Caderno de Resumos_SELET - Universidade Federal de

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Caderno de Resumos_SELET - Universidade Federal de
Caderno de Resumos
27 de novembro | Manhã | 10h30min
Sala: 5O-A 305
A AUTORIA EM OPUS PISTORUM
Iara Germano (UFU)
Orientador: Pedro Malard Monteiro (UFU)
O presente trabalho discute questões de autoria em Opus Pistorum, uma obra literária atribuída a
Henry Miller. Um artigo de Barry Baldwin alega que Henry Miller teria negado a autoria do
romance, o qual considerava não ter características compatíveis com sua obra. O livro teria sido
encomendado a Miller por um colecionador e, com dificuldades para continuar a escrever e
inovar em cenas que agradassem o colecionador, a autor teria recorrido a sua amiga Caresse
Crosby, que acabou aceitando a proposta de escrever um texto nas características exigidas: sexo,
desprovido de qualquer teor poético. A polêmica em torno da obra se dá uma vez que não
acreditam que uma mulher não poderia escrever um texto considerado “tão masculino”. Poucas
pessoas desacreditaram a negação de Miller e, mesmo que inverídica, a alegação de que a obra
foi escrita por uma mulher permite uma investigação de uma série de questões relacionadas à
escrita feminina, autoria, e criatividade.
PALAVRAS-CHAVE: AUTORIA, OPUS PISTORUM, HENRY MILLER
A CONSTRUÇÃO ARGUMENTATIVA DE IAGO EM OTELO
Mariani Carolina de Souza (UFU)
Shakespeare produziu durante a vida um conjunto de prezados poemas e peças teatrais, dentre
os quais o selecionado para este trabalho é Otelo, o mouro de Veneza. A peça é uma tragédia
que gira em torno da história de um mouro que se casa com uma sofisticada dama veneziana e é
envenenado paulatinamente por seu alferes Iago até ser convencido que era traído por sua
esposa. Para escrever essa tragédia Shakespeare usou como fonte um conto publicado em 1565,
mas ao recontar a história ele acrescenta a ela personagens com mais paixão e de certa forma
mais humanizados. Partilha disso tanto o protagonista, no caso da peça Otelo, o próprio mouro
que dá nome à tragédia, quanto alguns personagens secundários que também são dotados de
sentimentos e ações típicas de grandes personagens. Portanto, tão significante quanto o
personagem central Otelo é Iago que tem na peça o papel de motivar o drama, e que é tão
importante quanto Desdêmona que se expressa em toda plenitude; ambos têm uma construção
similar a do protagonista Otelo e compartilham de uma complexidade semelhante. Além disso,
nas peças shakespearianas o lugar dos personagens também passa a ser mais problematizado
pelo meio que eles se encontram, pois esse abarca questões de etnia, classe social, preconceitos,
costumes culturais, religiosos, políticos etc. Assim, para esse trabalho a argumentação de Iago e
seu modo de obter, de uma só vez seu êxito e ruína, será o objeto de análise. Para isso,
contaremos com uma base teórica que passa por fragmentos da Retórica Aristotélica (não há
como falar de discurso argumentativo sem mencionar essa área do saber) abarcando até a
contemporaneidade das teorias de Mikhail Bakhtin sobre sua concepção de linguagem que são
retomadas por Fiorin. Como conclusão, ambiciona-se percorrer o caminho discursivo da língua
serpentina de Iago e a forma de como seus argumentos atingem os ouvidos-alma de Otelo.
PALAVRA-CHAVE, DISCURSO ARGUMENTATIVO, SHAKESPEARE, OTELO
O FANTÁSTICO EM “CLAUDIUS HERMANN” DE NOITE NA TAVERNA E
MACÁRIO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA
Carline Barbon dos Santos (UFU)
Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU)
Este trabalho visa realizar uma análise comparativa entre o conto “Claudius Hermann” de Noite
na Taverna e a peça Macário, ambas escritas pelo ultrarromântico Álvares de Azevedo. Para tal
objetivo, observaremos como o fantástico é notado nas duas obras, ou seja, como ele se realiza
em múltiplos aspectos, tais como: hesitação, o medo, o suspense, o espaço, entre outros. Assim,
norteamos a pesquisa tendo como base as teorias de Tzvetan Todorov, H.P Lovecraft, Nöel
Carroll, Louis Vax, Remo Ceserani, Osman Lins, Foucault e outros. A escolha desse tema se
deu devido ao interesse particular de estudar, conhecer, investigar e promover discussões sobre
o estranho, a literatura fantástica e a literatura de horror, três campos que, embora não muito
explorados pela Teoria Literária, são bastante significativos. Esperamos que, após uma análise
da interessante obra do autor Álvares de Azevedo, possamos chegar a alguns apontamentos,
relacionando o conto analisado de Noite na Taverna e o drama Macário com a noção da
hesitação do leitor frente ao estranho, ressaltando que o sentimento de “estranhamento” é
bastante previsível ao depararmos com o fantástico. Por último, compreendemos que o estudo
aqui realizado é apenas de caráter inicial e experimental, pois entendemos a necessidade de uma
discussão mais aprofundada e produtiva e esta será feita em próximos estudos e leituras.
PALAVRAS-CHAVE: FANTÁSTICO, HORROR, ÁLVARES DE AZEVEDO, MACÁRIO,
NOITE NA TAVERNA
POESIA E ARTE: "VÊNUS PENSATIVA" DE DORA FERREIRA DA SILVA
Maria Antônia de Jesus (UFU)
Orientadora: Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU)
Este trabalho resulta de um projeto de Iniciação Científica em que estudamos a relação da
poesia de Dora Ferreira da Silva com as artes plásticas. Em sua poesia, a poeta paulista (1918 2006) contempla a arte, a religiosidade, a filosofia e o mito. Pesquisar sua obra é descobrir a
cada momento uma nova relação sagrada entre a poesia e as outras formas de arte. Para o
desenvolvimento da pesquisa, selecionamos cerca de 20 poemas da autora. Nesta comunicação,
recorremos ao poema “Vênus Pensativa” para demonstrar a afinidade de Dora com a pintura.
Buscamos nos mestres Gaston Bachelard, Alfredo Bosi, Carl Gustav Jung, Otávio Paz, Souriau,
o auxílio para as nossas indagações e investigações. Nas palavras de Souriau (1983), “Nada
mais evidente do que a existência de um parentesco entre as artes”; Paz (1982) diz que “Através
da frase que é ritmo, que é imagem, o homem – esse perpétuo chegar ao seu – é. A poesia é
entrar no ser”. Jung revela em Souza (2013) que “O símbolo se manifesta em toda a sua
pregnância simbólica pelo sonho e pela criação artística”. Assim, considerando a poesia como
forma de conhecimento, tentaremos desvendar o sentido das relações da arte com a poesia de
Dora Ferreira da Silva.
PALAVRAS CHAVE: DORA FERREIRA DA SILVA, POESIA, ARTE, PINTURA
Sala: 5O-A 306
A CARACTERIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA DAS PRINCESAS DE CONTO DE
FADAS CLÁSSICOS EM SHREK 3
Bruna Ferreira Ramos (UFU)
Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU)
Os contos de fadas, como são chamados, saíram da oralidade e se tornaram parte da narrativa
infantil em 1697, em Paris, com a publicação de Histórias ou contos de tempos passados ou
Contos da Mamãe Gansa (1697), de Charles Perrault. Sem fronteiras e sem prazo de validade,
essas pequenas histórias com finais educativos são saboreadas até hoje por crianças e adultos,
com novos olhares e novas perspectivas nascidos ao longo dos anos. Nas últimas décadas,
observa-se um crescimento notável de novas releituras de vários destes contos, como Rapunzel,
Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve e outros mais. Principalmente no âmbito
das adaptações fílmicas, o mercado cinematográfico nos tem apresentado uma visão
contemporânea desses clássicos, acrescentando um algo a mais às tramas, ações e aventuras dos
conhecidos “Contos da Carochinha”. Em recentes lançamentos, como Encantada (2007),
Valente (2012), Frozen, uma aventura congelante (2013), e todas as edições de Shrek (2001,
2004, 2007 e 2010), produtoras como a Pixer, a Disney e a DreamWorks colocam em cena
novas princesas mais modernas, por meio da descaracterização daquela mocinha, com um
antigo ideal de beleza que, na maioria das vezes, age passivamente e está à espera de seu
príncipe encantado. As novas protagonistas têm agora a cara da mulher moderna na sociedade
atual: ativa, bem-sucedida, dona do próprio nariz, que luta pelo que quer e não se importa de ter
um corpo mais volumoso, o cabelo crespo ou de se casar com o barrigudo e mal vestido da
história. Neste estudo, o foco incide sobre o terceiro filme de animação da série Shrek – Shrek 3
– , no qual o rei de Tão, tão distante, pai de Fiona, que está em seu leito de morte e precisa
passar seu trono para alguém, conta para Shrek que se o mesmo não reinar em seu lugar,
precisará ir atrás do outro único sucessor do trono, um jovem, primo de Fiona, chamado Arthur.
Shrek, como não quer ser o rei, parte em uma viagem em busca deste jovem junto com o Burro
Falante e o Gato de Botas. Shrek, nesse filme, se assusta com a notícia que Fiona lhe dá: a de
que ele será pai. Enquanto isso, Encantado, o vilão da história reúne vários vilões dos clássicos
para atacar Tão, tão distante e roubar o trono para ele. Fiona está em seu chá de berço, com suas
amigas Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e Rapunzel, quando o reino é atacado
pelos vilões. As princesas são pegas e aprisionadas, menos Rapunzel, que decide ficar do lado
de Encantado. Os vilões também encontram Arthur, Shrek e seus amigos e os prendem. Mas
Fiona convence as princesas a tomarem uma atitude e lutarem pelo reino. As princesas se
revoltam e armam uma emboscada para salvarem o castelo que está tomado. No final tudo se
resolve. Os vilões também se revoltam contra Encantado e Arthur torna-se o novo rei. Shrek
acaba gostando da ideia de ser pai e Fiona ganha trigêmeos. O propósito central deste estudo é
investigar o caráter revisionista da caracterização das princesas de clássicos da literatura
infantil, como Bela Adormecida, Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, que reaparecem na
história de Shrek 3 (2007) de uma forma bem diferente de como são conhecidas nas histórias
tradicionais. Esta nova representação nos conta o futuro dessas princesas depois do “... e foram
felizes para sempre”. Esta nova visão mantém sua base nos contos e também várias de suas
características, mas nos apresenta as protagonistas de uma maneira mais atual e irônica,
constituindo-se realmente como uma forma de paródia dos clássicos, animação de uma maneira
atual e crítica, apontando as diferenças detectadas nas novas personagens, quando comparadas
com as protagonistas dos clássicos, e identificando o grau de ruptura atingido pela
caracterização dessas novas princesas.
PALAVRAS-CHAVE: REVISIONISMO; SHREK; PRINCESAS DOS CONTOS DE FADA
CONTRASTE ENTRE O PAPEL FEMININO EM VALENTE E NOS CONTOS DE
FADAS TRADICIONAIS: UMA (RE)VISÃO SOCIAL
Maria Angélica Marinelli (UFU)
Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU)
Os contos de fadas surgiram na tradição oral, com as histórias sendo passadas de geração para
geração. As histórias que se consagraram ao longo do tempo, geralmente apresentavam um
herói ou heroína que, no decorrer da narrativa, sofria alguma adversidade e ao final do conto
triunfava e derrotava o mal. Nesses contos, a figura masculina aparece, muitas vezes, como o
herói/salvador da mocinha indefesa. A personagem principal, a mulher, era visivelmente passiva
e envolvida pelo mal, para assim poder ser salva. Mulheres com voz ativa e postura de
pensadoras, na trama dessas histórias, são muito frequentemente vilãs ou bruxas detestáveis.
Essa postura passiva de boa parte das protagonistas, enfatizada nos antigos contos de fada,
afetaram, possivelmente, a vida e o crescimento de muitas mulheres que foram oprimidas por
visões distorcidas de feminilidade e de papeis sexuais. Uma das maneiras encontradas na
contemporaneidade para fazer acontecer esse despertar da consciência, “morta ou adormecida”,
no que diz respeito à condição das mulheres na sociedade, tem sido o processo revisionista de
releitura de clássicos da literatura infantil, a partir de novas perspectivas, que têm promovido
mudanças importantes nos rumos convencionais dos conhecidos como contos de fadas.
Tomando por base a teoria revisionista o presente trabalho de pesquisa tem como meta central
analisar o filme Valente (2012), visando comparar a figura feminina central, Princesa Merida,
com as protagonistas de contos de fadas tradicionais – Branca de Neve, Bela Adormecida e
Cinderela – a fim de avaliar o caráter revisionista da construção dessa personagem e o grau de
ruptura alcançado por essa nova proposta de princesa.
PALAVRAS CHAVE: REVISÃO, CONTOS DE FADAS, PRINCESAS
O FEMININO EM “THE SNOW CHILD”, DE ANGELA CARTER
Maisa dos Santos Trevisoli (UFU)
Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU)
Esse trabalho tem como objetivo estudar a releitura de contos de fadas tradicionais na obra da
escritora inglesa Angela Carter. A autora, a partir do conto “Branca de Neve e os Sete Anões”,
apropria-se do gênero maravilhoso e o reescreve na narrativa “The Snow Child”. O estudo
proposto visa verificar como a autora aproxima ou afasta seus contos do gênero maravilhoso e
dos contos tradicionais que toma como referência. Mais especificamente, pretende-se analisar,
no conto “The Snow Child”, contido no livro “The Bloody Chamber”, como o feminino é
tratado pela autora. Carter, como muitos outros escritores, bem como o próprio cinema, revisita
os contos de fadas clássicos e populares, valorizando o processo intertextual e o diálogo entre
obras de épocas tão distantes, mas tão atuais. Os contos de fadas continuam a fazer o mesmo
sucesso que faziam no passado, pois trazem um universo encantado que instiga descobertas e
proporciona ensinamentos.
PALAVRAS-CHAVES: CONTO DE FADAS, ANGELA CARTER, FEMININO.
O PROCESSO REVISIONISTA NOS CONTOS DE FADAS: DO CONCEITO ÀS
ESTRATÉGIAS
Lívia Maria de Oliveira (UFU)
Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU)
O conhecido “...e viveram/foram felizes para sempre” encerra diversas narrativas mágicas que
perpassam os séculos, sendo transferido de geração para geração, de forma a se fazer presente
no imaginário adulto e infantil. Os contos de fadas são narrativas de valor significativo e, por
isso, servem de objeto de pesquisa em diversas áreas. Suas leituras e interpretações são distintas,
bem como passíveis de renovação a cada nova releitura das histórias tradicionais. Essas
releituras ocorrem através de traduções, adaptações parafrásticas ou parodísticas e se constroem
na perspectiva do revisionismo, o qual envolve a manipulação de convenções literárias de forma
que as histórias possam ser reavaliadas a partir de uma perspectiva até então inusitada. Nesse
sentido, essa apresentação pretende abordar o processo revisionista contemporâneo,
considerando uma perspectiva feminista, traçando seu conceito e suas principais estratégias.
Para tanto, serão considerados, entre outras coisas, o conceito de revisão e o percurso do
revisionismo, conforme definidos por Adrienne Rich; as noções de táticas revisionistas
delineadas por Rachel DuPlessis em "Writing Beyond the Ending"; e os níveis de revisionismo
ficcional apresentados por Maria Cristina Martins em sua pesquisa sobre releituras
contemporâneas de contos de fadas "E foram(?) felizes para sempre ...”.
PALAVRAS-CHAVE: CONTOS DE FADAS, REVISIONISMO CONTEMPORÂNEO,
PERSPECTIVA FEMINISTA
Sala: 5O-A 307
DIÁRIO, A PALAVRA QUE RESISTIU À GUERRA, NA FICÇÃO DE BORIS
SCHNAIDERMAN
Ivone Gomes de Assis (UFU)
Buscarei apresentar uma reflexão sobre as escritas de diário na obra ficção Guerra em Surdina,
de Boris Schnaiderman. Trata-se de experimentos relatados, em meio a outros, pela personagem
João Afonso, durante seu período de combate, na Segunda Guerra Mundial, na Itália. O diário
refere-se ao capítulo três: “Pecado? Glória?”, em que o diarista anota o espanto de um soldado
ante a insanidade da guerra. Tais escritas subsistiram à guerra e passaram a compor as memórias
do sobrevivente. Este mesmo ser assombra-se ante a solidão humana, com isso compreende que
a maior guerra está dentro do próprio homem. A obra Guerra em surdina é composta de uma
mistura de gêneros, memórias, narrativas e anotações de diário... este último é no qual irei me
deter. No diário, o homem historia os fatos, ainda que pitorescos, cuja escrita faz-se um veio de
libertação momentânea, do diarista. João Afonso, ao detalhar locais e fatos, em uma narrativa
quase poética, evidencia que sua maior preocupação está em denunciar a (in)significação da
guerra, o abandono, as individualidades, as nódoas humanas, os porquês... Dentre os
apontamentos dele, está o estupro, a perda dos valores humanos, o silêncio, a miséria, dentre
outros. Desse modo, poesia e denúncia... literatura e história... esperança e desilusão... vida e
morte vão se alimentando, mutuamente, nas páginas do diário de João Afonso.
PALAVRAS-CHAVE: DIÁRIO, MEDO E FICÇÃO, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL,
BORIS SCHNAIDERMAN
EÇA DE QUEIROZ: O PACTO DIÁBÓLICO EM O MANDARIM E O RETRATO DE
DORIAN GRAY
Lygiane Alves (UFU)
Orientadora: Kenia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Através do presente trabalho temos o intuito de trabalhar a figura do Diabo na obra de Eça de
Queiroz, bem como os desdobramentos do pacto feito pelo personagem. Para termos uma visão
mais ampla e clara das possibilidades da figura diabólica na Literatura como um todo, usaremos
além da obra queirosiana outro clássico da Literatura mundial: Fausto, de Goethe. Esta servirá
de base para que possamos entender a real importância da figura diabólica na obra do autor
português. Em ambas as obras, temos a clara impressão que o que corrompe o homem é o
próprio homem. O Diabo não passa de um reflexo do subconsciente humano, o uso da imagem
diabólica é somente um artifício para moldar as corrupções humanas. O mito do nascimento e
existência de uma força contrária a Deus, o Diabo, nada mais é do que uma justificativa para
toda ação humana desprovida de caráter e bondade. A utilização dessa figura adversa ao que se
tem como bom é a “materialização” das vaidades humanas, que não podem ser saciadas sem o
apoio da força diabólica, que não questiona o objetivo final, simplesmente sede ao seu pactuante
seus desejos. Este trabalho teve o intuito de realizar paralelos entra a obra queirosiana e a
sociedade portuguesa da época, bem como a forte influência da obra na mudança de eixos da
literatura mundial.
PALAVRAS-CHAVE: EÇA DE QUEIROZ, DIABO, REFLEXO, SOCIEDADE.
MY NAME IS ISOBEL: O PAPEL DA MULHER NOS CONTOS REVISIONISTAS
Carolina Lopes Dias Santana (UFU)
Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU)
Os contos de fadas foram fundamentais para a literatura, desde o seu surgimento há muitos
séculos atrás, até os dias de hoje. Através deles podemos compreender a cultura de uma
sociedade e época, e também o papel de determinados personagens. A mulher, por exemplo, é
comumente tratada como fraca e indefesa à espera de um homem que virá ao seu resgate, mas
neste trabalho, ainda em fase inicial de pesquisa, discuto um estilo diferente de heroína, Isobel,
de Nalo Hopkins. Isobel teve sua vida definida pelas outras pessoas, mas no momento em que
muda e decide fazer sua voz ser ouvida, tudo nela é transformado. A pesquisa (recémcomeçada) vai utilizar de teorias revisionistas, apoiando-se principalmente na carnavalização de
Bahktin para explicar e entender o valor desta personagem no cenário da literatura moderna.
PALAVRAS-CHAVE:
CARNAVALIZAÇÃO
RELEITURA,
CONTOS
DE
FADAS,
LITERATURA,
NUTELS NO ENSAIO "O ÍNDIO COR-DE-ROSA" DE ORÍGENES LESSA
Amanda Aparecida de Almeida Borges (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Durante suas andanças pelo Parque Nacional do Xingu e por outras aldeias indígenas brasileiras,
Orígenes Lessa ouviu falar muito sobre o médico sanitarista, judeu, Noel Nutels e seu amor
incondicional pelos índios. Orígenes ficou fascinado com a extraordinária vida deste humanista
que abandonou seu confortável consultório médico no Rio de Janeiro para se embrenhar pelo
interior do Brasil. Com os irmãos Villas Boas e com o apoio de Darcy Ribeiro fundaram,
finalmente, o Parque Nacional do Xingu. Assim, inspirado nesta imensa dedicação às
populações indígenas, demonstrada pelo médico Noel Nutels, que Orígenes Lessa resolveu em
1980 publicar o ensaio- poético- biográfico "O índio Cor de Rosa: evocação de Noel Nutels".
Nesta obra Lessa traça um perfil biográfico, ensaístico e poético sobre a interessante figura
deste médico.
PALAVRAS-CHAVE: NOEL NUTELS; ENSAIO; ORÍGENES LESSA
Sala: 5O-A 309
EPISTOLOGRAFIA E LITERATURA: REFLEXÕES SOBRE OS BASTIDORES DA
CRIAÇÃO LITERÁRIA DE CLARICE LISPECTOR
Luciana Aparecida Silva (UFU)
Orientadora: Joana Luiza Muylaert de Araújo (UFU)
Neste trabalho pretendemos lançar algumas reflexões acerca das concepções literárias e dos
bastidores do processo de criação de Clarice Lispector por meio do gênero carta, tendo como
base a correspondência trocada entre a autora e diversos interlocutores entre os anos de 1943 e
1958 - período no qual morou em vários países (Suíça, Estados Unidos, Itália, Inglaterra)
acompanhando o marido diplomata. Nossa ênfase recai no gênero epistolar como testemunho do
processo de criação literária, tendo em vista ser uma forma específica de escrita de si que
engloba tanto o banal quanto o literário, o público e o privado - levando-se em consideração, por
sua vez, que as cartas não são escritas originalmente com o intuito de serem publicadas. Para
este trabalho, as investigações pautaram-se em estudos sobre epistolografia, escrita de si e vida e
obra da escritora Clarice Lispector. No arcabouço teórico utilizado destacam-se autores como
Angelides (2001), Cardoso (2000), Foucault (1992), Gotlib (1995), Nolasco (2004), Manzo
(1997), Santiago (2002) e Tin (2005). Apesar das correspondências serem uma fonte riquíssima
para analisar o fazer literário dos escritores mais consagrados da nossa literatura, o gênero ainda
não atingiu o status que merece, estando, muitas vezes, à margem das fontes de pesquisa
consideradas privilegiadas por estudiosos e críticos. O estudo da epistolografia de um escritor
tem o objetivo de lançar um novo olhar sobre a criação e a historiografia literária, além de
cumprir o papel de deixar um legado que possibilite novos estudos e interpretações. Embora
Clarice Lispector não tenha escrito cartas com o intuito de serem publicadas, o estudo de sua
correspondência é fonte de profícuas e múltiplas interpretações acerca dos intermúndios
literários da autora. Importante figura do modernismo brasileiro, Clarice sempre reafirmou sua
identidade de brasileira (tendo muitas vezes lidado com o estigma de ter nascido na Ucrânia).
Podemos notar, em suas cartas, a preocupação em endossar, naquela perspectiva modernista, seu
pertencimento à literatura brasileira.
IMUNIZAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NO CONTO “LA CHICA DEL
PANTALÓN PIRATA”
Isabella Borges Gregório (UFU)
Orientadora: Karla Fernandes Cipreste (UFU)
O presente estudo analisa a experiência estética como um evento que resiste à hierarquização de
saberes, ao controle do imaginário e à normalização de condutas. À luz da Imunização, conceito
do filósofo italiano Roberto Esposito, propomos uma reflexão sobre estratégias de poder que
visam domesticar o indivíduo e impedir vínculos comunitários. Além disso, pretendemos
discutir sobre a racionalização excessiva da vida e sobre as contingências que acabam por
estimular um questionamento sobre a superioridade da disciplina, da ordem e da razão. Por
compor parte de um projeto cujo corpus literário é hispânico, nosso estudo tem como objeto de
análise e reflexão o conto “La chica del pantalón pirata”, presente no livro ¿Qué me quieres,
amor?, do escritor espanhol Manuel Rivas. O conto dialoga muito bem com a questão da
experiência estética e a resistência aos mecanismos de poder. Na narrativa, apresenta-se uma
sociedade sob o controle de um ditador. Dois agentes que não se conhecem planejam um
atentado para matar Bestión, o ditador. Porém, no decorrer do plano milimetricamente
calculado, irrompe a experiência do belo na figura de uma jovem e a partir desse imprevisto, os
agentes se veem diante da dúvida angustiante entre desfrutar a vida ou escolher a morte.
PALAVRAS-CHAVE: IMUNIZAÇÃO, EXPERIÊNCIA ESTÉTICA, IMAGINÁRIO
AS INFLUÊNCIAS DO PÍCARO NA OBRA DORMIR AL SOL
Matheus Taylor Souza Borges (UFU)
Orientadora: Karla Fernandes Cipreste (UFU)
O presente estudo analisa a relação entre dois personagens da obra Dormir al sol, do escritor
argentino Adolfo Bioy Casares, como uma proposta ética e estética de resistência a estratégias
de normalização de condutas calculadas para impedir vínculos comunitários. Na obra referida,
Picardo é um personagem inspirado no Pícaro, figura de prestígio na literatura do Século de
Ouro Espanhol, por sua irreverência e por seus métodos pouco ortodoxos na luta pela
sobrevivência. As artimanhas vividas por esse ser marginalizado alimentaram o imaginário
popular e propuseram o riso como uma experiência estética liberadora. Porém, por se tratar de
um tipo que problematiza o discurso da ordem e do trabalho, o Pícaro sofreu, como figura
social, uma espécie de higienização que impôs seu estilo de vida como uma ameaça à vida em
comum. Em contrapartida ao pícaro existente em Picardo, temos Lucho Bordenave, personagem
principal da trama de Casares, homem simples, trabalhador e totalmente conforme com as
normas sociais. Por serem vizinhos desde a infância, esses personagens tão díspares têm uma
convivência conflituosa na qual Picardo provoca Lucho para que este saia de sua zona de
conforto.Perante dois homens de características tão distintas, propomos uma análise das
consequências da aceitação e incorporação dos comportamentos picarescos pelo homem
comum, representado por Lucho. Para isso veremos um recorte da obra de Casares no qual a
convivência desses personagens pode ser lida sob a perspectiva do conceito de Comunidade,
apresentado pelo filósofo italiano Roberto Esposito, e proposto como resistência às estratégias
imunizantes.
PALAVRAS-CHAVE: PÍCARO; IMUNIZAÇÃO; COMUNIDADE
OLGA BENARIO: ESCRITAS DO AMOR E DA GUERRA
Mariana Bisaio Quillici (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Olga Benario pode ser considerada uma das militantes mais importantes da história política do
Brasil. Nascida em Munique, na Alemanha, em 1908, filha de judeus tradicionais. Em 1934 foi
destinada a garantir a chegada segura de Luiz Carlos Prestes ao Brasil, onde esse lideraria a
Intentona Comunista. O casal se apaixona, mas com o fracasso da revolução são separados e
Olga, enquanto judia comunista, é enviada grávida à Alemanha nazista. Lá é morta na câmara
de gás do campo de concentração de Bernburg. Mesmo separado, o casal manteve sua relação
através de cartas e foi assim que encontraram forças para suportar a prisão, os interrogatórios, as
torturas e a distância. A carta foi o espaço possível de reflexão encontrado por Olga para relatar
sobre o desenvolvimento de sua filha e expressar seus sonhos de um dia poder reunir sua
família. Pretendo discutir a última carta escrita por Olga Benario, destinada à Prestes e Anita,
filha do casal, abordando os traços do amor que resistiu à distância e à guerra até o último
momento e principalmente, de que forma este amor se transformou em força para suportar as
situações limite do campo de concentração.
PALAVRAS-CHAVE: EPÍSTOLAS, AMOR, GUERRA
Sala: 1G 235
A VARIAÇÃO DO /R/ NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Guilherme Antônio Silva (UFU)
Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU)
Este trabalho discute a variação do /r/ no Português Brasileiro, apresentando a trajetória
diacrônica da vibrante desde o Latim até o PB atual. Também será discutida a forma subjacente
desse segmento como vibrante /r/ e/ou como fricativa velar /x/. Além disso, serão apresentados
trabalhos sincrônicos sobre o /r/ no PB que mostram a variação que esse segmento apresenta na
fala, podendo aparecer como uma vibrante [r], fricativa glotal [h], fricativa velar [x],
aproximante retroflexa [ɻ], tap retroflexo [ɽ], aproximante alveolar [ɹ]. Sendo assim, recorremos
às teorias fonológica e variacionista para melhor compreender a variação do /r/.
PALAVRAS CHAVE: RETROFLEXO, FONOLOGIA, RÓTICOS, VARIAÇÃO
ENSINO DE ORTOGRAFIA NO LIVRO O DIDÁTICO DA EJA
Claudia Soares da Silva Braga (UFU)
Cláudia Adriana Souza Santos (UFU)
Reflexões sobre a abordagem gramatical tem sido objeto de muitas pesquisas, tendo em vista o
desenvolvimento dos estudos linguísticos nos últimos tempos. Nessa direção, buscamos analisar
a abordagem dada à ortografia pelos livros didáticos “Tempo de aprender – EJA”, 6º e 7º ano,
nos anos finais do ensino fundamental na Educação de Jovens e Adultos - EJA. O trabalho
adotou como estratégia metodológica a pesquisa bibliográfica, envolvendo um levantamento
bibliográfico sobre o processo de ensino e aprendizagem da ortografia nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s). Em seguida, fez-se a análise dos livros didáticos em questão.
Para fundamentar nosso trabalho utilizamos autores que demonstram algumas concepções sobre
o ensino de Português; dentre eles, destacam-se: Cagliari (2003), Zorzi (2003), Morais (2003),
Travaglia (2003), Possenti (1996), os PCN’s, entre outros. Contudo, ao analisarmos o modo
como as notações ortográficas são trabalhadas nas seções “Olhe a escrita”, verificamos que o
ensino das normas ortográficas ainda terá um longo caminho para ser trilhado até se adaptar ao
adequado, de modo a considerar-se a ortografia um objeto de conhecimento que precisa ser
transformado em objeto de ensino, didaticamente refletido.
PALAVRA- CHAVE: ORTOGRAFIA, LIVRO DIDÁTICO, PCN’S
FONTE DO ACENTO PAROXÍTONO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Luann Dias de Souza (UFU)
Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU)
Na Língua Portuguesa, temos a existência de diversas regularidades e irregularidades
linguísticas no que diz respeito ao seu funcionamento. As regularidades, nas línguas em geral,
foram mais amplamente estudadas e analisadas pelos chamados neogramáticos, no final do
século XIX, que se preocuparam especialmente em categorizar elementos das línguas que são
comuns. Segundo Coutinho (1969), “Coube aos neogramáticos a tarefa de sustentar, o que
fizeram com brilhantismo, o conceito de que as leis fonéticas são princípios absolutos, cujo
rigor científico pode ser facilmente observado”. O foco deste trabalho será analisar, com o
auxílio das leis fonéticas, o acento nas palavras paroxítonas terminadas em consoante, no
Português, em uma visão diacrônica, buscando no Latim Clássico, Latim Vulgar e Português
Arcaico, possíveis respostas quanto às irregularidades acentuais que temos hoje na Língua
Portuguesa. Essa pesquisa etimológica e filológica conta com os trabalhos de: Manuel Said Ali,
Ernesto Faria, Theodoro Henrique Maurer Jr., Leda Bisol, Serafim da Silva Neto e Joaquim
Mattoso Câmara Jr., José Magalhães, Ismael da Lima Coutinho, Paul Teyssier, Rodolfo Ilari,
Carla de Aquino entre outros. Para o desenvolvimento do presente projeto, utilizamos alguns
passos que nos auxiliaram na obtenção dos resultados desejados. Primeiramente, foi-nos
interessante uma seleção e leitura de diversos trabalhos feitos no que diz respeito à acentuação:
livros, artigos, revistas etc; essa leitura serviu-nos de arcabouço teórico para elucidar as
questões e hipóteses levantadas e, além disso, entender as regularidades acentuais que foram
descritas na literatura por diversos autores, dentre eles: Leda Bisol, José Magalhães, Teyssier,
Coutinho, Said Ali, entre outros. Feito o levantamento bibliográfico, as questões de pesquisas
nos emergiram com mais nitidez, e em alguns passos iremos dar seguimento às análises:
-Investigação, em gramáticas históricas, da origem das palavras paroxítonas encerradas em
sílaba pesada, em consoante, visto que são marcadas como desvio da regra geral. Essa
investigação da origem irá nos auxiliar na descrição de possíveis regularidades dentro dessas
irregularidades, pois poderemos separá-las conforme características comuns, constatadas em sua
evolução do Latim Clássico ao Português Contemporâneo; -Posterior à investigação feita acerca
das palavras paroxítonas irregulares do Português Contemporâneo, iremos comparar os dados
históricos com o que existe hoje, afim de tentar descrever as mudanças ocorridas nas palavras,
de lá pra cá, através das leis de alterações fonéticas, denominadas metaplasmos, facilitando
assim nossa percepção da irregularidade ocorrida nos processo evolutivo da palavra.
-Feita a comparação e descrição do nosso corpus, que são as paroxítonas irregulares do
português, já descritas anteriormente, iremos separar os dados conforme a regularidade da
consoante que encerra a sílaba final, seja ela L,R,S,M,N. Dessa forma, poderemos traçar
possíveis regularidades de acordo com a consoante final da paroxítona irregular;
-Visto que a língua portuguesa é repleta de empréstimos linguísticos de diversas origens, iremos
separar os dados conforme a origem de cada palavra, pois assim poderemos classificar as
possíveis regularidades não só de acordo com a consoante final que encerra a palavra, mas
também de acordo com a origem de cada uma delas; Os resultados alcançados, que são
propostas de uma regularidades das palavras paroxítonas tidas como irregulares no português,
estão constantemente sendo acrescentadas e discutidas.
PALAVRAS-CHAVE: FONTE, PAROXÍTONO, PORTUGUÊS
O ABAIXAMENTO DAS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NO DIALETO
CARMELITANO: UM CASO DE HARMONIA VOCÁLICA
Fernanda Alvarenga Rezende (UFU)
Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU)
As variações de /e/→[ɛ] e de /o/→[ɔ], em posição pretônica, com enfoque na aplicação da regra
de harmonia vocálica, são o foco desse estudo, cujo corpus foi constituído pela fala espontânea
de 24 habitantes nascidos e crescidos no município mineiro de Monte Carmelo. A metodologia
deste trabalho segue os preceitos da Sociolinguística Variacionista, proposta por Labov (1972) e
os resultados foram interpretados com base na teoria fonológica da Geometria de Traços,
proposta por Clements (1985, 1989, 1991) e revista recentemente por Clements e Hume (1995).
Assim, após rodarmos os dados referentes à manutenção e ao abaixamento das vogais médias
altas /e/ e /o/ na posição pretônica no GoldVarb X, contabilizamos um total de 6.963 dados,
sendo 635 realizações de [ɛ] e 402 de [ɔ] na sílaba pretônica, o que corresponde a 31,1% do
total – 13,7% para [ɛ] e 17,4% para [ɔ] – e verificamos que a harmonia vocálica é a principal
motivadora do abaixamento de ambas as vogais no dialeto carmelitano. É importante ressaltar
que, embora outras variáveis independentes linguísticas tenham sido selecionadas pelo
programa estatístico, o nosso foco são os resultados encontrados para a variável altura da vogal
tônica, que foi uma variável muito significativa para esse estudo. Para a realização de [ɛ] na
sílaba pretônica, os resultados que obtivemos mostraram que, quando a vogal da sílaba tônica é
/ɛ/ ou /ɔ/, das 288 ocorrências registradas, em 68 a regra de harmonia vocálica foi aplicada.
Assim, palavras como m[ɛ]lhor por m/e/lhor, por exemplo, tiveram peso relativo de 0,67 para a
variável altura da vogal tônica. Já para a realização de [ɔ] na posição pretônica, a harmonia
vocálica se aplicou em 57 das 143 ocorrências em que a vogal tônica era uma média baixa,
como em [ɔ]corre por /o/corre, o que representa 39,9% dos dados e peso relativo de 0,84. Na
representação hierárquica da Geometria de Traços, verificamos que o nó com o traço [+
aberto3] da vogal média baixa que está na sílaba tônica é espraiado para o nó com o traço [aberto3] da vogal média alta da sílaba pretônica e, ao desligar esse nó dessa vogal, ela assume o
mesmo traço de altura da vogal tônica. Desse modo, a vogal pretônica passa a ser realizada
como [ɛ] ou como [ɔ]. Portanto, esses resultados mostram que as vogais /e/ e /o/ estão
submetidas à mesma regra variável, ou seja, a regra de harmonia vocálica.
PALAVRAS CHAVE: ABAIXAMENTO; HARMONIA VOCÁLICA; VOGAIS MÉDIAS
PRETÔNICAS; GEOMETRIA DE TRAÇOS
Sala: 1G 231
A INTERFERÊNCIA DA LÍNGUA MATERNA NA PRODUÇÃO ORAL DE
BRASILEIROS APRENDIZES DE ESPANHOL
Hellen Betin Miranda (UFU)
Orientador: Ariel Novodvorski (UFU)
A demanda no ensino e aprendizagem de espanhol no Brasil tem crescido nos últimos anos a
partir da aprovação da Lei 11.161, que regulamenta a oferta obrigatória nas escolas primárias.
Neste sentido, são importantes os trabalhos que buscam investigar de que modo vai acontecendo
a aquisição do espanhol, pelos falantes nativos de português. Tomando por base a
fundamentação teórica da Aquisição de Língua Materna/Estrangeira e da Interlíngua
(BARALO, 2004; DURÃO, 2004), da Análise da Conversação (GALLARDO PAÚLS, 1998) e
subsídios da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004), este trabalho tem o intuito
de analisar a possível transferência morfológica da língua materna, encontrada nas produções
orais de professores em formação, do quarto período do curso de Letras/Espanhol, na disciplina
Língua Espanhola: Habilidades integradas com ênfase na produção oral. O corpus de estudo faz
parte de COrELE (Corpus Oral de Espanhol como Língua Estrangeira). (O trabalho é
desenvolvido no âmbito do projeto Estudos Contrativos em Corpus Oral de ELE
NOVODVORSKI 2013). Serão apresentados os procedimentos adotados para as instâncias de:
compilação das produções orais, transcrições, identificação dos casos de interlíngua,
etiquetagem da tipologia de erros e análises contrastivas. Além dessas etapas metodológicas e
considerando que o presente trabalho está em sua fase inicial, serão apresentados alguns
exemplos extraídos do corpus que ilustram as características desta pesquisa. Espera-se que este
trabalho possa encontrar as possíveis causas de transferências de linguísticas que estudantes
brasileiros incorporam a suas falas ao tentarem se comunicar em espanhol. Por último, serão
apresentados os passos seguintes para continuar a pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE : ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA; MORFOLOGIA; LÉXICO;
ANÁLISE CONTRASTIVA; LINGUÍSTICA DE CORPUS; AQUISIÇÃO DE LÍNGUA.
ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA VIA INTERNET: UMA ANÁLISE
DISCURSIVA DE CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS E POLÍTICAS INSTITUCIONAIS
DE TRÊS ESCOLAS PRIVADAS DE LINGUAS
Giselly Tiago Ribeiro Amado (UFU)
Orientadora: Simone Tiemi Hashiguti (UFU)
Este trabalho propõe-se a compreender como cada uma das campanhas publicitárias de três
escolas de inglês online constrói as representações de aprendizagem da língua inglesa através
dos diferentes elementos textuais (imagem e verbal) que compõem o regime de verdade
empreendido no discurso delas veiculado pela internet, bem como, verificar a influência da
valorização da habilidade da fala em cada uma das propostas e problematizar como a gramática
e outros aspectos de língua e aprendizagem da língua inglesa são tratados nas campanhas e
também as metodologias de ensino dessas escolas. A Análise do Discurso (AD) é a perspectiva
da pesquisa que está atrelada à linha francesa na concepção de Pêcheux (1988), com
considerações sobre o discurso em Foucault (1996) e a compreensão da língua enquanto
produtora de sentidos dentro das práticas sociais conforme Orlandi (1999). Segundo essa autora,
a AD é uma disciplina de entremeio, que dialoga com outras disciplinas, a depender do corpus
para proceder à investigação, sendo assim, o objetivo é desenvolver esse trabalho em
consonância com a Linguística Aplicada, enquanto área transdisciplinar (MOITA LOPES,
2006) para que se possa discutir a língua inglesa nessas campanhas publicitárias. Compreendese que a aquisição da língua inglesa envolve o relacionamento dos sujeitos com sua estrutura
psíquica em um processo que ocorre de forma conturbada porque visa modificar o que já foi
inscrito pela língua materna como expressão do sujeito (REVUZ, 1998), dessa maneira, não se
pode separar a formação do sujeito e a construção de sua própria identidade dentro do contexto
pós-moderno na busca por soluções imediatistas, facilitadas e realização pessoal com o mínimo
de esforço (HALL, 1997), o que provoca efeitos também nos processos de aprendizagem de
língua inglesa e nas estratégias de venda de cursos. O material para a condução da pesquisa será
obtido por meio de fontes bibliográficas, tais como livros, teses e artigos. Será produzida uma
revisão da literatura visando aplicar a teoria à análise do corpus construído em cada etapa do
trabalho, em que serão descritas e interpretadas as materialidades linguística, imagética, visual,
verbal e não verbal das publicidades das escolas. Tal procedimento acontecerá imbricando a
descrição e a interpretação em concordância com Pêcheux (1988) entendendo que não se trata
de mera alternância ou mistura indistinguível.
PALAVRAS-CHAVES: ANÁLISE DO DISCURSO, LINGUÍSTICA APLICADA, INGLÊS
ONLINE
O GESTO NA LINGUAGEM NÃO VERBAL CODIFICADA E NÃO CODIFICADA
UMA ANÁLISE DO INTERDISCURSO
Isabella Zaiden Zara Fagundes (UFU)
Orientadora: Simone Tiemi Hashiguti (UFU)
Este projeto de pesquisa que tem o intuito de resgatar a memória italiana através da análise
gestual, a partir de uma abordagem que busca investigar e compreender a questão da presença
dos gestos na cultura italiana e sua influência em professores de língua estrangeira,
especificamente a língua inglesa e também analisar e discutir que corpo é esse que fala a língua
estrangeira, qual o significado do gesto, se somos mais vistos que ouvidos, como o gesto muda
na história, como o discurso está no gesto, além de verificar se o seu significado será o mesmo
em línguas diferentes. Como corpus de análise estão sendo utilizados vídeos disponíveis na
internet com professores italianos ou de outra nacionalidade ensinando a língua inglesa, bem
como filmes produzidos em inglês ou em italiano. Essa pesquisa faz-se necessária para se obter
um entendimento da memória histórica do povo italiano através da compreensão da correlação
do gesto com o corpo, tendo como enfoque especial as mãos. Para isso, o embasamento teórico
utilizado está vinculado à Análise de Discurso para explicar a questão do interdiscurso e sua
aplicação no uso da linguagem não verbal codificada (ORLANDI, 2005; 2009), além de uma
atenção voltada para as considerações de Pêcheux (1975) e Foucault (1969; 1975), pois através
delas empreende-se um entendimento profundo sobre a linguagem, o sujeito, a análise do
discurso, a imagética e a memória inserida no corpus. Payer (2006) e Hashiguti (2008) serão
essenciais para a conexão e percepção da memória histórica, sua representatividade e relação
entre gesto e corpo, já que trabalham com a memória, a cultura de um povo e a análise do corpo
em si. A compreensão da relação entre a Linguística Aplicada e o ensino de língua estrangeira
terá base nas questões levantadas por Moita Lopes (2006) ao considerar a necessidade de que a
análise ocorra de maneira transdisciplinar.
PALAVRAS-CHAVES: ANÁLISE DO DISCURSO, GESTO, CORPO, INGLÊS, ITALIANO
O INTERCÂMBIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Danúbia Fábia de Souza (UFU)
Orientadora: Maria de Fátima Fonseca Guilherme (UFU)
As primeiras reflexões acerca deste trabalho tiveram início no processo de seleção no Programa
de Mobilidade Internacional (PMI) promovido pela UFU. O interesse por um projeto que
tivesse como tema os efeitos desse PMI na vida acadêmica e profissional de (futuros)
professores de Língua Estrangeira (LE) esteve presente em discussões na graduação, em eventos
acadêmicos e também nos encontros com os grupos de estudos GEDEN e LEP dessa
Universidade. O PMI tem a intenção de promover o intercâmbio de discentes e docentes
promovendo o intercâmbio científico, tecnológico, cultural, artístico, filosófico entre a
universidade e as outras instituições conveniadas. Assim, nossa pesquisa justifica-se porque,
levando em consideração que o PMI se configura como um programa recente para os alunos de
cursos de Letras torna-se relevante enunciar os efeitos desse programa na formação dos
professores de LE. Essa pesquisa se ancora na Linguística Aplicada (LA) em interface com a
Análise de Discurso de linha Francesa (ADF) e com a Análise Dialógica do Discurso (ADD).
Tendo em vista que trabalharemos com a LA em comunicação com a ADF e ADD é
conveniente que deixemos claro nosso posicionamento diante dessas filiações. A LA na qual
nos filiamos deve reportar-se ao que é social, ou seja, ter relação direta com o mundo em que
vivemos e por meio de pesquisas, representar a sociedade para “compreender as práticas sociais
nas quais a linguagem tem papel crucial” (Moita Lopes, 2006, p. 102). Entendemos que para
colocarmos em prática as epistemes estabelecidas pela/na LA com as conceituações de
interdisciplinar e transdisciplinar, assumindo assim um papel ativo e responsivo que exercerá
uma relação entre essas interfaces dispostas precedentemente. Segundo Moita Lopes, fazer
pesquisa interdisciplinar em LA é “sintonizar com outras áreas do conhecimento, ajudando-nos
a ver as limitações de nossas pressuposições”. Já pesquisa transdisciplinar é “um diálogo entre
teorias na qual a lógica de uma teoria é posta a operar dentro de uma outra sem que a última seja
reduzida à primeira” (Moita Lopes, 2006, p. 100). A metodologia adotada nesse trabalho
consiste em um estudo de caso de natureza qualitativa, analítico-descritiva e interpretativista. O
estudo de caso, dentro de uma perspectiva da Linguística Aplicada, de acordo com Duff (2008,
p. 21-22), pode ser definido como um estudo qualitativo de análise e descrição intensiva e
holística para investigar fenômenos contemporâneos dentro de contextos reais, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são evidentemente claros.
PALAVRAS-CHAVE: INTERCÂMBIO, MOBILIDADE ESTUDANTIL, PROGRAMA DE
MOBILIDADE INTERNACIONAL, FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA
ESTRANGEIRA
Sala: 1G 223
O PORTAL DO PROFESSOR COMO FERRAMENTA DE ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Tainá Terence Silva (UFU)
Orientadora: Maria Aparecida Resende Ottoni (UFU)
Neste trabalho, apresentaremos os resultados parciais do projeto intitulado “O portal do
professor: contribuições e implicações para o ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica
do Triângulo Mineiro”, financiado pela FAPEMIG e pela CAPES, por meio do Edital 13/2012 –
Pesquisa em Educação Básica, e coordenada pela Profa. Dra. Maria Aparecida Resende Ottoni
juntamente com a equipe executora composta pela Prof.ª Drª Vilma Aparecida Gomes
(ESEBA/UFU), Prof.ª Drª. Walleska Bernardino Silva (ESEBA/UFU),Prof.ª Ma. Maria José da
Silva Fernandes (Escola Estadual São Francisco de Assis - Canapólis - MG) e Taís Oliveira
(Estudante Educação Básica). Assim, nesse recorte do projeto, apresentamos uma visão geral do
Portal do Professor e os dados relativos à investigação do foco das sugestões de aulas de Língua
Portuguesa mais acessadas no Portal, destinadas ao Ensino Fundamental Final e ao Ensino
Médio. (Fundamentação teórica). Para a realização do estudo, apoiamo-nos em diferentes
estudos sobre o ensino de Língua Portuguesa, sobre os gêneros discursivos, a multimodalidade e
as tecnologias da informação e da comunicação integradas aos conteúdos (ROLIM-SILVA,
2001; DIAS et al, 2011; OTTONI, 2007; BUNZEN; MENDONÇA, 2006; BURLAMAQUI,
2011; COSCARELLI, 2003; ROJO, 2009; OTTONI et al, 2010). (Metodologia) A metodologia
utilizada para essa pesquisa é de cunho descritivo-analítico e se baseia nos pressupostos da
metodologia qualitativa (GEERTZ, trad. 1978; BAUER & GASKELL, 2002). (Resultados
alcançados) Dessa forma, foram analisadas cada uma das 375 aulas (304 são do Ensino
Fundamental e 71 do Ensino Médio) que compõem o corpus da pesquisa, privilegiando a
investigação do foco das aulas, ou seja, observando cada seção das sugestões de aulas com o
objetivo de encontrar o principal foco de ensino que essas aulas possuem. Após isso, foram
analisadas as áreas que recebem mais foco nas sugestões de aula. Após a análise dessas aulas, as
subdividimos em 14 áreas: retextualização, gêneros do discurso, gramática, interpretação
textual, variação linguística , figuras de linguagem, produção textual, interpretação/produção
textual, tipos textuais, coesão e coerência, literatura, intertextualidade, linguagem e leitura. E
assim encontramos os resultados: nas as aulas do Ensino Fundamental há a predominação do
foco nas áreas de: INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (76 aulas = 25%), GÊNEROS DO
DISCURSO (62 aulas = 21%), PRODUÇÃO TEXTUAL (41 aulas = 13%) e GRAMÁTICA (25
aulas = 8%). No Ensino Médio: COESÃO E COERÊNCIA (16 aulas = 23%), GÊNEROS DO
DISCURSO (15 aulas = 22%), INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (14 aulas = 20%) e FIGURAS
DE LINGUAGEM (8 aulas = 12%). (Conclusão) Desse modo, percebemos que das aulas
presentes no corpus da pesquisa procuram estabelecer uma relação ao que é exigido nos níveis
de ensino. Isto é, no Ensino Fundamental há um foco maior na compreensão escrita e na
gramática, por exemplo. Já no Ensino Médio, o foco está na coesão e na coerência do texto.
PALAVRAS-CHAVE: PORTAL DO PROFESSOR, FERRAMENTA, ENSINO, FOCO
TEMÁTICO
1ª TURMA DE LETRAS: LÍNGUA PORTUGUESA COM DOMÍNIO DE LIBRAS
Marta Ribeiro Nepomucena (UFU)
Suely André de Araújo Drigo (UFU)
Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU)
Por iniciativa do instituto de Letras e Linguística – ILEEL da Universidade Federal de
Uberlândia foi proposto ao MEC, no âmbito do programa Viver sem Limite do Plano Nacional
dos Direitos da Pessoa com Deficiência através do decreto 7.612/2011. Após a aprovação do
Conselho Universitário da UFU, um novo Curso de Graduação para a instituição com a
denominação de Letras - Língua Portuguesa com Domínio de Libras – LPDL. Que se iniciou no
primeiro semestre do ano de 2014 com a duração de oito semestres, com objetivo de formar
professores pesquisadores da Libras (Língua Brasileira de Sinais) e da Língua Portuguesa como
segunda língua para aluno surdo, o curso foi ofertado conforme foi estabelecido pelo Decreto
5626/2005 regulamentada pela Lei 10436/2002 que objetiva a implementação de professores
bilíngues na educação do surdo. Entretanto a instituição do ILEEL assumiu o curso mediante a
necessidade da formação de professores nesta área e para atender as demandas evocadas pela
inclusão escolar dos surdos e inclusão da Libras em cursos de Licenciaturas. A fundamentação
teórica desse estudo terá como base pesquisa de Quadros (1997), Lodi (2005), Salles (2010) e
Lima (2011). Entende-se que a educação do surdo tem carência e depende de uma formação
adequada dos professores no processo de escolarização, atualmente é ofertada o ensino da
Libras, porém Lodi (2005) e Salles (2010), enfatizam que o mesmo tenha uma formação de
língua portuguesa como segunda língua pois o surdo somente aprenderá a escrita da língua
portuguesa se submetido a um processo formal de aprendizagem, com metodologia específica e
professores especializados para este fim (Lima 2011 apud Quadros 1997). Devido a este curso
de LPDL ser a primeira turma é inevitável que o curso apresente dificuldades no processo de
organização e adequação, por isso pretendemos fazer uma análise profunda do curso, análise
documental da grade curricular e do projeto político pedagógico. Diante desta análise acercado
curso, nos instiga a um melhor estudo investigativo sobre à inquietação, a dúvida, a reflexão de
novas ideias e de novos métodos de ensino através do que comprometam a formação dos
discentes deste curso para que possam atuar com os alunos surdos que engloba o uso da Língua
Brasileira de sinais, apoiando nos princípios da Inclusão, Novas tecnologias, Criticidade,
Pluralidade, Ética e Interação.
PALAVRAS CHAVE: FORMAÇÃO DE PROFESSOR, LIBRAS, PORTUGUÊS L2,
SURDOS
A INSERÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
(TICs) NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Mara Rubia Aparecida da Silva (UFU)
Estamos vivendo em uma sociedade globalizada em que o contato com novas culturas e línguas
está amplificando o processo de comunicação através das tecnologias, ampliando o uso das
TICs e inserindo-as cada vez mais dentro do processo de ensino e aprendizagem nas escolas.
Cabe ao professor buscar diferentes recursos para diversificar os conteúdos, trabalhando a
interdisciplinaridade e ampliando os conhecimentos dos alunos, tendo como embasamentos
teóricos as diferentes visões de linguagem e os conceitos de aprender e ensinar uma língua
estrangeira. Novas ferramentas, como o Facebook, podem ser utilizadas na compreensão de uma
nova língua, inserindo o aluno em uma nova cultura e língua alvo, criando grupos para a
comunicação e interação de novas aprendizagens. Pensando em uma visão discursiva sobre o
uso das TICs na sala de aula, pressupondo que o ensino e aprendizagem de língua estrangeira e
a aquisição de linguagem sejam processos e discursos, discutindo e refletindo sobre as TICs que
podem ser analisados pela teoria da Análise do Discurso de linha francesa. Na Análise de
Discurso, a língua é uma materialidade do discurso, e o discurso é uma materialidade da
ideologia (ORLANDI, 2001). Segundo Orlandi (1999), em sua leitura de Pêcheux (1975), não
há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o individuo é interpelado em sujeito pela
ideologia e é assim que a língua faz sentido. Segundo os autores, língua e ideologia estão
interligados em um processo de prática e desenvolvimento discursivo. Na análise de discurso
procuramos trabalhar a linguagem e entendê-la como uma prática social. Nesta pesquisa de tipo
qualitativa, além da pesquisa bibliográfica, haverá entrevista com professores e alunos do
Ensino Médio, com a elaboração de questionários com perguntas para relatos abertos. Além
disso, criar um grupo no Facebook para interagir e desenvolver a aprendizagem, fazer com que
os alunos tenham contato com diversos aplicativos que contribuam para a aprendizagem de
língua através do Facebook, e analisar os discursos dos professores e alunos referentes ao tema
trabalhado.
PALAVRAS CHAVE: APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS, TICS, IDEOLOGIA
A CULTURA AFRO-BRASILEIRA REPRESENTADA NO MOVIMENTO HIP HOP: O
GRUPO RACIONAIS MC’S E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE A PARTIR DO
MOVIMENTO
Emilly Raizer da Silva Simão (UFU)
Orientadora: Cintia Camargo Viana (UFU)
Trata-se de apresentar a cultura afro-brasileira representada no movimento Hip Hop, em
especial ao estilo musical rap que faz parte do movimento (as músicas do grupo Racionais
MC’s). Mostrando como a cultura afro-brasileira é vista e relatada na sociedade e como à
identidade dos afro-descentes é construída no mundo a partir do movimento Hip Hop. O
movimento Hip Hop ,em especial o rap, contribuiu e tem contribuído na construção da
identidade de alguns jovens, sendo em sua maioria afro-descendentes. Jovens esses que
encontram no movimento Hip Hop um apoio para se sentirem parte da sociedade preconceituosa
que existe no mundo, fazer parte de uma sociedade e ser reconhecido e poder ter os direitos que
todo ser humano precisa, independente da sua cor ou classe social. E é na letra das músicas do
rap que a maioria desses jovens afro-descendentes constrói a sua identidade. Nesse sentido, para
melhor entendimento do tema proposto, parte-se do princípio que se fez necessário conhecer o
que significa o movimento Hip Hop, o estilo musical rap, a primeira discografia do grupo
Racionais MC’s Holocausto Urbano (1990) e Raio X do Brasil (1993), já que o grupo foi um
dos primeiros a retratarem de fato como é a realidade da população negra na sociedade.
Primeiro foi realizado um levantamento bibliográfico das obras teóricas que falam sobre o
movimento Hip Hop. Em seguida, analisamos o rap como um estilo musical que faz parte do
movimento, e tendo escolhido o grupo de rap Racionais MC’s, analisamos suas músicas da
primeira discografia, identificando os problemas que ocorre com os negros afro-descendentes na
sociedade brasileira e por fim leituras relativas na construção da identidade do afrodescendentes, relacionando tudo ao movimento Hip Hop. Após ter um conhecimento teórico
sobre o movimento Hip Hop, o estilo musical rap, do grupo Racionais MC’s e da construção da
identidade do afro-descendente a partir do movimento e compreender a importância que esses
temas têm na vida da maioria dos afro-descendentes, entendemos que o movimento Hip Hop e o
que faz parte dele ajuda a população negra afro-descendente a formarem sua identidade.
Fazendo do rap uma verdadeira escola, se baseando na letra das músicas para reivindicarem
seus direitos de cidadão que a sociedade oferece.
PALAVRAS-CHAVE: HIP-HOP, RAP, RACIONAIS MC’S, IDENTIDADE
27 de novembro | Noite | 21h20min
Sala: 5O-A 305
A PRECIOSIDADE DA AFIRMAÇÃO DA PRÓPRIA IDENTIDADE NOS CONTOS DE
NALO HOPKINSON E MARINA COLASANTI
Graça Talita de Lacerda (UFU)
Orientador: Ivan Marcos Ribeiro (UFU)
O presente artigo objetiva compreender o processo de conquista da identidade feminina em um
contexto de violência psicológica, física e sexual, o poder exercido pelas figuras masculinas e a
emancipação da mulher narrados nos contos feministas. Para tanto, foram escolhidos dois
contos, um deles, chamado “Precious”, escrito pela jamaicana Nalo Hopkinson, e o outro pela
brasileira Marina Colasanti, intitulado “Quem me deu foi a manhã”. Dentre os aspectos
analisados destacam-se a intertextualidade, os símbolos, narrador e personagens, tempo e espaço
e características da escrita feminina e feminista. A pesquisa ocorreu por meio de revisão
bibliográfica nas áreas da Literatura de expressão, da Literatura feminista, das análises de
contos de fadas e também da biografia de Marina Colasanti e da autobiografia de Nalo
Hopkinson. De maneira intertextual, ambos os contos trazem referências da magia dos contos de
fadas, abordando temáticas atemporais, as quais se repetem em diferentes momentos e lugares,
refletindo a situação da opressão feminina, da exploração da mulher e da dominação masculina,
assim como o processo feminino de conquista da dignidade, emancipação, liberdade e afirmação
da própria identidade.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA FEMINISTA, IDENTIDADE, EMANCIPAÇÃO
FEMININA, VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
A LINGUAGEM DA VIOLÊNCIA EM "CLUBE DA LUTA"
Lorena Alves Gorito (UFU)
Orientador: William Mineo Tagata (UFU)
O objetivo desse projeto é analisar os recursos de linguagens verbais e não verbais utilizados na
representação da violência no filme dirigido por David Fincher, “Clube da Luta” (1999).
Baseado no livro homônimo lançado em 1996 e escrito por Chuck Palaniuk, Clube da Luta é
considerado polêmico e aclamado pela crítica como um dos melhores filmes do século. Para que
se possa fazer essa análise, primeiramente é necessário assistir e analisar o filme Clube da Luta
de forma crítica, definindo os aspectos da tendência violenta dos personagens, baseando-se em
teorias psicanalíticas. A análise será realizada concomitantemente à leitura de obras constantes
na bibliografia deste projeto, provenientes de áreas como teoria do cinema, psicanálise e
filosofia, e escritas por estudiosos como Metz (1972), Aumont e Marie (2003), Fantini (2009),
Freud (1930), Moita Lopes (2006), entre outros. De maneira geral, consideraremos o filme
Clube da Luta como um exemplo da importância do cinema para os estudos da linguagem,
analisando as interações entre aspectos verbais e não verbais que podem transformar um filme
em uma obra prima.
PALAVRAS-CHAVE: CLUBE DA LUTA, LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA, CINEMA,
DIEGESE
AS MANIFESTAÇÕES SUJEITUDINAIS NOS CONTOS ARTURIANOS
Carolina Silva de Almeida (UFU)
Orientador: João Bôsco Cabral dos Santos (UFU)
O objetivo desta pesquisa é analisar as manifestações sujeitudinais na narrativa épica dos contos
arturianos, referentes à Demanda do Santo Graal. Para compreender as narrativas sujeitudinais
nos contos arturianos, tomaremos como referencial teórico a Análise do Discurso Francesa,
sobretudo quando tratam das relações de força, formações imaginárias e forma histórica do
sujeito, princípios que serão utilizados como suporte conceitual neste trabalho. A importância
da análise do texto do ciclo arturiano reside no fato dele apresentar as diferentes relações
presentes na Inglaterra feudal possibilitando que, por meio do discurso literário, seja possível
compreender as características do homem medieval. Para tanto, faz-se necessário conhecer
primeiro o mecanismo de formação do imaginário, que insere esse sujeito, enquanto objeto do
discurso, em um contexto sócio-histórico para então compreender como o sujeito se manifesta
nos contos arturianos. Para este trabalho, selecionamos três contos de “A Demanda do Santo
Graal”, em versão traduzida por Heitor Megale: “Tristão. A graça do Santo Graal. A demanda”,
“Persival, Galvão e o Cavaleiro Desconhecido” e “É revelada a rei Artur a deslealdade de
Lancelote”. Os contos foram escolhidos por possuírem marcas bem claras das relações
históricas e do período no qual eles foram escritos, tornando a identificação das formações
imaginárias mais evidentes. As leituras teóricas sobre o tema trouxeram melhor compreensão
sobre as relações sócio-histórico-ideológicas, revelando de que maneira o discurso religioso
incide nos personagens enquanto sujeitos.
PALAVRAS-CHAVES: MANIFESTAÇÕES SUJEITUDINAIS, CONTOS ARTURIANOS,
ANÁLISE DO DISCURSO
MANIFESTAÇÕES DO FANTÁSTICO EM “THE RETURN OF THE DARK
CHILDREN”, DE ROBERT COOVER
Miller Eliézer Cunha e Silva (UFU)
Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU)
O trabalho desenvolvido durante a pesquisa se propôs a investigar o conto “The return of the
dark children”, de Robert Coover, presente no livro “A child again”, publicado em 2005. Nela,
entende-se que os contos de fada, assim como a literatura e a arte em geral, tendem a refletir as
crenças, opiniões e visão de mundo daqueles que os cria e da sociedade na qual eles surgem.
Torna-se, portanto, impossível desvincular uma análise crítico-interpretativa de uma obra do seu
contexto histórico, social e cultural. Desta forma, muito pode nos ser dito através das histórias
narradas geração após geração, chegando até os contos (ou obras) escritos em nossa era
contemporânea. E esse é o foco da pesquisa, que busca fazer uma comparação entre o conto de
fadas clássico “O flautista de Hamelin” e a sua reinterpretação, “The return of the dark
children”. Procurou-se analisar e interpretar ambos os contos sob as lentes históricas das
sociedades em que surgiram e entender qual é a relevância do que eles podem ter a dizer.
Também foram analisados os recursos utilizados por Robert Coover na construção de sua nova
narrativa e como esta se encaixa no que se entende como “fantástico”. A metodologia
empregada no trabalho foi a pesquisa bibliográfica dos principais teóricos sobre os temas que
perpassam as obras, como Tzvetan Todorov, Vladimir Propp, Nelly Novaes Coelho entre
outros, que auxiliaram na compreensão e na análise de ambos os contos, assim como na
articulação das reflexões por eles geradas. Ao final do trabalho, concluiu-se que a releitura feita
por Robert Coover denuncia, através de uma narrativa não convencional, os perigos da paranoia
e da cultura do medo, utilizando-se da ironia, do absurdo e da desconstrução de uma história
clássica.
PALAVRAS-CHAVE: CONTEMPORANEIDADE, ROBERT COOVER, FANTÁSTICO
Sala: 5O-A 306
A SIMILARIDADE ENTRE HUMANOS E SÍMIOS EM "DESCENT OF MAN", DE
T.C. BOYLE
Elisa Pardo da Costa (UFU)
Orientador: Pedro Malard Monteiro (UFU)
O conto “The Descent of Man” do escritor americano T. C. Boyle trata com humor a
similaridade entre seres humanos e símios. O título do conto faz alusão ao livro de Darwin sobre
a evolução da espécie humana. O presente trabalho identifica no texto de Boyle diferentes
teorias sobre a natureza humana que assombrava a era Vitoriana de Darwin e ainda nos deixam
perplexos, focando principalmente em questões íntimas que marcam nossa identidade:
linguagem, amor e sexo. Seria possível que os símios, através da linguagem, chegassem ao ideal
humano de amor, enquanto os homens despencam para um patamar animalesco de
irracionalidade (também idealizado). A visão pós-moderna de Boyle implicitamente trata de
teorias de Rousseau, Darwin, Chomsky e outros autores em relação a esses temas, e o objetivo
do trabalho é explicitar essas teorias e demonstrar como se dispõem no conto.
PALAVRAS-CHAVE: NATUREZA HUMANA, CULTURA, LINGUAGEM
BRINCANDO DE LER POEMAS
Sandra Helena Borges (UFU)
João Carlos Biella (UFU)
Aguiar; Gonçalves; Eichenberg (2009) são as propositoras do Método Brincar de Ler, um
método de ensino de leitura literária que aproxima o livro e o brinquedo, portanto, com
valorização do lúdico como forma de apropriação do objeto literário. A leitura literária tornase, desse modo, fonte de prazer, pois o lúdico conduz o jogo elucidativo. Assim, ler textos
literários passa a ser um convite para brincar, ou seja, como um convite para ingressar no
universo da ficção, onde a fantasia impera. Esse método tem cinco etapas (estímulo lúdico,
leitura, reflexão sobre a leitura, atividade criativa e desfecho lúdico) e se baseia na hermenêutica
do filósofo francês Paul Ricouer (1976), que considera o ato de ler como um confronto do
mundo do texto com o mundo do leitor o que, portanto, leva esse leitor a se ler no texto. Isso
implica um alargamento da sua própria vivência, pois ele passará a se conhecer um pouco
melhor e assim aprimorará sua visão de realidade. Dessa maneira, para esse filósofo a
interpretação de um texto literário é o caminho ideal para a interioridade humana. O objetivo da
leitura, para essa metodologia, é o rompimento do aluno sujeito leitor com o seu horizonte de
expectativas visando a recontextualização do texto. Ou seja, a pretensão é que aluno sujeito
leitor se torne presente no texto apropriado, que passaria a ser o texto dele próprio. Esse texto do
leitor resulta, de acordo com Rouxel (2013), do cruzamento entre o texto do autor e o
imaginário (imagens e representações que provêm da experiência do mundo e das experiências
estéticas anteriores) desse aluno sujeito leitor empírico. Pretendemos apresentar o método de
leitura acima, através de um recorte na leitura de poemas de José Paulo Paes, do livro É isso ali
publicado em 1984, no primeiro ciclo do Ensino Fundamental. A metodologia que subjaz tal
método está sendo testada por nós e os resultados serão apresentados em uma monografia a ser
defendida em agosto do ano seguinte, pelo Programa de Pós-Graduação em Mestrado
Profissional em Letras do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de
Uberlândia.
PALAVRAS-CHAVES: LEITURA, POEMA, BRINQUEDO, LEITOR EMPÍRICO
O MITO DA CRIANÇA NA OBRA DE DORA FERREIRA DA SILVA
Gabriela Alves Silva (UFU)
Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU)
O objetivo desta comunicação é mostrar parte do meu projeto de pesquisa de Iniciação
Científica (FAPEMIG), sobre o mito da infância na obra de Dora Ferreira da Silva (01/07/1918
– 06/04/2006). Dora é uma poeta paulista de grande erudição. Ganhou três prêmios “Jabuti”
(1970, 1996 e 2004), e em 2000 recebeu o prêmio “Machado De Assis”, da Academia Brasileira
de Letras, por sua obra Poesia reunida. Em Cartografia do imaginário (2003), a poeta explica o
incentivo de seu amigo Carlos Drummond de Andrade a desenvolver mais poemas com a
temática da infância. Assim, Dora segue o conselho do amigo e cria, no referido livro, a seção
“Do outro lado”, versando sobre criança. Recorro ao poema “Assim como toda Menina”, para
analisar o mito da infância em Dora Ferreira da Silva, com apoio teórico de: (BACHELARD,
GASTON, (1988 ) JUNG, CARL GUSTAV, (2008); SILVA, DORA FERREIRA, (2003);
SOUZA, ENIVALDA NUNES FREITAS, (2013). A metodologia usada para a realização do
projeto de pesquisa de iniciação cientifica é de embasamento teórico na mitocrítica.
PALAVRAS-CAHEVE: Dora Ferreira da Silva, Arquétipo, Criança, Poesia
Sala: 5O-A 307
OS EPITÁFIOS DE JORGE WANDERLEY
Jorcilene Alves do Nascimento (UFU)
Orientadora: Elaine Cristina Cintra (UFU)
O presente trabalho constitui-se de uma discussão sobre formas autobiográficas na lírica e as
principais questões teóricas que envolvem este assunto. Nossa discussão está fundamentada nas
teorias de De Man (2012), Arfuch (2010), Rocha (1992) e Combe (2009). Para realização deste,
buscamos resgatar o olhar para a poesia de Jorge Wanderley elegendo os seus epitáfios poéticos
como objeto, a fim de entender como tais formas poéticas constroem a representação do sujeito
lírico contemporâneo. A partir da análise de três poemas de Wanderley procuramos verificar os
retratos pintados do e pelo eu lírico, em consonância com a teoria das escritas de si citadas
acima. Ao final desta pesquisa, evidenciamos o jogo com a linguagem, que ao negar e reafirmar
informações sobre o eu lírico, demonstra em si as indefinições de tais construções e as questões
inerentes da autobiografia ainda pouco estudadas na poesia.
PALAVRAS-CHAVE: JORGE WANDERLEY; AUTOBIOGRAFIA LÍRICA; EPITÁFIO
PERSONAGENS FEMININAS NA OBRA “HITLER MANDA LEMBRANÇAS, DE
ROBERTO DRUMMOND”
Walkiria Felix Dias (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Hitler manda lembranças, de Roberto Drummond, é um romance ambientado em Belo
Horizonte, começo dos anos 80, época em que a ditadura agonizava, juntamente com uma alta
na inflação e nos níveis de desemprego. Nesse contexto a história de seis personagens misturase, tendo eles em comum: fazer parte de uma lista de 417 futuros desempregados, a ser
divulgada por uma multinacional às vésperas do natal. Direta ou indiretamente em algum ponto
da trama, esses personagens são assombrados pelo que houve no passado da Europa, no período
sombrio em que Hitler destroçou a Alemanha com invasões territoriais e com o Holocausto.
Entre eles podemos destacar principalmente os judeus Adam Cohen e Stela Mayer. Sabemos
que são inúmeros os judeus que fugiram da Europa rumo aos trópicos buscando asilo político no
Brasil, e esta é a realidade desses dois personagens, atormentados pelo fantasma de Hitler, pelas
dolorosas lembranças e pelas memórias angustiantes da Shoah. Durante todo o romance,
observamos que além de Stela Mayer, são as personagens femininas as que de forma mais
intensa e sofrida rememoram as perseguições nazistas. Hitler não aparece no romance, mas a
herança de sua sombra tenebrosa invade o imaginário a todo o momento, interferindo nas vidas
e nos relacionamentos das mulheres do romance. São as personagens femininas então, as
vítimas mais massacradas e mais violentadas de toda a trama. Por outro lado, são elas também
agentes de luta e de resistência frente às crueldades impostas pela Gestapo, uma vez que tiveram
participação fundamental na proteção das crianças judias. Desta forma, faremos um
levantamento de todas as personagens femininas do romance e focaremos com mais propriedade
em suas características e suas tragédias, principalmente aquelas que vivenciaram de perto e de
forma mais trágica os tormentos da Shoah. Diante disso, escolhemos a obra Hitler manda
lembranças, levando em consideração as figuras femininas, donas das histórias as quais
enfocaremos com mais intensidade, já que elas representam, dentro desta narrativa de Roberto
Drummond, as minorias mais sacrificadas e sofridas frente à Shoah e também as mais tenazes
na luta pela sobrevivência. Nossas discussões estarão ancoradas nos estudos de J. Lukacs, com o
livro O Hitler da História, Primo Levi, com a obra Os afogados e os sobreviventes, Simone de
Beauvoir, O Segundo Sexo e Antonio Candido, Literatura e sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: MULHER, HOLOCAUSTO, SHOAH, LITERATURA, NAZISMO
REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA INFANTIL NAS PÉTALAS DE UMA FLOR
Angela Célia Moreno Nunes Guerra (UFU)
Orientadora: Camila da Silva Alavarce Campos (UFU)
Sabemos que, como mencionado por Sandroni (1997), a Literatura Infantil está historicamente
ligada à pedagogia e consequentemente à escola, sendo assim, esta literatura foi e ainda é
frequentemente vista como um meio de transmitir valores e ensinamentos. As palavras de
Sandroni (1997) nos levam ao encontro das palavras de Hunt (2010) ao mencionar sobre o
espaço ocupado pela Literatura Infantil na academia e em outros âmbitos de pesquisas literárias,
sendo vista como obras em que a preocupação com o trabalho estético não está presente, a
Literatura Infantil, segundo Hunt (2010) é encarada como menor, prejudicando, portanto, não só
as pesquisas na academia como também fora da mesma. José Saramago (2001) leva esses
pressupostos para dentro da própria Literatura Infantil em sua obra A maior flor do mundo. Para
isso o autor lança mão de um recurso muito utilizado no romantismo alemão, a ironia romântica.
Ao passo que o autor vai desnudando o fazer literário, criando a sensação de que estamos
presenciando o momento da enunciação, o autor ressalta, de maneira irônica, os equívocos que
giram em torno da Literatura Infantil. Sendo assim, vemos em Saramago a preocupação com o
trabalho estético e a valorização do leitor, pois, levando em consideração que a ironia pode, nas
palavras de Pagliaro (1952, p.12), “exprimir significados novos e polivalentes assim como
exigimos na expressão poética”, acreditamos que falar da ironia na Literatura Infantil é falar do
próprio fazer poético e isso se intensifica ainda mais quando se trata da ironia romântica, uma
vez que por meio desse recurso estético há um “dobrar-se” da ficção sobre si mesma, revelando
e discutindo o próprio fazer poético.
PALAVRAS-CHAVE: IRONIA, IRONIA ROMÂNTICA, LITERATURA INFANTIL
Sala: 5O-A 309
A influência das tecnologias digitais na formação do profissional intérprete em LIBRAS
Eloá Tainá Costa da Rosa Moraes (UFU)
Orientador: Valeska Virgínia Soares Souza (UFU)
A presença do profissional intérprete em diversos contextos é prevista por lei no Brasil. O
escopo desta pesquisa é a formação de intérpretes pela Associação dos Surdos e Mudos de
Uberlândia (ASUL) e o uso de tecnologias digitais para aprender e usar a LIBRAS. Tendo em
vista que as Tecnologias Digitais são utilizadas em todas as instâncias da sociedade, incluindo
salas de aula, esta pesquisa tem por objetivo analisar o uso de tecnologias digitais na formação
de intérpretes em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Assim, abordando conceitos de
identidade, complexidade, tecnologias digitais e assistivas e o quadro de normalização das
tecnologias propostas por BAX (2003), será analisado como as tecnologias digitais estão sendo
usadas na formação de intérpretes em LIBRAS e como esse uso influencia esses alunosintérpretes. Tendo em vista que ainda há poucas publicações teóricas envolvendo o objeto desta
pesquisa, optamos pela adaptação e ressignificação das teorias voltadas para a formação de
professores e sua atuação em sala de aula. Esta pesquisa possui as características de uma
pesquisa de campo aliada a reflexões e propostas de mudanças com vistas ao melhor
desempenho do aluno-intérprete em LIBRAS e está inserida no campo da Linguística Aplicada,
sendo caracterizada por uma pesquisa documental. As informações coletadas a respeito do curso
e do uso de tecnologias no decorrer do mesmo estavam disponíveis nas apostilas utilizadas, nas
anotações da pesquisadora e nas informações obtidas no site da ASUL. Como resultados
parciais, temos que o uso de tecnologias digitais, apesar de não estar dentro da sala de aula e não
planejado nas apostilas, era considerado e previsto pela maioria dos professores: os alunos
poderiam fazer uso de dispositivos e recursos tecnológicos em casa para a realização de
atividades propostas e até mesmo estudar para as avaliações. Dessa forma, considerando as
fases previstas por BAX (2003), as tecnologias digitais assistivas, no âmbito da formação de
intérpretes na ASUL, estão situadas entre as fases “restrita” e “aberta”. Apesar de a pesquisa
mostrar uma situação específica, ela pode dar uma visão de uma situação mais ampla. Os
resultados desta pesquisa podem também implicar em futuras modificações no currículo do
curso analisado.
PALAVRAS CHAVE: INTÉRPRETE, LIBRAS, TECNOLOGIAS DIGITAIS, ALUNOINTÉRPRETE
CRENÇAS SOBRE APRENDER INGLÊS EM UMA SALA DE AULA DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Márcia Aparecida Silva (UFU)
Neste trabalho, busco identificar e interrelacionar algumas crenças de alunos de uma escola
estadual pública sobre aprendizagem de língua inglesa, e também minhas crenças como
professora desses alunos sobre ensinar tal língua. As aulas ocorreram no ano de 2012 durante
um semestre letivo. Para realizar a pesquisa, tanto os alunos, quanto eu, escrevemos diários
reflexivos no primeiro dia de aula, a escrita foi pautada em perguntas motivacionais elaboradas
pelos alunos e eu e colocadas no quadro branco. A partir das análises dos diários reflexivos, foi
possível notar que a escrita do diário é uma ferramenta profícua para a apreensão das crenças
relacionadas à aprendizagem de uma segunda língua, tanto dos alunos, quanto do professor.
Além disso, os alunos parecem estar responsabilizando-se mais pela aprendizagem,
descentralizando o papel do professor.
PALAVRAS-CHAVE: CRENÇAS; APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS, LINGUÍSTICA
APLICADA
DESAFIOS DE TRADUÇÃO NA SITCOM 30 ROCK: UM ESTUDO SOBRE
CRIATIVIDADE EM TEXTOS HUMORÍSTICOS
Alexandre Mendonça Peres (UFU)
Orientadora: Silvana Maria de Jesus (UFU)
Os Estudos da Tradução têm, cada vez mais, se preocupado com a configuração do ofício do
tradutor. Nesse cenário, o objetivo deste trabalho é evidenciar a criatividade do tradutor. Foi
feita então a seleção e análise das legendas da sitcom norte-americana 30 Rock, ou Um Maluco
na TV, de modo que os recursos presentes no original fossem analisados e os traços
humorísticos e desafios presentes no texto fossem identificados. Por meio da análise e discussão
da tradução fansub das legendas, pretende-se chamar atenção para a criatividade e os cuidados
estéticos que o tradutor tem com o seu trabalho. Este trabalho é fundamentado em teóricos como
Pereira (2004), Arrojo (2007), Bassnett e Bush (2008), que em seus trabalhos defendem o
caráter recriador do tradutor; nos trabalhos de Aubert (2006), Ballesteros (2012) e Azenha
(2013) sobre a competência cultural; e Rosas (2003) e Vandaele (2010) no que diz respeito aos
estudos sobre humor e tradução de humor. Através da pesquisa pode-se tirar algumas
conclusões acerca do papel desempenhado pela criatividade na tradução de humor, contribuindo
para uma delimitação do perfil do tradutor criativo.
PALAVRAS-CHAVE: CRIATIVIDADE; SITCOM; 30 ROCK; TRADUÇÃO DE HUMOR
Sala: 5O-A 314
A METAMORFOSE PARA OS ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Iracema Vasconcellos (UFU)
Amanda Almeida (UFU)
"Este trabalho pretende relatar as discussões feitas em sala de aula nas disciplinas de Literatura
e Língua Portuguesa iniciados na Escola Estadual Tubal Vilela da Silva em Uberlândia/MG,
com alunos do 8º ano de ensino fundamental. Baseados em estudos e relatos, procuramos
entender, refletir e colaborar criticamente com a leitura reflexiva dos alunos e observar
problemas em sala de aula do Ensino fundamental diagnosticados por professores e colegas do
curso de Letras/UFU. Focamos o trabalho em leituras literárias, na formação do leitor, dando
atenção na capacidade crítica de cada aluno, mas aproveitamos também a “oportunidade” para
refletirmos sobre o ensino da Língua Portuguesa nas escolas, visto as crescentes mudanças
relacionadas a língua e a linguagem. Nossas observações e experiências nesse período, que
ainda não se encerrou, nos dirigiram a algumas reflexões e práticas surpreendentes e
alentadoras. Este trabalho é um momento de alegria, pois encontramos meninos e meninas
dispostos a trocar informações, e esperança nas gerações que estão neste momento incluídas
nas escolas e fazendo uso do seu direito de tentativa de aprimorar os conhecimentos do mundo
em que vivem e do próximo, assim como, no dever de interferir na busca de um mundo sempre
melhor. O corpus deste trabalho é a obra A Metamorfose de Franz Kafka.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, REFLEXÃO, LEITOR, METAMORFOSE
AS CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Jenifer Iara (UFU)
Maria Amélia (UFU)
Orientadora: Zuleika da Costa Pereira (UFU)
As contribuições do estágio supervisionado nos cursos de formação de professores são
inegáveis, para além de promoverem o contato direto com a sala de aula, permitem a interação
entre os componentes curriculares e a prática. Assim, este artigo tem por objetivo discutir a
importância e as influências positivas, obtidas a partir do minicurso voltado para o ensino de
língua francesa destinado ao público da terceira idade, que, diretamente, contribuem para o
processo de formação docente. O envelhecimento populacional no Brasil representa um fato
social consumado, atualmente, o idoso representa 10% da população. Mesmo em face dessas
informações, o Brasil ainda não equacionou satisfatoriamente a situação do idoso e suas
necessidades refletidas pela baixa prioridade atribuída à terceira idade. Assim, ocorre um
paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que a ciência desenvolve instrumentos capazes de
prolongar a vida do homem, a sociedade desestimula a participação do idoso nos processos
socioeconômicos e culturais, decisão e integração social. Então, hoje, imersos no processo de
formação pessoal e profissional, temos a responsabilidade de criar possibilidades que
contemplem o idoso em sua totalidade, ultrapassando todos os problemas sócio-políticos
enfrentados por esta população. Desse modo, o minicurso de língua francesa tem como base
oportunizar o ensino de um novo idioma, bem como, a reiteração ao meio seguida da satisfação
de se sentir um indivíduo ativo socialmente. Pois, temos o ensino como ferramenta de
valorização e reconhecimento do idoso, dado que, este visa a melhoria das relações
interpessoais, a qualidade de vida, a compreensão do mundo e esperança no futuro, contudo,
almeja-se aprender para poder interagir com as pessoas ao seu redor."
PALAVRAS-CHAVE: TERCEIRA IDADE/FORMAÇÃO DOCENTE/ENSINO DE LÍNGUA
FRANCESA
O ENSINO DE INGLÊS PARA A TERCEIRA IDADE E SUAS REPRESENTAÇÕES
NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Dione Uester Costa Silva (UFU)
Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU)
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa baseada na noção de discurso postulada por
Pêcheux (1969), cujo objetivo foi contribuir para com os estudos sobre o ensino-aprendizagem
de língua estrangeira na terceira idade. Para tanto, tomamos como enfoque teórico-analítico a
problematização das representações que os participantes do projeto constroem sobre o processo
de ensino-aprendizagem de língua estrangeira. Diante dessa problemática, empreendemos uma
pesquisa orientada pela seguinte pergunta: Quais as representações de ensino-aprendizagem de
inglês que permeiam o imaginário dos sujeitos da terceira idade? Metodologicamente, nosso
projeto pauta-se em uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista. Para a construção
do arcabouço teórico, fundamentamo-nos em estudos de vários autores, dentre eles: Pêcheux
(1969), Woodward (2000), Orlandi (1992), que tematizam os seguintes conceitos: discurso,
sujeito, imaginário, representação e memória discursiva. Para fundamentar e pensar a questão
do processo de ensino-aprendizagem na terceira idade, recorremos aos trabalhos de Pizzolato
(1995) e de Guimarães (2006). Concluímos que são várias as representações sobre o processo de
ensino-aprendizagem de língua inglesa construídas pelos alunos da terceira idade. Algumas
dessas representações, como, por exemplo, a representação construída por A7, apontam para a
questão de que aprender uma língua é aprender as regras da língua. Essa representação está
ancorada em um certo imaginário que sustém um sentido sobre a concepção estruturalista de
língua. Assim, para A7, ponto de vista que possui uma certa regularidade, a imagem sobre
aprender uma língua concerne à aprendizagem de gramática. Como trabalhamos com a noção de
sujeito discursivo, essa imagem passa a sustentar e/ou mediar a relação de A7 com o ensinoaprendizagem de língua estrangeira. Certamente, essa representação mantém uma relação
discursiva com certos sentidos que identificam um ensino tradicional de língua estrangeira
(inglês ou francês), cujo método gramática-tradução era a metodologia de ensino utilizada. Por
fim, ressaltamos que essa pesquisa possibilitou ao pesquisador uma inserção no universo da
terceira idade, permitindo a reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua, no
sentido de que ele não está relacionado apenas a pessoas que estão no mercado de trabalho, mas
sim, a todos que se interessem por tal aprendizagem.
PALAVRAS CHAVE: TERCEIRA IDADE, REPRESENTAÇÃO, LÍNGUA ESTRANGEIRA
UM OLHAR PARA AS AULAS DO PORTAL DO PROFESSOR
Cléverson Alves Silva (UFU)
Orientadora: Maria Aparecida Resende Ottoni (UFU)
Neste trabalho apresentamos um recorte de uma pesquisa que está sendo desenvolvida no
Mestrado Profissional em letras – PROFLETRAS - da Universidade Federal de Uberlândia, sob
a orientação da Profa. Dra. Maria Aparecida Resende Ottoni. Temos como objetivo analisar
sugestões de aulas, para as séries finais do ensino fundamental, que abordem o gênero
discursivo charge (GDC), disponíveis no Portal do Professor (PP-MEC), e investigar se essas
sugestões tomam o GDC como objeto de ensino, se levam em conta a atuação conjunta dos
recursos verbais e não verbais na construção de sentidos, se exploram a ironia e a crítica
presentes no gênero. Para dar conta dessa análise, embasamo-nos em pressupostos da
Linguística Textual (KOCH, 2004; 2005; 2006), em estudos sobre gêneros do discurso e
gêneros do humor (BAKHTIN, 2003; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004; OTTONI, 2007, 2010;
MAGALHÃES, 2008), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, 1998) e na
concepção de letramento como prática social (KLEIMAN, 2005; SOARES, 2009). O corpus é
constituído de 3 (três) sugestões de aulas, as quais são compostas por uma sequência de
atividades do GDC, destinadas ao Ensino Fundamental Final. Os resultados apontam que as
sugestões de aulas selecionadas exploram o GDC, associando-o às tecnologias da informação e
da comunicação, mas nem sempre contemplam a multimodalidade do gênero, o humor, a crítica
e a ironia.
PALAVRAS-CHAVE: GÊNERO DISCURSIVO CHARGE, PORTAL DO PROFESSOR,
LÍNGUA PORTUGUESA
28 de novembro | Manhã | 10h30min
Sala: 5O-A 305
“TERRA SONÂMBULA”: A REFLEXÃO SOBRE A ANCESTRALIDADE E A
(IM)POSSIBILIDADE DO FANTÁSTICO EM MIA COUTO
Gisele Pimentel Martins (UFU)
Orientadora: Camila Alavarce Campos (UFU)
O estudo a ser apresentado trata-se de uma síntese do projeto de pesquisa de Iniciação
Científica, em desenvolvimento, cujo objetivo é observar em que medida o que conhecemos
como fantástico (e seus efeitos de lirismo e ironia), na cultura ocidental, não se constitui como
marca autêntica da africanidade na literatura africana de língua portuguesa, especialmente em
algumas obras de Mia Couto. Observamos que, nas narrativas do volume “O fio das missangas”
de Mia Couto e do romance “Terra Sonâmbula”, do mesmo autor, há uma forte presença de
questões características da literatura africana como a ancestralidade e suas tradições. Mazrui
(2010) traça várias dialéticas que marcam a literatura africana pós 1935 e conclui que a luta dos
escritores é reaver a memória numa busca pela renovação: “Confrontados aos males de um
esquartejamento múltiplo – político, educacional, linguístico, estético e técnico – eles (os
escritores mencionados) compuseram a vanguarda da luta para reaver a memória, em busca de
uma derradeira renovação” (MAZRUI, 2010, p. 688).Reaver a memória como maneira de
renovação literária parece-nos uma questão central na literatura africana e bastante visível na
literatura de Mia Couto.Considerando que o romance é um gênero novo para a prática literária
africana e se trata de “forma mais puramente europeia” (MAZRUI, 2010 p. 664) e que “a África
atualmente desenvolve com finalidades próprias” (Idem, p. 683). Poderíamos imaginar que o
romance “Terra Sonâmbula” também se presta às “finalidades próprias” de que fala Mazrui?
Nesse sentido, quais poderiam ser as marcas dessas finalidades próprias? Quais seriam as
marcas dessa africanidade?Não se pretende com este estudo traçar conceitos definitivos de
africanidade, negritude ou ancestralidade, mas observar estas questões nas obras relacionadas,
considerando-se suas semelhanças e suas diferenças. Numa análise ainda superficial,
percebemos que existe em “O fio das missangas” um viés lírico muito acentuado o que justifica
o estudo do lirismo africano. Como se dá, de onde se originou este viés lírico nas narrativas
tradicionais africanas?Além do estudioso Mazrui (2010), acima mencionado, contribuirão com
este estudo, sobre as questões africanas: Hampatê Bá (2010) e Tshigangu (2010). Considerarse-ão, para os estudos sobre fantástico, Todorov (2004), David Roas (2001) e Irène Bessière
(2009); para os estudos sobre o lirismo, Emil Staiger (1997) e Borges (2001); sobre a ironia,
contribuíram os teóricos Linda Hutcheon (2000), Maria de Lourdes Ferraz (1988), Antonio
Pagliaro (1952) e Alavarce (2009).
PALAVRA- CHAVE, FANTÁSTICO, ANCESTRALIDADE, LIRISMO, MIA COUTO
A TRAVESSIA: VIOLÊNCIA E SEXUALIDADE EM SAPATO DE SALTO E O
ABRAÇO, DE LYGIA BOJUNGA
Edson Maria Da Silva (UFU)
Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU)
Nosso trabalho, fruto de pesquisa desenvolvida durante projeto em Iniciação Científica, analisa
os livros Sapato de salto (2006) e O abraço (2005), de Lygia Bojunga, de modo a mensurar
como os temas sexualidade e violência são abordos na obra da escritora. Tendo como principais
referenciais teóricos Slavoj Zizek, Zygmunt Bauman e Edmir Perroti, mostraremos como Lygia
Bojunga consegue construir espaços em sua escrita que ao mesmo tempo quebram com muitos
tabus da nossa sociedade – se pensarmos que ela é considerada uma autora de livros infantojuvenis –, ao abordar temas não comuns em livros para jovens e crianças, ao mesmo tempo em
que ela também se configura como um marco para a literatura infanto-juvenil brasileira, pois
seus livros conseguem abarcar todas as faixas etárias. Além disso, tentaremos mostrar como é o
trato com a sexualidade e com a violência dentro do espaço da escrita da autora, que nos mostra,
em princípio, ser uma escrita (des)construtora de sentidos. Com esse trabalho pretendemos
contribuir para as discussões em torno da literatura infanto-juvenil, a fim de fazer com que os
preconceitos em torno dela se dissipem cada vez mais.
PALAVRAS-CHAVE: VIOLÊNCIA,
JUVENIL, LYGIA BOJUNGA
SEXUALIDADE,
LITERATURA,
INFANTO-
O AMOR E A MORTE E CRISTO E CURIANITO EM FEDERICO GARCÍA LORCA
Cícero Marcos Santos da Silva (UFU)
Sendo Federico Garcia Lorca um dos maiores nomes da poesia e dramaturgia espanhola, faz-se
necessária uma análise de seus textos, de modo a conhecer mais a fundo um autor, cuja
linguagem é repleta de símbolos e metáforas. Em "Cristo", texto inacabado da juventude de
Lorca, Jesus se vê dividido entre o canto das cigarras e o Socialista Divino, sem revolta,
sabendo que o amor de Ester é “outra classe de amor”, no entanto, ele quis dar o amor a todos.
"Cristo" é de uma maturidade lírica e dramatúrgica de um jovem e pelo poema trágico como
também pode ser simplesmente lido. Observamos também na poesia de Lorca a dicotomia amor
e morte, sempre presente na obra do poeta. Em “El maleficio de la mariposa” temos um drama
semelhante, Curianito, uma barata macho e poeta, se apaixona por uma mariposa noturna que
aparece nos campos onde ele vive, machucada e nos delírios da morte. A fábula trata dos temas
amor e morte de uma forma incrivelmente poética e tem uma semelhança de imagens com texto
“Cristo. Uma tragédia religiosa”, com a diferença que os personagens são insetos considerados
“asquerosos”.
PALAVRAS-CHAVE: CRISTO, AMOR, MORTE, GARCÍA LORCA
REALIDADE E IMAGINAÇÃO NA CORDA BAMBA E POR LABIRINTOS
Lunara Abadia Gonçalves Calixto (UFU)
Júlio Carlos Souza Silva (UFU)
Neste trabalho, propomos abordar a dualidade imaginação e realidade a partir da narrativa
Corda Bamba, da escritora Lygia Bojunga, e o filme O labirinto do fauno. Em ambas as obras
está presente a capacidade das protagonistas transcenderem seu plano da realidade e (re)vivê-lo
em um plano fantástico, na busca de sua própria identidade. Corda Bamba apresenta a história
da personagem Maria, criança de dez anos que vivenciou o momento da morte de seus pais
equilibristas, e que desde então, passa por um período em que não se lembra do seu passado.
Nesta narrativa, a personagem principal, Maria, passa por uma viagem interior de si mesma.
Com relação ao filme O labirinto do fauno, a personagem principal, Ofélia, vive um
antagonismo com seu padrasto, o Capitão Vidal: enquanto a menina acredita em sonhos e
fantasia, sentimentos, enquanto o padrasto propaga um mundo rígido e fascista. Assim, estas
obras privilegiam o imaginário infantil e evidenciam o seu poder de se aprofundar pelo
inconsciente, no intuito de (re)descobrir mundos e “colorir”, magicamente, a realidade dura na
qual os personagens estão inseridos. A realidade e a imaginação estão em verdadeira linha
tênue, na “corda bamba”, e por labirintos, pois não há um caminho linear para distinção de uma
ou outra. Pretendemos, portanto, refletir sobre os limites entre o real e o imaginário. Para isso,
utilizamos como fundamento teórico o autor CHEVALIER, 1986, que analisa os símbolos
possuidores da propriedade de sintetizar todas as influências do inconsciente e da consciência,
bem como analisar, sobre o ponto de vista da Psicanálise, tendo como referência a Freudiana e
seus principais constructos. Aliando as teorias e obras escolhidas, mostraremos o que às vezes
não está explícito na caracterização das personagens, que fantasiam ou optam (conscientemente
ou não) por romper com situações adversas de grande sofrimento, utilizando mecanismos de
defesa visando a proteção egóica; e como seriam seus aparelhos psíquicos, do ponto de vista
psicanalítico, com apresentação também dos contrapontos e consequências que essas
personagens poderiam sofrer por terem que “saltar” para qualquer lado que seja dessa tênue
linha fronteiriça: realidade/fantasia. Através da história de Maria e Ofélia, há o contato com uma
realidade de reflexões, de acontecimentos do real e do imaginário, em que a partir de uma
linguagem simbólica, o leitor é levado a repensar acerca dos seus próprios medos e seus
conflitos.
PALAVRAS CHAVE: LITERATURA INFANTO-JUVENIL; IMAGINAÇÃO; REALIDADE
Sala: 5O-A 306
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICO-IDENTITÁRIA DO SUJEITO NA LITERATURA
MARGINAL
Anna Laura Ferreira (UFU)
Gabriel Rodrigues Alves dos Santos (UFU)
Lara Rodrigues (UFU)
Orientadora: Adriana Omena dos Santos (UFU)
"A literatura marginal, ou de periferia, se caracteriza por abarcar as obras de escritores advindos
de espaços marginalizados, ou seja, marcados agressivamente pela desigualdade social e que
fazem desses espaços o assunto principal de suas artes. Retratada pela literatura, a história
brasileira se mostra marcada por diferentes matizes de violência desde a ocupação, a
colonização, o aniquilamento dos índios, a escravidão, por lutas pela independência,
posteriormente a criação de cidades e em consequência dos latifúndios, a industrialização, o
imperialismo e as ditaduras. Os efeitos da dominação de uma parcela social à outra, se refletem
nos temas literários cujo intuito é legitimação de uma coletividade que, carente de direitos
sociais e civis, clamam por justiça e chamam a atenção para si através de uma literatura/arte
característica e distintiva por não seguir os padrões estéticos comuns – e impostos pela classe
dominante. Como é comum à maioria dos países de extração colonial, o social brasileiro se
estabelece marcado por um alto índice de desigualdade social e, por conseguinte, de
criminalidade. Considerando que a literatura, devido a suas especificidades, permite promover
diferentes leituras de mundo e implicações subjacentes aos indivíduos, este trabalho - ainda em
andamento - lança um olhar direcionado à uma parcela da sociedade brasileira, cujas vivências
são marcadas pela pobreza, pela violência e por carências culturais e pretende que a academia
perceba a literatura de periferia – cuja representação popular não é vista nem representado fora
de seu espaço, mas sim, de dentro; o referencial de tal movimento artístico é reforçar a
identidade da favela e da periferia, lugares estes, que estão, politicamente à margem no espaço e
tempo.
PALAVRAS-CHAVE: IDENTIDADE, PERIFERIA, FAVELA, LITERATURA MARGINAL
DESTERRO E NÃO-PERTENCIMENTO: A QUESTÃO DO DESENRAIZAMENTO NA
ARQUITETURA DO ROMANCE FLORES ARTIFICIAIS, DE LUIZ RUFFATO
Júlio Cezar Pereira de Assis (UFU)
A presente comunicação tem como principal objetivo a análise da obra “Flores artificiais”, do
mineiro Luiz Ruffato (2014), e a forma como esta trabalha a temática do desenraizamento. O
romance, ainda que o próprio gênero em sua acepção convencional possa aqui também ser
repensado, visa construir um retrato completo do personagem Dório Finetto, cujo trabalho como
consultor do Banco Mundial lhe permite transitar entre vários espaços diferentes como Buenos
Aires, Timor Leste, Uruguai, Havana, entre outros. Nesses espaços, Dório toma contato com o
relato de vários personagens, que apresentam como semelhança o fato de seus respectivos
protagonistas serem migrantes/imigrantes, não estando em suas pátrias de origem, estrangeiros
em terras estranhas, incomodados com a sensação de não-pertencimento e vazio existencial pelo
distanciamento de suas raízes (ainda que de forma momentânea). Como ouvinte desses relatos,
o brasileiro Dório Finetto percebe que esses narradores espelham a sua própria condição de
outsider: mineiro, com um apartamento no Rio de Janeiro e outro em Washington, em constante
deslocamento e em crise pela dificuldade de encontrar seu lugar no mundo e de reafirmar a sua
própria essência e identidade. O relato de Dório, recriado por Luiz Ruffato (em um jogo de
ficção e realidade), retomando a proposta da obra anterior do autor, “Estive em Lisboa e lembrei
de você”(2009), serve como pretexto para refletir sobre a condição do homem da pósmodernidade: sem laços afetivos, sem identidade e sem objetivos de vida muito claros.
PALAVRAS-CHAVE:
DESENRAIZAMENTO
RUFFATO,
LITERATURA
CONTEMPORÂNEA,
O PÓS-COLONIALISMO NO JARDIM SECRETO
Sandra Mara Carvalho (UFU)
Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU)
O presente estudo visa contextualizar e analisar a obra “O Jardim Secreto” sob as perspectivas
das teorias pós-coloniais, apresentando os mecanismos utilizados pela autora francesa Hodgson
Burnett que possibilitaram a representação colonial e as relações de poder entre colonizador e
colonizado dentro da narrativa, privilegiando a metrópole em detrimento da colônia. Pretende-se
também verificar como o discurso de Burnett está intrinsecamente ligado à influência
imperialista de sua época.
PALAVRAS-CHAVE: PÓS-COLONIALISMO, IMPERIALISMO, FRANCÊS HODGSON
BURNETT, O JARDIM SECRETO
PERCEPÇÃO DO INIFINTO
Marco Tulio Cunha Vilela (UFU)
Este trabalho tem como objetivo propor uma relação entre Nietzsche e William Blake,
convergindo a filosofia e a poesia de modo a afirmar através delas um caminho para resolução
da problemática metafísica que afirma a dicotomia entre alma e corpo. Tal dicotomia e
preconceito guiam a reflexão filosófica nietzscheana, que critica tal modelo de compreensão do
mundo na medida em que ele promove a depreciação do mundo, desconsiderando a essência
trágica da existência humana pela crença metafísica em um mundo ideal. Do mesmo modo a
poesia de Blake constitui uma dialética poética que busca na afirmação da contradição um
caminho para se alcançar o desvelamento da percepção. Assim, através do diagnóstico das
causas que levaram o homem ao pensamento metafísico depreciador, indicaremos as
consequências geradas e também apontaremos como esses pensadores articulam uma cura para
tal desvio através da linguagem filosófica e poética que constitui um discurso dialético capaz de
reconciliar o homem consigo mesmo.
PALAVRAS-CHAVE: POESIA, FILOSOFIA, TRÁGICO, DOENÇA, METAFÍSICA, CURA
ANDROGENIA E MARGINALIZAÇÃO NA NARRATIVA DE AGUINALDO SILVA
Tereza Cristina Gomes Maia (UFU)
Orientador: Fábio Figueiredo Camargo (UFU)
Esta comunicação visa analisar cenas sexuais homoeróticas em Primeira Carta aos Andróginos
(1975), de Aguinaldo Silva, na qual indivíduos homoeroticamente inclinados são evidenciados
como personagens centrais da narração. Aguinaldo Silva, através de sua produção literária,
muitas vezes vista como literatura produzida por marginais para um público marginalizado,
coloca o universo homoerótico em posição de destaque em nossa sociedade permeada por forte
preconceito, perpetrado pelo patriarcado, em relação aos sujeitos homoeróticos. A literatura
erótica tem um público cativo para o qual descrições e representações de cenas de atos sexuais
são puro deleite, mas as escolhas dos termos utilizados para essas descrições nem sempre são
tarefa fácil. Se para as relações heteronormativizadas o texto apresenta desafios, o que dizer dos
textos que apresentam cenas homoeróticas? Que representação se faz desses sujeitos? Como o
público leitor reage a esse tipo de representação? Como os espaços urbanos no âmbito da
narrativa reforçam ou dissimulam essas representações? Este trabalho será desenvolvido com
base na leitura do corpus levantado e nos textos teóricos sobre erotismo, homoerotismo, teoria
queer, literatura e sociedade. Nesta comunicação, será analisada uma cena da narrativa de Silva,
a partir das expressões utilizadas e seus significados dentro do contexto de produção do texto.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA BRASILEIRA, HOMOEROTISMO, AGUINALDO
SILVA, TEORIA QUEER
LITERATURA COMPARADA: O VALOR DADO ÀS LITERATURAS AFRICANAS
NOS ESTUDOS COMPARADOS
Helenice Christina Lima Silva (UFU)
Orientadora: Maria Suzana Moreira do Carmo (UFU)
Este trabalho tem como proposta demonstrar o espaço ocupado pelas Literaturas Africanas nos
Estudos Comparados, tendo como parâmetro e base estudiosos que se preocuparam com o
território ocupado por essas literaturas como M’ Bow, Amadou Koné, Weisstein, Tieghem,
dentre outros. Para tanto, consideramos os estudos referentes à obra Amkoullel, o menino fula,
de Amadou Hampâté Bâ, um dos primeiros autores africanos de língua francesa a atentar-se em
registrar as narrativas orais tradicionais de sua região, no Mali, e a reconstruir suas memórias
por reconhecer que grande parte da história do continente africano estava sujeita a cair no
esquecimento. Nosso objetivo é, por um lado, demonstrar em que medida a Literatura
Comparada pode tornar-se uma importante ferramenta de legitimação e reconhecimento das
narrativas orais tradicionais e, por outro, evidenciar tal legitimação como forma de corroborar
com o intento de Amadou Hampâté Bâ: preservar a memória coletiva de seu grupo étnico, por
meio da coleta, transcrição e tradução de suas narrativas orais como meio de resguardar uma
considerável fonte de conhecimento histórico.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA COMPARADA, LITERATURAS AFRICANAS,
NARRATIVAS ORAIS, MEMÓRIA INDIVIDUAL, MEMÓRIA COLETIVA
O RECONTO DE HISTÓRIAS NA LITERATURA SURDA
Lúrian Kézia Leite Guimarães (UFU)
Letícia de Sousa Leite (UFU)
Orientadora: Márcia Lima (UFU)
A literatura desempenha um papel muito importante nas diferentes culturas: através dela é
possível explorar a imaginação, contar histórias, manifestar emoções e transmitir elementos
culturais a gerações futuras. A literatura surda é um meio de fazer com que a leitura esteja mais
próxima do sujeito surdo, que também precisa desta para construir um aprendizado efetivo,
ampliar o vocabulário, obter conhecimento e dinamizar o raciocínio e a interpretação. Diante
disso, o presente trabalho objetiva a articulação de linguagem, cultura e identidade surda no
processo de criação do reconto de histórias na Literatura Surda. Pretende-se abordar as
peculiaridades deste reconto, descrever o contexto social em que se dá e altercar questões de
identidade, cultura e linguagem daquele que reconta histórias e daquele que é o receptor. É
importante ainda analisar o impacto da Literatura Surda no desenvolvimento de crianças surdas,
através do processo do reconto de histórias, que é concebido como exercício de cidadania, uma
vez que este ocorro não somente em sala de aula, mas além dos muros da escola. Karnopp
(2006, 2010), aponta que através desse tipo de abordagem as crianças surdas podem superar as
expectativas, refletir sobre o conteúdo que receberam e desenvolverem o prazer pela leitura
visual em sua língua natural. A Literatura surda permite explorar questões relacionadas à
identidade e cultura da criança surda, permitindo um desenvolvimento afetivo, social e
cognitivo. A motivação do presente trabalho é o desejo de melhor compreender a problemática
da falta de contextualização nos processos de criação do reconto, que também envolve a relação
entre aquele que produz um texto e aquele que o interpreta. Nesse sentido, o estudo se justifica
pela escassez de trabalhos voltados para o reconto de histórias contextualizado na esfera da
Literatura Surda.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA SURDA, CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS, CULTURA
SURDA
RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
Eloize Lemos David Luiz (UFU)
Orientadora: Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha (UFU)
O propósito da apresentação é abordar o livro de Julia Kristeva “Introdução à Semanalise” e a
partir deste estudo descrever como se dá as relações de intertextualidade. Baseada na análise de
duas obras equivalentes quanto o papel significativo de suas criadas: O doente imaginário de
Molière de 1673 e A mão e a luva de Machado de Assis, 1874, as quais são possíveis um estudo
intertextual por realçarem os papeis das serviçais domésticas e por ambas tratarem do
casamento por interesses. A primeira personagem, Nieta, no século XVII dentro do Barroco
Francês e Mrs. Oswald no século XIX, iniciando realismo brasileiro. O Trabalho de
intertextualidade consiste em estudar os dois livros, atravessando os significantes com os
sujeitos, os signos e os discursos para atingir as zonas onde se congregam os germes do que
significarão na presença da língua. Assim, ambos os textos estão duplamente orientados: “para o
sistema significante no qual se produz (a língua e a linguagem de uma época e uma sociedade
precisa) e para o processo social do qual participa enquanto discurso.” (Kristeva, 1974, p.12).
Então, a partir do texto pode-se reconhecer através dos significantes o contexto histórico de
cada época e também propor um diálogo com uma nova realidade textual, isto porque há
relações intertextuais, as quais remontam a partir da ambivalência, negação ou afirmação, com a
outra obra, que neste caso específico se comparam no intuito de estabelecer um dialogismo com
os dois discursos, os quais têm pontos comuns e moldes completamente distantes quanto os
gêneros e o tempo que foram produzidos.
PALAVRAS CHAVE:
MACHADO DE ASSIS
INTERTEXTUALIDADE;
JÚLIA
KRISTEVA;
MOLIÈRE;
Sala: 5O-A 309
FERDINAND DE SAUSSURE: O MÉMOIRE E A NOÇÃO DE SISTEMA
Micaela Pafume Coelho (UFU)
Orientadora: Eliane Mara Silveira (UFU)
A noção de sistema consiste em um elemento central para a compreensão das reflexões de
Ferdinand de Saussure acerca do funcionamento da língua. No “Curso de Linguística Geral”
(CLG), a língua é distinguida de conceitos como “linguagem” e “fala” e definida como um
“sistema de signos”, um “sistema de valores puros”, o que evidencia o caráter fundamental
dessa noção saussuriana para que fosse estabelecido o objeto da Linguística (cf. SAUSSURE,
[1916] 2006). No entanto, no que tange às elaborações de Saussure, a noção de sistema não se
restringe ao conteúdo do CLG. No “Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les
langues indo-européennes”, único livro publicado em vida pelo linguista, a noção em questão já
era utilizada por Saussure no desenvolvimento da análise das vogais das línguas indo-europeias.
Por isso, neste trabalho objetivamos mostrar de que modo a noção de sistema é apresentada no
Mémoire, e de que forma ela consiste em um elemento que auxiliou para que as reflexões de
Saussure acerca da Linguística Geral se estabelecessem.
PALAVRAS-CHAVE: SAUSSURE; MÉMOIRE; SISTEMA
A ELABORAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL DE FERDINAND DE SAUSSURE E A
NOÇÃO DE RELAÇÃO
Allana Cristina Moreira Marques (UFU)
Orientadora: Eliane Mara Silveira (UFU)
Alguns autores que são clássicos na investigação da produção teórica de Ferdinand de Saussure
nos ajudam a evidenciar a importância da noção de relação no interior da teoria do genebrino.
Uma análise do repertório conceitual proposto pelo linguista nos mostra como esta noção,
embora não seja entendida como um conceito saussuriano, está nas bases epistemológicas dessa
teoria. Se considerarmos os conceitos de língua, de sistema, de valor, de signo, de mutabilidade,
entre outros, veremos que Saussure se utiliza, direta ou indiretamente, da noção de relação para
conceituá-los. Embora a centralidade desta noção na elaboração de Saussure já tenha sido
percebida por outros autores, a nosso ver, alguns questionamentos sobre ela ainda são
pertinentes, tais como: i) o que nos permite dizer que a noção de relação ocupa lugar central na
teoria saussuriana? ii) para a compreensão de quais conceitos dados por Saussure a noção de
relação é indispensável? iii) de que maneira a noção de relação toca os conceitos no momento
de elaboração dos mesmos? iv) como a noção de relação permite que Saussure ressignifique
conceitos antes existentes? Assim, no intuito de responder tais questionamentos, nosso trabalho
tem por objetivo investigar de modo mais específico a noção relação no interior da produção
saussuriana, a fim de averiguarmos a fecundidade dessa noção no pensamento saussuriano. Para
tanto, nossa pesquisa se baseará na análise de quatro manuscritos saussurianos, intitulados
“Notes pour un livre sur la linguistique générale 10f.”; “Notes écrites en vue d'un article sur W.
D. Whitney (mort le 7 juin 1894); “Notes pour un livre sur la linguistique générale 19f.”; e
“Notes pour le 3º cours de linguistique générale, 1910-1911. 56f. E na análise do Curso de
Linguística Geral, dada à importância dessa edição na propagação da produção teórica de
Saussure. Acreditamos que assim será possível averiguarmos de modo mais pontual a
importância da noção de relação para os conceitos saussurianos.
PALAVRAS-CHAVE: FERDINAND DE SAUSSURE; CONCEITOS SAUSSURIANOS;
RELAÇÃO
(RE) LEITURA DOS RESULTADOS DO FATOR CONTEXTO FONOLÓGICO
Flávia Freitas de Oliveira (UFU)
O sociolinguista Labov (2008) colaborou com os estudos linguísticos ao ser precursor nas
pesquisas linguísticas que consideram a língua em uso dentro da comunidade de fala e,
consequentemente, embasado numa teoria linguística adequada para dar conta desses dados. A
problemática apontada por Labov, num primeiro momento, foi que os próprios linguistas
consideravam os estudos dos dados de fala em separado dos estudos linguísticos, pois a
manipulação de tais dados poderia existir durante a pesquisa. Com o advento de gravadores e
softwares específicos a pesquisa com a fala foi reforçada e ganhou credibilidade. Temos, assim,
a subárea chamada sociolinguística, na qual “a linguística claramente se beneficiou com a
restrição de seu campo de visão” (LABOV, 2008, p.298). O novo olhar para a língua permitiu
valorizar o comportamento social dos falantes de uma dada comunidade de fala e passou a
considerar diversos fatores para a ocorrência da variação linguística e mudança linguística
desenvolvendo, com isso, ainda mais a pesquisa linguística. A questão no presente trabalho é a
confiabilidade dos dados e a interpretação do sociolinguista como pesquisador. Há ou não
manipulação dos dados para obter um resultado já hipotetizado? Ou há meramente falha na
leitura e interpretação dos dados por parte do pesquisador, já que os dados são gravados,
rodados em programas estatísticos sendo dificilmente deturpados. A segunda questão posta aqui
advém dessa nova abordagem e tratamento dos dados: como trabalhar com a fala? Labov
responde a essa questão voltando-se para o resultado da análise dos dados. Afinal, os dados não
se enganam. Os resultados não são a mera construção do pesquisador, mas podem ser
questionados. Faremos isso com o fator contexto fonológico precedente – ponto de articulação e
modo de articulação o qual influencia os resultados de outros fatores para a pesquisa de
alçamento. Ao retirar um tópico desse fator, podemos ser surpreendidos com novos resultados,
mas resultados que não mudaram o fator principal de alçamento em Catalão, já comprovado, a
saber: harmonia vocálica. Desse modo, nosso objetivo é apresentar a metodologia de pesquisa
sociolinguística quantitativa aplicada na pesquisa com dados de fala da comunidade linguística
de Catalão, Goiás partindo do modelo teórico-metodológico proposto por William Labov
(2008), que mesmo não tendo sido o primeiro, insistiu na relação entre língua e sociedade e na
possibilidade de sistematizar a variação existente na própria língua.
PALAVRAS-CHAVE: SOCIOLINGUÍSTICA QUANTITATIVA, DADOS DE FALA,
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
ESCRITA ACADÊMICA E SUBJETIVIDADE: INTERVENÇÕES E EFEITOS DE
SENTIDO
Mariá Prado Walmiro (UFU)
Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU)
Esta pesquisa se propõe a observar os efeitos das intervenções de orientadores na escrita
acadêmica e o que elas indiciam sobre a posição sujeito de quem escreve. Mais especificamente,
este projeto pretende levantar, na materialidade linguística de trabalhos acadêmicos, indícios
que apontariam para possíveis efeitos da subjetividade do aluno em textos acadêmicos. Para
tanto, será feito um estudo de caso, analisando os textos produzidos por um aluno do projeto de
Iniciação Científica (PIBIC), com atenção aos comentários do orientador e os desdobramentos
dessas intervenções. Para isso, serão levados em consideração alguns tópicos a serem discutidos
referentes à subjetividade e intervenção, assim como também o (im)possível reposicionamento
do autor ao ver a necessidade de se inserir em um texto acadêmico. Desse modo, um dos
objetivos deste trabalho é contribuir para os estudos sobre produção escrita na perspectiva
discursiva, a fim de problematizar os efeitos da subjetividade na escrita acadêmica. Esta
pesquisa, portanto, pretende analisar os desdobramentos das intervenções no processo de escrita
do relatório de Iniciação Científica até sua versão final, bem como verificar quais
desdobramentos indiciam um efeito da subjetividade daquele que escreve.
PALAVRA- CHAVE, INTERVENÇÃO, SUBJETIVIDADE, ESCRITA ACADÊMICA
Sala: 5O-A 310
ANALYSIS OF EDUCATIONAL MATERIAL: METHODOLOGY OF TEACHING
ENGLISH LANGUAGE, ENGLISH FOR SPECIFIC PURPOSES, INTEGRATED
EDUCATIONAL PRACTICE (PIPE 6)
Maria Aparecida Viegas de Melo (UFU)
O ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras como disciplina instrumental tem despertado no
Brasil, grande interesse nas últimas décadas. Um exemplo é a presença do English for Specific
Purposes (ESP) em algumas universidades brasileiras. Hutchinson & Waters (1987, p. 19)
concebem o ensino-aprendizagem de Inglês para Fins Específicos como uma abordagem
centrada na aprendizagem da língua, baseado nas necessidades do aprendiz. Outro fator
relevante é a escolha do material didático, sendo assim, este trabalho objetiva analisar materiais
didáticos para cursos ESP. O corpus escolhido para esta análise foi o E-book nível 4 parte 1 do
curso My English Online. Tendo como referência os teóricos Hutchinson and Waters (1987),
Dudley-Evans & St John (1998), Celani (2005) e as discussões teórico-práticas abordadas
durante a disciplina PIPE6, intitulada Metodologia de Ensino de Língua Inglesa para Fins
Específicos Integrada à Prática Educativa. Partindo de um recorte deste E-book, realizei uma
análise descritiva dos dados. Os resultados encontrados vieram a confirmar que o material
didático analisado é relevante para curso ESP por ser um material que cumpre com as funções a
que se propõe, que é preparar o aprendiz de língua inglesa (LI) para realizar o exame de
proficiência em LI e poder participar do Programa Ciências sem Fronteiras com a finalidade de
ingressar em instituições acadêmicas no exterior. Portanto, ao se pensar em ES além do design,
da metodologia e abordagem, a escolha de um bom material didático é essencial, levando em
consideração as necessidades, interesses e desejos de seu público alvo.
PALAVRAS-CHAVE:
LÍNGUA INGLESA
MATERIAL
DIDÁTICO,
ESP,
ENSINO-APRENDIZAGEM,
CURSO DE LETRAS: LÍNGUA PORTUGUESA COM DOMÍNIO DE LIBRAS:
REFLETINDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS
Aline Viana Freitas (UFU)
Luis Felipe Sales (UFU)
Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU)
O curso de Letras: Letras - Língua Portuguesa com Domínio de Libras foi implementado pela
Universidade Federal de Uberlândia – UFU no ano de 2014, em que ofertou 30 vagas para a
primeira turma. O curso tem por objetivo habilitar os discentes a atuarem como professores de
Língua Portuguesa para ouvintes e também o ensino da mesma como segunda língua para
surdos; diante deste requisito, são ofertadas as disciplinas referentes à prática de Libras a fim de
que os alunos tenham o domínio sobre ela. Conforme a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, ao
reconhecer a Libras como língua, afirma que ela deve ser inserida como disciplina curricular
obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível
médio e superior e nos cursos de fonoaudiologia de instituições de ensino públicas e privadas.
Este estudo tem como objetivo traçar o perfil dos alunos do 1º curso de Letras: Língua
Portuguesa com Domínio de Libras, e assim identificar quais tipos de alunos são ingressados, as
dificuldades que o curso tem e as suas adequações. Entendemos que é relevante conhecer o
perfil do aluno, pois possibilita à instituição direcionar as ações que o curso necessita para uma
melhor formação dos discentes. Este estudo foi fundamentado em pesquisas da autora GESSER
(2006) que nos mostra não só as dificuldades em se aprender a Libras como segunda língua para
a sua formação, mas também a interação de ouvintes com pessoas surdas, visto que não é
comum o contato com elas, ao contrário dos surdos que desde cedo tem algum tipo de
convivência com ouvintes. Complementada com a pesquisa da autora AQUINO (2012), que nos
remete a uma reflexão acerca das dificuldades dos professores entre ensinar uma língua
portuguesa utilizando o método de ensino oral auditiva, e no ensino de língua portuguesa como
segunda língua que é utilizado o método visuo gestual. Para prosseguir com o estudo, foi
utilizada uma metodologia observacional e análise através da aplicação de questionários com os
dados das seguintes informações de alunos do curso: gêneros, formação, o contato com a Libras
antes e no decorrer do curso, e as expectativas sobre o mesmo. Mediante os resultados, foi
possível constatar que, em uma mesma turma, existem diferentes perfis e domínio da Libras, o
que pode interferir no desenvolvimento dos alunos no decorrer do curso.
PALAVRAS-CHAVE: CURSO LPDL, FORMAÇÃO, LIBRAS, ALUNOS
CURSO DE LÍNGUA FRANCESA COM OBJETIVOS ESPECÍFICOS - HOTELARIA
Ana Flávia Naves Resende Siquierolli (UFU)
Atualmente há grande demanda por cursos de línguas estrangeiras com objetivos específicos.
Trata-se de cursos de línguas estrangeiras concebidos em função de necessidades específicas de
determinado público-alvo. Estes cursos se caracterizam por dois aspectos distintos: objetivos de
aprendizagem bem precisos e prazos de realização bem limitados (alguns meses de duração).
Para a concepção de tais cursos, deve-se proceder, primeiramente, à uma análise da demanda
do público-alvo.Segundo o linguista Richterich, com a realização desta análise
são
identificadas as necessidades do público-alvo
e essas necessidades deverão ser
expressas em objetivos, em conteúdos, em ações, em programas. Assim sendo, as bases
essenciais dessa metodologia são: identificação das necessidades do público-alvo, elaboração
dos objetivos de aprendizagem e definição dos conteúdos de aprendizagem. Apresentaremos
uma experiência vivenciada através da oferta de um curso de Língua Francesa com
objetivos específicos (Hotelaria), ministrado
para recepcionistas e funcionários
administrativos de um hotel em Uberlândia ,incluindo também o relato da experiência
de elaboração de material didático específico para ser utilizado nesse curso.
PALAVRAS CHAVE: NECESSIDADES, OBJETIVOS, CONTEÚDOS, ESPECÍFICOS
INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NO CENÁRIO EDUCACIONAL: UM OLHAR
INCLUSIVO
Célio Garcia Vieira Melazzo (UFU)
Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU)
A história da surdez se traduz pelo desrespeito e omissão por parte da sociedade, alvo de grande
descriminação, os surdos foram tratados como seres dignos de pena, condenados pela
incompreensão da sociedade e até da família. Atualmente, profissionais de diversas áreas tem
discutido sobre o assunto, contribuindo para que esta visão seja modificada (SOUZA, 2010). A
medida que avanços ocorriam, os surdos passaram a ser reconhecidos e valorizados obtendo
maior espaço na sociedade, podendo exercer a cidadania, ambiente onde surge uma proposta de
uma educação bilíngue para os surdos, aumentando a demanda da necessidade de um
profissional capacitado que os atendessem. Neste contexto é que surge o intérprete de Libras,
sendo considerada anteriormente como uma atividade assistencialista, por serem oriundos de
instituições religiosas, família, amigos ou vizinhos, e com ele, mudanças significativas foram
observadas no sentido da valorização do surdo, de sua cultura e de suas particularidades
comunicativas. Esse profissional ainda é desconhecido, e nos últimos anos vem surgindo uma
demanda cada vez maior desses profissionais, sobretudo, na esfera educacional. O presente
trabalho tem por objetivo discutir sobre a inclusão educacional dos surdos, a importância do
intérprete de libras em seus espaços e as transformações ocorridas na esfera pedagógica. Este
estudo se baseará nos autores GUARINELO (2008) e BARBOSA; JUNIOR (2009) para
refletirmos e assim, discutirmos sobre os avanços que os mesmos trouxeram para a inclusão
escolar dos surdos e sua importância para a busca pela aquisição do conhecimento, pois este,
além de participar do cenário que envolve o enlace inclusivo e do desenrolar deste processo no
contexto escolar, assume o papel de mediador entre o professor-aluno e os demais agentes deste
ambiente viabilizando o processo dialético. A metodologia deste estudo se utilizará de um
estudo investigativo de pesquisas e leitura bibliográfica que resgata a importância e a sua
finalidade na educação dos surdos para que possam enriquecer mais os estudos nesta temática,
pois hoje em dia, observa se uma grande carência de estudos que contemplem o intérprete em
geral, inclusive, pesquisas relacionadas ao intérprete educacional de forma mais especifica.
Destaca-se que o intérprete se estabelece como agente importante nesta realidade, uma vez que
esta atividade exige o preenchimento de requisitos específicos para uma boa atuação
(BARBOSA; JUNIOR, 2009).
PALAVRAS-CHAVE: INCLUSÃO, INTÉRPRETE DE LIBRAS, SURDEZ
Sala: 5O-A 313
O OLHAR DO ILEEL/UFU EM RELAÇÃO A LIBRAS
Andrelina Heloisa Ribeiro Rabelo (UFU)
Letícia Bueno Silva (UFU)
Márcia Dias Lima (UFU)
A oficialização de Libras (Língua Brasileira de Sinais) através da regulamentação da Lei
10.436/2002, ao reconhecer a Libras como a língua dos surdos juntamente com o decreto federal
5.626/2005 foi de extrema importância para a sociedade e, principalmente, para a instituição de
ensino, ao inserir Libras como disciplina obrigatória nas grades curriculares em todos os Cursos
de Magistério, Cursos de Normal Superior, Cursos de Licenciatura, e Cursos de Bacharelado
como optativa. A inserção de Libras também foi uma conquista importante para a comunidade
surda que possibilitou a sua inclusão no meio acadêmico, antes disso ele eram despercebidos
pelo restante da sociedade. Diante da concepção da importância de Libras e sua contribuição
para a formação de professores, este estudo tem o interesse de pesquisar como está sendo
desenvolvido esse processo de inclusão de Libras nas instituições com os envolvidos de forma
direta e indireta e sua percepção através da nova oferta do curso de Letras - Língua Portuguesa
com domínio de Libras que é um novo cenário do Instituto de Letras e Lingüística – ILEEL
promovido pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Este estudo se baseará na
fundamentação teórica dos seguintes pesquisadores da área de Libras: Quadros (2011) afirma
que é muito importante que os surdos tenham a Libras como a língua materna e a língua
portuguesa como segunda língua, esse grupo vem crescendo necessitando de pessoas
capacitadas para atender esse público, neste caso através da formação de professores com o
conhecimento em Libras; Gesser (2009) destaca que a Libras não é vista por muitos como uma
coisa positiva apesar de que, atualmente, há avanços, todavia a luta ainda continua para efetivar
a mudança de percepção da sociedade em relação a Libras. Para a realização desse estudo será
feita uma pesquisa de campo em dois momentos, através de análise e discussão. No primeiro
momento será aplicado um questionário para os funcionários das respectivas secretarias,
docentes e discentes do curso de Letras e Letras – Língua Portuguesa com domínio de Libras e
no segundo momento será feita entrevista somente com os discentes dos respectivos cursos
pesquisados. No fim desse estudo esperamos que a opinião de toda a equipe do ILEEL, nos
direcione a uma percepção mais apurada da instituição em relação a Libras.
PALAVRAS-CHAVE:
ACADÊMICA
VALORIZAÇÃO,
LIBRAS,
INCLUSÃO,
FORMAÇÃO
O USO DE GRAVAÇÕES/PODCASTS PARA TRABALHAR SPEAKING SKILLS
Carolina Lacerda Ortigosa (UFU)
Lorena Rochael Mello (UFU)
Orientadora: Valeska Virgínia Soares (UFU)
A perspectiva pedagógica de ‘aprender fazendo’, que tem influências do estudioso americano
John Dewey (1938) que já nas primeiras décadas do século XX defendia a relevância de se
considerar a experiência no processo de ensino e aprendizagem, vem ganhando espaço cada vez
maior nas práticas contemporâneas. No intuito de preparar os estudantes do NucLi UFU para
testes internacionais, percebemos que nos restringir às sugestões dos livros didáticos
(GILBERT; ZEMACH, 2003; LOUGHEED, 2011) limitaria experiências práticas,
especialmente no que se refere a Speaking Skills. Assim, uma de nossas propostas é o uso de
gravações/podcasts para que os alunos possam experimentar algumas das atividades que
encontrarão em testes como o TOEFL e, na sequência, receber feedback dos professores e ETAs
(English Teaching Assistants). Como Metodologia, durante a oferta de alguns dos cursos
presenciais do Programa Inglês sem Fronteiras-UFU que tinham como ênfase a preparação dos
alunos para exames de Proficiência em Língua Inglesa, como o TOEFL IBT, foram realizadas
atividades de produção oral que fossem além daquelas sugeridas pelos livros didáticos adotados.
Assim, foi proposto que em sala de aula os alunos usassem seus próprios celulares para gravar
suas produções orais, e depois, ouvissem a si próprios e aos colegas, com a intenção de perceber
suas dificuldades, sua pronúncia e erros cometidos no uso da Língua Inglesa. Já a gravação de
podcasts ocorreu ao longo do curso de forma que os alunos tiveram que gravar/produzir
podcasts periodicamente para que pudessem acompanhar o desenvolvimento de sua habilidade
oral, de forma individual, para avaliação e feedback do professor e do ETA.
As gravações das produções orais dos alunos em sala de aula permitiram que eles identificassem
suas dificuldades, percebessem o ritmo da fala, pronúncia e até mesmo pequenos erros, além de
possibilitar nova discussão sobre como melhorar as produções, enquanto a atividade de
gravação feita em casa, permitiu uma melhor qualidade do áudio e o aluno pôde escutar suas
gravações com fones de ouvido e perceber maiores detalhes em sua produção, além de
possibilitar a produção de uma nova gravação, após escutar a primeira, com o intuito de
melhorá-la. Ademais, o professor, com o auxílio dos ETAs, também pôde dar um feedback mais
detalhado e individualizado a partir dessa atividade, que teve um impacto muito positivo na
prática de ensino/aprendizagem de Língua Inglesa.
PALAVRAS-CHAVE: PODCASTS SPEAKING SKILLS GRAVAÇÕES PRODUÇÃO ORAL
ASSALTO AO BANCO CENTRAL & FEDERAL BANK HEIST: A TRADUÇÃO PARA
A LÍNGUA INGLESA DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS, METAFÓRICAS E GÍRIAS
Heitor Pereira Gomes Gonçalves (UFU)
Orientadora: Marileide Dias Esqueda (UFU)
A transformação de um texto falado em texto escrito é um dos fatores que identificam a
tradução para produção de legendas de filmes ou vídeos. Diferentemente de outras modalidades
de tradução, o aspecto condensado e sintético da legenda compensa a relativa lentidão do
processo de leitura, sugerindo ao tradutor-legendador que construa sua mensagem
imediatamente compreensível, contendo uma ideia completa e compacta, já que existe pouca
oportunidade para o ouvinte refletir sobre cada palavra ou frase. Dadas estas e outras
especificidades da tradução audiovisual, pode-se afirmar que certas características da linguagem
falada, como falsos começos, repetições e expressões informais são inevitavelmente reduzidas
ou até mesmo omitidas, tornando-se parte da agenda do tradutor decidir quais devem ser
mantidas. Diante do exposto, o objetivo principal deste trabalho é analisar as legendas em inglês
contidas no filme brasileiro “Assalto ao Banco Central”, lançado em 2011 em sua versão para o
DVD, com o intuito de discutir as estratégias tradutórias adotadas pelo tradutor no que tange à
ocorrência de expressões idiomáticas, metafóricas e gírias que são peculiares da oralidade.
Trata-se de uma pesquisa comparativista e de análise textual que, tomando como base os
estudos de Gambier (2003), seleciona e classifica as estratégias mais comumente utilizadas na
tradução. Verifica-se se as traduções apresentam: correspondentes aos contextos envolvidos;
redução quantitativa (número de palavras) ou qualitativa (semântica, isto é, de conteúdo,
verificando-se se a legenda comunica a mensagem); omissões ou condensações relacionadas às
características da linguagem oral redundante, especialmente quando se trata de um discurso
espontâneo ou informal; reduções exigidas pela própria característica limitadora da legendagem,
em virtude da natureza diagonal deste tipo de tradução; omissões ou reduções que revelam
cortes drásticos no original, que são supridas pela trilha sonora e pelas imagens; ou estratégia
abortiva geralmente encontrada em situações nas quais o tradutor se vê limitado em verter
expressões idiomáticas, metafóricas e gírias em virtude dos elementos não-verbais. Conclui-se
que a estratégia mais utilizada na tradução de expressões idiomáticas, metafóricas e gírias do
filme brasileiro “Assalto ao Banco Central” para a língua inglesa foi a de neutralização.
PALAVRAS-CHAVE: TRADUÇÃO AUDIOVISUAL, LEGENDAGEM, ASSALTO AO
BANCO CENTRAL, MARCAS DE ORALIDADE
GESTÃO DE TERMINOLOGIA PARA TRADUTORES: O PROGRAMA WORDFAST
Carolina Miranda Aleixo (UFU)
Orientadora: Silvana Maria de Jesus (UFU)
O uso de programas de apoio à tradução (ou pats) facilita o dia a dia de trabalho do tradutor,
possibilitando que a tradução seja feita com maior rapidez sem prejudicar a qualidade do
produto. Os glossários e as memórias de tradução constituem os principais recursos desse tipo
de programa, mas, para bem utilizá-los, o tradutor precisa criá-los, alimentá-los e corrigi-los
adequadamente sempre que necessário. Esse processo é definido neste trabalho gestão de
terminologia ou gestão terminológica. Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito de
gestão terminológica e apresentar o passo a passo para o desenvolvimento desse processo com a
utilização do programa Wordfast - antes, durante e após o processo tradutório. Os passos para
criação, alimentação e edição de glossários e memórias de tradução são descritos e discutidos,
visando alertar o tradutor, principalmente o tradutor em formação ou os que são pouco
familiarizados com as ferramentas e tecnologias de apoio à tradução, sobre a importância do
trabalho de gestão terminológica, destacando-se algumas particularidades do Wordfast que
raramente são explicadas nos manuais e mesmo nos cursos práticos. Vários passos dos manuais
foram testados e questionados e os resultados deste trabalho poderão ser aplicados em cursos de
formação de tradutores, sendo bastante úteis para os usuários do programa, principalmente após
a sua primeira introdução a este pat.
PALAVRAS-CHAVE: PROGRAMAS DE APOIO À TRADUÇÃO. WORDFAST. GESTÃO
TERMINOLÓGICA. GLOSSÁRIO. MEMÓRIA DE TRADUÇÃO
Sala: 5O-A 314
A DIFICULDADE DO ALUNO EM USAR OS AMBIENTES VIRTUAIS DE
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Nair Soares da Silva Souza (IFTM)
Orientador: Marcelo Dias Almeida (IFTM)
Devido à curiosidade e movidos pelo interesse em uma suposta escassez de pesquisas e estudos
em Educação a Distância EaD, no município de Ituiutaba Pontal do Triângulo Mineiro, o
presente trabalho/pesquisa se apresentou como uma proposta de abrir portas/caminhos para
futuras pesquisas no campo da EaD e ainda procurou mostrar a riqueza e complexidade deste,
enquanto objeto de estudo/pesquisa. O objetivo geral foi o de diagnosticar e descrever a
dificuldade do aluno/estudante de licenciatura em EaD para usar as ferramentas/plataformas de
conectividades nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem AVA, como metodologias de
ensino/aprendizagem. A coleta de dados foi realizada com um questionário impresso em que,
alunos regularmente matriculados em cursos de licenciatura na modalidade EaD no município
de Ituiutaba responderam de forma espontânea/induzida. A análise dos dados coletados foi feita
por um programa de estatística, o qual nos permitiu identificar as situações de dificuldades dos
alunos/estudantes em usar às plataformas/ferramentas de conectividades. Desta forma
pretendemos sugerir possíveis melhorias nos sistemas, para que não ocorram tantas desistências
conforme constatamos nos resultados obtidos com o nosso corpus. A pesquisa também nos
mostrou o perfil dos alunos/estudantes em EaD do Município de Ituiutaba Pontal do Triângulo
Mineiro – MG.
PALVRAS-CHAVE: CONECTIVIDADE. MODALIDADE. METODOLOGIA. NOVAS
TECNOLOGIAS
ENSINO DE INGLÊS PARA A TERCEIRA IDADE: (IM)POSSIBILIDADES NA
PRODUÇÃO ORAL
Stella Ferreira Menezes (UFU)
Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU)
Esta pesquisa é fruto de reflexões feitas no projeto de extensão intitulado “Ensino de Língua
inglesa como Inclusão Linguístico-social para a Terceira Idade” e consiste na inclusão social de
pessoas na terceira idade da cidade de Uberlândia através do ensino de inglês como língua
estrangeira. Ao analisar as representações de ensino-aprendizagem de inglês dos alunos da
Terceira Idade, percebemos uma grande expectativa desses alunos em aprender a falar a língua
inglesa, reforçando o sentido de que saber uma língua estrangeira é saber falar essa língua.
Entretanto, percebemos que além da significação atribuída ao falar uma língua estrangeira, essa
inserção na oralidade, para esses alunos, parece ter uma especificidade própria. Por essa razão
foi adotada a abordagem comunicativa, que se caracteriza por ter o foco no sentido, no
significado e na interação que acontece entre os sujeitos aprendizes de uma nova língua. O
objetivo deste trabalho, portanto, é analisar atividades didático pedagógicas propostas com o
objetivo de promover a oralidade no curso de Língua Inglesa para a Terceira Idade observado, a
fim de verificar em que medida os princípios subjacentes à atividade se coadunam com o que é
proposto pela abordagem adotada (Abordagem Comunicativa) para caracterizar uma atividade
oral comunicativa. Esperamos discutir como a oralidade empreendida em um curso de LE pode
contribuir para que o ensino-aprendizagem de inglês na Terceira Idade promova uma inserção
social mais efetiva dos alunos.
PALAVRA- CHAVE, TERCEIRA IDADE, ENSINO DE LÍNGUAS, ORALIDADE
ESTÁGIO DE LÍNGUA FRANCESA PARA A TERCEIRA IDADE:
REPRESENTAÇÕES E REALIDADE
Kelly Karoline Ferreira de Moraes (UFU)
Monithelli Aparecida Estevão de Moura (UFU)
Orientador (a) Zuleika da Costa Pereira (UFU)
Nesta comunicação relataremos nossa experiência, como professoras em formação, do curso
que ministramos de “Francês para a terceira idade” como parte do estágio vinculado à disciplina
do currículo de francês: Estágio Supervisionado de língua francesa 1 do Instituto de Letras e
Linguísticas (ILEEL) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Sob a orientação da
professora Me. Zuleika da Costa Pereira. A regência do estágio levou em consideração a
Perspective Actionnelle (Abordagem por tarefas) que deriva da Abordagem Comunicativa. Essa
perspectiva considera antes de tudo, o aluno da língua estrangeira como sendo um ator social,
levando-o assim a cumprir les tâches (tarefas) dentro de uma determinada situação de
comunicação (ex.: ensinar o imperativo para que os alunos sejam capazes de escrever uma
receita, ensinar o vocabulário necessário para que alunos sejam capazes de planejar uma viagem
de acordo com preferências e interesses individuais, e etc). O uso das tarefas no
ensino/aprendizagem de L2/LE, segundo Carine Haupt (2010), é considerado como “construto
teórico ou como unidade promotora de aquisição de língua estrangeira, o que vai de encontro ao
ensino tradicional, baseado em sequências de conteúdos gramaticais”, dado esse percebido a
partir de pesquisas realizadas desde a década de 80. Os atos de fala se inserem dentro das ações
do contexto social e é este fato que traz real sentido e significado ao uso da linguagem. Como se
vê, a perspectiva actionnelle leva em conta o uso prático da língua em todas as estratégias de
ensino e aprendizagem. Diante do contexto que vivenciamos, propomo-nos a apresentar
algumas representações e realidades de dentro de sala de aula do público alvo a partir dos 55
anos de idade, ou seja, “da melhor idade”, assim chamado por nós. Ressaltaremos os seguintes
aspectos: maturidade do grupo, memória, apoio familiar, envolvimento em atividades propostas,
motivação e afetividade. Concluímos que ministrar o curso de francês para esse público, além
de ter sido uma experiência muito agradável e prazerosa, também agregou conhecimentos
variados, experiência e profissionalismo à nossa carreira docente.
PALAVRA-CHAVE:
REPRESENTAÇÕES
LÍNGUA
FRANCESA,
ESTÁGIO,
TERCEIRA
IDADE,
REFLETINDO SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO PROGRAMA
INGLÊS SEM FRONTEIRAS: UM ESTUDO SOB A ÓTICA DA COMPLEXIDADE E
DA TEORIA DO INVESTIMENTO
Gisele da Cruz Rosa (UFU)
Orientadora: Valeska Virgínia Soares Souza (UFU)
Tecnologias digitais e o processo de ensino e aprendizagem de línguas estão cada vez mais
imbricados na contemporaneidade. A utilização de tecnologias digitais é positiva a professores e
alunos porque permite que a língua que já falam ou a que estão aprendendo seja utilizada em
comunidades autênticas, ou seja, em situações reais de uso através de chats, leituras de textos
autênticos, compreensão auditiva de programas de rádio, filmes, vídeos, entre outros. Focalizo
este trabalho no ensino de Língua Inglesa por ser esta a atual língua franca, (LACOSTE, 2005;
SCHUTZ, 2005, entre outros) necessária para o cidadão contemporâneo e que demanda estudos
para tornar seu ensino mais rápido e eficiente. Dessa forma, busco compreender a contribuição
do uso de tecnologias digitais para a aprendizagem de inglês como língua adicional, no intuito
de investigar o investimento realizado pelos aprendizes do Inglês sem Fronteiras (ISF). Para que
estes objetivos sejam alcançados pretendo adotar as premissas da Teoria do investimento
(NORTON, 1995, 1997, 2011; NORTON; GAO, 2008; NORTON; EARLY, 2011) e do
Paradigma da Complexidade na aquisição de uma segunda língua (PAIVA, 2005; LARSENFREEMAN; CAMERON, 2008; OLIVEIRA, 2009). O ISF é composto por dois momentos: um
on-line e um presencial. Essa proposta exige que os estudantes tenham um conhecimento
mínimo sobre tecnologias digitais. É desse contexto que surge a inquietação para investigar a
perspectiva dos alunos em cursos que integram recursos tecnológicos ao ensino e aprendizagem
de língua inglesa. Considerando o investimento dos aprendizes na aprendizagem deste idioma, a
importância dos resultados desta pesquisa reside na necessidade de encontrarmos maneiras para
que os aprendizes de inglês possam alcançar seus objetivos de aprendizagem de forma eficaz e
crítica. Esta pesquisa possui natureza qualitativa, pois visa compreender certos fenômenos de
acordo com a perspectiva dos alunos participantes. A pesquisa se enquadra, ainda, na orientação
etnográfica, pois irei descrever entendimentos e conhecimentos específicos sobre participantes e
seu comportamento ISF. A coleta de dados acontecerá por meio de entrevistas semiestruturadas
e relatos de experiência, além de notas de campo. O contexto de coleta de dados será o ISF e os
participantes desta pesquisa estarão concentrados no programa disponibilizado por uma
universidade escola pública localizada em Uberlândia/MG. Os resultados pretendidos versam
sobre a averiguação se o investimento realizado pelos aprendizes e os objetivos dos cursos e
programas propostos se coadunam, fazendo com que o desenvolvimento do conhecimento na
língua alvo corresponda às expectativas de aprendizes e professores.
PALAVRAS-CHAVE: LÍNGUA INGLESA; INVESTIMENTO; COMPLEXIDADE
28 de novembro | Noite | 19h00
Sala 5O-A 305
"O BAILE DO JUDEU" E O UNIVERSO FANTÁSTICO
Camila Felisbino Bueno da Silva (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
O presente trabalho tem por objetivo fazer um pequeno apanhado sobre a vida e obra do autor
Inglês de Sousa. Este autor, classificado como naturalista, é mais conhecido pelo seu romance
“O Missionário”, publicado pela primeira vez em 1981. Analisaremos também um conto desse
autor presente no livro Contos Amazônicos, intitulado “O Baile do Judeu”, partindo dos estudos
do universo fantástico, do medo, das metamorfoses e o significado de ser judeu na sociedade do
povo amazonense. Nesta narrativa, o leitor é surpreendido por um final inusitado, já que o
ambiente fantástico e de medo contrasta com a razão e os desejos pelo desconhecido. É
importante ressaltar, que, além da análise de “O Baile do Judeu”, haverá também um paralelo
desse conto com um excerto da obra “Fausto”, do capítulo “Quarto de trabalho”. Nossas
reflexões estarão ancoradas nos estudos de Jean Delumeau (“História do medo no ocidente”),
Anita Novinsky (“A inquisição”), Todorov (“Introdução à literatura fantástica”) e Moacyr Scliar
(“A condição judaica”).
PALAVRAS-CHAVE: “O BAILE DO JUDEU”, UNIVERSO FANTÁSTICO, MEDO,
METAMORFOSE, JUDEU
AS ORIGENS DO CARNAVAL: DAS BACANTES A ATUALIDADE
Isabela De Barros Lopes (UFU)
Este trabalho tem como objetivo promover um diálogo entre Mitologia Grega com o mito “As
Bacantes” de Eurípedes e o poema “Bacanal” de Manuel Bandeira. Além disso, vamos mostrar
que as festas e comemorações Carnavalescas têm suas raízes na Mitologia. Para isto é
necessário fazer um breve levantamento da história do Carnaval. Uma das ferramentas que o
professor de Literatura tem a seu favor, para oferecer este estímulo ao aluno é trabalhar com
textos que provoquem no aluno certa familiaridade. O mito seria essa ferramenta. Narrativas
diversificadas que trazem consigo vozes das culturas, das religiões, do imaginário, das relações
de poder, do gênero etc. Os mitos estão alastrados por todos os lugares do planeta terra, existem
em todas as culturas humanas, no inicio usada pelos povos gregos antigos para explicar as
origens de todas as coisas.“Os mitos, efetivamente, narram não apenas a origem do mundo, dos
animais, das plantas e do homem, mas também de todos os acontecimentos primordiais em
consequência dos quais o homem se converteu no que é hoje um ser mortal, sexuado e
organizado em sociedade.”( MIRCEA,1992, p20 ). Através de uma exposição oral, e com a
utilização do data show , iremos estabelecer o diálogo intertextual entre a peça As Bacantes de
Eurípides e a poesia de Manuel Bandeira e ainda fazer menções a realidade do Carnaval de hoje,
que teve suas inspirações na Mitologia.Ao final desta exposição espera-se que os ouvintes
consigam perceber de fato que o Carnaval tem sua inspiração na Mitologia, e ainda espera-se
que estes reconheçam a importância do trabalho com os mitos em sala de aula, e que embora
foram escritos a séculos atrás, ainda falam muito da realidade em que vivemos.
PALAVRAS-CHAVE: BACANTES, CARNAVAL, BACANAL.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCOLARIZAÇÃO DA LITERATURA INFANTIL
Meire Cristina Costa Ruggeri (UFG/ RC)
Orientadora: Maria Aparecida Lopes Rossi (UFG/ RC)
Objetivamos, nesse trabalho, discutir a escolarização da literatura infantil durante o processo de
alfabetização. Ao tratarmos desse processo de ‘pedagogização’ da literatura na alfabetização
pela escola, partimos da perspectiva de que a escola, muitas vezes, usa os textos literários como
suporte para aquisição da leitura e da escrita, sem se preocupar em buscar uma forma adequada
para essa escolarização, vista por nós como inevitável. Por isso, é preciso refletir sobre a
possibilidade de se escolarizar a literatura sem descaracterizá-la, isto é, trabalhá-la no sentido de
letrar e não apenas usá-la para a aquisição dos aspectos técnicos do domínio da leitura e da
escrita. Assim, partimos de uma visão de literatura que, segundo Antônio Cândido, precisa ser
vista como “força humanizadora, não como sistema de obras. Como algo que exprime o homem
e depois atua na própria formação do homem”. Para a realização desse estudo, contemplamos as
concepções teóricas de Soares, Cosson, Zilberman, Cândido, entre outros. A reflexão
proporcionada por esse trabalho foi realizada por meio de pesquisa documental e bibliográfica.
Esperamos alcançar como resultados, a ampliação das discussões, por parte de professores,
sobre leitura, escola e literatura e a contribuição da teoria no estreitamento das relações entre
pedagogia e literatura infantil.
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, LEITURA, ALFABETIZAÇÃO
POESIA DO ROMANTISMO FRANCÊS
Jessica Domingues Angeli (UNESP)
Orientadora: Guacira Marcondes Machado (UNESP)
Em diversos países, sobretudo na França, o Classicismo foi dominante e tornou-se, até mesmo,
normativo. Essa força impediu que, durante muitos anos, outras tendências literárias
penetrassem no país, de modo que, apenas em 1820, surge o primeiro movimento capaz de
romper com essa dominação: o Romantismo. A França ficou por tanto tempo restrita ao
Classicismo que, quando liberta, deixou extravasar de seus autores as mais diversas
manifestações, motivadas por inspirações, métricas e formas até então reprimidas. O principal
poeta romântico francês foi Victor Hugo, seja pela sua eloquência, seja por seu engajamento
social. Além dele, Alphonse de Lamartine, Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Marceline
Desbordes-Valmore são alguns dos nomes mais importantes do movimento. A análise
superficial das poesias destes autores, realizada neste trabalho, visa a deixar mais evidentes as
diferenças que existem entre os mais diversos poetas dessa mesma escola literária. O objetivo
deste estudo é, além de fornecer um contato inicial com a poesia dos poetas selecionados, tornar
possível a compreensão da diversidade que o Romantismo francês produziu e, assim, entender a
grande importância que o movimento teve no país e nos diversos lugares por onde espalhou suas
influências. Além da leitura das poesias e dos prefácios dos livros em que elas estão, foram
utilizadas nesse estudo obras de análise poética e de teoria poética. Após a conclusão do estudo,
foi possível observar as diferenças – às vezes sutis, às vezes um abismo – existentes entre os
poetas românticos franceses: Victor Hugo, por exemplo, prefere o poema engajado, e Théophile
é discípulo da “l’art pour l’art). Há, entretanto, uma forte semelhança entre todos eles: a ruptura
com o Classicismo. Essas diferenças evidenciam a riqueza do movimento, a pluralidade de
influências que atingiram poetas tão diversos como Augusto dos Anjos (Charles Baudelaire) e
Olavo Bilac (Théophile Gautier) e a antecipação de escolas literárias, como simbolismo, cujas
características já estavam bastante marcadas na poesia de Charles Baudelaire. Em diversos
países, sobretudo na França, o Classicismo foi dominante e tornou-se, até mesmo, normativo.
Essa força impediu que, durante muitos anos, outras tendências literárias penetrassem no país,
de modo que, apenas em 1820, surge o primeiro movimento capaz de romper com essa
dominação: o Romantismo. A França ficou por tanto tempo restrita ao Classicismo que, quando
liberta, deixou extravasar de seus autores as mais diversas manifestações, motivadas por
inspirações, métricas e formas até então reprimidas. O principal poeta romântico francês foi
Victor Hugo, seja pela sua eloquência, seja por seu engajamento social. Além dele, Alphonse de
Lamartine, Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Marceline Desbordes-Valmore são alguns
dos nomes mais importantes do movimento. A análise superficial das poesias destes autores,
realizada neste trabalho, visa a deixar mais evidentes as diferenças que existem entre os mais
diversos poetas dessa mesma escola literária. O objetivo deste estudo é, além de fornecer um
contato inicial com a poesia dos poetas selecionados, tornar possível a compreensão da
diversidade que o Romantismo francês produziu e, assim, entender a grande importância que o
movimento teve no país e nos diversos lugares por onde espalhou suas influências. Além da
leitura das poesias e dos prefácios dos livros em que elas estão, foram utilizadas nesse estudo
obras de análise poética e de teoria poética. Após a conclusão do estudo, foi possível observar as
diferenças – às vezes sutis, às vezes um abismo – existentes entre os poetas românticos
franceses: Victor Hugo, por exemplo, prefere o poema engajado, e Théophile é discípulo da
“l’art pour l’art). Há, entretanto, uma forte semelhança entre todos eles: a ruptura com o
Classicismo. Essas diferenças evidenciam a riqueza do movimento, a pluralidade de influências
que atingiram poetas tão diversos como Augusto dos Anjos (Charles Baudelaire) e Olavo Bilac
(Théophile Gautier) e a antecipação de escolas literárias, como simbolismo, cujas características
já estavam bastante marcadas na poesia de Charles Baudelaire.
PALAVRAS CHAVE: POESIA, ROMANTISMO, FRANCÊS
Sala: 5O-A 307
(RE) CRIAÇÃO DO ESPAÇO FICCIONAL NA MINISSÉRIE CAPITU, DE LUIZ
FERNANDO CARVALHO
Natália Lopes Manfré (UFU)
Orientador: Leonardo Francisco Soares (UFU)
O diálogo entre literatura e outras artes, como o cinema, o teatro, a música, a televisão, etc.,
permite inúmeras possibilidades de estudo e de interpretação, entre elas a transposição de obras
literárias para a televisão, foco desta pesquisa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo
analisar e apresentar, especificamente, como foi realizada a transposição da categoria “espaço”
da obra Dom Casmurro, escrita em 1899 por Machado de Assis, para a minissérie Capitu, de
Luiz Fernando Carvalho, produzida em 2008 pela rede Globo. Dessa forma, tomarei como
operadores de leituras diferentes teorias do espaço literário, em especial as BRANDÃO,
BACHELARD, BAKHTIN, GAMA-KHALIL. Assim, para constituição dessa análise, foi de
fundamental importância o estudo acerca de teorias narrativas, mais precisamente aquelas sobre
o espaço literário. Além disso, compreender a linguagem audiovisual foi imprescindível, pois os
recursos utilizados em uma produção audiovisual (diferentes planos, posições da câmera e
movimentos, cenário, figurino, música, etc) são distintos dos meios utilizados na construção da
obra literária (linguagem verbal). É evidente o exercício criativo de Luiz Fernando Carvalho em
sua recriação em imagem do universo proposto por Machado de Assis em seu Dom Casmurro.
Destaca-se, por exemplo, a trilha sonora, a escolha dos ambientes, os tipos de figurino, a
maquiagem, a cenografia, dentre outros recursos responsáveis para a constituição de significado
nessa nova obra. Baseada e inspirada em Machado de Assis, Capitu configura-se como
recriação poética visual, com suas estratégias e estruturas significativas próprias que conseguem
cumprir o seu papel de bom espetáculo televisivo, além de contribuir para novas leituras do
texto machadiano.
PALAVRAS CHAVE: espaço, transposição, Capitu, Luiz Fernando Carvalho
PELA CRIANÇA QUE AINDA EXISTE NA GENTE: A LITERATURA INFANTIL E
JUVENIL SEGUNDO BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS
Carla Damas Silva (UFU)
Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU)
Neste trabalho, pretendemos problematizar os conceitos de literatura e de literatura infantil e
juvenil por meio da análise de “depoimentos” de Bartolomeu Campos de Queirós. Para tanto,
investigaremos, por meio de textos teóricos sobre o assunto, as discussões já realizadas sobre
esses conceitos, em diálogo com o que Bartolomeu Campos de Queirós postula em seus textos
reflexivos. Essa investigação mostra-se relevante porque o autor em questão é considerado um
escritor de livros infantis, assim é interessante observar como esses depoimentos fornecidos por
ele apontam para um posicionamento sobre a ideia de literatura que norteia e se reflete em suas
obras, fazendo dele, ao lado de outros autores, um expoente no campo da literatura infantil
contemporânea, à medida em que mostra que nem sempre a infância é “colorida”, feliz e
perfeita, e a criança, um ser “menos inteligente”, como nos procuram fazer crer diversas
produções supostamente feitas “para crianças”."
PALAVRAS-CHAVE: Bartolomeu Campos de Queirós, Literatura infantil e juvenil, Criança,
Paraliteratura.
SERES EXCEPCIONAIS REPRESENTADOS POR UMA SOCIEDADE
INCOMPREENSÍVEL
Helen Cristine Alves Rocha (UFU)
Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU)
O propósito de nossa reflexão é analisar como Agilulfo e Griffin, seres de exceção, são vistos e
representados pela sociedade em que vivem fazendo uma comparação dessa visão, tendo em
vista que eles fogem à explicação racional humana por se configurarem como seres insólitos. O
primeiro está presente no livro O Cavaleiro Inexistente (2005), de Italo Calvino, e o segundo em
O Homem Invisível (1985), de Herbert George Wells. Para tal fim, consideramos que os dois
livros remetem a personagens que são afetados por algum tipo de anomalia e vistos com temor e
desconfiança por parte dos outros personagens. Agilulfo é um cavaleiro de armadura branca,
mas tem seu elmo vazio; Griffin é um físico muito inteligente que descobriu os segredos da
invisibilidade e se tornou invisível. Assim, observamos apenas uma temática que dialoga entre
Agilulfo e Griffin: como os outros personagens dos livros os enxergam, a invisibilidade e seus
efeitos. Estando dentro da literatura comparada, pensamos em mostrar a forma como
verificamos o texto literário em seus vários diálogos, pois a obra não está isolada em si mesma,
mas faz fronteira e dialoga com outras artes e com o mundo. Em ambos os livros, seus
narradores mostram as excentricidades e vivências dos protagonistas, e levam a uma reflexão
sobre suas representações sociais: Griffin era visto com temor e desconfiança, como um ser
sobrenatural, estranho, grotesco, que só poderia causar o mal para as pessoas; Agilulfo era visto
com antipatia, como sábio e inteligente, um excelente comandante. Ambos tiveram um fim
trágico: o primeiro foi espancado e deixou de ser invisível reaparecendo quando morto; o
segundo tirou sua armadura e não foi mais visto. Para cumprir com os objetivos propostos,
tomamos como fundamentação teórica obras que tratam da especificidade da literatura
fantástica e comparada, elegendo como obras básicas para sua compreensão os estudos de Remo
Ceserani (2006); David Roas (2001); Italo Calvino (2006); Filipe Furtado (1980); Hugo
Achugar (1994) e Henry Remak (1994). Para os estudos psicanalíticos e o sentimento
“inquietante”, elencamos Freud (2010). Sobre o insólito e sua relação com o medo tivemos o
auxílio das obras de Lenira Marques Covvizi (1978); Zygmunt Bauman (2008); Adauto Novaes
(Org., 2007). O presente trabalho relaciona-se ao projeto que atualmente desenvolvemos no
mestrado em Teoria Literária na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA COMPARADA; REPRESENTAÇÃO; INSÓLITO;
MEDO
Sala: 5O-A 309
A FIGURA PARÓDICA DE REI SALOMÃO NO ROMANCE “A MULHER QUE
ESCREVEU A BÍBLIA”, DE MOACYR SCLIAR
Nilza-Mar Alves da Silva Oliveira (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Rei Salomão é considerado um importante personagem mítico do mundo hebreu. Ele é citado na
Bíblia principalmente no Livro dos Reis. Conhecido por sua grande riqueza, pela sua sabedoria,
pelos belos Cânticos, Salomão é mencionado e respeitado nas três maiores religiões
monoteístas. Para os Judeus, ele é o afortunado que construiu o primeiro templo de Jerusalém,
para os cristãos é o sábio que fez justiça para uma mãe desesperada e seu bebê, já no Islamismo,
ele é citado no Alcorão com o nome de Suleiman e tido como um legislador abençoado por Alá.
Atualmente o nome Rei Salomão é muito comentado na mídia pela construção da réplica do
templo em São Paulo pela igreja Universal do Reino de Deus. No entanto Scliar em sua obra
focaliza o Rei Salomão filtrado pelo olhar feminino de sua personagem e pelo viés paródico. O
livro A mulher que escreveu a bíblia conta a história de um terapeuta canastrão que se apaixona
por sua paciente. Ela vai embora com um antigo amor e deixa um manuscrito onde revela que
foi uma das esposas do Rei Salomão e como era sua vida no harém do Rei e como foi convidada
por Salomão a escrever um livro, a bíblia. Scliar traz uma figura humanizada do Rei Salomão.
Sua personagem que se torna esposa de Salomão é também a narradora em primeira pessoa do
livro. Este trabalho pretende analisar este enfoque dado por Scliar ao Rei Salomão comparando
com os registros bíblicos, a crença popular e o filme sobre o Rei Salomão.
PALAVRAS – CHAVE: SALOMÃO, SCLIAR, PARÓDIA
ASPECTOS LITERÁRIOS E CULTURAIS NA FICÇÃO DE SARAMAGO (2008)
Cíntia de Vito Zollner (UNESP)
Orientador: Márcio Roberto Pereira (UNESP)
O presente trabalho pretende analisar os significados culturais na ficção de José Saramago a
partir da análise dos significados do presente do rei de Portugal D. João III, para o arquiduque
austríaco Maximiliano II. É o elefante Salomão que representa um “bem do Estado”, no
contexto histórico de Portugal do século XVI (1469-1521). Em 1551, uma grande escolta para a
viagem é organizada e segue o percurso de Lisboa, pela Espanha, desembarcando em Gênova,
passando pelos Alpes do Tirol até a gloriosa entrada em Viena, na Áustria. Tal fato, de
representatividade social da corte portuguesa, refletiu-se em práticas culturais diversas. O
trabalho pretende apresentar e analisar, entre personagens de simbologia social, o conarca
indiano Subhro, encarregado de acompanhar o elefante e reconstituído na obra de Saramago “A
viagem do elefante” (2008). O tratador entra em contato com várias autoridades, como um
personagem periférico, mas ao mesmo tempo resgatado como um ser crítico, em busca de
identidade sociopolítica, cultural e religiosa.
PALAVRAS-CHAVE: CULTURA, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, SARAMAGO
UMA RELEITURA DO MITO DE DIONISO NO POEMA DIONISOS DENDRITES DE
DORA FERREIRA DA SILVA
Maria Isabel Masini (UFU)
Orientadora: Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU)
O presente trabalho apresenta uma análise do poema Dionisos Dendrites, de Dora Ferreira da
Silva, do livro Hídrias, quando a poeta resgata o mito do deus da fertilidade e da alegria,
reatualizando-o. Neste trabalho, procuro entender quais os elementos que conservam o mito
original e quais os que o reinauguram, e apresentar também qual a relação desse mito com a arte
e o homem contemporâneos. O aporte teórico vem de autores como Nietzsche e Junito de Souza
Brandão. A relação do mito de Dioniso com o poema Dionisos dendrites, de Dora Ferreira da
Silva, também abrangeu uma pesquisa mais extensa, contemplando toda a obra da poeta
paulista, na tentativa de compreender sua eleição dos mitos gregos. No poema analisado, foi
encontrada a presença das bacantes, mulheres que seguiam Dioniso, e para citá-las a autora usa
de figuras de linguagem, algo surpreendente na análise do poema. Os resultados obtidos quanto
à análise do poema Dionisos Dendrites revelam a atualidade do mito e sua importância para o
homem contemporâneo. Na análise ainda pode-se perceber a maneira como a atualização do
mito é automática quando se lê o poema, pois o mito sempre está presente na atualidade.
PALAVRAS-CHAVE: POESIA; DORA FERREIRA DA SILVA; MITO; DIONISO
VOZES DO TEATRO: AS AVENTURAS DE PINÓQUIO PELA COMMEDIA
DELL'ARTE
Paulo Eduardo Pereira Lima (UFU)
Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU)
O presente trabalho, realizado durante pesquisa de Iniciação Científica, relaciona as possíveis
imbricações entre o gênero teatral italiano do século XVI, a commedia dell’arte, com a
construção de passagens do livro “As aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi. Os trabalhos e a
pesquisa foram iniciados com textos que teorizassem, em um primeiro momento, o horizonte de
leitura da literatura infanto–juvenil, pensando no texto de Nelly Novaes Coelho (2000). Após
observamos como a obra de Collodi refuta em vários momentos os formatos propagados pelo
mercado moderno de livros para crianças (repelindo até a sua famosa adaptação feita por Walt
Disney), a pesquisa seguiu algumas das observações feitas por Alberto Manguel (2009) e,
principalmente, por Giorgio Manganelli (2002), que foi crucial para pensarmos o texto de
Collodi. Houve uma necessidade também, após a identificação tão forte do texto de Collodi com
os moldes e gestos do gênero dramático, de se conceituar e apresentar com base em pesquisas
na área, esse gênero tão específico do teatro que é a commedia dell’arte. Utilizamos também
artigos e dissertações, em destaque o trabalho de Nanci de Freitas (2008) e o de Marcílio de
Souza Vieira (2005). A leitura de “As aventuras de Pinóquio” foi feita inicialmente, num
sentido de observar de que forma a obra se articulava com as proposições dos teóricos que
discutiram a literatura infanto-juvenil. Logo após esse momento, o trabalho partiu para a
articulação dos teóricos que mencionavam a relação da obra de Collodi com o texto teatral.
Como a pesquisa envolve vários outros dados e vertentes, incluindo a consideração de algumas
traduções e adaptações articuladas entre si, pudemos alcançar poucas considerações no campo
da relação entre a obra de Collodi e a commedia dell’arte. As reflexões irão, depois da
produção de textos e discussões com orientador, para considerar a forma teatral italiana do
século XVI (a commedia), mas também o gênero dramático e suas singularidades, em relação ao
gênero épico, ao qual pertence pelo menos em predominância, “As aventuras de Pinóquio”.
PALAVRAS-CHAVE: COMMEDIA DELL'ARTE; PINÓQUIO; CARLO COLLODI
Sala: 5O-A 310
A "ESPERTOCRACIA" JORNALÍSTICA DE O GLOBO
Khal Rens Cândido (UFU)
Orientadora: Heloisa Mara Mendes (UFU)
O trabalho que se apresenta é parte do projeto de iniciação científica, finalizado, Memória e
Língua Portuguesa: analisando O Globo, no qual, baseados nos pressupostos teóricos da Análise
do Discurso francesa (AD), mais especificamente, nas noções de memória discursiva, buscamos
descrever e analisar o posicionamento do jornal O Globo em relação à língua portuguesa.
Recortamos para análise o texto A espertocracia educacional, de Gaudêncio Torquato,
publicado na seção blogs da edição on-line do jornal O Globo. A razão pela qual escolhemos
textos de O Globo, deve-se ao fato de esse ser um dos jornais de maior circulação no Brasil e de
estar ligado à emissora de televisão com o maior índice de audiência nacional, segundo o
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE, 2012), o que, em certa medida,
pode indicar uma transferência de credibilidade, por parte dos leitores, da emissora de TV ao
jornal em questão. O que nos motivou a escolher um texto da Seção Blogs,foi o fato de que o
tipo de texto publicado nesta seção oferecer liberdade de expressão ao seu escritor, tendo a
aparência de não se vincular à opinião e ao discurso do veículo de comunicação em questão.
Apesar de O Globo afirmar que “os conteúdos publicados não expressam a opinião d’O Globo”
(O GLOBO, 2011), acreditamos que tudo o que é difundido nesse veículo de comunicação é
constitutivo de seu posicionamento e contribui para a construção de sentidos que emergem a
partir daí. Nesse sentido, nosso trabalho consiste em verificar, por meio da análise do corpus, se
“o posicionamento conservador que parece marcar as Organizações Globo ao longo do tempo”
(SKIDMORE, 1988) é transferido a discursos relacionados à língua portuguesa, e como esse
discurso se materializa no gênero texto de blog. Com base no que já foi visto até o presente
momento, nos textos analisados, podemos afirmar que, por diversas vezes, em O Globo, é
atualizada uma memória discursiva que faz aliança com discursos conservadores e puristas
relacionados à noção de língua portuguesa.
PALAVRAS-CHAVE: DISCURSO, MEMÓRIA, JORNAL, BLOG
ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: DA TEORIA À PRÁTICA
Eduardo Simão Rodovalho (UFU)
A aprendizagem de uma língua estrangeira, junto com a língua materna, é um direito de todo
cidadão, conforme expresso na Lei de Diretrizes e Bases (1996). É primordial estabelecer os
conhecimentos, as habilidades e as competências a serem adquiridos pelos alunos na Educação
Básica. Entretanto a Escola Pública da Rede Estadual ainda não oferece as condições
necessárias para o desenvolvimento adequado de habilidades comunicativas na língua
estrangeira, configurando-se o cenário atual em número de horas reduzido a duas horas de aula
por semana; turmas numerosas; material didático pouco adaptado ao contexto do aluno e à
situação de aprendizagem; carência de material de suporte: salas-ambientes, gravadores, vídeos,
biblioteca especializada, acesso à Internet. Esta proposta encontra-se fundamentada nos
Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira - 5ª - 8ª séries (BRASIL, 1998) e os
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio (BRASIL, 1999). Ancora-se em dois
aspectos básicos do processo de ensino e aprendizagem: primeiro, a realidade na qual está
inserido, ou seja, o contexto de aplicação e seu público-alvo; segundo, os pressupostos teóricopráticos que servem de apoio para o desenvolvimento desse processo. O objetivo primordial é o
desenvolvimento das habilidades necessárias para que o aluno possa lidar com as situações
práticas do uso da língua estrangeira, tendo em vista sua competência comunicativa, tanto na
modalidade oral quanto na escrita, pautando-se pela flexibilidade nas escolhas dos
procedimentos didáticos.O aspecto-chave numa abordagem comunicativa é o desenvolvimento
de habilidades para o uso da língua em situações reais de comunicação nas modalidades oral e
escrita com o intuito de integrar quatro componentes de competência comunicativa: Linguística
(conhecimento léxico-sistêmico e fonético-fonológico), Textual (conhecimento sobre
textualidade, continuidade temática, gêneros textuais, tipos de texto), Sociolinguística
(adequação da linguagem às situações de interação) e Estratégica.
PALAVRAS-CHAVE: ENSINO, APRENDIZAGEM, ESTRATÉGIAS, ESCOLA PÚBLICA
PROPOSTA DE TRABALHO COM GÊNERO JORNALÍSTICO: CONTRIBUIÇÕES
DA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA
Maria Cecília de Lima (UFU)
Há muito, o trabalho com textos era pautado em tipologias (narração, descrição, dissertação).
Porém, depois de discussões de trabalho de Bakhtin (1987), pesquisadores têm transformado
esse panorama, pesquisando gêneros, bem como o ensino de língua portuguesa por meio de
gêneros. (Bronckart, 1999; Machado, 1998; Marcuschi, 2003). Essas pesquisas nos mostram
que, para muito além das tipologias, para maior proficiência do ensino de língua, devemos
trabalhar o gênero, o que impacta no modo de se trabalhar com o ensino da escrita, beneficiando
mais o ensino de língua portuguesa no ensino médio. Por isso, temos como objetivo apresentar
uma proposta de trabalho com gênero jornalístico fundamentada, teórica e metodologicamente,
na Análise de Discurso Crítica, cujo maior expoente é Fairclough (2001). A preocupação desse
autor “é a de desenvolver não apenas um aparato teórico-metodológico que possibilite estudar
não apenas os textos em si, mas também sua interação com as estruturas sociais” (Meurer,
Bonini, Motta-Roth, 2005, p. 82). Esperamos, com essa proposta subsidiada por uma visão
pautada na interação social, contribuir para o ensino de gênero jornalístico no contexto escolar
do ensino médio.
PALAVRAS CHAVE: GÊNERO JORNALÍSTICO, ENSINO, ANÁLISE DE DISCURSO
CRÍTICAGÊNERO JORNALÍSTICO, ENSINO, ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA
EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÃO INICIAIS DE ALUNOS DE LÍNGUA INGLESA
Cristiane Manzan Perine (UFU)
A motivação no ensino e aprendizagem de línguas é entendida como o impulso cognitivo que
leva alguém a agir, a se engajar numa tarefa em busca de uma determinada meta (DORNYEI,
2005). As expectativas podem influenciar como os indivíduos reagem, respondem e
experienciam um novo ambiente de aprendizagem (WHITE, 1999), exercendo papel importante
na motivação dos alunos. Diversos estudos enfatizam ainda o papel das expectativas na
obtenção de sucesso na aprendizagem de uma língua (DORNYEI, 2001). Este trabalho tem por
objetivo investigar as expectativas e motivações iniciais que levam os alunos universitários a se
inscrever nos cursos presenciais do programa Inglês sem Fronteiras e como se caracteriza sua
motivação em relação à aprendizagem da língua. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa,
que leva em consideração a visão dos participantes da pesquisa sobre os acontecimentos em
desenvolvimento (RICARDO-BORTONI, 2009). Os dados correspondem a 10 alunos, inscritos
na plataforma virtual “My English Online” no nível 2, e matriculados no primeiro período do
curso básico de inglês do “Inglês sem Fronteiras”, curso este cujo objetivo é preparar os alunos
para exames internacionais de proficiência. O recorte a ser apresentado corresponde à análise
inicial dos dados.
PALAVRAS-CHAVE: EXPECTATIVAS; MOTIVAÇÃO; LÍNGUA INGLESA
Sala: 5O-A 313
A ANÁLISE DO DISCURSO NA CONTEMPORANEIDADE: UMA PERSPECTIVA
TEÓRICA E UM ESBOÇO DE ANÁLISE
Gabriel Silva de Oliveira (UCM)
O presente trabalho traça um panorama dos principais construtos teóricos da Análise do
Discurso, bem como aplica os conceitos dessa ciência numa atividade prática de análise
discursiva. Além disso, apresenta também uma cronologia sintética dos três principais
momentos pelos quais passaram a Análise do Discurso, desde o seu surgimento na França até os
dias atuais. Para que isso fosse possível, noções como as de heterogeneidade discursiva,
interdiscurso e formações ideológicas foram amplamente contempladas ao longo do trabalho. A
fim de fundamentar a minha pesquisa, contei com algumas formulações de Gregolin (1995),
Possenti (2002), Baccega (2007) e Mussalim (2012). Uma vez levantadas e devidamente
problematizadas as principais ideias que definem a Análise do Discurso, pude visualizá-las no
texto selecionado como corpus de análise: debruçando-me sobre a crônica "Dar a Sombra", do
jornalista e escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, constatei que o discurso presente nesse texto é
genuinamente heterogêneo; no que diz respeito às condições de produção, identifiquei a
resistência dos homens diante das conquistas femininas como constituinte das formações
discursivas analisadas.
PALAVRAS–CHAVE: ANÁLISE DO DISCURSO, FORMAÇÕES DISCURSIVAS E
IDEOLÓGICAS, CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO, INTERDISCURSIVIDADE, FABRÍCIO
CARPINEJAR
A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DO ESTEREÓTIPO LULA NA MATERIALIDADE
VERBO-VOCO-VISUAL
Clécio Luis G. Oliveira (UFU)
O estudo que ora apresentamos tem como tema a construção midiática do estereótipo Lula na
materialidade verbo-voco-visual e decorre do interesse pela investigação das construções
estereotípicas. A partir da análise verbo-voco-visual e, para tanto, apresentaremos concepções a
respeito das construções identitárias (HALL, 2003, p.21), do dialogismo e da polifonia
(BAKHTIN, 2002, p.4), a fim de refletir sobre a pertinência dessa perspectiva, sua dinamicidade
e dos processos de autoria como agrupamento do discurso (FOUCAULT, 2008, p.26) dando
origem a materialidades discursivas visuais, vocais e verbais, que possuem lugar discursivo
específico, dado o(s) efeito(s) possíveis na/da construção de sentido(s). A análise do conteúdo
verbo, visual e vocal tem como suporte a internet, este meio permite aos sujeitos, por meio da
interatividade, a relação com diversos discursos, que revelam dada historicidade,
transformações culturais, sociais e, por conseguinte, a construção de figuras que constituem e/ou
provocam o humor a partir de determinadas anterioridades discursivas. O discurso, na
interioridade da formação de estereótipos, leva em consideração elementos linguísticos
correntes na sociedade, tais como: palavras, expressões, gestos, formulações, construções
ideológicas, chavões, sons e imagens que, por sua vez, não necessitam de um signatário; antes,
são uma construção coletiva, oriunda de vozes sociais que reproduzem o discurso de um
determinado signatário, um determinado sujeito discursivo. Dessa forma, as representações
coletivas do discurso de tal sujeito são reconstruídas a partir de um modelo cultural preexistente,
ou seja, a partir do conjunto de concepções partilhadas em/por um determinado grupo social.A
respeito da reflexão que propomos, devemos esclarecer que o personagem analisado, Lula, não é
equivalente ao sujeito biológico Lula, porém consideramos esse como um complexo discursivo
que tem lugar na sociedade e na história enquanto simbólico e imagético. Dessa forma, o
personagem que propomos analisar não se restringe a uma dada construção social e discursiva,
ele também é resultado da subjetividade do imaginário constituído na sociedade, materializada e
rematerializada em determinados suportes.
PALAVRAS-CHAVE: IDENTIDADE, POLIFONIA, AUTORIA, ENUNCIADOS VERBOVOCO-VISUAIS, MÍDIA, ESTEREÓTIPOS
ANÁLISE DISCURSIVA DA CRÔNICA “DAR A SOMBRA”, DE FABRÍCIO
CARPINEJAR
Gabriel Silva de Oliveira (UFU)
Geysa da Silva Rocha (UFU)
Ao efetuarmos um esboço diacrônico da Análise do Discurso (AD), certamente veremos que sua
história remonta aos estudos da Retórica grega, passando pela Análise do Discurso Francesa e,
mais recentemente, pelo que se convencionou chamar de terceira fase da AD, que admite como
fundamental a noção de interdiscurso, isto é, as relações entre os diferentes discursos na
materialização uns dos outros. O estudo que ora nos propomos a apresentar teve como objetivo
principal promover uma análise desses diferentes discursos que se intercruzam ao longo da
crônica "Dar a Sombra", texto de estreia do escritor gaúcho Fabrício Carpinejar como colunista
na revista "Pais & Filhos". Além disso, ao promovermos essa análise, pretendíamos também
elucidar a formação ideológica predominante no decorrer da narrativa, bem como as condições
de produção que perpassam os discursos presentes no texto. A fim de cumprirmos com esses
objetivos, adotamos a conceituação proposta por Gregolin (1995, p. 17), para quem o discurso é,
fundamentalmente, “o lugar onde se manifesta o sujeito da enunciação e onde se podem
recuperar as relações entre o texto e o contexto sócio-histórico que o produziu.” Além disso,
ainda usando as palavras de Gregolin (1995, p. 17), admitimos ideologia como o “conjunto de
representações dominantes em uma determinada classe dentro da sociedade.” Debruçando-nos
sobre o texto de Carpinejar, a primeira assertiva à qual pudemos chegar é a de que o discurso
presente nessa crônica é genuinamente heterogêneo. Porém, mesmo apresentando a
heterogeneidade como um traço constitutivo, fomos capazes de identificar como predominante o
discurso masculino, construído por meio do paradoxo homem versus mulher. Foi por meio da
voz desse sujeito discursivo predominante que mantivemos contato com as formações
discursivas constituintes dos discursos secundários: o discurso médico, o discurso psicanalítico
e o discurso histórico, por exemplo. A ocorrência de todos esses discursos secundários, como
vimos, corrobora a ideia da interdiscursividade. Seguindo a mesma linha do discurso
predominante, concluímos que a formação ideológica também é majoritariamente masculina.
No que diz respeito às condições de produção, identificamos a resistência dos homens diante
das conquistas femininas como constituinte das formações discursivas.
PALAVRAS-CHAVE: PORTAL DO PROFESSOR, FERRAMENTA, ENSINO, FOCO
TEMÁTICO
Sala: 5O-B 218
METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA: DIÁLOGO ENTRE HISTÓRIA E FICÇÃO EM
VÍCIOS E VIRTUDES, DE HELDER MACEDO
Patricia Fátima Soares Fernandes (UFU)
Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU)
Sabe-se que a relação entre história e ficção se tornou um objeto de estudo recorrente e de
ampla discussão tanto para historiadores quanto para estudiosos da teoria literária. Desse modo,
o presente trabalho busca problematizar e evidenciar as fronteiras que separam a história da
ficção diante dos estudos literários, além de ilustrar uma breve análise do romance Vícios e
Virtudes (2002), do autor português Helder Macedo, obra que pode ser considerada como fruto
do romance histórico na pós-modernidade, pois o que chama atenção nesse enredo é a
recorrência do resgate do passado e a revisitação da história pátria, aspecto que permite o
estudo, análise e questionamento entre o que é de fato história e o que é ficção. Tal análise tem
como objetivo apresentar como pode ser tênue a linha que distingue a história da ficção, quando
estes dois recursos são utilizados na construção de uma obra literária. Como base teórica,
utilizou-se ao longo deste trabalho o posicionamento dos teóricos e estudiosos a seguir: Silvana
Maria Pessôa de Oliveira (2010) referente ao estudo sobre história e ficção; György Lukács
(2011), teorizando o romance histórico; Linda Hutcheon (1991), sobre a metaficção
historiográfica e, por fim, os estudos de Maria Tereza de Freitas (1989), sobre a confluência
sobre história e literatura.
PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIA; FICÇÃO; VÍCIOS E VIRTUDES
MULTILETRAMENTO NO ÂMBITO DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Robson Miguel Pires (UFU)
Orientadora: Diva Souza Silva (UFU)
Este trabalho faz parte de uma pesquisa em desenvolvimento na linha de pesquisa: Mídias,
Educação e Comunicação, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade –
Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Tecnologias, Comunicação e Educação – Mestrado
Profissional Interdisciplinar, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nessa pesquisa,
analisamos o multiletramento no âmbito dos livros didáticos de língua portuguesa. Sendo assim,
nosso objetivo principal na Semana de Letras – SELET 2014 –, da UFU, é apresentarmos
alguns achados dessa pesquisa, conceitos de letramento e dialogarmos com o grupo de
discussão a fim de socializarmos conhecimento e ouvirmos comentários, que serão relevantes
para o desenvolvimento deste estudo. Além disso, discutimos a necessidade urgente de
dominarmos o letramento digital presente nas novas tecnologias da informação: computadores,
softwares, Internet, correio eletrônico, uma vez que ser letrado digital não é apenas saber digitar
um texto, abrir uma página de Internet ou enviar um e-mail, mas “dominar a tecnologia para
que, além de buscarmos a informação, sejamos capazes de extrair o conhecimento.” (PEREIRA,
2011, p.17). A base teórica trata-se de autores da área de Educação, Filosofia da Linguagem e
Linguística e Novas Tecnologias, os quais discutem letramento(s), gêneros digitais, isto é,
multiletramentos. Destacam-se: Freire (1989), Kleiman (1995), Soares (2002), Xavier (2002),
Rojo (2009), Marcuschi (2010), Coscarelli (2011), Ribeiro (2011), Pereira (2011), Buzato
(2013) entre outros. A metodologia se insere no paradigma qualitativo e tem um caráter
bibliográfico, cuja teoria de estudiosos da área, por exemplo, Gil (2010) e Silva (2010) dão
credibilidade aos conceitos e métodos apresentados. Ademais, ela é documental porque analisa
sete livros didáticos de língua portuguesa do 6º ano do Ensino Fundamental Anos Finais,
aprovados pelo Guia de Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD2014), do Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB). Portanto, essa
apresentação será enriquecedora para esta pesquisa, pois pesquisadores do curso de Letras da
UFU e de outras instituições de ensino poderão assistir a partir de seu local e colaborar com esta
investigação, cujas lentes ainda estão embaçadas, mas abertas para o clareamento de ideias,
sugestões de autores e de desdobramentos de novas pesquisas a partir deste tema.
PALAVRAS-CHAVE: MULTILETRAMENTO, LETRAMENTO DIGITAL, GÊNERO
DIGITAL, LIVRO DIDÁTICO, LÍNGUA PORTUGUESA
PERSPECTIVAS INICIAIS SOBRE O POMMERSCHE KORPORA – KORPORA DO
POMERANO EM MINAS GERAIS E RIO GRANDE DO SUL
Neubiana Silva Veloso Beilke (UFU)
Orientadores: Guilherme Fromm (UFU) e Adriana Cristina Cristianini (UFU)
Propomos comunicar as perspectivas iniciais do estudo do pomerano em Minas Gerais e no Rio
Grande do Sul. O objetivo principal é a compilação de corpora dessa variedade germânica,
através de fontes escritas e da oralidade. E, a partir desse banco de dados linguísticos, fazer um
exame do pomerano, sobretudo em seu aspecto semântico-lexical. Nossa pesquisa se
fundamenta na Sociogeolinguística (CRISTIANINI, 2007), pois considera os aspectos sociais,
históricos, geográficos e culturais como elementos relevantes nos fenômenos linguísticos.
Portanto, adotamos como suportes teóricos os trabalhos desenvolvidos por Grosjean, Gumperz e
Blom (apud TAKANO, 2013), pois reconhecem a importância das peculiaridades locais e dos
contributos espaço-temporais na linguística, visto que uma das hipóteses que levantamos é a
existência dos fenômenos provenientes do contato de línguas. O Pommersche Korpora é uma
coletânea de textos de diversos tipos e autorias, provenientes de diferentes lugares, compilados e
organizados pela autora desta proposta de comunicação. Os textos são provenientes de
diferentes áreas e por isso temos Korpora no plural. Adotamos a escrita com K, referenciados no
Instituto para a Língua Alemã. Inicialmente, estamos coletando Korpora através de fontes
escritas como, por exemplo, jornais, cartas, diários, músicas, registros eclesiásticos, inscrições
em túmulos, etc. Pretendemos também coletar Korpus oral, após aprovação do comitê de ética.
Nosso estudo utilizará a contribuição de tabelas comparativas, cartogramas, aplicação de
questionários, entre outras ferramentas na identificação e análise das lexias presentes e
frequentes na língua. À essa estratégia de trabalho, unimos a metodologia e abordagem da
Linguística de Corpus (LC) e suas ferramentas, que nos permitem visualizar e manusear uma
grande quantidade de textos e informações linguísticas. Definimos a LC, conforme Fromm
(2003), Bidermann, Berber Sardinha, Filmore (apud MARTINS, 2004) e Stella O. Tagnin
(2004). O projeto, objeto da comunicação proposta, está em fase inicial da pesquisa de mestrado
em Linguística Aplicada e tem seu foco em Minas Gerais, porém estabelece uma relação
comparativa com o pomerano no Rio Grande do Sul. Apresentaremos os andamentos, as
análises prévias, os lugares onde o pomerano é falado e traremos maiores informações sobre o
que é o nosso Pommersche Korpora.
PALAVRAS-CHAVE: Pomerano, Linguística de Corpus, Sociogeolinguística, Pommersche
Korpora
Sala: 5O-B 219
A CRÔNICA THE FOUR SISTERS, DE CHARLES DICKENS, E SUA TRADUÇÃO:
REPRESENTAÇÃO DO COTIDIANO ATRAVÉS DO HUMOR
Ana Lívia Verona Bernardes Gomes (UFU)
Orientadora: Paula Godoi Arbex (UFU)
Apesar da efemeridade do gênero cronístico, este pode conter temas de caráter universal. É o
que se verifica no presente trabalho, com a análise da crônica The fours sisters, de Charles
Dickens, e de sua tradução, As quatro irmãs, de Marcelo Rollemberg (2003), a partir de
pressupostos teóricos da linguística, da literatura e do jornalismo. Foram considerados, ainda,
nesse estudo, fatores históricos, sociais e culturais pertinentes ao gênero cronístico, ressaltando
a importância de um diálogo interdisciplinar no caso da tradução de crônicas. Outros aspectos
abordados foram a importância de fatos biográficos na obra de Dickens e a forma como estes
influenciaram o estilo do escritor. Nesse contexto, o estudo da tradução da crônica As quatro
irmãs é realizado com base na comparação com o original The Four Sisters, buscando
identificar os elementos linguísticos, históricos e culturais que fizeram do texto de Dickens um
relato do cotidiano e do social, especialmente no que se refere à descrição irônica das mulheres,
do casamento, dos valores hipócritas e puritanos da sociedade vitoriana, e verificar como tais
elementos foram traduzidos. A análise da crônica e de sua tradução foi realizada a partir de
exemplos em que se verificaram aspectos linguísticos e estratégias de tradução, conforme os
estudos de Baker (1992) e Venuti (2002). Esses exemplos demonstraram a importância do uso
linguístico na construção do humor irônico no texto (adjetivos, aspas, frases interrogativas,
expressões idiomáticas, provérbios, phrasal verbs, entre outros), o qual está também aliado à
história, à cultura e à sociedade a que se refere. Buscou-se, ainda, exemplificar a forma como o
tradutor recuperou essas marcas, em maior ou menor grau, consciente ou inconscientemente.
Devido à existência de escassas pesquisas sobre a tradução de crônicas, e em especial sobre as
crônicas de Charles Dickens, considera-se que o presente estudo representa apenas o primeiro
passo diante da obra cronística do autor, deixando aberto o caminho para que outras
investigações sejam feitas.
PALAVRAS-CHAVE: TRADUÇÃO LITERÁRIA. ESTRATÉGIAS DE TRADUÇÃO.
CRÔNICA. CHARLES DICKENS
O PERFECTO SIMPLE E COMPUESTO: UMA ANÁLISE DIACRÔNICA DE SEUS
USOS EM FILMES ARGENTINOS
Laura de Oliveira Coradi (UFU)
Orientador: Leandro Silveira de Araújo (UFU)
A ausência de pesquisas centradas no estudo diacrônico do espanhol portenho e a carência de
relatos sobre a história do uso do pretérito perfecto simple (PPS) e pretérito perfecto compuesto
(PPC) na Argentina salientam a importância deste estudo. Assim, apartir da comparação de
filmes de dois momentos históricos distintos, separados por um intervalo de aproximadamente
sessenta anos – (a) meados do século XX (Rosaura a las diez, 1958) e (b) 2013 (Corazón de
León, 2013) – observaremos se há alguma alteração no uso das formas verbais e quais fatores
poderiam estar por detrás dessa variação no uso. Isso se deve a que à forma simples geralmente
se associa ao valor de finalização, de ação passada terminado “Mi perrillo se murió ayer”,
(ARAÚJO, 2012). Enquanto que à composta se atribui o valor de antepresente que, de acordo
com a RAE (2009), descreve o uso da forma verbal em ações marcadas no âmbito temporal em
que ocorre a ação “este año se han tirado trescientos millones de litros de agroquímicos en esta
sola campaña” (ARAÚJO, 2012). Contudo, enunciados como “El concejal […] quien nos ha
brindado [ahora] eh… su perspectiva de acuerdo con lo que ha sido una sesión muy particular el
último jueves”. (ARAÚJO, 2012), mostram que em alguns usos os valores canonicamente
associados às respectivas formas se cruzam. Frente a dados como esse, poderemos observar se
as formas do pretérito perfecto apontam algum tipo de processo de mudança e se de fato
afirmações propagadas sobre o uso das duas formas verbais na região portenha se confirmam.
Assim, a seguinte pergunta auxiliará o desenvolvimento da pesquisa: Qual é a diferença no uso
do pretérito perfecto compuesto e simple nos dois cronoletos analisados? Espera-se com esta
pesquisa, compreender a existência ou não de diferenças no manuseio dos dois pretéritos nos
dois cronoletos de tempo.
PALAVRAS CHAVE: CINEMA; PRETÉRITO PERFECTO; LÍNGUA ESPANHOLA;
VARIAÇÃO E MUDANÇAS LINGUÍSTICAS
SIMBOLOGIAS JUDAICAS NA OBRA “AS DUAS GUERRAS DE VLADO HERZOG:
DA PERSEGUIÇÃO NAZISTA NA EUROPA À MORTE SOB TORTURA NO BRASIL”
Luciana Aparecida Barbosa Macedo (UFU)
Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU)
Sabemos que ainda há poucos estudos na área das Letras que tratam do Holocausto ou Shoá,
bem como outras referências judaicas na literatura brasileira. Deste modo, nos propusemos a ler
e analisar a biografia: “As Duas guerras de Vlado Herzog: da perseguição nazista na Europa à
morte sob tortura no Brasil”, do jornalista Audálio Dantas. Esta obra enfoca a vida trágica de
Herzog, tanto a sua Infância na Iugoslávia nazista como a sua vida adulta no Brasil ditatorial.
Paralelo a este trajeto, o livro traz também reflexões sobre o nazifascismo na Europa como
também sobre o avanço da ditadura e o crescimento da repressão por parte dos militares que
haviam participado do golpe de 64. É interessante notar que o autor traça um paralelo entre os
terrores da ditadura de Hitler e as barbaridades políticas da ditadura militar brasileira. Ambos
usaram da tortura, da violência e da morte para aprisionar e destruir suas vítimas. Mas, nesta
pesquisa, interessa-nos, sobretudo, verificar como o autor Audálio Dantas desenvolve as
referências e simbologias judaicas ao tratar do perfil biográfico do jornalista Vlado Herzog.
Desta forma, esta pesquisa se justifica no sentido de que podemos acrescentar bibliografias a um
tema ainda pouco explorado na área de Letras. Assim, este trabalho trilhará o caminho da
multidisciplinaridade, uma vez que envolverá conhecimentos de Literatura Brasileira, Teoria
Literária História, Sociologia, Estudos Culturais, Simbologias, dentre outros.
PALAVRAS-CHAVE:
HOLOCAUSTO
AUDÁLIO
DANTAS,
DITADURA,
VLADO
HERZOG,
A LÍNGUA NA CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE ADOLESCENTES IMIGRANTES
Lúcia Ferraz da Silva (UFU)
Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU)
Neste trabalho abordaremos questões de como o encontro-confronto com uma nova língua, em
contexto imigratório, reverbera na constituição identitária do sujeito. Ao compreendermos que
pode não haver uma relação de identificação entre sujeito e língua, acreditamos que essa
experiência de encontro-confronto com uma Língua Estrangeira (LE) irá reverberar na
constituição identitária, mesmo sendo pelo lado da negatividade. Dentro desse grande tema,
partimos da hipótese de que a despeito da clássica distinção que o senso comum faz entre
Língua Materna e LE, durante o processo de migração, para os adolescentes desta pesquisa, a
língua do país de acolhida designada estranha/estrangeira se imbrica com a língua denominada
materna e a cultura que ambas carregam. Se isso acontece, é graças aos desdobramentos de
processos de identificação instaurados com e por meio das Línguas Materna e Estrangeira.
Sendo assim, discutiremos, a partir da análise de dizeres de adolescentes brasileiros que
migraram do Brasil para a Itália, a articulação da relação sujeito-língua, a fim de verificar se
eles estabeleceram ou não processos de identificação com a língua italiana e a cultura do país de
acolhida, e quais os efeitos desses processos para a constituição identitária desses adolescentes.
Para atingirmos os objetivos propostos, abordaremos os conceitos da Análise do Discurso de
linha francesa de abordagem pecheutiana, o que nos permitirá promover um diálogo com alguns
conceitos da psicanálise freudo-lacaniana. Este lugar permite encarar o sujeito discursivo como
construção de linguagem sempre da ordem de um devir, constituído pelos esquecimentos de que
não é fonte nem origem dos sentidos que produz em seu dizer. Tal conceito pretende abarcar a
instância imaginária do sujeito que enuncia, provendo-lhe uma síntese pontual, mas constituída
da e na contradição, heterogeneidade e equivocidade, porque está sujeita aos efeitos do
inconsciente. Na língua, acreditamos se materializarem os discursos que constituem esse sujeito
e podemos observar sua subjetividade ser (des)velada e tomamos o discurso como lugar de
produção de sentidos. Entendemos que a importância deste trabalho está na observação e análise
dos dizeres dos participantes, enquanto imigrantes, e ao mesmo tempo aprendizes de uma LE,
vislumbrando a tomada da palavra nesta nova língua e os efeitos neste processo na constituição
identitária.
PALAVRAS-CHAVE: LÍNGUA MATERNA, LÍNGUA ESTRANGEIRA, IMIGRANTES,
CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA