relatório e contas individuais | 2014
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relatório e contas individuais | 2014
RELATÓRIO E CONTAS INDIVIDUAIS | 2014 Banco Finantia, S.A. Rua General Firmino Miguel, nº 5 – 1º • 1600-100 Lisboa Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e Pessoa Colectiva nº 501.897.020 • Capital Social: €150.000.000 Mediador de Seguros nº 408264747 • Inscrito no Instituto de Seguros de Portugal em 01/02/2008 • Agente de Seguros Vida/Não Vida Relatório e Contas 2014 Relatório do Conselho de Administração A Situação Macroeconómica O Enquadramento económico mundial 2014 foi um ano em que a economia mundial evidenciou equilíbrios, por vezes difíceis de compatibilizar, com vários países a tentarem crescer e ao mesmo tempo a procurarem resolver problemas resultantes da crise financeira global, como a dívida e o elevado desemprego. Estima-se que a economia global tenha crescido 3,3% em 2014, o mesmo que em 2013. Para 2015, o FMI projeta um crescimento do PIB de 3,5%. A economia mundial deverá beneficiar da baixa de preços do petróleo e da desvalorização do euro e do iene, mas este impulso positivo poderá ser travado por alguns fatores negativos, nomeadamente os níveis persistentemente baixos do investimento. Além disso, o FMI espera que o crescimento global seja desigual e mais específico de país para país, com os EUA a funcionar como driver, a Zona Euro a apresentar fracos níveis de crescimento e os mercados emergentes a transmitirem uma dinâmica mista, com a Índia a crescer fortemente e a Rússia a abrandar significativamente. Prevê-se que a economia brasileira estagne e a chinesa cresça a um ritmo mais lento. Em 2014, e de acordo com o relatório do FMI de janeiro de 2015, estima-se que os EUA tenham crescido 2,4% (2,2% em 2013), refletindo um primeiro trimestre desanimador mas posteriormente compensado pela vitalidade dos três trimestres seguintes. Por seu lado, o crescimento da zona Euro atingiu um impasse no segundo trimestre de 2014, principalmente por conta do baixo nível do investimento e das exportações, ao mesmo tempo que as incertezas sistémicas sobre a desaceleração do crescimento continuaram a persistir. Para a zona Euro, o FMI estima um crescimento de 0,8% para 2014, uma melhoria em relação a Pag. 1 de 22 2013 (-0,5%). A Alemanha, o motor da zona Euro, deverá ter crescido 1,5% em 2014, acima dos 0,2% em 2013, o que reflete contas nacionais equilibradas, níveis de desemprego historicamente baixos e uma situação fiscal sólida. As economias periféricas deram sinais positivos. Portugal, um país periférico que sofreu uma grave crise da dívida e que necessitou de uma intervenção da Troika, registou um crescimento positivo em 2014, ao mesmo tempo que o desemprego começou a afastar-se dos níveis muito elevados de anos anteriores. O FMI, no seu relatório de janeiro de 2015, estimou que Portugal deverá ter crescido 0,8% em 2014, uma importante melhoria relativamente a 2013 (-1,4%). Espanha, outro país periférico que sofreu uma profunda recessão dupla (double-dip), com nove trimestres de crescimento negativo e um forte aumento do desemprego, retomou o crescimento no segundo semestre de 2013, tendência que se manteve em 2014. No seu relatório de janeiro de 2015, o FMI estimou para a economia espanhola um crescimento real do PIB de 1,4% em 2014, enquanto em 2013 o crescimento foi negativo (- 1,2%). Para ambos os países, o FMI afirma que a tendência para o mercado de trabalho é de melhoria, que as contas correntes são excedentárias, que os bancos estão mais saudáveis e que as yields soberanas estão aos níveis mais baixos de sempre. Por outro lado, ainda há fatores a dificultar o crescimento económico, tais como a elevada taxa de desemprego, o baixo crescimento da produtividade e a desalavancagem quer pública quer privada resultante dos encargos elevados da dívida. Durante algum tempo, o crescimento económico mundial foi impulsionado pelas economias emergentes e em desenvolvimento, representadas principalmente pelos BRICS. Mas desde 2011 que o crescimento dessas economias tem diminuído, desde o pico de 7,5% em 2010 para 4,4% projetado para 2014. Estes resultados refletem o menor crescimento na China, Rússia, Brasil e África do Sul, mitigados em certa medida pelas projeções mais fortes para a Índia. Enquanto na China, o mercado imobiliário, um importante motor de crescimento, tem vindo a registar correções, na Rússia a economia tem sido vítima da forte baixa de preços no petróleo, colocando pressão sobre o rublo e aumentando as tensões geopolíticas. O Brasil, por outro lado, espelha incertezas, que se vêm traduzidas no baixo investimento, na Pag. 2 de 22 moderação do consumo, no aperto das condições financeiras e na contínua descida dos índices de confiança tanto nos consumidores como nos empresários. Na África do Sul, o crescimento económico está a ser bloqueado por tensões industriais e atrasos na resolução de problemas de infraestrutura, nomeadamente as restrições de eletricidade. A Índia, por seu lado, tem apresentado uma dinâmica de crescimento assinalável, refletindo a implementação de políticas eficazes e a renovação dos índices de confiança. No seu relatório de janeiro de 2015, o FMI estimou que a Índia tenha crescido 5,8% em 2014, acima dos 5,0% em 2013. Nas restantes economias emergentes a tónica foi a desaceleração do crescimento: a China 7,4% (vs.7.8% em 2013), a Rússia 0,6% (vs.1.3% em 2013), o Brasil 0,1% (vs. 2,5% em 2013) e África do Sul 1,4% (vs. 2,2% em 2013). Para 2015, o FMI espera um aumento na atividade global de 3,5%, impulsionado principalmente pelas economias avançadas, refletindo principalmente o declínio do preço do petróleo, sendo que a repercussão dos preços para o utilizador final deverá ser superior à das economias emergentes. No geral, as economias avançadas deverão crescer a um ritmo de cerca de 2,4% em 2015, cerca de 0,6 pontos percentuais a mais do que em 2014. Nos EUA, o crescimento deverá ser superior a 3 por cento em 2015-16, assente numa procura interna apoiada pelos preços mais baixos do petróleo, pela moderação do ajustamento fiscal e por uma política monetária acomodatícia, apesar da projeção de subida gradual das taxas de juros. Por outro lado, a recente valorização do dólar deverá reduzir as exportações líquidas. Na zona Euro, o FMI aponta para um crescimento anual de 1,2% em 2015 e de 1,4% em 2016, suportado pela redução dos preços do petróleo, pela flexibilização da política monetária (já amplamente antecipada nos mercados financeiros através das taxas de juro), por uma política fiscal mais neutra e pela recente desvalorização do euro. Todavia prevê-se que o investimento ainda apresente níveis baixos, refletindo em parte o impacto de um crescimento ténue nas economias emergentes. Relativamente às economias emergentes, o FMI prevê um crescimento relativamente estável: 4,3% em 2015 e 4,7% em 2016, sendo este acréscimo mais fraco do que foi previsto pelo Pag. 3 de 22 FMI em outubro de 2014. Esta revisão em baixa reflete o menor crescimento na China, com efeitos regionais importantes, a desaceleração na Rússia por conta da descida dos preços do petróleo e as crescentes tensões geopolíticas. Estes fatores negativos poderão ser parcialmente mitigados pelo crescimento económico da Índia (6,3% em 2015, contra 5,8% em 2014). O crescimento da economia chinesa deverá cair de 7,4% em 2014 para 6,8% em 2015, o da economia russa de 0,6% em 2014 para -3% em 2015, enquanto que o Brasil deverá aumentar ligeiramente a sua performance económica de 0,1% em 2014 para 0,3% em 2015. No seu conjunto e de acordo com o FMI, as economias emergentes deverão registar um ligeiro decréscimo no crescimento de 4,4% em 2014 para 4,3% em 2015, enquanto na região do CIS se projeta que as respetivas economias registem um crescimento económico negativo de -1,4% em 2015 contra 0,9% em 2014. O Enquadramento económico na Península Ibérica No respeitante a Portugal, as projeções vão no sentido do crescimento económico, sendo que há alguma divergência quanto à intensidade desse crescimento. O FMI espera uma aceleração do crescimento económico de 1,2% em 2015 (0,8% em 2014). O Banco de Portugal (BdP) aponta para uma expansão de 1,5 % em 2015 e a Comissão Europeia (CE) projeta um crescimento de 1,7%. O FMI e a CE estimam que em 2015 o principal motor do crescimento será o consumo privado impulsionado pela redução de preços das commodities, sendo que o baixo dinamismo da economia mundial continuará a exercer fatores de resistência ao crescimento das exportações. Por outro lado, o BdP aponta para a uma ligeira desaceleração no consumo privado, para a manutenção de um setor exportador robusto, bem como para o fortalecimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). O BdP antevê também que a evolução da procura interna ainda continue a ser condicionada pelo nível elevado de endividamento do setor privado e pelo processo de consolidação fiscal. Pag. 4 de 22 O dinamismo das exportações irá permitir a manutenção de excedentes na balança de capital, permitindo uma melhoria da posição de investimento internacional. BdP estima que em 2015-2016 a taxa de poupança se manterá estável em torno de 10% do rendimento disponível, o que é consistente com o contínuo declínio do endividamento das famílias em percentagem do rendimento disponível (a taxa de poupança das famílias, segundo a CE, será de 9,6 %). O FMI prevê, com base nas políticas atuais, que o défice orçamental se situe em 3,4% do PIB em 2015, após um défice estimado esperado de cerca de 3,9% do PIB (líquido de itens extraordinários) em 2014. A CE estima que o défice das administrações públicas tenha atingido 4,6% do PIB em 2014 (estimativa para 2015: 3,2%), com uma execução consistente do orçamento de caixa caracterizada pela cobrança sólida de impostos e pela contenção efetiva de despesas, que mais do que compensou o fraco desempenho de outras receitas. O programa de apoio da Troika a Portugal terminou em junho de 2014 e Portugal regressou aos mercados de dívida soberana, após ter implementado várias iniciativas reformadoras no sentido de eliminar impedimentos estruturais ao crescimento e à criação de emprego. O FMI assinala o facto da economia portuguesa ter retomado o crescimento após uma profunda recessão, realçando a tendência decrescente do desemprego (13,1% no final do 3º trimestre de 2014 contra 17,5% no pico da crise em 2012). A consolidação fiscal foi substancialmente alcançada e o deficit excessivo pré-crise da balança da conta corrente transformou-se num superavit. A estabilidade financeira tem sido mantida apesar dos desafios recentes, nomeadamente na sequência da aplicação de medida de resolução ao Banco Espírito Santo (BES), a criação do banco de transição Novo Banco e a subsequente reestruturação e venda esperada do Novo Banco. As reservas de capital dos bancos foram reforçadas com um rácio CET1 médio de 10,6% e o rácio empréstimos/depósitos reduziu-se do seu pico pré-crise de 140% para 114%. Pag. 5 de 22 Em termos globais, o FMI reconhece os progressos que Portugal fez, embora observe que o país continua a enfrentar desafios complexos intensificados por um enquadramento internacional caracterizado pelo crescimento lento. Um sinal das conquistas que Portugal alcançou é o acesso do país aos mercados da dívida a taxas de juro em contínuo declínio. Portugal emitiu cerca de € 17 biliões de dívida em 2014, e a reserva de caixa no final de outubro era de € 10,5 biliões cobrindo as necessidades de financiamento até meados de 2015. Para o futuro, o FMI sublinhou a necessidade de Portugal prosseguir com a consolidação fiscal, havendo sempre espaço para ajustes de estratégia que se justifiquem. Relativamente a Espanha, outro dos países periféricos que tem sido severamente afetado pela crise mundial, o FMI estima que a sua economia cresceu 1,4% em 2014, depois de ter registado um crescimento negativo de -1,2% em 2013. Para 2015, o FMI prevê um crescimento ainda mais forte de 2,0%, suportado pela procura externa e pela procura interna, refletindo as condições financeiras favoráveis e uma confiança crescente dos agentes económicos. Atividades Operacionais Embora o crescimento em Portugal e na UE tenha sido ténue, o Banco Finantia beneficiou do regresso destas economias ao crescimento positivo em 2014. Também a consolidação do sucesso das emissões soberanas portuguesas nos mercados internacionais de capitais e a abertura gradual dos mercados locais e internacionais às empresas portuguesas representou uma oportunidade para o Banco. Esta oportunidade foi reforçada pela diminuição contínua do crédito concedido às empresas portuguesas pelos grandes bancos comerciais. Este ciclo virtuoso foi perturbado pelo surgimento da crise no BES, no segundo semestre do ano, mas a situação foi-se invertendo nos últimos meses do ano. Neste contexto, todas as áreas chave do Banco expandiram as suas atividades, em particular as áreas de Corporate & Investment Banking e de Mercado de Capitais , que apresentaram um número recorde de mandatos de assessoria financeiro a empresas de prestígio e um Pag. 6 de 22 aumento do número de emissões primárias de empresas portuguesas. Tudo isto contribuíu para que o Banco tenha obtido reconhecimento quer local quer internacional, sendo disso exemplo o prémio "Investment Bank of the Year Portugal " que a revista The International Banker atribuíu ao Banco Finantia. A outra área de negócio que manteve um forte crescimento foi a Banca Privada. Com uma estratégia de marketing eficaz em Portugal e em Espanha, bem como um serviço de grande qualidade, a Banca Privada cresceu mais de 19% em 2014. Corporate & Investment Banking O Banco Finantia é reconhecido e apreciado como um banco de investimento internacional e independente de base portuguesa, com uma oferta de serviços completa em Corporate e Investment Banking às empresas suas clientes e nos diversos mercados em que opera. O Banco é ativo na promoção de serviços para clientes Corporate no seu Core Market – Portugal, Espanha e Brasil - com enfoque em serviços de assessoria financeira e na oferta de produtos de renda fixa. Na área de renda fixa, o enfoque é não apenas junto de investidores de base doméstica mas também e de forma crescente junto de investidores de base internacional, através das suas estruturas em Madrid, Londres, Nova Iorque e São Paulo, contribuindo de forma significativa para a crescente diversificação das respetivas fontes de financiamento. De modo a dar corpo a um desenvolvimento sustentado da atividade desenvolvida, as equipas de Corporate e Investment Banking foram reforçadas em 2014 procurando atrair Pag. 7 de 22 talento adicional que permita ao Banco expandir o volume de atividades mantendo uma oferta de qualidade. Em 2014, dando seguimento à estratégia comercial de reaproximação às empresas, a área de Corporate e Investment Banking aumentou significativamente o seu nível de atividade. Foram angariados 14 programas de papel comercial com emitentes de base portuguesa num montante total de € 188 milhões e foram realizadas ao longo do ano 48 emissões num montante total de € 344 milhões. Esta fonte de financiamento às empresas portuguesas é um dos pilares de desenvolvimento da relação do Banco com as mesmas, permitindo que se evolua para outras plataformas de financiamento, com maior sustentabilidade e profundidade, como seja o mercado obrigacionista, quer doméstico que internacional. O Banco liderou ainda quatro emissões de empréstimos obrigacionistas para emitentes portugueses, num total de € 260 milhões e admitidas à cotação nas bolsas do Luxemburgo e Euronext Lisboa, o que coloca o Banco como um dos principais intervenientes neste mercado. As emissões lideradas e organizadas pelo Banco foram colocadas em Portugal e internacionalmente em Espanha, Reino Unido e Suíça. Pag. 8 de 22 Ainda em 2014, o Banco participou em Espanha no sindicato de colocação da Copasa (€ 30 milhões), na qualidade de Co-Líder, iniciando a sua atividade num novo mercado, o MARF (Mercado Alternativo de Renda Fixa), no qual o Banco pretende vir a assumir posição de relevo. A atividade de mercado primário de renda fixa em 2014 foi significativamente afetada no segundo semestre do ano na sequência da aplicação de medida de resolução ao BES e a insolvência das empresas do GES. Espera-se que durante o primeiro semestre de 2015 se consiga restabelecer a confiança por parte dos investidores institucionais em títulos portugueses de modo a retomar o trajeto iniciado em 2014. Ao nível da assessoria financeira, foram desenvolvidos diversos projetos, incluindo entre outros: a assessoria à Fidelidade Seguros (Grupo chinês Fosun) na aquisição da Espírito Santo Saúde, naquela que foi a OPA mais concorrida de sempre na bolsa Portuguesa e que resultou na maior transação em bolsa efetuada em Portugal (€ 488 milhões); a assessoria à TCC (consórcio da Moventia e Metro de Barcelona) no âmbito das subconcessões a privados dos sistemas de transportes urbanos da cidade do Porto, STCP e Metro do Porto; e as assessorias à Secil e à Sugal no âmbito dos seus processos de internacionalização. Pag. 9 de 22 Na área de ações o Banco esteve envolvido nas principais operações de mercado de capitais executadas em Portugal com posições de relevo, em particular como Co-Líder na Oferta Pública Inicial da ES Saúde, intermediário financeiro na OPA da Fidelidade Seguros à ES Saúde e assessor financeiro da Portugal Telecom SGPS no âmbito da OPA lançada pela Terra Peregrin. Mercado de Capitais A área de Mercado de Capitais do Grupo Banco Finantia manteve como principais áreas de atuação a colocação e o trading de instrumentos de dívida e operações cross-border refletindo a dimensão internacional do Grupo e dos seus clientes. A sua atividade é desenvolvida através de cinco presenças: Lisboa, Madrid, Londres, Nova Iorque e São Paulo. A estratégia delineada tem por base um enfoque cada vez maior na internacionalização com o objetivo de oferecer uma plataforma global de distribuição das operações originadas pelo Grupo. O enquadramento macroeconómico em 2014 foi afetado negativamente pelas tensões geopolíticas na Europa de Leste e o abrandamento do crescimento da China. O final do programa de estímulos à economia americana por parte da Reserva Federal foi mitigado pelo anúncio de políticas monetárias expansionistas por parte do BCE e do Banco Central do Japão. A nível nacional, a dívida soberana voltou a ter uma performance positiva durante o ano. Pag. 10 de 22 Neste contexto, a atividade de mercado de capitais do Banco Finantia focou-se no apoio aos emitentes ibéricos na obtenção de fontes alternativas de financiamento através do aumento do número de programas de Papel Comercial e da emissão de Empréstimos Obrigacionistas, em que se destacam operações no setores da saúde e da construção em Portugal assim como participação no Mercado Alternativo de Renda Fixa, plataforma de financiamento para pequenas e médias empresas através da emissão de títulos de renda fixa, lançado em Espanha em novembro de 2013. Embora 2014 tenha registado uma redução nos volumes transacionados devido ao contexto nacional e internacional que revelou uma menor liquidez nos mercados secundários de dívida, a área de mercado capitais do Grupo apresentou um crescimento de resultados comparativamente a 2013, resultado da estratégia definida para uma maior internacionalização e através do aumento do número de operações originadas pelo Banco. Empréstimos e Trade Finance A exemplo dos anos anteriores, os negócios da área de Empréstimos e Trade Finance do Banco Finantia foram concentrados na gestão de uma carteira especializada focada na intermediação de ativos financeiros nos mercados secundários e na obtenção de ganhos de capital aproveitando oportunidades de arbitragem. O volume da carteira de empréstimos permaneceu com níveis estáveis durante o ano. O mercado primário de empréstimos sindicados para países emergentes permanece ainda bastante abaixo dos volumes negociados antes da crise financeira que começou em 2008. A alta liquidez presente no sistema bancário internacional fez com que os spreads dos ativos de grau de investimento continuassem baixos, o mesmo acontecendo com o volume de papéis oferecidos nos mercados secundários. Esta situação começou a alterar-se no final do ano com uma mudança negativa na perceção de risco de alguns países emergentes, nomeadamente países do Leste Europeu, afetados pela crise na Ucrânia, bem como países afetados pela queda do preço do petróleo. Pag. 11 de 22 A atividade principal nesta área, executada pelos escritórios de Londres, São Paulo e Nova Iorque, permaneceu concentrada na compra e venda de emissões de grande porte de emitentes corporativos e financeiros de mercados emergentes, nomeadamente América Latina, Leste Europeu, África e Turquia. Aproveitou-se também a melhoria do risco dos países periféricos da Europa para o desenvolvimento de mais negócios envolvendo emitentes da Península Ibérica. Banca Privada - Finantia Private A Banca Privada (Finantia Private) prosseguiu durante o ano de 2014 a sua estratégia de expansão da atividade na Península Ibérica, com o consequente impacto no alargamento da base de clientes (+11%) e no aumento do volume de ativos sob gestão (+19%). A tendência positiva dos últimos exercícios tem vindo a consolidar a presença do Banco nesta área de negócio. Para esta melhoria convergiram decisivamente vários fatores: (i) uma equipa comercial reforçada, motivada e disponível na ação, proporcionando assim um melhor acompanhamento das necessidades, objetivos e expectativas dos clientes; (ii) a contínua divulgação da marca Finantia Private e dos nossos produtos junto de sites on-line especializados em produtos e serviços financeiros; (iii) a preferência por produtos de baixo risco e inovadores, que corresponderam adequadamente e em cada momento aos objetivos dos clientes; (iv) introdução do homebanking. As economias desenvolvidas devem apresentar uma aceleração do crescimento do PIB em 2015, em particular os EUA. Se a expectativa em relação aos EUA é de uma recuperação robusta, o mesmo não se espera para a Zona Euro e para o Japão, havendo a expectativa que o BCE e o Banco do Japão adotem estímulos monetários mais agressivos em 2015, para reanimar o crescimento económico e evitar o perigo da deflação. Perante este cenário, o Finantia Private adapta a sua proposta de valor, de modo a proporcionar uma oferta integrada Pag. 12 de 22 e independente de produtos e serviços de reconhecida excelência e uma adequada gestão do risco face à constante incerteza dos mercados. O Finantia Private continuará a prosseguir ao longo de 2015 objetivos de crescimento do volume de negócios, quer pela captação de novos clientes, quer pela dinamização do grau de envolvimento com os clientes atuais. O nosso serviço desenvolve-se num ambiente de discrição, confidencialidade e independência e com uma preocupação permanente quanto à rentabilidade das carteiras e à proteção do património dos clientes. O Banco oferece serviços de Banca Privada em Portugal (Lisboa e Porto) e em Espanha através do Banco Finantia Sofinloc (Madrid, Barcelona e Valência). Tesouraria A atividade da Tesouraria do Banco no ano de 2014 desenvolveu-se numa conjuntura marcada pela execução de políticas monetárias antagónicas nos dois lados do Atlântico. Na Zona Euro, os baixos níveis de crescimento económico e a crescente preocupação com riscos de deflação, levaram a um reforço das políticas monetárias expansionistas, tendo o BCE reduzido as suas taxas diretoras, e anunciado medidas adicionais de cedência de liquidez com novos programas de aquisição de ativos (Asset Backed Securities e Covered Bonds). Nos EUA, a expansão da economia levou a Reserva Federal a implementar uma política de redução de injeção de liquidez no sistema financeiro. Em Portugal, o ano foi marcado positivamente pelo fim do Programa de Assistência Financeira, pela melhoria da atividade económica e dos níveis de confiança dos consumidores e pela reabertura dos mercados internacionais às emissões de dívida soberana Pag. 13 de 22 Portuguesa. Do lado negativo é de salientar a instabilidade causada pela aplicação da medida de resolução ao BES e pela insolvência do GES. O segundo semestre do ano fica ainda marcado pelo agravamento das tensões geopolíticas na Europa de Leste e Médio Oriente, que fez aumentar a volatilidade dos mercados financeiros e o nível de aversão ao risco. Neste contexto desafiante, a atividade da Tesouraria atingiu com sucesso os objetivos traçados quer no reforço da política de diversificação das principais fontes de financiamento, quer no controlo e mitigação dos principais riscos financeiros do Grupo. O aumento registado na captação de depósitos de clientes e de financiamento colateralizado em 16% e 4%, respetivamente, permitiu reforçar a posição de liquidez do Grupo e reduzir em 26,6% o montante utilizado nas operações de refinanciamento do Banco Central Europeu. Este aumento foi acompanhado pelo incremento no número de clientes de depósitos (+11%) e contrapartes ativas no financiamento com colateral (+36%) e pelo aumento do prazo médio e pela redução na taxa média deste tipo de operações. Na perspetiva do controlo dos riscos financeiros, é de salientar o aumento da diversificação da carteira de títulos do Grupo (com um incremento no número de entidades e redução no montante médio por entidade), bem como a execução de diversas operações de cobertura de risco de taxa de juro, nomeadamente através da contratação de instrumentos financeiros derivados. De destacar ainda o reembolso antecipado (clean-up call) da operação de securitização LTR 6, no início do exercício, no valor de € 54 milhões. Já no início de 2015 foi também realizado o reembolso antecipado do LTR7 no valor de € 24 milhões. Pag. 14 de 22 Atividades de Suporte Sistemas de Informação Em 2014, no âmbito do projeto de revisão da arquitetura de sistemas de informação, foi selecionado o package para a implementação da plataforma corporativa de Business Intelligence. Este projeto quando totalmente implementado irá abranger os três vetores considerados essenciais para uma boa gestão de eficiência, nomeadamente estrutura de dados, gestão de ativos e experiência de utilizador. Foram implementados projetos de natureza regulamentar, destacando-se pela sua importância e impacto a segunda fase do Projeto FINREP/COREP, EMIR (Reporting Regulatório de Operações para os Global Trade Repositories), Reporte das Operações e Posições com o exterior (COPES e COL’s), Compliance Data Center e Projeto FACTA. Foi concluída a implementação e feito o Go Live do Canal de HomeBanking, permitindo aos clientes do Banco o acesso aos seus ativos e uma nova forma de contacto/interação com a instituição. Foram revistas as áreas de suporte funcional e operacional a meios de pagamento e concluída a migração de Aplicações legacy que existiam. Foi alargada a utilização da Plataforma de CRM ao nível de Contrapartes e da gestão da sua interação, bem como entregues Módulos do novo Enterprise Resource Planning (ERP) de suporte a processos de serviços partilhados (a título de referência Faturação, Economato e Gestão de Frota). Ao nível de infraestrutura avançou-se com a análise, seleção e substituição de Equipamentos Multifuncionais, Centrais telefónicas, Proxys, Gravadores de Chamadas e Parque Informático. Foi igualmente implementada uma solução de Videoconferência na Sede, otimizadas as Larguras de Banda da WAN e criada redundância de comunicações entre a WAN e o Canal de HomeBanking. Foram revistas as soluções de virtualização, tendo-se dedicado uma nova infraestrutura à plataforma SOA. Pag. 15 de 22 Relativamente ao Plano de Continuidade de Negócio (PCN), foram atualizadas as Matrizes de Relevância por Processos, Plano de Recursos Humanos associado a cada Processo, assim como as suas Checklists. Em função disso, foram adicionadas novas Aplicações ao Centro de Disaster Recovery, maximizando desta forma a sua abrangência em termos Aplicacionais. Operações Ao nível das Operações, o maior desafio no ano de 2014 centrou-se na operativa de emissões de papel comercial e obrigações nacionais para empresas. Para o efeito, consolidaram-se os procedimentos, desenvolveram-se as aplicações de registo e o Banco retomou a filiação na Interbolsa como intermediário financeiro. O acompanhamento das novas atividades não prejudicou uma performance muito positiva ao nível da eficiência, qualidade e segurança de processamento das operações. De modo a manterem-se elevados padrões de qualidade, procedeu-se à revisão de várias aplicações e reportes às entidades reguladoras. No âmbito de novas obrigações de reporte, destaca-se o trade reporting on OTC Derivatives ao EMIR (European Market Infrastructure Regulation) e o arranque do projeto FATCA (Foreign Account Tax Compliance Act), que obrigaram a análise e desenvolvimentos internos, bem como à acomodação de novos requisitos de informação. Relativamente aos sistemas de pagamento, há a realçar a operacionalização do serviço de compensação de cheques e afins com a SIBS Processos, que vai permitir maior eficiência e fiabilidade. Em 2015, o Departamento de Operações vai manter a revisão de procedimentos e manuais operacionais e continuar a apostar no reforço de competência das pessoas que constituem as várias equipas, de modo a responder da melhor forma aos desafios do próximo ano. Pag. 16 de 22 Recursos Humanos No Grupo Banco Finantia reconhecemos e recompensamos a excelência e a qualidade de desempenho dos nossos colaboradores. O capital humano representa o principal ativo do Grupo e estamos conscientes que apenas com colaboradores competentes, motivados e alinhados com a visão e os objetivos da Organização poderemos encarar o futuro com confiança, ambição e determinação. Um dos maiores desafios para qualquer organização consiste na capacidade de se renovar, atraindo novos talentos e retendo o talento existente. O Grupo tem sido consistente nesse âmbito, atraindo e mantendo profissionais capazes de desenvolver funções de elevada exigência funcional e geográfica, em função das atividades internacionais do Grupo. Em 2014, mudaram de departamento ou função cerca de 5% dos colaboradores. A rotação envolveu também a deslocação de colaboradores da sede para os escritórios/filiais no estrangeiro (Espanha, Reino Unido, EUA e Brasil) e em sentido contrário, a vinda de colaboradores provenientes do estrangeiro para a sede do Grupo, em Lisboa, numa ótica de acolhimento, integração e formação. O Plano de Formação do Grupo abrange a formação genérica transversal à empresa e formação específica orientada para as necessidades concretas de cada área ou departamento. O Grupo, em 2014, continuou empenhado na formação dos seus colaboradores, e manteve igualmente o reforço e aperfeiçoamento das competências consideradas chaves para a Organização. Em termos numéricos, desenvolveram-se 53 ações de formação internas e externas, tendo abrangido cerca de 59% do quadro de efetivos. Em termos de gestão de desempenho manteve-se o mesmo sistema de avaliação anual. Os resultados obtidos nesse processo de avaliação, quer ao nível dos avaliados quer ao nível dos avaliadores, continuam a constituir uma ferramenta essencial para a identificação das Pag. 17 de 22 necessidades da Organização, bem como para o desenvolvimento de novas competências dos colaboradores. Responsabilidade Social, Mecenato e Educação Responsabilidade Social O Banco Finantia consolidou o seu apoio a ações específicas de solidariedade social dirigidas a crianças e jovens desfavorecidos e/ou com necessidades educativas especiais. Deste modo, em 2014 os apoios foram canalizados para: – A “APSA – Associação Portuguesa do Síndrome de Asperger”: instituição cuja missão consiste em apoiar os portadores de uma perturbação neurocomportamental específica de base genética; – A “Raríssimas”: associação de ajuda a pessoas portadoras de doenças raras; – A “Liga dos Amigos do Hospital S. João do Porto”: associação de apoio a crianças e idosos carenciados em contexto de internamento; – O “Banco do Bebé”: associação de ajuda às famílias carenciadas dos bebés que nascem na Maternidade Alfredo da Costa. Mecenato Cultural Sendo mecenas ativo do Palácio Nacional da Ajuda desde 1997, é também com orgulho que o Banco Finantia é membro fundador da Fundação de Serralves (1995) onde tem patrocinado diversos programas culturais e sociais. Pag. 18 de 22 Educação Em 2014, o Banco Finantia deu continuidade à colaboração que tem mantido há vários anos com o ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, atribuindo um prémio ao melhor aluno do primeiro ano do Mestrado em “Economia Internacional e Estudos Europeus”. O Banco é também membro fundador da ”Fundação Económicas – Fundação para o Desenvolvimento das Ciências Económicas, Financeiras e Empresariais”. Perspetivas Futuras Em 2015, as perspetivas para a economia portuguesa e para o Banco Finantia são positivas. Tanto Portugal como Espanha têm um potencial de crescimento mais consistente do que em 2014. Ambas as economias irão beneficiar do aumento do consumo doméstico, do impulso das exportações, do surgimento de novos investimentos empresariais (incluindo importantes investimentos estrangeiros diretos) e do declínio contínuo do desemprego. A taxa de poupança deverá manter-se em níveis saudáveis e os mercados de capitais internacionais tenderão a ser cada vez mais recetivos aos emitentes portugueses. O Banco Finantia está bem posicionado para tirar proveito deste enquadramento. O Banco irá continuar a focar-se nos seus mercados estratégicos, Portugal, Espanha e Brasil com especial ênfase em serviços de assessoria financeira e em originação, venda e distribuição de títulos de renda fixa e empréstimos, sem nunca deixar de estar atento a outras oportunidades na área da banca de investimento que o contexto atual poderá apresentar. Prevê-se um crescimento do crédito com um especial enfoque nas empresas. Na sequência do aumento da taxa de poupança em Portugal e Espanha, o Banco Finantia vai continuar a desenvolver as suas atividades de Private Banking e a expandir a sua base de clientes, Pag. 19 de 22 mantendo a qualidade do seu atendimento personalizado a clientes como imagem de marca do Banco Finantia. No que respeita ao Corporate Finance, o Banco procurará aproveitar as reestruturações e desinvestimentos que continuam a ocorrer no tecido empresarial português, apoiando também as empresas na busca de oportunidades de expansão para o exterior. Em paralelo, o Banco Finantia apoiará os investidores estrangeiros na identificação de oportunidades de negócio na Península Ibérica. Relativamente às atividades de mercado de capitais e empréstimos, o Banco Finantia continuará a fortalecer as suas equipas de originação e vendas. A volatilidade atual do mercado poderá continuar a apresentar oportunidades de negócios rentáveis, enquanto que as restrições atuais de crédito bancário poderão permitir o crescimento das operações em mercado de capitais. Em resumo o Banco vai fortalecer ainda mais a sua presença internacional, aproveitando o know-how adquirido ao longo de mais de 25 anos de transações internacionais e de laços de confiança estabelecidos com importantes clientes internacionais e com as mais prestigiadas instituições internacionais. Ações Próprias No início de 2014 o Banco não detinha ações próprias. As compras e vendas de ações próprias em 2014 foram feitas ao abrigo das deliberações da Assembleia Geral do Banco de 10 de maio de 2013 e 30 de maio de 2014, que incluem igualmente uma autorização especial para a compra e venda de ações da Sociedade pelos colaboradores do Grupo. Durante o exercício de 2014, o Banco adquiriu 2.501.063 ações no montante de EUR 3.015.075,60, das quais 2.385.794 ao abrigo de um programa de compra de ações a todos os acionistas e 115.269 ações ao abrigo da autorização para colaboradores. Em 31 de dezembro de 2014, o Banco detinha 2.501.063 ações próprias. Pag. 20 de 22 Aplicação de Resultados O lucro líquido consolidado atingiu EUR 11,9 milhões em 2014, uma subida significativa face aos EUR 6,3 milhões conseguidos em 2013. O lucro líquido individual do exercício totalizou EUR 29,277,647.20. Considerando que se encontram cumpridos os níveis mínimos de rácios regulamentares bem como se encontram satisfeitas as condições prudenciais aplicáveis, é proposta a seguinte aplicação de resultados: - o valor de 2.927.764,72 para a reserva legal; - um dividendo de 10,6 cêntimos por ação em circulação, com referencia a 31 de dezembro de 2014, o que perfaz cerca de metade do resultado do exercício, sem prejuízo do disposto na Carta Circular do Banco de Portugal 2015/00000022 de 13 de março de 2015 sobre políticas de distribuição de dividendos. - para reservas livres o remanescente do resultado. Considerações Finais O Conselho de Administração do Banco Finantia agradece a todos os que apoiaram as suas atividades. Aos seus clientes, acionistas, órgãos sociais e auditores uma palavra de reconhecimento pela confiança depositada. A todos os colaboradores um grande obrigado pelo esforço, dedicação, lealdade e profissionalismo. Uma palavra de especial apreço e agradecimento aos membros do Conselho de Administração e em particular aos da Comissão Executiva, cujos mandatos terminaram recentemente, por terem mantido o Banco numa trajetória positiva e de clara melhoria de Pag. 21 de 22 resultados nas principais áreas de negócio, apesar da difícil conjuntura e das adversidades a que o setor bancário foi sujeito nos últimos anos. Lisboa, 25 de março de 2015 O Conselho de Administração Pedro Perestrelo dos Reis Presidente Executivo David Paulino Guerreiro Gonçalo Vaz Botelho Vice-Presidente Executivo Ricardo Borges Caldeira Tiago Carvalho Lopes Pag. 22 de 22 Relatório do Conselho de Administração ANEXO Artigos 447º e 448º do Código das Sociedades Comerciais Relatório e Contas Individuais | 2014 ANEXO AO RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 1. Participações dos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal no capital do Banco Finantia S.A. (o Banco). Lista de ações em 31/12/2014 a que se refere o nº 5 do artº. 447º do Código das Sociedades Comerciais: - Eduardo de Almeida Catroga no início e no final do exercício detinha 14.565 acções do Banco. - José Manuel de Almeida Archer no início e no final do exercício detinha 5.428 acções do Banco. - António Manuel da Silva Vila Cova no início e no final do exercício detinha 8.490 acções do Banco. 2. Lista dos titulares de participações qualificadas em 31/12/2014 a que se referem o nº 4 do art.º 448º do Código das Sociedades Comerciais: Accionista Finantipar – S.G.P.S., S.A. Número de acções detidas % Capital Social * 78.750.465 52,50 * O capital social é constituído por 150.000.000 de acções ordinárias 3. Lista de accionistas que deixaram, durante o exercício de 2014, de ser titulares de participações de pelo menos um décimo do capital social, a que se refere o nº 4 do art.º 448º do Código das Sociedades Comerciais: Em 11/03/2014, a sociedade de direito francês “Natixis” alterou a sua participação para 9,90% decorrente da alienação de 2,20% do capital social do Banco Finantia, S.A. . Relatório do Conselho de Administração ANEXO Adopção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à Valorização dos Activos Relatório e Contas Individuais | 2014 ANEXO Adoção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à Valorização dos Ativos O Banco de Portugal, através das Cartas Circular nº 46/08/DSBDR e nº 97/08/DSBDR, de 15 de Julho e 3 de Dezembro, respetivamente, adotou as recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) sobre a publicação de um conjunto de informações tendo em vista um melhor conhecimento da situação financeira das instituições financeiras em geral, e dos bancos em particular. A informação neste Anexo tem como objetivo cumprir com os requisitos exigidos de divulgação. I. MODELO DE NEGÓCIO 1. Descrição do modelo de negócio A descrição da estratégia e do modelo de negócio do Banco é apresentada no Relatório de Gestão o qual é parte integrante das Demonstrações Financeiras 2014. 2., 3., 4. e 5. Atividades desenvolvidas e contribuição para o negócio No corpo do Relatório de Gestão apresenta-se informação acerca da estratégia e objetivos das áreas de negócio do Banco e sua evolução. II. RISCOS E GESTÃO DOS RISCOS 6. e 7. Descrição e natureza dos riscos incorridos O Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras (veja-se Nota 36. Gestão dos riscos da atividade) apresentam uma descrição de como a Função de Gestão dos Riscos se encontra organizada no seio do Banco, assim como informação que permite ao mercado obter a percepção sobre os riscos incorridos pelo Banco e mecanismos de gestão para a sua monitorização e controlo. III. IMPACTO DO PERÍODO DE TURBULÊNCIA FINANCEIRA NOS RESULTADOS 8. Descrição qualitativa e quantitativa dos resultados Os principais impactos provocados pelo atual período de turbulência financeira são descritos no Relatório de Gestão. Foi adotada uma descrição qualitativa atendendo a que se nos afigura desproporcionado e não quantificável a mensuração dos efeitos relacionados apenas com a turbulência financeira Pag. 1 de 3 atendendo a que foi acompanhada por fortes perturbações no mercado das matérias primas e do preço do petróleo com reflexos em vários domínios da economia nacional e internacional. 9. e 10. Desagregação dos “write-downs” O Banco não está exposto a produtos e instrumentos afetados pelo período de turbulência, nomeadamente commercial mortgage-backed securities, residential mortgage-backed securities, colateralised debt obligations e asset-backed securities. 11. e 12. Comparação dos impactos entre períodos Não aplicável. 13. Influência da turbulência financeira na cotação das acções do Banco Não aplicável. 14. Risco de perda máxima Na Nota 36 das demonstrações financeiras “Gestão dos Riscos da Atividade” é divulgada informação sobre as perdas suscetíveis de serem incorridas em situações de stress do mercado. 15. Responsabilidades do Banco emitidas e resultados Na Nota 8 das demonstrações financeiras faz-se divulgação sobre o impacto nos resultados decorrentes da reavaliação da dívida emitida. IV. NÍVEIS E TIPOS DAS EXPOSIÇÕES AFETADAS PELO PERÍODO DE TURBULÊNCIA 16. Valor nominal e justo valor das exposições Na Nota 39 das demonstrações financeiras apresentam-se os ativos e passivos financeiros evidenciando o valor de balanço e o respetivo justo valor. 17. Mitigantes do risco de crédito Adicionalmente a outras referências à gestão do risco de crédito, na Nota 10 das demonstrações financeiras são divulgados os derivados para gestão de risco e os ativos e passivos a eles associados. 18. Informação sobre as exposições do Banco Não aplicável. 19. Movimentos nas exposições entre períodos Não aplicável. 20. Exposições que não tenham sido consolidadas Não aplicável. Pag. 2 de 3 21. Exposição a seguradoras e qualidade dos ativos segurados Não aplicável. V. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS E MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO 22. Produtos estruturados Estas situações estão desenvolvidas nas políticas contabilísticas constantes das notas anexas às demonstrações financeiras. 23. Special Purpose Entities (SPE) e consolidação Não aplicável. 24. e 25. Justo valor dos instrumentos financeiros Veja-se ponto 16 do presente Anexo. Nas políticas contabilísticas referem-se as condições de utilização da opção do justo valor, bem como as técnicas utilizadas para a valorização dos instrumentos financeiros VI. OUTROS ASPETOS RELEVANTES NA DIVULGAÇÃO 26. Descrição das políticas e princípios de divulgação A política de divulgação de informação de natureza contabilística e financeira do Banco visa dar satisfação a todos os requisitos de natureza regulamentar, sejam eles ditados pelas normas contabilísticas ou pelas entidades de supervisão e de regulação do mercado. Adicionalmente, procura alinhar as suas divulgações pelas melhores práticas do mercado atendendo, por um lado, à relação de custo/benefício na captação da informação relevante e, por outro, dos benefícios que a mesma poderia proporcionar aos diversos utilizadores. Pag. 3 de 3 Relatório do Conselho de Administração ANEXO Prestação do Serviço de Mediação de Seguros ou de Resseguros Relatório e Contas Individuais | 2014 ANEXO AO RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Prestação do serviço de mediação de seguros ou de resseguros O presente anexo é elaborado de acordo com a Norma Regulamentar do ISP n.º 15/2009, e contém informação respeitante à atividade de mediação de seguros ou de resseguros desenvolvida pela Sociedade. a) Descrição das políticas contabilísticas adotadas para reconhecimento das remunerações, incluindo os métodos, quando aplicável, utilizados para determinar, nos termos da Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 20 ou da International Accounting Standard (IAS) 18, consoante o regime aplicável, a fase de acabamento de transações que envolvam a prestação de serviços ao longo do período de vigência do contrato de seguro, exceto se essa informação já se encontrar descrita noutra nota, caso em que deve ser explicitamente identificada; As políticas contabilísticas da Sociedade são descritas na Nota 2 das notas explicativas às demonstrações financeiras. b) Indicação do total das remunerações recebidas desagregadas por natureza (numerário/espécie) e por tipo (comissões, honorários e outras remunerações); Durante o exercício de 2014 foram recebidas comissões, em numerário, no montante de m€ 1.651 c) Indicação do total das remunerações relativas aos contratos de seguro por si intermediados desagregadas por ramo «Vida», fundos de pensões e conjunto dos ramos «Não vida», e por origem (por empresas de seguros, outros mediadores e clientes); O total das comissões foram originadas por empresas de seguros podendo ser desagregadas em ramo “Vida” (m€ 637) e ramos “Não vida” (m€ 1.014). d) Indicação da existência de níveis de concentração, ao nível de empresas de seguros, outros mediadores e clientes, iguais ou superiores a 25% do total das remunerações auferidas pela carteira; Duas empresas de seguros excedem o nível de concentração de remunerações de 25%. Pag. 1 de 3 e) Valores das contas «clientes» no início e final do exercício, assim como o volume movimentado no ano, aplicável para os mediadores de seguros que movimentem fundos relativos a contratos de seguros; No início do exercício, o valor das contas de “Clientes” ascendia a m€ 225, sendo que no final do exercício ascendia a m€ 12. O volume movimentado no ano ascendeu a m€ 6.630. f) Contas a receber e a pagar desagregadas por origem (tomadores de seguro, empresas de seguros, outros mediadores e clientes); Em 31 de dezembro de 2014, o valor das contas a receber e a pagar às empresas de seguros ascendem, respetivamente, m€ 175 e a m€ 257 g) Indicação dos valores agregados incluídos nas contas a receber e a pagar segregados por: i) Fundos recebidos com vista a serem transferidos para as empresas de seguros para pagamento de prémios de seguro; Em 31 de dezembro de 2014 este montante ascende a m€ 14 ii) Fundos em cobrança com vista a serem transferidos para as empresas de seguros para pagamento de prémios de seguro; Em 31 de dezembro de 2014 este montante ascende a m€ 243 iii) Fundos que lhe foram confiados pelas empresas de seguros com vista a serem transferidos para tomadores de seguro, segurados ou beneficiários; Não aplicável iv) Remunerações respeitantes a prémios de seguro já cobrados e por cobrar; Em 31 de dezembro de 2014 este montante ascende a m€ 163 v) Outras quantias com indicação da sua natureza; Não aplicável h) Análise da idade das contas a receber vencidas à data de relato mas sem imparidade e das contas a receber individualmente consideradas com imparidade, bem como os fatores que o mediador de seguros ou de resseguros considerou na determinação dessa imparidade; Pag. 2 de 3 As contas a receber não apresentam imparidade, dado o curto prazo de pagamento envolvido na mediação. i) Informação acerca de eventuais garantias colaterais detidas a título de caução e outros aumentos de crédito e, salvo se impraticável, uma estimativa do seu justo valor; Não aplicável j) Transmissões de carteiras de seguros em que tenha participado durante o exercício, com indicação dos valores envolvidos; Não aplicável k) Contratos cessados com empresas de seguros nos termos do artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 359/2007, de 2 de Novembro, e indicação de eventuais indemnizações de clientela; Não aplicável l) Breve descrição da natureza de obrigações materiais, incluindo passivos contingentes, e quando praticável uma estimativa do seu efeito financeiro, excepto se essa informação já se encontrar descrita noutra nota, caso em que deve ser explicitamente identificada. Não aplicável Pag. 3 de 3 Relatório do Conselho de Administração ANEXO Relatório sobre a Estrutura e as Práticas de Governo Societário (“RGS”) Relatório e Contas Individuais | 2014 ANEXO Relatório sobre a Estrutura e as Práticas de Governo Societário (“RGS”) 25 de março de 2015 Relatório de Governo Societário Introdução O Banco Finantia, S.A. (doravante designado abreviadamente por “BFT” ou “Sociedade”) elabora em anexo ao Relatório de Gestão um Relatório inteiramente dedicado ao Governo Societário. Salvo indicação expressa em contrário todos os elementos de informação são prestados com referência ao exercício de 2014 ou à data de referência de 31 de dezembro último. A Sociedade visa dar a conhecer de forma clara e transparente a incorporação dos princípios do bom governo societário, em observância das normais legais e regulamentares em vigor, nomeadamente em cumprimento do Aviso nº 10/2011 do Banco de Portugal e o Código das Sociedades Comerciais. Em 2012, o Banco de Portugal abriu um processo contraordenacional contra o Banco Finantia, S.A., Finantipar, SGPS, S.A. e alguns dos seus administradores na altura (2007) por questões relacionadas com reporte e consolidação das contas do exercício de 2007. Em 2014, e em resultado desse processo, o Banco de Portugal decidiu aplicar uma coima ao Banco Finantia. Está pendente o recurso da referida coima no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão. As contas do Banco Finantia e Finantipar - SGPS, S.A. nunca tiveram qualquer menção de reservas por parte dos seus auditores externos (PwC), e as questões em causa não têm nem tiveram quaisquer efeitos no capital do Banco ou dos seus clientes. • • • • • • • Pag. 2 de 29 Relatório de Governo Societário ÍNDICE I. Estrutura e Práticas de Governo Societário II. Assembleia Geral III. Órgãos de Administração e Fiscalização IV. Comissões Consultivas V. Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização VI. Política de Remuneração dos Colaboradores que Participam nas Decisões sobre a Gestão e Estratégia Negocial da Sociedade VII. Política de Remuneração dos Colaboradores com Funções de Controlo VIII. Política de Remuneração dos Colaboradores • • • • • • • Pag. 3 de 29 Relatório de Governo Societário I. Estrutura e Práticas de Governo Societário Modelo Adoptado O modelo de governo societário adotado pela Sociedade é conhecido como o Modelo Latino ou Monista, sendo estruturado da seguinte forma: A gestão da Sociedade compete ao Conselho de Administração que delegou a gestão corrente da atividade da Sociedade numa Comissão Executiva composta por 3 (três) administradores. As competências de fiscalização estão atribuídas ao Conselho Fiscal, cujas responsabilidades incluem a fiscalização da administração, a vigilância do cumprimento da Lei e dos Estatutos pela Sociedade, a verificação das contas e a fiscalização da independência do Revisor Oficial de Contas externo - ao Revisor Oficial de Contas (ROC), consiste a função primordial de examinar e proceder à certificação legal das contas. A Assembleia Geral é constituída pelos acionistas com direito a pelo menos um voto e delibera sobre as matérias que lhes são especialmente atribuídas pela Lei ou pelos Estatutos, incluindo a eleição dos órgãos sociais, a aprovação do relatório de gestão e das contas do exercício, e a distribuição de resultados, entre outros. • • • • • • • Pag. 4 de 29 Relatório de Governo Societário Os Estatutos da Sociedade preveem a possibilidade da Assembleia Geral, quando e da forma que entender conveniente, designar um ou mais acionistas ou criar um ou mais conselhos consultivos para colaborarem com o Conselho de Administração em assuntos de especial interesse para a Sociedade. Existe, assim, o Conselho Estratégico Internacional que é um Conselho Consultivo constituído por indivíduos com experiência académica e/ou profissional relevante em áreas diversificadas que aconselham o Conselho de Administração em assuntos relacionadas com a estratégia e o desenvolvimento das atividades do Banco, não lhes sendo no entanto atribuída qualquer obrigação ou competências legais. A Comissão de Remunerações, nomeada pela Assembleia Geral de Acionistas, nos termos e para os efeitos do artigo 399º do Código das Sociedades Comerciais, propõe a remuneração do Conselho de Administração, tendo em consideração as funções desempenhadas, a situação económica da sociedade e as perspetivas a longo prazo da instituição. A Comissão de Remunerações é composta por dois acionistas e um membro independente, sendo eleita por mandatos de 3 (três) anos. • • • • • • • Pag. 5 de 29 Relatório de Governo Societário II. Assembleia Geral A Assembleia Geral é o órgão máximo da Sociedade e representa a universalidade dos acionistas, competindo-lhe: (i) eleger os membros dos órgãos de administração e fiscalização; (ii) aprovar a alteração do contrato de sociedade: (iii) deliberar sobre o relatório e contas; (iv) aprovar a política de remuneração dos colaboradores; (v) proceder à apreciação geral da administração da Sociedade; (vi) em geral, deliberar sobre todas as matérias que lhe sejam especialmente atribuídas pela Lei ou pelos Estatutos. A Mesa da Assembleia Geral é composta por: Presidente: João Vieira de Almeida Secretário: Sofia Barata A cada 100 ações ordinárias corresponde um voto, podendo os Acionistas titulares de ações em número inferior ao limite exigido pelos Estatutos agruparem-se de forma a completar o número mínimo exigido. Cada ação tem o valor nominal de 1 Euro. • • • • • • • Pag. 6 de 29 Relatório de Governo Societário III. Órgãos de Administração e Fiscalização Órgão de Administração Conselho de Administração O Conselho de Administração é o órgão responsável pela gestão da atividade da Sociedade, sujeito às decisões da Assembleia Geral e à intervenção do Conselho Fiscal nos termos da Lei e dos Estatutos, competindo-lhe deliberar sobre todas as matérias relacionadas com a administração da Sociedade. Os Administradores são eleitos pela Assembleia Geral por períodos de 3 (três) anos, podendo ser reeleitos por uma ou mais vezes. A Assembleia Geral tem poderes para, a todo o tempo, destituir qualquer um dos administradores nomeados. O Conselho de Administração designa de entre os seus membros um presidente, o qual terá voto de qualidade. O Conselho de Administração deve reunir pelo menos trimestralmente e o Presidente do Conselho de Administração ou quaisquer dois administradores têm poderes para convocar uma reunião do Conselho de Administração. Os Administradores não executivos acompanham a atividade desenvolvida pela Sociedade, garantindo-se a efetiva capacidade de supervisão, fiscalização e avaliação da atividade, através das reuniões regulares do Conselho de Administração, sem prejuízo do acesso a qualquer informação ou documentação que venha a ser solicitada a qualquer momento. Composição do Conselho de Administração: Presidente: António Guerreiro Vogais: Eduardo Costa Maria Luisa Antas Eduardo Catroga Alexei Mitrofanov Alexandre Tcherepnine Nelly Desbarrières • • • • • • • Pag. 7 de 29 Relatório de Governo Societário Segue um breve resumo da experiência de cada um dos membros do Conselho de Administração: António Guerreiro: Fundador do Banco Finantia. Antes de 1987, António Guerreiro foi VicePresidente do Chase Manhattan Bank em Lisboa. Antes de 1985, tinha sido Senior Investment Officer do World Bank e da International Finance Corporation (EUA). Na década de 70, António Guerreiro trabalhou ainda no Banco Lar Chase, no Rio de Janeiro, e, anteriormente na DCI e na Cimianto, em Lisboa. É membro do Conselho de Disciplina da Associação Portuguesa de Bancos e dos Conselhos Consultivos do Harvard Clube de Portugal, do ISEG, da Ordem dos Economistas e da Inter-American Culture and Development Foundation (Washington, EUA). Licenciou-se em Finanças pelo ISEG (Portugal) e obteve um MBA pela Harvard Business School (EUA). Eduardo Costa: Integrou o Banco Finantia em 1989. Anteriormente desempenhou funções na International Finance Corporation (EUA) como Director Financeiro e de Planeamento, tendo sido responsável pelas áreas de Funding, Tesouraria, Política Financeira e Planeamento. Previamente a ter integrado o IFC, desempenhou funções de economista no Wells Fargo Bank em São Francisco (EUA). Eduardo Costa possui um MA em Economia pela Stanford University (EUA), um MBA em Finanças e um Master of Science em Engenharia Industrial pela Columbia University (EUA). Maria Luisa Antas: Integrou o Banco Finantia em 1989. Anteriormente, foi Senior Counsel do Inter-American Development Bank (EUA) na área de project finance da América Latina. Entre 1981 e 1983, Luísa Antas foi Subsecretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Sub-Secretária de Estado Adjunta do Ministro para os Assuntos Parlamentares. Luisa Antas é licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa e obteve um Mestrado em Direito pela Harvard Law School (EUA). Eduardo Catroga: Eduardo Catroga é administrador do Banco desde 1999, tendo desempenhado funções similares no Banco entre 1989 e 1993. Acumula estas funções com as de Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e de Presidente da Sapec Portugal, SGPS. Entre 1993 e 1995 foi Ministro das Finanças de Portugal. Anteriormente a este período, Eduardo Catroga desempenhou várias funções de administração, nomeadamente: Administrador da BP-Portuguesa (1983-1988), Vice-Presidente da Quimigal (1975-1980), Administrador da CUF (1975-1977) e Consultor do Ministério das Finanças. Eduardo Catroga é licenciado em Economia e Finanças pelo ISEG (Portugal) e PMD pela Harvard Business School (EUA). Alexandre Tcherepnine: Alexandre Tcherepnine desempenha as funções de Director Executivo na área de Investment Management na Portigon AG (ex WestLB). De 1999 a 2012 desempenhou várias funções no WestLB, na área de Private Equity Investments (Director Executivo) e na de M&A (Director). Anteriormente desempenhou ainda funções na área de M&A da Salomon Smith Barney (Associado), Credit Suisse First Boston (Associado), Drueker & Co (Analista). Alexandre Tcherepnine é licenciado pela Columbia University (EUA) e possui um MBA pelo IESE (Espanha). • • • • • • • Pag. 8 de 29 Relatório de Governo Societário Alexei Mitrofanov: Alexei Mitrofanov desempenha as funções de Director Executivo no VTB Capital. Anteriormente desempenhou funções na Morgan Stanley (Director Executivo), Renaissance Capital (Director), United Finantial Group (Director), Putnam Lovell Securities Inc (Vice Presidente). Alexei Mitrofanov é licenciado em Economia Cibernética pela Russian Economic Academy de Moscovo (Rússia) e possui um MBA pelo INSEAD (França). Nelly Desbarrières: Nelly Desbarrières desempenha funções de Corporate Secretary of Finance and Risks e Head of Subsidiaries and Financial Stakes do Natixis, desde junho de 2013. Entre 2008 e 2013 foi Secretária da Sociedade e membro da Comissão Executiva da Natixis Factor, tendo, anteriormente, no período de 1996 a 2008, desempenhado diversas funções no Natixis. Nelly Desbarrières iniciou a sua carreira em 1986 na Arthur Andersen. Nelly Desbarrières é licenciada pela ESSEC Business School e do Institut d’Etudes Politiques de Paris. Comissão Executiva A Comissão Executiva, designada pelo Conselho de Administração, é responsável pela gestão corrente da Sociedade e é composta por: António Guerreiro (Presidente), Eduardo Costa e Maria Luisa Antas. Apesar da Comissão Executiva do Banco Finantia ter a competência legal e estatutária da gestão corrente da Sociedade, as principais funções da atividade corrente e diária do Grupo Banco Finantia são da responsabilidade de um comité mais alargado, designado por “Comité Executivo Grupo”, composto por altos executivos do Grupo. A composição do Comité Executivo Grupo é: Presidente: António Guerreiro Vice-Presidente: Eduardo Costa Vogais: Maria Luisa Antas João Sabido Pedro Santos Gonçalo Vaz Botelho • • • • • • • Pag. 9 de 29 Relatório de Governo Societário Segue um breve resumo do percurso profissional dos três altos executivos que fazem parte do Comité Executivo do Grupo Banco Finantia: João Sabido: Integrou o Banco Finantia em 1995. Anteriormente, desempenhou funções de Diretor Comercial na Companhia de Seguros Scottish Union - Portugal, de Assistente da Direção Geral no Banco Espírito Santo (Reino Unido) e de membro da Direção Internacional no Banco Espírito Santo (Lisboa). Licenciou-se em Finanças pelo ISEG (Portugal) e obteve um MBA pela Université Catolique de Louvain (Bélgica). Pedro Santos: Integrou o Banco Finantia em 1993, tendo anteriormente desempenhado funções no Banco Central Hispano (atualmente pertencente ao Banco Santander), em Portugal. Pedro Santos é licenciado em Engenharia Industrial pela Universidade Nova de Lisboa e participou em diversos cursos de executivos na Cornell University e na Wharton School of Finance (EUA). Gonçalo Vaz Botelho: Integrou o Banco Finantia em 2013. No sector financeiro desde 1996, foi membro da Comissão Executiva do Banif e do Banif BI, do Caixa BI, e Diretor Coordenador do BPSM, Banco Totta e Banco Chemical. Desempenhou funções executivas na Caixa Geral (Brasil), BNI (Moçambique), Banif Bank (Malta) e CIFI – Corporacion Interamericana para el Financiamiento de Infraestrutura (Panama / Washington). Licenciouse em Gestão e Administração de Empresas na Universidade Católica Portuguesa, tendo concluído em 1993 um MBA com especialização em Marketing na mesma universidade. A 14 de novembro de 2014 foram eleitos novos membros para o Conselho de Administração do Banco para o triénio 2014-2016, tendo entrado em funções a 1 de fevereiro de 2015. Na data de elaboração do presente relatório, o Conselho de Administração é composto pelos 5 (cinco) membros a seguir designados, todos eles com funções executivas, não havendo assim lugar a delegação de competências a uma Comissão Executiva: David Guerreiro Gonçalo Vaz Botelho (Vice-Presidente Executivo) Pedro Reis (Presidente Executivo) Ricardo Caldeira Tiago Lopes • • • • • • • Pag. 10 de 29 Relatório de Governo Societário Órgão de Fiscalização A fiscalização da Sociedade compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas ou a uma sociedade de Revisores Oficiais de Contas, não sendo este membro do Conselho Fiscal. As competências do órgão de fiscalização são as que decorrem da Lei. Conselho Fiscal O Conselho Fiscal é composto por três membros efetivos, um dos quais será presidente e um suplente, eleitos por períodos de três anos, podendo ser reeleitos uma ou mais vez. As competências do Conselho Fiscal são as que decorrem da Lei, competindo-lhe em especial: - supervisionar a condição económica e financeira da Sociedade; - verificar a observância das leis e regulamentos aplicáveis; - elaborar anualmente relatório sobre a sua acção fiscalizadora e dar parecer sobre o relatório, contas e propostas apresentadas pela administração. A composição do Conselho Fiscal durante o ano de 2014 foi: Presidente: José Archer Vogais Efetivos: António Vila Cova Fernando Ribeiro e Castro (tendo falecido em 20 de março de 2014) Rita Correia Afonso Segue um breve resumo da experiência de cada um dos membros efetivos do Conselho Fiscal a 31 de Dezembro de 2014: José Archer: Advogado, presentemente Senior Partner e fundador da Sociedade de Advogados Correia, Afonso & Archer (Lisboa). Consultor Jurídico de diversas empresas e grupos económicos estrangeiros. É sócio da European Law Association for Transportation e colaborador da Newsletters de Seguros. Licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa. António Vila Cova: Integra atualmente o Conselho de Administração da Mota-Engil SGPS, S.A. como não executivo. Já exerceu diversas funções de administração no Grupo Caixa Geral de Depósitos e diversos outros cargos na banca. Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto. Rita Correia Afonso: Sócia fundadora e Administradora Executiva da Sociedade de Advogados Correia Afonso, Archer & Associados. É Socia Fundadora da Vialegis AEIR, Madrid e da ELLSA – European Lawyers for Land Se and Air, Londres. Rita Correia Afonso é licenciada em Ciências Sociais e em Direito pela Universidade Católica Portuguesa. • • • • • • • Pag. 11 de 29 Relatório de Governo Societário A 14 de novembro de 2014 foram eleitos novos membros para o Conselho Fiscal da Sociedade para o triénio 2014-2016, tendo os mesmos entrado em funções a 1 de fevereiro de 2015. A composição atual do Conselho Fiscal é: Presidente: José Archer Vogais Efetivos: António Vila Cova Miguel Cancella Abreu Rita Correia Afonso Suplente: • • • • • • • Pag. 12 de 29 Relatório de Governo Societário Revisor Oficial de Contas O Revisor Oficial de Contas efetivo da Sociedade foi designado pela Assembleia Geral. O Revisor Oficial de Contas efetivo da Sociedade é a PricewaterhouseCoopers & Associados – SROC, Lda., membro da rede internacional da PwC, uma das maiores na prestação de serviços internacionais de auditoria. A PwC também é o auditor externo da Sociedade. O ROC Suplente é Jorge Manuel Santos Costa. (i) Divulgação dos honorários do ROC Durante os exercícios de 2014 e 2013, o Banco Finantia, S.A. e/ou pessoas coletivas em relação de domínio ou de grupo com o Banco contrataram serviços à Rede[1] PwC (Portugal e Estrangeiro) cujos honorários em 2014 ascenderam a € 562.111, com a seguinte distribuição pelos diferentes tipos de serviços prestados: (ii) Serviços de revisão legal das contas Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito da auditoria e da revisão legal das contas consolidadas do Grupo e das diversas empresas em base individual, auditoria das subsidiárias para efeitos de consolidação e outros serviços associados à revisão legal das contas. (iii) Outros serviços de garantia de fiabilidade Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito da prestação de serviços que dadas as suas características estão associados ao trabalho de auditoria e devem em muitos casos ser prestados pelos auditores estatutários, nomeadamente: emissão de cartas conforto e pareceres sobre temas específicos (sistema de controlo interno, provisões económicas e outros serviços permitidos de natureza contabilística). (iv) Serviços de consultoria fiscal Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito do apoio fiscal prestado ao Grupo na revisão das obrigações fiscais das diversas empresas em Portugal e no estrangeiro. (v) Outros serviços que não de revisão ou auditoria Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito dos serviços que não de revisão ou auditoria que são permitidos de acordo com as regras de independência definidas. [1] Para efeitos desta informação o conceito de Rede é o decorrente da Recomendação da Comissão Europeia n.º C (2002) 1873, de 16 de maio de 2002. • • • • • • • Pag. 13 de 29 Relatório de Governo Societário IV. Comissões Consultivas Conselho Estratégico Internacional O Conselho Estratégico Internacional é uma Comissão Consultiva constituída por indivíduos com experiencia académica e/ou profissional relevante em áreas diversificadas que aconselham o Conselho de Administração em assuntos relacionados com a estratégia e o desenvolvimento das atividades da Sociedade, nomeadamente na área internacional, tendo como membros: Alfredo Lafita Torres: Diretor Executivo da Surfolk S.L., Director da LPG - Tecnicas en Extinción de Incendios, S.A., Gavin Anderson Iberia, S.L., Presidente do Conselho de Administração da Dacinver S.I.C.A.V., S.A. e Títulos Bilbao S.I.C.A.V., S.A. Em 2007 e 2008 foi membro do Conselho de Administração da Finantipar SGPS, S.A. e do Banco Finantia, S.A.. Anterior Secretário do Conselho de Administração da Atlas Capital Close Brothers, S.L. António Gomes de Pinho : Presidente do Conselho de Administração da Portgás, S.A., Anteriormente foi Presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves e Deputado e Secretário de Estado da Cultura. Carlos Cuervo: Reitor da Universidad Nebrija, em Espanha. Carlos Cuervo-Arango foi até 2010 Diretor Geral do Banco Finantia Sofinloc, a filial Espanhola do Banco Finantia. Anteriormente, Carlos Cuervo-Arango foi Presidente da Benito & Monjardín e anteriormente Director Geral e Financeiro do Banesto. Charles-Louis de Laguiche: Membro do Conselho de Administração, Primeiro Vice-Presidente do Bank Jenni & Cie, S.A. (Basle). Dominique de Guerre: Presidente do Conselho de Administração Seininvest Advisory Services (SAS), que Dominique fundou como uma empresa independente de consultoria para países emergentes. Anteriormente foi Director Executivo da Lazard Frères no Departamento Internacional sendo responsável pelas actividades de consultoria de a dívida soberana. Fernando Sotelino: Professor na Columbia University, Vice-Presidente do Comité de Supervisão Internacional Unibanco (Brazil), anteriormente membro do Conselho de Administração da Unibanco e CEO da Unibanco. Henrique Granadeiro: Presidente do Conselho de Administração da Portugal Telecom até setembro de 2014. Igor Souvorov: Presidente do Interstate Bank (Moscow) e Consultor do Conselho de Administração da Investment Trade Bank (Moscow). João Sayad: SRL Empreendimentos, anteriormente Vice-Presidente de Finanças e Gestão, Inter American Development Bank (Washington DC); já ocupou o cargo de Secretário de Finanças e Desenvolvimento (São • • • • • • • Pag. 14 de 29 Relatório de Governo Societário Paulo), Presidente e CEO do Banco Inter American Express, S.A. e de Ministro do Planeamento (Brasil). Jose Maria Íceta: Presidente da IZ Equity & Debt Solutions empresa de consultoria financeira; membro do Conselho de Gestão do Circulo de Empresários e membro do Conselho de Administração do Recoletas, um grupo de hospitais. José María Iceta foi administrador do Banco Finantia de 2005 a 2011. José Maria Íceta foi até finais de 2010 Diretor Geral e Responsável de Região da Natixis. Anteriormente desempenhou várias funções na UBS, Natwest, Banque Indosuez, Caja Madrid e Banco Urquijo. José Miguel Júdice: Sócio e fundador da sociedade de advogados PLMJ Sociedade de Advogados (Lisboa). Martin Finegold : Martin Finegold é Presidente e co-fundador (em 2002) do Cambridge Place Investment Management Group, um Grupo líder em gestão de investimento com representação em Londres e Boston. É também cofundador do Commercial First Mortgage Group (RU). Anteriormente Martin desempenhou funções no Kensington Mortgage Group UK e na Goldman Sachs. Michael Hamilton : Michael Hamilton foi até finais de 2009 Director Geral da Finantia Securities, a filial do Banco Finantia no Reino Unido. Richard Frank: Sócio-Gerente da Darby Overseas Investment, Ltd., anteriormente Director Executivo do World Bank e Vice-Presidente do IFC. Roberto Teixeira da Costa: Membro do Conselho de Administração da Sul América S.A. desde 1999, nomeado para a Comissão de Remunerações desde 2002 e nas comissões de Auditoria e Governance e Reporting desde 2008. Foi presidente da Latin American Business Council - CEAL de 1998 a 2000 e o primeiro presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários Brasileira. Vladmir Sokolov: Foi até 2013 responsável pela Europa e CEO Adjunto do VTB Capital plc (Londres). Antes de ingressar no VTB Capital em 2003, Vladimir era Director Executivo do International Monetary Department do Banco Central da Rússia. De 2000 a 2003, Vladimir Sokolov foi membro da Monetary Policy Committee do Banco da Rússia. • • • • • • • Pag. 15 de 29 Relatório de Governo Societário V. Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização Enquadramento No modelo estatutário adotado pela Sociedade, os membros dos órgãos sociais têm direito a remuneração, salvo se houver uma deliberação em contrário. A fixação da remuneração dos órgãos sociais, exceto a do Revisor Oficial de Contas externo (que é definido pelo Conselho de Administração), é da competência da Assembleia Geral. A política de remuneração assenta nas Recomendações aprovadas pelas entidades de supervisão nacionais e no plano da União Europeia e foram elaborados em observância às regras e recomendações em matéria de remunerações dos órgãos sociais, com o propósito de definir regras claras e alinhadas com a cultura da Sociedade e tendo em conta as especificidades da sua atividade, e à sua dimensão. A Sociedade tem vindo a adaptar a política de remunerações dos seus órgãos sociais e dos seus colaboradores de forma a estar em conformidade com as novas regras e recomendações das autoridades competentes, procurando alinhar o interesse dos órgãos de administração e fiscalização com os interesses a longo prazo da Sociedade. Processo de aprovação da política de remuneração Aprovação A atual política de remuneração dos órgãos sociais da Sociedade em vigor foi aprovada pela Assembleia Geral de 30 de maio de 2014 sob proposta da Comissão de Remunerações. Mandato da Comissão de Remunerações Por delegação de competências da Assembleia Geral, nos termos do artigo 399º do Código das Sociedades Comerciais, compete à Comissão de Remunerações estabelecer a remuneração dos administradores da Sociedade. A Comissão de Remunerações é composta por 3 membros, eleitos pela Assembleia Geral para um mandato de 3 anos. Composição da Comissão de Remunerações Presidente: José Manuel de Almeida Archer Vogais: António Vila Cova Fernando Ribeiro e Castro (falecido em 20 de março de 2014) Nenhum dos membros da Comissão de Remunerações é membro do órgão de administração, ou tem qualquer vínculo familiar com algum dos seus membros. • • • • • • • Pag. 16 de 29 Relatório de Governo Societário Consultores externos Tendo em conta a dimensão da Sociedade, organização interna e a falta de complexidade da política de remuneração adotada pela Sociedade, não foi criada qualquer comité de nomeações nem existe, na presente data, qualquer consultor externo nomeado para efeitos de assistir a Comissão de Remunerações. Declaração sobre Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização Transcreve-se de seguida com as necessárias adaptações a proposta da política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização a ser incluída na ordem de trabalhos para efeitos de aprovação pela Assembleia Geral anual do Banco Finantia. “Nos termos da Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, do Decreto-Lei 88/2011 de 20 de Julho e do Aviso 10/2011 do Banco de Portugal, de 9 de Janeiro vem o Conselho de Administração, após consultar a Comissão de Remunerações, submeter à aprovação da Assembleia Geral a declaração sobre a política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, estando a mesma descrita com maior detalhe em capítulo autónomo constante do Relatório sobre a estrutura e as práticas de governo societário, anexo ao Relatório de Gestão: Remuneração dos membros do Conselho de Administração A política de remuneração dos membros do Conselho de Administração do Banco Finantia deve ter em consideração (i) a estratégia e os objetivos, valores e interesses a longo prazo da instituição; (ii) a conjuntura económico-financeira; (iii) os níveis de desempenho obtidos pela instituição; (iv) as perspetivas de crescimento da instituição; (v) a rendibilidade sustentável da mesma; e (vi) as responsabilidades e o mérito individual de cada membro. Os membros do Conselho de Administração que desempenhem funções executivas em órgãos de administração de sociedades do grupo podem também ser remunerados pelas referidas sociedades, caso em que deverão ser aplicados os princípios acima referidos. A componente fixa e variável da remuneração deve estar sempre adequadamente equilibrada e a remuneração fixa deve representar uma proporção suficientemente elevada da remuneração total, a fim de permitir a aplicação de uma política plenamente flexível sobre o componente variável da remuneração, havendo a possibilidade de não pagamento de qualquer componente variável da remuneração. A componente fixa da remuneração deve ter em conta as referências do mercado em instituições de dimensão semelhante a operar no mesmo setor e o desempenho individual de cada Administrador. A componente variável da remuneração deve ter em conta os resultados globais obtidos pelo Banco Finantia no ano a que se refere bem como a longo prazo e o desempenho da unidade de estrutura relevante e do desempenho individual de cada membro do Conselho de Administração. A aferição do desempenho utilizada para calcular as componentes variáveis da remuneração deve incluir um ajustamento face a todos os tipos de riscos atuais e futuros e ter em conta o custo dos fundos próprios e da liquidez necessários. • • • • • • • Pag. 17 de 29 Relatório de Governo Societário A componente variável da remuneração não poderá exceder o valor da componente fixa da remuneração. Uma parte correspondente a 40% (quarenta por cento) da componente variável que vier a ser disponibilizada será sujeita a diferimento por um período de três anos, podendo a mesma vir a ser reduzida ou mesmo revertida no caso de evolução negativa dos resultados da Sociedade. A deliberação da Assembleia Geral do Banco Finantia, de 30 de Maio de 2014, que autorizou a compra e venda de ações próprias pela sociedade, deu poderes à Comissão de Remunerações para, dentro dos limites estabelecidos na mencionada deliberação, fixar as condições para a compra e venda de ações próprias pelos membros dos órgãos sociais. Remuneração dos membros do Conselho Fiscal A remuneração dos membros do Conselho Fiscal não deve incluir nenhum componente cujo valor dependa do desempenho ou do valor da instituição.” • • • • • • • Pag. 18 de 29 Relatório de Governo Societário Montante anual da remuneração auferida durante o ano de 2014 pelos membros dos órgãos de administração e fiscalização, de forma agregada e individual: Fixa (€) Remuneração Variável (€) Total (€) Comissão Executiva António Guerreiro Eduardo Costa Maria Luisa Antas 112.990,64 0 112.990,64 7.990,64 0 7.990,64 84.990,64 0 84.990,64 Administradores Não Executivos Alexei Mitrofanov 0 0 0 Alexandre Tcherepnine 0 0 0 Eduardo Catroga 0 0 0 Nelly Desbarrières 0 0 0 Total Conselho Administração 205.791,92 205.971,92 Conselho Fiscal José Archer 12.000 0 12.000 António Vila Cova 0 0 0 Fernando Ribeiro e Castro 0 0 0 Rita Correia Afonso 0 0 0 • • • • • • • Pag. 19 de 29 Relatório de Governo Societário Informação sobre o modo como a remuneração dos membros do Órgão de Administração é estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses daqueles com os interesses da sociedade Conforme acima referido, a fixação da remuneração dos membros do Conselho de Administração obedece a critérios de alinhamento da responsabilidade e desempenho individual de cada Administrador com os resultados a curto prazo obtidos pela Sociedade no ano a que se refere a atribuição, mas tendo em consideração também a extensão dos riscos assumidos pela Sociedade e as perspetivas de riqueza e sustentabilidade da Sociedade a longo prazo. Deverão ainda ser considerados os objetivos estratégicos do Grupo Banco Finantia, e o contexto financeiro do ciclo económico atual. Órgão competente para realizar a avaliação de desempenho dos Administradores Executivos A avaliação de desempenho dos administradores executivos é assegurada pela Comissão de Remunerações e pela Assembleia Geral, tendo em consideração a política de remunerações aprovada. Critérios predeterminados para a avaliação de desempenho dos Administradores Executivos A política de remuneração que vigorou em 2014 previa como medida extraordinária de contenção de custos que os 3 (três) Administradores Executivos não auferissem qualquer remuneração variável. A política de remuneração da Sociedade prevê que a componente variável dos membros do Conselho de Administração deverá traduzir o desempenho do Banco no ano a que se refere, bem como as perspetivas de longo prazo e o desempenho individual de cada Administrador, em função do grau de cumprimento dos principais objetivos constantes do orçamento anual do ano anterior, aprovado pelo Conselho de Administração, e das regras aplicáveis à atividade da Sociedade. A aferição do desempenho utilizada para calcular as componentes variáveis da remuneração deverá incluir um ajustamento face a todos os tipos de riscos atuais e futuros, e ter em conta o custo dos fundos próprios e da liquidez necessários, bem como a evolução dos resultados da Sociedade. A importância relativa da componente variável e fixa da remuneração dos Administradores Executivos, assim como os limites máximos para cada componente. A componente fixa da remuneração dos Administradores Executivos é composta pelo montante mensal atribuído aos membros do Conselho de Administração e representa a proporção mais elevada da remuneração total auferida. Quanto à componente variável, os Estatutos preveem a possibilidade de, no caso da Assembleia Geral, ou por delegação, a Comissão de Remunerações, vir a estabelecer que a remuneração dos Administradores inclua uma participação nos lucros do exercício, a percentagem dos lucros a utilizar para atribuição de remuneração variável aos Administradores não poderá exceder 5% dos lucros de exercício que forem distribuíveis. • • • • • • • Pag. 20 de 29 Relatório de Governo Societário Não obstante a disposição estatutária acima descrita, a política de remuneração adotada prevê que o montante da componente variável deverá ser proporcionalmente inferior à totalidade da remuneração fixa. Manutenção de ações da Sociedade pelos membros da Comissão Executiva atribuídos em virtude de esquemas de remuneração variável Durante o ano de 2014, não esteve em vigor nenhum programa de atribuição de ações como forma de remuneração variável. Principais parâmetros e fundamentos de qualquer sistema de prémios anuais e de quaisquer outros benefícios não pecuniários Não existem sistemas de prémios anuais previstos para além da remuneração variável, nos termos já descritos na política de remunerações dos Administradores, nem benefícios não pecuniários considerados como remuneração. Remuneração paga sob a forma de participação nos lucros e ou de pagamento de prémios e os motivos por que tais prémios e ou participação nos lucros foram concedidos No âmbito da política de remuneração em curso, não foi paga qualquer remuneração sob a forma de participação nos lucros ou de pagamento de prémios. Indemnizações pagas ou devidas a ex-membros executivos do órgão de administração relativamente à cessação das suas funções durante o exercício Não foram pagas nem são devidas quaisquer indemnizações a antigos membros da Comissão Executiva relativamente à cessação das suas funções. Instrumentos Jurídicos existentes para efeito de atribuição de indemnizações e compensações em caso de destituição, com justa causa Não faz parte da política da Sociedade celebrar com os Administradores nomeados acordos específicos para efeitos de atribuir, em caso de destituição antes do termo do respetivo mandato, compensações ou indemnizações ou quantias para efeitos de garantir a não concorrência durante um determinado período. Assim, serão aplicáveis nestas situações as disposições constantes do Código das Sociedades Comerciais que dispõem que apenas no caso de destituição sem justa causa de um administrador este terá direito a ser indemnizado pelos lucros cessantes, isto é, por aquilo que auferiria até ao fim do respetivo mandato. • • • • • • • Pag. 21 de 29 Relatório de Governo Societário Montantes pagos a qualquer título por outras sociedades em relação de domínio ou de grupo Apenas um membro da Comissão Executiva, Dr. Eduardo Costa, recebeu, em 2014, remuneração fixa enquanto Managing Director da filial da Sociedade sediada em Londres - Finantia Securities Ltd. -, no montante anual de GBP 45.000. Os restantes membros do Comissão Executiva não auferiram em 2014 remuneração de outras sociedades que englobam o Grupo Banco Finantia. Principais características dos regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, com indicação se foram sujeitas a apreciação pela Assembleia Geral Os benefícios de pensões ou de reforma antecipada que beneficiam os membros da Comissão Executiva encontram-se sujeitos à aplicação das regras do regime geral da Segurança Social. Estimativa do valor dos benefícios não pecuniários relevantes considerados como remuneração não abrangidos nas situações anteriores Os Administradores executivos não auferem benefícios não pecuniários relevantes considerados como remuneração. Existência de mecanismos que impeçam a celebração de contratos que ponham em causa a razão de ser da remuneração variável O grau de supervisão da atividade da Comissão Executiva pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Administração são mecanismos adequados a assegurar o objetivo acima descrito. • • • • • • • Pag. 22 de 29 Relatório de Governo Societário VI. Política de Remuneração dos Colaboradores que Participam nas Decisões sobre a Gestão e Estratégia Negocial da Sociedade No âmbito do disposto no número 3 do artigo 1º do Aviso nº 10/2011 do Banco de Portugal, importa incluir informação referente aos colaboradores que fazem parte do Comité Executivo Grupo. Este Comité, como já referido, tem a responsabilidade da atividade corrente e diária do Grupo Banco Finantia, e é composto por três administradores executivos do Banco Finantia e por mais 3 (três) altos executivos do Grupo – João Sabido, Pedro Santos e Gonçalo Vaz Botelho. A estes Colaboradores aplica-se na sua generalidade a Política de Remuneração existente para os restantes colaboradores do Grupo Banco Finantia, com as seguintes especificidades, decorrentes do facto da função que desempenham envolver responsabilidades na assunção de riscos com impacto material no perfil de risco do Banco Finantia: (a) a supervisão da atividade e a avaliação de desempenho destes colaboradores é efetuadas diretamente pelo Conselho de Administração; (b) a componente fixa da respetiva remuneração representa em qualquer situação a proporção mais elevada da remuneração total; (c) a atribuição de remuneração variável baseia-se nos seguintes critérios: (i) critérios “qualitativos” de desempenho e de obtenção dos resultados e objetivos delineados, incluindo o cumprimento da política de gestão de riscos em vigor e a observância das obrigações e deveres internos e externos referentes às áreas sob sua responsabilidade direta (ii) critérios “quantitativos” avaliados num quadro plurianual (de três em três anos) que deverão ter em consideração, os resultados obtidos pelo Banco Finantia no referido período, bem como a eficiência da aplicação das medidas de gestão de risco e de eficiência económica do Grupo. A nova regulamentação propõe ou impõe o diferimento no tempo do pagamento de parte da remuneração variável, como forma de desincentivar a assunção excessiva dos riscos, podendo a mesma ocasionar perdas significativas por parte das instituições financeiras. Durante o ano de 2014, não foi paga renumeração variável aos Colaboradores que participaram nas decisões sobre a estratégia. • • • • • • • Pag. 23 de 29 Relatório de Governo Societário Montante anual da remuneração auferida durante o ano de 2014 pelos colaboradores que participam nas decisões sobre a gestão e estratégia negocial da instituição e desempenham funções com responsabilidade na assunção de risco Remuneração Fixa (€) Variável (€) Total (€) João Sabido 7.990,64 0 7.990,64 Pedro Santos 84.990,64 0 84.990, 64 105.990,64 0 105.990,64 Gonçalo Vaz Botelho • • • • • • • Pag. 24 de 29 Relatório de Governo Societário VII. Política de Remuneração dos Colaboradores com Funções de Controlo Os Colaboradores que exercem funções de controlo, nos termos previstos no Aviso nº 5/2008 do Banco de Portugal, incluem o Responsável pelo Departamento de Compliance, o Responsável pelo Departamento de Auditoria Interna e o Responsável pelo Departamento de Gestão de Riscos (genericamente designados por “Colaboradores com Funções de Controlo”). A Política de Remuneração dos Colaboradores com Funções de Controlo é na generalidade igual à política de remunerações existente para os restantes colaboradores do Grupo Banco Finantia, com algumas especificidades que visam: adequar a sua avaliação do desempenho aos objetivos específicos das funções exercidas; garantir o desempenho das suas competências de forma objetiva; e salvaguardar a sua efetiva independência face às áreas funcionais sujeitas a sua avaliação e controlo. Assim, tendo presente a “política geral” de remuneração dos colaboradores, salientam-se as seguintes características específicas aplicáveis apenas à política de remunerações dos Colaboradores com Funções de Controlo. (a) a componente fixa da respetiva remuneração deverá representar em qualquer situação a proporção mais elevada da remuneração total destes colaboradores; (b) a avaliação de desempenho dos colaboradores que exercem funções de controlo é efetuada diretamente por membros do Conselho de Administração; (c) os critérios de atribuição de remuneração variável deverão basear-se primordialmente em critérios “qualitativos” de desempenho e de resultados de cumprimento das obrigações e deveres decorrentes da própria função, não estando sujeito aos resultados quantitativos de qualquer área de negócio da Sociedade. • • • • • • • Pag. 25 de 29 Relatório de Governo Societário VIII. Política de Remuneração dos Colaboradores Modo como a remuneração é estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses dos colaboradores com os interesses de longo prazo da Sociedade, bem como sobre o modo como é baseada na avaliação do desempenho e desincentiva a assunção excessiva de riscos A política de remuneração dos colaboradores da Sociedade tem em consideração os seguintes objetivos: (i) Atrair e reter profissionais de talento (ii) Responder com flexibilidade às condições do mercado de trabalho (iii) Encorajar e motivar os colaboradores a desenvolver desempenhos superiores que permitam à organização obter resultados acima da média; (iv) Necessidade de observar e cumprir as regras e procedimentos internos da Sociedade. A remuneração dos colaboradores inclui sempre uma componente fixa, que tem que ser adequada às funções desempenhadas pelo colaborador e estar alinhada com as condições de mercado. A política de remuneração da Sociedade inclui a possibilidade de atribuição de uma remuneração variável vinculada não apenas às metas de desempenho individual de cada colaborador mas ao resultado e perspetivas da própria Sociedade, balizada com uma conjuntural e de estratégia de negócio, a curto e longo prazo. O processo utilizado na definição da política de remuneração A Sociedade tem efetuado a avaliação da “performance” individual de cada colaborador com uma periodicidade anual, efetuada durante o trimestre seguinte ao encerramento do exercício anterior. Importa ressalvar que perante a situação económico-financeira atual, aos riscos atuais e futuros do negócio, à estratégia e perspetivas, tem sido política da Sociedade a contenção de atribuição de remunerações variáveis. O processo de avaliação de desempenho individual tem como objetivos: (a) determinar o grau em que o Colaborador atende aos padrões de comportamento exigidos pelo cargo que desempenha e funções atribuídas (b) aferir se o Colaborador respeita as regras e procedimentos implementadas na Sociedade, designadamente as relativas ao controlo interno; (c) a qualidade do trabalho e reconhecer o bom desempenho e o cumprimento dos objetivos delineados; (d) analisar os pontos fortes e fracos do colaborador (e) indicar as necessidades de formação profissional. • • • • • • • Pag. 26 de 29 Relatório de Governo Societário De acordo com cada função e grau de responsabilidade são avaliadas as respetivas dimensões comportamentais, como por exemplo, entre outras: (i) Gestão de Execução (ii) Sentido Crítico (iii) Sentido de Responsabilidade (iv) Liderança (v) Delegação (vi) Planeamento e Organização (vii) Resolução de Problemas (viii) Trabalho em Equipa (ix) Orientação para os Resultados (x) Competência Técnica (xi) Conhecimento do Negócio (xii) Domínio de Línguas (xiii) Aspirações do colaborador (xiv) Necessidade de Formação Dependendo do cargo e funções desempenhadas o processo de avaliação poderá integrar uma componente de auto-avaliação do próprio colaborador. Comunicação de Processo de Avaliação de Desempenho A Sociedade tem um processo formal de Avaliação dos Colaboradores que, possibilita a análise dos critérios pré-definidos para avaliação do desempenho e para atribuição de uma eventual remuneração variável, conforme consta do Manual do Colaborador disponível na Intranet da Sociedade, bem como para a definição de medidas que promovam a melhoria contínua do desempenho. Todo o processo é desenvolvido via uma plataforma informática desenvolvida para o efeito. O início do processo de avaliação é comunicada a cada colaborador através de uma mensagem de e-mail, referindo a sua organização, data de início e de termo do processo de avaliação. Órgãos competentes da instituição para realizar a avaliação do desempenho individual dos colaboradores Os resultados da avaliação deverão ser objeto de reunião/análise entre o Responsável de cada Departamento e o respetivo colaborador antes da avaliação ser submetida ao Departamento de Recursos Humanos. • • • • • • • Pag. 27 de 29 Relatório de Governo Societário Com base no processo de avaliação acima descrito, a Administração, sob proposta do Responsável de cada Departamento e do Departamento de Recursos Humanos, faz uma análise das remunerações em vigor no Grupo em função dos objetivos delineados, podendo aprovar promoções e/ou revisões salariais para certos colaboradores. As promoções e as revisões salariais baseiam-se sempre na “performance”, mérito e atitude do colaborador (conforme apresentados na Avaliação de Desempenho relativa ao ano findo), no nível salarial comparado de funções idênticas na organização e no mercado e no desempenho e resultados da própria Sociedade. A relação entre a remuneração fixa e variável e limites à remuneração variável A política de remuneração do Grupo Banco Finantia prevê que pode ser atribuída remuneração variável destinada a premiar a performance dos colaboradores em função dos objetivos fixados pela Sociedade e para cada uma das suas áreas de atividade, tendo ainda em consideração as próprias condições de mercado e o desenvolvimento da atividade da Sociedade, atendendo à conjuntura atual e perspetivas de futuro A componente fixa da remuneração representa em qualquer situação a proporção mais elevada da remuneração total. Existe uma política flexível quanto à remuneração variável, considerando os critérios da sua atribuição, incluindo a possibilidade de não pagamento de qualquer remuneração variável. Os critérios de definição da remuneração variável, bem como os critérios para diferimento do respectivo pagamento e o período de diferimento mínimo A forma como é atribuída a remuneração variável, bem como a sua periodicidade e forma de pagamento, variam em função de múltiplos critérios e objetivos, que poderão ser qualificados como critérios qualitativos e critérios quantitativos. Quanto à apreciação dos critérios qualitativos é inevitável algum grau de subjetividade no julgamento da “performance” de cada colaborador. É ponto assente, no entanto, que deverão ser explicitados tais critérios e objetivos, pelo menos numa base anual, de forma a fornecer linhas de orientação aos diferentes departamentos sobre o que se entende por performance média, boa e excelente. Os critérios qualitativos a considerar na atribuição da remuneração variável são os resultantes do processo de avaliação anual do desempenho acima indicados, baseado em competências de gestão e de liderança, num processo objetivo de avaliação de desempenho. Em cada área de negócio (ou outra atividade em que seja possível estabelecer algum tipo de quantificação significativa) poderão ser fixados um ou mais objetivos, mínimos de receitas, comissões ou lucros (ou outra medida aplicável), apropriados para a área em questão (critérios quantitativos). Tais indicadores qualitativos e quantitativos são pesados conjuntamente com a senioridade das funções exercidas, a observância das regras internas e a contribuição direta ou indireta para os resultados da Sociedade. Em função do grau de cumprimento dos objetivos fixados, serão • • • • • • • Pag. 28 de 29 Relatório de Governo Societário determinados bónus ou “pools” de bónus a distribuir pelos colaboradores elegíveis da respetiva área. A Comissão Executiva reserva-se o direito de proceder à atribuição de prémios sempre que o desempenho e os resultados da Sociedade e as condições do mercado o justifiquem. Importa referir que apesar dos princípios da política de remuneração dos Colaboradores em vigor na Sociedade prever a possibilidade de ser atribuída uma componente variável da remuneração a mesma: (i) não é de forma alguma garantida; (ii) é plenamente flexível sendo fixada pela Comissão Executiva, sob proposta dos responsáveis das áreas de negócio e do departamento de recursos humanos, levando em consideração a situação atual da Sociedade e as suas perspetivas a longo prazo; (iii) é na sua grande maioria apenas atribuída a áreas de negócio de suporte da atividade principal da Sociedade, tais como a colaboradores dos Departamentos de Cobrança, Departamento de Seguros, em que historicamente a remuneração fixa é de valor reduzido e a remuneração variável visa premiar a performance individual e a obtenção dos objetivos fixados. Não se encontra à data prevista na política de remunerações da Sociedade qualquer regra referente à necessidade de diferimento da componente variável da remuneração, considerando (a) que apenas nas situações acima referidas, que não são significativas, tem havido atribuição de remuneração variável a Colaboradores, (b) de entre os 147 Colaboradores da Sociedade apenas 23 Colaboradores auferiram em 2014 alguma forma de remuneração variável que ascendeu na sua totalidade a € 79.592,03, sendo este valor diminuto face ao valor global das remunerações fixas pagas pela Sociedade. Assim, pelo acima exposto, pela dimensão da própria Sociedade e pelo valor agregado de remuneração variável efetivamente atribuída, está assegurado um adequado controlo de riscos que não permitem políticas de curto prazo que assumam elevados graus de risco para a Sociedade, entendendo-se que não se configura necessário incluir mecanismos de diferimento da remuneração variável atribuídas aos Colaboradores. Principais parâmetros e fundamentos de qualquer sistema de prémios anuais e de quaisquer outros benefícios não pecuniários Para além do que ficou atrás mencionado, não existem outros sistemas de prémios anuais ou quaisquer outros benefícios não pecuniários relevantes. • • • • • • • Pag. 29 de 29 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2014 (CONTAS INDIVIDUAIS) Demonstrações Financeiras Individuais 1 Balanço 2 Demonstração dos resultados 3 Demonstração do rendimento integral 4 Demonstração de alterações no capital próprio 5 Demonstração dos fluxos de caixa 6 Notas às demonstrações financeiras 64 Certificação Legal das Contas Banco Finantia Balanço em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 Notas milhares EUR Ativo Caixa e bancos Ativos financeiros detidos para negociação Ativos financeiros disponíveis para venda Aplicações em instituições de crédito Crédito a clientes Instrumentos financeiros derivados Propriedades de investimento Outros ativos tangíveis Ativos intangíveis Investimentos em filiais Ativos por impostos correntes Ativos por impostos diferidos Outros ativos 5 6 7 8 9 10 11 12 12 13 14 15 Total de Ativo Passivo Recursos de bancos centrais Recursos de instituições de crédito Recursos de clientes Operações de venda com acordo de recompra ("repos") Passivos financeiros associados a ativos transferidos Instrumentos financeiros derivados Provisões Passivos por impostos correntes Passivos por impostos diferidos Passivos subordinados Outros passivos 16 17 18 19 20 10 31 14 21 22 Total de Passivo 2014 2013 44.367 20.648 703.380 665.217 114.527 53.540 579 7.580 167 186.888 602 1.501 33.028 58.890 6.121 664.010 682.600 191.147 58.687 910 3.624 121 185.249 672 6.539 122.128 1.832.024 1.980.698 241.846 89.053 335.983 569.041 7.904 164.776 2.458 5.586 8.987 60.257 8.182 353.971 170.207 277.300 539.922 35.975 106.601 2.975 810 124.804 77.296 1.494.073 1.689.861 Capital Próprio Capital 23 150.000 150.000 Prémios de emissão Acções próprias Reservas e resultados transitados 23 23 24 25.000 (2.501) 136.174 25.000 112.806 29.278 3.031 337.951 290.837 1.832.024 1.980.698 Resultado líquido do exercício Total de Capital Próprio Total de Passivo e Capital Próprio As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras O Técnico Oficial de Contas BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 Conselho de Administração -1- Banco Finantia Demonstração dos Resultados dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 milhares EUR Juros e rendimentos similares Juros e encargos similares Notas 25 25 Margem Financeira Rendimentos de instrumentos de capital Rendimentos de serviços e comissões Encargos com serviços e comissões Resultados em operações financeiras Outros resultados de exploração 26 27 27 28 Produto da atividade Custos com pessoal Gastos gerais administrativos Depreciações e amortizações Custos operacionais 29 30 11 e 12 Resultados operacionais Imparidade e provisões 31 Resultado antes de impostos Impostos correntes Impostos diferidos Resultado líquido do exercício 14 14 2014 2013 71.552 (31.642) 86.055 (43.895) 39.910 42.160 6.025 (527) 14.477 1.809 2.000 2.475 (641) (28.660) 2.638 61.695 19.972 (5.077) (2.709) (446) (8.232) (4.925) (3.059) (333) (8.317) 53.462 11.655 (12.962) (2.796) 40.501 8.859 (6.468) (4.755) (1.510) (4.318) 29.278 3.031 As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 -2- Banco Finantia Demonstração do Rendimento Integral para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 milhares EUR Notas Resultado líquido do exercício 2014 2013 29.278 3.031 Outro rendimento integral do exercício depois de impostos Itens que poderão vir a ser reclassificados para resultados Ativos financeiros disponíveis para venda 24 51.120 (4.553) Coberturas de justo valor 24 (16.860) (2.447) Imposto diferido 14 (9.270) 2.126 24.990 (4.874) 54.268 (1.843) Total do rendimento integral do exercício BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 -3- Banco Finantia Demonstração de Alterações no Capital Próprio dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 Capital e Prémios de emissão Ações próprias Saldos a 1 de Janeiro de 2013 175.000 - 116.172 1.621 292.793 Resultado líquido do exercício - - - 3.031 3.031 Alteração da reserva de justo valor (a) - - (4.874) - (4.874) Total do rendimento integral do exercício - - (4.874) 3.031 (1.843) Apropriação de reservas - - 1.621 (1.621) - Outros movimentos - - (113) - (113) - - 1.508 (1.621) (113) 175.000 - 112.806 3.031 290.837 - - - 29.278 29.278 - - 24.990 - 24.990 Total do rendimento integral do exercício - - 24.990 29.278 54.268 Apropriação de reservas - - 3.031 (3.031) - Variação de ações próprias - (2.501) (514) - (3.015) Distribuição de dividendos (b) - - (4.139) - (4.139) - (2.501) (1.622) (3.031) (7.154) 175.000 (2.501) 136.175 29.278 337.951 milhares EUR Saldos a 31 de Dezembro de 2013 Resultado líquido do exercício Alteração da reserva de justo valor (a) Saldos a 31 de Dezembro de 2014 (a) Montante líquido de impostos (b) Corresponde a um dividendo de € 0,03 por ação em circulação Reservas e Resultados transitados Resultado líquido do exercício Total do Capital Próprio As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 -4- Banco Finantia Demonstração dos fluxos de caixa dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 milhares EUR Notas Fluxos de caixa das atividades operacionais Juros e proveitos recebidos Juros e custos pagos Serviços e comissões recebidas Serviços e comissões pagas Recuperação de créditos previamente abatidos Pagamentos de caixa a empregados e a fornecedores 2014 2013 72.512 (34.983) 6.070 (527) 300 (7.786) 86.055 (43.013) 2.244 (641) 237 (7.984) 35.586 36.898 111.202 (98.282) 37.375 21.430 9.220 216.960 63.425 (45.676) (110.000) 34.723 (81.072) 28.820 60.216 (27.932) (139.245) (16.265) (53.780) 150.788 (5.437) (63.075) 12.067 (1.622) 153.813 (1.476) 10.445 152.337 (500) 750 (4.606) 489 1.500 2.000 (130) 102 (3.867) 3.472 Fluxos de caixa das atividades de financiamento Acções próprias Pagamentos relativos a passivos subordinados Dividendos de acções ordinárias pagos (3.015) (75.000) (4.139) - Fluxos de caixa líquidos de atividades de financiamento (82.154) - (2.102) 300 Variação líquida em caixa e seus equivalentes (77.678) 156.109 Caixa e equivalentes no início do período 454.453 298.344 376.775 454.453 (77.678) 156.109 Variação nos ativos operacionais: Carteira de títulos Aplicações em instituições de crédito Crédito a clientes Outros ativos/passivos operacionais Variação nos passivos operacionais: Recursos de bancos centrais Instrumentos financeiros derivados Recursos de instituições de crédito Operações de venda com acordo de recompra ("repos") Recursos de clientes e outros empréstimos Passivos financeiros associados a ativos transferidos Fluxos de caixa líquidos das atividades operacionais, antes de impostos sobre os lucros Impostos sobre os lucros pagos/recebidos Fluxos de caixa das atividades de investimento Investimentos em subsidiárias e associadas Desinvestimentos em subsidiárias e associadas Dividendos recebidos Compra de imobilizações Venda de imobilizações 12 12 Efeitos da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes Caixa e equivalentes no fim do período BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 33 -5- Notas às demonstrações financeiras 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. Bases de apresentação ........................................................................................................................... - 7 Principais políticas contabilísticas ........................................................................................................ - 8 Normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas ......................................................... - 20 Principais estimativas e julgamentos utilizados na preparação das demonstrações financeiras ......... - 23 Caixa e bancos ..................................................................................................................................... - 26 Ativos financeiros detidos para negociação ........................................................................................ - 26 Ativos financeiros disponíveis para venda .......................................................................................... - 27 Aplicações em instituições de crédito ................................................................................................. - 28 Crédito a clientes ................................................................................................................................. - 29 Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura ...................................................... - 32 Propriedades de investimento.............................................................................................................. - 34 Outros ativos tangíveis e intangíveis ................................................................................................... - 34 Investimentos em filiais....................................................................................................................... - 34 Impostos .............................................................................................................................................. - 36 Outros ativos........................................................................................................................................ - 38 Recursos de bancos centrais ................................................................................................................ - 39 Recursos de instituições de crédito ..................................................................................................... - 39 Recursos de clientes ............................................................................................................................ - 39 Operações de venda com acordo de recompra (“repos”) .................................................................... - 40 Passivos financeiros associados a ativos transferidos ......................................................................... - 40 Passivos subordinados ......................................................................................................................... - 42 Outros passivos.................................................................................................................................... - 42 Capital, prémios de emissão e ações próprias ..................................................................................... - 42 Reservas e resultados transitados ........................................................................................................ - 43 Margem financeira .............................................................................................................................. - 44 Rendimentos de instrumentos de capital ............................................................................................. - 44 Resultados de serviços e comissões .................................................................................................... - 45 Resultados em operações financeiras .................................................................................................. - 45 Custos com pessoal ............................................................................................................................. - 46 Gastos gerais administrativos .............................................................................................................. - 46 Imparidade e provisões ........................................................................................................................ - 47 Rubricas extrapatrimoniais .................................................................................................................. - 47 Caixa e equivalentes de caixa.............................................................................................................. - 48 Saldos e transacções com partes relacionadas .................................................................................... - 48 Gestão dos riscos da atividade ............................................................................................................ - 51 Gestão de capital ................................................................................................................................. - 58 Reporte por segmentos ........................................................................................................................ - 59 Justo valor de ativos e passivos financeiros ........................................................................................ - 60 - BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 -6- NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 1. Bases de apresentação O Banco Finantia, S.A. (“Banco”) tem por objeto principal a realização de todas as operações e a prestação de todos os serviços permitidos às Instituições Bancárias, tendo-se especializado nas atividades de mercado de capitais, mercado monetário, assessoria financeira (incluindo fusões e aquisições), operações de crédito, mediação de seguros e financiamento especializado, e indirectamente, através das suas subsidiárias, em operações de locação financeira, gestão de participações sociais, administração de fundos, gestão de ativos financeiros, forfaiting e aluguer de longa duração. O Banco Finantia, S.A. é um banco privado com sede em Portugal, na Rua General Firmino Miguel, nº 5, em Lisboa, que resultou da transformação em Outubro de 1992 da Finantia - Sociedade de Investimentos, S.A., a qual havia iniciado a sua atividade em Julho de 1987. Para o efeito possui as indispensáveis autorizações das autoridades portuguesas, bancos centrais e demais agentes reguladores para operar em Portugal e nos países onde actua através de filiais e subsidiárias internacionais. As suas subsidiárias têm agências e/ou escritórios em Portugal, Espanha, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos da América, Irlanda, Ilhas Cayman, Malta e Holanda. As demonstrações financeiras do Banco agora apresentadas foram preparadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (“NCA”) em vigor em 31 de dezembro de 2014. As NCA correspondem às Normas Internacionais de Relato Financeiro ou International Financial Reporting Standards (“IFRS”) adoptadas pela União Europeia, com excepção das matérias definidas nos nºs 2 e 3 do Aviso do Banco de Portugal nº 1/2005 e nº 2 do Aviso nº 4/2005 e do Aviso nº 7/2008, das quais se destaca a valorimetria e provisionamento do crédito concedido, relativamente ao qual se mantém o regime anterior. Estas demonstrações financeiras são consolidadas pela Finantipar – S.G.P.S., S.A., com sede na Rua General Firmino Miguel, n.º 5, em Lisboa, Portugal. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 No exercício de 2014, tal como descrito na Nota 3, o Banco adoptou as várias alterações normativas publicadas pelo IASB e adoptadas na União Europeia com aplicação obrigatória neste exercício. Adicionalmente, o Banco optou por não aplicar antecipadamente as normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas sem aplicação obrigatória em 2014. Durante o exercício de 2014 não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas face às consideradas na preparação relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Grupo na preparação das suas demonstrações financeiras consolidadas referentes a 31 de dezembro de 2014 são consistentes com as utilizadas na preparação das demonstrações financeiras consolidadas anuais com referência a 31 de dezembro de 2013. Estas demonstrações financeiras estão expressas em milhares de euros (“m€”), excepto quando indicado em contrário, e foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos ativos e passivos registados ao seu justo valor através dos resultados, ativos financeiros disponíveis para venda, instrumentos financeiros derivados de cobertura e de negociação e ativos e passivos cobertos, na sua componente que está a ser objeto de cobertura. A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as NCA requer a utilização de julgamentos e estimativas. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações financeiras encontram-se analisadas na Nota 4. Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 25 de março de 2015. -7- NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 2. Principais políticas contabilísticas 2.1. Reconhecimento de juros Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros, mensurados ao custo amortizado e dos ativos financeiros disponíveis para venda, são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos ativos financeiros ao justo valor através dos resultados são também reconhecidos através do método da taxa de juro efetiva, sendo incluídos na rubrica de juros e proveitos similares. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de ativos financeiros ou grupos de ativos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade. No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como de cobertura do risco de taxa de juro e dos derivados de crédito, a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de ativos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura do risco de taxa de juro e dos derivados de BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 crédito é reconhecida nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares. 2.2. Rendimentos de instrumentos de capital Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é estabelecido. 2.3. Rendimentos de serviços e comissões Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma: (i) os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído; (ii) os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no período a que se referem; (iii) os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva. 2.4. Operações em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para euros com base nas taxas de câmbio em vigor nas datas das transacções. Os ativos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para euros à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados. Os ativos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira, são convertidos à taxa de câmbio à data da transacção. Os ativos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. -8- NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 As diferenças cambiais relativas a coberturas de fluxos de caixa, cobertura cambial de unidades operacionais estrangeiras, ou referentes a outros itens reconhecidos por contrapartida de outros rendimentos integrais, são também elas reconhecidas por contrapartida de outros rendimentos integrais. As alterações de justo valor de ativos AFS são divididas entre alterações referentes a alterações do custo amortizado, e outras alterações que o instrumento venha a sofrer, sendo as primeiras reconhecidas em resultados do período, e as segundas em outros rendimentos integrais. 2.5. Crédito e outros valores a receber O crédito e outros valores a receber inclui os créditos concedidos pelo Banco, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante do crédito é disponibilizado ao cliente. O crédito e outros valores a receber é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Banco relativos à recuperação dos fluxos de caixa expiraram, (ii) o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante o Banco ter retido parte, mas não substancialmente, todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os ativos foi transferido. O crédito e outros valores a receber é reconhecido inicialmente ao seu justo valor acrescido dos custos de transacção e é subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, sendo deduzido de perdas por imparidade. Provisões O regime de provisionamento do crédito e outros valores a receber corresponde ao definido no Aviso nº 3/95, de 30 de Junho, do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas pelo Aviso nº 8/2003, de 30 de Janeiro e pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro, e inclui as seguintes provisões para riscos de crédito: BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - risco específico de crédito – crédito vencido e créditos de cobrança duvidosa; - riscos gerais de crédito; e - risco-país. A provisão específica para crédito concedido é baseada na avaliação dos créditos vencidos, incluindo os créditos vincendos associados, e créditos objeto de acordos de reestruturação, destinando-se a cobrir riscos específicos, sendo apresentada como dedução ao crédito concedido. A avaliação desta provisão é efectuada periodicamente pelo Banco, tomando em consideração a existência ou não de garantias reais, o período de incumprimento e a actual situação financeira do cliente. A provisão para riscos gerais de crédito destinase a cobrir riscos potenciais existentes em qualquer carteira de crédito concedido, mas que não foram identificados como de risco específico, encontrando-se registada no passivo. A provisão para riscos gerais de crédito é constituída com base no disposto na actual versão do Aviso n.º 3/95, de 30 de Junho, do Banco de Portugal, com as modificações que foram introduzidas posteriormente. As provisões para risco-país são constituídas para fazer face ao risco imputado aos ativos financeiros e elementos extrapatrimoniais sobre residentes de países considerados de risco, tendo em consideração os requisitos exigidos nos pontos 1.4.3 a 1.4.7 da Instrução nº 94/96 do Banco de Portugal. As necessidades de provisões são determinadas por aplicação das percentagens fixadas pelo Banco de Portugal, o qual classifica os países e territórios segundo o seu grau de risco. O Banco procede ao abate de créditos ao activo (write-off’s) das operações que considera irrecuperáveis após concluído o processo de recuperação conforme definido pelas políticas do Banco e quando as provisões estejam constituídas pelo valor total do crédito no mês anterior ao do abate. Os valores dos créditos recuperados são contabilizados como proveitos do exercício em que ocorram. Adicionalmente, e de acordo com as NCA, o valor dos créditos deve ser objeto de correção de acordo com critérios de rigor e prudência, de -9- NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 forma a que reflicta a todo o tempo o seu valor realizável. Esta correcção de valor (“imparidade”) não poderá ser inferior ao que for determinado de acordo com o Aviso nº3/95, do Banco de Portugal, o qual estabelece o quadro mínimo de referência para a constituição de provisões específicas e genéricas. Imparidade O Banco avalia regularmente a existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua. Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos, que possa ser estimado com razoabilidade. Inicialmente, o Banco avalia se existe individualmente para cada crédito significativo evidência objectiva de imparidade. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, o Banco utiliza a informação que alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera, entre outros, os seguintes factores: • A exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento, sendo considerado incumprimento quando o crédito se encontre em atraso à mais de 90 dias; • A viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de responder aos serviços da dívida no futuro; • A existência de credores privilegiados; • A existência, natureza e o valor estimado dos colaterais; BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 • O envolvimento do cliente com o sector financeiro; • O montante e os prazos de recuperação estimados. Caso, para determinado crédito, não exista evidência objectiva de imparidade numa ótica individual, esse crédito é incluído num grupo de créditos com características de risco de crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é avaliado colectivamente – análise da imparidade numa base colectiva. Os créditos que são avaliados individualmente e para os quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação colectiva. Caso seja identificada uma perda de imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença positiva entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade reconhecida. Caso estejamos perante um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda. No âmbito da análise da imparidade numa base colectiva, os créditos são agrupados com base em características semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco definida pelo Banco. Os fluxos de caixa futuros para uma carteira de créditos, cuja imparidade é avaliada colectivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros são revistos regularmente pelo Banco de forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de perdas e as perdas reais. - 10 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Adicionalmente, embora sem evidência objectiva de imparidade, é ainda avaliada a existência de imparidade para os créditos analisados em base colectiva, considerando a probabilidade de os créditos entrarem numa situação de incumprimento durante um período de emergência, período esse que decorre entre a ocorrência de um evento originador de perda e o momento em que a existência desse evento é percepcionada. Quando os ativos financeiros do Banco estão com imparidade por perdas de crédito, após terem sido tomadas todas as diligências de cobrança e recuperação dos créditos de acordo com as políticas do Banco e quando as expetativas de recuperação desses créditos são muito reduzidas, os valores dos créditos considerados irrecuperáveis são desreconhecidos do balanço mediante a utilização das respectivas provisões para perdas por imparidade. Recuperações subsequentes de quantias anteriormente desreconhecidas são registadas em resultados. Crédito titularizado não desreconhecido O Banco não desreconhece do activo os créditos vendidos nas operações de titularização quando: • mantém o controlo sobre as operações; • continua a receber parte substancial da sua remuneração; e, • mantém parte substancial do risco sobre os créditos transferidos. Os créditos vendidos e não desreconhecidos são registados na rubrica Crédito sobre Clientes e sujeitos a critérios contabilísticos idênticos às restantes operações de crédito. Os juros e comissões associados à carteira de crédito titularizada são periodificados de acordo com o prazo da operação de crédito. Os fundos recebidos pela operação de titularização são registados na rubrica Passivos financeiros associados a ativos transferidos. Estes passivos são inicialmente registados pelo valor recebido na cessão de créditos, sendo posteriormente valorizados pelo custo amortizado, de forma coerente com a BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 valorização dos correspondentes ativos e as condições definidas na operação de titularização. 2.6. Carteira de títulos Os títulos em carteira são inicialmente mensurados ao justo valor adicionado, para aqueles que não ao justo valor através dos resultados, dos respetivos custos de transação. Subsequentemente são mensurados de acordo com a respectiva classificação, como segue: Ativos financeiros ao justo valor através dos resultados Os ativos financeiros ao justo valor através de resultados incluem: (i) os ativos financeiros de negociação, que são aqueles adquiridos com o objetivo principal de serem transaccionados no curto prazo e (ii) os ativos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados. Estes ativos são reconhecidos na data da negociação (“trade date”), ou seja, na data em que o Banco se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os ativos financeiros ao justo valor através dos resultados são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor, sendo os respetivos custos de transação reconhecidos diretamente em resultados. Estes ativos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Banco tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os ativos. Após o seu reconhecimento inicial, os ativos financeiros ao justo valor através dos resultados são mensurados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados. Ativos financeiros disponíveis para venda Os ativos financeiros disponíveis para venda são ativos financeiros não derivados que: (i) o - 11 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Banco tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não foram classificados como de negociação, designados ao justo valor através dos resultados, ativos financeiros detidos até à maturidade ou como crédito e outros valores a receber. Estes ativos são reconhecidos na data da negociação (“trade date”), ou seja, na data em que o Banco se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os ativos financeiros disponíveis para venda são inicialmente reconhecidos ao justo valor, incluindo os respetivos custos de transação. Estes ativos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Banco tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os ativos. As respetivas variações de justo valor destes ativos são reconhecidas diretamente nos capitais próprios, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes ativos são reconhecidas também em reservas, no caso de instrumentos não monetários, e em resultados, no caso de instrumentos monetários. Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados de acordo com o método da taxa efectiva. Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso das acções) são registados em resultados na data em o direito ao seu recebimento se estabelece. Ativos financeiros detidos até à maturidade Estes investimentos são ativos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 determináveis e maturidades definidas, que o Grupo tem intenção e capacidade de deter até à maturidade. Caso o Banco decida alienar um montante significativo de ativos financeiros detidos até à maturidade, esta categoria deverá ser integralmente reclassificada para a de ativos financeiros disponíveis para venda, sendo mensurados ao justo valor nesta nova categoria. Caso esta realidade se venha a observar, o Grupo não poderá contabilizar instrumentos financeiros enquanto activos detidos até à maturidade durante os dois anos subsequentes à venda, ou reclassificação (caso estes instrumentos tenham sido reclassificados dois anos antes de atingirem a maturidade contratual). Estes investimentos são registados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, sendo em cada data de balanço aferida a existência de evidência objectiva de imparidade. Quando existe evidência que um activo financeiro detido até à maturidade se encontra em imparidade, a perda correspondente é reconhecida em resultados através da utilização de uma rubrica de provisões. Se num período subsequente o montante de perda de imparidade reconhecido diminuir, e caso essa diminuição possa ser directamente relacionada com um evento ocorrido após o reconhecimento inicial da imparidade, a reversão do montante de imparidade reconhecido inicialmente é feita através da utilização da rubrica de provisões anteriormente constituída. O montante revertido é reconhecido em resultados. Crédito e outros valores a receber Esta categoria inclui ativos financeiros nãoderivados com pagamentos fixos ou determináveis que não estão cotados num mercado activo e que o Banco não tem intenção de vender imediatamente ou num prazo próximo. Estes ativos são inicialmente mensurados ao justo valor adicionados dos custos de transacção que sejam directamente atribuíveis à sua aquisição e subsequentemente ao custo - 12 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 amortizado com base no método da taxa efectiva deduzido de perdas por imparidade. Imparidade O Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de ativos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os ativos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou grupo de ativos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial (i) para instrumentos de dívida, dificuldades financeiras significativas por parte do emitente ou atraso no pagamento de capital e/ou juros, e (ii) para instrumentos de capital, uma descida significativa e continuada do justo valor do instrumento, abaixo do custo de aquisição. Quando existe evidência de imparidade nos ativos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em capitais próprios (reserva de reavaliação de justo valor), correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, em que as perdas de imparidade não podem ser revertidas por resultados do exercício, mas sim via capitais próprios. Reclassificações Após o seu reconhecimento inicial os ativos financeiros não podem ser reclassificados para BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 a categoria de ativos financeiros ao justo valor através dos resultados. Um activo financeiro inicialmente reconhecido como ao justo valor através dos resultados pode ser reclassificado desta categoria caso se trate de um activo financeiro com pagamentos fixos ou determináveis, inicialmente detido para fins de negociação, que deixe de ser, após a sua aquisição, negociável num mercado activo e o Banco tiver a intenção e capacidade de o deter no futuro próximo ou até à maturidade, este activo financeiro pode ser reclassificado para a categoria de Crédito e outros valores a receber, desde que os critérios de elegibilidade desta categoria estejam cumpridos. Os instrumentos financeiros derivados não devem ser reclassificados, retirando-se da categoria de justo valor através dos resultados, enquanto estiverem detidos ou emitidos. Um activo financeiro inicialmente reconhecido como disponível para venda pode ser reclassificado para a categoria de investimentos detidos até à maturidade desde que os respetivos critérios de elegibilidade estejam cumpridos. Adicionalmente, se um activo financeiro com pagamentos fixos ou determináveis inicialmente reconhecido como disponível para venda deixar de ser negociável em mercado activo e o Banco tiver a intenção e a capacidade de o deter no futuro próximo ou até à sua maturidade, poderá ser reclassificado para a categoria de Crédito e outros valores a receber desde que os respetivos critérios de elegibilidade estejam cumpridos. Os ativos reclassificados são transferidos para a nova categoria ao seu justo valor na data da reclassificação e são posteriormente mensurados de acordo com as respectivas regras aplicáveis. No caso de um activo financeiro reclassificado da categoria de ao justo valor através dos resultados, os ganhos ou perdas já reconhecidos em resultados não devem ser revertidos. O justo valor do activo financeiro à data da reclassificação tornar-se-á o seu novo custo ou custo amortizado, conforme aplicável. No caso de um activo financeiro reclassificado mediante retirada da categoria de ativos disponíveis para - 13 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 venda, qualquer ganho ou perda anterior que tenha sido reconhecido deve ser amortizado em resultados durante a vida remanescente do investimento detido até à maturidade usando o método do juro efectivo. 2.7. Justo valor dos instrumentos financeiros O justo valor de um instrumento financeiro é o montante pelo qual um instrumento pode ser trocado numa transacção normal de mercado entre partes conhecedoras e dispostas a isso, sem qualquer intenção ou necessidade de liquidar, ou de empreender uma transacção em condições adversas. O justo valor é obtido com base em preços de cotação em mercado ou em preços de intermediários financeiros em mercados ativos, quando disponíveis. Na sua ausência, o justo valor é baseado na utilização de preços de transacções recentes realizadas em condições de mercado ou, na sua ausência, usando técnicas de valorização. Estas técnicas de valorização incluem fluxos futuros de caixa descontados considerando dados observáveis de mercado disponíveis. 2.8. Compensação financeiros de instrumentos Os ativos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe o direito legal exercível de compensar os montantes já reconhecidos e exista a intenção de os liquidar pelo seu valor líquido ou realizar o activo e liquidar o passivo simultaneamente. O direito legal exercível não pode ser contingente de eventos futuros, e deve ser exercível no decurso normal da atividade do Banco Finantia, assim como em caso de default, falência ou insolvência do Banco ou da contraparte. 2.9. Operações de reporte Títulos vendidos com acordo de recompra (“repos”) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva. Títulos comprados com acordo de revenda (“reverse repos”) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva. Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.6. Os títulos recebidos através de acordos de empréstimo não são reconhecidos no balanço. Os títulos recebidos ou dados em garantia nas operações de compra com acordo de revenda (“reverse repos”) e nas operações de venda com acordo de recompra (“repos”) são reconhecidos nas rubricas extrapatrimoniais. 2.10. Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas nas demonstrações financeiras pelo seu justo valor na data de contratação da operação. Subsequentemente, as responsabilidades representadas por garantias são mensuradas pelo maior valor entre o valor inicial deduzido de amortizações, calculadas de modo a reconhecer em resultados as comissões recebidas ao longo do período, e a melhor estimativa do custo que seria incorrido para cumprimento de responsabilidade por uma garantia prestada à data de balanço. O aumento de uma responsabilidade por garantia prestada é reconhecido em resultados. No momento do desreconhecimento da garantia, qualquer responsabilidade ainda existente deverá ser reconhecida em resultados. - 14 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 2.11. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (“trade date”) pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou é determinado tendo por base técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (“discounted cash flows”) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado. Contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura, podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições: (i) (ii) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da eficácia da cobertura; Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente eficaz, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa a respectiva ocorrência deve ser altamente provável; (v) A cobertura é avaliada numa base contínua e efectivamente determinada BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 como tendo sido altamente eficaz durante todo o período de relato financeiro para o qual a cobertura foi designada. • Cobertura de justo valor (“fair value hedge”) Numa operação de cobertura de justo valor de um activo ou passivo (“fair value hedge”), o valor de balanço desse activo ou passivo, determinado com base na respectiva política contabilística, é ajustado de forma a reflectir a variação do seu justo valor atribuível ao risco coberto. As variações do justo valor dos derivados de cobertura são reconhecidas em resultados, conjuntamente com as variações de justo valor dos ativos ou dos passivos cobertos atribuíveis ao risco coberto. Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura ou a entidade revoga a designação, o instrumento financeiro derivado é transferido para a carteira de negociação e os ativos e passivos cobertos deixam de ser ajustados pelas variações do seu justo valor. Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento mensurado ao custo amortizado, o ajustamento de revalorização é amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva e reflectido em resultados de operações financeiras. Derivados embutidos Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separadamente quando as suas características económicas e os seus riscos não estão relacionados com o instrumento principal e o instrumento principal não está contabilizado ao seu justo valor através de resultados. Estes derivados embutidos são registados ao justo valor com as variações reconhecidas em resultados. 2.12. Ativos não correntes detidos para venda Os ativos não correntes detidos para venda são mensurados ao menor de entre o seu valor líquido de balanço do seu reconhecimento inicial e o correspondente justo valor deduzido - 15 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 dos custos de venda, e não são amortizados. As perdas não realizadas com estes ativos, assim determinadas, são registadas em resultados. O Banco obtém, para estes ativos, avaliações regulares efetuadas por peritos. 2.13. Ativos tangíveis e propriedades de investimento Os ativos tangíveis do Banco encontram-se valorizados ao custo deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade, se existentes. Despesas directamente atribuíveis à aquisição de bens, ou custos subsequentes, são deduzidos ao valor de balanço ou registados como um activo em separado, conforme seja apropriado, apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para o Banco. Todas as restantes despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. Os gastos a suportar com o desmantelamento ou remoção de ativos instalados em propriedade de terceiros são considerados como parte do custo inicial dos respetivos ativos, quando se traduzam em montantes significativos e mensuráveis com fiabilidade. As amortizações são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens, as quais são revistas a cada data de relato: Imóveis: 50 anos Mobiliário e máquinas: 5 a 10 anos Equipamento informático: 3 a 4 anos Instalações interiores: 10 anos Viaturas: 3 a 4 anos Outras imobilizações: 4 a 10 anos Os terrenos não são amortizados. Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, o seu valor recuperável é estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 são reconhecidas em resultados do exercício, sendo revertidas em períodos de relato posteriores, quando os motivos que levaram ao seu reconhecimento inicial cessarem. Para este efeito, a nova quantia depreciada não será superior àquela que estaria contabilizada, caso não tivessem sido imputadas perdas de imparidade ao ativo, considerando as depreciações que este teria sofrido. O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil. Os imóveis designados como propriedades de investimento são imóveis detidos pelo Banco e que se encontram arrendados. Os métodos de valorização e amortização são equivalentes aos referidos para os ativos tangíveis. 2.14. Ativos intangíveis Os custos incorridos com a aquisição e desenvolvimento de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua implementação, elegíveis para capitalização enquanto ativos intangíveis. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes ativos, que no geral corresponde a um período de 3 anos. Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento pelo Banco de aplicações informáticas, em que seja expectável a geração de benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como ativos intangíveis. Estes custos incluem as despesas com os empregados directamente afectos aos projectos. As despesas com a manutenção de aplicações informáticas são reconhecidas como custos quando incorridas. 2.15. Locações O Banco classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 – Locações. São - 16 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são substancialmente transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais. O Banco, porém, apenas detém operações de locação financeira, na condição de locatário. Locações financeiras - Como locatário Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no ativo e no passivo, sendo capitalizadas ao menor entre o justo valor dos bens locados e os pagamentos mínimos de locação contratualizados. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período. Os bens adquiridos em regime de locação financeira são depreciados ao menor entre a vida útil dos bens, e o período de locação. 2.16. Passivos financeiros Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal. De acordo com a IAS 39, os passivos financeiros derivados e as vendas a descoberto são reconhecidos ao justo valor em balanço. Os ganhos e perdas resultantes da variação do justo valor destes instrumentos são reconhecidos directamente em resultados do exercício. À excepção dos passivos financeiros designados ao justo valor através dos resultados, os restantes passivos financeiros não derivados, os quais incluem operações com acordo de recompra (ver Nota 2.9), recursos de instituições de crédito, recursos de clientes, e responsabilidades representadas por títulos, são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva. Os passivos financeiros são designados ao justo valor através dos resultados sempre que esta designação elimine ou reduza significativamente inconsistências, quanto à sua valorização ou reconhecimento, que de outro modo resultaria da mensuração de ativos ou passivos ou do reconhecimento de ganhos e perdas sobre os mesmos em diferentes bases, e quando assim são designados pela gestão, ou quando são avaliados e geridos internamente ao justo valor e a informação de gestão é produzida para a gestão nessa base. A designação ao justo valor uma vez efectuada é irrevogável. Estes passivos são inicialmente designados ao justo valor, sendo os custos de transacção incorridos reconhecidos directamente nos resultados. Subsequentemente, os ganhos e as perdas resultantes das variações do justo valor dos passivos financeiros designados ao justo valor são reconhecidos em resultados. O montante das variações de justo valor atribuíveis a variações no seu risco de crédito é determinado como o montante da variação no justo valor que não é atribuível a alterações das condições de mercado. Caso o Banco recompre dívida emitida esta é anulada do balanço consolidado e a diferença entre o valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados. 2.17. Provisões São reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. 2.18. Instrumentos de capital Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse - 17 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 residual nos ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. Os custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção. As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos, quando declarados. 2.19. Investimentos em filiais Na rubrica de investimentos em filiais são registadas as participações de capital em empresas em que o Banco exerce domínio, participações essas que se revestem de carácter duradouro e são detidas em resultado da existência de ligações de complementaridade com a atividade do Banco (ver Nota 13). Estas participações encontram-se registadas nas contas individuais do Banco pelo respectivo custo de aquisição. As eventuais desvalorizações de valor significativo e com carácter permanente, identificadas nas participações detidas, são provisionadas. O valor contabilístico da liquidação de uma participada é calculado através da diferença entre o custo de aquisição e a situação líquida da participada à data de liquidação. Quando o diferencial entre o custo de aquisição de uma participada e a situação líquida é gerada no exercício em que a participada é liquidada, o diferencial é assumido como uma perda ou ganho no exercício económico em que foi gerada. Quando a diferença entre o custo de aquisição e a situação líquida já provêm de exercícios anteriores, o ganho ou a perda inerente deverá afectar directamente a situação líquida, através da rubrica resultados transitados. De forma a eliminar o risco cambial inerente às suas participações em moeda estrangeira, o Banco efectua a cobertura de justo valor destes BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 ativos. Desta forma, o valor de balanço das participações financeiras em moeda estrangeira é reavaliado com base na taxa de câmbio à data do balanço, sendo as respectivas variações reconhecidas em resultados, conjuntamente com as variações cambiais dos respetivos passivos de cobertura. Os critérios de classificação e de valorização encontram-se em conformidade com os descritos na política contabilística descrita na Nota 2.4. 2.20. Ações próprias As ações próprias são registadas como uma dedução ao capital próprio pelo valor de aquisição, não sendo sujeitas a reavaliação. As mais e menos valias realizadas na venda de ações próprias, bem como os respetivos impostos, são reconhecidas diretamente no capital próprio, não afetando o resultado do exercício. 2.21. Benefícios aos empregados O Banco encontra-se sujeito ao Regime Geral da Segurança Social não tendo quaisquer responsabilidades pelo pagamento de pensões ou complementos de pensões de reforma aos seus colaboradores. 2.22. Impostos sobre lucros Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor, ou substancialmente aprovadas, e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada jurisdição. Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos ativos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto - 18 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem. Os impostos diferidos ativos e passivos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a sua base de tributação. Os impostos diferidos ativos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças temporárias dedutíveis. Os resultados dos segmentos operacionais são periodicamente revistos pela Gestão com vista à tomada de decisões. O Grupo prepara regularmente informação financeira relativa a estes segmentos, a qual é reportada à Gestão. A definição dos segmentos operacionais é revista anualmente considerando as reestruturações das atividades desenvolvidas ou a aquisição de novos negócios. Os impostos diferidos ativos não são reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis associadas a investimento em empresas filiais e associadas, quando o Banco controla a reversão das diferenças temporárias e quando seja provável que não serão revertidos no futuro. 2.23. Caixa e equivalentes de caixa Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, com risco imaterial de flutuação de justo valor, onde se incluem a caixa e as disponibilidades e aplicações em outras instituições de crédito. A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais e depósitos de colateral. 2.24. Reporte por segmentos Um segmento operacional de negócio é uma componente identificável do Banco que se destina a fornecer um produto ou serviço individual ou um grupo de produtos ou serviços relacionados, dentro de um ambiente económico específico e que esteja sujeito a riscos e benefícios que sejam diferenciáveis de outros, que operem em ambientes económicos diferentes. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 19 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 3. Normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas O Banco adotou as normas contabilísticas que foram adotadas pela União Europeia e são de aplicação obrigatória desde 1 de janeiro de 2014. As normas contabilísticas, emendas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor, não foram adotadas antecipadamente. O Banco irá adotar estas normas quando as mesmas forem de aplicação obrigatória, encontrando-se a avaliar o impacto da adoção das mesmas. consolidação no âmbito da IFRS 10, para as entidades que qualifiquem como Entidades de investimento, cujos investimentos em subsidiárias devem ser mensurados ao justo valor através de resultados do exercício, por referência à IAS 39. Divulgações específicas exigidas pela IFRS 12. As normas (novas ou revistas) e interpretações, aplicáveis à atividade do Banco e refletidas nas demonstrações financeiras com referência a 31 de dezembro de 2014, foram as seguintes: Em 31 de dezembro de 2014, encontravam-se disponíveis para adoção antecipada as seguintes normas (novas e revistas) e interpretações, já adotadas pela União Europeia, as quais não foram ainda adotadas pelo Banco uma vez que a sua aplicação só é obrigatória para períodos iniciados após 1 de janeiro de 2015. a) IAS 32 (alteração) ‘Compensação de ativos e passivos financeiros. Esta alteração faz parte do projeto de “compensação de ativos e passivos” do IASB, o qual visa clarificar o conceito de “deter atualmente o direito legal de compensação”, e clarifica que alguns sistemas de regularização pelos montantes brutos (as câmaras de compensação) podem ser equivalentes à compensação por montantes líquidos. b) IAS 36 (alteração) ‘Divulgação do valor recuperável para ativos não financeiros’. Esta alteração trata da divulgação de informação sobre o valor recuperável de ativos em imparidade, quando este tenha sido mensurado através do modelo do justo valor menos custos de vender. c) IAS 39 (alteração) ‘Novação de derivados e continuidade da contabilidade de cobertura’. A alteração à IAS 39 permite que uma Entidade mantenha a contabilização de cobertura, quando a contraparte de um derivado que tenha sido designado como instrumento de cobertura, seja alterada para uma câmara de compensação, ou equivalente, como consequência da aplicação de uma lei ou regulamentação. d) Alterações à IFRS 10, 12 e IAS 27 ’Entidades de investimento’. A alteração define uma Entidade de investimento (‘Investment entities’) e introduz uma exceção à aplicação da BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 As alterações às normas acima referidas não tiveram impactos significativos nas demonstrações financeiras apresentadas. a) IAS 1 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso da União Europeia. A alteração dá indicação relativamente à materialidade e agregação, a apresentação de subtotais, a estrutura das demonstrações financeiras e a divulgação das políticas contabilísticas. b) IAS 16 e IAS 38 (alteração), ‘Métodos de cálculo de amortização e depreciação permitidos (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que a utilização de métodos de cálculo das depreciações/ amortizações de ativos com base no rédito obtido, não são por regra consideradas adequadas para a mensuração do padrão de consumo dos benefícios económicos associados ao ativo. É de aplicação prospetiva. c) IAS 16 e IAS 41 (alteração), ‘Agricultura: plantas que produzem ativos biológicos consumíveis’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração - 20 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 define o conceito de uma planta que produz ativos biológicos consumíveis, e retira este tipo de ativos do âmbito da aplicação da IAS 41 – Agricultura para a IAS 16 – Ativos tangíveis, com o consequente impacto na mensuração. Contudo, os ativos biológicos produzidos por estas plantas, mantêm-se no âmbito da IAS 41 – Agricultura. d) IAS 19 (alteração), ‘Planos de benefícios definidos – Contribuições dos empregados’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de julho de 2014). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso da União Europeia. A alteração à IAS 19 aplica-se a contribuições de empregados ou entidades terceiras para planos de benefícios definidos, e pretende simplificar a sua contabilização, quando as contribuições são independentes do número de anos de serviço. e) IAS 27 (alteração), ‘Método da equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras separadas’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração permite que uma entidade aplique o método da equivalência patrimonial na mensuração dos investimentos em subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas, nas demonstrações financeiras separadas. Esta alteração é de aplicação retrospetiva. f) Alterações à IFRS 10 e IAS 28, ‘Venda ou contribuição de ativos entre um investidor e uma sua Associada ou Empreendimento conjunto’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que a venda ou contribuição de ativos entre um investidor e uma sua associada ou empreendimento conjunto, permite o reconhecimento da totalidade do ganho/perda apurado quando os ativos transferidos constituem um negócio. g) Alterações às IFRS 10, 12 e IAS 28, ‘Entidades de investimento: aplicação da isenção à obrigação de consolidar’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que que a isenção à obrigação de consolidar aplica-se a uma empresa holding intermédia que constitua uma subsidiária de uma entidade de investimento. Adicionalmente, a opção de aplicar o método da equivalência patrimonial, de acordo com a IAS 28, é extensível a uma entidade, que não é uma entidade de investimento, mas que detém um interesse numa associada ou empreendimento conjunto que é uma “Entidade de investimento”. h) IFRS 11 (alteração), ‘Contabilização da aquisição de interesse numa operação conjunta’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016).Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz orientação acerca da contabilização da aquisição do interesse numa operação conjunta que qualifica como um negócio, sendo aplicáveis os princípios da IFRS 3 – concentrações de atividades empresariais. i) Melhorias às normas 2010 - 2012, (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de julho de 2014). Estas melhorias ainda estão sujeitas ao processo de endosso pela União Europeia. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 2, IFRS 3, IFRS 8, IFRS 13, IAS 16, IAS 24 e IAS 38. j) Melhorias às normas 2011 - 2013, (a aplicar na União Europeia nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2015). Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 1, IFRS 3, IFRS 13, e IAS 40. k) Melhorias às normas 2012 - 2014, (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Estas melhorias ainda estão sujeitas ao processo de endosso pela União Europeia. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 5, IFRS 7, IAS 19 e IAS 34. l) IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. A IFRS 9 substitui os requisitos da - 21 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura. m) IFRS 14 (nova),’Desvios tarifários’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta norma permite aos adotantes pela primeira vez das IFRS, que continuem a reconhecer os ativos e passivos regulatórios de acordo com a política seguida no âmbito do normativo anterior. Contudo para permitir a comparabilidade com as entidades que já adotam as IFRS e não reconhecem ativos / passivos regulatórios, os referidos montantes têm de ser divulgados nas demonstrações financeiras separadamente. n) IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2017). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar ativos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflete a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia dos 5 passos”. o) IFRIC 21 (nova), ‘Taxas do governo’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 17 de junho de 2014). A IFRIC 21 é uma interpretação à IAS 37 e ao reconhecimento de passivos, clarificando que o acontecimento passado que resulta numa obrigação de pagamento de uma taxa ou imposto (que não imposto sobre o rendimento - IRC) corresponde à atividade descrita na legislação relevante que BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 obriga ao pagamento. As divulgações devem ser apresentadas para situações de reconhecimento de perdas de imparidade. Entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2014. Emendas à IAS 39: ‘Instrumentos financeiros – Novação de derivados e contabilidade de cobertura’: Introduz uma isenção à obrigação de descontinuar a contabilidade de cobertura dos instrumentos financeiros derivados, quando se verifique a alteração da contraparte do contrato por requisito legal e desde que estejam cumpridas determinadas condições. Entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2014. IFRIC 21 (nova): ‘Taxas do Governo’: Esta interpretação refere-se à contabilização de taxas impostas pelos Governos, consistindo numa interpretação à IAS 37 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes. A Interpretação tipifica as taxas do Governo, e os eventos que dão origem à sua responsabilidade de pagamento, clarificando, dada a diversidade identificada na sua aplicação prática, o momento em que estas devem ser reconhecidas. Entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2014. IFRS 9, ‘Instrumentos Financeiros’: A IFRS 9 refere-se à primeira fase da nova norma sobre instrumentos financeiros e prevê duas categorias de mensuração: o custo amortizado e o justo valor. Todos os instrumentos de capital são mensurados ao justo valor. Um instrumento financeiro é mensurado ao custo amortizado apenas quando a Entidade o detém para receber os fluxos de caixa contratuais e os fluxos de caixa representam o nominal e juros. Caso contrário, os instrumentos financeiros são valorizados ao justo valor por via de resultados. Entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2018. - 22 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 4. Principais estimativas e julgamentos utilizados na preparação das demonstrações financeiras As NCA estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas e julgamentos utilizados pelo Banco na aplicação dos princípios contabilísticos são apresentados nesta nota, com o objetivo de melhorar o entendimento da sua aplicação e da forma como esta afecta os resultados reportados pelo Banco e a sua divulgação. Considerando que em algumas situações existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as suas escolhas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Banco e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes. A análise efectuada de seguida é apresentada apenas para um melhor entendimento das demonstrações financeiras e não têm intenção de sugerir que outras alternativas ou estimativas possam ser mais apropriadas. Imparidade dos ativos financeiros detidos para venda O Banco determina que existe imparidade nos seus títulos quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor ou com base numa análise individual tendo em consideração indicadores de imparidade relevantes. Esta determinação requer julgamento. No julgamento efetuado, o Banco avalia entre outros factores, a volatilidade normal dos preços dos títulos e as actuais condições de mercado. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado ou de modelos de valorização, os quais requerem a utilização de pressupostos ou julgamentos na definição de estimativas de justo valor. Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas poderão resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco. Justo valor dos instrumentos financeiros O justo valor baseia-se em cotações de mercado ou, na ausência destas, em preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado e em metodologias de avaliação, que têm subjacente técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor. Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias, pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderá originar resultados financeiros diferentes dos reportados. Especificamente para a carteira de derivados de crédito, em concreto os Credit Default Swaps Single Names, e para os exercícios terminados em 31 de dezembro de 2014 e 2013, o Banco utilizou um modelo de valorização baseado em inputs observáveis no mercado, derivados de instrumentos similares em mercados ativos e similares, ajustados de forma a reflectir as actuais condições de mercado, o qual inclui um ajustamento pelo prémio de liquidez verificado neste mercado, quando aplicável. - 23 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 O Banco calibra este modelo de valorização com base em informação e transacções de mercado e revê os pressupostos do modelo de forma regular. Não existe um standard de mercado único para modelos de valorização nesta área e estes modelos têm limitações inerentes. Adicionalmente, pressupostos e inputs diferentes gerariam resultados diferentes. O redimensionamento dos spreads do modelo 10% para cima, em linha com pressupostos menos favoráveis, reduziria o justo valor em aproximadamente € 2,5 milhões (2013: € 1,1 milhões), enquanto o redimensionamento 10% para baixo, em linha com pressupostos mais favoráveis, aumentaria o justo valor em aproximadamente € 2,6 milhões (2013: € 1,1 milhões). Um estreitamento de 10% no ajustamento do prémio de liquidez implicaria uma redução no justo valor destes instrumentos financeiros de € 1,0 milhões (2013: € 0,4 milhões), enquanto um alargamento de 10% implicaria que o mesmo aumentasse aproximadamente € 1,0 milhões (2013: € 0,4 milhões). A carteira de derivados de crédito apresenta ainda outros derivados mensurados por um modelo de fluxos de caixa descontados que incorpora, entre outros elementos, as expectativas de perda à data de referência dos ativos subjacentes. Perdas por imparidade no crédito a clientes e em outros ativos O Banco efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito a clientes e de outros ativos de forma a avaliar a existência de imparidade. O processo de avaliação de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento. Impostos sobre lucros A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios. Adicionalmente é de referir que a reversão de diferenças temporárias dedutíveis resulta em deduções na determinação de lucros tributáveis de períodos futuros. Contudo, os benefícios económicos na forma de reduções nos pagamentos de impostos fluirão para a entidade somente se ela obtiver lucros tributáveis suficientes contra os quais as deduções possam ser compensadas. Nesta base, o Banco reconhece ativos por impostos diferidos somente quando for provável que lucros tributáveis estarão disponíveis contra os quais as diferenças temporárias dedutíveis possam ser utilizadas. Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período. As Autoridades Fiscais portuguesas têm a atribuição de rever o cálculo da matéria coletável efetuado pelo Banco e pelas suas subsidiárias sedeadas em Portugal, durante um período de quatro anos. Desta forma, é possível que haja correcções à matéria coletável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras. Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 24 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Ativos financeiros detidos até à maturidade De acordo com o IAS 39 o Banco classifica determinados ativos financeiros não derivados com pagamentos fixos ou determináveis e maturidades fixas como detidos até à maturidade. Esta classificação requer um julgamento significativo. Ao fazer este julgamento, o Banco avalia a sua intenção e capacidade de deter esses investimentos até à sua maturidade. Caso o Banco não detenha esses investimentos até à sua maturidade para além das circunstâncias específicas previstas, como o seja a venda de um valor insignificante perto da data da sua maturidade, o Banco deve reclassificar a totalidade dos ativos nesta categoria para a categoria de disponível para venda. Nesta base, estes investimentos seriam mensurados ao seu justo valor ao invés do custo amortizado. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 25 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 5. Caixa e bancos milhares EUR 31.12.2014 Caixa Depósitos à ordem em bancos centrais Banco de Portugal Disponibilidades sobre instituições de crédito no país Depósitos à ordem Cheques a cobrar Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro Depósitos à ordem 31.12.2013 34 54 25.462 49.018 177 2 616 22 179 638 18.692 9.179 44.367 58.890 Os depósitos à ordem em bancos centrais incluem o montante de m€ 2.868 (2013:m€ 2.926) que visam satisfazer as exigências legais de constituição de reservas mínimas de caixa. Estes depósitos são remunerados à média das taxas das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) obtidas durante o período de manutenção considerado. Essas taxas oscilaram entre 0,05% e 0,25% em 2014 (2013: oscilaram entre 0,25% e 0,75%). 6. Ativos financeiros detidos para negociação milhares EUR Instrumentos de dívida De emissores públicos nacionais De emissores públicos estrangeiros De outros emissores nacionais De outros emissores estrangeiros Provisões para risco de país De outros emissores estrangeiros 31.12.2014 31.12.2013 137 11.386 9.282 2.306 128 2.266 1.421 (157) - 20.648 6.121 Durante o exercício de 2014, o valor de juros reconhecido em resultados respeitante à carteira de ativos financeiros detidos para negociação ascendeu a m€ 629 (2013: m€ 430). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 26 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 7. Ativos financeiros disponíveis para venda milhares EUR Instrumentos de dívida Títulos de dívida pública nacional Títulos de dívida pública estrangeira Outros títulos de dívida nacional Outros títulos de dívida estrangeira 31.12.2014 106.709 383.965 52.320 177.392 720.386 144.988 340.848 57.596 125.459 668.891 - 27 27 (17.006) (17.006) (4.733) (4.733) - (175) 703.380 664.010 Instrumentos de capital De outros emissores estrangeiros Imparidade para ativos financeiros disponíveis para venda De outros emissores estrangeiros 31.12.2013 Provisões para risco de país De outros emissores estrangeiros A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. Os saldos e movimento da rubrica imparidade para ativos disponíveis para venda podem ser analisados da seguinte forma: milhares EUR Saldo a 1 Janeiro Dotações líquidas de reversões (ver Nota 31) Transferências Utilizações Saldo a 31 Dezembro 31.12.2014 4.733 16.438 (4.165) 17.006 31.12.2013 4.526 469 (172) (90) 4.733 Durante o exercício de 2014, o juro reconhecido em resultados referente à carteira de títulos classificada como ativos financeiros disponíveis para venda ascendeu a m€ 33.480 (2013: m€ 37.548). Durante o exercício de 2014, o Banco reverteu perdas por imparidade relativamente a ativos financeiros disponíveis para venda associados a operações de titularização do Grupo no montante de m€ 2.387 (2013: reconheceu perdas por imparidade no montante de m€ 207). Em 31 de dezembro de 2014, a carteira de títulos com indícios de imparidade ascendia a m€ 26.889 (2013: m€ 12.351). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 27 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 8. Aplicações em instituições de crédito milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 25 - 25 52.094 17.136 25 69.255 657.233 6.129 1.619 211 600.030 11.071 1.441 803 665.192 613.345 665.217 682.600 No país Aplicações em instituições de crédito Instrumentos de dívida Operações de compra com acordo de revenda ("reverse repos") No estrangeiro Aplicações em instituições de crédito Operações de compra com acordo de revenda ("reverse repos ") Instrumentos de dívida Juros a receber A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. A rubrica aplicações em instituições de crédito no estrangeiro inclui depósitos de colateral relacionados com operações de repo, swaps associados a eventos de crédito, swaps de taxa de juro e swaps cambiais no montante de m€ 158.226 (2013: m€ 105.591). Em 31 de dezembro de 2014 e 2013, a rúbrica instrumentos de dívida, classificada como crédito e outros valores a receber de acordo com a política contabilística descrita na nota 2.6, pode ser analisada como segue: milhares EUR Instrumentos de dívida Outros títulos de emissores nacionais Outros títulos de emissores estrangeiros Imparidade para instrumentos de dívida Outros títulos de emissores estrangeiros BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 1.619 1.619 52.094 1.441 53.535 1.619 53.535 - 28 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 A rubrica instrumentos de dívida encontra-se líquida de imparidade, cujos saldos e movimento pode ser analisado da seguinte forma: milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 - 48.557 3.391 (634) (51.314) - Saldo a 1 Janeiro Dotações líquidas de reversões (ver Nota 31) Variações cambiais Utilizações Saldo a 31 Dezembro Durante o exercício de 2014, o valor de juros reconhecido em resultados respeitante à carteira de instrumentos de dívida ascendeu a m€ 1.156 (2013: m€ 2.796). 9. Crédito a clientes milhares EUR Financiamento especializado Crédito não titularizado Crédito titularizado 31.12.2014 31.12.2013 27.378 7.727 39.426 34.966 154 179 507 378 704 68.492 1.280 73.843 104.634 150.400 (64.344) (3.635) (42.062) (30.392) Financiamento especializado, líquido 36.655 77.946 Outros créditos Instrumentos de dívida Papel comercial Outros créditos 39.539 31.163 7.170 70.224 42.727 250 77.872 113.201 114.527 191.147 Comissões associadas ao custo amortizado (líquidas) Juros a receber Créditos e juros vencidos Menos de 90 dias Mais de 90 dias Provisões para financiamento especializado Crédito não titularizado Crédito titularizado A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. As provisões para financiamento especializado, calculadas em conformidade com o Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, compreendem provisões para crédito vencido e de cobrança duvidosa. Adicionalmente, o Banco dispõe ainda de provisões para riscos gerais de crédito no montante de BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 29 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 m€ 2.458 (2013: m€ 2.975), dos quais m€ 524 (2013: m€ 1.109) estão afectos a financiamento especializado, sendo que m€ 116 (2013: m€ 520) se referem a crédito titularizado. O valor de crédito titularizado é referente a créditos detidos por veículos de titularização constituídos no âmbito das operações de titularização em que, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.5., são consolidados pelo Grupo. Em 31 de dezembro de 2014, os montantes brutos dos créditos titularizados ascende a m€ 11.668 (2013: m€ 66.993). Os passivos associados a operações de titularização estão registados na rubrica “Passivos financeiros associados a ativos transferidos” (ver Nota 20). O saldo da rubrica de financiamento especializado é analisado como segue: milhares EUR Crédito sem atrasos Crédito com atrasos até 90 dias Crédito com atrasos superiores a 90 dias Provisões para financiamento especializado 31.12.2014 31.12.2013 27.705 8.079 68.850 58.506 17.267 74.627 104.634 150.400 (67.979) (72.454) 36.655 77.946 O montante bruto de financiamento especializado a clientes com atrasos até 90 dias apresenta o seguinte detalhe: milhares EUR Crédito com atrasos até 30 dias Crédito com atrasos entre 30 e 60 dias Crédito com atrasos entre 60 e 90 dias 31.12.2014 31.12.2013 6.323 1.458 298 13.399 2.756 1.112 8.079 17.267 O justo valor do colateral associado ao financiamento especializado com atrasos inferiores a três meses acima referido ascende a m€ 8.290 e m€ 16.843 em 2014 e 2013, respetivamente. O financiamento especializado com atrasos superiores a 90 dias pode ser analisado como segue: milhares EUR Crédito vencido a mais de 90 dias Crédito vincendo associado 31.12.2014 31.12.2013 68.516 334 73.762 865 68.850 74.627 Adicionalmente às provisões para crédito a clientes atrás referida, o justo valor dos colaterais associados ao crédito com imparidade ascende a m€ 964 e a m€ 1.864 em 2014 e 2013 respetivamente. No momento da concessão do crédito, o justo valor do colateral é determinado com base em técnicas de valorização vulgarmente utilizadas para a valorização dos respetivos ativos (sobretudo veículos automóveis). Em períodos subsequentes, o justo valor é actualizado com base no preço de mercado ou índices de ativos semelhantes. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 30 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 O valor bruto de financiamento especializado a clientes com imparidade numa base individual (de acordo com a política contabilística referida na Nota 2.5) e o justo valor dos respetivos ativos detidos como colateral ascende em 31 de dezembro de 2014 a m€ - e m€ -, respetivamente (2013: m€ 679 e € 1.383). Desta análise não resulta qualquer imparidade. Os movimentos ocorridos na rubrica de Provisões para financiamento especializado podem ser analisados na Nota 31. Durante o exercício de 2014 o Banco recuperou m€ 300 (2013: m€ 237) relativo a créditos previamente abatidos ao activo, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.5. Em 31 de dezembro de 2014, os contratos renegociados que caso contrário se encontrariam com atrasos ou com imparidade totalizam m€ 583 (2013: m€ 358). Em 31 de dezembro de 2014 e 2013, a rúbrica instrumentos de dívida pode ser analisada como segue: milhares EUR Instrumentos de dívida Titulos de dívida pública nacional Titulos de dívida pública estrangeira Outros títulos de emissores nacionais Outros títulos de emissores estrangeiros Provisões para risco de país De outros emissores estrangeiros Correções de valor para activos objecto de cobertura (ver Nota 10) \ 31.12.2014 31.12.2013 13.576 22.235 3.778 39.589 21.027 10.349 16.531 22.585 70.492 (50) - - (268) 39.539 70.224 Durante o exercício de 2014, o valor de juros reconhecido em resultados respeitante à carteira de instrumentos de dívida ascendeu a m€ 2.381 (2013: m€ 1.103). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 31 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 10. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura O Banco realiza operações com instrumentos financeiros derivados com a finalidade de cobertura e gestão dos riscos financeiros inerentes à sua atividade, gerindo posições próprias com base em expectativas de evolução dos mercados satisfazendo as necessidades dos seus clientes ou cobrindo posições de natureza estrutural. O justo valor e o valor nocional dos derivados em carteira são apresentados no quadro seguinte: milhares EUR Valor nocional Derivados de negociação Swaps cambiais Swaps associados a eventos de crédito Swaps de taxa de juro Swaps de retorno total Derivados de cobertura Swaps de taxa de juro 31.12.2014 Justo Valor Ativo Passivo Valor nocional 31.12.2013 Justo Valor Ativo Passivo 580.228 442.486 1.737.211 16.473 638 37.068 15.829 5 24.186 53.837 64.834 5 375.802 298.886 1.325.460 - 4.264 42.517 11.906 - 97 50.465 52.019 - 2.776.398 53.540 142.862 2.000.147 58.687 102.581 208.472 - 21.914 234.400 - 4.020 2.984.870 53.540 164.776 2.234.547 58.687 106.601 O Banco utiliza, essencialmente, os seguintes instrumentos financeiros derivados: Swap cambial, que representa um contrato realizado entre duas partes e que consiste na troca de moedas a uma taxa de câmbio a prazo. É um acordo de troca de fluxos de caixa, em que uma das partes concorda em pagar juros sobre o principal de uma moeda, em troca do recebimento de juros sobre o principal noutra moeda. No final da operação, o principal na moeda estrangeira é pago e o principal na moeda nacional é recebido. A sua finalidade é a cobertura e gestão do risco cambial inerente aos recebimentos e pagamentos em moeda estrangeira, através da redução da incerteza quanto ao valor futuro de determinada taxa de câmbio. Swap associado a eventos de crédito, que consiste num contrato através do qual é possível investir ou efetuar cobertura de risco de crédito de um dado emitente. Quando o Banco assume a posição vendedora de protecção de crédito, recebe uma taxa de juro em troca de um pagamento condicionado a um evento de crédito. Caso o evento ocorra, o vendedor de protecção de crédito paga ao comprador o valor de referência acordado para cobrir a perda de crédito. Swap de taxa de juro, que em termos conceptuais pode ser perspectivado como um acordo pelo qual duas partes se obrigam a trocar um diferencial de taxas de juro, sobre um montante nominal durante um determinado período de tempo. Envolve uma única moeda e consiste na troca de fluxos de caixa fixos por variáveis ou vice-versa. A sua finalidade é a cobertura e gestão do risco de taxa de juro, relativamente ao rendimento de uma aplicação financeira ou ao custo de um financiamento que uma determinada entidade pretende realizar num determinado momento futuro. Swap de retorno total, é uma transação financeira bilateral na qual as contrapartes trocam o retorno de um ativo ou de um conjunto de ativos por um cash-flow periódico. Um swap de retorno total é similar a um swap plain vanilla, diferenciando-se pela estrutura da transação que origina um retorno total que inclui o cash-flow acrescido da apreciação/depreciação do capital, ao contrário do swap plain vanilla cujo retorno se limita ao cash-flow. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 32 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Contabilidade de cobertura O Banco contrata instrumentos financeiros derivados com o objetivo de efetuar a cobertura do justo valor dos seus ativos. O tratamento contabilístico das operações de cobertura varia de acordo com a natureza do instrumento coberto e da sua elegibilidade para efeitos de contabilidade de cobertura de acordo com o previsto na Nota 2.11. Quando as relações de cobertura contabilísticas são descontinuadas, ou os instrumentos cobertos são liquidados/reembolsados,não obstante se mantenham numa ótica financeira, os respetivos instrumentos de cobertura são reclassificados para a rubrica de derivados de negociação. Cobertura de justo valor do risco de taxa de juro – títulos de rendimento fixo Estas coberturas de justo valor consistem na contratação de derivados de taxa de juro que são utilizados para prevenir variações no justo valor de instrumentos de dívida de taxa fixa relacionadas com alterações da taxa de juro de mercado, tendo como objetivo prevenir a exposição a variações da taxa de juro do mercado. O valor acumulado das correcções de valor dos ativos objeto de cobertura em 31 de dezembro de 2014 ascende a m€ - (2013: m€ 285). No exercício de 2014 para os títulos classificados na categoria de Créditos e outros valores a receber, o Banco reconheceu em resultados o montante de m€ 91 (2013: m€ 87) relativo à variação de justo valor dos instrumentos cobertos no exercício e o montante de m€ 360 (2013: m€ 38) relativo ao custo dos ativos desreconhecidos e da amortização das relações descontinuadas em exercícios anteriores (ver Nota 28). Adicionalmente, e para os títulos classificados na categoria de Ativos financeiros disponíveis para venda, reconheceram-se no exercício de 2014 perdas em instrumentos de cobertura no montante de m€ 22.414 (2013: m€ 4.378) e ganhos nos respetivos itens cobertos de m€ 21.758 (2013: m€ 4.334). Estes ganhos nos itens cobertos atribuíveis ao risco coberto são reclassificados da reserva de justo valor dos títulos para resultados do exercício, líquidos do valor relativo aos ativos desreconhecidos que ascenderam a m€ 4.906 (2013: m€ 1.887) (ver Nota 28). Os impactos das relações de cobertura vivas em 31 de dezembro de 2014 e 2013, podem ser analisados como segue: milhares EUR (Perdas)/Ganhos em instrumentos de cobertura Créditos e outros valores a receber Ativos financeiros disponíveis para venda Ganhos em itens cobertos atribuíveis ao risco coberto Créditos e outros valores a receber Ativos financeiros disponíveis para venda Ineficácia nas coberturas de justo valor da carteira (ver Nota 28) Créditos e outros valores a receber Ativos financeiros disponíveis para venda BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 (22.506) (92) (22.414) (4.465) (87) (4.378) 21.849 91 21.758 4.420 87 4.334 (657) (45) (1) (656) (0) (45) - 33 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 11. Propriedades de investimento Em 31 de dezembro de 2014, o saldo desta rubrica é composto por imóveis arrendados pelo Banco a terceiros, no montante bruto de m€ 672 (2013: a empresas do Grupo e a terceiros nos montantes brutos de m€ 388 e m€ 676, respetivamente). As amortizações acumuladas dos imóveis arrendados a terceiros ascendem a 31 de dezembro de 2014 a m€ 94 (2013: m€ 84), das quais m€ 10 (2013: m€ 10) constituídas em 2014. As amortizações acumuladas dos imóveis arrendados a empresas do Grupo ascenderam a 31 de dezembro de 2013 a m€ 70, das quais m€ 6 foram constituídas em 2013. 12. Outros ativos tangíveis e intangíveis Em 31 de dezembro de 2014, a rubrica de outros ativos tangíveis é composta como segue: milhares de EUR Imóveis Mobiliário e material Equipamento informático Viaturas Outras imobilizações 31.12.2014 31.12.2013 Custo de aquisição: Saldo inicial 4.907 331 21 821 61 6.141 7.017 Aquisições 3.888 8 - 638 - 4.534 130 Abates/Alienações (388) - - (392) - (780) (102) 263 9 (10) - (9) 253 (904) 8.670 348 11 1.067 52 10.148 6.141 1.514 306 21 623 53 2.517 2.441 Dotações do exercício 151 5 - 253 1 410 295 Abates/Alienações (70) - - (327) - (397) (85) Transferências Saldo final Amortizações acumuladas: Saldo inicial Transferências 47 27 (10) (20) (6) 38 (134) Saldo final 1.642 338 11 529 48 2.568 2.517 Valor líquido 7.028 10 - 538 4 7.580 3.624 Em 31 de dezembro de 2014, a rubrica de outros ativos intangíveis é composta por software no montante bruto de m€ 254 (2013: m€ 173), tendo amortizações acumuladas de m€ 87 (2013: m€ 52), das quais m€ 26 foram constituídas em 2014 (2013: m€ 22). 13. Investimentos em filiais milhares EUR Finantia Holdings BV Sofinloc - Instituição Financeira de Crédito, S.A. Banco Finantia International, Ltd. Banco Finantia Sofinloc, S.A. Finantia Serviços - Prestação de Serviços Empresariais, Lda. Finantia S.G.F.T.C., S.A. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 55.868 47.990 40.000 34.669 4.435 3.926 53.979 47.990 40.000 34.669 4.685 3.926 186.888 185.249 - 34 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Esta rubrica apresentou os seguintes movimentos no decorrer dos exercícios de 2014 e 2013: 31.12.2014 milhares EUR Saldo inicial Reembolso prestações suplementares Finantia Serviços, Lda. Concessão prestações suplementares Finantia Serviços, Lda. Variações cambiais Saldo final 31.12.2013 185.249 (750) 500 1.889 186.888 187.378 (1.500) (629) 185.249 As variações cambiais ocorridas no exercício devem-se à flutuação cambial da participação em moeda estrangeira que é objeto de cobertura de justo valor com instrumentos financeiros não derivados, conforme referido na Nota 2.19. As prestações suplementares podem ser analisadas conforme segue: 31.12.2014 milhares EUR Finantia Holdings BV Finantia S.G.F.T.C., S.A. Finantia Serviços - Prestação de Serviços Empresariais, Lda. 31.12.2013 55.788 3.676 4.410 53.899 3.676 4.660 63.874 62.235 A rubrica de investimentos em filiais apresenta a seguinte composição: Empresas Atividade Económica Particip. Nominal % A Cap. Prop. e Res. Exer. 31/12/2014 B Valor prop., Cap. Prop. e Res. Exerc. C=AxB Valor do Investimento 31/12/2014 D Diferença C-D Sofinloc - Instituição Financeira de Crédito, S.A. Rua General Firmino Miguel, 5 14º andar - 1660100 Lisboa - Portugal Crédito especializado 100 37.158 37.158 55.868 (18.710) Finantia Holdings BV - Locatellikade 1,1076AZ Amesterdão - Holanda Gestão de Participações 100 58.568 58.568 47.990 10.578 Banco Finantia International, Ltd.- Strathvale House, 3rd Floor - 90, North Church Street - Grand Cayman, Cayman Bancária 100 44.096 44.096 40.000 4.096 Banco Finantia Sofinloc, S.A - Avda. Menéndez Pelayo, 67 (Torre Retiro) - 28009 Madrid, Espanha Bancária 99,60 69.296 69.019 34.669 34.349 Finantia Serviços - Prestação de Serviços Empresariais, Lda. - Rua General Firmino Miguel, 5 - 1º andar - 1600-100 Lisboa - Portugal Prestação de Serviços 100 3.175 3.175 4.435 (1.260) Administração de Fundos 100 4.268 4.268 3.926 342 Finantia SGFTC, S.A - Rua General Firmino Miguel, 5 - 1º andar - 1600-100 Lisboa, Portugal 186.888 BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 35 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Adicionalmente aos investimentos em filiais acima apresentados, o Banco detém ainda, indirectamente, as seguintes participações: Empresas Sede Actividade % Participação Directa % Participação Indirecta Esprin - Española de Promociones, S.L. Espanha Prestação de serviços - 100 Finantia Brasil, Lda. Brasil Prestação de serviços - 100 Finantia PH Limited Malta Gestão de Participações - 100 Finantia Securities Ltd Reino Unido Broker-Dealer - 100 Finantia USA, Ltd. E.U.A Broker-Dealer - 100 Finantia EMEA Limited Malta Financeira - 100 LTR Finance nº7 plc Irlanda Entidade de finalidade especial - 100 14. Impostos O imposto sobre o rendimento reportado nos resultados de 2014 e 2013 analisa-se como segue: milhares EUR Imposto corrente Imposto do exercício Contribuição para o sector bancário Relativo a exercícios anteriores Imposto diferido Origem e reversão de diferenças temporárias Prejuízos fiscais reportáveis Total do imposto reconhecido em resultados BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 (5.585) (901) 19 (809) (707) 6 (6.468) (1.510) 355 (5.110) 215 (4.533) (4.755) (4.318) (11.223) (5.828) - 36 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Os ativos e passivos por impostos diferidos reconhecidos em balanço em 2014 e 2013 podem ser analisados como segue: 31.12.2014 Passivos Líquido - (8.987) (8.987) 283 - 283 633 - 633 712 - 712 - - - 5.110 - 5.110 868 - 868 434 - 434 1.501 (8.987) (7.486) 6.539 - 6.539 milhares EUR Ativos Ativos financeiros disponíveis para venda Crédito a clientes Prejuízos fiscais reportáveis Outros Imposto diferido activo/(passivo) Ativos 31.12.2013 Passivos Líquido No fim de cada período de relato, o Banco reavalia os ativos por impostos diferidos não reconhecidos, sendo que reconhece previamente um activo por impostos diferidos não reconhecido até ao ponto em que se torne provável que os lucros tributáveis futuros permitirão que o activo por impostos diferidos seja recuperado. Em 31 de dezembro de 2014, não haviam impostos diferidos ativos associados a prejuízos fiscais reportáveis não reconhecidos nas demonstrações financeiras (2013: m€ 1.000 referentes a prejuízos originados em 2010). O movimento do imposto diferido de balanço em 2014 e 2013 explica-se como segue: 31.12.2014 milhares EUR Reconhecido em resultados Ativos financeiros disponíveis para venda Crédito a clientes Prejuízos fiscais reportáveis Outros BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2013 Reconhecido em reservas Reconhecido em resultados Reconhecido em reservas (79) (5.110) 434 (9.270) - (31) (4.533) 246 2.126 - (4.755) (9.270) (4.318) 2.126 - 37 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue: 31.12.2014 milhares EUR % Resultados antes de Impostos Taxa de imposto estatutária Imposto calculado com base na taxa de imposto estatutária Utilização de prejuízos fiscais Dividendos excluídos de tributação Provisões e imparidade Imposto relativo a exercícios anteriores Utilização / dedução de prejuízos fiscais de anos anteriores Lucros em unidades com regime de tributação mais favorável Tributação autónoma Outros Imposto sobre os lucros Contribuição extraordinária do sector bancário Imposto reconhecido em resultados 31.12.2013 Valor % 40.501 31,5% 8.859 29,5% 12.758 (6.529) (128) (19) 4.007 0 56 176 25,5% Valor 10.322 2.613 (1.421) (590) (72) (6) 4.533 38 25 49,1% 5.121 901 707 11.223 5.828 O Banco, de acordo com a Lei nº 49/2013, usufrui de um crédito fiscal extraordinário ao investimento no montante de m€ 14. As despesas elegíveis para este efeito encontram-se associadas ao Projecto FINREP/COREP. 15. Outros ativos milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Devedores e outras aplicações 544 489 Proveitos a receber 363 408 2.590 120.941 29.531 290 33.028 122.128 Operações a aguardar liquidação financeira Outras operações a regularizar A rubrica devedores e outras aplicações encontra-se líquida de provisões no valor de m€ 1.281 (2013: m€ 1.262). O movimento destas provisões é apresentado na Nota 31. As operações a aguardar liquidação financeira respeitam às operações por liquidar no final do exercício, decorrentes da atividade normal do Banco (ver Nota 22). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 38 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 16. Recursos de bancos centrais milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Recursos do Sistema Europeu de Bancos Centrais Até 3 meses 241.846 53.971 - 300.000 241.846 353.971 De 1 a 5 anos Os recursos do Sistema Europeu de Bancos Centrais ("SEBC") encontram-se colateralizados por ativos financeiros do Grupo no justo valor de m€ 286.704 (2013: m€ 419.552). Adicionalmente a estes ativos financeiros o Banco dispõe de outros ativos financeiros elegíveis para desconto junto do SEBC no justo valor de m€ 87.989 (2013: m€ 78.172). Estes recursos são remunerados à média das taxas das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) obtidas durante o período de manutenção considerado. Essas taxas oscilaram entre 0,05% e 0,25% em 2014 (2013: oscilaram entre 0,25% e 0,75%). 17. Recursos de instituições de crédito milhares EUR Depósitos e outros recursos de instituições de crédito 31.12.2014 31.12.2013 88.983 170.055 70 152 89.053 170.207 Juros a pagar A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. 18. Recursos de clientes milhares EUR Depósitos a prazo Depósitos à ordem Cheques e ordens a pagar Juros a pagar 31.12.2014 31.12.2013 307.145 24.372 947 3.519 260.715 11.356 177 5.052 335.983 277.300 A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 39 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 19. Operações de venda com acordo de recompra (“repos”) milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Instituições de crédito 444.164 402.396 Outras instituições 124.877 137.526 569.041 539.922 20. Passivos financeiros associados a ativos transferidos milhares EUR Passivos por ativos não desreconhecidos em operações de titularização (ver Nota 9) Crédito titularizado interno Financiamento de vendas a crédito Juros a pagar Valias associadas à titularização Provisões relativas aos ativos titularizados (ver Notas 2.5 e 9) 31.12.2014 31.12.2013 11.631 11.631 66.817 66.817 37 (13) 176 (106) (3.751) (30.912) 7.904 35.975 Em 31 de dezembro de 2014, a rubrica crédito titularizado interno inclui m€ 3.904 (2013: m€ 31.852) referentes a crédito vencido. As eventuais valias associadas a estas operações de titularização são reconhecidas em resultados de acordo com a amortização do crédito outstanding titularizado. Ao abrigo da Carta-circular n.º 47/07/DSBDR do Banco de Portugal, a constituição de provisões para ativos cedidos em operações de titularização ao abrigo do Aviso nº3/95 deixou de ser registada contra resultados da instituição cedente para passar a corrigir o montante do passivo associado a ativos titularizados (ver Nota 9). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 40 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 As operações de titularização em curso em 31 de dezembro de 2014 podem ser analisadas como segue: LTR FINANCE Nº. 7 Em 3 de Fevereiro de 2009, iniciou-se uma nova operação de titularização cuja venda inicial de créditos ascendeu a m€ 124.218. O financiamento desta operação foi efetuado através de um veículo de titularização denominado LTR Finance Nº 7 Limited, constituído de acordo com as normas em vigor na Irlanda e registado em Dublin. As características iniciais da estrutura de financiamento desta operação foram as seguintes: - Classe A, de rating AA, num montante máximo de m€ 326.000 (tendo no momento inicial ascendido a m€ 101.230) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 4 %; - Classe B, sem rating, num montante máximo de m€ 74.000 (tendo no momento inicial ascendido a m€ 22.980) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 4,5%; - Classe C, sem rating, num montante máximo de m€ 8.000 (tendo no momento inicial ascendido a m€ 2.490, subscrita a um preço de 135,70%) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 16 %; e - Duas Residual Certificate Notes, no montante de m€ 50 e com maturidade em 20 de Fevereiro de 2023. As Residual Certificate Notes são a classe de dívida mais subordinada e a sua remuneração corresponde ao Excess Spread apurado na operação depois de pagos todos os custos. Tendo em consideração que a maioria dos ativos titularizados são de taxa fixa e que a remuneração das classes de dívida emitidas pelo veículo também é fixa, não foram contratados swaps de taxa de juro para esta operação. O movimento ocorrido no valor dos créditos titularizados nos exercícios de 2014 e 2013 pode ser demonstrado da seguinte forma: milhares EUR Saldo em 31 de Dezembro de 2012 Clean up call Amortizações Saldo em 31 de Dezembro de 2013 Clean up call Amortizações Saldo em 31 de Dezembro de 2014 LTR 6 LTR 7 LTR 8 Total 79.487 23.657 44.015 147.159 (30.087) (6.240) (35.121) (8.894) (35.121) (45.221) 49.400 17.417 - 66.817 (49.400) - (5.786) - (49.400) (5.786) - 11.631 - 11.631 Em março de 2015, de acordo com o contratualmente previsto, o Banco exerceu a clean-up call da operação LTR Finance Nº 7, tendo o Banco adquirido os respetivos ativos residuais. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 41 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 21. Passivos subordinados milhares EUR Taxa de juro nominal Valor nominal Outros Reembolsos / (a) movimentos Vencimentos Saldo em 31.12.2013 Saldo em 31.12.2014 €75m obrig. subordinadas com vencimento em 4-5-2015 Euribor 3m + 135 bp 75.000 75.312 (75.000) (312) - €60m obrig. subordinadas com vencimento em 26-7-2017 Euribor 3m + 125 bp 60.000 49.492 - 10.765 60.257 145.000 124.804 (75.000) 10.453 60.257 (a) Os outros movimentos incluem o juro corrido em balanço e correcções de justo valor. A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efetuada na Nota 35. Durante o exercício de 2014 foram reconhecidos em resultados juros, com base no método da taxa efectiva, relativos aos empréstimos registados ao custo amortizado, que ascenderam a m€ 1.962 (2013: m€ 2.402). A emissão de € 60 milhões de obrigações subordinadas com vencimento em 2017, foi designada ao justo valor através dos resultados na data do seu reconhecimento inicial em 26 de Julho de 2007, de acordo com a política descrita na Nota 2.16. No exercício de 2014, a variação de justo valor desta emissão foi de m€ (10.776) (2013: m€ (12.603) - ver Nota 28. Estas obrigações serão amortizadas ao par na data de maturidade, podendo, contudo, ser reembolsadas antecipadamente por opção do Banco, mediante autorização prévia do Banco de Portugal. 22. Outros passivos milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Credores e outros recursos 1.152 510 Encargos a pagar 1.831 1.699 Operações a aguardar liquidação financeira 4.924 74.520 275 568 8.182 77.296 Outras contas de regularização As operações a aguardar liquidação financeira respeitam às operações por liquidar no final do exercício, decorrentes da atividade normal do Banco (ver Nota 15). 23. Capital, prémios de emissão e ações próprias O capital social do Banco no valor de € 150 milhões é representado por 150.000.000 ações ordinárias com direito a voto de valor nominal de € 1 cada e encontra-se integralmente realizado. Os prémios de emissão no valor de € 25 milhões (2013: € 25 milhões) referem-se aos prémios pagos pelos acionistas em aumentos de capital. Durante o exercício de 2014, o Banco adquiriu 2.501.063 ações próprias, pelo montante de m€ 3.015. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 42 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 24. Reservas e resultados transitados milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Reservas de justo valor 24.298 (693) Reserva legal 21.321 21.018 Outras reservas e resultados transitados 90.555 92.480 136.174 112.806 Reservas de justo valor As reservas de justo valor representam as mais e menos valias potenciais relativas à carteira de ativos financeiros disponíveis para venda, líquidas da imparidade reconhecida em resultados no exercício e/ou em exercícios anteriores e a reserva de justo valor dos ativos financeiros reclassificados e a parte eficaz das variações de justo valor dos derivados de cobertura de justo valor. O valor desta reserva é apresentado líquido de imposto diferido, como segue: milhares EUR Saldo a 1 Janeiro Ativos financeiros disponíveis para venda 2014 2013 (693) 4.181 51.120 (4.553) (16.859) (2.447) Impostos diferidos (ver Nota 14) (9.270) 2.126 Saldo 31 Dezembro 24.298 Coberturas de justo valor (693) Reserva Legal De acordo com o Artigo 97º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-lei n. 298/92, de 31 de dezembro, com a redação que lhe é dada pelo Decreto-lei n. 201/2002, de 25 de Setembro, o Banco Finantia deve creditar anualmente a reserva legal com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do valor mais elevado entre o capital e a soma das reservas livres e dos resultados transitados (nos termos do Artigo 296º do Código das Sociedades Comerciais). Nos termos do Artigo 296º do Código das Sociedades Comerciais, a reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 43 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 25. Margem financeira milhares EUR Juros e rendimentos similares Juros da carteira de titulos Juros de disponibilidades e aplicações em instituições de crédito Juros de crédito a clientes Juros de derivados de crédito Juros de crédito a clientes titularizado Comissões de originação associadas ao financiamento especializado Outros juros e proveitos similares Juros e encargos similares Juros de recursos de clientes Operações de venda com acordo de recompra ("Repos") Juros de derivados de crédito Juros de derivados de cobertura Juros de passivos subordinados Juros de recursos de instituições de crédito Juros de passivos financeiros associado a activos transferidos Comissões de originação associadas ao financiamento especializado Outros juros e custos similares 31.12.2014 31.12.2013 37.646 15.800 8.375 8.018 1.463 235 15 71.552 41.877 16.369 6.823 12.735 7.812 433 6 86.055 (11.392) (4.395) (4.225) (3.952) (3.089) (2.657) (1.463) (338) (131) (31.642) 39.910 (11.935) (6.178) (5.615) (1.162) (3.455) (6.057) (7.812) (944) (737) (43.895) 42.160 Em 31 de dezembro de 2014, o montante de juros e encargos similares relativo a passivos financeiros designados ao justo valor através dos resultados ascende a m€ 1.516 (2013: m€ 1.500). 26. Rendimentos de instrumentos de capital milhares EUR Banco Finantia International, Ltd. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 - 2.000 - 2.000 - 44 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 27. Resultados de serviços e comissões milhares EUR Rendimentos de serviços e comissões Rendimentos da actividade bancária Rendimentos da actividade de financiamento especializado Encargos de serviços e comissões Por serviços bancários prestados por terceiros Encargos da actividade de financiamento especializado 31.12.2014 31.12.2013 4.560 1.465 6.025 318 2.158 2.475 (310) (217) (527) 5.498 (247) (394) (641) 1.834 Em 31 de dezembro de 2014 e 2013, a rubrica rendimentos da atividade de financiamento especializado refere-se na sua totalidade a comissões obtidas na mediação de seguros. 28. Resultados em operações financeiras milhares EUR Ativos financeiros ao justo valor através dos resultados Ativos financeiros disponíveis para venda Outros ativos financeiros Resultados em operações cambiais Passivos financeiros ao justo valor através dos resultados Ineficácia nas coberturas de justo valor (ver Nota 10) 31.12.2014 (26.382) 47.317 5.194 (220) (10.776) (657) 14.477 31.12.2013 (17.732) 1.672 377 (329) (12.603) (45) (28.660) Os resultados líquidos dos ativos financeiros ao justo valor através dos resultados incluem: (i) o efeito das compras e vendas e das variações do justo valor dos instrumentos de dívida e capital e (ii) os resultados dos instrumentos financeiros derivados. Os resultados líquidos dos ativos financeiros disponíveis para venda incluem os resultados decorrentes das alienações de títulos e a respectiva transferência dos montantes reconhecidos na reserva de justo valor. Incluído nos resultados em ativos financeiros ao justo valor através dos resultados encontra-se o montante negativo de m€ 28.033 (2013: negativo de m€ 20.008), relacionados com operações de derivados de taxa de juro e derivados associados a eventos de crédito. A rubrica de outros ativos financeiros inclui o efeito das vendas de instrumentos de dívida da carteira de títulos classificada como Créditos e outros valores a receber. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 45 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 O resultado líquido em passivos financeiros ao justo valor através dos resultados refere-se à reavaliação dos passivos financeiros designados ao justo valor através dos resultados (ver Nota 21). 29. Custos com pessoal milhares EUR 31.12.2014 Remunerações Encargos sociais obrigatórios Outros custos 31.12.2013 3.995 915 167 3.768 849 308 5.077 4.925 O valor das remunerações, incluindo os respetivos encargos sociais obrigatórios, atribuídas aos órgãos de gestão e fiscalização do Banco, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013, foi de m€ 140 e m€ 243, respetivamente. O número de colaboradores por categorias, no final dos exercícios, pode ser analisado como segue: 31.12.2014 Quadros superiores Quadros médios Outros quadros 31.12.2013 68 53 26 59 45 31 147 135 30. Gastos gerais administrativos milhares EUR Serviços especializados Serviços de cobrança externa Deslocações e estadas Rendas e alugueres Comunicações Conservação e reparação Outros fornecimentos e serviços BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 1.796 179 102 159 78 77 318 2.709 31.12.2013 2.001 280 137 194 87 85 275 3.059 - 46 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 31. Imparidade e provisões O movimento das provisões para os exercícios findos a 31 de dezembro de 2014 e 2013 pode ser analisado como segue: Provisões para Risco-País Imparidade Carteira de títulos (Notas 7, 8 e 9) Outros ativos (Nota 15) Provisões para: Carteira de títulos (Notas 6, 7 e 9) Devedores (Nota 15) Riscos gerais de crédito Crédito vencido (Nota 9) Cobrança duvidosa (Nota 9) Total Saldo em 31.12.2012 53.083 - 3 1.173 3.843 77.533 107 135.742 Dotações 10.417 1.500 1.010 93 5 75 7 13.107 Reversões (6.557) (1.500) Utilizações (51.404) - Transferências (172) - - - Variação Cambial (634) - (8) - - - - Saldo em 31.12.2013 (830) - (4) (249) (624) (1.139) (2.547) (1.513) (36) (33) (10.311) (53.955) (2.342) (642) 4.733 - 175 1.262 2.975 72.409 45 81.599 19.520 - 760 19 107 156 23 20.585 Reversões (3.082) - (735) (48) (7.623) Utilizações (4.165) - Dotações - - (624) (3.134) - - (1.414) - (5.579) (58) Transferências - - - - - - (58) Variação Cambial - - 7 - - - - 7 17.006 - 207 1.281 2.458 67.959 20 88.931 Saldo em 31.12.2014 32. Rubricas extrapatrimoniais milhares EUR Garantias prestadas Ativos dados em garantia ("repos" ) Outras garantias e avales prestados Garantias recebidas Ativos recebidos em garantia ("reverse repos" ) Outras garantias recebidas Outros passivos eventuais Linhas de crédito revogáveis Outros passivos eventuais Responsabilidades por prestação de serviços Depósitos e guarda de valores Activos sob gestão BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 31.12.2014 31.12.2013 892.653 221.332 1.085.152 209.508 1.113.985 1.294.660 7.471 7.318 14.789 37.475 7.318 44.793 103.000 440.748 103.000 441.342 543.748 544.342 941.246 30.080 767.150 103.668 971.326 870.818 - 47 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 A rubrica de ativos dados em garantia (“repos”) corresponde ao valor nominal dos títulos vendidos com acordo de recompra (ver Nota 19) e inclui as operações efetuadas com bancos centrais, incluindo títulos recebidos no âmbito de operações de compra com acordo de revenda (“reverse repos”). O valor de balanço dos títulos incluídos nestas operações ascendia, em 31 de dezembro de 2014, a m€ 952.827 (2013: m€ 1.076.096). No âmbito de operações de compra com acordo de revenda (“reverse repos”) o Banco recebe como colateral títulos, podendo vendê-los ou entregá-los como colateral. O justo valor dos títulos recebidos como colateral em 31 de dezembro de 2014 ascende a m€ 7.426 (2013: m€ 37.879). Em 31 de dezembro de 2014, a rubrica outros passivos eventuais inclui o montante de m€ 18.100 (2013: m€ -) referentes a emissões de papel comercial por parte de terceiros, garantidas pelo Banco, mas ainda não colocadas. 33. Caixa e equivalentes de caixa Para efeitos de apresentação da demonstração de fluxos de caixa, a rubrica caixa e equivalentes de caixa compreendem os seguintes saldos com maturidade inferior a 3 meses: milhares EUR 31.12.2014 Caixa (ver Nota 5) 31.12.2013 34 54 Depósitos à ordem em bancos centrais (ver Nota 5) 25.462 49.018 Disponibilidades em outras instituições de crédito (ver Nota 5) 18.871 9.817 332.408 395.564 376.775 454.453 Aplicações em instituições de crédito O valor das aplicações em instituições de crédito considerado para efeitos de caixa e equivalentes de caixa refere-se apenas aos saldos com maturidade inferior a 3 meses e exclui os depósitos de colateral referidos na Nota 8. 34. Saldos e transacções com partes relacionadas O Banco efectua operações no decurso normal das suas atividades com as suas filiais e outras empresas do Grupo (ver Nota 13) e com outras partes relacionadas. A Finantia Holdings, B.V. e a Esprin Española de Promociones, S.L. contratualizaram em fevereiro de 2015, o cancelamento retroativo da venda e transferência da participação na Finantia Emea Limited da esfera da Esprin para a Finantia Holdings, que havia ocorrido em 29 de agosto de 2014. Tendo este processo sido iniciado ainda durante o ano de 2014, decorrente de ajustamentos nos termos da transação previamente acordados entre as duas subsidiárias do Grupo, os efeitos do correspondente cancelamento foram reconhecidos nas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2014 da Esprin Española de Promociones, S.L., pelo facto do mesmo configurar um evento subsequente ajustável em cumprimento das Normas Internacionais de Contabilidade (IAS 10). BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 48 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Os saldos e transações com as filiais e outras empresas do Grupo em 31 de dezembro de 2014 e 2013, são analisados como segue: milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Ativos Caixa e bancos Instrumentos financeiros derivados Aplicações em instituições de crédito Ativos financeiros disponíveis para venda Propriedades de investimento Outros ativos 127 48.564 478.483 7.296 29.977 15 44.272 565.385 7.618 318 52.212 Passivos Instrumentos financeiros derivados Recursos de outras instituições de crédito Recursos de clientes Passivos subordinados Outros passivos 2.002 39.297 17.209 60.257 1.638 5.356 81.458 13.868 124.804 1.867 Proveitos Juros e rendimentos similares Rendimentos de instrumentos de capital Rendimentos de serviços e comissões Ganhos em operações financeiras 21.045 193 37.366 23.975 2.000 194 21.988 Custos Juros e encargos similares Encargos com serviços e comissões Perdas em operações financeiras 4.191 72 17.486 11.845 20 22.743 186.132 7.471 7.318 103.000 422.648 903.977 19.030 123.548 682.976 8.237 248.753 186.199 25.786 7.318 103.000 441.342 741.218 103.669 111.794 336.914 248.753 Extrapatrimoniais Outras garantias e avales prestados Ativos recebidos em garantia ("reverse repos" ) Outras garantias recebidas Linhas de crédito revogáveis Outros passivos eventuais Depósitos e guarda de valores Ativos sob gestão Swaps cambiais Swaps de taxa de juro Swaps de retorno total Swaps associados a eventos de crédito O valor das remunerações atribuídas aos órgãos de gestão e fiscalização do Banco encontra-se referido na Nota 29. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 49 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Os acionistas do Banco Finantia com os quais existem saldos e transacções em 31 de dezembro de 2014 e 2013, são analisados como segue: Acionista Finantipar - SGPS, S.A. Sede % de participação directa % de participação efectiva Portugal 52,5 57,1 Natixis França 9,9 10,8 VTB Capital PE Investment Holding (Cyprus) Ltd Chipre 8,9 9,7 Alemanha 8,2 8,9 Portigon AG Os saldos e transações com os acionistas acima referidos são: milhares EUR Ativos Instrumentos financeiros derivados Aplicações em instituições de crédito 31.12.2014 31.12.2013 2.710 1.241 1.220 454 210 21.328 1.059 500 3 98.640 Proveitos Juros e rendimentos similares Ganhos em operações financeiras 1 1.060 1 4.905 Custos Juros e encargos similares Perdas em operações financeiras 655 1.988 1.770 5.874 26.997 10.122 121.175 61.981 Passivos Instrumentos financeiros derivados Recursos de outras instituições de crédito Recursos de clientes Operações de venda com acordo de recompra ("repos") Extrapatrimoniais Ativos dados em garantia Swaps de taxa de juro As transacções efectuadas com partes relacionadas são realizadas em condições normais de mercado. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 50 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 35. Gestão dos riscos da atividade O Comité Financeiro, que reúne mensalmente, é o órgão responsável pela avaliação e monitorização integrada dos vários tipos de risco a que o Grupo Banco Finantia está sujeito, analisando e propondo metodologias, políticas e procedimentos adequados para o controlo e mitigação dos mesmos, e que são geridos numa ótica de grupo. Em termos funcionais, a gestão do risco é centralizada no Departamento de Risco/ALM (Assets and Liabilities Management), tanto para a área de Banca como para a atividade de Financiamento Especializado, como uma unidade independente dos departamentos de originação do Grupo, que abrange os diversos tipos de risco: crédito, mercado, liquidez e operacional, com a análise de crédito a ser efectuada pelo Departamento de Crédito. Trata-se de uma estrutura que facilita uma análise transversal e integrada, tendo em consideração a complementaridade das análises e as correlações entre os diferentes riscos. Risco de Crédito O risco de crédito, o qual deriva não só da possibilidade de uma contraparte entrar em incumprimento como da variação do valor económico de um determinado instrumento devido à degradação da qualidade de crédito, constitui um dos riscos mais importantes para o Banco, dada a estrutura do seu activo. A aprovação de qualquer exposição de crédito obedece a um conjunto de princípios e procedimentos internos constantes das Normas de Crédito do Banco que definem os diferentes níveis de decisão, tendo em conta o montante da exposição e o tipo de produto a ser financiado. Na área do Financiamento Especializado, a avaliação do risco de crédito é efectuada mediante um exaustivo processo de análise de risco, incluindo uma hierarquia de níveis de decisão, referências de crédito de agências especializadas e um modelo de scoring. O primeiro nível de decisão é a decisão automática efectuada através do sistema desenvolvido internamente pelo Grupo, o Siacc. Tal permite ao Banco equilibrar a rendibilidade esperada com o consumo de capital para cada operação. Na área de Banca, todas as tomadas de posição são efectuadas dentro de limites definidos pelo Departamento de Crédito. Todos os limites individuais são analisados por este departamento, existindo um cap máximo para cada exposição por contraparte em função do tipo de emitente e respectivo rating. Para além dos limites individuais, definidos em função da contraparte, a definição de novos limites, tem também em consideração a exposição de crédito por país e sector. O Departamento de Risco/ALM procede ao controle diário dos limites aprovados de exposição ao risco de crédito/contraparte. O perfil de risco das carteiras de crédito é analisado mensalmente no Comité Financeiro, assim como os créditos problemáticos das áreas de Banca e do Financiamento Especializado (neste último caso, apenas os créditos relativos às alçadas de decisão superiores, dada a granularidade da carteira). Nestas reuniões, é ainda realizada a análise da evolução das exposições, incluindo a análise da carteira de Financiamento Especializado que reflecte a revisão do crédito com imparidade, os níveis de incumprimento e respetivos rácios de cobertura e de qualidade, assim como a alocação e consumo de capital. Outros riscos como o risco de taxa de juro, cambial e de liquidez são também analisados. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 51 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Excluindo a carteira de Financiamento Especializado, que é analisada na Nota 9, e considerando a exposição a risco de crédito do Grupo por rating externo a 31 de dezembro de 2014, aproximadamente 94% (2013: 95%) da exposição total do Grupo é sobre países da OCDE ou “investment grade”, sendo a exposição remanescente diversificada por quinze países (2013: quinze países). Compensação entre ativos financeiros e passivos financeiros O Banco recebe e presta colateral em forma de caixa ou de títulos no que se refere a transacções de derivados em mercado de balcão e operações de venda com acordo de recompra (“repos”) e compras com acordo de revenda (“reverse repos”). Este colateral está sujeito às normas e regulamentações próprias desses mercados e baseia-se em contratos bilaterais standard da indústria, conforme publicados respetivamente pela ISDA – International Swaps and Derivatives Association (Master Agreement e Credit Support Annex) ou pela ICMA - International Capital Market Association (GMRA). Estes contratos funcionam também como acordos-quadro de compensação, nos termos dos quais, em caso de resolução contratual por incumprimento pode ser exigido apenas o montante líquido de todas as transacções celebradas no âmbito do contrato, permitindo assim compensar posições devedoras numa transacção com posições credoras noutras transacções. Em 31 de dezembro de 2014, os ativos e passivos financeiros sujeitos a acordos de compensação, independentemente de serem ou não compensados, podem ser analisados nos seguintes quadros, os quais excluem os ativos e passivos financeiros reconhecidos no balanço relativos a operações com entidades do Grupo, uma vez que estas operações intragrupo não se encontram sujeitas aos acordos de compensação acima referidos. milhares EUR Valores relacionados não compensados no balanço Valor líquido dos ativos e passivos financeiros reconhecidos, apresentado no balanço Valor bruto dos ativos e passivos financeiros reconhecidos Instrumentos financeiros recebidos / Colateral em dinheiro (entregues) como recebido / (entregue) colateral Valor líquido Ativos financeiros Derivados Reverse repos 4.952 4.952 - - 4.952 - - - - - 4.952 4.952 - - 4.952 Derivados 162.751 162.751 (20.579) (145.946) (3.774) Repos 575.694 575.694 (696.999) (18.238) (139.543) Total 738.445 738.445 (717.578) (164.184) (143.317) Total Passivos financeiros BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 52 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Em 31 de dezembro de 2013, podem ser analisados como segue: milhares EUR Valor bruto dos ativos e passivos financeiros reconhecidos Valor líquido dos ativos e passivos financeiros reconhecidos, apresentado no balanço Valores relacionados não compensados no balanço Instrumentos financeiros recebidos / Colateral em dinheiro (entregues) como recebido / (entregue) colateral Valor líquido Ativos financeiros Derivados 14.246 14.246 - 3.390 10.856 8.236 8.236 11.461 - (3.225) 22.482 22.482 11.461 3.390 7.631 Derivados 102.360 102.360 (12.951) (104.346) (14.937) Repos 550.817 550.817 (727.398) 3.594 (172.987) Total 653.177 653.177 (740.349) (100.753) (187.924) Reverse repos Total Passivos financeiros Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 não existem ativos e passivos financeiros compensados no balanço. Os valores brutos dos ativos e passivos financeiros e os seus valores líquidos apresentados acima estão valorizados no balanço nas seguintes bases: derivados – justo valor e repos e reverse repos – custo amortizado. Os respetivos instrumentos financeiros recebidos/entregues como colateral encontram-se apresentados ao justo valor. A exposição máxima do Banco ao risco de crédito antes de colaterais pode ser analisada como segue: milhares EUR 31.12.2014 31.12.2013 Caixa e bancos (ver Nota 5)* 18.871 9.817 Ativos financeiros detidos para negociação (ver Nota 6) 20.805 6.121 Ativos financeiros disponíveis para venda (ver Nota 7) 720.386 668.891 Aplicações em instituições de crédito (ver Nota 8) 665.217 682.600 Crédito a clientes (ver Nota 9) 182.557 263.601 16.472 16.170 2.188 2.159 1.626.496 1.649.359 Garantias e avales prestados (ver Nota 32) 221.332 209.508 Swaps associados a eventos de crédito (ver Nota 10 - valor nocional) 442.486 298.886 663.818 508.394 Instrumentos financeiros derivados (ver Nota 10)** Outros ativos (ver nota 15) * excluindo os valores de caixa e de depósitos à ordem em bancos centrais ** excluindo os swaps associados a eventos de crédito BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 53 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Risco de Mercado O risco de mercado ou de preço define-se como a possibilidade de incorrer em perdas devido a variações inesperadas do preço dos instrumentos ou operações financeiras resultantes, entre outros, de variações das taxas de juro e taxas de câmbio. No âmbito do processo de controlo e avaliação do risco de mercado a que o Grupo está sujeito, é de realçar a existência de uma rotina diária de cálculo do VaR (value at risk) para todo o balanço consolidado. O VaR é calculado utilizando a abordagem da simulação histórica, com base num histórico de preços de um ano, um período de tempo de um dia e um intervalo de confiança de 99%. Têm sido realizados back tests ao modelo com resultados satisfatórios. Para o ano de 2014, o VaR médio diário foi de € 3,11 milhões (uma subida em relação aos € 5,37 milhões de 2013), o que corresponde a 0,9% dos fundos próprios de base (1,3% em 2013). O VaR médio diário relativo ao risco cambial foi de € 1,65 milhões (€ 1,51 milhões em 2013) e para o risco de taxa de juro foi de € 2,59 milhões (€ 5,23 milhões em 2013). Exposição ao risco de taxa de juro O acompanhamento da exposição às variações das taxas de juro constitui um dos principais aspectos de uma gestão de riscos adequada. O Grupo adoptou uma estratégia de minimização do risco de taxa de juro associado aos seus ativos a taxa fixa (ativos do Financiamento Especializado e de Banca), resultante da maioria dos seus passivos serem a taxa variável. Para os ativos a taxa fixa do Grupo, é realizada a monitorização sistemática da distribuição dos mesmos em buckets temporais, líquida dos correspondentes passivos a taxa fixa e instrumentos financeiros de cobertura do risco de taxa de juro, procedendo-se regularmente à cobertura dos mismatchs que excedam os limites definidos pelo Comité Financeiro, mediante a utilização de instrumentos financeiros adequados, tipicamente swaps de taxa de juro. A definição dos instrumentos de cobertura a utilizar varia ao longo do tempo em função das decisões tomadas pelo Comité Financeiro. Exposição ao risco cambial É norma do Banco operar exclusivamente em ativos e passivos denominados em EUR e USD. As posições noutras divisas são pontuais e sem peso significativo no balanço e nos resultados do Banco. Tendo em vista neutralizar o risco cambial, procede-se diariamente à monitorização não só da posição cambial à vista como também da exposição a prazo resultante das expectativas do impacto que os ativos e passivos em USD poderão gerar no futuro. Mensalmente estas análises são apresentadas e discutidas no Comité Financeiro, tendo em vista a definição ou correcção das medidas a adoptar de forma a atingir o objetivo de minimização dos riscos cambiais incorridos. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 54 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 A desagregação dos ativos e passivos denominados por moeda diferente de Euro pode analisar-se como segue: 31.12.2014 milhares EUR Outras Moedas USD Ativo Caixa e bancos Ativos financeiros detidos para negociação Ativos financeiros disponíveis para venda Aplicações em instituições de crédito Crédito a clientes Instrumentos financeiros derivados Investimentos em filiais Outros ativos 8 1.441 138.234 496.286 3.283 6.249 15.788 2.405 438 171 Total do Ativo 663.694 609 Passivo Recursos de instituições de crédito Recursos de clientes Operações de venda com acordo de recompra ('repos') Instrumentos financeiros derivados Outros passivos 35.036 3.270 261.321 36.610 4.083 17 165 Total do Passivo 340.320 182 (706) - 339.614 182 (323.508) - (323.508) - 572 427 Capital próprio Total do Passivo e Capital próprio Extrapatrimoniais Contratos de Swaps Posição Líquida 31.12.2013 milhares EUR USD Outras Moedas Total Ativo 531.554 652 Total do Passivo 372.984 73 1.305 - 157.265 579 (144.297) - 12.968 579 Capital próprio Extrapatrimoniais Posição Líquida BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 55 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Risco de liquidez O risco de liquidez define-se como a possibilidade de uma instituição vir a ser incapaz de satisfazer as responsabilidades exigidas nas datas devidas, devido a uma incapacidade de liquidar ativos, obter financiamento ou refinanciar passivos em condições adequadas. A gestão do risco de liquidez é feita de forma global (Grupo), centralizada (Departamento de Tesouraria e Departamento de Risco/ALM), dentro de limites pré-definidos e de acordo com duas vertentes distintas: i) gestão de fluxos de caixa, existindo um sistema de controlo de cash-flows que permite o apuramento e o controlo diário dos saldos de Tesouraria num horizonte temporal alargado e a manutenção de excesso de liquidez que assegure o normal funcionamento do Grupo mesmo em cenários mais adversos; ii) gestão de balanço, de forma a manter os principais indicadores de liquidez dentro dos limites pré-definidos pelo Comité Financeiro. O Departamento de Tesouraria assume o controlo da gestão dos fluxos de caixa, fazendo um reporte diário a pelo menos um membro da Comissão Executiva. O Departamento de Risco/ALM é responsável pela elaboração de todas as análises relativas à gestão do balanço do Grupo. O relatório é apresentado mensalmente ao Comité Financeiro, que é responsável pela definição de toda a estratégia de liquidez do Grupo, bem como pela adopção de medidas de gestão correctivas sempre que os limites estipulados não sejam cumpridos. Na área de Banca, a estratégia definida consiste em privilegiar ativos com elevada liquidez, facilmente transaccionáveis, que possibilitem o autofinanciamento através de repos ou de outros instrumentos de funding. Quanto à atividade de Financiamento especializado, tem-se optado pelo financiamento back-toback através de operações de titularização, as quais representavam no final do exercício aproximadamente 75% do valor total desses ativos. O ano de 2014 ficou igualmente marcado pela continuação da política de diversificação das principais fontes de financiamento do Banco, o que se consubstanciou numa distribuição mais equitativa do peso relativo dos vários instrumentos passivos no total de responsabilidades do Banco. Para esta evolução contribuiu o crescimento dos depósitos de particulares, o incremento no número de contrapartes ativos no mercado de financiamento interbancário colateralizado e não colateralizado, bem como o aumento das maturidades e dos volumes disponíveis para o financiamento colateralizado. Relativamente aos demais instrumentos de passivo utilizados, a estratégia assenta na diversificação de fontes de financiamento, quer em termos de contrapartes, quer em termos do tipo de operações, havendo a preocupação de respeitar determinados rácios máximos de concentração nos maiores contrapartes. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 56 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Uma análise sumária da exposição dos portfolios de investimento do Banco por prazos residuais de maturidade é apresentada como segue: milhares EUR Notas Valor de balanço Até 3 meses de 3 a 12 meses de 1 a 5 anos mais de 5 anos Duração indetermi nada - 31 de Dezembro de 2014 Caixa e bancos 5 44.367 44.367 - - - Ativos financeiros detidos para negociação 6 20.648 1.337 - 6.766 12.545 - Ativos financeiros disponíveis para venda 7 703.380 - 9.720 34.997 656.076 2.587 Aplicações em instituições de crédito (1) 8 659.088 484.500 4.636 29.576 140.376 - Crédito a clientes (2) 9 182.506 36.181 13.237 126.877 5.765 446 1.609.988 566.385 27.593 198.216 814.762 3.033 Recursos de Bancos Centrais 16 241.846 241.846 - - - - Recursos de instituições de crédito 17 89.053 88.803 104 - 146 - Recursos de clientes 18 335.983 100.798 192.645 42.540 - - Operações de venda com acordo de recompra ("repos") 19 569.041 389.152 154.197 25.692 - - Passivos subordinados 21 60.257 257 - 60.000 - - 1.296.180 820.856 346.946 128.232 146 - mais de 5 anos Duração indetermi nada - (1) (2) Exclui operações de compra com acordo de revenda ("reverse repos" ). Montante bruto de provisões. milhares EUR Notas Valor de balanço Até 3 meses de 3 a 12 meses de 1 a 5 anos 31 de Dezembro de 2013 Caixa e bancos 5 58.890 58.890 - - - Ativos financeiros detidos para negociação 6 6.121 - - 2.631 3.490 - Ativos financeiros disponíveis para venda 7 664.010 - 8.137 45.023 610.826 24 Aplicações em instituições de crédito (1) 8 654.393 472.959 85.685 56.114 39.635 - Crédito a clientes (2) 9 263.601 31.172 21.609 79.515 131.305 - 1.647.014 563.021 115.431 183.282 785.255 24 Recursos de Bancos Centrais 16 353.971 53.971 - 300.000 - - Recursos de instituições de crédito 17 170.207 170.002 205 - - - Recursos de clientes 18 277.300 89.595 149.554 38.150 - - Operações de venda com acordo de recompra ("repos") 19 539.922 407.086 132.836 - - - Passivos subordinados 21 124.804 580 - 124.224 - - 1.466.204 721.235 282.595 462.374 - - (1) (2) Exclui operações de compra com acordo de revenda ("reverse repos" ). Montante bruto de provisões. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 57 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Risco operacional O Risco Operacional define-se como o risco de perda resultante de processos internos inadequados, falhas humanas ou de sistemas informáticos, ou de factores externos. A gestão do Risco Operacional tem sido desde sempre uma preocupação do Grupo, o qual tem desenvolvido uma política de elaboração sistemática de manuais operativos e de responsabilização dos gestores de cada área pelo cumprimento das normas e procedimentos definidos, tendo como objetivo a mitigação deste tipo de risco. Consciente das melhores práticas de mercado, o Grupo tem vindo a intensificar esforços no sentido da implementação de métodos de medição e controle do risco, mais avançados e eficazes, mantendo o processo de levantamento de todos os tipos de risco a que poderá estar sujeito (loss event register e risk control self assessment). De uma forma global, existe uma preocupação de identificação e análise ex-ante dos problemas e riscos, com o objetivo de atuar preventivamente no controlo e mitigação dos mesmos. Isto é particularmente relevante na aprovação de novos produtos financeiros, que está sujeita à análise e respectivo parecer de equipas multidisciplinares transversais aos vários departamentos, bem como a diferentes níveis de autorização. De referir a existência de planos de contingência operacionais e de um Disaster Recovery Plan de forma a assegurar a continuidade do negócio mesmo em situações extremas. 36. Gestão de capital Tendo em conta que por gestão de capital se compreende um conceito de maior amplitude que o da rubrica de “capital próprio” que figura no balanço, o Grupo estabelece os seguintes objetivos quanto a esta matéria: • Cumprir com os requisitos de capital definidos pelos reguladores dos mercados bancários onde as diversas entidades do Grupo operam; • Assegurar a capacidade de continuidade do Grupo de modo a que possa continuar a fornecer retorno de investimento aos acionistas e benefícios aos outros stakeholders; e • Manter uma sólida base de capital que apoie o desenvolvimento da sua atividade. A adequação de capital e a utilização de capital regulamentar são monitorizados diariamente pela gestão do Grupo, através da aplicação de técnicas suportadas por orientações do Comité de Basileia e por diretivas comunitárias, e implementadas pelo Banco de Portugal (a Autoridade) enquanto autoridade supervisora. A informação exigida é enviada à Autoridade numa base periódica. A partir de 1 de janeiro de 2014, e na sequência da emissão por parte do Parlamento e do Conselho Europeu do Regulamento (UE) nº 575/2013 e da Diretiva 2013/36/UE, de 26 de junho, foi estabelecida uma nova plataforma prudencial (“Basileia III”). As novas exigências em termos prudenciais vieram estreitar as definições de fundos próprios e de ativos ponderados pelo risco, incluindo uma reserva de conservação de fundos próprios de 7% para fundos próprios de base principais (CET I) e fundos próprios de base, e de 10,5% para o rácio de solvabilidade total. No entanto, as novas regras preveem um período de transição (phased-in) durante o qual as instituições podem acomodar os impactos provocados pela implementação das mesmas, quer em termos de fundos próprios, quer em termos de cumprimento de rácios de capital. Não obstante, o Banco de Portugal através do Aviso nº 6/2013, de 23 de dezembro, determina que as instituições deverão permanentemente assegurar um rácio de CET 1 de 7%. Estas medidas de preservação de capital deverão ser cumpridas até à implementação, na sua totalidade, das regras de Basileia III. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 58 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Os rácios de capital do Banco, de acordo com a implementação (phased-in) das regras de Basileia III podem ser analisados como segue: milhões EUR 31.12.2014 31.12.2013 Bal III Bal II Total do Capital próprio 338,0 290,8 Acréscimos/(deduções) a fundos próprios de base (58,5) (39,2) Fundos próprios de base (Tier I) 279,4 251,6 Instrumentos de dívida subordinada 31,0 48,0 3,6 (23,2) 314,0 276,4 1.431,8 1.665,0 Rácio CET1 (%) 19,5 15,1 Rácio de solvabilidade total (%) 21,9 16,6 Acréscimos/(deduções) a fundos próprios complementares Total de fundos próprios Activos ponderados pelo risco Os ativos ponderados pelo risco são mensurados de acordo com a natureza – e refletindo uma estimativa dos riscos de crédito, de mercado e ouros associados – de cada ativo e do contraparte, tendo em consideração a existência de colaterais e garantias associados. Para os elementos extrapatrimoniais é adotado um tratamento semelhante, com alguns ajustamentos, por forma a refletir a existência de possíveis perdas contingentes. No decorrer dos exercícios de 2014 e de 2013, o Banco cumpriu com os requisitos de capital aos quais está sujeito. 37. Reporte por segmentos O Banco Finantia desenvolve a sua atividade exclusivamente centrada no sector financeiro tendose especializado nas atividades de mercado de capitais, mercado monetário, assessoria financeira (incluindo fusões, aquisições e financiamentos estruturados), operações de crédito e financiamento especializado. Na avaliação do desempenho por áreas de negócio o Banco considera os seguintes Segmentos Operacionais: Banca e Financiamento Especializado. Cada segmento engloba as estruturas que a ele se encontram directa e indirectamente dedicadas, bem assim como as unidades autónomas do Banco cuja atividade mais se identifica com um daqueles segmentos. Descrição dos segmentos operacionais Cada um dos segmentos operacionais inclui as seguintes atividades, produtos, clientes e estruturas: Banca Este Segmento Operacional inclui a atividade de banca de investimento do Banco para além da atividade bancária por grosso de crédito, de depósitos e de outras formas de captação, inclui os serviços de consultoria de corporate finance, fusões e aquisições, reestruturação e consolidação de passivos, preparação e colocação pública ou privada de emissões de obrigações e outros BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 59 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 instrumentos de dívida e de capital, serviços de corretagem e demais serviços de banca de investimentos. Inclui também a atividade de private banking e de gestão de ativos do Banco. Financiamento Especializado Corresponde a toda a atividade de Financiamento Especializado desenvolvida pelo Banco, sobretudo financiamento automóvel para clientes particulares e pequenos negócios. Critérios de imputação da atividade e resultados aos segmentos A informação financeira apresentada para cada segmento foi preparada tendo por referência os critérios usados para a produção de informação interna com base na qual são tomadas as decisões do Banco, tal como preconizado pelo IFRS. As políticas contabilísticas seguidas na preparação da informação relativa aos segmentos operacionais são as mesmas que as utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras e que se encontram descritas na Nota 2. O reporte por segmentos operacionais é apresentado como segue: 31.12.2014 milhares EUR Banca Juros e rendimentos similares Juros e encargos similares Outros proveitos operacionais Proveitos operacionais totais Custos operacionais Resultados operacionais Imparidade e provisões Resultado antes de impostos Impostos Resultado líquido do exercício Financiamento Especializado 62.889 (29.391) 18.733 52.231 (6.567) 45.664 (16.532) 29.132 8.663 (2.251) 3.052 9.464 (1.665) 7.799 3.570 11.369 31.12.2013 Total Banca 71.552 (31.642) 21.785 61.695 (8.232) 53.463 (12.962) 40.501 (11.223) 29.277 72.072 (34.085) (26.550) 11.437 (6.461) 4.976 (4.137) 839 Financiamento Especializado 13.983 (9.810) 4.362 8.535 (1.856) 6.679 1.341 8.020 Total 86.055 (43.895) (22.188) 19.972 (8.317) 11.655 (2.796) 8.859 (5.828) 3.031 Em termos geográficos a sua atividade encontra-se centralizada em Portugal. 38. Justo valor de ativos e passivos financeiros Hierarquia do justo valor Os IFRS determinam que uma entidade deve classificar as mensurações do justo valor baseando-se numa hierarquia do justo valor que reflicta o significado dos inputs utilizados na mensuração, tendo em consideração se esses inputs são observáveis ou não-observáveis. Nessa base, os ativos e passivos do Banco são valorizados de acordo com a seguinte hierarquia: Valores de cotação de mercado (Nível 1) – nesta categoria incluem-se as cotações disponíveis em mercados oficiais e as divulgadas por entidades que habitualmente fornecem preços de transacções para estes ativos/passivos negociados em mercados líquidos/ativos; Métodos de valorização com parâmetros / preços observáveis no mercado (Nível 2) – consiste na utilização de modelos internos de valorização, incluindo modelos de fluxos de caixa descontados, que implicam a utilização de estimativas e requerem julgamentos que variam conforme a complexidade dos produtos objeto de valorização. Não obstante, o Banco utiliza como inputs nos seus modelos, variáveis disponibilizadas pelo mercado, tais como as curvas de taxas de juro, spreads de crédito, volatilidade e índices sobre cotações. Inclui ainda instrumentos cuja BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 60 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 valorização é obtida através de cotações divulgadas por entidades independentes mas cujos mercados têm liquidez mais reduzida e também preços/cotações em mercados ativos para ativos ou passivos similares; e Métodos de valorização com parâmetros não observáveis no mercado (Nível 3) – nesta categoria incluem-se as valorizações determinadas com recurso à utilização de modelos internos de valorização ou cotações fornecidas por terceiras entidades mas cujos parâmetros utilizados não são observáveis no mercado. O nível na hierarquia do justo valor no qual os ativos e passivos mensurados ao justo valor do Banco são categorizados pode ser analisado como segue: 31.12.2014 milhares EUR Nível 1 Ativos Instrumentos financeiros derivados Ativos financeiros detidos para negociação Ativos financeiros disponíveis para venda Passivos Derivados de negociação Derivados de cobertura Passivos financeiros designados ao justo valor Nível 2 31.12.2013 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3 20.648 696.084 53.540 7.296 - 6.121 656.392 58.687 7.618 - - 142.862 21.914 60.257 - - 102.581 4.020 49.492 - O justo valor dos instrumentos financeiros transacionados em mercados ativos é determinado com base em preços/cotações à data do balanço. Um mercado é considerado activo quando existem preços/cotações disponibilizados de forma transparente, atempada e regular, e esses preços/cotações representem transacções existentes e ocorridas em condições normais de mercado (“arm’s lenght”). Na ausência de um mercado activo, o justo valor dos instrumentos financeiros é determinado utilizando técnicas de valorização. Estas técnicas de valorização maximizam a utilização de dados observáveis de mercado e têm em consideração o mínimo possível de estimativas específicas internas. Quando os dados significativos requeridos para a determinação do justo valor são observáveis, o instrumento é incluído no Nível 2. Caso um ou mais dados significativos não seja baseado em dados observáveis de mercado, o instrumento é incluído no Nível 3. As técnicas de valorização utilizadas para a determinação do justo valor dos instrumentos financeiros incluem: - Preços/cotações de mercado ou cotações de dealers/brokers para instrumentos similares; - O justo valor dos derivados de taxa de juro é calculado como o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados com base em curvas de taxa de juro observáveis, tendo em consideração o risco de crédito das contrapartes. - Desconsiderando o risco de crédito próprio e das contrapartes o justo valor activo e passivo dos swaps de taxa de juro e swaps associados a eventos de crédito é de m€ 53.405 e m€ 140.585, respetivamente (2013: m€ 54.423 e m€ 106.506, respetivamente). Em 31 de dezembro de 2014 e 2013, o justo valor dos derivados não foram ajustados por via do risco de crédito de contrapartes tendo em consideração o montante de depósitos de colateral àquela data e/ou os ratings associadas a cada uma das contrapartes. - O justo valor dos derivados de taxa de câmbio é determinado utilizando as taxas de câmbio forward à data do balanço, sendo o respectivo resultado descontado para o seu valor actual; BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 61 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 - Outras técnicas, como as análises de fluxos de caixa descontados, eventualmente ajustados de um prémio de liquidez, são utilizadas para outros instrumentos financeiros, incluindo os credit default swaps (ver Nota 4). Os principais parâmetros utilizados, durante os exercícios de 2014 e 2013, nos modelos de valorização foram os seguintes: Curvas de taxas de juro As taxas de curto prazo apresentadas reflectem os valores indicativos praticados em mercado monetário, sendo que para o longo prazo os valores apresentados representam as cotações para swaps de taxa de juro para os respetivos prazos: 31.12.2014 31.12.2013 EUR USD EUR USD Overnight 0,144 0,060 0,446 0,070 1 mês -0,035 0,122 0,216 0,168 3 meses -0,015 0,124 0,287 0,246 6 meses -0,040 0,149 0,389 0,348 1 ano 0,162 0,319 0,556 0,313 3 anos 0,220 1,299 0,742 0,868 5 anos 0,360 1,772 1,263 1,798 7 anos 0,528 2,041 1,686 2,469 10 anos 0,812 2,286 2,157 3,094 15 anos 1,148 2,509 2,589 3,604 20 anos 1,321 2,620 2,721 3,807 30 anos 1,461 2,700 2,738 3,934 Spreads de crédito Mensalmente, o Banco procede à identificação de posições líquidas de derivados de crédito em conformidade com um liquidity score model definido internamente considerando para o efeito informação de mercado disponibilizada pela Markit, DTCC e Bloomberg. As posições consideradas como líquidas são valorizadas com os spreads de crédito disponibilizados diariamente na Bloomberg, enquanto as posições ilíquidas são valorizadas com um modelo interno considerando os spreads de crédito existente entre as yields curves disponibilizadas pela Bloomberg (BVAL ou BFVC), segmentadas por sector, rating, país, moeda e maturidade, e as swap curves, devidamente ajustados por um prémio de liquidez. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 62 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 O quadro abaixo apresenta a evolução dos principais índices de crédito, que se entende como representativa do comportamento dos spreads de crédito no mercado ao longo do ano: Indice 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos CDX USD Main 38,75 66,32 89,07 107,18 iTraxx EUR Main 35,36 68,85 83,56 101,07 iTraxx EUR Senior Financial - 67,40 - 98,00 CDX USD Main 32,10 62,42 89,12 109,01 iTraxx EUR Main 35,25 70,00 96,50 118,00 iTraxx EUR Senior Financial - 86,00 - 132,00 31.12.2014 31.12.2013 Em 31 de dezembro de 2014, parte substancial do mercado de Credit Default Swaps - Single Names não cumpre os critérios de liquidez/atividade. A carteira de Credit Default Swaps do Banco encontra-se valorizada tal como descrito anteriormente. Taxas de câmbio As taxas de câmbio (Banco Central Europeu) à data de balanço para os principais pares de moedas, utilizadas na avaliação dos instrumentos financeiros em moeda estrangeira do Banco apresentam-se como segue: Cambial 31.12.2014 31.12.2013 EUR/USD 1,2141 1,3791 EUR/GBP 0,7789 0,8337 EUR/CHF 1,2024 1,2276 2,6527 2,3621 USD/BRL (a) (a) Calculada com base nos câmbios EUR/USD e EUR/BRL O Banco utiliza nos seus modelos de avaliação a taxa spot observada no mercado à respectiva data de referência. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 63 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Instrumentos financeiros não mensurados ao justo valor O quadro abaixo resume os valores de balanço e o justo valor dos ativos e passivos financeiros não apresentados no balanço do Banco pelo seu justo valor: milhares EUR 2014 Notas Valor de balanço 2013 Justo valor Nível 1 Valor de balanço Nível 2 Justo valor Nível 1 Nível 2 Ativo Caixa e bancos Aplicações em instituições de crédito Ativos financeiros disponíveis para venda Crédito a clientes 5 8 7 9 44.367 665.217 114.527 44.367 665.217 - 115.507 58.890 682.600 24 191.147 58.890 682.600 113.200 24 80.505 16 17 18 21 241.846 89.053 335.983 - 241.846 89.053 335.983 - - 353.971 170.207 277.300 75.312 353.971 170.207 277.300 - 69.490 Passivo Recursos de bancos centrais Recursos de instituições de crédito Recursos de clientes Passivos subordinados O justo valor tem como base os preços de mercado, sempre que estes se encontrem disponíveis. De seguida, são apresentados os principais métodos e pressupostos usados na estimativa do justo valor dos ativos e passivos financeiros contabilizados ao custo amortizado: Caixa e bancos: Considerando os prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. Crédito a clientes: O justo valor do financiamento especializado é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas, excluindo as correcções de valor dos ativos objeto de cobertura. O justo valor dos instrumentos de dívida foi estimado com base em preços/cotações de mercado. Aplicações/Recursos em/de instituições de crédito, Passivos financeiros associados a ativos transferidos e Recursos de bancos centrais: Para os repos e depósitos com bancos, pela sua natureza de curto prazo, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. O justo valor dos depósitos e dos empréstimos a médio e longo prazo é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas. Recursos de clientes: O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações ocorrem nas datas contratualmente definidas. Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos depósitos é substancialmente inferior a um ano, não existem diferenças significativas entre o valor de balanço e o seu justo valor. Responsabilidades representadas por títulos e Passivos subordinados: O justo valor destes instrumentos é baseado em preços de mercado quando disponíveis ou, caso não existam, é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro. BANCO FINANTIA – RELATÓRIO E CONTAS 2014 - 64 -