Alentejo_PalavraseE..

Transcrição

Alentejo_PalavraseE..
José Rabaça Gaspar (organização e montagem)
O ALENTEJO, quando FALA… mostra (-se)…!
“Atão cumpadres, qui’é que’stão p'raí conversando…
remoncando… arengando… ramplonando… aldeagando…"
Alentejo – Palavras e Expressões – GLOSSÁRIO de regionais do ALENTEJO
algumas OBRAS e SIGLAS utilizadas
Alentejanando – Estórias e
Sabores
Joaquim Pulga
JPulga
CANCIONEIRO DE SERPA
Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição da Câmara Municipal de
Serpa 1994
CS - RCortez
Dialecto Alentejano –
contributos para o seu estudo
Manuela Florêncio
Ed. Colibri, 2001
AUTO DO NATAL –
PRESÉPIO
Casa do Povo de São
Matias, Beja
AMARELEJA Rumo à
sua História
Padre João Rodrigues
LOBATO, 1961
O ELEMENTO ÁRABE NA
LINGUAGEM DOS
PASTORES ALENTEJANOS
ARH JRL - Lobato
CFicalho - CFicalho
AutoN
A Linguagem Popular
do Baixo Alentejo
Manuel Joaquim
Delgado
Ed. Assembleia Distrital
de Beja 1983
Alentejo Cem por Cento
Prof. Joaquim Roque
Ed. CM Ferreira do Alentejo
- 2ª ed. 1990
Monografia de Vila
Verde de Ficalho
Francisco Valente
Machado
Ed. Biblioteca Museus
de VVFicalho, 1980
Conde de Ficalho
´
Alentejo100 - JRoque
LPBA JD - Delgado
Dicionário de Falares do Alentejo
Vítor Fernandes Barros
Lourivaldo Martins Guerreirp
Ed. Campo das Letras - 2005
MonografiaVVF Machado
Os Falares Fronteiriços de
Olivença e Campo Maior…
José Luís Valiña Reguera
Jornal Terras do Cante Nº0- 1994
DialectoAl – MFlorencio
jTC 0 Fev 1994
Corroios – Aquém Tejo – 2011 04
JLVReguera
Textos Curtos utilizados para ilustrar o vocabulário organizado na tabela…
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Uma CANTIGA popular: Strala a Bomba...
Meninas da R’bera do Sado…
Uma curta ESTÓRIA versada: No Ressio enfio...
A anedota... da CORTIÇA
Carta dum pastor ao Compadre Fialho de Almeida
Pinto Basto (canta)
Mestre Alentejano de J. de Vasconcellos e Sá
Saramago de J. de Vasconcellos e Sá
Mestre Alentejano 2, de Rosa Dias
A Ponte da R’bêra d’Odivelas
DESPIQUE FALAR ALENTEJANO
M'nina que tá à j'nela...
Uma DÉCIMA (Mote e 40)
No teu Giro Sol Brilhante...
Crónicas de Manuel Loendrero
1. O de Lisboa - in A PLANÍCIE, 15/02/83
2 A Pega - in A PLANÍCIE, 15/06/83
3. Tornêo em Lesboa 3 - in A PLANÍCIE, data ilegível
4 A Excursão
5 A Escola
AMARELEJA Rumo à sua História
1. EPISÓDIO da vida no Campo – com Glossário
2. Breves diálogos…
3. “Gente Possante”
O ELEMENTO ÁRABE NA LINGUAGEM DOS PASTORES
ALENTEJANOS - (EALPA) (CFicalho).
RIQUEZA DOS FALARES REGIONAIS
(um conjunto de vários (7)Textos com saborosas
(h)istórias no fim das quais o autor faz um levantamento
vocabular...) - Daqui peço as devidas desculpas e
autorizações, para, dentro das minhas limitadas
possibilidades, ir arquitectando uma AMOSTRA do
FALARe do ALENTEJO...
Algumas ligações – vídeos – gravações…
Alunas do Magistério, Beja, 1985 e Adiafa
2000?
Uma professora em Mértola, 1984/85
Alunas do Magistério, Beja, 1985
Dita pelo Prf. Manuel Pedro, Beja, 1980
J. de Vasconcellos e Sá
Canta: Pinto Basto (neto)
Rosa Dias / Pinto Basto
Enviada por João Honrado
in À DESCOBERTA DE POTUGAL - Rider's
Digest - 1982
Inocêncio de Brito, S. Matias, Beja, 1856 1938
Eng.º Luís Eduardo Perfeito Santa Maria
Padre João Rodrigues LOBATO, 1961, pp. 179
a 193
Poema de De D. Maria da Paz Barreto
Martins
Conde de Ficalho – in TRADIÇÃO – Serpa,
a partir do ANNO I - N° 6, Junho de 1899
Manuel João da Silva - Ed. Câmara Municipal
de Santiago do Cacém e Sines - 1985
“Alentejanos” in http://senamor.blogspot.com/2008_12_06_archive.html
Mais do que uma simples caricatura – o “FALAR”, o modo como comumicas é que define a tua
identidade…
«As “Pessoas” e as “coisas”, à partida, não têm “NOME”. Somos nós que damos “NOME” às
“Pessoas” e às “coisas”.
Ou antes, nós é que somos aquilo que chamamos à “Pessoas” e às “coisas”!»
Porquê? Porque, como dizia Epictecto (50 – 158 pC.): «O que perturba e alarma o Homem não
são as “Pessoas” ou as “coisas”, mas as suas opniões e fantasias acerca das “Pessoas” ou das
“coisas”.»
Foi o Homem que deu os Nomes às coisas… (Ver Gen. 2,19):
«Tendo pois, o Senhor Deus, formado da terra todos os animais dos campos e todos os
pássaros do céu, levou-os ao Homem para ver como ele os havia de chamar. E, todo o NOME
que o HOMEM pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro NOME.»
TERMO /
expressão
a escape
à escape
a mais grossa e
como o pitrol
abafadura
abalari
abali
abençua
aberão
abespêro
abesprero
abichornado
abichornado
abocanhar
abondo / avondo
acabadoiro
acabantes de
açafoar-se
açafões
aceifões
ceifões
cefões
safões
açano
acarditar
acarear
acartar
aceifões
acelga
acharoado
origem
provável
rapidamente
à pressa… abalou à escape…
forte medo
abafo
abalar
abelei
calor abafadiço
ir embora
bênção
vespeiro
vespas
boca
lat. abundu
vt. avondo
avonde e tem
qu’avonde
ár. as-saifan'
aceno
acreditar
ár. as-saifan'
OBRA
Pag.
Lobato
Lobato
Delgado
Machado
Delgado
Machado
Delgado
Lobato
Lobato
Delgado
296
a morrer
uma vez que
irritar-se –zanagr-se
Guarnições de pele para proteger
as pernas
Machado
Machado
Delgado
296
296
gesto com a cabeça, mãos
Delgado
Delgado
Delgado
chapéu alentejano
acharondado
ache
achegas
acormado
açucre
adiafa
adiós perico
adiós Quinim
adondi?
adregar
adregue
afeção
afeguntar-se
afrajalar-se
agastura
agasturas
agente
a gente
CITAÇÃO/INFORMAÇÃO
/Significado
Vespeiro
atmosfera quente e pesada
atmosfera quente e pesada
abarcar com a boca
abundante; e assaz,
suficientemente
proteger «…acareias toda a
gente…»
carregar
vt. açafões, ceifões e safões
planta?
zangado, mal disposto,
humilhado (acharondado)
mal disposto, humilhado (por
acharoado); – zangado
pequena ferida…
Ajudas, gorjetas…
cheio
açúcar
onde?
já não tem remédio
lá se vai tudo
CFicalho
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
calhar, acontecer…
“por adrehue” por acaso
afeição
precipitar-se
recostar-se
zanga
ânsias
nós
Lobato
Lobato
296
agora cá
agora logo
ai quirido
aiveca
ajuda
de ajudar
al será
al será
alabaça
arrabaça
alabão
ár. al-laban
alacrara
alacrara
alândea
lacrau
lacrau
alavão
ár. al-laban
albarda
albarrã
albarran
ár. al-barrani
alberca
alcácer
alcachofrado
alcachofrar
alcáçova
alcáçovas
alcagoita
alcaide
alcornoque
aldeagar
aldefa
aldemenos
alembraça
alfacem
alfaia
alfeirão alfeire
alverca
ár. al-qaçr
al-qacil
ár. al-qaçabã
ár. al-qãid
ár. ai-haia
ár. al-hair
Nem penses nisso!
já, imediatamente
meu caro
peça da relha do arado
Aqui é o segundo pastor do
maioral.
duvidar
exclamação afirmativa ou
negativa segundo a frase em que
é colocada;
v. g. - Dás-me um figo? Al será!
(negação)
- Al será que amanhã não chova
(é quase certo que chove)
rabaça – planta umbelífera…
Diz-se do gado que dá leite
VT. alavão
alacrau
a bolota do sobreiro, para
distinguir da “boleta” da
azinheira
Diz-se do gado que dá leite
vt. alabão
No Alentejo anda ligado ao
rebanho que dá leite para
queijos
Lobato
CFicalho
145
Lobato
CFicalho
151
152
Machado
296
CFicalho
151
152
Machado
296
v. cebola albarrã – cebola
campestre, braa, dos campos,
sem ser semeada e disposta…
castelo, palácio
Sementeira de aveia (Barrancos)
um pouco zangado
irritar-se
cidadela
Cana
Será esta a origem de Alcáçovas,
Évora Alentejo.
Vt. Canas de Senhorim…
amendoim
guia, chefe
sobreiro caduco
falar á tôa, tagarelar, falar
animadamente, gracejar
ruidosamente.
loendreiro (Barrancos)
ao menos, de modo nenhum
lembrança
alface
necessidade… utensílios
porco de engorda…
cercado, horta; cercado onde se
guarda o gado
Houaiss, 5 significados, como
vara de porcos ou de gado que
não tem crias…
Lobato
CFicalho
150
alfeireiria
alfeireiro
alfirme
v. alfeire
alforria
algara
ár. al-huriiâ
ár. al-gãra
algarevão
dic. Algarivão,
mq. Alcaravão
algeroz
algibe
algibeira
ár. al-qarauan
algoradear
algoz
algum dia
ali ó pé
aljibe
aljube
almádena
almanjar
almanjarra
almanzém
almareado
Almáste(c)ga
almástica
almatrixa
de firme
ár. al-zarub
ár. al-jubb
ár. al-jibairã
ár. al-gozz
ár. al-gozz
ár. al-madnã
ár. al-majarrã
ár. al-majarrã
armazém
ár. al-masteka
ár. al-matraxa
almece
ár. al-mis ou almiç (DE)
al-mãiç(GDLP)
almécega
ár. al-maçtika
almenara
almiara
almocabar
aloendro
alpoldra
alpondra
alque(i)ve
alquitete
alteiro
ár. al-madnâ
altemóvel
altomóvel
atmóvil
alumiar
alvanel
alvaner
alvanéu
alvenéu
ár. al-muqabar
v. loendro
v. alpondra
al + lat. pulitruár. al-qaua
arquitecto
de altear?
ár. al-banna
ár. al-banna
ár. al-bannã
Égua ainda estéril
O home de guarda ao alfeire
corda delgada de esparto. v..
rede
v. forro e forra
incursão de cavaleiros por um
território
Ave pernalta de arribação… que
canta: tão ruim… tão ruim… tão
ruim…
canal de água
cisterna, poço
Pequeno saco de couro usado
pelos cavaleiros árabes
coscovilhar
de uma tribo onde se recrutavam
os carrascos
antigamente
ali perto
cisterna, poço
almenara, v. minarete
curso de água; trave, barrote
curso de água; trave, barrote
enjoado
resina de lentisco
Al.sementeira para repovoação
O aparelho da burra… feita… com
peles de ovelhas. Manta presa
com uma cilha, usada nas
cavalgaduras
soro de queijo” que
desempenhava um papel
importante na alimentação das
classes pobres, durante as
rouparias… Fevereiro – Páscoa…
Relacionar com Manteigas, na
Serra da Estrela. V. tabefe.
ideia de resina. V. almástica no
Alentejo
v. almádena, minarete
meda de trigo
cemitério árabe
150
161
jTC, Fev 94
Pastores e
Pregoeiros
Lobato
CFicalho
168
Machado
296
CFicalho.
158
CFicalho
jTC, 0 Fev 94
165
NDPérez
56
Machado
jTC, 0 Fev 94
296
pedras de passagem num rio
pedras de passagem num rio
terra deserta, terra de pousio
“Deixas de ser tão alteiro”
(Não encontrei no GDLP)
automóvel
nomear
pedreiro. Vt. alvenéu
pedreiro. Vt. alvenéu
pedreiro. Vt. alvaner
Lobato
CFicalho
144
alvanil
alvanir
alveitar
ár. al-banna
ár. al-banna
ár. ai-baitar
alvenaria
de alvener
alvenel
alvener
alverca
alvetar
alvoreado
alvoredo
alzubêra
amanhar
amahari
amanhêm
ambos dois
amentolia
amentolia
amesear
ametade
amor' dois
amori
anaco
ár. al-bannã
ár. al-bannã
ár. al-bbirkâ
andaço
andâncias
andar à gadeia
andar a
tranquete
andar à unha
epidemia
dilegências
andar com a
orelha fora do
cabresto
andar com a veia
altéria
andar em fama
andar
tarraceando
andes
endês
andesia
andi
ângulas
aninho
anti-parras
antre
anzoli
enzol
aos repoupos
aos torlores
aos três meios
quartilhos
pedreiro. Vt. alvenéu
pedreiro. Vt. alvenéu
ferrador de bestas, veterinário
sem diploma
arte ou profissão de pedreiro.
Pedra tosca
pedreiro. Vt. alvenéu
pedreiro. Vt. alvaner
tanque que recebe água da nora
ferrador… tratador de animais…
sem juízo…
arvoredo
algibeira
CFicalho.
144
Machado
296
Machado
296
Machado
Lobato
295
Machado
Machado
296
296
cultivar a terra, prepará-la…
consertar um objecto… ossos…
amanhã
os dois… ambos
almotolia
almotolia
acusar em tribunal
metade
ambos
amor
cabrito de um ano ou nacp de
pão…
folgar
à pressa
ár. al-qaua
andar em desavença,
desentendido
andar desconfiado, precavido
Lobato
andar nervoso
Lobato
andar fazendo qualquer coisa
sem saber o quê
ovo que s põe à galinha para
continuar a psotura
terra deserta, terra de pousio
Terrenos por andam os rebanhos
e onde dormem para ser
fertilizados…
andei
às cavalitas no jogo do eixo
lã dos borregos que não dá para
fazer velos…
polainas dos cavadores
entre
anzol de pesca
Lobato
a esquivar-se
a trouxe-mouxe
ir a cair, com os copos…
CFicalho
154
CFicalho
170
Lobato
Lobato
Lobato
aos trouxosmouxos
apanhar a lebre
aparrado
apartação
a trouxe-mouxe
de apartar
aplancar
apoldrada
de poldro
apresto
aquaso
a-que-turrumtum-tum
aqui me morrem
as poupas
quando alguém cai…
apertado
…separação dos borregos das
mães. Acto de separar certo
número de animais.
cava feita no verão…
diz-se da égua que tem cria ou
poldro
aprestar tudo o preciso para o
gado muar… cabresto, guizalhas,
arreatas, rédeas, decoiro,
chicotes, molins…
acaso
a que propósito
Lobato
CFicalho.
151
CFicalho
150
Machado
Lobato
296
Machado
Lobato
296
queixa que se tem quando
alguma coisa leva muito tempo a
fazer.
De um garoto ter ido aos ninhos e ter
trazido para casa duas poupas que meteu
na gaveta da mesa quando se preparava
o funeral da avó. Puseram o caixão em
cima da mesa onde o garoto tivera posto
os pobres pássaros.
Então este exclamava de vez em quando:
- Não levam a velha e aqui me morrem
as poupas!
arção
arengar
acção
falar por entre os dentes, sem se
perceber o que diz
esta rola, estouvado
armar uma zaragata…
argolairo
armar um
terrêrinho
arquiz
arrã
arrabaça
alabaça (?)
arrabaceiro
arrabolar
arraiol (jogo)
arranjar um
embrechado
arrebantar
arreceber
arreceio
arrematar
arrenegar
arrequiz
arretalhar
arriar o calhau…
arrife
Lobato
pequena cabana ou galho para
pendurar chocalhos ou coleiras…
rã
Machado
295
Machado
296
Machado
Machado
Lobato
Lobato
Lobato
296
296
rabaça – planta umbelífera…
rabaceiro
rebolar
que gosta de fruta verde…
Jogo do berlinde
criar uma compliação
rebentar
receber
receio
arrequife
dizer mal de; censurar
amaldiçoar, zangar
pernada seca que os pastores
espetam junto da choupana para
servir de cabide; armário para os
queijos.
dar um corte com faca,
normalmente em azeitonas e
castanhas
Ir ao WC!
aceiro… desbaste em linha
recta…
arrodeio
arrodioscas
artemage
artemove
arve
arvela
asado
azado
assabão
asservar
assinatura
assubir
atabúa
atafal
atafona
atalicar
atão
atão!
atibado
Atôco
avaluar
avelada
aventejar
avio
avoar
avonde
avondo
abondo
rodeio
evasivas
Machado
Machado
296
296
automóvel
árvore
alvéola
Machado
Machado
Machado
296
296
296
sabão
observar
Machado
Machado
295
297
Machado
296
CFicalho.
168
Machado
296
Lobato
Lobato
Machado
296
feitiçaria
consentimento
subir
Ár. ath-thafar
ár. aT-Tafar
então
Então!
cheio
buraco
avaliar
avelã
de aviar
voar
lat. abundebonda
azado
azedo
azemel
azenha
azete
azomb(ê)eirado
azougue
bááá!
bacina
bainique
baldoréga
beldoéga
baleio
balhar
balhe
balho
balharisco
bambúrrio
banhar
barafunda
baranda
planta da ribeira…
cinta larga presa à albarda
moinho. Arrecadações junto ao
moinho.
provocar, atiçar
ár. as-sãnia
ár. az-zauq
… a ficar velha…
cheirar (de venta)
provisão de mantimentos
abundante, bastante
abundante, bastante
t’avonde… t’avondo… chega!
basta!
pote pequeno para onde o leite é
coado por panos sobrepostos… e
coalha com cardo…
o estado de fermentação do
queijo…
almocreve
nora, roda de irrigação…
azeite
desajeitado
íman (a faca tem azougue…)
nem por isso; ou negação
categórica; v. g.
- Tiveste uma boa seara! Bááá
- Saiu-te a sorte grande! Bááá!
vacina
casa pequena
planta hortense…
Lobato
CFicalho.
Machado
158
296
CFicalho.
164
CFicalho.
164
CFicalho.
168
Lobato
Machado
Lobato
296
Machado
296
vassoura de giesta e arbustos…
baile
“’stá o balho armado” – confusão
baile
sorte
nadar
confusão
varanda
barbantão
barbiano
barquilho
barbanto
Como barbanto
barquino
barranceira
barranha
barrenha
barranhão
barrenhão
barranhoa
bassoira
bater o atanado
bater os cachos
bater os engaços
belga
belmeque
bem
acompanhado
bem esgalhado
Bértelameu
bescoço
bescoço
bestigo
besuntar o pão
bigote
bobedêra
bober
bobedêra
boleta
bom dia cá d’o
péi
bonda
bordalho
bordanada
borra
borrega
borrego
borro
boticada
boxa
boxudo
brabo
brendêro
brincar òs
escondarelos
brunho
buano
rústico, burgesso, alarve
rústico, burgesso, alarve
pequeno tabuleiro de madeira
para o servente levar a
argamassa ao pedreiro…
(Barrancos) (Beja tabulacho)
pele de cabrito, preparada para
conter e transportar água
potável…
ribanceira
vaso de barro ou lata para
líquidos – espécie de bilha…
«tigela, de loiça grosseira, usada
nos “montes” para serviço dos
ganhões, onde se prepara a
açorda»
vassoira
morrer (atanado - coiro)
comer os restos
Morrer
jeira de terra, courela…
lugar
constituído, forte
CFicalho.
159
Machado
Lobato
Lobato
Lobato
296
Lobato
Lobato
bem feito
Bartolomeu
pescoço
pescoço
postigo
Machado
Machado
Machado
296
295
296
Machado
Machado
296
296
barrar o pão (com manteiga…)
bigode
bebedeira
beber
bebedeira
bolota da azinheira ou chaparro,
para distinguir de (a)lândea a
bolota do sobreiro
Bom dia
borda
bordoada
Lat. burrav. borrego
lat. burrulat. burru-
bravo
merendeiro
abrunho
guano
ver abondo e avondo
ambra , “espécie de peixe do
rio muito apreciado”. (Barrancos)
«pancada com bordão; paulada»
burel, tecido grosseiro de lã…
fem. De borrego
ruço, encaranado
ruço, encarnado
bebida ruim, ou boa
barriga, ventre proeminente
barrigudo
Lobato
CFicalho.
CFicalho.
CFicalho.
CFicalho.
Lobato
146
146
146
146
Machado
296
Machado
296
«pequeno pão feito da
amassadura que se come, em
geral, à merenda».
brincar às escondidas… infantil
«adubo preparado com matérias
orgânicas».
ovelha muito guedelhuda
(Barrancos)
grande ventania
está embaciado, baço
burda
buzaranha
búzio – “Tá
búzio”
cá!
cabaço
Expressão de dúvida!
recusa de namoro… tampa… “dar
cabaço…”
calhar em sorte… (herança)
pertencer, caber (do latim
capitare)
a extrema de uma leira de
terreno lavrado ou de um
ferragial
cabedar
Cabedar
cabedulho
çabola
çabola
cabrão dum raio
cação
caçareiro
cacete
cachafundão
cadêra
caderno
cafei
çafões
cagar
dar de corpo
cagulo
Cair uma tochada
de água
cais
cáje
cajado
cebola
cebola
296
Lobato
Machado
296
Machado
295
CFicalho.
156
dos insultos tolerados, mais
ofensivos na região
Estar em cação – estar nú…
carcereiro
pau
um fundão perigoso num poço…
cadeira
v. safões
cogulo
Uma variedade de trigo
(Barrancos)
café
Neste sentido parece que não
terá vindo do árabe!
ir ao WC
… além da medida… alturão…
chover fortemente
quase
«um caje nada…»
lat. caiãtu-
bordão de pastor com meia volta
em cima…
mandriar
vigarsita… pessoa falsa
sopa de azeite e cebola, em uso
no Alentelo.
sopa fria de azeite, vinagre e
alho… vinagrada… comida mal
feita…
panela grande com asa onde se
faz comida… migas… e outros
usos… (É a ferrada entre os
pastores da Serra da Estrela…
Certa doença de melões e
melancias…
rapazola… catraio… (desprezível)
porcalhona, sem brio
Primeiro leite (almece) após o
parto
qualidade
eucalipto
calor! “Mas que calma…”
“…é diverso do pelico, formado
calacear
calatrava
calatroia
calatróia
caldeira
v. ferrrada
caleira
calor?
calhabuz
Calhaca
calhostres
colhostros
calidade
calitro
calma
çamarro
Machado
colostro
v. samarro
Lobato
CFicalho.
156
CFicalho.
159
CFicalho.
159
Lobato
CFicalho.
155
por duas peles, uma maior nas
costas, outra no peito e sem
mangas.”
troca de cigano, troca duvidosa
(de câmbio - troca)
cambalacho
cambra
cambra municipal
câmbria
camineta
campo da bola
canavoira
canavoura
candeio
canha (mão)
caniçado
câmara
canito
canseira
cante
canti
canzuada
caqueirada
cãozinho
caquêro
carabulo
carcachada
Carcachada
carepa
carepar
caco
carolo
conhota
Machado
296
CFicalho.
164
Machado
295
trabalheira
cantar
caqueiro
carinchelo
carneiro
lat. carnãriu-
carnicão
de carne
casão
cascabulho
casca
caspacho
v. gaspacho
catacuz
cataloio
catinga
Catrina
cavalage
cavandela
cavilar
câmara
cãibra
camionete
campo de futebol – estádio
«pé oco da fava» - pernas
magras, caenlas…
flores da oliveira…
esquerda
prateleiras onde os queijos
acabados de fazer, vão
fermentar… até ao azedo…
Lobato
muitos cães
Restos de fezes e urina que se
deitam fora…
Vaso tosco de barro…
maçaroca do milho…
rir à gragalhadas…
gargalhada
caspa (cabelo)
cair chuva miúda (meuda) (de
carepa - caspa miúda)
opérculo do peixe
“animal carnudo de boa carne”.
Será o borro já crescido…
núcleo duro e purolento de
certos tumores e furúnculos…
carnegão
armazém
cobertura da bolota…
(depreciativo) rapazola…
catraio…
iguaria com pão, água fria,
azeite, vinagre, legumes…
planta parecida com os
espinafres que se usa em certas
comidas…
meio parvo
cínico (do bras. catinga)
Catarina
cavalegem
cebola alvarrã
Ár. albarran, al
barrani
cêfar
ceifões
ceifar
v. safões
queda, engano, embuste…
Pensar com insistência na
mesma coisa – matutar…
cebola campestre, brava, dos
campos, sem ser semeada e
disposta…
O m.q. açafões e çafões
Lobato
Lobato
Lobato
CFicalho.
147
CFicalho.
159
Lobato
Lobato
Machado
296
Machado
296
CFicalho.
170
Machado
CFicalho.
295
156
jTC, 0 Fev 94
chafranada
chana
azáfama… estrafuna… barulho…
aplanar o terreno com a mão
para jogar o belindre (de plana)
tonto, maluco
chanfrado da
cabeça
chapada
Encosta de uma serra…
bofetada…
terreno estéril… onde abunda a
xara ou esteva
chara
xara
charaval
(xaraval)
charaz
charaviscais
xaraviscais
charaviscar
charifa
charôco
xarôco
charrôco
xarrôco
chaves
siroco
chicada
Cast. Chico
chicadeiro
chimbalau
chimborgas
chinchilha
chinchos
de chicada
chinoso
chispes-chispes
de chumaço
chumela
chuvisnar
chuneniscar
clubi
coadeiros
coalho
cocharro
cocharrada
cocho
pequenas herdades…
depreciativo… v. malatecas
mexericar
vagina de certas fêmeas (burra,
vaca, mula, cadela…
Vento Sueste… mau aspecto,
doente…
peixe do rio de beiços grossos
objectos feitos de corno pelos
pastores… este para segurar
protecções em pele para o gado
quando cheira muito mal
cheira mal que
tresanda
cheringa
chibato
chóriço
chumela
Lobato
pessoa muito agarrada…
“trazer um chibato…” regressar
sem caça…
pequeno rebanho de ovelhas
com borregos novos.
pastor de uma chicada
Azar (de chambão?)
borra-botas (idem?)
raquítico (de chinchila)
armação de lata circular para dar
forma aos queijos…
húmido
que se prende com coisa sem
importância, ninharias
chouriço
pequeno travesseiro, almofada…
Faixa de recém nascido.
Travesseira da cama! (Ivone
Portugal, Beja, quando iniciou
como professora, no Alentejo,
em Ficalho?)
CFicalho.
160
CFicalho.
CFicalho.
Lobato
Lobato
Lobato
CFicalho.
164
Lobato
Lobato
Ouvido em
conversa
chuviscar
panos e rouparia
clube
os panos usados para o fabrico
dos queijos e dão origem ao
nome rouparia…
leite já tratado com cardo para
fazer o queijo…
Vasilha oblonga para água ou
comida…
(Tem mais de 5 significados
CFicalho.
164
CFicalho.
164
CFicalho.
jTC, 0 Fev 94
171
diferentes… cocharro; banco de
três pés…)
couto, coutada de caça
passar
objectos feitos de como pelos
pastores…
pagamento em comida… o avio
para a semana…
Como estão! Como vão!
coito
Colar
colheres
comedias
como tão!
companha
compromissio
com'qui...
conloio
consertar-se
copa
compromisso
expressão usada para recomeçar
a frase;
«Con'qui... diz ele alé inssim:
ora'scute!
na ponta sempre abarracou c'um
trancaço.
conluio
corna
cornadura
cornicho
cornicho de
cabra
corredoira
correol
correr os
alcanchais
corriol
v. carnicão e
cornicho
de corno
v. cornecha e
cornicão
cornicho de
cabra – erva de
pastagem para
gado…
erva
correr
171
assoldadar-se
o conjunto de roupa que se veste
de uma vez
lenço de seda que as
camponesas usam ao pescoço…
corno serrado para vasilha…
cabeça –“passar-se da
cornadura…”
casta de uva… e grão de centeio
núcleo duro e purolento de
certos tumores e furúnculos;
carnegão. Mas em certas regiões
seria o cornicho que foi muito
procurado e bem pago, no tempo
da guerra
chifre, corno pequeno… Grão ou
cravagem de centeio
degenerado…
Lobato
Machado
Lobato
Lobato
296
jTC, 0 Fev 94
nome de ervas dados pelos
pastores…
«movimento do mercado de
gado…»
jTC, 0 Fev 94
não parar em ramo verde
Lobato
… fio resistente de couro de
ovelha ou borrego… Fio, corda
resistente, formado de finíssimas
tiras de couro, cortadas e tecidas
em fresco. Planta herbácea –
verdeselha…
botas velhas (de coturnos?)
refracção da luz em dia de muito
calor (de caramelejo)
criminar
ter amor ou queda por alguém…
CFicalho.
v. corriol
v. correol
coturros
cramelejo
creminar
crença
crenço
CFicalho.
jTC, 0 Fev 94
160
companhia
corchão
cornecha
cornicão
Lobato
CFicalho.
crime
crer
Lobato
Lobato
155
crido
cruel a
crujeiro
cruzado
(quartinho)
moeda antiga
cuanhar
cubrir
cunca
cuprativa
çurrão
Custóida
cutelo
da mesma leia
daquênada
dar à tramela
dar as voltas
dar créto
dar de corpo
dar fé
dê
di
de engatinhas
de figos a brebas
de nação…
v. surrão
Custódia
lat. cultellu-
instrumento cortante…
da mesma camada
daqui a nada…
falar em demasia…
voltas para aproveitar melhor as
pastagens…
dar crédito…
defecar
curiosidade
dei
de gatinhas
de longe em longe
de nascimento… “Este dom é de
nação…” (Poeta de Augusto
Grande de Almodôvar…)
excitado
Guisado com sangue de porco,
fígado, bofe e moleja…
(VNBaronia). Noutras terras:
moleja ou surrabura (de
serabulho)
de pau feito
defina
degote
deitar mão
deitar um bute
deitar-lhe as
galfárrias
deixar a pão e
laranjas…
delido
delir
desafiuzado
desalumiar
desalvorar
desavezado
desbóia
querido
propenso a: É muito cruel às
constipações: que se constipa
com facilidade
chuva miúda e brada
um cruzado = quatro tostões (40
cêntimos de um escudo)
(o quartinho = 12 tostões)
Varrer a eira com vassoura de
lentiscos…
ter relações sexuais
queijo quando fica pequeno…
cooperativa
decote
começar
deitar um cálculo a quanto vaie
deitar-lhe a mão
Lobato
Machado
296
CFicalho.
164
CFicalho.
158
CFicalho.
Lobato
159
CFicalho.
171
Machado
Lobato
296
Machado
Lobato
Lobato
Lobato
296
deixar em mau estado…
apodrecer… desfazer-se…
desarvorar
desenganado… sem fé…
cegar… estontear…
abalar com pressa…
desabituado
Primeira tiragem da cortiça a um
sobreiro novo…
1 – Não é permitida a desbóia de
chaparros cujo perímetro do tronco,
medido sobre a cortiça, a 1,3 m do solo,
seja inferior a 70 cm. (uma lei)
A primeira extracção de cortiça realiza-se
quando a árvore atinge a maturidade, ou
seja, aproximadamente 25 a 30 anos
depois desta nascer, sendo esta operação
Lobato
designada por desbóia e à cortiça daí
resultante, atribuída a designação de
“cortiça virgem”.
Na segunda extracção, a cortiça assume
a designação de “cortiça secundeira”,
sendo na terceira e seguintes extracções
designada de “cortiça amadia”.
De salientar ainda, que a periodicidade
da extracção após a fase de desbóia,
ocorre de 9 em 9 anos, durante um
período que decorre entre Maio e Agosto.
desbrugar
desbulha
desbulhar
descampar
escampar
descandelizar
desemparar
desenfeliz
desinfeliz
desinfeliz
desmangaritar
desnoca
despaportar-se
desplicar-se
despois
desriscar
destrajar-se
debulhar
debulha
debulhar
Machado
296
Machado
296
«serenar o tempo… deixar de
chover…»
escandalizar
desamparar
infeliz
desnocar
infeliz, triste, mais infeliz que os
infelizes
desfazer
desbaste
desfazer-se
explicar
depois de
riscar
deixar o fato usual.
Vestir-se de máscara; vestir pelo
padão… – como de uso normal…
- só vi usar no Al.
vestir um fato que não é
costume trazer
dinheiro
dito com graça
morrer!
destrajar-se
dinhêro
dixote
dobrar as unhas
Doluvina
drento
drento
dreta
drome
dromir
drumir
drumir
dsinfeliz
dsinquieto
é como a
carabina do
Ambrósio
é como a
espingarda do
mano Xirol
é como as
açordas
e d'i
é mais certo que
pardal em
manturo
é mais
condenado
tirar a a casca
Ludovina
Lobato
Lobato
Lobato
Machado
GDLP
296
Lobato
Lobato
Machado
295
Machado
295
Machado
Machado
Machado
Lobato
296
296
296
dentro
dentro
direita
dorme
dormir
dormir
infeliz
inquieto
não faz mal nem bem
uma coisa que se desconjunta
com facilidade
Lobato
não faz mal nem bem
Lobato
e então, depois (e daí)
certíssimo
Lobato
Lobato
é engraçado
Lobato
é mais parvo que
as malvas
é um rampilhoso
é uma peça linda
ebado
ecalitral
ecalitro
égua alfeira
eguariços
eirinhos
em moitão
emaili
emareios
embelgar
embelicar
emberrinchado
embicar
embigo
embrechar
embrulho
enavoado
encabeçar
encabreimar
encafuado
encanto
encarambado
ençarrado
enchapota
encharnicar-se
enchergar
endorinha
endretar
enfechelhar
engar-se
engonhar
engradar
engradecer
engraecer
é muito parvo
Lobato
não presta
uma boa prenda
ter doença, incurável (de eivado)
Lobato
Lobato
Lobato
v. alfeire
“…em oposição a égua parida ou
alpondrada…”
CFicalho.
150
Lat. equaritiu-
tipo de pastores. Relativo a
éguas. O que trata de cavalos e
éguas…
miolos; sentidos
em grupo
email
tonturas
dividir a terra com regos… belgas
CFicalho.
154
zangado; amuado; sem poder
explodir
tropeçar… encalhar…
Lobato
eucalipto
Lobato
implicar
umbigo
arranjar grande sarilho..
engano
enevoado
cabeça
cabresto
calcular o número de porcos que
se podem ter num montado…
trato do terreno de azinheiras…
pear um animal… prender…
escondido
enquanto
encarrapitado
Lobato
encerrado
lenha seca… da poda…
zangar-se, tornar-se arisco,
bravio (de charneca)
ver alguma coisa
Lobato
Lobato
andorinha
v. gradar e
engraecer.
v. gradar e
engraecer.
v. gradar e
engradecer
enjacas
enjoelhar
enlucar
enlucada
enlustre
enrascado
enregar
Lobato
endireitar
cerrar (os dentes)…
agarrar-se… apegar-se…
trabalho demorado…
Criar-se o grão.
“Aqui a semente grada mais…”
ou “engradece mais…” Tornar-se
grado…
Formar grão, formar semente…
alforge que se usa no dorso das
cavalgaduras…
ajoelhar
Machado
296
Machado
296
estar sujo de merda…
«… com a bota toda enlucada…)
ilustre
rego
atrapalhado
acertar… endireitar…
enregar
enricar
Enricar
ensampdo
ensestão
insestão
então deixa...
enterar
entigo
intigo
entoiçar
entregues
entretenga
entroviscar
envair
enverdecer
envicionado
enxógar
enxogado
“foi exogado”
enzame
enzol
anzoli
er’sipla
erva azeda
indegestão
espicho
espòjinho
espurgar
esquero
enriquecer
admirado
«apanhi uma insestão…»
Lobato
é inevitável
inteirar – saber
Lobato
… tipo de trabalhadores de uma
heradde… (v. ócharia / ucharia)
entreter
trovão
verde
vício
enxaguar
fazer trovões… discussão…
seduzir… enganar…
renovar
viciado
foi malhado… levou pancada…
exame
anzol de pesca
eripsela
erva
nome de ervas dados pelos
pastores…
balacho, corriol, cardos, catacuz,
erva toira, erva azeda,
escalrracho, saramago, trevo
jTC, 0 Fev 94
esqueleto
calma
escaraoantar-se
escarapantado
escarchar
escorrilho
escotinho
escrófola
esframilar-se
esfrunhar
esgalhar
esgambeirado
esgroviado
esparregado
Esparvoado
esperecer
espiche
Lobato
antigo
ervas daninhas
que se mondam…
escaleto
escalhavarda
escalmorrado
escampar
escanefechado
começar
rico
v. espicho
v. espiche
estouvada
acalorado
deixar de chover
justo ao corpo… «vestido
escanefechado…»
alvoroçar-se…
irritadiço; receio de admiração;
que teve medo e não foi capaz
de explodir; assarapantado
abrir muito…
almece aguacento
borda de pão
doença
desfazer-se
varrer… limpar…
esforçar
torto
alvoroçado
Barulho “Tal é o esparregado”
apalermado
definhar
rolha feita com pau aguçado…
panacada…nalgada…
rolha feita com pau aguçado.
remoinho, pé de vento
descascar
chiqueiro
Lobato
Lobato
Lobato
CFicalho.
160
CFicalho.
160
esquila
got. *skilla
lat. squilla
está mai bem frio
estabordar
estafeta
estamporte
estar a oiro e fio
estar capaz de
cuspir
num'empinge
estar com'mas
fezes mum
grandes
estar como um
grifo
estar de
amassilho
estar d'impéi
estar d'incócoras
estar
embaraçada
estar
encegueirado
estar esparsido
estar presa
estar tudo num
sapal
esteio
transporte
estilada
v. mera
estornejada
estorvar
estrafuna
estralar
estralo
estrambilhado
estramelo
estrampalhado
estravanguilho
estrecar
estriqueira
fager
faia
famila
familha
fanchona
faneca
fanega
1. Pequeno chocalho
2. Espécie de cebola albarrã
3. tosquia
faz mais frio que calor
transbordar
Pessoa que fazia recados e
avios… uma profissão típica no
Alentejo que fazia de correio… a
pessoas isoladas ou com
dificuldades de deslocação…
estar a morrer
estar em jejum; em branco
estalar
estalo
Lobato
Machado
Lobato
Lobato
296
ter muitas preocupações e
contratempos na vida
Lobato
ter a barriga cheia
Lobato
estar de cozedura de pão
Lobato
de pé
de cócoras
estar para ser mãe
Lobato
Lobato
Lobato
estar demasiadamente
entusiasmado
estar definhado; esparvecido
estar para ser mãe
estar tudo alagado
Lobato
dote da noiva na nova casa:
cadeiras, cómodas, cama,
lavatório, arca, mala, estanheira,
cabides, “papagaios”…
destilação de lenha de azinho
para fazer a mera…
caída por terra…
impedir
azáfama… barulheira
rebentar
Machado
297
CFicalho.
170
Machado
296
meio doido
estampido
avariado
Puxo da charrua… o “puxo”…
estercar
fazer
jTC, 0 Fev94
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Machado
295
Machado
297
estrumeira
“fig(z)e-o eu” – fi-lo eu…
janota, fadista… “com o réu
cabelo à faia…”
família
família
vaidosa – “A Anica vem toda
fanchona!”
medida de 60 litros de trigo
(Barrancos)
fantesia
farota
farrejo
farropo
fantasia
ár. kharuf
farroupete
farroupo
ár. kharuf
faxavore
fazenda
lat. facienda
fazer
fazer
fazer
fazer
fazer
fazer
fazer
fazer
a amèção
a conversa
bichos
meia azul
o rio
um viage
uma raza
vasas
felor
frol
feneza
fermesura
fremesura
ferrada
flor
ferrado
v. ferrada
ferruge
fertuna
feturar
fiturar
fezes –
ferrugem
fortuna
futurar
CFicalho.
148
CFicalho.
148
CFicalho.
153
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
fineza
formosura
Prov. Vasilha
para onde se
muge o leite…
Panela grande com asa onde se
faz comida… e outros usos… (É a
ferrada entre os pastores da
Serra da Estrela)
aqui é um vaso de barro para a
ordenha. “ficar ferrado a
dormir…”
ideias… crença… problemas…
“É só fezes… Tenho cá…”
ficou farto
“O que jantou mano Calote? Um pão padeiro, um prato de
chicharros, por riba umas
pevídeas de melão e por fim
arrimei-le com'mas vergas
d'água e fiquei tufando”
ficou tufando
fituro
flaita
frauta
foi para a chana
folha (de
terreno)
fonção
forfe
ovelha velha
cevada verde
“Borrego”. É uma sugestão do
Conde de Ficalho registado mas
discutido pelo DELP.
“porco novo, menos de 6 meses”
“borrego”. É uma sugestão do
Conde de Ficalho registado mas
discutido pelo DELP.
se faz favor
aqui: - fazenda de malatos,
fazenda de carneiros; fazenda de
chibatos… rebanho. Normal:
Terras, bens; pano… rebanho de
gado macho ou qualquer
rebanho.
simular fazer
expor o assunto
fazer caretas, (em vez de bicos)
namorar, galantear…
lavar a roupa
viajar, (infl. cast.)
fazer uma oração ou reza
substituir, ir em vez de… – “Faço
vasas de ganhão…”
futuro
flauta
159
CFicalho.
163
Machado
297
Lobato
Machado
foi para a cadeia
“extensão plana de terreno…”
função
fósfero
CFicalho.
“boda, casamento”
Lobato
297
forfo
forra-passos
forras
forro
ár. hurr
fraguelhteiro
francelho
franela
franhera
frasca
flanela
frega da calma
rechina da calma
fruita
fuge
função
funda
fruta
foge
fundalhos
fuzilêra
fundo
fuzil
gabão
(gabõezito?)
gabinardo
ou gabinarda
gachélo
v. pelico…
lat. funda
gaiva
galgueira
galhandêra
galioso
gamboa
ganadeiros
ganfar
ganfar
ganhões
gazil
gazito
gazopo
gimão
imp. de fugir
casamento
Laçada de ão o para atirar
pedras…
restos que ficam no fundo
bolsa de pano para a
espingarda…
Espécie de capote com mangas,
capuz e cabeção.
espécie de capote; ão o…
boi com a coma baixa (de
agachar)
Planta de caule tenro que dá
uma flor arroxeada… O gaimão,
também conhecido por abrótea
pequena ferida… arranhadela
cama feita no chão com buinho…
cama improvisada
alegre, bem disposta, activa…
bonito, airoso, formoso…
marmelo molar grande e tenro…
tipo de pastores
apanhar, prender…
roubar
“… são concertados dia de S.
Maria…” os pastores no dia de
S.Pedro…
pequeno enxame de abelhas
gaimão
gaspacho
Lobato
CFicalho.
147
Machado
297
Lobato
CFicalho.
156
farinheira
bolo caseiro para casamento…
(Calvos)
meda de cereal para ser
debulhada
“hora do maior calor…” v.
“rechina da calma”
frascal
garfa
gargalejo
garrear
garrocho
cão de pastor (raça serra de
Aires)
gado diferente do resto do
rebanho que o pastor guarda…
“livre…, puro…bravo”. V. ovelhas
forras, livres. Vt. alforria.
brincalhão
peneireiro, gavião…
gargarejo
guerrear
arrocho
v. vinagrada e
caspacho
jTC, 0 Fev94
Ouvido em
conversa Al.
Lobato
Lobato
Machado
297
CFicalho.
154
CFicalho.
154
Machado
Machado
297
297
pau curto e torto… pessoa
teimosa..
iguaria com ão, água fria,
azeite, vinagre, legumes…
esperto, vivo… brilhante…
piolho
cão de rebanho… rafeiro novo…
presunto
Lobato
girigoto
Girolmo
gorpelha
gorpelha
gradar
golpelha
golpelha
v. engradar,
engradecer e
engraecer
gramozilhos
granito
gravançada
gravato
gravejar
gravejar-se
grevata
grifar
griséu
grovito
Gudiana
gulipona
havera
hé ó mãe
home
hortalã
impado
impida
incerrar
Incorrusquinhado
ingreja
interneti
ir a Escape
ir a servir
irmões
já estás lavrando
mal
já ganhi
já o enxugou
“Aqui a semente grada mais…”
ou “engradece mais…” Tornar-se
grado, crescer.
gambuzinos…
Grão pequeno
Certo tipo de rocha ou pedra
cozido de grão
Pedaço de madeira, graveto,
garavato.
vestir bem
vestir fato dominguero
Lobato
CFicalho.
170
Machado
Ouvido em
conversa S.E.
297
jTC, 0 Fev94
Machado
Lobato
297
gravata
tirar com violência (de
grifagarra)
ervilha grada
boi com a corna alta
Guadiana
glutona
Lobato
Lobato
Machado
haver
tal é isto (admiração)
Lobato
suspiro
Lobato
encolhido
Lobato
Machado
297
homem
hortelã
impeça
encerrar
igreja
internet
Ir depressa
ir à tropa
irmãos
estar a errar
já ganhei…
já o matou (do espanhol: ya lo
quedó seco)
casaco curto… jaqueta, véstia…
pequeno seixo do rio
jaleco
jâncaro
jângaro
jangada
jaqueta
Jaquim
Jóquim
jaronda
jeronda
Jasuíno
jentar
Jerólmo
Jesus que é Deus
Jesus, que é
Santo Nome de
Jesus
muito mexido e engraçado
Jerónimo
recipiente para transportar a lã
na tosquia…
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
arado com varais para uma
besta…
Joaquim
porca criadeira… mulher de má
fama
Jesuíno
jantar
Jerónimo
querem lá ver... Tal e isto!
valha-me Deus! Que Deus me
acuda
Lobato
Lobato
297
Jórzina
Josei
Zei
juar
labaça
Jeorgina
José
jejuar
labarito
lagartear
lambaça
lançamento
lançol
lândea ou
alândea
larida
lavareda
lavarito
lavascão
lava-se com uma
bochecha de
água
lavuta
Leanor
lecença
legras
lendroal
lendroeiro
lête
lête
levar uma
saquestanada
libardade
liorna
liorna
lismos
logem
logo-logo
má nome
machacoco
madronho
madronho
magana
maginação
maginação
magoito
mai(s) somenos
maioral
Machado
297
Machado
Lobato
297
As labaças, chamadas na linguagem
popular como "linguas de boi", são
conhecidas como plantas medicinais
desde a antiguidade, tradicionalmente
são usadas para aliviar as picadas da
urtiga-comum, demonstrando assim o
seu potencial refrescante e curativo das
folhas. Contudo, é a sua raiz aprumada
que mais se usa nas preparações
herbáticas. Existem vários tipos de
labaças mas as mais comuns e que se
vendem com mais frequência nas
ervanárias são as crespas.
labarinto… tumulto, alarido
mexer-se como os
lagartos…rastejar…
Labaça… lábia, paleio…
levar a fêmea ao macho…
lençol
alarido
labareda
a bolota do sobreiro para
distinguir da “boleta” da
azinheira ou chaparro…
algazarra
barulho, algazarra
mulher muito trabalhadora fazelhona
tem bom aspecto; está limpo
labuta
Leonor
licença
canivete de folha curva…
loendreiro
leite
leite
Lobato
Machado
297
CFicalho.
160
Machado
Lobato
295
Machado
Machado
297
297
aloendro
levar uma pàzada
liberdade
desordem, desarumação…
confusão, embrulhada
limos
loja – comércio
a princípio
alcunha
alarve (Amareleja)
medronho
medronho
Lobato
Lobato
Machado
Machado
297
295
Machado
295
CFicalho
145
mulher velhaca, trapaceira
imaginação
imaginação
magusto
de maior
de menor importância
Pastor de um rebanho
subordinado ao Rabadão.
maioral
moiral
mal enjarocado
malata
malatecas
malato
malear
maliar
malsoado
pastor chefe…
or. Obscura
or. Obscura
mal feito
carneiro (vt. borro)
pequenas herdades…
depreciativo… v. charaviscais
carneiro (vt. borro)
abortar
abortar
maroto.
CFicalho.
146
CFicalho.
Machado
146
297
Lobato
não deixa de ter graça a seguinte frase:
Ó e essa!... Quem me houvera de dizer
que as malsoadas galinhas se prantavam
a prantar os ovos drento dos ramalhos...
(de malsão - amaldiçoado)
maluta
managite
mandado
Manel
Maneli
mangação
mangrosso
manhêm
mánica
maniento
manita
manteiga/s
manual
maracotão
marafado
maramela
maravalho
luta
meningite
Machado
295
Machado
Machado
297
297
Machado
297
Machado
297
CFicalho.
148
recado… tarefa…
pop.
Caçoado, zombaria, escárnio,
troça, mofa.
raquítico, corcunda, enfezado
manhã
máquina
vaidoso
mãozinha
v. almece
Além daquela que é feita com leite de
vaca, normal, dei conta que chamavam
manteiga, a um produto de natas e soro
do leite de ovelha e cabra… (Zona de
Serpa e Mértola, 1983). Pode ser uma
explicação para o uso do plural no nome
da vila de MANTEIGAS na Serra da
Estrela. V. Manteigas lugar no Algarve…
meloal
pêssego
raivoso, danado
marlé
mastrola
matrafice
297
Manuel
margaça
maroiço
marouco
marrão
marteleiro
martle
martunheira
martuço
martunho
más
masseirão
mastro
Machado
or. Controversa
calma, calor do Sol
feitio… “… sem talho nem
maravalho…” – sem forma nem
feitio…
planta forraginosa, diferente da
marcela…
frenezim, irritabilidade, má
disposição permanente…
monte de pedras… na lavra…
“o carneiro pai…”
porco desmamado
ruim caçador…
mártir
árvore que dá…
mais
masseira
m. grande
poste alto para as festas…
(tradições dos Santos Populares
S. João, S. Pedro…)
engano… matrafice
artimanahas… bruxarias
matrafícios
mazarulho
mê filho
medura
melata
melato
melharuco
melura
memoira
menancolia
merencoria
menza
mera
or. Obscura
or. Obscura
abelharuco
mole
memória
melancolia
mimóira
minarete
memória
ár. manãra
missão
moenda
v. moenga
moenga
v. moenda
móis
moleja
moles
montraste
montrasto
moreia
morzelo
movília
mucharro
mum endebles
mum fachadento
mum lindo
mum parelho
mum resoluto
munta mexida
muntíss'ma'gente
munto
munto
murde-fuga
morte-fuga
Machado
295
uma substância obtida por
destilação de várias madeiras,
especialmente o azinho e para
tratar a ronha das ovelhas…
metesse
carantonhas… “Eazer m.”
mealheiro
isso já se sabia; era certo;
(A manhã vou ao baile!
Milagre!...) (quer dizer que todos
sabem que nunca falta)
CFicalho.
170
Torre alta… vt. almenara e
almádena
missa demorada
Conjunto de peças que servem
para moer…
Conjunto de peças que servem
para moer… “Tal ‘tá a moenga
hein!” (Mas que maçada…
sarilho!)
“… bichos móis”
(ver: defina e surraburra…
guisado…)
devagar
Elevação de terreno.
Al.. Montado, Casal de herdade.
espécie de hortelã… “entre silvas
e montrastes…”
monte de lenha e terra para
fazer o carvão
triste… adoentado
F. Frazão
mesa
metêssi
metetes
migalheiro
milagre
mole-mole
monte
inchaço
meu filho
Medida: mil quilos de azeitona
carneiro (v. malata e malato)
carneiro (v. malata e malato)
abelheiro… pássaro que se
alimenta de abelhas
preguiça… moleza… molura
lat. montementastre
mentastro
mobília
297
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Machado
Pequeno insecto que pica e faz
muita comichão…
112
Lobato
Machado
carapau médio
muito fraco; doente
bem apessoado; bom aspecto
muito bonito
muito igual
esperto, activo, vivo
muito movimento
muitíssima gente
muito
muito
morder
Lobato
297
murraça
murta
murtado
nã
na ai
na dá a mão
na diz coisa com
coisa
na paras em
ramo verde
na paras na
canastra
nã paras quedo
na quer as sopas
nação
nasção
nacedio
nacença
narcença
naifa
nam di barrunto
namorar de
pancada
não atega
não ocha
não tem p'ra'tar
o rabo com uma
junça
não vale a
conversa
nenguém
neque tá
nesquinha
ninhum
nó da fava
nodas
nomi
nora
nôte
noute
nubrado
num m'enteri
nuve
o covér
ó e essa
o enleio da rua
da coutada
o mais rasca
ó rés
ocalos
ócharia
ucharia
lixo
Multa (v. planta)
multado
não
não há
Não liga ao que lhe dizem
não sabe o que diz
nascimento
não está sossegado – não
consegues estar parado
não está sossegado – não
consegues estar parado
não está sossegado – não
consegues estar parado
não consegue
“…este dote é de nação!”
nascedio
nascença
nascente
knife (ing.)
faca, navalha
não dei por isso
cativar à primeira vista…
Lobato
não aguenta; não vai ao fim
não está de acordo
é pobretana
Lobato
Lobato
Lobato
não vale nada
Lobato
onde está
pequena porção
Machado
297
Lobato
Machado
297
CFicalho.
144
ninguém
goela
nódoas
nome
ár. na’aura
noite
nublado
não percebi; não fiquei ao facto
Lobato
nuvem
o que houver
ora essa
uma guerreia; que não é possível
desenlear; que não tem solução
o que vale menos
à beira
óculos
conjunto de trabalhadores de
uma herdade: ganhões,
almocreves, maiorais…
pastores… ajudas de porcos,
gado lanígero, muar, cavalar,
bovino; ajudas, entregues,
hortelões, rabadão
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Machado
297
ôdre
útero
Ofrásia
ógano
ógar
oitonar
Eufrásia
hoc anno
augar
olha
olhamento
olheirão
olheiro
oliva
onteágóra
ontredia
ordenha
órear
os bustos
os mais
as mais
os páscoa
os prata
osservar
otro
ovelha
ovelhas altas
ovelhas de
ventre
óvera
óvintes
pachôvada
pago
pailó
paiola
paiolo
Paiolo
palaio
paleio chocho
palhuçada
panal
este ano (Barrancos)
salpicar com água
nascer a primeira erva pelo
Outono
sopas de toucinho
oferta, gorjeta, lembrança…
olho grande, ão o.
Grande nascente de água.
o que vigia certos trabalhos…
Al. Curioso, metediço…
Lobato
oliveira
arear
outro
ovicula (lt.)
há pouco tempo
outro dia
“…meados de Fevereiro…”
secar com o ar… (terreno depois
da chuva)
formas de pastagem natural…
os outros… a maior parte
CFicalho.
163
CFicalho.
166
formas de pastagem natural…
formas de pastagem natural…
fazer as pazes… reconciliar-se
CFicalho.
CFicalho.
166
166
“ovelhinha” diminutivo de ovis
as que ficam forras.
as que estão destinadas a criar…
CFicalho.
CFicalho.
147
147
havia
ouvintes
palavrão, asneira
mercado… “ir ó pago…” (Mina de
S. Domingos… quando se
recebia, parte ficava logo no
mercado…)
pacóvio; ridículo
parvajola, aparvalhado
paio
palhuço
pano
pandelero
pandorga
panzoeiro
panedrada
paneira
paneleiro
pão
paneiro
pangalhada
panito
pano
pacóvio; ridículo
enchido
conversa estragada
monte de palhuço
toalha branca que cobre o
tabuleiro do pão que vai ao forno
maricas
barrigudo, palerma, alarve
Lobato
Lobato
Lobato
pedrada
pantaralha
panzoeiro
para designar o órgão onde se
gera o feto…
pão
tabuleiro de madeira para lavar a
roupa
vendedor de panos
patuscada
pão pequeno
pano pequeno
fantasma, lobis-homem
(Barrancos)
barrigudo, palerma, alarve
Lobato
pandorga
pão
papaloisa
papalousa
papéles
papôlha
pempolha
pimpolha
parcer
parecer
parece um rabolo
de migas
paridade
parrascana
parvidade
passar p'ra
diante às lebres
pássaro bisnau
pastanas
pastor
seara de trigo… molhos…
borboleta, mariposa…
papeis
papoila
papoula
parecer
lat. paritate-
parvo
pataca
patameiro
pau
pau de ar
paviola
parihuela
pedra salguenha
peganhoso
pegulhal
paleola (lt.)
pei
peis
pelico
pé
pés
pelona
pertechino
diz-se de uma criança, quando
está gordinha
“é o rebanho de ovelhas
paridas.” E na linguagem nonnal
é parecença… ou equivalência
cambial…
boçal, casca grossa
parvoíce
exceder-se; andar mais do que
devia
pénis
Lobato
v. rabadao e maioral… Só pastor
– é guardador de gado de lã.” “…
são concertados dia de S.
Maria..,” os ! i nastores no dia de
S.Pedro…
notar que no Alentejo, ão há
pastoras…
bolsa para o tabaco, tabaqueira
lamaçal
bebedeira
chifre de boi… “os pastores
faziam colheres de pau de ar…”
padiola
CFicalho
154
CFicalho
153
pedra de granito
provocante, metediço
ovelhas do pastor, como parceria
com o patrão…
Lobato
CFicalho.
151
Lobato
Lobato
pestanas
pastora
penceleta
pepia
pupia
pequenalho
per
pera
perjuízo
perna
aspecto… “bom ou mau parcer…”
Lobato
CFicalho
171
grande jaqueta de peles que os
pastores usam…”
Prov. Al.. Fato de pastor feito de
peles de carneiro.
doce qie se davam nos
casamentos à saída da igreja…
(Barrancos)
pincel
bolo em argola feito da
amassadura
pequeno
CFicalho
155
“As redes de alfirme… por uma
certa medida chamada perna.”
perto
CFicalho
Lobato
por
para
prejuízo
161
pertelinho
pêto
pevolhal
pêxe
pi d'arriba
pial
pianha
piarça
poial
pidir
pilheta
pindérico
Pingorito
pinico
pinote
piparralha
pimparralha
piporro
pedir
piqueno
piquinina
piru
pirua
pirum
pitança
pequeno
pequenina
pitrol
pitróli
plaineta
petróleo
pia pequena ou tanque…
pelintra, velaco…
o cume da árvore
bacio, penico, vaso de noite
salto
caule tenro que se morde para
tocar…
barril com dupla abertura para
água e ar… para manter a água
fresca…
Lobato
extras que o senhorio permitia
ao rendeiro… um ou outra
cabeça de gado… lenha…
poio
poio
poi'sorte
poldra
v. alpondras
lat. pulletrupolvorinho
pólvora
polvilhal
pontilhada
por rebendita
porca xara
pordura
porqueiros
portada
portado
povilhal
Lobato
peru, perua
(bebedeira)
plengana
p'lo barba terno
poldras
poldro
polvarinho
peito
Restolho, pasto
peixe
por aí acima
banco ou pedra para apoiar…
suporte, pianha
“…correia que aperta no molim
da besta…”
podre
(Umas das palavras que não
encontrei no GDLP).
“Puxou duma plaineta…” cigarro
de mortalha…
Ouvido em
conversa, Al.
pelo Verbo Eterno (segunda
pessoa da Santíssima Trindade)
bosta, excremento
Lobato
evidentemente
égua nova: pernada ou ramo;
polvo quando novo
pedras de passagem num rio
Potro, cavalo pequeno; polvo
recipiente de pólvora feito de
corno… e por vezes trabalhado
com arte pelos pastores…
Al. Pagamento em géneros aos
trabalhadores.
marrada
a finca pé… teimosia
bicho de conta
podridão
tipo de pastores
degrau da porta de entrada
Lobato
gado do pastor ou rabadão que é
pastoreado com o gado do
patrão…
jTC, 0 Fev 94
Lobato
CFicalho
154
prantar
prantar
precura
prègunta
pergunta
prugunta
prenhez
presonção
priivido
proivido
pucra
pucro
puge
pugi
punilha
pupia
pepia
purrote
purrúquia
putrancoso
quadrar
quartinho
cruzado
que chamusco
que esquinência
que porquera de
gente
que tal está a
marmelada
quebradura
quibradura
quebrêra
quecóque
plantar
plantar, pôr
pergunta
Machado
“precurei por todo o aldo…”
“pergunti ó vento…”
“ê pregunto…”
“só te queria pruguntari…”
gravidez
297
jTC 0 Fev94
presunção
proibido
púcara
púcaro
pus
quarto - 1/4
coloquei
ponta do cigarro
bolo em forma de argola feita da
amassadura
cacete
vaidade; senhor do seu nariz
que vale pouco; meio podre
agradar, vir a propósito…
um quartinho = 12 tostões
(um cruzado = quatro tostões
(40 cêntimos de um escudo)
que mau cheiro
que insignificância
que Zé ninguém
Lobato
Lobato
Lobato
a confusão que arranjaste
Lobato
quebra
hérnia
quebreira
canseira
borda de pão… pedaço que se
corta da borda
Mesa de pinho onde se deita o
coalho para fazer o queijo…
recusa
quiser…
hortejo de pequenas dimensões
canções nas inspecções
militares… (Barrancos)
ribeira
queijeira
querena
queser…
quinchoso
quintas
pôr “Pranta-te quedo…”
querer
r’bêra
rabaça
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
CFicalho
164
“dono de carneiros” – No
Alentejo é o pastor chefe…
CFicalho
144
tosquia da lã suja que possa
estorvar a ordenha…
restos inúteis
os restos da fruta depois da
apanha… “Andar ò rabisco das
uvas… figos…
CFicalho
163
Nome Popular: Agrião, agrião-dasfontes, agrião-do-rio, agrião-da-ribeira,
mastruço-dos-rios, rabaça-dos-rios,
agrião-da-água, agrião-d’agua-corrente,
agrião-da-europa, agrião-da-fonte,
agrião-da-ponte, agrião-oficinal, berro,
cardamia-jontana, cardomo-dos-rios,
agrião-aquático
rabadão
rabadoa
rabatismo
rabeja
ár. rabb aD-Dãn
ou rabb ad-han
reumatismo
v. tosquia
rabetalhos
rabisco
rabo
rabo de gato
erva
rabo de raposa
rabo de zorra
erva
raboliço
rafeiros
reboliço
ralação
ramaço
ramplonar
rancho
rapa
rapino
rasgou da moita
rasmono
rebiteza
rechina
ralar
ramo
rechina da calma
(frega da calma)
recócão
redada
raspelho
v. sarrabulho?
cova
v. redada
refelão
regatão
regatoa
arrepelão
regatear
regatinhar
regrão
relójo
remessa
remoncar
regatear
resgalha
revenecer
rexinol
rezão
riete
ringedêras
ritimio
robiata
rodilha
roliço de
magrinho
rondana
apoquentação
pequeno ramo de folhas e flores
falar com prosápia
cozido de grão
criado dos mandados
insecto hexápode
fugiu do esconderijo
rosmaninho
rede
rentar-se em…
repairar
repeso
rescunho
resgalha
nome de ervas dados pelos
pastores….
nome de certas plantas
Nome de ervas dados pelos
pastores…
barulho, gritaria…
“…uma sub-raça dos cães da
Serra da Estrela; … CF.
relógio
remeter
resmungar
jTC, 0 Fev 94
CFicalho
162
Lobato
Lobato
Lobato
Machado
297
CFicalho
161
CFicalho
161
mostra vivacidade…
Prv.Al. Sopa em que se utiliza o
sangue de porco.
Grande calor!
hora de maior calor
buraco no solo…
noite onde dorme um rebanho
nara estrumar a terra…
Aqui – a rede para o redil onde o
gado dorme ou é ordenhado…
Feita de corda de esparto,
chamada alfirme.
apalpão violento…
pessoa que compra aos
produtores e vai vender a outro
preço…
discutir o preço…
Lápis de ardósia, ponteiro…
grande quantidade…
falar entre dentes… com
azedume
desprezar
reparar
rês
rasgar
reverdecer
rouxinol
razão
peso a mais…
nojo, enjoo, repugnância
criança de pouca idade;
cordeirinho…
língua inconveniente
Lobato
variedade de trigo…
rangedeiras
Machado
ritmo
formiga de rabo no ar…
guardanapo
muito magro
roldana
Lobato
297
ronha
rôpa
Rosairo
rouparia
roupeira/o
rudo
safões
saibo
salamanquesa
salamim
Doença das ovelhas… tratada
com mera…
roupa
Rosário
“queijaria” pelos
panos usados…
rude
ár. as-saifãn
sei
salamandra
saleiros
saluçar
samarro
soluçar
v. çamarro
sambomba
samear
samos
semos
sarei
sarás
sanmexuga
santanairo
são igualitas
semear
Somos (ser)
sapelguear
Sará 'ma coisa
linda
Sará'ma coisa
má
sardinha
saltitar
sanguessuga
santo
(Barrancos)
medida de madeira de um litro
para medir a ração para o gado…
(Medidas antigas: canada,
quartilho, polgada, alqueire,
alqueirão, balaça romana de
braços,
Objectos feitos de corno pelos
pastores…
Machado
295
CFicalho
153
CFicalho
160
O m.q. samarra. Aparece como
antiga vestimenta rústica, feita
de pele de ovelha ou de carneiro
enquanto conserva a lã.
instrumento musical
(Barrancos)… panela de barro
com pele… e pau… vara…
beato, religioso…
são iguais; o mais parecido
possível
Lobato
é bonito
Lobato
é mau
Lobato
Iguaria feita com esse sangue, pedaços
de carne ou torresmos e miúdos de
porco…
grande barulho, algazarra…
serrar
vozearia… barulho irritante…
satisfação
satisfeito
estrondo, barulho…
Salgueiro, chorão… (Barrancos)
seja (conjuntivo
de ser)
salada
acelga
simpatia
170
v. açafões e aceifões…
lepisma, insecto “bichinho de
prata”
Sangue coagulado de porco.
sarrabulho
v. rechina
sarrar
sarrazina
sastefação
sastefêto
satrampolida
sau
seija
seja
selada
selga
sempatia
normal - muita roupa; casa onde
se guardam ou vendem roupas…
pessoa que faz queijos…
CFicalho
planta erbácea
sequilho
sipultura
sô
sobrado
sofases
soidade
soldada
sontordia
soutrodia
st’outro dia
stander
sualhêra
sube
subrenfusa
supônhamos
excremento seco pelo sol
sou – senhor
andar de uma moradia… sótão
sofás
saudade
Pagamento ao pastor
outro dia, há pouco…
raspar
ár. surra
substância
ár. tabikh
v. almece e
manteiga/s
taçalho de pão
tal é a faixa...
tal é a
lengalenga
tal é a tonteria
tal é cá a pua
tal é o
esparregado
talêgo
talho
taleigo
talhar
talócada
taloca
tapino
taramenho
tardi
tarongo
171
CFicalho
158
stand
tábua de horta
tabuão
tabulacho
tamêi(n)
tamêm
tamén
tamos cagádos
tanganhada
tanganho
CFicalho
soalheira
(saber) (subir)
supremo
surrabura
surrafar-se
surrão
vt. çurrão
sustância
tabefe
Lobato
sepultura
sopas de toucinho
“um suponhamos” opinião,
hipótese…
submissão, sujeição,
obediência… “estes garotos não
tem supremo de ninguém…”
(ver defina e moleja… guisado…)
tocar ao de leve…
Bornal de pastores
espécie de caldo grosso feito de
leite açúcar e ovos. Soro de leite
coalhado… (bofetada)
horta, quintal, pedaço de terra…
inchaço, durão…
pequeno tabuleiro de madeira
para o servente levar a
argamassa ao pedreiro…
(barquilho em Barrancos)
Bocado de pão - fatia, naco
tal é o aspecto
conversa fiada
desacordo
tal me saiu este
alvoroço, confusão, barulho
Lobato
Lobato
forma “… sem talho nem
maravalho…” – sem forma nem
feitio…
Pancada dada com taloca, caule
de cana ou de couve…
também
também
Machado
quando algo não corre bem
pau, pauzinho, galho para
acender o lume…
cumprimento, aperto de mão
tampa pequena, rolha…
(Barrancos)
juízo
tarde, boa tarde
Pequeno bolo da amassadura
Lobato
297
taronjo
tarouco
tramouco
tarracear ou
terracear?
tarraço
tarrafice
tarro
?
sarro
tás a mangar
tás fazendo
ronha
tás feito mariola
tasquinhar
tassalho
tàtibitate
tatinho
távendo
taverna
távua
tejala
tijala
tem mais escola
que o escoleiro
tem mais fama
que a espada do
Rondão
tem mais ronha
que sete zorras
num vale
tem um espírito
mum valente
tem um olho à
lazareta
tem uma cronha
que não me
gosta
tem uma
mendição
tem-se em dezer
tenção
tendal
Lobato
“Stão p’rali tarraceando…”
(Uma das palavras que não!
Encontrei no GDLP)
objecto, qualquer utensílio
maldade
marmita de cortiça, vaso para
onde se ordenha o leite
não estás a falar a sério
a perder tempo.. cera
Lobato
brincalhão
o mastigar dos porcos…
pedaço grande… “Um tassalho de
pão com linguiça para o
caminho…”
tartamudo
acerto
está a ver
taberna
tábua
tigela
dizer
intenção
tenho bem assim
como ânsias
tens um cavalo
ter
tará - tarás
tarei
teve e tevestes –
tevesse e
tevesses
ter curso
terminar
teslina
parvo
idiota, parvo, apatetado…
Ter (verbo)
determinar
CFicalho
169
Lobato
Lobato
malga
é sabichão
Lobato
tem muita fama
Lobato
é mal intencionado
Lobato
canta bem; tem boa voz
Lobato
é estrábico
Lobato
não me agrada
Lobato
tem abundância
Lobato
costuma dizer-se… dizem…
Lugar onde se tosquiam as
ovelhas.
estou mal disposto
CFicalho
tens boas pernas (termo de
contrabandista)
Formas deturpadas do verbo TER
Lobato
necessidade de evacuar
“terminou de ir a…”
Esquisita, cabra… “rapariga
Lobato
Lobato
163
teslinice
testo (ser…)
Tiágua
tiborna
teso
Tiago
tinaga
tingarrinha
tirou a fanga a...
tirou as
alâmpadas
tomar caranço
Tónho
tosquia
tótuço
toupino
trabelho
trambelho
trabusana de
água
trager
trages,
tragemos… truxe
e truve…
truvestes…
trouvestes
tramela
tramouco
(tramouquice)
tarouco
trango-mango
tranquitana
trasfegar
trasfego
travisco
travisqueira
travoada
Trazer (trager)
trédulo
tremera
trempe
tomar amizalde
António
corte da lã das ovelhas, feita
antes da ordenha…
toutiço
toupeira
Lobato
Lobato
Lobato
(Barrancos)
juízo, acerto… “Aquele rapaz não
tem trambelho!…”
“grande bátega de água”
trazer
ver: dar à tramela…
idiota, parvo, apatetado…
(estupidez)
v. tresfegar
trovisco
doença súbita e indefinida…
bugiganga
Passar de uma vasilha para a
outra… Ant. Lidar.
lida movimento
arbusto… planta venenosa
trovoada
tresfegar
v.trasfegar
trevo
erva
trigo de perdiz
trigue
trilho
trincalos
trombola
trouve
turgia
ucharia
muito teslina…”
firme
S. Tiágua
bocado de pão a sair do forno
com azeite e sumo de laranja…
bêbado crónico… “Aquele é um
tinaga…”
cardo tenro que se usa no cozido
de grão ou “rancho”
tirou o lugar a...
destacou--se; deu nas vistas
traquinas, irrequieto
nervoso
apoio de ferro para as panelas na
lareira
Passar de uma vasilha para a
outra… Ant. Lidar.
Nome de ervas dados pelos
pastores…
Nome de ervas dados pelos
pastores…
tigre
utensílio de lavoura para
debulhar cereais…
castanholas
ave de caça…
trouxe
Machado
jTC, 0 Fev 94
jTC 0 Fev 94
jTC, n° 0
Fev.94
Lobato
Machado
trastes
tudo o que é preciso para a
297
297
lavoura e o gado desde os
mantimentos, alfaias, ao pessoal
muita gente reunida
um àstor de
gente
um bronquito
um esbarrunto
um trancaço
tranca
uma catrefa
uma charofada
uma verga de
água
untar o pão
ursa (erva)
vabla
vais (pl. de vale)
valdoregas
vanhas
vás
vaqueiros
vargem
varjador
varrão
varrasco
vasculhar
vasculho
Vecença
velo
vendima
verdeselha
verter águas
vesitar
véstia
Vetóira
veve
vezinho
vinagrada
virás
visível
vossemecê
vreda
xamiço
xara
xaraval
xaravascal
xaraviscal
xaravisvar
xáti
zagal
doença de peito mais ou menos
grave
uma coisa grande
constipação com expectoração
difícil
uma caterva
uma mistura
um gole de água
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
Lobato
barrar o pão
erva que se usa em vez dos
orégãos, na conserva das
azeitonas…
válvula
beldroegas
venhas (vir)
várzea
“nã vanhas tarde… nã vás por’í…
adonde vás?”
tipo de pastores
Machado
297
CFicalho
154
CFicalho
170
CFicalho
159
CFicalho
145
varejador
porco de cobrição…
vassourar…
vassoura de cabo comprido…
Vicência
um rolo de lã, resultado da
tosquia de um carneiro, uma
ovelha ou malato...
vindima
planta herbácea – verdeselha –
ver corriol
urinar
visitar
casaco curto… jaqueta, jaleco…
Vitória
vive
vizinho
v. gaspacho
verás
visível
Iguaria com pão, água fria,
azeite, vinagre, legumes...
“virás meus olhos tristes…”
tratamento de respeito…
vereda
lenha de esteva
esteva - lenha de esteva
terreno estéril, onde abunda a
esteva ou xara..
chat
ár. az-zagal
mexericar
(modernices da técnica)
"pessoa animosa e forte;
mancebo”.
v. azagal
zagarro
zambujo
mq. zambujeiro
zangarilhas
Zangorivo
zaragata
zarapatusco
Zéi
zipada de água
zóquinha
zorra
zurrada
zurreira
?
manhoso, espertalhão…
Espécie de oliveira brava...
cacete feito dessa árvore.
cangalhas para carregar água
nos burros
alto e mal talhado
desordem
“… enroli um cigarro, puxi do
zarapatusco e acendi a plaineta…
(Uma das palavras que não
encontradas no GDLP).
José
bátega de água
peão pequenino
raposa… mulher de má porte
Soprar do vento
fumaça
Lobato
Manuel Pedro
– Carta de
pastor a FA
Para ilustrar o levantamento do GLOSÁRIO a apresentação de alguns
TEXTOS da LITERATURA POPULAR do ALENTEJO
Textos Curtos utilizados para ilustrar o vocabulário organizado na tabela…
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Uma CANTIGA popular: Strala a Bomba...
Meninas da R’bera do Sado…
Uma curta ESTÓRIA versada: No Ressio enfio...
A anedota... da CORTIÇA
Carta dum pastor ao Compadre Fialho de Almeida
Pinto Basto (canta)
Mestre Alentejano de J. de Vasconcellos e Sá
Saramago de J. de Vasconcellos e Sá
Mestre Alentejano 2, de Rosa Dias
A Ponte da R’bêra d’Odivelas
DESPIQUE FALAR ALENTEJANO
M'nina que tá à j'nela...
Uma DÉCIMA (Mote e 40)
No teu Giro Sol Brilhante...
Crónicas de Manuel Loendrero
1. O de Lisboa - in A PLANÍCIE, 15/02/83
2 A Pega - in A PLANÍCIE, 15/06/83
3. Tornêo em Lesboa 3 - in A PLANÍCIE, data ilegível
4 A Excursão
5 A Escola
AMARELEJA Rumo à sua História
1. EPISÓDIO da vida no Campo – com Glossário
2. Breves diálogos…
3. “Gente Possante”
O ELEMENTO ÁRABE NA LINGUAGEM DOS PASTORES
ALENTEJANOS - (EALPA) (CFicalho).
RIQUEZA DOS FALARES REGIONAIS
(um conjunto de vários (7)Textos com saborosas
(h)istórias no fim das quais o autor faz um levantamento
vocabular...) - Daqui peço as devidas desculpas e
autorizações, para, dentro das minhas limitadas
possibilidades, ir arquitectando uma AMOSTRA do
FALARe do ALENTEJO...
Algumas ligações – vídeos – gravações…
Alunas do Magistério, Beja, 1985 e Adiafa
2000?
Uma professora em Mértola, 1984/85
Alunas do Magistério, Beja, 1985
Dita pelo Prf. Manuel Pedro, Beja, 1980
J. de Vasconcellos e Sá
Canta: Pinto Basto (neto)
Rosa Dias / Pinto Basto
Enviada por João Honrado
in À DESCOBERTA DE POTUGAL - Rider's
Digest - 1982
Inocêncio de Brito, S. Matias, Beja, 1856 1938
Eng.º Luís Eduardo Perfeito Santa Maria
Padre João Rodrigues LOBATO, 1961, pp. 179
a 193
Poema de De D. Maria da Paz Barreto
Martins
Conde de Ficalho – in TRADIÇÃO – Serpa,
a partir do ANNO I - N° 6, Junho de 1899
Manuel João da Silva - Ed. Câmara Municipal
de Santiago do Cacém e Sines - 1985
http://guitarraemochila.blogspot.com/2010_04_01_archive.html
1.
Uma CANTIGA popular: Strala a Bomba… ou As meninas da R’bêra do Sado...
Uma CANTIGA POPULAR – O alentejano e as festas
ESTRALA A BOMBA
E o FOGUETE VAI NO AR.
ARREBENTA, FICA TUDO QUEIMADO...
NO HÁ NINGUÉM, QUE BALHE MAIS BEM
C'AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO...
E AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO É QUE Éi
LAVRAM A TERRA C'AS UNHAS DOS PÉiS...
E AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO SAN COM'AS OVELHAS
TÊM CARRAPATOS ATRÁS DAS ORELHAS!!!
(Cantada pelas alunas que tiravam o curso de Educadoras na escola do Magistério Primário, Seja, em 1985...
Fica como registo de linguagem fortemente agarrada à terra...)
Em 2002 teve grande impacto a divulgação de uma versão cantada por um Grupo de Beja – ADIAFA
Letra pelos ADIAFA:
Estrala a bomba
E o foguete vai no ar
Arrebenta e fica todo queimado
Não há ninguém que baile mais bem
Que as meninas da ribeira do Sado
As meninas da ribeira do Sado é que é
Lavram na terra com as unhas dos pés
As meninas da ribeira do Sado
São como as ovelhas
Têm carrapatos atrás das orelhas
Era um daqueles dias bem chalados
Em que o sol batia forte nas cabeças
As meninas viram que eu estava apanhado
E disseram nunca mais cá apareças
Mas não fui e entretive-me a bailar com três
Queriam que eu fosse atrás no convés
Mas não fui e mandei-as irem daar banho ao meu canário
Que bateu as botas com dores num ovário
Estala a bomba
E o foguete vai no ar
Arrebenta e fica todo queimado
Não há ninguém que baile mais bem
Que as meninas da ribeira do Sado
As meninas da ribeira do Sado é que é
Lavram na terra com as unhas dos pés
As meninas da ribeira do Sado
São como as ovelhas
Têm carrapatos atrás das orelhas
Têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos,
têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos,
têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos, têm carrapatos,
têm carrapatos atrás das orelhas!
Para ver / ouvir uma interpretaçãopor cantar Damigos:
http://www.youtube.com/watch?v=xbcWoIE9i8o ou em belacena:
http://www.belacena.com/video/3469
Pode ver também http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf07_alentejo_falare_mostras_10p.pdf
2. Uma curta ESTÓRIA versada: No Ressio enfio… dito por uma professora em
Mértola, 1984/85:
Pode ver também http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf07_alentejo_falare_mostras_10p.pdf
Um alentejano que chega a Lisboa
… desembarcado do vapor que passa o Tejo sai-se com esta lengalenga:
NO RESSIO, ENFIO
CUM DESIMBARAÇO;
LOGO ME PRANTI
NO TERREIRO DO PAÇO
FOI ATÂO QUE VI
E QUE PUDE OBSERVÁ-LO
UM HOME DE CHUMBO
EM RIBA DUM CAVALO!
(Contada por uma Professora em Mértola, em 1985.
Eu hei-de ir até Lisboa
Eu hei-de ir até até lá
à procura duma vida boa
que eu procuro e não encontro cá.
Cheguei a Beja embarquei no comboio
que assoprava pela linha
Às vezes penso comigo e digo:
triste sorte que é a minha.
E depois de chegar ao Barreiro
embarquei no vapor que passa o Tejo…
Chora por mim, que eu choro pr ti \\
Já deixei o Alentejo. \\ bis
3. A Anedota... da CORTIÇA
Pode ver também http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf05_AlentejAnedotas_20p.pdf
UM ALENTEJANO EM LISBOA com o DINHEIRO da CORTIÇA:
Um alentejano, que tinha e vendia cortiça, resolve um dia mandar o filho depositar o
dinheiro, no banco, a Lisboa.
Este, pega num taçalho de pão com linguiça, monta no seu burro e lá vai para Lisboa.
Chegando a Lisboa, visto estar cheio de fome, senta-se, na relva, junto do Marquês de
Pombal, a comer o seu taçalho de pão.
Por ali, andavam dois ardinas a vender jornais e apregoavam:
- óóólhó sééééééclo (Olha o Século)...
- é u diáááário d'notíííííííícias (É o Diário de Notícias)...
O nosso bom alentejano, mal ouve isto,
pega nas suas coisa monta-se no burro e lá vem ele a caminho do Alentejo.
Quando chega a casa, o pai pergunta-lhe:
- 'tão filho! porque foste tão depressa? O banco ‘tava fechado?
- cal banco! cal quê? atão um home vai a Lisboa, assenta-se a comer o seu taçalho de
pão cum linguiça, muto descansado, vêm logo dois homes e gritam:
- óólhó, cerquem-no... óóólhó céérquem-no ...é o d'nheiro da cortiça... ele tem o
dinheiro da cortiça...
4.
CARTA de um Pastor a Fialho de Almeida contada por Manuel Pedro em Beja (1980)
Pode ver também - http://www.joraga.net/moura/pags/05patr2falasAlentejo.htm
Mê caro Zé Valentim:
Nô ôtro dia 'tava ê ali à bêra do maticuenho de palaio,
ali memo onde o barranco bate c'oa semeada...
'Tava assim a modos qu'esmorraçando...
Ajitei-me dentro do gabinardo e assenti-me no marco.
Enroli um cigarro e
cando ia a puxar do zarapatusco de modo a acender,
di c’os olhos numa velhaca...
Era um rego cheio de carne, Ó cumpadre!!!
Imaparelhê-me cum ela e meti o ferro à !cara...
Fiz-le dois fogachos, mas a manga na foi-se-me'imbora mais a p. que a pariu!!!
Texto ditado pelo professor Manuel Pedro, num café, em Beja, 1981
ATÃO CUMPADRE, PRA QUIÉQUE VOMC STÁQUI CONTANDO TANTA ANEDOTA que são
nossas?
– Oressa! Desta e doutras vou ê pedir CopyRaites...
5.
CANÇÃO com intervenção erudita: Saramago e Mestre Alentejano de Vascocellos e Sá &
A. Pinto Basto
MESTRES ALENTEJANOS (mais duas mostras do falar alentejano).
MESTRE ALENTEJANO
Terra de grandes barrigas,
Onde há tanta gente gorda,
Às sopas chamam açorda
E à açorda chamam-lhe migas;
Às razões (canções) chamam cantigas,
Milhaduras são gorjetas,
Maleitas dizem malêtas,
Em vez de encostas, chapadas,
Em vez de açoites, nalgadas
E as bolotas são boletas.
Terra mole é atasquêro,
Ir embora é abalári,
Deitar fora é aventári,
Fita de couro é apero;
Vaso com planta é cravêro,
Carpinteiro é abegão,
A choupana é cabanão
E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos
E ao trigo chama-se pão.
No resto de Portugáli
Ninguém diz palavras tais;
As terras baixas são vais
Monte de feno é frascáli
Vestir bem parece máli
À aveia chamam cevada
Ao bofetão orelhada
Alcofa grande é gorpelha
Égua lazã é vermelha
Poldra “isabel” é melada.
Quando um tipo está doente
Logo dizem que está morto.
A todo o vau chamam porto
Chamam gajo a toda a gente
Vestir safões é corrente
Por acaso é por adrego,
Ao saco chamam talego
E, até nas classes mais ricas
Ser janota é ser maricas
Ser beirão é ser galego.
Os porcos medem-se às varas,
O peixe vende-se aos quilos
E a gente pasma de ouvi-los
Usar maneiras tão raras;
Chamam relvas às searas
Às vezes, não sei porquê
E tratam por vomecê
Pessoas a quem venero;
“não quero” diz-se “nã quero”
“eu não sei” diz-se “ê nã sê”!
de António Pinto Basto, Rosa Branca
Letra: J. De Vasconcelos e Sá (o avô de António
Pinto Basto, segundo José Gonçalez).
Música: fado corrido.
http://www.youtube.com/watch?v=Yher-plFsbE
http://www.youtube.com/user/rvccgerinho
SARAMAGO
canta: António Pinto Basto
letra e música de J. de Vascocellos e Sá
Olha, amor, toma lá este raminho. Ai! Ai!
É do monte, é do monte e cheira bem!
Quem lá for, e não traga um bocadinho, Ai! Ai!
Ai não tem, não tem amor a ninguém!
ele
Vai crescendo o saramago
Embaraçado no trigo
Eu queria ser saramago
Para abraçar-me contigo!
ela
Mesmo assim, de brincadeira,
Tua sorte era infeliz;
Minha mãe é mondadeira,
Punha-te ao sol a raiz!
Amanhas com todo o jeito
As terras do malhadio
Só este amor no meu peito
Deixas ficar em bravio!
ele
Quem no teu peito semeia
Tem de colher com certeza
Só três sementes e meia,
Nem sequer paga a despesa!
Já por ti não dou um passo,
Atrás de ti já não vou;
Antes seguir o retraço
Por onde a vara passou!
ela
Meu amor, tem bom amanho,
Tudo arranja a sua escolha;
Tem polvilhal o rebanho
E a seara vai na folha!
ele
Tem besunho o polvilhal
E a seara vai ruim!?
Minha riqueza, afinal,
Está mesmo em frente de mim!
ele e ela
Minha riqueza, afinal,
Está mesmo em frente de mim!!!
http://www.youtube.com/watch?v=NWu3bkM5fM8
http://www.youtube.com/user/mariadoalentejo
6.
Curto RELATO versado A PONTE DA REBÊRA D'ODEVELAS in Guadiana – Boletim
Municipal - MÉRTOLA - Out. Nov. 2000 – Ver também em:
http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf07_alentejo_falare_mostras_10p.pdf
A PONTE DA R’BÊRA D'ODEVELAS
Graças a Deus que já tem
Odevelas sua ponte.
Com uma estalage de fronte
pruparada
pra quem vier de jornada
nela poder pernoitar,
sem o prigo de s'afogar
da rebêra.
O Mestre c'afez
capetão d'engenharia
= inginheiro
fêze-a toda em mármre
e ávenaria
Obra Prufêta
Graças a Deus que já tem
Odivelas sua ponte.
Com uma estalagem em frente
preparada
pra quem vier de jornada
nela poder pernoitar,
sem o perigo de se afogar
na ribeira.
O Mestre que a fez
capitão de engenharia
= engenheiro
fê-la toda em mármore
e alvenaria
Obra perfeita.
http://www.igogo.pt/ponte-romana-sobre-a-ribeira-de-odivelas/
http://sombra-dum-chaparro.blogspot.com/2010_01_01_archive.html
7.
DESPIQUE FALAR ALENTEJANO in À DESCOBERTA DE POTUGAL - Rider's digest - M'nina
que tá à j'nela... 1982
Ver também: http://www.joraga.net/moura/pags/05patr2falasAlentejo.htm
M'nina que tá à j'nela
M'nina que tá à j'nela
Regand'o lind'caravêro
Ó há-de ser para mim
Ó p'ró mê rico pracêro.
Ê nã sô p'ra vocêi
Nê (ein)p'ró sê rico pracêro
Que me tá mê pai criendo
P'ró más lind'o sapatêro.
Ó m'nina, ê sô sapatêro
Hê-d'ir p'rá sapataria
Hê-d'le fazer uns sapatos
C'a maior galantaria.
Ê nã quer'os sês sapatos
Dê-os lá a quê(ein) qu'séra
Qu'o marot' que tal diz
Nã merec' uma mulhéra.
A cantiga que aqui é transcrita foi
recolhida numa das aldeias do termo de
Beja e, apesar de uma ou outra
característica local, pode ser
considerada representativa dos falares
do grupo alentejano - uma das
variantes do português meridional.
Entre os traços fonéticos destes falares,
podem destacar-se como mais
característicos
- a monotongação generalizada do
ditongo ei (cravêro, parcêro)
- a redução de outros ditongos em
situação de próclise (mê rico, nã
quero, quê (ein) qu'séra)
- o alongamento das sílabas tónicas
finais (vocêi, mulhéra)
- e, de vez em quando, a alteração do
timbre de algumas vogais tónicas nasais
(neste caso, por palatalização: (criendo,
entes).
Entes qu'ria ser carnêro
Enxertado na raiz
E nã qu'ria ser marido
Da magana que tal diz.
A velocidade de elocução produz nos
falares do Sul, mais do que nos do
norte, a elisão das vogais átonas (j'nela,
qu'sera).
Entes ê qu'ria ser porco
Que fossasse num valado
E nã qu'ria ser ispôsa
Dum tã frac'namorado.
No léxico encontram-se, de onde em
onde, termos como mangana, que, para
ouvidos habituados à norma de outras
regiões, podem surgir como formas de
calão.
Aliás este facto é corrente em quase
todos os falares regionais.
http://dialogando-com-o-belo.blogspot.com/2009/12/q-uem-olha-de-fora-por-uma-janela.html
8.
Uma DÉCIMA (Mote e 40) No teu Giro Sol Brilhante... Inocêncio de Brito, S. Matias,
Beja, 1856 - 1938
Ver também - Décimas de Inocêncio de Brito: http://www.joraga.net/iBrito/index.htm
NO TEU GIRO SÓL BRILHANTE - mn
No teu giro sol brilhante
Teu explendor vai e vem
Trás-me nóvas dos meus filhos
Recomenda-me a meu pai
Quando tu sól aparéces
Dourando o cume da serra
Com teu giro em mar e terra
Consôlo restabeléces
Assim como os entristéces
Se deixas de ser constante
Sem tua luz radiante
Tão tristes que são os dias
E tudo alegras se alumias
No teu giro sól brilhânte
Luz Divina de ahi vêm
As campinas prateando
Saudosas nóvas dando
Dáme-as cá a mim tamêm
Dá-me notícias de quêm
Tenho afetos mas escondi-lhos
Em meos olhos não há brilhos
Os dias que os não avisto
E tu sol atendendo a isto
Trás-me nóvas dos meos filhos
Teus raios são consoladôres
São os mantos purpurinos
Que cóbrem os perigrinos
Mitigam-lhe as suas dôres
És o rei dos benfeitôres
Moderador de tanto ai
Quando o teu vigôr descai
Vão-se alegrias perdendo
Alegrando e entristecendo
Teu esplendôr vem e vai
E à tarde ao declinares
Fita a vista atencioso
Num ancião muito idoso
Mas nóta que me dê ares
É êsse sem duvidares
Quem me estima e não me envai!
Aqui ninguém me distraí
E tu sól se por mim te interéssas
Rei dos astros não te esquéças
Recomenda-me a meu pai
Nota: Ortografia conferida pelo manuscrito.
Tem assinatura: Inocêncio de Brito
Esta interpelação ao SOL como mensageiro das missivas que o Poeta na
solidão precisava urgentemente de enviar para os familiares, será uma
das PROSOPOPEIAS mais conseguidas do Poeta. Depois das apóstrofes
em que elogia o SOL, o Poeta transforma-o em seu interlocutor e
parceiro para lhe trazer e levar as suas mensagens importantes!
http://mararavel.blogspot.com/2007_12_01_archive.html
9.1
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO
Pode ver algumas (3) em:
http://www.joraga.net/moura/pags/05patr2falasMloendrero.htm
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO 1 - in A PLANÍCIE, 15/02/83
Vinha ê uma vez pá vila a cavalo no burro pa fazê o avio, condo óvi atrás de mim um
altemoven de esgalha bordão por a estrada adiente.
Passô por mim ca força toda... Tamein si nã passassi más valia uma botas e condo
começô a subiri a barrêra do ôto lado da estrada, dê um estralo e começô às
panderêtas até que se parô. "olhó! - pensi eu - já está escangalhado". Fui lá ó pei pa vê
o que tinha acontecido. Tava o home olhando pa um pineu. Prigunti-lhe donde ele era e
disse quera de Lisboa.
Pá, tá tudo dito - pensi eu. Vinha-me imbora condo o vi priparado pa mudá o pineu mas
volti pa trás, porque vi o baboso, que nã tinha gêto ninhum páquilo.
Dexi-me do burro, desviio e comeci a mudar a roda, mas vi logo caquilo nã era só do
pineu. Espoji-me no chão e espreti pa debaxo do carro pa vê o qué caquela moenga
tinha e vi o enxo e a jente, tudo entrotado.
Condo ia alivantar-me vi o home mexendo num ninho d'abêsporas.
- Que bichos são estes? - preguntou eli.
- Nã mexa nisso! Nã as trilhe! - Griti-lhe eu. Tá bem dexa!
Foi mêmo o quele foi fazeri. As abêsporas alivanteram voio e hôve uma que le deu uma
nicada nos bêços cu fez dar um berro, ôtra foi-se ó burro. O burro assim cas viu
zunindo de roda das orelhas, escarampatô-se e esgalhô fugindo por a chapada arriba. Ê
rasgui fugindo atrás deli pó apanhari. Daí a podaço condo volti todo esbrazeado, tava o
ôtro cum lenço nos bêços quêxando-se.
- Vocei é mesmo enchaparrado - Disse-leu. - Atã vocei nã sabe que na se pode mexeri
num ninho d'asbesporas? E vá lá teve sorti, porque se fossem tarantas...
Ati o burro a uma arve e fui veri so home tinha os beços munto enchados. Hei mãe!
Tava com umas beçoletas que pareciom o bebrum dum penico! Atão o bocana nã
queria pôr pomada naquilo?! Lá o convenci a pori lama nos bêços porque pá picada na
há melhori. Condo tava cos beços enlameados, disse-le cu melhor era vir com migo à
vila à busca dum mecânico. Montô-se, em cima do burro e lá fomos. O engraçado é que
condo chigámos e me desmonti, olhi pa trás e ele nã estava lá. Devi ter escorregado da
albarda, porque eles sabem andari de cu tremido, mas de burro, anda cá se queres...
Já não volti pa trás, porque tinha de fazê o avio à minha Bia e despois fechavam as
loges. Tóoouuuu!
M.L.
Nota: O mau estado das fotocópias que me foram fornecidas para a transcrição destas
"Memórias", muitas vezes não me permitiram, possivelmente, uma transcrição correcta
dos termos usados e grafados pelo autor, do que peço desculpa, e estou pronto para
qualquer emenda a qualquer momento, esperando entretanto que o autor se decida
apresentá-las ele próprio e sob a sua vigilância. Pela autorização verbal, que me
concedeu de as poder usar nest' aminhaTEIAnaREDE, os meus melhores
agradecimentos. JoRaGa.
9.2
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO 2 - in A PLANÍCIE, 15/06/83
Um demingo, lá no Taquale havia movemento que nunca más acabava: O Grupo de
agarradores lá do monti ia pegar à aldêa. Ê eró cabo dêlis pa gandes aflições da minha
bia, mas êle a mim pôco m'empotava qu'ela tivesse mêdo ô não, porqueê cá nã tinha
mêdo nunhum. Ó despois de se termos trajado, lá formos agenti a caminho da aldêa.
Nós, os agarradores, todos com grandis patilhâmes e alguns de bigote; Távamos tôdos
munto calmos: só nos tremiom os joêlhos, as mãos, o coração dava saltos que nem um
coelho bravo prendido poruma pata, e távamos fumando que nem umas bêstas, mas
távamos calmos. Távamos era desejando pulare p'ra cima dos cornos dos bichos.
Távamos comé que se diz?... Xitados. É isso conho!
Chigámos l'á à aldêa, e dexi-me da relota e fui veri sus bichos já tinhom chigado.
- Já! - Arrespondê-me o campino - Tã aleim!
Fui lá a esprêt'á-los, e condo os vi tã prêtos até os cabêlos do pêto se me puseron
brancos. Ma nã foi mêdo. Fiqui foi admirado co ma côr dêlis. Até luziom! Traziom terra
no lombo e tudo.
- Olhem rapazis! - dissê òs do mê grupo - Os bichos, é tudo prêto que nem caravão!
- Ê que maaaus! Mas assim é qué boum!
- Tão com mêdo? - Virámes-se tôdos, e démos de trombas co grupo de Val Picote que
tamein vinha pegari.
- O mêdo ga genti teim é o que le sobra a vocêis! - Dissê fechando os olhos uma
migalhimha.
- Atão mas tu julgas c'agenti têmos tante mêdo c'até nos sobra?
- Nã julgo! Tenho a certeza!
Boum, êle já tava atabafado comigo, ê tamein já nã o podia vêri e nã tardô munto cos
dôs grupos não tivessem enleados à pazada.
Boum, ma lá começô a corrida e cabedô à genti fazere a premêra pega. Abri-se a porta
do curro e de lá saíu uma vaca mertolenga.
- Ah mas isto é qu'ei? é isto que voceis vã pegari? - Diziom os de Val Picote no gôzo, é
que tinha havido um engano e tinhom soltado um cabresto em vez dum boi. Por fim lá
soltarom o bicho qu'era, e condo os de Val Picote o virom começarom a gozari dezendo
qu'era dos encarnados que nã faziom mal ninhum. Mas condo o bicho dê ali umas
corridas e le saíu o póu do lombo e ficô aleim prêto, calô-se tudo.
- Levom gande sova! - Deziom os ôtros. E a genti calados. O cavalêro levô aleim
fazendo o trabalho deli e condo chigô ó fim pediu más um ferro.
- Sai daí piolhoso! - Gritames-le a genti - Pôste feio tanchando ferros no bicho!
Boum, o cavalêro saíu e a seguiri vêi o capinha armado em boum.
- Vô-me aí a ti patei-te tôdo! - Gritô-le o Zei Alacrau. atei que chegô a altura d'agenti
se meter-mos lá drento. O nosso grupo era case tôdo fêto por jogadoris do Taquale.
Chigui ó mêi do relvado do terreno... carafo! Chigui ó mêi d'arena e brindi ó pessoali
que tava na bancada. Aperalti-me todo e lá fui ê derêto ó bicho.
- Eh prêêêto! Eh biiicho! - continui fazendo barulho mas o boi ná'via mêi de se voltari.
até quê lá ia ó mêi da praça cond'êli me viu e vei drêto a mim que parcia mêmo
um'altometôra.
(Continua no próximo número)
9.3
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO 3 - in A PLANÍCIE, sem data legível – 1983?
Uma vez, chigô ò Taquali um gajo com um jornali, onde vinha dezendo que s'ia fazeri
em Lesboa, um tornêo entre piquenos clubis, pa ver se descobriom novos jogadoris.
- Já tá - Disseu - Sagenti já formos ficamos todos convocados.
Começamos atão a tratari das coisas pá viage. Premêro viémos a moira pa alugari uma
carrêra e condo iamos chigando à parage das caminetes queim éi ca gente vêi? A
enquipa dos Trigues do Alvarrão, que tinhom ganhado a taça à genti com uma manchêa
de ciganices.
- Qué que vêim fazeri? - Préguntamos.
- o cagente queri. Porquêi?
- Porque sim! Vá!!!
- Boum. Já que querem saberi - disse o capitã delis em ar de gozo - viémos alugari uma
caminete pa irmos a Lesboa.
- Ê o quêi? Quem vai é a genti!
Boum, começamos a lavrari d'atravessado, até que s'alançámos uns ós ôtros pôs antão.
Condo acabámos com aquilo, fomos a falari cu home das caminetes e ele podiu munto
denhêro pá viage. Ora nem a genti nem os do Alvarrão podiamos pagari a nã ser que
se juntássomos. Mas coma genti na se chupava, teve mau pa se decedir. Até que
resolvemos ir mêmo com elis que nã tinhamos ôtro remédio. Condo se montámos na
caminete dêxámos o lado da soalhêra pó dos Alvarrão. Forom à esturrêra o caminho
entêro. Condo chigámos ó Cento Destágio ô lá ó quer aquilo iom esbrazeados até má
não! e a gente rinde-se. O pió foi que nã criom receber a genti, porque nã le tinhômos
dito nada antis. De manêras que tivémos de dromir na caminete nessa nôte, e só no
ôtro dia é c'arranjarom cartos à genti. O Cento D'estágio, foi o sítio onde ê comi a
comida más mal fêta da minha vida! De manheim, em vez de nos darem pã com
lenguiça ô tôchinho e uma punicada de cafêi, derom-nos lête e pã torrado com
marmelada. A genti nem le tocámos. Ò almoço quisemos açorda, derom-nos pêxe. Ò
jantari, quisémos uns fêjanitos com orelha de porco, derom-nos frango com batatas.
Boum, lá comêmos porque tinhômos passado o dia entêro em fraqueza ripando umas
laricas que já nem le viômos o rêgo. Tevémos lá uma semana e todos s'admirarom
munto cagente porquem vez de se peorcuparmos com trênos e o tornêo, passássemos
os dias entêros espojados debaxo das arves fumando, e bobendo vinho. Até
porqu'iamos jogari com uma enquipa alemôa, quêles tinhom trazido pa jogari com as
enquipas todas, e a que tivesse jogadores milhores, é qu'ia jogari contró Benfica e o
Sport. Chigô o dia do jôgo, e nunca más m'esqueço daquilo que senti, condo pisi a
premêra vez um campo arrelvadu, era cá uma macieza nos péis! ê dantes só tinha
jogado em campos cheios de bajôlos - foi atão que repairi cu Cara de Cinoira, tava
arrancando a erva pra brento dum saco, pa dá òs coelhos lá no monti. Condo eli acabô,
lá se preparámos todos, ia começá o jôgo.
9.4
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO 4 - in A PLANÍCIE (data: 1983?)
A Excursão
Uma vez lá no Taquali alembrasmos-se de fazê uma eiscursão.
— Vamos a Lisboa ver os Giròlmos! — Disse o Abel Tengirina.
— Nã sinhoira. Vamos ó Algarvi! — Disse o Zéi Alacrau.
— E porquê ó Algarvi e nã ós Girólmos?
— Porque no Algarvi podes banhari e nos Girólmos nã podes.
Fomos atão ó Algarvi. Pensámos em iri no tractori do Cara de Cinoira mas levava munto
tempo. De manêras c'acabámos por alugari uma Carrera, que sempre era melhó
estamporte. Por o caminho fomes-se todos devertindo menos a minha Bia, que se farto
de gumitari.
— Tu vês más algueim gumitari? — Prêgunti-leu — Ês mêmo charrôca! Fomos ralhando
os dois o caminho todo.
Por fim chigámos à praia ô lá o quera aquilo. Ê fiqui parvo! Ê sabia cu mari era uma
rebéra grandi, mas assim tamém não! Atã e aqueli podaço d'arali? E arêa boa! O Cara
de Cinoira até enche uma saca pa fazê um raboco lá pá malhada dos porcos. Atã e o
gentio? E os altemóvens? Erom por demais.
Lá se despimos até ficarmos só com as calças, e fomos a enterrar um agarrafão do
Cartaxo lá adiente, drento d'água.
Foi atão que vimos uns bocanas a jogari à bola. Fizemos uma enquipa contra elis pa
mostra como se joga. Eles olhavam pá gente e riom-se, nã sê porquêi. Sairom elis.
Hôve um que fintô o Zei Alacrau, e já eli ia atrás deli pa lhe dá uma foêrada, condo ê le
dissi:
— Dêxó comigo Zéi! — O ôtro, julgava que mia fintari, mas ê di-le uma pupinda nas
canelas cu fiz dá 2 voltas no ari. Parcia um piã d'Alvito.
—Se calha, cuidavas que passavas não? — Disse-leu.
Daí a podaço numa jogada dagenti o guardaredis delis ia a sairi ós peis do Cara de
Cinoira, e eli fez-le um truqui dos deli: Dêtô-le um punhado d'arêa pós olhos e marco o
golo. Elis disserom logo que já nã criom joga mais.
— Voceis nã querem jogar e a gente vamos pa drento d'água.
— Bora! — Gritámos fugindo.
Mal entrámos n'água diz o Zéi:
— Eh! A água é salgada!
— Ah! Éi agora!
— Não? Atã porvem lá. Pusemes-se tôdos a provari a água.
— Qué lá saberi! Banho na mêma.
Mal tínhamos começado a banhari aparece um gajo a dizeri:
— Os senhores nã podem tomar banho hoji. Nã vêem a bandêra virmelhe?
— Atã e condo é que se podi?
- Condo estiver verde.
— Atã prantem lá uma bandêra verdi! Essa é boa!
— Ê banho memo porque quero — Disse o Cara de Cinoira e abalô lá mais pó mei do
pego.
Ora enleô-se nas ondas, tiveram cu ir vescar de barco. E éli banhava beim. Despois
tiverem cu fazê gumitá a água e arrespiração bocaboca, com o salva vidas dando-le
bêjos nos bêços. Aquilo era memo nojento, carafo!
A minha Bia e as ôtras, andarom até horas d'almoço mulhando-se inté às curvas das
pernas. Despois almoçámos, bobemos uns escolates valentis e tivemos a tarde entêra
cantando à alentejana na praia até o soli se pôri é que se viemos imbora.
O pió desse dia é candámos todos uma mancheia de tempo com as costas e o pêto
empolados até más não.
9.5
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO 5 - in A PLANÍCIE (data: 1983?)
A Escola
Conde era rapazinho p'aí com uns 7 ò 8 anos, a minha mãe disse-me quê tinha d'ir pà
escola aprende a ler e a escreveri.
-Nã quero!— Griti eu — Se me chegom a tanchar na escola fujo de casa!
Com'a minha mãe pa estas coisas era mais má c'uma dôr de barriga, dê-me um
estramelo nas ventas que me fez ver as estrelas 3 dias pa lá do solposto. De manêras
que na ganhi nada com a torada que fiz e acabarom por me pôri na escola da Dfesa. Lá
ia ê todos dias mais os ôtos do mê tamanho a péi até à escola. E erom uns quilómetros
valentis! E ódespois tinhamos que passar a ponte do Ardile adonde ficávamos banhando
o maior parte das vezis. Encontê andi à escola, nã hôve nem um dia (nem um diazinho
sequer), quê chigasse a horas. Todos dias levava uma carga de estoiro e nã me
desmanginava. O pió de tudo era a passage da ponti: ó iamos pescar à lapa ó íamos
banhari, e escola... visteza! A pressôra préguntava ondé ca gente tinha andado e a
gente dezia sempri:
-Fomos ós ninhos, m'sôra!
No fim ela dava dez réguadas a cada um, e mandava-nos pó canto de castigo. Êramos
sempe os mesmos: ê, o Zéi Alacrou e o Cara de Cinoira. Desde piquininos c'andámos
sempe juntos!
Uma vez, esta nunca mais me esqueci), no entervalo armámos uma garreia, e condo a
pressôra foi lá ròbámos o sino leváme-so ò Ardile e tanchámos com eli no fundo do
Pego dos Marmelêros. Ódespois abalámos cada um pa sê chêral lá pa longi; de manêras
que condo a perssôra quis meter a genti na sala teve c'andar fugindo por aquelis
cabeços, chamando a genti. Eh que torada! Já nã hôve escola nesse dia qu'ela nã
conseguiu apanhar nengueim. O pió foi no dia a seguiri quela dê uma sova de réguadas
na gente todos, e ódespois fez preguntas. Condo chigô a minha vez, quis saber quem é
que tinha sido o premêro Rei de Portugali.
-Sê lá eu! Algum pante-minêro!
-Levas dez réguadas!
-Qu'é lá saberi! Nã me doiem!
-Batê-me ca força toda e passô ò Cara de Cinoira.
-D. Dinis! — Responde eli. Mái estoiro, A seguir foi o Zéi Alacrau.
-Ê cá nã fui!
Eh! A pressôra chamô-le tudo! Dê-le uma mã cheia de réguadas co Zéi até arroto a
pirum seco ódespois fez-nos um ditado. Condo o corregiu, disse quê era o que linha
tido menos erros. Fiquei todo babado.
- Atã e contos tive msõra?
-14!
-Sóu?! Eh! A última vez que fizemos o ditado, tive alguns dezanovi. Tô a ficá boum!
Levi quatr'anos pa fazè a sigunda classi, e dezia sempe ó mê pai que passava, todos os
anos de manêras quele julgava quê já andava na quarta.
-Atâ e este ano? Passas? — Préguntô-me eli.
-Tá um becado malote!
-Tá um becado malote? Atã mas que conversa é essa? Tarei quir a falar ca pressôra ?
Ei céu! Esconfique até as unhas dos péis se me puserom brancas! O mê pai chigô lá à
escola e préguntô que tal ia eu. A pressôra disse quê nã era munto mau, mas naqueli
ano não devia passari.
-Tameim! A 4ª classi é uma migalhinha puxada!
Quarta classi? Condo ela lhe dissi quê só andava na sigunda, ele dê um pulo até às
nuves. Parecia que le tinha picado um atabão! Picô o burro drêto ô Taquali com
vontadis de me esfolar vivo, ma condo lá chigô, já ê tinha fugido. Ora Boum! Andi
fugido alguns dois dias, ma memo assim nã me livri da sova. E foi por casa destas
capeias que só acabi a 4ª classi com alguns dezassete anos.
10.1
AMARELEJA Rumo à sua História,
de Padre João Rodrigues LOBATO, 1961, pp. 179 a 193
EPISÓDIO da vida no Campo – com Glossário
Desde o começo da minha vida de pároco que adoptei o costume de dar, de vez em
quando, uma volta pelo campo e aportar a este ou àquele monte, a, esta ou àquela
courela, onde se encontram pessoas trabalhando.
Eu acredito verdadeiramente e os meus mestres me ensinaram que o campo é o
melhor tónico, para recuperar forças que se vão desgastando no emprego diário das
faculdades ao cumprimento do dever.
Em geral são essas voltinhas pelos montes aproveitadas numa conversa com um
camponês ou num convívio mais íntimo com Deus na reza do meu Breviário ou do meu
Terço.
Ora de uma vez em lindo dia de sol, dei pelos arredores, uma destas voltas que
aproveitei para fazer a meditação. Os campos pareciam já um jardim; milhões de flores
de todas as qualidades exalavam perfumes variados, que uma leve aragem dispersava
na celeste claridade da atmosfera. Tomei para terna da meditação esta frase escrita no
salmo 18 pelo Santo Rei David: OS CÉUS PUBLICAM A Glória DE DEUS, E O
FIRMAMENTO ANUNCIA AS OBRAS DAS SUAS MÃOS...
Caminhando nesta contemplação a sós com Deus e a natureza, fui porém interrompido
com o que passo a descrever:
Parara na estrada um automóvel. Momentos depois saía do carro um engenheiro, já
meu conhecido. Cumprimentámo-nos e falámos um pouco dos seus trabalhos no estudo
da electrificação da aldeia.
Acompanhava-o um rapazote que tirava, do carro vários objectos, entre eles uma
enorme régua numerada e traçada a cores.
Caminhámos todos pela extrema de uma rica seara de trigo com umas courelas de
favas em flor povoadas de insectos. Numa pequena elevação de terreno, montaram o
taqueómetro.
O rapaz afastou-se com a régua na mão enquanto o engenheiro começava a espreitar
pelo aparelho e dar ordens ao rapaz, para que empinasse aqui ou empinasse acolá.
Estavam os dois nesta ocupação, quando, numa vereda orlada de ervas exuberantes,
surge um velhote alquebrado pelos anos, de golpelha ao ombro esquerdo, tocando com
um pé de burrico duas vacas leiteiras que seguiam ronceiramente abocanhando nas
ervas. Um tanto curioso bom do velhote aproximou-se do engenheiro que tomava uns
apontamentos, e disparou a usual saudação:
- Bom dia cá d'ó péi!
- Bom dia! Respondi eu e o engenheiro, este sem levantar os olhos. –
- Mas então vossemecê, quem vem a ser? E o que é que estão tarraceando? Que anda
esse piquenalho fazendo com aquela tábua, de oiteiro em oiteiro e correndo esses
alcanchais?
O engenheiro deixou de escrevinhar, espreitou pelo aparelho, e ordenou ao rapaz que
colocasse a régua noutro lugar.
- Não pises as favas ao homem, paiolo! - exclamou o velhote. Sempre ouvi dizer aos
intigos que quem não tem que fazer, faz colheres. E o tempo é para quem vai bom.
- Ó homem! Não seja parvo, não vê que sou engenheiro! Estou a estudar o lançamento
das linhas para vir a luz eléctrica cá para a aldeia!
- Ah!... Eu de taronjo nunca tive nada, agora o que nam posso é ad'vinhar, poi'sorte!
- Então já fica sabendo!
- Ore essa! Mas voltando cá ainda à conversa. Luz hai ele aí, hai que Janeros... Era eu
soldado em Estremores, e no ano seguinte fomos p'rá guerra da França. Se haverai
anos! Foi inté um espanhol que fez a fábrica, essa que é agora do Sr. Calros Ravasco!
- Pois esta luz agora é melhor!
- Sará! Mas Vossemecê põe luz aí nesses favais?
- Não! É para passarem às linhas que vêm do Castelo de Bode, lá de ao pé de Tomar.
- Bá,á... Al será que isso ategue. Na ponta sará como a estrada de Barrancos, que já
nam tem conta os anos que aí levam empatando. Nam passa de um atasqueiro que
nem uma carrinha de estevas se pode trazer lá dos Castelos... Que ele hoje já num hai
quem dei um molho de ramalhos para fazer um caldo de toicinho...
- Pois olhe que desta vez vão ter luz, boas estradas, uma Casa do Povo nova, mais ruas
calcetadas, água canalizada...
- Já me fizeram essa conversa, mas tenho cá p'ra mim que nam sará nenhum
esbarrunto. Isso assim mal acomparado, vai ser com'ós poços da água qu'abriram ali
no Carapetal e onde a Junta gastou uma fortuna. Por fim os engenhe'ros – vossemecê
deve saber, talvez fosse vossemecê, quem sabe - enregaram a dizer que nam valia a
pena, que o nascente era munt'endebles, que a traziam do Ardila... Imagine... Por fim,
a bebermos água da Ribeira, p'ra onde corre toda a porcaria!
- Mas nesse caso seria filtrada e preparada!
- Deixe lá home, só aí da aldeia, tem que ver as carradas de murraça que as primeiras
águas do oitono levam p'rá Ribeira... Pois se ele no Verão é aí um chamusco por essas
travessas... ora, e quando não hai chamusco, hai com cada barrancada de lama qu'eu
num vi...
- Não desanime, pois as coisas têm que ir pouco a pouco.
- Lá isso é verdade, sim senhor. Isto o que é preciso é que a searinha não vá faltando,
mas os anos têm vindo mum ruins. Lá se vão as malsoadas das vacas embora. Olhe
aquela que vê além, bichinho como aquele nam hai fac'lmenrte. Pró mês de S. João
deve ter outra cria... Mas vossemecê nam tem por aí uma verga d'água? Está mai'bem
calor hoje. Isto no campo é como calha a estar. Às vezes frio, e d'i calor e d'i vento e d'i
chuva; dá'mas fezes mum grandes a labuta do campo. Desde que se dêta mão a
semear, até que se enrega levá-lo pró celeiro, Jasus que é Deus, o que é preciso dar às
galfárrias. Por fim se o ano não ajuda, adiós quinim! O tempo às vezes estrompalha
tudo, até parece que é por rebendita.
- Você tem seara e essas vaquinhas, não?
- Ora 'poi'sorte, tem que a gente ir formigando para arranjar o avio. Tenho lá dois
netos, que quase nam me deixam fazer nada e o pouco que vou fazendo, ainda é p'ra
eles. Nam sei por quê, parece que me sinto mais carançudo p'ros netos do que me
senti p'ros filhos. Um nam passa de um chinchilha, mas o outro lava-se com uma
bochecha de água...
Estava o nosso campónio nesta conversa com o seu interlocutor, quando o engenheiro
começava a preparar-se para se mudar para outro ponto.
As duas vacas iam também entrando por uma seara e tudo se conjugou para que a
conversa tomasse outro rumo e o bom do velhote se afastasse, ralhando com as vacas
e, despedindo-se de nós, lá seguiu o seu caminho. Mas o que é certo é que achei graça
a certos termos que ele empregou e que mais vezes eu ouvira a outras pessoas,
sobretudo às mais idosas. Mais um bocado de conversa entre mim e o engenheiro sobre
futuras realizações de futuros progressos na freguesia e cada um foi à sua vida. De
regresso a casa, fiz o propósito de compilar para as gerações que vierem, alguns
termos que hoje dão à conversação amarelejense um certo cunho típico e de bastante
originalidade. Peguei no lápis e no papel e com a ajuda dos amigos arquivei as
seguintes palavras e frases mais usuais.1
1
Ainda que os termos do seguinte vocabulário não sejam todos oriundos de Amareleja, são porém aqui usados com
mais insistência do que noutra parte qualquer.
10.2
AMARELEJA Rumo à sua História,
de Padre João Rodrigues LOBATO, 1961
BREVEs DIÁLOGOs POPULARes:
- Prim'Maria que tem tu'menina?
- Ora! Q'havera de sêri!... Uma 'bechana d'asa vermelha que faz zunga e
faz meli que'le picou!...
- Então foi uma aboilha que'le picou...
- Um'aboilha, sim! Prim'Maria, uma aboilha...
--------------------------------------------------------------Certa mulher foi consultar o médico por causa de uma filhinha ainda de
peito:
- Sr. Doutôri, venho mostràri a'mnha Menina! Tem tado mun màli!
- Então que lhe deu de comer? (pergunta o médico)"
- Cumpri dá'reis d'açucri, mastugui-lo e di-lo!...
10.3
AMARELEJA Rumo à sua História,
de Padre João Rodrigues LOBATO, 1961
(De D. Maria da Paz Barreto Martins.)
NÃO ME TROCO POR NINGUÉM
Nam m’envergonho dezer,
Diante de toda a gente,
C'aqui o Chico Valente,
Ó seja, eu arrepresentado,
Sou homem sério e honrado
E nam me troco por ninguém.
E mesmo sem ter vintém
Nam invejo os grandes senhores,
Embora sejam dotores,
Ó lavradores abastados.
‘Stam'te mê'dia detados,
Dormindo nos bons colchões,
E comem os bons gimões.
'Stam à grande regalados!
Mas cá o Chico Valentão,
É homem doutra condição!
Boto os safões e o pelico
E mais airoso qu'a um rico
Saio logo de madrugada.
Pranto ao ombro a enxada
E vou p'ró campo trabalhari...
E é que nada me faz mali.
Nam faltando o tabaquinho,
Mais a Pinguinha d'e vinho, M
ais o mê burro jarico,
Sô mais feliz qu'a um rico!...
Tenho a saúde de ferro
E trabalho porque quero!
E nam me envaio em cantigas.
Poi'quem sabe fazer migas,
Dar-le volta e comê-las,
Esse sabe merecê-las.
P'ra lavrari e sameari
Nam dou a drêta a ninguém...
S'aparece p'r'aí alguém
Qu'a mim me quera ganhar,
Té sou capaz d'o tombar!...
Ele aqui está que se veja
Se alguém, drento d'Amareleja,
Comigo quer apostar
Se é capaz de me igualar,
Nas coisas da ingricultura,
Qu'a verdade... logo se apura!
Mas... cá me veio ao sentido...
Quando eu estava subido,
Em riba duma olivera,
E falou desta manera
Um engenheiro de fora"
Qu'ap'raceu naquela hora
E pôs-se o corte a mirar...
- Homem, eu queriló ensinar,
Se você tem paciência,
De aprender esta ciência,
P’lra ,saber podar ,mais bem.
- Cá a mim nam me ensina ninguém...
S’o senhor tem essa ciência
Eu tenho munta 'spirência...
Ó despois lá me convenceu.
E o resultado vi eu
No óutro ano a seguir
E agora digo eu a rir,
Já tudo nos vem às modas.
Até na quistão das podas.
Taremos de dar razão
Ao engenheiro Mira Galvão.
Que ele é o que sabe mais,
Os dedos nam são iguais
E foi estudar em boa hora
Lá p'r'ó estrangeiro de fora.
Temos cá outro entendido,
Que emprega munto o sentido,
E também está na altura
Nas coisas da ingricultura
Dá leções com munto jêto.
E o senhor Ongenio Barreto.
S'um dia tenho paciência
Vou fazer uma spirência!...
Enxerto uma azinhera
Com'mas puas d'olivera.
E s'isto der resultado
Já eu estou amanhado.
Vai o caso p'r'ó jornal.
Muita fama hei-de eu ganhar,
E depois serei premeado
Com alguns dinheros do Estado.
Mas dá-me na gana dezer
Que 'sou um homem valente!...
E nunca fiz mal a ninguém.
Trabalho, mas sei por 'spirência...
Outros terão a ciência!...
Há no mundo munta gente
Mais cá o Chico Valente
Nam se troca por ninguém.
De D. Maria da Paz Barreto Martins.
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Conde de Ficalho
In Conde de Ficalho
O ELEMENTO ÁRABE NA LINGUAGEM DOS PASTORES ALENTEJANOS
O ELEMENTO ÁRABE NA LINGUAGEM DOS PASTORES ALENTEJANOS
(EALPA) (CFicalho).
In NOTAS ACERCA DE SERPA
A maioria dos termos que aqui registamos é a partir de O ELEMENTO ÁRABE NA
LINGUAGEM DOS PASTORES ALENTEJANOS, que também tinha sido publicado in A
TRADiÇÃO, de Serpa, a partir do ANNO I - N° 6, Junho de 1899, p. 81, ver 97, 113 e
129.
Nota: A lista de (outras) palavras e expressões que fomos encontrando no decorrer do
trabalho e podem contribuir para o enriquecimento do vocabulário. Por estar ligado às
NOTAS ACERCA DE SERPA, a maioria dos termos que aqui registamos é a partir de O
ELEMENTO ÁRABE NA LINGUAGEM DOS PASTORES ALENTEJANOS, que também tinha
sido publicado in A TRADiÇÃO, de Serpa, a partir do ANNO I - N° 6, Junho de 1899, p.
81, ver 97, 113 e 129.
É de salientar aqui, três aspectos importantes realçados pelo Senhor Conde em outros
estudos:
1º - A ocupação árabe, sobretudo no Sul, a primeira a ser ocupada e a última a
ser libertada, estende-se por quase quatro séculos e meio, cinco. Tarik, de 710
até 1249, a tomada de Faro por D. Afonso III, tendo deixado profundas
influências e marcas.
2°- Entretanto, se ficaram marcas profundas e grande influência quanto aos
hábitos e indústrias locais e até no vocabulário, isso não aconteceu quanto à
transformação da língua, nem da religião. A índole e estrutura das duas línguas
eram muito diferentes; a religião, não respondia aos anseios e maneira de ser
mais profunda.
3º - Apesar de encontrarmos numerosas palavras e nomes de origem árabe,
estas são nomes de terras ou palavras para designar objectos concretos,
instrumentos de trabalho, e como se vê, são raríssimas as palavras de origem
árabe para traduzir algo de abstracto, sentimentos ou paixões. O pensamento e
o sonho, parece que ficaram sempre fora da influência da língua! Será verdade?
Da língua terão ficado mas do sonho? O imaginário oriental e o fascínio de
Córdova, Sevilha, Toledo, Silves... Moura, talvez seja, aqui, o que nos fascina,
ali, ao alcance da mão!!!
Algumas ligações para ver e ouvir textos, vídeos, gravações…
Recolhas de Pedro Mestre com Chico do Moinho
http://www.youtube.com/watch?v=v7HuG-L_Q_o&feature=related
Recolhas de Pedro Mestre com as Cantadeiras Emília Graça, Alice Maria, Maria
do Rosário, 1ªParte
http://www.youtube.com/watch?v=gv8bixRa8Oc
Lídia Vaz - Forasteiro meu amigo
http://www.memoriamedia.net/central/index.php?option=com_content&view=article&id
=1020&Itemid=770
Idalina Cacito-O sapateiro
http://www.youtube.com/watch?v=_oGwyrLeHaw&feature=player_embedded
Edvige Rafael - Pedro das malas artes
http://www.memoriamedia.net/central/index.php?option=com_content&view=article&id
=884&Itemid=654
Olívia Brissos – Ditados – as perdizes
http://www.memoriamedia.net/central/index.php?option=com_content&view=article&id
=891&Itemid=653
Subi ao alto do Monte
http://www.youtube.com/user/memoriamedia#p/u/15/DoJjViZuKSk
Maria da Castanheira
http://www.youtube.com/watch?v=P0uhRzvwz-k&feature=related
10 - ardila - maria da castanheira
http://www.youtube.com/watch?v=5eqCay2c-RU&feature=related
Poesia Alentejana
http://www.youtube.com/watch?v=o9b-V8r19Rk&feature=related
‘Strala a Bomba – As Meninas da Ribeira do Sado
http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf07_alentejo_falare_mostras_10p.pdf
‘Strala a Bomba – As Meninas da Ribeira do Sado – Adiafa (não disponível) mas:
http://www.youtube.com/watch?v=xbcWoIE9i8o
http://www.belacena.com/video/3469
Conde de Ficalho – expressões vindas do árabe http://www.joraga.net/contos/pags/3falas.htm#fala3
Mestre Alentejano http://www.youtube.com/watch?v=Yher-plFsbE
Saramago
http://www.youtube.com/watch?v=NWu3bkM5fM8
Rebera de Odivelas e outros:
http://www.joraga.net/alentejo_livro/pdf07_alentejo_falare_mostras_10p.pdf
Décimas de Inocêncio de Brito: http://www.joraga.net/iBrito/index.htm
MEMÓRIAS DE MANUEL LOENDRÊRO
http://www.joraga.net/moura/pags/05patr2falasMloendrero.htm
Linguajar da Cuba
http://historiaselendas.no.sapo.pt/paginas/falar.htm
in
PedroMestreCampanica
PedroMestreCampanica
memoriamedia
memoriamedia
memoriamedia
memoriamedia
memoriamedia
memoriamedia
jgcrosado
memoriamedia
joraga.net
CantarDamigos
ou em
belacena
joraga.net
rvccgerinho
/mariadoalentejo
joraga.net
joraga.net
joraga.net
historiaselendas.no.sap
o.pt/paginas/falar
http://www.joraga.net/
trabalho digitalizado em verdana 10 e outros
pode ser difundido e enviado em PDF e em formato papel a pedido
por @ JORAGA
Corroios, Seixal
Primavera 2011
ALENTEJAnadas
Alentejanando – Estórias e
Sabores
Joaquim Pulga
JPulga
CANCIONEIRO DE SERPA
Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição da Câmara Municipal de
Serpa 1994
CS - RCortez
Dialecto Alentejano –
contributos para o seu estudo
Manuela Florêncio
Ed. Colibri, 2001
AMARELEJA Rumo à
sua História
Padre João Rodrigues
LOBATO, 1961
O ELEMENTO ÁRABE NA
LINGUAGEM DOS
PASTORES ALENTEJANOS
ARH JRL - Lobato
CFicalho - CFicalho
AutoN
A Linguagem Popular
do Baixo Alentejo
Manuel Joaquim
Delgado
Ed. Assembleia Distrital
de Beja 1983
Alentejo Cem por Cento
Prof. Joaquim Roque
Ed. CM Ferreira do Alentejo
- 2ª ed. 1990
Monografia de Vila
Verde de Ficalho
Francisco Valente
Machado
Ed. Biblioteca Museus
de VVFicalho, 1980
Conde de Ficalho
AUTO DO NATAL –
PRESÉPIO
Casa do Povo de São
Matias, Beja
´
Alentejo100 - JRoque
LPBA JD - Delgado
Dicionário de Falares do Alentejo
Vítor Fernandes Barros
Lourivaldo Martins Guerreirp
Ed. Campo das Letras - 2005
MonografiaVVF Machado
Os Falares Fronteiriços de
Olivença e Campo Maior…
José Luís Valiña Reguera
Jornal Terras do Cante Nº0- 1994
DialectoAl – Manuela
jTC Nº 0 1994
JLVReguera
“Atão cumpadres, qui’é que’stão p'raí conversando…
remoncando… arengando… ramplonando… adealgando…"
Corroios
2011 04