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SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE SUBPROJECT III.1 Pilot Projects ACTIVITY Nº III.1.2 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS ACTO/GEF/PNUMA GEF AMAZON Santarém, Pará Novembro 2013 1 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 2o Produto IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SÍTIOS PILOTOS EM AMBIENTES INUNDÁVEIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA E PERUANA COM VISTAS AO INPUT AGROTECNOLOGICO Dra.Patricia Chaves de Oliveira 2 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPITULO I- VÁRZEAS BRASILEIRAS I.1 DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO I.2- DIAGNÓSTICO CULTURAL CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS II.1- DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO II.2- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO II.3- DIAGNÓSTICO FÍSICO-QUIMICO E BIOLOGICO DA AGUAS DO RIO MARANON E DOS RECURSOS PESQUEIROS CONSIDERAÇÕES FINAIS ANEXOS 3 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA INTRODUÇÃO Os cenários de desenvolvimento na Amazônia ainda estão muito longe do ideal sócioeconômico, sobretudo para populações ribeirinhas, ou seja, de ambientes inundáveis, chamados de várzeas. Tais populações convivem com sazonalidades climáticas muito diferentes ao longo do ano, isto é, períodos de cheia e seca, que se alternam e provocam uma dinâmica muito peculiar na região e no modo de vida destes povos. O alto potencial destas várzeas através de sua diversidade de flora e fauna, poderia ser um fator importante aos processos de desenvolvimento rural na Amazônia brasileira e Peruana, contudo, os baixos níveis tecnológicos nos modelos de produção na agricultura e pesca acabam ocasionando modelos artesanais de produção com baixa agregação de valor e baixos rendimentos econômicos a estas populações. Dessa forma, esta etapa do projeto tem como objetivo realizar os diagnósticos de flora, de recursos pesqueiros, cultural e sócio-econômico com vistas à contribuição no momento seguinte de modelos tecnologicamente mais promissores para comunidades ribeirinhas na Amazônia Brasileira e Peruana com vistas ao desenvolvimento rural das potencialidades agrícolas e pesqueiras nestes ambientes. Sendo assim, para a realização destes diagnósticos alguns fatores abaixo foram necessários de se abordar. MODELO DE ORGANIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR RURAL BRASILEIRA. Os agricultores e agricultoras brasileiras estão organizados de forma coletiva na sua base em cooperativas ou associações rurais, as quais por sua vez, se organizam em Sindicatos de Trabalhadore e Trabalhadoras Rurais (STTRs) os quais tem dimensão municipal; a seguir, tais sindicatos se organizam em Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGRIs), as quais têm dimensão estadual. A partir daqui, todas as Federações se integram na Confederação de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a qual tem âmbito nacional e está ligada diretamente á CUT (Central Unica dos Trabalhadores). 4 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA A CUT “A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma organização sindical brasileira, fundada em 28 de agosto de 1983 na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, durante o Primeiro Congresso Nacional da Classe Trabalhadora. Historicamente relacionada com o Partido dos Trabalhadores, participando das greves sindicais dos anos 80 no Grande ABC, principalmente no município de São Bernardo do Campo. É característica da Central Única dos Trabalhadores, sua têndencia em oposição ao chamado "Velho Sindicalismo" praticando com Getúlio Dornelles Vargas do Partido Trabalhista Brasileiro, considerado a integração entre os sindicatos e o Ministério do Trabalho, baseado na Carta del Lavoro da Itália Fascista, reivindicando o Novo Sindicalismo indepentente do Governo Federal, completando-se em 1º de Maio de 2008 30 anos, democrático e socialista. A CUT é a maior central sindical da América Latina e a 5.ª maior do mundo, estando presente em todos os ramos de atividade econômica. Segundo os dados de março de 2004 somava: 3326 - Entidades Filiadas 7.468.855 - Trabalhadoras e Trabalhadores Associados 22.487.987 - Trabalhadoras e Trabalhadores na Base...”Fonte http://www.cut.org.br Neste contexto, a CONTAG, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura se insere como uma das unidades que compõe a CUT, trazendo consigo todo um movimento de lutas pelo campesinato voltado à conquista de politicas rurais mais justas. 5 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA MODELO HIERÁRQUICO DAS ORGANIZAÇÕES DA AGRICULTURA CUT CONTAG FETAGRIs STTRs Cooperativas/Associações A CONTAG A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura apresenta algumas bandeiras de luta, as quais serão sinalizadoras para a seleção dos sítios de estudo do sub-Projeto SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS, pois representa de forma legítima a demanda de uma classe produtiva, a classe da AGRICULTURA FAMILIAR NA AMAZONIA BRASILEIRA. Sendo assim, o subProjeto GEF-Amazon se inclui no contexto das demandas dos agricultores e agricultoras sindicalizados na Amazônia, este cenário potencializa o efeito que o projeto terá sobre as comunidades a serem trabalhadas. As bandeiras de luta da CONTAG por fim, são: • Reforma Agrária • Agricultura familiar • Direitos dos Assalariados Rurais • Políticas sociais para o campo • Novas relações de gênero e geração 6 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Estes itens nortearão o sub-PROJETO SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS da seguinte forma: 1. Reforma Agrária: os sítios de estudo estarão situados em assentamentos rurais criados pela Reforma Agrária Brasileira na Amazônia com vistas ao fortalecimento destes ambientes produtivos, onde o incremento tecnológico a ser feito visará a inclusão produtiva de agricultores e agricultoras rurais, associado á questões de comércio justo. 2. Agricultura Familiar: este tipo de agricultura com mão de obra exclusivamente familiar será usado como opção de seleção dos sítios piloto onde ela ocorre historicamente, o que deve ser compatível, portanto, com os assentamentos rurais na Amazônia Brasileira. O input tecnológico a ser introduzido nestas áreas a partir de discussões participativas com os agricultores e agricultoras familiares será fundamental para a criação de agronegócios de base familiar e fortalecimento do empreendedorismo na agricultura local. 3. Políticas sociais para o campo: este item sinalizará para o Projeto, ações voltadas para o desenvolvimento social de agricultores e agricultoras rurais na Amazônia brasileira, como por exemplo, a educação rural através da capacitação tecnológica, a saúde através da implantação de farmácias vivas e hortos-medicinais nos assentamentos, entre outros. 4. Novas Relações de Gênero e Geração: este item sinalizará ao Projeto de Manejo Sustentável de Ambientes Inundáveis a inclusão de ações para categorias especificas, tais como, mulheres e jovens. Naturalmente, a divisão de atividades entre categorias distintas dentro da família rural já ocorre; no entanto, a potencialização delas, é o que se espera através dos inputs tecnológicos, o que acarretaria novas relações de gênero e geração. 7 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DOS SITIOS PILOTOS Assentamentos Rurais Agricultura Familiar Sítios Piloto Capacitação Tecnológica Diversidade de Gêneros A REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL E A IDENTIFICAÇÃO DE SÍTIOS PILOTOS PARA O MANEJO SUSTENTÁVEL DE ÁREAS INUNDÁVEIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA A Reforma Agrária como ação política responsável pelo re-ordenamento de espaços produtivos e, portanto, pela criação de Assentamentos Rurais, os quais correspondem às áreas desapropriadas e divididas em lotes para que as famílias de agricultores implantem suas moradias e lavouras, entre 2003 e 2011 apresentou o seguinte cenário: 3.748 assentamentos por todo o país 50,7 milhões de hectares totalizados 2.081 municípios 556,1 mil famílias beneficiadas 8 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA A identificação de sítios piloto para o desenvolvimento do sub-projeto GEF-AMAZON “Manejo Sustentável de Ambientes Inundáveis na Amazônia” considera prioritariamente o processo de reforma agrária no país, mais precisamente, ações que contribuam para a inclusão dos ASSENTAMENTOS RURAIS como unidades coletivas potenciais ao desenvolvimento rural. Contudo, vários problemas ainda são enfrentados pelos agricultores a agricultoras assentadas, especificamente na Amazônia brasileira são eles: 1.Sistemas de produção agro-florestal com baixa tecnologia: o sistema de preparo de área para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista, a ausência de máquinas agrícolas que facilitem o processo de derrubada de capoeiras (florestas secundárias) para implantação dos roçados. Dessa forma, o input tecnológico atarvés do projeto GEF-AMAZON com a introdução de máquinas agrícolas é fundamental tanto para o sistema de produção quanto para a mitigação de impactos ambientais originados pela agricultura famliar na Amazônia. Logo, a sustentabilidade do processo de Reforma Agrária está intrinsecamente relacionada às Tecnologias de Produção Agroflorestal e conservação da natureza. 2. Baixa diversidade de espécies em sistemas de produção agrícola: a baixa diversidade de espécies cultivadas nos assentamentos rurais, caracterizada quase sempre pelo plantio da mandioca, arroz, milho e feijao, se dá em função da cultura alimentar do povo amazônico, do ciclo curto das culturas e por conseguinte, do rápido capital giro. Contudo, esta baixa diversidade agricola inviabiliza a ampliação da renda de agricultores e agricultoras familiares, a qual seria potencializada quando da diversificação desta produção. Neste caso, a inclusão de Assentamentos rurais na Amazônia como nichos potenciais de diversidade agrícola através de uma fruticultura irrigada por exemplo, pode trazer novas imersões da agricultura familiar em mercados locais, nacionais e internacionais. Logo, a interação Reforma Agrária e Politica de Implantação de Sistemas de Produção com alta diversidade agro-florestal é essencial à sustentabilidade deste processo, pois, garante no tempo a produção diversificada e fixação do homem no campo. 3. Ausência da Verticalização da Produção agro-florestal: o beneficiamento de produtos advindos da agricultura familiar em assentamentos rurais na Amazônia praticamente não existe, pois toda a produção é vendida in natura mesmo. Este cenário inviabiliza qualquer forma de capitalização de familias assentadas na Amazônia, haja vista, que produtos 9 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA minimamente processados adquirem maiores valores do que produtos in natura. Sendo assim, a inclusão de fábricas de beneficiamento de frutas e hortaliças em assentamentos rurais na Amazônia é urgente para a sustentabilidade da Reforma Agrária como processo de desenvolvimento econômico de massa. 4. Não apropriação de caminhões e barcos pelas familias para escoamentoda produção: a ausência de caminhões e barcos para o transporte da produção até os polos consumidores, acaba por criar uma dependência dos agricultores e agricultoras junto aos atravessadores. Tal dependência diminui o valor da mercadoria, o que caracteriza cenários de MERCADO NÃO JUSTO. Dessa forma, a aquisição de caminhão e/ou barco via projeto GEF- AMAZON, para que o mesmo possa atender o escoamento da produção de familias de agricultores envolvidos no projeto, é o diferencial deste projeto para os projetos anteriores na Amazônia, onde o aluguel temporário destes veiculos e barcos é finalizado com ofim do projeto, ficando as comunidades depois disso, sem o meio de escoamento de sua produção. 5. Extensão Rural e Assistência Técnica Rural ainda insipiente:dada à vasta extensão dos assentamentos rurais na região Amazônia, bem como, um quantitativo de extensionistas e assistentes rurais ainda pequeno, este cenário acaba ocasionando alguns gargalos, como por exemplo, a desatualização técnica e tecnológica de agricultores e agricultoras, e por conseguinte a exclusão dos assentados de mercados agro-florestais cada vez mais exigentes. 6. Logística de Transporte Terrestre e Hidroviário ineficiente: as estradas e vicinais na região Amazônica e portanto onde se localizam os Assentamentos Rurais ainda é precária, o que dificulta o transporte da produção até polos consumidores, bem como, atua de forma negativa na qualidade dos produtos que trafegam por estradas com buracos. Da mesma forma, a inapropriação de embarcações adequadas ao transporte das mercadorias da agricultura familiar tambem contribui pela baixa eficiência no escoamento da produção das áreas inundáveis até as cidades. 7. Diversidade de Gêneros e Geração pouco explorada na agricultura: a família rural amazônica localizada em assentamentos rurais apresenta um potencial de força de trabalho admirável diante de todas as adversidades apontadas anteriormente. Homens e mulheres embora em algumas atividades trabalhem juntos, em outras, a questão do gênero é determinante, ou seja, onde a mulher, o jovem e o adulto fazem melhor uma dada atividade que outra. É aqui portanto, que a viabilização e potencialização de atividades diferenciadas 10 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA entre gênero e geração se colocam como alternativas de divisão de trabaho inteligente. A integração do trabalho em contextos familiares rurais é fundamental à sustentabilidade dos assentamentos rurais amazonicos. VARIÁVEIS-PROBLEMAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS SÍTIOS PILOTO (ASSENTAMENTOS RURAIS) EM ÁREAS INUNDÁVEIS NA AMAZÔNIA Tecnologias de produção agro-florestal Diversidade agro-florestal Verticalização da Produção Logística de Escoamento da Produção Extensão Rural Diversidade de Gênero e Geração Finalmente, levando em consideração as considerações acima, foram selecionadas as seguintes comunidades nas várzeas para a realização dos diagnósticos florísticos, pesqueiros, culturais e sócio-econômicos com vistas à implantação de modelos agrotecnológicos mais produtivos: no Brasil, várzea do TAPARÁ GRANDE E URICURITUBA e no Perú, várzea de SAN REGIS E SAN JACINTO. 11 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA CAPITULO I- VÁRZEAS BRASILEIRAS I.1 DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO ETNOBOTÂNICA DE VÁRZEA AMAZÔNICA NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS Autora: Deliane Penha Introdução Na Amazônia, as várzeas são planícies de inundação fluvial que margeiam os rios de águas brancas da região (águas barrentas e ricas de sedimentos em suspensão) e que estão sujeitas a inundações sazonais. (Lima et al., 2007). Estas inundações são periódicas e ocorrem durante um período do ano, que dura cerca de 4 a 5 meses, e caracterizam “estações climáticas” no ecossistema de várzea: enchente (subida das águas), cheia (nível máximo das águas), vazante (descida das águas) e seca (nível mais baixo das águas) (Pereira, 2007). As florestas desse ecossistema são ricas em recursos naturais e possuem grande importância ecológica, econômica e social (Renó et al., 2011). A ampla biodiversidade desse ambiente é responsável pela provisão de diversos bens e serviços ecossistêmicos à população (Ewel, 2010). Do ponto de vista florístico, apresentam baixa riqueza e menor diversidade quando comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). A menor diversidade ocorre, em parte, por que poucas espécies dispõem de mecanismos morfofisiológicos que tolerem o ritmo sazonal de inundação (Gama et al., 2005). Por outro lado, devido às deposições de sedimentos trazidos pelas águas dos rios no período de inundação, os solos do ecossistema de várzea são mais ricos em nutrientes (Oliveira et al., 2000 de Salomão). Dessa forma, a produção agrícola nesse ambiente pode alcançar elevada produtividade das culturas sem a necessidade de incorporação de insumos (Lima et al., 2007) Contudo, embora a várzea seja produtiva e rica em recursos, é um ambiente arriscado para os agricultores locais, pois a dinâmica do rio impõem limitações para as 12 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA formas de uso produtivo dos recursos disponíveis, assim, é necessário estabelecer um calendário agrícola baseado no regime de inundação (Pereira, 2007). Dessa forma, a escolha do que cultivar e do período em que essa atividade deve ocorrer tem forte influencia das estações fluviais da várzea. Em duas comunidades de várzea na região do Baixo Amazonas, Tapará Grande e São Ciríaco, o controle sobre essa dinâmica é até previsível, no entanto, a intensidade dos picos de inundação e seca tem influenciado na produção agrícola. Enchentes cada vez maiores implicam em prejuízos às culturas a cada ano, uma vez que as águas inundavam rapidamente os espaços de produção antes da colheita. Com uma intensidade de inundação maior, a descida das águas demora e o tempo para o cultivo do próximo ano reduz, interferindo a produção do ano seguinte. A repetição desse evento ao longo dos anos ocasionou em alguns produtores um certo desgaste, especialmente quanto aos prejuízos financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades. Nesse sentido, a investigação etnobotânica com foco na botânica econômica se faz necessária para identificar espécies com potencial econômico, a fim de explorar os recursos vegetais de forma mais intensiva, levando em consideração os limites impostos pelo regime de inundação (enchente, cheia, vazante e seca) e o manejo e desenvolvimento sustentável em áreas de várzea na região Baixo Amazonas. Material e métodos Área de trabalho A Região do Baixo Amazonas tem uma área de aproximadamente 722.358 km2 que abrange 25 municípios do Estado do Pará (CIAM, 2010). Áreas de várzeas são encontradas em vários deles. Este estudo ocorreu nas várzeas de Tapará Grande e São Ciríaco presentes no município de Santarém (2°24'52'' S e 54°42'36'' O, Figura 1). 13 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 1. Área de trabalho. Mostrando a zona urbana do município de Santarém e as comunidades estudadas. Balão azul São Ciríaco e balão rosa Tapará Grande. Segundo a classificação de Köppen (1948), a região apresenta clima do tipo Ami (equatorial quente e úmido). A temperatura anual média varia entre 25 e 28ºC, com máximas de 30 e 31ºC e mínimas de 21 a 23ºC; a precipitação pluvial média anual é de 1920 mm, com maior intensidade no chamado período de "inverno", que ocorre de dezembro a maio, e menor intensidade nos meses de junho à novembro, onde ocorre o período mais seco, correspondendo ao "verão" regional (Rodrigues et al., 2001). As várzeas do baixo amazonas são caracterizadas por apresentarem pulsos de inundação sazonal por rios de água branca (Pires & Prance, 1985), que em geral, duram cerca de seis meses. Os solos são argilosos e apresentam altos níveis de fertilidade (Ayres 1993). A vegetação apresenta predominantemente floresta de várzea (Renó et al., 2011) com espécies bem adaptadas às condições de inundação causadas pelas cheias anuais do rio Amazonas (Ferreira et al., 2005). As comunidades estudas fazem parte do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE), o qual visa a exploração dos recursos naturais das várzeas por meio de atividades economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Tapará Grande 14 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA A comunidade de Tapará Grande está inserida no PAE Tapará. A principal fonte de renda a pesca, agricultura, criação de gado e de pequenos animais domésticos, além de benefícios públicos. É uma das principais comunidades da região do Tapará e, juntamente com a comunidade Costa do Tapará, atua como um pólo de outras várzeas por apresentar melhor estrutura educacional e médica que as demais. São Círiaco São Círiaco está inserida no PAE Urucurituba e tem como principal fonte de renda a pesca, a agricultura e benefícios públicos. Possui infraestrutura educacional e médica, no entanto, assim como as demais comunidades do PAE Urucurituba, o fenômeno das terras caídas tem comprometido tais estruturas. Levantamento etnobotânico Para identificar as espécies úteis às comunidades, em especial as que têm potencial econômico, 10 famílias de Tapará Grande e cinco famílias de São Círiaco foram entrevistadas, seguindo a metodologia proposta por (Albuquerque et al., 2010). Foram aplicados questionários semi-estruturados com perguntas sobre o conhecimento da diversidade de espécies vegetais úteis presentes nas comunidades, bem como seus tipos de usos e manejo. As entrevistas foram realizadas com apenas um membro de cada família e ocorreram no período de cheia. Coleta e identificação botânica das espécies citadas As espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e Urucurituba foram coletadas seguindo a metodologia proposta por Fidalgo e Bononi (1984). Ocorreram durante o período de cheia, que correspondeu ao mês de junho. Por esta razão, muitas espécies não estavam disponíveis, principalmente as cultivadas, e, portanto a coleta das mesmas foi inviabilizada. As identificações botânicas foram feitas com auxílio de bibliografia especializada e por comparação no herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Somente as espécies encontradas foram identificadas, as que não foram 15 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA encontradas permaneceram com o nome popular, mesmo se tratando de espécies conhecidas, como por exemplo, acerola e maracujá. Análise quantitativa dos dados A análise quantitativa dos dados foi feita através dos três índices: RFC (Frequência Relativa de Citações), VU (valor de uso) e Similaridade de Sørensen (Is). A frequência relativa de citações permite identificar as espécies consideradas úteis pela população local. O valor de uso, por sua vez, determina o valor de cada espécie citada, baseada nas diferentes utilidades que realiza na comunidade. O índice de similaridade de Sørensen permite identificar a similaridade florística das áreas estudadas, neste caso, baseado na etnobotânica (citação de espécies úteis à comunidade). Os índices analisados e suas respectivas equações são apresentados a seguir: 1. Frequência relativa de citações – FRC (Tardío & Pardo- de- Santana, 2008). FRC= FC/N FC: número de informantes que citou a espécie como útil à comunidade. N: número total de informantes. 2. Valor de uso – VU (Rossato et al., 1999). VU= (ΣU)/N ΣU: soma do número de citações de uso de uma espécie por informante. N: número total de informantes 3. Índice de Similaridade de Sørensen –Is (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974) Is= (2*C/A + B) *100 A e B = número de espécies nas amostras A e B C = número de espécies comuns às amostras A e B 16 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Resultados Tapará Grande Frequência Relativa de Citações A frequência de citação (Figura 1) de vegetais nativos e cultivados úteis à comunidade de Tapará Grande foi de 79 espécies, dentre as quais, melancia, foi a que obteve maior frequência de citação (100%), seguida de manga, milho e jerimum (90%), catauari e maxixe (80%). Frequência relativa de citações 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% A B C D E F G H I J Espécies Figura 1 Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de Tapará Grande. Legenda: Espécies Nome comum A Melancia B Manga, milho, jerimum C Catauari, maxixe D Mandioca, socoró E Castanha sapucaia, marajá F Cheiro verde, munguba, uruá G Bacuri, banana grande, caju, goiaba, ingá, macaxeira, mari, pau mulato, pepino, tomate H Boldo, chicória, coentro, embaúba, feijão de leite, jenipapo, pimenta de cheiro, 17 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA pimentão, taperebá I Abóbora, acerola, banana branca, castanha de macaco, cuieira, elichirparigori, folha grossa, gengibre, graviola, maracujá, melão, pariri, parreira, quiabo, romã, tachi, tarumã J Açacu, alecrim maniva, algodão roxo, aninga, apuí, azeitona, banana duas pencas, banana pacuvi, cana mansa, capim cheiroso, cariru, cidreira, couve, curimbó, hortelã, jaca, japana branca, japana roxa, jauari, marupá, melhoral, meracilina, meracoroa, muruci, noni, pimenta malagueta, repolho, seiva de marajó, urucurana Das espécies citadas (79) foram encontradas e identificadas 47 (Tabela 1), uma vez que nesse período as águas inundam grande parte da vegetação, impossibilitando a disponibilidade das mesmas, especialmente as que são cultivadas (como por exemplo, abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida das águas. As espécies identificadas estão representadas por 31 famílias e 43 gêneros. Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de Tapará Grande. Nome comum Família Espécies Uso 1 Abóbora Alimentar 2 Açacu Medicinal 3 Acerola Alimentar/comercial 4 Alecrim maniva Medicinal 5 Algodão roxo Medicinal 6 Aninga Arecaceae 7 Apuí 8 Isca Moraceae Montrichardia arborescens (L.) Schott Ficus eximia Schott Azeitona Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Alimentar 9 Bacuri Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.)Planch. & Triana Alimentar/isca 10 Banana branca Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial 11 Musaceae 12 Banana duas pencas Banana grande Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial 13 Banana pacuvi Musaceae Alimentar 14 Boldo Lamiaceae Musa sp. Plectranthus barbatus Andr. 15 Caju Anacardiaceae Anacardim occidentale L. 16 Cana mansa Alimentar/comercial/medi cinal Medicinal 17 Capim cheiroso Poaceae Medicinal 18 Cariru Talinaceae Cymbopogon citratus (DC) Stapf. Talinum esculentum Hedw 19 Castanha de macaco Castanha sapucaia Lecythidaceae Couroupita subsessilis Pilg. Alimentar Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Alimentar/artesanal 20 Medicinal Alimentar Musa sp. Medicinal Alimentar 18 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 21 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Isca 22 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar 23 Chicória Alimentar 24 Cidreira Medicinal 25 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar 26 Couve Brassicaceae Alimentar 27 Cuieira Bignoniaceae Brassica oleracea var. acephala D. C. Crescentia cujete L. 28 Curimbó Isca 29 Elichirparigori Medicinal 30 Embaúba 31 Feijão de leite 32 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal 33 Gengibre Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe Medicinal 34 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal 35 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar/comercial 36 Hortelã 37 Ingá 38 Jaca Alimentar 39 Japana branca Medicinal 40 Japana roxa Medicinal 41 Jauari Isca 42 Jenipapo Rubiaceae 43 Jerimum Cucurbitaceae 44 Macaxeira Euphorbiaceae 45 Mandioca 46 Manga 47 Maracujá 48 Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex Snethl. Utensílio Medicinal/isca Alimentar/comercial Medicinal Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex Benth Genipa americana L Cucurbita moschata Duchesne Manihot cf. flemingiana D.J. Rogers & Appan Alimentar Alimentar/medicinal Alimentar/comercial Alimentar Alimentar/comercial Anacardiaceae. Mangifera indica L. Alimentar/comercial/medi cinal Alimentar/comercial Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca 49 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento 50 Marupá 51 Maxixe 52 Melancia Alimentar/comercial 53 Melão Alimentar/isca 54 Melhoral Medicinal 55 Meracilina Medicinal 56 Meracoroa Salicaceae 57 Milho Poaceae Medicinal Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Laetia corymbulosa Spruce ex Benth. Zea mays L. Alimentar/comercial Combustível Alimentar/comercial/isca 19 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 58 Munguba Malvaceae 59 Muruci Alimentar 60 Noni Medicinal 61 Pariri 62 Parreira 63 Pau mulato 64 Pepino 65 Pimenta de cheiro Solanaceae Capsicum chinense Jacq., Alimentar 66 Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar 67 Pimenta malagueta Pimentão 68 Quiabo Alimentar 69 Repolho Alimentar 70 Romã 71 Seiva de marajó 72 Socoró Melastomataceae Mouriri cf. ulei Pilg. Isca 73 Tachi Polygonaceae Medicinal/combustível 74 Taperebá Anacardiaceae Triplaris surinamensis Cham. Spondias mombin L. 75 Tarumã Lamiaceae Isca/combustível 76 Tomate Solanaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng Solanum sp. 77 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca 78 Urucurana Tiliaceae Combustível 79 Urucuri Arecaceae Luehea candicans Mart. & Zucc. Attalea phalerata Mart. ex Spreng. Marantaceae Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand Thalia geniculata L. Isca Alimento Isca Rubiaceae Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook.f. ex K.Schum Combustível/medicinal Alimentar Alimentar Lythraceae Punica granatum L. Medicinal Medicinal Alimentar/isca Alimentar Alimentar/artesanal De modo geral, as florestas de várzea apresentam baixa riqueza florística, especialmente quando comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). No entanto, devido ao alto teor de nutrientes dos solos, este ambiente pode agregar uma riqueza florística elevada, pois a qualidade dos solos influencia no aumento da diversidade de plantas cultivadas em sistemas extensivos (quintais) que são úteis à população (Salomão, 2013). Na comunidade de Tapará Grande, durante o período de descida das águas, uma considerável variedade dessas espécies é plantada em canteiros (suspensos e/ou não suspensos) e hortas, a fim de contribuírem para a melhoria da qualidade vida da população ribeirinha em diversos aspectos. A variedade de espécies úteis citadas pelos residentes de 20 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Tapará Grande, que nasceram espontaneamente ou que foram plantadas, atende às necessidades das famílias e tem diferentes finalidades de uso. Categorias de uso De acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s) de uso (s), identificou-se seis categorias distintas: alimentar, comercial, medicinal, combustível, Número de espécies utensílio, artesanal e isca (Figura 2). 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Categorias de uso Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de Tapara Grande A diversidade e as categorias de uso das espécies vegetais podem ser influenciadas por fatores ecológicos, sócio-econômicos e culturais (Salomão, 2013). Culturalmente, devido às questões ecológicas e sócio-econômicas, a população ribeirinha das várzeas amazônicas possui uma dieta baseada fundamentalmente nos recursos oriundos dos rios (Pereira et al., 2007). Em Tapará Grande, a categoria alimentar foi a mais representativa, com 43 espécies (Figura 2). Esse resultado sugere que, além dos recursos oriundos dos rios, as famílias de Tapará Grande também exploram potencialmente os recursos da floresta, das 21 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA roças e das hortas como fonte importante para a alimentação da família e de animais domésticos. Determinadas espécies foram citadas para uma ou mais finalidades. Assim, uma mesma espécie se enquadrou em uma ou mais categorias. As categorias exclusivamente alimentar e exclusivamente medicinal foram as mais representativas (29% e 25%, respectivamente, Figura 3). Esse resultado demostra que as espécies consideradas mais importantes na comunidade tem uma única finalidade de uso, ou exclusivamente alimentar, ou exclusivamente medicinal. Outros 17% Isc 5% Ali 29% Isc 11% Med 25% Ali/Com 13% Figura 3. Categorias de uso No entanto, quando se analisa as espécies que se enquadram em mais de uma categoria, nota-se que a maior expressividade foi para as que têm uso alimentar/comercial (13%) e Alimentar/isca (11%). Isso indica que em Tapará Grande, um número expressivo de espécies usadas na alimentação, humana e/ou animal, são também comercializadas e usadas para a pescaria. A comercialização de espécies vegetais oriundas da floresta, de roças e de quintais é uma prática comum entre as famílias das áreas de várzea na Amazônia, onde o manejo de uma diversidade de espécies vegetais está também associado à subsistência familiar (Castro 22 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA et al., 2007). No entanto, o conhecimento e uso dos recursos vegetais para subsidiar a pesca, demostra que os ribeirinhos dessa região são agricultores e pescadores. Valor de uso Devido ao conhecimento que a população detém sobre o ecossistema em que vivem, algumas espécies são essenciais pela importância de uso que oferecem. Em Tapará Grande, melancia, milho, jerimum, manga e maxixe apresentaram maior valor de uso na comunidade (Figura 4), e, portanto, são consideradas mais importantes para a população, Valor de uso uma vez que apresentam mais de uma utilidade. 2 1.8 1.6 1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0 Espécies Figura 4. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande. Esse resultado demostra que melancia é a principal cultura usada na comunidade para alimentação e com fim comercial. Na alimentação, constitui-se com uma importante fonte nutricional para as famílias, em que o fruto é consumido in natura por humanos e por animais domésticos (porcos, galinhas e patos), para estes, a “casca” do fruto é usada como ração. Para fim comercial, todas as famílias entrevistadas cultivam a melancia em menor ou em maior escala. 23 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA A manga, o milho e o jerimum, também são consideradas, dentre as demais, espécies de maior importância para a população. No entanto, a produção dessas culturas vem diminuindo a cada ano. Os entrevistados apontam os picos de inundação cada vez mais altos e secas mais intensas como causas principais. Pois, A repetição desse evento ao longo dos anos ocasionou em alguns produtores desgaste, principalmente quanto aos prejuízos financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades. Essas espécies (melancia, manga, milho e jerimum) foram apontadas como sendo as principais fontes de alimentação e renda da população. Dessa forma, são as mais indicadas para exploração econômica na região. Contudo, outros aspectos devem ser levados em conta, como mercado, escoamento entre outros. 24 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Capítulo III – Resultados Urucurituba Frequência Relativa de Citação A frequência de citação de espécies nativas e cultivadas úteis à comunidade de São Ciríaco foi de 59 espécies. O repolho foi a que obteve maior frequência de citação (100%, Figura 1). Seguida de banana branca, goiaba, maxixe, quiabo e taperebá (90%, Figura 1.). Essas espécies indicam ser as mais importantes para a comunidade. Frequencia relativa de citações 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% A B C D E Espécies Figura 1. Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de São Ciríaco. Legenda: Grupos Espécies/nome comum A Repolho B Banana branca, goiaba, maxixe, quiabo, taperebá. C Banana grande, banana prata, castanha sapucaia, cheiro verde, ingá D Alfavaca, apuí, babosa, bacuri, banana mariquita, capim cheiroso, carmilitana, catauari, chicória, coentro, curuminzeiro, jerimum, manga, marupá, mastruz, pimenta cheirosa, socoró, uruá. E Abóbora, arruda, banana sapa, boldo, caju, cana de açúcar, caxingubeira, couve, cuieira, embaúba, erva cidreira, feijão de leite, folha grossa, graviola, hortelã, jenipapo, jucá, macaxeira, marajá, mari, melancia, 25 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA melão, muruci, parreira, pau mulato, pimenta malagueta, pimentão, quebra pedra, tarumã, tomate. Das espécies citadas (59) foram encontradas e identificadas 38 (Tabela 1), pois o período de coleta das espécies correspondeu ao período de inundação, durante o qual inviabiliza a disponibilidade de muitas espécies, especialmente as que são cultivadas (como por exemplo, abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida das águas. As espécies identificadas estão representadas por 24 famílias e 32 gêneros. Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de São Ciríaco. Nome comum Família Espécies Uso 1 Abóbora Alimentar/comercial 2 Alfavaca Lamiaceae Ocimum basilicum L. Alimentar/comercial 3 Apuí Moraceae Ficus eximia Schott Isca 4 Arruda Medicinal 5 Babosa Medicinal 6 Bacuri Clusiaceae 7 Banana branca 8 Banana grande 9 Banana mariquita 10 Banana prata Musaceae 11 Banana sapa 12 Boldo 13 Caju 14 Cana de açúcar 15 Capim cheiroso 16 Carmilitana 17 Castanha sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. 18 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Alimentar/comercial/ combustível Isca 19 Caxingubeira Moraceae Ficus adhatodifolia Schott Isca 20 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar/comercial 21 Chicória 22 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar/comercial 23 Couve Brassicaceae Alimentar/comercial 24 Cuieira Bignoniaceae Brassica oleracea var. acephala D. C. Crescentia cujete L. 25 Curuminzeiro Muntingiaceae Muntingia calabura L.- Isca Alimentar/isca Musaceae Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. & Triana Musa sp. Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial Alimentar/comercial Alimentar/comercial Musa sp. Alimentar/comercial Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial Lamiaceae Plectranthus barbatus Andr. Medicinal Anacardiaceae Anacardim occidentale L. Alimentar Alimentar/comercial Poaceae Cymbopogon citratus (DC) Stapf. Alimentar/medicinal Medicinal Alimentar/comercial Utensílio 26 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 26 Embaúba Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex Snethl. Isca 27 Erva cidreira Alimentar/medicinal 28 Feijão de leite Alimentar 29 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal 30 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal 31 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar 32 Hortelã 33 Ingá Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex Benth Alimentar/comercial 34 Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L Alimentar/medicinal 35 Jerimum Cucurbitaceae Cucurbita moschata Duchesne Alimentar/comercial 36 Jucá 37 Macaxeira Euphorbiaceae 38 Manga 39 Alimentar/medicinal Medicinal Alimentar/comercial Anacardiaceae. Manihot cf. flemingiana D.J. Rogers & Appan Mangifera indica L. Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca 40 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento 41 Marupá Medicinal 42 Mastruz Medicinal 43 Maxixe 44 Melancia Alimentar/comercial 45 Melão Alimentar 46 Muruci Alimentar 47 Parreira Isca 48 Pau mulato Rubiaceae 49 Pimenta de cheiro 50 51 Pimenta malagueta Pimentão 52 Quebra pedra Medicinal 53 Quiabo Alimentar/comercial 54 Repolho Alimentar/comercial 55 Socoró 56 Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Alimentar/comercial Alimentar/comercial Medicinal Solanaceae Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook.f. ex K.Schum Capsicum chinense Jacq., Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar/comercial Alimentar/comercial Alimentar/comercial Mouriri cf. ulei Pilg. Isca Taperebá Melastomatacea e Anacardiaceae Spondias mombin L. Alimentar/comercial 57 Tarumã Lamiaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng Isca 58 Tomate Solanaceae Solanum sp. Alimentar/comercial 59 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca Em São Ciríaco, a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores foi menor do em Tapará Grande. No entanto, o cultivo de uma variedade dessas espécies durante a 27 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA descida das águas parece ser uma prática comum entre as comunidades. Sugerindo que os recursos vegetais são essenciais para a melhoria da qualidade vida da população ribeirinha do Baixo Amazonas, pois além de atenderem à dieta alimentar humana e animal, aumentam a renda familiar. Categorias de uso Os recursos vegetais podem ter uma variedade de utilidade. Assim, determinadas espécies podem estar inseridas em mais de uma categoria de uso, dada a importância e utilidade que apresenta. Na comunidade de São Ciríaco foram identificadas cinco categorias de uso, de acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s) de uso (s), (Figura 2). 45 Número de espécies 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Alimentar Comercial Medicinal Isca Utensilio Categorias de uso Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de São Ciríaco. A categoria alimentar e comercial foram as que obtiveram o maior número de espécies (39 e 27, respectivamente, Figura 2). Indicando que na comunidade, as espécies vegetais, cultivadas e/ou nativas, são essenciais para a qualidade de vida da população local, pois os produtos que a natureza naturalmente oferece para a alimentação, associado 28 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA ao que pode ser cultivado para tal finalidade, também são usados para aumentar a renda das famílias. Valor de uso Quanto às espécies que tiveram maior valor de uso (Figura 3) repolho é a mais Valor de uso importante do ponto de vista alimentar e econômico da população. 1.7 1.5 1.3 1.1 0.9 0.7 0.5 0.3 Espécies Figura 3. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande Banana grande, castanha sapucaia, maxixe, quiabo e cheiro verde, banana prata, goiaba e taperebá também apresentaram alto valor de uso na comunidade, portanto, além do repolho, estas espécies demostram ter potencial de exploração econômica. Os entrevistados não apontaram redução na produção dessas espécies, no entanto, o calendário agrícola baseado na sazonalidade das cheias e secas deve ser seguido com rigor, caso contrário há sérios prejuízos financeiros. Similaridade Florística O conhecimento dos moradores de determinada região sobre a diversidade de categorias de uso das espécies é muito relativo, pois pode ser influenciado pelas 29 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA necessidades e interesses das famílias locais (Salomão, 2013), e pelas diferenças na composição florísticas existente entre as áreas analisadas (Almeida et al., 2004). Na região do baixo amazonas, a similaridade florística entre várzeas é baixa. Dessa forma, cada local pode apresentar um número restrito de espécies e influenciar no conhecimento sobre os recursos vegetais da comunidade. Embora na várzea de São Ciríaco, a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores tenha sido menor do em Tapará Grande, do ponto de vista etnobotânico, não existe diferença entre as comunidades (Is= 64%). Tabela 2 - Matriz de porcentagem de similaridade de Sørensen entre as duas áreas estudadas. Local Tapará Grande São Círiaco Tapará Grande 63.76 Tabela 3. Espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e São Ciríaco. Espécies Abóbora Açacu Acerola Alecrim maniva Alfavaca Algodão roxo Aninga Apuí Arruda Azeitona Babosa Bacuri Banana branca Banana duas pencas Banana grande Tapará Grande X X X X São Ciríaco X X X X X X X X X X X X X X X X 30 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Banana mariquita Banana pacuvi Banana prata Banana sapa Boldo Caju Cana de açúcar Cana mansa Capim cheiroso Cariru Carmilitana Castanha de macaco Castanha sapucaia Catauari Caxingubeira Cheiro verde Chicória Cidreira Coentro Couve Cuieira Curimbó Curuminzeiro Elichirparigori Embaúba Erva cidreira Feijão de leite Folha grossa Gengibre Goiaba Graviola Hortelã Inga Jaca Japana branca Japana roxa Jauari Jenipapo Jerimum Jucá X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 31 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Macaxeira Mandioca Manga Maracujá Marajá Mari Marupá Mastruz Maxixe Melancia Melão Melhoral Meracilina Meracoroa Milho Munguba Muruci Noni Pariri Parreira Pau mulato Pepino Pimenta de cheiro Pimenta malagueta Pimentão Quebra pedra Quiabo Repolho Romã Seiva de marajó Socoró Tachi Taperebá Tarumã Tomate Uruá Urucurana Urucuri X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 32 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Considerações finais As comunidades de Tapará Grande e São Ciríaco demostram um perfil similar quanto a agricultura familiar. Manejam uma diversidade de espécies vegetais cultivadas e nativas, que são usadas para a subsistência e para a comercialização. Dessa forma, embora o ambiente da várzea imponha limites naturais para a produção agrícola, uma agricultura adaptada às condições locais pode otimizar a produção e contribuir de forma mais significativa para o aumento da geração de renda com a comercialização desses produtos, uma vez que há nessas áreas grande potencial agrícola com fim comercial. 33 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Referências Albuquerque, U. P; Lucena, R. F. P; cunha, L. V. F. C. 2010. Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica e etnoecológica.v.1/série: estudos & avanços. Recife: NUPPEA. 559p. Almeida, S. S.; Amaral, D. D., Silva, A. S. L. 2004. Análise florística e estrutura de florestas de Várzea no estuário amazônico. Acta amazônica, 34: 513 – 524. Ayres, J. M. 1993. As matas de várzea do Mamirauá. pp. 1-23. 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Aspectos etnobotânicos e ecofisiológicos em quintais de quatro comunidades do município de Borba, Amazonas. 2013. 67 p. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 2013. Tardío, J & Pardo –de- Santana, M. 2008. Cultural importance indices: a comparative analysis based on useful wild plants of Southern Cantabria (Northern Spain). Economic Botany, 62: 24-39. 36 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA I.2- DIAGNÓSTICO CULTURAL Filosofia cabocla: considerações sobre o pensamento caboclo dos moradores das comunidades de várzea Tapará Grande e São Ciríaco Autor: Dr. Andrei Santos de Morais Resumo: O caboclo das comunidades das várzeas Tapará Grande e São Ciríaco resistem a muitas intempéries da vida – políticas públicas ineficientes, economia desleal, tecnologias onerosas entre outras. Vistos do alto, são manchas em nossa cartografia. De perto, nos impressionam na ousadia de morar em lugares tão inóspitos, sob condições muitas vezes sub-humanas. Aqui, a mulher tem papel importante na composição dessa realidade, seja na organização da casa, seja participando da cadeia produtiva. Com as águas sob os pés, sua referência é móvel, “temperamental” a ponto de venerá-lo como maior obra divina, seja a partir da óptica protestante, católica ou profana. Abstract: The Caboclo communities Grande floodplain Calabash and St Cyriac resists many storms of life - public policies inefficient, unfair economy, costly technology among others. Viewed from above, are spots in our mapping. Closely impress us in daring to live in such inhospitable places, under conditions often sub-human. Here, the woman has an important role in the composition of this reality is the organization of the house, is participating in the production chain. With the water underfoot, your reference is mobile, "moody" about to worship him as the greatest work of God, either from the optical Protestant, Catholic or secular. Palavras-chave: Filosofia; Natureza; Religião; Produção; Tecnologia. Keywords: Philosophy; Nature; Religion; Production; Technology. 37 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Fonte: www.maps.google.com 38 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA I. Apresentação A alegria foi de quando um ano aí a gente teve um melancial, um roçado até meio grande (...). E esse menino mais velho, que tá com 12 anos agora (...), quando ele tava com 3 anos, a gente botava um saco de melancia nas costas e ele, entusiasmado também, ia pro meio do roçado, aí ele pegava, queria carregar aquelas melancia grande, até que um dia ele pediu “Papai, bote aqui uma melancia pra eu levar!”, ele falava meio que atrapalhado (...). Eu peguei uma meia grande, aí ele colocou a melancia na costa e a melancia caiu pra trás e ele caiu em cima da melancia, hehe. Então isso divertiu muito a gente de ver uma criança com aquela vontade de trabalhar. Raimundo Iracildo dos Santos Dias, 42, do Tapará Grande Neste artigo, apresentarei os resultados da minha pesquisa sobre o diagnóstico filosóficocultural das comunidades Tapará Grande e São Ciríaco (região de Uricurituba), áreas de várzea no baixo Amazonas, município de Santarém (PA), a partir de visitas in loco com entrevistas e fotos, entre os meses de junho e julho de 2013. O objetivo é apresentar não somente as condições de trabalho, suas atividades econômicas principais como também refletir acerca de seu imaginário, sua organização social e assim apresentá-los à equipe de especialistas que promoverão o empoderamento tecnológico sustentável de suas culturas. Tudo isso para apresentarmos a filosofia do caboclo de várzea: imerso nas intempéries violentas do rio, esquecido pelo Estado e guerreiro na luta diária pela vida digna. Fotos dos participantes do Projeto “Manejo sustentável de florestas de várzeas transfronteiriças na bacia do rio Amazonas”. A partir do alto, da esquerda para a direita, os moradores do Tapará Grande: Raimundo Iracildo dos Santos, Henriques Santos Brito, Maria de Jesus Leão Delgado, Francisco Miranda de Almeida, Maria de Fátima Dias de Almeida, Antonio Edmilson Pinto Pimentel, Rosemary dos Santos Barros, Luís Antonio Pinto e Odeise de Sousa Pinto, Edir Batista Melo e Elcilei Carvalho Melo, Raimundo Sousa e Maria de Nazaré Dias de Sousa, Dnison Carlos Lopes Batista e Marília Silva Batista, Argélio Emerson dos Santos Rebelo, Nilton Nazareno Pinto Pimentel e o encontro das águas do rio Tapajós e Amazonas. E, na última linha, os moradores de São Ciríaco: Antonio Rodrigues dos Reis, Adelino Maciel Reis, Marli Pereira Figueiredo, Milton Maciel dos Reis, Ely Maria Leopoldina Silva, Nilson Rego dos Santos e parte da equipe de especialistas da Profa. Patrícia Oliveira Chaves, Coordenadora do Projeto supracitado 39 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA II. Levantamento sócio-econômico-cultural Meu dia-a-dia pra mim... é um dia. Milton Maciel dos Reis, 48, de São Ciríaco As comunidades Tapará Grande (assentamento agroextrativista de aproximadamente 148 famílias, localizada a 02°17‟48.8” Sul, 054°31‟30.8” Oeste) e São Ciríaco (assentamento agroextrativista de aproximadamente 96 famílias, localizada a 02°15'51.4” Sul, 054°44' 16.3” ) pertencem ao município de Santarém (PA). Ambas são classificadas como várzea, área às margens do rio Amazonas que sofre mudanças extremas de cheia e seca. “A várzea é a planície aluvional propriamente dita ou o leito maior dos rios; é a região sujeita, parcial ou totalmente, às inundações anuais e o seu solo é constituído de sedimentos quaternários depositados anualmente pelo rio.” (PORRO apud CUNHA: 1992, 176-7) Esse movimento das águas é fundamental para o enriquecimento da terra firme, proporcionando uma renovação anual para as culturas desenvolvidas na região. “A decomposição da matéria orgânica submersa, acelerada pela temperatura elevada e a ação de bactérias e fungos, ajuda a fertilizar a terra de várzea.” (RIBEIRO: 1990, 32) Essa decomposição de matéria orgânica faz da várzea terra deveras rica em nutrientes tanto para os peixes na cheia quanto à produção agrícola na seca. Às margens ou sobre uma riqueza natural sem dimensões quantitativas fazem de seu habitante parte integrante do rio Amazonas, nosso herói e pensador caboclo. E quem é esse pensador caboclo? Talvez um filósofo alemão tenha descoberto algumas ruínas de resposta. No esforço de pensar o impensado, o que significa filosofar, sua tarefa e condição, Martin Heidegger (2008) é enfático: “Filosofia é filosofar”. (Ibidem, 17) A filosofia deve ser determinada a partir de si mesma. E é comum e aberta a todos que se dispuserem a questionar mundo, valores, ideologias e toda sorte de verdades impostas como eternas e imutáveis. Desse modo, bastar ser ser humano para filosofar. A saber, a filosofia não se reduz à sentimental e bonachona concepção “amor à sabedoria”. Sofós (sábio) É aquele que tem o paladar certo para algo, que tem “olfato” e instinto para o essencial e, por isso, tem facilidade em lidar diretamente com esse algo, compreendendo-o de modo profundo, isto é, trata-se de alguém que consegue se colocar diante de uma coisa de uma maneira exemplar e, portanto, sobrepujante. (Ibidem, 23) 40 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Filosofar é uma atitude que parte do dasein (ser-aí), condição-instinto sine qua non ao pensador. Ou seja, a introdução ao filosofar não se dá de fora para dentro (ibidem, p. 1), do estranho ao familiar. Nem muito menos filosofar é re-fletir (Cf. HEIDEGGER: 1998), movimento para si mesmo. O seraí está no mundo e não em si mesmo. Ao re-fletirmos, não nos voltamos para nós mesmos, movimento deveras sub-reptício, voltamo-nos para o mundo em que estamos, é a nossa perspectiva de pensar e agir. Ao investigar as origens gregas do que é sofía (sabedoria) e o fazer do sofós na literatura, Heidegger encontra tanto na Ilíada (HOMERO, XV, vs. 410-12) quanto em Os Trabalhos e os Dias (HESÍODO, vs. 649) a palavra sofía remetendo ao trabalho artesanal. E nos apresenta o questionar/contemplar no fazer, na práxis, na atividade manual, técnica, vista pelo tempo, nas histórias, como de menor valia. Esta é a ponte entre o saber acadêmico, visto muitas vezes como contemplativo e superior, e o local, encontradiço em comunidades encrustadas na imensidão da floresta. Doravante, o termo sofía é transposto para a poesia e a música, o que pode ser compreendido e realizado. Ser homem já significa filosofar. Segundo sua essência, o ser-aí humano como tal já se encontra na filosofia, e isso não de modo ocasional. Como o ser-homem tem, contudo, diversas possibilidades, múltiplos níveis e graus de lucidez, o homem pode encontrar-se de diversas maneiras na filosofia. De modo correspondente, a filosofia como tal pode permanecer velada ou manifestar-se no mito, na religião, na poesia, nas ciências, sem que seja reconhecida como filosofia. E, visto que a filosofia como tal também pode se constituir de modo efetivo e expresso, parece que aqueles que não tomam parte no filosofar expresso estão fora da filosofia. (HEIDEGGER: 2008, 4) Por “encontrar-se em diversas maneiras na filosofia”, o ato de filosofar estende-se a todas as manifestações religiosa, mitológica, poética e científica, embora velado. Aqui, não há hierarquia entre saberes hegemônicos e não-hegemônicos. Pelo contrário, há uma equidade de saberes cujo núcleo é idêntico: a filosofia. As reflexões heideggerianas são a esteira filosófica para equipararmos o saber global da academia com o saber local das comunidades amazônidas e santarenas. A atividade filosófica, o filosofar, estende-se a todos empenhados na árdua dedicação àquilo que é mais importante em nossas vidas, fundamento que encontramos na atividade poética artesanal, no fenômeno religioso e na vivência dos mitos, principalmente por fazer parte do mundo amazônido em questão. “A nossa realidade, como é que a gente vive. Porque nós depende disso, nós depende da chuva, nós depende da água, nós depende do verão, nós depende de tudo, porque se nós não 41 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA depender de todas essas coisas, a gente não sobrevive.” (Francisco Miranda de Almeida, 53, Tapará Grande) A analogia da dependência mútua humano-natureza é condição visceral para entender o pensamento caboclo de várzea. É heraclítico (“§91. Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.” Os pensadores originários: 1993, 83) seu pensamento. O modo como percebem o movimento torna-os originais, uma vez que vivem em função da mudança cheia – seca – cheia. Na seca, ainda que o chão esteja “parado”, a imagem-movimento do rio sobrepõe sobre seus olhos. É a expectativa da próxima cheia: Virá maior ou não que a última de 2009? O rio avança e se retrai e os humores caboclos acompanham o movimento do banzeiro. Nas grandes cidades, a velocidade do tráfico de veículos determina seu tempo. Nas várzeas, temos os barcos, lanchas, bajaras, balsas e rabetas compondo com o rio o movimento de suas vidas. Seja subindo o rio, seja descendo; vendo o rio chegando, vendo-o indo..., não se pode manter o mesmo que se mantém em movimento. “A minha profissão é pescar, é trabalhar... Meu dia-a-dia pra mim... é um dia. [Acordo] às 6 h, trabalho às 7 horas, de lá deixo 10 horas, 10 e meia (...). Duas em diante [retorno ao trabalho], [vou dormir] às 11 horas, meia noite.” (Milton Maciel dos Reis, 48, São Ciríaco) Sim, “um dia”. Não há repetição de mais “um dia”, cada dia é “um dia” diferente, nada continua sendo o mesmo tendo como lastro da realidade o que está sempre em movimento: o rio Amazonas. “Aqui, sem o rio, somos nada.” (Argélio Emerson dos Santos Rebelo, 40, Tapará Grande) Nessas comunidades, a presença da dinâmica peculiar na realidade social da/na Amazônia transmite-se pela relação aproximada com a natureza, nas suas relações com a cidade distante, nas trocas de fluxos entre várzea e cidade. As pessoas que compõem essa realidade expressam suas formas nas interações com o rio, na dinâmica da várzea, área peculiar na Amazônia. O fluxo do rio faz o espaço ficar na estiagem durante os meses de setembro a dezembro; encerrando este, inicia-se o período de cheia, interferindo no dia-a-dia de seus moradores. Durante o período em que a cheia se faz presente, as casas de palafita são perpassadas pelas águas do rio, este se torna, então, o “chão” direto das embarcações como canoas, “bajaras” e barcos que se fazem como meios de locomoção e de trabalho, tanto na pesca quanto no transporte humano e escoamento da produção. Durante o período de estiagem, as práticas cotidianas são modificadas pela vinda da “terra da várzea”, caracterizada pela sua fertilidade, torna-se fonte para práticas de agricultura. Dentre os alimentos produzidos estão a melancia, a mandioca, o milho, jerimum, hortaliças. Além da agricultura, na região do Tapará, as pessoas também praticam a pecuária assim como a criação de aves. As produções advindas das práticas cotidianas dos moradores das duas comunidades são fontes de suas trocas econômicas assim como de alimentação e de sua vivência em geral, uma vez que se situam numa relação de homeostasia com a natureza. Assim, as formas pelas quais estão e 42 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA percebem o mundo estão alicerçadas numa configuração de situações posicionais. Aqui, a técnica está ligada diretamente a um modo de ser; isto é, operando em outras lógicas, em que diferem e contrastam com a relação de trabalho, o qual aqui se engendra de outra forma. Tudo isso está expresso no modo ser e estar dessas pessoas, a maneira como elas encaram e estão no mundo. As relações entre natureza e cultura são fronteiras que se entrelaçam, já que a relação com a natureza é dada de maneira direta, agenciando diretamente suas próprias formas de trabalho e trocas econômicas. Os seus conjuntos de saberes estão associados a uma realidade social próxima à natureza, suas interações se dão numa relação local, pois o espaço e o pertencimento que existe entre ele criam uma relação recíproca entre as pessoas e a natureza. A oposição entre várzea e terra firme constitui-se elemento essencial para se compreender o cotidiano das pessoas que moram em tais comunidades. Rosemary dos Santos Barros, 39, moradora há 18 anos no Tapará Grande, prefere a estiagem em vez da cheia. Na seca, ela pode circular melhor entre as casas, visitar parentes e amigos como se vivesse uma grande família, mormente por dividirem entre si suas culturas voltadas para o consumo próprio, como hortaliças e outras: a mandioca, a melancia, o jerimum, o milho; ou até mesmo ser socorrida por um vizinho transportando-a para a ajuda mais próxima. Por outro lado, para Marli Pereira Figueirerdo (40, São Ciríaco): “Tá certo que no verão tá tudo terra. É melhor, a gente pode comer uma fruta melhor, que a gente pode produzir, né? Mas também na enchente eu também sou feliz. Por exemplo, de você ver a água aqui assim escoando, da gente ver um peixe que a gente pode pegar mais perto, né? Pra mim ainda é uma felicidade a gente poder morar num lugar como esse que você vê muitas árvores (...), o contato direto com a natureza é muito bom. Então, pra mim sou feliz, tanto seja no verão ou no inverno.” E Nilson Rego dos Santos (49, Tapará Grande) acrescenta: “No verão... sábado ou domingo tem festa.” Há um sentimento de pertencimento a uma grande família. Nas comunidades do Tapará Grande e São Ciríaco, o respeito pelo espaço é familiar e condição de existência harmônica entre seus pares. “Se eu tivesse na cidade nesse momento aqui, eu tinha que estar em um emprego, às 5 da tarde eu teria de sair. Aqui se eu quiser sair durante uma semana, não preciso dar satisfação para ninguém.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco) Todavia, apesar da inconstância de uma realidade que se sobrepõe aos seus olhos, os caboclos são livres para fazer o seu tempo. 43 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA II.I Atividades produtivas Pescador Henriques Santos Brito, 48, em sua atividade pesqueira no Tapará Grande A gente veve em conformidade com a natureza (...). A mente avisada é continuar a viver aqui. Edir Batista Melo, 51, do Tapará Grande As populações ribeirinhas das áreas de várzea assim como as de terra firme organizam-se principalmente a partir das Colônias de Pescadores (Z-20 em Santarém) e dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, estes fazem intermédio entre as populações ribeirinhas e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão do Ministério do Meio Ambiente. Além dessas Instituições, as populações ribeirinhas também se organizam por meio dos Conselhos de Pesca, "formados por dois representantes de cada comunidade das regiões de pesca, com o objetivo de acordar e gerenciar o uso dos recursos naturais renováveis de lagos, rios, furos e igarapés, pelos usuários desses mananciais aquáticos, por meio da elaboração e cumprimento dos Acordos Regionais de Pesca." ( O‟DWYER: 2013, 210) As Colônias de Pesca servem como ponte direta entre as populações ribeirinhas e o Estado, além de regularizar a situação da pesca na região (responsável pelas licenças, cadastradas no órgão, que legitimam a atividade pesqueira). As Colônias de Pesca também concedem alguns auxílios e benefícios sociais, como: “aposentadoria, auxílio-maternidade, auxílio-doença e pensão por falecimento, sendo considerada uma das principais atividades das Colônias de Pescadores a luta pela concessão do „seguro-desemprego‟ nos períodos de „defeso‟, com a proibição da pesca de determinadas espécies que estão se reproduzindo.” (Idem) Os Conselhos de Pesca, por sua vez, são instituições nas quais os pescadores da região instituem Acordos Regionais de Pesca, delimitando a 44 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA organização das atividades pesqueiras na região, fixando um período para a captura e venda de cada tipo de pescado. Entretanto, as relações entre caboclos da várzea e o Estado não são satisfeitas por vários motivos. Um reflexo prático existente na tensão entre moradores das áreas de várzea e as políticas públicas estatais é uma característica da pós-modernidade, na qual as identidades são diluídas, engendrando-se certas crises geradas pela relação Sociedade e Estado. Geralmente moradores de várzea atuam em várias atividades ao mesmo tempo (pesca, pecuária, avicultura, agricultura e extrativismo vegetal). No entanto, para eles garantirem direitos como aposentadoria, precisam escolher entre a pesca e a agricultura; ou seja, necessitam filiar-se ou às Colônias de Pescadores ou aos Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Isto explicita diretamente as relações entre as agências do Estado e o direcionamento das sociedades ribeirinhas “caboclas”. Além dessas organizações e instituições ligadas às práticas de pesca e agricultura, outras políticas públicas interferem na tensão “ribeirinho” e Estado por intermédio do “Programa Comunidade Tradicional”, do Ministério do Meio Ambiente. ”A instância responsável pela execução desse Programa é a Coordenadoria de Agroextrativismo – CEX, que está vinculada ao Departamento de Agroextrativismo e Desenvolvimento Sustentável – DADS, que por sua vez faz parte da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável – SDS do Ministério do Meio Ambiente – MMA.” (Ministério do Meio Ambiente: 2013) Dentre os objetivos desse Programa, está a "inclusão social" dos povos tradicionais, fomentando as APLs (Arranjos Produtivos Locais – traduzindo: projetos de demanda). As verbas repassadas ao programa são de origem do Orçamento Geral da União. Os projetos de demanda estão divididos em três categorias: tipo A (até 5.000,00 reais); tipo B (de 5.001,00 a 30.000,00 reais) e do tipo C (30.001,00 a 100.000,00 reais). No entanto, atualmente apenas a categoria A está disponível. O Ministério do Meio Ambiente alega que a “Gerência de Agroextrativismo (GEX) está estabelecendo uma nova estratégia de fomento para atendê-los”. (Idem) Não é sem fundamento a reclamação geral dos moradores de várzea por verbas que fomentem sua produção e qualidade digna de vida. Estão à mercê de políticas públicas que atendam suas necessidades mais prementes, como capacitação tecnológica, energia, comunicação, ensino e saúde. Na visita de Ariovaldo Mariano Nunes, nos dias 9 e 11 de setembro (2013), consultor em tecnologia da informação e técnico em hardware do Projeto, com vistas a atender demandas tecnológicas às suas despesas econômicas, verificou uma lógica que espolia a produção pesqueira local. No Tapará Grande, as “geleiras” oferecem “até” o valor de c$0,50/quilo (cinquenta centavos 45 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA de real por quilo) ao pescado, são navios frigoríficos que repassam sua produção ao consumo interno, mormente Mercadão 2000 e o Tablado (estrutura em alvenaria suspensa sobre o rio, com bancas de pescado e hortaliças) de Santarém. Agora, para manter a qualidade de sua produção, os pescadores e agricultores gastam maior parte de sua renda com a energia, consumidora de diesel (via geradores) e de gelo. Em época da piracema, quando temos uma alta concentração de peixes no rio Amazonas, os pescadores são obrigados a vender toda sua produção para evitar despesas na sua conservação. Nunes sugeriu ao pescador e construtor de navios local um pré-projeto de balsa-horta a Dnison Batista. Para os peixes, ensinou-lhes a defumar, salgar e desidratar tanto peixes quanto frutas e hortaliças. A montagem de um fogão solar também foi incluída nas aulas. Antônio Edmilson Pinto Pimentel está na comunidade de Tapará há 49 anos, sua família já está na região na terceira geração. Atualmente ele é presidente do Conselho Regional de Pesca. Suas atividades cotidianas se voltam para a criação de galinhas, gado, pesca e para o cultivo de melancia, milho, feijão, jerimum, verduras e legumes em geral. Sua produção é direcionada à sua alimentação assim como para trocas econômicas. Segundo Pimentel, a comunidade precisa de incentivo profissionalizante e educacional para que não haja necessidade da juventude da região migrar para as cidades maiores próximas, dentre elas estão Santarém e Manaus. Pimentel reforça, ainda, que existe uma fronteira, a ser superada, nas suas trocas comerciais, sendo que os moradores do Tapará enfrentam dificuldades para vender seus produtos, pois em geral as negociações são feitas com atravessadores, “marreteiros”, os quais não pagam o preço “justo” para os produtos. Em outras palavras, muito mais que verba, os caboclos de Tapará Grande e São Ciríaco necessitam de soluções simples, de baixo custo e sustentáveis para atenderem suas necessidades básicas e urgentes. “Não é porque nós moramos na várzea que nós não temos direito de tomar uma água gelada ou viver melhor.” (Marli Pereira Figueiredo, 40, São Ciríaco) Na entrevista de Marli Figueiredo, o reclame pelo direito às condições básicas de todo cidadão brasileiro é evidente. Os direitos básicos do brasileiro não alcançam essas comunidades. Por isso, sentem-se excluídos de políticas públicas voltadas à educação, precária em sua maioria de instalações, assim como um atendimento de pronto-socorro de qualidade. Construir um laboratório de estudos tecnológicos em áreas de várzea situado em suas terras foi uma ideia aventada nas entrevistas. Uma educação promoveria certamente não somente o aprimoramento de técnicas, como o desenvolvimento de soluções ribeirinhas e troca de conhecimento com os demais laboratórios dessa natureza no Brasil e no mundo. 46 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA II.II Experiências religiosas e o pensador caboclo de várzea Há dois tipos de fé (...). Muita gente não tem fé, mas tem esperança. Macambira (codinome de Antonio Pimentel), 49, do Tapará Grande Tu diz que tu tem fé, mas tu trabalha e nunca consegue nada. Francisco Miranda de Almeida, 53, do Tapará Grande Do alto, da esquerda para a direita: igrejas Assembleia de Deus; Ministério Cristo é Vida; São Joaquim; Casa de Oração da comunidade Tapará Grande; São Ciríaco, padroeiro da comunidade homônima; e o pássaro João de Barro Em meu questionário-guia, busquei a relação natureza (rio) – religião confessa (fé evangélica ou católica) para explorar o imaginário das comunidades Tapará Grande e São Ciríaco. A partir dele, tentar compreender a relação entre imaginário e tecnologia. Compreender essa relação poderia me levar a traçar um rastro para entender a recepção de novas tecnologias no cotidiano do caboclo de várzea. Faz-se necessário questionar: Como ele recebe/apreende as novas tecnologias e como pode integrá-las a sua vida? Entretanto, como toda expectativa que se esvai em sua projeção, obtive mais o silêncio das palavras nas entrevistas. No Tapará Grande, entre os 10 entrevistados, apenas 2 são católicos (representados na igreja de São Joaquim, padroeiro da comunidade). A maioria é de religião protestante (com suas igrejas: Assembleia de Deus, Ministério Cristo é Vida, Casa de Oração), mormente por interpretar toda sorte de visagem, mito ou lenda como obras unicamente do demônio. “Esse negócio de „visagem‟, essas coisas não existem. Acredito apenas em deus. O que 47 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA existe é o demônio que pode perseguir a vida dos outros. Mas assim..., nesse tipo de coisa, eu não acredito, não.” (Rosemary Barros, 39, Tapará Grande) (...) A atividade missionária, mais do que converter, tem como finalidade criar condições simbólicas e materiais para que a mensagem cristã se universalize em diferentes contextos socioculturais (…). A tradução cultural, portanto, coloca-se como essencial à expansão dos evangélicos. Em sentido duplo: primeiro, porque a ação é direcionada para inserção de uma religiosidade, a princípio estranha ao grupo-alvo. Segundo, e em sentido restrito, esse processo materializa-se pela introdução de um livro sagrado: A Bíblia. Sendo ela a fonte única de acesso a Deus, conforme a tradição protestante. (WRIGHT: 2004, 33-4) Nessa evangelização, constroem-se relações simétricas entre a vida e o livro sagrado. Temos a união entre o contexto sócio-econômico-cultural e a mensagem cristã, trata-se da universalização de um discurso apodítico, sem direito a réplicas, tréplicas. Enquanto fundamento último, é realidade última de justificativa. A relação expressa na religião traduz nestes lugares as transposições cosmológicas (a lente com a qual vemos o mundo) que ligam essas pessoas à natureza, uma vez que se entrelaçam rompendo as fronteiras ontológicas entre a cultura e a natureza, expressando-se no cotidiano dessas pessoas ao relacionarem às coisas que acontecem, também conhecido como o empirismo do saber local. Raios, trovão, estação do ano, comportamento dos animais, artefatos e as relações de trabalho também se encontram vinculadas principalmente às visões e sinais de uma realidade carregada de espiritualidade. “Sempre meus pais falavam que quando a água vai vazando, que as borboletas baixam ao favor do vento, eles diziam que o verão ia ser forte.” (Raimundo Sousa, 58, Tapará Grande) Apesar de confessar o credo protestante, Raimundo Sousa não se desvincula de sua tradição familiar, um atavismo que sua evangelização não foi capaz de extirpar. De primeiro, meus pais me contavam que, quando baixava um bando de garça, era alguém que ia morrer na comunidade. Meus pais diziam que era defunto. Morreu um cidadão chamado seu “Arlindo”, aí eles pegaram e fizeram essa experiência (de pegar a cuia...), quando chegou bem defronte ali do Rainero, a cuia rodou, mostrando onde estava o corpo. Então, isso daí, são coisas antigas que muita gente tacha como superstição. Pra mim, quando aquele panã-panã (borboleta grande) entra dentro de casa, eu já sei que é dinheiro que vão me pagar. Pra muita gente, quando o gavião tá de peito é felicidade, os negócios vão dar certo. (Antonio Edmilson Pinto Pimentel, 49, Tapará Grande) 48 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Seja a cuia que gira e emborca indicando a localização de um defunto no rio; o panã-panã, seja o caracol que marca o nível das águas ou o João de Barro, ou seja o João de Pau na narrativa de Maria de Jesus Delgado (48, Tapará Grande): Aquele bichinho ali vermelhinho chama João de Pau (...). Se você visse como ele faz a casinha de barro, ele faz uma casa de barro com uma janelinha, isso já foi pra banda do colégio.... Ele é muito engraçadinho... Ele faz para outro passarinho morar. Aí ele se chama João de Barro, porque o João só faz a casa para dar aos outros. O nome dele, desse passarinho vermelhinho, aquele bem lá que vai passar pra lá, aquele lá jitinho [pequeno], olha! Ele pega essas terrinhas aí, ele carrega muitos dias essas terrinhas, aí ele faz desse tamanho “assim” [gesticulando]. Tudo isso nos leva a várias inquietações. No começo das entrevistas, quando se falava em “visagens”, o silêncio se apoderava daqueles instantes. Entretanto, quando mudei a pergunta direcionando-a a palavra “sinais”, como pura magia, a porta de suas lembranças se abriram abruptamente, tanto que não havia mais espaço para dizer tudo que se sabia. Neste momento do café filosófico com os entrevistados do Tapará Grande, notei uma profusão de estórias invadindo o diálogo, de simples relatores de seu dia-a-dia, passaram à instância de grandes pensadores da existência humana. Neste contexto, é válido apresentarmos Argélio Emerson dos Santos Rebelo (40, Tapará Grande): Ele produz para seu consumo e ainda assiste seus vizinhos com melancia, mandioca, feijão e leite para o seu consumo principalmente. Sua atividade principal é a pesqueira. Segundo seus vizinhos, ele tem pacto com o diabo. “Rapaz, eu vou te falar a verdade, pra mim, eu nunca vi, o pessoal dizem que eu tenho parte com o diabo aqui no Tapará. Te juro que é verdade! Porque eles dizem assim: O que eu planto pra mim dá. Aí eu digo „não é, meu irmão‟, sabe o que falta? Falta é uma técnica para trabalhar em cima daquilo.” Como o mito Midas do imaginário grego antigo, tudo que ele toca nasce. Rebelo rebate ao defender como segredo a dedicação ao seu trabalho. Apesar de não acreditar em “visagens”, tem muitas estórias que desafiam a racionalidade e o cotidiano de pescador. Todavia, em São Ciríaco, todos os entrevistados são católicos, apesar de também estar presente na comunidade as igrejas da Paz e Assembleia de Deus. Por essa influência religiosa, as estórias de “visagens” se multiplicaram. Aqui, destaco algumas instigantes: “Ouvi dizer que a colher, quando cai de peito pra cima, é mulher; quando cai de peito pra baixo, é homem.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco); “Ele perguntou se a enchente vai ser grande ou vai ser pequena. Aí tinha um senhor junto com nós, já meio idoso, aí ele disse „Olha, eu acho que a água vai baixar porque o jacaré piripiri já lambou o rabo lá‟. Eu tenho uma fé porque quando vejo um 49 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA jacaré fazer isso, eu sei que a água já vai baixar.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco); “O carão, quando canta „caaarããoo‟, um grito dele que dobra, pode contar que a água já vai vazar.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco); “Se o galo cantar pelo rumo daquela casa, daquela lá, alguém vai aparecer grávida naquela casa.” (Marli Pereira Figueiredo, 40, São Ciríaco); “O fite, ele existe mesmo, não sei qual é o procedimento, mas se a gente vim na estrada; por exemplo, se eu sair daqui e ir lá na casa do tio Berinho, que é longe, e um fite assobia na rabeira, eu saio, ele assobia „fite‟ aqui, pode contar que ele não fica aí atrás. Ou ele assobia pra frente ou pro lado, mas ele vai embora fazendo a frescura.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco) III. Considerações finais Eu admiro, admiro muito o homem na natureza. Eu, quando vejo, né, a pessoa dizer: “Eu sou muito feliz!” Aí eu digo: “Mas tu vai domingo ao culto?” “Não, eu tenho tal coisa para ir ver.” Olha, à tarde, um esporte? “Não, porque eu tenho tal coisa para fazer.” Ele acaba dizendo que ele é feliz porque tem uma fazenda, porque ele tem um barco grande, porque ele tem muitas coisas, mas não sabe que gosto tem um lazer, nem uma igreja, enfim, na sociedade espiritual, ele não existe. E eu gosto de ver, né, de ver a pessoa dizer “Eu sou feliz!”. Porque? Porque mesmo que eu não tenho isso aqui, tudo isso aqui, mas ainda tiro tempo pra mim ir na igreja, ainda tiro um tempo para jogar um jogo de futebol e com toda dificuldade, eu por exemplo ainda tomo umas cervejinhas para conversar com meus colegas, né? Aí, não sei porque gosto de ver uma pessoa feliz desse jeito, participando desse jeito, mas acho que a felicidade acaba ficando bem aqui onde a pessoa ainda participa. Com todas as dificuldades, ele ainda participa desse momento. Então, eu, tanto faz com enchente como verão, eu, a vida é essa aqui, a que deus meu deu, ficar nesse meio aqui na natureza. Então, a hora que chegar esse ato de fazer essa alegria, eu estou alegre. Antonio Rodrigues dos Reis, 56, de São Ciríaco Desde o caminho pelo rio Tapajós até o Amazonas, onde se encontram as comunidades do Tapará Grande e São Ciríaco, algumas questões percorreram o trabalho, como: Quem é o caboclo de várzea? Há um tipo específico ou suas especificidades impede-nos de unifica-lo num só sentido? Como eles vivem ou sobrevivem em condições tão ímpares? Como se dá o conflito entre seu credo religioso e as intempéries do gigante Amazonas? Em que sentido a tecnologia pode ajuda-los ou apenas torna-los mais dependentes de uma ajuda externa, seja de políticas públicas ou de iniciativa privada? E, finalmente, o que seria a filosofia do caboclo de várzea? Com as entrevistas, a primeira impressão era de que os caboclos não sairiam do senso comum, como se a visita in loco pudesse ser feita por meios eletrônicos, em especial, via celular. Entretanto, conhece-los em época de cheia, tendo as águas do Amazonas correndo por baixo de seus 50 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA lares, fez toda a diferença. Conforme argumentado acima, são homens e mulheres guerreiros, heróis de seu cotidiano, movidos pela ânsia de fazer valer seu amor pelas terras e águas que lhe dão seus frutos e ensinamentos diários. A filosofia do caboclo de várzea está repleta de críticas ao Estado ausente, às religiões que não dão conta de seu imaginário, aos projetos que prometem sem cumprir metas eficientes e duradoras, aos marreteiros que usurpam sua economia e o melhor: suas reflexões sobre uma vida que não se esgota na luta pela sobrevivência. III.I Resultados esperados e demandas Espero que dê certo... esse projeto. Nilson Rego dos Santos, 49, de São Ciríaco A vontade da gente tem que ser feita pela mente e pelo coração. Macambira, 49, do Tapará Grande Os resultados esperados fazem parte de um equacionamento entre as demandas imediatas dos moradores de várzea (Tapará Grande e São Ciríaco) e a capacitação tecnológico-rural – com soluções simples, práticas e de fácil sustentação operacional. Abaixo, vejam essa relação para cada demanda (para esse detalhamento, contei com a contribuição do consultor Ariovaldo Mariano Nunes, tecnólogo em hardware e soluções ruraisdomésticas de baixo custo): DEMANDA SOLUÇÃO/ÕES Armazenamento recorrência de a pescado equipamentos sem Salgamento, defumação ou desidratação. de refrigeração movidos a diesel ou à compra de gelo Cozinhar alimentos sem recorrer ao gás Fogão solar. Aumento da produção de hortaliças sem Recurso à hidroponia e agricultura orgânica, fazendo degradar o ambiente uso de defensivos biológico-naturais (neen, citronela, fumo, leite colosso de vaca, urina, reprodução de bactérias do rúmen para a compostagem, utilização de restos de peixes para a produção de fertilizantes foliares e radiculares, e outros). Transporte fluvial para o escoamento da Construção de barco movido a energia renovável produção agrícola e pesqueira (eólica, biodiesel, força humana, solar, baterias lítioferro), repensar o design dele com dispositivo 51 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA antinaufrágio e arrojado sistema de hidro-aerodinâmico capaz de deslocamento estável, rápido e com redução do uso de combustível tradicional, promovendo maior segurança e conforto dos usuários. Tudo isso fazendo uso de materiais recicláveis e outros de fácil acesso. Energia Placas com sensores solares ligadas a baterias estacionárias; criação de placas foto-voltaicas caseiras de baixo custo e alta produção de energia capaz de sustentar ar condicionado caseiro (conceito) e freezers caseiros dentro de um novo conceito arquitetônico voltado para moradores de ambientes críticos inundáveis ou ilháveis. Dificuldade física e financeira para a Desenvolvimento de arquitetura com estrutura naval e elevação do assoalho das casas em base telescópica flutuante, aumentando assim a época de cheia. segurança e o conforto dos moradores. Dificuldade em comunicação. Desenvolvimento de uma rede de transmissão com antenas aéreas de longo alcance e largo espectro frequencial local (estilo omni). Esta antena poderá ainda ser utilizada como coletora de dados climáticos e hidrográficos. IV. Referências citadas CUNHA, Manuela C. da (org.). História dos índios no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras / Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992. HEIDEGGER, Martin. Introdução à filosofia. Tradução: Marco Antônio Casanova. São Paulo: Martins Fontes, 2008. _____. Heráclito. Tradução: Marcia Sá C. Schuback. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1998. HESIODO. Os Trabalhos e os Dias. Tradução: Mary Camargo de Neves Lafer. São Paulo: Iluminuas, 1990. HOMERO. Ilíada. 2ª Edição. Tradução: Carlos Alberto Nunes. Rio de janeiro: Ediouro, 2002. 52 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 27.Set.2013. O‟DWYER, Eliane Cantarino. A Construção da Várzea como Problema Social na Região do Baixo Amazonas. Disponível em: <http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=4206&Itemi d=316>. Acesso em: 20. Jun.2013. Os pensadores originários. Tradução e organização de Emmanuel Carneiro Leão e Sérgio Wrublewski. 2ª ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1991. RIBEIRO, Berta G. Amazônia urgente: cinco séculos de história e ecologia / Projeto conceitual, textos e seleção de iconografia. Belo Horizonte/MG: Itatiaia, 1990. WRIGHT, Robin M. (org.) Transformando os deuses. Vol. II. Igrejas evangélicas, pentencostais e entre os povos indígenas no Brasil. Campinas/SP: Ed. UNICAMP, 2004. V. 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O seu modo pensar é afetado com as mudanças de cheia e seca? Por exemplo, o(a) Sr.(a) se sente diferente tendo o rio sob seus pés? 5. O que o(a) Sr(a) vem percebendo de mudança climática nos últimos tempos? 6. A duração das cheias e secas tem se alterado? 7. As novas tecnologias podem ajudá-lo(a) a superar as dificuldades de sua produção? 8. Como o(a) Sr.(a) pode contribuir na produção de hortaliças hidropônicas e/ou na piscicultura? CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS II.1- DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO 1.- Introducción Las especies vegetales en sus formas microscópicas y macroscópicas habitan y ocupan todos los ambientes o espacios vitales, es decir acuáticos, terrestres y aéreos. Las poblaciones y comunidades de cada especie o grupos de especies desde las formas planctónicas, herbáceas, arbustivas y arbóreas, constituyen los elementos transformadores de la energía luminosa en biomasa, y éstas conforman las unidades de las redes tróficas, definiendo y determinando todos los tipos de hábitats y ecosistemas de una zona, sector, cuenca o región, todos estrechamente relacionados y utilizados por todas las formas de fauna silvestre para el desenvolvimiento de la vida humana. Los bosques de tierras bajas amazónicas, y en especial los de la Amazonia Noroccidental, pertenecen a los ecosistemas boscosos lo más diversos del mundo (Gentry 1988b; Valencia et al.1994; Duivevvoorden 1994ab), por lo tanto estos bosques ofrecen una gama muy 54 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA diversa de recursos vegetales. Diferentes tipos de bosques ofrecen diferentes recursos vegetales (Grenand 1992; Salick1992; Phillips et al.1994). Estudios muestran que la Amazonia noroccidental está cubierta por un mosaico de unidades fisiográficas y bosques diferentes (Kalliola et al. 1993; Duivenvoorden & Lips 1993, 1995, 1998; Duivenvoorden 1994, 1995, 1996; Tuomisto et al. 1995). Mapas que muestran la distribución espacial de estos tipos de bosques y sus recursos vegetales son indispensables en la planificación de desarrollo, de escala local a regional (Nepstad 1992; Duivenvoorden 1992; Duivenvoorden & Lips 1993). En las tierras bajas amazónicas, el drenaje de los suelos, que determina en gran parte la disponibilidad de oxigeno, en un factor determinante en la subdivisión de los ecosistemas y paisajes. Al interior de la cuenca amazónica, la diversidad de especies de plantas no es homogénea, estudios en la Amazonia noroccidental a lo largo del piedemonte andino, han demostrado que estos bosques son significativamente más ricos en especies que los bosques de la Amazonia central (Gentry 1985, 1988ª; Valencia et al. 1994). Esta mayor riqueza en los bosques de piedemonte de Ecuador y Perú, ha sido explicada en términos de teorías que hacen alusión a factores de tipo hidrológico y geomorfológico o a factores de tipo climático. Las familias: Fabaceae, Rubiaceae, Orchidaceae, Poaceae, Asteraceae, Euphorbiaceae, Apocynaceae, Malvaceae, Bignoniaceae y Areacaeae, son las primeras 10 familias que contienen el mayor numero de géneros en la Amazonia Peruana y aportan el 41.1 % de la flora genérica; la familia Fabaceae es la que mas géneros tiene en la amazonia y que a nivel del Perú, la familia con mayor número de géneros es Asteraceae, por lo tanto Fabaceae es desplazado al cuarto lugar. La valoración de los bosques con base en la información derivada de la etnobotánica cuantitativa se aplica ampliamente para estimar el uso potencial de los bosques amazónicos por la comunidades locales, sin embargo, casi todos estos intentos (Prance et al. 1987; Boom 1989; Pinedo &Vasquez et al.1990, Sanchez & Miraña 1991; Phillips & Gentry 1993ab) fueron basados en datos de arboles y lianas los cuales representan solo el 10-25% 55 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA de la diversidad de plantas vasculares en parcelas de bosque(Gentry & Dodson 1987; Duivenvoorden 1994). Levantamiento de los mercados para los productos vegetales no maderables contribuyen de manera eficaz al aumento del conocimiento de la comercialización de dichos productos, en especial se requiere de información de la situación local de los mercados amazónicos (Broekhoven 1996). Los bosques laterales y adyacentes a los ríos son de mayor aprovechamiento forestal de tipo selectivo para las especies de valor comercial, ésta característica es similar casi en toda la amazonía, las actividades de aprovechamiento de los recursos naturales sin el debido control y conocimiento, constituyen amenazas permanentes en el deterioro del medio ambiente. Ante el creciente interés sobre el futuro de los bosques amazónicos como uno de los grandes reservorios de biodiversidad del planeta la información sobre el uso diferencial de especies y tipos de bosques constituye un aspecto básico de gran utilidad para la implementación de políticas y programas de desarrollo armónico de los recursos. Para mejor aprovechamiento de la cobertura vegetal, se requiere el conocimiento de las especies que la conforman, las comunidades vegetales y sus adaptaciones, así como la utilidad económica y científica del conjunto. Estas afirmaciones implican e imponen el uso ordenado y adecuado sobre la base de un diagnóstico temático, interrelacionado con los factores fisiográficos, hidrográficos, edafológicos y sociales en el contexto de la Zonificación Ecológica Económica (ZEE), instrumento clave de información para la toma de decisiones que posibiliten la conservación de los hábitats y ecosistemas, y el uso sostenible de los recursos vegetales y naturales aplicando Planes de Manejo. Este reporte es una continuidad de los estudios realizados por CDC-WWF.OPP (1999) sobre las ecorregiones de Bosques Húmedos de la Amazonía Sur Occidental, y por el IIAP-WWF OPP (1999) sobre el Río Amazonas y Bosques Inundables. La información etnobotánica contenida en el presente estudio se obtuvo de la colaboración con las dos comunidades involucradas (San Jacinto y San Regis) en la cuenca del rio 56 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Marañón, comunidades ubicadas en la Zona de Amortiguamiento de la Reserva Nacional Pacaya y Samiria (RNPS). La Zona de Amortiguamiento es el espacio externo al ámbito de la Reserva, definido para minimizar la presión que se pudiera dar sobre los recursos del área y el impacto que sobre la Reserva puedan causar las actividades humanas fuera del área. La administración del área propiciará el desarrollo de actividades de ecoturismo, manejo y recuperación de poblaciones de flora y fauna, concesiones forestales para aprovechamiento de productos diferentes de la madera, incluyendo concesiones para ecoturismo y concesiones para servicios ambientales. La Zona de Amortiguamiento de la Reserva Nacional Pacaya Samiria comprende una franja de aproximadamente 10 kilómetros de ancho que circunda al área, en la margen izquierda del río Marañón, al norte de la Reserva y la margen derecha del río Ucayali al este. Se amplía en el sector del Canal de Puinahua hasta el Ucayali con una extensión de 20 km. Igual amplitud tiene en el sector oeste, en la divisoria de aguas y en el sector suroeste, a fin de prevenir actividades humanas que pudieran afectar la calidad de las aguas que se originan en este lugar. 2.- Área de estudio El estudio se realizo en los bosques inundables de las comunidades de San Jacinto y San Regis ubicadas en la Reserva Nacional Pacaya y Samiria. La Reserva Nacional Pacaya Samiria se encuentra ubicada al Noreste del Perú. Políticamente se ubica en la Región Loreto y comprende parte de las provincias de Alto Amazonas, Ucayali, Loreto y Requena, con sus respectivos distritos. La Reserva Nacional está limitada por el Marañón al norte, y por el Ucayali-Canal de Puinahua al sur, entre ambos accidentes geográficos se localiza la depresión geológica denominada UCAMARA (Ucayali-Marañón). Al interior se distinguen tres cuencas hidrográficas, la del río Samiria, la del río Pacaya y la del río Yanayacu Pucate. Es notoria 57 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA la existencia de numerosas quebradas, tipishcas y cochas. Caracterizan a estas cuencas los marcados ciclos hidrológicos de creciente y vaciante que determinan la dinámica de la llanura aluvial. La Reserva Nacional fue establecida oficialmente en 1972 con una superficie de 1‟478.790 ha, superficie que fue ampliada en 1982 hasta los 2‟080,000 ha. (Decreto Supremo Nº01682-AG), representando aproximadamente el 6% de la Región Loreto y el 1.5% de la superficie nacional. Figura 1. Mapa de Ubicación de la zona de estudio Pacaya Samiria es la Reserva Nacional más grande del Perú, con más de 2 millones de hectáreas que albergan una alta diversidad biológica y una importante población humana que hace uso de sus recursos. Constituye también el área de bosque inundable “várzea” protegido más extensa de la Amazonía Peruana. 58 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Contexto Ecológico La Reserva Nacional Pacaya Samiria, situada al este de la Cordillera de los Andes, en la Amazonía, es uno de los diez humedales más importantes del Perú. Está formada por el complejo sistema hidrográfico integrado por las cuencas bajas de los ríos Ucayali, Huallaga y Marañón sobre la gran depresión geológica denominada “UCAMARA”. Uno de los elementos más destacados de la Reserva es su hidrografía y la dinámica fluvial. Dos grandes ríos la limitan, el Marañón por el norte, y el Ucayali-Canal de Puinahua por el sur. Al interior se distinguen tres cuencas hidrográficas, la del Samiria, Pacaya y Yanayacu Pucate. Es notoria la existencia de numerosas quebradas, tipishcas y cochas. Caracterizan a estas cuencas los marcados ciclos hidrológicos de creciente y vaciante que determinan la dinámica ecológica de esta área. Pacaya Samiria ha sido llamada con justicia la “selva de los espejos”, ya que las aguas oscuras de esta Reserva reflejan de manera excepcional los bosques y el cielo. Es un sistema ecológico de varzea caracterizado por ríos grandes y pequeños, cochas y otros cuerpos de agua permanentes, así como también por bosques inundados estacionalmente; todo ello debido a niveles de agua variable: la creciente (entre octubre y abril) y la vaciante (mayo y setiembre). (APECO – ECO Studien, 2005), El clima de la Reserva Nacional Pacaya Samiria es típico de la región del bosque húmedo tropical, con una temperatura media anual que varía de 20,1º C a 33,1º C, con precipitaciones medias anuales que varían de 2 000 a 3 000 mm. (Bayley et al., 1992, citado por Rodríguez et al., 1995). La precipitación se distribuye de tal manera que no hay una estación seca bien definida. La precipitación generalmente supera la evapotranspiración y el balance hídrico mensual indica una buena disponibilidad de agua. Existe una época de friaje, generalmente en el mes de junio, debido a la presencia de masas de aire frío y seco que vienen de las regiones polares del sur. La duración de este evento es de 3 a 5 días y se caracteriza por días despejados y fríos. Las temperaturas mínimas pueden alcanzar entre 17 y 20ºC. (Marengo, 1998, citado en STCP-SUSTENTA. 2005). 59 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Flora En la Reserva Nacional Pacaya Samiria se presentan 3 grandes unidades paisajísticas: Llanura Aluvial Reciente, Llanura Aluvial Antigua o Subreciente y Colinas del Cuaternario, en las que se distribuyen 15 comunidades vegetales o estratos (CDC-UNALM, IIAP y FPCN, 1995; IIAP, 2000; CDC-UNALM, 1993; INRENA, 2000). La Reserva presenta 22 especies de flora que se encuentran en algún grado de amenaza, ya sea nacional o internacional, una en estado crítico (Celtis iguanaea) según la categorización de especies amenazadas de flora silvestre (aprobada por Decreto Supremo Nª 043- 2006AG) y a nivel internacional (UICN y Convención sobre el Comercio Internacional de Especies Amenazadas de Flora y Fauna Silvestre - CITES). De acuerdo a la clasificación empleada por el CDC, UNALM (1993), las formaciones más importantes para la Reserva por su extensión son los bosques inundables (26,7%) y los aguajales (densos 27,2% y mixtos 9,9%). La Reserva alberga 965 especies de plantas silvestres y 59 de plantas cultivadas, agrupadas en 559 géneros y 132 familias, y provee de importantes especies de valor para la alimentación, construcción, artesanía, leña y medicina; resalta el valor que tiene esta Reserva para la protección de la diversidad biológica, justificado por la presencia de inmensas extensiones de “Aguajales”. El aguajal es una comunidad vegetal dominada por la palmera “aguaje” (Mauritia flexuosa L. f), encontrándose a veces en asociación con el “huasaí” (Euterpe predatoria) y ocupa superficies extensas pudiendo estar alejada de las masas de agua (Kalliola, 1993). Por otro lado, Kahn (1991) agrega un componente fisiográfico a la definición, señalando que los bosques de aguajal son palmerales en depresiones permanentemente inundadas, paralelos al lecho del río y en los que el substrato arcilloso retiene la lluvia y el agua del río entra a estas depresiones sólo en tiempo de altas inundaciones. El CDC – UNALM (1993) definió dos tipos de aguajales: aguajales densos (cuya composición era mayoritariamente Mauritia flexuosa L. f, y los aguajales mixtos (diferentes 60 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA tipos de palmeras). En ambos casos la dinámica de este sistema se basa en el desarrollo de la especie Mauritia flexuosa L. f, con mayor incidencia en la producción de los frutos del aguaje ya que constituyen parte muy importante de la dieta de varias especies de fauna, que a su vez permiten la regeneración de esta comunidad. 3.- Metodología Mediante el conocimiento ancestral de los pobladores locales se ubicaron y establecieron dos parcelas en los bosques inundables de las comunidades basándose principalmente en los métodos descritos por Duivenvoorden Lips (1993), con dimensiones de 0.1 ha. (20x50m), divididos en subunidades de 10 x 10 m para facilitar el inventario. Figura 2. Apoyo local instalando la parcela de 20 x 50 m. En la evaluación florística se registro la altura y el DAP de cada individuo, además de la 61 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA parte taxonómica como familia, género y especie para aquellos individuos identificables en el campo. Los individuos no identificados en el campo se procedieron a lo siguiente: Figura 3. Tomando medidas del DAP de cada individuo 3.1.- Colección y Herborización de Muestras Botánica Se siguió la metodología de colección y herborización de muestras botánicas. Colección De cada una de las especies no identificadas en el campo, se colecto una muestra botánica, para ello se utilizo personal capacitado en colección de muestras botánicas. En el caso que los arboles fueron muy altos y no se podía colectar las muestras se utilizaron los subidores y equipo de seguridad y tijera telescópica respectivamente según sea el caso. 62 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 4. Especialista colectando una muestra de más de 20 m de altura Figura 5. Apoyo local colectando una muestra botánica utilizando la tijera telescópica 63 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 6. Apoyo local mostrando una muestra colectada Preservado Las muestras fueron colocados en papel periódico, rotulados con un número de colecta asignando a cada muestra el lugar de colecta y otros datos útiles para el especialista como género y humedecidos con una solución AA (alcohol, agua), este proceso se realiza para facilitar su transporte y evitar su deterioro. Figura 7. Especialista en el proceso de preservado de las muestra botánicas 64 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 8. Añadiendo solución AA (alcohol y agua) Prensado Las muestra se colocaron en papel periódico que fue intercalada con una combinación de papel secante y calamina corrugada, se arma una pila sujetada con correas o cuerdas que son colocados a los secadores. Secado Fueron secadas en el secador a una temperatura de 65 - 70º C, por un espacio de 72 horas con una cocina a gas propano. Identificación La totalidad de las muestras fueron identificadas por los autores en el Herbarium Amazonense de la Universidad Nacional de la Amazonía Peruana (UNAP) mediante consultas bibliográficas y por comparación de las exícatas existentes. 65 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 3.2. Fase de campo Para realizar el inventario florístico de muestreo se establecieron 2 parcelas para ello se constituyo un equipo de campo de 3 personas un Especialista a cargo del equipo, un técnico conocedor de la metodología de trabajo y dos asistentes locales conocedores del la zona de trabajo. Los conocedores locales nos condujeron por trochas y asistieron además en la instalación de las parcelas así como en la colección de las muestras botánicas. 3.3.- Usos de especies El registro de la información etnobotánica se hizo mediante entrevistas abiertas semidirigidas (Alexiades 1996). Las entrevistas se hicieron in situ en las parcelas de estudio, como en las dos comunidades a los ancianos conocedores del bosque. En estas entrevistas se repetían ciertas preguntas etnobotánicas para cada uno de los individuos encontrados y registrados en las parcelas de estudio, pero siempre dando importancia a las nuevas ideas, puntos de vista o aportes complementarios en los usos de las especies que surgen con el desarrollo de la entrevista, en ocasiones, al regreso a la comunidad después del trabajo de campo, se consultaban las dudas surgidas con los informantes, o se ampliaba la información recibida. 3.4.- Procesamiento de datos. La primera etapa del procesamiento del trabajo de campo fue la identificación de las muestras colectadas una vez realizado el secado de las muestras. Una vez identificada todas las muestras botánicas colectas, se procedió a introducir en una base de datos en una tabla de Excel, donde se indicaba el numero de parcela, su ubicación, número de colecta, familia, género y especie, adicionalmente también la altura y la circunferencia y los usos. 4.- RESULTADO 66 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Las llanuras de inundación tienen una superficie de 662.781,56 ha, esto representa el 30.43% del total de la superficie de la Reserva, estas desempeñan una función esencial para el mantenimiento del stock pesquero y de la fauna en general asociada al medio acuático, claves para la salud del bosque inundable. En la Reserva estos bosques constituyen los humedales más importantes en el Nor Oriente Amazónico, por lo que la Reserva Nacional Pacaya Samiria es considerada un sitio RAMSAR (humedal de importancia internacional por ser hábitat de aves acuáticas). En el presente estudio se registraron un total de 185 individuos de plantas pertenecientes a 42 especies distribuidos en 41 géneros agrupadas en 21 familias, en solo dos parcelas, lo que indica que el incremento de otras especies estará en relación al establecimiento de más parcelas en las otras unidades de vegetación de esta zona. Las familias más abundantes en estos bosques inundables son Rubiaceae siendo la especie más representativa Calycophyllum spruceanum, Polygonaceae con su especie representativa Triplaris weigeltiana, Violaceae representada por Leonia glycycarpa, seguidas de las familia Fabacee con Zygia juruana, Anonacea, Clusiacae, Moraceae, Sapindaceae, etc. Otros estúdios en los bosques de planicie inundable dos especies de plantas son las más representativas Calycophyllum spruceanum “capirona” y Triplaris weigeltiana “tangarana” por su abundancia e importancia de uso para los pobladores de las comunidades del sector del Mazan en la cuenca del Rio Napo. Asímismo en el sector de El Estrecho (río Putumayo), se ha registrado 48 familias con 157 géneros y 243 especies, la familia con mayor diversidad de géneros corresponde a la familia Fabaceae, con 24 géneros y 39 especies, las Arecaceas con 11 géneros y 15 especies y están distribuidas en las Terrazas bajas, medias y altas, así como en las colinas bajas con ondulaciones pronunciadas que varían desde ligera a fuertemente disectadas (Propuesta Final de Zonificación Ecológica Económica del Sector Mazan – Estrecho 2004). En esta época de vaciante de los ríos muy pocas plantas se encontraban con flores o frutos al interior de las parcelas de los bosques inundables de San Regis y San Jacinto, lo cual está 67 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA totalmente relacionado con la estación de vaciante y creciente de los ríos, preferentemente debido a que muchas especies de plantas son fuente de alimento para los peces. 68 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Tabla. 1. Listado de especies en los bosques inundables De acuerdo a la información recibida por nuestros informantes se pudo determinar las categorías de usos de las especies botánicas presentes en la zona de estudio. Combustible: a pesar de que en caso de emergencia cualquier especie leñosa se puede emplear como combustible, los pobladores locales diferencian claramente entre la calidad 69 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA de las especies, aquellas que producen buenas brasas para cocinar como Alchornea schomburgkii (kerosene caspi), Calycophyllum spruceanum (capirona), otras que son de mala calidad y solo se usarían en caso de emergencia Astrocaryum jauari (huiririma) y las que contienen mucha agua en sus tejidos y no mantienen brasas como Cecropia membranácea (cético). Maderas para construcción: en esta categoría se incluyen a las especies que son fuente de madera utilizadas en la construcción de casas, viviendas comunales, etc, entre ellas destacan Triplaris susinambilis “tangarana colorada”, Xilopia nítida “espintana”, Duguetia odorata “tortuga caspi”, Oxandra sphaerocarpa “yahuarachi caspi”, Himatanthus sucuuba “bellaco caspi”, entre otras. Maderas para aserrío: para los pobladores de estas dos comunidades pertenecientes a la Reserva Nacional Pacaya y Samiria (San Regis y San Jacinto) esta diferenciada esta categoría de uso para aquellas especies que se utilizan para aserrío para extracción de tablas, “triplay” como Calycophyllum spruceanum (capirona), Maquira coriácea “capinuri”, Parkia velutina, Parkia nítida “pashaco”, Cordia collococca “sacha Macambo”. Alimentación humana: para esta categoría y para estos bosques son muy pocas las especies que son utilizadas para la alimentación Myrciaria dubia “camu camu”, Inga sp. “shimbillo”, Garcinia madruno “charichuelo”. Alimentación para peces (carnada): como son bosques inundables muchas de las especies de peces dependen de la fructificación de algunas especies de plantas, asimismo los pobladores locales identifican aquellas especies que son útiles para su captura (pesca) utilizando los frutos como carnada como Rinonea guianensis “timareo”, Leonia glycycarpa “tamara”, Neea spruceana “palometa huayo”, Bactris ripari “ñejilla”. Medicinal: existe un variado grupo de especies pertenecientes a múltiples familias que se emplean con fines medicinales. Las espécies Cupania cinérea “yacuruna caspi”, Maquira coriácea “capinuri”, Swartzia arborescens “icoja”, Spondias mombin “ubos”, Himatanthus sucuuba “bellaco caspi”, los pobladores conocen plantas en estos bosques inundables para 70 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA curar sus dolencias tradicionales. Otros: en esta categoría y en este tipo de bosque se utiliza la especie Cecropia membranácea (cético) para deslizar las canoas desde los ríos hacia las cochas cuando se dirigen a la pesca, son utilizadas como rodillos ya que la corteza es muy deslizante lo que facilita el desplazamiento de lo que se transporta por medio del bosque. Trabajos similares se desarrollo en el Parque Nacional de Yasuni, en promedio, en cada hábitat, más de la mitad de las especies se utilizaron en construcción o como combustible y aproximadamente un tercio de ellas sirvieron como alimento para el hombre, alrededor del 15% de las especies se empelaron como plantas medicinales, para la elaboración de utensilios de usos domestico o con fines culturales. En las categorías de herramientas de caza y pesca, se reporto la menor proporción de especies útiles (Macia et al.2001). Sin embargo estudios realizados en la zona del Medio Caqueta en la Amazonia Colombiana en los bosques de plano inundable , es el tipo de bosque con el menor uso, en comparación a los otros tipos de bosques muestreados, donde se determino la categoría de combustibles, alimentación humana y construcción (Sánchez et al. 2001). Mientras que los estudios realizados en las cuencas del rio Yaguasyacu y Ampiyacu en la Amazonia Peruana demuestran que la mayoría de las especies registradas se usan con fines de construcción, también son comunes las especies que se usan para la alimentación humana y la categoría de otros usos, pocas especies se usan para combustible, el patrón de uso por categoría fue muy semejante entre los tres tipos de bosques (García et al. 2001). 71 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 5.- Conclusiones En el presente estudio se registraron un total de185 individuos de plantas pertenecientes a 42 especies distribuidos en 41 géneros agrupadas en 21 familias, en solo dos parcelas, comparativamente con la cuenca del rio Napo, se registraron 49 familias, 133 géneros y 201 especies de plantas en 8 unidades de muestreo, donde se instalaron 12 parcelas (Vargas, 2012). Las familias más abundantes en estos bosques inundables son Rubiaceae siendo la especie más representativa Calycophyllum spruceanum, Polygonaceae con su especie representativa Triplaris weigeltiana, Violaceae representada por Leonia glycycarpa, seguidas de las familia Fabacee con Zygia juruana, Anonacea, Clusiacae, Moraceae, Sapindaceae, etc., por otro lado en un estudio realizado en la cuenca del río Mazán las familias más representativas fueron Fabacaeae, Moraceae, Euphorbiacaea y Arecaceae (Vargas, 2012). Otros estudios similares en la cuenca del río Mazán, se obtuvieron registros de 33 familias, 93 géneros y 128 especies, distribuidas en terrazas bajas, medias y altas con diferentes grados de disección que varían desde ligera a moderada, la familia más diversa es la Euphorbiaceae seguidas de la familia Fabaceae y Annonaceae (Propuesta Final de Zonificacion Ecologica Economica del Sector Mazan – Estrecho 2004). En el presente estudio se determino las siguientes categorías: combustibles, madera para construcción, maderas para aserrío, alimentación humana, alimentación para peces, medicinal y otros. Del mismo modo otros estudios como los realizados en el Parque Nacional de Yasuni en promedio en cada hábitat, más de la mitad de las especies se utilizaron en construcción o como combustible, En las categoría de herramientas de caza y pesca, se reporto la menor proporción de especies útiles (Macia et al.2001). En la zona del Medio Caquetá en la Amazonia Colombiana en los bosques de plano inundable, es el tipo de bosque con el menor uso en comparación a los otros tipos de bosques muestreados, donde se determino la categoría de combustibles, alimentacion humana y construcción (Sánchez et al. 2001). En las cuencas del rio Yaguasyacu y Ampiyacu en la Amazonia Peruana son comunes las especies que se usan para la alimentación humana y la categoría de otros usos, pocas 72 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA especies se usan para combustible, el patrón de uso por categoría fue muy semejante entre los tres tipos de bosques (García et al. 2001). 6.- Bibliografías APECO Y ECO Studien. 2006. “Informe del primer monitoreo en la Reserva Nacional Pacaya Samiria”. 663 pp. Lima-Perú. Boom, B. 1989. Use of plant resources by the Chácobo. Advances in Economic Botany 7:78-96. Broekhoven, G. 1996 Non-timber Forest Products: ecological and economic aspects of exploration in Colombia, Ecuador y Perú. IUCN, Gland. CDC UNALM/WWF OPP. 1999. Bosques húmedos Amazonía sur occidental. Centro de Datos para la Conservación, Universidad Nacional Agraria La Molina (CDC UNALM) & Fondo Mundial para la Naturaleza (World Wildlife Fund), Oficina Programa Perú (WWF OPP). 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Anexo 76 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Inventario florístico en la sitios de muestreo – San Jacinto y San Regis N° de individuo 1 2 de3 o 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Familia DAP (cm) 6.5 11 P120 )104 14.5 11 2.5 8.6 7.9 5.5 7.4 3.6 8.9 11 12 20.5 15.9 122 30 38 13.3 2 2 2 Especie 26 27 28 29 30 31 Maytenus macrocarpa Celastraceae Neea spruceana Nyctaginaceae Maquira coriacea e Moraceaea Calycophyllum spruceanum Rubiaceae eViolaceae Rinonea guianensis e Zygia juruana Fabaceae eClusiaceae Garcinia madruno eFabaceae Senna macrophylla eBombacaceae Psedobombax munguba eClusiaceae Garcinia madruno eViolaceae Gloeospermum sphaerocarpum eClusiaceae Garcinia madruno eNyctaginaceae Neea spruceana eViolaceae Leonia glycycarpa eViolaceae Leonia glycycarpa eMalvaceae licanea paniculata eFabaceae Zygia juruana eMoraceae Maquira coriacea eEuphorbiaceae Drypetes amazonica eFabaceae Zygia juruana eAnacardiaceae Spondias mombin eArecaceae Bactris ripari eArecaceae Bactris ripari eArecaceae Bactris ripari eArecaceae Bactris ripari e Arecaceae e Bactris ripari Arecaceae e Bactris ripari Arecaceae e Bactris ripari Arecaceae Bactris ripari Arecaceae Bactris ripari Apocynaceae Himatanthus sucuuba 32 Bombacaceae Psedobombax munguba 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 Annonaceae Euphorbiaceae Rubiaceae Rubiaceae Clusiaceae Polygonaceae Sapindaceae Euphorbiaceae Rubiaceae Fabaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Xilopia nitida Alchornea schomburgkii Alibertia pilosa Alibertia pilosa Garcinia madruno Symmeria paniculata Cupania cinerea Alchornea schomburgkii Calycophyllum spruceanum Parkia velutina Podocalyx loranthoides Drypetes amazonica Drypetes amazonica 2 2 2 2 2 2 35 5 6 4 6 5 5 28 8 7 15 20 5.4 6.5 12.9 9 13 37 20 22 12.1 7.5 6 10 13 5 5 9 9 10 12 15 17 8 5 6 Parcela 1 Altura (m) 6 8 a 30 )28 11 7 4 9 7 6 5 5 7 6 7 12 8 35 25 18 10 5 6 7 Nombre Comun chuchuashi palometa huayo capinuri Comun capirona i timareo huayo shimbillo i charichuelo a retamilla opunga o charichuelo o tamarilla a charichuelo a huayo palometa o tamara atamara o huayo shimbillo a capinuri a yutubanco Usos Categoria corteza para la diarrea los frutos, para la pesca latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay s construccion de casas , elaboracion de tablas y para leña diarrea alimento para peces pesca leña triplay frutos comestibles casas leña peces tallos para piso, corteza para reomatismo afrutos comestibles comestibles medicinal carnada medicinal a y aserrio construcción lalimento a aserrio alimento n oconstrucción frutos comestibles reomatismo los frutos, para la pesca comestibles frutos para pesca frutos para pesca comestibles pesca leña pesca latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay pesca maderable alimento n carnada ocarnada alimento o carnada o a amedicinal y aserrio aaserrío shimbillo leña o ubos acorteza para mujeres que dieron a luz, frutos comestibles medicinal y alimento i ñejilla triplay aserrio frutos alimento para peces alimento o ñejilla e o frutos alimento para peces alimento o ñejilla afrutos alimento para peces alimento s comestibles alimento ñejilla frutos alimento para peces alimento a peces o ñejilla frutos alimento para peces alimento a peces o ñejilla frutos alimento para peces alimento a peces o ñejilla frutos alimento para peces alimento ñejilla frutos alimento para peces alimento ñejilla frutos alimento para peces alimento bellaco caspi recina para tumores medicinal tallos para piso, corteza para reomatismo y para amarrar las punga construcción crisnejas espintana kerosene caspi caimitillo del bajo capironillo, pihuri caspi charichuelo tangarana negra yacuruna caspi kerosene caspi capirona pashaco huacamayo caspi yutubanco yutubanco vigas para contruccion leña leña leña frutos comestibles construcción corteza para la diarrea y el reomatismo leña construccion de casas , elaboracion de tablas y para leña maderable maderable maderable maderable medicinal alimento construcción aserrío aserrío aserrío aserrío 77 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 Sapindaceae Violaceae Myrsinaceae Annonaceae Bombacaceae Polygonaceae Annonaceae Violaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Polygonaceae Violaceae Fabaceae Violaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Fabaceae Bombacaceae Arecaceae Sapindaceae Polygonaceae Violaceae Polygonaceae Annonaceae Lecythidaceae Polygonaceae Polygonaceae Annonaceae Polygonaceae Myrtaceae Myrtaceae Rubiaceae Polygonaceae Polygonaceae Rubiaceae Annonaceae Polygonaceae Rubiaceae Violaceae Polygonaceae Polygonaceae Polygonaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Cupania cinerea Leonia glycycarpa Stylogyne longifolia Xilopia nitida Matisia dolichopoda Triplaris weigeltiana Xilopia nitida Leonia glycycarpa Neea spruceana Neea spruceana Triplaris weigeltiana Leonia glycycarpa Inga sp. Leonia glycycarpa Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Parkia velutina Matisia dolichopoda Astrocaryum jauari Cupania cinerea Triplaris weigeltiana Rinonea guianensis Triplaris weigeltiana Xilopia nitida Eschweilera juruensis Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Xilopia nitida Triplaris weigeltiana Myrciaria dubia Myrciaria dubia Randia sp. Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Calycophyllum spruceanum Xilopia nitida Triplaris weigeltiana Randia sp. Rinonea guianensis Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Triplaris weigeltiana Calycophyllum spruceanum Calycophyllum spruceanum Calycophyllum spruceanum 14.7 6.8 7.2 24.3 38 11.8 23 8 9.6 8 27.6 20.3 34 8 19.8 19 24.7 9.5 19 18 45 30.2 19 16.4 11.6 16.3 14 39.6 10.6 27 10.6 23.7 17 4.6 4.5 5 17 17.6 41.8 25 21.6 7 9.8 15 18 19.7 25.6 11.6 16 10 5 5 15 15 7 16 5 6 5 18 8 12 4 12 16 20 16 16 15 10 18 15 7 8 10 10 19 6 18 9 18 16 4 4 5 13 10 10 20 10 3 7 14 13 14 24 10 13 yacuruna caspi tamara vino huayo espintana sapotillo tangarana colorada espintana tamara palometa huayo palometa huayo tangarana colorada tamara shimbillo tamara tangarana colorada tangarana colorada tangarana colorada tangarana colorada tangarana colorada tangarana colorada pashaco zapotillo huiririma yacuruna caspi tangarana colorada timareo tangarana colorada espintana machimango tangarana colorada tangarana colorada espintana tangarana colorada camu camu camu camu limoncillo tangarana colorada tangarana colorada capinuri espintana tangarana colorada limoncillo timareo tangarana colorada tangarana colorada tangarana colorada capinuri capinuri tangarana colorada corteza para la diarrea frutos para pesca medicinal carnada vigas para contruccion construccion construccion de casas para las vigas y soleras vigas para contruccion frutos para pesca los frutos, para la pesca los frutos, para la pesca construccion de casas para las vigas y soleras frutos para pesca comestible frutos para pesca construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras maderable construcción construcción carnada carnada carnada construcción carnada corteza para la diarrea construccion de casas para las vigas y soleras construccion y zeñuelo construccion de casas para las vigas y soleras vigas para contruccion madera para construccion construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras vigas para contruccion construccion de casas para las vigas y soleras frutos comestibles frutos comestibles medicinal construcción construcción y carnada construcción construcción construcción construcción construcción construcción construcción alimento alimento construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay vigas para contruccion construccion de casas para las vigas y soleras construcción construcción medicinal y aserrío construcción construcción construccion y zeñuelo construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay construccion de casas para las vigas y soleras construcción y carnada construcción construcción construcción medicinal y aserrio medicinal y aserrio construcción carnada construcción construcción construcción construcción construcción construcción aserrío 78 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 Boraginaceae Polygonaceae Fabaceae Polygonaceae Rubiaceae Rubiaceae Annonaceae Rubiaceae Bombacaceae Violaceae Rubiaceae Rubiaceae Nyctaginaceae Rubiaceae Cordia collococca Triplaris weigeltiana Swartzia arborescens Triplaris weigeltiana Calycophyllum spruceanum Calycophyllum spruceanum Oxandra sphaerocarpa Calycophyllum spruceanum Matisia dolichopoda Leonia glycycarpa Calycophyllum spruceanum Calycophyllum spruceanum Neea spruceana Calycophyllum spruceanum 7 15 38.7 7 44.4 18 33 12 48.6 10.6 26 13 10 21 6 16 20 4 30 13 18 10 18 6 19 13 5 17 sacha macambo tangarana colorada icoja tangarana colorada capinuri tangarana colorada tortuga caspi tangarana colorada sapotillo tamara tangarana colorada tangarana colorada palometa huayo tangarana colorada 157 Bombacaceae Psedobombax munguba 14 8 punga 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 Violaceae Rubiaceae Violaceae Violaceae Rubiaceae Violaceae Rubiaceae Rubiaceae Violaceae Rubiaceae Euphorbiaceae Polygonaceae Polygonaceae Soliciaceae Violaceae Rubiaceae Rubiaceae Violaceae Rubiaceae Violaceae Fabaceae Rubiaceae Violaceae Rubiaceae Violaceae Boraginaceae Polygonaceae Rubiaceae Rinonea guianensis Randia sp. Rinonea guianensis Rinonea guianensis Calycophyllum spruceanum Rinonea guianensis Randia sp. Randia sp. Leonia glycycarpa Randia sp. Alchornea latifolia Triplaris susinambilis Triplaris susinambilis Factis carpinb Lionia glycyiorfa Calycophyllum spruceanum Randia sp. Lionia glycyiorfa Calycophyllum spruceanum Lionia glycyiorfa Parkia nitida Calycophyllum spruceanum Lionia glycyiorfa Randia sp. Lionia glycyiorfa Cordia collococca Triplaris susinambilis Randia sp. 17 7 18.6 27 22 23 6.3 5 8 4 9.2 18 12 18 9 36.8 6 9.6 13 9.3 28 28.5 9.4 6 4 9 29.8 6.4 16 6 15 19 16 25 3.5 4 5 3 9 13 10 13 7 16 3 6 16 8 12 15 9 5 3.5 6 20 4 timareo limoncillo timareo timareo tangarana colorada timareo limoncillo limoncillo tamara limoncillo lisa caspi tangarana colorada tangarana colorada timareo tamara tangarana colorada limoncillo tamara tangarana colorada tamara pashaco tangarana colorada tamara limoncillo tamara sacha macambo tangarana colorada limoncillo madera aserrable construccion de casas para las vigas y soleras corteza para mujeres que dieron a Luz construccion de casas para las vigas y soleras latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay construccion de casas para las vigas y soleras vigas para contruccion construccion de casas para las vigas y soleras aserrio construcción medicinal construccion medicinal y aserrio construcción construcción construcción frutos para pesca construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras los frutos, para la pesca construccion de casas para las vigas y soleras tallos para piso, corteza para reomatismo y para amarrar las crisnejas construccion y zeñuelo carnada construcción construcción carnada construcción construccion y zeñuelo construccion y zeñuelo construccion de casas para las vigas y soleras construccion y zeñuelo construcción y carnada construcción y carnada construcción construcción y carnada frutos para pesca carnada frutos para pesca construccion de casas para las vigas y soleras construccion de casas para las vigas y soleras construccion y zeñuelo frutos para pesca construccion de casas para las vigas y soleras carnada construcción construcción construcción y carnada carnada construcción frutos para pesca construccion de casas para las vigas y soleras frutos para pesca carnada construccion carnada construccion de casas para las vigas y soleras frutos para pesca construcción carnada frutos para pesca madera aserrable construccion de casas para las vigas y soleras carnada aserrío construcción construcción construcción y carnada 79 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS II.2- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO I.- Introducción Teniendo en cuenta los términos de referencia del Proyecto, y el objetivo general de esta consultoría; la caracterización de los parámetros socio-económicos en los sitios piloto elegidos (Población de San Regis y San Jacinto) en el Rio Marañon, se elabora este documento técnico con la finalidad de proveer información detallada de los lugares, metodología aplicada, incidentes e insumos usados como medios de investigación que constituyen el medio de relacionamiento con El objeto. La metodología especifica o medios de recopilación para abordar al objeto de estudio, tuvieron como interés principal conocer; la caracterización del modo de producción de la familia en los sitios de estudio, de la distribución del ingreso en los escenarios familiares y las relaciones de género / actividades de generación y económica. Los medios de investigación se basaron principalmente en tres herramientas etnográficas; las entrevistas abiertas, focus group y aplicación de encuestas cerradas, estas desarrolladas y aplicadas a los diferentes grupos de interes presentes en las poblaciones de San Regis y San Jacinto. Este trabajo de campo se realizó entre los meses de julio y agosto del 2013. Los grupos involucrados para el estudio fueron representantes y participantes de las diferentes actividades económicas y sociales de la zona de estudio, asimismo también se involucró a líderes de opinión y autoridades políticas de la zona. Se consiguieron y desarrollaron 6 entrevistas, 2 focus group (30 participantes) y se aplicaron 176encuestas individuales. Este documento intentara ordenar el proceso o medios de investigación usados mediantes las siguientes partes: Objetivos, Planeación y capacitación, metodología: proceso; ejecución de campo e incidencias e integración de resultados: alcances del trabajo de campo. 80 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA II.- Objetivos II.1.- Objetivo general: Realizar el reconocimiento de campo de la zona de estudio e informar sobre lãs actividades a realizar en campo y aplicar herramientas etnográficas a la población relacionada a las actividades sociales y económicas en los Centros Poblados de San Regis y San Jacinto. II.2.- Objetivos específicos - Posicionar el trabajo de campo encargado por el proyecto e informar sobre las actividades y solicitar apoyo a los trabajos de levantamiento de información. - Desarrollar entrevistas semis estructuradas a líderes, autoridades políticas y personajes destacado de la actividad social y económica local. - Desarrollar Grupos Focales (Focus groups), con representantes de lãs diversas actividades económicas (hombres y mujeres) - Aplicar encuestas cerradas a la población económicamente activa en La zona de estudio. III.- Planeación y capacitación Aunque las poblaciones objeto de estudio, son relativamente pequeñas requirió um diseño de intervención muy bien pensado por dos razones; la primera porque en La zonas de estudios intervienen pequeños proyectos de ONGs y asimismo El gobierno central viene desarrollando censos nacionales específicos en estas épocas (censo; agrícola, escolar, de vivienda, etc), y las poblaciones están saturadas y confundidas con tan continuas visitas y aplicación de instrumentos de recojo o extracción de información. La segunda porque aunque las poblaciones piloto; San Regis y San Jacinto, son cercanas pero disimiles en estructura, costumbres y prácticas sociales y económicas. Se requirió para esto visitar a especialistas o científicos sociales que ya intervinieron en la zona y aprender de sus reflexiones y experiencia producto de su trabajo. Para implementar La intervención se vio conveniente contar con un “enlace local”, que permita la rápida integración a los grupos de interés y aceptación y apoyo de las autoridades locales a nuestra visita. Además se seleccionaron a 3 alumnas de los últimos ciclos de las carreras sociales y ambientales de las universidades de Iquitos, com experiencia en recojo de información social en campo, para 81 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA la aplicación de lãs encuestas y por ultimo un revisor-sistematizador, que corrobora la información y procesara la información de campó. Las entrevistas y focus group, fueron desarrolladas por el Consultor, quien también cumplió la función de coordinador de campo. III.1.- Capacitación Las capacitaciones se vino dando desde antes del arribo a la ciudad de Iquitos, proveyendo información bibliográfica referente a la actividad etnográfica y SUS herramientas de estudio, los encuestadores recibieron además dos sesiones de capacitación donde se explicaron la importancia del OTCA y su proyecto, así como los objetivos de la consultoría y su función dentro de ella. Se revisaron conceptos y prácticas sobre entrevistas y encuestas, El Enlace Local, tuvo sesiones propias donde se establecieron las pautas para la acreditación y alcance del trabajo de campo, además protocolos para la resolución de conflictos, si es que se originaba por una inadecuada percepción del trabajo de los encuestadores y otros en La localidad. III.2.- Diseño para la intervención en campo El difícil acceso (altos costos) y las difíciles condiciones de permanencia en las zonas de trabajo, establecían una condicionante para realizar visitas prolongadas en caseríos como San Jacinto, la cual no garantizaría obtener muestras (170 como Nro. de encuestados como mínimo) representativas recomendables estadísticamente con bajo margen de error y un nivel de confianza alto. Pero tomando la información previa recogida durante las entrevistas y Focus Group, a segmentos decisores y representativos de las actividades socioeconómicas, se pudo establecer una operación de campo más eficiente. Se organizó una brigada de encuestadores, conformada por 3 entrevistadoras y un enlace local, que realizarían visitas sistemáticas y ordenadas para aplicar las encuestas al cabeza de familia en las zonas de estudio, que previamente fueran coordinados por La autoridad y el enlace de campo. El trabajo de campo “encuestas” se inició en La localidad con menos población, esto para permitir un proceso de aprendizaje y adecuación sin jornadas tan largas, para espaciar los momentos de evaluación, luego la brigada pasaría a San Regis, donde existe mayor variedad de actores y El desplazamiento es mayor. Para los Focus Groups y 82 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA entrevistas a personas claves, el enlace local cumpliría una labor de bisagra y generación de confianza parentablar el contacto y ánimo para involucrarse a la charla en la entrevista y aportes con participación activa en la dinámica del Focus Group. De esta forma se establecieron los planes de trabajo-cronograma para la brigada, proyectando um total de 6 días de campo para el posicionamiento del trabajo de la consultoría, entrevistas y Focus Group, también para la aplicación de las encuestas se programó 5 días de campo. IV.- Metodología Los medios de investigación para abordar y relacionarse con el objeto de estudio, se basaron en las siguientes herramientas etnográficas; IV.1.- La entrevista En una herramienta, donde se selecciona al entrevistado y accede a la reunión, y se realiza bajo un guión de preguntas para conocer la opinión y testimonios sobre un tema en especial o sobre su experiencia de su actividad social y econômica (para este caso semiestructurada) del entrevistado. IV.2.- El Focus Group Está técnica se adecua al contexto porque, permite obtener una visión común Del tema en cuestión, asimismo permite recoger las reflexiones y percepciones de los diferentes actores bajo la influencia del grupo. Tradicionalmente es mas a fin a lãs costumbres locales, es una forma de recojo de información muy practicada por poblaciones rurales para sus procesos locales. Permite también recoger mayor información en menos tiempo. IV.3.- Encuesta (cerrada) La encuesta es una técnica cuantitativa que consiste en una investigación realizada sobre una muestra de sujetos, representativa de un colectivo más amplio que se lleva a cabo en el contexto de la vida cotidiana, utilizando procedimientos estandarizados de interrogación con el fin de conseguir mediciones cuantitativas sobre una gran cantidad de características objetivas y subjetivas de la población. 83 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Para este caso se usara una encuesta cerrada. Aunque esta herramienta no está bien considerada como etnográfica por lo “cuantitativo”, se usa por la capacidad de medir una característica, en grandes grupos. Su desventaja es la poca profundidad en un tema, pero extrapolando resultados con las otras herramientas como; entrevistas y grupos focales se profundiza el estudio. V.- Proceso El proceso, es la ejecución en campo según el planeamiento establecido y las variaciones y adecuación tomando en cuenta las incidencias. V.1.- Ejecución de campo La ejecución de la aplicación de los cuestionarios (encuestas), se desarrollaron según lo planeado, y teniendo en cuenta la necesidad de alcanzar en los puntos muéstrales el número de muestra requerida según el dato censal e información previa de gabinete y entrevista a autoridades, se tuvo el siguiente cuadro resultado en campo: Punto/muestra (localidad) Población prioriz.(PEA) Muestra representativa Nivel de confia % San Jacinto San Regis 146 1129 30 141 85 90 Ya que, el trabajo esta direccionado a un estudio socioeconómico, se tomó La decisión de priorizar a la población del PEA, que viene a significar un 60% de La población total para para Loreto (INEI, censos 2007), teniendo en cuenta esto se calculó del total de la población un 40% menos en las localidades estudiadas o muestreadas para obtener la muestra representativa. Asimismo se estableció que; en el hogar donde se presente ambas cabezas de familia (hombre y mujer) se priorizaría la mujer para aplicarle el cuestionario, ya que por lo general era más común encontrar a un varón como cabeza de familia y predispuesto a participar en la encuesta. 84 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA La aplicación de las encuestas fue en días de la semana laborable y de descanso (miércoles a Domingo) en diversos horarios lo que permitió tener una buena representatividad de la población de los diversos sexos, edades y actividad social y económica solicitados en el estudio. Las entrevistas se dieron con líderes, autoridades y personas representativas de las actividades sociales y econômicas de la localidad. Para los Focus Group, se solicitó que la autoridad más representativa (alcalde o Apu), convoque a una reunión, priorizando la diversidad de actores de a las diferentes actividades humanas de la localidad. V.2.- Incidencias El aspecto salud, en la brigada de encuestadores, determino un obstáculo para poder obtener un mayor número en la muestra estudiada en cada localidad, casi todos los miembros desarrollaron gripe con fiebre durante el primer día, después de asistir al Centro Medico de San Regis, hubo una mejora considerable y pudieron continuar, con jornadas más largas y temprano para concluir con El objetivo. En la Localidad de San Jacinto, se puso en manifiesto las rivalidades entre dos grupos de interés de la localidad, las autoridades políticas como el teniente alcalde y el agente municipal, en primera instancia no permitieron que se continue con las encuestas, argumentando que no se había hecho las coordinaciones necesarias con las instituciones que ellos representan y que no era válido que solamente se realicen con el grupo organizado de manejadores de cochas “Los Tigres Negros”, grupo que posee mucha influencia sobre la población local, por los logros y beneficios económicos de su actividad. El asunto fue superado, con La explicación respectiva y luego accedieron al cuestionario. Ambas autoridades estaban presentes en las reuniones previas y Focus Group, y tenían El conocimiento necesario, pero los conflictos entre ambos grupos se manifiesto mediante la obstaculización del trabajo. De la misma forma el desconocimiento, de algunos comuneros encuestados em San Jacinto, amplio el tiempo de la encuesta (40 minutos aproximadamente), lo que incidió en un menor número de encuestados en esta localidad. En San Regis existió, mucha expectativa con respecto a la aplicación de lãs encuestas, en un primer momento se pensó que, los encuestados serían automáticamente involucrados en los beneficios del Proyecto, aunque se hicieron las aclaraciones respetivas, esto favoreció a una mayor predisposición y rapidez para la aplicación de las encuestas en esta localidad. 85 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA En general el transporte limitado y poca oferta adecuada de alimentación y hospedaje fue siempre una limitante para el buen ánimo de la brigada. VI.- Información obtenida por localidad (resultados de campo) VI.1.- San Regis Se desarrollaron 05 entrevistas, entre los participantes están; - El Comisario de la delegación policial - Lideresa y directiva de la Asociaron de Créditos y Ahorros - El Alcalde del Distrito - El Juez de Paz - Propietario de una bodega y hospedaje En el Focus Group participaron 24 personas representando a; - Autoridades o Teniente Gobernador o Comisario - Actividades sociales y económicas o Madereros o Club de madres o Comerciantes ambulantes o Agricultores o Asociación de Ahorro y Crédito o Pesca o Comercio de combustibles o Madres de familia (APAFA) Resultado Punto/muestra (localidad) San Regis 1129 Población priorizada 141 hombres 81 mujeres 60 86 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA VI.1.- San Jacinto Se desarrollaron 05 entrevistas, entre los participantes están; - El Apu de la Comunidad - Coordinadora de un proyecto (control de la natalidad) - Presidente de los “Tigres Negros” - Líder local - Director de la escuela primaria En el Focus Group participaron 24 personas representando a; - Autoridades o Agente Municipal o Apu de la CCNN o Teniente Gobernador o Presidente de APAFA - Actividades sociales y económicas o Religión - Iglesia católica o Artesanos o Pesca (manejadores de cochas) Resultado Punto/muestra (localidad) San Jacinto Poblaciónpriorizada 146 hombres 16 mujeres 14 VII.- Adaptación y aprendizaje - Todo proceso de toma de información y la forma de relacionarse desde le sujeto al objeto de estudio (medios de investigación), originan perturbaciones, que tienen que tomarse como parte del proceso del estudio, pero también tomarlas en cuenta para la planificación, las sociedades y su trama cultural, se expresa en tres dimensiones la espacial, temporal y de 87 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA relacionamiento y estas interactúan para manifestar posiciones en base de sus intereses de los individuos o de grupo, estas posiciones están em constante negociación con los otros intereses. El proyecto OTCA, representa un interés, que tendrá que interactuar en un proceso de negociación con los intereses de los beneficiarios. Por sus procesos y estructura social y económica San Regis y San Jacinto, manifiestan posiciones diferentes ante el proyecto. Es importante entonces analizar y reflexionar sobre qué intereses son con los que motivan estas posiciones, que relación de valor y poder se asignan a estos intereses, y como estos pueden entrar en relación con los intereses del proyecto y garantizar El componente estratégico del proyecto, porque los intereses son los factores de poder o factores estratégicos y ambos están en juego en todo proceso de negociación. VII.- Anexos: 1) Entrevista semiestructurada 2) Guia del Focus Group 3) Encuesta cerrada tabulada 4) Fotos 5) Listas de participantes (Focus Groups) 88 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA ANEXO 1 FICHA DE ENCUESTA I.- Información General 1. Lugar de la Encuesta 1 SAN JACINTO 2 SAN REGIS 2. N° Encuesta 5. Grupo de Edad 13 3.Fecha 1 14 – 19 2 20 – 29 3 30 – 39 4 40 – 49 5 50 - 59 4. Sexo M F 6 60 - 69 7 70 - + 5. Lugar de 1 Misma comunidad Nacimiento? 6. Lugar de nacimiento de su Padre? (P) círculo) materno? M 1 Misma comunidad 1 2 Mismo distrito 2 3 Misma provincia 3 2 Mismo distrito 3 Misma provincial 4 Mismo dpto. 4 Mismo dpto 4 5 Otro dpto. 5 Otro dpto 5 (encerrar en un 8. Idioma P 1 Castellano 2 Cocama 7. Y de su Madre? (M) 9. Manejo del Idioma materno? 1 Habla, pero no escribe 2 Habla, y escribe un poco 89 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 3 Otro: 4 10. Cuál es 1 su Religión? Católica civil? Habla, y escribe bien 4 Habla y escribe poco 1 Soltero (a) 2 Conviviente 2 Evangelica (Nazarena) 3 Protestante 3 Casado (a) 4 Creencia tradicional 4 Separado (a) 5 Otra: 5 Divorciado (a) 6 Ninguna 6 Viudo (a) 7 No responde 7 Otro: 12. Grado de 1 Instrucción? 11. Estado 3 Ninguno 13. Principal fuente de 1 Agricultura 2 Inicial 3 Primaria incomplete 4 Primaria complete 4 Artesanía 5 Secundaria incomplete 5 Venta de leña o madera 6 Secundaria complete 6 Turismo 7 Superior incomplete 7 Salario como empleado 8 Superior complete 8 Negocio, tienda 9 Estudios en el exterior 9 Otra: ingresos económicos? 2 Venta de carne de monte 3 Venta de pescado u otros 90 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 14. Número total de hijos? 15. Número de hijos en época escolar 16. Número de hijos(as) fallecidos? 17. Numero de hijos(as) en la escuela ? 18. Cuantos miembros de su familia han migrado? solo 1 solo 2 solo 3 + de 3 19. En su familia, han decidido el número de hijos quieren tener? Si No 20. Usa métodos de planificación familiar con su pareja? Se Si No cuidan? II.- Información socio-economica 21.¿Cuáles son las Enfermedad enfermedades o dolencias más frecuentes? 21. 22.Jóven 23.Adult 24. Niños es os Ancianos 1 Infecciones Respiratorias 2 Diarreas, mal del estómago (marcar x) 3 Enfermedades de la piel 4 Huesos y articulaciones 5 Dolores corporales varios 6 Dolores de cabeza y mareo 7 Infecciones de los ojos 8 Dolencias odontológicas 91 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 9 Inflamación de los riñones 10 Mordedura de víbora y otras 11 Susto, cutipado, brujería 12 Otra: 22¿Dónde se atiende los problemas de salud? 1 Curandero local 2 Botiquin 3 Posta medica 4 Centro médico - Hospital 5 En casa 6 Otra forma: 23¿Cuál es la situación de la tenencia sus tierras? (Casa) 1 Certificado de posesión 2 Título de propiedad 3 Prestado a alquilado 4 Titulado e inscrito en SUNARP 5 Ninguna modalidad 6 Otra forma: 92 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 24. Para usted, ¿cuál es la actividad más 1 Agricultura importante que realiza para vivir? (subsistencia: para asegurar su alimentación y el intercambio de algunos bienes y servicios locales) 2 Caza 3 Pesca 4 Extracción forestal 5 Crianza de animales 6 Artesanía 7 Turismo 8 Otras: 25. ¿Que actividades económicas realiza en sus propiedades? ¿y cuánto tiempo dedica a ella?(x) 26. 27. 28. Agricultu Caza Pesca Extracción ra Forestal (chacras) (coto (cochas, ) psigranjas,etc ) 1 Dos o + veces por semana 2 Cada una o dos semanas 3 Cada tres o cuatro semanas 4 Cada cinco a seis semanas 5 Cada siete semanas o mas 29. 30. Turismo (guía, artesano etc.) 93 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 26. ¿Qué tipo de recurso usa o 1 CAZA produce según la actividad económica realizada? 1 Guangana 2 Sachavaca 3 Venado 4 Añuje 5 Mono 6 Otros:…………… …. 2 AGRICULTURA 1 Maíz 2 Chiclayo 3 Yuca 4 Arroz 5 Platano 6 Otros:…………… …. 3 PESCA 1 Paiche 2 Zungaro 3 Gamitana 4 Arahuana 5 Doncella 94 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 6 Paco 7 Acarahuazu 8 Otros:…………… …. 4 EXTRACCION FORESTAL 1 Caoba 2 Cedro 3 Lupuna 4 Tornillo 5 Cumala 6 Mohena 7 Palmeras 8 Otros:…………… …. 27.¿Con que frecuencia se dedica a las siguientes actividades? (x) 28. Dos o + veces por semana 2 Cada una o dos semanas 3 Cada tres o cuatro semanas 4 Cada cinco a seis semanas 30. Agricultu Caza Pesca ra 1 29. 31.Extracció 32. Turismo n Forestal (guía, arriero, porteador) 95 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 5 Cada siete semanas o mas 33.¿Qué tipo de servicios básicos posee para su hogar? (casa) 34.¿De qué material está construida su casa? 1 Alumbrado publico 2 Alumbrado domiciliario 3 Agua potable (tratada) a domicilio 4 Agua entubada a domicilio 5 Pila o grifo comunitario 6 Letrina domiciliaria con red de desagüe 7 Letrina domiciliaria con pozo 8 Otro: 1 Todo material de la región (piso, paredes y techo) 2 Material de la región y solo techo con calaminas 3 Todo con material noble (concreto, ladrillos, etc) 4 Otros: 35. ¿Qué artefactos o maquinas posee? 1 Motor peque peque 2 Televisor 3 Radio 96 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 4 Cocina a gas 5 Refrigeradora 6 Otro: 36. ¿Cuáles son sus ingresos económicos mensuales familiares en promedio? 37.¿ Cuáles son los 3 principales gastos que cubre con sus ingresos mensuales? (marcar solo 3) 1 Más de 50 soles 2 Más de 150 soles 3 Más de 300 soles 4 Más de 600 soles 5 Más de 1000 soles 6 No tengo ingresos 7 Otros: 1 Paseos y diversión 2 Salud 3 Alimentación 4 Educación 5 Casa (arreglos/construcción) 6 Vestimenta 7 Negocio 8 Otro: 97 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 38.¿Qué miembros de su familia participan de las actividades económicas familiares? 1 Solo papa 2 Ambos padres 3 Padres y abuelos 4 Padres e hijos (Jóvenes y niños también) 5 Otra forma: 39. ¿Quién o quienes toman las decisiones para 1 El padre; cabeza de familia desarrollar una nueva actividad económica en su hogar? 2 Ambos conyugues 3 Ambos conyugues con consulta familiar 40. Con que frecuencia visita el centro poblado más cercano? ¿Cuál?: …………………………………. 1 Una o más veces por semana 2 Cada dos o tres semanas 3 Cada cuatro a seis semanas 4 Cada siete semanas o mas 41. En sus visitas al centro poblado lleva productos para vender? 42. Qué producto es el que mayormente lleva 41 a vender en el centro poblado? Si No Producto 1 Productos agrícolas (maíz, yuca, arroz,etc) 98 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 2 Frutos del bosque; chonta, yarina, etc 3 Pescado de río o cocha 4 Carne de animales del monte 5 Animales domésticos 6 Plantas medicinales 7 Otros: ANEXO 2 Focus Group Está técnica se adecua al contexto porque, permite obtener una visión común del tema en cuestión, asimismo permite recoger las reflexiones y percepciones de los diferentes actores bajo la influencia del grupo. Tradicionalmente es mas a fin a las costumbres locales, es una forma de recojo de información muy practicada por poblaciones rurales para sus procesos locales. Permite también recoger mayor información en menos tiempo. Duración: 4 horas Participantes: Principalmente líderes y/o autoridades y beneficiarios directos e indirectos (como líderes indígenas, personajes destacados y población involucrada en los comité grupos organizados). No. de participantes: 12 personas como máximo. *se usara intérprete si es necesario Estructura del taller - Resumen y reseña del proyecto interviniente - Objetivos y metodología del focus Group - Procedimiento 99 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA o Mediante el trabajo de lluvia de ideas se responderán, preguntas enfocadas a resolver las preguntas objetivo de la consultoría*. o Luego en grupos de 4, ordenarán y se trabajarán las conclusiones, desarrollando “ideas clave o fuerza”. o Preguntas: para completar información Preguntas. 1.- ¿Cuáles son los recursos naturales más abundantes y escasos en su localidad? ¿Porque? 2.- ¿Cuáles son las actividades económicas más importantes de la localidad? ¿Cuál son los recursos naturales que lo sustentan? 2.-¿ De estas actividades económicas cuál es la esencial para el mantenimiento de la costumbres y cultura de la localidad? ¿Por qué lo es? 3.-¿Cómo se hace la distribución de las ganancias (dinero y bienes), entre los miembros de la familia, producto de la actividad económica? 4.- ¿Qué importancia tiene? ¿Cómo participan? ¿Cómo definen? las actividades económicas entre; - ¿Entre mujeres y hombres? - ¿Entre jóvenes, adultos y ancianos? 5.- otra pregunta que complemente el trabajo. ANEXO 3 Guías de entrevista semiestructurada Estas serán aplicadas principalmente a los líderes de las organizaciones locales y funcionarios de los proyectos. 1.- De forma general ¿Cómo explica o caracteriza la situación económica y social de su localidad en la actualidad? 100 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 2.- ¿Cuál o cuáles son las fortalezas y debilidades para el desarrollo económico y social de su localidad? 3.- ¿Según su opinión que acuerdo o gestión suya (si corresponde), ha favorecido al desarrollo y fortalecimiento de los ingresos económicos familiares de su zona? ¿Qué hubiera sucedido si no existiese este factor o acción que usted ejecuto? 4.- ¿En su localidad existe alguna forma de manejo de recursos naturales? ¿Cómo y quienes lo manejan y benefician? 5.- Con respecto a la actividad económica en su familia; ¿cómo realizan la distribución de los beneficios y como participan los miembros de su familia en estas actividades? 6.- ¿Cree usted que las actividades económicas actuales ya no satisfacen las necesidades de las familias locales? ¿Por qué? 7.- ¿Qué relación tiene la abundancia o disminución de los recursos naturales de su localidad con los ingresos económicos familiares? 8.- ¿Cómo se organizan las personas de su localidad para realzar actividades económicas? 9.- ¿En su opinión cuales son factores que determinan el crecimiento poblacional de su localidad? ¿Por qué? 10.- ¿Existe suficiente centros médicos, postas o botiquines comunales para atender la necesidad local? 11.- ¿Existe suficiente IEs, para atender la necesidad local? 12.- ¿Que problemas sociales tiene su localidad? 101 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA II.3- DIAGNOSTICO FÍSICO, QUÍMICO Y BIOLÓGICO DE LA COCHA JACINTO – RÍO MARAÑÓN, LORETO - PERÚ E STOCK Y LA DIVERSIDAD DE PECES DE LA COCHA JACINTO. INTRODUCCIÓN 1. La cocha Jacinto está ubicada frente a la comunidad de San Jacinto entre las coordenadas UTM E 0623314 y N 9495909. Tiene una extensión aproximada de 1.7 kilómetros de espejo de agua, encontrándose dentro de la jurisdicción de la cuenca Yanayacu Pucate - Reserva Nacional Pacaya Samiria (RNPS), al margen derecho del río Marañón. La cocha Jacinto tiene diferentes sectores conocidos como: la restinga de Yanayacu, la restinga San Jacinto, Pungal, el Ojé, Renacal, la Punta, la Boca, Capironal. Otras comunidades cercanas a la cocha son San Regis y 23 de Junio. 2. La cocha Jacinto presenta orillas con abundante vegetación acuática flotante, siendo sus aguas de aspecto verdoso-oscuro. Periódicamente, en época de creciente, el agua proveniente del río Marañón ejerce una fuerte presión, ingresando abundantemente a la cocha a través del complejo sistema de caños y quebradas que se encuentran interconectados. 3. Comunidades vegetales La vegetación existente es ribereña, de inundación periódica, conformada por macrófitas acuáticas y ceticales. En ella podemos observar: Bactris sp. “ñejilla”, Maquira Coriacea “Capinurí”, Ficus insipida Wild “ojé”, Calycophyllum spruceanum “capirona”, Endlicheria krukovii “cunchi moena”, pachira sp. “punga”, Leonia crassa L. “tamara”, Cecropia membranacea “cetico blanco”, Rinorea paniculada “timareo”. También se presentan otras especies como Inga sp. “shimbillo”, Neptunia natans “pashaco”, Triplaris sp. “tangarana”, Plumeria tarapotensis “bellaco caspi”, Hevea spruceana “catahua”, Couropita sp. “ayahuma” 102 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA y Spondias mombin L. “ubos”. La vegetación de la orilla cubre una faja que la rodea y que varía entre los 20 y 60 metros de ancho, siendo las especies predominantes: Pistia stratiotes “huama”, Potenderia rotundifolia “putu-putu”, Paspalum sp. “gramalote”, Cyperus articulatus L. “piri piri”, Montrichardia sp. “rayabalsa”, Bactris maraja “pijuaillo” y Ipomea phullomega “sacha camote”. Fauna Silvestre 4. Durante el periodo de evaluación se determinó la predominancia de Melanosuchus niger “lagarto negro”, Caiman crocodylus “lagarto blanco” y Podocnemis unifilis “taricaya, Ardea cocoi “garza ceniza”, Casmerodius albus “garza blanca grande” y Egreta thula “garza blanca chica”, Tigrisoma lineatum “puma garza”, Jacana jacana “tuqui tuqui”, Brotogeris sp. “pihuicho”, etc. Entre los monos se encuentran Cebuella pygmaea “leoncito”, Saguinus fuscicollis “pichico común”. También encontramos Sciurus sp. “ardilla” y Hydrochaeris hydrochaeris “ronsoco”. Peces de la cocha Jacinto Las principales especies de interés económico que produce la cocha Jacinto son: Arapaima gigas macropomum “paiche”, “gamitana”, Piaractus brachypomus Osteoglossum “paco”, bicirroshum Colosssoma “arahuana”, Pseudoplatystoma flavicans “doncella”. Pero actualmente las principales especies que sostienen la pesca de subsistencia y comercial a baja escala son el Prochilodus nigricans “boquichico”, Hypophthalmus sp “maparate”, Astronotus ocellatus “acarahuazú”, Liposarcus pardalis “carachama”, Cichla monoculus “Tucunaré”, Triportheus sp “sardina”., Hemiodus sp “yulilla”, Pseudoplatystoma tigrinum “tigre zungaro”, Hoplosternum sp., “shirui”, Satanoperca jurupari “bujurqui”, Hoplías malabaricus “fasaco” y Oxydoras niger “turushuqui”. En la cocha Jacinto la disponibilidad y oferta de pescado está sujeta a las variaciones del nivel de las aguas, siendo escasa en el periodo de expansión del 103 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA ambiente acuático y alta en el período de retracción de las aguas por el incremento de la densidad del recurso y la mayor eficiencia de los aparejos de pesca. Estas variaciones determinan un incremento en el aprovechamiento de pescado en una época del año y la escasez y elevado precio en la otra. Vías de acceso a la cocha Jacinto La cocha Jacinto es una cocha cerrada en temporada de vaciante y en la temporada de creciente se expande a través de diversos caños. Asimismo, tiene diferentes ingresos, los cuales están sujetos a la temporada de creciente y vaciante del río; los caños que permiten el acceso a la cocha Jacinto son los siguientes: En creciente se ingresa en canoa por el caño Jacinto, así como por otros caños conocidos como sacaritas que se conectan con la cocha. Por la quebrada Yanayaquillo, la cual se conecta por la parte alta de la cocha Jacinto durante la temporada de creciente. Por las orillas del río Marañón durante la temporada de vaciante realizando una caminata de 30 minutos hasta llegar a la cocha Jacinto. MATERIALES Y MÉTODOS 1) Parámetros morfométricos de la cocha Jacinto.- Se determino en base a imágenes satélites disponibles en escala de 1:40,000, disponibles en la base de datos cartográfica del Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP). Longitud máxima (LM).- Se define la LM a la línea que une los puntos más lejanos y extremos de un cuerpo de agua lénticos, cuando la “cocha” tiene forma de herradura o semilunar, la longitud máxima puede ser una línea curva, aunque ella cruce tierra firme, siempre que sea una isla (Fukushima et al. 1980 en Montreuil et al. 1990). Esta situación se adapta a las condiciones que presenta la cocha Jacinto. 104 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Anchura máxima (AM).- Línea que une los puntos extremos de un cuerpo de agua, pero en sentido transversal y perpendicular al eje de la longitud máxima (Fukushima et al. 1980 en Montreuil et al. 1990). Profundidad máxima (PMx).- Es la máxima profundidad registrada en los sondajes (Fukushima et al. 1980 en Montreuil et al. 1990). En este caso se considerará este parámetro solo como una aproximación, pues se origina de un único sondaje en el centro del cuerpo de agua. Parámetros físicos-químicos de la cocha Jacinto Durante un lapso de 6 horas (8:00 y 14:00 horas) se hicieron mediciones de los parámetros físicos-químicos utilizando para ello un Kit LaMotte – Juego de Prueba para Acuicultura de Agua Dulce, Modelo AQ2, Código 3633-03, entre los que destaca: Anhídrido carbónico, oxígeno disuelto, alcalinidad, dureza, nitritos, amonio, cloruros, pH y para la temperatura un termómetro del mismo kit. El color aparente se determinó visualmente, para el caso de la transparencia se utilizo el disco Secchi y para la profundidad se utilizo una sonda artesanal preparada con un cordel adecuadamente rotulado (20 metros) y una plomada como contrapeso. Parámetros biológicos - Plancton Fito y zooplancton El fitoplancton, incluye a organismos uni y pluricelulares (microalgas y algas filamentosas) que carecen de movimiento propio, realizan fotosíntesis, producen materia orgánica, constituyendo los organismos productores. El zooplancton, comprende diferentes grupos de animales de ciclo vital corto (días y/o semanas) con dimensiones de 100 micras hasta algunos milímetros. Constituyen los organismos 105 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA consumidores de primer orden. Las colectas se realizaron por filtrado de un volumen determinado de agua (usualmente 40 a 50 litros) a través de una red cónica de 45 micras de abertura de malla; las muestras serán preservadas en formol al 4%, analizadas posteriormente cualitativa y cuantitativamente, y expresados en individuos/mL (modificado de Riofrio et al., 2003). El análisis cualitativo y cuantitativo se realizó en los laboratorios de la Universidad Científica del Perú. Bentos (macroinvertebrados bentónicos) En esta comunidad se estudio básicamente macroinvertebrados acuáticos, ya que algunos peces pueden también formar parte de esta comunidad, pero son muy raros en las capturas con los métodos usualmente empleados para la colecta del bentos. Estos macroinvertebrados incluyen numerosas formas larvarias y adultas de insectos, así como otros grupos entre los que tenemos gusanos redondos (oligoquetos), moluscos (caracoles, bivalvos), y gusanos hirundineos (sanguijuelas), entre los más frecuentes en la Amazonía. Estos organismos habitan en diferentes tipos de sustratos, como sedimento fino, arena, grava, hojarasca, vegetación sumergida, fango, raíces, entre otros. Para la recolección del bentos, se empleo una red surber de 500 um de luz de malla y 30 cm2 de área de colecta. Se realizo la toma de tres (06) repeticiones en cada estación de muestreo, con la intención de obtener un registro más exacto de la densidad de macroinvertebrados presentes, mayor precisión en la estimación de la productividad secundaria del medio evaluado. Las muestras se depositaron en frascos plásticos de tapa hermética de 500 ml, para inmediatamente ser fijados con alcohol al 70%, la rotulación de cada muestra incluyo la señalización externa, etiquetas en el interior y cadenas de custodia, para su posterior envío al laboratorio. 106 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Stock y la diversidad de peces de la cocha Jacinto Se realizó una evaluación cualitativa, registrando las especies presentes en el área de estudio mediante colectas específicas por puntos de muestreo pre-definidos. Se estimó la composición y abundancia de peces en cada estación de muestreo. Se empleo redes de espera de diferentes aberturas de malla (1.5, 2.0, 2.5, 3, 3.5 y 4 pulgadas), las mismas que se colocaran en lugares aparentes y por un tiempo determinado de acuerdo a las capturas (entre 2 a 12 horas). No se realizaron colectas en la mayoría de casos de captura, dado a que todos los especímenes capturados fueron fotografiados, generando un registro fotográfico de las diferentes especies de peces capturados. La longitud de cada espécimen capturado se midió con un ictiometro, utilizando para ello la longitud estándar (desde la punta de la cabeza hasta la aleta caudal) y el peso con una balanza electrónica de precisión marca Cavory. Deberá tomarse en cuenta que las mediciones fueron hechas en especímenes frescos y no conservados. Para determinar la diversidad de especies se utilizo el índice de Shannon: H‟=- Σ pi ln pi, donde pi es la proporción de individuos de la “i” especie; y se procederá a establecer posibles diferencias significativas entre la diversidad de cada categoría de nivel de agua, para lo cual se determinará la varianza de cada H‟, así como el valor de “t” y sus respectivos grados de libertad (Magurran 1988). 107 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA RESULTADOS 1) Parámetros morfométricos de la cocha Jacinto Longitud máxima: 1,700 metros (1.7 km) Ancho máximo: 80 metros Profundidad máxima: 4.73metros Profundidad promedio: 3.83 metros Área de manejo: 56.6 hectáreas 2) Parámetros físicos-químicos de la cocha Jacinto Color aparente: Con relación al color la cocha Jacinto se comporta de dos formas, durante la creciente adquiere el color del río Marañón marrón claro (café con leche) y durante la vaciante el color se torna negruzco - verde (Cuadro N° 01). Temperatura del agua: En el muestreo de las 08:00 horas la temperatura superficial del agua fue de 28 °C, para luego aumentar hasta 29.6 °C a un 80 cm de profundidad a partir de las 14:00 horas. Transparencia: La permeabilidad lumínica oscilo entre 127 cm (08:00 horas) y 160 cm (14:00 horas para adelante). Turbidez: De acuerdo a datos bibliográficos la Turbidez de la cocha Jacinto fluctúa entre 4 en horas de la mañana y en horas de la tarde se registran valores de 14 FTU (Cuadro N° 01). Conductividad: Registros de trabajos anteriores dan una tendencia general de la conductividad al aumento relacionado con la profundidad y con valores de 197 – 203 uhmos/cm (Cuadro N° 01). 108 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Oxígeno disuelto: En los dos muestreos realizados los valores de oxígeno superficial fueron 12 y 14 ppm. Esta concentraciones fueron altas hasta la profundidad de 0.80 a 1.00 metro. Estos valores disminuyeron bruscamente en los estratos inferiores. Anhídrido carbónico: Las concentraciones de anhídrido carbónico arrojaron valores entre 10 y 11 en las zonas profundas de la columna de agua (Cuadros Nº 01). pH: El pH arrojo valores de 6.5 Cuadro N° 01. Valores obtenidos del análisis físico- químico de la cocha Jacinto, Mes de Agosto 2013. Toma de muestras 08:00 y 14:00 horas. 3) Parámetros biológicos – Plancton a) Fitoplancton Con respecto al análisis cualitativo, se encontraron Las muestras representativas de algas registradas corresponden a la Muestra 1: 4 especies y la Muestra 2: 5 especies, 109 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA a continuación se detalla las divisiones, familias y géneros identificados en la cocha Jacinto. División Cyanophyta Familia: Microcystaceae Genero: Merismopedia División Chlorophyta Familia: Volvocaceae Género: Pandorina Eudorina División Euglenophyta Familia: Euglenaceae Género: Trachelomas Lepocinclis Euglena Phacus 110 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 02. Algas registradas en la cocha Jacinto – Agosto 2013. La mayor presencia de algas ha estado relacionada con la división Euglenophyta (muestra 1: 300 individuos y en la muestra 3: 600 individuos), presentando mayor abundancia la microalga Lepocinclus ovum (23.1%), seguido de Trachelomas amata (15.4%) y Phacus myerci (15.4%). La división Chlorophyta (muestra 1: 300 individuos y en la muestra 3: 200 individuos), presentando relativa abundancia y se encuentra representado por la microalga Pandorina morum (15.4%), seguido de Eudorina elegans (7.7%) y con baja abundancia la división Cyanophyta (muestra 1: 0 individuos y en la muestra 3: 100 individuos) representado por la microalga Merismopedia sp. (7.7%). Con respecto a la abundancia total de las divisiones de fitoplancton registradas en la cocha Jacinto, se observa que las Euglenophytas es el grupo más abundante y responsable de la productividad neta. Sin embargo se requiere de otras evaluaciones que coincidan con la temporada de vaciante (época seca), el comportamiento sería 111 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA totalmente diferente pudiendo incrementarse el número de individuos de otras divisiones. La presencia de estas algas indicaría una buena productividad primaria de Lepocinclus que sirven de alimento para el zooplancton permitiendo generar una elevada productividad secundaria y constituyéndose en sustento de la alimentación de los peces presentes en la cocha Jacinto (Prescott, 1975). b) Zooplancton En el análisis cualitativo, los resultados se determino que Polyarthra sp., fue la especie más abundante (muestra 1: 9 y muestra 3: 5), seguido de Brachiorus sp., (muestra 1: 2 y muestra 3: 4) ambos pertenecientes a los Rotíferos. Con respecto al número de especies se tiene un total 13 especies. Cuadro N° 03. Zooplancton registrados en la cocha Jacinto – Agosto 2013. 112 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Se han registrado la mayor presencia de organismos de zooplancton al Phyllum Rotífera, contando un total acumulado 21 especies de organismos de zooplancton presentes en las muestras (M-1: 2 individuos y M-3: 4 individuos perteneciente al género Brachionus sp., mientras que para el género Polyarthra sp. (M-1: 9 indiviudos y M-3: 5 individuos), finalmente para la especie Flilinia longiseta (M-1: 1 individuo y M-3: sin ningún individuo registrado. Para luego continuar con el Phyllum Gastrotricha, género Polymerus sp., (M-1: 1 individuo y M-3: sin ningún individuo), asimismo el Phyllum Arthropoda – Subphyllum Crustácea inicialmente en la respectiva muestras no se ha logrado identificar los individuos, por lo que se presume que se encuentren relacionados con Nauplios que es el estadio inmaduro de los microcrustáceos (M-1: 2 individuos de Nauplios y M-3: 2 individuos de Nauplios), en este mismo Phyllum se presenta el género Cyclops sp., en la M-1: 3 individuos y M-3: no registra ningún individuo, para luego seguir con el Phyllum Ciliophora con especies Halteria grandinella y Paramecium bursaria ambas presentes en la M-3: 1 con un individuo respectivamente. 113 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Para el análisis de la abundancia trabajamos con la densidad de organismos del zooplancton (N° indiv(mL) en los dos puntos de muestreo ubicados en la cocha Jacinto. Del total acumulado 31 individuos colectados del zooplancton, el 67.8% corresponde al Phyllum Rotífera (21 individuos acumulados), el 22.6% corresponde al Phyllum Arthropoda - Subphyllum Crustácea (7 individuos acumulados), el 6.4% corresponde al Phyllum Ciliophora (2 individuos acumulados) y finalmente con 3.2% el Phyllum Gastrotricha (1 individuo). La mayor abundancia de individuos fue registrada en la Muestra 1 de la cocha Jacinto. c) Bentos Esta comunidad biológica acuática se encuentra constituida en su mayoría por organismos invertebrados (insectos acuáticos, larvas, crustáceos y gusanos) que viven asociados al fondo de los diferentes ambientes acuáticos. Del total acumulado se identificaron 33 individuos de organismos de bentos, siendo el registro mayor para la estación de muestreo 3 (M-3: 19 individuos) a diferencia de la M-1: con 14 individuos, todos pertenecientes a la clase Insecta. La composición del bentos en la cocha Jacinto durante este proceso de evaluación estuvo representada por un solo phyla, una sola clase y 4 órdenes. El Phyllum Arthropoda presento la mayor riqueza de especies (15 especies) y el orden Coleoptera presento 4 géneros, el orden Heteróptera 4 géneros, el orden Díptera y Odonata con 2 géneros respectivamente (Cuadro 04). De acuerdo a la composición por Órdenes de macroinvertebrados, se tiene una marcada presencia Coleoptera y Heteroptera, indicadores de las aguas de la cocha Jacinto son de buena calidad (limpias). 114 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 04. Bentos registrados en la cocha Jacinto – Agosto 2013. Para el análisis de la abundancia trabajamos con la densidad de organismos del bentos (individuos/m2) en los dos puntos de muestreo (M-1 y M-2) identificados previamente en la cocha Jacinto. Con respecto a la abundancia por phyllum de los 33 individuos colectados todos pertenecen al Phyllum Arthropoda (100%), con respecto a la abundancia total del bentos se registra que Heteroptera y Coleoptera son los órdenes más abundantes (36.3% y 33.3% respectivamente) en el área de estudio, seguido de los órdenes Diptera y Odonata (21.2% y 9.09% respectivamente). 5. Dada las características del fondo de la cocha Jacinto, el establecimiento de comunidades bentónicas en su fondo limoso y con abundante vegetación en descomposición (ramas de los arboles, hojas entre otros materiales orgánicos) tienden a albergar una mayor diversidad de estos organismos y al mismo tiempo la abundancia. 115 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Por lo que se puede decir que las condiciones ecológicas y ambientales de la cocha Jacinto evaluada se encuentran en condición saludable, presentando una diversidad del bentos conforme ocurren con otros lagos de las áreas inundables. Peces La pesca en la amazonía es importante para la subsistencia de las poblaciones locales y como actividad económica. En la cocha Jacinto los peces son dominantes en riqueza, abundancia y biomasa, constituyéndose en alimento importante en las comunidades de la Amazonía en especial de la cuenca del río Marañón. La diversidad de peces de la cuenca amazónica acompaña su dimensión. Se estima que existen entre 2.500 y 3.000 especies de peces de agua dulce en toda la Amazonía, considerando que, en la actualidad el estado de conocimiento de la ictiofauna de la región amazónica es aun incompleto, existiendo a la fecha muchas especies sin descripción formal, que hace que sean incluidas erróneamente bajo una denominación común. Composición Entre las dos evaluaciones realizadas se identificaron 41 especies de peces distribuidas en 5 órdenes y 13 familias taxónomicas. La lista general de especies registradas por punto de muestreo en la cocha Jacinto evaluada se presenta en el anexo xx. Respecto a la composición por órdenes acumulados los Characiformes (o también llamados Caracoideos), presentó la riqueza de especies 24 especies que representan el 58.54%, seguido de los órdenes Siluriformes (bagres), 8 especies que representan el 19.51%, Perciformes (peces con espinas en las aletas), presento 7 especies que representan el 17.07%, Beloniformes (peces aguja), presento 01 especie y Osteoglossiformes (peces de lengua osea), presento 01 especie y juntos representan el 4.88% del total de la riqueza registrada en la cocha Jacinto. 116 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA De acuerdo a lo que se observa en la Figura 01, el orden con mayor número de especies en las dos evaluaciones realizadas es Characiformes, con igual número de especies (12). Los órdenes Beloniformes y Osteoglossiformes solo se registraron en la primera evaluación pesquera. La riqueza de especies del Orden Siluriformes se mantiene en las dos evaluaciones, sin embargo el orden Perciformes se incrementa en una especie en la segunda evaluación. 117 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 01. Número de especies de peces por órdenes presentes en las evaluaciones pesqueras en la cocha Jacinto. Agosto 2013. En lo que respecta a la composición por familias en conjunto en los dos muestreos (Cuadro 05), la mayor riqueza de especies corresponde a la familia Serrasalmidae (Characiformes) con 8 especies (19.51% del total registrado), seguido de la familia Cichlidae (Perciformes) con 7 especies (17.07%), seguido de la familia Curimatidae (Characiformes) con 6 especies (14.63%) y luego siguen las familias Anastomidae y Loricariidae con 4 especies cada uno representando cada uno de ellos el 9.76%, seguido de la familia Pimelodidae con 3 especies que representan el 7.32%, posteriormente se ubican las familias Characidae y Prochilontidae con 2 especies cada uno de ellos con una representatividad 4.88% por familia, finalmente las familias Acestrorhynchidae, Cynondotidae, Osteoglossidae, Erytrhrinidae y Doradidae con una especie cada una de estas familias y que juntas representan 12.20%. 118 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 05. Composición de especies de peces 6. El número de familias y de especies registradas fue mayor en el primer muestreo (11 familias y 21 especies) que en el segundo muestreo (10 familias y 20 especies), no se registro la ocurrencia de algunas familias en los dos sucesivos muestreos (Cynondontidae y Osteoglossidae tiene ocurrencia en el primer muestreo, mientras que Erythrinidae y Doradidae tienen ocurrencia en el segundo muestreo como se puede apreciar en el siguiente cuadro 06. 119 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 06. Ocurrencias de las familias taxonómicas en los dos muestreos 7. Abundancia de peces Para el análisis de la abundancia se trabajó con la densidad de organismos del necton (N° de individuos/lance (tendidas), en los dos puntos de muestreo ubicados en la cocha Jacinto. En el cuadro 07 y figura 02, se observa que los resultados de la abundancia de peces, es mayor en el segundo muestreo en términos de cantidad de individuos capturados (226) a diferencia del primer muestreo que solo se capturo 113 individuos. Cuadro 07. Número de individuos y sus respectivos ordenes taxonómicos 120 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Con respecto a la abundancia por orden, de los 339 individuos colectados, el orden Characiformes presento la mayor abundancia (245 individuos, 72.27%) entre los dos muestreos, seguido de los Siluriformes (73 individuos, 21.53%), luego los Perciformes (18 individuos, 5.31) y finalmente los ordenes con menor abundancia fueron Beloniformes (2 individuos, 0.59%) y Osteoglossiformes (1 individuo, 0.29%). Abundancia de individuos Figura 02. Individuos y sus respectivos órdenes taxonómicos 250 Muestreo 1 200 Muestreo 2 150 100 50 0 Órdenes De acuerdo a la abundancia por familias, el mayor número de individuos para la cocha Jacinto corresponde a los Curimatidae (94 individuos que representan al 27.73%), seguido de los Loriicaridae (53 individuos, 15.63%), Serrasalmidae (50 individuos, 14.16%), Characidae (48 individuos, 14.16%), Anostomidae (37 individuos, 10.91%), Cichlidae (18 individuos, 5.31%), Pimelodidae (17 individuos, 5.01%), Prochilontidae (8 individuos, 2.36%), Erytrinidae (6 individuos, 1.77%) y finalmente las familias Acestrorhynchidae, Cynontidae, Osteoglossidae, Doradidae que en conjunto representan un total de 7 individuos y 3.24% (Figura 03). 121 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Figura 03. Número de individuos de peces por familia taxonómica. 250 Muestreo 1 200 Muestreo 2 150 100 50 Total Erythrinidae Doradidae Prochilontidae Osteoglossidae Cynodontidae Acestrorhynchidae Pimelodidae Cichlidae Anastomidae Loriicaridae Serrasalmidae Curimatidae 0 Characidae Número individuos 8. Familias taxonómicas Diversidad de peces De acuerdo a la abundancia por familias, el mayor número de individuos para la cocha Jacinto corresponde a los Characiformes (245 individuos, 72.27%del total colectado), mientras que las demás familias representan en conjunto el 27.73% restante. Con respecto a los muestreos, la mayor abundancia de individuos fue en el l segundo muestreo (226 individuos) y en que ambos muestreos el orden Characiformes registró el mayor número de individuos. Respecto a los resultados de diversidad de peces, se observa que es mayor en el muestreo 1 que en el muestreo 2, dado a que se obtuvo el valor más alto de riqueza de especies y diversidad (Cuadro N° 08). 122 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 08. Número de especies, individuos e índice de diversidad de peces. Las especies más abundantes corresponden a los Serrasalmidos (entre las que destaca “paña roja” Serrasalmus natteri y Serralsamus rombei “paña blanca”, “gamitana” Colossoma macropomum y “paco” Piaractus brachypomus todas estas con una alto registro de individuos juveniles) y la familia de los Curimatidos fue la que registro mayor número de individuos (entre las especies con mayores capturas se registra a la “llambina” Potamorhina altamazonica, “ractacara común” Curimata sp., siendo abundantes en este tipo de cuerpos de agua cercanos y altamente dependientes del río principal (Marañón) y asimismo a los diversos tipos de hábitats con adecuadas condiciones para el desarrollo de la actividad pesquera. Tomando en consideración las formas de consumo, se calcula que al menos 41 especies tienen preferencia por este ecosistema (cocha Jacinto), pero este número puede ser mucho mayor si tomamos en consideración que las comunidad de peces que utilizan la cocha Jacinto para realizar parte de sus ciclos biológicos, así varías familias de peces entre algunos de ellos podemos destacar a las “carachamas”, las “sardinas”, las “pañas”, las “ractacaras” han formado parte de la capturas frecuentemente en abundancia considerable en todo el canal principal de la cocha Jacinto y en algunos casos cerca a la desembocadura al río principal (Marañón). Los peces de porte medio, entre los que destaca la gran mayoría de Curimatidae, y los peces con placas de la familia Loricariidae fueron los grupos más frecuentes y abundantes en las capturas con redes de espera (agalleras) de 2 pulgadas de abertura de malla e hilo del 3, en especial en el centro de la cocha y orillas cubiertas de vegetación, 123 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA además de capturar especímenes de familias poco abundantes como los Acestrorhynchidae (peces aguja). En estas evaluaciones de la cocha Jacinto se estima que cerca del 80% de especies capturadas utilicen los ambientes del cuerpo de agua en gran parte de su ciclo de vida (Grafico N° 04). 75 N° individuos capturados 80 70 M1 60 47 50 40 30 20 M2 58 33 24 17 10 20 12 12 0 16 5 12 8 0 1.5" x 3 2" x 3 2.5" x 3 3" x 3 3.5 x 3 4" x 3 4.5" x 3 Red de pesca (N° abertura de malla y N° de hilo) Figura N° 04. Individuos capturados con redes de espera, número e hilo. La riqueza de peces registrada puede ser evaluada como alta (41 especies acumuladas) en comparación con las evaluaciones realizadas entre los años 2006, con 11 especies; 2007, 8 especies; 2008, con 20 especies y 2009 con 11 especies; coincidiendo solo con el año 2008, dado a que la evaluación de este año 2013, se reporta 20 especies en el segundo día de muestreo (M2). En relación a los hábitos alimenticios de los peces colectados en la cocha Jacinto, encontramos 4 categorías organizados en 3 niveles tróficos, siendo los omnívoros los más diversos y abundantes (41 especies, 339 individuos). Cuadros 9 y 10. 124 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Cuadro N° 09. Riquezas totales (S) por niveles tróficos de peces 9. Cuadro N° 09. Abundancia (N) totales por Niveles tróficos de peces 125 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA I. CONCLUSIONES Perifitón Las características físicas registrada en la cocha Jacinto, relacionado con los resultados obtenidos de la composición de especies de las diversas comunidades biológicas (plancton, bentos y peces) y datos registrados sobre conservación del ecosistema acuático, podemos deducir que las condiciones ecológicas de la cocha Jacinto fluctúan en la categoría de media a alta productividad, característico de agua de varzea. Las características de las comunidades vegetales (vegetación de orilla y arbórea) de la cocha Jacinto, están adecuadamente en un buen estado de conservación y son proveedoras de alimento a los principales organismos acuáticos, asimismo el bosque primario inundable contribuye con proporcionar sombra y ayudan a regular la temperatura de y protegen las orillas de la erosión. La cocha Jacinto es un ecosistema acuático que presenta características particulares, como su cercanía y conexión con el río Marañón, asimismo presenta recodos y estirones con troncos y ramas caídas, pozas, gramalotales, tamalones y hojarasca en el fondo del agua cercano a las orillas, que dan un escenario adecuado para el desarrollo de las diversas comunidades acuáticas, sin embargo son hábitats con alta fragilidad y al mismo tiempo vulnerables. Los dos muestreos realizados mostraron una alta diversidad asociado con los diversos microhábitats que posee la cocha Jacinto (recodos, estirones, troncos, ramas caídas, pozas, gramalotales, tamalones y hojarascas) y una amplia cobertura vegetal que contribuye un importante cantidad de material alóctono (hojas, frutos, insectos, etc.) que sirven de alimento para los peces. Con respecto al perifitón registrado en la cocha Jacinto se puede afirmar que fue moderado de igual forma en el aspecto cuantitativo, marcada presencia de nutrientes 126 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA asociadas con la conductividad reportado para este tipo de aguas. Asimismo la concetración moderada de organismos del perifitón se ve constantemente afectada por las lluvias persistentes durante la época de creciente, ocasionando un permanente lavado de las superficies dificultando el establecimiento de la comunidad de algas. La división Euglenophyta presentó la mayor riqueza de especies del Perifitón. Las especies de la división Euglenophyta estuvieron presentes en los dos muestreos realizados en la cocha Jacinto, lo cual reporta indicadores de una buena productividad primaria que son fuente de alimento al zooplancton (Prescott, 1975, Acleto, 1986). En términos generales, de acuerdo a los resultados, la cocha Jacinto, presenta una productividad moderada de concentración de nutrientes. 10. Bentos Con respecto al bentos, la diversidad de macroinvertebrados en la cocha Jacinto fue baja, con escasa presencia de organismos de indicadores de aguas de buena calidad (Ephemeroptera, Trichoptera y Plecoptera) del bento podría ser que los muestreos se realizaron en el periodo de aguas altas – temporada de creciente, asimismo las lluvias persistentes aumentan el caudal del cuerpo acuático, lavando las orillas que dificultan el establecimiento de la comunidad de macroinvertebrados (Allan, 1995). Peces La diversidad de peces para la cocha Jacinto es moderada, muestreos biológicos sucesivos y abarcando mayores sectores del cuerpo de agua, pueden arrojar otros resultados o superar los valores obtenidos. La composición de especies está dominada por los peces del orden Characiformes, es el grupo de peces más diversificado en multitud de formas que ocupan un amplio rango de nichos ecológicos por lo que dominan las aguas dulces continentales y por su éxito en invadir y utilizar hábilmente la mayoría de los hábitats acuáticos disponibles, aunado a sus diversas adaptaciones morfológicas y fisiológicas. 127 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Los representantes de la familia Curimatidae son los que presentaron mayor cantidad de individuos, seguido por la familia Loriicaridae y Serrasalmidae, confirmando que estos los representantes de estas familias cohabitan en un mismo tipo de hábitat, por lo que se encuentran gran cantidad de especímenes juntos facilitando su captura. Al mismo tiempo hay que destacar que las especies pertenecientes a estas familias se encuentran en la lista de consumo de los pobladores de San Jacinto y San Regis (río Marañón). La cocha Jacinto es el principal centro de actividad pesquera a nivel de subsistencia y comercial a baja escala de la comunidad de San Jacinto. Según registros y análisis de datos del año 2006 al 2009 se extrajo aproximadamente 386.24 kilogramos, destinando parte de esta producción para el autoconsumo y la otra parte para su comercialización en la localidad de San Regis y Nauta. Por tratarse de un lago con estrecha vinculación con el rio principal (Marañón), se considera como una zona de desove de varias especies de peces, por lo que requiere aplicar estrategias para su conservación a largo plazo para proteger a los peces migradores que usan la cocha en parte de su vida y a los peces sedentarias. Los valores obtenidos para todos los parámetros analizados, deben interpretarse estacionalmente, pudiendo registrarse valores más elevados en otras épocas del año o en distintas condiciones ambientales. Sin embargo podemos mencionar que la cocha Jacinto se encuentra en buen estado de conservación. Por todo lo mencionado anteriormente se puede concluir que es viable establecer un sistema de cultivo de peces en jaula, con un permanente seguimiento y monitoreo, cuidando no alterar las condiciones ambientales del cuerpo de agua. 128 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Diagnóstico rápido de la actividad acuícola en la localidad de San Regis – río Marañón, Provincia de Loreto, distrito de Nauta – Loreto, Perú. Introducción El inicio de la Acuicultura en la Amazonía Peruana se da inicio en los años ‟40, cuando el Estado reserva los ríos Pacaya y Samiria y posteriormente el lago Rimachi, para proteger al paiche; así, se construyen corrales en el lago Zapote, para realizar observaciones del comportamiento reproductivo de este pez; luego se realizarían actividades de repoblamiento en lagos de San Martín y Madre de Dios. Posteriormente se introducirían especies exóticas como las tilapias para fines de investigación y producción para alimentación local. En el departamento de Loreto la promoción de la actividad piscícola data de 1970, cuando IMARPE establece su laboratorio en Iquitos y se incluye el curso de pesquería en el currículo de la Facultad de Ciencias Biológicas de la UNAP. En esa época, el Ministerio de Pesquería mediante la Estación de Pesquería de Iquitos y el Criadero Experimental de Quistococha inicia la captura y aclimatación de alevinos de gamitana, paco, sábalo cola roja, sábalo cola negra, acarahuazú, tucunaré, lisa, palometa, boquichico, entre otras especies nativas. 11. El aporte del Estado para el desarrollo de la acuicultura ha sido fundamental, sin dejar de lado el aporte de varias Organizaciones No Gubernamentales (ONG), como Care Perú, Agencia Española de Cooperación Internacional (AECID), Terranuova, Minga Perú y Cáritas Perú (brazo social de la iglesia católica). La mayoría de estas organizaciones han focalizado su trabajo en la construcción de estanques y en algunos casos se han colocado créditos para la adquisición de alevinos e insumos para la cría de peces, además de realizar capacitación de los productores. En las comunidades de la cuenca del río Marañón la promoción de la piscicultura estuvo apoyado inicialmente por Caritas Iquitos y posteriormente otras organizaciones no gubernamentales continuaron esta tarea entre las que destaca Minga Perú y que focalizo su 129 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA atención en las comunidades que se encuentran ubicados en zona de altura y con condiciones adecuadas para la construcción de estanques piscícolas. Más recientemente algunos productores de la cuenca baja del río Marañón lograron recibir créditos pesqueros y acuícolas. Las actividad acuícola en la localidad de San Regis se caracteriza por tener un escaso nivel de desarrollo, existiendo problemas comunes como es el caso de la deficiente infraestructura acuícola (principalmente diques de contención), predomina cultivos de nivel extensivo y a nivel familiar. 130 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Acciones implementadas Durante la visita realizada a la localidad de San Regis (río Marañón), se mantuvo reunión informativa con los productores acuícolas de esta localidad, de esta forma la reunión informativa se realizo el 10 de agosto de 2013, con asistencia de 07 productores acuícolas, a quienes se les informo sobre la implementación de las actividades del proyecto y la proyección que se tiene previsto ejecutar con la participación activa de cada uno de ellos. Luego de sostenida la reunión informativa se procedió a visitar los estanques piscícolas de algunos de ellos (aquellos productores que estaban cercanos a la comunidad). Se detalla a continuación: Román Gutiérrez.- Estanque con dimensiones menores a una hectárea y con problemas en la cimentación del dique de contención, no cuenta con peces de valor comercial en el estanque y predominando especies de peces invasivos que llegaron al estanque por escorrentía. Datos informativos Transparencia: 1.10 cm pH: 5.5 Dimensiones: 12 x 30 metros Situación: Falta realizar arreglos en la infraestructura Guillermo Tananta.- Estanque pequeño de tipo familiar que presenta problemas en la infraestructura de del dique y los aliviaderos, por lo que se requiere mejorar esta condición si tiene previsto realizar actividades acuícolas en el espejo de agua, no cuenta con peces sembrados de valor comercial, todas son especies invasivas. Datos informativos Transparencia: 1.20 cm pH: 5.8 Dimensiones: 18 x 35 metros 131 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Situación: Requiere de realizar mejoras en el dique de contención y limpieza en general Oliveros Pezo.- Posee un estanque de tipo familiar, es uno de los que presenta un mayor espejo de agua que los productores antes descritos, sin embargo se encuentra en las mismas condiciones no posee peces de valor comercial y el predomina las especies invasivas. Falta realizar una limpieza general del estanque y mejorar las condiciones del dique de contención. Datos informativos Transparencia: 1.15 cm pH: 6 Dimensiones: 20 x 45 metros Situación: Requiere de mejoras en el dique de contención y mayor presencia del productor. Los siguientes productores: Juana Ochavano Juliana Soto Mercy Sangama Ana Ipushima Poseen estanques familiares de espejo de agua que no supera los 500 m 2 y se encuentran algo alejados de la comunidad (aproximadamente 45 minutos a 1 hora de caminata por trocha). Todos estos productores requieren mejorar las condiciones de sus estanques en lo que concierne al arreglo de los diques de contención y limpieza general del área. 132 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA Conclusiones Se debe considerar que en la mayoría de los productores se requiere mejorar las condiciones de los estanqueria, en lo que concierne a la mejora y acondicionamiento de los diques de contención. Se requiere de agrupar a los productores piscícolas de tal manera de incrementar el espejo de agua para proyectar actividades acuícolas como es la siembra de especies de valor comercial y la crianza de churos amazónicos. No se recomienda intervenir en aquellos estanques que se encuentran a largas distancias de la comunidad de San Regis, dado a que los productores no viven cerca a sus estanques y se podría perder la producción por acción de predadores naturales o por robos. 133 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados deste Diagnóstico multidisciplinar e sistêmico em várzeas peruanas e brasileiras consideramos que as ações futuras de input agrotecnológico nestes ambientes deverão a rigor estar em sintonia com a cultura e dinâmica sócio-econômica destas populações, bem como, devem favorecer a inclusão produtiva destas famílias ribeirinhas com vistas à promoção do desenvolvimento na PANAMAZÕNIA em situações de variações climáticas atuais. Ações futuras: 1. Implantação de tecnologias voltadas para a piscicultura em várzeas peruanas e brasileiras. 2. Implantação de tecnologias para o cultivo de hortaliças em estruturas suspensas nas várzeas brasileiras. 3. Implantação de Sistemas de Irrigação móveis nas várzeas brasileiras e peruanas. 4. Implantaçaõ de Tuneis de Cultivo em várzeas brasileiras e peruanas 5. Popularização do Projeto TECNOVÁRZEAS. 134 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTSACTO-GEF-PNUMA 135