A armadura da graça Efésios 6.13-18

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O povo da graça: um estudo em Efésios # 30
A armadura da graça - Efésios 6.13-18
A armadura da graça
Efésios 6.13-18
13
Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e
permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. 14 Assim, mantenham-se firmes,
cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça 15 e tendo os pés calçados
com a prontidão do evangelho da paz. 16 Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês
poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. 17 Usem o capacete da salvação e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18 Orem no Espírito em todas as ocasiões, com
toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por
todos os santos.
Paulo em Roma
Quando Paulo escreveu a carta aos Efésios (c. 62 d.C.) ele estava sob
custódia do governo romano. Encontrava-se em prisão domiciliar,
aguardando ser chamado para apresentar-se a César. As palavras finais do
livro de Atos nos informam como o apóstolo passou os seus dois anos de
prisão em Roma. Lê-se o seguinte:
At 28.30-31 | 30 Por dois anos inteiros Paulo permaneceu na casa que havia alugado, e
recebia a todos os que iam vê-lo. 31 Pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor
Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum.
Conquanto Paulo estivesse fisicamente preso, as palavras finais de Efésios, o
texto que nós acabamos de ler, revelam que a sua mente e o seu coração
estavam em plena liberdade. Ele era um homem de coração livre. É isso o que
o evangelho faz conosco. O evangelho nos liberta, faz-nos sonhar e viver em
paz, apesar das circunstâncias. Você já provou dessa liberdade em Jesus?
Acorrentado e sob vigilância constante, dia e noite, ininterruptamente,
Paulo começou a observar cuidadosamente a armadura dos soldados de
César. Ele conferia e conversava com os soldados sobre cada peça do
-1Pr. Leandro B. Peixoto
IGREJA BATISTA CENTRAL DE CAMPINAS
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uniforme militar: o capacete, a couraça (peitoral), o cinto, as sandálias, o
escudo e a espada. Paulo não parava de pensar em combate. Ele sabia que a
vida cristã é uma luta, e que cabe aos cristãos resistir e permanecer
inabaláveis no combate da fé.
Os soldados romanos eram muito bem equipados para os combates.
Assim como era com eles, o apóstolo almejava que cada cristão também se
vestisse adequadamente para vencer as suas batalhas espirituais - que não
são contra seres humanos (carne ou sangue), mas travadas contras as forças
do mal nas regiões celestes, sentidas no convívio com as pessoas e
intensificadas nos dias maus (Ef 6.10-13). Sem a armadura da graça, nós
ficaremos indefesos como ovelhas que são levadas para o matadouro.
Armadura forte para ovelhas fracas
Ovelhas não foram criadas para combater, mas é como ovelhas que
nós, cristãos, somos constantemente chamados por Deus.
Ovelhas que se desviam
Is 53.6 | Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o
seu próprio caminho;
Ovelhas que se perdem
Lc 15.4-6 | 4 “Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa
as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? 5 E
quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros 6 e vai para casa. Ao chegar,
reúne seus amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha
perdida’.
Ovelhas que são indefesas
Mt 9.36 | Ao ver as multidões, teve compaixão delas [revirou seus intestinos], porque
estavam aflitas [molestadas] e desamparadas [jogadas], como ovelhas sem pastor.
Ovelhas que precisam de cuidados constantes
Ez 34.4-6 | 4 [Falando dos maus pastores] Vocês não fortaleceram a fraca nem
curaram a doente nem enfaixaram a ferida. Vocês não trouxeram de volta as
desviadas nem procuraram as perdidas. Vocês têm dominado sobre elas com dureza e
brutalidade. 5 Por isso elas estão dispersas, porque não há pastor algum e, quando
foram dispersas, elas se tornaram comida de todos os animais selvagens. 6 As minhas
ovelhas vaguearam por todos os montes e por todas as altas colinas. Foram dispersas
por toda a terra, e ninguém se preocupou com elas nem as procurou.
Acuadas por um leão ou um lobo, as ovelhas se amontoam como um novelo
de lãs e tremem indefesas diante do predador. Elas não têm garras, não são
venenosas, não têm espinhos, casco, não conseguem formar bandos, não
possuem camuflagem natural, não são ágeis nem velozes, nem ao menos são
fedorentas como um gambá que espanta pelo terrível mau odor.
Ovelhas ninja
Assim como ovelhas que não têm como se defender dos predadores,
nós cristãos não temos como nos defender do Diabo, que “anda ao redor
como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1Pe 5.8) - pelo
menos não com a nossa própria força. Apenas com a força que Deus,
graciosamente, dá (1Pe 4.11).
Graças a Deus que o Bom Pastor vestiu as suas ovelhas com a armadura
da graça, capacitando-nos a resistir, a vencer e a permanecer diante das
forças espirituais do mal. Pela graça, nós “somos mais que vencedores, por
meio daquele que nos amou” (Rm 8.37). Somos ovelhas ninja.
Em duas mensagens anteriores, nós falamos da batalha em que
estamos envolvidos. Aprendemos sobre o campo de batalha, o caráter do
inimigo e o comando para o soldado (que é resistir e permanecer firmes no
dia mau). Agora, nesse trecho da carta, o apóstolo dará instruções mais
detalhadas sobre como resistir e permanecer, vestindo “toda a armadura de
Deus”. Essa armadura possui seis partes: 1. O cinto da verdade; 2. A couraça
da justiça; 3. As sandálias do evangelho da paz; 4. O escudo da fé; 5. O
capacete da salvação; 6. A espada do Espírito.
Permitindo o Senhor, estudaremos cada uma delas separadamente em
mensagens posteriores. Por ora, veremos, em linhas gerais, cada uma delas e
a mensagem central da parte de Deus para nós que estamos em batalha.
1. O cinto da verdade
A primeira peça da armadura é um cinto que deveria ser afivelado na
cintura do soldado. A peça era de couro e servia para prender a túnica
interna. Ela também servia para manter a couraça ou peitoral no lugar, além
de sustentar a bainha da espada. Sem o cinto, a túnica atrapalhava os
movimentos e até impedia o soldado de correr. Ele dava liberdade e
agilidade ao soldado.
Para o cristão, é a verdade que o liberta, que o move, que o sustenta em
pé e lhe confere agilidade. A verdade bíblica e a integridade do caráter.
2. A couraça da justiça
A couraça era uma peça larga de couro, bronze ou uma espécie de
malha tricotada de ferro. Ela cobria frente e costas, do pescoço à coxa. Servia
para proteger os órgãos vitais do soldado. Nenhum soldado ia para a batalha
sem a sua couraça.
Para o cristão, a justiça de Cristo, imputada a ele pela graça e através da
fé, o protege da perdição eterna. Também a justiça pessoal, santa e piedosa,
além da retidão moral, protege o cristão das acusações do inimigo.
3. As sandálias do evangelho da paz
A terceira peça da armadura é um calçado militar. São as sandálias. Tais
não eram usadas para perseguir nem para fugir do inimigo. Elas eram usadas
para o combate corporal. Serviam para firmar os pés e dar tração ao soldado,
fazendo com que ele não escorregasse.
Para o cristão, o evangelho lhe traz paz. Paz com Deus, paz de Deus e
paz em Deus. Diante das acusações do Diabo e das intrigas interpessoais,
quando pensamos e agimos de acordo com o evangelho, nós ficamos firmes,
seguimos tracionados e desfrutamos de paz.
4. O escudo da fé
A quarta peça é o escudo. Era feito de madeira coberta em couro, tinha
a forma oval e ficava emoldurada com ferro. Media 1,25 metro de altura por
0,75 de largura. Também cobria os órgãos principais do corpo. Na batalha,
muitas vezes os soldados se ajuntavam atras de seus escudos para formarem
um muro de proteção diante deles e uma cobertura sobre as suas cabeças.
É pela fé que o cristão, o soldado da graça, se protege contra as flechas
e os dardos inflamados do diabo (dúvida, ira, orgulho, tentação, medo, culpa,
vergonha, etc.).
5. O capacete da salvação
O capacete romano era feito de couro e bronze ou de bronze e ferro.
Cobriam e protegiam o crânio, a testa, a nuca e as bochechas, deixando
muito pouco da cabeça descoberta e exposta ao perigo.
O capacete do cristão é a sua certeza de salvação. Venha o que houver,
aconteça o que acontecer, nada o separará do amor de Deus em Cristo Jesus.
Fé e esperança o fazem prosseguir com amor.
6. A espada do Espírito
A última peça da armadura é a espada. Ela era curta, utilizada em
combates corporais. Era uma arma de defesa e também de ataque. A única
peça de ataque do soldado. As outras eram só de defesa.
O cristão se defende e contra-ataca com a Palavra de Deus.
Para concluir a nossa reflexão sobre a armadura da graça, permitam-me
fazer três aplicações sobre tudo o que dissemos.
1. Entenda a estratégia do Diabo
No Evangelho de Lucas, Jesus conta uma parábola que revela muito
bem a estratégia do adversário na guerra. Veja:
Lc 11.21-22 | 21 “Quando um homem forte [o Diabo], bem armado, guarda sua casa,
seus bens estão seguros. 22 Mas quando alguém mais forte [Cristo] o ataca e o vence,
tira-lhe a armadura em que confiava e divide os despojos.
Não deixe o Diabo arrancar de você a armadura de Deus. Resista.
- Viva pela e na verdade.
- Abrace a justiça de Deus em Cristo.
- Firme-se no e pratique o evangelho.
- Viva pela fé, alimente a sua fé.
- Alegre-se com a sua salvação.
- Saiba manejar a palavra da verdade.
Não deixe o Diabo arrancar de você a armadura de Deus. Mas, como ele
faz isso? Fazendo-nos desconfiar das armas de Deus. Por isso que Paulo
adverte dizendo:
Ef 5.18 | Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em
mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.
2. Saiba usar a armadura de Deus
Todas as peças, com exceção da espada, são para defesa. Isso significa
que Deus nos mune de força e de poder para resistir ao diabo no dia mau.
Jamais para nos inflar o ego, atacar o outro, destruir alguém. A única arma de
ataque, que é a espada do Espírito, a Palavra de Deus, é para ser usada na
destruição das forças das trevas e do pecado.
- O cristão não retalia. Ele ama.
- O cristão não persegue. Ele resiste.
- O cristão não se vinga. Ele confia em Deus.
- O cristão não compete. Ele serve.
- O cristão não faz guerra. Ele resiste ao mal. A sua guerra é contra o Diabo e contra o pecado.
- O cristão não provoca. Ele edifica.
3. Desfrute da liberdade de Cristo
Vimos que quando escreveu a carta, Paulo estava preso em Roma, mas
o seu coração e a sua mente estavam livres para servir e para adorar. Pessoas
e circunstâncias não o impediam de continuar vivendo para a glória de Deus.
Ele era um homem de coração livre.
O que aprisiona você? O que te impedido de viver para Deus?
Busque a graça de Deus em Jesus e viva com a força que Deus nos dá.
Creia em Cristo e vista a armadura da graça.
Verdade, justiça, evangelho, fé, salvação e Palavra de Deus.
É disso que nós precisamos. É disso que o mundo precisa.

A armadura da graça Efésios 6.13-18

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