O novo mi gou hoje as su Romania entre- as
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O novo mi gou hoje as su Romania entre- as
" REPUBLICA " 18 Mai 1938 Romania entreO novo mi gou hoje as su as credenciais Realizou-sc, hoje, a cerimónia da entrega das credenciais do novo ministro da Romania cm Lisboa, sr. Lucicn Blaga. Aquele diplomata chegou ás 15 horas ao Palácio de Belém, acompanhado pelo sr. visconde dc Riba Tâmega, chefe dos serviços do protocolo. Num outro carro, seguiam um secretário da Legação e o sr. dr. António Mantero. Um esquadrão de cavalaria da G. N . Ri ladeava o cortejo. N o Pátio dc« Bichos a guarda de. honra era prestada por uma companhia da G. N . P.., com bandeira o banda de musica, que executou o Hino. N a Sala das Bicas, aguardavam o novo ministro o sr. dr. Pinto Ferreira e o restante pessoal do protocolo ' da Presidência da Republica. O novo representante da Romania foi introduzido pelo sr. dr. Pinto Fer- reira á presença do Chefe do Estado e do sr. Presidente d o Conselho e ministro dos Estrangeiros. O Chefe d o Estado encontrava-se acompanhado pelos componentes datj euas casas civil e militar. Entregando as cartas de que era portador, o sr. Lucicn B l a g a disse da honra e do prazer de v i r representar o seu país em Lisboa, tc-adO' palavras do maior apreço por Portugal cuja História, disse, desde longa data conhece e admira. Terminou com votos pelo melhor entendimento entre os dois povos latinos. O Chefe do Estado, respondendo recordou que os dois povos têm interesses espirituais comuais — o património da latinidade — e disse que o Gsrérao português sr. <anpe>nharia em que se mantivessem as tradicionais relações entre os dois países. O diplomata romaico retrirou-se depois, .com o cerimonial da entrada. "DIÁRIO DE LISBOA." du 18 Mai 1938 VIDA 0 DIPLOMÁTICA Biaistro ia ROBKBÍÍ entregou credenciais O novo ministro da Roménia (X) á saida do Palacio de Belém O novo ministro da Romcnia em Lisboa, sr. Lucian Blaga, fez hoje a entrega das suas credenciais ao sr. Presidente da Republica. Aquele diplomata, acompanhado do sr. visconde de Riba Tâmega, director do protocolo, chegou ao Palacio Nacional de Belém ás 15 horas, num automóvel da Presidência da Republica, precedido de outro que conduzia o secretario da legação e o sr. dr. Pinto Ferreira. O sr. ministro da Romcnia foi recebido pelo sr. Antonio Mantero, adjunto do protocolo da Presidência da Republica, que o introduziu na sala Luiz X V , onde se encontrava o Chefe do Estado com o *r. dr. O l i v e i r a S a l a z a r c altos funcionários do ministério dos Estrangeiros c da Presidência da Republica. Feitos os cumprimentos, o sr. ministro da R o ménia leu em seguida um curto discurso. Começou por manifestar a sua satisfação por ter sido colocado em Portugal, cuja historia afirmou admirar, e referiu-se á actual situação politica, dizendo que a obra realizada desde 28 de Maio d; 1926 c o r " i " ' um novo motivo de admiração. Aludiu á remota oiiycui coinuni dos dois povos, que se exprimem numa lingua irmã, sc encontram unidos por ideais comuns de civilização, solidariamente internacional e de paz, c procuram dar uma forma sempre mais concreta ás suas afinidades c tendencias. Manifestou o desejo de empregar todos os esforços para que se desenvolva mais a cooperação das duas nações, sobretudo nos domínios cultural c económico. O novo ministro da Roménia terminou por fazer calorosos votos pela felicidade do sr. general Carmona c pela prosperidade do povo poruiqués solicitando ao mesmo tempo o apoio do Clicfe do Estado c do Governo para o bom : 1 * i 6> novo minisiro da Roménia (X) â saída ào Palacio de Belém O novo ministro da Roménia cm Lisboa, sr. Lucian Blaga, fez hoje a entrega das suas credenciais ao sr. Presidente da Republica. Aquele diplomata, acompanhado do sr. visconde de Riba Tâmega, director do protocolo, chegou ao Palacio Nacional de Belém ás 15 horas, num automóvel da Presidência da Republica, precedido dc outro que conduzia o secretario da legação e o sr. dr. Pinto Ferreira. O sr. ministro da Roménia (oi recebido pelo sr. Antonio Mantero, adjunto do protocolo da Presidência da Republica, que o introduziu na sala Luiz X V , onde se encontrava o Chefe do Estado com o sr. dr. Oliveira Salazar e altos funcionários do ministério dos Estrangeiros c da Presidência da Republica. Feitos os cumprimentos, o sr. ministro da R o ménia leu em seguida um curto discurso. Começou por manifestar a sua satisfação por ter sido colocado em Portugal, cuja historia afirmou admirar, e referiu-se á actual situação politica, dizendo que a obra realizada desde 28 de Maio de 1926 c o n " um novo motivo de admiraçãc. Aludiu a remota O . J Í . . H Comum dos dois povos, que se exprimem numa língua irmã, se encontram unidos por ideais comuns de civilização, solidai iame.T.e internacional e do paz, e procuram dar uma forma sempre mais concreta ás suas afinidades e tendências. Manifestou o desejo de empregar todos os esforços para que se desenvolva mais a cooperação das duas nações, sobretudo nos domínios • cultural e económico. • . O novo ministro da Roménia terminou por fazer calorosos votos pela felicidade do sr. general Carmona e pela prosperidade do povo português, solicitando ao mesmo tempo o apoio do Chefe do Estado e do Governo para o bom desempenho da sua missão. O sr. Presidente da Republica, declarando aceitar com prazer as credenciais, manifestou a sua satifação pela forma como o novo representante romeno em Portugal se referiu ao nosso país, dizendo que o conhecimento que mostra da nossa historia e a justiça que faz ás gloriosas tradições dos portugueses são motivos de simpatia que encontra entre nós para o desempenho da sua missão. ' '• «Unidos por ideais comuns de civilização cristã e de paz, ajudados por pensamentos que provêm frequentemente da mesma fonte, as nossas duas pátrias, Portugal e a Roménia, gloriosas cidadelas do mundo latino, como acabais de tíize-, poderão, estou disso certo, realizar os seus desejos de e s f e t " ?'—•>- r»,-;* os bços que as unem». Por fim. o sr. gene.ui Carmona prometeu ao novo ministro romeno o seu apoio e o do Governo para o desempenho da sua missão. c,: ,: - Homenagem aos mortos da guerra Pelas 16 horas, o sr. ministro da Roménia, com as mesmas individualidades que o acompanharam a Bclcm, chegou á Avenida da Liberdade, onde prestou homenagem aos mortos da Grande Guerra, colocando urea rica coroa dc carvalho c louro com glandes dc ouro. N o momento do sr. ministro colocar a coroa na base do monumento a guarda dc honra formou com a frente para o monumento c apresentou pr,«-* " DIÁRIO DA MANHA " 19 Mai 1938 •«naaeEBSfflSnHBi D I P L O M A T A S novo Ministro ú regou as suas credenciais sr. Presidente da Ee e prestou homenagem aos mortos da Grande Guerra O novo Ministro cia Roménia, Mr. Lucien Blaga, antigo Sub-Secretário cios Negicios Estrangeiros do 6eu país, doutor em filosofia pela Universidade do iViena, escritor e jornalista, membro da Academia romena c professor universitário, fez ontem entrega das suas c,artas credenciais ao sr. Presidente da Republica. O ilustre diplomata, acompanhado do Br. Visconde de Riba Tâmega, director do protocolo, chegou ao Palácio Nacional de Belém as 15 horas, num automóvel da Presidência da Republica, precetlldo dc outro que conduzia o secretário Ba Legação e o sr. Carles Pinto Ferreira. Foi recebido pelo sr. Antônio Mainero, adjunto do protocolo da Presidência eja Republica, que o introduziu na sala Luiz X V , onde se encontrava o Chefe <fo Estado com o sr. Douior Oliveira 'Salazar e altos funcionários do Ministério dos Estrangeiros e da Presidência da Republica. I Feitos os cumprimentos, o sr. Minist r o da Roménia leu em seguida um curto discurso. Começou por manifestar a 6ua satisfação por ter sido colocado em Portugal, cuja história afirmou admirar, e refer.iu-se á actual situação politica, dizendo que a obra realizada desde 28 de Mato de 192C constitua vim novo motivo de admiração. Aludiu a remota origem comum dos fiois povos, que se exprimem numa linJtua irmã. se encontram unidos por ideais comuns do civilização, solidariamente internacional e de paz, e procuram dar uma forma sempre mais concreta as suas afinidades e tendências. I Manifestou o desejo de empregar todos os esforços para que 6 e desenvolva piais a cooperação das duas. nações, bobretudo nos domínios cultural e ecoBómlco. ; * : . . ' 'i O novo Ministro da Roménia termlou por íazer calorosos votos pela íelldado do sr. General Carmona o pela prosperidade do povo português, solicitando ao mesmo tempo o at*io (lo Clic- 6 fe do Estado e do Governo para o bom desempenho da sua missão. O sr. Presidente da Republica, declarando aceitar com prazer as credenciais, manifestou a sua satisfação pela forma como o novo representante romeno em Portugal se referiu ao rosso pais, dizendo que o conhecimento quo mostra da nossa história e a justiça que faz ás gloriosas tradições dos portugueses são motivos de simpatia que encontra entre nós para o desempenho da sua missão. «Unidos por ideais comuns de civilização cristã e de paz,- ajudados por pensamentos -que provêm frequentemente da mesma fonte, as nossas duas pátrias. Portugal e a Roménia, gloriosas cidadelas do mundo latino, como acabais de dizer, poderão, estou disso certo, realizar os seus desejos de estreitar ainda mais os laços que as unem». Por fim, o sr. General Carmona prometeu ao novo Ministro romeno o seu apoio e o do Governo para o desempenho da sua missão. Passou o novo Ministro plenipotenciário ao gabinete particular do Chefe do Estado, com quem conversou alguns momentos, retírando-se depois com o cerimonial da entrada. m H o m e n a g e m aos mortos da g u e r r a Pelas 16 horas, o sr. Ministro da Roménia, com as mesmas individualidades que o acompanharam a Eelcm, chegou á Avenida da Liberdade, onde prestou homenagem - aos - mortos da Grande Guerra, colocando uma rica coroa de carvalho c louro com glandes de ouro. No momento do sr. Ministro colocar a coroa na base do monumento a guarda de honra formou com a frente para ò monumento e apresentou armas. Junto do monumento aguardavam os srs. tenente-coronel Esmeraldo Carva-' lhais. pelo Ministério da Guerra; major Luiz de Santana, do protocolo; major (CONTINUA NA 8.* F4GINAI (CONTINUAÇÃO DA 1/ PAGINA) Costa Cabral, da União dos Inválidos de' Guerra: e c a p i t i o Gomes, pela Liga dos Combatentes. - . . ( « V e n h o e m n o m e de u m a politica d e espirito"—de* clarou o ilustre Ministro d a R o m é n i a aos r e p r e sentantes da I m p r e n s a O novo Ministro da Roménia após ter apresentado ás suas credenciais ao sr. Pre6idente da Republica e prestado homenagem aos combatentes mortos na Grande Guerra, recebeu no Aviz Hotel, ás 17 horas, os representantes da Imprensa a quem fez algumas interessantes declarações e ofereceu um «chá». Durante uma hora mr. Lucien Blaga e sua esposa conversaram com os Jornalistas, sobretudo acerca dos aspectos folclóricos e pitorescos do povo português, da nossa literatura e poesia.— que mostraram conhecer profundamente — da nossa renovação politica, social e mental. Após a primeira troca de Impressões, um tanto dentro dos molaes da cortezla protocolar, o Ilustro diplomata e Mrrie. Lucien Blaga estabeleceram com os jornalistas agradávpl conversação O NOVO MINISTRO D.V ROMÉNIA e o secretário da Legação cio seu pais â saída do paíe^cio dc Uclem tir aqui muito mais «chez moi» do que em todas as outras nações cm que servi a minha pátria. . Aqui tudo é novo para mim e no entanto tudo me parece já conhecido e se me permitem recorrer á mitologia platónica de uma vida anterior, direi que em realidade o sentimento estranho desse ereconheolmento» de um mundo novo se filiará nas profundas ligações ancestrais que existem entre o povo romeno e o povo português. Essas ligações íazem-se sentir mes? mo quando as manifestações dos dois povos parecem dlametralment; opostas. Os portugueses têm sempre o Oceano como horizonte material e espiritual; nós, os romenos, temos as montanhas. Os navegadores portugueses são grandes amorosos das vagas do mar: os pastores romenos amam as ondulações da terra. Um parte com as caravelas, o outro segue com os rebanhos. A melancolia da distancia e da solidão existe por igual nos dois povos. E é Interessante saber-se que o sentimento considerado pelos romenos como especificamente romeno — a «dor», corresponde exactamente ao sentimento «saudade» que os portugueses consideram como especificamente português. Dir-vos-ei ainda da minha satisfação quando, ao percorrer as ruas de Lisboa, encontro nelas múltiplos motivos romenos. Dlr-vos-el mais mie os jrua Irma, se enconirani U U L . . I J J V , . | cjue o acompanharam a Belém, checou Ideais comuns de civilização, soiíriarla-j a Avenida da Liberdade, onde prestou mente Internacional e de paz. e pro-' homenagem, aos - mortos da Grande pura tu dar uma forma sompn» tnals' Guerra, colocando uma rica coroa cie concreta ás suas afinidades e tendên- carvalho e louro com glandes de ouro. cias. N o momento do sr. Ministro colocar I Manifestou o desejo de empregar to- a coroa na base do monumento a guarjos os esforços para que se dcsesavolva da de honra formou com a frente para piais a cooperação das duas nações, O monumento c apresentou armas. sobretudo nos domínios cultural c ecoJunto d o monumento aguardavam os nómico. * : ' srs. tenente-coronel Esmeraldo CarvaO novo Ministro da, Roménia termi- lhais, pelo Ministério da Guerra; major Ó NOVO MIMSTKO DA ROMÉNIA Jnou por fazer calorosos votos peia, feli- Luiz d e Santana, do protocolo; major e o secretário da Legação do seu país cidade do sr. General Carmona c pela prosperidíue do povo português, solicià xmta do VaUiclo de Belcm (CONTINUA NA B.' F \ G I N A ) tando ao mesmo (empo o aU*io Co Clie-L tir aqui ntutto mais «chez moi» do que (CONTINUAÇÃO DA 1/ PAGINAI i cm todas as outras nações em que serCosta Cabral, da União dos Inválidos vi a minta pátria. de Guerra; e capitão Gomes, pela Liga . Aqui todo 6 noro para mim c no en. tanto tuoo me parece jã conhecido e , das Combatentes. I se me permitem recorrer á mitologia t d e u m a platónica de urna vida anterior, direi 1 que em realidade o sentimento estra« « V e n h o cm nome nho desse «reconhecimento» de um política de espirito»—demundo novo se filiará nas profundas Ligações ancestrais que existem entre o c l a r o u o ilustre Ministro povo romeno e o povo português. da R o m é n i a aos r e p r e Essas li?ações íazem-se sentir messentantes da Imprensa mo quanto as manifestações dos dois O novo Ministro da Roménia após ter povos parecem diametralmente opostas. Os portugueses têm sempre o Oceaapresentado as suas credenciais ao sr. Presidente da Republica e prestado ho- no como horizonte material e espiritual; nós. os romenos, temos as monmenagem, aos combatentes mortos na tanhas. Cs navesadores portugueses 6 ã o Grande Guerra, recebeu no Aviz Hotel, grandes amorosos das vagas do mar: os ás 17 horas, os representantes da Im- pastores romenos amam as ondulações prensa a quem íez algumas interessan- da terra. Um pane com as caravelas, tes declarações e ofereceu um «chá». o outro segue cora os rebanhos. Durante uma hora mr. Lucien Blaga e A melancolia da distancia e da solisua esposa, conversaram com os Jornaexiste por ijual nos dois povos. E listas, sobretudo acerca dos aspectos dão é Interessante saber-se que o sentimentolclórlcoa e pitorescos do povo portu- to consiúsrado peles romenos como esguês, d a nossa literatura e poesia pecificamente romeno — a «dor», cor. ciue mostraram conhecer profundamen- responde exactamente ao sentimento t e — da nossa renovação politica, so- esaudade» que os portugueses considecial e mental. ram como especificamente português. Após a primeira troca de Impressões, ainda da minha satisfaum tanto dentro dos molaes da corte- çãoDir-vos-ei quajalo, ao percorrer as ruas de sia protocolar, o ilustre diplomata e Lisboa, encontro nelas múltiplos moMrric. Lncien Blaga estabeleceram com tivos romenos. Dir-vos-et mais que os os jornalistas agradável conversação artigos escritos nos Jornais, que vós reque decorreu num tom de distinção presentais aqui, os leio'correntemente, admirável. desde o «2a cm que cheguei a Lisboa, O sr. Ministro da Roménia disse aos >em que para isso tivesse de' aprender representantes da Imprensa: «Tive ho- o portunsês». j e a honra de ser recetido por Sua ExUma pausa, e o ilustre diplomata, celência o General Carmona, Preslcen- escritor e Jornalista que o é dos me\ te da R-epublica Portuguesa, e de lhe lhores d* língua romena, prossegue nas entregar as cartas que me acreditam su.is declarações dizendo: junto d o seu Governo na qualidade de iChego a Portugal como representanEnviado Extraordinário e Ministro Ple- te do meu pais. n a momento cm que a nipotenciário de Sua Majestade o Rei evolução historiei das nossas pátrias se da Roménia. anuncia com semelhanças sobre o anO primeiro contacto que tenho com julo da vida co Estado. a sociedade portuguesa é pela ImprenDois lomens providenciais traçam ' sa, que saúdo calorosamente na pesum «Esíido Novo», dois homens cujo , soa dos seus representantes. nome circula por toda a parte, tendo E disse depois que a sua satisfação i cm estabelecer esse contacto era tanto entusiásticos admiradores até. aos Carmaior, porquanto a sua actividade no patos: o senhor General Carmona e o passado esteve durante largo tempo li- Doutor Salazar. Um outro homem providencial traça gada á Imprensa. Começou a sua carreira como Jor- um «Estado N O T O » nas margens do Mar nalista e colaborador de numerosos Negro — Sua Majestade o Rei Carol I I . I I algares num dos vossos jornais jornais romenos ,— acentuou — e depois, tíarante dez anos, foi adido dc esta honrosa expressão — «da politica do espirito». Pois eu venho em nome Imprensa junto das Legações da Roménia e m Varsóvia, Praga, Berna e de uma politica de espírito. Viena. Por Isso compreendia perfeita- . E' evidente que as relações económente a Importância da Imprensa, não micas entre Portugal e a Roménia estão só como impulsionadora da vida publi- actualmente numa boa posição e que, ca das nações, mas ainda como melo além de mantè-las, procurarei alargade estreitamento de relações entre os das da maneira mais favorável. Mas codiversos países para uma mais estreita mo homem de letras e professor universitário pensarei também nas outras cooperação internacional. Por isso pedia aos representantes da coisas. Os dois povos conhecem-se muiImprensa portuguesa, em tudo que dis- to pouco sob o aspecto da sua vida sesse respeito aos problemas romenos, espirituaí. Sob este ponto trago tun que o considerassem como um colega, programu bastante preciso. Farei um com a certeza de que encontrariam ne- Intercarrjolo de antologias literárias. le uma. pessoa sempre pronta a dar- Dentro cêste programa, um dos maiores poetas romenos da actualidade, Mr. -lhes todas as informações. Mas queria declarar — acentuou nu- Jean PIBat, está preparando, em linma afirmação de simpática cortczla — J gua romesa. uma antologia dos poetas « o meu desejo não é encontrar-me con- portugueses contemporâneos. Procuravosco somente nessas ocasiões, determi- rei fazer traduzir em português os poe1 , nadas por qualquer momento Impor- tas mais representativos do meu pais. tante da minha vida. mas sempre que Algumas conferências sobre Portugal, j «eja possível. Entra iam pouco de cgols- na Roménia, e Eóbre a cultura romena, I mo nesse meu desejo pois que, graças em PorlEçal, serão multo úteis. Estarei , a vós. poderei aprender o que me In- pronto a pronunciá-las, não Importa teressa acerca da vida Intelectual, ar- quando, esperando ppenas uma ocasião oportuna». tística e cultural do vosso país. E terminou aisim o sr. Ministro da Encontro-me em Portugal «apenas há Nalgumas semanas e embora pertença ao Roménia, que ergueu a sua taça brln. dando com os jornalistas, pelas prosl outro extremo da Europa, estou agraí davelmente surpreendido por me sen- 1 peridades da gloftosa nação portuguesa. U a : 1 " DIÁRIO DE HOTICIAS " 19 Kai 1938 VIDA DIPLOMÁTICA 0 NOVO MINISTRO DA RGDEfflA apresentou ontem as suas credenciais ao Chefe [ do Estado, prestou homenagem aos mortos da ,. Grande Guerra e ofereceu um chá aos representantes da Imprensa 1 . , WJtf • 1 < 4,1. t i . • >- ! ; .v '.> ' '-c<»»"í. • I. ' 0 sr. ministro da Roménia (o 2.» da esquerda) «pós a entrega das credenciais O novo ministro da Roménia em Lis-'seu discurso, a multa satisfação que tinha boa, sr. proí. dr. Lucian Blaga, entrerou em se ver colocado em Portugal, cuja his» ontem, com o cerimonial do estilo, as suas tória connecia desde a sua adolescência o CuJenciats ao sr. Piesidente da Republica. mu; to admirava, como admirava o prodl» O ilustre diplomata, que chegou ao Pa- gioso ressurgimento do nosso Pais a par» lácio; de Belém, na companhia do sr. vis- til do 23 de Maio de 1926. E ao entre, conde de Riba Tâmega, foi recebido pelo gar as suas cartas, solicitou o apoio bflna» Chefe do Estado, quo tinha perto de li os volente do sr. Presidente da Republica 4 membros da sua casa mllltax e civil, e o do seu Governo, para a obra de cooperai» sr. dr. Oliveira Salazar, na qualidade de , cão entre a Roménia e Portugal, que m ministro dos Negócios Estrangeiros, coai o | propõe realizar, muito príncrpal-uente em secretário geral desse ministério e o seu tudo o que ligado esteja á vida cultural § económica das duas nações. chefe de gabinete. O sr. general Carmona aiirmou-lhe o e e « i Trocados os cumprimentos protocolares, W «ff jwoí. <tr. Lucian Blaga acentuou, a o agrado peies sentimentos de árapaSlA ç, e/tmiraçao. expressos em relação ao nosso Pais, e assegurou-liie que podia, no exercício da sua missão — facilitada, aliás, por afinidades de raça e laços de amizade sincera, entro os dois povos — contar com o apoio que ih* requerera e o concurso leal do Governo português. O sr. Presidente da Republica e o sr. dr. Oliveira Salazar ainda conversaram, durante aisruns minutos, com o novo ministro da Roménia. Homenagem aos mortos da Grande Guerra ! A' volta do Palácio de Belém, o sr. prol. I dr. Lucian Blaga, em companhia dos fun- | clonáric* do Protocolo da Republica e do | secretário <ta Leçacão do seu pais, sr. Ml- | guel Cimaiachcsco. foi depor no monu- . monto aos Hortos da Grande Guerra urna •' rica e linda coroa de carvalho e louros, : com glandes douradas. I Além de vrma guarda de honra, estavam i Junto do monumento os sis tenente-corcnel Esmeraldo de Carvalhais e major Luiz SanfAna, pelo Ministério da Guerra: major Cesta Cabral, pela U. I . G.; canitão Gomes da Silva, da L. C. Q. O., e o vtee- cônsul da Roménia. Um chá «os representantes da Imprensa Um poce» ma(3 tarde. 5") 17 horas, o ! I novo minis;ro e M.~ Bla^a quiseram ter a KHltiteea <ie oferecer um chá. no Hotel i i Avlst, aos representantes da Imprensa, i O ilustre professor romeno, que foi Jorl nallsta e. durante do?, ano.3. conselheiro d;l T - P I T * - I iMrit* ' " " " ' ^ r fio ' 1 T -i.^11111 O s f , ml rií^í ^./.^.xa^á* «fc* nistro da Roménia (o 2.» da esquerda) após a entrega das credenciai» i7 novo ministro da Roménia em Llsi, ar. proí. dr. Luclan Blaga. entregou •••:n. cora o cerimonial do estilo, as suas Mirlala ao sr. Piesidente da Republica, i." ilusire diplomata, que chegou ao Fa, ... de Bolem, na companhia do sr. vlsijclc de Ulba Tâmega, foi recebido pelo ;io!e do Estado, que tinha porto de sl os i-mbron da sua casa militar e civil, e o :. dr. Oliveira Salazar, na qualidade de •inistro dos Negócios Estrangeiros, com o ••-rotArlo peral desse ministério o o seu .:cíe de gabinete. Trocado! os cumprimentos protocolares i tf, prol. d í . Luclan Blaga acentuou, no seu discurso, a multa satisfação que tinha em se ver colocado em Portugal cu/a-hisi tórla conhecia desde a sua adolescência •> multo admirava, como {.dmirava o prodigioso ressurgimento do nosso País a m n tlr do 23 de Maio de IQ2S E ao entro, gar as suas cartas, solicitou o apoio b^ne» volente do sr. Presidente <la Republica 4 do seu Governo, para a obra de oiopera» ção entre a, Roménia e Portugal. *pi« « > propõe realii-ar, multo prtncipal-oeare eãi tudo o que ilgado esteja á vida cultural (} económica das duas nações. O sr. general Carmona aíinnou-Sfee o ae«S agrado pelos sentimentos do aiarçtviã» # i í, I admirarão, expressos em relação a » nosso Pais, c assejurou-lie que podia, co exer-s eáclo da íiua missão — facilitada, alias, por . aXlnldodea da raça a laco» do amizade sincera, entra os dois povos—contar com o apoio qua lhe requerera a o concurso leal | do Governo português. O sr. Presidente da Republica e o sr. dr. Oliveira Salazar ainda conversaram, durante alguns minutos, cem o novo ministro da Roménia. Homenagem aos mortos da Granda Cuerra I A* volta do Palácio de Delem, o sr. prof. j dr. Luolan Blaga. era companhia íos fun-J clonáric-3 *o Protocolo da Republica e do j secreuirio da Legação do s?u pau, sr. M i - ; guíl Camar.-chesco, foi depor no monu-í mento noa líortos da Grande Guerra uma, rica e ta-li coroa do carvalho e louros,: com cl and',* douradas. i Além de uma guarda ds honra, estavam! Junto do monumento os i;rs tentste-coro- • nal Esmeraldo de Carvalhais e msjor Luiz; SanfAna, p^lo Mtni.-tório da Guer.-a; ma-l jor Cos/ta Cabral, pela V. 1. O.; capitão f Gomei da Silva, da L. C. O. Q , e o vice-cônsul da Roménia. i V. IK l í Um chá aos representantes da Iirs prensa Um pouco mais tarde, i s 17 Soras, o novo ministro e M . ~ Ela",a quiseram ter a gentileza út oferecer um chá, ao Hotel Aviz, .-.<;'> representantes da Imprensa. O llusr.re professor romeno, que foi Jornalista e. durante der, cuos, CMaeiheiro da Imprensa Junto das legações do sen paia em Varsóvia., Praga, Berna e Viena. I quis dar uin signiíicaco multo especial « 1 • cordial a essa recepção. Desejou estabe- • lecer o seu primeiro contacto oficial com J — o Pais, depois da entrega das suas cartas credenciais ao Chefe do Eítado. íiravés de r~ .., colegas portugueses. E ar.sim ttaa pediu T que oo tratassem, quando pretendessem alguns esclarecimentos sobre proítíemas roa esclareclmei menos. _ , , t * « onv»l o u e teve deNa conversa,, ** J:? * * £ : , 5 ^ v i d a d o s J a v ^ S ^ t ^ r n e n t » íalou-lnes de v a r a ! ^ evoS Ô ( nateei èm cuja S«a % ervo-m E sòore politica 00 ~ \ por fim, em considerações Interessantes, anontanflo-nos um programa concreto. 9 que resumiu neste seu intento, nralto lo-Evavel: conseguir fazer um Intercambio de antologias literárias entre o 6eu e o nosso Tais. Convém dizer que o novo mlalstro d» Roménia—e isso Justifica lntriramente os seus propósitos, nesse camp» da sua acção diplomática — é o iniciador e chefe espiritual de uma nova escola filosófica romena, que visa a transformar a cultura patriarcal do seu povo numa cultura rr.c{ d ema, positiva e critica, sem penier a sua j f o r t e feição nacionalista, j Membro da Academia Romena, profes; K>r do rllosofia na Universidade de CluJ. • I.uclan Blaga ó o dirertor da «Gandlréa». ! n. mais Importante rev!.-*a literária da sua torra, o autor c o n s a T i n ú o de vários livres do poesias, peças de te.itro. e de uma larga der<-na de volumes de ensaios filosóficos Ultimamente era subsecretjzio de Estado dos Negócios Estrangeiros E\ pois. uma personalidade eminente esta a quem a Roménia confia a sua representação em Portugal I I i t j y u í v í i ^ m T O Sala la p El Hf A I fana ja * u porfogoosss a Os interessantes í © projectos d o plomata sob o p o n t o de i b fcgg @ ilustre i @ i di- vista intelectual O sr. dr. Luciano Blaga» novo re- da súi acfividaac.- literária na quali-, presentante cia Roménia, junto do Go- dado de co-director da revista nacioverno português, que ontem apresen- nal Gcmdirêa. Como escritor, o novo ministro da tou as suas credenciais ao Chefe do Estado, deu recepção aos jornalistas Roménia tem, já, obra vasta, constiportugueses, recebendo-os gentilmente tuída por vinte e cinco volumes, dos quais cinco de poesia, sete de teatro nos seus aposentos do Hotel Aviz. O dr. Luciano Blaga, de quem ou- e doze de ensaios filosóficos. Entre vimos interessantes níinnaçOes acerca eles contam-se: Lcs poentes de la luda aproximação intelectual de rome- itiere, Ueloge da Sommeil, Le maitre nos ep>rtu?uesG3, é pessoa que dispõe, Enfants, -1 !„_.•* , \monole, La Croiscè dos nostpuiu iK, v * especial « n o r i n l U \vram u i w n Iunco, Iaiico. La triolog/e trio orne de la sem duvida, de , autoridade para versar tão oportuno problema, eoimatsarica e La trilogie de la cidpois que, sobre o ser diplomata, ocu- tare. pa lugar proeminente na vida intelec- O horizonte das rotatual do seu país, pela cultura e ideias «Ses espfrlfuesis lusoque defende. Natural da Transilvania, nasceu em •rornsnas 169.5, tendo-se doutorado em filosofia Este homem notável, que as cirna Universidade de Viena, desempenhou depois o cargo de adido da cunstancias conduziram» neste mo-, !Imprensa junto das legações de Var- mento, a tetras portuguesas» recebeu»! sóvia, Praga, Viena e Berne. Mais nos num ambiente familiar, acompa-j Itarde exerceu o cargo de sub-secreta- nhado por sua esposa, senhora genti'rio dos Estrangeiros e a circunstancia "jsima e excepcionalmente culta. [do ser, agora, escolhido para ministro como o deve ser a mulher duma tal da Roménia em Lisboa, afirma, de individualidade: duma iUhinlia, de jper si, a importância que o seu go-j expressão suavíssima o inteligente e dois povos, sob o ponto de vista es[vcrno liga ao estreitamento das rela-^ uuma amiga de família. Protocolar- piritual, se .conhecerem muito pouco. içOes com Portugal. i. mente estavam, também, os srs. Ca- E não escondo a minha intenção de Sob o ponto de vista intelectual, o- marachesco, secretario da legação e permutar o conhecimento nesse camdr. Blaga deve ser considerado como. cônsul, dc nacionalidade portuguesa. po, tanto que penso em promover o 'das figuras mais representativas da O sr. dr. Blaga, que havia chegado, intercambio de antologias literarias>. Roménia actual. E' mesmo o chefe es-e ha pouco, de se avistar com o sr. ge- Nesta altura o dr. Blaga riã-nos a piritual e iniciador da nova escola R->i neral Carmona, ,, „ atendeu jubilosamen- noticia de estar em preparação na Roménia, uma antologia de poetas íosoiica romena, tendo sido quem,)N s jornalistas, arquem 'sua "esposa, portugueses Contemporâneos, orienta.nela primeira vez definiu, por assim l verdadeiro requinte cie gentileza, da por João Pillat, um dos mais noi\i;zer, a filosofia do povo romono,- fez servir um chá delicado, táveis poetas romenos. E," a propósi(contribuindo, assim, para a trar.sfor-.j Entretanto a conversa generalizou to, fez-nos esta confidencia, que os iiijacuo da sua cultura patriarcal ern se e muito particularmente foram fo objectivos obrigam a vir ti publicidacultura amura moderna raouemn e u critica, « m w , elevando »»>»»»» o "ilcados assuntos portugueses, que o sr. de, para a sua necessária divulgação: genuíno romeno aos cumes do pen- dr, Blaga e sua esposa mostraram cosamehto universal. _ i nhecer no seu aspecto social o étnico. «Procuro, nesta altura, um poeta Por isso o sr. dr. Blaga é conside-.Irjitaram-se obras e escritores - os re- português a quem possa encontrar um rado o chefe espiritual da juventude j : t e s livros do Conde Reynolds e do colaborador para as traduções neceslo seu país e, como tal, exerce am-| diplomata Oallop. A certa altura o sárias paia uma obra mais vasta nes'la actividade literária, ja no campo j] i Augusto Pinto se sentido. E penso, depois, promover terario propriamente dito como nos ^verdadeiro jornalista internacional, a a tradução dos romances mais repreeios científicos. Eleito membro da ij p posito das suas andanças por ter- sentativos dos dois países, alem dou:ademia Romena foi, igualmente,; estremes, descobre, nas reminis- tros trabalhos que possam ser úteis á amado a dirigir a cadeira de filoso- cencias do dr. Blaga acerca das suas valorização intelectual (los nossos povos». . da Universidade de Chy, o que I viagens diplomáticas, amizades coi impediu que mantivesse o ritmo muns, pontos de contacto verdadeira- Ea fechar; «Espero, apenas, a ocasião mais{ S g g a g - i M e n t e inesperados e a entrevista, dentro em pouco, era verdadeiramente apropriada para iniciar a missão a" que me votei». * afectiva. O sr. dr. Blaga que, acima de tudo, E assim terminou a encantadora re' se sentia ali em função oficial, teve cepção dada por um diplomata-inte[oportunidade dc salientar a sua satis- lectual aos jornalistas portugueses. farão por ter vindo a Portugal e a Ambiente familiar e espiritual, eis n honra de ter sido recebido pelo Chefe característica do primeiro contacto do IÍO Estado, após o que se sentia na novo representante da Roménia com o "briguçào de estabelecer imediato povo português — verdadeira saudacontacto com a sociedade portuguesa. ção fraternal e inusitada. ~ « — S. C. Toi esse o motivo porque chamou os 'jornalistas a sua casa. Como jornalista c escritor conhece o panei da imC ? 1 v e 0 c o m cen n o s s o r0 r n s i l u s t r e c o e g a i.uu Dlarjn, novo rc- da sua actividade' literária na quau[{oinenia, junto do Go- cladc de co-director da revista nacioque ontem apresen- nal Gandiria. ..rlHSíM»-' nciais ao Chefe ' • •**» tio Como escritor, o novo ministro da . i ol «..vnçao aos jornalistas Roménia tem, já, obra vasta, consti•''.' ;'„..'.i,èndo-os gentilmente tuída por vinte e cinco volume», dos quais cinco de poesia, sele dc teatro ".."'entos tio Hotel Aviz. ' . : , , ( , Bia Ra, de quem ou- ie doze de ensaios filosóficos. Entre ."'..•sniles atirmaçOes acerca | eles contam-se: Les poemes dc la lu ;^. intelectual de rome- inierc, L'c!ogc dti Somincll, Le maitre 1 a o 'Via,. |,„ttugue 5ef]i ,in< ida, de :iri versar tão oportuno problema, ture. iiois que, sobre o ser diplomata, ocupa Ittyar proeminente na vida intelec- O horizonte das tual tio seu pais, pela cultura e ideias ções espirituais relaíuso- Natural da Transilvania, nasceu em -romenas i .O, tendo-sc doutorado em filosofia Este homem notável, que as cir 01 Universidade de Viena, desempenhou depois o cargo de adido da cunstancias conduziram,, neste motaprensa junto das legações de Var- mento, a lerras portuguesas, recebeunos num ambiente familiar, acompa• ivia. Praga, Viena e Berne. Mais irtle exerceu o cargo de sub-secreta- nhado por sua esposa, senhora gentl .0 dos Estrangeiros e a circunstancia lissima e excepcionalmente culta, f-.: ser, agora, escolhido para ministro como o deve ser a mulher duma tal la Roménia em Lisboa, afirma, de individualidade; duma filhinha, de dois povos, sob o ponto de vista esler si, a importância que o seu go- expressão suavíssima o inteligente e piritual, se .conhecerem muito pouco. verno liga ao estreitamento das rela-^. uuma amiga de família. Protocolar- E não escondo a minha intenção de mente estavam, também, os srs. Ca- permutar o conhecimento nesse camções com Portugal. marachesco, secretario da legação e ; Sob o ponto de vista intelectual, o> cônsul, de nacionalidade portuguesa. po, tanto que penso em promover o intercambio de antologias literárias». dr. Blaga deve ser considerado cómoO sr. dr. Blaga, que havia chegado, Nesta altura o rir. Blaga dá-nos a das figuras mais representativas da Roménia actual. E' mesmo o chefe es-o ha pouco, de se avistar com o sr. ge- noticia de estar em preparação na ,/iriluaI e iniciador da nova escola fi-.j neral Carmona, atendeu jubilosamen- Roménia, unia antologia de poetas íosofica romena, tendo sido quem,) te os jornalistas, a quem sua esposa, portugueses contemporâneos, orientacom verdadeiro requinte de gentileza, da por João Pillaf, um dos mais no pela primeira vez definiu, pira vez aenmu, por pui assim « • " " " [tom • - i . /» . -. i „ i-; „-„ , i „ taveis poetas poetas romenos, romenos. cE,' a proposi - • do ' ' r . povo nr\i'n romeno. HlosoOa romeno. •,, ifes um uchá e z sservir e i v n um i » delicado. «—taveis , a que os wVihcincír assim, para a transfor-. Entretanto a conversa esta confidencia, , ms mac- o to sua cuUma patriarcal em U e muito particularmente foram Io V o t i v o s obrigam a vir à publicida2 ° . Moderna e critica, elevando 0 cados assuntos portugueses, quej . S. ', para H suei necessária iicvcnw» divulgação: *'»* dr. Blaga e sua esposa «Procuro, nesta altura, um poeta S S n o romeno aos cumes do pen-!!dr. Blaaa suaaspecto esposa social mostraram eta %rn ilnhecer noeseu e étnico. português a quem possa enconirar unij lamento universal. ICltaram-se obras e escritores — os re.Pm. isso . >r. dr. Blaga Blaga ee consiao-jnjjtaram-se ouras c n u . „ colaborador para as traduções necesO sr.dr. conside rado o chefe espiritual da juventude jcentes livros do Conde Reynolds e do sárias para uma obra mais vasta nesto seu país e, como tal, exerce am-.1diplomata Gallop. A certa altura o se sentido. E penso, depois, promover la actividade literária, já no campo inosso ilustre colega Augusto Pinto, a tradução dos romances mais' repreterario propriamente dito como nosjj ciarieiro jornalista internacional, a sentativos dos dois países, alem doueios científicos. Eleito membro daiiproposiío das suas andanças por ter- tros trabalhos que possam ser úteis á :ademia Romena foi, igualmente, ! estremes, descobre, nas reminis- valorização intelectual dos nossos amado a dirigir a cadeira de filoso- |cencias do dr. Blaga acerca das suas povoe*. da Universidade de Chy, 0 que viagens diplomáticas, amizades coE a fechar; •> impediu que mantivesse o ritmo jmuns, pontos de contacto verdadeira«Espero, apenas, a ocasião mais apropriada para iniciar a missão a a a c , mente inesperados e entrevista, rr a que ame votei». denE assim terminou a encantadora re— , troem pouco, era verdadeiramente | ~~—i"—mmmíj afectiva. cepção dada por um diplomata-intef O sr. dr. Blaga que, acima de tudo, lectual aos jornalistas portugueses. : 'se sentia ali em função oficial, teve Ambiente familiar e espiritual, eis n oportunidade de salientar a sua satis- característica do primeiro contacto do I facão por ter vindo a Portugal e a novo representante da Roménia com o ! honra de ter sido recebido pelo Chefe povo português—verdadeira saudai do Estado, após o que se sentia na ção fraternal e inusitada. obrigação de estabelecer imediato S. C. I contacto com a sociedade portuguesa, j. Foi esse o motivo porque chamou os jornalistas a sua casa. Como jornalista e escritor conhece o papel da imprensa nos paises cultos. . .. , Surge o problema das relações lusoi romenas e o nosso ilustre hospede ífoca, a certa altura, a necessidade de I I o esclarecer, para a sua melhor compreensão. Solicita, mesmo, aos jornai listas presentes que, sempre, que qual> quer duvida se ofereça acerca do as: stinto, a procurem resolver junto dele, i imais como colega do que diplomata. v t 1 g*™*^*^ i^. vj co-\^^ 1 W ver r n s —;—•~- -.. ssstessgèsc ! Aspectos da v i d a e ética dos dois povos i •Í r — ' O escritor não deixa 'de fazer-set ; sentir, lambem, durante a conversa. Ef o sr. rir. Blaga, orientado, por vezes,' : pelo sr.Camarachesco, ja mais familiarizado com a vida portuguesa, manifesta o seu desejo de conhecer mais particularmente a vida intelectual, artística e cultural do nosso pais. E para o justificar, di2, a certa altura: •Embora natural do outro extremo da Europa, senti-me agradavelmente surpreendido por me sentir aqui muito mais em minha casa do que em ; qualquer dos outros paises, onde •servi a minha pátria. Aqui, entre : tJ n p s t a a l t u M L u m po r, Luciano Blaga, novo rc-lda sua acuviuaae j i r e r u i i c i n a i j u a u da Roménia,Junto do Go- dade de co-director da revista naciovrlutruOs, que ontem apresen- nal Ca n diria. Como escritor, o novo ministro da .., -4(«denciais ao Chefe do •i, , recepção aos jornalistas Roménia tem, já, obra vasta, consti..,, racebendo-ps gentilmente tuída por vinte e cinco volumes, dos quais cinco de poesia, sete de teatro .uíosentos do fiotel Aviz. 1 .li.-iaiio Blaga, de quem ou- e doze. de ensaios filosóficos. Entre lamssantei afirmações acerca I eles coníam-se: Les pactues de la luiitiww . . . rome. \miere, Ueloge da Sommeíl, Le maitre ão intelectual de roximat luijueses, épessoa que dispõe,nnonole, La Croisce des Enfanls, > i' po de autoridade especial Muram lanço, La trlologle de la em duvida, tão oportuno problema, connaisance e La trllogle de la culara versar sobre o sor diplomata, Ocu- ta re. i"isl que, a r proeminente na vida intelec- 0 horizonte dras relatoalloseu país, pela cultura e ideias ( s yue uefende. ções espirituais luso- ' Natural dá Transilvania, nasceu em 1893, tendo-se doutorado em filosofia Este homem notável, que as cirnu Universidade de "Viena, desempe- cunstancias conduziram, neste monhou depois o cargo de adido da mento, a terras portuguesas, recebeu Imprensa junto das legações de Var- nos num ambiente familiar, acompa sóvia, Praga, Viena e Berne. Mais nhado por sua esposa, senhora genti irde exerceu o cargo de sub-secreta lissima e excepcionalmente culta, o dos Estrangeiros e a circunstancia como o deve ser a mulher duma tal ie ser, agora, escolhido para ministro individualidade; duma filhinha, de ia Roménia em Lisboa, afirma, de 1 expressão suavíssima e inteligente e dois povos, sob o ponto de vista esE»er si, a importância que o seu go- uuma amiga de família. Protocolar- piritual, se .conhecerem muito pouco. verno liga ao estreitamento das rela%, mente estavam, também, os srs. Ca- E não escondo a minha intenção de permutar o conhecimento nesse camções com Portugal. marachesco, secretario da legação e Sob o ponto de vista intelectual, o - cônsul, de nacionalidade portuguesa. po, tanto que penso em piomover o intercambio de antologias literárias». dr. Blaga deve ser considerado cómoO sr. dr. Biaga, que havia'chegado, das figuras mais representativas da lia pouco, de se avistar com o sr. ge- Nesta altura o rir. Blaga dá-nos a Roménia actual. E' mesmo o chefe es-e neral Carmona, atendeu jubilosamen- noticia de estar em preparação na ,,irilual e iniciador da nova escola íi-f te os jornalistas, a quem sua esposa, Roménia, uma antologia de poetas bsofica romena, tendo sido quem,) com verdadeiro requinte de gentileza, portugueses contemporâneos, orientada por João Pillat, um dos mais nopela primeira voz definiu, por assim fez servir um chá delicado. •íizer, a filosofia do povo romeno,- Entretanto a conversa generalizou- táveis poetas romenos. E, a propósicontribuindo, assim, para a transfor-i se e muito particularmente foram io- to, fez-nos esta confidencia, que os objectivos obrigam a vir a publicidamação da sua e cultura uultura moderna critica,patriarcal elevandoemí o jcados assuntos portugueses, que o sr, de, para a sua necessária divulgação: genuíno romeno aos cumes do pen-\fà Blaga e sua esposa mostraram co«Procuro, nesta altura, um poeta samento universal. _ _ Inheoer no seu aspecto social e étnico. português a quem possa encontrar um Por isso o sr. dr. Blaga ó conside-jlrjitaram-se obras e escritores — os re- colaborador para as traduções necesrado o chefe espiritual da juventude!|centes livros do Conde Reynolds e do sárias para uma obra mais vasta nesio seu país e, como tal, exerce ant-11 diplomada Gallop. A certa altura o se sentido. E penso, depois, promover la actividade literária, Já no campoJ nosso ilustre colega Augusto Pinto, a tradução rios romances mais' repreterario propriamente dito como nosjjverdadeiro jornalista internacional, a sentativos dos dois países, alem doueios científicos. Eleito membro da j| propósito das suas andanças por ter- tros trabalhos que possam ser úteis á :ademia Romena foi, igualmente, | a s estremes, descobre, nas reminis- valorização intelectual dos nossos amado a dirigir a cadeira de filoso- jcencias do dr. Blaga acerca das suas povos?, ... • " " " viagens diplomáticas, amizades co- E a fechar; da Universidade de Chyi o que > impediu que mantivesse o ritmo muns, pontos de contacto verdadeira- «Espero, apenas, a ocasião mais mente inesperados e a entrevista, den- apropriada para iniciar a missão a tro em pouco, era verdadeiramente que me votei». m afectiva. E assim terminou a encantadora reO sr. dr. Blaga que, acima de tudo, cepção daria por um diplomata-inte* se sentia ali em função oficial, teve lectual aos jornalistas portugueses. oportunidade de salientar a sua satis Ambiente familiar e espiritual, eis a facão por ter vindo a Portugal e a característica do primeiro contacto do honra de ter sido recebido pelo Chefe novo representante da Roménia com o do Estado, após o que se sentia na povo português — verdadeira saúda obrigação de estabelecer imediato ção fraternal e inusitada. contacto com a sociedade portuguesa. S. C. Foi esse o motivo porque chamou os jornalistas a sua casa. Como jornalista e escritor conhece o papel da imprensa nos paises cultos. •'. Surge o problema das relações luso: romenas e o nosso ilustre hospede ; fdea, a certa altura, a necessidade de 0 esclarecer, para a sua melhor com: preensão. Solicita, mesmo, aos jornalistas presentes que, sempre, que qual-1 quer duvida se ofereça acerca do as: sim to, a procurem resolver junto dele, mais como colega do que diplomata. f 1 , Aspectos da vida e ética \ dos dois povos ' O ' escritor não deixa de fazer-se 1 sentir, também, durante a conversa. E o sr. dr. Blaga, orientado, por vezes, pelo sr.Camarachèsco, ja mais familiarizado com a vida portuguesa manifesta o seu desejo de conhecer mais particularmente a vida intelectual, artística e cultural do nosso pais. E para o justificar, di2, a certa altura: ••Embora natural do outro extremo di\ Europa, senti-me agradavelmente .surpreendido por me sentir aqui muito mais em minha casa do que em ; qualquer dos outros paises, onde ; servi a minha pátria. Aqui, entre I portugueses, tudo c novo para mim mais como colega ro que diplomata. Aspectos cia videi e ética •»••"• dos dois povos • O escritor « í i o dwxa de fazer-se sentir, também, durante a conversa. E o sr. dr. Blaga, orientado, por vezes, pelo sr. Camarachesco, já mais farni J liarizado com a vida portuguesa, manifesta o seu desejo de conhecer mais particularmente a vida intelectual, artística e cultural do nosso pais. E para o jusiáicar, diz, a certa altura: «Embora natural <So outro extremo da Europa, senti-me agradavelmente surpreendido por me sentir aqui muito mais em minha casa do que em qualquer dos outros paises, onde servi a minha pátria. Aqiri, entre portugueses, tudo c novo para mimi mas, ao mesmo tempo, tudo rue :parece conhecido numa vida anterior—se me permitem recorrer á mitologia platónica. " «Na realidade, este estranho sentimento do reconhecimento dum mundo novo é devido, provavelmente a pro;fundo parentesco ancestral, que existe entre os povos romerjo e português. E ;este parentesco de substancia faz-se sentir mesmo quando as manifestações dos dois povos se verificam diametralmente opostas. Assim posso dizer que vós, portugueses, tivesteis, sempre, o Oceano como horizonte material e espiritual," enquanto os romenos tiveram a montanha. Mas, coisa curiosa, a melancolia dos Ionges e da solidão foi sentida pelos nossos •povos e é interessante saber que o 'sentimento, considerado pelos rome,nos como especificamente nacional ique se denomina dôr, correspond e exactamente ao sentido tia saudade tão portuguesa». O eispecío politico da missão do novo diplomata—ir<teíscíual Madame Blaga, verdadeiramente interessada neste peato das considerações de seu marido, rectifica, por assim dizer algumas das suas concepções acerca da ética portuguesa e bem haja o nosso camarada Augusto Pinto que, nesta emergência, nao re, ceou atacar alguns «narizes de cera» patenteados aos esíranjeiros. O «fado» e outras brotoejas da vida natío, nal foram reduzidas às suas devidas proporções como manifestações especificas e é bom que assim suceda, para honra de todos nós e defesa da verdade histórica c moral. Entretanto o sr. dr. Blaga invocou o papel politico da nta missão diplomática e, sob esse aspecto, conside-' rou a circunstancia íte ter chegado aPortugal no momento em que, na evolução hisíorica dos dois povos, se! esboçam semelhanças no angulo da! vida rio Estado. Algumas palavras declara admiração petas figuras do general Carmona e rio Chefe Salazar fazem evocar, tamben, outra figura que, nas margens do «Mar Negro», cons,troe igualmente, uta «estado novo»— o Rei CaroL . E afirma-nos, depois, o ilustre diplomata: «Encontro, frequentemente, nos vossos jornais, nma expressão feliz—«politica do espirito». E* em nome, pois, dessa politica do espirito que venho até vós. Sendo evidente que as relações económicas entre Portugal e a Roménia preocupam o diplomata, que pode afirmar, entretanto, que elas se encontram era bom caminho, como homem de lenas e professor universitário preocupa-me o facto dos