Operação fecha curtumes e matadouro clandestinos Semma
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Operação fecha curtumes e matadouro clandestinos Semma
4| Marabá | Pará, 10 a 12 de maio de 2014 CORREIO DO TOCANTINS • Caderno 1 Cidade Operação fecha curtumes e matadouro clandestinos Semma, Adepará, Seagri, Divisa e Procon Estadual cumprem orientação do Ministério Público e fazem arrastão entre são félix, morada nova e n. ipixuna Ulisses Pompeu U ma operação iniciada por volta de 2 horas da madrugada desta sexta-feira (9), mobilizou mais de 20 profissionais de seis órgãos diferentes para frear o abate de gado em folha, transporte e comercialização de forma irregular. E o resultado final espantou os participantes da operação, que chegaram também a um cemitério clandestino de carcaça de animais que funcionava no bairro Morada Nova. Segundo a promotora Mayanna de Souza Queiroz, que responde interinamente pela Promotoria do Consumidor, e que coordenou a operação, foram instituídas quatro equipes envolvendo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Adepará, Seagri (Secretaria Municipal de Agricultura, Divisa (Divisão de Vigilância Sanitária), Procon Estadual e o próprio Ministério Público. Duas equipes foram para Nova Ipixuna, onde havia denúncia da existência de matadores clandestinos. Em um deles, segundo a promotora, o gado estava apenas fechado em curral e não havia nenhum animal sendo morto para abate. No outro matadouro, contudo, estava sendo feita matança de gado e o mesmo foi fechado e o responsável conduzido para a Delegacia de Nova Ipixuna e autuado por crime contra o consumidor e ambiental, além de ter sido autuado administrativamente pela Adepará e Procon. As rezes abatidas também foram apreendidas No matadouro, os ani- Fiscal usa máscara em cemitério clandestino de carcaças de animais encontrado em Marabá Curtumes autuados e lacrados Em São Félix, um curtume clandestino foi fechado com cerca de 60 couros de gado. Ele funcionava, segundo a promotora Mayanna, no quintal da residência do proprietário, que foi au- mais eram mortos com machado e o sangue escorria na terra e de lá enveredava para algum manancial de água. Não havia nenhum tipo de higiene, EPI (Equipamento de Proteção Individual) e a for- tuado pela Semma, Seagri e Adepará. O local foi fechado e o couro apreendido pelas autoridades. Outro curtume foi fechado em Morada Nova, com 31 peças de couro. O ma rústica como os animais eram mortos e o couro retirado, impressionou os fiscais dos órgãos participantes da ação. A falta de higiene no local, de acordo com especialistas, também favoreceria a proprietário, conhecido como Zezão, também foi autuado e ainda teve seu açougue, com nome fantasia de Bwoiadeiro, no centro daquele bairro, lacrado. contaminação da carne que seria vendida. Além disso, as autoridades encontraram um cemitério de carcaças de boi em Morada Nova, o qual pertence a um cidadão conhecido como Luiz Antônio. Ali, os fiscais encontraram uma grande quantidade de urubus se alimentando das carcaças e mau cheiro era horrível, exalando odor em várias partes do núcleo Morada Nova. O responsável pelo mesmo foi autuado e se comprometeu em retirar as carcaças de lá e dar um destino adequado às mesmas. No mesmo bairro, o açougue Frigocarne também foi autuado, multado e fechado por comercializar carne sem origem comprovada. A operação, de acordo com a promotora, recebeu suporte da Polícia Militar, por determinação do comandante e tenente-coronel José Eduardo de Oliveira Pimentel e auxiliado pelas guarnições de São Félix, Morada Nova e Nova Ipixuna. Segundo ela, o gado que era abatido de forma clandestina em Nova Ipixuna abastecia aquele município, mas o produto também chegava a Morada Nova e São Félix, porque não há fiscalização permanente nas estradas. “Toda essa carne tinha procedência duvidosa”, alerta a promotora. A promotora explica que a carne deveria ser resfriada entre o matadouro e o açougue, antes de ser comercializada. Todavia, neste caso, o gado era morto na madrugada e carne chegava ainda quente nos açougues, o que caracteriza perigo sanitário. “Mas os fiscais receberam muitas denúncias de que ainda há gado abatido na folha em propriedade particular, uma prática antiga, proibida por lei, e que já deveria ter sido abandonada”, explica Mayanna Queiroz. Arrecadação Receita e Prefeitura assinam convênio contra a sonegação A Receita Federal do Brasil e a Prefeitura de Marabá, através da Secretaria Municipal de Gestão Fazendária (Segfaz), assinaram na manhã desta quinta-feira (8), dois convênios com a Receita Federal, que visam a melhorar a arrecadação e combater a sonegação fiscal. Os convênios foram assinados pelo prefeito João Salame e o superintendente da Receita Federal no Pará, Esdras Esnarriaga, que na solenidade foi representado pelo delegado Max Ramos, da Delegacia da Receita Federal em Marabá. Um dos convênios focaliza a cooperação técnica entre Receita e Segfaz e o outro servirá para compartilhamento de dados entre ambos. Segundo Ricardo Rosa, secretário de Gestão Fazendária, esse é mais um grande passo no processo de modernização da Segfaz, que vai melhorar substancialmente o processo de fiscalização e também de arrecadação. “Essa cooperação vai ser fundamental nesse processo, porque queremos ampliar nossa arrecadação, mas vamos fazer isso dentro da legalidade, com justiça fiscal”, ressalta. Ainda segundo Rosa, é importante deixar claro que o município não quer apenas ser uma máquina arrecadadora, mas acima de tudo melhorar a infraestrutura da cidade e, consequentemente, a qualidade de vida da população. “É com esse recurso que o município viabiliza melhorias, por exemplo, dos sistemas de saúde e educação. Temos de fazer o recurso retornar em benefício da sociedade”. Segundo o delegado da Receita Federal em Marabá, o convênio de compartilhamento de dados vai permitir ao município o acesso ao Esped – Escrituração Eletrônica Digital -, que permite visualizar os dados fiscais, ou seja, a contabilidade das empresas. Ele explica que desde 2009 algumas empresas já são obrigadas a fazer o Esped Fiscal, dados que agora o município vai poder ter acesso. “Isso melhora o controle da arrecadação tributária”, enfatiza Max Ramos. Já pelo convênio de cooperação técnica, o município e Receita terão acesso aos bancos de dados armazenados no sistema de arrecadação de ambos. “Com isso, o município, por exemplo, pode buscar ampliar o seu escopo de arrecadação e também conhecer melhor os contribuintes. Com essas duas visões, se pode melhor monitorar os contribuintes, principalmente aqueles que estão apresentando indícios de sonegação fiscal”, pontua o delegado. Max exemplifica que, com isso, a Receita vai poder acompanhar melhor as obras realizadas no município. “Sobre essas obras, além do ISS, também incide o INSS, pago a Receita. Agora teremos acesso a essas informações, que às vezes chegam a Receita de forma truncada ou é declarado em valor abaixo do que realmente valem. Ou seja, às vezes é informado um valor para o município e outro valor a Receita. Agora esses dados serão cruzados e vamos poder fazer as correções”, avisa Max. Complementando as informações, Ricardo Rosa ressalta que esse é apenas um primeiro passo no processo de aperfeiçoamento dessa relação entre município e Receita Federal. A meta é ampliar, inclusive ações a serem desenvolvidas em conjunto pela Receita e Segfaz. “Não vamos apenas ter acesso aos dados um do outros, mas seremos parceiros nesse processo de arrecadação dos tributos municipais e federais”, diz o secretário. Ricardo Rosa adianta ainda que já existe a discussão, para que também seja firma- do convênio para fiscalização do Imposto Territorial Rural (ITR). “Nós estamos amadurecendo essa ideia. Essa parceria Município-União, através da Receita e Segfaz, está apenas começando. Com isso, vamos conseguir alcançar contribuintes e obter informações que antes não tínhamos, da mesma forma que a Receita, já que o município hoje tem o controle dos alvarás de construção e ISS dessas obras. Isso, com toda certeza, também vai impactar na arrecadação do INSS para a Receita”, acredita Rosa. (U.P.) DIVERSIDADE Música na Estrada vem a Marabá Pelo quarto ano consecutivo, o Circuito Música na Estrada sai de Belém para levar diversidade musical às cidades do Pará. Na rota deste ano, estão os municípios de Parauapebas, Curionópolis, Canaã dos Carajás e Marabá, no sudeste paraense. O projeto tem patrocínio da Lei Rouanet e Vale, com realização do Ministério da Cultura e MM Produções. O primeiro show foi na última quinta-feira (08), em Parauapebas. Agora a Caravana segue para apresentações em Curionópolis, dia 11 de maio, a partir das 19h, na Praça Irmã Adelaide, em Canaã dos Carajás, dia 15, às 20h, na Praça da Bíblia e Marabá, dia 17, também, às 20h, na Praça São Félix/ Orla. Todos os shows serão abertos ao público. Os músicos Natália Matos, Antonio Novaes e Projetos Secretos Macacos, depois de Parauapebas fazem mais uma apresentação, em Curionópolis, no domingo, 11 de maio, Dia das Mães, trazendo mais uma vez, um recorte da diversidade da música brasileira, no Pará. Após estas apresentações, os artistas desta primeira etapa se despedem do projeto e retornam a Belém. A carreta palco, porém, segue na estrada, enquanto um novo grupo de músicos e cantores se deslocam da capital, em direção ao sudeste paraense, desta vez, para tocar em Canaã e Marabá. Nestas duas cidades, serão realizados shows de Pedrinho Callado e Allan Carvalho, dois compositores que costumam participar e levar premiações em festivais da canção nesta região, fazem parte desta segunda leva. Além deles, as cantoras Camila Honda e Larissa Leite, da nova geração de cantoras paraenses, assim como Natália Matos, e complementando o grupo, a programação, em Canaã e Marabá, conta ainda com o bom rock’n roll da banda Molho Negro. Em Marabá, haverá mais uma participação do cantor Beto Di Mayo e do músico Diego Aquino. (U.P.)