Caixa impõe decisões com uso do voto de minerva
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Caixa impõe decisões com uso do voto de minerva
Especial – 27º Conecef / julho de 2011 Autoritarismo Caixa impõe decisões com uso do voto de minerva A luta pelo fim do voto de minerva e das imposições da Caixa nas deliberações da Funcef requer a revisão estatutária e a alteração da lei que instituiu o modelo de composição dos conselhos nos fundos de pensão Alerta A necessária mobilização para preservar o Fundo para Revisão de Benefícios Discriminação Repúdio às atitudes prejudiciais ao REG/ Replan não-saldado Manifestações contrárias à existência do Fundo têm sido identificadas nos questionamentos feitos pela Caixa. As entidades sindicais e associativas devem se preparar para possíveis enfrentamentos Entidades representativas dos assistidos exigem tratamento digno aos participantes do REG/Replan não-saldado e cobram mudança de postura da direção da Caixa Diretores eleitos Antônio Bráulio de Carvalho Diretor de Planejamento e Controladoria José Carlos Alonso Diretor de Benefícios Renata Marotta Diretora de Administração Conselheiros deliberativos eleitos Fabiana Matheus (Titular) José Miguel Correia (Titular) Olivio Gomes Vieira (Titular) Gilmar Cabral Aquirre (Suplente) Manuel Alfredo Filho (Suplente) Conselheiros fiscais eleitos Marco Antônio Moita (Suplente) 2 Carlos Alberto Leite (Titular) Antoci Neto de Almeida (Titular) José Francisco Zimmermann (Suplente) Ações judiciais contra a Caixa, pelo pagamento do CTVA, recaem sobre a Funcef como fiel solidária U ma das questões que mais preocupam as entidades representativas dos empregados da Caixa é o volumoso número de ações judiciais contra a Funcef. O problema é que do total de 12.358 processos que tramitam nas variadas instâncias, 60,6% têm caráter eminentemente trabalhista, ou seja, que não estão relacionados com o regimento de contribuição previdenciária, mas sim com a patrocinadora, a Caixa. São ações reivindicando pagamento do CTVA, auxílio alimentação, hora-extra, função gratificada, entre outros. Não é de hoje que os conselheiros eleitos pelos associados alertam para o risco gerado por essa situação, pois não existe aporte financeiro para cumprir as decisões judiciais que imputam custos indevidos à Funcef. Isso traz impacto e ônus adicional para a Fundação e quem termina arcando com as despesas são todos os participantes dos planos. Em 2009 foi assinado um termo em que a Caixa e a Funcef se comprometiam a realizar esforços conjuntos para reduzir o volume dessas ações judiciais em que a Funcef entra como fiel solidária. Grupos de trabalho foram criados com a finalidade de reduzir esse passivo. Mas o que se percebe é que pouco se avançou nesse sen tido. Novas ações, coletivas e civil pública, continuam sendo ajuizadas visando a cobrança de direitos trabalhistas, tornando assim vulneráveis os planos de benefícios à Fundação. Os conselheiros eleitos e as entidades representativas dos empregados e aposentados da Caixa Econômica Federal vão continuar pressionando a direção da empresa em busca de solução para os problemas gerados por essas demandas judiciais, originadas por falta de definição clara quanto às responsabilidades de cada uma e quanto aos procedimentos a serem adotados por suas respectivas áreas jurídicas. Fazse necessário encerrar na origem grande parte do contencioso, buscando a redução do número de ações judiciais e, consequentemente, os custos delas decorrentes. Fabiana Matheus, no 26º Conecef : “É preciso exigir a preservação do Fundo de Revisão de Benefícios” Fundo para Revisão de Benefícios, uma conquista sob ameaça C om praticamente cinco anos de existência, o Fundo para Revisão de Benefícios Saldados na Funcef, uma das grandes conquistas dos associados no processo de saldamento e de implantação do Novo Plano, é ainda um dispositivo sobre o qual incidem fortes resistências de setores da Caixa e do governo. Em debate sobre a distribuição de resultados pelos fundos de pensão, realizado em 30 de março deste ano, o Fórum de Dirigentes de Entidades com Representantes Eleitos para a Funcef concluiu ser necessária forte mobilização para se contrapor aos questionamentos que têm sido feitos ao mecanismo instituído na Fundação por meio do artigo 115 do regulamento do REG/Replan Saldado. O alerta é de que se proliferam as manifestações contrárias à existência de Fundo para Revisão de Benefícios fora dos marcos estabelecidos pela Resolução 26 da CGPC, cuja publicação visou assegurar distribuição de superávit também às patrocinadoras. O Fórum vê na postura de setores da Caixa e do governo prenúncio de ataques cada vez mais fortes, no próximo período, ao modelo de distribuição de resultados conquistado pelos associados da Funcef. A ameaça paira tanto sobre a composição do Fundo com até 90% do excedente da meta atuarial como sobre a totalidade do artigo 115 do regulamento do REG/Replan Saldado. A orientação às entidades sindicais e associativas é para que coloquem em destaque a exigência de preservação do Fundo para Re- visão de Benefícios na Fundação e se preparem para os enfrentamentos que se fizerem necessários. Regra única A Funcef é o único fundo de pensão que assegura em regulamento a correção de benefícios com os resultados excedentes em relação à meta atuarial. Originalmente, a regra instituída pelo artigo 115 do regulamento do REG/Replan Saldado estabeleceu a composição do Fundo para Revisão de Benefícios com 50% do resultado excedente. A possibilidade de composição do Fundo com montante maior, de até 90% do resultado excedente, veio com a mobilização das representações dos associados por mais celeridade na correção dos benefícios. Em fevereiro de 2007, foi constituído o GT da Recuperação das Perdas, com representantes da Fenacef e da Funcef. Três meses depois, o GT apresentou a proposta de elevação do percentual de 50% para até 90%, mas seu acatamento só se deu em outubro de 2008, depois de difícil queda-de-braço com a Caixa e órgãos governamentais. A nova regra foi estabelecida com a introdução do parágrafo 2º ao artigo 115. Começou a vigorar em janeiro de 2009, com “caráter excepcional e transitório”, até que a recomposição atinja o índice de 49,15%, estabelecido pelo GT da Recuperação das Perdas como sendo a defasagem ocorrida entre setembro de 1995 e agosto de 2001. 3 Reajustes reais na Funcef atingem 30% desde setembro de 2006 O Fundo para Revisão de Benefícios produziu reajustes reais para os benefícios saldados em 2007 (3,54%), em 2008 (5,35%), em 2010 (1,08%) e em 2011 (2,33%). Considerando os dois reajustes conquistados no início do saldamento (1º de setembro de 2006), um de 4% e outro de 10,79%, os benefícios foram corrigidos em 30% acima da inflação. Somando-se os reajustes reais aos índices correspondentes às reposições anuais da inflação, ocorridas a cada janeiro entre 2007 e 2011, o reajustamento total dos benefícios saldados da Funcef atingiu 65,89%, conforme quadro demonstrativo (ao lado). Período Reajuste Setembro/2006 4,00% Setembro/2006 10,79% F.R.B. Janeiro/2007 3,54% F.R.B. Janeiro/2008 5,35% F.R.B. Janeiro/2010 1,08% F.R.B. Janeiro/2011 Subtotal Ganho Real 2,33% 30,00% INPC (2007) 2,81% INPC (2008) 5,16% INPC (2009) 6,48% INPC (2010) 4,11% INPC (2011) 6,47% Subtotal Ganho Inflação 27,61% Total de Reajuste 65,89% Em defesa dos assistidos, conselheiros eleitos lutam por reajustes maiores, mas esbarram na força do voto de minerva Diferença entre desiguais Quando outro fundo de pensão anuncia distribuição de resultados mais substantiva que a da Funcef, não significa que tenha sido adotada regra melhor. A discrepância reside, invariavelmente, no fato de os ativos daquela instituição serem muito maiores e, por conta disso, gerarem resultados mais robustos. 4 Representantes dos assistidos no Conselho Deliberativo da Funcef enfrentam amargas derrotas com o voto de minerva, sempre favorável à Caixa Caixa usou voto de minerva para impedir reajuste melhor em 2011 O s representantes da Caixa no Conselho Deliberativo da Funcef impediram que o reajuste aplicado em janeiro de 2011 nos benefícios saldados fosse superior a 2,33%. A limitação a esse índice desconsiderou toda a fundamentação do voto apresentado pela Diretoria de Benefícios, com acolhimento da Diretoria Executiva, em favor de um reajuste de 3,57%, índice correspondente a 76,5% do excedente do resultado de 2010 em relação à meta atuarial. O diretor de Benefícios José Carlos Alonso, um dos eleitos pelos associados, demonstrou em seu voto que a utilização de 76,5% do resultado excedente para a composição do Fundo para Revisão de Benefícios não incorreria em risco algum para o equilíbrio e a sustentabilidade dos planos. Os representantes eleitos – diretores e conselheiros – frisaram ainda o fato de o reajuste maior guardar sintonia com o propósito que norteou a inclusão do parágrafo 2° no artigo 115 do regulamento do plano, o de dar maior celeridade à recuperação dos benefícios, em especial para as atuais gerações de assistidos, que foram as mais penalizadas com as políticas restritivas do passado recente. Os 2,33% foram impostos pela patrocinadora por meio do voto de minerva do presidente do Conselho Deliberativo, um de seus indicados. Esse índice equivale a 50% do resultado excedente, menor percentual possível dentro do estabelecido no parágrafo 2º do artigo 115 do regulamento do REG/Replan Saldado. 5 CDN da Fenae ouviu Diretores da Funcef e protestou contra a recusa da Caixa em conceder melhores reajustes aos benefícios Bloqueio ao diálogo e ao entendimento As discussões sobre a composição do Fundo para Revisão dos Benefícios com base nos resultados de 2010 deram-se ao longo de fevereiro e março deste ano. Foram inúmeras as iniciativas dos diretores e conselheiros eleitos junto a dirigentes da Caixa e a membros do governo, em busca de entendimento. O posicionamento dos representantes dos associados pela composição do Fundo com 76,5% do resultado excedente (R$ 1,162 bilhão), que resultaria no reajuste de 3,57%, levou em conta os argumentos de que havia a necessidade de se criar um fundo para revisão futura da meta atuarial, medida que requer a redução da taxa de juros, que hoje é de 5,5% - a meta atuarial é composta dessa taxa mais o INPC. A proposta de reajuste de 3,57% foi defendida pelos diretores e conselheiros eleitos com respaldo do Fórum de Dirigentes de Entidades e Representantes Eleitos da Funcef. Já a fixação da patrocinadora no menor reajuste possível foi guiada por completa falta de justificativa e por inflexibilidade total, deixando evidente o boicote à aplicação do parágrafo segundo do artigo 115 do regulamento do REG/Replan Saldado. Para a conselheira eleita Fabiana Matheus, esse boicote é exemplo dos ataques 6 que partem de dentro da Caixa à existência do Fundo para Revisão de Benefícios na Funcef. “Temos denunciado isso e contamos com o engajamento de nossas entidades sindicais e associativas no combate às ameaças que rondam esta nossa importante conquista”, diz ela. Manifestações de repúdio A Fenae e a Fenacef encaminharam ofício à direção da Caixa, no qual registraram repúdio à imposição de reajuste rebaixado aos aposentados e pensionistas e cobraram valorização dos participantes da Funcef. “Era de se esperar mais respeito e reconhecimento àqueles que tanto fizeram pela Caixa. Sobretudo, àqueles que suportaram bravamente os momentos de dificuldade da instituição onde trabalharam por uma vida inteira. No mínimo, um tratamento justo”, diz o ofício assinado pelos presidentes das federações, encaminhado ao presidente da Caixa, Jorge Hereda. O Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae também expressou por meio de ofício à Caixa a sua indignação e o seu protesto à recusa da patrocinadora em conceder reajuste melhor para as aposenta dorias e pensões, utilizando-se do voto de minerva para fazer valer o seu propósito de conter a melhoria dos benefícios. Ostensividade no autoritarismo A Caixa tem feito uso ostensivo do voto de minerva no Conselho Deliberativo da Funcef. Só este ano, o instrumento autoritário foi utilizado por quatro vezes. Em duas oportunidades, o CD decidiu prorrogar o segundo mandato do então presidente da Fundação, Guilherme Lacerda, que se encerrara em 19 de março de 2011. A primeira prorrogação, de um mês, foi à votação, recebeu voto contrário dos conselheiros eleitos e a Caixa lançou mão do “voto de qualidade” para aprová-la. Já a segunda prorrogação, para mais 10 dias, sequer foi votada no CD. A decisão deu-se por ato “ad referendum”. Os conselheiros eleitos registraram protesto contra tal expediente. Em 30 de março, a patrocinadora impediu que os benefícios dos aposentados fossem reajustados em 3,57% e impôs 2,33%. No dia 15 de junho, a força do poder arbitrário voltou a prevalecer no Conselho Deliberativo. O assunto era o pedido de cumprimento de quarentena com prestação de serviço remunerado, feito pelos ex-dirigentes Guilherme Lacerda e Luiz Torelly. Os conselheiros eleitos, respaldados pelo Fórum de Dirigentes de Entidades e Representantes Eleitos para a Funcef, manifestaram posição contrária. A Caixa re- velou-se determinada a acatar a esdrúxula forma de quarentena, mesmo a custa do voto de minerva. Mas isso nem foi necessário, porque um dos conselheiros eleitos não pode participar da reunião, por problemas de saúde, e não houve tempo de substituí-lo pelo suplente. Em reunião realizada no dia anterior à do CD, o Fórum de Dirigentes de Entidades e Representantes Eleitos concluiu que a Fundação só estaria obrigada a assegurar trabalho remunerado aos exdirigentes em situação de risco à confidencialidade das informações, o que não era o caso. A quarentena, nas circunstâncias e termos em que havia sido solicitada, deveria ser recusada como concessão indevida, mera benesse. A Caixa lançou mão do voto de minerva em diversas outras oportunidades. Foi assim quando o CD decidiu, lá no início de 2009, pelo aumento de contribuições para o REG/Replan não-saldado e, ato contínuo, se posicionou contra a proposta dos conselheiros eleitos de mudança do método de custeio do plano - a patrocinadora só veio a admitir a alteração do método em 29 de dezembro de 2010. Outros exemplos da postura autoritária da Caixa no trato das questões de interesse dos associados da Funcef deram-se na reabertura do saldamento do REG/Replan pela quarta vez, quando não havia mais qualquer razoabilidade naquela medida, e quando da apreciação de recursos dos participantes em solicitações de revisão de benefícios. “Entulho a ser removido” Para as representações dos associados, o voto de minerva emperra o processo de democratização da Funcef, tornando inalcançável o estabelecimento de uma gestão que seja efetivamente compartilhada. “Trata-se de entulho autoritário a ser removido pela mobilização dos trabalhadores, os grandes prejudicados por decisões unilaterais das patrocinadoras dos fundos de pensão”, ressalta a conselheira eleita Fabiana Matheus. A luta pelo fim do voto de minerva requer iniciativas em duas frentes. Uma no âmbito dos órgãos de gestão da Funcef, pela ampliação das restrições estatutárias ao uso de tal expediente. A outra tem foco no Congresso Nacional, onde as representações dos associados devem buscar alteração da lei que trata do assunto. 7 Debates e definição de iniciativas acontecem no Fórum de Dirigentes com Representantes Eleitos na Funcef O Fórum de Dirigentes de Entidades com Representantes Eleitos na Funcef cumpre relevante papel na construção da unidade do movimento associativo e sindical. É onde são aprofundados os debates sobre os assuntos relacionados à Fundação e definidas iniciativas em defesa dos interesses dos associados, tendo como bússola as deliberações e prioridades aprovadas em instâncias de decisão como o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef). A criação do Fórum deu-se em 26 de abril de 2006, por iniciativa conjunta da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), da Federação 8 Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa (Fenacef) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). Além de diretores e conselheiros eleitos para a Fundação, o coletivo conta ainda com a participação de representantes da Federação Nacional das Associações dos Gestores (Fenag) e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). As reuniões passaram a ser bimestrais a partir deste ano. Eram trimestrais. A defesa dos participantes do REG/Replan não-saldado é assunto frequente na pauta do Fórum. Envolveu inicialmente a mudança do método de custeio, reivin- dicação que foi assegurada no final de 2010, após longa batalha das representações dos associados e muito empenho por parte dos diretores e conselheiros eleitos. O fim das discriminações feitas pela Caixa na implantação do PCS e do PFG aos remanescentes do REG/Replan seguem entre as exigências para as quais as entidades e os representantes eleitos canalizam esforços. Estiveram em pauta nas mais recentes reuniões do Fórum: aperfeiçoamento do processo de seleção de conselheiros para empresas em que a Fundação detém participação acionária; alçadas de investimentos estabelecidas atualmente na Fundação; distribuição de resultados nos fundos de pensão e defesa do Fundo para Revisão de Benefícios instituído na Funcef; composição do Fundo para Revisão de Benefícios com base nos resultados de 2010; solução para os problemas gerados pelo Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA); e pedido de ex-dirigentes para cumprimento de quarentena com prestação de serviço remunerado à Fundação, entre outros assuntos. Fórum reúne dirigentes da Fenae, Fenacef e Contraf/CUT para debates com os Representantes Eleitos na Funcef Ouvidoria em fase de implantação Está em fase de implantação na Funcef a Ouvidoria proposta pelos conselheiros eleitos com base nos debates ocorridos no Fórum. A ideia vinha sendo discutida ao longo dos últimos anos nas instâncias do movimento dos empregados e aposentados da Caixa. A proposta foi fechada no Fórum e encaminhada à Funcef por meio de voto dos conselheiros eleitos, tendo sido aprovada pelo CD em 21 de outubro de 2010. O processo de seleção do ouvidor está em fase final. Foram selecionados três nomes. Cabe ao Conselho Deliberativo, órgão ao qual a Ouvidoria estará vinculada, decidir qual deles será contratado. Uma das condições para ocupação do cargo é a inexistência de vínculo profissional com a Funcef ou com a Caixa. O ouvidor terá contrato de dois anos com a Funcef, com possibilidade de prorrogação por igual período. As atribuições da Ouvidoria são claramente demarcadas nos seguintes termos: apresentar às áreas da Fundação o que lhe for demandado por participantes, aposentados e pensionistas, bem como acompanhar o tratamento dado pelas diversas áreas às reclamações e sugestões apresentadas; encaminhar aos participantes informações quanto ao tratamento dispensado às suas demandas; apresentar aos órgãos de administração sugestões de medidas para o aprimoramento do atendimento às demandas dos participantes, aposentados e pensionistas; e fornecer, aos órgãos de administração, informações qualitativas e quantitativas relativas às ocorrências registradas junto ao órgão. 9 Presidentes da Fenae, Pedro Eugenio, e da Fenacef, Décio de Carvalho, acompanhados do então diretor de benefícios da Funcef, Carlos Caser, na entrega de ofício ao diretor do Departamento de Controle e Coordenação das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Murilo Barella, sobre a substituição do método de custeio por outro mais adequado à realidade do REG/Replan REG/Replan com novo método de custeio U ma importante conquista do movimento dos empregados e aposentados da Caixa, em 2010, em especial para os que optaram em permanecer no REG/Replan não-saldado, sem dúvida alguma, foi a mudança do método de custeio do REG/Replan, substituindo o método de Custo Unitário Projetado (PUC) pelo Agregado. Aprovada, em 29 de dezembro do ano passado, pôs fim ao longo processo de negociação, marcado por postergações da patrocinadora e intervenções incessantes dos conselheiros eleitos. A vitória da mudança do método veio acompanhada de compromisso formal dos representantes da patrocinadora de que não haverá retirada do patrocínio ao REG/ Replan não-saldado. Esta possibilidade vinha sendo cogitada no âmbito da Caixa. A manifestação da empresa a respeito do assunto se deu após cobrança de posicionamento dos conselheiros eleitos. A alteração do método de custeio do REG/Replan não saldado foi financiada com recursos do Fundo para Ajuste Futuro com utilização do montante de R$ 88 milhões. Se o método agregado não tivesse sido implantado no ano passado, a consequência para os participantes do REG/ Replan não-saldado seria a elevação das contribuições de 13,92% para 27%, desde janeiro daquele ano. Por reiteradas vezes e através de estudos, as representações dos associados da Funcef demonstraram que a adoção do método Agregado evitaria o aumento de custeio exigido pelo método PUC, tornando dispensável o aumento de contribuições que recaia tanto para os participantes como para a patrocinadora. A mudança do método de custeio era defendida pelas representações dos associados desde 2003, quando foi criado o GT do Novo Plano, que em sua proposta final apontou para essa necessidade. Os fóruns do movimento dos empregados da Caixa a colocaram sempre entre suas principais reivindicações. O PUC organizava o financiamento do REG/Replan de forma que, a medida que o tempo avançava e o salário do participante crescia, maior era a arrecadação necessária. Portanto, mesmo que o plano obtivesse resultados positivos ao longo dos anos, crescia a necessidade de contribuições. Já o Agregado apresenta-se como um método mais estável, pois o custo do plano é distribuído ao longo do tempo de forma mais equânime, fazendo com que as contribuições sejam maiores no início do plano, porém se mantenham mais estáveis ao longo do tempo. Vantagens comprovadas Tabela de Contribuição Funcef Mês/Ano: jan/11 Teto INSS: 3.689,66 AGREGADO PUC Alíquota Parcela Contribuição Alíquota Parcela Contribuição a deduzir a deduzir Até1.844,83 De 1.844,83 a 3.689,66 3% 5% % Variação PUC x AGREGADO - R$ 55,34 3% - R$ 55,34 0,00 36,90 R$ 147,58 0,00 - R$ 147,58 0,00 36,90 R$ 147,58 5% A partir de 3.689,67 13,92% 366,02 R$ 147,58 - 4.000,00 13,92% 366,02 R$ 190,78 27,01% 848,99 R$ 231,41 21,30% 4.500,00 13,92% 366,02 R$ 260,38 27,01% 848,99 R$ 366,46 40,74% 5.000,00 13,92% 366,02 R$ 329,98 27,01% 848,99 R$ 501,51 51,98% Contribuição = Salário de Contribuição x Aliquota(27,01%) - parcela a deduzir (R$848,99) = R$ 10 A consequência positiva da mudança do método de custeio do REG/Replan não-saldado de PUC para Agregado ficou claramente evidenciada por levantamento comparativo dos valores das contribuições que seriam exigidas por um e outro, em janeiro de 2011, conforme indica a tabela ao lado. A luta pela incorporação REB ao Novo Plano O movimento dos empregados da Caixa está na luta pela incorporação do REB ao Novo Plano desde maio de 2009, quando a Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo da Funcef aprovaram essa medida. Desde então, os empregados da Caixa, por meio do Fórum de Dirigentes e Representantes Eleitos para a Funcef, da Fenae e de outras entidades, vêm pressionando para que essa decisão seja efetivada o mais o rápido possível. A proposta vem percorrendo um longo e sinuoso caminho pelas instâncias da própria Caixa bem como de órgãos governamentais. Neste momento, a proposta está sendo apreciada pelo Conselho de Administração da Caixa, a pedido do Ministério da Fazenda. A Caixa precisa fazer algumas alterações para nova apreciação. Depois de aprovada no Conselho de Administração, a incorporação do REB ao Novo Plano precisa voltar para o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST) e ser homologada pela Superintendência Nacional de Previdencia Complementar (Previc). A Caixa pretende divulgar novas informações sobre esse processo nesta primeira quinzena de julho. Após a conclusão de todo esse processo, a Funcef incluirá no Novo Plano 12 mil participantes ativos, aposentados e pensionistas do REB. A importância da incorporação Para os ativos, a incorporação implica inclusão dos saldos de contas do REB no Novo Plano. Dessa forma, os participantes passam a ser regidos pelo regulamento do Novo Plano, usufruindo de todos os seus benefícios e vantagens, sendo também respeitado o direito acumulado nas regras anteriores. No caso dos aposentados e pensionistas, a incorporação consiste na inclusão das reservas técnicas (valores reservados para o pagamento dos benefícios) no patrimônio do Novo Plano, sem alteração do valor do benefício. Com as novas regras, além de continuar tendo direito ao reajuste do benefício pelo INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), os assistidos do REB também poderão receber eventuais aumentos provenientes do Fundo para Revisão de Benefício, vinculado ao retorno dos investimentos do plano, mesmo mecanismo existente no REG/Replan saldado. O percentual da contribuição dos participantes do REB, até então de 2%, passa para 5%. O participante que não tiver interesse em aumentar a sua contribuição poderá se opor à mudança de percentual mediante manifestação expressa, nos 90 dias posteriores à incorporação. O participante terá a opção de fazer contribuição retroativa a setembro de 2006, com base nas regras do Novo Plano. Além da parcela do participante, a contribuição retroativa terá também a participação da Caixa com igual valor. Esta foi uma conquista obtida a partir de reivindicação das entidades representativas, encampada pelos diretores e conselheiros eleitos. Diretor eleito da Funcef, José Alonso, defendendo a incorporação do REB ao Novo Plano 11 Em defesa dos participantes do REG/Replan não-saldado O s participantes do plano de benefícios da Funcef REG/Replan não-saldado vêm sofrendo constantes discriminações dentro da Caixa. Estão sendo punidos por um dia terem aceitado um plano que lhes foi oferecido como instrumento de política de Recursos Humanos voltada para a segurança e a tranquilidade no futuro. A solução para a situação dos bancários que permaneceram no REG/Replan foi um dos temas tratados em documento que os presidentes da Fenae, Pedro Eugenio, e da Fenacef, Décio de Carvalho, entregaram ao presidente da Caixa, Jorge Hereda, no último dia 29 de junho Em 2003, foi constituído um Grupo de Trabalho que concebeu a proposta de saldamento do REG/Replan e definiu que a adesão ao Novo Plano seria opcional. Esse GT, chamado Novo Plano, foi composto por representantes da Caixa, da Funcef e dos participantes. Desde a abertura do saldamento, em 2006, e durante as três reaberturas (em 2007, 2008 e 2010), a Caixa tentou impor a adesão. Durante esse período foram inúmeras as discriminações por parte da Caixa principalmente nas negociações permanentes. Dois exemplos foram marcantes: os participantes do REG/Replan nãosaldado ficaram impossibilitados de aderir à tabela salarial unificada do PCS de 2008 e, em 2010, eles foram excluídos do Plano de Funções Gratificados. Tais medidas estão tendo inúmeros e danosos reflexos na carreira dos bancários por elas atingidos. Além disso, os danos causados aos participantes aumentam a demanda de processos judiciais. O contencioso atinge não apenas a Caixa. Inúmeras ações acabam tendo por alvo a Funcef, onde o passivo judicial já se apresenta como grave problema. O movimento dos empregados da Caixa repudia essas atitudes discriminatórias adotadas pela Caixa contra esse grupo de associados da Funcef. E cobra dos representantes da patrocinadora na Fundação empenho junto à direção da Caixa por uma mudança de postura da empresa pelo fim da discriminação em relação aos participantes do REG/ Replan não-saldado. Expediente Boletim Representantes - publicação dos membros eleitos para a Diretoria Executiva e os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Funcef. Diretores eleitos: Antônio Bráulio de Carvalho, José Carlos Alonso e Renata Marotta Conselho Deliberativo Titulares eleitos: Fabiana Matheus, José Miguel Correia e Olivio Gomes Vieira - Suplentes eleitos: Gilmar Cabral Aguirre, Manuel Alfredo Filho e Marco Antônio Moita. Conselho Fiscal - Titulares eleitos: Carlos Alberto Leite e Antoci Neto de Almeida - Suplente eleito: José Francisco Zimmermann. Edição: Eurico Batista. Redação: Evando Peixoto, Amanda Vieira e Andrea Viegas. Diagramação: Lisarb. Tiragem 500 exemplares. A edição impressa do boletim “Representantes Eleitos na Funcef” é uma iniciativa da Fenae. Sua publicação regular, um a cada semestre, amplia o debate e fortalece a participação coletiva dos empregados, aposentados e pensionistas da Caixa na condução da Funcef.
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