Documento ADG - Attacker Defender Goalkeeper
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Documento ADG - Attacker Defender Goalkeeper
ADG ATACANTE DEFENSOR GOLEIRO Uma Nova Alternativa à Disputa de Pênaltis “... Eu gostaria de agradecê-lo não só por entrar em contato com a FIFA mas também pela introdução do intrigante conceito do ADG e pelo seu trabalho concluído até hoje. O pacote de informações que você enviou foi detalhado, bem formulado e apresentado com um alto padrão.” Marius Schneider Ex-Chefe de Serviço de Gestão de Conteúdo da FIFA “... muito detalhado... fortes argumentos ... pesquisa compreensível... um texto excelente. Você é obviamente alguém com grande amor pelo futebol e isto é refletido em seu texto sobre o ADG.” George Cumming Ex-Chefe de Arbitrágem da FIFA “… é sem dúvida muito bem pensado.” Jérôme Valcke Ex Secretário Geral da FIFA 23 abril 2016 Atacante Defensor Goleiro © Timothy Farrell 2008-2016 ÍNDICE 2. Introdução 3. Vantagens 4. Regras 6. Explicação das regras 8. Interpretação e implementação 9. Faltas, conduta antidesportiva e lesões 10. Hipotética final da Copa do Mundo da FIFA 2006 12. Hipotética final da UEFA Champions League 2008 14. Hipotética final da Copa do Mundo feminino da FIFA 2011 16. Hipotética semi-final da UEFA Champions League 2012 18. Hipotética semi-final da Copa do Mundo da FIFA 2014 20. Pergunta e resposta 27. Fatos e curiosidades 28. Registro de pênaltis da Copa do Mundo da FIFA 29. Frases famosas 31. Apêndice: Árbitros assistentes adicionais 32. Referências INTRODUÇÃO Atacante Defensor Goleiro (ADG) é uma nova e excitante alternativa à disputa de pênaltis.* O ADG inclui uma série de dez disputas em que um atacante tem trinta segundos para marcar um gol contra um defensor e um goleiro. Na conclusão de dez disputas, o time com mais gols vence a partida. Você pode ler uma breve explicação sobre o ADG na página 21. A data 5 de agosto de 2010 marcou o quadragésimo aniversário da disputa de pênaltis e se esta um dia já teve um lugar no jogo maravilhoso, ela definitivamente chegou ao fim. Nenhum outro aspecto do futebol é tão desprezado universalmente por jogadores, técnicos e torcedores. Vamos garantir que não se passem mais quarenta anos antes que esta praga sobre o maravilhoso esporte seja erradicada. ADG tem seis vantagens básicas sobre os pênaltis. 1. Todos os jogadores participam 2. Mostra habilidade e atletismo 3. Disputa de natureza positiva 4. Estratégia é vital 5. Encoraja o jogo atacando 6. Encoraja o fair-play Quatro jogos da Copa do Mundo da FIFA de 2014 foram decididos em disputas de pênaltis, o maior número da história da Copa do Mundo. A semifinal entre a Holanda e a Argentina foi uma decepção com as duas equipes aparentemente felizes com o jogo sendo decidido pelos pênaltis. E com tudo o que está em jogo no futebol moderno, é inevitável que mais e mais jogos de destaque também terminem em empates decepcionantes. A disputa de pênaltis também é uma forma inerentemente injusta de desempate com a equipe que chuta primeiro tendo uma chance de vencer superior a 60%.3 Surpreendentemente, nove disputas de pênaltis consecutivas foram vencidas pelo time que chutou primeiro na Copa do Mundo da FIFA durante um período entre Coréia/Japão 2002 e Brasil 2014. Veja a tabela de dados na página 28. ADG é sobre a promoção e preservação da beleza do jogo. E o que seria melhor para o jogo – um jogador cobrando um pênalti para vencer uma grande competição, ou o mesmo jogador a toda velocidade, driblando o adversário e curvando a bola para dentro da rede? Mas o ADG não é somente sobre os atacantes, ele também dá aos defensores e goleiros uma oportunidade igual de brilharem. A beleza do ADG é a combinação da habilidade e atletismo do futebol moderno com o drama e a tensão inerentes da disputa de pênaltis. E o mais importante, o ADG providenciará a plataforma competitiva ideal para o time de futebol superior clamar a vitória. * Apesar de tiros desde o ponto penal ser o nome oficial, este documento utilizará a expressão mais comum – disputa de pênaltis. E pênaltis serão usados para resumir. 2 VANTAGENS 1. Diferente dos pênaltis, que exigem somente cinco jogadores de cada time, todos os jogadores do time competirão no ADG. 2. As grandes habilidades e o atletismo dos jogadores demonstrados no tempo regulamentar# também serão exibidos no ADG. E com certeza a habilidade e atletismo determinarão o vencedor da partida. 3. Enquanto gols perdidos costumam ser o fator principal no resultado de uma disputa de pênaltis, serão os gols em si que decidirão o ADG. Esta distinção é crucial, pois ela troca uma disputa de natureza negativa por uma disputa de natureza positiva. Sepp Blatter se referiu a isso quando ele descreveu a disputa de pênaltis como “uma tragédia.” 2 Onde os pênaltis criam vítimas e vilões, o ADG cria heróis. 4. A estratégia terá um papel vital. O técnico não apenas será responsável por designar os cinco atacantes do time, mas também terá que prever quem serão os atacantes escolhidos pelo time adversário. O técnico então instruirá seus cinco defensores contra quem eles terão que defender. Isto proporciona uma grande oportunidade para um técnico utilizar seu intelecto e conhecimento para influenciar o resultado do jogo. Compare isto com a “loteria” dos pênaltis, onde o envolvimento do técnico se limita à perguntar aos jogadores se eles estão dispostos à tentar o chute. 5. Os times serão desencorajados a substituir atacantes criativos durante o tempo regulamentar, pois suas habilidades serão essenciais se a partida entrar no ADG. Isto aumenta a probabilidade de que o gol da vitória e a conclusão da partida ocorram no tempo regulamentar. Veja o exemplo na página 21. O ADG também evita a possibilidade de os times joguem totalmente na defensiva, na esperança de vencer a partida nos pênaltis. Isto é especialmente provável quando um time tem um jogador expulso e é frequentemente chamado de “jogar pelos pênaltis.” E embora a probabilidade de receber cartões amarelos e vermelhos durante as disputas de pênaltis é mínima, estes instantes serão inquestionavelmente mais prováveis durante o ADG. Isto oferecerá um incentivo adicional para os times tentarem vencer o jogo durante o tempo regulamentar. 6. Times que receberam cartões vermelhos e amarelos no tempo regulamentar estarão em desvantagem durante o ADG. Isto torna o jogo mais justo para os times que jogam de acordo com as regras e o espírito do jogo. Veja um exemplo da Copa do Mundo 2010 na página 21. O ADG é preferível a alternativas como tempo extra infinito ou a remoção intermitente de jogadores, já que as duas alternativas apresentam um potencial maior para partidas excessivamente longas e contusões. E diferente das alternativas acima, o ADG não sacrifica a tensão e drama inerentes das disputas por pênaltis. Você pode ler mais sobre isto na página 23. # O termo tempo regulamentar se refere ao período padrão de noventa minutos e também irá incluir a prorrogação de trinta minutos quando estiver incluído nas regras da competição. 3 REGRAS 1. O árbitro escolhe a metade do campo em que as disputas ocorrerão. 2. O árbitro tira Cara ou Coroa e o time vencedor decide se ataca ou defende na primeira disputa. 3. O árbitro se comunica com cada equipe e registra quem serão os cinco atacantes, assim como a ordem em que eles competirão. 4. Somente jogadores elegíveis e a arbitragem poderão permanecer no campo. 5. Com exceção do atacante, do defensor e dos dois goleiros, todos os jogadores devem permanecer dentro da área penal que está fora de jogo, e serão supervisionados por um árbitro assistente ou um árbitro assistente adicional. 6. O goleiro do time atacante deve manter uma distância segura atrás do árbitro assistente ou do árbitro assistente adicional posicionado atrás da linha do gol. 7. Quando a identidade do atacante do time adversário for revelada, o time encarregado da defesa deve colocar um defensor em campo. 8. Somente metade do campo estará em jogo. 9. O atacante do tiro de saÌda, com trinta segundos para tentar marcar um gol contra o defensor e o goleiro do time adversrio. 10. O atacante pode tocar na bola um número infinito de vezes. 11. Se um gol for marcado, a disputa termina. 12. Se a bola sair do campo, a disputa termina. 13. Se o goleiro tomar a posse da bola, a disputa termina. 14. Se a bola ainda estiver em jogo quando trinta segundos se passarem, a disputa termina. 15. Se o atacante cometer falta, a disputa termina. 16. Se o defensor ou o goleiro cometer uma falta a qualquer momento no campo, um pênalti é concedido ao atacante e o período de trinta segundos é ignorado pelo restante da disputa. 17. Se, antes do pênalti ser cobrado, o atacante violar as regras de jogo, o árbitro permite o chute e se a bola não entrar no gol, a disputa termina. 18. Se, antes do pênalti ser cobrado, o atacante fizer contato com a bola (com qualquer parte do corpo) antes que ela toque outro jogador, a disputa termina. 19. O árbitro mantém um registro das disputas. 20. Sujeitos às condições explicadas abaixo, os times revezam os papeis de time atacante e time defensor por um total de dez disputas. 21. Se, antes da conclusão das dez disputas, um time marcar mais gols do que seria possível para o adversário, mesmo que as disputas restantes não tenham sido concluídas, não haverão mais disputas. 4 22. Com exceção do goleiro, um jogador não deve competir em uma nova disputa até que todos os jogadores elegíveis de ambos os times tenham participado em uma disputa. 23. Cada time tem direito a duas substituições adicionais. 24. Se um time não puder colocar o atacante escolhido ou um substituto elegível em campo, o time entrega a disputa. 25. A menos que seja dito o contrário e com exceção da regra de expulsão – “acabar com uma oportunidade clara de gol de um adversário, que se movimenta em direção à meta adversária, mediante uma infração punível com um tiro livre ou penal”, as Regras do Jogo e as decisões da International Football Association Board (IFAB) ainda se aplicam. 26. Se, na conclusão das dez disputas, os dois times marcarem o mesmo número de gols, ou não marcarem nenhum gol, as disputas continuarão com a mesma sequência de jogadores, até que um time marque um gol a mais do que o outro em um número igual de disputas. Árbitro assistente Outros jogadores Árbitro Atacante Defensor Goleiro Árbitro assistente Goleiro da equipe atacante Posições Iniciais do Jogador e do Árbitro 5 EXPLICAÇÃO DAS REGRAS A Regra 1 é clara e similar à regra do tiros desde o ponto penal, que exige que o árbitro escolha o gol onde o lance será cobrado. A Regra 2 é clara e similar à regra do tiros desde o ponto penal, em que o time que vence o Cara ou Coroa pode escolher dar o tiro de saída ou não. A Regra 3 funciona em conjunto com a Regra 24 e exige que cada time escolha cinco atacantes com o árbitro antes do início do ADG. Se um time perder um ou mais jogadores durante o tempo regulamentar, esta regra ajuda a garantir que o time possa colocar um atacante em campo nas cinco disputas. A Regra 7 descreve que a decisão de colocar um defensor específico em campo deve ser feita somente quando o atacante adversário for revelado. A Regra 4 é similar à regra do tiros desde o ponto penal, permitindo somente aos jogadores elegíveis e a arbitragem permanecer em campo. A Regra 8 estabelece que somente metade do campo estará em jogo. O perímetro é definido pela linha do gol, as duas linhas laterais e a linha central. A Regra 5 é similar à regra do tiros desde o ponto penal, que exige que os jogadores que não estão competindo no momento permaneçam no círculo central. Um árbitro assistente ou árbitro assistente adicional será responsável por supervisionar esses jogadores. A Regra 9 estabelece um período de trinta segundos para uma disputa. A regra é incluída para atenuar a possibilidade de um impasse entre o atacante e o defensor. O período de trinta segundos adiciona um senso de urgência mas também oferece tempo suficiente para disputas imprevisíveis e empolgantes. A Regra 6 é similar à regra do tiros desde o ponto penal, que encarrega a posição de goleiro ao companheiro do jogador atual. A Regra 10 é incluída para evitar a regra do Início e reinício de jogo que estabelece que “o executante do pontapé de saída não pode tocar a bola uma segunda vez antes que esta tenha sido tocada por outro jogador.” A Regra 11 é clara. A Regra 12 estabelece que uma disputa terminará se a bola sair do campo. Se a competição está utilizando árbitros assistentes adicionais (AAAs), os árbitros assistentes acompanharão o jogo pelas linhas laterais. Isso será de grande ajuda para as decisões ao árbitro e também para determinar se a bola está dentro ou fora de jogo. 6 A Regra 13 é clara. A Regra 14 é clara. A Regra 15 é clara e um exemplo é um atacante que perde a posse da bola e em sua tentativa de recuperá-la, comete falta contra o defensor. A Regra 16 concede um pênalti quando o time defensor cometer uma falta. Como o tempo de trinta segundos é ignorado pelo restante da disputa, a disputa terminará quando um destes casos ocorrer: (a) um gol é marcado, (b) o goleiro toma posse da bola, (c) a bola sai do campo, (d) o atacante comete falta ou comete uma violação definida pela Regra 17 ou pela Regra 18. A Regra 17 é similar à regra do tiro penal, que concede um tiro livre indireto para o time adversário se uma falta for cometida pelo jogador que cobra o pênalti e a bola não entra no gol. desde o ponto penal, em que cada lance é cobrado por um jogador diferente e todos os jogadores devem tentar um tiro antes que qualquer jogador tenha direito a uma segunda tentativa. A Regra 18 adapta duas das regras do tiro penal em uma única regra. Enquanto as regras para cobranças de pênaltis fazem distinção entre tocar novamente na bola com as mãos e tocar na bola com qualquer outra parte do corpo, a Regra 18 não tem essa distinção e em ambos os casos, a disputa termina. A Regra 23 concede à cada time o direito a duas substituições e foi estabelecida para ajudar times que sofrem lesões. Mais informações podem ser vistas na seção de perguntas e respostas. A Regra 24 estabelece que se um time não puder colocar seu atacante escolhido em campo (ex: o jogador foi expulso ou ferido e não é possível fazer uma nova substituição), o time entrega aquela disputa. A Regra 19 exige que o árbitro mantenha um registro das disputas. Embora o árbitro já tenha registrado os atacantes, ele também irá registrar o seguinte em cada disputa: quem são os defensores, se uma disputa terminou em um gol ou não, e o placar geral. A Regra 25 é similar à regra do tiros desde o ponto penal, que exige a aplicação das regras de jogo e as decisões da IFAB. A única exceção é a regra “acabar com uma oportunidade clara de gol”. Com somente três jogadores em campo, “uma oportunidade clara de gol” com certeza será um evento frequente e portanto deve ser ignorada. A Regra 20 é parecida com a regra do é similar à regra do tiros desde o ponto penal, que exige que cinco lances sejam cobrados alternativamente. Os times revezam os papeis de atacante e defensor em um total de dez disputas. A Regra 26 é similar à regra do tiros desde o ponto penal, que descrevem o procedimento de morte súbita se o placar continuar empatado após dez tiros. O atacante e o defensor da primeira disputa competirão agora na primeira disputa de morte súbita. A Regra 21 é clara e similar à regra do tiros desde o ponto penal, onde o jogo acaba se um time conseguir uma vantagem inalcançável. A Regra 22 é clara e similar à regra do tiros 7 INTERPRETAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO TA metade do campo em que o ADG ocorre pode ser trocada somente se o gol ou a superfície de campo se tornar inutilizável. Se no começo do ADG, um time tiver mais jogadores em campo do que o outro, a vantagem será mantida. Cada time é responsável por selecionar seus jogadores e a ordem na qual eles competirão. Qualquer benefício acumulado pelos times durante a partida, incluindo acréscimos quando apropriado, será mantido no ADG. Um atacante competirá somente na disputa para a qual foi designado e não poderá jogar como defensor em nenhum momento. Um goleiro só pode competir como um goleiro, sendo inelegível como atacante ou defensor. Se um time não puder colocar um defensor em campo para uma disputa, a disputa será de um contra um entre o atacante e o goleiro. Com exceção do goleiro, um jogador só pode ser substituído por um jogador substituto e não pode ser substituído por outro jogador em campo. Se um time ainda não fez todas as substituições permitidas, elas podem ser feitas além das duas substituições permitidas pelo ADG. O árbitro não deve abandonar a partida se um time for reduzido à menos de sete jogadores durante o ADG. Se ocorrer um incidente que normalmente exige o reinício do jogo com a bola ao chão, a disputa deve recomeçar. Se um jogador sofrer uma lesão antes do fim da disputa, o jogador tem direito à atendimento médico em campo. Se um jogador ferido estiver em tratamento no campo e seu time ainda puder fazer substituições, então no interesse de não atrasar a partida, o árbitro deve estabelecer um limite de tempo para o tratamento. 8 FALTAS, CONDUTA ANTIDESPORTIVA E LESÕES As regras da International Football Association Board (IFAB) para infrações serão aplicadas durante o ADG. Com exceção da regra – “acabar com uma oportunidade clara de gol de um adversário, que se movimenta em direção à meta adversária, mediante uma infração punível com um tiro livre ou penal”, as regras da IFAB sobre infrações puníveis com expulsão se aplicam. Como uma oportunidade clara de gol será um evento recente, a regra acima deve ser ignorada. Nós usaremos a final da Copa do Mundo de 2006 em um cenário ADG hipotético para fornecer exemplos de faltas, conducta antidesportiva lesões. Durante a primeira disputa do ADG, o defensor francês Sagnol comete falta contra o atacante italiano Del Piero e a infração é considerada temerária o bastante para ser punida com um cartão amarelo. Como é o segundo cartão amarelo de Sagnol, ele é expulso do campo e não participa mais do jogo. Se o ADG entrar em morte súbita, a primeira disputa fará Del Piero jogar mano a mano contra Barthez. que os franceses já utilizaram todas as suas substituições, neste caso eles devem escolher um jogador em campo como seu goleiro. Por exemplo, neste exemplo hipotético, os franceses muito provavelmente substituirão o defensor atual Gallas com um goleiro substituto. Ou se não houverem mais substituições disponíveis, escolherão Gallas como o goleiro. Isto permitirá que a equipe francesa participe no número máximo de disputas, antes de sofrer uma desvantagem ainda maior com a expulsão de Barthez. Durante a primeira disputa do ADG, Sagnol comete falta contra Del Piero. Del Piero sofreu uma lesão e é atendido em campo. De acordo com a Regra 23, os italianos podem utilizar uma de suas substituições adicionais. O substituto então cobrará o pênalti. Assim que a substituição for feita, Del Piero não poderá mais participar do jogo. Durante a primeira disputa, o goleiro francês Barthez é ferido e precisa se retirar de campo. De acordo com a Regra 23, os franceses podem utilizar uma de suas substituições adicionais para colocar um goleiro substituto em campo. Durante o primeiro ADG, o atacante Del Piero comete falta contra o defensor Sagnol e a infração foi considerada força excessiva. Del Piero é expulso e não participa mais do jogo. Se o ADG entrar em morte súbita, então de acordo com a Regra 24, a primeira disputa de morte súbita será perdida pela Itália, já que eles não poderão colocar seu atacante designado em campo. Durante a quinta disputa do ADG, o goleiro francês Barthez comete falta contra o atacante italiano Pirlo. A falta foi considerada força excessiva e Barthez é expulso. De acordo com as regras da IFAB, um jogador de linha pode ser substituído por um goleiro substituto. A menos, claro, 9 HIPOTÉTICA FINAL COPA DO MUNDO FIFA 2006 Vamos examinar ADG com a Final da Copa do Mundo de 2006 como um exemplo hipotético. Os italianos têm onze jogadores e os franceses têm dez devido ao cartão vermelho de Zidane. Os italianos têm Zambrotta com cartão amarelo, enquanto os franceses têm Makelele, Malouda e Sagnol todos com cartões amarelos. As duas equipes receberam duas substituições adicionais. Os italianos vencem no cara ou coroa e escolhem atacar na primeira disputa. 1 Buffon (G) 16 Barthez (G) 3 Grosso 3 Abidal 4 De Rossi 5 Gallas 5 Cannavaro 6 Makelele 7 Del Piero 7 Malouda 8 Gattuso 11 Wiltord 9 Toni 15 Thuram 15 Iaquinta 18 Diarra 19 Zambrotta 19 Sagnol 21 Pirlo 20 Trezeguet 23 Materazzi A França escolhe Malouda como atacante e a Itália escolhe Zambrotta como defensor. Malouda sofre uma falta em uma disputa acirrada e Zambrotta recebe seu segundo cartão amarelo, sendo expulso do campo. Malouda converte o pênalti. A Itália escolhe Del Piero como seu primeiro atacante. Ao ver a escolha de Del Piero, os franceses escolhem Sagnol como seu defensor. Barthez é o goleiro. Os três jogadores assumem suas posições. O árbitro apita e o relógio do estádio faz a contagem de trinta segundos. Del Piero dribla a bola em torno de Sagnol e dá um poderoso chute. Gol! A França escolhe Makalele como o seu atacante, e a Itália escolhe Grosso como seu defensor. Buffon é o goleiro. O árbitro apita e o relógio do estádio faz a contagem de trinta segundos. Grosso brilhantemente toma a bola de Makalele e a chuta para fora da lateral. A Itália escolhe De Rossi como atacante e a França escolhe Thuram como seu defensor. De Rossi passa por Thuram e chuta a distância. Barthez defende. 10 Os franceses precisam marcar para que a partida entre em ADG de Morte Súbita. A França terá Trezequet como atacante enquanto a Itália terá Cannavaro como defensor. Cannavaro faz uma investida soberba em Trezequet e chuta a bola para fora da lateral. A Itália vence a Copa do Mundo de 2006! A Itália escolhe Pirlo como atacante e a França escolhe Gallas como defensor. Gallas rouba a bola de Pirlo e a chuta além da linha central. A França escolhe Diarra como atacante e a Itália escolhe Gattuso como defensor. Diarra dribla a bola em torno de Gattuso e chuta. Buffon defende. A Itália escolhe Iaqunita como atacante e a França opta por não usar um defensor. Lembre-se de que os franceses perderam um jogador devido ao cartão vermelho de Zidane. Iaquinta dribla para dentro da área do pênalti, finta Barthez com seu jogo de pés e chuta a bola na rede. A França escolhe Wiltord como atacante e a Itália escolhe Materazzi como defensor. Wiltord manages to get past Materazzi, but his long range shot misses the goal. A Itália escolhe Toni como atacante e a França escolhe Abidal como defensor. Toni hops past Abidal and gets a powerful shot away. Barthez makes a diving save. # ATACANTE DEFENSOR RESULTADO PLACAR ADG 1 Del Piero Sagnol Gol Itália 1 França 0 2 Makelele Grosso - Itália 1 França 0 3 De Rossi Thuram - Itália 1 França 0 4 Malouda Zambrotta Gol Itália 1 França 1 5 Pirlo Gallas - Itália 1 França 1 6 Diarra Gattuso - Itália 1 França 1 7 Iaquinta - Gol Itália 2 França 1 8 Wiltord Materazzi - Itália 2 França 1 9 Toni Abidal - Itália 2 França 1 10 Trezeguet Cannavaro - Itália 2 França 1 11 HIPOTÉTICA FINAL UEFA CHAMPIONS LEAGUE 2008 Vamos examinar o ADG com a Final da UEFA Champions League 2008 como um exemplo hipotético. A Manchester United tem onze jogadores e a Chelsea tem dez devido ao cartão vermelho de Drogba. A Manchester United tem Ferdinand, Vidić and Tévez com cartões amarelos. Da mesma forma, a Chelsea tem Essien, Carvalho and Ballack com cartões amarelos. As duas equipes receberam duas substituições adicionais. A Manchester United vence no cara ou coroa e escolhe atacar na primeira disputa. 1 Van der Sar (G) 1 Čech (G) 3 Evra 3 A. Cole 4 Hargreaves 5 Essein 5 Ferdinand 6 Carvalho 7 Ronaldo 8 Lampard 8 Anderson 13 Ballack 11 Giggs 21 Kalou 15 Vidić 26 Terry 16 Carrick 35 Belletti 17 Nani 39 Anelka 32 Tévez O Manchester United escolhe Ronaldo como atacante, e o Chelsea escolhe Terry como defensor. Čech é o goleiro. Os três jogadores assumem posições. Ronaldo finta Terry com um jogo de pés sublime. Ele rapidamente dribla na direção do gol e executa um chute trovejante. Gol! O Chelsea escolhe Kalou como atacante e o Manchester United escolhe Vidić como defensor. Kalou passa por Vidić e chuta a distância. Van der Sar faz uma ótima defesa para negar o gol. O Chelsea escolhe Ballack como atacante e o Manchester United escolhe Ferdinand como defensor. Van der Sar é o goleiro. Ballack skips past Ferdinand and bends the ball towards goal, but Van der Sar makes a spectacular save. O Manchester United escolhe Tévez como atacante e o Chelsea escolhe Cole como defensor. Cole dá um carrinho fantástico em Tévez e chuta a bola para fora da lateral. 12 O Manchester United escolhe Nani como atacante e o Chelsea escolhe Carvalho como defensor. Nani ultrapassa Carvalho quando recebe um carrinho por trás. Carvalho recebe o seu segundo cartão amarelo na partida e é expulso do campo. Nani sofreu uma lesão e é socorrido do campo. O Manchester United utiliza uma das suas duas substituições adicionais para colocar Fletcher em campo. Fletcher converte o pênalti. O Chelsea escolhe Essien como atacante e o Manchester United escolhe Carrick como defensor. Essien intimida Carrick e dá um chute poderoso. Outra grande defesa de Van der Sar. O Manchester United escolhe Giggs como atacante e o Chelsea opta por não usar um defensor. Lembre-se de que o Chelsea tem um jogador a menos por causa do cartão vermelho de Drogba. Giggs rapidamente dribla o seu caminho para a área do pênalti e chuta. Čech encosta a ponta do dedo na bola, o que basta para empurrá-la acima do travessão. O Chelsea escolhe Lampard como atacante e o Manchester United escolhe Anderson como seu defensor. Lampard has to score or United will be champions. Anderson se atraca com Lampard antes de dar um incrível carrinho e chutar a bola no outro lado da linha central. O Manchester United vence a UEFA Champions League 2008! # ATACANTE DEFENSOR RESULTADO PLACAR ADG 1 Ronaldo Terry Gol MU 1 Chelsea 0 2 Ballack Ferdinand - MU 1 Chelsea 0 3 Tévez A. Cole - MU 1 Chelsea 0 4 Kalou Vidić - MU 1 Chelsea 0 5 Nani/Fletcher Carvalho Gol MU 2 Chelsea 0 6 Essein Carrick - MU 2 Chelsea 0 7 Giggs - - MU 2 Chelsea 0 8 Lampard Anderson - MU 2 Chelsea 0 13 HIPOTÉTICA FINAL COPA DO MUNDO FEMININO FIFA 2011 Vamos examinar o ADG com a final da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2011 como um exemplo hipotético. As americanas têm onze jogadoras e as japonesas tem dez devido ao cartão vermelho de Iwashimizu. As americanas não receberam advertências, mas entre as japonesas, Miyama tem um cartão amarelo. As duas equipes ganham duas substituições adicionais e já que as americanas só fizeram duas substituições no tempo regulamentar, elas têm um total de três substituições disponíveis. As americanas utilizam uma de suas substituições trocando LePeilbet por Sauerbrunn. As americanas vencem no Cara ou Coroa e escolhem atacar na primeira disputa. 1 Solo (G) 21 3 Rampone 2 Kinga 4 Sauerbrunn 4 Kumagai 7 Boxx 6 Sakaguchi 9 O’Reilly 8 Miyama 10 Lloyd 9 Kawasumi 11 Krieger 10 Sawa 13 Morgan 15 Sameshima 17 Heath 17 Nagasoto 19 Buehler 20 Iwabuchi 20 Wambach Os EUA têm Wambach como atacante, enquanto o Japão escolhe Kumagai como defensora. Kaihori é a goleira. Wambach se afasta de sua defensora e entra na área penal na hora do chute. O tiro é forte demais e a goleira vê a bola voar por cima da trave. Kaihori (G) Japão nomeia Nagasoto como atacante e os EUA escolhem Sauerbrunn como defensora. Nagasoto passa por Sauerbrunn e Solo rapidamente sai de sua linha. Sauerbrunn attempts to chip the goalkeeper, but the shot is too high and the ball sails over the crossbar. Japão escolhe Kawasumi como atacante enquanto os EUA nomeiam Buehler como defensora. Solo é a goleira. Buehler faz uma investida desajeitada e Kawasumi ganha um pênalti. A atacante dá um chute sólido e Solo não consegue impedir o primeiro gol japonês. Os EUA colocaram Lloyd como atacante e o Japão escolhe Kinga como defensora. Lloyd sofre uma investida imprudente de Kinga e a atacante ganha um pênalti. Kaihori guesses correctly and makes a scintillating save. Os EUA nomeiam O’Reilly como atacante e o Japão escolhe Sameshima como defensora. Sameshima faz uma investida decisiva na atacante e força a bola para fora da lateral. Japão tem Iwabuchi como atacante e os EUA escolhem Rampone como defensora. Iwabuchi passa por Rampone e chuta bem perto da área penal. Solo faz uma defesa brilhante para negar o gol 14 O Japão vencerá o jogo se marcar ponto nesta disputa. Como na segunda disputa, o Japão tem Kawasumi como atacante, enquanto os EUA tem Buehler como defensora. Kawasumi está longe de sua defensora e tenta um tiro a distância. Solo consegue repelir a bola, mas Kawasumi se aproxima para um segundo tiro. É um esforço ardent e a bola voa por cima da goleira e para o fundo da rede. Gol! O Japão vence a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2011! Os EUA tem Heath como atacante e o Japão optaram por não colocar uma defensora. Lembrem-se de que os japoneses têm uma jogadora a menos devido ao cartão vermelho da Iwashimizu. Heath dribla para dentro da área penal, finta Kaihori com agilidade nos pés e calmamente guia a bola para dentro do gol. Japão tem Miyama como atacante e os EUA tem Boxx como defensora. As jogadoras entram em conflito até que Boxx chuta a bola para fora do campo. Os EUA tem Morgan como atacante e o Japão tem Sawa como defensora. Sawa toma a bola da atacante e chuta para fora da lateral. Japão tem Sakaguchi como atacante e os EUA tem Krieger como defensora. Krieger se atrapalha um pouco e Sakaguchi tem uma rota direta para o gol. Solo sai de sua linha e consegue tirar a posse da bola antes que a atacante tente um chute. Na décima primeira disputa, o ADG entra em morte subida. Como na primeira disputa, os EUA tem Wambach como atacante e o Japão tem Kumagai como defensora. Uma investida perfeita da defensora força a bola para fora da lateral. # ATACANTE DEFENSOR RESULTADO PLACAR ADG 1 Wambach Kumagai - EUA 0 Japão 0 2 Kawasumi Buehler Gol EUA 0 Japão 1 3 O’Reilly Sameshima - EUA 0 Japão 1 4 Nagasoto Sauerbrunn - EUA 0 Japão 1 5 Lloyd Kinga - EUA 0 Japão 1 6 Iwabuchi Rampone - EUA 0 Japão 1 7 Heath - Gol EUA 1 Japão 1 8 Miyama Boxx - EUA 1 Japão 1 9 Morgan Sawa - EUA 1 Japão 1 10 Sakaguchi Krieger - EUA 1 Japão 1 11 Wambach Kumagai - EUA 1 Japão 1 12 Kawasumi Buehler Gol EUA 1 Japão 2 15 HIPOTÉTICA SEMI-FINAL UEFA CHAMPIONS LEAGUE 2012 Vamos examinar o ADG com uma semi-final da UEFA Champions League 2012 como um exemplo hipotético. Tanto o Real Madrid como o Bayern München têm onze jogadores. Madrid recebeu cartões amarelos para Pepe, Granero e Arbeloa. Bayern também recebeu cartões amarelos para Robben, Alaba, Badstuber e Gustavo. As duas equipes receberam duas substituições adicionais e como Bayern só utilizou uma substituição no tempo regulamentar, eles têm um total de quadro substituições disponíveis. Madrid vence no Cara ou Coroa e escolhe atacar na primeira disputa. 1 Casillas (G) 1 3 Pepe 10 Robben 4 Ramos 17 Boateng 6 Khedira 21 Lahm 7 Ronaldo 25 Müller 8 Kaká 27 Alaba 11 Granero 28 Badstuber 12 Marcelo 30 Gustavo 14 Alonso 31 Schweinsteiger 17 Arbeloa 33 Gomez 20 Higuaín 39 Kroos Real Madrid tem Ronaldo como atacante, enquanto Bayern München tem Lahm como defensor. Neuer é o goleiro. Lahm marca Ronaldo até o limite da área penal, mas Ronaldo consegue um bom tiro. Neuer faz uma defesa difícil. Neuer (G) Bayern tem Müller como atacante enquanto Madrid coloca Arbeloa como defensor. Müller passa por Arbeloa e chuta de dentro da área penal. A bola voa como uma bala e Casillas não tem chance de alcançá-la. Gol! Bayern tem Robben como atactante enquanto Madrid escolhe Marcelo como defensor. Casillas é o goleiro. Robben passa por Marcelo e tenta um tiro a distância com efeito. Mas a bola voa alto demais e Casillas vê a bola passar por cima da trave. Madrid coloca Kaká como atacante e Bayern nomeia Alaba como defensor. Kaká está aparentemente fora de alcance mas um ótimo carrinho de Alaba força a bola para fora da lateral. 16 Madrid tem Higuaín como atacante enquanto Bayern escolhe Boateng como defensor. Higuaín passa por Boateng quando ele sofre uma falta em uma disputa desajeitada próximo da área penal. É pênalti para Higuaín. Neuer prevê corretamente e até consegue tocar na bola mas não consegue impedir o gol. Madrid precisa marcar ponto nesta disputa ou Bayern vencerá o jogo. Madrid tem Khedira como atacante enquanto Bayern escolhe Gustavo como defensor. Khedira passa por Gustavo e dá um tiro poderoso de longe. Neuer toca na bola com o dedo e a empurra por cima do travessão. Bayern München vai para a final da UEFA Champions League 2012! Bayern München tem Schweinsteiger como atacante enquanto Madrid escolhe Pepe como defensor. Schweinsteiger entra em disputa com Pepe mas consegue deixá-lo para trás e tem uma rota direta para o gol. Casillas se afasta da sua linha e chega no limite da área penal. Schweinsteiger finta o goleiro com um drible brilhante e coloca a bola na rede. Real Madrid tem Granero como atacante enquanto Bayern escolhe Badstuber como defensor. Granero passa pelo defensor e está prestes a tentar o chute quando sofre falta em uma investida imprudente de Badstuber. Granero cobra o pênalti com um chute preciso mas uma incrível defesa de Neuer impede o gol. Bayern tem Gomez como atacante enquanto Madrid escolhe Ramos como defensor. Ramos rouba a bola de Gomez e na disputa que se segue, Ramos sofre uma falta. A disputa termina. # ATACANTE DEFENSOR RESULTADO PLACAR ADG 1 Ronaldo Lahm - Madrid 0 BM 0 2 Robben Marcelo - Madrid 0 BM 0 3 Kaká Alaba - Madrid 0 BM 0 4 Müller Arbeloa Gol Madrid 0 BM 1 5 Higuaín Boateng Gol Madrid 1 BM 1 6 Schweinsteiger Pepe Gol Madrid 1 BM 2 7 Granero Badstuber - Madrid 1 BM 2 8 Gomez Ramos - Madrid 1 BM 2 9 Khedira Gustavo - Madrid 1 BM 2 17 HIPOTÉTICA SEMI-FINAL COPA DO MUNDO FIFA 2014 Vamos examinar o ADG com uma semi-final da Copa do Mundo da FIFA de 2014 como um exemplo hipotético. Tanto a Holanda quanto a Argentina têm onze jogadores. A Holanda tem Huntelaar com um cartão amarelo e a Argentina tem Demichelis também com um cartão amarelo. As duas seleções receberam duas substituições adicionais. A Holanda vence no cara ou coroa e escolhe atacar na primeira disputa. 1 Cillessen (G) 1 Romero (G) 2 Vlaar 2 Garay 3 De Vrij 4 Zabaleta 5 Blind 6 Biglia 7 Janmaat 10 Messi 10 Sneijder 11 Rodriguez 11 Robben 14 Mascherano 15 Kuyt 15 Demichelis 16 Clasie 16 Rojo 19 Huntelaar 18 Palacio 20 Wijnaldum 20 Aguero A Argentina tem Messi como atacante e a Holanda escolhe Vlaar como seu defensor. Messi enfrenta Vlaar, mas eventualmente consegue passar e avança em direção ao gol. Cillessen está próximo a área de gol quando Messi delicadamente chuta a bola sobre a cabeça dele e para dentro do gol. A Holanda tem Huntelaar como seu atacante e a Argentina escolhe Zabaleta como seu defensor. Romero é o goleiro. Huntelaar passa por Zabaleta e dá seu tiro de fora da área penal. Romero faz uma defesa fantástica para impedir o gol. A Argentina tem Aguero como atacante e a Holanda escolhe Blind como seu defensor. Cillessen é o goleiro. Aguero dribla Blind e tenta um tiro à distância com efeito. Cillessen get a fingertip to the ball and it’s enough to push it over the crossbar. A Holanda tem Sneijder como atacante e a Argentina escolhe Garay como defensor. Sneijder só consegue dar alguns passos quando Garay faz uma investida brilhante e chuta a bola além do meio de campo. 18 A Holanda tem Robben como atacante e a Argentina escolhe Rojo como seu defensor. Robben consegue passar por Rojo e dribla a bola para dentro da área penal. Robben gets a good shot off but Romero manages to palm the ball around the goal post. A Holanda precisa marcar na nona disputa ou a Argentina vencerá a partida. A Holanda tem Wijnaldum como atacante enquanto a Argentina escolhe Biglia como seu defensor. Wijnaldum está longe de Biglia e se aproxima da área penal. Biglia inicia a perseguição e quando o atacante está prestes a chutar, o defensor faz uma investida perfeitamente cronometrada que força a bola por cima do travessão. A Argentina segue para a final da Copa do Mundo da FIFA de 2014! A Argentina tem mascherano como atacante, enquanto a Holanda escolhe Clasie como defensor. Clasie se atrapalha um pouco e mascherano tem uma rota livre para o gol. Cillessen está fora de sua linha e com um toque ruim, Mascherano permite que o goleiro agarre a bola. A Holanda tem Kuyt como atacante e a Argentina escolhe Demichelis como seu defensor. Kuyt sofre falta causada por um lance imprudente de Demichelis e um pênalti é concedido ao atacante. É uma boa cobrança de Kuyt mas Romero faz uma defesa brilhante e consegue espalmar a bola por cima do travessão. A Argentina tem Palacio como atacante e a Holanda escolhe De Vrij como seu defensor. De Vrij faz uma resistência brilhante e consegue tomar a bola do atacante e chutála para fora da linha lateral. # ATACANTE DEFENSOR RESULTADO PLACAR ADG 1 Huntelaar Zabaleta - Holan 0 Arg 0 2 Aguero Blind - Holan 0 Arg 0 3 Sneijder Garay - Holan 0 Arg 0 4 Messi Vlaar Gol Holan 0 Arg 1 5 Robben Rojo - Holan 0 Arg 1 6 Mascherano Clasie - Holan 0 Arg 1 7 Kuyt Demichelis - Holan 0 Arg 1 8 Palacio De Vrij - Holan 0 Arg 1 9 Wijnaldum Biglia - Holan 0 Arg 1 19 PERGUNTA E RESPOSTA A disputa de pênaltis não é uma solução simples e justa para um problema difícil? Simples – sim, justa – não. Professor Ignacio Palacios-Huerta da The London School of Economics and Political Science e coautor José Apesteguia, professor assistente da Pompeu Fabra University in Barcelona estudou 1343 pênaltis de 129 disputas durante o período 1976-2003. O estudo envolveu todas as grandes competições nacionais e internacionais. Foi descoberto que o time que dava o primeiro chute vencia 60.5% das vezes.3 A pontuação geral registrada foi de 73.1%. Para o time que chutou primeiro, foi de 76.3%, mas para o time que jogou depois, foi só 69.7%.3 As disputas de pênaltis se tornaram mais frequentes? Cinco das quinze últimas finais da Liga dos Campeões da UEFA chegaram aos pênaltis e sete das últimas quinze Copas Libertadores da CONMEBOL também chegaram aos pênaltis. Duas finais de Copas do Mundo tanto em competições masculinas e femininas já foram decididas nos pênaltis. Quatro jogos da Copa do Mundo da FIFA de 2014 foram decididos em disputas de pênaltis, o maior número da história da Copa do Mundo. A semifinal entre a Holanda e a Argentina foi uma decepção com as duas equipes aparentemente felizes com o jogo sendo decidido pelos pênaltis. Se olharmos unicamente os dados para as finais de Copas do Mundo, veremos que a seleção que chutou primeiro venceu 15 de 26 disputas de pênaltis, que é 58%. Surpreendentemente, nove disputas de pênaltis consecutivas foram vencidas pela seleção que chutou primeiro durante um período entre Coréia/Japão 2002 e Brasil 2014. O motivo para essa disparidade é que a equipe que chuta depois costuma jogar para alcançar o oponente e portanto sofre uma pressão cada vez maior com o chute seguinte. Qual foi a inspiração para o ADG? Todo mundo fala sobre a final da Copa do Mundo de 1994 e eu também me lembro dela. De acordo com A.S. Byatt, “A pessoa não se lembra dos vencedores. Mas continua assombrada pelos perdedores.”4 Claro que isto é uma verdade inegável no caso de Baggio. Outras alternativas voltaram a ganhar espaço junto ao público após a Copa do Mundo de 2006, mas foi só depois da Liga dos Campeões da UEFA de 2008 que eu coloquei as idéias no papel e surgiu o ADG. Qual foi a sua idéia central enquanto desenvolvia o ADG? Eu imaginei que o problema por trás dos pênaltis é a facilidade que o jogador tem em fazer o gol. Então eu disse “Como podemos tornar isso mais difícil?” Foi então que eu tive a idéia de incluir um defensor. O desafio a partir daí foi transformar essa idéia central em um formato de desempate que combina a habilidade e atletismo do futebol moderno com a inerente tensão dramática da disputa de pênaltis. Quais são algumas das vantagens do ADG sobre a disputa de pênaltis? ADG tem seis vantagens básicas sobre os pênaltis. Todos os jogadores participam. A habilidade dos jogadores determina o vencedor da partida. Gols são recompensados ao invés de gols perdidos serem punidos. Estratégia é vital. Encoraja o jogo justo, e encoraja a ofensiva. 20 Pode descrever rapidamente como o ADG funciona? O primeiro atacante recebe a bola no ponto central. Só uma metade do campo será utilizada. Ao ver o atacante, o adversário escolhe seu defensor. O atacante do tiro de saÌda e tem trinta segundos para tentar marcar um gol. Se o atacante marcar, a disputa acaba. Se a bola sair do campo, a disputa acaba. Se o goleiro ganhar posse da bola, a disputa acaba. Se o defensor ou goleiro cometerem falta dentro do campo em jogo, um pênalti é concedido ao atacante. Se o atacante cometer falta, a disputa acaba. Os dois times revezam as funções de atacante e defensor em um total de dez disputas. Ao fim das dez disputas, o time com mais gols é o vencedor. Se houver um empate ao final das dez disputas, o ADG entrará em morte súbita. Como o ADG encoraja o jogo justo? Vamos usar a Quarta de Final da Copa do Mundo de 2010 entre o Uruguai e a Gana como exemplo. No ultimo minuto da prorrogação, um jogador uruguaio deliberadamente deu uma palmada na bola e negou a Gana um gol que pudesse decidir o jogo. Como todos nós sabemos, a Gana falhou na cobrança do pênalti e acabou perdendo na disputa de pênaltis. A questão é que no momento em que a Gana falhou na cobrança, o Uruguai não estava mais sujeito a nenhuma desvantagem pelo restante do jogo. De fato, nem importava mais quantos jogadores do time fossem expulsos no tempo regulamentar; se eles pudessem chegar até a disputa de pênaltis, então eles não teriam mais nenhuma desvantagem contra o adversário. Como o ADG encoraja a ofensiva? Vamos usar a Final da Copa do Mundo de 2006 como um exemplo. Após 100 minutos, os franceses substituíram Ribéry por Trezeguet e após 107 minutos, Henry por Wiltord. Será que Domenech teria feito essas substituições se o ADG fosse iminente e não os pênaltis? Ribéry e Henry são ambos atacantes de talento sublime que seriam imprescindíveis para o ADG. Mas sua presença em campo durante a prorrogação também aumentariam as chances de um gol francês e o encerramento do jogo antes do ADG. No entanto, se o ADG ocorresse no lugar dos pênaltis, o Uruguai estaria sem um jogador durante uma das disputas. Isto daria a Gana uma vantagem distinta, o que eu creio que a maioria dos fãs de futebol no mundo inteiro acredita que a Gana merecia. Este episódio recente claramente ilustra o quanto o ADG é muito mais efetivo do que a disputa de pênaltis em punir os times culpados por conduta antidesportiva e jogo ilegal. Por que esse período de trinta segundos? Para evitar um impasse entre o atacante e o defensor. Isto poderia ser o atacante tentando ludibriar o defensor para se mover em uma certa direção. Ou, poderia simplesmente ser o caso de jogadores cansados tentarem ganhar tempo para recuperar o fôlego. Os trinta segundos dão um senso de urgência mas também fornecem um tempo amplo para disputas imprevisíveis e excitantes. De fato, será uma ocorrência rara que a bola ainda esteja em campo depois de trinta segundos. 21 E se o gol for marcado bem na marca dos trinta segundos? Uma possível estratégia que poderia ser empregada para julgar gols controversos seria que o árbitro e seus assistentes recebessem um sinal auditivo ao fim dos trinta segundos. O árbitro assistente ou o árbitro assistente adicional com a sua visão focada diretamente na linha do gol estará na melhor posição para julgar se a bola atravessou a linha antes da passagem dos trinta segundos. Outra aproximação mais sofisticada e precisa que pode ser utilizada em grandes competições é a goal line technology (GLT). Um sinal é transmitido para o relógio do árbitro, que indica se a bola cruzou a linha de fundo antes da passagem dos trinta segundos. Quais são os deveres dos árbitros assistentes e onde eles se posicionam? Um dos assistentes é responsável por supervisionar os participantes fora de jogo enquanto o outro se posiciona atrás da linha do gol. O assistente atrás da linha do gol auxiliará o árbitro em suas decisões de forma parecida com os árbitros assistentes adicionais (AAAs) da UEFA. Tanto o árbitro quanto o assistente atrás da linha do gol julgarão se a bola está em jogo ou não. Para grandes competições, outra possibilidade é modificar o GLT. Portanto, além de indicar se um gol foi marcado, também indicará se a bola está dentro ou for a de jogo. Por favor veja aqui para informações sobre o uso dos AAAs. O ADG não colocará mais pressão no árbitro? Qualquer alternative à disputa de pênaltis que ponha a ênfase de volta na habilidade do jogador vai inevitavelmente colocar alguma pressão de volta no árbitro. E duvido que exista alguém envolvido com arbitragem que esteja ansioso para ver uma mudança na disputa de pênaltis. É um formato que torna virtualmente impossível para o árbitro cometer um erro que influencie o resultado do jogo. Qual o processo que determina quem será o atacante e quem será o defensor? Tais decisões claramente estão nas mãos do técnico do time. No final do tempo regulamentar, o técnico reunirá o seu time e escolherá cinco atacantes e cinco defensores. A ordem dos atacantes também será finalizada. Quanto à ordem de defensores, é um caso de prever quem serão os atacantes da oposição e escolher um defensor para competir com eles. Por exemplo, na Final Hipotética da Copa do Mundo da FIFA de 2006, o técnico francês prevê que Del Piero será um dos atacantes italianos e instrui Sagnol para se defender contra ele. Entretanto, sem o número de corpos atrapalhando a visibilidade e com o árbitro sempre próximo do jogo, erros de arbitrágem durante o ADG devem ser uma raridade. E como os participantes fora de jogo devem permanecer na área penal da metade do campo que não está em uso, é impossível para um grupo de jogadores cercar e intimidar um oficial. E os custos de um pequeno aumento na pressão sobre o árbitro não seriam superados pelos benefícios? Simplesmente, o que o ADG irá oferecer são gols espetaculares e emocionantes. É graças à habilidade e graça dos movimentos dos maiores jogadores do mundo que nós podemos chamar o futebol de “lindo jogo” e o que o torna o esporte mais popular do mundo. Claro, também é por isso que Messi, Ronaldo e Marta são eleitos continuamente como os melhores jogadores do mundo. Se você tem um ótimo produto, então como o pessoal do marketing diz, “deixe o produto falar por si”. 22 Como o ADG é diferente de alternativas propostas anteriormente? Eu pensei que qualquer alternativa viável seria baseada em marcar gols. Eu nunca fui fã de idéias como contar escanteios ou advertências ou qualquer outra coisa sugerida. Futebol se trata de marcar gols. Nós queremos ver a bola entrar na rede, simples assim. Eu acho que os americanos estavam no caminho certo com a disputa NASL que foi usada mais tarde na MLS. A disputa começava à trinta e dois metros do gol e o jogador tinha cinco segundos para tentar um chute. Ninguém menos do que Johan Cruyff disse “Isto é espetacular e não tão brutal do que os pênaltis.” 5 Mais recentemente, ele disse “Eu ainda acho que deveriam tentar isso na Europa.” 6 Carlos Alberto também disse na disputa NASL “que isso torna o jogo mais emocionante.” 6 Alternativas como tempo extra infinito e a remoção interminente de jogadores tem seus méritos, mas sempre haverá o problema de partidas excessivamente longas e a probabilidade de lesões dos jogadores. Sem mencionar o pesadelo com horários, porque ninguém pode prever o quanto as partidas vão durar. Compare isso com o ADG, que seria concluído em aproximadamente dez minutos. Também foi sugerido que se outras alternativas fossem introduzidas, os torcedores poderiam sentir falta da tensão e drama dos pênaltis e eu acredito que isso seja possível. A maravilha do ADG é que ele combina a habilidade e atletismo do tempo regulamentar com o drama e a tensão inerentes dos pênaltis. A natureza dinâmica da disputa americana tornou a disputa de pênaltis uma competição estática e clínica. A MLS descartou o seu sistema em 1999, não porque não era popular, mas porque eles queriam “tornar o jogo da MLS mais fiel à forma como o esporte é jogado no mundo.” 7 No entanto, alguns argumentavam que a disputa americana se tornou previsível demais já que o goleiro costumava correr para o limite da área penal, forçando o jogador a tentar dar um chapéu no adversário. A inclusão de um defensor ajudará a impedir esta previsibilidade e garantir disputas únicas e envolventes. Devo ressaltar que o ADG não foi inspirado no sistema americano, pois foi somente depois do desenvolvimento do ADG que eu fiquei ciente dele. Poderia explicar como o ADG lida com jogadores lesionados? De acordo com a Regra 23, cada time tem direito a duas substituições adicionais e esta regra foi deliberadamente criada para auxiliar times que sofreram lesões durante o ADG. Enquanto as regras da IFAB permitem que um máximo de doze substitutos sejam nomeados antes do início de um jogo, as competições que utilizam o ADG exigem um mínimo de sete. Três substituições serão alocadas ao tempo regulamentar, duas substituições ao ADG, enquanto dois goleiros substitutos ainda poderão ser alocados entre as substituições restantes. Também houve a idéia de iniciar a disputa de pênaltis antes da prorrogação. Se o jogo continuasse empatado após a prorrogação, então os vencedores dos pênaltis venceriam o jogo. O princípio por trás desta idéia seria obrigar o time que perdeu nos pênaltis a tomar a iniciativa na prorrogação. Mas com certeza é provável que isto também encorajasse o outro time a fazer um jogo mais cauteloso e defensivo. Além disso, a única recompensa da disputa de pênaltis é sua capacidade de criar drama e tensão, o que é obviamente sacrificado se a disputa de pênaltis precede a prorrogação. 23 E embora possa ser tentador para um técnico trocar um jogador cansado ou com um desempenho fraco durante o ADG, ele também deve estar ciente da possibilidade de um jogador sofrer uma lesão e ser removido do campo. Se o time já tiver utilizado todas as suas substituições, eles podem estar em uma posição em que eles não possam enviar um defensor para uma disputa. Ou, no caso de um atacante lesionado, ter que entregar uma disputa. Então, a decisão de utilizar uma das substituições adicionais sempre deve ser feita com extrema vigilância. E quanto à preocupações sobre lesões em jogadores em descanso enquanto aguardam a vez de competir em uma disputa do ADG? Uma crítica que o ADG sempre atrai é que conforme os jogadores descansam, eles inevitavelmente sofrerão mais lesões. No entanto, se isto fosse verdade, a maioria das lesões em um jogo ocorreriam nos primeiros minutes de cada tempo, já que os jogadores se aquecem gradualmente conforme o tempo progride. Mas dados coletados pela English FA e publicados no jornal britânico, British Journal of Sports Medicine em 20032004 sobre ocorrências de lesões no tendão do jarrete8 e no tornozelo9 contradizem esta teoria. Quase metade das lesões relatadas ocorrem nos últimos 15 minutos de cada tempo.8,9 Os primeiros 15 minutos e os 15 minutos da segunda metade da prorrogação foram identificados como os períodos de menor risco de lesões do jogo.8,9 séries talvez decidam utilizar gols marcados fora de casa e descartar a prorrogação, passando direto para o ADG. Ou talvez eles decidam descartar os gols marcados fora de casa, jogar a prorrogação e então passar para o ADG. Entretanto, no momento existe muita conjectura sobre a relevância e certamente o mérito da regra para gols fora de casa. “Acredito que o peso tático do gol fora de casa se tornou importante demais,”Arsène Wenger disse em uma conferência em 2008. “Os times conseguem um empate de 0 a 0 em casa e ficam felizes. Em vez de ter um efeito positivo ele foi encorajado demais taticamente no jogo moderno. Isso tem o efeito oposto do que deveria ter tido no início. Ele favorece uma boa defesa quando se joga em casa.” 21 “É hora de repensar o sistema,” disse o Presidente da FIFA Sepp Blatter. “O futebol pregrediu desde a década de 1960, portanto agora a regra para gols fora de casa pode ser questionada. A regra para gols fora de casa ainda faz sentido?” 22 Como o ADG seria implementado? Existem atualmente três procedimentos para determinar o resultado de um jogo ou um dentro-fora de casa. Estes são: gols marcados fora de casa, prorrogação e tiros desde o ponto penal. O ADG poderia ser incluído como um quarto procedimento e as competições poderiam escolher entre os pênaltis e o ADG. Para novas competições ou jogadores amadores, a disputa de pênaltis talvez continue sendo a melhor opção. Jonathan Wilson escreveu “A regra para gols fora de casa estreou no futebol europeu durante a Cup Winners’ Cup em 1965, primeiramente para eliminar a necessidade de revanches, que eram custosas e difíceis de organizar. Como a alternativa era decidir no cara ou coroa, provavelmente pareceu o menor de dois males e, além disso, fazia um certo sentido na época. Somente 16% de todos os jogos europeus fora de casa resultavam Para competições que favoreçam o ADG, será uma questão de decidir como ela será integrada aos outros procedimentos. Por exemplo, competições que ocorrem em duas 24 em vitória fora de casa. Viagens fora de casa eram difíceis pois as jornadas eram duras e equipes fora de casa costumavam enfrentar condições desconhecidas e hostís. Como consequência, a tendência era para que o lado fora de casa sofresse a pressão e tentasse manter o placar baixo.” 21 “Mas as circunstâncias mudaram. Em cada um dos últimos cinco anos, entre 30 e 35% dos jogos em torneios europeus foram vencidos por equipes fora de casa; mesmo se você quiser argumentar que a regra para gols fora de casa funcionou, a lógica original para a sua criação deixou de existir. O transporte melhorou, existe uma grande homogeneidade de condições enquanto as diferenças entre, digamos, um lado alemão e um lado europeu, ou um lado russo e um lado francês são muito menores do que antigamente. Equipes são cosmopolitanas, estilos nacionais são menos distintos do que já foram. Viagens fora de casa não são mais tão assustadoras quanto antigamente e portanto o gol fora de casa se tornou uma distorção estranha.” 21 No entanto, muitas coisas que parecem muito detalhadas e complicadas no papel, se tornam compreensíveis e enganosamente simples quando colocadas em jogo. Estou certo de que este será o caso do ADG. De fato, o único aspecto levemente complexo do ADG é o cenário em que o goleiro é expulso. Mas como a falta “acabar com uma oportunidade clara de gol” é descartada durante o ADG, a probabilidade de um goleiro ser expulso será na realidade muito baixa. E quanto ao futebol ser “um jogo simples” e mantê-lo assim? A frase “um jogo simples” surgiu em 1862 quando um mestre da Uppingham School na Inglaterra criou um conjunto de dez regras intitulado The Simplest Game (O Jogo Simples). Estas dez regras também conhecidas como as Uppingham Rules totalizam meras 253 palavras.10 Por contraste, a edição de 2014/2015 das Regras do Jogo da FIFA tem um total de 24.000 palavras. Isto é testamento do fato de que as regras evoluíram a ponto de tornar o futebol um esporte altamente complexo. O que um dia foi “um jogo simples” se transformou em um esporte sofisticado em que jogadores, técnicos e árbitros dedicam décadas ao aperfeiçoamento de suas habilidades. Nos últimos 150 anos, as regras do jogo se expandiram exponencialmente e o esporte passou por transformações radicais. Consequentemente, a idéia do futebol ser “um jogo simples” é um anacronismo. Portanto, embora o ADG possa parecer bem complicado, também devemos reconhecer que o livro de regras do jogo tem 140 páginas. O pênalti existe há mais de 100 anos, isso não é justificativa suficiente? Para responder a esta pergunta, eu citarei Les Murray que é um apresentador de televisão da SBS-TV na Austrália. O Sr. Murray disse: “Para começar os pênaltis foram inventados como ferramenta de punição para infrações. É inerentemente repugnante que ferramentas de punição sejam usadas para decidir jogos. Os proponentes dos pênaltis argumentam que pênaltis são parte do futebol. Sim, mas só quando alguém cometeu uma falta dentro da área penal. Como forma legítima de decidir o resultado de um jogo, eles não são parte do jogo e nunca deveriam ter sido. Os homens que criaram as Regras do Jogo tantos anos atrás estariam revirando em seus túmulos se soubessem que pênaltis agora decidem finais de Copas do Mundo.” 11 25 Como você responde a aqueles que chamam o ADG de artifício e dizem que não é futebol de verdade? Todos nós tememos mudança, mas também sabemos que os pênaltis são uma solução insatisfatória e é por isso que vemos coisas como gol de ouro e gol de prata. Certo, então eles não foram considerados um sucesso, mas isto não deve impedir a criação de novas alternativas. Eu sei que alguns dirão que ADG não é futebol de verdade, mas eu sempre responderei que ADG é mais fiel ao futebol e a beleza dinâmica do jogo do que a disputa de pênaltis poderá ser. Claro que o ADG é uma alternativa audaz e radical, mas a própria natureza de um problema tão diabólico exige pensamento criativo, inovação e evolução. E lembre-se de que antes da disputa de pênaltis, partidas eram desempatadas no cara ou coroa. Eu duvido que mesmo os maiores críticos dos pênaltis diriam que sua introdução não foi uma melhora sobre o cara ou coroa e eu acredito que o ADG deve ser visto como outro passo a frente no processo de evolução. Qual é o futuro do ADG? Eu espero que o IFAB o examine novamente, pois se trata de uma proposta radicalmente melhorada do que foi discutido em 2009. No entanto, para que as coisas mesmo comecem a mudar, nós indubitavelmente precisaremos esperar até que outra grande final chegue aos pênaltis. E então eu me pergunto que alternativas surgirão? Com fundos limitados e recursos minúsculos, eu desenvolvi sozinho uma alternativa completa e verossímil que está pronta para ser testada. Eu escrevi para o chefe do departamento técnico da FIFA muitas vezes através dos anos, mas nunca recebi nenhuma atenção. continua a sua espiral ascendente com a Copa do Mundo da FIFA de 2014 sendo o exemplo mais recente. Agora mais do que nunca, o esporte merece um desempate que recompense e exponha o imenso talento e atletismo do futebolista moderno. As coisas precisam mudar e rápido, senão iremos “celebrar” em 2020 cinquenta anos da disputa de pênaltis. Nos anos que se seguirão, mais duas Copas do Mundo e incontáveis outros torneios continuarão a serem decididos na loteria dos pênaltis. Embora eu compreenda que seja do interesse de árbitros e outros departamentos desconsiderarem alternativas aos pênaltis, eu nunca entenderei como um departamento técnico pode fazê-lo. Quando a disputa de pênaltis foi implementada em 1970, o futebol era um esporte muito diferente. Quatro anos antes, Pelé foi literalmente chutado para fora da Copa do Mundo e até mesmo pensou em desistir do jogo. Quatro décadas depois, o nível dos jogadores 26 FATOS E CURIOSIDADES Cinco das quinze UEFA Champions League Finais anteriores foram decididas pelos pênaltis. Ocidental. O pênalti vitorioso foi convertido por Panenka e daí nasceu o seu hipônimo chute. As finais de sete das últimas quinze Copas Libertadores foram decididas pelos pênaltis. A primeira disputa de pênaltis em uma Copa do Mundo foi a famosa semifinal de 82 na Espanha entre a Alemanha Ocidental e a França O israelense Yosef Dagan e o ex-árbitro alemão Karl Wald ambos clamam serem os inventores da disputa de pênaltis. Roberto Baggio estava desfrutando um torneio impressionante na Copa do Mundo de 1994. Ele marcou cinco gols em três eliminatórias, dois no final da partida, resgatando a Itália da derrota pela Nigéria. A final entre a Itália e o Brasil continuou sem gols por duas horas de insipidez. A disputa de pênaltis começou com o defensor italiano Franco Baresi chutando a bola por cima do travessão. O goleiro italiano Gianluca Pagliuca então defendeu um chute de Márcio Santos para manter o equilíbrio. Os próximos quatro pênaltis produziram gols. O goleiro brasileiro Cláudio Taffarel então defendeu o chute de Daniele Massaro. O capitão brasileiro Dunga marcou, e só restou Baggio para manter as esperanças da Itália vivas. Em um momento que foi gravado nas mentes de fãs em todo o mundo, Baggio chutou a bola por cima do travessão e o seu tormento começou. Na Copa do Mundo de 2006, a Suíça se tornou a primeira seleção a ser eliminada do torneio sem admitindo um gol no tempo regulamentar. Os Rankings Mundiais da FIFA calculam o valor base de uma vitória com três pontos, uma vitória por pênaltis com dois, um empate e uma derrota por pênaltis com um e uma derrota com zero. Em 2005, um lugar na Copa do Mundo foi determinado pelas disputas por pênaltis pela primeira vez. A qualificação entre Austrália e Uruguai terminou com um placar de 1-1. John Aloisi converteu a penalidade vitoriosa, que permitiu a Austrália se qualificar para a sua primeira Copa do Mundo desde 1974 na Alemanha. A North American Soccer League (NASL) da década de 1970 e a Major League Soccer (MLS) da década de 1990 experimentou com uma variação da disputa de pênaltis. A disputa começou a trinta e cinco metros do gol e o jogador tinha cinco segundos para tentar um chute. Este formato é similar ao modelo usado no hóquei no gelo. A MLS abandonou o formato em 2000 e quaisquer pênaltis exigidos agora seguem o procedimento padrão de pênaltis da IFAB. Peñarol venceu a Copa Uruguai de 1996 com um estilo de pênalti Americano onde os jogadores começam do circulo central e tem oito segundos para tentar marcar um gol.12 A primeira competição internacional decidida por pênaltis foi a final da Eurocopa de 1976 entre a Tchecoslováquia e a Alemanha 27 REGISTRO PÊNALTIS COPA DO MUNDO DA FIFA ANO ETAPA VENCEDOR DERROTADO PLACAR RESULTADO DE PÊNALTIS VCP* 1982 SF Alemanha Ocidental França 3-3 5-4 N 1986 QF Alemanha Ocidental México 0-0 4-1 S 1986 QF França Brasil 1-1 4-3 N 1986 QF Bélgica Espanha 1-1 5-4 N 1990 Últimos 16 Rep. da Irlanda Romênia 0-0 5-4 N 1990 QF Argentina Jugoslávia 0-0 3-2 S 1990 SF Argentina Itália 1-1 4-3 N 1990 SF Alemanha Ocidental Inglaterra 1-1 4-3 N 1994 Últimos 16 Bulgária México 1-1 3-1 N 1994 QF Suécia Romênia 2-2 5-4 S 1994 Final Brasil Itália 0-0 3-2 N 1998 Últimos 16 Argentina Inglaterra 2-2 4-3 S 1998 QF França Itália 0-0 4-3 S 1998 SF Brasil Holanda 1-1 4-2 S 2002 Últimos 16 Espanha Rep. da Irlanda 1-1 3-2 N 2002 QF Coréia do Sul Espanha 0-0 5-3 S 2006 Últimos 16 Ucrânia Suíça 0-0 3-0 S 2006 QF Alemanha Argentina 1-1 4-2 S 2006 QF Portugal Inglaterra 0-0 3-1 S 2006 Final Itália França 1-1 5-3 S 2010 Últimos 16 Paraguai Japão 0-0 5-3 S 2010 QF Uruguai Gana 1-1 4-2 S 2014 Últimos 16 Brasil Chile 1-1 3-2 S 2014 Últimos 16 Costa Rica Grécia 1-1 5-3 S 2014 QF Holanda Costa Rica 0-0 4-3 N 2014 SF Argentina Holanda 0-0 4-2 N * Vencedor chutou primeiro na disputa de pênaltis. 28 FRASES FAMOSAS “Quando entramos na prorrogação, estamos falando de drama. Mas quando entramos na disputa de pênaltis, é uma tragédia.” 2 Joseph S. Blatter Presidente da FIFA “É como colocar uma bala no revolver e pedir a todos para puxar o gatilho. Alguém vai ser baleado, você sabe disso. E isso irá reduzi-los a nada.” 5 Christian Karembeu Ex-jogador francês “Estou feliz por termos pênaltis agora, é claro. Todos estão entusiasmados e ninguém é contra.” 13 Karl Wald Ex-árbitro alemão “Não é justo nem certo decidir um jogo com pênaltis.” 14 Miguel Munoz Ex-Técnico da Espanha “A disputa de pênaltis sempre foi um assunto incerto por ter muita sorte envolvida.” Franz Beckenbauer Ex-Técnico da Alemanha Ocidental “Ninguém se lembra dos vencedores. Já os derrotados assombram a todos.” 4 A.S. Byatt Trecho do The Observer “Pênaltis colocam muita tensão sobre um jogador. Podem arruinar sua carreira se ele não for uma pessoa forte.” 5 Terry Venables Ex-Técnico da Inglaterra “Todos sabem que é injusto decidir jogos com uma disputa de pênaltis.” 16 Gerardo Martino Ex-Técnico do Paraguai “Os pênaltis não significam necessariamente que o melhor time sai ganhando.” Claudio Taffarel Ex-Goleiro Brasileiro 29 16 15 ““Todo técnico gostaria de decidir o jogo em 90 minutos. Pois eu não acho que existe alguma forma de se preparar para os pênaltis.” 16 Joachim Loew Técnico da Alemanha “O fator principal em uma disputa de pênaltis é novamente sorte. Você tem que permanecer calmo e focado mas a coisa que você mais precisa é sorte.” 17 Peter Shilton Ex-Goleiro da Inglaterra “Isto tem me afetado por anos. Foi o pior momento da minha carreira. Eu ainda sonho com isso. Se eu pudesse apagar um momento, seria aquele.” 18 Roberto Baggio Ex-jogador italiano “Pênaltis não tem nada a ver com futebol. É como atirar em alvos num parque de diversões.” 5 Alex Smith Ex-Técnico do Aberdeen “Até agora, disputas por pênaltis tem sido feitas. Quando ou se alguém inteligente pensar em algo mais interessante, algo que os jogadores achem mais excitante ou psicologicamente mais exigente, talvez possamos mudar o sistema atual.” 19 Antonín Panenka Ex-jogador Tchecoslovaco “Pênaltis não são futebol. Eles nem mesmo são o que os comentaristas dizem ser, um grande drama. Eles são um grande melodrama.” 5 Simon Barnes Escritor do The Times “Nós percebemos que não poderíamos vencer Marseille a menos que eles cometessem um erro, então eu disse aos meus jogadores para serem pacientes e aguardarem os pênaltis. Nós praticamos muito os pênaltis em nosso treinamento fechado na terça e valeu a pena.” 20 Ljupko Petrovic Ex-técnico da Red Star Belgrade “Pênaltis são horríveis, injustos, mas que opção nós temos?” Laurent Blanc Ex-Jogador Francês 30 5 Apêndice: Árbitros Assistentes Adicionais Se a competição está utilizando árbitros assistentes adicionais (AAAs), um ficará posicionado atrás da linha do gol enquanto o outro supervisionará os participantes fora de jogo na metade não utilizada do campo. Com a implementação dos AAAs, quatro oficiais observarão apenas três jogadores. Apesar de não existir uma regra de impedimento durante o ADG, os árbitros assistentes acompanharão o jogo pelas linhas laterais. Isso será de grande ajuda para as decisões ao árbitro e também para determinar se a bola está dentro ou fora de jogo. E embora seja inevitável que os oficiais sejam vigiados de perto durante o ADG, com menos corpos atrapalhando a visibilidade e os árbitros sempre em proximidade do jogo, erros de arbitragem durante o ADG devem ser raros. Árbitro assistente adicional Outros jogadores Árbitro assistente Árbitro Atacante Árbitro assistente Defensor Goleiro Árbitro assistente adicional Goleiro da equipe atacante Posições Iniciais do Jogador e do Árbitro com Árbitros Assistentes Adicionais 31 REFERÊNCIAS 1. www.penaltyshootouts.co.uk, Prof. Jon Billsberry and Patrick Nelson, Coventry University, UK 2. Soccer: Blatter against shootout in final - Sports - International Herald Tribune, autor não citado, The New York Times, 27 setembro 2006 3. Psychological Pressure in Competitive Environments: evidence from a randomized natural experiment, Prof. Ignacio Palacios-Huerta - The London School of Economics, UK, and Jose Apesteguia - Pompeu Fabra University, Spain, American Economic Review, dezembro 2010 4. Lie back and think of Europe, AS Byatt, The Observer, UK, 29 junho 2008 5. He Always Puts it to the Right, Clark Miller, Orion Books Ltd, UK, 1999 6. Once In a Lifetime: The Extraordinary Story of The New York Cosmos, Paul Crowder and John Dower, Passion Pictures/Cactus Three/ESPN Original Entertainment/Greene Street Films, 2006 7. Shootout banned; TV lineup changed, teleconferência por Don Garber, CNN, 18 November 1999 8. The Football Association Medical Research Programme: an audit of injuries in professional football: analysis of hamstring injuries, C Woods, R D Hawkins, S Maltby, M Hulse, A Thomas, A Hodson, British Journal of Sports Medicine 2004; 38:36–41 9. The Football Association Medical Research Programme: an audit of injuries in professional football: an analysis of ankle sprains, C Woods, R Hawkins, M Hulse, A Hodson, British Journal of Sports Medicine 2003; 37:233–238 10. A History of the Laws of Association Football, Sir Stanley Rous and Donald Ford, Fédération Internationale de Football Association (FIFA), Suíça, 1974 11. Sudden Death Romance, Les Murray, www.theworldgame.sbs.com.au, 13 fevereiro 2008 12. Ward’s Soccerpedia, Andrew Ward, Robson Books, UK, 2006 13. Father of shoot-outs puts Swiss, English on spot, Mike Atkins, The Times of Malta, 6 julho 2006 14. There Must Be A Better Way Than Penalty-kick System, Inquirer Wire Services, The Philadelphia Inquirer, USA, 24 junho 1986 15. Argentina’s Maradona too much for England, Barry Wilner, The Deseret News, USA, 23 junho 1986 16. World Cup coaches kickin’ mad about shootouts, Kevin Baxter, The Los Angeles Times, 10 julho 2010 17. Peter Shilton: I wanted to be a goalkeeper from the moment someone put two coats down in the playground, autor não citado, www.malehealth.co.uk, 8 junho 2006 18. Penalties will put World Cup players on the spot, Steve Slater, http://uk.reuters.com, 27 maio 2010 19. The art of taking a penalty, Chris Wyatt, http://news.bbc.co.uk, BBC Sport, 5 junho 2008 20. The joy of six: inspired tactical switches, autor não citado, www.guardian.co.uk, 10 julho 2007 21. The Question: is the away-goals rule counterproductive?, Jonathan Wilson, www.guardian.com, 13 março 2013 22. Away goals rule has become outdated, says Blatter, Mike Collett, www.in.reuters.com, 10 outubro 2014 32