Governo pressiona juízes para prender mais incendiários
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Governo pressiona juízes para prender mais incendiários
Cocktails bons de ver e beber REVISTA EVASÕES www.dn.pt SEXTA-FEIRA, 12 de agosto de 2016, Ano 152.º, N.º 53 806, 1,60€ Diretor interino LEONÍDIO PAULO FERREIRA Diretora adjunta MÓNICA BELLO Subdiretoras ANA SOUSA DIAS e JOANA PETIZ Diretor de arte PEDRO FERNANDES Crise e terrorismo estragam férias a líderes europeus ENTREVISTA A MARIA DO CÉU GUERRA Rajoy numa entrevista na Galiza. Negociações de governo não o deixam ir para fora de Espanha. Hollande também retido por causa da ameaça terrorista MUNDO PÁG. 30 “A Barraca é como um filho, mesmo que fosse um filho de faca virada para mim não desistia” DN+ PÁGS. 4 A 9 REGRESSO DA LIGA São onze as figuras que vão decidir o título ● Conheça os dirigentes, os treinadores e, obviamente, os jogadores que serão preponderantes na Liga 2016-2017 que hoje se inicia com um Rio Ave-FC Porto. DESPORTO PÁGS. 38 A 41 RIO 2016 Governo pressiona juízes para prender mais incendiários Fogos. Primeiro-ministro esteve ontem na Madeira e prometeu ajuda à região para recuperar dos incêndios deste verão. Mas Costa quer também que a justiça deixe de ser benevolente com os incendiários detidos em flagrante. Dois terços dos suspeitos detidos neste ano pela PJ foram de imediato libertados. REPORTAGEM NO FUNCHAL DE MIGUEL SILVA, JORNALISTA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA DN+ PÁGS. 2 E 3 E EDITORIAL PÁG. 10 Lima e Gouveia no regresso do golfe entre corujas e jacarés O Palácio de Verão Episódio 12 Todos os dias de agosto o folhetim de ficção política ÚLTIMA PÁG. 48 GENTE QUE VEIO DE FORA O SUÍÇO QUE VEIO DE MOTO E SÓ SE APAIXONOU À SEGUNDA VISTA SOCIEDADE PÁG. 21 AGOST0 Hotéis de Albufeira quatro vezes mais caros DINHEIRO PÁG. 17 MILITARES REPORTAGEM DE PEDRO SEQUEIRA, NO RIO DE JANEIRO DESPORTO PÁGS. 42 E 47 São já 300 os monumentos a quem lutou na Guerra Colonial PORTUGAL PÁG. 16 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 2 DN+ Portugal em chamas Os incêndios não têm cor política ÁREA ARDIDA (EM HECTARES) 146 254 89 522 76 269 1985 1986 1987 126 237 1988 137 252 182 486 320 408 169 612 57 011 49 963 1989 * Dados provisórios (1 de janeiro a 9 de agosto) GOVERNOS CONSTITUCIONAIS 22 434 X 425 232 1990 XI 1991 1992 1993 77 323 1994 158 368 88 867 1995 1996 70 613 30 535 1997 XII Aníbal Cavaco Silva (PSD) 1998 1999 XIII 160 000 124 348 106 592 2000 2001 XIV António Guterres (PS) 2002 124 102 2003 XV 2004 75 335 2005 XVI Durão Santana Barroso Lopes (PSD/CDS) (PSD/CDS) 2006 133 000 110 232 73 813 86 016 16 605 14 410 2007 2008 2009 2010 XVII XVIII José Sócrates (PS) 2011 2012 152 158 19 700 2013 2014 62 401 33 739 2015 2016* XIX e XX XXI Passos Coelho (PSD/CDS) António Costa (PS) Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Pordata Governo pressiona juízes para prender mais incendiários Fogos. Incendiário condenado reincidiu, foi detido, confessou – e juiz libertou-o. Situações “pouco compreensíveis”, afirma secretário de Estado da Administração Interna. António Costa esteve no Funchal e prometeu ajuda financeira JOÃO PEDRO HENRIQUES e CARLOS RODRIGUES LIMA Um homem condenado em maio a ano e meio de prisão – com pena suspensa – por atear um fogo, foi há dias detido em Braga por praticar outra vez o mesmo crime – e o juiz deixou-o ir novamente em liberdade, apenas sujeito à medida mínima de coação, o termo de identidade e residência (TIR). Sobre este detido, mais era impossível, segundo um investigador da Polícia Judiciária (PJ) de Braga: uma testemunha viu-o a atear fogo e anotou o número da matrícula do HOMEM DE GOUVEIA / LUSA António Costa com o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, durante a visita a uma habitação atingida pelo fogo, na localidade da Pena seu carro, o homem foi detido, confessou e até fez a reconstituição dos seus passos. Por isso, foi com muita surpresa que os investigadores da PJ de Braga o viram sair em liberdade. Só nestes últimos meses, a PJ deteve 27 pessoas por suspeitas de atear fogo. Destas, apenas dez ficaram privadas da liberdade: seis em prisão preventiva, três em domiciliária e um com internamento compulsivo. Os restantes suspeitos ficaram obrigados a medidas de coação mais leves, desde apresentações periódicas num posto policial ao obrigatório termo de identidade e residência. Por outras pala- vras: dos 27 detidos, cerca de dois terços estão em liberdade. Estas situações irritam os órgãos de polícia criminal, os bombeiros – e o governo. Ontem, no Parlamento, numa reunião com deputados de quase todos os partidos (só faltou o PAN) – reunião pacífica onde até o PSD manifestou “solidariedade” com o executivo de António Costa – , o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, lamentou frontalmente que haja incendiários detidos em flagrante delito que depois são postos em liberdade pelos juízes. “Por vezes é pouco compreensível o que acontece a gente crimi- nosa que provoca estes incêndios”, disse aos deputados. “É pouco compreensível o que acontece mas na justiça não me meto, não me levem a mal”, repetiu cá fora, aos jornalistas. Jorge Gomes até contou a sua experiência como governador civil de Bragança, elogiando uma juíza de turno que mantinha preventivamente presos até o verão acabar os incendiários apanhados em flagrante. Para sustentar a tese de que grande parte dos fogos tem origem criminosa, o governante afirmou um número: 35% das “ignições” são noturnas. “Há muitos interesses por detrás disto. Há quem diga que a indústria do fogo dá dinheiro a muita gente.” Ora, segundo fonte governamental disse ao DN, o tal “agravamento de penas” de que o governo já falou deverá, precisamente, passar pela questão das medidas de coação sobre os suspeitos confessos ou detidos em flagrante – muito mais do que pelas penas efetivas de prisão. Do que se trata é de criar disposições que diminuam as possibilidades de detidos serem libertados mesmo tendo confessado ou sido apanhados no ato. A solução em concreto não está definida mas poderão ser ensaiadas analogias com o crime de violência doméstica, onde os direitos de os juízes poderem decretar prisão preventiva (para evitar prosseguimento da prática do crime) foram substancialmente reforçados. Tal mudança penal deverá ser anunciada em outubro, quando se realizar uma reunião especial do Conselho de Ministros dedicada para tratar da prevenção dos incêndios e da reforma da floresta. Até lá há um grupo de trabalho no governo a preparar medidas – grupo que inclui, precisamente, representação do Ministério da Justiça. Ontem, o foco das queixas do governo esteve nos juízes – mas não só. A escassa ajuda europeia também foi lamentada. O mecanismo europeu – só prometeu um avião que virá de Itália – está “saturado”, disse o primeiro-ministro, que foi ao Funchal prometer ajuda financeira, mas sem quantificar (ver caixa ao lado). Em Arouca, horas antes, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, confessava que “estava à espera de uma maior solidariedade dos parceiros europeus”. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 3 A casa onde vivia o incendiário da Madeira já foi vandalizada JOSÉ COELHO/GLOBAL IMAGENS Reportagem. Os vidros de todas as portas e janelas foram partidos. Homem que acolheu o suspeito durante sete anos admite estar receoso MIGUEL SILVA, Diário de Notícias da Madeira “Vem aí o lume. Eu não disse? Vem aí o lume”, gritava Paulo Freitas ao entrar em casa, na segunda-feira à tarde. Vinha estranho. “Não era só bêbado, parecia também ter tomado outras coisas. São aqueles medicamentos”, desconfia o homem que descobre agora ter dado guarida ao alegado incendiário que provocou tão terrível devastação. José Manuel Vieira, o dono da casa onde o suspeito detido vivia, tem a certeza de que foram os medicamentos. Para o confirmar vai à carrinha e traz a carteira do jovem, tira uma tablete com vários comprimidos de uma conhecida marca de ansiolíticos. “Foi isto que ele tomou junto com alguma bebida”, conclui. O acesso não é para todos. A casa fica bem lá no alto de São Roque, praticamente isolada no meio do nada num lugar de onde se vê tudo. Foi lá que o incendiário viveu nos últimos sete anos, depois de ter saído de casa – ou de lá ter sido obrigado a sair, conforme as versões que se ouvem na freguesia. Foi de lá que tantas vezes olhou a floresta circundante, a que era pintada de verde e hoje é cinza e castanho-terra. E foi lá que ele próprio se ofereceu para ajudar os bombeiros a combater o fogo que ateara momentos antes. Mais tarde, ainda o incêndio estava longe da devastação que agora resta, Paulo Freitas entrava à força no carro da Polícia Judiciária. Já foi ouvido em tribunal e aguarda julgamento na cadeia da Cancela. “Foi a força da droga, os medicamentos e o álcool.” A sentença é proferida por quem melhor conhece o incendiário: José Manuel Vieira, 53 anos, empresário de restauração, foi quem o acolheu em casa, há sete anos, “como se fosse um filho”. Paulo Freitas tratava-o por padrinho, embora essa ligação nunca se tivesse concretizado porque o jovem, impaciente, abandonou o Paço Episcopal após a demora do bispo, conta o padrinho que o não chegou a ser. Mesmo assim, deu-lhe um teto quando soube que vivia na rua e em troca pedia-lhe ajuda para manter os terrenos e os animais. A casa é grande, tem mais dois anexos que são de irmãs emigrantes, como foi José Manuel Vieira. Ajudavam-se um ao outro no meio da solidão de um e de outro. E tudo terá corrido bem até meio da tarde de segunda-feira. Ateou o fogo e tentou apagar Descansado, a ver a telenovela nessa tarde de segunda-feira, o empresário da restauração diz que nem acreditou no que ouvia. Que desvalorizou o aviso. Mas a insistência do afilhado fê-lo ir confirmar. Foi então que viu que o fogo se aproximava da sua casa construída na montanha, entre eucaliptos e acácias, no cimo de um anfiteatro que acaba no mar. Mas a vista já era outra. O fogo aproximava-se, o fumo tomava conta do céu, as labaredas eram mais altas do que as árvores. José Manuel Vieira apenas teve tempo de se preparar para evitar o pior. “Em dez minutos fiquei rodeado de lume”, recorda. Afastou botijas de gás, regou o quintal e protegeu APOIO “Ajuda não tem um número mágico” › António Costa, no final de uma visita de seis horas à Madeira, disse que o montante da ajuda à reconstrução só será definido após um levantamento exaustivo das necessidades. “Não era compreensível lançar um número mágico para o ar”, afirmou o primeiro-ministro, garantindo que vai haver ajudas, a vários níveis, mas não se compromete com prazos. “O trabalho está a ser programado, as coisas têm de ser feitas como devem ser feitas, que é avaliando os danos”, justificou, adiantando que terça-feira está marcada uma reunião com representantes dos governos da República e Regional e que nos próximos 15 dias ficará concluído o levantamento dos danos. Costa apelou ainda à ajuda da União Europeia: “A UE tem de ter noção que, porventura, temos de ter meios mais reforçados do que aqueles que anteriormente existiam.” os animais. Por estranho que pareça, o confesso incendiário ajudou a apagar o fogo que ateara momentos antes. Cortou canas e afastou materiais perigosos. Terá até estado com os bombeiros nos primeiros momentos de combate às chamas. José Manuel recorda-se que começou a ligar as pontas daquela história estranha. Associou o que ouvira do rapaz ao que estava a acontecer. Entretanto, recebeu uma chamada de um familiar do jovem dizendo que era preciso travar aquele instinto. José Manuel Vieira admite que pensou denunciar nesse mesmo instante, mas teve dúvidas. “E se não foi ele, e se isto é só consequência da droga e do álcool?” pensou consigo próprio. Mais tarde chegou a Polícia Judiciária e deteve Paulo Freitas. O empresário que lhe deu teto durante anos também foi chamado à polícia mas seguiu a sua vida. “Nunca imaginei” Garante que nunca esperou passar por isto. Nota que os vizinhos já o olham de forma diferente. Sentiu o mesmo ao voltar ao café que frequenta quase todos os dias, em São Roque. Sente-se desconfortável. José Manuel Vieira prefere usar a palavra receio. Diz que medo não tem, que se for atacado vai reagir. Mas reconhece que a vida mudou. O primeiro sinal dessa mudança aconteceu cerca de 48 horas depois do início do incêndio e da detenção do rapaz. O dono da casa saiu por alguns momentos e quando chegou viu que tivera visitas indesejadas. Em pouco tempo, todos os vidros foram partidos. Visivelmente abalado e triste, José Manuel Vieira defende-se da fúria dos que querem vingança. Compreende o desgosto de quem perdeu os seus bens e a revolta de familiares e amigos das vítimas, mas pede clemência para si. E insiste: “Também não mereço isto. Eu não fiz nada...” Foi mesmo isso que já disse às autoridades. “Nunca imaginei” uma coisa destas, acrescenta. Reconhece que ouviu falar de maldades que o jovem terá feito, mas nunca pensou viver o inferno dos últimos dias. Uma coisa garante: se não fosse feita a denúncia, ele próprio a faria. “Não conseguia viver assim. Sintome mal com isto tudo”, lamenta. Os passadiços do rio Paiva, em Arouca, foram atingidos RETRATO O fogo não dá tréguas aos bombeiros. De norte a sul do país, continuavam ontem a ser consumidos milhares de hectares de floresta. Há habitações destruídas, casas ameaçadas, aldeias evacuadas. Passadiços voltam a arder em Arouca Aldeia evacuada em Arcos de Valdevez › Depois de terem sido parcial- › Com as chamas a chegarem mente destruídos pelas chamas no ano passado, os Passadiços do Paiva, que reabriram em fevereiro, voltaram ontem a ser consumidos pelo fogo, mas desconhece-se, para já, qual a extensão ardida. O concelho de Arouca é um dos mais afetados pelos incêndios, pelo que, segundo o presidente da autarquia, José Artur Neves, pior do que substituir uma parte da estrutura é “substituir uma floresta de pinheiros, carvalhos, sobreiros e outras árvores que demorou trinta anos a crescer”. Desde sábado, dia em que a serra da Freita começou a arder, que os habitantes do concelho não têm descanso. Durante a madrugada, uma casa foi destruída perto da vila. muito perto das casas, as autoridades decidiram evacuar a aldeia de Vilarinho das Quartas, no Soajo, Arcos de Valdevez, situada na área do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG). “A situação voltou a complicar-se e a estar como na segunda-feira. Começámos a evacuar a aldeia de Vilarinho das Quartas”, disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal, João Esteves. Já o presidente da Câmara de Ponte da Barca, Vassalo Abreu, referiu que o fogo “passou o rio Lima cerca das 17.00 e está a ameaçar Paradamonte”, aldeia situada junto à antiga central hidroelétrica da EDP. Às 18.00, estavam ativos 150 incêndios em Portugal, combatidos por seis mil homens. Hotel do Buçaco evacuado Arderam mais de 710 hectares da Navigator › O Palace Hotel do Buçaco, na › Os incêndios dos últimos Mealhada, foi evacuado na quarta-feira à noite por precaução, uma vez que fica próximo do incêndio que lavrara em Anadia. Devido ao mesmo fogo florestal, que deflagrou às 02.27 de quarta-feira na localidade de Algeriz, freguesia de Vila Nova de Monsarros, concelho de Anadia, a Linha da Beira Alta foi cortada de madrugada entre Mortágua e Pampilhosa e ainda se encontrava interrompida ao final da tarde. Às 18.00, o fogo no concelho era combatido por 331 operacionais, apoiados por 98 viaturas, sendo este um dos incêndios com maior dimensão no país. O plano municipal de emergência foi ativado e, como tal, o hospital permaneceu aberto durante a noite. dias destruíram mais de 710 hectares de floresta – pinheiro e eucalipto – das papeleiras The Navigator Company, antiga Portucel/Soporcel, e do grupo Altri, adiantou ontem fonte do agrupamento AFOCELCA, que reúne aquelas empresas com o objetivo de apoiar o combate aos incêndios nas suas propriedades. Abrangendo cerca de 215 mil hectares de floresta, a AFOCELCA está a atuar com três helicópteros ligeiros, transportando cada um uma equipa de combate de cinco sapadores florestais, 38 unidades de prevenção e vigilância, e 18 equipas de combate terrestre, com seis elementos operacionais num veículo semipesado. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 4 DN+ Entrevistas de verão MARIA DO CÉU GUERRA Atriz Entre a sala de A Barraca, a telenovela e o cinema, a atriz e também encenadora representou a vida de dezenas de mulheres fortes e com histórias muito interessantes, papéis que lhe deixam marcas. O próximo foi escrito por Gabriel García Márquez CÉU NEVES Só por desatenção é que se pode pensar que perguntar a idade a Maria do Céu Guerra teria uma reação positiva. A atriz reage sempre mal à pergunta porque defende que um ator não tem idade: avançam ou recuam no tempo quando os papéis o exigem. É verdade. Foi uma provocação e pretexto para se falar na essência da representação. Assim seja. Sem idade! E se começássemos pelo princípio, quantos anos tem? Não me vai perguntar isso, logo assim à cabeça, pois não? Acho uma coisa … De mau gosto? Acho de mau gosto, porque os atores não têm idade. Os atores fazem o possível por não estarem marcados pela idade. Não é para parecerem mais novos, como as dondocas. É para parecerem mais novos, para parecerem mais velhos, para não terem essa marca. Não queremos ter essa marca, queremos ter agilidade. É para isso que vamos ao ginásio, fazemos natação, corremos, que temos algum cuidado com a pele. Não é uma questão pessoal, por vaidade? Não é uma questão pessoal. É a arte que abraçámos que exige isso de nós. Perguntar a uma senhora ou a uma mulher já é desagradável, porque elas não gostam. E os homens também não. Mas perguntar a um ator é péssimo, porque é limitar-lhe a carreira. Não me pergunte isso, trabalha contra a minha profissão, contra a minha arte. Porque, no fundo, o corpo é o vosso instrumento de trabalho. Exatamente. O meu corpo, a minha cara, o meu olhar, a minha energia, tudo coisas que são afetadas com a idade. E, portanto, nós estamos a trabalhar contra o tempo. Ainda que sejamos das poucas pessoas que, em princípio, temos trabalho toda a vida, não é? Há sempre papéis que se podem fazer. Sempre. De qualquer maneira, todos gostamos mais de simular, não é? De simular que somos velhos, de simular que somos novos, não estar prisioneiros dessas contingências. Portanto, se me dá licença, não ponha isso no meu perfil. Está na net, toda a gente sabe. “ Os atores fazem o possível por não estarem marcados pela idade, não queremos ter essa marca E também há papéis que nunca se podem fazer? Claro, embora o sonho do ator e da atriz seja fazer todos os papéis. Mas nós sabemos que não somos de borracha, que a nossa sensibilidade não é assim tão elástica, que temos características que nos inibem de fazer certas coisas e, depois, que às vezes somos novos demais, ou velhos demais, ou baixos demais, ou… Temos características que nos impedem de fazer determinados papéis. O que é uma pena! Quais são os papéis que tem pena de não ter feito? Ah, muitos! Muitos. Olhe, tenho uma galeria de Shakespeares que nunca fiz . Tenho muita coisa para fazer. E alguns que não fiz como atriz, mas encenei, o que também é um prazer muito grande. Realmente, dor de alma tenho de não ter feito os Shakespeares. Por serem personagens fortes? Não. É porque tem situações, tem palavras, tem sentimentos belíssimos e que nós gostamos de passar por eles, não é? Eu gostava. No fundo, representar um papel é passar por uma vida e é vivê-la, é conhecê-la. Sabe que, quando fazemos um papel – e é por isso que os clássicos são interessantes – , passamos a conhecer-nos melhor. Ao fazermos, ao entrarmos, ao estudarmos aquelas palavras, aquela personalidade, aqueles conflitos, também nos confrontamos com eles, perceber se éramos capazes daquela vida. Quando passamos pelos clássicos do teatro aos 20 anos e depois aos 40, aos 60, é sempre de forma diferente, mesmo que estejamos a trabalhar o mesmo papel, só que com diferentes idades. Porquê? O confronto com as grandes obras também nos ensina quem somos, quer na leitura, mas muito mais na representação. Porquê? Porque as coisas passam pela nossa pele, passam pelo nosso sentimento, porque ouvimos as palavras que aquela personagem ouve, passamos por aquelas zangas, aqueles conflitos, aquelas mortes e o nosso eu às vezes rebela-se contra aquilo, às vezes entusiasma-se com aquela história, às vezes percebe que nunca seria capaz de fazer isso. E ao apropriar-se dessa vida, digamos, pode influenciar a realidade? Sim, viver é aprender. É termos uma experiência e ela iluminar- -nos a vida. Se eu aprendo com os papéis, com as personagens – e aprendo –, também os próximos vão ser influenciados por essa aprendizagem. Acho que nós, em cada peça, aprendemos muito. E, por exemplo, quando interrompemos uma peça e, passados dois anos, voltamos a fazê-la, já é de maneira diferente, já sentimos de maneira diferente. Isso quer dizer que a mesma personagem interpretada por atrizes diferentes será sempre diferente? Será sempre, até pela mesma, com tempo de intervalo. E, por isso, traz essa experiência. Entre todas as vidas há alguma que à partida gostasse mais de viver? Não. Passou-se uma vez uma coisa muito interessante. Eu não gostava nada de filmes de cowboys e, um dia, a Maria João Seixas vinha de Paris e telefonou-me a dizer que tinha um livro para mim. O Calamity Jane? Sim. E eu disse: “Ah, a Calamity Jane!” E ela repetia “Lê estas cartas.” Eu gostava tão pouco de cowboys, representava para mim uma coisa tão longe do que gostava, que deixei o livro na mesa-de-cabeceira e não o li. Era um livro de 38 cartas. Passado um tempo, o Hélder Costa (com quem eu vivia, éramos companheiros) disse-me: “Ó pá, mesmo que não queiras fazer, lê”. E eu: “Mas não quero fazer uma mulher-cowboy, não me interessa nada esta temática.” “Eh pá, lê! Li e não tenho a mesma opinião.” E enfim, peguei no livro e li. E acabou por gostar. De início, não me interessou muito. Surpreenderam-me as cartas à filha, com quem ela não vivia, mas SARA MATOS/GLOBAL IMAGENS “Costumo dizer que tive três Santo Antónios: o 1.º ano da Faculdade, o 25 de Abril e Os Gatos não Têm Vertigens” Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 5 PERFIL › A entrada na universidade – Faculdade de Letras – foi um momento de revelação para Maria de Céu Guerra. Descobriu centenas de jovens como ela, professores que admira, também o teatro e muitos autores. Estudava para ser escritora, o que não aconteceu, ainda. “Anda por aí” um livro de poesia que editou quando entrou para a universidade. Escrever dá-lhe prazer, mas não lhe é fácil, sente-se tão nervosa como quando dava os primeiros passos na representação. Afinal, o que queria era comunicar e isso podia fazer num palco ou num ecrã, do cinema e da televisão, por onde sempre andou. Se editar, será qualquer coisa entre a realidade e a ficção. Tem uma filha na mesma arte, que exerce com paixão e, muito provavelmente, um neto. Maria do Céu Guerra nasceu em Lisboa, em maio. › A Casa da Comédia foi o primeiro palco a receber a atriz, de onde passou para o Teatro Experimental de Cascais, com participações no grupo teatral da Faculdade de Letras. O primeiro “salto para o colo” do grande público foi para a revista, no Teatro Variedades. as condições de vida de uma mulher num meio masculino isso era interessante, cada carta foi-me interessando, entusiasmando, li uma segunda vez, terceira vez e... pronto, pensei: “Isto é interessante para fazer.” Mas comecei a trabalhar a Calamity Jane [A Barraca, 1986] sem grande paixão, com preconceito, a pouco e pouco, comecei a gostar tanto daquele universo! Entrava no palco e cheirava-me a terra, a seco, a álcool – as cenas dos bares. Aquilo tinha um poder, as palavras – o poder instalador das palavras –, aqueles sentimentos “ Gosto de fazer uma mistura entre estar no meu cantinho e, de vez em quando, dar um salto ao grande público que tinha de passar, traziam uma tal carga de realidade! Aquela mulher – não se sabe se foi ela quem escreveu, vamos pensar que sim – conseguiu transpor tudo isso para as cartas. E acabei a Calamity Jane, mais de seis meses em cena, com uma pena enorme. Era capaz de continuar aquilo por muito mais tempo, não sei quando é que me cansaria. Foi, realmente, uma das personagens que mais me marcou. O seu primeiro grande papel ? Eu já tinha feito o É Menino ou Menina? [Barraca, 1980], D. João VI [1979], Maria Stuart [Teatro Experimental de Cascais, 1969]. Mas talvez seja a que marcou mais o público. Dez vezes mais lugares na plateia, onde já não conhecia o público pelo nome, como costuma dizer, e gostou da sensação. Mas o contacto com as massas deu-se com a televisão e, talvez por isso, seja a mulher-cowboy Calamity Jane, que primeiro se apresenta na memória de quem a acompanha desde sempre. Mas foi a Seição, e a sua galinha, que a fizeram ganhar muitos beijinhos por onde passa. E também a Rosa de Os Gatos não Têm Vertigens. E ela gosta, como gosta do seu cantinho”, do drama e da comédia. Até porque foi representada em televisão. Exatamente, e foi muito interessante. Propusemos a peça à televisão e, quando estávamos a combinar, alguém – que eu não vou dizer o nome, logicamente – me disse: “Nem pensar! Duas horas, uma mulher sozinha em palco, com um homem a fazer apontamentos musicais, ninguém vai aguentar.” Viemos embora muito tristes e, passado um tempo, o realizador sugerido para adaptar a peça , viu o espetáculo e disse: “Sou capaz de fazer disto uma coisa que as pessoas não descolam! E estou entusiasmadíssimo para fazer isto.” E foi o Hélder Duarte, o realizador, que fez que esse grande papel me desse de facto essa primeira grande notoriedade de que falava. Gosta de trabalhar para grandes audiências? Gosto de fazer uma mistura entre estar no meu cantinho, a fazer as coisas para menos público, e, de vez em quando, dar um salto ao grande público. Sempre fiz isso e faz-me muito bem. Estive seis, sete anos no Teatro Experimental de Cascais, a trabalhar para um público restrito. E antes disso na Casa da Comédia. Sim, onde fiz a minha primeira peça de teatro, Deseja-se Mulher {1963] e depois, em 1965, representei no Festival de Teatro de Letras em que a Faculdade de Letras participou. Depois fui para Cascais. Portanto, isto são coisas extremamente minoritárias, quer naquele tempo quer agora. Pode dizer-se que estive dez anos escondidinha, a fazer as minhas coisinhas e para poucas pessoas. DN+ 6 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias E depois, desafiada por dois grandes amigos, o César de Oliveira e o Pinto de Campos (o cenógrafo), fui para o Parque Mayer. Teatro comercial. Sim senhora. E desabei no colo do público, que me recebeu maravilhosamente: fui premiada, fui bem tratada. E andei quase três anos entre a comédia , a revista e o teatro. Fiz comédia com o Raul Solnado no Teatro Laura Alves. Quando já estava com saudades de espaços pequenos, de grupos pequenos, de textos onde se pode perder tempo, arrastei-me outra vez para a Casa da Comédia. Fiz uma peça com o José Morais e Castro a dirigir, A Doroteia, de Nelson Rodrigues, e depois voltei a pequenos circuitos, até chegar à A Barraca. Também ajudou a fundar o Teatro Ádóque. Sim, sim, sim. A Barraca festejou 40 anos no ano passado. Quantas peças depois da fundação do grupo? Não sei. Fomos homenageados na Festa do Avante há três anos e eram 90. Devem ser cerca de cem. Quando diz “o público minoritário” não quer dizer um público elitista? Não, não! É completamente contra ... Sou completamente contra, sobretudo atualmente. Se calhar, antes de haver um trabalho de democratização da cultura – que, às vezes, pomos em dúvida, mas que existe –, o público chamado minoritário era mais elitista. O que não quer dizer que tenhamos de ser elitistas para trabalharmos para pequenas plateias. Não estamos a fazer teatro para os nossos amigos, para o nosso umbigo. Para isso, basta que saibamos escolher obras que interessem às pessoas, ao nosso momento, à nossa circunstância, que ajudem a melhorar a nossa visão das coisas, que ajudem a melhorar a compreensão do mundo. Nada disso é elitista. Como é que se sabe que aquela peça vai interessar ao público. É complicado, não é? Basta ler o jornal todos os dias, saber o que é que se passa no mundo. Quer dizer, se nós sentirmos que o que se passa no mundo, de alguma maneira, nos toca, nos interessa e interessa a um número suficiente de pessoas para não ser uma reflexão sobre o nosso ego, vai interessar os outros É assim em todas as artes? Vou dizer uma coisa que é um bocadinho inconveniente e desagradável. Se sou pintora e estou diante de um quadro, a minha realidade sou eu, a memória do que eu quero pintar, ou o desafio que aquela tela constitui para mim. Cria-se entre mim e a tela uma relação íntima. Se estiver a fazer uma pintura comercial, penso em quem é que a poderia comprar, já não me estou a exprimir. Portanto, esta realidade, este dueto entre uma tela e um pintor, entre uma tela, as cores e um pintor, é muito diferente. No teatro, mesmo que esteja a fazer um monólogo, o meu interlocutor não é uma tela; o meu interlocutor são os milhares de pessoas que irão ver aquele espetáculo. E que reagem naquele momento, ao contrário de uma tela... Quando estou a representar, não quer dizer que aquela obra, que aquela pintura, não possa ser vista depois por milhares de pessoas. O que eu digo é que, no ato do teatro, temos muitos interlocutores. E tem de haver a preocupação de que a história que contamos diga alguma coisa àquelas pessoas. É um grande trabalho que os atores têm de fazer, aquilo tem de interessar às pessoas que vão ver aquelas telas [peças], têm de sentir que aquilo é com elas. O Peter Brooke diz uma coisa extraordinária: “O grande inimigo do teatro é o aborrecimento.” Ou seja... Se vão ao teatro para se aborrecerem, se nada os faz estremecer, se nada os surpreende, não vale a pena fazer aquela peça. Fazer só porque eu gosto é um grande egoísmo, uma perda de dinheiro. “ Basta ler o jornal todos os dias, saber o que se passa no mundo, para saber o que interessa ao público E isso consegue-se com mais trabalho ou com mais inspiração? Com reflexão, com atenção à vida, com atenção aos outros, com humildade, com o perceber que nós não somos o centro do mundo, não é? Dou-lhe um exemplo: há uma peça muito bonita sobre o Afeganistão. Linda! E que põe em questão muitas, muitas coisas, nomeadamente na relação Ocidente/Europa. Comecei a ler aquilo e disse: “Quero fazer esta peça.” Ainda por cima, tem uma mulher extraordinária. E estava a falar com um grande amigo meu, que é uma pessoa ligada ao diálogo das civilizações, que disse: “Não faças! Metade das pessoas vão compreender, mas em outra metade vai aumentar o preconceito, o medo, o silêncio, que as pessoas têm sobre estes temas. Fiquei com a peça atravessada e não a vou fazer. Tudo o que eu menos quero é pôr as pessoas mais preconceituosas em relação ao que já estão. Um ator tem essa responsabilidade? Tem essa responsabilidade, como também tem a de sensibilizar as pessoas para determinadas temáticas. Acontece muitas vezes fazermos uma peça e não obter a reação esperada, ou essa reação só acontecer mais tarde. É Menino ou Menina ? é uma peça de Gil Vicente sobre as mulheres, mulheres e um homem, que era o meu querido Orlando Costa, que tocava, cantava, fazia trinta por uma linha. Sei que muitas pessoas do meu país são católicas e tivemos algum cuidado: aquelas coisas do Gil Vicente, de brincar com os padres, com as malandrices da Igreja. Nunca houve uma reclamação em Portugal. Fomos para a América, convidados por uma fundação que trabalhava com emigrantes, a atuar numa série de cidades e uma delas tinha o palco no centro paroquial. Só nesse dia é que percebi quantas vezes é que aquele texto brincava com os pequenos, ou grandes, pecados da Igreja. Começamos a fazer aquilo e eu penso: “Ai, meu Deus! Dá-se aqui catanada na Igreja que ferve!” Mas o público adorou, riram-se muito. Apesar dessa preocupação em trazer as peças que interessam ao público, há salas vazias. Porquê? Muitas vezes não temos dinheiro para fazer divulgação e uma boa propaganda. Outras vezes, e isso também já aconteceu, há coisas sobre as quais queremos falar e as pessoas não querem ouvir. Houve uma altura – no fim dos anos 1980 –, em que as pessoas não queriam ouvir falar de política, de consciência cívica, saturou: queriam só coisas de divertimento ou só muito elitistas. E nós fizemos uma espécie de braço-de-ferro com o público e não nos correu muito bem. E já aconteceu um insucesso transformar-se num sucesso de bilheteiras? Também, tivemos uma peça, A Herança Maldita {2007], do Augusto Boal, que é uma crítica mordaz ao liberalismo e ao capitalismo selvagem. A peça é brasileira e, como sabemos, o Brasil tem muita proximidade com os Estados Unidos; e abordava todos aqueles assuntos tremendamente vivos no Rio de Janeiro, São Paulo. Eram as heranças a rebentarem, as aldrabices fiduciárias, os bancos a cair … Isso foi premonitório. Premonitório, mas não para o Boal. Ele está sempre muito bem informado, muito à frente. Ele sabia que as coisas estavam a acontecer. Qual foi a reação do público português? O público ficou semi-indiferente. Três anos depois, toda a terminologia da peça estava nas primeiras páginas dos jornais. Os bancos a rebentarem, as heranças a explodirem, as famílias a matarem-se umas às outras por causa dos dinheiros, os off-shores. E a última vez que fizemos, de cada vez que havia a palavra off-shore havia uma gargalhada, uma palavra que tinha que ver com o mundo financeiro. As pessoas perceberam tudo. Se calhar, a primeira vez não era a altura, por isso, repuseram essa peça. Exatamente, sentimos que era a altura de a fazer. Fizemos uma larga GLOBAL IMAGENS Entrevistas de verão DN+ 7 tournée com a peça na segunda vez, e as pessoas adoraram, percebiam perfeitamente do que se tratava, do que se estava a falar. Como é o contacto com o telespectador? Fiz duas novelas, mas sempre continuei a fazer teatro. Nunca faço mais do que dois dias por semana em televisão, fiz, uma vez, com A Relíquia,, do Eça de Queirós/António Vitorino de Almeida, aquela opereta – muito gira e tive experiência de fazer aquela série, Residencial Tejo, a Seição (1999-2002), uma personagem muito gira. Ainda ando a levar beijinhos. Outra mulher interessante e que viveu mais recentemente (2014) foi a Rosa, de Os Gatos não Têm Vertigens. Esses foram os últimos beijinhos. Por isso é que digo que, de vez em quando, salto para o colo do grande público, a pedir um mimo sem complicações. O primeiro grande salto foi a revista, o segundo a Seição e o terceiro é a telenovela. Atualmente A Impostora, na TVI. Que também tem corrido razoavelmente bem. Gostei muito, muito, de qualquer destas experiências. Em Cascais quase conhecíamos o público pessoalmente, era “ SARA MATOS/GLOBAL IMAGENS Santo António, para mim, é um momento da nossa vida em que andamos com os pés no ar, transportados pela força dos outros A atriz no palco de A Barraca, onde está a preparar uma peça com textos de Gabriel García Márquez (em cima). Calamity Jane (1986), uma mulher-cowboy que não era o seu género e que achava que não iria representar (em baixo, à esquerda). Mas foi Seição e a sua galinha, na Residencial Tejo (1999-2002), que lhe conquistaram os beijinhos do grande público (em baixo, à direita) DR Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias realmente um grupo fechado. A Casa da Comédia era a mesma coisa: a gente já conhecia o público pelo nome próprio, como eu costumava dizer. E, de repente, entrei num teatro chamado Variedades, que tinha 700 lugares e que fazia duas sessões por dia. Via todos os dias 1400 pessoas, até parece mentira. Costumo dizer que tive três Santo Antónios, sendo que Santo António, para mim, é um momento da nossa vida em que andamos com os pés no ar, transportados pela força dos outros. É a festa em si, não é a componente religiosa que lhe interessa? Não sou católica, mas gosto muito do Santo António. Andar com os pés no ar, transportado pela força e energia dos outros, pela alegria dos outros. Tive um Santo António na Faculdade, no meu 1.º ano de Faculdade. Foi um Santo António... Por causa do teatro? Não. Foi quando descobri o que era estar numa instituição de ensino com centenas de pessoas, onde estão professores, extraordinários mestres, onde se é completamente livre, porque não está ao pé nem a mãe, nem o pai, nem o tio, nem o avô. É uma coisa única. E é, tam- DN+ 8 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Entrevistas de verão a fazer uma caminhada de comboio, até que chega a Portugal. Então, há alguma coisa escrita. Está pensado. Ficamos à espera dessa viagem até Portugal. É uma caminhada pelas cidades, em que ele vai parando em cada cidade. Ele toca violino e acordeão até ter dinheiro para se meter no comboio e ir para a próxima cidade. Além disso, gosto de escrever sobre as peças, apresentar as peças, e sobre as minhas experiências. Por exemplo, faço diários de viagens. Quando é que isso será publicado? Não sei, acho que não. Na hipótese de isso acontecer, seria em que registo? Gosto de escrever algo entre ficção e biografia. Tenho a impressão de que não tinha capacidade para escrever uma teia ficcional, não me puxa muito. Mas o que tenha que ver com ficção, com memória, isso gosto. Só que escrever ainda me desgasta muito mais do que representar. Como assim? Fico toda a tremer por dentro. Sempre que escrevo, tenho exatamente a mesma experiência que tive aos 18 anos, quando escrevia aqueles poemas. Ficava num estado de perturbação. “ Quando estava no liceu, escrevia, escrevia. Não restou nada, a não ser um livrinho de poesia Como é que se prepara? Depende, por exemplo, antigamente, para andar de maneiras diferentes, conforme as personagens – agora já não faço isso –, escolhia um exercício de acordo com cada papel, para acompanhar aquela peça: bicicleta, alongamentos, coisas que me pusessem o corpo em formas diferentes. Gostava muito de preparar-me – e ainda gosto – de uma forma que não tenha só que ver com psicologia. Uma das coisas que adorava fazer, durante muitos anos fiz isso, era consultar os professores do ISPA [Instituto de Psicologia Aplicada]. Ler-lhes o texto e dizer-lhes: “Deem-me três características físicas para esta pessoa. Por exemplo, na Dona Maria, a Louca, fiz aqui uma sessão com uma professora do ISPA e ela ajudou-me imenso na forma como devia colocar a cabeça. Eu dizia-lhe, há uma rigidez nas pessoas que têm uma doença mental e eu queria atingir essa rigidez. Fiz muitas abordagens diferentes, muitas experiências. É um prazer enorme ter um corpo e uma mente que se podem trabalhar. Não é? Continua a preparar-se da mesma forma que se preparava há 30, 40 anos? Porque já tem muita experiência… Não, eu preparo-me melhor agora. SARA MATOS/GLOBAL IMAGENS bém nessa altura que entro no teatro. O meu segundo Santo António foi o 25 de Abril, em que realmente também me senti transportada pela força dos outros, quer a 25 de abril, quer a 27, este último dia foi quando caiu a censura. É uma felicidade que mistura a intimidade e a multidão. A alegria que a gente tem ao ter um filho é íntima, é só nossa. A outra alegria é quase o contrário, por isso digo que são os meus Santo Antónios. E o terceiro? Participar em Os Gatos não Têm vertigens, aquela história e aquela pessoa que estava a fazer, a maneira como a consegui fazer. O que o António-Pedro [Vasconcelos] me pediu e o que o [João] Jesus, que era o jovem ator, me deu foram coisas tão especiais. E, ao mesmo tempo, tive a noção de que o António-Pedro retratava uma gente, um universo que eu conhecia e a quem nunca ninguém ligou muita importância: os tradutores, os editores de livros que não são os bestsellers. Lembro-me daquela gente, toda progressista, toda de esquerda. Se acreditamos que ser progressista é ter uma maneira de viver diferente, isso está retratado naquele filme. A maneira como aquela mulher encara o amigo, encara o marido, encara tudo, não é? A necessidade que ela tem dos outros e a capacidade de se dar aos outros. Aquilo é tão bonito, tão profundo. Pois é, até parece que é irreal. Mas acontece, claro. É muito bonito. Adorei fazer aquele filme. Ainda vive da Rosa? A Rosa ainda me toca muito. Acho que conheci aquelas pessoas e que me deram coisas. E agora eu dei àquelas coisas às pessoas. Foi uma coisa muito viva. Estudou Filologia porque o objetivo era ser escritora. Publicou? Quando estava no liceu, escrevia, escrevia, escrevia. Não restou nada, a não ser um livrinho de poesia que – ainda anda aí – que editei logo que cheguei à Faculdade. Editar logo um livro? Foi. O David e o Pasquim, que eram os meus professores, acharam o livro interessantíssimo. Naquela altura, adorava a geração beat, os beatniks, os escritores franceses da mesma família, os escritores/cantores, como o Léo Ferré. Escrevia às golfadas, tinha de escrever. E depois, quando comecei a fazer teatro, a minha necessidade de comunicação canalizou-se para aí. Parecia que escrever não me fazia falta nenhuma. Fazia-me falta comunicar e comunicava no palco e com as palavras das outras pessoas. E, agora, gostaria de editar? Não sei. Olhe, tenho uma história empatada, uma coisa para crianças, mas não é uma historiazinha para crianças. É uma história curta e que já tem título Uma Herança de Sombra. É sobre um cigano da Transilvânia que fica viúvo e os filhos vão-se embora. E ele começa Gosta mais de declamar poesia ou de fazer teatro? Gosto muito de teatro e, dentro de teatro, de comédia e de drama. De igual forma? Sim, desde que as personagens tenham complexidade e intensidade suficientes, que não sejam coisas simplórias, que não nos obriguem a perder tempo. Gosto imenso de fazer comédia – acho que faço bem! – e de fazer drama e tragédia. Pode ver-se uma história com humor ou uma história puxando pelos lados dramáticos, é uma questão de trabalhar esse nosso lado mais profundo, mais dramático, de ver uma história, de ver uma personagem. E também é encenadora. Gosto muito e é um trabalho que gosto de fazer com leveza. Há algum trabalho de que se tivesse arrependido de ter feito, que se fosse hoje não teria feito? Muitos. Muitos, apesar de tantas críticas positivas e prémios? Olhe, um espetáculo que toda a gente adorou e que eu todos os dias perguntava: “Quando é que isto acaba?”. E, ao mesmo tempo, não me sentia com esse direito, porque aquilo estava sempre esgotado. Qual foi? O Baile, um espetáculo lindo, maravilhoso. Mas não sou uma pessoa do movimento e aquilo era tudo dançado. Ao fim de três semanas, por mim já acabava. Gostei imenso, achei imensa graça, mas nas primeiras três semanas, e estive um ano e meio em cena. E ainda fomos ao estrangeiro uma data de vezes. Sempre calada, a fazer aquelas coisas, não havia texto. A profundidade de sentimentos não existia. Senti-me bem infeliz ao fazer aquilo “ Uma das primeiras coisas com que sonhei foi fazer uma companhia onde pudesse escolher o repertório tanto tempo. A seguir, fui fazer uma obra de Gil Vicente, em que já tinha feito aquele tipo de papéis e era tudo menos aprofundado. Também me senti a perder tempo, não estava a avançar. Aquela experiência eu já tinha feito. Portanto, há muitas vezes em que a gente faz coisas que sente que não valia a pena ter feito. E na política, sentiu-se alguma vez usada ou fez algo que, a posteriori, se arrependesse? Não. Nem quando disse os nomes das mulheres vítimas de violência doméstica na campanha do PS? Não. Não sentiu que era um aproveitamento político? Sim. Senti e aceitei, acho que fez sentido naquela altura. Não sou do PS, mas achei que não tínhamos nenhum partido que pudesse alterar aquela lógica de poder sobre as mulheres sem ser o PS. Achei que devia fazer o que estivesse ao meu alcance para mudarmos o governo. E fi-lo com muito gosto, não estou nada arrependida. Nada. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias DN+ 9 Jardim em frente ao teatro A Barraca, em Santos e com vista para o Tejo, onde a atriz está a preparar uma nova peça “Pode ser-se de esquerda e ter práticas, processos, que são de direita” A Barraca nasceu com o 25 de Abril, fizeram 40 anos o ano passado e, para comemorarem, apresentaram Claraboia, com muitos atores. Assumiram que era um risco. Correu bem? Sim, muito bem. Então não tiveram prejuízo. Fizemos os 40 anos, arriscámos e ganhámos. Mesmo assim, deu prejuízo. Deu prejuízo, porque tínhamos 17 pessoas em palco, mais três técnicos, mais duas pessoas no escritório, todos os dias. Sabíamos que isso ia acontecer, mesmo na melhor das hipóteses. E a melhor das hipóteses foi a que aconteceu: ter a ajuda da Fundação Saramago e da Pilar “ ‘Claraboia’?É: Ouçam lá! A Barraca não perdeu qualidade, perdeu condições Ter uma companhia de teatro dá uma certa segurança, poder escolher o repertório? É muito bom. É muito bom. Foi por isso que a fundou? Foi. Tive várias experiências, quer em Cascais quer depois, de me sentir muito bem nas companhias, de gostar de trabalhar com aquela direção, mas às vezes não me apetecia fazer determinadas peças ou de achar completamente errado que se tirasse de cena uma peça que estava a correr tão bem. Isso são as contingências de quem dirige e é dirigido. Sim, em todo o lado isso acontece. Uma das primeiras coisas com que sonhei foi fazer uma companhia onde pudesse escolher o repertório, que pudesse ter aí uma parte bastante ativa. E que também os colegas, os atores, pudessem participar nessas decisões E, quando foi o 25 de Abril, pensei logo que finalmente ia concretizar esse sonho. Uma gestão mais democrata? Exatamente, parecida com o que eu gostava que tivessem em rela- ção a mim. E ter mais cinco, seis, sete pessoas que se empenhassem na criação, que todo o nosso trabalho fosse o resultado dessas discussões. Pensámos sempre que seria bom ter uma companhia onde as pessoas se dessem bem, não por razões estritamente profissionais, mas também pelas escolhas, de carácter, de opções políticas, de gosto, para que muitos dos problemas que surgem numa companhia pudessem ser libertados. Entre os colegas tem a filha, Rita Lello. É grande orgulho ter uma filha ou um filho a fazer aquilo que fazemos com tanta paixão. É um orgulho enorme, enorme. E agora o meu neto quer ir para o teatro. O filho da Rita? Sim, é o meu único neto, tem 15 anos, está a estudar no Porto. Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Ouro no teatro e no cinema. Como reage às distinções? Fico contente, mas também muito aflita, muito constrangida. Acho que não os mereço, que os meus colegas também merecem. Sei que faço tudo pelo melhor e para me sair bem, que tenho uma preocupação de cidadania e que não ando atrás do dinheiro. Faço tudo com os meus valores e princípios, mas muito mais gente o faz. O que é que lhe falta fazer? Gosto muito de adaptar estruturas narrativas a estruturas dramáticas ou estruturas narrativas/ /dramáticas, portanto, teatrais. Estou a trabalhar em várias coisas e que não são peças, têm que ver com autores de que gosto muito. Quando, há anos, tivemos ilusões de que íamos ter verbas para fazer um trabalho mais caro, programámos fazer peças russas, trabalhos sobre literatura russa. E eu fiquei com dois autores para trabalhar, dois sonhos para fazer e quero fazê-los. [mulher do escritor] e do público, que não faltou. Agora, o nosso público tem uma componente sénior assinalável e que paga meio bilhete. Temos bastantes jovens, que pagam meio bilhete. Esta casa tem cerca de 170 lugares, em que, olhando para a sala, talvez mais de metade seja a pagar 50% do preço do bilhete. Arrependidos? Não, de maneira nenhuma. Pode dizer-se que poderíamos ter feito uma montagem mais baratinha. Não, não podíamos, o público não viria, aquela peça pedia um investimento grande. E também teve que ver com ambiente político, com o acreditar que estávamos num momento de mudança e que talvez as pessoas fossem sensíveis à cultura. A Barraca teve sempre problemas quando esteve o PSD no governo. Tivemos o governo de Cavaco Silva, dez anos, e sem subsídios. Mas é um ministro socialista que o corta. Continua a pensar que António Coimbra Martins foi o pior ministro da Cultura? Era isso que ia dizer, que a machadada não foi dada pelo PSD, foi dada por um ministro do PS. Mas, evidentemente, assim que nos apanharam numa situação desfavorável, nunca mais a corrigiram. Pontualmente, davam umas esmolinhas. Com o regresso do PS ao governo, com Guterres, A Barraca melhorou um bocadinho de situação. Mas nunca mais voltou ao que era anteriormente, em que tinha uma situação desafogada, boa. Entretanto, qual é o discurso que está subjacente na escolha de Claraboia? É: “Ouçam lá! O facto de termos estado todo este tempo empobrecidos, maltratados, não quer dizer que tenhamos perdido capacidade. A Barraca não perdeu qualidade, perdeu condições.” A Barraca é uma companhia de esquerda? Sim, basicamente foi sempre, embora tenha mudado ao longo dos anos. Durante os primeiros 15 anos, foi uma companhia de amigos, de amigos de esquerda. Ainda faz sentido a divisão esquerda/direita? Pode dividir-se as coisas dessa maneira, simplesmente não se vai tanto pelos conteúdos, como pelos processos. S e tiver um conteúdo de esquerda mas dá-lo a conhecer de uma maneira tão hermética, tão elitista e tão difícil de chegar às pessoas, estou a ter uma prática de direita, percebe? O que acontece muito. As pessoas vão ver uma coisa e sentem-se desanimadas: “Já não percebi o que queria perceber”; “Já não vi o que queria ver”; “Saio daqui com uma vontade de não voltar tão depressa”. Acho que há esquerda e direita, há opções de esquerda e de direita, mas uma coisa são os conteúdos, outra são de facto as formas e os processos. E às vezes os processos são de direita. Alguma vez pensou em desistir de A Barraca? Nunca. Pensei, muitas vezes, em afastar-me, não estar exclusivamente presa na A Barraca, mas desistir não. Porque A Barraca é como um filho, não é? E a gente não desiste dos filhos. Mesmo que fosse um filho de faca virada para mim, não desistia. Qual é a peça que se segue a O Ano da Morte de Ricardo Reis? Estamos a fazer a peça A Incrível e Triste História da Cândida Eréndira e da Sua Avó Desalmada, de Gabriel García Márquez. É uma história muito bonita. 10 OPINIÃO Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias GRONELÂNDIA. TUBARÃO COM QUASE 400 ANOS 12.8.2016 Editorial Um crime grave Diretor interino Leonídio Paulo Ferreira Diretora adjunta Mónica Bello Subdiretoras Ana Sousa Dias e Joana Petiz Redator principal Ferreira Fernandes Diretor de arte Pedro Fernandes Editora executiva Graça Henriques JOANA PETIZ A s notícias repetem-se há anos: incendiário vai aguardar a sentença em liberdade; pena suspensa para responsável por fogo; atenuantes deixam incendiário confesso a cumprir pena em casa. Vão-se os meses de maior perigo e os retratos do país a arder são rapidamente esquecidos. Um ano com poucos fogos e o mais provável é que o homem que se senta no banco dos réus seja mandado embora com um castigo menor e um conselho: o melhor é tratar-se. O pânico causado às populações, as casas destruídas, a perda, a devastação já estão muito longe. O risco de morte de bombeiros e civis passou e o que ficou foi alguém que cedeu a um mau instinto, que agiu em desespero, que reincidiu porque não teve como evitar. E a justiça condescende, faz-se branda. Mantém a mão demasiado leve para quem destrói tanto num impulso. Num quadro em que três quartos dos fogos têm origem criminosa – números do ano passado do presidente da Liga de Bombeiros Portugueses –, é extraordinário que haja, em Portugal, pouco mais de 50 pessoas detidas por esse crime. À semelhança do que acontece nos Estados Unidos, em muitos países europeus o fogo posto já é considerado como um dos crimes de maior gravidade, os responsáveis punidos de acordo com essa premissa. Prisão perpétua, dita a lei em Inglaterra, em França e na Alemanha sempre que o incêndio resulta na morte de alguém; dez, 20, 30 anos atrás das grades noutros casos, dependendo da intenção e da gravidade das perdas. Aqui, porém, o fogo posto ainda é visto como um crime menor, passível de ser resolvido com repreensões, multas e penas suspensas. É isso que é preciso mudar. Um incendiário reincidente ou apanhado em flagrante não pode ficar em liberdade nem sequer enquanto espera a sentença. Os castigos têm de ser exemplares para se tornarem desencorajadores do crime, o tratamento de distúrbios compulsivo, obrigatório. E isto não passa apenas por endurecer a lei, há que moldar mentalidades. Há que entender que um incendiário é um perigoso criminoso. Editores executivos adjuntos Ana Mafalda Inácio (Sociedade), Artur Cassiano (Digital), Helena Tecedeiro (Mundo), Pedro Sequeira (Desporto) Portugal Paula Sá (editora Política), Sílvia Freches (editora adjunta Política), Carlos Ferro (editor Sociedade), Pedro Vilela Marques (editor Sociedade), Céu Neves (grande repórter), Fernanda Câncio (grande repórter), Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de Sousa, João Pedro Henriques, Manuel Carlos Freire, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares, Rui Pedro Antunes, Valentina Marcelino Sociedade David Mandim (editor adjunto) Ana Bela Ferreira, Ana Maia, Filomena Naves, Joana Capucho, Rute Coelho Desporto Nuno Sousa Fernandes (editor), Rui Frias (editor adjunto), Bruno Pires (editor adjunto), Carlos Nogueira, Gonçalo Lopes, Isaura Almeida, João Ruela, Rui Marques Simões Mundo Patrícia Viegas (editora), Abel Coelho de Morais, Ana Meireles, Susana Salvador Artes Marina Almeida (editora), Marina Marques (editora adjunta), João Céu e Silva (grande repórter), Lina Santos, Maria João Caetano, Mariana Pereira Digital Ricardo Simões Ferreira (editor), Patrícia Jesus (coordenadora), Bárbara Cruz, Elisabete Silva, Sofia Fonseca Opinião Adriano Moreira, Alberto Gonçalves, André Carrilho, António Barreto, Anselmo Borges, Bernardo Pires de Lima, David Dinis, Inês Teotónio Pereira, João César das Neves, João Lopes, João Taborda da Gama, Joel Neto, Mário Soares, Miguel Ángel Belloso, Nuno Santos, Paulo Baldaia, Pedro Marques Lopes, Pedro Tadeu, Sérgio Figueiredo, Sílvia de Oliveira, Viriato Soromenho Marques, Wolfgang Münchau e Yanis Varoufakis Fecho de edição Elsa Rocha (editora), Ângela Pereira, Nuno Camacho Arte Vítor Higgs (diretor adjunto), Eva Almeida (coordenadora), Marta Ruela Rocha (coordenadora), Fernando Almeida, Gonçalo Sena, Maria Helena Mendes, Sofia Xavier, Teresa Silva, Ana Kaiseler (infografia), Tânia Sousa (infografia) Digitalização Nuno Espada (coordenador), Carlos Morgado , Inês Nazaré, Paulo Dias e Pedro Nunes Notícias Magazine Catarina Carvalho (diretora executiva), Paulo Farinha (editor executivo) Evasões Catarina Carvalho (diretora) Conselho da Redação Ana Bela Ferreira, Bruno Pires, Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de Sousa, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares e Rui Pedro Antunes Secretária de direção Elsa Silva Secretaria de redação Carla Lopes (coordenadora), Susana Rocha Alves E-mail geral da Redação [email protected] E-mail geral da publicidade [email protected] CONTACTOS Lisboa Avenida da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA – Tel.: 213 187 500 – Fax: 213 187 515 Porto Rua de Gonçalo Cristóvão, 195 – 5.º, 4000269 PORTO – Tel.: 222 096 350 – Fax: 222 096 163 Coimbra Rua João Machado, 19, 2º A, 3000-226 COIMBRA – Tel.: Redação: 961 663 378 - Publicidade: 969 105 615 Leiria Av. D. João III, Edifício 2002, Porta A, 3º, Sala 3, 2400-164 LEIRIA – Tel.: 244 848 670 – Fax: 244 848 689 – Pub. 244 848 680. Estatuto editorial disponível em www.dn.pt Tiragem média diária de junho 2016: 25.772 exemplares CARTAS DOS LEITORES Os incêndios e a justiça O Funchal está a ferro e fogo. A Pérola do Atlântico proporciona um espetáculo dantesco de chama e dor. Os reacendimentos não dão descanso aos soldados da paz. Quem atenta contra a vida e o património urbanístico não são doentes do foro psiquiátrico: são autênticos criminosos. Os juízes não podem continuar a libertar incendiários reincidentes, com a obrigatoriedade de apresentações periódicas em postos policiais. A moldura penal para este tipo de atentados à vida e ao património não pode ser enquadrado com “paninhos quentes”. Quando António Costa considera o ordenamento florestal absolutamente essencial, urge um 25 de Abril no estado geral de combate aos incêndios florestais. O acordo bilateral com a Rússia está em pré-alerta. Afinal, os russos não são assim tão maus! Ademar Costa, Póvoa do Varzim Incêndios e a limpeza das matas Estamos em pleno verão, as temperaturas são elevadas, e as matas e florestas estão naturalmente muito secas. Mas isso por si só não justifica a imensa onda de in- cêndios que todos os anos assolam o país por esta altura do ano. É de notar que já vai sendo uma constante o facto de as nossas autoridades todos os anos anunciarem a detenção de gente que é apanhada em flagrante, ou suspeita de fogo posto, e que alegadamente é presente a tribunal e que o Dr. Juiz decide mandar em paz para casa. Ora, se aliarmos a ação destes criminosos à alegada brandura da nossa justiça, ao desleixo de muita gente que não limpa as matas, ficam criadas as condições para que, com a chegada da época estival, a tragédia aconteça. Como a que se está a dar em quase todo Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias OPINIÃO › Um tubarão nada junto à superfície em direção às águas pro- fundas e geladas do fiorde Uummannaq, depois de ter sido libertado do navio de pesquisa Sanna, do Instituto de Recursos Naturais da Gronelândia. Trata-se de uma fêmea e é já bastante velha: tem 392 anos. Entre 2000 e 2013, um grupo de cientistas estudou 28 tubarões da Gronelândia, que são muito lentos e quase cegos: os cientistas analisaram detalhadamente os olhos dos animais para determinar a sua idade. O resultado da sua investigação, agora publicado na revista Science, garante que este é o animal vertebrado com maior longevidade. 11 Cancro p’ti, colégio p’mim FERNANDA CÂNCIO Jornalista H á poucos debates mais estultos do que o que decorre há eternidades sobre o drama dos pais que não querem que os filhos andem em escolas públicas “porque são mal frequentadas” e outros motivos do género mas acham que têm de ser os outros a pagar-lhes o direito inalienável à segregação. Porque é isto que se anda a debater: se é direito de uns obrigarem todos a pagar para, imagine-se, os filhos dos primeiros não estudarem ao lado dos filhos dos segundos. A coisa até seria cómica se não soubéssemos que durante décadas o Estado foi conivente com tal surrealismo. Os colégios que agora clamam ter de fechar ou despedir porque lhes cortam as turmas devido a estarem ao lado de escolas públicas celebraram anos a fio contratos com o Estado que não podiam, pelo mesmo motivo, ter sido celebrados – facto que o Estado não tinha como desconhecer. Como não podia admitir aos colégios que lhe recusassem acesso aos dados socioeconómicos dos estudantes (impossibilitando, entre outras coisas, perceber se havia “escolha” de alunos). Ou o mais básico controlo do processo de matrícula – permitindo que houvesse colégios a aceitar alunos de fora da sua zona usando subterfúgios como o de propor que professores assumissem o estatuto de encarregados de educação (o critério territorial in- o território nacional, e com especial gravidade no arquipélago da Madeira (Funchal), e cujos prejuízos são incalculáveis, tanto de ordem ambiental como de ordem material e humana, pois já há a lamentar perda de vidas humanas. Escrevo estas palavras para apelar a uma maior vigilância das autoridades e das pessoas em geral em defesa das nossas florestas e das nossas vidas. Ao mesmo tempo, para homenagear os nossos soldados da paz, verdadeiros heróis nacionais, a merecerem a nossa gratidão e o nosso respeito. E que, em nome das vítimas desta tragédia que é Portugal a arder, que finalmente a justiça passe a ter mão pesada sobre todos os incendiários do nosso belo Portugal. Arlindo Costa, Lisboa [email protected] Os incêndios e o reordenamento Todos os anos os fogos consomem milhares de hectares de floresta (e também algumas casas) e todos os anos assistimos a políticos a afirmar que tem de se fazer o reordenamento florestal. O PR afirmou-o hoje, 10 de agosto, no Funchal. Também se repete, todos os anos, o aluguer de meios aéreos ligeiros para combater os fogos, aluguer que custa milhões de euros, pagos por todos nós. Por que razão se persiste em gastar vários milhões de euros anualmente no aluguer de meios aéreos que, na sua maioria, despejam umas “pingas” sobre os fogos? Porque estamos perante um negócio que dá muito dinheiro! Por que razão não se compram aviões de grande capacidade para atacar os incêndios? Porque iria estragar-se esse negócio que dura há anos e anos e porque tais aviões seriam, certamente, entregues à Força Aérea, o que iria incomodar muita gente. Os Canadair, bem conhecidos e utilizados por muitos países, seriam uma escolha óbvia. Julgo que cinco ou seis seriam suficientes para as nossas necessidades, com a vantagem de, fora do verão, poderem ser utilizados noutras missões. Teriam, ainda, outra vantagem, posta em evidência pelos incêndios na Madeira. É que, enquanto a esmagadora maioria dos meios aéreos alugados não têm condições para se deslocarem para a Madeira, os Canadair poderiam fazê-lo com toda a facilidade. O irónico é que, apesar de não os comprarmos, quase todos os anos os pedimos emprestados. José Simões, Oeiras clui, além da morada da família, o local de trabalho do encarregado de educação). Esta “incompetência” do Estado correspondeu a muitos milhões desviados dos cofres públicos em prol de interesses privados, com os contratos de associação a serem vistos como uma linha de crédito inesgotável. Boa ilustração disso é que uma das propostas de um estudo de 2011 do Ministério da Defesa, com vista a encontrar soluções para o défice de alunos e enorme despesa que representam os colégios militares, fosse a celebração de contratos de associação. A ideia era de que assim os colégios passavam a ter mais alunos: a frequência seria de graça, ao invés de custar uma média de 600 euros/mês. A despesa para o Estado, claro, crescia – mas passava do Ministério da Defesa para o da Educação. A genialidade desta proposta pede meças à mais recente linha de argumentação dos pais-que-exigem-que-lhes-paguem-o-colégio-privado, exposta numa notícia de ontem do Público. Intitulada “Alunos saíram do colégio e a alternativa são escolas públicas com amianto”, dá-nos a saber que a associação de pais de um colégio de Mafra que terá “perdido” cerca de cem alunos se queixa de que “lhe estão a ser propostas escolas com amianto”. A notícia exime-se de informar quantos alunos estudam nessas escolas, ou sequer de falar com alguém das mesmas – pelos vistos, as escolas terem amianto não é grave; inaceitável é que os alunos do colégio vão para lá. Porque, conclui-se, só os alunos do colégio têm pais que se ralam com a saúde deles, e só a saúde dos alunos dos colégios nos deve importar. Para os outros, coitados, tanto faz: afinal, até já andam numa escola pública. ENVIE AS SUAS CARTAS Por correio: Avenida da Liberdade, 266 1250-149 Lisboa Por mail: [email protected] O DN reserva-se o direito de editar, resumir e só publicar cartas de leitores identificados. Desde 16 de setembro de 2013, os textos publicados incluem o endereço de correio eletrónico do(a) autor(a). Os leitores que prefiram não divulgar o seu endereço devem mencioná-lo nos textos enviados. 12 OPINIÃO Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias O LIBERAL A experiência decisiva do Reino Unido MIGUEL ÁNGEL BELLOSO Diretor da revista espanhola Actualidad Económica D epois do referendo de 23 de julho em que os britânicos votaram pelo brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia), a atenção da opinião pública internacional está centrada nas distintas variantes que podem surgir da futura negociação entre Londres e Bruxelas para executar o resultado do plebiscito. Esta abordará questões que vão desde as condições de acesso que terão as empresas e os bancos ao mercado único até às possíveis restrições para os trabalhadores europeus em solo britânico e pode alargar-se durante algum tempo, porque o governo de Londres tentará tirar o maior proveito possível da estúpida decisão nacional e à UE interessa que a nova relação contratual seja o menos prejudicial possível. Mas o mais importante para a prosperidade a médio prazo do Reino Unido é a resolução do dilema que enfrenta a nova primeira-ministra, Theresa May, na hora de escolher a sua política económica, no meio da incerteza que gerou o brexit entre os investidores internacionais. Do lado dos partidários da rutura com Bruxelas há duas fações claramente diferentes em função da sua ideologia. Uns querem o brexit para libertar o Reino Unido das regulações europeias, facilitando a construção de uma economia mais liberal e aberta CRAVO & FERRADURA ao comércio internacional. Outros, pelo contrário, veem a saída da UE como uma oportunidade para desenhar um sistema mais protecionista, fechado à chegada de talento e investimento estrangeiro. Por exemplo, o grupo que se articulou no Reino Unido em torno dos Economists for Brexit, que inclui 200 reputados economistas, entre eles Patrick Minford, Neill Mackinnon, Gerard Lyons ou Tim Congdon, está convencido de que, livre das amarras da UE, a economia britânica pode manter altos níveis de crescimento, de competitividade e de criação de emprego. Para isso propõe um desmantelamento tarifário unilateral que baixaria os preços dos bens e dos serviços e teria um efeito estimulante sobre a procura interna. Ao mesmo tempo, a remoção das barreiras às importações com o resto do mundo aumentaria a concorrência, forçando a indústria britânica a melhorar os seus rácios de eficiência e produtividade. Esta estratégia deveria além disso estar acompanhada por uma liberalização dos mercados, que ainda têm altos níveis de regulação, e por uma política fiscal destinada a reduzir o défice mediante uma combinação de menos impostos e de um menor gasto público. No papel, tudo isto parece perfeito, não há nada a objetar, mas qual é a estratégia económica que adotará a primeira-ministra britânica? Apesar de May ter feito campanha para continuar na UE, mostrou a sua intenção de cumprir com o resultado do plebiscito: “Brexit is brexit”, disse. E na hora de definir o novo modelo económico que terá o Reino Unido no futuro está a enviar alguns sinais preocupantes para os que acarinhavam a ideia de que este processo seria a possibilidade de continuar a trajetória de abertura iniciada com Margaret Thatcher nos anos 80. Por exemplo, nos seus primeiros discursos no cargo, Theresa May anunciou o desejo de que o governo assuma um maior intervencionismo na vida empresarial, para conseguir a correção da desigualdade na sociedade britânica, algo que aterroriza os verdadeiros liberais. Entre outras medidas, não afasta a hipótese de facilitar a entrada dos representantes dos trabalhadores nos conselhos de administração das empresas – ao estilo da Alemanha, que é como brincar com o fogo no Reino Unido –, estabelecer limites aos salários dos executivos e reforçar os poderes de Downing Street para vetar compras por parte de empresas estrangeiras. Até criou um ministério que inclui, entre outras funções, o desenho de uma “estratégia industrial”, conceito que parecia desterrado do Partido Conservador desde há 30 anos, por estar por detrás da época miserável que viveu o Reino Unido durante os anos 60 e 70 do século passado, quando o Estado era proprietário de amplos setores da economia. Mas não faltam alguns sinais mais animadores. A equipa encarregada de negociar o brexit (com ministros como David Davis e Liam Fox) estabeleceu como uma das suas prioridades a assinatura de acordos de livre comércio com os EUA, a Austrália, a Índia e a China, entre outros países, para compensar a possível perda de trocas com a UE. E, na primeira grande compra de uma empresa britânica depois do brexit (a da tecnológica Arm Holdings por parte do grupo japonês SoftBank), o governo britânico não pôs nenhuma objeção e até elogiou a operação por entender que prova o atrativo do país para as empresas internacionais. Incentivar o comércio e o investimento estrangeiros é o caminho que deve seguir o Reino Unido para OPINIÃO SEGUNDA › Leonídio Paulo Ferreira › Wolfgang Münchau › António Tadeia evitar o principal risco imediato do brexit, que é a deterioração do já elevado défice da conta corrente do país. A nível doméstico, um relatório do Adam Smith Institute aponta para várias medidas que poderiam impulsionar a economia britânica: entre elas suavizar as regras de planeamento que dificultam a construção de novas casas no país; abolir os impostos de sociedade, os de sucessão e os que tributam as mais-valias; e facilitar um maior investimento privado no setor da saúde. Todas estas decisões vão ao encontro das propostas realizadas pelo grupo Economists for Brexit, mas esquecem uma questão essencial: a maior parte dos cidadãos que votaram a favor do brexit não o fez para abraçar medidas de carácter liberal, mas pelo medo da erosão do seu nível de vida como resultado da globalização ou da imigração. Por medo. Querem recuperar, ou pelo menos conservar, os seus padrões de vida sem correr os riscos que podem trazer a curto prazo as políticas liberais que lhes proporcionariam mais prosperidade a longo prazo, entre outras coisas, porque neste momento não há nenhum político no mundo que seja capaz de explicar esta aparente contradição. A primeira-ministra Theresa May pode ter a tentação de optar por uma política menos liberal para conquistar uma parte do eleitorado do Labour que apoiou o brexit e está descontente com Jeremy Corbyn, o líder radical de esquerda do principal partido de oposição. Mas, a meio prazo, o mais vantajoso para a carreira política de May e para a prosperidade e o emprego dos britânicos seria aproveitar o brexit para avançar na liberalização da economia britânica. Esta parece-me que devia ser uma lição universal para todos os países. JOSÉ BANDEIRA TERÇA › Sérgio Figueiredo › Pedro Tadeu QUARTA › Sílvia de Oliveira › Adriano Moreira QUINTA › João Pedro Henriques › Paula Sá › João César das Neves SEXTA › Miguel Ángel Belloso › Fernanda Câncio SÁBADO › Anselmo Borges › David Dinis › Inês Teotónio Pereira DOMINGO › António Barreto › Pedro Marques Lopes › Alberto Gonçalves › Paulo Baldaia › André Carrilho › João Taborda da Gama › Joel Neto DINHEIRO VIVO › Ricardo Reis › Edson Athayde NOTÍCIAS MAGAZINE › Afonso Cruz › Ana Bacalhau › Ana Sousa Dias › Catarina Carvalho › David Marçal › José Luís Peixoto › Júlio Machado Vaz › Manuel Jorge Marmelo › Marta Crawford › Paulo Farinha DIARIAMENTE › Ferreira Fernandes › João Lopes › José Bandeira LEIA AINDA › Bernardo Pires de Lima › Viriato Soromenho-Marques › Manuel Queiroz Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias PUBLICIDADE 13 14 PEDRO ROCHA / GLOBAL IMAGENS PORTUGAL Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Conflito dos contratos de associação com colégios privados e ameaças da UE levaram PS e Bloco de Esquerda a lançarem campanhas públicas de conteúdo semelhante Numa nova aliança das esquerdas, PS recusa excluir Bloco ou PCP Parlamento. Há maior proximidade entre o PS e o BE do que entre o PS e o PCP? Na cúpula socialista essa perceção é relativizada. Se a legislatura correr bem à esquerda, os socialistas estarão disponíveis para renovar votos – mas só a três JOÃO PEDRO HENRIQUES Nas últimas semanas PS e BE colocaram nas ruas cartazes de conteúdo muito semelhante: um em defesa da escola pública (na sequência do conflito com colégios privados por causa dos contratos de associação); outro sobre Europa, por causa das ameaças de sanções contra Portugal devido ao défice de 2015 (ameaças que não se concretizaram). Isso e uma sondagem recente no Expresso que dizia que o PS e o BE juntos conseguiriam hoje maioria absoluta (45,2%) – não acontecendo o mesmo na soma PS+PCP (43,3%) – gerou especulações sobre a possibilidade de os socialistas estarem a privilegiar na sua relação os bloquistas em detrimento dos comunistas. “Isso é o que o Bloco de Esquerda quer que se pense”, comentou ao DN um dirigente do PS próximo de António Costa (que pediu para não ser identificado). Segundo o mesmo interlocutor, o PS trata por igual os dois partidos e, sendo ainda cedo para uma posição final, o que se perspetiva no final da legislatura, “se tudo correr bem”, é que os socialistas recusem por um lado qualquer aliança pré-eleitoral e, por outro, só admitam uma nova “geringonça” pós-eleitoral com todos os partidos que atualmente a integram e não uma plataforma parcial (PS+BE ou PS+PCP), mesmo que os resultados eleitorais possibilitem excluir uma das formações e manter à mesma maioria absoluta. Dito de outra forma: “Se for para fazer, faz-se com todos.” Seja como for, a relação entre socialistas e bloquistas parece melhor do que entre socialistas e comunistas mas essa também é uma perceção que varia conforme as gerações. Dirigentes socialistas da geração de António Costa, por exemplo, fizeram política durante décadas no PS sabendo que à esquerda a única formação eleitoralmente relevante era o PCP. Os dirigentes desse grupo etário (ou mais velhos) conhecem bem o PCP, sabem que é um partido pouco flexível mas também previsível e bastante institucional no seu comportamento corrente. Costa tem uma boa relação com Jerónimo de Sousa, forjada há muitos anos.Recentemente, a relação entre os dois partidos azedou, quando o PS – numa negociação liderada por Carlos César, chefe da bancada parlamentar – ignorou o PCP na negociação de cinco nomes para o Tribunal Constitucional. O Bloco conseguiu fazer aprovar na AR muito mais projetos do que o PCP O caso provocou aliás irritação dentro do próprio PS, nomeamente no principal pivot do governo para as negociações interesquerda, Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que não gostou de ver o PCP preterido. Os comunistas, eles próprios, reagiram com um comunicado muito duro, onde reafirmaram que dependem exclusivamente do seu juízo para manterem ou não em vigor a “Posição Conjunta” que assinaram com o PS. Aparentemente, o PCP resguarda-se para o caso de a legislatura correr mal à esquerda. Já o BE nem tanto. Com Catarina Martins a relação de António Costa também é boa mas a imprevisibilidade do Bloco – que se viu por exemplo na proposta de um referendo caso a UE aprovasse sanções a Portugal – gera alguma prudência, para não dizer desconfiança. Acontece que no PS há uma forte preponderância de uma geração mais nova – onde pontificam Pedro Nuno Santos ou o deputado João Galamba, só para referir dois casos – que, essa sim, sempre conviveu com a existência do BE e dos seus dirigentes. Um site que junta PS e BE Os bloquistas são, por outro lado, muito mais informais do que os comunistas nas suas formas de convívio com os socialistas e até permitem a criação de plataformas comuns de combate político, por exemplo nas novas formas de comunicação digital (o exemplo má- ximo será o site Geringon-ça.com, que junta dirigentes dos dois partidos mas nenhum do PCP). E o PCP e o BE têm também formas diferentes de negociar. O BE tem querido efetivamente fazer aprovar os seus projetos e para isso, se necessário, cede, visando ter os votos do PS. No PCP, a postura é diferente: têm as suas propostas e ou o PS concorda ou não concorda – não há flexibilidade negocial nem disponibilidade para alinhavar formulações de consenso. Enquanto que, em relação ao OE 2017, o PCP já disse que discorda de propostas do governo visando manter congelados os ordenados da função pública, o BE preferiu dizer que as negociações se fazem à mesa, não fechando portas. Este modo diferente de encarar a negociação parlamentar teve reflexos na produção legislativa do primeiro ano da nova legislatura. O Bloco de Esquerda foi, de longe, o partido que conseguiu mais projectos de lei seus aprovados: 24, contra 17 para o PS, 16 para o PCP, nove do governo, sete para o PEV, dois para o PAN e outros dois para o PSD e um para o CDS. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias PORTUGAL 15 PUB Juiz diz que Marcelo passou diploma inconstitucional Caso. Presidente promulgou lei que confirma a tutela militar sobre a autoridade civil mento de medalhas da PM agora promulgado está um projeto de lei orgânica da AMN escrito pela próMarcelo Rebelo de Sousa promul- pria Marinha – sem que os órgãos gou terça-feira um decreto-lei que de soberania políticos lho pedissem “é inconstitucional por reconhecer – que integra aquela força de seguque a Autoridade Marítima Nacio- rança e órgão de polícia criminal, nal [AMN] é inequivocamente mili- disseram fontes policiais e militares. A lei, ao contrário do que diz a tar”, afirma o juiz conselheiro Bernardo Colaço ao DN. “A consequên- Marinha, determina que a PM só cia desta promulgação é que depende da AMN para efeitos de reconsagra duas situações que a curso hierárquico de algumas deciConstituição não consente”, ao atri- sões do comandante-geral – que a buir ao “Almirante AMN” e chefe do mesma lei diz ser o “dirigente máxiEstado-Maior da Marinha a atribui- mo” daquela força de segurança e ção de medalhas à Polícia Marítima não o “Almirante AMN”. A recusa do então ministro da (PM) – leia-se dar-lhe poder disciplinar sobre polícias –, assegura Defesa Aguiar-Branco em aprovar o aquele juiz jubilado do Supremo Tri- texto levou a Marinha a tentar consegui-lo diretamente através do gabunal de Justiça. O diploma “apresenta duas ila- binete do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho no final ções incontornáveis: o da legislatura anterior, controlo e direção por também sem sucesso, uma entidade militar garantiram ainda fondo funcionamento de tes militares ao DN. uma força de seguranMas agora o minisça, de natureza civil tro Azeredo Lopes inem termos constitucluiu a figura “Almirancionais; e o reconhecite AMN”, sem suporte mento de que a AMN, jurídico, num diploma que à semelhança de publicado há um mês outras autoridades e com o aparente objedeve ser civil, é inequitivo de tornar obrigavocamente militar”, frisa Bernardo Colaço. Marinha, agora chefiada tório que seja o chefe “A inserção da PM por Macieira Fragoso, militar da Marinha o numa AMN militar é continua a entender que titular desse cargo civil– agora que existe o também inconstitupode tutelar polícias Ministério do Mar. cional”, insiste o juiz, “Não está em causa um almiranlembrando que a legislação sobre as forças e serviços de segurança é da te poder exercer as funções de autoresponsabilidade exclusiva da As- ridade marítima mas, como diz [o jurista e ex-ministro da Administrasembleia da República. A Presidência da República não ção Interna] Rui Pereira, ele ser a aurespondeu às questões colocadas toridade marítima porque é almipelo DN sobre o referido diploma rante” (posto que só corresponde ao chefe da Marinha), explica o juiz. antes de promulgado. “As autoridades nacionais, de A Associação Sócio-Profissional da PM, que suscitara ao Presidente acordo com os princípios que inspida República o pedido de inconsti- ram a sua existência, são órgãos de tucionalidade do diploma aprova- coordenação e não têm polícias ao do pelo governo, reagiu: “A circuns- seu serviço, porque [estas] são órtância de se ver promulgado um gãos do Estado”, argumenta o juiz. Assim, “esta normativação [”Aldiploma legal contendo normas inconstitucionais inculca uma espe- mirante AMN”] acaba por cair num cial preocupação, na medida em plano de inconstitucionalidade”, que a sua vigência dificilmente será declara o juiz, porque “na medida afastada do ordenamento jurídico em que colocam um almirante português dada a habitual inércia como a entidade que é AMN, e cirdas entidades constitucionalmente cunscrita ao Chefe do Estado-Maior competentes para suscitar a fiscali- da Marinha, há uma intromissão zação abstrata das normas legais.” militar numa entidade que devia ser Na base do articulado do regula- supostamente civil e não é”. MANUEL CARLOS FREIRE molaflex 16 PORTUGAL Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Quatro anos de pena suspensa para invasores de aeroporto Santiago do Cacém foi a última localidade a inaugurar, no passado dia 24 de julho, um monumento de homenagem aos combatentes da guerra colonial DR LISBOA Quatro argelinos foram condenados por atentado à segurança de transporte por ar. Advogadas de defesa admitem recorrer Já são 300 os monumentos de homenagem aos combatentes Guerra Colonial . Santiago do Cacém foi a mais recente localidade a inaugurar um monumento em memória dos cerca de nove mil militares mortos em África, entre 1961 e 1974 MANUEL CARLOS FREIRE A Guerra Colonial terminou há mais de quatro décadas, mas em Portugal continuam a inaugurar-se monumentos de homenagem aos militares mortos e já rondam os 300, como revelou o presidente da Liga dos Combatentes (LC), general Chito Rodrigues, ao DN. Santiago do Cacém, no passado dia 24 de julho, foi a última localidade onde se realizou uma cerimónia de inauguração de um Monumento de Homenagem aos Combatentes em Portugal, organizada pela Câmara Municipal e pelo núcleo de Vila Nova de Santo André da LC (foto principal). Chito Rodrigues conta que entre 1974 e 2003 foram erguidos 52 desses monumentos e que as restantes duas centenas e meia foram inauguradas nos últimos 13 anos – que correspondem ao período da sua presidência da LC – por iniciativa das populações, das juntas de freguesia, das câmaras municipais e da Liga ou dos seus 112 núcleos espalhados pelo país. Questionado sobre o porquê de ainda haver tanto interesse nas junta a centena dos que evocam a comunidades locais em erigir um participação de Portugal na I Granmonumento aos combatentes da de Guerra, acrescentou. Quanto às casas de saúde – no Guerra Colonial, o general considera que isso “é a expressão de Porto e em Estremoz – que a nonaum sentimento profundo nacio- genária LC inaugurou em 2015, nal acerca do que foi a Guerra Co- Chito Rodrigues revela alguma lonial e dos sacrifícios que o povo frustração com as respostas da Segurança Social (SS) face ao que foportuguês fez nesse conflito”. Os dados oficiais indicam que a ram as expectativas criadas. O apoio recebido abrange apeGuerra Colonial matou cerca de nas 25 dos 73 utentes nove mil militares em que o centro de EstreAngola, Guiné e Momoz pode acolher – e çambique, deixando Há uma centena vai continuar a ser asainda dezenas de mide monumentos sim este ano, em vez lhares de soldados feridos e com deficiênsobre presença na de aumentar para os 50 que foram proposcias de vários graus. I Grande Guerra tos pela própria SS, Presidente da LC conforme decisão redesde 2003, o balanço cebida no final de juque Chito Rodrigues faz destes 13 anos apoia-se em nú- lho, explicou o general, com desameros: “Tínhamos 64 núcleos e lento. “Não se trabalha assim, pasagora são 112, havia 320 dirigentes sa-se de uma premissa a outra... é e agora temos 587, os técnicos de uma situação que chateia.” Devido a isso e apesar da meia saúde eram zero e agora há 60....” O número de monumentos no centena de candidatos que estão país em memória da Guerra Colo- em lista de espera para admissão nial é outro indicador: “De 1974 a na casa de saúde de Estremoz, 2003 fizeram-se 52. Nos últimos 13 Chito Rodrigues garante não poanos foram cerca de 250”, elevando der recebê-los porque o valor das o total para a casa dos 300 – a que se respetivas reformas é demasiado inferior ao custo real dos cuidados prestados sem a referida contribuição da SS. “Há um sentimento de frustração, que tenho de vencer como presidente da Liga dos Combatentes, na luta pelo apoio aos combatentes e às suas famílias devido à não compreensão [desse esforço] por algumas instituições públicas e privadas”, desabafou o general, a poucos meses de a Liga celebrar 93 anos de existência. A chamada Residência São Nuno de Santa Maria tem atualmente 46 utentes, dos quais só 25 recebem apoio da SS. “A LC vê-se assim na contingência de ter de receber utentes com mais posses, deixando de apoiar quem mais precisa”, explicou a instituição, em comunicado. Por isso, concluiu, a Liga dos Combatentes, apesar de “já ter utentes interessados para completar as vagas existentes [Estremoz], tem de se manter aquém desse objetivo com elevado prejuízo para a gestão normal da residência. Apelamos por isso aos responsáveis da SS para que seja com urgência revista esta situação”. Os quatro cidadãos argelinos que, no dia 30 de julho, invadiram a pista de aterragem do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foram condenados a quatro anos de pena suspensa, por atentado à segurança de transporte por ar. A sentença foi lida ontem no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, onde estiveram a ser julgados em processo sumário. As advogadas de defesa vão analisar a sentença, mas admitem recorrer. Os quatro cidadãos argelinos estavam acusados dos crimes de introdução em local vedado ao público, atentado à segurança contra transporte por ar e um deles estava também acusado de violação de medida de interdição, por se encontrar impedido de entrar em Espanha, o que o impedia também de entrar em qualquer país do espaço Schengen. Os quatro arguidos foram absolvidos do crime de introdução em espaço vedado ao público. Para a juíza Sofia Abreu, este é um crime semipúblico que carece de apresentação de queixa da entidade gestora do aeroporto, a ANA – Aeroportos de Portugal, que não o fez, não tendo por isso a juíza reconhecido legitimidade ao Ministério Público para os acusar deste crime, nem ao supervisor do aeroporto – um funcionário do aeroporto – que apresentou a queixa. O arguido que estava acusado do crime de violação de medida de interdição foi absolvido deste crime pelo tribunal, por não ter ficado provado que soubesse que, por estar proibido de entrar em Espanha, também estava proibido de entrar nos outros países do espaço Schengen. Para a juíza, todos agiram com dolo direto, pois sabiam estar a pôr em perigo a vida dos passageiros dos aviões e de quem se encontrava a trabalhar na pista. No final da leitura da sentença, que ia sendo transmitida através de uma tradução parcelar – apenas dados que o tradutor considerava mais importantes –, os arguidos mantinham dúvidas sobre a possibilidade de irem parar à prisão, por terem sido condenados. Só no final da sessão, a pedido de uma das advogadas de defesa, é que ficou claro para os quatro arguidos que a decisão era uma pena suspensa, passível de recurso, que ficariam à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e que o processo de pedido de asilo continuava em curso. Lusa Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 17 DINHEIRO Dívida pública atinge terceiro nível mais alto de sempre Pestana CR7 investe 15 milhões em Lisboa HOTELARIA O Pestana Hotel Group prepara-se para abrir na terça-feira o segundo Pestana CR7 em Lisboa. Com um investimento de 15 milhões, o projeto resulta da parceria com Cristiano Ronaldo, tendo criado cerca de 50 postos de trabalho, adianta José Roquette, chief development officer do grupo hoteleiro (na foto). Com seis andares, o espaço localizado na Rua do Comércio tem capacidade para 82 quartos e uma suite. É o segundo de um total de quatro espaços – seguem-se em 2017-2018 Madrid e Nova Iorque – dirigidos aos millennials (indivíduos nascidos nos anos 80) e desenhados a pensar neste público-alvo, com diversas funcionalidades tecnológicas, como abertura dos quartos através de uma aplicação informática. UTAO Pagamento antecipado PAULO ALEXANDRINO / GLOBAL IMAGENS ao FMI pode aliviar rácio até final do ano, mas custos com os bancos (CGD e Novo Banco) podem engordá-lo Hotéis de Albufeira estão quase quatro vezes mais caros Férias. Portugueses e estrangeiros vão a banhos no Algarve e ajudam preço médio por noite a subir a pique. Dormir a sul custa já 201 euros – em Albufeira são 210 euros, mais 288% do que em janeiro ANA MARGARIDA PINHEIRO No “pico” do verão, com a enchente de turistas portugueses e estrangeiros, a temperatura dos preços dos hotéis do Algarve não para de subir – um quarto custa hoje, em média, 201 euros por noite, mais 20,4% do que em julho. É já a região mais cara do país, liderada por Albufeira, onde são cobrados 210 euros por uma noite em quarto duplo: dos 54 euros em janeiro há uma subida de +288%, quase quatro vezes mais. E mais 23,5% do que há apenas um mês. “Sem dúvida” que tem havido um forte aumento no preço, reconhece, em declarações ao DN/Dinheiro Vivo, Carlos Leal, diretor-geral da United Investments Portugal, a dona do resort Pine Cliffs, reinaugurado recentemente depois de um forte investimento para melhoria do espaço. A subida do preço médio por noite, justifica, fica a dever-se “em parte ao aumento de procura, mas também graças à qualidade superior dos quartos de hotel renovados e das novas unidades”. Elidérico Viegas também explica o boom dos preços com o aumento da procura. “Desde janeiro estamos com 10,5% de ocupação a mais face ao ano passado e as vendas cresceram 16,5%”, refere o presidente da associação dos hotéis do Algarve (AHETA). A escalada dos preços não é de estranhar: “A maioria dos hotéis estão com a taxa de ocupação a 100%.” E não é só em Albufeira que os preços têm subido. Em Portimão, por exemplo, uma noite num quarto duplo custa 149 euros, mais 31,8% do que em julho e mais 217% do que no início do ano; e em Lagos o preço subiu para 176 euros/noite, mais 13,5% do que há um mês. Em Lisboa, os preços também aumentaram, mas a um ritmo mais suave: no Estoril o preço mé- Top das cidades PREÇOS MÉDIOS POR NOITE (QUARTO DUPLO), EM EUROS MAIS CARAS Cascais Albufeira Lagos Portimão Estoril MAIS BARATAS Fátima Braga Coimbra Covilhã Setúbal JAN JUL AGO JAN-AGO JUL-AGO AGO/15 vs. AGO/16 110 54 69 47 71 183 170 155 113 134 213 210 176 149 142 93,60% 288,80% 155,00% 217,00% 100% 16,39% 23,53% 13,55% 31,86% 5,97% -3,18% 11,11% 10,69% 4,93% -0,70% 52 59 58 78 56 58 64 66 68 70 55 65 67 71 73 5,77% 10,17% 15,52% -8,97% 30,36% -5,17% 1,56% 1,52% 4,41% 4,29% 0,00% 9,84% 13,56% -1,39% -6,41% dio por noite é 142 euros, mais 5,97% do que em julho, mas até desceram 0,7% face a agosto de 2015; em Cascais cada noite vale 213 euros (+16,3% do que em julho). É o valor mais elevado do país. Em Portugal, uma noite num quarto duplo de hotel custa hoje, em média, 128 euros. É ainda mais barato do que Barcelona (158 euros) ou Londres (168 euros), mas já supera Paris (121 euros) ou Roma (106 euros). Carlos Leal assume que a forte procura do destino Algarve (e do preço) se fica a dever, em grande parte, à instabilidade vivida no centro da Europa, especialmente por causa do terrorismo. “Não é porque o Turismo de Portugal e/ou os hotéis tenham feito algo diferente ou melhor do que noutros anos, nem pelo apoio inexistente da TAP.” A boa notícia é que o brexit, que chegou a assustar os empresários algarvios, não se fez sentir. “Não notamos impacto nenhum”, garante o gestor do Pine Cliffs. “Os turistas ingleses vinham ao Algarve antes de fazerem parte da UE e vão continuar a vir.” O rácio da dívida pública que conta para Bruxelas e para avaliar o cumprimento do Pacto de Estabilidade terá atingido, no final de junho, 131,6% do PIB, o terceiro nível mais elevado de sempre, mostram contas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e as séries do Banco de Portugal. No entanto, há fatores que podem alterar estas contas para pior ou melhor. Na nota de julho, a UTAO “estima que a dívida pública em percentagem do PIB se tenha situado entre 130,9% e 132,3% do PIB” no final do primeiro semestre de 2016, com o ponto médio nos tais 131,6%. Este valor corresponde, em termos nominais brutos, a mais de 240 mil milhões de euros como responsabilidades dos contribuintes portugueses perante os credores. É o terceiro valor mais elevado nas séries da dívida na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas. É preciso recuar ao tempo da troika para encontrar valores superiores. No primeiro trimestre de 2014, o rácio atingiu um máximo de 132,8%; no segundo trimestre de 2013 tocou nos 132,5%. A estimativa central de 131,6% “está dependente da hipótese assumida quer para a taxa de crescimento do PIB real quer para o deflator do PIB”, diz a UTAO. Para este ano, FMI e OCDE preveem 128,3%; a Comissão Europeia 126%. O governo diz 124,8%. Há, no entanto, fatores que vão emergir até final do ano que devem alterar as contas. A amortização da obrigação de Tesouro com maturidade em outubro de 2016, e a utilização de depósitos da administração central para recompra de dívida pública e/ou amortização do empréstimo do FMI podem ajudar a reduzir o rácio. Mas a dívida pode descarrilar com a “possível recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, a venda do Novo Banco abaixo do valor previsto ou o adiamento da mesma, a revisão em alta da meta do défice público, na sequência das recomendações da Comissão Europeia e decisões do Conselho, e a não concretização das projeções para o crescimento económico e para o deflator do PIB”. LUÍS REIS RIBEIRO 18 DINHEIRO PSI 20 +0,64 % Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Euro Stoxx50 +1,00% Ibex +0,53% Solução para Euribor -0,189% Petróleo +3,47% Euro -0,20% lesados do GES Banca puxa pela bolsa ainda presa pelo défice 4818,07 PONTOS 6 verde” à solução, mas reconhecem complexidade da questão FILIPE PAIVA CARDOSO A reunião de ontem entre os representantes dos lesados do Grupo Espírito Santo (GES), os supervisores financeiros e o governo resultou em sinais mistos. Se para o presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) o encontro terminou com uma “luz verde” para a solução negociada, para as Finanças o semáforo ainda está no amarelo, ainda que em direção ao verde. “Houve progressos e terão lugar novas reuniões em breve. Estamos a trabalhar numa solução que não tenha impacto no défice”, referiu fonte oficial. Ontem, durante a manhã, realizou-se uma nova reunião entre os representantes da AIEPC, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Banco de Portugal e do governo (Diogo Lacerda Machado e Nuno Martins, pelas Finanças), finda a qual o presidente da AIEPC, Ricardo Ângelo, comunicou a “luz verde” dada à solução, manifestando a satisfação dos clientes lesados pelo aval do governo ao mecanismo de compensação parcial de perdas sofridas. Mas tal como o executivo, também a AIEPC salientou as cautelas ainda necessárias. Ricardo Ângelo admitiu que a constituição do fundo para as indemnizações será complexa e que obrigará ainda a várias reuniões entre as partes. Contudo, disse: “Já não há volta atrás.” Em causa estão cerca de 2000 clientes do GES que investiram 430 milhões de euros em títulos da Espírito Santo International e Rioforte vendidos ao balcão do BES. A solução que está em cima da mesa implica o pagamento de 75% do valor investido a todos aqueles que aplicaram até 300 mil euros e de não mais de 250 mil euros a quem investiu acima daquele patamar. As verbas para a indemnização deverão chegar por via do Fundo de Resolução, entidade integrada na esfera das administrações públicas, a quem caberá posteriormente reclamar créditos durante o processo de liquidação do Banco Espírito Santo. ALIENAÇÃO Banif Investimento vira chinês › O Banif Banco de Investimento (BBI) foi vendido a um grupo chinês, o Bison Capital. A informação foi divulgada em comunicado pela Oitante, o veículo que ficou com os ativos tóxicos do Banif. O grupo chinês vai injetar 10 milhões de euros no capital do BBI a partir da transmissão das ações, prestações acessórias e obrigações subordinadas do Banif Investimento, não tendo sido revelado se pagou mais algum valor pela transação, que terá de ser aprovada pelos reguladores. A Bison prevê manter os atuais trabalhadores do Banif Investimento. “A Oitante selecionou a proposta apresentada pela Bison Capital Financial Holdings (Hong Kong), por ser aquela que apresentava as condições mais favoráveis à maximização da venda do BBI.” PONTOS 45,58 8705,00 PONTOS DÓLARES É a sexta subida consecutiva – o PSI 20 ganhou ontem mais 0,64%, com os investidores a serem encorajados pela queda das taxas de juro da dívida pública para novos mínimos, na expectativa de que, logo depois das férias, Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), avance com novo pacote de estímulos à economia europeia. Os bancos beneficiaram do entusiasmo dos investidores. O BCP recuperou 1,05%, enquanto o BPI valorizou 0,54%, negociando a 1,126 euros, já acima dos 1,113 euros oferecidos na OPA lançada pelos cata- EURONEXT LISBOA 4.ª EDIÇÃO lães do CaixaBank. A dar energia à bolsa estiveram também a EDP Renováveis (+1,41%) e a Galp (+0,88%) – o preço do petróleo subiu, depois da Agência Internacional de Energia (AIE) antever um aumento da procura mundial de crude. Destaque para a Jerónimo Martins (+0,53%), que chegou a negociar a 15,41 euros, o valor mais alto desde novembro de 2013, e para a Corticeira Amorim (+0,04%), que bateu novo máximo histórico de 8,40 euros. Mota-Engil (-0,28%) e Sonae Capital (-0,16%) foram as únicas empresas do PSI 20 a fecharem com perdas. 11.8.2016 EUROLIST Quantidade Abertura Máximo Mínimo Fecho Compra Venda Variação [ % ] 390 009,00 3,526 3,598 3,502 3,570 3,500 3,510 1,310 T BCP 91386 094,00 0,019 0,019 0,019 0,019 0,080 0,080 1,050 T BANCO BPI 230 083,00 1,124 1,128 1,121 1,126 1,090 1,090 0,540 T BANCO SANTANDER 19 404,00 3,840 3,850 3,810 3,830 6,700 6,710 0,260 Q CIMPOR, SGPS 13 524,00 0,325 0,334 0,324 0,324 1,010 1,020 -0,310 T ALTRI Q COFINA, SGPS 41 935,00 0,275 0,279 0,270 0,273 0,550 0,560 -0,730 y COMPTA 0 0,000 0,000 0,000 0,110 0,160 0,200 0,000 T CORTICEIRA AMORIM 29 433,00 8,250 8,300 8,219 8,243 3,800 3,970 0,040 T CTT CORREIOS POR 484 174,00 7,100 7,140 7,060 7,093 9,570 9,590 0,470 T EDP 5341 420,00 3,118 3,134 3,103 3,114 3,540 3,540 0,290 T EDP RENOVÁVEIS 395 532,00 7,137 7,220 7,100 7,200 6,740 6,750 1,410 y ESTORIL SOL 0 0,000 0,000 0,000 2,250 1,040 1,040 0,000 T GALP ENERGIA 1091 647,00 13,010 13,135 12,900 13,135 10,940 10,950 0,880 y GLINTT 0 0,000 0,000 0,000 0,227 0,200 0,200 0,000 y GRUPO MEDIA CAPITAL 0 0,000 0,000 0,000 2,990 2,210 2,490 0,000 Q IBERSOL 5 724,00 11,940 12,000 11,550 11,570 8,450 8,650 -3,580 y IMOB GRÃO PARÁ 0 0,000 0,000 0,000 0,100 0,380 0,490 0,000 y IMPRESA 294 777,00 0,207 0,210 0,206 0,210 0,810 0,820 0,000 -4,620 Q INAPA 241 723,00 0,127 0,128 0,116 0,124 0,150 0,160 T J. MARTINS, SGPS 635 808,00 15,230 15,410 15,230 15,280 12,290 12,300 0,530 y LISGRÁFICA 0 0,000 0,000 0,000 0,020 0,030 0,040 0,000 Q MARTIFER 28 490,00 0,212 0,224 0,211 0,211 0,290 0,310 -3,650 T MONTEPIO 91 716,00 0,474 0,475 0,474 0,475 0,790 0,800 0,210 Q MOTA-ENGIL 531 326,00 1,792 1,820 1,792 1,795 2,520 2,520 -0,280 T NOS, SGPS, SA 400 936,00 6,010 6,010 5,925 6,000 7,250 7,260 0,020 Q NOVABASE, SGPS 525 2,089 2,089 2,038 2,038 2,510 2,540 -0,100 y OREY ANTUNES 0 0,000 0,000 0,000 1,180 1,850 2,000 0,000 T PHAROL 3623 732,00 0,174 0,179 0,171 0,179 0,430 0,430 4,070 y REDITUS, SGPS 0 0,000 0,000 0,000 0,260 0,250 0,300 0,000 T REN 364 626,00 2,690 2,704 2,687 2,703 2,620 2,630 0,330 T SAG GEST 235 250,00 0,084 0,092 0,084 0,091 0,230 0,240 12,350 y S. COSTA 109 822,00 0,023 0,025 0,023 0,025 0,120 0,120 0,000 T SEMAPA 71 128,00 11,610 12,095 11,610 12,025 12,530 12,570 2,250 T SONAE, SGPS 2410 458,00 0,689 0,701 0,687 0,696 1,240 1,240 0,140 Q SONAE CAPITAL 111 576,00 0,635 0,644 0,621 0,629 0,360 0,370 -0,160 y SUMOLIS 0 0,000 0,000 0,000 1,500 1,970 1,980 0,000 T TEIXEIRA DUARTE 13 168,00 0,201 0,214 0,201 0,203 0,550 0,570 1,000 y VAA VISTA ALEGRE 0 0,000 0,000 0,000 0,080 0,090 0,090 0,000 CÂMBIOS COMENTÁRIO 11.8.2016 ÁFRICA DO SUL AUSTRÁLIA BRASIL BULGÁRIA CABO VERDE CANADÁ CHINA RAND 14,908 MACAU PATACA 8,9101 DÓLAR 1,446 MÉXICO PESO 20,5527 REAL 3,5156 NORUEGA COROA 9,2293 LEV 1,9558 ESCUDO 110,265 NOVA ZELÂNDIA DÓLAR 1,539 DÓLAR 1,4559 POLÓNIA ZLOTY 4,2604 YUAN 7,4031 REINO UNIDO LIBRA 0,86038 WON 1226,97 REPÚBLICA CHECA KUNA 7,4952 ROMÉNIA DINAMARCA COROA 7,4386 ESTADOS UNIDOS DÓLAR 1,1153 PESO 52,085 HONG KONG DÓLAR 8,6506 HUNGRIA FORINT 310,26 RUPIA 74,5558 IENE 113,05 COREIA DO SUL CROÁCIA FILIPINAS ÍNDIA JAPÃO COROA 27,02 LEU 4,4601 RÚSSIA RUBLO 72,3675 SINGAPURA DÓLAR 1,4989 SUÉCIA COROA 9,431 SUÍÇA FRANCO 1,0859 BAHT 38,746 LIRA 3,305 TAILÂNDIA TURQUIA PUB 1,1153 DÓLARES/BARRIL MESES Banca. Lesados celebram “luz 3048,52 Euro trava › O euro recuou ontem para 1,1153 dólares, depois de ter negociado a 1,12 dólares. “O bom desempenho do mercado de trabalho” dos EUA – os pedidos de subsídio de desemprego voltaram a cair – deixa em aberto a possibilidade de a Fed poder voltar a agravar os juros ainda este ano. ANÍBAL COUTINHO TRÊS EM LINHA P ORTUGAL é diferente, a partir de hoje. Os estádios de futebol que (mais a norte do que a sul) acolhem as equipas do primeiro escalão vão encher-se de espectadores para ver jogadores campeões europeus; a maior visibilidade vai contagiar os media de muitos países, até os acotovelados franceses... A época de 2016/2017 é a primeira em que Portugal é Rei da Europa.Tal como o vinho, o futebol é um dos contribuintes para o crescimento da economia nacional e para a balança comercial positiva: exportamos muito mais do que importamos. As boas notícias podem ser celebradas com o tinto FIUZA, 3 CASTAS, um vinho Regional Tejo de 2015, campeão de Excelência no Concurso Uva de Ouro 2016. A ordem das três variedades de uva que o compõem é mais fácil de hierarquizar do que a forma pela qual um jornalista deve designar as três equipas favoritas. O uso da classificação da época passada - Benfica, Sporting e Porto - deve sobrepor-se a qualquer outra. A bem da Nação Campeã Europeia. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 19 SOCIEDADE TURISMO Oferta que se estende por terra, água e ar › Com a construção da barragem inaugurada em 2004, o Alqueva passou a ter uma albufeira com 250 quilómetros quadrados e mais de 1100 quilómetros de margens, sendo assim o maior lago artificial da Europa. As potencialidades turísticas em diversos pontos do Alqueva são imensas e repartem-se pelas margens, pela água e pelo ar. A este nível náutico, há uma grande oferta: embarcações para pesca desportiva, jangadas com motor, canoas e caiaques, barcos à vela, embarcações de recreio e pranchas de windsurf. Até se alugam barcos-casa que podem levar até 12 pessoas. Por terra, há percursos a pé, de bicicleta, a cavalo, de charrete e de jipe. E se quiser viver emoções e apreciar as vistas pode optar por um passeio aéreo – a oferta estende-se do helicóptero à avioneta ou balão. Desportos náuticos, esfoliação com argila ou paisagens pontuadas por castelos são argumentos para atrair turistas Que tem o Alqueva? Água a 30º, esqui, paddle e petiscos na ilha dourada Alentejo. Empresas criadas para aproveitar as atrações turísticas do lago do Alqueva têm tido muita procura. Desportos radicais, as paisagens e a temperatura da água são os mais elogiados ROBERTO DORES Filipe Ferro eleva a fasquia com um rotundo “bem-vindos ao paraíso”, quando a jangada atraca na “ilha dourada”. Tem mesmo pepitas que brilham como ouro na única praia natural dotada de areia em pleno lago de Alqueva. “Nunca tinha visto nada assim. Olhe aqui na água tudo a brilhar”, comentava Luísa que mergulhava pela primeira vez no maior lago artificial da Europa. A água já está a 26 graus, mas ainda nem é meio-dia. Chegará aos 30 lá mais para a tarde. E o que há para fazer? Desportos náuticos para quase todos os gostos, simplesmente mergulhar, esfoliação com argila e também degustar alguns dos maiores argumentos da mesa alentejana. Com vista repartida entre os castelos de Monsaraz e Mourão. “Temos aqui o novo Alentejo, que não estava aproveitado”, atirava Nuno Cardoso, conhecedor do rio Guadiana antes do Alqueva encher, mas pela perspetiva da pesca ao achigã, enquanto se desenrola em frente uma imagem que seria improvável há uma década. André tinha então apenas 3 anos, mas hoje seria o primeiro a colocar a prancha de wakeboard nos pés para ser puxado a alta velocidade pelo barco que o faz deslizar na água. Sim, já é possível fazer esqui aquático no Alentejo. Mas também se faz paddle e boia de tração. E não tem faltado procura. “Estamos na moda. As pessoas descobrem o que temos e que a água anda acima dos 26 graus e ficam fãs”, conta Filipe Ferro, gestor da Alqueva Cruzeiros, criada há dois anos e meio com uma oferta que combina passeios de barco e desportos náuticos. Ainda no ancoradouro do Centro Náutico de Monsaraz a agitação é grande. Está “invadido” por banhistas que ali encontram um acesso facilitado à água. Como se de uma prancha de saltos se tratasse. O barco faz-se à viagem ao som do cante alentejano que entoa pelas colunas da jangada, mas à medida que se aproxima da deserta ilha dourada – uma das mais de 250 ilhas que ficaram à tona de Alqueva – muda o CD para ritmos do Caribe.“É para que as pessoas percebam que há aqui uma outra vida”, diz. Bastam 15 minutos e já se está com os pés em terra. Filipe surpreende a comitiva com acelerada montagem de uma pérgula, que garante a sombra sob os 40 graus. De- Programa de duas horas, com paddle insuflável, custa 25 euros por pessoa pois abre a mesa para o lanche, bem à moda desta terra. Presunto, queijos, enchidos, azeitonas e pão acabado de fazer na padaria do Telheiro. Também há fruta. Da geleira saem cervejas, sumos e águas. Hoje não há vinho, porque a temperatura não convida, mas costuma haver. “É para ir comendo, estejam à vontade e divirtam-se”, recomendava Filipe, enquanto contava com ajuda dos braços dos homens para encher os paddle insufláveis, 25 euros por pessoa pagam um programa deste género, com duas horas. Filipe ainda oferece o paddle e até dá as dicas aos novatos, depois de ter feito formação sobre a modalidade. A boia de tração e o esqui são pagos à parte. Mas é a “beleza do campo”, que encanta Susana Tadeu, convencendo-a a viajar de Lisboa até ao interior alentejano com Arouca, a sua cadela, acompanhada por João Mestre, que já conhecia esta terra à boleia das estrelas que se mostram pela noite. Faz fotografia astrofísica e já tinha visitado a Reserva Dark Sky Alqueva. “Também vim por causa da Arouca, porque as praias não permitem cães. Mas esta tranquilidade é arrebatadora e para repetir”, admitia Susana com os pés de molho, mostrando-se surpreendida com a temperatura da água. “É, sem dúvida, uma das atrações do Alqueva”, referia ao DN, enquanto a umas dezenas de metros, na mesma ilha, um casal chega a bordo de um outro barco de passeios turísticos para se dirigir à zona conhecida por spa. Começam ambos a besuntar-se de argila, depois de se sentarem na margem. Manuel e Ana são de Santarém e escolheram o Alentejo para umas miniférias. “Sabíamos que a região era rica em muita coisa, mas a região banhada por Alqueva está a ser muito melhor do que esperávamos. Monsaraz já é qualquer coisa de extraordinário, mas este autêntico mar de água quase quente deixa qualquer pessoa nas nuvens”, dizia Manuel. “Só não dou cinco estrelas porque isto é uma constelação”, ironizava, deixando secar a argila esverdeada no corpo, antes de fazer a esfoliação, confiando que vai ter resultados na “rápida” renovação celular e hidratação da pele. “Mesmo que não tenha, só o bem que aqui se está já valeu a pena”, acrescentava a mulher. 20 SOCIEDADE Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias A ESPREGUIÇAR NA REDE Fenómeno é mais visível com aparelhos mas também se vê a olho nu Hoje (e durante mais 12 dias) há chuva de estrelas. Se o fumo deixar Ciência. Ponto máximo da já famosa chuva de meteoros acontece hoje à noite JOANA CAPUCHO Os amantes da astronomia vão ter um resto de mês em cheio, que começa já hoje. Quando anoitecer, os portugueses serão brindados com uma chuva de estrelas. O fenómeno que acontece anualmente atinge o seu pico hoje e repete-se, embora com menor intensidade, até ao dia 24. O melhor local para ver as estrelas cadentes é o campo e, de preferência, longe dos incêndios. O fumo que cobre uma parte significativa do país poderá dificultar a sua observação. “Do ponto de vista astronómico, todo o país poderá ver a chuva de estrelas. Mas, nas zonas com muito fumo, vai ser muito difícil vê-las”, adiantou ao DN Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa. O fumo dos incêndios tem dois efeitos: “Reduz o brilho dos objetos e torna as estrelas mais avermelhadas, fazendo desaparecer a maior parte dos meteoros.” A atividade máxima da famosa chuva de meteoros das Perseidas decorre entre as 13.00 e 15.30, mas, em Portugal, só será visível “quando começar a ficar escuro”. Para o pico desta chuva, são estimados cerca de 110 meteoros por hora. “Nem todos são muito brilhantes. A maioria são fracos.” Daí que, para uma melhor observação, seja recomendada uma zona afastada das cidades, sem influência das luzes. Quem quiser admirar este fenó- meno não necessita de qualquer material específico, uma vez que “tudo isto é a olho nu”. Como o fenómeno “não está localizado temporalmente numa hora, espalhando-se por muitos dias, todos os países o podem ver”. No entanto, nem todos o observam da mesma forma: “Como o ponto radiante é do lado norte do planeta, os países do Sul não veem tão bem. Nas latitudes mais a norte o efeito é mais giro.” Perseidas são chuvas de estrelas, assim designadas porque o ponto a partir do qual os meteoros parecem surgir localiza-se na constelação Perseus. Este fenómeno resulta da passagem da Terra, na sua órbita à volta do Sol, perto dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. “A libertação de poeiras e pequenas partículas associada à sublimação do gelo no núcleo cometário deixa um rasto no espaço. Como a órbita deste cometa passa na zona da órbita terrestre, todos os anos a Terra embate nestas partículas, os meteoroides, que penetram a atmosfera a velocidades médias de 30 km/s”, lê-se no site do OAL. A maior parte desfaz-se, deixando “rastos luminosos”, que se designam por meteoros. Em todo o mundo, amantes da astronomia e curiosos reúnem-se para observar o céu por estes dias. Por cá, nesta noite, o Observatório Astronómico de Santana – Açores estará aberto a partir das 21.00 para a observação deste “espetáculo celestial”. Amanhã, o Centro CiênciaViva do Lousal também abre as portas. RICARDO SIMÕES FERREIRA Jornalista 1 A preguiça é sinal de inteligência? Há pelo menos um estudo científico que diz que sim. Investigadores da Universidade Gulf Coast na Florida passaram 30 anos a comparar os testes de QI de grupos de estudantes, cruzando-os com o seu nível de atividade física, e concluíram que aqueles que “pensam menos” tendem a aborrecer-se mais depressa e vão “fazer qualquer coisa”. Aqueles que se podem classificar de “pensadores” têm a cabeça mais ocupada e acabam por fazer menos atividade física. Segundo o jornal britânico The Independent, que noticiou o estudo nesta semana, os resultados são estatisticamente “robustos” – ainda que não totalmente conclusivos, como é normal neste tipo de coisa. E darão razão a uma máxima de Bill Gates: o fundador da Microsoft afirmou já há alguns anos que quando há um problema para resolver entrega-o à pessoa mais preguiçosa que tiver na equipa de trabalho. Porque ela vai com certeza dar a volta à coisa para conseguir criar a solução que for menos trabalhosa. 2 Com maior ou menor número no Quociente de Inteligência – ou qualquer outra coisa do género – esta é a época do ano por excelência para sair de casa e ir “fazer qualquer coisa”. E captar esses momentos em vídeo. Mas já não com simples câmaras de ação – essas são tão ano passado! O que está a dar agora são as câmaras “esféricas” capazes de gravar imagens a 360º, ideais para fazer vídeos interativos para carregar no YouTube ou no Facebook, bem como para ver em sistemas de realidade virtual. Há atualmente várias opções no mercado para captar estes vídeos. Destacamos duas: a Samsung Gear 360 (cerca de 350 euros) e a LG 360 CAM (cem euros mais barata). Esta última merece destaque, não apenas pela relação qualidade-preço como pelo design. Evita o formato “em bola”, comum nestes equipamentos – presente na referida Samsung –, e a caixa LG © REUTERS PHOTOGRAPHER / REUTER Elogio da preguiça e outras histórias panorâmicas A câmara LG 360 CAM tem uma boa relação qualidade-preço protetora serve simultaneamente de punho quando se está a usar a câmara. A LG, no entanto, perde para a Samsung na resolução: 15 megapíxeis contra 13, com a LG a fazer vídeos 2K (2560x1280 píxeis) e a Samsung a chegar quase aos 4K (3840x1920). Discrepâncias que justificam a diferença de preços? Provavelmente, não. Mas também depende de quanto cem euros pesam (ou não) na carteira de cada um. O prazer de pouco fazer pode bem ser sinal de riqueza interior, diz um novo estudo. Mas há (muitos) mundos para descobrir, tanto lá fora como no disco do computador 3 O que francamente pede para ser usado com tecnologia de realidade virtual é o No Man’s Sky, de que falámos na semana passada. Havia então a dúvida se o jogo para PlayStation 4 e Windows seria capaz de cumprir o prometido: criar uma galáxia virtual com triliões de planetas para explorar, dando origem a um jogo para todos os efeitos infinito. Dois dias após o lançamento, é possível responder à questão. Sim, No Man’s Sky é tudo aquilo que prometeu ser. Um jogo de sobrevivência em que cada minuto jogado convida a descobrir. O que está para além desta montanha? Como é aquele planeta? Quem habita a estação espacial que aparece nos sensores? Graficamente belo, com uma banda sonora quase perfeita para o ambiente que cria, pode no entanto ser considerado aborrecido por alguns – quando o programa diz que se demora dez minutos a chegar ao destino, não há como acelerar o tempo. Mas é uma obra extraordinária capaz de prender por muitas e muitas horas. SOCIEDADE Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 21 GENTE QUE VEIO DE FORA “Poderia viver na Suíça mas oxalá não tenha necessidade disso” A s primeiras impressões do suíço Rudolfo Muller sobre Portugal foram pouco agradáveis. “No verão de 1983, com 21 anos, vim de moto, sozinho. Entrei de barco, em Vila Real [de Santo António], naquela altura ainda não havia ponte. A primeira coisa que me fizeram na fronteira foi obrigarem-me a pagar um seguro porque não tinha a carta verde do seguro. Já tinha estado na Jugoslávia, na Grécia, na Itália, em Espanha e ninguém me tinha pedido nada.” Primeiro contratempo resolvido, o passo seguinte foi Monte Gordo, “para ver o mar”. “Deparei-me com uns prédios recém-acabados e, por trás, umas favelas. Pensei para mim: neste país é que eu não fico muito tempo.” A ideia não durou muito. Cerca de 120 quilómetros, para se ser mais preciso. Em Beja, “eu, que na Suíça tinha participado naqueles movimentos do início da década de 80, dos autónomos e anarquistas, deparo-me com uma manifestação contra as armas nucleares, daquelas organizadas pelo Partido Comunista, em que vai o pai, o avô, o filho, o neto, vai tudo. Pensei: mas que povo fixe é esse? Porque lá eram só os jovens que participavam nas manifestações”. Mas não foi só isso que o fez mudar de ideias: conheceu a Ana Maria. Aí, havia dois caminhos, recorda: “Ou ficávamos por um romance de férias ou eu voltava.” Como não tinha uma situação profissional definida, regressou no outono. Sem um objetivo concreto, mas decidido a vir aprender português. “Mal não faz e depois logo se vê.” Frequentou um curso livre de Língua e Cultura Portuguesa para estrangeiros na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa mas, conta, “onde aprendi mais português foi na greve dos estudantes”. E contextualiza: “Estávamos em 1983, com um governo de bloco central liderado por Mário Soares, o FMI cá, e aumentaram o preço da refeição na cantina de 30 para 50 escudos, um aumento brutal.” Houve quem não fizesse greve, mas Rudolfo associou-se às lutas estudantis. “Foi aí que fiz muitos amigos. Para mim foi espetacular. Quando cheguei ao Natal arrumava já todos os outros a um canto. E mesmo com a Ana Maria, deixei de falar em francês e passei a falar em português.” O romance durou, ainda viveram dois anos na Suíça, mas acabaram por regressar. Professora, em Portugal Ana Maria tinha trabalho certo, e Rudolfo, natural de Baden, a 24 quilómetros de Zurique, sempre ligado à natureza, à botânica e à observação de aves, acabou por se tornar guia de viagens pedestres. Em 1998, já com duas filhas, a Catarina e a Gabrie- la, e cansado de trabalhar como guia, procurou outra ocupação. Foi então que surgiu a ideia de apostar num turismo rural. Encontrou o Monte da Choça, onde atualmente vive, a meio caminho entre São Teotónio e Odeceixe, na revista Casas de Portugal. Visitou-o pela primeira vez em fevereiro de 1998 e nesse verão, ainda com o processo de compra e de legalização como turismo rural em curso, já alugou pela primeira vez os cinco apartamentos que fazem parte deste típico monte alentejano. Todo o processo burocrático foi “um calvário”, e os primeiros tempos foram muito difíceis. Depois, no início dos anos 2000, veio a internet. “Essa foi a grande revolução. Permitiu que mesmo os pequenos entrassem no mercado e fossem visíveis em todo o mundo.” Fundador e primeiro presidente da rede de turismo rural Casas Brancas, defende a mais-valia que é a associação que liderou entre 2002 e 2013: “Arrisco mesmo a dizer que não existe outra zona no país onde os empresários trabalhem tanto em conjunto como aqui. Quem é sócio das Casas Brancas e vai às reuniões, só por falarmos uns com os outros RUDOLFO MULLER Microempresário de turismo rural na Costa Vicentina desde 1998. Veio pela primeira vez a Portugal em 1983 de moto e participou nas greves estudantis desse ano PA R A E N T E N D E R A S U Í Ç A POLÍTICA › “Acho que a Suíça continua a ser um exemplo em termos de organização política, a eficiência, a ordem.” PARADOXO › “Gosto muito de Portugal mas em algumas coisas queria que fosse um bocadinho mais como a Suíça.” PARADOXO II › “Não tenho saudades da densidade populacional, daquela perfeição toda.” COMIDA › Não prescinde do fondue de queijo e do rösti, “mas também posso fazer aqui”. JOGO › “Tenho saudades do jassen, tipo a sueca, mas um pouco mais elaborado.” HUMBERTO MOUCO MARINA MARQUES aprendemos e compensa a quota que pagamos.” Outra aposta que nasce para a região no seio das Casas Brancas é o lançamento, em 2008, da Rota Vicentina. Vice-presidente desta nova associação, é ele o responsável pelo traçado dos trilhos, um percurso que começa em Porto Covo e termina em Odeceixe. E que está a trabalhar para que num futuro próximo se estenda de Sines a Lagos. “Vai ser o melhor trilho costeiro no mundo inteiro”, diz entusiasmado. Ao mesmo tempo, este suíço que trocou o ski pelo surf está também a colaborar na criação de um centro de BTT em Odemira. Microempresário com muito orgulho – “gosto de viver assim, sem me preocupar com 50 empregados” –, Rudolfo faz questão de manter a aparência do monte quase inalterada, apesar das melhorias que foi fazendo ao longo dos anos e que inclui uma piscina. “Quero que isto seja um monte alentejano simples com todo o conforto que hoje em dia existe. Gosto que as pessoas estejam à vontade, mas que eu também esteja à vontade.” “Quando olho para trás, acho que tinha de ser mesmo assim: eu dou-me melhor com a mentalidade latina do que com a Suíça – gosto das coisas mais improvisadas, espontâneas, acho que opero mais com o coração. Eu poderia viver na Suíça mas oxalá não tenha necessidade disso”, diz, 33 anos depois dessa primeira vinda a Portugal. E sim, ele sabe bem que a bandeira de Portugal içada no Monte da Choça está ao contrário. Mas é para ficar. “Foi a primeira vez que pus a bandeira ao contrário. Deu sorte: ganhámos”, diz referindo-se à vitória de Portugal no Europeu de França. Assim mesmo, num plural que faz dele português. SERVIÇOS 22 SORTE PREVISÃO DO TEMPO Euromilhões Sorteio de 9 de agosto de 2016 Sorteio 64/16 12-19-43-44-45 Estrelas: 5-10 1º prémio 0 (a) 2º 0 (0 em Portugal) 190 658,92 € 3º 5 (0 em Portugal) 63 552,97 € 4º 28 (1 em Portugal) 5674,37 € 5º 570 (76 em Portugal) 243,89 € 6º 1104 125,92 € 7º 1391 71,38 € 8º 21 497 21,24 € 9º 27 212 16,05 € 10º 55 256 13,29 € 11º 119 674 10,78 € 12º 416 632 8,38 € 13º 837 701 4,26 € (a) Previsão 1º prémio com jackpot 39 000 000,00 € Totobola Concurso de 7 de agosto de 2016 Sorteio 32/16 22X 111 XX2 1212 Super 14. Benfica-Braga M-0 Super 14 0 (a) 1º prémio 0 (b) 2º 4 2453,31 € 3º 95 103,29 € (a) Previsão 1º prémio com jackpot 28 000,00 € (b) Nos termos do regulamento, o montante do 1º Prémio acresce ao montante do Super 14 do concurso normal imediatamente seguinte Totobola Extra Concurso de 22 de junho de 2016 Sorteio 24/16 X1X11X2X21222 Super 14. Hungria - Portugal M:M Super 14 0 (a) 1º prémio 0 (b) 2º 0 (c) 3º 2 5 103,30 € (a) Previsão do acumulado para Super 14 22 940,16 € (b) Nos termos do Regulamento, o montante do Super 14 e do 1º prémio acresce ao Super 14 do segundo concurso subsequente, no valor de 12 733,55 euros. (c) Nos termos do Regulamento o montante do 2º Prémio acumulou com o montante do 3º Prémio. Lotaria Clássica Extração de 8 de agosto de 2016 32ª – Jogos Olímpicos Rio 2016 1º prémio 40776 1 200 000,00 € 2º 08378 120 000,00 € 3º 51022 60 000,00 € Sequências de quatro algarismos: 1584 - 0490 - 0891 - 8417 - 3389 - 0328 - 9201 - 6903 8030 - 9567 - 3086 - 0179 - 6900 - 2109 - 4877 - 1583 - 0246 - 7561 - 3513 - 9440 Sequências de três algarismos: 770 - 982 - 732 - 379 Lotaria Popular Extração de 4 de agosto de 2016 31ª – Zodíaco Leão 1º prémio 70388 75 000,00 € 2º 00080 7500,00€ 3º 72014 3000,00 € 4º 95606 2000,00 € Série sorteada: 3ª Sequências de 2 algarismos sorteadas: 56-95 Estas informações não dispensam a consulta da lista oficial Viana do Castelo Bragança 130 320 180 320 Portugal continental Madeira e Açores Vila Real 160 330 Porto 150 190 320 AÇORES Penhas Douradas Ponta Delgada 140 270 20 26 0 0 230 Coimbra 200 350 Castelo Branco Leiria 160 350 200 250 Portalegre 21 34 0 17 0 0 Lisboa 210 350 Setúbal Sorteio 32/16 (a) 50 000,00 € 5 000,00 € 500,00 € 50,00 € 5,00 € 1 200 000,00 € FARMÁCIAS 150 Totoloto Sorteio de 10 de agosto de 2016 Sorteio 64/16 15 - 38 - 40 - 45 - 47 Número da sorte: 13 1º prémio 0 (a) 2º 1 18 724,25 € 3º 88 265,96 € 4º 3 830 6,114 € 5º 97 734 1,75 € Nº sorte 93 520 Reembolso da aposta (a) Previsão 1º prémio com jackpot 4 100 000,00 € Joker Sorteio de 7 de agosto de 2016 4667237 1º prémio 0 2º 1 3º 4 4º 56 5º 580 6º 5263 (a) Previsão 1º prémio com jackpot Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Évora 180 360 MADEIRA 180 370 Beja 230 200 370 Funchal 20 28 0 0 180 Sagres Faro 200 300 240 Sol 06.50 OCASO 20.34 Leixões Marés Lua NASCER 230 330 Quarto crescente (lua cheia dia 18) Lisboa Faro BAIXA-MAR 04.27 17.10 04.29 17.09 03.53 16.45 PREIA-MAR 10.53 22.25 11.01 23.34 10.34 23.07 CÉU LIMPO NUBLADO AGUACEIROS TROVOADA NEVOEIRO POUCO NUBLADO MUITO NUBLADO CHUVA NEVE TEMP. DA ÁGUA 3ª-FEIRA 4ª-FEIRA DOMINGO AMANHÃ Porto 2ª-FEIRA Porto Porto Porto Porto Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Faro Faro Faro Faro Faro Oslo Estocolmo Europa 120 160 140 190 Copenhaga Amesterdão 140 190 160 220 Berlim Dublin 130 200 120 210 140 260 Luxemburgo 110 220 Paris Viena 13 28 0 0 ✣ ARREDORES DE LISBOA AGUALVA-CACÉM SÃO FRANCISCO XAVIER Av. Cidade de Lisboa, 53-A ALENQUER (TRIANA) CATARINO Av. 25 de Abril, 56 ALVERCA DO RIBATEJO RAPOSO R. Ivone Silva, N.º 1 BRANDOA ALTO DA BRANDOA R. Joaquim Tim Tim Sitima, 22-A CASCAIS DAS FONTAÍNHAS R. Alvide, 188 ERICEIRA COSTA MAXIMIANO Estrada Nacional 116, N.º 90 FORTE DA CASA DO FORTE R. Padre Américo, N.º 33 OEIRAS E SÃO JULIÃO DA BARRA LEAL R. Quinta das Palmeiras, 86 OLIVAL BASTO NOVA R. Açores, 11-A PONTINHA LEITÃO RIBEIRO Av. 25 de Abril, 23-A PRIOR VELHO MATOS R. Moçambique, N.º 87-C e D QUELUZ ANDRÉ Av. José Elias Garcia, 151 RIO DE MOURO MODERNA Centro Comercial Feira Nova, Loja 2A SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS BARREIROS FARIA R. Sol Nascente, 13 VILA FRANCA DE XIRA CÉSAR Praça Afonso de Albuquerque, 7-9 ✣ ALENTEJO BEJA FONSECA R. Sousa Porto, 11 ELVAS LUX Praça 25 de Abril, 15 ESTREMOZ COSTA Largo Combatentes Grande Guerra, 21 ÉVORA GUSMÃO R. República, 63 MONTEMOR-O-NOVO DA MISERICÓRDIA Largo General Humberto Delgado, 12 PONTE DE SOR CRUZ BUCHO R. Vaz Monteiro, 45 PORTALEGRE ESTEVES ABREU R. do Comércio, 75 VENDAS NOVAS SANTOS MONTEIRO R. General Humberto Delgado, 30 Varsóvia 160 200 Londres ✣ LISBOA BENFICA MARQUES Estrada de Benfica, 648 CARNIDE FINDOR Av. Lusíada - Centro Comercial Colombo, Loja 79 MARVILA FREITAS R. Vale Formoso de Baixo, 23-A SACRAMENTO DURÃO R. Garret, 92 SANTIAGO SANTA LUZIA R. Saudade, 2B SÃO JORGE DE ARROIOS SILVA PINTO Av. Almirante Reis, 121-B SÃO MAMEDE PRÍNCIPE REAL R. Escola Politécnica, 16 140 190 Belgrado 100 220 ✣ CASTELO BRANCO CASTELO BRANCO RODRIGUES DOS SANTOS R. General Couceiro, 2 COVILHÃ MENDES R. Comendador Campos Melo, 37 Roma Madrid 180 330 170 310 Atenas 240 360 ✣ COIMBRA ARGANIL GALVÃO Praça Simões Dias, 6-7 COIMBRA OLIVEIRA RAMOS R. Cidade Santos, 66- B · SILVA SOARES Praceta Infante D. Henrique Lote B, 14 e 16 FIGUEIRA DA FOZ REIS Largo Grupo Caras Direitas, 73 ✣ ALGARVE ALBUFEIRA SANTOS PINTO Urb. Quinta da Bela Vista, Lt.E,Lj.4-5 LAGOS A LACOBRIGENSE R. Prof. Joaquim Alberto Taquim, 8 LOULÉ AVENIDA Av. José C. Mealha, 109-A PORTIMÃO ARADE Largo Gil Eanes, Edifício Gil Eanes, Lt B - R/C D VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO CARRILHO Praça Marquês de Pombal, 1 ✣ LEIRIA ALCOBAÇA BELLO MARQUES R. Alexandre Herculano, 23 CALDAS DA RAINHA ROSA Av. 1 de Maio, 12-A PENICHE PROENÇA Praça Jacob Rodrigues Pereira, 14-15 POMBAL TORRES & CORREIA Av. Heróis do Ultramar, 22 ✣ SANTARÉM ABRANTES MOTA FERRAZ Largo Mota Ferraz, 7 SANTARÉM SÁ DA BANDEIRA Av. do Brasil, 38 TOMAR CENTRAL R. Marquês de Pombal, 18 TORRES NOVAS PALMEIRA Largo da Palmeira, 32 - Lugar da Meia Via ✣ SETÚBAL ALCÁCER DO SAL DA MISERICÓRDIA Alcácer do Sal ALMADA CRISTO REI Av. Cristo Rei, 29A · VIEIRA ROSA R. Marco Cabaço, 20-A BARREIRO PARREIRA R. Dr. Egas Moniz, 16 MOITA DO VALE Av. Vasco da Gama - Edifício do Mercado Municipal, Lj. C MONTIJO DIOGO MARQUES R. Almirante Cândido dos Reis, 50 SANTIAGO DO CACÉM CORTE REAL R. Dr. Manuel António Costa, 16 SEIXAL GODINHO Largo da Igreja, 51 SETÚBAL HIGIENE Praça Teófilo Braga, N.º 10 · SANTIAGO Estrada da Palmela, 59-A ✣ PORTO FOZ DO DOURO NACIONAL R. Senhora da Luz, 156 VITÓRIA ANTIGA DA PORTA DO OLIVAL Campo Mártires da Pátria, 122 ✣ ARREDORES DO PORTO GONDOMAR DO CHÃO VERDE R. Pedro Álvares Cabral, 208 MAIA GEMUNDE R. Igreja, 1002 MARCO DE CANAVESES CABANELAS Av. Futebol Clube Marco, 755, Lj 7/8 MATOSINHOS BELEZA R. Coronel Alberto Laura Moreira Júnior - Rodão, 276 PAÇOS DE FERREIRA DA MATA REAL R. Ponte Real, 108-112 PAREDES FERREIRA DE VALES Av. Bombeiros Voluntários de Rebordosa, 698 · RUÃO R. 1º de Dezembro, 21 PENAFIEL CONFIANÇA Av. Sacadura Cabral, 63 PÓVOA DE VARZIM PRAIA Largo do Passeio Alegre, 6 SANTO TIRSO CENTRAL Largo Coronel Batista Coelho, 33 VALONGO DA FORMIGA R. Nuno Tristão, 10 VILA DO CONDE SANTOS Av. Dr. Carlos Pinto Ferreira, 146 VILA NOVA DE GAIA DE GRIJÓ Lugar de Loureiro · LEONARDO R. Soares dos Reis, 227 · VITIS R. Boa Nova, 121 e 125 ✣ AVEIRO AVEIRO ALAGOAS R. República Com A R. Boavista, 4-6-8 OLIVEIRA DE AZEMÉIS FALCÃO Praça José da Costa, 4 OVAR CARMINDO LAMY R. Elias Garcia, 28 SANTA MARIA DA FEIRA LIMA R. do Aldeiro, 495 SÃO JOÃO DA MADEIRA DA PRAÇA R. Alão de Morais, 78 ✣ BRAGA BARCELOS DE ARCOZELO Av. Nossa Sra. Fátima, 55 BRAGA MARTINS Av. Central, 72 · PIMENTEL R. Prof. Dr. Elísio de Moura, 157 FAFE FERREIRA LEITE Av. Visconde Moreira de Rei GUIMARÃES HENRIQUE GOMES R. Dr. José Sampaio, 15 VILA NOVA DE FAMALICÃO NOGUEIRA Av. Mar. Humberto Delgado, 87 VILA VERDE MEDEIROS Praça 5 de Outubro, 78 ✣ BRAGANÇA BRAGANÇA CENTRAL R. Farmácia, 23 MACEDO DE CAVALEIROS MODERNA R. Dr. Luís Olaio, 15-A MIRANDELA BRAGANÇA R. Alexandre Herculano, 66 ✣ GUARDA GUARDA TAVARES Trinta ✣ VIANA DO CASTELO PONTE DE LIMA DA VILA Av. António Feijó, Edif. António Feijó, Loja M VIANA DO CASTELO MODERNA R. Aveiro, 203 ✣ VILA REAL CHAVES MALDONADO Av. da Trindade, 27 VILA REAL PORTUGAL Rotunda do Nervir, Entrada B, 5 ✣ VISEU LAMEGO SENHORA DOS REMÉDIOS R. Almacave, 150 TONDELA MOLELOS R. Dr. Adriano Lopes Figueiredo VISEU A MEDICINAL R. Direita, 251 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 27 MUNDO ONU pressiona Rússia a passar para 48 horas o cessar-fogo em Aleppo Guerra civil. Antiga capital económica da Síria está sem distribuição de água. Representantes das Nações Unidas consideram indispensável dois dias por semana sem combates para realizar operações de ajuda humanitária na cidade As Nações Unidas estão a pressionar a Rússia para que, em vez das três horas diárias de cessar-fogo atualmente em vigor em Aleppo, se passe a respeitar um cessar-fogo semanal de 48 horas. O representante da ONU para a operação humanitária na Síria, o norueguês Jan Egeland, considerou excessivamente reduzida e impraticável a suspensão das hostilidades por apenas 180 minutos. Tanto mais que, neste período de tempo, prosseguem os confrontos e os duelos de artilharia entre as diferentes fações que se combatem na cidade. “Necessitamos em absoluto de um período de 48 horas porque os comboios de veículos têm de ser muito grandes, devido ao largo número de pessoas [em Aleppo], e porque as estradas estão em péssimas condições, destruídas ou minadas, e a logística de todo o processo é complexa. Por isso, precisamos de 48 horas por semana”, explicou Egeland, anunciando terem principiado ontem contactos com a delegação russa presente em Genebra, que irão continuar hoje, na tentativa de se chegar a acordo nesta questão. O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, reconheceu que a trégua de três horas não estava a ser observada, não passando de uma declaração e “em que nada sucede a seguir”. A Rússia, principal aliado do regime de Bashar al-Assad em conjunto com o Irão, anunciou na quarta-feira o cessar-fogo diário de três horas para permitir a entrada da ajuda humanitária em Aleppo. A cessação de operações – terrestres e áreas – verifica-se entre as 10.00 e as 13.00 locais, menos duas horas em Portugal, e o anúncio surgiu após repetidas insistências da ONU e na sequência de violentos confrontos sucedidos nos dias anteriores. Aleppo, segunda cidade da Síria e principal centro económico do país antes do início da guerra civil em 2011, tem sido palco de combates nos últimos quatro anos, estando dividida entre as forças do regime de Damasco, as milícias da oposição e curdas, além do Estado Islâmico (EI). Os combates dos últimos dias produziram uma alteração nas REUTERS/ABDALRHMAN ISMAIL ABEL COELHO DE MORAIS Distribuição de alimentos frescos ontem num setor de Aleppo nas mãos da oposição. Permanecem na cidade dois milhões de pessoas áreas sob controlo dos diferentes grupos, com as forças da oposição a conseguirem romper o cerco a que estavam sujeitas pelas tropas de Assad, apoiadas por combatentes iranianos e do Hezbollah libanês. Noutro plano, obuses de artilharia inutilizaram a central de captação e distribuição de água, que deixou de funcionar. Atualmente, a única forma de obter água é através de furos que permitem chegar a lençóis subterrâneos. Segundo estimativas da ONU permanecem na cidade cerca de dois milhões de pessoas. Uma porta-voz da Cruz Vermelha Internacional, Ingy Sedky, explicou à Reuters que a captação de água através dos furos “é perigosa (...) devido aos bombardeamentos e combates”. Salientou ainda que a água armaze- Quem controla a segunda cidade síria Oposição Regime de Damasco Milícias curdas Estado Islâmico Autoestrada para Damasco Aleppo Aeroporto Internacional Síria Bairro de Ramouseh nada em cisternas e poços irá esgotar-se a curto prazo. A Reuters nota que a Organização Mundial da Saúde definiu 20 litros como o volume de água necessário para a higiene diária de uma pessoa. Depoimentos recolhidos na cidade, quer durante a presença dos comboios humanitários quer por telefone, indicam que tudo é feito para poupar água. “Lavamo-nos só à sexta-feira. Tivemos de nos habituar a viver assim, a economizar água para que dure mais tempo”, disse Abu Ghayth à Reuters. Numa demonstração da situação crítica que se vive em Aleppo, um grupo de 15 dos 35 médicos que permanecem na parte oriental da cidade, sob controlo das forças de oposição, divulgou uma carta aberta ao presidente americano, pedindo a sua urgente intervenção para minimizar os perigos a que estão sujeitos os cerca de 250 mil a 260 mil civis ainda a viverem neste setor. Os médicos avisam Barack Obama de que, a prosseguirem ao ritmo atual os ataques a instalações hospitala- res, nenhuma delas estará operacional no fim do corrente mês. Na referida carta são referidos 42 ataques a hospitais e edifícios conexos no mês de julho. Para os signatários, “o mundo tem-se limitado a observar o que sucede e como é ‘complexa’ a Síria, e pouco fazendo para nos proteger. As recentes propostas à população feita pelo regime [de Assad] e pela Rússia soam a ameaças mal veladas aos residentes [nesta parte da cidade] – saiam agora ou enfrentem o quê?” A “inação” dos Estados Unidos equivale a “partilhar a responsabilidade” dos “crimes cometidos pelo governo sírio e pelo seu aliado russo”, declaram os médicos. Mais um desses “crimes” terá sido o lançamento de gás cloro sobre uma parte de Aleppo nas mãos da oposição. Quatro pessoas morreram e outras tiveram de ser tratadas. Um médico declarou à BBC não haver dúvidas de que se tratava de cloro. A ONU iniciou uma investigação ao caso. 28 MUNDO GUSTAVO BOM-GLOBAL IMAGENS A embaixadora junto do mural que assinala ataque terrorista arménio de 1983, em que morreram um polícia português e uma cidadã turca ENTREVISTA: EBRU BARUTÇU GÖKDENIZLER Embaixadora da Turquia em Portugal Diplomata turca em Lisboa fala ao DN sobre as repercussões do sucedido a 15 de julho no seu país e sustenta que não faz sentido os EUA não entregarem Fethullah Gülen, que Ancara responsabiliza pelo golpe “É como se a Turquia tivesse Bin Laden e não o entregasse aos EUA ” ABEL COELHO DE MORAIS Para um observador externo surpreende o número de pessoas presas, suspensas ou demitidas na sequência da tentativa de golpe de 15 de julho. Só presos são hoje 16 mil. É de facto possível que, direta ou indiretamente, haja um tão grande número de pessoas envolvidas naquela ação? Não são só as pessoas fora daTurquia a ficarem surpreendidas. Os turcos também ficaram surpreendidos, diria mesmo chocados. A começar pelos próprios acontecimentos. A história política turca foi marcada no passado por uma cultura de golpes militares, nos anos 60, 70 e 80 com o objetivo de afastarem os governos civis. Ora, o que estas experiências nos ensinaram é que os golpes militares nunca beneficiaram a Turquia em nada. Hoje, a po- pulação em geral, a começar pela generalidade dos militares, opõe-se a qualquer tipo de intervenção das forças armadas na vida política. E até 15 de julho acreditava-se que isso era algo do passado, que nunca mais haveria algo assim na Turquia... Mas aconteceu... Sim, os acontecimentos dessa noite foram traumáticos para os turcos. Mas queria sublinhar ter sido a população que contribuiu decisivamente para o fracasso do golpe. Os civis desarmados vieram para as ruas e de mãos vazias detiveram os carros de combate, os militares golpistas. E revela algo importante: a maturidade da cultura democrática hoje na Turquia e como esta está presente na sociedade. Foi a população comum que defendeu a democracia. É um fenómeno transversal a todas as famílias políticas? Deixe-me dar-lhe o exemplo da ma- nifestação do passado dia 7 [em Istambul] em que estiveram presentes praticamente todos os dirigentes políticos, do governo e da oposição, e que veio mostrar como da tentativa de golpe nasceu um novo espírito de unidade nacional e de consenso político, ao contrário do ambiente anterior, que era muito confrontacional. Voltando ao número de presos... Vou responder, mas antes deixe-me sublinhar que algo diferente sucedeu neste golpe: foi inspirado por uma organização religiosa, que nós consideramos uma organização terrorista [o movimento Hizmet do clérigo muçulmano Fethullah Gülen], com os seus seguidores a terem-se infiltrado nas forças armadas, no aparelho judicial, na educação e outras instituições da sociedade. Pessoas que não têm qualquer lealdade para com o Estado ou o país, são apenas leais ao seu dirigente re- Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias ligioso. E a finalidade deste golpe não era a de afastar o governo, era a de subverter a ordem constitucional, a ordem democrática e secular. A finalidade era mudar a sociedade. Quanto ao número de presos e outros casos, só revela a dimensão do problema, a gravidade da ameaça que se colocou à segurança nacional por aquela organização. Isto pode ser difícil de entender por muitos, mas é um facto. E as medidas que estão a ser tomadas não pretendem restringir os direitos dos cidadãos nem a democracia, o objetivo é combater aquela organização secreta, neutralizar a presença dos seus seguidores em todas as áreas da vida pública. Mas algo com esta dimensão só pode ser resultado de uma estratégia pensada a longo prazo. Precisamente. Foi algo que começou nos anos 60, embora só nos últimos tempos é que se começou a ter a noção disso. Lembro-me de uma intervenção de Fethullah Gülen, divulgada em 1997, em que ele diz “temos de começar por baixo até chegarmos ao topo e controlar o sistema, não fazer ondas, não atrair a atenção, não tomar qualquer iniciativa até chegar o momento”. Ele disse isto. Está gravado. Mas houve um momento em que o hoje presidente Recep Tayyip Erdogan teve alguma forma de colaboração, pode mesmo dizer-se que foi um aliado de Gülen... É verdade. E o presidente veio pedir desculpa aos turcos e “o perdão de Deus”, foram as suas palavras exatas, por nunca se ter apercebido da ameaça que Gülen e o seu movimento representavam para a nação. Mas existem provas de que a organização e o seu líder estão na origem do golpe, que o planearam? As provas estão em poder das autoridades e há confissões daqueles que fizeram o golpe. Deixe-me contar esta história: o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, que esteve refém dos golpistas, afirmou que, enquanto esteve detido, lhe disseram que devia falar com Gülen. Quanto aos detidos, serão observados os procedimentos legais, os seus direitos estão garantidos e tudo será feito segundo a lei. Os partidos da oposição criaram uma comissão no Parlamento para seguir as investigações e verificar se alguém está a ser perseguido ou investigado por outro motivo que não seja o de estar envolvido com aquela organização terrorista. Há uma coisa a ter presente: aquelas pessoas são o inimigo que estava mesmo no meio de nós. Qual a prova disso? Nunca houve um golpe tão mortífero como este. Houve mais de 250 mortos. Tentaram assassinar o presidente. Bombardearam o Parlamento. Mataram civis inocentes. Não deixa de haver a preocupação de que esteja em curso uma perseguição política mais ampla... A oposição está de acordo com as medidas que estão a ser tomadas. E recordo que todos os quatro partidos no Parlamento condenaram o golpe na noite em que ocorreu. PERFIL › Nasceu em Ancara em 1959. › É licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Americana de Paris. › É embaixadora da Turquia em Portugal desde setembro de 2012. › A embaixadora Barutçu Gökdenizler entrou na carreira diplomática em 1983. A sua primeira colocação no exterior foi na missão turca junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre 1985 e 1989, tendo aqui regressado no biénio 1997-99. Ao longo da carreira, desempenhou funções nos departamentos para o Médio Oriente e para as Américas, tendo igualmente acompanhado as questões relacionadas com a União Europeia e as relações económicas com o exterior, entre outras. Antes de ser colocada em Lisboa, foi diretora-geral do departamento para as Américas, funções que exerceu de 2009 a 2012. É casada. O governo turco espera que os EUA acabem por extraditar Gülen? Se isso não suceder, as relações bilaterais estarão em risco? Espero que não se chegue a esse ponto. Temos muitos interesses em comum e esperamos que os EUA entendam o valor da Turquia como parceiro estratégico. Seria como se tivéssemos Osama bin Laden e não o entregássemos aos EUA. Há a máxima expectativa de que essa pessoa seja extraditada e possa ser julgada pelos crimes que cometeu. Ele é o cérebro do golpe. Os governantes turcos, do presidente a vários ministros, não estarão a ir um pouco longe quando acusam os EUA e a UE de serem “cúmplices do terrorismo”? O que está a ser dito expressa o desapontamento com os países ocidentais em geral com a falta de solidariedade para com a Turquia. Nós estamos a defender a democracia, a sociedade secular, a ordem constitucional. Talvez a posição dos países ocidentais se entenda tendo em conta a questão dos direitos humanos. Têm sido mostradas nos media turcos imagens de golpistas com sinais de terem sido agredidos. Isso levanta receios justificados. A Turquia rejeita quaisquer acusações de tortura. Somos parte de todas as convenções internacionais e europeias sobre a matéria, há mecanismos de acompanhamento nesta questão que estão em vigor e são observados. Pode haver algumas pessoas que tenham tentado resistir e isso tem consequências. A democracia não está sob ameaça na Turquia? Não. Nós estamos a lutar pela democracia. É disso que se trata e é isso que apreciaríamos que o mundo entendesse. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias MUNDO 29 O MUNDO NÃO PARA Por JOSÉ FIALHO GOUVEIA TAILÂNDIA “E, no entanto, ela move-se”, disse Galileo. Sim, a Terra não deixa de andar. Tal como, na Argentina, parece ter voltado a ter pernas para caminhar o processo contra Kirchner, como andou às voltas durante seis horas o primeiro-ministro sérvio e como andará para a frente a Constituição na Tailândia. CONSTITUIÇÃO APROVADA › Domingo, 7 de agosto. Foram às urnas os tailandeses, chamados a dizer de sua justiça sobre a constituição militar. Dois terços dos eleitores que votaram mostraram-se de acordo com a lei magna redigida pela junta militar que está no poder após o golpe de estado de 2014 – o 12º desde 1932. Os oficiais apontam para a realização de eleições legislativas no prazo de um ano. ARGENTINA REABERTO PROCESSO CONTRA KIRCHNER › Segunda-feira, 8 de agosto. O juiz federal Claudio Bonadio anunciou que decidiu reabrir o processo criminal contra Cristina Kirchner. A ex-presidente terá alegadamente mexido cordelinhos para impedir uma das linhas de investigação sobre o atentado contra a Associação Mutualista Israelita Argentina, em 1994 em Buenos Aires, que vitimou 85 pessoas. SÉRVIA SEIS HORAS A EXPLICAR PROGRAMA › Terça-feira, 9 de agosto. Durante seis horas, Aleksandar Vucic, primeiro-ministro da Sérvia, reeleito em abril, explicou as ideias políticas do programa de governo. Mais privatizações, aumento do investimento, maior integração europeia, estabilidade regional e melhoria das condições de vida da população são os principais objetivos. Apesar das seis horas, ficou ainda longe do senador dos EUA Strom Thurmond, que, em 1957, discursou 24 horas em defesa dos direitos civis. O casamento de conveniência entre Trump e o lóbi das armas EUA. NRA defendeu republicano e gastou três milhões em anúncios a acusar Hillary de querer deixar americanos “indefesos”. Na última polémica, Trump acusou Obama de ter fundado o ISIS HELENA TECEDEIRO Em 2012, Donald Trump defendia proibir a venda de espingardas de assalto. E em maio passado, o já candidato republicano às presidenciais de novembro nos EUA garantia que indivíduos na lista dos suspeitos de terrorismo não deviam ter acesso a armas. Mas, desde então, o magnata deu o dito pelo não dito, afirmou que se quem estava na discoteca de Orlando, palco em junho de um tiroteio, estivesse armado, tudo teria sido diferente e gerou polémica ao afirmar que os defensores da Segunda Emenda da Constituição – que garante o direito dos americanos a uma arma – são os únicos capazes de travar Hillary Clinton. Uma reviravolta ideológica que explica por que a NRA, o poderoso lóbi das armas americano, foi dos primeiros a defender Trump. Nada de ameaças de morte contra a candidata democrata, garantiu a organização no Twitter, o que Trump fez foi um simples apelo ao voto tendo os defensores das armas como alvo. “Há uma coisa que podemos fazer no dia das eleições: aparecer e votar.” E não se ficou por aqui. Fundada em 1871 e lóbi político desde 1934, a NRA tem um orçamento anual de 250 milhões de dólares e não hesitou em gastar três milhões num anúncio contra Hillary em que acusa a ex-secretária de Estado de ser “uma hipócrita” que quer deixar os americanos “indefesos”. Mais homem de golfe do que de caça, este casamento de conveniência entre Trump e a NRA terá sido influenciado pelos filhos – Donald Jr. e Eric –, cujas fotos de caçadas em África causaram polémica nos últimos meses. E se a Trump dá jeito ter o apoio do lóbi das armas, a NRA fará tudo para que seja o republicano a chegar à Casa Branca e não a democrata Hillary, que várias vezes apelou ao maior controlo na venda de armas. A cair nas sondagens nacionais – a última da Bloomberg dá 50% para Hillary e 44% para Trump –, o republicano teve uma semana difícil, com vários eleitos do seu partido a criticarem os seus ataques contra os pais de um soldado muçulmano morto no Iraque e alguns a garantir que não votarão nele a 8 de novembro. E depois de na terça-feira ter gerado uma onda de críticas ao garantir que os defensores da Segunda Emenda são os únicos capazes de travar Hillary, ontem Trump voltou a estar no centro da controvérsia. Na CNBC, o candidato repetiu a acusação que fizera na véspera na Florida: o presidente Barack Obama fundou o Estado Islâmico (ou ISIS). “Ele é o fundador do ISIS. Ele fun- Não é a primeira vez que o New York Daily News ataca Trump. Mas agora o tabloide apelou a que o candidato desista da corrida com a manchete: “Isto já não é uma piada” dou o ISIS. E a cofundadora é Hillary, a Corrupta”, acusou Trump. O milionário criticou a decisão do presidente de retirar as tropas do Iraque em 2011, considerando que foi um “desastre”. Nascido em 2004, um ano depois da invasão americana do Iraque, o grupo agora liderado por Abu Bakr al-Baghdadi ganhou projeção global devido à sua brutalidade. Em 2014 declarou um califado islâmico na Síria e Iraque, onde ainda domina vasto território. Com uma propaganda eficaz, o ISIS não só atraiu milhares de combatentes estrangeiros como tem reivindicado atentados no Ocidente, como os de Paris, Bruxelas ou Nice. Questionado sobre o que o leva a acusar Obama de ter fundado o grupo terrorista, Trump defendeu-se afirmando: “Tem algum mal dizer o que eu disse? Porque é que as pessoas se queixam de eu ter dito que Obama fundou o ISIS? A única coisa que faço é dizer a verdade.” Enquanto os apoiantes admiram a honestidade e estilo combativo de Trump, no partido há quem preferisse ver o candidato seguir o guião dos seus discursos. É o caso do congressista Sean Duffy que na MSNBC apelava: “Não saia do guião. Leia o teleponto e vai sair-se bem!” São cada vez mais as notícias de que o Partido Republicano estará à procura de um substituto caso Trump desista da corrida. E o New York Daily News deixou um apelo na primeira página nesse sentido. 30 MUNDO Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Brexit não estraga férias a May. Ataques e crise política travam Hollande e Rajoy Verão. Primeira-ministra britânica partiu ontem para duas semanas de descanso na Suíça, país onde há mais de 35 anos gosta de fazer caminhadas. Outros líderes políticos só têm direito a “dias de repouso” por causa da atualidade 1 2 3 SUSANA SALVADOR Menos de um mês depois de ter sido eleita primeira-ministra britânica, no rescaldo do referendo do brexit, Theresa May rumou ontem à Suíça. Não para analisar a forma como este país que não faz parte da União Europeia mantém uma relação próxima com os 28, mas para 15 dias de férias com o marido, Philip John May. Outros políticos, como o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, ou o presidente francês, François Hollande, optam por descansar mais perto de casa e não hesitam em interromper as férias de verão caso a atualidade se imponha. A entrada no n.º 10 de Downing Street, a 12 de julho, não alterou um hábito de Theresa May, que há 35 anos visita regularmente a Suíça. Um dos seus passatempos são as caminhadas e, numa entrevista em 2007 ao The Daily Telegraph, a agora primeira-ministra contou que adora tirar férias naquele país porque pode ter “paz e sossego”. O ex-primeiro-ministro David Cameron preferia fazer férias na praia, tendo em duas ocasiões vindo com a família para Portugal. Na entrevista ao jornal britânico, May disse que da primeira vez que visitou a Suíça com o marido ficou na região de Lucerna. “Mas numa segunda visita decidimos ir fazer caminhadas, gostámos e gradualmente começámos a fazer caminhadas mais aventureiras”, explicou então. “Temos voltado desde então e já caminhámos por todo o país”, disse. O gabinete de Theresa May não especificou o destino das férias da primeira-ministra, indicando apenas que ela só voltará a Londres no dia 24 deste mês. Downing Street também não revelou se, durante o descanso, haverá pausas para encontros políticos. O modelo suíço será um que os bri- tânicos quererão estudar na hora de negociar a saída da União Europeia. Tal como a Noruega, a Islândia ou o Liechtenstein, a Suíça é um membro da Associação Europeia de Comércio Livre, com acesso sem tarifas aos mercados de bens europeus e liberdade para negociar fora dos 28. Contudo, os suíços têm um acesso limitado ao mercado de serviços e quase nenhum ao financeiro. Merkel interrompeu as férias Quem também costuma fazer férias na Suíça (mas para fazer esqui durante o inverno) é a chanceler ale- 1. Rajoy numa entrevista numa praia. No passado fim de semana esteve na Galiza, não esquecendo a caminhada matinal diária. 2. Theresa May há uns anos na Suíça, para onde regressa neste ano. 3. Obama joga golfe em Martha’s Vineyard, seu destino habitual nas férias de verão mã, Angela Merkel. No verão, as caminhadas são em Solda, na região italiana do Sul do Tirol. É lá que está atualmente com o marido, Joachim Bauer. São as segundas férias da chanceler, que ainda em julho teve de interromper o descanso no Norte da Alemanha para dar uma conferência de imprensa, após uma série de ataques terroristas no país que fizeram 15 mortos. Também por causa do terrorismo, o presidente francês, François Hollande, não terá férias neste ano, mas apenas alguns dias de repouso com uma agenda menos preenchida, segundo o Eliseu. Tal como no passado, o destino do presidente será mantido em segredo por estes dias. As “férias”, que começaram no passado sábado, depois de regressar do Rio de Janeiro, onde assistiu à Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos, foram interrompidas ontem para reuniões de segurança e acabam no dia 17. Em Espanha, Mariano Rajoy também não terá direito a férias, no meio das negociações para conseguir a sua investidura, após as eleições de 26 de junho. O primeiro-ministro passou o último fim de semana em Pontevedra, na Galiza, deixando para um pouco mais tarde do que o normal a sua marcha matinal. Rajoy deu contudo descanso aos membros do governo até ao próximo Conselho de Ministros, a 19 deste mês, com duas ordens: não saírem de Espanha nem desligarem os telemóveis. Obama em Martha’s Vineyard Nos EUA, Barack Obama está a passar as suas últimas férias de verão como presidente na ilha de Martha’s Vineyard, no estado do Massachusetts. É o destino habitual desde que assumiu o cargo. A presença de Obama, que arrasta consigo uma comitiva de agentes dos serviços secretos, funcionários e jornalistas, significa um importante impulso para a economia local – neste ano a filha mais nova, Sasha, está a trabalhar num restaurante local. O presidente é presença constante nos campos de golfe e ontem divulgou a sua lista de músicas para as férias, que incluem Beach Boys, Prince ou Jay Z. Na Rússia, o presidente Vladimir Putin não estará a pensar em férias antes de setembro, segundo o porta-voz. No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe já teve o seu descanso em julho, tendo sido fotografado nos campos de golfe na região deYamanashi. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 31 ARTES ÁLVARO ISIDORO/GLOBAL IMAGENS Ana Bacalhau e a energia contagiante dos Deolinda abriram a música no Sol da Caparica. David Fonseca chegaria mais tarde a este festival que aposta nas famílias e tem a praia mesmo ao lado Deolinda ao pôr do sol com uma corzinha de verão Sol da Caparica. Grupo de Ana Bacalhau abriu o palco e o público respondeu entusiasmado. No recinto, multiplicam-se as experiências, do skate ao hip hop, com uma perninha no surf ROBERTO DORES Ana Bacalhau conquistou cedo o Sol da Caparica. “É um prazer inaugurar este palco”, disse no momento em que o público ainda se acomodava no recinto preparando-se para dançar ao som de Seja agora. Um concerto em pleno sunset, com o Sol a pôr-se por detrás do palco principal do festival que volta a encher a Costa na sua terceira edição. Em frente aos Deolinda estava uma plateia de largas centenas de festivaleiros, de várias idades. Pais, filhos e avós confirmavam a tendência do festival para as famílias da Margem Sul, com música portuguesa para todos os gostos e onde até se fez o comboio em pleno relvado, enquanto mais em frente ao palco se começou saltar e até se entoou o nome de “Ana Bacalhau” após o grupo tocar a Corzinha de verão, que a vocalista associa ao ambiente de praia que está tatuado desde a primeira edição do Sol da Caparica. Por isso pediu braços no ar e teve resposta em uníssono. Estava ultrapassada a pressão (se é que a havia) de abrir o palco principal e garantida a festa até final dos cerca de 40 minutos que esteve em palco com a sua banda. Mas com tempo suficiente para tocar as músicas mais célebres do popular grupo que soma sete discos de platina e concertos pelo mundo. Ontem apostou claramente na animação, fazendo valer a tal “energia fulminante” com que se apresenta e que contagiou o recinto. “Até os putos gostam” “É sempre garantia de boa música. Até os putos gostaram”, comentava Januário Trigo acompanhado dos dois filhos menores, que não viam a hora de chegar o concerto C4 Pedro, agendado para perto da meia-noite. Era por ele que estavam no Sol da Caparica ontem à noite. Pedro tem dez anos e Jorge 12. “Temos de os distrair com alguma coisa até ao nosso momento, mas os Deolin- da foram bacanos”, referia Jorge, que este sábado vai ter lições de surf – uma das apostas do festival – tendo já passado pelo museu dedicado à modalidade que ocupa o centro do certame. A terceira edição do Sol da Caparica aquecia na quadra de skate. Quem saltou mais alto com sucesso gritou “yes”, mas caiu instantes depois. “Foi do entusiasmo, deslumbrei-me, fiz o que nunca tinha conseguido fazer. E logo agora que o meu pai estava a gravar”, congratulava-se Manuel, enquanto ia buscar o skate ao relvado. O hip hop era a música do momento nas colunas do festival à medida que o recinto se compunha. Lá fora engrossavam as filas nas bilheteiras e bebiam-se os primeiros copos para tentar “fintar” o calor. 32 graus depois das cinco da tarde. João e os amigos Carlos, Marta e Amélia atrasaram-se na viagem a partir de Lisboa e só depois de comprarem os passes para os quatro dias é que irão ao parque de campismo montar as tendas. “Há um ano viemos com tudo mais organizado, mas hoje ainda falta quase tudo. E não podemos perder Deolinda, senão ela dá-me PROGRAMA Hoje PALCO SIC|RFM 02.00 | Gjeff Afrozila 00.30 | The Gift 23.15 | Aurea 22.00 | Jorge Palma & Sérgio Godinho – Juntos 21.00 | Diogo Piçarra 20.00 | Cristina Branco & Mário Laginha Trio PALCO BLITZ 22.00 | Jimmy P 21.00 | Mundo Segundo & Sam The Kid 20.00 |Melech Mechaya 19.00 | Elida Almeida 18.00 | Roda de Choro de Lisboa uma sova”, ironiza João apontando para a namorada. Então o melhor é acelerarem porque o tempo voa. O palco Blitz já estava preparado para receber as Danças Ocultas & Orquestra Filarmonia das Beiras. “É bom para abrir as hostilidades. O pessoal quer é música e em bom português, é para isso que aqui vimos”, justificava Paulo Ramos abraçado à mulher Joana e às duas filhas, Cátia e Rute, que ontem saíram da praia de Santo António diretamente para o Parque Urbano da Caparica. “Ainda pensamos em ir a casa tomar banho e vestir outra roupa, mas há tanto trânsito que nos obrigava a perder muito tempo e isto merece ser visto do primeiro ao último minuto”, justificava Joana. Enquanto aguarda pelo primeiro espetáculo da versão 2016, o público, sentado ou deitado no relvado, mostrava estar imbuído no espírito da selfie, alargado à foto da praxe do festival, erguendo dísticos com excertos da célebre música dos Peste & Sida, em que o grupo assume que “As miúdas da Costa são uma tentação”. “Ficámos bem? Podemos partilhar”, questionavam, enquanto tomavam lugar no palco Dança para espreitarem Warm Up/Animação. “Há cenas para todos os gostos, é tão fixe”, atirava Marco, pela segunda vez no festival, que já estava mais atento ao outro lado do recinto onde Aline Frazão ia atuar dentro em breve. De facto o tempo corre entre os três palcos do Sol da Caparica. À hora de fecho desta edição, está David Fonseca no palco da Caparica. 32 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias ARTES O Boom que aí vem. Da arte à natureza, das conferências às tertúlias 1 MIGUEL PEREIRA DA SILVA / GLOBAL IMAGENS Idanha-a-Nova. Organização reforçou segurança e conselhos por causa do calor. O uso de fogões a gás foi proibido no espaço das tendas CÉLIA DOMINGUES “Isto tudo é tão bonito. O que me está a surpreender mais é a fraternidade entre as pessoas, a entreajuda que se vê.” Esta é uma das primeiras das impressões de Kay Sugisaki, japonesa, no Festival Boom – que começou ontem em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. A edição deste ano tem o Japão como país convidado, com 500 nipónicos, que integram os 33 333 festivaleiros de 154 nacionalidades diferentes. A organização reduziu o número de entradas em relação à última edição para reforçar o conforto no recinto. Kay Sugisaki viajou de Hong Kong para Madrid com a filha de 8 anos e com uma amiga brasileira residente em Macau. “Alugámos um carro e viemos para Idanha-a-Nova na véspera da abertura do festival”, explica. É a primeira vez que vem à Europa mas esta não é uma viagem de férias. Kay Sugisaki trabalha na organização do Imagine Peace, evento anual de música, dança e educação em Hong Kong que celebra o Dia Internacional da Paz (21 de setembro). “Uns amigos falaram-me do Boom Festival. Venho para beber algumas ideias para eventos que organizo no Japão, porque este evento é de facto único”, diz ao DN. Às nove horas da manhã de ontem, abriram-se as portas do recinto do Festival Boom. No exterior há muito que carros e autocaravanas formavam uma longa fila para entrar. Rapidamente as áreas dos parques de campismo foramse enchendo de cor. A água da barragem de Idanha-a-Nova, onde numa das margens decorre o festival até dia 18, é a merecida recompensa para quem instalou ali a casa dos próximos dias. O lago é também o destino dos muitos boomer’s que chegam a pé até ao recinto. O primeiro dia é de instalação, porque as atividades nas diferentes estruturas e tendas do festival só arrancam ao final da tarde de hoje. O jovem casal Sebastien Munier e Juliet Bourdex, de Paris, está de volta. Adeptos de festivais de dança e de música, encontram no Boom o que não existe em mais nenhum outro evento do género da Europa, dizem. “É a grande barragem, onde nos podemos refrescar a qualquer hora. Este festival tem um ambiente muito próprio de convívio alicerçado numa cultura independente.” Não são só os boomer’s que o dizem. O jornal britânico The Guardian recomenda-o como um dos 10 melhores festivais deste ano na Europa e a Rolling Stone considera-o um dos sete mais espetaculares festivais transformacionais, a par de eventos como Burning Man (Nevada, EUA), Beloved (Oregon, EUA) ou Secret Solstice (Islândia). O Boom Festival, que é independente de patrocínios, cruza diversas correntes artísticas – pintura, escultura, land art, instalações interativas, música, videoarte ou artes plásticas – complementadas por um vasto cartaz de conferências, workshops, tertúlias e apresentações ligados a temas alternativos. Comer os restos dos outros “Levanto-me às oito horas e vou correr. Depois do banho na barragem, vou dançar ou ouvir música.” Para almoçar, Juliet Bourdex tem uma opção muito própria. “Vou dar um passeio pela área da restauração e se vejo um prato com comida, aproveito-a. Se há pessoas na mesa, pergunto se já terminaram. Não é por não ter dinheiro ou assim, é para evitar desperdícios e assim também economizo algum.” A questão económica pesa na carteira de cada um conforme as suas capacidades. Estar no Boom representou a compra de um bilhete por 130 a 180 euros (para todos os dias do evento). Catarina Nunes e Carlos Domingos vieram de Sintra 2 3 1 .Festival Boom realiza-se junto à barragem de Idanha-a-Nova que ontem começou a receber os primeiros festivaleiros de 154 nacionalidades 2. A Noocity está presente no recinto, mostrando soluções inovadoras para o cultivo de hortas em casa 3. Kay Sugisaki com a filha de oito anos. A japonesa é uma das 500 convidadas da delegação nipónica e vem à procura de inspiração para um festival que celebra a paz para trabalhar como caixas na restauração, onde ganham sete euros à hora em turnos de oito horas por dia, das 19.00 à 00.00. “É uma experiência no âmbito da consciência natura. Dá para desligar dos assuntos do quotidiano e conhecemos pessoas e culturas de todo o mundo”, referem. Uma nova zona dedicada a Organizações não Governamentais recebia ontem os primeiros curiosos. A Living Seeds – Sementes Vivas produz e comercializa sementes biológicas de hortícolas, frutos, flores e ervas aromáticas e medicinais. “Todas as sementes são produzidas de acordo com os princípios e requisitos da agricultura biológica e biodinâmica, com o foco na promoção da biodiversidade”, diz Bettina Gerike, responsável pelo projeto que tem atividade produtiva em Portugal. Na mesma linha de expositores construídos em cartão reciclável encontramos a Noocity, que cria soluções para o cultivo de hortas em casa através de uma tecnologia que cria um depósito de água por baixo da zona de cultivo. “O depósito é abastecido e, através de uma rede de pe- queninos vasos, a água sobe até às raízes e hidrata as plantas. Poupa até 80% de água pelo facto de estar por baixo de quase 30 centímetros de solo”, demonstra Pedro Monteiro, um dos sócios da marca portuguesa. No primeiro dia do Boom regista-se 38 graus de temperatura de “ Venho para beber algumas ideias para eventos que organizo no Japão KAY SUGISAKI JAPONESA “ É uma experiência no âmbito da consciência natura. Dá para desligar dos assuntos do quotidiano CATARINA E CARLOS PORTUGUESES manhã. Nos próximos dias as temperaturas manter-se-ão assim elevadas. “Distribuímos a cada pessoa um guia com as recomendações a ter com o calor.” Na mesma brochura, continua Maria do Carmo Stilwell, da organização do Boom Festival, a cargo da Good Mood, “estão indicados outros cuidados a ter e proibições que existem como o de ser interdito usar campingaz junto às tendas. Estão construídas cantinas nos parques de campismo, com tudo o que é preciso para fazer refeições. O Boom acontece nesta herdade desde 2010, temos consciência do risco enorme que existe de fogo nesta zona do país. As medidas de segurança que estão implementadas este ano foram reforçadas, tal como foram implementadas nas edições anteriores”, completa. Além disso foram distribuídos extintores e bombas de incêndio “em todo o perímetro do festival, assim como a presença de bombeiros de forma permanente”, realça. Até dia 18, há Boom em Idanha. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 33 ARTES FIM DE SEMANA EM GRANDE Cinema ao ar livre. E outras delícias A acústica da sala de concertos vai ser toda renovada Ópera de Sydney não fecha para remodelação MARINA ALMEIDA Jornalista Austrália. Intervenção no edifício custa 140 milhões de euros e começa em 2017 MARINA ALMEIDA O famoso edifício da Ópera de Sydney vai ser alvo de obras de remodelação. Melhorar a acústica da sala principal e a operacionalidade de todo o complexo são os principais objetivos do plano, orçado em 140 milhões de euros, que deverá começar em 2017 e terminar em 2020. Os trabalhos serão planeados de forma a que a ópera, que recebe 8,2 milhões de visitantes por ano, nunca deixe de funcionar. Esta será a maior remodelação desde a inauguração do edifício, em 1973. Jan Utzon, filho de Jorn Utzon, o arquiteto dinamarquês que concebeu o edifício, seguiu as pisadas do pai. Ele pertence ao Painel de Eminentes Arquitetos da Ópera de Sydney. Diz que o pai tinha consciência de que o edifício precisaria de mudar ao longo do tempo para se adaptar às necessidades da época, conservando a integridade da arquitetura. “A Opera House de Sydney é um símbolo da Austrália. É nossa responsabilidade como cuidadores deste lugar extraordinário mantê-lo e renová-lo para todos os australianos”, disse Tory Grant, vice-primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul. “Por isso estamos a investir mais de 220 milhões de dólares nestes maravilhosos projetos, a maior renovação da Ópera desde que abriu há 43 anos.” A maior fatia do orçamento vai para a sala de concertos. A acústica será melhorada, com a instalação de um novo teto acústico e refleto- res para distribuir o som. O projeto, que contou com a colaboração dos músicos da Orquestra Sinfónica de Sydney, contempla ainda a instalação de um sistema surround em 3D. Também o palco e os acessos serão alvo de intervenção, assim como a teia do teatro. Este espaço estará fechado durante 18 meses, a partir de meados de 2019 – passando os espetáculos para o Joan Sutherland Theatre, que também integra o complexo da Ópera. No final, a sala de concertos terá “uma das melhores acústicas do mundo”, acredita Rory Jeffes, diretor da orquestra. E quem ganha, “será o público”, salienta. Novo centro educativo Estes trabalhos vão ainda trazer ao edifício, classificado como Património da Humanidade em 2007, um centro educativo criativo, destinado a crianças e jovens. Aqui vão decorrer workshops e performances direcionadas ao público infantil e às famílias. Também a zona do foyer vai ser alvo de intervenção, assim como o Joan Sutherland Theatre. Louise Herron diz que “a Opera House é uma obra-prima do génio humano criativo”. A CEO da Ópera considera que esta “excedeu as expectativas de toda a gente, desde a escala, diversidade e intensidade das performances e eventos à enorme variedade de visitantes que atrai de todo o mundo”. A Ópera de Sydney é a primeira atração turística da Austrália. Os seus 8,2 visitantes geram um retorno de mais de 520 milhões de euros. HOJE ESTRELAS COM HISTÓRIAS EM TROIA › Ponto prévio: o ponto alto da chuva de estrelas deste mês acontece durante o dia. Mas nada como ainda assim tentar ver a magia dos riscos brilhantes a rasgar o céu escuro. Se for às Ruínas Romanas de Troia, um astrónomo e uma arqueóloga contam-lhe os mitos de cada constelação. A atividade é promovida pelo Troia Resort e custa 7,5 euros para adultos, cinco para crianças dos 6 aos 14 anos. Tem de se inscrever: [email protected]. AMANHÃ DOMINGO UMA QUIMERA ETERNA UM MUSEU E DOIS BAILES › O Jardim das Oliveiras, no CCB, › Começar o dia no Museu é sala de estar e de cinema esta noite. E o cartaz é escolhido pelo arquiteto Eduardo Souto Moura. A partir das 21.30, o eterno Charlie Chaplin será projetado na tela deste cinema ao ar livre. A Quimera do Ouro é o primeiro filme do ciclo As Escolhas do Arquiteto, sempre aos sábados, com entrada livre. Se chegar mais cedo, aproveite para visitar a exposição dedicada à obra do arquiteto, Continuidade. Custa 4 euros (das 10 às 17.00). › CCB, Lisboa, 21.30 › Ruínas Romanas de Troia, 21.30 REGGAE COM VISTA PARA LISBOA › O reggae e o verão são quase inseparáveis. E hoje juntam-se no Ginjal Terrasse. O embalo começa às 23.00 com Orlando Santos & The Bagatells. Depois entra em cena o DJ Cucurucho, para saborear esta noite de verão com uma vista privilegiada sobre o Tejo e Lisboa (a entrada custa três euros). Se for de cacilheiro, apanhe-o no Cais do Sodré para Cacilhas (o último para Lisboa é à 01.20, depois há o das 05.20). Caso pense em jantar, há por onde escolher. UMA ESMERALDA PERDIDA NO JARDIM › O desafio é aliciante: piquenique na relva seguido de sessão de cinema ao ar livre. O Cinepop instalou-se nos sábados de agosto no Jardim Fernando Pessa e apresenta um cartaz aliciante. Esta semana passa Em Busca da Esmeralda Perdida, de Robert Zemeckis. As aventuras loucas de Jack Colton (Michael Douglas) e Joan Wilder (Kathleen Turner) na Colômbia, com Ralph (Danny de Vito) a fazer das suas. Antes passa uma animação da Looney Tunes. Nacional de Arte Antiga. Há muito que ver por estes dias. Para além da coleção, agora com a nova galeria de pintura e escultura portuguesas, no terceiro piso, destaque para a exposição Obras em Reserva, com peças até agora escondidas nos bastidores do museu que se mostram aos nossos olhos até 25 de setembro. Aqui está, seguramente, fresco. E ainda pode espreitar a belíssima vista sobre o rio. Repostas as energias, que tal seguir até à Tapada da Ajuda? Continuam as boas vistas e é ali que o Brunch Electronik in Lisboa assenta arraiais todos os domingos, até 18 de setembro. A batida ritmada convida a desfrutar deste agosto quente em Lisboa a dançar. A música começa às 14.30 com a dupla feminina Heartbreakerz, segue-se outra menina, Molly, às 18.30. Os The Storytellers Deetron e DJ Bone pegam depois nos pratos a partir das 20.30 para três horas de música. Bilhetes a 12 euros. Prefere outros ritmos? Junto ao rio, o B.leza tem kizomba a partir das 18.00 com António Bandeira. Depois, às 20.00, Oceano e Sabura asseguram o DJ set. Ritmos africanos não vão seguramente faltar. › Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa › Tapada da Ajuda, Lisboa, a partir das 14.30 › Ginjal Terrasse, Cacilhas › Jardim Fernando Pessa (junto ao Fórum Lisboa), Lisboa › B.leza, Rua da Cintura do Porto, Lisboa PASSATEMPOS 34 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias CAÇA-PALAVRAS XADREZ Procure e marque no diagrama de letras todas as palavras em destaque e ordenadas no problema. Problema – As brancas jogam e dão mate em 2 (John Michael Rice, The Tablet, 1957) ALAGADO BUSSOLA CARAMUJO DEMENTE EMBOLIA FEIJOCA GANIDO HIBERNAR INVERNO JANGAZ LARVADO MASTIM NEGOCIO ONIRICO PAPAROCA ROUBO SANTOLA TIROIDE ULTRAJE VIVEZA SINÓNIMOS Dentro dos quadrados verdes do quadro da direita, de cima para baixo, esconde-se o nome de uns vasos redondos de madeira de bordos baixos. Para o descobrir, complete o quadro B com os sinónimos das palavras do quadro A. QUADRO A QUADRO B É já neste domingo que começa o Campeonato Nacional da I Divisão, uma das provas rainha do calendário da FPX. O torneio realiza-se no Porto (Hotel Axis) e prolonga-se até ao dia 20. A Academia de Xadrez de Gaia parte como favorita para revalidar o título. A partida que se mostra hoje foi disputada há 25 anos no Campeonato Nacional individual. O vencedor da partida, o mestre Rui Camejo Almeida, faleceu no início do ano com apenas 45 anos de idade. Enfermeiro de profissão abraçou o xadrez, como passatempo, que ensinava, na Academia de Xadrez Gaia. Neste jogo conseguiu quebrar uma fortaleza com um sacrifício de bispo para entrar com o rei no campo oposto. Rui Camejo Almeida (2280) Álvaro Pereira (2235) POR-ch Lisbon (3), 1991 1.d4 d5 2.c4 dxc4 3.e4 e5 4.d5 Cf6 5.Cc3 Bd6 6.Bxc4 0–0 7.Cge2 Cbd7 8.0–0 De7 9.Dc2 Td8 10.Rh1 a6 11.a4 Ch5 12.f3 Cf8 13.g4 Cf6 14.Cg3 Cg6 15.Cce2 Cf4 16.Cxf4 exf4 17.Ce2 g5 18.Bd2 Cd7 19.h4 h6 20.hxg5 hxg5 21.Cc1 Ce5 22.Be2 Rg7 23.Cd3 Th8+ 24.Rg2 f6 25.Cxe5 fxe5 26.Th1 Bd7 27.Db3 Txh1 28.Txh1 b6 29.Th3 a5 30.Bb5 Bxb5 31.Dxb5 Th8 32.Txh8 Rxh8 33.Dc6 Rg7 34.Bc3 Rf7 35.b3 De8 36.Dxe8+ Rxe8 37.Rf1 Rd7 38.Re2 c5? [38...Rc8 39.Rd3 Rd7 40.Rc4 c6!] 39.Rd3 Rc7 40.Rc4 Rb7 41.Rb5 Bc7 42.Bd2 Bd6 43.Bxa5!! bxa5 44.Rxa5 Bc7+ 45.Rb5 Bd6 46.a5 Bf8 47.a6+ Rc7 48.a7 Rb7 49.a8=D+ Rxa8 50.Rc6 Rb8 51.Rd7 Bg7 [51...Rb7 52.Re6! Rc7 53.Rf6! Rd7 54.Rxg5 Re7 55.Rg6 Rd7 56.g5 Re7 57.Rh7 Rf7 58.g6+ Rf6 59.d6!] 52.Re7 [52...Rc8 53.d6] 1–0 António P. Santos BRIDGE Contrato – Quatro Copas por Sul. Saída de Oeste ao ás de Ouros Torneio do clube, N/S vulnerável, Norte abriu num Pau, em Sul deu uma Copa, o parceiro repetiu Paus, marcou duas Espadas inversa, ouviu em frente três Copas, declarou a partida. Oeste saiu ao ás de Ouros e depois de ver as cartas da mesa mudou o ataque para Paus. Entrou com o rei e analisou a situação: a saída foi favorável, porém a volta a Paus não augura nada de bom, se a dama estiver mal não vai ser fácil cumprir, por mais que conte falta sempre uma vaza. A não ser que Oeste tenha três trunfos de mão e recorte um Pau com um trunfo de fazer... PALAVRAS CRUZADAS BRIDGE CAÇA-PALAVRAS XADREZ 1.Dg2! [Ameaça Df1#] 1...Cd3 [1...Ce4 2.c3#; 1...Cg4 2.Te1#; 1...Ch1 2.Te1#; 1...Bxc2+ 2.Bxc2#] 2.c4# PALAVRAS CRUZADAS VERTICAIS: 1 – Cal; Carroça. 2 – Alea; Moeu. 3 – Risco; Li; Ut. 4 – Ra; Ode; Sota. 5 – Arilo; Vir. 6 – Br; Ama; AL. 7 – Pão; Rosal. 8 – Atum; Sim; Ma. 9 – Re; Em; Solar. 10 – Aras; Rica. 11 – Escolas; Sao. HORIZONTAIS: 1 – Carro; Parte. 2 – Alia; Bate. 3 – Les; Arou; Ac. 4 – Açor; Mero. 5 – Odiar; Mal. 6 – Am; Elmos; Sa. 7 – Rol; Oásis. 8 – Reis; Amor. 9 – Ou; Oval; Lis. 10 – Útil; Maça. 11 – Altar; Barão. VERTICAIS: 1 – Hidróxido de cálcio; Coche sumptuoso 2 – Renque de árvores; Reduziu a pó. 3 – Esboço; Recitei; Antiga nota de música "do". 4 – Batráquio; Cantiga; Boleeiro. 5 – Grainha seca; Regressar. 6 – Bromo (s.q.); Adora; Alumínio (s.q.). 7 – Alimento (fig.); Roseiral. 8 – Peixe da família dos escômbridas da ordem dos acantopterígios; Anuência; Tumor a que também se dá o nome de arrieira. 9 – Acusada; Prep. de lugar onde; Relativo a Sol. 10 – Altar cristão (pl); Preciosa. 11 –Sistemas; Curado. SOLUÇÕES Corajosamente continuou com ás e pequeno Pau, dama à direita, cortou com o dez, Oeste pensou demoradamente até se decidir por baldar um Ouro. Pelos vistos tinha acertado a linha de carteio, porém o adversário era coriáceo. Altura para aplicar o plano B: deu duas voltas de trunfo e cruzou uma pequena Espada para o rei, desta vez Oeste ficou sem defesa; se entrar com o ás e bater a dama de trunfo fica com o rei de Espadas para entrar no morto; se recuar o ás, ganha na mesa com o rei e continua Paus, Oeste corta mas o oito de trunfo da mesa é promovido entrada. Bem jogado dos dois lados! HORIZONTAIS: 1 – Veículo de rodas para transporte de pessoas ou coisas; Porção de um todo. 2 – Elefante-fêmea; Derrota. 3 – Recitas; Lavrou; Actínio (s.q.). 4 – Ave de rapina; Puro. 5 – Sentir repugnância por; Doença. 6 – Amerício (s.q.); Espécie de capacete cilíndrico ou pontiagudo; Curada. 7 – Lista; Lugar agradável (fig.). 8 – Soberanos; Afeto. 9 – Conj. de alternativa; Do feitio do ovo; Lírio. 10 – Vantajoso; Fruto da macieira. 11 – Culto; Homem ilustre pelos seus feitos. SINÓNIMOS TELEVISÃO Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 35 DESTAQUES Droga e corrupção pelo olhar de Yuen Woo-ping Uma comédia sobre novas oportunidades Brennan e Booth tentam Hazen aprende a viver decifrar mais um enigma no gelo com os inuítes FOX MOVIES A IRA DO TIGRE (21.15) TVCINE 1 O ESTAGIÁRIO (21.30) FOX LIFE OSSOS (21.25) A trilogia chinesa A Ira do Tigre, criada por Yuen Woo-ping entre 1988 e 1991, está em destaque no Fox Movies entre 12 e 14 de agosto. O inspetor Michael Wong (Simon Yam) e Shirley Ho (Carol Cheng), Brother Lung (Bryan Leung), Fan Chun-yau (Jacky Cheung), Uncle Tat (Ng Man-tat) e Terry (Donnie Yen) fazem parte da brigada antinarcóticos da polícia de Hong Kong. Depois de deixarem es -capar um dos maiores barões da droga locais, Swatow Hung (Wang Lung-wei), um dos seus elementos é assassinado. A brigada começa então uma cruzada pela vingança. Jules Ostin (Anne Hathaway) é funda dora de um bem-sucedido site de moda. Quando acede a integrar na sua empresa um programa de sensibilização da comunidade para o bem-estar na terceira idade, não imagina o quanto a sua vida vai ser afetada. Ben Whittaker (Robert De Niro) é um homem de 70 anos que encontra no estágio sénior da empresa de Jules a oportunidade para fugir ao tédio e sedentarismo da sua vida de reformado. Mas Jules vai demorar a deixar-se conquistar pelas suas boas intenções e inegável carisma. Filme escrito e realizado por Nancy Meyers. Pedaços de carne humana encontrados no guisado da cantina de uma escola são o mais recente enigma cri minal para Temperance Brennan (Emily Deschanel) e Seeley Booth (David Boreanaz) decifrarem. Não só têm de conseguir identificar a vítima como se veem confrontados com o impiedoso universo da indústria de produção alimentar. No mesmo episódio, Angela (Michaela Conlin) organiza uma despedida de solteira para Brennan, mas a celebração está ao gosto da anfitriã e não da noiva. Ossos é uma série criminal com 11 temporadas, realizada por Hart Hanson. NATIONAL GEOGRAPHIC SOBREVIVER NA TRIBO (23.45) Num dos locais mais extremos e gelados da Terra, Hazen Audel tenta aprender as habilidades que permitiram, aos inuítes, sobreviver no Ártico do Canadá, durante milhares de anos. Enquanto se debate com temperaturas negativas, Hazen tem de provar o que vale a dominar a arte do trenó puxado a cães e aperfeiçoará as suas capacidades de construção de iglos antes de se poder juntar a um caçador de elite para apanhar mexilhões debaixo do gelo que cobre o mar. O biólogo norte-americano Hazen Audel protagoniza esta série, que mostra como vivem as mais resistentes tribos do planeta. CANAIS AUDIÊNCIAS DE TV GENERALISTAS TEMÁTICOS RTP1 RTP2 SIC TVI HOLLYWOOD FOX MOVIES MOV 06.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praias Olímpicas Praia das Furnas (Odemira) 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Água de Mar Novela portuguesa 15.00 Jogos Olímpicos 2016 Rio de Janeiro Atletismo, badminton e natação 18.00 Portugal em Direto 19.00 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.00 The Big Picture Concurso 22.00 Portugal Hoje Bloqueio, de Pedro Mexia 07.00 Zig Zag 11.00 Jogos Olímpicos 2016 Rio de Janeiro Natação (repetição da RTP1) e atletismo 15.00 A Fé dos Homens 15.30 Euronews 16.00 Zig Zag 18.00 Jogos Olímpicos 2016 Rio de Janeiro Ginástica (Trampolins) e saltos para a Água 21.30 Jornal 2 Informação 22.15 Coração das Trevas Série dinamarquesa 06.00 Edição da Manhã Informação 08.45 A Vida nas Cartas – O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Dancin’Days Novela portuguesa 16.00 Grande Tarde 19.15 I Love Paraisópolis Novela brasileira 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d’Ouro 22.30 Rainha das Flores 23.20 Verdades Secretas 06.30 Diário da Manhã Informação 10.10 Você na TV Talk show em direto 13.00 Jornal da Uma Informação 14.43 Deixa Que te Leve Novela portuguesa 16.00 A Tarde É Sua Talk show em direto 19.58 Jornal das 8 Informação 21.37 A Única Mulher Novela portuguesa 22.48 Santa Bárbara Novela portuguesa 12.55 O Pai da Noiva II 14.40 Flubber – O Professor Distraído 16.20 Sky Hig: Escola de Heróis 18.05 Nunca É Tarde Demais 19.50 Brave – Indomável 21.30 O Professor Chanfrado 2 23.25 A Estrada 01.20 Forças Especiais 13.53 A Corrida Mais Louca do Mundo 15.28 Icarus – Máquina de Guerra 16.53 Matadoras 18.56 Open Range – A Céu Aberto 21.15 A Ira do Tigre 22.47 Lara Croft: Tomb Raider 00.23 Velocidade + Furiosa 02.06 Colateral 13.35 14.25 15.10 15.55 16.45 17.30 18.15 FOX FOX LIFE AXN 13.00 Sob Suspeita 14.33 Hawai Força Especial 16.05 Scorpion 16.55 CSI: Miami 17.41 Sob Suspeita 19.37 Hawai Força Especial 21.20 Scorpion 22.15 O Senhor dos Anéis – As Duas Torres 01.20 Exterminador Implacável 3 – Ascenção das Máquinas 12.49 13.34 14.18 15.49 17.21 08.59 Forever 09.44 C.S.I. 13.59 Até ao Último Combate 15.37 Blitz – Sem Remorsos 17.19 C.S.I. 21.45 As Vidas dos Outros 00.17 Os Intocáveis 02.27 Crank – Veneno no Sangue 03.52 C.S.I. 06.01 As Vidas dos Outros 22.00 Bloqueio › Um homem inven- ta, aos 40, uma crise conjugal para procurar novas experiências. Um dos quatro telefilmes sobre o tema Portugal Hoje. 23.00 Jogos Olímpicos 2016 Rio de Janeiro Vólei de Praia, basquetebol (EUA-Sérvia), badminton, atletismo e natação 23.05 O Paciente Inglês › Durante a II Guerra Mundial, um avião cai no meio do deserto no Norte de África. Um homem é salvo. Vencedor de nove Óscares. Com Ralph Fiennes. 23.00 Já Vi Este Filme 23.05 O Paciente Inglês 00.35 Incêndio Curta-metragem de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman 01.30 Turno da Noite › Drama médico em que um militar que esteve em missão regressa a casa e começa a trabalhar no turno da noite de um hospital de San Antonio, nos EUA. 00.30 Investigação Criminal: Los Angeles Série norte-americana 01.30 Turno da Noite Série norte-americana 02.15 Volante 02.45 Just Wright › Uma fisioterapeuta (Queen Latifah) trata da estrela da NBA Scott McKnight. Quando se apaixona por ele tudo se torna bem mais complicado. 23.35 Love on Top Extra com Isabel Silva 01.10 Super Quiz Concurso 02.45 Just Wright Filme norte-americano Rizzoli & Isles Ossos Perfect Hig Rookie Blue Below The Surface 18.55 Os Mistérios de Laura 20.29 Rizzoli & Isles 21.23 Ossos 22.20 Amor ao Acaso 00.09 I Am Watching You 01.47 No Limite 02.47 Os Mistérios de Laura 20.15 21.40 22.30 23.15 00.45 01.30 Taxi Brooklyn 12 Macacos Bitten Transporter Dead Zone The Whispers Os Filhos de Huang Shi Sem Rasto Transporter 12 Macacos Ronaldo, O Bárbaro Z Nation 12 Macacos HISTÓRIA NATIONAL GEOG. GLOBO 16.11 As Regras Bíblicas 17.36 O Preço da História 19.03 Caça Tesouros 20.35 O Preço da História 22.00 Aviões-Fantasma e o Mistério do Voo 370 23.26 A Noite em que a Cortina Fechou 00.17 A Queda do Muro de Berlim 13.40 Autoestrada Infernal 14.26 À Procura de Ouro em Yukon 15.14 Ninguém Fica para Trás 16.00 Pesca no Limite 17.32 Brain Games 19.04 Presos no Estrangeiro 21.24 Superestruturas Nazis 23.48 Sobreviver na Tribo 00.34 Presos no Estrangeiro 15.50 16.15 17.10 17.50 19.00 Anota Aí Malhação Araguaia Mais Você Chocolate com Pimenta 20.00 Totalmente Demais 21.00 Renascer 22.00 História de Amor 23.00 Ligações Perigosas 23.45 Araguaia 00.30 Chocolate Com Pimenta Jornal das 8 lidera noticiários do horário nobre › Com Judite Sousa e Paulo Salvador a fazer a cobertura dos incêndios na Madeira, o Jornal das 8 foi o noticiário da noite mais visto, com 843 mil telespectadores e 22,8% de share. A novela da SIC Coração d’Ouro continua na liderança. AUDIÊNCIA MÉDIA SHARE 1 Coração d’Ouro (SIC) 13,8% 31,6% 2 A Única Mulher (TVI) 12,8% 29,5% 3 Santa Bárbara (TVI) 10,4% 30,0% 4 Jornal das 8 (TVI) 8,7% 22,8% 5 Rainha das Flores (SIC) 11,2% 25,2% 6 Telejornal (RTP1) 8,4% 22,5% 7 Jornal da Noite (SIC) 8,2% 21,3% 8 Jornal da Uma (TVI) 7,6% 27,0% 9 Primeiro Jornal (SIC) 6,8% 23,9% 10 The Big Picture (RTP1) 6,6% 16,0% 11 O Preço Certo (RTP1) 6,1% 20,8% 12 Massa Fresca (TVI) 5,3% 17,6% 13 Verdades Secretas (SIC) 4,7% 17,4% 14 Você na TV! (TVI) 4,6% 25,7% 15 Jogos Olímpicos (RTP1) 4,4% 20,7% SHARE DIÁRIO – QUINTA-FEIRA RTP1 13,8 RTP2 3,7 SIC 17,1 TVI 21,3 Cabo Outros* 35,3 8,8 *CONTABILIZA VÍDEO, GRAVAÇÕES, SATÉLITE INTERNACIONAL, CONSOLAS, INTERNET NA TV E OUTROS CANAIS DO CABO. DADOS: CAEM A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS CANAIS TEMÁTICOS DE CABO E IPTV EXIBIDOS EM PORTUGAL ESTÁ DISPONÍVEL TODAS AS SEXTAS-FEIRAS NA REVISTA EVASÕES, QUE SE PUBLICA COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS 36 MEDIA Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias O que será do The Huffington Post sem Arianna ao seu comando? Internet. A fundadora do The Huffington Post deixa a direção executiva do jornal online para se dedicar a uma nova startup. “É importante saber quando uma porta se fecha e outra se abre”, disse. O THP promete continuar o seu trabalho eleita pela revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do mundo – que levou a duquesa de É o 156.º site mais visitado em todo Cambridge, Kate Middleton, a escoo mundo e 34.º nos Estados Unidos, lhê-lo para vestir a pele de chefe de de acordo com o serviço de medi- redação durante um dia – no início ção Alexa. É também um projeto de deste ano. O THP, criado à medida de ArianArianna Huffington e que a empresária agora abandona para se dedi- na, engloba notícias “gerais”, quescar a outro ramo: a Thrive Global. tões políticas, entretenimento e Deixa o The Huffington Post (THP) bem-estar. Temas que, por vezes e 11 anos depois de o ter fundado, até agora, se confundiram, como em maio de 2005. “Foi uma decisão aconteceu entre julho e dezembro difícil em muitos aspetos, mas tam- do ano passado, época em que bém inevitável, dado o meu com- Arianna deu (mais) um passo arropromisso em fazer prosperar a Thri- jado ao colocar todas as notícias sove Global e fazê-la ter impacto na bre Donald Trump na secção de enforma como trabalhamos e como tretenimento. Uma decisão tomada por se ter recusado “a aceitar a ideia, vivemos”, escreve no THP. Sai de cabeça levantada, depois baseada em simples sondagens, de de ter ajudado a transformar a sua que a candidatura de Trump era aposta num dos jornais mais bem- realmente séria”. No final de 2015, e -sucedidos do online. Um jornal que depois de o republicano anunciar a sua intenção de bloé a visão de uma muquear a entrada a tolher nascida na Grécia dos os muçulmanos há 66 anos e radicada nos EUA, explicou em solo norte-amerique, por Trump ser cano. E sai também “Pensava que “uma força desagraconfiante com o futuro conseguia fazer dável e perigosa”, pasque aguarda o jornal. as duas coisas ao saria a cobrir a sua “A jornada dos últimos mesmo tempo” campanha na secção 11 anos superou as mide política. nhas expectativas. Estou orgulhosa de tudo ARIANNA HUFFINGTON o que tenho feito e FUNDADORA DO THP Uma porta aberta muito confiante sobre Descrita como “a muo futuro do HuffPost, que tem a lher que reinventou o jornalismo mais forte equipa de liderança que online”, abandona o THP “nas prójá tivemos e o apoio total da AOL e ximas semanas” para dedicar o seu da Verizon. E, claro, o HuffPost será tempo por inteiro a uma startup que sempre parte de mim, e eu sempre tem como principais temas a saúde estarei aqui para ajudar de todas as e o bem-estar. “Pensava que consemaneiras possíveis”, disse. guia fazer as duas coisas ao mesmo Tim Armstrong, CEO da AOL – tempo, mas assim que a começáque comprou o THP em 2011 por mos a desenvolver [a Thrive Global] 280 milhões de euros –, referiu-se a apercebi-me de que precisava de Arianna como “uma visionária”, e lhe dedicar toda a minha atenção”, sublinhou que o futuro do jornal refere Arianna, acrescentando que passará pela “continuação do seu “é importante saber quando uma crescimento”. “A nossa forte equipa porta se fecha e outra se abre”. de liderança editorial irá manter os A empresária tinha assinado padrões exigentes e o jornalismo de contrato em junho de 2015 para se qualidade. (...) Continuamos com- manter como presidente e editora prometidos com a nossa missão de executiva do The Huffington Post fazer o THP a empresa de notícias até 2019. Isto depois de a sua posimais influente e inovadora do ção no jornal ter estado em dúvida, mundo”, completou. após a Verizon Communications Foi a aposta no jornalismo de in- ter adquirido a AOL por quase quavestigação que deu ao site um pré- tro mil milhões de euros. O acordo mio Pulitzer em 2012 por uma série permitia, no entanto, que lançasse de reportagens sobre veteranos de a Thrive Global. guerra. E talvez tenha sido o crédito As opções de Huffington – a de que conquistou – e o da sua funda- deixar o cargo de diretora executidora, uma economista feminista, va e a de lançar um novo projeto – ANA FILIPE SILVEIRA “ Arianna Huffington fundou o The Huffington Post em 2005 não são de estranhar, principalmente se recuarmos a abril de 2007, quando desmaiou sem aviso. A culpa, explicaram-lhe os médicos, foi do excesso de trabalho. “As salas de espera dos consultórios transformaram-se em ótimos lugares para me questionar sobre o estilo de vida que estava a levar. Foi um alerta clássico. E acabei por colocar em prática uma série de mudanças”, sublinhou. A tranquilidade que procura desde então já se tinha feito notar no jornal online em 2011, quando inaugurou, junto à redação, “duas salas de repouso” – “muitos ficaram céticos e com medo” –, e quando, em 2014, levou um especialista em meditação para uma palestra da Advertising Week em Nova Iorque – “a meditação é benéfica para praticamente todas as facetas do nosso trabalho”. Com a sua nova aposta, vai oferecer cursos e seminários sobre redução de stress e cansaço. Até ao final deste ano quer ter o Thrive Global lançado. Mulheres que lideram edições internacionais LÁ FORA Em maio de 2011, o THP lançou a sua primeira edição internacional no Canadá. Desse dia em diante, cresceu para o resto do mundo, com versões em 14 países e adaptadas a cada mercado. Um universo que Arianna Huffington tem feito questão de que não se esqueça das mulheres para líderes. É o caso da edição francesa, que tem Anne Sinclair como diretora editorial. “Ela era a número 1 da minha lista”, afirmou Huffington, quando apresentou para o cargo, em fevereiro de há cinco anos, aquela que era ainda a mulher de Dominique Strauss-Kahn, então a braços com um escândalo sexual. “Tudo o que tiver de ser manchete será manchete. Eu não misturo a minha vida pessoal com a minha vida pública”, disse Sinclair. Também a versão espanhola tem uma mulher aos seus comandos: Montserrat Dominguez dirige o El Huffington Post, que, tal como a versão francesa (feita em colaboração como o Le Monde), nasce de uma parceria do The Huffington Post Media Group, neste caso com a Prisa, proprietária do El País. O modelo de negócio desta plataforma de notícias e colunas de opinião, que agrega blogues de colaboradores às notícias que publica, passa por não pagar a cerca de 95% dos seus colaboradores: em troca, estes ganham visibilidade. Arianna disse em tempos que os cibernautas que trabalham nestas condições lhe deviam agradecer. “A autoexpressão tornou-se a maior fonte de realização para as pessoas”, afirmou. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias BAÚ DO DN Texto LEONÍDIO PAULO FERREIRA Seleção de fotos SIMÕES DIAS Fim do pé descalço MEDIA 37 1928 Com a proibição do pé descalço em Lisboa, foram muitas as famílias que aproveitaram a oferta de alpercatas feita pelas atrizes do Teatro Maria Vitória P rimeiro foi o governador civil do Porto a proibir o pé descalço na cidade. Logo de seguida, o governador de Lisboa tomou a mesma decisão para a capital. E de repente uma população com muitos pobres via-se obrigada por lei a andar calçada. O DN de 1 de outubro de 1928 trazia a notícia e também as fotografias de vários lisboetas, sobretudo crianças, a aproveitarem a oferta de alpercatas feita pelas atrizes do Teatro Maria Vitória. A liderar a iniciativa benemérita estava a empresária teatral Hortense da Luz e entre as figuras da cena artística que aderiram constavam nomes mais tarde famosos, como Josefina Silva. O fenómeno do pé descalço era em boa parte explicado pela pobreza, mas tinha também que ver com hábitos enraizados nos portugueses. E a decisão política da proibição, há muito defendida pelos republicanos mas só tomada já depois do 28 de Maio de 1926, surgiu na sequência de uma campanha da Liga Portuguesa de Profilaxia Social contra “o indecoroso, inestético e anti--higiénico hábito do pé descalço”. As atrizes do Teatro Maria Vitória posam junto com as crianças pobres de Lisboa que acabaram de receber o calçado 38 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias DESPORTO Sporting e FC Porto tentam impedir tetra do Benfica Liga. Águias apresentam reforços de peso para chegar ao quarto título seguido pela sua vez. Leões e dragões ainda em construção CARLOS NOGUEIRA Arranca esta noite, em Vila do Conde, a 83.ª edição da Liga portuguesa. O Rio Ave recebe o FC Porto num jogo que promete ser uma amostra do que será a luta pelos pontos e, sobretudo, a corrida à conquista do título que há três épocas tem tido como dono o Benfica. Os encarnados são o principal alvo a abater, pois Sporting e FC Porto estão empenhados em quebrar o jejum e evitar que, pela primeira vez na história, o Benfica seja tetracampeão. Esse é o grande objetivo da equipa de RuiVitória, que não conta com Gaitán e Renato Sanches, peças essenciais na época passada, e que terá Jonas de baixa nos primeiros três jogos, pelo menos, por ter sido operado ontem ao tornozelo direito. Contudo, reforçou-se com jogadores que podem tornar-se estrelas, casos do argentino Franco Cervi, que já se mostrou na Supertaça, e Zivkovic, uma das grandes esperanças do futebol sérvio. Isto para além de Carrillo e André Horta, a revelação deste arranque de temporada. Empenhado em reconquistar o título que alcançou três vezes na Luz está Jorge Jesus. O treinador do Sporting procura dar seguimento à época anterior, em que perdeu o título LIGA 1.ª JORNADA* Rio Ave-FC Porto Moreirense-P. Ferreira Sporting-Marítimo Tondela-Benfica Boavista-Arouca V. Setúbal-Belenenses V. Guimarães-Sp. Braga Estoril-Feirense Nacional-Desp. Chaves (hoje, 20.30) (amanhã, 16.00) (amanhã, 18.15) (amanhã, 20.30) (domingo, 16.00) (domingo, 18.00) (domingo, 20.15) (2ª feira, 20.00) adiado 4 set** **devido aos incêndios na Madeira *todos os jogos transmitidos na SportTV por uma unha negra e na qual bateu o recorde de pontos dos leões. Na pré-época, a máquina de Jesus não esteve oleada mas, como várias vezes ficou provado, o importante são os jogos a doer e a chegada tardia dos campeões europeus Rui Patrício, William Carvalho, Adrien Silva e João Mário deram maior estabilidade a uma equipa que ainda está à espera de reforços para o ataque, onde resta Slimani após saírem Barcos e Teo Gutiérrez. Isto numa equipa que tem no argentino Alan Ruiz o principal reforço. Há no entanto o senão de o mercado poder ditar ainda saídas, sobretudo João Mário face à proposta do Inter Milão a rondar os 40 milhões de euros. O FC Porto é o outro candidato ao trono, enfrentando uma época decisiva para a qual ainda se esperam reforços. Dos três grandes é o único com novo treinador, Nuno Espírito Santo, que tenta implementar uma nova filosofia de jogo, que rompe com as premissas anteriores. À primeira vista faltam nomes de peso, sobretudo no setor defensivo, onde ainda falta saber o que vale o central Felipe. O avançado Depoitre é uma incógnita, mas muito se espera no Dragão dos jovens Otávio, João Carlos Teixeira e sobretudo do goleador André Silva, sério candidato a revelação. Espera-se ainda um Sp. Braga capaz de dar luta aos grandes, beneficiando da experiência do treinador José Peseiro. E a amostra da Supertaça foi boa, apesar da derrota. O V. Guimarães de Pedro Martins poderá estar a criar condições para ressurgir, sobretudo por ter garantido alguns jogadores com experiência na Liga. De resto, a luta pelo ponto promete ser renhida, havendo alguma curiosidade para ver como se portam os regressados Desp. Chaves e Feirense. OS CANDIDATOS AO TÍTULO BENFICA SPORTING FC PORTO 11 provável 11 provável 11 provável Campeão em 2015-2016 2º lugar em 2015-2016 JÚLIO CÉSAR NÉLSON SEMEDO LUISÃO GRIMALDO SCHELOTTO COATES RÚBEN SEMEDO JEFFERSON WILLIAM CARVALHO FEJSA ANDRÉ HORTA MITROGLOU CASILLAS RUI PATRÍCIO JARDEL PIZZI 3º lugar em 2015-2016 BRYAN RUIZ JOÃO MÁRIO SLIMANI JONAS FELIPE DANILO PEREIRA ADRIEN SILVA FRANCO CERVI MAXI PEREIRA JESÚS CORONA MARCANO LAYÚN HERRERA ANDRÉ ANDRÉ OTÁVIO ANDRÉ SILVA ALAN RUIZ ENTRADAS ENTRADAS ENTRADAS Franco Cervi (Rosário Central) 5,6 M€; Andre Carrillo (Sporting) 0; André Horta (V. Setúbal) ?; Kalaica (Dínamo Zagreb) 0; Guillermo Celis (Junior Barranquilla) 2,2 M€; Andijsa Zivkovic (Partizan Belgrado) 0; Júnior Benítez (Lanús) 3 M€; Danilo Barbosa (Valência) empréstimo Lukas Spalvis (Aalborg) 1,5 M€; Alan Ruiz (Colón) 4,8 M€; Iuri Medeiros (Moreirense) regresso; Radoslav Petrovic (Dínamo Kiev) 1,5 M€; Marcelo Meli (Boca Juniors) empréstimo; Beto (Sevilha) 0 Diego Reyes (Real Sociedad) regresso; Felipe (Corinthians) 6,2 M€; João Carlos Teixeira (Liverpool) 0; Otávio regresso; Alex Teixeira (Galatasaray) 6,5 M€; Adrián López (Villarreal) regresso; Laurent Depoitre (Gent) 4; Hyun-Jun Suk (Trabzonspor) empréstimo TOTAL 10,8 milhões de euros* *O Benfica gastou ainda mais 19 milhões de euros: 12 na aquisição de metade do passe de Raúl Jiménez e 7 milhões pelo direito de opção de Mitroglou SAÍDAS Renato Sanches (Bayern Munique) 35 M€; Nico Gaitán (Atlético de Madrid) 25 M€; Sílvio (Atlético de Madrid) fim de empréstimo; Bebé (Eibar) 0,75 M€ TOTAL 7,8 milhões de euros SAÍDAS André Carrillo (Benfica) 0; Tobias Figueiredo (Nacional) empréstimo; André Martins (Olympiacos) 0; Teo Gutiérrez (Rosário Central) empréstimo; Hernán Barcos (Vélez Sarsfield) empréstimo TOTAL 16,7 milhões de euros* *O FC Porto gastou ainda mais 6 milhões de euros no direito de opção de Miguel Layún SAÍDAS Maicon (São Paulo) 8 M€; Helton 0; TOTAL 0 TOTAL 8 milhões de euros Treinador Treinador Treinador › Rui Vitória Entrou › Jorge Jesus Na › Nuno Espírito TOTAL 60,75 milhões de euros na época com a conquista da Supertaça e encara o seu segundo ano na Luz com o grande desafio de conseguir o primeiro tetracampeonato da história do Benfica. sua segunda época ao serviço do Sporting tem como grande desafio a conquista do título que fugiu por entre os dedos na época passada e que o clube anseia há 14 anos. Santo É o grande desafio da sua ainda curta carreira, pois tem a missão de devolver o FC Porto aos títulos que fogem há três anos. Tem a vantagem de conhecer bem a cultura do clube. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias DESPORTO 39 Mora na Luz o grande candidato Projeção DN. Para a secção de Desporto do Diário de Notícias, o tricampeão nacional parte na frente na corrida ao tetra. Chaves pode ser a equipa surpresa. Cervi, André Silva e Otávio os grandes candidatos a revelação da prova OUTRAS EQUIPAS O mercado estrangeiro foi privilegiado por clubes da Liga,destacando-se vários regressos a Portugal como Vukcevic para o Chaves ou Yebda para o Belenenses. Eis as principais entradas e saídas das 15 equipas do campeonato: SP. BRAGA 4º lugar Entradas Rosic (Vojvodina), Tiago Gomes (Metz), Sasso (Sheffield W.), Bakic (Belenenses), Luís Aguiar (Peñarol), Tiba (Valladolid), T. Martínez (D. Justícia), Ricardo Horta (Málaga). Saídas Luiz Carlos, F. Augusto, Josué, Rui Fonte. Treinador José Peseiro AROUCA 5º lugar Entradas Anderson Luís (Estoril), André Santos (Metz), Crivellaro (Wisla), Marlon (El Nacional), Sancidino (Benfica). Saídas Jaílson, Lucas Lima, David Simão, Ivo Rodrigues, Roberto. Treinador Lito Vidigal RIO AVE 6º lugar Entradas Rafa (Académica), F. Augusto (Braga), Rúben Ribeiro (Boavista). Saídas Bressan, Kayembe, Ukra, Postiga. Treinador Nuno Capucho PAÇOS DE FERREIRA 7º lugar Entradas Filipe Ferreira (Belenenses), Leandro e Rabiola (Académica), Gleison (FC Porto), Ivo Rodrigues (Arouca). Saídas Fábio Cardoso, Hélder Lopes, Diogo Jota, Pelé, Roniel, Bruno Moreira. Treinador Carlos Pinto ESTORIL 8º lugar Entradas Moreira (Olhanense), Ailton (Neftchi), Yartchuk (Hirnyk), Kléber (Guoan), Bruno Gomes (Génova), Alisson (Internacional), Bazelyuk (SKA). Saídas Kieszek, Anderson Luís, Diego Carlos, Babanco, Gerso, Bonatini. Treinador Fabiano Soares BELENENSES 9º lugar Entradas André Moreira (U. Madeira), J. Diogo (Marítimo), Mica e D. Duarte (Sporting), Palhinha (Moreirense), Rosell (Guimarães), Yebda (Al-Fujairah), Gerso (Estoril), Andric (OFK). Saídas Bakic, Ricardo Dias, Aguilar, Juanto. Treinador Julio Velázquez V. GUIMARÃES 10º lugar Entradas Rúben Ferreira (Marítimo), J. Aurélio e F. Soares (Nacional), Mbemba (Lille), Marega (FC Porto), Hurtado (Reading). Saídas Dalbert, Cafú, Bouba Saré, Otávio, Licá, Dourado Treinador Pedro Martins NACIONAL 11º lugar Entradas Tobias Figueiredo (Sporting), César (Flamengo), V. García (FC Porto), T. Rodrigues (Marítimo), Roniel (P. Ferreira), Cádiz (União). Saídas M. Rodrigues, J. Aurélio, Nenê, F. Soares. Treinador Manuel Machado MOREIRENSE 12º lugar Entradas Rebocho (Benfica), Dramé e Geraldes (Sporting), Diego Galo (União), Roberto (Arouca). Saídas Palhinha, F. Espinho, Rafael Martins, Iuri Medeiros Treinador Pepa MARÍTIMO 13º lugar Entradas Gottardi (Nacional), Samuel (Botafogo), Esquerdinha (Skenderbeu). Saídas Salin, João Diogo, Rúben Ferrei- ra, Briguel, Tiago Rodrigues. Treinador Paulo César Gusmão BOAVISTA 14º lugar Entradas Fábio Espinho (Moreirense), Makhmudov (Mordovia), Medic (NK Zagreb). Saídas Paulo Vinícius, Afonso Figueiredo, Rúben Ribeiro, Zé Manuel. Treinador Erwin Sánchez V. SETÚBAL 15º lugar Entradas B. Varela (Valladollid), Fábio Cardoso (P. Ferreira), Agu (Brugge), Nenê (Nacional), Gauld (Sporting), Nuno Santos (Benfica), Zé Manuel (Boavista). Saídas Ricardo, Tiago Valente, André Horta, Paulo Tavares, Makuszewski. Treinador José Couceiro TONDELA 16º lugar Entradas Jaílson (Arouca), Lystcov (Benfica), Pité (FC Porto), Miguel Cardoso (União), Crislan (Braga), Fábio Nunes (Belenenses). Saídas Lucas Souza, Luís Alberto, Nathan Júnior. Treinador Petit DESP. CHAVES 2º lugar da II Liga Entradas Ricardo (Setúbal), Petrovic (Netanya), Felipe Lopes (Wolfsburgo), Pedro Queirós (Astra), Leandro Freire (Apollon), Vukcevic (ENP), Battaglia (Moreirense), F. Ramos (FC Porto). Saídas Edu Machado, Tozé Marreco. Treinador Jorge Simão FEIRENSE 3º lugar da II Liga Entradas Peçanha (Viitorul), Ricardo Dias e Tiago Silva (Belenenses), Luís Aurélio (Nacional), Karamanos (Panionios). Saídas Makaridze, Vasco Rocha. Treinador José Mota Título nacional É unânime entre os elementos da secção de Desporto do Diário de Notícias: o Benfica parte à frente na corrida ao título. A estabilidade da estrutura encarnada – em contraponto com a pressão instalada nos rivais que não podem somar mais um ano sem ganhar – e a forma como se reforçou no mercado, salvaguardando as saídas de Gaitán e Renato Sanches e equilibrando em qualidade as diversas posições do plantel, fazem a equipa de Rui Vitória partir na pole position. Contudo, mantendo os principais nomes, o Sporting será um forte concorrente, com mais um ano de Jorge Jesus. O FC Porto parte mais atrasado, o que obrigará Nuno Espírito Santo a mostrar trabalho de qualidade. Luta pela Europa Sporting de Braga, agora orientado por José Peseiro, e Vitória de Guimarães, orientado por Pedro Martins, são as principais apostas dos jornalistas do DN na luta pelos lugares europeus. O Estoril também recebe várias menções por ser ter reforçado bem. Apostou no regresso a Portugal do avançado brasileiro Kléber (ex-FC Porto) e contratou um antigo alvo do Sporting – Paulo Henrique – para fazer face à saída do goleador Léo Bonatini. Parece uma equipa bem estruturada. O crescimento do Arouca também terá de voltar a entrar nestas contas da Europa, depois da proeza alcançada na época passada. Luta pela manutenção O campeonato dá muitas voltas mas Feirense e Tondela afiguram-se como os clubes que terão mais dificuldades em garantir a manutenção. Nesta luta, devese ver incluído também o Moreirense, no entender do DN, isto apesar de alguma expectativa que rodeia a estreia de Pepa como treinador na I Liga. Notas de preocupação também sobre as épocas de Nacional e Paços de Ferreira. Candidato a MVP Jonas reúne a maioria das escolhas do DN, numa análise feita antes de se conhecer a operação que o vai levar a falhar o início da Liga. João Mário, cuja continuidade no Sporting está em dúvida, Franco Cervi, Otávio e André Silva surgem também entre as hipóteses para melhor jogador da prova. Melhor marcador Empate técnico entre Jonas e Slimani, os dois melhores artilheiros da época passada, com a ressalva de a permanência do argelino em Alvalade estar ainda longe de ser uma certeza. André Silva e Mitroglou surgem num patamar abaixo entre as previsões do DN para o goleador-mor da Liga, que não incluem nenhum avançado fora dos três grandes. Revelação individual Franco Cervi e André Silva são aqueles que têm mais potencial para surpreender na Liga que hoje se inicia. O primeiro porque é visto como um bom substituto de Gaitán, o segundo porque tem mostrado crescimento e faro de golo assinaláveis desde o final da última época. O portista parece lançado para singrar na sempre difícil missão de um ponta-delança português para se afirmar nos três grandes. Num segundo nível, Otávio (FC Porto) lidera uma lista em que ainda constam Alan Ruiz, Zivkovic, André Horta e Zé Turbo como possíveis boas surpresas. Equipa-sensação Após 17 anos de ausência, o Chaves é o clube que mais colhe o rótulo de possível surpresa para a secção de Desporto do DN. O clube que recoloca a região transmontana no mapa futebolístico de elite mostrou capacidade financeira para reforçar o plantel com alguns nomes interessantes e apostou num treinador que deixou boa imagem em Paços de Ferreira. Estoril, V. Setúbal e Belenenses recebem menções “honrosas”. DESPORTO 40 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias O ONZE MAIS IMPORTANTE NA DECISÃO DO NOVO CAMPEONATO I Liga. Ponto prévio: há sempre a possibilidade de aparecer um Kelvin qualquer a improvisar o guião. Mas mesmo um herói de última hora não sobressai sem um enredo anterior que o favoreça. E o enredo deste novo campeonato que hoje começa vai passar muito por estas figuras que o DN aqui destaca, numa equipa que será fundamental para o desfecho da prova. Um onze que não se faz só de artistas em campo, mas engloba ainda os mestres da tática a quem cabe montar os planos de vitória e os dirigentes de áreas sempre tão sensíveis e polémicas quanto a arbitragem e a disciplina. BRUNO PIRES e RUI FRIAS 30 › técnicos estrangeiros nesta Liga: Sanchez (Boavista), Fabiano Soares (Estoril), Paulo Gusmão (Marítimo) e Julio Velásquez (Belenenses). 16 › épocas do brasileiro Alan (Sp. Braga), o jogador há mais tempo em ação na Liga portuguesa. DAR CREDIBILIDADE À JUSTIÇA DESPORTIVA › A forma como a justiça desportiva tem sido gerida nos últimos anos não tem contribuído para credibilizar o futebol português. Basta lembrar o caso de Slimani, que se arrastou ao longo de toda a época passada com o argelino a ter de cumprir um jogo de castigo só agora, no arranque da nova. José Manuel Meirim é o novo rosto da disciplina na FPF. O seu passado no “combate” público ao mau funcionamento destas instituições, enquanto comentador nos media, é um bom cartão de apresentação. Falta ver se resiste ao peso da “máquina”. › José Manuel Meirim › Presidente do Conselho de Disciplina 35 › títulos de campeão do Benfica. FC Porto tem 27, Sporting 18, um para Boavista e Belenenses. 47% › dos jogadores que vão iniciar a prova são portugueses. Brasil é o segundo país mais representado, com 25%. 82 › edições já disputadas do campeonato, que teve o seu início em 1934-35. 92 › quilos do uruguaio Sebastián Coates (Sporting), o mais pesado da Liga. 204 › centímetros que mede o ponta-de-lança guineense Idé, do Boavista, o jogador mais alto deste campeonato. 306 › são os jogos que se vão disputar, ao longo de 34 jornadas do campeonato, até 20 de maio de 2017. 17 918 › é o número de jogos realizados até ao momento nas 82 edições do campeonato. 51 605 › foram os golos marcados até hoje em todas as edições da prova. O LÍDER NATURAL QUE SOUBE CONQUISTAR A LUZ (E O TÍTULO) › A forma como deu a volta a uma situação extremamente complicada para ganhar um título que chegou a parecer impossível fez de Rui Vitória o grande vencedor do campeonato passado. Depois da turbulenta transição pós-Jesus, o ribatejano conseguiu recolocar o Benfica no trilho dos êxitos que colecionara com o antecessor e sedimentou uma tranquilidade rara na Luz, passando de mal-amado a respeitado. Hoje, Vitória parece o nome mais consensual no comando de um Benfica que parte em busca de um tetra inédito no clube. › Rui Vitória › Treinador do Benfica O REGRESSO AO MINHO PARA DAR LUTA AOS TRÊS GRANDES › Não tem sido feliz no futebol português em termos de resultados; perdeu tudo numa semana no Sporting, o FC Porto não melhorou com a sua entrada após a saída de Lopetegui. As suas equipas praticam bom futebol e foi nisso que António Salvador se baseou para promover o seu regresso a Braga, onde falhou em 2012/13 o 3º lugar num ano em que o Sporting ficou fora da Europa. Será preponderante na luta pelo título pelos pontos que roubar aos grandes, mas tem como missão aproximar-se ainda mais dos três primeiros. › José Peseiro › Treinador do Sp. Braga Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 41 DESPORTO O LUGAR DE SONHO NA ALTURA MAIS DIFÍCIL JESUS, A ESPERANÇA DO LEÃO EM VOLTAR AOS TÍTULOS › Passou vários anos no clube como jogador e viveu muitas das suas conquistas. E cabe-lhe agora, como treinador, resgatar a “mística” perdida, para lutar pelas vitórias. Mas os tempos são difíceis e o jovem treinador, que ainda só passou pelos bancos de Rio Ave e Valência, regressa ao FC Porto na pior fase de Pinto da Costa, com a equipa descaracterizada e a SAD numa fragilidade financeira que dificulta a recuperação. Protegido de Jorge Mendes, Nuno terá de mostrar mesmo uma forte capacidade para recolocar os dragões no trilho certo. › Jorge Jesus prometeu há um ano recolocar o Sporting na discussão pelo campeonato e cumpriu. Falhou o objetivo final, mesmo somando 86 pontos, e do que todos se vão lembrar é que perdeu o título para o seu antigo clube, o Benfica. A pressão cresce, mas o treinador, mais do que algum jogador dos verdes e brancos, continua a ser a principal esperança dos adeptos do Sporting em festejar o campeonato que foge há mais de dez anos. Seja como for, este campeonato terá sempre como protagonista o técnico leonino. › Nuno Espírito Santo › Treinador do FC Porto MVP DO ANO PASSADO E MUITO MAIS DO QUE UM GOLEADOR › Os prémios de melhor jogador e melhor marcador da Liga 2015/16 são elucidativos sobre a influência do avançado brasileiro. Os seus 32 golos foram a melhor marca desde os tempos de Jardel. E, no entanto, Jonas é muito mais do que um mero goleador. Se mantiver as qualidades intactas, aos 32 anos, e na terceira época na Luz, o Benfica terá motivos para continuar a desfrutar do tesouro que chegou a custo zero em setembro de 2014. Por isso, a lesão que o vai afastar deste arranque é, naturalmente, motivo para preocupação. › Jorge Jesus › Treinador do Sporting › Jonas › Avançado do Benfica O CAPITÃO QUE CONSEGUE LEVAR UMA EQUIPA ÀS COSTAS › Com João Mário a espreitar a porta de saída, Adrien assume-se, cada vez mais, como um alicerce do futebol do Sporting e uma das figuras deste campeonato. Há quem dê mais dinheiro por João Mário mas, à primeira vista, o luso-francês parece ser mais difícil de substituir; pela sua solidez, pela sua intensidade e também pelo estatuto que revela dentro e fora do campo, onde começa a ser um capitão cada vez mais respeitado e marcante. O sucesso do Sporting, ou falta dele, passará pelos pés e pela inteligência do campeão europeu. › Adrien › Médio do Sporting › José Fontelas Gomes › Presidente do Conselho de Arbitragem › O campeonato é uma prova de regularidade, sim. As defesas é que ganham campeonatos, insiste-se. E a maior força é a do coletivo, sem dúvida. Mas tudo se torna mais fácil com o talento. E quando este é extraordinário, melhor ainda. Para o Benfica, nos últimos anos, Nico Gaitán foi esse génio que descobriu soluções indecifráveis para a maioria. Agora, chegou Cervi para o substituir. Da capacidade deste pequeno argentino para “calçar as botas de Gaitán” vai depender muita da qualidade do Benfica. No fundo, a tal nota artística. › Cervi › Extremo do Benfica NINGUÉM QUER OUVIR FALAR DELE. NINGUÉM MESMO › José Fontelas Gomes é o novo homem forte da arbitragem, sucedendo ao muito contestado Vítor Pereira. E isto já é uma boa notícia, pois os primeiros tempos prometem tréguas, já que todos se lembrarão do seu antecessor. Vai torcer para que os árbitros sejam cada vez menos decisivos, principalmente nos encontros que envolvam os grandes e que são dissecados com minúcia. Tem uma boa relação com os presidentes dos três grandes, mas um sinal de luxo seria ninguém ouvir falar do seu nome durante a época. Será possível? NOTA ARTÍSTICA: HÁ NOVO GÉNIO NA LÂMPADA SE FICAR, OS SEUS GOLOS TÊM TUDO PARA SEREM DECISIVOS A JOIA RARA QUE CARREGA AS ESPERANÇAS PORTISTAS › Se as grandes crises são janelas de oportunidade, André Silva soube agarrar bem a sua no final da época passada. De tal forma que, após reforçar expectativas com uma pré-época goleadora, é no inquestionável talento deste jovem avançado português que os portistas projetam as principais esperanças. Aos 20 anos, André tem sobre si os focos mediáticos. Se souber lidar com isso como tem feito até aqui, então teremos nele o próximo grande diamante do futebol português. Uma preciosidade que o FC Porto não pode desperdiçar. › André Silva › Avançado do FC Porto › É uma das novelas do defeso. O argelino não parece convencer nenhum clube dos principais campeonatos a desembolsar 30 milhões de euros – verba exigida pelo Sporting – pelos seus serviços. Jorge Jesus torce para que além-fronteiras deem pouca credibilidade ao talento do avançado, pois o técnico sabe que o africano é sinónimo de golos, muitos golos, que têm tudo para serem decisivos num eventual título que foge aos leões desde 2002. Sabe-se que, devido à CAN, estará ausente durante um mês no início de 2017. Resta saber se fica mesmo... › Slimani › Avançado do Sporting JOGOS OLÍMPICOS 2016 42 Lima está “perigoso” no meio de jacarés, corujas e capivaras Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias 1 Golfe. Português entrou bem, num campo que foi construído por uma empresa nacional e que faz parte de um amplo projeto ambiental “No buraco 10 há um. Estava ali quietinho a olhar para nós. Não sei se bateu palmas [risos]. O golfe também é isto, estar no meio da natureza.” O golfista português Filipe Lima, que ontem se estreou no torneio olímpico, terminando o primeiro dos quatro dias de prova no 17.º lugar (70 pancadas, uma abaixo do par), falava de um jacaré-de-papo-amarelo, um dos muitos animais que habitam no campo onde se vão disputar as provas. Mas a lista é mais extensa e no meio de tanta fauna há quem espere não ter uma surpresa desagradável, como é o caso do voluntário Luiz Santos: “Tomara que não tenha onça [risos].” Não existem relatos da presença de onças, mas neste campo vivem cobras como jararacas e jiboias, corujas, bichos-preguiça, capivaras e vários quero-quero, o nome popular dado a uma ave local devido ao som que emite e que se cruzaram várias vezes com os shots de Ricardo Melo Gouveia, o outro português em competição (42.º, 73 pancadas, duas acima do par), durante o tempo em que o DN seguiu o percurso do golfista madeirense. Por todo o perímetro do campo, que assinala o regresso do golfe ao Jogos Olímpicos após uma ausência de 112 anos, estão espalhados avisos sobre a presença destes animais. Não pelo perigo que representam, que a organização garante não existir, mas antes a solicitar a ajuda de todos na conservação das espécies. O campo de golfe Reserva Marapendi, construído junto à lagoa com o mesmo nome, faz parte de um amplo projeto de requalificação desta zona do Rio de Janeiro, no bairro da Barra da Tijuca. “Durante os últimos seis anos foi feito um trabalho muito sério do ponto de vista ambiental por parte da empresa brasileira ECP, que foi reconhecido e premiado internacionalmente. Todos os animais que aqui vemos já cá estavam antes, só que em menor número. A recuperação desta zona permitiu que a população crescesse”, conta ao DN Tânia Braga, gerente-geral de sustentabilidade, acessibilidade e legado do Rio 2016. Hoje, o local é casa de 245 espécies de plantas e animais, o dobro do que existia antes da construção. Em redor, estão também a ser levantadas mais três enormes torres para habitação. E o campo vai ficar com um dos legados dos Jogos: no final da competição será um espaço público. “Vai ser entregue à Confederação Brasileira de Golfe e aberto à população. A contrário do que acontece com outros campos, aqui não vai ser preciso ser membro de um clube, pagar quota, para se poder jogar”, acrescenta a responsável da organização. Construção portuguesa Por trás da construção do campo, que Filipe Lima disse “não ter erros”, esteve uma empresa portuguesa, a Golfscape/Progolf – os nomes das sedes em Portugal (Almancil) e Brasil (São Paulo). Coube a esta companhia executar o desenho do norte-americano Gil Hanse, que é considerado “um génio dos campos de golfe” por António Miranda, o português natural de rápido Filipe Lima e Ricardo Melo Gouveia são os primeiros golfistas nacionais, desde sempre, em Jogos Olímpicos. A construção do campo onde se desenrola o torneio coube a uma empresa portuguesa. Após os Jogos o campo vai transformar-se num espaço público aberto a toda a população. Guimarães que foi o empreiteiro da obra. “Este desenho é ecologicamente consciente. É de génio. Durante os trabalhos optámos por trabalhar com a natureza e não contra ela. A única planta que não é nativas é a própria relva, que foi criada no Texas, em San Antonio [EUA], reproduzida no Rio de Janeiro e, finalmente, transplantada para a Barra da Tijuca”, disse ao DN o constructor manager da empresa, que também está encarregada da manutenção do campo. Quando falou com o DN, estava precisamente a coordenar esse trabalho nos buracos por onde os golfistas já tinham passado. Debaixo de muito vento, importava deixar tudo pronto para hoje a competição ser retomada. António Miranda, 42 anos, deixou Portugal há oito, quando saiu para construir um campo em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Está no Brasil desde 2010 e o campo olímpico é o seu segundo projeto no país (o primeiro foi em São Paulo). Agora, no Rio, coordena uma equipa de 90 pessoas – “40 residentes, brasileiros e portugueses, e 50 voluntários de dez países diferentes e que falam quatro línguas distintas”, que já está habituada a trabalhar rodeada dos animais que ocuparam a zona. “Em todos os campos acontece isso. O habitat que se cria acaba por chamar os animais. Os campos de golfe são como bunkers para eles. Por serem áreas amplas, bem cuidadas e com acesso restrito, oferecem-lhes mais proteção”, explica ao DN, antes de confessar o “orgulho” pelo seu papel na obra. No final da prova regressa a Portugal, onde também está envolvido na construção de um campo em Óbidos. Lima satisfeito Após o primeiro dia de competição, o líder é o australiano Marcus Fraser, que concluiu o percurso com 63 pancadas, oito abaixo do par. Filipe Lima terminou o dia com 70 pancadas no grupo dos 17.os classificados e ficou feliz com o seu desempenho. O golfista diz que está a sentir-se “perigoso” no Rio. “Entrei um pouco a tremer, porque é a primeira vez que estou 2 TWITTER @OLYMPICGOLF PEDRO SEQUEIRA enviado ao Rio de Janeiro Filipe Lima confessa que entrou um pouco “a tremer” por estar nuns Jogos Olímpicos a disputar uns Jogos Olímpicos, mas depois de bater os primeiros shots as sensações dos torneios voltam. Gosto muito de estar em condições de stress, porque estou mais focado. Joguei bem até ao final”, disse Lima, acrescentando que tanto ele como Ricardo Melo Gouveia podem ambicionar chegar ao ouro, porque os favoritos no golfe estão sempre a mudar. “Estou a jogar bastante bem, estou muito bem nos greens e todos sabem que quando estou bem nos greens sou perigoso”, frisou, recordando que tinha o sonho de vir ao Rio desde o momento em que a modalidade foi confirmada nos Jogos. Nascido em França, Lima podia hoje estar a representar outro país, mas salienta que “o sangue falou mais alto” na hora de decidir jogar por Portugal. Já Melo Gouveia segue no grupo dos 42.os, com duas pancadas acima do par. “Há um pouco mais de pressão por estarmos a representar o nosso país. Senti isso no início, mas depois o jogo foi melhorando. Só foi pena os putts não terem entrado”, afirmou. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias JOGOS OLÍMPICOS 2016 O caddie milionário que financiou autor da 1.ª tacada do Rio cos do atleta. “É uma inversão de papéis de que muito me orguda Silva abriu torneio, que lho”, salientou Edmondson. já teve um hole in one. Adilson, que teve como primeiDeve carreira a um inglês ros tacos “uns galhos de árvore”, terminou a jornada de ontem que... carrega os seus tacos com 72 pancadas, uma acima do Coube ao brasileiro Adilson da par. Agora, espera que a sua Silva a honra de dar a primeira ta- prestação “ajude a divulgar o cada olímpica, que assinalou o golfe” no país natal. O dia também foi marcante regresso do golfe aos Jogos após 112 anos de ausência – a última para Justin Rose. O golfista britâvez tinha sido em St. Louis, nos nico, vencedor do Open dos EsEstados Unidos da América, em tados Unidos em 2013 e 12.º jogador mundial, fez o primeiro 1904. A seu lado, como caddie, esteve hole in one na história dos Jogos o milionário inglês Andrew Ro- Olímpicos, quando concluiu o bert Edmondson, que fez fortuna buraco quatro do campo com uma só pancada no Zimbabwe e é o certeira, com um principal promotor shot de 172 metros a da carreira de Adilpartir do tee. Segue son na modalidade. com 67 pancadas, Edmondson conhequatro abaixo do ceu o jogador canapar. rinho, de 44 anos, O feito ajudou a numa viagem a Sanabrilhantar o prita Cruz do Sul em meiro dia de uma 1991. Filho de um competição à qual carpinteiro e de uma os melhores golfisempregada de limtas da atualidade repeza, Adilson ajusolveram faltar. dava a complemenAdilson da Silva Os primeiros tar os rendimentos encontrou quatro classificados da família trabalhanquem acreditasse do ranking mundial do no clube de golfe no seu talento – Jason Day, Dustin local como caddie. O milionário inglês, que tinha ex- Johnson, Jordan Spieth e Rory plorações de tabaco naquela re- McIlroy, vencedores de seis dos gião, frequentava o mesmo espa- últimos 11 torneios major de golço e quando não tinha parceiro fe – alegaram receio do vírus zika para jogar convidava o então jo- para não competirem no Rio de vem brasileiro para o defrontar. Janeiro. Uma decisão que o porQuando percebeu o potencial de tuguês Ricardo Melo Gouveia Adilson, convidou-o a seguir para não consegue compreender. “Estava ontem [quarta-feira] o Zimbabwe e financiou a formação e carreira do golfista, que hoje a dizer ao meu pai que ainda não vive em Durban, na África do Sul. vi nenhum mosquito. Julgo que O papel de um caddie difere de os jogadores que decidiram não caso para caso, mas passa muito vir por causa disso vão arrepenpor informar o jogador sobre der-se. Os que estão cá vão ter condições específicas do campo, esta experiência única na vida”, como pequenos declives na relva, afirmou após concluir a sua parvelocidade do vento, etc. Outra ticipação no primeiro dia de das funções (a mais conhecida) é prova e que se desenrola até ao a de transportar o saco com os ta- próximo domingo. INÁCIO ROSA/LUSA INSÓLITO Brasileiro Adilson REUTERS/ANDREW BOYERS 3 1. Filipe Lima em ação no campo da Reserva de Marapendi. 2. Uma capivara no campo de golfe olímpico, uma boa oportunidade para uma fotografia. 3. Uma coruja muito atenta ao regresso do golfe aos Jogos 43 DADOS 112 › anos O longo período em que o golfe esteve ausente dos Jogos Olímpicos. A última vez foi em St. Louis, 1904. 13 › medalhas A quantidade que foi entregue a golfistas nos Jogos de 1900 e 1904. Dez foram para os Estados Unidos. 50 › anos A idade do medalhado mais velho. Foi o norte-americano John Rahm, que ganhou bronze por equipas. 1 › país O Bangladesh é a única nação presente no torneio masculino do Rio, sem qualquer medalha olímpica até hoje. 71 › pancadas Constituem o par deste campo. O par é o número que serve de referência para concluir os 18 buracos. 5º › lugar A posição do sueco Henrik Stenson no ranking mundial. É o mais bem cotado dos 60 em prova no Rio. 131ª › posição Ranking atual de Ricardo Melo Gouveia. Filipe Lima segue mais distante, na 405ª posição da hierarquia mundial. Olímpicos PUB 44 JOGOS OLÍMPICOS 2016 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias REUTERS/KAI PFAFFENBACH PUB Pita Taufatofua foi a cara (e o tronco nu...) de Tonga na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Até a filha de Bush se deixou levar pelos atributos de Pita Insólito. O porta-estandarte do Tonga voltou a fazer furor num programa da NBC, onde as apresentadoras lhe passaram óleo pelo corpo RUI SALVADOR Pita Nikolas Taufatofua tornou-se uma estrela a nível mundial aquando da sua entrada em cena na cerimónia de abertura do Rio 2016. O porta-estandarte de Tonga apareceu no Maracanã com uma saia tradicional e a parte de cima do corpo a descoberto... e oleada. Rapidamente os atributos físicos de Taufatofua fizeram furor nas redes sociais e agora, numa entrevista ao programa Today Show, da norte-americana NBC, as coisas tornaram-se um pouco estranhas. “Foi de loucos. Foram precisos 20 anos de trabalho para chegar aqui, foi um bocado surreal e é complicado descrever”, afirmou o atleta, primeiro de sempre a representar Tonga em taekwondo. Entretanto, e utilizando uma boa expressão norte-americana, a entrevista tornou-se significativamente constrangedora. Acontece que as três apresentadoras do programa – Hoda Kotb, Natalie Morales e Jenna Bush Hager – começaram a passar óleo de coco no corpo do atleta. Isto durante a entrevista, e enquanto Pita tentava responder a uma questão sobre as várias lesões que sofreu durante a sua caminhada para os Jogos Olímpicos. “Temos aqui algum óleo para as meninas passarem em si... Enquanto o fazem, teve muitas lesões e muita coisa aconteceu até chegar até aqui”, referiu o entrevistador do atleta, misturando temas e situações díspares de uma forma um pouco bizarra. Sem deixar Taufatofua continuar a elaborar sobre a sua jornada, surgem então as apresentadoras. E o óleo. Mais insólita se torna a situação quando uma das apresentadoras, Jenna Bush Hager, é nada mais nada menos do que filha do ex-presidente dos Estados Unidos da América George W. Bush. Ser filha de um antigo presidente nunca impediu Jenna, que já foi professora e escritora, de ser, algumas vezes, irreverente. Durante a presidência do pai foi apanhada a tentar comprar álcool com uma identidade falsa e, várias vezes, foi apanhada a beber sem ter idade suficiente. Agora no Brasil, já fez aulas de samba, trabalhos sobre o café e diz que a bebida no país é “fresca e aparece como água”. Jenna Bush Hager vê-se agora novamente “em apuros”, porque o sucedido não passou (novamente) ao lado do gigantesco mundo das redes sociais e da internet, originando muitas queixas e indignação. Um dos principais motivos é a suposição de que se a situação fos- se inversa, ou seja, apresentadoras a esfregarem óleo numa mulher, como por exemplo Gisele Bundchën, a situação seria vista de uma perspetiva completamente diferente. Inegável é que Pita Taufatofua já não se livra da fama que ganhou nos Jogos Olímpicos, mesmo sem ter entrado em competição. Mas a sua história, de superação e esperança, como um verdadeiro atleta olímpico, merece atenção. O que o atleta de 32 anos que representa Tonga tentava explicar, antes de ser envolvido em óleo, era a sua história de 20 anos de sofrimento. Alcançando as olimpíadas à terceira tentativa, o sonho não chegou sem desgaste. Seis ossos partidos, três problemas nos ligamentos, três meses numa cadeira de rodas, ano e meio de muletas e centenas de horas de fisioterapia. Para fazer face aos custos, o atleta recorreu ao fundraising, tendo conseguido cerca de oito mil euros. Estes são apenas alguns dos detalhes que constroem o caminho de Pita até se tornar efetivamente um atleta olímpico. Apesar de todo o insólito e de toda a polémica à volta da situação, o próprio atleta tem noção de que pode explorar a sua imagem, dado que é modelo desde os anos da adolescência. Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias PUBLICIDADE 45 NESTE VERÃO, A SUA RÁDIO NÃO TIRA FÉRIAS, MAS VAI À PRAIA. ua espera s à s o m a t s e . O T Dia 14 DE AGOS A VERDE. I A R P a n , M I Z AR na PÓVOA DE V De 26 de junho a 28 de agosto, a TSF anima as praias com aulas de fitness e running e muito mais! Ao vivo e em direto, não perca, todos os domingos numa praia perto de si. COM O APOIO Exclusivo 46 JOGOS OLÍMPICOS 2016 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias POSTAL DO RIO Mãe, pais, irmãos e amigos CÉU NEVES Jornalista TATYANA ZENKOVICH / EPA R A adolescente de 19 anos, campeã olímpica deste ontem, é vista como a nova rainha da ginástica artística Simone Biles depois de Comaneci: a nova obra perfeita dos Karolyi Ginástica artística. A nova rainha da modalidade, vencedora da prova individual all-around, foi moldada numa quinta escondida do Texas, pelo mesmo casal que lançou Nadia Comaneci RUI MARQUES SIMÕES A medalha de ouro estava entregue à partida. “Só uma abelha é capaz de afastar Simone Biles do pódio”, brincam as rivais (sucedeu na cerimónia de entrega das medalhas dos Mundiais de 2014) e parece verdade. A nova rainha da ginástica artística alcançou ontem a coroa que lhe faltava – a vitória na competição individual all-around do Rio 2016. E ninguém ficou surpreendido com a forma simples como a conseguiu: a adolescente, dos EUA, é “só” mais uma obra perfeita (a melhor de todas?) do casal Karolyi, os treinadores que já tinham dado ao mundo a lendária Nadia Comaneci. “Nada pode ser feito para travar Simone Biles”: até Comaneci, primeira ginasta a obter uma nota perfeita de 10.00 em Jogos Olímpicos (Montreal 1976) o reconhece. Hoje, o sistema de pontuações é diferente – desde 2006 que funciona uma escala variável, com base na dificuldade e na execução dos movimentos – mas a norte-americana, de 19 anos, é apontada como o novo arquétipo da perfeição da ginástica. A vitória de ontem, com 62.198 pontos, 2.100 de vantagem sobre Ale- xandra Raisman (EUA) e 3.533 sobre quinta escondida no meio de um Aliya Mustafina (Rússia), ajuda a parque florestal do Texas, onde o casustentar a tese da sua superiorida- sal Bela e Martha Karolyi se radicou de. Desde 1972, ninguém ganhava o desde 2000. Em rutura com o regiall-around por uma margem supe- me de Ceausescu, os dois treinadores romenos de ascendência húnrior a 0.30 pontos. No entanto, Simone Biles não é gara exilaram-se nos EUA no início uma ginasta qualquer: é uma rapa- dos anos 80, depois de terem levado a compatriota Nadia riga de 1,45 metros e Comaneci a fazer his47 quilos, com tanto tória – treinavam-na de graciosa como de desde os 6 anos. Junindestrutível. A sua tos (ele, até se refortreinadora, Aimée mar em 2000, era o Boorman, notou-o cetreinador principal) fido, ao ver como aquezeram outro milagre la miúda de 6 anos – desportivo na nação retirada à mãe (toxicoque os acolheu: ajudadependente) e criada ram à progressão de pelo avô materno e um país outrora quase pela mulher – dava as sem grande expressão mais complexas cambalhotas, apenas por Martha treina os EUA na ginástica artística. diversão. Depois, a se- desde 2000: Biles é a sua Desde Barcelona 1992 que as norte-americalecionadora de ginás4.ª campeã olímpica nas sobem sempre ao tica dos EUA, Martha Karolyi, ajudou-a a tornar-se a mais pódio da prova feminina de equirecente rainha da longa dinastia de pas. “Sinto-me orgulhosa de ter criacampeãs mundiais born in the USA. do algo único para a ginástica dos As três últimas vencedoras da EUA”, gaba-se Martha. A quinta dos Karolyi – equipada competição all-around dos Jogos Olímpicos – Carly Patterson (2004), com recintos de treino e residências Nastia Liukin (2008) e Gabby Dou- para atletas e treinadores, num regiglas (2012) – tinham saído do mes- me de isolamento quase total – tormo berço: o Rancho Karolyi, uma nou-se um local de culto para os amantes de ginástica artística. Foi lá que a coach Martha modelou as últimas campeãs olímpicas, sempre sob o olhar atento do marido (que goza o restante tempo livre ocupando-se dos animais...). E agora que a treinadora (de 73 anos, como Bela) se vai reformar, após os Jogos Olímpicos, a federação de ginástica dos EUA já anunciou que comprou todos os espaços desportivos que fazem parte do rancho, para manter a fábrica de talentos. De qualquer forma, o futuro da ginástica do país parece estar assegurado com Simone Biles. A adolescente conquistou os títulos individuais all-around nos três últimos mundiais (um feito inédito) e juntou-lhes mais 11 medalhas (sete de ouro). No Rio 2016, já amealhou dois ouros (o de ontem e o da prova de equipas) e é considerada a grande favorita das finais de salto (dia 14), trave (14) e solo (16). Se colecionar os cinco títulos, fará algo único, que nem Nadia Comaneci ou Larissa Latynina (18 medalhas em Jogos Olímpicos, entre 1956 e 1964) conseguiram. No entanto, ela continua a brilhar sem pressão, com a leveza de uma miúda que se quer distrair: “Os melhores resultados aparecem quando uma pessoa se diverte.” osto miúdo, pele e olhos claros. Tanta emoção e nervosismo que não consegue ficar calada e tem de partilhar o momento com uma perfeita desconhecida. Eu. “O meu filho é nadador, vai à final dos 100 metros livres. É um milagre isto acontecer. Não consigo acreditar.” Como se chama o seu filho? “Pieter Timmers, da Bélgica.” E conseguiu comprar bilhetes? Está tudo esgotado, digo-lhe. É que também eu procuro bilhetes para assistir à meia-final de Alexis Santos nos 200 metros estilos.“Oh, sim. Graças a Deus. Mas a família só tem direito a um bilhete, os outros atletas têm dois. E precisava de outro para o meu marido. Sabia?” Só então reparo num senhor, ele mais contido mas tão ou mais nervoso. É verdade, os atletas da natação só têm um bilhete para a família. E que tem de pagar ao preço de bilheteira, quando os estudantes, por exemplo, têm 50% de desconto. O que obriga os familiares a darem tudo por um bilhete, pagar dez vezes mais duas semanas antes de começarem os Jogos Olímpicos. E esconder isso do filho para não pressionar. Mas com confiança suficiente para saber que esse feito vai acontecer. Mesmo que se vá com o 21.º tempo. Como aconteceu com Alexis Santos. Continuando a conversa com a mãe de Pieter Timmers, falamos dos treinos e de como ela tinha a esperança de o filho ganhar uma medalha.“A ele digo que é excelente estar na final. E é, mas tem tempos para uma medalha.” E eu lá consegui três bilhetes, para mim e para os meus filhos, dois abaixo da tabela a alguém que teria a mais ou os pagou com desconto (eram de 500 reais e ficaram por 340, uma média de cem euros cada) e outro acima do preço, aos candongueiros (era um ingresso da equipa do Panamá e teria custado 260 reais, cerca de 75 euros, o custo mínimo de uma final, paguei 400 reais). Alexis saiu dos JO em 12.º em todo o mundo. E quinto europeu. E Pieter conquistou a medalha de prata. Dei os parabéns à mãe do belga, ela deu-me os parabéns pelo português. Abraçámo-nos como grandes amigas. Isto é desporto. JOGOS OLÍMPICOS 2016 Sexta-feira _12 de agosto de 2016. Diário de Notícias Alexis Santos é 12.º nas meias-finais e reclama mais apoios PORTUGUESES Destaque ainda para a eliminação de Jorge Fonseca, no judo, e a boa posição do porta-estandarte João Rodrigues em RS:X Presença nas meias-finais, recorde pessoal e um recorde nacional. Assim se resume a boa prestação do nadador português Alexis Santos nos Jogos Olímpicos. Na madrugada de quinta-feira, o atleta do Sporting terminou as meias-finais dos 200 metros estilos no 12.º lugar e mostrou-se bastante satisfeito. “Era aquilo que sonhava”, afirmou, apesar de não ter conseguido o principal objetivo para a presença na penúltima fase da prova: melhorar o seu recorde pessoal. Diz ainda que quer olhar “os atletas de topo cara a cara, diretamente nos olhos”, tendo como ambição chegar a finais e nadar para vencer. Contudo, alerta para a falta de apoios que existe em Portugal, reclamando “mais condições de treino”. Já a jovem luso-ucraniana Tamila Holub, de 17 anos, não foi além das eliminatórias dos 800 metros estilos, onde conseguiu o 24.º tempo. No golfe, Filipe Lima está atualmente no 17.º lugar, com Ricardo Melo Gouveia a figurar mais abaixo na classificação, no 42.º posto. Jorge Fonseca, no judo, na categoria -100 kg, passou a primeira eliminatória em segundos, mas veio a cair na ronda seguinte. Um dos grandes resultados do dia vai para João Rodrigues, na vela. Nas regatas de RS:X de ontem, terminou na 4.ª, 12.ª e 15.ª posições, estando atualmente no 11.º lugar da geral. O porta-estandarte da comitiva nacional está a um lugar e dois pontos da Medal Race, onde tudo se decide. RESULTADOS NATAÇÃO 200 m estilos (masculinos) – meias-finais Alexis Santos 12º lugar - eliminado NATAÇÃO 800m livres (femininos) Tamila Holub 24º lugar - eliminada GOLFE Masculinos Filipe Lima 17º lugar Ricardo Melo Gouveia 42º lugar JUDO -100 kg masculinos Jorge Fonseca eliminado na 2ª ronda VELA RS:X (masculinos) – dia 3 João Rodrigues 11º lugar FINAIS AGENDA NACIONAL DIA 7 Halterofilismo 77 kg masculino 1 Nijat Rahimov Cazaquistão 2 Xiaujun Lyu China 3 M. Mahmoud Egipto 379 kg 379 kg 361 kg Canoagem slalom K2 (masculino) 1 Skantar/Skantar Eslováquia 101.58 2 Florence/Hounslow Grã-Bretanha 102.01 3 Klauss/Peche França 103.24 Esgrima Florete individual (feminino) 1 Inna Deriglazova Rússia 2 Elisa Di Francisca Itália 3 Ines Boubakri Tunísia Canoagem slalom K1 (feminino) 1 Maialen Chourraut Espanha 98.65 2 Luuka Jones Nova Zelândia 101.82 3 Jessica Fox Austrália 102.49 Esgrima Sabre individual (masculino) 1 Aron Szilagui Hungria 2 Daryl Homer EUA 3 Junghwan Kim Coreia do Sul Ginástica artística Concurso completo (feminino) 1 Simone Biles EUA 62.198 2 Alexandra Raisman EUA 60.098 3 Aliya Mustafina Rússia 58.665 Ténis de mesa Singulares (feminino) 1 Ning Ding China 2 Xiaoxia Li China 3 Song I Kim Coreia do Norte Alemanha Coreia do Sul Coreia do Sul 1 2 3 3 Judo -100 kg (masculino) Lukas Krpalek Elmar Gasimov Cyrille Maret Ryunosuke Haga Rep. Checa Azerbaijão França Japão 1 2 3 3 Natação 200 m bruços (masculinos) 1 Dmitriy Balandin Cazaquistão 2.07,46 2 Josh Prenot EUA 2.07, 53 3 Anton Chupkov Rússia 2.07,70 Natação 200 m mariposa (femininos) 1 Mireia Belmonte Espanha 2.04,85 2 Madeline Groves Austrália 2.04,88 3 Natsumi Hoshi Japão 2.05,20 Natação 100 m livres (masculinos) 1 Kyle Chalmers Austrália 2 Pieter Timmers Bélgica 3 Nathan Adrian EUA 1 2 3 Judo -78 kg (feminino) Kayla Harrison Audrey Tcheumeo Mayra Aguiar Anamari Velensek Tiro com arco Individual (feminino) Lisa Unruh Heyjin Chang Bobae Ki 47,58 47,80 47,85 Natação Estafeta 4 x 200 m livre (feminino) 1 Estados Unidos 7.43,03 2 Austrália 7.44,87 3 Canadá 7.45,39 Remo Skull 4 (masculinos) 1 Alemanha 2 Austrália 3 Estónia 6.06,81 6.07,96 6.10,65 Remo Skull 4 (feminino) 1 Alemanha 2 Holanda 3 Polónia 6.49,39 6.50,33 6.50,86 Remo Double scull sem timoneiro (masc.) 1 Murray/Bond Nova Zelândia 6.59,71 2 Brittain/Keeling África do Sul 7.02,51 3 Abagnale/DiCostanzo Itália 7.04,52 Remo Double scull (feminino) 1 Kozlowska/Madaj Polónia 7.40,10 2 Thornley/Grainger Grã Bertanha 7.41,05 3 Vistartaite/Valciukaite Lituânia 7.43,76 Remo Double scull (masculinos) 1 Sinkovic/Sinkovic Croácia 6.50,28 2 Griskonis/Ritter Lituânia 6.51,39 3 Borch/Tufte Noruega 6.53,25 Remo Skull 4 sem timoneiro (masc.) 1 Suíça 6.20,51 2 Dinamarca 6.21,97 3 França 6.22,85 Tiro Carabina 3 posições 50 m (feminino) 1 Barbara Engleder Alemanha 458.6 2 Binbin Zhang China 458.4 3 Li Du China 447.4 EUA França Brasil Eslovénia MEDALHEIRO 2016 País 1 Estados Unidos 2 China 3 Japão 4 Austrália 5 Coreia do Sul 6 Hungria 7 Rússia 8 Grã-Bretanha 9 Alemanha 10 Itália 11 França 12 Cazaquistão 13 Tailândia 14 Espanha 14 Suíça 16 Croácia 17 Nova Zelândia 18 Holanda 19 Suécia 20 Bélgica 20 Brasil 21 Eslovénia 23 Colômbia 23 Eslováquia 23 Vietname 26 Polónia 26 China Taipé 28 Rep. Checa 28 Grécia 30 Argentina 30 At. Independentes 30 Kosovo 33 África do Sul 34 Coreia do Norte 35 Ucrânia 36 Azerbaijão 36 Dinamarca 36 Indonésia 39 Canadá 40 Geórgia 40 Lituânia 42 Malásia 42 Mongólia 42 Filipinas 42 Turquia 46 Egito 46 Uzbequistão 48 PORTUGAL 13 12 10 10 6 9 6 1 12 5 3 6 5 2 4 5 1 1 4 7 6 4 5 6 4 3 1 3 6 3 2 4 5 2 2 3 2 1 1 2 0 1 2 0 1 2 0 0 1 4 0 1 2 2 1 2 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 2 1 0 2 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 3 1 0 2 2 0 2 1 0 2 0 0 2 0 0 2 0 0 1 5 0 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2 0 0 2 0 0 1 Total 35 25 19 14 11 7 17 15 8 12 11 7 4 3 3 2 5 5 3 3 3 3 2 2 2 3 3 2 2 1 1 1 4 4 3 2 2 2 6 2 2 1 1 1 1 2 2 1 11.30 Golfe (masculinos) Filipe Lima Ricardo Melo Gouveia 23.30 Badminton Infividual (femininos) – fase de grupos Telma Santos (vs. Iris Wang, EUA) 15.10 Atletismo 10 000m – Final Salomé Rocha 17.00 Vela Laser – Dia 4 Gustavo Lima 17.00 Vela RS:X (Masculino) – Dia 4 João Rodrigues 17.00 Vela 49er – Dia 1 Jorge Lima José Costa 17.00 Vela Laser Radial – Dia 4 Sara Carmo 18.03 Ginástica – Trampolim individual (femininos) eliminatórias Ana Rente (final às 19.42, caso se apure) 18.30 Atletismo 20km marcha (masculinos) – final João Vieira Sérgio Vieira 00.30 Atletismo 1500m (femininos) – eliminatórias Marta Pen 02.40 Atletismo 100m (femininos) – eliminatórias Lorene Bazolo DESTAQUES DE HOJE 15.10 Atletismo 10 000 m (femininos) Salomé Rocha, na estreia do atletismo › Ao sétimo dia de competição oficial, estreia-se uma das modalidades mais icónicas dos Jogos Olímpicos – e logo com finais e participação portuguesa. As primeiras decisões arrancam às 15.10, na final dos 10 000 metros, com a participação de Salomé Rocha. Tirunesh Dibaba (Etiópia), Vivian Cheruiyot (Quénia) e Galete Burka (Etiópia) estão entre as favoritas ao pódio. 20.00 Ginástica artística Individual all-around (femininos) Quem consegue bater oTeddy Bear francês? › Chamam-lhe Teddy Bear e é um dos maiores colossos do judo atual: Teddy Riner, um gigante francês de 2,04 metros de altura, 47 não perde um combate desde 2010 e é o grande dominador da categoria +100 kg desde 2007 (é heptacampeão mundial). Em Londres 2012 chegou ao ouro (em 2008, fora bronze). Hoje, aos 27 anos, defende a sua hegemonia ímpar. Alguém será capaz de o bater? 02.12 Natação 100 m mariposa (masculinos) Adeus e até sempre, mister Phelps › Chegou o momento de “adeus e até sempre, mister Phelps”. Se não surgir qualquer surpresa (ele sempre foi capaz de surpreender o mundo da natação...), a final de 100 m mariposa será a última prova individual do melhor nadador de sempre, nos Jogos Olímpicos. Tem 25 medalhas no currículo – nadou na última madrugada pela 26ª (final de 200 m estilos, após o fecho desta edição). Despedir-se-à com mais ouro? MAIS FINAIS DE HOJE 14.00 Hipismo Ensino por equipas – GP especial 14.32 Remo Double skull com timoneiro (fem.) 14.44 Remo Double skull com timoneiro (masc.) 15.00 Tiro Carabina deitado 50 m (masculinos) 15.04 Remo Double skull sem timoneiro (fem.) 15.24 Remo Skull 4 sem timoneiro (masculino) 18.30 Atletismo 20 km marcha (masculinos) 19.25 Tiro Skeet (femininos) 19.30 Halterofilismo -75 kg (femininos) 19.42 Ginástica de trampolim (femininos) 20.40 Judo -78 kg (femininos) 20.43 Tiro com arco Individual (masculinos) 21.20 Ténis Pares (masculinos) 22.04 Ciclismo Velocidade por equipas (femininos) 22.30 Esgrima Florete por equipas (masculinos) 22.42 Ciclismo Perseguição por equipas (masculinos) 23.00 Halterofilismo -85 kg (masculino) 02.00 Atletismo Lançamento do peso (femininos) 02.03 Natação 200 m costas (femininos) 02.20 Natação 800 m livres (femininos) 02.44 Natação 50 m livres (masculinos) www.dn.pt SEXTA-FEIRA 12 de agosto de 2016 Ano 152.º, N.º 53 806 Conselho de Administração Daniel Proença de Carvalho (Presidente) Vítor Ribeiro, José Carlos Lourenço, Rolando Oliveira, Luís Montez e Jorge Carreira (administradores) Propriedade Global Notícias Publicações, SA; Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto. Capital social: 6 334 285 euros. NIPC: 500096791 Sede R. Gonçalo Cristóvão, 195-219, 4049-011 PORTO Filial Av. da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA C Marketing e Comunicação Ana Marta Heleno (diretora) Publicidade Luís Ferreira (diretor-geral) Direção Comercial Paulo Pereira da Silva, Reinaldo Capela (agências ) e Luís Barradas (Diretos) Detentora de mais de 5% do capital social: Global Notícias - Media Group, SA Impressão Gráfica Funchalense (Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50, Morelena, 2715-029 Pero Pinheiro); Naveprinter (EN, 14 (km 7.05) – Lugar da Pinta, 4471-909 Maia) Distribuição VASP; Registado na ERC com o n.º 101326. Assinaturas 707 200 508. Custo das chamadas da rede fixa 0,10€/minuto e da rede móvel 0,25€/minuto, sendo ambas taxadas ao segundo após o 1º minuto. Valores sujeitos a IVA. Dias úteis, das 7h às 18h. Fax: 21 924 19 95 – E-mail: [email protected]. FOLHETIM DO DN PALÁCIO DE VERÃO (12) Passos e Costa num café em Massamá FICÇÃO POLÍTICA. Antes da Festa do Pontal, Passos, de férias no Algarve, deu um salto a Massamá. Tinha um encontro secreto com o primeiro-ministro e ia pedir-lhe ajuda para dizimar os seus opositores. E Costa estava disposto a ajudá-lo F Por Ferreira Fernandes Foi Pedro Passos Coelho quem tomou a iniciativa. Mandou um recado ao primeiro-ministro: gostaria de se encontrar com ele, e de forma discreta. António Costa, que já tinha regressado do Algarve, telefonou-lhe. Passos fazia férias na Manta Rota e estava disposto a vir a Lisboa, ainda antes da Festa do Pontal – “como sabe, é já no domingo” – e insistia na discrição. Propunha, até, a sede do PS, no Rato: “Julgo que no ano passado se encontrou lá com o Dr. Paulo Portas, há uma porta secreta com a capela do Rato, não há?” Mas Costa desiludiu-o, o encontro fora fictício e a tal porta não existia – era tanga do folhetim de um diário. E propôs ele: “Nestas coisas, o melhor é a naturalidade: eu vou ter consigo ao café, em baixo da sua casa, em Massamá. Chama-se Mil Momentos, não é?” O outro hesitou na escolha, mas, depois de corrigir, “é com u, Mil Momentus”, combinaram para o dia seguinte, às dez da manhã. Quando o primeiro-ministro entrou na pastelaria, Passos estava sentado de costas para a árvore pintada numa parede. Tinha vindo dormir a casa, num apartamento vizinho, num quinto andar. No café não havia espelhos e a posição da cadeira reservada a António Costa resguardava-o de quem entrasse. Meio da manhã e era verão, não havia nenhum cliente. “É como aqueles encontros de certos casais, se formos descobertos podemos sempre dizer que não há nada a esconder...”, brincou Costa, que, de facto, não tinha nada a esconder. Passos Coelho entrou com o arrojo dos que duvidam dos seus próprios argumentos: “Já viu que o Marcelo deu-se como prioridade roub... derrubar-me da liderança do partido.” E enumerou, ele era as reuniões com o grupo do Marques Mendes e do Luís Montenegro, e era, até, a visita ao Rui Moreira, no Porto, para tramar uma mudança no PSD... António Costa adorava ouvir, quando os interlocutores iam por caminhos que já ele previra. A presunção de Passos sobre a “prioridade” do Presidente não recolheu da cara do primeiro-ministro nem mofa nem espanto pelo exagero. Ele estava também muito interessado na conversa. “Vou ser sincero...”, disse Passos. Aí, Costa fez mesmo esforço para manter a cara de bonzo, lembrara-se dos “acreditem-me” de Donald Trump pontuando os discursos. “Vou ser sincero, quis falar consigo porque estamos no mesmo barco”, disse Passos, que amargurou a comissura dos lábios para assinalar a gravidade da questão. O cair dos cantos da boca de um levou o outro a erguer as sobrancelhas. Ao contrário da língua gestual para surdos, não é necessário leitores de expressões faciais dos políticos porque é demasiado linear o que elas dizem. Ambos jogavam ao sei que tu sabes que eu sei que tu... António Costa decidiu resumir: “Está a dizer-me que eu prefiro que você se mantenha na direção do PSD...” A fórmula do primeiro-ministro era rude, quase um insulto a Passos, mas se continuasse assim, simples fórmula sem explicitação, aceitava-se. E a conversa prosseguiu sem que fosse preciso dizer que a liderança de Passos era o seguro de vida do governo. Como indicavam as sondagens, Passos fazia recordar o que os portugueses não queriam e livrava de explicações suplementares a política de Costa. Presumido tudo isso, mas não dito, o diálogo pôde tornar-se cínico. O que é que António Costa podia fazer para os potenciais adversários internos de Passos António Costa resumiu: “Está a dizer-me que eu prefiro que você se mantenha na direção do PSD...” A fórmula do primeiro-ministro era rude, quase um insulto a Passos Coelho Coelho desistirem de lhe disputar a liderança? Num café de Massamá, com um poema pintado ao lado da árvore desenhada, rimando “pensamentos” com “Momentus”, pacificava-se, talvez, o PSD. Com cimitarra empunhada por duas mãos, PM e líder da oposição dedicaram-se à lista dos a degolar. Santana Lopes? Costa, antecipando a recondução dele na Santa Casa, devia ter-lhe acalmado as ambições. Mas se ele quisesse ousar a corrida à Câmara de Lisboa, o que Passos lhe propusera, a mais que provável derrota iria diminuí-lo. Olha, ainda antes do concílio de Massamá, Costa e Passos, sem combinarem, já tinham acertado uma ação comum... Marques Mendes e Montenegro? Para conspirarem, sim, Passos teria de se cuidar, mas nenhum com peso para liderar... Rui Moreira? Era carta de fora do PSD, mas agregadora da direita. “Mas a esse já dei o que tinha para dar, ele sabe que o PS não se vai opor a que seja reeleito no Porto”, disse Costa. Com a força ganha aí, poderia ser um empecilho, mas isso era dali a um ano, fora dos prazos urgentes de Passos. “Quem falta?”, perguntou Costa, sabendo bem quem vinha. “Que fazemos com Rui Rio?”, respondeu Passos com uma pergunta, para cimentar a cumplicidade. António Costa levantou-se e disse: “Obrigado pelo café.” Estendeu-lhe a mão: “Amanhã telefono-lhe e vai poder fazer o seu discurso no Pontal tranquilo.” Ao sair, uma mulher reconheceu-o: “Olha o António Costa... E com o Passos Coelho!” Os dois conspiradores não se preocuparam, era velhota, não devia usar o Twitter. Continua amanhã. Leia os episódios anteriores do Folhetim de Verão em www.dn.pt PUB PUBLICIDADE $VXDJXHVWKRXVHQRFRUDomRGH/LVERD Rua Camilo Castelo Branco, 22, 1.º andar, 1150-084 Lisboa | (00 351) 914 759 549 | XXXNBSRVFTTPVMDPNŢJOGP!NBSRVFTTPVMDPN duplos Quartos res e familia tos en Apartam PUBLICIDADE /,&(1£$(63(&,$/ '(&21'8£2 '(&,&/202725 &85626'(&,&/202725(6 5(6 '26$26$126 CADERNO COMERCIAL | EDIÇÃO SUL Sexta-feira 12 de agosto de 2016 7( 5(9( -é ,16& $Y*HQHUDO5RÃDGDVQ$ /LVERD_7HOHI HPDLOPDLO#IRUPDFDRHPPRYLPHQWRFRP WRFRP PARA ANUNCIAR www.ocasiao.pt | 800 241 241 (chamada grátis) | [email protected] | ENCONTRE EM www.lojadojornal.pt | A LOJA MAIS PERTO DE SI. VEÍCULOS ENSINO CASAS EMPREGO NECROLOGIA MELIÁ DISTINGUIDA no Vietname DIVERSOS Conteúdo comercial Grupo hoteleiro vê reconhecido o seu papel para o turismo neste destino asiático P or ocasião do 56.º aniversário do Turismo do Vietname, realizou-se na Opera House de Hanoi a cerimónia Vietnam Tourism Awards 2016, onde o Meliá Hanoi foi eleito um dos dez melhores hotéis de cinco estrelas do Vietname. A cerimónia foi presidida pelo primeiro-ministro Vu Duc Dam e organizada pela Administração Nacional de Turismo juntamente com a Associação de Turismo do Vietname. Na atribuição destes prémios foi valorizado o esforço e a contribuição para o desenvolvimento positivo do turismo no Vietname, setor que tem contribuído cada vez mais para o crescimento do PIB e para a criação de emprego no país. Este setor tem trabalhado afincadamente de forma a tornarse uma indústria fundamental na economia da nação. A distinção atribuída ao Me- liá Hanoi foi possível graças às instalações de luxo do hotel, à sua excelente qualidade de serviço e aos seus profissionais. O Meliá Hanoi foi o primeiro hotel da Meliá Hotels International no Vietname e é um trunfo essencial para o crescimento do grupo hoteleiro no país, onde já conta com o Meliá Danang. A Meliá planeia ainda abrir este ano a unidade Sol Beach House Phu Quoc, o primeiro hotel da marca Sol Hotels & Resorts no Vietname. Além disso, o grupo dá continuidade à sua política de expansão na região da Ásia e Pacífico para onde tem projetado abrir 22 hotéis, com mais de cinco mil quartos nos próximos anos. O hotel, que opera desde 1998, foi também o primeiro hotel espanhol no Vietname e continua a ser o único de Hanói com nacionalidade espanhola. Está localizado no coração da capital A DISTINÇÃO ATRIBUÍDA AO MELIÁ HANOI FOI POSSÍVEL GRAÇAS ÀS INSTALAÇÕES DE LUXO DO HOTEL, À SUA EXCELENTE QUALIDADE DE SERVIÇO E AOS SEUS PROFISSIONAIS do Vietname e oferece 301 quartos de luxo e uma vasta gama de facilidades que tornam este hotel a escolha perfeita para quem visita o país em negócios ou lazer. A sua oferta gastronómica convida os hóspedes a entrarem no mundo das delícias culinárias, com uma vasta seleção composta por buffets de temática internacional, como é o caso do restaurante El Patio, e um menu de sabores regionais disponibilizados pelo El Oriental. Fundada em 1956 em Palma de Maiorca (Espanha), Meliá Hotels International é uma das maiores companhias hoteleiras do mundo, bem como líder absoluto no mercado espanhol. Atualmente conta com mais de 370 hotéis abertos ou em processo de abertura em mais de 40 países sob as marcas Gran Meliá, Meliá Hotels & Resorts, Paradisus Resorts, ME by Meliá, Innside by Meliá, Tryp by Wyndham e Sol Hotels. MASSAM Rua Dona Maria Ana de Áustria, Lote 183, 2605-663 Belas OFERTA DE INSCRIÇÃO! - Acompanhamento Nutricional - Acompanhamento Personalizado - Treino assistido em Sala - Wi-fi gratuito - Sauna - Banho Turco - 3100 m2 * Tra nsm issã o 7 60 96 780 2 7 66 96 780 Á2NORTE de J ogo s Eu ro 2 016 num Proj etor ! PUBLICIDADE 4,33€ por semana INSCRIÇÕES LIMITADAS TARIFÁRIOS E FORMAS DE PAGAMENTO ESPECÍFICAS 24 PUBLICIDADE Diário de Notícias Sexta-feira, 12 de agosto de 2016 apartamentos LISBOA AV. GAGO COUTINHO 2º Andar, 6 assoalhadas, 2 wc, remodelado, boa vista. Ao próprio, das 12h às 18 horas. ☎ 213 150 345. casas de férias ALGARVE - ALVOR Junto praia, 4 pessoas, mês Setembro. Vista maravilhosa. Contacto das 12h às 18h. ☎ 213 150 345. 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Direção de Rede e Clientes Sul Concelho de Sines OFERECEM-SE Freg.ª de Sines: Qt.ª dos Passarinhos Lt., R. Maria Lamas, Ponte Severa, Caminho Grande, R. Vidigueira (das 9.00 às 13.00 horas). dias úteis entre as 9h00 e as 18h30 e aos sábados das 9h30 às 13h00 SENHORA 55 ANOS COM 9.º ANO Só fala Português, oferece-se para recepção de clínica, consultório médico ou de advogados. Dá-se referências. Zona Cascais. Resposta por carta a este Jornal ao n.º 4110. Devido a situações imprevistas, os trabalhos poder-se-ão prolongar até às 15.00 horas. WŽƌŵŽƟǀŽƐĚĞƐĞŐƵƌĂŶĕĂ͕ĞĚĂĚŽƉŽĚĞƌŚĂǀĞƌŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞĚĞƐĞƉƌŽĐĞĚĞƌĂĞŶƐĂŝŽƐŽƵĚĞ ser feito o restabelecimento antecipado, as instalações deverão ser consideradas permanentemente em tensão. Para informação mais detalhada consulte: www.edpdistribuicao.pt. PRECISAM-SE EDP Distribuição - Energia S. A Gabinete de Comunicação www.edpdistribuicao.pt PRECISA-SE AJUDANTE De Barbeiro, para Barbearia à antiga Portuguesa. ☎ 934739223 OCASIÃO EMPREGO. 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Para mais informações consulte www.ocasiao.pt Extrato do Aviso de Abertura Informamos todos os interessados de que se encontra publicado na página da Internet do CHUC, em http://www.chuc.min-saude.pt, o aviso de abertura de concurso para Técnico Diagnóstico e Terapêutica de 2.ª Classe da Área de Terapia Ocupacional. O Diretor do Serviço de Gestão de Recursos Humanos Carlos Gante AVISO Procedimento concursal comum para recrutamento para preenchimento de 1 posto de trabalho para a categoria de Técnico Superior José António Gonçalves Garcês, Presidente da Câmara Municipal de São Vicente, torna público, no uso de competências próprias, definidas na alínea t) do n.º 1 do artigo 35.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua atual redação, e em cumprimento do preceituado no artigo 56.º do mesmo normativo legal, e em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 19.º da Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, alterada e republicada pela Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril, que se encontra aberto o procedimento concursal comum de recrutamento para preenchimento de 1 posto de trabalho para a categoria de Técnico Superior, conforme Aviso n.º 9729/2016, publicado na II Série do Diário da República, n.º 150, de 5 de agosto de 2016 e na página oficial deste município em www.cm-saovicente.pt. Paços do Município, 8 de agosto de 2016 O Presidente da Câmara Municipal José António Gonçalves Garcês CLASSIFICADOS MANDATO 2013-2017 ✝ 6(59,/86$ necrologia Concurso de reserva de recrutamento e seleção Técnico Diagnóstico e Terapêutica de 2.ª Classe da Área de Terapia Ocupacional GIL PINTO NOGUEIRA FALECEU Sua Esposa, Filha, Genro, Netos e Bisnetos participam o seu falecimento e que o funeral se realiza hoje, dia 12, pelas 11.45 horas, do Centro Funerário Parque das Nações para o cemitério dos Olivais. Às 10.45 horas será celebrada Missa de corpo presente. AVISO A Comissão de Administração Conjunta da AUGI nº 10, Lagoa de Albufeira, entidade equiparada a pessoa coletiva com o NIPC 900791560, torna público, nos termos e para os efeitos do disposto do art.º 12.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro (redação em vigor), que na sua Assembleia de Proprietários e Comproprietários realizada no dia 30 de julho de 2016, pelas 10 horas, foi deliberado por unanimidade: - Alterar a sede da AUGI para a Rua João Pinto Ribeiro, n.º 101, 6.º Piso, 1800-233 Lisboa, para maior facilidade de gestão da correspondência. - Eleger José Francisco Neves dos Santos para exercer as funções de Tesoureiro na Comissão de Administração da AUGI 10 da Lagoa de Albufeira. Lagoa de Albufeira, 30 de julho de 2016 MARIA FERNANDA NUGENT DIAS DE ALMEIDA CORREIA DA SILVA (PINTO MACHADO) FALECEU A família participa o seu falecimento e comunica que o funeral se realiza hoje, pelas 14.30 horas, na Igreja de Cristo-Rei, Porto, onde se encontra em câmara-ardente. Após as cerimónias fúnebres irá a inumar em jazigo de família no cemitério de Agramonte. A Eucaristia de 7.º dia celebra-se no dia 17 (4.ª-feira), pelas 19 horas, na Igreja de Cristo-Rei, Porto. Confiança Agências Funerárias® - Vítor Barros - Loja: Matosinhos AG. FUNERÁRIA MATIAS - MOSCAVIDE PUBLICIDADE 25 Diário de Notícias Sexta-feira, 12 de agosto de 2016 ATA NÚMERO 5 Aos nove dias do mês de julho de dois mil e dezasseis, pelas dez horas e quinze minutos, na sede da Comissão de Administração Conjunta dos Bairros das Maroitas e Cachoeiras, sita na Rua de São Martinho, n.º 31, no Bairro das Maroitas, na freguesia de São João da Talha, reuniu em Assembleia a respetiva Comissão de Administração tendo todos os proprietários e coproprietários dos prédios que integram a referida AUGI sido regularmente convocados para o efeito e que compõem os prédios descritos na segunda Conservatória do Registo Predial de Loures sob os números 12566; 2226; 101; 13013; 10554; 2782; 7524; 11604; 1296; 13016; 12584; 2356; 8517 e 1984. A Assembleia reuniu em segunda convocatória conforme previsto na respetiva convocatória, para deliberar sobre a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Um - Apresentação, discussão e aprovação das contas relativas aos anos de 2014 e 2015 conforme disposto na Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, na sua versão atual; Ponto Dois - Eleição da Comissão de Fiscalização; Ponto Três - Informações gerais. A sessão foi aberta pelo Presidente da Comissão, estando presentes 48 proprietários, o qual iniciou os trabalhos propondo à assembleia a introdução na ordem de trabalhos do ponto referente à eleição da Comissão de Fiscalização, o que foi aprovado por unanimidade. Relativamente ao ponto um da ordem de trabalhos, usou da palavra o Revisor Oficial de Contas, o qual efetuou uma explicação pormenorizada e global das diversas rubricas que compõem os documentos em análise, não tendo sido colocada qualquer dúvida por parte dos presentes na Assembleia, pelo que, colocadas à votação, foram aprovadas as contas relativas aos exercícios de 2014 e 2015 por maioria e com nove abstenções. Entrou-se de seguida no ponto dois da ordem de trabalhos, referente à eleição da Comissão de Fiscalização, tendo o Presidente da Comissão perguntado à Assembleia se existia alguma lista para ser apresentada. Não existindo nenhuma lista entregue, o Presidente da Comissão propôs à Assembleia que fosse reeleita a Comissão de Fiscalização que estava em funções, composta por Manuel Dias Novais, Alberto Dias Martins e Vítor Campos Sanlez, tendo ocorrido a votação por voto secreto e a Comissão de Fiscalização por unanimidade. Por último, entrou-se no último ponto da ordem de trabalhos relativo às informações gerais, tendo sido prestadas diversas informações referentes ao ponto de situação da alteração do alvará da limpeza dos terrenos e da solução a desenvolver para os prédios embargados junto da Câmara Municipal de Loures. Nada mais havendo a tratar, foi a Assembleia dada por encerrada cerca das 12 horas e cinco minutos. E por corresponder à verdade, vai a presente ata ser assinada e publicada. São João da Talha, aos nove dias do mês de julho do ano de dois mil e dezasseis ASSEMBLEIA DE COMPROPRIETÁRIOS CONSTITUTIVA DA AUGI FF-160 CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 8.º e ss. da Lei n.º 91/95, com a sua redação atualizada, ficam convocados todos os comproprietários dos prédios rústicos sitos em Fernão Ferro e Pinhal de Frades, freguesia de Arrentela, concelho do Seixal: - Descrição: 2372/19900924, 5521/19991025, 7991/20091104 - Área: 20072 m2, 1984 m2, 8500 m2, área total 30 556 m2 - Matriz - 184 secção L (parte) - Freguesia de Arrentela - Concelho do Seixal Para a Assembleia Constitutiva de Comproprietários, que se realizará no próximo dia 10 de setembro de 2016, pelas 9 horas, na Rua B, Lote l3, Bairro Novo, Fernão Ferro, Seixal, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1. Informações gerais; 2. Deliberar instituir a Administração conjunta do prédio, nos termos da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a sua redação actualizada; 3. Eleger os membros da comissão de administração; 4. Eleger os membros da comissão de fiscalização; 5. Deliberar quanto à sede; 6. Deliberar promover a reconversão urbanística da AUGI, na modalidade de projeto de loteamento da iniciativa dos particulares; 7. Fixar o valor das comparticipações de cada comproprietário para a reconversão urbanística da AUGI FF-160; 8. Aprovar a proposta de loteamento a apresentar à Câmara Municipal do Seixal. Se à hora agendada se não encontrar presente o número legal de comproprietários, a Assembleia constitutiva reunir-se-á em Segunda Convocatória com qualquer número de comproprietários presentes no mesmo dia e local pelas 9.30 horas, desde que o número dos presentes corresponda no mínimo a 25% da área total do prédio. O Comproprietário Assinatura ilegível $17Ð1,2%21,)É&,2 /LF'LUHLWR8QLY&RLPEUD $'0,1,675$'25-8',&,$/ 1,)FLGI'*$-0-_DQWRQLRERQLIDFLR#VDSRSW_05HI_7P MUNICÍPIO DE LISBOA AVISO N.º 34/2016 ABERTURA DE PERÍODO DE DISCUSSÃO PÚBLICA 1. Nos termos do disposto no n.º 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, faz-se público que se encontra aberto a partir do 8.º dia a contar da presente publicação, e pelo prazo de 15 (quinze) dias úteis, o período de discussão pública referente ao projeto de operação de loteamento, de iniciativa municipal, a realizar na Quinta Marquês de Abrantes e Alfinetes, na freguesia de Marvila, durante o qual os interessados poderão apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões. 2. Durante este período, os interessados poderão consultar o projeto da operação de loteamento, constante do Processo n.º 17/URB/2014, bem como as informações técnicas elaboradas pelos serviços municipais competentes, devendo dirigir-se ao Centro de Documentação, da Divisão de Gestão e Manutenção de Edifícios e Apoio aos Serviços, no Edifício CML, Campo Grande, n.º 25 - 1.º F. 3. Os interessados deverão apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões em ofício devidamente identificado, dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, podendo utilizar para o efeito impresso próprio que pode ser obtido no local acima referido. 3,162/9Ç1&,$1791*±- ,162/9(17(6$35(6(17$d2 6e5*,2181252'5,*8(60$16,/+$1,)_6$1'5$&5,67,1$6$5$,9$)(55(,5$1,) $3(162'$/,48,'$d2 /HYDVHDRFRQKHFLPHQWRGR7ULEXQDOHGRFUHGRUKLSRWHFiULRQRVWHUPRVHSDUDRVHIHLWRVGRDUWGR&,5(RVHJXLQWHDQ~QFLRGHYHQGD 5(*8/$0(172'$9(1'$ WHQWDWLYDGHYHQGD >QDPRGDOLGDGHGHSURSRVWDSRUTXDOTXHUPHLRHSRVWHULRUPHQWHFRQ¿UPDGDSRUFDUWDYLD&77SDUDGDUFHUWH]DGDDSUHVHQWDomRSRUVHUDPDLV FRQYHQLHQWHSDUDRFDVRHSDUDRERPGHVHPSHQKRGDIXQomRHFRQRPLDGHUHFXUVRVFHOHULGDGHHWUDQVSDUrQFLDHFHUWH]DV@DUWLQ¿QH&,5( PRGHORGHSURSRVWDSDUDFRQ¿UPDomR±ZZZDQWRQLRERQLIDFLRSW ±,GHQWL¿FDomRGRVEHQVYDORUHRXWUDVLQIRUPDo}HVFIUTXDGURLQIUD ±9DORU 9HUED 0DWUL] )UHJXHVLD &53 &RQFHOKR 'HVFULomR 9DORUEDVH ¼ &DPSDQKm . 3RUWR )UDomR DXWyQRPD ¼ $ CONSELHO DE DEONTOLOGIA DE LISBOA EDITAL Rui Santos, Presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa da Ordem dos Advogados, em cumprimento do disposto no artigo 142.º do Estatuto da Ordem dos Advogados, aprovado pela Lei n.º 145/2015, de 9 de setembro, faz saber que, por acórdão do Conselho de Deontologia de Lisboa, reunido em plenário em 23 de outubro de 2012, transitado em julgado, foi aplicada à Senhora Dra. Maria da Graça Martins Cunha de Almeida, que usa o nome profissional de Maria da Graça Almeida, (Cédula Profissional n.º 6456L), com domicílio profissional na R. República, 35, 1.º dto., 2670-473 Loures, no âmbito do Processo Disciplinar n.º 633/2005-L/D e Apensos, a pena disciplinar de 18 (dezoito) meses de suspensão do exercício da advocacia, prevista na alínea e) do n.º 1 do artigo 125.º e n.º 5 do artigo 126.º, por violação dolosa dos deveres previstos nos artigos 85.º, n.º 2. alínea a), 86.º, alínea b), 92.º, n.º 2, 93.º, n.º 2, 95.º, n.º l, alíneas a), b), e), 96.º, 98.º, n.º l, 100.º, 90.º, 103.º, n.º l, 105.º e 107.º, alíneas a) e b), todos do Estatuto da Ordem dos Advogados aprovado pela Lei n.º 15/2005, de 26 de janeiro. A presente pena disciplinar iniciou a produção dos seus efeitos legais no dia 14 de abril de 2016. $YDOLDomR YDORUGH PHUFDGR 3UHIHUrQFLD 5HPLomR &UHGRUHVJDUDQ WLGRVSUHIHUHQWHV &,5( +LSRWHFD YROXQWiULD %,& ¼ &DPLQKRGH60DUWLQKR)XQFKDO $SDUWDGR0&1 Lisboa, 8 de agosto de 2016 $17Ð1,2%21,)É&,2 O Diretor Municipal de Urbanismo Jorge Catarino Tavares (Por Despacho de Subdelegação de Competências n.º 111/P/2015, de 14/9/2015, publicado no BM, n.º 1127, de 24/9/2015) /LF'LUHLWR8QLY&RLPEUD $'0,1,675$'25-8',&,$/ 1,)FLGI'*$-0-_DQWRQLRERQLIDFLR#VDSRSW_05HI_7P 3'(,162/9Ç1&,$17%)81±&±- ,162/9(17( 9,5*Ë1,$'()È7,0$9,$1$0(1'(61,) Nos termos do disposto nos artigos 130.º e 131.º do Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, dá-se conhecimento a todos os interessados de que a Cascais Dinâmica - Gestão de Economia, Turismo e Empreendedorismo, EM, SA (Cascais Dinâmica), procedeu ao lançamento de um concurso para aquisição de veículo de salvamento e luta contra incêndios em aeronaves, para o Aeródromo Municipal de Cascais. As peças do procedimento encontram-se disponíveis na plataforma eletrónica de contratação pública sita emportugal.vortal.biz, mediante credenciação prévia. Ao procedimento são aplicáveis o disposto no Código dos Contratos Públicos bem como a legislação aplicável. A seleção da proposta vencedora será efetuada tendo por base o critério da proposta com o preço mais baixo. A proposta deve ser entregue até às 18 horas do 48.º dia seguinte ao do envio do anúncio para publicação no Diário da República e ao envio desse anúncio para o Serviço de Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Administração Cascais Dinâmica, EM, SA dias úteis entre as 9h00 e as 18h30 e aos sábados das 9h30 às 13h00 $3(162'$/,48,'$d2& $VVLPOHYDVHDRFRQKHFLPHQWRGR7ULEXQDOHGRFUHGRUKLSRWHFiULRQRVWHUPRVHSDUDRVHIHLWRVGRDUWGR&,5( $1Ò1&,2(',7$/5(*8/$0(172'$9(1'$ WHQWDWLYDGHYHQGDQDJOREDOLGDGH >QDPRGDOLGDGHGHSURSRVWDSRUTXDOTXHUPHLRHSRVWHULRUPHQWHFRQ¿UPDGDSRUFDUWDYLD&77SDUDGDUFHUWH]DGDDSUHVHQWDomRSRUVHUDPDLV FRQYHQLHQWHSDUDRFDVRHSDUDRERPGHVHPSHQKRGDIXQomRHFRQRPLDGHUHFXUVRVFHOHULGDGHHWUDQVSDUrQFLDHFHUWH]DV@DUWLQ¿QH&,5( HQYLDVHPRGHORGHSURSRVWDSDUDFRQ¿UPDomRTXDQGRSHGLGRDR$, ±,GHQWL¿FDomRGREHPYDORUHRXWUDVLQIRUPDo}HVFIUTXDGURLQIUD ±9DORU 9HUED 0DWUL] )UHJXHVLD &53 &RQFHOKR 'HVFULomR 9DORUEDVH ¼ 8 )RUQRV 0DUFR 8 0DUFRGH &DQDYHVHV 7RGD DXQLGDGH ¼ 3UHoR PtQLPRD DQXQFLDU SDUDDYHQ GD 937 ¼ $ ¼ Pagamento por MULTIBANCO ou VISA. Os anúncios só serão publicados após confirmação do pagamento por parte destas entidades. $YDOLDomR YDORUGH PHUFDGR 3UHI&3& 5HPLomR&3& &UHGRUHVJDUDQWLGRV SUHIHUHQWHV &,5( %&3 &UHGRU KLSRWHFiULR 3UHoRPtQLPRSURSRVWDVVyDFLPDGHVWHYDORU &RPLVVmRGH&UHGRUHVFRPRyUJmRFROHJLDOGHOLTXLGDomRGHYHGHFLGLUHPDWDDUWRYDORUD¿[DUSUHVXPLQGRVHDVXDDGHVmRQRVLOrQFLR GHFRUULGRVGLDV±QmRKi&RPLVVmRGH&UHGRUHV $9DORULQGLFDGRSHORFUHGRUKLSRWHFiULRSRUHPDLOGH &UHGRUKLSRWHFiULR±%DQFR&RPHUFLDO3RUWXJXrV'U/XtV&DUQHLUR/HmRHPDLOOXLVFDUQHLUROHDRS#DGYRDSW ±$VSURSRVWDVVmRVHPSUHFRQ¿UPDGDVYLD&77TXHVWmRGHFHUWH]DDWpDRSUy[LPRGLDGHVHWHPEURGHSDUD$SDUWDGR 0DUFRGH&DQDYHVHV $DEHUWXUDGDVSURSRVWDVVHUiDJHQGDGDGHDFRUGRFRPRVSURSRQHQWHVQRFDVRGHPDQLIHVWDomRGHYRQWDGHQHVVHVHQWLGR 'HYHPPHQFLRQDUDLGHQWL¿FDomRFRPSOHWDGRSURSRQHQWHIRWRFySLDGR%,1,3&HQGHUHoRHFRQWDFWRHDLQGDFDXomRHIHWLYDGHGDUHVSHWLYD SURSRVWDSRGHQGRVHUXVDGRRLPSUHVVRPRGHORTXHVHGLVSRQLELOL]D 2SUHoRHRVHYHQWXDLVLPSRVWRVQmRLVHQWRVVHUmRSDJRVQRVGLDVVHJXLQWHVVHJXLGRV ±&DGDYHUEDpYHQGLGDQRHVWDGRItVLFRHMXUtGLFRHPTXHVHHQFRQWUDVHPTXDLVTXHUJDUDQWLDVVHQGR¿HOGHSRVLWiULRR$,'U$QWyQLR%RQLIiFLR 7P 7RGRVRVHQFDUJRVFRPDDTXLVLomRVmRGDFRQWDGRFRPSUDGRUQRPHDGDPHQWHWRGRR,0,HPGtYLGDUHJLVWRVDOYDUiVOLFHQoDVGHVREULJDQGRD0, GHWDLVHQFDUJRVHWF ±1RVGLDVVHJXLQWHVDRWHUPRGRSUD]RSDUDDUHFHomRGDVSURSRVWDVTXHID]HPSUHVXPLUDDGHVmRDHVWDVFRQGLo}HVGHYHQGDRUHVXOWDGRGDV PHVPDVVHUiFRPXQLFDGRSHOR$,DWRGRVRVLQWHUHVVDGRVHDR7ULEXQDOSRUUHODWyULR ±eGDGRFXPSULPHQWRDRVDUWRVHRXWURVGR&,5(SUHVXPLQGRVHRDFRUGRWiFLWRVHQDGDIRUGLWRHVHUmRDWHQGLGRVRVGLUHLWRVGHSUHIH UrQFLDUHPLVVmRFHGrQFLDGHSRVLomRHWFDSyVDQRWL¿FDomRGRVUHVXOWDGRVGDYHQGDDRVLQVROYHQWHVVLQJXODUHVHLQWHUHVVDGRVFRQKHFLGRV TXHWHQKDPPDQLIHVWDGRWDOLQWHUHVVHSRUHVFULWRMXQWRGR$,SDUDH[HUFHUHPWDOGLUHLWRQRVGLDVVHJXLQWHV 9HUL¿FDQGRVHVLWXDo}HVGHHPSDWHUHSHWLUVHiDQRWL¿FDomRDRVLQWHUHVVDGRVSDUDTXHOLFLWHPHQWUHHOHVQXPSUD]RGHGLDV ±9DLSXEOLFDGRSHORPHQRVQR³'LiULRGH1RWtFLDV´RXHPTXDOTXHURXWURMRUQDOPHGLDQWHVXJHVWmRGHLQWHUHVVDGR 9DLDLQGDGLIXQGLGRSRUWRGRVRVLQYHVWLGRUHVFRQKHFLGRVGR$,KDELWXDGRVDFRPSUDVGHEHQVDSUHHQGLGRVSRGHQGRVHUXWLOL]DGRRLPSUHVVRPRGHOR SURSRVWDXVDGRKDELWXDOPHQWHSDUDRHIHLWRSRUHVWH$, ±$FHLWDVHTXDOTXHURXWUDSURSRVWDQRXWURVWHUPRVSDUDSRQGHUDomRGR$,PDV¿FDDDGMXGLFDomRFRQGLFLRQDGDDRSDUHFHUIDYRUiYHOGD&& ±9DLFySLDj&&H[LVWLQGRSUHVXPLQGRVHDVXDFRQFRUGkQFLDWLUDGDGRVLOrQFLRGHVWHyUJmRFROHJLDODUWGR&,5(QmRVHRSRQGRQRSUD]RGHGLDV ±2VFUHGRUHVKLSRWHFiULRVpVmRFRQYLGDGRVDUHTXHUHUHPDDGMXGLFDomRQRVWHUPRVGRDUWHGR&,5(QRSUD]RHFRQGLo}HV DOLHVWLSXODGDVGHYHQGRHQYLDUFDXomRGHVRESHQDGHLQH¿FiFLDGDSURSRVWD ±$SHQDVVHDSOLFDPRVSULQFtSLRVGR3URFHVVR([HFXWLYRSUHYLVWRQR&3&HPWXGRTXDQWRQmRHVWLYHUHVSHFL¿FDPHQWHSUHYLVWRQHVWHDQ~QFLRDUW LQ¿QH&,5( )XQFKDO Lisboa, 12 de julho de 2016 O Presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa Rui Santos 937 3UHoRPtQLPRSURSRVWDVVyDFLPDGHVWHYDORU &RPLVVmRGH&UHGRUHVFRPRyUJmRFROHJLDOGHOLTXLGDomRGHYHGHFLGLUHPDWDDUWRYDORUD¿[DUSUHVXPLQGRVHDVXDDGHVmRQRVLOrQFLR GHFRUULGRVGLDV±QmRKi&RPLVVmRGH&UHGRUHV 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±2VFUHGRUHVKLSRWHFiULRVpVmRFRQYLGDGRVDUHTXHUHUHPDDGMXGLFDomRQRVWHUPRVGRDUWHGR&,5(QRSUD]RHFRQGLo}HV DOLHVWLSXODGDVGHYHQGRHQYLDUFDXomRGHVRESHQDGHLQH¿FiFLDGDSURSRVWD ±$SHQDVVHDSOLFDPRVSULQFtSLRVGR3URFHVVR([HFXWLYRSUHYLVWRQR&3&HPWXGRTXDQWRQmRHVWLYHUHVSHFL¿FDPHQWHSUHYLVWRQHVWHDQ~QFLRDUW LQ¿QH&,5( )XQFKDO CONCURSO PÚBLICO PARA VEÍCULO DE SALVAMENTO E LUTA CONTRA INCÊNDIOS EM AERONAVES ORDEM DOS ADVOGADOS 3UHoR PtQLPRD DQXQFLDU SDUDDYHQ GD &DPLQKRGH60DUWLQKR)XQFKDO $SDUWDGR0&1 26 PUBLICIDADE Diário de Notícias Sexta-feira, 12 de agosto de 2016