui uma característica importante em todas as fases da pecuária de corte, pois afeta o número de reposições necessárias para manter os números em rebanhos comerciais e em plantéis de animais puros. Cascos, pernas e articulações mal estruturados afetam a habilidade dos touros de seguir e montar as vacas em potreiros de monta, reduzindo desta forma a produtividade do rebanho. Observando o animal lateralmente um aprumo correto de cascos e pernas considera que uma linha reta descendo na ponta do ísquio no ponto das nádegas do animal deve cruzar o jarrete e sobreunha da perna traseira (figura 2). Na figura, podemos observar alguns dos defeitos estruturais que podem ocorrer, como as descritas abaixo: Se o animal for muito pesado para seu tamanho ósseo, o resultado Figura 2 – Bom Exemplo de um aprumo correto. Observe como uma linha que desce da ponta do ísquio quase cruza o jarrete e o casco. (Cortesia Universidade Purdue) Figura 3 – Este animal apresenta um jarrete foiçado. As pernas traseiras estão demasiadamente para baixo do ventre. (Cortesia Universidade Purdue) Figura 4 – Animal com pernas retas. As pernas traseiras estão demasiadamente para trás, deixando-as retas. (Cortesia Universidade Purdue) Figura 5 - Estrutura correta das pernas dianteiras. (Cortesia Universidade Purdue) Figura 6 – Dedos para fora (splay-footed) na parte dianteira. (Cortesia Universidade Purdue) Figura 7 – Dedos para dentro (dedos de pombo) na parte dianteira. (Cortesia Universidade Purdue) freqüente é o problema chamado de “jarrete foiçado” nas pernas traseiras. A tensão sobre as pernas traseiras de animais com jarretes foiçados pode interferir na atividade durante a monta ou alimentação (Figura 3). Outro problema que ocorre nos membros traseiros chamado “aprumo acampado de trás” (pata reta) ou ângulo muito aberto das pernas traseiras parece ser uma característica Banco de Embriões - Vacas Líderes Com os objetivos principais de valorizar as fêmeas Angus que possuem destaque na produção de animais comprovadamente superiores, assim como de auxiliar na comercialização entre produtores da raça e também com a meta de fomentar a realização de avaliações genéticas em fêmeas, a Associação Brasileira de Angus (ABA), através de seu Conselho Técnico, criou o Banco de Embriões – Vacas Líderes. O novo produto deverá ser lançado no mercado juntamente com o sumário de touros da raça. Segundo a assessora do Conselho Técnico da ABA, veterinária Fernanda Kuhl, será realizada uma seleção nas vacas líderes do Sumário, para participação no Banco de Embriões – Vacas Líderes. “Os criadores que tiverem interesse e forem proprietários destes animais poderão se inscrever no programa e comercializar embriões do acasalamento desejado destas Fotos: ABA/Divulgação O Banco de Embriões - Vacas Líderes será lançado junto com o Sumário de Touros fêmeas com destacada produção”, sintetiza a técnica. Segundo ela, poderão participar vacas PO e PC, que constem na lista de vacas líderes no sumário. Os pré-requisitos Para uma fêmea entrar nesta listagem como vaca líder, deve obedecer os critérios, já estabelecidos, a seguir. E são feitas duas listagens, uma para vacas PO e outra para vacas PC. A questão dos aprumos está merecendo maior atenção do Conselho Técnico, já que os aspectos estruturais e funcionais são essenciais para a raça Angus - Vacas que tem produtos avaliados no Promebo, superiores para Índice Final Angus (Deca 1); - Fêmeas precisam estar ativas, ou seja, produzindo crias anualmente; - Devem conter dados de desmama na última produção avaliada e apresentar três crias com dados completos de desmama e pós-desmama. Maiores informações com Fernanda Kuhl - [email protected] herdável, especialmente prevalente no gado de osso fino. O resultado é o estiramento muscular e rompimento de ligamentos e tendões. Nos membros dianteiros a colocação correta destes está descrita na figura 5, onde podemos observar que as patas dianteiras estão aprumadas no centro do corpo, permitindo o máximo de apoio e estabilidade durante a locomoção. Quando o peso do corpo é distribuído de forma igual nos membros, isto coloca a tensão e a deformação nas partes mais fortes e resistentes do casco, pernas e articulações, resultando em pouquíssimos problemas de estrutura física. Nas figuras 6 e 7 podemos observar os dois problemas estruturais mais comuns nos membros dianteiros, que seriam animais com joelhos mais próximos do que o normal resultando em animais com casco voltado para fora do corpo, e animais com o defeito oposto dando aspecto de pernas arqueadas (espaçadas na altura do joelho). A seleção para características estruturais e funcionais é de fundamental importância para a raça. Isto porque não basta um reprodutor ter somente as características do padrão racial (cabeça, pelagem, etc). É preciso também que os animais tenham uma estrutura correta (esqueleto, linha de lombo, aprumos, testículos, úbere, etc) para desempenharem suas funções produtivas e reprodutivas: caminhar, pastejar, cobrir vacas, etc. Por isto quando for selecionar seus animais, não esqueça de analisar esta importante característica, e solicitar o auxilio de um técnico da ABA para maiores informações. Assessora Técnica da ABA Promebo inicia avaliação de filhos de touros do teste de progênie de 2007 Neste ano iniciam as avaliações de desmame dos terneiros filhos dos touros participantes do Teste de Progênie do ano de 2007. Lembrando que foram 3 touros participantes naquele ano, com 800 doses distribuídas para 15 cabanhas que acreditam e trabalham em prol do melhoramento genético da raça. Os terneiros deverão ser avaliados dentro do seu grupo de manejo, para todas as características que contempladas no Prome- bo (Conformação, Precocidade, Musculatura, Tamanho, Escore para Pelo, Peso aos Desmame). Com isso, no próximo sumário Angus, já haverá informações do desempenho destes animais, baseado nas avaliações de desmame dos seus filhos. Maio/Junho de 2009 11 12 Maio/Junho de 2009 CONSELHO TÉCNICO Reunião anual do Conselho Técnico Fotos: ABA/Divulgação O Corpo Técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA) acompanhou uma série de atividades que envolveram capacitação e atualização como também padronização de critérios de seleção da raça Aberdeen Angus de 15 a 17 de abril. As atividades ocorreram na ANC, Estância Santa Eulália e Cabanha Santa Joana, em municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul. O treinamento proporcionado pelo Conselho Técnico da ABA contemplou ações teóricas, através de palestras, e parte prática, com simulações que mostravam o dia-a-dia do trabalho a campo dos profissionais. Grupo de técnicos na Estância Santa Eulália, em Pelotas, RS Ulisses Amaral, da Cabanha Santa Joana, em Santa Vitória do Palmar, RS, recebeu os participantes C oordenada pela nova presidente do Conselho Técnico (CT) da ABA, Susana Macedo Salvador, e com o apoio da assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl, a reunião começou em Pelotas (RS), na sede da Associação Nacional de Criadores - Herd Book Collares (ANC), seguindo na Estância Santa Eulália (Pelotas/RS), de propriedade do criador e presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello. Já no terceiro dia, as visitas ocorreram na Cabanha Santa Joana (Santa Vitória do Palmar/RS), de Ulisses Amaral. Na sede da ANC, foi apresentado o fluxo de trabalho e o organograma da entidade, além da apresentação dos funcionários. Na ocasião, o Conselho Técnico da ABA apresentou suas metas para 2009 e as atualizações do Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo). No segundo dia, ainda em Pelotas, o Corpo Técnico da ABA passou por treinamento e avaliação prática na Estância Santa Eulália. O proprietário apresentou o histórico da Santa Eulália e informou como é realizada sua seleção e os motivos que o levaram a optar pela criação de Angus. Em seguida, ocorreu treinamento de avaliação fenotípica orientado por representantes do Conselho Técnico da ABA. Estavam presentes Susana Salvador, Luis Müller, Ulisses Amaral, Luis Felipe Ferreira da Costa e Amilton Elias. A realização da prova prática ficou a cargo do Corpo Técnico. À tarde, o gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fernando Velloso, conduziu uma palestra sobre as atualizações do programa de carnes da ABA. Os integrantes do Conselho Técnico também apresentaram as atividades que o CT desenvolveu em 2008, como o Teste de Progênie Angus. Encerrando a jornada, uma atividade teórica e treinamento nas mangueiras de avaliação de desmame do Promebo/ Angus. Além de observar a satisfação em receber os técnicos em sua propriedade, o presidente da ABA ressaltou a importância da reunião e a necessidade de que seja realizada. “Através da reunião anual ocorrem troca de ideias e é a oportunidade do Conselho Técnico atualizar os técnicos a trabalharem com a maior uniformidade possível sob o comando da Susana Salvador", destacou Joaquim Mello. No terceiro dia, os técnicos visitaram, em Santa Vitória do Palmar, rebanho de animais Puros de Origem e Puros por Cruza da Cabanha Santa Joana, onde acompanharam todas as etapas desenvolvidas no estabelecimento, como cria, recria, preparo de touros para exposições e venda em remate. A propriedade realiza avaliações de todo o gado no Promebo/Angus desde 1988, e o processo de seleção do rebanho é sempre baseado no desempenho destes na avaliação genética. De acordo com Amaral, a visita do CT foi muito importante para afinar conceitos e mostrar o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Em 2007 recebemos o Prêmio Mérito Genético oferecido pela ABA. As atividades realizadas aqui aproximaram técnicos de diferentes regiões do Estado com a tecnologia usada em nossos animais” ressaltou. A presidente do Conselho Técnico da ABA, Susana Salvador, comentou sobre o foco desta edição da Reunião Anual do Corpo Técnico da ABA. “Cada ano temos um foco e neste queríamos integrar o Corpo Técnico da Associação Brasileira de Angus e os funcionários da ANC, que é detentora dos registros da raça.” Susana ainda defendeu que a reunião também foi uma oportunidade importante de se solicitar uma atitude pró-ativa dos técnicos, já que “o Corpo Técnico da Angus é muito maduro e capacitado”. Para a assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl, as atividades realizadas nos três dias foram um sucesso. “A ida à Cabanha Santa Joana, por exemplo, teve grande valia. Foi proveitosa a visita, pois podemos conhecer uma propriedade que real- mente utiliza as informações geradas pelas avaliações genéticas do Promebo como ferramenta de seleção em todo o rebanho.” Fernanda também observou a importância da visita à Santa Eulália. “Além dos técnicos visualizarem o rebanho Angus, foi uma oportunidade de se aproximarem e conhecerem o novo presidente da ABA que disponibilizou a propriedade e nos recebeu com café da manhã e almoço, com sua família.” Curso para avaliadores do Promebo A Associação Brasileira de Angus (ABA), através de seu Conselho Técnico, realiza nos dias 25 e 26 de junho, em Porto Alegre, RS, o Curso de Capacitação e Credenciamento de Avaliadores do Promebo. O curso, segundo a veterinária Fernanda Kuhl, assessora técnica do Conselho Técnico da ABA, tem como metas a atualização, capacitação, padronização de critérios de avaliações genéticas e fomento ao Programa de Melhoramento Genético Angus. No dia 25, os participantes terão o curso teórico de capacitação, com a realização de palestras explicativas sobre os benefícios da utilização do melhoramento genético nos rebanhos, quais as características que devem ser avaliadas e quais os usos que se pode dar a estas informações: utilização em relatórios genéticos, como ler um sumário de touros, etc. Já no dia 26 acontece o credenciamento de avaliadores do Promebo, com o desenvolvimento prático das teorias estudadas. Será uma atividade de campo, realizada na Cabanha dos Tapes, no município de Tapes, RS, onde serão apresentadas as informações mais importantes aos profissionais que estão buscando o credenciamento, além das simulações práticas de avaliações a campo. Também haverá um treinamento prático para avaliações de CPMT. Para o dia 26 serão somente 30 vagas e para o dia 25 haverá mais vagas disponíveis. Os interessados nas inscrições para o curso ou em maiores informações podem procurar a assessora técnica Fernanda Kuhl, na ABA, telefone 51.3328.9122. Maio/Junho de 2009 13 14 Maio/Junho de 2009 CONSELHO TÉCNICO O bom jurado precisa conhecer o standard da raça e ter total isenção Critérios de Julgamento é o tema sugerido pelo leitor Recebemos do criador Paulo Roberto de Carvalho Garcia, a solicitação da publicação de uma matéria sobre “critérios para o julgamento de classificação de animais da raça Aberdeen Angus”. Proprietário da Cabanha PG, de Viamão, RS, o associado da Associação Brasileira de Angus (ABA), Sr. Paulo Garcia, coloca um questionamento, na forma de sugestão para abordagem no jornal que, num primeiro momento, pode parecer assunto dominado entre os criadores. Mas segundo o Conselho Téc- nico da entidade, nunca é demais falar sobre o tema que ordena esses procedimentos e que, diga-se de passagem, são atitudes e regramentos técnicos e muito claros, objetivos, e alinham a conduta dos profissionais que atuam como juízes da raça em todo o País e até no exterior. Pois o jurado internacional de Angus, médico veterinário e tradicional criador da raça, Antonio Martins Bastos Filho, titular da Cabanha São Bibiano, em Uruguaiana, RS, embora observe que o tema é vasto e complexo, com suas incomuns experiência e objetividade, vai direto ao ponto. Ele enumera três itens amplos que, em sua opinião, são fundamentais para o trabalho de um jurado de pista e para uma maior compreensão do assunto. Antoninho Bastos diz que primeiramente deve ser buscada a tipicidade racial do animal. “Significa que o jurado deve examinar se o animal está enquadrado no modelo de exemplar determinado como o standard ideal para a raça – aquele modelo de animal buscado pela entidade da raça como o ideal, que deve ser a meta de todos os criadores. Então o juiz vai verificar se o animal tem o tipo ideal, de acordo com o que determina a Associação Brasileira de Angus (ABA), que é a entidade responsável pela condução da seleção da raça no Brasil”, explica. Outro ponto destacado pelo técnico como primordial na conduta do jurado, é a verificação das características de conformação carniceira. “Como a Angus é uma raça direcionada à produção de carne, o jurado vai examinar o corpo do animal, a sua carcaça, e especialmente o posterior, onde estão os cortes nobres, verificando se o exemplar apresenta I Curso Jurado Jovem promoveu integração em Londrina Flávio Alves foi um dos palestrantes O evento, dividido em aulas teóricas e práticas, reuniu 43 estudantes na atividade realizada no Auditório Antônio Fernandes Sobrinho, no parque de exposições, ocasião no qual foram abordados diferentes temas: padrão racial e regulamentos da Associação Brasileira de Angus, apresentado pela assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl. A qualidade de carne e o biótipo animal foi conduzida pelo gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fernando Velloso. Já a introdução ao julgamento da raça Aberdeen Angus foi a temática ressaltada pelo técnico da ABA Flávio Montenegro Alves. Os estudantes de universidades como Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do Paraná (Unopar), tiveram aulas práticas no dia 10. Na ocasião, 23 alunos participaram de um treinamento com animais para reforçar as informações recebidas no dia anterior. Os alunos conduziram um julgamento a partir de filas formada por machos e fêmeas de argola. Os três primeiros colocados receberam troféus na ocasião da entrega de prêmios da exposição. Confira: 1º lugar: Débora Dias de Carvalho 2º lugar: Ana Paula Silva Possamai 3º lugares: Thaciana José dos Reis e Jamile Maria de Oliveira Além de proporcionar uma integração entre os jovens participantes com a raça Aberdeen Angus, o I Curso Jurado Jovem – Introdução ao julgamento na raça Aberdeen Angus também motivou os estudantes a trabalharem, no futuro, com a Angus. Segundo a assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl, o evento foi muito produtivo com a participação de um público interessado. “Daqui a pouco esses alunos estarão no mercado de trabalho e com este diferencial de conhecimento sobre a raça. Além disto, na atividade prática tivemos a oportunidade de esclarecer dúvidas e explicar aos presentes como deve ser feita a correta avaliação de um exemplar Angus, tanto em exposições como a campo”, observou. uma construção de esqueleto e uma conformação de carcaça capaz de produzir boa carne”, detalha. E um terceiro ponto citado como fundamental por Antonio Bastos Filho são as características sexuais. “A fêmea, além de ser correta, precisa também expressar feminilidade. Tem que apresentar os atributos próprios de sua função, que é de reproduzir, de parir com normalidade o terneiro (exame da inserção de cola, vagina, órgãos sexuais, linha de lombo, etc), e de cuidar desta cria com dedicação de boa mãe, alimentando, amamentando corretamente a sua cria (exame cuidadoso do úbere)”, esclarece. E também o macho, conforme Antoninho, precisa expressar sua masculinidade e, além de ter as características da raça, precisa ter musculatura e mostrar funcionalidade, para poder cumprir sua principal função, que é saltar e cobrir as fêmeas no campo”, ensina. Dados complementares Mas se antes os julgamentos de classificação eram somente avaliações e comparações visuais (que são de suma importância), hoje o jurado conta, na pista, com os dados complementares do animal, ou seja, com outras informações sobre o animal, que são importantes para auxiliar numa tomada de decisão. “Juntamente com a avaliação morfológica, o jurado também conta com os dados de performance complementares do animal, tais como idade, peso, frame, área de lombo, performance de ganho de peso (CDP), além de informações de DEPs para algumas características”, diz Antoninho, para quem esses informes vão ajudar o jurado em suas escolhas. “Mas se formos julgar só por esses dados, o campeão poderá ser até um morcego”, brinca o articulado técnico, frisando que são dados importantes, mas complementares à avaliação visual, morfológica. Para Antoninho, é natural, humano, que cada jurado tenha suas preferências, seu gosto pessoal por certos animais da raça. “Mas ele tem que observar as regras estabelecidas pela ABA e sempre buscar em suas escolhas animais que tenha o biótipo mais aproximado do standard descrito pela associação para a raça”, assevera. Por fim, do alto de seu indiscutível conhecimento e larga experiência, Antonio Martins Bastos Filho comenta que um bom jurado precisa ter personalidade própria, muita serenidade para “enfrentar a pista” e, especialmente, total isenção. Curso de julgamento reuniu estudantes durante a Fenasul O Curso Introdução ao Julgamento da raça Aberdeen Angus, com aulas teóricas e práticas, reuniu 37 estudantes, durante o 5º Outono Angus Show. A assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl, juntamente com o técnico Fernando Velloso, falaram sobre o padrão racial e os regulamentos da ABA, na parte teórica do curso. Já na parte prática, Velloso e o técnico da ABA Dimas Rocha, trataram do biótipo animal e da simulação de julgamentos. O curso foi realizado nos dias 29 e 30 de maio e segundo um dos participantes, Breno Cunha, do Centro Universitário de Maringá, PR, o julgamento de machos e fêmeas foi bastante proveitoso, focado no que a raça está buscando. Já a mestranda em reprodução animal de bovinos na UFRGS, Carolina Heller Pereira, enfatiza que é preciso observar que a raça tem o propósito de produzir carne de qualidade. Já André Pereira dos Santos (zootecnista e filho do técnico da ABA Pedro Adair dos Santos), que obteve o primeiro lugar ente os participantes do curso, achou tanto a parte teórica como as simulações dos julgamentos bastante esclarecedoras. “Todo o criador deveria ter acesso a essas informações, que o ajudariam a produzir sempre melhores animais”, observa. Os vencedores, agraciados com troféus pela direção da ABA, foram: 1º lugar: André Pereira dos Santos; 2º lugar: Natália Pinheiro Teixeira e 3º lugar: Simone Stefanello. CONTINUA Maio/Junho de 2009 15 16 CONSELHO TÉCNICO Maio/Junho de 2009 CONTINUAÇÃO Padrão racial da raça Aberdeen Angus da e com orelhas maiores que as dos machos. A presença de vestígios de chifres, batoques ou rudimentos córneos não é permitida. A característica de “Polled” deve ser bem pronunciada. diferenciação intermuscular. O lombo deve ser bem largo para que tenha uma boa Área de Olho de Lombo (AOL), os quartos compridos com músculos que desçam até os jarretes. Nas fêmeas as massas musculares da paleta não devem ser proeminentes, nem os quartos musculosos em demasia. A Aberdeen Angus é uma raça produtora de carne nobre, de tamanho moderado, mocha e com pelagens preta e vermelha. Reconhecida por sua precocidade sexual, de crescimento e de terminação, facilidade de parto, habilidade materna e longevidade. Os exemplares da raça devem possuir boas massas musculares e produzir carne de qualidade (marmorizada, macia, saborosa e suculenta). Devem ser volumosos, profundos, com linha superior reta e linha inferior o mais reta possível, sem excesso de peito, pregas de pele, mesmo no umbigo e prepúcio. Suas formas devem ter contornos suaves arredondados e sem acúmulo excessivo de gordura. O temperamento dos animais deve ser ativo, mas não agressivo, com movimentação ágil, demonstrando aprumos corretos e articulações fortes. Os terneiros devem ser longilíneos em seus primeiros meses de vida, com maior comprimento das extremidades do que a profundidade do tórax. É importante que na sua primeira idade mantenham o aspecto juvenil, sem excessivo desenvolvimento de pescoço e cabeça e com pouca deposição de gordura. Tamanho O tamanho moderado dá ao Angus equilíbrio, funcionalidade e facilidade de terminação a campo ou em confinamento. O porte pode variar conforme as condições de meio ambiente e os objetivos da criação, evitando sempre os extremos. Animais maiores tem maior exigência nutricional e terminação mais tardia. A vaca Angus de tamanho médio obtém altos índices reprodutivos a baixo custo. Massas musculares A musculatura deve ser suficientemente desenvolvida e adequada, seu volume muscular não deve ser excessivo para não afetar a fertilidade das fêmeas – uma das principais características da raça. Quando observamos um animal pronto para o abate, as massas musculares devem formar um conjunto de músculos indiferenciados, formando um quarto, um lombo, etc. Não devendo observar-se definição ou Pele e pelagem A pele deve ser medianamente fina, elástica, coberta de pelame suave e curto. O rápido pelechamento e o pelo brilhoso são indicativos de precocidade, fertilidade e adaptabilidade. A pelagem deve ser preta ou vermelha. Aceitam-se variações nas tonalidades da cor vermelha, porém são preferenciais tonalidades médias a mais escuras. A presença de manchas brancas e/ ou lunares é regulamentada em capítulo específico. Cabeça A cabeça deve possuir perfil levemente côncavo a reto, narinas amplas, boca grande, de lábios desenvolvidos e olhos bem separados. As orelhas são de tamanho médio nos machos e grandes nas fêmeas, ligeiramente eretas e bem cobertas de pêlos, não devendo ser frouxas ou caídas. Nos machos a cabeça é de tamanho médio, levemente alongada (com largura correspondente a aproximadamente 2/3 do comprimento) e arredondada. Nas fêmeas é mais fina e alonga- Normas Específicas – Manchas brancas e lunares Manchas brancas – consideram-se manchas brancas quando os pelos brancos estão sobre pele branco-rosada. Só serão permitidas manchas brancas nas seguintes regiões: Machos Na linha ventral (inferior) na região compreendida entre o saco escrotal e prepúcio, excluindo estes, na face medial (interior) das pregas de pele da virilha (sem sobressair lateralmente); Somente no colo do saco escrotal (inserção no corpo), não sendo admitidas manchas no corpo do saco escrotal; Fêmeas Na linha ventral (inferior) entre o umbigo e o úbere, excluindo o umbigo, e na face medial (interior) das pregas de pele da virilha (sem sobressair lateralmente); Lunares – são considerados lunares regiões com pelos brancos ou de outra coloração sobre pele pigmentada de coloração normal (pigmentada). Os lunares não constituem um defeito. Nota: Pêlos brancos sobre pele pigmentada são permitidos nas seguintes condições: - uma série fina de pelos brancos na região perineal; - presença de pelos brancos no prepúcio; - presença de pelos brancos na parte inferior da vulva; - alguns pelos brancos entremeados na cola. Expressão Os machos devem apresentar expressão de masculinidade, representada pela forte massa muscular no pescoço e cabeça de aspecto musculoso, com mandíbulas bem desenvolvidas. As fêmeas devem apresentar expressão de feminilidade, de cabeça pequena e de pescoço menos musculoso e mais suave, bem inserido no corpo. Pescoço e peito O pescoço é de comprimento médio, com musculatura firme e bem inserido no corpo. A inserção do pescoço na cabeça deve ser harmônica (sem o aspecto de “degolado”). Não deve apresentar excessos de pregas de pele (papada). Nos machos deve ser musculoso e com proeminência muscular na linha superior. Nas fêmeas é mais comprido e fino. O peito deve ser limpo e sem excessos de pele e deposição de gordura. Paletas e mãos As paletas devem ser musculosas, porém não proeminentes. Nas fêmeas devem ser mais leves. Corpo Os animais devem ser compridos, com lombo amplo e com boa profundidade corporal. Devem apresentar bom arqueamento de costelas, que resultará em melhores capacidades respiratória e digestiva, otimizando seu desempenho produtivo. Não deve apresentar deposição excessiva e localizada de gordura. Trem posterior O quadril deve ser uma continuação uniforme da linha dorso-lombar. Am- Características desclassificatórias As características a seguir descritas são consideradas desclassificatórias, ou seja, os animais não podem receber registros: - aspas, batoques ou rudimentos córneos; - manchas brancas fora da região permitida (Ex: peito, umbigo, escroto, etc); - defeitos congênitos (ex: hérnias, bragnatismo, criptorquidismo, lordose, defeitos sérios de aprumos, etc) plo, com uma boa separação dos ossos coxais e bom comprimento até a cola. Os quartos posteriores devem ser amplos, de contornos arredondados, devendo a musculatura descer o máximo possível em proximidade dos jarretes. A musculatura não deve ser muito proeminente, especialmente nas fêmeas. A região entre as pernas deve ser limpa, sem excesso de gordura. Aprumos A correção dos aprumos é essencial para a funcionalidade dos animais. Os sistemas pastoris (extensivos) requerem grandes deslocamentos para a busca de alimentos. As mãos devem ser médias a longas, bem separadas e praticamente paralelas, evitando-se desvios laterais ou mediais. As patas devem ser médias, com ossos fortes, separadas entre si, indicando boa aptidão carniceira. Devem ser paralelas e com angulosidade adequada (nem retas e nem angulosas demais). Por ocasião do deslocamento, a pata deve pisar ponto no solo mais próximo onde a mão se apoiou. Deve-se dar atenção especial aos membros posteriores nos machos, pois estes sustentam a totalidade do peso do animal ao servir as vacas. Testículos Devem ser desenvolvidos e sem excesso de deposição de gordura no saco escrotal. Úbere De tamanho intermediário, sem excessiva cobertura de pelos, corretamente conformado e implantado, com os quartos mamários bem desenvolvidos e simétricos, tetos finos e de tamanho médio. Prepúcio e umbigo Os animais devem ter a linha baixa o mais reto possível, não sendo desejado prepúcios e umbigos proeminentes, afastados do corpo. Características não desejáveis As características a seguir descritas são consideradas não desejáveis. Animais que possuam um somatório de características não desejáveis não podem ser registrados: - pregas de pele pronunciadas no pescoço (papada) ou ventre; - pregas de pele pronunciadas no umbigo ou prepúcio; - cabeça sem caracterização racial (sem o típico “Polled”, orelhas frouxas ou caídas, conformação atípica); - com presença de mais de uma mancha branca ou de dimensão maior do que a 1/3 da distância compreendida entre o umbigo e úbere/escroto, principalmente para machos; - tetos brancos (não pigmentados); - presença excessiva de pelos brancos na cola ou no períneo. Maio/Junho de 2009 17 18 Maio/Junho de 2009 REPORTAGEM Angus cresce e mantém liderança em vendas de sêmen A raça Aberdeen Angus comercializou em 2008 quase o triplo do sêmen negociado pela totalidade das demais raças européias (taurinas) no Brasil no mesmo período. Segundo aponta o relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), a venda de doses de sêmen Angus cresceu 20,64% no Brasil em 2008, período em que o mercado nacional de corte obteve incremento de 9,31%. Por Eduardo Fehn Teixeira cipação no mercado de corte nacional de apenas 1,95%. CRUZAMENTOS PUXAM DEMANDA “A expressão da Angus entre as européias no mercado de corte nacional ratifica o grande desempenho da raça quando utilizada em cruzamento industrial”, analisa o presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello. Ele não tem dúvidas de que características da genética Angus como fertilidade e precocidade, aliadas à qualidade da carne que produz, que apresenta sabor da Gruta, no Rio Grande do Sul, e nética Angus, aquecendo as vendas de e maciez inigualáveis, são diferenciais Marfrig e VPJ Beef (VPJ Pecuária), sêmen da raça”, examina. que garantem a continuidade do uso no Brasil central. Ele igualmente atribui o cresci“Além do Rio Grande do Sul, da raça em cruzamentos bem sucedimento da demanda por sêmen Angus dos. “Ao experià ampliação do mentar a Angus Programa CarO sêmen Angus é reconhecido pelo mercado e no cruzamenne Angus Certito industrial, ficada, que hoje comprovado tecnicamente como a melhor o criador fica conta com mais opção para o cruzamento com zebuínos fascinado pelas parceiros tanto grandes quano Rio Grande lidades apresentadas em termos de Paraná e São Paulo, estamos obser- do Sul como no Brasil Central, assim vando a formação de novos rebanhos como a maior aplicação de prograresultados”, completa. Joaquim Mello avalia ainda que Angus também em Santa Catarina mas de sincronização de cio, caso da o resultado superior a 1 milhão de e em outras regiões do centro do Inseminação Artificial a Tempo Fixo doses de sêmen Angus comercializa- País, pois somando-se à aceitação da (IATF). das no ano passado deve-se em muito raça é também preciso considerar a ao trabalho de divulgação realizado melhor remuneração paga pela carne ANGUS COMPLEMENTA pela ABA e da atuação de projetos diferenciada obtida”, argumenta o O ZEBU dirigente. como o Programa Carne Angus CerNo mercado brasileiro, onde a tificada, que conta com a parceria de pecuária é 80% zebuína, existem dois QUALIDADE ANGUS frigoríficos como o Mercosul e Angus pontos fortes para a comercialização VENDE MAIS de sêmen, examina o diretor da CiaO sócio-gerente da Semeia Ge- le Brasil, veterinário Luiz Alberto nética, Léo Warszawsky, associa a Muller. Conforme o técnico, que liderança da Angus ao reconhecimen- também integra o Conselho Técnico to do mercado à qualidade da carne da ABA, um desses caminhos é de Angus. “As qualidades da genética zebu para zebu, onde supremacia Angus geram uma carne com maciez e é da raça Nelore, o que é natural, marmoreio e o mercado brasileiro está incontestável. O outro ponto são os consolidando essa carne - valorizada cruzamentos de raças européias com mundialmente - e disposto a pagar zebuínas, e neste contexto – sustenta mais por ela”, diz. Muller – a raça Angus, em função de Warszawsky também aponta suas qualidades complementares ao como responsáveis pelo crescimento zebu, é a preferida. da comercialização de sêmen Angus o “O sêmen Angus é reconhecido fomento aos programas de cruzamen- pelo mercado e comprovado tecnicatos e à formação de confinamentos. mente como a melhor opção para o “Há necessidade de animais ½ sangue cruzamento com zebuínos”, assinala ou ¾ de sangue para o abastecimento Muller. Ele diz ainda que além da desses mercados. E isso faz com que complementariedade, a genética Produtos oriundos de cruzamentos de Angus com Nelore haja uma procura acentuada por ge- Angus oferece uma possibilidade que A Angus segue na liderança isolada entre as raças européias (taurinas), com uma comercialização que alcançou no ano passado 1,047 milhão de doses de sêmen, representando um acréscimo de 179,27 mil doses sobre o ano anterior e contra 371.680 doses de sêmen no somatório do que venderam em 2008 as outras 24 raças européias analisadas. Em 2007, ano em que o mercado nacional de corte apresentou recuo de 0,65% na comparação com igual período de 2006, a venda de doses de sêmen Angus já havia crescido nada menos de 41,5%. A Angus comercializou em 2007 868.184 doses de sêmen, representando um crescimento de 254.778 doses sobre as quantidades vendidas em 2006, contra 401 mil doses de sêmen no somatório de mais de 20 raças taurinas citadas no mesmo ano. E além de apresentar quase que o triplo da comercialização obtida pela totalidade das taurinas em 2008, a Angus responde por 25,21% do mercado de comercialização de sêmen de corte no Brasil, contra tão somente 8,94% totalizado pelas demais européias. No meticuloso relatório divulgado pela ASBIA, a segunda colocada entre as taurinas aparece com 81.176 doses de sêmen vendidas, registrando parti- Fotos: ABA/Divulgação outras raças européias não tem: sua grande população e variabilidade genética, permitem a permanente oferta de uma genética provada e sabidamente muito produtiva. “A complementariedade ao zebu se baseia na precocidade sexual e de terminação, bem como agrega qualidade de carne através de características como maciez e marmoreio. SEM NOVIDADE Para a CRI Genética Brasil, a liderança da Angus na comercialização de sêmen no mercado brasileiro não representa nenhuma novidade. “A raça Angus já lidera há anos nos Estados Unidos e no Brasil estar à frente das demais raças européias na venda de sêmen era somente uma questão de tempo”, examina o diretor da CRI Genética Brasil, médico veterinário Auro Andrade. “O Angus é nos Estados Unidos o que o Nelore é no Brasil. E considerando que a genética Angus complementa o zebu, gerando, através do cruzamento, uma carcaça mais correta, de maior qualidade, não surpreende o avanço e a liderança do sêmen Angus no mercado nacional”, constata Andrade. Para o diretor da CRI, quanto mais tecnificada for a avaliação do criador, mais ele vai utilizar a genética Angus. Auro Andrade aponta também que o uso de sêmen para a produção pecuária no Brasil vem crescendo porque é a melhor opção, especialmente nos rebanhos comerciais do Brasil Central e nos Estados do Centro Oeste e Norte Brasileiro. MOVIMENTO Maio/Junho de 2009 19 20 Maio/Junho de 2009 CARNE Programa Marfrig Fomento colhe os primeiros resultados Na estação de monta 2008-2009, 50 participantes inseminaram 32.500 matrizes O Programa Marfrig Fomento Pecuária – que financia o uso de genética Angus nos rebanhos brasileiros, visando à produção de carne tipo grill – fechou a estação de monta 2008/2009 com saldo positivo. Até meados de abril, 32.500 vacas haviam sido submetidas à inseminação artificial por tempo fixo (IATF) ou convencional, 47% delas mediante financiamento integral oferecido pelo Marfrig (R$ 45,00/cab); 50% mediante financiamento parcial e 3% com recursos próprios. “Nossa expectativa é obter 20 mil produtos, um número excelente, considerando-se que esta é nossa primeira estação de monta”, informa Luciano de Andrade, gerente do programa, que foi lançado em dezembro de 2007 mas somente começou a funcionar de fato em 2008. Por Maristela Franco No total, cerca de 50 pecuaristas de oito Estados brasileiros (Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia) receberam do Marfrig R$ 894.888,00 em financiamento sem juros, que foram convertidos em arrobas pelo valor da tabela Esalq/Cepea, no dia da assinatura do contrato de adesão. Essas arrobas serão descontadas do pecuarista somente por ocasião da venda dos animais, em 2010/2011. O Marfrig se compromete a adquirir 100% da produção, na forma de bezerros desmamados, Luciano de Andrade, gerente do programa, espera obter 20 mil produtos para garrotes ou bois gordos. O dinheiro recria ou abate em idade precoce, nos dois próximos anos foi depositado diretamente na conta do pecuarista para a compra do sêmen e materiais necessários, além do pagamento à equipe técnica creden- comercialização dos produtos cruza- dos. O Marfrig dispõe-se a adquiri-los com base na tabela Esalq/Cepea para ciada pelo Marfrig para realização da dos, em condições favoráveis. a região de Araçatuba, menos R$ 1, inseminação. valor superior ao praticado normalSegundo Andrade, os produtores Esquema de compra que participam do programa têm O criador Antônio Franco Vilela, mente no sudoeste goiano, onde a porte médio e bom nível gerencial. proprietário da Fazenda Três Pontes, arroba tem ficado R$ 6-7 abaixo das cotações de São Não constam da Paulo. Lista Suja do TraComo o balho Escravo, O Marfrig financia a IATF mediante garantia de Marfrig Fomennem respondem to está diretaa processos por 100% dos machos e no mínimo 50% das fêmeas mente ligado ao crime ambiental Programa Carne no Ibama. Cada Angus Certificaum deles inscreveu uma média de 500 matrizes para em Caiapônia, GO, inscreveu 1 mil da, que a empresa conduz no Centroinseminação. O mínimo viável é de vacas no programa este ano, atraído Oeste em parceria com a Associação 100 vacas, para compensar despesas pelo financiamento da IATF a juro Brasileira de Angus (ABA), o produtor com logística e frete. A maioria dos zero e pela possibilidade de vender que opta pela venda de animais acabaparticipantes faz ciclo completo, bem seus cruzados. “É a primeira vez dos ainda pode receber prêmios, que tem experiência com cruzamento que se faz algo concreto no País para variam de 2% a 5% sobre o valor da industrial e informação razoável sobre valorizar animais de qualidade”, afir- arroba, desde que produza carcaças IATF, mas não utilizava regularmente ma. Vilela possui um confinamento no padrão estipulado (veja detalhes essa tecnologia por falta de recursos para 500 cabeças e pensa entregar os na tabela). O frete é assumido pela financeiros ou de garantias quanto à 1/2 sangue Angus ao frigorífico já gor- empresa em um raio de até 500 km de distância da planta de abate. Os trechos excedentes são pagos pelo produtor. Quanto aos bezerros desmamados de 7-8 meses, são adquiridos a preço de arroba de boi gordo, conforme cotação da Esalq/Cepea na região do produtor, mais um ágio mínimo de 15%. Para se chegar ao valor por cabeça, é preciso pesar o animal e descontar 50% do peso vivo, caso este tenha sido submetido a jejum por 10-12 horas antes da pesagem. Ou seja, se um pecuarista do sudoeste goiano fornecer ao Marfrig um bezerro cruzado de 220 kg pós-jejum, receberá 7,33 @ de boi gordo, que, pela cotação da arroba na região (R$ 73,50) lhe dará R$ 538,75. Acrecentando os 15% de ágio, chega-se a R$ 620,00/cab, valor acima do praticado nessa praça. Esse sistema de compra busca valorizar o peso à desmama. Quanto mais arrobas o bezerro pesar por ocasião da entrega, mais o produtor ganhará. Segundo Luciano de Andrade, 15% é o ágio mínimo garantido pela empresa. “Se o preço do bezerro subir por algum motivo, a empresa poderá renegociar esse percentual, para que o produtor não tenha prejuízo”, diz ele. Novilhos castrados de até 21 meses ou inteiros de até 15 meses são adquiridos pela arroba de boi gordo mais 3,5% de ágio. Para as bezerras desmamadas e novilhas de até 21 meses, o Marfrig garante aquisição pela @ de boi, descontados 50% do peso vivo. No máximo, 50% das fêmeas podem ser reservadas para reposição. Carcaça com cobertura uniforme, ideal para cortes de churrascaria CARNE Maio/Junho de 2009 21 Frigorífico criou tabela progressiva, para estimular a melhor escolha das matrizes Tabela de descontos Como o sucesso do Programa Marfrig Fomento depende de bons resultados na IATF, o frigorífico criou uma tabela de descontos sobre o valor financiado, para estimular o participante a caprichar na escolha das matrizes, no manejo nutricional, na qualidade da mão-de-obra e em outros itens que afetam a produtividade. Se o pecuarista receber, por exemplo, recursos equivalentes a 200 @ para custear todo o processo de IATF e registrar uma taxa de devolução em produtos (bezerros ou bois gordos) de 36% a 45%, terá desconto de 10% sobre o valor devido; se obtiver taxa de 46% e 60%, o desconto será de 20%; e se ele entregar ao Marfrig mais de 60% em produtos (resultado considerado excelente), terá direito a um deságio de 30%. Caso o produtor tome recursos apenas para compra de sêmen, a empresa concede abatimento de 40% a 100% sobre o total financiado, con- forme a taxa de devolução de animais. Mas a empresa libera esse tipo de empréstimo somente para fazendas que participam do Marfrig Fomento pre- mil cabeças por ciclo. têm bom protocolo de IATF, infraes- tendem comercializar bezerros, mas trutura adequada e equipe capacitada. têm até 60 dias antes da desmama Desafios “Também checamos se os hormônios para confirmar essa intenção. Todos Apesar dos bons resultados obutilizados na sincronização de cio os animais serão cadastrados ao nas- tidos pelos Programas Marfrig Fotêm registro no Ministério da Agri- cer. A empresa avalia se aproveitará mento e Carne Angus Certificada, cultura, para evitar problemas legais o número do Sisbov e utilizará chip ainda existem desafios pela frente. e garantirmos Um deles é a questão o retorno do do acabamento dos investimenanimais. Em 2007, to. Exigimos O produtor obtém desconto de 10% a 30% sobre o valor dos 17.232 avaliados ainda, para do empréstimo conforme a taxa de retorno dos animais pelo Marfrig, somentodos os parte 2.863 (16,6%) ticipantes, a foram classificados. entrega das No ano seguinte, o fichas de inseminação com registro eletrônico para identificá-los. Os desempenho melhorou, mas o índice do escore corporal, raça, produtos bezerros desmamados, garrotes e ainda foi considerado insatisfatóusados, partida do sêmen etc”, explica novilhas serão recriados pelo Marfrig rio. Dos 21.965 avaliados, 10.376 Edmundo Rocha Vilela, da empresa em terras próprias ou arrendadas. A (47,2%) foram considerados como goiana Lageado Consultoria, que terminação será feita nos dois confi- dentro do padrão (mínimo de 15@, presta serviços de IATF para o Marfrig namentos que a empresa mantém nos para machos, e gordura de cobertura e é responsável pela gestão técnica do municípios paulistas de Guapiaçu e mediana). programa. Pereira Barreto, com capacidade para Para que o produtor tenha ampliaQuase 80% dos pecuaristas que engordarem, juntos, de 40 mil a 50 do o seu acesso à bonificação, o índice de classificação precisa subir. Mas a isso se contrapõe, por exemplo, a tradição do boi inteiro, ainda forte nos Estados do Centro-Oeste. A saída para o problema seria a melhoria do manejo nutricional. É o que demonstra a experiência de Augusto de Oliveira Carvalho, dono da Fazenda Monte Alto, em Mineiros, GO, que tem 500 matrizes inscritas no programa e produz novilhos superprecoces, com 15@ aos 12 meses. Em 2008, muitos desses animais chegaram ao frigorífico com cobertura escassa. “Neste ano, vou utilizar uma dieta final mais energética, para atingir maior percentual de cobertura mediana e abatê-los aos 14 meses”. Carvalho diz que entrou no programa não apenas por causa dos incentivos financeiros mas também porque a IATF eleva os índices reprodutivos do rebanho. “Antes, eu conseguia no máximo 70% de prenhez, agora consigo 90%, 58% garantidos pela IATF e o restante pelo repasse com touro. As fêmeas 1/2 Angus são mais férteis, dóceis e precoces. Pretendo manter parte delas na fazenda e cruzá-las com Brangus”, informa. O Marfrig Fomento tem permitido mapear potenciais fornecedores de genética Angus para a indústria. “Além das vacas inscritas no programa, localizamos outras 35 mil matrizes que já produzem bezerros cruzados e poderão ser incorporadas nos próximos anos”, conclui Luciano Andrade. Jornalista - Revista DBO Rural – maio 2009 Reprodução autorizada IATF permite programar a produção Bezerros ½ sangue Angus são adquiridos com base na arroba do boi gordo, conforme tabela Esalq da região de origem, mais ágio mínimo de 15% A escolha da IATF como principal ferramenta do Programa Marfrig Fomento deve-se ao fato de a tecnologia permitir a concentração dos nascimentos em época determinada, além de tornar possível um maior controle sobre o processo reprodutivo, simplificar o manejo e formar lotes homogêneos e padronizados. Isso é considerado ótimo pelo frigorífico, que assim pode programar mais facilmente os abates e garantir regularidade na entrega a seus clientes (no caso, churrascarias e restaurantes). A confirmação da prenhez por IATF é feita em 100% das fêmeas, com auxílio de ultrassom. Depois do exame, prepara-se um aditivo contratual, assinado pelo produtor e a empresa de assistência técnica, no qual se registra o número provável de animais que deverá ser entregue ao Marfrig e a possível data de entrega. Além da Lageado, seis prestadores de serviços independentes estão credenciados para realizar IATF. Por enquanto, o sêmen utilizado no programa é fornecido por três touros Angus PO, em coleta na Central Bela Vista, de Pardinho, SP. 24 Maio/Junho de 2009 EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Reconquista e Rincon del Sarandy brilham em Londrina ocorre há alguns anos durante a Expointer, em Esteio, RS. Veja nesta edição, respectivamente nas páginas do Conselho Técnico e da Carne Angus, matérias completas sobre o sucesso do curso e do restaurante Angus na Expo Londrina. A Reconquista Agropecuária, propriedade de José Paulo Dornelles Cairoli, em Alegrete, RS, faturou as posições tops nas premiações de pista. A cabanha gaúcha levantou os grandes campeonatos tanto de machos como também nas fêmeas Angus durante a 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (Expo Londrina 2009). A feira, considerada estratégica por sua posição no País e também uma das mais importantes do circuito da raça no Brasil, foi realizada de 7 a 12 de abril, no Parque de Exposições Gov. Ney Braga, no município paranaense de Londrina. Como tem ocorrido nos últimos anos, a Associação Brasileira de Angus (ABA) desenvolveu durante esta mostra uma consistente programação, com destaque para o Curso de Jurados Jovens, organizado pelo Conselho Técnico da ABA, e para a abertura do Restaurante Angus, que com o apoio do Programa Carne Angus Certificada pela primeira vez serviu cardápios valorizados com a Carne Angus Certificada no parque de Londrina, a exemplo do que já PRESIDENTE PRESENTE Para o presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, Londrina teve mais uma vez este ano uma representação de Angus muito boa, com um elevado nível zootécnico. “Um grupo de animais, tanto machos quanto fêmeas, cuja ponta faria boa figura em qualquer exposição “A” do circuito”, avalia o dirigente. Joaquim Mello, que fez questão de estar presente em todos os momentos importantes para a raça na Expo Londrina, elogiou a organização da feira e destacou eventos como o Curso de Jurados Jovens e o novo restaurante Angus no parque de Londrina. “O leilão capitaneado pelo criador Galvão Bueno (1º Seleção GB Corticeira e convidados) foi sucesso e também conquistou destaque a venda dos terneiros cruzas Angus, no 2º Leilão Conexão Angus, que registrou excelente demanda e muito bons preços pelos animais”, argumenta Joaquim Mello. JURADO APONTOU APRUMOS Falando objetivamente sobre a representação de Angus que avaliou em Londrina, o jurado, zootecnista Roberto Vilhena Vieira, observou que os criadores, no trabalho de seleção, não devem descuidar dos aprumos dos animais. “Especialmente nos touros, cuja principal função no campo é perseguir e cobrir as fêmeas”, enfatizou, na forma de contribuição para o trabalho de melhoramento genético da raça. “Vi que os criadores estão trabalhando em sintonia com o mercado, e avaliando o grupo de animais, fica visível a padronização, a correta conformação das carcaças, esqueletos com boa musculatura e especialmente nobreza racial”, completou Vilhena Vieira. O jurado apontou o touro Reconquista 1292 Zorzal Grand Canyon como grande campeão. O exemplar de pelagem preta e 884 quilos já havia conquistado o título de reservado de grande campeão na Exposição de Avaré 2009. A Cabanha Rincon Del Sarandy, de Cláudia Indarte Silva, em Uruguaiana, RS, obteve o título de reservado de grande campeão com o macho Rincon 1249 Brigadier del Sarandy. O terceiro melhor macho foi para o terneiro de sete meses da Estância Olhos D’Água, de Antonino Souza Dorneles, em Alegrete, RS. Nas fêmeas, Reconquista 1220 Marca Payador, da Reconquista Agropecuária, ficou com o título de grande campeã. A Rincon del Sarandy também conquistou o título de reservada grande campeã, com a terneira de oito meses Rincon Morocha TE 1332 del Sarandy. Já como terceira melhor fêmea Angus da exposição, destaque para a Agropecuária HR, em Pontalinda, SP, de Luís Henrique Campana Rodrigues, que conquistou a premiação com a fêmea Cia. Azul 0627 – CO124 7 Trouxas. A mostra paranaense pontuou como “A” no Ranking Oficial de Expositores e Criadores da Associação Brasileira de Angus - ABA. Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Cícero da VPJ foi melhor cabanheiro Durante a Expolondrina 2009, Cícero Almeida de Assis, conhecido como Baiano (à esquerda na foto), foi eleito melhor cabanheiro da mostra Maio/Junho de 2009 25 Genética Angus para universitários de Londrina A Associação Brasileira de Angus (ABA) realizou no dia 8 de abril, em seu estande no parque de exposições da Expolondrina (Londrina/PR), uma palestra sobre qualidade de carne e padrão racial para estudantes do curso de Ciências Agrárias, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. No encontro com os alunos, o zootecnista Tito Mondadori, a assessora técnica e o técnico da Associação Brasileira de Angus, respectivamente, Fernanda Kuhl e Rednilson Góis, passaram informações sobre o padrão da raça e suas características produtivas, dando ênfase para a qualidade da carne e a utilização em cruzamentos industriais. Os estudantes receberam materiais promocionais da Associação Brasileira de Angus e tiveram uma pequena demonstração de animais da raça junto aos galpões. A palestra foi uma iniciativa da Dra. Profa. Ana Maria Bridi, da Universidade Estadual de Londrina. Ela reuniu alunos com o intuito de apresentar as qualidades da raça e a sua utilização no estado do Paraná. Também, entre os objetivos, a aproximação dos futuros e atuais profissionais da área com a Associação Brasileira de Angus. Rednilson (acima), Fernanda e Mondadori (abaixo) falaram aos alunos DADOS COMPLETOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA EXPOLONDRINA GRANDE CAMPEÃ RECONQUISTA 1220 MARCA PAYADOR STRY HBB: 116167 Pel: P Tatuagem: 1220 Nascimento: 02/07/2006 Idade: 1011d Pai: TRES MARIAS 6241 PAYADOR TE HBB: IA848 Mãe: ANGUS DA RECONQUISTA 146 HBB: 73015 Peso: 794 Alt: 1,37 Frame: 6.42 Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI, RECONQUISTA AGROPEC. LTDA, ALEGRETE/RS Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI RESERVADA GRANDE CAMPEÃ RINCON MOROCHA TE1332 DEL SARANDY HBB: RINCON 01 Pel: P Tatuagem: TE1332 Nascimento: 29/07/2008 Idade: 253d Pai: TRES MARIAS 5887 HORNERO TE HBB: IA849 Mãe: RINCON MAMY 461 DEL SARANDY HBB: 81493 Peso: 354 Alt: 1,11 Frame: 4,85 AOL: 50.00 EGS: 7.60 P8: 6.00 Expositor: CAB. RINCON DEL SARANDY, CABANHA Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY 3ª MELHOR FÊMEA CIA AZUL 0627-C0124 7TROUXAS HBB: 115442 Pel: P Tatuagem: 0627 Nascimento: 04/09/2006 Idade: 947d Pai: CIA AZUL 0124 G5480 G5672 HBB: 87572 Mãe: CIA AZUL 041 7TROUXAS GABO 567 HBB: 82572 Peso: 708 Alt: 1.32 Frame: 5.37 Expositor: LUIZ HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES, FAZENDA TABAPUÃ, SÃO PAULO/SP Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR GRANDE CAMPEÃO RECONQUISTA 1292 ZORZAL G. CANYON HBB: 121376 Pel: P Tatuagem: TE1292 Nascimento: 11/03/2007 Idade: 759d Pai: TRES MARIAS ZORZAL TE HBB: IA850 Mãe: RECONQUISTA 592 GLEBA CANYON BARTOLOME HBB: 93050 Peso: 884 C.E.: 43.00 Alt: 1.35 Frame: 4.53 AOL: 137.0 EGS: 15.07 P8: 10.90 Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI, RECONQUISTA AGROPEC. LTDA, ALEGRETE/RS Criador: JOSE PAULO DORNELLES CAIROLI RESERVADO GRANDE CAMPEÃO RINCON 1249 BRIGADIER DEL SARANDY HBB: 123633 Pel: V Tatuagem: 1249 Nascimento: 07/09/2007 Idade: 579d Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE HBB: IA796 Mãe: BARTOLOME DEL SARANDY 828 HBB: 68732 Peso: 760 C.E.: 38.00 Alt: 1.36 Frame: 5.42 AOL: 99.30 EGS: 19.50 P8: 8.70 Expositor: CAB. RINCON DEL SARANDY, URUGUAIANA/RS Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY 3º MELHOR MACHO ASD 778 PAYADOR CARTUCHO HBB: 128192 Pel: V Tatuagem: 778 Nascimento: 03/09/2008 Idade: 217d Pai: TRES MARIAS 6241 PAYADOR HBB: IA848 Mãe: ASD 178 PANCHO YER CHIEF HBB: 83092 Peso: 345 C.E.: 27.00 Alt: 1.11 Frame: 4.85 AOL: 70.20 EGS: 6.00 P8: 3.80 Expositor: ANTONINO SOUZA DORNELES, ESTÂNCIA OLHOS D’ÁGUA, ALEGRETE/RS Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES 26 Maio/Junho de 2009 EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Exposição de Outono de Uruguaiana destaca qualidade dos animais Fotos: Gabriel Becco/ABA Grande Campeã Grande Campeão O jurado argentino Nelson Ariel Macagno, assim como o presidente da ABA, fizeram questão de elogiar a qualidade e a uniformidade dos animais apresentados na 7ª Exposição de Outono de Uruguaiana. A mostra foi realizada de 4 a 9 de maio, no Parque de Exposições de Uruguaina, na região da Fronteira Oeste gaúcha, numa promoção da ABA e do Núcleo Angus Três Fronteiras. A Exposição de Outono uruguaianense contou com a participação de 34 expositores e pontuou como “A” no Ranking Oficial de Expositores e Criadores da associação. “O gratificante aqui é que todos que integram o núcleo de criadores trabalham juntos. Então conseguimos fazer uma exposição que a cada ano apresenta crescimento e novidades, num nível de qualidade dos animais que muito nos orgulha”, comenta o presidente do Núcleo Angus Três Fronteiras, Sérgio Tellechea. Segundo ele, o grupo já está trabalhando para fazer, em 2010, uma exposição de Angus do Cone Sul, trazendo expositores da Argentina e do Uruguai. “Vamos promover, com o apoio da ABA, uma mostra internacional, porque nossa meta é nosso sonho”, avisa Tellechea. JURADO IMPRESSIONADO “Os animais estavam nivelados, havia uma homogeneidade em pista, que mostra crescimento e qualidade da criação de Angus no Brasil”, avaliou o jurado. Tradicional criador Reservada de Grande Campeã Terceira Melhor fêmea Reservado de Grande Campeão Terceiro Melhor Macho “Foi trabalhoso apontar os melhores, mas também foi gratificante circular em meio a tantos exemplares tão qualificados e tão bem apresentados. Só posso parabenizar os criadores, que a julgar pelo material que vi, estão fazendo um excelente trabalho, acima da média”, reforçou o jurado, que foi secretariado em pista pelo técnico da ABA, veterinário Renato Pinto Paiva. “Ele ficou tão impressionado que solicitou a organização de uma gira pelas principais cabanhas gaúchas, Mello, que foi recepcionado e acompanhado na pista pelo presidente do Núcleo Angus Três Fronteiras, criador Sérgio Tellechea. CRESCIMENTO EXPRESSIVO Qualidade em quantidade. Assim o presidente da ABA, Joaquim Mello, começa a descrever a mostra de Uruguaiana, que ele já bem conhece. argentino, titular da Cabanha Cony “Vi um crescimento expressivo em Antu, na província da Pampa, Nelson número de animais expostos, tanto Ariel Macagno ainda não conhecia a de argola quanto em rústicos, todos exposição de Angus de Uruguaiana. apresentando um padrão racial realmente O jurado argentino Nelson Ariel Macagmno considerou gratifican- elevado”, avalia. Mello também te circular em meio a tantos exemplares tão qualificados e tão bem gostou bastante das apresentados. Ele parabeniza os criadores, porque a julgar pelo ma- atividades sociais orterial que viu, estão fazendo um excelente trabalho, acima da média ganizadas pelo Núcleo Angus Três Fronteiras para a exposição. “A Ao se deparar com as filas da raça para para que possa conhecer o trabalho festa de entrega de prêmios foi basa seleção dos campeões, ele ficou real- dos criadores e os respectivos planteis. tante concorrida, mostrando a grande mente surpreso, impressionado com E também se prontificou a receber motivação dos criadores e o remate o nível dos animais. Não imaginava os criadores de Angus brasileiros em de sêmen em benefício do núcleo que a mostra contasse com tantos sua cabanha, na Argentina”, revela fez sucesso, demonstrando que foi muito bem aceito pelo grupo”, opina animais e de tamanha qualidade. Renato Paiva. Joaquim Mello. O julgamento contou com a “Que uniformidade e que padrão de Ele avalia que o remate de fêmegado”, descreveu. No Brasil, ele já presença de associados, interessados havia estado nas mostras de Cascavel na raça e do presidente da Associação as, realizado durante a mostra, foi a (PR), de Alegrete e na Expointer Brasileira de Angus (ABA), Joaquim semente de promoções crescentes no Francisco Bordagorry de Assumpção futuro. (ambas no RS). CONFIRA OS CAMPEÕES Nos animais de argola, a Reconquista Agropecuária, de José Paulo Dornelles Cairoli, em Alegrete, RS, venceu o grande campeonato tanto nos machos quanto nas fêmeas. A grande campeã foi Reconquista 1338 Naja Nostradamus da parceria dos expositores José Paulo Dornelles Cairoli e Rubens Zogbi (Estância Carapuça, Cristal, RS). Como reservada grande campeã foi escolhida Penélope 711 Pay da Corticeira, da parceria Cabanha da Corticeira de Luis Anselmo Cassol, em São Borja, RS e GB Agropecuária, de Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, em Porecatu, PR. Já a terceira melhor fêmea foi para Catanduva 1239 Querência TE 213, apresentada pela Cabanha Catanduva, em Cachoeira do Sul, RS, de Fábio e Fabiana Gomes. Nos machos, a Reconquista Agropecuária venceu o grande campeonato com Reconquista 1301 Naco Cachafaz. A Cabanha da Maya, em Bagé, RS, de Zuleika Borges Torrealba, ganhou o reservado grande campeonato com Maya 40TE Ditador. A Cabanha Catanduva também faturou o terceiro melhor lugar os machos com o reprodutor Catanduva 1324 Relâmpago. EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Maio/Junho de 2009 Boas disputas nos rústicos 27 Fotos: Gabriel Becco/ABA Lote Grande Campeão Machos PO Lote Grande Campeão Machos PC Sérgio Tellechea e o presidente da ABA, Joaquim Mello Lote Grande Campeão Fêmeas PO A Cabanha Rincon del Sarandy, em Uruguaiana, RS, de Claudia Indarte Silva, venceu nos machos e fêmeas PC a campo (rústicos) na Exposição de Outono de Uruguaiana. O trio grande campeão PC foi dos animais tatuagens 617, 619 e 1238, da geração setembro de 2007, sendo o touro 619 escolhido como o melhor touro PC da mostra. O trio reservado grande campeão PC foi 01017, 01015 e 01007 per- tencente à Estância Santa Eulália, de Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, em Pelotas, RS. Já o terceiro melhor trio PC (R415, R215 e R211) pertence à GAP Genética de Eduardo Macedo Linhares, em Uruguaiana, RS. A Rincon Del Sarandy também faturou nas fêmeas a campo PC. O trio grande campeão PC (626, 624 e 614) encantou o jurado Macagno. O argentino apontou como melhor fêmea Melhor Fêmea PC PC o exemplar de tatuagem 614. RÚSTICOS PO Nos animais a campo PO destaque para a Cabanha São Bibiano, em Uruguaiana, RS, de Antonio Martins Bastos Filho, que venceu com o trio grande campeão PO tatuagens 6685, 6671 e 6627. O exemplar 6671, geração outubro de 2007, foi apontado como o melhor touro Angus PO da exposição. A GAP Genética, em Uruguaiana, RS, de Eduardo Macedo Linhares, venceu como trio reservado grande campeão PO (3137, 3111 e 3105). Já o terceiro melhor trio PO foi para os animais tatuagens TE1177, TE1170 e 1178, pertencentes à Cabanha Rincon del Sarandy, de Claudia Indarte Silva. Nas fêmeas, a Cabanha Umbu, em Uruguaiana, RS, de Angelo Bastos Tellechea, faturou o grande campeonato PO com os exemplares 1337, 1333 e 1301, sendo a fêmea 1301 escolhida como melhor PO. A Cabanha Rincon del Sarandy obteve êxito com o trio reservado grande campeão de fêmeas PO (1183, TE1176 e TE1174) e a GAP Genética venceu com o terceiro melhor trio PO (3314, 3356 e 3336). Melhor cabanheiro é da Reconquista Funcionário da Reconquista Agropecuária, Gilnei Santos de Araújo (conhecido como Jacu) foi eleito melhor cabanheiro da Exposição de Outono de Uruguaiana. DADOS DOS ANIMAIS DE ARGOLA CAMPEÕES DE URUGUAIANA GRANDE CAMPEÃ RECONQUISTA 1338 NAJA NOSTRADAMUS G HBB: 121378 Pel: V Tatuagem: TE1338 Nascimento: 22/07/2007 Idade: 656d Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K. ROBTE12 HBB: 99045 Mãe: RECONQUISTA 592 GLEBA CANYON BARTOLOME HBB: 93050 Peso: 644 Alt: 1.28 Dent: DL Frame: 5.00 ER: P+ AOL: 72.33 EGS: 10.00 P8: 16.51 Expositor: PARC JOSÉ PAULO CAIROLI E RUBENS ZOGBI, RECONQUISTA AGROPECUARIA LTDA, ALEGRETE/RS Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI RESERVADA GRANDE CAMPEÃ PENÉLOPE 711 PAY DA CORTICEIRA HBB: 114304 Pel: V Tatuagem: P711 Nascimento: 17/10/2006 Idade: 934d Pai: TRÊS MARIAS 5839 QUEBRACHO TE HBB: IA755 Mãe: EMANUELE DA CORTICEIRA 5155 HBB: 70858 Peso: 710 Alt: 1.34 Dent: 4 Frame: 6.00 ER: P+ AOL: 77.74 EGS: 14.22 P8: 20.57 Expositor: PARC.CABANHA DA CORTICEIRA E GB AGROPEC, CAB.DA CORTICEIRA/GB AGROPEC, SÃO BORJA/RS Criador: LUIS ANSELMO CASSOL 3ª MELHOR FÊMEA CATANDUVA 1239 QUERENCIA TE 213-TE0 HBB: 114684 Pel: V Tatuagem: 1239 Nascimento: 01/10/2006 Idade: 950d Pai: CATANDUVA TE 213 NOSTRADAMUS K ROB TE 12 HBB: 99045 Mãe: TE 004 REENA CASAMU DO COQUEIRAL HBB: 83027 Peso: 806 Alt: 1.36 Dent: 6 Frame: 4.00 AOL: 80.30 EGS: 12.00 P8: 18.25 Expositor: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFERRARI GOMES, CAB. CATANDUVA, CACHOEIRA DO SUL/RS Criador: FÁBIO GOMES E FABIANA GOMES GRANDE CAMPEÃO RECONQUISTA 1301 NACO CACHAFAZ FONO HBB: 122718 Pel: V Tatuagem: TE1301 Nascimento: 24/06/2007 Idade: 684d Pai: TRES MARIAS 7031 CACHAFAZ 6556 TE HBB: 745150 Mãe: TRES MARIAS 6972 FENOMENA 5494 TE HBB: 741868 Peso: 920 C.E.: 44.00 Alt: 1.37 Dent: 2 Frame: 5.50 AOL: 90.00 EGS: 14.00 P8: 23.37 Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI, RECONQUISTA AGROPECUÁRIA LTDA, ALEGRETE/RS Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI RESERVADO GRANDE CAMPEÃO MAYA 40 TE DITADOR HBB: 121762 Pel: V Tatuagem: TE040 Nascimento: 17/02/2007 Idade: 811d Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K. ROB TE12 HBB: 99045 Mãe: SALA ANCIA HBB: 84246 Peso: 980 C.E.: 44.00 Alt: 1.41 Dent: 2 Frame: 5.80 AOL: 79.00 EGS: 8.00 P8: 11.69 Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA, CABANHA DA MAYA PAP, BAGÉ/RS Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA 3º MELHOR MACHO CATANDUVA 1324 RELÂMPAGO TE213-0221 HBB: 121667 Pel: P Tatuagem: 1324 Nascimento: 10/08/2007 Idade: 637d Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K.ROB TE12 HBB: 99045 Mãe: CIA. AZUL 0221 ZHAURY G12446 HBB: 93379 Peso: 900 C.E.: 39.00 Alt: 1.41 Dent: 2 Frame: 6.50 AOL: 95.30 EGS: 9.40 P8: 14.22 Expositor: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFERRARI GOMES, CAB. CATANDUVA, CACHOEIRA DO SUL/RS Criador: FÁBIO GOMES E FABIANA GOMES 28 Maio/Junho de 2009 MOVIMENTO EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Maio/Junho de 2009 29 Angus mostra correta representação em Itapetininga Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho A raça Aberdeen Angus marcou importante presença na 40ª Expoagro - Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Itapetininga, reali zada de 16 a 26 de abril naquele município do interior de São Paulo - SP. mostra é uma organização conjunta do Núcleo Paulista de Criadores de Angus – que tem na presidência o criador Renato Segura Ramires Júnior – e da Associação Brasileira de Angus (ABA), que este ano foi representada em Itapetininga por seu vice-presidente (e também vicepresidente administrativo do Núcleo Angus São Paulo), criador Paulo de Castro Marques. A TONINHO SURPREENDEU “Tivemos um juiz estreante – o Toninho – que surpreendeu pela linha de trabalho que desenvolveu e pelas escolhas que fez em pista”, avalia Paulo de Castro Marques. “Durante e após os julgamentos, os comentários do lado de fora da pista foram positivos, o que vem ao encontro dos anseios dos criadores e também do Núcleo de São Paulo e da Brasileira de Angus, que é a atuação de juizes profissionais na raça”, comenta. Castro Marques gostou da representação que viu em Itapetininga e igualmente destacou a presença de um bom número de animados criadores da raça. “A cada certame, a Angus se fortalece mais e conquista novos criadores e investidores no centro do País”, sacramentou. Ainda sobre os julgamentos, ele ponderou que o jurado pode e deve ter suas preferências pessoais, mas precisa examinar uma série de quesitos importantes na seleção da raça e especialmente seguir uma linha de trabalho do início ao final da escolha dos campeões, o que aconteceu em Itapetininga e agradou aos criadores. NÃO MUITOS, MAS BONS “Em Itapetininga, me deparei com uma representação ainda pequena de Angus, na comparação com praças mais tradicionais na raça, mas formada por animais de qualidade e muito bem preparados pelos criadores”, começou dizendo o técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA), veterinário Antonio Francisco Chaves Neto, que atuou como jurado de classificação da mostra. Toninho, como também é conhecido no meio, entretanto, mostrou preocupação com o frame de alguns dos exemplares levados à pista. “Vi animais que, apesar de bem caracterizados racialmente e muito bem nutridos, deixavam a desejar quanto ao frame, que avaliei como menor do que deveriam apresentar, considerando tratar-se de uma genética que vai produzir animais para trabalho de campo”, alertou. “Se bem alimentados chegaram àquele frame”, explicou, “então em condições de campo, com maior carência nutricional, os descendentes não vão dar conta do trabalho, comprometendo a produção ou ainda produzindo indivíduos que não terão a valorização desejada nos frigoríficos”, prospectou, apontando a necessidade de alguns criadores que apresentaram animais em Itapetininga, aumentarem um pouco o tamanho, o frame dos exemplares. Toninho, porém, apontou como altamente positiva a participação da raça na exposição. “Saindo do Rio Grande do Sul, onde existe um grande número de cabanhas com planteis afiadíssimos, no restante do Brasil são raras as vezes onde os criadores e investidores têm a oportunidade de visualizar vários reprodutores Angus juntos numa pista de julgamento. E isto é importante, porque a raça que não é vista, não é lembrada”, alerta. Nesta linha de raciocínio, Toninho defende que a ABA precisa fomentar a presença da raça no maior número possível de exposições pelo País, como forma de se mostrar ao mercado e incrementar sua expansão de forma ainda mais rápida. “Isso sem falar que os criadores precisam se comparar entre si, comparar os trabalhos de seleção, colocando seus animais ao lado dos demais”, sacramentou o jurado. CONFIRA OS DADOS DOS CAMPEÕES ANGUS DE ITAPETININGA GRANDE CAMPEÃ CIA AZUL 0627-C0124 7TROUXAS HBB: 115442 Pel: P Tatuagem: 0627 Nascimento: 04/09/2006 Idade:963d Pai: CIA AZUL 0124 G5480 G5672 HBB: 87572 Mãe: CIA AZUL 041 7TROUXAS GABO 567 HBB: 82572 Peso: 709 Frame: 5,91 Expositor: LUIZ HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES, FAZ. TABAPUA, SÃO PAULO/SP Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃ FATAL 246 DA CORTICEIRA HBB: 114309 Pel: V Tatuagem: P707 Nascimento: 03/10/2006 Idade:934d Pai: TRES MARIAS 5839 QUEBRACHO TE HBB: IA755 Mãe: GENEBRA DA CORTICEIRA G246 HBB: 75967 Peso: 674 Frame: 5,96 Expositor: PARC.CABANHA DA CORTICEIRA E GB AGROPEC, CAB.DA CORTICEIRA/ GB AGROPEC, SÃO BORJA/RS Criador: LUIS ANSELMO CASSOL 3º MELHOR FÊMEA VPJ RED VICOSA HBB: 126456 Pel: V Tatuagem: 064V Nascimento: 28/08/2008 Idade:239d Pai: PASTORIZA 565 BIRGADIER TE HBB: IA796 Mãe: RED STEWART DUCHESS 237M HBB: 93629 Peso: 256 Frame: 4,92 AOL: 44,4 EGS: 5,4 P8: 7,6 Expositor: VALDOMIRO POLISELLI J., VPJ PECUÁRIA, MOCOCA/SP Criador: VALDOMIRO POLISSELI JUNIOR GRANDE CAMPEÃO PWM ILUSTRE TECB 470 HBB: 120707 Tatuagem: 470 Nascimento: 22/05/2007 Idade:703d Pai: DON PANCHO BARTOLOME TE HBB: 75372 Mãe: LEACHMAN DA FUMACA CARINA TEI 99 HBB: 88886 Peso: 849 C.E.: 38.00 Frame: 5,08 AOL: 99,1 EGS:7,6 P8:16,3 Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES, CASA BRANCA AGROPASTORIL, FAMA/MG Criador: PAULO DE CASTRO MARQUES RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO PWM GANESH HBB: 114287 Pel: P Tatuagem: TECB346 Nascimento: 20/07/2006 Idade:1009d Pai: LEACHMAN SAUGAHATCHEE 3000C HBB: IA494 Mae: RECONQUISTA 379 ELIZA G.CANYON MILAGRO HBB: 82140 Peso: 982 Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES, CASA BRANCA AGROPASTORIL, FAMA/MG Criador: PAULO DE CASTRO MARQUES 3º MELHOR MACHO FELIZ 236 KURT WOOPY WW T HBB: 122162 Pel: P Tatuagem: TE236 Nascimento: 13/09/2007 Idade:589d Pai: WESTWIND RITO 8503 DJH 019 HBB: IA367 Mae: CASCAVEL 080 WOOPY TE HBB: 102869 Peso: 598 C.E.: 40.00 Frame: 4.06 AOL: 113.0 EGS:4.3 P8:6.5 Expositor: AUGUSTO VIEIRA DE RUA PINTO GUEDES, CAB. FELIZ, CAMPINA DO MONTE ALEGRE/SP Criador: AUGUSTO VIEIRA DE RUA PINTO GUEDES 30 Maio/Junho de 2009 EXPOSIÇÕES RANQUEADAS Maio/Junho de 2009 31 Outono Angus Show evidenciou a qualidade genética O 5° Outono Angus Show, realizado em conjunto pelo Núcleo Centro Litorâneo de Angus e pela Associação Brasileira de Angus (ABA), de 28 a 30 de maio, durante a Fenasul 2009, no parque Assis Brasil, em Esteio, RS, ganhou especial destaque pela qualidade dos animais expostos. O evento contou com julgamentos de classificação, com mais uma edição do Curso Jurado Jovem desenvolvido pelos técnicos da ABA e a comercialização de exemplares Angus. “ Presidente da ABA e o jurado Gary Latimer Este ano os grandes destaques ficaram para a evolução na qualidade e na apresentação dos animais e também para o crescimento de 10 (no ano passado) para 15 criadores participantes”, apontou a presidente do núcleo, Carla Sandra Staiger Schneider. Novos criadores O evento, que foi acompanhado de perto pelo presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, conforme Carla Schneider, cumpriu com a principal missão do núcleo, que é a de agregar novos criadores à raça. A escolha dos campeões este ano esteve a cargo do fazendeiro canadense Gary Latimer, integrante da diretoria da Associação Canadense de Angus, país que será sede agora em julho, em Calgary (Alberta), o Fórum Mundial de Angus. Criador de Angus em Alberta, onde dirige a Latimer Farm, Gary Latimer evidenciou sua preocupação com a funcionalidade dos animais que examinou em pista. “Eles precisam ser corretos com relação ao standard da raça, mas é fundamental que sejam capazes de cumprir a sua principal meta, que é a reprodução”, sintetizou o jurado, que também prestou bastante atenção na conformação de úbere nas fêmeas e na circunferência escrotal nos machos. Fotos: Felipe Ulbrich/ABA Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FENASUL GRANDE CAMPEÃ MAMIE 2836 DE SANTA BARBARA HBB: 117552 Pel: P Tatuagem: 2836 Nascimento: 14/11/2006 Idade: 925d Pai: BR NIW FRONTIER 095 HBB: IA819 Mãe: BLACBIRD MOM 2296 DE SANBARA HBB: 78887 Peso: 660 Alt: 131 Dent: 4 Frame: 525 Expositor: CABANHA SANTA BÁRBARA, CAB SANTA BÁRBARA, SÃO JERÔNIMO/RS Criador: STEFAN STAIGER SCHNEIDER RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃ TEMIL D031 DEVASA GRAMATICO 1044 HBB: 122727 Pel: V Tatuagem: D031 Nascimento: 11/07/2007 Idade:686d Pai: CATANDUVA GRAMATICO STRYKER 4128TE15 HBB: 75476 Mãe: CATANDUVA 1044 PARIS ME BEEF 588 HBB: 107746 Peso: 676 Alt: 133 Dent: R2 Frame: 625 Expositor: MILTON MACHADO DE SOUZA, CABANHA TEMIL AGROPECUARIA, TAPES/RS Criador: MILTON MACHADO DE SOUZA 3ª MELHOR FÊMEA UMBU 1411 STAMINA TE HBB: 129656 Pel: V Tatuagem: TE1411 Nascimento: 08/09/2008 Idade:261d Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE HBB: IA796 Mãe: UMBU 709 STAMINA HBB: 96522 Peso: 337 Alt: 113 Dent: DL Frame: 550 Expositor: ANGELO BASTOS TELLECHEA, CABANHA UMBU, URUGUAIANA/RS Criador: ANGELO BASTOS TELLECHEA GRANDE CAMPEÃO APB 052 TANGO DA GRUTA HBB: 116213 Pel: V Tatuagem: 052 Nascimento: 20/10/2006 Idade:950d Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE HBB: IA976 Mãe: CATANDUVA 843 NYZA LADIES MEN676 HBB: 98020 Peso: 1040 CE: 4650 Alt: 142 Dent: 4 Frame: 550 Expositor: CLARICE COSTA CALDAS, N.SRA. DA GRUTA, HERVAL/RS Criador: CLARICE COSTA CALDAS RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO SAO BIBIANO WIDESPREAD 6605 TE HBB: 122710 Pel: P Tatuagem: TE6605 Nascimento: 03/08/2007 Idade:663d Pai: WHISTESTONE WIDESPREAD MB HBB: IA603 Mãe: SAO BIBIANO COUNTESS 6212 HBB: 95334 Peso: 874 CE: 3870 Alt: 136 Dent: DL Frame: 500 Expositor: ANTONIO MARTINS B FILHO, CAB SÃO BIBIANO, URUGUAIANA/RS Criador: ANTONIO MARTINS BASTOS FILHO 3º MELHOR MACHO PORSCHE 3921 DE SANBARA HBB: 124619 Pel: P Tatuagem: 3921 Nascimento: 30/04/2008 Idade:392d Pai: BC MATRIX 4132 HBB: IA867 Mãe: GLAMOUR GIRL TE2634 DE SANTA BARBARA HBB: 105886 Peso: 636 CE: 3550 Alt: 133 Dent: DL Frame: 650 Expositor: CABANHA SANTA BÁRBARA, CAB SANTA BARBARA, SÃO JERÔNIMO/RS Criador: CARLA SANDRA STAIGER SCHNEIDER 32 Maio/Junho de 2009 Maio/Junho de 2009 33 Catanduva Red Concert: Angus nas alturas Diferenciado em todos os sentidos, foi o maior evento do ano e provou que investir em promoção e produção de leilões que põe qualidade em pista é lucro certo! Fotos: Horst Knak/Agência Ciranda Logo na chegada, o lugar, o Centro de Eventos do Sport Club Internacional, ao lado do estádio de futebol Gigante da Beira Rio, em Porto Alegre, RS, já chamava a atenção pelo ineditismo da realização, ali, de um pregão de gado fino. Por Eduardo Fehn Teixeira Na medida que se adentrava ao recinto, tudo chamava a atenção pelo bom gosto - um misto de luxo e funcionalidade na decoração do ambiente. Nas paredes, saltavam aos olhos os mui bonitos e desejados quadros – óleo sobre tela – do artista José Acuña, exclusivo de La Victória, todos de motivos rurais, com animais Angus em evidência. E já na entrada, onde José Acuña dava os últimos retoques, ao vivo e a cores, em mais um belíssimo quadro, se começava a escutar, ao longe, um som por certo também inédito em leilões de gado. Só ouvido antes na primeira edição do Catanduva Red Concert, no ano passado. Era a Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro, a executar partituras eruditas, sob a regência do maestro Huberto Gastal Mayer. Surpreendente Quanto mais perto, mais inusitado, mais bonito, mais surpreendente. Uma orquestra sinfônica, música a caráter, violinos, o brilho e o som dos instrumentos no ar. Tudo ali, na frente das pessoas, no palco, que logo depois viraria pista. Passado algum tempo, pessoas já chegadas, acomodadas nas mesas amplas, nova surpresa: uma apresentação de Yoga, pela especialista Sandra Letícia Ramos. Com seus movimentos, ela encantou, impactou. E quando todos se preparavam para o início do pregão, mais novidades à vista: com execução da orquestra de cordas da Ospa, enriquecida pelo tradicionalista Luiz Carlos Borges ao acordeom, a cantora Patrícia Vianna soltou a voz na performance do Hino Rio Grandense. Emoção, comoção, todos em posição de sentido, tocou o coração, aplausos a varrer. Início das vendas Somente aí o primeiro animal encheu a pista. Era o início das vendas da segunda edição do leilão Catanduva Red Concert, concebido por Fábio Gomes e sua filha Fabiana, à frente de uma equipe basicamente capitaniada pela agência D´Fatto + Visual Comunicação Integrada na produção de Comunicação & Marketing e pela leiloeira Trajano Silva Remates, sob o comando do articulado leiloeiro Marcelo Silva. Fábio Gomes, tendo num dos lados sua filha Fabiana e do outro o leiloeiro Marcelo Silva, agradeceu a todos, afirmando que a pecuária ainda é o investimento mais rentável, mais seguro. E a partir daí, o que se viu foi uma sucessão de sucessos em comercialização. Preços nas alturas. O leilão faturou R$ 1.548.240,00, com pista limpa e ágil. Foram negociados 41 lotes, incluindo duas seleções – uma de macho e outra de fêmea. Nas médias, as fêmeas com cria alcançaram a cotação de R$ 48 mil, vacas com prenhez se venderam à média de R$ 24 mil e as novilhas prenhez foram cotadas em R$ 41,2 mil. Outro momento de fortes emoções: o Hino Rio-Grandense Santa Maria 434 Paradisíaca C18TE, arrematada por R$ 120 mil, foi maior preço do leilão Fábio e Fabiana Gomes acompanharam cada lance Nos machos, dois touros Red Angus foram valorizados em R$ 57,6 mil (R$ 28,8 mil cada) e um touro Angus foi vendido por R$ 10.080,00. Os grandes destaques da noite ficaram para as vendas das fêmeas Santa Maria 434 Paradisíaca C18TE, arrematada por R$ 120 mil pelo criador Washington Umberto Cinel, da Brangus Brasil, de Uruguaiana, RS, e a fêmea Catanduva Jurema TE 118, valorizada em R$ 129,6 mil (arrematada em 50%) para a Cabanha Veio Dágua, de Piratini, RS. Destaque também para eleição de fêmea geração 2009, valorizada em R$ 91,2 mil (arremata em 50%) pelo criador Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril. O maior investidor do pregão em quantidade de lotes foi o criador gaúcho Marco Antonio Costa, da Cabanha Terra Costa, de Santo Antônio da Patrulha. Ele adquiriu seis lotes, investindo R$ 146,4 mil. Criadores de Angus de todo o Rio Pintor argentino, José Acuña, mostrou sua técnica ao vivo Grande do Sul e também dos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e ainda do Uruguai, Argentina e Paraguai prestigiaram o leilão. Ênfase à presença da princesa Letícia Daremberg, da Estância Las Rosas, do Uruguai, que arrematou uma fêmea (50%) valorizando o animal em R$ 96 mil. Atração internacional Mas a produção do Catanduva Red Concert não parou por aí. Fechadas as vendas, chegou o momento de subir ao palco uma atração internacional, trazida especialmente para a ocasião: um show da cantora argentina Soledad Pastorutti, considerada a atual musa da música folclórica latino-americana. Para o criador Fábio Gomes, atual vice-presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), os resultados de todos os esforços de sua equipe não poderiam ter sido melhores. “Uma gratificante sensação de haver conseguido convencer o mercado de que a crise se enfrenta produzindo e reproduzindo o que de melhor estiver ao nosso alcance”, resumiu o selecionador. Segundo ele, o êxito do evento deveu-se ao compartilhamento que a Catanduva faz daquilo que tem de melhor e à compreensão de que a pecuária é uma atividade que demanda prazos médios e longos. “Deixar-se de investir um ano significará reflexos negativos daqui há três anos, pois uma vaca leva nove meses para parir e sua cria dois anos para se tornar adulta”, sentenciou. “A retração do mercado colocoume apreensivo com um investimento destinado a reunir e homenagear a elite do Angus. Felizmente o resultado provou minha convicção de que nosso porto seguro é a produção, e não a especulação. De que podemos administrar melhor do que ninguém nosso patrimônio”, afirmou Fábio Gomes. 34 Maio/Junho de 2009 Maio/Junho de 2009 Leilão Reconquista e convidados valoriza fêmeas Foto: Felipe Ulbrich/ABA O 6º Leilão Seleção problemas com excesso de Reconquista e Convidados, chuvas no Norte e Nordesda Reconquista Agricultura te do País, contrastando e Pecuária, em Alegrete, com uma dura estiagem RS, propriedade do criador no Sul e em outros pontos e ex-presidente da Assolocalizados do Brasil. ciação Brasileira de Angus O lote mais valorizado (ABA), José Paulo Dornelem pista foi a fêmea Reles Cairoli, heptacampeão conquista 1220, Grande nacional do Ranking de Campeã das exposições Criadores e Expositores da ranqueadas da ABA de ABA, registrou faturamenAvaré, em São Paulo e de to de R$ 647,6 mil com a Londrina no Paraná. O Lote mais valorizado em pista, Reconquista 1220 venda de 40 fêmeas Angus animal teve 50% negociae uma eleição 2009 por R$ 38 mil. de São Paulo e de outros estados do por R$ 66 mil para a criadora O total foi divulgado pela empre- brasileiros. Lila Tellechea, da Cabanha Paineiras, sa leiloeira responsável pelo pregão, a Realizado na noite de 14 de maio, de Uruguaiana, RS. Também foram Premier Leilões, que teve ao martelo, no Restaurante Internacional do vendidas antiguidades durante o no comando dos lances de pista, o Parque de Exposições Assis Brasil, pregão. O remate contou com a leiloeiro Fábio Crespo. O remate em Esteio, RS, o leilão ocorreu num participação especial da Estância do atraiu tradicionais criadores da raça dos momentos mais delicados para Espinilho, de Roberto Soares Beck, tanto do Rio Grande do Sul como a pecuária, que enfrentava enormes de Cruz Alta, RS. Umbu faz boas vendas em Uruguaiana O leilão Vendas Di re t a s C a b a n h a Umbu, realizado dia 23 de maio, na Cabanha Umbu, em Uruguaiana, RS, e chancelado pela Associação Brasileira de Angus (ABA), comercializou 16 lotes de reprodutoAngelo Tellechea recebeu clientes na Umbu res Angus com média fixada em R$ 4,706 mil. O destaque foi a venda de um Bastos Tellechea faturou R$ 158,22 exemplar Angus PO dupla marca, mil com a venda de 37 lotes de toude tatuagem 1166, arrematado por ros Angus e Brangus. André Aires Gabriel, de São Vicente O maior comprador da raça do Sul, RS, por R$ 5,4 mil. No total Aberdeen Angus foi Luís Alberto do evento, a propriedade de Angelo Carvalho, da Fazenda Rodeio do Posto, de Encruzilhada do Sul, RS, que investiu um total de R$ 19,68 mil. Os animais Angus dupla marca PO alcançaram média de R$ 4,8 mil e os Angus PO R$ 4,71 mil. Segundo Angelo Bastos Tellechea, houve acréscimo nas vendas em relação à edição de 2008, fator que mostra a aceitação do modelo de vendas diretas instituído pela Cabanha Umbu. “Gradativamente essa inovação está sendo reconhecida pelos clientes e nós estamos muito satisfeito com o resultado alcançado”, observou. Tellechea informa ainda que os clientes do Vendas Diretas Cabanha Umbu são de diferentes regiões do RS. Touro Angus é vendido por R$ 10,2 mil no Remate da Cabanha Santa Clara O touro Widespread, um Aberdeen Angus de tatuagem 6357 foi o destaque do 30º Remate de Elite da Cabanha Santa Clara, realizado dia 25 de abril, em São Borja, RS. O animal foi arrematado por R$ 10,2 mil pelo pecuarista Cláudio Silva, titular da Cabanha Guajuvira, em Santo Antônio das Missões, RS. Segundo o proprietário da Cabanha Santa Clara, Edmundo Bárbara Ferreira, mesmo com as dificuldades devido à estiagem no Rio Grande do Sul, vários compradores compareceram ao tradicional remate, que fixou preços de acordo com a realidade. Chancelado pela Associação Brasilei- ra de Angus (ABA), o leilão vendeu doze novilhas PO Red Angus prenhas por R$ 2,4 mil cada; duas vacas PO Red Angus com cria ao pé por R$ 3 mil cada; quinze novilhas Red Angus CA prenhas por R$ 1,25 cada; onze novilhas Angus CA prenhas por R$ 1,2 mil cada; duas novilhas Angus CA vazias por R$ 1 mil cada; três novilhas Red Angus vazias por R$ 1 mil cada; seis novilhas Red Angus definidas prenhas por R$ 1 mil cada;quatro novilhas Red Angus de- finidas vazias por R$ 900,00 cada; cinco novilhas Angus definidas prenhas por R$ 1 mil cada; quatro touros Red Angus CA por R$ 3,15 mil e quatro touros Angus CA por R$ 3,12 mil cada. 35 Seleção GB Corticeira fixou média de R$ 15,65 mil no Paraná Os criadores Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, da GB Agropecuária, Porecatu, PR, e Luiz Anselmo Cassol, titular da Cabanha da Corticeira, São Borja, RS, realizaram no dia 10 de abril, durante a Expo Londrina 2009, o 1º Seleção GB Corticeira e Convidados. Chancelado pela Associação Brasileira de Angus (ABA), o leilão faturou R$ 610,2 mil, com a venda de 39 lotes da raça Aberdeen Angus, obtendo média geral de R$ 15,65 mil. O evento contou com a participação de 13 criadores e teve o escritório Remate Leilões no comando dos negócios. O maior preço da noite foi pago pela fêmea Fatal 246 da Corticeira, arrematada por R$ 84 mil por Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ Pecuária, em Jaguariúna, SP. Outro destaque foi GB Florice 544 Quebracho TE 239, comercializada por R$ 60 mil para a Cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, RS. Segundo o coordenador do evento e criador de Angus, Ivan Magalhães, entre os lotes de prenhezes, destaque para o lote 27, livre escolha a ocorrer na GB Agropecuária, que foi comercializado por R$ 32 mil para Antonio dos Santos Maciel Neto, da FSL Angus Itu, em Itu, SP. Magalhães avaliou positivamente o desempenho do leilão ao citar a presença de grandes criadores e a qualidade genética em pista. “Tivemos uma festa prestigiada com a presença de compradores de várias regiões do País”, valoriza. Um dos administradores da Cabanha da Corticeira, Felipe Cassol, ressalta a qualidade da oferta e o avanço das médias da raça. “O leilão foi muito positivo, conseguimos incremento de 25% na média em relação ao leilão de 2008, mesmo em época de crise”, comemora. Conexão Angus movimenta R$ 299 mil em Londrina Abrindo o calendário de leilões chancelados pela Associação Brasileira de Angus (ABA) em 2009, o 2º Leilão Conexão Angus comercializou um total de R$ 299,17 mil, Machos cruza Angus tiveram preços superiores a R$ 3,20 o kg/vivo no dia 9 de abril, no Recinto Abdedo evento, o técnico da ABA lkarim Janene, durante a Expo Antonio Francisco Chaves Neto Londrina 2009. (Toninho), no setor de animais Foram negociados 296 aniresultantes de cruzamentos com mais cruza Angus e 10 touros Angus, os machos cruza Angus a campo (rústicos) PO, sendo obtiveram preços superiores a estes definidos como animais R$ 3,20 o quilo vivo (kg/vv). de muita precocidade e adapJá as fêmeas cruza Angus saíram tados à região, fixando valor de pista pelo valor superior a R$ médio de R$ 5,824 mil, o que 3,00 o kg/vv. “Tivemos muita representa um crescimento em disputa com compradores da relação ao mesmo evento em região que já cruzam com o 2008, quando os reprodutores Angus e já sabem os excelentes a campo foram vendidos ao resultados deste cruzamento”, preço médio de R$ 5,3 mil. observa o técnico. Segundo o coordenador 36 Maio/Junho de 2009 MEIO AMBIENTE Código Florestal ameaça a produção de alimentos Nem estiagem, nem preços, nem comercialização e muito menos problemas de infraestrutura. A agricultura brasileira vem sendo agitada por queixas de produtores e descontentamento das entidades que representam o setor primário, diante das novas medidas que instituem a Reserva Legal (RL) nas propriedades rurais. De fácil compreensão, mas de difícil execução, o Decreto Nº 6.514, de 22 de julho de 2008, da Presidência da República, também esbarra na burocracia e nos altos custos que oneram o agricultor, além de diminuir áreas, no caso dos pequenos e médios produtores, que antes serviam de lavoura, podendo resultar na redução da produção de alimentos do País. Por Luciana Radicione O decreto, que aplica o novo Código Florestal - alterando o Código Florestal de 1965 -, prevê a aplicação de sanções administrativas aos produtores rurais que descumprirem a determinação de destinação de 20% da área útil para RL. O Art. 43 da atual legislação, prevê multas de até R$ 50 mil por hectare. A legislação também proíbe o plantio em Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são locais de florestas e vegetação localizadas próximas a rios, nascentes, várzeas, encostas e topos de morros. A polêmica está formada e o que se vê é uma avalanche de estudos, propostas e projetos técnicos que visam frear possíveis efeitos da lei ambiental sobre a agropecuária nacional, caso seja aplicada na forma como está. Um das entidades a ir contra os termos da lei que desde 1965 recebeu 11 alterações no seu texto original - é a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entidade, presidida pela senadora e produtora rural Kátia Abreu (DEM-TO), defende a criação de um novo código, que dê autonomia aos estados e municípios para criarem suas próprias leis, de acordo com suas características e peculiaridades ambientais. A proposta se baseia no artigo 24 de Constituição Federal - segundo o qual a União é quem deve traçar as linhas gerais sobre o meio ambiente, mas os estados e os municípios as executam segundo suas peculiaridades regionais, como já ocorre em setores como a saúde e a educação. De acordo com Kátia Abreu, não é possível estabelecer uma regra ambiental para o Brasil inteiro. Ao lembrar que muitos agricultores desmataram suas propriedades antes mesmo da criação da lei, a senadora defende o princípio do direito adquirido, ou seja, as áreas ocupadas com plantio devem ser poupadas no novo código florestal defendido pela entidade. que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, deveria reconhecer todas as propostas da Agricultura, como um primeiro passo para que possa haver concordância sobre o assunto na esfera de governo. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, se diz inclinado a dar um tratamento diferenciado aos pequenos proprietários quanto ao fato de considerar as APP como parte da cota da RL. “No caso das pequenas propriedades é razoável a reivindicação. No caso de uma grande propriedade de milhares de hectares no cerrado eu vejo que não. Porque o cerrado está muito agredido, a caatinga está muito agredida, o número de espécies ameaçadas de extinção está crescendo muito e eu acho que é razoável intensificar a produção inclusive recuperando áreas degradas. Nós estamos concluindo o zoneamento econômico ecológico, estamos apoiando o pagamento por serviços ambientais para os agricultores Pecuarista perderia áreas de pastagem em favor de florestas recuperarem e abrimos uma linha de Segundo a dirigente da CNA, se a agrícola nacional. R$ 1 bilhão, com 12 anos de carência legislação atual fosse cumprida ao pé Entre as ações que serão levadas para os agricultores recomporem as suas da letra e na sua totalidade, mais da ao conhecimento do Congresso Na- reservas legais”, declara Minc. Essa nova metade do território brasileiro deveria cional estão: somar APPs (Áreas de linha de crédito a que se refere o minisser coberto com florestas, restando Preservação Permanente) com as de tro chama-se “Pró-Recuperação”, e tem menos da metade para a agricultura e a reserva legal, recomposição da reserva prazo de vinte anos para pagamento, pecuária, incluindo aí áreas urbanas. legal com o uso de espécies arbóreas com 12 de carência. “O dinheiro já Em meio a audiências públicas econômicas, possibilidade de com- está sendo liberado e quem desejar realizadas em conjunto com entidades pensação da reserva legal fora da bacia maiores informações, pode procurar as que defendem reformas no código hidrográfica ou do Estado, permitir a agências do Banco do Brasil e do Banco ambiental, a CNA entende que a continuidade das atividades agropecu- da Amazônia”, informa. ciência é quem Para o deve pautar as presidente da Há os que defendem que cada Estado elabore seu plano discussões sobre SRB, Cesário o assunto daqui ambiental, mas o certo é que o Brasil precisa realizar Ramalho, é para frente, e que praticamente uma reforma ambiental justa ou vai dar um tiro no pé todos os Estados impossível que sejam ouvidos os produtores pela União. “A lei de hoje não traz árias em APPs consolidadas (topos de brasileiros consigam cumprir todas resultados e ainda pune com rigor o morro, encostas, várzeas), aumentar o as obrigações que constam no atual produtor”, disse. prazo previsto para a compensação da Código Florestal, pois foi criado por reserva Legal iniciando a contagem na ambientalistas em uma época onde a Governo e entidades apoiam publicação da lei, o uso das APP’s deve realidade era completamente diferente proposta alternativa. ser atribuição dos Estados com base na da atual. Ele ressalta que o setor proO Ministério da Agricultura, orientação dos zoneamentos ecológicos dutivo quer trabalhar conforme o que junto com a Sociedade Rural Brasi- econômicos, desmatamento zero no diz a legislação, mas não debruçada leira (SRB), ou seja, poder público e bioma amazônico e flexibilização da sobre “uma lei defasada criada quando a privado, estão somando esforços para legislação aos pequenos produtores, produção de alimentos no Brasil ainda o estabelecimento de uma legislação que não têm condições financeiras de tinha o caráter de subsistência.” adequada ao cenário produtivo do País. se adequar às normas da compensação Embora reconheça grandes obstáO ministro da Agricultura, Reinhold ambiental. culos em se mudar as regras vigentes, Stephanes, afirma que a permanência Embora não esteja claro quais para o dirigente o Código Florestal é do código inviabiliza a existência de são os pontos de discordância entre um retrocesso à atual economia brametade das propriedades rurais do os ministérios do Meio Ambiente e o sileira, especialmente num País como País - atingindo cerca de um milhão da Agricultura em relação ao Código o Brasil, que exporta 30% do que de produtores ou 20% da produção Florestal, o ministro Stephanes acredita produz para mais de 100 países. “O Brasil incomoda muita gente, por isso tem muita ONG internacional que diz ser ambientalista interferindo nesse processo”, reclama. No Rio Grande do Sul, a Federação da Agricultura (Farsul) faz parte de um grupo de trabalho que vai formular suas propostas de alteração da lei ambiental. A entidade, junto com o governo gaúcho, pleiteia regras ambientais específicas para o Rio Grande do Sul. Para o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, há o entendimento da necessidade de se adequar o código às características do Estado, de forma a dar maior tranqüilidade aos produtores. Assim como no resto do País, a preocupação reside na obrigação de destinar 20% da área para reserva legal, além de outras regras presentes nas normas das APPs. Estudo da Farsul estima que o impacto da lei sobre o agronegócio gaúcho será uma redução de 20% da área ocupada com grãos e pasto (gado), o que equivale a um recuo de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. “Precisamos crescer, e não recuar”, reclama Sperotto. No Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o mesmo que bancada ruralista, se debruça sobre uma proposta ambiental nacional com base técnica e científica, e conta com o apoio de 208 deputados e 35 senadores. “A polêmica ainda nem começou, e considero fundamental a participação de estudos da Embrapa na discussão”, constata o presidente da FPA, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que defende a manutenção da agropecuária com a criação de um código que respeito quem produz e encontre harmonia entre o produzir e o preservar. A FPA defende que cada Estado possa elaborar o seu próprio código ambiental, de acordo com suas peculiaridades locais com base no zoneamento agroecológico econômico. “Se quase todo o Brasil virar uma floresta, quem vai pagar essa conta”, questiona, lembrando que o País tem atualmente 280 milhões hectares de terras aproveitadas (sendo 200 milhões para pecuária e 80 milhões para a agricultura), e que se aplicada a lei de 1965, seria necessário suprimir 100 milhões de hectares por força da proteção ambiental. “Ou o Brasil se torna um competidor com uma reforma ambiental justa ou vai dar um tiro no pé”, afirma. MEIO AMBIENTE Maio/Junho de 2009 37 Pesquisas mostram impacto da lei e revelam pontos polêmicos Projetos científicos que revelam distorções do Código Florestal em relação à realidade do País não faltam. Recentemente dois pesquisadores da Embrapa participaram de audiência pública no Senado, onde apresentaram informações técnicas sobre a ocupação de terras. Um deles é o estudo “Alcance Territorial da Legislação Ambiental e Indigenista, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda. D e acordo com o estudo, excluindo as áreas protegidas pela União, Estados e terras indígenas, sobram como terras virtualmente disponíveis para o uso na agricultura 6.220.534 km² - 73,05% do território brasileiro. A aplicação das percentagens previstas de reserva legal sobre essas áreas resultaria em um valor total de 2.685.542 km² - 31,54%. Com isso, as áreas de preservação destinadas à reserva legal teriam um valor total superior ao total das áreas protegidas e juntas, com 4.979.884 km² ou 58,48%. O estudo conclui que as áreas protegidas mais a reserva legal somariam 5.000.000 km², mais da metade do território nacional. Na conclusão do estudo, os pesquisadores da Embrapa argumentam que as leis, decretos e resoluções que visam à proteção ambiental não contemplam as realidades socioeconômicas e a história da ocupação de terras no Brasil. “Os resultados dessa pesquisa são inequívocos. Em termos legais, apenas 29% do País seria passível de ocupação agrícola. Cerca de 71% do território está legalmente destinado a minorias e a proteção e preservação ambiental. Como na realidade, mais de 50% do território já está ocupado, configura-se um enorme divórcio entre a legitimidade e a legalidade Lavouras de arroz de várzea estariam na ilegalidade, segundo o novo código Produtor precisaria implantar áreas de preservação, perdendo terras produtivas do uso das terras e muito conflitos”, revela o estudo. As medidas previstas no código de 1965 colocam na ilegalidade grande parte da produção pecuária e de arroz de várzea do Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranhão; a produção de búfalos no Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão; o café em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia; a maçã em Santa Catarina; a uva e o vinho no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo; a pecuária no Pantanal; a pecuária leiteira em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo; a cana-de-açúcar em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste; os reflorestamentos em Minas, São Paulo, Maranhão e Tocantins; a pecuária de corte em grande parte do Brasil; a citricultura em São Paulo, Bahia e Sergipe; a irrigação em todo o Nordeste; a mandioca no Nordeste e Amazonas; o tabaco em Santa Catarina e Bahia; a soja em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Paraná, entre outros. Já Gustavo Ribas Curcio, da Embrapa Florestas, em sua apresentação no Senado sobre as APPs abordou as regras para as APPs, especialmente às ligadas as margens dos rios e topos de morros. Seu estudo revelou que em relação às margens dos rios o que define o poder ou não ser plantado são fatores como declive, profundidade e qualidade do solo. Segundo ele, o código florestal não define essas características, que são detalhes técnicos indiscutíveis e que influem de forma decisiva sobre a questão. No seu estudo, que ele espe- ra que possa embasar discussões sobre mudanças na lei, fica claro que diversos fatores precisam ser levados em consideração antes de se definir o que e em quais limites pode ser explorado, e dá o recado: sistemas de preservação (APPs) devem harmonizar com os sistemas de produção, levando em consideração as potencialidades e as fragilidades das paisagens (clima, geologia, geomorfologia, pedologia, hidrologia e biologia). “Se houver alguma mudança no código não acredito que deva contemplar detalhamentos regionais, pois essa questão, em meu entendimento, cabe aos Estados. Mas o código deve conter normativas mais gerais, que podem e devem ser respeitadas para o maior detalhamento no âmbito estadual”, comenta. De acordo com ele, a participação dos Estados já é prevista para os casos de especificidade local, assim como a dos municípios. “Se o Estado continuar totalmente submisso ao código será difícil o reordenamento parcial dos sistemas produtivos nas paisagens regionais o que, necessariamente, implicará em não contemplar as fragilidades ambientais de cada ecossistema”, afirma. Curcio acredita que a participação da ciência na reestruturação do Código Florestal será um grande avanço, uma vez que suas propostas estão “livres de compromissos ideológicos e políticos”. O que diz a lei vigente Reserva legal – As florestas e outras formas de vegetação nativa são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: - 80%, na propriedade rural localizada em área de floresta na Amazônia Legal; - 35%, na propriedade em área de cerrado na Amazônia Legal, sendo, no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada no regime de imóveis competente; - 20%, na propriedade situada em área de floresta ou outras áreas de vegetação nativa nas demais regiões do Brasil; - 20%, na propriedade localizada em área de campos gerais em qualquer lugar do Brasil. APPs – Florestas e demais e demais formas de vegetação natural que estejam situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso de água desde o seu nível mais alto, em faixa marginal, cuja largura mínima deverá ser: - 30 metros para cursos d’água com menos de dez metros de largura; - 50 metros para cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; - 100 metros para cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; -200 metros para cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; -500 metros para cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros. APPs também são florestas e outras áreas nativas localizadas: - ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios de água naturais ou artificiais; - nascentes de rios e “olhos d’água”, em qualquer situação topográfica, em um raio de 50 metros de largura; - topo de morros, montes, montanhas e serras; - encostas com declividade superior a 45º; - restingas; - bordas de tabuleiros ou chapadas; -altitude superior a 1.800 metros, em qualquer vegetação. Fonte: Agência Senado 38 Maio/Junho de 2009 PERFIL Casa Branca integra o primeiro time da raça Angus Dirigindo quatro estabelecimentos no interior mineiro e mato-grossense, o empresário Paulo de Castro Marques é um dos fortes criadores de Angus, surgidos no Brasil Central no final do século 20, através de seu estabelecimento, a Casa Branca Agropastoril. Pecuarista há cerca de três décadas, Paulo Marques atuava na pecuária de leite, passando a investir em gado de corte, em especial no Angus, há cerca de dez anos. A Paulo de Castro Marques pós algumas pesquisas, optamos pelo Angus, dando prioridade inicialmente às linhagens vermelhas, e a seguir também aos tradicionais produtos pretos - explica o criador, hoje reconhecido como um entusiasta da raça, que marca presença em praticamente todos os eventos de Angus no Brasil e ocupa uma das vice-presidências da Associação Brasileira de Angus (ABA). Um dos primeiros investimentos de destaque realizados pela Casa Branca foi a concretização de uma parceria com a Cabanha norte-americana Ubar, que resultou na importação do touro Ubar Grand Prix 102, que havia sido campeão norte-americano da raça. Com o negócio, a Casa Branca passou a integrar o primeiro time dentro da raça, obtendo, na ocasião, o grande campeonato na Feicorte edição 2003. De lá para cá, investimentos e premiações de pista passaram a integrar o dia a dia do criador Paulo de Castro Marques, que trouxe para a raça Aberdeen Angus vários outros criadores. Com escritórios na capital paulista, a empresa possui a fazenda Água Limpa, onde é realizado todo o trabalho laboratorial, tais como transferências, embriões, inseminações, etc.; a Pinhal, onde são criados os gados de elite Simental e Angus; e a Casa Branca, onde é criado o gado de corte (de produção) e são feitos testes de campo com os reprodutores puros. Nas fazendas são utilizadas pastagens de tanzânia, brizanta e silagem de capim e de cana, além de suplementação mineral em todos os níveis. Buscando sempre o aperfeiçoamento de seu quadro profissional, a empresa tem como responsáveis pela área de reprodução, o Dr. Carlos Antônio de Carvalho Fernandes (veterinário); Seleção Zootécnica e criação – o Dr. Leonardo Pinheiro Machado (veterinário); Sanidade – a cargo de Luiz Rossini. E na condução das propriedades e negócios, Paulo de Castro Marques conta sempre com o apoio de seu filho, Paulo Wickbold Marques. Com cerca de 450 cabeças de Angus, sendo principalmente da linhagem vermelha, Paulo de Castro Marques justifica “nosso trabalho na raça é selecionar animais para a monta natural nos estados da Região Centro-Oeste brasileira, com a finalidade da cruza industrial. Buscamos animais com frame entre 6,5 e 7, que se enquadram corretamente no biótipo buscado no Brasil, viabilizando também o cruzamento dos os zebuinos”. No apuro genético, a Casa Branca Agropastoril acelerou seu ingresso no Angus realizando investimentos permanentes em animais de performances comprovadas. “Procuramos buscar animais nos melhores plantéis canadenses, americanos e brasileiros, que representam o melhor da raça. O que nos levou a importar o grande campeão norte-americano foi uma oportunidade de parceria que conseguimos junto à Ubar, e porque julgamos estar muito próximo ao animal que estávamos procurando”, resume Paulo Marques, informando que o touro foi negociado para a central Lagoa da Serra. O retorno dos investimentos, explica, está diretamente ligado à comercialização de sêmen, embriões e produtos gerados a partir de um plantel de elevada pressão seletiva. Para o cruzamento industrial, a Casa Branca disponibiliza o touro Bullseye 3M, que também está na Lagoa da Serra. Ele foi eleito Campeão Nacional Bezerro 2002 em Rio Preto e Campeão Nacional Júnior Menor 2003 na Feicorte. Outro foco das apostas da Casa Branca é o cruzamento com zebuinos. “O potencial é excelente, ainda mais quando os produtores passarem a receber cada vez mais pela qualidade da carcaça”, destaca. A empresa segue investindo na fazenda do Mato Grosso para a produção de animais em cruzamento com o Nelore e com grandes expectativas, diante da possibilidade de atingir o mercado externo através de parcerias que estão a caminho. Participante das promoções da raça Angus, Castro Marques considera as exposições ótimos eventos, porém precisam estar mais próximas da realidade das fazendas. Segundo ele, “os programas genéticos são o grande fato positivo, pois são a garantia de um animal de melhor qualidade e mais produtivo no futuro”, conclui, incentivando o crescimento do produtivo Programa Carne Angus Certificada. Parte do plantel de vacas Angus da Casa Branca MOVIMENTO Maio/Junho de 2009 Semeia Genética/Select Sires promove Jornada Técnica O evento é uma realização da parceira da ABA, a empresa Semeia Genética/Select Sires A Semeia Genética/Select Sires promove nos dias 11 e 12 de junho, no Rio Grande do Sul, a Jornada Técnica Genética que Produz e Reproduz. A atividade terá como foco a seleção genética objetiva e a avaliação da conformação em bovinos de corte e a produção de carne com qualidade, e será realizada juntamente com a Associação Brasileira de Angus ABA) e a Associação Brasileira de Hereford e Braford. Jornada Técnica terá atividade teórica no Auditório da Farsul, em Porto Alegre, RS, e Dia de Campo no interior gaúcho. Na quinta-feira, dia 11, ocorre o seminário e painéis técnicos com os temas: Avaliação da Conformação dos Bovinos, Seleção Genética Objetiva, Produção de Novilhas de Reposição e Produção de Carne de Qualidade. Serão palestrantes o especialista em Genética de Corte da Select Sires, Dr. Aaron Arnett, Ph.D.; o professor de Reprodução Bovina na Universidade do Mississipi (EUA), Justin Rhinehart, P.h.D.; o presidente A da Associação Brasileira de Hereford e Braford, Fernando Lopa; o médico veterinário Fernando Velloso, representando a ABA; e o médico veterinário Felipe Escobar, da Semeia Genética. Na sexta-feira, dia 12, o Dia de Campo vai acontecer na Cabanha S2, propriedade da Agropecuária HJ, em Taquara, RS, e na Fazenda Santa Tereza, em Camaquã, RS, de Paulo Azambuja. Os temas serão: Treinamento Prático na Avaliação de Bovinos, Como Identificar um Bom Touro, Identificação de Boas Vacas e Aplicação dos Conceitos de Seleção em Rebanhos Comerciais. As inscrições são gratuitas para a parte teórica e, para a prática, R$ 30,00, valor do deslocamento. Neste caso, o comprovante de depósito deve ser repassado pelo fax 51 3346.3675 juntamente com nome completo e o número da carteira de identidade. As inscrições têm número limitado e devem ser feitas com Leila, no fone 51 3222.9688 ou no e-mail [email protected]. Haverá tradução simultânea. 39 Liquidez no II Leilão Preferencial Angus e Cruzas Mais uma vez a genética Angus teve pista limpa para os 300 animais apresentados em pista. Aconteceu no ll Leilão Preferencial Angus e Cruzas, realizado conjuntamente pelo Sindicato Rural do Rio Grande, presidido pelo atual dirigente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, pelo Núcleo Sudeste de Criadores de Angus e Querência Negócios Rurais, no dia 21 de maio, no Sindicato Rural de Rio Grande, em Rio Grande, RS. As vaquilhonas AD de sobreano fizeram média de R$ 1 mil e as vacas Angus com cria sem registro de R$ 1,6 mil. Já as terneiras foram valorizadas em R$ 2,85 kg/vivo, enquanto os terneiros fizeram média de R$ 2,75 kg/vivo. O maior vendedor foi Edson Walmor Neto Jaques e o maior comprador foi Alan Ritter, ambos de Rio Grande, RS. Prestigiaram o evento como vendedores a Cabanha Cannaã, de Auri Celso, e Campos da Barra Pecuária e Adm. Ltda., de Ronaldo Zechlinski de Oliveira, também diretor de Exposições do Sindicato Rural do Rio Grande. Durante o evento foram apregoados lotes de vaquilhonas tatuadas CA e AD e touros PO, CA e gado geral cruzas Angus. Ranking Angus 2009 - resultados parciais Incluídas as primeiras quatro Exposições Ranqueadas (Emapa/Avaré, Londrina, Itapetininga e Uruguaiana) da Associação Brasileira de Angus (ABA), o Ranking de Argola está sendo liderado por José Paulo Dornelles Cairoli, proprietário da Reconquista Agropecuária, Alegrete/RS, tanto na modalidade de criador, como na de expositor. Em segundo lugar, está a Cabanha Rincon Del Sarandy, de Uruguaiana/RS. No segmento de criador, o terceiro lugar está sendo ocupado por Luis Anselmo Cassol, Cabanha da Corticeira, de São Borja/RS. No segmento Expositor, o terceiro lugar até agora é da parceria Cabanha da Corticeira e GB Agropecuária. Já entre os rústicos, computados os resultados da Exposição de Outono de Uruguaiana, a liderança é da Cabanha Rincon Del Sarandy, seguida por Eduardo Macedo Linhares (Gap Genética) e Ângelo Bastos Tellechea (Cabanha Umbu). Veja os resultados parciais nas tabelas abaixo. Ranking Argola Criador Ranking 2009 – Parcial Exposições EMAPA/Avaré - Londrina - Itapetininga - Uruguaiana Posição Criador Propriedade Cidade/UF Pontos 1 JOSE PAULO DORNELLES CAIROLI RECONQUISTA AGROPEC ALEGRETE/RS 4.668 2 CAB. RINCON DEL SARANDY CAB. RINCON DEL SARANDY URUGUAIANA/RS 3.330 3 LUIS ANSELMO CASSOL CABANHA DA CORTICEIRA SÃO BORJA/RS 2.221 4 ANTONIO DOS SANTOS MACIEL NETO FAZENDA SÃO LUIZ SÃO PAULO/SP 1.760 5 ROBERTO SOARES BECK ESTÂNCIA DO ESPINILHO CRUZ ALTA/RS 1.497 6 ANTONINO SOUZA DORNELES ESTÂNCIA OLHOS D’AGUA ALEGRETE/RS 1.389 7 VALDOMIRO POLISSELI JUNIOR VPJ PECUÁRIA MOCOCA/SP 1.361 8 SUSANA MACEDO SALVADOR CIA AZUL AGROPECUÁRIA URUGUAIANA/RS 1.349 9 AGROPECUARIA FUMACA LTDA FAZENDA FUMACA PARANAPANEMA/SP 10 PAULO DE CASTRO MARQUES CASA BRANCA AGROPECUÁRIA FAMA/MG Ranking Argola Expositor Ranking 2009 – Parcial Exposições EMAPA/Avaré - Londrina - Itapetininga - Uruguaiana Posição Criador Propriedade Cidade/UF Pontos 1 JOSÉ PAULO D. CAIROLI RECONQUISTA AGROPEC ALEGRETE/RS 4.732 2 CAB. RINCON DEL SARANDY CABANHA RINCON DEL SARANDY URUGUAIANA/RS 3.330 3 LUIZ HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES FAZENDA TABAPUÃ SAO PAULO/SP 2.175 4 PARC.CAB. CORTICEIRA /GB AGROPEC CAB.DA CORTICEIRA/ GB AGROPEC SÃO BORJA/RS 2.125 5 ANTONIO DOS SANTOS MACIEL NETO FAZENDA SÃO LUIZ ITU/SP 1.760 6 PAULO DE CASTRO MARQUES CASA BRANCA AGROPAST. FAMA/MG 1.440 7 VALDOMIRO POLISELLI JR VPJ PECUÁRIA MOCOCA/SP 1.361 8 ELOY TUFFI FAZENDA MC ESP. SANTO PINHAL/SP 1.210 9 ROBERTO S. BECK EST. DO ESPINILHO CRUZ ALTA/RS 1.120 10 ANTONINO SOUZA DORNELES ESTÂNCIA OLHOS D’AGUA ALEGRETE/RS 1.075 Ranking de Rústicos Expositor e Criador - PARCIAL Exposições: URUGUAIANA Posição Expositor Propriedade Cidade/UF Pontos 1 CABANHA RINCON DEL SARANDY CAB. RINCON DEL SARANDY URUGUAIANA/RS 795 2 EDUARDO MACEDO LINHARES GAP GENETICA URUGUAIANA/RS 451 3 ANGELO BASTOS TELLECHEA CABANHA UMBU URUGUAIANA/RS 362 1.236 4 ANTONIO MARTINS BASTOS FILHO CABANHA SAO BIBIANO URUGUAIANA/RS 303 1.234 5 JOAQUIM FRANCISCO B DE ASSUMPÇÃO MELLO FAZENDA SANTA EULALIA PELOTAS/RS 207 40 Por que a Tristeza Parasitária é tão preocupante? Maio/Junho de 2009 INFORME PUBLICITÁRIO Por Octaviano Alves Pereira Neto Os surtos de Tristeza Parasitária Bovina (TPB) no outono são freqüentes e provocam perdas que vão desde a morte de animais ao atraso no desenvolvimento e falhas reprodutivas do rebanho. Indivíduos acometidos podem levar até 90 dias para retornar à condição normal, gerando prejuízos e custos adicionais ao produtor. o Anuário 2008/2009 da Raça Aberdeen Angus discutiu-se conceitos básicos sobre o tema, mas restam dúvidas sobre o controle e a prevenção da TPB, especialmente nos momentos de pico de infestação, quando o desafio supera o a imunidade e ocorrem surtos da doença. Avaliando a dinâmica populacional do carrapato, no outono se observa a 3ª geração de carrapatos, formada pelo acúmulo de ovos e larvas liberados desde a primavera/ verão. O aumento na temperatura média do ambiente tem proporcionado condições para o surgimento de N uma 4ª geração ou ainda a presença constante de carrapatos durante todo o ano, mesmo naqueles locais aonde eram sazonais. O conceito que “carrapato não dá no inverno” é algo ultrapassado. Ao analisar os dados referentes a 221 surtos de TPB atendidos pelo Laboratório Regional de Diagnóstico, UFPel, no período de 1978 a 2005, Almeida et al. (2006) observaram que 60,9% dos casos envolviam a Babesia spp (destes, 41,1% por B. bovis), 29,4% o Anaplasma spp e 9,5% foram infecções mistas. Os casos eram oriundos de regiões endêmicas para a doença, demonstrando variações na proteção imune. A prevenção dos surtos pode ser obtida pelo controle racional do carrapato e o uso de premunição, quando do transporte de animais desde regiões livres de carrapato, animais sem imunidade, para área de risco, são formas de manter o desafio imunogênico, sem a ocorrência de casos clínicos . Por que ocorrem surtos de Tristeza Parasitária, mesmo em animais já carrapateados? A imunidade dos bovinos contra a Tristeza Parasitária é temporária, ou seja, não havendo estímulo constante pela ação dos agentes da doença, ocorre sua redução ou mesmo perda completa da proteção. Situações desencadeadoras de estresse, tais como a desmama, transporte, troca de dentes ou deficiências nutricionais podem levar à quebra da imunidade também. Variações na população de carrapatos e na imunidade ao longo do ano favorecem o aparecimento de surtos. O carrapato no bovino se alimenta e injeta os agentes causadores da TPB através da saliva, podendo tanto desencadear o quadro clínico da doença, como ao mesmo tempo, estimular a formação de anticorpos. Sua ausência completa leva à perda da imunidade e a predisposição à doença quando o desafio retorna. São comuns as recomendações de banhos supressivos a cada 21 dias, visando reduzir a carga parasitária. Este procedimento pode levar a dois problemas: 1) uma intensa pressão de seleção sobre a população de parasitos-alvo; e, 2) a quebra da imunidade, pois remove o de- safio do carrapato na estimulação da formação e manutenção da resposta imune dos animais. O mesmo ocorrendo pelo uso constante de ivermectina como um carrapaticida, o que além de comprometer a imunidade, ainda favorece a formação da resistência parasitária dos carrapatos e dos parasitos gastro-intestinais. Uma ferramenta importante neste processo são os inibidores do crescimento de insetos, como os a base de fluazuron (Acatak®), que permitem que larvas e ninfas inoculem os agentes da TPB antes de sua morte, sem prejuízos à produtividade animal, com a formação e manutenção da imunidade. Os dados do passado e do presente demonstram que no futuro devemos aprender a conviver com estes parasitos, mantendo infestações controladas em níveis sub-clínicos, ou seja, que não provoquem prejuízos desempenho do rebanho, mas favoreçam a formação e a manutenção de uma sólida imunidade contra a Tristeza Parasitária Bovina. Méd. Vet., Mestre em Zootecnia Gerente Técnico – Bovinos ® Marca Registrada da Novartis, AG, Basiléia, Suíça. informações – [email protected] Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis Saúde Animal OPINIÃO Maio/Junho de 2009 41 Manejo da vaca de corte: do inverno à parição o que certamente dificulta a tomada de decisões especialmente em períodos críticos do ano, como o inverno, onde a disponibilidade e a qualidade da forragem caem drasticamente. Além disso, alguns eventos climáticos como estiagens prolongadas, podem, em determinados períodos, agravar a situação de déficit alimentar. Nesses casos é indicada a construção de um plano emergencial, de curto prazo, ou seja, dentro do ciclo biológico corrente, preparando os ventres para o inverno com foco na parição de primavera: Figura 1. Exigências nutricionais (energia líquida Mcal/ dia) de vacas de corte multíparas conforme o estágio do ciclo produtivo (parto em 01/09 e desmame em 01/03) Por Julio Otavio Jardim Barcellos e Leonardo Canali Canellas O planejamento é uma parte essencial de qualquer empresa, e a produção de bovinos não é exceção. Na fase de cria, esse planejamento está baseado no ciclo biológico da vaca, o qual é representado pelos 365 dias do ano, onde 280 dias são caracterizados pela a gestação e os 85 dias restantes destinados ao puerpério e à reconcepção. N a maioria dos sistemas de cria do Rio Grande do Sul, a estação de acasalamento das vacas é realizada na primavera/verão com os partos ocorrendo na primavera seguinte. Nesse caso, os meses de inverno coincidem com um período no qual a vaca está seca, e, portanto não necessita destinar energia para lactação, o que ocorrerá após o parto de primavera, momento em que se eleva significativamente sua demanda energética (Figura 1). Por outro lado, durante os meses de inverno há também um aumento nas necessidades energéticas para a manutenção da gestação. Esse fato, aliado ao previsto aumento da demanda energética no pós-parto, sugere que seja reali- zado um planejamento alimentar para os meses de inverno, permitindo que a vaca possa parir com condição corporal adequada (ECC= 3, em uma escala de 1 a 5). Dentro de um sistema produtivo organizado, onde planejamento estratégico, fluxo de informações e análises sistêmicas são práticas realizadas constantemente, a tomada de decisão é fundamentalmente baseada em um planejamento de longo prazo. No manejo do rebanho de cria, esse plano normalmente prevê as necessidades nutricionais das categorias animais envolvidas, adequando a demanda de nutrientes com a disponibilidade e a capacidade de que essa demanda seja atendida por meio dos recursos alimentares disponíveis pelo produtor ao longo do ano. Entretanto, nem todos os estabelecimentos possuem um planejamento estratégico bem organizado no que tange à nutrição do rebanho, Identificar e separar as vacas prenhes do restante do rebanho, a partir do diagnóstico de gestação; Avaliar a condição corporal de todas as vacas gestantes no início do inverno (meados de junho); Separar as vacas por idade (multíparas e primíparas); Separar as vacas de pior condição corporal, destinando-as a potreiros com melhores pastos; Fornecer suplemento mineral de boa qualidade; Avaliar criteriosamente a quantidade a e qualidade de forragem que será disponibilizada aos ventres durante o período; Caso haja previsão de déficit alimentar até a parição, buscar alternativas de suplementação, considerando sempre a relação benefício:custo; Caso haja necessidade, reduzir a lotação do campo através da venda de vacas de descarte; Em torno de 15 dias antes do início da parição, organizar as vacas em lotes por previsão de data de parto; Realizar nova avaliação da condição corporal dos ventres, dando atenção especial ao manejo alimentar das vacas em pior condição corporal; Na medida em que vão ocorrendo os partos, colocar as vacas paridas em potreiro reservado. Os itens relacionados acima representam algumas alternativas que podem servir para minimizar os efeitos negativos do inverno sobre a eficiência reprodutiva do rebanho de cria. No entanto, é fundamental a realização de um planejamento de longo prazo que considere as alternativas alimentares e de manejo disponíveis dentro de um período de no mínimo um ano. Elevados índices de produtividade em rebanhos de cria só serão alcançados caso haja o entendimento dos diversos fatores que geram algum tipo de influência sobre o ciclo produtivo da vaca. Nenhuma decisão deve ser tomada sem considerar o impacto que a mesma exercerá sobre o restante do ciclo biológico da fêmea e, sobretudo, no sistema de produção como um todo. Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegocios e Departamento de Zootecnia – UFRGS [email protected] Um renascimento descrito numa carta - 1 Por Stefan Staiger Schneider possibilitadas através da união da Ankony com a Rishel Angus. A reputação e a progênie dos touros com o afixo “B/R” não devem ser estranhas aos brasileiros que se dedicam à seleção de reprodutores Aberdeen Angus e permanentemente aperfeiçoam o seu plantel. “B/R” é o afixo da Rishel Angus, que produziu touros como B/R New Frontier 095, B/R Midland e o famosíssimo B/R New Design 036, os quais são três de uma lista de importantes raçadores. Pois bem, essa propriedade e a totalidade de seu plantel foram adquiridas no ano 2008 pela Ankony Angus Corporation, a qual novamente renasce e está em expansão nos Estados Unidos com novos proprietários. Quem revela isso e muito mais é Virgil Lovell, um dos donos da nova Ankony. Através de uma calorosa carta endereçada à criadora Carla Sandra Staiger Schneider, apontada por Lovell como a maior importadora de animais Ankony na América do Sul, ele descreve os objetivos da iniciativa e apresenta algumas interessantes previsões para o futuro da raça Angus que serão onforme já escrevi numa série de 4 artigos que foram publicados no Angus@newS em 2005 e 2006, a Ankony foi a maior selecionadora de reprodutores Angus do mundo durante várias décadas do século XX, teve diversos proprietários e parceiros e foi também onde Lee Leachman, pai de Jim Leachman (fundador da extinta Leachman Cattle Company e proprietário da Leachman Cattle Barons), trabalhou como administrador antes de ter a sua própria propriedade, o Leachman Angus Ranch. Fundada em 1935 pelo grande empresário Allan Ryan, Presidente da mundialmente conhecida empresa de máquinas de escrever Royal, desde o princípio a Ankony Angus Corporation pautou o seu programa de seleção no estudo da genética dos bovinos Angus e na pesquisa de métodos de manejo inteligentes. Os animais com afixos Ankonian e Ankony, com o passar dos anos, se tornaram sinônimo de força e pureza racial no Angus, transmitindo indi- C vidualidade e valor à sua progênie. A performance individual dos animais tornou-se o fundamento dos trabalhos de seleção. A Ankony Angus Corporation, através do Dr. Robert Long, desenvolveu o Ankony Evaluation System – o Sistema de Avaliação Ankony – pelo qual pioneiramente todos os seus animais passaram a ser pesados ao nascer, na desmama e no sobreano, iniciando, assim, um dos mais completos sistemas de informações acerca de bovinos de carne na pecuária da época e que, vários anos mais tarde, serviria de modelo para a criação do Promebo (da ANC Herd-Book Collares). O Dr. Bob Long, como era conhecido, também foi o primeiro a colocar em prática um sistema de avaliação da musculatura, do Frame, da conformação, da caracterização racial e da precocidade sexual de bovinos. De fato, o Dr. Long teve a sensibilidade de perceber que a tarefa de selecionar e comercializar reprodutores precisava ser modificada para atender às demandas da Cadeia Produtiva da Carne e do mercado ágil americano. Os proprietários de rebanhos comerciais não aceitavam mais animais leves, pequenos, graxentos e de pouca precocidade sexual e de terminação. Eles queriam animais maiores, mais eficientes sexualmente e com produção de carne marmorizada, apresentando pesos maiores no momento de vendê-los aos frigoríficos. Nas pistas, a Chicago International Exposition - que detinha até o início da década de 1970 o prestígio que a Exposição de Denver detém hoje – se tornou o palco de ostentação da Ankony Angus Corporation. Em Chicago, os produtos Ankony conquistaram mais prêmios do que os próximos 3 concorrentes somados. E a tradição de vitórias tanto com animais de argola quanto rústicos continuou na National Western Stock Show de Denver nas décadas de 1970 e 1980. Aliás, nos anos 1980, o plantel Ankony foi o primeiro do mundo a ser analisado por ultra-sonografia quanto a características como, por exemplo, a Área de Olho de Lombo, a Gordura Intramuscular e a Espessura de Gordura entre a 12a e a 13a costelas. Além disso, foi o primeiro plantel e confirmar as prenhezes das suas matrizes por meio do ultra-som. Isto porque esta tecnologia foi desenvolvida pela Texas Tech University em parceria com a Ankony Angus Corporation. Criador de Angus Obs.: Continua na próxima edição 42 Maio/Junho de 2009 PARCEIROS ABA sela parceria com CRI Genética Equipe da CRI Genética “Acreditamos que esta parceria será muito produtiva tanto para a CRI quanto para a raça Angus”, avalia o diretor da CRI Genética Brasil, médico veterinário Dr. Auro Andrade. Segundo ele, com esta aliança, selada a partir de abril deste ano com a Associação Brasielira de Angus (ABA), a CRI busca a oportunidade de estreitar relações com a raça, seus criadores, selecionadores e investidores. “A Angus é a principal raça tanto em criação como em comercialização de sêmen no segmento corte europeu, tanto no Brasil como também há muitos anos é raça líder nos Estados Unidos, onde está a matriz da CRI”, justifica o dirigente, observando que a CRI é uma empresa focada na comercialização de sêmen de bovinos, materiais e acessórios de inseminação artificial, cujo escritório central no Brasil está localizado em São Carlos, no interior de São Paulo - SP. “Temos a certeza de que vamos poder contribuir para o aprimoramento da seleção genética Angus no Brasil”, enfatizou Andrade. Já para o presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, a CRI possui um perfil de qualidade genética através de seus produtos, o que também é buscado pela associação de Angus. Francisco Marcelo Aragão, também diretor da CRI Genética, ressalta que a parceria com a ABA permitirá o desenvolvimento de um trabalho mais eficiente de aproximação com os selecionadores e produtores que utilizam a eficiente genética Angus. “Vamos oferecer mais opções de material genético qualificado aos associados da Angus, o que irá significar a ampliação da parcela que a CRI Genética detém do mercado de corte nacional”, garante Aragão. A CRI Genética é uma empresa da CRI (Cooperative Resources Internacional), cooperativa norte-americana que em 60 países comercializa mais de 7,5 milhões de doses de sêmen ao ano. Utilizar o carrapaticida que ainda está funcionando até esgotá-lo é um erro Por gerar danos tão graves aos bovinos, o carrapato é um parasito que requer muita atenção e cuidados no seu combate. Determinadas orientações que ouvimos no dia-a-dia, partindo de pessoas não especializadas, muitas vezes, podem representar uma grande armadilha ao pecuarista. Refiro-me, nesse momento, a uma recomendação comum no mercado, que diz o seguinte: “se o carrapaticida que você utiliza ainda apresenta resultados satisfatórios, continue utilizando e só mude para algo diferente quando o período residual diminuir sensivelmente, ou seja, quando não funcionar mais”. Se o amigo pecuarista já ouviu algo semelhante, saiba que, infelizmente, esta prática induz a uma falha grave que poderá resultar em perdas imensuráveis. O objetivo desse artigo é alertar a todos pecuaristas sobre este risco e demonstrar uma forma mais racional e com melhor custo-benefício para o combate do carrapato. É sabido que o uso intensivo de um mesmo princípio ativo no combate ao carrapato leva ao desenvolvimento de mecanismos de resistência por parte deste parasito. De uma forma simples, significa que o carrapato ao ser freqüentemente atacado por uma molécula que possui o mesmo mecanismo de ação, desenvolve resistência a esse ativo, visando a sua sobrevivência e de sua espécie. Este mecanismo de defesa ao princípio ativo é transmitido às futuras gerações do parasito. A rotação de princípios ativos retarda este processo, pois uma molécula nova elimina aqueles indivíduos que vinham tornando-se resistentes a uma outra antiga. Quando falamos de “diferentes princípios ativos” é importante entender que tratam-se de moléculas distintas e não apenas diferentes marcas comerciais, que tenham o mesmo mecanismo de ação. A orientação de um veterinário auxiliará na correta escolha do produto. Atualmente, o princípio ativo que apresenta resultados contundentes no controle de carrapatos é o fluazuron, encontrado no mercado sob a marca comercial ACATAK®. O carrapato, por não ter ainda desenvolvido mecanismos de resistência contra esse produto, faz com que o ACATAK® seja um forte aliado do pecuarista para se utilizar em rotação com outro carrapaticida que esteja apresentando uma eficácia satisfatória na propriedade. Isso torna-se ainda mais importante nos dias de hoje, já que há poucos princípios ativos no mercado que atuam satisfatoriamente no controle do carrapato (lembre-se que não estamos falando de marcas comerciais) e não há previsão de novos lançamentos nos próximos anos. Devemos portanto, preservar os produtos existentes, evitando perdê-los definitivamente para o combate dos carrapatos. E a melhor forma para isso é alternar o uso do carrapaticida tradicional que se vem utilizando, com outro carrapaticida que possua comprovadamente um mecanismo de atuação diferente, como é o caso do ACATAK®. Em resumo, amigo pecuarista: ACATAK® é reconhecido como um produto altamente eficaz no controle do carrapato, mas muitos ainda retardam o seu uso, como se o preservassem para um momento futuro, quando nenhum outro produto estiver funcionando. Isso é justamente o que devemos evitar, pois quando nada mais funcionar bem, o próprio uso de ACATAK® estaria comprometido no médio/longo prazos, já que a pressão de uso de um único produto (ACATAK®) provavelmente comprometeria também sua eficácia. Portanto, o segredo é simples: utilize ACATAK® agora de forma alternada com outro carrapaticida que ainda apresente algum resultado satisfatório, preservando os mecanismos de ação diferentes no combate ao carrapato. Assim, será possível obter um controle muito mais eficaz, racional e econômico no médio prazo. Nota copyright – 2009 – Novartis Saúde Animal – Direitos Reservados – Proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização. ABA renova parceria com Semeia Genética Léo Fraga Warszawsky e o presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello Pelo terceiro ano consecutivo, a Associação Brasileira de Angus (ABA) renova a parceria com a Semeia Genética, empresa que promove seleção e melhoramento genético através da inseminação artificial, com sede em Porto Alegre - RS. A assinatura da renovação ocorreu no dia 28 de abril, na sede da ABA, em Porto Alegre - RS. Desde 2007 a Semeia Genética interage com a ABA na promoção de ações integradas nas áreas promocional e técnica. “A Semeia Genética, com touros equilibrados, sempre procurou agregar reprodutores de excelente fenótipo e desempenho e se sente orgulhosa em renovar pelo terceiro ano seguido esta parceria com a Associação Brasileira de Angus, que vem desenvolvendo um ótimo tra- balho na promoção e melhoramento da raça Aberdeen Angus no Brasil”, avalia o sócio-gerente da Semeia Genética, Léo Fraga Warszawsky. Segundo ele, a Semeia colabora com o desenvolvimento da raça e tem como retorno a visibilidade de sua marca. Por sua vez o presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, observa que a Semeia Genética se caracteriza pela alta qualidade dos seus produtos e pela tradição no mercado onde atua há mais de 30 anos no setor. “É com muita satisfação que renovamos essa parceria, diante da elevada qualificação dos produtos e da conduta que a Semeia Genética vem desempenhando no segmento de melhoramento genético”, afirma o presidente. Afonso da Motta assume Conselho de Administração da Angus O criador e executivo Afonso Antunes da Motta é o novo presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Angus (ABA). Motta, que substitui Reynaldo Titoff Salvador (que ocupou o cargo no biênio 2007/2008), foi eleito por aclamação em reunião realizada em Porto Alegre em 31 de março último. Titular da Fazenda Cerro do Dinheiro, em Alegrete, RS, Afonso da Motta responde pelo Conselho de Administração da ABA durante o biênio 2009/2010. “Estou me preparando para ingressar na carreira política, o que acredito ser positivo para o trabalho que vamos realizar junto ao Conselho de Administração da Angus. É um cargo de representação, de consultoria, de articulação, e vou somar forças com a diretoria da entidade e criadores, sempre com o foco voltado à meta maior, que é a valorização da raça e especialmente da carne Angus”, sintetiza o dirigente. Para o presidente da Associação Brasileira de Angus, Joaquim Fran- cisco Bordagorry de Assumpção Mello, o novo presidente do Conselho de Administração da ABA tem muito a colaborar, especialmente a partir de sua experiência administrativa. “Afonso da Motta foi eleito por aclamação pelos conselheiros, o que revela o consenso em torno de seu nome. Além de ser um criador expressivo de Angus, com sua visão empresarial pode prestar enorme contribuição à raça, da mesma forma que vem colaborando para o fortalecimento do agronegócio, através de seu trabalho como vicepresidente Institucional do Grupo RBS, com ação nitidamente voltada ao Canal Rural”, avalia Mello. O Conselho de Administração da ABA é formado por membros eleitos e por membros natos (expresidentes da ABA). Dentre as ações desenvolvidas pelo Conselho destacam-se a formulação de políticas, a colaboração na forma de consultoria nas diretrizes administrativas da Diretoria da entidade e a produção de pareceres sobre os assuntos previstos no Estatuto da associação. OPINIÃO Maio/Junho de 2009 43 Elasticidade - baboseira da demanda por carne bovina Figura 1. Queda esperada para o consumo de carne bovina (tec) e o equivalente em número de bovinos (cabeças de 16,5 arrobas) em função da retração do consumo per capita (10% a 100%) sobre 2% da população brasileira Por Fabiano R. Tito Rosa São vários os fatores que afetam a demanda por carne bovina. Os mais importantes são de ordem econômica, tais como a renda da população, o próprio preço da carne e o preço de proteínas concorrentes, por exemplo. Sobre esses fatores, vários estudos (culminando em modelos e equações matemáticas de toda ordem) foram desenvolvidos, com o objetivo de antecipar e/ou prever o comportamento do consumo. O que se tem por certo é que a demanda por carne bovina é elástica, em função de renda. Acontece que essa relação já foi mais acentuada. No Brasil, há alguns anos, a elasticidaderenda da demanda por carne bovina girava em torno de 1. Ou seja, a cada 10% de aumento de renda, o consumidor aumentava em 10% o consumo de carne bovina. Hoje, porém, ela está próxima de 0,4 a 0,5, ou seja, a cada 10% de aumento de renda, o brasileiro aumenta, em média, 5% o consumo de carne bovina. O perfil dos gastos das famílias mudou. As despesas com carne bovina concorrem com as contas de telefone celular e de TV a cabo, por exemplo. Além disso, os consumidores estão mais exigentes, deixando de se amolar apenas com o valor do bife na gôndola do supermercado. Por fim, a concorrência com a carne de frango está cada vez mais acirrada, seja em função de preço, seja em função do mix de produtos (mais opções de escolha), seja em função de qualidade de vida. Afinal, a carne branca tem um forte apelo relacionado à boa saúde. Neste artigo eu quero tratar das questões não-econômicas relacionadas ao consumo de carne bovina. Divagar um pouco sobre a importância da imagem e da informação. Na verdade, retomo o tema do artigo “Carne bovina: cuidado com as meias verdades”, que também foi publicado no jornal Angus@newS. O problema Há alguns meses uma pecuarista, cliente da Scot Consultoria, nos ligou indignada. Ela havia sido convidada para uma reunião de pais e mestres na escola de seu filho caçula e, quando lá chegou, foi surpreendida por uma apresentação sobre a importância de se reduzir o consumo de carne vermelha, a fim de reduzir os impactos sobre o meio ambiente. Acredito que eu até já tenha descrito essa passagem em algum outro artigo. Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br As questões renda e preço estão perdendo importância na decisão de compra do consumidor, dando lugar a dados como qualidade de produto e de processo, responsabilidade sócio-ambiental, do bem estar animal e outros aspectos não econômicos De toda forma, alguém já parou para avaliar o resultado de campanhas difamatórias desse tipo? Eu sei da elasticidade-renda da demanda por carne bovina. Mas alguém parou para analisar a elasticidade-propaganda contra a carne? A elasticidade-artistas globais metendo o pau na picanha? Podemos nomear essa variável de elasticidade-baboseira da demanda por carne bovina. Há alguns anos, quando eu comecei a dar mais atenção a ações dessa natureza, me parecia que elas gozavam de um potencial de alcance bastante limitado. Hoje confesso que estou bem preocupado. O fato é que os fatores relacionados à renda e ao preço estão perdendo importância na decisão de compra do consumidor. Ainda são os mais relevantes, é verdade, mas a balança está pendendo cada vez mais para o lado da qualidade (de produto e de processo), da responsabilidade sócio-ambiental, do bem estar animal (e tem muita gente que defende que bem estar é sinônimo de interrupção dos abates) e de outros aspectos não econômicos. Por conta disso, ações como as da direção da escola da nossa cliente tendem, cada vez mais, a produzir resultados reais. E esses resultados não nos interessam nem um pouco. Aos números Façamos um exercício rápido. A população brasileira é de cerca de 190 milhões de habitantes, com consumo per capita anual médio estimado em 38 kg (estou arredondando os números). Imagine que, influenciados pela propaganda anti-carne, 2% dos brasileiros reduzam em 25% o consumo anual do produto. Isso significa uma retração de demanda da ordem de 36,10 mil toneladas equivalente carcaça (tec) ao ano, o equivalente a 146 mil cabeças de 16,5 arrobas. Parece pouca coisa, mas não é. Esse montante equivale, por exemplo, a mais ou menos o abate do Rio Grande do Norte. É o suficiente para abastecer um frigorífico de porte médio durante um ano inteiro. Será que do jeito que a coisa anda, um ajuste dessa magnitude (queda de 25% no consumo sobre apenas 2% da população brasileira) não é factível em médio prazo? Dê uma olhada na Figura 1. Simulamos a queda esperada para o consumo total de carne bovina no Brasil, e o que isso representa em cabeças bovinas, em função da retração aleatória do consumo per capita, mantendo estável o alcance dessa retração sobre apenas 2% da nossa população. Veja que se 2% da população brasileira reduzisse entre 65% e 80% o consumo anual de carne bovina, a tão comemorada reabertura do mercado chileno serviria apenas para tapar esse buraco. Não acrescentaria nada. São várias as considerações que podemos fazer sobre este ensaio. Uma delas é o fato de que a melhoria de renda, atuando sobre a população mais pobre, poderia anular os impactos que a propaganda destrutiva teria sobre o consumo de carne bovina junto aos brasileiros mais abonados. De toda forma, não podemos esquecer que a elasticidade-renda da demanda por carne bovina está em queda (isso é fato!). E que a população mais pobre tem no frango uma opção de preço atraente, com imagem bem menos distorcida. Nas minhas andanças tenho visto muita indignação, por parte de pecuaristas, compradores de gado e profissionais do setor de insumos, em função das campanhas difamatórias que instem em apontar a pecuária como a raiz de todos os problemas que hoje afligem a humanidade. Mas está na hora de partirmos da indignação para a ação. Na Scot Consultoria temos dedicado um bom tempo à elaboração de artigos e análises em “defesa” da imagem da nossa cadeia produtiva, respondendo a acusações e apresentando saídas para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, considerando questões econômicas e sócio-ambientais. Outro dia até arrisquei fazer uma apresentação sobre pecuária em um evento organizado por estudantes de biologia. Foi divertido. Convido os nossos leitores a colaborarem, através de sugestões de pauta, de idéias e (quando toparem com uma) do envio dessas matérias tendenciosas que adoram meter o pau na pecuária de corte, para que possamos rebatê-las. Vamos elevar o nível desse debate. Zootecnista- Scot Consultoria [email protected] 44 Maio/Junho de 2009