HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
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HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares Elaboração Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - FMUSP Manual aprovado em reunião da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP São Paulo 2009 - 2011 4ª edição SUMÁRIO Tratamento de Infecções FICHA CATALOGRÁFICA Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações para a prevenção de infecções hospitalares / coordenadores: Anna Sara S. Levin, M. Beatriz Souza Dias, Maura S. Oliveira, Renata Desordi Lobo. – São Paulo: Hospital das Clínicas FMUSP, 2009-2010. 222 p. 1. Agentes anti-infecciosos. 2.Infecção Hospitalar / quimioterapia. 3. Infecção Hospitalar / prevenção e controle. 4.Antibióticos / uso terapêutico. 5. Antibióticos / administração e dosagem. I. Título. II. Levin, Anna Sara S. III. Souza Dias, M. Beatriz. IV Oliveira, Maura S. V. Lobo, Renata Desordi. ISBN 978-85-62664-00-7 - 4ª edição 2 SUMÁRIO Tratamento de Infecções GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador Dr. José Serra SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Secretário Dr. Luiz Roberto Barradas Barata Chefe de Gabinete Reinaldo Noboni Sato HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Presidente do Conselho Deliberativo Prof. Dr. Marcos Boulos Diretor Clínico Prof. Dr. José Otávio Costa Auler Jr. Superintendente Dr. José Manoel Camargo Teixeira Chefe de Gabinete Dr. Haino Burmester SUMÁRIO 3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Gestão 2007 - 2010 Prof. Dr. Antonio Alci Barone Presidente Dr. Alfio Rossi Junior Dra. Ana Lucia L. M. Lima Prof. Dra. Anna Sara Shafferman Levin Dr. Cornelius Mitteldorf Dr. David de Souza Gómez Dra. Denise Schout Enf. Edmilson Cunha Almeida Dra. Flávia Rossi Dr. Haino Burmester Dr. José Ulysses Amigo Filho Enfa. Leda Maria D. Pavani Profa. Dra. Maria Aparecida Shikanai Yasuda Enfa. Maria Ivone Afonso Amaral Dra. Maria Paula Siqueira de Melo Peres Dra. Maristela Pinheiro Freire Dr. Pedro Takanori Sakane Dra. Priscila Rosalba Domingos de Oliveira Dra. Silvia Silva de Oliveira Dra. Sônia Lucena Cipriano Dra. Sueli Fátima de Bastos Dra. Tânia Mara V. Strabelli Dra. Thaís Guimarães Dr. Wladimir Alves Pereira SUMÁRIO EQUIPE TÉCNICA DE TRABALHO Coordenação Dra. Maura Salaroli de Oliveira Enfa. Renata Desordi Lobo Profa. Dra. Anna Sara S. Levin Dra. M. Beatriz G. Souza Dias Colaboradores Dr. Adriano Rotger Armelin Enf. Adriana Pereira Paula Ft. Adriana Sayuri Hirota Dra. Aléia Faustina Campos Dra. Alessandra Carvalho Goulart Dra. Alessandra Saito Regatieri Dr. Alexandre Suzuki Horie Dr. Alfio Rossi Júnior Dra. Alice Tung Wan Song Enfa. Amanda Maciel Dra. Ana Carolina Posada Dra. Ana Cristina Garcia Ferreira Dra. Ana Lúcia Munhoz Dra. Ana Luiza Gibertoni Dra. Ana Marli Christovan Sartori Dra. Ana Paola Castagnari Dra. Ana Paula Volpato Dra. Ana Paula Matos Porto Dra. Ana Silvia de Andrade Dra. Ana Paula da Silva Herbella Dr. André M. Siqueira Dr. André Machado Luiz Dr. André Oliveira Paggiaro Dra. Andréa Remígio Oliveira Leite Dra. Ângela Carvalho Freitas Dra. Atalanta Ruiz Dra. Bernadete de Lourdes Liphaus Dra. Bianca Grassi de Miranda Souza Dr. Brenno A. A. Falção Prof. Dr. Bruno Zilberstein Dra. Camila de Almeida Silva Dra. Candida Paris Enfa. Carla Renata Couto Dr. Carlos Alberto Maganha Dr. Carlos Diêgoli Dr. Carlos Gustavo Moraes Dr. Celso Ricardo B. Neves Dra. Christiane Takeda Dra Christina T. Gallafrio Dra. Cinthia Yukie Kuga Dra. Claudia Mangini SUMÁRIO Aux.Enf. Cleide Roque dos Santos Dr. Cleyton Gregory Dra. Cilmara Polido Garcia Dr. Cornelius Mitteldorf Dr. Cristiano Melo Gamba Dra Daniela Mayumi Matsuoka Enf. Daiane Cais Dr. Daniel L. Bartmann Dr. Danilo Duarte Prof. Dr. David Everson Uip Enfa. Doris Aoshima Dr. Edison Manrique Dr. Edson Abdalla Dr. Edson Carvalho de Melo Prof. Dr. Eduardo Alexandrino S. de Medeiros Dr. Eduardo Moreira Dra. Eliana Battaggia Gutierrez Dra. Emy Akiyama Gouvea Dra. Érika Ferrari Prof. Dr. Evandro Baldacci Dra. Evelyne Santana Girão Dr. Everton Alvarez Ferreira Dr. Fabiano R. Maximino Enfa. Fernanda de Souza Spadão Dra. Fernanda Maffei Dr. Fernando Campos Gomes Pinto Dr. Fernando de Paula Machado Dr. Francisco Torgller Filho Dr. Frederico Leon Fernandes Dra. Gisele Duboc Dra. Gladys Villas-Boas de Prado Dra. Gláucia F. Varkulja Dr. Gustavo L. Guimarães Dra. Heloise M. Camilotti Codo Dr. Hugo Abensur Dr. Ícaro Bszczowski Enfa. Isabel Cristina V. S. Oshiro Dra. Jéssica Fernandes Ramos Dr. João Carlos Pereira Gomes Dr. João Nóbrega de Almeida Jr. Prof. Dr. José Eduardo Monteiro da Cunha Tratamento de Infecções Dr. José Jukemura Dr. José Mauro Vieira Júnior Dra. Josefina Eugênia Xavier de Lucena Dr. Julio Croda Enfa. Karina M. Peron Dra. Karina T. Miyagi Dr. Karim Yakub Ibrahim Dra. Lara Gurgel Távora Enfa. Laura Maria B. Gomes Dra. Ligia Pierrotti Dra. Luciana Miyamoto Dr. Luciano Bello Costa Dra. Luciana Moura Gori Dr. Luiz Carlos Neves de Oliveira Dr. Marcelo Magri Dr. Marcos Cyrilo de Brito Dra. Maria Aparecida S. Teixeira Dra. Maria Esther Graf Dra. Maria Ivete Boulos Enfa. Maria Rosa Cursino Dra. Maria Silvia Biagioni Santos Dra. Mariana Garcia Croda Enfa. Marion Elke S. Araya Dra. Marília Miranda Franco Dra. Marisol M. M. Santos Enfa. Mariusa Basso Enfa. Marlene Seiko I. Oshiro Profa. Dra. Marta Heloisa Lopes Dra. Maysa Yano Dra. Melissa Mascheretti Dra. Mirian de Freitas Dalben Dra. Mônica Velhote Dra. Nelmy Angela Saad Dra. Nilza Martins Ravazoli Brito Dra. Olivia Mari Matsuo Dra. Patrícia B. Martino Dra. Patrícia Bonazi Dra. Paula Resende Marques da Silva Dr. Paulo Afonso Martins Abati Prof. Dr. Paulo Rossi Menezes Dr. Pedro Paulo Pereira Dr. Pedro Takanori Dra. Priscila R. D. Oliveira Dra. Rachel Russo Leite Dr. Rafael Said dos Reis Dr. Rafael da Silva Dr. Raphael Abegão Dra. Regina C.R.M. Abdulkader Dra. Renata Maronna Praça Dra. Renata Puzzo Bortoleto Dr. Ricardo K. M. Albernaz Dr. Ricardo Vasconcelos Dr. Ronaldo C. B. Gryschek Prof. Dr. Roberto Eduardo Bittar Dr. Rogério Zeigler Dra. Rosana Richtmann Dra. Rosilene de Mata Elios Dr. Rubens Antonio Aissar Sallum Enfa. Satiko Gobara Dra. Sílvia Figueiredo Costa Dra. Silvia Pereira Goulart Dra. Sílvia Vidal Campos Farm. Suzana Zaba Walczak Dra. Tânia Mara V. Strabelli Dr. Tálib M. Moussallem Dra. Tatiana S. Goldbaum Dra. Teresa Ganido Dra. Thais Guimarães Dr. Thiago Zinsly Sampaio Camargo Dra. Valéria Paes Lima Profa. Dra. Vera Krebs Dra. Vivian I. A. Silva Dra. Viviane R. Figueiredo Enfa. Viviane Resende Dra. Viviani Rossi Enfa. Walquíria Barcelos de Figueiredo Agradecimento Aos professores da FMUSP, aos médicos do HC e a todos aqueles que contribuiram para as discussões das condutas, nos emprestando seu tempo e seu conhecimento. Em especial, agradecemos ao Grupo de Interconsulta do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP Apoio administrativo Sueli Ferreira Sena - e-mail: [email protected] - Fone/Fax:(11) 3069-7066 6 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Apresentação Nova Edição do Guia Os antimicrobianos e antinfecciosos em geral são medicamentos de evolução muito dinâmica, em virtude do comportamento dos microrganismos em relação a essas drogas. O desenvolvimento de resistência, especialmente se os medicamentos são usados de maneira inadequada, é rápido e inevitável, fazendo com que a droga se torne de utilidade cada vez menor. Desta sorte, a atualização periódica dos conhecimentos nessa área é mandatória e deve ser realizada com uma freqüência que atenda a esse fenômeno. Da mesma sorte, o comportamento dos profissionais da área da saúde em relação ao controle da infecção hospitalar também deve acompanhar a evolução rápida que vem ocorrendo nessa área em todo o mundo. Já se fala em “infecção zero”, um conceito que no passado próximo era considerado inatingível. Por todas essas razões, recebemos com muita satisfação a nova edição do nosso “Guia de Utilização de Anti-Infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares”. Como sempre, ele traduz um esforço conjunto de um grande número de colaboradores que militam na área de controle de infecção hospitalar ou de atividades afins. Certamente, ele terá a habitual repercussão e será cada vez mais útil não apenas em nosso Complexo Hospitalar HC-FMUSP, como em todo Estado de São Paulo e mesmo no nosso imenso país. Antonio Alci Barone Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HC-FMUSP Professor Titular - Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP SUMÁRIO 7 Tratamento de Infecções Introdução A resistência bacteriana decorre principalmente do uso de antimicrobianos. Estes agentes são muito importantes, têm contribuído para salvar vidas, porém tem seu preço “ecológico”. Assim, devem ser utilizados somente quando necessário e de modo adequado em termos de posologia e duração de tratamento. O Complexo Hospital das Clínicas alberga pacientes com condições clínicas diversas, frequentemente muito graves. O uso de antimicrobianos pode ser fundamental para a sobrevida desses pacientes. Através do Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares esperamos orientar a escolha do tratamento e a profilaxia em diversas situações clínicas e cirúrgicas. A elaboração deste manual envolveu um grande número de profissionais das diversas especialidades médicas, o que contribui para melhorar a qualidade das informações aqui reunidas. As condutas foram discutidas com as diferentes especialidades e lastreadas em evidências da literatura da melhor qualidade disponível. Em algumas situações, sobre as quais não há registro de estudo, a discussão entre a CCIH e a especialidade envolvida, com respaldo dos princípios gerais de uso adequado de antimicrobianos, orientou a conduta aqui sugerida A primeira parte do manual contém as recomendações para tratamento anti-infeccioso, seguida das orientações para profilaxia antimicrobiana em situações clínicas e cirúrgicas. A última parte apresenta recomendações para a prevenção de infecções hospitalares, que são de interesse médico geral. Ao final encontram-se as orientações de doses e de como encaminhar propostas de inserção ou modificação das condutas. Para esta quarta edição, foram revisados e atualizados alguns tópicos, devido às mudanças no conhecimento médico. Novas seções, como tratamento de bactérias multi-resistentes, da infecção associada a derivação ventrículo-peritoneal, profilaxia da doença meningocóccica e da varicela-zoster pós exposição, entre outros, foram adicionadas. No interesse do pequeno espaço disponível as fontes de informação e a bibliografia não foram citadas no texto, mas estão à disposição no GCIH. 8 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Sumário Tratamento de Infecções Abdome Agudo Inflamatório...................................................................................... 12 Aspergilose Invasiva.................................................................................................... 13 Bactérias multirresistentes........................................................................................... 16 Candida spp. - Infecções Invasivas e Candidemia......................................................... 17 - Infecções Cutâneo-mucosas................................................................. 18 Cateter Venoso Central - Óstio ................................................................................... 21 Túnel.................................................................................... 22 Bacteremia primária.............................................................. 23 Coleta de Hemocultura......................................................... 25 Clostridium difficile..................................................................................................... 27 Criptococose............................................................................................................... 28 Diarréia Aguda............................................................................................................ 31 Endocardite em valva protética................................................................................... 33 Endocardite em valva nativa........................................................................................ 34 Ginecologia (DIP)....................................................................................................... 38 Grande Queimado...................................................................................................... 39 Hemodiálise................................................................................................................ 42 Herpes simples............................................................................................................ 45 Infecções associadas à Derivação Ventrículo Peritoneal (DVP)....................................... 46 Meningites em Pediatria.............................................................................................. 48 Meningites em Adultos............................................................................................... 51 Neutropenia Febril em Adulto..................................................................................... 52 Neutropenia Febril em Pediatria................................................................................... 54 Obstetrícia - Infecção do Sítio Cirúrgico..................................................................... 58 M. ovular............................................................................................... 59 I. Puerperal............................................................................................ 59 Abortamento......................................................................................... 59 Mastite.................................................................................................. 60 Ortopedia................................................................................................................... 61 Otorrinolaringologia (Amigdalite, Otite, Sinusite)........................................................ 62 Parasitoses Intestinais.................................................................................................. 63 Pâncreas e Vias Biliares................................................................................................ 69 Partes moles: Infecções de Pele................................................................................... 70 Infecções Necrotizantes......................................................................... 71 Pé diabético.......................................................................................... 74 Peritonite associada a diálise peritoneal....................................................................... 77 Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE)........................................................................ 78 Pneumonia Comunitária do Adulto............................................................................. 79 SUMÁRIO 9 Tratamento de Infecções Pneumonia Comunitária em Pediatria.......................................................................... 83 Pneumonia relacionada à assistência à sonda (inclui PAV)............................................ 85 Coleta de secreção traqueal em pacientes traqueostomizados ou entubados............... 86 Pneumopatia por Aspiração (adulto)........................................................................... 87 Trato Urinário:............................................................................................................. 88 Candidúria........................................................................................... 92 Urologia..................................................................................................................... 93 Vírus Sincicial Respiratório........................................................................................... 94 Profilaxia Cirúrgica Antibioticoprofilaxia - Princípios Gerais........................................................................ 95 C. Cabeça e Pescoço.................................................................................................... 96 C. Cardiovascular........................................................................................................ 97 C. Gastrointestinal...................................................................................................... 98 C. Ginecológica........................................................................................................... 101 C. Neurológica............................................................................................................ 102 C. Obstétrica . ............................................................................................................ 103 C. Oftalmológicas....................................................................................................... 104 C. Ortopédica............................................................................................................. 105 C. Otorrinolaringológica.............................................................................................. 106 C. Plástica................................................................................................................... 107 C. de Tórax................................................................................................................. 108 C. em Urologia e procedimentos................................................................................. 109 C. Vascular.................................................................................................................. 112 Cirurgias por vídeo...................................................................................................... 113 Transplante de Órgãos Sólidos..................................................................................... 114 Trauma....................................................................................................................... 115 Profilaxia Não Cirúrgica Acidente Ocupacional com Risco Biológico (Infecção por HIV/HBV).............................. 117 Doença Meningocócica............................................................................................... 121 Endocardite Infecciosa................................................................................................ 123 Estreptococcus Grupo B em RN................................................................................... 125 Mordedura Humana e de Animais............................................................................... 127 Peritonite Bacteriana Espontânea................................................................................ 128 Pacientes cirróticos com hemorragia digestiva alta....................................................... 128 Procedimentos Endoscópicos...................................................................................... 129 Profilaxia de Fungos em Pacientes Neutropênicos........................................................ 130 Profilaxia de Fungos em Pacientes Críticos................................................................... 130 Tétano........................................................................................................................ 131 10 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Varicela-Zoster no Hospital.......................................................................................... 132 Vítimas de violência sexual.......................................................................................... 135 Recomendações para Prevenção de InfecçÃO Hospitalar Microrganismos Multirresistentes: Critérios para início e retirada de isolamento de contato e investigação de contactantes.............. 136 Precaução para Clostridium difficile............................................................................. 144 Precaução para isolamento Precaução padrão.................................................................................................... 145 Precaução de contato.............................................................................................. 147 Precaução respiratória com aerossóis....................................................................... 148 Precaução respiratória com gotícula......................................................................... 149 Tabela de infecções/microrganismos e tipo de isolamento......................................... 150 Prevenção de Infecções do Trato Urinário associado a Cateter Vesical de Demora....................................................................................... 159 Cateterismo Vesical Intermitente Hospitalar.............................................................. 161 Cateterismo Vesical Intermitente Domiciliar.............................................................. 162 Prevenção de infecção associada a cateteres intravasculares........................................ 163 Prevenção de infecção respiratória.............................................................................. 169 Cuidados com equipamentos de assistência respiratória........................................... 171 Prevenção de infecção do sítio cirúrgico...................................................................... 175 Uso de antissépticos................................................................................................... 179 Tuberculose - Biossegurança e Precaução Respiratória.................................................. 181 Vacinação de profissionais de saúde............................................................................ 183 doses de Antimicrobianos Função Renal Normal (Adultos e Pediatria).................................................................. 187 Função Renal Alterada................................................................................................ 189 Função Hepática Alterada........................................................................................... 194 Uso de Anti-infecciosos na gestação........................................................................... 195 Tabela de Diluição de Antimicrobianos........................................................................ 202 Proposta de modificação / Inserção de condutaS................................... 217 ÍNDICE REMISSIVO................................................................................................... 218 SUMÁRIO 11 Tratamento de Infecções Tratamento de Infecções Abdome Agudo Inflamatório TIPO Apendicite edematosa ou úlcero flegmonosa Apendicite perfurada, abscesso local ou peritonite Diverticulite ANTIMICROBIANO Cefoxitina ou Cloranfenicol ou DOSE AO DIAGNÓSTICO INTERVALO 2 g 1 g 6/6h 2 g Metronidazol + 0,5g + Gentamicina* 240 mg Metronidazol ou Cloranfenicol + 1 g 6/6h 24h 0,5 g 8/8 h + 3-5 mg/Kg IV d.u. diária 0,5 g 0,5 g 8/8h 2 g 1 g 6/6h Gentamicina* 240 mg DURAÇÃO 3-5 mg/Kg IV d.u. diária > 5 dias e 72h sem sinais de infecção ∗∗ Fazer cobertura para Enterococcus se houver: • Gram da coleção ou bacteremia por cocos Gram positivos Ampicilina 2 g 2 g IV 6/6h • Má resposta ao tratamento clínico de diverticulite Até o esclarecimento do diagnóstico microbiológico • Desenvolvimento de coleção intraabdominal • Peritonite terciária * Usar ceftriaxone (2 g seguido de 1 g 12/12h) se insuficiência renal ou alto risco de insuficiência renal ∗∗ para suspensão do antimicrobiano: leucograma normal e apirexia > 72h d.u. - dose única 12 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Aspergilose Invasiva A abordagem diagnóstica e terapêutica da aspergilose é complexa e deverá ser acompanhada por um infectologista experiente. Critérios Clínico-Radiológicos Trato Respiratório Inferior Maiores → qualquer dos seguintes sinais na tomografia de tórax: sinal do halo, sinal do ar crescente, cavitação Menores → sintomas de infecção do trato respiratório inferior (tosse, dor torácica, hemoptise, dispneia), atrito pleural, derrame pleural, infiltrado pulmonar que não preencha critérios maiores. Sinusite Maiores → sinais radiológicos de infecção invasiva nos seios (p. ex. erosões da parede dos seios, extensão da infecção para estruturas vizinhas, destruição da base do crânio). Menores → sinais de infecção do trato respiratório superior (coriza), úlcera da mucosa nasal, epistaxe, edema periorbital, lesões necróticas ou perfuração do palato duro. Sistema Nervoso Central Maiores → evidência radiológica de infecção do sistema nervoso central (mastoidite ou outro foco parameníngeo, empiema extradural, lesão de massa no parênquima cerebral ou na medula espinhal). Menores → sintomas e sinais neurológicos focais (p. ex. convulsões, hemiparesia, paralisia dos pares cranianos), alteração do nível de consciência, alterações liquóricas. Critérios do Hospedeiro Neutropenia (N<500) por tempo >10 dias. Febre persistente por >96h em paciente de alto risco (transplante de medula óssea, indução de leucemia mieloide aguda, mieloma múltiplo, transplante de órgãos sólidos) com ATM de largo espectro. Temperatura >38 ou <36 e uma destas condições predisponentes: neutropenia prolongada (>10 dias) nos 60 dias prévios, uso atual ou nos 30 dias anteriores de imunossupressores, infecção provável ou comprovada em episódio anterior de neutropenia, Aids. Doença do enxerto versus hospedeiro. Uso de corticoides por >3 semanas nos 60 dias prévios. SUMÁRIO 13 Tratamento de Infecções Iniciar terapêutica na: Aspergilose possível: pelo menos 1 critério do hospedeiro + - Cultura ou micológico direto positivo, ou um critério clínico-radiológico maior ou 2 critérios menores. Aspergilose provável: pelo menos 1 critério do hospedeiro + cultura ou micológico direto positivo + - Um critério clínico-radiológico maior ou 2 critérios clínicos menores. Aspergilose confirmada: evidência histológica de dano tecidual, com ou sem cultura positiva. Tratamento de eleição 1. Aspergilose provável/confirmada: DROGAS PREFERENCIAIS: Anfotericina B lipossomal* (Ambisome ®) 3 mg/kg/dia IV (não há eficácia de doses maiores) ou Anfotericina B complexo lipídico* (Abelcet ®) 5 mg/kg/dia IV ou Voriconazol 6 mg/kg 12/12h IV no primeiro dia, seguido de 4 mg/kg 12/12h. Após reconstituição a solução é estável por 24h. Na insuficiência renal (Cl Cr < 50 ml/min), a formulação IV do voriconazol é contra-indicada. 2. Aspergilose provável/confirmada resgate: Substituir por outra droga preferencial ou adicionar outra droga para tratamento combinado (consultar infectologista). 3. Aspergilose possível Anfotericina B deoxicolato* 1-1,5 mg/Kg/dia. Em caso de toxicidade incontornável, o caso deverá ser discutido com o infectologista. A administração de todas as formulações de anfotericina B deve ser precedida de pré-medicação para minimizar os efeitos colaterais; Hidrocortisona 25 - 50 mg + Dipirona 1g IV 30 min. antes da infusão; SF 0,9% 500 mL 1h antes e 1h após o término da infusão (se condições clínicas permitirem); Adicionar, se necessário, anti-histamínico (difenidramina (Benadryl®) 1/2 amp IV); Se os tremores não forem controlados, utilizar solução decimal de dolantina IV. 14 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Duração do tratamento Manter terapêutica IV até estabilização da doença. Após este período, manter voriconazol VO 200 mg 12/12h. A duração total do tratamento não está estabelecida - consultar infectologista. Conduta diante de nova quimioterapia ou Transplante de Medula Óssea Deve-se considerar continuação do tratamento ou reinício do mesmo para pacientes cuja infecção esteja aparentemente resolvida. SUMÁRIO 15 Tratamento de Infecções Tratamento de Bactérias Multirresistentes BACTÉRIA / INFECÇÃO 1ª OPÇÃO OUTRAS OPÇÕES Ampicilina+ aminoglicosídeo Linezolida Tigeciclina* Enterococo resistente a vancomicina Sensível a ampicilina e aminoglicosídeos Sensível a ampicilina e alto nível Ampicilina de resistência para aminoglicosídeos Linezolida Tigeciclina* Resistente a ampicilina Linezolida Tigeciclina* Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h Quinolona Resistente a ampicilina - Infecção do trato urinário baixo MRSA Vancomicina MRSA R a outras classes de ATM Teicoplanina Linezolida (para casos de farmacodermia com glicopeptideos) MRSA adquirido na comunidade S. aureus resistente a oxacilina, sensível a outras classes de ATM • Infecção pele-partes moles leves/moderadas Sulfametoxazol-trimetropim ou Clindamicina • Pneumonia Sulfametoxazol-trimetropim Vancomicina (para infecções graves) • Infecções pele-partes moles graves com bacteremia Vancomicina • Infecção de Corrente Sangüínea Doxiciclina Teicoplanina Linezolida (para casos de farmacodermia com glicopeptideos) Acinetobacter spp resistente a carbapenem Sensível a ampicilina-sulbactam Ampicilina-sulbactam Polimixina Tigeciclina* Resistente a ampicilina-sulbactam Polimixina Tigeciclina* Sensível a piperacilina-tazobactam Polimixina Piperacilina-tazobactam Resistente a piperacilina-tazobactam Polimixina - Pseudomonas resistente a carbapenem Bactérias produtoras de b-lactamase de espectro estendido (ESBL) ITU Ciprofloxacina ou Aminoglicosídeo Pneumonia Bacteremia Imipenem ou Meropenem Meningite Meropenem Infecções intra-abdominais Ciprofloxacina ou Aminoglicosídeo + droga anerobicida Piperacilina-tazobactam ou Ertapenem ou Imipenem ou Meropenem Ciprofloxacina ou Ertapenem Piperacilina-tazobactam ou Ertapenem ou Imipenem ou Meropenem *Tigeciclina - uso clínico aprovado apenas para inf. pele + partes moles e inf. intra-abdominal. A concentração sérica e urinária não atinge níveis terapêuticos. 16 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Candida spp. - Infecções Invasivas e Candidemia Situação Opções Sem uso prévio de azólico Fluconazol (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol) Anfotericina B* Uso prévio de azólico nos últimos 30 dias Anfotericina B* (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol) Caspofungina ou formulações lipídicas de anfotericina B, se insuficiência renal (clearance de creatinina < 50 mL/min) ou reação incontrolável à infusão de anfotericina Tempo mínimo de tratamento: 14 dias Atenção: remover todos os cateteres venosos centrais Droga Comentários Anfotericina B* • Dose: 0,7 - 1 mg/kg/dia • Diluir em 500 mL SG 5% e infundir em 6 a 24h • Não utilizar em C. guilhermondi e C. lusitaniae Formulações lipídicas de anfotericina B* • Amphocyl® – 3mg/kg/dia • Abelcet® – 5 mg/kg/dia • Custo elevado • Indicações de uso: - Reação incontrolável à infusão de anfotericina B (esgotadas as medidas de controle*); - Insuficiência renal (clearance de creatinina < 50 mL/min) Fluconazol • Dose: 800 mg no 1º dia, seguido de 400 mg/dia (6 mg/kg/dia) • Não utilizar em C. krusei • Experiência limitada em neutropênicos Caspofungina • 70mg IV no 1º dia, seguido de 50 mg/dia • Experiência limitada em neutropênicos • Custo elevado * A administração de todas as formulações de anfotericina B deve ser precedida de pré-medicação, para minimizar efeitos colaterais: • Hidrocortisona 25 - 50 mg + Dipirona 1g IV 30 min. antes da infusão; • SF 0,9% 500 mL IV 1h antes da infusão e 1h após seu término (se condições clínicas permitirem); • Adicionar, se necessário, anti-histamínico (difenidramina (Benadryl®) 1/2 amp IV); • Se os tremores não forem controlados, utilizar 2 mL de solução decimal de dolantina IV. SUMÁRIO 17 Tratamento de Infecções Candida spp. - Infecções cutâneo-mucosas 1. Candidíase oral 1.1. Pacientes com infecção por HIV ou com outras patologias (exceto neutropênicos) Nistatina (pastilhas) ou 1 a 4 ml 4x/dia por 14 dias tempo contato >2 minutos Recidiva Repetir tratamento se recuperação imunológica prevista Sem resposta Fluconazol 200 mg no D1 e 100 mg/dia por 7-14 dias ou Itraconazol 200 mg/dia por 14 dias ou Cetoconazol 200 mg/dia por 14 dias 1.2. Quadro extenso de candidíase oral: • Fluconazol 200 mg no primeiro dia seguido de 100 mg/dia 7-14 dias (após melhora clínica) • Itraconazol 200 mg/dia (14 dias) ou • Refratária ou intolerância ao fluconazol: - Anfotericina B IV 0,3 - 0,5 mg/kg por 7-14 dias - Caspofungina 50 mg/dia IV por 14 dias 2. Candidíase vaginal 2.1. Gestante → tratamento tópico 2.2. Mulheres não-gestantes Tratamento Tópico: • Clotrimazol ou 18 - 500 mg 1x/dia em dose única ou - 200 mg 1x/dia por 3 dias ou - 100 mg 1x/dia por 6 a 14 dias SUMÁRIO Tratamento de Infecções • Miconazol - 5 g creme 1x/dia por 7 dias ou - 200 mg em susp. vaginal por 3 dias ou • Tioconazol creme 6,5% aplicação única Tratamento Oral: • Fluconazol 150 mg 2 doses com intervalo de 3 dias (casos graves) ou • Cetoconazol 200 mg 12/12h por 5 dias ou • Itraconazol 200 mg 1x/dia por 3 dias Obs.: • A nistatina não deve ser utilizada no tratamento da candidíase vaginal. • Não é necessário tratar o marido assintomático. 2.3. Candidíase vaginal grave e recorrente • Clotrimazol tópico 1 vez por semana ou • Cetoconazol 100 mg/dia VO ou • Cetoconazol 400 mg/dia VO nos 5 primeiros dias do ciclo menstrual (se menstruação for fator de risco). • Fluconazol 150 mg VO 1x/semana por 6 meses 3. Candidíase Esofágica Diagnóstico clínico - realizar tratamento empírico. Se não houver melhora clínica em 72 horas ou suspeita de candidíase refratária, realizar endoscopia digestiva alta. Cultura e teste de sensibilidade devem ser realizados em caso de candidíase refratária. • Fluconazol 200 mg/dia VO por 21 dias ou • Itraconazol 200 – 400 mg VO por 14 dias • Anfotericina B 0,3 - 0,5 mg/kg/dia por 14 - 21 dias • Caspofungina 50 mg/dia por 14 - 21 dias Obs: • Pacientes com Aids antes do uso de antirretrovirais apresentam 90% de recidiva. • A profilaxia é controversa e não deve ser indicada como rotina. • O uso de itraconazol em solução oral diminui os problemas de absorção com hipocloridria e ingestão de alimentos (não-disponível no Brasil). SUMÁRIO 19 Tratamento de Infecções 4. Onicomicose • Terbinafina 250mg/dia, uso contínuo por 4 a 6 meses ou • Itraconazol 400mg/dia durante 1 semana a cada 4 semanas (pulsoterapia) ou • Itraconazol 200mg/dia, uso contínuo - Pés: até 6 meses - Mãos: até 4 meses 5. Dermatofitoses Utilizar preferencialmente o tratamento tópico. Indicações de tratamento sistêmico: Doença extensa Falha da terapia tópica Intolerância ao uso tópico Tinea capitis Comprometimento palmar ou plantar extenso Imunossupressão 5.1. Tinea pedis • Itraconazol • Fluconazol • Cetoconazol • Terbinafina 20 − − − − 400 mg/dia por 7 dias 150 mg/semana por 4 semanas 200 mg/dia por 2 a 6 semanas alternadas 250 mg/dia por 3 semanas 5.2. Tinea capitis • Griseofulvina − − • Itraconazol • Terbinafina − 500 mg/dia por 6-12 semanas 100 mg/dia por 6 semanas Peso<20Kg - 125 mg/dia Peso 20-40Kg - 250 mg/dia Peso>40Kg - 500 mg/dia Até cura clínica e micológica 5.3. Tinea corporis • Itraconazol − − • Terbinafina • Fluconazol − 100 mg/dia por 14 dias 250 mg/dia por 3 semanas 150 mg/semana por 4 a 6 semanas SUMÁRIO Tratamento de Infecções Cateter Venoso Central (CVC) As complicações infecciosas relacionadas a CVC podem ser tanto locais (infecções do óstio ou do túnel) como sistêmicas (bacteremias). 1. Infecção do óstio do CVC: 1.1. CVC de curta permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: retirar o CVC, mandar ponta para cultura e providenciar dois pares de hemoculturas de sangue periférico. Caso o paciente ainda necessite de acesso venoso, instalar novo CVC em outro local. c) Interpretação dos resultados: Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente sem sinais sistêmicos de infecção: não tratar, apenas observar evolução. Em pacientes com doença valvar ou neutropenia e colonização do CVC por Staphylococus aureus ou Candida spp.: monitorizar para sinais de infecção e repetir hemoculturas se necessário. Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente com sinais sistêmicos de infecção e sem outro foco: completar sete dias de antimicrobiano sistêmico baseado no antibiograma Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia. 1.2. CVC de longa permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: não remover o CVC. Colher dois pares de hemoculturas (1 de sangue periférico, 1 do CVC) e cultura de secreção pericateter. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas e cultura de secreção pericateter positiva: completar sete dias de ATB sistêmico baseado no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias. Se a diferença do tempo para positividade das hemoculturas for > 2h, considerar fazer lock de ATM no CVC. *Somente considerar positivas as culturas de ponta de cateter semi-quantitativas com crescimento de microrganismo único e acima de 15 ufc. SUMÁRIO 21 Tratamento de Infecções 2. Infecção do túnel ou bolso a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2 cm no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC. b) Como proceder: retirar CVC; se houver coleção drenável, colher material para cultura e colher um par de hemoculturas de sangue periférico. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemocultura negativa: completar sete dias de antimicrobiano sistêmico com base no resultado do antibiograma. Hemocultura positiva: ver tratamento de bacteremia. 3. Infecção da corrente sanguínea Paciente com CVC de curta permanência e episódio febril agudo • Hemocultura, um par (periférico) • Foco da febre não identificado: remover CVC e inserir por outra punção ou trocá-lo sobre fio-guia se não houver sinais de infecção local • Cultivar ponta do CVC Paciente instável (hipotensão, hipoperfusão, falência de órgãos) Paciente estável (sem hipotensão ou falência de órgãos) Considerar ATM Hemocultura (-) e CVC não-cultivado Febre mantida e sem outro foco: remover e cultivar CVC ATM - antimicrobiano 22 Iniciar ATM Hemocultura (-) e cultura ponta CVC (-) Investigar outros focos Hemocultura (-) e cultura ponta CVC > 15 ufc Em pacientes com doença valvar ou neutropenia e colonização do CVC por S. aureus ou levedura → monitorizar para sinais de infecção e repetir hemoculturas se necessário SUMÁRIO Hemocultura (+) e cultura ponta CVC > 15 ufc Ver abaixo tratamento de bacteremia relacionada a CVC de curta permanência Tratamento de Infecções 3a. Paciente com bacteremia relacionada a CVC de curta permanência Complicada Trombose séptica, endocardite, osteomielite, etc Remover CVC e tratar com ATM sistêmico por 4-6 semanas; 6-8 semanas para osteomielite Não-complicada Staphylococcus coagulase-negativo • Excluir contaminação • Remover CVC e tratar com ATM sistêmico por 5-7 dias • Se CVC mantido, tratar com ATM sistêmico + “selo“ de ATM no CVC por 10-14 dias Staphylococcus aureus • Remover CVC e tratar com ATM sistêmico até paciente afebril por 7 dias • Eco trans-esofágico (+), prolongar ATM sistêmico por 4-6 semanas Bacilos Gram-negativos Remover CVC e tratar com ATM sistêmico até paciente afebril por 7 dias Candida spp. Remover CVC e tratar com antifúngicos* * Ver Tratamento de infecção invasiva Candida spp. ATM - antimicrobianos CVC - Cateter Venoso Central SUMÁRIO 23 24 SUMÁRIO Remover CVC e tratar com ATM IV por 4-6 semanas; 6-8 semanas para osteomielite Trombose séptica, endocardite, osteomielite etc * Ver Tratramento de Infecção invasiva por Candida spp. ATM - antimicrobianos CVC - Cateter Venoso Central IV - Intravenoso Remover CVC e tratar com ATM por 10-14 dias Infecção do túnel ou bolsa Complicada • Excluir contami-nação • Manter CVC e tratar com ATM IV por 7 dias + “selo“ de ATM no CVC por 10 - 14 dias • Remover CVC se houver piora clínica, bacteremia persistente ou recidiva Staphylococcus aureus • Remover CVC e tratar com ATM IV por 14 dias se eco transesofágico (-) • Para tentar salvar CVC, se eco trans-esofágico (-), tratar com ATM IV + “selo“ de ATM no CVC por 14 dias • Remover CVC se piora clínica, bacteremia persistente ou recidiva Staphylococcus coagulase negativo Paciente com bacteremia relacionada a CVC tunelizado ou implantável (port) • Remover CVC e tratar com ATM IV até paciente afebril por 7 dias • Para tentar salvar CVC, tratar com ATM IV + “selo“ de ATM no CVC por 14 dias • Se não houver resposta, remover CVC e tratar com ATM IV até paciente afebril por 7 dias Bacilos Gram-negativos Não complicada Remover CVC e tratar com antifúngicos* Candida spp. Tratamento de Infecções 3b. Tratamento de Infecções Coleta de Hemocultura A contaminação da hemocultura, devido à coleta inadequada é frequente, levando ao diagnóstico incorreto e uso desnecessário de antibiótico. Portanto a padronização da técnica de coleta é fundamental. Indicações e momento da coleta: Para sepse ou bacteremia de origem indeterminada obter 2 punções venosas de locais diferentes. Para suspeita de endocardite e febre de origem indeterminada colher de 2 a 3 pares de frascos com intervalos de 20 a 30 minutos. Para pacientes em uso de antibiótico e com indicação de coleta de hemocultura, esta deve ser colhida antes da próxima dose de antibiótico. Nota: Se mais de uma hemocultura já tiver sido coletada antes da introdução de antibioticoterapia, coleta de múltiplas amostras após início de terapêutica para investigação do mesmo episódio febril deve ser desencorajada. Para diagnóstico de infecção relacionada a cateter através de hemoculturas pareadas os 2 métodos mais estudados são: Diferença do tempo de positivação: Este método compara os registros do tempo de crescimento de microrganismos isolados em hemocultura periférica e colhida através do cateter. Por esta técnica é considerada infecção relacionada a cateter quando a hemocultura colhida através do cateter positiva duas horas ou mais antes da amostra periférica. A desvantagem desse método é que a maioria dos pacientes tem resultado indeterminado, pois somente um dos pares é positivo. Quando o exame é conclusivo, a sensibilidade chega a 85% e a especificidade a 81%. Culturas Quantitativas: Por esta técnica, considera-se infecção relacionada a cateter quando a quantidade de microrganismos isolados na via do acesso for cinco ou mais vezes maior que a isolada na amostra periférica. Esta técnica não é disponível no Hospital das Clínicas. A maioria dos estudos corrobora o uso destas técnicas para cateter venoso central de longa permanência. Técnica de coleta de hemocultura periférica: 1. Higienizar as mãos; 2. Colocar as luvas de procedimento; 3. Garrotear o membro do paciente e localizar a veia; 4. Realizar a antissepsia local com solução de clorexidina alcoólica a 0,5%; 5. Aplicar o antisséptico em um único sentido; SUMÁRIO 25 Tratamento de Infecções 6. Esperar secar; 7. Após a antissepsia, realizar a punção sem colocar a mão no local. Caso seja necessário, usar luvas estéreis; 8. Volume de sangue a ser aspirado: • Adultos:10-20 ml, divididos em dois frascos (aeróbio e anaeróbio), respeitando o volume máximo de cada frasco. • Neonatos até 1 ano: 0,5 a 1,5 ml, preferencialmente > 1 ml. • Crianças: 1 ml/ano, divididos em 2 frascos, respeitando o volume máximo de cada frasco (por exemplo: 6 anos: coletar 6 ml e distribuir 3ml em cada frasco pediátrico) Acima de 8ml, utilizar frasco aeróbio (8 a 10 ml) 9. Não é necessário trocar de agulha para inoculação nos frascos; 10. Proceder a desinfecção do frasco com álcool a 70%; 11. Inocular primeiro o sangue no frasco aeróbio; 12. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão. Técnica de coleta de hemocultura por cateter venoso central: 1. Identificar no frasco a coleta realizada pelo cateter e a coleta pelo acesso periférico; 2. Higienizar as mãos; 3. Colocar as luvas de procedimento; 4. Limpar com álcool 70% a conexão e extremidade distal do cateter. Esperar secar 30 a 60s; 5. Aspirar e desprezar 3ml de sangue do cateter em adultos ou 0,2 ml em crianças; 6. Colher amostra de todos os lúmens do cateter, contendo mesmo volume de sangue; 7. Utilizando nova seringa, coletar volume de sangue necessário; 8. Proceder a desinfecção do frasco com álcool a 70%; 9. Inocular o sangue no frasco de hemocultura, respeitando o volume máximo de cada frasco; 10. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão. Observações: Evitar coleta de sangue 1 hora após término de infusão de antibiótico; Para suspeita de infecção por fungos filamentosos, Histoplasma e micobactérias utilizar o frasco especifico Myco F. Coletar apenas 1 amostra, volume máximo de 5 ml de sangue Para amostras pareadas, o volume coletado por via central deverá ser o mesmo do coletado por via periférica; A coleta através do cateter deve ser sempre pareada com a hemocultura periférica; O intervalo de tempo entre a coleta pelo cateter e periférica não deve ultrapassar 15 minutos. 26 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Clostridium difficile Episódio inicial: Parar antimicrobianos, se possível. Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h (pode ser IV). Em casos graves, confirmados por colonoscopia ou não responsivos a metronidazol, usar vancomicina 125 a 500 mg VO 6/6h (não pode ser IV). Duração 10 - 14 dias ou até 7 dias após a suspensão dos antimicrobianos. Não usar antiperistálticos, devido ao risco de megacólon tóxico. Recorrência: Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h por 10 - 14 dias. Após o 3º ou o 4º episódio, consultar infectologista. SUMÁRIO 27 28 SUMÁRIO Manutenção Fluconazol 200 mg/dia indefinidamente ou até CD4 > 100-200 por 6 meses Consolidação Fluconazol 400-800 mg/dia por 8 - 10 semanas Não é necessária a CONSOLIDAÇÃO. Fazer MANUTENÇÃO com fluconazol * Para casos refratários considerar anfotericina intratecal Manter dose de ataque até cultura negativa no líquor* Paciente em REG ou culturas + Outras opções de ATAQUE: • Anfotericina B 0,7-1mg/kg/dia + 5-flucitosina 100-150 mg/kg/dia por 6-10 sem. • Fluconazol 400-800 mg/dia + 5-flucitosina 100-150 mg/kg/dia por 10 sem. • Fluconazol 400-800 mg/dia por 10 sem. • Formulação lipídica (Ambisome) 4 mg/kg/d por 6-10 sem. Paciente em BEG (melhora clínica) e culturas negativas Colher líquor de controle com cultura para fungos • 2ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) por 3-4 semanas ATAQUE: • 1ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) + 5-flucitosina (100-150 mg/Kg/dia) por 2 semanas 1) Doença no SNC: Criptococose em HIV-Positivos Tratamento de Infecções Criptococose Criptococoma pulmonar < 3 cm > 3 cm 2) Doença pulmonar e outros sítios: SUMÁRIO Sintomas graves/progressivos • Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) até a melhora dos sintomas, seguido de fluconazol Assintomáticos/Sintomas leves ou moderados: • Fluconazol 200-400 mg/dia por 6 a 12 meses Considerar somente tratamento clínico: Abordagem cirúrgica apenas Criptococose em HIV-Positivos Tratamento de Infecções 29 30 SUMÁRIO Manter ataque até cultura negativa no líquor* Paciente em REG ou imunocomprometido * Para casos refratários considerar o uso de anfotericina intratecal < 3cm > 3cm Considerar apenas tratamento clínico (acima) Abordagem cirúrgica apenas (nos imunocomprometidos, associar tratamento clínico) Fluconazol 200-400 mg/dia por 6 - 12 meses Tratar todos os imunocomprometidos Fluconazol 400 mg/dia por 8 - 10 semanas Criptococoma pulmonar 2) Doença pulmonar e outros sítios: Paciente em BEG (melhora clínica) • 2ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/Kg/dia) por 3 semanas Colher líquor de controle com cultura para fungos • 1ª opção: Anfotericina B (0,7 - 1mg/kg/dia) associado a 5-flucitosina (100-150 mg/kg/dia) por 2 semanas Ataque: 1) Doença em SNC: Criptococose em HIV-Negativos Tratamento de Infecções Tratamento de Infecções Diarréia Aguda Sem febre Hidratação Evitar antidiarréicos Observar Com febre > 38ºC Duração <72 horas Duração >72 horas Adulto hígido Sem indicação de internação Extremos idade imunossupremido Com indicação de internação: Colher coprocultura Evitar antidiarréicos Iniciar*: Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12h ou Ceftriaxona 2 g por dia Sem indicação de internação: Hidratação Evitar antidiarréicos Norfloxacino 400 mg VO 12/12h * A diarréia provocada por E. coli entero-hemorrágica não deve ser tratada com antimicrobianos devido ao risco de síndrome hemolítico-urêmica. SUMÁRIO 31 Tratamento de Infecções Diarréia Aguda Patógeno Tratamento Duração Shigella spp. TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Ceftriaxona 2 g por dia IV 3-5 dias Salmonella não-typhi* TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Ceftriaxona 2 g por dia IV 5-7 dias Campylobacter Eritromicina 500 mg 12/12 h 5 dias Escherichia coli spp.** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Ceftriaxona 2 g por dia IV 3 dias Yersinia spp.*** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Clostridium difficile toxigênico Metronidazol 500 mg VO ou IV 8/8 h 10 dias Giardia Metronidazol 250-750 mg VO ou IV 8/8 h 7-10 dias * Tratar somente casos graves ou pacientes com menos de 6 anos ou mais de 50 anos, doença valvar, aterosclerose grave, neoplasia ou uremia. ** Não tratar E. coli êntero-hemorrágica. *** Tratar somente casos graves ou associados a bacteremia. 32 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Endocardite em valva protética Suspeita de endocardite em prótese valvar (ocorre até um ano após a troca valvar): Após coleta de três pares de hemocultura, com intervalo de pelo menos 20 minutos, iniciar: - vancomicina (40 a 60 mg/kg/dia) e - amicacina (15 mg/kg/dia) ou cefalosporina (cefepima) em pacientes com insuficiência renal (Cr>2,5 mg/dl). Após isolamento do agente etiológico, ajustar a antibioticoterapia, que deverá ser mantida por 6 a 8 semanas. Quando houver indicação de trocar a prótese valvar, manter pelo menos 4 semanas de terapia após a troca valvar. Nas endocardites por S. aureus, associar rifampicina (300mg VO 8/8h) durante 6 semanas. SUMÁRIO 33 Tratamento de Infecções Endocardite em valva nativa ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Streptococcus Penicilina cristalina 12-18 milhões 4 sem U 24h IV viridans sensível a ou penicilina e Ceftriaxone 2 g /24 h IV/IM 4 sem Preferível em pacientes >65 anos ou pacientes com lesão renal ou auditiva Penicilina cristalina 12-18 milhões 2 sem Streptococcus bovis ou U 24h IV Ceftriaxone 2 g /24 h IV/IM 2 sem associados à Gentamicina 3 mg/kg IM/IV 2 sem dividido 3x/dia Duração de 2 sem. não se aplica a pacientes com abscessos cardíacos ou extra-cardiácos ou pacientes com ClCr<20ml/min, prejuízo do 8º par Vancomicina 30 mg/kg 24h IV 4 sem dividido 2x/dia* Apenas nos intolerantes à penicilina ou ceftriaxone Streptococcus Penicilina cristalina 24 milhões U 24h 4 sem viridans e IV contínuo ou Streptococcus em 4-6 doses bovis ou relativamente Ceftriaxone 2 g /24 h IV/IM 4 sem resistentes à associados à penicilina Gentamicina 3 mg/kg IM/IV 2 sem dividido 3x/dia Pac. com cepas resistentes à penicilina (MIC> 0,5 mcg/ml) devem ser tratados com o esquema recomendado para Enterococcus spp. (0,12mcg/ml< Vancomicina 30 mg/kg 24h IV 4 sem MIC < dividido 2x/dia* 0,5 mcg/ml) Apenas nos intolerantes à penicilina ou ceftriaxone * Manter nível sérico da vancominica entre 15mg/ml e 20 mg/ml no vale 34 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Endocartite em valva nativa (cont.) ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO Enterococcus spp. Ampicilina sensível à ou penicilina, Penicilina gentamicina e vancomicina associados à Gentamicina DOSE DURAÇÃO 12 g/24h 4-6 sem em 6 doses IV 18-30 milhões 4-6 sem U 24 h contínuo ou em 6 doses 3 mg/kg/24 h IV 4-6 sem em 3 doses COMENTÁRIOS 6 sem em pacientes com sintomas > 3 meses Vancomicina 30 mg/kg 24h IV 6 sem associada à dividido 2x/dia* Gentamicina 3 mg/kg/24 h IV 6 sem em 3 doses Apenas nos intolerantes a penicilina ou ampicilina 6 sem de vanco recomendadas por sua atividade menor contra enterococcus Ampicilina Enterococcus spp. sensível a ou penicilina, Penicilina estreptomicina e vancomicina associados à e resistente a Estreptomicina gentamicina 6 sem em pacientes com sintomas > 3 meses 12 g/24h em 4-6 sem 6 doses IV 24 milhões 4-6 sem U/24 h contínuo ou em 6 doses IV 15 mg/kg/24 h 4-6 sem IM/IV em 2 doses Vancomicina 30 mg/kg 24h IV 6 sem dividido 2x/dia* associada à Estreptomicina 15 mg/kg/24 h 6 sem IM/IV em 2 doses Apenas nos intolerantes a penicilina ou ampicilina *Manter nível sérico da vancomicina entre 15 mg/ml e 20 mg/ml no vale SUMÁRIO 35 Tratamento de Infecções Endocartite em valva nativa (cont.) ETIOLOGIA Enterococcus spp. resistente a penicilina e susceptível a aminoglicosídeo ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO Cepa produtora de ß - lactamase Ampicilina- 12 g/24h IV 6 sem sulbactam em 4 doses associada a 3 mg/kg/24 h 6 sem Gentamicina IV/IM em 3 doses e vancomicina Vancomicina associada a Gentamicina 30 mg/kg/24 h 6 sem em 2 doses* 3 mg/kg/24 h 6 sem IV/IM em 3 doses Resistência intrínseca a penicilina Vancomicina 30 mg/kg 24h IV 6 sem dividido 2x/dia* associada a Gentamicina 3 mg/kg/24 h 6 sem IV/IM em 3 doses Enterococcus Linezolida 1200 mg/24 h > 8 sem faecium R a peni, IV/VO em 2 doses aminoglicosídeos e vanco Enterococcus faecalis R a peni, aminoglicosídeos e vanco Imipenem associado à Ampicilina 2 g/24 h IV > 8 sem em 4 doses 12 g/24 h > 8 sem em 6 doses IV Ceftriaxone associado à Ampicilina 4 g /24 h > 8 sem em 2 doses IV/IM 12 g/24 h > 8 sem em 6 doses IV HACEK Ceftriaxone ou 2g/24h IV/IM 4 sem (H. influenzae, em 1 dose H. aphrophilis, Actnobacillus, Ampicilina ou Cardiobacterium, 12 g/24 h em 4 doses IV * Manter nível sérico da vancominica entre 15mg/ml e 20 mg/ml no vale SUMÁRIO Se cepa R a genta, usar > 6 sem de ampi-sulbactam Apenas nos intolerantes à ampicilina-sulbactam Consulta a infectologista recomendada Atenção à palquetopenia após 2 semanas Cefotaxime ou outra cefalo 3ª/4ª podem ser usados 4 sem Eikenella e Ciprofloxacino 1 g/24 h VO 4 sem Kingella) ou 800 mg/24 h IV em 2 doses 36 COMENTÁRIOS Fluoroquinolonas apenas para pacientes não tolerantes a cefalosporina ou ampicilina Tratamento de Infecções Endocartite em valva nativa (cont.) ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Staphylo- Oxacilina 12g/24h em 6 sem -coccus spp. opcionalmente 6 doses IV Sensível a associada à oxacilina Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias IV/IM em 3 doses Cefazolina 6g/24h em 6 sem opcionalmente 3 doses IV associada à Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias IV/IM em 3 doses Para pacientes com reações alérgicas não graves a penicilina Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem em 2 doses IV* Para pacientes com reações alérgicas graves a penicilina Resistente à Vancomicina oxacilina 30 mg/kg/24 h 6 sem em 2 doses IV* Dose pediátrica: 40mg/kg em 2 ou 3 doses IV Streptococcus Penicilina ou 12-18 milhões 4 sem pneumoniae, UI /24h IV Streptococcus dos grupos A, B, Ceftriaxone ou 2 g /24 h IV/IM 4 sem C e G Alguns especialistas recomendam a adição de gentamicina (a penicilina e ceftriaxone) por 2 a 6 semanas para tratamento de endocardite causada por Streptococcus do grupo B, C e G Vancomicina Apenas em intolerantes a ß-lactâmicos 30 mg/kg/24 h 4 sem em 2 doses IV* * Manter nível sérico da vancominica entre 15mg/ml e 20 mg/ml no vale SUMÁRIO 37 38 SUMÁRIO Bacteróides spp Peptostreptococcus spp Peptococcus spp; Haemophilus influenzae Streptococcus agalactiae Mycoplasma hominis Ureaplasma urealyticum 2) Penicilina cristalina 4 milhões UI IV 4/4h + Gentamicina 3-5 mg/ kg d.u. diária IM ou IV (continuar até 48h após melhora clínica) seguida de Doxiciclina 100 mg VO 12/12h (por 14 dias; e associar cobertura para anaeróbios durante 14 dias se houver abscesso tubo ovariano) 1) Cefoxitina 2 g IV 6/6h (continuar por 24 a 48h após melhora clínica) seguidos de Doxiciclina 100 mg VO 12/12h (continuar por 14 dias e associar cobertura para anaeróbios por 14 dias se houver abscesso tubo ovariano) Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis tratamento inicial de escolha agentes mais comuns d.u. - dose única DIP Doença Ginecologia AMBULATORIAL 14 dias IV ou VO 8/8h durante Metronidazol 500 mg VO 12/12h - 14 dias + Doxiciclina 100 mg ambulatorial. no tratamento HIV/AIDS, falha adolescente, abscesso pélvico, dose única + gravidez ectópica, 250 mg IV ou IM apendicite ou e diferencial com diagnóstico incerto internação: • Critérios de se necessária. abordagem cirúrgica • Considerar a comentários Ceftriaxona ou IV 8/8h durante 14 dias durante 14 dias Metronidazol 500 mg Metronidazol Doxiciclina 100 mg VO 400 mg VO 8/8h VO 12/12h + 12/12h + Ofloxacino 400 mg 200 mg IV 12/12h + tratamento ambulatorial 1) Ciprofloxacino tratamento inicial alternativo Doença inflamatória pélvica – dip Tratamento de Infecções Tratamento de Infecções Grande Queimado À Internação Cultura de Lesão Cultura de Nasofaringe (pesquisa de Streptococcus do Grupo A)* repetir cultura semanalmente Aos Curativos SEM SINAIS DE INFECÇÃO COM SINAIS DE INFECÇÃO cultura de swabs de ferida cultura (+) Celulite ou Aprofundamento do grau da queimadura ou Febre ou hipotermia ou Instabilidade hemodinâmica ouLeucopenia colonização Colher hemocultura e ver critérios para terapêutica empírica (+) (-) OBSERVAR* Rediscutir tratamento Antimicrobiano de acordo com antibiograma * Pacientes com culturas de vigilância positivas para S. pyogenes: Iniciar penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com intervalo de 4 horas por 4 dias. Manter o paciente em isolamento durante esse período. Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina. Pacientes com infecção por S. pyogenes: Primeira escolha: penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com intervalo de 4 horas por 10 a 14 dias. Manter o paciente em isolamento de contato durante esse período. Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina. SUMÁRIO 39 Tratamento de Infecções Grande Queimado Critérios para Terapêutica Empírica Sistêmica Iniciar antimicrobiano sistêmico quando se observarem dois dos critérios abaixo: 1. Leucopenia (< 2500/mm3) 2. Aprofundamento do grau da queimadura (exceto em queimadura elétrica) ou febre (> 38,5o C) ou hipotermia (<36oC) 3. Instabilidade hemodinâmica após correção hidroeletrolítica 4. Celulite 5. Confusão mental (sem outra causa) ou hiperglicemia (>150 mg/dl sem diabetes prévia) Indicações de uso tópico de antimicrobianos 1. PROFILÁTICO em paciente proveniente de outro hospital. 2. PROFILÁTICO após escarotomia ou fasciotomia. 3. PROFILÁTICO em queimaduras extensas (criança >10% e adulto >20% de superfície corpórea). 4. ASSOCIADO a antibioticoterapia sistêmica, quando houver indicação de tratamento de infecção. 40 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Grande Queimado Esquema Terapêutico Empírico para Infecções ATÉ 72 HORAS DE INTERNAÇÃO E SEM USO PRÉVIO DE ANTIMICROBIANO Oxacilina + Ciprofloxacina Após 72 horas de internação ou uso prévio de antimicrobiano Reavaliação após 72h ou piora importante Vancomicina + Ciprofloxacina Reavaliação após 48h ou piora importante Vancomicina + Imipenem Reavaliação após 48h ou piora importante Associar anfotericina B ou fluconazol IV SUMÁRIO 41 Tratamento de Infecções Hemodiálise Infecção de Via de Acesso Venoso Pacientes com infecção no acesso (excluídos outros focos) Bacteremia Sinais de infecção local Colher 2 pares de hemoculturas (1 punção periférica, 1 CVC) e cultura da secreção pericateter Colher 2 pares de hemoculturas (1 punção periférica, 1 CVC) Cefalosporina 1ª Geração* - Vancomicina*/** IV 1 g cada 4 a 7 dias (checar nível sérico) 1-2 g cada 24-48h (suplemento 0,5 g - 1 g pós-diálise) - “Sêlo” ATM por 1 a 2 semanas Infecção resolvida Observar Infecção não resolvida Infecção resolvida Medidas cirúrgicas Troca de cateter Rever ATM Observar Infecção não-resolvida Pesquisar outros focos Presente Tratamento Específico Ausente Medidas cirúrgicas Troca de cateter Rever ATM*/** * Ajustar o tratamento de acordo com o agente isolado. Se S. aureus fazer eco transesofágico; se endocardite, tratar por 4 a 6 semanas. **Manter ATM até o paciente permanecer 7 dias afebril . 42 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Hemodiálise Infecções Relacionadas a Cateter Venoso Central (CVC) 1. CVC de longa permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: não remover o CVC. Colher 2 pares de hemoculturas sendo 1 de punção periférica e 1 do CVC e cultura da secreção pericateter. Iniciar vancomicina empiricamente. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas e cultura da secreção pericateter positiva: completar 7 dias de ATM sistêmico com base no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias. 2. Infecção do túnel ou bolso a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2cm no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC. b) Como proceder: retirar CVC, se houver coleção drenável, colher material para cultura e colher 2 pares de hemoculturas sendo 1 de punção periférica e 1 do CVC. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas: completar 7 dias de ATM sistêmico com base no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia. 3. Bacteremias a) Suspeita: Presença de febre ou síndrome séptica sem outro foco. Sinais de sepse se instalam abruptamente após a infusão de fluidos ou medicação IV pelo CVC. b) Como proceder: não remover o CVC e colher 2 pares de hemoculturas, sendo 1 de punção periférica e 1 do CVC c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas positivas: iniciar tratamento com ATM sistêmico pelo CVC e fazer “sêlo” do CVC com ATM, com base no antibiograma. SUMÁRIO 43 Tratamento de Infecções Obs: Para organismos potencialmente contaminantes da pele (p. ex: Staphylococcus não-aureus) são necessárias 2 amostras de hemocultura positivas para o mesmo organismo; para patogênicos (p. ex: S. aureus) uma amostra positiva é suficiente para iniciar tratamento. Hemoculturas positivas para fungos: retirar CVC e iniciar tratamento com antifúngicos (ver tratamento de infecção invasiva por Candida spp.) Tratar por até 7 dias após o paciente ficar afebril. *Obs: realizar acompanhamento do paciente para o diagnóstico de possíveis complicações como endocardite infecciosa, osteomielite e abscessos metastáticos. ATM - antimicrobiano CVC - Cateter Venoso Central 44 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Herpes Simples (genital e oral) - Tratamento Herpes genital Droga/dose Duração Imunocompetente Primeiro episódio Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Fanciclovir 250 mg VO 8/8 h ou Valaciclovir 1 g VO 12/12 h 7-10 dias Imunocompetente Episódios recorrentes Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Fanciclovir 125 mg VO 12/12 h ou Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h 5 dias Supressão Indicações: - recorrências frequentes (>6 episódios/ano) - recorrências graves - pródromos graves - transmissão - problemas psicossexuais Aciclovir 400 mg VO 12/12 h ou Fanciclovir 250 mg VO 12/12 h ou Valaciclovir 0,5–1 g VO 1 x/dia Imunossuprimido Primeiro episódio Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Fanciclovir 500 mg VO 8/8 h ou Valaciclovir 1 g VO 12/12 h Imunossuprimido Supressão Aciclovir 400-800 mg VO 8/8 h ou Fanciclovir 500 mg VO 12/12 h ou Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h Herpes oral Recorrência Diminui a duração dos sintomas Droga/dose Podem ser usados a partir do pródromo: Aciclovir em creme a 5% 3/3 h ou Aciclovir 400 mg VO 4/4 h 5x/dia ou Valaciclovir 2 g 12/12 h Profilaxia Pode ser considerada em: Aciclovir 400 mg 12/12 h, - recorrências frequentes iniciar 12 h pré-exposição (>6 episódios/ano) - HSV associado a eritema multiforme - Cirurgia em gânglio trigeminal - Cirurgia peroral ou intra-oral - Estresse: exposição ao sol ou compromissos profissionais - Profissionais de saúde selecionados ( transmissão) - Imunocomprometidos SUMÁRIO 6-12 m 7-10 dias Duração 4 dias 5 dias 1 dia 7 dias (ou enquanto durar a exposição ao fator de risco) 45 Tratamento de Infecções Infecções associadas à Derivação Ventrículo Peritoneal (DVP) Diagnóstico e Tratamento Diagnóstico 1. As infecções relacionadas à DVP podem ser : Meningite / Ventriculite Infecção de trajeto Pseudocisto abdominal 2. A maior parte das infecções relacionadas à DVP ocorre nos 6 primeiros meses após a inserção do dispositivo 3. Suspeitar de infecção relacionada à DVP sempre que o paciente apresentar febre. Para o diagnóstico, deve ser solicitado quimio-citológico e cultura de LCR colhido do reservatório da DVP e CT de crânio. 4. Para diagnóstico de pseudo-cisto abdominal deve ser solicitada ultrassonografia de abdome ou tomografia computadorizada e LCR. 5. Em pacientes com febre e sem sinais de meningite, peritonite ou infecção de trajeto, considerar outros focos e solicitar hemograma, hemocultura, urina I, urocultura e radiografia de tórax Tratamento 1. Ventriculite/ Meningite Retirar a DVP e inserir DVE Coletar LCR durante a inserção da DVE Iniciar terapia empírica com vancomicina + (ceftazidima ou cefepime) Adequar antibiótico ao resultado de cultura Re-inserção da DVP: após 14 dias de tratamento, se LCR normal Tempo de tratamento: manter por mais 1 semana após re-inserção da DVP 46 SUMÁRIO Tratamento de Infecções 2. Pseudocisto abdominal Situação Re-inserção LCR controle Tempo total Re-inserção imediata LCR normal com cultura negativa após resolução da coleção Desnecessário 7-10 dias de vancomicina + (ceftazidima ou cefepime) LCR normal com cultura negativa + cultura positiva de Re-inserção após final do Desnecessário ponta distal da DVP tratamento da infecção ou do conteúdo cístico 14 dias de antimicrobiano orientado por cultura LCR alterado e/ou cultura positiva (LCR ou ponta proximal) Seguir o esquema de tratamento de meningite/ventriculite 3. Infecção de Trajeto Situação Re-inserção LCR controle Tempo total LCR normal + culturas negativas Re-inserção após final Desnecessário 7 a 10 dias de Vancomicina+ LCR normal do tratamento da infecção (cultura negativa)+ Cultura de pontas positivas (ceftazidima ou cefepime) ou orientado pelas culturas de pontas LCR alterado e/ou cultura positiva (LCR ou ponta proximal) Seguir o esquema de tratamento de meningite/ventriculite SUMÁRIO 47 Tratamento de Infecções Meningites em Pediatria Antibioticoterapia empírica de acordo com a faixa etária Faixa etária Etiologia < 1 mês Antibioticoterapia Antibioticoterapia (1º escolha) (2º escolha) Estreptococo do grupo B (49%) Bacilos entéricos gram-negativos Ampicilina + (principalmente E.coli) ( 30-40%) Cefotaxima Listeria monocytogenes (7%) Ampicilina + aminoglicosídeo* (gentamicina ou amicacina) 2 meses a 5 anos Meningococo Pneumococo Ceftriaxona Haemophilus influenzae Cloranfenicol Maiores de 5 anos Meningococo Ceftriaxona Pneumococo Penicilina ou Cloranfenicol Trauma ranioencefálico C aberto e após Neurocirurgia S. aureus Pneumococo Bacilos Gram-negativos não fermentadores Vancomicina+ Cefalosporina anti-pseudomonas Vancomicina+ meropenem * só utilizar aminoglicosídeo na absoluta impossibilidade de utilização de cefotaxima ou ceftriaxone Observações: 1. Não há recomendação do uso de corticóide na meningite neonatal. 2. Não há evidência de que o uso de corticóide diminua a incidência de dano neurológico, exceto no caso de meningite por Haemophilus. 3. Não há evidência para uso de antibiótico intratecal. 4. Em casos de meningite neonatal, realizar ultrassonografia e eletroencefalograma de crânio nas primeiras 48 h e conforme evolução. Meningites causadas por Citrobacter koresi ou Enterobacter sakazaki estão associadas a abscesso cerebral. Realizar tomografia de crânio. 5. Em casos de meningite neonatal, colher LCR para controle de tratamento após 48-72 horas do início do tratamento. 48 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Antibioticoterapia específica por agente Agentes Antibioticoterapia Streptococcus do grupo B Penicilina por 14 dias + aminoglicosídeo por ≥ 3 dias ou Ampicilina por 14 dias + aminoglicosídeo por < 3 dias Listeria monocytogenes Ampicilina por 14 -21dias + aminoglicosídeo por < 3 dias Bacilos Gram Negativos Cefotaxime por 21 dias fermentadores Doses Intervalos Ver quadro de doses em neonatologia Bacilos Gram Negativos grupo Cefotaxime por 21 dias+ CESP: Citrobacter, aminoglicosídeo ou Enterobacter, Serratia, Cefepime Proteus) Meningococo Penicilina G. cristalina * ou (N. meningitidis) (7 dias) Ampicilina 250 – 400.000 UI/kg/dia até 24.000.000 UI/kg/dia 200 – 400 mg/kg/dia até 12 g/dia 4/4h 6/6h Haemophylus spp. Cloranfenicol ou 75 – 100mg/kg/dia até 6g/dia 6/6h (7 a 10 dias) Ceftriaxone 80 – 100mg/kg/dia até 4g/dia 12/12h ou 1x/dia Pneumococo Penicilina G cristalina ** 250 – 400.000 UI/kg/dia até 24.000.000UI/dia (S. penumoniae) (10 a 14 dias) 4/4h Staphylococcus aureus Oxacilina ou 200mg/kg/dia até 12g/dia (21 dias) Vancomicina 40 – 60mg/kg/dia até 2- 4g/dia 4/4 h ou 6/6h 6/6h Enterobactérias Ceftriaxona ou 80 – 100mg/kg/dia até 4g/dia 12/12h ou 1x/dia (14 a 21 dias) Cefotaxima 200mg/kg/dia até 12g/dia 6/6h * Em caso de alergia a penicilina, usar cloranfenicol. ** Se isolado pneumococo parcialmente sensível, usar ceftriaxone ou vancomicina. Se pneumococo R (MIC > 2 mcg/ml) usar ceftriaxone + vancomicina OBS.: o uso de corticóide na criança não altera a penetração da vancomicina SUMÁRIO 49 Tratamento de Infecções Doses de antimicrobianos (Neofax - Manual de Drogas em Neonatologia 2008 Dose em mg/kg por dose na frequência indicada Gentamicina Idade gestacional <29 semanas 30-33 sem 34-37 sem >38 sem 5mg/kg/dose 48/48h 4,5mg/kg/dose 48/48h 4mg/kg/dose 36/36hh 4mg/kg/dose 24/24h Dose em mg/kg na frequência indicada Amicacina Idade gestacional <29 semanas 30-34 sem >35 sem 0-7d 8-28d >28d 0-7d >8d Todas 18mg/kg 48/48h 15mg/kg 36/36h 15mg/kg 24/24h 18mg/kg 36/36h 15mg/kg 24/24h 15mg/kg 24/24h Dose de 100mg/kg por dose na frequência indicada Ampicilina Idade gestacional <29 semanas 30-36 sem 37-44 sem 0-28d >28d 0-14d >14d 0-7d >7d 12/12h 8/8h 12/12h 8/8h 12/12h 8/8h 6/6h Idade gestacional <29 semanas 30-36 sem 37-44 sem 0-28d >28d 0-14d >14d 0-7d >7d 12/12h 8/8h 12/12h 8/8h 12/12h 8/8h 50 Todos 6/6h Dose de 50mg/kg por dose na frequência indicada Cefotaxime >45 sem SUMÁRIO >45 sem Todos 6/6h 6/6h Tratamento de Infecções Meningites em Adultos Etiologia da meningite de acordo com a circunstância clínica Circunstância clínica Etiologia usual Tratamento empírico inicial* Adultos sem fator de risco Pneumococo (>80%) Ceftriaxona 1-2 g IV 12/ Meningococo 12h por 10-14 dias Trauma cranio-encefálico Staphylococcus aureus Vancomicina 1-2 g IV 12/ penetrante, neurocirurgia ou coagulase-negativo 12h + Cefepime 2g IV ou válvula de derivação Pseudomonas aeruginosa 8/8h por 10-14 dias Acinetobacter baumannii Fístula liquórica Pneumococo Gestantes Adultos > 50 anos Portadores de HIV Ceftriaxona 1-2 g IV 12/ 12h por 10-14 dias* Acrescentar ampicilina ao esquema, devido à possibilidade de infecção por Listeria. Obs: Alguns estudos sugerem que o uso de corticoide (dexametasona 0,15 mg/kg/dose de 6/6h por 4 dias) possa melhorar o prognóstico da meningite por S. pneumoniae. Se o corticoide for utilizado, a vancomicina deverá ser evitada, pois sua penetração no líquor estará diminuída. *Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado. SUMÁRIO 51 Tratamento de Infecções Neutropenia Febril em Adulto 1. Definições A neutropenia febril é definida como a presença de : Febre: temperatura axilar > 38,0°C em uma medição ou > 37,8°C mantida por uma hora, não relacionada a infusão de hemoderivados; Neutropenia: número de granulócitos < 500/mm3 ou entre 500 e 1000/mm3 com tendência a queda. Índice complicação paciente Neutropênico Febril Características Pontuação • Extensão dos sintomas - Sem - Oligossintomático - Moderado • Sem hipotensão • Sem DPOC • Tumor sólido ou não infecção fúngica • Sem desidratação • Febre em casa • Idade <60 5 5 3 5 4 4 3 3 2 2. Exames iniciais Hemograma Uréia / creatinina Radiografia de tórax Hemocultura (2 pares) Urocultura Cultura de qualquer outro sítio potencialmente envolvido na infecção 3. Princípios básicos da terapêutica empírica para neutropenia febril Iniciar prontamente antimicrobiano de amplo espectro Levar em conta na escolha, a epidemiologia local (agentes mais frequentes e perfil de sensibilidade desses agentes) e observar a somatória dos efeitos colaterais Avaliação diária cuidadosa, com atenção aos detalhes da evolução Insistir no diagnóstico etiológico Qualquer que seja o esquema empregado, deve-se usar por 3 dias consecutivos para avaliação dos resultados 52 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Esquema Empírico para neutropenia Febril para Adultos Paciente proveniente da comunidade Baixo-risco CEFEPIMA* ou PIPERACILINA / TAZOBACTAM Paciente com >48h de hospitalização Alto-risco CEFEPIMA* ou PIPERACILINA / TAZOBACTAM Após 48h, reavaliar Hemocultura (+) ou Foco clinicamente definido Reajustar de acordo com antibiograma Tratar pelo tempo recomendado para o sítio em questão No caso do uso de anfotericina B interromper se forem observadas: • recuperação de granulócitos • resolução dos sintomas e sinais clínicos • resolução radiológica • negativação das culturas Cobertura para anaeróbio se abscesso perianal, intra-abdominal ou gengivite Hemocultura (-) Afebril Febril Estável Aguardar +24h Persistência de febre** Instável** VANCOMICINA+ IMIPENEM/ MEROPENEM IMIPENEM/MEROPENEM* Persistência da febre após 24h** VANCOMICINA Baixo-risco*** Alta com ATM VO Completar 3-5 dias de ATM IV Persistência da febre após 24 horas** Alto-risco * Indicações para utilização precoce de Vancomicina: - Mucosite grave Anfo B 0,5-1 mg/kg - Evidente infecção relacionada a cateter venoso central - Colonização por S.aureus resistente a oxacilina ou S.pneumoniae resistente a penicilina - Instabilidade hemodinâmica ** Reavaliação clínica e laboratorial ***Baixo Risco: pontuação índice de complicações> 21 pontos Suspeita ou colonização Aspergillus? Risco de Candida glabrata/krusei? Uso recente de fluconazol? TMO alogênico? SIM NÃO Neutrófilos>500/mm3 por > 2dias Parar após 5 dias de tratamento SUMÁRIO Fluconazol 400-800 mg/dia ou anfo B 0,5 -1 mg/kg Neutrófilos <500/mm3 Completar 2 semanas ATM - antimicrobiano 53 Tratamento de Infecções Neutropenia Febril em Pediatria As orientações contidas na parte inicial desta norma se referem a pacientes neutropênicos que desenvolveram febre sem que seja identificado o foco do processo infeccioso na avaliação inicial. As normas relativas aos antimicrobianos indicados nas diferentes situações foram elaboradas com base na análise da sensibilidade dos principais agentes causadores de infecções em neutropênicos do Instituto da Criança. Estas normas serão periodicamente revistas. Definições: Neutropenia: Contagem total de neutrófilos periféricos <1000 / mm 3 com perspectiva de queda em 72 horas. Febre: Dois ou mais episódios de t >37,8oC em 24 horas ou um episódio de t >38,5oC. Avaliação laboratorial inicial: Hemograma, hemoculturas (veia periférica +/cateter), RX Tórax, urina tipo 1 + urocultura, proteína C reativa. Antibioticoterapia inicial Esquema 1- monoterapia Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) Deve ser introduzido para todas as crianças neutropênicas febris à admissão, exceto quando houver indicação dos Esquemas 2 ou 3. Esquema 2 - esquema duplo Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) MAIS Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h) Deve ser utilizado sempre que houver evidência de infecção por germes Gram-positivos: presença de hiperemia ou secreção purulenta em túnel de cateter vascular implantado hemocultura exibindo crescimento de cocos Gram-positivos, ainda sem identificação e testes de sensibilidade evidência clínica e/ou radiológica de pneumonia presença de flebite, celulite ou erisipela 54 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Esquema 3 - esquema triplo Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) MAIS Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h) MAIS Amicacina (15 mg/kg/dia 1 vez) Deve ser utilizado para crianças que à admissão estiverem em mau estado geral, apresentando sinais de sepse franca, instabilidade hemodinâmica, hipotensão e/ ou choque. Reavaliação da terapêutica empírica inicial Sempre que os resultados de culturas indicarem o agente responsável pelo processo infeccioso atual, a antibioticoterapia deve ser adequada ao perfil de sensibilidade desse agente. Enquanto o paciente se mantiver febril, neutropênico, com culturas negativas, sem foco aparente de infecção, deverão ser colhidas hemoculturas diariamente, preferencialmente durante o pico febril. A reavaliação do paciente a fim de definir a resposta à terapêutica instituída deve incluir, além do exame físico completo, a verificação da situação dos locais de inserção de cateter; dos resultados de culturas coletadas à admissão, a coleta de novas culturas e a realização de outros exames de investigação, como radiografias do tórax e dos seios da face. Quando possível, deve-se mensurar os níveis séricos dos antimicrobianos utilizados, em especial da vancomicina e aminoglicosídeos. Caso os achados clínicos sejam sugestivos, devem ser coletados exames para diagnóstico de infecções pouco frequentes, como as causadas por Toxoplasma gondii, herpes simples, citomegalovírus, EBV, Mycobacterium tuberculosis, outras micobactérias e Chlamydia pneumoniae. Quando houver suspeita de infecção fúngica, complementar a investigação diagnóstica com exames tomográficos. A resposta clínica ao tratamento empírico inicial (esquemas 1, 2 ou 3) deve ser avaliada após 72 horas: a) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se tornarem afebris, embora neutropênicos, sem que haja evidência de localização do foco infeccioso e sem resultados de culturas positivas, desde que mantendo bom estado geral e com perspectiva de recuperação medular breve, devem ter a antibioticoterapia SUMÁRIO 55 Tratamento de Infecções suspensa após um período afebril de 24 horas. Essa conduta não se aplica a pacientes portadores de cateter venoso central e àqueles com comprometimento medular (em fase de indução ou recidivas). b) Pacientes que estejam sendo tratados com o esquema 1 e que se mantenham febris e neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso, sem culturas positivas e com estado geral preservado devem continuar recebendo o mesmo esquema (1), que será reavaliado em 48 horas. Caso se mantenham tais condições clínicas, devem iniciar o esquema 3. c) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se mantenham febris e neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso e sem resultados de culturas positivas mas apresentando deterioração clínica evidente devem iniciar o esquema 3. d) Pacientes que desenvolverem quadro diarreico e outros sinais de infecção intestinal deverão receber Metronidazol (30 mg/kg/dia de 6/6h) em associação ao esquema em uso. e) Pacientes tratados com o esquema 1 que se mantenham febris e neutropênicos, sem resultados de culturas positivas, e apresentarem evidências de infecção por bactérias Gram-positivas, devem iniciar o esquema 2. f) Pacientes que estejam recebendo os esquemas 1 ou o 2 que apresentem indícios de infecção de pele causada por Pseudomonas spp. devem iniciar o esquema 3. g) Pacientes em tratamento com qualquer dos esquemas anteriores e que se mantenham febris e neutropênicos, sem sinais de localização da infecção e sem culturas positivas entre o 5o e o 7o dia de tratamento, devem receber anfotericina B (1 mg/kg/dia) em associação ao esquema utilizado. Caso seja diagnosticada uma infecção fúngica, o tratamento deve ser orientado de acordo com o agente causal, a localização e extensão da doença. Caso não seja diagnosticada nenhuma infecção fúngica, a anfotericina B poderá ser suspensa após o período de administração de duas semanas, assim como os demais antimicrobianos. h) Caso o esquema terapêutico inclua a vancomicina, o paciente se mantenha febril após 72 horas de tratamento e as culturas colhidas à admissão não revelem crescimento de bactérias Gram-positivas, deverá ser considerada a retirada deste antimicrobiano, a fim de minimizar o surgimento de cepas de bactérias resistentes a eles. i) Justifica-se o uso de drogas antivirais nos pacientes que apresentam infecções clinicamente aparentes pelos vírus herpes simples, varicella-zoster ou citomegalovírus (esta apenas quando laboratorialmente documentada através de antigenemia e/ou 56 SUMÁRIO Tratamento de Infecções PCR). O uso empírico de drogas antivirais não deve ser indicado. O uso profilático de antivirais deve ser reservado a situações específicas, como por exemplo, nos protocolos de transplante de medula. Observações: 1. Pacientes que, a qualquer tempo durante a internação, deixem de estar neutropênicos (neutrófilos periféricos >1.000/mm3) mas se mantenham febris devem ser reavaliados e ter sua antibioticoterapia revista e adequada à nova condição. Dessa forma, caso não haja localização da infecção, os antimicrobianos podem ser suspensos 4 a 5 dias após o término da neutropenia. 2. Em pacientes que estejam recebendo o esquema 3 e se mantenham febris após um período de 72 horas de tratamento, ou que apresentem queda evidente do estado geral na vigência desse esquema, pode ser considerada a ampliação do espectro de ação em relação as bactérias Gram-negativas. Substitui-se a cefepima por carbapenêmicos (IMIPENEM 100 mg/kg/dia de 6/6h) ou quinolonas (CIPROFLOXACINO 20 mg/kg/dia de 12/12h), mesmo que não se disponha de resultados de culturas indicando infecção por germes resistentes. SUMÁRIO 57 Tratamento de Infecções Obstetrícia Infecção do Sítio Cirúrgico Avaliação Inicial: Ultrassonografia de partes moles. Coleta de material para bacterioscopia e cultura (nos casos exsudativos). Avaliação sistêmica clínica e laboratorial. DOENÇA Forma leve QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO Hiperemia e Não está indicado hipertermia local Ausência de comprome- timento sistêmico CONDUTAS Acompanhamento ambulatorial Tratamento conservador da ferida Celulite Ausência de Acometimento comprometimento do tecido celular sistêmico difuso e extenso subcutâneo Amoxicilina / clavulanato (500 + 250 mg) 1cp VO de 8/8h ou Clindamicina 300 mg 1cp VO 6/6h ou 2cp VO 8/8h Acompanhamento ambulatorial Tratamento conservador da ferida. Presença de comprometimento sistêmico Clindamicina 600 mg IV 6/6h+gentamicina 3-5 mg/kg d.u. diária IM ou IV (correr em 1hora) Internação. Abordagem cirúrgica com remoção de tecido necrótico (envio para cultura) Forma purulenta / Hiperemia e calor local exsudativa Coleções teciduais Clindamicina 600 mg IV 6/6h + gentamicina 3-5 mg/kg d.u. diária IM ou IV (correr em 1hora) Internação Abordagem cirúrgica para drenagem de coleções Celulite e Acometimento difuso Penicilina cristalina Fasciíte de subcutâneo e fáscia 2.000.000 UI IV necrotizante muscular, acompanhado de 4/4h+clindamicina de crepitação e necrose 600 mg IV 6/6h de extensa área tecidual Nos quadros graves ou de má evolução clínica Internação Abordagem cirúrgica para drenagem de coleções e desbridamento extenso. Considerar uso de câmara hiperbárica Associar gentamicina 3-5 mg/kg d.u. diária IM ou IV ou ceftriaxona 1 g IV 12/12h Obs.: Fazer reorientação da terapêutica após resultados de bacterioscopia e culturas. 58 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Obstetrícia Infecção da Membrana Ovular, Abortamento e Infecção Puerperal TIPO ANTIMICROBIANO DOSE OPÇÃO AMBULATORIAL Abortamento clandestino Amoxicilina/ clavulanato 500/125 mg VO 8/8h Ampicilina ou penicilina*+ Gentamicina + metronidazol ou Clindamicina + gentamicina** 1-2 g IV 4/4h 3 milhões U IV 4/4h 3-5 mg/kg IV d.u. diária 0,5 g IV 8/8h 600 mg IV 6/6h 3-5mg/kg IV d.u. diária até paciente afebril por 48h Infecção de Ampicilina/sulbactam membrana ovular - ou corioamnionite Ampicilina+ Conduta obstétrica Gentamicina resolutiva por via vaginal 3 g IV de 6/6h Infecção de membrana ovular - corioamnionite Conduta obstétrica resolutiva por cesárea Por 7 dias 2 g IV de 6/6h 3-5 mg/kg IV d.u. diária 0,5 g IV de 8/8h Ampicilina+ gentamicina + metronidazol na indicação da cesárea ou Clindamicina + gentamicina** Infecção Puerperal Ampicilina ou penicilina*+ Gentamicina + Metronidazol ou Clindamicina + Gentamicina** 2 g IV de 6/6h 3-5 mg/kg IV em d.u. diária 7 dias 600 mg IV de 6/6h 3-5 mg/kg IV em d.u. diária 1-2 g IV de 4/4h 3 milhões U IV de 4/4h 3-5 mg/kg IV em d.u. diária 0,5 g IV de 8/8h Amoxicilina/ clavulanato 500/125 mg VO de 8/8h 600mg IV 6/6h 3-5mg/Kg IV d.u. diária até paciente afebril por 48h * Não é eficaz contra estafilococos produtores de penicilinase; em pacientes com suspeita de infecção por esse agente deverá ser utilizada oxacilina, clindamicina ou vancomicina, na dependência do antibiograma e da gravidade do quadro. ** Não é eficaz contra enterococo na falha desse esquema deverá ser associado ampicilina ou penicilina. Comprometimento da função renal: substituir gentamicina por ceftriaxone. A manutenção de febre após 48 horas do início do tratamento, sem evidência de foco extragenital, deverá ser interpretada como falha terapêutica: considerar abordagem cirúrgica. SUMÁRIO 59 Tratamento de Infecções Obstetrícia - Mastites DOENÇA TRATAMENTO HOSPITALAR TRATAMENTO AMBULATORIAL 1ª Opção: 1ª Opção: Oxacilina 2 g IV de 4/4h + Cefalexina 1 g VO de 6/6h metronidazol 500 mg IV de VO durante 7 dias. MASTITE 8/8h durante 7 a 10 dias 60 2ª Opção: 2ª Opção: Clindamicina 600 mg IV de Clindamicina 600 mg VO de 6/6h durante 7 a 10 dias. 6/6h durante 7 dias para pacientes alérgicos a betalactâmicos SUMÁRIO 6 meses (IV durante Osso internação, VO após alta) SUMÁRIO d.u. - dose única Cefuroxima 1,5 g IV Até resultado seguido de 750 mg 6/6h (intra- de cultura -op) e 1,5 g 12/12h (pós-op) Osso + Partes moles+ Exsudato profundo Reavaliação do tratamento deve ser guiada pelo resultado de cultura e pelo aspecto intraoperatório Se alta, tratamento VO com cefalexina 2 a 4g/dia Revisão de Artroplastia Osso (na admissão e em todas as limpezas cirúrgicas) • Dose da Teicoplanina deve ser de 400mg 12/12h nos 2 primeiros dias • Considerar retirada de material de síntese • Reavaliação do tratamento deve ser guiada pelo resultado de cultura Clindamicina 2,4 g/dia + 14 dias Gentamicina 240 mg/dia (d.u. diária) Se alta, tratamento VO com cefalexina 2 a 4 g/dia Reavaliação do tratamento deve ser guiada pelo resultado de cultura Considerar punção e/ou drenagem Tratamento VO com cefalexina 2 a 4 g/dia Teicoplanina 400 mg/dia Osso (preferencial) + Conforme + Infecções pós-operatórias Amicacina 4 g/dia a evolução Partes moles + Exsudato profundo • Tipo II e III (MMSS e MMII) Fratura exposta • Tipo I (MMSS e Cefazolina 3g/dia 14 dias MMII) Clindamicina 2,4 g/dia + Osteomielite crônica Ciprofloxacino 800 mg/dia Oxacilina 8 a 12 g/dia + Gentamicina 240 mg/dia (d.u. diária) Osteomielite aguda hematogênica 2 semanas IV Osso + + 4 semanas VO Hemoculturas Oxacilina 8 a12 g/dia 2 semanas IV Líquido sinovial + + + Gentamicina 240 mg/dia 2 semanas VO Hemoculturas (d.u. diária) CULTURAS A OBSERVAÇÕES SEREM COLHIDAS Pioartrite aguda DIAGNÓSTICO DROGAS E DOSES DURAÇÃO Tratamento de Infecções Ortopedia 61 Tratamento de Infecções Otorrinolaringologia INFECÇÃO ANTIMICROBIANO Obs Amigdalite Tratar somente com os 4 critérios de Centor: • Febre • Exsudato tonsilar • Ausência de tosse • Adenopatia cervical dolorosa Penicilina Benzatina 1.200.000U IM em d.u. ou Amoxicilina 500 mg VO 8/8h por 10 dias ou Penicilina V 500 mg VO 12/12h por 10 dias ou Claritromicina 250 mg VO 12/12h por 10 dias ou Eritromicina 500 mg VO 6/6h por 10 dias ou Azitromicina 500 mg VO no 1o dia e 250 mg por mais 4 dias Os objetivos do tratamento são: a prevenção da febre reumática (penicilina), prevenção de complicações supurativas locais, redução da transmissão e melhora dos sintomas (controverso). Otite média aguda Na indicação de antibioticoterapia é fundamental a diferenciação de OMA com Otite média com efusão – quadro para o qual não recomendamos ATM. Amoxicilina 500 mg VO 8/8h por 5-7 dias ou Amoxicilina clavulanato 500/125 mg VO de 8/8h por 5-7dias ou Claritromicina 500 mg 12/12h por 10 dias ou Azitromicina 500 mg VO no 1o dia e 250 mg por mais 4 dias Tratamento de pacientes com mais de 2 anos é controverso Sinusite aguda Recomendado ATM em caso de: • Sintomas por mais de 7dias • Dor facial/dentária • Secreção nasal purulenta Amoxicilina 500 mg VO 8/8h ou Claritromicina 500 mg VO de 12/12h ou Levofloxacino 500 mg VO 1x/dia ou Moxifloxinico 400 mg VO 1x/dia por 10 dias Não é recomendado o RX de seios da face para diagnóstico. Considerar TC de seios da face apenas em situações especiais. 62 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais Princípios gerais: Tratamento de parasitoses associadas: a) tratar inicialmente a parasitose potencialmente mais grave b) observar antiparasitários polivalentes c) a eficácia das drogas é menor quando utilizadas na vigência de multiparasitoses d) não tratar: I. büstschlii; E. coli; E. nana; C. mesnili; T. hominis Tratamento de entero-parasitoses na gestação: a) evitar o uso de antiparasitários na gestação, sobretudo durante o primeiro trimestre e principalmente os imidazólicos b) cogitar o tratamento quando a parasitose for suficientemente sintomática para colocar em risco a gestação; nesse caso, protelar para depois do primeiro trimestre. Exceção: infecção por Taenia solium. PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO APRESENTAÇÃO COMERCIAL Amebíase Forma intestinal assintomática (Entamoeba histolytica) Etofamida Kitnos® 500 mg/cp 500 mg, 2 x ao dia, 3 dias OU Teclosan Falmonox® 100 mg/cp 100 mg, 3 x ao dia, 5 dias Intestinal sintomática / extra-intestinal Metronidazol 500 a 750 mg, 3 x ao dia, 10 dias ou 20 a 40 mg/kg/dia, em 3 doses, 10 dias OU • Metronidazol genérico 250 mg/cp ou 400 mg/cp ou susp. oral - 40 mg/ml genérico 250 mg ou 400 mg/cp ou susp. oral 40 mg/ml Tinidazol, 2 g ou 50 mg/kg, dose única OU Pletil® / Amplium® 500 mg/cp Nimorazol, 2 g ou 50 mg/kg, dose única OU Naxogim® 500 mg/cp ou susp. oral 250 mg/10ml Ornidazol, 2 g ou 50 mg/kg dose única OU Secnidazol 2 g ou 50 mg/kg, dose única ASSOCIADO A: (ministrar ao final) 7, 14 e 21 dias 7, 14, 21 e 28 dias Secnidal® ou Secnidazol genérico 500 mg ou 1 g/cp Etofamida OU Kitnos® 500 mg/cp Teclosan Falmonox 100mg/cp SUMÁRIO CONTROLE DE CURA 63 Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais (cont.) PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO APRESENTAÇÃO COMERCIAL Giardíase (Giardia lamblia/ intestinalis) Metronidazol 250 mg, 3 vezes ao dia OU 15 mg/kg/dia em 3 doses por 7 a 10 dias OU Metronidazol genérico 250 mg/cp ou 400 mg/cp ou susp. oral - 40 mg/ml Tinidazol 2 g ou 50 mg/kg, dose única OU Pletil®/Amplium® 500 mg/cp Nimorazol, 2 g ou 50 mg/kg, dose única OU Naxogim® 500 mg/cp ou susp. oral 250 mg/10 ml Ornidazol, 2 g ou 50 mg/kg, dose única Secnidazol 2 g ou 50 mg/kg, dose única OU Secnidal® ou Secnidazol genérico 500 mg ou 1 g/cp Albendazol 400 mg/dia, 5 dias OU Albendazol genérico ou Zentel® 400 mg/cp ou susp. oral 40 mg/ml Nitazoxanida 500 mg 2x/dia, Crianças: 7,5 mg/kg 2x/dia por 3 dias Annita® 500 mg/cp Isosporíase (Isospora belli) Sulfametoxazol+trimetoprim* 50 mg/kg/dia (S) e 10 mg/kg/dia (T), 15 dias 25 mg/kg/dia (S) e 5 mg/kg/dia (T), 28 dias por 6 a 8 semanas *recaídas em 45% dos casos OU Bactrim, Infectrim, genérico 400 mg (S) + 80 mg (T) / cp ou susp. oral 200 mg (S)/5ml+ 40 mg (T)/5 ml Sulfadiazina 100 mg/kg/dia + Pirimetamina 25 mg/dia por 6 a 8 semanas Sulfadiazina 500 mg/cp Daraprim® 25 mg/cp (S) sulfametoxazol / (T) trimetoprim 64 SUMÁRIO CONTROLE DE CURA 7, 14, 21 dias 7, 14 e 21 dias Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais (cont.) PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO APRESENTAÇÃO COMERCIAL CONTROLE DE CURA Criptosporidíase Espiramicina Rovamicina® 500 mg/cp (Cryptospo- 1 g, 3 x ao dia ridium sp) duração indefinida OU Baixos índices de cura parasi-tológica.Me- -lhora clínica transitória em alguns casos Paromomicina 500 mg, 4 x ao dia duração indefinida OU Humatim® 500 mg/cp (não disponível no mercado nacional) Nitazoxanida Annita® 500 mg/cp 500 mg 2x/dia, 3 dias Ciclosporíase (Cyclospora cayetanensis) Imunocompetente Sulfametoxazol +trimetoprim 800 mg (S) + 160 mg (T), 2 x ao dia, 7 dias Bactrim, Infectrim, genérico 400 mg (S) + 80 mg (T)/cp ou susp. oral 200 mg(S)/5ml +40 mg(T)/5 ml Imunodeprimido Sulfametoxazol +trimetoprim (Ataque) 800 mg (S) + 160 mg (T), 4 x ao dia, 10 dias (Manutenção) 800 mg (S) + 160 mg (T), 3 x/semana Bactrim, Infectrim, genérico 400 mg (S) + 80 mg (T)/cp ou susp. oral 200 mg(S)/5ml Boa eficácia em pacientes com CD4> 200/mm3 Microsporíase Albendazol 400 mg, Zentel® ou Albendazol 3x/dia por 2 - 4 semanas genérico ou 400 mg/cp (Enterocyto- zoon bieneusi, ou susp. oral 40 mg/ml Encephalito- zoon intestinalis) Eficaz para E. intestinalis; eficácia duvidosa para E. bieneusi Balantidíase (Balantidium coli) 7, 14 e Tetraciclina 30 a 50 mg/kg/dia, Tetrex® 500 mg/cp durante 10 dias Evitar em crianças OU Metronidazol 20 mg/kg/dia durante 7 dias Metronidazol genérico 250 mg ou 400 mg/cp ou susp. oral - 40 mg/ml Dientamebíase Metronidazol (Dientamoeba 250 mg, 3 x ao dia, 7 a 10 dias fragilis) 15 mg/kg/dia, em 3 tomadas, 7 a 10 dias Metronidazol genérico 250 mg ou 400 mg/cp ou susp. oral - 40 mg/ml (gen) 250 mg ou 400 mg/cp ou susp. oral 40 mg/ml SUMÁRIO 21 dias 7, 14 e 21 dias 65 Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais (cont.) PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO Blastocistose Metronidazol (Blastocystis 500 a 750 mg, 3 x ao dia, hominis) 10 dias OU APRESENTAÇÃO COMERCIAL Metronidazol genérico 250 mg/cp ou 400 mg/cp 7, 14 e ou susp. oral - 40 mg/ml 21 dias (gen) 250 mg ou 400 mg/cp ou susp. oral 40 mg/ml Nitazoxanida 500 mg 2 x/dia, 3 dias Annita® 500 mg/cp Ancilostomíase Albendazol Zentel® ou Alendazol (Ancylostoma 400 mg, dose única, genérico 400 mg/cp duodenale repetida após 7 dias OU Necator americanus) CONTROLE DE CURA 7, 14 e 21 dias ® Mebendazol 100 mg 2 x ao dia, durante 3 dias Pantelmim ou Mebendazole (genérico) 100 mg/cp Estrongiloidíase Formas habituais (Strongyloides Ivermectina Revectina® 6 mg/cp stercoralis) 200 mcg/kg, dose única OU 8, 9 e 10 dias Cambendazol 5 mg/kg, dose única OU Cambem® 180 mg/cp 6 mg/ml susp. oral (ou) 7, 14 e Tiabendazol 25 mg/kg/dose, 2 x ao dia, 2 dias (máximo de 3,0 g/dia) Repetir após 10 a 15 dias. Thiabem® ou Tiabendazol genérico 500 mg/cp ou 250 mg/5 ml susp. oral 21 dias Hiper-infecção Ivermectina 200 mg/kg dia, 2 dias OU Revectina® 6 mg/cp Tiabendazol 25 mg/kg/dose, 2 x ao dia, 5 a 7 dias ou 500 mg/dia durante 30 dias OU Thiabem® ou Tiabendazol genérico 500 mg/cp ou 250 mg/5 ml susp. oral Cambendazol 5 mg/kg, dose única semanal, 3 a 5 semanas, dependendo da evolução clínica Cambem® 180 mg/cp 6 mg/ml susp. oral 66 SUMÁRIO Até negati-vação do exame de fezes Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais (cont.) PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO APRESENTAÇÃO COMERCIAL Ascaridíase Forma habitual (Ascaris lumbricoides) Levamizol Ascaridil 80 mg ou adultos: 150 mg, dose única 150 mg/cp ou crianças: 80 mg, dose única OU Albendazol 400 mg, dose única Albendazol (gen) ou Zentel® 400 mg/cp ou susp.oral 40 mg/ml Oclusão/sub-oclusão intestinal CONTROLE DE CURA 7, 14 e 21 dias Hexa-hidrato de piperazina “Solução de piperazina 100 mg/kg + 50 ml de com licor de ameixa” óleo mineral por SNG (Laborsil® - após 24h: 50 mg/kg + 500 mg/5 ml) ou 50 ml de óleo mineral Vermifran 500 mg/5 ml dose máxima diária de piperazina: 6 g Diante de insucesso do tratamento clínico, abordagem cirúrgica com remoção manual dos vermes Cestox® 150 mg/cp Tamização das fezes de T. saginata) Clorossalicilamida Atenase® adultos: 2 g 500 mg/cp crianças: 1 g, dose única 24h após o tratamento (escolex) ou idem 90 dias após o tratamento (proglotes) Himenolepíase Praziquantel Cestox® (H. nana, 25 mg/kg, dose única 150 mg/cp H. diminuta) Repetir após 10 dias. OU 7, 14 e Teníases (T. solium, Praziquantel 10 mg/kg, dose única Clorossalicilamida adultos: 2 g; crianças: 1 g, 1 x/dia, durante 6 dias consecutivos Atenase® 500 mg/cp Tricuríase Albendazol 400 mg em dose única OU (Trichuris trichiura) Zentel® ou Albendazol genérico 400 mg/cp ou susp. oral 40 mg/ml Mebendazol 100 mg, 2 x ao dia, 3 dias Pantelmim® Mebendazol genérico 100mg/cp ou susp. oral 20 mg/ml SUMÁRIO 21 dias 7, 14 e 21 dias 67 Tratamento de Infecções Parasitoses Intestinais (cont.) PARASITOSE ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO APRESENTAÇÃO COMERCIAL CONTROLE DE CURA Mebendazol Enterobíase 100 mg, dose única OU (Enterobius vermicularis) Pantelmim® ou Mebendazol genérico 100mg/cp e susp. oral 20 mg/ml swab anal a partir do dia 8 pós tratamento, Albendazol 400 mg, dose única OU Zentel® ou Albendazol genérico 400 mg/cp e susp. oral 40 mg/ml durante 7 dias Pamoato de pirvínio 10 mg/kg, dose única (não absorvido; pode ser utilizado durante a gestação Esquistosso- -mose (Schistosoma mansoni) Oxamniquina Mansil® 250 mg/cp e adultos: 12,5 a 15 mg/kg, susp. oral 50 mg/ml dose única; crianças: 20 mg/kg, dose única OU Praziquantel 40 a 60 mg/kg, dose única 68 SUMÁRIO Pyr-pam® 100 mg/cp e susp. oral 50 mg/5 ml Cisticid® 500 mg/cp (uso hospitalar) Cestox® 150 mg/cp 6 coprosco-pias mensais, a partir do 45º dia póstratamento Tratamento de Infecções Pâncreas e Vias Biliares DOENÇA ANTIMICROBIANO PROVÁVEIS PATÓGENOS COMENTÁRIOS Colecistite aguda ou colangite Ceftriaxona 1 g IV 12/12h + Enterobactérias + metronidazol 500mg IV de 8/8h enterococcus + ou anaeróbios Ampicilina 6-8 g/dia IV + gentamicina 3-5 mg/kg IV d.u. + metronidazol 500 mg IV 8/8h Até 72h após o controle do quadro infeccioso (afebril e leucograma normal) Colangite Ceftazidima 1-2 g IV 8/8h Pseudomonas ou aeruginosa Cefepime 2 g IV 12/12h Gram-negativos Após manipulação endoscópica multirresistentes da via biliar ou próteses biliares Até 72h após o controle do quadro infeccioso (afebril e leucograma normal) e desobstrução da via biliar Pancreatite Aguda DOENÇA INDICAÇÕES ANTIBIOTICOTERAPIA Não há indicação Pancreatite Aguda Leve Não há indicação Pancreatite Aguda Grave • Ciprofloxacina 400 mg IV 12/12 h + metronidazol 500 mg IV 8/8h ou • Imipenem 500 mg IV 8/8h ou de 6/6h ou • Meropenem 0,5- 1g IV 8/8h por 14 a 21 dias • ≥ 30% de necrose visualizada em TC de abdome • diagnóstico de infecção por cultura de aspirado por punção guiada ou intraoperatória ou hemocultura) • Introduzir ATB se não houver sinais de necrose, mas o paciente apresentar algum critério de gravidade (IMC ≥ 30, diabetes, efusão pleural esquerda ou bilateral, PCR ≥ 12 mg/dL, escore de Ranson ≥ 3, escore de APACHE II ≥ 8). Se não houver evolução para necrose, suspender em 3 dias. SUMÁRIO 69 70 COMENTÁRIOS SUMÁRIO Clindamicina 300-450mg 6/6h VO por 7dias ou 600 mg 6/6h ou 900 mg 8/8h IV por 7 dias Ambulatorialmente: Clindamicina 300-450mg 6/6h VO Cefalosporinas de 1º geração por 7 dias) ou 600 mg 6/6h ou (cefalexina 1 g 6/6h por 7 dias) 900 mg 8/8h IV por 7 dias Se internado oxacilina (2 g IV 4/4h por 7 dias) Ambulatorialmente: Penicilina procaína 400.000 IM 12/12h Internado: penicilina cristalina 2.000.000 IV de 4/4h Observações: a) Tanto a erisipela quanto a celulite apresentam sinais flogísticos; o paciente pode ter febre e leucocitose, mas a erisipela é mais superficial e bem delimitada. b) As doses foram calculadas para adulto com peso de 60 a 70Kg e com função renal normal. CELULITE Streptococcus do grupo A S. aureus Streptococcus do grupo A, às vezes grupos G, C, B e mais raramente S. aureus Tentar obter GRAM e cultura em caso de secreção purulenta. Maior positividade em hemocultura. Culturas positivas em apenas 5% dos casos TRATAMENTO ALTERNATIVO ERISIPELA TRATAMENTO INICIAL DE ESCOLHA Risco de GNDA Difícil diferenciar impetigo estreptocóccico de estafilocóccico AGENTES MAIS COMUNS IMPETIGO Streptococcus Cefalosporinas de 1º geração Eritromicina do grupo A (cefalexina 1 g 6/6h por 7 dias) 500 mg 6/6h por 7 dias S. aureus Aplicação tópica de mupirocina ou ácido fusídico DOENÇA Tratamento de Infecções Partes Moles - Infecções de Pele TIPO AGENTE CAUSAL USUAL CAUSAS PREDISPONENTES S. aureus Cirurgia Streptococos microaerófilos SUMÁRIO Toxicidade sistêmica, dor local intensa, gangrena, choque, falência de múltiplos órgãos Gás nos tecidos Fasciíte Necrotizante Streptococcus do grupo A Feridas penetrantes, procedimentos cirúrgicos, do Tipo 2 Diabetes mellitus Mionecrose, formação de gás, toxicidade sistêmica, choque Gás na pele, fáscia poupada, pouca repercussão sistêmica Destruição de gordura e fáscia; envolvimento da área perineal na Síndrome de Fournier Flora mista aeróbia e anaeróbia C. perfringens Trauma, injecções de epinefrina, C. histolyticum neutropenia C. septicum QUADRO CLÍNICO Ulceração de progressão lenta restrita à fáscia superficial Fasciíte Necrotizante Flora mista anaeróbia, Cirurgia, diabetes, Gram-negativos e Enterococcos doença vascular periférica do Tipo 1 Celulite Anaeróbia não Clostrídica Gangrena Gasosa Celulite Clostrídica Clostridium perfringens Trauma local ou cirurgia Gangrena Sinergística de Melaney Tratamento de Infecções Partes Moles - Infecções Necrotizantes 71 Tratamento de Infecções Partes Moles - Infecções Necrotizantes Evidência de infecção grave ou não controlada (dor, aumento de hiperemia, febre, taquicardia, agitação, instabilidade hemodinâmica). Coleta material por punção ou 2 swabs + hemocultura (2 amostras) + antibioticoterapia Drenagem ampla através de incisões para exposição da fáscia e/ou músculos Considerar oxigenoterapia hiperbárica Infecção não-controlada Infecção controlada Reavaliar desbridamento / antibioticoterapia 72 SUMÁRIO Tratamento de Infecções ORIGEM COMUNITÁRIA Clostridium (gangrena gasosa extremidades) Streptococcus beta-hemolítico, S.aureus (idiopático, pós trauma, inj. drogas, animais peçonhentos) Flora mista oral (gangrena Ludwig ) Flora mista intestinal (Fournier) CLINDAMICINA 900 mg 8/8h IV + PENICILINA CRISTALINA 3 mi 4/4h IV CLINDAMICINA 900 mg 8/8h + GENTAMICINA* 240 mg/dia (dose única) Reavaliar antibioticoterapia de acordo com cultura/antibiograma * Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h em caso de insuficiência renal ou alto risco ORIGEM HOSPITALAR S.aureus Streptococcus beta-hemolítico (pós cirurgias limpas ou potencialmente contaminadas) Flora mista (pós-drenagem de abcessos, cirurgias pot. contaminadas /sujas / infectadas) VANCOMICINA + AMICACINA# + METRONIDAZOL# 1 g 12/12h 1 g 24/24h 0,5 g 8/8h Reavaliar antibioticoterapia de acordo com cultura/antibiograma # Imipenem/meropenem em caso de insuficiência renal ou alto risco SUMÁRIO 73 Tratamento de Infecções Partes Moles - Pé Diabético Tratamento do Pé Diabético Princípios gerais para tratamento do pé diabético infectado: 1.Determinar gravidade da lesão (tabela 1) 2. COLHER CULTURAS antes de iniciar a antibioticoterapia para diagnóstico etiológico: Cultura do local: Limpar e desbridar a lesão (gaze e soro fisiológico); Obter espécime da base da ferida desbridada, por curetagem (raspando com a lâmina do bisturi ou cureta) ou por biópsia; Evitar realizar swab da base da lesão desbridada. Se for a única opção disponível, usar um swab com meio de transporte para aeróbio e anaeróbio e encaminhar rapidamente ao laboratório; A aspiração por agulha pode ser usada para obter material de coleção purulenta, e deve ser feita através da pele íntegra ao redor da ferida após antissepsia; A aspiração sub-periostal por agulha de áreas com suspeita de osteomielite pode ser usada para obtenção de espécimes; Identificar adequadamente o material e seu local de coleta e encaminhar rapidamente ao laboratório de microbiologia em meio estéril ou meio de transporte para aeróbios e anaeróbios. Colher hemocultura se sinais de infecção sistêmica 3. Iniciar TERAPIA EMPÍRICA baseado nos agentes etiológicos mais frequentes (tabelas 2 e 3). A terapia empírica deve sempre cobrir S. aureus e Streptococcus beta-hemolítico. Enterococcus usualmente é apenas colonizante. Considerar o momento ideal de cobrir gram-negativos: usualmente em infecções crônicas, com uso de antibiótico prévio. Pseudomonas aeruginosa deve ser tratada apenas se for o patógeno predominante em cultura de tecido profundo.Cobrir anaeróbios quando houver isquemia com necrose ou gangrena (“o clássico odor fétido”) 4. ADEQUAR antibioticoterapia após isolamento do agente 5. DESBRIDAMENTO é essencial 6. ATENÇÃO PARA ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL, muito comum nestes pacientes 7. Checar VACINAÇÃO PARA TÉTANO 8. O tratamento do pé diabético deve ser sempre multiprofissional 74 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Tabela 1. Classificação de pé diabético infectado (segundo Sociedade Americana de Doenças Infecciosas ) Classificação Descrição Clínica Leve > 2 Manifestações inflamatórias (secreção purulenta ou eritema, dor, calor, aumento de sensibilidade, empastamento); qualquer celulite ou eritema se estendendo até 2 cm ao redor da úlcera, e infecção limitada à pele ou tecido subcutâneo superficial; sem complicações locais ou acometimento sistêmico Moderado Infecção em paciente sistemicamente bem e metabolicamente estável, com > 1 dos seguintes: celulite se estendendo > 2 cm; linfangite; extensão à fáscia; abscesso planos profundos; gangrena; envolvimento de músculos, tendões, articulações e/ou osso. Grave Infecção em paciente toxemiado, com instabilidade metabólica (febre, calafrios, taquicardia, hipotensão, confusão, vômitos, leucocitose, acidose, hiperglicemia, insuficiência renal) Tabela 2. Etiologia de infecção e pé diabético em diferentes apresentações clínicas do pé diabético Quadro clínico Patógeno Celulite sem ferida aberta Streptococcus β-hemolítico (grupos A, B, C, G) e Staphylococcus aureus Úlcera infectada, sem ATM prévio Staphylococcus aureus e Streptococcus β-hemolítico Úlcera infectada, crônica ou com uso prévio de antimicrobiano Staphylococcus aureus e Streptococcus β-hemolítico e Enterobactérias Úlcera macerada, úmida* Pseudomonas aeruginosa, frequentemente com outros microrganismos Feridas não cicatrizadas, crônicas, com uso prévio prolongado de ATM de amplo espectro** Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo, difteroides, Enterococcus, Enterobactérias, Pseudomonas spp. , Bacilos Gram-negativos não-fermentadores e fungos (raro). Pé fétido: necrose ou gangrena extensa, fétido* Cocos gram-positivos aeróbios, incluindo Enterococcus, Enterobactérias, Bacilos Gram-negativos não-fermentadores e anaeróbios. *Geralmente polimicrobiana **Geralmente polimicrobiana e com bactérias multirresistentes (S. aureus OXA-R, Enterococcus Vanco R, Enterobactérias produtoras ESBL) SUMÁRIO 75 Tratamento de Infecções Tabela 3. Tratamento empírico inicial para infecções em pé diabético Classificação Antibioticoterapia empírica inicial Dose para função renal normal Duração e via de adm. Leve Cefalexina ou 1g 6/6h VO Comunitária Amoxicilina- 500 + 125 mg 8/8h Clavulanato ou 7 a 14 dias (até 4 semanas Clindamicina ou 900 mg 8/8h se a resolução Sulfametoxazol + Trimetoprim 800/160 mg 8 /8h for lenta) Relacionada a Serviços de Saúde Clindamicina + Ciprofloxacino ou 900 mg 8/8h 500 mg 12/12h ou uso de antibió- -tico nos últimos 30 dias Levofloxacino+ Metronidazol 500 mg 1x/dia 500mg 8/8h Moderado Comunitária Amoxicilina- 625 mg 8/8h Clavulanato ou Inicialmente IV, podendo ser VO Clindamicina + Ciprofloxacino ou 900 mg 8/8h 500 mg 12/12h VO ou 400 mg 12/12 IV após melhora clínica Ceftriaxone + Metronidazol ou 1 g 12/12h 500 mg 8/8h 2 a 4 semanas Ertapenem* 1g 1x/ dia Relacionada a Serviços de Saúde Piperacilina/ Tazobactam ou 4,75 g 8/8h ou uso de antibió- Ertapenem* 1g 1x/ dia -tico nos últimos 30 dias Associado a: Vancomicina ou Teicoplanina 1g 12/12h 400 mg 12/12h Grave Comunitária Clindamicina + Ciprofloxacino ou 900 mg 8/8h 400 mg 12/12h Cefepime + Metronidazol ou 2g 12/12h 500 mg 8/8h Ertapenem* 1g 1x/ dia Relacionada a Imipenem ou 500 mg 6/6h Serviços de Saúde Meropenem ou 1g 8/8h ou uso de antibió- -tico nos últimos Piperacilina/ Tazobactam 4,75 g 8/8h IV 2 a 4 semanas 30 dias Associado a: Vancomicina ou 1g 12/12h Teicoplanina 400 mg 12/12h * No Hospital das Clínicas, a prescrição do ertapenem é controlada pela CCIH e pode ser utilizado no tratamento de infecções causadas por enterobactérias produtoras ESBL ou sensíveis apenas a carbapenem. 76 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Peritonite associada à dialise peritoneal Diagnóstico e Tratamento Na suspeita de peritonite associada à diálise peritoneal: 1. Coletar líquido peritoneal e enviar para: quimiocitológico, Gram, micológico direto e cultura (inocular 10 mL no frasco de hemocultura aeróbio) 2. Iniciar antibiótico empírico intra-peritoneal (IP): 1ª opção: Vancomicina* + (amicacina ou ceftazidima) 2ª opção: Cefazolina* + Amicacina * a literatura corrobora o uso de cefazolina para cobertura empírica para Gram-positivos. Optamos por vancomicina como primeira opção devido a comodidade posológica e pela baixa incidência de peritonite em nosso Serviço. 3. Se houver sinais sistêmicos (febre, queda do estado geral ou hipotensão), iniciar vancomicina e ceftazidima intravenoso. Nesta situação, não é necessário utilizar intraperitoneal concomitantemente 4. Ajustar antibioticoterapia conforme agente isolado: • S.aureus: vancomicina ou cefazolina, conforme perfil de sensibilidade, por 3 semanas. Considerar retirada do cateter peritoneal. • Estafilococo coagulase negativo: vancomicina ou cefazolina conforme perfil de sensibilidade, por 2 semanas. • Enterococo: ampicilina associada ou não à gentamicina, por 2 a 3 semanas • Enterobactérias: ceftazidima ou cefepime, conforme perfil de sensibilidade, por 3 semanas. • P. aeruginosa: associar 2 drogas: ciprofloxacino VO associado à ceftazidima ou cefepime ou tobramicina ou piperacilina, por 3 semanas. Considerar retirada do cateter peritoneal. 5. Indicações para retirada do cateter: • Peritonite fúngica • Nova peritonite pelo mesmo agente ou estéril em um período de 4 semanas após o fim do tratamento (peritonite recidivante) • Infecção de trajeto de cateter peritoneal (túnel) • Ausência de resposta após 5 dias tratamento (peritonite refratária) • Patologia intra-abdominal (apendicite, diverticulite e etc.) Doses de antibióticos por via intraperitoneal (administrar na bolsa de diálise com maior tempo de permanência). • Amicacina 2mg/kg/dia. • Cefazolina 15 mg/kg/dia • Cefepime 1g/dia • Ceftazidima 1000 – 1500 mg/dia • Tobramicina 0.6 mg/kg/dia • Vancomicina 15-30mg/kg, máximo de 2 a 3 gramas a cada 5-7 dias a depender da função renal residual. SUMÁRIO 77 Tratamento de Infecções Diagnóstico e Tratamento de Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) DEFINIÇÕES/ DIAGNÓSTICO: PBE clássica: PMNs > 250 cels/mm3 e cultura positiva PBE com cultura negativa: PMNs > 250 cels/mm3 e cultura negativa Bacteriascite: PMNs < 250 cels/mm3 e cultura positiva Para aumentar positividade da cultura de líquido ascítico (LA): inocular 10 ml do líquido ascítico no frasco de hemocultura. Tratamento de PBE: PBE PBE complicada * SIM NÃO Paciente em uso de profilaxia com norfloxacino? Cefotaxima 2g 8/8h IV por 5 a 14 dias + Albumina& SIM AmoxicilinaClavulanato VO ou Ceftriaxone IM/IV por 10-14 dias NÃO AmoxicilinaClavulanato VO ou Ciprofloxacino VO por 10 a 14 dias * PBE Complicada: presença de qualquer dos seguintes: encefalopatia grau II a IV, choque, HDA , íleo paralítico ou alteração da função renal & Albumina 1,5g/ Kg no primeiro dia e 1,0 g/ Kg no terceiro dia. SEGUIMENTO: Se não houver melhora clínica em 48h: considerar nova punção de LA 78 SUMÁRIO NÃO SIM Comorbidades • Neoplasias • ICC • Insuf. Renal • Hepatopatia, alcoolismo • Sequela neurológica • DPOC • Diabetes • Doença vascular cerebral • Idade >65 anos SUMÁRIO GRUPO III - Internação por 24h-48h • Fluorquinolona respiratória IV ou • Macrolídeo IV 10 dias 71-90 pontos 91-130 pontos GRUPO V - Terapia Intensiva • Ceftriaxona + macrolídeo IV ou • Fluorquinolona IV 10-14 dias >130 pontos GRUPO I Baixo risco ambulatorial • Amoxicilina ou • Macrolídeos ou • Doxiciclina 7-10 dias GRUPO IV - Internação em Enfermaria • Fluorquinolona respiratória IV ou • Ceftriaxone + macrolídeo IV 10-14 dias • Amoxicilina 500 mg 8/8h VO • Amoxicilina + clavulanato 500 mg + 125 mg 8/8h ou 875 mg 12/12h VO • Azitromicina 500 mg/ dia, claritromicina 500 mg 12/12h ou eritromicina 500 mg 6/6h IV ou VO • Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h • Doxiciclina 100 mg 12/12h VO • Fluorquinolona respiratórias: Levofloxacino 500 mg/dia ou moxifloxacino 400 mg/dia IV/VO • OBS: Considerar associação de Oseltamivir 75 mg 12/12 h por 5 dias durante epidemias de influenza GRUPO II - Ambulatorial • Macrolídeo ou • Amoxicilina + clavulanato ou • Fluorquinolona respiratória 7-10 dias <70 pontos NÃO Utilize o escore de gravidade de PAC para determinar o risco e avalie comorbidades Solicitar hemograma, glicemia, eletrólitos, função hepática e renal. HIV consentido e hemoculturas para pacientes internados SIM Sinais de alerta • Confusão mental • PAS <90 mmHg • TAX >40ºC ou <350C • Taquicardia >125 bpm • Taquipnéia >30 ipm • Oximetria <90% • Doença multilobar Tratamento de Infecções Pneumonia Comunitária do Adulto 79 Tratamento de Infecções COMORBIDADES CONSIDERAR Etilismo, dentes precários, disfagia, aspiração Anaeróbio Amoxicilina clavulanato, clindamicina ou metronidazol Etilismo, insuficiência hepática, neoplasias, idoso Bacilos Gram-negativos Não prescrever macrolídeo isoladamente Influenza com superinfecção bacteriana Bronquiectasia, fibrose cística ou internação prévia ou uso recente antibiótico S. aureus, H.influenzae, S.pnemoniae P. aeruginosa ESCORE DE GRAVIDADE DE PAC Pontos Idade anos Sexo feminino - 10 Asilo +10 Neoplasia +30 Hepatopatia +20 ICC +10 Doença cerebro-vascular +10 Insuficiência Renal +10 Confusão mental +20 Taquipnéia: FR >30 +20 PAS <90 mmhg +20 Temperatura axilar <35ºC ou >40 ºC +15 Pulso >125 bpm +10 pH arterial <7.35 +30 Uréia >40 mg/dl +20 Glicose >250 mg/dl +10 Sódio <130 mEq/dl +20 Hemoglobina <9 g/dl +10 Derrame pleural +10 PO2 <60 mmHg ou Sat AA <90% +10 TOTAL 80 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Características e patógenos mais frequentes nos diferentes grupos conforme classificação da Sociedade Americana do Tórax (ATS) Grupo Características Patógenos mais comuns 1 • Sem necessidade de internação • Pneumonia leve ou moderada • Idade superior a 65 anos • Ausência de doença associada* • Streptococcus pneumoniae • Mycoplasma pneumoniae • Chlamydia pneumoniae • Haemophilus influenzae • Vírus respiratórios 2 • Sem necessidade de internação • Pneumonia leve ou moderada • Idade inferior a 60 anos e/ou doença de base com morbidade associada* • Streptococcus pneumoniae • Haemophilus influenzae • Vírus respiratórios • Bacilos Gram-negativos • Staphylococcus aureus 3 • Necessidade de internação (sem terapia intensiva) • Streptococcus pneumoniae • Haemophilus influenzae • Bacilos Gram-negativos • Legionella spp. • Chlamydia pneumoniae • Necessidade de internação 4 em unidade de terapia intensiva • Streptococcus pneumoniae • Legionella spp. • Bacilos Gram-negativos • Chlamydia pneumoniae • Vírus respiratórios *Insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência hepática ou renal e alcoolismo SUMÁRIO 81 Tratamento de Infecções Investigação Pneumonia Comunidade MICROBIOLOGIA enviar 5 ml em tubo seco estéril e pedido único para a mibrobiologia Bacterioscopia* PESQUISAS DIRETAS P. jiroveci § Micobactéria Geral* CULTURAS Legionella pneumoniae Fungos (filamentosos)** Micobactéria biologia molecular enviar 3 ml em tubo seco estéril e pedido único para o setor de biologia molecular P. jiroveci § PCR Legionella pneumoniae* Mycoplasma pneumoiae Chlamydia pneumoniae Mycobacterium turbeculosis Influenza A lim 54 Enviar 7 ml em tubo seco estéril e para LIM 54 prof. Dahir - fone: 3066-7029 sorologia Legionella pneumoniae# Mycoplasma pneumoniae# Observações: * lavado bronco-alveolar # sangue As demais pesquisas podem ser realizadas em qualquer secreção respiratória. § Infecção pelo HIV / outras imunodepressões ** Apenas em imunossuprimidos hematológicos e transplantados. 82 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Pneumonia Comunitária em Pediatria 1. Diagnóstico clínico e etiológico: Se os sinais clínicos de ausculta estão presentes, não é necessária a realização de radiografia para o diagnóstico. Pneumonia bacteriana se associa a febre, dispneia e taquipneia; em crianças menores de 3 anos, pneumonia bacteriana deve ser considerada em crianças com t >38,5oC, FR >50 e tiragem. Realizar hemoculturas em todas as crianças com suspeita de pneumonia, ainda que se saiba que <10% delas serão positivas. Aspirados de nasofaringe para pesquisa viral devem ser realizados em todas as crianças menores de 18 meses. Colher líquido pleural para diagnóstico sempre que possível. Idadeetiologia RN – 21 dias • Estreptococos do grupo B • Bactérias Gram-negativas entéricas • Citomegalovírus • Listeria monocytogenes 21 dias – 3 meses • Chlamydia trachomatis • Vírus sincicial respiratório • Parainfluenza-vírus tipo 3 • Streptococcus pneumoniae • S. aureus 4 meses – 4 anos • Vírus sincicial respiratório, parainfluenza-vírus, influenzavirus, adenovirus, rinovirus • S. pneumoniae • H. influenzae • Mycoplasma pneumoniae • Mycobacterium tuberculosis 5 anos – 15 anos • Mycoplasma pneumoniae • Chlamydia pneumoniae • S. pneumoniae • M. tuberculosis 2. Indicações de internação: Hipoxemia: SatO <92%. 2 Família sem condições de cuidar apropriadamente da criança em casa. Em lactentes, FR >70 irpm, dispneia, apneia, gemência ou dificuldade de alimentação. Em crianças maiores, FR >50 irpm, dispneia, gemência ou sinais de desidratação. SUMÁRIO 83 Tratamento de Infecções 3. Indicações de Internação em UTI: SatO <92% com FiO >60%. 2 2 Sinais de choque. Desconforto respiratório progressivo com sinais de falência respiratória, com ou sem hipercapnia. Apneia ou respiração irregular. 4. Tratamento: FAIXA tratamento INTERNAÇÃO ETÁRIA ambulatorial (criança sem imagem lobar nem derrame pleural) internação (criança COM SEPSE, e/ou com infiltrado alveolar, e/ou com derrame pleural RN-21 Internar dias Ampicilina (ou penicilina cristalina) e gentamicina, com ou sem cefalosporina de 3a geração (IV) Ampicilina (ou penicilina cristalina) e gentamicina, com ou sem cefalosporina de 3a geração (IV) • Pac. Afebril: eritromicina 30-40 mg/kg/d IV de 6/6h • Pac. febril: associar à eritromicina uma cefalosporina de 3a geração Cefalosporina de 3a geração de Amoxicilina 50 – 4 meses 100 mg/kg/dia a 5 anos 8/8h • Suspeita de pneumonia viral: não dar atb, apenas suporte (O2, hidratação, fisioterapia respiratória) • Suspeita de etiologia bacteriana: penicilina cristalina 100.000 UI/kg/d IV de 4/4h ou ampicilina 200 mg/kg/d IV de 6/6h Cefalosporina de 2a (cefuroxima 150 mg/kg/d IV 8/8h) ou 3a geração, ou penicilina cristalina ou ampicilina 5 anos- Adultos jovens Claritromicina 15 mg/Kg/d IV 12/12h ou, em crianças > 8 anos, doxiciclina 4 mg/Kg/d IV 12/12 h. Se forte suspeita de infecção por bactéria Gram-positiva, associar penicilina cristalina ou ampicilina Cefalosporina de 2a (cefuroxima 150 mg/kg/d IV 8/8h) ou 3a geração, ou penicilina cristalina ou ampicilina. Se não evoluir bem, associar macrolídeo. de 3 sem. a 3 meses 84 Pac. afebril: eritromicina 30-40 mg/kg/d VO 6/6h ou azitromicina 10 mg/kg/d no 1o dia e 5 mg/kg/d por mais 4 dias em 1 tomada diária Eritromicina 30-40 mg/ Kg/d VO 6/6h ou azitromicina 10 mg/Kg/d no 1o dia e 5 mg/Kg/d por mais 4 dias em 1 tomada VO diária ou claritromicina15 mg/Kg/d VO 12/12h ou, em crianças > 8 anos, doxiciclina 4 mg/Kg/d VO 12/12h SUMÁRIO Tratamento de Infecções Pneumonia relacionada à assistência à saúde (inclui PAV) SUSPEITA Infiltrado radiológico em RX ou CT somado a pelo menos 2 sinais clínicos: • Febre • Secreção traqueal purulenta • Leucocitose Obs: em pacientes com SARA, 1 sinal clínico é suficiente • Colher: Hemocultura (2 pontos, 1 par por ponto) e secreção traqueal quantitativa • Iniciar antibiotiocoterapia empírica (tabela pág 86) Reavaliação 48-72h: Melhora clínica? SIM NÃO CULTURA NEGATIVA Solicitar LBA; considerar outros patógenos, complicações outras infecções outro diagnóstico CULTURA POSITIVA CULTURA NEGATIVA Considerar a suspensão de antimicrobianos Adequar antimicrobianos, considerar outros patógenos outras infecções outro diagnóstico CULTURA POSITIVA Descalonar antimicrobianos tratar por 8 dias (P. aeruginosa por 15 dias) Pontos de Corte das Culturas Quantitativas: Lavado Bronco-alveolar: 104 UFC/mL Secreção Traqueal:105-6 UFC/mL SUMÁRIO 85 Tratamento de Infecções Coleta de Secreção Traqueal em Pacientes Traqueostomizados ou Entubados Material: EPI – Óculos e máscara (avental em caso de precaução de contato) Sonda de aspiração endotraqueal Coletor de mucosidade estéril e seco (“bronquinho”) Aspirador Luva estéril Bandeja Etiqueta de identificação do paciente Técnica: Higienizar as mãos Calçar luva estéril Introduzir uma sonda de aspiração estéril de calibre adequado já conectada ao “bronquinho”, através do tubo endotraqueal até encontrar resistência. Recolher 1-2cm do cateter, aplicar sucção para obter amostra Não instilar soluções, pois alterará a contagem de microrganismos Encaminhar rapidamente ao laboratório. Caso não seja possível, manter refrigerado a 2-8°C por, no máximo, 12 horas. Volume mínimo para cultura aeróbia é de 1ml, para pesquisa e cultura para fungos e micobactérias, o volume mínimo é de 5-10 ml Higienizar as mãos Momento do Antibiotiocoterapia para pneumonia relacionada à assistência à saúde (inclui PAV) Sem uso prévio de atm Com uso prévio de ATM* diagnóstico clínico- Estável radiológico Piora hemodinâmica Estável e/ou respiratória Piora hemodinâmica e/ou respiratória Precoce Ceftriaxone ou (<5 dias de Levofloxacino ou ventilação Moxifloxacino mecânica) Ceftazidima* ou Cefepima* ou cefepima* ou piperacilina- piperacilina- tazobactam tazobactam + mrsa Ceftazidima* ou cefepima* ou carbapenem* + mrsa Tardio (>5 dias de ventilação mecânica) Ceftazidima* ou cefepima* ou carbapenem* + mrsa Ceftazidima* ou cefepima* ou carbapenem* + mrsa Ceftazidima ou cefepima ou piperacilina- tazobactam Ceftazidima* ou cefepima* ou carbapenem* + mrsa? • discutir a cada caso associação com amicacina • MRSA: cobertura para S. aureus resistente a oxacilina (vancomicina ou teicoplanina ou linezolida). Vide bactérias multi-R (pág. 16) • Obs: se houver suspeita de aspiração, considerar associação com clindamicina ou metronidazol se o esquema prescrito não contemplar anaeróbios. 86 SUMÁRIO Tratamento de Infecções Pneumopatia por Aspiração (adulto) Situação clínica Condição Antimicrobiano Duração do tratamento Pneumonite aspirativa “BCP” + aspiração do conteúdo gástrico teste- -munhada com febre, leucocitose e imagem - início nas primeiras 24h da aspiração 7-14 dias conforme gravidade e evolução Hígido sem fatores de risco • Clindamicina ou para colonização gástrica* • Ampicilina ou (p. ex: crise convulsiva, • Penicilina intoxicação exógena aguda, pós-anestesia eletiva) Fatores de risco para coloni- -zação gástrica por Gram-neg. • Institucionalizados e hospitalizados • Disfagia neurológica, obstrução intestinal, sonda gástrica ou enteral e bloqueadores H2 • Quinolona respiratória ou • Cefalosporina 3ª geração+macrolídeo* • Considerar adição de clindamicina ou metronidazol Pneumonia adquirida Tratamento ambulatorial • Quinolona na comunidade com respiratória ou risco para aspiração • Amoxicilina- Rebaixamento do nível clavulanato de consciência, disfagia ou obstrução digestiva Tratamento internado • Quinolona respiratória ou • Cefalosporina 3ª geração + macrolídeo • Considerar adição de clindamicina ou metronidazol Abscesso ou Tratamento ambulatorial • Amoxicilina- pneumonia -clavulanato ou necrotizante • Clindamicina Tratamento internado • Quinolona respiratória ou Cefalosporina 3ª geração • Adicionar clindaminica ou metronidazol SUMÁRIO 7-14 dias conforme gravidade e evolução Prolongada (>3 semanas) conforme gravidade e evolução 87 Tratamento de Infecções Infecção do Trato Urinário (ITU) 1. Bacteriúria assintomática Caracterizada pela presença de bactérias na urocultura (>100.000 UFC/ml) e ausência de sinais e sintomas clínicos de infecção. Indicação de tratamento: apenas naqueles pacientes com alto risco de desenvolvimento de bacteremia: transplante de órgãos sólidos; granulocitopenia; gravidez; pré-operatório de cirurgias urológicas; pré-operatório de colocação de próteses. Tratamento: de acordo com o antibiograma por 5 dias. 2. Infecção do trato urinário baixo (cistite) 2.1. Mulher grávida, puerpera ou nutriz Realizar urina tipo 1 e urocultura Tratamento: de acordo com antibiograma, levar em conta os potenciais efeitos colaterais fetais na escolha do antimicrobiano Duração: 7 dias Urina tipo 1 alterada Urocultura Iniciar antibioticoterapia empírica • Cefalosporina de 1a geração (cefadroxila ou cefalexina) • Amoxicilina Reavaliar com resultado da cultura e antibiograma e adequar esquema de tratamento se necessário 88 Exames de controle: urina tipo 1 e urocultura após 2 a 4 semanas SUMÁRIO Tratamento de Infecções 2.2. Mulher não-grávida A infecção de trato urinário não complicada em mulheres não-grávidas não requer a realização de exames laboratoriais. Iniciar antibioticoterapia empírica VO: SMX – TMP (800 mg/160 mg) 12/12h ou Norfloxacino 400 mg 12/12h ou Ácido nalidíxico 500 mg 6/6h ou Nitrofurantoína 100 mg 6/6h tratar por 3 dias Ausência de melhora clínica realizar urina tipo 1 e urocultura (+) Agente resistente à droga utilizada Novo tratamento por 3 dias, de acordo com antibiograma (+) Agente sensível à droga utilizada Reavaliar o caso Melhora clínica (-) Repetir cultura em 48h (-) Chlamydia trachomatis Ureaplasma urealitycum Gardnerella vaginalis Mycoplasma hominis Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias ou azitromicina 1 g VO em dose única SUMÁRIO 89 Tratamento de Infecções 2.3. Homem A ITU nos pacientes do sexo masculino está frequentemente associada a hiperplasia prostática. Realizar: urina tipo 1 urocultura exame clínico da próstata Tratamento de acordo com antibiograma por 7 dias 3. Infecção do trato urinário alto (pielonefrite aguda) Na presença de sintomas clínicos sugestivos de Infecção do trato urinário alto, solicitar: urina tipo 1 urocultura hemocultura Iniciar antibioticoterapia VO, IV ou IM, de acordo com o estado geral do paciente, e reavaliar em 72 horas para passar à terapêutica oral. Investigar alterações do trato urinário: obstrução/cálculos. Opções de tratamento: Aminoglicosídeos (IV ou IM) (gentamicina 5 mg/kg ou amicacina 15 mg/kg por dia) Ciprofloxacino 400 mg IV ou 500 mg VO 12/12h Ceftriaxona 1 g IV de 12/12h * tratar por 14 dias * Para gestantes, pacientes com insuficiência renal ou maior risco de adquiri-la, ou ainda com idade >65 anos, usar somente cefalosporina. 4. Infecção em pacientes com cateter urinário O principal fator de risco para infecção do trato urinário hospitalar é a presença da sonda vesical. Suspeita clínica de ITU Ausência de sintomas clínicos de infecção Urocultura (+) Alteração da urina tipo 1 e Urocultura (+) • reavaliar a necessidade da sonda • retirar a sonda assim que possível Tratamento não indicado Exceção: pacientes de alto risco • Transplante de orgãos sólidos • Granulocitopênicos • Gravidez • Pré-operatório de cirurgias urológicas • Pré-operatório de colocação de próteses 90 Piúria franca Trocar o cateter vesical Iniciar antibioticoterapia, de acordo com antibiograma SUMÁRIO Tratamento de Infecções 5. Tratamento de infecção do trato urinário recorrente Mais de três ITUs por ano relacionadas ao coito: Realizar profilaxia pós-coito Opções de Tratamento: SMX-TMP (800 mg/160 mg) - 1 compr. em dose única a Cefalosporina de 1 geração - 0,5 g VO em dose única Mais de três ITUs por ano não relacionada com coito: Realizar profilaxia contínua com dose única diária por período de 6 meses a 1 ano Opções de Tratamento: SMX-TMP (400 mg/80 mg) Nitrofurantoína (100 mg) Norfloxacino (200 mg) SUMÁRIO 91 Tratamento de Infecções Candidúria 1. Candidúria assintomática a) Ausência de sintomas clínicos, ausência de piúria e presença de urocultura (+) com >10.000 UFC/ml Pacientes de alto risco: • Pré-operatório de cirurgia urológica • Neutropênicos • Transplantados Pacientes não-pertencentes ao grupo de risco Se sondado, trocar a sonda. Para todos, repetir urocultura após 48h Tratamento não indicado Cultura (+) >10.000 UFC/ml Indicado tratamento b) Ausência de sintomas clínicos porém com piúria Pacientes de alto risco Pacientes não pertencentes ao grupo de risco Pós-transplante renal Pré-operatório de cirurgia urológica Neutropênicos Se sondado, tirar a sonda Discutir caso a caso a necessidade de tratamento Trocar sonda e iniciar tratamento 2. Candidúria sintomática Caracterizada pela presença de sintomas clínicos e piúria Trocar ou retirar a sonda (parar ATM, se possível) Indicar tratamento PROPOSTAS DE TRATAMENTO a) Fluconazol 200 mg no 1º dia e 100 mg/dia nos 5 dias subsequentes b) Anfotericina B 0,3 mg/kg IV em dose única 42 ml/h em sonda c) Anfotericina B, irrigação vesical: Anfo B 50 mg de tripla via por Diluído em 1 litro de ATM: 1 a 2 dias antimicrobiano água destilada estéril 92 SUMÁRIO Cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona 1 g IV ou IM de 12/12h) por 10 dias SUMÁRIO Se não houver resposta, considerar ceftriaxona 125 mg IM em dose única + doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias DST: Doenças Sexualmente Transmissíveis / VO: Via Oral / IM: Intramuscular / IV: Intravenoso ** Profilaxia das recorrências: baixas doses de nitrofurantoína (100 mg 1x/d), cotrimoxazol (400 mg/80 mg 1x/d) ou quinolonas (ciprofloxacino 250 mg 1x/d ou ofloxacino 200 mg 1x/d). Ressecção prostática pode ser necessária para resolver a infecção. 5. Prostatite Idem ao anterior + considerar Ofloxacino 200 mg VO de 12-12 h, crônica / C. trachomatis, Ureaplasma por 6 semanas Síndrome da algia pélvica crônica Ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino 200 mg VO 12/12h por 6 semanas Cotrimoxazol (800mg/160mg) VO 12/12h por 6 semanas Ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino 200 mg VO 12/12h por 10dias • >35 anos: ceftriaxona 1 g IV ou IM 12/12h ou cotrimoxazol (800 mg/160 mg) 12/12h VO por 10 dias • <35 anos: ofloxacino 200 mg VO 12/12h por 10 dias TRATAMENTO ALTERNATIVO Enterobactérias, 4. Prostatite bacteriana S. saprophyticus, E. faecalis crônica** E. coli, Klebsiella, Pseudomonas, Staphylococcus, Streptococcus 2. Orquite bacteriana • >35 anos: ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino 200 mg VO 12/12h por 10 dias • <35 anos: ceftriaxona 500 mg IM dose única + doxiciclina 100 mg 12/12h por 10 dias TRATAMENTO PROPOSTO • Não complicada: cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxone 1g IV ou IM 12/12h) OU cotrimoxazol (800mg/160mg) 12/12h VO por 4 semanas • Complicada: inicialmente cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona 1 g IV ou IM 12/12h) + aminoglicosídeo (gentamicina 80 mg IV 8/8h) completando com quinolona VO (ciprofloxacino 500 mg ou ofloxacino 200 mg 12/12h) Total: 4 semanas • >35 anos: E. coli, Pseudomonas, Haemophilus eventualmente Gram-positivos • <35 anos: considerar germes de DST, como C. trachomatis, N. gonorrhoeae 1. Epididimite 3. Prostatite Enterobactérias, Staphylococcus, • Não complicada: ciprofloxacino bacteriana Haemophilus 500 mg de 12/12h ou ofloxacino 200 mg de 12/12h VO por 4 semanas aguda • Complicada: iniciar ciprofloxacino 200 mg ou ofloxacino 200 mg IV 12/12h, trocando para VO quando melhora do quadro. Total: 4 semanas GERMES MAIS FREQUENTES INFECÇÃO Tratamento de Infecções Urologia 93 Vírus Sincicial Respiratório 94 SUMÁRIO Colher PCR para VSR no LNF e/ou LBA* Positivo Pneumonia (RX de tórax com infiltrado, hipoxemia, crepitação ou sibilos) • Ribavirina inalatória** 6g/dia (20mg/ml por 18h/dia) 3 a 7 dias • Precauções de contato Negativo IVAS (dispneia, baixa SatO2) Paciente com sintomas respiratórios (principalmente outono-inverno) RN: recém-nascido PCR: reação de polimerase em cadeia LBA: lavado bronco-alveolar SatO2: saturação de O2 LNF: lavado nasofaríngeo * Enviar 3 ml lavado nasofaríngeo e/ou broncoalveolar ao LIM-52 (Virologia-IMT) em recipiente com gelo em até 3 horas 2) Crianças: Considerar tratamento com ribavirina apenas para crianças com doença cardíaca congênita, pneumopatias, doença ou terapia imunossupresiva e com infecção grave pelo VSR (necessidade de ventilação mecânica). Não tratar IVAS (tosse, coriza, + febre) 1) Transplantados de medula óssea: O VSR é transmitido por secreções respiratórias de infectados, por contato íntimo ou objetos e superfícies, onde o vírus sobrevive até 24 h. O diagnóstico preferencial é feito por detecção de antígenos virais em secreção de nasofaringe e traqueia. Em geral o tratamento é sintomático. A ribavirina aerossol é utilizada em formas graves da doença ou em imunossuprimidos. Recomendação: instituir precaução de contato que deve ser mantida até a alta, em quarto privativo ou, no RN, na incubadora. Intensificar a higienização das mãos antes e após cuidados e após contato com artigos e superfícies contaminadas. Tratamento de Infecções PROFILAXIA ANTIBIOTICOPROFILAXIA Princípios Gerais da antibioticoprofilaxia em cirurgia: Indicação apropriada Determinar microbiota provável numa infecção pós-operatória Administrar dose efetiva na INDUÇÃO ANESTÉSICA (exceto parto) Administrar por via endovenosa (exceto alguns procedimentos urológicos) Usar antibióticos por curto período (em geral dose única, não ultrapassar 24h) Mudar o antibiótico em caso de suspeita de infecção Evitar utilizar para profilaxia, drogas úteis no tratamento de infecções graves Quando indicadas cefazolina/cefoxitina usar 1 g em pacientes com peso<70 kg e 2g em > 70 kg. Em pacientes com alergia grave a cefalosporinas, consultar CCIH SUMÁRIO 95 96 SUMÁRIO Clindamicina isolada Clindamicina 600 mg IV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h + Ceftriaxone 1g IV 1g 12/12 h 1g 12/12 h Oncológica infectada 600 mg IV 600 mg IV 6/6h 600 mg 6/6h 10 dias (tratamento) 24 horas Não indicado Intra-operatório 1g 4/4h Cefazolina 1-2g IV 1g 4/4h 1g 8/8h + Metronidazol ou 500 mg IV 500 mg 6/6 h 500 mg 8/8 h 1-2g IV Cefazolina Oncológica Limpa Oncológica potencialmente contaminada DURAÇÃO Intra-operatório Não indicado DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA-OPERATÓRIO PÓS-OPERATÓRIO ANESTÉSICA Cirurgia com Cefazolina 1-2g IV Não indicada Não indicada incisão de mucosa Cirurgia limpa sem incisão de mucosa ROCEDIMENTO P ANTIBIÓTICO PROFILAXIA Cirurgia de Cabeça e Pescoço PROFILAXIA Cirurgia Cardiovascular DOSE NA INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- DURAÇÃO ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO Cirurgia Cardíaca com uso de Circulação Cefuroxima 1,5g IV extra-corpórea (CEC) 750 mg após término da CEC 750 mg 6/6h ou após 6h de (4 doses) duração da cirurgia Cirurgia Cardíaca com CEC em Cefuroxima 50 m/kg IV crianças até 30 Kg 50 mg/kg após término da CEC 50 mg/Kg 6/6h ou após 6h de (4 doses) duração da cirurgia Total 5 doses Total 5 doses Cirurgia Cardíaca Cefuroxima 1,5g IV 750 mg 6/6h sem CEC 750 mg 6/6h (3 doses) Total 4 doses Instalação de Cefazolina 1-2 g IV marca-passo Não indicada 1a2 doses 1 g após 4h de duração da cirurgia SUMÁRIO 97 98 SUMÁRIO Alto risco: - Obstrução - hipocloridria, - sangramento, - obesidade, - idade> 70 anos Preparo mecânico: opcional Descontaminação oral: neomicina + eritromicina ou metronidazol VO às 13h, 14h e 23h da véspera da cirurgia GASTRO- -DUODENAL CÓLON 500 mg 8/8h Cefoxitina 1-2g IV 1g 2/2h 1g 6/6h Cefazolina 1-2g IV 1g 4/4h 1g 8/8h ou Cefoxitina 1-2g IV 1g 2/2h 1g 6/6h Não indicado 750 mg 8/8h 1 g 6/6h COLECISTECTOMIA Cefazolina 1-2 g IV 1 g 4/4h Não indicado aberta Baixo Risco Cefuroxima 1,5 g IV 750 mg 4/4h + metronidazol 500 mg IV 500 mg 6/6h 1 g 2/2 h 1- 2 g IV Câncer Cefoxitina ESÔFAGO Incisão na mucosa DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO Intra-operatório 24 horas 24 horas 24 horas 24 horas DURAÇÃO PROFILAXIA Cirurgia do Trato Gastrointestinal SUMÁRIO 1g 6/6h Com abertura do Cefazolina 1-2 g IV 1g 4/4h Não indicada trato gastrointestinal Não indicado Sem abertura do trato gastrointestinal orientar pela cultura de bile pré-op; se não disponível: (Ceftriaxone + 1g IV 1g 12/12h 1g 12/12h Metronidazol) ou 500 mg IV 500 mg 6/6h 500 mg 6/6h Imipenem 500 mg IV 500 mg 6/6h 500 mg 8/8h 1g 2/2h PÂNCREAS -CREATEC- com procedimentos -TOMIA invasivos no pré-op 1-2g IV sem procedimentos invasivos no pré-op GASTRODUO- -DENOPAN- Cefoxitina ALTO RISCO: - colangiografia intra-op - vazamento de bile - conversão para laparo - pancreatite / colecistite Cefazolina 1-2 g IV 1g 4/4 h 1 g 8/8h aguda - icterícia - gravidez - imunossupressão - inserção de prótese Não indicado BAIXO RISCO -TECTOMIA laparoscópica DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO COLECIS- PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO Intra-operatório - amilase dreno 1º PO<1000: 3 dias - amilase dreno 1º PO<1000: 7 dias 2-3 dias 3 dias DURAÇÃO PROFILAXIA Cirurgia do Trato Gastrointestinal (cont.) 99 100 SUMÁRIO Ceftriaxone + Metronidazol Colangiocarninoma (orientar pela cultura de bile pré-op) Cefazolina + Metronidazol HEPATECTO- Hepatocarcinoma -MIA Metástase hepática 1g 12/12h 500 mg 8/8h 500 mg IV 500 mg 8/8h 500 mg IV 1g IV 1g 4/4h 1 - 2g IV 500 mg 8/8h 1g 12/12h 500 mg 8/8h 1g 8/8h ALTO RISCO: - Hérnia volumosa - Duração prevista> 2h - Idade > 65 anos Cefazolina 1- 2g IV 1g 4/4h Não indicada - Diabetes, neoplasia, imunossupressão, - Obesidade (imc> 30) - Desnutrição Opcional BAIXO RISCO DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO HÉRNIA PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO > 5 dias 2 dias Intra-operatório DURAÇÃO PROFILAXIA Cirurgia do Trato Gastrointestinal (cont.) PROFILAXIA Cirurgia Ginecológica DOSE NA INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO DURAÇÃO Cirurgia de Mama: - Nodulectomia - Quadrantectomia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h Não indicada - Mastectomia - Cirurgia Estética com Prótese Intra-operatório Cirurgia ginecológica: - Histerectomia abdominal/vaginal - Ooforectomia - Miomectomia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h Não indicada - Panhisterectomia - Perineoplastia - Cistocele - Retocele - Uretrocistopexia SUMÁRIO Intra-operatório 101 PROFILAXIA Cirurgia Neurológica DOSE NA INTERVALO TIPO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO DURAÇÃO Craniotomia sem implantação de corpo estranho Cirurgias com acesso Cefuroxima 1,5g IV 750 mg 4/4 h Não indicado transesfenoidal Intra-operatório Laminectomia e demais cirurgias Implantação de DVE, DVP, DLE Fístula liquórica* e pneumoencéfalo pós-trauma: eficácia não estabelecida Cefuroxima 1,5g IV 750 mg 4/4 h 750 mg 8/8 h 24 horas Cefuroxima 1,5g IV 750 mg 4/4 h 1,5 g 12/12 h 5 dias DVE: derivação ventricular externa, DLE: derivação lombar externa, DVP: derivação ventriculo-peritoneal * em fistulas> 5-7 dias está contra-indicado o uso continuado de antibótico. 102 SUMÁRIO PROFILAXIA Cirurgia Obstétrica PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DOSE INTERVALO APÓS CAM- -PLEAMENTO INTRA- PÓSDO CORDÃO -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO Parto Vaginal DURAÇÃO Não indicada Parto Vaginal Cefazolina 1- 2 g IV com dequitação manual de ou placenta e/ou manipulação Clindamicina 600 mg IV intra-uterina Dose única após clampeamento do cordão Parto Fórcipe Cefazolina 1-2 g IV ou Clindamicina 600 mg IV Parto Cesárea Cefazolina 1 - 2 g IV ou Clindamicina 600 mg IV Não indicada Dose única Dose única após clampeamento do cordão Não indicada Dose única Dose única após clampeamento do cordão Não indicada Dose única Abortamento espontâneo Não indicada Abortamento eletivo Não indicada Abortamento Ver Tratamento clandestino SUMÁRIO 103 PROFILAXIA Cirurgia em Oftalmologia Exame lâmpada de fenda antes de encaminhar à sala cirúrgica - excluir pacientes com processo inflamatório Pingar 1 gota de colírio de quinolona 60, 45, 30 e 15 minutos antes da cirurgia Fazer antissepsia conjuntival com iodo-povidine tópico 5%* 5 minutos antes da cirurgia (irrigação ou instilação) Fazer antissepsia da face com iodo-povidine tópico 10%* Suturar incisão cirúrgica** Pingar 1 gota de colírio de quinolona ao final da cirurgia Pingar 1 gota de colírio de quinolona 4 x/dia por 1 semana no pós-operatório *em alérgicos ao iodo, usar clorhexidina tópica 0,05% na conjuntiva e 0,5% na face **obrigatório para cirurgiões em formação OBS - A literatura européia corrobora a injeção intracameral de cefuroxime 1 mg em cirurgia de catarata. Nas Américas esta indicação ainda gera controvérsia. 104 SUMÁRIO PROFILAXIA Cirurgia em Ortopedia DOSE NA INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO • Artroplastias primárias Cefazolina 1 g IV 1 g 4/4h 1 g 8/8h (checar urocultura no pré-operatório) ou • Cirurgias com Sínteses • Cirurgias em pacientes: - Imunodeprimidos - DPOC Cefuroxima 1,5 g IV 750 mg 6/6h 1,5 g 12/12h - Diabéticos - Prostáticos Cefuroxima 1,5 g IV 750 mg 6/6h 1,5 g 12/12h Revisão de artroplastia SUMÁRIO DURAÇÃO 24 horas 5 dias Reavaliação das drogas após resul-tado da cultura 105 106 Ceftriaxone Cefazolina SUMÁRIO Cloranfenicol Cloranfenicol Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Hemilaringectomia Laringectomia total Tireoplastias / cirurgias de arcabouço laríngeo Submandibulectomia/ parotidectomia Microcirurgias de laringe (pólipos, cistos e nódulos) Amigdalectomia Adenoamigdalectomia Septoplastia / rinoplastia Realizar quando houver tampão > 48h Ligadura de artéria esfenopalatina Ressecção externa de tumores naso-sinusais Cirurgias endoscópicas de seios paranasais (sinusites crônicas, poliposes nasais, papilomas nasais) Ressecção de tumores glômicos Ressecção de tumores de ângulo ponto-cerebelar Descompressão de saco endolinfático Neurectomia vestibular Implante coclear Timpanomastoidectomia Mastoidectomia PROCEDMENTO ANTIBIÓTICO 1 g IV 1 g IV 1 g IV 1 g IV 1 g IV 500 mg 500 mg 1 g IV 1 g IV Não indicada 1 g 4/4 h INTRA- -OPERATÓRIO 1 g 4/4h 1 g 4/4h 1 g 4/4h Não indicada 1 g 4/4h 1 g 4/4h Não indicada 500 mg 4/4h 500 mg 4/4h Não indicada DOSE NA INDUÇÃO ANESTÉSICA Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada Não indicada INTERVALO PÓS- -OPERATÓRIO Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório DURAÇÃO PROFILAXIA Cirurgia em Otorrinolaringologia PROFILAXIA Cirurgia Plástica DOSE NA INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO DURAÇÃO Estéticas: Abdominoplastia Blefaroplastia Opcional: Dermolipectomia Cefazolina 1-2g IV 1g 4/4h Não indicada Lipoaspiração Mamoplastia redutora Otoplastia Ritidoplastia Intra-operatório Estética com prótese: Mamoplastia com Cefazolina 1-2g IV 1 g 4/4h Não indicada colocação de prótese Intra-operatório Cirurgia de mão: Opcional: Bridas Cefazolina 1-2g IV 1 g 4/4h Não indicada Sindactilia Intra-operatório Queimados: Enxerto Retalho Colher swab no planejamento operatório. A antibioticoprofilaxia deverá ser feita de acordo com os resultados de cultura e antibiograma. Reparadora; Craniofacial (congênitas, trauma) Cefazolina 1-2g IV 1 g 4/4h Não indicada Microcirurgia Reconstrução de mama SUMÁRIO Manter por 24h Intra-operatório 107 PROFILAXIA Cirurgia de Tórax DOSE NA INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO • Cirurgia redutora de enfisema • Correção de hérnia/ eventração diafragmática • Correção de pectus • Decorticação pulmonar • Pericardiectomia • Pleuroscopia terapêutica • Ressecção de condrite/ Cefazolina 1-2 g IV 1 g 4/4h 1 g 6/6h osteomielite • Ressecção de estenose de traquéia • Ressecção de tumor pleural • Ressecção pulmonar: nodulectomia, segmentectomia, lobectomia • Toracectomia (tumor de parede) • Toracoplastia • Toracotomia para acesso à coluna • Transplante pulmonar (seguir protocolo) • Tromboendarterectomia pulmonar • Biópsia de Gânglio • Biópsia de pleura • Biópsia de pulmão a céu aberto • Biópsia de tumores de parede • Biópsia Transtorácica • Bronscoscopia rígida e flexível • Costectomia segmentar • Drenagem pleural (não empiema) • Laringoscopia de suspensão • Mediastinoscopia • Mediastinotomia • Pleuroscopia diagnóstica • Toracocentese diagnóstica • Traqueostomia DURAÇÃO Intra-operatório ou no máximo 24h Não indicado Alérgicos a beta-lactâmicos: vancomicina 1 g 12/12h ou clindamicina 600 mg IV 6/6h para cobertura de Gram-positivos. Nota: Quando houver necessidade de realizar procedimentos fora do centro cirúrgico, usar paramentação cirúrgica completa, campos cirúrgicos ampliados e fazer degermação das mãos seguido de degermação e antissepsia da pele do paciente. Obs: cirurgias vídeo-assistidas seguem a mesma recomendação. 108 SUMÁRIO 1 a 2 g VO 2h antes Braquiterapia prostática Cefazolin transperineal SUMÁRIO Litotripsia extra-corpórea Ampicilina 1 g IV _ Indicações: + - DM insulino-dependente Gentamicina 80 mg IM/IV - > 65 anos - Transplantados - HIV/AIDS - Imunossuprimidos - Pacientes com stent ou nefrostomia - Hepatopatas crônicos - Manipulação do trato urinário concomitante _ Dose única Colher urocultura intra-operatória e tratar se houver infecção Ceftriaxone 2 g IV/IM _ _ ou Gentamicina 80 mg IV/IM Ureteroscopia _ Até retirar a sonda Colher urocultura intra-operatória e adequar o ATM se necessário. Manter norfloxacino 400 mg/dia ou nitrofurantoína 100 mg/dia ou conforme cultura e antibiograma por 6 meses para evitar recorrência de cálculos _ 24h (total de 3 comprimidos) DURAÇÃO Ceftriaxone 2 g IV/IM _ 2 g IV / IM Nefrolitotomia percutânea ou 1x/dia Gentamicina 80mg IV/IM 240 mg IV/IM na noite 1x/dia anterior ao procedimento e na indução _ 500 mg VO _ 2h antes Biópsia de próstata transretal Ciprofloxacino Preparo interstinal 500 mg VO 12/12h DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO PROFILAXIA Cirurgia e procedimentos em urologia Os procedimentos urológicos devem ser realizados somente com UROCULTURA NEGATIVA. Se não for possível esterilizar a urina, orientar a profilaxia pelo resultado da urocultura pré-procedimento. 109 110 SUMÁRIO _ _ _ 1-2 g IV 240 mg IV 1- 2g IV _ 1,5g IV Orientada pela Infectada (tratamento) urocultura ou 1-2 g IV ceftriaxone Opcional: Cefazolina Nefrectomia limpa Cefuroxima ou Cefazolina + Gentamicina Próteses penianas Orquiectomia com colocação de prótese Não indicado _ _ Não indicado Cefazolina 1 g IV dose única Ciprofloxacino Se uso recente de ciprofloxacino, 500 mg VO orientar ATM pela urocultura 400 mg VO Cirurgias limpas (orquiectomia, postectomia, vasectomia, varicoceletomia) Cirurgia endourológica ambulatorial (colocação ou troca stent, ureteroscopia diag ou terapêutica) Não indicado DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO dose única 48 h 48 h Dose única 24 h 24 h DURAÇÃO Orientada pela urocultura ou Tratar por 7dias ceftriaxone 1 g IV de 12/12 h _ 1g IV 8/8h 240 mg IV 750 mg 6/6h _ 400 mg 12/12 h Norfloxacino _ _ 400 mg 12/12 h 400 mg VO baixo risco alto risco retrógrada alto risco Norfloxacino simples Cistoscopia e Pielografia Estudos baixo risco urodinâmicos PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO PROFILAXIA Cirurgia e procedimentos em urologia (cont.) 1g 2/2h Preparo intestinal 2g IV + Cefoxitina Cirurgias com manipulação de intestino delgado 1g 4/4 h ciprofloxacino 400mg IV 400mg 12/12 h Se uso recente de ATM, orientar profilaxia pela urocultura 1- 2g IV Cefazolina ou Ressecção transuretral de próstata/ bexiga 1g 6/6h 500 mg VO 12/12 h 1g 8/8 h DOSE NA INTERVALO INDUÇÃO INTRA- PÓS- ANESTÉSICA -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO Prostatectomia aberta PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO 24 h 24 h DURAÇÃO PROFILAXIA Cirurgia e procedimentos em urologia (cont.) SUMÁRIO 111 PROFILAXIA Cirurgia Vascular INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DOSE NA INTRA- PÓS- INDUÇÃO -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO Varizes* Baixo risco Alto risco Embo- Cefazolina DURAÇÃO Não recomendada 1-2g IV Baixo risco 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas Não recomendada -lectomia Alto risco** Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas Enxertos com prótese vascular (sem LTI) 1-2g 1 g 4/4h 1 g 8/8h 24 horas Cefazolina Enxertos com Veia Cefazolina 1-2g 1 g 4/4h autóloga (sem LTI) Implante de cateter de longa permanência _ trans-operatório Não indicada Fístula arteriovenosa Cefazolina 1-2g 1-2 g 4/4h com próteses Cefoxitina trans-operatório Não indicada Fístula arteriovenosa sem próteses Amputações por gangrena seca _ 2 g 1 g 2/2h 1 g 6/6h Amputações por Clindamicina + 600 mg IV 6/6h gangrena úmida Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12h LTI= lesão trófica infectada *varizes de baixo risco: ligaduras de perfurantes e colaterais varizes de alto risco: safenectomias, tromboflebite, dermatofibrose, úlceras de estase, fibredema, dermatofitose, distúrbio de imunidade, varizes exuberantes ** embolectomia de alto risco: extensas, em membros inferiores, com alteração neurológica 112 SUMÁRIO 24 horas Adequar conforme culturas e manter con-forme a evolução clínica PROFILAXIA Cirurgias por Vídeo Iniciar antibioticoprofilaxia sempre na indução anestésica. PROCEDIMENTO ANTIMICROBIANO GASTROINTESTINAL Indicação semelhante à das cirurgias GINECOLÓGICA convencionais ORTOPÉDICA TORÁCICA COLECISTECTOMIA “baixo risco” Não indicado SUMÁRIO 113 PROFILAXIA Transplante de órgãos INTERVALO PROCEDI- ANTIBIÓTICO DOSE NA INTRA- PÓS- -MENTO INDUÇÃO -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO DURAÇÃO Cefazolina 1-2g IV 1 g 6/6 h 1g 8/8h Transplante renal* Até retirada da sonda vesical. Profilaxia P.jiroveci: SMX-TMP 800/ 160 mg 1cp 3X / semana Transplante de pâncreas ou rim- pâncreas* Fluconazol 200mg 200mg 12/12h 200mg 12/12h +Ampicilina 1g 1g 6/6h 1g 6/6h +Ceftriaxona 2g 1g 12/12h 1g 12/12h +Metronidazol 500mg IV 500mg 8/8h 500mg 8/8h 30 minutos antes da cirurgia Por 10 dias. Profilaxia P.jiroveci: SMX-TMP 800/ 160 mg 1cp 3X / semana Transplante rim ou rim +pâncreas – reoperação* Vancomicina 1 g 12/12 h 12/12 h +Ceftriaxona 1 g IV 12/12 h 12/12 h Até retirada de SVD Cefuroxima Transplante coração (adulto) Transplante coração Cefuroxima (criança) Transplante de fígado (adulto) 1,5 g IV 750 mg 6/6 h 750 mg 6/6h 48h 50 mg/kg IV 50 mg/kg 6/6 h 50 mg/kg 6/6h 48h Ampicilina 2 g 1g 6/6 h 1g 6/6 h +cefotaxima 1g IV 1 g 6/6 h 1 g 6/6 h Transplante Ampicilina 200 mg/ 200 mg/kg/dia 200 mg/kg/dia de fígado kg/dia (criança) +cefotaxima 50 mg/kg 50 mg/kg 8/8h 50 mg/kg 8/8h IV Pulmão (doença não Cefuroxima 1,5 g IV 1,5 g 8/8 h 1,5 g 8/8 h supurativa) Pulmão (doença supurativa) Pele 4 dias 48h, até resultado da cultura do coto brônquico do doador Terapêutica antimicrobiana orientada por culturas Profilaxia antimicrobiana orientada por culturas de swab do leito da pele * corrigir doses de acordo com função renal SVD: sonda vesical de demora 114 48h SUMÁRIO PROFILAXIA Trauma INTERVALO PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DOSE NA INTRA- PÓS- DURAÇÃO INDUÇÃO -OPERATÓRIO -OPERATÓRIO Trauma abdominal penetrante* Trauma abdominal fechado com Cefoxitina 2 g ev 1 g 2/2h 1 g 6/6h 24h indicação cirúrgica* Trauma tóraco -abdominal penetrante* Lavagem peritonial ou Laparoscopia diagnóstica Não está indicado Trauma torácico penetrante Cefazolina 1 g IV 1 g 4/4h 1 g 8/8h Trauma torácico fechado com dreno 24h Trauma torácico Clindamicina 900 mg IV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h penetrante em + esôfago + contami- Gentamicina** 240 mg/dia _ 3-5 mg/kg -nação grosseira IV d.u. diária IM ou IV 7 dias Fratura exposta Cefazolina 1 g IV 1 g 4/4 h 1 g 8/8h (Tipo I) 2 semanas Se alta, tratamento VO com Cefalexina 2-4g/dia Clindamicina 600 mg IV 600 mg 6/6 h 600 mg 6/6 h Fratura exposta + (Tipos II e III) Gentamicina** 240 mg _ 3-5 mg/g d.u. IM ou IV 2 semanas Se alta, tratamento VO com Cefalexina 2-4g/dia Lesão vascular 24h Cefazolina 1-2 g IV 1 g 4/4 h 1 g 8/8 h Trauma cirúrgico cabeça / pescoço Trauma de crânio Cefazolina 1-2 g IV 1 g 4/4 h 1 g 8/8 h fechado, cirúrgico Trauma de crânio penetrante Trauma de crânio com fístula liquórica*** Cefuroxima 1,5 g IV 750 mg 1,5g e pneumoencéfalo 4/4h 12/12h pós-trauma: eficácia não estabelecida 24h 5 dias d.u. - dose única * Com ou sem lesão de víscera oca, inclusive cólon ** Se o paciente tiver mais de 60 anos ou apresentar choque ou mioglobinúria, deverá ser utilizada clindamicina e ceftriaxona (2 g seguidos de 1g a cada 12 horas) *** Em fístula > 5-7 dias está contra-indicado oSUMÁRIO uso continuado de antibiótico 115 PROFILAXIA Trauma Ferimentos corto-contuso em partes moles Atenção para profilaxia contra tétano Medidas de limpeza com soro fisiológico e desbridamento cirúrgico são prioritária Quando indicado, o antimicrobiano deve ser iniciado o mais cedo possível Ferimento Agentes etiológicos freqüentes Antibiótico preemptivo inicial Antibiótico preemptivo oral Ferimento perfurante Staphylococcus Doxiciclina 100 mg VO de antepé com Streptococcus + Ciprofloxacino calçado Pseudomonas 500 mg VO Vibramicina 100 mg VO 12/12 h + Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Ferimento perfurante Staphylococcus Doxiciclina 100 mg VO de antepé sem Streptococcus calçado Vibramicina 100 mg VO 12/12 h Duração 3-5 dias 3-5 dias Laceração sem Cocos Gram Antimicrobiano tópico positivos desbridamento cirúrgico Laceração com desbridamento cirúrgico limitado (sala de admissão) Staphylococcus Cefazolina 1 g IV 8/8 h Streptococcus Laceração com Staphylococcus desbridamento Streptococcus cirúrgico amplo Enterobactérias (centro cirúrgico) 116 Clindamicina 600 mg IV 6/6 h + Ceftriaxone 1 g IV de12/12 h SUMÁRIO Cefalexina 0,5g VO de 6/6 h Clindamicina 600 mg VO 6/6 h + Ciprofloxacino 0,5g VO12/12 h 3-5 dias 3-5 dias PROFILAXIA Profilaxia Não cirúrgica Exposição ocupacional a material biológico Cuidados imediatos com o local da exposição: 1. Lavar ferimentos e a pele imediatamente com água e sabão (não há vantagem em utilizar soluções antissépticas). 2. Se houve exposição de mucosa, lavar abundantemente com água corrente. 3. Não realizar expressão do local ferido, pois esse procedimento pode aumentar a área lesada e, consequentemente, a exposição ao material infectante. 4. O funcionário acidentado deverá entrar em contato com sua chefia imediata ou supervisão de enfermagem para comunicar o acidente e receber as orientações quanto ao fluxograma de atendimento de acidentes com material biológico no Complexo Hospital das Clínicas que é o seguinte: Enfermagem do setor Consulta no PA - MI* Supervisão Enfermagem Abre ficha de acidente com material biológico • Avaliação do acidente • Sorologias (HIV, VHC, VHB e Chagas) do acidentado e do paciente fonte • Prescrição de medicamentos, vacina, imunoglobulina, de acordo com o caso. Ambulatório de Acidentes da MI • Acompanhamento por no mínimo 6 meses (0, 1, 3, 6 meses) • Acompanhar por 12 meses quando a fonte for HIV e VHC positiva *Funcionamento do PA-MI: 24h/dia, ininterruptamente (Segunda à sexta, das 8h às 16h no ambulatório de Moléstias Infecciosas, PAMB 5º andar, bloco 2A. Finais de semana, feriados e dias de semana das 16h às 8h, na Enfermaria de Moléstias Infecciosas, Instituto Central, 4º andar) SUMÁRIO 117 118 HIV+ sintomático, AIDS ou Carga Viral >1500 cópias/ml EXPOSIÇÃO PERCUTÂNEA HIV+ assintomático ou carga viral <1500 cópias/ml Fonte ou sorologia anti-HIV desconhecidas SUMÁRIO AZT 300 mg + 3TC 150 mg (1 comprimido) VO 12/12h Lopinavir/ritonavir 200/50 mg (2 comprimidos) VO 12/12h de pacientes HIV + ou com história epidemiológica para DST/HIV Poucas gotas de Considerar AZT + 3TC AZT + 3TC material biológico de risco Doses: Considerar uso de antirretrovirais somente em locais com alta prevalência epidemiológica para DST/HIV Contato prolongado ou grande quantidade de AZT + 3TC AZT + 3TC +Lopinavir/ritomavir material biológico de risco EXPOSIÇÃO DE MUCOSA OU PELE NÃO INTACTA AZT + 3TC AZT + 3TC +Lopinavir/ritomavir • Lesão superficial ou • Agulha sem lúmen • Agulha de grosso calibre e grande lúmen ou • Lesão profunda ou Considerar uso de • Sangue visível no objeto AZT + 3TC + Lopinavir/ritomavir AZT + 3TC + Lopinavir/ritomavir antirretrovirais somente contaminante ou em locais com alta • Agulha usada prevalência de recentemente em veia ou pacientes HIV+ artéria do paciente-fonte ou com história Paciente fonte Tipo de acidente recomendada Profilaxia não Profilaxia não recomendada HIV negativo 1. Recomendações para profilaxia de HIV após exposição ocupacional a material biológico PROFILAXIA PROFILAXIA 2. Recomendações para profilaxia de hepatite B após exposição ocupacional a material biológico ‡ Vacinação prévia Caracterização Sorológica do paciente-fonte e resposta sorológica do profissional de AgHBS positivo AgHBS negativo AgHBs desconhecido saúde exposto ou não testado Não Vacinado IGHHB + Iniciar vacinação iniciar vacinação Iniciar vacinação e ±IGHHB* Com Vacinação Incompleta IGHHB + iniciar Completar vacinação vacinação Completar vacinação e ±IGHHB* Com vacinação completa • Com resposta vacinal Nenhuma medida Nenhuma medida conhecida e adequada específica específica (Anti-HBs>10UI/mL) • Sem resposta vacinal (Anti-HBs<10UI/mL) após 1ª série de 3 doses IGHHB + iniciar 2º esquema de vacinação Iniciar 2º esquema de vacinação • Sem resposta vacinal Nenhuma medida IGHHB (2x)† específica ( Anti-HBs<10UI/mL) após 2ª série (6 doses) • Com resposta vacinal desconhecida Testar o profissional de saúde e proceder de acordo com a sorologia Testar o profissional de saúde e proceder de acordo com a sorologia Nenhuma medida específica Iniciar 2º esquema de vacinação ±IGHHB* Testar o profissional de saúde e proceder de acordo com a sorologia ‡ Tanto a vacina como a imunoglobulina devem ser aplicadas o mais precocemente possível após a exposição, porém idealmente a vacina deve ser aplicada nas primeiras 12 horas. *Uso associado de IGHHB está indicado se o paciente fonte tiver alto risco para infecção pelo HBV como: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programa de diálise, contatos domiciliares e sexuais de portadores de AgHBs, homens que fazem sexo com homens, pessoas com vários parceiros sexuais e relações desprotegidas, história prévia recente de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenientes de prisões, instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental. Fora destas situações não está indicado o uso de imunoglobulina. †IGHHB (2x): duas doses de imunoglobulina hiperimune para Hepatite B com intervalo de 1 mês entre as 2 doses. Esta opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram duas séries de três doses da vacina, mas não apresentarem resposta vacinal, ou que apresentaram efeito adverso grave que contra-indique a vacina. SUMÁRIO 119 PROFILAXIA 3. Recomendações para profilaxia de hepatite C após exposição ocupacional a material biológico Fonte com sorologia positiva para hepatite C: Não é recomendado o uso de imunoglobulina comum ou interferon. Recomenda-se acompanhamento clínico e sorológico do indivíduo exposto ao sangue e/ou fluidos contaminados pelo vírus da hepatite C, para se fazer o diagnóstico e tratamento precoces dessa patologia. 4. Recomendações para profilaxia de Doença de Chagas após exposição ocupacional a material biológico Fonte com sorologia positiva para doença de Chagas: A infecção acidental ocorre principalmente nos profissionais de saúde que exercem atividades laboratoriais. Recomenda-se benznidazol na dose de 7-10 mg/kg/dia, de 8/8 horas, por via oral, durante 10 dias (1 cp = 100 mg). 120 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia de Doença Meningocócica Definição de caso de doença meningocócica: Critério Clínico: Quadro toxi-infeccioso agudo acompanhado de petéquias ou sufusões hemorrágicas, com ou sem meningite Critério Laboratorial: Bacterioscopia com diplococo Gram negativo no líquor e/ou raspado de lesão de pele Detecção de antígenos por látex, contraimunoeletroforese ou outros métodos Cultura positiva para N. menigitidis de materiais normalmente estéreis (sangue ou líquor) Critério Epidemiológico: Contato direto e recente com outro caso de doença meningocócica confirmado por laboratório que apresente quadro de meningite sem presença de DGN, látex ou cultura positiva no líquor. Atendimento de caso com suspeita de doença meningocócica no HCFMUSP: Na suspeita de doença meningocócica, o médico que atende o caso deve: 1. Instituir precauções para gotículas - quarto privativo, uso de máscara cirúrgica e uso de luvas se o paciente apresentar lesões cutâneas. Duração das precauções: até 24 horas de antibioticoterapia efetiva contra a infecção. 2. Notificar o caso: De segunda a sexta, das 8h às 17h: NIS, no ramal 7521 Outros horários: disque- CVE 0800-0555466 3. Prescrever quimioprofilaxia para os contactantes que habitam no mesmo domicílio do caso índice: em um receituário comum com a etiqueta do paciente, informar todos os nomes dos contactantes domiciliares e o diagnóstico de doença meningocócica. Os demais contactantes (por ex, creche, escolas, vizinhos): serão avaliados pela Vigilância Epidemiológica Municipal através de visita domiciliar. Os profissionais de saúde que eventualmente tenham exposição desprotegida deverão ser avaliados no PA-MI (de seg a sexta, das 8h às 16h: 5º andar PAMB bloco 2B, outros horários: enfermaria, 4º andar ICHC). Ver item Indicações abaixo. SUMÁRIO 121 PROFILAXIA 4. Drogas para quimioprofilaxia: 1ª escolha* RIFAMPICINA Adultos: 600 mg a cada 12horas, 4 doses 1 mês a 12 anos: 10mg/kg/dose a cada 12 horas (máx 600 mg), 4 doses <1 mês: 5mg/kg/dose a cada 12horas, 4 doses Opções CIPROFLOXACINA 500 mg , dose única CEFTRIAXONA 250 mg IM, dose única < 12 anos: 125mg, IM, dose única * A rifampicina é indicada como droga de 1a escolha por erradicar o estado de portador em um porcentual elevado de pessoas, por ser a única droga com estudos que documentaram a eficácia de erradicação do meningococo em orofaringe por 4 semanas (para as outras drogas só foi documentado até 2 semanas). Além disso, trata-se da única droga para o qual há dados brasileiros (SIREVA) mostrando sensibilidade que respaldem seu uso. 5. Indicações de profilaxia para profissionais da saúde: A profilaxia está indicada SOMENTE: Aos profissionais que atenderem pacientes com suspeita de doença meningocócica com menos de 24 horas de antibioticoterapia efetiva para a infecção E que não utilizaram máscara cirúrgica E que realizaram procedimentos de assistência ventilatória (p.ex. intubação traqueal, aspiração de secreções respiratórias). Não há indicação de quimioprofilaxia: profissionais que somente entraram no quarto de atendimento, ou verificaram sinais vitais, como pulso e temperatura. 122 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia Antibiótica de Endocardite Infecciosa Condições cardíacas de alto risco de endocardite onde a profilaxia com antibióticos é recomendada 1. Próteses valvares 2. Endocardite prévia 3. Cardiopatias congênitas: a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e condutos paliativos b) Com correção completa com prótese ou dispositivo nos primeiros 6 meses após procedimento (período de endotelização) c) Corrigida com defeitos residuais locais ou adjacentes a retalhos ou dispositivos prostéticos (inibem a endotelização) 4. Receptores de transplante cardíaco com valvopatias 5. Valvopatia reumática crônica Procedimento Dentário 1. Manipulação de gengivas 2. Manipulação periapical dos dentes 3. Perfuração das mucosas Não é indicada em anestesia em tecido não infectado, colocação, ajuste ou retirada de próteses e dispositivos ortodônticos, perda da 1ª dentição ou trauma aos lábios e mucosa oral. Procedimento em Trato respiratório 1. Amigdalectomia, adenoidectomia e procedimentos que envolvem incisão ou biópsia da mucosa respiratória. 2. Broncoscopia quando houver perspectiva de biópsia Procedimentos em Trato gastro-intestinal ou genito-urinário 1. A profilaxia não é recomendada rotineiramente para tais procedimentos, inclusive endoscopia digestiva alta ou colonoscopia (não há estudos que a indiquem ou justifiquem) 2. Os pacientes colonizados que serão submetidos à manipulação de trato urinário: tratar antes do procedimento. SUMÁRIO 123 PROFILAXIA Antibióticos para Profilaxia de Endocardite em Procedimentos Dentários Orais ou do Trato Respiratório Dose única 30 a 60 min antes do procedimento Situação Antibiótico Adultos Crianças Uso Oral Amoxicilina 2g 50 mg/kg Sem condições de ingestão oral Ampicilina ou Cefazolina ou Ceftriaxone 2g IM ou IV 1g IM ou IV 50 mg/kg IM ou IV 50 mg/kg IM ou IV Alergia a Penicilina Cefalexina * ou 2g ou Ampicilina – uso oral Clindamicina ou 600 mg Azitromicina ou Claritromicina 500 mg 50 mg/kg 20 mg/kg 15 mg/kg Alergia a Penicilina ou Ampicilina e sem condições de ingestão oral 50 mg/kg IM ou IV Cefazolina* ou Ceftriaxone* ou Clindamicina 1g IM ou IV 600 mg IM ou IV 20 mg/kg IM ou IV IM, intramuscular; IV, intravenosa * Não utilizar em pacientes com história de alergia grave ás penicilinas 124 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia de infecção por Estreptococcus do grupo B no recém nascido Rastreamento do Estreptococo do grupo B (swab retal e vaginal) : solicitar para todas as gestantes entre 35 e 37 semanas. PROFILAXIA INTRAPARTO DA INFECÇÃO NEONATAL PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B INDICADA NÃO INDICADA - Cultura de rastreamento vaginal e retal (35-37 sem) negativa para EGB mesmo com um ou mais fatores de risco: TPP, febre intraparto ou RPMO. - Gestação anterior com rastreamento positivo para EGB, mas sem infecção neonatal pelo EGB e com cultura recente (< 5 sem) negativa. - Cultura positiva para EGB com programação de cesárea fora de TP e sem RPMO. - Cultura de rastreamento vaginal e retal (35-37sem) positiva para EGB. - História prévia de RN infectado pelo EGB. - ITU ou bacteriúria pelo EGB durante a gestação atual. - Cultura de rastreamento não realizada ou desconhecida e TPP (<37 sem), RPMO (≥ 18h) ou febre intraparto (≥ 38ºC). Indicações para a profilaxia intraparto da infecção neonatal pelo estreptococo do Grupo B (EGB). ITU – infecção do trato urinário; TPP – trabalho de parto prematuro; TP – trabalho de parto; RPMO – rotura prematura das membranas ovulares. Em caso de alergia à penicilina, assinalar na solicitação: “Paciente alérgico à penicilina, testar susceptibilidade à clindamicina. SUMÁRIO 125 PROFILAXIA ANTIBIOTICOTERAPIA INTRAPARTO para profilaxia da infecção neonatal pelo Estreptococo do Grupo B Alergia à penicilina Recomendação Baixo risco para anafilaxia Cefazolina Ataque: 2g IV Manutenção: 1g IV 8/8h Penicilina G cristalina Ataque: 5 milhões IV Manunenção: 2,5 milhões IV – 4/4h OU Alto risco para anafilaxia Clindamicina Ataque: 900mg IV Manutenção: 900mg IV 8/8h Vancomicina Ataque: 1g IV Manutenção: 1g IV 12/12h Ampicilina Ataque: 2g IV Manutenção: 1g IV – 4/4h A antibioticoterapia é mais eficaz se for realizada pelo menos 4h antes do parto. A manutenção deve ser realizada até o nascimento. No trabalho de parto prematuro, a antibioticoterapia profilática é determinada pelo resultado da cultura vaginal e retal para o estreptococo do grupo B e pela atividade uterina. Se não foi realizada a cultura de rastreamento ou o resultado não estiver disponível, a mesma deve ser realizada e instituir-se a profilaxia. Caso o resultado da cultura seja negativo, suspende-se o antibiótico e, neste caso, uma nova cultura deverá ser realizada em quatro semanas, se ainda não tiver ocorrido o nascimento. Diante do resultado positivo da cultura, a profilaxia deve ser mantida até cessarem as contrações uterinas. 126 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia em Mordeduras Humanas e de Animais Domésticos (Cães e Gatos) Cuidados locais: Realizar limpeza vigorosa (com degermante ou sabão), irrigação com SF (500ml) ou água limpa imediatamente No hospital, repetir a limpeza e fazer desbridamento com retirada de tecido desvitalizado Lesões puntiformes profundas devem ser abertas cirurgicamente com cicatrização por segunda intenção As demais lesões devem ser desbridadas, lavadas e suas bordas aproximadas. Atenção: ver profilaxia do tétano (página 131) e da raiva. Características da mordedura e do paciente ATB 1ª Escolha Opções Clindamicina 600 mg VO 6/6h + Ciprofloxacino 500mg VO 12/12h Clindamicina 600 mg VO 6/6h + TMP-SMZ 160mg /800 mg VO 12/12h Doxiciclina 100 mg VO 12/12h Piperacillina-Tazobactan 4,5 g IV 8/8h ou Clindamicina 600-900 mg IV 8/8h + TMP-SMZ 8-10mg/kg/dia IV 6-12h Internado Ambulatorial • Mordedura humana ou animal (cão ou gato) com envolvimento Amoxicilina+ de cartilagem, mãos, pés, e clavulanato articulações, ou lesões profundas • Qualquer mordedura em (500/125mg) VO 8/8h pacientes imunocomprometidos, esplenectomizados, etilistas, cirróticos ou diabéticos Clindamicina 600-900 mg IV 8/8h + Ciprofloxacino, 200-400 mg IV q 12h ou Clindamicina 600-900 mg IV 8/8h + Ceftriaxone 2 g IV 24/24h Duração 5 dias 5 dias 5 dias 5 dias Para mordeduras por porco (Flavobacterium 2B resistente a amoxicilina+clavulanato) e animais marinhos (predomínio de Vibrio, Aeromonas e Pseudomonas spp.) está indicada a associação com ciprofloxacino. SUMÁRIO 127 PROFILAXIA Profilaxia de Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) Indicações: Após 1º episódio de PBE ou Pacientes com ascite com proteína <1,0g/dl Antimicrobiano: Norfloxacino 400mg/dia VO ou Sulfametoxazol-trimetropim 800/160 mg /dia VO Duração: Enquanto houver ascite Profilaxia em pacientes cirróticos com hemorragia digestiva alta No episódio de Hemorragia Digestiva Alta: Adultos: Norfloxacino 400 mg VO 12/12h por 7 dias ou Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12 h por 7 dias Crianças: Cefotaxima 100 mg/Kg/dia IV por 7 dias 128 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia de complicações relacionadas aos Procedimentos Endoscópicos PROCEDIMENTO CONDIÇÃO DO PACIENTE ANTIBIOTICOPROFILAXIA • CPRE • Ultrassonografia endoscópica para aspiração por agulha fina • Obstrução biliar (cálculos, doença benigna/maligna) • Lesão cística pancreática • Colangite esclerosante • Imunossuprimidos Adultos:Ciprofloxacino 1g VO 2h antes do procedimento Crianças: Cefoxitina ou Ceftriaxona 30 mg/kg (1 dose IV) Gastrostomia endoscópica percutânea Todos os pacientes Cefazolina 1g IV dose única imediatamente antes do procedimento Paciente cirrótico com hemorragia digestiva alta Paciente cirrótico (com ou sem procedimento endoscópico) Norfloxacino 400 mg VO 12/12 horas por 7 dias ou Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12 horas por 7 dias Crianças: Cefotaxima 100 mg/ kg/dia por 7 dias Ascite • Dilatação de estenose • Escleroterapia de varizes Paciente Imunocompro- metido Ciprofloxacino 1g VO 2h antes do procedimento Crianças Ceftriaxona 30 mg/kg (1 dose IV) Outros procedimentos endoscópicos incluindo EDA Ascite e colonoscopia (com ou sem Paciente Imunocompro- biópsia/ polipectomia), metido ligadura de varizes Não recomendado Próteses articulares Cefazolina 1 g IV Artroscopia Outros procedimentos endoscópicos Não há consenso ATENÇÃO: para profilaxia de endocardite bacteriana em pacientes submetidos a endoscopia ver PROFILAXIA DE ENDOCARDITE BACTERIANA (pág 123) SUMÁRIO 129 PROFILAXIA Profilaxia de Fungos em Pacientes Neutropênicos Indicação: Pacientes com previsão de neutropenia (neutrófilos <500) por tempo superior a 2 semanas devido a: Neoplasia hematológica aguda em uso de quimioterapia Receptor de TMO FLUCONAZOL 400 mg IV ou VO Início TMO: início do condicionamento Neoplasia hematológica aguda: início da neutropenia Manutenção: até 1 semana após o fim da neutropenia Profilaxia de Fungos em Pacientes Críticos Considerar* nos pacientes com: Múltiplas cirurgias abdominais por deiscências, perfurações, etc. Pancreatite aguda necrotizante de tratamento cirúrgico FLUCONAZOL 400 mg IV ou VO Início: quando indicada reoperação ou cirurgia na pancreatite Manutenção: até a suspensão da antibioticoterapia *Não foi demonstrada redução de mortalidade 130 SUMÁRIO PROFILAXIA Profilaxia do Tétano História de Imunização Ferimento limpo ou superficial Todos os outros ferimentos* contra tétano Imunoglobulina Imunoglobulina Vacina humana Vacina humana antitetânica antitetânica Menos de 3 doses ou ignorado Sim Não Sim Sim Vacinação primária comleta (> 3 doses): • Última dose há menos de 5 anos Não Não Não Não • Última dose entre 5 e 10 anos Não Não Sim Não • Última dose há mais de 10 anos Sim Não Sim Não *Consideram-se outros ferimentos: fraturas expostas, ferimentos por arma branca ou de fogo, queimaduras extensas, ferimentos com retenção de corpos estranhos, ferimentos profundos e puntiformes (provocados por agulhas, pregos ou outros objetos pontiagudos). Vacina: para menores de 7 anos: utilizar a triplice (DPT), dupla infantil (DT) ou a tríplice acelular. para maiores de 7 anos: utilizar a dupla tipo adulto (dT) Imunoglobulina humana antitetânica: 250 UI IM. Observação: Não administrar imunoglobulina e vacina no mesmo grupo muscular. SUMÁRIO 131 PROFILAXIA Profilaxia pós-exposição ao vírus varicela-zoster em ambiente hospitalar 1. Vacina contra varicela Indicada para o controle de surto em ambiente hospitalar, nos comunicantes suscetíveis com 9 meses de idade ou mais, até 120 horas após o contato. A proteção conferida pela vacina é de longa duração. 2. Imunoglobulina anti varicela-zoster (VZIG) Indicada para o controle de surto em ambiente hospitalar para os comunicantes suscetíveis com menos de 9 meses de idade, imunodeprimidos e gestantes, até 96 horas após a exposição, conforme as figuras 1 e 2. 3. Antivirais O uso de antivirais para profilaxia pós-exposição à varicela pode ser uma alternativa caso a imunoglobulina específica não seja disponível. O aciclovir deve ser administrado do 9º ao 14º dia do contato na dose de 40mg/kg/dia administrada de 6/6h. Figure 1 - Fluxograma para indicação de profilaxia Contato com varicela > 1h em ambiente fechado*? Sim Não Comunicante suscetivel? (sem história prévia de doença ou vacinação) Não há necessidade de profilaxia Sim Indicada a profilaxia conforme figura 2 132 Não Não há necessidade de profilaxia * para indivíduos que tiveram contato até 48 horas antes do surgimento do exantema SUMÁRIO PROFILAXIA Figure 2 - Fluxograma para definição do tipo de profilaxia a ser adotada Idade < 9 meses? Sim Não VZIG Imunodeprimido* ou gestante? Sim Não VZIG Vacina *Pacientes infectados pelo HIV com contagem de linfócitos T-CD4 <200 células/mm3; com contagem de linfócitos TCD4 entre 200 e 350 células/mm3 com manifestações clínicas de imunodepressão; pacientes em uso de corticóide na dose equivalente de prednisona >2mg/kg/dia; pacientes em uso de outras drogas imunossupressoras; pacientes com outras doenças causadoras de imunodepressão celular grave ATENÇÃO: Fora do ambiente hospitalar só devem receber VZIG comunicantes de varicela suscetíveis que sejam: imunodeprimidos; gestantes; recém-nascidos de mães nas quais a varicela manifestouse nos últimos 5 dias de gestação ou até 48h após o parto; recém-nascidos prematuros com 28 semanas ou mais de gestação cuja mãe nunca teve varicela; recém-nascidos prematuros com menos de 28 semanas de gestação (ou com menos de 1000g ao nascimento) independentemente da história materna de varicela. SUMÁRIO 133 PROFILAXIA 4. Doses e vias de administração Vacina: dose única (0,5mL) - via IM ou SC VZIG: 125U para cada 10 kg de peso - via IM (a dose mínima é 125U e a dose máxima é 625U). A meia-vida da VZIG é de cerca de 3 semanas. 5. Isolamento Varicela e herpes-zoster disseminado: precauções de contato + aerossóis Herpes-zoster localizado em paciente imunodeprimido: precauções de contato + aerossóis Herpes-zoster localizado em imunocompetente: precauções-padrão Pacientes que receberam profilaxia com VZIG devem permanecer em isolamento até o 28º. dia após o contato, se permanecerem internados Pacientes que receberam profilaxia com vacina devem permanecer em isolamento até o 21º. dia após o contato, se permanecerem internados 134 SUMÁRIO INDICAÇÃO Adultos Ceftriaxona 1 g IM Azitromicina 1 g VO Metronidazol 2 g VO Crianças Ceftriaxona 250mg IM Azitromicina 20mg/kg VO Metronidazol 15mg/kg/dia por 7 dias MEDICAÇÃO e DOSE SUMÁRIO • Penetração anal, vaginal ou oral; • Pacientes não vacinadas ou esquema incompleto 135 Só 2 doses Remedicar se vômitos até 2h após dose Dose única para todos os medicamentos DURAÇÃO Teste de gravidez - β−HCG Anatox tetânico – 1 amp ou 0,5 ml IM + imunoglobulina humana antitetânica 250 UI-500 UI im Imunoglobulina p/ hepatite B-0,06 mg/kg Vacina hepatite B – 1 ml IM ( 3 doses) A depender do estado vacinal prévio I g - dose única até 14o dia Vacina dia 0, 1 mês, 6 meses Adultos AZT + 3TC + LOPINAVIR/R AZT 300 +3TC 150 1 compr. 12/12h LOPINAVIR/R 200/50mg 2 compr. 12/12h Crianças AZT + 3TC + LOPINAVIR/R Fornecer kit inicial para 7 dias AZT 180 mg/m2 12/12h; 3TC 4 mg/kg de 12/12h; Manter 4 semanas LOPINAVIR/R 7-15kg 12/3 mg/Kg 12/12h 15-40kg 10/2,5 mg/Kg 12/12h >40kg igual a adultos SUP. CORPORAL em M2: (peso kg X 4 ) +7 peso kg + 90 OBS: Sorologia do agressor sob consentimento informado do mesmo: HIV (teste rápido, HCV, HBsAg, VDRL) Tempo de seguimento da vítima – 6 meses (não doar sangue/órgãos, não engravidar, não amamentar neste período) TÉTANO • Ferimento ou traumas associados e a depender do estado vacinal prévio HEPATITE B • Penetração anal e/ou vaginal HIV • Penetração oral com ejaculação • Até 72h do ocorrido Anticoncepção Levonorgestrel 0,75 mg VO de 12/12h Infecções sexualmente transmissíveis PROFILAXIAS Sorologias: • HIV • HBV • HCV • HTLV I e II • Herpes simples 1 e 2 • Sífilis • IF indireta Chlamydia Vítimas de violência sexual - Atendimento inicial Secreção vaginal, uretral, faringe, anal, de acordo com o local da violência: • Gram • Bacterioscópico de secreção vaginal • Imunofluorecência direta para Chlamydia • Cultura Geral • Cultura para gonococo (Thayer-Martin) • Cultura para fungos COLETA DE MATERIAL PROFILAXIA Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Recomendações para prevenção de infecção hospitalar Microrganismos Multiresistentes Critérios para início e retirada de isolamento de contato e investigação de contactantes Paciente com colonização ou infecção por microrganismos multiresistentes passíveis de transmissão por contato direto ou indireto Instituto Central Microrganismo Indicações de coleta Unidades de culturas De quem coletar A partir do primeiro caso ICHC: Berçário de infecção Contactantes do mesmo espaço físico/quarto Swab nasal, perineal, lesões de pele S.aureus ou SCN com sensibilidade ICHC: qualquer Contactantes do intermediária ou unidade mesmo espaço resistente a físico/quarto vancomicina Swab nasal, perineal, lesões de pele, secreção traqueal de pacientes submetidos à VM ERV Semanal Swab retal ou coleta de fezes de acordo com condições clínicas do paciente MRSA ICHC: U2CC, Todos os pacientes U1CC,UCNV, internados nas U1CH , ETMO, Unidades citadas E1MH, E1CH Sítio de coleta Contactantes do Surtos ICHC: qualquer mesmo espaço ERV unidade físico/quarto Swab retal ou coleta de fezes de acordo com condições clínicas do paciente Enterobactérias A partir do Contactantes do resistentes a primeiro caso ICHC: qualquer mesmo espaço de colonização unidade físico/quarto carbapenem ou de infecção Urina de pacientes com SVD, swab retal ou coleta de fezes de acordo com condições clínicas do paciente, secreção traqueal de pacientes submetidos à VM, lesões de pele Acinetobacter spp. ICHC: qualquer Contactantes do e P. aeruginosa Surtos unidade mesmo espaço resistentes a físico/quarto carbapenem Urina de pacientes com SVD, Swab retal ou coleta de fezes de acordo com condições clínicas do paciente, secreção traqueal de pacientes submetidos à VM, lesões de pele Clostridium Surtos ICHC: qualquer difficille unidade Contactantes do mesmo espaço físico/quarto Fezes S. pyogenes Na admissão e ICHC: Swab orofaringe, lesões de semanal pele Queimados SCN - Staphylococcus coagulase negativa / ERV - Enterococcus resistente a vancomicina 136 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Instituto do Coração Enterococcus spp. resistentes à vancomicina em qualquer sítio; S. aureus resistente à oxacilina; Enterobactérias produtoras de β-lactamase de espectro extendido (ESBL) e/ou resistentes a carbapenem; Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem Isolados nos seguintes sítios: Feridas abertas, com drenagem de secreção purulenta (não contida no curativo) independe do agente; Vias aéreas de pacientes intubados ou traqueostomizados; Urina de pacientes com incontinência urinária. UTI ENFERMARIAS COLONIZADO / INFECTADO S. Aureus Enterobactérias Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. A liberação fica a cargo da UCIH A liberação fica a cargo da UCIH Enterococcus spp. Isolar até a alta Isolar até a alta CONTACTANTES (PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO FÍSICO DO CASO) Manter em precaução de contato e solicitar orientação da UCIH Manter em precaução de contato e solicitar orientação da UCIH TRANSFERIDOS Manter o paciente em precauções de contato DE OUTROS HOSPITAIS Colher culturas de dispositivos invasivos, lesões abertas e Swab retal Realizar a troca dos dispositivos invasivos o mais breve possível. A liberação das precauções deverá ser realizada pela UCIH SUMÁRIO Manter o paciente em precauções de contato Colher culturas de dispositivos invasivos, lesões abertas e Swab retal Realizar a troca dos dispositivos invasivos em 24h ou assim que a segurança do paciente permitir. A liberação das precauções deverá ser realizada pela UCIH 137 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Instituto da Criança Enterobactérias resistente a carbapenem Enterococcus spp resistente a vancomicina UTI ENFERMARIAS COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar até a alta CONTACTANTES (PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO FÍSICO DO CASO) Colher culturas de dispositivos invasivos e lesões abertas e Swab retal (3) de todos os pacientes Colher culturas de dispositivos invasivos e lesões abertas e Swab retal (3) de todos os pacientes TRANSFERIDOS Colher culturas de dispositivos DE OUTROS HOSPITAIS OU invasivos, lesões abertas e Swab retal PRONTO SOCCORRO DO HC (internação >24 horas) Colher culturas de dispositivos invasivos, lesões abertas e Swab retal Hospital Auxiliar de Suzano S. aureus resistente à Oxacilina; Enterococcus spp. resistente à Vancomicina Enterobactérias produtoras de beta lactamase de espectro extendido e/ou resistente a Carbapenem; Pseudomonas ssp; Acinetobacter ssp resistentes a Carbapenem. CRITÉRIO PARA RETIRADA DE ISOLAMENTO: pacientes com lesões fechadas e sem dispositivos invasivos (traqueostomia, sonda vesical, cateter venoso central) COLONIZADO / INFECTADO ENFERMARIAS Isolar enquanto permanecer com dispositivos invasivos, sinais de infecção ou lesões abertas CONTACTANTES (PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO Não colher cultura FÍSICO DO CASO) TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS OU PRONTO SOCCORRO DO HC (internação >24 horas) 138 Não colher cultura SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Hospital Auxiliar de Cotoxó S. aureus resistente a Oxacilina; Enterobactérias produtoras de beta lactamases e resistentes a carbapenem; Pseudomonas spp e Acinetobacter spp resistentes a carbapenem; Enterococcus spp. resistente ou intermediário a vancomicina ENFERMARIAS COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta CONTACTANTES (PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO FÍSICO DO CASO) Colher culturas de dispositivos invasivos, e feridas abertas e swab retal (3) de todos os pacientes TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS OU PRONTO SOCCORRO DO HC (internação >24 horas) Colher culturas de dispositivos invasivos, e feridas abertas e swab retal (3) de todos os pacientes SUMÁRIO 139 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Instituto de Ortopedia Pseudomonas spp.e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem Enterococcus spp. resistentes a vancomicina Isolados nos seguintes sítios: Ferida aberta; Vias aéreas de paciente intubado; Urina com incontinência. Isolamento para pacientes com microrganismos multirresistentes (Pseudomonas spp., Acinetobacter spp. e Enterococcus spp.) UTI ENFERMARIAS COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar se dispositivos invasivos, sinais de infecções e lesões abertas CONTACTANTES (Pacientes do mesmo quarto/espaço físico do caso) Colher culturas de dispositivos invasivos e lesões abertas Não colher culturas TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS OU PRONTO SOCORRO DO HC (internação > 24 horas) Colher culturas de dispositivos invasivos e lesões abertas e Swab retal Não colher culturas 140 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Instituto de Psiquiatria Pacientes colonizados ou infectados pelos seguintes agentes: Enterococcus spp. resistentes à vancomicina; S. aureus resistente à oxacilina; Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. resistentes a carbapenem. UTI ENFERMARIAS COLONIZADO / INFECTADO Isolar até a alta Isolar até final do tratamento nos casos de infecção e Isolar enquanto mantiver dispositivos invasivos, ostomias e lesões abertas CONTACTANTES (PACIENTES DO MESMO QUARTO/ESPAÇO FÍSICO DO CASO) Manter em precaução de contato e solicitar orientação da SCIH Manter em precaução de contato e solicitar orientação da SCIH TRANSFERIDOS DE OUTROS HOSPITAIS OU PRONTO SOCORRO DO HC (internação > 24 horas) • Manter o paciente em precaução de contato • Colher culturas de dispositivo invasivo, lesões abertas e swab retal • A liberação da precaução será a cargo da SCIH Manter o paciente em precaução de contato Colher culturas de dispositivo invasivo, lesões abertas e swab retal A liberação da precaução será a cargo da SCIH SUMÁRIO 141 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tipo de precaução: precauções de contato Quarto privativo sempre que possível. Coorte de pacientes portadores do mesmo microrganismo com mesmo perfil de sensibilidade. Manter um profissional exclusivo para os cuidados do paciente, quando possível. Avental de manga longa e luvas descartáveis, antes de entrar em contato com o paciente ou material infectante (descartar luvas e aventais após cuidado do paciente). Higienizar as mãos com sabão antisséptico (clorexidina) ou álcool gel, antes e após contato com paciente ou material infectante e após a retirada das luvas. Uso de artigos (estetoscópios, aparelho de pressão, termômetros, oxímetro, aspirador de secreções, etc.), individualizado para o paciente Processar os materiais e superfícies conforme quadro a seguir. 142 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Limpeza e Desinfecção de Artigos e Ambiente de Pacientes Colonizados ou Infectados com microrganismos multiresistentes ARTIGOS COMO Aparelhos de pressão Tecido: enviar à lavanderia Restante: fricção com álcool a 70% Circuitos respiratórios/ Artigos de Inaloterapia Manter procedimento de rotina Comadre, papagaios, medidores de urina Limpeza mecânica com água e sabão seguido de desinfecção com glutaraldeído ou álcool 70% ou termodesinfecção Estetoscópio Fricção com álcool a 70% Mobiliário: Cama, colchões, mesas, criados, suporte de soro, poltronas, etc. Limpeza mecânica com água e sabão seguido de fricção com álcool a 70% Monitores Cardíacos Limpeza mecânica com água e sabão seguido de fricção com álcool a 70% Pisos, paredes, maçanetas Seguir as normas padronizadas pelo Serviço de Higiene e Limpeza Hospitalar em conjunto com a CCIH Termômetros Limpeza mecânica com água e sabão seguido de fricção com álcool a 70% SUMÁRIO 143 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Precaução para Clostridium difficile Se um paciente apresentar diarréia associada a Clostridium difficile, deve-se instituir: 1. Precauções de Contato: Quarto privativo com banheiro individual para pacientes incontinentes ou com hábitos de higiene precários. Se outros pacientes apresentarem doença associada a Clostridium difficile, estes poderão ser colocados no mesmo quarto; Uso de luvas e aventais de manga longa ao entrar em contato com pacientes ou materiais infectantes; Higiene das mãos é obrigatória com sabão anti-séptico imediatamente após a retirada das luvas. Álcool-gel não é efetivo nesta situação; Individualizar artigos de uso próprio do paciente: termômetros, aparelhos de pressão, comadres, papagaios, medidores de urina, etc. 2 . Contactantes: Somente investigar C. difficile em pacientes com diarréia. 3 . Critérios para suspensão das Precauções de Contato Paciente sem diarréia por 48h 4 . Cuidados com artigos e superfícies A limpeza concorrente diária e a limpeza terminal devem ser feitas em todas as superfícies, utilizando hipoclorito de sódio 1% já que os esporos do C.difficile não são inativados com álcool a 70%. A limpeza e desinfecção de artigos deve ser a mesma da rotina de microrganismos multiresistentes, lembrando que a limpeza mecânica é o passo mais importante para prevenir a disseminação de C. difficile. 144 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Precauções para Isolamento Precauções padrão São precauções aplicadas ao cuidado de todos os pacientes independente de seu diagnóstico infeccioso, com o objetivo de diminuir a transmissão de microrganismos. Aplicadas quando se antecipa o contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, pele não integra e membrana mucosa. Os equipamentos de proteção serão utilizados de acordo com a natureza da exposição. A aplicação das precauções padrão inclui as seguintes medidas: 1. Higienização das mãos Higienizar as mãos nas seguintes circunstâncias: - Antes e após higiene pessoal; - Antes e após contato com paciente; - Após contato com sangue, secreções, pele não íntegra, membrana mucosa, curativos de feridas e objetos inanimados; - Antes e após refeições - Entre procedimentos realizados para o mesmo paciente; - Após retirada das luvas. Se as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou secreções, realizar higiene das mãos com água e sabão ou anti-séptico. Se as mãos estiverem sem sujidade visível, pode ser utilizada solução alcoólica (álcool-gel). 2. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) Observar os seguintes princípios: Quando o contato com paciente envolver sangue e/ou fluidos corpóreos; Para proteção contra respingos ou contato com pele não íntegra e mucosa. 2.1. Uso de luvas Utilizar sempre que for antecipado o contato com sangue e líquidos corporais, secreções e excreções, membranas mucosas, pele lesada, artigos/superfícies sujos com material biológico; Utilizar luvas devidamente ajustadas; Trocar as luvas entre procedimentos no mesmo paciente se contato com material infectado; Desprezar imediatamente após uso. SUMÁRIO 145 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 2.2. Uso de avental Utilizar como barreira física, quando existir a possibilidade de sujar/contaminar com material biológico, as roupas ou pele do profissional da saúde; Utilizar avental de manga longa; Desprezar imediatamente após uso, antes de sair do quarto 2.3. Uso de máscara, óculos e protetor facial Utilizar quando houver a possibilidade da ocorrência de respingos de material biológico sobre as membranas mucosas da boca e olho, durante a realização de procedimentos no paciente, ou manuseio com artigos/materiais contaminados. Desinfetar os óculos ou protetor facial com álcool 70% após uso ou limpar com água e sabão. 3. Limpeza de superfícies Realizar limpeza concorrente diária e sempre que houver sujidade visível incluindo cama e mobiliário do paciente; Realizar limpeza terminal quando o paciente for de alta, óbito ou transferência; Evitar movimentos bruscos com roupas para evitar disseminação de partículas no ambiente. 4. Artigos e equipamentos Realizar limpeza seguida de desinfecção ou esterilização entre pacientes ou sempre que sujo ou com mau funcionamento. 5. Cuidados com material pérfuro-cortante Manusear material pérfuro-cortante com extremo cuidado; Não reencapar e não dobrar agulha; Descartar todo material pérfuro-cortante utilizado no cuidado do paciente em recipiente apropriado; Desprezar o conjunto agulha + seringa sem desconectar; Manter caixa de perfuro-cortante sobre suporte; Trocar a caixa de pérfuro quando atingir o limite de segurança (2/3 da capacidade total - linha pontilhada). 146 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Precauções adicionais As precauções para isolamento, baseados no modo de transmissão dos microrganismos; podem ser classificados em 3 tipos: 1. Precauções de Contato 2. Precauções Respiratórias para Aerossóis 3. Precauções Respiratórias para Gotículas Para maioria das doenças é suficiente a aplicação de um tipo de precaução porém para outras, que podem ser transmitidas por várias vias, há necessidade da combinação de 2 tipos de precauções. A aplicação de qualquer uma destas precauções implica no uso associado das Precauções Padrão. Precauções de contato Está indicada para situações em que exista possibilidade de transmissão de agente infeccioso por contato direto ou indireto. Isto é, contato entre pacientes, contato através do profissional de saúde (mãos) ou contato por meio de artigos. 1. Quarto: Privativo ou compartilhado com pacientes infectados com o mesmo microrganismo com o mesmo perfil de sensibilidade. 2. Luvas: Deverá ser utilizada ao contato com o paciente ou material infectante; Descartar as luvas imediatamente após o uso e higienizar as mãos. 3. Avental de manga longa: Usar sempre que contato da roupa do profissional com o paciente, leito, mobiliário ou material infectante; Em caso de diarréia, colostomia, ileostomia ou ferida não contida no curativo, o uso do avental torna-se obrigatório. 4. Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário o material infectante deverá estar contido, (com curativo, avental ou lençol), para evitar contaminação de superfícies; Se paciente realizar exame e/ou procedimento fazer a desinfecção com álcool 70% da maca ou cadeira de transporte e proteger com lençol e desprezá-lo logo em seguida; Avisar o local de realização de exame que o paciente está em isolamento de contato. 5. Artigos e equipamentos: Deverão ser exclusivos para cada paciente; Devem ser limpos, desinfetados ou esterilizados após alta do paciente ou sempre que sujo. SUMÁRIO 147 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Precauções Respiratórias com Aerossóis Destinam-se às situações de suspeita ou confirmação de: tuberculose pulmonar ou laríngea sarampo varicela herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido situações especiais como influenza aviária ou influenza AH1N1 (suína) A aplicação das precauções com aerossóis inclui as seguintes medidas: 1. Quarto privativo: Obrigatório, com porta fechada Deverá dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e 6 trocas de ar por hora; A exaustão do ar deve ser feita para ambiente externo (longe de calçadas, janelas que podem ser abertas, pessoas, animais e correntes de ar). Se o ar for recirculado deverá ser filtrado através de filtro HEPA. 2. Máscara: É obrigatório o uso de máscara específica (tipo N95 ou PFF2) com capacidade de filtrar partículas < 3 micrometros de diâmetro, por todo o profissional que prestar assistência a pacientes com suspeita ou confirmação das doenças citadas acima. A máscara deverá ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente após saída do mesmo . CUIDADOS COM A MÁSCARA: A máscara não tem uma vida útil pré-estabelecida e pode ser usada várias vezes pelo mesmo profissional. Descartar quando estiver suja, úmida ou com defeito, por exemplo, quebra da haste 3. Transporte do paciente: Evitar. Quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara comum (cirúrgica); Avisar o local de realização de exame que o paciente está em isolamento respiratório. 148 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Precauções Respiratórias com Gotículas Destina-se para pacientes com suspeita ou confirmação de doenças com transmissão por via respiratória. A aplicação das precauções respiratórias para gotículas inclui as seguintes medidas: 1.Quarto privativo: Obrigatório, podendo ser compartilhado com pacientes infectados pelo mesmo microrganismo; Manter porta fechada. 2. Máscara: É obrigatório o uso de máscara comum, durante o período de transmissibilidade de cada doença, para todas as pessoas que entrarem no quarto A máscara deverá ser desprezada à saída do quarto 3.Transporte do paciente: Evitar. Quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara comum (cirúrgica); Avisar o local de realização de exame que o paciente está em isolamento. Responsabilidade e rotina na Instituição e manutenção das precauções para isolamento 1. Quando instituir o procedimento Sempre que houver suspeita ou confirmação de doença infecciosa ou colonização/ infecção por um microrganismo passível de ser disseminado para outros pacientes ou profissionais de saúde. 2. Quem deve instituir o procedimento Médico ou enfermeiro da unidade conforme a orientação do CCIH onde o paciente se encontra internado. 3. Notificação para a CCIH O médico ou enfermeiro que instituiu o procedimento inicial deverá notificar a CCIH. 4. Avaliação da indicação do procedimento O médico ou enfermeiro da CCIH deverá realizar a avaliação da indicação do procedimento imediatamente após receber a notificação. O objetivo desta avaliação é ratificar ou não a indicação de precauções para isolamento e realizar orientações adicionais pertinentes. 5. Supervisão da aplicação do procedimento Deverá ser realizado pelo médico ou enfermeiro da unidade. A CCIH poderá supervisionar a qualidade da efetivação do procedimento indicado e reorientar se necessário. SUMÁRIO 149 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 6. Suspensão do procedimento O médico ou enfermeiro da unidade deverá consultar a CCIH para a suspensão do procedimento seguindo as orientações técnicas de precauções para isolamento. Relação das infecções, condições e microrganismos que exigem a aplicação de precauções para isolamento Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo Período C P DS •ABSCESSO Drenando: sem curativo ou com curativo não contido Drenando com curativo oclusivo contido • AIDS (ver HIV): • ACTINOMICOSE P • ADENOVÍRUS, infecção por: Lactante e pré-escolar Rg+C • AMEBÍASE P • ANGINA DE VINCENT P • ANTRAX: cutâneo e pulmonar P • ASCARIDÍASE P • ASPERGILOSE P DD • BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES (ver tabela a partir da página 16) Colonização/infecção: solicitar avaliação da CCIH C* • BABESIOSE P • BOTULISMO P • BRONQUIOLITE: ver infecções respiratórias em lactentes e pré-escolares • BRUCELOSE P • CANDIDÍASE : todas as formas P • CAXUMBA Rg • CELULITE: drenagem não controlada 150 C SUMÁRIO Início TU por 9 dias DD Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo • CANCRO MOLE (Chlamydia trachomatis): Conjuntivite, genital e respiratória P • CISTICERCOSE P • Clostridium botulinum P • Clostridium difficile C • Clostridium perfringens: Intoxicação alimentar e gangrena gasosa P • CÓLERA C Período DD • COLITE ASSOCIADA A ANTIBIÓTICO C • CONJUNTIVITE: Bacteriana aguda e gonocócica Viral aguda (hemorrágica aguda) P C DD • COQUELUCHE Rg TE 5 dias • CREUTZFELDT-JACOB, doença P • CRIPTOCOCOSE P • CITOMEGALOVIROSE: Neonatal ou em imunossuprimido P • DENGUE P • DERMATOFITOSE P DD • DIARREIA: ver gastroenterite • DIFTERIA: Cutânea Faríngea C Rg TA+2CN** TA+2CN** • DOENÇA DE MÃO, PÉ E BOCA: ver enterovirose • DONOVANOSE (granuloma inguinal) P • ENCEFALITE: ver agente específico • ENDOMETRITE P • ENTEROBÍASE P • ENTEROCOLITE - Clostridium difficile C • ENTEROCOLITE NECROTIZANTE P SUMÁRIO DD 151 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo Período • ENTEROVIROSE (Coxackie e Echovirus) Adulto Lactante e pré-escolar P C DD • EPIGLOTITE Rg TE 24 h • ESCABIOSE C TE 24 h • ESPOROTRICOSE P • ESQUISTOSSOMOSE P • ERITEMA INFECCIOSO: ver parvovírus B19 • ESTAFILOCOCCIA - S.aureus: Pele, ferida e queimadura: - com secreção não contida - com secreção contida Enterocolite Multirresistente: ver bactérias multirresistentes Pneumonia Síndrome da pele escaldada Síndrome do choque tóxico C P P1 P P P • ESTREPTOCOCCIA - Streptococcus Grupo A Pele, ferida e queimadura: - com secreção não contida - com secreção contida Endometrite (sepsis puerperal) Faringite: lactante e pré-escolar Pneumonia: lactante e pré-escolar Escarlatina: lactante e pré-escolar C P P Rg Rg Rg • ESTREPTOCOCCIA - Streptococcus Grupo B Neonatal P • ESTREPTOCOCCIA- Streptococcus Grupo não A não B P • ESTREPTOCOCOS MULTIRRESISTENTES (pneumococo e enterococo): ver bactérias multirresistentes. • ESTRONGILOIDÍASE P • EXANTEMA SÚBITO P • FEBRE AMARELA P 152 SUMÁRIO TE 24 h TE 24 h TE 24 h Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo Período • FEBRE POR ARRANHADURA DO GATO P • FEBRE POR MORDEDURA DO RATO (Streptobacillus moniliformis ou Spirilum minus) P • FEBRE RECORRENTE P • FEBRE REUMÁTICA P • FEBRE TIFOIDE: ver gastroenterite • FURUNCULOSE ESTAFILOCÓCCICA: Lactantes e pré-escolares C • GANGRENA GASOSA P • GASTROENTERITE C Campylobacter spp, Cholera spp, Criptosporidium spp Clostridium difficile C Escherichia coli: Enterohemorrágica 0157:4H e outras espécies: - diarreia não contida C - diarreia contida P Giardia lamblia P Rotavirus C Salmonella spp (inclusive S.typhi) P1 Shigella spp P1 Vibrio parahaemolyticus P Viral: outros vírus - diarreia não contida C - diarreia contida P Yersinia enterocolitica P DD DD • GIARDÍASE: ver gastroenterite • GONORREIA P • GUILLAIN-BARRÈ, síndrome de P • HANSENÍASE P • HANTAVÍRUS PULMONAR P • Helicobacter pylori P SUMÁRIO 153 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo • HEPATITE VIRAL: Vírus A: - Uso de fralda ou incontinente Vírus B (HBs Ag positivo), vírus C e outros: - sem sangramento - com sangramento, não contido Vírus E Período P C2 P C P • HERPANGINA: ver enterovirose • HERPES SIMPLES: Encefalite Neonatal Mucocutânea, disseminada ou primária e grave Mucocutânea, recorrente (pele, oral e genital) • HERPES ZOSTER Localizado em imussuprimido Disseminado (mais de 1 dermátomo) Localizado em imunocompetente P C3 C P Ra+C*** Ra+C*** P • HIDATIDOSE P • HISTOPLASMOSE P • HIV, infecção por: Sem sangramento Com sangramento não contido P C • IMPETIGO C • INFECÇÃO DE CAVIDADE FECHADA P • INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO P • INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO EM LACTANTES E PRÉ ESCOLARES OU BRONQUIOLITE Vírus Sincial Respiratório e Vírus Parainfluenzae C • INFLUENZA: A, B, C Rg • INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR: C.botulium,C.perfringens, C.welchii e estafilocóccica P • KAWASAKI, síndrome de P • LEGIONELOSE P • LEPTOSPIROSE P 154 SUMÁRIO DD DD DD(LC) DD(LC) TE 24 h DD Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo • LISTERIOSE P • LYME, doença de P • LINFOGRANULOMA VENÉREO P • MALÁRIA P • MELIOIDOSE P • INFECÇÃO DE FERIDA CIRÚRGICA P • MENINGITE: Asséptica (não bacteriana e não viral) Bacteriana gram negativos entéricos, em neonatos Fúngica Haemophilus influenzae (suspeita ou confirmada) Listeria monocytogenes Neisseria meningitidis (suspeita ou confirmada) Pneumocócica Tuberculosa Outra bactéria não citada acima P P P Rg P Rg P P4 P • MENINGOCOCCEMIA Rg Período TE 24 h TE 24 h TE 24 h • MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTE (ver bactérias multirresistentes) • MOLUSCO CONTAGIOSO P • MONONUCLEOSE INFECCIOSA P • MUCORMICOSE P • MICOBACTERIOSE ATÍPICA (não M. tuberculosis ): Pulmonar e cutânea P • NOCARDIOSE P • OXIUROS, infecção por P • PARACOCCIDIOIDOMICOSE (P. brasiliensis): Pulmonar ou cutâneo P • PARVOVÍRUS B19: Doença crônica em imunossuprimido Crise aplástica transitória ou de células vermelhas Rg Rg DI 7 dias • PEDICULOSE C TE 24 h • PERTUSSIS (COQUELUCHE) Rg TE 5 dias SUMÁRIO 155 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções • PESTE: Bubônica Pneumônica Tipo Período P Rg TE 3dias • PLEURODÍNEA: ver enterovirose • PNEUMONIA: Adenovírus Rg+C Burkholderia cepacia em fibrose cística incluindo colonização do trato respiratório P5 Chlamydia P Fúngica P Haemophilus influenzae - adultos P - lactantes e crianças de qualquer idade Rg Legionella spp P Meningocóccica Rg Mycoplasma (pneumonia atípica primária) Rg P Outras bactérias não listadas (incluindo gram-negativos) Pneumocócica P P6 Pneumocystis jiroveci Pseudomonas cepacia: ver pneumonia por Burkholderia cepacia Staphylococcus aureus P Streptococcus, grupo A - adultos P - lactantes e pré-escolares Rg Viral - Adultos P - Lactantes e pré escolar C • POLIOMIELITE TE 24 TE 24 DD TE 24 h P • PSITACOSE (ORNITOSE) P • RAIVA C • REYE, síndrome de P • RITTER (síndrome da pele escaldada estafilocócica) P • RIQUETSIOSE P Rg C7 • RUBÉOLA: - congênita 156 DD SUMÁRIO IR 7 dias Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo Período Ra DD • SALMONELOSE: ver gastroenterite • SARAMPO • SHIGELOSE: ver gastroenterite • SÍFILIS: Pele e membrana mucosa (incluindo congênita, primáriasecundária). Lactante ( terciária) e soro positivo sem lesões P P • SÍINDROME DA PELE ESCALDADA P • TENÍASE P • TÉTANO P • TINEA P • TOXOPLASMOSE P • TRACOMA AGUDO P • TRICOMONÍASE P • TRICURÍASE P • TRIQUINOSE P • TUBERCULOSE: Extra-pulmonar com lesão drenando Extra pulmonar, meningite e outras sem drenagem Pulmonar (suspeita ou confirmada) Laríngea (suspeita ou confirmada) Mantoux: reator (> 5mm) sem evidência de doença Pulmonar ou laríngea atual • TULAREMIA: lesão drenando ou pulmonar • TIFO: endêmico e epidêmico (não é por Salmonella spp) P+Ra P Ra Ra P P P Ra+C • VARICELA • VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO C • ZIGOMICOSE (ficomicose / mucormicose) SUMÁRIO TE+MC TE+MC LC 100% durante toda a internação P 157 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Infecção/Condição/Microrganismo Recomendação de Precauções Tipo Período DOENÇAS EMERGENTES: • ANTRAX Ra+C • INFLUENZA AVIÁRIA / SUÍNA Ra+C Ra+C • SARS • VARIOLA Ra+ C*** P= Padrão Rg= Respiratória para gotículas DD= Durante a doença PN= Pesquisa negativas LC= Até todas as lesões ficarem crostosas MC= Melhora clínica TE= Terapêutica eficaz C= Contato Ra= Respiratória para aerossóis DS= Duração da secreção DI= Durante a internação IR= Inicio do “rash” TA= Terapêutica antibacteriana TU= Tumefação * A definir por CCIH de cada Instituto. ** Até 2 culturas negativas em dias diferentes. *** Evitar ingresso no quarto de susceptíveis. 1= Usar precauções de contato para criança em uso de fraldas ou incontinente < 6 anos durante a doença 2= Manter precauções em < 3 anos durante toda a hospitalização e em > 3 anos até 2 semanas do início dos sintomas. 3= Para recém-nascido via vaginal ou cesariana de mãe com infecção ativa e ruptura de membranas por mais de 4 a 6 horas. 4= Investigar tuberculose pulmonar ativa. 5= Evitar contato de pacientes com fibrose cística não colonizados ou infectados com B. cepacia com este paciente. 6= Evitar colocar no mesmo quarto com paciente imunossuprimido 7=-Manter precauções até 1 ano de idade (a menos que cultura viral de urina e nasofaringe sejam negativos após 3 meses de idade). 158 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Prevenção de infecções do trato urinário associado a Cateter Vesical de Demora A - Cuidados na Instalação 1. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel; 2. Lavar minuciosamente a área perineal e genital do paciente, com água e sabão, utilizando luvas de procedimento; 3. Realizar a higiene das mãos com solução degermante anti-séptica; 4. Calçar luvas estéreis; 5. Usar campo estéril grande, de pelo menos 0,75m x 0,75m; 6. Insuflar o balão para verificação de seu bom funcionamento; 7. Realizar a anti-sepsia do meato urinário e área adjacente com PVPI tópico ou clorexidina degermante ou clorexidina aquosa a 2%. Se utilizar clorexidina degermante retirar o excesso com SF 0,9%; 8. Aplicar vaselina líquida estéril ou gel anestésico estéril de uso único, sobre a superfície da cateter vesical, lubrificando-o amplamente; 9. Proceder a instalação da cateter vesical com técnica asséptica utilizando sistema de drenagem fechado estéril. O cateter vesical deve estar conectado ao sistema coletor antes da inserção. Observar o adequado posicionamento do cateter vesical na bexiga (após saída da urina introduzir aproximadamente mais três centímetros); 10. Fixar o cateter vesical no hipogástrio para o sexo masculino e na face anterior da raiz da coxa para o sexo feminino; 11. Fixar o saco coletor no extremo oposto à cabeceira, mantendo-o sempre abaixo do nível da pelve; 12. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel. B - Cuidados na manutenção Durante o banho higienizar a região perineal, com água e sabão, incluindo a junção cateter-meato uretral; Higienizar as mãos antes e após o manuseio do cateter vesical, do tubo e do saco coletor; Manter o fluxo da urina, favorecendo a drenagem contínua por gravidade. Esvaziar o saco coletor quando necessário, não permitindo que ultrapasse o limite de segurança recomendado. Utilizar a seguinte técnica: 1. Higienizar as mãos e utilizar EPI (luvas de procedimento, máscara, óculos de proteção e avental; 2. Retirar o tubo de drenagem do seu protetor posicionando-o para o recipiente que irá receber a urina, evitando o contato entre as superfícies durante todo o procedimento; SUMÁRIO 159 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 3. Abrir o clamp do tubo de drenagem; 4. Acompanhar o esvaziamento espontâneo da urina do saco coletor no cálice de uso individualizado. Se o cálice for de uso coletivo, lavá-lo com água e sabão entre pacientes; 5. Fechar o clamp do tubo de drenagem; 6. Colocar o tubo de drenagem no seu protetor; 7. Desprezar a urina no vaso sanitário; 8. Lavar o recipiente com água e sabão; 9. Retirar e desprezar a luva de procedimentos no lixo; 10. Retirar os outros EPIs; 11. Higienizar as mãos. OBS.: Todos os passos desta técnica devem ser repetidos no esvaziamento de urina para cada paciente. Não é recomendado o esvaziamento simultâneo de urina de vários sacos coletores.O frasco para coleta de urina deve ser individualizado ou lavado com água e sabão entre pacientes. C - Indicações de troca do cateter vesical de demora Trocar todo o sistema (cateter vesical e saco coletor) se: Houver obstrução da luz; Houver suspeita ou evidências de incrustações na superfície interna do cateter vesical; Houver contaminação do cateter vesical na instalação ou manuseio; A urina no saco coletor estiver com aspecto purulento. D - Recomendações para coleta de urina em pacientes com cateter vesical de demora 1. Higienizar as mãos; 2. Clampear o tubo de extensão logo abaixo do adaptador próprio para coleta de material; 3. Desinfetar o local de coleta com álcool etílico a 70% ou clorexidina alcólica a 0,5%; 4. Aspirar a urina usando agulha e seringa estéreis; 5. Passar a amostra de urina da seringa para o frasco estéril; 6. Encaminhar rapidamente ao laboratório. Caso isto não seja possível, manter a urina sob refrigeração até 1 hora após sua coleta. OBS.: Não encaminhar ponta de cateter vesical para cultura, pois não há utilidade. 160 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar E - Indicações de urocultura em paciente com cateter vesical de demora Suspeita de infecção do trato urinário Não é indicada a coleta de urina para realização periódica de urocultura, mesmo para pacientes que utilizam cateter vesical de demora por períodos prolongados. F - RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS O uso de germicidas/antibacterianos por irrigação vesical ou aplicados diretamente no saco coletor é contra-indicado. Apenas é aceito o uso de Anfotericina B quando se opta por tratar topicamente Infecção do Trato Urinário por Candida spp. O cateter vesical deve ser de uso único; Não é recomendada a técnica de “exercício vesical” para retirada do cateter vesical. Cateterismo Vesical Intermitente Hospitalar A técnica para a realização do cateterismo vesical compreende a seguinte seqüência: 1. Separar o material para o cateterismo vesical intermitente; 2. Higienizar as mãos com água e sabão (Operador); 3. Lavar a região perineal e genital com água e sabão; 4. Abrir o Kit de cateterismo e umedecer as bolas de algodão com PVPI tópico ou clorexidina degermante ou clorexidina aquosa a 2%; 5. Colocar o lubrificante na gaze; 6. Abrir o pacote contendo o cateter vesical estéril; 7. Calçar as luvas de procedimento estéril; 8. Fazer antissepsia da glande e do meato uretral e área adjacente com a pinça e as bolas de algodão. Se utilizar clorexidina degermante retirar o excesso com SF 0,9%; 9. Posicionar o cateter e aplicar o lubrificante no cateter vesical; 10. Introduzir o cateter no meato uretral, aproximadamente 30 cm em homens e 20 cm em mulheres; 11. Posicionar o saco coletor de urina na saída do cateter; 12. Abrir o dispositivo do cateter, permitindo a drenagem do conteúdo urinário no saco coletor por aproximadamente 10 a 15 minutos ou até cessar a drenagem; 13. Retirar o cateter lentamente quando cessar a saída de urina. SUMÁRIO 161 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Cateterismo Vesical Intermitente Domiciliar Separar o material para o autocateterismo vesical intermitente: sabão, lubrificante estéril, cateter vesical e recipiente para depositar a urina. A técnica para a realização do autocateterismo vesical compreende a seguinte seqüência: Técnica de passagem: Orientar o paciente ou cuidador quanto à: 1. Higienizar as mãos com água e sabão; 2. Lavar a região perineal e genital com água e sabão; 3. Verificar se o cateter vesical encontra-se fechado; 4. Passar gel lubrificante na ponta do cateter; 5. Introduzir o cateter no meato uretral, aproximadamente 30cm em homens e 20cm em mulheres; 6. Posicionar o recipiente coletor próximo à saída de urina; 7. Abrir o dispositivo do cateter e observar a saída da urina por aproximadamente 10 a 15 minutos ou até cessar a drenagem; 8. Retirar o cateter lentamente quando cessar a saída de urina. Freqüência da cateterização: A freqüência da cateterização não deverá ultrapassar o intervalo de 6 horas, recomenda-se a cada 4horas. Se em uma drenagem o volume ultrapassar 600 ml é necessário aumentar a freqüência da cateterização. Cuidados com o cateter: Lavar o cateter com água e sabão após cada uso; Aplicar jatos de água na parte interna do cateter com auxílio de uma seringa de 20 ml; Injetar 20 ml de ar para remover o excesso de água; Armazenar o cateter em recipiente limpo e fechado; Trocar de cateter quando o atual “perder o aspecto de novo”, ou seja, quando houver alteração da cor e/ou da flexibilidade e/ou se estiver áspero e/ou quando a ponta estiver pontiaguda. 162 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Prevenção de infecção associada a cateteres vasculares Atualmente, o uso de cateter vascular é essencial à assistência ao paciente, sendo a infecção de corrente sanguínea (ICS) uma de suas complicações mais temidas. O cateter venoso central (CVC) é o maior responsável por esse tipo de infecção porém o cateter venoso periférico pode ocasionar infecções locais (flebites) como também ICS. Medidas simples podem ser seguidas para prevenir a ocorrência das infecções, entre elas: Não realizar a palpação do local de inserção após a aplicação do anti-séptico, a menos que a técnica asséptica seja assegurada (luvas estéreis); O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos; Aguarde a secagem do anti-séptico aplicado na pele antes da inserção do cateter Remover prontamente cateteres cuja permanência não seja mais necessária; Realizar rotineiramente à avaliação do sítio de inserção, buscando sinais e sintomas de flebite e outras complicações; Remover o mais brevemente possível (não mais do que 48 h), dispositivos inseridos em situações de emergência, nas quais a técnica asséptica possa ter sido comprometida; Equipos e outros acessórios devem ser trocados a cada 72 h ou quando tiverem a sua integridade comprometida. Recomenda-se que suas conexões sejam “Luer-lock” para prevenir a desconexão acidental; Na infusão intermitente (quando for interrompida a infusão) equipos e buretas deverão ser trocados a cada 24h ou quando sua integridade estiver comprometida; Utilizar equipo próprio para infusão de sangue e hemoderivados. Desprezar imediatamente após o uso; Caso aconteça a saída de parte do cateter, este não deverá mais ser reposicionado. ACESSO PERIFÉRICO Cateter venoso periférico Para cateteres periféricos, realizar a cada plantão, a avaliação do sítio de inserção, buscando sinais e sintomas de flebite e outras complicações: Em adultos, trocar os cateteres venosos periféricos a cada 96 horas para prevenir flebite; Em situações em que o acesso periférico é limitado, a decisão de deixar o cateter mais do que 96 h dependerá da avaliação das condições do sítio de punção, da integridade da pele, da duração e do tipo de terapia prescrita; Em adultos, é preferível realizar inserção de cateteres periféricos nas extremidades superiores, evitando-se as inferiores devido ao risco aumentado de tromboflebites. Áreas de flexão também devem ser evitadas; Se utilizado dispositivos agulhados (butterfly) para coleta de sangue ou para infunsão de pequenas doses de medicação, retirá-lo em até 4 horas; SUMÁRIO 163 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Para os neonatos e crianças, outros sítios de inserção poderão ser utilizados: veias da cabeça, pescoço e extremidade inferior; Ao selecionar o cateter periférico, faça a opção pelo de menor calibre, iniciando a punção pelo dorso da mão, depois punho, antebraço e braço; Não é recomendado administrar as seguintes soluções em cateteres periféricos: drogas vesicantes, nutrição parenteral, soluções com pH menor que 5 ou maior que 9 e solução com osmolaridade maior que 600 mOsm/l. Cateter arterial periférico Na inserção do cateter arterial seguir as orientações abaixo: Higiene das mãos; máscara cirúrgica cobrindo boca e nariz; luva estéril; anti-sepsia da pele do paciente com clorexidina degermante seguido de alcoólica; campo fenestrado na região a ser puncionada. OBS.: Utilizar paramentação máxima se utilizada a técnica de dissecção ou passagem do cateter arterial por fio guia. Manter o cateter por no máximo 4 dias. Avaliar a necessidade de permanência e necessidade de troca. ACESSO CENTRAL Cateteres de curta permanência: Entre os mais utilizados no Complexo HCFMUSP destacam-se o Cateter Venoso Central (CVC), cateter central de inserção periférica (PICC), cateter de hemodinâmica (Swan Ganz) e cateter de hemodiálise. Indicação Utilizar somente quando o cateter periférico não for possível ou insuficiente; Inserir o cateter com o menor número de lúmens, contemplando as necessidades do paciente. Passagem 1. A escolha do local de inserção do cateter deverá seguir a seguinte ordem: a) Subclávia; b) Jugular; c) Femoral; d) Umbilical (para recém-nascido); e) Flebotomia como última opção e preferir membros superiores. Evitar instalar cateter próximo a lesões de pele e/ou traqueostomia. 2. Fazer a degermação da pele com clorexidina ou PVPI degermante em uma área ampliada e remover o excesso com gaze para retirar oleosidade e/ou sujeira; 3. Higienizar as mãos com solução degermante (clorexidina ou PVPI). Não é necessário realizar escovação cirúrgica; 4. Usar paramentação completa: gorro, óculos de proteção, máscara, luva e avental de manga longa estéreis. Caso participe mais de um médico na inserção do cateter, é necessário paramentar-se também; 164 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 5. Fazer antissepsia da pele em uma área ampla e com movimentos únicos, utilizando solução alcoólica com clorexidina ou PVPI alcoólico; 6. Utilizar campos estéreis que cubram todo o paciente; 7. Após passagem do cateter, manter curativo oclusivo com gaze seca no local de inserção. OBS: Troca por fio guia: seguir as mesmas recomendações descritas acima Troca de curativo do CVC 1. Proteger o cateter durante o banho e realizar o curativo logo em seguida; 2. Trocar o curativo sempre que estiver úmido, sujo ou solto; 3. Após a passagem do cateter realizar imediatamente curativo com gaze e fita adesiva. Após 48h pode utilizar gaze ou filme transparente. 4. Higienizar as mãos (água e sabão ou álcool gel) antes e depois do procedimento; 5. Realizar antissepsia da pele com solução alcoólica (PVPI ou clorexidina) do óstio para a periferia a cada troca do curativo, utilizando luvas estéreis; 6. Na troca de curativo, realizar inspeção do local de inserção, atentando para sinais de infecção local; 7. Em pacientes pediátricos a troca do curativo é variável devido ao risco de deslocamento do cateter. Porém deve estar sempre atento para sinais flogísticos e trocá-lo sempre que úmido, sujo ou solto. Manipulação do CVC 1. Higienizar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool-gel; 2. Utilizar luvas de procedimento; 3. Fazer a desinfecção da conexão do cateter + extremidade distal com álcool 70% antes de qualquer procedimento (por exemplo, administrar medicação); 4. Proteger a ponta do equipo com tampinha própria ou agulha; 5. Lavar o cateter com 3ml de água destilada ou SF0,9%, reconectar o equipo ou fechar a torneirinha; 6. Retirar as luvas e higienizar as mãos ou usar álcool-gel. Rotina de troca do cateter Não há rotina de troca pré-programada de cateteres. Utilizar pelo menor tempo possível. Exceção: SWAN-GANZ: não deve permanecer por tempo superior a 5 dias. O introdutor é o local mais freqüentemente colonizado, não deve ser mantido como acesso. Evitar coleta de sangue através do sistema; CATETER UMBILICAL ARTERIAL: não deve permanecer por tempo superior a 5 dias; CATETER UMBILICAL VENOSO: não deve permanecer por tempo superior a 14 dias; SUMÁRIO 165 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Indicação de troca do cateter com fio guia Se o motivo da troca não for infecção; Mau funcionamento. Indicação de troca do sítio de inserção do cateter Presença de secreção purulenta no local de inserção. CVC retirado por fio guia com cultura da ponta positiva. Suspeita de infecção associada a cateter com repercussões clínicas graves, como deterioração hemodinâmica, ventilação mecânica ou bacteremia clínica. CVC passado na urgência, sem preparo adequado (trocar no máximo em 48 horas). Obstrução do cateter. Trombose ou Infiltração. Flebotomia deve permanecer por no máximo 96 horas. Rotina de troca de equipo e outros cuidados Administrar NPT pelo cateter de um único lúmen. Se cateter de vários lumens, separar uma via para administração de NPT. Equipos e outros acessórios devem ser trocados a cada 72h ou quando a sua integridade estiver comprometida. Na infusão intermitente (quando for interrompida a infusão) equipos e buretas deverão ser trocados a cada 24h ou quando sua integridade estiver comprometida. Trocar torneirinhas e polifix a cada 24 horas. Utilizar equipo próprio para lípides e hemoderivados e trocar após cada infusão. Infundir emulsões lipídicas a cada 12 horas e NPT a cada 24 horas, a partir da data da instalação. Indicações de envio da ponta de cateter para cultura Suspeita de infecção associada a cateter Colher 5 cm da ponta e colocar em tubo estéril e colher 2 frascos de hemocultura periférica (vide instruções de coleta na página 25) CATETER DE LONGA PERMANÊNCIA O cateter venoso central de longa permanência é utilizado em doenças crônicas como na insuficiência renal e no tratamento de doenças oncológicas, em que o tratamento é longo podendo alcançar até três anos de duração e requer repetidas transfusões e internações. A escolha do tipo de cateter (cateter totalmente implantado , ex Port-a-cath® ou cateter tunelizado, ex Hickman®, Broviac®, Permicath®) deverá ser feita de acordo com a indicação do uso e tempo estimado da duração do cateter. 166 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Passagem Deve ser realizada no centro cirúrgico e com equipe especializada para esse tipo de cateter, preferencialmente com métodos de radiodiagnóstico - No CC, utilizar técnica asséptica: Escovação das mãos do médico com clorexidina degermante. Degermação da área a ser puncionada com clorexidina ou PVPI degermante. Paramentação completa do médico (avental de manga longa estéril, luvas estéreis, gorro e máscara). Anti-sepsia com clorexidina ou PVPI alcoólica. Esperar secar antes de realizar o procedimento. Utilizar campos estéreis que cubram todo o paciente. Fazer curativo da ferida cirúrgica e no ponto de inserção com gaze e fita adesiva (micropore) Curativo: Seguir a mesma recomendação do cateter de curta permanência. Inspecionar diariamente o local de punção, o reservatório e o trajeto do cateter quanto a presença de sinais logísticos. Rotina para punção do cateter de longa permanência totalmente implantado Higienizar as mãos; Calçar luvas estéreis; Realizar a anti-sepsia em movimentos circulares e dentro para fora com clorexidina alcoólica a 0,5%; Localizar o cateter por palpação; Puncionar com agulha Huber ou escalp de bisel lateral. Evitar puncionar com agulhas normais pois a durabilidade do cateter será comprometida; Após puncionar o cateter, aspirar a solução anticoagulante (antes de instalar as soluções a serem infundidas), avaliando o funcionamento do cateter (permeabilidade - bom fluxo e refluxo); Desprezar o material aspirado; Instalar os equipos, extensores e infundir a medicação; Após o procedimento, lavar o cateter com 20 ml de SF 0,9%; Com uma seringa de 10 ml, aspirar 1 ml de heparina 5000UI/ml+9ml de água destilada e injetar 6ml dessa solução. SUMÁRIO 167 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Indicação de retirada de cateter de longa permanência 1. Final de indicação de uso; 2. Complicações técnicas. Não se deve tentar desobstruir cateteres de longa permanência. 3. Complicações infecciosas: As complicações infecciosas relacionadas aos cateteres de longa permanência são: infecção de óstio (apenas nos cateteres semi-implantáveis), infecção de túnel ou bolsa subcutânea ou infecção de corrente sanguínea primária (ou bacteremia primária). No caso de infecção de túnel ou bolsa sub-cutânea deve ser retirado o cateter e feito tratamento antimicrobiano sistêmico OBS: O tratamento antimicrobiano, embora inicialmente possa ser empírico, deve ser dirigido sempre que possível, por resultados de culturas (hemoculturas colhidas de veia periférica ou artéria). 168 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Prevenção de infecção respiratória A pneumonia está entre as infecções hospitalares mais frequentes principalmente em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A aplicação de normas bem estabelecidas para a prevenção das infecções respiratórias é fundamental para modificar esta realidade. Medidas preventivas Condutas gerais Higienizar as mãos antes e após contato com o paciente intubado ou traqueostomizado; e com secreções respiratórias mesmo que tenham sido usadas luvas. Elevar a cabeceira da cama do paciente de 30° a 45° para evitar aspiração do conteúdo gástrico, caso não exista contra-indicação. Verificar a posição da sonda gástrica ou enteral antes de infundir a dieta. Aspirar adequadamente às secreções acima da região glótica antes de manipular o cuff da cânula endotraqueal. Controlar a medida da pressão do cuff (aproximadamente 25 cm/H O) a cada 12h. 2 Ajustar volume da dieta enteral, baseado no volume gástrico residual. No pós-operatório, estimular a respiração profunda e a deambulação o mais precoce possível. Não realizar rotineiramente culturas de vigilância (secreção traqueal, equipamentos, etc). Não administrar antimicrobianos rotineiramente para prevenção de pneumonia. Intubação Usar luvas estéreis, máscara, óculos de proteção e avental de manga longa. Evitar a contaminação da cânula antes da introdução na orofaringe. Traqueostomia Traqueostomia convencional deve ser realizada em sala de cirurgia, exceto nos casos de urgência. Traqueostomia percutânea pode ser realizada a beira do leito. Para este procedimento, o operador deve utilizar paramentação completa, colocar campos estéreis cobrindo todo o paciente e preparar a pele do paciente com PVPI ou clorexidina degermante seguido de PVPI ou clorexidina alcoólico. Utilizar luvas estéreis para trocar a cânula de traqueostomia. O curativo da traqueostomia deve ser trocado diariamente e/ou quando úmido e/ ou sujo. SUMÁRIO 169 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Aspiração de secreções respiratórias em pacientes intubados Usar luvas estéreis, máscara cirúrgica, óculos de proteção e avental de manga longa. Utilizar sonda de aspiração estéril de uso único. Aspirar sempre que houver necessidade e não em intervalos pré-fixados. Aspirar os pacientes entubados na seguinte ordem: traquéia, nariz e por último a boca. O calibre da sonda de aspiração não deve ser superior à metade do diâmetro do calibre da cânula endotraqueal. O “cuff” deve ser testado antes do procedimento. Quando houver necessidade de aspirar a boca do paciente entubado, realizar este procedimento após a aspiração traqueal e nariz. Usar soro fisiológico estéril para fluidificar a secreção espessa (1 a 2 ml criança e 3 a 5 ml adulto). Trocar sistema fechado de aspiração (trachecare) quando visivelmente sujo ou com mau funcionamento. Os sistemas fechados de aspiração não demonstraram, até o momento, diminuição na incidência de pneumonia hospitalar. RESPIRADORES As peças de extensão, conectores avulsos e circuitos devem ser trocados entre pacientes e devem ser submetidas à desinfecção de alto nível ou esterilização. Os circuitos respiratórios não devem ser trocados rotineiramente. Trocar somente quando visivelmente sujo ou com mau funcionamento. Até o momento, o uso de filtros não mostrou redução na incidência de pneumonias hospitalares, portanto não estão recomendados para este fim. Se forem utilizados, não há necessidade de troca rotineira. O condensado que acumula no circuito deve ser desprezado, a fim de evitar que retorne ao paciente ou ao umidificador. A máquina interna dos ventiladores e respiradores não devem se esterilizados ou desinfetados rotineiramente entre pacientes. 170 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Cuidados com equipamentos respiratórios e acessórios Objetivo Realizar a limpeza, seguida de desinfecção ou esterilização adequada dos equipamentos de assistência respiratória e seus acessórios. Medidas Gerais Higienizar as mãos antes e depois do contato com os equipamentos e seus acessórios; Realizar limpeza mecânica do equipamento com tecido macio e água e sabão; Realizar limpeza e desinfecção ou esterilização dos acessórios de assistência respiratória conforme recomendação na tabela a seguir; Trocar todos os circuitos e/ou material de assistência ventilatória entre os pacientes e sempre que visivelmente sujo ou danificado. Quando em uso intermitente, no mesmo paciente, guardar seco e protegido em saco plástico; Usar água estéril, de uso individual, nos umidificadores e nebulizadores. Trocar pelo menos uma vez ao dia, desprezando o resíduo; Usar EPIs para manipular secreções respiratórias ou objetos contaminados com secreções respiratórias de qualquer paciente; Antes de submeter os equipamentos ao reprocessamento, consultar as recomendações do fabricante. SUMÁRIO 171 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar MATERIAL TRATAMENTO TIPO Desinfecção Termodesinfecção Ressucitador manual (Ambu): ou ou VBTF ou Óxido de Etileno - máscara Esterilização ou autoclave - reservatório BIPAP: circuito (USO PERMANENTE) Desinfecção ou Esterilização Termodesinfecção ou Óxido de etileno ou VBTF ou Autoclave FREQUENCIA DE TROCA e OBSERVAÇÕES - Entre pacientes - Sempre que sujo Manter protegido em saco plástico quando em uso intermintente Entre pacientes e sempre que sujo BIPAP: máscara Esterilização Óxido de etileno com bojo insuflável Entre pacientes e sempre que sujo BIPAP: máscara com membrana de silicone, (USO PERMANENTE) Entre pacientes e sempre que sujo Desinfecção Termodesinfecção ou ou VBTF, óxido de etileno ou Esterilização Autoclave BIPAP e CPAP: - Sensores de Esterilização VBTF ou pressão Óxido de etileno - Conectores - Válvula exalatória Entre pacientes e sempre que sujo Desinfecção Cabo de laringoscópio Limpeza com água e sabão se- guido de fricção com álcool 70% Entre pacientes e sempre que sujo Cânula de Desinfecção ou Guedel Esterilização Termodesinfecção ou VBTF ou Óxido de Etileno ou Autoclave Entre pacientes e sempre que sujo Capnógrafo Desinfecção Termodesinfecção ou (adaptador com ou Esterilização Óxido de Etileno ou VBTF sensor) Entre pacientes, sempre que sujo e ao trocar o circuito Respirador (Circuito) Entre pacientes e sempre que sujo Desinfecção ou Esterilização Termodesinfecção ou VBTF Óxido de etileno ou autoclave Circuito Termodesinfecção ou Respirador Desinfecção ou VBTF ou óxido de etileno (Centro Cirúrgico/ Esterilização ou Autoclave anestesia) Entre pacientes trocar o filtro antibacteriano e viral Trocar todo o circuito a cada 24 horas Extensão de Descartável NÃO SE APLICA aspirador Entre pacientes e sempre que sujo 172 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar MATERIAL TRATAMENTO Fio guia (mandril) Desinfecção ou Esterilização Frasco de vidro Desinfecção para aspiração ou (secreção Esterilização respiratória) TIPO Termodesinfecção, óxido de etileno ou autoclave Termodesinfecção ou VBTF ou óxido de etileno ou autoclave FREQUENCIA DE TROCA e OBSERVAÇÕES Após cada uso Entre pacientes e sempre que cheio Frasco para aspiração de Descartável NÃO SE APLICA plástico (secreção respiratória) Entre pacientes e sempre que cheio Inalador: Termodesinfecção ou - copo Desinfecção VBTF ou óxido de etileno - máscara ou ou Autoclave - extensão Esterilização Entre pacientes e sempre que sujo ou semanal Após cada uso, secar e guardar em saco plástico limpo Lâmina de Desinfecção laringoscópio Limpeza com água e sabão Após cada uso seguido de fricção com Manter protegido em álcool 70% ou termodesinfecção saco plástico Máscara Esterilização “total face” Peróxido de hidrogênio ou VBTF ou óxido de etileno Entre pacientes ou sempre que sujo Máscara de Esterilização venturi Termodesinfecção VBTF ou Óxido de etileno Entre pacientes ou sempre que sujo Máscara para traqueostomia (USO PERMANENTE) Termodesinfecção ou VBTF ou autoclave ou óxido de etileno Entre pacientes ou sempre que sujo Desinfecção ou Esterilização Medidor de pressão do Desinfecção “Cuff” Limpeza com água e sabão seguido de fricção com álcool 70% Entre pacientes e sempre que sujo Monitores e seus Desinfecção Acessórios Fricção com álcool 70% ou conforme recomendação do fabricante Entre pacientes e sempre que sujo Nebulizador: Desinfecção Termodesinfecção ou ou VBTF ou autoclave - copo - máscara Esterilização ou Óxido de etileno - extensão Entre pacientes e sempre que sujo ou semanal Trocar a água diariamente, desprezar resíduo antes Oxímetro e Desinfecção acessórios Entre pacientes e sempre que sujo Fricção com álcool 70% ou conforme recomendação do fabricante SUMÁRIO 173 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar MATERIAL TRATAMENTO Peak flow TIPO FREQUENCIA DE TROCA e OBSERVAÇÕES Descartável Não se aplica (bocal e filtro) Trocar bocal e filtro entre pacientes Esterilização VBTF ou óxido de etileno (equipamento) Entre pacientes e e sempre que sujo Umificador Desinfecção ou Termodesinfecção ou VBTF (de parede) Esterilização Óxido de Etileno Tenda Desinfecção Limpeza com água e sabão de oxigênio seguido de fricção com álcool 70% Capacete de Esterilização VBTF oxigênio ou óxido de etileno - Entre pacientes e sempre que sujo ou semanal Trocar a água diariamente, desprezar resíduo antes Entre pacientes e sempre que sujo ou semanal Touca de tecido Limpeza Limpeza com água e sabão (CPAP ou BIPAP) Entre pacientes e sempre que sujo encaminhar a lavanderia Trocador de umidade e calor Entre pacientes e sempre que sujo Desinfecção ou Esterilização Termodesinfecção ou VBTF ou óxido de etileno Desinfecção ou Termodesinfecção ou VBTF Válvula Esterilização ou óxido de etileno unidirecional Ventilômetro Desinfecção Álcool 70% VBTF - Vapor de baixa temperatura e formaldeído 174 SUMÁRIO - Entre pacientes - Na troca do circuito respiratório - Sempre que sujo Entre pacientes Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Prevenção de infecção do sítio cirúrgico A infecção de sítio cirúrgico é a causa mais comum das infecções em pacientes cirúrgicos. A infecção leva a considerável elevação dos custos no cuidado do paciente, além de aumentar o tempo de internação, a morbidade e mortalidade. Medidas Preventivas Tratar qualquer infecção que o paciente manifeste antes do procedimento cirúrgico, a não ser que a cirurgia seja parte integrante do tratamento Instruir o paciente a parar de fumar 1 mês antes da cirurgia; Compensar as doenças de base (p.ex., diabetes); Reduzir o excesso de peso; Descontinuar o uso ou reduzir a dose de esteróide; Melhorar o estado nutricional do paciente; Diminuir ao máximo o tempo de internação pré-operatória; Examinar minuciosamente o paciente no pré-operatório, atentando para lesões de pele que inviabilizem a cirurgia. Pré-operatório Tricotomia Realizar apenas se houver interferência do pêlo com o procedimento cirúrgico e/ou cuidado da ferida no pós-operatório; A área de remoção deverá ser determinada pelo médico cirurgião e ter a menor extensão possível; Realizar imediatamente antes do encaminhamento do paciente ao centro cirúrgico; Cortar os pêlos sem lesar a pele e sem umedecê-lo. A remoção dos resíduos deverá ser realizada com solução fisiológica recentemente aberta; Utilizar tricotomizador elétrico. Banho pré-operatório Nas cirurgias eletivas, o banho deverá ser realizada com anti-séptico degermante antes do encaminhamento para o centro cirúrgico, mesmo que a área cirúrgica seja pequena p.ex., blefaroplastia, rinoplastia, etc. Centro Cirúrgico Degermação da pele do paciente Utilizar solução anti-séptica degermante; O excesso de degermante poderá ser removido com solução fisiológica e compressa estéril. SUMÁRIO 175 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar A seguir utilizar solução anti-séptica* alcoólica com o mesmo princípio ativo do degermante utilizado (PVPI ou clorexidina); A aplicação deverá ser do centro para a periferia, com secagem espontânea. OBS: Em cirurgias oftálmicas, o PVPI (tópico) ou solução aquosa (clorexidina) pode ser utilizado. Em cirurgias plásticas de face e ginecológica recomenda-se clorexidina (tópica). Em cirurgias laparoscópicas a mesma recomendação quanto à tricotomia, degermação e antissepsia deve ser seguida. *A clorexidina alcoólica é mais eficiente na redução da microbiota da pele e possui maior ação residual quando comparada ao PVPI. Preparo da equipe cirúrgica Degermação das mãos Manter as unhas curtas e retirar jóias das mãos e antebraços; Utilizar solução antisséptica degermante, escova estéril com cerdas macias e de uso individualizado. Descartar após o uso; Escovar meticulosamente as mãos e antebraços, com ênfase nos espaços interdigitais e leitos sub-ungueais por 5 minutos; Após a escovação, manter os braços em flexão com as mãos para cima; Enxugar as mãos e antebraços com compressas esterilizadas. Paramentação da equipe Todos os profissionais que estiverem na sala cirúrgica devem seguir as seguintes recomencações: Utilizar gorro cobrindo todo o cabelo; Utilizar máscara cobrindo totalmente a boca, o nariz e os pêlos da face ao entrar na sala, desde o início da cirurgia ou se instrumentais estéreis estiverem expostos. Utilizar sapatos fechados e limpos. Apesar de não haver evidência de que o uso do propé reduza os índices de infecção do sítio cirúrgico, deverá ser mantido com a finalidade de proteger o calçado de respingos com sangue, secreções e excreções; Usar avental e luvas estéreis (a equipe que estiver no ato operatório); Utilizar aventais impermeáveis quando a cirurgia oferecer risco de exposição a grande quantidade de sangue e fluidos corporais. Outras informações: Utilizar óculos ou similares para a proteção individual da mucosa ocular; O avental e as luvas deverão ser trocados se ocorrer contaminação durante o ato operatório; 176 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Se ocorrer dano às luvas, estas deverão ser trocadas; A roupa privativa é de uso exclusivo e interno ao CC. É proibida a utilização da roupa privativa fora do CC; Realizar troca de luvas antes do implante de próteses ou enxertos, antes do fechamento da pele e subcutâneo em cirurgias infectadas e antes do 2º tempo de cirurgias artroscópicas e urológicas; O uso de dois pares de luvas (luva dupla) pode ser uma opção para reduzir o risco ocupacional por acidentes com sangue e fluidos corpóreos; A paramentação básica de outros profissionais na sala operatória deverá incluir o uso de gorro, máscara, roupa privativa e equipamento de proteção individual quando necessário; O anestesista que for inserir cateter venoso central deverá utilizar paramentação completa, realizar a degermação e antisepsia da pele do paciente e cobri-lo com campos cirúrgicos estéreis antes da punção; A roupa privativa é de uso exclusivo e interno ao centro cirúrgico. Cuidados com material utilizado no Centro Cirúrgico Todo instrumental utilizado na cirurgia deve ser esterilizado; Não utilizar rotineiramente métodos de esterilização rápida (tipo flash); Atentar para o prazo de validade de esterilização do produto e as condições das embalagens e artigos cirúrgicos; A utilização do ciclo flash das autoclaves só pode ocorrer em casos de urgência, como em contaminação acidental de instrumental cirúrgico do procedimento em curso, e quando não houver a possibilidade de substituição. Preparo e manutenção da sala de cirurgia Realizar a limpeza concorrente entre cirurgias e terminal diária seguindo as recomendações do Serviço de Higiene e Limpeza deste Hospital; A sala operatória deverá ficar fechada durante a cirurgia, com o objetivo de manter: - as condições de ventilação e trocas de ar dentro das normas estipuladas; - a umidade e temperatura adequadas; - a pressão positiva dentro da sala em relação aos corredores; - o número mínimo de pessoas dentro da sala; - apenas o material necessário para cada cirurgia dentro da sala operatória. Não fechar a sala ou realizar limpeza especial após cirurgias contaminadas ou infectadas. Princípios básicos de profilaxia antimicrobiana Nos procedimentos cirúrgicos em que estiver indicado profilaxia antimicrobiana, esta SUMÁRIO 177 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar deverá ser realizada da seguinte forma: Escolha da droga: específica para cada procedimento, evitando utilizar drogas reservadas para o tratamento de infecções hospitalares ou com grande toxicidade. Via: sempre endovenosa. Momento de início: durante a indução anestésica (exceto em obstetrícia em que a profilaxia é indicada após o clampeamento do cordão umbilical). Doses suplementares: serão administradas quando necessárias, durante a cirurgia ou após o fechamento da incisão. Duração: não superior a 24 horas (a concentração tecidual do antimicrobiano durante o ato cirúrgico é considerada suficiente). Responsabilidade da administração: Anestesista. Ver Padronização de Antibioticoprofilaxia Cuidados com a ferida operatória - recomendações gerais: Manter curativo fechado nas primeiras 24 horas (gaze com micropore ou curativo absorvente); Para retirar o curativo: higienizar as mãos e calçar luvas de procedimento; Retirar o curativo umedecendo com solução fisiológica *; Se a ferida apresentar-se limpa e seca, deixá-la descoberta (não há necessidade de realizar curativo); Se a ferida apresentar secreção hemática ou sero-hemática, realizar limpeza do local com solução fisiológica* realizando movimentos delicados do centro da ferida para a periferia, utilizando luvas estéreis ou pinças estéreis e cobrir a ferida; Não utilizar anti-séptico para a realização dos curativos; Trocar o curativo quando sujo e/ou úmido; Proteger o curativo no momento do banho e realizar novo curativo imediatamente após o banho; Higienizar as mãos após a realização do curativo; Em feridas infectadas consultar o grupo de curativo de seu Instituto pois há opções de curativos especiais; A retirada dos pontos deverá seguir a orientação do cirurgião; Não há consenso quanto à necessidade do curativo permanecer ocluído após as 24h. * A solução fisiológica deverá ser aberta no momento de realizar o curativo e desprezada logo após o uso. 178 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Recomendações para o uso de antissépticos Solução Degermante (clorexidina 2% ou PVPI 10%) Preparo das mãos do profissional de saúde, antes da realização de procedimentos invasivos, p.ex., cirurgias, instalação de cateteres vasculares e urinários. Degermação das mãos do profissional de saúde após cuidado do paciente colonizado ou infectado por patógenos multiresistentes, ex. Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a imipenen, cefalosporinas e quinolonas, Staphylococus aureus sensível somente a vancomicina. Degermação da pele do paciente, antes de procedimentos invasivos (p.ex, cirurgia, cateter venoso central). Após a degermação realizar anti-sepsia com solução alcoólica. Observações Não usar para curativos. Não usar em mucosas. Solução Alcoólica (clorexidina 0,5% ou PVPI 10%) Preparo pré-operatório da pele do paciente após degermação. Preparo da pele do paciente para realização de procedimentos invasivos percutâneos, ex. biópsias, instalação de cateteres vasculares, diálise, etc. Preparo da pele do paciente antes da coleta de material biológico para a realização de exames microbiológicos. Realização de curativo de local de inserção de cateteres vasculares. Observações Não usar em mucosas. Não usar para a degermação/antissepsia das mãos do profissional de saúde. Não usar para curativos de ferida cirúrgica, úlceras de decúbito e outras lesões na pele, etc. Solução de clorexidina tópica ou aquosa 2% Preparo de mucosas para realização de procedimentos cirúrgicos. Preparo de região genital antes da instalação de cateter urinário. Em procedimentos odontológicos. Observações Não usar para preparo de pele do paciente cirúrgico. Não usar para degermação/anti-sepsia das mãos de profissionais de saúde. Não usar para curativo da ferida cirúrgica ou de lesões de pele e mucosa. SUMÁRIO 179 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Considerações Gerais: Em recém-nascidos, utilizar solução de clorexidina para procedimentos invasivos, incluindo cirurgia. Em cirurgias oftalmológicas o PVPI tópico pode ser utilizado. Em cirurgias plásticas de face e ginecológicas recomenda-se o uso de clorexidina tópica Recomendações para o uso de antissépticos PROCEDIMENTO ANTI-SÉPTICO DE ESCOLHA ALTERNATIVA Procedimentos invasivos HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Cuidados com pacientes em Clorexidina degermante 2% isolamento Cuidados com pacientes em Não recomendado geral Água e sabão ou Álcool gel a 70% CATETER VENOSO CENTRAL E Inserção e Curativo PVPI alcoólico 10% Clorexidina degermante 2% Clorexidina alcoólica 0,5% PVPI degermante 10% Álcool gel a 70% PERIFÉRICO Manipulação Álcool etílico a 70% Clorexidina alcoólica 0,5% CATETER VESICAL Clorexidina degermante 2% PVPI tópico 10% Manipulação Não indicado uso de anti-séptico Não indicado uso de anti-séptico CIRURGIA Banho pré-operatório Clorexidina degermante 2% Água e sabão Escovação cirúrgica das Clorexidina degermante 2% mãos Degermação da Clorexidina degermante 2% pele do paciente PVPI degermante 10% Anti-sepsia da pele do paciente Clorexidina alcoólica 0,5% PVPI alcoólico 10% Curativo de ferida cirúrgica Não indicado uso de anti-séptico Não indicado uso de anti-séptico 180 Inserção SUMÁRIO PVPI degermante 10% Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tuberculose – Biossegurança e Precaução Respiratória Proteção respiratória: Profissionais de Saúde devem utilizar máscara N95 (equivalente PFF2) ao entrar em contato com pacientes com suspeita ou confirmação de Tuberculose bacilífera, ou em ambientes com alto risco de gerar aerossóis (Exemplo: salas de broncoscopia, inalação com pentamidina, salas de autópsia, manipulação de material biológico potencialmente contaminado); As máscaras N95 (PFF2) podem ser reutilizadas por períodos longos pelo mesmo profissional enquanto apresentar-se íntegra, seca, limpa e com boa vedação; As máscaras cirúrgicas comuns não oferecem proteção adequada quando utilizadas pelos profissionais, ficando seu uso restrito na contenção das partículas no momento em que são geradas. Assim, são indicadas para os pacientes bacilíferos fora dos locais de isolamento; Pacientes internados - mantê-los em PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA PARA AEROSSÓIS: Quarto individual; Pressão negativa em relação às áreas adjacentes; A exaustão do ar deve ser feita para ambiente externo (longe de calçadas, janelas que podem ser abertas, pessoas, animais e correntes de ar). Se o ar for recirculado deve ser filtrado através de filtro HEPA; No caso do paciente necessitar ser transportado, este deve utilizar máscara cirúrgica cobrindo boca e nariz; Não havendo a disponibilidade de quarto com pressão negativa, colocar em quarto individual com portas fechadas e desligar o ar condicionado. Pacientes ambulatoriais: Agendar as consultas ao longo do turno, priorizando o atendimento de pacientes bacilíferos e suspeitos; Agendar as consultas de pacientes bacilíferos em horas de menor fluxo; Oferecer máscara cirúrgica para pacientes bacilíferos ou suspeitos; Somente utilizar ar condicionado desde que instalados exaustores ou filtros HEPA. Durante a consulta: Manter as janelas abertas para ambiente externo quando possível; Direcionar o fluxo de ar para a janela (ou porta) da sala de atendimento utilizando ventilador de pé, de modo que o ar forme uma “barreira” entre o médico e o paciente; Exaustores podem ser utilizados desde que a porta seja mantida fechada. SUMÁRIO 181 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Transporte de paciente O paciente deve utilizar máscara cirúrgica; Minimizar número de transportes; Agendar exames preferencialmente ao final do turno; O paciente não deve ficar na sala de espera antes ou após a realização do exame. Conduta no seguimento dos servidores com exposição desprotegida a pacientes bacilíferos As Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar (SCCIH), deverão definir os contactantes a serem avaliados pelo SAMSS. O SAMMS convocará os contactantes para avaliação clínica dirigida a sintomas respiratórios, e solicitação do teste tuberculínico naqueles com resultado ignorado. Dependendo da avaliação, solicitar radiografia de tórax e/ou pesquisa e cultura para micobactéria com teste de sensibilidade. Os comunicantes com PPD fortemente positivo, caso se afaste a possibilidade de TB ativa, serão encaminhados ao ambulatório de tuberculose para avaliação de profilaxia. Os comunicantes com PPD negativo deverão ser re-testados doze semanas após a exposição. Em se comprovando a viragem tuberculínica, afastar TB ativa e, na ausência desta, encaminhar ao ambulatório de tuberculose para avaliação de profilaxia. Os pacientes com diagnóstico de TB deverão ser encaminhados para acompanhamento no ambulatório de Tuberculose ou Pneumologia. Afastar o funcionário com suspeita de TB pulmonar ou laríngea, até que este não ofereça risco de contágio (3 baciloscopias negativas com 24 horas de intervalo, colhidas após 15 dias de tratamento. Notificar os casos suspeitos ou confirmados ao Serviço de Epidemiologia Hospitalar (EPH) assim que atendidos no SAMMS. O Serviço de Epidemiologia notificará às Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar (SCCIH). As empresas terceirizadas que prestam serviço ao Complexo HC deverão se adequar às normas de controle descritos acima. 182 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Vacinação de profissionais de saúde Todos os adultos devem receber as vacinas recomendadas para sua faixa etária. A imunização dos profissionais de saúde tem como objetivo a proteção individual do trabalhador contra doenças às quais esses indivíduos estão mais expostos, em decorrência de sua profissão. A imunização dos trabalhadores de instituições de saúde visa, também, a prevenção da transmissão nosocomial dessas doenças, particularmente para pacientes com risco aumentado de doenças graves e/ ou suas complicações. Tabela 1. Esquema básico de vacinação para profissionais de saúde: Vacina Esquema básico Reforço dT (dupla adulto, (contra difteria e tétano) 1 3 doses, com intervalos de 2 meses 1 dose a cada 10 anos SCR (tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola) 2, 3, 4 1 dose Não Varicela 2, 4, 5 2 doses, com intervalo de 2 meses Não Influenza 2, 6 1 dose anual Hepatite B 6, 7 3 doses (0, 1 e 6 meses) Não 8 1. Esquema completo de 3 doses da vacina dupla adulto (dT) é necessário para alcançar nível adequado de proteção contra tétano e difteria em pessoas presumivelmente não vacinadas no passado. Indivíduos vacinados na infância e que receberam última dose há e 10 anos, uma dose da vacina é suficiente para alcançar títulos de anticorpos protetores contra ambas as doenças. Indivíduos com esquema inicial incompleto devem receber número de doses necessárias para completar o esquema básico, não havendo necessidade de re-iniciar o esquema. O uso de doses adicionais pode aumentar a reatogenicidade, sem acrescentar qualquer vantagem. 2. Recomendada para todos os trabalhadores de uma instituição de saúde, independente de sua ocupação e de terem ou não contacto direto com pacientes. 3. São consideradas evidências aceitáveis de imunidade contra sarampo, caxumba e rubéola: teste sorológico positivo para anticorpos específicos, documentação de vacinação prévia adequada e história de doença diagnosticada por médico. Relato de vacinação prévia sem documento comprobatório e história auto-referida de SUMÁRIO 183 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar doença não são critérios confiáveis para predizer imunidade. Não há necessidade de triagem sorológica pré-vacinação. Pelo contrário, triagem sorológica pode constituir uma barreira à imunização adequada. Da mesma forma, não há necessidade de comprovação sorológica para aqueles que apresentarem outra evidência de imunidade (vacinação adequada ou doença passada adequadamente diagnosticada). O esquema recomendado é de dose única no momento de admissão ao trabalho, ou durante o curso, no caso de estudantes. 4. A vacina é contra indicada para imunodeprimidos e gestantes, por ser de vírus vivos atenuados. 5. Todos os profissionais de saúde suscetíveis devem ser vacinados contra varicela. Ao contrário do que ocorre com o sarampo, a história clínica positiva de varicela (ou herpes zoster) prévia é confiável na avaliação de imunidade contra a doença. Entretanto, a maioria dos adultos com história negativa ou incerta também são soropositivos para o vírus da varicela-zoster (VVZ). É recomendada a triagem sorológica dos profissionais com história clínica de varicela negativa ou incerta, exceto se houver contra-indicação à vacina. A realização de teste sorológico pós-vacinação não é necessária (Figura 1). 6. Gestação e lactação não constituem contra-indicações à vacinação. 7. Todos os profissionais cujas atividades envolvam contacto regular com pacientes ou com sangue e outros fluidos devem ser vacinados contra hepatite B. Estudantes da área da saúde devem ser vacinados antes do início de seu treinamento. Os profissionais de saúde podem ser vacinados sem serem submetidos à triagem sorológica prévia. Mas, por conta de seu risco ocupacional e considerando que condutas clínicas subseqüentes, em caso de exposição a sangue ou outros fluidos, serão dependentes do conhecimento de seu “status” sorológico, profissionais de saúde devem realizar teste sorológico - pesquisa de anticorpos contra o AgHBs (anti-HBs), 30 a 60 dias após a última dose da vacina. Títulos de anticorpos anti-HBs iguais ou maiores que 10 mUI/ml são considerados protetores. Re-vacinação, com três doses adicionais da vacina, é recomendada para os que não responderam ao esquema básico. Não há evidências de que doses adicionais da vacina sejam capazes de induzir resposta humoral em pessoas saudáveis que não responderam após o segundo esquema vacinal completo (seis doses). Profissionais da saúde que não apresentaram resposta humoral após o segundo esquema vacinal devem ser considerados suscetíveis à hepatite B, devendo receber profilaxia específica em caso de acidente ocupacional com exposição a sangue de pacientes AgHBs positivo (Figura 2). 184 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 8. O desenvolvimento de resposta humoral protetora após a vacinação (anti-HBs e” 10 mUI/ml) é associado à imunidade de memória de longa duração, que persiste mesmo quando os títulos de anticorpos caem para níveis indetectáveis, não havendo, portanto, necessidade de doses de reforço da vacina para pessoas saudáveis. Figura 1. Fluxograma para imunização de profissionais de saúde contra varicela. História prévia de varicela (ou herpes zoster) Não ou desconhecida Sim Encerrar. Não há necessidade de vacinação, nem de comprovação sorológica Vacinar: 2 doses com intervalo 2 meses. Não há necessidade de teste sorológico pósvacinação SUMÁRIO 185 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Figura 2. Fluxograma de imunização contra hepatite B para profissionais de saúde. Modificado de Poland [1998]. Vacina contra hepatite B 3 doses (20 µg) Teste sorológico (anti-HBs) < 10 mUI/ml > 10 mUI/ml O teste foi realizado 1 a 6 meses após a última dose? encerrar não sim Aplicar 1 dose da vacina (20 µg) e repetir o anti-HBs 4 a 12 semanas após > 10 mUI/ml encerrar Administrar 2º esquema (3 doses de 40 µg) < 10 mUI/ml Completar 2º esquema Repetir o anti-HBs após 4 a 12 semanas < 10 mUI/ml Verdadeiro não respondedor 186 SUMÁRIO > 10 mUI/ml encerrar Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Doses de antimicrobianos Função renal normal DOSES Antimicrobiano Pediátrica (dose/kg/dia) Adulto (dose/dia) Intervalo Ácido Nalidíxico 33-55 mg 2-4 g 6h Amicacina 15 mg 15 mg/kg/dia d.u. diária Amoxacilina + Ácido Clavulânico 20-50 mg de 0,75-1,5 g 8-12h Amoxacilina Ampicilina IV 100-400 mg 2-12 g 6h Ampicilina VO 50-100 mg 1-2 g 6h Ampicilina + Sulbactam 100-400 mg de Ampicilina 6-12 g 6h Anfotericina B* 0,5-1,5 mg idem 24h Anfotericina B* 3-5 mg idem 24h Coloidal Anfotericina B* 3-5 mg idem 24h Lipossomal Azitromicina 5-10 mg 250-500 mg 24h Aztreonam 75-150 mg 3-8 g 6-8h Cefaclor 40 mg 0,75-1,5 g 8h Cefadroxila 30 mg 1-2 g 12h Cefalexina 25-100 mg 1-4 g 6h Cefalotina 50-125 mg 2-12 g 6h Cefazolina 50-100 mg 2-6 g 8h Cefepima 100-150 mg 2-4 g 8-12h Cefixima 8 mg 400 mg 12-24h Cefoperazona 50-200 mg 2-4 g 8-12h Cefotaxima 100-200 mg 2-12 g 6h Cefotetana 40-80 mg 2-6 g 12h Cefoxitina 100-150 mg 4-12 g 6h Cefpodoxima proxetila 10 mg 200-800 mg 12-24h Cefprozila 15-30 mg 0,5-1 g 12h Ceftazidima 100-150 mg 2-6 g 8h Ceftriaxona 50-100 mg 1-4 g 12-24h Cefuroxima IV 75-150 mg 2,25-4,5 g 8-12h Cefuroxima VO 20-30 mg 0,5-1 g 8-12h Cetoconazol 5-10 mg 200-400 mg 12-24h Ciprofloxacino IV 10-20 mg 400 - 800 mg 12h Ciprofloxacino VO 20-30 mg 1 – 1,5 g 12h Claritromicina 15 mg 0,5-1 g 12h SUMÁRIO 187 Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar DOSES Antimicrobiano Pediátrica (dose/kg/dia) Adulto (dose/dia) Intervalo Clindamicina IV 20-40 mg 1,8 - 2,7 g 6-8h Clindamicina VO 20-30 mg 0,6 -1,8 g 6h Cloranfenicol 50-100 mg 2-4 g 6h Colistina 2,5 mg 4-6 milhões UI ou 3 a 5 mg/kg/dia atinox 300mg** 8-12h Doxiciclina 2,5-5 mg 100-300 mg 12-24h Eritromicina 30-50 mg 1 - 4 g 6h Fluconazol 3-10 mg 100-400 mg 24h Gentamicina 7,5 mg 3-5 mg/Kg/dia d.u. diária Griseofulvina 10-15 mg 0,5-1 g 12h Imipenem + 50-100 mg 2-3 g 6-8h Cilastatina Itraconazol 3-6 mg 200-400 mg 12-24h Meropenem 60-120 mg 1,5-6 g 8h Metronidazol 30-50 mg 1,5 - 2 g 6-8h Nitrofurantoína 5-7 mg 400 mg 6h Oxacilina 100-300 mg 6-12 g 4-6h Penicilina G benzatina 25.000-50.000 UI 1.200.000 UI dose única Penicilina G cristalina 100.000-400.000 UI 4-30 milhões UI 4-6h Penicilina G procaína 50.000 UI 0,6-4,8 milhões UI 12-24h Penicilina V 25-50 mg 0,75-2 g 6-8h Piperacilina + Tazobactam 150-400 mg de 12 g 6h Piperacilina Sulfametoxazol + Trimetoprim 20-40 mg de 400-800 mg 12h Sulfametoxazol Teicoplanina 10-20 mg 400 a 800mg 12-24h Tetraciclina 25-50 mg 1-2 g 6h Terbinafina <20 Kg : 125 mg 20-40 Kg : 250 mg 500 mg 24h >40 Kg : 500 mg Ticarcilina + Ácido Clavulânico 200-400 mg de 4-16 g 6h Ticarcilina Vancomicina 40-60 mg 2 g 6 - 12h ** checar apresentações pois há grande variedade entre marcas. * A administração de todas as formulações de anfotericina B deve ser precedida de pré-medicação para minimizar os efeitos colaterais: • Hidrocortisona 25 - 50 mg + Dipirona 1g IV 30 min. antes da infusão; • SF 0,9% 500 mL 1h antes e 1h após o término da infusão (se condições clínicas permitirem); • Adicionar, se necessário, anti-histamínico (difenidramina (Benadryl®) 1/2 amp IV); • Se os tremores não forem controlados, utilizar solução decimal de dolantina IV. 188 SUMÁRIO Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Função renal alterada Considerações sobre antimicrobianos e função renal A creatinina plasmática (Cr) é um mau marcador da filtração glomerular (FG). Geralmente a Cr eleva-se quando a FG já está comprometida em pelo menos 50%. Utilizar fórmulas de estimativa da FG, como a Equação de Cockroft, que leva em consideração sexo, peso e idade. Cl Cr (ml/min)= (140 – idade) x peso/creatinina sérica (mg/dl) x 72 Mulheres = multiplicar por 0,85 Existem grupos de risco para nefrotoxicidade para os quais a monitorização criteriosa da função renal, a correção de doses e a aplicação de medidas preventivas estão indicadas. Grupos de risco: - idade > 65 anos - desnutridos - pacientes hipovolêmicos ou hemodinamicamente instáveis - disfunção renal prévia: Cr basal maior que 1,4 mg/dl ou FG calculada < 60 ml/min. - diabéticos, hepatopatas, nefróticos, cardiopatas, oncológicos - associação com drogas nefrotóxicas Considerações especiais sobre nefrotoxicidade Aminoglicosídeos Nefrotoxicidade: neomicina > genta = tobra > amicacina > estreptomicina Maior risco: associação com diuréticos e outras drogas nefrotóxicas Diminui o risco de nefrotoxicidade: dose única diária (não indicado para neutropênicos, nem endocardite) Vancomicina Nefrotoxicidade questionável, mas provável, principalmente quando combinada a outros agentes nefrotóxicos, em particular aos aminoglicosídeos Cálculo de intervalo conforme tabela Colher vancocinemia no vale (imediatamente antes da próxima dose) e aplicar nova dose se estiver na faixa terapêutica (5-10) Nefrotoxicidade associada a nível sérico > 20 mg/ml SUMÁRIO Clearance (ml/min) Intervalo (dias) 120 0,5 100 0,6 80 0,75 60 1 40 1,5 30 2 20 2,5 10 4 5 6 0 12 189 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Doses de Antimicrobianos Imipenem Não é nefrotóxico mas considerar o risco de convulsão quando FG diminuída. Anfotericina B Maior risco: dose acumulada > 3g (até 80%), disfunção renal prévia O risco de nefrotoxicidade diminui quando: hidratação com salina antes da infusão, infusão lenta em 4-6h ou contínua em 24h Indicações de formulações lipídicas: Cr > 2x o limite superior do normal para a idade Distúrbios eletrolíticos que podem preceder ou acompanhar a queda da FG: hipomagnesemia, hipocalemia e acidose metabólica (renal). Sulfas Risco de precipitação de cristais Trimetoprim Risco de hipercalemia Cefepime Risco de alterações de consciência e crise convulsivas parciais em pacientes com FG diminuída. Aciclovir Maior risco: disfunção renal prévia, altas doses, infusão rápida Nefrite Intersticial Alérgica (NIA) Drogas classicamente associadas com a NIA: rifampicina (principalmente com uso intermitente), oxacilina, ampicilina, cefalosporinas, sulfametoxazol-trimetoprim, vancomicina e quinolonas. Suspeita: “rash” cutâneo, febre e eosinofilia acompanhando a diminuição da FG, (somente em 30% dos casos todos esses aspectos clínicos estão presentes) Drogas que não precisam de correção Abacavir, azitromicina, caspofungina, ceftriaxone, cloranfenicol, clindamicina, doxiciclina, efavirenz, indinavir, nelfinavir, nevirapina, pirimetamina 190 SUMÁRIO 8/8h 5-12,4 mg/kg - 8/8h 100 mg 12/12h Aciclovir Amantadina 500 mg 8/8h 500 mg 12/12h 500 mg 1x/d SUMÁRIO 1x/d 1x/d 1 g 1x/d 1 g/amp 200 mg 1x/d 100 mg /d 25 e 100 mg/cp 200 mg 12/12h Didanosina 200 mg 12/12h 200 mg/amp 750 mg/amp 1 g/amp 1 g/amp 1 g/amp 1 g/amp 750-1500 mg 1x/d 2 g 48h 2 g 1x/d 2 g 1x/d 1 g 1x/d 1 g/amp 48h 500 mg 8/8h 250 mg/cp ou 500 mg/amp 200 mg 12/12h 1 g/amp 2 g/1 g/amp 200 mg 12/12h 400 mg 12/12h Ciprofloxacino 2 g 1x/d 2 g 12/12h 750-1500 mg 12/12h 2 g 12/12h 2 g 12/12h 2 g 1x/d 1 g 12/12h 1 g 8/8h 1x/d 2 g/1 g 1x/d Claritromicina 500 mg 12/12h 500 mg 12/12h 250 mg 8/8h 250 mg 12/12h 400 mg 12/12h 12/12h 2 g/1 g 12/12h 2 g 8/8h 2 g 8/8h 2 g 12/12h 1 g 8/8h 2 g 8/8h 750-1500 mg 8/8h 2 g 8/8h Ceftazidima 6/6h 2 g/1 g 6/6h Cefuroxima 750-1500 mg 8/8h 2 g 8/8h 2 g 8/8h Cefotaxima Cefoxitina 1 g 8/8h 2 g 12/12h Cefazolina Cefepima 1x/d 2 g 8/8h Anfotericina B Aztreonam 6/6h 2 g/1 g 6/6h Ampicilina Ampicilina + Sulbactam Amoxicilina 500 mg/125 8/8h 500 mg/125 8/8h 12/12h 1x/d 500 mg/125 mg /cp + ác. Clavulânico 500 mg 8/8h 500 mg/cp 100 mg/cp 250mg/ amp Apresentação HC Amoxicilina 100 mg 7dias 2,5 mg/kg 1x/d Clearance < 10 50 mg/ml ou 250 mg/ml 100 mg 48h 12/12h ou 1x/d Clearance 10-50 Amicacina 15 mg/kg 1x/d 10 mg/kg 1x/d 7,5 mg/kg 48h 3 mg/kg 48h (e Estreptomicina) 100 mg 1x/d Clearance 50-90 Dose normal Droga ver texto reduzir intervalo da dose de amoxicilina Observações Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar 191 192 SUMÁRIO 50% 100mg/cp 100 mg/cp 500 mg 1x/d 250 mg 1x/d 250 mg cada 48h 1000 mg 8/8h 500 mg 8/8h 100 mg Meropenem Metronidazol Nitrofurantoína 100 mg 500 mg 8/8h 1000 mg 8/8h evitar 500 mg 8/8h 1000 mg 12/12h evitar 250 mg 8/8h 500 mg 1x/d 100 mg/cp 500 mg/amp 500 ou 1000 mg/amp Linezolida 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg 12/12h 600 mg/cp ou amp 500 mg 1x/d 500 mg/cp ou amp 100% 250 mg 12/12h 100% Levofloxacino 100% 250 mg 6/6h 100% 150 mg/cp ou 10 mg/ml(vo) 100-400mg/d Itraconazol 500 mg 8/8h 100% Lamivudina 150 mg 12/12h 150 mg 12/12h 50-150 mg 1x/d 25-50 mg 1x/d 500 mg 6/6h 400 mg/d Imipenem 500 mg/ampola 400 mg/cp ou amp 500 mg/ampola 10 mg/ml ou 40 mg/ml Isoniazida Observações em ClCr<10 dar após dialise 1a dose = 500 mg dar após diálise 500 mg/ampola Gentamicina 5 mg/kg 1x/d 4 mg/kg 1x/d 4 mg/kg 48h 2 mg/kg 48h (e Tobramicina) 200 mg 1x/dh 200 mg 1x/d 400 mg 1x/d Gatifloxacino (e Moxifloxacino) 400 mg 1x/d 250 mg/cp 250 mg/cp 400 mg/cp 250 mg/cp Apresentação HC 100 mg/d 0,625 mg/kg 3x/semana 100 mg/d 250 mg 1x/d 50% 48h 500 mg 12/12h Clearance < 10 Ganciclovir 5 mg/kg 1x/d 2,5 mg/kg 1x/d 1,25 mg/kg 1x/d (manutenção) 200 mg/d 500 mg 12/12h 100% 36h 500 mg 6/6h Clearance 10-50 1,25 mg/kg 3x/semana 200 mg/d Fluconazol 500 mg 8/8h 100% 1x/d 500 mg 6/6h Clearance 50-90 Ganciclovir 5 mg/kg 12/12h 5 mg/kg 12/12h 2,5 mg/kg 1x/d (indução) 250-500 mg 12/12h 500 mg 8/8h Etionamida Fanciclovir 500 mg 6/6h 1x/d Eritromicina Etambutol Dose normal Droga Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Dose normal Clearance 50-90 Clearance 10-50 Clearance < 10 100% 100% 1,5-2g/d 600 mg/d Pirazinamida Rifampicina 75% 300-600 mg/d 100% 2 g/500 mg 8/8h 1x/d 25% 300-600 mg/d 50% 2 g/250 mg 6/6h 36h 400 mg 12/12h 400 mg 1x/d 400 mg 48h SUMÁRIO 12/12h 200 mg 8/8h ou 300 mg 12/12h Zidovudina 200 mg 8/8h ou 300 mg 12/12h 1 g 12/12h 0,75 mg 8/8h 1 g 12/12h 0,75 mg 8/8h Vancomicina Zalcitabina 400 mg 72h 0,75 mg 1x/d 1 g 4-7d 1500 mg/50 mg 12/12h 1x/d não se sabe - evitar 200 mg 8/8h ou 100 mg 8/8h 300 mg 12/12h 0,75 mg 12/12h 1 g 24-96h 8/8h 1500 mg/50 mg 6/6h 6/6h Ticarcilina + 3 g/100 mg 6/6h 3 g/100 mg 6/6h ác. clavulânico Tetraciclina Terbinafina 250-500 mg/d 250-500 mg/d 250-500 mg/d Teicoplanina Sulfametoxazol + 8/8h 12/12h 18/18 h 1x/d Trimetoprim 600 mg/d 4 g/500 mg 6/6h 1x/d Piperacilina + 4 g/500 mg 6/6h Tazobactam 4-24 milhoes/d 1x/d Penicilina Pentamidina 400 mg 12/12h 400 mg 12/12h 200 mg 12/12h 200 mg 1x/d Ofloxacino Droga 100 mg/cp ou 10 mg/ml 0,75 mg / cp 500 mg/amp 3 g/100 mg/amp 250 mg/cp 125-250 mg/cp 200 ou 400 mg/amp 400 mg + 80 mg /cp ou amp 300 mg/cp 500 mg/d 4 g/500 mg/amp 300 mg/amp variável 200 mg/cp ou 400 mg/amp Apresentação HC ver texto dar após diálise Observações Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar 193 Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Função hepática alterada Antibióticos metabolizados no fígado, sem necessidade de ajuste no hepatopata grave Amoxacilina-clavulanato Azitromicina Aztreonan Cefalotina Cefotaxima Ceftriaxone Claritromicina Fluconazol Levofloxacino Oxacilina Telitromicina Antibióticos metabolizados no fígado, com necessidade de ajuste no hepatopata grave ANTIBIÓTICO • Caspofungina • Clindamicina • Cloranfenicol • Itraconazol • Metronidazol • Quinupristina/dalfopristina • Voriconazol Dose • 35 mg/dia na doença hepática moderada Sem dados na doença grave • Diminuir 30% • Atingir nível sérico 5-20ug/ml • Diminuir 50% • 6mg/kg12/12hs 2 dias • 2mg/Kg 12/12hs • Sem dados na doença grave Antibióticos metabolizados no fígado com contra-indicação relativa no hepatopata grave Cefotetan Cetoconazol Eritromicina Moxifloxacino Sulfonamidas Tetraciclinas 194 SUMÁRIO Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar Uso de Anti-infecciosos na Gestação ANTIBIÓTICOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** COMENTÁRIOS Aminoglicosídeos Amicacina, Gentamicina, D S Netilmicina,Tobramicina, Estreptomicina • Se uso inevitável preferencial gentamicina, pois há mais estudos de seu uso durante a gestação, sem relatos de teratogenicidade • Compatível com aleitamento materno β-lactâmicos Penicilinas, penicilina com B S inibidor de β-lactamase, cefalosporinas, aztreonam • Reação alérgica é o principal problema: indução de parto prematuro por liberação de histamina • Pequena excreção no leite materno: possíveis efeitos para o neonato como modificação na flora intestinal e reações alérgicas • Ticarcilina: pode ser teratogênica para roedores, devendo ser evitadas em gestantes • Piperacilina: usada entre 24 e 35 semanas em ruptura prematura de membranas: não foram observados efeitos adversos maternos ou fetais. Pouco excretada no leite e considerada compatível com amamentação • Em estudo com grande número de pacientes, o uso de amoxacilinaclavulato foi associado com uma taxa significativamente alta de enterocolite necrotizante neonatal • Aztreonam: estudos inconclusivos no 1º trimestre da gestação: potencial teratogênico não estabelecido Imipenem-cilastatina C ND Meropenem B ? • Carbapenens: estudos animais não demonstraram teratogenicidade, mas aumento de abortos espontâneos • Não encontramos na literatura estudos que expliquem a diferença na categorização entre meropenem e imipenem Cloranfenicol C E • Sd do bebê cinzento: – Fígado do RN não faz a conjugação da droga: altas concentrações de droga livre SUMÁRIO 195 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Doses de Antimicrobianos Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIBIÓTICOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** Clindamicina B E Linezolida C COMENTÁRIOS Macrolídeos Eritromicina, Azitromicina B • Eritomicicina: - Não utilizar a formulação estolato devido ao riso de hepatotoxicidade - Compatível com amamentação Espiramicina • Espiramicina: – Difusão pela placenta é incomum, entretanto se concentra na placenta e alcança concentrações suficientes para diminuir a transmissão de toxoplasmose – Não trata o feto infectado – Ausência de relatos de alterações fetais – Excretado no leite materno em concentrações bacteriostáticas Claritromicina C • Claritromicina – Poucos estudos e resultados contraditórios: – Passagem pela placenta em grandes quantidades – Base fraca, com concentração no leite materno podendo ter efeitos no TGI do RN Metronidazol B E • Incompatível com aleitamento materno Nitrofurantoína B S • Ausência de relatos de efeitos teratogênicos • Seguro mesmo no 1º trimestre • Evitar uso próximo ao parto (risco de anemia hemolítica em RN com deficiência de G6PD) • Compatível com a lactação, mas a OMS recomenda evitar uso no 1º mês de lactação, em prematuros, deficiência de G6PD e icterícia Polimixinas 196 C SUMÁRIO Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIBIÓTICOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** COMENTÁRIOS Quinolonas Ciprofloxacino, C E Ofloxacino,Levofloxacino, Moxifloxacino, Norfloxacino • Alta concentração em líquido amniótico e sangue do cordão umbilical • Segurança do uso na gravidez é controverso: Estudos em animais: desenvolvimento de artropatias e alterações ósseas e de peso em roedoresEstudos em humanos: não houve demonstração de alterações articulares e estudos incluindo RN de mulheres expostas no 1º trimestre não mostraram aumento no risco de mal-formações • Concentrações menores passam para o leite materno. Ofloxacino e norfloxacino: menor concentração no leite materno Ácido nalidíxico E • Ácido Nalidixico: – Não passa a placenta – Sem efeitos teratogênicos (animais/ humanos) – Ação sobre ácidos nucleicos: evitar 1º trimestre da gestação – Não é recomendado na lactação – Indução de anemia hemolítica e depressão medular – Evitar em RN com deficiência de G6PD Sulfonamidas/Trimetropin C Ver comentários • Pode competir com a bilirrubina nos sítios de ligação de albumina, quando administrado no final da gestação: aumenta o risco de kernicterus • Pode causar anemia no RN devido à deficiência de G6PD • Sulfadiazina: evitar na amamentação, especialmente em <1mês • Cotrimoxazol: Compatível, evitar em prematuros e em <1 mês e deficiência de G6PD Tetraciclinas D Teicoplanina ? SUMÁRIO • Droga não aprovada pelo FDA 197 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Doses de Antimicrobianos Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIBIÓTICOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** Vancomicina C ND 198 SUMÁRIO COMENTÁRIOS • Potencial risco para ototoxicidade e nefrotoxicidade fetal • Sd do homem vermelho: grande liberação de histamina pode levar a contração uterina intensa podendo levar a parto prematuro Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIFÚNGICOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** COMENTÁRIOS Anfotericina B B ND deoxicolato e formulações lipídicas • Não há relato de toxicidade durante a gravidez • Poucos dados sobre uso na lactação • As formulações lipídicas tem menor tamanho e altas maiores concentrações sangüíneas são detectadas, podem ser fatores de passagem para o leite materno e para o feto. Caspofungina C • Não há estudos adequados em mulheres grávidas • Evidências de embriotoxicidade em animais (ossificação incompleta do crânio, aumento da reabsorção óssea) • Apresenta difusão placentária em animais • Excreção pelo leite Fluconazol, C Fluconazol compatível Itraconazol, Cetoconazol • Não devem ser usados na gestação: evidências de teratogenicidade. Sérios riscos de mal formações com Voriconazol e Cetoconazol Voriconazol D Flucitosina C Terbinafina B ND SUMÁRIO 199 Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIPARASITÁRIOS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** Albendazol C S Atovaquone C Cloroquina C Ivermectina C Mebendazol C S Mefloquina C E Pentamidina C ND Pirimetamina C Praziquantel B Quinidina C S S Quinino X S 200 COMENTÁRIOS SUMÁRIO Monitorar hemólise, icterícia especialmente em prematuros e em <1 mês Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar Uso de Anti-infecciosos na Gestação (cont.) ANTIVRAIS USO NA GESTAÇÃO (CATEGORIA FDA*) USO NA LACTAÇÃO (OMS)** COMENTÁRIOS Aciclovir, Fanciclovir, B Aciclovir Valaciclovir compatível • Uso de aciclovir é preferido, pois há mais estudos quanto a sua segurança na gestação. Amantadina e C Rimantadina • Nenhum estudo humano adequado foi realizado • Crianças expostas apresentaram alterações cardio-vasculares Cidofovir C Foscarnet C Ganciclovir • Apenas 1 relato de caso do uso de foscarnet como tratamento em uma gestante na 32º semana de gestação não resultou em alterações para o RN • Uso na gestação deve ser reservado para infecções com ameaça à vida materna, onde o foscarnet é a única opção C Interferon C • Há poucos relatos com relação a gestações de sucesso em mulheres que foram tratadas com IFN no tratamento de LMC e HCV durante a gestação Oseltamivir C • Estudos animais demonstram alterações esqueléticas mínimas em roedores de ambas as medicações • Nenhum estudo humano adequado foi realizado Zanamivir B Ribavirina X * Categoria A: Estudos controlados em gestantes não apresentaram risco fetal; portanto uso seguro; Categoria B: Estudos feitos em animais não demonstraram risco, porém não há estudos em humanos ou animais reprodutivos controlados demonstrando efeitos adversos; usar com cautela; Categoria C: Estudos em animais mostrando efeitos adversos (teratogênico, embriocida, etc.) e não há estudos em humanos ou não há estudos controlados em humanos e animais; só usar se o benefício justificar o risco; Categoria D: Há evidencia de risco fetal em humanos; só usar se o benefício eventualmente justifica o risco; Categoria X: Há demonstração em estudos animais e humanos de elevado risco de anormalidades fetais; droga contra-indicada ** S: compatível com amamentação E: evitar durante amamentação ND: sem dados disponíveis SUMÁRIO 201 202 Reconstituição 12h temp.amb 1 hora ou mais sob refrigeração para preservar pode precipitar, danos renais com mas se dissolve adequada hidratação em temp.amb IV lento - 5min para doses até 500mg e 10 a 15 min para doses que excedam 100 mg/ml IV – infusão de 4 a 8 horas 50 - 100 ml SG 5% SF 0,9% Ringer solução e lactato Ampicilina 1g IM – 3,5ml de água Não requer Não requer Fr/amp destilada estéril 1 hora em temp. amb IV – 10ml de água 4h sob 100 ml* SF 0,9% SF 0,9% - 8h à destilada estéril refrigeração Glicose pode ser temp. amb e 48h ou bacteriostática utilizada, mas sob refrigeração. inativa-se rapida- -mente a temp. SG 5% - 4 horas amb. temp.amb 12h temp. amb. Sob refrigeração pode precipitar, mas se dissolve em temp. amb IM – Glúteos ou parte lateral da coxa IV continua - 30 a 60 min em adultos ou crianças 1 a 2 horas em recém-nascidos 10 ml de água destilada estéril Obs: não usar água bacteriostática, pois poderá precipitar a solução Amicacina 500mg Não requer Não requer Com 100 ou 24h temp.amb Solução injetável 200 ml de; 2 dias sob Glicose 5%, refrigeração SF 0,9% Ringer lactato Aciclovir Fr/amp <7mg/ml diminui risco de flebite 10mg/ml – quando restrição hídrica Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses Recomendações de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos SUMÁRIO Reconstituição SUMÁRIO Se exceder 2 horas de infusão, agitar a bolsa. Incompatível com SF 0,9% (causa precipitação da anfotericina) Entre 2 e 6 horas Incompatível com SF 0,9% (causa precipitação da anfotericina) Anfotericina B 20 ml de água 24h em temp. Com 250 a 24h em temp. amb complexo lipídico destilada estéril amb 500ml de Fr/amp 7 dias sob SG 5% 48h sob refrigeração refrigeração Anfotericina B 10 ml de água 24h em temp. Com 250 a dispersão coloidal destilada estéril amb 500ml de SG 5% Fr/amp (concentração 7 dias sob final de 5mg/ml) refrigeração 24h em temp. amb (sem proteção da luz) 14 dias protegido da luz. Entre 2 e 6 horas Incompatível com SF 0,9% (causa precipitação da anfotericina) Proteger da luz Bolus – 3 min Infusão - entre 15 e 30 min Anfotericina B 10 ml de água 24h em temp. Com 250 a 24h a temp.amb. Fr/amp destilada estéril, amb 500ml de 2 dias sob não bacteriostática 7 dias sob SG 5% refrigeração refrigeração Ampicilina IM – 2,7 ml água sódica+sulbactam estéril com lidocaína Não requer Não requer Fr/amp a 0,5% ou 2% 8h em temp.amb IV – 3,2 ml de água 48h sob 50 ml a 100 ml 8h temp. amb destilada estéril refrigeração SF 0,9% 48h sob refrigeração 50 ml a 100 ml 4h temp.amb SG 5% 4h sob refrigeração ≤ 2,5mg/ml em cateter central ≤ 0,1mg/ml em veia periférica ≤ 2,5 mg/ml em cateter central ≤ 0,1mg/ml em veia periférica Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 203 204 Reconstituição 4 ml de lidocaina 24h a temp.amb Não requer Não requer a 1% Benzilpenicilina benzatina e procaine Fr/amp SUMÁRIO Aplicar em Glúteos ou parte lateral da coxa Não administrar IV ou SC IM - Glúteos ou parte lateral da coxa (até 100.00UI/ml) IV continua (24h) 10 milhões de UI IV lenta - 1 a 2h Pode ser dada ainda por infusão intratecal, intraarticular, intrapleural IM – 3 ml de água Não requer Não requer 24h.temp.amb Benzilpenicilina benzatina destilada estéril 7 dias sob Fr/amp refrigeração Benzilpenicilina 5 ml de água 7 dias sob 50 ml a 100 ml Uso imediato potássica cristalina destilada estéril refrigração de: SF 0,9% temp. amb Fr/amp SG 5% ou SF 0,9% SG 5% 24h sob 10 milhões de UI refrigeração diluir entre 1 a 2 litros. Ringer Lactato Obter 300,000UI/ml IV - não administrar Outros medica-mentos não devem ser infundido simultaneamente 4,8 ml de água 24h em temp.amb destilada estéril (concentração final de 100 mg/ml) Azitromicina Fr/amp Com 250 a 24h a temp.amb 500 ml de SG 5% Ringer Lactato 7 dias sob SF 0,9% refrigeração Infusão controlada em 120 min, pode ser diminuída se to-lerada para 60 min Incompatível com SF 0,9% (causa precipitação da anfotericina) Anfotericina B 10 ml de água 24h em temp.amb Com 250 a 6h a temp.amb lipossomal destilada estéril 500 ml de Fr/amp 7 dias sob SG 5% 11 dias sob refrigeração refrigeração 0,2 – 2 mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses Recomendações de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) Reconstituição SUMÁRIO Bolus – 3 a 5 min Infusão - uso intermi- -tente por aproxima-damente 30 min 50 a 100 ml 24h a temp.amb Ringer lactato 7 dias sob com SG 5% e 10% refrigeração SF 0,9% Não requer Cefepime IM – 2,4 ml de Fr/amp solução lidocaina a 1% 24h a temp.amb 7 dias sob IV – 10 ml de água refrigeração destilada estéril e bacteriostática Não requer Cor amarelada Bolus – após recons-tituição de 3 a 5 min. IV– infusão intermi-tente 30 a 60 min IM – em Glúteos ou parte lateral da coxa 100 ml 24h temp.amb Infusão lenta SF 0,9% 48h sob em 1 hora Não usar SG 5% refrigeração Cefazolina 1g IM – 2,5 ml Não requer Não requer Fr/amp Lidocaina a 1% Cor amarelada – s/vasoconstritor pode ocorrer e não 24h a temp.amb significa perda de 10 dias sob potência refrigeração IV – 10 ml de água 50 a 100 ml 24h temp.amb destilada estéril Glicose 5% 96h sob água bacterisostática SF 0,9% refrigeração SF 0,9% Ringer solução e lactato Caspofungina 10 ml de SF 0,9% ou 1h temp. amb Solução injetável água destilada estéril 1 – 40 mg/ml 10 – 20 mg/ml 0,2 a 5 mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 205 206 Reconstituição IV – infusão rápida 3 a 5 min infusão intermitente de 15 a 30 min. Não administrar com aminiglicosídeo na mesma bolsa Bolus - Infusão entre concentração final 3 a 5 min não exceder Infusão intermitente 40mg/ml e continua em 30 e 60 min. Cefoxitina sódica IM – 2 ml de água destilada estéril ou Fr/amp lidocaina 1% sem vasoconstritor 24h temp.amb IV - entre 10 e 20 ml 48 h sob 50 a 100 ml 24h temp. amb; de água destilada refrigeração SG 5% e 10% 1 semana sob estéril Ringer Lactato refrigeração SF 0,9% IM – aplicar entre 3 a 5 min Cefotaxima sódica IM – 3 ml de água destilada estéril ou Fr/amp lidocaina 1% sem vasoconstritor 24h temp. amb 7 dias sob IV - 10 ml de água refrigeração 50 a 100 ml Com SG 5% e destilada estéril 13 semanas no SG 5% e 10% SF 0,9% 24h freezer SF 0,9% temp. amb e 5 dias sob refrigeração Demais uso imediato Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) SUMÁRIO Reconstituição SUMÁRIO Bolus – 2 a 4min Infusão intermitente de 15 a 30min Não adminstrar com aminiglicosídeo na mesma bolsa Administrar em Glúteos ou parte lateral da coxa IM – Glúteos ou parte lateral da coxa Ceftriaxona sódica 10 ml de água 3 dias em temp. 50 a 100 ml em Contendo 100 mg/ml destilada estéril amb dias sob Ringer solução é estável 3 dias a Fr/amp refrigeração e lactato temp. amb e SG 5% e 10% 10 dias sob SF 0,9% refrigeração Ceftriaxona+ 3,6 ml da solução Não requer Não requer Não requer de lidocaina a 1% lidocaina 1% Fr/amp Cefuroxima IM – 3 ml de água Não requer Não requer destilada estéril ou sódica 750 mg Fr/amp lidocaina a 1% 24h temp. amb IV – 8 ml de água 48h sob 50 a 100 ml Estável 24 temp. destilada estéril refrigeração SG 5% amb. Bolsa – 100ml SF 0,9% 7 dias sob Glicose 10% refrigeração Ringer simples e lactato Bolus - de 3 a 5 min Para infusão intermi-tente ou continua de 15 a 60 min Bolus - entre 3 a 5 min infusão intermitente de 30 a 60 min. Não adminstrar com aminiglicosídeo na mesma bolsa. IM – Glúteos ou parte lateral da coxa Ceftazidima IM – entre 1,5 e 3 ml Fr/amp água bacteriostática com lidocaina a 1% 24h a temp. amb IV – entre 5 a 10 ml 7 dias sob 50 a 100 ml 24h a temp.amb de água destilada refrigeração SG 5% 10 dias sob estéril Ringer solução refrigeração e Lactato SF 0,9% 1 a 30 mg/ml 100 mg/ml 10 a 40 mg/ml 1 - 40 mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 207 208 Reconstituição Não deve ser admi- -nistrado IM ou IV direto Infusão intravenosa em 60 min 10ml de água 24h temp.amb 100 – 250ml 6h temp.amb Claritromicina Fr/amp destilada estéril 48h sob SG 5% 24h sob refrigeração SF 0,9% refrigeração SUMÁRIO não exceder 100mg/ml 30dias em 100ml de SG 5% 30 dias temp.amb Cloranfenicol sódio 10ml de água succinato destilada estéril temp.amb. SF 0,9% Fr/amp ou SG 5% Para infusão IV ou intermitente Mudança de coloração não significa perda de eficácia IM – não mais de 600mg IV - não ultrapassar concentração de 30mg/ml Achei 18mg/ml Clindamicina Não requer Não requer 100ml 16 dias temp. amb Não administrar IV SG 5% e 10% em bolus Solução injetável SF 0,9% Infusão intermitente (mínimo de 50ml) entre 20 a 60 min Infusão continua 2mg/ml Infusão em 60 min – Concentração 0,5 redução de riscos de a 2mg/ml irritação venosa. Infusão em 60 min – Concentração não redução de riscos de ultrapassar 2mg/ml irritação venosa. 5mg/kg (recomendada) 3mg/kg (insuficiência renal- ajuste) Bolsas de 100ml Não requer 200mg – 100ml Ciprofloxacino Solução injetável disponíveis para uso de SG 5% Diluição de 0,5 – 2mg/ml – estável Ciprofloxacino Fr/amp de 20 e 40ml Não requer 50 a 100ml 14 dias a temp.amb Fr/amp (para diluição) SF 0,9% SG 5% Ringer lactato Cidofovir Não requer Não requer 100ml 24h temp. amb IV - 1 hora (deve ser Solução injetável SF 0,9% administrado com probenicida) Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) Reconstituição SUMÁRIO 2- 4 semanas sob 100ml 24h temp.amb refigeração, SF 0,9% escurecida não perde a potencia Fluconazol Solução injetável Pronto para uso Não requer 50 a 100ml 14 dias em Obs: quando não 48h SF 0,9% temp.amb em bolsas SF 0,9% (100ml) ≤ 12mg/ml – veia periférica ≤ 24mg/ml – veia central ≤ 20mg/ml Inalatório – 50-75 mg IM/IV – 2,5 a 5,0 mg /kg/dia IV – de 60 a 120 min não exceder Não usar se concentração precipitado de 200mg/100ml Foscarnet Não requer Não requer 50 a 100ml 24h temp.amb Não administrar (guardar em SG 5% 30 dias sob em bolus ou Solução injetável temp.amb) SF 0,9% refrigeração injeção rápida 5 ml de água Estreptomicina Fr/amp destilada estéril IM – Glúteos ou parte lateral da coxa IV – infundir de 30 a 60 min IM – Glúteos ou parte lateral da coxa IV – Infundir em 30 min IV - 6h temp. amb 24h sob refrigeração (usar até 4h após retirada) Não freezer Ertapenem sódico Fr/amp IM – 3,2 ml de IM – 1h IV – 50 ml de lidocaina 1% sem SF 0,9% epinefrina IV – 10ml de água destilada estéril SF 0,9% ou água bacteriostática IM – Glúteos ou parte lateral da coxa IV – infusão rápida de 3 a 10 min intermitente ou continua em 30 min (cateter central) Colistimetato sódico IM/IV - 2 ml de água Não requer 50 a 100ml 24 horas 1.000.000UI destilada estéril SG 5% e 10% Fr/amp Ringer Inalatório – 3 a 4ml Ringer lactato de SF 0,9% SF 0,9% Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 209 210 Reconstituição SUMÁRIO IM - em Glúteos ou parte lateral da coxa SF 0,9% - 10h IV- infusão intermi- não exceder temp. amb ou tente de 20 a 30 min 5mg/ml 48 h sob refrigeração Glicose - 4 h temp. amb e 24h sob refrigeração) IM – 2 a 3ml com 1h temp. amb Não requer Não requer lidocaina a 1% (sem epinefrina) Para infusão usar ≤ 10 mg/ml filtro Precauções de quimioterapia Infusão em 60 min Não administrar IM, SC, rapidamente ou em bolus Diluição entre 50 24h em temp.amb IM – diretamente e 200ml de: 96 h sob IV – infusão entre SG 5% e 10% refrigeração 30 e 120min Emulsão lipídica10% SF 0,9% Imipenem+ IV - diretamente 10h temp.amb. IV – 100ml na bag (100ml) 48h sob SG 5% e 10% cilastatina sódica refrigeração SF 0,9% Formulação intravenosa Fr/amp Imipenem+ cilastatina sódica Formulação intramuscular Fr/amp Gentamicina Não requer Não requer Solução injetável Ganciclovir 10ml de água 12h temp.amb 100ml de: 5 dias em temp. destilada estéril Não recomendado SG 5% amb ou refrigera- Fr/amp não bacteriostática refrigeração 60 SF 0,9% ção não pode (concentração final dias em freezer ser congelado de 50mg/ml) Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) Reconstituição SUMÁRIO IV bolus – 3 a 5 min (volume de 5 a 20ml) IV infusão – 15 a 30 min Infusão continua (24h) Infusão intermitente em 1 hora SF 0,9% - 2h temp. amb e 18h sob refrigeração. Em mini bags 24h SG 5% - 1h em temp. amb e 18h sob refrigeração, em mini-bag 6 horas Meropeném Fr/amp Não requer Não requer 50 a100ml 24h temp.amb Metronidazol Solução injetável SG 5% Pode precipitar se SF 0,9% refrigerado 50mg/ml - protegido da luz - IV – infusão entre 30 a 120 min - não misturar com outra medicação - cor amarelada não diminuição da potência Linezolida Não requer Não requer 50 a 100ml Solução injetável SF 0,9% SG 5% Ringer Lactato 500mg – 10ml de 2h temp.amb 50 a 250ml: água destilada estéril 12h sob SF 0,9% 1g – 20ml de água refrigeração SG 5% destilada estéril Obs; pode ser recons- -tituído diretamente 100ml de SF 0,9% SG 5% IV – em 60 min (in-fusão em bolus risco de hipotensão) Não administrar em cateter que se admi-nistrou misturas contendo magnésio, cálcio( cátions multivalentes). Em bolsas - não Não requer Em bolsas não 72h à temp.amb Levofloxacino Solução injetável requer requer 14 dias sob Fr/amp – 500mg 80ml: de SF 0,9% refrigeração em 20ml SG 5% 6 meses em freezer Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 211 212 Reconstituição IV – infusão em 60 min - não infundir rapidamente ou em bolus IV – administrar em 60 min Infundir separada-mente Não usar linhas que se administrou sais de magnésio ou cálcio IM – Glúteos ou parte lateral da coxa profundo IV rápida – 10 min IV intermitente – 30 min IV – continuo (24h). IV – infusão lenta em 60 min Não usar SF 0,9% causa precipitação. Não deve ser admi-nistrada em infusão rápida. Moxifloxacino Não requer Não requer Não requer Não requer Solução injetável Ofloxacino Não requer Não requer SG 5% 72h em temp.amb Solução injetável SF 0,9% 14 dias sob Manitol 20% refrigeração 6 meses e, freezer Oxacilina IM - 2,8 ml de água Não requer Não requer Fr/amp destilada estéril SF 0,9% 3 dias temp. amb IV - 5ml de água 7 dias refrigeração 50 a 100ml 24 horas temp. amb destilada estéril SF 0,9% 7 dias sob SG 5% refrigeração Pentamidina IM - 3ml de água 48h temp.amb 50 a 250ml de: 24h temp.amb Fr/amp destilada estéril não requer SG 5% IV - 3 a 5ml de proteção da luz água destilada estéril SG 5% 1 a 2,5mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) SUMÁRIO Reconstituição SUMÁRIO Uso imediato temp.amb 1 semana sob refrigeração IM – 2ml de água 72h sob 300 a 500ml – Uso imediato destilada estéril, refrigeração SG 5% SF 0,9%, ou 1% com solução de procamina -não manter em IV – 10ml de água temp.amb destilada estéril SF 0,9% Intratecal – 10ml de SF 0,9% 24h em temp.amb 50 ml a 150ml de: 48h sob SG 5% refrigeração SF 0,9% SG 5% ou SF 0,9% (30 dias em freezer) Sulfametoxazol+ Não requer Não requer 125 a 250ml 6h em 125ml trimetropina SF 0,9% 4h em 100ml Solução injetável SG 5% 2h em 75ml (uso imediato não refrigerar) Polimixina B Fr/amp Piperaciclina+ 20ml de água tazobactam destilada estéril Fr/amp Infusão cada 5ml deve ser diluído em 75, 100 ou 125ml Deve ser administrado entre 60 a 90 min (pode ser em cateter central) Não absorção em bags IM – Glúteos ou parte lateral da coxa IV – infusão continua entre 60 a 90 min (gotejamento) Infusão intermitente por 30 min IM – não usar Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 213 214 Reconstituição 50ml Uso imediato Não requer Não requer SG 5% Ringer lactato SUMÁRIO Infusão intravenosa entre 30 a 60 min Infusão intermitente em 30 min Tigeciclina Solução injetável SF 0,9% - 24 temp. amb, 7 dias sob refrigeração SG 5% – 24h em temp.amb, 3 dias sob refrigeração 50 a 100ml de: SG 5% SF 0,9% (obter concen- -tração de 10 a 100mg/ml) Fr/amp - 13 ml de 6h temp.amb água destilada estéril 72h sob SF 0,9% refrigeração Bolsas – 50 a 100ml de SF 0,9%, SG 5% ou Ringer lactato) Tircacilina+ ácido clavulânico Fr/amp IM- Glúteos ou parte lateral da coxa. 50 a 100ml IV – administrada SG 5% em bolus ou infusão SF 0,9% intermitente em Água estéril para 30 min injeção Ringer lactato IM – 3ml de Não requer lidocaina 1% sem epinefrina IV – 10ml de água 24h sob destilada estéril refrigeração Teicoplamina Fr/amp Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) Reconstituição SUMÁRIO IV – Infusão intermi- -tente em 60 min (extravasamento irritação local ou tromboflebites ou necrose). IV – infusão continua (volume para 24h) Infundir entre 1 a 2 horas (não exceder 3mg/kg/h) Vancomicina 500mg 10ml de água 14 dias em temp. 500mg em 100 ml 24h em temp. amb Fr/amp destilada estéril amb ou refrigeração 1000mg em 7 dias sob até 200ml de: refrigeração SG 5% e 10% Obs. Em ringer SF 0,9% lactato, sol. glico- -fisiológicas – 96h sob refrigeração. Voriconazol Fr/amp 19 ml de água 24h sob Não requer Não requer destilada estéril refrigeração (10mg/ml) IV- infusão intermi-tente entre 20 a 60 min (não deve ser abaixo de 20 min). Não absorção no plástico das bags. Adminstrar 1h após penicilinas ou cefalosporinas Crianças o volume deve ser proporcional ao peso. IM – Glúteos ou parte lateral da coxa Tobramicina IM – 2ml de lidocaina Não requer Não requer Fr/amp 1% sem epinefrina ou água destilada estéril 24h temp.amb IV – 30ml de água 96h sob 50 a 100ml de: 48h temp.amb. destilada estéril refrigeração SG 5% a 10% ou refrigeração Ringer Ringer Lactato SF 0,9% 3,5 a 5 mg/ml ≤ 5mg/ml (acima pode causar tromboflebite) IM - Não usar 6mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Doses de Antimicrobianos Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) 215 216 Reconstituição Infusão continua 1 hora Neonatos – infusão em 30 min Infusões - Bolus: é a administração intravenosa realizada em tempo menor ou igual a 1 minuto.Geralmente através de seringa - Infusão rápida: é a administração intravenosa realizada entre 1 a 30 minuto. Algumas podem ser realizadas com seringa, porém para infusões em tempo superior a 10 min recomenda-se a utilização de bureta; - Infusão lenta: é a administração intravenosa realizada entre 30 e 60 minutos; - Infusão contínua: é a administração realizada em tempo superior a 60 min, ininterruptamente; - Infusão Intermitente: não continua, por exemplo de 6 em 6 horas. Para este tipo de terapia é importante a preocupação com a manutenção da permeabilidade do cateter que permanecerá com dispositivo de tampinha nos intervalos da medicação Temp. Amb – temperatura ambiente Min - minutos Zidovudina Não requer Não requer 50 a 100ml 24h temp.amb SG 5% 48h sob Solução injetável SF 0,9% refrigeração ≤4mg/ml Concentração infusão Observações Tempo de infusão Estabilidade Produto/forma farmacêutica Reconstituição Estabilidade Diluição Estabilidade Recomendações Doses de Antimicrobianos para Prevenção de Infecção Hospitalar Tabela de diluição de antimicrobianos (cont.) SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Proposta de inserção / modificação de condutas 1. Proponente Nome: ________________________________________________________________ Área/clínica: ____________________________________________________________ Telefone: _ _____________________________Bip: _____________________________ Celular:________________________________e-mail: __________________________ 2. Proposta ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3. Referências literatura (anexar textos)_ __________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4. Outras justificativas para a proposta:___________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 5. Encaminhar esta folha ao gcih do hc (6º andar - Prédio da administração) das 7h-16h ou por fax: (11) 3069-7066 ou por e-mail ([email protected]) SUMÁRIO 217 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar ÍNDICE REMISSIVO A Abdome Agudo Inflamatório, 12 Abortamento, 59, 103 Abscesso, 87, 150 Amebíase, 63, 150 Amigdalite, 62 Ancilostomíase, 66 Antibioticoprofilaxia, 95 Anti-infecciosos na gestação, 195 Antissépticos, 179 Apendicite, 12 Ascaridíase, 67, 150 Aspergilose, 13 B Bactérias multirresistentes, 16, 150 Bacteriúria assintomática, 88 Balantidíase, 65 Blastocistose, 66 C Campylobacter, 32 Candida, 17, 18 Candidíase esofágica, 19 Candidíase oral, 18 Candidíase vaginal, 18 Candidúria, 92 Cateter Venoso Central (CVC), 21 Cateterismo vesical intermitente domiciliar, 162 Cateterismo vesical intermitente hospitalar, 161 Celulite, 58,70,71,75,150 Ciclosporíase, 65 Clostridium difficile, 27, 144 Colangite, 69 Colecistite aguda, 69 218 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Criptococose, 28, 29, 30, 151 Criptosporidíase, 65 D Derivação Ventrículo-Peritoneal, 46 Dermatofitoses, 20 Diarréia aguda, 31, 32 Dientamebíase, 65 Diverticulite, 12 Doença Inflamatória Pélvica, 38 Doses de antimicrobianos, 50, 187 E Endocardite em valva nativa, 34 Endocardite em valva protética, 33 Enterobíase, 68, 151 Epididimite, 93 Erisipela, 70 Escherichia coli spp., 32, 153 Esquistossomose, 152 Estrongiloidíase, 66, 152 Exposição Ocupacional a material biológico, 117, 118, 119, 120 F Fasciíte Necrotizante, 58, 71 Fratura exposta, 61, 115 G Gangrena Gasosa, 71, 73, 151, 153 Gangrena, 71, 73, 74, 75, 112 Giardia, spp., 32 Giardíase, 64 SUMÁRIO 219 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar H Hemocultura, 25 Hemodiálise, 42, 43 Hemorragia digestiva cirróticos, profilaxia, 126, 127 Herpes simples genital, 45, 154 Herpes simples oral, 45, 154 Himenolepíase, 67 I Impetigo, 70, 154 Infecção da corrente sanguínea, 22 Infecção da membrana ovular, 59 Infecção do óstio do CVC, 21 Infecção do trato urinário, 88 Infecção do túnel ou bolso, 22, 43 Infecção puerperal, 59 Isolamento, 136, 145, 149, 150 Isosporíase, 64 M Mastites, 60 Meningites - adultos, 51 Meningites - pediatria, 48 Meningocócica, doença, 121 Microsporíase, 65 Mordeduras Humanas e de Animais domésticos, 125 Multirresistentes, 16, 136, 150, 152, 155 N Neutropenia febril, 52, 53, 54 O Obstetrícia, 58, 59, 60 Onicomicose,20 Ortopedia, 61, 105, 140 220 SUMÁRIO Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Osteomielite aguda hematogênica, 61 Osteomielite crônica, 61 Otite média aguda, 62 Otorrinolaringologia, 62, 106 P Pâncreas e vias biliares, 69 Pancreatite aguda, 69 Parasitoses Intestinais, 63 Partes moles – infecções de pele, 70 Partes moles – infecções necrotizantes, 71, 72 Pé Diabético, 74 Peritonite associada a diálise, 77 Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE), 78 e 126 Pielonefrite aguda, 90 Pioartrite aguda, 61 Pneumonia aspirativa, 87, 156 Pneumonia Comunitária do Adulto, 79, 156 Pneumonia relacionada à Assistência à Saúde, 85, 156 Pneumonia necrotizante, 87, 156 Pneumopatia por Aspiração, 87, 156 Precauções de contato, 142, 144, 147 Precauções padrão, 145, 147 Precauções respiratórias com aerossóis, 148 Precauções respiratórias com gotículas, 149 Prevenção de infecção associada a cateteres vasculares, 163 Prevenção de infecção do sítio cirúrgico, 175 Prevenção de infecção respiratória, 169 Prevenção de infecções do trato urinário, 159 Profilaxia de complicações relacionadas aos procedimentos endoscópicos, 127 Profilaxia de Doença de Chagas após exposição ocupacional a material biológico, 120 Profilaxia de Endocardite Bacteriana, 124 Profilaxia de fungos em pacientes críticos, 128 Profilaxia de fungos em pacientes neutropênicos, 128 Profilaxia de hepatite B após exposição ocupacional a material biológico, 119 Profilaxia de hepatite C após exposição ocupacional a material biológico, 120 Profilaxia de HIV após exposição ocupacional a material biológico, 118 Profilaxia de infecção por Streptococcus do grupo B (GBS) no RN, 130 Profilaxia do tétano, 129 SUMÁRIO 221 Recomendações para Prevenção de Infecção Hospitalar Profilaxia de Varicela-Zoster, 133 Prostatite bacteriana aguda, 93 Prostatite bacteriana crônica, 93 Q Queimado, 39, 40, 41 S Salmonella não-typhi, 32 Shigella spp., 32 Síndrome da algia pélvica crônica, 93 Sinusite aguda, 62 T Teníase, 67, 157 Tétano, 129, 132, 157 Tricuríase, 67, 157 Tuberculose, 157, 181 U Urologia - tratamento de infecções, 93 Urologia - profilaxia de procedimentos, 109, 110, 111 V Vacinação de profissionais de saúde, 183 Violência Sexual, 132 Vírus Sincicial respiratório, 94, 157 Varicela-zoster, profilaxia pós exposição, 133 Y Yersinia spp., 32 222 SUMÁRIO