Questão de estilo: o texto jornalístico e os manuais de redação

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Questão de estilo: o texto jornalístico e os manuais de redação
Questão de estilo:
o texto jornalístico e
os manuais de redação
Matter of style:
the journalistic text
and the writing manuals
Cuestión de estilo:
lenguaje periodístico y
manuales de redacción
MÔNICA PEGURER CAPRINO
Jornalista e bacharel em Letras/Português pela
Universidade de São Paulo e doutora em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo. Mônica Caprino é professora de Linguagem
Jornalística e Técnicas de Reportagem e Entrevista na Umesp. Esse texto corresponde a uma
síntese da tese de doutorado defendida em fevereiro de 2002, sob orientação da Profa. Dra.
Sandra Reimão. E.mail: [email protected].
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CAPRINO, Mônica Pegurer. Questão de estilo: o texto jornalístico e os
manuais de redação. Comunicação & Sociedade. São Bernardo do Campo:
PósCom-Umesp, a. 23, n. 37, p. 105-123, 1o. sem. 2002.
Resumo
Simples, conciso, direto, sem palavras difíceis ou eruditas. Um meio-termo entre
a linguagem escrita e a oral. Assim é o estilo jornalístico das notícias, que teve
origem no final do século XIX nos Estados Unidos e domina até hoje o padrão
textual da imprensa do Ocidente. O objetivo deste trabalho é recuperar a
trajetória do texto jornalístico, características e recursos estilísticos utilizados ao
longo do século XX pela imprensa paulista. Para isso, recorreu-se à análise de
notícias dos jornais Folha de S . Paulo e Estado de S. Paulo de 1900 a 2000. Como
aspecto fundamental desse estilo jornalístico, toma-se a padronização, levada a
cabo por meio dos manuais de redação ou livros de estilo. Pretende-se, ainda,
discutir as perspectivas e possibilidades de criação e qualidade no texto
jornalístico noticioso.
Palavras-chave: Linguagem jornalística – Estilo jornalístico – Manuais de redação –
Texto na imprensa.
Abstract
Simple, concise, direct, with no difficult or erudite words. A half-term between
the written language and the verbal one. Thus is the news’ journalistic style, that
had origin in the late 19th century in the United States and rules, until this day,
the western press writing standard. This work’s objective is to recoup the
trajectory of the journalistic text, features and style resources used along the 20th
century by the Brazilian press. Towards so, it was appealed to the analysis of
articles published in the newspapers Folha de S. Paulo and Estado de S . Paulo
between the years of 1900 and 2000. As basic aspect of such journalistic style,
it is taken standardization, led by means of writing manuals or style books. It is
intended, still, to argue the perspectives and possibilities of creation and quality
in the news journalistic text.
Keywords: Journalistic language - Journalistic style - Writing manuals – Press text.
Resumen
Sencillo, conciso, directo, sin palabras difíciles o eruditas. Es un término medio
entre el lenguaje escrito y el oral. Así es el estilo periodístico que se originó a
fines del siglo XIX en los Estados Unidos y que se impone hasta hoy como
patrón del texto de la prensa occidental. El objetivo de este trabajo es recuperar
la trayectoria del texto periodístico a través de las características y recursos de
estilo usados a lo largo del siglo XX por la prensa de São Paulo. Para ello, fueron
realizados análisis de las noticias de los periódicos Folha de S. Paulo y Estado de
S. Paulo de 1900 hasta el año 2000. Como aspecto principal de este estilo, se toma
la unifor midad propuesta por los manuales de redacción o libros de estilo. Se
pretende incluso discutir las perspectivas y posibilidades de creación y cualidad
del texto periodístico.
Palabras-clave: Lenguaje periodístico – Estilo periodístico – Libros de estilo –
Texto de prensa.
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O
jornal de cada manhã traz as notícias mais recentes sobre os
fatos acontecidos em todo o mundo. Mostra, na verdade, versões e narrações dos acontecimentos. Repórteres, redatores e editores trabalham diariamente nas redações para formatar os textos que serão lidos no dia
seguinte.“A língua é seu instrumento de trabalho, mas ele não a utiliza
prioritariamente com seu potencial estético nem pretende expressar-se
em forma artística” (Lage, 1991, p. 24).
O texto noticioso do jornal diário tem características próprias e definidas. Papel importante na formatação desse estilo jornalístico, tanto no
âmbito mundial quanto brasileiro, têm tido os manuais de redação ou
stylebooks. Neles, concentram-se as regras básicas para se escrever em jornal
e também se inclui a caracterização do que seria o texto jornalístico adequado para o gênero informativo. Mas, como esse formato de texto chegou
ao que está hoje codificado nos manuais de redação? Como o estilo
jornalístico na imprensa diária brasileira se modificou durante o século
XX? Quais os principais recursos estilísticos utilizados ao longo do tempo
nas matérias informativas? Será possível delimitar fases definidas na imprensa diária brasileira do século XX quanto ao estilo de texto?
Foi realizada análise de conteúdo de mais de quinhentas notícias
dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, com amostras colhidas a cada cinco anos, de 1900 a 2000, com o objetivo de descrever a evolução do texto jornalístico nesse período e a utilização de alguns recursos estilísticos, hoje sugeridos como padrão pelos manuais de redação
(uso de declarações textuais, eliminação de formas de tratamento como
sr. e sra., eliminação de adjetivos etc.).
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O estilo jornalístico
Nilson Lage (1999, p. 35) destaca que o jornalismo não é um gênero literário, mas observa que o texto jornalístico possui regras próprias e sua produção deve objetivar uma comunicação eficiente, com
aceitação social.
Assim, se não há uma “língua de jornal”, como diz Burnett (1991,
p. 40), pode-se dizer que existe um estilo jornalístico de escrever, de usar
uma língua comum, com normas determinadas e características que podem ser descritas, conforme se verá, e estão catalogadas nos livros de
redação jornalística ou manuais de redação dos jornais.
O termo “estilo” jornalístico parece, porém, mais apropriado do
que “linguagem” jornalística quando se fala da forma de redação da imprensa. Sob o rótulo de linguagem jornalística podemos incluir, além dos
elementos textuais, o projeto gráfico e os elementos visuais.
Geralmente se associa o estilo jornalístico moderno à imprensa
americana, ligando-o também ao modo de produção da notícia enquanto mercadoria. De fato, a difusão quase que universal do padrão textual
baseado na pirâmide invertida liga-se à transposição de um modelo
americano de imprensa, principalmente via agências de notícias. Entretanto, as características básicas do estilo jornalístico são anteriores ao final do
século XIX, quando começou a ocorrer a difusão de notícias via agências.
A primeira tese de doutorado sobre jornalismo, escrita em 1690 por
Tobias Peucer (apud Rocha, 2000), já abordava os relatos jornalísticos e
fazia referência ao estilo de texto utilizado pelos periódicos. Aliás, Casasús
e Ladaveze não só sustentam a tese de que a forma narrativa da pirâmide
invertida se originou na retórica clássica, como observam que as seis perguntas normalmente básicas que deveriam ser respondidas pela notícia (o
quê, quem, quando, onde, como, por quê) “não são outra coisa que os
elementa narrationis simplesmente traduzidas” (1991, p. 20).
O estilo jornalístico, porém, toma sua forma definitiva no século XIX,
nos Estados Unidos. As novas feições dos jornais – que passavam a se
tornar empresas dentro do modo capitalista de produção – resultaram em
conseqüências no texto jornalístico e tiveram também grande influência das
inovações tecnológicas. O advento do telégrafo, em 1840, consolidou as
principais mudanças na estrutura das notícias. (Fontcuberta, 1980, p. 20).
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O estilo jornalístico da notícia baseado na pirâmide invertida também está ligado a procedimentos utilizados nos Estados Unidos, durante
a Guerra de Secessão (1861-1865). Vários jornalistas foram mandados ao
campo de batalha e enviavam notícias via telefone. Com a precariedade do
sistema, era necessário que as informações mais importantes fossem passadas de imediato. Cada um ditava um parágrafo da notícia de cada vez,
era uma roda de informações. Ao se acabar a primeira rodada de transmissões, se iniciava o ditado do segundo parágrafo e assim até o final. “Havia
nascido a pirâmide invertida” (Fontcuberta, 1980, p. 21).
No início do século XX, enquanto a imprensa dos Estados Unidos
começava a ser dominada pelo estilo objetivo de escrever, oriundo das
agências de notícias, o jornalismo brasileiro praticava um estilo rebuscado,
sob influência do parnasianismo francês. “Exaltava-se o estilo empolado
dos discursos de Rui Barbosa” e o estilo dominante era tão pedante que
as matérias seriam hoje praticamente incompreensíveis (Lage, 2000).
O estilo já implantado nos Estados Unidos chega ao Brasil por
meio dos telegramas das agências internacionais e começa, mesmo que
esparsamente, a influenciar o noticiário. Até a década de 1920, a imprensa
brasileira seguia o perfil do jornalismo europeu. Tinha como característica
o jornalismo que utilizava uma linguagem rebuscada (Bahia, 1990, p.
158). Na década de 1920, inicia-se, porém, a preocupação com o estilo
jornalístico. Após realizar uma viagem aos Estados Unidos, Gilberto
Freyre passa a demonstrar essa tendência em sua atividade enquanto
diretor de redação de A Província, um jornal de Recife. A Semana Modernista de 1922 também é apontada por Nilson Lage (1998) como influência importante para a reforma editorial na imprensa brasileira. Uma
das idéias dos modernistas era justamente aproximar o texto literário
da fala brasileira, limitando, por exemplo, o tratamento cerimonioso e
eliminando palavras em desuso, como edil e alcaide.
Entretanto, essas inovações só iriam se concretizar no jornalismo
anos mais tarde. A reforma do estilo da imprensa brasileira começou na
década de 1950, em um pequeno jornal do Rio de Janeiro, o Diário
Carioca (que circulou entre 1928 e 1966), onde foram introduzidos pelos
jornalistas Danton Jobim e Pompeu de Souza três importantes elementos oriundos do jornalismo norte-americano: o lead, o manual de redação
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e o copy desk (redator responsável por reescrever as matérias, dando um
tratamento uniforme a todos os textos).
Esse novo padrão textual não se espalhou de imediato por toda a
imprensa. O que aconteceu foi a convivência entre elementos do moderno
estilo jornalístico com vícios da forma de escrever dominante até então.
Lage (1997, p. 6), que trabalhou no Diário Carioca e no Jornal do
Brasil, observa que os jornais paulistas só aderiram ao lead na década de
1970. Eduardo Martins, no jornal O Estado de S. Paulo desde o final da
década de 1950, rebate a crítica e afirma que no início da década de 1960
o Estadão já usava o lead. Martins reconhece, porém, que havia muitos
literatos no jornal, tendo sido difícil orientá-los sobre padronização de
texto. “Mas já tínhamos um corpo de redatores, de copy desks” [na década de 1960].
Os manuais de redação
A padronização sempre foi um elemento essencial ao estilo
jornalístico. Mesmo antes da existência de manuais de redação publicados
por periódicos para orientar seus jornalistas, várias obras trataram de
descrever o estilo jornalístico ou orientar os redatores sobre como escrever periódicos. Ao estudar os manuais de redação, incluindo manuais
gerais de jornalismo e livros de estilo de veículos, Ramón Salaverría
compilou aproximadamente dois mil manuais em todo o mundo que
ditavam normas de como escrever as notícias. Os primeiros livros que
podem ser considerados manuais de redação são os tratados de retórica
do século XIX, que fazem referência à redação de textos jornalísticos.
No final do século de XIX, surgem nos Estados Unidos os primeiros manuais de redação específicos para o jornalismo. Aparecem,
posteriormente, manuais de jornalismo, escritos tanto nas escolas de
jornalismo quanto por editores para orientar os jornalistas de determinado veículo. Segundo a pesquisa de Salaverría (1997, p. 69), o primeiro
manual monográfico sobre redação jornalística foi publicado em 1886,
escrito por Robert Luce, o Manual for editors, reporters, correspondents, and
printers, considerado o primeiro manual moderno de jornalismo.
O objetivo dos manuais seria “fixar um padrão mínimo e uniforme de qualidade do texto”, conforme destaca um antigo redator de O
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Estado de S. Paulo, Flávio Galvão (1971, s. p.). Além da função de padronizar o estilo e fornecer ao redator normas de redação do jornalismo e
do veículo especificamente, os manuais também têm assumido a função
de orientar quanto a procedimentos comportamentais e até ideológicos
para o jornalismo.
Também pode ser destacada a importância dos manuais de redação como um ponto de contato entre os jornais e seus leitores. Luiz
Garcia (Debate, 2001), redator do manual de redação de O Globo, acredita que o manual pode ser importante para diminuir o espaço entre
o público e o jornal.
Pode-se resumir, assim, as funções e objetivos dos manuais de
redação brasileiros: compilar e transmitir normas e padrões do estilo
jornalístico, voltado principalmente para jovens jornalistas; padronizar
normas de estilo do veículo específico; orientar o comportamento e atitudes de jornalistas de um veículo; transmitir e divulgar a ideologia da
empresa jornalística (ou política editorial) para jornalistas e leitores; divulgar o nome do jornal junto ao grande público, servindo de instrumento de marketing; estreitar sua relação com o leitor, estabelecendo uma
espécie de contrato, pelo qual poderá ser cobrado; substituir parcialmente
as gramáticas, principalmente na função de consulta de dúvidas.
No Brasil, segundo José Marques de Melo, o primeiro manual de
redação apareceu em Pernambuco, no final da década de 1920, elaborado por Gilberto Freyre. Ele acabara de retornar dos Estados Unidos e
foi dirigir um dos principais jornais de Pernambuco, A Província. “O
jovem jornalista Gilberto Freyre, lança uma cruzada contra o preciosismo jornalístico. E implanta no Recife uma ‘style sheet’ aculturada”
(Marques de Melo, apud Lins da Silva, 1987, p. 129). Ou seja, reproduz-se aqui a padronização que já estava presente nos Estados Unidos
desde o final do século XIX.
Depois da primeira tentativa, feita por Gilberto Freyre, os manuais de
redação voltaram à cena nos anos 1950, quando passaram realmente a ser
utilizados nas redações. O manual do Diário Carioca é apontado nos livros
de história da imprensa como o primeiro adotado nas redações brasileiras.
Logo em seguida, Carlos Lacerda redige o manual do jornal Tribuna
da Imprensa. Não difere muito do manual do Diário Carioca. “Carlos
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Lacerda pegou esse stylebook, acrescentou umas piadas e fez o stylebook
da Tribuna da Imprensa, que ele acabava de fundar” (Souza, 1992, p. 25).
Às normas de padronização e estilo Lacerda acrescentou orientações de
comportamento para o jornalista.
Aos poucos, todos os jornais foram adotando regras de redação.
Alguns tornavam-nas públicas, como foi o caso dos manuais citados.
Outros faziam regras internas repassadas nas redações oralmente ou por
meio de fichas que ficavam em caixas nas mesas dos editores, caso do
jornal O Estado de S. Paulo, como será tratado mais adiante.
Em 1984, o jornal Folha de S. Paulo lançou a primeira versão de seu
Manual da Redação, levando pela primeira vez ao grande público as normas de redação e linha editorial de um jornal. Como lembra Luiz Garcia
(Debate, 2001), autor do manual de redação de O Globo “a Folha teve o
pioneirismo, em relação ao dos outros jornais, de lançar o seu manual
como um livro posto à venda nas livrarias”.
Seguiram-se os manuais de outros jornais, entre eles os de O Estado de S. Paulo e de O Globo e, no âmbito das revistas, o da Editora
Abril. Todos eles, a par de fornecerem, também, as orientações próprias
de cada veículo, servem a quem deseja conhecer a linguagem ou o estilo
jornalístico. E voltam a repetir aquelas normas já citadas: clareza, simplicidade, concisão e precisão nas informações. Aliadas, é claro, ao conhecimento do idioma e à correção gramatical.
Os manuais têm sido acusados de serem disciplinadores excessivos
do texto, criando uma camisa de força. A crítica se voltou principalmente
ao primeiro manual de redação da Folha, publicado em 1984, que estabeleceu regras rígidas, uma vez que pretendia mudar o padrão de texto que
estava estabelecido e a direção considerava inadequado.
A jornalista Ana Estela Souza Pinto (2000) acredita que a baixa
qualidade de texto na imprensa se liga não à excessiva rigidez dos manuais mas à falta de habilidade de muitos jornalistas. “Falta conhecimento
técnico, falta informação, informação cultural, tudo isso para se permitir
que se faça um texto com um estilo melhor”.
Carlos Eduardo Lins da Silva (2000) acredita que todo manual faz
certas restrições, “como qualquer corpo de leis ou corpos normativos”.
Luiz Garcia é contra o engessamento:
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É tarefa dos elaboradores dos manuais de redação modernos, que estão
cientes disso, evitar esse engessamento, na verdade criar o grande mandamento para o leitor e para o jornalista que é o de ser livre na elaboração
da notícia, ou seja, contribuir com a sua imaginação em vez de contribuir
com sua obediência (Debate, 2001).
Ele acredita que os estilo está nas mãos de quem escreve.
Muitas vezes, os manuais funcionam mais no âmbito da orientação do que da imposição. Pelo menos é assim que pensa Eduardo
Martins (2000), do Estadão, embora admita que “toda padronização é
uma camisa de força”. Naquele jornal, procurou-se mostrar aos redatores
as formas corretas. “Quando o Manual do Estado recomenda que a
pessoa diga que ela deva preferir uma coisa a outra, e não preferir uma
coisa do que outra, isso é uma camisa de força?”, pergunta o jornalista.
Evolução de estilos
Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo fazem o binômio da grande
imprensa paulista e aparecem, na história do estilo jornalístico, a reboque
das reformas textuais originadas em jornais do Rio de Janeiro, como o
Diário Carioca e o Jornal do Brasil. São acusados de terem aderido tardiamente à introdução do lead e da pirâmide invertida no Brasil.
Partiu-se dessa idéia para analisar como o texto jornalístico da
notícia se desenvolveu nos dois jornais e como os recursos estilísticos
característicos desse estilo foram utilizados ao longo do século XX até
que se chegasse ao formato atual.
As notícias dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo foram analisadas segundo as características mais significativas do estilo
jornalístico. Tomaram-se para a análise os seguintes elementos: formato
dos títulos (se verbais ou nominais); estrutura da notícia (ordenação das
informações), característica da abertura da notícias (lead, nariz de cera ou
narrativa cronológica); formas de tratamento (uso ou não de sr., sra.,
dr.); pessoa da narrativa (uso da primeira ou terceira pessoa, como forma
de procurar imparcialidade); uso de declarações textuais (e de que forma
aparecem). Sob o ponto de vista das escolhas lexicais, observou-se o
uso dos adjetivos (como indicador de carga emotiva presente no texto)
e dos sinônimos.
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Nas primeiras notícias analisadas, publicadas no jornal O Estado de
S. Paulo em 19001 , detecta-se que o padrão textual não é uniforme, em
relação à estruturação (ordenação) das informações. Nas páginas do
Estadão do início do século passado, algumas notícias aparecem escritas
em bastante forma direta e objetiva e, aparentemente, se tem a impressão de que obedecem ao formato do lead dos dias atuais. Entretanto,
muitas vezes somente um aspecto da informação é tratado na abertura,
ficando notações importantes para os últimos parágrafos. Em outras
notícias, porém, opta-se claramente pela narração de uma história em
ordem cronológica. Encontra-se, ainda a estruturação mista: conta o fato
em uma espécie de lead, narra detalhes e depois encerra com um comentário. Ou seja, muito próximo dos aspectos textuais anteriores à própria
implantação “oficial” do lead.
Tome-se como exemplo da estruturação das matérias de O Estado de
S. Paulo do início do século o texto publicado em 13 de agosto de 1900:
Manoel Perez é um gatuno conhecido e retratado pela polícia que, estando
ele em liberdade, não o perde de vista. Há quatro dias que havia deixado
a cadeia pública, quando, ontem, passando pela rua Direita, próximo à rua
Libero Badaró, tentou furtar a carteira que a viúva Bloch trazia na algibeira
do vestido. Perez foi preso em flagrante e recolhido ao xadrez.
A maneira de estruturar a notícia praticamente não se modifica nos
anos seguintes. Em 1910, a forma de redigir continua a mesma em O Estado de S.Paulo. Geralmente, conta-se a história de maneira narrativa, inclusive
com elementos textuais próximos aos utilizados nessa forma de relatar um
acontecimento. São mencionados detalhes, desdobramentos e seqüência de
fatos. Elementos de ligação como “e depois”, “então” e outros.
Após 1910, torna-se uma preocupação nas notícias destacar um
sumário dos fatos. A mesma preocupação que está presente na estruturação atual do texto jornalístico. Essa preocupação aparece em subtítulos compostos em negrito, logo após os pequenos títulos em uma coluna. Eis um exemplo, de 10 de abril de 1910, em O Estado de S. Paulo:
1. Os trechos reproduzidos das notícias foram adaptados para a ortografia atual.
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O conto do vigário
Uma quadrilha em São Paulo - Prisão de cinco meliantes - As vítimas
conhecidas - Em Santos - Na praia do Gonzaga e na Villa Mathias - Carta
denunciadora - As pesquisas da autoridade - Na pensão Spiers - Na rua Jose
Bonicio - Telegramas e cartas comprometedoras - Outras notas
Em 1915, o estilo de texto permanece o mesmo.Volta-se a utilizar
recurso que já aparecia anteriormente, com subtítulo em negrito. Poucas
mudanças serão notadas na década seguinte. Eventualmente, aparecem
aberturas que se assemelham ao lead atual, mas, mesmo assim, sempre
há algum “defeito” de estilo, uma informação importante que falta,
como o número de feridos em uma notícia sobre um acidente.
O ano de 1925 marca o aparecimento do jornal Folha da Manhã, que
posteriormente se transformaria em Folha de S. Paulo. São utilizados
recursos estilísticos semelhantes aos do Estado. Aparece o subtítulo em
negrito. Outro aspecto interessante em relação à estrutura do texto nessa
época acontece nas suítes. Torna-se difícil acompanhar o assunto, pois o
texto não faz menção à notícia anterior, mencionando, apenas: “a respeito do crime do juiz...”.
A estrutura textual continua semelhante nos anos posteriores. Em
1940, pode-se ver no Estadão aberturas de texto semelhantes ao lead:
“Ontem, às 20 horas e meia, Carlos Gianelli, de 60 anos de idade, casado,
residente à rua da Redenção, 429, caiu de um bonde na avenida Tiradentes,
sofrendo graves ferimentos no corpo” (18 de março de 1940).
Ao lado de textos com esse caráter direto, aparecem outros, porém, totalmente diversos, como este, publicado em O Estado em 18 de
agosto de 1940:
O surto renovador que sacode atualmente o nosso país vem refletindo
também nos mentores dos estabelecimentos de ensino, os forjadores dos
homens de amanhã que para proporcionar nos seus pupilos conhecimentos amplos que favoreçam as suas atividades futuras vão lhes dando a
conhecer as engrenagens das grandes organizações industriais de nosso
Estado, principalmente as modelares que, pela sua situação, estão aptas a se
ombrear com as similares do estrangeiro e com possibilidades até de
suplantá-las em vários setores. Isso é o que acontece com a Grande Fabrica
de Conservas Sul América.
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Após todas essas considerações, informa que um professor do
Ginásio São Bento, “compreendendo o alcance de novos métodos de
ensino, resolveu proporcionar a visita”. Detalhe interessante: na mesma
página, observa-se um anúncio da Marmelada Branca Sul América.
A década de 1950, que assiste às reformas dos jornais cariocas,
registra, também, uma estruturação de texto mais próxima da pirâmide
invertida. Aparecem aberturas diretas. Outros aspectos estilísticos farão,
contudo, que o texto desses jornais ainda fique longe das normas pregadas pelos manuais já implantados no Rio de Janeiro. Como se verá a
seguir, o vocabulário ainda inclui uma série de lugares comuns.
Em 1960, nota-se que O Estado de S. Paulo começa a se assemelhar
visualmente ao jornal de hoje. Mas os textos ainda guardam resquícios de
arcaísmos. Na Folha de S. Paulo, ainda se encontram notícias contadas pela
ordem narrativa. Em matéria publicada em 25 de abril de 1960, o redator
narra toda a história de um operário embriagado durante um show para,
no quinto parágrafo, dizer que houve tiroteio e trabalhadores baleados.
O que se observa é que convivem, no mesmo jornal e na mesma
época, estilos distintos: uma tendência de modernização com amarras da
orientação tradicional, do texto ainda preso aos formatos da oratória.
A partir de 1975, o estilo jornalístico começa a ganhar a impressão
de assepsia e imparcialidade, transmitida pelo uso da terceira pessoa, pelo
lead direto e pela escolha vocabular com menos carga emotiva.
Com o advento do Manual Geral da Redação, da Folha, em 1984,
o texto do jornal ganha frases mais curtas: “A violência neste Carnaval
manteve-se estável em relação a 1984. A informação é do comandante
do Policiamento da Capital, coronel-PM João Pessoa do Nascimento”
(21 de fevereiro de 1985).
Se for observada a evolução do vocabulário no período de 1900/
2000, se detectará que no início do século não há preocupação em utilizar sinônimos para evitar repetições de palavras. Vejamos esse exemplo
de O Estado de S. Paulo (13 de setembro de 1900): “O João guardou,
pois, o dinheiro na gaveta de Luiza Amelia e retirou-se na companhia de
Alberto. Retirou-se já vai um mês, e não mais procurou o dinheiro que
dera a guardar”.
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De 1900 a 1910, embora se procure narrar as histórias tentando ser
objetivo, neutro, algumas vezes a emoção prevalece por meio da escolha
lexical. Principalmente as notícias de tragédias são retratadas com alta
carga de emoção. Os lugares comuns, as frases feitas tomam conta do
léxico da imprensa nesse início de século. Uma criança “é entregue ao
destino da própria idade” (OESP, 25 de janeiro de 1915). O vocabulário
que prevalece é o erudito.
Na década de 1920, os adjetivos aparecem em quase todos os
textos: “Os acadêmicos da Faculdade de Direito de S. Paulo tiveram
uma idéia francamente simpática” (30 de outubro de 1920). Nos anos
1930, o panorama ainda é o mesmo: “Estúpida e covarde foi a cena
ontem verificada próximo da igreja do Pari e que vamos narrar” (OESP,
2 de abril de 1930).
Tanto na Folha quanto em O Estado, os acidentes são violentos,
veículos andam em espantosas velocidades e as comemorações acontecem
com o máximo brilho. Observe-se esse exemplo, retirado de O Estado de
S. Paulo de 18 de abril de 1940: “A Rádio São Paulo comemorou ontem
com máximo brilho o seu 16o aniversário (...). Os estúdios da simpática
emissora acolheram um numeroso público”.
Mesmo nas décadas de 1950 e 1960, quando os copy desks “limpavam” o estilo nos jornais cariocas, os jornais de São Paulo ainda mantinham o mesmo tipo de vocabulário: “Ontem à tarde, nossa reportagem teve oportunidade de ouvir os dois distintos sacerdotes”. (Folha de
S. Paulo, 9 de outubro de 1955).
Em 1965, quando se tinha a impressão que o texto já estava modernizado, aparecem matérias que usam termos como edil e chefe do
executivo (Folha de S. Paulo, 18 de janeiro de 1965). Nesse aspecto lexical,
em 1975, os jornais paulistas já tinham o padrão textual atual: os adjetivos estão definitivamente afastados, situação que se mantém nas matérias informativas até o ano 2000.
Já os títulos dos jornais Folha e Estado só tomam um formato
mais próximo do atual a partir de 1965. Até então predominam as frases nominais e, quando aparecem, os verbos estão no pretérito perfeito,
fugindo do padrão atual do presente do indicativo.
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No início do século, os títulos se limitavam, graficamente a separar
uma notícia da outra na mesma coluna, composto praticamente no
mesmo corpo do texto, mas em negrito e caixa alta. O formato textual
não foge das frases nominais de uma ou duas palavras: Agressão; Conflito; Na Estação do Norte; Força Pública; etc.
Em 1920, em O Estado de S. Paulo, o subtítulo já não se compõe
mais de pequenas frases nominais como em 1910, mas já são frases mais
bem elaboradas. Passados cinco anos, começam a aparecer títulos em duas
colunas mas ainda são frases nominais, embora mais longos.
A Folha de S. Paulo, desde seu aparecimento como Folha da Manhã,
em 1925, sempre deu mais destaque aos títulos, usando também o
subtítulo em negrito. Um exemplo de título da edição de 11 de agosto
de 1925: “Vingando um ultraje, na estação de Pery”. Começam a aparecer
títulos verbais: “Deu-se ontem um desastre”.
Em 1930, na Folha, aparecem grandes inovações. Os títulos são
uma frase completa: “Violento incêndio destruiu um armazém de acessórios de automoveis”. Outro exemplo, de 2 de fevereiro de 1930: “Esfaqueou a esposa que o enganava”.
No Estadão, também começam a aparecer as frases verbais nos títulos em 1930, mas em menor número. O tempo verbal é o passado:
“Ingeriu creosoto” (OESP, 2 de outubro de 1930). O presente como
modo empregado nos títulos começa a aparecer em 1935, na Folha de S.
Paulo: “A França protesta contra o rearmamento do Reich”.
Em 1955, seguindo sua tendência mais modernizadora nos títulos, já se pode observar na Folha o presente sendo usado mesmo quando há referência a acontecimentos de um passado recente: “A indústria
de calçados oferece um aumento de 25% aos seus empregados”. O aumento já havia sido oferecido no dia anterior. (Folha de S. Paulo, 9 de
novembro de 1955).
No Estadão, no mesmo ano, os títulos também ganham um caráter independente. Compostos em corpos maiores fazem a página perder
aquele aspecto do início do século, de notas sucessivas. Já na Folha de S.
Paulo, há uma diferença brusca entre os anos 1960 e 1965, principalmente
nos títulos, que passam a utilizar o verbo no presente do indicativo.
108 • Comunicação e Sociedade 37
A partir de 1975/1980, o formato dos títulos aparece idêntico ao
que ficou cristalizado nos manuais de redação: verbo no presente, voz
ativa, estrutura sintática de sujeito/verbo/predicado.
As formas sr., sra.e dr. predominam na imprensa de São Paulo
até a década de 1970. Desde o início do século, são dados esses tratamentos cerimoniosos a personalidades, delegados, prefeitos ou mesmo proprietários de comércio. Entretanto, as pessoas do povo são mencionadas
nas notícias somente pelo nome. As notícias que vinham das agências
também incluíam essas formas de tratamento em seus textos.
Observe-se um exemplo publicado em O Estado de S. Paulo em 18
de abril de 1940: “Por motivo de passagem de sua data natalícia, foi o
sr. dr. Gofredo da Silva Teles, presidente do Departamento Administrativo do Estado, alvo, ontem, de várias homenagens”.
Essa forma de tratamento se mantém inalterada na década de
1950, quando os vereadores, políticos e pessoas “importantes” continuam a ser chamadas de srs. e sras. Em 1975, quando outros elementos
do texto já se haviam modernizado, esse aspecto ainda se mantinha
arcaico. Na Folha de S. Paulo de 23 de janeiro de 1975, aparece o seguinte
texto “O sr. Miguel Colasuonno também tem encontro marcado com os
ministros Reis Veloso e Mario Simonsen”.
Durante boa parte do século, o estilo de texto utilizado na imprensa paulista não incluiu as declarações textuais. No início do século, não
há menção às fontes da notícia nem à utilização de entrevistas. Em 1930,
começam a aparecer menções de declarações, mas essas falas ainda não
parecem reproduzidas na íntegra, limitando-se ao discurso indireto e uso
de frases como “falou à nossa reportagem” (Folha da Manhã, 2 de abril
de 1930). Em matérias policiais, começam, nessa época, a aparecer as
declarações das vítimas, tiradas dos depoimentos.
Evolução heterogênea
A trajetória do padrão textual da imprensa diária permitiu perceber
que esse estilo está baseado em raízes greco-latinas de narrativa e sua
existência vai além da influência americana, talvez o que justifique sua
existência e cristalização. Pelo que se viu nas pesquisas e na análise, todas
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as características atuais do estilo jornalístico da imprensa brasileira estão
implantadas, praticamente sem alterações, desde finais da década de 1970,
tendo passado um bom tempo, entre as décadas de 1920 e 1950, com
poucas alterações e inovações.
Observa-se, entretanto, que a evolução do estilo jornalístico no
Brasil se deu de maneira heterogênea, em relação tanto aos diversos
veículos quanto às diversas características de texto em um mesmo veículo. As reformas feitas a partir da década de 1950 no Rio de Janeiro implantaram-se de forma tardia em São Paulo, como há havia alertado
Nilson Lage. De outra parte, observam-se nos mesmos jornais recursos
estilísticos arcaicos convivendo com outros oriundos do padrão americano, implantado na segunda metade do século. Portanto, essa modernização dos grandes jornais paulistas se faz de forma gradativa.
Devido a essas mudanças heterogêneas, torna-se difícil traçar fases na
imprensa brasileira em relação ao aspecto textual, com a possibilidade de
incorrer em simplificações que podem deixar de fora processos particulares.
Pode-se observar que, dentro do panorama textual da imprensa, os
manuais de redação têm exercido papel importante, pois formatam esse
estilo em suas regras básicas, servem de instrumento de cobrança, por
parte das direções, em relação à qualidade de texto.
Falar que são camisas de força, que tolhem a criatividade dos redatores é dar-lhes importância demasiada. Funcionam, sim, como padronizadores de estilos particulares e orientam, até mesmo fora do ambiente da redação, a produção textual. Não se pode, porém, dar-lhes responsabilidade excessiva por eventuais defeitos de texto na imprensa. Como
se viu, as questões de estilo também estão ligadas ao processo de produção da notícia: alta rotatividade de jornalistas nas redações, pressão do
tempo e deficiências na formação educacional dos profissionais. Por outro
lado, a profissionalização do jornalista, em comparação à situação do
início do século, também é um ponto positivo para a melhoria do estilo
jornalístico, desde que os redatores tenham as condições necessárias de
trabalho para desenvolver seus textos.
O bom texto pode sobreviver mesmo com a existência dos manuais, da pirâmide invertida e do lead. Os próprios manuais deixam aberturas para os redatores e, segundo seus elaboradores, sempre há lugar
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para o texto talentoso. O que acontece é que os jornalistas – devido
também à carga excessiva de trabalho – se acomodam em escrever
padronizadamente, de acordo com o manual, sem maiores esforços para
exercer a criatividade.
Tratando-se de formato textual para as notícias, provavelmente o
lead ainda sobreviverá muito tempo. Mesmo que já se discuta a crise da
pirâmide invertida, o padrão textual tende a se modificar somente quando
o jornal impresso abandonar definitivamente o objetivo de ser factual e
passar a privilegiar a análise e a interpretação. Para a notícia, esteja ela em
que veículo for – e aqui se toma o termo notícia enquanto relato de fatos
objetivos acontecidos num tempo recente –, a pirâmide invertida ainda
continuará sendo o formato privilegiado. E isso reside justamente no
fato de ter sua origem ligada à maneira oral de ser relatar uma história.
O que deve acontecer, na verdade, é a convivência desse estilo com outros, possivelmente mais ricos, que sejam utilizados para análise e
aprofundamento das notícias em matérias de outros gêneros, complementando a informação do fato.
No caso da notícia, do relato de um fato acontecido, dificilmente se
pode escapar da forma que privilegia a informação mais importante no início
do texto. O que se pode é, sem dúvida, fazer isso de modo competente.
Se é fato que o jornalista é aquele redator que tem por característica
escrever depressa, também deveria ter em mente objetivos de qualidade
fundamentais. Como diz Luz Garcia: “Pede-se ao jornalista que seja
bom artesão, competente, aplicado, honesto”.
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