Paulinho Nogueira, o mestre do violão deixa
Transcrição
Paulinho Nogueira, o mestre do violão deixa
Paulinho Nogueira, o mestre do violão deixa saudade Ter, 06 de Agosto de 2013 00:00 Em junho de 1970 a Rede Globo lançou uma novela chamada Irmãos Coragem, que bateu recordes de audiência. O folhetim de Janete Clair era uma espécie de faroeste a brasileira tendo uma trilha sonora de qualidade com interpretes da MPB e não dá música sertaneja. Entre as canções estava “Menina”, de Paulinho Nogueira que virou sucesso nacional. Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira nasceu em Campinas em outubro de 1929 e foi um grande violonista e professor de alunos também notáveis, como Toquinho, entre outros. Além disso, Paulinho inventou um instrumento, a Craviola, que ele usou no acompanhamento dessa música, “Menina” . Paulinho Nogueira partiu há 10 anos, em agosto de 2003, mas dele ficaram boas lembranças pessoais também. Amante das árvores e dos pássaros foi presidente de uma associação de moradores do bairro das Perdizes engajada na preservação do Parque Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca. 1/2 Paulinho Nogueira, o mestre do violão deixa saudade Ter, 06 de Agosto de 2013 00:00 A invenção da craviola, um instrumento de 12 cordas, com formato de uma guitarra portuguesa, mas em tamanho maior e som parecido ao do cravo e da viola mineira, teve repercussão internacional. O instrumento chegou a ser utilizado pela banda inglesa Led Zeppelin na canção “Tangerine” e graças ao invento Paulinho recebeu em 1969 o prêmio de melhor músico do ano, oferecido pelo jornal O Estado de São Paulo. “Menina”, gravada, teve uma história curiosa. Faltava uma música para fechar um long-play e a gravadora pediu pressa, mas Paulinho já havia incluído todas as composições que considerava maduras para um trabalho definitivo. Como não havia para compor mais nada, ele se utilizou de uma trilha sonora que havia feito para ilustrar um filme e nela colocou uma letra sem compromisso. E assim, sem a menor intenção fez um grande sucesso. Em 1986 ele gravou o álbum Tons e semitons, contendo as partituras em violão das musicas incluídas no disco, porque sabia que seus fãs gostavam também de tocar o instrumento e a partir de 1990 passou a gravar vídeos didáticos para solos de violão e nunca deixou de compor. Paulinho Nogueira prosseguiu ensinando música até o dia em que como um pássaro se despediu. Foi a 2 de agosto de 2003. Toda a vez que passo em frente ao Parque da Água Branca, me lembro dele. Por isso fiz essa homenagem. Geraldo Nunes *Geraldo Nunes, jornalista e memorialista, integra a Academia Paulista de História [email protected] 2/2