Revista Abrapneus - Ano XVII - nº101 março
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Revista Abrapneus - Ano XVII - nº101 março
Eleições 2010 O destino do Estado e de seu papel na economia poderão ser determinados, nas urnas, pelos interesses da nova classe média Sociedade e poder público debatem o Simples Nacional Claudio Weber Abramo avalia as novas regras eleitorais A Revista Abrapneus é uma publicação da Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus e do SICOP - Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Pneumáticos, distribuida gratuitamente aos revendedores, distribuidores e fabricantes de pneus, entidades de classe, orgãos governamentais, empresas fornecedoras de produtos e serviços às revendas e orgãos de imprensa. EDITORIAl Revista Abrapneus é uma publicação da Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus e do Sicop - Sindicato Para a matéria de capa desta edição, a Revista Abrapneus entrevistou o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier. Em seu depoimento, ele analisou algumas características do atual governo e os elementos que estarão em jogo nas próximas eleições. Dentro disso, ele comenta o papel que poderá ser desempenhado nesse processo pela classe C, a chamada ‘nova classe média’, que foi objeto do estudo publicado em seu mais recente livro. Claudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção, também fala sobre as eleições de 2010, mas seu enfoque recai sobre as novas regras adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na seção Fórum, o leitor poderá acompanhar a cobertura das discussões ocorridas durante O Simples Nacional e o Sistema Tributário – O que precisa mudar?, debate organizado pelo Codecon, em São Paulo (SP), no final de março. Já na página de Legislação a revista divulga as novas regras do PPI do ICM/ICMS, que entraram em vigor no estado de São Paulo. Também a Anip participa desta edição, divulgando o balanço do setor em 2009. Seu presidente, Eugênio Deliberato, aproveita para mostrar que as tendências em 2010 se revelam bastante positivas, com perspectivas de aumento nas atividades de produção e de comercialização de pneus. Esse cenário já é, de certa forma, reforçado pelas novidades anunciadas pela indústria. Além do lançamento de diversos produtos e serviços ocorridos nos últimos meses, as empresas – Goodyear, Michelin, Pirelli e Bridgestone – continuam com forte atuação em feiras, eventos competitivos e até mesmo junto ao Terceiro Setor. Na Bridgestone, a grande novidade foi a aposentadoria de Mark A. Emkes, chairman da companhia, CEO e presidente, que gerou significativa reformulação na estrutura da empresa. Por fim, a edição também procura contribuir para o desenvolvimento de novas culturas gerenciais no setor. Em Atualidades os leitores poderão conhecer o que gera as resistências e as necessidades de mudanças, seja na vida pessoal seja na empresa. A autora do livro Atreva-se a mudar! Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos, Alessandra Assad, revela, de forma clara e didática, as técnicas para superar os obstáculos às transformações, sem traumas. Boa leitura! Márcio O. Fernandes da Costa Presidente Índice 4 – Entrevista: O cientista político Bolívar Lamounier aborda os fatores que propiciaram a formação da “nova classe média” e sua influência nas eleições deste ano. 7 – Legislação: As novas regras do PPI do ICM/ICMS já vigoram em São Paulo. 8 – Fórum: Codecon realiza debate sobre o Simples Nacional. 10 – ANIP: Entidade prevê tendência de crescimento para o setor. 12 – Atualidades: A coragem necessária para realizar mudanças tanto na vida pessoal quanto nas empresas. 18 – Bridgestone/Firestone Intermunicipal do Comércio Varejista de Pneumáticos distribuída gratuitamente a revendedores, distribuidores e fabricantes de pneus, entidades de classe, órgãos governamentais, empresas fornecedoras de produtos e serviços às revendas e órgãos de imprensa ABRAPNEUS Presidente: Márcio Olívio Fernandes da Costa Vice-presidentes: Walter Paschoal, Dirceu Delamuta, Isac Moyses Sitnik, João Faria da Silva e Itamar Laércio Grotti. Secretário: Rodrigo F. Araújo Carneiro Tesoureiro: Airton Scarpa Diretores: Francisco F. Amaral Filho, Alexandre Quadrado, Geraldo Gusmão Bastos Filho, José Manuel Pedroso da Silva, Sérgio Carlos Ferreira, Gláucio Telles Salgado, Horácio Franco Zacharias, Henrique Koroth, Carlos Alberto D. P. Costa, João Ibrahim Jabur, Antônio Augusto, Célio Gazire, Ivo Giunti Yoshioka. SICOP Presidente: Márcio Olívio Fernandes da Costa 1° e 2º Vice-presidentes: Walter Paschoal e Horácio Zacharias Secretário: Carlos Alberto D. P. Costa Tesoureiro: Dirceu Delamuta Diretoria: Paulo Sérgio Paschoal, Fábio Grotti e Vicente Goduto Filho Conselho Fiscal: Aírton Scarpa, José Linhares, Ivo Giunti Yoshioka, Itamar Grotti e André Linhares Delegação junto à Fecomercio-SP: Márcio Olívio Fernandes da Costa, Rodrigo Fernandes da Costa, Walter Paschoal e Dirceu Delamuta Revista Abrapneus Conselho Editorial: Márcio Olívio Fernandes da Costa, Dirceu Delamuta, Walter Paschoal e Silvana Coelho Edição: Cristiane Collich Sampaio (Mtb 14 225) Textos: Assessoria de Imprensa Abrapneus, Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli Atualização de endereço, solicitação de remessa da revista ou envio de material de informações à redação, escreva para Revista Abrapneus: Av. Paulista, 1499 – 21 – Pirelli 5º Andar, cj. 506, São Paulo, Capital, CEP: 01311-928 25 – Michelin [email protected], 27 – Goodyear Site: www.abrapneus.com.br 30 – Opinião: Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, analisa aspectos do sistema eleitoral brasileiro. Telefax: 3284-9266 ou mande um e-mail para: [email protected] É permitida a reprodução de matérias e artigos, desde que citada a fonte. As matérias e os artigos não refletem, necessariamente, a opinião e o pensamento da entidade. Março/Abril 2010 3 entrevista A ‘nova classe média’ e as eleições de 2010 Foto: Divulgação Essa nova classe, embora ampla, pode ser caracterizada pelo desejo de ter acesso a bens e serviços, que antes lhe eram inacessíveis. Porém não se pode imaginar comportamento homogêneo nas eleições deste ano Bolívar Lamounier, cientista político e sociólogo 4 Razões internas e externas criaram condições para que uma considerável parcela da população brasileira deixasse a linha de pobreza e passasse a ser consumidora de ampla gama de bens e serviços aos quais anteriormente não tinha acesso. Esse fenômeno e suas decorrências políticas e econômicas são detalhadamente analisados no livro A Classe Média Brasileira - Ambições, Valores e Projetos de Sociedade, lançado no início deste ano. O cientista político e sociólogo Bolívar Lamounier, que divide a autoria da obra com o também sociólogo Amaury de Souza, é o entrevistado desta edição. Ele fundou o Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo (Idesp), considerado como um dos principais órgãos de pesquisa sociopolítica do Brasil, do qual continua sendo pesquisador. O entrevistado vem tendo trajetória bastante diversificada: atuou na última revisão constitucional e no Conselho de Orientação Política e Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cops-Fiesp), entre outros, além de ser autor de inúmeros artigos e livros sobre política, partidos e sociedade. Aqui Lamounier – que, pelas posições defendidas, já foi criticado tanto pela direta quanto pela esquerda – aborda alguns aspectos dessa transformação e os elementos que podem determinar a sustentabilidade do processo de ascensão socioeco- nômica desta que se convencionou chamar ‘nova classe média’. Ao falar dos rumos da democracia brasileira e das eleições deste ano, o comportamento do presidente Lula diante de flagrantes de corrupção e a apresentação de propostas com traços, no mínimo autoritários, não são poupados em suas críticas. Abrapneus – O que distingue a classe média tradicional da classe C, também chamada ‘nova classe média’? Bolivar Lamounier – Desde logo, o tamanho. A classe média tradicional representava uma parcela muito pequena da população total. Compunha-se principalmente de servidores públicos e profissionais liberais, setores à época caracterizados por um nível relativamente alto de escolaridade. Outro componente importante eram os empresários médios e pequenos, sobretudo no comércio. Essa classe tinha um patrimônio razoável, notadamente a casa própria – residências de boa qualidade, em bairros bem característicos, sobretudo nas capitais dos estados. A ‘nova’ classe média (denominada classe C pelos institutos de pesquisa de mercado) é um fenômeno totalmente diferente. O economista Marcelo Neri sugere que ela tem como piso uma renda familiar mensal bem modesta, de cerca de R$ 1,2 mil, e como teto algo como R$ 5 mil. Isto equivale Abrapneus “A sustentabilidade é uma questão extremamente complexa; é preciso ter muita cautela em qualquer projeção que se faça.” a 90 milhões de pessoas, metade da população do Brasil. Obviamente, um agrupamento desse tamanho é bastante heterogêneo. Mas tem um traço comum importante: o desejo de consumir, de se integrar no Brasil moderno, de ter acesso a uma ampla gama de bens e serviços da qual ela antes se achava excluída. Abrapneus – Quais fatores promoveram e continuam fomentando a ascensão dessa classe e de outras, menos favorecidas, na estrutura socioeconômica brasileira? Lamounier – Trata-se de uma combinação de fatores externos e internos. No plano internacional, a abertura das principais economias nacionais e o forte crescimento do comércio internacional, nas últimas décadas do século 20. No cenário interno brasileiro, a estabilização da economia e o controle da inflação, em si já muito importantes, desencadearam diversos outros processos, entre os quais um aumento sem precedentes do crédito ao consumidor. A abertura da nossa economia e o aumento das importações, por seu lado, Março/Abril 2010 colocaram numerosos produtos novos à disposição do consumidor brasileiro; e as empresas brasileiras, por sua vez, ficaram mais ‘espertas’, melhorando seus produtos, aumentando a produtividade, aperfeiçoando o design etc. Abrapneus – Qual o peso de políticas públicas de caráter assistencialista, como o Programa Bolsa Família, nesse contexto? Lamounier – As referidas políticas públicas dirigem-se a segmentos de renda abaixo da classe C. Seu peso, se existe, é, portanto, indireto, de difícil avaliação. Abrapneus – Em seu último livro o senhor trata da sustentabilidade dos padrões de consumo dessa nova classe. Acredita que a retomada do crescimento econômico brasileiro, em patamares próximos aos de 2008, será suficiente para garantir sua estabilidade e expansão? Lamounier – A sustentabilidade é uma questão extremamente complexa; é preciso ter muita cautela em qualquer projeção que se faça. Primeiro, precisaríamos estar seguros da sustentabilidade da própria retomada do crescimento. Nas condições atuais, com as contas públicas em deterioração, o balanço externo tendendo ao desequilíbrio e a infraestrutura em petição de miséria, é fácil ver que ainda estamos longe da sustentabilidade macroeconômica. No nível micro-social, faltam certas condições essenciais, a mais importante talvez sendo um ambiente favorável ao empreendedorismo. Não há como pensar numa classe média numerosa e sustentável onde não exista um empresariado médio e pequeno consolidado. No Brasil, potenciais empreendedores esbarram numa terrível série de obstáculos, a começar pela própria carga tributária, que deses- timula muitos deles até de buscar a formalização. Abrapneus – Que outros elementos podem contribuir para isso ou minar essa sustentabilidade? Lamounier – A educação. Sem educação universalizada e de boa qualidade, aqueles que tentam obter uma posição melhor na escala social encontram barreiras tanto pelo lado do emprego como pelo lado do negócio próprio. “Com a polarização PSDB-PT, eu creio que toda a questão do Estado e de seu papel na economia estarão em jogo. Talvez venham a ser o foco principal da disputa.” 5 entrevista Abrapneus – É possível antever o papel desse novo grupo social nas próximas eleições? Ele pode ser visto como formador de opinião? Sua tendência pode ser caracterizada como mais conservadora? A seu ver, o que estará em jogo nas próximas eleições, com a polarização do embate concentrada no PT e no PSDB? Lamounier – É importante lembrar que estamos falando de quase metade da população brasileira, com um contingente de eleitores por volta de 60 milhões. Um grupo desse tamanho nunca se comporta de forma homogênea. Se formos julgar pelos índices de popularidade do presidente Lula, concluiremos que a metade ou até mesmo a maioria da classe C apoiará a candidata do governo. Mas se pensarmos na necessidade da reforma tributária, ou na necessidade de recuperar a indústria nacional, sem a qual não teremos empregos suficientes no país, ou na necessidade de limitar e reorientar o gasto públi- “Um líder popular como Lula não tomar posições firmes em relação à corrupção em seu partido e em seu governo é obviamente uma questão muito grave.” co, o resultado poderá ser o oposto. Recorde-se que, nas eleições de 2006, mesmo perdendo feio, o candidato do PSDB foi muito bem votado nas regiões Sudeste e Sul, que é onde se encontra o grosso da classe média brasileira. Com a polarização PSDB-PT, eu creio que as questões acima – ou, mais amplamente, toda a questão do Estado e de seu papel na economia – estarão em jogo. Talvez venham a ser o foco principal da disputa. Se isso acontecer, haverá um estímulo muito grande para a classe C se posicionar em função de seus interesses de médio e longo prazo, e não só em função da situação imediata ou das personalidades em confronto. Abrapneus – Como vê a democracia brasileira hoje? Os sucessivos escândalos que marcaram especialmente as gestões do PT na Presidência da República, bem como as recentes tentativas do Governo em restringir a liberdade de imprensa podem comprometer o amadurecimento dessa democracia? Lamounier – Podem comprometer, sem dúvida; já estão comprometendo. Um líder popular como Lula não tomar posições firmes em relação à corrupção em seu partido e em seu governo é obviamente uma questão muito grave. No mínimo, está dando um mau exemplo, influenciando de maneira negativa a cultura política do país. Como se não bastasse, surgiu esse estranho episódio do III Plano Nacional de Direitos Humanos, com várias propostas de teor francamente autoritário e inconstitucional. Eu creio que a democracia brasileira se robusteceu bastante nos últimos tempos, mas estas questões – corrupção, propostas autoritárias etc. – são preocupantes. Abrapneus – É possível afirmar que, em certos aspectos, o Gover- 6 “Aquele tipo virulento de populismo que o Chávez personifica tem muito menos chances de ocorrer aqui.” no Lula é semelhante aos da Venezuela e Bolívia, por exemplo? Lamounier – Como o Brasil é um país mais avançado em termos econômicos e institucionais, aquele tipo virulento de populismo que o Chávez personifica, demagógico e autoritário, tem muito menos chances de ocorrer aqui. Mas Lula tem, infelizmente, vários traços clássicos do populista latino-americano: certa inclinação para o empreguismo e a gastança, uma tendência a chantagear as instituições por meio dos chamados ‘movimentos sociais’ e, talvez, principalmente, um viés ideológico meio anti-capitalista, anti-mercado, anti-empresário e por aí afora. Abrapneus – Em caso afirmativo, caso o desejo de continuidade política seja o vencedor nas próximas eleições, vê risco de o Brasil vivenciar retrocesso político no campo das liberdades democráticas? Lamounier – Vejo sim. O objetivo da proposta de controlar os meios de comunicação não está esclarecido, longe disso. Até agora não sabemos o que Lula e a ministra Dilma Roussef pretendem com o tal plano – para ficarmos só neste exemplo. Abrapneus legislação Permitida repactuação do PPI DO ICM/ICMS Decreto estadual permitiu repactuação do pagamento para quem aderiu ao Programa de Parcelamento Incentivado do ICM/ICMS No dia 5 de março, foi publicado o Decreto Estadual nº 55 534, que regulamentou o art. 10 da Lei nº 13 723/2009, determinando a manutenção dos acordos firmados pelos contribuintes que aderiram ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICM) e do ICMS. De acordo com o documento, não serão considerados rompidos os acordos de parcelamento, firmados no âmbito do PPI ICM/ICMS no estado de São Paulo, para a liquidação de débitos fiscais relacionados com o ICM e com o ICMS, desde que as par- celas vencidas e não pagas até 30 de setembro de 2009 fossem repactuadas até 31 de março deste ano, nos termos e condições previstos em regulamento. Dessa forma, o contribuinte que não efetuou o recolhimento de uma ou mais parcelas, teve a oportunidade de repactuar seu pagamento, sem o risco de ser excluído do parcelamento, que ofereceu reduções de multas e juros. As exigências para que as empresas fizessem a repactuação do recolhimento das parcelas vencidas e não pagas foram: celebrar o acordo de parcelamento até dia 31 de março último; ter pelo menos uma parcela vencida até 30 de setembro de 2009 e não paga no prazo de 90 dias a partir do seu vencimento. Novas regras Após o acordo, o recolhimento poderá ser efetuado de modos distintos, de acordo com a data de vencimento da última parcela, seguindo os procedimentos relacionados a seguir: Parcelamento em que o vencimento da última parcela estivesse previsto para até 31 de março de 2010: a) quando houver apenas uma parcela vencida até 30 de setembro de 2009, seu vencimento será postergado para o mês de abril de 2010; b) quando houver mais de uma parcela vencida, terão seus vencimentos fixados para abril de 2010 e meses subseqüentes. Parcelamento em que o vencimento da última parcela esteja previsto para depois de 31 de março de 2010: a) quando houver apenas uma parcela vencida até 30 de setembro de 2009, terá seu vencimento postergado para o mês subseqüente ao do vencimento da última parcela; b) quando houver mais de uma parcela vencida, terão seus vencimentos para os meses subseqüentes ao do vencimento da última parcela. Outras informações podem ser obtidas no endereço: www.ppidoicms.sp.gov.br. Março/Abril 2010 7 Fórum Empresários debatem a necessidade de mudanças no Simples Nacional Fotos: Cristiane Collich Sampaio O evento organizado pelo Codecon forneceu subsídios para o aperfeiçoamento desse sistema especial de arrecadação fiscal, voltado às empresas de menor porte Márcio da Costa: “o empreendedorismo é essencial para o desenvolvimento do país.” No dia 31 de março, o Conselho Estadual de Defesa do Contribuinte (Codecon) promoveu, na sede da Fecomercio-SP, em São Paulo (SP), o debate O Simples Nacional e o Sistema Tributário – O que precisa mudar? Contando com um público de cerca de 200 pessoas e a presença de técnicos da esfera pública e de especialistas do setor privado, o evento teve como objetivo analisar o Simples Nacional e propor mudanças para torná-lo mais eficiente e atrativo para as empresas de menor porte. Márcio Olívio Fernandes da Costa, presidente do Codecon e vice-presidente da Fecomercio-SP, abriu os trabalhos, ressaltando que “o empreendedorismo é essencial para o desenvolvimento do país, gerando emprego e renda e que as micro e pequenas empresas são a mola propulsora da economia nacional”. Entretanto, Marcio da Costa, que também preside a Abrapneus e o Sicop, ponderou que hoje os encargos sociais e tributários são empecilhos para o crescimento e sobrevivência das MPEs. “Por isso a necessidade de se discutir mudanças e o aperfeiçoamento na legislação brasileira”, complementou. 8 Marcos Leite: “não vejo justificativa para impedir o parcelamento de débitos.” Marcos Tavares Leite, coordenador do Fórum da Micro e Pequena Empresa da OAB/SP abriu o debate, abordando o tema Lei geral das Micro e Pequenas Empresas: aprimoramento indispensável. Segundo ele, “o Simples Nacional apresenta pontos positivos, como a desburocratização, facilidade de abertura e legalização das empresas e a simplificação tributária”. Porém, acredita que deveria haver fiscalização orientadora, ou seja, que os fiscais pudessem atuar, num primeiro momento como orientadores junto aos empresários. Em relação aos pontos negativos, Marcos Leite acrescentou que a proibição do parcelamento de dívidas deveria ser revisto, pois, da forma como é hoje, caso tenham eventual descontrole de caixa, que inviabilize a quitação dos débitos dentro do prazo, as empresas podem ser sumariamente excluídas do Simples Nacional: “não vejo justificativa para impedir o parcelamento de débitos por empresa optante do Simples Nacional; a exclusão do programa reconduz a empresa à informalidade.” Em sua apresentação, o representante da OAB/SP também sugeriu que o Simples se torne mais abrangente, passando a contemplar o Imposto de Importação, o PIS e a Cofins, assim como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na importação e, ainda, o ICMS e o Imposto sobre Serviços (ISS). Cerca de 200 pessoas participaram dos debates. Abrapneus Chapina: “os empresários devem redobrar sua preocupação com a fiscalização.” Já o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon) e da Associação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Aescon), José Maria Chapina Alcazar, falou sobre a Evolução do Simples Nacional na visão contábil. Ele argumentou que “o custo Brasil deveria ser reduzido, a forma de controle simplificada e a carga tributária reduzida, pois onera as empresas, impedindo seu crescimento e o cumprimento de todas as obrigações impostas pelo Governo”. Ao complementar sua explanação, Chapina propôs a eliminação das diferenças nas alíquotas, menos fórmulas de cálculo para os tributos, fim dos tributos regionais e menos atos normativos, de forma a simplificar o cálculo e o recolhimento do Simples. Na ocasião ele mostrou o manual do Simples Nacional, um volume com mais de 700 páginas, dizendo que “diante desse cenário nada ‘simples’, os empresários devem redobrar sua preocupação com a fiscalização”. Março/Abril 2010 Para Alfredo Maranca, o diálogo do Fisco com os contribuintes é fundamental. Silas Santiago: “ficará cada vez mais difícil uma empresa conseguir sobreviver.” Já Alfredo Portinari Maranca, agente fiscal de rendas e representante dos estados na Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Simples Nacional, entende “que é importante o diálogo entre o Fisco e os contribuintes, buscando soluções eficazes e criando alternativas que não penalizem tanto as empresas”. Ele deu como exemplo o custo de implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), o qual está em torno de R$ 1,5 mil, um valor relativamente alto quando se trata de uma microempresa. Por sua vez, o secretário executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago, ressaltou “que a legislação tributária brasileira é muito complexa e que seria ideal que se praticasse uma alíquota única. Porém, isso é difícil, pois cada setor tem suas peculiaridades”. Para ele, um dos ganhos obtidos com o Simples Nacional foi a maior integração com estados e municípios: “aos poucos, construímos uma relação de confiança”. Ele ainda defendeu a revisão do arcabouço fiscal, afirmando que “se não houver reforma tributária ficará cada vez mais difícil uma empresa continuar trabalhando e conseguir sobreviver”. Lupatini: “é preciso uma ação conjunta para que se obtenha resultados satisfatórios.” Para finalizar os debates sobre o tema, o secretário de Comércio e Serviços do Ministério do De- senvolvimento, Edson Lupatini Junior, destacou a necessidade de se melhorar o sistema tributário, também por meio da desburocratização, mas ponderou que “a sanha burocrática vem de todos os lados, inclusive da sociedade organizada”. Ao finalizar sua apresentação, Lupatini enfatizou a participação ampla no aperfeiçoamento da estrutura tributária: “é preciso uma ação conjunta com os estados e municípios para que se obtenha resultados satisfatórios.” 9 ANIP Cenário promissor para a indústria de pneus Foto: Sonia Mele Setor espera recuperar o mercado perdido para os pneus chineses nos últimos anos e deverá ampliar investimentos para a coleta e destinação de pneus inservíveis Eugênio Deliberato, presidente da Anip “Estamos prevendo um bom ano tanto para o mercado de pneus para veículos zero quilômetro quanto para os pneus novos para reposição.” 10 A retomada da economia no segundo semestre de 2009, os bons números da indústria automobilística brasileira, as perspectivas de melhoria e crescimento de infraestrutura e as medidas antidumping contra pneus chineses obtidas no ano passado formam um cenário promissor para a indústria de pneumáticos em 2010. “Estamos prevendo um bom ano tanto para o mercado de pneus para veículos zero quilômetro quanto para os pneus novos para reposição. Além disso, o futuro do Brasil nos indica um bom caminho, com dois grandes eventos esportivos que exigirão obras e investimentos que movimentarão a economia e isso é muito bom também para o setor de pneumáticos”, analisa Eugênio Deliberato, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip). Dentre os principais fatos que devem influenciar o mercado este ano, destacam-se os efeitos das medidas antidumping, obtidas contra pneus chineses em 2009. O setor estima que poderá recuperar 20% do mercado perdido nos últimos anos para esses importados. Há quatro anos, a participação dos chineses no mercado de reposição era zero, mas cresceu rapidamente por conta dos preços dumpings. A verificação de dumping e o direito de aplicar medidas de proteção contra as vendas de importados da China foram requeridos pela Anip no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no início de 2008. Em junho de 2009, depois de consistente investigação, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) resolveu pela aplicação do direito antidumping definitivo e, por prazo de até cinco anos, para pneus de caminhão e ônibus. No início de setembro de 2009, foi a vez dos pneus para veículos de passeio. “No entendimento do setor de pneumáticos, a concorrência externa é bem-vinda, mas ela tem de ser justa. O trabalho de investigação da Camex foi minucioso e mostrou que os pneus chineses estavam chegando com preços dumpings”, explica Deliberato. Abrapneus Meio ambiente em 2010 O ano também será importante para a indústria de pneus em questões ligadas ao meio ambiente. O setor tem uma das maiores iniciativas já implementadas pela indústria de pósconsumo, tendo investido até agora mais de US$ 90 milhões em seu programa de coleta e destinação de pneus inservíveis. Mais de 200 milhões de pneus já foram recolhidos e destinados adequadamente pela Reciclanip, entidade formada pelas indústrias para se dedicar ao programa e que já implantou 437 postos de coleta pelo país. Em 2009, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) publicou resolução com novo marco regulatório para a atividade, fato que vai fortalecer e ampliar a iniciativa do setor. “Em 2010, as empresas devem investir 20% a mais para a coleta e destinação de pneus inservíveis, com previsão de US$ 25 milhões para as ações da Reciclanip”, afirma Deliberato. Balanço do setor em 2009 O ano de 2009 foi extremamente desafiador para a economia e para as empresas, com períodos de instabilidade e intensa flutuação dos indicadores financeiros. Para os produtores de pneus, o período também foi marcado por grandes e importantes conquistas. A restrição da importação de pneus usados, a adoção de medidas antidumping contra pneus importados da China e as novas regras para destinação de pneus inservíveis são exemplos dos bons frutos colhidos no ano passado. Os principais indicadores mostram que, de fato, os desafios foram grandes em 2009. A indústria de pneumáticos encerrou o ano Março/Abril 2010 registrando queda de 10% na produção dos associados da Anip. O segmento mais afetado foi o de pneus para tratores agrícolas, com retração de 24%. No que se refere à balança comercial do setor, a queda nas exportações foi de 18% e a das importações 4%. Em valores, a balança ficou superavitária em US$ 378 milhões e, em unidades, ela foi deficitária em 3,5 milhões de unidades no acumulado de janeiro a dezembro de 2009. Foi registrada queda de 36% nas exportações das principais categorias de pneumáticos para a Argentina, principal parceiro comercial do Brasil. “Estamos otimistas com o cenário para 2010 e vamos recuperar os indicadores do ano passado que sofreram por consequência da crise”, analisa Deliberato. 11 Atualidades Gestão de pessoas e processos: superando o medo da mudança Foto: Divulgação O livro Atreva-se a mudar! chama a atenção para uma situação bastante comum na vida das pessoas: a necessidade de mudança Alessandra Assad 12 Muitas vezes as pessoas querem mudar algo em suas vidas, mas não têm a coragem necessária para fazê-lo, mantendo-se numa situação de conforto e conformismo que acaba deixando-as insatisfeitas. O livro Atreva-se a mudar! Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos, escrito por Alessandra Assad e publicado pela Editora Resultado, trata do assunto com bastante propriedade, com dicas que podem ser aplicadas não apenas nas empresas (de todos os portes), mas também na vida pessoal de cada um. Nos últimos anos, especialmente pela influência da globalização e da Internet, em que tudo acontece instantaneamente, foi possível acompanhar inúmeras transformações em todas as áreas e em todos os lugares. Com isso, as empresas também foram obrigadas a passar por mudanças para manterem-se firmes num mercado cada vez mais competitivo, o que nem sempre é fácil. Toda mudança requer envolvimento de todos, sejam líderes ou liderados. Segundo a autora, “não adianta impor novos processos para as pessoas sem antes envolvê-las com a importância e o comprometimento necessários para que as mudanças aconteçam de forma positiva”. Os trabalhadores das bases operacionais geralmente são mais arredios às transformações, mas para isso é preciso treiná-los para que entendam e as aceitem. Quanto mais confiança eles tiveram no aspecto positivo da mudança, mais rápido estas acontecerão. “Não adianta impor novos processos para as pessoas sem antes envolvê-las com a importância e o comprometimento necessários para que as mudanças aconteçam de forma positiva.” Alessandra chama a atenção para as ocorridas com o advento da Internet. Passamos de uma geração analógica para uma digital, foram surgindo novas tecnologias que permitiram evoluções, como, por exemplo, na forma de as pessoas interagirem, na gestão de negócios e de informações. Para acompanhar tudo isso as pessoas tiveram de mudar também, adaptando-se às novas tecnologias. Segundo a autora, o medo do desconhecido faz com que as pessoas permaneçam onde estão e não se aventurem a alterar uma situação. Muitas empresas acabaram sendo prejudicadas por esse medo de dar um passo adiante em busca de inovação. Um dos casos mais conhecidos é o da Olivetti, líder em máquinas de escrever num passado não tão distante, que não percebeu os passos em direção aos computadores. Muitas delas demoram, mas acabam se rendendo Abrapneus às novidades e mudam a tempo, como a Kodak, que soube entrar na era das câmeras digitais. Toda mudança tem seus riscos. O livro alerta os empresários para o fato de que é preciso fazer um planejamento que inclua a inovação, um item presente em todo o mercado, independentemente do setor e do tamanho da organização. Se a empresa demora para acompanhar a evolução natural, fatalmente, em algum momento, ela terá de mudar de forma repentina; aí sim é que os riscos virão à tona, gerando algum desequilíbrio na gestão e afetando os envolvidos. Aprendizado contínuo A obra destaca a necessidade de sairmos da zona de conforto, buscando reciclagem profissional. A volta aos estudos pode contribuir para isso, melhorando o desenvolvimento intelectual e o capital humano das empresas. “Hoje, não existe mais espaço para líderes autoritários e detentores de todo o conhecimento”, ressalta Alessandra. Porém, ainda existem líderes que não descem do pedestal e acreditam que são mais importantes do que o grupo. Ela cita o exemplo de um executivo da Hewlett-Packard que, em 1997, já afirmava que “a resistência às mudanças quase sempre cria situações de conflito e que a cada cinco anos as pessoas precisão adquirir novas apti- “Hoje, não existe mais espaço para líderes autoritários e detentores de todo o conhecimento.” Março/Abril 2010 dões”. Diante disso, o melhor é parar e analisar como anda sua vida e se não é o momento de uma mudança. Afinal, “na velocidade em que as coisas acontecem, estar parado, ainda que involuntariamente, é sinônimo de andar para trás”, relata a autora. Tomar medidas diretas e rápidas muitas vezes pode ser a solução para os problemas de uma empresa. Alessandra Assad relata o exemplo da IBM que, em 1993, registrava prejuízos líquidos de US$ 5 bilhões e que o novo presidente tinha a tarefa de reverter essa situação. Ele tomou medidas urgentes, embora uma das estratégias fosse manter a unidade da empresa, como mudar seu modelo econômico e promover a reengenharia de processos. A IBM, maior fabricante de computadores, concentrou-se em serviços de tecnologia da informação e modelos de computadores e rede. Após o processo transformador, o ambiente tornou-se mais flexível. Outro bom exemplo refere-se ao lançamento do primeiro carro bicombustível do Brasil, em 2003, pela Volkswagen, e que trouxe grandes mudanças para o setor automobilístico brasileiro. Podemos até acrescentar o desenvolvimento de tecnologia que criou o carro a álcool brasileiro, na década de 70. São mudanças que acabam trazendo diversos benefícios para a economia e o meio ambiente, inclusive. O futuro é agora Muitas vezes as pessoas não estão preparadas para as inovações e acabam sendo atropeladas pelas mudanças. Por isso, C. K. Prahalad, um dos maiores especialistas em estratégia empresarial da atualidade, que já foi consultor de empresas como a Oracle e a Philips, entre outras, alerta para que os empresários acompanhem de perto as mudanças que estão ocorrendo. Segundo ele, “os ingredientes sugeridos para os empreendedores que desejam desenvolver um processo de transformação estratégica são: imaginação, paixão, coragem, humildade, humanidade e intelecto”. A empresa precisa estar consciente de sua posição no mercado e de suas reais possibilidades para liderar o setor. “Muitos não tomam atitude inovadora justamente porque desconhecem seu papel no mercado, acreditam que simplesmente ‘atuam’ em um nicho imutável de comércio”. Como tudo muda a passos largos, é preciso se perguntar sempre se o que estamos fazendo hoje nos permitirá atualização futura. Com base no livro O coração da mudança, de John Kotter, a autora destaca oito dicas que podem transformar uma empresa: • Criar um senso de urgência: as pessoas devem perceber que as mudanças não podem ficar para depois. • Formar um time que lidere a mudança: deve ser coeso e saber quais são as tarefas. • Estabelecer a nova visão e estratégia: fundamental para saber os objetivos da mudança e como alcançálos. • Comunicar sempre e de forma simples: as pessoas precisam entender por que as mudanças são necessárias. 13 Atualidades “Os ingredientes sugeridos para os empreendedores que desejam desenvolver um processo de transformação estratégica são: imaginação, paixão, coragem, humildade, humanidade e intelecto.” • Remover as barreiras: nada mais complicado do que chefes autoritários, hierarquia rígida e salários não compatíveis. • Criar vitórias de curto prazo: como as mudanças levam tempo, é preciso adotar metas para que os funcionários continuem motivados. • Acelerar sempre: a tendência é diminuir o ritmo após o surgimento dos primeiros resultados positivos. • Fazer a mudança permanecer: os novos procedimentos devem ser incorporados á cultura da empresa. A importância da comunicação Para que as mudanças sejam bem aceitas dentro de uma empresa é preciso que o líder transmita as informações necessárias de maneira objetiva e clara, de forma que possa comunicar para o coração e a mente dos empregados. Mas a autora afirma que isso não deve ocorrer somente por meio de e-mails, cartazes ou memorandos. Para anunciar uma mudança na estratégia é necessário olhar nos olhos de cada pessoa envolvida, fazendo-a entender a importância daquela atitude. O líder deve ser transparente, acessível e lembrar que as pessoas também gostam de atenção. Fale a verdade sobre o que vai acontecer, contagie sua equipe para que ela possa se comprometer com suas idéias. Dicas que um líder pode aplicar com suas equipes: • Estimule a autoconfiança • Satisfaça necessidades, e não vontades • Forneça aos liderados o que eles necessitam, e não o que eles querem • Sirva-os, em vez de querer que eles o sirvam • Certifique-se de as razões das mudanças são transparentes a todos • Brigue muito mais por eles, para precisar lutar bem menos com eles Gerenciar x liderar Segundo o professor de Liderança da Harvard Business Scholl, John Kotter, “gerenciar a mudança é, basicamente, mantê-la sob controle”. Ou seja, assegurar-se que os processos ocorram dentro dos prazos. Para ele, liderar a mudança significa “impulsionar o processo de transformação por meio de algum tipo de resultado interno que todos compreendam”. “A maioria das mudanças é produto de 80% de liderança e 20% de gerenciamento”, ressalta Alessandra Assad. Para entender como os gestores podem projetar e implementar inicia- 14 tivas que possam gerar uma mudança duradoura na organização foi realizado um estudo pela Harvard Business Scholl, que sugere que os processos de mudança de desdobram em três fases: descongelar, mudar e congelar. Como isso acontece? Primeiro, o líder deve criar um sentido de urgência, desafiando a maneira de se fazerem as coisas, ou seja, descongelar uma situação. Em seguida, o líder deve introduzir novos processos e sistemas. Por último, congelar, por meio da institucionalização das mudanças. “A maioria das mudanças é produto de 80% de liderança e 20% de gerenciamento.” Resistência Toda mudança sempre acarretará um pouco de resistência por parte dos colaboradores, podendo gerar problemas para a empresa. Como muitas pessoas se sentirão perdidas no processo, é preciso que a liderança saiba lidar com esses conflitos. As resistências e a desorientação devem ser solucionadas pela liderança com o aumento na segurança do emprego, melhores salários ou oportunidades de crescimento. A autora destaca que a resistência à mudança pode ser consequência de três fatores: • Aspectos lógicos: decorrem do tempo e esforço requeridos para ajustar-se à mudança. • Aspectos psicológicos: ocorrem em termos de atitudes e sentimentos das pessoas em relação à mudança. • Aspectos sociológicos: decorrem Abrapneus dos interesses de grupo e valores sociais envolvidos. Todos os processos de mudança devem ser vistos como oportunidades de crescimento e aprendizado. Os líderes precisam ser fortes para não fraquejar diante de suas equipes durante esses processos. Lembre-se sempre que são as atitudes que servem de exemplo para tirar as pessoas de sua zona de conforto. Não importa o porte da empresa, tenha em mente que qualquer transformação deve ser apresentada de maneira clara, para que os subordinados comprem a idéia e participem dela. Fontes da resistência De acordo com a autora, que se baseou numa pesquisa dos estudiosos norte-americanos Robert Galford e Anne Seibold-Drapeau, a resistência a novas idéias pode vir de quatro fontes distintas: • Ceticismo: nem sempre os funcionários confiam totalmente no chefe. Para que os subordinados se envolvam no novo projeto é preciso conquistá-los ao longo do tempo. • Medo: a maioria tem medo das consequências negativas que possam surgir. Nesse caso, o melhor é envolver os profissionais de maneira que eles passem a confiar totalmente no processo que está em desenvolvimento. • Frustração: a sensação de estar sendo subutilizado na empresa pode causar grande frustração, levando à desmotivação. Por isso, o melhor é gerenciar adequadamente o pessoal para que os colaboradores não se sintam perdidos ou sufocados. • Individualismo: hoje não é mais possível aceitar o individualismo dentro das corporações; ao contrário, o cooperativismo é essencial para que qualquer projeto tenha sucesso. Ela ainda aponta alguns fatores negativos que prejudicam qualquer tentativa de mudança. Entre eles, a autora destaca a acomodação das pessoas ao cotidiano rotineiro; a atitude de defesa diante do novo; e a obstrução, em que as pessoas lutam contra as mudanças. Já os fatores positivos são: próação, quando as pessoas, por iniciativa própria, decidem mudar; aceitação, quando mudam graças a argumentos da empresa; e reação, em que elas mudam porque são estimuladas. Entretanto, para que o líder consiga superar as resistências e impulsio- nar posturas positivas será necessário criar ações eficazes e de longo prazo. “As empresas devem assegurar-se de que os agentes de mudança possam se comunicar adequadamente, evitando um clima de medo e insegurança e transmitindo um sentimento de esperança”, destaca a autora. “A mudança não assegura necessariamente progresso, mas o progresso implacavelmente requer mudança.” Henry S. Commager O melhor momento para mudar Para saber se é hora de mudar, a autora sugere um exercício, cujas respostas servirão de bússola para qualquer atitude. 1- Identifique e constate a necessidade de mudança. 2- Defina uma mudança que satisfaça a necessidade e esteja alinhada claramente com a missão da empresa. 3- Identifique os impactos que a mudança causará. 4- Planeje ações e como serão efetuadas. 5- Implante e consolide as mudanças. Março/Abril 2010 15 bridgestone/firestone Ecopia combina segurança e ecologia Fotos: Divulgação/Bridgestone Com a nova tecnologia empregada no Ecopia espera-se redução significativa no consumo de combustível e na emissão de poluentes na atmosfera 2009. A empresa expôs o novo conceito de pneu verde em dois veículos: um mais antigo (VW 3-L Lupo) e um novo (VW Polo com pacote de tecnologia BlueMotion), além de apresentar a extensão da família de pneus econômicos da marca. Próximo aos carros, uma parede deu aos visitantes uma visão geral dos equipamentos Ecopia dos últimos 15 anos, bem como explicação sobre alguns atributos da ‘tecnologia verde’. Também no Brasil A exclusiva tecnologia NanoProTech™ é responsável por diminuir a resistência ao rolamento e proporcionar desempenho superior em pistas molhadas. A resistência ao rolamento de um pneu tem uma grande representatividade no consumo de combustível de um veículo, pois, dependendo do tipo de pista e estilo de direção, ela exerce uma influência que pode variar entre 18% e 26% da energia consumida por um veículo. Ou seja, com a nova tecnologia Bridgestone empregada no Ecopia espera-se uma redução significativa no consumo de combustível e na emissão de poluentes na atmosfera. Por estas características, o novo pneu foi um dos grandes destaques da 63ª edição do IAA International Motor Show, realizado em Frankfurt (Alemanha), no final de 18 Mas não são apenas os consumidores estrangeiros que terão acesso a um pneu ecológico produzido pela Bridgestone. No Brasil, a empresa desenvolveu com exclusividade para o Mille Fire Economy da Fiat um produto com as mesmas características. O Bridgestone B250 (165/70 R 13) contribui com redução de cerca de 3% no consumo de combustível e, como consequência, com a diminuição da emissão de poluentes. Isso porque a banda de rodagem foi projetada para também reduzir a resistência ao rolamento, que, em trânsito lento, é o item de maior impacto no consumo. Esse resultado foi alcançado graças a polímeros de última geração aliados à redução de 5% no peso do pneu. Se comparado a um pneu normal, o B250 oferece redução de 30% na resistência ao rolamento. Este projeto foi desenvolvido no campo de provas da Bridgestone, em São Pedro (SP), em conjunto com a Fiat. Terceira geração do Run Flat Outro destaque da Bridgestone em sua participação no Salão de Frankfurt foi a apresentação da terceira geração da tecnologia Run Flat. Esta nova etapa da história dos pneus Run Flat permitirá que a maioria dos carros seja equipada com pneus do modelo no futuro – incluindo os pequenos populares e outros carros que hoje não podem dispor dessa inovação. Essa tecnologia revolucionária permite que um veículo percorra, mesmo com o pneu furado, mais de 80 quilômetros a uma velocidade de 80 km/hora, sem necessidade de troca do pneu e sem o risco de avarias à roda ou à suspensão. Abrapneus Duravis, em nova medida, contempla utilitários Com a inclusão da nova medida 185R14C, a Kombi poderá utilizar esse modelo no mercado de reposição manutenção, o veículo continua a fazer sucesso no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos, onde é cada vez maior a restrição à circulação de caminhões. Com a nova medida do Duravis, os proprietários de Kombi poderão utilizar um pneu que atingiu, em testes realizados durante um ano em São Paulo (SP), um índice de durabilidade 16% superior ao de seu principal concorrente do segmento. A linha atende também outros utilitários como o Sprinter (Mercedes-Benz), Besta Grand (Kia) e Ducato (Iveco), entre outros, e possui outras sete medidas disponíveis: 195/ 70R15C, 195/ 75R16C, 195R14C, 205/ 70R15C, 205/ 75R16C, 225/ 70R15C e 225/ 75R16C. Durabilidade e conforto Os diferenciais construtivos e dos compostos, juntamente com o desenho da banda de rodagem e da tecnologia da lateral do pneu, são responsáveis pela excelente durabilidade da linha Duravis. E eles possibilitam, além do menor desgaste, também maior conforto. O produto conta ainda com a Uni-t (Tecnologia Única em Pneus), que consiste em um conjunto de tecnologias inteligentes exclusivas da Bridgestone para pneus de última geração, que oferecem mais conforto e controle para quem está ao volante e proporcionam manobras mais precisas, redução do consumo de combustível e do nível de ruído, bem como alto desempenho e durabilidade. Desenvolvida para atender veículos comerciais ou de cargas leves – um segmento que cresce de forma sólida, principalmente nos grandes centros urbanos –, a linha Duravis acaba de ganhar mais uma nova medida: a 185R14C, lançada para equipar a Kombi no mercado de reposição. A Kombi, produzida pela Volkswagen, é um clássico no Brasil e no mundo. Criada na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e fabricada no país a 53 anos de forma ininterrupta, o carro é utilizado em diversas situações de transporte de cargas e também de passageiros. Com seu binômio de qualidade e baixo custo de Março/Abril 2010 19 bridgestone/firestone Mark Emkes: aposentadoria após 33 anos na Bridgestone Chairman, CEO e presidente da Bridgestone Américas contribuiu significativamente para consolidar a posição da empresa como a maior fabricante mundial de pneus Mark Emkes 20 Em 12 de fevereiro a Bridgestone Américas anunciou que Mark A. Emkes, chairman da companhia, CEO e presidente, decidiu se aposentar a partir do dia 28 daquele mês, depois de mais de três décadas na família de empresas Bridgestone. Nessa data, Emkes também se aposentou como membro dos Conselhos de Administração da BSAM e Bridgestone Corporation, matriz da BSAM. O dirigente da empresa é um velho conhecido dos brasileiros, uma vez que foi presidente da Bridgestone do Brasil durante sete anos, entre 1990 e 1997, quando desenvolveu um trabalho fundamental para o fortalecimento da companhia e de sua rede oficial de revendedores no país. Emkes anunciou sua aposentadoria em uma carta aberta aos funcionários da Bridgestone Américas. “Não há palavras para expressar meu agradecimento a esta empresa e a todos vocês que ajudaram a transformá-la no melhor local para passar estes últimos 33 anos. Nunca poderão imaginar o respeito que tenho para com os integrantes da Bridgestone Américas e a empresa que representam. Vocês foram enormemente bem-sucedidos – inclusive durante o clima econômico mais grave desde a grande recessão – e lhes agradeço por me permitir ser parte de seu sucesso”, escreveu. Com a saída de Mark Emkes, a companhia decidiu separar os cargos de chairman do Conselho e CEO, a fim de melhorar a estrutura de governo corporativo da empresa e diferenciar claramente as responsabilidades e seu relatório aos departamentos da administração superior da Bridgestone Américas. Assim, em 1° de março de 2010, por decisão da companhia, foram nomeados Asahiko “Duke” Nishiyama, como chairman, e Gary A. Garfield, como CEO e presidente. Reportando-se a Garfield estão Eduardo Minardi, nomeado presidente de Operações de Bridgestone Américas, bem como Ken Weaver, atual chairman, presidente e CEO da Firestone Diversified Products, LLC, filial da BSAM. Para Minardi se reportam Larry Magee, chairman, CEO e presidente de Bridgestone Retail Operations, LLC. Por sua vez, Minardi também assumiu os cargos de chairman, CEO e presidente da Bridgestone Américas Tire Operations, a unidade de negócio que abrange as operações de pneumáticos na América Latina, bem como a divisão comercial e de consumo nos EUA e Canadá. “Estamos muito agradecidos a Mark por seus muitos anos de liderança e pela energia e a paixão com que serviu à família de empresas Bridgestone”, disse Shoshi Arakawa, chairman, CEO e presidente da Corporação Bridgestone. “Desejamos-lhe tudo de melhor em sua aposentadoria,” concluiu Arakawa. Abrapneus pirelli PZero Corsa System equipa novo modelo da Lamborghini Fotos: Divulgação/Pirelli O novo sistema combina, de forma assimétrica, o desenho direcional das bandas de rodagem dianteiras e traseiras, reduzindo risco de aquaplanagem A Pirelli mostrou ao mundo sua parceria tecnológica com a Lamborghini no 80º Salão Internacional do Automóvel de Genebra (Suiça). Na ocasião, apresentou o novo PZero Corsa System, uma linha desenvolvida para o novo supercarro da casa de Sant’Agata Bolognese, o Gallardo LP 570-4 Superleggera. A fabricante de pneus reforçou as características do mais novo membro da família Lamborghini, desenvolvendo pneus que contribuem para a redução do impacto ambiental, com compostos e soluções que diminuem a resistência ao rolamento, ao mesmo tempo em que oferecem máximo desempenho quanto à segurança e dirigibilidade. O Gallardo LP 570-4 Superleggera usará o novo pneu nas medidas 235/35ZR19 e 295/30ZR19. Março/Abril 2010 O novo sistema combina o desenho direcional da banda de rodagem do pneu dianteiro com o desenho do pneu traseiro de forma assimétrica, o que reduz a suscetibilidade à aquaplanagem. O PZero Corsa Direcional (eixo dianteiro) mantém o desenho consagrado da versão anterior, porém, traz materiais inovadores e outras tecnologias para aumentar a esportividade da nova assimetria dos pneus traseiros. O PZero Corsa Asymmetric (eixo traseiro) apresenta blocos robustos e ombro com nova construção, para maximizar o desempenho em piso seco, até mesmo sob as condições mais difíceis de direção. A inclusão de sulcos longitudinais também permite a drenagem de água e diminui a possibilidade de aquaplanagem. A nova combinação de desenhos e o uso de materiais desenvolvidos a partir das experiências em pistas de competição, permite que o pneu tenha alto desempenho tanto em pisos secos quanto em molhados. O PZero Corsa System é a linha que melhor reage aos comandos do piloto em toda a família PZero – que contempla produtos ultra high performance (UHP) desenvolvidos pela Pirelli para os veículos mais exclusivos e de altíssimo desempenho. O produto representa uma revolução para a indústria pneumática porque oferece aos motoristas qualidade e versatilidade sem precedentes em todos os aspectos: dirigibilidade, conforto e segurança. Seu coração competitivo é garantido pelos compostos da ban- da de rodagem e por nanocompostos, que garantem direção confortável combinada com o desempenho esportivo. Além disso, o pneu é produzido com compostos que são livres de óleos aromáticos. Neste ponto, a Pirelli está três anos à frente da norma européia, cuja lei que proíbe o uso deste material entrou em vigor em janeiro deste ano. A conhecida parceria entre Pirelli e Lamborghini não está limitada ao desenvolvimento de pneus para as ruas, estende-se também às competições e aos principais eventos da montadora. A Pirelli é fornecedora exclusiva do Lamborghini Blancpain Super Trofeo e do Lamborghini Track Academy. 21 pirelli Novidades para o setor agrícola A nova linha traz como diferencial desenho da banda de rodagem mais moderno, que contribui para aumentar a produtividade na propriedade agrícola A nova linha TM85 da Pirelli é destinada a eixos livres de máquinas agrícolas, implementos de transbordo de grãos e rolos compactadores. Trata-se de um pneu do segmento agrí- 22 cola R3, com medida voltada principalmente para o mercado argentino. Por este motivo, a marca escolheu a Feira Expo Agro, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de março, em Buenos Aires (Argentina), para a apresentação ao mercado. O produto também será comercializado no Brasil, onde sua principal aplicação é em rolos compactadores, porém, em medida diferente. A linha traz como diferencial o desenho da banda de rodagem mais moderno, que proporciona maior área de contato. Essa característica ajuda a distribuir melhor o peso da máquina e reduzir a compactação do solo, o que contribui para aumentar a produtividade da propriedade agrícola. Foi necessário menos de um ano entre a identificação da demanda do mercado e o lançamento do produto. A utilização de modernos programas de computador acelerou o processo de desenvolvimento do TM85, atendendo de forma muito ágil às necessidades desse nicho de consumo. “Este pneu será o melhor desse segmento porque traz as mais recentes tecnologias desenvolvidas no centro de pesquisa e desenvolvimento de Santo André (SP)”, diz Flávio Bettiol Junior, diretor da unidade de negócios Caminhão e Agro da Pirelli. A primeira medida lançada é a 23.1-30 12PR. Ao longo de 2010, a Pirelli lançará novas medidas do TM85. O mercado agrícola argentino é, atualmente, o segundo maior mercado da Pirelli na América Latina, perdendo em importância apenas para o brasileiro. Conforme anunciado pelo presidente mundial do Grupo Pirelli, Marco Tronchetti Provera, a meta da companhia é manter a liderança na região. Pneus especializados Entre 2008 e 2011, a Pirelli irá investir US$ 400 milhões na região. Deste montante, US$ 100 milhões serão direcionados para o setor de pneus para veículos agrícolas, de construção civil, de minas e mineração e para a construção de um novo pólo tecnológico voltado aos pneus especializados. O novo pólo irá ampliar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Santo André e terá como foco as mais avançadas tecnologias para pneus radiais. O objetivo é aumentar em 40% a produção de pneus voltados para os segmentos de veículos pesados dos ramos citados e contribuir para consolidar a liderança da Pirelli na América Latina. O incremento da demanda nesses mercados será suprido com produtos inovadores, desenvolvidos em conjunto com as montadoras. Mundialmente, espera-se crescimento total do setor de pneus especializados de aproximadamente 7,5% nos próximos três anos. Especificamente no segmento agrícola, o Brasil e toda a América Latina representam os mercados mais promissores do mundo, com previsão de aumento total da demanda, no período entre 2010-2013, de 20% e 15%, respectivamente. Abrapneus Leo Burnett Brasil pirelli.com.br NOSSOS CLIENTES LEVAM A PIRELLI A TODOS OS LUGARES. INCLUSIVE À LIDERANÇA. Pirelli, ganhadora do prêmio Os Eleitos da revista 4 Rodas, 7 vezes Top of Mind da Folha de S.Paulo e a marca mais lembrada pelos homens brasileiros. No último ano, a Pirelli ganhou o prêmio Os Eleitos e, pela 7ª- vez, o Top of Mind da Folha de S.Paulo, sendo, inclusive, a marca mais lembrada pelos homens. É a líder em pneus no Brasil, escolhida para equipar um em cada dois carros que saem de fábrica e também é a preferida pelos consumidores na hora da reposição. Afinal, a Pirelli tem a linha mais completa de pneus, todos produzidos com alta tecnologia, em cinco fábricas no país. Por isso, quando for trocar pneus, escolha Pirelli. Você vai entender que ninguém é o Nº- 1 por acaso. O Nº- 1 corresponde à posição da Pirelli no setor de pneus e é atestada por informações constantes nos sites da ANIP e ANFAVEA, conforme critério comparativo com dados do setor – dezembro/2008, pela pesquisa Top of Mind do instituto Datafolha (2000 a 2009), pesquisa Autopofmind da revista Autodata, pesquisa Job 200802301 – setembro/2008, realizada pelo instituto IPSOS/Marplan, e estudo Advertising Tracking Trace, realizado pelo instituto Research International – maio/2008. Março/Abril 2010 23 pirelli Pirelli patrocina o campeonato SBK e oferece novos prêmios Foto: Arquivo A iniciativa contribui não só para incentivar novos talentos, mas também para o constante aprimoramento dos produtos O compromisso da Pirelli para o crescimento do Superbike World Championship (SBK) tem sido constante desde que a marca se tornou a fornecedora exclusiva de pneus em 2004. Com o objetivo de estreitar ainda mais esta parceria, a empresa anuncia novos prêmios de desempenho que servem de incentivo tanto para a corrida quanto para o ambiente das provas. Essa premiação adicional amplia a quantidade de recompensa nos pódios e nas classificações finais de temporada. Além desta, outras três novas premiações foram incluídas: Pirelli Best Lap, Pirelli Best Jump Forward e Best Lap Winner 2010: Fastest Rider of the Year. Os prêmios Best Lap são oferecidos após cada corrida de Superbike e Supersport aos pilotos que registraram a 24 volta mais rápida. Para as categorias de Superstock, a recompensa por desempenho adquiriu uma abordagem diferente: a Pirelli vai oferecer o Best Jump Forward para cada corrida da Superstock FIM Cup 1000 e European Superstock 600, a fim de promover e desenvolver novos talentos nas duas categorias. O prêmio The Best Jump Forward se refere ao número de posições recuperadas, da posição inicial de um piloto no grid até sua posição final na corrida. Giorgio Barbier, diretor de competições para a unidade de motos da Pirelli comenta: “Esse investimento ajuda a realçar o que é importante para os espectadores, assim como para o futuro das séries: corridas rápidas e emocionantes realizadas em cima de um pneu de qualidade. O constante aprimoramento dos novos produtos acontecem com base no feedback dos pilotos. Justamente com o objetivo de incentivar novos talentos a alcançar o topo, oferecemos esses prêmios de desempenho.“ A cerimônia de premiação será realizada durante a coletiva de imprensa, no Paddock Show, depois do pódio de cada disputa, com a presença de um representante da Pirelli. Além disso, uma classificação para o Fastest Rider of the Year será atualizada e exibida na TV e no site oficial do campeonato: www.worldsbk.com. Durante a cerimônia de premiação, no final de cada temporada, o prêmio Best Lap Winner: Fastest Rider of the Year será concedido aos pilotos do Superbike e Supersport que conquistaram mais Best Laps ao longo do ano. Abrapneus Empresa domina o pódio no Rali Dakar com o pneu Michelin Desert Pneus com alto nível de desempenho e resistência garantem vitórias na maioria das etapas do rali Deserto de Atacama, a mais longa e difícil etapa do trajeto. Os pneus Michelin Desert e o sistema Bib-Mousse Michelin conquistaram os três primeiros lugares na categoria moto do Rali Dakar 2010 com os pilotos Cyril Despres, Pal Ullevalsseter e “Caleco” Lopez. O francês Cyril Despres obteve sua terceira vitória no Rali Dakar e não teve pneus furados nenhuma vez durante o percurso, devido à alta resistência do Michelin Desert. “É a vitória de toda a equipe e de um pneu. Gostaria de agradecer a Michelin por ter fornecido pneus com alto nível de desempenho e resistência para este rali, tão longo e tão difícil. Com o pneu, consegui vencer três etapas, uma das quais a mais longa do rali, os 600 quilômetros no deserto de Atacama, Março/Abril 2010 que liderei do início ao fim”, conta Cyril Despres, vencedor do Rali com KTM e Michelin. O pneu Michelin Desert é conhecido pelo desempenho excepcional em todas as condições de uso, maior durabilidade e máximo desempenho. Desde 1983, o pneu Michelin Desert já conquistou 25 vitórias consecutivas. O sistema Bib-Mousse substitui a câmara de ar dos pneus para uso em competições off-road, pois pesa menos que uma câmara reforçada e simula uma pressão de 13 psi. Esse sistema, desenvolvido pela Michelin, permite que o pneu, mesmo perfurado, mantenha o desempenho durante a competição. Os pneus Michelin Desert e o sistema Bib-Mousse Michelin venceram Michelin também no pódio. Foto: Divulgação/Michelin Foto: Arquivo Michelin 10 das 14 etapas do rali, com cinco montadoras parceiras, a KTM, a Sherco, a Aprilia, a Yamaha e a BMW, e dois tipos de motos diferentes, 690 cc e 450 cc. A 32ª edição do Rali Dakar percorreu nove mil quilômetros entre a Argentina e o Chile, dos quais 4 713 cronometrados em terrenos como pistas escorregadias, terrenos rochosos e nas dunas de areia gigantes do Deserto de Atacama, o mais árido do mundo. 25 Michelin BFGoodrich conquista a 10ª vitória no Rali Dakar A BFGoodrich, marca pertencente à Michelin e referência em pneus nos ralis, conquistou sua 10ª vitória no Rali Dakar. O piloto Carlos Sainz, da equipe Volkswagen, alcançou o título com os pneus All Terrain +. Com a geração anterior deste pneu, o All Terrain, a BFGoodrich venceu em 2009, com Giniel de Villiers, também da equipe Volkswagen. Este ano, a marca propôs um novo pneu, o All Terrain +, a seus parceiros: Volkswagen, BMW e JMBStradale Mitsubishi. Esse pneu, evolução do All Terrain, é resultado de um intenso trabalho de pesquisa e testes em mais de 12 mil quilômetros, inclusive com temperaturas extremas – até 45° C no ar e 65° C no solo. O aumento na resistência chega até 30%, se comparado ao pneu Rock, vencedor do Rali Dakar no início de 2000. Para atingir tal resultado, foram modificadas a borracha utilizada e a estrutura do pneu, de modo que as novas esculturas pudessem diminuir o desgaste e permitir melhor evacuação do cascalho, pedregulhos em forma de bolas encontrados com frequência nas pistas argentinas. A ampliação da largura também tornou o pneu mais confortável para os pilotos. “O pneu BFGoodrich All Terrain + é resultado da experiência adquirida com o antecessor All Terrain, criado há três anos em conjunto com nossos parceiros”, afirma Michel Maraval, designer da BFGoodrich. O perfil pontiagudo do pneu All Terrain + se modifica em função das condições enfrentadas como resultado da força centrífuga, já que em um rali, as equipes utilizam o mesmo tipo de pneu durante toda a prova. A arquitetura do reforço do pneu também foi otimizada, o que contribui para ampliar a sua eficácia. Inscrito em competições há apenas seis meses, o pneu BFGoodrich All Terrain +, com a dimensão 245/8016, já mostrou para que veio: vitória na Baja Espanhola, com Nani Roma (BMW); no Silkway Rali, com Carlos Sainz (Volkswagen); e no Rali do Marrocos, com Stéphane Peterhansel (BMW). Desafios na América do Sul O Dakar é uma herança do famoso Rali Paris-Dakar, que teve início em 1977. No transcorrer dos anos, o percurso, que era feito pelo norte da África, foi modificado diversas vezes devido aos problemas políticos e ambientais, especialmente na Mauritânia. Como os problemas se agravaram na região em 2008, a organização do evento achou por bem cancelar a edição. Posteriormente, surgiu a idéia de se fazer o Rali Dakar na América do Sul, versão que já está em sua segunda edição. O roteiro da 32ª edição do Rali Dakar Argentina Chile teve 4,810 mil quilômetros para carros e caminhões e 4,713 mil quilômetros para motos e quadriciclos. A largada foi realizada em Buenos Aires e várias cidades serviram de base para as equipes competidoras: Colón, Córdoba, La Rioja, Fiambala, San Juan, San Rafael e Santa Rosa, na Argentina, e Copiacó, Antofagasta, Iquique, La Serena e Santiago, no Chile. 26 Abrapneus goodyear Empresa consolida parceria sobre sustentabilidade e liderança Para selar o acordo, a empresa realizou oficina para membros de organização internacional no Brasil, destacando a importância dos temas nas estratégias de negócios No dia 4 de março, o gerente sênior de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Goodyear, Miguel Dantas, realizou uma oficina para os presidentes da AIESEC no Brasil com o tema Sustentabilidade e Liderança. O encontro teve como principais objetivos discutir a importância do tema no cotidiano do mundo atual e nas estratégias de negócios, além de compartilhar a visão da companhia em relação à importância da educação, sensibilização e conscientização das pessoas no dia-a-dia. Além disso, a iniciativa visou auxiliar a AIESEC na adoção de práticas de sustentabilidade mais eficazes. A AIESEC é uma organização global que está presente em 110 países e tem como objetivo ativar a liderança e desenvolver competências em jovens universitários e recém-formados, por meio da gestão de liderança nos escritórios, pelo intercâmbio profissional e pelo ambiente global de aprendizado. Além de estimular os jovens para explorar e desenvolver seu potencial e criar um impacto positivo na sociedade. “A nossa parceria com a Goodyear consiste em trabalhar em conjunto para sensibilizar os membros da AIESEC e a partir daí, desenvolver modelos e indicadores de gestão sustentável na organização, tanto em nível local quanto nacional”, afirma Rebeca Rocha, diretora de Relações Externas da AIESEC no Brasil. “Para a Goodyear é gratificante poder demonstrar o trabalho e a experiência com sustentabilidade que estamos desenvolvendo nos últimos anos com profissionais que estão envolvidos e preocupados com o futuro da nossa sociedade, para que esta se desenvolva cada vez mais de forma consciente e sustentável”, explica Miguel Dantas, gerente sênior de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Goodyear. Sobre a AIESEC A AIESEC surgiu em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, por iniciativa de um grupo de estudantes de sete países europeus com o propósito de promover o intercâmbio de técnicas administrativas e de recursos humanos. Na verdade, esse intercâmbio foi apenas o instrumento utilizado para o alcance de um objetivo maior: o de contribuir para a integração de diferentes culturas, promovendo o entendimento e a cooperação entre os países membros, fortalecendo, desta forma as relações de amizade entre as várias nações. A partir de então, a entidade vem promovendo diversos programas com o objetivo de complementar a formação acadêmica, por meio de experiências práticas de abrangência internacional, de forma a promover maior interação entre estudantes, empresas e governos. No Brasil desde 1970, a AIESEC se expandiu primeiramente a partir de unidades instaladas em universidades do Sul e do Sudeste do país. Consolidada nos estados dessas regiões, chegou posteriormente ao Centro-Oeste e ao Nordeste e, por fim, em 2008, ao Amazonas. Hoje a AIESEC no Brasil é constituída por mais de 1,5 mil membros e tem quase 20 parceiros nacionais, distribuídos entre atividades de intercâmbio, capacitação, consultoria, networking e em projetos voltados a sustentabilidade, empreendedorismo social e empreendedorismo de negócios. Março/Abril 2010 27 goodyear Inovações são apresentadas no Expodireto Cotrijal 2010 Fotos: Divulgação/Goodyear Durante a feira, a companhia expôs os pneus G677 MSD, G686MS, para uso misto, e o G677OTR, para uso fora de estrada, além da Banda Pré-Curada G600EL Mais uma vez a Goodyear esteve presente na Expodireto Cotrijal 2010, que aconteceu de 15 a 19 de março, em Não-Me-Toque (RS). Nesta 11ª edição do evento, a companhia realizou o lançamento do G677 MSD (Mixed-Service Drive Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos de tração, e o G686 MSS (Mixed-Service Steer Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos direcionais e livres e que também pode ser utilizado nos eixos de tração moderada. No estande da Goodyear ainda estiveram expostos outros produtos. Entre eles, o G677 OTR (Off the Road Service Drive Aplication), que é um pneu de tração robusto, exclusivo para o serviço 28 fora de estrada, e a Banda Pré-Curada G600EL, desenvolvida para aplicação no serviço regional e rodoviário. Este último é considerado o produto ideal para uso em carretas, rodotrens, treminhões e em demais aplicações em eixos livres. A melhora na construção da carcaça e que consequentemente torna mais longa a vida útil e recapabilidade do pneu, são características da Tecnologia Duralife, presentes em todos os pneus de caminhão e ônibus fabricados pela Goodyear. E, no caso dos pneus de uso misto, além dessa tecnologia, os produtos também contam com a aplicação do processo chamado High Elongation Wire na cinta de topo da carcaça, ca- paz de oferecer melhor adesão da borracha com o aço da cinta e aumentar a resistência contra a corrosão, porque reforça o invólucro dos fios de aço. “Este ano temos lançamentos na linha de pneus para caminhões e ônibus de uso misto (asfalto e terra) e a já reconhecida linha de produtos agrícolas e fora de estrada, que tem como objetivo aumentar a produtividade para o agricultor.” Abrapneus “A Cotrijal é um importante espaço para a Goodyear apresentar e demonstrar o funcionamento de produtos que foram desenvolvidos pensando no homem do campo. Este ano temos lançamentos na linha de pneus para caminhões e ônibus de uso misto (asfalto e terra) e a já reconhecida linha de produtos agrícolas e fora de estrada, que têm como objetivo aumentar a produtividade para o agricultor”, explica Eduardo Gualberto, gerente de Marketing Pneus Comerciais da Goodyear. Em sua 11ª edição, a Expodireto Cotrijal é uma das principais feiras do setor de agronegócios do país, com estimativa de público anual superior a 120 mil pessoas, composto especialmente por pequenos, médios e grandes produtores rurais. O evento é organizado pela Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial e tem como principal objetivo o desenvolvimento da produção agropecuária, colaborando com a exposição de novas tecnologias e a expansão de conhecimento para os produtores rurais. Tire IQ Além de todos os produtos, os visitantes também puderam acompanhar no estande a demonstração do Goodyear Tire IQ, sistema de alta tecnologia que possibilita maior eficácia no controle dos pneus por meio da aplicação de um chip eletrônico em cada pneu. Este sistema tem como principal objetivo reduzir o custo operacional com a manutenção e reposição dos pneus e, com isso, contribui também com a preservação do patrimônio investido na frota. Pneus da marca equipam calhambeques da promoção Nestlé O Eagle F1 apresenta uma combinação de design com maior resposta direcional e resistência a impactos Até o dia 17 de abril, a Nestlé continua com a promoção Em Ritmo de Prêmios, em que sorteia e premia os consumidores com uma réplica exclusiva Março/Abril 2010 do calhambeque do cantor Roberto Carlos, equipado com pneus Goodyear Eagle F1. Ao enviar um código promocional via SMS para o número 7000 que está presente nas embalagens dos produtos Nestlé, o consumidor já estará concorrendo a 50 modelos exclusivos. O Chevy 1933, denominado ‘calhambeque’, é equipado com um conjunto de pneus Goodyear Eagle F1 nas medidas 215/40ZR17 e 245/40ZR18. Projetado para suportar altas velocidades, o Eagle F1 combina design, estilo e esportividade para equipar veículos modernos e esportivos de alto desempenho, além de oferecer maior resposta direcional, estabilidade, resistência a impactos, e, ao mesmo tempo, rodar macio, com drenagem eficaz, devido ao seu desenho unidirecional, com canais de escoamento em ‘V’. A empresa faz um convite à participação de todos. 29 opinião Medida salutar Foto: Divulgação A medida proposta pelo Tribunal Superior Eleitoral para o financiamento das campanhas dos candidatos beneficia o eleitor Claudio Weber Abramo* Nas democracias representativas de matriz liberal, como é o caso do Brasil, os mecanismos de financiamento eleitoral operam sob a tensão da disparidade entre o poder econômico de empresas privadas e o de eleitores individuais. Uma vez que existam empresas privadas, é inevitável que elas procurem influenciar a política. O grau com que se permite isso é aspecto central das legislações eleitorais. A legislação brasileira é muito mais adiantada do que a de diversos países desenvolvidos. Enquanto no Brasil as contas eleitorais são tornadas públicas logo após cada eleição, não são incomuns situações em que a contabilidade só aparece anos depois. Na Espanha, por exemplo (onde isso é feito pelo Tribunal de Contas), ainda não se conhecem as contas do pleito de 2006, embora alguns de seus detalhes tenham ‘vazado’ poucos meses atrás (‘El País’, de 25 de janeiro). Tais notícias dão conta de que o Partido Popular, no poder, recebeu 3 milhões de euros de doações anônimas naquelas eleições – as últimas em que se permitiram doações eleitorais sem identificação do doador, algo proibido no Brasil há muito tempo. De um lado, é fundamental que o poder econômico empresarial seja limitado. De outro, é crucial que os financiamentos sejam conhecidos pela opinião pública, para que se torne possível verificar se os atos dos agentes políticos eleitos são influenciados pelas doações que receberam. Políticos e empresas não gostam disso e usam artifícios diversos para escamotear a informação. Há artifícios legais e ilegais. Um aspecto da legislação brasileira que estimula artifícios legais é o desvinculamento entre as finanças dos partidos e as finanças de comitês e candidatos em eleições. Desde 2001, a Transparência Brasil tem apontado para presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o fato de que tal desvinculamento permite que empresas façam doações a partidos, os quais repassam o dinheiro a candidatos sem que seja explicitado o nexo entre origem e destino. A lacuna foi finalmente reconhecida pelo TSE, que submeteu a audiência pública proposta de normas para a regulamentação do pleito deste ano. A regulamentação estabelece que, ao realizarem doações a candidatos, os partidos precisarão alocar (completamente ou por rateio) cada montante a créditos identificados. Por exemplo: “R$ 100 mil ao candidato A, dos quais R$ 20 mil são provenientes de doação da empresa X e R$ 80 mil da empresa Y.” A medida é salutar para reduzir os espaços legais para o exercício oculto do poder econômico em eleições. Quanto aos artifícios ilegais, configuram o chamado caixa dois eleitoral (dinheiro originado de sonegação fiscal que é usado por empresas para financiar candidatos por baixo do pano). Alguns imaginam que o caixa dois eleitoral possa ser coibido pela proibição do financiamento privado, fazendo com que as eleições sejam financiadas exclusivamente com recursos públicos. A proposição de financiamento público exclusivo é afetada por uma deficiência lógica intransponível, a saber, não faz sentido procurar evitar o caixa dois pela proibição do caixa um. Uma vez que o interesse de empresas de influenciar as eleições e o interesse de candidatos de obter financiamentos persistem independentemente de normas legais, o que se conseguiria com a medida seria induzir a migração de parte do financiamento eleitoral do caixa um para o caixa dois. Na verdade, caixa dois eleitoral só pode existir porque empresas mantêm caixa dois, e isso é um problema de natureza fiscal, não eleitoral. Coíbe-se a contabilidade paralela apertando-se a fiscalização tributária, muito deficiente na maioria dos estados e na virtual totalidade dos municípios. (Há ainda caixa dois em refúgios fiscais situados no exterior, a respeito dos quais não há nada a fazer senão tornar mais visíveis as transações financeiras internacionais – algo que horroriza bancos, empresas transnacionais e muitos governos.) Por fim, ao se examinarem regras eleitorais, há um, e um só, fator ao qual se deve prestar atenção: em que medida aquilo que se propõe beneficia ou prejudica o eleitor. * Claudio Weber Abramo, matemático, mestre em lógica e filosofia da ciência pela Unicamp, é diretor-executivo da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção. 30 Abrapneus Garanta sua segurança e a dos outros motoristas, use apenas pneus adequados ao seu veículo. Novo Goodyear Eagle GT. A definição de esportividade para todos. NovoGoodyear Eagle GT. TREDLOCK TECHNOLOGYTM Bubble blades que melhoram a tração em piso molhado para curvas mais precisas. HIGH PERFORMANCE ZONE Proporciona uma melhor dirigibilidade e tração em piso seco. RIM PROTECTOR Ajuda a proteger as rodas contra batidas acidentais nas laterais. www.goodyear.com.br Prepare -se para tornar o seu carro ainda mais especial. Agora, a linha High Definition conta com o novo Goodyear Eagle GT. Um pneu de última geração fabricado com a mais alta tecnologia para oferecer desempenho e esportividade para todos.