Relatório de Auditoria - Tribunal de Contas do Estado do Ceará
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Relatório de Auditoria - Tribunal de Contas do Estado do Ceará
Programa de Modernização do Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios - PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Tribunal de Contas do Estado do Ceará Relatório de Avaliação PEQUENOS SISTEMAS SIMPLIFICADOS DE ABASTECIMENTO D'ÁGUA EM COMUNIDADES RURAIS “Mais do que uma necessidade, a água é um direito a vida, um direito humano e de todos os seres vivos. A busca da efetivação desse direito tem marcado as relações entre o homem e o meio semiárido”. Pacto das Águas Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, 2008 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Agradecimentos da Equipe de Auditoria A realização da auditoria operacional foi possível devido ao apoio incondicional da Presidência e da Secretaria de Controle Externo deste Tribunal, à parceria firmada com a Superintendência de Obras Hidráulicas - SOHIDRA e à colaboração dos órgãos que prestaram informações necessárias ao desenvolvimento deste trabalho. Destaca-se também a cooperação das Prefeituras que auxiliaram de forma cordial o trabalho de campo e dos líderes comunitários das localidades visitadas, que ofereceram relevantes esclarecimentos à equipe de Auditoria. Por fim, deixa-se consignados nossos agradecimentos aos operadores dos Sistemas, bem como a população entrevistada, que com suas participações na pesquisa, contribuíram para agregar valor à auditoria e ajudar na formulação de recomendações para melhorar o desempenho da Ação, objeto desta avaliação. i Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais LISTA DE SIGLAS COGERH – Companhia de Gestão de Recursos Hídricos CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais DASUB – Diretoria de Águas Subterrâneas EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GAO – Grupo de Auditoria Operacional IDH – Índice de Desenvolvimento Humano MAPP – Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários MIN – Ministério da Integração Nacional MMA – Ministério do Meio Ambiente ONU – Organização das Nações Unidas PPA – Plano Plurianual PROMOEX – Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios Brasileiros SOHIDRA – Superintendência de Obras Hidráulicas SRH – Secretaria dos Recursos Hídricos TCE/CE – Tribunal de Contas do Estado do Ceará LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Execução Orçamentária – Ação 10740, exercício de 2008 Quadro 2 – Execução Orçamentária – Ação 10740, exercício de 2009 Quadro 3 – Classificação de Desempenho segundo Índice de Desempenho Orçamentário de Programas Quadro 4 – Municípios/Localidades com Sistemas Instalados, que não possuem Termo de Doação ou Servidão Pública ii Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Quadro 5 – Municípios/Localidades em que beneficiários afirmaram que o sistema não é para o uso de todos Quadro 6 – Percentual executado da Ação 10740, exercícios 2008 – 2009 Quadro 7 – Sistemas visitados segundo Municípios e responsabilidade pelo pagamento da energia elétrica Quadro 8 – Sistemas visitados com dessalinizadores instalados, segundo Município / Localidade Quadro 9 – Sistemas visitados sem funcionar segundo Município / Localidade Quadro 10 – Localidades que usam controle eletrônico na distribuição de água LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Delimitação do Semiárido Cearense. Figura 2 – Domínios Geológicos do Ceará. Figura 3 – Sistema com acesso restrito. Localidade Martins – Coreaú. Figura 4 – Sistema com acesso restrito. Localidade Mosquito – Quixeramobim. Figura 5 – Sistema com Dessalinizador. Localidade Juá / Camurupim – Amontada. Figura 6 – Dessalinizador. Figura 7 – Sistema sem Dessalinizador. Localidade Lagoa dos Gatos / Fazenda Nova – Tejuçuoca. Figura 8 – Sistema sem Dessalinizador. Assentamento Hilário Marques – Localidade Vaca Serrada IV – Madalena. Figura 9 – Sistema com defeito – ausência de bomba. Localidade Baixio do Canto – Baixio. Figura 10 – Sistema com defeito – ausência de bomba. Localidade Triunfo – Ibaretama. Figura 11 – Sistema que nunca entrou em funcionamento. Localidade Oiticica – Quixeramobim. Figura 12 – Sistema que nunca entrou em funcionamento. Localidade Rodelas – Amontada. Figura 13 – Rejeito despejado diretamente no solo. Localidade São José dos Mocós – Santa Quitéria. Figura 14 – Rejeito despejado diretamente no solo. Localidade de Coité – Irauçuba. Figura 15 – Esquema do processo de dessalinização. Projeto Água Doce – Russas iii Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Figura 16 – Tanques para criação de tilápia. Projeto Água Doce – Russas. Figura 17 – Monitoramento do desenvolvimento da tilápia. Projeto Água Doce – Russas. Figura 18 – Área de plantio de erva-sal (Atriplex nummularia). Projeto Água Doce – Russas. Figura 19 – Criação de caprinos. Projeto Água Doce – Russas. Figura 20 – Sistema com controle eletrônico na distribuição de água. Agrovila São Vicente – Quixeramobim. Figura 21 – Fornecimento de Água para Animais. Localidade Saco dos Bois – Santa Quitéria. Figura 22 – Lavagem de Roupa. Localidade Olho d’Água dos Dianos – Catunda. iv Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Sumário 1 – Introdução ................................................................................................................................................ 1.1 – Antecedentes ......................................................................................................................................... 1.2 – Contextualização da Ação ....................................................................................................................... 1.3 – Visão Geral da Ação ............................................................................................................................... 1.3.1 – Relevância do Tema ............................................................................................................................. 1.3.2 – Aspectos Orçamentários ...................................................................................................................... 1.3.3 – Atores principais da Ação .................................................................................................................... 1.4 – Objetivo e escopo da Auditoria ............................................................................................................... 1.5 – Metodologia ........................................................................................................................................... 1 1 1 1 1 4 6 6 7 1.5.1 – Modelo do Estudo .................................................................................................................. 7 1.5.2 – Populações estudadas ........................................................................................................................... 8 1.5.3 – Seleção da Amostra .............................................................................................................................. 8 1.5.4 – Limitação da Auditoria ........................................................................................................................ 8 1.6 – Forma de organização do relatório ......................................................................................................... 9 2 – A escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contempla critérios de equidade? ......... 10 3 – As metas estabelecidas para a Ação foram cumpridas durante o período auditado? ...................... 14 4 – A operação e manutenção dos Sistemas estão sendo feitas de forma a garantir sua sustentabilidade? ..................................................................................................................................... 15 5 – Em que medida a Ação tem contribuído para suprir a carência de água para consumo humano? 26 6 – Conclusão ................................................................................................................................................. 28 7 – Proposta de Encaminhamento ................................................................................................................ 29 8 – Apendices .................................................................................................................................................. 8.1 – Matriz de Planejamento .......................................................................................................................... 8.2 – Análise Stakeholder ................................................................................................................................ 8.3 – Mapa de Processos .................................................................................................................................. 8.4 – Mapa de Produto ..................................................................................................................................... 8.5 – Análise SWOT ........................................................................................................................................ 8.6 – Diagrama de Verificação de Risco - DVR .............................................................................................. 8.7 – Matriz de Achados .................................................................................................................................. 8.8 – Roteiro de Entrevista Estruturada com Beneficiários do Sistema .......................................................... 8.9 – Roteiro de Entrevista Estruturada com Operadores do Sistema ............................................................. 8.10 – Roteiro da Inspeção Física do Sistema ................................................................................................. 30 31 35 37 39 40 41 42 48 51 54 9 – Anexos ....................................................................................................................................................... 55 9.1 – Referências .............................................................................................................................................. 56 9.2 – Legislação ............................................................................................................................................... 58 v Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 1 - Introdução 1.1 - Antecedentes O presente trabalho de auditoria, terceiro na modalidade operacional, consolidou a participação do Tribunal de Contas do Estado do Ceará – TCE/CE no Grupo de Auditoria Operacional – GAO, integrante do Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios Brasileiros – PROMOEX. Em 2010, o GAO/PROMOEX sugeriu avaliar a Função Saneamento, concedendo aos Tribunais de Contas a possibilidade de escolherem o Programa/Ação a ser auditado. Nesse sentido, o Presidente do TCE/CE autorizou a realização da auditoria, por meio da Portaria nº 112/2010 que designou a equipe de servidores para realizá-la. Com base em levantamentos realizados pela equipe de Auditoria Operacional do TCE/CE, na Função Saneamento, selecionou-se o Programa 729 - Suprimento Hídrico para Centros Urbanos e Rurais, especificamente a Ação 10740 – Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água em Comunidades Rurais, tendo em vista os critérios de relevância e de materialidade. 1.2 – Contextualização da Ação A Ação 10740 - Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água integra o Programa 729 – Suprimento Hídrico para Centros Urbanos e Rurais, que tem como objetivo garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas das populações urbanas e rurais do Estado. Essa Ação destina-se a instalar, perfurar, recuperar e dessalinizar poços para o abastecimento de comunidades rurais. Sua origem emana do PPA de 1995-1998, com a previsão da instalação de cerca de 1.800 poços, alguns inclusive com dessalinizadores, beneficiando várias comunidades rurais, com reflexos positivos na melhoria das condições de saúde das populações atendidas, sob a designação 10659 Implantação de Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água. A partir do PPA 2008-2011, a Ação passou a ter a atual denominação. A gerência do Programa fica a cargo da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH e a implementação da Ação está centralizada na Superintendência de Obras Hidráulicas – SOHIDRA, executada por sua Diretoria de Águas Subterrâneas - DASUB, que verifica in loco a possibilidade de instalar o sistema de abastecimento de água, mediante solicitação dos municípios/comunidades. 1.3 - Visão Geral da Ação 1.3.1 – Relevância do tema No ano 2000, a Organização das Nações Unidas – ONU, que considera a água alimento essencial e patrimônio público, promoveu o evento Cúpula do Milênio, oportunidade em que foi 1 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais firmado Pacto Mundial, do qual o Brasil é signatário, considerando o direito à alimentação como um dos direitos fundamentais da humanidade. Uma das metas fixadas na Cúpula do Milênio foi reduzir pela metade o número de pessoas que não dispõem de água potável, até 2015 (ONU,2000). A falta de recursos hídricos afeta severamente as condições de sobrevivência da população que reside no semiárido brasileiro, estimada em mais de 18 milhões de pessoas. Dessa população, praticamente a metade vive na zona rural e convive com os problemas ocasionados pela seca (SILVA, 2003). Segundo estudos produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA do Semiárido, 550 mil estabelecimentos rurais da região ficam sem água de qualidade para consumo humano ou animal, dois meses após o encerramento do período de chuvas (SOUZA, 2005). A região semiárida se caracteriza por apresentar alto risco de seca (> 60%), baixas precipitações pluviométricas (< 800 mm), índice de aridez (máx. 0,5), altas temperaturas do ar (> 24°C) e do solo (podem atingir 60°C), alternância entre período chuvoso (fevereiro até abril) e seco (julho até novembro) e evapotranspiração anual elevada (>2000 mm). (COLLARD, 2010). Segundo o Ministério da Integração Nacional – MIN, o Estado do Ceará possui 86,8% da sua área inserida na região do semiárido brasileiro, Figura 1. Figura 1 Delimitação do Semiárido Cearense. Fonte: Ministério da Integração Nacional. 2005 2 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Outras características marcantes do semiárido são (CEARÁ, 2008): • Embasamento cristalino predominante; • Cobertura vegetal de caatinga; • Solos geralmente rasos, pouco permeáveis e sujeitos a erosão; • Rios, em sua maioria, intermitentes; • Eventos hidrológicos extremos frequentes: secas e cheias; • Escoamento específico reduzido (4 l/s/km²). O Estado do Ceará, assim como a maioria dos estados do Nordeste, enfrenta problemas ligados à falta de água e, consequentemente, à fome, ocasionados pelos frequentes períodos de estiagem, que caracterizam o clima semiárido desta região. Nesses períodos de chuvas escassas ou inexistentes, os pequenos mananciais de superfície geralmente secam e os grandes chegam a atingir níveis críticos, provocando muitas vezes colapso no abastecimento de água. Dentro desse panorama, aumenta a importância da água subterrânea, que representa, muitas vezes, o único recurso disponível para o suprimento da população. Vale ressaltar que 97% da água doce existente no planeta se encontra depositada nos lençóis subterrâneos. (ANA, 2002) O Ceará possui 75% de solo cristalino (Figura 2), no qual as águas subterrâneas acumulamse em fraturas das rochas, formando aquíferos de baixa produtividade, com predominância de água salobra. Figura 2 Domínios Geológicos do Ceará. Fonte: FUNCEME. 2008 3 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM cerca de 5.000 pequenas comunidades no Ceará possuem água com alto teor de salinidade, nas quais vivem 200.000 famílias (PINHEIRO, 2001). Nessas comunidades, a instalação de dessalinizadores se faz necessária. O processo de dessalinização usualmente adotado no semiárido nordestino, devido à sua relação custo x benefício, é o de osmose reversa, que se caracteriza pela simplicidade e robustez do equipamento, baixos custos de instalação e operação, incluindo o consumo de energia e de mão de obra na operação, capacidade de tratar volumes baixos a moderados de água bruta e excelente qualidade da água tratada. (SOARES, 2006) Estudos comprovam ser plenamente justificável fazer investimentos em melhorias da qualidade da água destinada ao consumo humano no meio rural, por terem influência na fixação das famílias nesse ambiente (PINHEIRO, 2001). Como reflexo dessa realidade, o Governo do Ceará vêm adotando medidas que visam garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade, contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas das populações, mediante a implementação da Ação. 1.3.2 - Aspectos orçamentários O orçamento da SOHIDRA relativo ao exercício financeiro de 2008, consignado na Lei Orçamentária Anual – LOA, foi de R$ 12.502.311,00. Desse montante, R$ 5.429.100,00 estavam alocados para a Ação 10740 – Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água em Comunidades Rurais, o que corresponde a 43,42% do orçamento. Após suplementação de créditos do Orçamento, o valor orçado para a Ação atingiu o montante de R$ 9.510.592,24. Sua execução foi de R$ 7.729.683,18, o que representa 81,27% dos créditos autorizados, conforme Quadro 1. Quadro 1 Execução Orçamentária – Ação 10740, exercício de 2008 FUNÇÃO: SANEAMENTO - SUBFUNÇÃO: SANEAMENTO BASICO RURAL PROGRAMA: 729 - SUPRIMENTO HÍDRICO PARA CENTROS URBANOS E RURAIS AÇÃO: 10740 - IMPLEMENTACAO DE PEQUENOS SISTEMAS SIMPLIFICADOS DE ABASTECIMENTO NATUREZA DA DESPESA 33903000 - MATERIAL DE CONSUMO 33903300- PASSAGENS E DESPESAS COM LOCOMOCAO 33903900 - OUTROS SERV DE TERCEIROS P JURIDICA 44903000 - MATERIAL DE CONSUMO 44905100 - OBRAS E INSTALACOES 44905200 - EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE TOTAL ORÇADO 67.653,00 14.000,00 10.347,00 1.541.213,02 7.534.669,22 342.710,00 9.510.592,24 EXECUTADO 19.560,00 13.905,36 10.347,00 1.541.177,74 5.832.195,08 312.498,00 7.729.683,18 Fonte: Sistema Integrado de Contabilidade – SIC No exercício de 2009, a dotação orçamentária da SOHIDRA foi de R$ 15.995.564,00, sendo destinados para a Ação o valor de R$ 6.488.494,00, o que corresponde a 40,56% do orçamento. 4 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Após suplementação de créditos do Orçamento, a Ação atingiu a cifra de R$ 10.475.929,93. Sua execução foi de R$ 6.278.141,15, o que representa 59,92 % dos créditos autorizados, conforme Quadro 2. Quadro 2 Execução Orçamentária – Ação 10740, exercício de 2009 FUNÇÃO: SANEAMENTO - SUBFUNÇÃO: SANEAMENTO BASICO RURAL PROGRAMA: 729 - SUPRIMENTO HÍDRICO PARA CENTROS URBANOS E RURAIS AÇÃO: 10740 - IMPLEMENTACAO DE PEQUENOS SISTEMAS SIMPLIFICADOS DE ABASTECIMENTO NATUREZA DA DESPESA ORÇADO 33903000 - MATERIAL DE CONSUMO 33903300 - PASSAGENS E DESPESAS COM LOCOMOCAO 33903900 - OUTROS SERV DE TERCEIROS P JURIDICA 44404200 – AUXILIOS 44903000 - MATERIAL DE CONSUMO 44905100 - OBRAS E INSTALACOES 44905200 - EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE TOTAL DA AÇÃO 92.917,20 15.849,65 32.337,72 220.000,00 1.554.810,99 8.399.517,20 160.497,17 10.475.929,93 EXECUTADO 0,00 15.849,65 32.337,72 220.000,00 1.473.244,40 4.381.584,11 155.125,27 6.278.141,15 Fonte: Sistema Integrado de Contabilidade – SIC O TCE-CE avalia os Programas de Investimento do Governo do Estado relacionados à implementação de direitos fundamentais sociais (educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, assistência aos desamparados, etc.), segundo seu desempenho orçamentário, mediante os seguintes índices: • Faixa 1 – até 25% de realização do Programa; • Faixa 2 – de 25,01% a 50% de realização do Programa; • Faixa 3 – de 50,01% a 75% de realização do Programa; • Faixa 4 – a partir de 75,01% do Programa. Traçando um paralelo a conceitos de insuficiente a ótimo, quanto ao desempenho dos Programas de Governo, pode-se classificá-los segundo os estratos apresentados no Quadro 3. Quadro 3 Classificação de Desempenho segundo Índice de Desempenho Orçamentário de Programas. Faixa 1 2 3 4 Índice de Desempenho Orçamentário de Programas até 25% de 25,01% a 50% de 50,01% a 75% a partir de 75,01% Classificação de Desempenho (1) Insuficiente Regular Bom Ótimo Fonte: Relatório Anual das Contas do Governador – Exercício de 2009 (1) Classificação de Desempenho adotada pela Auditoria. 5 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Dessa forma, como o percentual de execução da Ação foi 81,27% e 59,92%, nos anos de 2008 e 2009, respectivamente, pode-se classificar seus desempenhos orçamentários como “Ótimo” e “Bom”, nesses anos. Convém esclarecer que a Ação 10740 - Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água em Comunidades Rurais passou a ter essa denominação em 2008, até então, era nomeada Implantação de Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água, sob o código 10659. Vale ressaltar que a antiga Ação 10659 contemplava despesas com a aquisição de comboios de perfuratriz. Entretanto, com a alteração ocorrida em 2008, essas despesas passaram a compor uma nova ação sob o código 10737 – Aquisição de Comboios de Perfuratriz. 1.3.3 - Atores principais da Ação Durante a elaboração da Análise Stakeholder (Apêndice II), identificaram-se os seguintes atores envolvidos com a Ação e seus respectivos papéis: • Estado, Municípios, Associações, Sindicatos, Deputados e Vereadores: solicitar abastecimento de água; • SOHIDRA: analisar as solicitações e implantar a Ação; • Empresas contratadas: instalar os Sistemas; • Comunidade: operar os Sistemas; • COGERH: desenvolver estudos visando quantificar as disponibilidades e demandas das águas para múltiplos fins; • SRH: promover o aproveitamento racional e integrado dos recursos hídricos do Ceará; • CPRM: gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrológico por meio de cadastramento de poços e monitoramento do nível e da qualidade do lençol freático. 1.4 - Objetivo e escopo da auditoria A auditoria foi orientada com os objetivos de: • avaliar os critérios para definição das localidades contempladas com os Sistemas; • verificar o atingimento das metas; • verificar se a operação e manutenção dos Sistemas estão sendo feitas de forma a garantir sua sustentabilidade; e 6 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais • avaliar em que medida a Ação tem contribuído para suprir a carência de água para consumo humano das comunidades rurais. Para atingir esses objetivos formularam-se 4 (quatro) questões de auditoria, a saber: Questão 1: A escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contempla critérios de equidade ? Questão 2: As metas estabelecidas para a Ação foram cumpridas durante o período auditado? Questão 3: A operação e manutenção dos Sistemas ocorrem de forma a garantir sua sustentabilidade? Questão 4: Em que medida a Ação têm contribuído para suprir a carência de água para consumo humano? O escopo da auditoria constitui nos Sistemas implantados nos anos de 2008 e 2009. 1.5 – Metodologia 1.5.1 – Modelo do estudo Diagnóstico realizado na fase de levantamento de dados, por ocasião da definição do objeto do estudo, indicou oportunidade de melhoria de desempenho na Ação 10740, sobretudo no que diz respeito à garantia de oferta de água de boa qualidade às comunidades rurais com população difusa. À luz dessa situação, considerou-se oportuno e conveniente que a presente auditoria avaliasse a Ação, em cada um de seus elos, observando as dimensões de equidade, eficácia, sustentabilidade e efetividade. Três grupos distintos fazem parte do estudo, são eles: • infraestrutura dos Sistemas destinados ao abastecimento de água; • operadores dos Sistemas; • beneficiários dos Sistemas. Com o objetivo de investigar as questões de auditoria, diante dos riscos encontrados, adotaram-se como estratégias metodológicas: • pesquisa documental; • visitas de estudo, com o gestor e técnicos da SOHIDRA; • visitas a outros órgãos que desenvolvem ação semelhante à auditada; • consulta a banco de dados e sistemas. 7 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Na fase de campo, adotou-se os seguintes modelos: • avaliação dos Sistemas por meio de inspeção física; • entrevista estruturada com os operadores dos Sistemas; • entrevista estruturada com os beneficiários do Sistema; Na fase de planejamento, realizou-se visita aos Municípios de Irauçuba, Russas e Caridade. Em Irauçuba teve o objetivo de acompanhar os procedimentos de perfuração dos poços, Russas conhecer o Projeto Água Doce e Caridade testar os instrumentos de coleta (roteiro das entrevistas estruturadas), avaliá-los e aperfeiçoá-los. Nesses Municípios visitados, foram observados o funcionamento de alguns Sistemas, com o fim de melhor entender sua sistemática. 1.5.2 – Populações estudadas As populações estudadas pela auditoria foram: famílias beneficiadas residentes nas localidades rurais dos municípios do Estado do Ceará; Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água e operadores desses Sistemas. 1.5.3 – Seleção da amostra Identificou-se que, durante o período auditado, os Sistemas foram instalados em 168 localidades, stribuídas em 72 municípios. A estimativa da população residente na zona rural desses municípios perfaz um total de 913.251 habitantes, agrupados em, aproximadamente, 202.495 núcleos familiares. Adotando esses núcleos familiares como universo de estudo e fixando o erro amostral em 5% e o nível de confiança em 95%, encontrou-se uma amostra de 390 núcleos familiares. Estabeleceu-se realizar 10 entrevistas por localidade. Como a amostra é composta de 390 núcleos familiares, portanto o número mínimo de localidades a serem visitados é 39. A seleção dos municípios no Estado do Ceará decorreu dos seguintes critérios: • proporcionalidade populacional de cada Região Hidrográfica; • menor Índice Pluviométrico, aferido pela média dos últimos 20 anos. Selecionaram-se os municípios de Madalena, Quixeramobim, Palhano, Jaguaribara, Baixio, Ipaumirim, Ocara, Ibaretama, Catunda, Santa Quitéria, Tauá, Coreaú, Tejuçuoca, Paramoti, Amontada e Independência. 8 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais 1.5.4 – Limitação da Auditoria A limitação encontrada na realização do trabalho foi localizar os Sistemas e chegar até eles, devido ao difícil acesso às localidades, bem como encontrar o número mínimo de núcleos familiares definidos na amostra por localidade visitada. Naquelas localidades em que não fosse possível entrevistar o número de beneficiários definidos na amostra, visitar-se-ia outra localidade com Sistema instalado, dentro da mesma Região Hidrográfica, até completar o número de famílias a serem entrevistadas na Região. Não foi possível, realizar as entrevistas com os beneficiários nos Municípios de Jaguaribara e Palhano, tampouco compensá-las em outras localidades da mesma Região Hidrográfica. Desta forma, foram realizadas 370 entrevistas estruturadas com os beneficiários, situação que implica numa redefinição do erro amostral, que passa a ser de 5,1%. 1.6 – Forma de organização do relatório Além do Capítulo 1, que trata da Introdução, o presente relatório é composto por mais seis capítulos, onde são apresentados os achados da auditoria, abrangendo as dimensões de equidade, eficácia, sustentabilidade e efetividade da Ação, as conclusões finais do trabalho e a proposta de encaminhamento, em que são apresentadas propostas de recomendações que, se implementadas, contribuirão para aperfeiçoar a gestão e os resultados da Ação. 9 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 2 – A escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contempla critérios de equidade? Para verificar se a escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contemplam critérios de equidade, faz-se necessário, inicialmente, entender o significado desse parâmetro. Equidade consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se os critérios de justiça e igualdade. Partindo desse conceito, a questão central a ser tratada pelas políticas que almejam equidade é a redução ou eliminação das diferenças que advêm de fatores considerados evitáveis e injustos. Na elaboração do Mapa de Processos da Ação (Apêndice III), construído conjuntamente com a SOHIDRA, observou-se que a escolha dos municípios e localidades atendidos com a instalação de Sistemas, decorre de demandas espontâneas, mediante solicitação. O pedido é encaminhado à entidade, por meio de ofício, subscrito por Associação Comunitária e/ou Sindicato, Prefeitura, liderança política (deputado ou vereador) ligada ao município, como também pelo próprio Estado. Em seguida, estando compatível com a missão da entidade, é avaliado e atendendo a critérios técnicos e sociais, entrará na programação para instalação. Os critérios técnicos e sociais aplicados são os seguintes: • sistema instalado em área pública ou doada pelo proprietário (avaliação social); • atender, pelo menos, 30 pessoas (avaliação social); • o estudo geológico do local favorável à perfuração do poço (avaliação técnica); • vazão do poço suficiente para atender a comunidade (avaliação técnica). Os critérios relacionados como condicionantes na implementação da Ação são, na verdade, pré-requisitos informais, firmados na prática operacional da SOHIDRA, sem regulamentação apropriada. Entretanto, mesmo alegando que adota critérios como elementos subsidiadores da Ação, a SOHIDRA, por vezes, não se orienta por eles. Isso foi constatado mediante as seguintes evidências: • a SOHIDRA não apresentou Termo de Doação ou Servidão Pública de 50,94% dos terrenos, nos quais os Sistemas estavam instalados, apesar de constar esse dado no Relatório de Informações Obtidas no Reconhecimento Geológico, conforme Quadro 4: Quadro 4 Municípios/Localidades com Sistemas Instalados, que não possuem Termo de Doação ou Servidão Pública Município Localidades Quixeramobim • Agrovila São Vicente • Pereiro • Acampamento Serragem • Mato Queimado Ocara • Foveira • Serrote de Baixo 10 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Quadro 4 Municípios/Localidades com Sistemas Instalados, que não possuem Termo de Doação ou Servidão Pública Município Localidades Ibaretama • Barro Vermelho • Triunfo Amontada • Juá Catunda • Olho d’Água dos Dianos Independência • Espírito Santo Paramoti • Angelim • Fazenda Ipiranga • São José dos Mocós Santa Quitéria • Saco dos Bois • Associação dos Apicultores • Pirangi II – Fazenda União • Assentamento São • Santa Tereza Francisco do Campo • Várzea Formosa / Mundo Tauá • Baixa Fechada Novo • Belém dos Silva • Tranqueira • Ingá • Caiçara Sul • Lagoa dos Gatos Tejuçuoca • Ingá Fonte: Pesquisa Documental • Observou-se que 19,05% dos operadores entrevistados declararam que, em sua localidade, residem, em média, menos de 30 pessoas, e • Constatou-se que em 7,69% das localidades, o sistema atende apenas uma família (média de quatro pessoas). Convém ressaltar que a Ação se propõe a garantir o acesso à água de boa qualidade à população adstrita aos Sistemas, no entanto, dentre os beneficiários entrevistados, 6,22% afirmaram que os Sistemas não se destinam ao uso de todos, conforme Quadro 5 e 37,30% não fazem uso deles. Quadro 5 Municípios/Localidades em que beneficiários afirmaram que o sistema não é para o uso de todos Município Amontada Coreaú Independência Ipaumirim Madalena Paramoti Quixeramobim Tauá Tejuçuoca Localidade • • • • • • • • • • • Rodela Martins (Figura 3) Ponta da Serra Jaburu I Carnaubinha Assentamento Ilário Marques Angelim Caraúna (Figura 4) Ingá Pirangi Lagoa dos Gatos / Fazenda Nova Beneficiários Entrevistados Afirmaram que Total não se destinam ao uso de todos 2 1 2 2 5 2 5 1 10 1 8 2 8 1 10 5 10 6 3 1 5 1 Fonte: Pesquisa Direta 11 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais FIGURA 3 Sistema com acesso restrito Localidade Martins – Coreaú Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 4 Sistema com acesso restrito Localidade Caraúna – Quixeramobim Fonte: Equipe de Auditoria Além disso, a Auditoria não identificou o uso, pela SOHIDRA, de estudos, diagnósticos ou registro de dados que subsidiassem a escolha de municípios e localidades beneficiados pela Ação. Indicadores importantes, como pluviometria e acesso aos serviços de abastecimento d’água, não são observados na seleção. Isso decorre do descumprimento dos critérios na escolha das localidades e uso de prérequisitos informais que não atendem ao princípio da equidade. Dessa forma, verificou-se a instalação de Sistemas em localidades menos necessitadas; que não atenderam os critérios adotados e não cumpriram com a finalidade da Ação. Por conseguinte, conclui-se que os mecanismos utilizados na escolha das comunidades a serem beneficiadas pela Ação não atendem ao princípio da equidade. Boas Práticas: O Programa Água Doce, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, adota como critério prioritário a escolha de comunidades localizadas em municípios atendidos pelo programa Fome Zero com: • Menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano); • Águas salinas ou salobras em seu subsolo; • Menores índices pluviométricos e de abastecimento de água. Recomendação à SOHIDRA: Que a SOHIDRA defina e normatize critérios objetivos e transparentes, subsidiados por diagnóstico da situação de disponibilidade hídrica, pluviometria e acesso aos serviços de abastecimento de água no Estado, de modo a promover a equidade no atendimento das populações. 12 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Espera-se, com essa recomendação, que a Ação seja desenvolvida a partir da seleção dos municípios e localidades mais necessitados, levando-se em conta critérios objetivos e transparentes para a elegibilidade e a priorização dos beneficiados. 13 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 3 – As metas estabelecidas para a Ação foram cumpridas durante o período auditado? Em 2008, a Ação previu a construção de 402 e revitalização de 150 Sistemas. Durante esse exercício, foram construídos 19 e revitalizados 25, ou seja, foram executados 4,73% do total construído e 16,67% do revitalizado. Em 2009, a meta de construção foi 476 e a de revitalização foi 150. Durante esse exercício, foram construídos 242 e revitalizados 70, portanto os percentuais de execução foram 50,84% do total construído e 46,67% do revitalizado, conforme Quadro 6. Quadro 6 Percentual executado da Ação 10740, exercícios 2008 – 2009 Sistemas Construídos Revitalizados Quantidade Prevista 402 150 2008 Quantidade Executada 19 25 % Executado 4,73% 16,67% Quantidade Prevista 476 150 2009 Quantidade Executada 242 70 % Executado 50,84% 46,67% Fonte: Relatório do MAPP, apresentado nas Contas de Gestão da SOHIDRA - 2008 e 2009 Planilhas apresentadas pela SOHIDRA Acredita-se que os percentuais de execução de 2008 sofreram influência do atraso nas contratações das empresas responsáveis pela implantação dos Sistemas, em face do processo de extinção, pelo qual passa a SOHIDRA, e do inicio de nova gestão da entidade. Entretanto, apesar de, em 2008, a Ação ter apresentado baixos percentuais de execução das metas (4,73% dos construídos e 16,67% dos revitalizados), apresentou um alto Índice de Desempenho Orçamentário (81,27%), demonstrando existir uma incoerência entre previsão orçamentária e as metas estabelecidas. O descumprimento dessas metas fez com que a quantidade de Sistemas implantados e revitalizados fosse inferior à prevista, acarretando um prejuízo no cumprimento dos objetivos da Ação. Dessa forma, percebe-se que as metas estabelecidas para a Ação não foram cumpridas durante o período auditado. Recomendação à SOHIDRA: Que a SOHIDRA se planeje de modo a maximizar a quantidade de Sistemas implantados e revitalizados, tornando a Ação mais eficaz. Essa recomendação visa ampliar o número de Sistemas em funcionamento. 14 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 4 – A operação e manutenção dos Sistemas ocorrem de forma a garantir sua sustentabilidade? Após a implantação do Sistema, que permitirá o suprimento de água de boa qualidade para o abastecimento da população alvo, é necessário garantir seu bom funcionamento durante o período de vida útil, para tanto, é necessário definir um conjunto de medidas que se deve praticar e as responsabilidades dos agentes envolvidos. A distribuição de água se caracteriza como um serviço público de interesse local, competindo aos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, esse serviço público, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado (BRASIL, 1988). Entretanto, não se evidenciaram, dentre os municípios pesquisados, o envolvimento e a participação das prefeituras no processo de gestão dos sistemas, visto que não existe instrumento formal que estabeleça a responsabilidade de cada ente. Cabe registrar que, quando observada, a participação dos municípios restringe-se ao custeio da energia consumida pelo sistema e ao pagamento de operadores. Nesse sentido, a auditoria verificou que, dos dezesseis municípios visitados, apenas 31,25% das Prefeituras se responsabilizam pelo pagamento da tarifa de energia elétrica de todos os Sistemas e dos operadores entrevistados, apenas 4,76% são remunerados pelo Município, conforme Quadro 7. Constata-se, ainda, que 85,71% dos sistemas implantados vêm sendo operados por membros das comunidades que não percebem qualquer remuneração para isso. Ainda há outro agravante, visto que 28,57% dos operadores afirmaram que arcam com o pagamento da energia elétrica do Sistema, o que, além de descaracterizar seu caráter público, gera um “sentimento de propriedade dos Sistemas” nos operadores, conforme Quadro 7. Quadro 7 Sistemas visitados segundo Municípios e responsabilidade pelo pagamento da energia elétrica. Sistemas Visitados com Operadores Entrevistados Municípios Visitados Amontada Baixio Catunda Coreaú Ibaretama Independência Ipaumirim Responsável pelo Custeio da Energia Elétrica Total 1 2 2 3 2 4 3 Comunidade Operador pago pelo Município Município Operador Nº % Nº % Nº % Nº 2 1 2 1 3 100,00 50,00 100,00 25,00 100,00 1 1 1 - 50,00 33,33 25,00 - 1 2 2 - 100,00 66,67 50,00 - 1 1 % 50,00 33,33 15 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Quadro 7 Sistemas visitados segundo Municípios e responsabilidade pelo pagamento da energia elétrica. Sistemas Visitados com Operadores Entrevistados Municípios Visitados Jaguaribara Madalena Ocara Palhano Paramoti Quixeramobim Santa Quitéria Taua Tejuçuoca TOTAL Responsável pelo Custeio da Energia Elétrica Total 1 3 3 1 2 4 3 5 3 42 Comunidade Operador pago pelo Município Município Operador Nº % Nº % Nº % Nº % 3 2 1 1 1 17 100,00 100,00 33,33 20,00 33,33 40,48 1 1 2 1 3 1 12 100,00 100,00 50,00 33,33 60,00 33,33 28,57 3 2 1 1 1 13 100,00 50,00 33,33 20,00 33,33 30,95 2 4,76 Fonte: Pesquisa Direta Vale ressaltar que há Sistemas com dessalinizadores (Figuras 5 e 6) e outros sem (Figuras 7 e 8). FIGURA 5 Sistema com Dessalinizador Localidade Juá / Camurupim – Amontada Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 6 Dessalinizador Fonte: Equipe de Auditoria 16 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais FIGURA 7 Sistema sem Dessalinizador Localidade Lagoa dos Gatos – Tejuçuoca Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 8 Sistema sem Dessalinizador Assentamento Hilário Marques – Madalena Fonte: Equipe de Auditoria Os sistemas com dessalinizadores possuem o funcionamento mais complexo e merecem limpeza diária, portanto, devem ser operados por pessoas que receberam um treinamento mais específico, entretanto, constatou-se que 45,24% não receberam nenhum tipo de treinamento. Dessa forma, a falta de capacitação dos operadores pode acarretar uma diminuição da vida útil dos componentes dos Sistemas. Dentre os Sistemas instalados, 34,62% dispõem de dessalinizador, conforme Quadro 8. Quadro 8 Sistemas visitados com dessalinizadores instalados, segundo Município / Localidade . Município Localidade • Pereiro Quixeramobim • Agrovila São Vicente • Barro Vermelho Ibaretama • Triunfo • Serrote de Baixo • Acampamento Serragem Ocara • Mato Queimado • Foveira Amontada • Juá • Santo Antônio Coreaú • Conceição • Saco dos Bois Santa Quitéria • São José dos Mocós • Ingá Tauá • Belém dos Silva • Tranqueira • Caiçara Sul Tejuçuoca • Ingá Fonte: Pesquisa Direta 17 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Como as obrigações pela manutenção dos Sistemas não estão claramente estabelecidas, verificou-se que os operadores recorrem a diversos atores, quando os Sistemas apresentam defeito, assim distribuídos: • 68,75% recorrem à SOHIDRA; • 18,75% recorrem à Prefeitura; • 6,25% recorrem ao Líder Comunitário; • 6,25% não recorrem a ninguém. Apesar de a responsabilidade pelo serviço de abastecimento de água ser do Município, o Estado, como visto, por meio da SOHIDRA, vem se responsabilizando pela manutenção desses Sistemas. Porém, a entidade não possui equipe que consiga resolver todos os problemas ocorridos nos Sistemas em um tempo razoável, além disso, não há plano de trabalho que estabeleça um cronograma para esse fim. Em consequência disso, os Sistemas que apresentam defeitos (Figuras 9 e 10) chegam a ficar parados, mais de uma semana ou, em certos casos, meses, ocasionando descontinuidade no fornecimento de água para a comunidade, situação confirmada por 26,19% dos operadores. FIGURA 9 Sistema com defeito – ausência de bomba Localidade Baixio do Canto – Baixio Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 10 Sistema com defeito – ausência de bomba Localidade Triunfo – Ibaretama Fonte: Equipe de Auditoria A fragilidade na manutenção dos Sistemas, também foi evidenciada pelos beneficiários, visto que 50,54% afirmaram que o Sistema já parou de funcionar por algum defeito; 43,51% afirmaram que isso aconteceu até 3 vezes nos últimos 12 meses e 26,76% afirmaram que quando isso acontece, em média, fica parado mais de 7 dias. Vale ressaltar, que esses Sistemas visitados foram implantados/revitalizados ao longo dos anos de 2008 e 2009, portanto, à época da auditoria, relativamente novos. Outra constatação importante, verificada na visita in loco, foi que 25,00% dos Sistemas estavam sem funcionar, conforme Quadro 9. 18 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Quadro 9 Sistemas visitados sem funcionar segundo Município / Localidade Município Baixio Quixeramobim Ibaretama Ocara Amontada Paramoti Tauá Tejuçuoca • • • • • • • • • • • • • Localidade Baixio do Canto Oiticica * Salgadinho * Triunfo Acampamento Serragem Rodela * Juá Angelim Ingá * Belém dos Silva Várzea Formosa / Mundo Novo Caiçara Sul Ingá Fonte: Pesquisa Direta (*) Localidades cujo Sistema nunca funcionou FIGURA 11 Sistema que nunca entrou em funcionamento Localidade Oiticica – Quixeramobim Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 12 Sistema que nunca entrou em funcionamento Localidade Rodelas – Amontada Fonte: Equipe de Auditoria Dentre as principais causas identificadas, que provocaram o não funcionamento dos Sistemas, destacam-se defeito/ausência de bombas e falta de ligação de energia elétrica, apesar de todas as localidades visitadas disporem desse serviço público. 19 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais As comunidades beneficiadas, que deveriam zelar pelos Sistemas, não possuem consciência da importância do seu papel, tampouco são orientadas para isso, de acordo com 77,57% dos beneficiários. Considerando a sustentabilidade na abordagem ambiental, os Sistemas, ao dessalinizarem a água salobra, transformando-a em água doce, geram um rejeito mais salino que a própria água salobra e, por conseguinte, com risco de contaminação ambiental elevado. A Auditoria constatou que o rejeito não está recebendo qualquer tratamento antes de ser despejado no solo, propiciando alto acúmulo de sais nas camadas superficiais do terreno, em todos os Sistemas com dessalinizadores (Figuras 13 e 14). Os efeitos no solo com a deposição indiscriminada do rejeito, associada à predominância de solos susceptíveis a erosão, embasamento constituído por rochas cristalinas e alta aridez do ambiente, serão sentidos a médio e longo prazo, em especial nos baixios, para onde as águas tendem a correr, prejudicando desta forma os terrenos mais adequados para a agricultura e levando à esterilização dessas terras e à salinização dos mananciais. Situação esta que após concretizada é de dificílima recuperação, favorecendo a futura desertificação. FIGURA 13 Rejeito despejado diretamente no solo Localidade São José dos Mocós – Santa Quitéria Fonte: Equipe de Auditoria 20 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais FIGURA 14 Rejeito despejado diretamente no solo Localidade de Coité – Irauçuba Fonte: Equipe de Auditoria Boas Práticas: 1. Programa PROÁGUA do Ministério da Integração Nacional – MIN, que adota um Plano de Administração, Operação e Manutenção que busca cumprir no mínimo os seguintes procedimentos: • Diagnosticar a capacidade institucional dos entes envolvidos – municípios, Estado e seus órgãos afetos; • Identificar o universo de beneficiários, sua organização social, seu perfil socioeconômico e sua capacidade de pagamento; • Estudar a adoção de um sistema tarifário adequado; • Definir os pressupostos de eficiência na administração, operação e manutenção dos sistemas; • Definir as diretrizes para conservação da água, tanto para o prestador quanto aos usuários dos serviços. 2. Programa ÁGUA DOCE do Ministério do Meio Ambiente – MMA que visa a: • participação efetiva e organizada da população nos processos de planejamento, execução e fiscalização; • oportunidades de geração de renda, favorecendo uma distribuição mais equilibrada dos benefícios econômicos; 21 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais utilização dos recursos naturais sem comprometer a qualidade ambiental, ao aproveitar o rejeito para a criação de peixes em tanques e posterior irrigação de plantas que absorvem o excesso de sal do terreno. • FIGURA 15 Esquema do processo de dessalinização Projeto Água Doce – Russas A) POÇO TUBULAR PROFUNDO – a água subterrânea salobra ou salina é captada no poço tubular profundo (aproximadamente 60 metros). B) RESERVATÓRIO DE ÁGUA BRUTA – a água captada do poço é armazenada neste reservatório. C) DESSALINIZADOR – equipamento que retira o excesso de sais da água bruta pelo processo de osmose reversa, produzindo água potável. D) RESERVATÓRIO DE ÁGUA POTÁVEL – armazena a água resultante do processo de dessalinização apropriada para consumo humano. E) CHAFARIZ – fonte de distribuição de água dessalinizada (potável). F) TANQUE DE CONTENÇÃO – armazena o excedente do efluente (concentrado) resultante do processo de dessalinização que será utilizado para a dessedentação animal e redução dos impactos ambientais. Quando as condições permitirem, poderá ser utilizado na produção de pescado e na irrigação de erva-sal que será utilizado na alimentação de caprinos e ovinos. Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 16 Tanques para criação de tilápia Projeto Água Doce – Russas Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 17 Monitoramento do desenvolvimento da tilápia Projeto Água Doce – Russas Fonte: Equipe de Auditoria 22 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais FIGURA 18 Área de plantio de erva-sal (Atriplex nummularia) Projeto Água Doce – Russas Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 19 Criação de caprinos Projeto Água Doce – Russas Fonte: Equipe de Auditoria 3. Uso de controle eletrônico na distribuição de água Nos Sistemas com dessalinizadores que utilizavam controle eletrônico na distribuição de água, observou-se que os usuários, praticamente, não desperdiçavam água e zelavam pelos Sistemas. Segue o Quadro 10, contendo as localidades que possuem Sistemas com dessalinizadores que utilizam o controle eletrônico na distribuição de água: Quadro 10 Localidades que usam controle eletrônico na distribuição de água Município Amontada Coreaú Ibaretama Ocara Quixeramobim Tejuçuoca • • • • • • • • • Localidade Juá Santo Antônio Conceição Triunfo Acampamento Serragem Agrovila São Vicente Pereiros Caiçara Sul Ingá Fonte: Pesquisa Direta 23 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais FIGURA 20 Sistema com controle eletrônico na distribuição de água Agrovila São Vicente – Quixeramobim Fonte: Equipe de Auditoria Recomendações à SOHIDRA: Que a SOHIDRA elabore planos de: • administração, operação, manutenção que garanta a sustentabilidade dos Sistemas, com definição clara dos responsáveis pela operação e pela manutenção; • educação e conscientização do beneficiário, visando despertar na população sentimentos de valorização e uso racional dos Sistemas. • manejo para aproveitamento sustentável do rejeito oriundo do processo de dessalinização; Essas recomendações visam: • proporcionar maior rapidez no reparo dos Sistemas; • garantir a regularidade no fornecimento de água; 24 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais • assegurar o aproveitamento de todos os Sistemas instalados, bem como seus funcionamentos durante sua vida útil; • incentivar o desenvolvimento de hábitos que permitam uma adequada utilização dos Sistemas pelos beneficiários; • possibilitar a utilização dos recursos naturais, sem comprometer a qualidade ambiental. 25 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 5 – Em que medida a Ação tem contribuído para suprir a carência de água para consumo humano? Indicadores medem e avaliam, orientam nas tomadas de decisões sobre problemas simples ou complexos. Portanto medir, avaliar o desempenho e tomar decisões são atividades importantes em qualquer área de gestão. Como o acesso água de boa qualidade é uma questão de saúde, saneamento e alimentação e esses são direitos fundamentais sociais, pode-se avaliar a Ação segundo os critérios de desempenho dos Programas de Investimento do Governo. Ao avaliar o desempenho da Ação, a Auditoria, nas visitas in loco, constatou que apenas 25,64% dos Sistemas que estavam funcionando forneciam água própria para o consumo humano. Dessa forma, utilizando a Classificação de Desempenho adotada no Quadro 3, verifica-se que a Ação apresentou desempenho “Regular”. A causa desse baixo percentual de desempenho deve-se à ausência de dessalinizadores nos Sistemas em que a água apresenta alto teor de salinidade, característica predominante dos mananciais hídricos subterrâneos do Estado. Como visto, contrariando o objetivo da ação, a maioria dos Sistemas não ofertavam água de boa qualidade para o consumo humano, situação validada por 37,30% dos beneficiários que afirmaram não fazer uso do Sistema e 27,27% que o utilizam para outras finalidades, como lavagem de roupa, consumo dos animais (Figuras 21 e 22). Nesse contexto torna-se relevante ressaltar a importância de instalação de dessalinizadores nos Sistemas, pois, nas localidades em que a água é dessalinizada, 90,44% dos beneficiários fazem uso dela, enquanto que nas outras localidades somente 49,53% utilizam os Sistemas. FIGURA 21 Fornecimento de Água para Animais Localidade Saco dos Bois – Santa Quitéria Fonte: Equipe de Auditoria FIGURA 22 Lavagem de Roupa Localidade Olho d’Água dos Dianos – Catunda Fonte: Equipe de Auditoria 26 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Como consequência tem-se uma subutilização dos Sistemas, bem como o descrédito na Ação. É cediço que o objetivo da Ação é fornecer água de boa qualidade, todavia, naqueles Sistemas com dessalinizador, além da água dessalinizada, também disponibiliza água salobra para a população, a fim de suprir suas demais carências. Dessa forma, após a implementação do Sistema, era de se esperar que o percentual de famílias abastecidas por carro pipa, nessas localidades, fosse mínimo. Mesmo assim, 37,57% das famílias entrevistadas afirmaram que a localidade está sendo abastecida por carro pipa, acarretando superposição entre a Ação auditada e a do Carro Pipa. Recomendação Que a SOHIDRA instale dessalinizadores nos Sistemas que fornecem água salobra, naquelas localidades que atendem aos requisitos para implementação da Ação. Essa recomendação visa garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade, contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas das populações. 27 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 6 – Conclusão A falta de recursos hídricos afeta severamente as condições de sobrevivência da população que reside no semiárido brasileiro, estimada em mais de 18 milhões de pessoas. Praticamente a metade dessa população vive na zona rural e convive com os problemas decorrentes da seca. Dentro desse panorama, aumenta a importância da água subterrânea, que representa, muitas vezes, o único recurso disponível para o suprimento da população. Nesse contexto, o Governo do Estado do Ceará vem promovendo a Ação 10740 – Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água em Comunidades Rurais, inserida no Programa 729 – Suprimento Hídrico para Centros Urbanos e Rurais. A Ação representa uma alternativa tecnicamente viável para garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade, contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas das populações rurais do Estado, além de influenciar na fixação das famílias no campo. A auditoria constatou que: • Os mecanismos utilizados na escolha das comunidades a serem beneficiadas pela Ação não atendem ao princípio da equidade, sendo implementados Sistemas em localidades menos necessitadas, que não atendem os pré-requisitos informais adotados e a finalidade da Ação; • As metas estabelecidas para a Ação não foram cumpridas durante o período auditado; • A sustentabilidade dos Sistemas se encontra ameaçada diante da deficiência de sua manutenção e da fragilidade do sistema de controle e monitoramento da execução da Ação; • As falhas apontadas levam à paralisação de poços por falta de manutenção, ao sucateamento dos equipamentos, ao desperdício de recursos públicos e, em última análise, ao fracasso de alguns sistemas, ao não disponibilizar água potável para as comunidades rurais atingidas pela seca; • Os exames realizados na sistemática de execução e gerenciamento da Ação apontaram dificuldades na articulação e na comunicação entre a SOHIDRA e outros possíveis atores responsáveis pela gestão dos serviços de abastecimento de água e pela implementação de políticas afins, em especial gestores municipais. Esse problema pode comprometer a sustentabilidade dos Sistemas. Destarte, é importante que os gestores adotem medidas com o objetivo de sanar as deficiências encontradas as quais são objetos de propostas de recomendações no capítulo seguinte deste relatório. 28 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Capítulo 7 – Proposta de Encaminhamento Diante do exposto, e visando contribuir para a melhoria da Ação Implementação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água em Comunidades Rurais, a Equipe Técnica responsável pela auditoria operacional, submete este relatório à consideração superior, com fulcro no inciso VI, art. 15 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, sugerindo a oitiva do gestor da Superintendência de Obras Hidráulicas - SOHIDRA, acerca das Recomendações que se seguem: 7.1. Que a SOHIDRA defina e normatize critérios objetivos e transparentes, subsidiados por diagnóstico da situação de disponibilidade hídrica, pluviometria e acesso aos serviços de abastecimento de água no Estado, de modo a promover a equidade no atendimento das populações; 7.2. Que a SOHIDRA se planeje de modo a maximizar a quantidade de Sistemas implantados e revitalizados, tornando a Ação mais eficaz; 7.3. Que a SOHIDRA elabore: 7.3.1. plano de administração, operação, manutenção que garanta a sustentabilidade dos Sistemas, com definição clara dos responsáveis pela operação e pela manutenção. 7.3.2. plano de manejo para aproveitamento sustentável do rejeito oriundo do processo de dessalinização 7.4. Que a SOHIDRA instale dessalinizadores nos Sistemas que fornecem água salobra, naquelas localidades que atendem aos requisitos para implementação da Ação. Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Fortaleza, 18 de março de 2011. _______________________________ José Ricardo Moreira Dias Coordenador Técnico _______________________________ Jocyrrégia Maria Peixoto Alves Subdiretor da 3ª ICE _______________________________ Francisco das Chagas Evangelista Subdiretor da 7ª ICE _______________________________ Maria de Fátima Teixeira Brasil Subdiretor da 6ª ICE _______________________________ Emilson Pinheiro Coelho Neto Analista de Controle Externo 3ª ICE _______________________________ Sérgio Luiz Conde de Oliveira Analista de Controle Externo 2ª ICE ____________________________ Confere: José Teni Cordeiro Júnior Secretaria de Controle Externo 29 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE 30 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE I MATRIZ DE PLANEJAMENTO Função: Saneamento Subfunção: Recursos Hídricos Programa: Suprimento Hídrico para Centros Urbanos e Rurais Ação auditada: Ação 10740 - Implantação de Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água nas Comunidades Rurais. Período: 2008 e 2009. Objetivo da ação auditada: Ampliar a oferta de água às famílias residentes no meio rural, contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas e de saúde dessas populações. Relevância do Tema: O Estado do Ceará, assim como a maioria dos estados do Nordeste, enfrenta problemas ligados à falta de água, ocasionados pelos frequentes períodos de estiagem, que caracterizam o clima semi-árido desta região. Nesses períodos de chuvas escassas ou inexistentes, os pequenos mananciais de superfície geralmente secam e os grandes chegam a atingir níveis críticos, provocando muitas vezes colapso no abastecimento de água. Dentro desse panorama, aumenta a importância da água subterrânea, que representa, muitas vezes, o único recurso disponível para o suprimento da população. Nesse sentido, torna-se relevante a Ação 10740, objeto desta auditoria. Problema de auditoria: Estudo preliminar, realizado na fase de levantamento de dados, indicou oportunidade de melhorias na Ação, especificamente no que tange ao aumento da oferta de água às famílias residentes no meio rural, de forma a melhorar suas condições socioeconômicas e de saúde. Verificou-se, ainda, a necessidade de avaliar os critérios utilizados na implantação do Sistema, bem como a forma de atuação dos órgãos / entidades governamentais envolvidos na Ação. À luz dessa situação, considerou-se oportuno e conveniente que a presente auditoria avaliasse a Ação, observando as dimensões de eficácia, efetividade, equidade e sustentabilidade, tendo em vista a possibilidade de não atender aos objetivos previstos. 31 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Questão 1. A escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contempla critérios de equidade? Dimensão de Análise: equidade Informações requeridas Procedimentos de coleta de dados Fontes de Informação Identificação dos meios • SOHIDRA (Relatórios) – • utilizados na seleção das A localidades beneficiadas (A) • IBGE- Mapa de Pobreza • Identificação das e Desigualdade – Municípios • características das Brasileiros 2003- B localidades / municípios beneficiados (B) • IPECE-Perfil Básico • Municipal 2009/ Anuário • Percepção da Estatístico do Ceará 2009 – B comunidade acerca dos meios utilizados na requisição dos • Comunidades • sistemas (C) Beneficiadas – C • Critérios – Prérequisitos utilizados pela SOHIDRA na seleção das localidades. 2. As metas • Quantidade de Sistemas • estabelecidas para a Implantados e Revitalizados Ação foram cumpridas durante o período auditado? • Dimensões de Análise: - Eficácia Relatório do MAPP, apresentado nas Contas de Gestão da SOHIDRA (20082009); Registros administrativos da SOHIDRA. Procedimentos de análise de dados Limitações O que a análise vai permitir dizer Requisição de • Análise • Insuficiênci • registros de entrevistas e a e inconsistência administrativos – A; documentos; de informações nos documentos apresentados. Consulta a • Triangula base de dados – B; ção • Desatualiza ção de dados. Entrevista estruturada com beneficiários – C; • Dificuldades na aplicação de uma amostra Entrevista válida de semi-estruturada com questionários. técnicos da SOHIDRA – A. • Requisição de • Análise • Insuficiênci • registros de documentos. a e inconsistência administrativos. de informações. Se os mecanismos utilizados no planejamento e na escolha das comunidades a serem beneficiadas pela ação atendem ao princípio da equidade Se a quantidade de Sistemas Implantados e Revitalizados estão compatíveis com a previsão; Critérios – Relatório do MAPP, (20082009): • 2008: 402 Sistemas Implantados e 150 Revitalizados; • 2009: 476 Sistemas Implantados e 150 Revitalizados. 32 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Questão Informações requeridas Procedimentos de coleta de dados Fontes de Informação Procedimentos de análise de dados Limitações O que a análise vai permitir dizer 3. A operação e • Quantidade necessária • SOHIDRA (Relatórios) – • manutenção dos de pessoas para operação dos A, B, C, E, F; Sistemas estão sendo sistemas- A; feitas de forma a • Orçamento do órgão garantir sua • Quantidade de pessoas responsável pela manutenção sustentabilidade? que estão operando os dos sistemas – D sistemas B; • Comunidades Dimensões de • Órgão responsável pela Beneficiadas – G análise: manutenção dos sistemas – C; - Sustentabilidade Plano de manutenção preventiva • • Dotação orçamentária – E; destinada à manutenção dos sistemas – D; • Medidas que visem garantir a manutenção preventiva do sistema – E; Ações educativas que mostrem o valor social dos sistemas – F; • Percepção da comunidade acerca da importância dos sistemas – G. Requisição de • Análise • Insuficiênci • Se está registros qualitativa das a e inconsistência definido o administrativos entrevistas e de informações responsável pela (contábeis, documentos; nos documentos operação e financeiros, apresentados manutenção dos documentos sistemas; • Triangula técnicos) – ção A,B,C,D,E,F; • Se a quantidade de pessoas envolvidas Entrevista na operação dos semi-estruturada com sistemas é suficiente; técnicos da SOHIDRA – A, B, C, • Se o E, F; orçamento da SOHIDRA contempla • Entrevista dotação específica estruturada com para a manutenção beneficiários – G; dos sistemas; • • • Entrevista estruturada com responsável pelo sistema – E; Inspeção – E. • Se existe um plano de manutenção preventiva; • Se há ações educativas que mostrem o valor social dos sistemas 33 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais Questão Informações requeridas 4. Em que medida a • Ação têm contribuído para suprir a carência de água para consumo humano? • Dimensão de análise: Efetividade Percentual de famílias que utilizam a água dos Sistemas para consumo humano; Critério: Classificação de Contribuição da Ação Percentual de famílias que são abastecidas por carro-pipa após a instalação dos Sistemas. Insuficiente: até 25% • Regular: de 25,01% a 50% • Bom: de 50,01% a 75% • Ótimo: a partir 75,01% • Procedimentos de coleta de dados Fontes de Informação • Famílias beneficiadas. • Entrevista estruturada com beneficiários. Procedimentos de análise de dados • Análise qualitativa das entrevistas. Limitações • O que a análise vai permitir dizer Insuficiênci • Grau de a e inconsistência contribuição da Ação de informações para suprir a carência nos dados de água para coletados. consumo humano. Percentual de famílias que utilizam a água dos Sistemas para outros fins; • 34 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE II ANÁLISE STAKEHOLDER STAKEHOLDER Grupo (atores principais) (P/S) Requisitante (Estado, Municípios, Associações, Sindicatos, Deputados e Vereadores) • Solicitar abastecimento de água potável para a comunidade; • Melhorar a qualidade de vida da comunidade por meio de abastecimento de água potável; P P • • • • • • • Analisar as solicitações; Realizar estudo de viabilidade das solicitações; Perfuração dos poços; Contratação de empresa para instalação do sistema; Capacitar o operador do sistema escolhido na comunidade; Atestar o recebimento da obra; Manutenção do sistema; • • • SOHIDRA Comunidade INTERESSE (do Stakeholder na ação) (++, +, 0, -, --) PAPEL (do Stakeholder na implementações das ações) P • • Operar o Sistema; Zelar pela integridade do Sistema. IMPACTO (se a ação não atender ao interesse do Stakeholder) • • ++ • Implementar a Ação Pequenos Sistemas Simplificado de Abastecimento • de Água; Atender a comunidade com o abastecimento de água • ++ potável; Contribuir para o desenvolvimento sustentável no Estado por meio da implantação de infraestrutura hídrica; • • • Descrédito na ação; Comunidade sem acesso a água potável; Ter acesso a água • potável; Melhorar as condições de ++ saúde da comunidade; • Contribuir para o Não implementação da Ação; Acesso reduzido à água potável por parte da Comunidade; Baixa implementação da infraestrutura hídrica no Estado; Dependência de fornecimento de água por meio de carros pipa. Prevalência de precárias condições 35 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais STAKEHOLDER Grupo (atores principais) (P/S) INTERESSE (do Stakeholder na ação) (++, +, 0, -, --) PAPEL (do Stakeholder na implementações das ações) IMPACTO (se a ação não atender ao interesse do Stakeholder) desenvolvimento econômico local. Empresas Contratadas S • • COGERH S • • • • SRH S • • • CPRM S Instalar o sistema. • Desenvolver estudos visando quantificar as • disponibilidades e demandas das águas para múltiplos fins; implantar um sistema de informações sobre recursos hídricos, através da coleta de dados, estatística e cadastro de • usos da água visando a subsidiar as tomadas de decisões; desenvolver ações que preservem a qualidade das águas, de acordo com os padrões requeridos para usos múltiplos. Promover articulação dos órgãos e entidades estaduais do • setor com os órgãos e entidades federais e municipais; Promover o aproveitamento racional e integrado dos recursos hídricos do Estado; Coordenar, gerenciar e operacionalizar estudos, pesquisas, programas, projetos, obras, produtos e serviços referentes a recursos hídricos; Outorgar o uso de águas dominiais do Estado; Gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrológico básico • necessário para o desenvolvimento sustentável nacional, por meio de: levantamentos hidrogeológicos; cadastramento de poços e fontes de água e monitoramento do nível e da qualidade do lençol freático. Oferecer o serviço de instalação do sistema. Gerenciar a oferta de recursos hídricos do Estado do Ceará; Subsidiar as tomadas de decisões quanto à instalação do sistema. Potencializar a expansão na oferta hídrica, visando proporcionar o uso mais eficiente dos recursos hídricos; Fornecer aos tomadores de decisões, informação precisa e relevante das águas subterrâneas, permitindo maior racionalização no uso desses recursos; • + • • ++ • ++ • sanitárias; Estímulo ao êxodo na comunidade e manuten-ção das condições sócioeconômicas locais; O sistema não será instalado. Uso desordenado dos aquíferos, podendo ocasionar um desequilíbrio no fornecimento de água e aumento do risco de contaminação do lençol freático. Uso desordenado dos aquíferos, podendo ocasionar um desequilíbrio no fornecimento de água e aumento do risco de contaminação do lençol freático. Uso irracional do lençol freático. 0 36 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE III MAPA DE PROCESSOS SOLICITANTE COMUNIDADE Analisar a finalidade Municípios, Associações , Sindicatos, Vereadores, Estado, Deputados Protocolar requerimento na SOHIDRA EMPRESA CONTRATADA SOHIDRA do pedido N 3 Está compatível com a Missão da Entidade ? Atender mínimo 30 pessoas. S Justificar ao requerente a impossibilidade do atendimento Fazer avaliação social do pedido FIM N Atende às condições sociais ? Avalia a geologia local ... S Fazer avaliação técnica do pedido 2 N Atende às condições técnicas ? S Estudo Geofísico Eletroresi stividade 1 37 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais SOLICITANTE EMPRESA CONTRATADA SOHIDRA 2 1 Determinar novo local para Perfuração do poço (DASUB) COMUNIDADE 4 Água salobra ? N 5 S 3 N Atende às condições ? Instalar Sistema Simplificado de Abastecimento D’água com dessalinizador S Perfurar poço Realizar teste de vazão 3 N Vazão suficiente para atender comunidade ? Instalar Sistema Simplificado de Abastecimento D’água S Realizar análise físico-química 3 N Própria para consumo humano ? 5 Receber o SSAA instalado FIM S 4 38 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE IV MAPA DE PRODUTOS INSUMOS PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS PRODUTO FINAL IMPACTOS GOVERNO DO ESTADO POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS COMUNIDADE SOHIDRA OPERADOR SELECIONADO OPERADOR CAPACITADO ACESSO A ÁGUA POTÁVEL SOHIDRA AÇÃO SOHIDRA RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS ALOCADOS MELHORIA DAS SOHIDRA SOHIDRA SOHIDRA COMUNIDADE PERFURAÇÃO DO POÇO POÇO PERFURADO POÇO INSTALADO SSAA EM OPERAÇÃO EMPRESA CONTRATADA INSTALAÇÃO DO SISTEMA CONDIÇÕES DE SAÚDE DA COMUNIDADE MELHORIA DAS CONDIÇÕES SÓCIO ECONOMICAS DA POPULAÇÃO 39 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE V ANÁLISE SWOT AMBIENTE INTERNO FORÇAS • • • (+) • • • • • • Política estadual de Recursos Hídricos; Pluralidade de solicitantes; Comboio de perfuração de poços pertencentes a SOHIDRA; Instalação do Sistema por empresas Contratadas; Articulação com os órgãos de outras esferas de governo; Flexibilização dos critérios para implantação dos Sistemas; Os Sistemas na sua implantação são desobrigados do Termo de Outorga e Licença Ambiental; Operação dos Sistemas ser de responsabilidade da Comunidade; Articulação entre os órgãos/entidades envolvidos com a promoção da ação. AMBIENTE EXTERNO OPORTUNIDADES • • • • • FRAQUEZAS • • • (–) • • • • Ausência de normatização para atendimento das solicitações dos Sistemas; Ausência de dotação orçamentária destinada a garantir a manutenção e operação do sistema; Falta de conscientização dos usuários acerca do valor social dos Sistemas e a importância dos usuários para garantir a sustentabilidade do sistema; Deficiência na conservação dos Sistemas pela comunidade; Possibilidade de os Sistemas serem operados por pessoa não treinada, devido à falta de substituto igualmente qualificado; Aquisição de dessalinizadores sem análise da necessidade de cada poço; Desperdício de água, devido à gratuidade de seu fornecimento para a comunidade. Adoção de um modelo de gestão comunitária, ocasionando uma menor ingerência política; Expansão de projetos que utilizem os rejeitos oriundos da dessalinização da água; Intensificação do controle na perfuração de poços, especialmente os particulares pela SRH/COGERH; Instituição de programas que promovam a educação da comunidade quanto ao uso sustentável da água; Estimular a celebração de convênios de cooperação técnica entre os entes da federação para garantir aos Municípios a capacidade de manutenção dos Sistemas. AMEAÇAS • • Uso desordenado pelo particular do lençol freático; Interferência política na operacionalização do sistema. 40 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE VI DIAGRAMA DE VERIFICAÇÃO DE RISCO – DVR + BAIXA PROBABILIDADE ALTO IMPACTO • ALTA PROBABILIDADE ALTO IMPACTO Possibilidade de o Sistema ser operado por pessoa não treinada, devido à falta de substituto igualmente qualificado. • • • • I M P A C T O • BAIXA PROBABILIDADE BAIXO IMPACTO Interferência política na operacionalização do sistema; Falta de conscientização dos usuários acerca do valor social dos Sistemas e a importância dos usuários para garantir a sustentabilidade do sistema; Deficiência na conservação dos Sistemas pela comunidade; Ausência de dotação orçamentária destinada a garantir a manutenção e operação do sistema; Desperdício de água, devido à gratuidade do de seu fornecimento para a comunidade. ALTA PROBABILIDADE BAIXO IMPACTO • • • Ausência de normatização para atendimento das solicitações dos Sistemas; Uso desordenado pelo particular do lençol freático; Aquisição de dessalinizadores sem análise da necessidade de cada poço. – – + PROBABILIDADE 41 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios Brasileiros – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE VI MATRIZ DE ACHADOS 42 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais QUESTÃO 1: A escolha das localidades a serem beneficiadas pela Ação contempla critérios de equidade? Achados Situação encontrada Os mecanismos utilizados na escolha das comunidades a serem beneficiadas pela Ação não atendem ao princípio da equidade. Critério Pedido compatível com a missão da SOHIDRA e atenda aos seguintes requisitos: • Suprir, pelo menos, 30 pessoas; • Poço situado em área pública ou doada pelo proprietário; • • Estudo geológico do local favorável à perfuração do poço; Vazão do poço suficiente para atender a comunidade. Evidências e análises Causas De acordo com as Instalaç • Descum • entrevistas constatou-se primento dos ão de que: Sistemas em critérios na localidades escolha das que não localidades • 7,69% dos atendem os Sistemas que estão requisitos funcionando são • Uso de adotados; utilizados por apenas pré-requisitos uma família; informais que não atendem • Instalaç ao princípio da ão de • 42,16% dos equidade Sistemas em beneficiários localidades afirmaram que os menos Sistemas não necessitadas fornecem água própria para o consumo humano; e • 37,30% não fazem uso dos Sistemas. Da análise documental, verificou-se que 50,94% dos Sistemas visitados, não apresentaram Termo de Doação e Servidão Pública do terreno. Ausência de diagnóstico que identifique as localidades mais carentes de água. Boas Práticas Efeitos Programa Água Doce coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente que adota como critério prioritário a escolha de comunidades localizadas em municípios atendidos pelo programa Fome Zero com: • Menor IDH (Índice de Desenvolviment o Humano); • Águas salinas ou salobras em seu subsolo; • Menores índices pluviométricos e de abastecimento de água. Recomendações e determinações Benefícios esperados Que a SOHIDRA defina e normatize critérios objetivos e transparentes, subsidiados por diagnóstico da situação de disponibilidade hídrica, pluviometria, e acesso aos serviços de abastecimento de água no Estado, de modo a promover a equidade no atendimento das populações. Que a Ação seja desenvolvida levando-se em conta critérios objetivos e transparentes para a elegibilidade e a priorização dos municípios e localidades mais necessitados. 43 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais QUESTÃO 2: As metas estabelecidas para a Ação foram cumpridas durante o período auditado? Achados Situação encontrada Descumprimento das metas estabelecidas, durante o período auditado. Critério Metas estabelecidas no Relatório do MAPP, apresentado nas Contas de Gestão da SOHIDRA (2008-2009): • 2008: 402 Sistemas Implantados e 150 Revitalizados; • 2009: 476 Sistemas Implantados e 150 Revitalizados. • Quantidade de Sistemas implantados e revitalizados constante em planilhas apresentadas pela SOHIDRA (20082009): • 2008: 19 Sistemas Implantados e 25 Revitalizados; • 2009: 242 Sistemas Implantados e 70 Revitalizados. Evidências e análises Causas Atraso nas contratações das empresas • Em 2008, responsáveis foram Implantados pela implantação 4,73% e Revitalizados 16,67% dos Sistemas, face ao processo Sistemas; de extinção por • Em 2009, que passa a foram Implantados SOHIDRA e 50,84% e inicio de nova Revitalizados 46,67% gestão da Sistemas. entidade. Da análise documental constatou-se que: Efeitos Quantidade de Sistemas implantados e revitalizados inferior à prevista. Boas Práticas Recomendações e determinações Que a SOHIDRA se planeje de modo a maximizar a quantidade de Sistemas implantados e revitalizados, tornando a Ação mais eficaz. Benefícios esperados Maior número de Sistemas em funcionamento. 44 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais QUESTÃO 3: A operação e manutenção dos Sistemas ocorrem de forma a garantir sua sustentabilidade? Achados Situação encontrada A operação e manutenção dos Sistemas não estão sendo feitas de forma a garantir sua sustentabilidade. Critério Plano de Administração, Operação e Manutenção do Programa PROÁGUA do Ministério da Integração Nacional. Evidências e análises Causas Efeitos Boas Práticas Demora Programa Indefiniç • no reparo dos PROÁGUA que ão de adota um plano de Sistemas; responsabilida sustentabilidade. des quanto à operação e • Descont Programa ÁGUA manutenção • 45,24% não inuidade no DOCE do Ministério dos Sistemas; receberam fornecimento do Meio Ambiente. treinamento quando de água; da instalação dos • Ausênci Sistemas; a de plano de • Sistema Uso do controle eletrônico na trabalho que s instalados, estabeleça um • 85,71% não são sem funcionar; distribuição de água nas localidades: remunerados; e cronograma de • Deterior • Agrovila São manutenção; • 28,57% arcam com ação dos Vicente e Pereiros os custos de Sistemas. (Quixeramobim) Inexistê operação do Sistema; • ncia de verba • Acampamento específica Quando os Sistemas Serragem (Ocara) para apresentam problemas, manutenção. os operadores • Triunfo declararam que (Ibaretama) recorrem a: Nas entrevistas com os operadores dos Sistemas, constatou-se que: • • SOHIDRA: 68,75%; • Juá (Amontada) • Prefeitura: 18,75%; • Caiçara Sul e Ingá (Tejuçuoca) • Líder Comunitário: 6,25%; e • Nenhum desses anteriores: 6,25%. Recomendações e determinações Recomendações: Que a SOHIDRA elabore plano de administração, operação, manutenção que garanta a sustentabilidade dos Sistemas, com definição clara dos responsáveis pela operação e pela manutenção. Que a SOHIDRA elabore plano de manejo para aproveitamento sustentável do efluente oriundo do processo de dessalinização Benefícios esperados • Agilidade nos consertos dos Sistemas; • Forneciment o regular de água; • Aproveitame nto de todos os Sistemas instalados; • Garantir funcionamento dos Sistemas durante sua vida útil. • garantir que a utilização desses recursos não comprometam a qualidade ambiental • Santo Antônio e Conceição (Coreaú) 45 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais QUESTÃO 3: A operação e manutenção dos Sistemas ocorrem de forma a garantir sua sustentabilidade? Achados Situação encontrada Critério Evidências e análises Causas Efeitos Boas Práticas Recomendações e determinações Benefícios esperados Dos 42 operadores entrevistados, 15 (35,71%) afirmaram que os Sistemas apresentaram problemas. Desses, 73,33 % responderam que, em média, costumam ficar parados, esperando conserto, por mais de 7 dias Na Inspeção Física dos Sistemas visitados, constatou-se que 25,00% estavam sem funcionar. As principais causas foram: • Falta de ligação de energia elétrica; • Defeito/Ausência de bombas; Nas entrevistas com os beneficiários, 77,57% declararam que nunca foram informados da importância da comunidade zelar pelo Sistema. 46 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais QUESTÃO 4: Em que medida a Ação têm contribuído para suprir a carência de água para consumo humano? Achados Situação encontrada Baixa contribuição da Ação para suprir a carência de água para consumo humano Critério Classificação de Contribuição da Ação, construído com base no Indicador de Desempenho Orçamentário de Programas de investimento do Governo (Relatório Anual das Contas de Governo, 2009): Evidências e análises Causas Efeitos 25,64% dos Sistemas que Ausência de • Subutilização estavam funcionando dessalinizadores dos Sistemas; forneciam água própria nos Sistemas em para o consumo humano. que a água • Descrédito na apresenta alto Ação; Corroborando com essa teor de evidência que indica salinidade. • Superposição como “regular” a de Ações: contribuição da Ação, Sistemas x observou-se nos diversos Carro Pipa; instrumentos de coleta o seguinte: Boas Práticas Recomendações e determinações Benefícios esperados Que a SOHIDRA instale dessalinizadores nos Sistemas que fornecem água salobra, naquelas localidades que atendem aos requisitos para implementação da Ação. Garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade, contribuindo para a melhoria das condições socioeconômicas das populações. • Insuficiente: até 25% • 27,27% dos beneficiários utilizam a água para outras • Regular: de 25,01% finalidades, como a 50% lavagem de roupa, consumo dos • Bom: de 50,01% a animais; 75% • 37,30% dos • Ótimo: a partir beneficiários não 75,01% fazem uso do Sistema; • 37,57% dos beneficiários afirmaram que a localidade está sendo abastecida por carro pipa, após a instalação dos Sistemas. 47 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE VII ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA BENEFICIÁRIOS DO SISTEMA 1. Há quanto tempo você mora aqui? ( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 2 anos ( ) de 2 a 3 anos ( ) mais de 3 anos 2. Você sabe que esta localidade tem chafariz? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, encerre 3. Quando o chafariz começou a funcionar, você já morava aqui? ( )sim ( )não ( )não se lembra 4. Este chafariz é para o uso de todos? ( )sim ( )não ( )não sabe informar 5. Você faz uso do chafariz? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 8 se NÃO, continue 6. Porque você não faz uso do chafariz? ( )o dono do terreno não permite ( )está desativado ( )nunca funcionou ( )por que a água não é boa ( )outro ________________________ 7. Onde vocês pegam a água que sua família bebe e usa no preparo da comida? ( )cisterna ( )poço cacimbão ( )açude público ( )açude particular ( )rio ( )chafariz de outra localidade ( )carro pipa ( )outro ________________________ 8. A água desse chafariz é boa pra beber? ( )sim ( )mais ou menos ( )não ( )não sei 9. Onde vocês pegam a água para beber? ( )cisterna ( )poço cacimbão ( )açude público ( )açude particular ( )rio ( )no próprio chafariz ( )chafariz de outra localidade ( )chafariz de outra localidade ( )outro ________________________ 10. As outras famílias que residem aqui pegam água neste chafariz? ( )sim ( )a maioria pega ( )não ( )não sei 11. Famílias que moram em outra localidade pegam água neste chafariz? ( )sim ( )não ( )não sei se a resposta da pergunta 9 foi NO PRÓPRIO CHAFARIZ continue, caso contrário ENCERRE 12. Antes desse chafariz ser instalado aqui, onde vocês pegavam água para beber e usar no preparo da comida? ( )o chafariz já existia ( )cisterna ( )poço cacimbão ( )açude público ( )açude particular ( )rio ( )chafariz de outra localidade ( )carro pipa ( )outro ________________________ 13. A que distância fica esse local, onde vocês pegavam água? ( )o chafariz já existia ( )menos de 1 km ( )de 1 a 5 km ( )mais de 5 km 14. E depois do chafariz ser instalado, já aconteceu desta localidade ser abastecida por carro pipa? ( )sim ( )não 48 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais 15. Vocês pagam po r esta água de beber que pegam no chafariz? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 17 se NÃO, continue 16. Vocês podem pegar a quantidade de água para beber que quiserem? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 21 se NÃO, continue 17. Quanto é pago pela água de beber que vocês pegam no chafariz? ________________________________ ___________________________________ 18. Você acha esse valor caro? ( )sim ( )não 19. Já que a água é paga vocês pegam a quantidade que quiserem? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 21 se NÃO, vá para a pergunta 20 20. Qual a quantidade de água para beber que vocês podem pegar no chafariz? ________________________________ 21. Vocês podem pegar a água para beber, no chafariz, a qualquer hora? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 23 se NÃO, continue 22. Existe um horário programado para pegar água no chafariz? ( )não ( )sim, qual horário ____________ 23. Já aconteceu de vocês quererem pegar água para beber no chafariz e não conseguirem? ( )não ( )sim, porque __________________ _________________________ 24. Quantas pessoas são responsáveis para funcionar o chafariz? ( )1 ( )2 ( )mais de 2 25. Elas moram aqui na localidade? ( )sim ( )não ( )não sabe 26. Já aconteceu de vocês deixarem de pegar água no chafariz porque a pessoa responsável pelo sistema não estava lá? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 28 27. Isso acontece com que frequência? ( )mais de uma vez ao mês ( )pelo menos uma vez por mês ( )pelo menos uma vez a cada três meses ( )raramente isso acontece 28. Você acha que a quantidade de pessoa(s) responsável(is) para operar o chafariz é suficiente? ( )sim ( )não 29. O chafariz já parou de funcionar por algum defeito? ( ( )sim )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 34 30. Nos últimos 12 meses, quantas vezes isso aconteceu? ( ( ( ( )nenhuma vez )até 3 vezes )de 3 a 6 vezes )mais de 6 vezes 31. Quando acontece, em média, fica parado quantos dias? ( ( ( )até 4 dias )de 4 a 7 dias )mais de 7 dias 32. Quando o chafariz está quebrado, onde vocês pegam água? ( )cisterna ( )poço cacimbão ( )açude público ( )açude particular ( )rio ( )chafariz de outra localidade ( )carro pipa ( )outro ________________________ 33. A que distância fica esse local, onde vocês pegam água? ( )menos de 1 km ( )de 1 a 5 km ( )mais de 5 km 49 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais 34. Alguém já lhe falou da importância da comunidade zelar por esse chafariz? ( )não ( )sim, quem ____________________ Como ____________________ 35. Sua família, adoeceu menos, depois da instalação do chafariz nesta localidade? ( ( ( )sim )não )não sei 36. A instalação do chafariz trouxe para sua família algum ganho financeiro extra? ( )sim ( )não ( )não sei 37. A instalação do chafariz permitiu que sua família fizesse alguma economia? (por exemplo, gasto com combustível, de tempo, etc.) ( )não ( )não sei ( )sim, tipo_____________________ 38. Após instalação do chafariz, foi disponibilizado para a localidade algum serviço público, como por exemplo, atendimento médico, escola, posto de saúde, etc.? ( )não ( )não sei ( )sim, o que____________________ ____________________ 50 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE VIII ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA OPERADORES DO SISTEMA 1. Nome da pessoa responsável para operar o chafariz ________________________________ 2. Reside na localidade? ( )sim ( )não 3. Quantas famílias residem nesta localidade? ________________________________ 4. Foi indicado por quem? ( )comunidade ( )Prefeitura ( )lideranças políticas locais ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 5. Recebe alguma remuneração para trabalhar aqui no chafariz? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 8 6. Quem é responsável pelo seu pagamento? ( )comunidade ( )Prefeitura ( )lideranças políticas locais ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 7. Qual o valor dessa remuneração? ( )menos de ½ salário mínimo ( )de ½ a 1 salário mínimo ( )mais de 1 salário mínimo ( )varia de acordo com arrecadação a 8. Recebeu algum treinamento para operar o chafariz? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 10 9. Quem promoveu este treinamento? ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 10. Esse chafariz dispõe de dessalinizador? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 22 11. Onde é despejada a água que é rejeito do dessalinizador? ( )diretamente no solo ( )em tanques de decantação ( )em projeto de aproveitamento dessa água 12. Recebeu algum treinamento para fazer a manutenção de rotina do dessalinizador? ( )sim ( )não, quem faz ________________ 13. Quem promoveu este treinamento? ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 14. Algum técnico visita esse chafariz para verificar seu funcionamento? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 17 15. De quanto em quanto tempo esse técnico visita o chafariz? ( ( ( ( )uma vez a cada 3 meses )uma vez a cada 6 meses )uma vez ao ano )apenas quando há solicitação 16. De onde é esse técnico? ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 51 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais 17. Quando o chafariz apresenta problemas quem você procura? ( )líder comunitário ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 18.Em média, leva quantos dias para atender ao chamado? ( ( ( )até 4 dias )de 4 a 7 dias )mais de 7 dias 19. É você quem faz pequenos reparos no sistema? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 21 se NÃO, continue 20. De onde é o técnico que faz esss pequenos reparos? ( )Comunidade ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 21. Quando o dessalinizador está quebrado, onde a comunidade costuma pegar água para beber? ( )cisterna ( )poço cacimbão ( )açude público ( )açude particular ( )rio ( )desse próprio chafariz ( )chafariz de outra localidade ( )carro pipa ( )outro ________________________ 22. Existem outras pessoas que lhe auxiliam a operar o chafariz? ( )sim, quantas _________________ ( )não 23. Essa(s) pessoa(s) residem na localidade? ( )sim ( )não 24. Essa(s) pessoa(s) que lhe auxilia(m) a operar o chafariz receberam algum treinamento para isso? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 26 25. Quem promoveu este treinamento? ( )Você próprio ( )Prefeitura ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 26. Essa(s) pessoa(s) é(são) remuneradas para lhe auxiliar aqui no chafariz? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 29 27. Quem é responsável pelo pagamento? ( )Você próprio ( )comunidade ( )Prefeitura ( )lideranças políticas locais ( )SOHIDRA ( )outro_________________________ 28. Qual o valor dessa remuneração? ( )menos de ½ salário mínimo ( )de ½ a 1 salário mínimo ( ( )mais de 1 salário mínimo )varia de acordo com a arrecadação 29. Você acha que a quantidade de pessoa(s) responsável(is) para operar o chafariz é suficiente? ( )sim ( )não se SIM, vá para a pergunta 31 se NÃO, continue 30. Quantas pessoas além de você são necessárias para garantir o bom funcionamento do chafariz? ( )1 ( )2 ( )mais de 2 31. Já aconteceu da deixarem de pegar água no chafariz porque não tinha alguém responsável pelo sistema? ( )sim ( )não se SIM, continue se NÃO, vá para a pergunta 33 32. Isso acontece com que frequencia? ( )mais de uma vez ao mês ( )pelo menos uma vez por mês ( )pelo menos uma vez a cada três meses ( )raramente isso acontece 33. Quem paga a conta de energia do Sistema? ________________________________ 34. Você faz algum controle de distribuição da água? ( )sim, qual_____________________ ( )não 52 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais APÊNDICE IX ROTEIRO DE INSPEÇÃO FÍSICA DESCRIÇÃO OK! 1. O Sistema está instalado? 2. O Sistema está funcionando? 3. O Sistema possuí alguma identificação do Governo do Estado? 4. O Sistema está instalado em prédio apropriado? 5. O local onde está instalado o Sistema está protegido por muro? 6. O local onde está instalado o Sistema está protegido por cerca? 7. O acesso ao ambiente interno do Sistema é restrito? 8. A localidade dispõe de energia elétrica? 9. A captação de água se dá por bomba elétrica? 10. O Sistema possuí um painel de comando elétrico? 11. O painel de comando elétrico está instalado em casa apropriada? 12. Tem poste de concreto armado? 13. A captação de água se dá por catavento? 14. A caixa d’água é de fibra de vidro com capacidade de 5.000 l? 15. A caixa d’água está suspensa? 16. O poço está protegido com anel de pré-moldado e tampa? 17. O sistema possuí dessalinizador? 18. O rejeito do dessalinizador é despejado diretamente no solo? 19. O rejeito do dessalinizador é despejado em algum reservatório? 20. O chafariz está construído na área externa do Sistema? 21. O controle de distribuição de água é eletrônico? 22. O controle de distribuição de água é manual? 23. Não há controle de entrega de água no chafariz? 24. A água fornecida pelo chafariz é paga? 25. O chafariz é composto por quantas torneiras? 26. Todas as torneiras estão instaladas? 27. Todas as torneiras estão funcionando? O Sistema apresenta algum vazamento de água? Onde? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Porque o sistema não está funcionando? ( )ausência de bomba ( )sem energia ( )algum dano na estrutura ( )outro __________________________________ Observações:__________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 53 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais ANEXO 54 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Águas Subterrâneas. Brasilia: ANA, 2002. 85p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a 6/1994 e pelas Emendas Constitucionais nº 1/1996 a 67/2010. _________. Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. CEARÁ. Lei nº11.996, de 24 de julho de 1992. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos - SIGERH e dá outras providências. _________, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO. Cenário Atual dos recursos hídricos do Ceará / Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, Assembleia Legislativa do Estado do Ceará – Fortaleza: INESP, 2008. 174p. : il. – (Coleção Pacto das Águas) _________. Resolução ARCE N° 122, de 11/12/2009. Disciplina a qualidade da água e dos esgotos na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. COLLARD, A-L.; BURTE, J.; JACOBI, P. Os modos de gestão da água no semiárido cearense: a relação dos pequenos produtores com a técnica agrícola e doméstica. Trabalho apresentado no ANPPAS, Florianópolis, Brasil, outubro 2010. Encontrado em http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/GT9-277-190-20100903123147.pdf Acesso em 08/02/2011. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL – MIN. Nova delimitação do semiárido brasileiro. Brasília, 2005. 35p. ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração do Milênio das Nações Unidas. Nova York, 2000. Encontrado em http://www.unric.org/html/portuguese/uninfo/DecdoMil.pdf Acesso em 08/02/2011. PINHEIRO, J. C. V & SILVA, L. A. C. Apropriação da água subterrânea segundo sua qualidade para uso doméstico no Ceará: uma aplicação de medidas de desigualdade. 2001. Encontrado em http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/encuen/silva.pdf Acesso em 08/02/2011. 55 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais SILVA, O. J. A escassez de água no semiárido brasileiro. 2003. Encontrado em http://www.icb.ufmg.br/big/benthos/index_arquivos/pdfs_pagina/Minicurso/aescassez.pdf Acesso em 08/02/2011. SOUZA, L. A. P. Água no semiárido. 2005. In: Revista Desafios do Desenvolvimento – Instituto de Pesquisas Econômica e Aplicada - IPEA, edição 17, março/2005. SOARES, T. M. ; SILVA, I. J. O.; DUARTE, S. N. ; SILVA, E. F. F. E. Destinação de águas residuárias provenientes do processo de dessalinização por osmose reversa. In: Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, vol.10, nº 3, p. 730/7, 2006. Encontrado em http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v10n3/v10n3a28.pdf Acesso em 08/02/2011. 56 Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios – PROMOEX Relatório da auditoria operacional Pequenos Sistemas Simplificados de Abastecimento d'água em Comunidades Rurais LEGISLAÇÃO Principais Normas relacionadas ao tema: • Constituição Federal – inciso IX do art.23; • Lei nº 11.445/2007, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece Diretrizes Nacionais para Saneamento Básico; • Lei nº 11.996/1992, de 24 de julho de 1992, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos - SIGERH e dá outras providências, que entre outros temas aprova o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH; • Lei nº 14.394/2009, de 7 de julho de 2009, que define a atuação da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE, relacionada aos serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências; • Decretos de nº 23.067/1994 e 23.068/1994, ambos de 11 de fevereiro de 1994, que regulamentam a outorga do direito de uso dos recursos hídricos e a licença de obras e serviços de oferta hídrica (PLANERH); • Resolução ARCE nº 30/2002, de 7 de março de 2002, que disciplina os procedimentos gerais a serem adotados nas ações de fiscalização das instalações e serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário decorrentes do convênio entre a SEINFRA, ARCE e CAGECE nº 20/2001; • Resolução ARCE nº 43/2004, de 15 de abril de 2004, que atribui nova redação ao art. 11 da Resolução ARCE nº 30, de 07 de março de 2002, que disciplina os procedimentos gerais a serem adotados nas ações de fiscalização das instalações e serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, decorrentes do Convênio entre SEINFRA, ARCE e CAGECE nº 20/2001; • Resolução ARCE N° 122/2009, de 11 de dezembro de 2009, que disciplina a qualidade da água e dos esgotos na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário; e • Resolução ARCE Nº 130/2010, de 25 de março de 2010, que estabelece as condições gerais na prestação e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. 57
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