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O BLU-RAY Pedro Vicente 63165, Ricardo Santos 63130 Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal E-mail: {pedro.a.vicente, ricardo.dos.santos}@ist.utl.pt RESUMO 2. HISTÓRIA DO BLU-RAY O Blu-ray veio suceder ao DVD como a próxima geração de disco óptico para armazenamento de dados digitais. Esta tecnologia surgiu com o desenvolvimento do díodo laser azul-violeta. Grandes empresas, como a Sony, estiveram ligadas à criação e sobrevivência do Blu-ray, assim como ao desenvolvimento de tecnologias de produção e durabilidade de discos, e protecção de dados. O Blu-ray apresenta várias vantagens face ao DVD e ao seu competidor directo, o HD-DVD. Hoje, este é uma importante referência no mercado no que toca à distribuição de conteúdos em Alta Definição e 3D. Com o início da era digital, foi necessária a criação de meios de armazenamento de dados binários (0’s e 1’s). A primeira geração de discos ópticos surgiu, principalmente, com a invenção do CD (Compact Disc) em 1979, seguido pelo DVD (Digital Versatile Disc) em 1995, que armazenam os dados binários, na forma de sulcos e áreas lisas, num disco com 120mm de diâmetro e 12mm de espessura. A densidade de informação no formato DVD está limitada ao comprimento de onda dos lasers utilizados na sua gravação, e actualmente esta não é suficiente para os conteúdos reproduzíveis pelos aparelhos HDTV. No final da década de 90, o investigador japonês Shuji Nakamura apresentou um díodo de laser azul-violeta com comprimento de onda de 405nm, contrastando com o laser vermelho de 650nm usado na altura nos DVD’s. A Sony iniciou assim dois projectos explorando o novo laser: o UDO (Ultra Density Optical) e o DVR Blue, que desenvolvido juntamente com a Pioneer viria a tornar-se o Blu-ray Disc regravável (BD-RE). Os primeiros protótipos do DVR Blue foram revelados na exibição CEATEC a Outubro de 2000 pela Sony, mas só a 19 de Fevereiro de 2002 é que o projecto foi oficialmente apresentado como Blu-ray Disc (a palavra blue não pôde ser usada como marca registada por ser uma palavra comum e usada no dia a dia, daí se optar pela palavra blu). Inicialmente, o “grupo de fundadores do Blu-ray Disc”, criado a 20 de Maio de 2002 pelo MIT, contou com a participação de nove empresas: Palavras Chave - Blu-Ray, disco, Alta Definição, camadas, DVD. 1. INTRODUÇÃO Com o aumento da exigência e valorização da experiência audiovisual no conforto de casa, com o surgimento das televisões de alta definição (HDTV – High Definition Television) capazes de reproduzir imagem com resoluções bastante superiores às suas antecessoras, com o aumento da qualidade e complexidade dos jogos, os DVDs deixaram de ter capacidade para armazenar a quantidade de dados necessária para a distribuição dos respectivos conteúdos. Embora o conceito de alta definição seja conhecido em grande parte devido aos aparelhos televisivos, só há alguns anos é que surgiram discos ópticos com capacidade suficiente para a gravação e reprodução de conteúdos de elevada qualidade: os discos Blu-Ray (BD – Blu-Ray Discs) e os discos HD-DVD (High Density Digital Versatile Disc). A significativa melhoria dos novos discos ópticos abriram portas para qualidades de imagem e som muito acima do comum, mas, apesar das suas vantagens, a penetração do mercado não foi fácil. A qualidade é subjectiva e nem todos estão dispostos a pagar o mesmo por esta evolução. Neste artigo apresenta-se a história e tecnologia do sucessor do DVD, o Blu-Ray, assim como a comparação entre este e o seu competidor directo, o HD-DVD. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Sony Panasonic Pioneer Philips Thomson LG Electronics Hitachi Sharp Samsung 1 O primeiro aparelho de gravação de Blu-ray da Sony foi disponibilizado no Japão a 10 de Abril de 2003, a um preço de aproximadamente 3500€. Só mais tarde, em Junho de 2006, foram lançados os primeiros leitores de BD-ROM (ex.: Sony BDP-S1) e os primeiros títulos em Blu-ray: 50 First Dates The Fifth Element Hitch House of Flying Daggers Underworld: Evolution xXx The Terminator (da MGM) A entrada dos leitores de Blu-ray no mercado, 3 meses depois dos leitores de HD-DVD da Toshiba, não foi favorável e durante alguns meses o número de vendas de HD-DVD superou as de Blu-ray. Com o tempo, o Blu-ray tornou-se o formato favorito e o HD-DVD foi descontinuado pela Toshiba. 3. TECNOLOGIA BLU-RAY O disco Blu-ray é um formato de disco óptico criado para suceder ao DVD. Este surge em três variantes principais: 1. 2. 3. Leitura (BD-ROM) – para conteúdos pré-gravados; Gravável (BD-R) – para dados de PC; Regravável (BD-RE ou BD-RW) – para material de HDTV ou dados de PC, respectivamente. O Blu-ray pré-gravado é normalmente usado para a distribuição de filmes em alta definição, jogos ou softwares. Cada disco contém no mínimo 25 GB de capacidade (com camada única), sendo o disco mais comum o de 50 GB (com camada dupla). 3.1. Laser e Óptica O nome Blu-ray refere-se ao laser azul (blue ray) utilizado para a leitura do disco, que permite uma gravação de dados com maior densidade. O laser azul-violeta de comprimento de onda de 405nm, desenvolvido por Nakamura, veio permitir que pudessem ser gravados mais dados numa mesma área de disco. Nas camadas de gravação do disco Blu-ray, e recorrendo a elevadas potências do laser, são criados sulcos (pits) com 130nm de largura e um mínimo de 150nm de comprimento. Estes dados, gravados numa linha contínua em espiral a partir do centro do disco, organizam-se em circunferências espaçadas entre si de 320nm. Figura 1. – Imagem representativa do modo de armazenamento de dados no disco Blu-ray. Entre os sulcos criados, existem espaços lisos (lands) que, na leitura, representam áreas de maior reflexão do laser a baixas potências. Na leitura dos dados, os espaços lisos representam o valor binário 1 (on) e os sulcos representam o valor binário 0 (off) devido à ausência de reflexão [1]. 3.2. Fabrico As dimensões do disco Blu-ray não foram alteradas face às dos seus antecessores CD e DVD. Ainda assim, a sua construção é bastante diferente. O BD é construído utilizando um processo de moldagem por injecção. É constituído por uma camada de policarbonato com 1,1 mm de espessura, sobre a qual são gravados os dados a armazenar (Figura 2). Embora o seu método de fabrico resolva problemas como a birrefringência (refracção da luz do laser em dois lasers distintos) ou a inclinação do disco (que pode provocar distorção do laser), os dados acabam por ficar vulneráveis a riscos. No início, em 2003, os discos Blu-ray eram encapsulados em disquetes de protecção. Para resolver esta fraqueza, a TDK (Tokyo Denkikagaku Kogyo - Tokyo Electronics and Chemicals) desenvolveu um polímero com o nome Durabis (latim para “durarás”). Para ir ao encontro das especificações do Blu-ray, a cobertura do disco teria que ter uma espessura inferior a 0,1 mm, ser transparente e dura. A Sony e a Panasonic acabaram por replicar a tecnologia de protecção, tendo a primeira optado por uma solução de duas camadas: uma anti-riscos e outra anti-estática. A Verbatim, empresa de produção de meios de armazenamento, criou a sua própria tecnologia de protecção, a hard-coating. Uma outra especificação que surgiu para os BDs foi a aprovação num teste de abrasão mecânica que comprovasse a sua resistência. 2 Para vídeo, é obrigatório que todos os leitores de Blu-ray possam suportar pelo menos os três codecs seguintes: 1. 2. 3. H.262/MPEG-2 Parte 2: MPEG-2 Vídeo H.264/MPEG-4 Parte 10: AVC SMPTE 421M: VC-1 O codec MPEG-2 Vídeo é o padrão utilizado nos DVDs comuns, e a sua utilização nos leitores Blu-ray vem permitir que estes leiam também os DVDs. Devido à diferença de eficiência destes codecs de vídeo, a escolha dos formatos utilizados afecta directamente os custos com licenças ou royalties, assim como o tempo máximo de gravação do filme. Discos codificados com MPEG-2 Vídeo, aquando do lançamento do Blu-ray em 2006, ficam limitados a duas horas de conteúdos em alta definição numa única camada de um BD-ROM de 25 GB. Ao utilizarem-se os codecs VC-1 ou MPEG-4 AVC, com maior capacidade de compressão, conseguem-se gravar cerca de quatro horas de vídeo com a mesma qualidade. Tendo em conta as vantagens destes codecs cada vez mais eficientes, aliadas à capacidade de armazenamento dos discos Blu-ray, para além da gravação do vídeo e do áudio, sobra imenso espaço para gravação de conteúdos bónus em HD. A nível de áudio, os BD-ROMs têm, como especificações, que suportar Dolby Digital (AC-3), DTS e PCM linear. Os leitores de Blu-ray podem suportar, opcionalmente, Dolby Digital Plus e DTS-HD High Resolution Audio, assim como formatos sem perdas, Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio. A faixa de áudio de um título em BD-ROM deve utilizar um dos codecs obrigatórios, mas em caso da existência de uma faixa de áudio secundária, esta pode utilizar um dos obrigatórios ou um dos opcionais. Codec Áudio Figura 2. – Imagem de Corte de um disco Blu-ray de camada única (esquerda) e de camada dupla (direita) [2]. 3.3. Codecs Os BD-ROMs têm que obedecer a determinadas especificações de modo a permitirem a compatibilidade entre os descodificadores dos dados (hardware) e os conteúdos (software). Um vídeo em HD pode ser armazenado em BD-ROM com resoluções até 1920x1080 pixéis por imagem, a 24 imagens por segundo, com varrimento progressivo, ou a 59,94 imagens por segundo, com varrimento entrelaçado. Ainda com varrimento progressivo, também podem ser gravados vídeos com resoluções de 1280x720 pixéis com até 59,94 imagens por segundo [3]. Perdas Linear PCM Max. Bitrate Max. Channel 27.648 Mbit/s 8 (48 kHz, 96 kHz), 6 (192 kHz) Dolby Digital ˟ 640 kbit/s 5.1 (48 kHz) Dolby Digital ˟ 4.736 Mbit/s 7.1 (48 kHz) 18.64 Mbit/s 8 (48 kHz, 96 kHz), 6 (192 kHz) Dolby TrueHD Dolby Digital ˟ DTS-HD Master Audio 1.524 Mbit/s 5.1 (48 kHz) 24.5 Mbit/s 8 (48 kHz, 96 kHz), 6 (192 kHz) DTS-HD HRA ˟ 1.5 Mbit/s 5.1 (48 kHz) DTS-HD HRA Extension ˟ 3.0 Mbit/s 7.1 (48 kHz,96 kHz) Tabela 1. – Especificação dos Codecs de Áudio utilizados em Blu-ray [4]. 3 3.4. Características Técnicas Como referido anteriormente, o disco Blu-ray pode ter uma ou mais camadas de dados gravados. Na figura 2, podem-se observar os casos de camada única e de camada dupla num dos lados do disco. Existe também a possibilidade de existirem duas camadas (uma em cada lado do disco) ou quatro camadas (duas em cada lado). Aliada a estas versões, existe também uma variante mais pequena do disco Blu-ray, o disco Blu-ray Mini. Neste caso, o disco apresenta um diâmetro de 8 cm em contraste com o tamanho normal de 12 cm. Dimensões Nº de Lados 12 cm 12 cm 8 cm 8 cm 1 2 1 2 Capacidade com uma camada 25 GB 50 GB 7.8 GB 15.06 GB Capacidade com camada dupla 50 GB 100 GB 15.6 GB 30.12 GB Na revisão 2.50, a 30 de Abril de 2003, foi adicionada uma partição de metadados (dados sobre os dados) que facilitam na recuperação de falhas e a duplicação opcional de informações sobre o sistema de arquivos. Todos os ficheiros de aplicações de BD-ROM são armazenados numa directoria BDMV que contém as seguintes directorias: PLAYLIST (Ficheiros extensão .mpls) CLIPINF (Ficheiros extensão .clpi) STREAM (Ficheiros extensão .m2ts e .ssif) AUXDATA (Ficheiros extensão .bdmv e .otf) BACKUP (Contém cópias dos ficheiros da directoria principal e todos os ficheiros das directorias PLAYLIST e CLIPINF). A directoria principal contém os ficheiros índex.bdmv (descrição do conteúdo da directoria BDMV) e MovieObject.bdmv (informação para um ou mais Movie Objects). Tabela 2. – Dimensões e capacidade dos discos Blu-ray normais e mini [4]. No ano passado, a TDK revelou ter criado um disco Blu-ray experimental com 200 GB de capacidade distribuídos por seis camadas de 33 GB cada, isto num único lado do disco. Com a capacidade de armazenamento acrescida do Blu-ray, é também importante não esquecer a velocidade de transferência de dados para os discos. A taxa de transferência de dados para um disco Blu-ray é de 36 Mbit/s (54 Mbit/s para BD-ROM), mas esta pode ser multiplicada consoante o gravador utilizado. Velocidade do Gravador 1x 2x 4x 6x 8x 12x Taxa de Transferência de dados Mbit/s MB/s 36 72 144 216 288 432 4,5 9 18 27 36 54 Tempo de gravação para disco Blu-ray (minutos) Uma Duas Camada Camadas 90 180 45 90 23 45 15 30 12 23 8 15 Tabela 3. – Velocidades de Gravação de discos graváveis e regraváveis de Blu-ray [4]. 3.5. Sistema de Ficheiros A Blu-ray Disc especifica o uso da Universal Disk Format (UDF) 2.50 como um perfil de sistema de arquivos de disco óptico agradável tanto para o PC como para a electrónica dos consumidores. Esta especificação é bastante utilizada nos formatos BD-ROM e nos formatos graváveis e regraváveis. 4. DVD VS. BLU-RAY O DVD foi inventado e desenvolvido em 1995 pela Philips, Sony, Toshiba e Panasonic. Os DVDs ofereceram maior capacidade de armazenamento que os CDs, e permitiram a produção em massa de filmes em DVDs pré-gravados. A cassete VHS tornou-se obsoleta e o disco óptico tornou-se o padrão da distribuição de conteúdo audiovisual. As maiores diferenças entre estas duas tecnologias passam pela sua produção e pela sua gravação. O DVD foi ultrapassado pelo Blu-ray nalguns aspectos, mas não deixa de ter as suas vantagens. Característica Resolução Capacidade Disco DVD 480p 4.7 GB (camada única) 8.5 GB (camada dupla) Blu-ray 720p,1080i,1080p 25 GB (camada única) 50 GB (camada dupla) SD: 23 horas HD: 5.6 a 8.5 horas consoante o método de codificação Capacidade Vídeo SD: 3 horas Compatibilidade Consolas de Vídeo Jogos Preço dos Leitores Preço dos Filmes Número de Títulos Disponíveis Códigos de Região Número de Regiões Protecção de cópia e direitos digitais Playstation 2, Playstation 3, Xbox, Xbox 360 < 99$ A partir de 6$ (retalho) > 170$ 20$ a 28$ (retalho) > 90.000 ~1000 Sim 6 (7) Sim 3 AACS, ICT, BD+, BD-ROM Mark Macrovision, CSS Playstation 3 Tabela 4. – Comparação entre a tecnologia DVD e a tecnologia Blu-ray [5]. 4 Figura 3. – Comparação entre um DVD e um disco Blu-ray: constituição, laser, densidade de dados [6]. Os baixos preços do DVD e dos seus leitores, assim como o imenso número de títulos disponíveis são vantagens que ainda abrandam o crescimento do Blu-ray no mercado. 5. CONCORRÊNCIA Embora o disco Blu-ray se tenha tornado o sucessor oficial do DVD, este não foi o primeiro padrão de vídeo de alta definição a ser desenvolvido. Fortemente apoiado pela Toshiba e Microsoft, e lançado nos USA a 18 de Abril de 2006, o HD-DVD é muito parecido com o Blu-ray: o tamanho do disco óptico é o mesmo (120 mm de diâmetro) e o laser utilizado para gravação e leitura tem 405 nm de comprimento de onda. Mesmo com estas semelhanças, o HD-DVD não atingia as capacidades de armazenamento oferecidas pelos BDs. Dimensões Nº de Lados 12 cm 12 cm 8 cm 8 cm 1 2 1 2 Capacidade com uma camada 15 GB 30 GB 4.7 GB 9.4 GB A densidade de dados utilizada na gravação do HD-DVD era mais baixa devido aos tamanhos dos sulcos e à distância entre as pistas de gravação. Esta desvantagem não permitia que fossem gravados filmes com tanta resolução e duração como nos discos Blu-ray. Assim, ao fim de dois anos e apesar do sucesso inicial do HD-DVD, o Blu-ray acabou por se sobrepor os todos os apoiantes do pioneiro da alta definição migraram para os BDs e a Toshiba viu-se obrigada a descontinuar os DVDs de alta definição. Capacidade com camada dupla 30 GB 60 GB 9.4 GB 18.8 GB Tabela 5. – Dimensões e capacidade dos HD-DVD normais e mini [7]. Figura 4. – Imagem representativa do modo de armazenamento de dados no disco Blu-ray. 5 6. MERCADO Os discos Blu-ray surgiram no mercado em 2006. A sua tecnologia apresentou uma penetração difícil no mercado, pois os conteúdos que apresentava não eram pioneiros (surgiu 3 meses depois do HD-DVD). Com o elevado preço dos discos e respectivos leitores e gravadores, o público não estava disposto a pagar tanto pelo aumento da qualidade de imagem e de som. Outro facto que prejudicou a entrada dos discos Blu-ray no mercado foi a necessidade de uma televisão de alta definição, HDTV, que conseguisse reproduzir os conteúdos neles gravados, o que incrementava o custo da alta definição no conforto de casa. Graças ao grande sucesso das consolas da Sony Playstation e ao lançamento do novo modelo, Playstation 3, os BDs tiveram uma explosão de mercado, já que eram utilizados para a distribuição dos jogos e a consola podia ser utilizada também como leitor de filmes. Assim surgiram os leitores mais “baratos” de tecnologia de alta definição. O crescimento da cota de mercado do Blu-ray está intimamente ligada aos títulos lançados e ao impacto que estes têm para a sociedade no cinema, assim como o desenvolvimento dos filmes em 3D que ainda são muito recentes no mercado da cinematografia doméstica. Embora este apresente algum crescimento com o passar do tempo, e que a cota de mercado ronde os 25%, é de notar que entre Agosto e Novembro de 2012 o Blu-ray conseguiu atingir um recorde de 40% devido ao lançamento do Star Wars e do Rei Leão. Figura 6. – Taxa de crescimento do Blu-ray [8]. 7. FUTURO O futuro do Blu-ray é incerto e as previsões variam, mas a Blu-ray Disc está confiante no seu sucesso: “History proved that a significant 5-10 x increase in storage capacity and the ability to play previous generation formats are key elements for a new format to succeed.”[9] A verdade é que os discos Blu-ray apresentam capacidades de armazenamento muito acima do realmente necessário, e como tal, o aumento das resoluções para 4K Ultra-High Definition (3840x2160 pixéis), por exemplo, e com o aumento da frequência de imagens, os BDs terão então maior impacto e usarão todo o seu potencial. Um factor preponderante para a vitória do Blu-ray face ao DVD será o lançamento da Playstation 4, que continuará a utilizar o BD, e o lançamento da Xbox 720 da Microsoft que pela primeira vez implementará a tecnologia [10]. Por outro lado, é de lembrar que a tecnologia continua a evoluir e já se encontram em desenvolvimento discos com capacidades que atingem os Terabytes. 1. 2. Figura 5. – Cota de mercado do Blu-ray vs. DVD [8]. Com a taxa de crescimento a estacionar, depende das cinematográficas lançar títulos que tenham um impacto favorável no Blu-ray e que o possa direccionar para uma cota de 50% e declarar a sua vitória sobre o seu antecessor DVD. No ano de 2011 foram vendidos cerca de 210 milhões de discos Blu-ray, e espera-se que em 2012 se atinjam os 400 milhões. 3. O HVD (Holographic Versatile Disc), em desenvolvimento pela HSD Forum, promete atingir capacidades de 5 TB em discos de 10 cm de diâmetro [11]. O DVD continua a dar luta com investigadores japoneses da Universidade de Tóquio a garantirem que a aplicação de uma capa metálica no DVD pode fazer com que este atinja capacidades de 25 TB sem ter que trocar de leitores [12]. As TVs continuam a evoluir e há quem diga que o Blu-ray desaparecerá dentro de 4 anos. As Smart TVs e a sua conexão à internet podem ser a principal causa [13]. 6 Todas estas tecnologias terão um grande impacto nas necessidades do mercado, nomeadamente com a evolução dos filmes 3D que requerem maior capacidade de armazenamento e de tecnologias compatíveis com os seus codecs. 8. CONCLUSÕES Com este artigo compreende-se a urgente necessidade da evolução dos meios de armazenamento de dados digitais, já que o volume de dados e de conteúdos é cada vez maior e as exigências crescem muito rapidamente. Os produtores de televisões apresentam aparelhos com tamanhos cada vez maiores e resoluções de imagem cada vez mais extraordinárias. O disco BD apesar de ser a melhor solução no presente, e aparentemente num futuro próximo, continua a estar vulnerável ao desenvolvimento dos seus pares ou ao surgimento de uma tecnologia que acabe com o disco óptico assim como este acabou com as cassetes VHS. Ainda assim, e tendo em conta o custo decrescente da tecnologia Blu-ray e dos HDTVs, hoje poderá ser a altura certa para investir nesta tecnologia e desfrutar o que esta tem para oferecer. [10] Softpedia, (21-12-2012), Xbox 720 Has Blu-ray Drive and Kinect 2 Won’t Support Used Games, Disponível: http://news.softpedia.com/news/Xbox-720-Has-Blu-rayDrive-and-Kinect-2-Won-t-Support-Used-Games248893.shtml [11] Wikipedia, (21-12-2012), Holographic Versatile Disc, Disponível:http://en.wikipedia.org/wiki/Holographic_Ve rsatile_Disc [12] Ciência Hoje, (21-12-2012), Japoneses criam DVD de 25TB, Disponível: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=43007&op=all [13] Softpedia, (21-12-2012), Blu-ray Will Disappear in Four Years Says Set top Box Maker, Disponível: http://news.softpedia.com/news/Blu-ray-Will-Disappearin-Four-Years-Says-Set-top-Box-Maker-275473.shtml 9. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Professor Fernando Pereira, da cadeira de Comunicação de Áudio e Vídeo, por nos dar a oportunidade de realizar este trabalho, assim como por nos ajudar a entender os conceitos e desenvolvimentos nesta área. 10. REFERÊNCIAS [1] Wikipedia, (21-12-2012), Optical Disc, Disponível: http://en.wikipedia.org/wiki/Optical_disc [2] Eiji Ohno (21-12-2012), The Significance of Developing the Single-side, Dual-layer Disc, Disponível: http://panasonic.net/blu-ray/technology/story02/ [3] Wikipedia, (21-12-2012), Disco Blu-ray, Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/Disco_blu-ray [4] Wikipedia, (21-12-2012), Blu-ray Disc, Disponível: http://en.wikipedia.org/wiki/Blu-ray_Disc [5] CNET, (21-12-2012), Quick Guide to Blu-ray, Blu-ray vs. DVD, Disponível: http://reviews.cnet.com/452013817_7-6462511-2.html [6] Panasonic, (21-12-2012), Blu-ray Disc Global, Disponível: http://panasonic.net/blu-ray/whats_blu-ray/ [7] Wikipedia, (21-12-2012), HD-DVD, Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/HD_DVD [8] DVDGuy’s Blog, (21-12-2012), Blu-ray: The State of Play – May 2012, Disponível: http://www.digitaldigest.com/blog/DVDGuy/2012/05/09/blu-ray-the-stateof-play-may-2012/ [9] Blu-ray Disc, (21-12-2012), History of Blu-ray Disc, Disponível: http://blu-raydisc.com/en/AboutBluray/WhatisBlu-rayDisc/HistoryofBlu-rayDisc.aspx 7
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