avaliação do ângulo de atrito solo
Transcrição
avaliação do ângulo de atrito solo
Ciência & Engenharia (Science & Engineering Journal) 22 (2): 11 – 19, jul. – dez. 2013 ISSN 1983-4071 AVALIAÇÃO DO ÂNGULO DE ATRITO SOLO-MURO E DA RUGOSIDADE DA SUPERFÍCIE DE CONTATO EVALUATION OF THE FRICTION ANGLE SOIL-WALL AND THE ROUGHNESS OF THE SURFACE OF CONTACT Silvio Romero de Melo Ferreira1, Joaquim Teodoro Romão de Oliveira2, Stela Paulino Fucale3, Wallace Borges de Sá4 e Sidney Fernandes de Andrade Moura5 1 Universidade Federal de Pernambuco, Universidade de Pernambuco e Universidade Católica de Pernambuco, Av. Acadêmico Hélio Ramos s/n, CEP 50740-530, Recife, PE, Brasil, Telefone: (81) 2129-8222 E-mail: [email protected] 2 Universidade Católica de Pernambuco, Rua do Príncipe, 526, Boa Vista, CEP 50050-900, Recife, PE, Brasil, Telefone: (81) 2116-4019, E-mail:[email protected] 3 Universidade de Pernambuco, Escola Politécnica de Pernambuco, Rua Benfica 455, Madalena, CEP 50720-001, Recife, PE, Brasil, Telefone: (81) 3184-5000 E-mail: [email protected] 4 Universidade Católica de Pernambuco, Rua do Príncipe 526, Boa Vista, CEP 50050-900, Recife, PE, Brasil, Telefone: (81) 2116-4019 E-mail: [email protected], 5 Universidade de Pernambuco, Escola Politécnica de Pernambuco, Rua Benfica 455, Madalena, 50720-001 Recife, Brasil, Telefone: (81) 3184-5000 E-mail: [email protected] RESUMO O ângulo de atrito solo-muro é um parâmetro fundamental para o dimensionamento de um muro de arrimo. A prática em projetos considera o valor do ângulo de atrito solo-muro igual a uma parcela do ângulo de atrito interno do solo. Valores experimentais para solos brasileiros não estão disponíveis na literatura. O presente artigo apresenta resultados de ensaios de cisalhamento direto, realizados em corpos de prova de solo, em contato com outro material representativo de muros de arrimo (concreto convencional, concreto com agregado de Resíduos de Construção e Demolição – RCD, rocha e pneus), com o objetivo de obter os ângulos de atrito solo-muro. Foram utilizadas dezoito superfícies de rugosidade e dois solos das encostas do Recife, PE: uma areia argilosa (SC) e uma argila de baixa compressibilidade (CL). Foram avaliadas as rugosidades das superfícies em contato com os solos. A relação entre o ângulo de atrito solo-muro e o ângulo de atrito do solo (δ/φ) varia de 3/4 a 1 na areia argilosa e de 1/3 a 1 na argila de baixa compressibilidade, em função da rugosidade da superfície de contato. Palavras-chave: Atrito solo-muro, muro de arrimo de concreto e resíduos de construção e demolição. ABSTRACT The friction angle soil-wall is a basic parameter for the design of the retained wall. The common sense uses the value of the friction angle soil-wall equal to a parcel of the internal friction angle of the ground. Experimental values for Brazilian soil are not available in literature. The present paper presents results of tests of direct shear carried through in test bodies of soil in contact with another representative material of retained walls (conventional concrete, concrete with recycled aggregate of construction and demolition waste – CDW, rock and tires), with the objective of getting the friction angles soil-wall. Eighteen roughness surfaces and two Recife´s hillsides soils, one sand clayey (SC) and other clay of low compressibility (CL) have been used. The roughness of the surfaces in contact with the ground had been evaluated. The relation between the ground-wall angle friction and the soil friction angle varies from 3/4 to 1 for the clayey sand and from 1/3 to 1 for the clayey soil, in the function of roughness of contact surface. Keywords: Friction angle soil-wall, retained walls of conventional concrete and concrete with recycled agreggate of construction and demolition waste. 1 – INTRODUÇÃO Um dos principais problemas nas encostas da Região Metropolitana do Recife (RMR) é a ocupação antrópica desordenada, aumentando o número de moradias, em áreas de risco. Uma das soluções para a estabilização das encostas é construir uma estrutura de contenção como muro de arrimo. O ângulo de atrito solo-muro é um parâmetro fundamental para o dimensionamento de estruturas de contenção. O valor é utilizado na avaliação dos empuxos ativo e passivo, na análise de estabilidade do muro em relação ao tombamento, deslizamento e ruptura do terreno de fundação. A prática atual de projetos considera o valor do ângulo de atrito solo-muro (δ) como sendo igual ao ângulo de atrito do solo, uma parcela dele ou mesmo nulo, 11 Silvio Romero de Melo Ferreira, Joaquim Teodoro Romão de Oliveira, Stela Paulino Fucale, Wallace Borges de Sá, Sidney Fernandes de Andrade Moura a depender do caso (Terzaghi e Peck, 1967; Caputo, 1986; Moliterno, 1994 e Das 2007) como mostra a Tabela 1. Valores experimentais do ângulo de atrito solo-muro de solos brasileiros, em contato com superfícies usuais, utilizadas na prática construtiva de obras de contenção, não estão disponíveis na literatura. O estudo da influência do tipo de solo no atrito solo-muro é geralmente realizado considerando os dois extremos, solos arenosos e argilosos que na maioria dos casos práticos não ocorre. Devem ser consideradas as propriedades de ambos os tipos de solos, diferenciando-se pela ponderação dos constituintes de uma ou outra fração granulométrica. A rugosidade da superfície de contato entre o solo e o muro é um dos fatores que mais influencia a interação entre os dois materiais. Os trabalhos em geotecnia que avaliam o ângulo de atrito do solo-muro (δ) não quantifica a rugosidade da superfície de contato, apenas qualifica como lisa, parcialmente rugosa, rugosa ou paredes normais, sem mensurar e classificar as superfícies, Tabela 1. DeJong e Westgate (2009) analisaram a interação solo-estrutura localizada por meio de uma série de ensaios de cisalhamento. Foram investigados a densidade relativa, a dureza e angulosidade das partículas, rugosidade da superfície, stress normal, e rigidez normal. Concluem que os fatores mais influentes na interação solo-estrutura são a densidade relativa do solo, a angulosidade das partículas e a rugosidade superficial. Tabela 1 – Valores do ângulo de atrito solo-muro (δ) em função do tipo de solo e superfície de contato. Rugosidade da superfície de contato Valores do Ângulo de Solo Referência atrito solo-muro (δ ) Não definido ----Terzaghi (1943) φ/3 < δ< 2φ/3 Concreto liso δ/φ = 0,84 seco δ/φ = 0,84 saturado Areia Concreto rugoso δ/φ = 0,98 seco Potyondy (1961) δ/φ = 0,90 saturado Silte Concreto liso δ/φ = 0,99 seco δ/φ = 0,95 saturado Argila (mistura) Concreto liso δ/φ = 0,52 Concreto rugoso δ/φ = 0,57 29º Areia pura e pedregulho ----Terzaghi e Peck (1967) 24º Areia Siltosa ----19º Silte ----30º Areia grossa pura ----Caputo (1986) Areia grossa argilosa ou ----25º siltosa Paramento do muro liso (cimentado Moliterno (1994) 0 ou pintado com pixe) Não define o tipo de solo Paramento do muro parcialmente φ/2 rugoso Paramento do muro rugoso φ Argila saturada ----Marzionna et al. 0 (1998) Demais solos ----2φ/3 Areia compacta Concreto δ/φ = 0,86 (Pico) δ/φ = 0,82 (Residual) Gómez et al. Areia medianamente Concreto δ/φ = 0,71 (Pico) (2008) compacta δ/φ = 0,86 (Residual) Solo granular fofo ----φ Das (2007) Solo granular compacto ----φ/3 < δ< 2φ/3 O aproveitamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) como agregado de concreto é de grande interesse do ponto de vista ambiental, pois reduz o volume de entulho produzido em uma grande cidade, além de minimizar o impacto ambiental. Por outro lado, o reaproveitamento de pneus usados é um desafio e entre as alternativas para a utilização encontra-se o aproveitamento em Construção Civil como estrutura em contenção de encostas. Nessa perspectiva, o presente artigo analisa a interação solo-muro, em 18 (dezoito) superfícies de contato, com diferentes rugosidades, considerando-se 04 (quatro) tipos de materiais (concreto com agregado 12 convencional e com agregado de RCD, rocha e pneu), em contato com 2 (dois) solos, um arenoso argiloso e outro argiloso, coletados de encostas do Recife, sendo um no Bairro Ibura e o outro de Nova Descoberta. 2 – MATERIAIS E PROGRAMA EXPERIMENTAL Para se obter os ângulos de atrito do solo e da interação solo-muro, foram coletados dois solos da Formação Barreiras, na cidade do Recife-PE, um da Zona Norte (Nova Descoberta) e outro da Zona Oeste da cidade (Ibura). De cada solo foi coletado aproximadamente 250 Ciência & Engenharia, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 Avaliaação do ânguloo de atrito soloo-muro e da ru ugosidade da superfície de contato kkgf, acondicioonados em sacos plásticoos para não haver h p perda de mateerial fino e, posteriormentee, foram coloccados e sacos de rááfia para o trannsporte. em Dezoito superfícies de d contato foram f preparradas, s sendo nove dee dimensões 500 mm x 50 mm m x 20 mm e nove d 100 mm x 100 mm x 20 mm. De cada dimensão, foram de f c consideradas s superfícies dee diferentes ruugosidades, sendo s t de concreeto convencionnal, duas de concreto três c utilizzando a agregado de Resíduo R da Construção e Demolição D (R RCD), u de rocha e três de pneuus. uma Para se avvaliar a rugosiidade das superfícies de coontato s solo-muro utillizou-se conceitos e métoddos aplicados para s superfícies dee peças metáálicas, e aquui, utilizados para a aferirem a ruggosidade de superfícies dee contato do solo c com os materiais. 2 Solo 2.1 A preparação das amostras dos solos foi realizada seggundo a norma ABN NT NBR 64557:1986a. Forram realizadoos os s seguintes ensaaios de caraccterização: Lim mite de Liquuidez, A ABNT NBR 6459:1984a; 6 M Massa Especíífica dos Grãoos do S Solo, ABNT NBR 6508:11984b; Limitee de Plasticiddade, A ABNT NBR 7180:1984c; 7 A Análise granuulométrica, ABNT A N NBR 7181:1984d; Coompactação, ABNT N NBR 7 7182:1986b. Os ensaioos de cisalham mento direto fooram realizadoos em a amostras dos solos compacctados na umidade ótima e peso e específico apaarente seco máximo. m Os corpos de prova p t tinham formattos prismáticoos com dimennsões 50 mm x 50 m x 40 mm mm m e 100 mm x 100 mm x 40 4 mm. Para cada d dimensão forram moldadoos quatro corrpos de provva e c consolidados, nas tensões verticais de 50 kPa, 100 kPa, 1 kPa e 2000 kPa. Após estabilização das deformaações, 150 a amostras foram as f levadass à ruptura coom velocidadde de 0 0,018mm/s e medidos oss deslocamenntos horizontaais e v verticais com m extensôm metros de sensibilidade de 0 0,001mm/div. As forças ciisalhantes foraam avaliadas com u anel dinam um mométrico, com m constante de d 0,16 kgf/divv. As d deformações horizontais últimas ú atingiidas nos enssaios, f foram de 15% %, nos corpos de prova de lado l 100 mm e de 2 20%, nos corppos de prova de d lado 50 mm m. 2 Concreto convencional 2.2 c e com agregaado de RCD As superfícies de concretoo com agreggado convenccional A f foram obtidas a partir do suubstrato padrãão, elaborado com c cimento Portlland CP – Z II 32 no traço 1:2,58:1,26, s seguindo a noorma padrão ABNT NBR 14082:2003, com f fator água:cim mento de 0,550 e serradaas nas dimennsões d desejadas. O entulhoo utilizado na moldagem doos corpos de prova p d concreto com de c agregadoo de Resíduoss de Construçção e D Demolição – RCD R foi coleetado segundoo as prescriçõees da n norma ABNT T NBR 100077:1987 e reppresenta o ressíduo g gerado em uma u obra veertical na ciidade de Reecife, P Pernambuco, na fase interrmediária enttre a elevaçãão de a alvenaria, noss pavimentoss e término de aplicaçãoo do a acabamento e externo. O material m coletado foi trituurado, u utilizando um m britador de d mandíbulaas. A partir dos agreegados reciclaados dos RCD D, foi elaborad do um concretto com m traço 1:2,17:3,16 e fator água cimento o de 0,57, com m uso de cimento Portland, P CP – II Z 32. Foii montada um ma form ma de madeiraa, com capaciidade de mold dar 04 (quatroo) corp pos de prova de d concreto, nnas dimensõess de 100 mm x 100 mm x 20 mm, m tendo siido uma delaas cortada, na n dimeensão de 50 mm x 50 mm m x 20 mm. Na Figura 1 é apreesentada ilustrração de um ccorpo de provaa, utilizados na n avalliação do atritoo solo-muro. As superfíciees de contato entre os dois materiais eram m ajusttadas, durantee a moldagem m, para coinccidirem com o plan no médio de cisalhamentoo, conforme Sá (2006). O proccedimento doos ensaios fooi similar ao o utilizado no n cisallhamento direeto com o soloo. ura 1 – Corpo dee prova de conccreto com agreg gado de RCD – Figu solo após ter sido suubmetido ao ennsaio de cisalham mento. 2.3 Rocha R A su uperfície de rocha r utilizadaa foi obtida a partir de um ma Biottita Gnaisse Branda, B tipo dde rocha muitto utilizada em m alveenarias de peedra de obrass de contençção. As placaas foram m cortadas naas dimensões desejadas deix xando intacta a supeerfície de conntato com o solo. O procedimento doos ensaaios foi similaar ao utilizado no cisalhameento direto com m o solo. 2.4 Pneus P m obtidas em m As amostras dee pneus inseervíveis foram borrracharias da reegião. Como não era conh hecido o temppo de utilização u dos mesmos, foi ffeita uma análise visual parra a esscolha de trêss tipos, sendoo em estágioss diferentes de d utilizzação: seminovo, medianoo e usado. No o momento da d coleeta dos pneus foram anotaddas as referên ncias quanto ao a tamaanho e fabriccante, para futturas análisess. Inicialmente, os pneus p foram limpos com uma escova de cerdas de d Nylo on e água, seendo em seguuida cortadoss manualmentte com m uma serra dee arco própriaa para metal devido d à malhha de aço presentee no interiorr dos pneum máticos. Foram m tomaadas 06 (seis)) amostras de pneus, dois para p cada níveel de utilização u do pneumático, p sendo um com m dimensões de d 50 mm m x 50 mm e o outro com m 100 mm x 100 mm. Parra redu uzir ao máxiimo o desloccamento verttical devido à curv vatura da supperfície do pnneu, o conjun nto caixa-pneeu receebeu um acrésscimo de carga na prensa de d compactaçãão estáttica antes de ser s posicionadda a amostra de d solo sobre o Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 1 13 Silvio Romero de Melo Ferreira, F Joaqquim Teodoro Romão de Olliveira, Stela Paulino P Fucalle, Wallace Bo orges de Sá, Sidney Fernnandes de And drade Moura cconjunto e afferidas as ruggosidades. O procedimentoo dos e ensaios foi sim milar ao utilizaado no cisalhaamento diretoo com o solo. 22.5 Avaliação da rugosidadde das superfíccies de contatoo s solo-muro Em que: Ra = Rugosidadee Média, Rt = Rugosidad de Total, Rq = Rug gosidade Médiia Quadrática,, y ou Y diferrenças de alturra entree cada profuundidade meddida e a alturra média, n = núm mero de observvações medidaas. A avaliação da d rugosidade das superfícies foi divididda em d duas etapas. A primeira coonsistia em marcar, com grrafite, q quadrículas d lado 10 mm, de m em todaa a superfíciie de o observação, t totalizando 1221 vértices e 22 linhas, nos c corpos de prova de 100 mm m x 100 mm x 20 mm (Figura 2 e, nos corrpos de prova de 50 mm x 50 mm x 20 mm, 2a) 3 vértices e 12 linhas. Em 36 E cada um m dos vérticess das q quadrículas, m mediam-se as reentrâncias e saliências com u deflectômeetro digital dee 0,001mm de sensibilidadee com um c capacidade de 12,5 mm, Figgura 2b. Figu ura 3 – (a) Rugoosidade Média; (b) Rugosidadee Total ABNT NBR R 6405:1988. Figura 2 – Mediidas da rugosiddade, (a) rocha (b) F ( concreto com m a agregado de RC CD. b) b b) a) a) b) Na segunnda etapa, foram fo obtidass as Rugosiddades M Médias (Ra), Totais T (Rt) e Médias M Quadrrática (Rq) de cada da ABNT NBR s superfície, seeguindo a metodologia m N 6 6405:1988 e Palma (20066), aplicado a metais e aqui a adaptado para os materiais utilizados. u A Rugosidade R M Média d cada superrfície foi avaaliada, utilizanndo a Equaçãão 1, de c calculando-se a altura méédia, defininddo assim, o plano p m médio de cadda linha de observação. Foram F obtidaas as d diferenças de altura entre cada profunddidade medidaa e a a altura média, como ilustraddo na Figura 3a. A Rugosiidade T Total de caada superfíciie foi avaliada, calculaando, inicialmente, a diferença entre e o maiorr valor e o menor m v valor da profuundidade de caada linha de observação o (Figura 3 e Equação 2), e, posteriiormente, obteeve-se a méddia de 3b t todas as deterrminações. A Rugosidade Média Quadrrática d cada superrfície foi calcculada, utilizaando a Equaçãão 3, de p para cada linhha de observação e obtenndo-se a médiia de t todas as linhass. Ra= ∑ i =1 ( (3) 1 14 3 – RE ESULTADOS E DISCUSSÕ ÕES As características c s físicas do soolo, a avaliação quantitativva da ru ugosidade da superfície de contato entree o solo e murro e o comportameento geomecâânico do sollo são fatorees impo ortantes para a análise da innteração entre o solo e muroo. (1) Rt =Ymax- Ymin n Tabeela 1 – Classificcação da rugosidade das superffícies de contato do so olo com os materiais com basee na proposta dee Tullis (1989). Ru ugosidade (Ra, Rt e Rq) Classifficação 0,1 mm a 0,55 mm Lisaa (L) 0,5 mm a 2 mm Rugosa (R) > 2 mm Muito Rug gosa (MR) 3.1 Caracterizaçã C ão física dos ssolos 1 n ∑y n i=1 Rq = Os valores dee Rugosidade Equivalente, publicados poor Tulllis (1989) em mpregados naa fabricação de tubos parra diferrentes materiiais, foram uutilizados co omo referênciia paraa classificar qualitativam mente as rug gosidades daas supeerfícies dos materiais utilizaados, Tabela 1. 1 y . i n 2 (2) O solo s localizaddo no Ibura é uma areia argilosa (SC C) segu undo a Classifficação Unificcada, com 1% de pedregulhoo, 69% % de areia, 5% de silte e 25% de arg gila. Apresentta Lim mite de Liquiddez de 23% e Limite de Plasticidade P d de 15% %. O solo é inaativo (Ia = 0,38) e tem um peso p específicco aparrente seco máxximo de 19,500 kN/m3 e um midade ótima de d 10,7 70%. O solo, localizado em m Nova Desco oberta, é argilla de baixa b compresssibilidade (C CL), com 1% de pedregulhoo, 47% % de areia, 6% de silte e 46% de arg gila. Apresentta Lim mite de Liquiddez de 28% e Limite de Plasticidade P d de Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 Avaliaação do ânguloo de atrito soloo-muro e da ru ugosidade da superfície de contato 112%. O solo é inativo (Iaa = 0,36) e apresenta a um peso e específico apparente seco máximo de 16,50 kN/m m3 e u umidade ótimaa de 19,30%. Na Figura 4aa são apresentadas a curvas grannulométricas e na Figura 4bb são mostraddas as as c curvas de com mpactação dos solos estudaddos. Figura 4 – Caracterização físicca: (a) Curvas grranulométricas; (b) F C Curvas de comppactação. a a) R aoo cisalhamentto dos solos 3.3 Resistência A areia a argilosaa (SC), locaalizada no Ib bura, tem um m interrcepto de coessão que varia de 14 a 32 kPa k e ângulo de d atrito que varia dee 36º a 39º paara corpos de prova de ladoos 50 mm m e 100 mm m respectivam mente. O valorr médio de 388º foi considerado c para relacionarr com o ângulo de atrito sollo muro (δ). A argila de baixa b compreessibilidade (C CL), localizadda em Nova Descobberta, tem um m intercepto de coesão quue variaa de 12 a 1277 kPa e o ânggulo de atrito de 29º a 33º, a depeender da dimeensão do corpoo de prova. Laafayette (20000) obteeve, para este mesmo solo, em condição natural, coesãão que variou de 13 a 70 kPa e ânngulo de atrito o que variou de d 24º a 32º em funnção da sucçção inicial do solo. O valoor dio de 31º foi considerado c ppara relacionarr com o ângullo méd de atrito a solo-murro (δ). 3.4 Resistência R aoo cisalhamentto do solo-murro b b) Embora seja s uma argiila de baixa compressiblili c idade ((CL) na Classificação Unifi ficada, a fraçãoo argila dessee solo é similar quaanto a minerralogia fraçãoo argila da areia a argilosa (SC). 3 Avaliação das rugosidades das superf 3.2 rfícies de contaato Os valores obtidos O o das Rugosidades R Médias, Totaais e M Médias Quaddráticas para os materiais utilizados são na Tabela 2. Considerando os valorees da a apresentados R Rugosidade M Média obtidaas e as faiixas de variiação indicadas na Tabela T 1, das dezoito d superffícies avaliadaas, 11 % são muito ruugosas, 22 % são rugosas e 67 % são lisaas. Curv vas típicas τ x εa (tensão cisalhante x deformaçãão horizontal) e a envoltória dde Mohr-Cou ulomb (tensãão cisallhante x tensãão normal) sãoo apresentadaas, na Figura 5, 5 paraa a Areia Arrgilosa (SC) do Ibura em m contato solooconccreto com agregado a connvencional. Resultados R doos ensaaios de cisalhhamento diretoo, realizados em corpos de d prov vas, constituíddos de dois m materiais: solo--concreto (com m agreegado convenncional e com m agregado do o RCD), solooroch ha e solo-pneuu são apresentaados na Tabella 3. Na areia argiilosa (SC) com mpactada, o ângulo â de atritto solo-muro (δ) vaariou de 28o a 39o e na argila a de baixxa com mpressibilidadee (CL) compaactada, o ângullo (δ) variou de d 10o a 32o, em ambos a os sollos a interaçãão depende da d supeerfície de ruggosidade e doo material. Teerzaghi e Pecck (196 67) encontraraam o ângulo ((δ) de 29o paara areia pura e pedrregulho, 24o para p areia siltoosa e 19o paraa siltes. Caputto o (198 86) indica 30 para areia ggrossa pura e 25o para areiia grosssa argilosa ou o siltosa. Noos dois traballhos citados os o auto ores não fazeem indicação do tipo de rugosidade da d supeerfície de conttato nem se o solo é compaactado. Em sollo gran nular fofo, Daas (2007) inddica que o ân ngulo de atritto solo-muro (δ) é iggual ao ângullo de atrito do o solo (φ) e em m solo granular com mpactado o ângulo de attrito solo-murro (δ) varia v de φ/3 < δ < 2φ/3. Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 1 15 Silvio Romero de Melo Ferreira, F Joaqquim Teodoro Romão de Olliveira, Stela Paulino P Fucalle, Wallace Bo orges de Sá, Sidney Fernnandes de And drade Moura Dimensões dos d corpos de provaa mm 50 mm x 50 mm x 40 mm 100 mm x 100 mm x 40 mm Tabela 2 – Valores V de rugossidade das supeerfícies de contaato solo-muro. Rugosidade* R (m mm) C Classificação da rugosidade** Material Superffície Rt Ra Rq Rt Ra Rq Concreto coom S1 0,901 0,274 0,328 R L L agregadoo S2 0,519 9 0,147 0,179 R L L convencionnal S3 0,433 3 0,134 0,162 L L L S4 Concreto coom 1,46 0,439 0,524 R L R agregado RC CD S5 1,260 0 0,392 0,449 R L L Rocha S6 1,083 3 0,391 0,509 R L R S7 12,38 8 2,620 M MR MR R Pneu S8 9,020 0 1,510 M MR R S9 2,700 0 0,450 M MR L Concreto com m S100 1,229 9 0,274 0,356 R L L agregado S111 0,779 9 0,206 0,247 R L L convencionaal S122 0,634 4 0,147 0,185 R L L S133 Concreto coom 2,682 2 0,718 0,847 M MR R R agregado RC CD S144 1,507 7 0,385 0,467 R L L Rocha S155 2,336 6 0,601 0,723 M MR R R S166 14,280 0 2,450 M MR MR R Pneu S177 10,410 0 1,280 M MR R S188 1,770 0 0,170 R L - * Rt = Rugosiddade Total, Ra R = Rugosidadde Média e Rqq = Rugosidad de Média Quaadrática. * L = Superfí ** fície Lisa, R = Superfície Ruugosa e MR = Superfície Muito M Rugosa. Figura 5 – Ensaaio de cisalhameento direto soloo-concreto convvencional – Solo F o do Ibura (SC)) em corpos de pprova com lado o 100 mm – s superfície S10: a) Curvas tensãão cisalhante x deformação horrizontal, b) Env voltória de Mohhr-Coulomb. a a) b) Tabela 3 – Parââmetros de resistência ao cisallhamento: interaação solo-muroo. Dimensões dos corpos de prova p 50 mm X 50 mm m X 40 mm 1000 mm X 100 mm m X 40 mm Solo/Materiaal Parrâmetros de resiistência de pico o Parâm metros de resisttência de pico Superffície a Superfíície Ângulo dee Adesãoo Ângulo de atrito Adesão de conttato (kPa) de contaato (kPa) φ (°) atrito φ (°)) Concreto com S1 c 18 34 S100 09 37 agregaddo S2 05 37 S11 17 28 C convencioonal SC S3 09 38 S12 20 36 Rochaa Concreto com agregaddo convencioonal CL L Concreto com agregado RCD R Rochaa Pneu 1 16 S6 S1 14 0 39 19 S15 S100 0 5 33 20 S2 0 11 S11 0 25 S3 0 12 S12 0 18 S4 0 20 S13 0 23 S5 0 10 S144 7 22 S6 05 10 S15 0 20 S7 0 32 S166 0 31 S8 0 27 S17 0 27 Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 Avaliaação do ânguloo de atrito soloo-muro e da ru ugosidade da superfície de contato S9 0 33.5 Fatores inffluentes na avvaliação da innteração solom muro O tamanho doo corpo de proova, a granulom metria e ânguulo de a atrito do solo, a rugosidade das superfíciees de contato entre o solo e muroo em diferentees materiais sãão fatores quee são a avaliados na innteração solo--muro. 33.5.1 Influênciia do tamanhoo do corpo de prova no ânguulo d atrito do soolo e solo-murro de Na areia argiilosa (SC) do Ibura, os ângulos de atrito N a interno do sollo e do atritoo solo-muro obtidos o a parttir de c corpos de proova de lado 50 mm (valor médio = 37º) são ligeiramente superiores s aoss obtidos com m corpos de prova p d lado 100 mm de m (valor méédio = 34º). Na N argila de baixa b c compressibilid dade (CL) de Nova Descobberta, os resulttados s inferiores, apresentanddo valor médiio de 19o parra os são â ângulos obtidoos em corpos de prova de laado 50 mm e valor v m médio de 24o para ângulos obtidos em corpos c de provva de lado 100 mm, Figura 6. 26 S18 0 26 cisallhamento (suuperfícies de ruptura) reprresentando um m com mportamento médio. m Assim m na análise a relação (δ/φ φ) será considerada os o valores da R Rugosidade Média M Na areia arggilosa (SC) o ângulo de attrito solo-murro tem pequena variação no tocante à rugosidade r d da supeerfície, considerando quaalquer um do os índices de d rugo osidade (Totaal, Média e M Média Quadráática). O valoor méd dio do ânguloo de atrito ssolo-muro (δ = 35o) para os o diferrentes materiaais e superfíciies de contato o é próximo ao a valo or médio do ângulo â de atritto interno do solo (φ = 37o), exceeto para a supperfície de coontato lisa do concreto, com m agreegado convenccional, que é dde (δ = 28o), Figura F 8. Figu ura 7 – Ângulo de d atrito solo-m muro para direreentes materiais de co ontato: a) Areia A Argilosa (SC) Figura 6 – Relaçção entre valorees dos ângulos de atrito, resulttantes F d corpos de proova de lado 50 mm e de lado 100 de 1 mm, em d diferentes superrfícies de contatto. b) Argila A de Baixaa Compressibilid dade (CL). 33.5.2 Influênciia do materiall de contato noo ângulo de attrito s solo-muro O tipo de maaterial de conttato (concretoo convencionaal ou r rocha) na areiia argilosa (S SC) teve pequuena influênciia no â ângulo de atrito a solo-muuro, varianddo de 35o + 3o independente do tipo de material. Naa argila de baixa b c compressibilid dade (CL), o ângulo â de atriito médio do solom muro foi maioor quando o solo estava em e contato coom o p pneu (28o) e menor m com a roocha (15o); coom o concretoo com a agregado connvencional ou o com agrregado de RCD p praticamente apresentaram m os mesmoss valores méédios ( o) e (19o), respectivamen (18 r nte, Figura 7 33.5.3 Relaçãoo do ângulo de atrito solo-muro s coom a R Rugosidade M Média As avaliações dos ângulos de atrito dos solos e dos solos A c com os materriais dos muroos foram obtidas nos planoos de Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 1 17 Silvio Romero de Melo Ferreira, F Joaqquim Teodoro Romão de Olliveira, Stela Paulino P Fucalle, Wallace Bo orges de Sá, Sidney Fernnandes de And drade Moura Figura 8 – Variaação do atrito solo-muro com a rugosidade média F m p a areia argiilosa do Ibura. para Na argila de baixa com mpressibilidadde (CL) o valoor do âângulo de atrito s solo-muro é influencciado, s significativam mente, pela ruugosidade daa superfície. Para v valores de Ruugosidade Média, inferiorres a 0,5 mm m, há t tendência de diminuição d ânngulo de atritoo solo-muro com a d diminuição daa rugosidade da d superfície de d contato enttre os d dois materiaiss. O valor do d ângulo dee atrito solo-m muro v variou de 10o a 22o, Figuraa 9. Para valorres de Rugosiidade M Média maior que 0,50 mm m, o ângulo de atrito solo-m muro c cresce com o aumento a da ruugosidade da superfície, poorém, c com menor inttensidade do que q para valores de Rugosiidade M Média menorees que 0,50 mm. m Apresentaa valores variiando d 20° a 32° innferiores ao ânngulo de atritoo interno do soolo. de 1 a 3/4, parra superfície de d contato lissa (δ/φ) variou de 1/3 (Ra < 0,5 mm) e de 3/4 a 1,, para superfíície de contatto osa (0,5 mm < Ra < 2 mm m) e muito ru ugosa (Ra > 2 rugo mm)), Figura 10. Na literaturaa geotécnica a rugosidade é desccrita apenas de d maneira quualitativa e mu uitas vezes nãão indicca o tipo de solo s que está eem contato co om a superfíciie paraa definir a relaação do ânguulo de atrito en ntre o solo e o muro, Tabela 1. Gómez G et al. ((2008) obtiveeram valores da d d relaçção (δ/φ) quee variaram de 0,86 (para resistência de pico o) a 0,82 (para resistêência residuaal) em areiia com mpactada e dee 0,71 (para resistência dee pico) a 0,886 (para resistênciaa residual) em areia medianamentte com mpacta, em am mbos os casos o solo estaava em contatto com m o concreto. Valores V que se encontram dentro d da faixxa aquii obtida. Terzaghi (19443) indica quee a relação en ntre o ângulo de d atrito do solo coom a do soloo-muro varia de 1/3 a 2/33. Molliterno (1994) indica que a rrelação entre (δ/φ) varia de 0 paraa paramento liso l (cimentado ou com pixe) p a 1 parra paraamento de muuro rugoso. Os trabalhos nãão informam o tipo de solo do coontato com a ssuperfície e neem quantifica a rugo osidade das suuperfícies. Figu ura 10 – Relaçãoo do ângulo de atrito solo-muro com ângulo de d atrito o do solo. Figura 9 – Variaação do atrito solo-muro com a Rugosidade Média F M n argila de baixxa compressibillidade (CL). na 4 – CONSIDERA C AÇÕES FINAIIS 33.5.4 Relação do ângulo dee atrito solo-m muro com o ânngulo d atrito internno do solo de Na areia argilosa (SC), do Ibura, a relaçção entre o ânngulo N d atrito soloo-muro e o ângulo de â de atrrito do solo (δ/φ) v variou de 3/4 a 1, para supeerfície de conntato lisa (Ra < 0,5 m e rugosaa (0,5 mm < Ra mm) R < 2 mm). Na N argila de baixa b c compressibilid dade (CL), de d Nova Desccoberta, a rellação 1 18 A metodologia m e empregada parra avaliar a rugosidade r daas supeerfícies de conntato do solo com o materiial do muro fooi adap ptada da avalliação da rugoosidade utilizzada da ABN NT NBR R 6405:1988. Os resultadoos obtidos são o significativoos paraa estabelecer relação do âângulo de atrrito solo-muroo, com m índices de ruugosidade. A rugosidadee da superfíciee tem influênccia na avaliaçãão do atrito a solo-muuro, para differentes materriais. Na areiia argillosa (SC) do Ibura variou de 28o a 39o. O valor médiio do ângulo â de attrito solo-murro (δ = 35o) é próximo ao a ângu ulo de atrito interno do ssolo (φ = 38o) para todaas supeerfícies de conntato, exceto nna superfície lisa l de concretto Ciência & Engenharia,, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 Avaliação do ângulo de atrito solo-muro e da rugosidade da superfície de contato convencional, (δ = 28o). Na argila de baixa compressibilidade (CL), variou de 10o a 32o a depender da rugosidade, para valores de rugosidade média < 0,50 mm, o ângulo de atrito solo-muro (δ) variou de 10o a 22o e para valores de rugosidade média > 0,50 mm, o ângulo de atrito solo-muro (δ) variou de 20o a 32o. A relação entre o ângulo de atrito solo-muro e o ângulo de atrito do solo (δ/φ) variou de 3/4 a 1 na areia argilosa (SC) e de 1/3 a 1, na argila de baixa compressibilidade (CL) em função da rugosidade da superfície. Os valores da relação são associados aos valores numéricos da rugosidade média das superfícies. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6459: solo – determinação do limite de liquidez – Procedimento. Rio de Janeiro, 1984a, 6 p. ______. NBR 6508: solo – grãos de solo que passam na peneira de 4,8 mm: determinação da massa especifica. Rio de Janeiro, 1984b, 8 p. ______. NBR 7180: solo – determinação do limite de plasticidade – procedimento. Rio de Janeiro, 1984c, 6 p. ______. NBR 7181: solo – análise granulométrica – procedimento. Rio de Janeiro, 1984d, 13 p. ______. NBR 6457: amostras de solo – preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986a, 8 p. ______. NBR 7182: solo – ensaio de compactação – procedimento. Rio de Janeiro, 1986b, 10 p. ______. NBR 10007: amostragem de resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 1987, 24 p. ______. NBR 6405: especificação de parâmetro para medida de rugosidade superficial. Rio de Janeiro, 1988, 18 p. ______. NBR 14082: execução de substrato padrão e aplicação de argamassa para ensaios. Rio de Janeiro, 2003, 19 p. CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 6. ed., v. 2, 496 p, 1986. DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica, 6a Edição, Thonson Learning, 562 p, 2007. DeJONG, J. T.; WESTGATE, Z. J. Role of initial state, material properties, and confinement condition on local and global soil structure interface behavior. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, v. 135, n. 11, p. 1646-1660, 2009. GÓMEZ, J. E.; FILZ, G. M.; EBELING, R. M.; DOVE, J. E. Sand-to-concrete interface response to complex load paths in a large displacement shear box. Geotechnical Testing Journal, ASTM, v. 31, n. 4, p. 358-369, 2008. LAFAYETTE, K. P. V. Comportamento geomecânico de solos de uma topossequência na Formação Barreiras em uma encosta na área urbana do Recife, PE. Dissertação (Mestrado) em Engenharia Civil – Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 122 p, 2000. MARZIONNA, J. D.; MAFFEI, C. E. M.; FERREIRA, A. A.; CAPUTO, A. N. Análise, projeto e execução de escavações e contenções. In: Hachich, W.; Falconi, F. F.; Saes, J. L. 1998. MOLITERNO, A. Cadernos de muros de arrimo. Editora Edgar Blücher, São Paulo, 1994. PALMA, E. S. Metrologia. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Mecânica. PUC, 2006. POTYONDY, J. G. Skin friction between various soils and construction materials. Geotechnique Journal, v. 11, n. 4, p. 339–355, 1961. SÁ, W. B. Estudo da interação solo-muro em concreto convencional, com resíduo de construção e demolição (RCD) e alvenaria de pedra. Dissertação (Mestrado) em Engenharia Civil. Universidade Católica de Pernambuco, Recife. 111 p, 2006. TERZAGHI, K. Theoretical Soil Mechanics. John Wiley and Sons. New York, 510 p, 1943. TERZAGHI, K.; PECK, R. B. Soil Mechanics in Engineering Practice, McGraw Hill, New York, NY. 2nd ed. 685 p, 1967. TULLIS, J. P. Hydraulics of pipelines, pump, valves, cavitation, transients. John Wiley & Sons, New York, 1989. Ciência & Engenharia, v. 22, n. 2, p. 11 – 19, jul. – dez. 2013 19