Amoras silvestres, uma oportunidade?
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Amoras silvestres, uma oportunidade?
4 3.o Trimestre de 2013 peouenosfrutos Amoras silvestres, uma oportunidade? Baby kiwi nasce em Famalicão IV edição do Workshop “Instalação de Pomares de Mirtilos” 1.º Congresso Nacional do Mirtilo Entrevista a David Bryla Este suplemento faz parte integrante da Agrotec n.o 8, do 3.o trimestre de 2013, e não pode ser vendido separadamente. ® editorial | índice | ficha técnica «Quem está agora entrar no el dorado dos pequenos frutos tem de saber que vai precisar de se sacrificar, trabalhar muito (principalmente estudar) e, sobretudo, ter muito cuidado…» 3 Editorial Entrevista 4 Angus Davison – Produção em Portugal em equação Entrevista 6 Entrevista a David Bryla Mirtilicultura – Investigação na base do sucesso Produção 9O desempenho de cultivares indiferentes de morangueiro em sistemas A febre do ouro E m 1896 George Carmack anunciou a descoberta de ouro no vasto território sub-ártico do Klondike, na divisa ente o Canadá e o Alasca. A notícia fez mobilizar legiões de explo- radores de várias partes do mundo, e em apenas um ano, 100.000 viajaram através das inexploradas e inóspitas estepes geladas. A dificuldade do caminho era tão grande que o tributo exigido pela natureza fez com que apenas 30.000 pessoas e 8 cavalos chegassem, em 1897, ao novo e último el dorado. A promessa do ouro não era uma miragem nem ilusão, ele existia mesmo, em grandes quantidades. Porém, para o obter era necessário árduo trabalho, abrindo minas através do permafrost (solo completamente congelado) ou peneirar nas águas de glaciares em fusão. Era necessário suportar um inverno em que as temperaturas chegavam a -50ºC, habitar em tendas ou casas muito rudimentares e enfrentar doenças esquecidas como o escorbuto. Faltava quase tudo para o sustento dos homens de então, desde alimentos a mulheres, e os preços destes bens essenciais dispararam ao ponto de um simples ovo fresco chegar a valer, na então fundada cidade de Dawson, 80 dólares! Muito ouro foi arrancado à terra, mas como sempre acontece com as febres do ouro, o imposto a pagar por quem trabalha e se sacrifica de produção outonal 10 Agrovida – a fazer crescer empresas agrícolas desde 1989 12 A importância do fornecedor de material vegetal e sua legalidade 14 Da Planta ao Fruto 16 Avaliação de cultivares de mirtilo no Alentejo Interior Resultados preliminares 18 Baby kiwi nasce em Famalicão 19 Contributo para a avaliação da evolução da maturação do medronho na sua pós-colheita 20 Amoras silvestres, uma nova cultura? MERCADOS 21 Campanha com início desanimador para a cereja Proteção de culturas 22 Ensombramento Agrícola Proteção Anti-Escaldão em Amoras e Framboesas 24 Pesticidas na Produção de Pequenos Frutos Eventos 26 1.o Congresso Nacional do Mirtilo 28 Elogios à qualidade técnica e apelos ao associativismo 30IV Edição do Workshop “Instalação de Pomares de Mirtilos” é demasiado alto para que se faça fortuna, e a maioria dos mineiros acabou deixando a vida ou o ouro nas mãos de toda a variedade de vigaristas e oportunistas que, esses sim, fizeram grandes e duradouras fortunas. Penso que se pode tirar uma bela lição para os nossos dias. Quem está agora entrar no el dorado dos pequenos frutos tem de saber que vai precisar de se sacrificar, trabalhar muito (principalmente estudar) e, sobretudo, ter muito cuidado… Bernardo SABUGOSA Portal Madeira DIRETOR | Doutorado em Ciências Agrárias Diretor Bernardo Sabugosa Portal Madeira [email protected] Diretor Executivo António Malheiro [email protected] Redação João Campos [email protected] Tel. +351 225 899 620 Comercial e Marketing Helder Marques [email protected] Tel. +351 225 899 627 Gestão de Tecnologias de Informação Jorge Pissarra [email protected] Design Luciano Carvalho [email protected] Assinaturas Tel. +351 220 104 872 [email protected] www.engebook.com Colaboraram neste número António Martins, Bernardo Madeira, Carolina Santos, Cátia Monteiro, Goreti Botelho, Graça Palha, Helder Marques, Hugo Silva, João Campos, José Silva, Justina Franco, Pedro Oliveira, Rui Machado, Sandra Velho, Sofia Dias Proprietário e editor Publindústria, Lda. 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A Haygrove produz atualmente pequenos frutos no Reino Unido e África do Sul e fabrica túneis de larga escala. A Agrotec entrevistou Angus Davison, fundador e responsável máximo da organização, que nos revela como atingiu o sucesso e desvenda os seus planos para Portugal. AG: Que variedades produz a Haygrove atualmente? AD: Como inicialmente referi, começámos com a produção de 1 hectare de morangos, aquando de um projeto universitário. Desde então, a produção aumentou e cultivamos cerca de 53 hectares na África do Sul e no Reino Unido. A Elsanta, Driscolls Amesti e Jubilee são as principais variedades produzidas no Reino Unido. Produzimos também framboesas, pelo que contamos já com 19 hectares no Reino Unido e na África do Sul. A produção de cereja tem sido também elogiada ao longo dos anos. Trabalhamos com 15 variedades, entre elas Stella, Summer Sun, Lappins, Karina, Kordia, Regina, Sweetheart and Penny. Ainda em crescendo está a produção de mirtilos. Neste momento temos 10 hectares espalhados pelo Reino Unido e África do Sul e apostámos nas variedades Ozark, Chandler e Powder Blue. Finalmente, a produção de amora está também em crescendo, sendo que atualmente produzimos as variedades Obsidian e Driscolls Carmel. AG: O escoamento do produto é muita das vezes um problema para Angus Davison os produtores. Como é que a Haygrove gere essa situação? AD: Como referi, abastecemos grande parte do mercado local, tanto no Reino Unido como na África do Sul. Estou convencido que nesse Agrotec (AG): Como surgiu a de novas técnicas hortícolas, campo, a comunicação é um fator decisivo. Temos uma relação muito Haygrove? inspirei-me principalmente próxima com os revendedores, o que ajuda a que os consumidores Angus Davison (AD): Os meus na California. Após 5 anos de saibam que produz a fruta. Penso que isso é muito importante, pais eram agricultores, daí o meu pesquisas em novos mercados especialmente em países de pequena/média dimensão como é o interesse pela área da agrono- decidi apostar no estrangeiro. caso de Portugal. Penso que a relação entre os vendedores finais e os consumidores é também muito importante, pois desta forma, estes mia. Tudo começou com um projeto universitário em 1987, AG: Como explica o sucesso na quando consegui reunir algumas produção de fruta? pessoas e plantar um hectare de AD: A estratégia passou por AG: Como prevê o futuro das bagas, nomeadamente em Portugal? morangos. Tivemos aquilo a que produzir em épocas desfasadas AD: Penso que esta “febre” dos pequenos frutos não é descabida. se costuma chamar “sorte de (antes ou depois) em relação à Cada vez mais as pessoas reconhecem-nos como frutos altamente principiante”, sendo que nos anos grande maioria dos produtores, nutritivos, pelo que o consumo dos mesmos está a aumentar de forma seguintes cometemos alguns o que se tornava bastante pro- exponencial. Por exemplo, no Reino Unido, que tem um mercado erros: não tinhamos o sistema de veitoso. Porém, passado algum muitíssimo desenvolvido, apenas 30% das pessoas consomem mirtilo. rega pronto a tempo, a plantação tempo, os outros produtores foi atingida por fungos e bacté- começaram a fazer o mesmo. rias, foi danificada por coelhos, Foi quando percebi que tinha de entre outras adversidades. começar a produzir algo mais Acabei por perder dinheiro. arrojado ou que os outros não quisessem produzir. Comecei a AG: Como evoluiu então o negó- produzir gradualmente fram- cio de produção de fruta? boesa e mirtilo e a expandir a AD: A experiência que adquiri ao produção para outros países, longo dos anos permitiu melho- inicialmente para a Hungria e rar as condições das culturas. depois para a Escócia e África Viajei pelo mundo à procura do Sul. 4 peouenosfrutos sabem exatamente o que os consumidores querem. Em apenas alguns anos, acredito “Portugal é um local único para a produção de pequenos frutos. Apesar de ser um país pequeno, é grande o suficiente para produzir boas culturas. Com um bom investimento e com produções bem geridas, poderá no futuro fornecer grande parte da Europa.” que este valor possa rondar os 70/80%. No resto da Europa, nomeadamente em Portugal, menos de 20% das pessoas consomem mirtilos, daí haver uma margem de progressão enorme, tanto para este como para outros pequenos frutos, como a framboesa ou a amora. É um mercado emergente, com grande futuro pela frente. entrevista a crescer e tivemos de empregar mais colaboradores, entre eles: um gestor, um engenheiro e um comercial. Decidimos então enveredar “Gostaríamos de investir junto de um bom produtor de cereja e/ou mirtilo.” pelo mundo fora. 10 anos depois do primeiro túnel, já estávamos em 50 países. AG: A Haygrove introduziu a venda de túneis em Portugal em 2005. Tem algum conselho para quem esteja a pensar adquirir este tipo de AG: Como evoluiu a Haygrove da de venda. A Haygrove conta com equipamento? produção de fruta para o fabrico mais de 5 mil hectares de túneis AD: Cada caso é um caso. A Haygrove acompanha cada cliente indi- e venda de túneis? espalhados por todo o mundo, vidualmente, procurando responder às suas necessidades específi- AD: Apercebemo-nos que o com tamanhos, características e cas. A mensagem que tentamos passar é que a compra de um túnel clima era uma grande adversi- designs diferentes, consoante as é um investimento a longo prazo. Escolha um túnel em vista aos dade para as nossas produções. necessidades do produtor. próximos 25/30 anos. Por vezes, o barato sai caro. Não produza à espera que o tempo esteja sempre favorável. Tenho Em 1991 importámos túneis de Espanha, mas estes eram AG: Porque foram os túneis um pesquisado em toda a Europa, e Portugal é um local único para a pro- demasiado pequenos e os tra- negócio bem sucedido? dução de pequenos frutos. Apesar de ser um país pequeno, é grande tores não conseguiam mano- AD: Penso que o segredo é o suficiente para produzir boas culturas. Com um bom investimento e brar lá dentro. Adaptámo-los, que para além de produzirmos com produções bem geridas, poderá no futuro fornecer grande parte tornando-os maiores, mais altos túneis, também produzimos da Europa. e mais robustos. Começámos a fruta. Por isso conhecemos as desenvolver as nossas próprias necessidades técnicas de um AG: Pensam também introduzir a produção de pequenos frutos em soluções pois as que já existiam túnel. Portugal? não eram suficientemente efica- Em Inglaterra não havia AD: Porque não? Portugal é um país com boas condições climáticas zes para o que pretendíamos. soluções e nós criámo-las. para a produção de pequenos frutos. Tem épocas do ano suficiente- A venda dos túneis surgiu de Havia muitos interessados, pois mente frias e as alterações climáticas não atingirão tanto Portugal forma quase acidental, pois não a oferta (com qualidade) era como os outros países europeus. Mesmo em termos de água disponí- era o objetivo inicial. Quem via os relativamente escassa. Com o vel para rega, Portugal parte à frente. Estamos principalmente inte- túneis que inicialmente fabricá- crescer do negócio, começámos ressados em conhecer produtores influentes com os quais possamos vamos ou adaptávamos, gostava a vender para países como a Bél- trabalhar e estamos abertos a sugestões. Podemos estar interessa- e queria um igual. Foi assim que gica, Alemanha, Estados Unidos dos em estabelecer parcerias. Gostaríamos de investir junto de um iniciámos um processo gradual ou Quénia. O trabalho começou bom produtor de cereja e/ou mirtilo. PUB Serviços Especializados em Pequenos Frutos › Plantas e Plantações › Projetos chave na mão › Projectos de Sistemas de rega › Armação mecânica de camalhões com adubação, plastificação e entubamento simultâneo › Aluguer de equipamentos › Estufas e abrigos › Consultoria Telefones: 258 488 341 | 916933141 | 968271730 E-mail: [email protected] Site: http://agriminho.wordpress.com Urbanização das Fontainhas | Praça da Galiza, 33 | 4980-639 – Ponte da Barca PUB entrevista Entrevista a David Bryla Mirtilicultura – Investigação na base do sucesso Bernardo Madeira e João Campos São cada vez mais os pormenores que fazem a diferença na produção de pequenos frutos, particularmente na área do mirtilo. À margem da Feira do Mirtilo, a PEQUENOS FRUTOS entrevistou David Bryla, investigador norteamericano do estado de Oregon, que nos deixou algumas dicas e recomendações. gotejadores. Aqui denotei também alguns problemas: os camalhões eram relativamente pequenos. Reparei também que os gotejadores são colocados por cima da tela, quando deviam ser colocados por baixo da mesma. PF: A produção em Portugal é feita em áreas muito pequenas, cerca de 1 ou 2 hectares, e recorrendo a mão de obra familiar. Como é a produção nos Estados Unidos? DB: Nos EUA, a maior parte dos campos são de média/grande dimensão, com áreas entre os 10 e os 15 hectares. Em cerca de 85% destes campos, são utilizadas máquinas para apanhar os mirtilos. PF: Em Portugal há quem defenda a não utilização de máquinas na apanha do mirtilo, pois supostamente estas danificam a fruta. É verdade? DB: Penso que não. É apenas necessário ter especial cuidado no processo de pós-colheita. A fruta deve ser cuidadosamente selecionada e classificada. Primeiramente é alvo de uma triagem por cor, depois por consistência. Depois disto, segue para uma linha de seleção onde é feita uma última triagem (humana), antes do embalamento. Resumindo, a qualidade do produto final é tão boa como se fosse apanhada à mão. O uso de máquinas é bastante vantajoso, pois em apenas uma hora, a máquina consegue apanhar fruta em 1,2 hectares e são apenas David Bryla necessárias duas pessoas para a dirigir. Para facilitar a passagem das máquinas, amarramos os ramos. PEQUENOS FRUTOS (PF): DB: Visitei duas explorações, Esteve vários dias em Portugal. uma recente e uma mais antiga, PF: Qual o custo de uma máquina para a apanha de mirtilo? O que achou da dinâmica que se e fiquei com uma impressão DB: Cerca de 110.000€. tem gerado em torno da cultura positiva de ambas. Na mais do mirtilo? antiga, as plantas estavam em PF: A cultura do mirtilo está em grande crescimento em Portugal. David Bryla (DB): Já tinha relativo bom estado, contudo Qual a situação a nível mundial? estado em Portugal, e compara- verifiquei alguns problemas, DB: Depende muito dos países. Penso que o essencial é não saturar tivamente com 2004, notei um nomeadamente na fertilização os mercados consumidores. Cada país deve sinalizar um mercado grande crescimento e interesse e na poda. A exploração mais consumidor e fixar-se nele. Apesar desta “febre”, penso que há ainda pela área. Na altura, o mirtilo era recente que visitei consiste muito espaço para desenvolvimento de novos sistemas e técnicas praticamente desconhecido e as num hectare plantado este ano, que tornem a produção de mirtilo mais rentável. plantações eram quase inexis- onde são usadas técnicas mais tentes, ao contrário de hoje. modernas. Nesta, são usados PF: Provém de um estado americano conhecido pelos seus records camalhões, telas de solo, e de produtividade da cultura. Quais os valores de produção por 1 hectare? PF: Certamente visitou algumas DB: Não sei dizer valores precisos, mas posso adiantar que a maioria explorações. Quais foram os maiores problemas com que se deparou? 6 peouenosfrutos Tela de solo, tela de ervas, ou weed mat é uma tela de plástico tecido, de várias cores, normalmente preto, que serve de barreira à luz e evita que ervas indesejadas cresçam. 1 dos produtores atinge cerca de 22,5 toneladas por hectare. Os valores oscilam, mas rondam o número que referi. PUB PF: Lemos que não é incomum atingir as 40 toneladas/hectare. É verdade? DB: Por vezes, os produtores exageram um pouco mas na Califórnia acredito que se tenham já atingido valores próximos às 40 toneladas/hectare. PF: Qual o segredo para tal produtividade? DB: No Oregon temos excelentes condições para a produção de mirtilos. As primaveras não são demasiadamente chuvosas, a maioria dos solos são ácidos e os verões são secos mas não demasiado secos, o que permite que as plantas cresçam de forma saudável e realizem a fotossíntese com facilidade. A isto junta-se a presença de muitos e bons investigadores, que contribuem para o melhoramento das produções. Há muito investimento público que faz com que o avanço tecnológico traga resultados práticos. PF: Um dos vossos princípios é a aplicação de fertilizante apenas quando e onde necessário. Quer desenvolver um pouco essa ideia? DB: Aplicamos uma regra que consideramos essencial, a dos 4R’s: right source, right rate, right time e right place. Isto significa que temos sempre estes quatro parâmetros em especial atenção: origem, quantidade, tempo e lugar - devem ser alvo especial atenção. A escolha dos nutrientes é essencial, consoante o pH do solo. Se o pH do solo for superior a 5.5, recomendamos o uso de sulfato de amónio, (NH4)2SO4, para que este baixe, e se o pH for inferior a 5, recomendamos a utilização de ureia, pois também baixa o pH mas de forma menos acentuada. Uma vez que os solos portugueses são geralmente pobres em fósforo, recomendo a aplicação deste nutriente na plantação. A quantidade de fertilizante a usar também é determinante, e varia consoante as características da produção. A época de aplicação é algo que ainda estamos a investigar, mas já sabemos que o azoto é absorvido na primavera e no início do verão; à medida que o fruto amadurece a planta tende a absorver muito menos azoto. Por fim, o local é um também um parâmetro decisivo. As linhas dos gotejadores (onde segue o fertilizante) devem ser posicionadas próximas da planta (…) PF: E quanto à aplicação de cálcio? Recomenda? DB: Geralmente, a presença de cálcio não é um fator associado ao aumento de produção já que a planta adapta-se bem à falta de cálcio. Na generalidade dos casos, consideramos mais importante a aplicação de azoto, fósforo e boro. Em Portugal esta aplicação faz todo o sentido pois os solos portugueses são pobres em fósforo e o boro é facilmente diluído/removido em chuvadas (acontecimento frequente no vosso país). PF: As produções em modo de agricultura biológica não podem usar azoto sintético. Como se procede nesse tipo de casos? DB: Por vezes usamos emulsão de peixe2 líquida e farinha de penas granulada. Ambos resultam bastante bem. Ainda assim, é necessário ter em atenção que estes fertilizantes biológicos possuem Emulsão de peixe - fertilizante foliar porque que contém azoto, fósforo e potássio, além de micronutrientes que as plantas precisam em pequenas quantidades para sobreviver 2 entrevista aspersores, posicionados ao nível uma menor compactação, e do solo. consequente mais arejamento e espaço para as raízes no solo. PF: E quanto à aplicação de As raízes da árvore do mirtilo herbicidas? são bastante finas, pelo que têm DB: Nas produções em Oregon, dificuldade em crescer em solo é aplicado Glifosato ao longo, e denso. Pensamos também que só, da base do camalhão, onde as raízes da planta do mirtilo não há raízes, para evitar o cres- têm grandes taxas de respira- cimento de ervas indesejadas. ção, razão pela qual necessitam de bastante oxigénio, daí o Na generalidade dos casos, consideramos mais importante a aplicação de azoto, fósforo e boro. Em Portugal esta aplicação faz todo o sentido pois os solos portugueses são pobres em fósforo e o boro é facilmente diluído/ removido em chuvadas (acontecimento frequente no vosso país). PF: Em Portugal, alguns arejamento providenciado pelos produtores regam outro tipo camalhões ser essencial. de plantações (milho, por Outra das razões para a constru- exemplo) para fazer baixar as ção de camalhões é que facilita a temperaturas e permitir que passagem das máquinas. pode atingir os mesmos fins que a planta realize a fotossíntese Contudo, as plantações em atingia se usasse aspersores. mais facilmente. O que acha camalhões podem também acar- Não obstante, pode dar-se o disto? retar consequências negativas: caso de a raiz da planta apodre- DB: Nos EUA, normalmente para além de ser difícil fazê-lo cer (problema resolúvel através não temos temperaturas tão em parcelas pequenas e irre- da aplicação de um fungicida). altas, mas essa é uma questão gulares, estes podem também Se o produtor utilizar aspersores interessante. O calor excessivo levar a algum desperdício de não terá esse problema, mas pode danificar tanto as plantas água, pois esta resvala para a se utilizar gotejadores já o terá. como os frutos e a aplicação de base do camalhão. Depende também da variedade água através de micro sprays que se esteja a produzir, sendo pode ser eficaz na redução da AG: Quais devem ser então as que a maior parte das varieda- temperatura. dimensões dos camalhões? des se dá bem com ambas as É também aconselhável a DB: Depende da forma do técnicas de rega. utilização de redes/telas de camalhão. Se for um trapézio ensombramento, que para além poderá ter 80cm no topo, 120cm diferentes quantidades de PF: Conhecemos dois tipos de fazerem descer a tempera- na base e uma altura de cerca nutrientes, o que poderá ser um de micro-aspersão. Um que é tura, protegem as plantas de de 30 cm. problema a longo prazo. aplicado ao nível do solo e outro raios ultravioleta. Esta tela torna A farinha de penas deve ser no topo da planta. Qual o mais ainda possível o prolongamento AG: Em Portugal estão a aplicada relativamente cedo, aconselhado? da época de produção. ser feitas plantações em pois como é um granulado pre- DB: Apesar de alguns estudos cisa de tempo para se decom- aconselharem a aplicação ao AG: Em Portugal, tem existido 0,75m (entre plantas) e 2,5m por, enquanto que a emulsão nível do solo, penso que será muita controvérsia em torno (entre filas), muito mais plantas de peixe tem um efeito quase mais rentável no topo da planta do uso de camalhões de por hectare do que nos EUA. imediato (esta pode ser injetada (a sensivelmente 2 metros do plantação. Quais as vantagens e Como comenta esta opção? através da rega). solo). Isto porque desta forma inconvenientes? DB: O valor de 2,5m entre filas é possível fertilizar mais do que DB: É de facto uma questão põe-me algo reticente pois à PF: Apesar da maior parte das uma planta ao mesmo tempo. discutível. A minha opinião é que medida que as plantas crescem, plantações dos EUA ser regada Para além disso, à medida que a se o produtor tiver as condições como estão tão próximas uma por aspersão, em Portugal planta cresce, a água onde estão necessárias, deve optar por das outras, tornar-se-á difícil a (quase) todos os produtores contidos os nutrientes atinge camalhões, pois a produção movimentação das pessoas no utilizam gotejadores. Qual a todos os ramos, tornando o pro- torna-se mais rentável. Se campos. Essa estratégia poderá estratégia correta? cesso mais eficaz, pois funciona aplicar serrim ao solo e não fizer ser eficaz nos primeiros 5/10 DB: Pode dizer-se que ambas também como fertilização foliar. camalhões, grande parte vai ser anos, mas a partir daí poderá as técnicas são viáveis, mas Ainda assim, a aplicação de desperdiçada, enquanto que com trazer problemas. talvez a rega gota a gota seja a micro aspersores aéreos poderá camalhões a matéria orgânica Em Oregon as filas distam em técnica mais aconselhável. Se trazer a desvantagem de vai estar onde é precisa. Outra 3 metros não só pelo que referi um produtor optar por gotejado- contaminar os frutos, o que não das vantagens dos camalhões é mas também para facilitar a res e utilizar duas linhas por fila acontece com os gotejadores e o facto de estes apresentarem passagem das máquinas. 8 peouenosfrutos densidades tão elevadas como produção O desempenho de cultivares indiferentes de morangueiro em sistemas de produção outonal* Maria da Graça Palha, Investigadora * Este texto constitui um resumo do artigo que será publicado na revista AGROTEC n.o 9 Os pequenos frutos constituem um grupo de culturas que abrange vários géneros e espécies, onde se inclui o morangueiro pertencente ao género Fragaria. A nível mundial, esta cultura tem vindo a aumentar a sua expressão em termos de superfície cultivada e de produção. O seu fruto encontra-se disponível no mercado durante o ano inteiro, fazendo parte da dieta alimentar de vários povos e sendo bastante apreciado não só pelo seu sabor/aroma como também pelas suas qualidades nutricionais e funcionais o que tem conduzido a um aumento acentuado do seu consumo. mento das plantas e na qualidade do fruto, sendo o seu efeito variável com a cultivar e sistema de produção. No âmbito do projeto europeu EUBerry “The sustainable improvement of European berry production, quality and nutritional value in a changing environment: Strawberries, Currants, Blackberries, Blueberries and Raspberries” foi realizado um ensaio com cinco cultivares indiferentes de morangueiro em cultura protegida, na região do sudoeste alentejano, com o objetivo de avaliar a sua adaptabilidade, a produtividade e qualidade organolética e capacidade antioxidante dos frutos. Compararam-se, ainda, dois sistemas de produção de morango, um no solo e outro em substrato. A produtividade das plantas variou entre cultivares e sistemas de produção. A qualidade do fruto, em termos sensoriais e de riqueza em antioxidantes foi igualmente afetada pela cultivar e variou entre os sistemas de produção testados. E m Portugal, a produção de produção para o outono e de morango faz-se ao inverno, o recurso às cultivares longo de todo o ano em indiferentes são uma alternativa diferentes regiões, ocorrendo pois estas plantas possuem a maioritariamente na primavera e particularidade de diferenciarem utilizando cultivares de dias- flores em qualquer altura do curtos que frutificam de janeiro ano. A produção de morango a junho. Para prolongar o período fora de época tem vindo a ganhar expressão devido a uma menor oferta aliada a uma procura crescente de morangos nesta época. As condições climáticas durante a produção fora de época nem sempre são favoráveis ao crescimento e frutificação da planta. Fatores ambientais, como temperatura e condições de luz, e fatores bióticos (nomeadamente doenças) podem ser limitantes no cresci- peouenosfrutos 9 produção PUB Agrovida – a fazer crescer empresas agrícolas desde 1989 Bert Vam de Groep é holandês, mas foi em solo português que desenvolveu a empresa que viria a estimular o desenvolvimento hortícola do concelho de Odemira. Como não há fome que não dê em fartura, o litoral alentejano é hoje um ninho de empresas agrícolas. apoios que os jovens agricultores recebem do Estado não chegam para torná-los empresários de sucesso – “os jovens agricultores portugueses não têm ideia de escala, trabalha cada um por si, e isso não lhes trará um negócio sólido, deviam unir-se, trabalhar juntos, falta escala, oiço jovens a falar em 3 mil m2, isso lá fora é uma brincadeira”. É certo e sabido que a sustentabilidade económica e financeira de sem medo de apostar num setor uma exploração agrícola, tal como de qualquer negócio ou empresa que há muito foi abandonado. está muito ligada ao perfil do empresário, isto é, ter vocação para o Ali, e um pouco por todo o país, negócio, mas esta empresa pode dar uma ajuda, afinal, tudo o que a terra voltou a ter um novo precisa, está ali, mesmo à mão de semear. E porque não aprender significado, a agricultura tornou- com quem sabe? se num setor lucrativo e tem uma quota parte na balança das exportações. Mas para que haja empresas Quantos anos demora para de qualidade, é preciso existir eu comprar o mercedes? uma visão estratégica. Eis um serviço pelo qual, felizmente, também se pode pagar. A Agrovida, uma empresa sediada em São Teotónio desde 1989, além de todo o material que fornece, vende também o aconselhamento, o que significa que pode ajudar a criar empre- É com esta pergunta que Bert caracteriza a mentalidade de muitos agricultores portugueses. O holandês-português acredita que muitos jovens estão hoje interessados só no lucro e esquecem a substância da empresa. O facto de pensarem no dinheiro que ganham com a produção de tal produto, tolda-lhes a visão, o espírito empreendedor, no fundo, rouba-lhes o futuro. sas de raiz. Alguém tem uma ideia, e a Agrovida concretiza. Bert Vam de Groep, o responsável pelo negócio, veio se naquele concelho, o aconselhamento e o acompanhamento que coisa que o apaixonou foi o mar deu, foram fatores determinantes para o sucesso das mesmas. e descobrir ali uma região tão M A empresa de São Teotónio já viu algumas empresas a erguerem- para Portugal em 86. A primeira “Atraímos muitas empresas holandesas para a região, quase diversificada, mas depois de uma posso dizer que a Agrovida transformou Odemira numa região de vista mais atenta, mais demo- horticultura”, admite Bert. irtilos, morangos, alfa- rada, teve a certeza que era ali ces, cenouras, flores, que queria investir, e que o mar esse processo, é altura de tratar de toda a logística. Quem chega pimentos, framboesas, ficaria para olhar depois de uma à Agrovida tem tudo o que é necessário para começar a traba- jornada de trabalho. lhar, desde material para horticultura, floricultura, arbocultura e beterrabas, relva para estádios. Estes sãos apenas alguns dos “Portugal tem um clima fan- Mas nem só de conselhos vive o empreendedor, e ultrapassado fruticultura. negócios que cresceram nos tástico, tem todas as condições últimos anos no concelho de de se tornar um líder Europeu a Agrovida leva vantagem. São já 24 anos de história, e em duas Odemira. O impulsionamento no setor agrícola”, palavras com décadas, muitas foram as mudanças arquitetadas pelo tempo. da agricultura tornou aquele sotaque holandês de quem tam- concelho do litoral alentejano, bém tem uma opinião formada das atrás os agricultores não sonhavam que Portugal pudesse expor- num local privilegiado para sobre o futuro agrícola no país. tar mirtilo para toda a Europa, ou que pudesse produzir morangos agricultores empreendedores, Bert Groep considera que os durante todo o ano, amoras e framboesas. 10 peouenosfrutos A confiança num nome constrói-se com o tempo, e nesse aspeto, Como é o caso do cultivo de pequenos frutos. Há algumas déca- produção A Driscoll’s, uma empresa Sempre com uma visão de futuro, a Agrovida ganhou a aposta. norte-americana com mais Hoje, não fornece material apenas para aquele concelho alentejano, de 65 anos de história e já galgou as planícies do Alentejo e é requisitada de Norte a Sul do especializada na comercia- país. A trabalhar em si tem apenas 4 pessoas, e só uma delas de lização de frutos vermelhos nacionalidade portuguesa. um pouco para todo o mundo, Bert Vam de Groep, o horticultor holandês explica que as cente- pintou o Brejão, uma freguesia nas de clientes vão ficando devido ao acompanhamento que lhes é da Zambujeira do Mar, no dado. concelho de Odemira, de tons de vermelho. Desde 2004 que se lançou De futuro só quer continuar a contribuir para o desenvolvimento da horticultura, mas para isso, é preciso trocar os mercedes pela maquinaria agrícola e trabalhar, trabalhar para crescer. no cultivo de frutos vermelhos e até agora tem vindo sempre a crescer. E nasceu e cresceu Produtos que pode encontrar na Agrovida: também com o apoio da Agro- › Vasos e selhas (de 5 até 1500 Lt) vida, um dos seus principais ›Tabuleiros fornecedores. Vasos especiais › Ferramentas para a produção de pequenos ›Redes frutos e substrato em grandes ›Telas e Lonas quantidades são alguns dos › Plásticos produtos que a empresa › Condutas fornece, além da parte de ›Tanques de água consultadoria. PUB produção PUB A importância do fornecedor de material vegetal e sua legalidade O atual crescimento exponencial de produtores de pequenos frutos, dando mais enfoque à cultura do mirtilo, tem levado a uma corrida desenfreada na procura de plantas para a instalação das novas explorações. Na verdade, a oferta carece face à procura e muitos são os que têm visto oportunidades de negócio sem se preocuparem com o cumprimento de normas e licenciamentos que garantam controlo fitossanitário. noturno, alimentando-se durante a noite, e a sua presença pode passar um pouco despercebida até se visualizar o seu ataque e o próprio inseto. É de salientar que em Portugal, até à data, não existem produtos homologados para a cultura do mirtilo no combate a este escaravelho, estando o produtor limitado a medidas de controlo e a monitorização torna-se crucial. Na verdade, o gorgulho ou pedrolho, como lhe chamam comummente, é uma praga que já se encontra muito disseminada nos viveiros europeus e os seus ovos e larvas vêm no substrato da planta, sendo assim introduzida na exploração desde a sua instalação. Este é só um exemplo de muitos que poderá surgir quando Na verdade, o gorgulho ou pedrolho, como lhe chamam comummente, é uma praga que já se encontra muito disseminada nos viveiros europeus e os seus ovos e larvas vêm no substrato da planta, sendo assim introduzida na exploração desde a sua instalação. as plantas são adquiridas sem qualquer tipo de segurança fitossanitária e que levarão ao insucesso de instalação e atraso no retorno económico esperado. Para além dos problemas fitossanitários também surgem muitas vezes situações de erros nas cultivares fornecidas devido a uma rastreabilidade deficiente no viveiro bem como enganos no uso das plantas mãe que são utilizadas para a propagação de plantas. O produtor estará assim a instalar uma cultivar que não escolheu, apercebendo apenas disso muito mais tarde. Quando Figura 1. Adulto de Otiorhynchus sulcatus a cultivar pertence aos mesmo grupo, o problema maior poderá ser a época de colheita que não será a pretendida, mas quando a troca se M verificar entre grupos de plantas, o produtor poderá estar a instalar uitos são já os relatos raiz da planta e na fase adulta uma cultivar que não terá sucesso de produção na sua exploração de novas explorações alimenta-se das folhas e flores, face às diferentes exigências climáticas inerentes aos diversos gru- onde os problemas debilitando a planta de tal forma pos de mirtilos. fitossanitários surgem pouco que pode levar à sua morte. depois da instalação e o futuro Na verdade, quando o produtor viveirista qualquer operador económico que seja produtor de plantas “saudável” e rentável da cultura se apercebe do seu ataque já ou fornecedor de material vegetal. No entanto, muitos são os anún- fica comprometido. Pragas como poderá ser tarde para o controlo cios e publicidades que se têm visto de operadores económicos a o escaravelho Otiorhynchus da praga, uma vez que antes de divulgar a comercialização de plantas de mirtilo, sem mencionar o sulcatus são deveras preocupan- eclodir e se tornar visível o seu número de licença do viveiro ou posse de passaporte fitossanitário, tes pois é um inseto que em todo estrago já debilitou o sistema e que comercializam milhares de plantas sem qualquer fiscalização o seu ciclo é prejudicial à planta. radicular. Na fase adulta este por parte das entidades competentes. Na fase larvar alimenta-se da inseto tem um comportamento 12 peouenosfrutos Em Portugal é obrigatório estar licenciado para a atividade de A situação mais grave é que a maior parte dos produtores que produção nalismo do setor. Em última análise o IFAP pode mesmo recusar o pagamento de faturas destes operadores económicos que não se encontram a cumprir as normas legais, ou em caso extremo num controlo posterior exigir a devolução das quantias pagas, pois é assim que manda a lei. Os produtores devem procurar junto das Direções Regionais de Agricultura os viveiros que se encontram legalizados para a venda de plantas da(s) cultura(s) que pretendem instalar, uma vez que as listas de Produtores e Fornecedores de Fruteiras por espécie não se encontram atualizadas. A informação atualizada de todas as entidades licenciadas encontram-se num ficheiro comum, mas sem especificar qual ou quais as espécies que fornecem. Fica aqui um apelo à DGAV para a atualização das listas por espécies fruteiras para que os utentes possam mais facilmente dispor da informação pretendida. Figura 2. Larva de Otiorhynchus sulcatus É filosofia da Berrysmart estar no mercado de forma profissional e cumprindo as normas exigidas pelas entidades regularizadoras, procuram plantas para a ins- não se encontram legalizados. tendo como principal objetivo a produção de bens e serviços de talação das suas explorações Estes acontecimentos deveriam qualidade que garantam aos seus clientes um futuro promissor, mas são promotores de projetos ao ser inadmissíveis e punidos para também a preocupa a fileira dos pequenos frutos e seus intervenien- Proder, submetendo nos pedidos que toda a cadeia de produção tes, pelo que este artigo vem no sentido de alertar e dar a conhecer de pagamento as faturas de seja regularizada e fiscalizada, acontecimentos menos positivos. operadores económicos que levando à seriedade e profissio- Saudações mirtileiras e explorações saudáveis. PUB produção PUB Da Planta ao Fruto Perante a crescente procura de plantas de mirtilo de qualidade, a Careplants disponibiliza agora uma vasta gama de variedades desenvolvidas in vitro vitro e micropropagação. Para além dos viveiros, a produção é também uma aposta forte, sendo que existe já em Romariz, Santa Maria da Feira, um área de produção que totaliza cerca de 4 hectares. O objetivo é aumentá-la para 10 ha num futuro próximo . trolo por uma entidade independente. Como se sabe, para o mirtilo, não é legalmente exigido o passaporte fitossanitário, ao contrário da framboesa e da groselha. Contudo, a Careplants trabalha como se assim fosse. Quanto à propagação das plantas, pretende-se apenas comercializar plantas reproduzidas por multiplicação in vitro e micropropagação. Isto porque esta técnica permite um maior número de lançamentos ao nível do colo da planta e garante ao produtor uma maior regularidade produtiva – aspeto diferenciador numa exploração profissional. Filipe Costa possui experiência em outras culturas, nomeadamente na produção de kiwi, o que lhe permite abordar o tema com clareza e estabelecer parâmetros de comparação entre produções. “O setor do mirtilo é muito fechado ao nível da cooperação e de partilha de informação. Apesar das dificuldades e da falta de comunicação, Filipe Costa pensa que “algo está a mudar”. “A informação deve ser livre e gratuita. É neste espírito que colaboramos tecnicamente com os nossos clientes e estamos sempre recetivos a quem pretenda visitar as nossas explorações. Só assim poderemos partilhar as nossas experiências e até erros que cometemos. Variedades A Careplants está neste momento direcionada para a comercialização de cultivares de mirtilo do norte, sendo que também vende algumas variedades do sul como a O’neal, Star, Misty e Biloxi. Para além das variedades do norte já conhecidas em Portugal, são comercializadas mediante reserva, outras variedades como Earliblue, Huron, Bluejay, Darrow, Elisabeth, Meader, North Country , Northblue, R ui Oliveira (Analista pro- passa por uma diferenciação gramador) e Filipe Costa ao nível da qualidade da planta (kiwicultor há treze comercializada e da relação de em vasos de 1L, 1,5L e 2L, sendo que a maioria da procura incide nas anos e mirticultor há um) na confiança e seriedade com o plantas de 2L. procura de plantas de qualidade produtor. e soluções integradas para os A qualidade das plantas ao Patriot, Putte, Sierra, Spartan C, Toro, Rubel , Denis Blue e Chippewa. As plantas são vendidas em diversos tamanhos, nomeadamente Para 2013, já foi ultrapassado o objectivo de 100 000 plantas Comercializadas. Rui Oliveira considera que a “confiança dos produ- seus pomares surgiu a ideia de nível fitossanitário é assegurada tores conjugada à qualidade das plantas fornecidas e apoio pres- fornecer aos outros Agricultores na origem por inspeção e con- tadado a estes tem sido fundamental para este crescimento”. Para o mesmo conceito, um conceito integral que para além do fornecimento das plantas poderiam complementar com um aconselhamento técnico e transversal através da experiencia vivida e conseguida na realidade Mundial. Utilizando esta metodologia os Agricultores podem tirar partido das melhores técnicas agrícolas utilizadas muldialmente ao nível da implementação, manutenção e rentabilização de pomares de Mirtilo. O objetivo da Careplants 14 peouenosfrutos produção Utilizar densidades de plantação das 3000 a 5000 plantas por cada hectare. A titulo de exemplo há 15 anos em Portugal os compassos de plantação de kiwis eram de 5x5m actualmente são de 3x5; 2,5x5 e mesmo 1x5m. O objectivo é conseguir ser mais competitivo no futuro conseguindo maiores produtividades - superiores a 15 ton/ha – e rentabilizar mais rapidamente o investimento uma vez que se atinge a velocidade de cruzeiro na produtividade do pomar em menos anos. Os compassos que defendemos são de 0,8 a 1 m na linha por 2 a 3 na entrelinha. Contudo atendendo à projeção solar da copa da árvore no solo, a largura mínima da entre-linha deveria ser de 2,3 a 2,5m. Telas sintéticas ou mulching? Outro aspeto importante é o controlo de infestantes na linha de 2014 já estamos a aceitar reservas, assim os produtores poderão plantação. Deve-se perceber se é benéfico o uso de telas sintéticas planear as suas plantações com a antecedência necessária. ou mulching. O uso de tela traz algumas vantagens, como o aumento do desenvolvimentos radicular por aumento da temperatura do solo. Porém também apresentam muitas desvantagens como o “cozer” Escolha das variedades A escolha das variedades deve ser pessoal e obedecer a diversos das raízes nos dias escaldantes de verão. O mulching, através da utilização de diversos matérias orgânicos critérios. Entre eles destacam-se a duração do periodo de colheita desde a caruma dos matos ao serrim, é sem duvida preferível na (ver quadro 1), datação, características culturais (produtividade, medida que contribui para o anteriormente defendido aumento da tamanho do fruto, resistência a geadas e variações de pH), neces- estrutura e fertilidade do solo. No entanto, ao utilizar este tipo de sidade de polinização cruzada, conservação, entre outros. materiais há que ter o cuidado de escolher o material adequado (ser- O produtor deve estar o mais bem informado possível das características das variedades para que, em conjugação com rim de pinheiro é uma boa opção). Nunca se deve usar materiais que tenham sido alvo de processos de transformação como aglomerados. outros aspetos (como as características do terreno), possa tomar as melhores decisões. Por exemplo, “um produtor com um terreno sujeito a encharcamento, ao escolher a variedade Duke, Rega e fertilização esta a correr elevados riscos pela propensão desta variedade ao O dimensionamento do sistema de rega é também um parâmetro ao desenvolvimento de fitoftora”. Filipe Costa adianta ainda outro qual deve ser dada a maior importância. exemplo aleatório: “se um produtor tem um terreno com pH mais A fertirrigação é fundamental na medida em que o aporte de alto, a vareiedade Bluecrop é das mais aconselhadas pela sua adubos deve ser bastante fracionado no tempo, de forma a que não adaptabilidade e maior resistencia a estes pH do solo. haja picos de salinidade/condutividade, uma vez que o mirtilo é muito sensível a condutividades superiores a 2 micro-siemens por centimetro quadrado. Cuidados a ter numa plantação Quanto à fertilização, ao contrario das opiniões gerais, Rui Oliveira O maior investimento numa exploração deve ser no solo. Este e Filipe Costa defendem que, de forma sustentada, se deve potenciar deve ser feito no sentido de promover praticas e estratégias que ao máximo o crescimento da planta com aportes de nutrientes muito aumentem ou mantenham a estrutura superficial do solo. A título acima dos tradicionais. de exemplo devem-se evitar movimentações “brutas” do solo. Se se fizerem terraplanagens, deve procurar-se repor a capa orgânica superficial. O uso da fresagem do solo deve ser evitado ao máximo, uma vez que destrói por completo a estrutura que se está a tentar proteger. Uma análise de solo completa com bases de troca e granulimetria é uma excelente ferramenta. Atendendo às caracteristicas do terreno, deve-se definir a construção, ou não, de um camalhão. Na dúvida o produtor deverá optar por fazê-lo – pode constituir um seguro contra problemas fitossanitários como o aparecimento de fungos tais como a fitoftora, e por outro lado um seguro para erros de rega por excesso. Há que definir que compasso de plantação se pretende. “Defendemos que a exemplo do que se passa nas outras culturas frutícolas e na maior parte do mundo, se deve adensar a plantação.” peouenosfrutos 15 produção Avaliação de cultivares de mirtilo no Alentejo Interior Resultados preliminares Rui Machado e Ricardo Jesus Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM), Universidade de Évora A s plantas de mirtilo eram cultivadas em climas frios, pois as cultivares utilizadas «Northern highbush» após a entrada em dormência necessitam de acumular entre 800 a 1200 h de temperaturas entre 0 e 7.2 oC («chilling»). Contudo, devido ao aparecimento das cultivares «Southern highbush » e «Rabbiteys» com menores necessidades de acumulação de baixas temperaturas; respetivamente, entre 150 a 800h e entre 300 a 700h, a cultura tem vindo a expandir-se para áreas climáticas mais quentes, de países como: Brasil, Chile, Argentina, Marrocos, Espanha, Austrália, Africa do Sul, E.U.A. Portugal, etc. No nosso país, a maior área de produção situa-se em Sever do Vouga e no litoral Alentejano. Contudo, a cul- Figura 1. Estádios de desenvolvimento dos frutos. A. Crescimento dos frutos, B. Alteração da tonalidade do fruto, passando da tonalidade verde a cor-de-rosa. C. Cerca de 25% da totalidade dos frutos atinge a maturação (cor azulada), D. Cerca de 75% dos frutos maduros. tura tem vindo a expandir-se para o interior do País, destacando-se a implantação de 60 ha em Idanha-a-Nova, onde no verão a temperatura atinge valores muito elevados. Para analisar o comportamento ha-1, repartidos por doze aplicações semanais. O adubo utilizado foi de diferentes cultivares sob estas condições, instalou-se em 2010 na o sulfato de amónio. Não se aplicaram outros adubos pois a concen- Universidade de Évora um ensaio de cultivares de mirtilo. O ensaio tração dos diferentes nutrientes no solo era elevada. Entre abril e foi delineado em blocos casualizados com 4 repetições. Em cada meados de setembro a cultura foi regada três vezes por dia, tendo a repetição foram implantadas 4 plantas de cada cultivar. Na tabela 1, dotação variado entre os 0,5 e 5 mm dia-1. No segundo ano procedeu- apresentam-se as cultivares estudadas e as suas principais caracte- se à avaliação da produção e da qualidade dos frutos (calibre, «oBrix» rísticas. As plantas com um ano, em vasos de 2 litros foram adquiri- e pH). A colheita realizou-se semanalmente entre meados de maio e das a um viveirista e plantadas em camalhões, distanciados de 3 m e de julho tendo-se iniciado em cada cultivar quando cerca de 25% dos distanciadas na linha de 0,75 cm (4444 plantas ha ). Os camalhões frutos atingiu a maturação total (figura 1 C). -1 com 0,40 m de altura e 0,70 m de largura foram feitos com 6 meses Todas as cultivares produziram frutos, mesmo as mais exigen- de antecedência e o solo destes foi enriquecido com matéria orgânica tes em acumulação de horas de frio (´Nui´ e ´Orzakblue´), tendo (± 5%) e acidificado, através da aplicação de 900 kg ha-1 de enxofre a produção variado entre 26 e 614 g planta-1 (Tabela 2). A produ- elementar, para baixar o pH do solo de 7.2 para 5. ção foi mais elevada na ´Misty´ (614 g planta-1) e na ´Star´ (250 g Tabela 1. Principais características das cultivares estudadas Cultivar `Misty´ ´Star´ ´Southmoon´ ´Ozarkblue´ ´O´Neal´ ´Nui´ “Southern Highbush” “Northern Highbush” 150 400 N.o horas de frio (h) a 200 Floração Precoce Precoce Altura das 1,80 2,00 plantas (m) Facilidade de Difícil Fácil colheita manual 400 Precoce 1,80 Difícil 800 400 a 500 1000 Tardia Semiprecoce 2,00 1,20 a 1,80 Tardia Reduzida Fácil Fácil Fácil Para regar a cultura foi instalado de cada lado da linha da cultura, a 10 cm, um tubo de rega gota-a-gota, com gotejadores de 40 em 40 cm e um débito de 2,3l h-1. Sobre o camalhão foi ainda colocada uma tela preta (permeável ao ar e à água). No primeiro ano, para estimular o crescimento dos ramos de formação, procedeu-se à eliminação de todas as flores. No 2.o ano aplicaram-se em fertirrega 80 kg de N 16 peouenosfrutos Figura 2. Aspecto do ensaio em maio de 2013. produção sólidos solúveis superior a 12% (Sousa et al., 2007). O pH dos frutos variou entre 2,77 e 3,37, o que são valores normais para a cultura (Molina et al., 2008; Sousa et al., 2007). Tendo em consideração que este estudo foi efetuado no 2.o ano após a instalação da cultura, os resultados obtidos sobre o comportamento das cultivares no Alentejo (Évora) são preliminares, mas promissores. Assim, as cultivares continuarão a ser avaliadas nos próximos anos e implantou-se um novo ensaio, com outras cultivares. Tabela 2. Produção, altura das plantas, peso e diâmetro transversal dos frutos, “oBrix” e pH Figura 3. Aspecto de uma planta da cultivar ´Orzakblue´ em meados de junho 2013 Cultivar Fruto (1) Altura das Produção (g planta -1) plantas (cm) Peso (g) Diâmetro transversal (mm) “obrix” pH ´Star` 250 117 1.47 15,00 13,50 3,37 ´Misty` 614 104 1,03 12,55 12,80 3,03 ´Southmoon` 114 88 1,50 15,40 13,60 3,06 ensaios realizados na Califórnia, Fresno. As cultivares nestes dois ´Orzakblue` 56 138 1,74 16,13 12,98 2,91 anos cresceram significativamente, pois na altura da plantação as ´O´Neal` 26 80 1,45 14,58 13,00 3,14 ´Nui` 94 61 2,07 17,40 12,40 2,77 planta-1), enquanto a mais baixa foi na ´NUI´ e na ´O'Neal´. As produções obtidas são semelhantes às determinadas por Jiminez et al. (2005) para as mesmas cultivares com a mesma idade em plantas tinham aproximadamente 20 cm de altura. A cultivar Star e Ozarkblue apresentaram maior crescimento, respetivamente 117 e (1) Valor médio das diferentes colheitas 138 cm (Tabela 2). Pelo contrário a «Nui» foi a cultivar que cresceu menos, não ultrapassando os 61 cm, o que pode estar relacionado com o facto de ser uma cultivar de porte arbustivo aberto e de Referências reduzida estatura. O peso médio dos frutos foi o mais elevado na › ´Nui´, seguindo-se os da `Ozarkblue´, «Southmoon´, ´Star´, ´O´Neal´ e por último os da ´Misty´. Ainda que o calibre dos frutos seja muito Valley blueberries evaluated for quality attributes. California Agriculture. 62 (3): 91-96. › influenciado pelas técnicas culturais e pela maturidade das plantas, Jimenez et al. (2005) e Bremer et al. (2008) obtiveram calibres › mas os consumidores dão preferência a frutos com um teor de Molina, J. M., Calvo, D., Medina, J. J. (2008). Fruit quality parameters of some Southern highbush blueberries (Vaccinium corymbosum L.) grown in Andalusia. Spanish Journal of superior a 12%, variando entre 12,4 (´Nui`) e 14,1 (´ Misty`) (Tabela 2). Os frutos de mirtilo devem ter um mínimo de 10% de « Brix», Jimenez, M., Carpenter, F., Molinar, R. H., Wright, K., Day, K. D. (2005). Blueberry research launches exciting new California specialty crop. California Agriculture. 59 (2). semelhantes. O «obrix» dos frutos das diferentes cultivares foi o Bremer, V., Crisosto, G., Molinar, R., Jimenez, M., Dollahite, S. e Crisosto, C. H. (2008). San Joaquin Agricultural Research. 6 (4): 671-676. › Sousa, M. B., Curado, T., Vasconcellos, F. N. e Trigo, M. J. (2007). Mirtilo – Qualidade póscolheita. Folhas de divulgação AGRO 556, n.o 8. PUB Brevemente disponíveis Faça a sua reserva e beneFicie de um desconto de 15% Faça a reserva em www.engebook.com Cultura do mirtilo Cultura da framboesa Cultura do morango engebook / agrobook para mais informações: tel. 22 010 48 72 produção Baby kiwi nasce em Famalicão Metódico, rigoroso e determinado foi esta a impressão que nos deixou Emanuel Machado, produtor/investigador na cultura do baby kiwi ou kiwi arguta e autor da página do facebook “Mini-kiwi land”, único fórum português em torno da nova cultura. O Baby kiwi, sobretudo oferta ainda limitada e pelo pertencente à espécie custo da mão de obra na apanha, Actinidia arguta, é um tal como em outros pequenos tipo de kiwi muito mais pequeno frutos, os preços são muito ele- do que o comum kiwi, tendo vados, o que garante aos produ- como principal particularidade tores remunerações que podem, não apresentar “pelos”, o que na atualidade, ir aos 7€/kg. o torna fácil de consumir com A Pequenos Frutos foi “casca”, a que alia a caracterís- recebida na pequena exploração tica de uma maior doçura e ser experimental (cerca de 200 colhido, maduro, a partir do mês plantas) que o empresário detém de agosto (e não em novembro e em Landim (Vila Nova de Fama- ros frutos já no ano de 2013, embora apenas na variedade Issai, que dezembro, como no A. deliciosa). licão). Propriedade de quase 3 é uma variedade autofértil de fruto integralmente verde. Este kiwi, a que a Peque- hectares, onde encontrámos Emanuel Machado Atualmente estão em teste 4 variedades de kiwi arguta (Actinidia nos Frutos já deu atenção no uma plantação alinhada com arguta): Issai, Geneva, Ken Red, Ananasnaya e o Weiki como poli- número 1, é fruto sensação em rigor militar e cuidada como um nizador “macho”. Além destas variedades, detém ainda alguns pés alguns mercados do centro jardim nórdico, onde se des- da variedade Tomuri do kiwi tradicional, que segundo se crê auxilia europeu, como o francês, belga taca o relvado primorosamente ativamente na polinização do arguta. e holandês, onde o público está cuidado no entrelinhamento e a aderir entusiasticamente ao uma linha de plantação livre de simples e em pérgola, a fim de comparar os resultados e optar pelo seu consumo (o que, pelo sabor infestantes. melhor sistema, tendo adotado um compasso de 2 x 3m, e um enrel- delicioso e cremoso, acontecerá Este pomar, integralmente A cultura encontra-se conduzida em dois sistemas: cordão vamento na entrelinha que recebe intervenções todas as semanas. também em Portugal). Porém, montado pelo próprio Sr. Ema- Tal como na produção de outros pequenos frutos, também no pela grande procura face a uma nuel Machado, colhe os primei- caso do baby kiwi existe a possibilidade de o empresário se estabelecer individualmente em mercado aberto ou em “integração”, com empresas que trabalham com produtores e variedades exclusivas. Depois de ter encontrado interesse por parte do mercado, sobretudo de grandes empresas nacionais, optou por avançar para o mercado livre porém, procura criar uma “rede de produtores”, pois só com uma área mínima nacional suficiente para corresponder às solicitações dos futuros clientes se permitirá o sucesso do empreendimento de cada um. É neste contexto que cria a página do facebook, que regista assinalável sucesso, e onde partilha a sua experiência pessoal, troca informações (com produtores e investigadores desta cultura, nomeadamente com um amigo Belga, Khristian De Kezel) e difunde a cultura. E é com o propósito de apostar nesta cultura que, depois deste primeiro ano francamente animador, pretende expandir a plantação para 2 hectares, na mesma região, plantação que surge do desejo de preparar agora o dia de amanhã, quer da sua reforma, quer do profissional de seu filho, que se inicia este ano como aluno da Escola Profissional Agrícola Conde São Bento, em Santo Tirso. 18 peouenosfrutos produção Contributo para a avaliação da evolução da maturação do medronho na sua pós-colheita* Carolina Santos, Justina Franco, Goreti Botelho * Este texto constitui um resumo do artigo que será publicado na revista AGROTEC n.o 9 O medronho pode ser usado em compotas, geleias, produtos fermentados como aguardente, licores e consumido em fresco. Na Escola Superior Agrária de Coimbra (Instituto Politécnico de Coimbra) desenvolveu-se um trabalho que teve como objetivo avaliar a evolução da cor (medida no sistema CIELAB) e do teor de sólidos solúveis totais (expressos em oBrix) ao longo de um período de pós-colheita de 21 dias em medronhos com diferentes graus de maturação: frutos completamente vermelhos – maduros, frutos em fase intermédia de maturação e frutos louros ou imaturos. Verificou-se que os valores dos parâmetros L*, b*, C* e ho diminuíram ao longo do tempo. Inversamente, o parâmetro a* aumentou bem como oBrix que estabilizou nos 22,2 oBrix, independentemente do grau de maturação inicial. Os medronhos são frutos provenientes do arbusto Arbutus unedo L., geralmente esféricos, carnudos, globulosos, granulosos na superfície, contêm sementes, medem entre um a quatro centímetros de diâmetro e possuem cor vermelha (resultante da presença dos pigmentos β-caroteno e antocianinas) quando maduros. O comportamento observado, nestes dois parâmetros, é semelhante ao de frutos climatéricos amplamente estudados, o que parece indicar que os frutos completam a sua maturação após serem colhidos. O estudo da evolução da taxa de respiração e da taxa de produção de etileno poderá vir confirmar a natureza climatérica do medronho. PUB peouenosfrutos 19 produção Amoras silvestres, uma nova cultura? Pedro V. Trindade1, Vânia Sousa2, Lucélia Tavares3,4, Cristina Oliveira5, Paula Pinto2,4, Cláudia N. Santos3,4, Pedro B. Oliveira1 Este texto constitui um resumo do artigo que será publicado na revista AGROTEC nº9 As amoras silvestres possuem um peso significativo na produção mundial de amoras. Estima-se que no ano de 2005, tenham sido colhidas amoras selvagens de 3 600 ha (R. glaucus) no Equador, 2 400 ha na Roménia (R. armeniacus, R. laciniatus), 2 000 ha no Chile (derivadas da introduzida R. ulmifolius) e 100 ha de R. glaucus na Venezuela. Estes 8 000 ha terão produzido, em 2005, cerca de 13 460 toneladas. Cerca de um terço da produção mundial de amoras selvagens registada em 2005 (5 800 t) foi processada e exportada pelo Chile (Strik et al., 2007). sido analisados diversos parâmetros biométricos e físico-químicos e, ainda um ensaio de exportação dos frutos. No que respeita as características reológicas dos frutos destas espécies, R. radula e R. brigantinus apresentaram os valores mais elevados de dureza, sendo que apenas os segundos mantiveram esta propriedade uma semana após colheita. A percentagem de matéria seca foi superior na espécie R. radula. Os restantes parâmetros de análise proximal (humidade, cinzas, proteína total, lípidos totais e glúcidos totais) encontraram-se dentro dos valores descritos para este tipo de fruto. Registaram-se diferenças entre os frutos para os glúcidos totais que apresentaram valores estatisticamente mais altos para R.radula e R.brigantinus. As espécies com maior teor em sólidos solúveis totais (ºBrix) foram a R. brigantinus, R. radula e a R. henriquesii. As espécies que apresentaram níveis mais baixos foram R. sampaioanus e R. vigoi. Os valores de acidez total foram mais elevados para R. radula. Um dos parâmetros que reflete a aceitação dos consumidores é o rácio açucares/acidez, sendo o fruto de R. brigantinus o que apresentou o rácio mais elevado. Este valor refletiu-se na opinião que se registou num painel de 51 provadores, que consideraram os frutos desta espécie os mais doces, e com menor acidez e adstringência. Essa sensação foi mantida mesmo após a prova (sensação residual). De acordo com o painel também se destacaram o R. radula e R. brigantinus pela uniformidade da cor e o R. sampaioanus pela suculência. Na apreciação global dos frutos o R. brigantinus revelou-se como sendo o mais agradável e preferido. Sendo R. sampaioanus o fruto menos apreciado. Figura 1. Frutos de amora selvagem, R. henriquesi Na caracterização fitoquímica, as espécies R. henriquesii e R. radula apresentaram maior teor em fenóis totais. Este parâmetro é normal- D evido ao elevado poten- destas espécies presentes em mente associado com presença de compostos com efeitos benéficos cial das amoras para a território Português. para a saúde humana. A capacidade antioxidante é uma característica saúde, e tendo Portugal No ensaio de caracterização frequentemente associada a este tipo de compostos. R. vigoi seguido por um conjunto único de espécies agronómica, foram cultivadas R. henriquesii apresentaram os frutos com maior capacidade antioxi- de amoras silvestres, um estudo cinco espécies: R. vigoi; R. radula; dante. Embora esta propriedade seja reconhecida para o grande publico recente destacou algumas destas R. henriquesii; R. sampaioanus e como uma mais-valia, estudos recentes não valorizam como sendo a espécies com potencial interesse R. brigantinus. Foram analisados propriedade diretamente implicada nos efeitos no organimo humano. para a saúde. Neste sentido tem o vigor, percentagem de abrolha- vindo também a aumentar a mento, precocidade e produção interesse e aceitação deste tipo de frutos selvagens, em particular no importância da introdução deste que apresentaram uma grande mercado Italiano. germoplasma em programas de variabilidade com diferenças melhoramento para posterior significativas em todas as demonstrou que as espécies com melhores características agronómi- exploração comercial. Nesse características analisadas. De cas não são as que apresentam melhores características pós-colheita âmbito foi estabelecida uma linha todas as espécies apenas duas, e de aceitação pelo consumidor. Desta forma, é reforçada a ideia de que O ensaio piloto de exportação para mercados Europeus revelou Em conclusão, a caracterização realizada para as espécies silvestres de trabalho no projeto Euro- R. henriquesii e R. sampaioanus as espécies silvestres para serem introduzidas em cultura necessitam peu FP7 EUBerry onde foram apresentaram características de melhoramento de forma a serem economicamente rentáveis. O efetuados ensaios agronómicos, vegetativas e produtivas aceitá- melhoramento deverá atuar ainda ao nível de características pós- de qualidade pós-colheita e veis (quantidade e qualidade da colheita, tais como aumento do teor em sólidos solúveis totais, redução avaliação de fitoquímicos com o produção). Foi também testada da adstringência, entre outras. A existência de uma elevada varia- objetivo de caracterizar algumas a qualidade dos frutos, tendo bilidade de germoplasma em território Português representa assim uma mais-valia a ser explorada, visando a obtenção de variedades de Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., UEIS-SAFSV, Av. da República Nova Oeiras, 2784-505 Oeiras Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Santarém, Qta do Galinheiro, 2001-904 Santarém Instituto de Tecnologia Química e Biológica, Universidade Nova de Lisboa, Av. da República, Apartado 127, 2781-901 Oeiras 4 Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, 2781-901 Oeiras 5 Instituto Superior de Agronomia, Tapada da Ajuda 1349-017 Lisboa 1 2 3 20 peouenosfrutos amoras com valor nutricional acrescentado, bem adaptadas ao clima Português, com boas características agronómicas e boa aceitação comercial. mercados Campanha com início desanimador para a cereja Condições atmosféricas adversas atrasaram a maturação e prejudicaram muito a floração, com redução da produção. Cotações pontualmente acima das expectativas, mas sem falta de produto no mercado. A Framboesa manteve o seu preço de resistência no mercado do Algarve em torno dos 5€ para a categoria II com convergência de preços com a chegada do mês de agosto. Exportações para a Rússia e mercados nórdicos aumentaram. Enquanto a campanha da Amora arrancou com valores médios em torno dos 9€ por kg. A nível internacional o Mirtilo viveu excelente campanha, com grande procura e cotações mais altas do que em períodos homólogos refletindo-se nos preços pagos ao produtor. peouenosfrutos 21 proteção de culturas PUB Ensombramento Agrícola Proteção Anti-Escaldão em Amoras e Framboesas Antonio Martins COTESI Estamos perante um novo ciclo agrícola, com uma produção primária mais especializada a surgir por todo o território nacional, caminhamos diariamente no sentido do melhoramento e da otimização dos métodos de produção e dos conhecimentos técnicos. › A utilização de telas de solo nos camalhões, nas parcelas com cobertura total, no chão das estufas e dos túneis; › A condução e tuturação de pequenos frutos com Arame Polyester de 1,8mm ou 2,0mm em ambientes protegidos ou de 2,2mm ou 2,6mm em sistemas a campo e a condução com arames de 2,6mm e 3mm para a vinha e o olival intensivo; › A proteção Anti-Pássaros e Anti-Granizo na Vinha e nos Mirtilos; › Os sistemas de montagem de estruturas com postes e acessórios COTESI. No entanto, neste artigo vamos dar destaque a outro aspeto da proteção agrícola, actualmente com grande importância : a proteção solar e anti-escaldão em Amoras, Framboesas, bem como noutros pequenos frutos. Figura 1. Ambientes muito específicos e controlados por baixo de telas Cotesi para proteção anti-escaldão nas cores disponíveis preto e prata-zona Vale do Tejo - cultura morango. Ensombramento Técnico em Pequenos Frutos As culturas como Framboesas, Amoras, Groselhas e Morangos são muito sensíveis ao sol e às altas temperaturas, especialmente quando combinadas com dias ou ambientes secos. O verão em Portugal é quente, praticamente em todo o território, mas particularmente S abemos hoje que não e hortícola (nunca esquecendo nas zonas interiores do Alentejo e Ribatejo, a temperatura sobe existem zonas boas ou todos os outros setores tão acima dos 35º. Estatisticamente verifica-se que a maioria destas más, mas sim zonas preciosos e que nos caracteri- temperaturas ocorrem em junho, julho e agosto e coincidem com o distintas e que cada região apre- zam como um país agrícola e de período de maior risco nas amoras e framboesas, época em que estes senta um potencial específico tradições rurais). frutos estão mais vulneráveis aos estragos por queimaduras, na fase para determinada atividade Acreditamos que, com a agrícola devido às suas carac- correta utilização de telas e terísticas geomorfológicas e com um investimento reduzido, climatéricas. é possível a criação de ambien- Falando de uma forma tes específicos e a produçao generalista podemos dizer que em zonas novas e em épocas o nosso território nacional muda do ano tradicionalmente não cada 40km, seja para norte ou produtivas devido a fenómenos para sul, para o interior ou para climáticos tais como frio, geada, o litoral. Dispomos de solos excesso de sol ou temperaturas com recursos hídricos e ótimas elevadas. condições de luz, com potencia- No capítulo da fruticultura, lidades para a produção e ainda os pequenos frutos e os frutos muitas zonas com terras virgens. vermelhos ganham cada vez Existe também um enorme mais o seu lugar na nova agri- leque de microclimas e este cultura e a COTESI S.A. tem conjunto de fatores posicionam desenvolvido um trabalho de Portugal num lugar de destaque grande relevância neste Setor. para poder continuar a produzir, Já são perfeitamente conhecidas crescendo e melhorando, nome- e praticadas as nossas soluções, adamente na vertente frutícola nomeadamente: 22 peouenosfrutos de floração, acastanhamento do fruto e maturação. Figura 2. Amoras produzidas em sistema a campo - colocação de telas Cotesi à floração, zona Ribatejo. proteção de culturas Há assim que ter em conta vários fatores quando optamos por colocar este tipo de proteções, e a escolha do tecido, cor e dimensão da tela deve ser muito rigorosa, bem como a data da abertura das telas. Pensamento Final A proteção indicada para uma exploração deve ser avaliada caso a caso, havendo aspetos fundamentais a considerar: ›Localização geográfica (litoral ou interior, norte ou sul) › Cultura (Framboesa, Amora, Groselha, Morango) › Variedade (precocidade, data de maturação/colheitas, rusticidade) › Exposição solar (nascente ou poente, existência ou não de sombra natural) › Sistema de produção (túnel, estufa, sistema a campo, combinação com outros tecidos ou plástico UV) Com parcelas protegidas nas mais diversas combinações dos fatores acima referidos podemos ajudar e aconselhar o produtor, posicionando-nos como seu verdadeiro parceiro. Dispomos das telas Ref. 40% nas medidas mais procuradas e adaptadas aos correntes sistemas de Produção. Em conclusão, estamos ao dispor dos produtores e continuamos a trabalhar no sentido de podermos fornecer soluções testadas e apropriadas às necessidades de cada cultura. Esperamos ter as culturas de Amoras e Framboesas devidamente protegidas e aptas Figura 3. Amoras produzidas no Alentejo interior - período mais quente do ano na região mais quente do pais-Sistema de condução a campo unicamente com tela de Proteção Cotesi colocada à para produzirem as deliciosas bagas que os consumidores tanto apreciam. Floração -Maturação início de Julho, dias prolongados com temperaturas acima dos 40ºC. As nossas telas de proteção solar para pequenos frutos protegem as colheitas, não através do efeito tradicional das telas de sombra não técnicas que produzem sombra e ocultação, mas sim através da criação de um ambiente seguro e de um ensombramento parcial muito controlado, combinado com alguma refração da luz. A escolha do tecido adequado à proteção de uma determinada cultura deve ser muito criteriosa, para que a colheita seja garantida. Nas amoras e framboesas desprotegidas, o escaldão, as queimaduras e a desidratação estragam cerca de 60%-70% da fruta duma campanha e, além disso é sabido que, bastam 3 dias com temperaturas acima de 35ºC para destruir praticamente por inteiro uma produção. Este tipo de danos são muitíssimo sérios, em alguns casos as bagas nem chegam a encher totalmente nem a mudar de cor, o desenvolvimento é simplesmente abortado. Por outro lado, o ensombramento excessivo é igualmente não desejado, porque embora não cause perdas diretas vai interferir negativamente nos mecanismos fotossintéticos e no tipo de crescimento, produzindo plantas alongadas e finas, criando assim desequilíbrios e competição com os rebentos presentes nas zonas mais inferiores. Vai inevitavelmente causar também atrasos nas maturações e consequentemente na respetiva colheita. Em último caso pode mesmo influenciar os ciclos seguintes. PUB proteção de culturas Pesticidas na Produção de Pequenos Frutos Sandra Velho Tal como as demais culturas, os pequenos frutos estão expostos a inúmeros inimigos, sejam doenças ou pragas. potenciais inimigos com que os produtores se podem deparar. Tal como no caso dos herbicidas que, como vimos, praticamente não se podem utilizar (e nem sempre é conveniente o seu uso), sobretudo por falta de homologação, para o que se apela à iniciativa das organizações de produtores do setor, no que toca aos pesticidas é também restrito o número de substâncias autorizadas, sendo particularmente importante o cuidado na sua aplicação e o respeito pelos intervalos de segurança, quer pela saúde pública quer pela importância de o produto português manter o elevado nível de qualidade que tem revelado, sem contaminações ou resíduos acima dos limites permitidos. Não deixando de sublinhar que a melhor defesa é a prevenção, e que na maioria dos casos as doenças e pragas podem, em parte, ser limitadas ou mitigadas por boas práticas agronómicas ou formas de I nfelizmente, como temos relativamente limitada a lista luta mais amigas do ambiente, faz-se publicar a lista atualizada, de visto em edições anterio- de produtos homologados para acordo com a lista da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, de res da revista Pequenos utilização neste tipo de culturas, produtos de uso autorizados para “usos menores”, de que seleciona- não abrangendo ainda todos os mos os autorizados para pequenos frutos. Frutos, em Portugal ainda é Cultura Praga/doença Dose Intervalo de Nome comercial/substância segurança activa AMORA (Rubus spp.) ácaros eriofídeos (Acalitus essigi) ácaros eriofídeos (Acalitus essigi) Afídeos 1-2 L pc/hl (780-1560 g sa/hl) - 150 g pc/hl (7,95 g sa/hl) 21 50g p.c./hl (25g s.a./hl) 14 Afídeos (Aphis gossypii, Aphis spiraecola, A. Ruborum, Brachycaudus prunicola, Myzus persicae) 20ml p.c/hl (9,6g s.a./hl) 3 aranhiço vermelho 40ml p.c./hl (20g s.a./hl) - aranhiço vermelho (Tetranychus urticae) cochonilha (Cocus hesperidium) Lagartas (Spodopetra littoralis, S. exígua e Chrydodeixis chalcifes) 0,75-1,21 g p.c./ha (13,5-21,6 g s.a./ha) 7 150-200ml p.c./hl (72-96g s.a./hl) 21 1000g p.c/ha - Míldio (Peronospora sp) 1250-2000g p.c./hl (250-400g s.a./hl) 7 Oídio (Oidium sp) Oídio (Oidium sp) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Tripes (Frankliniella occidentalis, Thrips sp.) 3-6 kg g p.c./ha (2400-4800 kg s.a./hal) - 100-125 ml p.c./hl (4,5-5,6 g s.a./hl) 3 150g p.c./hl (75g s.a./hl) 1 150g p.c./hl (75g s.a./hl) 3 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 3 afídeo preto (Mysus cerasi) Traça (Cheimatobia brumata) cabeça de prego/capa de ferro/carocho negro (Capnodis tenebrionis) Tripes (Thripidae) mosca da cerejeira (Rhagoletis cerasi) moniliose (Monilia laxa e Monília fructigena) moniliose (Monilia spp) 120-140g pc/ha (60-70g sa/ha) 14 15ml p.c./hl (1,5g s.a./hl) 14 30g p.c./hl (7,5g s.a./hl) 7 60-100ml p.c./hl (4,5-7,5g s.a./hl) 14 25 g p.c./hl (5 g s.a./hl) 14 0,1 L p.c./hl (5 g s.a./hl) 3 20-30g p.c/hl (7,5+5-11,25+7,5g s.a./hl) 7 CEREJEIRA (Prunus avium L.) 24 peouenosfrutos CITROLE óleo de verão DINAMITE fenepiroximato PIRIMOR G pirimicarbe CALYPSO tiaclopride APOLLO clofentezina VERTIMEC 018 EC abamectina DURSBAN 4 clorpirifos TUREX Bacillus thuringiensis CALDA BORDALESA QUIMAGRO sulfato de cobre e cálcio-mistura bordalesa) THIOVIT JET enxofre SYSTHANE 45 EW miclobutanil TELDOR fenehexamida ROVRAL AQUAFLOW iprodiona SPINTOR spinosade TEPPEKI flomicamida KARATE ZEON lambda-cialotrina ACTARA 25 WG tiametoxame RUFAST AVANCE acrinatrina EPIK SG acetamiprida INDAR 5 EW fenebuconazol SWITCH 62,5 WG ciprodinil+fludioxinil proteção de culturas FRAMBOESA (Rubus idaeus) GROSELHEIRA (Ribes spp.) MIRTILO (Vaccinium corymbosum) MORANGUEIRO (Fragaria vesca L.) ácaros tetraniquideos 50 g p.c./hl (5 g s.a./hl) 7 Afídeos 50g p.c/hl (25g s.a/hl) 14 Afídeos 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 3 aranhiço vermelho 40ml p.c./hl (20g s.a./hl) - aranhiço vermelho (Tetranychus urticae) ferrugem 0,75-1,21 g p.c./ha (13,5-21,6 g s.a./ha) 7 40ml p.c./hl (10g s.a./hl) - lagartas 100g p.c./hl - lagartas (Helicoverpa armigera) (Spodoptera litoralis) lagartas (Helicoverpa armigera) (Spodoptera litoralis) lagartas (Spodoptera littoralis, Autographa gamma, Helicoverpa armigear) míldio (Peronospora sparsa) 150-200ml p.c./hl (72-96g s.a./hl) 21 10-20ml p.c./hl (1-2g s.a./hl) 7 1000g p.c./ha (32g sa/ha) - 1250-2500g p.c./hl (250-500g s.a./hl) 7 Oídio (Oidium sp) Oídio (Oidium sp) Oídio (Oidium sp) Oídio (Oidium sp.) Oídio (Oidium sp.) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Tripes 150ml p.c./hl (37,50g s.a./hl) 7 50ml p.c/hl (6,25g s.a./hl) 3 30-35ml p.c./hl (3-3,5g s.a./hl) - 3-6 kg g p.c./ha (2400-4800 kg s.a./hal) - 133 ml p.c./hl (6g s.a./hl) 3 150g p.c./hl (75g s.a./hl) 1 150 ml p.c./hl (75g s.a./hl) 3 1 kg p.c/ha (375+250 g s.a./ha) 7 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 3 ácaros eriofídeos (Acalitus essigi) 150 g pc/hl (7,95 g sa/hl) 21 afídeos 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 3 aranhiço vermelho 40ml p.c./hl (20g s.a./hl) 7 podridão cinzenta (Botrytis cinerea) 150g p.c./hl (75g s.a./hl) 7 cercosporiose 180-200g p.c./hl (144-176g s.a./hl) 30 antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) cochonilha algodão (Iceria purchasi) oídio 1250-2500g p.c./hl (250-500g s.a./hl) 7 1-2l p.c./hl (700-1400g s.a./hl) - 200-400g p.c./hl (160-320g s.a./hl) - oídio (Erysiphe vaccinii) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) podridão cinzenta (Botrytis cinerea) afídeos (Aphis sp) tripes (Frankliniella occidentalis) 1-1,25 l p.c./ha (45-56,25 g s.a./ha) 100-125 ml pc/hl (4,5-5,625 g sa/hl) 100-150g p.c./hl (50-75g s.a./hl) 14 200ml p.c./hl (80g s.a./hl) 14 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 14 20ml p.c/hl (9,6g s.a/hl) 200 ml p.c/ha (96 g s.a./ha) 3 antracnose (Colletotrichum sp) oídio (Podosphaera macularis) oídio (Podosphaera macularis) oídio (Podosphaera macularis) tripes (Frankliniella occidentalis e Heliothrips haemorrhoidalis) 250-300ml p.c./hl (125-150g s.a./hl) 3 mosca branca (Trialeurodes vaporariorum) mosca branca (Trialeurodes vaporarium) lagartas (Helicoverpa armigera) lagartas (Helicoverpa spp e Agrotis spp) murchidão das plântulas (Pythium e Phytophthora) MARACUJAZEIRO (Passiflora edulis) 1 50ml p.c./hl (6,25g s.a./hl) 3 100ml p.c./hl (25g s.a./hl) 7 133 ml p.c./hl (6g s.a./hl) 3 95ml p.c./hl (7,125 g s.a./hl) 3 0,75 L p.c./ha (150g s.a./ha) 30 40g p.c./hl (20g s.a./hl) 3 60-100ml p.c./hl (3-5g s.a./hl) Não permitido 7 em culturas de ar livre 100-150 g p.c./hl (0,85-1,275 g s.a./hl) 1 2-3 L p.c/hal (1444-2166 g s.a./ha) 21 antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) Septoriose (Septoria passifloricola) Septoriose (Septoria passifloricola) ácaros 1,25-2,5 Kg p.c./hl (250-500g s.a./hl) 7 75 ml p.c./hl (18,75g s.a./hl) 3 1,25-2,5 Kg p.c./hl (250-500g s.a./hl) 7 75 ml p.c./hl (18,75g s.a./hl) 3 2l p.c./hl (1600g s.a./hl) - cochonilha algodão 2l p.c./hl (1600g s.a./hl) - cochonilhas 2l p.c./hl (1600g s.a./hl) - mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata) tripes 24 iscos/ha - 2l p.c./hl (1600g s.a./hl) - NISSORUM hexitiazox PIRIMOR G pirimicarbe CALYPSO tiaclopride APOLLO clofentezina VERTIMEC 018 EC abamectina SCORE 250 EC difeconazol TUREX Bacillus thuringiensis DURSBAN 4 clorpirifos KARATE ZEON lambda-cialotrina DIPEL Bacillus thuringiensis CALDA BORDALESA QUIMAGRO sulfato de cobre e cálcio-mistura bordalesa) NIMROD bupirimato RALLY miclobutanil TOPAZE penconazol THIOVIT JET enxofre SYSTHANE 45 EW miclobutanil TELDOR fenehexamida ROVRAL AQUAFLOW iprodiona SWITCH 62,5 WG ciprodinil+fludioxinil SPINTOR spinosade DINAMITE fenepiroximato CALYPSO tiaclopride APOLLO clofentezina TELDOR fenehexamida FUNGITANE mancozebe CALDA BORDALESA SAPEC sulfato de cobre OLEOFIX óleo de verão STULLN enxofre SYSTHANE 45 EW miclobutanil TELDOR fenehexamida SCALA pirimetanil CALYPSO tiaclopride SPINTOR spinosade BRAVO 500 clortalonil RALLY miclobutanil NIMROD bupirimato SYSTHANE 45 EW miclobutanil RUFAST AVANCE acrinatrina CONFIDOR CLASSIC imidaclopride PLENUM 50 WG pimetrozina MATCH lufenurão AFFIRM emamectina PREVICUR N propamocarbe(hidrocloreto) CALDA BORDALESA SAPEC sulfato de cobre ORTIVA azoxistrobina CALDA BORDALESA SAPEC sulfato de cobre ORTIVA azoxistrobina FITANOL óleo de verão FITANOL óleo de verão FITANOL óleo de verão ADRESS lufenurão FITANOL óleo de verão peouenosfrutos 25 © Luis Freitas eventos 1.o Congresso Nacional do Mirtilo João Campos Decorreu entre os dias 28 e 29 de junho, em Sever do Vouga, o 1º Congresso Nacional do Mirtilo. Foram dois dias intensivos de apresentações e debates sobre mirtilo, num evento que contou com a participação de vários especialistas internacionais. alterações ao sistema de produção prendem-se com a maior densidade de plantação (0,75 x 3 m), generalização da colheita mecânica, e o armazenamento em atmosfera controlada. Andrea Pergher, responsável técnico da empresa italiana Aurora Fruit, frizou que no caso particular da Itália, a expansão da área da cultura do mirtilo está limitada pelo pH dos solos, que são maio- © Luis Freitas ritariamente alcaninos. A escolha das variedades produzidas está muito dependente de fatores climáticos (resistência ao frio invernal e necessidade de horas de frio) e a estratégia passa por evitar o pico de produção de julho e cobrir o mercado de setembro. Andrea Pergher defendeu a possibilidade de serem usadas estratégias semelhantes em Portugal e na sua opinião, com o aumento da produção de mirtilo em toda a Europa, o esforço tem de ser focado na diminuição dos custos de produção. Giz Gaskin é gestor de negócios da Hargreaves Plants, empresa britânica de comercialização de plantas de mirtilo. Giz justificou David Bryla e Pedro Brás de Oliveira o porquê do aumento do consumo de mirtilo particularmente em Inglaterra, mas também um pouco por todo o mundo. “Para além de D a produção à comer- das colheitas, o controlo de ser benéfico para a saúde, é um fruto com sabor constante e fácil de cialização, debateu-se qualidade e o futuro da fileira do comer, pois não se descasca nem tem caroço, por isso isso as crian- de tudo um pouco mirtilo. ças adoram-no.” Em Inglaterra, o mercado do mirtilo terá represen- neste evento que muito terá David Bryla, investigador do tado 190 milhões de libras, em 2010. contribuido para a evolução da Departamento de Agricultura O especialista inglês defendeu ainda a propagação in vitro, que produção e cultura do mirtilo em dos EUA (USDA), deixou claro tem a vantagem de conservar a identidade genética da planta-mãe, Portugal. O Secretário de Estado que as condições básicas para a o que permite que todas as plantas geradas tenham as mesmas das Florestas e Desenvolvimento produção de mirtilo continuam características, capacidades e necessidades. Rural, Francisco Gomes da Silva, inalteradas: solos com pH entre fez as “honras da casa”, num 4,5 e 5,5, como baixos teores apresentou a enxertia como uma alternativa válida para a produção primeiro dia dedicado a comuni- de salinidade, boa irrigação e das variedades que mostram ser desadequadas à produção ou ao cações técnicas, no qual vários utilização de azoto apenas na mercado. Esta técnica obteve 83% de sucesso, e é capaz de colocar a especialistas internacionais forma amoniacal. Ainda assim, plantação em “produção cruzeiro” em apenas 2 anos. expuseram os seus pontos de David referiu que a tecnologia de vista e deixaram vários conse- produção nos EUA tem-se alte- Chile, deu a conhecer a estratégia utilizada pela fileira chilena para lhos a quem já está no mercado rado bastante, essencialmente ultrapassar a comercialização das 100 mil toneladas/ano. Destacou e a quem neste se pretende devido aos estudos comparativos ainda o aumento da produção mundial, e chamou a atenção para lançar. O segundo dia focou de diferentes tipos de condução, a necessidade de desenvolver a cultura do consumo de mirtilo, maioritariamente a organização rega e adubação. As principais investindo em promoções e outras estratégias. Andrés Armstrong 26 peouenosfrutos Juan Carlos Garcia, da associação pública das Astúrias, SERIDA, Andrés Armstrong, Diretor Executivo do Comité de Mirtilos do eventos referiu ainda que, no Chile, a próprio mercado”. Como referido que as explorações tenham a certificação GLOBAL GAP. A Certifi- qualidade e reputação do mirtilo em epígrafe, o segundo dia do cação BIO foi desaconselhada, uma vez que traz um acréscimo de baixaram, por se terem que- evento abordou a organiza- custos, e neste momento não é valorizada pelo mercado. brado regras essenciais como ção da colheita e o controlo a escolha da variedade para o de qualidade do produto final, escalonamento da maturação. A assim como a caracterização isto acrescenta-se o facto de ter das explorações de mirtilo nas tado através de um sistema informático desenvolvido pela Universi- chovido anormalmente na época regiões Norte e Centro. dade de Faro que permite o controlo rigoroso e em tempo real das de colheita e o preço da fruta Chegou-se à conclusão que Na mesa redonda participaram várias entidades que estão no mercado da apanha e comercialização do mirtilo. A HUBEL possui um sistema de prémios de colheita implemen- quantidades e qualidade colhidas por cada operador. Já a SUDOBERRY implementa o sistema de prémios com regras para transformação ter descido, há ainda muito mercado para o aumentando a pressão sobre a mirtilo e que os os mil hectares claras e fáceis de entender, utilizando um sistema informático de fruta em fresco. de plantações previstos para origem inglesa (pickwise) que permite medir a qualidade e produtivi- este ano serão facilmente esco- dade. Aos melhores é facilitado o trabalho em horas extras. Para Piet Merker, gestor de A RANDSTAD, empresa de trabalho temporário, tem já ao dispor vendas da holandesa Sunberry, ados. No entanto, há a premente as variedades mais aconselhá- necessidade de os produtores uma base de dados de trabalhadores, o que facilita o processo de veis para produção em Portugal se associarem e funcionarem seleção de mão de obra para a colheita de fruta, o que pode constituir são a Duke e Huron, sendo que a enquanto equipa, caso contrário uma ajuda importante aos produtores. maior janela de exportação é em não sobreviverão individual- Junho. O Holandês defende que mente, isto porque não é viável Em suma, este foi um evento que abrangeu as mais variadas uma exploração de mirtilo deve ir para o mercado com 1000Kg. temáticas na área do mirtilo, desde a escolha das variedades ao ter no mínimo 1,2 ha e deixou Debateu-se ainda a pertinência escoamento do produto e elucidou, precaveu e alertou quem pensa um conselho aos portugueses: das certificações e foi referido em lançar-se na produção deste pequeno fruto, que está cada vez “Não se esqueçam do vosso que não é possível exportar sem mais “na moda”. PUB Encontro Internacional de produtores portugueses MadrId 16 e 17 outubro No âmbito da edição de 2013 da Fruit Attraction, em Madrid, a revista Agrotec e a Naturalfa estão a organizar a deslocação de uma delegação de produtores hortofrutícolas portugueses para um business meeting com empresas espanholas de comercialização de hortofrutícolas, uma visita àquela feira e às instalações da Eurobananan (a maior empresa ibérica de comercialização de hortofrutícolas) no MercaMadrid. Esta viagem pode constituir uma excelente oportunidade de estabelecimento de novos negócios e parcerias entre empresas, nacionais e estrangeiras, a operar nesta fileira agrícola. Se estiver interessado em integrar esta delegação de empresários agrícolas e obter mais informações, por favor entre em contacto para (+351) 225 899 620, (+351) 918 555 194, ou envie um email para [email protected], Organização: Apoios: Data limite para inscrições: 23 de setembro eventos Elogios à qualidade técnica e apelos ao associativismo José Manuel Rodrigues Silva Participantes elogiaram qualidade técnica do Congresso e dos oradores num evento onde se ouviram vários apelos ao associativismo F oram várias as vozes que desde a instalação de um pomar, apelaram à associação passando pela fertilização e dos produtores de mir- terminado nas questões de tilos durante a realização do I estratégia comercial”. “Com este Congresso Nacional do Mirtilo. O Congresso e com outros eventos evento pode ser um dinamizador recentes começo a vivenciar de movimentos associativos que uma mudança de paradigma ao proporcionam uma maior dimen- nível da partilha de informação são aos agentes que operam e mesmo ao nível da qualidade nesta fileira, aumentando consi- desta”, destaca este produtor deravelmente as possibilidades que, contudo, lamenta “o desin- de sucesso na sua atividade. teresse de muitos novos mirti- Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural presidiu à abertura do Congresso Um evento de elevada qualidade técnica é como Catarina Cam- Para a organização, o Con- cultores que viram o Congresso pos, da Lusomorango, uma associação de produtores de pequenos gresso permitiu "fazer a caracte- passar-lhes ao lado como quem frutos de Odemira, classifica o evento. Para esta técnica, o Congresso rização do estado da arte desta já sabe tudo”. “teve a grande mais-valia de trazer oradores internacionais, parti- fileira a nível nacional e interna- Também Rute Cardoso, lhando os seus estudos e as suas experiências de diferentes climas cional”. Concluiu-se que ainda há responsável da empresa e regiões, contribuindo para a criação de novos desafios nas nossas um longo caminho a percorrer, “Naturpassion”, que produz práticas culturais”. embora se possam “queimar mirtilos, framboesas e amoras etapas no seu desenvolvimento, em Amarante, ficou agradada tirando partido dos sucessos e com a parte técnica que o erros no processo que passaram Congresso proporcionou, tendo Manuel Soares, os países mais desenvolvidos destacado a intervenção do presidente da Câmara nesta atividade”. norte-americano David Bryla. Municipal de Sever do “Foi uma iniciativa muito Vouga Os participantes elogiaram a qualidade técnica dos oradores interessante porque abordou convidados, alguns deles de todos os campos relacionados Congresso relevante e de renome internacional. Filipe com a fileira do mirtilo”, afirma. qualidade Costa, produtor de mirtilos de Rute Cardoso entende que o Santa Maria da Feira, considera Congresso do Mirtilo foi útil que o evento proporcionou a para todos quantos se dedicam “oportunidade única de ace- ao cultivo ou comercialização der ao ‘mundo dos mirtilos’ deste fruto pois “cada um sem termos de nos deslocar a retirou conhecimentos da parte sição e troca de conhecimentos relativamente à produção e comer- diversos países”. Sublinhando que mais lhe interessava”. Esta cialização deste fruto. “Além de ter representado mais uma etapa na que a informação partilhada vai mirticultora acompanhou com intenção de Sever do Vouga vir a liderar a fileira dos pequenos frutos revelar-se bastante útil na sua especial atenção as interven- em Portugal, através do cluster dos pequenos frutos a instalar no atividade, pois ela foi “do mais ções técnicas relacionadas com Vougapark, o Congresso foi muito elogiado por governantes e partici- alto nível”, Filipe Costa garante a gestão da água e a instalação pantes, que reconheceram a relevância e qualidade deste evento, que que ela “ajudou a consolidar de pomares, que foram “muito trouxe a Portugal palestrantes de renome internacional”, sublinha ideias e perceber qual o caminho, úteis” para a sua atividade Manuel Soares. quais as práticas mais atuais, como produtora de mirtilos. 28 peouenosfrutos A realização do I Congresso Nacional do Mirtilo foi, no entender do presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, Manuel Soares, mais um passo na afirmação deste concelho como “Capital do Mirtilo” e uma excelente oportunidade para a aqui- eventos Evento decorreu em Sever do Vouga Feira do Mirtilo acolheu quase 40 mil visitantes A VI edição da Feira do do Vouga, a Feira do Mirtilo é já poder viver a experiência de colher Mirtilo, que decorreu em uma referência a nível nacional o fruto diretamente do arbusto. E Sever do Vouga entre 27 neste setor. Uma das novidades a adesão ultrapassou as expetati- e 30 de junho, recebeu perto de da Feira do Mirtilo foi a inclusão vas tendo sido necessário alargar 40 mil visitantes que adquiriram de uma maior área técnica, um o número de participantes por cerca de dez toneladas de mirtilo espaço dedicado a todos os sessão devido às muitas inscrições durante os quatro dias do evento. que estão ligados à produção e recebidas. A organização pretende Da responsabilidade da AGIM comercialização de mirtilo e que repetir a atividade na próxima - Associação para a Gestão, Ino- traduz a forte aposta da AGIM edição tentando que se realize em vação e Modernização do Centro na inovação desta fileira. Outra mais plantações de mirtilo para Urbano de Sever do Vouga e inovação introduzida este ano que mais visitantes possam parti- da Câmara Municipal de Sever foi a possibilidade do visitante cipar na apanha do fruto. Visitantes tiveram a oportunidade de experimentar a apanha do mirtilo Concurso elege o em Dornelas. Já foi presidente Menção honrosa: melhor pomar de da Mirtilusa, uma associação "Bouça Nova – Mirtilos mirtilos local de produtores de mirtilos de Cedrim" Inserido na Feira do Mirtilo, a e também produz groselha e O pomar "Bouça Nova – Mirtilos AGIM promoveu um concurso uma pequena quantidade de goji. de Cedrim", que conquistou uma para eleger o melhor pomar de Como é reformado, Custódio menção honrosa no concurso do mirtilos do concelho de Sever 2.200 metros quadrados de Borges dedica grande parte do Melhor Pomar de Mirtilos, é um do Vouga. Foram premiados os mirtilos e 600 metros quadrados seu tempo à exploração onde diz projeto conjunto de César (pai), três melhores pomares, sendo de groselha. Há 18 anos que se sentir-se bem. Eduardo e João Costa Gomes ainda atribuída uma menção dedica ao cultivo deste pequeno (filhos). Plantaram em março honrosa pelo júri, constituído fruto e já não é a primeira vez 3.o prémio: pelos engenheiros Pedro Brás de que ganha um prémio: três anos José Sousa dos de mirtilos das variedades Oliveira e Luís Lopes da Fonseca, após se ter iniciado na cultura do O 3.o prémio foi atribuído a Duke e Bluecrop em Cedrim, mirtilo também foi distinguido um pomar situado no lugar de área que esperam alargar em da Direção Regional de Agricul- pela qualidade do seu pomar. Na Penouços (Paradela do Vouga), breve e conciliar com o cultivo tura do Centro, que tiveram em altura recebeu 25 contos, revela. propriedade de José Sousa. de amoras. conta o estado e manutenção do Os cuidados que diz ter com pomar, o estado geral das estru- o seu pomar passam por uma turas e equipamentos de apoio boa fertilização e uma boa rega, à exploração agrícola, o estado dedicando sempre algum tempo sanitário das plantas, a estrutura diariamente ao pomar, nem que de gestão e o enquadramento seja apenas meia hora. do INIAV, e por um membro deste ano 3.200 metros quadra- da exploração, bem como a aplicação de práticas associadas 2.o prémio: A plantação tem cerca de duas Residentes em Lisboa a agricultura sustentável e a Custódio Borges mil plantas das variedades Duke mas com raízes familiares Custódio Borges é mirticultor há e Bluecrop, numa extensão de em Cedrim, deslocam-se 20 anos e tem a sua exploração quase um hectare, e que nasceu frequentemente à exploração de 5.000 metros quadrados práticas agrícolas pouco nocivas para o ambiente. em 2005. José Sousa, que é o de mirtilos que se encontra 1.o prémio: atual presidente da Mirtilusa, em fase de crescimento. O Armando Carvalheira garante que todos os dias passa projeto do anexo foi concebido O vencedor do concurso do pela plantação, localizada em por Eduardo e João, arquitetos, melhor pomar de mirtilos foi frente a sua casa. Até final deste que também participaram, em Armando Carvalheira que tem ano este mirticultor conta plan- conjunto com o Eng. Alexandre a sua exploração no lugar do tar mais um milhar de plantas Tavares, na conceção integrada Carvalhal (Silva Escura) e cultiva de mirtilo. do pomar. peouenosfrutos 29 eventos IV Edição do Workshop “Instalação de Pomares de Mirtilos” A Tberries – Produção de Mirtilos em conjunto com a Formtivity, promoveu no dia 20 de julho de 2013 a IV Edição do Workshop “Instalação de Pomares de Mirtilos”. O evento decorreu na Junta de Freguesia de Refojos de Riba de Ave – Santo Tirso, sendo o período da manhã ministrado pela Eng.ª Tatiana Matos que abordou os fundamentos a ter em conta para a instalação de pomares de mirtilos, tais como a seleção da parcela de terreno, preparação do solo, variedades, condições edafo-climáticas, etc. O período da tarde contou técnica nomeadamente ao nível também com a parti- do sistema de rega, preparação cipação do Eng.o Hugo do solo, armação dos camalhões, Rocha e Silva, tendo decorrido métodos e espaços de plantação, ser tidos em conta em fase de projeto e antes da instalação do nas instalações da Tberries, apanha de fruto, armazena- pomar, pelo que este período se revelou uma excelente oportunidade onde os participantes tiveram mento, acondicionamento e con- para debater e esclarecer alguns dos pormenores abordados na oportunidade de esclarecer servação da fruta pós colheita, parte da manhã. todos os aspetos de ordem entre outros aspetos que devem Os participantes desta IV edição do workshop, provenientes das regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Norte do país, constituíram um grupo heterogéneo, com vivências distintas na área da produção e comercialização de produtos agrícolas, o que se revelou muito interessante e proveitoso para todos, pela partilha de conhecimentos e experiências. A Tberries surgiu em 2011 e produz diferentes variedades de mirtilos em 2,4 ha localizados em Santo Tirso, dedicandose nesta fase à produção de mirtilos de qualidade superior bem como à formação de jovens agricultores e interessados pela cultura do mirtilo sobre a instalação de pomares, podas, colheita, entre outros temas, contribuindo desta forma para colmatar as lacunas detetadas pela empresa aquando da sua criação e instalação no que respeita à formação. Para obter mais informações sobre a Tberries e futuros eventos, poderá consultar o site http://tberries.wordpress.com/. 30 peouenosfrutos CheckIT, o app da Yara para o diagnóstico das deficiências nutricionais nas culturas
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