paulding isentos escolas das aldeias
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paulding isentos escolas das aldeias
Ie ne fay r i e n s a n s G a y (Montaigne, E x J o s é e t Des é livres) L i b r i s M i n d l i n E D U A R D O P R A D O ^ A m e r i 3.» c l a n i l a E D I Ç Ã O SAO P A U L O ESCOLA TYPOGRAPHICA SALESIANA 1902 u s ã o E D U A R D O P R A D O — -Õ — • A l i 1 " 5 * 0 E conhecer que vives de um engano Comprado tanto a custo de teu damno ROLIM DE MOURA, NOV. do Hom. Canto I , est. 58. 3 .a E D I Q à O (A PRIMEIRA EDIÇÃO FOI SUPPRIMIDA E CONFISCADA POR ORDEM DO' GOYERNO BRASILEIRO, E A SEGUNDA, EXGOTTADA) SÃO PAULO ESCOLA TYPOGRAPHICA SALESIANA 1902 PREFACIO D A SEGUNDA EDIÇÃO ~X>{~ Este trabalho, j á editado no Brasil e agora reimpresso no extrangeiro, mereceria v i r de novo á luz, ainda na falta de p r ó p r i o interesse. Este despretencioso escripto f o i confiscado e p r o h i b i d o pelo governo republicano no Brasil. Possuir este l i v r o f o i delicto, lel-o, c o n s p i r a ç ã o , e crime, havel-o escripto ( i ) . Antes da dolorosa p r o v a ç ã o que, sob o nome de Republica, tanto tem amargurado a p á t r i a brasileira, nenhum governo se j u l g o u fraco e culpado ao ponto de n ã o poder tolerar contrad i c ç õ e s ou verdades, nem mesmo as de uma critica impessoal e elevada.; E r a m jovens os nossos b i s a v ó s , quando f o i extincto o Santo Officio. Desde e n t ã o , em nosso paiz, nunca mais o poder ousou i n t e r p ô r - s e entre os nossos raros escriptores e o seu escasso publico. Julgavam todos definitiva esta conquista l i b e r a l ; mas o governo republicano do Brasil, (i) Vide Appendice. 4 Prefacio da segunda edição tristemente predestinado a reagir sempre contra a civilisação, a todos desenganou. Na Republica, o l i v r o n ã o teve mais liberdade do que o j o r n a l , d o que a tribuna, nem mais garantias do que o cidadão. Disse u m romano que os livros t ê m o seu destino. O deste n ã o f o i dos peiores, honrado, como f o i , com as iras dos inimigos da liberdade. A p r ó p r i a Verdade n ã o proclamou felizes os que soffrem p e r s e g u i ç ã o pela J u s t i ç a ? Londres, 7 de novembro de 18Ç4. EDUARDO PRADO A I I X U S à O A M E R I C A N A Pensamos que é tempo contra a insanidade fraternisação, que entre o Brasil e anglo-saxonia, separados, tancia, c o m o pela e O pretende que só pela nos pela con- impor, Republica achamos grande raça, pela dis- religião, lingua, pela historia de nosso povo. facto do Brasil e dos nente reagir absoluta grande tradições U n i d o s se qual a indole, pela pelas se de não da de acharem no Estados- mesmo conti- é u m accidente geographico, seria gerada attribuir uma exag- importância. Onde Historia pueril ao é que que se foi descobrir t o d a s as nações de na um 6 A Illusão continente verno? devem E mostrou Americana onde que ter o é mesmo que a Historia nos essas nações têm, por força, de ser i r m ã s ? E m plena monarchica, a Suissa dade manha, entre entre entre a a Rússia de ser os a Alle- a Áustria, ao N ã o mesmo e dei- inimigas d a r a P o r t u g a l as Suissa, A na porque ambos por serem que instituições os paizes Europa. fraternidade americana mentira. T o m e m o s as n a ç õ e s é uma ibéricas America. H a mais ódios, mais mizades nações fi- Brasil mesmo continente, é o mesmo estão da e identificar o Estados-Unidos, e fraterni- n ã o s ã o vizinhas, porventura, querer da e nações gadaes? Pretender do França Que França estas continente, com a Europa a Dinamarca e a Prússia? pertencem xam, n ã o existem republicanas? ha go- entre da ellas Europa. do que entre inias A Illusào Americana 7 O México deprime, opprime e tem, por vezes, invadido Guatemala, que sustenta sangrentissimas guerras com a R e p u b l i c a de S. S a l v a d o r , i n i m i g a corosa de N i c a r á g u a , de res adversaria H o n d u r a s , que n ã o m o r r e de pela Republica de Costa embrulhada das feroz estas e horrível das A sangue, onde americana? confraternisação se Rica. n a ç õ e s é u m rio de solidariedade amo- historia de to- é u m continuo morticínio. E a ran- fica onde, a Republicas? A Colômbia e Venezuela odeiam- de morte. victima, nunca E Bolívia, numa Equador resignada, colombianas, Peru. O o já ora ora das das pretenções Peru? Já n ã o se uniu guerra não violências o Chile? J á n ã o a Bolívia e o Peru, morticínio de a depois a ella, invadiu não do assaltou injustissima ao E roroso é Chile? duas vezes fez um bolivianos e ruanos na ultima guerra, talvez a horpemais A Illusão 8 sangrenta somente deste s é c u l o ? N ã o t e m elle estes i n i m i g o s : adversário é Este que paiz, Bolivia, um Americana a Republica Argentina. territórios o a Chile numeroso, é uma e catastrophe ninguém dictador Francia, citurno do Comte colloca o humanidade que os ta- Augusto santos da no calendário p o s i t i v i s t a ( i ) , p o r o d i o aos argentinos e aos venerados um rebentar. verdugo Paraguay, entre aquelles que, de momento para outro, p o d e r á O á conservar ignora que u m conflicto entre paizes grande usurpou obriga exercito o seu outros clausurou a povos sua nas de annos. A é a adversaria Lopez Brasil E que atacou-a, na guerra americanos, pátria durante Republica nata e do ella tem deze- Argentina Paraguay. secundou contra o sentimento en- a o Paraguay. Republica ( i ) É antiga, como se v ê , a predilecçílo p o sitivista pelos d é s p o t a s sul-americanos. A /Ilusão Americana 9 A r g e n t i n a pelo U r u g u a y ? N ã o ha um só que homem de Estado n ã o confesse que de seu antigo paiz é argentino a suprema a reconstituição vice-reinado de pela conquista ambição do do Buenos-Aires, Paraguay e do Uruguay. Eis ahi a fraternidade * * americana. * Voltado para o sol que nasce, tendo, seus pela centros Europa da maioria americanos; diversidade gua, — nem da viagem, populosos mais perto que paizes pela facilidade o da dos outros separado delles o r i g e m e da que ram o nações. Prata em interiores e Dizem que tempo que lín- Brasil physico, n e m Brasil moral f o r m a m u m systema aquellas da o dous se os o com geólogos Amazonas longos fo- mares communicavam. O A IIfusão IO Brasil, um ilha Americana immensa, continente. A s tamentos do vertentes por si a l l u v i õ e s , os fundo Mediterrâneo era levan- daquelle soldaram orientaes o dos antigo Brasil Andes. ás Esta j u n c ç ã o é, p o r é m , s u p e r f i c i a l ; s ã o pro- p r i a m e n t e s u a s e i n d e p e n d e n t e s as zes profundas massiço e as brasileiro. bases eternas Por isso, n ã o a t é á s p r a i a s b r a s i l e i r a s as vulcânicas do muito, quas, chegam tênues mentos dos outro muel Fritz subtis, que longín- os que o missionário que, em andina 1698, as na senti- jesuíta uma cólera ordem erupções dos os o Soli- de lama, indios viam deuses. política, taes hespanholas Sa- terrível transmudou apavorados, naquilio a que, instru- os m õ e s , o r i o b r a s i l e i r o , n u m rio que, vêm percebem. Conta e do Quando vibrações r e g i s t r a m , mas não erupção e rai- convulsões systema. as só e Parece têm sido revolucio- A Illusào narias, que, águas Americana afinal, conturbaram as brasileiras. A torrente, lama, porque porém, é de não é lama e só de é de sangue. Estudem-se, paizes ibéricos u m p o r u m , t o d o s os americanos. O traço caracteristico de todos elles é a ruina das continua tragi- finanças, além da c o m e d i a das dictaduras, das c o n s t i t u i n tes e das desses E sedições — a vida normal paizes. na principal ruina é o das finanças o calote ponto systematico, o r o u b o descarado feito á b o a f é d e seus credores europeus. Os F a z e n d a das R e p u b l i c a s por meio de são pagos, ministros da hespanholas, empréstimos t ê m extorquido que mais não di- nheiro das algibeiras e u r o p é a s d o q u e jámais ouro a e Europa prata os phantasticos da tirou das America. minas de Tomemos o r ç a m e n t o s desses p a i - A Illusão 12 Americana z e s , e, n o m e i o d o s deficits e das mais indecentes irregular falsificações, contabilidade conservam priados pelos de na que os di- s ã o gastos e apro- que csar da R ú s s i a , — q u e Guerra onde presidentes sem-ceremonia está publica essas n a ç õ e s , nheiros do Estado Lá pavorosos é é com uma incapaz que vemos ? o celeberrimo orçamento a dezenas tudo de devorar. L á g e n e r a e s , as o da estão as centenas de c o r o n é i s e os m i l h a r e s d e officiaes. E' a prova fraternidade Si as de nações não impostos bentar os fraudando siquer, viver precisariam o e como nem Thesouros, credores t ã o destruidores nacional. a vives- esmagar contribuinte, respectivos os existe americanas desses a r m a m e n t o s cos não americana. sem, ou pudessem, irmãs, que de arrede- com a compra apparatos da belli- prosperidade A Illusão Americana 13 F a l e m o s agora da grande ca N o r t e - A m e r i c a n a e os sentimentos ella tem latina e de vejamos ella t e m tido a quaes fraternidade demonstrado qual Republi- pela influencia na civilisação que America moral de que todo o continente. * * No ultimo quartel do século passado, h o m e n s lha estirpe extraordinários, da saxonia puritanismo, e alguns revigorada delles vepelo bafejados p e l o p h i l o s o p h i s m o , s u r g i r a m nas t r e z e colônias inglezas da A m e r i c a do Resolveram constituir e m nação p e n d e n t e a sua trou nunca tismo de pátria, e Norte. inde- n ã o lhes pela m e n t e fazer p r o s e l y - i n d e p e n d ê n c i a , o u de fôrma r e p u b l i c a n a n a A m e r i c a . N e m isso próprio O de en- sua era raça. f i m que tiveram e m vista foi u m fim immediato, restricto e pratico. F a - A Illusão 14 zendo a Americana independência de sua pátria, t i n h a m c o m o a l l i a d o s os reis de França e de Hespanha. querer que gratos Como poderiam este u l t i m o , a p e l a sua cas colônias quem intervenção da independência, elles eram em favor p e r d e s s e as s u a s r i - americanas? Si alguma s y m p a t h i a h o u v e e n t r e elles pela e m a n cipação de essa outros sympathia paizes da America, appareceu trinta quarenta annos depois, quando j á a America latina, á custa de ou toda sacrifí- cios, u l t i m a v a a sua i n d e p e n d ê n c i a auxilios E' sem norte-americanos. altamente cômica pretenção com que a ignorante escriptores france- zes s u p e r f i c i a e s p r o c u r a m l i g a r a lução americana á querendo, por volucionárias revolução força, que francezas as revo- franceza, idéas tenham re- influí- do na America, quando, a ter havido alg u m a influencia, devia antes partir da A m e r i c a sobre a F r a n ç a . A pessoa de A Illusão Americana 15 F r a n k l i n , c o m seus c a l ç õ e s pretos, sem espada nem ao lado, plumas, com enfiar, c o m de seus seu libertador, galerias bordados, grossos prestigio mocidade, simples sapatos de passeando de Versailles; elle sido u m real e m nem de sábio através a fama e das de ter o p e r á r i o na sua isso, s i m , f o i u m a i n f l u e n c i a França. Quando elle, no seu s c e p t i c i s m o , c h e i o d e b o n h o m i a , se r i a da pomposa divisa que lhe T u r g o t , o c e l e b r e eripuit sceptrumque va de não tyrannis,— que ao escapava seu coelo revolução, terrível bom uma quando grande Luiz X V I e Maria tigos senso a insensatez suicida ella rebentou em a toda a sympathia por A n t o n i e t a , os an- a l l i a d o s , os g e n e r o s o s protecto- res da i n d e p e n d ê n c i a americana. t e m p o depois, o da começou matar e a incendiar, houve America fulmen dava uma pro- aristocracia franceza. Q u a n d o a arranjou governo de Pouco Washin- A Illusão i6 gton rompeu Americana relações diplomáticas c o m a R e p u b l i c a F r a n c e z a . O n d e , a solidariedade republicana? onde, a fra- ternidade ? Vejamos, na Historia, qual o lio prestado auxi- pelo governo americano á i n d e p e n d ê n c i a das c o l ô n i a s i b é r i c a s A m e r i c a ; qual a attitude dos Unidos quando da Estados- estes paizes s ã o ataca- d o s pelos g o v e r n o s e u r o p e u s ; c o m o os t e m tratado o g o v e r n o de W a s h i n g t o n ; qual o papel dos Estados-Unidos nas luctas internacionaes e civis da A m e r i c a latina e q u a l a sua influencia moral e econômica sobre Tudo lho é serão sempre estes paizes. o q u e se v a i l ê r n e s t e t r a b a - referente todos a esses discutidos, na o r d e m de * A' politica, Inglaterra, * sua pontos, embora que nem enumeração. * principalmente, e n ã o aos E s t a d o s - U n i d o s , d e v e a A m e - A Illusão Americana 17 rica latina a f o r ç a m o r a l que mittiu fazer William a sua Burke n a E u r o p a se escrevendo advogando rica do a a primeira em Abbé que seu favor, vibrante S u l (1), o Foi voz pamphleto, independência da de posteriormente, Canning, o ticamente tornou per- independência. declarou um lhe Ame- Pradt qual pra- possível, isto é, tor- nou effectiva e certa esta cia, já independên- officialmente aconselhada lord Wellington, e, no Conselho de por Ve- rona (2). A independência das nações lati- nas d a A m e r i c a e m n a d a f o i p r o t e g i d a pelos Estados-Unidos, A ' Inglaterra deveram, viços consideráveis então, as n a ç õ e s c t a v a m pela sua e m a n c i p a ç ã o (1) W I L L I A M B U R K E — South ser- que lupolitica. american inde- pendence, or the emancipation of South America, the glory and interest of England: London, 1807. (2) C H A T E A U B R I A N D — Le Congrès de Vérone. Chap. X V I . 2 x8 A Illusão O sr. C a r l o s tude dos Americana Calvo diz que Estados-Unidos e a m a ç ã o da doutrina de M o n r õ e a atti- proclapesaram de u m a maneira decisiva no a n i m o do g o v e r n o i n g l e z , q u a n d o este, e m a g o s t o de 1822, pelo orgam de l o r d Wellin- gton, t o m o u no Congresso de Verona a defesa dos paizes hispano-americanos, c o n t r a os quaes a S a n t a A l l i a n ç a tendia intervir em favor da pre- Hespanha. Esta a m r m a ç ã o é errônea. E m meiro logar, Monrõe só a chamada doutrina foi proclamada pelos tados-Unidos quinze mezes mais isto é, e m foi a dezembro attitude dos relação auctor ás de los Estados- Unidos, que, esa siendo qual em revoltadas ? o sr. U m Sam- diz: «Enqua?ito es curioso potência la resada en favorecer nuestra dência, bojo de vista el punto tarde, Estados-Unidos colônias Colômbia, de Es- 1823. E hispano-americano, per, da pri- à observar más inteindepen- politico y A Illusão no poco bajo embargo el comercial, mucho glaterra, menos indiferente cia nuestra sus manifestaciones por y que que muy o en como los Inhá- tardia parauxílios solicitabamos, con de los negociantes y ar- » (i). M u i t o antes da m e n s a g e m de rõe, sin lo comúm en procuramos dinero, madores se mostro oficiales, armamento nuestro 19 favorable revolucion cimoniosa de Americana embaixador americano MonRush tinha recebido de C a n n i n g a confidencia de que em intervir Hespanha, tar disposto a esse a Santa Alliança na America a pensava favor e C a n n i n g acrescentara a oppôr-se p l a n o , si tivesse a da es- directamente cooperação dos Estados-Unidos. R u s h m a n d o u as d e c l a r a ç õ e s de C a n n i n g a seu g o v e r n o , que as recebeu com grande satisfac- ( i ) J. M . S A M P E R — Ensayo sobre Ias revoluciones políticas y la condicion social de Ias Republicas hispano-americanas, pag. 195. Paris, 1861, A Illusão 20 ção, porque, gundo fazia o Americana a t é áquella contou parte occasião, se- depois Calhoun, q u e do gabinete, os Estados- Unidos n ã o tinham julgado prudente intervir, e m vista d o grande poder Santa Alliança. secretários da tratava com consideração que usam dentes de Monrõe seus diversa os s e m i - b a r b a r o s outras Republicas da presi- da Ame- r i c a c o m os i r r e s p o n s á v e i s q u e se pre- s t a m a ser seus m i n i s t r o s ; c o m m u n i c o u a noticia de Londres ao gabinete consultou a Jefferson si d e v i a o proposto auxilio da fora toda stenção, e, para de acceitar Inglaterra ( i ) . A t é então, a attitude dos Unidos e Estados- reserva, uma de nação que abse quer apresentar como a protectora dos latino-americanos, é forçoso que essa politica n ã o era ( i ) V O N H O L S T — Constitutional U. S. of America. — Works. confessar de History frateroflhe V o l . i , pag. 420. J E F F E R S O N ' S V o l . v i l , pag. 315 e 316. A Illusão nidade, em mas Americana sim 1819, o de 11 egoísmo. Ainda governo americano recu- s a r a r e c e b e r os c ô n s u l e s n o m e a d o s Venezuela e pelo g o v e r n o de Aires, allegando vários Buenos- pretextos e s ó a 9 de m a r ç o de 1823 foi que conheceu blicas a independência das ciativa da e animado re- Repu- Inglaterra, pela em 2 de z e m b r o de 1823, o presidente em sua franqueza declarar, e existem e aquellas das entre Estados-Unidos Çeuropèas), tentativa parte extender o seu cousa quillidade, tão deste perigosa como para (1) Annual register pag. 233, London. a qtte con- de sua systema hemispherio para da amigáveis os potências parte amor relações qualquer qualquer de- Monrõe por sideraremos para ini- mensagem: « Devemos que (1), hespanholas. Fortalecido disse por a como a nossa tran- nossa segu- of the year 181ç ; 1820, A Illusão 22 rança. Com as colônias dependências temos das relação, porém, clararam a de nem sua cípios, nós reconhecemos, rência, por parte de com que, de justos nós como uma para com os Estados- Eis A ahi a nunca necida interfe- ser e os seus encarada por manifestação famosa assás potência dominar poderá amigável prin- opprimil-os não pouco Unidos."» doutrina! ludibriada e ingenuidade a depois de qualquer modo de- e que destinos, sinão que toda o f i m qualquer Em governos e por as não independência reflexão europêa, potências independência grande e interviremos. aos mantido, existentes mesmas intervindo, têm Americana escar- sul-americana viu nesta d e c l a r a ç ã o u m compromisso for- mal, solemne com os sensata, ferro e definitivo, de Estados-Unidos, aliás, com o como pote de a alliança alliança do barro. tão pote de H a se- tenta e u m annos que o governo ame- A Illusão ricano tem Americana accumulado 23 declarações sobre declarações, que eqüivalem que a retratações; annos que ha setenta escriptores, e um oradores, po- líticos americanos explicam que não é u m compromisso, nem liança; por ha setenta palavras, actos verno de a por assim dizer, de Monrõe, quem ao parece que a é de e que, praticamente restricta, e das ainda superstição lettra. A pala- hoje de e, ha tomar estulticia invencivel. encher extractos de u m a al- omissões, o go- platônica p é . da Poderiamos naes e aquillo annos significação tenha aquillo ginas um Washington demonstra vras e quasi paginas e de discursos livros, de de pajor- americanos, interpretando a chamada doutrina n u m sentido jacobina bem em diverso da que hoje se interpretação acredita no Brasil. Preferimos, p o r é m , relatar simplesmente os factos. A Illusão 24 Quem Americana conhece ficíaes americanos os d o c u m e n t o s daquella é p o c a sabe que toda a política dos Estados-Unidos nada aos culiar, interior e exterior estava subordi- i n t e r e s s e s d a instituição euphemismo tumava of- designar com a que pese cos- escravidão. Os Estados-Unidos, desde que sabiam que qualquer dis- posto a paiz americano estava abolir a escravidão, eram im- mediatamente hostis á independência desse paiz. O p o b r e H a i t i era do H a m i l t o n , da odio americano. rolina do Sul, declarou dos representantes que a cia d o H a i t i p o r ser tolerada; por todo simples o facto reconhecer a fosse m o t i v o lações Unidos. independêndevia acompanhado partido, queria que de um paiz independência para a diplomáticas E m Ca- Câmara forma alguma Hayne, seu na objecto 1825, ruptura com o os o qualquer do Haiti das re- Estados- governo de A Illusão Washington a sua Americana p e d i u ao intervenção Hespanha, para da á Rússia corte cessasse d e antigas colônias, j á as de independentes, e especial- mente a Colômbia e o México. E dizia o secretario de Estado Clay a Middleton, ministro em e S. a Petersburgo, Colômbia, de esta hostilisar facto suas csar junto que 25 isto, Henry americano porque o México proseguindo em sua hostilidade contra a Hespanha, p o d i a m eventualmente tomar conta de Cuba e alli acabar c o m a e s c r a v i d ã o . Henry C l a y m a n d o u t a m b é m p e d i r ao México e á Colômbia que adiassem a sua e x p e d i ç ã o libertadora de Cuba, e M i d dleton recebeu ordem para j u n t o ao csar, c h e f e d a S a n t a insistir Alliança, p o r q u e os E s t a d o s - U n i d o s f a z i a m questão de Cuba. a impedir Por França, Hespanha, esse então a independência de tempo, julgou-se que em ia m a n d a r guerra uma contra a expedição A Illusão 26 a Cuba. O Americana México e a Colômbia l e m b r a r a m aos E s t a d o s - U n i d o s o c u m p r i m e n t o de sua promessa, contida na celebre mensagem de M o n r õ e . Henry Clay respondeu que a mensagem con- tinha, c o m effeito, u m a promessa, mas que a si os Estados-Unidos a mesmos e n ã o a o u t r o paiz, e p o r nenhuma exigir fizeram nação tinha cumprimento o da isso direito mesma de pro- messa ( i ) . O s paizes hispano-americanos q u i zeram, parece, da o doutrina de celebre sembléa todas Monrõe. Congresso destinada Ias nidade mais u m a lição Convocaram do P a n a m á , a Américas, pratica la á allianza mutua de frater- etc. etc. C o m p a r e c e r a m s ó representantes de quatro as- paizes. os Os Estados-Unidos, depois de m u i t a hesitação, nomearam dous (i) VON HOLST—VOI. representantes, I , pags. 422-428. A Illusão que nunca chegaram instrucções dadas 27 Americana a ao P a n a m á . As estes ( 1 8 2 6 ) s ã o , talvez, o m e l h o r c o m m e n t a r i o da dou- trina de prin- M o n r õ e . Dellas resulta c i p a l m e n t e q u e os E s t a d o s - U n i d o s estavam a por tornar latina suas com nunca, fôrma alguma as as brigas mas nunca, mudaram de os modo dispostos da potências não America européas. E Estados-Unidos de pensar e de proceder. Vamos que ver aquelle os muitos governo, por factos seus em actos, deu a i n t e r p r e t a ç ã o authentica da doutrina que seado. os sul-americanos Antes, opinião valiosa base a crendice no não Brasil Os e sinão na o uma destróe pela espalhar Estados-Unidos America outro go- republicano. sul-americanos amrmam uma que os fal- daremos q u e se q u e r de que consentem verno porém, têm que falsidade, e isto os dizem que se . A Illusão 28 regosijam com desprezo tam. que um isso os Haverá que Americana bem merecem americanos cousa cidadão mais lhes v o - indigna desejar o que do a sua pátria n ã o tenha a livre disposição dos seus destinos e esteja, q u a n d o se trata da de sua f ô r m a de governo, dependente da von- escolha, tade do ou da extrangeiro? Felizmente, embora tenham dos mudança a nação s i d o g r a n d e s as f a l t a s politiqueiros que deshonrado, samento conta homens herdeiros americana, t a n t a vez a têm no m u n d o do pendo legítimos mais alto valor, dos heroes da independência. Eis julga a q u i c o m o u m desses a doutrina de terpretação forçada querem dar Monrõe, homens na e indigna que os j a c o b i n o s inlhes brasileiros, que p õ e m a Republica acima da pátria: « Querer os Estados- firmar Unidos o principio não podem de que consen- A Illusão tir na Americana America nenhum lítico diferente do podem tolerar nenhuma tica, tendo por republicana seria pela ir gresso além de pelo que os Estados- esse sua temor Em Maia, a pretenções Verona, e destruiemquanto não um com joven podem ter em o brasileiro, M o n t p e l l i e r , dispseudonymo rodeando-se de terios, tentou approximar-se então embaixador Unidos e m Versailles. de uma viagem da França, e que, da política, estudante Nímes, Con- » (1). farçando-se son, fôrma do temor Unidos 1786, Wandek polí- monarchica, e de obra não mudança tinham de po- que substituir Laybach ção ou fôrma das menos, systema seu, fim 29 dos mil de de mys- Jeffer- Estados- Aproveitando-se de Jefferson pelo sul encontrou-se c o m elle em ahi falou-lhe (1) W O L S E Y — Inlroduction International Law, \ 74. da indepen- to the study of A Illusão 3o dencia do Americana Brasil, com que sonhava, e pediu-lhe o auxilio dos E s t a d o s - U n i dos. Jefferson desanimou-o, como evidencia embaixa- dor das escreveu Estado, cartas a que Jay, dando-lhe o secretario conta da que tivera com o joven leiro. E m 1817, um emissário foi aos dar de conta brasiper- Estados-Unidos pedir auxilio; foi ludibriado verno de entre- vista nambucano se e o go- W a s h i n g t o n apressou-se de tudo ao ministro a por- tuguez Correia da Serra. Por occasião da não independência do Brasil, re- cebemos prova a l g u m a de boa vontade por parte dos americanos, e s ó depois de o u t r o s paizes r e c o n h e c e r e m a e m a n cipação do Brasil foi que os Estados- U n i d o s reconheceram a nossa autonomia. de Note-se Monrõe que data a de celebre doutrina 1823; foi na m e n s a g e m presidencial desse a n n o que aquelle presidente não estabeleceu a A Illusão intervenção America. 1825, a da Americana E u r o p a nas cousas d a O r a , dous annos depois, foi que Portugal nossa i n d e p e n d ê n c i a , ção ingleza, de sir Rothesay. Rio, ços O Raguet, á na com nossa lord Estados- o Brasil um commercio e na- ministro oppoz pessoa depois S ó m a i s t a r d e , os tratado de amizade, vegação. pela interven- Stuart, celebraram em reconheceu representada Charles Unidos 3i americano grandes nascente no embara- nacionalidade, e m b a r a ç o s que f o r a m somente e m parte r e m o v i d o s p e l o seu liam Wil- Tudor. Para foi successor, a se missão fazer uma de Raguet, correr rapidamente dência (1). Raguet a idéa do que basta per- sua accusa correspona nossa esquadra no R i o da Prata de covardia (pag. com 2 0 ) ; diz que o povo bra- (1) U . S. House o f R. Does. 20th Congress, Session i s t . V o l . 7, doe. 281. 32 A Illusão sileiro e é para em inútil a appellar justiça termos Americana para a (pag. 32); grosseiros, razão Raguet, ameaça o mi- nistro dos E x t r a n g e i r o s de u m a g u e r r a c o m os E s t a d o s - U n i d o s ( p a g . 2 7 ) : não è um povo civilisado» (pag. 54). T a l f o i o procedimento de e taes Henry lhe foram as Clay, secretario mandou suas as suas Raguet grosserias, de u m despacho extranhando «Isto que Estado, (pag. 108), maneiras e di- zendo-lhe que era preciso n ã o esquecer que, afinal de contas, o Brasil paiz era christão. O governo americano ligou-se por esta é p o c a i n t e i r a m e n t e aos que faziam pressão sobre o Brasil questões da um de governos presas maritimas no por Rio Prata. D u r a n t e as nossas l u c t a s n o R i o d a Prata, e n c o n t r á m o s sempre ção norte-americana acção de a opposi- entorpecendo nossas esquadras, a desrespei- A Illusão tando os do-se nossos com os Americana bloqueios, nossos depois, valendo-se iniciaes de tica, e nossa meiro veiu das Rio dimculdades período O pri- americano que Janeiro, colonial, polí- desmedidas reclamações. de para, independência representante ao conluían- inimigos, fazer-nos exigências exorbitantes 33 deu ao findar origem a o um d e s a g r a d á v e l incidente diplomático, faltando ao respeito á família real, o era uma O feita ao representante tratou Rio injuria das da negociações, paiz. americano reclamações Prata, de depois de rompeu que presas bruscamente sem para desfeita, q u e f o i , aliás, parada mata, pelo comnosco commercio houvesse successor daquelle William um e Tudor, tratado no a t r o p e l l a r as retirou-se, essa que que o qual de navegação. e motivo re- diplofirmou amizade, A Illusão 34 Americana L e i a m as i n s o l e n t e s m e n s a g e n s d o presidente Jackson ao Congresso ricano, no ponto em q u e se r e f e r e B r a s i l e aos o u t r o s paizes d a do ame- America Sul. Aquelle general sem que foi o patriarcha da sua pátria, nas Congresso, arrogância suas escrúpulos, corrupção em mensagens ao exprime-se c o m grosseira e m r e l a ç ã o ao Brasil e o u t r o s paizes d a A m e r i c a d o S u l . 1830, n ã o havendo Prata, nem da ao no Marinha força naval S u l : «E' fesa dos nossos les governos são guerra o no secretario da nas costas da A m e r i c a do B r a n c h , « não que Pacifico, E m insiste pelo a u g m e n t o preciso ças, mais aos », diz o secretario J o h n diminuir indispensáveis ijiteresses instáveis as nossas para perante e incapazes fora deaqíiel- »(i). (1) U . S. Senate Documents : Congress 2 i s t Sess. 2, 1830 e 31. V o l . 1, pag. 38, doe. 1. A Illusão As Americana exigências do 35 governo ameri- cano f o r a m enormes, e da p r ó p r i a correspondência do ministro T u d o r s e evi- dencia o desarrazoado de algumas das reclamações. Assim, tratava-se, p o r exemplo, da escuna nossa United-States, esquadra capturada quando tentava pela forçar o bloqueio, levando m u n i ç õ e s de g u e r r a aos nossos inimigos. E r a , p o r v e n t u r a , possível duvidar da legitimidadeda ap- prehensão? dos despachos ao William ao seu Tudor, num governo, e x a g g e r o das r e c l a m a ç õ e s , tro despacho vessem parece arranjado uma possível cana contra sentir as mente e compraz-se Brasil, e m q u a n t o assim plomata americano, correspondência que nouse t i - pacifica- em dar o plano expedição o e cousas naval para Pernambuco, Bahia e E refere-se de ameri- bloquear R i o de Janeiro. se de exprimia o disua resalta que, própria p o r esse A Illusão 36 tempo, a Ismenia da escuna de g u e r r a salvava África, um de de Da piratas, na um grande costa carrega- marfim. correspondência vêem-se brasileira negociante americano, conservando-lhe mento Americana os de contrabandos feitos na Star, de c o s t a d o B r a s i l p e l a Morning Philadelphia; vê-se a Raguet insolencia B i d d l e , c o m m a n d a n t e d a Cyane, nossa flotilha, ao Pinto Guedes; dulenta Adams, do e vê-se a manobra frau- navio americano sahindo abastecer res, q u e o O sições com a mando do almirante o porto Brasil Brasil President de M o n t e v i d é o falso manifesto para B o s t o n e ir de teve de com tentando Buenos-Ai- bloqueava ( i ) . de ceder ás impo- norte-americanas e pagou pelas r e c l a m a ç õ e s a q u a n t i a d e 4 2 7:2 5 g $ 5 4 6 , (1) Executive documents presented t o the H . o f Representatives 25th Congress. Doe. 32, pag. 32. A Illusão que naquelle sete vezes Americana tempo o que do valiam valem L e i a m o s State c o m o nosso seis ou hoje(i). Papers tempo, e h ã o de tratava 37 americanos v e r que, quando governo o almi- r a n t e f r a n c e z R o u s s i n , q u e se a p r e s e n tou na barra do R i o de Janeiro c o m sua o esquadra fazer-nos ministro americano apoio de a moral e Monrõe e bem de sua a exigências, lhe deu o esquecido seu esteve doutrina (2). (1) Ibidem. (2) Lista das quantias (capital e juros) pagas em v i r t u d e das reclamações americanas: NAVIOS Quantia Tell-tale ' f Sarah George P o n e r n 37:24$85o 2i:i $6 6 42H72$i 8:o8i$o 4=22 $ i8 i2:o 8$ 3=3i3$i78 3o: 9$993 37:i97$774 2: 4 $8o 28: 7$824 i6: $878 29:4281440 i: a$ooo 6i:250$ooo 9 34 7 99 34 Pfnther 9 4 l% ; 17**'. ^annah Spermo Hussar *™?y  u 9 979 93 9 2 5 33 922 K u l h Ontario Spark Total. . . . 427: 6 $5 6 2 9 4 74 3 A Illusão 38 Quando a intervieram contra Americana Inglaterra na Rosas, e a França Republica Argentina governo americano, o que convivia e m perfeita harmonia com aquelle monstro, Entre as que fez? Nada. recommendações que o g o v e r n o de W a s h i n g t o n fez a W i l l i a m T u d o r , existia a de preparar o espirito do governo brasileiro para a noticia,que l o g o lhe seria dada, de haver o gover- no americano Miguel reconhecido c o m o rei de Portugal. dia i.° de sidente outubro dos omcialmente gado de o sr. de de 1830, de D. o pre- recebeu Torlades, Negócios reconheceu pador C o m effeito, no Estados-Unidos governo americano que D . encarre- Miguel. f o i o único governo o rei absoluto e usur- Portugal. P o r essa é p o c a , o g o v e r n o dos tados-Unidos tinha j á plano de tra prova O guerra da contra organisado o México, solidariedade e da Esseu oufra- A Illusão Americana ternidade americana. verno Washington de a questão do Texas. 39 A má fé do go- começou Favoreceu com quanto poude a revolta daquelle território, animou-o mais a separar-se depressa declarou a do México, absorvel-o, guerra ao e para depois México, verda- deira guerra de conquista, humilhando aquella extremo Republica arrebatando-lhe até ao metade de seu e terri- tório. O' fraternidade! E a doutrina de M o n r õ e , que feito delia ? A suas conquistas até já chegar Inglaterra extendia ao oéste do Canadá, contra todo direito, as Malvinas, ou Falkland, á Confe- deração Argentina. E s e r á p o s s í v e l falar nas ilhas vinas as ao oceano Pacifico. A n t e s , arrebatara, ilhas era sem recordar um dos Mal- maiores a t t e n t a d o s c o n t r a o D i r e i t o das G e n t e s , neste século, attentado perpetrado por A Illusão 4o uma e força naval dos approvado verno de Americana e Estados-Unidos sanccionado pelo Washington? E m argentinos tinham uma go- 1 8 3 1 , os colônia nas ilhas M a l v i n a s . A l g u n s navios de pesca, americanos, n ã o quizeram umas nia. e ordens Dahi, do em governador da a colô- u m conflicto administrativo diplomático cano obedecer entre o cônsul Buenos-Aires e o amerigoverno argentino. Estava a q u e s t ã o neste p é , quando a corveta americana Lexington sahiu d e B u e n o s - A i r e s , c o m m a n d a d a p e l o capitão Silas Duncan, vinas, b o m b a r d e o u argentino, o f o i á s ilhas estabelecimento desembarcou tropa, matou muitos colonos, incendiou todas sas, a r r a s a n d o a s p l a n t a ç õ e s os sobreviventes Estados-Unidos, em grande do Uruguay. presos, na uns costa Destruido o as ca- e levando abandonando miséria, Mal- p a r a os outros, deserta estabeleci- A Illusão mento Americana argentino, conta das O 4i a Inglaterra tomou ilhas. governo reclamou argentino, em 1839, satisfacção. Q u e lhe respondeu o governo americano pela Estado, palavra Daniel Que o blica nia secretario entre final a ilhas Ora, em attentado gentina sobre Inglaterra e a 1831, existia de por sobera- a occasião do soberania ar- direito Malvinas. D e nheceram-no Repu- Malvinas. americano, as aguar- do conflicto exis- A r g e n t i n a a respeito da das de Webster? governo americano dava a decisão tente do os m e s m o s e de facto direito, reco- Estados-Uni- dos, p o r q u e , n a m e n s a g e m presidencial de 1818, 17 de novembro de refe- r e n t e á i n d e p e n d ê n c i a das a n t i g a s víncias lhe unidas attribuia a do Rio da soberania pro- Prata, dentro limites do antigo vice-reinado de se dos Bue- A Illusão 42 Americana nos-Aires, que comprehendia vinas ; de facto, e r a m as Mal- argentinas as Malvinas, porque eram colonisadas por argentinos ridades e administradas por argentinas, desde aucto- 1829. Só dous annos depois f o i que a Inglaterra se apossou Como de que não se dessas é que tantas ilhas. os Estados-Unidos, v e z e s se t e m dito c o n s e n t i r ã o que u m paiz aposse ritório caso de uma pollegada europeu de ter- americano, n ã o duvidaram, no presente, pôr berania argentina conflicto com a em nas duvida a so- Malvinas em usurpação ingleza? E a Republica Argentina, em renovando a que mesma a sua reclamação, resposta. Propoz 1884, obteve submetter o caso a a r b i t r a m e n t o ; o g o v e r n o Washington Eis quando e ahi sustenta negou-se. a fala de sinceridade na doutrina de a theoria do americana Monrõe arbitramento A Illusão para a solução Americana dos 43 conflictos interna- M a i s tarde, e m H o n d u r a s , alargou cionaes. a Inglaterra impunemente os seus d o - mínios, a tal sem que doutrina; e sahísse quando campo a Schomburgh se i n t r o m e t t e u e m t e r r i t ó r i o b r a s i l e i r o , na lagoa dos Piraras, na fronteira da G u y a n a i n g l e z a , s ó se r e t i r o u d e a n t e d a energia da diplomacia brasileira, que, n e s s a o c c a s i ã o , n ã o e n c o n t r o u e, a l t i v a , nem pediu, então, o menor Washington, sua apesar de apoio em Monrõe e de doutrina. Correm os tempos, e o Brasil, a Republica Argentina e o Uruguay, legitima justa defesa, e m p r e h e n d e m a das guerras Paraguay. Lá contra macia americana raços, representada ministros Mahon, a Washburn íntimos de mais Lopez, encontramos em do a diplo- crear-nos emba- nas e pessoas general Lopez, dos Mac- especta- A Illusão 44 Americana d o r e s m u d o s e i m p a s s í v e i s das cruelda- des d o d i c t a d o r , seus v e r d a d e i r o s plices pelo silencio e a t é pelo louvor. Quantas dificuldades n ã o crearam esses homens Ainda do ahi aos exércitos mostraram os alliados? americanos n o r t e q u a l a sua c o m p r e h e n s ã o fraternidade americana. Mac-Mahon, a b u s a n d o de suas nidades, eram Lopez, E sido espias e auxiliares de alliado. tinha todo de c o r r e c ç ã o e lealdade bem graves e immu- o procedimento do Brasil publica da "Washburn trahindo o exercito emergências para em a Re- Norte-Americana. A q u e l l e g r a n d e paiz dera ao um cúm- exemplo bem mundo desmoralisador pelo seu a p e g o á e s c r a v i d ã o . E m q u a n t o que no Brasil n ã o houve que tivessem timar a o iniqua dos-Unidos, cravos cynismo escravocratas de querer instituição, onde nos os s e n h o r e s foram muito mais legiEstade cruéis esque A Illusão no Brasil, ram-se e publicaram-se livros, préga- a t é religiosa da escravidão, chegou o momento paiz j u l g o u extender a sacrificar a O 45 s e r m õ e s , c o m a a p o l o g i a scien- tifica do Americana em que metade que, para conservar escravidão, própria valia pátria a rompeu terrivel e mais a guerra sangrenta e pena americana. escravagismo sobrepujou o tismo: e patrio- civil mais de que reza a H i s t o r i a . O g o v e r n o de W a s h i n g t o n deixou forte logo, aos Sumter, em minar parte do des c r e a r a m de a O querendo sileiros como progresso humanitárias, ternacional, tado território. governo ignorância, agora do Charleston, de ou a e das do- rebel- esquadra americano, má apresentar indefesso do de Os uma verdadeira corsários. que primeiros tiros fé, aos está bra- propugnador idéas liberaes e e m m a t é r i a de direito i n recusara Paris, de adherir 1856, ao pelo traqual 4 A Illusão 6 fora abolido o Americana corso, b á r b a r o abandonado como pelas n a ç õ e s tas. Por uma punição foi contra os interesses americano mais que activo e ticia. Os se corsários de do governo o que sulistas t o d o s os m a r e s d o g l o b o . corso ha Nesse a mercante era talvez a segunda do mundo. desenvolvimento lítica nos feito aos da tem- americana Com corrupção Estados-Unidos, poucos no- correram po, o cul- providencial, organisou terrivel marinha recurso armadores o po- favor ricos na- cionaes, a p r e t e x t o de p r o t e c c i o n i s m o , tornou ção por naval, americana, receu. pois, tal f ô r m a cara a que por Os a marinha assim corsários naquelle tempo, dizer, sulistas construcmercante desappatinham, presas ricas e n u m e r o s a s e m q u e saciar a sua sede de vingança e, principalmente, de lucro. Deante do incremento tomado revolta sulista, não foi possivel pela ás A Illusão nações Americana extrangeiras relações 47 desconhecer, nas internacionaes, a personali- dade jurídica dos confederados, nome esse q u e os r e v o l t o s o s a s s u m i r a m . facto, senhores de vários pondo de fortalezas, os De pontos, dis- rebeldes do- m i n a v a m u m a parte do território, de que Washington, ao o cabo governo de podido muito tempo, apoderar. geiras As n ã o podiam derar n ã o se nações deixar os c o n f e d e r a d o s rantes. N e m prevalecer. a de outra De de como rebeldes, consibellige- modo, qualquer governo declarar mente extran- doutrina outro tinha podia bastaria simples- o u p i r a t a s , as forças de t e r r a o u d e m a r ao s e r v i ç o d e seus adversários, os direitos lução rias é para de prival-as guerra. de todos Ora, a revo- u m direito, segundo modernas, e as nações as theo- extran- geiras n ã o devem entorpecer p o r qualquer modo, ainda que indirecto, o 4 A Illusão 8 Americana exercício desse direito. G r o c i o diz que uma ser n a ç ã o onde ha u m a revolta considerada por terceiros, pelos outros ções paizes, separadas, como cada direito uma para internacional isso é p r e c i s o : tenha não já algum com tendo -podido o cal-a; 2.° que sejam importantes; mine uma os parte do a 3. seus de que revolta duração, governo 0 na- dizem recursos é, tratadistas i.° que tempo isto duas direitos de belligerante. O s de deve da que sufforevolta ella território, doquer m a r i t i m o , q u e r t e r r e s t r e . O r a , os con- federados e estavam nesse caso, p r ó p r i o governo americano creara o um p r e c e d e n t e c o n t r a si, q u a n d o , e m 1 8 3 7 , reconhecera c o m o b e l l i g e r a n t e s os re- voltosos d o T e x a s , s e m fazer caso reclamações do das México. O reconhecimento dos c o m o belligerantes é cousa insurgentes muito das tendências do direito internacional mo- A Illusão derno. pelos E' uma próprios Americana medida interesses 49 aconselhada da humani- dade. O titulo de belligerante confere c e r t o s d i r e i t o s ; m a s a esses d i r e i t o s c o r respondem certos deveres, que, a b e m de todos, d e v e m ser c u m p r i d o s pelos belligerantes. direitos tender da aos Si se insurgentes, impôr-lhes guerra ? manidade E convém ver, o cional, diz que, desde des acham devem belligerantes, deveres deveres direitos. direito Blun- rebel- organisa- reconhecidos diz mais: a interna- q u e os militarmente e u m de- como que o d i - internacional actual fez u m pro- gresso, ceder do ser hu- O r a , si n ã o h a d i - tschli, se pre- da q u e esses n ã o ha oráculo os geraes interesse que n ã o correspondam reito como que n ã o corresponda egualmente dos, todos os d e v e r e s ao sejam respeitados. reito a negam mostrando-se a qualidade de disposto a con- belligerantes a 4 A Illusão 5o um partido Americana r e v o l u c i o n á r i o . A s leis humanidade, diz elle, assim o da exi- gem (i). Não t a r d a r a m os c o r s á r i o s a apparecer o governo maior nos portos brasileiro discreção e correcta, somente na do sulistas Brasil, manteve-se attitude a e na mais permittindo que os n a v i o s fizessem a g u a e r e c e b e s s e m carvão apenas para, em quantidade em marcha rem ao mais l e n t a , se próximo sufhciente transporta- porto extran- geiro. O governo americano julgou v e r r e c l a m a r pro dos Negócios forma, e o Ministério Extrangeiros do Brasil, n u m a nota luminosa e digna, nota é hoje clássica nal, d e f e n d e u verno em direito o imperial, rio de Estado o próprio do go- secreta- do g o v e r n o de W a s h i n - gton, o eminente mr. Seward, u m ( i ) V i d . Ie que internacio- procedimento e de- droit intemational codifié, dos § 512. A Illusão mais notáveis Americana 51 estadistas americanos, deu-se p o r satisfeito c o m a justificação contida e m a nota brasileira, assignada pelo ministro de Extrangeiros, o con- selheiro disse, Magalhães em evidencia Taques. resposta, que demonstrada habilissima (most se Seward rendia naquella able note) po, podia ter satisfacções nota (1). amor p r ó p r i o brasileiro, naquelle O tem- destas. T e r m i n a d a a guerra civil, houve grande litígio entre Estados-Unidos, a a Inglaterra e celebre conhecida pelo n o m e de bama. O governo do á os contenda Questão Brasil o Ala- f o i esco- lhido pelas altas partes litigantes para ser um dos as duas g r a n d e s n a ç õ e s . N ã o p o d i a m ser mais solemnemente ram árbitros entre reconhecidas, do que fo- e n t ã o , a lealdade e a c o r r e c ç ã o (1) House of Represenlatives session. V o l . i v , 38th Congress, Exec. do Does. $lh A Illusão 52 Americana g o v e r n o do R i o de Janeiro mais (i). Annos tarde, surgiu u m litigio ainda da conflicto guerra era civil entre derivado americana. as duas grandes Republicas do mundo, entre a e os E s t a d o s - U n i d o s . O França arbitro único e escolhido foi o I m p e r a d o r do No tribunal sileiro o o Was- soberano sr. b a r ã o d e A r i n o s ; b u n a l d o Alabama, Genebra, Brasil. que funccionou em hington, representou O no bratri- que funccionou em o juiz brasileiro f o i o falleci- do barão, depois visconde de Itajubá. V ê - s e , p o r isso, q u a l n ã o e r a o p r e s t i gio do Brasil. H o j e , querendo os Es- tados-Unidos fechar o m a r de Behrinoe, retrocedendo extranhamente é p o c a s passadas, restabelecer clauswn, deram que o Selden e Freytas no século X V I I para mare defen- contra Grocio, o fundador do direito internacional mo( i ) Ibidem, Vol. i , V ^th Congress; 2 d sçssion. A Illusão derno, a Americana Inglaterra tenção e os d o u s oppoz-se á paizes r e c o r r e r a m a um a r b i t r a m e n t o . P a r e c e q u e os pos estavam Os laram governo agora o governo já n ã o appel- do Brasil, e o de W a s h i n g t o n , que apresentar como fraternidade americana, bras pensou em querem o paladino nem por recorrer Os Estados-Unidos narchias Não velhas preferiram a seriamos dos, e m b o r a de egoístas carcomidas arbichanMo- européas! demonstração res e col- latinas. t r a g e m de algumas anachronicas de da som- a seus legas presidentes de Republicas cellarias tem- mudados... Estados-Unidos para pre- completos em d e q u e os Estados-Uni- c o n t e m illustres escripto- direito internacional, são e prepotentes em t i c a s , d o q u e as M o n a r c h i a s si n ã o nos nossa suas mais pra- européas, r e f e r í s s e m o s ao celebre i n - c i d e n t e d o Trent. O v a p o r deste nome, A Illusão 54 Americana vapor inglez, levava, c o m o passageiros, dous enviados tantes dos Estados srs. S l i d d e l enviados diplomáticos e Confederados, Mason, que extraordinários plenipotenciarios, e m um delles Paris. Pois para de inglez bordo iam, e e especial, de dous para guerra alto mar, deteve violentamente os como outro, bem, u m navio os ministros missão Londres, americano, e m por represen- o va- arrancou passageiros. Este acto, c o n t r a r i o ao D i r e i t o das Gentes, esse de desrespeito ao pavilhão n a ç ã o n e u t r a e essa f e l o n i a c o n t r a uma os dous diplomatas despertaram a indignaç ã o d e t o d o s os g o v e r n o s , e o governo de W a s h i n g t o n viu-se obrigado a surar o ofhcial que perpetrou cen- t ã o feia acção; aproveitou-se, p o r é m , delia, conservando por prisioneiros. muito Este tempo acto é os apenas nos condemnavel do que a vilania dous meque contra n ó s praticou Solano Lopez, apri- A Illusão sionando leiro Americana em plena Marquez de 55 paz o v a p o r Olinda, brasi- vapor levava o coronel Carneiro de que Campos, presidente de M a t t o Grosso. Esta proeza p a r e c e q u e f o i v i v a m e n t e aconselhada a L o p e z pelo c i d a d ã o Vazques Rio de uruguayo sr. Sagastume, hoje ministro no Janeiro, corypheus da e, portanto, u m fraternidade dos americana. P a r a c o m o seu i m m e d i a t o v i z i n h o meridional, o México, Estados-Unidos de a política terá sido u m a política fraternidade? O facto mais i m p o r t a n t e lítica qual Foi E dessa uma guerra. essa g u e r r a contra historiador americano « A guerra tado o México o México f o i um de um plano pelo Unidos negocio de é H . H . Bancroft: dos Estados- e determinado resultado po- foi? pintada com verdade e eloqüência tra dos premedi- antemão. de con- assalto, Foi o que 56 A íllusâo o mais forte contra o organisou mais de das homens como sem gabinete, e nhores de julho, predomínio ao posta do justo cynicamente pudesse saquear, o principio « O para E único México, obter instinctos eram os que, um com de gente, o até despida das estava dis- e do injusto, reter de extender do Atlântico tudo invocando logar tabaco, princípios haviam pobre, suas de sagrados da se- contrabandistas, indios, a se os os esta seu dos que Estes americano Con- horda maculadas que Pacifico. noções do e de satisfazer de pelos taes politiqueiros, escravos, boccas juravam, 4 dos assassinos impias occtipa- princípios, partidários. de eram a grande em seus posições os membros e havia compraziam os sem altas f a l a r do presidente demagogos dos As Washington os senadores, gresso, deliberadamente fraco. politicas por Americana para quanto isso força. fraco, entre luctando as nações, A Illusão vai agora ser algemado dade um e sua vizinho que tem liberdade puritanos tados- Unidos pregar toda plausiveis de mais terra. tabelecer A o maior de este è de seus antece- como os Es- então, a em- ene?'gia em descobrir para roubar começaram, fraco E orgulho ! Veremos a sua brutali- do norte. pretextos vizinho espesinhado, pela christã, dentes 57 humilhado, vergastado de seu povo Americana uma E para a escravidão» a vasta que f um extensão Para ahi es- (i). guerra foi precedida da intrusão americana no Texas, dos subsídios que os revolta por elles m e s m o s f o m e n t a d a n a q u e l l e ter- americanos deram á ritório, cuja i n d e p e n d ê n c i a ram a reconhecer como n ã o tarda- medida pre- paratória da a n n e x a ç ã o , que foi a gotta de a g u a q u e fez t r a n s b o r d a r a pacien- ( i ) H . H . B A N C R O F T — Works, San Francisco, 1885. V o l . x m , cap. 13. A Illusão 58 cia dos Americana mexicanos. E essa paciência j á tinha sido posta á p r o v a de m i l m o dos, p o r annos e annos, numa longa s e r i e d e v e x a m e s . A s reclamações ame- r i c a n a s se m u l t i p l i c a v a m . E x t i n c t a s h o je, isto é, pagas a México, as bom renasciam reclamações dinheiro pelo d'ahi eram a mezes. E extraordinárias. Bancroft, entre outras, cita a reclama- ção de u m americano que, p o r cincoenta e seis dúzias recebeu de 8.260 garrafas de cerveja, dollars (1). U m a vez, o c o m m i s s a r i o a m e r i c a n o Voss recebeu appareceu E m dos em neral o dinheiro, e este não (2). 1 8 1 8 , e s t a n d o os E s t a d o s - U n i paz com Jackson a Hespanha, invadiu a o fronteira geda Florida, capturou e guarneceu u m forte hespanhol, apoderando-se cola Barrancas. e de (1) B A N C R O F T , pag. 318, nota. (2) I b i d e m , pag. 320. de Pensa- A Illusão Mais Americana tarde, t a m b é m 59 sem declara- ç ã o d e g u e r r a , o g e n e r a l G a i n e s fez i n cursões no tradições México. do o começar Estava, pois, nas g o v e r n o de W a s h i n g t o n a guerra contra o México, sem p r é v i a d e c l a r a ç ã o , para, de surpresa, r o m p e r as h o s t i l i d a d e s e invadir o território. E assim f o i . V e j a m o s a g o r a c o m o se f e z a g u e r ra. Os americanos fizeram-na de m o d o b á r b a r o : « 0 bombardeio Cruz durou quatro dias inteiramente desnecessário as de feridos matanças talha, são auctoridades baridades sempre pelas estão, de vivos, mais pag. elebarquasi por uma massa o exercito ame- era infelizmente, (1) B A N C R O F T , ba- commettidas impunidade como e saque, o f f c i a e s ( 2 ) . As indisciplinada, ricano, ; f o i horrivel queimados illegitimas com Vera ( i ) . 0 f a d o s confirmados vadas de no campo os prisioneiros um por demais 547. (2) L I V E R M O R E — War with México, pag. 263. A Illusão 6o verificadas Americanâ de accôrdo L e i a m o s as e x p r e s s õ e s d o s jornaes com a ( i ) . E isto opinião estava publica ». americanos: D i z i a u m : « Devemos dade do do México, solo. arras Façamos Perote, Jalapa, f e i t o isto, nossas destruir ando-a o mesmo Saltillo devemos a ci- ao com Puebla, e Monterey, e, augmentar as ainda exigências». D i z i a o u t r o : « Anniquilemos xicanos, levemos a todas as famílias, um jugo de fei'ro, peitados» (2). E de seu nível o os a destruição e a façamos-lhes e assim México perdeu memorte sentir seremos quasi res- metade território. Faz-se m u i t o cabedal do facto dos Estados-Unidos terem, mais tarde, int i m a d o á F r a n ç a a r e t i r a d a de suas tropas d o M é x i c o . Foi (1) B A N C R O F T , pag. um serviço • mas 547. (2) JAY — Rcvicxv of the Mexicau War, pag. 259, A Illusão como não tem Americana o México esse s e r v i ç o ! O liano poude não tenha que se sido o o governo pago caro de Maximi- manter, embora governo México 61 mais honesto t e m tido desde a inde- p e n d ê n c i a . M a x i m i l i a n o era u m extrangeiro. Houvesse u m principe mexicano, que aquella população, de índole mo- narchica, acceitaria unanime a chia. Demais, Maximiliano Monar- não quiz s a n e c i o n a r os g r a n d e s a b u s o s d o c l e r o , s o b r e t u d o e m r e l a ç ã o aos bens da egreja. N ã o nos e s q u e ç a m o s de que o decret o a b o l i n d o os c o n t r a c t o s a g r í c o l a s peones,—revogação pela das de u m a lei antiga, q u a l os t r a b a l h a d o r e s das se t o r n a v a m v e r d a d e i r o s sujeitos contra até aos açoites, — o p r i n c i p e l i b e r a l os chamadas dos classes hacien- escravos, attrahiu ódios conservadoras, das que sabemos o que são em toda a America latina. Parece para que ha uma os c h e f e s d e E s t a d o s fatalidade libertadores: A Illusão 62 Alexandre I I da pelas b o m b a s Americana Rússia, despedaçado nihilistas; Maximiliano, fuzilado; Lincoln, Isabel é a em do assassinado, Brasil, exilada. O consagração prol No chico da taurar grandes feitos Não monar- pôde res- Monarchia, mas t e m tornado impossível México martyrio o sentimento irresistível. a D. humanidade! México, é dos e a não Republica; ha, não de haver Republica. porque houve, O no nem notável ha escri- p t o r a m e r i c a n o G r o n l u n d d i z q u e , s i os E s t a d o s - U n i d o s , n a é p o c a d e sua independência, tivessem encontrado principe inglez, como o trou um principe Brasil portuguez, n a r c h i a se t e r i a e s t a b e l e c i d o um encona Mo- nos Esta- dos-Unidos ( i ) . E o t e m p o t e r i a feito desta um Monarchia regimen bem ( i ) G R O N L U N D —Cooperative Commonwealth. London, 1891, Swan 8i Sonnenschein, pag. 157. A Illusão differente do monopólio regimen norte-americano. A se de oppressivo mesmo, dirá o do governo com m u i t o mais mesmo do México. Republica, no México, como paizes da que S i se p o d e d i z e r i s t o Estados-Unidos, razão 63 e de cruel plutocracia, é hoje a essência, dos Americana noutros A m e r i c a latina, nunca será u m a cousa impessoal; a Republica ahi será sempre homem homem: representativo, representou Ora, um o odio verdadeira nacional, n u m mas odio o Augusto tuições que extrangeiro. geniaes, amor. Juarez cessor de senti- momento, alguma. t e m u m a de suas i n quando amor nada do cousa quer humanas tenham Só o Lerdo dado n ã o creia Comte sociedades tian ao expressão mento isso, homem o odio pode destruir; o odio pode ser a o f o i Juarez, é creou. que as por base creador. Por Don Sebas- d e T e j a d a , m i n i s t r o e sucJuarez, foi uma transição 6 A Illusão entre a política do odio concepção mem pôr de indígena jurídica da sociedade. lei, jurisconsulto, tudo piava-o e Americana 4 em o artigos de rica. D e p o s t o general de códigos. toda e a America ibé- Lerdo pelo expulso Diaz, v o l t o u o M é x i c o ao mi- o general vinte A Gonzalez e tantos poder no copiada os poderes. nada; as e l e i ç õ e s , u m a O furor imitativo tem sido Pericles, no Cerâmico, dei copiada outro uma da povo. da O a seu disse: o Constituiquasi é farça. dos Estados-Uni- ruina da celebre « 0 ' America. discurso athenienses, que Constituição vos e Congresso Constituição Não ha absoluto. d á ao presidente todos vos poder, delles é praticamente ção americana, Diaz revezam-se, annos, Constituição, dos Es- commum litarismo systematico. O general e Ho- pretendeu militarismo, sorte inevitável e a eu não f o i de fiz a no injuria nenhum de A Illusão fazer, para outras ção vosso nações Ha do gênio sciencia social grego. tudo ser raça, copiadas na Ha quanto de exclamauma pre- descobriu moderna, pode resumir devem leis muita grandeza de sua uso, 65 ». sciencia se Americana que, n i s t o : as a afinal, sociedades regidas p o r leis sahidas d e de sua historia, de seu ca- racter, de seu d e s e n v o l v i m e n t o n a t u r a l . Os têm do legisladores latino-americanos uma vaidade inteiramente nobre riam-se inversa orgulho do atheniense. de copiar as leis de Glooutros paizes! Todos America, dência, os declarando adoptaram americanas, dições paizes isto do artificialismo a sua ao e na indepen- formulas norte- é, r e n e g a r a m de sua r a ç a sacrificando-se as hespanhóes de as tra- sua historia, principio insensato politico e do exotismo legislativo. 5 A Illusão 66 O que Americana colheram desse absurdo, diz-nos a triste historia hispano-americana deste século. O Brasil, m a i s feliz, instinctivamente obedeceu á grande lei de que as dentro de nações si organismos sua mesmas, vivos, substancia, mente se d e v e m com e v i d a os e l e m e n t o s ella naturalmente Brasil, tivemos do foi respeito da a que n i n g u é m cionalismo e exteriores o da que No facto mantida conser- indole histórica, mudar. systema O constituparlamentar foram, a t é certo ponto, uma das c o r t e s lusitanas, muito se sação quasi á socie- tradição e a revivescencia do passado, ducção lenta- incorporados Monarchia pôde os própria tiver absorvido. do paiz e m sua adoptados a sua desenvolvimento colonial; vação todos a independência, dade o como depois de j á estarem assimilados lógico reformar harmonisava espontânea, com repro- cousa a mas uma que organisempre A Illusão representativa, e Americana mais 67 poderosa q u e se j u l g a , d o s g o v e r n o s e locaes da do municipaes colônia. A s idéas liberaes do século, g r a d a s nas i n s t i t u i ç õ e s coevas consa- da inde- p e n d ê n c i a , acharam u m a base histórica em que se firmaram. E Brasil setenta annos de isto deu ao liberdade. Mais tarde, e m 1889, foi commettido no Brasil o mesmo grande erro e m q u e os h i s p a n o - a m e r i c a n o s t i n h a m ca- hido n o p r i m e i r o q u a r t o d o s é c u l o , isto é , q u a n d o a r t i f i c i a l m e n t e se q u i z i m p o r ao Brasil A perda seqüência çada a formula da liberdade foi a immediata, fatal, da idéa. E tomar norte-americana. parte desgra- nós, tardiamente, na fastidiosa e con- fomos desalen- tadora tarefa e m que vivem, ha noventa annos, os longa, vã, tormentosa, sangrenta degradante secular, hispano-americanos, isto na e inútil de querer tentativa, e já quasi implantar na A m e - A Illusão 68 rica l a t i n a as Americana instituições de u m a raça extranha. O grande orador americano Clay falava, Congresso u m a vez, e m americano, 1818, no em favor colônias hespanholas revoltadas a metrópole: em nosso muito paiz atrazados constituírem tão atrazados instituições insigne livres. estão E essa l i m i t a ç ã o von prova O tuição de servil, uma- não es- leis» (1). H o l s t diz que Clay affirma u m contrasenso; que se adoptando e as nossas historiador são para de que elles è que contra americanos nações E a prova as nossas O os sul das geralmente e supersticiosos em injustiça. tão «Acredita-se que Henry por- essa, s i m , é incapacidade ( 2 ) . México copiou, pois, a Consti- norte-americana. (1) H E N R Y C L A Y — Speeches. U m a disposi- V o l . 1, pag. 89 e 90. (2) V O N H O L S T — Consiüutional the U. S. V o l . 1, pag. 415. history of A Illusão ção Americana, constitucional dizia presidente ríodo era mais : inelegível presidencial 6g que para immediato o á presidência. D'ahi, o hybrido e o pesua immo- ralissimo pacto de D i a z e de Gonzalez. D iaz de E elege Gonzalez, com a Gonzalez isto Agora, gar: eleger dura ha parece já fez mais novo a de vinte Diaz. annos. que D i a z n ã o quer lar- reformar a e, r e v o g a n d o fazer de condição a Constituição incompatibilidade, vai reeleger-se e Gonzalez vai ficar l o g r a d o . Fala-se j á e m r e v o l u ç ã o g o n zalista, no e o estado México com a de sitio funcciona mais invejável re- gularidade. Eis Unidos do-o ahi o s e r v i ç o q u e os prestaram de um governo criminado brando, ao de numa sado que çado paiz. México, livran- que, embora i n - extrangeiro, foi o palavra, jámais E Estados- o mais teve aquelle n ã o se mais civili- desgra- l i m i t a r a m a isso A Illusão os bons Americana officios da irmã Republica. Depois de haver retalhado o mexicano, em 1 8 4 8 , e, s o b r e t u d o , pois da victoria definitiva da no México, stituiram dadeiro os sobre imprevidentes que era de sua pátria. con- aquelle ver- paiz que a ruina O e um mexicanos o sem descrédito duumvirato attrahiu para de Republica f o r a m acceitando, ver nuvem de- Estados-Unidos protectorado, Gonzalez território Diaz- o México aventureiros, que, uma patroci- n a d o s p e l a l e g a ç ã o a m e r i c a n a , se sentavam vilégios, querendo que lhes concessões eram dados a de favores pessôaes, de apree pritroco acções benefi- ciárias e de outras m i l f ô r m a s da fraude financeira. O M é x i c o , a pretexto de armarem com todos os o instrumentos m o d e r n o s de progresso, f o i a presa submissa foi e alli motivo o p i m a dos americanos. Tudo objecto tudo, para de privilegio, concessões, com garantia A Illusão de juros e outras para o Americana vantagens Thesouro. Os corriam para 7i onerosas concessionários New-York, e na de W a l l Street o b t i n h a m dos o dinheiro que perasse Diaz, vezes, ou reinasse membros Washington incautos desejavam. Quer o m e t h o d o era sempre tas Bolsa eram im- Gonzalez, o mesmo. Mui- do governo sócios dessas de ali- c a n t i n a s , e, s i o g o v e r n o m e x i c a n o o p punha alguma pequena difficuldade e m entregar o dinheiro, logo bre elle a p r e s s ã o Gonzalez nas e actuava diplomática. amontoavam so- Diaz e grandes fortu- Washington rejubilava. Os jor- naes americanos annunciavam c o m thusiasmo os americana, progressos dizendo que da en- iniciativa a conquista financeira do M é x i c o era apenas o prelúdio da tarde viria. Lerdo York de conquista Nesse politica, que tempo, o Tejada, que vivia exilado, dizia a quem mais illustre em Newescreve A Illusão 72 Americana e s t a s l i n h a s : « Os generaes no meu agora, tempo, roubavam roubam progresso A lheira, nas mexicanos, nas estradas; companhias. E um ». principal figura figura pouco desta rouba- sympathica, parece que u m pouco innocente crimes, foi o soldado feliz general era mas nesses Grant. Aquelle um h o m e m de curta intelligencia, ignorante e m m a t é r i a negócios e, e m t o d o caso, u m de indiví- d u o sem grandes delicadezas. L o g o que se tratava de um assalto qualquer piastras mexicanas, ia ter com o o iniciador da general Grant, ás idéa e este seu pre- l o g o lhe dava o seu n o m e , o stigio e Chegaram, então, ao auge a j o g a t i n a e a i m m o r a - lidade. O a sua influencia. M é x i c o , a pretexto de c a ç ã o no seu solo de c a p i t ã e s era praticamente governado g a ç ã o americana. O ser dos mexicanos. México Alguns appliyankees, pela le- d e i x o u de patriotas A Illusão Americana 73 p r o t e s t a r a m ; m a s os g e n e r a e s D i a z o u Gonzalez de dispunham prender os logo do recurso patriotas e de procla- m a r o estado de sitio. O illustre o r a d o r e notável poeta tamirano, geral, no d o M é x i c o , o sr. A l - meio ergueu do abaixamento contra a alliança ameri- cana a sua v o z e l o q ü e n t í s s i m a — bradava elle no Congresso — « vezes a nossa a ignomínia mexicano de era são subjuga áurea, livre ainda de ouro / Não no grande que O leão liberdade agrilhoado, bemfeitor, cadeias ! dizendo com Vincula, sunt! voz México, banquete dade (financeira, j á ampla o tem vincula rões americanos do extrangeiro as esta mil O seu Emquanto num na serranias. tamen vantava antiga, presenciamos. e corruptor e julga-se que pob?'eza que nossas desleal o -.«.Não!» se que quamvis » i l l u s t r e se l e - em New-York, de confraternivê) entre e notáveis figu- mexicanos, A Illusão 74 Americana banquete presidido pelo general Grant, o sr. E v a r t s , u m dos mais conhecidos estadistas americanos, antigo secretario de Estado, bem usava de justificava a tica de sava linguagem indignação Altamirano. O por ser o que patrió- sr. E v a r t s homem mais pas- espiri- tuoso dos Estados-Unidos; mas, muitas. vezes, lettrado, to- cava apesar as de h o m e m raias da vulgaridade. Isto muito c o m m u m naquelle paiz. H a muita gente com reputação de alli espi- rituosa; mas, nos E s t a d o s - U n i d o s , tendo tido a Edgard h o n r a de ser Poê, o até hoje de morrer na deixaram carrices de acolhidas com das los o sr. dos as wits, ou choes- p r o f i s s ã o , s ã o m u i t a vez enthusiasmo. Evarts, d o s yankees negando- monumento, d o s professional pirituosos dizia um que, a pátria miséria e no desprezo geral, lhe é e e n t r e as Eis o que oaroalha- os s o r r i s o s mexicanos : « A amarei- doutrina de A Illusão Monrõe mas, è, por como quadas, certo, uma as cousas todas precisa doutrina Americana de ser bôa nesta os americanos. proporia com prazer um os americanos, vizinho, memos um mol-o boccado depois, quando chegar Sul. a Olhando que aquelle um presunto. ha de isto da o Sam questão a sua oceano a outro. sombra Um dia, para do vemos a fôrma è bom de garfo; (applausos Isto de tempo. è bastante extender Central mappa, tem coTome- America prolongada). estreitada j á appetite o presunto è apenas deira vez continente hilaridade que America para devorar nosso 1848. nosso Uncle do pelo de em abrindo mas, americanos o México, eu : senhor, os (hilaridade). A virá e Ora, ( a p p l a u s o s ) . Comecemos caro a additamento sim, para Essa phrase: para Norte anti- reformada. resume-se entendamo-nos, cousa; boas America para 75 è fatal, A ban- grande gloriosa ella para de um fluctuará, 7 A Illusão 6 única e ovante, Americana do polo norte ao polo austral». Commentarios timento geral E m cano, dará do 1836, povo no exclamava « A s ã o estes o sobre e dalli Hom, cujas único a que sua orgia tição a ser dos tar- torres do ao cabo ate são yankee ambição. Continuava, não agitadas o * » * * porém, no México A mexicana de estatística uma phantasia imaginação pasmosa. caminho ferro de de u m decreto mediatamente do o reconhece melhoramentos. de ameriPreston: as seguirá ondas limite para senador estreitada a fluctuar sen- americano. Congresso bandeira México, do que e reparcomeçou de Concessão fosse uma de objecto E x e c u t i v o era inscripta nos a im- relatórios e nos o u t r o s d o c u m e n t o s officiaes, n ã o A Illusão Americana 77 c o m o u m simples acto legislativo, mas como uma realidade mais tantos e effectiva. tantos Eram milhares de k i - l o m e t r o s d e l i n h a q u e se d a v a m feitos e que destinados os ao mappas do governo, extrangeiro, traçavam orgulhosamente ticôres. nova e m longos riscos m u l - Qualquer industria, tranha, cada era tentativa de uma uma fonte abundante de riquezas então que que foi no Brasil começaram grande balela depois estatísticas a do de Olhemos outra gente creada immensas. houve café do para com tempo, que sem também os para que e o propaganda c o m este t i - o México. brasileiros a a daquellas Muita quiz, mais ou menos esse Foi México, algumas artigos e ingênuos ultra-phantasistas, republicana, nuns ex- classifi- inquietar-se ler uma cultura já sr. Q u i n t i n o B o c a y u v a fez tulo : de immediatamente como como Republica por olhasAr- A Illusão Americana gentina, e viajantes voltavam, depois nham dos d alh c u r t o passeio, v i Tinham as carruagens empregados cadores; tectura que visto os luxuosos de Buenos-Aires, admirado das cocottes públicos prevari- tinham contemplado a archiriquíssima ver a por dentro. e, de republicanos. restaurants e boçaes fraude vendo e os modestos cos (então cluiam que bancos, ruina Voltavam os lamentares a dos nossos que lá para o de iam Brasil, ministros andando sem e bonde, parvendo edifícios dos nossos banainda o acreditados), Brasil era u m paiz conatra- zado e que a culpa era da M o n a r c h i a . É, das porém, cousas. lencia muito Antes fraudulenta, grande de não a força rebentar a fal- da Republica A r g e n t i n a , mas dos maus g o v e r n o s quelle b e l l o paiz, t e r m i n o u da- escandalo- samente o consórcio financeiro do M é xico e dos Estados-Unidos. Partiram A Illusão as primeiras accionistas que Americana reclamações 79 dos defraudados; os c o n t r i b u í r a m p a r a as pobres infelizes extraordiná- rias empresas, p o m p o s a m e n t e nadas pelos generaes de uma outra Republica, começaram ber, patroci- a nada rendiam, eram //anos siveis, ou tinham espoliados. A s as terras estéreis, pântanos e de perce- embora tardiamente, que sido atrozmente e minas concedidas serras inacces- mangues pesti- lentos, nas costas i n h o s p i t a s d o g o l p h o , ou do Pacifico. E nessas phantasticas c r e a ç õ e s , nos o r d e n a d o s das directorias, nos e s t i p e n d i o s á i m p r e n s a , nas remu- nerações a funecionarios mexicanos a diplomatas dos Estados-Unidos, coaram-se, de do/lars volatilisaram-se os subscriptos. victimas foi medonho. grande prestigio do A O e es- milhões grito principio, das o general Grant foi u m dique, que p o r a l g u m t e m p o conteve a onda da i n d i g n a ç ã o , irrompida, afi- 8o A Illusão Americana n a l , p o r t o d a a p a r t e , n o s meetings, imprensa e York. celebre empresa do caminho A nos tribunaes na de ferro do Tehuantepec em New- f o i declarada fallencia ; os b a n c o s pagamentos; de suspenderam houve suicidios entre os f i g u r õ e s c o m p r o m e t t i d o s ; u m filho de Grant f o i arrastado o pobre general na sua nome aos soffreu popularidade, se achou e grandemente quando o envolvido em litigios escandalosos. decantados tribunaes, seu tantos A m a i o r parte dos melhoramentos do México ficaram adiados indefinidamente; o T h e souro daquella bentado da Republica lucta, e, c o n t i n u a n d o baixo do domínio de — sahiu Diaz e o México é ainda hoje uma depauperada, nidade da amizade arrede- Gonzalez victima, e da frater- norte-americana. Esta rápida exposição demonstra o que é a fraternidade dos dos para os paizes Estados-Uni- latinos. A Illusão Americana * * Vimos o México; á America « Está Si vamos, agora, Central. no destino de nossa raça », dizia e m sua m e n s a g e m de 7 de j a n e i ro de «o 1857 o presidente extender-se por Norte, e isto tempo, si seu curso até ao sul, rica natural. nada para Temos temos irmos ras. bom si essa Si seus governo, não dos A Ametempo, que indígenas 1858: Nicará- necessidade de Central, áquellas quizerem vão è ter- ter bem e tanto que e, o melhor senhores, muito ». possuir America habitantes quizerem, seguirá americana, necessidade, j á , como o de pouco em da pouco seguirem detel-a. manifesta conta de G. Brocon, em interesse do emigração o bem senador tomar dentro poderá população trabalhará si A tima « Temos America os acontecimentos dentro O a succederá Central, conterá gua. toda Buchanan — um melhor; para outra 6 A Illusão 82 parte. Dir-me-ão que mos ha tratados; os tratados, da America apoderar-nos a Inglaterra ó que importam cessidade Americana si temos delia, de Saiba- e, si a França intervir, Monrõe tam é das /» que profundo que Estados-Unidos flibus- melhor a m á fé norte-americana prezo e avante, A extraordinária historia do teiro W a l k e r ne- Central? quizerem doutrina mas e o des- os g o v e r n o s têm pela pin- dos soberania, p e l a d i g n i d a d e e pelos d i r e i t o s das na- ções Houve um americanos jul- latinas momento da em America. que os g a r a m chegada a occasião de tar conquis- a America Central. Tendo j á con- quistado metade do M é x i c o , a conquista da A m e r i c a C e n t r a l hoje resta apertado do entre deixaria o México dous independente territórios ricanos, isto é, fadado a u m a 1 8 5 3 , d e S. ame- absorpção rápida. U m aventureiro, W i l l i a m ker, sahiu, e m que Wal- Francisco, A Illusão á frente de um Americana pequeno 33 exercito de bandidos, formado debaixo protectoras das das a u c t o r i d a d e s vistas america- nas. E s t e b a n d o a r m a d o i n v a d i u o território ker mexicano de proclamou-se território, pria Sonora, e Wal- presidente do novo annexando-o a u c t o r i d a d e aos Teve, porém, pósito e por sua pró- Estados-Unidos. de desistir de de render-se seu pro- á s auctoridades f e d e r a e s a m e r i c a n a s d e S. D i o g o , o tiveram de julgar pelo crime que com- mettido e pela quebra da neutralidade, absolvendo-o, porém, como era de es- perar. P o r esse t e m p o , n a i n f e l i z blica de N i c a r á g u a , eleição Repu- tratava-se de presidencial, o que nas uma Repu- blicas hispano-americanas é s y n o n y m o de guerra dous por civil. Estavam em candidatos, generaes, j á signal chamados um campo se vê, Castellon e outro C h a m a r r o , Mais o u menos eleito 8 A Illusão Americana 4 Chamarro, foi meio deposto rival Castellon, para que, por seu fortalecer a sua s i t u a ç ã o , teve a i d é a desastrada de convidar W a l k e r a v i r a N i c a r á g u a ajudal-o a defender principio da a Constituição auetoridade. e Walker o for- m o u n o v o e x e r c i t o e p a r t i u d e S. F r a n cisco, e m m a i o de 1855. I m m e d i a t a m e n t e , o m i n i s t r o de N i c a r á g u a e m W a s h i n g t o n , o sr. M a r c o leta, queixou-se energicamente; mas o secretario de E s t a d o M a r c y fingiu ignorar o caso mante. talha. e não Deu-se Os que de tiros; elle vencida, do a que mas os mesmo recla- primeira teor, de pri- americanos levaram um seguida, ba- alliados 56 dando-lhe E m ao f u g i r a m aos commandava prestigio. rias logo nicaraguenses, W a l k e r , parece meiros attendeu immenso outras em tudo victo- Bahia Virgens, San Juan dei Sur e Rivas, sem resistência, Walker entrou das e, em A Illusão Granada. A Americana cidade foi saqueada rante tres dias. W a l k e r clamação garantindo radores, e tendo v o l t a d o á s suas sem tro os fez u m a a vida pro- dos principaes du- mo- destes casas, f o r a m f u z i l a d o s demora, nem americano 35 processo. Wheeler, O minis- mancommu- nado com W a l k e r , empenhou-se, tudo, para que apparecesse u m sobrecidadão importante chamado Mayorga, a quem d e u t o d a s as g a r a n t i a s , d i z e n d o - l h e q u e ficava debaixo da p r o t e c ç ã o da bandeira estrellada dos Estados-Unidos. Ma- yorga cahiu na armadilha, e o ministro americano entregou-o a Walker, que o fuzilou immediatamente, com muitos outros cidadãos de N i c a r á g u a ( i ) . W a l ker a r r a n j o u logo u m a espécie de tado de paz com fez p r e s i d e n t e D. o general Corral, e nominal da Republica a Patrício Rivas, que, sob ( i ) Walker 1S56. tra- 011 Nicarágua, a pressão pag. 6, Cojutepec, A Illusão SÓ do Americana medo, assim que poude, fugiu mãos de Walker, prudência, no que p o r q u e , dias das andou com depois, o neral Corral (outro protegido da ge- lega- ção americana) foi fuzilado. W a l k e r f i cou senhor absoluto de julho de dor, do p a i z , e, a 1856, proclamou-se dicta- tendo já o seu embaixador sido recebido s o l e m n e m e n t e verno do de W a s h i n g t o n , a mesmo 12 anno. A 12 22 de Vigil pelo de gomaio setembro, W a l k e r expediu u m decreto restabele- c e n d o a e s c r a v i d ã o e m N i c a r á g u a . A escravidão havia trinta e dous imprensa sido a b o l i d a alli, havia annos. G r a n d e parte americana Congresso saudaram e a maioria com júbilo decreto escravagista. A s outras da do este nações d a A m e r i c a C e n t r a l r e c o n h e c e r a m o perigo, declararam guerra a W a l k e r , começou a receber grandes dos Estados-Unidos. A guerra que recursos seguiu com varia sorte. W a l k e r incendiou com- A Illusão Americana 87 pletamente a cidade de Granada e colheu-se deu ao de a Rivas, praça general 1857; e, q u e se ren- 1 de maio Mora, em graças á intervenção capitão Davis, commandante de guerra Walker com dados o americano poude seu a re- do navio Saint Mary's, escapar, r e f u g i a n d o - s e estado-maior bordo do do e mesmo 260 sol- navio g u e r r a , q u e os t r a n s p o r t o u p a r a de Nova Orleans,onde foram recebidos no meio de applausos populares (1). (1) HAYDN'S — Dictionary of Dates, 1889, pag. 635. O r e l a t ó r i o do m i n i s t r o da Marinha Toucey, em 1857, fala a respeito do asylo concedido a W i l l i a m W a l k e r , nos seguintes termos: « J t d g o u o governo necessário, como medida de humanidade e de política, dar instrucções ao commodoro Mervine {chefe da divisão naval), no sentido de facilitar ao general Walker e a seus companheiros, no caso deites a solicitarem, a retirada de Nicarágua. A acção do commandante Davis, facilitando, por meio do navio Saint Mary's, a retirada de Nicarágua ao general Walker A Illusão 88 Em em New-York, Americana houve u m meeting honra e a favor de W a l k e r . O sidente nan, dos Estados-Unidos, mandou um pre- Bucha- telegramma enco- miastico a respeito de W a l k e r , dizendo «que os heróicos excitavam a solicitude» (i). Em esforços sua de admiração N o v a Orleans, começou o e a sua sempre com a benevolência do governo gton, Walker de Washin- aventureiro a orga- e a seus soldados, foi pois approvada por este Ministério». Inglez : « / / ivas deemed necessary, as a measure of humanily andpolicy, to direct comviodore Mervine to give general Walker and such of his men, as were willing to embrace it, an opportunity to retreat from Nicarágua. And the adiou of commander Davis, so for has he aided general Walker and his men, by the use of the Saint Mary's to retreat from Nicarágua, was approved by this Departement». Congressional Globe, part. i , i . session, 3 5 - congress, 1857-1858, pag. 356. (1) V O N H O L S T — Constitucional History of the United States, 1856-1859, pdg. 160. s th t A íllusão nisar outra Americana expedição. Denunciado pelos agentes d i p l o m á t i c o s ricanos, 89 centro-ame- f o i preso, sendo, p o r é m , logo solto, mediante pequena caução. Equi- pando a o n a v i o Fashion, partiu de n o v e m b r o para Punta Arenas, desembarcou que se vaso com oppuzesse de guerra Paulding, depois, der-se e mas homens, a isto o foi sem Saratoga, americano. O capitão che- obrigou W a l k e r a ren- trouxe-o estes onde da marinha americana, gando Walker 400 11 para entregue New-York. aos tribunaes, n ã o o processaram, porém, processado capitão P a u l d i n g , p o r t e r e x c e d i d o as suas instrucções e e sendo, reprehendido ter contrariado governo de Washington, protector de Walker. 1860, (Honduras), apoderou-se o declarado E m agosto este d e s e m b a r c o u o de em Truxillo da fortaleza e saqueou a cidade. O capitão Salmon, c o m m a n d a n t e d o Icarus, navio de guer- A Illusão Americana ra inglez, intimou W a l k e r a restituir a p r o p r i e d a d e roubada. W a l k e r recusouse e f u g i u . F o i p e r s e g u i d o , apanhado, e por o r d e m do governo de Honduras foi julgado final nos de e fuzilado ( i ) . O Walker produziu Estados-Unidos. delle u m heroe desastre indignação Quizeram fazer sublime. O poeta Joa- q u i m Miller exaltou-o e attribuiu-lhe A piercing eye, a princely air, A presence l i k e a chevalier H a l f angel, half L u c i f e r . * Quem ha, versado na historia latino-americana, que n ã o tenha na lem- brança o bárbaro bombardeamento S. J o ã o d e N i c a r á g u a 1854? O (Greytown), commandante de u m de em vapor americano matou cruelmente com tiro daquelle de (1) dem. carabina, HAYDN'S á entrada — Dictionary of Dates, um 18S9, i b i - A illusão Americaná 91 porto, o p a t r ã o de u m barco de pesca. A s auctoridades exigiram a entrega do criminoso. poz-se; O ministro houve americano op- m a n i f e s t a ç õ e s de desa- grado ao ministro, e tanto bastou para que os E s t a d o s - U n i d o s m a n d a s s e m Nicarágua giu de todas uma prejuízos 30.000 a c o r v e t a Cyane, que a exi- as r e p a r a ç õ e s , o p a g a m e n t o longa lista de soffridos p o r dollars de pretendidos americanos indemnisação m i n i s t r o , pelas assuadas. Isto, sob de bombardeio e m e ao pena vinte e quatro ho- ras. A p o p u l a ç ã o , j u l g a n d o q u e o caso se l i m i t a r i a a a l g u m a s b o m b a s sadas contra a pequena arremes- cidade, que a p e n a s c o n t a r i a u m a s q u i n h e n t a s casas, retirou-se para o interior. O dante do vaso de muda guerra inglez protestou solemnemente, rando que só a fraqueza o comman- impedia de oppôr-se bombardeio. N o dia 1 de pela Berdecla- seu n a v i o força seguinte, ao depois A Illusão Americana de atirar algumas bombas, dante operou u m o comman- desembarque, s u a s t r o p a s i n c e n d i a r a m t o d a s as A cidade ficou inteiramente e o prejuízo causado pela destruição a mais de Este subiu de dollars (1). n ã o teve outra puni- (1). C A L V O — Traité VON casas. extrangeiros ção a l é m do justo estigma da de droit as destruida, de mercadorias 2.000.000 crime a e théorique Historia. et pratique international. HOLST — Vol. i v , pag. 11. Na grande obra do sr. Calvo, a data do bombardeio é dada como 1834, e noutra sua obra, como 1835. Erros de r e v i s ã o desta ordem' s ã o numerosos nas preciosas e utilissimas compilaç õ e s do sr. Calvo. Por isso, é preciso u m certo cuidado com as i n f o r m a ç õ e s que ellas nos fornecem, sendo sempre bom i r verificar as fontes citadas, que, sendo numerosissimas, nem todas puderam ser convenientemente resumidas pelo auctor. A s s i m , o sr. Calvo n ã o fala do protesto, i m p o r t a n t í s s i m o , aliás, do commandante do Bermuda, e é de extranhar que e p i s ó d i o s da import â n c i a das e x p e d i ç õ e s de W a l k e r n ã o sejam, siquer, tratados pelo escriptor argentino, A Illusão Quando a Americana Inglaterra 93 começou apoderar-se dos territórios que Belize e das ilhas cercam honduranas, constituem hoje o Honduras a que inglez, a p o b r e R e p u b l i c a de H o n d u r a s e m v ã o appellou para a protecção do de Washington, allegando, violência que lhe de era governo contra a feita, a d o u t r i n a Monrõe. Nesta questão da Centro-America, l o n g e d e se o p p ô r á i n t e r v e n ç ã o euro- péa, o g o v e r n o americano solicitou a t é a interferência da Inglaterra no pto, 1850, pelo tratado de 19 de conhecido pelo n o m e de Clayton-Bulwer. Estados-Unidos Por assum- abril tratado esse t r a t a d o , associaram-se de á os Mo- narchia européa, para regularem a construcção e a neutralidade do projectado canal de N i c a r á g u a . u m a das E , cousa conseqüências deste notável, tratado f o i os E s t a d o s - U n i d o s r e c o n h e c e r e m solemnemente o d o m í n i o inglez no H o n - A Illusão 94 duras, e m detrimento hespanholas primeira dous nem Americana da das Republicas Centro-America. cláusula governos deste Na tratado, concordavam em os que u m n e m o u t r o p o d e r i a m occupar, fortificar, exercer qualquer carágua, quitos, colonisar, ou assumir, dominio Costa Rica, Costa ou qualquer ou sobre N i - dos Mos- parte da America Central. E m 29 de j u n h o de 1850, o ministro inglez e m W a s h i n g t o n , sir H e n r y L y t ton Bulwer, declarava que o governo i n g l e z e x c l u i a d a q u e l l a c l á u s u l a os estab e l e c i m e n t o s i n g l e z e s d e H o n d u r a s , e, a 4 de julho, o secretario de Estado a n n u i a , n u m a n o t a , a d m i t t i n d o q u e ficav a m f o r a d o t r a t a d o os estabelecimen- tos inglezes e m H o n d u r a s ( 1 ) . Só em em 1855, o ministro Londres, americano Buchanan, solicitou que (1) H E R T S L E T - A complete coUection of trcaties etc. V o l . v i u , pag. 969, e v o l . x , pag. 645. A Illusão a Inglaterra Ruatan e Americana abandonasse outras, de que se t i n h a a p o d e r a d o n a duras, 95 a ilha de esta nação costa de Hon- a s s i m c o m o o t e r r i t ó r i o e n t r e os rios S i b u n e Sarstoon, e q u e a posses- s ã o i n g l e z a d e B e l i z e se l i m i t a s s e á p a r t e dos tratadosanglo-hespanhoes de 1783 e 1786, e que a Inglaterra abandonasse a Costa dos Mosquitos. Lord Claren- don, m i n i s t r o dos N e g ó c i o s E x t r a n g e i ros da Inglaterra, respondeu c o m redonda negativa. E uma M o n r õ e ? (1) (1) ELISÉE RÉCLUS — Geographie Universel, tomo x v n , pag. 484, diz : « L a c ô t e d i t e de Mosquitia, ou des Mosquitos, f u t r e v i n d i q u é e par le gouvernement anglais, et, si les É t a t s Unis n ' é taient intervenus, t o u t 1'espace compris entre la r i v i è r e de N i c a r á g u a et la baie de Honduras serait devenu t e r r i t o i r e britannique, comme l'est actuellement le pays de Belize. E n v e r t u de la doctrine de M o n r õ e , 1'Amérique reste aux a m é r i c a i n s et le l i t t o r a l de la mer des Caraibes est r e s t i t u é à la Republique du N i c a r á g u a ». Esta affirmação do illustre geographo é i n teiramente falsa. A i n t e r v e n ç ã o dos Estados-Unidos f o i seguida da negativa de L o r d Clarendon. E m 1860, pelos tratados de 28 de janeiro e 11 9 A Illusão 6 Quando com sede se em Americana formou na França, a Europa, mallograda companhia do canal inter-oceanico, que obteve uma colombiano, concessão o governo g t o n sahiu-se l o g o c o m Monrõe, céo. O Panamá gton fazendo velho do um Congresso de a Washin- d o u t r i n a de terrível escar- Lesseps, p o r é m , f o i de a New-York, foi a e, c o m o p o r e n c a n t o , p o s i ç ã o cessou p o r p a r t e da Washin- t o d a a opSecretaria d'Estado. A n n o s depois, t u d o isto ficou de fevereiro, assignados em Managua, a Republica de N i c a r á g u a fez muitas c o n c e s s õ e s à Inglaterra quanto ao transito do isthmo, esta garantiu a neutralidade do isthmo e cedeu á Republica de N i c a r á g u a o protectorado da Costa dos Mosquitos. E m troca de c o n c e s s õ e s a n á l o g a s , feitas por Honduras, a Inglaterra reconheceu, com varias r e s t r i c ç õ e s , o d o m i n i o dessa Republica sobre as ilhas do H o n d u r a s , pelo tratado de 28 de novembro de 1859. Nos Estados-Unidos, esses tratados foram considerados como victorias da diplomacia i n gleza e f o r a m m u i t o atacados, p r o v a de que não f o r a m celebrados, g r a ç a s aos Estados-Unidos, como diz o sr. R è c l u s , A Illusão Americana 97 explicado, por occasião do celebre cesso as do Panamá, e soube-se influencias americanas, os pro- porque homens do g o v e r n o de W a s h i n g t o n , deixaram de lado M o n r õ e e a sua doutrina. N o processo do P a n a m á , verificou-se m i l h õ e s de francos foram mente gastos para acalmar que mysteriosaescrúpulos e para suavisar a doutrina de Monrõe. Eis dos qual tem tados-Unidos sido em idéa do paiz empregou o papel relação á Es- grandiosa canal inter-oceanico. Aquelle toda a sua influencia para atrazar e e m b a r a ç a r p o r todas f ô r m a s a grandiosa empresa, dora de benefícios para a e isto para as promette- humanidade, n ã o p r e j u d i c a r as compa- nhias dos caminhos de f e r r o trans-continentaes. E ' mais u m serviço que lhe devem a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia e o Chile, peridade tanto paizes necessita do cuja proscanal Panamá. 7 do 98 A Illusão Americana Quando, em 1888, a esquadra italiana ameaçou os p o r t o s d a Colômbia e do Equador, exigindo violentamente satisfacções e indemnisações, que tecção a ás suas Republica pro- irmãs violentadas deu Norte-Americana? Nenhuma. * * Q u e r e m apresentar o governo ricano aos amigo das brasileiros nações como o deste grande continente, c o m o o s e u p r o t e c t o r n a t o , e, n o dessa demonstração, ha ame- jornaes furor bra- sileiros, de t ã o a t r o p h i a d o patriotismo, que chegam que debaixo cano, collocar o Brasil do fazendo vassallo E' a do Rio de contra esta queremos aos nossos sido a falsa do pundonor reagir, o suzerano. idéa, contra este nacional, relembrando compatriotas política ameri- Janeiro e de W a s h i n g t o n , o esquecimento que protectorado como americana. o que tem A Illusão Americana P a r a o M é x i c o , ella algoz e para 99 tem a America sido um Central, um inimigo. Continuemos, agora, a os Estados-Unidos outros paizes, Republica paiz texto de soffridos sem do tanto têm á a qual por americanos, r e v o l u ç õ e s haitianas. pobre aquelle a pre- prejuizos nas Haiti que contra atormentado, indemnisação por feito esquecer Haiti, tem vêr o muitas e S. Do- m i n g o s j á t ê m sido varias vezes a m e a çados por navios de guerra Americana, sempre demnisações da a pretexto reclamadas. E União de aquelles p o b r e s paizes j u l g a v a m - s e isentos tas reclamações; todos vernos tinham, de mente, expedido de antemão lisavam revoltas como no que pelos seus certo, n ã o se prejuizos desgo- cautelosa- decretos, causassem, mar! os in- dizendo responsabique tanto as em suas terra, A Illusão IOO Não no Americana é tão grande, Brasil, o c o m o se empenho que pensa têm os Estados-Unidos em que a E u r o p a n ã o possua A a territórios na Dinamarca já ilha de S. acceitaram America. lhes Thomaz; a idéa, os mas No recusaram. minava naquelle paiz u m a terior ás invasões Estados- m o m e n t o , do- do do ceder habitantes os Unidos retrahimento, reacção quiz politica período México e de anda A m e r i c a Central. O presidente Grant mostrou-se disposto Cuba, e hoje, que preparam para fazer os com adquirir Estados-Unidos uma politica vistas americanas a nova exterior se esquadra (i), as são para outro porto (i) A construcçâo desta esquadra foi ensejo para grandes e s c â n d a l o s a d m i n i s t r a t i v o s entre o Ministério da Marinha e os constructores. Ficou provado que os constructores e empregados superiores da marinha roubaram descaradamente o Thesouro. Basta dizer que o governo pagou como e n c o u r a ç a d o s navios que o n ã o s ã o . A Illusão das do Americana Antilhas, para Haiti, o posse é ricana para mente a porto Molhe exigida do golpho o e S. para magnífico Nicolas, pela centro lol da cuja marinha ame- estação naval dominar completa- passagem dos estreitos tilhanos. O governo americano, an- nestes ú l t i m o s t e m p o s , t e v e j á as necessárias complicações desavenças com preparatórias o Haiti, para a conquista, que em documentos officiaes j á u l t i m a m e n t e tem sido aconselhada e reclamada. D e v e m o s , a respeito de Cuba, m e n cionar de passagem a expedição fracassou, e m R o u n d Island, e m que 1849, a que foi batida e m Cardenas, e m 1850, e a d e 18 5 1 , c o m m a n d a d a p e l o c a u d i l h o Lopez, que, batido, f o i executado, com cincoenta (1). Os sonhado dos seus c o m p a n h e i r o s patriotas cubanos, que com a independência da têm pe- (1) Sobre esta e x p e d i ç ã o l e r : America y Espana, de D . J o s é Ferrer de Couto. Cadiz, 1859. A Illusão 102 rola das Antilhas, cipio, grandes de Americana Monrõe. dos-Unidos puzeram, esperanças Julgaram não a prin- na doutrina que podiam os Esta- deixar os p r o t e g e r c o n t r a a m e t r ó p o l e . poderia que, á a águia sombra sas, continuasse solo americano panhol? americana de suas uma de Como consentir azas poderodo livre debaixo do jugo hes- New-York, parte p o r m u i t a s vezes, tornou-se o quartel general dos conspiradores cubanos. A legação de Hes- panha, e m W a s h i n g t o n , diversas protestou contra a quebra vezes das leis da neutralidade p o r parte d o g o v e r n o amer i c a n o , q u e d e i x o u se o r g a n i s a s s e m dadeiras expedições o governo o proceder de do armadas Cuba. Qual governo principio, gaste navios, compre em Lopez? conspiração New-York, armas sido americano, deixa que a dinheiro contra tem sem falar na celebre e x p e d i ç ã o A ver- e, á frete ultima A Illusão hora, vira-se americana Americana contra põe-se ella, de serviço de legação hespanhola, 103 a policia accôrdo vigilância, mantido e os Mais de chegaram nos, uma a sahir de aportaram variavelmente nhoes. v e z , as Os a batidas patriotas expedições e americaforam pelos in- hespa- cubanos, injustamente, accusam pa- esperan- portos Cuba o pela pobres t r i o t a s s ã o b u r l a d o s e m suas ças. com talvez s e m p r e os seus auxiliares, americanos m e r c e n á r i o s , traição. U m a de um vez, a t r i p u l a ç ã o navio, composta nos, f o i i n e x o r a v e l m e n t e Cuba, e, apesar da de de inteira america- fuzilada emoção que em este facto p r o d u z i u nos Estados-Unidos, g o v e r n o de W a s h i n g t o n n e m por t o m o u a defesa da dência nado nha troco cubana. esta a Tem da indefinida favores de isso indepen- sempre causa, v e n d e n d o posse de causa o abandoá HespaCuba, commerciaes, a isen- Í04 À Illusão ções de direitos ricanos etc. Americana para etc. requintado O frio cortes da da um Republica, Nova construcção tratado de um Granada, a os Es- respeito caminho ferro no isthmo do P a n a m á , caminho são, negre- (hoje C o l ô m b i a ) , concluiu com tados-Unidos o européas. ignora que a chamada e não exclusivo da g a d a d i p l o m a c i a das Ninguém ame- egoismo machiavelismo pois, o privilegio então productos o de ferro que m r . de de mesmo Lesseps comprou, depois, p o r vertiginosa quantidade de m i l h õ e s , p o r conta dos pobres accionistas da C o m p a n h i a do Canal. Fez-se o caminho de ferro, e Pa- n a m á tornou-se u m logar de u m transito espantoso: vinha que nada da iam Califórnia para ficava americanos exerciam transito a e do de ouro americanos Califórnia. D o em alguns Panamá, ficavam, diariamente a que sua mas e ouro dos estes brutali- A Illusão Americana d a d e c o n t r a os p o b r e s h a b i t a n t e s , desgraçados a No south succumbir ao d i a 15 d e vocações ciência Os fogo de americans contacto abril de americanas dos destinados do yankee. 1 8 5 6 , as pro- cançaram naturaes de a pa- Panamá. americanos c o m e ç a r a m a fazer r e v ó l v e r c o n t r a os p a s s a n t e s , estes r e a g i r a m a p e d r a , d e p o i s a tiro. N u m a palavra, houve u m tumulto enorm e e muitos m o r t o s de parte a parte. Resultado: intervenção americana, intimação para o governo do isthmo ser independente en- de Bogotá t r e g u e a o s yankees) de é, e 400:000 dollars indemnisação. Quem, porém, das (isto dos devia as v i - neo-granadinos, tiradas a m e r i c a n o s , e as suas das p o r estes ? V e i u timatum, pagar casas o pelos incendia- costumado e o governo de B o g o t á uldeu- se p o r m u i t o feliz, p o r t e r s o m e n t e pagar a exorbitância que lhe era de exi- A Illusão io6 gida pela Americana força e contra todo di- reito ( i ) . Os Estados-Unidos relações com ções não cios para A bém o Peru, trouxeram esta têm e muitas estas grandes relabenefí- Republica latina. Republica do P e r ú soffreu tamviolências Durante americanas. uma das muitas revolu- ç õ e s d a q u e l l e paiz, v á r i o s navios ame- ricanos, Thom- entre pson e do facto ruanos o Georgiana, dos do expressa aproveitando-se navios estarem entregaram-se bando o u t r o s o Lizzie com de os guerra revoltosos, activamente ao guano, contra das leis peruanas. pe- contra- disposição Os navios de guerra revoltosos entregaram-se ao ( i ) N U K V A G R A N A D A Y LOS E S T A D O S - U N I D O S D E A M E R I C A — Final contestacion diplomática. B o g o t á , 1857 — Manifesto dirijido á la nacion por algunos represefitantes sobre el convênio Herrau — Cass. B o g o t á , 185S. A Illusão Americana 107 governo, facto que deu m u i t o prestigio ao principio da auctoridade lidação da Republica depois disso (1860), inalterável derio, vios o serviço sionou, como governo Peru, que, tem gosado de s a b e m o s . U m desses n a - revoltosos, ao conso- felicidade de riqueza e po- como voltou no e Tuntbes, logo d a legalidade, era direito peruano, os e dever navios que aprido contra- bandistas. Q u e fez o g o v e r n o de W a s hington? Reclamou, insolentemente, diplomáticas, archivos ção havia, ultimatum, rompeu andou quanta vez as tudo, o pobre de nos reclama- lançou Perú mais relações procurando espécie juntou e cada teve um de pagar (1). (1) O direito do P e r ú é demonstrado á saciedade na c o r r e s p o n d ê n c i a official trocada a esse p r o p ó s i t o entre os governos de W a s h i n g t o n e de L i m a . V i d e Question between the United States and Peru. Diplomatic correspondence. L i m a , 1861. A Illusão Io8 A historia grande Americana do período Perú, trágico e depois do heróico da conquista e depois de findo o colonial, é bem simples. dominio Tem sido setenta annos de d e s g r a ç a , que formaram a mais rica trans- possessão da c o r o a h e s p a n h o l a n u m dos paizes mais pobres Qua- e infelizes do mundo. torze lustros de r e g i m e n Houve, soria que porém, um período prosperidade, e então dissesse : O alguém Olhemos republicano ! é de também para do não o Perú do período ouro da europeu; ! enorme o Argentina importação período no Brasil, f o i o da finanças corresfundação republicanas, foi a época papel. N o Perú, a época pode chamada a Durante res nos g r a n d e p e r í o d o d a n e v r o s e e da pondente, das illu- extranhar megalomania financeira na foi o de de do guano. centenares, annos, ser segundo sinão milha- os c á l c u l o s do A Illusão Americana 109 s á b i o R a y m o n d i , os p e l i c a n o s d o as aves praias, d o s r o c h e d o s , as g a i v o t a s r e v e s t i r a m as nhascos, ilhotes uma as e planuras das das fraldas dos pe- e dos enseadas encostas fragosas, de g r a n d e e p r o f u n d a coberta de de- jecções, que constituíram uma massa tada, ha mar, de m a t é r i a alcalina e com uns que trinta a terras exhaustas lares. Para phospha- industria annos, pelas a enorme começou, revigorar culturas secu- os valles da V i r g í n i a , de- pauperados pela exgottante cultura tabaco, p a r a os c a m p o s da as do Inglaterra e da Allemanha, foi levado, e m gran- des carregamentos, o a d u b o salvador, comprado no Isto que a peso devia de ser a ouro riqueza feliz n a ç ã o f o i u m a causa de O estéreo, que as terras a ía ao todo. O guano do longe governo da in- desgraça. estéreis, serviu para putrefacção Perú. e foi declarado fertilisar activar do paiz proprie- A Illusão IIO clade nacional objecto de governo, seus cebia grandes troca forma nesse se ou e caso, em extracção feitas a eram, em a m i g o s dos sócios. O re- homens todo Thesouro re- proventos do guano, já concessões, já sob direitos de exportação. tempo era parti- tornavam-se, em das de sua particulares parentes do a concessões culares. O s gra, e Americana que o governo a Foi peruano v i u preza de u m b e m singular mo- tivo de inquietação, ou de susto, que p a r e c e ser p r ó p r i o dos estadistas financeiros em v é s p e r a s de grandes tres. T a m b é m n o P e r ú na imprensa, no se perguntava, Congresso, versas particulares: que dia, c o m tempo auroras. consal- insensata! u m conto oriental—do homem a q u e m o destino no em fazer dos dos do Thesouro? Pergunta Ha desas- a deu condição u m milhão de gastal-o comprehendido entre por todo duas A Illusão A falta condição do era a zeres, gosos, bastou, o tempo veiu e do homem esvasiar que cumprimento morte alvorecia diário. para achar últimos aurora Anjo da te de novo fim. La- seu annun- N ã o consegui respondeu-lhe: — E' Anjo da que tu único meio que isso! — já o o para ouro e E do de dia. A p - milhão! esqueceste via meio Morte mentou-se o h o m e m : — Morte um saccos do desgraçado meu imaginação cheios, q u a n d o ciou o pouco a o gastar E m con- trabalhava pareceu ao Pra- exgottamento, estavam a do infeliz. a fadiga, o os ainda desta p r i m e i r o s dias, para milhão debalde I I I prodigalidades, tudo isto nos sumir Americana Qual ? — ha- Fazer o bem! Ora, os paizes superabundancia um meio de victimados pela dinheiro só têm d e escapar a esse m a l , a l i á s singularissimo. E ' fazer o bem. E ha A Illusão 112 tantos modos Americana de um governo bemfazejo! N ã o falamos de públicos, de grandes vas, de d i n h e i r o soccorros esmolas distribuído collectipelos po- bres, o u pelos soldados, signaes estes do esphacelamento do ciáveis. dos A sciencia mais que do serviços pagar tado si vem que politica o tem imposto, necessário sendo para ha a os fazer é E s t a d o , si o Es- dividas. as n ã o t e m , razão, nesto a dinheiro dividas do não convém quer do insa- caminhou Hoje, o públicos, o que as tyrannias pretorianismos desde a a n t i g ü i d a d e . publico, certos caracter nacional, factos p r ó p r i o s das expirantes, ser Si liquidal-as n ã o ha n ã o ser por ou qual- o u t r o alvitre ho- a diminuição dos i m - postos. Os Estados-Unidos, ha b e m tempo, uma tinham grande u m saldo reserva pouco embaraçoso, metallica, m u i t o deu que falar. P o r alguns que annos A Illusão Americana H3 prevaleceu, a t é certo p o n t o , nesse particular, a politica honesta applicar esse saldo á e sensata, de amortisação da divida. O s proteccionistas n ã o q u e r i a m consentir de na d i m i n u i ç ã o dos entrada, que avolumavam o eram os impostos que mais saldo. A tentativa era, p o r é m , muito grande e muito pequenos e r a m os e s c r ú p u l o s dos políticos. E m p e n s õ e s escandalosas, e m s u b s í d i o s i n justificáveis, foi malbaratado Appareceu o déficit no o saldo. orçamento. O T h e s o u r o , p a r a f a v o r e c e r os r i c o s p r o prietários mittir per- da prata, foi transformando u m metal desvalorisado em livre continuou a cunhagem numa a das minas, moeda virtude da ham — que emigrar a a também depreciada celebre moeda moeda lei de Gres- depreciada de emigrou para a Europa, faz v a l o r — o ouro e o paiz cahiu na p a v o r o s a crise e c o n ô m i c a que hoje e, se d e b a t e , s o b r e n a d a n d o todo em no A Illusão ii4 naufrágio Americana os g r a n d e s capitalistas e os homens do m o n o p ó l i o , sendo, p o r é m , a classe p o b r e , os o p e r á r i o s , m e r g u l h a d a na miséria a mais negra. O Perú, dizíamos, achou-se sérias dimculdades deante de nheiro. N ã o lhe veiu á em tanto di- mente a idéa de fazer o b e m , que seria, n o seu caso, o p a g a m e n t o das dividas nacionaes, ou a diminuição época, o teriores ções dos impostos. ministro das Relações peruanas, paizes tadas, ordenando-lhes onde se do Perú luminares da para a que, economistas achassem lhes expuzessem nanceira niões Ex- m a n d o u u m a circular á s lega- c o n v o c a n d o os p r i n c i p a e s dos P o r essa acredi- situação f i - e pedissem áquelles sciencia conselho e opi- tão grave caso. O Perú s o f f r i a , o P e r ú í a m o r r e r , t a l v e z , e, d e s esperado, r e c o r r i a á sciencia, tando-lhe quaes os pergun- remédios seu m a l , para a t e r r í v e l d o e n ç a : para o a pie- A Illusão Americana 115 t h o r a d o d i n h e i r o . V a r i a r a m , t a l v e z , os alvitres, mas a doença desappareceu p o r si, a n t e s d e ser a p p l i c a d o a o mo o receituario da douta enfer- faculdade. D o u s generaes de b ô a vontade, os neraes Pardo ge* e Prado, secundados por outros collegas, p o r m u i t o s c o r o n é i s por u m exercito todo mettido a co, a c a b a r a m deixou de ser c o m os saldos, excepção na e o e polítiPerú America hespanhola: ficou t ã o fallido como qualquer outra Republica, dando-se a integralisação na quebradeira hispano- americana. Nessa época de desmoralisações administrativas, que chegam até á le- genda, f o ig r a n d e no P e r ú a maléfica i n fluencia dos Estados-Unidos. Os aven- tureiros Lima. Como eram no americanos México, enchiam esses a v e n t u r e i r o s apresentados pela legação ame- ricana, p o r ella patrocinados, e o posto de ministro americano no Perú tor- A Illusão n6 nou-se muito quando, lucrativo. lá i a m boas demnisações rios pelo de e D e que algumas em in- ou de qualquer se pretendiam não aparas se outra lesados movimentos d ã o sem nas mãos deixar da diplo- macia de W a s h i n g t o n . Falava-se bém, á s vezes, rõe, o e m doutrina que n ã o impediu a de aggredir bardear o em concessioná- g o v e r n o . O r a , esses capitães vez sommas a yankees, de guano, cousa, Americana Perú e o Valparaiso, sem de tamMon- Hespanha Chile, bom- que dos Es- t a d o s - U n i d o s partisse u m a v o z , siquer, em f a v o r dos paizes lência daquella victimas da vio- n a ç ã o e u r o p é a . A esse p r o p ó s i t o , escrevia u m illustre argen- tino : « A doutrina vém á mais curioso, deio de Valparaiso. americana America de Monrõe do Sul, que citei, dos A mares não con- e o exemplo é o desse bombar- esquadra norte- do sul assisfai A Illusão impassível ao bombardeio porque, em virtude rõe, as potências das de Em virtude toda quadra mas, para ça e da e essas tal doutrina, utilidade Monrõe para aquella ao bombardeio; a preda Fran- presentes no porto, em abstiveram-se, este pôde es- esquadras ainda Por America. eficazmente, das esquadras, Monexcluí- na oppôr-se oppôr de ficam doutrina, Inglaterra bombardeio. que dessa do apoio Valparaiso, da doutrina intervenção se 117 de européas deveria cisaria Americana e deu-se exemplo ser America virtude a vê-se doutrina do Sul» da o de de (1). ( i j A L B E R D I , t r a d u c ç ã o de T h . Mannequin, Paris, 1866: Antagonisme et solidariété des Eiats orientaux et des Étals occidentaux de PAmérique du Sud, pag. 155. Emquanto os Estados-Unidos mostravam esta indifferença deante do assalto da Hespanha á s Republicas do Pacifico, o Brasil monarchico, embora a b r a ç o s com as difficuldades da guerra do Paraguay, respondia ao appello do Chile pela seguinte f ô r m a : « Correspondendo ao honroso appello do governo chileno, o governo de Sua Majestade o A Illusão Ii8 Voltemos, O guano Americana porém, ao Perú. foi diminuindo pouco a pouco. O do governo trabalho guaneiras a dos do Perú chins, de fazendas escravos umas casas de galés americanas, nas e, na nas e s t â n c i a s assucar. amarellos mão reduzidos verdadeiros realidade, escravisados nas lançou e Esse trafico era feito e quasi por sem- pre sob a bandeira estrellada, que protegia a escravidão asiática, j á no Perú, Imperador auctorisa o abaixo-assignado a assegurar a v . exc. que, de perfeito a c c ô r d o com as c o n s i d e r a ç õ e s exaradas por v. e x c , o governo imperial n ã o vacillará em prestar, com o maior prazer, o concurso de seus bons officios e de seu apoio moral para que n ã o p r e v a l e ç a m p r i n c í p i o s que offendam a autonomia e os legitimos interesses dos Estados do continente sul-americano. » Estas palavras s ã o de uma nota d i r i g i d a , em 7 de j u n h o de 1864, a D . Manuel A . Toccornal, m i n i s t r o das R e l a ç õ e s Exteriores do Chile, pelo conselheiro J o ã o Pedro Dias V i e i r a , m i n i s t r o dos N e g ó c i o s Extrangeiros do I m p é r i o . A Illusão já em Cuba. O desgraçados Americana p o r t o de sahida era Macau. portuguez começou a com o escândalo, Eça de Queiroz, em Havana, 119 e O se o desses governo impressionar relatório cônsul apresentou que de Portugal ao governo, d e m o n s t r a n d o as m o n s t r u o s i d a d e s c o m m e t t i d a s c o n t r a os chins, apressou, talvez, o f e c h a m e n t o d o p o r t o d e M a c a u á e m i g r a ç ã o chineza. H o u v e estabelecidos no Perú e americanos ligados a g r i c u l t o r e s p e r u a n o s q u e se ram com a suppressão aos enfurece- do trafico ama- r e l l o , e f o i e n t ã o q u e se o r g a n i s o u u m a das m a i s h e d i o n d a s taria um de que grande fóra e empresas de pira- ha noticia. F o i navio, que armado sahiu mar demandou o pequeno grupo ilhas p e r d i d o no oceano em de Pacifico, co- nhecido pelo n o m e de Ilha da Paschoa, e que hoje Essas nhos foi annexado ilhas, celebres monumentos pelo Chile. pelos extra- graniticos que lá A Illusão 120 Americana deixou uma raça desapparecida, vultos de colossaes plantados por uma pedra nas encostas das civilisação pelos esculpida montanhas ignota, eram po- voadas de polynesios, r a ç a suave e inoffensiva, de u m a innocencia paradisíaca, que o mem Os contagio civilisado flibusteiros exterminador ainda não do victimara. desembarcaram na ilha, m a t a r a m as c r e a n ç a s , os v e l h o s e todas as m u l h e r e s , e ho- quasi acorrentaram e a l g e m a r a m os h o m e n s v a l i d o s , que, atirados ao porão zidos para o do Perú navio, foram como Q u a n d o a noticia deste tado echoou na escravos. horrível Europa, tra- o atten- governo inglez commoveu-se e o r d e n o u ao m i - nistro de Inglaterra em L i m a que in- formasse sobre o assumpto. Verificada a exactidão da noticia, o g o v e r n o inglez e x i g i u i n e x o r a v e l m e n t e q u e os infelizes escravisados lhe fossem entregues pelos cidadãos republicanos da America. A Illusão Americana 121 Recolhidos a b o r d o de u m n a v i o de guerra i n g l e z , os d e s g r a ç a d o s , q u e ti- n h a m escapado á ferocidade americana, f o r a m restituidos á s suas ilhas, d e v e n d o sua salvação ao espirito Inglaterra, á s sociedades compostas de burguezes, religiosas e de curas n a q u e l l e paiz, q u e e livre do é mundo, christão humanitárias de de mulheres aldeia, o mais têm da que poderoso bastante in- fluencia para m o v e r a imprensa, a opinião e o míseros governo selvagens, lhares de Era em léguas favor perseguidos de o a mi- esta, e o r i g i n a v a factos desta Perú, quando e financeira houve a guerra com C h i l e . D e p o i s da u t i l i s a ç ã o das gua- neiras, que no uns distancia. ordem, a s i t u a ç ã o politica do de estavam extremo boliviana, começaram mados sul do quasi paiz exgottadas, e descobriram-se, a campos ser de na ou, utilisados nitrato costa antes, os de chasoda, A Illusão 122 isto é, grandes Americana e espessas camadas dessa substancia, p r o v i n d a s , parece, de feldspathos decompostos das águas thermaes e nos areaes Esses do nitratos acção sepultados hoje deserto são, pela de Atacama. como o guano, a d u b o s d e g r a n d e v a l o r p a r a as Assim, aquella aridez, começou tantes não a a dar a gias dos chilenos. peruanos e as A e a absoluta terras ella Affluiram a capitães fatal a de fertilidade que tinha. grandes região, terras. dis- mesma Atacama grandes os ener- concorrência foi bolivianos. O C h i l e f o i l o g o s e n h o r d a i n d u s t r i a dos nitratos. Começaram as auctoridades b o l i v i a n a s a v e x a r , p o r t o d a s as f o r m a s fiscaes D e administrativas, os aqui, incidentes flictos, questões Nessa guerra o pequeno chilenos. diplomáticos, e, p o r f i m , a havia: exercito de con- guerra. um lado, chileno, triplicado pelo numero de voluntários; do outro, A Illusão Americana 123 dous exércitos desmoralisados por gos annos de intervenções tica, desorganisados mentos, desprestigiados ternisações, e pelas aviltados se da vida mette na pelas de poli- pronuncia- pelas falsidades, que commum que pelos lon- confratraições são a todo sorte exercito e m politica. A victoria, á r d u a , g l o r i o s a nas suas d i f f i c u l d a d e s , terrivel nos energia da guerra seus effeitos, coroou administração e s t a v a a f i n d a r , q u a n d o se a celebre i n t e r v e n ç ã o episódio curiosissimo America do O era o e legitimo cândalos dos da historia representante casas exploração mil negócios que, á o Perú. A dos i n americanos do guano sombra diplomacia norte-americana, arruinado da Hurlbuth políticos peruanos da deu norte-americana, americano f u n d i d o s das dos A Sul. ministro teresses nas chilena. a ese da tinham já victoria chilena 124 A Illusão Americana era a d e s o r g a n i s a ç ã o de toda aquella f e d e r a ç ã o de interesses e de c o r r u p ç ã o . Era presidente general ou dos Estados-Unidos o Garfield e chefe do s e c r e t a r i o d e E s t a d o , o f a m o s o Ja- mes C. Blaine. Singular e extranha era personalidade a deste quasi grande Havia nelle como que alento da do sopro independência e da estadistas Elle uma espécie era tempos incompleto, era in- americanos. de Clay, de W e b s t e r , o u mas dos ultimo grandeza dos era homem! um heróico tellectual de gabinete, Hamilton, de Seward, desegual desequilibrado. Faltava-lhe a e grandeza m o r a l daquelles vultos, ou, talvez, simplesmente, a sua e s t r e l l a . N a na vastidão de um seus hesitações recursos seus arrojo quasi c u ç ã o , os suas dos meios eram audácia, projectos, genial. eram Na era exe- f r a c o s , as longas, os p a r e c i a m poucos, os seus seus a l - A Illusão Americana 125 l i a d o s e r a m i g n ó b e i s , seus m o t i v o s d i r se-iam p e s s ô a e s e immoraes; e a a mesquinhos, sua politica era mise-en-scène, culosa, nunca embora lhe deu, aos talvez tortuosa espectaolhos de seus c o m p a t r i o t a s , s i n ã o esse p r e s t i g i o incompleto, dar-lhe tos, a que audácia sem, dos comtudo, successo. A razão quem sabe si rença que ha grandes sempre de distas entre paes fundadores ral, da isto a o era diffe- tempo dos B l a i n e suc- degenerescencia dos velhos esta- do pátria americana, os Constituição, viveram histórico tempos abnegação. na da período em pério o a quem tradição intui- americanos. Os num tudo simplesmente homens, antiga grandes para garantir-lhes cedeu na politica, e a da bastou de Blaine de pureza patriotismo e floresceu industrialismo e e x p a n s ã o de t o d o s os da no mode im- finança, despotismos A Illusão 126 do monopólio e Americana de todas as cor- rupções da plutocracia. N ã o é u m a sim- ples banalidade a v e l h a p r o p o s i ç ã o Montesquieu — precisam ter d e q u e as de Republicas como fundamento a vir- tude. Esse foi o fundamento da Repu- blica N o r t e - A m e r i c a n a . S e r á inviável e u m a fonte perenne de males outra Republica que berço banhado tude civica. qualquer n ã o tiver na atmosphera A s sociedades o seu da vir- politicas e as f ô r m a s d o g o v e r n o p r e c i s a m puras, para ter vida l o n g a e nascer prospera. Os organismos politicos s ã o como organismos animaes e vegetaes: os quan- t o m a i s p e r f e i t o s n a s c e m e q u a n t o mais robusta é a sua infância, mais apresentam de garantias duração. N u n c a se v i u u m a R e p u b l i c a nas- cer d i s f o r m e para a vida da violência, do corrupção crime, da e do á virtude, á discórdia, erro, para d'ahi paz e á da se a d e a n t a r a t é verdade. A Illusão Imaginará Americana alguém, 127 porventura, Republica R o m a n a nascendo com e Catilina e acabando em a Sylla Fabricio e Cincinnato? A crença universal sempre attribuiu á humanidade em a frescura de A apparecimento t o d a s as f o r ç a s v i v a s . p o d r i d ã o é p r ó p r i a dos e n ã o dos de u m a cia seu berços. O existência não tiver Querer que esperar cuja infân- innocente? justificar crime, quando ha a humana sido túmulos a corrupção apparecem, por e o assim dizer, identificados e consubstanciados com que uma zendo Republica que tudo isto é começa, próprio instituições novas, é falsear a histórica. N ã o , o nascer cas, da si do for de myrrha seu das rodeado a b n e g a ç ã o , si n ã o roda a não berço o não das verdade Republi- do perfume fumegarem incenso incorruptível do patriotismo, di- em puro e sacrifício e promette e não A Illusão 128 dará nunca no Americana futuro sinão crimes e desgraças. A teve Republica Norte-Americana não a sua infância r u p ç ã o , n e m a sua eivada pela p u e r i c i a se cor- passou nos j o g o s s a n g r e n t o s das g u e r r a s civis. E r a ella j á quasi secular, q u a n d o solo foi fratricidamente o seu regado pelo s a n g u e de seus f i l h o s ; e os v i c i o s cont r a os q u a e s l u c t a m h o j e os as f a l t a s q u e l h e a p o n t a m res, s ã o v i c i o s d e q u e se n ã o p o d e m plo das os pensado- hoje, faltas actuaes, justificar no dos antepassados. A toria patriotas, lição d a i n d e p e n d ê n c i a e os exemda his- exemplos g e r a ç õ e s extinctas s ã o espelho de virtude. Blaine foi e tinha dista de sua simo, íinura. o o seu Foi ser o esta- época. D e bella presença, insinuante, que seu a sua olhar era sorriso chamado era o voz era agudis- cheio homem de ma- A Illusão gnetico. E r a u m escriptor era de vasta por tulações tudo. grande de palácio bello jectos dos co- mas o seu ta- Fez-se grande adversários com vastos de estatuas, arte capi- os inte- salões, e de medalhas, sua contra- l u x o de sua vida, de e attri- de sabida era u m pouco o os politica financeiros, e a o com da resto consciência dictoria c o m seu illustração numero resses d e g r a n d e s pobreza orador e u m sua humanos, si. Seus buiam-lhe 129 assumptos suppria subiu A deficiente no nhecimentos lento grande raça. em nacional, Americana com Washington, cheios de retratos, quadros, e m i l outras r e c o r d a ç õ e s de ob- bustos, gravuras Napoleão, heroe da especial a d m i r a ç ã o de Blaine. O estadista tinha idéas dominadoras e o temperamento cesa- riano. de De Blaine, naparte republicano todas o as olhar paredes da p r o f u n d o de casa Bo- cravava-se nos visitantes. N a 9 A Illusão poleão Americana n ã o terminara a Europa, e nos abysmos conquista da dos seus pen- samentos estava a a m b i ç ã o de dominar o Oriente politica e a Asia. Blaine via mais do que a arte de na ganhar e l e i ç õ e s ; o seu talento de orador pedia talvez u m theatro egual ao e m q u e rep r e s e n t a m os G l a d s t o n e e os S a l i s b u r y . Debaixo a das ogivas de palavra da eloqüência da sorte do systema Westminster, pode de u m povo. Nas presidencial, o decidir estreitezas presidente p o d e ser u m incapaz, u m incompetente teimoso, contra o armado qual de s ã o inúteis esforços do afogado naquelle imaginação exterior. por talento. Nesta, nação americana poder, todos Blaine para elle do foi o espirito sobre Imaginava a todo águia os sentia-se meio, e toda volvia-se excellencia nente. immenso a a sua politica lisonjeiro da domi- o conti- americana p a i r a n d o , d e p o l o a p o l o , c o m as azas A Illusão poderosas bolica Americana expandidas. elle não fracos c o m a a sua via A I3i águia sym- protegendo sombra, como dita a ingenuidade de alguns acre- sul-ame- ricanos. Q u e r i a que ella dominasse, o seu olhar geladas do perscrutasse p o l o , os as valles d o s A n d e s , as p l a n u r a s d o que solidões profundos Amazonas, a v a s t i d ã o dos pampas e o infinito mares. Elle queria que os o bico dos adunco daquelle p á s s a r o a p o c a l y p t i c o rasgasse os i n i m i g o s e q u e suas g a r r a s colossaes se a p o d e r a s s e m de todo o continente de C o l o m b o . Blaine, n o poder, era ameaça para Quando guerra tario do de occasião toda a America. chegava ao O vesse termo Pacifico, Blaine era imperial dos presidente sido chamou a secreuma tentar fazer prevalecer politica que elle m e s m o litica seu Garfield, e Blaine teve de uma a a po- Estados-Unidos. Hayes, derrotado embora pelos ti- eleitores, A Illusão 132 acabava de Americana exercer usurpado, occupando o seu mandato i l l e g a l m e n t e a ca- deira de presidente, e m que o collocara um voto fraudulento do Supremo Tri- bunal, e n c a r r e g a d o da a p u r a ç ã o eleitoral. o O p a t r i o t i s m o de seu presidente deixar o a abrir com ma- conflicto, que paiz confiou a deste entre suprema o internacional attenção lucta um preferiu a uma civil. O general Garfield, eleito, politica na certeza, nova guerra apenas Tilden, usurpador gistratura levaria, eleito, competidor, a direcção Blaine, volveu-se o Chile, o da e a logo para a Perú e a Bo- lívia. A em suas primeira vésperas árduas de destas nações colher victorias, o estava fructo impondo de aos vencidos u m a paz g a r a n t i d o r a dos in- teresses, da da gurança do Chile, futuro. tranquillidade Começaram no e presente a se e agitar seno no A Illusão Americana Perú e em New-York os 133 interessados americanos, sócios de peruanos e bolivianos nas c o n c e s s õ e s d e o-uanos e e x t r a c ç ã o dos nitratos. A da victoria do consagração chilena era o fim Perú privi- tão úteis aos financeira do americanos na desordem e da Bolivia. O ministro america- no H u r l b u t h , em gas, g e n e r a e s Kilpatrick, Lima, os Adams, seus em La Era precisa uma v e n ç ã o dos Estados-Unidos vencidos, beneficio contra directo americanos Já collePaz, em Santiago, entraram combinação. dos definitivo r e g i m e n das c o n c e s s õ e s , dos l é g i o s e dos m i l abusos, na e dos seus dissemos o em Chile, e na interfavor e em especuladores sócios. que, p o r occasião da g u e r r a d o P a r a g u a y , os m i n i s t r o s a m e ricanos Washburn Mahon se cerrimos e constituíram de general Mac- defensores Lopez, foram seus a- com- m e n s a e s , t e s t e m u n h a s , e, p e l o s i l e n c i o , A Illusão 134 cúmplices des. de suas horriveis atrocida- I l l u d i d o pelas n o t i c i a s d e seus d i - plomatas, o considerou como baro o Americafta a governo Lopez, victima de Washington por muito sympathica tempo, do exercito alliado. F o i preciso bárque illustre coronel v o n Versen, que ha pouco morreu lemão e ajudante perador do exercito al- de ordens do im- G u i l h e r m e I I , f o i preciso este e u r o p e u , Lopez general que tyrannia, um dos prisioneiros de mais fosse soffreram libertado, Lomas Valentinas, Caxias e, indo escrevesse a que pelo aos de sua depois de marquez de Estados-Unidos, verdade sobre Lopez, para desfazer-se no espirito do governo de Washington contra dade O o Brasil das governo termos de a indisposição tinha creado informações americano mandar America do Sul para a que falsi- diplomáticas. esteve uma até em esquadra proteger á Lopez. Á illusão Em Americana relação mesma cousa. ao O victorias. A s americanos ram depressa venção, de o resultado no no disposto deu-se de minis- Pacifico medra- de politica Blaine, de inter- a r r o g â n c i a e d e quasi des- potismo, e m r e l a ç ã o aos o u t r o s da America. guano e grandes suas dos animo á a americano informações tros sempre Chile, governo quiz arrancar-lhe 135 Os dos paizes especuladores do nitratos lhe falaram de lucros para o c o m m e r c i o ame- ricano e, e n t r e ricana e os a administração especuladores, ame- houve ac- côrdos, combinações e arranjos muito suspeitos. disto tudo, para o Chile, como Blaine E m resultado despachou medianeiro de paz, m r . T r e s c o t t , que l e v a v a c o m o seu secretario m r . W a l k e r Blaine, filho do O são enviado extraordinário, especial, proteger a secretario levava todo de Estado. em instrucções transe os misde interesses A Illusão dos homens dos tratos e meios suasorios tinados ordem a timatum de Americana guanos para, e certo lívia. exgottados apressar a des- paz, dar u m prazo, a retirada Era tiago, de do território do P e r ú a mais brutal ul- das tinha-se ministro contra o suas e da Bo- intervenção, prepotencias. M r . Trescott, em L i m a e em San- posto de a c c ô r d o com de França, Chile devia e sua ser acção conjunta a da diplomacia franceza. E r a i n - teressada uma de os e de conciliação, a mais injustificável com ni- ao Chile, i m p o n d o - l h e , dentro tropas o dos nesta grande Paris, questão casa de judia, quem então presidente ceza, que nesse tempo, chamavam tegro Grévy, alguns processo os em da fora Dreyfus, advogado o Fran- republicanos, o in- annos antes do ficou o seu g e n r o W i l s o n os guanos Republica jornaes que dos ainda provado tinha, no que palácio À Illusão do presidente, venda de Americana agencia empregos e 137 montada condecorações. O n d e estavas, ó d o u t r i n a de rõe? A s duas mundo forço grandes achavam-se reunidas n u m c o m m u m , e m r a z ã o dos dos-Unidos, que são contra a européa em negócios associaram-se contra a Mon- Republicas uma do es- interes- ses p e s s ô a e s d e s e u s c h e f e s . O s cia de Esta- ingerên- americanos, nação européa, u m a nobre R e p u b l i c a sul-ame- ricana, numa empresa de verdadeira extorção. Neste caminho ao lado pelo dos ínterim, de de numa ferro, em estação Washington, Blaine, cahia fanático Guiteau Estados-Unidos, assassinado o presidente general Gar- field. E m menos de vinte annos, dous presidentes dos Estados-Unidos eram assim trucidados: O stituído presidente pelo o de Lincoln e Garfield. assassinado f o i sub- vice-presidente Arthur. 138 A illusão Diz-se que Americana os p r í n c i p e s s ã o , e m g e r a l , os chefes d a Nas o Republicas, inimigo o natural do presidente Quem contra quem blicas sul-americanas, dente acaba, rando contra o presidente, é é quasi promptamente, o a rival. Nos que um para que, mais em exer- o A grande a sua Chile, f o r a m as mas o contrario subida de golpe para politica. Em- q u a n t o o d i p l o m a t a T r e s c o t t se no forma assumiram antecessores. e muitas ve- a este p o n t o ; de Blaine conspi- qualquer fizeram sempre foi vice-presi- ser governo Arthur Repu- Estados-Unidos, vice-presidentes seus sempre sempre, por é effe- Nas o não cousas n ã o c h e g a m os é o presidente supprima seu segundo primeiro. depondo-o, cício opposição. vice-presidente ctivo. zes herdeiros pouco a achava pouco tran- spirando, na l i b e r r i m a imprensa a m e r i cana — imprensa que atravessou mais A Illusão de um século imprensa menda des Americana sem que, a menor mesmo nem durante a restricções — ticias, v a g a s a firmativas positivas, e Garfield, de contra o o o mentos de certa ordem, occupou-se numa da reunião, e, não nem commissão de Chile. A c h a nos ousa esclareci- ao poder dos E x t r a n g e i r o s , da Casa dos e, no- negociantes governo documentos, gislativo. A as conluio Congresso, Estados-Unidos, sonegar do B l a i n e e dos reunido tantes, tre- p r i n c i p i o e, d e p o i s , a f - New-York va-se coerção, g u e r r a civil, n ã o soffreu gran- peias de 139 le- Negócios Represen- missão Trescott levantou-se o de- putado democrata P e r r y B e l m o n t , que, com provas nas iniqüidade e americano ir a mãos, vergonha ser o mensa do Chile. nos A do e a governo procurador especuladores peruanos junto demonstrou dos americanos impressão Estados-Unidos. foi imO go- A Illusão 14o verno Americana chileno, com traordinária, seus uma mandou encouraçados, o-uerra contra ultimatum de o e s s e ultimatum, chilenos para os empenhados na á Trescott. partiriam para Arthur, espera a S. poz presidente um termo o-rande e s c â n d a l o . D e s p e d i u poder e substituiu-o ghuysen. Trescott, Este Chile, ao ministro uma a e copia mr. pelo teve a das de ministro dos um em de de Blaine singular. elle dar Washington cômico a a retirasse então, Negócios que logo Deu-se, do Chile perguntou era verdade Frelin- franqueza instrucções Trescott. incidente sr. q u e se chileno ao Blaine do telegraphou dizendo-lhe do guerra Francisco, affronta. O porém, do Viesse e os n a v i o s de vingar ex- apparelhar Perú, mr. audácia um O Extrangeiros mr. Trescott tinha ordem si de a p r e s e n t a r - l h e u m ultimatum. Trescott negou o a pés juntos. Então, minis- A Illusão tro chileno Americana mostrou-lhe 141 a copia próprias instrucções dadas a Desmoronou-se nou, no e assim e m b a i x a d a q u e os mandaram Blaine, ao porém, existe canos e o espirito meios tiveram, annos depois, Chile, Blaine e Secretaria a Estado, desta vez c o m o presidente que Os mais tarde homens também de ameri- guerra achava-se de grande o a com a de da guerra nistro americano chista irlandez servindo Harrison, despediu. Desde chilena, Patrick Egan, de rou-se e m f a v o r dos novo pouco mediocridade civil mau no superioridade círculos governamentaes. meço sua civil intellectual s ã o , nas Republicas, compatíveis de diplomática certos Rompera a Estados- em desforra. na termi- Pacifico! intrusão e de prepotência que Trescott. o p p r o b r i o e na vergonha, orgulhosa Unidos tudo, das nome, insurgentes, dos o coo mi- anardeclapro- A Illusão 142 tegendo-os quebra é sabido, revolução ricos do de os eram Chile, industriaes Esta t o d o s os m o d o s , manifesta Como da por Americana e cana. os Derrotado mais capitalistas, opulentos. explica, da chefes homens banqueiros attitude deveres. principaes grandes circumstancia singular seus com talvez, legação ameri- e anniquilado tido de Balmaceda, houve a o par- reclamações americanas, j á p o r prejuizos soffridos, já por desacatos americanos. O novo ainda em lucta pediu um prazo. deu á o feitos a governo governo A resposta americano alguns simo ultimatum. O teve que Blaine desforra, de e mais Washington blica que foi a Valparaiso e u m ceder. chileno, c o m m i l difhculdades, esquadra de mandar raçados marinheiros insolentischileno tirou vez o a sua governo humilhou uma sul-americana. ordem encou- governo uma lhe Repu- A Illusão Americana 143 * Temos visto que não ha paiz latino-americano que n ã o tenha soffrido a s i n s o l e n c i a s e, á s v e z e s , a dos Estados-Unidos. lembraremos com o Paraguay E m tratado 1853, geral gação com nado factos acontecidos com Venezuela. não apesar disso, o sr. capitães então, nave- a estado tra- governo seu cônsul Este con- logo, á moda ame- dinheiro em mil tentou levan- Londres e em Paris. idéa genial de prar em N e w - Y o r k u m navio em simo Se- funcções Embalde em o o Hopkins. apesar d e suas ricana, ganhar m u i t o Teve, ratificou nomeou sulares, p r e t e n d e u tar e um Estados-Unidos. O Paraguay especulações. fez commercio americano senhor, terminar, Paraguay de Washington no Para e 0 os tado ; mas, de dous rapinagem (não é de hoje que compésalli 144 se Illusão vendem segurar gou navios por Este Americana avariados!) 60.000 viagem, e, do seguro, H o p k i n s do capital naufra- com o dinheiro achou-se necessário Companhia para do Commercio á testa fundar e a Navegação Paraguay. Este cônsul gentissimo guayo, e verno de foi tão reclamou o xilio de este mados, que á panhia. cassou livre estava seus auxilio de em- de sua compatriotas, do foi o ameaçada, Water lhe testa os para- declarou que a desembarcou buscar lhe ver americano Hopkins, lado se pessoal a exi- insolente, que o go- Hopkins como logo governo Assumpção segurança guerra do Para baraços, assim tornou-se junto exequatur. e dollars. n a v i o , naturalmente, na do e fel-o navio Witch, auO sr. marinheiros ar- e papeis dado. de f o i ao consu- da Com- tal A Illusão Estavam Atnericana 145 as c o u s a s n e s t e p é , q u a n - d o a s i t u a ç ã o a i n d a m a i s se O commandante passar era por aggravou. d o Water um canal, Witch cujo transito p r o h i b i d o aos navios. O Itapirú deu alguns tiros quiz forte de pólvora secca p a r a p r e v e n i r o a m e r i c a n o . porém, com desprezou uma tra rias vivo Este, respondeu descarga geral de bala con- o forte, fogo o aviso e de e avarias que por sua vez certeiro, que ao Watw lhe causou Witch, fez sé- onde m o r r e r a m muitos marinheiros ; s ó então, o navio americano virou de bordo, desistindo O dou de de seu governo propósito. de Washington contra o Paraguay vinte navios e de mens de desembarque, á pobre Republica lars, uma dous man- esquadra mil ho- para extorquir u m m i l h ã o de dol- q u e l h e r e c l a m a v a o sr. H o p k i n s . Esta esquadra custou ao g o v e r n o perto de 7 milhões de dollars de despesas 10 A Illusão 146 e voltou de Americana Montevidéo, graças á m e d i a ç ã o do g o v e r n o argentino, sendo celebrado um qual as ram sujeitas tratado, e m reclamações a uns de virtude H o p k i n s fo- árbitros, e declararam, como não podiam de declarar, inteiramente as reclamações O do Paraguay, reparação seu t e r r i t ó r i o deixar americano. porém, pela estes phantasticas cônsul alguma do não obteve violação de commettida pelo agente americano ( i ) . O facto c o m Venezuela é característico. O governo também americano tinha u m a porção de reclamações con- tra pre- Venezuela, juizos canos a propósito soffridos por durante zuelanas. Pela as cidadãos guerras convenção abril de 1866, foi nomeada missão mixta, que, (i) C A L V O — Droil et pratique, \ 1268, de em ameri- civis de vene25 de u m a com1868, internalional deu ihéorique A Illusão Americana 147 sentença contra Venezuela, obrigando esta a pagar 1.253.31 o Verificou-se, mais dollars. tarde, que o commissario americano David M . Tal- mage e o ministro em racas, liam ajudados P. ciedade negocio, pelo Murray, para já americano americano CaWil- formaram uma ganhar dinheiro com defraudando os soo próprios reclamantes americanos, exigindo-lhes 40 e 60 por cento das indemnisações concedidas, j á prejudicando o g o v e r n o de Venezuela, admittindo fraudulentas, estas reclamações augmentando, reclamações, para mesmo, mais folgada- m e n t e p o d e r e m os reclamantes lhes as porcentagens. pagar- Isto ficou p r o - vado perante a commissão dos Negó- cios E x t r a n g e i r o s d o S e n a d o a m e r i c a no, em 1878 (1). (1) Defensa C a r a ç a s , 1878, de los dereçhos de Venezmefô-rs A Illusão 148 Ainda em ultimamente, New-York lano, que, Estado, certo um como era desembarcou general venezue- governador accusado prejuizo, e m cidadão de de ter preso, causado Venezuela, a um t o d a s as l e i s , e s t e g e n e r a l a pedido do americano, sujeito a processo p o r u m acto de verno um americano. Contra foi Americana praticado em sua e go- pátria! N ã o ha n a ç ã o latino-americana que não tenha com os s o f f r i d o das suas relações Estados-Unidos. D e m o n s t r a d o isto, v o l t e m o s de nov o a f a l a r d o q u e t ê m s i d o as entre o Brasil e a Republica relações Norte- Americana. II Já mostrámos, de passagem, a f r i e z a c o m q u e , n o s é c u l o p a s s a d o , Jefferson acolheu a idéa cia do Brasjl, e o da independên- procedimento jn- A Illusão digno do Americana governo denunciando de Washington ao g o v e r n o portuguez aberturas dos revoltosos buco, 1817. em de dência, vimos no fazendo a violência contra o ás de Nesses e Estado, e busteira e passagem, contra o dos do um outro, a Brasil, amor sahiu ven- estava homens gananciosa dos que tanto Brasil no intrigou acampamento Wash- contra o paraguayo, t r a h i u , p o r f i m , os seus a m i g o s que de Estados- burn, Lynch, a diplomacia fli- ministro americano madame a o Unidos. O e em Uruguay. lado nossos X al- americanas sempre de com Carlos conflictos, p o r é m , porque integridade de Argentina e o brasileiro cedor, americano commum de intrigas Lopez Republica próprio e, no indepen- ministro governo as Pernam- nossa causa Brasil ludimos favor o do de Vimos a demora reconhecimento Rio 149 o Lopez accusavam A Illusão de ter lhe haviam Americana desencaminhado valores confiado em Washburn escreveu deposito. u m livro, é a s u a c o n d e m n a ç ã o ( i ) , e, a o tempo, a mata prova de que que que mesmo aquelle diplo- a m e r i c a n o v o t o u , c o m o t o d o s a- quelles neste com quem trabalho, nos encontrarmos aversão especial ao Brasil. D a p r ó p r i a narrativa de W a s h b u r n (2) tira-se a prova da veraci- dade da a c c u s a ç ã o de espionagem era feita contra que elle. A d e a n t e ( 3 ) , c o n f e s s a q u e os valo- res lhe f o r a m r e a l m e n t e e n t r e g u e s por madame Lynch, que estiveram em casa guardados, mas b u r n i g n o r a o seu que paradeiro, do que foram enterrados O são exercito cobertos nías pelo de elle Washsuppon- algures! brasileiro e a ridículo e ministro sua armada de calum- americano. (1) W A S H B U R N — History of Paraguay. (2) I b i d e m — V o l . 11, pag. 180. (3) I b i d e m — V o l . n , pag. 558. 2 vols. A Illusão Americana 151 A batalha de Riachuelo é descripta c o m o u m a cousa vergonhosa (1) e Caxias As é para nós vilipendiado. indelicadezas, as incorrecções, as f a l t a s d e " W a s h b u r n f o r a m t ã o g r a v e s , q u e os o m c i a e s d a m a r i n h a que se peram com achavam com no elle. americana Paraguay Washburn violência, qualificando e de anti-patriotica rom- ataca-os à&pewersa a attitude dos om- ciaes s u p e r i o r e s , seus c o m p a t r i o t a s ( 2 ) . Depois veiu Mac- M a h o n , c u j a a m i z a d e p e l o mènage Lo- pez-Lynch Mahon de foi Washburn, sempre e Washburn bem desagradáveis posteriores. injurias Esta dizem-se nos seus S ó estão contra os polemica Estados-Unidos, firme. de Maccousas escriptos accôrdo nas brasileiros. fez escândalo nos e o governo abriu um (1) WASHBURN — History of Paraguay. Vol. n , pag. 10. (2) I b i d e m — V o l . 11, pag. 467. A Illusão T52 Americana inquérito, e m que figuraram W a s h b u r n , Mac-Mahon, kland, os officiaes Davis, K i r - Ramsey e dous aventureiros Bliss e M a s t e r m a n . Todos se injuria- ram fizeram-se graves no inquérito, a c c u s a ç õ e s uns aos outros, sendo verdadeira vergonha ofíicial roupa aquella lavagem aquella briga de ministros c o m almirantes, de almi- rantes de uma com m i n i s t r o s etc ( i ) . Durante o ministro suja, a guerra americano Mahon, desprezando ternacionaes, americanos do Paraguay, general t o d o s os u s o s i n - escrevia para (2) Mac- artigos os jornaes diffamatorios s o b r e os a l l i a d o s . D i z i a elle q u e era innocente lumniosamente das lhe crueldades que imputavam l i a d o s , q u e as c e n t e n a s d e m o r t e s (1) Paraguayan Investigation Comittee o f F o r e i g n A f f a i r s . (2) V i d e Har/>er's — V o l . XL. Lopez ca- os a l attri- — Report of New Monthly Magazine A Illusão buidas das Americana a L o p e z t i n h a m sido pelos brasileiros, 153 perpetra- emquanto paraguayos trabalhavam nas os trinchei- ras ( 1 ) ; q u e o p o v o b r a s i l e i r o era f r a c o e effeminado (2); que o seu a cuja cobardia o diplomata constantemente de Vol. escravos allude, e galés era exercito, americano composto (3); que a (1) V i d e Harper's New Monthly X L , pag. 423. (2) I b i d e m , pag. 428. (3) I b i d e m . honra Magazine— Segundo u m correspondente do Paiz, de New-York, este nosso velho i n i m i g o voltou agora á scena numa circumstancia humilhante para o Brasil. O United States Service Club recebeu solemnemente o almirante Benham. O discurso de felicitação f o i p r o f e r i d o pelo general mr. T . MacMahon, m u i t o conhecido no Brasil c o m ó amigo particular de Solano Lopez e nosso i m p l a c á v e l diffamador durante a guerra do Paraguay. Eis o discurso: « Almirante. Preferiria nada dizer, para não vos collocar na contigencia de fazer um discurso, o que será para vós uma perspectiva terrível; entretanto, é necessário que eu exprima a satis- A Illusão 154 nacional, como nós Americana a zona torrida, é cousa honra nacional Entretanto, ctos, e, sendo entendemos bem americana os factos diversa etc. da etc. eram i n n e g a v e i s as na os fa- victorias facção de vos ver entre nós e que vos manifeste quanto nos encheis de justo orgulho, não só como cidadão americano, mas também na qualidade de official de nossa armada. O vosso procedimento no Brasil foi inspirado pelo dever, em honra da nação e de sua bandeira. Que elle era indispensável, posso aifirmal-o pela experiência pessoal de um quarto de século. Era necessário para convencer aquelles amigos nossos (si são, com effeito, amigos) que a nação americana nada perdeu ai?ida de seu prestigio, que será mantido sempre á face do mundo inteiro. O vosso proceder demonstrou que o direito internacional das relações do nosso paiz não pôde ser desrespeitado impunemente. As Republicas sul-americanas devem ser-nos agradecidas pelo que fizemos e estamos fazendo por ellas, ou, antes, pela humanidade, com o exemplo que lhes damos. > O almirante respondeu: * Do fundo do coração agradeço-vos a cordial recepção que me fazeis. Quanto ao meu procedimento no Brasil e aos effeitos que elle lenha produzido, penso que, sem contestação, concorreu para tornarnos bons amigos daquelle paiz. Esta amizade ba- A Illusão Americana brasileiras, o americano explicava o successo sileiras pela seguinte « D. Pedro, dirigido sua um rei esta vessem nosso das inimigo armas por dá melhor a que habilidade sábio E , alem e perfeito. de conselheiros a honestidade nossa raça saxouia como aos governos dá : aos ( / ) , poderiam è disso, que, commum, tem prova extraordinária cercado bra- fôrma: no modo a guerra, de 155 si ti- que só a indivíduos, ser seia-se no respeito e, talvez, em alguma cousa mais (That friends-hip is founded on respect wilh perhaps a little Unge of something else) ». « E s t a s palavras, diz o correspondente do Paiz, provocaram uma tempestade de applausos e gargalhadas.» Seguiram-se os cock-tails do estylo e u m grande brodio, em que f o i nota dominante do humour yankee a p i l h é r i a do almirante, considerada g e n u í n a e rude e x p r e s s ã o da verdade. Eis como u m almirante americano diz dever ser a amizade do Brasil para com os Estados-Unidos — respeito e. . . alguma cousa mais, isto é, medo e subservieneia I A Illusão 156 collocados distas a par do força Americana dos nosso primeiros tempo. á diplomacia Isto estadá grande do Brasil, emquanto que a habilidade de seus financeiros tem permittido manter illeso credito. lhe o seu » "Washburn teve varias conferências com o general em chefe do exercito alliado, o m a r q u e z de Caxias, e diz cyn i c a m e n t e q u e , e m troco de u m a grande quantia, L o p e z d e v i a acceitar a paz condições que o Brasil archivos do Ministério queria. Caxias bem pouco Nos da Guerra, R i o de Janeiro, ha officios do de nas no marquez honrosos para Washburn (i). N ã o foi s ó pela diplomacia corrupção norte-americana guiu. Falámos j á que se da violação do a distinterri- ( i ) O f f i c i o de Caxias ao m i n i s t r o brasileiro em Buenos-Aires, de 13 de m a r ç o de 1867 ; idem, de 15 d o mesmo mez e anno, ao m i n i s t r o da Guerra. A Illusão Americana 157 torio m a r í t i m o do Brasil por u m navio de guerra americano. V e j a m o s as par- ticularidades do facto. No mez de outubro de v a p o r c o n f e d e r a d o Florida federal rados Wachusset no destes porto 1864, e o navio achavam-se anco- porto da Bahia. O navios, para que o tinha concertar primeiro entrado as suas no avarias e para t o m a r viveres, recebeu a o r d e m , q u e e x e c u t o u , d e se c o l l o c a r a o l a d o d a c o r v e t a b r a s i l e i r a Dona m a n h ã do dia 7 de federal americano radouro Ao e passar seu Na outubro, deixou o navio o seu anco- approximou-se do pela sileira, recebeu o Januaria. proa da ordem ancoradouro. Florida. corveta bra- voltar para de ordem foi d e s o b e d e c i d a e, m o m e n t o s d e p o i s , ou- viam-se tiros navios do trocados americanos. brasileiro Wachusset, Esta O entre os dous commandante m a n d o u u m orficial a bordo e o c Q m m a n ç j a n t e . deste. % A Illusão 158 vaso de g u e r r a Americana prometteu ao n a d a t e n t a r c o n t r a o Florida. ofíicial Faltando i n d i g n a m e n t e á sua promessa, mandante americano mente a reboque o com- t o m o u repentina- o Florida e foi sa- h i n d o c o m elle f o r a do p o r t o , sem dar t e m p o ao navio brasileiro, que confiara na palavra de u m militar, de oppôr-se ao attentado. O que a u g m e n t a ainda revoltante deslealdade americano na Bahia é que o cônsul dado sua palavra de h o n r a á s auctoridades bra- sileiras de que o tinha a Wachusset respeitaria a neutralidade do território e, Brasil, na oceasião e m que o attentado foi commettido, do do o Wachusset. Florida, Brasil cônsul O estava a bordo commandante do confiando na neutralidade e na palavra do do commandante americano, tinha deixado desembarcar q u a s i t o d a a s u a m a r i n h a g e m e, veitando-se çoeiramente è disso, o o Wachusset atacou. aprotrai- A Illusão O deu t o d a s as s a t i s f a c ç õ e s p o s s í v e i s ao Bra- sil, m a s c o m m e t t e u a i n d e l i c a d e z a final mandar porto de de 159 Washington de governo Americana p ô r a p i q u e o Florida Hampton o entregar Roads, no para ao Brasil, dizendo, não depois, officialmente, que u m incidente imprevisto tinha causado a perda do Outro E m Florida. facto: 1842, a barca peruana Caro- lina, e m c o n s e q ü ê n c i a de grossas ava- rias, a r r i b o u ao porto de Santa tharina. N ã o havia alli c ô n s u l Ca- peruano, e as a u c t o r i d a d e s n o m e a r a m u m a c o m m i s s ã o de navio, o exame, que condemnou o q u a l , p o r isso, f o i v e n d i d o de conformidade ciaes as leis commer- brasileiras. O York com navio e panhias em estava seguro Philadelphia, accionaram, perante bunaes do Brasil, o capitão aççusando-o de e em New- as com- os tri- americano, ter obtido por fraude i6o a A Illusão condemnação. Americana Esta foi revogada a venda, annullada, mas o capitão appareceu com o U m certo Wells, antigo intentou verno do companhias uma acção Brasil. O cano transmittiu a nistro dos cônsul indelicadezas n o exercicio de seu e m p r e g o , e des- dinheiro. americano, demittido por os d i r e i t o s das e comprou de seguros contra o governo go- ameri- r e c l a m a ç ã o ao m i - Estados-Unidos no Rio de Janeiro; mas o g o v e r n o brasileiro, com toda a razão, recusou-se a pagar, e o governo americano, com as que então difficuldades da recommendou luctava guerra civil, a t é ao seu m i n i s t r o que n ã o l e v a s s e as c o u s a s p o r d e a n t e . Era m i n i s t r o a m e r i c a n o n o R i o o sr. W e b b , que por injustiça essa da Ora, em occasião reconheceu a reclamação. 1867, 0 s r - Webb d e o p i n i ã o e, d e p o i s d e s e trado c o m W e l l s , nos ter mudou encon- Estados-Unidos, A Illusão Americana o ministro c o m e ç o u a fazer e, n o m o m e n t o e m q u e quete para ameaçou a plomáticas as com exigências, ía sahir u m Europa, romper 161 o suas sr. pa- Webb relações di- o governo do Brasil, si este n ã o p a g a s s e . O g o v e r n o arcava, e n t ã o , c o m as g r a n d e s d i f f i c u l d a d e s d a guerra do Paraguay e temeu o mau effeito que produziria na E u r o p a a not i c i a d e u m r o m p i m e n t o c o m os dos-Unidos. protesto, a cambio de ca quantia mas de debaixo de 14.252, ao £ 16, t a x a q u e n a q u e l l a se c o n s i d e r a v a ainda de Pagou, desastrosa, gloria de 9 e 8 / , que 3 4 das Em finanças épo- porque n ã o se t i n h a m v i s t o o s 10, Esta- câmbios fazem hoje a republicanas. 1872, o ministro do Brasil W a s h i n g t o n , sr. C a r v a l h o B o r g e s , citou da Secretaria de Estado exame da questão, e sido victima de soli- u m novo o advogado governo americano opinou que o tinha uma em do Brasil extorção 11 A Illusão IÓ2 e que tuida a Americana quantia com os lhe devia respectivos ser resti- juros. D e c o n f o r m i d a d e c o m esse parecer, o governo americano mandou á legação entregar brasileira a quantia £ 5.000. F a l t a v a m , pois, £ 9.252, que a l e g a ç ã o reclamou, £ pois 14.252, recibo mata Webb conforme do próprio tinha tinha recebido mostrou com W e b b . Este desviado, pois, £ diplo9.252, de cujo paradeiro n ã o poude dar Só em de Washington Brasil da quantia Não f o i esta dinheiro que que, total a reembolsou única com das reclamações o (1). reclamação mais r a z ã o , nos f i z e r a m os além conta. 1 8 7 4 f o i que, finalmente, o go- verno de o de violência americanos, Raguet e Tudor. E m 1849, o governo brasileiro viu- se c o n s t r a n g i d o a c e d e r a n t e u m a (1) C A L V O — Droit pratique, \ 1269. international nova théorique et A Illusão e importante pelo Americana reclamação ministro americano Adeante, veremos ralidade feita então David Tod. a justiça e mofacto, p o r é m , é que, a 20 de j a n e i r o de 1850, ratificada reclamação. a O foi dessa 163 uma cano-brasileira, convenção ameri- pela qual o Brasil pa- g a v a aos E s t a d o s - U n i d o s q u i n h e n t o s trinta contos ( 5 3 0 : 0 0 0 3 0 0 0 réis), o governo americano distribuiria os e que entre reclamantes. David to de T o d e x u l t o u . A 23 de 1840, escrevera « Quanto sumi? to mais e reflicto convenço de que sahsfactorio muito e sufficiente dos os Tod, tes, feita no examino sobre este a elle, negocio governo: este mais f o i quantia para asme muito recebida, serem pagos to- reclamantes.» p o r é m , o r g a m dos negociantes insistia a seu agos- em que Rio e americanos a não reclamando distribuição em Rio, fosse Washington, 164 A Illusão Americana d e b a i x o das vistas d o g o v e r n o cano (i). O do que ministro Rio o não T o d e os esse trabalho governo americanos conseguiram, commissario distribuir este ameri- porém, encarregado dinheiro ao R i o viesse de de fazer Janeiro. a m e r i c a n o n o m e o u p a r a essa commissão relatório o sr. Geo. P. Fisher, e o deste f u n c c i o n a r i o é curiosis- s i m o . D e s s e r e l a t ó r i o v ê - s e q u e os clamantes podiam O americanos, apresentar re- e m regra, n ã o prova nenhuma de seus direitos, q u e e r a m n a m a i o r parte phantasticos. D e p o i s de, durante dous annos, ouv i r t o d a s as r e c l a m a ç õ e s , o c o m m i s s a r i o Geo. pelo P . F i s h e r d i z i a : « A quantia governo do Brasil, convenção de 184Ç, réis, perfizeram que em f o i de paga virtude da ^oo:ooo$ooo 300:000 (1) U . S. House o f Representatives 31 st. Congress. V o l . v n , doe. 19. dollars. does. A Illusão « Ora, foram pagas restará a 150:000 metade um que «Acho que posição verno e as do queixar Este esquerda Brasil, da è, mais injustiça documento, 130:000 ou menos pagou. governo em que j á recla- de o Brasil o nosso que quantias saldo d o l l a r s , isto do 165 as quantias attribuidas madas, em Americana vai relação terá ficar ao razão go- de se que sojfreuy>{\). melhor do que qualquer outra demonstração, prova a c o n s c i a m á f é c o m q u e f o r a m f e i t a s as reclamações norte-americanas. Nos paizes sul-americanos, — e alg u n s ha o n d e , apesar das r e v o l u ç õ e s , os cargos de ministro s ã o occupados homens instruídos e conhecedores historia d i p l o m á t i c a , — h a prevenção uma contra a politica por da grande absorven- (1) U . S. House o f Representatives does. Congress. 32. Sess. 1.1851-52. V o l . v i , doe. n . 75. A Illusão i66 Americana te, invasora e t y r a n n i c a da norte-americana. A diplomacia u l t i m a vez que foi m i n i s t r o dos N e g ó c i o s E x t r a n g e i r o s do Brasil o visconde de A b a e t é , dista teve em noticia de New-York uma que este esta- se tramava expedição de f l i - busteiros contra o P a r á e o Amazonas, e, s i a l e g a ç ã o b r a s i l e i r a e m gton não contrariasse conspiração, talvez produzir valle no novo attentado, do pirata se do activamente chegasse Amazonas egual ao da Walker "Washin- contra a a reum expedição a America Central. Estas p r e t e n ç õ e s americanas sobre o A m a z o n a s tornaram-se, e n t ã o , ameaç a d o r a s . E m seguida á e x p l o r a ç ã o feita no grande da marinha selhara aos rio pelo tenente americana, brasileiros o o Herndon, qual acon- uso da forca p a r a os i n d i o s , e m v e z d a catechese ( i ) , (i) Vide mazon. HERNDON — The Valley of the A- A Illusão — começou propósito a do Americana agitação 167 americana Amazonas. F o r a m despachados agentes máticos para o P e r ú com e para a o f i m d e l e v a n t a r e m os daquelles a paizes contra o diplo- Bolívia, governos Brasil e de o s a c o n s e l h a r e m a p e d i r o auxilio dos Estados-Unidos. O celebre geographo e meteorolo- gista americano M a u r y escreveu tra o Brasil u m violento que por pamphleto(i), foi victoriosamente De Angelis (2). respondido Falava Maury, n ã o na c o n v e n i ê n c i a que o Brasil com a abertura do Amazonas á gação, Unidos As bem mas nos no direito forçarem dos a no Perú; teria nave- Estados- isso. intrigas americanas recebidas con- não foram mas (1) The Amazon and the Atlantic South America — Washington, 1853. (2) De la navegacion dei Amazonas t e v i d é o , 1854. a Bo- slopes of — Mon- A íltusâo Americana livia hesitou u m pouco, e tanto para começar nos bastou Estados-Unidos a c o n s p i r a ç ã o flibusteira a que alludimos. Preparava-se, evidentemente, invasão armada do Amazonas, o ministro do Brasil uma quando em Washington interpellou, numa nota verno perguntando-lhe americano, positiva, o gosi seria p e r m i t t i d a tal pirataria. O secretario d'Estado, responden- do ao ministro ( i ) , que t ã o opportuna e energicamente resses do Brasil, vezes (2), União, não que com forçar implicaria «a empresa a entrada violação duas funccionarios as leis da de a partida violar inte- por conhecimento que fosse e que declarou, «os facilitariam navio reclamava pelos causa, de nenhum do Brasil», que tivesse do rio seria dos direitos por illegal do fim e Bra- (1) O sr. barão do Penedo. (2) Notas de 20 de abril e de 23 de setembro de 1853. A Illusão Americana 169 sil, e que, si algum cidadão da União tivesse bre a elle temeridade cahiria de intental-a, o rigor Declarações da lei». egualmente cas t i n h a j á f e i t o o g o v e r n o ao México, em devia, mais Central, e relação categóriamericano ao tarde, fazel-as á estas so- declarações Texas, e America não i m - p e d i r a m os a t t e n t a d o s q u e c o n h e c e m o s . O a sua g o v e r n o do Brasil vigilância, n ã o diminuiu denunciou mais de uma conspiração planejada por Maury, ofhcial da marinha americana e func- c i o n a r i o p u b l i c o , e p o r seus c o m p a n h e i ros. C e r t a vez, esteve a p p a r e l h a d a u m a expedição, e s ó á ultima hora foi detida, em Sandy de New-York. Todos Hook, estes á sahida do porto americanos, nos seus escriptos, f a l a v a m m u i t o dos interesses commerciaes dos Estados-Unidos, nos capitães immensos que estavam sos por u m emprego no ancio- Amazonas. A Illusão 170 Chegou cias da tação não o momento politica da Americana das circumstan- permittirem liberdade appareceram da os a decre- navegação, taes capitães mericanos. Os magniíicos vapores o Amazonas são e a- que hoje sulcam os de uma c o m p a n h i a ingleza, q u e t e m sido a maior propulsora do progresso enriquecimento da região e do amazônica. I s t o , p o r é m , n ã o q u e r d i z e r q u e os americanos n ã o t e n h a m ainda o grande rio vistas sobre sul-americano. O general G r a n t , n u m discurso pronunciado general gou em 1883, mexicano em recepção Porfirio Diaz, che- a d i z e r q u e os E s t a d o s - U n i d o s cessitavam de tres porque o restante café, assucar e borracha. E como café, assucar e borracha», bem a p h r a s e — Seja e no f ô r , havemos México ne- somente, t i n h a m no seu d i s s e : « Seja means); cousas ao o paiz: general de ter accentuando como f ô r (by esta any phrase foi A Illusão tomada quasi problema ponto ilhas Americana como uma 171 ameaça. do assucar estava resolvido pela H a w a i , que, a t é certo absorpção embora das n ã o admit- tidas na U n i ã o A m e r i c a n a , e s t ã o , t o d o s os f i n s p r á t i c o s , c o m o q u e xadas aos Estados-Unidos; julgava o general México; ria foi isto e a borracha, preciso No possuir o é, p e r t o raça para anne- o viria café, com para tel-a, o se- Amazonas. Hawai, a usurpação simples e tantes, Grant, O americana rápida. A raça indígena, de de que um tem milhão a habi- brandura í n d o l e p r ó p r i a de t o d o s os de polynesios, havia perto de u m século, ia sendo educada p o r m i s s i o n á r i o s de varias e tinha chegado lisação um que governo nações j á a u m g r a u de lhe permittiu regular. H a o no civi- constituir archipe- lago uns quinhentos americanos e uns seis o u o i t o m i l p o r t u g u e z e s . P o i s bem, os a m e r i c a n o s , a u x i l i a d o s p o r u m vaso A Illusão 172 de guerra governo de Americana seu paiz, e x p e l l i r a m o s i n d í g e n a s e, f a z e n d o embarcar tropa, tomaram do des- conta de t o d o o p a i z , e x c l u i n d o i n t e i r a m e n t e os hawaianos de toda administração. Os governantes americanos, impostos pelas baionetas, com decretaram a federação os E s t a d o s - U n i d o s , t a l q u a l riam, talvez, que, e m os insensatos dos. O brasileiros 1834, apresentaram jecto a n á l o g o na C â m a r a que- um pro- dos deputa- Congresso de W a s h i n g t o n não quiz a a n n e x a ç ã o d o H a w a í , mas ficou aquelle paiz sempre governado americanos. Esta grande iniqüidade, encontra Os listas vem este abuso da clamorosa força, officiaes e Brasil públicos e jorna- officiosos que escre- dizem-se muito enthu- siasmados pela Unidos, e facilmente conseguirão, vez, não justificativa. empregados no e pelos amizade illudir a boa fé dos dos Estados- brasileiros. tal- A Illusão A politica dos-Unidos Americana 173 internacional dos é egoistica, arrogante vezes, outras vezes submissa, os interesses caso, ella da se deixa ás segundo occasião. nunca Esta- E m todo guiar por sentimentalismos de f o r m a de governo. Durante a guerra depois pois de da a o de setembro, proclamação quando com 4 França inimigo manifestaram, fôrmas, as teutonico latina. A da allemão, suas isto é, d e Republica, continuava Unidos pério franco-prussiana, os por a arcar Estadostodas as sympathias pelo I m - contra Republica realeza e a a aristocracia eu- ropéas t ê m u m immenso prestigio nos Estados-Unidos. enorme é colônia Toda americana approximar-se familia que das americana n ã o tenha, nas suas a de na cortes. alguma nos seus colheres, ambição da Europa N ã o ha fortuna pratos, ou algum brazão, um mote nobiliarchico, u m elmo, ou qual- A Illusão 174 quer outra cousa desvanecimento força, ligar ros aos Americana os heráldica. q u e elles seus E' com querem, appellidos obscu- nomes fidalgos do Reino Uni- do, pretendendo sempre descender nobreza. O Burke Peerage 's sabido nas, livro da nobreza and é de c ó r pelas senhoras america- cuja maior a m b i ç ã o é sempre Europa, deixando o do outro Essa lação da ingleza Baronetage sar c o m fidalgos europeus, ir lá á a lado ca- v i v e r na velho Uncle Sam do Atlântico. t e n d ê n c i a a d m i r a t i v a e m retodos provém, respeitos, de os ouropéis certo, de da que, a realeza muitos os E s t a d o s - U n i d o s s ã o ain- da u m a colônia. A civilisação vem-lhes da E u r o p a , e, desde o por isso, o americano, m a i s r u d e a t é o h o m e m mais eminente, pergunta sempre g e i r o : — Então, tal que acha q u a l c o m o o parvenu q u e t e m prazer em ao extrandeste paiz? enriquecido, m o s t r a r sua casa, A Illusão seus carros, ciedade, man ao Americana homem e, d a n d o elegante 175 de a beber boa ao gentle- os seus vinhos precio- sos, p e r g u n t a - l h e com insistência: Então, acha? que Ora, o do tal as fidalgo téria americanas é mais elegância que qualquer a sua entendem competente de Dahi, e de apuro outro indivíduo. Isto, aos ao também Quanto n ã o ha duvida de França E e ser governo, que á guerra preferencia pela por franco-prussiana. em illustre rarissimo da EsIn- apesar do da governo Allemanha brutalidade, americano mem Allemanha, os Republica. esta americano até da nações quanto tados-Unidos s ã o mais amigos glaterra ma- social preferencia pelas indivíduos. — que em aristocráticas da Europa. é so- Berlim, por entre chegou occasião O ministro Bancroft, seu saber, — a da diplomacia o hoque ame- 176 A Illusão Americana r i c a n a , q u e se c o m p õ e da escoria da ordinariamente politicagem, —privava c o m o i m p e r a d o r G u i l h e r m e e c o m Bismarck, e a sua attitude f o i sem rosidade rei da e sem dos tacto. A c o m p a n h o u o Prússia despachos gene- em campanha, e seus para W a s h i n g t o n , publica- pouco depois, para a França. eram Gyrando insultuosos a o r e d o r das n e g o c i a ç õ e s de a r m i s t í c i o s e d e paz, f o i sempre manha. um servidor zeloso O general americano julgou-se, talvez, m u i t o da Alle- Sheridan honrado ser a d m i t t i d o c o m o a j u d a n t e de com ordens do principe Frederico Carlos, e tomou parte e m toda a campanha, bons serviços Sheridan era um illustre viu contra grande ao um allemão. americano notável, E era presidente e com Republica numero americanos. exercito general, a prestando de elle ser- Franceza ofhciaes o general Grant? norteEsse dos Estados-Unidos, e, A Illusão numa mensagem cano, por em Americana ao C o n g r e s s o ameri- 1870, felicitou suas victorias e a 7 de a Allemanha mostrou-se loso c o m a derrota da Foi 177 jubi- França. fevereiro de 1871, i s t o é , seis m e z e s d e p o i s d a q u é d a Napoleão I I I , contra q u e m o de governo americano podia ter resentimentos, razão da guerra mezes depois publica Grant gem ao e a a p r o c l a m a ç ã o da Re- approvava sua a mensa- mensagem livre em da guerra de da insul- que o ministro da se-lhe que podia deixar o 1870 e a Alsacia e na sustentar. dis- americano não sympathisar lucta que Por rece- Allemanha, governo de exal- Allemanha D i a s depois, Grant, bendo de presidente celebre annexação Lorena. Allemanha que o França, governo conseqüente da seis Congresso, para o foi França, expediu tuosa tava em da mexicana; em esse ella com a acabava tempo, Ban- A Illusão 178 Americana croft escrevia a B i s m a r c k , felicitando-o Todas estas baixezas, q u e t i n h a m um m e s q u i n h o fim e l e i t o r a l , i s t o é , g a n h a r os votos Unidos, Victor dos ficaram Hugo, Est-ce, donc, pour Lafayette donnant Esta quebra allemães Estados- immortalisadas que por perguntava: cela que vint sur sa frégate la main à Rochambeau? (i) inqualificável dos nos usos da grosseria, mais esta comesinha (i) Certes que le Peau Rouge admire le Borusse. Cest tout simple: i l le voit aux brigandages prêt Fauve atroce; et ce bois comprend cette forêt; Mais que 1'homme, incarnantle droit devant 1'Europe, L'homme que de rayons Colombie enveloppe, L'homme en qui tout un monde hérofque est vivant; Que cet homme se jette à plat ventre devant L'affreux sceptre de fer des vieux âges funèbres, Qu'il te donne, ó Paris, le soufflet des ténèbres; Qu'il montre à 1'univers, sur un immonde char, L'Amérique baisant le talon de César, Oh ! cela fait trembler toutes les grandes tombes! Cela remue, au fond des pâles catacombes, Les os des fiers vainqueurs et des puissants vaincus ! Kosciusko frémissant réveille Spartacus; Et Madison se dresse et Jefferson se lève; A Illusão Americana u r b a n i d a d e e n t r e as de generosidade certo, a s o m b r a 179 n a ç õ e s , esta falta envergonharia, dos grandes de homens Jackson met ses deux mains devant ce hideux rêve; « Déshonneur! » crie Adams; et Lincoln, étonné, Saigne, et c'est aujourd'hui qu'il est assassiné. Bancroft, este fica para sempre i m m o r t a l i sado pela e x t r a o r d i n á r i a ode que o poeta lhe dedicou: Bancroft Qu'est-ce que cela fait à cette grande France ? Son tragique dédain va jusqu'à l'ignorance; Elle existe et ne sait ce que dit d'elle un tas D'inconnus, chez les róis, ou dans les galetas. Soyez un va nu-pieds, ou soyez un ministre, Vous n'avez point du mal la majesté sinistre; Vous bourdonnez en vain sur son éternité. Vous 1'insultez. Qui, donc, avez-vous insulté? Elle n'aperçoit pas, dans ses deuils, ou ses fêtes, L'espèce d'ombre obscure et vague que vous ôtes. Tâchez d'être quelqu'un. Tibère, Gengiskan, Soyez 1'homme-fléau, soyez 1'homme-volcan, On examinera si vous valez la peine Qu'on vous méprise. Sinon, allez-vous-en. Un nain Peut à sa petitesse ajouter son venin, Sans cesser d'être un nain, et qu'importe 1'atome? Qu'importe 1'affront vil qui tombe de cet homme? Qu'importent les néants qui passent et s'en vont ? Sans faire remuer la tête enorme, au fond Du désert, oü l'on voit rôder le lynx féroce, Le stercoraire peut prendre, avec le colosse, Immobile à jamais sous le ciei étoilé, Des familiarités d'oiseau vite envolé. Vid, AROLFÍ — Les Republiques Sosurs, i8o A Illusão Americana q u e f u n d a r a m os E s t a d o s - U n i d o s , fizeram a auxilio da muros sua independência França de e que, Yorktown, panheiros que com junto foram aos os de L a f a y e t t e e de o com- Rocham- beau. Q u a n d o , annos depois, o gene- ral G r a n t fez u m a v i a g e m ao r e d o r do m u n d o , quiz, e m Paris, apartar-se u m pouco do guia que dos aconselha viajantes, Victor Hugo. Sem gado aos e vêr duvida, havia che- ouvidos de como nunca vate tivesse immortal. audiência. velho disse de Foi Hugo. ao receberia (un era tel o lido Grant o nome embora, general, um só Mandou terrível E m Bcedeker, desejou d o p o e t a d a s Orientaes, rante o igno- de certo verso pedir a termos do uma cólera do violentos, enviado de G r a n t que nunca similhante miserável alarve goujat). Victor convivência Este episódio da H u g o é bem do differente da Imperador c o m o a u c t o r d e Nqtre-Dame vida do Brasil de Paris. __ A Illusão Americana 181 Outro facto: em 1891, (o caso foi publicado e discutido) o capitão addido Paris, naval dos Estados-Unidos feita a favor da nha. Ficou verificado que este tou em foi surprehendido em flagrante espionagem que Borup, do para diplomata Ministério o seu Allema- documentos americano da Guerra governo, solicifrancez elle os c o m m u - nicou traiçoeiramente á Allemanha. ** E m 1883, fallecendo dos-Unidos o chefe nos socialista Lasker, o Congresso de Estaallemão Washington, no mesmo anno e m que eram presos e e n f o r c a d o s os socialistas de Chicago, mandou mensagem de pêsames pela uma morte de Lasker ao a l l e m ã o , e nessa m e n s a g e m giados os cialista. bons na serviços O e as Congresso Reichstag eram idéas achava A l l e m a n h a os m e s m o s do eloso- muito prin- IÔ2 A Illusão cipios que o governo seguia no O seu americano allemão P o r essa é p o c a , conflicto a devolveu extranhando-a, deixou de envergonhar res. entre Allemanha, per- território. governo mensagem, Americana os o que não os seus havia o auctocelebre Estados-Unidos porque esta receber a carne de porco a e recusava infeccionada de trichina que lhe vinha da America, e Bismarck mais declarou que n ã o trataria com u m nistro tal mr. americano tinha em mostrado niente. A não do á moralidade imperador houve pelo vencedor da em estima se inconve- tudo isto é ame- 1870-1871, do governo Guilherme. foi somente que guerra a de e mi- que do governo Allemanha, conquistou Não Berlim, incorrecto que a subserviência ricano Sargent, naquella americanos e China, pelo em época enthusiastas mais forte. N a 1 8 5 9 , u m a es- A Illusão quadra Americana americana, expedição contra franceza — 183 neutra, — a China pois era a anglo- estava ancorada no Pei-ho, q u a n d o , a 25 de j u n h o d a q u e l l e a n n o , h o u v e c o m b a t e entre os belligerantes. Inesperadamente, aviso, ao os navios mando romperam do de verdade pobres com nos vezes elles um ha Esta motivo — foi um sport. E' ceremonias. Os Império são Estados-Unidos de processo, queimados respeito sem sendo a t é vivos. N e m pela com fé internacio- nal. Os Estados-Unidos obtiveram China um mercio e tratado o c h i n s n ã o f a z e m os grandes forma alguma ás teve filhos do Celeste lynchados Tattnal, c o n t r a os chins. figurar; americanos nem americanos, commodoro só que motivo, neutros fogo deslealdade desejo sem de navegação, amizade, em da com- virtude do qual eram livres a entrada e sahida dos chins e dos americanos, reciproca- A íllusâo 1S4 mente, a nos d o u s paizes. solemnidade cional, o lei chins nos mais audácia americano prohibindo a a na quebra mais votou dos Não da teria palavra machiavelica carunchosa da na- entrada Estados-Unidos. nação cellaria N ã o obstante desse c o m p r o m i s s o Congresso uma da Americana Europa chandecré- pita. A politica americana, em relação ella ainda não acabou aos indios, q u e de exterminar, é rocidade século que indios inacreditável xix. se uma Os politica neste documentos referem á fe- final do officiaes administração dos são trágicos ( i ) . Os inquéritos que quasi excepção, no trato sem o s u c c e s s i v o s t ê m de- monstrado verno de americano governo falta com roubo com é os cynismo ( i ) Official Reports of the war or lhe departmenl of the interior. a regra, do indios. á fé goO dos deparlment A Illusão tratados, mata Americana os tiro e rouba-lhes installa. tração Os dos i85 indios a fome e as terras empregados onde na indios s ã o de a os adminis- uma desho- nestidade proverbial, nos E s t a d o s - U n i dos. N ã o ha uma voz que conteste isto, e ha m u i t o s livros a m e r i c a n o s que as particularidades campanha de de sangue, roubo e de mente A desta de incêndio em longa morticinio, vêm miuda- narradas (1). historia dos tratados dos Esta- d o s - U n i d o s c o m os paizes d o E x t r e m o Oriente lentas, está cheia de i m p o s i ç õ e s de t r a p a ç a s e de actos fé. O s americanos t ê m sido os e maiores é 1828, contrabandistas péssima o a governo sua de na de reputação. viomá China opio, E m chinez expediu u m (1) Resume muito bem esta questão, e confirma com m i l casos o que dizemos, o seguinte l i v r o : A Century of Dishonour, by H . X . L o n d o n , 1881, 8.°. A Illusão i86 Americana d e c r e t o e s p e c i a l c o n t r a as f r a u d e s n o r te-americanas. posta dada gociantes Esse decreto a uma foi a res- supplica dos ne- americanos Vejamos o tom de em orgulhosos republicanos ao de vice-rei de der », v. exc., lançar até nós a sua « Não ha contra a da pagou estar haver quem digne nós e exten- » (i). prova da reclamações somma no exagamericanas China,»—diz o americano que « do esta de um Thesouro o reclame que nação as exigências ao ponto ainda se compaixão... melhor ultrapassar clamantes, dirigiam sobre James A . W h i t n e y (2), — f a d o se d i z i a m e l l e s , « aos vistas das aquelles supplicamos as suas geração que Cantão: « Prostrados pês Cantão. o nos dos re- grande saldo americano sem ». « E ê preciso (i) QUARTERLY REVIEW —Vol. LXII, pag. 15O. (2) J A M E S A . W H I T N E Y — The Chinese and the Chinese Question. N e w - Y o r k , 1880, pag. 41. A Illusão lembrar», « que continua reaes americanos ^S^> Cantão o pelas trabalhos governo brado o bombardeio. oficial dou de Cinco annos China zade, dous lanchas carta estavam justo dos e natural. gocom depois, um embora es- inglezes contra as f o r - estando tratado do Pei-ho. nós ligados de paz americanos e e a força, canal. preparados parte próprio lem- secun- navios um ser a China, quizeram, de nosso emboccadura um dos com depois, por deve esquadra, dos da ou ejfectuados annos em paz a acção de sympathisava nossa tificações por o Dous tivéssemos á E os em inglezas, chinez. virtualmente que bombardeio então que de sofrido defesa ainda verno do forças de originaram ter occasião r auctor, suppostos, diziam P I se ou 187 o mesmo as reclamações prejuizos, pelo Americana americanos para uma Estes o que quatro levantar Os chins, ami- era j á recusa muito oppuzeram-se, 188 A Illusão mas os canhões silencio americanos ás baterias dias depois, foram de cinco uma idéa, homens. ameri- que facilmente dizendo Japão torquiram ilhas correram se f a z que delle perdemos tres os E s t a d o s - U n i d o s Samoa, tectorado, o n d e os a m e r i c a n o s n ã o com terra, como de uma ou mente da a ilha em espécie condomínio, de tomaram de aos Tutuíla, Egual Sião e pro- conjunta- Allemanha e carvão. tiveram, ex- u m t r a t a d o , e a s s i m f o i nas acceitaram sito chinezes » Ao parte alguns 250. ao perigo forças, e, navios mortos Quanto as nossas terra, pelos sendo « impuzeram dos fortes arrasados canos, só Americana a Ingla- indígenas para depo- procedimento em Madagascar, paizes onde a industria americana quer introduzir os seus productos c a r i a , f a l s i f i c a n d o as peito das convenções de fan- m a r c a s , e, a d e s internacionaes, rotulando, godões A Illusão Americana como inglezes, os inferiores e 189 outros seus a l - productos de m a n u f a c t u r a d i s f a r ç a d o s fraudulentamente. Tratados a grande ambição de commercio! Eis ambição que mundo dos ainda terno, que do classe p l u t o c r a t i c a , monopolisadores, contentes de norte-americana, não é propriamente povo, mas sim da do ahi com o mercado elles t ê m o contra o extrangeiro, não monopólio virtude das tarifas p r o h i b i t i v a s nas a l f â n d e g a s , em detrimento do p o b r e , q u e se vado do grande corrência em in- vê pri- a con- beneficio que universal lhe traria com forçado abaixamento dos preços. classe plutocratica americano tyrannia Rússia povo. do na Ella com que governa muito mais emprega suprema o direcção o o Esta povo rigor e csar da de seu suga a seiva americana e, praticamente, pelo poder do ouro, tem A Illusão 190 privilégios maiores clero dos. reaes do na A Americana que e os Europa, positivos da nobreza e do nos tempos passa- millionocracia domina os m i n h o s d e f e r r o , as docas, e muito t i r a das sobras de as seus ca- fabricas, proventos c o m que governar, subsidiando e convertendo em servos obedientes todos os politicos dos E s t a d o s - U n i d o s , paiz na historia do simples tician) designação se razão, de (poli- injuria. americanos satisfazem j á c o m o mercado que o proteccionismo lhes n ã o se nacional entregou. N a s suas i n d u s t r i a s empregaram capitães que enormes muneração. ções, elles mercados ctos E m elles exigem egualdade de mundo, com manufacturados da os re- condi- n ã o p o d e m concorrer, do a muita e muita verdadeira plutocratas e m que político tornou, com uma Os mundo único nos produ- Europa. proteccionismo, que p e r m i t t i u nos O Es- A Illusão Americana t a d o s - U n i d o s a c r e a ç ã o das fortunas industriaes, o encarecimento a elevação seriam dos immensas trouxe da vida salários, também e, c o m que elle, j á d e si mais elevados do que na Eu- ropa, pela raridade relativa da m ã o de o b r a p e r i t a e t e c h n i c a (skilled Sendo os custo da salários mais producção é labour). elevados, maior n a E u r o p a , e, p o r i s s o , n a cia u n i v e r s a l , os vencidos pelos Sendo cana da a sob o aggravada moeda, porque, como matéria de já a ameri- peso de Dahi, a sua crise pelo desvalor moeda de dissemos, cunhagem legisladores são europeus. industria exaggerada. industrial, parte Estados-Unidos assim, producção que concorrên- productores succumbe do americanos de o prata, até moeda, têm de em os querido p r o t e g e r os millionarios e m d e t r i m e n t o do povo, e o t ê m lograriam os conseguido. proprietários das Como gran- A Illusão 192 des minas preço o de seu Americana prata metal, vender si o por bom valor deste n ã o se m a n t i v e s s e p e l a s c o m p r a s c o n t i nuas do Thesouro americano, que ad- quiria barras de prata para transformalas e m moedas? T a n t a moeda de cunhou o Thesouro rompeu o equilibrio moeda A de americano, do valor e a moeda superabundancia encareceu o prata prata que entre de a ouro. rebaixou a prata, o o u r o e este e m i g r o u para extrangeiro. Moeda parte depreciada, desegual eis o q u e o e em protec- cionismo p r o d u z i u no systema da circulação monetária dos Estados-Unidos. A e s t a g n a ç ã o da industria, proveniente do excesso de capacidade geiro p r o d u c ç ã o e de sua in- para com os concorrer no productos europeus, aggrava-se de dia para dia. H a annos, os americanos extran- diziam quinze que no seu paiz n ã o havia q u e s t ã o s o c i a l ; que OS t u m u l t o s operários, as luctas e as A Illusão crises Americana provenientes das 193 difficuldades d o p r o l e t a r i a d o e r a m males das sociedades européas; America, havia para do A todos os espaço, luz e questão que operaria é mais na contra ainda a nos e Estados-Unidos, de ataque a que chamada tem e de na f o i egualada. Europa, terrível americano sociedade, não vemos? Europa. proletário organisação livre comida trabalho. Hoje, que é que O na na pobres, sob o r e g i m e n mais a m e a ç a d o r a do que, velhas defesa Europa Parece paz tal que, armada, com a consciência do perigo que corre a p r ó p r i a existência nacional, e m vista da hostilidade de dá ainda a vizinhos consciência cessária a união para de poderosos, que gravidade a questão única. ne- garantir a exis- tência da própria pátria. Nos Unidos, é social Grande Estadostem parte massa operaria é extrangeira, uma da estando 13 A Illusão 194 Americana ainda na primeira do immigrante, qual, tendo-se antiga, nova. intermedia, pátria a pátria adoptou dos os paizes immigrantes operários de na da por uma verdadeira d'entre ctivos não massa constituída ção phase existência desprendido ainda A phase da é selec- dos respe- origem. Selecção de fortes, de e n é r g i c o s , de resolutos, pois o uma simples prova de acto espirito não duvidou seu nascimento em perturbar isso, nas o exercito dos, é de emigrar audacioso. abandonar a é não a tem pátria Quem pátria de escrúpulos adoptiva. Por difficuldades da lucta social, o p e r á r i o , nos Estados-Uni- mais para temer do que na Europa. A dos de uma politica financeira e Estados-Unidos uma notável reacção econômica produziu, expansão extraordinária. depois industrial, O ope- rário hoje n ã o tem trabalho, ou, quando A Illusão o tem, o patrão esse trabalho Americana não pôde como o operário mesmo dinheiro, porque não todos os e paizes, da o desse problema mundo. relativas que o e e o pobreza como A precise sempre problema é Todas são sempre um modo estabilidade tão e O revoltas as muito provisórias. de escravidão, dar uma organisação certa ao prole- miséria humana pela pobreza, o felicidade futura e do a próprio A pellava força nando para a sociedade materialmente quando fazendo titulo pagã material, o as promettendo soffrimento u m ventura eterna. obe- acalmou exacerbada céo e da soluções soluções Christianismo da é antigo tariado, coagindo-o a trabalhar e decer. da operaria antigüidade tinha a é do preço duvida, a questão riqueza tempo, baixou. Sem de remunerar noutro embora vida 195 á ap- domi- proletário; a 196 sociedade A Illusão Americana christã prendia-o pelas deias, a i n d a m a i s fortes, d a e da miu a no e fé. O espirito escravidão céo. O a uma formula cravidão na da outra deixou operário sciencia foi não que suppride falar abandonado, encontrou ainda substituísse antigüidade, vida, esperança moderno e que o ca- a ou a es- crença Christianismo infundia. Nos Estados-Unidos, operaria é mais ropa, do porque o operário nhuma os grave a que na Eunão das peias materiaes incentivos moraes agitação tem ne- e n ã o tem que e m parte o d o m i n a m n a E u r o p a e d e q u e se a c h a liberto na As Monarchias occupam sorte America. dos européas seriamente com operários. se pre- melhorar Elias têm a todo o interesse e m adiar e evitar a grande crise as do nastias proletariado, sabem que, porque numa grande dyca- A Illusão tastrophe Americana 197 social, os t h r o n o s desappa- receriam (1). N a s R e p u b l i c a s , n ã o h a esse i n t e resse de c o n s e r v a ç ã o , q u e l e v a os g o - vernantes por a quererem interesse p r ó p r i o . tudo é transitório: erros e em e, quer si a graves, o Republica, seu paiz accumulem sabem de be- erros sobre a t é ao crime, terão, período, de deixar o poder, cheguem certo Na governar os h o m e n s que, q u e r encham nefícios, bem Republica mudam-se commette faltas homens, conti- os nuando sempre a Republica, ainda que seja p a r a r e p e t i r as faltas ram, em vão, reprimir que procu- com a perio- (1) A i n d a ultimamente, n u m congresso, em Milão, vimos os representantes da Allemanha cesarista e da Itália monarchica se manifestarem a favor das p e n s õ e s aos inválidos do trabalho, emquanto que os enviados da Republica Franceza, Yves Guyot e L é o n Say, republicanos, se oppuzeram com ardor a essa medida h u m a n i t á r i a , j á adoptada na Allemanha. A Illusão 198 d i c i d a d e das Americana revoluções. A Republica, b e m que seja p e r s o n a l í s s i m a quanto influencia dos com espécie uma que a torna funccionarios, beneficia de impersonalidade irresponsável. Na dos n e g ó c i o s e dos dinheiros a Monarchia existência; é arrisca como a que responde pessoa com a bens. A própria uma conhecemos é uma paizes sua seus companhia onde n o m e de companhia é quasi de a de a n o n y m a de responsabilidade E firma com totalidade Republica gestão públicos, sua que solidaria, e á limitada. o simples synonymo deshonestidade... A Historia demonstra publicas, uma Cada tem tendência modo sua peculiar sivos p r o b l e m a s Tomemos, Unidos e fôrma de da Brasil, de e historia os ambos Rese governo tem resolver por exemplo, o as vez falseadas, nunca regeneram. a que o seu os succesnacional. Estadosem frente A Illusão do mesmo Americana problema: a 199 abolição da escravatura. T i v e r a m os E s t a d o s - U n i d o s a solução genuinamente sua republicana norte-americana, isto é, a s o l u ç ã o violência, gor uma e pela pela força, pelo grande da g u e r r a fratricida. T e v e o solução genuinamente monarchica, a solução e fra- Brasil brasileira que todos vimos, s o l u ç ã o q u e excedeu os sonhos dos optimistas mais h u m a n i t á r i o s . ventura da deveremos solução que Por- envergonhar-nos soubemos e pudemos dar ao p r o b l e m a e sentir o n ã o termos imitado os Estados-Unidos também nesse p o n t o ? D i s s e m o s que, n o Brasil, o p r o b l e m a escravo teve u m a monarchica, não só porque solução a M o - narchia b r a s i l e i r a t e v e a g l o r i a de ser punida pela como porque, mundo, cial se sua acção desde nenhuma que grande realisou, sem ser libertadora, o mundo é r e f o r m a sodebaixo da 200 acção A illusão de um Americana regimen monarchico. O u ç a m o s u m dos mais profundos sadores do século, D õ l l i n g e r : munho da a solução das Historia das nos questões instituições, tradicionaes; do Quando a Romana chegou admittiram a O aconteceu e com tempo Si a do os tivessem presidente tamente o problema mo- Republica extremos li- intelligentes si da mesma da com Ree a Monarchia. a Republica Republica Franceza, Directorio. em monarcha, eleito lhes fa- Republica. Estados-Unidos, um mais governo seus a necessidade no abusos impossibilidade inevitável Polaca de romanos reformar-se mesmo reforma da aos os que numa corrupção todos publica num que teste- a com e segurança 7tarchico, mites, abolição realisam-se cilidade « O demonstra sociaes, a pen- teria servil por em poucos sido para vez annos, possível uma 1862, de um cerdirigir solução A Illusão pacifica, ra evitando civil, Americana uma cujos 201 sangrenta effeitos guer- ainda perdu- ram » (1). Isto dizia o illustre pensador em 1 8 8 0 , e o i t o a n n o s d e p o i s os factos vieram dar-lhe razão, porque o paiz monarchico bém o único extinguiu O a seu natural da paiz America foi tam- que pacificamente escravidão. destino o seu instincto de conservação, leva as Monarchias os problemas manifesto, a procurarem sociaes, problemas damente as E por é narchias perigo e resolver emquanto as o l i g a r c h i a s r e p u b l i c a n a s ses único que temem adiam-lhes es- indefini- soluções. isso que vemos as Mo- européas, comprehendendo e o encargo de sua bilidade, encararem de frente o blema do proletariado, que, o responsa- nos proEsta- (1) J. I . V O N D Õ L L I N G E R — T r a d u c ç ã o ingleza sob o t i t u l o Studies in European History Iranslated by Margaret Varre. L o n d o n , 1890, pag. 24. A Illusão 202 Americana dos-Unidos, é desleixado pelos poderes p ú b l i c o s . N a E u r o p a , ha, n a v e l h a tradição monarchica, a remota da antiga alliança da lembrança realeza com os burguezes, c o n t r a os s e n h o r e s feudaes, que os eram Hoje, zes, os oppressores oppressores que dos são os proveito t o d a s as c h a m a d a s c o n q u i s t a s ou 1789. não gios burgue- c o n f i s c a r a m e m seu l u ç ã o de O semita reaes e fracos. da capitalismo gosa hoje effectivos, revosemita de privilé- muito mais v e x a t ó r i o s d o q u e os p r i v i l é g i o s a n t i g o s da nobreza men, a e do clero. N o antigo regi- nobreza pouco enfraquecendo, se i a o mais duvida ricos os o fortalecendo. capital vez e se Na por a fiquem si vida cada vez vez republicana Estado moderna, mesmo, e fatalidade cada p o u c o se i a terceiro avoluma, que pobres, forma cresce a é fora de que os ricos e faz mais mais cada pobres. burgueza, A como A Illusão existe em Americana França Unidos, é a que e 203 nos Estados- m a i s p r o t e g e os abu- sos d o c a p i t a l i s m o . H a c o m o q u e uma repercussão pos de lado a de antigas hoje, quando ferocidade proletário, éras, nos t e m vemos burgueza de contra abroquelando-se em proteccionistas, e m m o n o p ó l i o s triaes, da legalidaae, De tante auctoridade, em indus- em obediência velhas tradições Império Romano e o Papa extender a mão aos em direito (1). outro lado, vemos o das o leis e falando a todo momento principio da um represendo Santo procurando operários, que, afinal, s ã o a força, s ã o o numero, s ã o a justiça e serão o poder de a m a n h ã . Papa e o Imperador, com a O comprehen- (1) Dizia STENDHAL que, quando se começa a falar m u i t o no principio de alguma cousa, é porque essa cousa j á n ã o existe. Fala-se m u i t o hoje no Brasil em principio de auctoridade. E' porque j á n ã o existe a auctoridade, que f o i subs t i t u í d a pela o p p r e s s ã o . A Illusão 2C-4 Americana s ã o superior q u e lhes d á a fé nos destinos, pos de mam, estão vendo que renovação e que Bastilha em é novos social se preciso, que a seus tem- approxi- na immensa burguezia revolu- c i o n a r i a e n c a r c e r o u o p r o l e t a r i a d o , rasgar u m a janella para o azul. A da Egreja tidão infeliz dora, que menos, do e do Império alliança com a contra a burguezia mulgosa- se d i z r e p u b l i c a n a , o u , democrática, findar deste século. A preoccupa-se com rios; Bismarck garantindo a é o grande a facto Allemanha sorte dos fez v o t a r a velhice pelo operá- celebre lei e a invalidez do trabalhador; o socialismo penetrou altas elle espheras já do existe de governo facto nas inglez, na e grande d e m o c r a c i a russa, c o n s a g r a d o e m usos e instituições seculares. A i n d a ha muito por f a z e r , m a s as g r a n d e s deram mente o signal, e este Monarchias foi principal- o congresso europeu, que o i m - A Illusão Americana 205 p e r a d o r G u i l h e r m e I I f o r ç o u a se r e u n i r em Berlim melhorar para a estudar sorte movimento está dos os meios de proletários. O iniciado; onde encontra mais resistência é na baluarte da burguezia França, republicana, nos paizes latinos, que mais o u se inspiram no elle espirito e menos francez. A E g r e j a patrocina o socialismo christão, e não o Por um faz somente instincto por palavras. admirável, o prole- tariado inglez comprehendeu que podia esperar de sua egreja nada o f f i c i a l , e, na g r a n d e crise d e 1 8 9 0 , o seu arauto, o seu chefe, o juiz de sua causa, o seu paladino, f o i o v e l h o cardeal M a n ning, rários, cos da que reconciliou feito digno Egreja. dos Nos patrões tempos e opeherói- Estados-Unidos e na Austrália, ha a alliança tácita Egreja Vejam-se os e do esforços monsenhor do proletariado. cardeal Gibbons e Ireland, e admire-se da de como 206 o A Illusão Americana movimento operário Unidos ganhou influxo da A em nos Estados- grandeza com o Egreja. de caminhos dos monopolistas e dos i n - dustriaes que a ferocidade do cionismo enriqueceu, de do classe ferro, dos donos detrimento c o n f o r t o e d o b e m estar do arma-se, grandes nos recursos para que têm de menos dia, com o governo e gton são os os batalha travar, povo mais sudia, americano. representantes subsidiados, que satisfeitos a de politicos de W a s h i n - m e n t e interessados, t o d o s os m e i o s pobre, Estados - Unidos, prema O em protec- ou directa- indirectamente h ã o de procurar por p r o t e g e r os r i c o s e os contra os famintos. Os fi- n a n c e i r o s e os m o n o p o l i s t a s a m e r i c a n o s votam odio á Europa, porque se e s c o o u o o u r o a m e r i c a n o , e na Europa os governos o e x e m p l o da defesa das estão para lá porque dando classes ope- A Illusão Americana rarias. O d e f e n s o r desses m o n o p o l i s t a s mais conhecido negie, um é o sr. escossez Andrew Car- prodigiosamente enriquecido nos Estados-Unidos e que, no fim da vida, figura em todas as m a n i f e s t a ç õ e s a n t i - e u r o p é a s , ou, antes, anti-liberaes, q u e se d ã o n o s Estados- U n i d o s . O sr.Carnegie é dono de umas fundições gigantescas e auctor de livros, e m que felicidade da exalta o riqueza uns capitalismo, a e a superioridade dos Estados-Unidos, paiz que elle apresenta como o primeiro mais conhecido negie dos chama-se phante, do mundo. l i v r o s d o sr. O Car- a Democracia trium- livro ricamente impresso, que na p r i m e i r a pagina traz u m a coroa real invertida e u m sceptro quebrado, para indicar a victoria da democracia. O l i v r o é m a l e s c r i p t o , é i n s o l e n t e e, dar uma idéa do seu m o d o de mentar, diremos apenas que, provar a superioridade para argu- querendo artística dos A Illusão 208 Estados-Unidos diz que as maiores do que o sr. salas em Americana sobre de a E u r o p a , elle espectaculos Denver e em Cincinnati, e m Paris e Londres. N o Carnegie thusiasta á entoa um felicidade do são mais, hymno en- povo ameri- cano, cuja existência, segundo o auctor, é um fala i d y l l i o s e m f i m . O sr. do bem ricano, de de estar do Carnegie operário ame- sua casinha r i s o n h a á beira campos sempre murmurantes e, verdes e em de raptos águas biblicos, quasi que d i z q u e os r i o s s ã o d e l e i t e e mel. Ora, de que paraíso lecimento as ser bem, como quérito ser do sr. verdade, o estabe- Carnegie, fundições de H o m e s t e a d ? em 1891, H o m e s t e a d u m a greve cada, isso n ã o devia industrial celebres Pois a depois official, pela terrivel, dureza máximo em provo- demonstrou prietário, que do infeliz gia u m horrível rompeu o in- do pro- operário exi- de trabalho, A Illusão a troco lário. de um Não idyllico Americana minimo, parou sr. ahi ridículo o Carnegie. 209 sa- patriarchal Nos e Estados- Unidos, a policia consente que existam grandes e poderosas agencias, que encarregam de fazer conta dos vezes empregadas a particulares, policia e em se são obras por muitas de vin- g a n ç a e de evidente criminalidade. mais conhecida destas agencias, a A agen- cia P i n k e r t o n , o r g a n i s o u , p o r c o n t a de Carnegie, u m exercito de revólvers e de detectives, verdadeiro armados de c a r a b i n a s , d e s t i n a d o s a r e p r i m i r os o p e rários como revoltados, os da Itália verdadeiros medieval, bravi, ou, an- tes, c a p a n g a s , c o m o d i r í a m o s n o B r a s i l . Os pinkertons com os entraram operários, roteios, muitas terra por e houve mortes, agua, em guerra grandes ti- ataques por assédios, uma ver- dadeira guerra. A imprensa indignou-se e exigiu explicações do governo, 14 de A Illusão 2IO como deixava uma a de auctoridade, seu que pinkertons sem um organisadas iria parar, e dade os cidade tendo noutras viver como republicano immenso vezes ba- trucidaram sem operários que de per- jornaes, este abuso ? Os foram algumas tidos, intervir millionario tropas serviço. Onde os território e verberou o escândalo ter assim guntavam seu guerra, consentir pudesse ao haver no verdadeira se Americana na patrão mr. pie- tinham a livre o feli- America, intransigente Carnegie. Apesar escândalo que do produziu na o p i n i ã o publica americana a carnificina de Homestead, do Estado inertes. as respectivo Quanto primeiros tropas a signaes se federaes e mantiveram C a r n e g i e , l o g o aos do tumulto, refu- giou-se na velha, na tyrannica Europa, porque, alvo do justo odio dos rios e incurso nas manência tal na leis operá- penaes, a Democracia pertrium- A Illusão phante poderia Com o ser-lhe governo Carnegie, lionario, jaria. Americana na e desagradável. c o m os tribunaes, sua qualidade muito facilmente N ã o tinha protector 211 sido de m i l se arran- o grande elle eleitoral do presidente H a r - rison ? C o m os o p e r á r i o s , a cousa era mais de- difficil, mocracia e o plutocratica tranquillamente Este o na da deixou-se ficar Europa. episódio de Homestead, mencionamos, cheio de apologista nós porque é typico e revelações para o futuro da A m e r i c a republicana. O poder do millionario Unidos leis, blica. não encontra Estados- n e n h u m c o r r e c t i v o efficaz nas ou na acção Tudo possível. nos lhe é Isto da auctoridade licito, entrou tudo lhe é na con- s c i ê n c i a nacional, q u e os h o m e n s mais cultos d o paiz, os seus sábios, os philanthropos, tanto pu- seus escriptores, seus poetas, evitam todo os os seus contacto A Illusão 212 com a politica, posições os politicos, de homens magnatas valor da desdenham não querem irresponsáveis E m todo nas ser t i - m ã o s do mi- caso, o financeiros, ser o i n s t r u m e n t o dos mem resultado a situação sua do militares, o hoa sua digni- independência. Eis político ser q u e r t e n h a de publico perde, c o m dade, fi- ser o mesmo, porque, q u e r tenha de servidor dos as paizes d o continente, porque litarismo. é pelos Noutros homens teres porque sabem que politicas s ã o dadas a subservientes nança. Americana na ahi a America. O millionario empregara a t é agora a arma poderosíssima da corrupção. O sr. C a r n e g i e f o i u m i n n o v a d o r ; c o m o dinheiro, organisou uma força e com ella bateu os que perturbavam a sua industria. I s t o f o i talvez u m ensaio. E m p o u c o t e m p o , os m i l l i o n a r i o s ebilliona- rios americanos o r g a n i s a r ã o exércitos. Havendo dinheiro, ha meios para se A Illusão defender sabe Americana qualquer si, no como as tuição de da dos ser fracos e sustental-os. de pôde E m braços breve, de para Os para haverá armamentos capitães ou dos suissos Por e mere de por valentes, quanto por governos que tarde ou Car- ge- almirante ? Themistocles com mercenários custa u m um dia, de os lansquenetes Quanto Nelsons por empreitada tanto de- decididos, que r e n o v a r ã o Alugar-se-ão a que, bellicas; alugar-se-ão, da Renascença. neral ? deixar interior, procu- feitos das tropas m e r c e n á r i a s thago, insti- governos no agencias, soldados A coragem e ambições francos invenções meio dos nos individuaes, Media? extrangeiro fendel-os cados Edade quem haverá guerras privilegio no não mercenários sentindo-se ram indivíduo, e futuro, Estados-Unidos 213 e por mez, Napoleões comida. têm cedo chamado tiveram 214 A Illusão Americana d e se a r r e p e n d e r . A l e a l d a d e d o s cenários cabe é nulla, defender é e o paiz que nas da a qualquer luctas lucta, titulo, tomar calamidade. a c o n t e c e r á , talvez, c o m o os b r a ç o s que parte elle. depois O mesmo capitalismo; elle tiver a r m a d o tra o proletariado contra pri- chamado nacionaes, torna-se, uma lhes m u i t a vez a sua meira victima. O extrangeiro para, mer- O se v o l t a r ã o imaginoso con- um dia novellista E d m u n d Boisgilbert, escrevendo no int u i t o d e a d i v i n h a r o q u e v a i ser a v i d a das gerações Ccesar's Column, lucta armada como futuras, n o seu descreve romance a q u e os p e n s a d o r e s inevitável no porvir grande vêem norte-ame- ricano ( i ) . Nesse livro, vê-se o capital omnipotente dominando exércitos e ( i ) Estas linhas f o r a m escriptas em fins de 1893. E m 1894, as espantosas paredes de Chicago vieram dar r a z ã o ao auctor. A Illusão tudo vencendo põe a seu sos da á força serviço sciencia requintes Americana de multidões. H a do ouro, todos os e todos todos destruir contra e que progres- applicada, do goso materiaes 215 os os meios subjugar essa as longa ty- rannia u m a immensa revolta; o capital defende-se, e a mortandade sociedade estrondo, A a a horrível, americana rúe numa catastrophe imaginação mas é do litterato invenção absoluta. é grande, do escriptor corres- ponde a u m secreto instincto de Hoje, o gumas povo com industrialismo ainda esperanças de todos. tem al- salvar-se, e o n ã o t e m ainda a consciência ní- tida de sua força. A s difficuldades d o presente graves tocracia transe, para E' já são, portanto, para o capitalismo, e americana sahir de procura, seus bastante a plua todo embaraços, e isso v o l t a - s e p a r a o e x t r a n g e i r o . para este, pois, q u e os políticos A Illusão 2l6 Americana norte-americanos válvula ao Não tário querem excesso é só o da mens; é uma lucro guia mos, producção retrahir-se, e, os como já americana retrahida, tarão desempregados, o já tão perigoso descontentes. Neste terá de nos europeus lismo, de Europa para empenho prata creando ropa, na recusou mesmo que aos solicitar a adopção dar sahida tantos dos do á attender intuito de ao dar ope- dos d e salespecial amegoverbimetal- quantidade embaraços Estados-Unidos. conferência em exercito representantes do Thesouro ricano á de augmen- vação publica, foi uma missão de mer- crescerá que de de explicá- enorme proporção o numero rários ho- necessidade absoluta extrangeiros, a mone- esses s e g u r a n ç a nacional. Fechados cados uma producção. f i m de immediato que abrir está A Eu- Bruxellas, pedido. sahida Foi a no seus A Illusão productos e de Americana crear-lhes especiaes nos mercados que os por tratados de Essa dos troco de confiada imcom- os paizes d a A m e r i c a . paizes de extorquir illusorias, esteve Blaine, quando tario de Estado tra- latino-americanos, a vantagens a quizeram reciprocidade empresa tados vantagens extrangeiros, Estados-Unidos mercial a todos 217 pela f o i secre- segunda vez. III Quando o ambicioso estadista voltou ao poder, e m do presidente 1889, com a Harrison, veiu to a tirar a sua desforra do em que cahira, em descrédito e Bolivia. a lucta entre E m o interven- Chile, o Perú 1884, ousara já candidato á presidência se de seus p r o - cessos e de seus i n t u i t o s n a na dispos- 1881, quando descobriu a indelicadeza ção eleição da ser Republica, 2l8 A Illusão e isto bastou Americana para u m grande de v o t o s de seu o próprio partido con- adversário, o can- vergir para didato Cleveland, que foi então pela primeira não fora toda a seu numero vez. E m candidato, sua Harrison, mas influencia com a Blaine, talento, acharia de dirigir regimen desta todo positivamente expressa que tenha sidente, para verno e algum de rar o o o de paiz. Assim leva a pelas urnas, vontade tome exerça, absurdos repellido pela vonbasta do conta do sem a não de foi. O haver fazel-o sahir e m q u a n t o presidente, en- meio eleitorado, si a de extraordiná- homem que deste Estado, um do por favor facilmente o presidencial ordem: tade em c o m o seu rio Blaine empregara condição tregar-lhe a Secretaria onde 1888, eleito ser por pregomeio duuma r e v o l u ç ã o . Blaine, pois, assenhoreou-se da Secretaria de Estado. A Illusão Em grande 1881, Americana um dos 219 pontos plano de Blaine fora a reunião de u m congresso pan-americano, sob a égide e tados-Unidos, tantes de discutir proco. protecção deveriam assumptos frustrada onde, dos os Es- represen- t o d o s os paizes d a A m e r i c a As de interesse revelações de e á n o Pacifico des- completamente Blaine, reci- conseqüentes intervenção acreditaram jectos a do o os pro- primeiro acto de seu successor consistiu e m expedir aviso para ás nações congresso, convidadas dizendo-lhes r e u n i ã o dos que a o grande representantes de toda a A m e r i c a ficava indefinidamente adiada. Blaine, 1889, trazia gança: voltando um queria ao plano em dupla vin- de humilhar reunir o congresso. poder, o Chile C o n s e g u i u as cousas. T e v e o c c a s i ã o de l a n ç a r , m o s t r á m o s , u m ultimatum chileno, exigindo, em ao prazo e duas como governo dado, sa- A Illusão 22o Americana tisfacções e i n d e m n i s a ç õ e s , e v i u reunid o s e m c o n g r e s s o , e m W a s h i n g t o n , debaixo de sua p r e s i d ê n c i a , os represen- t a n t e s d e t o d o s os p a i z e s d a A m e r i c a . A primeira consistiu em recepções e America parte do congresso banquetes, festas. latina, Os pela imprensa, pela attitude verno, logo ficaram passeiatas, enviados da linguagem da geral do convencidos que s ó o interesse dos tal cano congresso. poz em gatório para do gton, total, de com tres 0 dos a governo reciproca e apenas os para ameripontos: conflictos de o ou de direitos paiz contra- E s t a d o s - U n i d o s ; 3. , 0 encher de Washin- parcial, isenção entre obri- celebração estabelecendo uma e delles arbitramento 2. , o importação tante governo a solução internacionaes; tratados O discussão a adopção de Estados-Unidos l u c r a r i a c o m o q u e se p r e t e n d i a no go- tempo) o (este estudo A Illusão Americana de u m caminho de ferro dos Unidos á Patagônia, as Estados- ligando entre si Republicas americanas. A do arbitramento não grandes difficuldades. E m questão offereceu matéria de 221 de promessas, compromissos Republicas ficeis. O da de tratados internacionaes, America Corpus e as n ã o s ã o dif- Diplomaticum sul- americano, isto é, a collecção de seus tratados, suas de seus accôrdos convenções, é enorme. e de Fazem-se, des- fazem-se, esquecem-se e violam-se tratados com t o d a s as que, no questões accôrdo que maior Republicas futuro, por facilidade. summa, de prazer a nada e cláusula sincero, do e não a em suas Era bonito g o v e r n o chileno, p o r é m , recto as arbitramento. dar Quasi concordaram decidiriam platônico, parecia que, e m a um effeito, Blaine obrigava. foi mais O O cor- assignou arbitramento. e a presi- A Illusão 222 dente Americana do Chile justificou essa recusa p e r a n t e o C o n g r e s s o de seu paiz, pronunciando á s seguintes « Foi por de também alguns proposta na fôrma não este tra lei nações. vivem não Os povos, fielmente seu as missos em a justiça que de ou- reciproco julgo, porém, á lei geral das o nosso, que cumprem obrigações e compro- terão de recorrer assim especiaes o e dos arbitragem para e o Estados não res- soberanos; nos a con- aconselharem a prudência que futuras, a e que casos publica, peito rações civilisado, internacionaes, cretos limitar sua como nos Chile de seja suas o o exercido trabalho á arbitragem e assenti- porque mundo que interna- prestamos para no de congresso compressiva projecto, necessita, soberania do mais Não a acceita a arbitragem obrigatória. mento e representantes Washington cional palavras: será acção fazer licito das vingar geo A Illusão direito. Só resolver sobre Americana a ellas ternacional compete os lhes seu direito. A tos do Estado, por como è o da com quer eventualidade, meus restricção de deiro uma hensão defesa dos direi- da adopção excepcional, não que, se na dos coad- em desejo reservar minha pátria qualaos e aos > de resolução baseada in- a é a l i n g u a g e m de u m homem e lei processo concidadãos. Esta meio liberdade, públicos a para arbitragem, una poderes a que faculta de um apreciar meios de obrigatória 223 Estado, das verda- explicando mais patrióticas mais verdadeira e compre- direitos e dos deveres i n - ternacionaes. S. Salvador, Guatemala, Haiti e S. D o m i n g o s a s s i g n a r a m a o b r i g a ç ã o d e recorrer ao a r b i t r a m e n t o ; mas, poucos mezes depois, houve u m a guerra mortífera e as entre S. S a l v a d o r e Guatemala t r o p a s d e S, D o m i n g o s e Haiti, 224 A Illusão O' Americana fraternidade, ricana e Na ó lealdade republicana! parte commercial, as blicas hispano-americanas, signassem postas algumas pelos apressaram que este paiz banquete em concluir tanto do que, em governo tinha a que Chicago, teve clarar de cada vez velho e os se O Estados-Unidos, lhe foi offerecido franqueza de vista das a ter trabalhar mais não tratados suas de- exigências norte-americano, a as- ambicionava. a continuar Europa embora Estados-Unidos, a Repu- das c o n c l u s õ e s i m - ministro do Chile nos num ame- o Chile s ó e m vista por relações estreitar com o mundo. A Republica Brasileira, e n t ã o ainda n a p r i m e i r a d e suas d i v e r s a s e successivas que dictaduras, cedeu aos foi o desejos Unidos, assignando procidade primeiro dos Estados- o tratado de commercial, que paiz ficará recico- A Illusão Americana nhecido na tratado Blaine-Salvador, seus Historia signatários americano e o Washington, são 225 pelo nome de porque os aquelle estadista ministro brasileiro sr. Salvador de em Men- donça. Esse tratado causou prejuizos ao Brasil, sem a m i n i m a vantagem, e deu occasião a u m a grande deslealdade parte do governo Que dos norte-americano. concederam ao Brasil por os o typos café de pagava desde tratado? importação brasileiro e assucar. Estados-Uni- esse isenção de direitos de bre por sobre Ora, o direitos nos A so- alguns café j á n ã o Estados-Unidos, 1873. Porque, naquella época, supprimi- r a m os E s t a d o s - U n i d o s a q u e l l e i m p o s to? foi Não foi para obsequiar o porque resses do aduaneira assim povo convinha americano. Brasil; aos A intetarifa americana é proteccionista; 15 1 226 as A Illusão suas elevadas Americana taxas não têm por f i m a u g m e n t a r os r e n d i m e n t o s d o T h e souro, mas simplesmente i n d u s t r i a s e as culturas Estados-Unidos proteger as nacionaes. Os têm forçosamente de importar café, g ê n e r o que n ã o produzem. U m imposto sobre a entrada do café viria recahir, na verdade, sobre consumidor ductor de americano. café, pelas o Grande pro- condições geo- g r a p h i c a s e p e l o m o n o p ó l i o dessa prod u c ç ã o n o occidente, o B r a s i l t i n h a fatalmente de abastecer o mercado ricano. querer Não é uma verdadeira burla fazer-nos acreditar que a isen- ção de direitos sobre é um ame- f a v o r feito ao o café brasileiro B r a s i l ? S i os Es- tados-Unidos voltassem de novo a i m por direitos sobre o café, o Brasil p o r isso p e r d e r i a o m e r c a d o onde não temos mente o garia mais caro americano, concorrência. consumidor americano aquella nem bebida, Sopaque A Illusão Americana lhe é indispensável. car, a isenção realidade, Quanto de util á 227 direitos industria ao assu- seria, na assucareira d o B r a s i l , si fosse c o n c e d i d a s ó ao pro- ducto brasileiro. Ora, u m tratado ante- rior e e m vigor j á dava livre entrada no território americano ao assucar do H a w a i ; mas, apesar disso, o Brasil l u craria m u i t o , si n ã o tivesse o u t r o c o n corrente, sinão aquellas da livre gosar entrada. Quando, foi ilhas, a em publicado fevereiro no Brasil de o 1891, texto do tratado Blaine-Salvador, todo o mundo entendeu que s ó o Brasil lucraria com a isenção de d i r e i t o s sobre o assucar. Immediatamente Commercio de o annunciou, em Madrid, que fizera depois, aberturas o governo á corte de Jornal do telegramma americano Hespanha, solicitando a c e l e b r a ç ã o de u m tratado, em virtude do Cuba e de qual os assucares Porto Rico entrariam de nos 228 A Illusão Americana Estados-Unidos livres de direitos. Desapparecia assim vantagem q u e se e s p e r a v a d o Postos de os para o Brasil a tratado. productos do Brasil egualdade com os única em das pé colônias hespanholas, tratada a j o v e n Republica de modo egual que mantém nial uma á velha Monarchia — em parte ferrenho jugo colo- riquíssima livre da A m e r i c a — o n d e f i c a v a m as para o Brasil ? onde, rencia que a bora menor, a fraternal prefe- grande t a m b é m a outra é vantagens Republica devia Republica, ainda que, grande? emComo era p o s s í v e l que o g o v e r n o de W a s h i n gton a equiparasse carunchosa da Europa no tratamento e antipathica decrépita fiscal Monarchia com a virente e f r a t e r n a l n o v í s s i m a R e p u b l i c a da A m e rica do Assim Sul ? pensou, N ã o ! Era por certo, impossível. o governo d a R e p u b l i c a B r a s i l e i r a , q u e se sou a desmentir o Jornal, no apresDiário A Illusão Americana 229 O f f i c i a l , dizendo que era falso que estivesse tratando de um se convênio c o m m e r c i a l q u a l q u e r e n t r e os E s t a d o s Unidos e a Hespanha. O ministro do B r a s i l e m W a s h i n g t o n , q u a n d o aconselhava para o R i o o tratado commercial c o m os E s t a d o s - U n i d o s , a f f i r m a v a que esta n a ç ã o n ã o daria livre entrada assucares de n e n h u m o u t r o paiz. aos Essa era a promessa que lhe tinha feito o governo de W a s h i n g t o n , e s ó a confiança nessa p r o m e s s a é que fazia c o m que governo no O Jornal o R i o fosse t ã o a m r m a t i v o . do Commercio esclarecimentos, insistiu, annunciou que deu o sr. Foster ia á H e s p a n h a negociar u m tratado O commercial. Tudo governo manteve Semanas depois, era a foi em sua vão. negativa. assignado o tra- t a d o ! O s assucares de P o r t o R i c o e de C u b a t i n h a m livre entrada nos EstadosUnidos, e desapparecia assim a v a n t a g e m que ao Brasil poderia única trazer A Illusão 230 Americana o tratado Blaine-Salvador. E n ã o parou a h i o g o v e r n o d e W a s h i n g t o n ; fez l o g o outros tratados c o m a A m e r i c a Central, com a Allemanha e com a Hollanda. V e n e z u e l a t a m b é m fez u m tratado, o Congresso O venezuelano mas rejeitou-o. g o v e r n o brasileiro f o i assim lu- dibriado pela esperteza americana. troca em a de um má fé o Brasil direitos ás vários para illusorio, os de alfândega. deu por Esta de (1), que que tornou trigo dos isenção americanos introduziu c e n t o nas concessão considerável prejuízo para a Thesouro em isenção egual artigos outros 25 se concedeu farinhas outros todos reducção da e norte-americana Estados-Unidos, a fictício seguida a uma negociação evidente, de favor Em já não e uma tarifas trouxe renda do atravessava (1) A commissao do orçamento da Câmara dos deputados do Brasil, em 1894, avaliou o p r e j u í z o do Thesouro em 3.000 contos por t r i - A Illusão Americana 231 é p o c a para tanta generosidade. do que isto : grande ás no Brasil Ha uma causou em muito estabelecidas via de vantagem prosperidade. enorme para paizes i m p o r t a d o r e s do p ã o e m portar de preferencia o reduzil-o a farinha nos próximo dos mercados O consumidor esta zido de a se qualidade transporte cilmente corre o pois trigo, para mercados, o num é volume maior superior, mar alteram a de ou e por frete é o muiredu- quantidade alimentaria; já por risco trans- consumidores. porque transporta substancia os lucra duplamente forma, já to menor, — mais damno industrias j á e E — porque pois tempo farinha, que o faaté g r a n d e avaria, risco que, j u n t o ao m a i o r frete, é t u d o c o m - mestre, sejam 12.000 contos de réis por anno. Ora, o tratado durou quatro annos, dando assim ao Brasil um p r e j u í z o de 48.000 contos de r é i s ! 232 A Illusão Americanã putado pelo vendedor, em detrimento do consumidor. H a v i a no Brasil tos moinhos moer de estavam empregados tantes e grande dores. Estas trigo, n u m e r o de nadas, os t r a b a l h a d o r e s , e o consumidor, farinhas em capitães empresas lesado, americanas, quem tenha tantíssimos grande trabalha- ficaram sem arrui- trabalho, desde que pelo dos os cartas escriptas em que negociantes, mercio, se a o Jornal do manifestaram, unanimidade, contra Não impor- industriaes e dos financeiros do em as tratado, fo- esquecido depoimentos maioria que impor- r a m admittidas livres de direitos. ha mui- em a dos Brasil, Comquasi o desastroso tra- tado. Estas xas de podia, manifestações e estas quei- nada valeram. Mandava e o mal estava feito, embora, o povo brasileiro, embora, as nossas quem soffresse, gemessem, industrias. A Illusão Eis cebemos ahi Americana 233 mais u m beneficio que dos re- Estados-Unidos (1). IV Seria um erro colossal o acreditar que pathias nos Estados-Unidos ha pela A m e r i c a do Sul, Brasil especialmente que a quatro sym- este pela f o r m a de ultimo e governo foi applicada ha annos. (1) As ultimas eleições americanas foram contrarias á politica ultra-proteccionista e de reciprocidade. Com quebra da f é internacional, que estipulava u m prazo de tres mezes de aviso á outra parte contratante, para a cessação do tratado, os Estados-Unidos restabeleceram os antigos direitos, dando grande p r e j u í z o aos productores de assucar do norte do Brasil e ao coramercio brasileiro, que contava com os tres mezes de aviso. N o momento em que escrevemos, a Allemanha reclama energicamente contra facto i d ê n t i c o , em relação aos seus productos. O governo do Brasil denunciou o tratado Blaine-Salvador, e de j a n e i r o de 1895 em deante os productos americanos pagam os mesmos direitos aduaneiros que os de outras n a ç õ e s . A Illusão 234 Por prezo mil modos americano do continente. lio de do fundador O uns E m da cules seu e o irmãos do sul f r e n t e ao ha des- Capitó- uma estatua independência baixos da revela pelos esculptor tirados ame- Greenough relevos fez- symbolicos, historia de Hercules. Herirmão repousavam ram se Washington, ricana. lhe Americana no Iphicles, mesmo assaltados por infantes, berço duas e fo- serpentes. Iphicles, simples mortal, filho de A m - phytrião e clamores; de Alcmene, adul- t é r i o o l y m p i c o de A l c m e n e e de Jove, tes, as ptor m ã o s , e s t r a n g u l o u as mostrando divina. fructo em do com Hercules, rompeu Esta poz é no Washington. bolísar? Os grandezas da esclarecem o assim a a scena pedestal Que serpen- sua que da origem o escul- estatua de quiz o artista sym- guias cidade descriptivos de pensamento das Washington do estatua- A Illusão rio. Depois ciosamente critica o as — de da peso, nos á convém moda estatua, a 235 indicarem como arte preço seu de Americana minua americana o qualidade mac, que os até do mármore, dous dous do margens dizem-nos, os tam ás a meninos Norte. Aquella fraqueza de jestade Nos de Sul é a Iphicles, e divina de e mármore, represena America cobardia, esta que a parte obedece é a soberania e da p o r todas do ao de W a s h i n g t o n . Respeitam Canadá u a ma- Hercules (1). significa continente a o- ias Estados-Unidos, a palavra America canos Poto- os da fábula, America do desde do finalmente, gêmeos — seu v o l u m e , o p e r i p é c i a s de seu transporte Florença uma — novo governo os ameri- Inglaterra as o u t r a s no nações ha, nos benevolos, u m a g r a n d e indiffe(1) scenes ED. WINSLOW in Washington, M A R T I N — Behind pag. 140. the A Illusão 236 Americana r e n ç a , e nos outros, u m sentimento accentuada superioridade, que de amor los sul-americanos. entre de próprio os México, o de . . . desses ria o o um O de é como e que de de um se fala nos sorriso se lábios que Wellington, Salomon, que a Estados- Quando dos presidentes o um tem parece-lhes mesmo que motivo Colômbia ha pe- dizer paizes States, o duque general duque Isto United nomear Basta intitular-se irresistivel. americanos feito desprezo conhecemos, petulância cômico haver Venezuela, que Unidos de norte-americanos chacota outro e é de te- ouvindo do Haiti, intitulava Crique-Mouillée. imperador D. g r a n d e prestigio nos Pedro I I tinha Estados-Unidos. S e u a m o r á l i b e r d a d e , seu espirito abert o a t o d a s as n o v i d a d e s d o s é c u l o , actividade, a singelleza de sua impressionaram sempre os sua pessoa, america- A Illusão nos, que de u m de rito um homem defensor Americana do rei só faziam a rodeado passado innovador. Os ciados no Senado se d i s c u t i u , o publica que verno que reconheceu na com revolução. tempo, o não que elogio O a a Republica no Bracerto, na para quasi ha recebeu bem correspondente pouca pouco do Paiz, estes manifestavam disseram fa- sympathia n o v a o r d e m de cousas n o Brasil. que essa hostili- imprensa Ainda os a m e r i c a n o s o go- do novo continente, insistindo na lembrar das ultimo, de to- em New-York, rememorava ctos, Requasi no vencido. frieza, que da consistiram inspirou-se de dade, a quando foi o governos demora, espi- mas na exaltação americano os e o americano, grande dos sil, contra pronun- exclusivamente, do de fausto, u m reconhecimento dos vencedores, idéa discursos Brasileira, virtudes 237 os pela Basta jornaes A Illusão 238 americanos, gou a quando, New-York brasileira, jornaes que, do verno e do uma a proclamação precipitação a ram-se no Rio chegar a New-York verno. O Era e de em goda presi- os roupas em esquece- pleno foi inin- marinheiros, soffreram americano grossas e alguns noticiavam foi os navios i a m pobres vêr como que 1890-91, governo New-York com que ligeiramente, O de os cumpri- ao esquadrilha, frio, tensissimo, ceu-lhes os governo organisada menso. diziam Estados-Unidos. a vestidos che- esquadrilha apresentar novo dos Com 1890, segundo americano mentos em R i o , ia participar ao Republica dente Americana im- forne- cobertas. jornaes esses de factos, d e s c r e v e n d o os n e g r o s b r a s i l e i r o s chorando os de frio, escondidos navios abandonados, varrido, os ofnciaes no porão, o convés não com frieiras nos A Illusão pés, emfim, Tudo isto Americana um destroço acompanhado completo. de ditos pi- cantes e de u m a insistência e n o r m e favores com que o governo estava acudindo á g r a ç a daquelles mo nos americano miséria e á des- maltrapilhos. N o mes- anno, chegou uma esquadra ame- ricana ao R i o , dizendo-se que v i n h a pressamente cumprimentar o O generalissimo Deodoro governo. convidou-os para u m baile; o commandante quadra pediu-lhe baile, e, como mora, a esquadra esperar pelo Dous quadra que da es- apressasse o houvesse tal alguma partiu, sem de- siquer baile. annos depois, u m a outra brasileira pretexto da ex- vai a exposição New-York, de Chicago esa e do c e n t e n á r i o de C o l o m b o . Os officiaes brasileiros gem da ficaram vexados imprensa a desconsideração tados. Sempre com da lingua- seu respeito e que collocados foram em da tra- ultimo A Illusão 240 logar, sempre Americana preteridos e m todas as a t t e n ç õ e s , o seu desgosto, si n ã o faltou á verdade foi o correspondente muito grande Quando lidade e não do se oceultou. houve o convite á para ir a um oficia- C h i c a g o , os officiaes brasileiros todos recusaram, a Paiz, representante da declarando imprensa que a s s i m p r o c e d i a m p o r se a c h a r e m j u s t a m e n t e m e l i n d r a d o s . N ã o lhes foi dada s a t i s f a c ç ã o a l g u m a , e, d e v o l t a a o B r a sil, v i e r a m , de clinados da a certo, acreditar fraternidade O gton, tem sua muito pouco inainda na pilhéria americana. ministro do Brasil e m Washino sr. Salvador experimentado, própria Unidos, a custa, sua de Mendonça, muitas que, entidade vezes, á nos Estados- de ministro dos Estados-Unidos do Brasil n ã o merece nenhum parte da na sua carreira incidentes d e s a g r a d á v e i s , que imprensa. S. respeito exc. tem por tido A Illusão a imprensa Americana 241 americana ha longa e m a - liciosamente glosado, sem ter e m vista que s. e x c , na sua qualidade de re- publicano intransigente, histórico e tudo o mais, e de uma nistro tratado com pelo seu titulo Republica, mais de devia galeria de ser respeito. O sr. m i - nistro é a m a d o r de bellas artes; uma mi- quadros, tinha todos assi- gnados pelos maiores pintores antigos e lia modernos. muitos para Os regados afim de ganado. ser mandou-a vendida parisienses em encar- avaliação declararam que e r a m t o d o s falsos. S. telegramma estava de peritos da os q u a d r o s em m i l h õ e s ; s. e x c . Paris, leilão. E r a u m a galeria que va- para Paris, boa fé e Retirou os exc, disse q u e que tinha sido enquadros tarde, offereceu alguns demia de e, mais delles á Aca- Bellas Artes do Rio de Ja- neiro, que comeu p o r lebres primorosas 16 A Illusão 242 todos aquelles esta anecdota, cômica para só prova gatos a oleo ( i ) . Pois que é apenas u m pouco o que Americana nosso s. ministro, e que exc. n ã o entende de pintura e que foi roubado, comprando por enorme somma aquella galeria, foi decantada e o nos jornaes de representante New-York, do Brasil, d e r i d í c u l o . O u t r o f a c t o : o sr. de coberto Salvador M e n d o n ç a foi pelo governo encar- regado de comprar uma grande quantid a d e de p r a t a nos E s t a d o s - U n i d o s . ministros da Fazenda do Brasil, disso, pretendem, t o d o s elles, Os depois que as contas n ã o e s t ã o certas, q u e falta prata, o u q u e f a l t a d i n h e i r o , c o n f o r m e se visto pelas publicadas. ricana correspondências Que c o m esta brasileira ? E ' tem officiaes t e m a imprensa amequestão inteiramente u m ponto que deve ser (i) Todas as particularidades deste incidente acham-se na obra de P A U L E U D E L — L 'Hotel Drouot en 1885. Paris, 1886, pag. 145. A Illusão ventilado rios da entre Americana dous 243 altos funcciona- Republica Brasileira: ministro da plomático. Fazenda Assim e entre o o ministro di- não têm pensado, p o r é m , os j o r n a e s americanos, e varias vezes t ê m voltado a esta vel historia da gos deprimentes para o desagradá- prata, publicando artirepresentante do Brasil. S e m duvida que o governo de Washington n ã o pode proteger o representante tra a imprensa, Mas a da Republica irmã porque esta é conlivre. a m á vontade é evidente em sociedade americana. O represen- tante republicano do Brasil parece tir isto, porque, seguindo toda sen- o exemplo de d i p l o m a t a s de o u t r o s paizes que j á foram pessoalmente imprensa, lado as s. aggredidos exc. podia, deixando de suas i m m u n i d a d e s , c h a m a r os seus d e t r a c t o r e s aos t r i b u n a e s . S. tem, de com sua pela exc. certeza, c o n f i a n ç a n a j u s t i ç a causa, e, si n ã o l a n ç o u ainda 244 A Illusão mão Americana d e s t e r e c u r s o , é p o r q u e n ã o acre- dita muito na justiça americana, quando esta compa- tem triota e de decidir entre um um sul-americano. O governo norte-americano, ha pouco, pouca deu mais consideração Republica uma ainda prova da que lhe merece Brasileira. O a governo de W a s h i n g t o n elevou á categoria de embaixadores os seus de o seu ministro e m Paris representantes junto ás Londres, Berlim, Vienna, e cortes Roma, M a d r i d e S. P e t e r s b u r g o . O r a , o B r a s i l é a segunda nação da America, por t o d o s os t i t u l o s ; h a a c o n s i d e r a ç ã o i m portantíssima Panamá, sos ao de que, pelo isthmo temos a honra de mesmo do estar pre- continente occupado pelos E s t a d o s - U n i d o s ; temos, c o m o elles, presidentes, ministros veis etc. S e n d o assim, está o Brasil merece tados-Unidos do irresponsá- muito mais que as claro que dos Es- carunchosas A Illusão Americana 245 e decrépitas Monarchias européas. N ã o obstante t u d o isto, o g o v e r n o de hington conserva no R i o u m representante fiança de qualquer diplomático de categoria, n ã o dando tratar ao "Was- segunda Brasil a con- o seu g o v e r n o c o m a consideração com que trata o governo hespanhol, ou o governo austríaco. mistér confessar para com dose muito q u e W a s h i n g t o n usa o Brasil de fraternidade em Desde devemos E' moderada. que por q u e t a m b é m se m a n i f e s t a s e m p r e , pela dos que do outro imprensa, modo maneira falar falamos e m temos norte-americanos lamos da noticia visto, a amizade pelo Brasil. alarmante, Fa- falsa ou vida do verdadeira. Nem corpo tudo s ã o rosas diplomático na sul-americano. presentantes do general A , Re- nomeados p e l o g e n e r a l B , e s t ã o p r o m p t o s a servir o general C. U m bello dia, chega A Illusão 246 um telegramma: o general aos e perguntam já g r a v e , e, reporters cousa vencerá? acertam, C o atacou pobre di- que o quem posta. A l g u n s nam, « O general A ». Que dirá plomata quem Americana assaltam tem razão, ainda E' mais grave, difncillima a m u i t o b e m ; m a s si se os pertos res- h a q u e se a r r i s c a m : si enga- estão perdidos, porque o dor cousa demitte vence- sem piedade. calam-se. A O s es- reportagem, po- rém, é feroz; a reportagem ganha por linha de pórter, noticia quando fornecida, e n ã o t e m essa um noticia, inventa-a. M u i t a vez, ha i n g ê n u o s enxergam intrigas tos de profundos habilissimas partidários, mysteriosos, numa re- que machiavelismos, e pérfidos ou intui- conspiradores n o t i c i a q u e f o i ar- ranjada n u m pobre quinto andar, a g u a - f u r t a d a d e u m repórter numa qualquer, q u e f o r j o u essa n o t i c i a p a r a e q u i l i b r a r o seu o r ç a m e n t o da semana. H a , po- A Illusão Americana 247 r é m , o u t r o g ê n e r o d e n o t i c i a falsa, q u e deve cahir, e c á e ,dentro da acção dos tribunaes. de E' a noticia falsa, c o m fins especulação, para a qual ha pena- lidade nas l e g i s l a ç õ e s d e certos paizes. Ora, estas noticias subir o u descer o café nos para fazer subir brasileiros, falsas para fazer mercados, a c o t a ç ã o dos titulos n e m sempre s ã o noticias contrarias ao g o v e r n o do Brasil. A peculação provada: é de uma á s vezes, imparcialidade annuncia lisonjeiros acontecimentos; zes, as E m catastrophes todo os as m a i s caso, N e w - Y o r k destas noticias. O s j o r n a e s mais outras v e terríveis. é ponto de concentração e de têm es- que é o expedição americanos gasto muito dinheiro para ter no- ticias do agudas mas, mente Brasil e em nas periódicas vez de differentes crises da Republica; receberem directa- estas noticias, r e c e b e m - n ' a s v i a Buenos-Aires e Montevidéo, onde as A tlhisão 24§ noticias s ã o todas mentadas sos são termos exaggeradas e api- c o m a m á vontade dos irmãos que Americanã argentinos nossos seguido e uruguayos, inimigos, o seu nos- apesar de exemplo, ado- ptando a f ô r m a de governo da Argen- tina e do U r u g u a y . Os Estados-Unidos são, para o resto do mundo, o vehi- culo transmissor da bilis argentina contra o Brasil: de jornaes Brasil; s ã o os correspondentes americanos s ã o as que agencias atacam o telegraphicas a m e r i c a n a s q u e e n v i a m , p a r a t o d o s os pontos do globo, as noticias depri- mentes do Brasil, noticias muitas ve- z e s f a l s a s , p o r v e z e s e x a g g e r a d a s , e, a i de n ó s ! á s vezes t a m b é m E o que é curioso é verdadeiras. que os jornaes da E u r o p a , que recebem dos Estados- Unidos as essas noticias, que screvem, é que passam por diffamado- res d o Brasil. S i os j o r n a e s são insolentes para tran- com americanos o Brasil, o A Illusão que pode gente, o verificar mundo tados-Unidos Nunca o para a de facilmente commercial também dos minimo dustrias, Americana nos toda dos é Es- adverso. Estados-Unidos auxilio para para a as nossa nossa v i a ç ã o veiu nossas lavoura, férrea. Ha ou perto quatrocentos m i l contos de réis Inglaterra empregados no Brasil, e m e m p r é s t i m o s ao ferro e outras O pobre, quando Brasil era sua existência, era á s portas inimigos quer iniciou tinha ameaçadores, tinha teve confiança no Inglaterra nos confiou povo inglez 1865, rotas em é estando com questão a os épocas tão o a despovoado, Inglaterra mesmo em industrias. problemas internos gravíssimos — tães, da governo, quer caminhos de da in- Inglaterra, Christie(i) — a Brasil, a seus capi- criticas. E superior, Brasil e de por que, o em relações motivo questão de (1) C o m o se sabe, a q u e s t ã o f o i sujeita ao j u i z o arbitrai do rei dos belgas, que deu r a z ã o A Illusão 250 Americana q u e a d i g n i d a d e d o B r a s i l sahiu illesa, — conseguiu levantar em Londres empréstimo, ciávamos na uma occasião guerra em que terrivel. um ini- E os capitães inglezes n ã o c o r r i a m pequeno risco; aventuravam-se gências aos da guerra a t o d a s as emer- com o Paraguay possíveis e mesmo sastres da a b o l i ç ã o . E prováveis e de- e m quantas em- p r e s a s estes c a p i t ã e s , e m a c ç õ e s o u em obrigações, di- zer não enterrados? estão S i se por assim apontam a «S. Paulo R a i l w a y » c o m o e m p r e s a a t é ha pouco tempo remuneradora e a «Rio C l a r o R a i l w a y » , e m t o d a s as o u t r a s es- ao Brasil. Quasi toda a imprensa ingleza foi a nosso favor. Na C â m a r a dos communs, luctaram por n ó s oradores illustres, como John Bright, Cobden, l o r d Cecil (hoje l o r d Salisbury) e muitos outros. O m i n i s t r o Christie apresentou-se candidato á C â m a r a dos communs por O x f o r d , declarando que a sua eleição seria considerada a a p p r o v a ç â o de seu procedimento no Brasil. Oxf o r d derrotou-o. E n c o n t r a r í a m o s , porventura, nos Estados-Unidos tanto amor á j u s t i ç a ? A Illusão Americana 251 t r a d a s f e i t a s c o m c a p i t a l i n g l e z os a c c i o nistas não recebem pital recebem dividendos, ou mínimos. E que enorme n ã o ha e m p r e g a d o na « ca- Alagoas R a i l w a y », Bahia e S ã o Francisco, mal do Timbó, « thern », « I m p e r i a l Natal e Great raSou- Bahia Company Cruz, Campos », e Ca- rangola, C o n d e d ' E u , « Caravellas Na- vigation Nova Brasil os Company», Dona Thereza Christina, Leopoldina, M a c a h é e pos, P o r t o A l e g r e e N o v a Recife São Francisco, Cam- Hamburgo, N o r t e do Rio, « S o u t h e r n Brasilian », « Bahia Central Sugar C.° », « N o r t h Brasilian Factories», «Riodejaneiro Sugar FlourMills C.°», Gaz da Bahia, Gaz do Pará, do Ceará, Gaz do R i o (capitães Águas das de Pernambuco estas empresas, q u e representam linas, que milhões nada, ou d e m aos capitalistas. etc. Gaz belgas), etc? To- enumerámos, de quasi libras nada, Entretanto, esterrenestes A Illusão capitães o ahi Brasil, Americana estão fructificando mantendo transporte em aproveitam e populações. E a regiões dando as facilidade de que se luz e empresas alguma remuneração, nefícios não enorme prejuízo j á não t ê m capitalistas graças? de enchem delia agua que ás dão de quantos be- o Brasil? E que europeus as dado aos nossas des- C o n f i a d o s n u m l o n g o passado t r a n q u i l l i d a d e , os c a p i t a l i s t a s peus para tinham os títulos euro- brasileiros no m e s m o a p r e ç o e m q u e os das primeiras nações do brasileiro estava a 1889; hoje, listas mundo. 90, a estavam ao 14 vale confiaram O de 54 em 4 °/ novembro (1). Os nossa maus. se E , si a l g u m c a p i t a l i s t a queixa, capitaestrella ; nosso lado nos dias peros, p e r d e m hoje comnosco não somos (1) O u t u b r o de 1893. de nos prósdias europeu n ó s , os deve- A Illusão dores, que nossas desgraças sas si devemos physicas; nados o por café de motos, si vessem estamos, Ceylão causas tido como a e ou arrui- naturaes; uma moléstia Hemileia de ao a As de cau- vasta- Java; si t e r r e - inundações reduzido então protestar. estivéssemos tivesse sêccas 253 não provêm algumas destruidora, trix, Americana ponto nos t i em q u e i x a seria que insen- sata. M a s , n ã o ; t u d o c a m i n h a a d m i r a velmente, na parte que compete á Providencia o u ao te que acaso; cabe aos agora, homens, na sabemos todos o que t e m sido. D i z e m , que ha precisa por mas uma consolidar consolidação todos ahi os se e dar, cousa que, é par- porém, que se para essa preciso que brasileiros sofíram. A s victi- têm o seu bom senso e ellas j á d i z e m o u p e n s a m : — si é preciso soffrermos cousa tanto, é melhor n ã o se c ç m s o l j d e ! que Esta a tal opinião A Illusão 254 é fatalmente a da Americana de todo h o m e m superstição isento partidária. V o l t a n d o aos a m e r i c a n o s , d e v e m o s perguntar: — d e q u e a u x i l i o t ê m elles sido para o desenvolvimento da peridade pitães para m a t e r i a l d o Brasil ? Seus ca- para cá pros- cá n ã o não presas de v ê m , seus emigram. As navegação que braços duas em- organisaram acabaram na fallencia culposa e mesmo fraudulenta, rente dos de fugindo o americano uma dellas accionistas subvenção que com o brasileiros lhe ge- dinheiro e pagou o com a governo. Fala-se q u e os a m e r i c a n o s s ã o nossos g r a n d e s freguezes de café. E m pri- meiro logar, é absurdo fazer-se facto gratidão motivo para uma deste sen- timental. Os americanos n ã o c o m p r a m café por amizade, nem por philan- thropia. Compram, porque querem bebel-o, e, não o tendo c u r a m - n o o n d e se em encontra, casa, e o propaiz A Illusão productor Brasil. é que Americana mais lhes 255 convém M a s , a i n d a e m r e l a ç ã o ao café, força confessar que feição europeus ao B r a s i l , do que o mercado de York. Seja pelo tendência é é baixa. a mais que para a dos alta Sem e dos favorável for, o constante europeus para é a mercados a é o New- motivo, mercados New-York duvida, de um e de o u t r o lado, o q u e d e t e r m i n a esta attitude é a especulação, gavel que devemos ter mas é mais inne- sympa- thias p o r aquelles que, e m b o r a s ó p o r interesse próprio, promovem a valo- risação de u m producto brasileiro, valorisação que redunda e m proveito Brasil. um Fala-se pesado o café; é o mais, mas próprio o que direito quem a de França impõe entrada paga esse do sobre direito consumidor francez. D e - Havre, Antuérpia b u r g o t ê m , n o seu p a p e l de e Ham- mercados distribuidores, espalhado pela Europa A Illusão 256 Americana todo o nosso café e desenvolvido m u i t o o seu pesa commercio. N e w - Y o r k , porém, sempre no mercado do mundo pelos seus g r a n d e s e s f o r ç o s p a r a cahir o Brasil café. Quando esteve quasi a ção de N e w - Y o r k estava hoje mesmo, europeus deiro os verá lavoura desanimada baixa do café, f o i porque E fazer a do pela especula- triumphante! a f r o u x e m os mercados seus que e s f o r ç o s , e o fazenos americanos envi- l e c e r ã o logo o seu producto e ver-se-ão cambio o que baixo e café também n ã o é impossivel, baixo, como muita gente crê. Temos visto o que os EstadosU n i d o s t ê m sido para toda a America latina. Insistimos têm na sido ordem para especialmente n ó s , na econômica. no que diplomacia e Terminaremos, A Illusão vendo na qual a ordem A o 257 influencia daquelle moral e influencia sobre Americana paiz intellectual. dos Estados-Unidos B r a s i l se f e z s e n t i r e m g r a n d e q u e s t ã o social — a nossa escravidão. N ã o teríamos conservado por tanto tempo aquella maior nação instituição da America tentado legitimal-a; vocrata viesse até do o que Estados-Unidos noticia se si do fazia nos defender A não a que escra- não não a tivesse si d a p a r t e incentivo; nós a para tiva dos i n í q u a , si nos chegasse se dizia e Estados-Unidos escravidão. c o r r u p ç ã o politica e administraé a namento própria do essência governo Estados-Unidos do funccio- americano. são o paiz Os mais rico do m u n d o — rico pelas opulencias naturaes, pela sua e n o r m e e x t e n s ã o , fertilidade suas rios do bahias, solo, seus por seus pela portos, l a g o s , seus g r a n d e s n a v e g á v e i s , suas m i n a s incompa17 258 A Illusão raveis. Americana Povoado um solo destes pela r a ç a saxonia, c o m o p o d e r i a d e i x a r este paiz de rosa ? ser O habitado espécie uma nação solo pela mais rico raça humana — forte e do podemundo mais enérgica da eis que os o são E s t a d o s - U n i d o s . A q u e l l e paiz é grande, mas Ao não é p o r causa amor pobres próprio de seu de governo. outras nações ou, p o r outra, m e n o s ricas v a n t a g e n s n a t u r a e s d o q u e os Unidos e em Estados- habitadas p o r indivíduos de r a ç a s menos e n é r g i c a s , r e p u g n a o confessar esta mente, a gente é nhecer as alheias attribuil-as inferioridade. a levada a causas algum em vos governados que n ó s ; mas que esses p o v o s res do que n ã o reco- superioridades, d á v e i s para a nossa desar Insensivel- pouco desagra- vaidade. Não dizermos que ha com mais quanto a o que nós, quanto ou acerto ha podo confessarmos são é melhoa dizermos A Illusão que a a 259 terra delles é mais rica do nossa — a havemos de é Americana isso é que que nunca resignar. Por essa nos razão, e x p l i c á v e l q u e alguns brasileiros, de espirito ver, simplista, queiram por nas vantagens que nos força l e v a m os Estados-Unidos e m prosperidade, effeito, n ã o de remediáveis, differença se pode causas mas dos uma naturaes a raça e resultante governos. O trocar, um da solo n ã o se ir- não pode substituir; mas, e m t o d o t e m p o , é possível mudar o governo. N ã o podendo dar-nos o nem qualidades as solo dos Estados-Unidos, ethnicas de seu p o v o , h o u v e q u e m quizesse dar-nos ao m e n o s o seu g o v e r n o , isto é, o que de menos E invejável tem a grande a escola fatal dos i m i t a d o r e s de instituições n ã o attende ao de nação. seu contrasenso systema, n e m aos funestos re- sultados plantadas que produzem as l e i s arbitrariamente de u m transpaiz A Illusão 2ÓO Americana p a r a o u t r o . Q u a n d o os r o m a n o s , a i n d a rudes, conquistaram a culta Grande G r é c i a , V a l e r i o Messala t r o u x e de Catania um relógio solar, collocar no F ó r u m , junto Não attendeu Valerio que mandou aos Rostros. Messala, nem á differença de longitude, n e m á orien- t a ç ã o d o g n o m o n , e d i s p ô l - o ao acaso. Só um século descobriu mais em tarde Roma que foi que o relógio solar marcava a hora c o m grande e se erro de tempo, só então foi substituído. O relógio que dava o tempo certo em C a t a n i a e r r a v a e m R o m a ( i ) . A s s i m , as i n s t i t u i ç õ e s : p o d e m dar certo nos paizes e a de o r i g e m e trazer desordem nos a r b i t r a r i a m e n t e as paizes a seus confusão para onde transmudam. N o Brasil, aconteceu o mesmo com a i d é a f u n e s t i s s i m a de c o p i a r os d o s - U n i d o s nas suas leis p o l í t i c a s . ( i ) P L Í N I O , Hist. Nat., liv. vn, 6o. EstaCo- A Illusão Americana 261 piemos, copiemos, pensaram satos, copiemos Deveríamos mesmos, e seremos antes dizer: sejamos os o que insen- grandes! sejamos somos, nós e só assim seremos a l g u m a cousa. I m a g i n e se um indivíduo qualquer rando uma pintar como a téla, os téla que, de Velasquez, elle. D e que admideseje servirá pincéis, a palheta e ter as tas p e r f e i t a m e n t e eguaes, e m tin- matéria prima, tamanho e dosagem, á s do pintor hespanhol ? Debalde arranjará as tintas e esforçar-se-á para pintar como Velasquez. Terá tudo Velasquez, menos o quanto g ê n i o , e, tinha mesmo, tendo o gênio, será outro gênio e n ã o o gênio d e V e l a s q u e z . A s s i m , os paizes sul-americanos q u e r e m ser ricos e p r ó s peros c o m o os E s t a d o s - U n i d o s e sam que artigos cana. E humana conseguirão da Constituição como é muito imitar mais isto pen- copiando norte-amerida natureza f a c i l m e n t e os v i - A Illusão 2Ô2 Americana c i o s d o q u e as v i r t u d e s , a i m i t a ç ã o praticas corruptas da das administração americana é cousa m u i t o natural. Estadoso Unidos, 7'ouba-se empregado disso, são um também apesar será paiz Este apesar ; ora, grande de eu roubar roubarem? pensa s u l - a m e r i c a n o , e, grande não mtrito, Nos porque o meu paiz, e dos meus collegas raciocínio apresenta- se f o r ç a d a m e n t e á f r a g i l i d a d e d o f u n c cionario, o resto a t e n t a ç ã o se f o r t a l e c e temos visto. Não ha e... salteio á propriedade que n ã o encontre escusa n o f a c t o d e ser esse s a l t e i o m u i t o c o m mum nos Estados-Unidos. Essa influencia d e l e t é r i a que este paiz é a exer- ce n a A m e r i c a . O s v i c i o s d o s grandes corrompem o exemplo dos os dos pequenos, poderosos e é a mau perdição humildes. A civilisação norte-americana pode deslumbrar que as n ã o passam naturezas da inferiores, concepção mate- A Illusão rialistica mede sim O 263 d a v i d a . A c i v i l i s a ç ã o n ã o se pelo mas Americana aperfeiçoamento material, pela elevação moral. verdadeiro thermometro da vilisação de u m povo é o respeito elle t e m pela v i d a h u m a n a cique e pela liber- dade. O r a , os a m e r i c a n o s t ê m p o u c o res- peito pela vida humana. N ã o respeitam a vida de outrem e nem H e r b e r t S p e n c e r dizia aos que elles c o m m e t t e m mental tando-a mente no programma com a própria. americanos erro funda- da vida, febre, em que se e x a l t a m e deperecimento que precoce m e m , pela a p p a r i ç ã o nhas e um a do das mutua- d á logar mais medo- nevrose. A vida de o u t r e m é cousa de tribunaes pouca Estados-Unidos. regulares matam m e n t e c o m f r e q ü ê n c i a , os ao animal ho- f r e q ü e n t e s formas de c o n s i d e r a ç ã o nos gas- Os juridica- assassinatos c r i m i n o s o s s ã o v u l g a r i s s i m o s e os l y n - A I/lusão 2 64 chamentos os Americanã crescem e m n u m e r o dias. T u d o isto s ã o formas tuadas de desprezo pela vida O o lynchamento lectivo, vezes, e o é todos humana. assassinato c o l - facto da victima criminosa, e m accen- ser, á s nada diminue o h o r r o r d o facto, p o r q u e esse é aggra- vado, j á pelos requintes f r e q ü e n t e s de ferocidade, j á pela do a irresponsabilidade ajuntamento que resolve e pretendida No sentença. Brasil, ha nia americana; cida na quasi executa u m a pequena a parte delia zona cafeeira toda, ao colô- estabele- do sul veiu, findar a guerra de se- c e s s ã o e e r a c o m p o s t a d e sulistas q u e , privados de ter escravos e m sua p á - tria, e m i g r a v a m para o paiz o n d e lhes ainda e r a p e r m i t t i d o esse p r a z e r . A p o - pulação brasileira v i u chegar vos hospedes laram na ferocidade e v i u o s q u e se i n s t a l - agricultura aos esses n o - mais excederem rudes e em perver- A Illusão sos 265 Americana atormentadores de escravos. americanos introduziram novas de tormentos supplicio. e novos fôrmas apparelhos C o m o os inglezes se p o r t a m aos confins d o m u n d o a s s u a s p á s d e cricket lawn-tennis Os de trans- levando e as s u a s r e d e s d e e conservam o amor pelos e x e r c í c i o s physicos, q u e é a f o r ç a d e sua raça, os americanos usar nos çoados e escravos, trouxeram, azorragues algemas patent, e para aperfeitrataram logo de propagar o lynchamento. Nos vários casos que temos noticia, cano instigador Esses casos t ê m sido raros a t é cumscriptos ha de lynchamentos de ha á sempre e um ameri- comparticipante. e z o n a d e S. P a u l o americanos. O e x e m p l o é, quanto O rito a impunidade é espirito americano de violência; transmittido aos o é tanto certa. um espirito brasileiros, onde porém, funestissimo; o contagio, rápido, mais cir- espilatino, mais ou 266 A Illusão menos Americana deturpado através dos séculos e dos a m á l g a m a s diversos do iberismo, é um espirito juridico, que vai, é dade, á pulhice do ver- bacharelismo, conserva sempre um pela vida humana e pela liberdade. rábula ente de aldeia inferior, sem mas, superior, como panga ao e é, certo mas em desbravamento duvida, todo unidade mandão. respeito O um caso, é social, ao ca- periodo do O da terra, da derrubada das mattas, d o e s t a b e l e c i m e n t o das pri- meiras nas culturas, é, no interior e localidades novas, a edade do capanga; o escrivão, vêm o depois, promotor, expellem capanga. E ' a lei que lência. O espirito o e juiz, que eliminam substitue a americano o vio- infun- d i d o nas p o p u l a ç õ e s é antes favorável ao do foro ; capanga do que á gente é o extrangeiro, cujo prestigio é pre louro grande; e de é o homem o l h o s azues, de sem- cabello sempre aca- A Illusão Americana tado pelos nossos em favor pela da sua negroides, violência, prepotência. mesclado com as população de progresso. Elle age o uma meio rural, reage feitos, que ambos. feiçoada ou americano, inferiores sobre elle, factor o outra meio havendo reciproca a f o g a m as Uma O não é um sobre communicação influindo nobilitando-a camadas da e 267 de de- qualidades enxada que o americano de aper- traz, a l g u m canivete de molas engenhoso, que elle introduz na ferramenta nacional, n ã o s ã o b e n e f í c i o s q u e c o m p e n s e m os les que elle nos ma- faz ( i ) . (1) Poderíamos citar vários episódios da tent a t i v a de c o l o n i s a ç ã o americana no Brasil que m o s t r a m q u ã o grande f o i o seu insuccesso. O sr. Q u i n t i n o Bocayuva escreveu, em 1867, u m folheto aconselhando a vinda dos chins para o Brasil. E m seguida â sua p u b l i c a ç ã o , recebeu o sr. Bocayuva uma c o m m i s s ã o do governo imperial para i r buscar esses colonos americanos aos Estados-Unidos. A c o m m i s s ã o redundou em pura p e r d a ; o sr. Bocayuva v o l t o u trazendo bandos de desordeiros 268 Já A Illusão falámos Americana do muito que contri- b u í r a m os E s t a d o s - U n i d o s p a r a ração Brasil pela f o r ç a d a m n o s a de seu e x e m p l o e tam- bém o da por receio blema no escravatura ter de no a du- inspirado que Brasil gédia da America vemos, p o r é m , a solução fosse do aos a tímidos do mesma protra- N o r t e . N ã o de- esquecer que os ame- e assassinos, que m u i t o deram que fazer á policia do R i o . (Vide os jornaes do tempo.) No r e l a t ó r i o do sr. Saldanha Marinho, presidente de S. Paulo, 1868, lê-se : « Tendo-se estabelecido mais de cem familias americanas em terras que demoram nas proximidades do rio S. Lourenço, município de Iguape, e pretendendo-se a abertura de uma estrada que ligue tal colônia á cidade de Santos, a lei vigente do orçamento provincial auetorisou o governo a auxiliar a abertura dessa via de communicação com a quantia de cinco contos de re'is. Esta quantia foi entregue, por ordem de meu antecessor, ao coronel norte-americano Bozuen. Ignora-se qual o emprego que teve essa quantia». Essa malfadada c o l ô n i a chamava-se Nova Texas. O Texas de Iguape n ã o f o i para o Brasil o que o outro Texas f o i para o M é x i c o . A Illusão 269 Americana ricanos contribuiram m u i t o para o trafico africano no Taylor, na sua dezembro pôde de negar navios 1849, construídos que nos que encontra nos poderosos sus tentadores è feito por Unidos, tripulados americanos ». causa o lermos, o Estados- de 1856, trafico Unidos muitos ». D e e entre grande parte americanos do Brasil tomaram destacaremos juramentado stado capitão americano, na legação Janeiro, 1851. do no Diz o 1843, W . E. americana dia 11 as que no depoimento depoimento capitão fez o o na africano da derson, E que provas trafico, em se e presidencial « é indubitavel de de «Não nos Estados- por mensagem os 4 nos deve causar m a i o r a d m i - do muitas de trafico a americanos não ração presidente dizia: este commandados isto O mensagem que pertencentes e Brasil. de do junho Anderson conhecimento de AnpreRio de que, Jo- A Illusão 270 shua M . que, «antes se Clapp, em e frete o trafico-». cidadão e depois occupara pra Americana daquella larga de navios tro era americano, ainda este muito Clapp de seu de Unidos revela no a Rio, na de como ministro, dos os a r d i s d o s re- queixa-se Smith, bandeira Costa minis- despacho, ». O d e p o i m e n t o de todos Smith, O depoimento, e para Franck g r a n d e s negreiros, que, diz o «deshonram com- Anderson negreiro. no mettendo da americanos Refere-se também época, escala a u m outro americano, que americano, EstadosAnderson americanos África, as suas c r u e l d a d e s e os seus g r a n d e s l u c r o s ( i ) . Isto, o que Brasil, ve, em quanto temos onde, á massa observado popular, no sul é do e m pontos isolados, hou- tempos, pequenos núcleos de (i) Este curioso documento acha-se nos U. S. Senate Z>0c.y.,Congress 32, session 1, 1851-1852. V o l . 9, doe. n.° 73, pag. 5, A Illusão colonos americanos. sil, cremos sinão como além de do um Nos que N o norte do Bra- ha negociantes sertões do é americanos no littoral, dentista, outro americano 271 não clássico ou Americana medico e desgarrado. norte, cremos que o conhecido apenas sob a f o r m a n ô m a d e de c o m p r a d o r de de cabra da costa. greiros por conta Os de profissão, talvez Clapps outro mas dos couros negociantes e Smiths, tempo, variam c o n s e r v a m os nede mesmos instinctos. Na ordem intellectual, os fícios da America lação ao Brasil peciaes. O do Norte beneem n ã o s ã o em nada Brasil não dos inventos americanos tem rees- auferido mais benefí- cios d o q u e as o u t r a s n a ç õ e s d o m u n d o . T ê m sido viajantes allemães, france- zes, i n g l e z e s e d i n a m a r q u e z e s q u e t ê m escripto Brasil os e melhores melhor livros estudado sobre a o nossa A Illusão 272 natureza. ricano, Si exceptuarmos cujas veladoras servação mos do viços de uma se sciencia os têm nosso se profundeza de ob- si exceptuar- cujos valor e trabalhos cujos ser- têm sido inestimáveis, onde brasileira e h ã o de ser ainda estão re- Derby, alto escriptores occupado americanos de modo serio paiz ? O s professores apresentam ame- são notabilissima; mais á Hart, monographias Orville são Americana têm que sido de uma que de aqui me- diocridade desesperante, nada t ê m feito, nada encher dos duas europeus estudo, sino, mento e têm pela têm creado. paginas que, pelo trabalhado o nosso poderíamos com observação scientifico de elevado E os livro, e no pelo pelo en- reconheci- nossas nivel nomes riquezas intellectual. D o s viajantes americanos que têm escripto sobre o Brasil, quaes t ê m sido sympathicos ao nosso paiz ? Si não A Illusão todos, de a grande nós com ropeus guste da Americana maioria estatura Bates, outros nos delles injusto desfavor. de Elisée fala Si Martius, S a i n t - H i l a i r e , sir ton, 273 euA u - Richard Bur- Reclus s ã o sympathicos, e tantos os ame- r i c a n o s se e x p r i m e m a t é c o m d e s p r e z o a nosso respeito. Numa narrativa de v i a g e m , que é d o c u m e n t o official americano, ção isto é, a exploradora 1842 (1), somos relação da americana expediem 1838- vilipendiados por tal m o d o , q u e u m a r e v i s t a a m e r i c a n a censurou acremente o governo de Was- hington por ter consentido, numa pu- blicação nacional, expressões tão grosseiras e baixas trangeiro E o contra um paiz ex- (2). que diremos dos estudos que t ê m feito brasileiros nos Estados- (1) Narrative of the U. S. Exploring Expedition during the years 1838-1842, by C H A R L E S WILKES, U . S. N. (2) North-American Review. V o l . 61, pag. 57. 18 274 A Illusão Unidos? Americana Salvas p o d e dizer-se algumas que Estados-Unidos os — — excepções, formados s ã o , na concorrên- cia brasileira, os q u e m e n o s que menos preparo nos sabem, têm. São os enge- nheiros incapazes, m é d i c o s que, á s vezes, n e m ousam affrontar o exame sufíiciencia, e muitos em artigos cultura, quaes de outros, phantasia, architectura faltam os doutores como etc etc. rudimentos e m certas mandam para agrie aos de e qualquer instrucção geral. E ' que, toda verdade famílias brasileiras, os incapazes, os d o Brasil, emfim, Estados-Unidos reprovados os nas mesmos que, n'outro tempo, iam para zer ao sileiras não vêm, concurso sinão a das em os rapazes padres, d a d e é q u e os t o r n a - v i a g e n s dos dos-Unidos, embora voltem se escolas ou para soldados. Seja c o m o fôr, a desasnados, de um verEsta- pouco geral, actividades sua p e r t u r b a d o r a , trabraou, A Illusão pelo menos, Americana inútil e grande petência, aggravada pela Isto provém Unidos, as ha de 275 que, incom- presumpção. nos universidades Estadospara todas intelligencias, como ha hotéis todas ções as as bolsas. nos sas E também diplomas. capacidades ços. Ha esta e Ha para mocidade julga americanas, c o m p a r a os U n i d o s c o m o Brasil, grada- para todos para todas os pre- as cou- Estados- n ã o v ê as n o s s a s q u a l i d a d e s , n ã o c o n h e c e os anteceden- tes d e nossa h i s t o r i a , os f e i t o s d e n o s sos m a i o r e s , e p o r isso q u e r l a n ç a r t u do ao desprezo, rompendo com o pas- s a d o , e, s i e l l e s p u d e s s e m , transforma- riam a sociedade brasileira n u m medo que simiesco dos elles j u l g a m arre- Estados-Unidos, o primeiro paiz do m u n d o , p o r q u e ha p o r lá m u i t a electric i d a d e e b o n s water-closet. a ponderação a harmonia de que seu á N ã o tendo raça saxonia dá desenvolvimento, 276 A Illusão estes Americana nossos pobres luso-indio-negroi- des desequilibram-se de t o d o , n o m e i o da febricitação americana. E real é muito a acção pertur- badora do nervosismo norte-americano nas organisações latinas. Temos co- n h e c i d o m u i t o s casos i n d i v i d u a e s bastante em curiosos. New-York, os vindo passageiros plavam de o de sobre a espectaculo entravamos Panamá, e tolda contemgrande e cheio vida daquelle porto immenso. O u - víamos e U m a vez, já dos o alarido dos operários embarque. nas Nos carregadores pontes estaleiros, de des- martella- va-se infernalmente o ferro; no vapor, havia um reboliço gens tiradas do ruidoso das baga- porão, puxadas pelos guindastes. Junto não sei mala, mente a mim, si d e ou de de um estava Nicarágua, Honduras, destes um de mas velho, Guatecerta- illustres paizes, A Illusão que, mais Americana civilisados do de então, gósavam da forma republicana. templava as New-York, direita, se das e tres na de dos O benefícios velho grandes de Jersey, á deante que o Brasil con- cidades de frente, de B r o o k l y n , espraiavam talvez já 277 esquerda, cinzentas de e e de que esfumaça- n ó s . O velho, azteca á mestiço conquistador h e s p a n h o l , o l h a v a v a g a m e n t e , c o m instinctos a t á v i c o s de presa e de Quien sabe f—exclamou sabe si u m d i a Centenares pequenos, rápidos redor nas os cas de New-York?! vapores, cervos, grandes, cruzavam-se n ó s , badalando bronze seus e de Nicarágua, lentos c o m o elephantes, como de elle, q u e m n ó s , os d e não viremos a tomar salteio: e as Ninguém estrugindo interrogativa seus u i v o s de respondeu do velho, á e ao campano s i l v o s a g u d o s e as n o t a s longas de ou ar rou- vapor. prophecia este, sor- 278 A Illusão rindo Americana tristemente, assobios, esta quecer ». gente (Solo verian disse: nos con « Só havia los com de pitos os enlou- nos vol- locos). Não sobios queremos das louqueçam Unidos ; o não machinas minoso Nem mos de um menos, cousa Republica os as- americanas en- Estados- que é certo, p o r é m , na brasileira ao que os b r a s i l e i r o s dos encontramos nalidade dizer vida nenhum discípulo por alguma da que é que nacio- traço lu- americano. esse lado, te- agradecer á Norte-Americana. V Devemos concluir de tudo quanto escrevemos : Que Brasil não imitar ha razão para querer os E s t a d o s - U n i d o s , o por- q u e s a h i r i a m o s d e n o s s a i n d o l e , e, p r i n cipalmente, porque já estão patentes A Illusão e lamentáveis, tristes sob resultados Que diz Americana os nossos de olhos, nossa pretendidos existirem entre publica 279 imitação ; laços o Brasil Americana são os que e a se Re- fictícios, pois n ã o t e m o s c o m aquelle paiz affinidades de natureza alguma real e Que a nacional historia da dos monstra, politica Estados-Unidos por parte com inter- n ã o de- daquelle paiz, b e - nevolência alguma para para duradoura; qualquer comnosco, Republica ou latino- americana ; Que tem todas estado em tados-Unidos occasiões a para amizade lateral e mos, — as vezes o contacto com tem se tido Brasil os outras convencer Es- tantas de que americana — amizade uni- que, aliás, é que nulla, só quando nós apregoa- não é inte- resseira; Que a influencia moral daquelle paiz sobre o nosso t e m sido perniciosa. 280 A Illusão Americanã * * * Si a l o n g a serie de factos que apres e n t a m o s , si as r a z õ e s q u e e x p e n d e m o s , não os bastassem para chamar á espíritos bastaria dos ainda americanos, de dos N ã o ! Toda nos maior as v e l - querem sen- impor Estados-Unidos. tentativa qualquer pátria livre do para dissipar que respeito de rebeldes, a f f e c t o e os i n g ê n u o s timentalismos troca mais citarmos a opinião leidades a os verdade serviço, e autonomica em para, em collocar a qualquer espécie de sujeição para c o m o extrangeiro, é u m acto de inépcia e u m crime. Jorge sagem Washington, na sua men- de adeus, verdadeiro e sublime testamento, escreveu as s e g u i n t e s p a - lavras, que a v e n e r a ç ã o americana t e m conservado « . . . através das gerações : Deveis ter sempre e m que é l o u c u r a o esperar u m a nação vista fa- A Illusão Americana 2§i v o r e s desinteressados de o u t r a , e que t u d o quanto uma nação recebe como favor t e r á de pagar m a i s tarde c o m u m a parte de sua i n d e p e n d ê n c i a ver maior erro do que reaes de u m a Que não o sirva as a Os lição, repellir o conseguirá os conselho fatalidades elles seus esperar ha- favores nação a outra . . . » (i) somente patriotas... ceitar . . . N ã o pode de Washington p a r a os seus c o m - brasileiros e sejam do devem quaes momento, extrangeiro, aviltar o paiz que ac- forem saibam que só acceitar serviços. * * * No recanto do solo brasileiro de onde escrevemos estas linhas, os me- ( i ) « . . . Constantly keeping in view that it is folly in one nation to look for desinteressedfavoursfrom another; that itmustpay with a portion ofits indepetidence for whatever it may accept 2§2 zes A Illusão de anno ram Ainericaha setembro de 1893 em cousa e de ( 0 n ã o se alguma annos. Estas semanas meira das do carpa milho. outubro Quanta distingui- dos de outros s ã o as roças e deste da do pri- plantio philosophia incon- sciente e pratica, quanta sabedoria i n nata neste povo! que a civilisação alma a e, da alto desta em experiência pessimista, lonisação ella ibérica insuccesso, quanto destruísse serenidade Clama voz E foi uma em nossa gente! nosso espirito fria implacável nos da sentimos e diz: — A a co- America foi um desgraça para a civilisação d o nosso planeta. N ã o chegam em a que ser nações os agrupamentos g â n g l i o s de p o p u l a ç õ e s mes- under that character. There can be no greater error than to expect or calculate upon real favours from nalion to nation.» (1) Os primeiros mezes da revolta naval de 1893-1894. A illusão tiças, oriundas dades de humanas, fingir de ficial chamado Âmericana todas as querem povos... O 283 inferioripor amálgama Brasil está do a viver e artificio, que Vemos, porém, de uma rocha m o r r e r na agora o terra bloco ferruginosa, bida de arrôxeada, sangue, catombes illusão immenso ora ainda de- montanha como que recentes. terem vai findar. composta, e que f o r m a u m a de arti- desfeito, apesar de duas o u tres g e r a ç õ e s chegado força embe- fresco, de Aquella terra existia ha milhares de annos antes existir tudo ruido. Ella que p quanto hoje existia antes do tempo em Pompeu. era de quando de outros ambiciosos nem de faz armada tarem já e exercito de C é s a r existe he- os nomes contra Existirá pouco 7 de novembro de 1893. a ainda, n ã o res- illustres. A P P E N D 1 C E No foi dia 4 posto rias de de dezembro de 1893, este l i v r o á v e n d a nas livra- S. Paulo. V e n d i d o s t o d o s os e x e m p l a r e s p r o m p t o s nesse dia, f o i á s livrarias a o chefe de policia e prohibiu venda. graphia N a m a n h ã seguinte, a em que amanheceu cavallaria f o i impresso cercada e o typolivro por u m a força de compareceu á porta da officina u m delegado de policia acompanhado uma de carroça. officina e um O burro que puxava delegado entrou pela o r d e n o u q u e se ajuntassem todos os e x e m p l a r e s d o l i v r o , m a n d a n do-os amontoar e o delegado na carroça. levaram o O burro livro para a 286 A Illusão R e p a r t i ç ã o da a Platéa Americanã Policia. N o publicava «Um sabem res, á appareceu dr. Eduardo ricana, mos de no no foram que venda do livro. nosso ir lendo bida, f o i Um curar bôcca o as successo sobre redactor auctor, suas de a nos folha. á venda Soubemos prohibiu á a Cardim, a obra prohi- O mesmo Policia. cavalheiro, de ctijas f o i arrancado um policia desta para livro folha f o i pro- ouvir de sua prohibição. relativas e um secreta. impressões seu occupá- postos bonde um Ame- Gomes num por livro a Illusão policia Paulicèa, exemplar novo desta collega com na a levado aconteceu mãos, o leito- vendidos. dia O Eduardo nossos venda numero nesse por os os exemplares sabbado dr. apparição ultimo Todos o Prado, cuja dia, seguinte: interview com P r a d o — Como do o mesmo o seu ao parecer Appendice O dr. Eduardo 287 Prado to graciosamente o nosso pareceu dar muita nem ao livro, nem á sua disse mais e importância, prohibição. ou menos, o que elle nos infância, havia na sapateiro que : — « Na rua mui- companheiro não Eis, recebeu minha de S. Bento uma taboleta leão que, bola. Por um onde raivoso, vinha o sapateiro um o dente lia-se: numa Rasgar d e s c o s e r , n ã o . Dê-me giar pintado mettia baixo, tinha licença epara pode; para dizer: pla- Prohibir p o d e m ; responder, n ã o . « Quanto cia, penso extremo, de ao honrado qtie julgando derrocar solidadas, blicanas ç volume me como no s. exc. de poli- lisonjeou a minha instituições « Demais, palpite, s. exc. chefe por prosa tão fortes capaz e são as instituições conrepu- Brasil. pôde dizer-se prohibiu ás quatro horas que, só o livro. e ç{s cinco por Sahiu f o i 288 A Illusão prohibido, tempo antes de o que acto de Não quero dizer digo antes que n. passado, que me ter f o i minha confiei, estribei 1.565, vice-presidente de de Republica do Interior isso no artigo IJ um parte. e por o estado da i outubro de sitio. O e o sr. seu nesse ar- disseram : «Artigo 1. E ' l i v r e a do pensamento garantida doutrina nharam a com suas a sua de sendo qualquer politica de que e autonomico livro empe- nessa garantia. sustentando o Brasil perante o aphorismo as Republicas a assignaturas palavra um damento imprensa, propaganda Escrevo adopto pela manifestação politica.» « E que de regulando ministro auctoridade a publicação ingenuidade decreto tigo da ler. « Confesso do Americana deve doutrina ser o extrangeiro, de Montesquieu, devem virtude. a ter como livre e de fun- 289 Appendice « O governo opiniões; está porem, decreto, litica que está a diz garantir doutrina a po- f de rei de inventar vra Onde solemnemente qualquer « A sabedoria vra ! essas Manda, dada em de a direito. o livro do governo, propaganda contrario no seu prohibir palavra num è do não popular volta outro diz: atrás. provérbio O povo para vice-p7'esidente * da * — a Palaterá pala- Republica.» * O auctor recebeu de todos os pontos do Brasil g r a n d e n u m e r o de cartas pedindo-lhe u m exemplar do livro prohibido. por Estas cartas v i n h a m assignadas n o m e s dos m a i s distinctos d o paiz, e a t o d o s estes desculpa por correspondentes me ter sido peço impossivel acceder aos seus p e d i d o s . M e n c i o n a r e i somente, para p r o v a de que dos repu- A Illusão 290 Americana blicanos brasileiros alguns ha que n ã o são inimigos da liberdade de pensa- m e n t o , u m a c a r t a d o sr. S a l d a n h a M a rinho, e m q u e este p a t r i a r c h a d o republicanismo, praticas belde saudoso, liberaes ás protestava idéas da de a das Monarchia e liberticidas contra certo, re- de hoje, prohibição deste trabalho. A todos e agradecimentos a cada do um auetor. cabem os N O T A Este trabalho, tal qual f o i escripto para a primeira e d i ç ã o , f o i r e d i g i d o sem o auctor ter os seus livros á m ã o , nem as suas notas. Na e d i ç ã o actual ( i ) , todos os factos citados s ã o justificados com a citação das fontes officiaes, ou dos auctores que relatam os mesmos factos. EDUARDO PRADO ( I ) 2.' edição, exgottada, impressa em Paris, de que esta é fiel reedição. 9 4