Os sete sábios da Grécia

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A RAZÃO
JULHO / 2008
HISTÓRIA DO RACIONALISMO -28
Os sete sábios da Grécia
Homens de Estado que
meditavam, principalmente,
sobre como reger e governar
JOSÉ ALVES MARTINS
Militante da Filial São Paulo-S
SP
D
iz a lenda que,
certo dia, alguns
pescadores de
Mileto encontraram uma trípode
de ouro (vaso precioso que
se consagrava aos deuses
ou se concedia como
prêmio ao vencedor de jogos públicos) e que o
oráculo de Delfos, consultado sobre ela, ordenou
que a entregassem ao mais
sábio dos homens. Ela então foi oferecida a Tales de
Mileto, mas este declinou
da honra, afirmando que
havia outros mais sábios
do que ele.
Mesma atitude foi adotada pelos demais aos
quais também foi oferecida
a trípode. Até que, ao
chegar a vez de Sólon, este
a ofertou ao deus Apolo,
querendo com isso dizer
que só um deus podia ser
considerado sábio.
Assim como essa, muitas outras lendas foram criadas em torno dos sete
sábios da Grécia, homens
de grande prestígio e influência na época em que
viveram, ou seja, o período
compreendido nos séculos
VII e VI antes de Cristo.
A fama de sua sabedoria era tal no mundo grego
que a maioria das máximas
e preceitos conhecidos por
todos era a eles atribuída,
chegando algumas dessas
sentenças a ser inscritas
nas paredes do templo de
Apolo, em Delfos.
Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo
grego, é citado também entre os sete sábios, o que
pode sugerir um nexo entre
esses sábios e os funda-
dores da filosofia.
Como se viu, essa plêiade de sábios situa-se historicamente na passagem
do século VII para o VI antes de Cristo. Nesse período, as cidades gregas vivem clima de tensão. Paira
no ar perigo iminente de
dissolução social. É nesse
cenário de tensão e de
perigo que esses homens
surgem e se impõem.
EXCESSO DE AMBIÇÃO.
Sensíveis às ameaças de
caos social, observa um historiador, eles preconizavam
uma norma de vida que expressasse a justa medida entre o excesso de ambição e
prepotência dos ricos proprietários, donos também
do poder, e o excesso ao
qual também estavam tentados os segmentos colocados
à margem da vida da pólis
aristocrática. Excesso que
levaria à subversão da ordem estabelecida, acrescenta
ele. Foi essa a problemática
vivenciada e pensada pelos
sábios.
Sua sabedoria, no entanto, nada tem a ver com
o conhecimento das "coisas
divinas". Concentra-se tão-
LUAR
CIANNELLA CONTABILIDADE
DIR. DR. LEONARDO E. CIANNELLA
R E P R E S E N TA Ç Õ E S
Persianas verticais e
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somente na preocupação
Tales de Mileto (640-546
com a vida em sociedade. À
a.C.), astrônomo, matemátisemelhança da filosofia, suas
co, filósofo e estadista;
sentenças também se fundaPítaco de Mitilene (650-569
mentam no pressuposto da
a.C.), famoso por sua feiúra
existência de uma ordem
física, foi tirano durante
racional, situada acima dos
muitos anos dessa cidade;
caprichos dos indivíduos.
Sólon de Atenas (640-558
"Não é mais a sabedoa.C.), estadista e legislador,
ria religiosa dos videntes ou
autor da lei que libertou da
sacerdotes.
servidão os ciTrata-se
de
dadãos ateniuma sabedoria
enses escraCom frases
ético-política,
vizados por dícurtas
baseada
no
vidas, e poeta
bom senso, na
lírico (compôs
e lapidares
capacidade de
principalmente
emitiam
intuir a gravielegias morais
dade do moe filosóficas);
sentenças
mento históriCleóbulo de
que levavam
co e de aponLindos (século
tar caminhos
VII a.C.), auà reflexão
que se revetor de mais de
e à tomada
lem claros e
3 mil poesias
razoáveis. No
e logogrifos,
de decisão
entanto, não
inclusive o epise trata ainda
táfio de Midas
de filosofia,
(atribuído tamque implica questionamenbém a Homero); Periandro
tos, crítica, avaliação de
de Corinto (627-584 a.C.),
razões, afirmações e contirano dessa cidade; Bias de
clusões justificadas", observa
Priene (século VI a.C.), poainda aquele estudioso.
eta e orador eloqüente, gaNão há consenso a resnhou fama com as defesas
peito da lista dos sete
feitas diante dos juízes de
sábios. Da relação de Platão
sua cidade, em favor de ami(428-348 a.C.), constam:
gos; e Quílon de Esparta
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(século VI a.C.), poeta e um
dos mais poderosos éforos
dessa cidade. (Éforo era o
nome dado a cada um dos
cinco magistrados eleitos em
Esparta, na Grécia antiga,
para representar a aristocracia e contrabalançar a autoridade do rei e do senado.)
Os sete sábios, em sua
maioria, como se viu, homens de Estado, meditavam
principalmente sobre como
reger e governar a sociedade humana. "Com frases curtas e lapidares", informa o historiador, "emitiam sentenças que calavam
fundo na alma de seus
contemporâneos, levando à
reflexão e convidando à tomada de decisão."
Segundo o historiador,
eis algumas delas:
Conhece-te a ti mesmo;
olha o fim; conhece o tempo
oportuno; o que é em excesso é mau: a virtude está no
meio; nada melhor do que a
moderação; modesto na prosperidade, forte na adversidade; tudo é possível para
quem empreende (o homem
se agita, e a humanidade o
conduz); prometa quando o
perigo for iminente; escuta
muito e fala pouco.
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GISLANE CABRERA BERA
Militante da Filial Santo André - SP
Idéia é algo que parece
vir como um lampejo, uma
luz para a solução de nossos problemas, muitas vezes, no momento em que
estamos calmos e serenos.
Ao contrário do que
imaginamos, ou pensamos,
quando estamos envolvidos
com algum problema ou
conflito, com as emoções à
flor da pele, e no momento
em que mais precisamos de
uma solução, a idéia não
surge. E depois, quando esse turbilhão de emoções
contraditórias vai embora,
ela, a boa e velha amiga
idéia, aparece, como num
passe de mágica.
Para nós, espiritualistas,
não se trata de magia ou
qualquer outra coisa do
tipo; trata-se apenas de
uma intuição do Astral
Superior. Isto ocorre porque, quando estamos serenos e tranqüilos para a resolução de algum conflito
ou problema e estamos imbuídos na vontade de ajudar o próximo e no cumprimento dos nossos deveres, nos conectamos com
as Forças Superiores.
Nesse caso, estamos
com o raciocínio livre de interferências, tanto de emoções negativas, quanto do
astral inferior e, evidentemente, a segunda é conseqüência da primeira. Não é
só isso: quando, em decorrência do mau uso do livrearbítrio, nós nos deixamos
levar pelas emoções negativas, atraímos forças idênticas, devido à lei de atração.
Ao refletir sobre este
tema, quando falamos sobre
a existência de pessoas que
têm uma idéia, estamos nos
referindo a pessoas que têm
boa intuição, porque, quando existe uma idéia que julgamos ser boa, ela é também uma intuição, e a sua
origem, dependendo do nosso estado de espírito, pode
ser inferior ou superior.
ANÁLISE. Por isso, é
importante submetermos a
idéia à análise do raciocínio:
guardamos a idéia para nós
mesmos, divulgamos a idéia
em busca de honrarias, ou
compartilhamos essa idéia?
Sabemos que, muitas
vezes, existem idéias que,
se fossem compartilhadas e
postas em prática, poderiam beneficiar várias pessoas ou – quem sabe? –
toda a humanidade. Temos
vários exemplos descritos
na história sobre grandes
idéias que mudaram o rumo da humanidade, no
campo social, filosófico ou
científico.
Vamos, portanto, pensar
sobre isso: se uma idéia
nos é dada, ou seja, se recebemos uma boa intuição
para a resolução de um
problema que nos aflige, é
porque fomos o canal de
comunicação com as Forças
Superiores. Este canal é estabelecido para que a idéia
possa ajudar todos aqueles
que, diferentemente de nós,
ainda não se reconhecem
como Força e Matéria, ainda não têm o conhecimento
e o esclarecimento a respeito da espiritualidade.
Como estudiosos dos
princípios explanados pelo
Racionalismo Cristão, vamos
compartilhar, não somente
nossas emoções, mas também nossas boas idéias.
Visite o Racionalismo Cristão na internet: www.racionalismocristao.org