Caderno de Resumos_SELET - Universidade Federal de
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Caderno de Resumos_SELET - Universidade Federal de
Caderno de Resumos 27 de novembro | Manhã | 10h30min Sala: 5O-A 305 A AUTORIA EM OPUS PISTORUM Iara Germano (UFU) Orientador: Pedro Malard Monteiro (UFU) O presente trabalho discute questões de autoria em Opus Pistorum, uma obra literária atribuída a Henry Miller. Um artigo de Barry Baldwin alega que Henry Miller teria negado a autoria do romance, o qual considerava não ter características compatíveis com sua obra. O livro teria sido encomendado a Miller por um colecionador e, com dificuldades para continuar a escrever e inovar em cenas que agradassem o colecionador, a autor teria recorrido a sua amiga Caresse Crosby, que acabou aceitando a proposta de escrever um texto nas características exigidas: sexo, desprovido de qualquer teor poético. A polêmica em torno da obra se dá uma vez que não acreditam que uma mulher não poderia escrever um texto considerado “tão masculino”. Poucas pessoas desacreditaram a negação de Miller e, mesmo que inverídica, a alegação de que a obra foi escrita por uma mulher permite uma investigação de uma série de questões relacionadas à escrita feminina, autoria, e criatividade. PALAVRAS-CHAVE: AUTORIA, OPUS PISTORUM, HENRY MILLER A CONSTRUÇÃO ARGUMENTATIVA DE IAGO EM OTELO Mariani Carolina de Souza (UFU) Shakespeare produziu durante a vida um conjunto de prezados poemas e peças teatrais, dentre os quais o selecionado para este trabalho é Otelo, o mouro de Veneza. A peça é uma tragédia que gira em torno da história de um mouro que se casa com uma sofisticada dama veneziana e é envenenado paulatinamente por seu alferes Iago até ser convencido que era traído por sua esposa. Para escrever essa tragédia Shakespeare usou como fonte um conto publicado em 1565, mas ao recontar a história ele acrescenta a ela personagens com mais paixão e de certa forma mais humanizados. Partilha disso tanto o protagonista, no caso da peça Otelo, o próprio mouro que dá nome à tragédia, quanto alguns personagens secundários que também são dotados de sentimentos e ações típicas de grandes personagens. Portanto, tão significante quanto o personagem central Otelo é Iago que tem na peça o papel de motivar o drama, e que é tão importante quanto Desdêmona que se expressa em toda plenitude; ambos têm uma construção similar a do protagonista Otelo e compartilham de uma complexidade semelhante. Além disso, nas peças shakespearianas o lugar dos personagens também passa a ser mais problematizado pelo meio que eles se encontram, pois esse abarca questões de etnia, classe social, preconceitos, costumes culturais, religiosos, políticos etc. Assim, para esse trabalho a argumentação de Iago e seu modo de obter, de uma só vez seu êxito e ruína, será o objeto de análise. Para isso, contaremos com uma base teórica que passa por fragmentos da Retórica Aristotélica (não há como falar de discurso argumentativo sem mencionar essa área do saber) abarcando até a contemporaneidade das teorias de Mikhail Bakhtin sobre sua concepção de linguagem que são retomadas por Fiorin. Como conclusão, ambiciona-se percorrer o caminho discursivo da língua serpentina de Iago e a forma de como seus argumentos atingem os ouvidos-alma de Otelo. PALAVRA-CHAVE, DISCURSO ARGUMENTATIVO, SHAKESPEARE, OTELO O FANTÁSTICO EM “CLAUDIUS HERMANN” DE NOITE NA TAVERNA E MACÁRIO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA Carline Barbon dos Santos (UFU) Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU) Este trabalho visa realizar uma análise comparativa entre o conto “Claudius Hermann” de Noite na Taverna e a peça Macário, ambas escritas pelo ultrarromântico Álvares de Azevedo. Para tal objetivo, observaremos como o fantástico é notado nas duas obras, ou seja, como ele se realiza em múltiplos aspectos, tais como: hesitação, o medo, o suspense, o espaço, entre outros. Assim, norteamos a pesquisa tendo como base as teorias de Tzvetan Todorov, H.P Lovecraft, Nöel Carroll, Louis Vax, Remo Ceserani, Osman Lins, Foucault e outros. A escolha desse tema se deu devido ao interesse particular de estudar, conhecer, investigar e promover discussões sobre o estranho, a literatura fantástica e a literatura de horror, três campos que, embora não muito explorados pela Teoria Literária, são bastante significativos. Esperamos que, após uma análise da interessante obra do autor Álvares de Azevedo, possamos chegar a alguns apontamentos, relacionando o conto analisado de Noite na Taverna e o drama Macário com a noção da hesitação do leitor frente ao estranho, ressaltando que o sentimento de “estranhamento” é bastante previsível ao depararmos com o fantástico. Por último, compreendemos que o estudo aqui realizado é apenas de caráter inicial e experimental, pois entendemos a necessidade de uma discussão mais aprofundada e produtiva e esta será feita em próximos estudos e leituras. PALAVRAS-CHAVE: FANTÁSTICO, HORROR, ÁLVARES DE AZEVEDO, MACÁRIO, NOITE NA TAVERNA POESIA E ARTE: "VÊNUS PENSATIVA" DE DORA FERREIRA DA SILVA Maria Antônia de Jesus (UFU) Orientadora: Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU) Este trabalho resulta de um projeto de Iniciação Científica em que estudamos a relação da poesia de Dora Ferreira da Silva com as artes plásticas. Em sua poesia, a poeta paulista (1918 2006) contempla a arte, a religiosidade, a filosofia e o mito. Pesquisar sua obra é descobrir a cada momento uma nova relação sagrada entre a poesia e as outras formas de arte. Para o desenvolvimento da pesquisa, selecionamos cerca de 20 poemas da autora. Nesta comunicação, recorremos ao poema “Vênus Pensativa” para demonstrar a afinidade de Dora com a pintura. Buscamos nos mestres Gaston Bachelard, Alfredo Bosi, Carl Gustav Jung, Otávio Paz, Souriau, o auxílio para as nossas indagações e investigações. Nas palavras de Souriau (1983), “Nada mais evidente do que a existência de um parentesco entre as artes”; Paz (1982) diz que “Através da frase que é ritmo, que é imagem, o homem – esse perpétuo chegar ao seu – é. A poesia é entrar no ser”. Jung revela em Souza (2013) que “O símbolo se manifesta em toda a sua pregnância simbólica pelo sonho e pela criação artística”. Assim, considerando a poesia como forma de conhecimento, tentaremos desvendar o sentido das relações da arte com a poesia de Dora Ferreira da Silva. PALAVRAS CHAVE: DORA FERREIRA DA SILVA, POESIA, ARTE, PINTURA Sala: 5O-A 306 A CARACTERIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA DAS PRINCESAS DE CONTO DE FADAS CLÁSSICOS EM SHREK 3 Bruna Ferreira Ramos (UFU) Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU) Os contos de fadas, como são chamados, saíram da oralidade e se tornaram parte da narrativa infantil em 1697, em Paris, com a publicação de Histórias ou contos de tempos passados ou Contos da Mamãe Gansa (1697), de Charles Perrault. Sem fronteiras e sem prazo de validade, essas pequenas histórias com finais educativos são saboreadas até hoje por crianças e adultos, com novos olhares e novas perspectivas nascidos ao longo dos anos. Nas últimas décadas, observa-se um crescimento notável de novas releituras de vários destes contos, como Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve e outros mais. Principalmente no âmbito das adaptações fílmicas, o mercado cinematográfico nos tem apresentado uma visão contemporânea desses clássicos, acrescentando um algo a mais às tramas, ações e aventuras dos conhecidos “Contos da Carochinha”. Em recentes lançamentos, como Encantada (2007), Valente (2012), Frozen, uma aventura congelante (2013), e todas as edições de Shrek (2001, 2004, 2007 e 2010), produtoras como a Pixer, a Disney e a DreamWorks colocam em cena novas princesas mais modernas, por meio da descaracterização daquela mocinha, com um antigo ideal de beleza que, na maioria das vezes, age passivamente e está à espera de seu príncipe encantado. As novas protagonistas têm agora a cara da mulher moderna na sociedade atual: ativa, bem-sucedida, dona do próprio nariz, que luta pelo que quer e não se importa de ter um corpo mais volumoso, o cabelo crespo ou de se casar com o barrigudo e mal vestido da história. Neste estudo, o foco incide sobre o terceiro filme de animação da série Shrek – Shrek 3 – , no qual o rei de Tão, tão distante, pai de Fiona, que está em seu leito de morte e precisa passar seu trono para alguém, conta para Shrek que se o mesmo não reinar em seu lugar, precisará ir atrás do outro único sucessor do trono, um jovem, primo de Fiona, chamado Arthur. Shrek, como não quer ser o rei, parte em uma viagem em busca deste jovem junto com o Burro Falante e o Gato de Botas. Shrek, nesse filme, se assusta com a notícia que Fiona lhe dá: a de que ele será pai. Enquanto isso, Encantado, o vilão da história reúne vários vilões dos clássicos para atacar Tão, tão distante e roubar o trono para ele. Fiona está em seu chá de berço, com suas amigas Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e Rapunzel, quando o reino é atacado pelos vilões. As princesas são pegas e aprisionadas, menos Rapunzel, que decide ficar do lado de Encantado. Os vilões também encontram Arthur, Shrek e seus amigos e os prendem. Mas Fiona convence as princesas a tomarem uma atitude e lutarem pelo reino. As princesas se revoltam e armam uma emboscada para salvarem o castelo que está tomado. No final tudo se resolve. Os vilões também se revoltam contra Encantado e Arthur torna-se o novo rei. Shrek acaba gostando da ideia de ser pai e Fiona ganha trigêmeos. O propósito central deste estudo é investigar o caráter revisionista da caracterização das princesas de clássicos da literatura infantil, como Bela Adormecida, Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, que reaparecem na história de Shrek 3 (2007) de uma forma bem diferente de como são conhecidas nas histórias tradicionais. Esta nova representação nos conta o futuro dessas princesas depois do “... e foram felizes para sempre”. Esta nova visão mantém sua base nos contos e também várias de suas características, mas nos apresenta as protagonistas de uma maneira mais atual e irônica, constituindo-se realmente como uma forma de paródia dos clássicos, animação de uma maneira atual e crítica, apontando as diferenças detectadas nas novas personagens, quando comparadas com as protagonistas dos clássicos, e identificando o grau de ruptura atingido pela caracterização dessas novas princesas. PALAVRAS-CHAVE: REVISIONISMO; SHREK; PRINCESAS DOS CONTOS DE FADA CONTRASTE ENTRE O PAPEL FEMININO EM VALENTE E NOS CONTOS DE FADAS TRADICIONAIS: UMA (RE)VISÃO SOCIAL Maria Angélica Marinelli (UFU) Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU) Os contos de fadas surgiram na tradição oral, com as histórias sendo passadas de geração para geração. As histórias que se consagraram ao longo do tempo, geralmente apresentavam um herói ou heroína que, no decorrer da narrativa, sofria alguma adversidade e ao final do conto triunfava e derrotava o mal. Nesses contos, a figura masculina aparece, muitas vezes, como o herói/salvador da mocinha indefesa. A personagem principal, a mulher, era visivelmente passiva e envolvida pelo mal, para assim poder ser salva. Mulheres com voz ativa e postura de pensadoras, na trama dessas histórias, são muito frequentemente vilãs ou bruxas detestáveis. Essa postura passiva de boa parte das protagonistas, enfatizada nos antigos contos de fada, afetaram, possivelmente, a vida e o crescimento de muitas mulheres que foram oprimidas por visões distorcidas de feminilidade e de papeis sexuais. Uma das maneiras encontradas na contemporaneidade para fazer acontecer esse despertar da consciência, “morta ou adormecida”, no que diz respeito à condição das mulheres na sociedade, tem sido o processo revisionista de releitura de clássicos da literatura infantil, a partir de novas perspectivas, que têm promovido mudanças importantes nos rumos convencionais dos conhecidos como contos de fadas. Tomando por base a teoria revisionista o presente trabalho de pesquisa tem como meta central analisar o filme Valente (2012), visando comparar a figura feminina central, Princesa Merida, com as protagonistas de contos de fadas tradicionais – Branca de Neve, Bela Adormecida e Cinderela – a fim de avaliar o caráter revisionista da construção dessa personagem e o grau de ruptura alcançado por essa nova proposta de princesa. PALAVRAS CHAVE: REVISÃO, CONTOS DE FADAS, PRINCESAS O FEMININO EM “THE SNOW CHILD”, DE ANGELA CARTER Maisa dos Santos Trevisoli (UFU) Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU) Esse trabalho tem como objetivo estudar a releitura de contos de fadas tradicionais na obra da escritora inglesa Angela Carter. A autora, a partir do conto “Branca de Neve e os Sete Anões”, apropria-se do gênero maravilhoso e o reescreve na narrativa “The Snow Child”. O estudo proposto visa verificar como a autora aproxima ou afasta seus contos do gênero maravilhoso e dos contos tradicionais que toma como referência. Mais especificamente, pretende-se analisar, no conto “The Snow Child”, contido no livro “The Bloody Chamber”, como o feminino é tratado pela autora. Carter, como muitos outros escritores, bem como o próprio cinema, revisita os contos de fadas clássicos e populares, valorizando o processo intertextual e o diálogo entre obras de épocas tão distantes, mas tão atuais. Os contos de fadas continuam a fazer o mesmo sucesso que faziam no passado, pois trazem um universo encantado que instiga descobertas e proporciona ensinamentos. PALAVRAS-CHAVES: CONTO DE FADAS, ANGELA CARTER, FEMININO. O PROCESSO REVISIONISTA NOS CONTOS DE FADAS: DO CONCEITO ÀS ESTRATÉGIAS Lívia Maria de Oliveira (UFU) Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU) O conhecido “...e viveram/foram felizes para sempre” encerra diversas narrativas mágicas que perpassam os séculos, sendo transferido de geração para geração, de forma a se fazer presente no imaginário adulto e infantil. Os contos de fadas são narrativas de valor significativo e, por isso, servem de objeto de pesquisa em diversas áreas. Suas leituras e interpretações são distintas, bem como passíveis de renovação a cada nova releitura das histórias tradicionais. Essas releituras ocorrem através de traduções, adaptações parafrásticas ou parodísticas e se constroem na perspectiva do revisionismo, o qual envolve a manipulação de convenções literárias de forma que as histórias possam ser reavaliadas a partir de uma perspectiva até então inusitada. Nesse sentido, essa apresentação pretende abordar o processo revisionista contemporâneo, considerando uma perspectiva feminista, traçando seu conceito e suas principais estratégias. Para tanto, serão considerados, entre outras coisas, o conceito de revisão e o percurso do revisionismo, conforme definidos por Adrienne Rich; as noções de táticas revisionistas delineadas por Rachel DuPlessis em "Writing Beyond the Ending"; e os níveis de revisionismo ficcional apresentados por Maria Cristina Martins em sua pesquisa sobre releituras contemporâneas de contos de fadas "E foram(?) felizes para sempre ...”. PALAVRAS-CHAVE: CONTOS DE FADAS, REVISIONISMO CONTEMPORÂNEO, PERSPECTIVA FEMINISTA Sala: 5O-A 307 DIÁRIO, A PALAVRA QUE RESISTIU À GUERRA, NA FICÇÃO DE BORIS SCHNAIDERMAN Ivone Gomes de Assis (UFU) Buscarei apresentar uma reflexão sobre as escritas de diário na obra ficção Guerra em Surdina, de Boris Schnaiderman. Trata-se de experimentos relatados, em meio a outros, pela personagem João Afonso, durante seu período de combate, na Segunda Guerra Mundial, na Itália. O diário refere-se ao capítulo três: “Pecado? Glória?”, em que o diarista anota o espanto de um soldado ante a insanidade da guerra. Tais escritas subsistiram à guerra e passaram a compor as memórias do sobrevivente. Este mesmo ser assombra-se ante a solidão humana, com isso compreende que a maior guerra está dentro do próprio homem. A obra Guerra em surdina é composta de uma mistura de gêneros, memórias, narrativas e anotações de diário... este último é no qual irei me deter. No diário, o homem historia os fatos, ainda que pitorescos, cuja escrita faz-se um veio de libertação momentânea, do diarista. João Afonso, ao detalhar locais e fatos, em uma narrativa quase poética, evidencia que sua maior preocupação está em denunciar a (in)significação da guerra, o abandono, as individualidades, as nódoas humanas, os porquês... Dentre os apontamentos dele, está o estupro, a perda dos valores humanos, o silêncio, a miséria, dentre outros. Desse modo, poesia e denúncia... literatura e história... esperança e desilusão... vida e morte vão se alimentando, mutuamente, nas páginas do diário de João Afonso. PALAVRAS-CHAVE: DIÁRIO, MEDO E FICÇÃO, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, BORIS SCHNAIDERMAN EÇA DE QUEIROZ: O PACTO DIÁBÓLICO EM O MANDARIM E O RETRATO DE DORIAN GRAY Lygiane Alves (UFU) Orientadora: Kenia Maria de Almeida Pereira (UFU) Através do presente trabalho temos o intuito de trabalhar a figura do Diabo na obra de Eça de Queiroz, bem como os desdobramentos do pacto feito pelo personagem. Para termos uma visão mais ampla e clara das possibilidades da figura diabólica na Literatura como um todo, usaremos além da obra queirosiana outro clássico da Literatura mundial: Fausto, de Goethe. Esta servirá de base para que possamos entender a real importância da figura diabólica na obra do autor português. Em ambas as obras, temos a clara impressão que o que corrompe o homem é o próprio homem. O Diabo não passa de um reflexo do subconsciente humano, o uso da imagem diabólica é somente um artifício para moldar as corrupções humanas. O mito do nascimento e existência de uma força contrária a Deus, o Diabo, nada mais é do que uma justificativa para toda ação humana desprovida de caráter e bondade. A utilização dessa figura adversa ao que se tem como bom é a “materialização” das vaidades humanas, que não podem ser saciadas sem o apoio da força diabólica, que não questiona o objetivo final, simplesmente sede ao seu pactuante seus desejos. Este trabalho teve o intuito de realizar paralelos entra a obra queirosiana e a sociedade portuguesa da época, bem como a forte influência da obra na mudança de eixos da literatura mundial. PALAVRAS-CHAVE: EÇA DE QUEIROZ, DIABO, REFLEXO, SOCIEDADE. MY NAME IS ISOBEL: O PAPEL DA MULHER NOS CONTOS REVISIONISTAS Carolina Lopes Dias Santana (UFU) Orientadora: Maria Cristina Martins (UFU) Os contos de fadas foram fundamentais para a literatura, desde o seu surgimento há muitos séculos atrás, até os dias de hoje. Através deles podemos compreender a cultura de uma sociedade e época, e também o papel de determinados personagens. A mulher, por exemplo, é comumente tratada como fraca e indefesa à espera de um homem que virá ao seu resgate, mas neste trabalho, ainda em fase inicial de pesquisa, discuto um estilo diferente de heroína, Isobel, de Nalo Hopkins. Isobel teve sua vida definida pelas outras pessoas, mas no momento em que muda e decide fazer sua voz ser ouvida, tudo nela é transformado. A pesquisa (recémcomeçada) vai utilizar de teorias revisionistas, apoiando-se principalmente na carnavalização de Bahktin para explicar e entender o valor desta personagem no cenário da literatura moderna. PALAVRAS-CHAVE: CARNAVALIZAÇÃO RELEITURA, CONTOS DE FADAS, LITERATURA, NUTELS NO ENSAIO "O ÍNDIO COR-DE-ROSA" DE ORÍGENES LESSA Amanda Aparecida de Almeida Borges (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) Durante suas andanças pelo Parque Nacional do Xingu e por outras aldeias indígenas brasileiras, Orígenes Lessa ouviu falar muito sobre o médico sanitarista, judeu, Noel Nutels e seu amor incondicional pelos índios. Orígenes ficou fascinado com a extraordinária vida deste humanista que abandonou seu confortável consultório médico no Rio de Janeiro para se embrenhar pelo interior do Brasil. Com os irmãos Villas Boas e com o apoio de Darcy Ribeiro fundaram, finalmente, o Parque Nacional do Xingu. Assim, inspirado nesta imensa dedicação às populações indígenas, demonstrada pelo médico Noel Nutels, que Orígenes Lessa resolveu em 1980 publicar o ensaio- poético- biográfico "O índio Cor de Rosa: evocação de Noel Nutels". Nesta obra Lessa traça um perfil biográfico, ensaístico e poético sobre a interessante figura deste médico. PALAVRAS-CHAVE: NOEL NUTELS; ENSAIO; ORÍGENES LESSA Sala: 5O-A 309 EPISTOLOGRAFIA E LITERATURA: REFLEXÕES SOBRE OS BASTIDORES DA CRIAÇÃO LITERÁRIA DE CLARICE LISPECTOR Luciana Aparecida Silva (UFU) Orientadora: Joana Luiza Muylaert de Araújo (UFU) Neste trabalho pretendemos lançar algumas reflexões acerca das concepções literárias e dos bastidores do processo de criação de Clarice Lispector por meio do gênero carta, tendo como base a correspondência trocada entre a autora e diversos interlocutores entre os anos de 1943 e 1958 - período no qual morou em vários países (Suíça, Estados Unidos, Itália, Inglaterra) acompanhando o marido diplomata. Nossa ênfase recai no gênero epistolar como testemunho do processo de criação literária, tendo em vista ser uma forma específica de escrita de si que engloba tanto o banal quanto o literário, o público e o privado - levando-se em consideração, por sua vez, que as cartas não são escritas originalmente com o intuito de serem publicadas. Para este trabalho, as investigações pautaram-se em estudos sobre epistolografia, escrita de si e vida e obra da escritora Clarice Lispector. No arcabouço teórico utilizado destacam-se autores como Angelides (2001), Cardoso (2000), Foucault (1992), Gotlib (1995), Nolasco (2004), Manzo (1997), Santiago (2002) e Tin (2005). Apesar das correspondências serem uma fonte riquíssima para analisar o fazer literário dos escritores mais consagrados da nossa literatura, o gênero ainda não atingiu o status que merece, estando, muitas vezes, à margem das fontes de pesquisa consideradas privilegiadas por estudiosos e críticos. O estudo da epistolografia de um escritor tem o objetivo de lançar um novo olhar sobre a criação e a historiografia literária, além de cumprir o papel de deixar um legado que possibilite novos estudos e interpretações. Embora Clarice Lispector não tenha escrito cartas com o intuito de serem publicadas, o estudo de sua correspondência é fonte de profícuas e múltiplas interpretações acerca dos intermúndios literários da autora. Importante figura do modernismo brasileiro, Clarice sempre reafirmou sua identidade de brasileira (tendo muitas vezes lidado com o estigma de ter nascido na Ucrânia). Podemos notar, em suas cartas, a preocupação em endossar, naquela perspectiva modernista, seu pertencimento à literatura brasileira. IMUNIZAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NO CONTO “LA CHICA DEL PANTALÓN PIRATA” Isabella Borges Gregório (UFU) Orientadora: Karla Fernandes Cipreste (UFU) O presente estudo analisa a experiência estética como um evento que resiste à hierarquização de saberes, ao controle do imaginário e à normalização de condutas. À luz da Imunização, conceito do filósofo italiano Roberto Esposito, propomos uma reflexão sobre estratégias de poder que visam domesticar o indivíduo e impedir vínculos comunitários. Além disso, pretendemos discutir sobre a racionalização excessiva da vida e sobre as contingências que acabam por estimular um questionamento sobre a superioridade da disciplina, da ordem e da razão. Por compor parte de um projeto cujo corpus literário é hispânico, nosso estudo tem como objeto de análise e reflexão o conto “La chica del pantalón pirata”, presente no livro ¿Qué me quieres, amor?, do escritor espanhol Manuel Rivas. O conto dialoga muito bem com a questão da experiência estética e a resistência aos mecanismos de poder. Na narrativa, apresenta-se uma sociedade sob o controle de um ditador. Dois agentes que não se conhecem planejam um atentado para matar Bestión, o ditador. Porém, no decorrer do plano milimetricamente calculado, irrompe a experiência do belo na figura de uma jovem e a partir desse imprevisto, os agentes se veem diante da dúvida angustiante entre desfrutar a vida ou escolher a morte. PALAVRAS-CHAVE: IMUNIZAÇÃO, EXPERIÊNCIA ESTÉTICA, IMAGINÁRIO AS INFLUÊNCIAS DO PÍCARO NA OBRA DORMIR AL SOL Matheus Taylor Souza Borges (UFU) Orientadora: Karla Fernandes Cipreste (UFU) O presente estudo analisa a relação entre dois personagens da obra Dormir al sol, do escritor argentino Adolfo Bioy Casares, como uma proposta ética e estética de resistência a estratégias de normalização de condutas calculadas para impedir vínculos comunitários. Na obra referida, Picardo é um personagem inspirado no Pícaro, figura de prestígio na literatura do Século de Ouro Espanhol, por sua irreverência e por seus métodos pouco ortodoxos na luta pela sobrevivência. As artimanhas vividas por esse ser marginalizado alimentaram o imaginário popular e propuseram o riso como uma experiência estética liberadora. Porém, por se tratar de um tipo que problematiza o discurso da ordem e do trabalho, o Pícaro sofreu, como figura social, uma espécie de higienização que impôs seu estilo de vida como uma ameaça à vida em comum. Em contrapartida ao pícaro existente em Picardo, temos Lucho Bordenave, personagem principal da trama de Casares, homem simples, trabalhador e totalmente conforme com as normas sociais. Por serem vizinhos desde a infância, esses personagens tão díspares têm uma convivência conflituosa na qual Picardo provoca Lucho para que este saia de sua zona de conforto.Perante dois homens de características tão distintas, propomos uma análise das consequências da aceitação e incorporação dos comportamentos picarescos pelo homem comum, representado por Lucho. Para isso veremos um recorte da obra de Casares no qual a convivência desses personagens pode ser lida sob a perspectiva do conceito de Comunidade, apresentado pelo filósofo italiano Roberto Esposito, e proposto como resistência às estratégias imunizantes. PALAVRAS-CHAVE: PÍCARO; IMUNIZAÇÃO; COMUNIDADE OLGA BENARIO: ESCRITAS DO AMOR E DA GUERRA Mariana Bisaio Quillici (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) Olga Benario pode ser considerada uma das militantes mais importantes da história política do Brasil. Nascida em Munique, na Alemanha, em 1908, filha de judeus tradicionais. Em 1934 foi destinada a garantir a chegada segura de Luiz Carlos Prestes ao Brasil, onde esse lideraria a Intentona Comunista. O casal se apaixona, mas com o fracasso da revolução são separados e Olga, enquanto judia comunista, é enviada grávida à Alemanha nazista. Lá é morta na câmara de gás do campo de concentração de Bernburg. Mesmo separado, o casal manteve sua relação através de cartas e foi assim que encontraram forças para suportar a prisão, os interrogatórios, as torturas e a distância. A carta foi o espaço possível de reflexão encontrado por Olga para relatar sobre o desenvolvimento de sua filha e expressar seus sonhos de um dia poder reunir sua família. Pretendo discutir a última carta escrita por Olga Benario, destinada à Prestes e Anita, filha do casal, abordando os traços do amor que resistiu à distância e à guerra até o último momento e principalmente, de que forma este amor se transformou em força para suportar as situações limite do campo de concentração. PALAVRAS-CHAVE: EPÍSTOLAS, AMOR, GUERRA Sala: 1G 235 A VARIAÇÃO DO /R/ NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Guilherme Antônio Silva (UFU) Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU) Este trabalho discute a variação do /r/ no Português Brasileiro, apresentando a trajetória diacrônica da vibrante desde o Latim até o PB atual. Também será discutida a forma subjacente desse segmento como vibrante /r/ e/ou como fricativa velar /x/. Além disso, serão apresentados trabalhos sincrônicos sobre o /r/ no PB que mostram a variação que esse segmento apresenta na fala, podendo aparecer como uma vibrante [r], fricativa glotal [h], fricativa velar [x], aproximante retroflexa [ɻ], tap retroflexo [ɽ], aproximante alveolar [ɹ]. Sendo assim, recorremos às teorias fonológica e variacionista para melhor compreender a variação do /r/. PALAVRAS CHAVE: RETROFLEXO, FONOLOGIA, RÓTICOS, VARIAÇÃO ENSINO DE ORTOGRAFIA NO LIVRO O DIDÁTICO DA EJA Claudia Soares da Silva Braga (UFU) Cláudia Adriana Souza Santos (UFU) Reflexões sobre a abordagem gramatical tem sido objeto de muitas pesquisas, tendo em vista o desenvolvimento dos estudos linguísticos nos últimos tempos. Nessa direção, buscamos analisar a abordagem dada à ortografia pelos livros didáticos “Tempo de aprender – EJA”, 6º e 7º ano, nos anos finais do ensino fundamental na Educação de Jovens e Adultos - EJA. O trabalho adotou como estratégia metodológica a pesquisa bibliográfica, envolvendo um levantamento bibliográfico sobre o processo de ensino e aprendizagem da ortografia nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). Em seguida, fez-se a análise dos livros didáticos em questão. Para fundamentar nosso trabalho utilizamos autores que demonstram algumas concepções sobre o ensino de Português; dentre eles, destacam-se: Cagliari (2003), Zorzi (2003), Morais (2003), Travaglia (2003), Possenti (1996), os PCN’s, entre outros. Contudo, ao analisarmos o modo como as notações ortográficas são trabalhadas nas seções “Olhe a escrita”, verificamos que o ensino das normas ortográficas ainda terá um longo caminho para ser trilhado até se adaptar ao adequado, de modo a considerar-se a ortografia um objeto de conhecimento que precisa ser transformado em objeto de ensino, didaticamente refletido. PALAVRA- CHAVE: ORTOGRAFIA, LIVRO DIDÁTICO, PCN’S FONTE DO ACENTO PAROXÍTONO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO Luann Dias de Souza (UFU) Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU) Na Língua Portuguesa, temos a existência de diversas regularidades e irregularidades linguísticas no que diz respeito ao seu funcionamento. As regularidades, nas línguas em geral, foram mais amplamente estudadas e analisadas pelos chamados neogramáticos, no final do século XIX, que se preocuparam especialmente em categorizar elementos das línguas que são comuns. Segundo Coutinho (1969), “Coube aos neogramáticos a tarefa de sustentar, o que fizeram com brilhantismo, o conceito de que as leis fonéticas são princípios absolutos, cujo rigor científico pode ser facilmente observado”. O foco deste trabalho será analisar, com o auxílio das leis fonéticas, o acento nas palavras paroxítonas terminadas em consoante, no Português, em uma visão diacrônica, buscando no Latim Clássico, Latim Vulgar e Português Arcaico, possíveis respostas quanto às irregularidades acentuais que temos hoje na Língua Portuguesa. Essa pesquisa etimológica e filológica conta com os trabalhos de: Manuel Said Ali, Ernesto Faria, Theodoro Henrique Maurer Jr., Leda Bisol, Serafim da Silva Neto e Joaquim Mattoso Câmara Jr., José Magalhães, Ismael da Lima Coutinho, Paul Teyssier, Rodolfo Ilari, Carla de Aquino entre outros. Para o desenvolvimento do presente projeto, utilizamos alguns passos que nos auxiliaram na obtenção dos resultados desejados. Primeiramente, foi-nos interessante uma seleção e leitura de diversos trabalhos feitos no que diz respeito à acentuação: livros, artigos, revistas etc; essa leitura serviu-nos de arcabouço teórico para elucidar as questões e hipóteses levantadas e, além disso, entender as regularidades acentuais que foram descritas na literatura por diversos autores, dentre eles: Leda Bisol, José Magalhães, Teyssier, Coutinho, Said Ali, entre outros. Feito o levantamento bibliográfico, as questões de pesquisas nos emergiram com mais nitidez, e em alguns passos iremos dar seguimento às análises: -Investigação, em gramáticas históricas, da origem das palavras paroxítonas encerradas em sílaba pesada, em consoante, visto que são marcadas como desvio da regra geral. Essa investigação da origem irá nos auxiliar na descrição de possíveis regularidades dentro dessas irregularidades, pois poderemos separá-las conforme características comuns, constatadas em sua evolução do Latim Clássico ao Português Contemporâneo; -Posterior à investigação feita acerca das palavras paroxítonas irregulares do Português Contemporâneo, iremos comparar os dados históricos com o que existe hoje, afim de tentar descrever as mudanças ocorridas nas palavras, de lá pra cá, através das leis de alterações fonéticas, denominadas metaplasmos, facilitando assim nossa percepção da irregularidade ocorrida nos processo evolutivo da palavra. -Feita a comparação e descrição do nosso corpus, que são as paroxítonas irregulares do português, já descritas anteriormente, iremos separar os dados conforme a regularidade da consoante que encerra a sílaba final, seja ela L,R,S,M,N. Dessa forma, poderemos traçar possíveis regularidades de acordo com a consoante final da paroxítona irregular; -Visto que a língua portuguesa é repleta de empréstimos linguísticos de diversas origens, iremos separar os dados conforme a origem de cada palavra, pois assim poderemos classificar as possíveis regularidades não só de acordo com a consoante final que encerra a palavra, mas também de acordo com a origem de cada uma delas; Os resultados alcançados, que são propostas de uma regularidades das palavras paroxítonas tidas como irregulares no português, estão constantemente sendo acrescentadas e discutidas. PALAVRAS-CHAVE: FONTE, PAROXÍTONO, PORTUGUÊS O ABAIXAMENTO DAS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NO DIALETO CARMELITANO: UM CASO DE HARMONIA VOCÁLICA Fernanda Alvarenga Rezende (UFU) Orientador: José Sueli de Magalhães (UFU) As variações de /e/→[ɛ] e de /o/→[ɔ], em posição pretônica, com enfoque na aplicação da regra de harmonia vocálica, são o foco desse estudo, cujo corpus foi constituído pela fala espontânea de 24 habitantes nascidos e crescidos no município mineiro de Monte Carmelo. A metodologia deste trabalho segue os preceitos da Sociolinguística Variacionista, proposta por Labov (1972) e os resultados foram interpretados com base na teoria fonológica da Geometria de Traços, proposta por Clements (1985, 1989, 1991) e revista recentemente por Clements e Hume (1995). Assim, após rodarmos os dados referentes à manutenção e ao abaixamento das vogais médias altas /e/ e /o/ na posição pretônica no GoldVarb X, contabilizamos um total de 6.963 dados, sendo 635 realizações de [ɛ] e 402 de [ɔ] na sílaba pretônica, o que corresponde a 31,1% do total – 13,7% para [ɛ] e 17,4% para [ɔ] – e verificamos que a harmonia vocálica é a principal motivadora do abaixamento de ambas as vogais no dialeto carmelitano. É importante ressaltar que, embora outras variáveis independentes linguísticas tenham sido selecionadas pelo programa estatístico, o nosso foco são os resultados encontrados para a variável altura da vogal tônica, que foi uma variável muito significativa para esse estudo. Para a realização de [ɛ] na sílaba pretônica, os resultados que obtivemos mostraram que, quando a vogal da sílaba tônica é /ɛ/ ou /ɔ/, das 288 ocorrências registradas, em 68 a regra de harmonia vocálica foi aplicada. Assim, palavras como m[ɛ]lhor por m/e/lhor, por exemplo, tiveram peso relativo de 0,67 para a variável altura da vogal tônica. Já para a realização de [ɔ] na posição pretônica, a harmonia vocálica se aplicou em 57 das 143 ocorrências em que a vogal tônica era uma média baixa, como em [ɔ]corre por /o/corre, o que representa 39,9% dos dados e peso relativo de 0,84. Na representação hierárquica da Geometria de Traços, verificamos que o nó com o traço [+ aberto3] da vogal média baixa que está na sílaba tônica é espraiado para o nó com o traço [aberto3] da vogal média alta da sílaba pretônica e, ao desligar esse nó dessa vogal, ela assume o mesmo traço de altura da vogal tônica. Desse modo, a vogal pretônica passa a ser realizada como [ɛ] ou como [ɔ]. Portanto, esses resultados mostram que as vogais /e/ e /o/ estão submetidas à mesma regra variável, ou seja, a regra de harmonia vocálica. PALAVRAS CHAVE: ABAIXAMENTO; HARMONIA VOCÁLICA; VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS; GEOMETRIA DE TRAÇOS Sala: 1G 231 A INTERFERÊNCIA DA LÍNGUA MATERNA NA PRODUÇÃO ORAL DE BRASILEIROS APRENDIZES DE ESPANHOL Hellen Betin Miranda (UFU) Orientador: Ariel Novodvorski (UFU) A demanda no ensino e aprendizagem de espanhol no Brasil tem crescido nos últimos anos a partir da aprovação da Lei 11.161, que regulamenta a oferta obrigatória nas escolas primárias. Neste sentido, são importantes os trabalhos que buscam investigar de que modo vai acontecendo a aquisição do espanhol, pelos falantes nativos de português. Tomando por base a fundamentação teórica da Aquisição de Língua Materna/Estrangeira e da Interlíngua (BARALO, 2004; DURÃO, 2004), da Análise da Conversação (GALLARDO PAÚLS, 1998) e subsídios da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004), este trabalho tem o intuito de analisar a possível transferência morfológica da língua materna, encontrada nas produções orais de professores em formação, do quarto período do curso de Letras/Espanhol, na disciplina Língua Espanhola: Habilidades integradas com ênfase na produção oral. O corpus de estudo faz parte de COrELE (Corpus Oral de Espanhol como Língua Estrangeira). (O trabalho é desenvolvido no âmbito do projeto Estudos Contrativos em Corpus Oral de ELE NOVODVORSKI 2013). Serão apresentados os procedimentos adotados para as instâncias de: compilação das produções orais, transcrições, identificação dos casos de interlíngua, etiquetagem da tipologia de erros e análises contrastivas. Além dessas etapas metodológicas e considerando que o presente trabalho está em sua fase inicial, serão apresentados alguns exemplos extraídos do corpus que ilustram as características desta pesquisa. Espera-se que este trabalho possa encontrar as possíveis causas de transferências de linguísticas que estudantes brasileiros incorporam a suas falas ao tentarem se comunicar em espanhol. Por último, serão apresentados os passos seguintes para continuar a pesquisa. PALAVRAS-CHAVE : ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA; MORFOLOGIA; LÉXICO; ANÁLISE CONTRASTIVA; LINGUÍSTICA DE CORPUS; AQUISIÇÃO DE LÍNGUA. ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA VIA INTERNET: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS E POLÍTICAS INSTITUCIONAIS DE TRÊS ESCOLAS PRIVADAS DE LINGUAS Giselly Tiago Ribeiro Amado (UFU) Orientadora: Simone Tiemi Hashiguti (UFU) Este trabalho propõe-se a compreender como cada uma das campanhas publicitárias de três escolas de inglês online constrói as representações de aprendizagem da língua inglesa através dos diferentes elementos textuais (imagem e verbal) que compõem o regime de verdade empreendido no discurso delas veiculado pela internet, bem como, verificar a influência da valorização da habilidade da fala em cada uma das propostas e problematizar como a gramática e outros aspectos de língua e aprendizagem da língua inglesa são tratados nas campanhas e também as metodologias de ensino dessas escolas. A Análise do Discurso (AD) é a perspectiva da pesquisa que está atrelada à linha francesa na concepção de Pêcheux (1988), com considerações sobre o discurso em Foucault (1996) e a compreensão da língua enquanto produtora de sentidos dentro das práticas sociais conforme Orlandi (1999). Segundo essa autora, a AD é uma disciplina de entremeio, que dialoga com outras disciplinas, a depender do corpus para proceder à investigação, sendo assim, o objetivo é desenvolver esse trabalho em consonância com a Linguística Aplicada, enquanto área transdisciplinar (MOITA LOPES, 2006) para que se possa discutir a língua inglesa nessas campanhas publicitárias. Compreendese que a aquisição da língua inglesa envolve o relacionamento dos sujeitos com sua estrutura psíquica em um processo que ocorre de forma conturbada porque visa modificar o que já foi inscrito pela língua materna como expressão do sujeito (REVUZ, 1998), dessa maneira, não se pode separar a formação do sujeito e a construção de sua própria identidade dentro do contexto pós-moderno na busca por soluções imediatistas, facilitadas e realização pessoal com o mínimo de esforço (HALL, 1997), o que provoca efeitos também nos processos de aprendizagem de língua inglesa e nas estratégias de venda de cursos. O material para a condução da pesquisa será obtido por meio de fontes bibliográficas, tais como livros, teses e artigos. Será produzida uma revisão da literatura visando aplicar a teoria à análise do corpus construído em cada etapa do trabalho, em que serão descritas e interpretadas as materialidades linguística, imagética, visual, verbal e não verbal das publicidades das escolas. Tal procedimento acontecerá imbricando a descrição e a interpretação em concordância com Pêcheux (1988) entendendo que não se trata de mera alternância ou mistura indistinguível. PALAVRAS-CHAVES: ANÁLISE DO DISCURSO, LINGUÍSTICA APLICADA, INGLÊS ONLINE O GESTO NA LINGUAGEM NÃO VERBAL CODIFICADA E NÃO CODIFICADA UMA ANÁLISE DO INTERDISCURSO Isabella Zaiden Zara Fagundes (UFU) Orientadora: Simone Tiemi Hashiguti (UFU) Este projeto de pesquisa que tem o intuito de resgatar a memória italiana através da análise gestual, a partir de uma abordagem que busca investigar e compreender a questão da presença dos gestos na cultura italiana e sua influência em professores de língua estrangeira, especificamente a língua inglesa e também analisar e discutir que corpo é esse que fala a língua estrangeira, qual o significado do gesto, se somos mais vistos que ouvidos, como o gesto muda na história, como o discurso está no gesto, além de verificar se o seu significado será o mesmo em línguas diferentes. Como corpus de análise estão sendo utilizados vídeos disponíveis na internet com professores italianos ou de outra nacionalidade ensinando a língua inglesa, bem como filmes produzidos em inglês ou em italiano. Essa pesquisa faz-se necessária para se obter um entendimento da memória histórica do povo italiano através da compreensão da correlação do gesto com o corpo, tendo como enfoque especial as mãos. Para isso, o embasamento teórico utilizado está vinculado à Análise de Discurso para explicar a questão do interdiscurso e sua aplicação no uso da linguagem não verbal codificada (ORLANDI, 2005; 2009), além de uma atenção voltada para as considerações de Pêcheux (1975) e Foucault (1969; 1975), pois através delas empreende-se um entendimento profundo sobre a linguagem, o sujeito, a análise do discurso, a imagética e a memória inserida no corpus. Payer (2006) e Hashiguti (2008) serão essenciais para a conexão e percepção da memória histórica, sua representatividade e relação entre gesto e corpo, já que trabalham com a memória, a cultura de um povo e a análise do corpo em si. A compreensão da relação entre a Linguística Aplicada e o ensino de língua estrangeira terá base nas questões levantadas por Moita Lopes (2006) ao considerar a necessidade de que a análise ocorra de maneira transdisciplinar. PALAVRAS-CHAVES: ANÁLISE DO DISCURSO, GESTO, CORPO, INGLÊS, ITALIANO O INTERCÂMBIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Danúbia Fábia de Souza (UFU) Orientadora: Maria de Fátima Fonseca Guilherme (UFU) As primeiras reflexões acerca deste trabalho tiveram início no processo de seleção no Programa de Mobilidade Internacional (PMI) promovido pela UFU. O interesse por um projeto que tivesse como tema os efeitos desse PMI na vida acadêmica e profissional de (futuros) professores de Língua Estrangeira (LE) esteve presente em discussões na graduação, em eventos acadêmicos e também nos encontros com os grupos de estudos GEDEN e LEP dessa Universidade. O PMI tem a intenção de promover o intercâmbio de discentes e docentes promovendo o intercâmbio científico, tecnológico, cultural, artístico, filosófico entre a universidade e as outras instituições conveniadas. Assim, nossa pesquisa justifica-se porque, levando em consideração que o PMI se configura como um programa recente para os alunos de cursos de Letras torna-se relevante enunciar os efeitos desse programa na formação dos professores de LE. Essa pesquisa se ancora na Linguística Aplicada (LA) em interface com a Análise de Discurso de linha Francesa (ADF) e com a Análise Dialógica do Discurso (ADD). Tendo em vista que trabalharemos com a LA em comunicação com a ADF e ADD é conveniente que deixemos claro nosso posicionamento diante dessas filiações. A LA na qual nos filiamos deve reportar-se ao que é social, ou seja, ter relação direta com o mundo em que vivemos e por meio de pesquisas, representar a sociedade para “compreender as práticas sociais nas quais a linguagem tem papel crucial” (Moita Lopes, 2006, p. 102). Entendemos que para colocarmos em prática as epistemes estabelecidas pela/na LA com as conceituações de interdisciplinar e transdisciplinar, assumindo assim um papel ativo e responsivo que exercerá uma relação entre essas interfaces dispostas precedentemente. Segundo Moita Lopes, fazer pesquisa interdisciplinar em LA é “sintonizar com outras áreas do conhecimento, ajudando-nos a ver as limitações de nossas pressuposições”. Já pesquisa transdisciplinar é “um diálogo entre teorias na qual a lógica de uma teoria é posta a operar dentro de uma outra sem que a última seja reduzida à primeira” (Moita Lopes, 2006, p. 100). A metodologia adotada nesse trabalho consiste em um estudo de caso de natureza qualitativa, analítico-descritiva e interpretativista. O estudo de caso, dentro de uma perspectiva da Linguística Aplicada, de acordo com Duff (2008, p. 21-22), pode ser definido como um estudo qualitativo de análise e descrição intensiva e holística para investigar fenômenos contemporâneos dentro de contextos reais, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são evidentemente claros. PALAVRAS-CHAVE: INTERCÂMBIO, MOBILIDADE ESTUDANTIL, PROGRAMA DE MOBILIDADE INTERNACIONAL, FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Sala: 1G 223 O PORTAL DO PROFESSOR COMO FERRAMENTA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Tainá Terence Silva (UFU) Orientadora: Maria Aparecida Resende Ottoni (UFU) Neste trabalho, apresentaremos os resultados parciais do projeto intitulado “O portal do professor: contribuições e implicações para o ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica do Triângulo Mineiro”, financiado pela FAPEMIG e pela CAPES, por meio do Edital 13/2012 – Pesquisa em Educação Básica, e coordenada pela Profa. Dra. Maria Aparecida Resende Ottoni juntamente com a equipe executora composta pela Prof.ª Drª Vilma Aparecida Gomes (ESEBA/UFU), Prof.ª Drª. Walleska Bernardino Silva (ESEBA/UFU),Prof.ª Ma. Maria José da Silva Fernandes (Escola Estadual São Francisco de Assis - Canapólis - MG) e Taís Oliveira (Estudante Educação Básica). Assim, nesse recorte do projeto, apresentamos uma visão geral do Portal do Professor e os dados relativos à investigação do foco das sugestões de aulas de Língua Portuguesa mais acessadas no Portal, destinadas ao Ensino Fundamental Final e ao Ensino Médio. (Fundamentação teórica). Para a realização do estudo, apoiamo-nos em diferentes estudos sobre o ensino de Língua Portuguesa, sobre os gêneros discursivos, a multimodalidade e as tecnologias da informação e da comunicação integradas aos conteúdos (ROLIM-SILVA, 2001; DIAS et al, 2011; OTTONI, 2007; BUNZEN; MENDONÇA, 2006; BURLAMAQUI, 2011; COSCARELLI, 2003; ROJO, 2009; OTTONI et al, 2010). (Metodologia) A metodologia utilizada para essa pesquisa é de cunho descritivo-analítico e se baseia nos pressupostos da metodologia qualitativa (GEERTZ, trad. 1978; BAUER & GASKELL, 2002). (Resultados alcançados) Dessa forma, foram analisadas cada uma das 375 aulas (304 são do Ensino Fundamental e 71 do Ensino Médio) que compõem o corpus da pesquisa, privilegiando a investigação do foco das aulas, ou seja, observando cada seção das sugestões de aulas com o objetivo de encontrar o principal foco de ensino que essas aulas possuem. Após isso, foram analisadas as áreas que recebem mais foco nas sugestões de aula. Após a análise dessas aulas, as subdividimos em 14 áreas: retextualização, gêneros do discurso, gramática, interpretação textual, variação linguística , figuras de linguagem, produção textual, interpretação/produção textual, tipos textuais, coesão e coerência, literatura, intertextualidade, linguagem e leitura. E assim encontramos os resultados: nas as aulas do Ensino Fundamental há a predominação do foco nas áreas de: INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (76 aulas = 25%), GÊNEROS DO DISCURSO (62 aulas = 21%), PRODUÇÃO TEXTUAL (41 aulas = 13%) e GRAMÁTICA (25 aulas = 8%). No Ensino Médio: COESÃO E COERÊNCIA (16 aulas = 23%), GÊNEROS DO DISCURSO (15 aulas = 22%), INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (14 aulas = 20%) e FIGURAS DE LINGUAGEM (8 aulas = 12%). (Conclusão) Desse modo, percebemos que das aulas presentes no corpus da pesquisa procuram estabelecer uma relação ao que é exigido nos níveis de ensino. Isto é, no Ensino Fundamental há um foco maior na compreensão escrita e na gramática, por exemplo. Já no Ensino Médio, o foco está na coesão e na coerência do texto. PALAVRAS-CHAVE: PORTAL DO PROFESSOR, FERRAMENTA, ENSINO, FOCO TEMÁTICO 1ª TURMA DE LETRAS: LÍNGUA PORTUGUESA COM DOMÍNIO DE LIBRAS Marta Ribeiro Nepomucena (UFU) Suely André de Araújo Drigo (UFU) Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU) Por iniciativa do instituto de Letras e Linguística – ILEEL da Universidade Federal de Uberlândia foi proposto ao MEC, no âmbito do programa Viver sem Limite do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência através do decreto 7.612/2011. Após a aprovação do Conselho Universitário da UFU, um novo Curso de Graduação para a instituição com a denominação de Letras - Língua Portuguesa com Domínio de Libras – LPDL. Que se iniciou no primeiro semestre do ano de 2014 com a duração de oito semestres, com objetivo de formar professores pesquisadores da Libras (Língua Brasileira de Sinais) e da Língua Portuguesa como segunda língua para aluno surdo, o curso foi ofertado conforme foi estabelecido pelo Decreto 5626/2005 regulamentada pela Lei 10436/2002 que objetiva a implementação de professores bilíngues na educação do surdo. Entretanto a instituição do ILEEL assumiu o curso mediante a necessidade da formação de professores nesta área e para atender as demandas evocadas pela inclusão escolar dos surdos e inclusão da Libras em cursos de Licenciaturas. A fundamentação teórica desse estudo terá como base pesquisa de Quadros (1997), Lodi (2005), Salles (2010) e Lima (2011). Entende-se que a educação do surdo tem carência e depende de uma formação adequada dos professores no processo de escolarização, atualmente é ofertada o ensino da Libras, porém Lodi (2005) e Salles (2010), enfatizam que o mesmo tenha uma formação de língua portuguesa como segunda língua pois o surdo somente aprenderá a escrita da língua portuguesa se submetido a um processo formal de aprendizagem, com metodologia específica e professores especializados para este fim (Lima 2011 apud Quadros 1997). Devido a este curso de LPDL ser a primeira turma é inevitável que o curso apresente dificuldades no processo de organização e adequação, por isso pretendemos fazer uma análise profunda do curso, análise documental da grade curricular e do projeto político pedagógico. Diante desta análise acercado curso, nos instiga a um melhor estudo investigativo sobre à inquietação, a dúvida, a reflexão de novas ideias e de novos métodos de ensino através do que comprometam a formação dos discentes deste curso para que possam atuar com os alunos surdos que engloba o uso da Língua Brasileira de sinais, apoiando nos princípios da Inclusão, Novas tecnologias, Criticidade, Pluralidade, Ética e Interação. PALAVRAS CHAVE: FORMAÇÃO DE PROFESSOR, LIBRAS, PORTUGUÊS L2, SURDOS A INSERÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Mara Rubia Aparecida da Silva (UFU) Estamos vivendo em uma sociedade globalizada em que o contato com novas culturas e línguas está amplificando o processo de comunicação através das tecnologias, ampliando o uso das TICs e inserindo-as cada vez mais dentro do processo de ensino e aprendizagem nas escolas. Cabe ao professor buscar diferentes recursos para diversificar os conteúdos, trabalhando a interdisciplinaridade e ampliando os conhecimentos dos alunos, tendo como embasamentos teóricos as diferentes visões de linguagem e os conceitos de aprender e ensinar uma língua estrangeira. Novas ferramentas, como o Facebook, podem ser utilizadas na compreensão de uma nova língua, inserindo o aluno em uma nova cultura e língua alvo, criando grupos para a comunicação e interação de novas aprendizagens. Pensando em uma visão discursiva sobre o uso das TICs na sala de aula, pressupondo que o ensino e aprendizagem de língua estrangeira e a aquisição de linguagem sejam processos e discursos, discutindo e refletindo sobre as TICs que podem ser analisados pela teoria da Análise do Discurso de linha francesa. Na Análise de Discurso, a língua é uma materialidade do discurso, e o discurso é uma materialidade da ideologia (ORLANDI, 2001). Segundo Orlandi (1999), em sua leitura de Pêcheux (1975), não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o individuo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido. Segundo os autores, língua e ideologia estão interligados em um processo de prática e desenvolvimento discursivo. Na análise de discurso procuramos trabalhar a linguagem e entendê-la como uma prática social. Nesta pesquisa de tipo qualitativa, além da pesquisa bibliográfica, haverá entrevista com professores e alunos do Ensino Médio, com a elaboração de questionários com perguntas para relatos abertos. Além disso, criar um grupo no Facebook para interagir e desenvolver a aprendizagem, fazer com que os alunos tenham contato com diversos aplicativos que contribuam para a aprendizagem de língua através do Facebook, e analisar os discursos dos professores e alunos referentes ao tema trabalhado. PALAVRAS CHAVE: APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS, TICS, IDEOLOGIA A CULTURA AFRO-BRASILEIRA REPRESENTADA NO MOVIMENTO HIP HOP: O GRUPO RACIONAIS MC’S E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE A PARTIR DO MOVIMENTO Emilly Raizer da Silva Simão (UFU) Orientadora: Cintia Camargo Viana (UFU) Trata-se de apresentar a cultura afro-brasileira representada no movimento Hip Hop, em especial ao estilo musical rap que faz parte do movimento (as músicas do grupo Racionais MC’s). Mostrando como a cultura afro-brasileira é vista e relatada na sociedade e como à identidade dos afro-descentes é construída no mundo a partir do movimento Hip Hop. O movimento Hip Hop ,em especial o rap, contribuiu e tem contribuído na construção da identidade de alguns jovens, sendo em sua maioria afro-descendentes. Jovens esses que encontram no movimento Hip Hop um apoio para se sentirem parte da sociedade preconceituosa que existe no mundo, fazer parte de uma sociedade e ser reconhecido e poder ter os direitos que todo ser humano precisa, independente da sua cor ou classe social. E é na letra das músicas do rap que a maioria desses jovens afro-descendentes constrói a sua identidade. Nesse sentido, para melhor entendimento do tema proposto, parte-se do princípio que se fez necessário conhecer o que significa o movimento Hip Hop, o estilo musical rap, a primeira discografia do grupo Racionais MC’s Holocausto Urbano (1990) e Raio X do Brasil (1993), já que o grupo foi um dos primeiros a retratarem de fato como é a realidade da população negra na sociedade. Primeiro foi realizado um levantamento bibliográfico das obras teóricas que falam sobre o movimento Hip Hop. Em seguida, analisamos o rap como um estilo musical que faz parte do movimento, e tendo escolhido o grupo de rap Racionais MC’s, analisamos suas músicas da primeira discografia, identificando os problemas que ocorre com os negros afro-descendentes na sociedade brasileira e por fim leituras relativas na construção da identidade do afrodescendentes, relacionando tudo ao movimento Hip Hop. Após ter um conhecimento teórico sobre o movimento Hip Hop, o estilo musical rap, do grupo Racionais MC’s e da construção da identidade do afro-descendente a partir do movimento e compreender a importância que esses temas têm na vida da maioria dos afro-descendentes, entendemos que o movimento Hip Hop e o que faz parte dele ajuda a população negra afro-descendente a formarem sua identidade. Fazendo do rap uma verdadeira escola, se baseando na letra das músicas para reivindicarem seus direitos de cidadão que a sociedade oferece. PALAVRAS-CHAVE: HIP-HOP, RAP, RACIONAIS MC’S, IDENTIDADE 27 de novembro | Noite | 21h20min Sala: 5O-A 305 A PRECIOSIDADE DA AFIRMAÇÃO DA PRÓPRIA IDENTIDADE NOS CONTOS DE NALO HOPKINSON E MARINA COLASANTI Graça Talita de Lacerda (UFU) Orientador: Ivan Marcos Ribeiro (UFU) O presente artigo objetiva compreender o processo de conquista da identidade feminina em um contexto de violência psicológica, física e sexual, o poder exercido pelas figuras masculinas e a emancipação da mulher narrados nos contos feministas. Para tanto, foram escolhidos dois contos, um deles, chamado “Precious”, escrito pela jamaicana Nalo Hopkinson, e o outro pela brasileira Marina Colasanti, intitulado “Quem me deu foi a manhã”. Dentre os aspectos analisados destacam-se a intertextualidade, os símbolos, narrador e personagens, tempo e espaço e características da escrita feminina e feminista. A pesquisa ocorreu por meio de revisão bibliográfica nas áreas da Literatura de expressão, da Literatura feminista, das análises de contos de fadas e também da biografia de Marina Colasanti e da autobiografia de Nalo Hopkinson. De maneira intertextual, ambos os contos trazem referências da magia dos contos de fadas, abordando temáticas atemporais, as quais se repetem em diferentes momentos e lugares, refletindo a situação da opressão feminina, da exploração da mulher e da dominação masculina, assim como o processo feminino de conquista da dignidade, emancipação, liberdade e afirmação da própria identidade. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA FEMINISTA, IDENTIDADE, EMANCIPAÇÃO FEMININA, VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A LINGUAGEM DA VIOLÊNCIA EM "CLUBE DA LUTA" Lorena Alves Gorito (UFU) Orientador: William Mineo Tagata (UFU) O objetivo desse projeto é analisar os recursos de linguagens verbais e não verbais utilizados na representação da violência no filme dirigido por David Fincher, “Clube da Luta” (1999). Baseado no livro homônimo lançado em 1996 e escrito por Chuck Palaniuk, Clube da Luta é considerado polêmico e aclamado pela crítica como um dos melhores filmes do século. Para que se possa fazer essa análise, primeiramente é necessário assistir e analisar o filme Clube da Luta de forma crítica, definindo os aspectos da tendência violenta dos personagens, baseando-se em teorias psicanalíticas. A análise será realizada concomitantemente à leitura de obras constantes na bibliografia deste projeto, provenientes de áreas como teoria do cinema, psicanálise e filosofia, e escritas por estudiosos como Metz (1972), Aumont e Marie (2003), Fantini (2009), Freud (1930), Moita Lopes (2006), entre outros. De maneira geral, consideraremos o filme Clube da Luta como um exemplo da importância do cinema para os estudos da linguagem, analisando as interações entre aspectos verbais e não verbais que podem transformar um filme em uma obra prima. PALAVRAS-CHAVE: CLUBE DA LUTA, LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA, CINEMA, DIEGESE AS MANIFESTAÇÕES SUJEITUDINAIS NOS CONTOS ARTURIANOS Carolina Silva de Almeida (UFU) Orientador: João Bôsco Cabral dos Santos (UFU) O objetivo desta pesquisa é analisar as manifestações sujeitudinais na narrativa épica dos contos arturianos, referentes à Demanda do Santo Graal. Para compreender as narrativas sujeitudinais nos contos arturianos, tomaremos como referencial teórico a Análise do Discurso Francesa, sobretudo quando tratam das relações de força, formações imaginárias e forma histórica do sujeito, princípios que serão utilizados como suporte conceitual neste trabalho. A importância da análise do texto do ciclo arturiano reside no fato dele apresentar as diferentes relações presentes na Inglaterra feudal possibilitando que, por meio do discurso literário, seja possível compreender as características do homem medieval. Para tanto, faz-se necessário conhecer primeiro o mecanismo de formação do imaginário, que insere esse sujeito, enquanto objeto do discurso, em um contexto sócio-histórico para então compreender como o sujeito se manifesta nos contos arturianos. Para este trabalho, selecionamos três contos de “A Demanda do Santo Graal”, em versão traduzida por Heitor Megale: “Tristão. A graça do Santo Graal. A demanda”, “Persival, Galvão e o Cavaleiro Desconhecido” e “É revelada a rei Artur a deslealdade de Lancelote”. Os contos foram escolhidos por possuírem marcas bem claras das relações históricas e do período no qual eles foram escritos, tornando a identificação das formações imaginárias mais evidentes. As leituras teóricas sobre o tema trouxeram melhor compreensão sobre as relações sócio-histórico-ideológicas, revelando de que maneira o discurso religioso incide nos personagens enquanto sujeitos. PALAVRAS-CHAVES: MANIFESTAÇÕES SUJEITUDINAIS, CONTOS ARTURIANOS, ANÁLISE DO DISCURSO MANIFESTAÇÕES DO FANTÁSTICO EM “THE RETURN OF THE DARK CHILDREN”, DE ROBERT COOVER Miller Eliézer Cunha e Silva (UFU) Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU) O trabalho desenvolvido durante a pesquisa se propôs a investigar o conto “The return of the dark children”, de Robert Coover, presente no livro “A child again”, publicado em 2005. Nela, entende-se que os contos de fada, assim como a literatura e a arte em geral, tendem a refletir as crenças, opiniões e visão de mundo daqueles que os cria e da sociedade na qual eles surgem. Torna-se, portanto, impossível desvincular uma análise crítico-interpretativa de uma obra do seu contexto histórico, social e cultural. Desta forma, muito pode nos ser dito através das histórias narradas geração após geração, chegando até os contos (ou obras) escritos em nossa era contemporânea. E esse é o foco da pesquisa, que busca fazer uma comparação entre o conto de fadas clássico “O flautista de Hamelin” e a sua reinterpretação, “The return of the dark children”. Procurou-se analisar e interpretar ambos os contos sob as lentes históricas das sociedades em que surgiram e entender qual é a relevância do que eles podem ter a dizer. Também foram analisados os recursos utilizados por Robert Coover na construção de sua nova narrativa e como esta se encaixa no que se entende como “fantástico”. A metodologia empregada no trabalho foi a pesquisa bibliográfica dos principais teóricos sobre os temas que perpassam as obras, como Tzvetan Todorov, Vladimir Propp, Nelly Novaes Coelho entre outros, que auxiliaram na compreensão e na análise de ambos os contos, assim como na articulação das reflexões por eles geradas. Ao final do trabalho, concluiu-se que a releitura feita por Robert Coover denuncia, através de uma narrativa não convencional, os perigos da paranoia e da cultura do medo, utilizando-se da ironia, do absurdo e da desconstrução de uma história clássica. PALAVRAS-CHAVE: CONTEMPORANEIDADE, ROBERT COOVER, FANTÁSTICO Sala: 5O-A 306 A SIMILARIDADE ENTRE HUMANOS E SÍMIOS EM "DESCENT OF MAN", DE T.C. BOYLE Elisa Pardo da Costa (UFU) Orientador: Pedro Malard Monteiro (UFU) O conto “The Descent of Man” do escritor americano T. C. Boyle trata com humor a similaridade entre seres humanos e símios. O título do conto faz alusão ao livro de Darwin sobre a evolução da espécie humana. O presente trabalho identifica no texto de Boyle diferentes teorias sobre a natureza humana que assombrava a era Vitoriana de Darwin e ainda nos deixam perplexos, focando principalmente em questões íntimas que marcam nossa identidade: linguagem, amor e sexo. Seria possível que os símios, através da linguagem, chegassem ao ideal humano de amor, enquanto os homens despencam para um patamar animalesco de irracionalidade (também idealizado). A visão pós-moderna de Boyle implicitamente trata de teorias de Rousseau, Darwin, Chomsky e outros autores em relação a esses temas, e o objetivo do trabalho é explicitar essas teorias e demonstrar como se dispõem no conto. PALAVRAS-CHAVE: NATUREZA HUMANA, CULTURA, LINGUAGEM BRINCANDO DE LER POEMAS Sandra Helena Borges (UFU) João Carlos Biella (UFU) Aguiar; Gonçalves; Eichenberg (2009) são as propositoras do Método Brincar de Ler, um método de ensino de leitura literária que aproxima o livro e o brinquedo, portanto, com valorização do lúdico como forma de apropriação do objeto literário. A leitura literária tornase, desse modo, fonte de prazer, pois o lúdico conduz o jogo elucidativo. Assim, ler textos literários passa a ser um convite para brincar, ou seja, como um convite para ingressar no universo da ficção, onde a fantasia impera. Esse método tem cinco etapas (estímulo lúdico, leitura, reflexão sobre a leitura, atividade criativa e desfecho lúdico) e se baseia na hermenêutica do filósofo francês Paul Ricouer (1976), que considera o ato de ler como um confronto do mundo do texto com o mundo do leitor o que, portanto, leva esse leitor a se ler no texto. Isso implica um alargamento da sua própria vivência, pois ele passará a se conhecer um pouco melhor e assim aprimorará sua visão de realidade. Dessa maneira, para esse filósofo a interpretação de um texto literário é o caminho ideal para a interioridade humana. O objetivo da leitura, para essa metodologia, é o rompimento do aluno sujeito leitor com o seu horizonte de expectativas visando a recontextualização do texto. Ou seja, a pretensão é que aluno sujeito leitor se torne presente no texto apropriado, que passaria a ser o texto dele próprio. Esse texto do leitor resulta, de acordo com Rouxel (2013), do cruzamento entre o texto do autor e o imaginário (imagens e representações que provêm da experiência do mundo e das experiências estéticas anteriores) desse aluno sujeito leitor empírico. Pretendemos apresentar o método de leitura acima, através de um recorte na leitura de poemas de José Paulo Paes, do livro É isso ali publicado em 1984, no primeiro ciclo do Ensino Fundamental. A metodologia que subjaz tal método está sendo testada por nós e os resultados serão apresentados em uma monografia a ser defendida em agosto do ano seguinte, pelo Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Letras do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia. PALAVRAS-CHAVES: LEITURA, POEMA, BRINQUEDO, LEITOR EMPÍRICO O MITO DA CRIANÇA NA OBRA DE DORA FERREIRA DA SILVA Gabriela Alves Silva (UFU) Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU) O objetivo desta comunicação é mostrar parte do meu projeto de pesquisa de Iniciação Científica (FAPEMIG), sobre o mito da infância na obra de Dora Ferreira da Silva (01/07/1918 – 06/04/2006). Dora é uma poeta paulista de grande erudição. Ganhou três prêmios “Jabuti” (1970, 1996 e 2004), e em 2000 recebeu o prêmio “Machado De Assis”, da Academia Brasileira de Letras, por sua obra Poesia reunida. Em Cartografia do imaginário (2003), a poeta explica o incentivo de seu amigo Carlos Drummond de Andrade a desenvolver mais poemas com a temática da infância. Assim, Dora segue o conselho do amigo e cria, no referido livro, a seção “Do outro lado”, versando sobre criança. Recorro ao poema “Assim como toda Menina”, para analisar o mito da infância em Dora Ferreira da Silva, com apoio teórico de: (BACHELARD, GASTON, (1988 ) JUNG, CARL GUSTAV, (2008); SILVA, DORA FERREIRA, (2003); SOUZA, ENIVALDA NUNES FREITAS, (2013). A metodologia usada para a realização do projeto de pesquisa de iniciação cientifica é de embasamento teórico na mitocrítica. PALAVRAS-CAHEVE: Dora Ferreira da Silva, Arquétipo, Criança, Poesia Sala: 5O-A 307 OS EPITÁFIOS DE JORGE WANDERLEY Jorcilene Alves do Nascimento (UFU) Orientadora: Elaine Cristina Cintra (UFU) O presente trabalho constitui-se de uma discussão sobre formas autobiográficas na lírica e as principais questões teóricas que envolvem este assunto. Nossa discussão está fundamentada nas teorias de De Man (2012), Arfuch (2010), Rocha (1992) e Combe (2009). Para realização deste, buscamos resgatar o olhar para a poesia de Jorge Wanderley elegendo os seus epitáfios poéticos como objeto, a fim de entender como tais formas poéticas constroem a representação do sujeito lírico contemporâneo. A partir da análise de três poemas de Wanderley procuramos verificar os retratos pintados do e pelo eu lírico, em consonância com a teoria das escritas de si citadas acima. Ao final desta pesquisa, evidenciamos o jogo com a linguagem, que ao negar e reafirmar informações sobre o eu lírico, demonstra em si as indefinições de tais construções e as questões inerentes da autobiografia ainda pouco estudadas na poesia. PALAVRAS-CHAVE: JORGE WANDERLEY; AUTOBIOGRAFIA LÍRICA; EPITÁFIO PERSONAGENS FEMININAS NA OBRA “HITLER MANDA LEMBRANÇAS, DE ROBERTO DRUMMOND” Walkiria Felix Dias (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) Hitler manda lembranças, de Roberto Drummond, é um romance ambientado em Belo Horizonte, começo dos anos 80, época em que a ditadura agonizava, juntamente com uma alta na inflação e nos níveis de desemprego. Nesse contexto a história de seis personagens misturase, tendo eles em comum: fazer parte de uma lista de 417 futuros desempregados, a ser divulgada por uma multinacional às vésperas do natal. Direta ou indiretamente em algum ponto da trama, esses personagens são assombrados pelo que houve no passado da Europa, no período sombrio em que Hitler destroçou a Alemanha com invasões territoriais e com o Holocausto. Entre eles podemos destacar principalmente os judeus Adam Cohen e Stela Mayer. Sabemos que são inúmeros os judeus que fugiram da Europa rumo aos trópicos buscando asilo político no Brasil, e esta é a realidade desses dois personagens, atormentados pelo fantasma de Hitler, pelas dolorosas lembranças e pelas memórias angustiantes da Shoah. Durante todo o romance, observamos que além de Stela Mayer, são as personagens femininas as que de forma mais intensa e sofrida rememoram as perseguições nazistas. Hitler não aparece no romance, mas a herança de sua sombra tenebrosa invade o imaginário a todo o momento, interferindo nas vidas e nos relacionamentos das mulheres do romance. São as personagens femininas então, as vítimas mais massacradas e mais violentadas de toda a trama. Por outro lado, são elas também agentes de luta e de resistência frente às crueldades impostas pela Gestapo, uma vez que tiveram participação fundamental na proteção das crianças judias. Desta forma, faremos um levantamento de todas as personagens femininas do romance e focaremos com mais propriedade em suas características e suas tragédias, principalmente aquelas que vivenciaram de perto e de forma mais trágica os tormentos da Shoah. Diante disso, escolhemos a obra Hitler manda lembranças, levando em consideração as figuras femininas, donas das histórias as quais enfocaremos com mais intensidade, já que elas representam, dentro desta narrativa de Roberto Drummond, as minorias mais sacrificadas e sofridas frente à Shoah e também as mais tenazes na luta pela sobrevivência. Nossas discussões estarão ancoradas nos estudos de J. Lukacs, com o livro O Hitler da História, Primo Levi, com a obra Os afogados e os sobreviventes, Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo e Antonio Candido, Literatura e sociedade. PALAVRAS-CHAVE: MULHER, HOLOCAUSTO, SHOAH, LITERATURA, NAZISMO REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA INFANTIL NAS PÉTALAS DE UMA FLOR Angela Célia Moreno Nunes Guerra (UFU) Orientadora: Camila da Silva Alavarce Campos (UFU) Sabemos que, como mencionado por Sandroni (1997), a Literatura Infantil está historicamente ligada à pedagogia e consequentemente à escola, sendo assim, esta literatura foi e ainda é frequentemente vista como um meio de transmitir valores e ensinamentos. As palavras de Sandroni (1997) nos levam ao encontro das palavras de Hunt (2010) ao mencionar sobre o espaço ocupado pela Literatura Infantil na academia e em outros âmbitos de pesquisas literárias, sendo vista como obras em que a preocupação com o trabalho estético não está presente, a Literatura Infantil, segundo Hunt (2010) é encarada como menor, prejudicando, portanto, não só as pesquisas na academia como também fora da mesma. José Saramago (2001) leva esses pressupostos para dentro da própria Literatura Infantil em sua obra A maior flor do mundo. Para isso o autor lança mão de um recurso muito utilizado no romantismo alemão, a ironia romântica. Ao passo que o autor vai desnudando o fazer literário, criando a sensação de que estamos presenciando o momento da enunciação, o autor ressalta, de maneira irônica, os equívocos que giram em torno da Literatura Infantil. Sendo assim, vemos em Saramago a preocupação com o trabalho estético e a valorização do leitor, pois, levando em consideração que a ironia pode, nas palavras de Pagliaro (1952, p.12), “exprimir significados novos e polivalentes assim como exigimos na expressão poética”, acreditamos que falar da ironia na Literatura Infantil é falar do próprio fazer poético e isso se intensifica ainda mais quando se trata da ironia romântica, uma vez que por meio desse recurso estético há um “dobrar-se” da ficção sobre si mesma, revelando e discutindo o próprio fazer poético. PALAVRAS-CHAVE: IRONIA, IRONIA ROMÂNTICA, LITERATURA INFANTIL Sala: 5O-A 309 A influência das tecnologias digitais na formação do profissional intérprete em LIBRAS Eloá Tainá Costa da Rosa Moraes (UFU) Orientador: Valeska Virgínia Soares Souza (UFU) A presença do profissional intérprete em diversos contextos é prevista por lei no Brasil. O escopo desta pesquisa é a formação de intérpretes pela Associação dos Surdos e Mudos de Uberlândia (ASUL) e o uso de tecnologias digitais para aprender e usar a LIBRAS. Tendo em vista que as Tecnologias Digitais são utilizadas em todas as instâncias da sociedade, incluindo salas de aula, esta pesquisa tem por objetivo analisar o uso de tecnologias digitais na formação de intérpretes em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Assim, abordando conceitos de identidade, complexidade, tecnologias digitais e assistivas e o quadro de normalização das tecnologias propostas por BAX (2003), será analisado como as tecnologias digitais estão sendo usadas na formação de intérpretes em LIBRAS e como esse uso influencia esses alunosintérpretes. Tendo em vista que ainda há poucas publicações teóricas envolvendo o objeto desta pesquisa, optamos pela adaptação e ressignificação das teorias voltadas para a formação de professores e sua atuação em sala de aula. Esta pesquisa possui as características de uma pesquisa de campo aliada a reflexões e propostas de mudanças com vistas ao melhor desempenho do aluno-intérprete em LIBRAS e está inserida no campo da Linguística Aplicada, sendo caracterizada por uma pesquisa documental. As informações coletadas a respeito do curso e do uso de tecnologias no decorrer do mesmo estavam disponíveis nas apostilas utilizadas, nas anotações da pesquisadora e nas informações obtidas no site da ASUL. Como resultados parciais, temos que o uso de tecnologias digitais, apesar de não estar dentro da sala de aula e não planejado nas apostilas, era considerado e previsto pela maioria dos professores: os alunos poderiam fazer uso de dispositivos e recursos tecnológicos em casa para a realização de atividades propostas e até mesmo estudar para as avaliações. Dessa forma, considerando as fases previstas por BAX (2003), as tecnologias digitais assistivas, no âmbito da formação de intérpretes na ASUL, estão situadas entre as fases “restrita” e “aberta”. Apesar de a pesquisa mostrar uma situação específica, ela pode dar uma visão de uma situação mais ampla. Os resultados desta pesquisa podem também implicar em futuras modificações no currículo do curso analisado. PALAVRAS CHAVE: INTÉRPRETE, LIBRAS, TECNOLOGIAS DIGITAIS, ALUNOINTÉRPRETE CRENÇAS SOBRE APRENDER INGLÊS EM UMA SALA DE AULA DO ENSINO FUNDAMENTAL Márcia Aparecida Silva (UFU) Neste trabalho, busco identificar e interrelacionar algumas crenças de alunos de uma escola estadual pública sobre aprendizagem de língua inglesa, e também minhas crenças como professora desses alunos sobre ensinar tal língua. As aulas ocorreram no ano de 2012 durante um semestre letivo. Para realizar a pesquisa, tanto os alunos, quanto eu, escrevemos diários reflexivos no primeiro dia de aula, a escrita foi pautada em perguntas motivacionais elaboradas pelos alunos e eu e colocadas no quadro branco. A partir das análises dos diários reflexivos, foi possível notar que a escrita do diário é uma ferramenta profícua para a apreensão das crenças relacionadas à aprendizagem de uma segunda língua, tanto dos alunos, quanto do professor. Além disso, os alunos parecem estar responsabilizando-se mais pela aprendizagem, descentralizando o papel do professor. PALAVRAS-CHAVE: CRENÇAS; APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS, LINGUÍSTICA APLICADA DESAFIOS DE TRADUÇÃO NA SITCOM 30 ROCK: UM ESTUDO SOBRE CRIATIVIDADE EM TEXTOS HUMORÍSTICOS Alexandre Mendonça Peres (UFU) Orientadora: Silvana Maria de Jesus (UFU) Os Estudos da Tradução têm, cada vez mais, se preocupado com a configuração do ofício do tradutor. Nesse cenário, o objetivo deste trabalho é evidenciar a criatividade do tradutor. Foi feita então a seleção e análise das legendas da sitcom norte-americana 30 Rock, ou Um Maluco na TV, de modo que os recursos presentes no original fossem analisados e os traços humorísticos e desafios presentes no texto fossem identificados. Por meio da análise e discussão da tradução fansub das legendas, pretende-se chamar atenção para a criatividade e os cuidados estéticos que o tradutor tem com o seu trabalho. Este trabalho é fundamentado em teóricos como Pereira (2004), Arrojo (2007), Bassnett e Bush (2008), que em seus trabalhos defendem o caráter recriador do tradutor; nos trabalhos de Aubert (2006), Ballesteros (2012) e Azenha (2013) sobre a competência cultural; e Rosas (2003) e Vandaele (2010) no que diz respeito aos estudos sobre humor e tradução de humor. Através da pesquisa pode-se tirar algumas conclusões acerca do papel desempenhado pela criatividade na tradução de humor, contribuindo para uma delimitação do perfil do tradutor criativo. PALAVRAS-CHAVE: CRIATIVIDADE; SITCOM; 30 ROCK; TRADUÇÃO DE HUMOR Sala: 5O-A 314 A METAMORFOSE PARA OS ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Iracema Vasconcellos (UFU) Amanda Almeida (UFU) "Este trabalho pretende relatar as discussões feitas em sala de aula nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa iniciados na Escola Estadual Tubal Vilela da Silva em Uberlândia/MG, com alunos do 8º ano de ensino fundamental. Baseados em estudos e relatos, procuramos entender, refletir e colaborar criticamente com a leitura reflexiva dos alunos e observar problemas em sala de aula do Ensino fundamental diagnosticados por professores e colegas do curso de Letras/UFU. Focamos o trabalho em leituras literárias, na formação do leitor, dando atenção na capacidade crítica de cada aluno, mas aproveitamos também a “oportunidade” para refletirmos sobre o ensino da Língua Portuguesa nas escolas, visto as crescentes mudanças relacionadas a língua e a linguagem. Nossas observações e experiências nesse período, que ainda não se encerrou, nos dirigiram a algumas reflexões e práticas surpreendentes e alentadoras. Este trabalho é um momento de alegria, pois encontramos meninos e meninas dispostos a trocar informações, e esperança nas gerações que estão neste momento incluídas nas escolas e fazendo uso do seu direito de tentativa de aprimorar os conhecimentos do mundo em que vivem e do próximo, assim como, no dever de interferir na busca de um mundo sempre melhor. O corpus deste trabalho é a obra A Metamorfose de Franz Kafka. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, REFLEXÃO, LEITOR, METAMORFOSE AS CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES Jenifer Iara (UFU) Maria Amélia (UFU) Orientadora: Zuleika da Costa Pereira (UFU) As contribuições do estágio supervisionado nos cursos de formação de professores são inegáveis, para além de promoverem o contato direto com a sala de aula, permitem a interação entre os componentes curriculares e a prática. Assim, este artigo tem por objetivo discutir a importância e as influências positivas, obtidas a partir do minicurso voltado para o ensino de língua francesa destinado ao público da terceira idade, que, diretamente, contribuem para o processo de formação docente. O envelhecimento populacional no Brasil representa um fato social consumado, atualmente, o idoso representa 10% da população. Mesmo em face dessas informações, o Brasil ainda não equacionou satisfatoriamente a situação do idoso e suas necessidades refletidas pela baixa prioridade atribuída à terceira idade. Assim, ocorre um paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que a ciência desenvolve instrumentos capazes de prolongar a vida do homem, a sociedade desestimula a participação do idoso nos processos socioeconômicos e culturais, decisão e integração social. Então, hoje, imersos no processo de formação pessoal e profissional, temos a responsabilidade de criar possibilidades que contemplem o idoso em sua totalidade, ultrapassando todos os problemas sócio-políticos enfrentados por esta população. Desse modo, o minicurso de língua francesa tem como base oportunizar o ensino de um novo idioma, bem como, a reiteração ao meio seguida da satisfação de se sentir um indivíduo ativo socialmente. Pois, temos o ensino como ferramenta de valorização e reconhecimento do idoso, dado que, este visa a melhoria das relações interpessoais, a qualidade de vida, a compreensão do mundo e esperança no futuro, contudo, almeja-se aprender para poder interagir com as pessoas ao seu redor." PALAVRAS-CHAVE: TERCEIRA IDADE/FORMAÇÃO DOCENTE/ENSINO DE LÍNGUA FRANCESA O ENSINO DE INGLÊS PARA A TERCEIRA IDADE E SUAS REPRESENTAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Dione Uester Costa Silva (UFU) Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU) O presente trabalho é resultado de uma pesquisa baseada na noção de discurso postulada por Pêcheux (1969), cujo objetivo foi contribuir para com os estudos sobre o ensino-aprendizagem de língua estrangeira na terceira idade. Para tanto, tomamos como enfoque teórico-analítico a problematização das representações que os participantes do projeto constroem sobre o processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira. Diante dessa problemática, empreendemos uma pesquisa orientada pela seguinte pergunta: Quais as representações de ensino-aprendizagem de inglês que permeiam o imaginário dos sujeitos da terceira idade? Metodologicamente, nosso projeto pauta-se em uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista. Para a construção do arcabouço teórico, fundamentamo-nos em estudos de vários autores, dentre eles: Pêcheux (1969), Woodward (2000), Orlandi (1992), que tematizam os seguintes conceitos: discurso, sujeito, imaginário, representação e memória discursiva. Para fundamentar e pensar a questão do processo de ensino-aprendizagem na terceira idade, recorremos aos trabalhos de Pizzolato (1995) e de Guimarães (2006). Concluímos que são várias as representações sobre o processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa construídas pelos alunos da terceira idade. Algumas dessas representações, como, por exemplo, a representação construída por A7, apontam para a questão de que aprender uma língua é aprender as regras da língua. Essa representação está ancorada em um certo imaginário que sustém um sentido sobre a concepção estruturalista de língua. Assim, para A7, ponto de vista que possui uma certa regularidade, a imagem sobre aprender uma língua concerne à aprendizagem de gramática. Como trabalhamos com a noção de sujeito discursivo, essa imagem passa a sustentar e/ou mediar a relação de A7 com o ensinoaprendizagem de língua estrangeira. Certamente, essa representação mantém uma relação discursiva com certos sentidos que identificam um ensino tradicional de língua estrangeira (inglês ou francês), cujo método gramática-tradução era a metodologia de ensino utilizada. Por fim, ressaltamos que essa pesquisa possibilitou ao pesquisador uma inserção no universo da terceira idade, permitindo a reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua, no sentido de que ele não está relacionado apenas a pessoas que estão no mercado de trabalho, mas sim, a todos que se interessem por tal aprendizagem. PALAVRAS CHAVE: TERCEIRA IDADE, REPRESENTAÇÃO, LÍNGUA ESTRANGEIRA UM OLHAR PARA AS AULAS DO PORTAL DO PROFESSOR Cléverson Alves Silva (UFU) Orientadora: Maria Aparecida Resende Ottoni (UFU) Neste trabalho apresentamos um recorte de uma pesquisa que está sendo desenvolvida no Mestrado Profissional em letras – PROFLETRAS - da Universidade Federal de Uberlândia, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Aparecida Resende Ottoni. Temos como objetivo analisar sugestões de aulas, para as séries finais do ensino fundamental, que abordem o gênero discursivo charge (GDC), disponíveis no Portal do Professor (PP-MEC), e investigar se essas sugestões tomam o GDC como objeto de ensino, se levam em conta a atuação conjunta dos recursos verbais e não verbais na construção de sentidos, se exploram a ironia e a crítica presentes no gênero. Para dar conta dessa análise, embasamo-nos em pressupostos da Linguística Textual (KOCH, 2004; 2005; 2006), em estudos sobre gêneros do discurso e gêneros do humor (BAKHTIN, 2003; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004; OTTONI, 2007, 2010; MAGALHÃES, 2008), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, 1998) e na concepção de letramento como prática social (KLEIMAN, 2005; SOARES, 2009). O corpus é constituído de 3 (três) sugestões de aulas, as quais são compostas por uma sequência de atividades do GDC, destinadas ao Ensino Fundamental Final. Os resultados apontam que as sugestões de aulas selecionadas exploram o GDC, associando-o às tecnologias da informação e da comunicação, mas nem sempre contemplam a multimodalidade do gênero, o humor, a crítica e a ironia. PALAVRAS-CHAVE: GÊNERO DISCURSIVO CHARGE, PORTAL DO PROFESSOR, LÍNGUA PORTUGUESA 28 de novembro | Manhã | 10h30min Sala: 5O-A 305 “TERRA SONÂMBULA”: A REFLEXÃO SOBRE A ANCESTRALIDADE E A (IM)POSSIBILIDADE DO FANTÁSTICO EM MIA COUTO Gisele Pimentel Martins (UFU) Orientadora: Camila Alavarce Campos (UFU) O estudo a ser apresentado trata-se de uma síntese do projeto de pesquisa de Iniciação Científica, em desenvolvimento, cujo objetivo é observar em que medida o que conhecemos como fantástico (e seus efeitos de lirismo e ironia), na cultura ocidental, não se constitui como marca autêntica da africanidade na literatura africana de língua portuguesa, especialmente em algumas obras de Mia Couto. Observamos que, nas narrativas do volume “O fio das missangas” de Mia Couto e do romance “Terra Sonâmbula”, do mesmo autor, há uma forte presença de questões características da literatura africana como a ancestralidade e suas tradições. Mazrui (2010) traça várias dialéticas que marcam a literatura africana pós 1935 e conclui que a luta dos escritores é reaver a memória numa busca pela renovação: “Confrontados aos males de um esquartejamento múltiplo – político, educacional, linguístico, estético e técnico – eles (os escritores mencionados) compuseram a vanguarda da luta para reaver a memória, em busca de uma derradeira renovação” (MAZRUI, 2010, p. 688).Reaver a memória como maneira de renovação literária parece-nos uma questão central na literatura africana e bastante visível na literatura de Mia Couto.Considerando que o romance é um gênero novo para a prática literária africana e se trata de “forma mais puramente europeia” (MAZRUI, 2010 p. 664) e que “a África atualmente desenvolve com finalidades próprias” (Idem, p. 683). Poderíamos imaginar que o romance “Terra Sonâmbula” também se presta às “finalidades próprias” de que fala Mazrui? Nesse sentido, quais poderiam ser as marcas dessas finalidades próprias? Quais seriam as marcas dessa africanidade?Não se pretende com este estudo traçar conceitos definitivos de africanidade, negritude ou ancestralidade, mas observar estas questões nas obras relacionadas, considerando-se suas semelhanças e suas diferenças. Numa análise ainda superficial, percebemos que existe em “O fio das missangas” um viés lírico muito acentuado o que justifica o estudo do lirismo africano. Como se dá, de onde se originou este viés lírico nas narrativas tradicionais africanas?Além do estudioso Mazrui (2010), acima mencionado, contribuirão com este estudo, sobre as questões africanas: Hampatê Bá (2010) e Tshigangu (2010). Considerarse-ão, para os estudos sobre fantástico, Todorov (2004), David Roas (2001) e Irène Bessière (2009); para os estudos sobre o lirismo, Emil Staiger (1997) e Borges (2001); sobre a ironia, contribuíram os teóricos Linda Hutcheon (2000), Maria de Lourdes Ferraz (1988), Antonio Pagliaro (1952) e Alavarce (2009). PALAVRA- CHAVE, FANTÁSTICO, ANCESTRALIDADE, LIRISMO, MIA COUTO A TRAVESSIA: VIOLÊNCIA E SEXUALIDADE EM SAPATO DE SALTO E O ABRAÇO, DE LYGIA BOJUNGA Edson Maria Da Silva (UFU) Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU) Nosso trabalho, fruto de pesquisa desenvolvida durante projeto em Iniciação Científica, analisa os livros Sapato de salto (2006) e O abraço (2005), de Lygia Bojunga, de modo a mensurar como os temas sexualidade e violência são abordos na obra da escritora. Tendo como principais referenciais teóricos Slavoj Zizek, Zygmunt Bauman e Edmir Perroti, mostraremos como Lygia Bojunga consegue construir espaços em sua escrita que ao mesmo tempo quebram com muitos tabus da nossa sociedade – se pensarmos que ela é considerada uma autora de livros infantojuvenis –, ao abordar temas não comuns em livros para jovens e crianças, ao mesmo tempo em que ela também se configura como um marco para a literatura infanto-juvenil brasileira, pois seus livros conseguem abarcar todas as faixas etárias. Além disso, tentaremos mostrar como é o trato com a sexualidade e com a violência dentro do espaço da escrita da autora, que nos mostra, em princípio, ser uma escrita (des)construtora de sentidos. Com esse trabalho pretendemos contribuir para as discussões em torno da literatura infanto-juvenil, a fim de fazer com que os preconceitos em torno dela se dissipem cada vez mais. PALAVRAS-CHAVE: VIOLÊNCIA, JUVENIL, LYGIA BOJUNGA SEXUALIDADE, LITERATURA, INFANTO- O AMOR E A MORTE E CRISTO E CURIANITO EM FEDERICO GARCÍA LORCA Cícero Marcos Santos da Silva (UFU) Sendo Federico Garcia Lorca um dos maiores nomes da poesia e dramaturgia espanhola, faz-se necessária uma análise de seus textos, de modo a conhecer mais a fundo um autor, cuja linguagem é repleta de símbolos e metáforas. Em "Cristo", texto inacabado da juventude de Lorca, Jesus se vê dividido entre o canto das cigarras e o Socialista Divino, sem revolta, sabendo que o amor de Ester é “outra classe de amor”, no entanto, ele quis dar o amor a todos. "Cristo" é de uma maturidade lírica e dramatúrgica de um jovem e pelo poema trágico como também pode ser simplesmente lido. Observamos também na poesia de Lorca a dicotomia amor e morte, sempre presente na obra do poeta. Em “El maleficio de la mariposa” temos um drama semelhante, Curianito, uma barata macho e poeta, se apaixona por uma mariposa noturna que aparece nos campos onde ele vive, machucada e nos delírios da morte. A fábula trata dos temas amor e morte de uma forma incrivelmente poética e tem uma semelhança de imagens com texto “Cristo. Uma tragédia religiosa”, com a diferença que os personagens são insetos considerados “asquerosos”. PALAVRAS-CHAVE: CRISTO, AMOR, MORTE, GARCÍA LORCA REALIDADE E IMAGINAÇÃO NA CORDA BAMBA E POR LABIRINTOS Lunara Abadia Gonçalves Calixto (UFU) Júlio Carlos Souza Silva (UFU) Neste trabalho, propomos abordar a dualidade imaginação e realidade a partir da narrativa Corda Bamba, da escritora Lygia Bojunga, e o filme O labirinto do fauno. Em ambas as obras está presente a capacidade das protagonistas transcenderem seu plano da realidade e (re)vivê-lo em um plano fantástico, na busca de sua própria identidade. Corda Bamba apresenta a história da personagem Maria, criança de dez anos que vivenciou o momento da morte de seus pais equilibristas, e que desde então, passa por um período em que não se lembra do seu passado. Nesta narrativa, a personagem principal, Maria, passa por uma viagem interior de si mesma. Com relação ao filme O labirinto do fauno, a personagem principal, Ofélia, vive um antagonismo com seu padrasto, o Capitão Vidal: enquanto a menina acredita em sonhos e fantasia, sentimentos, enquanto o padrasto propaga um mundo rígido e fascista. Assim, estas obras privilegiam o imaginário infantil e evidenciam o seu poder de se aprofundar pelo inconsciente, no intuito de (re)descobrir mundos e “colorir”, magicamente, a realidade dura na qual os personagens estão inseridos. A realidade e a imaginação estão em verdadeira linha tênue, na “corda bamba”, e por labirintos, pois não há um caminho linear para distinção de uma ou outra. Pretendemos, portanto, refletir sobre os limites entre o real e o imaginário. Para isso, utilizamos como fundamento teórico o autor CHEVALIER, 1986, que analisa os símbolos possuidores da propriedade de sintetizar todas as influências do inconsciente e da consciência, bem como analisar, sobre o ponto de vista da Psicanálise, tendo como referência a Freudiana e seus principais constructos. Aliando as teorias e obras escolhidas, mostraremos o que às vezes não está explícito na caracterização das personagens, que fantasiam ou optam (conscientemente ou não) por romper com situações adversas de grande sofrimento, utilizando mecanismos de defesa visando a proteção egóica; e como seriam seus aparelhos psíquicos, do ponto de vista psicanalítico, com apresentação também dos contrapontos e consequências que essas personagens poderiam sofrer por terem que “saltar” para qualquer lado que seja dessa tênue linha fronteiriça: realidade/fantasia. Através da história de Maria e Ofélia, há o contato com uma realidade de reflexões, de acontecimentos do real e do imaginário, em que a partir de uma linguagem simbólica, o leitor é levado a repensar acerca dos seus próprios medos e seus conflitos. PALAVRAS CHAVE: LITERATURA INFANTO-JUVENIL; IMAGINAÇÃO; REALIDADE Sala: 5O-A 306 A CONSTRUÇÃO HISTÓRICO-IDENTITÁRIA DO SUJEITO NA LITERATURA MARGINAL Anna Laura Ferreira (UFU) Gabriel Rodrigues Alves dos Santos (UFU) Lara Rodrigues (UFU) Orientadora: Adriana Omena dos Santos (UFU) "A literatura marginal, ou de periferia, se caracteriza por abarcar as obras de escritores advindos de espaços marginalizados, ou seja, marcados agressivamente pela desigualdade social e que fazem desses espaços o assunto principal de suas artes. Retratada pela literatura, a história brasileira se mostra marcada por diferentes matizes de violência desde a ocupação, a colonização, o aniquilamento dos índios, a escravidão, por lutas pela independência, posteriormente a criação de cidades e em consequência dos latifúndios, a industrialização, o imperialismo e as ditaduras. Os efeitos da dominação de uma parcela social à outra, se refletem nos temas literários cujo intuito é legitimação de uma coletividade que, carente de direitos sociais e civis, clamam por justiça e chamam a atenção para si através de uma literatura/arte característica e distintiva por não seguir os padrões estéticos comuns – e impostos pela classe dominante. Como é comum à maioria dos países de extração colonial, o social brasileiro se estabelece marcado por um alto índice de desigualdade social e, por conseguinte, de criminalidade. Considerando que a literatura, devido a suas especificidades, permite promover diferentes leituras de mundo e implicações subjacentes aos indivíduos, este trabalho - ainda em andamento - lança um olhar direcionado à uma parcela da sociedade brasileira, cujas vivências são marcadas pela pobreza, pela violência e por carências culturais e pretende que a academia perceba a literatura de periferia – cuja representação popular não é vista nem representado fora de seu espaço, mas sim, de dentro; o referencial de tal movimento artístico é reforçar a identidade da favela e da periferia, lugares estes, que estão, politicamente à margem no espaço e tempo. PALAVRAS-CHAVE: IDENTIDADE, PERIFERIA, FAVELA, LITERATURA MARGINAL DESTERRO E NÃO-PERTENCIMENTO: A QUESTÃO DO DESENRAIZAMENTO NA ARQUITETURA DO ROMANCE FLORES ARTIFICIAIS, DE LUIZ RUFFATO Júlio Cezar Pereira de Assis (UFU) A presente comunicação tem como principal objetivo a análise da obra “Flores artificiais”, do mineiro Luiz Ruffato (2014), e a forma como esta trabalha a temática do desenraizamento. O romance, ainda que o próprio gênero em sua acepção convencional possa aqui também ser repensado, visa construir um retrato completo do personagem Dório Finetto, cujo trabalho como consultor do Banco Mundial lhe permite transitar entre vários espaços diferentes como Buenos Aires, Timor Leste, Uruguai, Havana, entre outros. Nesses espaços, Dório toma contato com o relato de vários personagens, que apresentam como semelhança o fato de seus respectivos protagonistas serem migrantes/imigrantes, não estando em suas pátrias de origem, estrangeiros em terras estranhas, incomodados com a sensação de não-pertencimento e vazio existencial pelo distanciamento de suas raízes (ainda que de forma momentânea). Como ouvinte desses relatos, o brasileiro Dório Finetto percebe que esses narradores espelham a sua própria condição de outsider: mineiro, com um apartamento no Rio de Janeiro e outro em Washington, em constante deslocamento e em crise pela dificuldade de encontrar seu lugar no mundo e de reafirmar a sua própria essência e identidade. O relato de Dório, recriado por Luiz Ruffato (em um jogo de ficção e realidade), retomando a proposta da obra anterior do autor, “Estive em Lisboa e lembrei de você”(2009), serve como pretexto para refletir sobre a condição do homem da pósmodernidade: sem laços afetivos, sem identidade e sem objetivos de vida muito claros. PALAVRAS-CHAVE: DESENRAIZAMENTO RUFFATO, LITERATURA CONTEMPORÂNEA, O PÓS-COLONIALISMO NO JARDIM SECRETO Sandra Mara Carvalho (UFU) Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU) O presente estudo visa contextualizar e analisar a obra “O Jardim Secreto” sob as perspectivas das teorias pós-coloniais, apresentando os mecanismos utilizados pela autora francesa Hodgson Burnett que possibilitaram a representação colonial e as relações de poder entre colonizador e colonizado dentro da narrativa, privilegiando a metrópole em detrimento da colônia. Pretende-se também verificar como o discurso de Burnett está intrinsecamente ligado à influência imperialista de sua época. PALAVRAS-CHAVE: PÓS-COLONIALISMO, IMPERIALISMO, FRANCÊS HODGSON BURNETT, O JARDIM SECRETO PERCEPÇÃO DO INIFINTO Marco Tulio Cunha Vilela (UFU) Este trabalho tem como objetivo propor uma relação entre Nietzsche e William Blake, convergindo a filosofia e a poesia de modo a afirmar através delas um caminho para resolução da problemática metafísica que afirma a dicotomia entre alma e corpo. Tal dicotomia e preconceito guiam a reflexão filosófica nietzscheana, que critica tal modelo de compreensão do mundo na medida em que ele promove a depreciação do mundo, desconsiderando a essência trágica da existência humana pela crença metafísica em um mundo ideal. Do mesmo modo a poesia de Blake constitui uma dialética poética que busca na afirmação da contradição um caminho para se alcançar o desvelamento da percepção. Assim, através do diagnóstico das causas que levaram o homem ao pensamento metafísico depreciador, indicaremos as consequências geradas e também apontaremos como esses pensadores articulam uma cura para tal desvio através da linguagem filosófica e poética que constitui um discurso dialético capaz de reconciliar o homem consigo mesmo. PALAVRAS-CHAVE: POESIA, FILOSOFIA, TRÁGICO, DOENÇA, METAFÍSICA, CURA ANDROGENIA E MARGINALIZAÇÃO NA NARRATIVA DE AGUINALDO SILVA Tereza Cristina Gomes Maia (UFU) Orientador: Fábio Figueiredo Camargo (UFU) Esta comunicação visa analisar cenas sexuais homoeróticas em Primeira Carta aos Andróginos (1975), de Aguinaldo Silva, na qual indivíduos homoeroticamente inclinados são evidenciados como personagens centrais da narração. Aguinaldo Silva, através de sua produção literária, muitas vezes vista como literatura produzida por marginais para um público marginalizado, coloca o universo homoerótico em posição de destaque em nossa sociedade permeada por forte preconceito, perpetrado pelo patriarcado, em relação aos sujeitos homoeróticos. A literatura erótica tem um público cativo para o qual descrições e representações de cenas de atos sexuais são puro deleite, mas as escolhas dos termos utilizados para essas descrições nem sempre são tarefa fácil. Se para as relações heteronormativizadas o texto apresenta desafios, o que dizer dos textos que apresentam cenas homoeróticas? Que representação se faz desses sujeitos? Como o público leitor reage a esse tipo de representação? Como os espaços urbanos no âmbito da narrativa reforçam ou dissimulam essas representações? Este trabalho será desenvolvido com base na leitura do corpus levantado e nos textos teóricos sobre erotismo, homoerotismo, teoria queer, literatura e sociedade. Nesta comunicação, será analisada uma cena da narrativa de Silva, a partir das expressões utilizadas e seus significados dentro do contexto de produção do texto. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA BRASILEIRA, HOMOEROTISMO, AGUINALDO SILVA, TEORIA QUEER LITERATURA COMPARADA: O VALOR DADO ÀS LITERATURAS AFRICANAS NOS ESTUDOS COMPARADOS Helenice Christina Lima Silva (UFU) Orientadora: Maria Suzana Moreira do Carmo (UFU) Este trabalho tem como proposta demonstrar o espaço ocupado pelas Literaturas Africanas nos Estudos Comparados, tendo como parâmetro e base estudiosos que se preocuparam com o território ocupado por essas literaturas como M’ Bow, Amadou Koné, Weisstein, Tieghem, dentre outros. Para tanto, consideramos os estudos referentes à obra Amkoullel, o menino fula, de Amadou Hampâté Bâ, um dos primeiros autores africanos de língua francesa a atentar-se em registrar as narrativas orais tradicionais de sua região, no Mali, e a reconstruir suas memórias por reconhecer que grande parte da história do continente africano estava sujeita a cair no esquecimento. Nosso objetivo é, por um lado, demonstrar em que medida a Literatura Comparada pode tornar-se uma importante ferramenta de legitimação e reconhecimento das narrativas orais tradicionais e, por outro, evidenciar tal legitimação como forma de corroborar com o intento de Amadou Hampâté Bâ: preservar a memória coletiva de seu grupo étnico, por meio da coleta, transcrição e tradução de suas narrativas orais como meio de resguardar uma considerável fonte de conhecimento histórico. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA COMPARADA, LITERATURAS AFRICANAS, NARRATIVAS ORAIS, MEMÓRIA INDIVIDUAL, MEMÓRIA COLETIVA O RECONTO DE HISTÓRIAS NA LITERATURA SURDA Lúrian Kézia Leite Guimarães (UFU) Letícia de Sousa Leite (UFU) Orientadora: Márcia Lima (UFU) A literatura desempenha um papel muito importante nas diferentes culturas: através dela é possível explorar a imaginação, contar histórias, manifestar emoções e transmitir elementos culturais a gerações futuras. A literatura surda é um meio de fazer com que a leitura esteja mais próxima do sujeito surdo, que também precisa desta para construir um aprendizado efetivo, ampliar o vocabulário, obter conhecimento e dinamizar o raciocínio e a interpretação. Diante disso, o presente trabalho objetiva a articulação de linguagem, cultura e identidade surda no processo de criação do reconto de histórias na Literatura Surda. Pretende-se abordar as peculiaridades deste reconto, descrever o contexto social em que se dá e altercar questões de identidade, cultura e linguagem daquele que reconta histórias e daquele que é o receptor. É importante ainda analisar o impacto da Literatura Surda no desenvolvimento de crianças surdas, através do processo do reconto de histórias, que é concebido como exercício de cidadania, uma vez que este ocorro não somente em sala de aula, mas além dos muros da escola. Karnopp (2006, 2010), aponta que através desse tipo de abordagem as crianças surdas podem superar as expectativas, refletir sobre o conteúdo que receberam e desenvolverem o prazer pela leitura visual em sua língua natural. A Literatura surda permite explorar questões relacionadas à identidade e cultura da criança surda, permitindo um desenvolvimento afetivo, social e cognitivo. A motivação do presente trabalho é o desejo de melhor compreender a problemática da falta de contextualização nos processos de criação do reconto, que também envolve a relação entre aquele que produz um texto e aquele que o interpreta. Nesse sentido, o estudo se justifica pela escassez de trabalhos voltados para o reconto de histórias contextualizado na esfera da Literatura Surda. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA SURDA, CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS, CULTURA SURDA RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE Eloize Lemos David Luiz (UFU) Orientadora: Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha (UFU) O propósito da apresentação é abordar o livro de Julia Kristeva “Introdução à Semanalise” e a partir deste estudo descrever como se dá as relações de intertextualidade. Baseada na análise de duas obras equivalentes quanto o papel significativo de suas criadas: O doente imaginário de Molière de 1673 e A mão e a luva de Machado de Assis, 1874, as quais são possíveis um estudo intertextual por realçarem os papeis das serviçais domésticas e por ambas tratarem do casamento por interesses. A primeira personagem, Nieta, no século XVII dentro do Barroco Francês e Mrs. Oswald no século XIX, iniciando realismo brasileiro. O Trabalho de intertextualidade consiste em estudar os dois livros, atravessando os significantes com os sujeitos, os signos e os discursos para atingir as zonas onde se congregam os germes do que significarão na presença da língua. Assim, ambos os textos estão duplamente orientados: “para o sistema significante no qual se produz (a língua e a linguagem de uma época e uma sociedade precisa) e para o processo social do qual participa enquanto discurso.” (Kristeva, 1974, p.12). Então, a partir do texto pode-se reconhecer através dos significantes o contexto histórico de cada época e também propor um diálogo com uma nova realidade textual, isto porque há relações intertextuais, as quais remontam a partir da ambivalência, negação ou afirmação, com a outra obra, que neste caso específico se comparam no intuito de estabelecer um dialogismo com os dois discursos, os quais têm pontos comuns e moldes completamente distantes quanto os gêneros e o tempo que foram produzidos. PALAVRAS CHAVE: MACHADO DE ASSIS INTERTEXTUALIDADE; JÚLIA KRISTEVA; MOLIÈRE; Sala: 5O-A 309 FERDINAND DE SAUSSURE: O MÉMOIRE E A NOÇÃO DE SISTEMA Micaela Pafume Coelho (UFU) Orientadora: Eliane Mara Silveira (UFU) A noção de sistema consiste em um elemento central para a compreensão das reflexões de Ferdinand de Saussure acerca do funcionamento da língua. No “Curso de Linguística Geral” (CLG), a língua é distinguida de conceitos como “linguagem” e “fala” e definida como um “sistema de signos”, um “sistema de valores puros”, o que evidencia o caráter fundamental dessa noção saussuriana para que fosse estabelecido o objeto da Linguística (cf. SAUSSURE, [1916] 2006). No entanto, no que tange às elaborações de Saussure, a noção de sistema não se restringe ao conteúdo do CLG. No “Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les langues indo-européennes”, único livro publicado em vida pelo linguista, a noção em questão já era utilizada por Saussure no desenvolvimento da análise das vogais das línguas indo-europeias. Por isso, neste trabalho objetivamos mostrar de que modo a noção de sistema é apresentada no Mémoire, e de que forma ela consiste em um elemento que auxiliou para que as reflexões de Saussure acerca da Linguística Geral se estabelecessem. PALAVRAS-CHAVE: SAUSSURE; MÉMOIRE; SISTEMA A ELABORAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL DE FERDINAND DE SAUSSURE E A NOÇÃO DE RELAÇÃO Allana Cristina Moreira Marques (UFU) Orientadora: Eliane Mara Silveira (UFU) Alguns autores que são clássicos na investigação da produção teórica de Ferdinand de Saussure nos ajudam a evidenciar a importância da noção de relação no interior da teoria do genebrino. Uma análise do repertório conceitual proposto pelo linguista nos mostra como esta noção, embora não seja entendida como um conceito saussuriano, está nas bases epistemológicas dessa teoria. Se considerarmos os conceitos de língua, de sistema, de valor, de signo, de mutabilidade, entre outros, veremos que Saussure se utiliza, direta ou indiretamente, da noção de relação para conceituá-los. Embora a centralidade desta noção na elaboração de Saussure já tenha sido percebida por outros autores, a nosso ver, alguns questionamentos sobre ela ainda são pertinentes, tais como: i) o que nos permite dizer que a noção de relação ocupa lugar central na teoria saussuriana? ii) para a compreensão de quais conceitos dados por Saussure a noção de relação é indispensável? iii) de que maneira a noção de relação toca os conceitos no momento de elaboração dos mesmos? iv) como a noção de relação permite que Saussure ressignifique conceitos antes existentes? Assim, no intuito de responder tais questionamentos, nosso trabalho tem por objetivo investigar de modo mais específico a noção relação no interior da produção saussuriana, a fim de averiguarmos a fecundidade dessa noção no pensamento saussuriano. Para tanto, nossa pesquisa se baseará na análise de quatro manuscritos saussurianos, intitulados “Notes pour un livre sur la linguistique générale 10f.”; “Notes écrites en vue d'un article sur W. D. Whitney (mort le 7 juin 1894); “Notes pour un livre sur la linguistique générale 19f.”; e “Notes pour le 3º cours de linguistique générale, 1910-1911. 56f. E na análise do Curso de Linguística Geral, dada à importância dessa edição na propagação da produção teórica de Saussure. Acreditamos que assim será possível averiguarmos de modo mais pontual a importância da noção de relação para os conceitos saussurianos. PALAVRAS-CHAVE: FERDINAND DE SAUSSURE; CONCEITOS SAUSSURIANOS; RELAÇÃO (RE) LEITURA DOS RESULTADOS DO FATOR CONTEXTO FONOLÓGICO Flávia Freitas de Oliveira (UFU) O sociolinguista Labov (2008) colaborou com os estudos linguísticos ao ser precursor nas pesquisas linguísticas que consideram a língua em uso dentro da comunidade de fala e, consequentemente, embasado numa teoria linguística adequada para dar conta desses dados. A problemática apontada por Labov, num primeiro momento, foi que os próprios linguistas consideravam os estudos dos dados de fala em separado dos estudos linguísticos, pois a manipulação de tais dados poderia existir durante a pesquisa. Com o advento de gravadores e softwares específicos a pesquisa com a fala foi reforçada e ganhou credibilidade. Temos, assim, a subárea chamada sociolinguística, na qual “a linguística claramente se beneficiou com a restrição de seu campo de visão” (LABOV, 2008, p.298). O novo olhar para a língua permitiu valorizar o comportamento social dos falantes de uma dada comunidade de fala e passou a considerar diversos fatores para a ocorrência da variação linguística e mudança linguística desenvolvendo, com isso, ainda mais a pesquisa linguística. A questão no presente trabalho é a confiabilidade dos dados e a interpretação do sociolinguista como pesquisador. Há ou não manipulação dos dados para obter um resultado já hipotetizado? Ou há meramente falha na leitura e interpretação dos dados por parte do pesquisador, já que os dados são gravados, rodados em programas estatísticos sendo dificilmente deturpados. A segunda questão posta aqui advém dessa nova abordagem e tratamento dos dados: como trabalhar com a fala? Labov responde a essa questão voltando-se para o resultado da análise dos dados. Afinal, os dados não se enganam. Os resultados não são a mera construção do pesquisador, mas podem ser questionados. Faremos isso com o fator contexto fonológico precedente – ponto de articulação e modo de articulação o qual influencia os resultados de outros fatores para a pesquisa de alçamento. Ao retirar um tópico desse fator, podemos ser surpreendidos com novos resultados, mas resultados que não mudaram o fator principal de alçamento em Catalão, já comprovado, a saber: harmonia vocálica. Desse modo, nosso objetivo é apresentar a metodologia de pesquisa sociolinguística quantitativa aplicada na pesquisa com dados de fala da comunidade linguística de Catalão, Goiás partindo do modelo teórico-metodológico proposto por William Labov (2008), que mesmo não tendo sido o primeiro, insistiu na relação entre língua e sociedade e na possibilidade de sistematizar a variação existente na própria língua. PALAVRAS-CHAVE: SOCIOLINGUÍSTICA QUANTITATIVA, DADOS DE FALA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ESCRITA ACADÊMICA E SUBJETIVIDADE: INTERVENÇÕES E EFEITOS DE SENTIDO Mariá Prado Walmiro (UFU) Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU) Esta pesquisa se propõe a observar os efeitos das intervenções de orientadores na escrita acadêmica e o que elas indiciam sobre a posição sujeito de quem escreve. Mais especificamente, este projeto pretende levantar, na materialidade linguística de trabalhos acadêmicos, indícios que apontariam para possíveis efeitos da subjetividade do aluno em textos acadêmicos. Para tanto, será feito um estudo de caso, analisando os textos produzidos por um aluno do projeto de Iniciação Científica (PIBIC), com atenção aos comentários do orientador e os desdobramentos dessas intervenções. Para isso, serão levados em consideração alguns tópicos a serem discutidos referentes à subjetividade e intervenção, assim como também o (im)possível reposicionamento do autor ao ver a necessidade de se inserir em um texto acadêmico. Desse modo, um dos objetivos deste trabalho é contribuir para os estudos sobre produção escrita na perspectiva discursiva, a fim de problematizar os efeitos da subjetividade na escrita acadêmica. Esta pesquisa, portanto, pretende analisar os desdobramentos das intervenções no processo de escrita do relatório de Iniciação Científica até sua versão final, bem como verificar quais desdobramentos indiciam um efeito da subjetividade daquele que escreve. PALAVRA- CHAVE, INTERVENÇÃO, SUBJETIVIDADE, ESCRITA ACADÊMICA Sala: 5O-A 310 ANALYSIS OF EDUCATIONAL MATERIAL: METHODOLOGY OF TEACHING ENGLISH LANGUAGE, ENGLISH FOR SPECIFIC PURPOSES, INTEGRATED EDUCATIONAL PRACTICE (PIPE 6) Maria Aparecida Viegas de Melo (UFU) O ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras como disciplina instrumental tem despertado no Brasil, grande interesse nas últimas décadas. Um exemplo é a presença do English for Specific Purposes (ESP) em algumas universidades brasileiras. Hutchinson & Waters (1987, p. 19) concebem o ensino-aprendizagem de Inglês para Fins Específicos como uma abordagem centrada na aprendizagem da língua, baseado nas necessidades do aprendiz. Outro fator relevante é a escolha do material didático, sendo assim, este trabalho objetiva analisar materiais didáticos para cursos ESP. O corpus escolhido para esta análise foi o E-book nível 4 parte 1 do curso My English Online. Tendo como referência os teóricos Hutchinson and Waters (1987), Dudley-Evans & St John (1998), Celani (2005) e as discussões teórico-práticas abordadas durante a disciplina PIPE6, intitulada Metodologia de Ensino de Língua Inglesa para Fins Específicos Integrada à Prática Educativa. Partindo de um recorte deste E-book, realizei uma análise descritiva dos dados. Os resultados encontrados vieram a confirmar que o material didático analisado é relevante para curso ESP por ser um material que cumpre com as funções a que se propõe, que é preparar o aprendiz de língua inglesa (LI) para realizar o exame de proficiência em LI e poder participar do Programa Ciências sem Fronteiras com a finalidade de ingressar em instituições acadêmicas no exterior. Portanto, ao se pensar em ES além do design, da metodologia e abordagem, a escolha de um bom material didático é essencial, levando em consideração as necessidades, interesses e desejos de seu público alvo. PALAVRAS-CHAVE: LÍNGUA INGLESA MATERIAL DIDÁTICO, ESP, ENSINO-APRENDIZAGEM, CURSO DE LETRAS: LÍNGUA PORTUGUESA COM DOMÍNIO DE LIBRAS: REFLETINDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS Aline Viana Freitas (UFU) Luis Felipe Sales (UFU) Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU) O curso de Letras: Letras - Língua Portuguesa com Domínio de Libras foi implementado pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU no ano de 2014, em que ofertou 30 vagas para a primeira turma. O curso tem por objetivo habilitar os discentes a atuarem como professores de Língua Portuguesa para ouvintes e também o ensino da mesma como segunda língua para surdos; diante deste requisito, são ofertadas as disciplinas referentes à prática de Libras a fim de que os alunos tenham o domínio sobre ela. Conforme a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, ao reconhecer a Libras como língua, afirma que ela deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior e nos cursos de fonoaudiologia de instituições de ensino públicas e privadas. Este estudo tem como objetivo traçar o perfil dos alunos do 1º curso de Letras: Língua Portuguesa com Domínio de Libras, e assim identificar quais tipos de alunos são ingressados, as dificuldades que o curso tem e as suas adequações. Entendemos que é relevante conhecer o perfil do aluno, pois possibilita à instituição direcionar as ações que o curso necessita para uma melhor formação dos discentes. Este estudo foi fundamentado em pesquisas da autora GESSER (2006) que nos mostra não só as dificuldades em se aprender a Libras como segunda língua para a sua formação, mas também a interação de ouvintes com pessoas surdas, visto que não é comum o contato com elas, ao contrário dos surdos que desde cedo tem algum tipo de convivência com ouvintes. Complementada com a pesquisa da autora AQUINO (2012), que nos remete a uma reflexão acerca das dificuldades dos professores entre ensinar uma língua portuguesa utilizando o método de ensino oral auditiva, e no ensino de língua portuguesa como segunda língua que é utilizado o método visuo gestual. Para prosseguir com o estudo, foi utilizada uma metodologia observacional e análise através da aplicação de questionários com os dados das seguintes informações de alunos do curso: gêneros, formação, o contato com a Libras antes e no decorrer do curso, e as expectativas sobre o mesmo. Mediante os resultados, foi possível constatar que, em uma mesma turma, existem diferentes perfis e domínio da Libras, o que pode interferir no desenvolvimento dos alunos no decorrer do curso. PALAVRAS-CHAVE: CURSO LPDL, FORMAÇÃO, LIBRAS, ALUNOS CURSO DE LÍNGUA FRANCESA COM OBJETIVOS ESPECÍFICOS - HOTELARIA Ana Flávia Naves Resende Siquierolli (UFU) Atualmente há grande demanda por cursos de línguas estrangeiras com objetivos específicos. Trata-se de cursos de línguas estrangeiras concebidos em função de necessidades específicas de determinado público-alvo. Estes cursos se caracterizam por dois aspectos distintos: objetivos de aprendizagem bem precisos e prazos de realização bem limitados (alguns meses de duração). Para a concepção de tais cursos, deve-se proceder, primeiramente, à uma análise da demanda do público-alvo.Segundo o linguista Richterich, com a realização desta análise são identificadas as necessidades do público-alvo e essas necessidades deverão ser expressas em objetivos, em conteúdos, em ações, em programas. Assim sendo, as bases essenciais dessa metodologia são: identificação das necessidades do público-alvo, elaboração dos objetivos de aprendizagem e definição dos conteúdos de aprendizagem. Apresentaremos uma experiência vivenciada através da oferta de um curso de Língua Francesa com objetivos específicos (Hotelaria), ministrado para recepcionistas e funcionários administrativos de um hotel em Uberlândia ,incluindo também o relato da experiência de elaboração de material didático específico para ser utilizado nesse curso. PALAVRAS CHAVE: NECESSIDADES, OBJETIVOS, CONTEÚDOS, ESPECÍFICOS INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NO CENÁRIO EDUCACIONAL: UM OLHAR INCLUSIVO Célio Garcia Vieira Melazzo (UFU) Orientadora: Marisa Dias Lima (UFU) A história da surdez se traduz pelo desrespeito e omissão por parte da sociedade, alvo de grande descriminação, os surdos foram tratados como seres dignos de pena, condenados pela incompreensão da sociedade e até da família. Atualmente, profissionais de diversas áreas tem discutido sobre o assunto, contribuindo para que esta visão seja modificada (SOUZA, 2010). A medida que avanços ocorriam, os surdos passaram a ser reconhecidos e valorizados obtendo maior espaço na sociedade, podendo exercer a cidadania, ambiente onde surge uma proposta de uma educação bilíngue para os surdos, aumentando a demanda da necessidade de um profissional capacitado que os atendessem. Neste contexto é que surge o intérprete de Libras, sendo considerada anteriormente como uma atividade assistencialista, por serem oriundos de instituições religiosas, família, amigos ou vizinhos, e com ele, mudanças significativas foram observadas no sentido da valorização do surdo, de sua cultura e de suas particularidades comunicativas. Esse profissional ainda é desconhecido, e nos últimos anos vem surgindo uma demanda cada vez maior desses profissionais, sobretudo, na esfera educacional. O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre a inclusão educacional dos surdos, a importância do intérprete de libras em seus espaços e as transformações ocorridas na esfera pedagógica. Este estudo se baseará nos autores GUARINELO (2008) e BARBOSA; JUNIOR (2009) para refletirmos e assim, discutirmos sobre os avanços que os mesmos trouxeram para a inclusão escolar dos surdos e sua importância para a busca pela aquisição do conhecimento, pois este, além de participar do cenário que envolve o enlace inclusivo e do desenrolar deste processo no contexto escolar, assume o papel de mediador entre o professor-aluno e os demais agentes deste ambiente viabilizando o processo dialético. A metodologia deste estudo se utilizará de um estudo investigativo de pesquisas e leitura bibliográfica que resgata a importância e a sua finalidade na educação dos surdos para que possam enriquecer mais os estudos nesta temática, pois hoje em dia, observa se uma grande carência de estudos que contemplem o intérprete em geral, inclusive, pesquisas relacionadas ao intérprete educacional de forma mais especifica. Destaca-se que o intérprete se estabelece como agente importante nesta realidade, uma vez que esta atividade exige o preenchimento de requisitos específicos para uma boa atuação (BARBOSA; JUNIOR, 2009). PALAVRAS-CHAVE: INCLUSÃO, INTÉRPRETE DE LIBRAS, SURDEZ Sala: 5O-A 313 O OLHAR DO ILEEL/UFU EM RELAÇÃO A LIBRAS Andrelina Heloisa Ribeiro Rabelo (UFU) Letícia Bueno Silva (UFU) Márcia Dias Lima (UFU) A oficialização de Libras (Língua Brasileira de Sinais) através da regulamentação da Lei 10.436/2002, ao reconhecer a Libras como a língua dos surdos juntamente com o decreto federal 5.626/2005 foi de extrema importância para a sociedade e, principalmente, para a instituição de ensino, ao inserir Libras como disciplina obrigatória nas grades curriculares em todos os Cursos de Magistério, Cursos de Normal Superior, Cursos de Licenciatura, e Cursos de Bacharelado como optativa. A inserção de Libras também foi uma conquista importante para a comunidade surda que possibilitou a sua inclusão no meio acadêmico, antes disso ele eram despercebidos pelo restante da sociedade. Diante da concepção da importância de Libras e sua contribuição para a formação de professores, este estudo tem o interesse de pesquisar como está sendo desenvolvido esse processo de inclusão de Libras nas instituições com os envolvidos de forma direta e indireta e sua percepção através da nova oferta do curso de Letras - Língua Portuguesa com domínio de Libras que é um novo cenário do Instituto de Letras e Lingüística – ILEEL promovido pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Este estudo se baseará na fundamentação teórica dos seguintes pesquisadores da área de Libras: Quadros (2011) afirma que é muito importante que os surdos tenham a Libras como a língua materna e a língua portuguesa como segunda língua, esse grupo vem crescendo necessitando de pessoas capacitadas para atender esse público, neste caso através da formação de professores com o conhecimento em Libras; Gesser (2009) destaca que a Libras não é vista por muitos como uma coisa positiva apesar de que, atualmente, há avanços, todavia a luta ainda continua para efetivar a mudança de percepção da sociedade em relação a Libras. Para a realização desse estudo será feita uma pesquisa de campo em dois momentos, através de análise e discussão. No primeiro momento será aplicado um questionário para os funcionários das respectivas secretarias, docentes e discentes do curso de Letras e Letras – Língua Portuguesa com domínio de Libras e no segundo momento será feita entrevista somente com os discentes dos respectivos cursos pesquisados. No fim desse estudo esperamos que a opinião de toda a equipe do ILEEL, nos direcione a uma percepção mais apurada da instituição em relação a Libras. PALAVRAS-CHAVE: ACADÊMICA VALORIZAÇÃO, LIBRAS, INCLUSÃO, FORMAÇÃO O USO DE GRAVAÇÕES/PODCASTS PARA TRABALHAR SPEAKING SKILLS Carolina Lacerda Ortigosa (UFU) Lorena Rochael Mello (UFU) Orientadora: Valeska Virgínia Soares (UFU) A perspectiva pedagógica de ‘aprender fazendo’, que tem influências do estudioso americano John Dewey (1938) que já nas primeiras décadas do século XX defendia a relevância de se considerar a experiência no processo de ensino e aprendizagem, vem ganhando espaço cada vez maior nas práticas contemporâneas. No intuito de preparar os estudantes do NucLi UFU para testes internacionais, percebemos que nos restringir às sugestões dos livros didáticos (GILBERT; ZEMACH, 2003; LOUGHEED, 2011) limitaria experiências práticas, especialmente no que se refere a Speaking Skills. Assim, uma de nossas propostas é o uso de gravações/podcasts para que os alunos possam experimentar algumas das atividades que encontrarão em testes como o TOEFL e, na sequência, receber feedback dos professores e ETAs (English Teaching Assistants). Como Metodologia, durante a oferta de alguns dos cursos presenciais do Programa Inglês sem Fronteiras-UFU que tinham como ênfase a preparação dos alunos para exames de Proficiência em Língua Inglesa, como o TOEFL IBT, foram realizadas atividades de produção oral que fossem além daquelas sugeridas pelos livros didáticos adotados. Assim, foi proposto que em sala de aula os alunos usassem seus próprios celulares para gravar suas produções orais, e depois, ouvissem a si próprios e aos colegas, com a intenção de perceber suas dificuldades, sua pronúncia e erros cometidos no uso da Língua Inglesa. Já a gravação de podcasts ocorreu ao longo do curso de forma que os alunos tiveram que gravar/produzir podcasts periodicamente para que pudessem acompanhar o desenvolvimento de sua habilidade oral, de forma individual, para avaliação e feedback do professor e do ETA. As gravações das produções orais dos alunos em sala de aula permitiram que eles identificassem suas dificuldades, percebessem o ritmo da fala, pronúncia e até mesmo pequenos erros, além de possibilitar nova discussão sobre como melhorar as produções, enquanto a atividade de gravação feita em casa, permitiu uma melhor qualidade do áudio e o aluno pôde escutar suas gravações com fones de ouvido e perceber maiores detalhes em sua produção, além de possibilitar a produção de uma nova gravação, após escutar a primeira, com o intuito de melhorá-la. Ademais, o professor, com o auxílio dos ETAs, também pôde dar um feedback mais detalhado e individualizado a partir dessa atividade, que teve um impacto muito positivo na prática de ensino/aprendizagem de Língua Inglesa. PALAVRAS-CHAVE: PODCASTS SPEAKING SKILLS GRAVAÇÕES PRODUÇÃO ORAL ASSALTO AO BANCO CENTRAL & FEDERAL BANK HEIST: A TRADUÇÃO PARA A LÍNGUA INGLESA DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS, METAFÓRICAS E GÍRIAS Heitor Pereira Gomes Gonçalves (UFU) Orientadora: Marileide Dias Esqueda (UFU) A transformação de um texto falado em texto escrito é um dos fatores que identificam a tradução para produção de legendas de filmes ou vídeos. Diferentemente de outras modalidades de tradução, o aspecto condensado e sintético da legenda compensa a relativa lentidão do processo de leitura, sugerindo ao tradutor-legendador que construa sua mensagem imediatamente compreensível, contendo uma ideia completa e compacta, já que existe pouca oportunidade para o ouvinte refletir sobre cada palavra ou frase. Dadas estas e outras especificidades da tradução audiovisual, pode-se afirmar que certas características da linguagem falada, como falsos começos, repetições e expressões informais são inevitavelmente reduzidas ou até mesmo omitidas, tornando-se parte da agenda do tradutor decidir quais devem ser mantidas. Diante do exposto, o objetivo principal deste trabalho é analisar as legendas em inglês contidas no filme brasileiro “Assalto ao Banco Central”, lançado em 2011 em sua versão para o DVD, com o intuito de discutir as estratégias tradutórias adotadas pelo tradutor no que tange à ocorrência de expressões idiomáticas, metafóricas e gírias que são peculiares da oralidade. Trata-se de uma pesquisa comparativista e de análise textual que, tomando como base os estudos de Gambier (2003), seleciona e classifica as estratégias mais comumente utilizadas na tradução. Verifica-se se as traduções apresentam: correspondentes aos contextos envolvidos; redução quantitativa (número de palavras) ou qualitativa (semântica, isto é, de conteúdo, verificando-se se a legenda comunica a mensagem); omissões ou condensações relacionadas às características da linguagem oral redundante, especialmente quando se trata de um discurso espontâneo ou informal; reduções exigidas pela própria característica limitadora da legendagem, em virtude da natureza diagonal deste tipo de tradução; omissões ou reduções que revelam cortes drásticos no original, que são supridas pela trilha sonora e pelas imagens; ou estratégia abortiva geralmente encontrada em situações nas quais o tradutor se vê limitado em verter expressões idiomáticas, metafóricas e gírias em virtude dos elementos não-verbais. Conclui-se que a estratégia mais utilizada na tradução de expressões idiomáticas, metafóricas e gírias do filme brasileiro “Assalto ao Banco Central” para a língua inglesa foi a de neutralização. PALAVRAS-CHAVE: TRADUÇÃO AUDIOVISUAL, LEGENDAGEM, ASSALTO AO BANCO CENTRAL, MARCAS DE ORALIDADE GESTÃO DE TERMINOLOGIA PARA TRADUTORES: O PROGRAMA WORDFAST Carolina Miranda Aleixo (UFU) Orientadora: Silvana Maria de Jesus (UFU) O uso de programas de apoio à tradução (ou pats) facilita o dia a dia de trabalho do tradutor, possibilitando que a tradução seja feita com maior rapidez sem prejudicar a qualidade do produto. Os glossários e as memórias de tradução constituem os principais recursos desse tipo de programa, mas, para bem utilizá-los, o tradutor precisa criá-los, alimentá-los e corrigi-los adequadamente sempre que necessário. Esse processo é definido neste trabalho gestão de terminologia ou gestão terminológica. Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito de gestão terminológica e apresentar o passo a passo para o desenvolvimento desse processo com a utilização do programa Wordfast - antes, durante e após o processo tradutório. Os passos para criação, alimentação e edição de glossários e memórias de tradução são descritos e discutidos, visando alertar o tradutor, principalmente o tradutor em formação ou os que são pouco familiarizados com as ferramentas e tecnologias de apoio à tradução, sobre a importância do trabalho de gestão terminológica, destacando-se algumas particularidades do Wordfast que raramente são explicadas nos manuais e mesmo nos cursos práticos. Vários passos dos manuais foram testados e questionados e os resultados deste trabalho poderão ser aplicados em cursos de formação de tradutores, sendo bastante úteis para os usuários do programa, principalmente após a sua primeira introdução a este pat. PALAVRAS-CHAVE: PROGRAMAS DE APOIO À TRADUÇÃO. WORDFAST. GESTÃO TERMINOLÓGICA. GLOSSÁRIO. MEMÓRIA DE TRADUÇÃO Sala: 5O-A 314 A DIFICULDADE DO ALUNO EM USAR OS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nair Soares da Silva Souza (IFTM) Orientador: Marcelo Dias Almeida (IFTM) Devido à curiosidade e movidos pelo interesse em uma suposta escassez de pesquisas e estudos em Educação a Distância EaD, no município de Ituiutaba Pontal do Triângulo Mineiro, o presente trabalho/pesquisa se apresentou como uma proposta de abrir portas/caminhos para futuras pesquisas no campo da EaD e ainda procurou mostrar a riqueza e complexidade deste, enquanto objeto de estudo/pesquisa. O objetivo geral foi o de diagnosticar e descrever a dificuldade do aluno/estudante de licenciatura em EaD para usar as ferramentas/plataformas de conectividades nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem AVA, como metodologias de ensino/aprendizagem. A coleta de dados foi realizada com um questionário impresso em que, alunos regularmente matriculados em cursos de licenciatura na modalidade EaD no município de Ituiutaba responderam de forma espontânea/induzida. A análise dos dados coletados foi feita por um programa de estatística, o qual nos permitiu identificar as situações de dificuldades dos alunos/estudantes em usar às plataformas/ferramentas de conectividades. Desta forma pretendemos sugerir possíveis melhorias nos sistemas, para que não ocorram tantas desistências conforme constatamos nos resultados obtidos com o nosso corpus. A pesquisa também nos mostrou o perfil dos alunos/estudantes em EaD do Município de Ituiutaba Pontal do Triângulo Mineiro – MG. PALVRAS-CHAVE: CONECTIVIDADE. MODALIDADE. METODOLOGIA. NOVAS TECNOLOGIAS ENSINO DE INGLÊS PARA A TERCEIRA IDADE: (IM)POSSIBILIDADES NA PRODUÇÃO ORAL Stella Ferreira Menezes (UFU) Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU) Esta pesquisa é fruto de reflexões feitas no projeto de extensão intitulado “Ensino de Língua inglesa como Inclusão Linguístico-social para a Terceira Idade” e consiste na inclusão social de pessoas na terceira idade da cidade de Uberlândia através do ensino de inglês como língua estrangeira. Ao analisar as representações de ensino-aprendizagem de inglês dos alunos da Terceira Idade, percebemos uma grande expectativa desses alunos em aprender a falar a língua inglesa, reforçando o sentido de que saber uma língua estrangeira é saber falar essa língua. Entretanto, percebemos que além da significação atribuída ao falar uma língua estrangeira, essa inserção na oralidade, para esses alunos, parece ter uma especificidade própria. Por essa razão foi adotada a abordagem comunicativa, que se caracteriza por ter o foco no sentido, no significado e na interação que acontece entre os sujeitos aprendizes de uma nova língua. O objetivo deste trabalho, portanto, é analisar atividades didático pedagógicas propostas com o objetivo de promover a oralidade no curso de Língua Inglesa para a Terceira Idade observado, a fim de verificar em que medida os princípios subjacentes à atividade se coadunam com o que é proposto pela abordagem adotada (Abordagem Comunicativa) para caracterizar uma atividade oral comunicativa. Esperamos discutir como a oralidade empreendida em um curso de LE pode contribuir para que o ensino-aprendizagem de inglês na Terceira Idade promova uma inserção social mais efetiva dos alunos. PALAVRA- CHAVE, TERCEIRA IDADE, ENSINO DE LÍNGUAS, ORALIDADE ESTÁGIO DE LÍNGUA FRANCESA PARA A TERCEIRA IDADE: REPRESENTAÇÕES E REALIDADE Kelly Karoline Ferreira de Moraes (UFU) Monithelli Aparecida Estevão de Moura (UFU) Orientador (a) Zuleika da Costa Pereira (UFU) Nesta comunicação relataremos nossa experiência, como professoras em formação, do curso que ministramos de “Francês para a terceira idade” como parte do estágio vinculado à disciplina do currículo de francês: Estágio Supervisionado de língua francesa 1 do Instituto de Letras e Linguísticas (ILEEL) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Sob a orientação da professora Me. Zuleika da Costa Pereira. A regência do estágio levou em consideração a Perspective Actionnelle (Abordagem por tarefas) que deriva da Abordagem Comunicativa. Essa perspectiva considera antes de tudo, o aluno da língua estrangeira como sendo um ator social, levando-o assim a cumprir les tâches (tarefas) dentro de uma determinada situação de comunicação (ex.: ensinar o imperativo para que os alunos sejam capazes de escrever uma receita, ensinar o vocabulário necessário para que alunos sejam capazes de planejar uma viagem de acordo com preferências e interesses individuais, e etc). O uso das tarefas no ensino/aprendizagem de L2/LE, segundo Carine Haupt (2010), é considerado como “construto teórico ou como unidade promotora de aquisição de língua estrangeira, o que vai de encontro ao ensino tradicional, baseado em sequências de conteúdos gramaticais”, dado esse percebido a partir de pesquisas realizadas desde a década de 80. Os atos de fala se inserem dentro das ações do contexto social e é este fato que traz real sentido e significado ao uso da linguagem. Como se vê, a perspectiva actionnelle leva em conta o uso prático da língua em todas as estratégias de ensino e aprendizagem. Diante do contexto que vivenciamos, propomo-nos a apresentar algumas representações e realidades de dentro de sala de aula do público alvo a partir dos 55 anos de idade, ou seja, “da melhor idade”, assim chamado por nós. Ressaltaremos os seguintes aspectos: maturidade do grupo, memória, apoio familiar, envolvimento em atividades propostas, motivação e afetividade. Concluímos que ministrar o curso de francês para esse público, além de ter sido uma experiência muito agradável e prazerosa, também agregou conhecimentos variados, experiência e profissionalismo à nossa carreira docente. PALAVRA-CHAVE: REPRESENTAÇÕES LÍNGUA FRANCESA, ESTÁGIO, TERCEIRA IDADE, REFLETINDO SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO PROGRAMA INGLÊS SEM FRONTEIRAS: UM ESTUDO SOB A ÓTICA DA COMPLEXIDADE E DA TEORIA DO INVESTIMENTO Gisele da Cruz Rosa (UFU) Orientadora: Valeska Virgínia Soares Souza (UFU) Tecnologias digitais e o processo de ensino e aprendizagem de línguas estão cada vez mais imbricados na contemporaneidade. A utilização de tecnologias digitais é positiva a professores e alunos porque permite que a língua que já falam ou a que estão aprendendo seja utilizada em comunidades autênticas, ou seja, em situações reais de uso através de chats, leituras de textos autênticos, compreensão auditiva de programas de rádio, filmes, vídeos, entre outros. Focalizo este trabalho no ensino de Língua Inglesa por ser esta a atual língua franca, (LACOSTE, 2005; SCHUTZ, 2005, entre outros) necessária para o cidadão contemporâneo e que demanda estudos para tornar seu ensino mais rápido e eficiente. Dessa forma, busco compreender a contribuição do uso de tecnologias digitais para a aprendizagem de inglês como língua adicional, no intuito de investigar o investimento realizado pelos aprendizes do Inglês sem Fronteiras (ISF). Para que estes objetivos sejam alcançados pretendo adotar as premissas da Teoria do investimento (NORTON, 1995, 1997, 2011; NORTON; GAO, 2008; NORTON; EARLY, 2011) e do Paradigma da Complexidade na aquisição de uma segunda língua (PAIVA, 2005; LARSENFREEMAN; CAMERON, 2008; OLIVEIRA, 2009). O ISF é composto por dois momentos: um on-line e um presencial. Essa proposta exige que os estudantes tenham um conhecimento mínimo sobre tecnologias digitais. É desse contexto que surge a inquietação para investigar a perspectiva dos alunos em cursos que integram recursos tecnológicos ao ensino e aprendizagem de língua inglesa. Considerando o investimento dos aprendizes na aprendizagem deste idioma, a importância dos resultados desta pesquisa reside na necessidade de encontrarmos maneiras para que os aprendizes de inglês possam alcançar seus objetivos de aprendizagem de forma eficaz e crítica. Esta pesquisa possui natureza qualitativa, pois visa compreender certos fenômenos de acordo com a perspectiva dos alunos participantes. A pesquisa se enquadra, ainda, na orientação etnográfica, pois irei descrever entendimentos e conhecimentos específicos sobre participantes e seu comportamento ISF. A coleta de dados acontecerá por meio de entrevistas semiestruturadas e relatos de experiência, além de notas de campo. O contexto de coleta de dados será o ISF e os participantes desta pesquisa estarão concentrados no programa disponibilizado por uma universidade escola pública localizada em Uberlândia/MG. Os resultados pretendidos versam sobre a averiguação se o investimento realizado pelos aprendizes e os objetivos dos cursos e programas propostos se coadunam, fazendo com que o desenvolvimento do conhecimento na língua alvo corresponda às expectativas de aprendizes e professores. PALAVRAS-CHAVE: LÍNGUA INGLESA; INVESTIMENTO; COMPLEXIDADE 28 de novembro | Noite | 19h00 Sala 5O-A 305 "O BAILE DO JUDEU" E O UNIVERSO FANTÁSTICO Camila Felisbino Bueno da Silva (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) O presente trabalho tem por objetivo fazer um pequeno apanhado sobre a vida e obra do autor Inglês de Sousa. Este autor, classificado como naturalista, é mais conhecido pelo seu romance “O Missionário”, publicado pela primeira vez em 1981. Analisaremos também um conto desse autor presente no livro Contos Amazônicos, intitulado “O Baile do Judeu”, partindo dos estudos do universo fantástico, do medo, das metamorfoses e o significado de ser judeu na sociedade do povo amazonense. Nesta narrativa, o leitor é surpreendido por um final inusitado, já que o ambiente fantástico e de medo contrasta com a razão e os desejos pelo desconhecido. É importante ressaltar, que, além da análise de “O Baile do Judeu”, haverá também um paralelo desse conto com um excerto da obra “Fausto”, do capítulo “Quarto de trabalho”. Nossas reflexões estarão ancoradas nos estudos de Jean Delumeau (“História do medo no ocidente”), Anita Novinsky (“A inquisição”), Todorov (“Introdução à literatura fantástica”) e Moacyr Scliar (“A condição judaica”). PALAVRAS-CHAVE: “O BAILE DO JUDEU”, UNIVERSO FANTÁSTICO, MEDO, METAMORFOSE, JUDEU AS ORIGENS DO CARNAVAL: DAS BACANTES A ATUALIDADE Isabela De Barros Lopes (UFU) Este trabalho tem como objetivo promover um diálogo entre Mitologia Grega com o mito “As Bacantes” de Eurípedes e o poema “Bacanal” de Manuel Bandeira. Além disso, vamos mostrar que as festas e comemorações Carnavalescas têm suas raízes na Mitologia. Para isto é necessário fazer um breve levantamento da história do Carnaval. Uma das ferramentas que o professor de Literatura tem a seu favor, para oferecer este estímulo ao aluno é trabalhar com textos que provoquem no aluno certa familiaridade. O mito seria essa ferramenta. Narrativas diversificadas que trazem consigo vozes das culturas, das religiões, do imaginário, das relações de poder, do gênero etc. Os mitos estão alastrados por todos os lugares do planeta terra, existem em todas as culturas humanas, no inicio usada pelos povos gregos antigos para explicar as origens de todas as coisas.“Os mitos, efetivamente, narram não apenas a origem do mundo, dos animais, das plantas e do homem, mas também de todos os acontecimentos primordiais em consequência dos quais o homem se converteu no que é hoje um ser mortal, sexuado e organizado em sociedade.”( MIRCEA,1992, p20 ). Através de uma exposição oral, e com a utilização do data show , iremos estabelecer o diálogo intertextual entre a peça As Bacantes de Eurípides e a poesia de Manuel Bandeira e ainda fazer menções a realidade do Carnaval de hoje, que teve suas inspirações na Mitologia.Ao final desta exposição espera-se que os ouvintes consigam perceber de fato que o Carnaval tem sua inspiração na Mitologia, e ainda espera-se que estes reconheçam a importância do trabalho com os mitos em sala de aula, e que embora foram escritos a séculos atrás, ainda falam muito da realidade em que vivemos. PALAVRAS-CHAVE: BACANTES, CARNAVAL, BACANAL. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCOLARIZAÇÃO DA LITERATURA INFANTIL Meire Cristina Costa Ruggeri (UFG/ RC) Orientadora: Maria Aparecida Lopes Rossi (UFG/ RC) Objetivamos, nesse trabalho, discutir a escolarização da literatura infantil durante o processo de alfabetização. Ao tratarmos desse processo de ‘pedagogização’ da literatura na alfabetização pela escola, partimos da perspectiva de que a escola, muitas vezes, usa os textos literários como suporte para aquisição da leitura e da escrita, sem se preocupar em buscar uma forma adequada para essa escolarização, vista por nós como inevitável. Por isso, é preciso refletir sobre a possibilidade de se escolarizar a literatura sem descaracterizá-la, isto é, trabalhá-la no sentido de letrar e não apenas usá-la para a aquisição dos aspectos técnicos do domínio da leitura e da escrita. Assim, partimos de uma visão de literatura que, segundo Antônio Cândido, precisa ser vista como “força humanizadora, não como sistema de obras. Como algo que exprime o homem e depois atua na própria formação do homem”. Para a realização desse estudo, contemplamos as concepções teóricas de Soares, Cosson, Zilberman, Cândido, entre outros. A reflexão proporcionada por esse trabalho foi realizada por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Esperamos alcançar como resultados, a ampliação das discussões, por parte de professores, sobre leitura, escola e literatura e a contribuição da teoria no estreitamento das relações entre pedagogia e literatura infantil. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, LEITURA, ALFABETIZAÇÃO POESIA DO ROMANTISMO FRANCÊS Jessica Domingues Angeli (UNESP) Orientadora: Guacira Marcondes Machado (UNESP) Em diversos países, sobretudo na França, o Classicismo foi dominante e tornou-se, até mesmo, normativo. Essa força impediu que, durante muitos anos, outras tendências literárias penetrassem no país, de modo que, apenas em 1820, surge o primeiro movimento capaz de romper com essa dominação: o Romantismo. A França ficou por tanto tempo restrita ao Classicismo que, quando liberta, deixou extravasar de seus autores as mais diversas manifestações, motivadas por inspirações, métricas e formas até então reprimidas. O principal poeta romântico francês foi Victor Hugo, seja pela sua eloquência, seja por seu engajamento social. Além dele, Alphonse de Lamartine, Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Marceline Desbordes-Valmore são alguns dos nomes mais importantes do movimento. A análise superficial das poesias destes autores, realizada neste trabalho, visa a deixar mais evidentes as diferenças que existem entre os mais diversos poetas dessa mesma escola literária. O objetivo deste estudo é, além de fornecer um contato inicial com a poesia dos poetas selecionados, tornar possível a compreensão da diversidade que o Romantismo francês produziu e, assim, entender a grande importância que o movimento teve no país e nos diversos lugares por onde espalhou suas influências. Além da leitura das poesias e dos prefácios dos livros em que elas estão, foram utilizadas nesse estudo obras de análise poética e de teoria poética. Após a conclusão do estudo, foi possível observar as diferenças – às vezes sutis, às vezes um abismo – existentes entre os poetas românticos franceses: Victor Hugo, por exemplo, prefere o poema engajado, e Théophile é discípulo da “l’art pour l’art). Há, entretanto, uma forte semelhança entre todos eles: a ruptura com o Classicismo. Essas diferenças evidenciam a riqueza do movimento, a pluralidade de influências que atingiram poetas tão diversos como Augusto dos Anjos (Charles Baudelaire) e Olavo Bilac (Théophile Gautier) e a antecipação de escolas literárias, como simbolismo, cujas características já estavam bastante marcadas na poesia de Charles Baudelaire. Em diversos países, sobretudo na França, o Classicismo foi dominante e tornou-se, até mesmo, normativo. Essa força impediu que, durante muitos anos, outras tendências literárias penetrassem no país, de modo que, apenas em 1820, surge o primeiro movimento capaz de romper com essa dominação: o Romantismo. A França ficou por tanto tempo restrita ao Classicismo que, quando liberta, deixou extravasar de seus autores as mais diversas manifestações, motivadas por inspirações, métricas e formas até então reprimidas. O principal poeta romântico francês foi Victor Hugo, seja pela sua eloquência, seja por seu engajamento social. Além dele, Alphonse de Lamartine, Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Marceline Desbordes-Valmore são alguns dos nomes mais importantes do movimento. A análise superficial das poesias destes autores, realizada neste trabalho, visa a deixar mais evidentes as diferenças que existem entre os mais diversos poetas dessa mesma escola literária. O objetivo deste estudo é, além de fornecer um contato inicial com a poesia dos poetas selecionados, tornar possível a compreensão da diversidade que o Romantismo francês produziu e, assim, entender a grande importância que o movimento teve no país e nos diversos lugares por onde espalhou suas influências. Além da leitura das poesias e dos prefácios dos livros em que elas estão, foram utilizadas nesse estudo obras de análise poética e de teoria poética. Após a conclusão do estudo, foi possível observar as diferenças – às vezes sutis, às vezes um abismo – existentes entre os poetas românticos franceses: Victor Hugo, por exemplo, prefere o poema engajado, e Théophile é discípulo da “l’art pour l’art). Há, entretanto, uma forte semelhança entre todos eles: a ruptura com o Classicismo. Essas diferenças evidenciam a riqueza do movimento, a pluralidade de influências que atingiram poetas tão diversos como Augusto dos Anjos (Charles Baudelaire) e Olavo Bilac (Théophile Gautier) e a antecipação de escolas literárias, como simbolismo, cujas características já estavam bastante marcadas na poesia de Charles Baudelaire. PALAVRAS CHAVE: POESIA, ROMANTISMO, FRANCÊS Sala: 5O-A 307 (RE) CRIAÇÃO DO ESPAÇO FICCIONAL NA MINISSÉRIE CAPITU, DE LUIZ FERNANDO CARVALHO Natália Lopes Manfré (UFU) Orientador: Leonardo Francisco Soares (UFU) O diálogo entre literatura e outras artes, como o cinema, o teatro, a música, a televisão, etc., permite inúmeras possibilidades de estudo e de interpretação, entre elas a transposição de obras literárias para a televisão, foco desta pesquisa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar e apresentar, especificamente, como foi realizada a transposição da categoria “espaço” da obra Dom Casmurro, escrita em 1899 por Machado de Assis, para a minissérie Capitu, de Luiz Fernando Carvalho, produzida em 2008 pela rede Globo. Dessa forma, tomarei como operadores de leituras diferentes teorias do espaço literário, em especial as BRANDÃO, BACHELARD, BAKHTIN, GAMA-KHALIL. Assim, para constituição dessa análise, foi de fundamental importância o estudo acerca de teorias narrativas, mais precisamente aquelas sobre o espaço literário. Além disso, compreender a linguagem audiovisual foi imprescindível, pois os recursos utilizados em uma produção audiovisual (diferentes planos, posições da câmera e movimentos, cenário, figurino, música, etc) são distintos dos meios utilizados na construção da obra literária (linguagem verbal). É evidente o exercício criativo de Luiz Fernando Carvalho em sua recriação em imagem do universo proposto por Machado de Assis em seu Dom Casmurro. Destaca-se, por exemplo, a trilha sonora, a escolha dos ambientes, os tipos de figurino, a maquiagem, a cenografia, dentre outros recursos responsáveis para a constituição de significado nessa nova obra. Baseada e inspirada em Machado de Assis, Capitu configura-se como recriação poética visual, com suas estratégias e estruturas significativas próprias que conseguem cumprir o seu papel de bom espetáculo televisivo, além de contribuir para novas leituras do texto machadiano. PALAVRAS CHAVE: espaço, transposição, Capitu, Luiz Fernando Carvalho PELA CRIANÇA QUE AINDA EXISTE NA GENTE: A LITERATURA INFANTIL E JUVENIL SEGUNDO BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS Carla Damas Silva (UFU) Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU) Neste trabalho, pretendemos problematizar os conceitos de literatura e de literatura infantil e juvenil por meio da análise de “depoimentos” de Bartolomeu Campos de Queirós. Para tanto, investigaremos, por meio de textos teóricos sobre o assunto, as discussões já realizadas sobre esses conceitos, em diálogo com o que Bartolomeu Campos de Queirós postula em seus textos reflexivos. Essa investigação mostra-se relevante porque o autor em questão é considerado um escritor de livros infantis, assim é interessante observar como esses depoimentos fornecidos por ele apontam para um posicionamento sobre a ideia de literatura que norteia e se reflete em suas obras, fazendo dele, ao lado de outros autores, um expoente no campo da literatura infantil contemporânea, à medida em que mostra que nem sempre a infância é “colorida”, feliz e perfeita, e a criança, um ser “menos inteligente”, como nos procuram fazer crer diversas produções supostamente feitas “para crianças”." PALAVRAS-CHAVE: Bartolomeu Campos de Queirós, Literatura infantil e juvenil, Criança, Paraliteratura. SERES EXCEPCIONAIS REPRESENTADOS POR UMA SOCIEDADE INCOMPREENSÍVEL Helen Cristine Alves Rocha (UFU) Orientadora: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU) O propósito de nossa reflexão é analisar como Agilulfo e Griffin, seres de exceção, são vistos e representados pela sociedade em que vivem fazendo uma comparação dessa visão, tendo em vista que eles fogem à explicação racional humana por se configurarem como seres insólitos. O primeiro está presente no livro O Cavaleiro Inexistente (2005), de Italo Calvino, e o segundo em O Homem Invisível (1985), de Herbert George Wells. Para tal fim, consideramos que os dois livros remetem a personagens que são afetados por algum tipo de anomalia e vistos com temor e desconfiança por parte dos outros personagens. Agilulfo é um cavaleiro de armadura branca, mas tem seu elmo vazio; Griffin é um físico muito inteligente que descobriu os segredos da invisibilidade e se tornou invisível. Assim, observamos apenas uma temática que dialoga entre Agilulfo e Griffin: como os outros personagens dos livros os enxergam, a invisibilidade e seus efeitos. Estando dentro da literatura comparada, pensamos em mostrar a forma como verificamos o texto literário em seus vários diálogos, pois a obra não está isolada em si mesma, mas faz fronteira e dialoga com outras artes e com o mundo. Em ambos os livros, seus narradores mostram as excentricidades e vivências dos protagonistas, e levam a uma reflexão sobre suas representações sociais: Griffin era visto com temor e desconfiança, como um ser sobrenatural, estranho, grotesco, que só poderia causar o mal para as pessoas; Agilulfo era visto com antipatia, como sábio e inteligente, um excelente comandante. Ambos tiveram um fim trágico: o primeiro foi espancado e deixou de ser invisível reaparecendo quando morto; o segundo tirou sua armadura e não foi mais visto. Para cumprir com os objetivos propostos, tomamos como fundamentação teórica obras que tratam da especificidade da literatura fantástica e comparada, elegendo como obras básicas para sua compreensão os estudos de Remo Ceserani (2006); David Roas (2001); Italo Calvino (2006); Filipe Furtado (1980); Hugo Achugar (1994) e Henry Remak (1994). Para os estudos psicanalíticos e o sentimento “inquietante”, elencamos Freud (2010). Sobre o insólito e sua relação com o medo tivemos o auxílio das obras de Lenira Marques Covvizi (1978); Zygmunt Bauman (2008); Adauto Novaes (Org., 2007). O presente trabalho relaciona-se ao projeto que atualmente desenvolvemos no mestrado em Teoria Literária na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA COMPARADA; REPRESENTAÇÃO; INSÓLITO; MEDO Sala: 5O-A 309 A FIGURA PARÓDICA DE REI SALOMÃO NO ROMANCE “A MULHER QUE ESCREVEU A BÍBLIA”, DE MOACYR SCLIAR Nilza-Mar Alves da Silva Oliveira (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) Rei Salomão é considerado um importante personagem mítico do mundo hebreu. Ele é citado na Bíblia principalmente no Livro dos Reis. Conhecido por sua grande riqueza, pela sua sabedoria, pelos belos Cânticos, Salomão é mencionado e respeitado nas três maiores religiões monoteístas. Para os Judeus, ele é o afortunado que construiu o primeiro templo de Jerusalém, para os cristãos é o sábio que fez justiça para uma mãe desesperada e seu bebê, já no Islamismo, ele é citado no Alcorão com o nome de Suleiman e tido como um legislador abençoado por Alá. Atualmente o nome Rei Salomão é muito comentado na mídia pela construção da réplica do templo em São Paulo pela igreja Universal do Reino de Deus. No entanto Scliar em sua obra focaliza o Rei Salomão filtrado pelo olhar feminino de sua personagem e pelo viés paródico. O livro A mulher que escreveu a bíblia conta a história de um terapeuta canastrão que se apaixona por sua paciente. Ela vai embora com um antigo amor e deixa um manuscrito onde revela que foi uma das esposas do Rei Salomão e como era sua vida no harém do Rei e como foi convidada por Salomão a escrever um livro, a bíblia. Scliar traz uma figura humanizada do Rei Salomão. Sua personagem que se torna esposa de Salomão é também a narradora em primeira pessoa do livro. Este trabalho pretende analisar este enfoque dado por Scliar ao Rei Salomão comparando com os registros bíblicos, a crença popular e o filme sobre o Rei Salomão. PALAVRAS – CHAVE: SALOMÃO, SCLIAR, PARÓDIA ASPECTOS LITERÁRIOS E CULTURAIS NA FICÇÃO DE SARAMAGO (2008) Cíntia de Vito Zollner (UNESP) Orientador: Márcio Roberto Pereira (UNESP) O presente trabalho pretende analisar os significados culturais na ficção de José Saramago a partir da análise dos significados do presente do rei de Portugal D. João III, para o arquiduque austríaco Maximiliano II. É o elefante Salomão que representa um “bem do Estado”, no contexto histórico de Portugal do século XVI (1469-1521). Em 1551, uma grande escolta para a viagem é organizada e segue o percurso de Lisboa, pela Espanha, desembarcando em Gênova, passando pelos Alpes do Tirol até a gloriosa entrada em Viena, na Áustria. Tal fato, de representatividade social da corte portuguesa, refletiu-se em práticas culturais diversas. O trabalho pretende apresentar e analisar, entre personagens de simbologia social, o conarca indiano Subhro, encarregado de acompanhar o elefante e reconstituído na obra de Saramago “A viagem do elefante” (2008). O tratador entra em contato com várias autoridades, como um personagem periférico, mas ao mesmo tempo resgatado como um ser crítico, em busca de identidade sociopolítica, cultural e religiosa. PALAVRAS-CHAVE: CULTURA, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, SARAMAGO UMA RELEITURA DO MITO DE DIONISO NO POEMA DIONISOS DENDRITES DE DORA FERREIRA DA SILVA Maria Isabel Masini (UFU) Orientadora: Enivalda Nunes Freitas e Souza (UFU) O presente trabalho apresenta uma análise do poema Dionisos Dendrites, de Dora Ferreira da Silva, do livro Hídrias, quando a poeta resgata o mito do deus da fertilidade e da alegria, reatualizando-o. Neste trabalho, procuro entender quais os elementos que conservam o mito original e quais os que o reinauguram, e apresentar também qual a relação desse mito com a arte e o homem contemporâneos. O aporte teórico vem de autores como Nietzsche e Junito de Souza Brandão. A relação do mito de Dioniso com o poema Dionisos dendrites, de Dora Ferreira da Silva, também abrangeu uma pesquisa mais extensa, contemplando toda a obra da poeta paulista, na tentativa de compreender sua eleição dos mitos gregos. No poema analisado, foi encontrada a presença das bacantes, mulheres que seguiam Dioniso, e para citá-las a autora usa de figuras de linguagem, algo surpreendente na análise do poema. Os resultados obtidos quanto à análise do poema Dionisos Dendrites revelam a atualidade do mito e sua importância para o homem contemporâneo. Na análise ainda pode-se perceber a maneira como a atualização do mito é automática quando se lê o poema, pois o mito sempre está presente na atualidade. PALAVRAS-CHAVE: POESIA; DORA FERREIRA DA SILVA; MITO; DIONISO VOZES DO TEATRO: AS AVENTURAS DE PINÓQUIO PELA COMMEDIA DELL'ARTE Paulo Eduardo Pereira Lima (UFU) Orientador: Paulo Fonseca Andrade (UFU) O presente trabalho, realizado durante pesquisa de Iniciação Científica, relaciona as possíveis imbricações entre o gênero teatral italiano do século XVI, a commedia dell’arte, com a construção de passagens do livro “As aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi. Os trabalhos e a pesquisa foram iniciados com textos que teorizassem, em um primeiro momento, o horizonte de leitura da literatura infanto–juvenil, pensando no texto de Nelly Novaes Coelho (2000). Após observamos como a obra de Collodi refuta em vários momentos os formatos propagados pelo mercado moderno de livros para crianças (repelindo até a sua famosa adaptação feita por Walt Disney), a pesquisa seguiu algumas das observações feitas por Alberto Manguel (2009) e, principalmente, por Giorgio Manganelli (2002), que foi crucial para pensarmos o texto de Collodi. Houve uma necessidade também, após a identificação tão forte do texto de Collodi com os moldes e gestos do gênero dramático, de se conceituar e apresentar com base em pesquisas na área, esse gênero tão específico do teatro que é a commedia dell’arte. Utilizamos também artigos e dissertações, em destaque o trabalho de Nanci de Freitas (2008) e o de Marcílio de Souza Vieira (2005). A leitura de “As aventuras de Pinóquio” foi feita inicialmente, num sentido de observar de que forma a obra se articulava com as proposições dos teóricos que discutiram a literatura infanto-juvenil. Logo após esse momento, o trabalho partiu para a articulação dos teóricos que mencionavam a relação da obra de Collodi com o texto teatral. Como a pesquisa envolve vários outros dados e vertentes, incluindo a consideração de algumas traduções e adaptações articuladas entre si, pudemos alcançar poucas considerações no campo da relação entre a obra de Collodi e a commedia dell’arte. As reflexões irão, depois da produção de textos e discussões com orientador, para considerar a forma teatral italiana do século XVI (a commedia), mas também o gênero dramático e suas singularidades, em relação ao gênero épico, ao qual pertence pelo menos em predominância, “As aventuras de Pinóquio”. PALAVRAS-CHAVE: COMMEDIA DELL'ARTE; PINÓQUIO; CARLO COLLODI Sala: 5O-A 310 A "ESPERTOCRACIA" JORNALÍSTICA DE O GLOBO Khal Rens Cândido (UFU) Orientadora: Heloisa Mara Mendes (UFU) O trabalho que se apresenta é parte do projeto de iniciação científica, finalizado, Memória e Língua Portuguesa: analisando O Globo, no qual, baseados nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso francesa (AD), mais especificamente, nas noções de memória discursiva, buscamos descrever e analisar o posicionamento do jornal O Globo em relação à língua portuguesa. Recortamos para análise o texto A espertocracia educacional, de Gaudêncio Torquato, publicado na seção blogs da edição on-line do jornal O Globo. A razão pela qual escolhemos textos de O Globo, deve-se ao fato de esse ser um dos jornais de maior circulação no Brasil e de estar ligado à emissora de televisão com o maior índice de audiência nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE, 2012), o que, em certa medida, pode indicar uma transferência de credibilidade, por parte dos leitores, da emissora de TV ao jornal em questão. O que nos motivou a escolher um texto da Seção Blogs,foi o fato de que o tipo de texto publicado nesta seção oferecer liberdade de expressão ao seu escritor, tendo a aparência de não se vincular à opinião e ao discurso do veículo de comunicação em questão. Apesar de O Globo afirmar que “os conteúdos publicados não expressam a opinião d’O Globo” (O GLOBO, 2011), acreditamos que tudo o que é difundido nesse veículo de comunicação é constitutivo de seu posicionamento e contribui para a construção de sentidos que emergem a partir daí. Nesse sentido, nosso trabalho consiste em verificar, por meio da análise do corpus, se “o posicionamento conservador que parece marcar as Organizações Globo ao longo do tempo” (SKIDMORE, 1988) é transferido a discursos relacionados à língua portuguesa, e como esse discurso se materializa no gênero texto de blog. Com base no que já foi visto até o presente momento, nos textos analisados, podemos afirmar que, por diversas vezes, em O Globo, é atualizada uma memória discursiva que faz aliança com discursos conservadores e puristas relacionados à noção de língua portuguesa. PALAVRAS-CHAVE: DISCURSO, MEMÓRIA, JORNAL, BLOG ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: DA TEORIA À PRÁTICA Eduardo Simão Rodovalho (UFU) A aprendizagem de uma língua estrangeira, junto com a língua materna, é um direito de todo cidadão, conforme expresso na Lei de Diretrizes e Bases (1996). É primordial estabelecer os conhecimentos, as habilidades e as competências a serem adquiridos pelos alunos na Educação Básica. Entretanto a Escola Pública da Rede Estadual ainda não oferece as condições necessárias para o desenvolvimento adequado de habilidades comunicativas na língua estrangeira, configurando-se o cenário atual em número de horas reduzido a duas horas de aula por semana; turmas numerosas; material didático pouco adaptado ao contexto do aluno e à situação de aprendizagem; carência de material de suporte: salas-ambientes, gravadores, vídeos, biblioteca especializada, acesso à Internet. Esta proposta encontra-se fundamentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira - 5ª - 8ª séries (BRASIL, 1998) e os Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio (BRASIL, 1999). Ancora-se em dois aspectos básicos do processo de ensino e aprendizagem: primeiro, a realidade na qual está inserido, ou seja, o contexto de aplicação e seu público-alvo; segundo, os pressupostos teóricopráticos que servem de apoio para o desenvolvimento desse processo. O objetivo primordial é o desenvolvimento das habilidades necessárias para que o aluno possa lidar com as situações práticas do uso da língua estrangeira, tendo em vista sua competência comunicativa, tanto na modalidade oral quanto na escrita, pautando-se pela flexibilidade nas escolhas dos procedimentos didáticos.O aspecto-chave numa abordagem comunicativa é o desenvolvimento de habilidades para o uso da língua em situações reais de comunicação nas modalidades oral e escrita com o intuito de integrar quatro componentes de competência comunicativa: Linguística (conhecimento léxico-sistêmico e fonético-fonológico), Textual (conhecimento sobre textualidade, continuidade temática, gêneros textuais, tipos de texto), Sociolinguística (adequação da linguagem às situações de interação) e Estratégica. PALAVRAS-CHAVE: ENSINO, APRENDIZAGEM, ESTRATÉGIAS, ESCOLA PÚBLICA PROPOSTA DE TRABALHO COM GÊNERO JORNALÍSTICO: CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA Maria Cecília de Lima (UFU) Há muito, o trabalho com textos era pautado em tipologias (narração, descrição, dissertação). Porém, depois de discussões de trabalho de Bakhtin (1987), pesquisadores têm transformado esse panorama, pesquisando gêneros, bem como o ensino de língua portuguesa por meio de gêneros. (Bronckart, 1999; Machado, 1998; Marcuschi, 2003). Essas pesquisas nos mostram que, para muito além das tipologias, para maior proficiência do ensino de língua, devemos trabalhar o gênero, o que impacta no modo de se trabalhar com o ensino da escrita, beneficiando mais o ensino de língua portuguesa no ensino médio. Por isso, temos como objetivo apresentar uma proposta de trabalho com gênero jornalístico fundamentada, teórica e metodologicamente, na Análise de Discurso Crítica, cujo maior expoente é Fairclough (2001). A preocupação desse autor “é a de desenvolver não apenas um aparato teórico-metodológico que possibilite estudar não apenas os textos em si, mas também sua interação com as estruturas sociais” (Meurer, Bonini, Motta-Roth, 2005, p. 82). Esperamos, com essa proposta subsidiada por uma visão pautada na interação social, contribuir para o ensino de gênero jornalístico no contexto escolar do ensino médio. PALAVRAS CHAVE: GÊNERO JORNALÍSTICO, ENSINO, ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICAGÊNERO JORNALÍSTICO, ENSINO, ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÃO INICIAIS DE ALUNOS DE LÍNGUA INGLESA Cristiane Manzan Perine (UFU) A motivação no ensino e aprendizagem de línguas é entendida como o impulso cognitivo que leva alguém a agir, a se engajar numa tarefa em busca de uma determinada meta (DORNYEI, 2005). As expectativas podem influenciar como os indivíduos reagem, respondem e experienciam um novo ambiente de aprendizagem (WHITE, 1999), exercendo papel importante na motivação dos alunos. Diversos estudos enfatizam ainda o papel das expectativas na obtenção de sucesso na aprendizagem de uma língua (DORNYEI, 2001). Este trabalho tem por objetivo investigar as expectativas e motivações iniciais que levam os alunos universitários a se inscrever nos cursos presenciais do programa Inglês sem Fronteiras e como se caracteriza sua motivação em relação à aprendizagem da língua. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que leva em consideração a visão dos participantes da pesquisa sobre os acontecimentos em desenvolvimento (RICARDO-BORTONI, 2009). Os dados correspondem a 10 alunos, inscritos na plataforma virtual “My English Online” no nível 2, e matriculados no primeiro período do curso básico de inglês do “Inglês sem Fronteiras”, curso este cujo objetivo é preparar os alunos para exames internacionais de proficiência. O recorte a ser apresentado corresponde à análise inicial dos dados. PALAVRAS-CHAVE: EXPECTATIVAS; MOTIVAÇÃO; LÍNGUA INGLESA Sala: 5O-A 313 A ANÁLISE DO DISCURSO NA CONTEMPORANEIDADE: UMA PERSPECTIVA TEÓRICA E UM ESBOÇO DE ANÁLISE Gabriel Silva de Oliveira (UCM) O presente trabalho traça um panorama dos principais construtos teóricos da Análise do Discurso, bem como aplica os conceitos dessa ciência numa atividade prática de análise discursiva. Além disso, apresenta também uma cronologia sintética dos três principais momentos pelos quais passaram a Análise do Discurso, desde o seu surgimento na França até os dias atuais. Para que isso fosse possível, noções como as de heterogeneidade discursiva, interdiscurso e formações ideológicas foram amplamente contempladas ao longo do trabalho. A fim de fundamentar a minha pesquisa, contei com algumas formulações de Gregolin (1995), Possenti (2002), Baccega (2007) e Mussalim (2012). Uma vez levantadas e devidamente problematizadas as principais ideias que definem a Análise do Discurso, pude visualizá-las no texto selecionado como corpus de análise: debruçando-me sobre a crônica "Dar a Sombra", do jornalista e escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, constatei que o discurso presente nesse texto é genuinamente heterogêneo; no que diz respeito às condições de produção, identifiquei a resistência dos homens diante das conquistas femininas como constituinte das formações discursivas analisadas. PALAVRAS–CHAVE: ANÁLISE DO DISCURSO, FORMAÇÕES DISCURSIVAS E IDEOLÓGICAS, CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO, INTERDISCURSIVIDADE, FABRÍCIO CARPINEJAR A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DO ESTEREÓTIPO LULA NA MATERIALIDADE VERBO-VOCO-VISUAL Clécio Luis G. Oliveira (UFU) O estudo que ora apresentamos tem como tema a construção midiática do estereótipo Lula na materialidade verbo-voco-visual e decorre do interesse pela investigação das construções estereotípicas. A partir da análise verbo-voco-visual e, para tanto, apresentaremos concepções a respeito das construções identitárias (HALL, 2003, p.21), do dialogismo e da polifonia (BAKHTIN, 2002, p.4), a fim de refletir sobre a pertinência dessa perspectiva, sua dinamicidade e dos processos de autoria como agrupamento do discurso (FOUCAULT, 2008, p.26) dando origem a materialidades discursivas visuais, vocais e verbais, que possuem lugar discursivo específico, dado o(s) efeito(s) possíveis na/da construção de sentido(s). A análise do conteúdo verbo, visual e vocal tem como suporte a internet, este meio permite aos sujeitos, por meio da interatividade, a relação com diversos discursos, que revelam dada historicidade, transformações culturais, sociais e, por conseguinte, a construção de figuras que constituem e/ou provocam o humor a partir de determinadas anterioridades discursivas. O discurso, na interioridade da formação de estereótipos, leva em consideração elementos linguísticos correntes na sociedade, tais como: palavras, expressões, gestos, formulações, construções ideológicas, chavões, sons e imagens que, por sua vez, não necessitam de um signatário; antes, são uma construção coletiva, oriunda de vozes sociais que reproduzem o discurso de um determinado signatário, um determinado sujeito discursivo. Dessa forma, as representações coletivas do discurso de tal sujeito são reconstruídas a partir de um modelo cultural preexistente, ou seja, a partir do conjunto de concepções partilhadas em/por um determinado grupo social.A respeito da reflexão que propomos, devemos esclarecer que o personagem analisado, Lula, não é equivalente ao sujeito biológico Lula, porém consideramos esse como um complexo discursivo que tem lugar na sociedade e na história enquanto simbólico e imagético. Dessa forma, o personagem que propomos analisar não se restringe a uma dada construção social e discursiva, ele também é resultado da subjetividade do imaginário constituído na sociedade, materializada e rematerializada em determinados suportes. PALAVRAS-CHAVE: IDENTIDADE, POLIFONIA, AUTORIA, ENUNCIADOS VERBOVOCO-VISUAIS, MÍDIA, ESTEREÓTIPOS ANÁLISE DISCURSIVA DA CRÔNICA “DAR A SOMBRA”, DE FABRÍCIO CARPINEJAR Gabriel Silva de Oliveira (UFU) Geysa da Silva Rocha (UFU) Ao efetuarmos um esboço diacrônico da Análise do Discurso (AD), certamente veremos que sua história remonta aos estudos da Retórica grega, passando pela Análise do Discurso Francesa e, mais recentemente, pelo que se convencionou chamar de terceira fase da AD, que admite como fundamental a noção de interdiscurso, isto é, as relações entre os diferentes discursos na materialização uns dos outros. O estudo que ora nos propomos a apresentar teve como objetivo principal promover uma análise desses diferentes discursos que se intercruzam ao longo da crônica "Dar a Sombra", texto de estreia do escritor gaúcho Fabrício Carpinejar como colunista na revista "Pais & Filhos". Além disso, ao promovermos essa análise, pretendíamos também elucidar a formação ideológica predominante no decorrer da narrativa, bem como as condições de produção que perpassam os discursos presentes no texto. A fim de cumprirmos com esses objetivos, adotamos a conceituação proposta por Gregolin (1995, p. 17), para quem o discurso é, fundamentalmente, “o lugar onde se manifesta o sujeito da enunciação e onde se podem recuperar as relações entre o texto e o contexto sócio-histórico que o produziu.” Além disso, ainda usando as palavras de Gregolin (1995, p. 17), admitimos ideologia como o “conjunto de representações dominantes em uma determinada classe dentro da sociedade.” Debruçando-nos sobre o texto de Carpinejar, a primeira assertiva à qual pudemos chegar é a de que o discurso presente nessa crônica é genuinamente heterogêneo. Porém, mesmo apresentando a heterogeneidade como um traço constitutivo, fomos capazes de identificar como predominante o discurso masculino, construído por meio do paradoxo homem versus mulher. Foi por meio da voz desse sujeito discursivo predominante que mantivemos contato com as formações discursivas constituintes dos discursos secundários: o discurso médico, o discurso psicanalítico e o discurso histórico, por exemplo. A ocorrência de todos esses discursos secundários, como vimos, corrobora a ideia da interdiscursividade. Seguindo a mesma linha do discurso predominante, concluímos que a formação ideológica também é majoritariamente masculina. No que diz respeito às condições de produção, identificamos a resistência dos homens diante das conquistas femininas como constituinte das formações discursivas. PALAVRAS-CHAVE: PORTAL DO PROFESSOR, FERRAMENTA, ENSINO, FOCO TEMÁTICO Sala: 5O-B 218 METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA: DIÁLOGO ENTRE HISTÓRIA E FICÇÃO EM VÍCIOS E VIRTUDES, DE HELDER MACEDO Patricia Fátima Soares Fernandes (UFU) Orientadora: Fernanda Aquino Sylvestre (UFU) Sabe-se que a relação entre história e ficção se tornou um objeto de estudo recorrente e de ampla discussão tanto para historiadores quanto para estudiosos da teoria literária. Desse modo, o presente trabalho busca problematizar e evidenciar as fronteiras que separam a história da ficção diante dos estudos literários, além de ilustrar uma breve análise do romance Vícios e Virtudes (2002), do autor português Helder Macedo, obra que pode ser considerada como fruto do romance histórico na pós-modernidade, pois o que chama atenção nesse enredo é a recorrência do resgate do passado e a revisitação da história pátria, aspecto que permite o estudo, análise e questionamento entre o que é de fato história e o que é ficção. Tal análise tem como objetivo apresentar como pode ser tênue a linha que distingue a história da ficção, quando estes dois recursos são utilizados na construção de uma obra literária. Como base teórica, utilizou-se ao longo deste trabalho o posicionamento dos teóricos e estudiosos a seguir: Silvana Maria Pessôa de Oliveira (2010) referente ao estudo sobre história e ficção; György Lukács (2011), teorizando o romance histórico; Linda Hutcheon (1991), sobre a metaficção historiográfica e, por fim, os estudos de Maria Tereza de Freitas (1989), sobre a confluência sobre história e literatura. PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIA; FICÇÃO; VÍCIOS E VIRTUDES MULTILETRAMENTO NO ÂMBITO DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA Robson Miguel Pires (UFU) Orientadora: Diva Souza Silva (UFU) Este trabalho faz parte de uma pesquisa em desenvolvimento na linha de pesquisa: Mídias, Educação e Comunicação, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade – Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Tecnologias, Comunicação e Educação – Mestrado Profissional Interdisciplinar, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nessa pesquisa, analisamos o multiletramento no âmbito dos livros didáticos de língua portuguesa. Sendo assim, nosso objetivo principal na Semana de Letras – SELET 2014 –, da UFU, é apresentarmos alguns achados dessa pesquisa, conceitos de letramento e dialogarmos com o grupo de discussão a fim de socializarmos conhecimento e ouvirmos comentários, que serão relevantes para o desenvolvimento deste estudo. Além disso, discutimos a necessidade urgente de dominarmos o letramento digital presente nas novas tecnologias da informação: computadores, softwares, Internet, correio eletrônico, uma vez que ser letrado digital não é apenas saber digitar um texto, abrir uma página de Internet ou enviar um e-mail, mas “dominar a tecnologia para que, além de buscarmos a informação, sejamos capazes de extrair o conhecimento.” (PEREIRA, 2011, p.17). A base teórica trata-se de autores da área de Educação, Filosofia da Linguagem e Linguística e Novas Tecnologias, os quais discutem letramento(s), gêneros digitais, isto é, multiletramentos. Destacam-se: Freire (1989), Kleiman (1995), Soares (2002), Xavier (2002), Rojo (2009), Marcuschi (2010), Coscarelli (2011), Ribeiro (2011), Pereira (2011), Buzato (2013) entre outros. A metodologia se insere no paradigma qualitativo e tem um caráter bibliográfico, cuja teoria de estudiosos da área, por exemplo, Gil (2010) e Silva (2010) dão credibilidade aos conceitos e métodos apresentados. Ademais, ela é documental porque analisa sete livros didáticos de língua portuguesa do 6º ano do Ensino Fundamental Anos Finais, aprovados pelo Guia de Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD2014), do Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB). Portanto, essa apresentação será enriquecedora para esta pesquisa, pois pesquisadores do curso de Letras da UFU e de outras instituições de ensino poderão assistir a partir de seu local e colaborar com esta investigação, cujas lentes ainda estão embaçadas, mas abertas para o clareamento de ideias, sugestões de autores e de desdobramentos de novas pesquisas a partir deste tema. PALAVRAS-CHAVE: MULTILETRAMENTO, LETRAMENTO DIGITAL, GÊNERO DIGITAL, LIVRO DIDÁTICO, LÍNGUA PORTUGUESA PERSPECTIVAS INICIAIS SOBRE O POMMERSCHE KORPORA – KORPORA DO POMERANO EM MINAS GERAIS E RIO GRANDE DO SUL Neubiana Silva Veloso Beilke (UFU) Orientadores: Guilherme Fromm (UFU) e Adriana Cristina Cristianini (UFU) Propomos comunicar as perspectivas iniciais do estudo do pomerano em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. O objetivo principal é a compilação de corpora dessa variedade germânica, através de fontes escritas e da oralidade. E, a partir desse banco de dados linguísticos, fazer um exame do pomerano, sobretudo em seu aspecto semântico-lexical. Nossa pesquisa se fundamenta na Sociogeolinguística (CRISTIANINI, 2007), pois considera os aspectos sociais, históricos, geográficos e culturais como elementos relevantes nos fenômenos linguísticos. Portanto, adotamos como suportes teóricos os trabalhos desenvolvidos por Grosjean, Gumperz e Blom (apud TAKANO, 2013), pois reconhecem a importância das peculiaridades locais e dos contributos espaço-temporais na linguística, visto que uma das hipóteses que levantamos é a existência dos fenômenos provenientes do contato de línguas. O Pommersche Korpora é uma coletânea de textos de diversos tipos e autorias, provenientes de diferentes lugares, compilados e organizados pela autora desta proposta de comunicação. Os textos são provenientes de diferentes áreas e por isso temos Korpora no plural. Adotamos a escrita com K, referenciados no Instituto para a Língua Alemã. Inicialmente, estamos coletando Korpora através de fontes escritas como, por exemplo, jornais, cartas, diários, músicas, registros eclesiásticos, inscrições em túmulos, etc. Pretendemos também coletar Korpus oral, após aprovação do comitê de ética. Nosso estudo utilizará a contribuição de tabelas comparativas, cartogramas, aplicação de questionários, entre outras ferramentas na identificação e análise das lexias presentes e frequentes na língua. À essa estratégia de trabalho, unimos a metodologia e abordagem da Linguística de Corpus (LC) e suas ferramentas, que nos permitem visualizar e manusear uma grande quantidade de textos e informações linguísticas. Definimos a LC, conforme Fromm (2003), Bidermann, Berber Sardinha, Filmore (apud MARTINS, 2004) e Stella O. Tagnin (2004). O projeto, objeto da comunicação proposta, está em fase inicial da pesquisa de mestrado em Linguística Aplicada e tem seu foco em Minas Gerais, porém estabelece uma relação comparativa com o pomerano no Rio Grande do Sul. Apresentaremos os andamentos, as análises prévias, os lugares onde o pomerano é falado e traremos maiores informações sobre o que é o nosso Pommersche Korpora. PALAVRAS-CHAVE: Pomerano, Linguística de Corpus, Sociogeolinguística, Pommersche Korpora Sala: 5O-B 219 A CRÔNICA THE FOUR SISTERS, DE CHARLES DICKENS, E SUA TRADUÇÃO: REPRESENTAÇÃO DO COTIDIANO ATRAVÉS DO HUMOR Ana Lívia Verona Bernardes Gomes (UFU) Orientadora: Paula Godoi Arbex (UFU) Apesar da efemeridade do gênero cronístico, este pode conter temas de caráter universal. É o que se verifica no presente trabalho, com a análise da crônica The fours sisters, de Charles Dickens, e de sua tradução, As quatro irmãs, de Marcelo Rollemberg (2003), a partir de pressupostos teóricos da linguística, da literatura e do jornalismo. Foram considerados, ainda, nesse estudo, fatores históricos, sociais e culturais pertinentes ao gênero cronístico, ressaltando a importância de um diálogo interdisciplinar no caso da tradução de crônicas. Outros aspectos abordados foram a importância de fatos biográficos na obra de Dickens e a forma como estes influenciaram o estilo do escritor. Nesse contexto, o estudo da tradução da crônica As quatro irmãs é realizado com base na comparação com o original The Four Sisters, buscando identificar os elementos linguísticos, históricos e culturais que fizeram do texto de Dickens um relato do cotidiano e do social, especialmente no que se refere à descrição irônica das mulheres, do casamento, dos valores hipócritas e puritanos da sociedade vitoriana, e verificar como tais elementos foram traduzidos. A análise da crônica e de sua tradução foi realizada a partir de exemplos em que se verificaram aspectos linguísticos e estratégias de tradução, conforme os estudos de Baker (1992) e Venuti (2002). Esses exemplos demonstraram a importância do uso linguístico na construção do humor irônico no texto (adjetivos, aspas, frases interrogativas, expressões idiomáticas, provérbios, phrasal verbs, entre outros), o qual está também aliado à história, à cultura e à sociedade a que se refere. Buscou-se, ainda, exemplificar a forma como o tradutor recuperou essas marcas, em maior ou menor grau, consciente ou inconscientemente. Devido à existência de escassas pesquisas sobre a tradução de crônicas, e em especial sobre as crônicas de Charles Dickens, considera-se que o presente estudo representa apenas o primeiro passo diante da obra cronística do autor, deixando aberto o caminho para que outras investigações sejam feitas. PALAVRAS-CHAVE: TRADUÇÃO LITERÁRIA. ESTRATÉGIAS DE TRADUÇÃO. CRÔNICA. CHARLES DICKENS O PERFECTO SIMPLE E COMPUESTO: UMA ANÁLISE DIACRÔNICA DE SEUS USOS EM FILMES ARGENTINOS Laura de Oliveira Coradi (UFU) Orientador: Leandro Silveira de Araújo (UFU) A ausência de pesquisas centradas no estudo diacrônico do espanhol portenho e a carência de relatos sobre a história do uso do pretérito perfecto simple (PPS) e pretérito perfecto compuesto (PPC) na Argentina salientam a importância deste estudo. Assim, apartir da comparação de filmes de dois momentos históricos distintos, separados por um intervalo de aproximadamente sessenta anos – (a) meados do século XX (Rosaura a las diez, 1958) e (b) 2013 (Corazón de León, 2013) – observaremos se há alguma alteração no uso das formas verbais e quais fatores poderiam estar por detrás dessa variação no uso. Isso se deve a que à forma simples geralmente se associa ao valor de finalização, de ação passada terminado “Mi perrillo se murió ayer”, (ARAÚJO, 2012). Enquanto que à composta se atribui o valor de antepresente que, de acordo com a RAE (2009), descreve o uso da forma verbal em ações marcadas no âmbito temporal em que ocorre a ação “este año se han tirado trescientos millones de litros de agroquímicos en esta sola campaña” (ARAÚJO, 2012). Contudo, enunciados como “El concejal […] quien nos ha brindado [ahora] eh… su perspectiva de acuerdo con lo que ha sido una sesión muy particular el último jueves”. (ARAÚJO, 2012), mostram que em alguns usos os valores canonicamente associados às respectivas formas se cruzam. Frente a dados como esse, poderemos observar se as formas do pretérito perfecto apontam algum tipo de processo de mudança e se de fato afirmações propagadas sobre o uso das duas formas verbais na região portenha se confirmam. Assim, a seguinte pergunta auxiliará o desenvolvimento da pesquisa: Qual é a diferença no uso do pretérito perfecto compuesto e simple nos dois cronoletos analisados? Espera-se com esta pesquisa, compreender a existência ou não de diferenças no manuseio dos dois pretéritos nos dois cronoletos de tempo. PALAVRAS CHAVE: CINEMA; PRETÉRITO PERFECTO; LÍNGUA ESPANHOLA; VARIAÇÃO E MUDANÇAS LINGUÍSTICAS SIMBOLOGIAS JUDAICAS NA OBRA “AS DUAS GUERRAS DE VLADO HERZOG: DA PERSEGUIÇÃO NAZISTA NA EUROPA À MORTE SOB TORTURA NO BRASIL” Luciana Aparecida Barbosa Macedo (UFU) Orientadora: Kênia Maria de Almeida Pereira (UFU) Sabemos que ainda há poucos estudos na área das Letras que tratam do Holocausto ou Shoá, bem como outras referências judaicas na literatura brasileira. Deste modo, nos propusemos a ler e analisar a biografia: “As Duas guerras de Vlado Herzog: da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil”, do jornalista Audálio Dantas. Esta obra enfoca a vida trágica de Herzog, tanto a sua Infância na Iugoslávia nazista como a sua vida adulta no Brasil ditatorial. Paralelo a este trajeto, o livro traz também reflexões sobre o nazifascismo na Europa como também sobre o avanço da ditadura e o crescimento da repressão por parte dos militares que haviam participado do golpe de 64. É interessante notar que o autor traça um paralelo entre os terrores da ditadura de Hitler e as barbaridades políticas da ditadura militar brasileira. Ambos usaram da tortura, da violência e da morte para aprisionar e destruir suas vítimas. Mas, nesta pesquisa, interessa-nos, sobretudo, verificar como o autor Audálio Dantas desenvolve as referências e simbologias judaicas ao tratar do perfil biográfico do jornalista Vlado Herzog. Desta forma, esta pesquisa se justifica no sentido de que podemos acrescentar bibliografias a um tema ainda pouco explorado na área de Letras. Assim, este trabalho trilhará o caminho da multidisciplinaridade, uma vez que envolverá conhecimentos de Literatura Brasileira, Teoria Literária História, Sociologia, Estudos Culturais, Simbologias, dentre outros. PALAVRAS-CHAVE: HOLOCAUSTO AUDÁLIO DANTAS, DITADURA, VLADO HERZOG, A LÍNGUA NA CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE ADOLESCENTES IMIGRANTES Lúcia Ferraz da Silva (UFU) Orientadora: Carla Nunes Vieira Tavares (UFU) Neste trabalho abordaremos questões de como o encontro-confronto com uma nova língua, em contexto imigratório, reverbera na constituição identitária do sujeito. Ao compreendermos que pode não haver uma relação de identificação entre sujeito e língua, acreditamos que essa experiência de encontro-confronto com uma Língua Estrangeira (LE) irá reverberar na constituição identitária, mesmo sendo pelo lado da negatividade. Dentro desse grande tema, partimos da hipótese de que a despeito da clássica distinção que o senso comum faz entre Língua Materna e LE, durante o processo de migração, para os adolescentes desta pesquisa, a língua do país de acolhida designada estranha/estrangeira se imbrica com a língua denominada materna e a cultura que ambas carregam. Se isso acontece, é graças aos desdobramentos de processos de identificação instaurados com e por meio das Línguas Materna e Estrangeira. Sendo assim, discutiremos, a partir da análise de dizeres de adolescentes brasileiros que migraram do Brasil para a Itália, a articulação da relação sujeito-língua, a fim de verificar se eles estabeleceram ou não processos de identificação com a língua italiana e a cultura do país de acolhida, e quais os efeitos desses processos para a constituição identitária desses adolescentes. Para atingirmos os objetivos propostos, abordaremos os conceitos da Análise do Discurso de linha francesa de abordagem pecheutiana, o que nos permitirá promover um diálogo com alguns conceitos da psicanálise freudo-lacaniana. Este lugar permite encarar o sujeito discursivo como construção de linguagem sempre da ordem de um devir, constituído pelos esquecimentos de que não é fonte nem origem dos sentidos que produz em seu dizer. Tal conceito pretende abarcar a instância imaginária do sujeito que enuncia, provendo-lhe uma síntese pontual, mas constituída da e na contradição, heterogeneidade e equivocidade, porque está sujeita aos efeitos do inconsciente. Na língua, acreditamos se materializarem os discursos que constituem esse sujeito e podemos observar sua subjetividade ser (des)velada e tomamos o discurso como lugar de produção de sentidos. Entendemos que a importância deste trabalho está na observação e análise dos dizeres dos participantes, enquanto imigrantes, e ao mesmo tempo aprendizes de uma LE, vislumbrando a tomada da palavra nesta nova língua e os efeitos neste processo na constituição identitária. PALAVRAS-CHAVE: LÍNGUA MATERNA, LÍNGUA ESTRANGEIRA, IMIGRANTES, CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA